CONTROLE DO BICUDO (Anthonomus grandis) - FACUAL
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CONTROLE DO BICUDO (Anthonomus grandis) - FACUAL
CONTROLE DO BICUDO (Anthonomus grandis) Fabiano Victor Siqueri – Engº. Agr. Pesquisador da área de Proteção de Plantas. [email protected] Fundação de Apoio à Pesquisa Agropecuária de Mato Grosso – FUNDAÇÃO MT. RESUMO O avanço do bicudo do algodoeiro no Estado a cada ano é uma realidade. Visando seu controle foram realizados 2 ensaios nos quais os produtos testados, aplicados com níveis menores que 5 % de ataque nos botões florais, foram muito eficientes, repetindo-se a aplicação 3 vezes, a cada 7 dias. SUMARY The annual spread of the cotton boll weevil in the State is a reality. To control the pest, 2 experiments were conducted, in which the products were applied when a 5 % minus level of attack of the floral buttons occurred, were very efficient, repeating the sprayings 3 times, with 7 days intervals. INTRODUÇÃO A cultura do algodoeiro estabeleceu-se de modo definitivo no Estado de Mato Grosso, e desde a safra 98-99 é o maior produtor brasileiro (FACUAL, 1999). A busca de novas tecnologias que, em equilíbrio com o meio ambiente, venham proporcionar ao produtor aumento de produtividade e redução de custos constituise em um dos desafios para a continuidade da cotonicultura matogrossense. O algodoeiro é uma das culturas mais susceptíveis ao ataque de pragas, sendo relatadas mais de 20 (vinte), conhecidas (Gallo et al. 1988), tornando-se fundamental o correto manejo para a continuação no sucesso de seu cultivo. A maioria das pragas que ocorrem na cultura estão plenamente adaptadas às condições do clima de cerrado, incidindo sobre a cultura praticamente todos os anos. A repetição de plantio nas mesmas áreas contribui para o crescimento populacional destas espécies (Santos, 2001). O bicudo foi detectado pela 1ª vez no Brasil no município de Campinas-SP, em fevereiro de 1983 (Habib & Fernandez, 1983), e em apenas 10 anos de ocorrência, tornou-se uma das principais pragas na cultura do algodoeiro. A queda anormal de botões florais e flores é um dos danos provocados pela praga (Gallo et al., 1988). Uma única estrutura reprodutiva pode abrigar várias larvas e desta forma ser destruída pelas mesmas. O nível de controle adotado nas lavouras é de 5 % de botões florais atacados. Até os 80 dias de idade das plantas, recomendase a aplicação de inseticidas fosforados, dando-se preferência aos produtos de baixa toxicidade para os inimigos naturais. Após os 80 dias, pode-se aplicar os piretróides nas formulações suspensão concentrada e ultra-baixo volume (Santos, 2001). Muitos trabalhos visando o controle do bicudo com inseticidas já foram realizados. Geralmente a metodologia utilizada nestes ensaios consiste na repetição de aplicações (duas a quatro), espaçadas de 5 a 10 dias, de modo a combater não só os insetos adultos mas também as gerações de bicudos que eclodem dos botões florais. A primeira aplicação visa o controle dos indivíduos presentes na cultura. As aplicações subsequentes visam controlar os bicudos que eclodirão dos botões florais que foram ovipositados pelas fêmeas da praga. As avaliações são feitas durante e após as aplicações ou somente após o término desta bateria de aplicações. São avaliados o número de botões florais com sintomas de ataque do bicudo, seja para alimentação ou oviposição. Num ensaio em que foram efetuadas 3 pulverizações a cada 5 dias, foi verificada a eficácia de Betacypermethrin 100 SC, Betacypermethrin 100 CE, Betacyfluthrin 125 SC e Cypermethrin 200 CE até 12 dias após a 3ª aplicação (Belletini et al., 2001). MATERIAIS E MÉTODOS Foram utilizados 4 tratamentos, conforme a Tabela 1, no ensaio nº1 e 5 tratamentos, conforme a Tabela 2, no ensaio nº2. O delineamento experimental foi o de blocos ao acaso com 4 repetições. A