PAIR - Relatorio - Violencia Sexual Contra Crianças e Adolescentes
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PAIR - Relatorio - Violencia Sexual Contra Crianças e Adolescentes
RELATÓRIO DO PROJETO DE EXPANSÃO DO PROGRAMA DE AÇÕES INTEGRADAS E REFERENCIAIS DE ENFRENTAMENTO DA VIOLÊNCIA SEXUAL -JUVENIL NO INFANTO INFANTO-JUVENIL TERRITÓRIO BRASILEIRO – PAIR NO AMAZONAS. Secretaria Especial dos Direitos Humanos Programa de ações integradas e referencias de enfrentamento à violência sexual infanto-juvenil no território brasileiro Presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva Secretário Especial dos Direitos Humanos da Presidência da República Paulo de Tarso Vannuchi Subsecretária de Promoção dos Direitos da Criança e do Adolescente Carmem Silveira de Oliveira Coordenadora do Programa Nacional de Enfrentamento da Violência Sexual Contra Crianças e Adolescentes Leila Paiva Reitora da Universidade Federal do Amazonas Dra. Márcia Perales Mendes Silva Vice-Reitor da Universidade Federal do Amazonas Dr. Hedinaldo Narciso Lima Pró-Reitor de Extensão Dr. Luiz Frederico Mendes dos Reis Arruda Presidente da Fundação de Apoio Institucional Rio Solimões-UNISOL. Dr. Almir Liberato da Silva Relatório Digital Primeira Edição – Ano 2009 - Tiragem: 200 cópias Responsabilidade Técnica: Fundação de Apoio Institucional Rio Solimões-UNISOL. Responsável: Dr. Almir Liberato da Silva E-mail: www.riosolimoes.org.br. Responsável pelo Projeto de expansão do PAIR/Am: Ana Maria de Lima Derzi E-mail: [email protected] Participantes: Universidade Federal do Amazonas, através da Faculdade de Educação, Núcleo de Estudos Interdisciplinares em Relações de Gênero do Amazonas – NEIREGAM, com seu Grupo de Pesquisas em Gênero, Trabalho e Educação, o Centro de Defesa CEDECA “Pé na Taba”, a Pró-Reitoria de Extensão e as Secretarias Municipais da Assistência Social do Amazonas. Equipe Técnica da Expansão do Programa de Ações Integradas e Referenciais no Enfrentamento da Violência Sexual Infanto-Juvenil no Território Brasileiro – PAIR em Tabatinga, Barcelos, Presidente Figueiredo: • Coordenação: Msc. Ana Maria Derzi; • Docentes/pesquisadores: Dra. Francisca Cavalcante, Dra. Simone Baçal, Dr. Thomé Eliziario, Msc. Aurora Del Carmem Soria, Francisco Parente Junior, Especialistas Selma Cobra, Melita Mady e Paulo Sampaio • Apoio: Luiz Celestino Junior e Amanda Ferreira Relatório produzido por meio do Convênio 093120006 Copyright@2009 - Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Presidência da República e Universidade Federal do Amazonas. SEDH/UFAM. . Esplanada dos Ministérios, Bloco T, Sala 420, Anexo II da Edifício Sede do Ministério da Justiça CEP: 700064-900 - Brasília, DF. Distribuição gratuita É autorizada a reprodução total ou parcial do conteúdo desta publicação, por todos os meios desejados, desde que seja citada a fonte. Índice Parte 01 . 1. - Apresentação ............................................................................................................. 08 1.1 - Violência de gênero contra a mulher, criança e adolescente ............................. 09 1.2 - Situação das Mulheres no Brasil ........................................................................... 10 1.2.1 - Os números da violência de gênero: .................................................................. 10 1.2.2 - Perfil das crianças e adolescentes no Brasil? ................................................... 10 1.3 - Legislação responsável pela garantia de direitos das mulheres, crianças e adolescentes no Brasil .............................................................................................. 12 2. - O enfrentamento da violência: assegurando os direitos humanos das mulheres, crianças e adolescentes ................................................................................................. 13 2.1 - Políticas Públicas para a Infância, Adolescência e Juventude e os Programas de Enfrentamento à Violência ........................................................................................ 15 3. - O Programa de Ações Integradas e Referenciais no Enfrentamento da Violência Sexual Infanto-Juvenil - PAIR ................................................................................... 16 3.1 - Fundamentação ....................................................................................................... 17 3.2 - Objetivos .................................................................................................................. 17 3.3 - Matriz Metodológica - Plano Nacional de Enfrentamento da Violência Sexual Infanto-Juvenil ........................................................................................................... 17 3.4 - Ações Estratégicas ................................................................................................. 17 4 - Notas ............................................................................................................................ 18 5 - Referências Bibliográficas ......................................................................................... 19 Parte 02 . Apresentação ................................................................................................................... 22 Resumo ............................................................................................................................. 23 Palavras Chaves: ............................................................................................................. 23 Marco Conceitual ............................................................................................................. 23 1. - Introdução .................................................................................................................. 23 1.1 - Assentamento do Problema ................................................................................... 23 1.2 - Objetivos .................................................................................................................. 24 1.2.1 - Objetivo Geral ....................................................................................................... 24 1.2.2 - Objetivos Específicos .......................................................................................... 24 1.3. - Apresentando o Programa de Ações Integradas e Referenciais no Enfrentamento da Violência Sexual Contra Crianças e Adolescentes/PAIR ....... 24 1.4. - A expansão do PAIR no Amazonas ...................................................................... 25 1.5. - Situação das crianças e adolescentes no contexto amazônico ........................ 25 2. - Passos Metodológicos do PAIR ............................................................................... 27 Informações Gerais Sobre a Pesquisa / Diagnóstico Rápido Participativo ............... 27 2.1. - Objetivos do Diagnóstico Rápido Participativo .................................................. 27 2.2 - Metodologia utilizada: ............................................................................................. 28 2.3. - Locus da Pesquisa: ................................................................................................ 29 2.4. - Órgãos e Segmentos Mobilizados ........................................................................ 30 2.5 - Mapeamento ............................................................................................................ 31 3 - Geoprocessamento dos Municípios ........................................................................ 33 3. 1. - Tabatinga - AM ....................................................................................................... 33 3.2. - Barcelos - AM .......................................................................................................... 36 3.3. - Presidente Figueiredo - AM ................................................................................... 38 3.4. - Resultados do Diagnóstico Rápido e Participativo ............................................ 40 3.4.1. - Perfil dos Adolescentes Vitimados .................................................................... 40 3.4.2. - Pontos de violação dos direitos das crianças e do adolescentes ................. 41 3.4.3. - Ocorrências apontadas no diagnóstico local de 2006/2007 pelos Conselhos Tutelares, Sentinela, etc ............................................................................................ 41 3.4.4. - Números da violência. Indicadores Básicos comparativos ............................ 42 3.4.5. - Mapeamento dos bairros de maior incidência da violação sexual contra crianças e adolescentes ........................................................................................... 50 3.4.6. - Perfil dos Abusadores ........................................................................................ 50 3.5. - A Rede de Proteção existente nos Municípios ................................................... 51 3.5.1. - Análise da Situação ............................................................................................. 51 3.5.2. - Defesa e Responsabilização ............................................................................... 52 3.5.3. - Prevenção / Assistência ...................................................................................... 54 4. - Saúde .......................................................................................................................... 55 5. - Educação ................................................................................................................... 56 6. - Instalação do PAIR / Seminário do Plano Operativo Local ................................... 57 6.1. - Plano Operativo Local / Objetivos do Seminário .............................................. 57 6.2. - Constituição da Comissão Local do PAIR ........................................................... 58 6.3. - Comissões locais do PAIR ................................................................................... 58 7. - PACTOS entre a sociedade civil organizada, a rede de proteção e a comissão eleita do PAIR com os governantes locais .............................................................. 62 8. - Capacitação ............................................................................................................... 63 8.1. - Produtos Finais ...................................................................................................... 63 9. - Uma rápida análise, interpretação e discussão dos resultados ........................... 64 9.1. - Principais dificuldades encontradas na implementação do Programa ............ 65 10. - Considerações Finais ............................................................................................. 66 11. - Referências Bibliográficas ..................................................................................... 67 Denunciando .................................................................................................................... 68 RELATÓRIO DO PROJETO DE EXPANSÃO DO PROGRAMA DE AÇÕES INTEGRADAS E REFERENCIAIS DE ENFRENTAMENTO DA VIOLÊNCIA SEXUAL -JUVENIL NO INFANTO-JUVENIL INFANTO TERRITÓRIO BRASILEIRO – PAIR NO AMAZONAS. PARTE 1 MANAUS - 2009 Apresentação “Em cada criança – ignoramos isso demasiadamente – nasce e se desenvolve o projeto intuitivo de ser considerado como uma (grande) pessoa. Ela também espera que tenhamos em relação a ela o comportamento e o respeito que temos diante de um adulto. E tem razão...” Françoise Dolto A publicação deste Relatório está relacionada às ações do Projeto de Expansão do Programa de Ações Integradas e Referenciais de Enfrentamento da Violência Sexual Infanto-Juvenil no Território Brasileiro – PAIR no Estado do Amazonas, nos municípios de . Tabatinga, Barcelos e Presidente Figueiredo. O projeto recebeu apoio da SEDH - Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Presidência da República e foi desenvolvido em 2007 através do Núcleo de Estudos Interdisciplinares em Relações de Gênero – NEIREGAM da Faculdade de Educação da . Universidade Federal do Amazonas - UFAM. . Este Relatório está dividido em duas partes: A primeira aborda analiticamente o fenômeno da violência de gênero e mais . especificamente a violência sexual contra crianças e adolescentes. A segunda parte foi produzida com o objetivo de disseminar as experiências e aprendizados das instituições que participam da rede de defesa das crianças e adolescentes nos municípios do Amazonas . A intenção é fornecer subsídios teóricos, formas e estratégias de enfrentamento à violência sexual, além de fazer conhecer as iniciativas, diretrizes e concepções que norteiam as ações das diversas instituições . participantes do processo de implantação do PAIR. Dedicamos este trabalho não somente a estas instituições de proteção e defesa, mas a toda pessoa sensível e potencialmente parceira no combate a qualquer forma de violência, discriminações, exclusões ou maus tratos impostos às mulheres, crianças e adolescentes. * Ana Maria de Lima Derzi * Mestra em Educação, Coordenadora do Projeto de Expansão do Programa de Ações Integradas e Referenciais no Enfrentamento da Violência Sexual Contra Crianças e Adolescentes. 8 1.1 - Violência de gênero contra a mulher, criança e adolescente O fenômeno da violência é de alta complexidade e elevada multiplicidade de causas, . posto que não existe “a violência”, mas vários tipos de violência. O termo “violência” tem sua origem no latim “violentia” ato de violentar, constrangimento físico ou moral, ao qual pode se acrescentar a coação ou coerção psicológica”, segundo . esclarece Martha Giudice Narvaz (2005). Pode-se também dizer que o termo “violência” pode ser utilizado como sinônimo de “abuso” (Corsi,1997; Foucault, 1995; Guareschi, 2004a, 2004b; Odalia, 1993; Ravazzola, 1999) na medida em que expressa uma relação desigual de forças e de poder, ou seja, manifesta um estado de dominação e de expropriação, quer de indivíduos, quer de grupos . ou de classes sociais sobre outrem. Atualmente, são identificadas algumas formas de violência, quais sejam: violência doméstica, violência familiar, violência urbana, violência comunitária, violência institucional, violência social, violência política, violência revolucionária, violência simbólica, violência de gênero e violência estrutural (Bourdieu, 1998; Corsi, 1997; Odalia, 1983;Sluski, 1996; Werba & Strey, 2001). Todas essas formas de violência estão interligadas, sobrepondo-se, muitas vezes, umas às outras. As diferentes definições e tentativas de agrupamentos das formas de violência em categorias são apenas recursos didáticos utilizados para facilitar a compreensão de um fenômeno complexo como a . violência. Existem muitas formas de violência contra a mulher, a criança e o (a) adolescente tais como assédio sexual, abusos e agressões sexuais, uso do corpo como objeto, tráfico e . exploração sexual comercial, desigualdades sociais e salariais. Entende-se por “violência contra a mulher qualquer ato ou conduta baseada no gênero, que cause morte, dano ou sofrimento físico, sexual ou psicológico à mulher, tanto na esfera pública como na esfera privada” assim define a Convenção de Belém do Pará em . seu artigo primeiro. A violência sexual é um fenômeno antigo, entretanto, passou a ser considerada “problema social” a partir do século XX e hoje atinge indistintamente mulheres de todas as classes sociais, etnias, religiões e culturas, ou seja, trata-se de violência de gênero, que afeta a mulher desproporcionalmente; assim o alvo predileto das agressões sexuais dos homens tem sido sistematicamente mulheres e crianças, forçando-as a uma penosa trajetória ao longo dos séculos da historia da humanidade. 9 1.2 - Situação das Mulheres no Brasil A população feminina no país em 2007 era de 96.293.080 mulheres e em 2008 continua sendo a maioria: 97,5 milhões ou 51,3% da população total, contra 48,7% de homens. A maior representação do sexo feminino é ainda mais clara na população idosa: entre as . pessoas com mais de 60 anos de idade, as mulheres são 56,2% do total. . As mulheres constituem 52,4% no mercado de trabalho. As diferenças salariais entre homens e mulheres: Ganham menos salários recebidos por hora trabalhada: os homens ganham aproximadamente 30% a mais que as mulheres da . mesma idade e nível de instrução. Os dados divulgados fazem parte da 3ª edição da pesquisa Retrato das Desigualdades de Gênero e Raça, elaborado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) em parceria com o Fundo de Desenvolvimento das Nações Unidas para a Mulher e Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres (2009). 