Um estudo de primeiros princípios da interação entre o fulerol C60
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Um estudo de primeiros princípios da interação entre o fulerol C60
Um estudo de primeiros princípios da interação entre o fulerol C 60(OH)24 e o fármaco Nimesulida. Iuri M. Jauris1, Marta P. Alves1, Solange B. Fagan1 1 Programa de Pós-Graduação em Nanociências, Centro Universitário Franciscano (UNIFRA), RS, Brasil. Resumo: Nanoestruturas de carbono tais como o Fulereno C60, tem sido alvo de intensos estudos de diversos grupos de pesquisadores como moléculas de interesse biológico para entrega de fármacos, vitaminas entre outros. Contudo o fulereno C60 é praticamente insolúvel em água. Dessa forma, através da ligação de grupamentos hidroxilas na superfície externa do C60, dando origem aos chamados fuleróis, pode-se ter um novo conjunto de moléculas mais solúveis e, portanto, com potencial maior como vetores ou carreadores para moléculas de interesse biológico. Partindo desta perspectiva, neste trabalho buscou-se avaliar as propriedades eletrônicas e estruturais da interação entre o fulerol C60(OH)24 e o fármaco nimesulida. Para tal, fez-se uso de cálculos de primeiros princípios através de simulações computacionais baseadas na teoria do funcional da densidade (DFT) e implementadas pelo código SIESTA. Então, para esta interação foram estudadas três configurações espaciais diferentes, de acordo com os grupos mais reativos da nimesulida. Os resultados apontam para energias de ligação nimesulida-fulerol, para a configuração mais estável, de aproximadamente 1,60eV. Além disso, a nimesulida contribuiu para a estabilidade geral do fulerol, e foi predominante doadora da cargas para o fulerol para todas as configurações. Por fim, os valores de transferência de carga e distância de ligação apontam para um regime de adsorção física, o que tornaria viável a posterior liberação deste fármaco após atingir o sitio alvo de interesse. Palavras Chaves: ab initio, teoria do funcional da densidade, adsorção física, fulerol, nimesulida. INTRODUÇÃO Os fulerenos são uma das diferentes formas alotrópicas do carbono conhecidas atualmente, dentre as quais pode-se destacar ainda os nanotubos de carbono, grafeno, grafite, diamante, dentre outros [1-2]. O fulereno C60 foi descoberto em Setembro de 1985 por Harold W. Kroto, Robert F. Curl, e Richard E. Smalley, através de experimentos de espectroscopia a laser, e ficou conhecido como Buckyball ou Buckminster Fullerene [3]. O fulereno C60 (Figura 2), possui geometria esférica e diâmetro aproximado de 0,710 ± 0,007nm [1]. A superfície do fulereno C60 contém 20 hexágonos e 12 pentágonos, sendo que cada átomo esta ligado a outros três átomos de carbono, formando uma ligação do tipo sp 2, ou seja, se comportam quimicamente e fisicamente como alcenos ao invés de sistemas aromáticos [1]. O fulereno C60 é praticamente insolúvel em água ou em solventes aceitadores de prótons. Dessa forma, apesar das suas propriedades físicas e químicas excepcionais, a sua baixa solubilidade torna-os pouco atrativos em aplicações biológicas [4]. Contudo, com intuito de tornar o fulereno C60 mais solúvel em água, pode-se realizar algumas modificações químicas sobre esta molécula, como por exemplo, através da ligação de grupamentos hidroxilas na sua superfície externa. Assim, o fulereno C60 poli-hidroxilado, descrito pela fórmula C60(OH)n, é também chamado de fulerol [5]. Nanoestruturas de carbono como Fulereno e Fuleróis podem ser conjugados com diversas moléculas de interesse biológico, tal como vitaminas, fármacos, entre outros. Dessa forma os fuleróis apresentam um grande potencial como vetores ou carreadores para tais moléculas [6]. A capacidade de controlar a liberação e a vetorização de diferentes fármacos associados à nanomateriais ou nanopartículas é de suma importância para aplicações na biomedicina, pois torna possível, por exemplo, que um fármaco atinja um sítio alvo específico e libere seu ativo de forma localizada e controlada, levando