TCA 04 - Avaliação da disponibilidade de água.cdr
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Avaliação da disponibilidade de água e ar em substratos agrícolas à base de turfa e casca de arroz carbonizada 1 2 3 4 Érika Andressa da Silva , Geraldo César de Oliveira , Bruno Montoani Silva , Franciane Diniz Cogo 5 e Larissa Maia de Oliveira 1 Graduanda em Agronomia, bolsista Iniciação Cientifica da Fapemig, Universidade Federal de Lavras, Lavras, MG, Brasil ([email protected]) 2 Prof. Doutor Associado do Departamento de Ciência do Solo, bolsista CNPq, Universidade Federal de Lavras, Lavras, MG, Brasil ([email protected]) 3 Mestrando em Ciência do Solo, bolsista CNPq, Universidade Federal de Lavras, Lavras, MG, Brasil ([email protected]) 4 Mestranda em Ciência do Solo, bolsista CNPq, Universidade Federal de Lavras, Lavras, MG, Brasil ([email protected]) 5 Graduanda em Agronomia, bolsista Iniciação Cientifica CNPq, Universidade Federal de Lavras, Lavras, MG, Brasil ([email protected]) Resumo - O objetivo deste trabalho foi avaliar as características físicas de substratos agrícolas alternativos a base de turfa e casca de arroz carbonizada. Os tratamentos foram: S1 (25% casca arroz carbonizada e 75% de turfa), S2 (75% de casca arroz carbonizada e 25% de turfa), S3 (testemunha - plantimax comercial) e S4 (50% casca arroz carbonizada e 50% turfa). A densidade dos substratos (DS) foi determinada pela metodologia de Hoffman (1970). Para a determinação da curva característica de retenção de água (CRA) dos substratos foi utilizada a metodologia da Mesa de Tensão. Utilizou-se de três repetições nas tensões de 0, 20, 40, 60, 80 e 100 hPa. De posse da CRA, calculou-se porosidade total, espaço de aeração, água disponível, água facilmente disponível, água tamponante e água remanescente. O aumento das proporções de casca de arroz carbonizada adicionadas à turfa proporcionou elevação nos teores de carbono orgânico do substrato, água facilmente disponível, espaço de aeração, porosidade total, água disponível e água tamponante. O tratamento S2 apresentou um volume de água remanescente muito baixo, característica que demonstra que a crescente adição de casca promove uma liberação mais rápida da água, reduzindo os teores de água tamponante e água remanescente. Em função de sua baixa capacidade de armazenamento de água, o tratamento S2 exige irrigação frequente. Palavras-chave: manejo da irrigação, cultivo sem solo, água disponível Evaluation of water and air availability in agriculture substrates based on peat and carbonized rice hull Abstract - The objective of this work was to evaluate the physical characteristics of alternative agricultural substrates based on peat and carbonized rice hulls. Treatments consisted of: S1 (25% carbonized rice hull and 75% peat), S2 (75% carbonized rice hull and 25% peat), S3 (control - commercial Plantimax) and S4 (50% carbonized rice hull and 50% peat). The substrate density (DS) was determined by the method of Hoffman (1970). To determine the characteristic curve of water retention (CWR) of the substrates the methodology of the Bureau of voltage was used. We used three replicates in the tensions of 0, 20, 40, 60, 80 and 100 hPa. Having the CWR, we calculated total porosity, aeration space, available water, easily available water, buffering and remaining water. It was found that the increase in the proportion of carbonized rice hulls added to peat raised the organic carbon of substrate, easily available water, space aeration, total porosity, available water and buffering water. The S2 treatment had a very low volume of remaining water, a characteristic that demonstrates that the increasing addition of hulls promotes more rapid release of water, reducing the contents of buffering and remaining water. Due to its low capacity for water storage, the S2 treatment requires frequent irrigation. Keywords: irrigation management, soilless culture, water available Introdução Para a produção de mudas de plantas com um baixo custo um aspecto a ser considerado é a elevada disponibilidade de matéria-prima utilizado na confecção do substrato agrícola (Andriolo et al., 1999, Fontes et al., 2004) como é o caso do resíduo