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Tarif de publicité 2016 4 luxemburgo actualidade Contacto \\ 27 DE MAIO DE 2015 página quatro 27 DE MAIO DE 2015 \\ Contacto Referendo de Junho A FRASE EDITORIAL Efeito Francisco “ Olá ditador!” Expressão com que o presidente da Comissão Europeia, JeanClaude Juncker, recebeu na sexta-feira o primeiro-ministro húngaro, Viktor Orbán, durante a chegada dos dirigentes dos 28 países da União Europeia à IV Cimeira da Parceria Oriental, em Riga (Letónia). A expressão utilizada por Juncker é uma resposta ao “Olá Grão-Duque”, expressão com que Viktor Orbán se dirige há anos ao luxemburguês. Contacto ficha técnica Fundado em Janeiro de 1970 Tiragem: 25.767 EDITOR Saint-Paul Luxembourg s.a. RCS Luxembourg B.147.973 2, rue Christophe Plantin, L-2988 Luxembourg tel.: 4993-1 (central) Redacção: tel.: 4993-337, fax: 4993-448 Assinaturas: tel.: 4993-9393, fax: 4993-9394 Publicidade: tel.: 4993-9000, fax: 4993-9092 Anúncios: tel.: 4993-315, fax: 4993-666 Gráfica: fax: 4993-262 CCPLLULL LU50 1111 0000 1212 0000 URL: http://www.contacto.lu E-mail: [email protected] ASSINATURAS Os grandes chefes religiosos são admirados, mas cada vez mais pela vida que vivem do que pela doutrina que proclamam. Assim acontece com os ícones do nosso tempo, o Dalai Lama, o bispo sul-africano Desmond Tutu e, em vertigem ascensional, o Papa Francisco. Criam um amPE BELMIRO NARINO biente de confiança e bondade. As pessoas, mesmo de ideologias diferentes, sentem que alguém se interessa por elas, lhes faz companhia, lhes dá amor e cuidar. O que não acontece com as outras autoridades. É o halo do carisma. Sentimos que nos introduzem num mundo sagrado, que a Deus nos levam pela mão. O ser humano é um barco que navega no Infinito. Mesmo na cidade politeísta de Nínive, o homem tem saudades da transcendência. Como na aldeia global dos nossos dias. Alguém disse que, se não houvesse Deus, não haveria ateus. Marcel Proust falou de outra maneira. “O maior louvor a Deus consiste em ser negado pelo ateu que encontra a Criação tão perfeita que não precisa de um criador”. O homem sente-se maior do que o mundo em que vive. Transcender é ser arrebatado, absorvido por um vento do céu: é ressurreição e ascensão. O nosso mundo é uma aldeia global em que todos somos vizinhos de todos. tel.: 4993-9393 | fax: 4993-448 URL: www.contacto.lu e wort.lu/pt E-mail: [email protected] 2, rue Christophe Plantin | L-2988 Luxembourg tel.: 4993-337 | fax: 4993-448 O decreto “Inter Mirifica”, do segundo Concílio Vaticano, sobre os meios de comunicação de massa, prevê que o futuro da humanidade será cada vez mais dependente deles e por eles formado (quando não formatado!). Depois do sábio uso que deles fizeram João Paulo II e Bento XVI, o Papa Francisco revelou-se “superstar”. Pequenos grandes gestos, como o abraço que deu, diante do mundo inteiro, a um homem desfigurado. Na sua primeira visita fora do Vaticano, o Papa Francisco não foi a nenhum santuário famoso, como Assis ou Loreto, mas a uma pequena ilha da Itália, perto da costa africana. A ilha de Lampedusa, drama da África e vergonha da Europa. Este gesto de espontânea misericórdia contagiou todas as almas de boa vontade. Só a misericórdia de Deus pode impor limites ao mal: palavras de João Paulo II, citadas por Bento XVI e assumidas pelo Papa Francisco como tema do ano jubilar 20152016. “Este é o tempo da misericórdia”. Ora, não há misericórdia sem justiça. É preciso clamar, à sociedade afluente da Europa, que a pobreza do continente africano é o preço da prosperidade europeia. Acolher em Lampedusa os sobreviventes do mal e da injustiça, e da aventura incerta de atravessar o Mediterrâneo, o maior cemitério marítimo do planeta, é uma questão humanitária. E uma questão de justiça. Não será que a Europa os esbulhou de muito do que lhes permitiria uma vida normal nos seus países? Não será a Europa cúmplice dos maus governos que por lá ficaram, cada vez mais ricos e povos cada vez mais pobres? Tão-pouco há misericórdia sem verdade, como diz bem o Cardeal Schönborn de Viena. “Mas a verdade sem misericórdia é cruel”. A Igreja atravessou um período escandaloso de abuso sexual de menores. Ficou em muitos abalada a fé e a esperança. O maior escândalo foi a tentativa de ocultar os factos. Com o Papa Francisco tudo se tornou transparente. Podemos recorrer a Cristo, que disse à mulher adúltera: “Eu também te não condeno”. E a todos nós: “Sede misericordiosos, como o vosso Pai é misericordioso”. A atitude do Papa correu os palcos do mundo inteiro. Atravessou a cidade de Nínive, que levava três dias a percorrer. Nínive é o nosso mundo. Atrofiados pelos abusos, muitos profetas da Igreja jogaram ao antiprofeta, refugiados no ventre da baleia. Como Jonas. Estão agora a ir para a rua, como Pedro no dia do Pentecostes. O novo Jonas é o Papa Francisco. A sua Assembleia é o