Transição para o 3D
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Transição para o 3D
A Transição para 3D: Um guia de sobrevivência para usuários do CAD 2D Publicado por Patrocinado por Por que adiar a transição para 3D não é uma opção viável CAPÍTULO 1 >> Também conversaremos com engenheiros e gerentes de engenharia que já percorreram esse caminho e descrevem, em suas próprias palavras, quais foram os obstáculos e como eles foram vencidos no mundo real. Você saberá também como a migração de seus projetos para 3D resultou em grandes vantagens no processo de desenvolvimento de produtos. ▼ Todos nós sabemos que fazer mudanças relativamente simples em nossas vidas - como perder aqueles últimos 5 quilos, manter um programa diário de exercícios físicos ou abandonar alguns vícios - podem trazer grandes benefícios. Apesar de sabermos que a longo prazo é para o nosso bem, quase sempre acabamos nos prendendo à dor, ao desconforto ou à fome momentânea como desculpas para adiar essas mudanças. Principais benefícios Revistas de negócios e empresas de consultoria de projetos há muito apregoam os benefícios das técnicas de projeto 3D e como esses benefícios podem aumentar radicalmente o grau de competitividade do fabricante. Dentre os benefícios, estão ciclos de projetos menores, processos de fabricação modernizados, tempo de Imagem cedida pela Haumiller Engineering A transição do desenvolvimento de produtos de um sistema de projeto 2D para um sistema de projeto de modelamento de sólidos 3D recai na mesma categoria. Mesmo convencido de que essa é a escolha certa e acredite sinceramente nos benefícios competitivos dessa transição, talvez você se retraia ao pensar nos problemas imediatos que essa mudança poderá trazer. Perda de produtividade, problemas de conversão de dados, custos iniciais de entrada altos, perda dos dados legados, mais requisitos de hardware e a necessidade de treinar novamente a equipe são apenas a ponta do iceberg. No setor industrial de hoje, quem tem tempo para lidar com pelo menos um desses problemas? Certamente, há casos de projetos que devem permanecer no universo 2D, como AEC, GIS e projetos esquemáticos. Entretanto, a maioria dos projetos produzidos pelos fabricantes teria muitos benefícios com a utilização de ferramentas de projeto 3D. Neste e-book (livro digital), analisaremos todas as preocupações que os fabricantes levam em conta quando avaliam a conversão para um ambiente de projetos em 3D. Examinaremos tópicos como a avaliação de pacotes de software 3D, problemas de implementação, tanto técnicos como culturais, a preservação dos dados legados e o uso de ferramentas de software complementares. 2 Com a projeção de conjuntos de máquinas automatizados em 3D, os engenheiros da Haumiller Engineering têm uma maneira melhor de reconciliar o comportamento das peças individuais dentro de um conjunto, reduzindo drasticamente a onerosa prototipagem física e encurtando o seu ciclo de projeto em 20%. e desenhos associados. Todas as vistas, dimensões e anotações do desenho são atualizadas automaticamente. Dessa forma, o projetista nunca precisa desenhar manualmente outra vez uma seção, detalhe ou visão isométrica, reduzindo drasticamente a possibilidade de erros. Apesar dessas vantagens terem sido alardeadas por anos, muitos fabricantes têm tido boa produtividade usando ferramentas de projeto 2D e poderão questionar por que deveriam fazer tal transição. Para responder a esta e outras perguntas, examinaremos os benefícios propostos um por um e saberemos por que muitas empresas estão migrando para um ambiente de projeto de modelamento de sólidos em 3D. ▼ Imagem cedida pela Daka Designs Limited entrada no mercado (time-to-market) mais rápido devido ao fluxo aperfeiçoado de informações sobre o projeto do produto e de comunicação dentro da empresa, custos de projeto reduzidos, alterações no projeto mais rápidas e, por último, produtos com qualidade superior. No universo 2D, os desenhos são continuamente modificados e reinterpretados durante o ciclo de vida de um produto. Enquanto todos os projetos passam por várias repetições, os projetistas que trabalham em um ambiente de projeto 3D podem criar automaticamente desenhos detalhados e prontos para produção, eliminando o processo demorado de criação, manipulação e manutenção para a visualização dos desenhos. Eles também podem mostrar seu projeto de diversos ângulos e ampliar os detalhes de componentes específicos com apenas alguns cliques do mouse. Para o projeto da moto aquática (water scooter) DOLPHIN, a Daka Designs Limited utilizou um sistema de projeto de modelamento de sólidos 3D e foi capaz de reduzir o ciclo de projeto em 50%, cortar os custos de desenvolvimento em 50%, acelerar o desenvolvimento de moldes e de ferramentas, e agilizar a sua entrada no mercado. 3 Cada novo projeto de produto deve passar por alterações à medida que evolui no ciclo de desenvolvimento. Cada alteração feita por um projetista em um desenho em 2D ou em um modelo em 3D criado em um sistema CAD 3D é precisamente refletida em todas as vistas, chapas Acelere o projeto do produto Para competir no mercado atual, as empresas estão sob enorme pressão não apenas para criar novos produtos e superar seus concorrentes, mas para vender mais do que eles. Algumas pessoas poderiam argumentar que, uma vez aprendidos, os sistemas de modelamento de sólidos 3D oferecem meios mais rápidos e eficientes para a criação de projetos de produtos. No universo 2D, a criação de um componente detalhado em visualizações ortográficas pode exigir de quatro a cinco vezes o número de entradas de comandos a mais do que exigiria em 3D, sendo que a maioria dos comandos é duplicada. A criação do desenho adiciona um tempo e um custo substanciais a um projeto, especialmente quando a tarefa envolve peças detalhadas ou conjuntos complexos. Por outro lado, no mundo 3D uma linha pode ser usada para estabelecer as coordenadas x, y, z depois ser movida, copiada, redimensionada ou manipulada de alguma forma para criar o modelo 3D. Quando o modelo 3D é criado, visualizações de conjuntos destacadas e isométricas - ou visualizações detalhadas ou de uma seção do desenho - podem ser facilmente geradas pela maioria dos pacotes CAD 3D. O alinhamento e o dimensionamento na maioria dos programas de software CAD são automáticos, e você pode simplesmente clicar nas arestas ou centros do que deve ser dimensionado. A capacidade de utilização de bibliotecas on-line de peças 3D também economizam um tempo de projeto significativo na criação de modelos CAD 3D. Essas bibliotecas de peças 3D produzem componentes de projetos mecânicos nativos e baseados em recursos como componentes de fixação, rolamentos e moldes de aço, baseados em padrões da indústria ou em catálogos de fabricantes. Cada peça possui dados de propriedade personalizados associados a ela, como nome da peça, nome do fabricante, tipo de peça e tamanho. Milhões de peças estão disponíveis on-line Alterações rápidas no projeto Uma alteração em uma peça sempre causa impactos em várias vistas do desenho, exigindo que o engenheiro atualize manualmente todos os modelos do conjunto, desenhos, vistas, detalhes e listas de materiais (BOMs), um processo inerentemente sujeito a erros. Fazer uma alteração em 2D geralmente também requer uma rodada adicional de verificação do desenho, um processo demorado e monótono. Por outro lado, fazer uma alteração a um modelo de sólidos 3D é muito mais simples e rápido. Os sistemas de modelamento de sólidos oferecem uma associação bidirecional, o que garante ao usuário que todos os elementos de um modelo estão associados ou conectados. Depois que uma alteração é feita em um modelo 3D, ela é automaticamente refletida em todos os desenhos relacionados e nas vistas associadas. A funcionalidade de projeto paramétrico é outro recurso de muitos modeladores de sólidos que facilita os pedidos de alteração de engenharia (ECOs). Originalmente desenvolvida para as indústrias aeroespaciais e automotivas para a projeção de formas curvas e complexas, o modelamento paramétrico funciona como uma planilha numérica. Ao armazenar os relacionamentos entre os vários elementos do projeto e tratá-los como equações matemáticas, ela permite que qualquer elemento do modelo seja alterado, e então regenera imediatamente o modelo de maneira muito parecida como uma planilha recalcula automaticamente qualquer mudança numérica. Em modeladores de sólidos baseados no sistema paramétrico, todos os recursos e dimensões de um modelo são armazenados como parâmetros de projeto, permitindo que os projetistas façam alterações mais rápidas simplesmente mudando o valor do parâmetro. Quando um valor é alterado, o modelo é 4 automaticamente atualizado para o novo valor e todos os outros recursos e dimensões do modelo afetados pela alteração mudam automaticamente. Os sistemas de modelamento de sólidos que oferecem a associação bidirecional e a funcionalidade de projeto paramétrico não apenas aceleram o processo de alteração de projeto como também reduzem muito a probabilidade de erros. ▼ ▼ através de vários recursos e todas elas podem ser editadas para atenderem às necessidades específicas dos usuários. Essas bibliotecas de peças 3D permitem que os projetistas adicionem componentes aos projetos sem precisar remodelá-los a partir das especificações do fabricante, o que representa uma economia de tempo significativa. Como maximizar o valor dos dados do produto 3D Um problema inerente ao projeto 2D é o fato que, após todo o trabalho para criar muitos níveis de desenho que no fim representarão um produto, esses dados serão praticamente inúteis a outros aplicativos como os processos de análise estrutural e de fabricação, incluindo a criação de ferramentas e a programação de controle numérico (NC). Essas funções exigem dados 3D, que devem ser criados a partir dos desenhos 2D originais. Outra maneira de retirar um valor de um modelo de sólido é analisando e testando projetos enquanto eles ainda são digitais. A capacidade de testar produtos quando os projetos ainda estão no computador não só diminui os custos de prototipagem, como também oferece aos engenheiros uma maneira de repetir e otimizar projetos sem a preocupação com atrasos ou custos de prototipagem que poderiam prejudicar os cronogramas e orçamentos da produção. Tradicionalmente, os projetistas têm uma janela de oportunidades definidas para aperfeiçoarem um projeto antes que ele siga em frente para que possam cumprir o cronograma do produto, quase sempre resultando em uma atitude “é bom o suficiente”, que dificilmente é uma indicação de projetos verdadeiramente otimizados. Hoje, entretanto, por conta de ferramentas de modelamento de sólidos totalmente integradas com análises e ferramentas de simulação que podem ser executadas em computadores altamente potentes, porém nem por isso caríssimos, os engenheiros conseguem simular modelos, voltar e alterar o modelo CAD e rapidamente ver os efeitos da alteração. A modularidade é outra tendência da indústria que se beneficiou da reutilização de projetos. À medida que os mercados consumidores tornam-se cada vez Com a tecnologia 2D, é quase impossível desenvolver várias configurações de produtos, conjuntos ou famílias de produtos com eficiência, uma vez que cada conjunto individual deve ser redesenhado do zero. Alguns sistemas CAD 3D oferecem ferramentas de gerenciamento de sistemas, que permite que os usuários criem diversas variações de um produto em um único documento. Essas ferramentas também ajudam os usuários a desenvolver e gerenciar famílias de peças e modelos de diferentes dimensões, componentes, propriedades e outros parâmetros. Outra área na qual os dados do produto 3D podem ser usados é na documentação e montagem de produtos. Mesmo que os desenhos 2D possam aceitar algumas exigências relativas à documentação, normalmente essas funções demandam visualizações de conjuntos isométricos, personalizadas e ampliadas, além de gráficos 3D. Geralmente, isso exigiria trabalho adicional no sistema 2D, assim como ilustrações técnicas especiais ou um software gráfico em 3D. Com o projeto 3D, todos os gráficos, desenhos e ilustrações de conjunto ampliados podem ser facilmente exportados do modelo de sólido original. Além disso, alguns sistemas CAD 3D oferecem componentes de software que permitem aos engenheiros de publicarem os modelos CAD 3D em catálogos on-line interativos. Ao acessarem os catálogos de peças on-line, os clientes podem configurar, visualizar e baixar modelos 3D dos produtos do fabricante diretamente em seus projetos. Com a publicação de um catálogo online interativo de peças 3D, fica mais fácil para os clientes incorporarem essas peças em seus produtos, a despeito do sistema CAD utilizado. 5 ▼ O resultado final se reflete no aumento de vendas, maior geração de clientes potenciais e custos menores de suporte a vendas. Um modelo para todos Agora que o modelo foi criado, todos os envolvidos no projeto do produto têm acesso aos dados do produto. Caso algum funcionário precise de um molde, um desenho, um esboço, um acessório, um programa NC, uma lista de materiais (BOM) ou uma imagem processada para iniciativas de vendas ou de marketing - todos os dados estão incluídos naquele modelo de sólido, que alimenta a empresa toda. Com os projetos 2D, o cérebro deve interpretar as três vistas do desenho e mentalmente juntar uma representação isométrica do produto, o que pode ser fácil para engenheiros experientes, mas muito difícil para membros da equipe de projeto que não sejam técnicos. A interpretação errônea de desenhos 2D pode resultar na perda da intenção original do engenheiro com o projeto, levando a atrasos e retrabalhos onerosos. Um modelo 3D, por outro lado, não precisa de interpretação, o que simplifica enormemente a comunicação da intenção do projeto para o resto da equipe - os técnicos em máquinas e ferramentas mecânicas, o pessoal de vendas e de marketing, os planejadores de recursos materiais, os engenheiros de processo e os clientes e parceiros da cadeia de fornecimento. Os modelos de sólido também possibilitam as práticas de engenharia colaborativas ou simultâneas, ao permitirem que os dados CAD 3D sejam compartilhados on-line todos os envolvidos podem lidar com os projetos simultaneamente. Os sistemas de modelamento de sólidos também oferecem o controle de revisão e recursos incorporados de segurança. Como resultado, os usuários têm a garantia de que estão trabalhando na versão mais atual e apenas o pessoal autorizado poderá fazer alterações. ▼ mais difíceis de atenter, os fabricantes responderam criando famílias de produtos, cada uma com diferenças sutis para agradar grupos distintos de usuários, mesmo que ainda utilizem componentes comuns. Esses produtos modulares podem variar em tamanho, peso, dimensão ou capacidade. Para o fabricante, os produtos que compartilham módulos comuns em uma família de produtos são projetados e produzidos de forma mais eficiente, são mais fáceis de atualizar e manter, além de permitirem a reutilização de dados do produto. Tudo isso reduz os custos gerais do ciclo de vida dos novos produtos. Obtenha uma imagem perfeita Já foi dito anteriormente, mas vale repetir: se uma imagem vale por mil palavras, então um modelo 3D vale mil desenhos 2D. Os modelos de sólidos são infinitamente mais fáceis de interpretar do que uma série de desenhos 2D estáticos que representam o mesmo projeto. Uma vez que as linhas ocultas e as propriedades de massa são removidas automaticamente em sistemas de modelamento, fica fácil para engenheiros e leigos compreenderem melhor a intenção do projeto. E mais, os modeladores sólidos permitem que os usuários criem com mais facilidade modelos integralmente processados e mais realistas do produto nos primeiros estágios do ciclo de projeto. Por causa disso, o pessoal de marketing pode obter uma vantagem na avaliação das opiniões dos clientes sobre novos produtos enquanto eles ainda Usando desenhos 2D de componentes do produto, estão no estágio conceitual do projeto. Levando a interfaces de subconjuntos e envelopes de trabalho visualização um passo à frente, muitos (área de alcance de robôs), os engenheiros não modeladores de sólidos também oferecem recursos de animação para que os dados do produto possam ser criados - mesmo Use o software CAD 3D para gerenciar com mais antes que os produtos existam eficiência o fisicamente - para auxiliarem as desenvolvimento de iniciativas de vendas, de marketing e conjuntos complexos. de serviço ao cliente. IImagem cedida por Gerhard Schubert GmbH ▼ ▼ A visualização aperfeiçoada do projeto também aumenta muito a facilidade e a agilidade na obtenção de aprovações de projeto, aprimorando a sua apresentação junto à diretoria, ao marketing, aos clientes e aos usuários finais. conseguem determinar totalmente a forma, a interface e a função dos componentes do conjunto. Conseqüentemente, os problemas quase sempre não aparecem até que os protótipos físicos são criados, mais à frente no ciclo de projeto, quando a solução dos problemas envolve custos altos e processos demorados. Sendo capazes de visualizar peças e conjuntos em 3D, os engenheiros podem avaliar problemas de forma e tolerância muito cedo no processo do projeto, bem antes das peças serem fabricadas. Essa capacidade é freqüentemente chamada de “prototipagem virtual”. 