da industrialização do arroz no Brasil, onde anualmente são produzidas mais de 2,6 milhões de toneladas de casca (IRGA, 2005). Este resíduo, após a combustão, gera um produto de excelentes características para ser utilizado como substrato para a propagação de plantas, uma vez que apresenta baixa capacidade de retenção de água; drenagem rápida e eficiente, o que proporciona elevado espaço de aeração e boa oxigenação para as raízes; resistência à decomposição; relativa estabilidade estrutural; baixa densidade e pH próximo à neutralidade (Mello, 2006). Com estas propriedades a casca de arroz carbonizada proporciona melhor escoamento do excesso de água, favorecendo o desenvolvimento do sistema radicular (Mauad et al., 2004). No entanto, por necessitar de irrigação constante, seu uso como substrato puro torna-se inconveniente em cultivos comerciais (Mello, 2006), sendo necessárias misturas com outros materiais. Tecnol. & Ciên. Agropec., João Pessoa, v.5, n.4, p.19-23, dez. 2011 19 A turfa é um material com potencial para ser utilizado como substrato, em associação com a casca de arroz carbonizada, pois além de ser boa condicionadora de características físicas, pode conter elevada concentração de magnésio, nitrogênio e ferro (Cavalcante et al., 2008, Silva et al., 2011). Nesta perspectiva, para a produção de mudas em recipientes, a caracterização das propriedades físicas dos substratos é de suma importância, uma vez que o adequado equilíbrio entre os seus constituintes deve ser buscado, visando estabelecer uma relação adequada entre macro e microporosidade (Lopes et al., 2005). Neste aspecto trabalhos clássicos e consagrados como o de De Boodt &Verdonck (1972) afirmam que as características físicas dos substratos são as mais importantes, tendo em vista a importância da relação ar-água, particularmente, no início do cultivo das plantas. As características físicas mais relevantes nos substratos no que diz respeito ao manejo são granulometria, porosidade e retenção de água. A curva de retenção de água do substrato representa a relação entre a umidade volumétrica e o potencial matricial, ou seja, a força com que a água está sendo retida pelo mesmo, fornecendo assim informações sobre a habilidade do material em reter e liberar água, dando idéia do volume de água disponível às plantas (Spier et al., 2008). A determinação da curva de retenção é importante à medida que informa o volume de água disponível às plantas dentro de cada faixa de potencial matricial em uma determinada amostra do substrato (Spier et al., 2008 ). Além disto, os conceitos de espaço de aeração e água disponível estão alicerçados na curva de retenção de água, sendo que a porosidade de aeração é igual à diferença entre a porosidade total e o volume de água no potencial -10 hPa, e a porosidade total corresponde à umidade presente nas amostras saturadas sob potencial de 0 hPa. A água retida e disponível às plantas é equivalente ao volume de água entre os potenciais de -10 hPa e -100 hPa, e água remanescente corresponde ao volume de água que é retida no material após ter sido submetido ao potencial de -100 hPa (De Boodt &Verdonck, 1972). Com esta perspectiva, o conhecimento da curva de retenção de determinado substrato permite ao produtor programar o manejo mais adequado da irrigação, na medida em que pode definir a quantidade de água a ser aplicada para uma espécie vegetal específica, cultivada em determinado recipiente (Wendling & Dutra, 2010). Sendo assim, este trabalho objetivou avaliar as características físicas de substratos agrícolas alternativos a base de turfa e casca de arroz carbonizada. Material e Métodos As análises foram realizadas no laboratório de Física e Conservação de Solo e Água do Departamento de Ciência do Solo da Universidade Federal de Lavras - UFLA, Lavras, 2011. Utilizou-se o delineamento experimental inteiramente casualizado com quatro tratamentos e três repetições. Os tratamentos consistiram de S1 (25% casca arroz carbonizada 20 Tecnol. & Ciên. Agropec., João Pessoa, v.5, n.4, p.19-23, dez. 2011 e 75% de turfa); S2 (75% de casca arroz carbonizada e 25% de turfa); S3 (testemunha - plantimax comercial); S4 (50% casca arroz carbonizada e 