Produção de vídeo didático sobre o tema células - sinpro-sp
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Produção de vídeo didático sobre o tema células - sinpro-sp
Produção de vídeo didático sobre o tema células eucarióticas e procarióticas utilizando o organismo Paramecium sp Pereira M. M.¹; Lima J. D.²; Silva, F. J³; Cristo, J. F. de 4, Mendonça, M. H.5 ; Schadeck, R. J. G.6. ¹ Acadêmica do Programa Institucional de Bolsa de Iniciação a Docência (PIBID), Laboratório de Pesquisa e Aprendizagem em Biologia Celular, UFPR: E-mail: [email protected] ² Acadêmica do Programa Institucional de Bolsa de Iniciação a Docência (PIBID), Laboratório de Pesquisa e Aprendizagem em Biologia Celular, UFPR: E-mail: [email protected] ³ Acadêmico do Programa Institucional de Bolsa de Iniciação a Docência (PIBID), Laboratório de Pesquisa e Aprendizagem em Biologia Celular , UFPR: E-mail: [email protected] 4 Acadêmico do Programa Institucional de Bolsa de Iniciação a Docência (PIBID), Laboratório de Pesquisa e Aprendizagem em Biologia Celular , UFPR: E-mail: [email protected] 5 Professor(a) associado da Universidade Federal do Paraná,- Departamento de Biologia Celular, UFPR. E-mail: [email protected] 6 Professor(a) associado da Universidade Federal do Paraná - Departamento de Biologia Celular, UFPR. E-mail: [email protected] Modalidade: Comunicação Científica Resumo: A representação mental de formas, distribuição espacial, dimensões, localização e as interelações entre os elementos de um sistema são fundamentais para construção do conhecimento em ciências e biologia. Logo, os recursos visuais são estímulos importantes para a apropriação efetiva deste conhecimento. Especialmente se considerarmos que os estudantes de hoje representam a geração visualmente mais estimulada que já existiu. Neste trabalho foi desenvolvido um vídeo sobre células eucariótica e procariótica, utilizando como modelo Paramecium sp. Os protozoários foram filmados ao microscópio de luz e editados no Adobe Première. Foram acrescentadas as imagens da célula em movimento, desenhos gráficos e animações para representar os principais aspectos da estrutura celular de células eucariótica e procariótica que, no seu conjunto permite também a comparação entre estes tipos celulares. Palavras chave: Paramecium, bactéria, células, núcleo, DNA, membrana plasmática INTRODUÇÃO Está bem estabelecido que o uso das tecnologias de informação e comunicação (TICs) afetam o modo como as pessoas vivem e aprendem (Lévy, 1999). Cada vez mais o desenvolvimento cognitivo está sendo mediado por dispositivos tecnológicos que ampliam o potencial humano (Andrade, 2011). Dentre os diferentes recursos tecnológicos, os vídeos têm sido apontados como importantes estratégias para a aprendizagem em ciências e biologia (MCCLEAN, P. et al., pg. 169 – 179, 2005) e a observação de organismos e eventos celulares através de filmagens esta cada vez mais abrangente. Este uso é corroborado por pesquisas que demonstram que o uso de artefatos virtuais que combinam imagem, textos, animações, sons e outros recursos favorecem a aprendizagem em ciências (Beerman, 1996 McClean et al., pg. 15 – 18, 2005). Os meios de comunicação, e neste caso, os vídeos, atuam no sensível, principalmente a imagem em movimento. Combinam a dimensão espacial com a sinestésica, e podem, ao mesmo tempo, utilizar a linguagem conceitual, falada e escrita, mais formalizada e racional (Moran, José Manuel et. al. 2000). O conjunto, quando integrado dentro de um contexto comunicacional afetivo, facilita e predispõe a aceitar mais facilmente as mensagens. Portanto, além dos vídeos serem estratégias para o acesso a conceitos científicos e conteúdos específicos, podem também servir para introduzir um novo assunto e despertar a curiosidade para novos temas. Os vídeos também podem ser úteis para o professor como complemento das informações, e também como estratégia para desenvolver sua tarefa principal, obter uma visão de conjunto. (Santos, P. R. dos.; Kloss, S., 2010).. Neste trabalho construiu-se um vídeo sobre o tema “células eucarióticas e procarióticas” utilizando-se o organismo Paramecium sp. acrescido de outros recursos gráficos. As células são definidas como uma unidade viva