6 Perigo: curvas à frente Freqüentemente os projetistas são instruídos a criarem superfícies fantásticas e complexas encontradas em muitos produtos hoje em dia - de brinquedos a bens eletrônicos -, para que se destaquem nas prateleiras de lojas cada vez mais abarrotadas. Por causa da tendência de mercado em direção os produtos ergonomicamente corretos, há mais pressão sobre os projetistas para que eles criem produtos perfeitamente integrados aos usuários. Projetar esses tipos de superfícies complexas e formas ergonômicas é quase impossível com o software 2D tradicional. Para lidar com essas exigências de projeto, muitos pacotes de modelamento de software oferecem aos engenheiros e projetistas ferramentas para a criação de curvas, misturas, filetes e muitos outros recursos complexos de projeto que compõem essas formas e superfícies complexas. Além disso, os usuários de pacotes de modelamento de sólidos podem usar um software especializado de modelamento de superfície que se integrem Facilidade na criação de projetos grandes e complexos Usar a tecnologia 2D para projetar conjuntos grandes e complexos, compostos de milhares de peças móveis é um processo tedioso, trabalhoso, propenso a erros e extremamente lento. Simplesmente gerenciar os numerosos desenhos de produção desses conjuntos gigantes é uma tarefa bastante complexa. ▼ A maioria dos sistemas de modelamento de sólidos 3D oferece recursos para ajudar no gerenciamento da exatidão e da integralidade dos desenhos de produção do conjunto. Para avaliação do projeto de conjuntos, muitos desses modeladores oferecem ferramentas incorporadas para a verificação de interferência e detecção de colisão, e também permitem que vários projetistas trabalhem com os conjuntos em colaboração. Não dependa de protótipos físicos Outro grande benefício dos modeladores de sólidos é que eles podem ajudar os fabricantes a diminuir sua dependência em protótipos físicos. A construção e o teste de protótipos físicos - um gargalo caro e que toma muito tempo na criação de novos produtos - é uma área que os fabricantes estão examinando criticamente para reduzir os custos gerais de projeto e acelerar o lançamento no mercado. As equipes de desenvolvimento de produto que se baseiam em métodos do projeto 2D devem criar protótipos físicos de seus projetos para testarem o desempenho dos conjuntos, detectarem se as peças colidirão umas com as outras e assegurarem que os componentes terão a folga adequada. Ao visualizarem os conjuntos em um ambiente de projeto 3D, os engenheiros podem rapidamente avaliar e resolver problemas de forma e tolerância usando a verificação de interferência e a detecção de colisão oferecidas pela maioria dos modeladores de sólidos, reduzindo a necessidade da construção de protótipos. 7 As ferramentas de simulação e análise também podem diminuir a necessidade de prototipagem de um fabricante. Embora os testes físicos ainda sejam quase sempre necessários para a certificação do produto, a simulação é mais econômica e pode ser repetida várias vezes em comparação aos testes físicos. A análise de mais configurações do produto no computador, sem a criação de protótipos caros, resulta em produtos superiores e menos testes. ▼ ▼ totalmente com seu software CAD 3D para criarem superfícies altamente estilizadas e extremamente complexas . Esses pacotes utilizam o modelo de sólido existente como base para a criação da superfície, portanto, os usuários não precisam começar do zero com o novo software. A entrada de novas tecnologias Ao criar um modelo de sólido, o projetista ou engenheiro abriu a porta para receber ferramentas de software integradas adicionais que mais adiante podem ajudar a testar, gerenciar e fabricar produtos. Essas soluções integradas não só utilizam os mesmos dados 3D como o sistema CAD, mas quase sempre usam uma interface com o usuário comum, facilitando seu aprendizado. Além disso, algumas soluções complementares estão integradas de maneira a permitir que o usuário execute o software a partir do sistema CAD. As ferramentas de simulação oferecem aos fabricantes uma grande vantagem competitiva. A Daratech, uma empresa de consultoria de pesquisa de mercado de tecnologia da informação, prevê que a maior pressão competitiva, o software mais fácil de usar e os computadores poderosos incentivarão a adoção de ferramentas de simulação digital pelos fabricantes. Essas ferramentas incluem a análise de elementos finitos (FEA), a dinâmica de fluidos computacional (CFD), a simulação de movimento, de impacto, de integração de processos e a otimização de projeto. Além do aumento da produtividade, a Daratech diz que essas ferramentas de simulação digital prometem uma entrada no mercado mais rápida, menores custos de garantia e, sobretudo, produtos com desempenho superior, funcionamento aprimorado, mais seguros e menos propensos a erros. Outra ferramenta de software complementar integrada que deve ser adquirida pelas empresas é o gerenciamento de dados de produtos (PDM). Além de facilitarem a colaboração em tempo real em projetos para assegurar a exatidão, os sistemas PDM organizam tudo, de orçamentos e documentos de escritório até as medidas de instalação e relatórios de análise. Com a abundância de licenças de software espalhadas pelos vários departamentos da empresa - engenharia, manufatura, vendas, compras, qualidade e pessoal de campo - é muito importante ter um sistema para o rastreamento e para o gerenciamento de arquivos e documentos. ▼ Uma vez que muitos sistemas CAD 3D oferecem algum componente de PDM, é importante para os fabricantes avaliarem com cuidado as opções disponíveis e a reputação dos fornecedores, assim como o grau de integração oferecido. O uso do modelamento de sólidos 3D também abre a porta para o uso de aplicativos altamente especializados, como as ferramentas para chapas de metal, aplicativos de projetos óticos, engenharia reversa e software de análise de tolerância. Saiba a verdade Perguntas e Respostas: Adam Stevens, Projetista Industrial, McCue Corporation Manter as crianças entretidas nas idas ao supermercado não é uma tarefa fácil, até mesmo para o mais paciente dos pais. A McCue Corporation está se esforçando para tornar essas rápidas incursões mais fáceis, mais divertidas e mais seguras. A empresa projeta, fabrica e vende carrinhos decorados e sistemas de gerenciamento de carrinhos de supermercado para clientes do varejo. A empresa também fabrica o Bean, uma combinação de carrinho de compras e carrinho infantil usado em supermercados do mundo inteiro. Adam Stevens, um projetista industrial que trabalha no Desenvolvimento de Novos Produtos na McCue Corporation, explica quais são os principais benefícios, em sua opinião, da transição de seus projetos de AutoCAD baseado em 2D para um ambiente de modelamento de sólidos. P: Em sua opinião, quais são os principais benefícios no uso do modelamento de sólidos 3D para a criação de novos produtos na McCue? R: Para a McCue, os três principais benefícios são o aumento da velocidade na criação de projetos, alterações de projeto mais rápidas e a ampliação do suporte aos materiais de marketing/vendas. P: Qual foi o problema específico que vocês tinham com o uso dos métodos de projeto 2D na criação dos desenhos? R: Com os métodos 2D, há muito espaço para erros de interpretação. Se as peças não 8 atenderem a intenção inicial do projeto após a revisão, será necessário um retrabalho. Isso, por sua vez, atrasará os cronogramas já que as peças serão redesenhadas, novamente modeladas, revisadas e, se aprovadas, enviadas à produção. P: Como a utilização do modelamento de sólidos 3D resolve esses problemas? R: Com o modelamento de sólidos, podemos desenhar e manipular as peças em um espaço virtual, revisá-las tanto na tela como no papel, e enviá-las diretamente para um protótipo SLA para a revisão final. No caso de alterações, ela poderá ser feita imediatamente. A partir daqui, as peças são desenhadas em 2D, se necessário, e enviadas diretamente para o fabricante por meio eletrônico (arquivos 2D e 3D). P: Como isso melhorou a qualidade geral de seus projetos? R: Podemos explorar muitas configurações e idéias diferentes ao mesmo tempo para obtermos o projeto mais eficiente e harmonioso. Aqui na McCue, somos uma empresa de participação ativa, e em nosso mercado, não há muitas empresas que se destacam. Por isso a entrada rápida no mercado é crucial. Como resultado, a capacidade de criar protótipos 3D para a revisão é fundamental. P: Como a prototipagem era feita quando a empresa ainda criava projetos em 2D? R: Para o nosso produto Bean, o protótipo inicial foi produzido à mão a partir do zero em uma escala natural. Durante as revisões de projeto, se alguma alteração fosse necessária, o modelo grande tinha que ser enviado de volta aos criadores de modelo para o retrabalho. Ele era revisado de novo, o que significava tipicamente em um processo de sete dias. P: Como ficou o processo de prototipagem depois da migração para o projeto 3D? R: A última versão desse produto foi inteiramente produzida com a tecnologia 3D. Todas as revisões foram feitas com processamentos do modelo de sólido e/ou com protótipos rápidos de estereolitografia (SLA) em escala, que normalmente conseguíamos de volta já com as alterações em dois dias. P: E quanto à reutilização de dados do projeto? R: Com o 3D, agora temos um registro definitivo do projeto desde o começo, ao contrário da primeira versão, onde todo o padrão foi criado à mão. Nossa equipe de projeto teve que tentar recriar esse projeto em 3D a partir de medidas brutas e com ajuda dos nossos olhos. Se tentássemos expandir um projeto e incorporar recursos em um segundo projeto que fosse similar, tínhamos que modelar uma segunda peça no olho a partir do modelo inicial criado à mão. Com o programa 3D, podemos copiar recursos e formas com exatidão; não há interpretação humana envolvida. P: Como o uso do 3D agilizou suas alterações de projeto? R: No caso de uma alteração, a peça pode ser atualizada e enviada diretamente ao fornecedor por meio eletrônico para que ele faça a revisão. O tempo gasto na conversão de 3D para 2D é literalmente uma operação de clicar-e-arrastar, enquanto que antes ele era desenhado em 2D e então criado em 3D (tanto manualmente como programado no sistema CAD/CAM). Uma vez mais, podemos explorar rapidamente opções para a atualização em um “mundo virtual”, em comparação à revisão de esboços ou à espera de modelos. Como já mencionei, o projeto inicial do Bean foi criado à mão e tivemos que recriá-lo mais tarde. Como não tínhamos nenhuma geometria inicial definida, quaisquer alterações no projeto consistiam na manipulação de modelos 3D, na sua conversão para padrões de moldagem e, por fim, na revisão, para garantirmos que a intenção do projeto tinha sido capturada. Com o novo Bean, todas as alterações de projeto capturadas usando o software de modelamento 3D eram consideradas como verdadeiras. Isso reduziu o tempo gasto com revisões, assim como o tempo necessário para fazer as alterações nas peças. P: Como a utilização do modelamento de sólidos facilitou a elaboração de estratégias de vendas e de marketing? R: Com a nossa constante inovação e aperfeiçoamento de produtos, a capacidade de garantir o suporte às publicações de marketing e de vendas é crucial. Nós trabalhamos junto ao 9 nosso departamento de marketing para criarmos publicações sobre o produto com o uso de modelos de sólidos totalmente processados e realistas, desenvolvidos em nosso sistema CAD 3D. Esses processamentos também são utilizados nas instruções de instalação/conjunto, material de treinamento, correspondência para os clientes e uma newsletter (boletim informativo) trimestral chamada Solutions. Perguntas e Respostas: Kevin Quan, Engenheiro Sênior, Cervelo Cycles Inc. A Cervelo Cycles Inc., um dos principais fabricantes de bicicletas do Canadá, utiliza o modelamento de sólidos 3D para criar as bicicletas de fibra de carbono usadas pelos vencedores do Tour de France, do Ironman e Triathlon (competição de triatlo) e dos Jogos Olímpicos. Kevin Quan, um dos engenheiros seniores dessa empresa líder de mercado, explica por que a tecnologia 2D não estava mais atendendo às necessidades da criação de projetos de bicicletas de última geração. P: Em sua opinião, quais são os maiores benefícios da aplicação do modelamento de sólidos 3D? R: Ao nosso ver, os maiores benefícios têm sido a capacidade de visualização e criação de peças com superfícies complexas, a montagem de peças e a verificação de interferências, bem como a criação de geometria associativa entre as peças. P: Em sua opinião, quais são as maiores falhas na utilização de projetos 2D? R: Com o projeto 2D, é muito fácil “trapacear” e criar desenhos que reflitam as peças que não podem ser fabricadas. Além disso, os desenhos 2D são facilmente adulteráveis e suas vistas com freqüência contradizem umas às outras. E ainda há mais, nos desenhos 2D, as curvas quase sempre não são tangentes ou podem se sobrepor ou ter folgas. P: Como a utilização do modelamento de sólidos 3D resolve esses problemas? R: O modelamento 3D estimula a criação de esboços limpos; caso contrário, um sólido não poderá ser criado. Além disso, as superfícies 3D ilustram facilmente quando as curvas não são P: Como o uso da tecnologia 3D melhorou a qualidade geral de seus projetos? R: Agora que fizemos a transição para o projeto 3D, podemos criar peças com formas e tolerâncias mais precisas. Também podemos criar projetos de bicicletas mais harmoniosos esteticamente usando superfícies, assim como prever as necessidades de fabricação com a criação de recursos específicos da indústria. P: Como o uso do modelamento de sólidos facilitou na elaboração de estratégias de vendas e de marketing? R: As imagens realistas podem ser criadas para o marketing em um estágio inicial. E agora, decalques podem ser criados com maior exatidão porque podemos modelá-los em 3D também. Além disso, o projeto 3D nos ofereceu uma entrada no mercado mais rápida, o que é uma arma poderosa contra nossos concorrentes. ▼ tangentes. A criação automática de vistas em desenhos elimina a contradição entre elas. A visão da diretoria: P: Como a prototipagem era feita quando a empresa ainda criava projetos em 2D? Perguntas e Respostas: Steve Callori, vicepresidente de engenharia, Schilling Robotics R: Nós confiávamos na habilidade de técnicos em máquinas e ferramentas mecânicas ou no fornecedor que estava criando o protótipo em interpretarem corretamente os nossos desenhos 2D. A Schilling Robotics usa o modelamento de sólidos 3D para criar peças essenciais de um “exoesqueleto” que algum dia ajudará soldados, bombeiros e quem faz resgates a transportarem carregamentos grandes sem sentir o peso. Conhecida por seus veículos de operação remota para trabalho em grandes profundidades marinhas P: Como ficou o processo de prototipagem depois da migração para o projeto 3D? P: Como o uso do 3D afetou suas alterações de projeto? R: Nosso ritmo e volume de alterações foi significativamente aperfeiçoado. Podemos criar imagens de muitas outras opções de projetos para a diretoria e analisar os projetos alterados usando o método de elementos finitos (FEA) para qualificá-los. 10 Desde a transição para um sistema de projeto 3D, a Vermeer Manufacturing melhorou o desempenho e o estilo do produto, diminuiu o tempo de prototipagem e análise, reduziu a sucata e o retrabalho substancialmente e aumentou a colaboração e a eficiência entre os vários grupos de trabalho. Imagem cedida pela Vermeer Manufacturing R: Agora nós entregamos modelos de sólidos aos fornecedores, que usam máquinas CNC para criar nossas peças. Ainda temos os desenhos 2D de nossas peças, mas o número de dimensões representado é menor (apenas as mais críticas). Nós reduzimos muito a necessidade de protótipos e podemos com freqüência ir direto para as ferramentas finais. e por braços manipuladores, a empresa está projetando um conjunto de quadril/coxa/joelho para a segunda geração do Exoesqueleto para Extremidades Inferiores Berkeley (BLEEX), que possibilitará que as pessoas carreguem uma mochila de 32 quilos com a sensação de estarem transportando apenas dois quilos. P: Em sua opinião, quais são os principais benefícios do uso do modelamento de sólidos 3D? R: O projeto 3D facilita a visualização de peças de conjuntos, ajudando a identificar as áreas problemáticas de um projeto. Os modelos paramétricos permitem que o usuário veja o efeito das alterações em recursos específicos. Ele também possibilita que nossos engenheiros vejam rapidamente as informações de análise de tensão. Além disso, o projeto 3D oferece propriedades de massa e volume, assim com um modelo para as complexas formas 3D que podem ser usadas em peças de máquinas. P: Como o uso do projeto 3D melhorou a qualidade geral de seus projetos? R: O modelamento de sólidos facilita a criação de projetos e de desenhos para nossos engenheiros, assim como a sua capacidade de executar análises de tensão simples. Com ela, podemos verificar de forma rápida e fácil o impacto dessas alterações de peças em níveis inferiores do sistema, o que facilita a otimização do projeto. P: Como a prototipagem era feita quando a empresa ainda criava projetos em 2D? R: Da mesma maneira como fazemos com o 3D. Depois da revisão dos projetos, criávamos um protótipo da peça. Entretanto, o 3D oferece uma maneira melhor de visualizarmos o projeto antes da criação de uma cópia física real. P: Como ficou o processo de prototipagem depois da migração para o projeto 3D? R: Não verdade ele não mudou, mas oferece uma visualização melhor antes da criação de um protótipo. Teoricamente, isso deve fazer com que o primeiro protótipo seja melhor quando estivermos usando o 3D, mas isso é difícil de avaliar. 