a menos danos colaterais, geralmente encontrados quando da administração na forma livre [7]. Especificamente, fuleróis tais como o C60(OH)24 tem demonstrado possuir alta atividade antioxidante in vitro e in vivo, superando inclusive antioxidantes naturais como o ácido ascórbico e a vitamina E [8]. Estudos recentes mostram efeito tecido-protetor do Fulerol C60(OH)24 em ratos e camundongos irradiados, devido à sua atividade antioxidante e potencial eliminador de radicais livres [9-10]. Outros resultados revelam também que este fulerol apresenta possíveis efeitos cardio e hepatoprotetores contra a toxicidade induzina pela Doxorrubicina [11]. Estas características aliadas a uma melhor solubilidade do fulerol, comparado ao fulereno, seriam propicias para diversas aplicações biológicas dos fulerois como carreadores de fármacos. A nimesulida é um fármaco da classe dos anti-inflamatórios não-esteróides (AINEs) que difere dos outros compostos de mesma categoria por apresentar um radical sulfonanilida, ao invés de um radical carboxílico. A nimesulida inibe seletivamente a enzima cicloxigenase-2 (COX-2), reduzindo a síntese de prostaglandinas relacionadas à inflamação [12]. Na literatura a diversos estudos que mostram que a nimesulida pode ocasionar alguns inconvenientes gastrointestinais, então a entrega desse fármaco num ponto específico da área inflamatória é um fator muito importante para reduzir os danos ao organismo [12-13]. A partir deste cenário, este trabalho tem como objetivo avaliar as propriedades eletrônicas e estruturais da interação do fármaco nimesulida com o fulerol C60(OH)24, contribuindo dessa forma para um maior entendimento desta interação e fornecendo subsídios para possíveis aplicações biológicas deste fulerol como carreador de fármacos. MATERIAIS E MÉTODOS As propriedades eletrônicas e estruturais da interação do Fulerol C 60(OH)24 com o fármaco nimesulida, em diferentes arranjos/configurações estruturais, foram obtidos via cálculos ab initio, baseados na teoria do funcional da densidade [14], implementados pelo código computacional SIESTA [15]. Para resolver de forma auto-consistente as equações de Kohn-Sham, o SIESTA utiliza uma combinação linear de pseudo orbitais atômicos, com um conjunto de bases atômico numéricas, conforme descrito por Sankey e Niklewski [16]. O alcance dos pseudo orbitais atômicos é regulado por um parâmetro chamado “energy shift”, que neste estudo foi escolhido para um valor de 0,05eV. Para descrever o potencial de troca e correlação eletrônicos utilizou-se a aproximação por densidade local (LDA), conforme descrita pela e parametrização de Perdew-Zunger [17] a partir dos resultados obtidos por Ceperley e Alder [18]. Os elétrons de caroço foram descritos pelos psedopotênciais de Troullier-Martins [19], e uma base duplo-zeta polarizada (DZP) foi utilizada para expandir as autofunções de onda de valência [15]. Para representar a densidade de carga, um raio de corte de 200 Ry foi adotado para integração da malha. As integrações sobre a primeira zona de brillouin foram feitas com um ponto k, nas três direções espaciais, conforme esquema descrito por Monkhorst-Pack [20], levando em consideração que os sistemas estudados poderiam ser ditos adimensionais. Para que os sistemas alcancem relativa estabilidade e suas estruturas atômicas sejam otimizadas, a energia total foi minimizada através do mecanismo de forças de Feynman-Hellmann incluindo as correções de Pulay [15]. As posições dos átomos foram otimizadas através do algoritmo do Gradiente Conjugado (GC) até que as forças residuais agindo sobre cada átomo fosse menores que 0,05 eV/Å [15]. A energia de ligação (Elig) entre a molécula de nimesulida e o Fulerol C60(OH)24 foi calculada utilizando-se a correção para o erro de superposição de bases (BSSE) [21]. Esta correção é necessária, pois o código SIESTA faz uso de funções de onda de bases localizadas. No entanto, a utilização destas bases faz com que seja criado um erro quando se deseja calcular, por exemplo, a energia de