50% turfa). Para a determinação da curva característica de retenção de água as amostras de substratos foram acondicionadas em cilindros de PVC. Estes tiveram as bases forradas com tecidos de Nylon presas por um elástico de borracha. Todo conjunto (PVC, Nylon e elástico de borracha) foi previamente pesado antes do acondicionamento das amostras para a obtenção da tara a ser descontada posteriormente. As amostras distribuídas nos cilindros de PVC foram colocadas em bandejas e saturadas até dois terços da altura do recipiente por 24 horas. Depois, elas foram retiradas da bandeja e pesadas obtendo-se neste momento o volume de água correspondente a umidade de saturação da amostra que equivale a porosidade total. Na sequência os cilindros foram mantidos na mesa de tensão ao potencial matricial de -20 hPa e após alcançar a estabilidade, as amostras foram retiradas, pesadas e ressaturadas para acondicionamento no potencial de -40 hPa. Os mesmos procedimentos foram realizados para os potenciais de -60, -80 e -100 hPa. Em seguida, as amostras foram levadas para a estufa a 105 ºC onde permaneceram até obtenção do peso constante para a determinação dos conteúdos de água. De posse dos dados ajustou-se a CRA, pelo modelo da polinomial cúbica (Mello et al 2002) com o auxílio do software Microsoft Excel e do programa computacional Sigma Plot 11.0. Obtida a curva de retenção de água (CRA), foram calculadas a porosidade total (PT), o espaço de aeração (EA), a água disponível (AD), a água facilmente disponível (AFD), a água tamponante (AT) e a água remanescente (AR), segundo os parâmetros adotados por De Boodt & Verdonck (1972). A densidade do material seco (DS) foi determinada a partir do teor da matéria seca das amostras encaminhadas a estufa, pela metodologia proposta por Hoffmann (1970), utilizando-se a equação seguinte. -3 -3 DS (g cm ) = Dens. úmida (g cm ) x matéria seca (%) 100 O carbono orgânico total foi determinado por oxidação a quente com dicromato de potássio e titulação com sulfato ferroso amoniacal, segundo método modificado de Walkley & Black (1934). Foram plotados gráficos com auxílio do software Sigma Plot 11.0 Resultados e Discussão As curvas características de retenção de água dos substratos avaliados neste trabalho, em função do potencial matricial, para os tratamentos 75% casca e 25% turfa, 50% casca e 50% turfa, 25% casca e 75% turfa e Plantimax estão apresentadas na Figura 1. A perda de água dos substratos não foi uniforme na faixa de potencial entre 0 e -40 hPa. Os valores médios em porcentagem de porosidade total (PT), espaço de aeração (EA), água facilmente disponível Salienta-se que os substratos devem apresentar entre 24 a 40% de AD, e 20 a 30% de AFD (Abad & Noguera, 2000). No presente trabalho as amostras de substratos apresentaram valores de AD com média de 11,25%, em faixa portanto inferior àquela recomendada por De Boodt &Verdonck (1972), e volume de AFD (média de 8,88%, também inferior à faixa ideal, assim como o volume de AR, que foi em média de 2,38%. As diferenças de resultados encontrados neste trabalho com a literatura, certamente ocorrem devido a grande variabilidade existente entre os substratos, nas suas composições e estruturas, bem como, no arranjamento de suas partículas no decorrer do tempo, resultando em efeitos diversos para as plantas. Conteúdo de água (cm3 cm-3) (AFD), água tamponante (AT), água disponível (AD) e água remanescente dos substratos (AR) estão apresentados na Tabela 1. De acordo com estes dados os substratos à base de 50% CAC e 50% T e 75% CAC e 25% T perderam maiores volumes de água e apresentaram os melhores valores de EA, AFD e PT nesta faixa de potencial. Os valores de AFD dos substratos avaliados variaram entre 4,8% e 13%. O maior volume de AFD foi determinado no tratamento S2, seguido por S4, S1, e S3. Porém, no potencial de -60 hPa, o maior volume de água foi determinado no substrato plantimax, seguido por 50% CAC e 50% T; 75% CAC e 25% T; 25% CAC e 75% T (Figura 1). Segundo De Boodt & Verdonck (1972), as plantas apresentam restrições no desenvolvimento quando o potencial matricial do substrato é menor que -50 hPa. Entretanto, nos substratos formulados à base de T e CAC obteve-se