11 P: Como o uso do 3D afetou suas alterações de projeto? R: Para nossos projetos que estão em 3D, as alterações são mais fáceis porque os modelos são paramétricos. Ademais, o 3D força os engenheiros a lidarem com o impacto de mudanças em níveis superiores dos conjuntos. Enquanto essas informações estavam disponíveis em 2D, o engenheiro podia ignorar esse efeito. Isso não é possível com o 3D. P: Como o uso do modelamento de sólidos facilitou a elaboração de estratégias de vendas e de marketing? R: Usar o projeto 3D facilita a criação de modelos naturais para que os clientes possam visualizar o produto. Perguntas e Respostas: Clint Hudson, especialista em aplicativos, Vermeer Manufacturing Company A Vermeer Manufacturing Company é líder global na fabricação de maquinário e equipamento utilizado para agricultura, retirada de árvores e escavações. Desde a migração para um sistema de projeto 3D, a Vermeer aumentou a complexidade de seu produto, eliminou passos do projeto e da fabricação, encurtou o tempo de prototipagem e de análise, reduziu a sucata e o retrabalho e aperfeiçoou o estilo de seus produtos. Vamos saber o que Clint Hudson, projetista industrial da Vermeer, tem a dizer sobre os principais benefícios da transição de novos projetos de produtos para o ambiente de modelamento de sólidos 3D. P: Em sua opinião, quais são os principais benefícios do uso do modelamento de sólidos 3D? R: Um dos maiores benefícios é a similaridade entre a maneira como os modelos são construídos em 3D e a maneira como são construídos na produção. Como esses usuários estão projetando em 3D, eles têm como testar os modelos com mais eficiência quase da mesma maneira que um operário da área de montagem testa os resultados, incluindo os locais de montagem de difícil acesso, o ajuste e o peso. Pessoalmente, acho que a grande vantagem do sistema CAD 3D é quando um engenheiro começa a ensinar ao software como projetar um produto. Você pode explicar as regras, limites e reações a alterações diferentes, e permitir que o software faça o acompanhamento. Quanto mais você ensina ao software, mas ele poderá ajudá-lo a longo prazo. P: Em sua opinião, quais são as maiores falhas de projetos 2D? R: As empresas que projetam em 2D precisam fazer grande parte do projeto fora dos desenhos. Eles usam os desenhos para registrar essencialmente o que já tinha sido projetado. Os componentes mostrados em um desenho 2D são uma coleção de linhas, círculos e outras geometrias não inteligentes. O software não entende quais linhas representam uma peça ou conjunto em particular, e quais linhas pertencem à outra peça. Isso significa que manter uma lista de materiais (BOM) durante o curso do projeto é um processo mais manual. P: Como o uso do projeto 3D melhorou a qualidade de seus projetos? R: Peças mais complexas estão sendo projetadas agora que temos um software que nos permite visualizar e controlar como as formas complexas interagem umas com as outras. O modelamento de sólidos também permite a utilização do método FEA prontamente em representações mais exatas dos projetos finalizados em vez de cortar caminho ou usar modelos muito simplificados. As peças podem ir para as primeiras rodadas de teste sem ainda serem parte da realidade. P: Os >produtos da Vermeer consistem em conjuntos que têm entre 500 a 4.000 peças. Como o modelamento de sólidos 3D auxilia no trabalho com conjuntos tão grandes? R: Os problemas de ajuste podem ser identificados, todo o limite de movimentos pode ser explorado e todos os problemas de interferência em potencial podem ser resolvidos já que o modelo representa com mais exatidão os produtos finais. Cada peça do modelo de sólido em um conjunto do modelo de sólido representa uma peça física em um conjunto físico. Se um conjunto de sólido é composto de muitas peças em quantidades variáveis, o software pode rapidamente gerar uma BOM. 12 P: Como as outras pessoas da equipe de projeto utilizam os dados 3D do produto ? R: Na Vermeer, o pessoal de marketing, os analistas de FEA e os programadores CC são capazes de usar os modelos 3D gerados pela engenharia para seus próprios propósitos com pouco ou nenhum esforço. Além disso, o modelo reflete a BOM, que evita erros no aspecto administrativo da empresa. Como vencer obstáculos culturais à adoção do 3D CAPÍTULO 2 >> Quando a empresa reconhece a necessidade de mudar do projeto 2D para o 3D, há vários obstáculos - técnicos e culturais - que devem ser vencidos. Os engenheiros e projetistas devem ser treinados para aprender o novo sistema, normalmente bem diferente do sistema com o qual estão acostumados. Os executivos devem adotar o projeto com firmeza, totalmente convencidos de que os custos e a perda de produtividade valem o investimento a longo prazo. Com freqüência, os gerentes de CAD, assim como os engenheiros e projetistas que se reportam a eles, são os primeiros a reconhecerem os benefícios da projeção em 3D. A criação mais rápida de projetos, alterações de projeto mais fáceis e exatas, melhor comunicação sobre a intenção do projeto e a capacidade de testar os projetos enquanto eles ainda são digitais estão entre os muitos benefícios que devemos ter em mente quando cogitarmos tal transição. A diretoria, entretanto, pode ver a situação de um ângulo completamente diferente. As primeiras objeções que podem surgir quando pensam sobre a escolha desse caminho podem ser o aumento de custos, a necessidade de treinamento adicional para a equipe, produtividade reduzida e a possibilidade de perda de dados legados acumulados por anos. Enquanto algumas dessas preocupações podem ser facilmente mitigadas, outras são bem reais e devem ser cuidadosamente tratadas antes do início da implementação. A primeira tarefa é convencer a diretoria. A única maneira de implementar com êxito uma nova 13 tecnologia como um sistema CAD 3D, é garantir que os executivos compreendam totalmente a economia de tempo e as vantagens competitivas obtidas com o uso do CAD 3D. Apesar de ser difícil prever alguns custos, a diretoria também deve ser avisada com antecedência de todos os custos que podem ser definidos - monetários e de perda de produtividade - que a empresa terá como resultado da transição Depois de convencer a diretoria, é essencial mantêla informada, organizando reuniões de grupos de usuários internos mensalmente para avaliar o progresso do planejamento e da implementação. Manter a diretoria informada sobre a implementação por meio de relatórios regulares A Hartness International, fabricante de maquinário de empacotamento personalizado, precisou dos recursos de modelamento de sólidos em 3D para explorar rapidamente opções em tempo real e otimizar o desempenho do maquinário. Usando o modelamento de sólidos 3D, os engenheiros da Hartness foram capazes de projetar conjuntos e testá-los antes de construir as peças, o que no final permitiu que eles reduzissem o ciclo de projeto e de fabricação de cinco para apenas dois meses. ▼ ajudará a suavizar as incertezas e garantir seu apoio ininterrupto, crucial para o sucesso do projeto. Como proteger os investimentos em 2D Um dos fatos incontestáveis a serem apresentados à diretoria é que a tecnologia CAD 2D já amadureceu até o ponto onde alcançou todos os benefícios de produtividade que é capaz de oferecer. De modo inverso, o CAD 3D é uma tecnologia diferente e relativamente nova capaz de oferecer ainda mais benefícios a todos que trabalham em uma empresa de manufatura e na sua cadeia de fornecimento colaborativa. A adoção do modelamento de sólidos 3D permite que a empresa faça alterações no projeto com mais rapidez e menos erros do que com o CAD 2D. Depois que uma alteração de projeto é feita a um modelo de sólido, todas as vistas, dimensões e anotações do desenho são atualizadas automaticamente. Assim, o projetista nunca precisa desenhar manualmente outra vez uma seção, detalhe ou vista isométrica, reduzindo drasticamente a possibilidade de erros. Ao contrário das técnicas 2D, os métodos de projeto de modelamento de sólidos permite que os engenheiros produzam desenhos com muito mais rapidez. Além disso, os modelos de sólidos facilitam muito a comunicação da intenção do projeto na empresa toda. Um modelo 3D exato, com todos os seus dados de engenharia não geométricos associados, torna-se um produto digital completo para revisões, análise, aquisição e produção do projeto. Sua forma é imediatamente utilizável pela equipe envolvida no desenvolvimento do produto, tanto técnica como não técnica, tornando-a infinitamente mais valiosa para a empresa do que seus dados 2D legados. Apesar disso, muitas empresas possuem uma grande quantidade de capital intelectual atrelado a seus sistemas 2D - desde os desenhos reais até o conhecimento de seus projetistas - o que muitas vezes contribui para deixá-las hesitantes no que se refere à transição para 3D. Nessas empresas, a diretoria pode temer não ser capaz de usar seus dados de projeto antigos de maneira eficiente e que 14 Implementar um sistema CAD 3D no Intertape Polymer Group (IPG), fabricante de plástico poliolefinas especializado e produtos e sistemas de empacotamento de papel, reduziu o tempo de desenvolvimento em 10%, os custos de desenvolvimento em 35%, o número de erros em 50% e a necessidade de retrabalho em 75%. será necessário um treinamento complexo sobre os novos sistemas. Outro receio é ter que reorganizar os processos nos quais os desenhos 2D se baseavam no passado. Algumas dessas preocupações são reais. Os projetistas precisarão de treinamento nos novos sistemas, sua produtividade nesses novos sistemas inicialmente não será igual à produtividade que tinham no sistema 2D e alguns processos serão alterados. Entretanto, a maioria dos sistemas CAD 3D não permite a importação de dados 2D. Por essa razão, o investimento da empresa nos dados 2D legados não será perdido como resultado da implementação. Para essas empresas, um caminho mais seguro para o 3D seria um sistema de projeto de transição 2D/3D, que emprega o projeto 3D para novos projetos ao mesmo tempo em que mantém o processo 2D para alterações de projeto. Dessa forma, os projetos não serão interrompidos, a transição poderá acontecer em um período mais longo e os projetistas terão tempo de receber um treinamento apropriado. ▼ Mitos x Realidade Vamos analisar algumas das objeções comuns feitas pela diretoria sempre que se considera a mudança do CAD 2D para o 3D. estimulados a assegurarem seus trabalhos no futuro em uma indústria de manufatura hoje incerta - mais engenheiros seguirão o mesmo caminho. Mito: É muito caro. Mito: Os engenheiros seniores não entendem projetos 3D. Na realidade, todos vivemos em um mundo 3D e temos um senso inato de como navegar nele. Os desenvolvedores de sistemas CAD 3D trabalharam com afinco para criar não apenas as interfaces intuitivas com o usuário, mas também estruturas de trabalho lógicas para o projeto de modelos 3D. Como resultado, os engenheiros aprenderão com facilidade tudo sobre esses sistemas. Apesar disso, devemos assumir que a maioria dos engenheiros com mais de 30 anos aprendeu as matérias de engenharia no mundo 2D. Esses engenheiros - muitos agora engenheiros e projetistas de nível sênior - foram treinados em 2D, usando sistemas de CAD ou baseados em desenho. A boa notícia é que esses mesmos engenheiros também entenderam em primeira mão as fraquezas inerentes do 2D. Conseqüentemente, muitos reconhecerão facilmente as áreas nas quais os métodos 3D superam a tecnologia 2D. Enquanto alguns projetistas ainda resistem a aprenderem o 3D, insistindo que ainda são produtivos nos métodos 2D, muitos verão essa alteração como uma oportunidade de aperfeiçoarem suas habilidades e se dedicarão integralmente ao treinamento de 3D. Na verdade, muitos desses engenheiros pró-ativos talvez já tenham participado de algum curso de projeto 3D via tutoriais, guias on-line ou seminários VAR como uma maneira de garantir um futuro seguro em seu trabalho. Muitas vezes chamados de “primeiros seguidores”, esses engenheiros e projetistas deveriam ser os primeiros a serem treinados em CAD 3D. Depois de verificar os ganhos em produtividade alcançados pelo grupo de primeiros seguidores - ou talvez 15 Quando questionado pela diretoria sobre os altos custos envolvidos nessa alteração, sua resposta deve ser: “Sim”. Entretanto, essa é também sua primeira oportunidade de começar a destacar o seguinte: a economia de trabalho e os benefícios gerados pelo novo sistema no final trarão um sólido retorno para o investimento feito pela empresa. Falaremos sobre isso mais adiante, mas antes vamos dar uma olhada nos custos específicos. Uma maneira de evitar o desastre e as discussões pelo caminho é ser totalmente honesto com a diretoria desde o início. Informe com antecedência os custos exatos de software, hardware, treinamento e o tempo adicional necessário para uma implementação 3D. Depois de discutir os custos, avalie qual será a economia de trabalho projetada assim que o sistema estiver pronto e em execução. A economia de trabalho, em conjunto com as economias geradas por um número reduzido de protótipos físicos, pode rapidamente - muitas vezes já no primeiro ano - pagar os custos iniciais da implementação. Vamos especificar os custos específicos de uma implementação. Primeiro, há o custo real do software, assim como do software integrado de terceiros. Felizmente, o custo de sistemas CAD 3D caiu significativamente desde o seu surgimento, em parte por causa da onda de produtos CAD de médio alcance, que ajudaram a baixar os custos enquanto competiam com os pacotes muito especializados em termos de funcionalidade. Segundo a Daratech, empresa de pesquisa de mercado, esses pacotes CAD 3D de médio alcance e com um valor mais atraente - consideradas como tendo 80% da funcionalidade a 20% do preço - agora oferecem quase 90% da funcionalidade e, em muitos casos, a até 50% do preço dos pacotes altamente especializados. Muito provavelmente, haverá também exigências maiores de hardware, apesar de esses custos serem de alguma forma mitigados nos últimos anos, já que os preços dos PCs baseados em Windows ® O treinamento de CAD 3D para engenheiros deve ser concebido individualmente, uma vez que os conjuntos de habilidades, conhecimentos e modos de aprendizado podem variar muito. As opções incluem o treinamento tradicional, tutoriais, seminários VAR, grupos de usuários e manuais on-line. Enquanto o CAD 2D pode ser uma maneira eficiente de criar desenhos de produto, o CAD 3D aumenta a eficiência ao acelerar qualquer atividade e ao otimizar os projetos através da remoção de muitas fontes potenciais de imprecisões e erros. Além disso, os benefícios do CAD 3D serão vistos não só no departamento de engenharia, mas também por toda a empresa. A transição para o projeto 3D terá um impacto significativo em áreas como qualidade, custos de garantia, manufatura e conjunto, assim como em vendas e marketing. Para contornar essa objeção, aponte as áreas onde o CAD 3D poderá resolver problemas atuais de modo mais eficiente e, no processo, diminuir o tempo de processos existentes para que ele se pague. Para quantificar esse argumento, faça uma lista de todas as maneiras nas quais o CAD 3D poderia aperfeiçoar os processos atuais e então calcule - tanto em trabalho como em tempo - a economia de tempo associada a cada um. Apesar disso ser uma maneira de quantificar os benefícios do CAD 3D, a economia real irá, por fim, resultar em produtos com uma qualidade superior projetados e manufaturados mais rapidamente. Algumas empresas argumentarão que a tecnologia de modelamento de sólidos 3D é uma vantagem competitiva apenas para as empresas que projetam e fabricam peças e conjuntos complexos. A verdade é que tal fabricante - mesmo aqueles projetam produtos relativamente simples - ganhará uma vantagem competitiva ao projetar e fabricar os melhores produtos com mais rapidez. ▼ despencaram. Outras despesas com hardware podem resultar da necessidade de placas gráficas aceleradoras 3D. Também haverá custos associados ao treinamento de engenheiros em sistemas de projeto 3D, o que pode ser medido tanto monetariamente como em perda de homens-hora. Mito: O 2D trabalha por nós. Por que devemos mudar? Apesar dos custos iniciais serem significativos, talvez a melhor maneira de vencer as objeções sobre os custos seja apontar que a transição da empresa para o CAD 3D é um investimento no futuro e uma forma de se preparar para enfrentar a concorrência nos próximos anos. A migração para o CAD 3D terá impactos de longo prazo nas vendas e nos custos, permitindo que as empresas criem produtos melhores em ciclos de projetos menores com menos desperdício de tempo e de materiais. 