formação ou a energia de ligação de um sistema, e que envolve diferenças de energia das partes desse sistema. Para corrigir este erro, aplica-se então a seguinte equação: BSSE Elig E A B E A Bghost E Aghost B , (1) onde o subscrito “ghost” refere-se a um conjunto adicional de funções de bases centrada nas posições dos átomos da molécula (A) ou (B), mas sem adição de nenhum potencial atômico. Com esse procedimento, garante-se que o número de funções de base usadas para todos os sistemas seja o mesmo e sem adição de potenciais extras, levando a valores para energia de ligação mais fidedignos. Por fim, juntamente com os resultados para a energia de ligação, os valores de distância de ligação e transferência de carga, entre o fármaco Nimesulida e o Fulerol C60(OH)24, foram calculados, a fim de fornecer mais dados para avaliar a intensidade da interação entre estas moléculas. RESULTADOS As estruturas otimizadas do fármaco nimesulida, bem como os seus níveis eletrônicos e densidades de carga podem ser vistos através da Figura 1. Nela, ao analisarmos a diferença na energia entre o orbital molecular de mais alta energia ocupado (HOMO) (do inglês Highest Occupied Molecular Orbital) e o orbital molecular de mais baixa energia desocupado (LUMO) (do inglês Lowest Unoccupied Molecular Orbital), nota-se para a nimesulida uma diferença HOMO-LUMO (∆H-L) relativamente alta, o que contribui para a estabilidade desta molécula. Contudo ainda pela Figura 1, verifica-se que para o HOMO a densidade de carga está localizada principalmente sobre o grupamento NO2, sugerindo que esse grupamento tenha tendência de doar cargas. Já para o LUMO, a densidade de carga está localizada principalmente sobre o anel benzênico ligado ao radical sulfonanilida, o que sugere que este anel deve ser prioritariamente aceitador de cargas. Figura 1 – Estrutura otimizada, níveis de energia e densidade de carga para o fármaco nimesulida. O fulereno C60, Figura 2, apresentou uma distância C-C de 1,44Å e uma diferença HOMO-LUMO (∆H-L) de 1,61 eV valores estes semelhantes aos encontrados por [1]. Ainda nesta figura, é possível verificar que a densidade de carga está homogeneamente distribuída sobre toda superfície do C60, ou seja, todos os sítios são igualmente reativos, ou “atrativos” para possíveis interações com outras moléculas. Além disso, nota-se uma densidade de carga maior na região do HOMO do que para o LUMO, indicando que este fulereno teria uma tendência maior de doar cargas a aceita-las. Guirado e Rincón (2006) [22], a partir de cálculos teóricos baseados na DFT, avaliaram as propriedades eletrônicas e estruturais do fulerol C 60(OH)26. Os autores demonstraram que a energia era minimizada quando a superfície de fulereno consistia em algumas regiões altamente hidroxiladas e outras desprotegidas, onde os grupos OH que revestiam a superfície de carbono, estavam dispostos sob a forma de quatro regiões hidroxilados desconectas, ou “ilhas”, cada uma contendo seis moléculas OH e mais 2 grupamentos OH vizinhos às ilhas. Este tipo de arranjo também apresentou a maior diferença HOMO-LUMO (∆H-L = 1,95 eV), sendo inclusive da ordem do fulereno C60. Apesar disso, estes autores relatam que a estabilidade não foi o principal fator para assegurar a formação do isômero dominante. Isto por que experimentalmente notou-se que o isômero preferencialmente formado era aquele cuja distribuição dos grupamentos OH ocorria de forma mais homogênea. Para fins de comparação, o isômero onde os grupamentos OH distribuíram-se mais homogeneamente sobre a superfície, apresentou uma diferença HOMOLUMO de aproximadamente 0,5 eV, e uma diferença de energia total de 16 eV em relação ao isômero que minimizaria a energia. Figura 2 – Estrutura otimizada, níveis de energia e densidade de carga para o fulereno C60. Tendo em vista o tipo de isômero do fulerol C60(OH)24 preferencialmente formado experimentalmente, para se obter tal molécula fez-se então uma hidroxilação homogênea sobre a superfície do fulereno C60 e em seguida foi encontrada a