parcela foi constituída de 4 linhas de 5 metros de comprimento, espaçadas de 0,90 m entre si e a parcela útil era composta por 2 linhas centrais de 5 metros de comprimento. As parcelas eram separadas entre si por um corredor de 2 metros de comprimento. Todas as práticas culturais foram as mesmas para todos os tratamentos, exceto a aplicação de inseticidas. Tabela 1 – Relação dos tratamentos com seus respectivos nomes comerciais, Nomes comuns, Empresa fabricante e dosagem (Kg ou l produto comercial/ha), utilizados no ensaio nº1 de controle do bicudo do algodoeiro (Anthonomus grandis), realizado na Fazenda SM-02, Município de Rondonópolis, safra 2000-2001. TRATAMENTOS Dose EMPRESA (l ou Kg p.c. / ha) Nome comum Nome comercial 1-TESTEMUNHA 2-BULLDOCK 125 SC 3-TALSTAR 100 CE 4-FASTAC 100 SC betacyflutrin bifenthrin alfacypermethrin -Bayer FMC Basf -0,1 0,5 0,3 Tabela 2 – Relação dos tratamentos com seus respectivos nomes comerciais, Nomes comuns, Empresa fabricante e dosagem (Kg ou l produto comercial/ha), utilizados no ensaio nº 2 de controle do bicudo do algodoeiro (Anthonomus grandis), realizado na Fazenda SM-02, Município de Rondonópolis, safra 2000-2001. TRATAMENTOS Dose EMPRESA (l ou Kg p.c. / ha) Nome comum Nome comercial 1-TESTEMUNHA 2-BULLDOCK 125 SC 3-KARATE ZEON 250 CS 4-TALSTAR 100 CE 5-FASTAC 100 SC betacyflutrin lambdacyhalotrin bifenthrin alfacypermethrin -Bayer Syngenta FMC Basf -0,1 0,06 0,5 0,3 As aplicações foram realizadas sobre a parte aérea da cultura, a aproximadamente 50 cm de distância do topo das plantas, num total de 3 (três) por ensaio, espaçadas de 7 dias cada, utilizando-se equipamento de pulverização costal de pressão constante (CO2), com vazão de 120 l/ha. O resumo dos locais (Fazendas e municípios), cultivares, datas de plantio e condições atmosféricas no momento das aplicações de cada ensaio estão descritos na Tabela 3. Tabela 3 – Descrição das datas de plantio, datas e condições atmosféricas no momento das aplicações. Fazenda SM-02, Rondonópolis, Cultivar FMT-Saturno. Safra 2000-2001. Local Fazenda SM-02 Cultivar Município Rondonópolis FMT-Saturno SM-02 Rondonópolis FMT-Saturno Data das plantio aplicações Horário U.R.1 TEMP 2 V.V 3 % N4 23/02/01 16:20 76 26 3 100 02/12/00 02/03/01 10:00 65 29 4 0 09/03/01 17:30 89 23 2 100 27/03/01 8:00 67 29 3 0 27/12/00 03/04/01 9:15 77 26 2 0 14:30 53 30 5 60 10/04/01 1 2 Condições atmosféricas Data de 3 4 Umidade relativa do ar (%); Temperatura (ºC); Velocidade do vento (Km/h); Percentagem de nuvens As avaliações foram realizadas no dia da 1ª aplicação (prévia) e aos 7, 14 e 21 dias após a 1ª aplicação (DAT), através da contagem do número de botões florais com sintomas de oviposição e ou alimentação do bicudo, a cada 30 avaliados por parcela, no primeiro ensaio, e a cada 50 avaliados por parcela, no segundo ensaio. A percentagem de eficiência foi calculada através da fórmula de Henderson & Tilton : %Eficiência= 1- (Testemunha Antes1 x Tratamento Depois2) 3 x 100 4 (Testemunha Depois x Tratamento Antes ) 1 Número de botões atacados na testemunha na avaliação prévia 2 Número de botões atacados no tratamento na avaliação após a aplicação 3 Número de botões atacados na testemunha na avaliação após a aplicação 4 Número de botões atacados no tratamento na avaliação prévia Os dados das avaliações foram submetidos a análise estatística, após transformação para raiz quadrada de (x+0,5) e comparados pelo Teste de Tukey, ao nível de 5% de probabilidade. RESULTADOS E DISCUSSÃO Ensaio Nº 1 Apesar da infestação inicial ser uniforme, com o número de botões atacados variando entre 2,3 a 3,8 por parcela, a percentagem de ataque no momento da 1ª aplicação era de 9,8% em média, acima do recomendado pelo MIP (5%) para o controle. Nas avaliações de 7 e de 14 dias após a 1ª aplicação (DAT1) (Tabela 4), nenhum tratamento propiciou controle