pequeno volume de água retido nos potenciais -30, -40 e -50 hPa. Portanto, para esses substratos a AFD para as plantas se encontra até o potencial de -50 hPa. Conforme citado no trabalho clássico de Burés (1997), isto se deve ao fato dos materiais orgânicos, como as turfas, apresentarem poros de maior diâmetro, o que confere altos índices de aeração e baixa capacidade de retenção de água nos potenciais muito altos. Analisando-se as curvas de retenção de água (Figura 1) observa-se que o substrato formulado a partir de 75% CAC e 25% T apresentou comportamento diferenciado dos demais tratamentos na faixa de potencial de -100 hPa. Concordando com autores como Guerrini & Trigueiro (2004), o tratamento S2 apresentou um volume de AR muito baixo, característica que demonstra que a crescente adição de casca promove uma liberação mais rápida da água, reduzindo os teores de AT e AR. Desta forma, em função de sua baixa capacidade de retenção de água, o tratamento S2 exige irrigação frequente, conforme já relatado por Andriolo et al. (1999) e Carrijo et al. (2004). Nestas condições, devido o alto valor das mudas formadas, o manejo de irrigação em viveiro telado deve objetivar um fornecimento uniforme de ar e água às plantas, evitando alterações bruscas na dotação hídrica dos substratos durante o desenvolvimento da cultura. Neste sentido, salienta-se a importância deste estudo, quando um criterioso ajuste da quantidade de água aplicada somente é possível ajustando-se as taxas de vazão de água à capacidade de retenção do substrato, o que pode ser conhecida com base nas informações da caracterização física dos mesmos. Ressalva-se que o EA de um substrato é o percentual mínimo de ar encontrado após a irrigação e após cessada a livre drenagem, à medida que o substrato vai secando, o ar que ocupa os macroporos vai aumentando, enquanto a água facilmente disponível diminui. O sinal para a próxima irrigação é dado quando se atinge o valor da água tamponante. Esta água, embora possa ser utilizada pelas plantas em caso de estresse hídrico, exige um grande gasto de energia (Fermino, 2002). 5,0 4,5 4,0 3,5 3,0 2,5 2,0 1,5 1,0 0,5 0 3 2 75% casca+25% turfa y = -0,00002x + 0,0040x - 0,2245x + 4,3500 R² = 0,960 50% casca+50% turfa y = -0,00001x3 + 0,0024x2 - 0,1443x + 3,2028 R² = 0,971 3 2 25% casca+75% turfa y = -0,000008x + 0,0016x - 0,0944x + 2,3663 R² = 0,982 Plantimax y = -0,000005x3 + 0,0009x2 - 0,0566x + 2,2069 R² = 0,980 0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 Potencial matricial (hPa) Figura 1. Curva característica de retenção de água dos substratos. UFLA, Lavras, 2011. Tabela 1. Valores médios em percentagem de porosidade total (PT), espaço de aeração (EA), água facilmente disponível (AFD), água tamponante (AT), água disponível (AD) e água remanescente dos substratos (AR). UFLA, Lavras, 2011. Tratamentos S1 S2 S3 S4 PT EA AFD 24,06 9,80 7,58 44,75 24,38 13,10 22,32 5,94 4,85 32,76 15,45 9,93 AT AD 1,81 5,77 5,94 19,05 5,30 10,15 0,08 10,01 AR 8,48 1,31 6,22 7,29 S1= 25% casca arroz carbonizada e 75% de turfa, S2 = 75% de casca arroz carbonizada e 25% de turfa, S3= testemunha (Plantimax comercial) e S4= 50% casca arroz carbonizada e 50% turfa. Na Figura 2, observa-se que os substratos compostos por turfa em maiores proporções apresentaram maior DS. No entanto, as formulações ricas em casca de arroz carbonizadas apresentaram maior porosidade total, maior capacidade de arejamento e menor DS corroborando com os resultados encontrados por Mauad et al. (2004). Em concordância com os resultados encontrados por pesquisadores, Schmitz et al. (2002) também observaram que a adição de casca de arroz carbonizada à turfa reduziu o excesso de água, amenizando os problemas de excesso de umidade apresentados pela turfa. Da mesma forma, Guerrini Tecnol. & Ciên. Agropec., João Pessoa, v.5, n.4, p.19-23, dez. 2011 21 & Trigueiro (2004), em estudo realizado com biossólido e casca de arroz carbonizada, verificaram que substratos contendo de 40% a 70% de casca de arroz carbonizada no seu volume total foram considerados os mais adequados para o crescimento de mudas de espécies florestais, visto que estas combinações apresentaram equilíbrio na