mundo. Muitos se deixam mobilizar pelo sabor a Deus dos seus gestos e palavras. O “efeito Francisco” é o Ano Santo 2016 e os ventos da misericórdia, ministros de Deus, que cheiram a Paraíso. Os pântanos serão jardins; as fronteiras, centros de acolhimento. O “efeito Francisco” é a nova Caritas. O recente encontro internacional, em Roma, teve como orador o padre Gustavo Gutiérrez, o pai da teologia da libertação, e conheceu mais voluntários que nunca e doações de maior volume. “Efeito Francisco”. É uma figura holística, um ícone: o que diz e o que faz formam um todo. Viva o Papa! GRANDE PLANO EDITORIALISTA Pe Belmiro Narino RESPONSÁVEL DA REDACÇÃO José Luís Correia tel.: 4993-470 | [email protected] REDACÇÃO Álvaro Cruz tel.: 4993-276 | [email protected] Domingos Martins tel.: 4993-629 | [email protected] Henrique de Burgo tel.: 4993-442 | [email protected] Paula Telo Alves tel.: 4993-496 | [email protected] 5 2 Direito de voto dos estrangeiro Estrangeiros do CSV querem facilitar a obtenção da nacionalidade luxemburguesa O órgão do CSV que reagrupa os estrangeiros quer facilitar a naturalização luxemburguesa O CSV Internacional, o órgão dos cristãos-sociais luxemburgueses que reagrupa os estrangeiros, apoia a estratégia da direcção do partido, em relação ao voto dos imigrantes nas eleições legislativas, e diz que está preocupado com “os efeitos” do referendo do dia 7 na sociedade do Luxemburgo. Em comunicado enviado às redacções, os estrangeiros do CSV não dizem se estão contra ou a favor do votos dos estrangeiros nas eleições legislativas, mas dizem que apoiam a proposta de lei entregue pela direcção nacional do partido que visa “facilitar a aquisição da nacionalidade luxemburguesa”. O CSV, o partido do antigo primeiro-ministro Jean-Claude Juncker, vai votar “não” no referendo luxemburguês do próximo dia 7 de Junho, na questão do voto dos estrangeiros nas eleições legislativas. O CSV Internacional diz, no entanto, que “vai trabalhar para reforçar a integração e a participação de todos” na sociedade luxemburguesa. O órgão do partido que reúne os estrangeiros que vivem no Luxemburgo diz ainda que as discussões à volta da campanha para o referendo têm revelado uma “crispação” entre os apoiantes do “sim” e do “não”, o que “divide” a sociedade luxemburguesa, em vez de a Foto: Anouk Antony “federar para se viver melhor”. Por tudo isto, o CSV Internacional mostra-se disponível para começar a criar pontes com vista ao restabelecimento do diálogo interrompido pelo referendo, logo após a consulta popular. “Vamos retomar um trabalho de informação e explicação da necessidade da coesão nacional, e das vantagens que esta oferece tanto aos luxemburgueses como àqueles que são acolhidos no Luxemburgo”, diz o comunicado. “Apoiamos todos os esforços políticos para encontrar soluções que facilitem a integração dos estrangeiros através da obtenção da nacionalidade”, concluem os estrangeiros do CSV. n DM ADR quer oferecer nacionalidade luxemburguesa aos voluntários do exército SECRETARIADO CORREIO DOS LEITORES: A Redacção reserva-se o direito de não devolver as cartas enviadas ao jornal. Devido a imperativos editoriais, serão apenas publicados as cartas ou os excertos destas considerados pertinentes. COLABORARAM NESTA EDIÇÃO: Aleida Vieira, Hu- go Guedes, Janine Garcia, Paulo Freixinho (Palavras Cruzadas), Raúl Reis, Sérgio Ferreira Borges, Vanessa Castanheira FOTOGRAFIAS: Manuel Dias, Arquivos Wort; Car- toon: Alexandre Torres LAYOUT: Pierre Ferry, Alain Piron PUBLICIDADE: Preço ao milímetro: (preto e branco) 1,06 e/coluna REGIE.LU 2, rue Christophe Plantin | L-2988 Luxembourg tel.: 4993-9000 | fax: 4993-9092 [email protected] TNS-ILRES PLURIMEDIA 2013/2014: 55.400 leitores semanais (74,5% entre os residentes portugueses com idade igual ou superior a 15 anos) CIM 2013 Tiragem média: 25.092 Difusão total: 25.025 C_1050_CV01_CB Luxemburgo tem o pior mapa da rede de autocarros do mundo – O mapa da rede de autocarros da cidade do Luxemburgo não escapa às críticas dos sites especializados: é o pior do mundo! O mapa foi enviado por um residente do Luxemburgo ao site Transit Map, um site australiano que oferece aos seus usuários os mapas de autocarros, comboios e eléctricos das cidades de todo o mundo. O site, que também avalia os mapas, atribuiu ao mapa da cidade do Luxemburgo a pior classificação possível.