1.2.1 - Os números da violência de gênero: < Incidência dos crimes sexuais: estima-se que afetem 12 milhões de pessoas em todo mundo. < Apenas nos EUA, calcula-se que cerca de 680 mil mulheres são estupradas e que 200 mil crianças são sexualmente abusadas, a cada ano. < 25 á 50% das sobreviventes da violência sexual são infectadas por uma DST, somando severas conseqüências físicas e emocionais. < Segundo a Sociedade Mundial de Vitimologia (Holanda), que pesquisou a violência doméstica em 138 mil mulheres de 54 paises, 23% das mulheres brasileiras estão sujeitas á violência domestica. < A cada 4 minutos, uma mulher é agredida em seu próprio lar. Agressor: 70% marido. < Fonte: IPAS/ Direitos da mulher, 2006. Acessível no site www.ipas.org.br. < O sexo feminino é a principal vítima das violências domésticas e sexual, da infância até a 3O idade. Do total de 8.918 notificações de atendimentos de violência doméstica, sexual e outras violências registradas, 6.636, ou seja 74% das vítimas eras do sexo feminino. As mulheres adultas (20 a 59 anos) foram as que mais sofreram violências: 3.235 atendimentos, representando 79,9% do total de agressões. Quanto as crianças os registros apontam 1.146 atendimentos de meninas, representando 59,1% do total de registros entre 0 e 9 anos de idade. Fonte: VIVA/SUS /MS (01/08/2006 a 31/07/2007). 1.2.2 - Perfil das crianças e adolescentes no Brasil Ø De acordo com a Pnad (IBGE – 2007) do total de 44,7 milhões de crianças e adolescentes de 5 a 17 anos de idade, 4,8 milhões trabalham. Quase um terço (30,5%) desse grupo trabalhava pelo menos 40 horas semanais. Ø Uma das conclusões do estudo “O Brasil sem trabalho infantil” da OIT/IPEC diz que o Brasil terá cerca de 2,7 milhões de crianças entre 10 e 17 anos trabalhando em 2015. Ø Embora tenha melhorado nos últimos dez anos, o nível de pobreza da infância e da adolescência no país ainda é elevado. A maioria das crianças e adolescentes de até 17 anos vivia, em 2008, em situação de pobreza (44,7%). A região Nordeste lidera esse ranking (66,7%). Fonte: IBGE - Síntese de Indicadores Sociais (2008/2009) . 10 Ø As crianças pobres têm mais do que o dobro de chance de morrer, em comparações ás mais ricas. A mortalidade infantil entre crianças filhas de mães negras é cerca de 40% maior entre as filhas de mães brancas. Fonte: UNICEF – Relatório Situação Mundial da Infância 2007/2008. Ø Violência - No Brasil, segundo dados da VIVA (Componente de Vigilância Contínua do Ministério da Saúde) do total de 8.918 notificações de atendimentos de violência doméstica, sexual e outras violências registradas,6.636,ou seja, 74% das vitimas eram do sexo feminino. Da infância até a terceira idade, as agressões e mesmo a morte são uma constante para a grande maioria das mulheres.Fonte : dados extraídos da cartilha Impacto da Violência na Saúde das Crianças e Adolescentes da VIVA /SUS/MS (período de 01/08/06 a 31/07/07). Ø A maior parte dos casos de violência contra crianças ocorre no espaço da casa (violência doméstica). Principais agressores: familiares e pessoas próximas á criança. É a pratica da violência no espaço privado acarretando: = Segredo, violências encobertas durante meses ou anos; = Criança pequena: não tem como denunciar, sua palavra é considerada “fantasia” ou mentira; = Medo ou receio do agressor; = Gerando confusão de papéis (são meninas ou são mulheres?). Essas famílias são classificadas com relações não protetoras no ambiente familiar e as violências podem ser classificadas através de três formas: 1. Práticas educacionais (surras, palmadas, castigos, cativeiro doméstico). 2. Acidentes: negligencias, síndrome do bebê sacudido, abusos (físicos, sexuais, psicológicos). Os abusos sexuais intrafamiliar ou extra familiar que assumem várias formas: os que não envolvem contato físico - abuso sexual verbal, telefonemas obscenos, exibicionismo, voyeurismo, pornografia e os que envolvem contato físico corrupção de menores, sedução e estupro. Entre as crianças violência predominante é a física seguida de violências sexuais (abusos sem agressão física e contato genital). 3. Existe também ações ou omissões que podem levar á morte e muitas vezes justificadas como “acidentes”. Em 2004 as mortes entre as crianças de 1 a 14 anos foi de 5,14%, segundo o Centro de Referencia, Estudos e Ações sobre a Criança e Adolescentes - CECRIA. 11 1. 3 - Legislação responsável pela garantia de direitos das mulheres, crianças e adolescentes no Brasil Normativa Internacional = Convenção para Eliminação de todas as Formas de Discriminação contra a Mulher – CEDAW, ratificada pelo Brasil em 01/02/1984. = Conferência Mundial sobre os Direitos Humanos de Viena-junho 1993. = O Brasil também é signatário da Convenção Interamericana para Prevenir, Punir e Erradicar a Violência contra a Mulher, a chamada “Convenção de Belém do Pará” (1995) que em seus artigos 3, 4 e 5 afirma o direito a uma vida livre de violência, livre de discriminação, o direito ao respeito á sua vida, sua integridade física, psíquica e moral, sua liberdade e segurança pessoal, sua dignidade, a igual proteção, entre tantos outros direitos. = Convenção Internacional dos Direitos da Criança adotada pela Assembléia Geral das Nações Unidas (1989), estabelece em seu art. 34 que as nações se encarregarão de proteger a criança de todas as formas de abuso e exploração sexual. Para tanto, tomarão medidas nacionais, bilaterais e multilaterais para impedir: a) A indução ou coerção de uma criança para se envolver em qualquer atividade sexual ilegal; b) O uso exploratório de crianças na prostituição ou outras práticas sexuais ilegais; c) O uso exploratório de crianças em materiais e exposições pornográficas. A Convenção foi assinada pelo governo brasileiro, em 26/01/1990, ratificada pelo Congresso Nacional - Decreto Legislativo n.º 28, em 17/09/1990 e promulgada pelo Presidente da República - Decreto n.º 99.710, em 21/11/1990. = Protocolo Facultativo da Convenção para a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação contra a Mulher – dezembro 2000. = Convenção 182 da Organização Internacional do Trabalho - OIT. Define as piores formas de trabalho infantil. Normativa Nacional = Constituição Federal em seu artigo 226, parágrafo oitavo (dispõe sobre a obrigatoriedade do Estado em criar mecanismos para coibir a violência no âmbito da família) o artigo 227, parágrafo quarto (prevê que a lei punirá severamente o abuso, a violência e a exploração sexual da criança e do adolescente) e o artigo 5, parágrafo segundo (confere status constitucional aos tratados e convenções internacionais ratificados pelo governo brasileiro). = Código Penal Brasileiro de 1940 apresenta as definições e as penas de crimes sexuais. Os tipos de crimes sexuais estão previstos no capitulo dos crimes contra os Costumes, Título VI. = Estatuto da Criança e do Adolescente – ECA Dispõe sobre a Proteção Integral em seus diversos artigos, considerando criança, para efeito da lei, a pessoa até 12 anos incompletos; e adolescente, aquele entre 12 e 18 anos. É marcante sua posição no artigo 5 quando afirma que “Nenhuma criança ou adolescente será objeto de qualquer forma de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão, punido na forma da lei qualquer atentado, por ação ou omissão, aos seus direitos fundamentais”. = Lei Maria da Penha 11.340/2006. = Plano Nacional de Enfrentamento à Violência Sexual Infanto-Juvenil. 12 2. - O enfrentamento da violência: assegurando os direitos humanos das mulheres, crianças e adolescentes As mais diversas concepções e justificativas são usadas para as agressões feitas as mulheres e quase sempre ligadas à ideologia dominante, vinculadas a questão do poder e . desigualdades de gênero, de desrespeito aos direitos do ser humano. Falar de direitos humanos é referir-se a condição universal e natural dos indivíduos em suas relações plenas, livres e iguais, com os outros seres humanos. É “necessário reconhece-los, protegê-los e promovê-los quando se pretende preservar a dignidade humana e oferecer possibilidades de desenvolvimento” (Dallari apud Carvalho, 2004, . p.25 ). A Conferência das Nações Unidas sobre Direitos Humanos, reconheceu formalmente a violência contra as mulheres como uma violação aos direitos humanos. Nesse sentido, esta Conferência realizada em junho de 1993 em Viena (Áustria) no artigo 18 de sua . Declaração, reconheceu que: "Os direitos humanos das mulheres e das meninas são inalienáveis e constituem parte integrante e indivisível dos direitos humanos universais. A violência de gênero e todas as formas de assédio e exploração sexual são incompatíveis com a dignidade e o valor da pessoa humana e devem ser eliminadas. Os direitos humanos das mulheres devem ser parte integrante das atividades das Nações Unidas, que devem incluir a promoção . de todos os instrumentos de direitos humanos relacionados à mulher". Outro instrumento internacional, a Plataforma de Beijing, aprovada no ano de 1995, em Beijing/China, durante a IV Conferência Mundial Sobre a Mulher, traça diretrizes voltadas a eliminar a discriminação e os obstáculos que se oponham a igualdade de gênero e a . emancipação das meninas. No Brasil, a partir de 1998, o enfrentamento da violência contra crianças e adolescentes ganha destaque oficial quando o Ministério da Saúde passa a considerar esta violência como uma questão de saúde pública, debatendo a questão em diversos setores da . sociedade. O fruto dessas discussões resultou no lançamento, em 2001, do Plano Nacional de Redução da Morbimortalidade por Violência e Acidentes, reconhecendo a gravidade da questão e propondo imediatas ações e diretrizes para o enfrentamento eficaz das . mesmas. Com base nessa política foram criados os Núcleos de Prevenção da Violência e . Promoção da Saúde em 2004 (estadual e municipal). Ainda em 2001, o Ministério da Saúde publica a Portaria 1.968, que obriga o serviço médico a notificar os casos suspeitos ou comprovados de qualquer tipo de maus tratos a crianças e adolescentes implicando uma maior articulação e envolvimento entre o Sistema de Saúde, os Conselhos Tutelares e outros atores responsáveis pela proteção . infanto-juvenil, tais como o Poder Judiciário, o Ministério, as Escolas, além de outros. Não se calar diante dos casos suspeitos ou denunciados de violência é dever de todos e o Estatuto da Criança e do Adolescente penaliza aquele (a) que se omitir diante do fato.. Diz o artigo 245: 13 “Deixar o médico, professor ou responsável por estabelecimento de atenção à saúde e de ensino fundamental, pré-escola ou creche, de comunicar á autoridade competente os casos de que tenha conhecimento, envolvendo suspeita ou confirmação de maus . tratos contra criança ou adolescente. Pena – “multa de 3 a 20 salários de referência, aplicando-se o dobro em . caso de reincidência”. Mas a participação dos profissionais em termos de notificação ainda é excessivamente tímida, o que leva a pensar que há uma lei do silêncio, em torno dos atos incestuosos e da violência doméstica dirigida à criança e ao adolescente, inclusive por parte dos profissionais que, ao se defrontarem com a questão, abstêm-se de discuti-la cientificamente e até mesmo de recorrer às chamadas instâncias de proteção à infância para a notificação de casos, conforme dispõe o Estatuto da Criança e do Adolescente . (Guerra, 2000 ). Portanto, setores como saúde, educação e as escolas têm uma importância pontual nesse processo visto que seu eixo e papel fundamental, a prevenção, é o ponto de partida e a raiz da problemática do respeito e do zelo que os adultos deveriam ter para com seus semelhantes assegurando-lhes o . exercício pleno dos direitos humanos. A educação e as escolas podem participar da prevenção da violência sexual contra crianças e adolescentes através de três eixos de ações, segundo o Guia Escolar editado . pelo Ministério da Educação (2004: p. 26): . O primeiro é informar a comunidade escolar sobre o assunto; O segundo é criar na escola um ambiente que inclua verdadeiramente as crianças vistas como “diferentes” por seus colegas e professores e as que são . rejeitadas pelo grupo; O terceiro é realizar um trabalho preventivo com os pais dos alunos na escola, 2 . principalmente com famílias de crianças “em situação de risco” Os programas de prevenção do abuso sexual a serem implantados nas escolas devem inserir-se nos programas de educação sexual (quando houver) . ou nos programas de promoção para a saúde. Os programas podem prevenir ocorrências de abusos sexuais, facilitar a comunicação dos mesmos quando acontecem e reduzir a gravidade das suas . conseqüências. Mas para isso acontecer, os professores necessitam, na sua maioria, de orientação teórico metodológica sobre as questões da sexualidade3, precisam conhecer o Estatuto da Criança e do Adolescente, precisam conhecer as entidades e saber para onde encaminhar os casos de abusos e violências sexuais intra e extra familiar, aproximar-se mais dos Conselhos dos Direitos das crianças e adolescentes, cobrar da parte destes, visitas, . palestras às mães e professoras. O Ministério da Educação através da Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade - SECAD, desenvolve desde 2004 o Programa Escola Que Protege. 14 2.1 - Políticas Públicas para a Infância, Adolescência e Juventude e os Programas de Enfrentamento à Violência Segundo Palumbo (1994) política “é o princípio dirigente que está por trás de regulamentos, leis e programas; sua manifestação visível é a estratégia tomada pelo . governo para solucionar os problemas públicos”. Ou seja, uma política pública é mais precisamente uma política de Estado e pressupõe uma estratégia de intervenção em que governo e sociedade civil organizada passem a definir objetivos, metas, técnicas, ações etc, articuladas em torno de resoluções dos . problemas político sociais emergentes e preocupantes. É preciso também não perder de vista a dimensão temporal das políticas públicas: são duradouras ou passageiras? É preciso perguntar sobre o que é e como são as políticas . públicas voltadas para a infância, adolescência e a juventude. Sales (2006:211) nos diz que é necessário “compreender a situação da infância e adolescência como expressão da questão social, logo em conexão com os demais desafios societários do país, e o papel do conjunto de atores sociais vinculados à luta pela garantia dos seus direitos” e sem esquecer que as diretrizes das políticas públicas dirigidas às crianças e adolescentes devem ser orientadas a partir dos referenciais de . gênero, raça e vulnerabilidade social. Na questão da violência sexual, dentre os objetivos das políticas públicas, deve constar a necessária e urgente implantação de programas sociais e estruturação de diversas instituições articuladas em uma rede de serviços de enfrentamento à violência sexual, que . ajudarão assim a promover de forma efetiva os direitos às vitimas dessa violência. . Carreira (2003:21) chama de “rede de serviços”. “Atuação articulada entre instituições e serviços governamentais, organizações e grupos da sociedade civil visando a ampliação e a melhoria da qualidade do atendimento, a identificação e ao encaminhamento adequado de casos existentes as comunidades e ao desenvolvimento de estratégias efetivas de prevenção”. E como as diferentes entidades funcionarão em rede? Ferrari (2002:301) oferece algumas estratégias: 1 – Fomentando e participando de campanhas informativas, de sensibilização e mobilização da comunidade, de profissionais ligados à rede de atendimento (saúde, educação, trabalho, justiça e segurança, esporte, cultura e lazer) e de setores ligados à rede de exploração (donos de hotéis/motéis, agências de turismo, taxistas, caminhoneiros e etc.) com base na realidade local. 2 – Incentivando e realizando seminários e workshops, em âmbito municipal, estadual ou regional para discussão do tema, troca de experiências e capacitação, bem como atividades de capacitação continuada, de caráter especializado e multidisciplinar, que possibilitem aos executores dos projetos maior qualificação em suas intervenções. 3 – Estimulando a participação da mídia. 