configuração mais estável (otimizada) a partir da minimização da energia total. A Figura 3 apresenta a estrutura otimizada do C60(OH)24 , bem como os seus níveis eletrônicos e densidades de carga. Figura 3 – Estrutura otimizada, níveis de energia e densidade de carga para o fulerol C60(OH)24. Após otimização o fulerol C60(OH)24, apresentou distâncias C-C variável entre 1,34 Å e 1,44Å, C-O e O-H da ordem de 1,42Å, e 0,98Å, respectivamente. Além disso, a forte interação C-OH resultou em distorções consideráveis na superfície do carbono, porém tais distorções foram insuficientes para que houvesse a quebra das ligações entre C-C, demonstrando uma boa flexibilidade da superfície formada pelo C60. Tais resultados encontram-se de acordo com [22]. Além disso, as hidroxilações produziram modificações consideráveis sobre a estrutura eletrônica da molécula de C60. Pode-se verificar pela Figura 3 efeitos de separação de níveis degenerados, juntamente com um estreitamento da distância HOMO-LUMO (∆H-L = 0,1eV), devido principalmente ao aparecimento de estados eletrônicos adicionais, induzidos pela localização precisa dos grupos OH, assim como pelas substanciais distorções produzidas na superfície do carbono, o que pode ser responsável pela diminuição da simetria da estrutura molecular. Novamente estes resultados são bastante semelhantes aos encontrados por [22] para o fulerol C60(OH)26. Ainda pela Figura 3, nota-se que este fulerol apresenta uma densidade de carga maior, portanto uma reatividade considerável, em hemisférios opostos da mesma molécula, tanto para a região HOMO quando para o LUMO. Esta densidade de carga localizada pode ser ainda melhor percebida se fizéssemos uma subtração da contribuição de spin down – spin up, de forma que na Figura 3 restariam apenas os contornos de densidade de carga na cor laranja ou azul, sendo negligenciados, portanto, os contornos rosados (mistura de ambos os spins). Logo fica claro que a densidade de carga que antes era homogeneamente distribuída sobre toda superfície do C60, passou a ser dependente da localização dos grupos OH após as hidroxilações. Devido a esta forte localização da densidade de carga no fulerol, o fármaco nimesulida foi posto a interagir com o fulerol em três configurações diferentes, porém sempre de modo que o hemisfério mais reativo do fulerol se encontra-se mais próximo a algum dos grupos reativos da nimesulida. A Tabela 1 resume os valores calculados para as energias de ligação, distância de ligação e transferência de carga para cada configuração estudada, e ainda a configuração mais estável (em vermelho) para a interação Nime-C60(OH)24. Valores negativos de Elig e q indicam respectivamente que há atração entre o fármaco e o fulerol, e também que a nimesulida é aceitadora de carga. Na Figura 4 são apresentadas as estruturas otimizadas, níveis eletrônicos e densidades de carga para o sistema mais estável da interação entre o fármaco nimesulida e o fulerol C60(OH)24. Tabela 1 – Valores de distâncias, energias de ligação (Elig) , e transferência de carga (q) para diferentes configurações. Configuração Distância (Å) Elig (eV) q (e-) A Cnime – Hful = 1,98 - 0,70 0,17 B Onime – Hful = 1,82 - 0,97 0,12 C Onime – Hful = 1,66 - 1,60 0,23 Figura 4 – Estrutura otimizada, níveis de energia e densidade de carga para o fulerol C 60(OH)24 interagindo com a nimesulida. Comparando os níveis de energia antes da adsorção do fulerol (Fig. 3) e após a adsorção do fulerol (Fig. 4) é possível perceber que a um aumento na distância HOMOLUMO após a interação entre estas moléculas, ou seja, a adsorção da nimesulida faz com que o sistema como um todo torne-se mais estável. Já comparando as densidades de carga da Figura 3 em relação a Figura 4, pode-se notar que não há alterações significativas, ou seja, a densidade de carga continua localizando-se predominantemente em hemisférios opostos da molécula de fulerol, tanto para a região HOMO quanto para a região LUMO. Interessante notar também que, conforme já apresentando anteriormente na