“Não há indicações geográficas, apenas nomes dos bairros da cidade. Isso funciona talvez para os locais, mas certamente não para os turistas”, refere o site, concluindo que “é confuso, este mapa parece um bando de vermes emaranhados uns nos outros”. Já o site norteamericano Vox.com vai ainda mais longe ao dizer que este é “o pior mapa de autocarros de sempre”. “Dá a impressão que todos os autocarros do Luxemburgo vão bater uns contra os outros, especialmente na parte central onde todos os 27 autocarros parecem convergir”. Por fim, o site apresenta uma versão do mapa para as pessoas daltónicas e a conclusão é clara: “É melhor andar de bicicleta ou usar o Google Maps no seu telefone”, diz o site norte-americano. O partido conservador ADR entregou na semana passada no Parlamento luxemburguês uma proposta de lei que pretende oferecer a nacionalidade luxemburguesa aos voluntários estrangeiros que prestam serviço no exército luxemburguês. Para tal basta que os soldados tenham cumprido “um ano de bons e leais serviços” no exército. Desde 2003 que o Exército do Luxemburgo acolhe cidadãos dos países comunitários como voluntários. Os portugueses são a maioria dos voluntários. Para tal basta que os jovens voluntários vivam no país há pelo menos 36 meses e que dominem o luxemburguês. Se a proposta de lei do ADR passar, os voluntários dos países da UE vão poder fazer o pedido para obtenção da nacionalidade logo após o ano de serviço militar voluntário (o tempo de recruta). O ADR vai mais longe e diz que desta forma os soldados estrangeiros poderiam obter a nacionalidade ao fim de quatro anos, em vez dos sete exigidos actualmente pela Lei da Nacionalidade de 2008. O partido mais à direita do espectro político luxemburguês diz Cristina Branco foi a artista portuguesa escolhida pela Philharmonie do Luxemburgo para cantar num concerto dedicado a Portugal. A fadista subiu ao palco na passada sexta-feira para um concerto memorável onde cantou música popular portuguesa, acompanhada pela Orquestra Filarmónica da Philharmonie. Na véspera do espectáculo Cristina Branco deu uma grande entrevista ao CONTACTO. Uma conversa para recordar o início da carreira da fadista, o seu percurso internacional, mas também as angústias de uma mãe que tem que deixar os dois filhos para cantar, e do nervosismo que toma conta de si antes e durante os primeiros minutos de cada espectáculo. São os anjos e os demónios de Cristina Branco, que perpassam durante toda a entrevista. C ONTACTO – Eu corro um risco enorme ao fazer esta entrevista, porque conheço muito pouco da carreira da Cristina Branco e fiquei em pânico quando percebi que não ia ter tempo para preparar a entrevista. Cristina Branco – [Risos] Não tem problema, eu conduzo-o.... CONTACTO – Por isso fale-me da Cristina Branco. Quem é a Cristina Branco? Cristina Branco – Mas eu não sou especial. A minha carreira tem 18 anos, já tem algum tempo, mas começou de uma forma completamente inusitada. Eu era estudante de Comunicação Social, mas nunca cheguei a estar desse lado, e a música sempre foi uma coisa que naturalmente fez parte do meu ser. Eu nunca percebi que estava lá, mas a música esteve sempre lá, na realidade. Até que um dia, depois de uma doença algo grave, que me fez estar na cama um mês, uma amiga convidoume para ir aos fados. Eu estranhei o convite e perguntei porquê. Ela disseme que era por eu estar sempre a cantarolar, o que é verdade, ainda hoje eu estou sempre a cantarolar. Na realidade, as pessoas calavam-se quando eu cantava, e eu interrogavame, “mas porquê é que eles se calam?”. Ficava envergonhada e calavame também. Nesse dia, a minha amiga convidou-me, e eu acabei por ir. Eu não sabia nem sequer um fado de cor, e depois ela insistiu muito para que eu cantasse. Tive que dizer aos guitarristas que nunca tinha cantado... CONTACTO – Isso foi em Lisboa? Cristina Branco – Não, no Ribatejo. Eu nasci em Almeirim, no Ribatejo. Ainda hoje tenho lá a minha casa. CONTACTO – E essa aventura, essa ida aos fados, foi em Almeirim? Cristina Branco – Não, foi em Benfica do Ribatejo. Eles pediram-me para cantar, eu disse que não sabia nenhum fado e acabei por cantar uma coisa dos Madredeus, que na altura estavam a sair com o primeiro disco, Sérgio Ferreira e Laura Zucolli, da ASTI, estiveram à conversa com Clara Delgado, da Embaixada de Cabo Verde, dirigentes associativos e alguns membros da comunidade cabo-verdiana Foto: Aleida Vieira CREDITO ao serviço dos seus projectos! Crédito automóvel novo* Somos especialistas que facilitar a obtenção da nacionalidade aos voluntários do exército é o reconhecimento do Estado pelo trabalho dos soldados estrangeiros que “fazem o seu serviço com a mesma dedicação e nas mesmas condições do que os seus camaradas luxemburgueses”. Desde 2003, o ano em que foram admitidos os primeiros voluntários estrangeiros, já passaram pelo exército luxemburguês cerca de 300 sol- dados estrangeiros, o que representa 10% do total de efectivos. Recorde-se que em 2008 o ADR votou contra a Lei da Nacionalidade e agora, em 2015, está contra a possibilidade de os estrangeiros poderem votar nas eleições legislativas. O partido conservador, e o CSV do antigo primeiro-ministro Juncker, estão a apelar ao voto no “não” no referendo do próximo dia 7 de Junho. n DM Montante Duração Nominal Nominal Resposta imediata Empréstimos para todos os motivos Sem custos de dossiê www . ATHUS sfb. lu 13 DE MAIO DE 2015 \\ Contacto em foco Contacto \\ 13 DE MAIO DE 2015 3 Cristina Branco canta para soltar “os an jos e os demónios” que tem dentro de si passaporte luxemburguês, o que faz com que quase metade dos habitantes do Grão-Ducado esteja excluída das decisões do país. No Luxemburgo, apenas os cidadãos com nacionalidade luxemburguesa podem votar nas legislativas. Caso o “sim” vença no referendo, os estrangeiros vão também poder votar nas legislativas (mas não podem ser candidatos) desde que residam no país há mais de 10 anos e tenham participado nas eleições comunais ou europeias nos últimos dez anos, o que pressupõe a inscrição nos cadernos eleitorais. De referir que, segundo a ASTI, actualmente apenas dois terços da população cumpre a condição de residir há mais de 10 anos no país. Ainda de acordo com os números da associação, 86% dos estrangeiros residentes no Grão-Ducado provêm da UE, facto que dispensaria a aquisição da nacionalidade para se poder votar. “Se com o passaporte da UE temos praticamente os mesmos direitos e oportunidades que um cidadão luxemburguês, de que nos serve ter a nacionalidade luxemburguesa?”, questionou Laura Zuccoli, explicando que as pessoas não estão dispostas a abdicar das suas nacionalidades apenas para ter direito ao voto. Durante a apresentação foi lançado também um apelo para que a comunidade cabo-verdiana com passaporte luxemburguês possa ir votar e, através do seu “sim”, abrir caminho para que a restante comunidade possa, ela também, exercer de forma activa o direito à voz na sociedade. n Aleida Vieira A solução de Entre os jovens recrutados pelo exército do Luxemburgo como voluntários, há portugueses e cabo-verdianos Foto: Domingos Martins em foco Em entrevista ao CONTACTO “CSV e ADR jogam com o medo”, diz ASTI A Associação de Apoio aos Trabalhadores Imigrantes (ASTI, no acrónimo em francês) diz que os partidos da oposição CSV e ADR estão a jogar com o medo na questão do direito de voto dos estrangeiros, incluído no referendo de 7 de Junho. “Esses partidos jogam com o medo das pessoas”, disse o porta-voz da ASTI, Sérgio Ferreira, em alusão à vantagem do “não” nas sondagens. Segundo o porta-voz da ASTI, a vantagem do “não” nas sondagens reflecte o aspecto surpresa e a falta de ponderação por parte dos luxemburgueses. “Num primeiro reflexo, quando não percebemos bem as coisas a tendência é sempre dizer não”, disse Sérgio Ferreira, acrescentado que teme que os partidos da oposição CSV e ADR e a própria população digam “não” apenas para castigar o governo e não propriamente porque estão contra o direito ao voto pelos estrangeiros. As declarações foram feitas durante a recente sessão de informação organizada em parceria com a Embaixada de Cabo Verde na sede da associação Amizade Caboverdiana, a 17 de Maio. Laura Zuccoli, presidente da ASTI, explicou a importância do direito de voto dos estrangeiros: “O direito de voto é um factor de integração e reforça a vontade dos estrangeiros em se interessarem mais pelo país e se engajarem mais nos assuntos internos”, disse, chamando a atenção para a complexidade da questão do referendo e a forma como é construída. Zuccoli lembrou que 40% da população luxemburguesa não possui Proposta de lei Pedro Selas, tel.: 4993-337 | fax: 4993-448 [email protected] CADA VEZ MAIS O SEU SEMANÁRIO ! Tous les prix sont en euros, hors TVA et frais de production €/ mês TAEG Empréstimos para todos os motivos €/ mês TAEG 3 701 30 x 140,37 10,75% 129,86 4,09% 5 001 36 x 161,42 10,50% 147,68 4,09% 7 000 42 x 178,93 4,09% 198,30 10,50% 9 000 48 x 203,27 4,09% 228,37 10,50% 12 000 60 x 221,08 4,09% 255,11 10,50% 15 000 60 x 276,35 4,09% 318,89 10,50% 20 000 60 x 368,46 4,09% 425,19 10,50% 25 000 72 x 391,30 4,09% 463,47 10,50% 30 000 60 x 552,70 4,09% 637,79 10,50% 30 000 84 x 410,27 4,09% 498,44 10,50% 35 000 84 x 478,65 4,09% 581,51 10,50% 40 000 84 x 547,03 4,09% 664,58 10,50% 50 000 84 x 683,79 4,09% 830,73 10,50% 50 000 120 x / / 661,47 10,50% 60 000 84 x 820,55 4,09% 996,88 10,50% Atenção: Pedir dinheiro emprestado, também custa dinheiro PETANGE St-VITH 2, rue de Rodange com marcação 13, route de Luxembourg 0032 63 38 08 30 24 84 70 0032 80 28 00 40 segunda-feira a sábado, das 8h às 20h e eu estava muito apaixonada pela música deles. Acabei por cantar sozinha, os músicos não me acompanharam. A partir daí esses músicos que lá estavam começaram a convidar-me para eu, de vez em quando, ir com eles. Isto foi o início. Eu não tinha nenhuma espécie de compromisso com a música. Eu ia porque me apaixonei pela forma como cantar nos devolve qualquer coisa dos outros, e permite que de alguma forma os nossos anjos e os nossos demónios passem todos por aquele espaço de tempo. Ou seja, para quem é tímido, para quem mal consegue articular qualquer coisa, que vai acumulando dentro de si, a música passou a ser um veículo