4 – Estabelecendo parcerias com universidades, associações e organizações de profissionais (médicos, assistentes sociais, psicólogos, educadores, jornalistas e etc.) para realização de cursos, estudos, pesquisas sobre a temática. Um dos modelos de estratégias de prevenção é fortalecer a população em situação de risco: = Oferecendo acesso a espaços de desenvolvimento e fortalecimento pessoal; = Fortalecendo as capacidades familiares e comunitárias de apoio (inserção em cursos, programa sociais de geração de renda); = Restituindo ou garantindo o acesso à educação como direito e como necessidade estratégica. 15 Correndo o risco de esquecer algumas instituições, programas e planos, colocamos em destaque diversas formas de políticas públicas voltadas para mulheres, crianças e . adolescentes. Ao nível internacional, a ECPAT (End Child Prostitution, Child Pornography and Trafficking of children for Sexual Purposes) nasce como campanha de mobilização contra o turismo sexual nos países asiáticos e, a partir de 1995, torna-se referência mundial no combate à exploração sexual comercial, à pornografia e ao tráfico infanto-juvenil, articulando ações governamentais e não governamentais em vários países . do mundo. No Brasil, em nível de ações públicas, a mobilização e a demanda por políticas de enfrentamento à violência sexual contra crianças e adolescentes desencadeou o Plano de Ação do Ministério de Justiça, através da Secretaria dos Direitos da Cidadania, que programou as diretrizes do Conselho Nacional da Criança e do Adolescente - CONANDA e atribuiu ao Departamento da Criança e do Adolescente “a responsabilidade pela execução, em âmbito nacional, da política de defesa de direitos humanos da população . infanto-juvenil”. Desde a década de 90 um intenso processo de mobilização e articulação entre a sociedade civil e o Governo resultou na construção coletiva do Plano Nacional de Enfrentamento da Violência Sexual Infanto Juvenil e sua aprovação num seminário . realizado em Natal, no ano 2000. Em 2002 organizou-se o Comitê Nacional de Enfrentamento do Abuso e Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes, uma de rede de entidades não governamentais, com representantes de setores governamentais e da cooperação internacional com o objetivo de criar espaços de debate para monitorar os programas e políticas atuantes nessa área. Em 2003 é criada a Secretaria Especial dos Direitos HUmanos - SEDH que atua na articulação e implantação das políticas públicas voltadas para a proteção e promoção dos direitos humanos. Nesse mesmo ano é incorporada à estrutura da SEDH, a Subsecretaria de Promoção dos Direitos da Criança e do Adolescente - SPDCA, que coordena o Programa Nacional de Enfrentamento da Violência Sexual contra a Criança e o . Adolescente. Podemos citar ainda, outras importantes formas de políticas públicas para as mulheres, crianças e adolescente no Brasil: = Criação de Delegacias Especializadas de Atendimento às Mulheres em Situação de Violência (DEAM) criadas em 1985. = Programa Nacional de Direitos Humanos em 13 de maio de 1996 e sua nova versão em 2002 com ênfase na educação e em 2003 com a criação e a implantação do Comitê Nacional de Educação em Direitos Humanos, no âmbito da SEDH, foi iniciado o processo de elaboração do Plano Nacional de Educação em Direitos Humanos cuja ultima versão é de 2006. = Programa de Assistência Integral á Saúde da Mulher (1984); = Criação da Secretaria Especial de Políticas para Mulheres, janeiro 2003. = O II Plano Nacional de Políticas para Mulheres versão 2008, além do Pacto Nacional pelo Enfrentamento a Violência contra as Mulheres. = Na Lei 8069 de julho de 1990 (Estatuto da Criança e do Adolescente - ECA) está prevista a criação de dois tipos de Conselho : Conselhos Tutelares e o dos Direitos da Criança e do Adolescente. = Programa Sentinela - O Governo Federal cria o Programa de Combate ao Abuso e a Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes, conhecido como Sentinela e atribui a responsabilidade de sua execução ao Ministério de Assistência e Previdência Social. = As bases físicas do Programa Sentinela passam a ser os Centros de Referência entre eles destacamos o Especializado de Assistência Social 16 (CREAS), integrante do Sistema Único de Assistência Social (SUAS), constitui-se numa unidade pública estatal, responsável pela oferta de atenções especializadas de apoio, orientação e acompanhamento a indivíduos e famílias com um ou mais de seus membros em situação de ameaça ou violação de direitos. Os CREAS implantados nos municípios prestam diretamente os seguintes serviços de natureza especializada e continuada: . - Serviço de Enfrentamento à Violência, ao Abuso e à Exploração Sexual . contra Crianças e Adolescentes; - Serviço de Orientação e Apoio Especializado à Indivíduos e Famílias Vítimas . de Violência; - Serviço de Orientação e Acompanhamento a Adolescentes em Cumprimento de Medida Socioeducativa de Liberdade Assistida e de Prestação de Serviços à Comunidade. 3. - O Programa de Ações Integradas e Referenciais no Enfrentamento da Violência Sexual Infanto-Juvenil - PAIR A estratégia de enfrentar a exploração sexual comercial de crianças e adolescentes por meio de uma articulação de entidades interligadas em ações também integradas, é uma das orientações do Plano Nacional de Enfrentamento da Violência Sexual Infanto-Juvenil, assim, o Programa denominado PAIR tem sua base no Plano Nacional de Enfrentamento à Violência Sexual Infanto-Juvenil, que reafirma por sua vez, os princípios contidos na Convenção sobre os Direitos da Criança, na Constituição Brasileira e no Estatuto da Criança e do Adolescente, reconhece a criança como sujeito de direitos, de pessoa em desenvolvimento, com direito a proteção integral e como prioridade absoluta das políticas públicas. A importância das ações articuladas de seus eixos traduz e implica uma série de responsabilidades e papeis que devem ter os órgãos e todos os atores sociais que se dedicam ao enfrentamento da violência sexual contra crianças e adolescentes. 3.1 - Fundamentação = = = = Declaração Universal dos Direitos Humanos (1948); Convenção Internacional dos Direitos da Criança (1989); Convenção 182 da OIT (2000); Diretrizes estabelecidas nos Encontros mundiais de Estocolmo/Suécia (1996), Yokohama/Japão 2001 e Rio de Janeiro/Brasil 2008; = Plano Nacional de Enfrentamento à Violência Sexual Infanto-Juvenil (2000); = Plano Nacional de Educação em Direitos Humanos (2006); = Plano Nacional de Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas (2008). 3.2 - Objetivos = Desenvolver metodologias exitosas de enfrentamento à violência sexual contra crianças e adolescentes, que possam ser estendidas para outras regiões brasileiras, a partir de ações referenciais de organização, fortalecimento e integração dos serviços locais, possibilitando a construção de uma política municipal de proteção integrada à criança e ao adolescente. = Integrar políticas para a construção de uma agenda comum de trabalho entre governos, sociedade civil e organismos internacionais, visando o desenvolvimento de ações de proteção a crianças e adolescentes vulneráveis ou vitimas da violência sexual e tráfico para fins sexuais. 17 3.3 - Matriz Metodológica - Plano Nacional de Enfrentamento da Violência Sexual Infanto-Juvenil O PAIR configura-se como uma metodologia de articulação em rede mais do que um programa pontual. Nesse sentido a sua matriz metodológica se referencia no Estatuto da Criança e do Adolescente e no Plano Nacional de Enfrentamento da Violência Sexual Infanto-Juvenil. A operacionalização integrada do Plano estrutura-se em torno de seis eixos estratégicos que são: v v v v v v Análise da situação /diagnóstico Atendimento Articulação/mobilização Prevenção Defesa/Responsabilização Protagonismo Juvenil 3.4 - Ações Estratégicas v Articulação Política e Institucional; v Realização de Diagnóstico Participativo; v Promoção de Seminários Municipais para Construção dos Planos Operativos Locais – POL; v Constituição de Comissões Locais para Monitoramento dos Planos; v Formalização de Pactos com a Sociedade, assegurando o compromisso dos Governos Federal, Estadual e Municipal para o cumprimento das metas previstas no POL; v Formulação de Proposta Metodológica Básica para intervenção qualificada na Rede; v Realização de Campanhas Locais para mobilização das instituições e da sociedade em geral. v Monitoramento e Assessoria Técnica das Universidades ao PAIR local. 4 - Notas 1 – As violências intencionais são agressões ou “qualquer lesão infligida por outra pessoa com a intenção de ferir ou matar”. O conceito de “acidente” utilizado pelos responsáveis pelas crianças, como evento imprevisível é, segundo a Sociedade Brasileira de Pediatria, incorreto e contraproducente. Acidentes da criança demonstram negligência e falha nos . cuidados e supervisão das crianças, ou seja, seriam evitáveis. 2 – Crianças em situação de risco são aquelas marcadas pela pobreza estrutural, característica de uma sociedade com profundas divisões de classe e de iníqua distribuição de riqueza. As crianças em situação de risco sofrem exclusão social, educacional e de cidadania, determinadas também pelas desigualdades sociais, regionais e raciais . (ANDI,2003). 3 – Diversos teóricos podem ajudar os educadores e estudiosos nessa questão: vide S. Freud em sua obra O mal estar da Civilização (1930); Foucault, M. Microfisica do Poder (1992) e Historia da Sexualidade (1993); Áries, Philippe, Historia Social da Criança 18 (1979); Lévi-Strauss, A família, origem e evolução (1980) e As estruturas elementares de parentesco (1976); Marcuse, H. Eros e Civilização (1983); Giddens, A. A transformação da intimidade: sexualidade, amor e erotismo nas sociedades modernas, (1993); Muraro, R. Mulher, gênero e sociedade: uma perspectiva pós estrututuralista (2001) Bruschini, C. Mulher, casa e família (1990); Engels, F. A origem da família, da propriedade privada e do Estado (1981); Aulagnier, P. A violência da interpretação (1979); Cohen,C. O incesto, um desejo (1992); Maria Amélia Azevedo et al. Infância e violência domestica (2000); Annecy Giordani. Violência contra mulher (2006). VAINFAS, R. “Moralidades Brasílicas: deleites sexuais e linguagem erótica na sociedade escravista” In: Historia da Vida Privada no Brasil: cotidiano e vida privada na América Portuguesa (1997). 5 - Referências Bibliográficas CARREIRA, Denise. Guia de Apoio á Construção da Rede de Serviços para o Enfrentamento da . Violência contra a Mulher. Rede Mulher de Educação. São Paulo. 2003. DALLARI, Dalmo de Abreu. Um breve histórico dos direitos humanos. In: Carvalho, José Sergio. . (org.) Educação, cidadania e direitos humanos. Petrópolis, RJ. Vozes, 2004. pp. 19-42. FERRARI, Dalka C.A. e VECINA, Teresa C.C. (orgs.) O fim do silêncio na violência familiar: teoria e . prática. São Paulo. Ágora, 2002. GUERRA, Viviane Nogueira de A. &Azevedo, Maria Amélia. (organizadoras) Infância e Violência . Doméstica: fronteiras do conhecimento. São Paulo. Cortez, 2000. PALUMBO, D.J. Public policy in América – Government in Action. Harcourt Brace & Company. 1994. SALES, Mione Apolinário. Política e Direitos de Crianças e Adolescentes: entre o litígio e o consenso. In: Cristina Leal (org.) Política Social, Família e Juventude: uma questão de direitos. São . Paulo. Cortez. 2006. pp. 207-241. . Outras Fontes Consultadas CARTILHA Impacto da Violência na Saúde das Crianças e Adolescentes: você é a peça principal para enfrentar este problema. Biblioteca Virtual em Saúde do Ministério da Saúde. Brasília 2009. . Acessível em http:// www.saude.gov.br/bvs . Acessado em 16/10/09. DOSSIÊ – Violência de Gênero Contra Meninas. Violência doméstica ou intra-familiar; exploração sexual e comercial; violência institucional por ação ou omissão. Rede Nacional Feminista de Saúde, Direitos Sexuais e Direitos Reprodutivos – Rede Feminista de Saúde, Regional do Rio Grande do . Sul. Porto Alegre 2005. GUIA ESCOLAR: Métodos para identificação de sinais de abuso e exploração sexual de crianças e . adolescentes. Benedito Rodrigues dos Santos et al. Rita Ippolito: coordenação técnica. Brasília: . Secretaria Especial dos Direitos Humanos e Ministério da Educação, 2004. RELATÓRIO Retrato das Desigualdades de Gênero e Raça, Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) em parceria com o Fundo de Desenvolvimento das Nações Unidas para a Mulher e Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres. Disponível no site do Observatório de Igualdade . de Gênero .http:// www.observatoriodegenero.gov.br. Acessado em 16 de agosto de 2009. . Documentos Consultados BRASIL, Secretaria Especial dos Direitos Humanos/Ministério da Educação /Ministério da Justiça. Plano Nacional de Educação em Direitos Humanos. Brasília. MJ/SEDH/MEC/ . UNESCO. 2007. _______. Lei n. 8069/90. Estatuto da Criança e do Adolescente, 1990. Brasília. Centro . Gráfico do Senado Federal. 1991. IBGE. Instituto Brasileiro de Geografia. Síntese de Indicadores Sociais: uma análise das condições de vida da população brasileira - 2007. Na Internet. www.indic_sociais2007.pdf. . Acessado em 10 de setembro de 2009. . _____________________________. Pnad 2007/2008. CECRIA, Tráfico de Mulheres, Crianças e Adolescentes para fins de Exploração Sexual no Brasil. Relatório Final de Projeto de Pesquisa (PESTRAF), Brasília, 2002. 19 RELATÓRIO DO PROJETO DE EXPANSÃO DO PROGRAMA DE AÇÕES INTEGRADAS E REFERENCIAIS DE ENFRENTAMENTO DA VIOLÊNCIA SEXUAL -JUVENIL NOS INFANTO INFANTO-JUVENIL MUNICÍPIOS DE BARCELOS, PRESIDENTE FIGUEREDO E TABATINGA / AMAZONAS. PARTE 2 AMAZONAS - 2009 Barcelos Presidente Figueiredo Tabatinga Apresentação * Ana Maria de Lima Derzi * Thomé Eliziário Tavares Filho O contexto histórico e social das violências contra crianças e adolescentes encontra-se mergulhado em profundas raízes culturais permeadas de preconceitos, estereótipos raciais, étnicos, de gênero, de classe, e tem como base as distinções e discriminações entre o “pequeno”, o “fraco” e o “menor”, além de históricos alicerces construídos pela intolerância, pelo desrespeito, pelo desconhecimento e negação dos direitos humanos às . crianças. Se a historia das civilizações tolerou e suportou durante longas gerações verdadeiras barbáries contra suas crianças, a modernidade passou a exigir mudanças comportamentais estruturais, que pudessem afirmar o reconhecimento do status cidadão . dos até então tidos como “pequenos” e “menores”. Numa tentativa de conter, combater e enfrentar a violência sexual contra crianças e adolescentes, o Brasil adota desde 2000, o Plano Nacional de Enfrentamento da Violência Sexual Infanto-Juvenil. O documento que embasa as políticas públicas para esse grupo vulnerável da sociedade, possui objetivos concretos de ações e orienta as metas para as . instituições e programas de proteção aos direitos das crianças e adolescentes. Entretanto, como diz José Gregori no prefácio do Plano Nacional de Enfrentamento à Violência Sexual Infanto Juvenil, as condições objetivas de execução deste Plano dependem de um complexo conjunto articulado de órgãos governamentais e não governamentais que “mediante manifesta vontade política, operacionaliza o enfrentamento da violência sexual contra crianças e adolescentes, por meio de metodologias e estratégias adequadas, construídas sobre bases de consenso entre as partes”. Assim é o Programa exposto nesse Relatório. * Mestra em Educação. Docente da Faculdade de Educação da Universidade Federal do Amazonas, Coordenadora do Projeto. * Doutor em Educação. Docente da Faculdade de Educação da Universidade Federal do Amazonas, Pesquisador do CNPQ. 22 Resumo A Região Norte do Brasil faz parte de uma rede de exploração sexual comercial que foi identificada pela PESTRAF/2002. Foram identificados como rota municípios dentre os quais se encontram Manaus, Tabatinga, Barcelos e Presidente Figueiredo. A Secretaria Especial dos Direitos Humanos, identificou em uma MATRIZ INTERSETORIAL 19 municípios no Amazonas e os mesmos municípios com casos de abuso e exploração sexual comercial, o que veio demonstrar a necessidade de ação e intervenção. Neste sentido, a equipe da Universidade Federal do Amazonas realizou reuniões sistemáticas com as diferentes instituições para discutir as formas de execução de Projeto de Expansão do Programa PAIR, junto à Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Presidência da República e a Escola de Conselho de Mato Grosso do Sul, e foram traçadas as estratégias e, por conseguinte, as ações acerca do PAIR. O presente relatório fomenta a sistematização dos dados obtidos, assim como os resumos das ações específicas do Programa de Ações Integradas e Referenciais de Enfrentamento à Violência Sexual Infanto-Juvenil no Território Brasileiro – PAIR, realizadas nos municípios amazonenses de Tabatinga, Presidente Figueiredo e Barcelos. Palavras Chaves: Rede de Exploração Sexual. Violência sexual. Crianças e Adolescentes. Marco Conceitual O PAIR tem como marco teórico-conceitual o art. 86 do Estatuto da Criança e do Adolescente e como referência metodológica o Plano Nacional de Enfrentamento da Violência Sexual Infanto-Juvenil. “... a política de atendimento dos direitos da criança e do adolescente far-se-á através de um conjunto articulado de ações governamentais e não governamentais da União, dos . Estados, do Distrito Federal e dos Municípios”. ECA. Ainda no Estatuto nos seus artigos 07, 15, 16, 17 e 19 a violência sexual desrespeita os direitos e as garantias individuais como liberdade, respeito e dignidade. Com base na leitura de Digiácomo (2008:68) "a violência sexual constitui-se de atos praticados com a finalidade sexual que são lesivos ao corpo e a mente do sujeito violado (crianças e adolescentes no caso). Da violência sexual fazem parte o abuso e a exploração sexual. = Abusos: Físicos, sexuais e psicológicos. Os abusos sexuais podem ser intra-familiar ou extra-familiar e assume várias formas: os que envolvem contato físico e os que não envolvem contato físico. = Uma forma cruel de violação dos direitos das crianças é a Exploração Sexual Comercial, que a Declaração do Primeiro Congresso Mundial contra a Exploração Sexual Comercial de Crianças e Adolescentes acontecida em 1996 em Estocolmo definiu: “A exploração sexual comercial de crianças é uma violação fundamental dos direitos da criança. Esta compreende o abuso sexual por adultos e a remuneração em espécie ao menino ou menina e a uma terceira pessoa ou várias”. = O Instituto Interamericano Del Niño/OEA classificou em 1998 a Exploração Sexual Comercial em quatro modalidades: tráfico para fins sexuais, prostituição, turismo sexual e pornografia, e essa classificação foi incorporada nas agendas internacionais. 