Atividade antifúngica de metabólitos secundários isolados de Hortia
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Atividade antifúngica de metabólitos secundários isolados de Hortia
Sociedade Brasileira de Química (SBQ) Atividade antifúngica de metabólitos secundários isolados de Hortia oreadica frente ao fungo patogênico Guignardia citricarpa Vanessa G. Pasqualotto Severino1 (PQ), Leonardo Oliveira Costa1 (IC)*, Ana P. Terezan2 (PQ), Maria F. G. F. da Silva2 (PQ), João B. Fernandes2 (PQ), Paulo C. Vieira2 (PQ) * e-mail: [email protected] 1 Universidade Federal de Goiás, Campus Catalão, Departamento de Química, Catalão-GO 2 Universidade Federal de São Carlos, Departamento de Química, São Carlos-SP Palavras Chave: Hortia oreadica, Guignardia citricarpa, Mancha Preta dos Citrus. Introdução O Brasil é o maior produtor de citros do mundo, e assim, a citricultura ocupa lugar de destaque no país, devido ao seu grande valor de exportação e à sua importância social, gerando grande número de empregos1. No entanto, a cada ano aumenta o número de plantas afetadas por doenças citrícolas, pondo em risco empregos e prejudicando a economia do país. O fungo Guignardia citricarpa é o agente causador da doença denominada de Mancha Preta dos Citrus (MPC), a qual causa depreciação estética dos frutos, e consequentemente danos econômicos relevantes na comercialização dos mesmos in natura no mercado externo. Os fungicidas são o método principal de controle utilizado em pré e pós-colheita, todavia, o emprego indiscriminado dos mesmos pode acarretar consequências maléficas para o ser humano e o meio ambiente. Assim, o objetivo deste trabalho foi investigar o potencial efeito biológico de metabólitos secundários [N-metil,4-metoxi-2quinolona, rutaecarpina, ácido 3-[2,6-dimetóxi-6´,6´dimetilpirano-(2´,3´:4,5)-fenil]-propiônico (DAD 1) e 5-metoxi-seselina], isolados de Hortia oreadica frente ao crescimento micelial, germinação de esporos e formação de apressórios de G. citricarpa, visando o controle da MPC. que são estruturas reprodutivas do micro-organismo e responsáveis pela infecção nas plantas. Das amostras avaliadas, na concentração de 100 µg.mL1 , os alcaloides N-metil-4-metoxi-2-quinolona e rutaecarpina e a cumarina 5-metoxi-seselina apresentaram resultados mais promissores, inibindo respectivamente, 98%, 91% e 95% a germinação dos esporos e 100%, 91% e 94% a formação de apressórios. Há relatos na literatura2 da atividade inibitória de cumarinas como seselina, escoporona e crenulatina frente à germinação de esporos e formação de apressórios de G. citricarpa. Desta forma, os resultados obtidos neste estudo indicam que além das cumarinas, os alcaloides podem desempenhar um papel relevante na busca de novos fungicidas naturais à G. citricarpa. Figura 1: Efeito dos metabólitos secundários no crescimento micelial de G. citricarpa Resultados e Discussão Neste estudo foi utilizado o método de incorporação dos compostos ao meio de cultura BDA. As medidas do crescimento micelial foram realizadas durante 21 dias, tendo como referencial o centro da placa de Petri, onde foi inoculado o disco de 2,0 mm do fungo. Todas as substâncias foram avaliadas na concentração de 100 µg.mL-1. Na Figura 1 é possível observar que o alcaloide N-metil-4-metoxi2-quinolona e DAD 1 apresentaram resultados expressivos de inibição, quando comparados aos controles neutro e negativo. No entanto, o ensaio em questão avalia apenas o crescimento micelial do fitopatógeno, sendo que esta fase não está diretamente envolvida no processo patológico nas plantas. Assim, realizou-se o ensaio de inibição da germinação de esporos e formação de apressórios, a 36 Reunião Anual da Sociedade Brasileira de Química Conclusões O estudo realizado apresentou resultados promissores, indicando que algumas substâncias podem ser potenciais ativos na inibição do desenvolvimento germinativo de G. citricarpa. No entanto, faz-se necessário a continuidade das investigações para comprovar a atividade antifúngica de metabólitos isolados de H. oreadica. Agradecimentos FAPESP, CNPq, CAPES, UFSCar e UFG. ____________________ 1 Rossetto, M. P.; Azevedo, F. A.; Martelli, I. B.; Schinor, E. H. Bragantia, 2011, 70, 58. 2 Magnani, R. F. Dissertação de mestrado, PPGQ-UFSCar, 2002, 149 p.
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