para eu dizer aquilo que está bem ou mal. CONTACTO – É tímida? Cristina Branco – [Risos] Ainda hoje. É uma espécie de crivo, na presença dos outros, mas serve especialmente para mim. Por isso, eu digo muitas vezes que é um acto egoísta. Claro que é um acto de dádiva, mas tem muito de egoísmo da minha parte, porque eu faço a minha catarse, ali... CONTACTO – Cantar é uma terapia? Cristina Branco – Sempre foi, ainda que no início fosse de uma forma inconsciente. Eu sinto-me tão aliviada depois de cantar que percebo que qualquer resquício de mágoa que possa ter ficado do dia fica ali em cima daquele palco. CONTACTO – Isso é fantástico, porque nem toda a gente tem a possibilidade de fazer essa catarse.... Cristina Branco – Mas é porque ainda não chegaram lá, porque a música tem essa capacidade. Quando se está de corpo e alma, quando se ama muito aquilo que se faz, é tudo mais fácil. Eu acho que tem muito a ver com a paixão que se coloca naquilo que se faz. Nós conseguimos deitar o lixo todo ali. CONTACTO – Mas voltando um pouco atrás, há 18 anos começou a cantar com esses músicos. Mas como é que nasce a Cristina Branco? Cristina Branco – Eu estava a estudar Comunicação Social e um colega meu fazia um “part-time” naquele programa do Porto, que na altura era apresentado pelo Manuel Luís Goucha... CONTACTO – A “Praça da Alegria”? Cristina Branco – Eu não sei se na altura se chamava “Praça da Alegria”, mas era o Goucha. E nessa altura cantei uma coisa do Afonso Lopes Vieira, com um desses músicos, e com um outro guitarrista, que depois acabou por ser meu marido, o Custódio Castelo. Esse meu colega entusiasmou-me muito e dizia ’’Eh pá, tu cantas muito bem, tens de lá ir...”. Eu como estava a estudar Comunicação pensei que era uma grande oportunidade: ia poder ver o outro lado das coisas. Fui muito descontraída e cantei. Só que alguém na Holanda ouviu. Foi em Dezembro – lembro-me que estávamos perto do Natal e eu cantei uma coisa que se chama “Romance”. Em Janeiro telefona-me essa pessoa da Holanda a convidar-me para lá ir cantar. Disseme que já lá tinha estado o Camané, numa sala do Círculo de Cultura Portuguesa, e se eu estaria interessada em fazer a mesma coisa. Eu não tinha repertório nenhum, era uma estudante, mas achei graça e acabei por dizer que sim. E pensei: “Que coisa mais fixe, vou passear à Holanda, que bom...”, e isto era para celebrar o 25 de Abril na Holanda, numa sala muito pequena que só leva 100 pessoas. Lá fomos cantar no dia 23 de Abril, eu já tinha algum reportório ensaiado, alguns originais, e muitas coisas dicação daquele povo à Cristina Branco. CONTACTO – Noventa concertos por ano, com dois filhos, como é que gere tudo isso? Cristina Branco – É a minha ’manager’. CONTACTO – Os seus filhos, neste momento, estão com quem? Cristina Branco – O meu marido está em Portugal, porque ele continua a ser jornalista, e trabalha lá. Passa muito tempo na Holanda connosco, mas às vezes é difícil conciliar os horários dele com os meus, como foi desta vez, e por isso os meus filhos estão com uma ama, uma pessoa que fica com eles. CONTACTO – É duro? Cristina Branco – Muito duro. CONTACTO – Sendo que em Portugal há sempre uma rede familiar, os avós, os tios e até os amigos que dão uma ajuda com os filhos, e no estrangeiro isso não acontece. Cristina Branco – É outra coisa. E o cansaço que é arranjar maneira de marcar aquela longa viagem que temos que fazer para o mês de Agosto, que é quando eles estão em Portugal, com a família... Isto é um esforço tão grande e provoca um cansaço tão grande. As pessoas podem pensar que é só chegar, fazer bonitinho e cantar. Não. Há tanta coisa por detrás que provoca um desgaste imenso. CONTACTO – E naturalmente, esse desgaste, as preocupações, também fazem parte dos concertos? Cristina Branco – Sim, são os tais demónios. Mais fotos em Cristina Branco cantou num espectáculo de homenagem a Portugal acompanhada pela orquestra da Philharmonie, por Mário da Amália. Fiz dois concertos: um no dia 23 e outro no dia 24. CONTACTO – De que ano? Cristina Branco – 1997. Depois eles pediram-me para gravar o concerto, disseram-me que já tinham feito o mesmo com o Camané, e eu disse que sim, morta de medo, porque nunca tinha pegado num microfone, nunca tinha visto monitores, pensando sempre que aquilo era uma brincadeira caseira. Os espectáculos na Holanda correram muito bem: a sala estava cheia e não era só de portugueses, havia muitos holandeses curiosos a assistir. Tive sorte, porque isto ocorreu numa altura em que o fado começou a aparecer na cena internacional, e também porque a Holanda não tem música tradicional. A música deles é uma coisa muito básica, e por isso têm muita curiosidade em relação a este tipo de sonoridades, é uma coisa quase exótica. Eles fizeram 500 exemplares do disco e vendeu-se tudo, assim de repente, quase tudo num dia, de tal forma que o “Live