16 Como escolher o projeto certo e as pessoas certas Talvez seja difícil para algumas empresas pararem abruptamente de usar o 2D e mudarem completamente para 3D em todos os projetos. Os gerentes de engenharia precisam avaliar com cuidado qual projeto e quais pessoas podem começar a usar o CAD 3D. A melhor maneira de começar uma implementação 3D é com um projeto piloto, para garantir que as decisões tomadas durante os primeiros estágios sejam bem pensadas. Os projetos piloto podem ser feitos com grupos pequenos e concentrados, que testem os processos de implementação, de documentação e de treinamento em um ambiente menor e mais controlado. Eles também permitem que a equipe faça pequenos ajustes ou alterações aos processos à medida que são estabelecidos. É essencial para o sucesso de uma implementação 3D escolher a hora e a tarefa exata em que se deve experimentar o CAD 3D. Não é razoável usar a tecnologia 3D em projetos que sejam meras modificações de sistemas existentes, nos quais apenas algumas áreas do projeto precisam de alterações. Uma metodologia melhor seria manter os dados legados em 2D e esperar para utilizar o 3D até o surgimento de um novo projeto. Os projetos piloto devem ser projetos menores facilmente gerenciáveis e possuem um risco relativamente baixo. Depois de concluir o programa piloto, é importante que os líderes de equipe de engenharia conduzam uma avaliação posterior ao projeto com toda a equipe de projeto Depois de implementar um novo sistema CAD 3D na empresa toda, a ECCO, fabricante de alarmes de backup para caminhões e equipamentos pesados, aumentou sua receita ao lançar uma nova linha de produtos configuráveis, cortou seu ciclo de projeto em 40%, reduziu as sobras em 5 a 10% e atingiu níveis mais altos de colaboração, comunicação e eficiência. para a avaliação do que funcionou ou não, e para determinar as melhores maneiras de aprimorar esses processos. Para evitar a sobrecarga e desorganização dos projetistas, os gerentes de engenharia também devem tentar uma implementação passo a passo que apresente lentamente os métodos de modelamento 3D, dependendo da tarefa e dos vários níveis de habilidade dos usuários individuais. Nesse ponto, o gerente deve analisar honestamente quais engenheiros são qualificados e motivados o suficiente para fazer a primeira transição para 3D. Talvez seja exigido desses engenheiros um treinamento adicional e possivelmente trabalho extra, portanto os gerentes devem ser realistas e honestos em suas expectativas quanto aos primeiros seguidores. Esses engenheiros e projetistas provavelmente se tornarão os heróis do projeto e serão mentores de outros usuários durante sua transição - aqueles que os outros engenheiros procurarão quando tiverem problemas ou perguntas. Uma maneira de encorajar tais mentores é oferecer prêmios simples pelo reconhecimento de seu esforço. Mesmo que esses prêmios não sejam muito elaborados, eles são uma maneira importante de reconhecimento aos esforços extraordinários dos funcionários que são cruciais ao sucesso de uma implementação. Para determinar quem estará em uma equipe de projeto piloto, assim como que tipo de treinamento será o mais apropriado para os usuários, um gerente deve fazer várias perguntas: Eles possuem experiência em CAD 3D? Eles serão usuários “avançados”? Eles precisarão trabalhar com conjuntos e peças complexas? Eles precisarão importar geometria de outros sistemas? Outro componente crítico de qualquer implementação de tecnologia de sucesso é o treinamento. Como todos os engenheiros possuem conjuntos de habilidades e modos de aprendizado diferentes, o treinamento deve ser feito sob medida. Não existe algo como “uma aula que serve para todos”. Várias opções educacionais estão 17 disponíveis, incluindo as aulas de treinamento tradicionais, tutoriais, seminários VAR, grupos de usuários e manuais on-line. Antes que cada engenheiro participe de um treinamento completo, é fundamental fazer uma avaliação preliminar das técnicas 3D para evitar qualquer perda de tempo quando começar o treinamento formal. A perspectiva do gerente: Todd Mansfield, chefe da equipe de Engenharia de Sistemas, ECCO A ECCO é o maior fabricante mundial de alarmes de backup e de luzes âmbar de alerta para veículos comerciais. Com a transição do AutoCAD para um sistema de modelamento de sólidos 3D, além de ganhar em eficiência, a empresa aprimorou as suas formas de colaboração e comunicação, diminuiu o ciclo de projetos em 40% e reduziu o desperdício em 5 a 10%. Todd Mansfield, chefe da equipe de Engenharia de Sistemas, conta como a ECCO superou as barreiras culturais no processo de implementação. Eles dizem “Sempre fiz isso dessa maneira e não quero mudar”. Você diz: “E se eu puder mostrar como você pode tirar toda essa carga administrativa das suas costas? Em vez de passar o dia inteiro criando desenhos que são apenas subprodutos do projeto 3D, você poderá passar seu tempo fazendo o que aprendeu na faculdade e o que gosta de fazer - projetos de verdade”. Mas se puder associar-se a eles e garantir que essa é a forma de se manter competitivo, provavelmente fará com que eles esqueçam o medo. É um navio enorme e cada mudança de rumo é feita lentamente. Mas uma vez que comece a mudar, subitamente será como uma sorte inesperada para você. P: Como a sua empresa começou a implementação? R: Diria que há duas maneiras de analisar esta questão: Quem são as pessoas mais abertas? Quais são as áreas que mais precisam dessa tecnologia? Você pode ter alguém muito pró-ativo, mas que realmente não apresenta quaisquer problemas que estejam custando o tempo e o dinheiro da empresa. De modo inverso, pode haver alguém não tão próativo, mas que esteja em uma situação que poderá afetar a produtividade caso se não for corrigida. R: Apesar de exaustivo, definimos uma data limite para que depois dela todos os trabalhos - tanto novos como existentes - passassem a ser feitos em 3D. Tínhamos uma pilha imensa de desenhos criados no AutoCAD. Foi doloroso, pois no início, alterações que eram feitas em cinco minutos, às vezes levavam algumas horas. Mas se você não estabelecer uma data definitiva de mudança, ficará entre os dois sistemas para sempre. Inicialmente, haverá algum sofrimento, mas as recompensas compensarão o sofrimento. No ano passado, tivemos um aumento de 42% no número de documentos criados e revisados. P: Como você motiva o engenheiro que está hesitante em mudar para o 3D? P: Qual a importância da adesão da diretoria para garantir o êxito de uma implementação? R: Se você analisar as pessoas que mais criticam a implementação de novas tecnologias, observará que geralmente tratam-se de funcionários mais antigos e atrelados a sistemas que talvez eles mesmos tenham configurado. Assim, eles têm uma sensação real de propriedade sobre aqueles sistemas antigos e obsoletos. Se conseguir ir atrás deles inicialmente, mudar suas opiniões e colocá- R: É fundamental. É a questão número um. Se você não contar com isso, não terá a autoridade nem a autenticidade naquilo que estiver fazendo. Se a diretoria não compartilhar da sua visão, você estará perdido. Você precisa implementar isso com a anuência da diretoria executiva. P: Como você identificou quais engenheiros deveriam mudar primeiro para o 3D? 18 los em uma posição pró-ativa, ganhará de repente um valioso recurso. Você terá transformado seus maiores críticos em seus melhores advogados, e isso simplesmente altera toda a cara da implementação. P: Qual a importância de executar algum tipo de estudo avançado de ROI (retorno sobre o investimento) durante a transição do desenvolvimento de produtos para 3D? R: É sem dúvida muito importante. O ROI pode ser facilmente calculado e é fundamental, mas acho que é realmente secundário em comparação a apontar quais são exatamente os seus problemas. Você pode achar que sabe quais são os seus problemas; mas se fizesse alguma análise, veria que eles podem ser diferentes. Se você não sabe onde está ou para onde vai, qualquer estrada o levará para lá. Até definir seus problemas, você não sabe quais serão as possíveis soluções. Nós tomamos a decisão de mudar para o 3D por causa de nosso negócio, porque os clientes estavam esperando aquele nível de modelamento. Muitos de nossos clientes hoje não aceitariam um desenho 2D. Eles querem geometria de sólidos, assim como arquivos IGES e STEP, resultados que só a tecnologia 3D pode oferecer. Você não pode esquecer que mudar para o sistema 3D nos dias de hoje é uma estratégia comercial. Ele projeta sua competência técnica. Hoje, o 3D não é mais algo que apenas os maiores e melhores fazem. Se você estiver jogando golfe, está usando 3D. Você não joga mais para fazer um birdie; é um golfe para fazer par, visando o bogey, porque as coisas estão se movendo rapidamente. Uma vez que opte por uma estratégia comercial, você sacará o seu talão de cheques e perguntará: “qual será o custo para chegarmos lá?” Você sabe que levará tempo e dinheiro, mas você o fará. Depois de concluído, você estará muito feliz em ter tomado essa decisão. Perspectiva do usuário: Jeff Hallgren, analista de software de sistemas de engenharia, Paper Converting Machine Company (PCMC) A PCMC é um fabricante global de equipamentos de conversão de papel desde 1919. Vamos conversar com Jeff Hallgren, analista de software de sistemas de engenharia, para saber como a empresa fez a transição do CAD 2D para o 3D. 19 Ao implementar um sistema de projeto 3D, a JK Mold, um dos líderes no fornecimento de moldes complexos e de ponta para peças de plástico moldado por injeção e moldes de fundição de zinco e alumínio, reduziu seu ciclo de projeto de moldes em 50%, aumentou sua capacidade de importação e exportação de vários formatos de dados, melhorou a comunicação do projeto com os clientes e aperfeiçoou sua capacidade de análise dos moldes. P: Como você identificou quais engenheiros deveriam mudar primeiro para o 3D? R: Normalmente você pensa em começar com os engenheiros que atuam na área de desenvolvimento de produtos novos. Eles são aqueles que tipicamente começam com uma folha de papel em branco. Geralmente eles são aqueles profissionais audaciosos, mais inovadores e sempre prontos para aceitarem novos desafios. Tipicamente, eles também têm mais tempo, ao contrário do engenheiro que trabalha em um ambiente ETO (engineered-to-order), que tem entre apenas alguns dias ou apenas alguns meses para executarem as tarefas. A transição deles deve ser feita de forma diferente daquela aplicada à equipe de desenvolvimento de produtos novos. Além disso, o grupo de desenvolvimento de produtos novos normalmente pode encaixar tempo para fazer esses testes e os prejuízos em matéria de produtividade não são tão grandes. P: Qual a importância do apoio da diretoria nessa transição? R: É fundamental. Se a diretoria não orientar a transição, ela estará fadada ao fracasso. Você precisa realmente convencer a diretoria dos benefícios e também ter a certeza que eles entenderam quanto tempo isso levará e quais são as ramificações. A diretoria precisa entender que não existe um botão mágico. Não há interruptor de luz que você possa ligar: um dia você está em um sistema 2D e no dia seguinte todo mundo já está trabalhando com eficiência total no sistema novo. Você realmente precisa convencê-los de que esse não é um processo do dia para noite, que os benefícios são reais e tangíveis e estão lá no final. Mas você não deseja ir tão rápido nem arrastar o processo por muito tempo. P: Você deve executar algum tipo de estudo de ROI (Retorno sobre o investimento) na mudança para o projeto 3D? R: É necessário fazer a pesquisa. Envolva uma revenda (VAR) para que ela faça o trabalho externo para você e obtenha muitas referências de empresas que já fizeram a transição. Vá conversar com eles e pergunte: “Mas como isso ajudará a empresa?” É importante olhar para o ROI não apenas do ponto de vista da engenharia, mas também como uma ferramenta completa para a organização, porque ela terá impacto em toda a empresa. Tipicamente, o ROI não vem apenas da engenharia. Na verdade, algumas vezes você acerta os custos ao mudar para 3D no grupo de engenharia. Os benefícios reais e tangíveis são vistos na qualidade, custos de garantia, diminuição do retrabalho na fábrica. Isso irá melhorar o processo de fabricação e o processo de montagem, porque agora você pode criar essas vistas ampliadas, e-drawings e animações que serão usadas na fábrica pelos responsáveis pelo trabalho de montagem. Eles terão meios de entender melhor sobre o projeto. Uma avaliação financeira precisa ser feita antes da mudança de qualquer grupo de engenharia para uma nova plataforma MCAD. Isso é particularmente verdadeiro no caso da tecnologia 3D. Quando 20 estiver avaliando os elementos de custo da mudança para 3D, todos os aspectos da migração devem ser analisados para que um “custo total de propriedade” muito bem pensado seja obtido. Financeiramente, isso inclui os custos associados ao desenvolvimento da infra-estrutura necessária (treinamento, suporte de VAR, criação de biblioteca padrão, melhores práticas ou práticas padrão), software PLM, software de análise de engenharia (FEA, análise de movimento), software CAM de manufatura e atualizações freqüentes nas estações de trabalho dos usuários para garantir o melhor desempenho. Adicionalmente, os custos devem incluir a conversão de dados legados. Um ROI sólido pode ser extremamente difícil de obter, porque alguns dos intangíveis não se relacionam diretamente ao retorno fiscal. Os benefícios do modelamento 3D são muito mais abrangentes do que se for usada apenas como uma ferramenta de projeto de uso exclusivo da engenharia. As empresas que não migrarem para um sistema 3D nos próximos três anos serão deixadas para trás e colocadas em uma posição em que estarão em extrema desvantagem em relação a seus concorrentes. Quatro benefícios evidentes do modelamento 3D reconhecidos pela PCMC foram a maior eficiência no projeto, maior qualidade no projeto, ciclo menor de desenvolvimento e maior eficiência na montagem. Nos completamos um ROI projetado com base em uma análise de sensibilidade, que avaliou o impacto no fluxo de trabalho corporativo resultante da migração para o modelamento 3D. Apesar do ROI ter sido previsto, o projeto de modelamento 3D foi realmente avaliado/vendido com base no custo total de propriedade e pelo fato de que, como empresa, a PCMC não poderia parar a migração antes de sua conclusão. P: Como você determinou qual seria o projeto a ser usado como programa piloto? R: Eu recomendo muito, muito uma metodologia dividida em etapas. É melhor gerenciá-lo através do desenvolvimento de produtos novos ou de produtos que estarão no mercado por um tempo. À medida que a conversão de tipo legado for caminhando, você precisa identificar quais são os produtos em que mais trabalha. Não se preocupe com os produtos pequenos e obscuros. Você precisa avaliar que produtos serão viáveis para a empresa no próximo ano, e nos próximos dois ou cinco anos. Não há vantagens em converter uma linha de produtos que não vende. moviam entre cada etapa: fossem eles análise do fluxo de gás, como a CFD, análise estrutural ou uma etapa da ilustração, onde eles tinham que fazer ilustrações e remodelamentos quando estavam programando à mão em CNC. P: Quais foram os fatores importantes para sua empresa na hora de escolher o sistema CAD 3D certo? R: Havia um grupo de projeto piloto com apenas algumas licenças envolvido na criação de ferramentas, equipamento de processos e fabricação. Porém, eles estavam apenas reunidos e não contavam com qualquer tipo de rede ou suporte. Agora nós colocamos os recursos da empresa à disposição para apoiar esses esforços e estendemos os padrões da empresa. Assim, o projeto piloto foi um tipo de estudo de caso para provar à empresa que tudo funcionava. Depois fomos até o grupo de P&D, que possui uma diversidade muito maior de CAD. São os casos mais complicados. Mas como eles também foram isolados, pude trabalhar com eles originalmente sem causar impacto no resto da empresa. R: Procuramos por desempenho em conjuntos complexos, gerenciamento de configuração, facilidade de uso e o suporte da empresa. Qual empresa é a líder? Como está a saúde financeira da empresa? Quando você estiver fazendo a avaliação, perceba que cada um desses sistemas crescerá e que a tecnologia está mudando com muita rapidez, portanto veja qual organização está respondendo melhor às necessidades de seus clientes. Perspectiva do usuário: Alan Larsen, analista de engenharia para TI na Autoliv Asp, Inc. 21 P: Como você determinou qual seria o projeto a ser usado como programa piloto? P: Esses primeiros usuários ajudaram na transição dos outros usuários? A Autoliv Asp, Inc., subsidiária da Autoliv Inc., é um fabricante global de sistemas de segurança para automóveis. A empresa começou a trilhar o caminho para a implementação de 3D em 1998. Apesar de ainda não estar concluída, vamos saber com o analista de engenharia Alan Larsen como eles deram início à implementação e como venceram a resistência inicial à tecnologia 3D. R: Na verdade, não. Nosso projeto piloto foi usado fundamentalmente para remover uma barreira na empresa. A partir dele, entretanto, criamos padrões da empresa que fundamentaram o que estávamos fazendo, o que foi um passo significativo na tentativa de estender o projeto para toda a empresa. P: Como você identificou quais engenheiros deveriam mudar primeiro para o 3D? P: Como vocês ganharam o apoio da diretoria para essa transição? R: Escolhemos as pessoas que dependem de ações rápidas, como aquelas que desenvolvem produtos novos e precisam atuar com rapidez. Eu fazia parte desse grupo. Quando percebemos as vantagens que teríamos, passamos a pensar como conduziríamos o processo. Aí saímos em campo e encontramos engenheiros que utilizam processos repetidos em 2D ou 3D, e remodelamos à medida que eles se R: Escolhi minhas batalhas com muito cuidado. Procuramos por áreas nas quais haveria mais problemas, onde estaríamos nos livrando dos processos de trabalho. Isso não é difícil de definir para a diretoria. Você diz: “Essa etapa não será mais necessária amanhã” e eles vêem imediatamente o valor que há nisso. Quando você tenta dizer a eles que isso é melhor, sempre há alguém que questionará tudo o que disser. Não queríamos que isso virasse nada além de uma objeção. Mesmo que não tenham entendido todo o processo, eles compreenderam o essencial naquele momento. Agora voltaremos para reeducá-los. Acabamos a fase um, então o que nos aguarda na fase dois? Eles realmente não conseguem digerir em uma mordida, então tem que ser um processo contínuo. P: Vocês já concluíram a implementação da tecnologia 3D? R: Não. Ainda falta quase um ano. Começamos a mudar para 3D em 1998, mas a empresa não apoiou totalmente a iniciativa. Foi uma iniciativa “clandestina”. É importante transformá-la em uma iniciativa coletiva em vez de algo clandestino. Agora conseguimos torná-la visível para a diretoria: uma solução que dispensa soluções redundantes. 