- Biblioteca Municipal de Viana do Castelo
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DIRECTOR Paulo Emanuel Martins Dias SUB-DIRECTOR José Aníbal Marinho Gomes www.opovodolima.publ.pt ANO II - 2ª Série | N.º 34 | Bimensal O Jornal essencialmente Limiano Preço Avulso: 0,65€ Assinatura Anual: 20€ 15 | Junho | 2010 Viana do castelo tem novo Bispo D. Anacleto de Oliveira tomará posse em Agosto Sagração de D. Anacleto, Fátima, 24 de Abril de 2005 I PÁG. 9 D. Carlos Francisco Martins Pinheiro Desporto | PÁG. 10 e 11 . Futebol - João Carlos Matos, novo Presidente da Direcção de Os Limianos - Um ano ímpar para o futebol limiano! . Canoagem - João Silva apurado para os Jogos Olímpicos da Juventude - Clube Náutico vence a Taça de Portugal de Pista - Náutico com atletas em todas as selecções ::::::::::::::::::::::::::::::::::::: O Povo do Lima publica um suplemento de 8 páginas Museu do Brinquedo Português será instalado em Ponte de Lima Instalado na Casa do Arnado será o primeiro do género em Portugal | PÁG. 4 Obras de reabilitação das margens do Lima embargadas pelo IGESPAR Partidos politicos tomam posições perante o embargo | PÁG. 5 Desenvolvimento sustentável em debate no CLA de Ponte de Lima da Universidade Aberta O Povo do Lima apresenta uma entrevista ao Dr. Luís Cunha, Director do Centro Local de Aprendizagem limiano | PÁG. 6 www.opovodolima.publ.pt Terça-feira, 15 de Junho de 2010 Editorial José Aníbal Marinho Gomes HABEMUS EPISCOPUM Foi com grande júbilo que todos recebemos a notícia do novo Bispo da nossa diocese: “Roma locuta, causa finita - Roma falou; encerrada a questão” (Santo Agostinho). Em nome do Preceptorado de Ponte de Lima da Militia Sanctae Mariae (MSM) - companhia regular e militante dos Cavaleiros de Santa Maria, agradeço a Sua Santidade o Papa Bento XVI a nomeação deste novo Bispo, que vem para servir, como bom pastor, o povo de Deus que vive nesta Diocese, ou não fosse o seu lema episcopal “Escravo de todos”. Desejo as boas vindas ao Senhor D. Anacleto Oliveira e anseio que o Espírito de Deus o guie nesta nova etapa da sua vida, procurando suprir as carências da nossa diocese e atingir, com novo ânimo apostólico, todos os católicos, na participação e na evangelização. Felicito Vossa Excelência Reverendíssima pela sua nomeação para a Diocese de Viana do Castelo. Em espírito de fé, esperámo-lo com o coração cheio de alegria, sabedores de que o Bom Deus nos envia um «pastor segundo o seu coração»! Dom Anacleto Oliveira seja bem-vindo aos ares do Alto Minho onde pode contar com a presença terna e fraterna do seu rebanho e sobretudo com a estima da pequena mas corajosa comunidade da MSM, e receba o nosso carinho, sabendo que, como nosso Bispo, nos conduzirá pelos caminhos da vontade do Senhor Jesus Cristo e da sua Igreja. A tempo e a contra-tempo. Desejo que Jesus Cristo, acompanhado da intercessão da nossa Padroeira - Nossa Senhora da Conceição, do apóstolo S. Paulo, de S. Miguel Arcanjo, de São Nuno de Santa Maria e do Beato Francisco Pacheco, o proteja, o abençoe, lhe encha o coração dos dons do Espírito Santo e lhe propicie um episcopado proficiente, eficaz e dinâmico à frente desta Diocese. Tenho fé que V.ª Ex.ª Reverendíssima virá como um Pastor e não apenas como autoridade da Igreja. Pelos testemunhos já colhidos, virtualmente, os quais passam a verdadeira face do seu carisma como bispo auxiliar de Lisboa, principalmente na região Pastoral do Oeste dando a certeza de que a sua causa é, de facto, o abraçar a “verdadeira causa do Reino de Deus”: o viver Cristo particularmente sobre a perspectiva do Ser, Serviço aos pobres e marginalizados. Bendigamos ao Senhor! Seja bem-vindo Dom Anacleto Oliveira! Que a Graça de Deus seja sempre constante nas nossas vidas e que nos prepare para sermos Seus fiéis servos na e pela caminhada da Igreja! Lembro ainda as palavras de S. Paulo exortando Timóteo, a quem ele comprometera como epíscopo, incumbindo-o de dirigir uma das comunidades por ele fundada: “Convido-o a reavivar o dom de Deus que está em si pela imposição de minhas mãos. (...) O que ouviu de mim na presença de tantas testemunhas, transmita-o a homens de confiança que, por sua vez, estejam em condição de ensiná-lo a outros” (II Tm 1,6; Opinião Opinião 02 Pensar Ponte de Lima Nuno de Matos [email protected] “Presta contas da tua administração…” Lucas 16:2 Praias fluviais Presente na listagem de praias que apresentaram má qualidade e/ou estiveram interditas em 2009 e que já não serão consideradas zonas balneares em 2010 estão a do Arnado e a de D. Ana. Finalmente, a Câmara Municipal pode respirar de alívio, pois, pela primeira vez em anos, as praias de Ponte de Lima não vão ser notícia por estarem constantemente interditas. Respirar pode, mas não muito. A burocracia pode ter apagado os holofotes, mas o problema persiste. Sabendo que ainda há uma década o município desfraldava a bandeira azul, a verdade é que as praias fluviais limianas deixaram de ter qualidade e o município assistiu impávido e sereno à sua degradação. Vítor Mendes, enquanto vereador responsável pelo ambiente, foi prometendo fiscalização e estudos sobre o problema, a verdade é que nunca foi tornado público qualquer resultado dessa fiscalização nem tão pouco o que saiu do dito estudo. De realçar que actualmente quem desrespeitar a interdição de uma praia incorre em coimas até 550 euros. Inevitavelmente É o tema que mais se comenta aqui por Ponte de Lima, as obras no areal. É unânime a opinião dos limianos, a obra que estava a ser feita no areal é uma aberração sendo o ponto alto da dita, o murete por debaixo da ponte medieval. Os partidos políticos, com a excepção do CDS, claro está, foram unânimes na crítica e no pedir de responsabilidades. Mas a verdade é que já começa a ser habito, parece mesmo já existir um padrão, nestas intervenções junto da margem do rio Lima. Foram e ainda são as obras no bar do Arnado, embargadas por falta de pareceres e actualmente ao abandono, é agora o murete e as obras no S. João. Obras que fazem tábua rasa dos pareceres das entidades competentes que vão custando milhares de euros ao erário público pelo seu arrastar devido ao incumprimento da lei. Com tantos anos no poder, o CDS tinha a obrigação de fazer melhor. Descida do rio Nem de propósito, participei na VI descida do rio Lima. Uma boa organização tripartida entre a Câmara Municipal, o Clube Náutico (fantástica organização no terreno) e o Agrupamento de Escolas de Arcozelo. É uma experiência que aconselho a todos. Realmente, o rio Lima bem aproveitado é certamente uma fonte de receita, um pólo de atracção para o nosso concelho. Pena é termos exemplos como os anteriores. 2,2). E finalizo com uma oração: Ó glorioso Patriarca São Bento, que vos mostrastes sempre compassivo com os necessitados, fazei que também nós, recorrendo à vossa poderosa intercessão, obtenhamos auxílio em todas as nossas aflições, que nas famílias reine a paz e a tranquilidade; que se afastem de nós todas as desgraças tanto corporais como para que D. Anacleto Oliveira escolhido para Bispo da nossa Diocese, apascente o vosso rebanho e exerça, de modo irrepreensível, a plenitude do sacerdócio”. Ámen. Aleluia! O Jornal essencialmente Limiano Apartado 16 4994 - 909 PONTE DE LIMA www.opovodolima.publ.pt [email protected] -Manuel Martins Director: Paulo Emanuel Martins Dias Sub-Director: José Aníbal Castro Marinho Soares Gomes Coordenador-Geral: Filipe Amorim Departamento Jurídico: Paula Leite Marinho Editor de Desporto: João Carlos Gonçalves Editor de Política: Nuno de Matos Colaboradores: Agostinho B. Freitas, Amândio Sousa Vieira, Américo Carneiro, António Matos Reis, Armanda Amorim, Armando Pereira, Bruno Barbosa, Carlos Aguiar Gomes, Fernando Fernandes, Gonçalo Barrilaro Ruas, João Barbedo Marques, João Gomes d’ Abreu, José da Rocha Fernandes, José Lima, José Velho Dantas, Lurdes Prisco, Márcio Lima, Maria Filomena Abreu Coutinho, Maria Luísa Aguiar Gomes, Mariana Neves Ventura Norte, Padre Casimiro Abreu da Costa Pereira, Pais de Azevedo, Rosário Sá Coutinho, Sandra Baptista de Matos, Susana Luciano. Fotografia: Foto Lethes FOTO: BRUNO FERNANDES espirituais, especialmente o mal do pecado. Alcançai do Senhor a graça O Povo do Lima - registado na ERC com o n.º 125532 Sede: Rua Manuel Morais - Agrónomo, 13, 4990-125 Ponte de Lima Propriedade e Emissão: Militia Sanctae Mariae Periodicidade: Bimensal Impressão: Diário do Minho - Braga ISSN: 1647-1237 Depósito Legal: 66348/93 Tiragem: 1500 exemplares Assinatura Anual: Portugal 20€ | Europa 40€ | Resto do Mundo 50€ www.opovodolima.publ.pt Terça-feira, 15 de Junho de 2010 03 A Fraude (X) João Guilherme Barbedo Marques Como vimos, a quantidade de carbono é constante, embora se possa apresentar de formas variadas e em condições variadas. Para efeito do que estamos a tratar só interessa considerar o carbono na forma de CO² que está na atmosfera. O que estiver nos solos, nas águas, na bioesfera só passa a ter acção depois de ter sido transportado para a atmosfera. As contas do IPCC mostram que a concentração de carbono na atmosfera devia aumentar cerca de 6,4 Gt por ano e não se passa nada disso. Logo, as contas de IPCC estão erradas. De facto, pelas previsões do IPCC, o aumento da concentração de CO² na atmosfera devia ter sido de 61,6 ppmv (partes por milhão em volume) e foi apenas de 31 ppmv. Metade!!! Por estes e outros erros que vai minando a confiança no IPCC, a ONU acaba de nomear uma comissão para examinar os dados o IPCC. Onde estão erradas? Pelo menos, em quatro locais possíveis. 1-O solo absorve mais CO² do que tem sido considerado. É algo já verificado em vários estudos. O solo, como vimos, é um local importante de armazenamento de carbono: 1.500 Gt na forma de compostos orgânicos e com a turfa e detritos orgânicos pode atingir 1.750 GT. Um dos compostos orgânicos mais abundante e muito resistente a alterações é o humus. O humus é quase só matéria orgânica e, portanto, a percentagem de carbono no seu peso seco pode variar de 35 a 40%. A percentagem de humus no solo pode atingir números muito elevados, nos solos orgânicos, mas normalmente varia de 1 a 5%, dependendo do tipo de rotação de culturas, da intensidade cultural, da modalidade de exploração e, principalmente, do clima no que respeita à temperatura e umidade. Só na área agrícola mundial (49,3 milhões de km²) e até à profundidade de 30 cm deve existir algo como 600 Gt de humus, 210 a 240 Gt de carbono. Se a percentagem de humus estiver em aumento e tudo leva a crer que assim é, um aumento de humus na composição do solo de 0,03%, o que corresponde a um aumento de 1% do humus existente, só isso é um “dreno” de 2,1 a 2,4 Gt de C. E não foram considerados os solos de florestas (39,4 milhões de km²) e outros terrenos (41,4 milhões de km²), levando a admitir que, previsivelmente, este “dreno” será bem maior ainda. O IPCC admite, neste capítulo, um “dreno” de 2,6 Gt, mas só o admite para os solos florestais. Não aceita que possa haver esse “dreno” nos solos aráveis. Hoje sabe-se, fora de qualquer dúvida, que outros terrenos,além dos florestais, estão a absorver mais CO² do que o previsto pelo IPCC. Uma parte importante desta absorção pode-se dar na forma de ácido carbónico. 2-A vegetação absorve mais CO² à medida que a concentração na atmosfera aumenta. Sabe-se que em casos de elevada tecnologia na produção de alimentos (nas estufas, por exemplo), o CO² existente é um factor limitante da produção e há necessidade de “adubar” a estufa com CO². A fotossíntese responde possitivamente até concentrações de CO² na atmosfera de 1350 ppmv, se bem que assintoticamente, e hoje estamos com concentrações da ordem de 385 ppmv. Nas estufas eleva-se a concentração de CO² na atmosfera até 500 ppmv. 3-As águas estão também a absorver mais CO² que o previsto nos estudos do IPCC. Em conjunto das águas superficiais e profundas, prevê o IPCC que esteja a haver uma acumulação de 2,2 Gt por ano, acumulação que se dá totalmente à custa das águas superficiais, pois as profundas estariam a perder 4,4 Gt por ano. Como é possível esta perda, se aí as águas estão mais frias e submetidas a uma pressão muito maior? 4-Por erros intencionais. Todos nós sabemos que dias antes de começar a COP-15, o IPCC anunciou que as geleiras do Himalaia só durariam mais 35 anos. A isso, se opôs tenazmente um meteorologista indiano. O IPCC respondeu rapidamente: foi um erro: onde está 35, deve-se ler 350. Foi chamado à pedra o autor desta notícia “leviana”? Qual quê! A notícia foi muito pensada. Se as geleiras do Himalaia iam durar só 35 anos, todas as outras não existiriam dentro de 10 ou 15 anos. Temos de cortar o CO². Estudos muito recentes mesmo de entidades ligadas ao IPCC, como a Universidade de Bristol, mostraram que o equilíbrio entre a quantidade de gás em suspensão na atmosfera e a que é absorvida se manteve praticamente constante desde 1850, o que quer dizer que é absorvida maior quantidade com o aumento da concentração de gás na atmosfera. Estes estudos têm um ponto forte que é, no dizer do seu principal autor, o facto de se basearem em dados medidos e estatísticos e não em modelos computorizados do clima. O IPCC afirmava e, possivelmente continua a afirmar, o contrário, ao arrepio absoluto de qualquer lógica de qualquer base científica. Deviamos fazer, agora, uma referência a toda a problemática ligada à eficácia de um gás de efeito estufa ou à sua taxa de excesso de radiação instantânea, do seu potencial de aquecimento global que é tanto menor quanto mais rapidamente um gás for eliminado da atmosfera. E talvez o façamos mais tarde. Mas agora, só quero apontar que o IPCC incluiu o CO² como um gás em que se pode também calcular a sua constante de tempo como é lícito fazê-lo para o metano, o óxido nitroso, os clorofluorcarbonetos (a constante de tempo é o tempo necessário para que uma dada emissão de gás seja reduzida a 36,78% do seu valor inicial, tempo que se repete para reduzir de novo a 36,78 % do valor anterior, ou 13,53% do valor inicial e assim por diante). E ao calcular, abusivamente, repete-se, a constante de tempo para o CO² impôs, ilicitamente, o valor de 120 anos, quando os cálculos conduziam a um valor entre 40 e 50 anos (48 anos, provavelmente. A diferença provocada por estes dois valores -120 ou 40/50 anos - é tremenda -: por exemplo, se a proposta de estabilização para a concentração futura de CO² for a existente em 1990, o modelo de uma constante de tempo de 120 anos exige uma redução de emissão de CO² da ordem de 80%, mas se a constante de tempo for de 40-50 anos, basta que a redução de emissões seja de apenas 30 a 40%. Outro exemplo. Se a constente de tempo do CO² for de 40-50 anos, então a culpabilidade de aquecimento dos vários gazes terá de se inverter: em primeiro lugar vem os clorofluorcarbonetos, depois o metano, a seguir o protóxido de azoto e só depois o CO²). Este cálculo é tanto mais abusivo, quando o próprio IPCC reconhece que 50% do carbono antropogénico desaparece num período muito curto. Isto quer dizer que simplesmente não se pode calcular constante de tempo para o CO². Hoje, o IPCC já recuou sobre a sua posição anterior e aceita um valor para a constante de tempo do CO² variável de 20 a 120 anos. Contudo, fique bem claro este ponto: não pode ser calculada constante de tempo para o CO², porque o desaparecimento deste gás não é proporcional ao tempo. Logo a seguir à emissão de CO² e num curto espaço de tempo, desaparece cerca de 50% do CO² emitido. CARBONO - METANO No entender do IPCC, o metano é, depois do CO², o GEE maior responsável pelo aquecimento. Cabe-lhe, diz o IPCC, 18% da responsabilidade pelo aquecimento. As “fontes” de metano são várias: emanações de vulcões e falhas geológicas; decomposição anaeróbica de resíduos orgânicos; pantanos; extração de combustíveis; digestão de ruminantes; bactérias; combustão anaeróbica de biomassa. Hoje, a extração de metano faz-se, na quase totalidade, de depósitos geológicos, conhecidos como “campos de gás natural”. Porém, as “fontes” de metano relacionados com os “hidratos de metano” submarinos e sob geleira, bem como no “permfrost”, são muitíssimo maiores e podem vir a tornar-se o maior problema para o clima da Terra. O IPCC diz que, antes da era industrial, o metano ingressava na atmosfera a um ritmo de 500 Mt (Mt = 1.000.000 de t) e era eliminado a igual rapidez, mantendo-se, portanto, a