in Holland”, é assim que se chama o disco, é hoje em dia, para quem gosta de Cristina Branco, uma raridade. No fim disto tudo voltei para casa tranquila, para acabar o meu curso. Só que um mês depois, eles telefonam-me a dizer que achavam que o que se tinha passado nos concertos, e com a venda do disco na Holanda, era mais sério do que eu podia imaginar. Disseram-me que as duas edições do disco esgotaram e que por isso eu deveria pensar em fazer um disco a sério. Entretanto dizem-me que já ti- nham uma série de pedidos para fazer concertos na Holanda e em França. CONTACTO – Então a sua carreira de fadista começou por acaso? Cristina Branco – Completamente por acaso... CONTACTO – Eu disse “fadista”. A Cristina Branco é fadista? Cristina Branco – Sou, quando canto fado, quando não canto não sou. CONTACTO – Porque a Cristina Branco não canta só fado? Cristina Branco – Não, não canto só fado. Há sempre uma parte, se calhar cada vez maior, de fado no meu concerto, mas há uma parte que não tem nada a ver com o fado, porque eu não venho desse universo. Eu venho de ouvir música, muita música, em minha casa, todos os géneros de música. O fado só chegou à minha vida aos 18 anos, porque o meu avô materno insistiu muito que eu ouvisse o fado, porque ele achava que era muito importante para a minha vida, para a minha cultura, para o meu crescimento. Eu achava que aquilo era uma coisa completamente caduca, mas ele ofereceu-me um disco da Amália, que se chamava “Rara e Inédita”, onde a Amália está a cantar standards de outras culturas e coisas originais do Alain Oulman. Eu acho que ela, naquele disco, nem sequer canta fados. Apaixonei-me imediatamente por aquele tipo de música. Aquilo foi uma coisa que foi borbulhando e cozendo dentro de mim, mas sem eu imaginar que algum dia pudesse vir a ser cantora. Olhando para o meu passado e para essa meia dúzia de anos até começar a cantar, tudo indicava que isso ia acontecer. Os meus trabalhos na Faculdade tinham a ver com ritmo, interpretação. Estava tudo a desenhar-se, e eu sem saber (estou a arrepiar-me toda), sem saber o que se estava a desenhar dentro de mim. Na verdade tinha que acontecer. Foi uma coisa completamente silenciosa. Quando eu lhe digo que a Cristina Branco não é ninguém, de facto, não é ninguém. Eu aconteci por acaso [risos]. CONTACTO – E chegou a acabar o curso de Comunicação? Cristina Branco – Acabei. CONTACTO – Mas fez o fim da faculdade a cantar? Cristina Branco – Sim. No primeiro ano, quando comecei a fazer concertos, fazia 20 concertos, depois já eram 50, e foi sempre a aumentar. CONTACTO – E foi nessa altura que pensou que se calhar podia vir a ser fadista. Cristina Branco – Sim, sabe... Eu na semana passada falei disto: eu até determinada altura da minha vida sempre achei, de uma forma estupidamente orgulhosa, que no dia em que eu quisesse parar, parava, e dizia isto despudoradamente. Quando me chateava com alguma coisa, que eu achava que não estava bem, porque há muita monopolização neste mercado – e isto não devia ser um mercado. Eu não canto, nem nunca cantei, como se fosse uma lata de feijões. Há paixão nisto. E quando começo a perceber que há uma mo- Laginha ao piano e Miguel Amaral na guitarra portuguesa nopolização do produto, que sou eu, fico danada, furiosa, e já disse muitas vezes “acabou”, “não canto mais”. Mas isso hoje já não é assim. É impossível, porque a determinada altura, mesmo que eu estivesse a achar com convicção que podia deixar a música, a verdade é que não posso. CONTACTO- Porquê? Cristina Branco – Por vários factores. O primeiro, e não é o mais forte, é que eu gosto profundamente de cantar, e preciso disso para a tal catarse. Depois, o factor humano é o que mais me incomoda. São muitas pessoas a trabalhar comigo, a depender de mim, que eu ande para a frente, e isso incomoda-me muito. Não era capaz de deixar de cantar, além disso penso que ainda tenho muitas coisas para dizer. CONTACTO- Mas está a pensar em deixar de cantar? Cristina Branco – Hoje em dia já não tenho o fervor da juventude, mas há alturas em que eu acho que devia abrandar um bocadinho, porque faço uma média de 90 concertos por ano, tenho dois filhos e uma família, e às vezes é penoso, para mim e para eles. A VIDA NA HOLANDA CONTACTO - Actualmente a Cristina vive na Holanda. Porquê? Cristina Branco – Porque foi lá que comecei, porque é o país onde eu mais trabalho. Eu faço uma média de 20 concertos por ano na Holanda. Parece incrível, num país tão pequeno. CONTACTO – Há quanto tempo Foto: Philharmonie lá vive? Cristina Branco – Há dois anos. CONTACTO – Só? Mas já viveu antes na Holanda? Cristina Branco – Não, isso é um mito. Eu sempre vivi em Portugal, e saí de lá há dois anos. Eu não me sinto nada emigrante. Acho que essa história da emigração dentro da Europa se diluiu de alguma forma. Durante as férias escolares, os miúdos vão sempre para