que compõe os seres vivos. Estas estruturas podem apresentar várias funções e possuem organelas com funções também determinadas. Elas são unidades microscópicas dos organismos com tamanhos variados. O Paramecium sp. é um protozoário ciliado pertencente ao Filo Cilliophora de acordo com a organização taxonômica proposta por Whittaker (1979). O gênero Paramecium é formado majoritariamente por organismos que vivem em água doce. São marcados pela morfologia que lembra uma sola de sapato, sendo organismos unicelulares com formato longo e achatado. É facilmente observado ao microscópio de luz, apresenta movimentos que cativam a plateia e, quando realiza a fagocitose, observam-se grandes vacúolos digestivos intracelulares. Eles apresentam a superfície celular completamente recoberta por cílios que são utilizados na locomoção. Na célula também se pode observar, dois núcleos, um maior e outro menor, chamados de macronúcleo e micronúcleo, respectivamente. O primeiro, macronúcleo, controla as funções vegetativas do organismo, como o metabolismo em geral, a digestão e a regeneração. Enquanto que o segundo, micronúcleo, participa especialmente do processo de reprodução sexual do Paramecium. No vídeo aqui apresentado, foi destacado somente o macronúcleo, visto que o organismo foi observado in vivo ambos os núcleos apresentam-se com uma refringência devido a ausência de técnicas de coloração neste organismo (Amabis e Martho, 2004, pg. 100-104). Sendo um eucarionte, o Paramecium sp. possui o material genético envolto pelo envoltório nuclear, diferentemente das células procarióticas, como as bactérias, nas quais o material genético está em contato direto com o citoplasma, em um a região determinada da célula, denominada nucleóide. Por ser um bom material de estudos, de fácil obtenção o Paramecium sp. se tornou o protagonista deste trabalho que visa abordar as principais estruturas das células eucarióticas e procarióticas. MATERIAIS E MÉTODOS Cultivos celulares de Paramecium sp. em meio de alface/água foram incubados com leveduras coradas com azul de metileno. Após 2-3 horas foram observados ao microscópio de luz e filmados com câmera digital acoplada (Sony Cyber-shot DSC-W120 7.2 Megapixels). Os vídeos no formato .avi foram analisados e as cenas selecionadas. A edição e os efeitos de animação foram realizados no programa Adobe Première. Os desenhos foram realizados e editados através programa Adobe Photoshop e Adobe Illustrator. RESULTADOS O vídeo desenvolvido neste trabalho aborda aspectos fundamentais das células eucarióticas como o material genético no núcleo, a membrana plasmática e o citoplasma repleto de organelas. Inicia-se com um Paramecium sp. movimentando-se (Fig. 1 A) que após alguns segundos é congelado em uma posição que permite visualizar o núcleo (Fig. 1B). Com o uso de recursos gráficos o núcleo é destacado (Fig. 1D) e o expectador mergulha dentro do mesmo até chegar ao DNA (Figs E-I). Figura 1 – Sequência de quadro representativo das cenas descrevendo o núcleo celular e o material genético. Após isto, acontece um retorno para a célula inteira e o foco passa a ser o movimento ciliar, que em um determinado momento também congela, e com recursos de animação é mostrado que o mesmo é recoberto pela membrana e que esta realiza a permeabilidade seletiva. Observa-se a entrada e saída de moléculas, bem como o bloqueio do transporte de outras (Figs 2-A-C). Figura 2 – Quadros representativos das cenas relativas à membrana plasmática (A-C) e organelas no citoplasma (D-F). Retorna-se, então, ao citoplasma. Inicialmente observam-se os movimentos das organelas (Fig. 2D), e da mesma forma que nos casos anteriores, congela-se a imagem e destacam-se os grânulos no interior do citoplasma (Fig. 2E). Destacam-se aqui vacúolos digestivos contendo leveduras internalizadas, de uma grande beleza plástica em seus movimentos e rotações no interior celular (Fig. 2F). Uma vez apresentados os aspectos gerais da célula eucariótica entra-se em uma cena na qual se compara as dimensões de uma bactéria como parte do citoplasma do Paramecium sp. (Fig. 3 A). No seguimento das cenas aprofunda-se na estrutura bacteriana, destacando-se a parede celular, membrana plasmática, citoplasma e