22 Como remover os obstáculos à implementação: Considerações sobre o hardware CAPÍTULO 3 >> Quando a empresa decide mergulhar no mundo de projetos 3D, vários problemas técnicos devem ser resolvidos. Os sistemas de computador onde você executava o software de projeto 2D não têm como atender o aumento de demandas da tecnologia 3D. Além disso, depois que os computadores e seus subsistemas relacionados forem adquiridos, um plano de atualização sólido deve ser implementado para garantir uma produtividade contínua no futuro. As empresas que estão mudando para o 3D precisam ser cuidadosas ao especificarem todos os componentes de hardware necessários para atender o aumento de demandas associado à tecnologia pelo 3D. Você precisa selecionar computadores poderosos e fáceis de atualizar que tenham bastante memória (RAM), espaço em disco rígido suficiente para atender o aumento da necessidade de armazenamento de arquivos, uma 23 placa gráfica 3D de qualidade profissional e driver correspondente, uma rede estável e, se possível, um servidor dedicado às necessidades de engenharia. ▼ Um erro comum que as empresas encontram quando embarcam em uma implementação 3D é pensarem que eles poderão executar sistemas CAD 3D em seu hardware atual. Todd Majeski, presidente da 3DVision Technologies, um revendedor de valor agregado (VAR) de sistemas CAD 3D sediado em Ohio, EUA, diz: “O erro mais comum são pessoas que acreditam que seu hardware atual será suficiente apenas para começar no 3D. Elas carregam o software e ele é executado de forma precária. Elas constatam que terão mais gastos e ficam realmente chateadas. Isso normalmente vem da diretoria, que não está 100% comprometida com essa mudança e tenta economizar dinheiro aqui e ali”. O que há por trás da implementação? O modelamento de sólidos exige muito mais recursos tecnológicos do que o sistema 2D. No passado, o software CAD, por usar recursos gráficos e computacionais intensivamente, exigia investimentos altos em estações de trabalho UNIX. ® Empresas inteiras, como a Computervision e a Intergraph Corporation, foram fundadas com o objetivo de fornecer plataformas de hardware poderosas o bastante para executarem programas de software de CAD. Mesmo a Sun Microsystems, Inc., hoje o maior fornecedor de sistemas do mundo, iniciou suas operações fornecendo estações de trabalho técnicas para a comunidade CAD. Os sistemas CAD 3D de hoje são executados em poderosos PCs com Windows ® às vezes chamadas de “estações de trabalho CAD”. Essas são boas notícias para as empresas de manufatura que estão atualizando para 3D. Mais uma boa notícia é que a concorrência acirrada durante anos entre os fornecedores de chips, a Intel Corporation e a AMD, reduziu significativamente o preço de seus respectivos chipsets e, conseqüentemente, os preços dos PCs. Uma estação de trabalho de boa qualidade e capaz de executar sistemas CAD 3D, poderá custar entre US$ 2.000 a US$ 3.000, sem o monitor. Os fatores que poderiam aumentar o preço incluem a adição de mais memória ou a necessidade de uma placa gráfica 3D de alta resolução. Na maioria dos casos, o desempenho do sistema é proporcional à velocidade do processador da CPU do PC, apesar disso estar longe de ser o único fator para um bom desempenho. A maioria dos sistemas CAD será bem executada em sistemas baseados em Intel Pentium ® 4 ou Xeon™, ou nos chips AMD Opteron™ que executam o Windows 2000 Professional ou o Windows XP Professional (32 bits). Uma vantagem de desempenho do Windows XP Professional é o modo 3GB, que não está disponível no Windows 2000. Recentemente, a Microsoft apresentou o sistema operacional Windows XP Professional de 64 bits, que beneficiará bastante os engenheiros que trabalham em CAD 3D. ▼ Outro fator a ser considerado é o tamanho do cache do computador. Uma CPU com um cache de 2MB oferecerá um desempenho melhor do que uma com apenas 1MB. Para avaliar melhor os sistemas disponíveis, você poderá executar testes de desempenho com modelos reais ou verificar os resultados de testes de desempenho padrão em sistemas que executaram vários sistemas CAD 3D em http://www.spec.org/gpc. Qual a quantidade de memória necessária? A memória é um dos componentes mais importantes a serem considerados, uma vez que os sistemas CAD 3D consomem muita memória. Quando um sistema que está executando CAD 3D 24 fica sem memória, você experimentará um declínio significativo no desempenho, devido ao fato de que os tempos de acesso ao disco rígido serão infinitamente mais lentos do que os tempos de acesso à memória. Como saber qual a quantidade de memória necessária? A resposta para essa pergunta depende muito dos conjuntos de dados que estão sendo carregados e do número de programas que serão executados simultaneamente. A maioria dos sistemas CAD exige um mínimo de 512 MB de RAM, apesar de que, para quase todos os engenheiros que trabalham com CAD 3D, isso não será o suficiente. Se você for executar vários programas ou trabalhar com conjuntos grandes, a RAM recomendada sobe para 1 GB ou mais. “A primeira coisa que digo aos meus clientes é que eles vão precisar de mais RAM do que eles ou do que o seu departamento de TI acham que será necessário”, diz Jeffrey Setzer, gerente de Serviços Técnicos da Graphics Systems Corporation, uma revenda (VAR) de sistemas CAD 3D sediada em Wisconsin, EUA. “Recomendo que eles comecem de 1 GB de RAM para cima, dependendo da complexidade de seus modelos de peças individuais ou do tamanho dos modelos de seus conjuntos”. Para testar a quantidade de RAM necessária, teste o software com conjuntos de dados reais. Para ter uma idéia mais precisa, inicie o sistema CAD 3D junto com outros aplicativos que normalmente você executaria em seu sistema. Você pode controlar e relatar a memória utilizada no Monitor do Sistema de Desempenho do Windows. Tenha em mente que quanto maior a complexidade dos modelos desenvolvidos aumentar, maior será a demanda por memória. Felizmente, as atualizações de memória tornaram-se muito acessíveis. Entretanto, você precisa prever a necessidade de futuras atualizações de memória. Uma boa prática seria dobrar a RAM das estações de trabalho CAD a cada três anos. A importância do sistema de redes Enquanto a velocidade de processamento da CPU é essencial, não se esqueça da importância de uma rede estável, onde os gargalos podem paralisar a produtividade. Negligenciar a rede é o maior erro que as empresas fazem quando implementam um sistema CAD 3D, de acordo com Lutz Feldman, diretor de marketing da SolidLine AG. Com sede na Alemanha, a empresa é uma revenda (VAR) de sistemas CAD 3D. “Na maioria dos casos, os clientes tendem a se concentrar nas estações de trabalho”, diz Feldman. “Mas o desempenho da rede é ainda mais importante. Pela nossa experiência, descobrimos que o maior gargalo está ali. O desempenho é crucial nessa área para todos os componentes, entre eles placas de rede, roteadores e switches”. Na implementação de um CAD 3D, Feldman acredita que uma boa rede é o componente mais importante a ser considerado. A presença de um servidor de engenharia dedicado ao uso dos engenheiros é outro fator essencial. Na 3DVision Technologies, Majeski observa que uma das primeiras perguntas que ele faz às empresas que estão mudando para o 3D é se haverá ou não um servidor dedicado à engenharia. “Se a resposta for não, para nós isso acende um sinal vermelho”, diz Majeski. “Explicamos que será necessário obter um servidor de engenharia se 25 pretendem trabalhar em um ambiente colaborativo, especialmente se os conjuntos de dados forem grandes. Diria que em 80% dos casos, as empresas possuem um servidor de engenharia. Para os 20% das empresas que ainda estão em uma grande rede, os conjuntos de dados se tornarão um gargalo. Eles nos ligarão para reclamar que o sistema CAD está lento, e quase sempre esse será o problema”. Outro erro comum é ignorar o servidor quando chega a hora da atualização. As empresas geralmente definem um prazo para atualizar as estações de trabalho dos engenheiros, mas esquecem do servidor, mesmo que um servidor ultrapassado diminua significativamente o desempenho dos sistemas de todos. ▼ ▼ Os usuários que possuem modelos muito complexos ou juntam peças em um conjunto podem achar que já estão chegando no limite do sistema operacional de 32 bits. Se a sua máquina tiver 4 GB de memória e essa condição for alcançada, você verá com freqüência uma “tela azul” ou um erro de “falta de memória”. Esses usuários precisarão instalar o sistema operacional Windows XP Professional de 64 bits e atualizar o aplicativo CAD 3D para 64 bits. O poder das placas gráficas on-board Mesmo com o computador mais rápido disponível, uma placa gráfica inadequada pode levar a taxas de atualização muito baixas e um comportamento de tela intermitente. Para exibir geometria na tela, os aplicativos 3D mais atuais usam placas OpenGL (desenvolvido pela SGI) ou DirectX ® (desenvolvido pela Microsoft). Pense em OpenGL e DirectX como APIs, que os aplicativos, como os programas CAD, usam para colocar “chamadas” com o intuito de exibir a geometria. As placas gráficas padrão e as profissionais têm suporte para OpenGL e DirectX. Entretanto, Os fornecedores de software testam cada uma das placas gráficas profissionais e drivers para verificar quais funcionam corretamente com o seu software. Os testes verificam se há problemas, tais como erros de tela e suporte para monitores duais. Os fornecedores listam as placas e drivers compatíveis nos seus sites da Web. Se você adquirir uma placa gráfica 3D e um driver, confirme se ela é certificada pelo fornecedor de CAD. Quando você escolhe uma placa gráfica, dois fatores importantes que devem ser consideradas são a sua unidade de processamento gráfico (GPU) e o driver de software que utiliza a unidade. O barramento entre a CPU e a placa gráfica é outra consideração importante. O barramento PCI Express oferece a um computador uma linha bidirecional para a comunicação com a placa gráfica, aperfeiçoando a visualização e a velocidade das imagens gráficas do computador. Com um caminho livre para a CPU e para a memória do sistema, o PCI Express oferece uma maneira muito mais rápida e eficiente para um computador obter as informações necessárias para processar gráficos complexos. Algumas placas gráficas 3D profissionais também oferecem drivers otimizados que funcionam com certos aplicativos profissionais. Os tipos de projeto que você desenvolve são os melhores indicadores para determinar o tipo de placa gráfica ideal. Se estiver criando conjuntos relativamente pequenos em seu sistema CAD 3D, uma placa de boa qualidade compatível com o seu aplicativo funcionará bem. Se estiver usando um modelador de superfície para criar uma proteção complexa para o corpo de um carro, por exemplo, precisará de uma placa de alto desempenho para obter as imagens de qualidade exigidas neste caso. 26 Mudanças em futuros sistemas operacionais darão às placas gráficas um papel cada vez mais importante no cenário tecnológico. Com a apresentação do novo sistema operacional da Microsoft, cujo codinome é “Longhorn”, a GPU lidará muito mais com a computação do que nas versões anteriores do Windows, tornando a qualidade das placas gráficas ainda mais essencial. ▼ os usuários de CAD precisam de uma placa gráfica profissional. A principal diferença entre os dois tipos é o driver. Uma placa gráfica profissional oferecerá muito mais comandos aceitos do que uma placa padrão, pois direciona seu processamento real de comandos para a placa, liberando a CPU do computador para suas tarefas principais. Disco rígido: Qual é o espaço suficiente? Ao utilizar os tempos de leitura/escrita rápidos de um disco rígido/controladora, você pode aumentar a taxa em que o software CAD é lido na memória do computador. Discos e controladoras rápidos também otimizam a leitura e a escrita de dados, transformando-os em mais um componente importante. O tipo de disco rígido, a velocidade de rotação e a taxa de transferência de dados afetam o desempenho geral do sistema. Quando for determinar a quantidade de espaço em disco necessária, seja generoso. Calcule quanto espaço você acha que irá precisar pelos próximos três anos e dobre essa quantidade. Você precisará dele. E quanto maior o disco rígido, menor é o custo por megabyte de espaço em disco. Além disso, faça a revisão regular da quantidade de espaço livre em disco disponível nas estações de trabalho CAD. Se houver menos do que 400 MB de espaço livre em disco, podem ocorrer problemas de desempenho. Se o sistema operacional tiver pouco ou nenhum espaço em disco, o sistema pode se tornar instável ou até congelar. O espaço em disco disponível deve ser verificado periodicamente nas unidades de disco locais, no diretório de backup do sistema CAD, no diretório temporário do Windows, no diretório Documentos e Configurações e nas unidades de rede. Se qualquer um desses locais começar a ficar sem espaço disponível, você terá duas opções: adicionar mais espaço em disco ou remover arquivos e/ou aplicativos para liberar espaço adicional. A fragmentação do disco rígido é outro problema que pode afetar o desempenho do seu sistema. Isso ▼ Vários monitores O mercado de monitores tem sofrido algumas mudanças significativas que beneficiaram os setores de CAD e engenharia. A primeira, as placas gráficas e os sistemas operacionais de hoje, como o Windows XP da Microsoft, agora oferecem suporte a monitores duais, o que pode trazer ganhos de produtividade para os engenheiros que trabalham com CAD 3D. A outra mudança foi a queda dos preços dos monitores de tela plana nos últimos anos. Monitores com resolução e desempenho superiores permitem que os engenheiros que trabalham com CAD 3D vejam mais detalhes em seus modelos e no layout do projeto, devido ao estado real da tela adicional oferecida pelos monitores maiores. Além disso, os monitores duais permitem que os engenheiros exibam seus modelos em uma tela, enquanto mantêm os comandos na outra. ▼ acontece quando os arquivos tornam-se dispersos no disco rígido, e assim ele precisará de mais tempo para acessá-los. Se o disco estiver muito fragmentado, haverá várias repetições para desfragmentar seu disco a um nível aceitável. Para evitar a fragmentação, execute regularmente uma manutenção agendada em seu sistema. Parceria com uma VAR Hoje, a revenda de valor agregado (VAR) cumpre uma função essencial na implementação do sistema 3D. Uma VAR eficiente fará quase todo o trabalho externo para um cliente que está implementando uma solução de CAD 3D e ajudará as empresas à medida que elas forem adicionando ferramentas de software integradas de terceiros. As VARs estavam no negócio primordialmente para revenderem o software, porém, seu papel evoluiu. Agora os clientes já contam com o “valor agregado”, que inclui suporte e experiência. Como resultado, as revendas (VARs) não estão simplesmente empurrando as “caixas”, mas desempenhando um papel fundamental na entrega de soluções completas a seus clientes. As revendas (VARs) estarão envolvidas em todas as facetas da implementação 3D: seleção de produtos, integração, treinamento, suporte à implementação e automação. As VARs podem fazer recomendações sobre as necessidades de hardware, assim como solucionar armadilhas potenciais, como problemas de rede, gerenciamento de arquivos e como lidar com dados legados. “Somos muito mais parceiros de nossos clientes do que éramos no passado”, diz Setzer, da Graphics Systems Corporation. “De muitas maneiras, nos tornamos uma ramificação de seus departamentos de TI, uma vez que é cada vez mais difícil separar problemas de software de problemas de rede e de placas. Portanto, ficamos muito mais envolvidos em outras áreas de negócios da empresa. E mais, estamos treinando não só os engenheiros nas novas técnicas em 3D, mas também os profissionais de TI”. O ponto de vista do gerente: Todd Mansfield, chefe de equipe da Engenharia de Sistemas, ECCO P: Qual é a maior mudança de hardware que uma empresa deve prever durante a transição para 3D? R: É preciso um computador muito melhor para executar um sistema 3D do que um que execute um 27 2D. Com o AutoCAD ® você pode escapar disso sem atualizar suas máquinas regularmente. Mas quando você muda para 3D, haverá mais dados para processar e isso exige sistemas mais potentes. Como o custo dos PCs está caindo, isso não será mais uma barreira. Em 2000, para comprar uma boa estação de trabalho CAD você tinha que investir entre US$ 2.000 a US$ 3.000. Hoje, você pode comprar uma estação que executa o software CAD 3D sem problemas por US$ 1.000 ou menos, mesmo com 1 GB de RAM. P: Na sua opinião, quais são os componentes de hardware indispensáveis? R: Todos sempre falam na CPU, mas a memória RAM é definitivamente um dos principais, senão o principal componente a ser considerado. O volume de processamento que essa Memória de Acesso Aleatório (RAM) pode gerenciar é fundamental. Porque quando você utiliza todo o seu limite, ela começará a paginar e utilizar o disco rígido - e então se tornará muito mais lenta. O disco rígido é o outro componente fundamental que os engenheiros de CAD devem levar em conta. Eu recomendaria um disco rígido com um tamanho decente e capaz de armazenar seus arquivos, já que pagora em vez de lidar com arquivos de 250K, você estará lidando com arquivos de 25MB. Esses arquivos 3D são maiores porque obviamente armazenam mais dados. Uma de nossas lentes é um arquivo de 25MB, e essa é apenas uma parte. Apesar da importância desses fatores, na verdade o que importa mesmo é o sistema inteiro. Você precisa de um processador rápido para manipular os dados, um barramento frontal grande para passar as informações, muita memória RAM para que não seja necessário paginar, um disco rígido grande para armazenar todos os arquivos e um disco rígido com RPM alto para pesquisar com rapidez. 