Portugal. CONTACTO – Mas ainda não percebi porque é que emigrou. Cristina Branco – Primeiro, porque é um país muito central de onde eu viajo com muita facilidade para todo o lado, e depois porque culturalmente, educacionalmente, socialmente, economicamente... O nosso país está em queda livre, e tendo eu a possibilidade de tirar os meus filhos dali, pelo menos temporariamente, achei que era importante fazêlo. Também como uma forma de protesto. CONTACTO – Mas também por ter começado lá? Cristina Branco – Muito provavelmente. Também porque eu fiz um disco de homenagem a um dos maiores poetas holandeses, contemporâneo de Pessoa. Traduziu Pessoa e Luís Vaz de Camões, e era um apaixonado pela cultura portuguesa, e tem uma grande parte da sua obra poética dedicada a Lisboa. Pedi que me traduzissem dois ou três poemas que falassem de Portugal ou de Lisboa. E de repente aquilo fez sentido e fizemos um disco. O disco foi um êxito. E eu acho que isto explica a de- O CONCERTO DE HOMENAGEM A PORTUGAL CONTACTO – E o concerto de logo à noite, está nervosa? Cristina Branco – Muito, mas eu fico muito nervosa antes de todos os concertos. Eu vim da Holanda na segunda-feira, depois de uma ’tournée’ de 15 concertos, e por muito exaustivo que seja estar sempre a fazer o mesmo reportório, como era o caso, não consigo deixar de ficar nervosa. Aqueles primeiros dez minutos são arrasadores. CONTACTO – E amanhã [sextafeira], vai ser igual? Cristina Branco - Vai ser pior. São 17 músicas que eu nunca cantei na minha vida, sendo que uma boa parte do concerto é um repertório clássico-contemporâneo, de um autor italiano, ou seja, é uma linguagem musical que vai completamente ao arrepio daquilo que faço todos os dias. CONTACTO - Quem é que escolheu este reportório? Cristina Branco – É uma encomenda. É um projecto que já tem cinco anos. Há cinco anos vieram ter comigo a Portugal e disseram-me que estavam a pensar fazer um ciclo de música com quatro países diferentes, para fazerem uma mostra sobre o outro lado da música que se faz em cada um desses países. Eles já tinham o concerto alinhavado: primeiro uma peça duríssima de um autor contemporâneo português, o Emmanuel Nunes, que vai durar 40 minutos. Depois vamos ter um intervalo, e para depois da pausa eu tive que escolher sete ou oito canções de todo o repertório das “folk songs” do Luciano Berio. CONTACTO – Foram eles que lhe propuseram Luciano Berio? Cristina Branco – Sim, e do repertório do Luciano eu vou cantar seis ou sete canções, ainda não está decidido. Depois o concerto continua com 10 músicas, uma boa parte são canções tradicionais portuguesas, orquestradas pelo Mário Laginha, e outras que ele já tinha feito para mim. Há uma canção nova, que vai estrear, e que vai fazer parte do meu próximo disco, que se chama “Quando eu Canto”. Ainda não conhece, ninguém conhece, e só vai conhecer se for ao concerto. CONTACTO – Estou a contar com isso. Em todo o espectáculo há 17 canções que nunca cantou? Cristina Branco – Sim, até os fados que eu vou cantar, há fados que eu nunca cantei. CONTACTO – Quer dizer que o concerto do Luxemburgo é uma grande estreia. É por isso que está nervosa? Cristina Branco - Não acha que é motivo suficiente? Imagina a responsabilidade? É que isto é um trabalho de grupo. Mas nós não somos dois ou três, como normalmente numa formação de fado. Somos 68. Portanto, a responsabilidade que eu tenho multiplica-se por 67, porque há a orquestra da Philharmonie. CONTACTO – Mas já não é a primeira vez que canta acompanhada por uma orquestra... Cristina Branco – Sim, mas eu não leio música, a minha formação não tem nada a ver com música. Eu não sei uma nota de música. É tudo instintivo e de ouvido, mais nada. Portanto, com tudo isto, tenho o triplo ou o quádruplo do trabalho do que um músico que leia. CONTACTO – Então o seu trabalho por estes dias aqui no Luxemburgo, os ensaios... Cristina Branco: – Não, eu já estou a trabalhar há muito tempo, mas sozinha. E a verdade é que há um salto gigantesco entre trabalhar sozinha e trabalhar com mais 67 pessoas. De repente soa tudo diferente. De repente estou no meio de uma orquestra a cantar com eles, que não são máquinas. Num disco podemos andar para trás e para a frente. Ali não. É muito diferente. CONTACTO – Os ensaios estão a correr bem? Cristina Branco – Muito bem, felizmente. CONTACTO – O que é que o público pode esperar deste concerto? Cristina Branco – Eu isso não lhe sei responder, porque não sei por que é que as pessoas vêm. Sabe, eu tenho vários projectos, este é o mais recente, mas tenho um com o pianista João Paulo Esteves da Silva, que é só Cole Porter, e tenho outro de música contemporânea, com o Ensemble Modern, em que cantamos fados da Amália, mas num universo de música contemporânea. Só que as pessoas vêem o meu nome e acham que vai ser fado. Desta vez, eu vou cantar com a orquestra, e portanto, este