sua concentração na atmosfera de 800 ppb (partes por bilião). Mas hoje a emissão de metano é de 600 Mt sendo eliminadas 580 Mt, pelo que a quantidade de metano na atmosfera aumenta ao ritmo de 20 Mt por ano, o que corresponde a um aumento de concentração de 7,2 ppb ao ano. As emissões naturais (incluindo aí a cultura do arroz) são da ordem de 270 Mt e as antropogénicas na ordem de 330 Mt, das quais 155 Mt provenientes da agricultura. Somadas com as provenientes da cultura do arroz, a agricultura é responsável por 55 a 60% das emissões antropogénicas. Andemos por onde andarmos, a conclusão é sempre a mesma. A grande responsável pelo aquecimento global é a agricultura e isto porque a população da Terra é maior do que o desenvolvimento sustentável pode permitir. Mentira rotunda! Continuar a acreditar! É próprio do ser humano a insatisfação e o desejo de querer ir sempre mais além. Isso verifica-se tanto nos projectos mais relevantes para a humanidade como na vida p e s s o a l d e ca d a c i d a d ã o anónimo. Essa ânsia não é ponto Sandra Baptista de Matos fraco, antes pelo contrário, foi este desejo de ser maior que levou o Homem à Lua e é ele que ajuda cada um de nós a enfrentar o dia-a-dia. São os objectivos de alcançar Marte e de descobrir a cura para a tal doença, ou de comprar uma casa, um carro, progredir no emprego, tirar um curso que fazem o Homem avançar, dar o melhor de si e ter forças para sair a correr de casa pela madrugada para só entrar a correr já de noite. Em determinadas ocasiões, temos a sorte de sermos presenteados com a concretização do nosso sonho. Às vezes suamos tanto e não conseguimos o pretendido ou este fica aquém das expectativas geradas. E, mais frequentemente, mal usufruímos o que nos foi concedido e já estamos a pôr os pés ao caminho para tentar concretizar um novo sonho. Mas há alturas em que, sem querer, paramos nessa correria, deixamos as nossas ânsias momentaneamente fechadas e ficamos apenas a usufruir a vida, deliciosa e inocentemente. E acontecem os momentos especiais. E há conversas com os amigos, confidências, gargalhadas e momentos de nostalgia. E há um passeio a dois, uma paisagem, sorrisos, mãos dadas, desabafos, flores, uma dança, um beijo. E há um “Olá!” que vem de longe e os planos para as gargalhadas e para as confidências. E há uma ida ao parque, um gelado, uma história, um colo, um abraço. E há palavras de confiança, braços sempre abertos, colo sempre disponível. E há um dia de sol, um cumprimento sorridente, aquela música especial e uma tarde de chuva. E há olhos nos olhos e mão na mão! E há um esquecer e perdoar! E há um “Espera e Confia!”. E há um depois vê-se, um acreditar, um arco-íris! E há tantas coisas simples! Só quando estes momentos terminam é que nos apercebemos de como nos fizeram felizes e de como não podemos prescindir deles. Não custam dinheiro, mas são de valor incalculável. Não faziam parte dos projectos, mas são fundamentais para a sua concretização. Não pagam IVA nem precisam de factura e enchem-nos de vida. A vida vai continuar a levar-nos na luta quotidiana pelos nossos objectivos, mas silenciosamente o nosso coração vai suplicando esses momentos simples de magia que nos fazem continuar a acreditar… Faleceu João Fernandes José Aníbal Marinho Gomes A imprensa regional está mais pobre! João Barbosa Fernandes, director e fundador do Jornal semanário Falcão do Minho, faleceu subitamente no dia 3 de Maio, aos 76 anos, vítima de um Acidente Vascular Cerebral. Foi um grande defensor da imprensa regional e um dos principais fundadores e presidente da Direcção da APIR Associação Portuguesa da Imprensa Regional, constituída em Viana do Castelo. Foi também durante alguns anos presidente da Associação dos Jornalistas e Homens de Letras do Alto Minho, a si se devendo a instalação desta instituição, no Largo do Instituto Histórico do Minho. Participou em vários congressos internacionais, e no nosso país onde se debatiam as grandes questões da imprensa regional. Desde o aparecimento em 1987 do Jornal Falcão do Minho, que João Fernandes foi até à sua morte o seu principal mentor e único director. Tendo anteriormente colaborado como jornalista no jornal Aurora do Lima. A si se deve também, o lançamento do projecto TV Viana, que foi a primeira plataforma de TV via internet de Viana do Castelo. A Câmara de Viana, em reunião do Executivo, aprovou um voto de pesar pela sua morte. À Exma. mulher, D. Amélia Josabette de Sousa Rocha e Fernandes, e à sua filha a Drª. Teresa Amélia de Sousa Rocha Barbosa Fernandes, (Directora Adjunta do Jornal Falcão do Minho), Neta, Genro e restante Família, apresenta o jornal «O Povo do Lima» sentidas condolências. www.opovodolima.publ.pt Terça-feira, 15 de Junho de 2010 04 objectivo é o de promover a conservação do brinquedo português à escala nacional. Esta consitui-se como mais uma aposta do Município de Ponte de Lima no desenvolvimento cultural, como forma de contribuir para o desenvolvimento sócioeconómico da região. O Museu do Brinquedo será instalado na Casa do Arnado, e resulta de um objectivo da política Cultural do Município, à qual se associa a Associação Concelhia das Feiras Novas, e o coleccionador Carlos Anjos, possuidor de uma colecção de brinquedos portugueses. Representativo de uma época, a constituição do 1º Museu do Brinquedo Português assenta na criação de referências locais e nacionais, cujo Mia Couto em Ponte de Lima Em mais uma breve passagem pelo nosso país, o escritor moçambicano Mia Couto estará presente, na Biblioteca Municipal de Ponte de Lima no próximo dia 17 de Junho, às 18 horas, para uma conversa com os seus leitores, sobre os seus livros e a sua escrita. A iniciativa versará o lema "Saboreando as palavras com Mia Couto", e é direccionada para todos os amantes da sua escrita. Jornalista, professor, biólogo e escritor, Mia Couto nasceu na Beira, Moçambique, em 1955, estando as suas obras traduzidas em diversas línguas. Entre outros prémios e distinções (de que se destaca a nomeação de “Terra Sonâmbula” como um dos doze melhores livros africanos do século XX), foi galardoado, pelo conjunto da sua já vasta obra, com o Prémio Vergílio Ferreira 1999 e com o Prémio União Latina de Literaturas Românicas 2007. Ainda em 2007, foi distinguido com o Prémio Passo Fundo Zaffari & Bourbon de Literatura pelo seu romance “O Outro Pé da Sereia”. A Câmara Municipal de Ponte de Lima aprovou na reunião do passado dia 31 de Maio comparticipar financeiramente diversos projectos a realizar pelas Freguesias da Labruja, Arcozelo, Feitosa e Rebordões Souto. A verba no valor de €62.079,75 destina-se a obras de melhoramento da rede viária na Freguesia de Arcozelo, Labruja e Rebordões Souto. No âmbito da atribuição de subsídios, a Câmara Municipal deliberou aprovar uma verba no valor de €11.250 para apoiar actividades do Futebol Clube de Cabaços; do Grupo Desportivo de Vitorino dos Piães e do Grupo Cultural e Recreativo de Danças e Cantares de Ponte de Lima. Assim, o Futebol Clube de Cabaços solicitou apoio financeiro para a realização de obras de melhoramento e aumento das instalações desportivas do Clube. O executivo aprovou também apoiar a deslocação do Grupo Desportivo de Vitorino dos Piães a França, com o objectivo de participar num torneio de Futebol. Quanto ao Grupo Cultural e Recreativo de Danças e Cantares de Ponte de Lima a verba aprovada tem como finalidade a realização do Festival de Folclore, no dia 19 de Junho na Expolima, integrado no programa da 20ª Feira do Vinho Verde e dos Produtos Regionais de Ponte de Lima. «Portugal Europeu: meio século de história" Realizou-se no dia 1 de Junho, na Casa do Arnado uma conferência sobre “Portugal Europeu: Meio Século de História”, integrada na exposição itinerante que a União Europeia está a promover, com o objectivo de assinalar os 25 anos de adesão de Portugal. A conferência foi coordenada e apresentada pelo Dr. José António Martins, do Parlamento Europeu – Gabinete de Portugal e pelo Dr. Paulo Martins da Comissão Europeia, Representação em Portugal. Os dois interlocutores realçaram os principais momentos que marcaram a adesão de Portugal à União Europeia, constatando a evolução significativa que Portugal sofreu durante os últimos 25 anos. Com um elevado número de participantes, entre os quais estudantes e professores do 11 e 12º ano da Escola Secundária de Ponte de Lima, os jovens ficaram a saber que o programa comunitário Erasmus, que permite aos universitários realizar parte dos seus estudos em qualquer país membro da comunidade, tem registado cada vez mais participantes. Em 1987, 25 alunos participaram no projecto, dez anos mais tarde o número subiu para 4700 alunos. A completar esta conferência, os alunos tiveram ainda a oportunidade de visitar a exposição “Portugal Europeu: Meio Século de História” patente ao público na Casa do Arnado até ao dia 6 de Junho. Uma Manhã no Rio Lima Nuno e Sandra de Matos No passado sábado, dia 5, o Município de Ponte de Lima, em parceria com o Clube Náutico de Ponte de Lima e o Agrupamento de Escolas de Arcozelo, promoveu a VI Descida do Rio Lima. Os participantes foram cerca de 50 e o nosso jornal também esteve presente. O dia amanheceu enublado, mas não demoveu os participantes que, por volta das 9h30m, partiram confiantes em autocarro do Clube Náutico de Ponte de Lima até São Martinho da Gandra, onde foram simpaticamente acolhidos pela vereadora do Ambiente e pelo vereador do pelouro da Juventude, que também participou na descida. O principal objectivo da iniciativa foi, segundo os organizadores, "sensibilizar os participantes e o público em geral para a importância deste importante sistema fluvial a nível ambiental e sócio-económico, através de momentos raros de cumplicidade com o Rio Lima, proporcionados pela prática da canoagem". Fizeram-se saudações, ouviram-se conselhos, soltaram-se gargalhadas. As canoas já esperavam preparadas e, após a fotografia da praxe para os meios de comunicação presentes, deu-se a partida. Canoas laranjas pelo rio fora iam acordando o Lima ainda envolto na neblina. Nas margens havia pescadores atentos, nas águas remava-se descontraidamente. O caudal não era muito, mas os poucos rápidos ainda permitiram alguns banhos já esperados e muitas gargalhadas, sempre sob o olhar atento dos monitores do Clube Náutico. A extensão do percurso exigiu grande exercício com as pagaias, uns eram mais experientes, outros mais trapalhões, mas todos conseguiram chegar à meta. O sol já brilhava quando os arcos na Ponte Medieval começaram a aparecer no horizonte e, por volta das treze horas, já todos estavam em terra firme. Após um bom banho, chegou um merecido, animado e bem servido almoço convívio na Expolima. A avaliação foi, na generalidade, francamente positiva. Se o exercício matinal foi bem aproveitado por todos, a beleza das margens do rio também não deixou ninguém indiferente. O Lima surpreende em cada recanto e o verde das Primaveras minhotas permite fotografias deslumbrantes. É lamentável a poluição que o vem conquistando. Deve ser compromisso de todos cuidar de tão belo rio e usufruírem das suas águas para passeios tão agradáveis como esta VI Descida do Rio Lima. FOTO: BRUNO FERNANDES A Câmara Municipal de Ponte de Lima aprovou na reunião realizada no dia 31 de Maio a celebração de um protocolo a estabelecer entre o Município, a Associação Concelhia das Feiras Novas e o coleccionador Carlos Guilherme Teixeira dos Anjos, com vista à constituição do Museu do Brinquedo Português. Câmara Municipal atribui €62.079,75 a Arcozelo, Labruja e Rebordões Souto FOTO: BRUNO FERNANDES Museu do Brinquedo Português será instalado em Ponte de Lima www.opovodolima.publ.pt Terça-feira, 15 de Junho de 2010 05 Obras de reabilitação das margens do Lima PSD quer “Repensar A Procissão de Cinzas embargadas pelo IGESPAR a agricultura em em Ponte de Lima Executivo Municipal "desrespeitou o Ponte de Lima” O Instituto de Gestão do Património Da autoria de António Dantas Barbosa foi parecer técnico emitido e continuou a Arquitectónico e Arqueológico (IGESPAR) emitiu um «auto de embargo» às obras de reabilitação das margens do Lima que a Câmara de Ponte de Lima está a realizar no areal da vila. Depois do alerta lançado pelo PSD e já noticiado n'O Povo do Lima onde este partido lamentava que a autarquia não tivesse acatado uma deliberação aprovada por maioria na Assembleia Municipal de Fevereiro que “recomendava a apresentação de estudos, a discussão pública e o consenso alargado da comunidade local sobre o projecto a implementar” a situação tomou outros contornos. Na semana seguinte, a concelhia do PS de Ponte de Lima tornou público um comunicado onde afirmava ter contactado o Instituto de Gestão do Património Arquitectónico e Arqueológico e que a “proposta de intervenção apresentada tinha sido indeferida” e que desta forma o realizar a obra, no leito do rio Lima e em zona histórica protegida". Criticando “esta forma de gerir o bem público” o comunicado do PS acaba com a reivindicação pela "reposição urgente da lega lid a d e" . Ta m b ém o PSD, em comunicado, veio manifestar a sua “total preocupação com a lamentável falta de transparência e atropelo à lei” que na sua opinião “reflectem um total desprezo pelo património histórico de Ponte de Lima” terminando a exigir que “o Senhor Presidente da Câmara Municipal apresente um pedido de desculpas públicas a todos os limianos pelas irregularidades cometidas na realização das referidas obras”. A p e s a r d a s vá r i a s te ntat i va s d a comunicação social para obter a reacção do Município de Ponte de Lima este prefere não fazer qualquer declaração sobre esta decisão do IGESPAR. O PSD irá apresentar no próximo dia 19 do corrente mês, em reunião da Assembleia Municipal, a proposta “Sinais de nova esperança". Com os objectivos de reconhecer a importância da agricultura para o bemestar social; desenvolver projectos/acções de valorização de produtos de origem agrícola no concelho; fomentar a gestão do território na perspectiva da utilização sustentável dos seus recursos, incluindo as pessoas, o ambiente e as paisagens e melhorar a qualidade de vida das pessoas, o PSD propõem um conjunto de 7 pontos para se atingir esses objectivos. Desses pontos destacam-se a “inventariação de potencialidades de criação de produtos de qualidade e respectiva certificação com origem no concelho, com possibilidades e comercialização em feiras e mercados realizados especificamente para o efeito” ou a promoção e a “utilização sustentável dos recursos naturais, que recicle os desperdícios, mantenha a biodiversidade, preserve os principais ecossistemas e evite a desertificação dos territórios”. ''Arte e Sagrado. Uma leitura por um artista do século XXI'' JUSTIFICAÇÃO __Certifico, para efeitos de publicação, que por escritura de justificação hoje lavrada neste Cartório Notarial de Susana Barros Ribeiro, na vila de Ponte de Lima, a folhas 23 e seguintes, do livro de notas, para, escrituras diversas, n.º 70-A, JOÃO GONÇALVES CASTRO, natural da freguesia de Arcos, deste concelho de Ponte de Lima, casado com MARIA LÚCIA MATOS LIMA CASTRO, natural da freguesia de Moreira do Lima, deste mesmo concelho de Ponte de Lima, casados sob o regime da comunhão de adquiridos, residentes habitualmente no lugar de Canadelo, da dita freguesia de Moreira do Lima, declarou: __ Que é dono e legítimo possuidor, com exclusão de outrém, do seguinte prédio situado na dita freguesia de ESTORÃOS, inscrito na respectiva matriz predial em nome do justificante:________________ __ PRÉDIO RÚSTICO, composto de Terreno de cultivo, sito no lugar de Estivada, com a área de novecentos e vinte metros quadrados, a confrontar do norte com caminho, do sul com D. Sebastião Lencastre, do nascente com José Joaquim Vieira e do poente com Maximina Fernandes, omisso na Conservatória do Registo Predial; inscrito na matriz predial sob o artigo 119, com o valor patrimonial e atribuído de dezoito euros e quarenta e oito cêntimos. _______________________ __ Que este prédio veio à posse do justificante, no ano de mil novecentos e oitenta e seis, por partilha, meramente verbal, a que se procedeu por falecimento de seu pai Custódio Urbino de Castro, casado com Rosa Maria Gonçalves, residente que foi, no lugar da Pregosa, da dita freguesia de Arcos. ___________________________ __ Que há mais de vinte anos se encontra o justificante na posse e fruição deste prédio, exercendo sobre ele todos os poderes de facto inerentes ao direito de propriedade, na qualidade de seu dono, como coisa sua e nessa convicção, colhendo os respectivos frutos e rendimentos, usufruindo de todas as utilidades possíveis em nome próprio e sem oposição de ninguém, pelo que exerceu uma posse de boa fé, pacífica, contínua e pública, sem interrupção e ostensivamente com conhecimento de toda a gente, adquirindo o seu direito por usucapião. ______________________________________________ __ Que, não tendo possibilidade de o comprovar pelos meios extrajudiciais normais, o justifica para fins de primeira inscrição na competente Conservatória do Registo Predial . ___________________ Está conforme. ___________________________________________ Cartório Notarial de Susana Barros Ribeiro, sito na Rua Dr. Luís Gonzaga, em Ponte de Lima, quatro de Junho, de dois mil e dez. _____ O colaborador, por delegação da notária _______________________ (João do Nascimento Pereira da Silva) Registo Nº.2143/10 O Povo do Lima, n.