satisfatório para bicudo. Na avaliação de 7 DAT1, não houve diferença significativa no número de botões florais atacados entre os tratamentos com inseticidas e a testemunha. Já na avaliação de 14 DAT1, todos os tratamentos diferenciaram-se da testemunha em número médio de botões atacados. A avaliação de 21 DAT1, programada para ser feita, não ocorreu devido à falta de botões florais no ensaio, pelo encerramento do ciclo da cultura, devido a forte estiagem, no local onde o ensaio foi realizado. Ocorreu um grande aumento na percentagem de botões atacados entre as avaliações de 7 e 14 DAT1, principalmente na testemunha, não se observando isto de maneira tão evidente nos demais tratamentos. Pela não realização da última avaliação, não foi possível mensurar o real efeito dos tratamentos com inseticidas sobre a praga. Apesar de terem sido feitas 3 aplicações, foram avaliadas somente o efeito das duas primeiras. Devido a este fator, seria necessária a última avaliação para uma conclusão realmente segura sobre a eficácia dos produtos testados. C.V. (%) 3,0 a 3,8 a 2,8 a 2,3 a 30,4 MÉDIA 2 10,0 12,5 9,2 7,5 -- % ataque PRÉVIA 1 3,8 a 2,8 a 2,8 a 1,0 a 23,2 MÉDIA 1 2 12,5 9,2 9,2 3,3 -- % ataque 7 DAT -41,3 20,0 64,4 -- E% 3 7,8 a 3,5 b 3,3 b 2,3 b 12,9 MÉDIA 1 25,8 11,7 10,8 7,5 -- % ataque2 14 DAT 2 Número médio de botões florais com sintomas de oviposição e ou alimentação por parcela a cada 30 avaliados. Percentagem de botões florais com sintomas de oviposição e ou alimentação. 3 Percentagem de eficiência calculada através da fórmula de Henderson & Tilton. C.V.(%): Coeficiente de variação 1 4-FASTAC 100 SC (0,3) 3-TALSTAR 100 CE (0,5) 2-BULLDOCK 125 SC (0,1) 1-TESTEMUNHA Tratamentos 63,9 54,3 61,3 -- 3 E% Tabela 4 – Número médio de botões florais atacados por parcela, percentagem de botões atacados por tratamento e percentagem de eficiência antes da aplicação e aos 7 e 14 dias após a 1ª aplicação (DAT) no Ensaio de controle de Bicudo nº 1. Safra 2000-2001, Rondonópolis – MT. % BOTÕES ATACADOS Figura 1. Percentagem de botões atacados pelo bicudo nos tratamentos e na testemunha antes (Prévia) e aos 7 e 14 dias após a 1ª aplicação (DAT). Ensaio de controle de bicudo nº 1. Safra 2000-2001, Rondonópolis – MT. 30,0 25,0 20,0 15,0 10,0 5,0 0,0 PRÉVIA TESTEMUNHA 7 BULLDOCK (0,1) 14 D A T TALSTAR(0,5) FASTAC(0,3) Figura 2. Percentagem de eficácia dos tratamentos no controle de Anthonomus grandis aos 7 e 14 dias após a 1ª aplicação (DAT). Ensaio de controle de bicudo nº 1. Safra 2000-2001, Rondonópolis – MT. % EFICIÊNCIA 80 70 60 50 40 30 20 10 0 7 BULLDOCK (0,1) D A T TALSTAR(0,5) 14 FASTAC(0,3) Ensaio Nº 2 Observando-se a Tabela 5, verifica-se que a percentagem inicial de ataque era de 3,7%, em média, número que se encontra dentro do nível de controle recomendado, que é de até 5% de botões atacados. Além disso, nenhum tratamento se encontrava com mais de 4,5% de botões atacados no momento da 1ª aplicação. O número médio de botões atacados era bastante uniforme nesta avaliação, variando de 0,8 a 2,3 entre todos os tratamentos. Na avaliação de 7 dias após a 1ª aplicação (DAT1), Bulldock 125 SC (0,1 l/ha) e Talstar (0,5 l/ha) propiciaram eficácia satisfatória para bicudo, com 91,7 e 87,5% de controle respectivamente. Apenas estes dois tratamentos com inseticidas diferenciaram-se significativamente da testemunha em termos de número de botões atacados. É importante ressaltar que o produto Bulldock 125 SC é considerado como padrão no controle do bicudo do algodoeiro e foi utilizado como referência de controle neste ensaio. Nas avaliações de 14 e 21 dat1 , os tratamentos com inseticidas testados, sem exceção, foram satisfatoriamente eficientes no controle da praga, visto que proporcionaram eficácia acima de 80%. Nenhum tratamento diferenciou-se da testemunha na avaliação de 14 dat1 em termos de número médio de