não é o meu concerto, o meu repertório, e às vezes podem criar-se alguns equívocos. Vai haver também fado, para além de muitas coisas. O concerto tem 40 minutos de música contemporânea. Até chegarmos à nossa música, que é o fim do concerto, vai acontecer muita coisa. Porque as canções do Berio são canções tradicionais, mas foram transformadas numa linguagem clássica. São cantadas por uma cantora lírica, e só depois é que vamos chegar às nossas músicas. As pessoas vão ter que esperar uma hora e tal para começarem a ouvir aquilo que acham que é Cristina Branco. CONTACTO – Mas está satisfeita com o resultado? Cristina Branco – Muito. O concerto é muito bonito. Mas podem criar-se equívocos, porque podem pensar que vêm ver um concerto da Cristina Branco, mas não. Para isso vão ter que esperar. CONTACTO – Vão ter que a convidar para vir ao Luxemburgo outra vez? Cristina Branco - Claro. n Domingos Martins Bravo, Cristina Branco! É provável que o público que se deslocou na semana passada à Philharmonie se possa sentir um bocadinho enganado. Esperavam um espectáculo de Cristina Branco que afinal não era. A artista tinha antecipado na quinta-feira ao CONTACTO o possível equívoco. O concerto que Cristina Branco fez na Philharmonie estava inserido num espectáculo em que também estava Cristina Branco. Os primeiros 40 minutos do concerto da passada sexta-feira foram preenchidos pelos músicos da Philharmonie, que executaram “Ruf”, uma obra do compositor português Emmanuel Nunes, que faleceu em 2012. Quarenta minutos “duríssimos”, segundo Cristina Branco, pela exigência da composição e da execução, mas também porque o público tinha pago para ver a fadista. Já passava das oito da noite (o espectáculo começou às 19h) quando Cristina Branco pisou o palco da Philharmonie. Entra, em passo apressado, por uma das portas laterais do palco, benze-se, e rapidamente toma o seu lugar ao lado da batuta do maestro Peter Rundel, que dirigia a orquestra. Cristina Branco tinha pela frente sete “folk songs” do compositor italiano Luciano Berio. A artista portuguesa reinventou-se e cantou de forma exemplar músicas que de populares só têm o nome. A fadista deu lugar à cantora lírica, e bem, muito bem. É verdade que os nervos se apoderaram de Cristina Branco no início do espectáculo. A cantora só se soltou quando começou a cantar “Ó Laurinda, linda linda”, já com Mário Laginha ao piano e Miguel Amaral na guitarra portuguesa, em palco. E terá sido nesta altura que o público se reconciliou com o concerto da Philharmonie. Ouvir Cristina Branco cantar música tradicional portuguesa acompanhada por uma orquestra de 67 músicos é um luxo a que o público que se deslocou ao Grande Auditório da Philarmonie teve direito. Não foi só o lado fadista de Cristina Branco a subir ao palco da sala de espectáculos do Kirchberg, mas quem lá esteve não pode ter saído defraudado. Cristina Branco mostrou toda a gama dos seus recursos: uma voz que canta música lírica, canta fado e canta música popular. Um espectáculo que lhe assentou que nem uma luva, porque tal como a artista admitiu ao CONTACTO, a fadista gosta de cantar vários géneros de música. Cristina Branco é tímida mas conseguiu enfrentar o público que enchia quase por completo o auditório da Philharmonie. É espontânea, mas reservada, e seguramente deixou no Luxemburgo mais uns quantos demónios que a atormentavam antes do espectáculo. n Domingos Martins Foto: Rede de autocarros da cidade do Luxemburgo Pages rédactionnelles Modules standard Prix quadrichromie* Format colonne/mm M1 2.824 € 5 col (251) x 376 M10 1.044 € 2 col (98) x 348 M2 1.412 € 5 col (251) x 188 M11 1.567 € 3 col (149) x 348 75 € 1 col (47) x 50 Module M3 711 € 3 col (149) x 158 M12 M4 358 € 3 col (149) x 79 M13 151 € 2 col (98) x 50 M5 363 € 2 col (98) x 120 M14 301 € 2 col (98) x 100 M6 1.701 € 4 col (200) x 283 M15 601 € 4 col (200) x 100 M7 376 € 5 col (251) x 50 M26 450 € 2 col (98) x 150 M8 753 € 5 col (251) x 100 M27 540 € 3 col (149) x 120 M9 1.129 € 5 col (251) x 150 M28 951 € 3 col (149) x 211 * Quadrichromie = noir + 3 couleurs standard (yellow, magenta, cyan) Formats panoramiques Prix quadrichromie* Format colonne/mm M16 2.931 € 10 col (532) x 188 (½ panoramique) M17 4.500 € 10 col (532) x 376 (panoramique) M18 5.975 € 20 col x 376 (4 pages) Module Formats Modules standard M1 (251 x 376) M2 (251 x 188) M3 (149 x 158) M4 (149 x 79) M5 (98 x 120) M6 (200 x 283) M7 (251 x 50) M8 (251 x 100) M9 (251 x 150) M10 (98 x 348) M11 (149 x 348) M12 (47 x 50) M13 (98 x 50) M14 (98 x 100) M15 (200 x 100) M26 (98 x 150) M27 (149 x 120) M28 (149 x 211) TARIFS CONTACTO 2016 05 Tarif de publicité 2016 Formats panoramiques M16 (532 x 188) 1/2 panoramique M17 (532 x 376) panoramique M18 (2 pages 251 x 376 + 1 page 532 x 376) Possibilité de panoramique en pages centrales. 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