23 1. - Introdução A violência sexual infanto-juvenil se constitui em flagelo e vergonha nacional, e nos últimos tempos, em face dos problemas sócio-demográficos que afetam as populações marginais, se transformou num grande mal. As denúncias têm partido de órgãos internacionais, e dado a impunidade, o governo brasileiro decidiu partir para o enfrentamento com o apoio de órgãos públicos como as Universidades e representações da sociedade civil organizada, além de órgãos estaduais e municipais, que decidiram então implantar e expandir de forma integrada o Programa de Ações Integradas e Referenciais para o Enfrentamento da Violência Sexual Infanto Juvenil em diversos municípios brasileiros. 1.1 - Assentamento do Problema Estudos revelam que as maiores vítimas da violência sexual e principalmente da exploração sexual comercial são as crianças e adolescentes, por se encontrarem em áreas de riscos e de comprometimento psicosocial, devido às carências financeiras e da desagregação familiar, além de outros fatores sócio-culturais. As principais marcas provocadas pelos problemas sócio-demográficos são: ausência de participação e de integração efetiva dos mais pobres nas principais instituições da sociedade; ao nível da sociedade, observa-se a existência de condições precárias de habitação, grande densidade, e acima de tudo um mínimo de organização além do nível da familiar nuclear e extensa; Vide os diversos autores sugeridos na parte um desse relatório, que abordam essa temática. 1.2 - Objetivos 1.2.1 - Objetivo Geral = Esta segunda parte do presente relatório tem por objetivo apresentar a situação da violência sexual contra criança e adolescente nos municípios de Barcelos, Presidente Figueiredo e Tabatinga. 1.2.2 - Objetivos Específicos = Apresentar a situação da rede de defesa e atenção aos direitos das crianças e adolescentes dos municípios de Barcelos, Presidente Figueiredo e Tabatinga; = Identificar os diversos setores da sociedade civil, governantes, secretarias e demais grupos responsáveis que fomentam ações preventivas, visando a implantação do PAIR em cada município; = Dar conhecimento do planejamento e organização de uma pesquisa/diagnóstico da Rede de Proteção e Atendimento à Criança e ao Adolescente; dos Seminários com os roteiros e metodologia para a elaboração dos Planos Operativos Locais; a organização e realização de capacitação para as instituições da Rede de Proteção nos municípios, além de um breve georeferenciamento dos Serviços e Programas oferecidos pelas entidades da Rede de Proteção à Criança e aos Adolescentes e dos locais referenciados como espaço de ocorrência da violência sexual contra criança e adolescente em determinado município. 1.3. - Apresentando o Programa de Ações Integradas e Referenciais no Enfrentamento da Violência Sexual Contra Crianças e Adolescentes/PAIR 24 Em 2000: implantação inicial do PAIR: 1ª fase: = Região Norte: Pacaraima-RR, Manaus-Am, Rio Branco-AC; = Região Centro Oeste: Corumbá-MS; = Região Nordeste: Feira de Santana-BA , Campina Grande-PB, Fortaleza-CE. 2ª fase: = 2006 a 2008 --> Disseminação / Expansão para os Estados do Acre, Amazonas, Bahia, Ceará, Maranhão, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, Paraíba e Rondônia através das Pró-Reitorias de Extensão das Universidades Federais. = No Amazonas a responsabilidade de expansão do Programa PAIR é da Universidade Federal do Amazonas com coordenação local da FACED/NEIREGAM em parceria com o Centro de Defesa da Criança e do Adolescentes - CEDECA “Pé na Taba”. 1.4. - A expansão do PAIR no Amazonas Municípios envolvidos: Ø Tabatinga Ø Presidente Figueiredo Ø Barcelos Órgãos envolvidos: = Universidade Federal do Amazonas – UFAM; = Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Presidência da Republica – SEDH/ Presidência da República; = Universidade Federal do Mato – Grosso do Sul – UFMS; = Secretarias de Educação do Estado e Municípios do Amazonas; = Secretarias Municipais de Assistência Social dos Municípios; = Prefeituras Locais dos Municípios de Barcelos, Presidente Figueiredo e Tabatinga. 1.5. - Situação das crianças e adolescentes no contexto amazônico = A criança das áreas rurais e indígenas da Amazônia vive, em regra, num ambiente social, cultural e familiar diferente daquela que moram nas áreas urbanas, especialmente nas maiores cidades. A Amazônia Legal Brasileira (que abrange 750 municípios dos estados do Acre, Amazonas, Mato Grosso, Pará, Rondônia, Roraima, Tocantins e parte do Maranhão), com mais de 23 milhões de habitantes, tem a população mais jovem do país (cerca de 40% de . crianças e adolescentes até 17anos de idade). Essa parte do Brasil é afetada pela carência de informações sobre a situação de crianças e adolescentes na Amazônia posto que os registros e dados, principalmente do IBGE, . excluem as áreas rurais da região. Segundo o Relatório do Fundo das Nações Unidas para a Infância - UNICEF denominado Situação da Infância e da Adolescência Brasileira – 2009, os indicadores sociais desta região são preocupantes em relação ao publico infanto juvenil. Existem problemas que 25 vão desde os sub-registros de nascimentos, a maior vulnerabilidade ao trabalho infantil, à exploração sexual comercial, tráfico de pessoas, dificuldade de acesso, freqüência e permanência na escola. O relatório citado traz em seu capitulo “Aprender na Amazônia” (p. 80) informações sobre as dificuldades das diversas comunidades de quilombolas, ribeirinhas e indígenas que vivem nessa região. Nessa questão educacional, os dados apontam que os estados da Amazônia Legal tem mais de 90 mil adolescentes analfabetos e cerca de 160 mil meninos e meninas entre 7 e 14 anos fora da escola. No país, excluídos da escola, nessa faixa etária, o Norte tem 3,8%,o Nordeste 2,9%,o Centro Oeste 2,3%, o Sudeste 1,9% e o Sul 2,%. E são as crianças e adolescentes negras, pardas e indígenas as que mais apresentam elevado índice de pobreza e as menores . taxas de escolaridade do país. Fonte: IBGE (Pnad 2007). Em relação á violência sexual a Região Norte faz parte de uma rede de exploração sexual comercial que foi identificada pela PESTRAF/2002. Foram mapeados como rota, 131 internacionais e 110 domésticas e tudo indica que na região Norte essas rotas possuem conexões com o crime organizado. As denuncias recebidas pelo serviço DDN-100 aponta que entre 2003 a novembro de 2007 a Região Norte ofereceu 4.978 . denuncias (aproximadamente 39 denúncias para cada grupo de 100 mil habitantes). Assim, a Secretaria Especial dos Direitos Humanos, por meio do Disque Denúncia Nacional, identificou em uma MATRIZ INTERSETORIAL os Municípios de Manaus, Tabatinga, Barcelos, Presidente Figueiredo, com casos de abuso e exploração sexual. Vide quadro a seguir: 26 AMAZONAS Municípios Barcelos Canutama Carauari Careiro da Várzea Coari Humaitá Itacoatiara Lábrea Manacapuru Manaus Maués Parintins Presidente Figueiredo São Gabriel da Cachoeira Tabatinga Tapauá Tefé Tonantins Urucará LEGENDA TRAF = Tráfico; TUR SEX = Turismo Sexual; PROST = Prostituição; PORNG = Pornografia; C = Criança; TRAF TUR SEX PORNG CA CA CA CA CA CA CA CA CA CA CA PROST CA CA CA CA CA CA CA CA C A CI CA CA CA CA CA CA C A CI CA CA CA CA X A = Adolescente; Ci = Criança Indígena; Caf = Criança Afro-descendente; Ai = Adolescente; Aaf = Adolescente Afro-descendente; X = Encontrado; * = a confirmar. Fonte: Matriz Intersetorial de Enfrentamento da Exploração Comercial elaborada pela Violes/Ser/Unb e Secretaria Especial dos Direitos Humanos. 2. - Passos Metodológicos do PAIR Informações Gerais Sobre a Pesquisa / Diagnóstico Rápido Participativo 2.1 - Objetivos do Diagnóstico Rápido Participativo O Diagnóstico tem por objetivos: = Construir um Georeferenciamento dos Serviços e Programas oferecidos pelas entidades da rede de proteção à criança e ao adolescente. = Construir um geoprocessamento dos locais referenciados como espaço de ocorrência da violência sexual contra criança e adolescente em determinado município. Visa também, a partir de um levantamento, identificar outras entidades potencialmente capazes de serem mobilizadas e articuladas para serem parceiras da rede de enfrentamento da violência sexual contra crianças e adolescentes. 27 Cronologia de Execução: O trabalho de campo teve sua ação prevista para março a abril e organizada e planejada desde janeiro. Foi realizada entre março e maio e os dados coletados foram analisados e consolidados entre julho e dezembro de 2007. Barcelos - previsto e realizado de 28 de março a 01 de abril de 2007. Presidente Figueiredo - previsto e realizado de 10 de abril a 12 abril de 2007. Tabatinga – previsto e realizado de 21 a 25 de abril de 2007. 2.2 - Metodologia utilizada: Na verdade o DRP utiliza um conjunto de métodos e técnicas de estimativa rápida e divisão do território. O trabalho de campo caracteriza-se como um processo não linear e compõe-se de diversos momentos. Inicialmente cuida-se da preparação de questionários, seleção e treinamento teórico e prático dos pesquisadores, organização da logística e organização do trabalho de campo. Num outro momento, após o reconhecimento da população e do território a pesquisar, realizam-se entrevistas, com questionários estruturados, com diversos representantes das instituições envolvidas com a proteção e o enfrentamento da violência sexual contra criança e adolescente no município, além daquelas potencialmente possíveis de serem sensibilizadas e mobilizadas para essa questão (informantes chave locais). Após todo esse processo procedemos a sistematização e análise dos dados coletados para serem “devolvidos” à comunidade. = Visitas de Articulação Política: Inicialmente, em março de 2007, foram feitos contatos locais (Manaus) para o levantamento e as reuniões de mobilização a partir dos contatos entre as Secretarias de Assistência Social dos Municípios com o apoio das Prefeituras locais e os Programas Sentinelas e Conselhos Tutelares. Em Manaus levantamos os fatores, as instituições e seus gestores, com o apoio da Secretaria de Educação do Estado, com o Conselho Estadual de Defesa dos Direitos da Criança e do Adolescente, com a Pró-Reitoria de Extensão em reunião articulada com a Secretaria de Estado e Municipal da Assistência Social do Amazonas e que fazia a “ponte” com os setores estratégicos dos governantes locais de forma que, na presença dos pesquisadores apresentados nos municípios com carta referência, esses já eram reconhecidos, encaminhados e acompanhados por especialistas ou técnicos dessas instituições a reuniões previamente agendadas pela UFAM e essas instituições. = Treinamento da Equipe dos Pesquisadores - a partir do material teórico e prático sobre o PAIR e o DRP. = Sujeitos da Amostra Constituem-se em sujeitos da amostra os diversos representantes das instituições envolvidas com a proteção e o enfrentamento da violência sexual contra criança e adolescente no município, além de outras (comunidade em geral) sensibilizadas e mobilizadas para essa questão. = Instrumentos de Medida A metodologia e o instrumento do Diagnóstico Rápido foi planejado em conjunto com as Universidades que compõem o Projeto de Expansão do PAIR, a equipe técnica responsável da UFMS e a Escola de Conselhos e SEDH em reunião acontecida anteriormente em Brasília. Foi criado um site e uma sala de reunião virtual e todos os parceiros participaram, deram sugestões e reelaboraram questionários semi-abertos, qualitativos que subsidiaram as entrevistas feitas aos atores dos diversos segmentos da sociedade local. 28 = Procedimento da Pesquisa Foram realizadas entrevistas com questionários estruturados, com diversos representantes das instituições envolvidas com a proteção e o enfrentamento da violência sexual contra criança e adolescente no município, além daquelas potencialmente possíveis de serem sensibilizadas e mobilizadas para essa questão. = Análise e apresentação dos dados qualitativos A partir da sistematização das respostas dos participantes foram identificadas e classificadas as categorias mais significativas. Num primeiro momento realizou-se um tratamento sistemático dos dados qualitativos permitindo a análise dos conteúdos dos depoimentos dados e após as comparações, divergências, convergências e contradições do material permitiu os agrupamentos e categorias analíticas necessárias para apresentação do estudo em questão. Conforme dados da tabela 01 foram realizadas 52 entrevistas individuais (representantes de entidades governamentais, ongs e comunitários) dos municípios de Barcelos, Presidente Figueiredo e Tabatinga. 2.3. - Locus da Pesquisa: Barcelos/AM O Município de Barcelos está localizado à margem direita do Rio Negro, região do Médio Rio Negro, com uma altitude de 30 metros acima do nível do mar. É o maior município do Estado do Amazonas e do Brasil, com uma área territorial de 122.572 metros quadrados. O município de Barcelos, portanto, é maior que a maioria dos países europeus, e maior que muitos estados brasileiros. Distante a 396 km em linha reta de Manaus e 496 km por via fluvial. A economia do município viveu os mesmos ciclos econômicos comuns a região do Amazonas, como do aniz, da borracha, da sorva, mas foi a partir da chegada dos modernos meios de comunicação que a história desta região foi recebendo uma identidade nova. A economia da região é fundamentalmente extrativista, sendo o peixe ornamental responsável por 60% da renda dos habitantes da área rural. Outro produto importante também é a piaçaba, e ainda o turismo, atividade relativamente recente desponta como a grande alternativa da economia do município. Barcelos tem hoje uma população de 24.197 habitantes sendo que 7.954 estão na área urbana, e 16.243 na zona rural. Ø Período de realização do Diagnóstico – 28 a 31 de março de 2007. Presidente Figueiredo/AM Localizado bem próximo a Manaus, apresenta uma população de 17.394 habitantes, sendo 8.383 habitantes na zona urbana e 9.011 na zona rural. Presidente Figueiredo possui uma área territorial de 25.420 km2 e é um município atravessado pela BR 174, que liga a cidade de Roraima ao Caribe na Venezuela. O município é famoso por suas diversas cachoeiras e parques ecológicos. Ø Período de realização: 10 a 13 de abril de 2007. 