º 34 15 de Junho de 2010 Integrada no Ciclo de Estudos da Academia Sénior, organizado pelo C.E.R. (Centro de Estudos Regionais), realizou-se no dia 8 de Junho, na Biblioteca Municipal de Viana do Castelo uma conferência intitulada ''Arte e Sagrado. Uma leitura por um artista do século XXI'', proferida pelo nosso conterrâneo, Américo Carneiro, que contou com a presença de cerca de meia centena de pessoas. Américo Carneiro recorrendo a textos de diversos autores, iniciou a sua conferência referindo-se à importância da cor na obra da arte, enquanto elemento simbólico, e centrando a sua a atenção nas ''pedras pintadas'', nos pórticos e nos elementos arquitectónico coloridos que caracterizavam e caracterizam muitos espaços arquitectónicos. Referiu-se ao portal da Igreja românica de Bravães e na simbologia atribuída aos elementos decorativos, realçando a qualidade desta igreja, particularmente ao seu portal. Américo Carneiro trouxe ainda o pensamento e os trabalhos de Jorge Pinheiro e Lima de Freitas. Esta conferência estava integrada no ciclo de estudos de história sobre as Ordens religiosas, os mosteiros e os conventos. Este evento teve a cobertura da Local TV. Dr. José Manuel Ribeiro Médico Especialista DOENÇA DOS OLHOS Rua do Souto - Nº 5 Fazem-se marcações na Rua do Souto, nº 54 ou pelo Telef. 258 941 896 - PONTE DE LIMA apresentado ao público no dia 12 de Junho na Biblioteca Municipal, cujo auditório se apresentava lotado, um ensaio que como o próprio refere na introdução do mesmo «…estuda uma das várias festas religiosas realizadas em Ponte de Lima no período Moderno (séc. XVII-XIX)…», onde faz uma análise «...sobre a procissão de cinzas organizada pela Ordem Terceira de S. Francisco…, cerimónia que representava para os irmãos um momento de prestígio e poder…» e que tudo «… faziam para que se realizasse com toda a solenidade e magnificência», provocando assim «…uma ruptura no rimo monótono do dia a dia, permitindo às pessoas momentos de sociabilidade, de manifestações de fé e emoções». Ao folhearmos este excelente ensaio, ficamos a saber que «…Em Ponte de Lima, e segundo as fontes documentais, a procissão de cinzas já tinha lugar em 1683 ...» e que «…O valor que tinha a procissão do dia de cinzas para a irmandade da Ordem Terceira era tão significativo que os membros desta irmandade começavam a organizar este préstito com muito tempo de antecedência.» «…quando saísse á rua, a procissão devia ser aplaudida por penitência e venerada por toda a população…» concluindo, a procissão era um «…Marco importante por abrir o período quaresmal, a procissão de cinzas era em Ponte de Lima uma festa religiosa relevante…». O Povo do Lima congratula-se pela apresentação deste livro e felicita o autor, D r. A n t ó n i o Dantas Barbosa, que com o lançamento deste título, que esperamos ser o primeiro de muitos, contribuiu para o enriquecimento da cultura local. Bem haja! PAGAMENTO DE ASSINATURAS Pede-se aos Senhores assinantes que quando efectuarem o pagamento das suas assinaturas o façam pessoalmente ao Sr. Manuel Martins, que é o único representante do Jornal «O Povo do Lima», e o único que pode emitir o competente recibo de pagamento. Para contactar o Sr. Martins, que, como sabem já se encontra reformado da sua actividade de Relojoeiro, deverão dirigir-se ao Mini Mercado Santa Justa, situado no rés-do-chão do Mercado Municipal de Ponte de Lima (loja da D. Fernanda Ribeiro, mulher do Sr. Manuel Tolentino Velho). www.opovodolima.publ.pt Terça-feira, 15 de Junho de 2010 06 Robert Pires apadrinha Festival Internacional de Jardins de Ponte de Lima Desenvolvimento Sustentável em debate pelas mãos da Universidade Aberta Decorreu no passado dia 15 de Maio o Seminário sobre Desenvolvimento Sustentável no Auditório Municipal , no qual participaram cerca de 80 pessoas. O Povo do Lima entrevistou o Dr. Luís Cunha, Director do Centro Local de Aprendizagem da Universidade Aberta acerca deste evento. Para a edição 2010, a "Personalidade Nacional de Honra" é Robert Pires, o jogador internacional de futebol que tem tido um exemplar percurso desportivo, sendo um elemento activo em importantes equipas da 1ª liga de futebol francesa e espanhola. Inaugurado no passado dia 28 de Maio por Sua Excelência a Senhora Ministra do Ambiente e do Ordenamento do Território, Eng.ª Dulce Pássaro, o Festival Internacional de Ponte de Lima reserva mais uma surpresa para breve. A figura "Personalidade Nacional de Honra" foi apresentada oficialmente no dia 2 de Junho, pelas 16h30, no local do festival. Á semelhança das edições anteriores do Festival Internacional de Ponte de Lima, foi escolhida uma figura pública, desta vez de renome internacional, para se associar ao evento, promovendo e divulgando assim o Festival Internacional de Jardins além fronteiras. Para a edição 2010, a "Personalidade Nacional de Honra" é Robert Pires, o jogador internacional de futebol que tem tido um exemplar percurso desportivo, sendo um elemento activo em importantes equipas da 1ª liga de futebol francesa e espanhola. O gaulês de origens limianas foi jogador do Arsenal FC a par de Thierry Henry, do Villarreal CF, e ainda da selecção francesa, tendo sempre manifestado o interesse em fazer parte da selecção nacional portuguesa. Robert Pires aceitou apadrinhar o Festival Internacional de Jardins, identificando-se com a filosofia do certame e associando-se à arte, à criatividade e ao ambiente, três áreas fundamentais para o desenvolvimento sustentável dos territórios. Pretendeu-se com esta acção, aumentar a visibilidade nacional e internacional do Festival Internacional de Jardins, servindo de veículo de alerta, de promoção, de educação e sensibilização para as questões fundamentais na construção de uma sociedade que se pretende desenvolvida. De referir ainda, que estão já abertas as candidaturas para a próxima edição do Festival Internacional de Jardins, sob o tema “A Floresta no Jardim”. + - Como correram as jornadas realizadas em Ponte de Lima sobre desenvolvimento sustentável ? O Seminário sobre Desenvolvimento Sustentável que decorreu no Auditório Municipal no passado dia 15 de Maio, correu de forma muito positiva, com a presença de todos os Oradores previstos, e com uma afluência de público excelente para um Evento desta natureza (tivemos cerca de 80 pessoas). Os nossos inquéritos de satisfação, passados aos presentes revelam uma apreciação muito positiva por parte do público. Quer os responsáveis Autárquicos da CM de Ponte de Lima, quer os representantes da Associação de Desenvolvimento Local do Minho-Lima, parceiros da Universidade Aberta na organização deste Evento, manifestaram-se bastante satisfeitos com a forma como decorreu o Seminário. - Que conclusões pode tirar das mesmas? As conclusões são muito variadas, e diria mesmo que cada pessoa presente poderá tirar as suas próprias conclusões de tudo o que foi dito, tendo em conta a sua própria perspectiva e experiência. Mas, sem dúvida, um dos aspectos centrais a reter é o de que não pode haver desenvolvimento sem preocupações de sustentabilidade do mesmo. A sustentabilidade é um conceito que envolve muitas dimensões (e daí termos tido um leque tão grande de Oradores no Seminário): desde a componente ambiental, até aos aspectos económicos e sócio-políticos. É fundamental que saibamos viver de forma condigna (e não “excessiva”), e que saibamos respeitar o ambiente natural e humano que nos rodeia. Uma conclusão mais pessoal que retiro (e que muitos outros provavelmente terão retirado), é a de que ainda estamos muito marcados, na Sociedade Portuguesa, por uma história recente de carências a todos os níveis (económico, de liberdade política e cultural, tecnológico,…), a qual se manifesta numa sofreguidão por possuir bens de consumo muito para além das nossas necessidades e daquilo que é conveniente para nós (quer do ponto de vista económico, quer de muitos outros pontos de vista: ambiental, humano, cultural). - Pensa que de alguma forma podem contribuir para o desenvolvimento do concelho? Claro que sim! Todos podemos. No nosso caso, a promoção deste Seminário é um exemplo palpável da forma como uma Universidade pode integrar-se com as outras “forças vivas” do Concelho, para em conjunto pensarmos em formas de promover o desenvolvimento. O resultado dessa reflexão é depois aplicado na nossa prática do dia-a-dia. Algo que nos apraz especialmente constatar é que este Seminário é o segundo Evento por nós realizado em Ponte de Lima sobre este tema: mas, se o Seminário do passado ano correu bem, é bom verificar como este ano tivemos muito mais interessados, quer da parte do Público, quer da parte de Entidades e Individualidades, o que interpretamos como um sinal de que o nosso trabalho tem contribuído para salientar a importância desta temática para Ponte de Lima. + - O d e s e nv o l v i m e n to sustentável é importante para os concelhos? O desenvolvimento sustentável é importante para tudo e para todos, desde o nível do cidadão individualmente considerado, até ao nível global do planeta, passando por todas as formas de organização sócio-política (Nações, Concelhos, Vilas, ...). Ao nível local, importa conhecer bem os recursos existentes, e a forma como esses recursos podem ser consumidos de forma a não comprometer o futuro dos cidadãos aqui residentes. - Ao verificarmos os dados estatísticos sobre a região (desenvolvimento, emprego, rendimento por capita) nomeadamente do distrito de Viana do Castelo, parecelhe que os autarcas da região estão a “praticar” o dito desenvolvimento sustentável? É-me difícil falar em termos de todo o Distrito, e certamente que haverá em toda esta área geográfica bons e maus exemplos de preocupação com a Sustentabilidade. O que eu penso é que em Ponte de Lima, pelo menos, é manifesta a preocupação com a sustentabilidade ambiental (patente em Projectos como a Paisagem Protegida das Lagoas de Bertiandos) e é evidente que tem havido havido, ao longo de muitos mandatos autárquicos, uma preocupação permanente com a preservação da História e da Cultura da Vila, em detrimento de “modas” de pseudo-modernização que em tantos outros sítios só contribuíram para descaracterizar de forma irremediável muitas localidades). - Quais são os pontos, digamos, mais importantes para um município seguir um caminho de encontro ao desenvolvimento sustentável? De forma sucinta, o importante é integrar no desenvolvimento económico a dimensão social e a dimensão ambiental. A complexidade e o desafio consistem em aplicar esta “fórmula” em cada problema que os decisores municipais são chamados a resolver. - Acha que o desenvolvimento sustentável é incompatível com o desenvolvimento dito industrial? Depende do conceito de desenvolvimento industrial que se tem. Se nos referirmos ao modelo de desenvolvimento que herdámos do Século XIX, então penso que estamos todos de acordo sobre esse modelo estar esgotado e de o mesmo ser inapropriado em termos ambientais, humanos e até puramente económicos. Mas hoje há indústrias novas, muito menos poluentes e potencialmente geradoras de muito mais bemestar social. Até mesmo indústrias “tradicionais” como a automóvel, estão a mudar claramente a sua filosofia (e vemos isso na Publicidade aos novos carros, que destacam as emissões, os combustíveis alternativos, etc): mas é claro que se continuarmos a querer mudar de veículo de 4 em 4 anos (ou menos!), de pouco serve ao ambiente lavarmos a nossa consciência no facto do carro novo emitir menos X microgramas de CO2 do que o antigo… - Julga que os cidadãos estão sensibilizados? Muitos estão, mas penso que a maioria não estará, por enquanto, e esse é um dos motivos que nos leva a insistir em Seminários e Conferências livres sobre este tema. O problema da sustentabilidade é também um problema de Cidadania e de Consciência Cívica e Ambiental, e julgo que o nosso País está muito aquém dos níveis de sensibilização que se constatam no Norte da Europa, por exemplo. É muito frequente vermos cidadãos a passar ao lado de pontos de recolha de lixo e que mesmo assim “optam” por deitar detritos para o chão. Parece um exemplo insignificante, mas é o conjunto destes “pequenos” insultos ao nosso meio que resulta o ambiente em que todos vivemos, e onde vivem (ou viverão) os nossos filhos e netos. Por outro lado, todo o País está mobilizado para uma mudança de mentalidades, de cultura e de atitudes de todas as gerações de cidadãos. Algo de muito bom que aconteceu nos últimos anos é que o Sistema Educativo passou a estar comprometido com a educação de todos, e não apenas das gerações mais jovens. E as mudanças estão a ocorrer depressa. A História demonstra que nós, enquanto Povo, sabemos adaptar-nos às dificuldades e mostrar novos caminhos ao Mundo. Apesar de todo o pessimismo reinante, penso que Portugal está a fazer apostas certeiras em termos Educacionais e Tecnológicos, e sinto que se soubermos relativizar o momento difícil que atravessamos e se aproveitarmos as oportunidades que hoje existem, poderemos emergir no Século XXI como uma Nação rica (no sentido lato), forte e orgulhosa do modo como enfrentamos e superamos as maiores dificuldades. D. Carlos Francisco Martins Pinheiro Bispo Titular de Dume e Auxiliar Emérito de Braga 30 - Maio - 1925 / 04 - Junho - 2010 1º DIRECTOR HONORÁRIO D. Carlos Martins Pinheiro DIRECTOR Paulo Emanuel Martins Dias SUB-DIRECTOR José Aníbal Marinho Gomes www.opovodolima.publ.pt ANO II - 2ª Série | N.º 34 - Suplemento Este suplemento é parte integrante do Jornal o Povo do Lima, n.º 34, de 15 de Junho de 2010 O Povo do Lima Registado na ERC com o n.