28 P: Que alterações as empresas precisam fazer com relação às suas redes? R: A transferência de arquivos será essencial. Em vez de transferir arquivos de 256K, você estará enviando arquivos de 3, 5 ou 7MB pela rede. Portanto, a velocidade e a conectividade da rede são de suma importância. Você deve ter pelo menos uma rede Ethernet 10/100 com bons hubs e switches, porque o tempo que você gastará sentado no computador esperando a chegada dos arquivos está diretamente relacionado à qualidade de sua rede. P: Quais as considerações sobre o servidor da rede devem ser feitas pelas empresas? R: O principal nesse quesito não é apenas o tamanho do servidor, mas também a sua tolerância a falhas. Se o servidor será o seu repositório, você precisa espelhar suas unidades e gravá-las em fitas de backup. Você também vai querer ter um servidor com um desempenho decente. Há dois erros que as empresas cometem no que diz respeito a servidores. Um é assegurar que o seu servidor é bom o suficiente. Tipicamente, as pessoas instalam um servidor e depois nunca o atualizam. Ao contrário do computador, no qual você trabalha diariamente e o dia inteiro, as empresas não se dão conta de que trabalham em um servidor todos os dias também. Já que ele não é visível, eles não percebem a degradação do desempenho com o passar do tempo. Como ele é ignorado, nunca é atualizado. O segundo erro envolve o número de serviços executados em um servidor. As empresas menores terão um ou dois servidores. Neles serão executados serviços DNS, servidores de impressão, antivírus da rede e assim por diante. No final do dia, o tráfego é um fator de preocupação. Portanto um servidor dedicado, se for possível, é importante. Todos aqueles serviços estão ocupando o tempo de CPU. Mais uma vez você não está observando o desempenho do servidor da maneira como deveria. Em nosso caso, a engenharia comprou um servidor dedicado somente ao nosso sistema PDM vault (cofre) e a nossos arquivos de engenharia. É mais complicado para as empresas menores porque os recursos são finitos, mas algumas vezes elas estão realmente dando um tiro no próprio pé. Muitas pessoas não consideram o ROI (retorno sobre o investimento) sobre os custos envolvidos em manter um engenheiro caro sentado e esperando pelos dados. O ponto de vista do gerente: Thad Perkins, diretor da Mechanical Engineering, empresa de máquinas de conversão de papel. P: Qual é a maior mudança de hardware que uma empresa deve prever durante a transição para 3D? R: Aumentar a freqüência na qual você substitui suas máquinas, o que significa ir de um ciclo de dois a três anos para um ciclo de 12 a 18 meses. A longevidade real das próprias estações de trabalho é vital. O poder das estações de trabalho, a quantidade de memória e a placa de vídeo também são importantes. Você precisa fazer uma análise muito cuidadosa para avaliar qual é a melhor configuração para o seu aplicativo. Enquanto nos preparamos para atualizar nossas máquinas, na verdade conduzimos um teste de desempenho fornecido pelo nosso fornecedor de CAD 3D para avaliar as diferentes estações de trabalho e placas de vídeo. Acho que isso é realmente primordial. P: Na sua opinião, quais são os componentes de hardware indispensáveis? R: A RAM é essencial, mas a CPU e a placa de vídeo também são ingredientes fundamentais. P: Que alterações de rede devem ser feitas pelas empresas? R: Você quer que a limitação seja em suas estações de trabalho, não em sua rede. Independentemente de estar trabalhando localmente ou remotamente em outras instalações, você não deseja que sua 29 rede seja o elo fraco. Você também deve considerar quais são as atualizações de hardware necessárias para manter sua rede atualizada e aceitar o sistema CAD. Atualmente, estamos analisando repositórios separados, que nos dariam a capacidade de transferir apenas os dados que foram alterados, em vez de transferir tudo. Estamos tentando tornar nossas operações na Itália mais rápidas. Eles compartilham alguns projetos conosco, portanto precisamos de uma conectividade melhor com eles. Se continuarmos com uma conexão típica, será muito lento. Talvez seja necessário chegar ao extremo de obter uma configuração de servidor idêntica à nossa e transferirmos somente os dados alterados. P: Quais considerações sobre o servidor da rede devem ser feitas pelas empresas? R: O maior problema é a compatibilidade. Você precisa certificar-se de que o servidor é compatível com os sistemas CAD reais - não só o sistema mecânico mas também o sistema elétrico (ECAD) e os sistemas hidráulico, pneumático e de lubrificação (HPL). Como gerenciar dados no mundo 3D CAPÍTULO 4 >> No primeiro capítulo, abordamos os vários benefícios do projeto 3D, entre eles alterações de engenharia com mais rapidez, criação automática de desenhos, reutilização de projetos, bem como mais facilidade na execução e gerenciamento de projetos de conjuntos. Outro subproduto de uma implementação 3D é a enorme quantidade de dados 3D que uma empresa deve gerenciar e compartilhar com outros departamentos, como Manufatura e Compras. Enquanto os sistemas 2D legados produzem um tipo de arquivo de engenharia (desenhos), os sistemas CAD 3D produzem vários tipos de arquivos de engenharia, incluindo arquivos de conjuntos, peças e desenhos. ▼ Os arquivos de peças são normalmente reutilizados em vários desenhos e conjuntos. Portanto, um cuidadoso rastreamento dos relacionamentos entre as peças e seus respectivos conjuntos deve ser mantido para garantirmos um gerenciamento efetivo. Também pode haver a necessidade de associarmos os documentos que não sejam CAD (imagens de produtos, análises e resultados de testes) ao arquivo CAD a partir do qual eles foram criados. Em empresas que estão implementando o CAD 3D em um grupo de trabalho de vários usuários com parceiros da cadeia de suprimentos e clientes que precisam ter acesso aos dados 3D, talvez seja necessário implementar algum tipo de sistema de gerenciamento de dados. Os fatores do gerenciamento de arquivos Um fator importante para o sucesso de qualquer implementação de CAD 3D é um gerenciamento de arquivos eficaz. Nos sistemas de projeto 2D, 30 os próprios engenheiros muitas vezes nomeiam seus arquivos de maneira diferente dos outros usuários. Isso pode funcionar em sistemas 2D, mas é muito provável que leve um ambiente 3D muito rico em dados ao caos. Um esquema de controle cuidadosamente pensado, que englobe totalmente os procedimentos e padrões apropriados deve ser desenvolvido nos primeiros estágios da implementação. A maioria dos sistemas CAD 3D possui meios pelos quais os conjuntos são criados pela combinação de peças, uma metodologia lógica, uma vez que engenheiros desenharão peças individuais para montá-las mais tarde. Essa metodologia, entretanto, pode provocar uma grande confusão mais adiante se o processo não for controlado. Os usuários precisam ser capazes de encontrar a última versão dos arquivos 3D e também de distinguir com facilidade um conjunto 3D e os relacionamentos entre as peças. O relacionamento entre as peças deve ser rastreado, e os engenheiros devem ser capazes de determinar com rapidez “onde-foram-usadas” para apurarem o impacto das alterações do projeto. Os sistemas PDM ajudam as equipes de projeto a gerenciar todos tipos de informações sobre o projeto, documentos e dados, incluindo propriedades como descrição, status, número e custo. Todd Majeski, presidente da 3DVision Technologies, uma revenda de valor agregado (VAR) de sistemas CAD 3D, acredita que o grande aumento de dados produzidos por sistemas CAD 3D torna mais difícil a utilização de métodos manuais de gerenciamento de arquivos por parte das empresas. ▼ “Em um sistema CAD 2D, a estrutura de arquivos pode ser gerenciada manualmente com grande facilidade, mas quando você usa o 3D, incorpora no mínimo três tipos diferentes de arquivos: peças, conjuntos e desenhos”, diz Majeski. “Por causa da propagação das alterações em um sistema paramétrico, a maioria dos aplicativos 3D mantém um histórico dos inter-relacionamentos entre os arquivos. Gerenciá-los por um processo manual será pesado quando você estiver em um ambiente com vários usuários. O sistema PDM (Gerenciamento de Dados de Produtos) simplifica o processo para determinar a localização do arquivo e qual é a versão mais atual”. Gerenciamento de dados: por que ele é necessário A maioria dos sistemas CAD 3D oferece alguma funcionalidade de gerenciamento de dados incorporada ao seu sistema, que pode fornecer recursos para o gerenciamento de dados, colaboração, bem como recursos de visualização e marcação pela Internet. Para empresas menores e grupos de trabalho de engenharia, esse tipo de funcionalidade deve ser suficiente, mas para a maioria dos fabricantes será necessário um sistema de gerenciamento de dados complementar. As soluções PDM tipicamente recaem em duas categorias: sistemas para grupos de trabalho e empresas. As soluções PDM de grupo de trabalho, que se concentram nas necessidades específicas do grupo de trabalho de engenharia, capturam automaticamente históricos de revisão de arquivos e permite que os membros da equipe de projeto do produto acessem instantaneamente os arquivos desejados, determinem os responsáveis e vejam exatamente quais foram as alterações feitas. As soluções PDM de grupo de trabalho podem ser 31 As soluções PDM oferecem um cofre para armazenamento de arquivos, que permite que os membros da equipe de projeto compartilhem arquivos sistematicamente, verificando-os na entrada e na saída do cofre para evitar que os arquivos sejam sobrescritos ou que as pessoas trabalhem na revisão incorreta. facilmente configuradas, exigem um suporte técnico mínimo, não precisam de personalização e oferecem controles para que a equipe de projeto consiga evitar outros erros que possam atrasar o cronograma do projeto. Para evitar que os engenheiros e projetistas sobrescrevam arquivos ou percam tempo trabalhando na versão errada de um arquivo, os sistemas PDM de grupo de trabalho protegem os arquivos guardando-os em um cofre. Esse sistema permite que os membros da equipe de projeto compartilhem arquivos sistematicamente, fazendo uma verificação na entrada e na saída do cofre. O acesso aos dados guardados no cofre só é possível através da interface do usuário, que utiliza controles administrativos estabelecidos pelo grupo de trabalho e proibe o acesso não autorizado aos valiosos dados de projeto. Além dos arquivos de engenharia, os sistemas PDM de grupo de trabalho gerenciam todos os tipos de documentos e dados de projeto, inclusive propriedades como descrição, status, número e custo. Algumas soluções PDM de grupo de trabalho também oferecem a atualização automática das dados e automatizar o fluxo de trabalho em vários locais, as soluções PDM empresariais ajudam a integrar as atividades de desenvolvimento do produto entre divisões corporativas, departamentos, clientes e fornecedores espalhados em diversas regiões. Assim como os sistemas PDM de grupo de trabalho, o software PDM empresarial permite que as empresas controlem com facilidade o armazenamento, a avaliação e a modificação de arquivos 3D. Um cofre seguro permite que todos os grupos de trabalho autorizados encontrem e O software PDM de grupo de trabalho captura automaticamente históricos de revisão de arquivos e permite que todos os membros da equipe de projeto do produto acessem instantaneamente os arquivos desejados, determinem os responsáveis e vejam exatamente quais foram as alterações feitas. ▼ listas de materiais (BOMs). Para alterar os dados que estão no cofre, os engenheiros simplesmente selecionam os itens, digitam os valores atualizados e o software atualiza automaticamente todos as BOMs e relatórios associados. PDM para a empresa Com o aumento da terceirização, as empresas também precisam ser capazes de colaborar eficientemente nos projetos com os fabricantes, fornecedores e clientes, que podem estar a milhares de quilômetros e em fusos horários muito diferentes. Quando as equipes de projeto que estão trabalhando em um modelo virtual de um produto se conectam usando uma rede digital, o processo é chamado de engenharia colaborativa. Um subproduto da engenharia colaborativa é a grande quantidade de informações digitais capturadas durante o desenvolvimento dos produtos projetados em parceria. Com as soluções PDM empresariais, os fabricantes podem automatizar os processos, além de criar, gerenciar e compartilhar dados de projeto com eficiência dentro da empresa e também junto a parceiros e clientes externos da cadeia de suprimentos. Ao melhorar o gerenciamento dos 32 Para facilitar a colaboração, alguns sistemas de software PDM permitem que usuários que não usam CAD, como o pessoal de vendas ou de manufatura, possam acessar e adicionar documentos que não sejam CAD ao cofre. acessem rapidamente os arquivos mais atuais. Oferecer acesso à última versão de documentos e dados organiza o processo de desenvolvimento do produto e mantém todos os membros da equipe de desenvolvimento, como também de engenharia, manufatura, compras e marketing, sincronizados. As soluções PDM empresariais facilitam a colaboração e automatizam processos, como os pedidos de alteração de engenharia (ECOs), o que pode ajudar a reduzir erros e aumentar a eficiência. Esses sistemas de níveis superiores também podem ajudar as empresas a automatizarem a criação de BOMs, o que pode eliminar processos manuais A despeito da sua escolha, a solução PDM facilitará muito a capacidade de sua empresa em gerenciar as enormes quantidades de dados do produto criadas pelos atuais sistemas CAD 3D e em evitar erros que podem aumentar o tempo e o custo dos projetos. Os dois sistemas também permitem uma supervisão melhor e mais eficaz no que se refere a colaboração de projetos, dentro do grupo de trabalho ou nas áreas relacionadas à empresa. Jeffrey Setzer, gerente de serviços técnicos da Graphics Systems Corporation, VAR de sistemas CAD 3D com sede em Wisconsin, EUA, declara que os sistemas PDM facilitam enormemente os esforços colaborativos da engenharia e evitam a sobrecarga na rede dentro das empresas que utilizam o CAD 3D. “As ferramentas de projeto 3D criam volumes de dados que precisam ser compartilhados pela rede em um ambiente colaborativo. Sem um sistema PDM, os usuários estariam carregando todos os dados através da rede sempre que abrissem os arquivos, engolindo quantidades enormes de largura de banda”, diz Setzer. ▼ Ele acrescenta, “um sistema PDM alivia o problema da largura de banda da rede ao copiar todos os arquivos necessários ao projeto para a máquina local do usuário, de forma que os processos de salvar os arquivos feitos a cada minuto sejam totalmente locais. Apenas quando o usuário desejar ‘registrar’ as alterações é que algo deverá passar pela rede, e mesmo assim, o sistema PDM enviará automaticamente apenas os arquivos que foram realmente alterados, em vez de todo o conjunto de dados”. Como levar a solução PDM além Um sistema de gerenciamento do ciclo de vida do produto (PLM) permite que a empresa automatize, monitore e rastreie o desenvolvimento do produto e processos de revisão com seus clientes, fornecedores e funcionários, além de obter uma 33 maior conformidade com as leis, terceirização e responsabilidade sobre o produto. Tipicamente, os sistemas PLM são integrados aos sistema de Planejamento de Recursos da Empresa (ERP), e por meio disso estendem a visibilidade das informações vitais sobre o produto e os processos que estão além dos departamentos de engenharia, propagando-os pela cadeia de suprimentos. Enquanto os sistemas PDM controlam a movimentação do produto pelo processo de engenharia, os sistemas PLM guiam o produto por todo o seu ciclo de vida. A tecnologia PLM promete aperfeiçoar o ambiente de projetos oferecendo uma visão integrada da engenharia, manufatura e recursos de fábrica com relação ao produto. Os sistemas PLM aplicam um conjunto consistente de soluções empresariais em apoio à criação, gerenciamento e utilização de informações para definição do produto de forma colaborativa. Os sistemas PLM exigem um nível muito mais alto de suporte de TI, manutenção e personalização do que a maioria das soluções PDM. ▼ propensos a erro e permitir uma colaboração melhor entre a engenharia, a manufatura e outros grupos de desenvolvimento do produto. Como lidar com os dados legados A maioria dos novos projetos não é iniciada do zero, mas baseada em projetos existentes. Quase sempre esses dados legados existem apenas na forma 2D, mais freqüente do que não armazenados em DWG (formato do AutoCad (r)). Para muitas empresas, os dados legados são um bem importante e que deve ser protegido e mantido a todo custo. Essas empresas levaram anos acumulando esse repositório de dados, e ser capaz de usar e gerenciar esses dados é um componente importante a ser considerado na transição para 3D. Para esses tipos de empresas, é importante escolher um sistema CAD 3D que ofereça um meio de converter dados legados para uma forma utilizável. O sistema CAD 3D deve aceitar a conversão de desenhos 2D existentes para sólidos, e claramente alguns sistemas fazem isso de uma forma melhor do que outros. Para alguns desenhos, a conversão para 3D pode ser simples. Para outros, ela não será. Os desenhos 2D simples sem visualizações auxiliares desenhadas com correção podem ser de pouca valia. Alguns programas CAD 3D oferecem ferramentas automáticas que podem ou não conseguir salvar esses tipos de desenhos simples. Os sistemas CAD paramétricos podem ajudar, pois permitem que o usuário alinhe margens e recursos através de vistas do desenho. A conversão de desenhos 2D - que foram definidos com matrizes 3D para posicionar os planos de projeção de cada visualização - é muito mais simples. A conversão desses tipos de desenhos pelo sistema de modelamento de sólidos é bem simples. A conversão de complexos modelos 3D delineados (wireframe) e de superfície também pode ser difícil. Mesmo que os dados sejam 3D, as dimensões do desenho pode ser pouco claras e incompletas. Os sistemas mais antigos usados na criação de alguns desses