29 Responsáveis, colaboradores, órgãos e segmentos mobilizados: Coordenação: Ana Maria Derzi, Melita Mady, Francisco Parente Jr., Luiz Celestino Jr., Edílson Rocha. Colaboradores: MarciKelly Assis (Assistente Social) e Secretaria de Trabalho e Ação Social – SEMTRAS/Prefeitura de Presidente Figueiredo. Tabatinga/AM 2 Tabatinga possui uma área de 3.225,1 km em região fronteiriça com a cidade de Letícia na Colômbia. Sua população é de 37.919 habitantes, sendo 26.637 da zona urbana e 11.282 da zona rural. O número de pessoas alfabetizadas no município é de 26.491 habitantes. Ø Período de realização: O presente diagnóstico rápido participativo foi construído no período de 22 a 26 de maio de 2007, através da coleta de dados em entrevista com os principais segmentos da comunidade local. Responsáveis, colaboradores, órgãos e segmentos mobilizados: Coordenação: Ana Maria Derzi, e realizado por professores da Universidade Federal do Amazonas Melita Mady, Selma Cobra, e acompanhado pelos bolsistas Luiz Jr. e Edílson Rocha. 2.4. - Órgãos e Segmentos Mobilizados Tabela 01 Municípios 1 Barcelos 2 Presidente Figueiredo 3 Tabatinga Órgãos e segmentos mobilizados Secretaria Municipal de Assistência Social - SEMAS, Conselho Municipal dos Direitos da Criança - CMDCA, Conselho Tutelar, Sentinela, Hospital Estadual de Barcelos, Igreja Assembléia de Deus, Polícia Militar, Escola Francisco Sales, Juizado de Menores, Polícia Civil, Posto de Saúde, Escola Angelita Palheta Mendes, Escola Estadual Padre João Badelotti, Associação dos Taxistas Fluviais, Colônia dos Pescadores, Associação de Moto Táxi de Barcelos. Sindicato dos Trabalhadores da Educação, Secretaria Municipal de Trabalho e Assistência Social - SEMTRAS, Associação de Moto Táxi Paraíso da Cachoeira, Associação de Moto Táxi Parque do Urubuí, Secretaria Municipal de Educação, Escola Municipal Engenheiro Nelson Dorneles, Clube de Mães, Casa de Missões São José, Associação dos Taxistas, Conselho Tutelar, Conselho Municipal dos Direitos da Criança - CMDCA, Delegacia de Polícia, Polícia Militar, Centro Municipal de Atenção à Juventude, Secretaria de Esporte e Lazer, Escola Estadual Maria Calderaro, Unidade Mista Hospitalar Gama e Silva, Secretaria de Saúde. Conselho Municipal dos Direitos da Criança - CMDCA, Conselho Tutelar, Delegacia Regional de Tabatinga, Sentinela, Escola Estadual Marechal Rondon, Secretaria Municipal de Educação, Secretaria Municipal de Esporte e Lazer, Centro de Saúde Santa Rosa, Associação de Motos Taxistas, Igreja Evangélica Assembléia de Deus, ONG Jocum, Associação Amigas Guerreiras, Hospital de Guarnição, Juizado de Menores. 30 2.5 - Mapeamento Órgãos/segmentos, mobilizados, entrevistados Presidente Figueiredo: INSTITUIÇÃO ENDEREÇO 01 - SEMTRAS Rua Itaúba, 33 - Morada do Sol 02 - Sindicato dos Trabalhadores Rua Parecis, 78 - Centro em Educação 03 - Associação de Moto Táxi Rua Taboca, s/n - Centro Paraíso da Cachoeira 04 - Associação de Moto Táxi Rua Sucupira, s/n - Centro Parque do Urubuí 05 - Secretaria Municipal de Rua Padre Calery, s/n - Tancredo Educação – SEMED Neves Av. Amazonas, s/n - Centro 06 - Escola Municipal Engenheiro Nelson Dorneles 07 - Clube de Mães Rua Amazonas, 01 Rua Itaúba, 17 - Morada do Sol 08 - Casa de Missões São José Praça da Rodoviária - Centro 09 - Associação - Taxistas Rua Padre Calery, 280 - Tancredo 10 - Conselho Tutelar Neves Rua Itaúba, 33 - Morada do Sol 11 - Sentinela Rua Padre Calery, 280 - Tancredo 12 - CMDCA - Conselho Municipal Neves dos Direitos da Criança Rua Padre Calery, s/n - Tancredo 13 - Delegacias da Polícia Civil Neves Rua Canoas - Centro 14 - Policia Militar Rua Taboca, s/n 15 - Centro Municipal de Atenção à Juventude Rua Uatumã, s/n - Centro 16 - Secretaria de Esporte e Lazer Av. Aquariquara, 43 - Centro 17 - Escola Estadual Maria Calderaro BR 174, Km 107 18 - Unidade Mista Hospitalar Gama e Silva Rua Sucupira, 35 19 - Secretaria de Saúde TELEFONE (92) 3324-1223 (92) 3324-1587 (92) 3241-622 (92) 3324-1414 (92) 3324-1119 (92) 3324-1175 (92) 3324-1536 (92) 3324-1942 (92) 3324-1236 (92) 3324-1182 (92) 3324-1182 (92) 3324-1182 (92) 3324-1885 (92) 3324-1765 (92) 3324-2223 (92) 3324-1662 (92) 3324-1652 Órgãos/segmentos, mobilizados, entrevistados Barcelos: INSTITUIÇÃO ENDEREÇO TELEFONE 01 - SEMAS - Secretaria Municipal (33) 3321-1201 de Assistência Social 02 - CMDCA - Conselho Municipal Rua Dorval Porto, s/n Bairro Nazaré (Secretaria de Assistência Social) dos Direitos da Criança Travessa Dorval Porto, 75 03 - Conselho Tutelar (33) 3321-18 Rua Dorval Porto s/n Bairro Nazaré (33) 3321-1313 04 - Sentinela ou 3321-1201 Rua José Basílio, 447 05 - Hospital Estadual de Barcelos (33) 3321-1462 Av. Efigênio Sales, 298 - Centro (33) 3321-1428 06 - Comissariado do Menor ou 3321-1100 Avenida Ajuricaba, 876 07 - Igreja Assembléia de Deus (33) 3321-1427 31 08 - Polícia Militar 09 - Escola Francisco Sales 10 - Juizado de Menores 11 - Polícia Civil 71O DP 12 - Posto de Saúde Avenida Mariuá - Praça Castelo Branco Rua Efigênio Sales, s/n - São Sebastião Av Efigênio Sales, 298 Centro Av. Efigênio Sales, s/n - São Sebastião Rua Clóvis Gadelha, s/n - São Sebastião Estrada do Pensador, s/n - São Francisco 13 - Escola Angelita Palheta Mendes 14 - Paróquia Imaculada Conceição Avenida Ajuricaba, 12 15 - Escola Estadual Padre João Badelotti Rua Dorval Porto, 1005 - Bairro de 16 - Associação dos Taxistas Nazaré Fluviais Rua Beleza, 168 - Bairro de 17 - Colônia de Pescadores Nazaré Rua Dorval Porto, 667 - Bairro de 18 - Associação de Moto Taxi de Nazaré Barcelos Órgãos/segmentos, mobilizados, entrevistados Tabatinga: INSTITUIÇÃO ENDEREÇO O Av. da Amizade, s/n. 01 - CMDCA - Conselho Municipal dos Direitos da Criança O Centro (atrás da Prefeitura) s/n. 02 - Conselho Tutelar Rua Manoel Tananta, s/n.O 03 - Delegacia Regional de Tabatinga O Av. da Amizade, s/n. - Centro 04 - Sentinela/CRAS Av. da Amizade, n.O 70 05 - Esc. Est. Marechal Rondon 06 - Secretaria Municipal de Centro, s/n.O Educação Av. da Amizade - Centro 07 - Secretaria Municipal de Esporte e Lazer Rua Manoel Tananta 08 - Centro de Saúde Santa Rosa Bairro Santa Rosa O Rua T26, s/n. - Bairro das 09 - Associação dos Motos Taxistas Comunicações Santos Dumont, n.O 529 10 - Igreja Evangélica Assembléia de Deus O Rua Rui Barbosa, n. 12 11 - Jocum (Jovens com uma Missão) Av. Amizade, s/n.O 12 - Associação Amiga Guerreiras O 13 - Hospital de Guarnição HGUT Av. Amizade, s/n. 14 - Juizado de Direito / Vara Centro Centro 15 - Juizado de Menores (33) 3321-1689 (33) 3321-1061 (33) 3321-1428 (33) 3321-1056 ou 3321-1614 (33) 3321-1857 (33) 3321-1272 (33) 3321-1375 (33) 3321-0055 (33) 3321-1772 TELEFONE (97) 3412-3009 (97) 3412-3009 (97) 3412-4072 (97) 3412-2228 (97) 3412-2123 (97) 3412- 3953 (97) 3412-2843 (97) 3412-4696 (97) 3412-3375 (97) 3412-2130 (97) 3412-2541 (97) 3412-3283 (97) 3412-3325 (97) 3412-3600 (97) 3412-3831 32 3 - Geoprocessamento dos Municípios 3. 1. - TABATINGA - AM Localidades de Ocorrência de Violência Sexual Bairro D. Pedro Bairro São Francisco Bairro Tancredo Neves Bairro Rui Barbosa Bairro Santa Rosa (Situado na fronteira dos dois países). Centro Comara Nova Esperança Comunidades Rurais Bairro Ibirapuera Bairro Nossa Senhora do Perpétuo Socorro Portobras Obs: As localidades (Bairros) não são visualizadas, pois alguns bairros e comunidades, conforme técnicos do IBGE, ainda estão sendo mapeados. Inviabilizando o Geoprocessamento e o Georeferenciamento dos casos de Violência Sexual infanto-juvenil no Município. 33 TABATINGA Perfil Municipal - Tabatinga (AM) Caracterização do Território Área: 3.239,3 km² Densidade Demográfica: 11,6 hab/km² Altitude da Sede: 60 m Ano de Instalação: 1981 Distância à Capital: 1.106,7 km Microrregião: Alto Solimões Mesorregião: Sudoeste Amazonense Demografia População por Situação de Domicílio, 1991 e 2000 1991 2000 População Total 27.923 37.919 Urbana 19.822 26.637 Rural 8.101 11.282 Taxa de Urbanização 70,99% 70,25% População Total, 1991 e 2000 35.000 30.000 25.000 20.000 15.000 10.000 5.000 0 No período 1991-2000, a população de Tabatinga teve uma taxa média de crescimento anual de 3,59%, 1991 2000 passando de 27.923 em 1991 para 37.919 em 2000. A taxa de urbanização diminuiu 1,04, passando de Urbana Rural 70,99% em 1991 para 70,25% em 2000. Em 2000, a população do município representava 1,35% da população do Estado, e 0,02% da população do País. Desenvolvimento Humano Indice de Desenvolvimento Humano Municipal Educação Longevidade Renda 1991 0,624 0,667 0,669 0,535 2000 0,699 0,780 0,718 0,600 Evolução 1991-2000 No período 1991-2000, o Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDH-M) de Tabatinga cresceu 12,02% em 1991 para 0,699 em 2000. Contribuição para o crescimento do IDH 40% A dimensão que mais contribuiu para este crescimento foi a Educação, com 49,8%, seguida pela Renda, com 28,6% e pela Longevidade, com 21,6%. Neste período, o hiato de desenvolvimento humano (a distância entre o IDH do município e o limite máximo do IDH, ou seja, 1 - IDH) foi reduzido em 19,9%. 30% 20% 10% 0% Educ Renda Longev Se mantivesse esta taxa de crescimento do IDH-M, o município levaria 20,9 anos para alcançar São Caetano do Sul (SP), o município com o melhor IDH-M do Brasil (0,919), e 7,8 anos para alcançar Manaus(AM), o município com o melhor IDH-M do Estado (0,774). 34 Situação em 2000 Em 2000, o Índice de Desenvolvimento Humano Municipal de Tabatinga é 0,699. Segundo a classificação do PNUD, o município está entre as regiões consideradas de médio desenvolvimento humano (IDH entre 0,5 e 0,8). Em relação aos outros municípios do Brasil, Tabatinga apresenta uma situação intermediária: ocupa a 3003ª posição, sendo que 3002 municípios (54,5%) estão em situação melhor e 2504 municípios (45,5%) estão em situação pior ou igual. Em relação aos outros municípios do Estado, Tabatinga apresenta uma situação boa: ocupa a 4ª posição, sendo que 3 municípios (4,8%) estão em situação melhor e 58 municípios (95,2%) estão em situação pior ou igual. Fonte: Atlas do Desenvolvimento Humano no Brasil - PNUD 2000 35 3.2 - BARCELOS - AM Localidades de ocorrência de Violência Sexual: * Centro * Nossa Senhora de Nazaré * São Lázaro * São Sebastião * Aparecida * Hotéis de Selvas BARCELOS Perfil Municipal - Barcelos (AM) Caracterização do Território Área: 123.120,9 km² Densidade Demográfica: 0,2 hab/km² Altitude da Sede: 47 m 36 Ano de Instalação: 1931 Distância à Capital: 399,4 km Microrregião: Rio Negro Mesorregião: Norte Amazonense Demografia População por Situação de Domicílio, 1991 e 2000. 1991 2000 População Total 11.035 24.197 Urbana 4.018 7.954 Rural 7.017 16.243 Taxa de Urbanização 36,41% 32,87% No período 1991-2000, a população de Barcelos teve uma taxa média de crescimento anual de 9,48%, passando de 11.035 em 1991 para 24.197 em 2000. A taxa de urbanização diminuiu 9,72, passando de 36,41% em 1991 para 32,87% em 2000. Em 2000, a população do município representava 0,86% da população do Estado, e 0,01% da população do País. Desenvolvimento Humano Índice de Desenvolvimento Humano Municipal Educação 0,537 Longevidade 0,614 Renda 0,551 Contribuição para o crescimento do IDH 150% 100% Evolução 1991-2000 50% No período 1991-2000, o Índice de Desenvolvimento 0% Humano Municipal (IDH-M) de Barcelos cresceu 5,52%, passando de 0,562 em 1991 para 0,593 em 2000. -50% A dimensão que mais contribuiu para este crescimento Longev Educ Renda foi a Longevidade, com 62,0%, seguida pela Educação, com 16,3% e pela Renda, com -78,3%. Neste período, o hiato de desenvolvimento humano (a distância entre o IDH do município e o limite máximo do IDH, ou seja, 1 - IDH) foi reduzido em 7,1%. Se mantivesse esta taxa de crescimento do IDH-M, o município levaria 70,7 anos para alcançar São Caetano do Sul (SP), o município com o melhor IDH-M do Brasil (0,919), e 43,0 anos para alcançar Manaus(AM), o município com o melhor IDH-M do Estado (0,774). Situação em 2000 Em 2000, o Índice de Desenvolvimento Humano Municipal de Barcelos é 0,593. Segundo a classificação do PNUD, o município está entre as regiões consideradas de médio desenvolvimento humano (IDH entre 0,5 e 0,8). Em relação aos outros municípios do Brasil, Barcelos apresenta uma situação ruim: ocupa a 4786ª posição, sendo que 4785 municípios (86,9%) estão em situação melhor e 721 municípios (13,1%) estão em situação pior ou igual. Em relação aos outros municípios do Estado, Barcelos apresenta uma situação intermediária: ocupa a 41ª posição, sendo que 40 municípios (64,5%) estão em situação melhor e 21 municípios (35,5%) estão em situação pior ou igual. Fonte: Atlas do Desenvolvimento Humano no Brasil - PNUD 2000 37 3.3 - PRESIDENTE FIGUEIREDO - AM 38 Localidades de Ocorrência de Violência Sexual Contra Crianças e Adolescentes em Presidente Figueiredo: * B 07 - Comunidade Sol Nascente * B 06 - Bairro Morada do Sol * B 01 - Bairro Centro * Corredeira do Urubuí * Comunidade Rumo Certo * Comunidade Vila das Canoas * Comunidade Vila Nova Jerusalém PRESIDENTE FIGUEIREDO Perfil Municipal - Presidente Figueiredo (AM) Caracterização do Território Área: 25.534,5 km² Densidade Demográfica: 0,7 hab/km² Altitude da Sede: 122 m Ano de Instalação: 1985 Distância à Capital: 118,7 km Microrregião: Rio Preto da Eva Mesorregião: Centro Amazonense Demografia População por Situação de Domicílio, 1991 e 2000. 1991 2000 População Total 7.089 17.394 Urbana 3.232 8.407 Rural 3.857 8.987 Taxa de Urbanização 45,59% 48,33% Entre 1991-2000, a população de Presidente Figueiredo teve uma taxa média de crescimento anual de 10,91%, passando de 7.089 em 1991 para 17.394 em 2000. A taxa de urbanização cresceu 6,01, passando de 45,59% em 1991 para 48,33% em 2000. Em 2000, a população do município representava 0,62% da população do Estado, e 0,01% da população do País. Desenvolvimento Humano * Índice de Desenvolvimento Humano Municipal 0,692 * Educação 0,776 * Longevidade 0,645 * Renda 0,655 0,741 0,858 0,718 0,647 Evolução 1991-2000 No período 1991-2000, o Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDH-M) de Presidente Figueiredo cresceu 7,08%, passando de 0,692 em 1991 para 0,741 em 2000. Contribuição para o crescimento do IDH 50% 40% 30% 20% 10% 0% Educ Longev Renda 39 A dimensão que mais contribuiu para este crescimento foi a Educação, com 55,8%, . seguida pela Longevidade, com 49,7% e pela Renda, com -5,4%. Neste período, o hiato de desenvolvimento humano (a distância entre o IDH do município . e o limite máximo do IDH, ou seja, 1 - IDH) foi reduzido em 15,9%. (Se mantivesse esta taxa de crescimento do IDH-M, o município levaria 27,3 anos para alcançar São Caetano do Sul (SP), o município com o melhor IDH-M do Brasil (0,919), e 5,5 anos para alcançar Manaus (AM), o município com o melhor IDH-M do Estado 0,774). . Situação em 2000 Em 2000, o Índice de Desenvolvimento Humano Municipal de Presidente Figueiredo é 0,741. Segundo a classificação do PNUD, o município está entre as regiões consideradas . de médio desenvolvimento humano (IDH entre 0,5 e 0,8). Em relação aos outros municípios do Brasil, Presidente Figueiredo apresenta uma situação intermediária: ocupa a 2123ª posição, sendo que 2122 municípios (38,5%) estão . em situação melhor e 3384 municípios (61,5%) estão em situação pior ou igual. Em relação aos outros municípios do Estado, Presidente Figueiredo apresenta uma situação boa: ocupa a 2ª posição, sendo que 1 município (1,6%) está em situação melhor e 60 municípios (98,4%) estão em situação pior ou igual. . Fonte: Atlas do Desenvolvimento Humano no Brasil - PNUD 2000 3.4. - Resultados do Diagnóstico Rápido e Participativo 3.4.1. - Perfil dos Adolescentes Vitimados Tabela 02 Municípios 1 2 Barcelos Perfil dos Adolescentes Vitimados Os adolescentes e jovens vítimas de violência sexual possuem baixa renda econômica, são de classes populares, habitam em bairros periféricos, moram com algum familiar. As famílias apresentam quadros situacionais difíceis (violência social, interpessoal e estrutural) e a maioria possui idade entre 13 e 17 anos. Alguns estão em situação de prostituição e envolvidos com o turismo sexual. No que se refere à ocupação, alguns são estudantes sem idade para o trabalho. O maior número de vítimas é do sexo feminino. Os adolescentes e jovens explorados ou aliciados possuem baixa renda econômica, são de classes populares, habitam em bairros periféricos, moram com algum familiar, as famílias apresentam quadros de violência social, interpessoal e estrutural; e a maioria Presidente Figueiredo possui idade entre 13 a 17 anos. Alguns estão em situação de prostituição e turismo sexual. No que se refere a ocupação, alguns são estudantes sem idade para o trabalho. O maior número de vitimas é do sexo feminino com casos também de meninos. 