botões atacados, mas aos 21 dat1 todos se diferenciaram significativamente. É interessante notar o potencial de dano da praga, quando não controlada, observando-se o aumento vertiginoso na percentagem de ataque na testemunha ao longo das avaliações, passando de 1,5% na avaliação prévia para 24 % na avaliação de 21 dat (figura 3). C.V. (%) 0,8 a 2,3 a 2,3 a 1,8 a 2,3 a 38,1 MÉDIA 1 2 1,5 4,5 4,5 3,5 4,5 -- % ataque PRÉVIA 6,0 a 1,5 b 4,3 ab 1,8 b 5,0 ab 27,1 MÉDIA 1 2 12,0 3,0 8,5 3,5 10,0 -- % ataque 7 DAT -91,7 76,4 87,5 72,2 -- E% 3 8,5 a 2,8 a 2,0 a 2,8 a 2,8 a 27,1 MÉDIA 1 2 17,0 5,5 4,0 5,5 5,5 -- % ataque 14 DAT 2 Número médio de botões florais com sintomas de oviposição e ou alimentação por parcela a cada 50 avaliados. Percentagem de botões florais com sintomas de oviposição e ou alimentação. 3 Percentagem de eficiência calculada através da fórmula de Henderson & Tilton. C.V.(%): Coeficiente de variação 1 5-FASTAC 100 SC (0,3) 4-TALSTAR 100 CE (0,5) 3-KARATE ZEON 250 CS (0,06) 2-BULLDOCK 125 SC (0,1) 1-TESTEMUNHA Tratamentos MÉDIA 1 % ataque2 21 DAT -12,0 a 24,0 89,2 2,0 b 4,0 92,2 2,5 b 5,0 86,1 2,5 b 5,0 89,2 4,5 b 9,0 -24,9 -- E% 3 -94,4 93,1 91,1 87,5 -- 3 E% Tabela 5 – Número médio de botões florais atacados a cada 50 avaliados por parcela, percentagem de botões atacados por tratamento e percentagem de eficiência antes da aplicação e aos 7, 14 e 21 dias após a 1ª aplicação (DAT) no Ensaio de controle de Bicudo nº2. Safra 2000-2001, Rondonópolis – MT. Figura 3. Percentagem de botões florais atacados por Anthonomus grandis nos tratamentos antes (Prévia) e aos 7, 14 e 21 dias após a 1ª aplicação (DAT). Ensaio de controle de bicudo nº 2. Safra 2000-2001, Rondonópolis – MT. qpr lpo 9 lnm gkj gih f e stvunwyx{z 0{. ·¸¹>º{·n¸»½¼6¾.¿*À0Á | {{¡ y¢%£.¤,¥>¦ Â{ÃÅÄ{ÆÃÇÈ%É.Ê9Ë.Ì }~ } §.¨©ª¨¬«®¯20°±²6³.´(³µ.¶ Figura 4. Percentagem de eficácia dos tratamentos no controle de Anthonomus grandis aos 7, 14 e 21 dias após a 1ª aplicação (DAT). Ensaio de controle de bicudo nº 2. Safra 2000-2001, Rondonópolis – MT. " ! #%$'&(&*),+.-0/214365(798 :*;.<%;>='?A@>?!B2C>D4E6FGEIH6J K,L.MON!K,L.P,QGRISOTVU W9X'Y9Z[X'\^]`_6acb!d CONCLUSÃO Ensaio nº 1 • Nenhum tratamento obteve eficácia superior a 80% em nenhuma das avaliações; • O ensaio não foi conclusivo quanto a verificação da eficiência dos tratamentos com inseticidas sobre o bicudo do algodoeiro; • Os tratamentos com inseticidas avaliados não causaram quaisquer sintomas de fitotoxicidade às plantas tratadas. Ensaio nº 2 • Todos os tratamentos com inseticidas testados mantiveram o nível de ataque de botões forais abaixo de 10% em todas as avaliações; • Os tratamentos 2 [Bulldock 125 SC (0,1 l/ha)] e 4 [Talstar 100 CE (0,5 l/ha)] obtiveram eficácia superior a 85% em todas as avaliações e mostraram um efeito mais rápido que os tratamentos 3 [Karate Zeon (0,06 l/ha)] e 5 [Fastac SC (0,3 l/ha)] no controle do bicudo; • Todos os tratamentos com inseticidas testados obtiveram desempenho satisfatório no controle da praga, em 3 aplicações espaçadas de 7 dias, nas condições em que foi realizado o experimento; • Os tratamentos com inseticidas utilizados não causaram sintomas de fitotoxicidade às plantas tratadas. BIBLIOGRAFIA BELLETTINI, S.; BELLETTINI, N.M.T.; SALVADOR, G.; SILVA, W.G. da; BIANCHINI, S.A.; MANHOLER, C.T. Controle químico do bicudo do algodoeiro Anthonomus grandis Boheman, 1843 com diferentes inseticidas, doses e formulações. CONGRESSO BRASILEIRO DE ALGODÃO, 3. Anais..., Campo Grande, 2001, p 180-182. GALLO, D.; NAKANO, O; SILVEIRA NETO, S. et al. Manual de Entomologia Agrícola. 2.ed., São Paulo: Agronômica Ceres, 1988. 649 p. HABIB, M.E.M. & FERNANDEZ, W.D. Anthonomus grandis Boheman (Curculionidae) já está na lavoura algodoeira do Brasil. Revista de Agricultura, Piracicaba, v.58, n.1-2, p.74, 1983. MANUAL DO COTONICULTOR. FACUAL. Cuiabá, 1999.