desenhos delineados (wireframe) podem não ser compatíveis com os novos sistemas CAD 3D. Talvez os usuários tenham que corrigir o desenho costurando ou unindo as superfícies para que possam convertê-las para 3D. A maioria dos sistemas CAD 3D oferece alguma forma de importar ferramentas com as quais os usuários podem mover seus projetos 2D para o sistema 3D. Depois de exportar o desenho para um sistema 3D, algum tipo de ferramenta de edição deve ser fornecida para que o usuário possa editar os arquivos. Para facilitar a edição, alguns sistemas CAD 3D oferecem comandos e uma interface que imita a interface do programa 2D, para que os usuários possam editar os desenhos sem precisarem aprender uma interface e uma estrutura de comandos totalmente novas. Levando isso um pouco mais além, alguns sistemas CAD oferecem ferramentas de edição no formato DWG nativo, para que os usuários possam abrir e salvar qualquer arquivo nativo do AutoCAD com a conversão do arquivo. Outro gargalo potencial na conversão de dados legados para 3D é o uso de sistemas de modelamento de sólidos que não aceitam os 34 conversores padrão do mercado. Leve em consideração o tempo, o custo e o esforço necessários para a conversão dos dados legados para 3D antes de prosseguir. Pode não ser necessário transferir todos os seus dados legados para o novo sistema CAD 3D, pois talvez seja necessário converter apenas alguns componentes. Há várias opções para a conversão de todos os dados legados, e todas elas devem ser cuidadosamente avaliadas antes do início da conversão. Lutz Feldman, diretor de Marketing da SolidLine AG, VAR de sistemas CAD 3D sediada na Alemanha, acredita que não é essencial tentar converter todos os dados 2D em 3D. “Em minha experiência no mundo real, eu diria: não converta nada”, diz Feldman. “Projete novos produtos em 3D e mantenha os dados antigos no sistema-fonte desses dados. Se você tiver dados DWG, utilize um editor de DWG. Se houver uma necessidade concreta de peças da biblioteca 3D, procure um parceiro externo para converter os dados necessários”. Muitos concordam com essa estratégia para lidar com os dados legados. Majeski, da 3DVision Technologies, acredita que as empresas possuem percepções erradas em comum sobre o valor dos dados 2D legados. “Eles ainda pensam que há muito valor naqueles dados 2D. Mas a verdade é que depois que as pessoas já estão utilizando a tecnologia 3D e sentindo-se mais produtivas, a necessidade daqueles dados 2D diminui exponencialmente. Eles simplesmente não os acessam tanto. Ocasionalmente eles terão de fazer pequenas edições, ou ECOs, em produtos existentes que estão no mercado, mas recomendo usarem seu sistema 2D legado para fazer essas pequenas alterações”, diz Majeski. Uma opção recomendada por Majeski aos seus clientes para que eles mantenham os dados 2D é criar arquivos PDF ou TIFF de todos os seus documentos permanentes a partir dos arquivos legados para que os dados possam ser acessados e recriados em 3D mais tarde, mas apenas quando isso for realmente necessário. O ponto de vista do gerente: Todd Mansfield, chefe de equipe da Engenharia de Sistemas, ECCO P: Como empresa, como você lidou com os problemas cada vez maiores de gerenciamento de arquivos trazidos pelo uso do CAD 3D? R: Lidamos com eles implementando um sistema PDM. Muitas empresas fazem um ótimo trabalho de gerenciamento de seus desenhos ou de seus documentos, mas não fazem um bom trabalho gerenciando seus dados eletrônicos a partir dos quais tais desenhos são criados. Como os números de peças e configurações aumentam à medida que as empresas crescem, isso se torna ingovernável. Em um sistema não gerenciado, você terá pequenos reinos tanto nas unidades locais como na rede para cada operador, que salva arquivos em uma estrutura de pastas diferente, nomeia objetos e faz revisões de maneira diferente. Você acaba com um grupo de trabalho de 10 pessoas que têm 10 maneiras diferentes de armazenar seus dados. À medida que você cresce, percebe uma necessidade cada vez maior de padronizar o ambiente de trabalho, e uma ferramenta como o PDM faz isso por você muito bem feito. Ele exige uma nomenclatura, revisão e estrutura de arquivos formalizados e assim todos trabalham no mesmo local, isto é, o cofre. Você não quer reprimir a criatividade das pessoas, mas precisa adotar alguns padrões. P: Por que o PDM é tão essencial para empresas que estão migrando para projetos 3D? R: Eu acho que é extremamente importante. No 2D, você possui um arquivo. Mas quando você faz projetos em 3D, agora terá quatro arquivos que constituem aquela única peça. O nível de gerenciamento de arquivos necessário para o 3D tem uma economia de escala maior do que os sistemas 2D. Quando faz a transição do 2D para o 3D, você muda para um sistema de vários arquivos com inúmeros relacionamentos e referências e, portanto, as exigências para manter todos esses arquivos em ordem aumentam de forma correspondente. Obviamente, o que você obtém em retorno é muito melhor, mas há um custo nisso. 35 P: Como o PDM é usado em sua empresa? R: Nós temos um cofre com 10.000 arquivos e 80 gigabytes de dados que nosso software PDM está gerenciando para nós com todas as revisões e históricos. Adquirimos também um módulo servidor avançado de portal Web adicional para o software, através do qual mais de 30 usuários adicionais podem acessar o cofre com um acesso de somente leitura para esses documentos. Tem sido incrível, porque ele possibilitou que nós disponibilizássemos o aplicativo para um número ilimitado de usuários evitando assim a compra de qualquer software adicional. Acima de tudo isso, fomos um passo além com o portal Web e o disponibilizamos ao nosso fornecedor e a nossa base de clientes. O fornecedor, por exemplo, têm acesso a nossos dados em tempo real. O nosso fabricante de placas de circuito impresso (PCB), sediado na Costa do Pacífico, por exemplo, possui acesso direto. Portanto, se fizermos uma revisão de A para B hoje e fizermos um pedido, eles poderão entrar em nosso cofre, pegar o último conjunto de desenhos e usá-los na fabricação da peça. Ele realmente aperfeiçoou nossa comunicação com os fornecedores e também melhorou a qualidade do fornecimento. P: Os seus clientes podem acessar dados que estão no mesmo cofre? R: Estendemos o acesso de nossos clientes para arquivos de projetos, para que eles possam ver, 24 horas por dia, 7 dias por semana, o progresso de seus projetos e produtos finais. Nesse cofre, não só temos todos os desenhos dos produtos finais e os desenhos anteriores ao conjunto, mas também temos as certificações. Nós realmente consideramos essa uma ferramenta de intimidade com o cliente, que nos permite ter uma parceria com clientes que demandam esse tipo de aplicativo. P: Qual é a diferença para os sites de outros fabricantes? R: Normalmente, quando as empresas possuem um site, elas despejam um monte de desenhos em um diretório virtual. São eles que serão exibidos no site da Web. O problema é que os desenhos são alterados diariamentes, portanto a desvantagem é que você sempre precisa lembrar-se de colocar os novos desenhos naquele diretório ou os clientes consultarão desenhos obsoletos. Criamos uma página asp que redireciona nossos clientes para o cofre a fim de obter a última revisão. Dessa forma, todos os nossos clientes têm certeza de que estão tendo acesso às últimas revisões de tudo. P: Quanta administração de TI é necessária para manter o sistema no ar? R: Todos fazem sua parte na manutenção do sistema, portanto não temos um administrador em tempo integral. Ele é estável o suficiente para simplesmente ficar no ar, e cada indivíduo que trabalha no sistema foi treinado para fazer certas tarefas além da inclusão dos dados, portanto temos sido capazes de dividir a carga de despesas entre todos os membros da equipe. Não há grandes despesas com TI. A grande vantagem do sistema é que não temos que gerenciá-lo por se tratar da mesma ferramenta utilizada por nós, por nossos fornecedores e cliente, bem como pelo público em geral para obter e que o público em geral utiliza para retirar informações. Portanto, todos estão sempre na mesma página. É a ferramenta que utilizaríamos de qualquer forma, que também nos permitiu matar dois coelhos com uma cajadada só sem custos adicionais. P: No início, as pessoas estavam céticas sobre a necessidade de aprenderem a usar mais um sistema de software? R: Em um primeiro momento pode haver algumas pessoas que fiquem apreensivas em mudar para um sistema assim, mas depois elas conseguem ver os benefícios. Um sistema PDM acaba com o tempo que eles levariam procurando pelas coisas. Com todos os dados e informações oferecidos por um sistema PDM, os 20 a 30% de um dia de um engenheiro gastos em tarefas administrativas não existem mais. Conseqüentemente, eles podem se dedicar mais ao projeto. 36 P: Qual era o plano para lidar com os dados legados? R: Quando você muda para 3D, a primeira passo é decidir se vai trabalhar em um cofre controlado ou não. Não é possível trabalhar em dois mundos. Decidimos transferir tudo da nossa unidade de rede para o cofre, mas para não permitir que houvesse lixo entrando e saindo, usamos a mudança como uma oportunidade para fazermos uma limpeza. Infelizmente, tínhamos algumas práticas ruins, portanto muitos de nossos conjuntos foram para o espaço, e, em muitos casos, foi mais fácil excluí-los do que corrigi-los. Quando aparecer um aviso de alteração de engenharia (ECN) em um desenho do AutoCAD, iremos convertê-lo para 3D. Nós literalmente desinstalamos o AutoCAD de todas as estações de trabalho e confirmamos que agora estávamos na era 3D. Tomamos a decisão e desinstalamos tudo para que ficasse indisponível. Ao fazermos isso, percebemos que, para o ano seguinte, quando houver a necessidade de fazer uma alteração de cinco minutos em um desenho 2D, ela levará cerca de duas horas pois ela será convertida para 3D. Será exaustivo, mas no final será vantajoso para todos nós. E de fato foi isso que aconteceu. Foi assim que fizemos, conforme o necessário, e o desgaste foi o tempo dedicado a essa conversão feita dentro da empresa. Muitas empresas - nós acabamos de adotar esse procedimento - irão contratar serviços terceirizados para lidar com essas conversões. É uma decisão que cabe a cada empresa. Como usar o 3D para aperfeiçoar todos os aspectos do desenvolvimento de produto CAPÍTULO 5 ▼ Programas de software certificados AAo longo dos anos, os fornecedores de sistemas CAD 3D trabalharam arduamente para construir relacionamentos sólidos com terceiros, oferecendo aos usuários as melhores soluções integradas do mercado visando reduzir os custos da produção e diminuir o tempo de entrada no mercado. Esses programas de parceria incluem programas de software complementares para uma grande variedade de funções, desde a manufatura e análise até a engenharia reversa e a prototipagem rápida. A maioria dos fornecedores de sistemas CAD oferece aos usuários uma ampla seleção de programas de software complementares, líderes de mercado e totalmente integrados ao sistema CAD base. Para que o software seja certificado como totalmente integrado, ele deve passar por testes rigorosos a fim de assegurar sua qualidade, compatibilidade e nível de integração. Após a certificação, o software deve manter a compatibilidade com as versões subseqüentes do produto CAD para acompanhar a nova funcionalidade. Entretanto, os níveis de integração são diferentes. A integração pode significar que o software pode ler arquivos nativos em seu próprio software. Alguns produtos de software oferecem a integração em uma 37 única janela, o maior nível de integração oferecido. Os fornecedores de produtos de software amplamente integrados têm acesso à interface de programação do aplicativo (API) do sistema. Assim, o software complementar pode usar o mesmo ambiente de modelamento de sólidos e ser totalmente ativado a partir do sistema CAD. A vantagem para os usuários que escolhem um software certificado relacionado nessas listas é a garantia que esses produtos oferecerão interoperabilidade, associatividade e integração de dados com os seus sistemas CAD. Isso, por sua vez, resulta em tempos de projetos mais rápidos e menos espaço para erros. ▼ >> Um dos benefícios mais significativos para as empresas que estão mudando para o 3D é o fato de que ele abre uma porta para um mundo de produtos de software e hardware complementares. Além disso, elas se tornam ainda mais competitivas ao possibilitar que aperfeiçoem seu cronograma de desenvolvimento e entreguem produtos de qualidade superior e realmente otimizados aos clientes. Apesar do grande número de produtos complementares a serem discutidos neste artigo, vamos nos concentrar em alguns produtos que podem ajudar os fabricantes a elevarem o valor de seus projetos 3D. Simulação e Análise A análise e simulação de software trazem benefícios tangíveis e quantificáveis ao processo de desenvolvimento do produto. O software de análise incluindo análise de tolerância, análise de elemento finito (FEA), dinâmica de fluido de computação (CFD) e software de cinemática/dinâmica - permite que os projetistas testem a integridade estrutural, as características térmicas e de fluxo, e o movimento físico de produtos novos enquanto os projetos ainda estão no formato digital. As vantagens do processo de desenvolvimento de produto - tanto em termos de redução do tempo total do ciclo de projeto quanto dos custos associados aos métodos de teste tradicionais - são inúmeras. Em resumo, os engenheiros podem projetar produtos melhores mais rapidamente quando podem se dar ao luxo de executar vários cenários do tipo “e-se” enquanto os projetos ainda estão em estado flexível e facilmente alteráveis. Depois que as peças de metal ou plástico são cortadas, quaisquer alterações de projeto subseqüentes poderão inflar os orçamentos do projeto e atrapalhar os cronogramas. O software de análise permite aos usuários estudarem vários projetos com parâmetros exclusivos, possibilitando uma comparação rápida do desempenho do projeto. Neste exemplo, um suporte de conjunto projetado pela Peerless Industries para televisores de plasma é testado com vários carregamentos. inverso, os custos de hardware de computadores caíram consideravelmente, o que levou a uma adoção mais ampla de ferramentas de análise, já que o software CAE exige muito mais dos sistemas de computador em termos de potência do que outros tipos de software. Uma vez território de especialistas, um número crescente de fornecedores de software estão desenvolvendo suas próprias ferramentas de análise específicas para engenheiros que lidam com a geometria criada em uma variedade de sistemas CAD e precisam de respostas rápidas para perguntas hipotéticas (“what-if”). Dessa forma, os projetos propostos podem seguir adiante com mais rapidez e segurança. Como resultado, mais ferramentas de análise estão totalmente integradas aos sistemas CAD para mecânica (MCAD). Os engenheiros e projetistas podem executar simulações e análises em geometria MCAD nativa, eliminando a necessidade de qualquer conversão de dados. Alguns softwares totalmente integrados também oferecem associatividade total com os principais sistemas MCAD, portanto as alterações feitas no modelo MCAD original são automaticamente refletidas no modelo de simulação. Vários fatores contribuíram para o aumento do uso das ferramentas CAE entre os engenheiros de projeto. O custo dos materiais usados para construir protótipos aumentou, encarecendo-os de tal forma que tornou-se praticamente impossível não executar alguma forma de análise ou simulação para testar o seu projeto. De modo 38 CFD. O software de dinâmica de fluidos computacional vem sendo usado por engenheiros de desenvolvimento de produto cada vez mais cedo no processo para validar projetos propostos enquanto ainda estão na prancheta de desenho digital. O software CFD permite que os engenheiros analisem o fluxo do fluido e/ou a transferência de calor em e ao redor dos novos projetos. Sem esse software, seria necessário fazer testes de desempenho muito caros e demorados. Mesmo com os testes físicos, muitos fenômenos de fluxo e de transferência de calor ocorrem dentro de um produto uma válvula dentro de uma torneira ou fluxo de ar através de um recipiente eletrônico, por exemplo tornando impossível sua visualização sem as simulações de computador. FEA. FEA é uma técnica numérica que calcula o comportamento das estruturas mecânicas. Usando ferramentas FEA, as estruturas são divididas em unidades pequenas e simples, chamadas de “elementos”. ▼ como proporcionar alteração de engenharia (ECOs), ciclos de projetos mais breves e a possível diminuição de produtos com falhas. Ao analisarem este cano automotivo com o software CFD, os engenheiros podem entender melhor a quantidade de gás que atravessa cada cano de descarga individual e assim alterar o projeto de forma a atender os seus critérios específicos. Quando o software FEA soluciona uma equação, o sistema exibe o comportamento físico de uma estrutura com base em seus elementos individuais. Os engenheiros utilizam as ferramentas FEA para calcular a força, o desvio, a tensão, a vibração, a flambagem e outros comportamentos para reduzir o peso ou maximizar a força de uma peça. Jeffrey Setzer, gerente de serviços técnicos da Graphics Systems Corporation, VAR de sistemas CAD 3D com sede em Wisconsin, EUA, acredita que as ferramentas FEA ajudam os engenheiros a guiarem os projetos pelo processo de desenvolvimento. “A FEA permite que o projetista tome decisões mais rápidas e baseadas em informações mais precisas”, diz Setzer. “Isso é possível porque o `teste´ virtual pode ser feito diretamente no modelo do sólido, no próprio software. Sempre que o engenheiro encontra uma bifurcação na estrada, onde