º 125532 Sede Rua Manuel Morais - Agrónomo, 13, 4990-125 Ponte de Lima Propriedade e Emissão Militia Sanctae Mariae Periodicidade Bimensal Impressão Diário do Minho - Braga ISSN 1647-1237 Depósito Legal 66348/93 Tiragem 1500 exemplares Assinatura Anual Portugal 20€ | Europa 40€ | Resto do Mundo 50€ www.opovodolima.publ.pt [email protected] Ecce venio! ... esboço de uma biografia 2 | O Povo do Lima Carlos Francisco Martins Pinheiro, nasceu a 30 de Maio de 1925 em Vila Praia de Âncora era filho de José Maria Pinheiro e de D. Carlota Joaquina Martins Pereira. Fez a Instrução Primária em Âncora, donde rumou à Escola Comercial e Industrial de Viana do Castelo, aqui permanecendo cerca de um ano. Em 1939 ingressou no Seminário de Nossa Senhora da Conceição, em Braga, onde estudou humanidades. A partir de 1947 cursou Filosofia e Teologia, no Seminário Conciliar, Braga. Em 1950 foi Director da revista “Cenáculo”, fundada a 7 de Março de 1946, por um grupo de alunos do Seminário Conciliar de Braga. Foi ordenado sacerdote a 8 de Julho de 1951, em Braga, por D. António Bento Martins Júnior, e seguidamente, nomeado Prefeito, Professor e Ecónomo do Seminário de Filosofia, Braga. Em 1953 foi nomeado para Coadjutor do Senhor Cón. Manuel José Barbosa Correia, pároco da vila de Ponte de Lima, capelão do Hospital da Santa Casa da Misericórdia e do Colégio D. Maria Pia. No ano seguinte ocupou, o lugar de Prior de Ponte de Lima e pároco de Feitosa e Arca, e em 1958, Arcipreste do Julgado Eclesiástico de Ponte de Lima. Em 1958 foi investido como Cónego da Sé Primaz de Braga. Durante os 19 anos que permaneceu em Ponte de Lima como pároco, desempenhou diversos cargos: foi Vice-Provedor da Santa Casa da Misericórdia, Director do Externato Liceal Cardeal Saraiva, Presidente da Direcção da Oficina S. José, Professor no Colégio D. Maria Pia, lançou a Caritas Paroquial, e fundou o jornal “A Voz da Paróquia”, etc. Deve-se a si o restauro da Igreja Matriz de Ponte de Lima que se encontrava degradada e em ruína eminente. Já não sendo pároco nesta vila, funda a 2 de Janeiro de 1975 o Instituto Limiano-Museu dos Terceiros, restaurando para o efeito as Igrejas de Santo António dos Frades e da Ordem Terceira e seus anexos, que estavam em estado de ruína. Organizou várias exposições culturais em colaboração com o Museu Soares dos Reis do Porto, a Câmara Municipal de Ponte de Lima e a Fundação Calouste Gulbenkian. Licenciado em Direito Canónico pela Universidade Pontifícia de Salamanca, Espanha, exerceu no último ano de paroquialidade de Ponte de Lima, o cargo de Vice-Reitor do Seminário de Filosofia, durante o ano 1968, sendo nomeado no mesmo ano Pró-Vigário Geral da Arquidiocese de Braga. No ano de 1978, o Senhor Arcebispo de Braga, D. Eurico Dias Nogueira, numa linha de colaboração com o Exmo. e Revmo. Senhor D. Júlio Tavares Rebimbas, na altura Bispo de Viana do Castelo, acedeu a que o Cónego Carlos Pinheiro então Vigário Geral da Arquidiocese de Braga, ficasse ao serviço da nova Diocese de Viana do Castelo, onde exerceu os cargos de Vigário Geral, Juiz do Tribunal Eclesiástico e Presidente da Comissão de Arte e Cultura. Em 22 de Fevereiro de 1982, o Papa João Paulo II nomeou-o Capelão, com o título de Monsenhor. Em 22 de Fevereiro de 1985 foi eleito pelo mesmo Papa, Bispo Titular de Dume e Auxiliar de Braga. A ordenação Episcopal teve lugar em 28 de Abril do mesmo ano, na Cripta do Sameiro, Braga, com a presença de quase todos os Bispos Portugueses e alguns da Galiza e muito clero e cristãos das dioceses de Braga e Viana do Castelo e, particularmente, uma larga representação dos Pontelimenses. Além do múnus episcopal e do cargo de Vigário Geral, foi presidente da Comissão Diocesana de Arte Sacra e Obras e foi-lhe confiada de modo especial, a região pastoral dos arciprestados de Vila do Conde e Póvoa de Varzim, Esposende, Barcelos e Vila Verde. A nível nacional, foi membro da Comissão Episcopal Mista Bispos/Religiosos. A 4 de Março de 1997 foi condecorado com a Medalha de Mérito Municipal Cultural da Câmara Municipal de Ponte de Lima. Em 10 de Novembro de 2000 passou a Bispo Emérito, residindo, a partir dessa data, em Ponte de Lima, sempre com ligações a Braga. Em Dezembro de 2008 aparece ligado ao Jornal Pontelimense «O Povo do Lima», sendo desde o dia 8 desse mês até aos nossos dias seu Director Honorário. Foi Prelado de Honra da Militiae Sanctae Mariae (Milícia de Santa Maria), Companhia Regular e Militantes dos Cavaleiros de Santa Maria, que, à luz do direito canónico, é uma Associação Pública de Fiéis, tendo presidido a algumas cerimónias religiosas desta Ordem em Braga, Ponte de Lima e Viana do Castelo. Faleceu a 4 de Junho de 2010 em Ponte de Lima, realizando-se o Funeral, no dia seguinte, sábado, na Sé Catedral de Braga, às 10h00, cerimónia presidida por Sua Excelência Reverendíssima o Sr. Arcebispo Primaz, D. Jorge Ortiga, que contou com a presença de muitos bispos e membros do clero. Posteriormente, às 15h00 foi celebrada Missa exequial na vila de Ponte de Lima, presidida por Sua Excelência Reverendíssima, D. José Augusto Pedreira, Bispo da Diocese de Viana do Castelo, que contou igualmente com a concelebração de muitos sacerdotes. Foi sepultado na sua terra natal, Vila Praia de Âncora, onde às 17h30m foi também celebrada Missa Exequial, presidida pelo Reverendo Senhor Monsenhor Sebastião Pires Ferreira, Vigário-Geral da Diocese de Viana do Castelo. Publicou as seguintes Obras: “A Ínsua de Caminha” publicada em 1949 “O Novo Altar-Mor da Igreja Matriz”; em 1963 “O Colégio D. Maria Pia e a sua influência na comunidade paroquial de Ponte de Lima”, em 1971 “Museu de Arte Sacra de Ponte de Lima” – subsídios para a sua história, em 1974 “Instituto Limiano – Museu dos Terceiros – Documentos”, em 1962-1982 “Guia do Visitante do Museu dos Terceiros” (bilingue), em 1983 Instituto Limiano – Museu dos Terceiros, c/ ilustrações, s/data “Museu dos Terceiros – um património a ser conhecido e valorizado”, em 1997. Ele que foi Bispo Titular de Dume deu sempre o exemplo da regra da vida virtuosa proposta por S. Martinho de Dume: “Aquele que está bem consigo mesmo, nasceu rico”! ... editorial Este é um excerto da Mensagem de Natal de 2008 de D. Carlos Francisco Martins Pinheiro, Bispo Titular de Dume, Auxiliar Emérito de Braga (in O Povo do Lima n.º 2, 2ª série, 22 de Dezembro de 2008, pág. 7). Hoje é o sétimo dia do falecimento daquele Pastor, nascido a 30 de Maio de 1925 à beira mar, em Vila Praia de Âncora. Desde esse dia, embalado nos braços de seus pais, sr. José Maria e Dª. Carlota Joaquina, foi sentindo que um outro Menino nascera para a todos conceder a felicidade. O “segue-me” proferido pelo Mestre junto do mar da Galileia fez eco também no mar de Vila Praia de Âncora. Saindo da sua terra e albergando as suas gentes em seu coração, por onde passava transmitia a alegria de sentir-se chamado a viver do amor, fosse em Viana do Castelo ou em Braga. É impossível calar aquilo que deve ser anunciado “em cima dos telhados” e por isso, aos 25 anos é director da revista dos Seminários de Braga, “Cenáculo”, sempre zeloso pelo lema que norteia a publicação e a sua vida: “plus ultra”. O ano de 1953, dois anos após a sua ordenação presbiteral, fica marcado pela chegada do Reverendo sr. Padre Carlos Pinheiro a terras de Ponte de Lima. Todas as suas acções de prior, arcipreste, provedor, director, presidente, professor, fundador, restaurador… podem resumir-se no lema que um dia mais tarde escolheria para o seu programa episcopal: “eis que venho”. Veio para fazer a vontade de quem o enviou, do Pastor Bom que o fortaleceu e que viera “para nos fazer felizes”. Muitas das palavras do Papa Bento XVI aos Bispos de Portugal, proferidas a 13 de Maio em Fátima estão inscritas na vida deste apóstolo de Dume: «Neste Ano Sacerdotal que está para concluir, redescobri, amados Irmãos, a paternidade episcopal sobretudo para com o vosso clero.» Senti isso de Sua Excelência Reverendíssima nestes anos na Militia Sanctae Mariae, de quem sou capelão de devoção e ele Prelado de honra. Sempre próximo e amigo: sempre pai! É isso que se espera de um Padre e de um Bispo: que dê vida e se preciso for “a sua vida pelos amigos”, mas muito mais pelos seus filhos! A vida do senhor Dom Carlos diz isso mesmo: foi ordenado Bispo no dia 28 de Abril de 1985, data em que nos dias de hoje se celebra Santa Joana Beretta Molla, padroeira da Associação Famílias. Continua o Papa Bento na referida mensagem «Na verdade, os tempos que vivemos exigem um novo vigor missionário dos cristãos chamados a formar um laicado maduro, identificado com a Igreja, solidário com a complexa transformação do mundo. Há necessidade de verdadeiras testemunhas de Jesus Cristo, sobretudo nos meios | Padre Paulo Emanuel Dias Director de O Povo do Lima humanos onde o silêncio da fé é mais amplo e profundo: políticos, intelectuais, profissionais da comunicação que professam e promovem uma proposta mono-cultural com menosprezo pela dimensão religiosa e contemplativa da vida. Em tais âmbitos, não faltam crentes envergonhados que dão as mãos ao secularismo, construtor de barreiras à inspiração cristã. Entretanto, amados Irmãos, aqueles que lá defendem com coragem um pensamento católico vigoroso e fiel ao Magistério continuem a receber o vosso estímulo e palavra esclarecedora para, como leigos, viverem a liberdade cristã.» Testemunha da presença da vontade do Santo Padre na vida do nosso D. Carlos é o Preceptorado de Ponte de Lima da Militia Sanctae Mariae, pois em 8 de Dezembro de 2008 renasceu o jornal quinzenal “O Povo do Lima”, encabeçado pela figura de D. Carlos Martins Pinheiro. Não me alongo mais, mas tanto que há para dizer. «Antes de terminar, queria pedir-vos, na vossa qualidade de presidentes e ministros da caridade na Igreja, para revigorardes em vós e ao vosso redor os sentimentos de misericórdia e compaixão capazes de corresponder às situações de graves carências sociais». Fica o exemplo de quem, nos dias quentes dos gritos de miséria em Timor foi capaz de se desfazer da sua cruz peitoral de Bispo para mitigar a fome de pão do povo maubere. Disse e diz o Papa aos Bispos e também a D. Carlos «é muito louvável o esforço que fazeis por ajudar dioceses mais necessitadas, sobretudo dos países lusófonos». O Povo do Lima | 3 ... homenagem póstuma | D. José Augusto Pedreira Bispo da Diocese de Viana do Castelo Afastou-se do horizonte da nossa vista terra mas está presente no olhar interior do nosso espírito. D. Carlos Pinheiro perdurará na mente e no coração dos que com ele contactaram e, mais ainda, nos que com ele privaram de perto. Encontramo-nos pela primeira vez tinha eu uns dezoito anos. Era, então, membro da equipa formadora do Seminário de Filosofia, em Braga. Reencontrei-o, anos mais tarde, como vigário geral da arquidiocese a que eu pertencia. Voltamos a reencontrar-nos após a criação da diocese de Viana do Castelo, há cerca de trinta e três anos. Desde então, convivemos na mesma residência episcopal durante alguns anos e, mais tarde, pertencemos ao mesmo colégio episcopal. Tive oportunidade de conhecer e de beneficiar da doçura do seu temperamento, da clareza do seu carácter, duma delicadeza de trato que via nos outros o cúmulo de virtudes e se relegava a ele para o último lugar. Era um sacerdote espiritualmente muito empenhado. Deu à Igreja e à sociedade o que de melhor tinha para dar, num anúncio permanente de Cristo e das verdades evangélicas. Por vezes, foi além do que as suas forças físicas permitiam: incansável na sua missão de padre, de pároco e de bispo. Manifesto-lhe a minha gratidão pelo que dele aprendi, e l a m e n t o n ã o t e r a p ro v e i ta d o suficientemente tudo o que me possibilitou aprender. A diocese de Viana do Castelo e o seu actual Bispo, temos para com ele uma dívida de gratidão, pois usufruímos da sua acção apostólica enquanto pároco da paróquia de Ponte do Lima, arcipreste, vigário geral e, no final da sua vida, já bispo jubilado, por ter escolhido fixar a sua residência permanente nesta mesma diocese. Aos nossos diocesanos manifesto o desejo de que o tenham sempre presente nas suas orações. ... homenagem e agradecimento | D. Eurico Dias Nogueira Arcebispo emérito de Braga A Providência Divina proporciona, com frequência, encontros inesperados com pessoas mal conhecidas que passam a associar-se ao nosso viver. Assim sucedeu comigo, ao longo da minha já longa caminhada existencial. uma dessas pessoas, que mais apreciei, foi o D. Carlos Francisco Martins Pinheiro, falecido há poucos dias. Vindo para Braga, em 27 de Novembro de 1977, como servidor cimeiro e alto responsável do Arcebispado - após oito anos de Bispo em Moçambique e cinco em Angola encontrei nele o mais próximo colaborador na administração e pastoreação da exigente e, para mim, então desconhecida Arquidiocese Primaz. Tendo desempenhado o alto múnus de Vigário Geral do meu antecessor, D. Francisco Maria da Silva, apressei-me a confirmá-lo no cargo, que fazia dele o colaborador mais próximo e substituto legal. Mas não usufruí, por muito tempo, dessa valiosa ajuda. Decorridos poucos meses após a minha vinda, separou-se de Braga, de direito e de facto, a nova Diocese de Viana do Castelo, com a tomada de posse do seu primeiro Bispo, D. Júlio Tavares Rebimbas. Este procurou-me, em breve, e solicitou a ida do Cónego Martins Pinheiro para Vigário Geral de Viana do Castelo, pois era natural da sua área e nela tinha efectuado suficiente serviço pastoral, como pároco e como arcipreste de Ponte de Lima. Indaguei sobre a sua disponibilidade e, informado deste, acedi ao pedido, apesar de retardando a execução por alguns meses, a fim de procurar substituto para Braga. Era meu desejo colaborar na organização da jovem Diocese sufragânea, como já havia feito autorizando a saída do Pe. Gaudêncio Martins Gigante da Secretaria arquiepiscopal para o delicado cargo de Notário de Viana do Castelo. Por lá se manteve o Cónego Martins Pinheiro, durante todo o pontificado vianense de D. Júlio. Transferido este para o Porto, em 1982 (após quatro anos em Viana), aquele mostrou desejo de regressar a Braga. Concordei inteiramente, mas interroguei-me sobre qual o cargo que viria a ocupar, dado que a Vigararia Geral estava preenchida. Apresentei o caso à Santa Sé, sugerindo a vinda como Bispo Auxiliar. Aquela, depois dos habituais trâmites, nomeou-o para tal cargo em 1985, atribuindo-lhe o título tradicional e histórico de Dume. Trabalhou comigo durante catorze anos, continuando no mesmo serviço com o meu sucessor, D. Jorge Ortiga, até completar 75 anos de idade, conforme a praxe canónica e pastoral vigente. Em Novembro de 2000, passou a emérito, tendo falecido nesta situação. Estou certo de que já terá sido recompensado, com o prémio dos justos, tão bom servidor de Deus e do seu Povo, constituído em Igreja. ... servir na lealdade e na humildade | Conheci o senhor D.Carlos Pinheiro muito antes de sermos nessa mesma condição serviu depois, durante alguns anos, D. J o a q u i m G o n ça l ve s Bispo da Diocese de Vila Real vida, e se manifestava nas frequentes bispos, e conheci-o depois nessa condição, uma vez que o Bispo de Viana do Castelo; e voltaria a Braga para servir o visitas à vila, no interesse pelo Museu participei na sua Ordenação Episcopal no Sameiro para Arcebispo D.Eurico como seu Auxiliar. Foi esse, aliás, o lema local e na busca da sua casa pessoal para Bispo Auxiliar de Braga, e seria durante dois anos meu do seu episcopado: «ecce venio», frase retirado da carta companheiro nesse ministério, no governo do senhor D. aos Hebreus que exprime a missão do Verbo de Deus ao descansar. Homem de relações familiares e de Eurico Dias Nogueira. Tanto na primeira etapa como na segunda, teve como ideal entrar no mundo - «eis que venho, ó Pai, para fazer a vossa proximidade, imprimia esse seu carisma nas visitas pastorais e em tudo o que fazia. O céu, onde esperamos já «servir», servir na lealdade e na humildade. Como Vigário vontade». Para com Ponte de Lima teve uma afeição especial que ali se se encontre, Geral serviu o senhor D.Francisco, Arcebispo de Braga; desenvolveu enquanto pároco, que manteve ao longo da elevado a uma realidade infinita e inefável. é, afinal, esse relacionamento pessoal 4 | O Povo do Lima | ... D. Carlos Pinheiro e o meu preito de veneração e gratidão Foi sempre com muito respeito, amizade e veneração que observei e admirei o ser e o agir do Senhor D. Carlos Pinheiro. Conheci-o, na minha infância, como o Padre Carlinhos: vocabulário que, na boca desta gente de Âncora (em que me integro), exprime carinho e veneração; diminutivo que não minimiza, antes aproxima, para, de todos, poder ser considerado 'património comum', 'ser de toda a gente'. Conheci-o sempre como um homem simples, cordial, acolhedor, sereno. Diria, no melhor sentido da palavra, um homem absolutamente normal, trabalhador, firme no que acreditava, persistente no que pretendia, mas discreto no trabalho que realizava, porque pouco amigo dos rodeios e das aclamações. Seguro de si, porque inteligente, e livre, porque capaz. “Não de si nem dos seus, para ser de toda a gente” e, em consequência, atento aos outros e aos seus problemas. Sempre disponível para acolher e para ajudar, oferecendo, antes de mais, o sorriso tranquilizador, cativando, assim, a simpatia, para, de seguida, conquistar os corações e encher as pessoas de esperança. Homem culto, mercê dos seus desenvolvidos talentos no itinerário escolar que prosseguiu: a Escola Primária, na sua terra, de que recordava, com gratidão e saudade, a professora D. Idalina; a Escola Comercial e Industrial, em Viana do Castelo, donde saiu, por conselho do Padre Dr. Agostinho José de Moura (depois Bispo), para ir para o Seminário; os Seminários de Braga, onde sempre brilhou e, posteriormente, foi professor; a Universidade Pontifícia de Salamanca, onde se deixou imbuir pelo espírito humanista de Francisco de Vitória, que a anima, e se licenciou em Direito Canónico; e a escola da vida, da vida pastoral, cujo curriculum emerge da atenção sempre prestada ao Magistério da Igreja, universal e