40 Tabatinga 3 Em funções das necessidades sócio-demográficas e suas implicações com moradia, saneamento básico, as crianças e adolescentes de Tabatinga, vitimados pela violência sexual residem em bairros periféricos da cidade e os familiares pertencem às classes populares de baixa renda. Há casos de AIDS e outras doenças entre jovens, além das drogas. 3.4.2. - Pontos de violação dos direitos das crianças e do adolescentes Tabela 03 1 2 Municípios Pontos de violação dos direitos da criança e do adolescente Barcelos É comum que a prática da violência sexual infanto-juvenil em Barcelos se suceda inicialmente no contexto intra e extra-familiar, passando depois para o cotidiano da cidade, principalmente aos finais de semana em meio às festas, bailes e no centro da cidade (nos bares e lanches). Em épocas festivas (tais como do peixe ornamental), se tem informação da condução de jovens adolescentes para dentro dos barcos de turismo, onde se dá a prostituição infantil, além de outros locais disfarçados. Bares e casas de show funcionam como pontos de prostituição. Festas particulares em hotéis, pousadas, Presidente Figueiredo sítios e chácaras onde os e as adolescentes participam. A cidade possui alguns casos de violência intra e extrafamiliar (abusos) não punidos. 3 Tabatinga Bares e casas de show, centrais, funcionam como pontos de prostituição. Festas particulares em hotéis, motéis. Alguns casos de violência intra e extra-familiar. Na fronteira (Tabatinga/Letícia) há casos de turismo sexual e tráfico para fins de exploração; as crianças são originárias do centro e da própria fronteira, todas sem condições financeiras. 3.4.3. - Ocorrências apontadas no diagnóstico local de 2006/2007 pelos Conselhos Tutelares, Sentinela, etc Tabela 04 1 Municípios Ocorrências apontadas no diagnóstico local de 2006/2007 Barcelos Tem-se constatado no diagnóstico que as crianças vitimizadas apresentam altos índices de abuso sexual intrafamiliar, com casos de gravidez e por vezes envolvimento com drogas. As maiores incidências 41 Barcelos 1 acontecem em épocas das festas e outros eventos na cidade, sem registro dessas ocorrências por parte das autoridades do município, e muito menos pelos órgãos que deveriam compor a rede de proteção. 2 Alguns casos estão relacionados a questões sexuais, Presidente Figueiredo outros casos estão relacionados a outras situações tais como maus tratos, negligencia e violências físicas. 3 Os casos apontados dão conta de gravidez precoce na adolescência, envolvimento com drogas, doenças venéreas e casos específicos de maus tratos intra-familiar, e violência sexual na fronteira da Colômbia com o Brasil. Tabatinga 3.4.4. - Números da violência. Indicadores Básicos comparativos No Amazonas: População Total soma em 2006, 3.351 pessoas sendo que a população de crianças e adolescentes é de 1.327 pessoas. BARCELOS Ano 2006 Fonte: Programa Sentinela CRAS. Meses: Janeiro/Junho - 42 casos Julho/Dezembro - 48 casos Total do número de casos atendidos – 90 * a maioria enviado pelo Conselho Tutelar. Quadro 1 - Janeiro a Junho - 42 Casos Atendidos Gênero / Idade Violência Doméstica Violência Psicológica Abuso Sexual Negligência TIPOS Violência Psicológica Negligência Abuso Sexual (Intra Familiar) Exploração Sexual Maus Tratos Violação de Direitos Violência Doméstica Violência Física Fuga de Menores Ameaças 0a6 Masc 0 0 0 0 0a6 Fem 0 0 0 5 7 a 14 Masc 2 2 0 4 NÚMEROS 03 04 02 00 24 00 04 00 00 00 7 a 14 15 a 18 15 a 18 Fem Masc Fem 2 0 0 1 0 0 1 0 0 0 0 1 42 Renda Familiar Negligência / maus tratos – de 42 casos 33 famílias têm renda entre 0 a 1 salário mínimo; Violência doméstica somente 04 famílias têm renda entre 02 a 03 salários mínimos. Escolaridade dos Agressores Pai Primeira a quarta série 18 Quinta a oitava série 10 Segundo grau 10 Quadro 2 - Janeiro a Junho - 42 Casos Atendidos Mãe 9 9 5 TIPOS Violência Psicológica Negligência Abuso Sexual (Intra Familiar) Exploração Sexual Maus Tratos Violação de Direitos Violência Doméstica Violência Física Fuga de Menores Ameaças NÚMEROS 07 13 00 00 02 02 09 02 05 01 Gênero / Idade Violência Psicológica Negligência Maus Tratos Violação de Direitos Violência Doméstica 0a6 Masc 01 00 00 00 00 0a6 Fem 00 00 01 00 00 0 a 14 Masc 00 02 00 02 02 0 a 14 Fem 01 02 00 02 03 43 RENDA FAMILIAR Negligência Violência Doméstica 0 A 1 SALÁRIO MÍNIMO 1 A 3 SALÁRIO MÍNIMO 8 4 8 5 Escolaridade Agressores 1º ao 5º ano 6º ao 9º ano Ensino Médio Pai 18 10 10 Mãe 9 9 5 Escolaridade Agressores 2 Educação Infantil 1º ao 5º ano 6º ao 9º ano Ensino Médio 19 09 01 00 44 Números da violência em PRESIDENTE FIGUEIREDO Fonte: Sentinela / Janeiro a Junho 2006 Casos atendidos – 14 Tipos – Violência psicológica - 3 Abuso sexual -6 Negligência -5 Faixa etária atingida é entre 7 a 14 anos. Gênero - as meninas são as mais atingidas - 9 casos e menor entre os meninos - 5 casos. Renda familiar – 8 crianças provêm de famílias que recebem de 0 a 1 salário mínimo; 5 crianças de famílias com renda de 1 a 3 salários mínimos; Escolaridade dos (as) agressores (as) – A maior parte possui segundo grau - 10 TIPOS Violência Psicológica Abuso Sexual Negligência Gênero - 7 a 14 anos Escolaridade do Agressor Gênero 7 a 14 anos Ensino Médio 10 Masc. 05 NÚMEROS 03 02 04 Fem 09 Escolaridade menor 04 Escolaridade do Agressor RENDA FAMILIAR 0 A 1 SALÁRIO MÍNIMO 08 1 A 3 SALÁRIO MÍNIMO 05 RENDA FAMILIAR 45 Fonte: Sentinela / Julho a Dezembro 2006 NÚMEROS 05 04 04 01 01 TIPOS Violência Psicológica Negligência Abuso Sexual Exploração Sexual Violência Física Faixa Etária Faixa Etária Quantidade 0 a 6 7 a 14 15 a 18 02 08 05 Gênero Gênero Quantidade Masc. 09 RENDA FAMILIAR QUANTIDADE 0 A 1 SALÁRIO MÍNIMO 05 1 A 3 SALÁRIO MÍNIMO 07 Fem 06 Mais de 3 salários Mínimos 3 RENDA FAMILIAR 46 Escolaridade Quantidade 1º ao 5º ano 03 6º ao 9º ano 05 Ensino Médio 05 Não Informado 02 Escolaridade Fonte: Unidade Mista Hospitalar Gama e Silva 10 casos atendidos - Janeiro / Dezembro 2006 Tipo - abuso sexual intra-familiar Faixa etária - 7 a 12 anos de idade Gênero - Feminino Renda familiar - 1 a 2 salários mínimos Autores da agressão - padastro e avô Fonte: Policia Militar 4 casos atendidos Tipo - Abuso sexual intra e extra-familiar Faixa etária - entre 7 a 12 anos Gênero - Feminino Renda familiar - de 1 a 2 salários mínimos Autores dos abusos - pais biológicos, avôs e tios 2 casos de exploração sexual (prostituição infanto-juvenil) sendo intermediadas pelas mães Faixa etária - de 12 a 17 anos Gênero - Feminino Renda familiar - 1 a 2 salários mínimos Fonte: Policia Civil *Sem registro de denúncias Fonte: Conselho Tutelar 19 casos atendidos - Janeiro / Dezembro 2006 Tipos Abuso sexual intra e extra familiar - 5 casos Faixa etária - 0 a 6 anos de idade Gênero - Feminino Renda familiar - 1 salário mínimo Autores (agressores) - padastro e avôs Exploração sexual - Prostituição infanto juvenil - 11 casos Turismo sexual - 3 Gênero - Feminino Faixa etária - 13 a 16 anos de idade 47 Fonte: CMDCA* Recebeu denúncias (exploração sexual comercial) durante o ano de 2006, mas não tem registro do numero dos casos nem os dados sobre as vitimas. Fonte: Secretaria de Assistência Social e do Trabalho - SEMTRAS 7 casos atendidos - Janeiro / Dezembro 2006 Tipos Abuso sexual intra familiar - 5 casos Faixa etária - 7 a 14 anos de idade Gênero - Sexo Feminino - 1 Sexo Masculino - 4 Renda familiar - 1 a 2 salários mínimos - 7 Autores da violência - pai, mãe e padastro Exploração sexual - Prostituição infantil - 1 caso Turismo sexual - 1 caso Gênero - Feminino Faixa etária - 13 a 17 anos de idade Renda familiar - 1 a 2 salários mínimos Autores - pescadores e outros (turistas) Agenciadores - pai e mãe * o quadro oficial de algumas entidades foi repassado incompleto. Números da violência em TABATINGA Fonte: Conselho Tutelar / Ano 2006 Tipos Abuso Sexual intra familiar - 4 Abuso sexual extra familiar - 2 Exploração Sexual -4 Faixa etária Abusos sexuais e exploração sexual comercial (prostituição e turismo sexual) 13 a 17 anos de idade. Gênero - Abusos - 6 são meninas Exploração sexual - 1 menina, 3 meninos Renda familiar - 1 a 2 salários mínimos Autores das violências Abuso sexual intra familiar - pais e padastros Abuso sexual extra familiar - desconhecido Exploração sexual - comerciantes locais e/ou colombianos, peruanos da fronteira e outros municípios. * Bairros localidade das ocorrências das violências Nova Esperança, D. Pedro I, Comunicação, Tancredo Neves, Portobrás, Tiradentes, Santa Rosa. Fonte: Delegacia Regional de Tabatinga / Ano 2006 Abuso sexual intra familiar - 2 casos Faixa etária - 0 a 12 anos de idade Gênero - meninas Renda familiar - 0 a 1 salário mínimo Autor da violência - padastro * Bairro Tancredo Neves 48 Fonte: Sentinela / Janeiro a junho 2006 Casos atendidos: 122 Tipos Violência física - 15 casos Violência psicológica - 30 casos Abuso sexual - 10 casos Exploração sexual - 0 Negligência - 67 casos Faixa etária e gênero 5 casos de violência física (masculino) estão na faixa de 0 a 6 anos de idade; e 10 casos (feminino) na faixa de 6 a 14 anos; 10 casos de violência psicológica (masculino) estão na faixa de 7 a 14 anos e 20 casos (feminino) estão na faixa de 7 a 14 anos; 1 caso de abuso sexual (masculino) é da faixa de 7 a 14 anos e 9 casos (feminino) na faixa de 7 a 14 anos; 29 casos de negligência (masculino) estão na faixa de 0 a 14 anos e 38 casos (feminino) estão na faixa de 0 a 14 anos. Renda familiar - 45 familiares (masculino) e 77 familiares (feminino) recebem entre 1 a 8 salários mínimos. TIPOS Violência Psicológica Negligência Abuso Sexual Exploração Sexual Violência Física NÚMEROS 30 67 10 00 15 Autor da violência - entre 25 casos o pai é o agressor principal, 74 são as mães e 12 são padastros, 8 são madrastas e 2 são irmãos. O Número de agressores segundo escolaridade - 82 possui 1ª a 4ª serie do 1 grau; 21 O de 5ª a 8ª serie do 1 grau e 3 não informaram. Fonte: Sentinela / Julho a Dezembro 2006 Número de casos atendidos: 273 Tipos Abusos sexuais - 59 casos Violência física - 2 casos Faixa etária - de 7 a 14 anos de idade Violência psicológica - 83 casos Faixa etária - de 15 a 18 anos de idade Feminino - 50 casos - 7 a 14 anos anos de idade Masculino -12 casos - 15 a 18 anos de idade Exploração Sexual comercial - 3 casos Gênero - feminino Faixa etária - 7 a 14 anos de idade Violência psicológica - 83 casos Negligência - 126 casos Gênero Masculino - 45 casos na faixa etária de 0 a 18 anos Gênero Feminino - 186 casos na faixa etária de 0 a 18 anos 49 TIPOS Violência Psicológica Negligência Abuso Sexual Exploração Sexual Violência Física Gênero - 0 a 18 anos Gênero 0 a 18 anos NÚMEROS 83 126 59 03 02 Masc. 45 Fem 186 3.4.5. - Mapeamento dos bairros de maior incidência da violação sexual contra crianças e adolescentes Tabela 05 1 2 Municípios Mapeamento dos bairros de maior incidência da violação sexual contra crianças e adolescentes Barcelos Nossa Senhora de Nazaré, São Lázaro, São Sebastião, Centro da Cidade, e Aparecida (os referidos bairros são periféricos na cidade). A maior incidência dos fatos se dá no centro da cidade e Presidente Figueiredo nas famosas cachoeiras que constituem o parque ecológico do município. 3 Tabatinga Bairro das Comunicações, Dom Pedro, São Francisco, Tancredo Neves, Rui Barbosa, Santa Rosa, Comara, Nova Esperança e Centro da Cidade. 3.4.6. - Perfil dos Abusadores Tabela 06 1 Municípios Perfil dos Abusadores Barcelos Padastros, pais biológicos, tios, vizinhos, desconhecidos da vítima, conhecidos da vítima, irmãos, autoridades públicas locais, a maioria do sexo masculino, estrangeiros e brasileiros, profissionais liberais etc. 50 2 Padastros, pais biológicos, tios, vizinhos, desconhecidos da vitima ou conhecidos da vitima, Presidente Figueiredo autoridades públicas locais, aliciadoras, visitantes, profissionais liberais, comerciantes, homens solteiros ou casados. 3 Padastros, pais biológicos, tios, vizinhos, desconhecidos da vitima, conhecidos da vitima, irmãos, autoridades públicas locais, donos de bares e casas de show, comerciantes, profissionais adultos do sexo, homossexuais, (há casos de exploração de adolescentes de Tabatinga na cidade de Letícia), estrangeiros / visitantes, profissionais liberais, solteiros ou casados. Tabatinga 3.5. - A Rede de Proteção existente nos Municípios 3.5.1. - Análise da Situação Tabela 07 CMDCA 1 2 Municípios Instituição – CMDCA Barcelos Quanto aos tipos de violência sexual, a porta de entrada é através do Conselho Tutelar, ou através dos pais e parentes. Os locais mais vulneráveis da violência sexual são alguns bairros do município sem registros e comunidades vizinhas, e os pontos onde ocorrem são barcos de turistas, hotéis de selva, bares e clubes da cidade. Não há sistema de registros. Não tem espaço definido para atuar e este se concentra na Secretaria de Assistência Social. O município ajuda com um transporte fluvial, fornece os carros para rondas nos bairros no final de semana. O CMDCA não possui sede própria, funciona nas dependências do Conselho Tutelar. Só possui articulação com o Conselho Tutelar do município. Sobre a violência sexual contra crianças e adolescentes desconhece se há pesquisa de diagnóstico sobre a situação. Com relação aos tipos de violência a origem dos abusos sexuais intra e extra-familiar tem origem na família, ou através de pessoas de cidades diferentes que vêm ao município. Em relação à exploração sexual, turismo sexual, e tráfico para fins, segundo depoimento, as denúncias vem de Manaus Presidente Figueiredo ou da zona rural do município. Com relação às origens das vítimas, os bairros mais vulneráveis à violência sexual são: Comunidades Sol Nascente e Morada do Sol (casos de abusos sexuais intra e extra-familiar); os casos de exploração (turismo sexual) as “meninas” são do centro da cidade. Os pontos onde ocorre a exploração sexual de crianças são “à olhos vistos”, a Corredeira do Urubuí e o clubes do centro da cidade. Não existe um Plano Municipal de Enfrentamento da Violência Sexual Contra a Criança e o Adolescente. 51 Tabatinga 3 O CMDCA não possui espaço próprio, mobiliário e equipamento, profissionais disponíveis, não organiza sua rotina, um plano de ação que leve em conta: o planejamento de ações, o monitoramento e avaliação das ações, as linhas políticas de financiamento das ações, e/ou articulações entre as instituições e programas, registros e mapeamentos das entidades e programas do município. Não há pesquisas diagnósticas acerca da violência sexual. Desconhece o Plano Municipal de Enfrentamento da Violência Sexual Contra Criança e Adolescentes. Não tem ou não disponibilizou as entidades e programas registrados no CMDCA que existem ou que trabalham com crianças e adolescentes em situação de violência no município. As fontes de informações sobre a violência sexual contra crianças e adolescentes têm origem à partir do Conselho Tutelar. Não sabe informar os bairros mais vulneráveis com relação à origem das crianças e adolescentes em situações de violência sexual. Não sabe a origem das denúncias nem os tipos de violência sexual. Desconhece os pontos de exploração sexual comercial de crianças e adolescentes, e de acordo com o seu dia-a-dia, na vivência como Conselho, informa que são casos repassados informalmente. 