ele se pergunta `devo ir nesta direção, naquela ou tentar uma terceira opção´, a FEA lhe dará uma visão clara do problema, ajudando-o a tomar uma decisão acertada”. Tanto a FEA como a CFD são usadas para inovar e otimizar os projetos mecânicos sem a necessidade de extensos testes físicos. Quando usados apropriadamente e durante o processo de projeção, a começar pela fase de conceituação, os softwares de FEA e CFD podem bem 39 Manufatura Auxiliada pelo Computador O software CAM totalmente integrado pode ajudar as empresas a diminuírem o tempo dos ciclos de projeto, reduzirem os custos de produção e a evitarem erros dispendiosos que normalmente não aparecem até que as peças estejam prontas para serem cortadas e quando as correções serão extremamente caras e demoradas. _ Por outro lado, ele permite que uma empresa siga direto para a manufatura, usando o mesmo modelo de sólido criado na fase de projeção, eliminando portanto qualquer conversão de dados que pudesse levar a erros na fabricação. O software CAM é totalmente integrado ao software MCAD e compartilha uma interface comum, porque os fornecedores de software CAM totalmente certificado têm acesso à API do software CAD. Através da API, os desenvolvedores de CAM podem usar o mesmo ambiente de modelamento de sólidos. Assim os usuários podem ativar integralmente a complexa funcionalidade CAM a partir de seu modelador de sólidos. Entretanto, os usuários devem tomar cuidado. Enquanto algumas empresas podem se autodenominar como totalmente integradas, isso pode significar apenas que o software lê arquivos CAD nativos em seu sistema independente, que pode ter recursos de modelamento de sólidos limitados. Isso pode resultar na perda de dados que seriam comprovadamente úteis para a manufatura. Geralmente, os dados MCAD e CAM precisam ser salvos em arquivos separados nesses tipos de sistemas. O CAM totalmente integrado não exige a conversão de dados CAD 3D. Conseqüentemente, a manufatura pode usar todos os dados para determinar o melhor processo para a fabricação. Quando você trabalha com formatos de arquivo de outros sistemas MCAD, os dados podem ser importados para o modelador de sólidos e corrigidos, se necessário, antes da geração dos dados de fabricação. ▼ Projeto de moldes Para usuários de 2D que trabalham em projetos de moldes, há vários motivos atraentes para que eles optem por projetos em 3D. A criação de moldes para peças 3D complexas em sistemas 2D exige muitas horas de trabalho. No mercado de criação de moldes onde tempo é dinheiro, permanecer no ambiente de projeto 2D eventualmente levará a perda de negócios. E, como o retrabalho é a maior ameaça à lucratividade, acertar de primeira é muito importante. Alguns sistemas MCAD 3D oferecem ferramentas específicas para o projeto de moldes, tais como análise de esboço e análise de baixo-relevo. Para projetos de moldagem complexos, ferramentas como núcleo automático e recursos de cavidade, núcleo adicional e criação de elevador, linhas de peças e controles de redução podem ajudar os projetistas de moldes na execução do seu trabalho. As superfícies podem ser usadas para ajudar a projetar núcleos e cavidades em um molde. Produtos de software complementar otimizam o projeto de moldes eliminando a suposição que tradicionalmente acontece na criação de projetos de molde. Esses aplicativos ajudam os engenheiros a construírem e analisarem todos os tipos de sistemas de montante, roldanas e válvulas; ajustam automaticamente os sistemas de roldanas para alcançarem o fluxo uniforme em moldes com várias cavidades e de família; determinam os melhores locais para válvulas e a melhor combinação ou melhores parâmetros de processamento; calculam o peso da braçadeira, o tamanho do molde e o tempo exigido em cada ciclo; e fazem estimativas detalhadas dos custos das peças. 40 ▼ Além disso, tanto os dados CAM como os dados CAD são salvos no mesmo arquivo. Como as alterações de projeto são inevitáveis, ter uma solução CAM totalmente integrada é um recurso valioso. Nesse estágio do processo, as alterações quase sempre possuem um efeito nos prazos finais da produção. Quando há alterações de projeto, esses programas atualizam automaticamente o arquivo CAM para refletir a mudança ou notificam os usuários que alterações adicionais são necessárias. Um programa CAM independente pode oferecer associatividade limitada ou pode exigir um novo começo durante a importação de um modelo que foi alterado, aumentando a probabilidade de erros e atrasos. Prototipagem rápida Apesar das belas representações altamente realistas criadas pelos sistemas CAD 3D de hoje, há vários aspectos intangíveis nos projetos que simplesmente não podem ser transformadas com precisão em representações digitais. Ser capaz de segurar fisicamente um projeto proposto em sua mão pode responder as seguintes perguntas: como as peças se encaixam umas nas outras? Como o projeto será usado? Ele funciona da maneira como deveria? Ele tem a percepção correta? Os protótipos rápidos (RP) também podem ajudar na colaboração, especialmente aos membros não técnicos da equipe de projeto, como as equipes de vendas e de marketing, cuja opinião é crucial nos primeiros estágios do projeto. Muitos desses membros da equipe têm dificuldade em entender as nuances de uma visualização isométrica de uma peça em um computador. Além disso, uma peça real sempre transmite o tamanho físico verdadeiro da peça ou produto. Usar a prototipagem rápida também pode ajudar a evitar erros de manufatura durante a produção. Alguns problemas são difíceis de apontar na tela, mas serão muito aparentes quando você estiver examinando uma peça física. Os sistemas de modelamento de sólidos são capazes de gerar produtos de quase todas as formas e tamanhos. Entretanto, esses mesmos produtos podem não ser viáveis ou muito caros de fabricar. As peças de RP forçam os engenheiros e projetistas a pensarem nas etapas de manufatura e podem resultar em alterações de projeto que tornam a construção das peças finais mais fácil e mais econômica. Para algumas indústrias, os protótipos físicos são especialmente importantes, diz Setzer, da Graphics Systems Corporation. “A prototipagem rápida, algumas vezes chamada de impressão em 3D, é indispensável para qualquer um envolvido na projeção de itens tendo a ergonomia em mente”, diz Setzer. “Não importa o quanto o modelo pareça bom na tela, você não é capaz de dizer como ele será sentido nas mãos de alguém, a menos que um modelo físico seja criado. Com as tecnologias de impressão em 3D de hoje, um modelo de plástico ABS durável pode ser modelado em uma questão de horas. Depois de passar por uma reunião de revisão de projeto, o modelo sólido pode ser alterado e outra peça física impressa em uma impressora 3D.” ▼ Apesar do crescimento de agências de prototipagem rápida, Todd Majeski, presidente da 3DVision Technologies Corporation, uma VAR de sistemas CAD 3D, testemunha que é cada vez maior o número de empresas que compram suas próprias máquinas de RP. “Há muito interesse nas máquinas de prototipagem rápida, especialmente nos setores de produtos de consumo e projetos médicos”, diz Majeski. “Essas são empresas que no passado terceirizavam, mas que agora decidiram comprar suas próprias máquinas, uma vez que o preço delas caiu. O custo de adquirir uma máquina e mantê-la em funcionamento é menor do que o custo de contratar uma agência”. Engenharia reversa Freqüentemente os engenheiros mecânicos precisam recriar rapidamente ou transformar uma peça física existente ou um protótipo em uma geometria 3D reutilizável que possa ser editada ou modificada. O processo de recriação de uma peça que foi originalmente criada sem computadores ou desenhos é chamada de “engenharia reversa”. Com 80% de novos projetos originados de projetos existentes, a engenharia reversa está ganhando cada vez mais espaço entre os fabricantes. O primeiro passo da engenharia reversa é capturar a geometria 3D da peça física, o que é feito com uma máquina de medição por coordenadas (CMM) ou scanners 3D a laser. Depois que os pontos de dados são capturados, eles são importados para um software de engenharia reversa, que também existe em duas variedades. Um tipo de software de engenharia reversa, às vezes chamado de software “de ponte”, permite a importação 41 de dados de nuvens de ponto (point cloud) de equipamentos de digitalização. Em seguida, modifica os dados para um formato que pode ser trazido para o sistema CAD do usuário para edição. O outro tipo de engenharia reversa captura os dados da peça diretamente dos dispositivos de imagem para criar modelos paramétricos totalmente editáveis. O último tipo de software de engenharia reversa é totalmente integrado a sistemas CAD 3D, permitindo que os usuários capturem dados de uma parte existente e criem um modelo inteligente baseado em recursos - tudo isso feito a partir do sistema CAD. Com essa metodologia baseada em recursos, você poderá criar com rapidez modelos de sólidos a partir de peças existentes ou protótipos usando um processo que é muito mais rápido e com menos dados do que os métodos de digitalização de geração de nuvens de pontos mais tradicionais. ▼ As duas tecnologias mais usadas na construção de protótipos rápidos são a estereolitografia (SLA) e a Modelagem por Fusão e Deposição (FDM). Os fabricantes também podem comprar máquinas RP para o uso interno ou podem recorrer a agências externas. Vários serviços on-line já estão disponíveis para permitir que engenheiros obtenham cotações de protótipos rápidos em minutos e tenham a peça em suas mãos em questão de dias. O engenheiro simplesmente faz o upload da geometria CAD 3D e define as especificações do projeto. A agência avalia a geometria da peça, os materiais necessários, o tempo de duração e a quantidade. Em seguida, ela apresenta ao usuário um orçamento para produzir a peça solicitada. Projeto eletrônico Várias empresas de manufatura costumam executar dois tipos de projetos simultaneamente: o projeto dos eletrônicos e o projeto mecânico da estrutura ou da peça externa do produto. Esse cenário de projeto representa muitos tipos diferentes de produtos, dos brinquedos e rádios relativamente simples até computadores e carros altamente sofisticados. Vários produtos de software existem para facilitar a troca de informações sobre o projeto entre os ambientes de projeto mecânico (MCAD) e de projeto eletrônico (ECAD). Esses sistemas de software agem como conversores bidirecionais entre o sistema CAD e o Formato de Dados Intermediários (IDF). Padrão da indústria de eletrônicos, o IDF permite a troca dos dados de projeto da placa de circuito impresso (PCB) entre os sistemas ECAD e MCAD usando dados ASCII. Com esses sistemas de projeto eletrônico, os engenheiros podem criar conjuntos mecânicos de projetos PCB, modificá-los se for necessário e enviar as alterações de volta ao seu software de projeto PCB. Alguns desses produtos de software utilizam bibliotecas de peças para posicionarem os modelos de componentes na placa, produzindo um conjunto muito preciso da placa preenchida. Se um modelo de componente não estiver disponível na biblioteca de peças, alguns sistemas utilizarão as medidas do componente para depois prensálo na altura determinada e gerar um modelo de componente para uso futuro. Uma vez criada o conjunto mecânico da PCB, os engenheiros poderão então colocá-la no conjunto de seu produto para verificarem se há interferências mecânicas ou outros erros de projeto mecânico. Se problemas forem detectados, os engenheiros poderão corrigi-los no conjunto da PCB. Os usuários podem alterar o local das peças, mover os furos de conjuntos ou editar a forma da PCB, para então enviar alterações ao sistema de projeto da PCB criando dados IDF a partir do conjunto. O ponto de vista do gerente: Todd Mansfield, chefe de equipe da Engenharia de Sistemas, ECCO P: Que tipo de produtos de software complementar vocês utilizam na ECCO? R: Atualmente usamos um software de representação com base em fotos realistas, um software de reconhecimento de recursos, uma ferramenta de publicação na Web, um pacote de projeto de eletrônicos e um software de análise. P: Como o software de representação é usado? R: Ele é usado para ilustrar produtos para os quais não temos protótipos físicos. Muitas vezes estamos sob pressão para cumprirmos os prazos do catálogo. A equipe de marketing quer fotos dos novos produtos, mas ainda não temos peças para eles em nossa empresa. Para o nosso catálogo novo, fornecemos ao departamento de marketing e de vendas uma imagem processada a partir de uma imagem processada a partir de uma foto de vários produtos para que ela usada como se fosse uma fotografia real. Ela também é usada internamente para conceituação e visualização durante a fase de desenvolvimento do conceito do produto. Eles nos entregarão um desenho em um guardanapo com o que eles querem e os engenheiros usarão o software de processamento para criarem dois ou três conceitos daquela idéia. É uma ferramenta conceitual excelente que usamos bastante, além de ser muito fácil de aprender. P: O que faz o software de reconhecimento de recursos? R: Quando você recebe um modelo IGES, STEP ou de qualquer outro formato neutro, ele perde todo seu histórico e se torna basicamente um bloco de geometria sem graça. O corpo importado é utilizável, mas não editável. O software de reconhecimento de recursos interroga o corpo importado e tenta recompor o 42 componente ou a peça. Ele examina a peça e preenche novamente o gerenciador de recursos com todos aqueles recursos. O grande benefício é que quando tudo está pronto, um usuário pode editar recursos. Quando o modelo for preenchido novamente, você pode entrar no recurso, alterar seu valor e redimensioná-lo automaticamente, o que o torna paramétrico novamente. É uma ferramenta muito poderosa. Nós compramos outra empresa há alguns anos e eles usavam outro sistema CAD. Quando trouxemos seus arquivos CAD, eles não estavam totalmente preenchidos. Executando esse software, fomos capazes de preencher novamente muitos recursos naqueles componentes para tornar a peça mais editável e completa. P: Como a ECCO utiliza a ferramenta de publicação na Web? R: Essa ferramenta permite que o usuário publique um site instantaneamente em um servidor, permitindo que você publique um site 3D instantâneo na Web, o que também possibilita a existência de um ambiente colaborativo. Se eu estiver fazendo um projeto e quiser que ele seja revisado e comentado por outras pessoas, , posso publicá-lo em um site e enviar o URL para você. Assim que o receber, você clica nele e o site instantâneo é exibido. Você analisa o projeto e envia os seus comentários. A vantagem é que nesta empresa temos pessoas do mundo inteiro trabalhando constantemente em projetos. Dessa forma se estivermos tentando executar um projeto com a nossa equipe de vendas, basta publicá-lo no site e eles poderão mandar seus comentários de qualquer lugar do mundo, desde que tenham acesso à Internet. Acabei de passar algumas semanas na China e estava sempre atualizado por causa dessa ferramenta. Ela é muito poderosa. P: E quanto ao software de automação de projetos eletrônicos? R: Esse software nos permite pegar dados de nosso pacote elétrico (ECAD) e convertê-los em modelos de conjunto nativos do MCAD. Temos um projetista de desenhos que desenhará uma placa de circuito impresso (PCB) e criará seu projeto. Em seguida, converteremos esses dados para um conjunto mecânico para que o grupo de mecânica possa colocar um gabinete em torno dela. Eles utilizam o software complementar para converter os dados do ECAD em dados nativos do MCAD, que depois podem ser usados no projeto mecânico. P: Qual era o procedimento antes da utilização do software EDA? R: Ou o procedimento não incluía o conjunto de uma placa de circuito impresso, o que era assustador, já que a única maneira de testarmos se tudo se encaixava era construí-la fisicamente, ou fazíamos uma representação do conjunto da placa de circuito. Entretanto, uma representação nem sempre é dimensionalmente precisa. Esses pacotes nos ajudam a construir uma representação dimensionalmente perfeita não só da PCB, mas também de todos os seus componentes elétricos internos. Nós criamos bibliotecas de componentes para que o software retire-os de lá e carregue a placa com componentes reais. A precisão dimensional é muito importante porque não temos espaço para erros. Nossa tolerância está abaixo de centésimos de milésimos de uma polegada. P: Como o software de análise é usado na ECCO? R: Ele é utilizado para executar análises básicas de tensão em nossos componentes para vermos onde estão as concentrações de tensão. Se tivermos problemas em nossos testes, recuamos e fazemos uma análise para ver onde podemos otimizar o projeto a fim de melhorarmos a força ou reduzirmos o peso. Não temos o pacote completo de software de análise, mas esse é provavelmente o próximo software que compraremos, porque estamos chegando a um ponto onde com certeza faremos uso de algumas de suas funcionalidades. Há agora testes de queda, assim como análises solares e térmicas no produto completo. Portanto, esperamos utilizar mais análises e menos testes físicos para conseguirmos acertar logo de primeira. Não podemos mais construir algo até que ele quebre, como fazíamos. O nome do jogo agora é “otimização.” P: Qual a importância de comprar produtos complementares que sejam certificados por seus fornecedores CAD? R: Do ponto de vista de um cliente, o que é bom no programa de parceria é que conhecer os critérios rígidos normalmente cumpridos pelos parceiros é uma ótima garantia. Eu hesitaria muito em comprar um produto que não estivesse no programa de parceria. Ele deixa no consumidor uma boa impressão, porque você sabe que esses produtos são bem testados. 43