diocesana, e do contacto com aqueles a quem se dedicou: as gentes e os seus costumes, as terras e as suas histórias, as coisas e as suas origens, a arte e a sua beleza, numa consciente e procurada inculturação. Homem de sensibilidade apurada: caracterizadora da arte, estetizante do belo, fomentadora da contemplação e realizadora da interiorização, como resposta penhorada de gratidão àquele que, tendo-lhe outorgado o nome, para complementar o seu (Carlos Francisco), o fez seu homónimo, S. Francisco de Assis. Homem de acção, sem delongas e sem considerandos paralisantes ou proteladores, que, pressionado pelo lema de quem o ordenou sacerdote - caritas Christi urget nos -, sente necessidade de andar depressa, porque o tempo urge, e é necessário que se não desperdice, não vá ficar alguém à míngua de afecto, ou alguma obra inacabada, por incúria própria, ..., frenesim que lhe pertence, qual 'mística' que, por contágio, adquiriu da inquietude das ondas do mar, que banham as terras de Âncora e o viram nascer, e do exemplo sempre presente dos seus pais que o educaram religiosamente. Assim foi a família Martins Pinheiro: pai, mãe e filhos. De todos, recordo, neste momento, a D. Natércia que sempre o acompanhou e, como ele dizia, foi sua irmã e sua mãe. Assim foi, segundo a minha perspectiva e a minha grande veneração, o Senhor D. Carlos Francisco Martins Pinheiro, como presbítero e como bispo. No seu agir, o seu sacerdócio de presbítero e de bispo foi uma total vida partilhada em constante doação a Deus, à Igreja e à sociedade, numa sintonia perfeita com o lema que escolhera para as 'armas de fé' do seu episcopado: Ecce venio! , 'Eis que venho' (Senhor) para fazer a Tua vontade! Uma vida enriquecida na oração e partilhada na acção por paróquias e arciprestados, seminários e serviços centrais de duas dioceses (Braga e Viana do castelo). Uma vida acolhida de Deus, com gratidão, e oferecida aos homens, com generosidade, como educador, professor, pároco, arcipreste, vigário episcopal, vigário geral e bispo. Em consequência, do Evangelho encarnado, apareceu uma obra pastoral, social, cultural e artística que qualquer sector da sociedade, civil ou eclesial, pode constatar e reconhecer. Frutos de uma vida generosa e fecunda, oferecida pelo Pai, alimentada por profundas raízes de um são humanismo/cristianismo, de uma fé forte e convicta em Jesus Cristo, e de um espírito de sacrifício indomável, fortificado pela acção do Espírito Santo, com uma particular devoção a Nossa Senhora do Minho, a cuja Confraria pertenceu, durante muitos anos, tendo sido ele o ideólogo da construção do seu santuário, como se encontra, hoje. Da fidelidade à missão que lhe foi confiada, surgiu uma obra grandiosa que deixou como legado à humanidade: obra social e cultural, patrimonial e pedagógica, literária e Padre Sebastião Pires Ferreira Vigário Geral da Diocese de Viana do Castelo pastoral. D. Carlos Francisco Martins Pinheiro é um nome, desde já, escrito com letras graúdas nos fastos das duas dioceses que, de um modo particular, serviu, como bom e solícito pastor. Como Bispo titular de Dume, D. Carlos Pinheiro, pelo que foi e pelo que fez, é digno herdeiro do título e do reconhecimento da solicitude pastoral desse grande luminar que foi S. Martinho de Dume, que, do seu Mosteiro, em Dume, fez uma célebre escola monástica e o centro irradiador do seu fecundo apostolado, entre os povos Suevos. D. Carlos, seu humilde e fiel seguidor, bem merece um lugar na galeria de honra dos seus meretíssimos sucessores. Com a muita veneração e pessoal gratidão deste humilde conterrâneo e indigno sucessor como Vigário Geral da Diocese de Viana do Castelo. O Povo do Lima | 5 ... que descanse em paz! | Carlos Aguiar Gomes Provincial da MSM Partiu para a casa do Pai, onde já estará, acolhido pela Senhora do Sameiro, o Senhor Dom Carlos Pinheiro. Deixa-me no coração um lugar vazio. Despedi-me dele, até ao nosso encontro no Céu, poucos dias antes da sua passagem, no dia dos seus anos. Vim destroçado. Dom Carlos estava em grande sofrimento. Vi, então, mais de trinta anos de um contacto de grande amizade, delicadeza, disponibilidade e de uma enorme humildade. Sim, de facto, o Bispo de Dume era um Homem (com H maiúsculo e grande) bom. Sereno e de uma humildade impressionante. Habituei-me a contactá-lo quer por minha decisão quer a seu pedido. Desde conversas simples do quotidiano tortuoso e de precipício em que a humanidade tornou a Terra, até a conversas mais elevadas e em que o Senhor Dom Carlos “navegava” à vontade, com conhecimento e sem arrogância. Dos nossos encontros, e foram muitos, mesmo muitos, saí sempre mais enriquecido. Recordo o mês de Outubro de 1975 em que com o Capelão da Militia Sanctae Mariae – cavaleiros de Santa Maria, Padre D. Gaspar Rodrigues, monge de Singeverga, procurámos o reconhecimento desta instituição. Foi “amor à primeira vista”. Ficámos amigos. Muito. Era na altura Vigário Geral da Arquidiocese de Braga. Com o saudoso Arcebispo, Dom Francisco Maria da Silva, o Cónego Pinheiro (era assim que o conhecíamos na altura), as portas foram-nos abertas e facilitadas. Jamais esquecerei aqueles dias e, depois, todos os dias em que nos encontrámos. E foram muitos. Sempre com a mesma simplicidade, humildade e disponibilidade. Sempre! Era um Amigo da Militia Sanctae Mariae. Um grande Amigo e, por isso, nosso Prelado de Honra. Ajudou-nos em todas as circunstâncias. Animou-nos nos momentos de dificuldade. Rezou connosco em acções de graça. Com a sua morte, não perdemos um Amigo. Passamos a ter esse Amigo noutras “paragens” continuando connosco a rezar por nós. O Senhor Dom Carlos continuará muito ligado a nós, Militia Sanctae Mariae. Recordo, também, a amizade com que, minha Mulher e eu, o recebemos em nossa casa, com quem falámos na rua ou em situações formais. Era nosso Amigo. Dedicamos-lhe uma grande Amizade. Esta, sei-o com certeza, era recíproca. Agora, que já não está ao pé de nós fisicamente, lamentamos a sua partida. Acreditamos que espiritualmente o Senhor Dom Carlos continua connosco. Iluminando-nos com o exemplo de vida que nos legou. Fôssemos, nós, a minha Família e a Militia Sanctae Mariae, capazes de o seguir no caminho da sabedoria, da simplicidade, da humildade e da disponibilidade. … Que descanse em Paz!... ... D. Carlos vai ocupar sempre um espaço no meu coração! | Já no séc. XIX Renan dizia que em arte e moral o que é mister é fazer porque o dizer não conta - assim foi D. Carlos Pinheiro. Há momentos na vida que são difíceis de exprimir em palavras. Consciente de que tudo o que se expresse não passe de mil vocábulos, a verdade é que há muito para dizer. A vida e a obra de D. Carlos Pinheiro assim o exigem. Não se trata de fazer o elogio fúnebre, porque seria pouco, seria até uma infâmia. A morte não é uma desventura, é uma parte da vida, porque viver é morrer em cada dia. Mas a verdade é que a nossa região ficou mais pobre! Partiu um dos seus filhos mais notáveis; um Homem que aceitou uma causa, um modelo de vida e foi com ele coerente, sem cedências, até ao seu último sopro de vida. E partiu com o sentimento de haver cumprido a sua missão na terra. Muitos lhe agradecem e tantos outros já sentem a sua falta. Mas os Homens bons não se vão embora, simplesmente viajam para outra direcção. Perdeu-se um homem clemente e bondoso, mas o firmamento recebeu uma estrela cintilante. Personalidade marcante do séc. XX, D. Carlos alcançou um lugar permanente na História da Igreja em Portugal e em particular na Arquidiocese de Braga, onde ocupou vários cargos: foi Vigário Geral, Bispo de Dume e Auxiliar de Braga. Na Diocese de Viana do Castelo foi Vigário Geral, Juiz do Tribunal Eclesiástico e Presidente da Comissão de Arte e Cultura. D. Carlos foi Prelado de Honra da Militia Santae Mariae (Milicia de Santa Maria) – Companhia regular e militante dos cavaleiros de Santa Maria, que em 1975 se estabeleceu em Portugal e tudo fez para que o reconhecimento desta instituição se concretizasse - o que aconteceu por Provisão do Arcebispo Primaz Dom Francisco Maria da Silva. Amigo incomparável, a quem se podia acorrer nas mais duras contingências da vida, D. Carlos estava sempre presente, junto daqueles que a infelicidade perseguira. Foi um homem inteligente, simples, afável e profundamente bom, com quem todos podiam contar. A porta de sua casa estava permanentemente aberta… D. Carlos marcou uma época, quer no exercício do seu sacerdócio e no auxílio aos mais necessitados, quer como Homem virado para a cultura e com ideias, algumas avançadas para o seu tempo … Em Ponte de Lima, iniciou em 1956 as obras de restauro da Igreja Matriz, que se encontrava muito degradada, ficando as mesmas concluídas ao fim de três anos. Já não sendo pároco nesta localidade, funda a 2 de Janeiro de 1975 o Instituto Limiano-Museu dos Terceiros, restaurando para o efeito as Igrejas de Santo António dos Frades e da Ordem Terceira e seus anexos, que se apresentavam em considerável estado de ruína. Defendeu sempre os interesses desta instituição com muita determinação ao longo de vários anos, inclusive naqueles onde já não tinha qualquer responsabilidade sobre a mesma. Neste local, foram levadas a cabo várias iniciativas e exposições culturais em colaboração com o Museu Soares dos Reis do Porto, sempre por sua iniciativa - foi o período áureo da instituição! Conheci o Sr. D. Carlos desde que me lembro. Era amigo de infância de minha mãe, que com ele privou em Vila Praia de José Aníbal Marinho Gomes Preceptor do Preceptorado de Ponte de Lima da MSM Âncora desde os treze anos de idade, no mês de Agosto para onde meus avôs maternos iam passar férias, ano após ano. Veio para Ponte de Lima em 1953 como coadjutor do saudoso Cónego Correia e na nossa terra conhecia apenas meus avós, minha mãe e tias e a família Lobato, que na altura iam para Âncora no Verão. Em 1955, celebrou o casamento de meus pais. Baptizou-me e posteriormente celebrou o meu casamento, em 1983, quando era Vigário-Geral da Diocese de Viana do Castelo. Já como Bispo de Dume e Auxiliar de Braga baptizou os meus três filhos em 1985, 1989 e 1992. Rara era a semana em que não nos encontrávamos, e quando isso não era possível, havia sempre um telefonema… A convite do Sr. Dom Carlos colaborei com o Instituto Limiano-Museu dos Terceiros, e por seu intermédio fui um dos fundadores desta instituição e membro da primeira direcção. Devido à grande amizade que nos unia, acompanhei de perto os seus últimos dias no Hospital de Ponte de Lima, onde me desloquei diariamente sempre ao final da tarde. E falávamos de tudo: da importância do nosso jornal para a Igreja Católica, da recente visita de Sua Santidade, da Milícia de Santa Maria, que em todas as exéquias fúnebres (Braga, Ponte de Lima e Vila Praia de Âncora), se fez representar por três Cavaleiros. Obrigado Sr. Dom Carlos por me ter deixado ser seu amigo e me ter considerado como tal! Para mim, o Sr. D. Carlos vai ocupar sempre um espaço no meu coração… Tenho pena que não tivesse começado a publicar as suas memórias n'O Povo do Lima, como havia prometido, mas a vida tem destas coisas… Finalizo citando as palavras do Padre Fernandes, Geral da Ordem Dominicana, por ocasião do elogio fúnebre de Louis-Joseph Lebret: «Agora que ele já não existe, apercebemo-nos melhor da unicidade da sua vida …a caridade e a misericórdia que nele ardiam, a sua solicitude para com os mais pobres, o seu cuidado permanente em procurar o bem do ser humano, o seu ardor ao trabalho, a sua visão de sabedoria pela qual ele pode situar todos os acontecimentos à luz do desígnio de Deus». 6 | O Povo do Lima ... D. Carlos e O Povo do Lima | Padre Casimiro Pereira Antigo proprietário e actual colaborador de O Povo do Lima Quando a morte nos obriga à separação definitiva de um bom amigo, é sempre com profunda mágoa e inesquecível saudade que enfrentamos essa dramática situação! Isto se passou relativamente a D. Carlos Martins Pinheiro com quem muito convivemos desde que em 1958 (há 52 anos!...) assumimos a responsabilidade de orientação pastoral na paróquia de Santa Cruz do Lima. Era, na altura, o Sr. P.e Carlos Pinheiro, arcipreste de Ponte de Lima. Sempre nos ligaram, mutuamente, amistosas relações de muito bom entendimento. Estas foram-se, até, intensificando desde que em 1976 assumi responsabilidade na publicação de “O Povo do Lima”. O empenho que D. Carlos sempre me manifestou por este periódico, nascido em época bem difícil, após a revolução de Abril de 1974, foi para mim um estimulante incentivo para suportar as muitas e grandes dificuldades surgidas logo de início, quando, um ano após o nascimento, ficou vaga a direcção e redacção do jornal. Com o P.e José A. Alves, pároco de Estorãos, em 1976, os dois, tivémos de assumir a sua publicação. Sobre meus ombros caiu a maior responsabilidade e trabalho, dada a idade bastante mais avançada do referido colega. Sempre que me encontrava com o sr. Prior da Vila, sr. P.e Carlos, a conversa era por ele logo encaminhada para a situação em que se encontrava o jornal. Nunca da sua boca saiu a mais pequena censura a qualquer texto publicado, mas, pelo contrário, ainda me lembro da satisfação que me manifestou pelo relato que publiquei de uma festa comemorativa realizada no Museu dos Terceiros, de que ele foi o grande impulsionador. Para ele, o jornal, neste concelho, ligado à Igreja Católica era um órgão que considerava como de primeira necessidade e mesmo indispensável. A seu convite, lá estive, no Sameiro, na sua sagração episcopal. Desde que foi dispensado, por motivo de saúde, dos serviços na diocese de Braga e voltou a residir mais tempo em Ponte de Lima, mas ainda participava nas conferências episcopais, era a mim que, para O Povo do Lima, em primeiro lugar, chegavam, por ele enviados, os textos aí redigidos. Ele sabia da minha mágoa, depois de trinta anos “preso” ao jornal ter de o abandonar e deixá-lo morrer. Tive, para ele, três pretendentes mas como eu, teimosamente, persistia na ideia de que ou continuava a publicação na linha de orientação iniciada ou deixava-o morrer, foi o que aconteceu. Volvidos dois anos, incompletos, vimo-lo, felizmente, renascer e com mais pujança. O intermediário desta nova caminhada do jornal foi o sr. D. Carlos: Ele se abeirou da minha pessoa, muito delicadamente, como era seu hábito, falou-me da Militia Sanctae Mariae, (Milícia de Santa Maria), organização Católica interessada na aquisição do jornal. Pôs-me à vontade, não exerceu sobre mim qualquer forma de pressão, lembrou-me o carácter das pessoas interessadas no assunto e, de imediato, após a minha concordância, seguiram-se as vias legais e em 08 de Dezembro do ano 2008 apareceu novamente “O Povo do Lima” sendo agora sua patrona a Virgem Santa Maria. Surgiu-me a proprietária desejada e o intermediário na aquisição foi o Bispo de nome D. Carlos Martins Pinheiro. O apreço em que ele teve sempre este órgão de comunicação social ligado à Igreja, em Ponte de Lima, ficou bem expresso na carta que enviou, na última fase da vida, aos sacerdotes deste concelho, solicitando-lhes o apoio que deviam prestar a esta publicação. Oxalá o clero do arciprestado que participou quase todo no funeral, na Igreja Matriz, aceite e corresponda ao seu último pedido. É a melhor homenagem que podemos prestar, à sua memória! Que o Senhor lhe conceda a mansão dos justos em eterno descanso! ... quem não recordará com saudade | Irmã Margarida Silvana Quem não recordará com saudade a figura ilustre de Dom Carlos Francisco Martins Pinheiro? A passagem octogenária da sua vida por onde passou e de modo especial por terras limianas, jamais será esquecida. O tempo não apagará, antes, recordará as marcas que deixou de bondade, humildade, afabilidade, respeito, atenção ao outro, fosse quem fosse, desde o mais pequenino ao mais simples e ao mais ilustre dignitário. O senhor Dom Carlos era igual para todos, não esquecia ninguém. Recordo as vezes que o encontrei, sempre que a sua missão como bispo, lhe permitia passar por Ponte de Lima a visitar os doentes, os idosos nos lares ou em suas casas. Dedicava a cada um conforme a sua disponibilidade de tempo, a sua presença amiga, a palavra de conforto, o seu sorriso acolhedor. Como me lembro e aprecio a amizade que dedicava as Irmãs Franciscanas Hospitaleiras da Imaculada Conceição, que conheceu e com quem reciprocamente trabalhou desde o início da sua