densidade, porosidade e capacidade de retenção de água. 2,6 S2 Y = 3,34 - 3,17X R2 = 96,9% 2,2 2,0 S4 1,8 1,6 1,4 S3 1,2 1,0 0,2 S1 8 0,3 0,4 0,5 0,6 0,7 0,8 -3 Densidade (g cm ) Figura 2. Relação entre a capacidade de retenção de água dos substratos no potencial de -100 hPa e a densidade dos substratos. UFLA, Lavras, 2011. O aumento nos valores de densidade do substrato, conforme aumento da proporção de turfa em relação à casca de arroz, pode apresentar efeitos benéficos como promover a germinação de sementes por aumentar o contato entre a semente e o substrato, reduzir a perda de água do substrato por evaporação, aumentar a ramificação e a formação de raízes secundárias, o que permite que as raízes explorem mais o substrato para absorção de nutrientes (Libardi, 2005). Porém, devido a fatores como diminuição da porosidade total, com conseqüente diminuição do espaço aéreo, as densidades superiores a 0,3 g cm-3 resultam em efeitos prejudiciais ao desenvolvimento das plantas. Ressalta-se a importância destes resultados para a escolha adequada do recipiente para cultivo de plantas com estes substratos, uma vez que DS é uma propriedade física que quando em baixos valores pode acarretar problemas na fixação das plantas e tombamento, se o cultivo é feito em recipientes altos. Nesta perspectiva, recomenda-se que quanto menor o recipiente, mais baixa deve ser a DS do substrato. Neste sentido, em concordância com Shmitiz et al. (2002), por apresentar baixa DS e alta CRA, S2 é o mais eficiente dos tratamentos para culturas a serem implantadas em recipientes baixos, como bandejas de isopor. Na Figura 3, observa-se que o aumento das proporções de casca de arroz carbonizada adicionadas à turfa proporcionou elevação nos teores de carbono orgânico do substrato, água facilmente disponível, espaço de aeração, porosidade total, água disponível e água tamponante. 22 Tecnol. & Ciên. Agropec., João Pessoa, v.5, n.4, p.19-23, dez. 2011 Carbono orgânico (%) Capacidade de retenção de água (mL g-1) 2,4 Além disto, a substituição de substratos comerciais por casca de arroz carbonizada pode proporcionar maior crescimento das plantas, com aumento de produtividade e redução dos custos de produção. Vallone et al. (2004), por exemplo demonstraram em seus estudos que a adição de 60 e 70% de casca de arroz carbonizada em substratos para o cultivo do cafeeiro foram suficientes para o ocasionar um maior desempenho produtivo das plantas e reduzir os custos de produção das mudas.Da mesma forma, Lang & Botrel (2008) obtiveram maior produtividade em mudas de Eucalyptus grandis com a adição de 50% de casca de arroz carbonizada no substrato comercial a base de casca de pinus. Em suma, corroborando com os estudos de Couto et al. (2003), este estudo aponta que a adição de casca de arroz carbonizada a outros materiais constitui um importante aliado na melhoria das propriedades físicas do substrato final. Y = 5,33 + 0,18X R2 = 99,5% 10 12 14 16 18 20 20 30 40 50 60 70 Casca de arroz carbonizada (%) 80 Figura 3. Relação entre a proporção de casca de arroz carbonizada adicionada e o conteúdo de carbono orgânico dos substratos. UFLA, Lavras, 2011. Conclusões 1. O substrato a base de 75% casca de arroz carbonizada e 25 % turfa apresenta excelente qualidade física, sendo uma interessante alternativa para produção de mudas com qualidade e baixo custo. 2. As propriedades físicas CRA e DS são inversamente proporcionais, desse modo substratos a base da combinação turfa com casca de arroz tem seu uso diferenciado em função da proporção utilizada. Agradecimentos Os autores agradecem ao Departamento de Ciência do Solo da UFLA, a Fapemig e ao CNPq pela bolsa de estudo aos autores. Referências ABAD, M.B.; NOGUERA. P.M. Los substratos em los cultivos sin suelo. In: GAVILÁN, M. U. (Ed.). Manual de cultivo sin suelo. Universidade de Almeria & Mundi-Prensa, Almeria. 2000. p. 137-183. FURLANI, A.M.C. Caracterização, manejo e qualidade de substratos para produção de plantas. Campinas: Instituto Agronômico, 2002. p.1-6. (Documentos IAC, 70). LANG, D.Z; BOTREL, M.C.G. Desenvolvimento de mudas de Eucalyptus grandis em diferentes substratos. 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