Figura 1, para o fármaco nimesulida na região HOMO a densidade de carga está localizada principalmente sobre o grupamento NO2, sugerindo que esse grupamento tenha tendência de doar cargas. Além disso, o sistema mais estável ocorre quando há a interação entre a nimesulida e o fulerol de forma que o grupo NO2 da nimesulida encontre-se mais próximo ao fulerol. Dessa forma, e conforme já previsto, comparando com o resultado para transferência de carga na Tabela 1, vemos que nessa configuração a nimesulida é de fato doadora de cargas para o fulerol (através do grupamento NO2). Conforme apresentado na Tabela 1, vemos que a energia de ligação para a configuração mais estável (conf. C) é de aproximadamente 1,60 eV (154,38 kJ/mol). Machado e colaboradores (2012) [23], em estudos de adsorção de corantes por nanotubos de carbono, adotaram valores para energias de ligação aproximadamente acima de 0,80 eV, como características de adsorção química. Nesse caso, mesmo não se tratando de uma interação com nanotubos de carbono, a energia de ligação encontrada para a interação fulerol-nimesulida poderia ser considerada "forte", indicando uma possível adsorção química. Contudo, Machado e colababoradores (2012) fazem uma ressalva a este valor limiar de 0,80 eV, pois devido a algumas aproximações teóricas utilizadas para os cálculos, não deve-se utilizar somente este valor para julgar entre os possíveis regimes de adsorção. Dessa forma, analisando a distância de ligação e a transferência de carga para a interação nimesulida-fulerol pode-se notar que embora a energia de ligação seja relativamente alta, a menor distância entre estas moléculas ocorre para a ligação O-H em torno de 1,66Å, consideravelmente maior do que a esperada se houvesse uma interação química de fato (~0,98Å). Além disso, não há uma transferência de carga expressiva da nimesulida para o fulerol (~0,23 e-). Logo estes resultados demonstram que embora possa haver uma energia de ligação considerável entre nimesulida-fulerol, provavelmente devido a interações do tipo ligações de hidrogênio, não há de fato uma interação química entre estas duas moléculas, mesmo para a configuração mais estável. CONCLUSÕES A partir dos estudos realizados nesse trabalho pode-se verificar que as polihidroxilações produziram modificações consideráveis sobre a estrutura eletrônica da molécula de C60. Resultados como distorções na superfície do carbono C60 e efeitos de separação de níveis degenerados, juntamente com um estreitamento da distância HOMOLUMO encontrados neste trabalho, são semelhantes a outros já descritos na literatura. Além disso, após a hidroxilação homogênea da superfície do C60, o fulerol C60(OH)24 apresentou dois hemisférios opostos preferenciais para adsorção de outras moléculas. Já a adsorção do fármaco nimesulida sob a superfície do fulerol C60(OH)24 teve um efeito positivo sobre o fulerol, ajudando na estabilidade deste último. Além disso, conclui-se que a nimesulida interage preferencialmente através dos seu grupamento NO2, doando parte da sua carga para o fulerol. Por fim essa interação é do tipo fraca, característica de um regime de adsorção física. Tais características aliadas a uma melhor solubilidade em água do fulerol C60(OH)24 em relação ao fulereno C60, tornam este fulerol bastante promissor aplicações biológicas como um potencial carreador para o fármaco nimesulida. REFERÊNCIAS [1] M. S. Dresselhaus, et al., Science of fullerenes and carbon nanotubes: their properties and applications: Academic Press, 1996. [2] H.-S. P. Wong and D. Akinwande, Carbon nanotube and graphene device physics: Cambridge University Press, 2010. [3] H. W. Kroto, et al., "C 60: buckminsterfullerene," Nature, vol. 318, pp. 162-163, 1985. [4] R. Bakry, et al., "Medicinal applications of fullerenes," International journal of nanomedicine, vol. 2, p. 639, 2007. [5] A. Đorđević and G. Bogdanović, "Fullerenol: A new nanopharmaceutic?," Archive of Oncology, vol. 16, pp. 42-45, 2008. [6] V. 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