entrada como pároco desta bela e fidalga Vila de Ponte de Lima. O seu reconhecimento pela missão das Irmãs Franciscanas Hospitaleiras, junto dos doentes no hospital, dos idosos, Asilo de Infância desvalida Dona Maria Pia, no Colégio onde tantas jovens se formaram e prepararam para a vida, teve sempre um lugar grande no seu bondoso e grato coração. A minha gratidão será eterna. Apagou-se uma luz na terra, para se acender com todo o fulgor no Céu, a iluminar os caminhos da vida de quantos neste mundo tiveram a dita de privar com este bom amigo. O Povo do Lima | 7 | ... uma terra mais pobre Passar por este mundo deixando marcas indeléveis de inteligência, generosidade, alegria e de bem-fazer é como percorrer uma estrada de horizontes claros chegando tranquilamente ao fim da viagem. D. Carlos Pinheiro, o Padre Carlos como carinhosamente o tratávamos, foi um desses passageiros da esperança, da riqueza cultural e espiritual. O seu rosto transparecia de felicidade quando Ponte de Lima e os seus homens conseguiram uma solução para a reabilitação da Igreja de Santo António e dos Terceiros. Hoje, o Museu dos Terceiros constitui um marco cultural da Arte Sacra portuguesa e é um dos pólos mais importantes da riqueza de Ponte de Lima. Muito deve esta vila, à beira Lima plantada, à inteligência de D. Carlos Pinheiro, ao seu amor à comunidade, ao seu esclarecido espírito cultural. Fica-me uma imagem de grande júbilo, quando no último Dia de Ponte de Lima, 4 de Março, me manifestou o seu enorme sentimento de gratidão por estar na Igreja dos Mendes Terceiros a assistir a uma cerimónia, num espaço dignamente recuperado e que engrandece todos aqueles que tornaram possível tal desiderato. D. Carlos Pinheiro, a par com o Sr. Rodrigo Melo, foi o principal obreiro deste espaço e proporcionou a Ponte de Lima exposições de grande valia cultural. A sua delicadeza fazia com que sempre tivesse uma palavra de incentivo para o nosso trabalho, essa atenção era como um sopro de energia para darmos continuidade ao projecto de desenvolvimento. Desinteressado, colocando acima de tudo o progresso de Ponte de Lima, a sua perda deixa-nos mais pobres, mas o seu exemplo estará sempre a iluminar os caminhos do desenvolvimento e do bem-estar da população. A sua humildade permite-nos dizer-lhe apenas OBRIGADO! . ... falar de tudo o que fez ao longo da vida era não mais nos calarmos A Câmara Municipal de Caminha vem por este meio apresentar as mais sinceras condolências à família de D. Carlos Francisco Martins Pinheiro, à Igreja que ele abraçou e a todos os cristãos que beneficiavam da sua caridade e sapiência. Nascido em Vila Praia de Âncora, cedo partiu para estudar e dedicar-se à Igreja. Era agora Bispo Emérito de Braga. De todo o seu nobre percurso, dou relevo à publicação do livro “A Ínsua de Caminha”. Sabemos todos que a grande maioria das suas obras, as maiores, são pouco visíveis. Mas quem recebeu a graça de lidar de perto com ele sabe o amor que deixa no coração de todos. A dedicação junta-se ao dinamismo, duas grandes características de D. Carlos Pinheiro. Vítor Presidente da Câmara Municipal de Ponte de Lima | Júlia Paula Costa Presidente da Câmara Municipal de Caminha Aos 25 anos já era director da revista dos Seminários de Braga, o “Cenáculo”. Foi pároco em Ponte de Lima, onde exerceu variados cargos e onde dinamizou o espírito cristão, a cultura, a educação e a história. Falar de tudo o que fez ao longo da vida era nunca mais nos calarmos. Mas a hora é de silêncio. Assim, equiparado ao sentimento de pesar, a Autarquia de Caminha dá conta, desta forma, do seu grande orgulho na pessoa que foi D. Carlos Francisco Martins Pinheiro. É hora agora de continuar o caminho que ele desbravou com amor. | ... a morte deste ilustre Ancorense, Limiano por adopção, deixa-nos a todos nós Vianenses mais pobres Tive oportunidade de conhecer D. Carlos Martins Pinheiro em 1985 aquando da sua nomeação como Bispo Titular de Dume e auxiliar de Braga, na altura em que a arquidiocese era dirigida por D. Eurico Dias Nogueira. Exercia nessa altura as funções de Presidente da Câmara Municipal de Caminha que decidiu, por unanimidade, oferecer a D. Carlos o anel episcopal que tendo perdido o significado original de selo, havia assumido o significado nupcial de Cristo e da Igreja. O José Joaquim Pita Guerreiro Governador Civil de Viana do Castelo Bispo, imitando Jesus Cristo, era considerado esposo da Igreja a ele confiada. D. Carlos Pinheiro era um homem de Fé, com muitas preocupações sociais e duma grande humildade, estabelecendo uma natural e fácil empatia com todas as pessoas. A morte deste ilustre Ancorense, Limiano por adopção, deixa-nos a todos nós Vianenses mais pobres. Desejo expressar aos familiares e amigos as mais sentidas condolências. ... D. Carlos Pinheiro, o Cidadão e o Bispo | Não é fácil separar as vertentes humana e cristã quando temos por objectivo falar de D. Carlos Pinheiro. Os verdadeiros Valores Humanos são também cristãos. A nossa sociedade, quer queiram quer não, está alicerçada na mensagem cristã. Muito mal caminhamos quando se cria um divórcio entre estas duas realidades. Ao escrever umas palavras sobre o Ancorense D. Carlos Pinheiro vem-me à mente em primeiro lugar o papel que desempenhou na Igreja Católica, as palavras que proferia nas suas homilias e conferências, os seus escritos e o seu exemplo. Não consigo, contudo, esquecer as palavras de incentivo, carinho e amizade, o respeito e a gratidão que manifestava a todos os que trabalhavam pelo engrandecimento da sua terra natal. Não posso esquecer as cartas que nos dirigiu, sempre impregnadas de simpatia e de amor aos seus concidadãos. Era um Homem sábio e bom que conseguiu com a sua simplicidade, humildade e simpatia criar amizades mesmo entre aqueles que não sendo praticantes o ouviam sempre que vinha a Vila Praia de Âncora. Manuel de Sousa Marques Presidente da Junta de Freguesia de Vila Praia de Âncora É fácil fazer um elogio fúnebre. Há lugares comuns que por norma são invocados nestas ocasiões. Mas, com D. Carlos, se as palavras de circunstância escritas ou proferidas são as mesmas que por norma se dirigem a outras personalidades o sentimento com que as escrevemos é único. Estamos perante um Ancorense que nunca esqueceu a sua terra e os seus conterrâneos. Marcou presença sempre que era necessário; mas, sobretudo nas festas da Padroeira. Foi um bom Ancorense. Foi um verdadeiro cristão. Foi um verdadeiro mensageiro dos valores humanos e cristãos. E, por sua expressa vontade quis permanecer, para sempre, no nosso meio, naturalmente para continuar a ser um exemplo e modelo de cristão e de cidadão. Os Ancorenses souberam acarinhá-lo em vida, souberam prestar-lhe homenagem quando faleceu e souberam dar-lhe um lugar digno para repousar até ao Juízo Final. 8 | O Povo do Lima ... D. Carlos Francisco Martins Pinheiro e a defesa do património Faleceu o homem mas ficou a sua obra. D. Carlos Pinheiro (1925-2010) nasceu em Vila Praia de Âncora e distribuiu os seus oitenta e cinco anos de vida por Braga e Ponte de Lima: em Braga, a partir de 1939, estudou, foi ordenado sacerdote e exerceu tarefas de prefeito, professor e ecónomo. A partir do ano 1953 exerceu o seu múnus pastoral em Ponte de Lima como Coadjutor do pároco da Vila, o saudoso Cónego Correia; foi vice-Provedor da Santa Casa da Misericórdia, bem como capelão do Hospital da mesma Instituição, director e professor do Externato Cardeal Saraiva, presidente da direcção da Oficina S. José e professor do Colégio D. Maria Pia. A partir de 1954 foi pároco de Ponte de Lima, Feitosa e Arca, tendo ainda ocupado o cargo de Arcipreste de Ponte de Lima. Na condição de pároco da Vila, dedicou muitas das suas forças quer à promoção da devoção à Padroeira - N. S. das Dores - quer ao ofício de obreiro e responsável pelo restauro da Igreja Matriz, em 1959. Foi tarefa árdua e difícil que levou por diante com grande dedicação e entrega. Não ficou por aqui a sua preocupação com o restauro do património arquitectónico e com a conservação do grande espólio de arte sacra de Ponte de Lima: sentida a necessidade de acomodar muitas das peças que não se identificavam com o estilo antigo da Igreja Matriz, lançou-se, pois, na grande tarefa que foi a criação do Instituto Limiano-Museu dos Terceiros. Era necessário encontrar um lugar seguro e apropriado para albergar tantas imagens, talhas, quadros e alfaias que já não se adaptavam à Igreja Matriz agora restaurada, bem como outras peças provenientes de outros templos da Vila. As Igrejas de Santo António e a da Ordem Terceira perfilaram-se para a escolha, mas a obra exigia muito esforço, tanto mais que, como sede da Instituição, também estas igrejas se encontravam em adiantado estado de degradação e o dinheiro para restauro e conservação era muito pouco. O Senhor D. Carlos lançou mãos à obre e desta forma começava a perfilar-se um museu de Arte Sacra. A partir de 1964, na Igreja de Santo António, pelas mãos conhecedoras do valor do património de figuras como o Cónego Luciano Santos, do P.e Manuel Dias e de José Rosa Araújo começou a desenhar-se aquele que hoje, já fruto de um protocolo entre o Instituto Limiano e a Câmara Municipal, coordenado pelo Professor Brochado de Almeida, dá pelo nome de Museu dos Terceiros e que bem pode ser considerado um ex-libris de Ponte de Lima. Após essa data, D. Carlos continuou a dar vida ao Museu e, também com a colaboração de amigos e colaboradores do Museu Soares dos Reis e da Gulbenkian, desenvolveu muitas exposições que perpetuaram os valores e a riqueza do património limiano: O Linho, A Feira, A Casa Limiana, a Luz, O Pão e o Vinho, o Rio Lima, Poemas Ilustrados de Autores Limianos, Fontes e Fontanários de Ponte de Lima, Exposição Comemorativa dos 800 anos do nascimento de Santo António”. Todas nos aparecem muito bem apresentadas na publicação que o próprio D. Carlos coordenou, em 2003, com o título “Recordar é Viver”. Mas a sua intervenção em defesa da riqueza do património limiano não se fica pelas igrejas e seu recheio ou até pelas exposições; outro contributo valioso ficou marcado na sua atenção aos valores arqueológicos que o Instituo Limiano, com a intervenção do Pe. António Baptista, promoveu, e até com a criação do Orfeão Limiano que a partir de 1979, orientado pelo Cónego Doutor Oliveira Fernandes, foi dando vida ao canto e às tradições artísticas de Ponte de Lima. Assim se explica, pois, que D. Carlos Pinheiro, empreendedor e atento aos valores do património e da cultura, apresentasse um percurso de vida tão diversificado e rico: a partir de 1968, licenciado em Direito Canónico pela Universidade Pontifícia de Salamanca, foi | João Maria Carvalho vice-Reitor do Seminário de Filosofia,, nomeado Pró-Vigário Geral da Arquidiocese de Braga, Cónego da Sé Primaz de Braga, Monsenhor em 1982, e eleito pelo Papa, em 1978, Bispo Titular de Dume e Auxiliar de Braga. D. Carlos Martins Pinheiro passou a Bispo Emérito em 10 de Novembro do ano 2000, passando a residir na sua terra de eleição – Ponte de Lima. Nessa condição, continuou até aos dias de hoje, sempre atento e dedicado aos valores da fé e da cultura, participando em actos públicos e publicando as experiências e sentimentos de uma vida dedicada à Igreja e à conservação e defesa do património. ... homem simples, mas culto, clarividente e totalmente arrumado de ideias e de ideais, que o quero aqui recordar | Conheci o senhor Dom Carlos quando eu frequentava a catequese, menino de nove anos. Presidiu o então Padre Carlos à minha comunhão solene e, desde aí, nunca mais deixei de ter as melhores relações pessoais com ele. Sinto que fui um privilegiado. Todos os anos, no dia 11 de Janeiro, dia do meu aniversário, ele se deslocava à Rua Vasco da Gama, a casa de meus Pais, para, junto com eles e comigo, com familiares mais próximos e amigos, festejarmos, em conjunto, essa data. Depois de casado, e já com residência em Braga, foi sempre o senhor. Dom Carlos que presidiu aos baptizados de meus filhos, às bodas de ouro de meus Pais de saudosa memória, às minhas bodas de prata. Não havia reunião familiar ou social, na minha residência, em que ele não estivesse presente. E foi raro o mês, durante muitos anos, em que ele não reunisse comigo, com minha mulher e com meus filhos, à volta da mesa, num jantar simples e descontraído. Se rememoro tudo isto, é porque não me posso esquecer nunca da alegria, da jovialidade com que ele nos visitava. Normalmente chegava pelas seis da tarde e regressava ao Paço episcopal pelas 10 horas. Como ele gostava de conversar sobre tempos passados, mas também sobre o Presente! Falar de Ponte do Lima, das gentes da sua terra adoptiva, das obras que se faziam e das que poderiam ainda fazer-se, sem, contudo, deixar de abordar, também, temas humanos e religiosos de âmbito nacional e internacional! Sempre com Fernando Monteiro da Rocha clarividência, sempre numa linha de rumo norteada por valores de que nunca se desviou, sem se deixar levar por modas que passam, mas, por outro lado, sem arrogância, sem se considerar dono da verdade, formulando os seus ideais de vida com simplicidade, com serenidade, com amor. O senhor Dom Carlos soube ser, durante a sua existência, um modelo de integridade, tanto na sua vida pública como privada. Ele sempre esteve com a minha família e comigo, nos momentos mais marcantes da minha existência de homem e de cristão, mas se queria honrar-nos, com a sua presença, em tais cerimónias, era no ambiente mais restrito, sozinho comigo, com minha mulher e meus filhos, que ele se sentia mesmo bem, cavaqueando, passando em revista tudo aquilo que o preocupava, pois era um cristão verdadeiramente atento, a quem a dignidade episcopal nunca foi motivo para qualquer tipo ou assomo de vaidade. É nestes termos, de homem simples, mas culto, clarividente e totalmente arrumado de ideias e de ideais, que o quero aqui recordar. Um verdadeiro senhor, que, à imagem de Cristo, sabia viver com todos, com os ricos e com os pobres, com os cultos e os incultos, com os pecadores e os menos pecadores. Paz à sua alma. Que ele, com as suas orações, junto do Senhor, continue a velar por nós, como cá na Terra sempre o fez, são os votos de quem com ele partilhou uma grande amizade. www.opovodolima.publ.pt Terça-feira, 15 de Junho de 2010 07 Comprei o bilhete para o espectáculo errado CAVALEIROS DE NOSSA SENHORA Agostinho Boalhosa de Freitas Inspector Superior da Segurança Social Se tudo o que se tem escrito sobre este país em estado de quase velório conduzisse à sua ressurreição; se as verdades de tantos “experts”, e com razão, no domínio económico e financeiro tivessem dez por cento de efeito prático na nossa vida quotidiana; se as vontades daqueles que se acham políticos para governar este país no palco da governação ou na plateia da oposição não passassem de protagonistas de mera venda da banha da cobra em que já ninguém acredita; se as incompetências desse mar de gente que dirige este país acreditasse que era melhor fazer as malas e ir para casa aliviando as finanças públicas de tão desmerecido despesismo; se as megalomanias de quantos ainda pensam que este país não é uma empresa falida e fazem desse encantamento um estado de alma para consumo próprio; se eu também acreditasse que havia algures um caminho por onde ir, então eu seria um homem feliz acantonado neste pedaço de terra e de céu vizinho dessa imensidão de mar que só nós teimamos em não ver e não sofreria como Calderon de la Barca que, um dia, disse: “El mayor delito del hombre es haber nacido”. Mas sinto a sofreguidão de todos aqueles que vêm no nosso erário a fonte para matar a sua sede. Nunca este país teve tanto despesismo como agora. E não são esses sedentos que acarretam a culpa disto tudo. Mas perante as oportunidades existentes ou inventadas a jeito, é vê-los a correr para ver quem chega primeiro, “apadrinhados” pela fúria do poder instalado, como se de Vampiros se tratasse vindos “…em bandos Com pés de veludo Chupar o sangue Fresco da manada” . E se há dúvidas, é vê-los nas comissões, comissários e comissariados, sejam comissões de inquérito, técnicas, sobre levantamentos disto e daquilo, arbitrais, de fundos, nacionais, de protecção de tudo e mais alguma coisa; é vê-los nos gabinetes feitos à medida, designadamente gabinetes de gabinetes, gabinetes de inserção de qualquer coisa desde que seja, de informação, de