3.5.2. - Defesa e Responsabilização Tabela 08 1 2 Municípios Instituição - Polícia Civil Barcelos A representante da Delegacia (entrevistada) não soube responder as questões (posto que não há registro) se existem casos de violência sexual contra crianças e adolescentes no município. Desconhece os números, portas de entradas, locais, autores e sujeitos envolvidos com esta questão. Só há registro de BO de adultos. Recebe demanda de casos de violência sexual infantojuvenil através da zona rural, na sua maioria encaminhada pelo Conselho Tutelar. As articulações com outras instituições e Programas são tais como Pró Vida (Policia Civil) o PROERD (Policia Militar) e favorecem o entrosamento entre as policias, o Conselho Tutelar e os líderes comunitários locais. Os sujeitos envolvidos na violência sexual contra crianças e adolescentes são Presidente Figueiredo turistas vindos de Manaus e outros estados, e as sugestões para o enfrentamento da violência sexual infanto-juvenil é educar a sociedade local para denunciar. Na sua maioria, as denúncias de violência sexual a criança e adolescente não chegam a Delegacia. O nó crítico da articulação é que falta mais informação, mais educação entre as instituições, portanto, sugere para o enfrentamento, a educação de toda a rede de proteção e dos pais. 52 3 Tabatinga Espaço físico inadequado; não possui planejamento, monitoramento e avaliação. Os registros não são consolidados. Possui articulação com o Conselho Tutelar e Sentinela. Conforme o questionário, há uma difícil articulação com os outros órgãos. Há um desconhecimento dos tipos penais envolvendo a violência sexual por parte dos policiais, além de um desconhecimento das ações acerca do enfrentamento da violência sexual. Os equipamentos são cedidos, não são da própria polícia. Segundo a Delegacia, existe violência sexual no município, mas nos seus registros só constam dois (2) casos envolvendo crianças e adolescentes em 2006, sendo duas meninas de 12 anos. A localidade das ocorrências foi no bairro de Tancredo Neves e a origem das crianças é desse bairro. Municípios Instituição - Conselho Tutelar Barcelos Não possui espaço físico próprio, organização da sua rotina, um plano de ação que leve em conta, planejamento de ações, monitoramento e avaliação das ações, linhas políticas de financiamento das ações. Possui mobiliário e equipamentos, pouco recursos humanos, articulações entre as instituições e programas (Sentinela, Polícias, Secretaria de Ação Social, Comissariado do Menor) falta articulação com Saúde e Educação, os registros são esparsos e pouco consistentes. Ressentem-se da desvalorização do seu trabalho por parte dos órgãos governamentais. Tabela 09 1 2 O Conselho Tutelar do município não funciona de forma articulada com outras instituições senão com a Policia Militar através do Programa Pelotão Mirim. O Conselho Tutelar afirma que existe violência sexual contra criança e adolescente, porém os dados registrados são incompletos, desconexos e insuficientes. Existem casos Presidente Figueiredo de fuga de adolescentes e informações de locais de prostituição como clubes do município. Aponta que os principais autores de violência sexual (exploração, turismo e tráfico) são feitos por comerciantes, políticos e empresários locais e/ou de Manaus, que se deslocam para o município nos finais de semana. 3 Não possui espaço físico próprio, organização na sua rotina, um plano de ação que leve em conta planejamento de ações, monitoramento e avaliação das ações, desconhece linhas políticas de financiamento das ações municipais. Possui mobiliário e equipamentos, profissionais disponíveis, articulações entre as instituições e programas da Sentinela, PAIF, Secretaria de Ação Social, Saúde e Educação. Tabatinga 53 Tabatinga 3 Afirma, segundo seus registros, que existe a ocorrência de violência sexual contra crianças e adolescentes no município. Não sabe quem são os agenciadores da ESCCA. Percebe-se certa discrepância entre a fala do conselho e a credibilidade dos documentos e inconsistência dos registros. As localidades de ocorrência são os bairros Nova Esperança, Comunicação, Dom Pedro I, Tancredo Neves, Comunidade Ribeirinha, Portobrás, Tiradentes e Santa Rosa. Há um desconhecimento dos tipos penais por parte do Conselho, além de um desconhecimento das ações acerca do enfrentamento da violência sexual. Desconhecem a existência de um plano municipal de enfrentamento a violência sexual contra as crianças e adolescentes. São carentes de capacitação acerca da temática da violência sexual e reclamam da falta de articulação com as demais instituições do município e não possuem meio de transporte. Tabela 10 Municípios Juizado da Infância e da Juventude 1 Barcelos Não possui nenhuma ação no enfrentamento da violência sexual contra criança e adolescentes. Não possui articulação com outros órgãos de serviço do município, os registros não são consolidados, pois admitem não serem procurados pelos demais segmentos. Existe dificuldade na articulação e formação de rede. 2 Presidente Figueiredo Não possui nenhum registro. Segundo o Juizado, a população não denuncia. Tabatinga Não possui nenhuma ação no enfrentamento da violência sexual contra criança e adolescentes, nem articulação com outros órgãos de serviço do município, os registros não são consolidados, pois admitem não serem procurados pelos demais segmentos. Existe dificuldade na articulação e formação de rede. . O principal problema de violência no município são “os acertos de conta do tráfico de drogas”. 3 3.5.3. - Prevenção / Assistência Tabela 11 1 Municípios Programa Sentinela Barcelos Programa Sentinela. Espaço cedido pela Prefeitura, não possui Internet e nem telefone. Possui mobiliário e equipamentos, equipe técnica que funciona de segunda à sexta das 07:00 às 17:00 horas, sistema de registro e arquivo, planejamento quadrimestral, articulação com outros orgãos de serviço do município. 54 Barcelos 1 Desconhece os tipos de trabalho a serem ofertados para o enfrentamento da violência sexual acerca da criança e do adolescentes. Carecem de um trabalho articulado e eficiente com outros orgãos e serviços do município. Possuem parcerias com CRAS e PAIF da SEMASC que trabalha também com o PETI, o programa Casa Lar, Bolsa Família, Programa Conviver. 2 Programa Sentinela. Ligado a Secretaria Municipal de Trabalho e Assistência Social - SEMTRAS, faz atendimento a comunidade urbana e rural, principalmente a população infantojuvenil. Possui prédio alugado, boa estrutura com sistema digital e internet. Possuem planejamento de trabalho para a equipe local com monitoramento e avaliação das ações. Recebem Presidente Figueiredo crianças e adolescentes com histórico de violência sexual encaminhadas de forma espontânea pelas pessoas da comunidade, pelo Conselho Tutelar e pela SEMTRAS. O nó critico para o Sentinela é a distância do município em relação às comunidades (ao longo da rodovia), a intensa mobilidade das famílias (migração) e a lentidão do Poder Judiciário para julgar os casos. Trabalham com Programas do Governo Federal – PETI, Bolsa Família, etc. 3 Programa Sentinela. Espaço cedido pela Prefeitura, possui mobiliário e equipamentos, não possui internet, nem telefone, possui equipe técnica, funciona de segunda a sexta das 07:00 às 17:00 horas, sistema de registro e arquivo, planejamento quadrimestral, articula-se com outros órgãos de serviço do município. Trabalham de acordo com o Plano Municipal de Violência Sexual Contra Crianças e Adolescentes. Desconhece os tipos de trabalho a serem ofertados para o enfrentamento da violência sexual acerca da criança e do adolescentes. Carecem de um trabalho articulado e eficiente com outros órgãos e serviços do município. Possuem parcerias. Tabatinga 4. - Saúde Tabela 12 Municípios 1 Barcelos Saúde / Hospitais e agentes de saúde Não tem conhecimento sobre um Plano Municipal de Enfrentamento da Violência Sexual Infanto-Juvenil. No enfrentamento da violência sexual contra crianças e adolescentes contam com o Programa do Governo Federal denominado PSCAVVAES. Não possui articulação com outros órgãos de serviço do município, nem arquivos de dados organizados (os registros não são consolidados), os equipamentos são obsoletos, não há equipamentos para atender a demanda. Faltam mais profissionais, inclusive médicos. São carentes de capacitação acerca da temática de violência sexual e não possuem articulação com as demais instituições do município. 55 2 A Secretaria de Saúde – Trabalha com Políticas de Proteção Social Básica, no atendimento, prevenção, orientação nos casos de malária e infecções. Há planejamento para essas ações endêmicas. O mapeamento das áreas é monitorado e avaliado. Atende áreas indígenas, fluvial no município de Presidente Figueiredo, além de . vizinhos, tais como São Sebastião e Itapiranga. A Unidade Mista Hospitalar Gama e Silva não se articula com nenhum programa, instituição ou órgãos locais. Não Presidente Figueiredo sabe caracterizar os sujeitos envolvidos na violência sexual contra crianças e adolescentes, e outros trabalhos bem sucedidos no enfrentamento da violência sexual contra crianças e adolescentes no município. Não existe um Plano Municipal de Enfretamento à Violência Sexual contra Crianças e Adolescentes, desconhece os trabalhos bem sucedidos nesse campo. Sugere para aprimorar o enfrentamento da violência sexual contra crianças e adolescentes, a capacitação para a comunidade e todos os representantes líderes do governo. Tabatinga 3 O hospital de Tabatinga tem notificado inúmeros casos de DST – AIDS, sendo a maior incidência entre adolescentes e jovens. Atua de forma isolada sendo de sua iniciativa a ida às escolas para a realização de oficinas e encontros temáticos. Em geral, os casos de exploração sexual de crianças e adolescentes não estão sendo notificados. São percebidos, mas não há nenhuma ação. Principais problemas de saúde são febre, gripe, diarréia e malária entre as crianças, malária entre os adultos e gripe entre os idosos. 5. - Educação Tabela 13 1 2 Municípios Educação Barcelos Em geral, as crianças e adolescentes no período em que não estão nas escolas são ociosos, sem perspectivas de participação em atividades educativas, por inexistirem no município programas desta ordem. Técnicos e professores possuem dificuldades em abordar a temática da violência sexual contra crianças e adolescentes. Articulam-se com o Sentinela e Conselho Tutelar (palestras e encaminhamentos de alunos “problemáticos” (...) Falta integração com esporte e lazer. As escolas estaduais e municipais de Presidente Figueiredo possuem prédio próprio, com salas suficientes, refeitórios, bibliotecas, laboratórios de informática e quadro de técnicos e professores suficiente. Atendem o centro da cidade e bairros periféricos (alguns mais distantes como Balbina e Pitinga) têm Presidente Figueiredo realizado palestras e projetos sociais em articulação com outros Programas (drogas, meio ambiente). Os nós críticos das duas escolas é a falta de retorno e as providências tomadas pelas instituições com que mantém articulação. Fazem planejamento semestral. Há conhecimento sobre a violência sexual contra 56 2 crianças e adolescentes no município, mas desconhecem formalmente, quantitativamente os casos. Alguns casos são Presidente Figueiredo registrados na escola e encaminhados para o Conselho Tutelar. 3 Em geral, as crianças e adolescentes no contra-turno das escolas são ociosos, sem perspectivas de participação em atividades educativas, dada a precariedade dos programas sociais ou educativos no município. Técnicos e professores possuem dificuldades em abordar a temática sobre a sexualidade envolvendo abusos e/ou outros tipos de violência sexual. Tabatinga 6. - Instalação do PAIR / Seminário do Plano Operativo Local 6.1. - Plano Operativo Local / Objetivos do Seminário v Mobilização da rede. v Construção do Plano Operativo Local (POL). v Constituição da Comissão Local, responsável pelo monitoramento do POL. Cronologia de Execução O trabalho de campo teve sua ação prevista para dezembro/fevereiro, sendo organizada e planejada entre outubro e novembro. = Presidente Figueiredo previsto e realizado de 27 a 29 de Agosto de 2007. = Tabatinga – previsto e realizado de 25 a 27 de Junho de 2007. = Barcelos - previsto e realizado de 10 a 12 de fevereiro de 2008. Realização do Seminário v v v v v v Abertura com listas de presença e entrega de material de suporte técnico. Apresentações em slides - Power Point . Realização das Oficinas. Apresentação dos produtos (POL). Constituição da Comissão Local. Encerramento. Realização de Sondagem Inicial Objetivo: Mapeamento preliminar acerca do nível de entendimento dos atores do Sistema de Garantia de Direitos sobre o fenômeno da violência sexual contra crianças e adolescentes. 57 Seminário Apresentações/Documentos técnicos de Suporte. = Plano Nacional = Constituição Federal = Estatuto da Criança e do Adolescente = O que é o PAIR = Políticas Públicas (Saúde, Educação, Trabalho, Assistência, etc.) = PESTRAF (nacional) = Matriz Intersetorial do Disque Denúncia Nacional e a Matriz dos Municipios da Região Norte (AM) = Diagnóstico participativo realizado no município (descrição por eixo para facilitar a construção do POL) Metodologia das Oficinas = Objetivo Elaborar o Plano Operativo Local de enfrentamento a violência sexual contra crianças e adolescentes no município. = Operacionalização Os participantes do Seminário foram distribuídos de acordo com suas áreas de atuação profissional, em seis grupos organizados seguindo os eixos temáticos do Plano Nacional. 6.2. - Constituição da Comissão Local do PAIR n Feita a escolha de três dos componentes do grupo que formaram a Comissão do PAIR no município e que será responsável pela mobilização de todos os setores para a execução do POL, bem como pelo monitoramento e avaliação do mesmo. Os nomes escolhidos foram apresentados na Plenária para referendo. n A produção alcançada é repassada à Coordenação do Seminário para ser apresentada na plenária final. 6.3. - Comissões locais do PAIR MUNICÍPIO DE PRESIDENTE FIGUEIREDO = Período de realização: 27 a 29 de Agosto de 2007. = Responsáveis, colaboradores, órgãos e segmentos mobilizados. = Coordenação: Ana Maria Derzi, Luiz Celestino Jr., Paulo Sampaio (CEDECA “Pé na Taba”) = Colaboradores: Marcikelly Assis (Assistente Social) e Secretaria de Trabalho e Ação Social – SEMTRAS / e Prefeitura de Presidente Figueiredo. Programa de ações integradas e referencias de enfrentamento à violência sexual infanto-juvenil no território brasileiro COMISSÃO DE COORDENAÇÃO E MONITORAMENTO DO PLANO OPERATIVO LOCAL DO MUNICÍPIO DE PRESIDENTE FIGUEIREDO-AM. EIXO ANALISE DA SITUAÇÃO Titular: SILVIA COLARES DE OLIVEIRA (CMDCA) Suplente: MARCIKELY DE OLIVEIRA ASSIS (CREAS) Suplente: CLEUDA DE S. MACHADO (CONSELHO TUTELAR) 58 EIXO MOBILIZAÇÃO E ARTICULAÇÃO Titular: EDI SAMPAIO MILIANO – (ASSOCIAÇÃO DOS MOTOTAXI) Suplente: EDUARDO MARVAN – (MOVIMENTO ESTUDANTIL) Suplente: JONES DE CARVALHO DE BRITO (FUNDAÇÃO REDE AMAZÔNICA) EIXO DEFESA E RESPONSABILIZAÇÃO Titular: FARAHNAZ MAHY ALVES NASCIMENTO (POLICIA CIVIL) Suplente: ROBSON ALMEIDA DE SIQUEIRA (POLÍCIA CIVIL) Suplente: JOSÉ MARIA ANDRADE DA SILVA (POLICIA MILITAR) EIXO ATENDIMENTO Titular: ALINE TOLENTINO DE MELO (SEMS) Suplente: IVONE HIGINO BARROS (SEMED) Suplente: IGOR MANOLO (AÇÃO SOCIAL) EIXO PREVENÇÃO Titular: ALTEMIRA BARBOSA DE SOUZA (CMAS) Suplente: FRANCISCO WILKER DOS S. FERREIRA (SEMS) Suplente: MARIA DE NAZARÉ CÂMARA VIEIRA (SEMED) EIXO PROTAGONISMO JUVENIL Titular: LUIZ AUGUSTO SCHWADE (ESC. EST. MARIA CALDERARO) Suplente: ANA CAROLINA GRANA ARAÚJO (ESC. EST.MARIA CALDERARO) Suplente: JOÃO GOMES DA SILVA (ESC. MARIA CALDERARO) KEILA FREIRE MOTA (CONSELHO TUTELAR) MUNICÍPIO DE TABATINGA = Período de realização: 25 e 27 de Junho de 2007. = Responsáveis, colaboradores, órgãos e segmentos mobilizados. = Responsáveis: Coordenação: Ana Maria Derzi, Luiz Celestino Jr., Paulo Sampaio (CEDECA “Pé na Taba”) = Colaboradores: Cristiane Vitório (Assistente Social) e Secretaria de Ação Social – SEMAS/Tabatinga,Prefeitura local. Programa de ações integradas e referencias de enfrentamento à violência sexual infanto-juvenil no território brasileiro COMISSÃO DE COORDENAÇÃO E MONITORAMENTO DO PLANO OPERATIVO LOCAL DO MUNICÍPIO DE TABATINGA EIXO ANALISE DA SITUAÇÃO Titular: Maria Verônica Vieira Moreira - Amigas Guerreiras Suplente: Jonismar Campos Silva - SEMED Suplente: Fabiúla Lima Pereira - CRAS - Casa da Família - Fone: 3412-2228 EIXO MOBILIZAÇÃO E ARTICULAÇÃO Titular: Patrizia Licandro – Margarida Perez - Equipe Itinerante Suplente: Gercy Figueiredo Quintero - Amigas Guerreiras Suplente: Manuel Fernandes Moura - FIUPAM Suplente: Maria Alves Rodrigues - Pastoral da Criança 59 EIXO DEFESA E RESPONSABILIZAÇÃO Titular: Marildo Carvalho dos Santos - Guarda Municipal Suplente: Rosa Amélia Lima dos Santos - Guarda Municipal Suplente: João Curico de Oliveira Filho - Guarda Municipal EIXO ATENDIMENTO Titular: Ana Luiza Ramos Capeleto Suplente: Tayana Cândido de Assis Oliveira Suplente: Rozeni Araújo de Andrade Suplente: Abílio de Souza Paiva - RAS/Programa Sentinela - Programa Saúde da Família - Programa de Saúde da Família - Hospital de Tabatinga EIXO PREVENÇÃO Titular: Cristiane Santos S. Vitório - Secretaria de Ação Social / Secretaria de Saúde Fone 34122031 Suplente: Raimunda Daci Falcão - CRAS/PAIF Fone 34122228 Suplente: Eliana de Oliveira Coelho - Secretaria de Saúde EIXO PROTAGONISMO JUVENIL Titular: Edney da Cunha Samias - Associação de Capoeira Ave Branca Suplente: Roberta Saraiva da Silva - CRAS PAIF - Fone: 3412-2228 Suplente: Sucena Farias de Souza - Agente de saúde Universitária MUNICÍPIO DE BARCELOS = Período de realização: 11 a 13 de fevereiro 2008 = Responsáveis, colaboradores, órgãos e segmentos mobilizados. = Responsáveis: Coordenação: Ana Maria Derzi, Luiz Celestino Jr., Paulo Sampaio (CEDECA “Pé na Taba”) = Colaboradores: Suely Abitbol (Psicóloga), Prefeitura e CRAS. Programa de ações integradas e referencias de enfrentamento à violência sexual infanto-juvenil no território brasileiro COMISSÃO DE CORODENAÇÃO E MONITORAMENTO DO PLANO OPERATIVO LOCAL DO MUNICÍPIO DE BARCELOS-AM. EIXO ANALISE DA SITUAÇÃO Titular: Suely Abtibol Praia (SEMASC – Sentinela) Suplente: Ingrid Câmara Areque (SEMASC – Sentinela) Suplente: Lucineide da Rocha Alves (SEMASC – CRAS) EIXO MOBILIZAÇÃO E ARTICULAÇÃO Titular: Maria do Socorro Naveca de Lima (Professora da Escola Estadual São Francisco de Sales) Suplente: Ana Maria Rodrigues Garcia (SEMSA) Suplente: Margareth Bezerra Souza EIXO DEFESA E RESPONSABILIZAÇÃO Titular: Gutemberg Marinho Duarte – Comissariado Suplente: Edilene Nogueira de Melo – Conselho Tutelar Suplente: Maria Genir Jacinto Cordovil – Comissariado 60 EIXO ATENDIMENTO Titular: Rosely Fonseca Chagas (Professora da Estadual Angelina Palheta Mendes) Suplente: Márcia Fernanda França (SEMASC – Sentinela) Suplente: Eunice de Araújo Ribeiro (SEMTUR) EIXO PREVENÇÃO Titular: Roberto Katz ( Professor da Escola Estadual Pe. João Badalotti) Suplente: Maria do Socorro Lima de Holanda (Escola Estadual Angelina Palheta Mendes) Suplente: Maria Clara Alves da Silva (Escola Estadual Angelina Palheta Mendes) EIXO PROTAGONISMO JUVENIL Titular: Celso Jânio Dias Campos (Estudante da Esc. Estadual São Francisco de Sales) Suplente: Jodimar Pinheiro da Silva (Estudante da Esc. Estadual São Francisco de Sales) Suplente: Edivalda Lacerda Farias (Estudante da Esc. Estadual São Francisco de Sales) 61 Assinatura do Pacto em Tabatinga Fonte: Arquivo do NEIREGAM/2007. Com o objetivo de apresentar as estratégias de intervenção através dos Planos de Ações construídos pela Rede de Defesa e Atenção aos direitos das crianças e adolescentes dos municípios de Barcelos, Presidente Figueiredo e Tabatinga, reuniram-se diversas instituições para firmar acordos com os agentes dessas redes, com a sociedade civil e os governantes locais para implementar políticas públicas que o PAIR e suas ações . indicam. Cronologia de Execução: O trabalho de campo teve sua ação prevista, sendo organizada e planejada entre janeiro e . fevereiro. Foi realizado o pacto em Tabatinga em 11 de março de 2008, em Barcelos em 15 de abril de 2008 e em Presidente Figueiredo em 23 de maio de 2008. Fonte: Arquivo do NEIREGAM/2007. 7. - PACTOS entre a sociedade civil organizada, a rede de proteção e a comissão eleita do PAIR com os governantes locais Assinatura do Pacto em Presidente Figueiredo 62 = Tabatinga - 21 a 25 de novembro de 2007. = Presidente Figueiredo - 17 a 19 de dezembro de 2007. = Barcelos - 13 a 15 de fevereiro de 2008. Quadro Docente = Coordenação: Msc. Ana Maria Derzi; = Dra. Francisca Cavalcante, Dra. Simone Baçal, Dr. Thomé Eliziario, Msc. Aurora Del Carmem Soria, Especialistas Selma Cobra, Melita Mady, Paulo Sampaio e Amanda Ferreira (apoio). Fonte: Arquivo do NEIREGAM/2007. 8. - Capacitação Carga Horária: 60 horas, sendo dividida em três momentos: – Elaboração Metodológica dos instrumentos didático/pedagógicos. Com base nas análises anteriores da sondagem inicial, foram colecionados pela equipe docente textos bibliográficos, filmes, documentos oficiais, abordando os principais temas e assuntos referentes ao enfrentamento da Violência Sexual Infanto Juvenil e confeccionado em power point e apostilas impressas. – Conteúdo Programático (presencial) Marco conceitual sobre a violência e as violências sexuais contra crianças e adolescentes, violência e educação, violência e saúde, a importância das notificações, as estratégias metodológicas de atendimento psicossocial especializado, defesa, responsabilização, os crimes sexuais e as leis, a doutrina de Proteção Integral, o ECA, Políticas Públicas e os direitos das crianças. Conservando com as crianças vítimas de violência. Como prevenir os abusos sexuais. – Oficinas Temáticas/Workshop com técnicas de abordagem e prática de casos problemáticos. * Vide embasamento/suporte teórico da capacitação, das apostilas, análises e abordagens na p.18 deste relatório (parte I) 8.1. - Produtos Finais Ø Além das pesquisas (3) realizadas nos municípios, oficinas e seminários realizados (6) assinaturas de pactos nos três municípios (3), temos a elaboração de relatório digital em CD ROM, vídeo institucional elaborado em parceria com a TV UFAM, elaboração e distribuição de folderes educativos. 63 Número de Profissionais Capacitados nos três municípios. O ÁREA N. de Profissionais Agente de Saúde 62 Educador Social 18 Estudante 19 ONG’s 08 Médicos 08 Enfermeiro 05 Sentinela 10 Guarda Municipal 04 Psicólogo 03 Policia 09 Assistente Social 08 Conselho Tutelar 07 Comissariado do Menor 04 Professor 16 Outros (comunitários) 05 9. - Uma rápida análise, interpretação e discussão dos resultados Ø Ao analisarmos os dados colhidos durante a pesquisa diagnóstico observamos fatos inéditos colhidos entre os informantes envolvendo certa permissividade nas famílias das crianças que pertencem às populações excluídas dos municípios. Algumas informações dão conta que os pais são coniventes com a iniciação sexual dos jovens e em época festiva na cidade, são essas crianças e adolescentes que por carência financeira, por indução, aliciamento ou “livre iniciativa”, procuram os . turistas para as práticas sexuais. Ø Na dinâmica do abuso sexual intra-familiar, em famílias incestuosa, uma das partes desconhece o processo e progressos de uma sociedade civilizada; assim o adulto, geralmente do sexo masculino instaura uma pratica de obter prazer sexual a qualquer custo ignorando as regras e deveres da proteção parental e as proibições culturais do incesto.*Vide análise no texto anterior do relatório 1 deste documento. . Ø Permanecendo nesses municípios em final de semana (sexta-feira e sábado), é possível constatar que a maior concentração de adolescentes se dá na Praça Central da Cidade, onde junto aos bares, dezenas e dezenas de menores tomam cervejas e outras bebidas alcoólicas, sob à vista passiva de Policiais, de outras autoridades e da sociedade em geral. Também próximo ao local há casas de exploração sexual, freqüentadas quase que exclusivamente por crianças e . adolescentes. Ø Durante os cursos e seminários, a densa participação de jovens e de políticos (vereadores, prefeitos, secretários) demonstrou o grau de importância do evento na cidade e a responsabilidade do papel extensionista da Universidade nos . municípios. Ø As oficinas com estudos de casos propiciaram a equipe dados e problemas que . merecem ser observados na operacionalização do PAIR no futuro. Ø Os Planos Operativos Locais demonstraram que falta mais eficiência e compromisso dos gestores locais (que puderam ouvir esclarecer, refletir em conjunto nos seminários e cursos) para encontrar caminhos e soluções possíveis. . Ø Os Conselhos de Direitos das Crianças merecem uma melhor e mais extensa assessoria e monitoramento nas suas ações cotidianas. 64 Ø Falta maior mobilização da sociedade local e lideranças ousadas para o . enfrentamento da violência sexual infanto-juvenil em alguns municípios. Ø Já temos um quadro que dá visibilidade a rede de exploração sexual dos municípios visitados, mas também os planos locais de ações que podem, com a assinatura do Pacto entre o governante e a sociedade civil organizada, tornarem-se reais e concretas políticas públicas de enfrentamento à violência sexual de crianças e . adolescentes. Ø Houve grande mobilização por parte das comunidades dos municípios e há uma grande expectativa de mudanças em relação a rede de proteção. Teoria e prática foram mais bem visualizadas e entendidas pelos agentes e operadores da rede dos . municípios. Ø As fichas de avaliações dos cursos demonstraram o bom desempenho das temáticas, dos docentes e dos métodos utilizados no processo de expansão do PAIR nos municípios. 9.1. - Principais dificuldades encontradas na implementação do Programa Ø Há dificuldade de locomoção, pouca opção de empresas e dias de vôo para os . municípios do Amazonas; Ø O comprometimento e envolvimento de pessoas influentes e poderosas de alguns municípios na exploração sexual comercial de crianças e adolescentes ou quando . não, a omissão e descaso face ao problema; Ø A dificuldade de acesso a registros, informações e documentos das entidades, o que demonstrou a necessidade de maior sensibilização as mesmas e utilização de . dados e fontes alternativas de informações e necessidade de novas pesquisas; Ø É preocupante a falta de dados sócio demográficos de municípios como os da Região Norte e do Amazonas. Os mapas e índices de desenvolvimento não trazem . os desenhos dos bairros, o que demanda pesquisa de outro porte; Ø Observa-se que o excesso de burocracia, a dependência financeira e o atrelamento institucional, aliados aos poucos recursos governamentais que podem ser cortados, limitam algumas falas e ações das pessoas ou instituições nos municípios visitados; Ø Havia uma proposta inicial no plano de trabalho da UFAM (nas metas e ações do plano operativo) de monitoria e assessoria técnica á comissão dos PAIR locais. No entanto, ficou acertado em reunião conjunta em Brasília que essas ações serão realizadas pela equipe da UFMS que terá a incumbência de avaliar, monitorar e assessorar os municípios nessa questão. 65 10. - Considerações Finais Muitas pessoas contribuíram para a produção desse Relatório de forma direta ou indireta através dos depoimentos dados, do acesso a documentos, ou através das entrevistas dadas á nossa equipe. Queremos manifestar nosso agradecimento e reconhecimento á essas contribuições dadas e dizer que assumimos nossos erros por omissão ou equívocos surgidos em alguma parte desse Relatório. A ética e o sigilo solicitados por algumas pessoas foram mantidos e o quadro/perfil da rede de proteção são . cópias fieis das respostas e depoimentos das pessoas das comunidades locais. Nosso especial agradecimento à Secretaria Especial de Direitos Humanos e a Subsecretaria de Promoção dos Direitos da Criança e do Adolescente que tornou possível . este trabalho. No momento em que o PAIR (Programa de Ações Integradas e Referenciais para o Enfrentamento da Violência Sexual Infanto-Juvenil), com o apoio da Universidade Federal do Amazonas, articula e integra os profissionais das áreas da saúde, da educação e outros profissionais do âmbito político, administrativo, jurídico, religioso etc., para efeito de estabelecer o Programa e fortalecimento da Rede de Proteção às Crianças e Adolescentes nos municípios de Barcelos, Presidente Figueiredo e Tabatinga, no Estado do Amazonas, acredita-se que os problemas socio-econômicos que resultam na marginalização social em seus mais diversos níveis, e que se constituem numa espécie de rito de passagem que culmina com o fenômeno dos problemas e riscos sociais, serão . doravante enfrentados por uma política de ações também integradas e articuladas. Como diz Faleiros (1997) a pobreza não é o fator determinante da violência mas, em suas entranhas gesta-se um processo cumulativo de fragilizacão social que condiciona a trajetória de grande número de crianças e adolescentes privados de comida, de casa, de proteção, de escola, com acentuação das relações violentas intra-familiares, também facilitadas pelo alcoolismo e pela "promiscuidade", pelo desemprego e pela frustração . social. Para efeito das mudanças desejadas é necessária a permanente orientação, educação e intervenção preventiva àqueles que são vitimados por violências diversas, entre elas as físicas e sexuais. Entendemos que os setores, por exemplo, educacionais e da saúde devam oferecer Programas de Qualidade de Vida, com o envolvimento da família, da escola e do Estado, que proporcione a integração social das crianças e dos adolescentes, vitimas da omissão e do descaso e que seja urgente o compromisso do eixo de Defesa e Responsabilização para garantir a integridade e a confiança das crianças e adolescentes e para assegurar o respeito aos seus direitos de cidadania, na esperança de voltarmos à esses municípios num tempo não muito distante, certos de termos acertado e contribuído com a sociedade local no resgate da infância, da adolescência e da juventude . plena e feliz! É urgente, imediata, a implantação de políticas públicas por parte dos governantes locais tais como abrigos, centros de referências, creches públicas, mais leitos e atenção integral à saúde da mulher e das crianças nos hospitais e postos de saúde, maior vigor e fiscalização da lei que protege, assegurando assim o andamento e êxito do Programa de Ações Integradas e Referenciais no Enfrentamento da Violência Sexual contra Crianças e Adolescentes já instalado em seus municípios. 66 11. - Referências Bibliográficas FALEIROS, Vicente de Paula. A violência sexual contra crianças e adolescentes e a construção de indicadores: a critica do poder, da desigualdade e do imaginário. Trabalho apresentado na Oficina de Indicadores da Violência Intrafamiliar e da Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes, promovida pelo CECRIA, em Brasília. Dezembro de 1997. Documentos consultados . Atlas do Desenvolvimento Humano no Brasil – PNUD 2000. Disponível no site www.pnud.org.br/atlas/ BRASIL. Ministério da Justiça. Secretaria Especial dos Direitos Humanos. Plano Nacional de Enfrentamento á Violência Sexual Infanto Juvenil. BRASILIA. MJ/ . SEDH/. 2000. CECRIA. Tráfico de Mulheres, Crianças e Adolescentes para fins de exploração sexual no Brasil. Relatório Final de Projeto de Pesquisa (PESTRAF), Brasília, 2002. Ministério da Justiça. Secretaria Especial dos Direitos Humanos. Matriz Intersetorial de Enfrentamento da Exploração Sexual Comercial de Crianças e Adolescentes. Coordenação. SEDH/Violes/UNB, Disque Denuncia Nacional. Brasília, SEDH/ MJ. . 2004. Situação da Infância e da Adolescência Brasileira – 2009. O Direito de Aprender: potencializar avanços e reduzir desigualdades. Coordenação Geral: Maria Salete da Silva e Pedro Ivo Alcântara. Brasília. UNICEF. 2009. 67 Denunciia ando = Sistema de Notificações – Sistema de Informações para a Infância e Adolescência - SIPIA (acesso: Conselhos Tutelares). = Disque Denúncia Nacional - Subsecretaria de Direitos Humanos da Presidência da República - Disque 100. = Delegacia Especializada de Defesa da Criança e do Adolescente. = Vara e Juizados da Infância e da Juventude. = Ministério Público. = Defensoria Pública. = Conselhos Tutelares. = Conselhos dos Direitos da Mulher. = Central de Atendimento à Mulher – Disque 180. = Conselhos Estaduais ou Municipais de Defesa da Criança e do Adolescente. Endereços Úteis = Serviço de Atendimento às Vítimas de Violência Sexual – SAVAS Rua Kamapuã, n.O 108, Hospital Universitário Francisca Mendes - Cidade Nova. Fone: (92) 2123-2911. = Serviço de Atenção à Vítima de Violência Sexual – SAVVIS O Maternidade Dr. Moura Tapajós. Rua Recife, n. 1695 , Adrianópolis Fone (92) 3648-1164. = Juizado da Infância e da Juventude O Rua Valério Botelho de Andrade, n. 540, São Francisco - Fone: (92) 3611-3904. = Delegacia da Mulher - Fone: (92) 3236-7012. = Conselho Municipal dos Direitos da Mulher – SEMASC. Av. Darcy Vargas, n.O 77, Chapada - Fones: (92) 3236-0474/3642-6277; = Defensoria Pública - PAC - São José - Fone: 3644-5998. = Instituto Médico Legal – Av. Noel Nutels (atrás do Hospital Francisca Mendes) Bairro da Cidade Nova. = Vara Especializada da Criança, do Adolescente e do Idoso Rua Valério Botelho de Andrade, n.O 540 - São Francisco - Fone (92) 3611-4714. O = Programa Sentinela. Rua Libertador, n. 535 - Bairro Nossa Senhora das Graças. Fone: (92) 3233-9189. = Disque Denúncia Nacional – Disque 100. = Disque Denúncia local / Manaus - Disque 147. Sites Úteis = = = = = Secretaria Especial de Políticas para Mulheres – www.planalto.gov.br/mulheres Secretaria Especial dos Direitos Humanos – www.sedh.gov.br Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) – www.sbp.com.br Organização Internacional do Trabalho – OIT – www.oitbrasil.org.br Comitê Nacional de Enfrentamento a Violência Sexual Comercial contra Criança e Adolescente – www.comitenacional.org.br. = Associação Nacional dos Centros de Defesa da Criança e do Adolescente. www.anced.org.br = Observatório Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente. www.direitoshumanos.gov.br/observatoriocriancaeadolescente 68