nucleóide, mergulhando no mesmo até chegar ao DNA (Figs. C-D). Figura 3 – Quadros representativo das cenas descritivas da célula procariótica. Embora este vídeo de tenha sido produzido com o objetivo de abordar conceitos básicos sobre células eucarióticas e procarióticas, o mesmo pode ser aplicado a outros aspectos, como por exemplo, a fagocitose e locomoção através de cílios. DISCUSSÃO Nos últimos anos, achados das neurociências têm indicado que ao se aprender, acontecem modificações nas conexões neuronais resultando na remodelação do sistema nervoso (Rocha, 2001; Barros et al., 2004) e, para que isso aconteça são necessários estímulos. Assim, as estratégias pedagógicas que o educador utiliza no processo de ensino-aprendizagem, como os vídeos e imagens, são estímulos que reorganizam o sistema nervoso (Guerra et al., 2004). Vídeos congregam recursos variados (visuais, sonoros, textuais e outros) que podem servir como estímulos necessários para a aprendizagem. Dentro deste contexto a utilização de vídeos que retratam fenômenos que ocorrem naturalmente e que dão enfoque à vida em movimento e relações que ocorrem no ambiente, pode ser um caminho promissor para a educação em ciências. Os vídeos mostram fatos que falam por si mesmos (Mandarino, 2002) e, como diz Moran (1995): “O vídeo ajuda a um bom professor, atrai os alunos, mas não modifica substancialmente a relação pedagógica. Aproxima a sala de aula do cotidiano, das linguagens de aprendizagem e comunicação da sociedade urbana, mas também introduz novas questões no processo educacional. (...) Vídeo significa também uma forma de contar multilinguística, de superposição de códigos e significações, predominantemente audiovisuais, mais próximas da sensibilidade e prática do homem urbano e ainda distante da linguagem educacional, mais apoiada no discurso verbal-escrito.” As linguagens utilizadas nos vídeos são mais dinâmicas e o jovem “lê” o que pode visualizar, ele precisa ver para compreender através da linguagem audiovisual que lhe proporciona o desenvolvimento de múltiplas atitudes perceptivas (Moran, 1995). Acresce-se a isso a possibilidade de experiências afetivas e cognitivas que podem ser propiciadas por um vídeo e que contribuem para o aprendizado e desenvolvimento do aluno (Santos, 2007). No cenário atual, onde a tecnologia está tomando cada vez mais o seu espaço, é necessário que o professor seja constantemente estimulado a modificar sua ação pedagógica. Na medida em que o sistema educacional utiliza tecnologias no processo de ensino-aprendizagem há uma diminuição da exclusão digital, e a educação passa a ultrapassar os limites da sala de aula, tudo isso dependendo como se faz o uso dessa tecnologia (Andrade, 2011). Outro aspecto sobremaneira importante refere-se à observação do objeto de estudo, que neste caso, é invisível a olho nu. Os conceitos sobre célula começam a ser trabalhados no ensino fundamental. A estrutura celular é tema de grande complexidade e exige considerável abstração. É algo que foge de seu mundo concreto. A observação microscópica é um recurso valioso para esta compreensão. No entanto, na realidade que vivemos em nosso país o laboratório escolar é privilégio de poucos. Neste cenário a captura de imagens microscópicas de células em movimentos e dos fenômenos celulares editados com finalidade didática pode ser uma alternativa que aproxima o estudante adolescente do objeto de estudo, neste caso, invisível a olho nu, a célula. E, dessa maneira, contribuir para a aprendizagem sobre este tema fundamental em ciências e biologia. AGRADECIMENTOS Agradecemos ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) pelo suporte financeiro e ao Programa Institucional de Iniciação a Docência – PIBID (CAPES) pela concessão de bolsas. REFERÊNCIAS ANDRADE, A. P. de. (2011). O Uso das tecnologias na Educação: Computador e Internet. Disponível em: < http://www.fe.unb.br/catedraunescoead/areas/menu/publicacoes/monografiassobre-tics-na-educacao/o-uso-das-tecnologias-na-educacao-computador-einternet>. Acesso em: 20 de março de 2013. AMABIS, J. M.; MARTHO, G. R. (2004) Biologia dos organismos 2. Editora: Moderna, 2ª edição, São Paulo – SP, pg. 100-104. 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