assessorias e de tudo o que o comum dos mortais nem sempre consegue imaginar; unidades de tudo e daquilo que não lembra ao diabo; grupos de trabalho para o que der e vier, seja até para avaliar as avaliações ou sobre a gestão daquilo que nem sequer é gestionável; é, finalmente, vê-los nos conselhos executivos, conselhos coordenadores, conselhos superiores e conselhos que nem sequer aconselham; observatórios e observatórios de observação, assessorias, consultorias e consultores de consultores. Até se inventam Conselhos de Prevenção da Corrupção. Tudo, tudo isto pago, principescamente, como convém. O erário é público e por isso não é de ninguém. E assim se lapidam as nossas finanças na utilidade superveniente daqueles a quem convém. E, lamentavelmente, eu não posso fugir. Comprei o bilhete para o espectáculo errado. Sei que há outros espectáculos lá fora, mas será que o destino das novas gerações de portugueses vai ser, uma vez mais, o da emigração? Só temo que o nosso futuro colectivo tenha de passar por aí, mais uma vez. Falar de IRS, de IRC ou do IVA, falar de redução dos vencimentos dos políticos, falar da redução das horas extraordinárias ou das ajudas de custo, aplicar sobretaxas ao crédito sobre o consumo ou portagens em vias SCUT ou alterações no regime do subsídio de desemprego, é, acreditem, estarmos a falar de trocos. Fernando Ulrich defendeu, há dias, que o principal desafio do novo governador do Banco de Portugal (BdP) é «fazer um trabalho de pedagogia» junto da classe dirigente, que não está «totalmente consciente das decisões difíceis». Kant e a paz mundial No final do século XVIII, um dos maiores filósofos do Ocidente, expunha, pela primeira vez, de forma sistemática, a hipótese de uma liga de nações, para evitar as insociabilidades entre os Estados. Este filósofo é Immanuel Kant e a obra é A Paz Perpétua (na verdade, existem mais alguns opúsculos dispersos onde esta questão é abordada). N o s e u e n t e n d e r, a s insociabilidades são a origem do estado civil, ou seja, de uma constituição civil imperfeita (podemos dizer, por outras palavras, que este mecanismo, de confronto das insociabilidades, dá origem ao Estado). Neste ponto, Kant não se afasta de Hobbes (na verdade, era um contratualista – tal como Hobbes e Rousseau). A grande diferença reside no reconhecimento de que a natureza imperfeita da constituição civil impõe aos Estados e ao mundo um caminho a seguir, de forma a aperfeiçoarmo-nos e aproximarmo-nos de uma constituição perfeita (que, por ser perfeita, nunca a poderemos alcançar, pelo menos não neste mundo, onde os homens são imperfeitos). Com efeito, Kant amplia o argumento optimista de Hobbes – que nos diz que, a partir da guerra de todos contra todos e da subsequente colisão de paixões, no estado natureza, emerge o estado civil (isto é, o Leviatã e as leis do Estado) –, a uma ordem superior, a saber: uma ordem cosmopolita, onde se dão as relações entre Estados (estas relações, ao tempo, encontravam-se efectivamente no estado hobbesiano. O caminho a seguir é o do estado de guerra hobbesiano ao estado de paz kantiano – essa é a grande meta a atingir pela humanidade; parece-nos que estamos a caminhar nesse sentido, embora com avanços e recuos. É fácil constatarmos, com o que afirmámos, qual é o ponto de partida do filósofo para a ideia do nascimento de uma Federação de Estados (esta não é uma federação no seu sentido tradicional). As insociabilidades a nível internacional, isto é, as guerras e conflitos entre Estados, que em si não são bons, levam ao desejo e à efectivação da paz; uma nova ordem para a humanidade torna-se operativa através de tentativas de superar estes antagonismos. Immanuel Kant diz-nos: “por meio das guerras, do armamento excessivo e jamais afrouxado em vista das mesmas, da necessidade que, por fim, cada Estado deve por isso sentir internamente até em tempo de paz, a Natureza co m p e l e - o s , p r i m e i ro, a tentativas imperfeitas e, finalmente, após muitas devastações, naufrágios e até esgotamento interno geral das suas forças, ao intento que a razão lhes podia ter inspirado, mesmo sem tantas e tão tristes experiências, a saber: sair do estado sem lei dos selvagens e ingressar numa liga dos povos, onde cada Estado, inclusive o mais pequeno, poderia aguardar a sua segurança e o seu direito” (ou seja, conservando a sua soberania). Essa nova ordem, começou a ser concebida e experimentada depois da Primeira Grande Guerra, mas, como sabemos, fracassou: não foi suficientemente eficaz para prevenir a maior e mais terrível Instituto Internacional “Familiaris Consortio” Estamos a celebrar o Ano Europeu contra a Pobreza e a Exclusão social, como todos sabem. É um desafio. São múltiplos e difíceis obstáculos que todos temos de transpor e ajudar a transpor. De facto, a Pobreza, as Pobrezas, e a Exclusão Social, Exclusões Sociais, hoje são verdadeiros atentados aos Direitos Humanos Fundamentais. 62 anos depois da Declaração Universal dos Direitos Humanos ter sido proclamada, após os massacres da II Guerra Mundial, há, infelizmente ainda um grande caminho a percorrer. Mesmo na Europa e sobretudo, agora, em que a crise económica se abateu sobre nós. Assistimos, tantas vezes impotentes, a sucessivas agressões aos Direitos Humanos geradores de pobrezas e de exclusões sociais. A Ética desertou das relações laborais, económicas, familiares e impessoais. Parece que o vazio impera. Debatemo-nos com uma crise generalizada de valores tais como a honestidade, o respeito pela dignidade do outro, qualquer que ele seja, a fraternidade que a egolatria capturou e domesticou… As pobrezas “tradicionais” da falta de pão e casa, associam-se novas e subtis formas de pobreza e de exclusão social: - impera um eugenismo implacável com o rosto de racismo genético e que leva a eliminar o diferente a quem não é dado o direito a nascer…; - a mentalidade dominante e dominadora é profundamente anti-natalista e abriga, promove e defende a exclusão dos bebés não programados; - fragilidade muito acentuada dos laços da conjugalidade e de uma visão volátil, ziguezagueante e vadia sobre o amor; - distorção grave e muito severa da base fundacional da Família, ao arrepio do direito natural presente em todas as culturas e civilizações e tempos da História. Entre outras situações preocupantes, estas são as mais dominantes e as que comprometem o futuro próximo da humanidade. Esta é uma radiografia a que a MSM, em todo o mundo, não pode ficar alheia, indiferente e de braços cruzados. Foi assim que em 2007, 25º aniversário da Carta Encíclica Familiaris Consortio, o seu dirigente máximo, o Mestre Jacques Pellabeuf, em Capítulo Geral reunido à sombra da Catedral de Chartres, decidiu fundar o IIFC, plataforma de acção, reflexão e estudo dos problemas da vida e da Família que comprometesse aquela instituição a nível mundial ao serviço das causas indicadas. Assim nasceu o IIFC, que coordeno, e que vai realizar o seu 1º Simpósio. A MSM quis também deste modo, afirmar o seu carácter internacional, pondo-se ao serviço das grandes causas do mundo moderno. Precisamos de criar uma cultura: - que ame e venere o inviolável direito à vida (cf. Christifideles laici, nº 38), “como primeiro e frontal direito, condição de todos os outros direitos das pessoas” (cf. Idem); - e em que “a Família, (seja) primeiro espaço para empenhamento social” (cf. Ibid nº 40), “na convicção do valor único e insubstituível da família” (cf.ibid.). “Como a experiência ensina, a civilização e a solidez dos povos dependem sobretudo da qualidade humana das próprias famílias” (ed.) | Gonçalo Barrilaro Ruas guerra de todos os tempos, a Segunda Guerra Mundial. A Sociedade das Nações (1919) foi o projecto americano, m a i s p re c i s a m e nte , d o Presidente Wilson, para estabelecer a paz no mundo (onde estavam expressos, como sempre, os interesses do seu país – mas isso é sempre inevitável). O maior paradoxo é que os EUA não entraram nesta Federação para a Paz, impedidos pelo Senado. Por conseguinte, como nos apercebemos facilmente, depois da Segunda Guerra Mundial novas tentativas (e desta vez ainda não podemos conhecer o desfecho) foram experimentas e um número nunca antes visto de organizações internacionais proliferou. Umas com objectivos económicos, o u t ra s c o m o b j e c t i v o s militares; e naturalmente uma com o objectivo da paz mundial, a organização mais universal, as Nações Unidas, que veio substituir a Sociedade da Nações. Depois da guerra vem a paz. Essa foi a grande novidade da política externa introduzida, na antiguidade clássica, pelos romanos: a política de alianças e tratados (Hannah Arendt). Muito embora, e m n o s s a perspectiva, esse caminho esteja a ser seguido, nada nos diz que seja alcançado o seu fim. Acreditamos, ou pelo menos temos a esperança, de que possa ser prosseguido e um dia alcançado, mas é só uma esperança, pois no mundo nada está pré-determinado absolutamente (e sublinho o absolutamente, pois, como nos ensina Pascal: “já que todas as coisas são causadas e causadoras, ajudadas e a j u d a d o ra s , m e d i a t a s e imediatas, e todas se relacionam por um laço natural e insensível que liga as mais distantes e as mais diferentes, tenho por impossível conhecer as partes sem conhecer o todo, não mais do que conhecer o todo sem conhecer particularmente as partes”. Acreditamos que, se existir, ao nível internacional, mais cooperação entre os antigos e os novos actores internacionais, isto é, os Estados, as Igrejas, as Organizações Internacionais, as ONGs poderemos vingar. Uma coisa é certa: de um governo mundial não necessitamos, pois aí estariam reunidas as condições para o maior e mais terrível despotismo de todos os tempos. Precisamos, isso sim, de cooperação e de poliarquias em interacção para combater os inimigos da sociedade. www.opovodolima.publ.pt Terça-feira, 15 de Junho de 2010 08 SANTA CRUZ C.P. Limpeza Um tractor com equipamento adequado tem percorrido os diversos caminhos da freguesia a cortar toda a vegetação que perturba o trânsito de veículos e pessoas. Todos os anos, neste tempo, é de grande necessidade este trabalho, pelo que é de louvar a Junta local pela sua realização. Sinalização Muitas obras se tem realizado em beneficiação dos caminhos da freguesia mas ainda temos alguns que bem precisam de reparação urgente. Um dos mais necessitados é o caminho em calceta à portuguesa, da Arinha a Brichal. O carro que todos os dias leva a refeição ao domicílio das pessoas necessitadas tem de ir “a passo de lesma” para conseguir levar a comida toda (sem a entornar) à casa dos utentes do Centro. Na Igreja Na Igreja - Está a decorrer, neste mês, a devoção ao Sagrado Coração de Jesus, como no mês anterior se realizou diariamente a devoção do mês de Maria. Todos os anos têm sido levadas a efeito estas devoções, apenas com a diferença de que antigamente as pessoas eram mais sensíveis e acorriam em número pois não estavam, como hoje, limitadas por horários de trabalho e a agricultura ocupava mais as pessoas do que presentemente. GEMIEIRA CORRELHÃ Armando Pereira Festas em honra da Senhora da Boa Morte e Senhor do Socorro No dia 12 de Junho, no parque Senhora da Boa Morte, a Comissão da Irmandade de N. Senhora da Boa Morte, fez a apresentação do cartaz das festas a realizar em 2010. O cartaz das festas da autoria de Amândio de Sousa Vieira (foto Lethes) mereceu o elogio de todos os presentes e o reparo feito pelo autor, por um senão, em relação ao local onde lhe foi colocada a publicidade dos patrocinadores. Na sessão de apresentação estiveram presentes muitos convidados, destacando-se de ente outros, os Membros da comissão da Irmandade; Mordomos e Mordomas; representantes das Confrarias e Irmandades da freguesia; do Rancho Folclórico; da Rusga Típica; do “Grupo da Portela” do Grupo Cavaquinhos “alfobre”; dos “Quatros Ventos”; os Membros da comissão anterior; a Comissão do Centro Social; o Presidente e alguns Membros da Assembleia de freguesia; os Membros da Junta de Freguesia; o Presidente e o Vereador da cultura do Município de Ponte de Lima; algumas Pessoas que colaboraram na feitura do livro/revista; Comunicação social Limiana e o autor do cartaz. Também foi apresentada o número 5 do livro / revista CORRELHÃ EM FESTA. Miniaturas de Guerra do séc. XX em exposição No dia 13 de Junho esteve patente ao público uma exposição de Miniaturas de Equipamentos de Guerra do século XX, na Junta de Freguesia da Seara, em Ponte de Lima. Os exemplares de materiais de guerra pertencem exclusivamente a coleccionadores limianos, que disponibilizam a sua colecção para que o público possa admirar as peças que marcaram grandes episódios da História contemporânea. O espólio bélico reúne cerca de 400 peças, tendo como objectivo mostrar peças que são desconhecidas para a grande maioria do público. De entre os exemplares únicos, muitos dos quais pertencentes a séries limitadas, poderão ser admiradas réplicas de aviões de guerra e carros de combate usados pelos portugueses nas ex-colónias. A exposição esteve patente ao público no dia 13 de Junho, das 09h00 às 19h00, na sede da Junta de Freguesia da Seara, com entrada gratuita. EDITAL ABEL LIMA BAPTISTA, PRESIDENTE DA ASSEMBLEIA MUNICIPAL DO CONCELHO DE PONTE DE LIMA: Torna público que nos termos da alínea b), do n.º 1 do art.º 54.º, da Lei 169/99, de 18 de Setembro, com a redacção dada pela Lei 5-A/2002, de 11 de Janeiro, realizar-se-á a sessão ordinária do mês de Junho conforme o disposto no n.º 1, do art.º 49.º da citada Lei, no dia 19 do mês de Junho de 2010, às 09:00 horas, no Auditório Municipal e com a seguinte Ordem de Trabalho: 1. Período de Antes da Ordem do Dia: A) Apreciação e votação da Acta da sessão anterior; B) Leitura do expediente e informações da mesa; C) Outros assuntos de interesse Municipal. 2. Período de intervenção do público; 3. Período da Ordem do Dia: A) Apreciação da informação do Presidente da Câmara bem como da situação financeira do Município; B) Discussão e votação da Moção ''Não ao PEC – Programa de Estabilidade e Crescimento – Um outro Rumo para Portugal''; C) Discussão e votação da proposta ''Sinais de nova esperança relativa à agricultura em Ponte de Lima'' Para constar se lavrou o presente Edital e outros de igual teor, que vão ser afixados nos locais públicos do estilo. O Presidente da Assembleia Municipal Abel Lima Baptista Nota: A documentação referente à reunião poderá ser consultada em: http://www.cm-pontedelima.pt/pagina/pag/cm/assembleia/editais/editais.html Resposta à(s) Má(s) Língua(s) SEARA ---CÓDIGO POSTAL 4990-062 Assembleia Municipal de Ponte de Lima, 07 de Maio de 2010 C.P. O pároco desta freguesia foi informado pelo sr. José Sousa Ribeiro, durante muitos anos membro da Fábrica da Igreja de Gemieira, de que houve quem lhe falasse num cortejo aqui realizado há volta de 30 anos. Este, já na altura deu muito que falar, pois alguém teve o vergonhoso atrevimento de espalhar uns pasquins a dizer que o padre comprou um carro novo com o dinheiro do cortejo. Este, não esteve com meias medidas: Enfrentou as pessoas, na ocasião, mostrando-lhes do altar a promissória que apresentava esse dinheiro já depositado na Caixa Geral de Depósitos. Foi quanto bastou, para tudo ficar em silêncio. Aparece então agora, volvidos tantos anos, alguém a relembrar assunto tão velho e já arrumado! Informado do que se passava, o pároco, no dia 13 do corrente, no fim da Santa Missa pôs as pessoas a par de toda a situação, expondo as obras realizadas durante estes 31 anos que teve (e continua a ter) a freguesia a seu cuidado. Fechou a boca aos atrevidos caluniadores depois de lhes dizer que as obras realizadas estão todas pagas, não se deve nada a ninguém e ainda mostrou 3 promissórias de dinheiro que está depositado, a prazo, na C.G. D., no montante de 30.472,30 € e mais 3.318.30 € também aí colodado à ordem . No mesmo dia reuniu a Fábrica da Igreja e decidiu-se, de imediato, aproveitando o verão, proceder já às grandes obras de restauro de todo o tecto da Igreja, paredes e portas e foi de decidido não mexer já no dinheiro, agora, que está depositado. O sr Joaquim Roque , da Fábrica da Igreja, informou que oferece, ele, toda a telha para a cobertura da igreja. Sendo assim, daremos por vencidos aqueles que não colaborando em nada, ainda prestam um péssimo serviço desviando outras pessoas de participarem numa obra que é de todos e para todos. ASSEMBLEIA MUNICIPAL DE PONTE DE LIMA ESTORÃOS José Lima Cerquido - Descaracterizar as nossas aldeias Usaram da palavra o Presidente do Município, o Presidente da Junta, o Vereador da Cultura do Município e o autor do cartaz. Todos elogiaram as iniciativas e trabalho que tem sido feito no Parque Senhora da Boa Morte e em geral na freguesia da Correlhã. O Amândio Vieira, como grande amigo da Correlhã, chegou a dizer que tem pena de não ter nascido na Correlhã. - Isto é que é amor a uma terra, que por vezes, é um pouco esquecida por quem cá nasceu ou vive. A Comissão da Irmandade agradeceu ao autor pela elaboração do cartaz e a presença de todos, e todos, agradeceram ao Amândio Vieira mais este préstimo à Correlhã e à Comissão, o convite e a iniciativa. Oportunamente será publicado o programa das festas. Aniversários Senhor António Martins Araújo – Lugar de Casas Novas, 20 de Junho. Senhor Alberto Gonçalves de Brito (Agencia Funerária Brito), 22 de Junho. Parabéns! POIARES 150 metros de de linha telefonica Segundo informou a GNR de Freixo, em 09 de Junho, no lugar de Pedregal, desconhecidos furtaram cerca de 150 metros de cabo da linha telefónica da Portugal Telecom. Os autores cortaram dois dos postes em madeira para, depois de tombados, chegarem aos cabos e assim proceder ao seu corte. Segundo informações da PT, o corte dos cabos afectou cerca de 380 telefones particulares, entre outras comunicações. Este é já o terceiro caso do género ocorrido no concelho de Ponte de Lima no último mês, sendo que os outros ocorreram nas freguesias de Freixo e Vilar das Almas. FREIXO Armas apreendidas A GNR de Freixo, informou que no dia 31 de Maio foram apreendidas duas armas de fogo, 17 navalhas, 3 das quais de abertura automática, 1 faca de mato, 1 soqueira, 2 chicotes e 167 munições de armas de fogo de diversos calibres, durante uma busca realizada à residência de um indivíduo suspeito da prática de violência doméstica. O indivíduo, com cerca de 48 anos de idade, residente no concelho de Ponte de Lima, foi constituído arguído à ordem do processo que se encontra em inquérito. Desde 2006, ano em que entrou em vigor o actual Regime Jurídico das Armas a Munições, que determina a apreensão de armas em situações de suspeita de violência doméstica, a GNR de Freixo já apreendeu 25 armas de fogo, 35 outras armas de posse proíbida e mais de 1300 munições de armas de fogo de diversos calibres. Enquanto uns se preocupam em manter a harmonia paisagista, as características próprias de cada região, o equilíbrio ecológico, a qualidade de vida, outros, olhando apenas para o seu umbigo, cometem todas as atrocidades ambientais, criando as suas próprias condições, fruto da mais elevada falta de sensibilidade. Aquando do fluxo migratório, começaram a aparecer casas do tipo “la maison” Que nada tinham a ver com a nossa arquitectura popular, mas também não obedecia às características da arquitectura francesa. Exemplo disso é o revestimento de fachadas com azulejo. Muitos dos nossos emigrantes, foram responsabilizados, por muito de que não tem culpa. Segundo alguns ex-emigrantes, entregavam a obra a mestres locais, que por vezes não eram mais que habilidosos da construção, e como o telefone ainda era pouco acessível, decidiam a seu belo prazer. Quando cá chegavam, deparavam com o que ainda hoje se vê, e com o argumento de era o que se estava a usar, estava na moda, azulejos, por vezes de casa de banho. Mas estas agressões continuam, só que não é com azulejos, desta vez é com cores berrantes, que são um grito na paisagem. É certo que o Minho é a região do folclore e dos trajes multicores, mas não na pintura das casas. A Câmara de Ponte de Lima, é exemplo na exigência do preenchimento de uma ficha, com a indicação das cores para pintura dos imóveis, pelo menos nos meios rurais. No entanto, depois são pintadas pelas cores mais variadas, descaracterizando as nossas aldeias. Admito que as tintas a cores sejam mais caras que a branca, ao ponto de a branca ser alvo de promoções, daí que pintores e comerciantes influenciem, ainda que inconscientemente, para este folclore. Ao contrário do que alguns possam pensar, as casinhas pintadas de branco não são apenas características do Alentejo e do Algarve. Na nossa região, ou são em pedra, ou pintadas de branco com a excepção de algumas casas senhoriais. Estamos a acabar com a telha de cimento, pintada de várias cores e com os revestimentos de azulejo, não se pode permitir esta paleta de cores nas aldeias limianas, minhotas. Vamos lutar contra mais esta degradação, e manter a harmonia da nossa paisagem. www.opovodolima.publ.pt Terça-feira, 15 de Junho de 2010 09 Diocese de Viana do Castelo tem novo Bispo D. Anacleto Oliveira D. Anacleto Oliveira, natural de Leiria e que completa em Julho 64 anos, foi anunciado por Roma como o quarto bispo da Diocese de Viana do Castelo, substituindo D. José Augusto Pedreira, que em Abril passado completou 75 anos, idade limite para exercer funções como Bispo Diocesano. O Povo do Lima apresenta de seguida uma mensagem de D. José Augusto Pedreira, que se despede da mais jovem diocese portuguesa e uma outra de D. Anacleto Oliveira. No fundo da página encontra-se uma breve biografia do novo Bispo de Viana do Castelo. Mensagem de D. José Augusto na sua despedida de Bispo da Diocese de Viana do Castelo O Santo Padre Bento XVI acaba de aceitar o meu pedido de dispensa do cargo de bispo da diocese de Viana do Castelo, por limite de idade canónica, e de nomear para o mesmo cargo o D. Anacleto Cordeiro Gonçalves Oliveira, até ao momento bispo auxiliar da arquidiocese patriarcal de Lisboa. Manifesto o meu agradecimento ao Santo Padre por ter sido acolhida a minha solicitação, agradeço a generosa colaboração que recebi de sacerdotes e fiéis leigos e felicito o novo Pastor que é dado a esta Igreja diocesana de Viana do Castelo. D. Anacleto é natural da diocese de Leiria-Fátima, pertenceu ao clero do presbitério da referida diocese e foi nomeado bispo auxiliar de Lisboa a 4 de Fevereiro de 2005. Recebeu a ordenação episcopal a 24 de Abril desse mesmo ano, no Santuário de Fátima, e desde então exerceu o seu ministério episcopal na arquidiocese patriarcal de Lisboa. Dotado de esmerada formação teológica, particularmente na área bíblica e catequética, constituirá precioso contributo para o exercício do seu ministério episcopal ao serviço desta jovem diocese que lhe é confiada. Também será motivo de grande esperança para todos os membros desta Igreja local. A sua simplicidade e delicadeza de trato, o denodado amor ao trabalho que tem demonstrado, a sua reconhecida competência pastoral são razões assaz fundamentadas para acolhermos a notícia da sua nomeação com alegria, satisfação e muita esperança. Aguardamos jubilosamente a sua tomada de posse como Pastor desta Diocese, já marcada para o dia 15 do próximo mês de Agosto, em hora a determinar pelo próprio. Deixo um profundo agradecimento a todos os que tornaram frutuoso o nosso ministério episcopal, a quem terei sempre presentes na minha comunhão com Deus. Exorto a inteira comunidade cristã desta Igreja diocesana, presbíteros e fiéis leigos, Conselhos Pastorais de governo, secretariados e movimentos eclesiais a dedicar-lhe fiel e generosa colaboração e a unir as suas orações e súplicas ao Senhor pelo frutuoso desempenho do seu novo ministério. Viana do Castelo, 12 de Junho de 2010 + José Augusto Pedreira, Bispo de Viana do Castelo Mensagem de D. Anacleto Oliveira, Bispo eleito de Viana do Castelo Caríssimos Diocesanos de Viana do Castelo, “Bendito seja Deus, Pai de Nosso Senhor Jesus Cristo, que do alto do Céu nos abençoou, com todas as bênçãos espirituais em Cristo!” É nestas palavras de São Paulo (em Ef 1, 3) que encontro a melhor expressão para o que sinto neste momento, o primeiro em que tenho a alegria de me dirigir a vós: Bendito seja Deus pela bênção que acaba de conceder-me, através de Sua Santidade Bento XVI: a de me achar digno de vos servir, pelo ministério episcopal que, por via apostólica, me vem de Jesus Cristo, o único Sumo e Eterno Sacerdote. E que esta graça, oficialmente, me seja comunicada no dia em que encerramos o ano sacerdotal, celebrando o amor inesgotável do Sagrado Coração de Jesus, o Bom Pastor que tudo faz pela vida das suas ovelhas, é mais um motivo para dar graças. Bendito seja Ele, o Deus e Pai de Nosso Senhor Jesus Cristo, pela Diocese que me confia, sucedendo a tão dedicados pastores, todos eles ainda vivos: Dom Júlio Tavares Rebimbas, Dom Armindo Lopes Coelho e, por último, Dom José Augusto Martins Fernandes Pedreira, ainda à sua frente como Administrador Apostólico. Que o Senhor os conserve por largos anos e que eu possa aprender deles e conhecer-vos e a amar-vos com o coração do Bom Pastor que dá a vida pelas suas ovelhas. Bendito seja Deus pelos sacerdotes que me concede para, como membros do Presbitério, mais directamente comigo colaborarem na missão de ensinar, santificar e governar a porção do Povo de Deus por vós constituída. Agradeço-lhes desde já o muito que irei aprender deles e com eles. Da minha parte, tudo farei para que sejam felizes no fiel cumprimento da sua missão, em total comunhão com a Igreja de Jesus Cristo, de cujo sacerdócio têm a graça de participar, comigo e como eu. Bendito seja Deus pelas religiosas e pelos religiosos, muitos deles também participantes do sacerdócio ministerial de Jesus Cristo, e ainda por tantos outros cristãos especialmente consagrados ao Senhor e à sua Igreja. Quantas bênçãos lhes deveis, no passado e no presente, e quantas certamente continuaremos a receber por meio deles, fruto da sua radical entrega ao Senhor e exemplar dedicação à Igreja e à Sociedade. Bendito seja Deus pelos seminaristas, futuros participantes no sacerdócio ministerial de Jesus Cristo e, como tal, também eles futuros garantes da vida cristã na Diocese. Em todos, os que ainda residem no Seminário situado na Diocese e os que vivem no Seminário da Arquidiocese de Braga, onde frequentam o curso de Teologia do Centro Regional da Universidade Católica, depositamos as maiores esperanças. São, por isso, merecedores do especial acompanhamento de pai e pastor que procurarei prestar-lhes. Bendito seja Deus por todos os cristãos leigos, de todas as idades e condições, membros do povo sacerdotal que é a Igreja de Jesus Cristo e, tantos deles, colaboradores generosos e qualificados nas diversas actividades pastorais da vida diocesana. Quanto bem todos eles podem realizar, na Igreja, na família e nos meios sociais e laborais em que vivem e trabalham ou estudam, dando testemunho corajoso e interventivo da sua fé em Nosso Senhor Jesus Cristo. Bendito seja Deus por todos os habitantes do território em que está situada a Diocese ou que, por qualquer laço, a ele estão ligados. Quanto desejo conhecer a vossa cultura. E que Deus me ajude a contribuir para a resolução os vossos problemas, sobretudo os das mais variadas formas de carência. Espero, para isso, e com os meios específicos do meu múnus, poder colaborar, sobretudo, com os detentores da autoridade civil e, como tal, mais responsáveis pelo bem das populações. Bendito seja Deus por tudo o que aprendi e vivi nos cinco anos em que servi o Patriarcado de Lisboa, sob a orientação do seu Bispo, o Senhor Cardeal Dom José da Cruz Policarpo, e em colaboração com todos os outros Bispos Auxiliares. Quanto eles me ensinaram a ser Bispo, juntamente com os sacerdotes, diáconos, religiosos e religiosas e outros consagrados e ainda tantos leigos, especialmente na Região Pastoral do Oeste que mais de perto acompanhei. Bendito seja Deus, finalmente, pela firme esperança de continuar a ter muitos motivos para O bendizer. Conto, para isso, com a vossa oração. Que o Senhor me ajude a pôr a prática o que Ele exige e espera de quem O segue, como mediador do seu poder redentor: “Quem quiser ser o primeiro entre vós, faça-se escravo de todos” (Mc 10, 44). Peço, para isso, a intercessão da Virgem Santa Maria, padroeira da nossa Diocese, que se tornou Mãe de Deus e da Igreja, pela mesma radical entrega de fé: “Eis a escrava do Senhor: faça-se em mim segundo a tua Palavra” (Lc 1, 38). Foi também do seu coração que brotou o hino de bênção ao Senhor, motivado pelos resultados salvíficos dessa entrega – o Magnificat que todos poderemos entoar, quando, a 15 de Agosto, entrar solenemente na Diocese, em plena festa de Santa Maria, nossa Mãe e Protectora. Até lá, que o Senhor continue a cumular-nos das suas bênçãos. + Anacleto Cordeiro Gonçalves de Oliveira – Bispo Eleito de Viana do Castelo Lisboa, 11 de Junho de 2010 Solenidade do Sagrado Coração de Jesus e encerramento do Ano Sacerdotal Biografia A Santa Sé nomeou Bispo Titular da Diocese de Viana do Castelo D. Anacleto Cordeiro Gonçalves de Oliveira, até agora Auxiliar do Patriarcado de Lisboa e Titular de “Aquae Flaviae”. O quarto Bispo de Viana do Castelo, sucessor de D. Júlio Tavares Rebimbas, D. Armindo Lopes Coelho e D. José Augusto Fernandes Pedreira, recebeu a ordenação episcopal, no Santuário de Fátima, no dia 24 de Abril (Domingo) 2005, tendo sido ordenante D. Serafim Ferreira e Silva, então Bispo da Diocese de Leiria-Fátima, e cosagrantes o Bispo de Coimbra, D. Albino Cleto, e o Bispo de Santarém, D. Manuel Pelino. Natural da diocese de LeiriaFátima onde nasceu, na freguesia de Cortes, a 17 de Julho de 1946. O novo Bispo de Viana frequentou o Seminário Diocesano de Leiria (entre 1957 e 1969), tendo sido ordenado presbítero a15 de Agosto de 1970. De seguida partiu para Roma onde obteve a licenciatura em Teologia Dogmática na Universidade Gregoriana (1971), obtendo ainda, na mesma cidade, a licenciatura em Ciências Bíblicas no Instituto Bíblico de Roma (1974) De 1974 a1977 foi professor de Exegese Bíblica no Instituto Superior de Estudos Teológicos de Coimbra, tendo igualmente neste último ano obtido a licenciatura em História na Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra. Posteriormente parte para a Alemanha para fazer o doutoramento em Exegese Bíblica na Faculdade de Teologia Católica da Universidade de Westfälischen WilhelmsUniversität de Münster (1987) que obteve com a tese "Die Diakonie der Gerechtigkeit und der Versöhnung in der Apologie des 2. Korintherbriefes. Analyse und Auslegung von 2. Kor 2,14-4,6; 5,11-6,10, 1990, Münster, Alemanha. Enquanto permanece em terras germánicas foi Capelão de Emigrantes Portugueses na Diocese de Münster Retornado a Portugal, a partir de 1988, retoma a leccionação de Exegese Bíblica no Instituto Superior de Estudos Teológicos de Coimbra e, ao mesmo tempo, no Seminário Diocesano de Leiria, na Escola de Formação Teológica de Leigos de Leiria e na Faculdade de Teologia (Lisboa) da Universidade Católica Portuguesa. Assumiu, em 2001, a Presidência da Comissão Directiva do Instituto Superior de Estudos Teológicos de Coimbra. No domínio de outros serviços eclesiais D. Anacleto de Oliveira foi Secretário da Comissão Científica dos Congressos Internacionais de Fátima (1997-2001 e 2003), Membro do Conselho de Administração e de Gestão e Finanças do Santuário de Fátima, Assistente Diocesano do Movimento de Educadores Católicos, na diocese de Leiria e Membro do Conselho Presbiteral e do Colégio de Consultores da Diocese de Leiria-Fátima Foi nomeado Bispo Titular de “Aquae Flaviae” e Auxiliar do Patriarcado de Lisboa a 4 de Fevereiro de 2005 e agora para Titular da Diocese de Viana do Castelo D. Anacleto foi colaborador na Revista “Theologische Revue”, da Faculdade de Teologia da Universidade de Münster. Liderou a equipa que preparou os Catecismos Nacionais – 3º e 4º Ano da Catequese Infantil e integrou a equipa que traduziu a Nova Bíblia dos Capuchinhos (1998). D. Anacleto Oliveira foi o responsável pelo itinerário catequético, proposto pela CEP para o Ano Paulino. Tendo Paulo como guia, além do conhecimento mais aprofundado do Apóstolo, o texto procura fazer percorrer, durante 52 semanas, as principais etapas do caminho cristão. www.opovodolima.publ.pt Terça-feira, 15 de Junho de 2010 10 Desporto Futebol Novo presidente na A. D. “Os Limianos” José Carlos Matos é o novo presidente da Direcção da Associação Desportiva “Os Limianos”, na sequência do acto eleitoral que decorreu na Assembleia-geral realizada no passado dia 9 de Junho. O homem que vai liderar os destinos do clube mais representativo do concelho era, até ao final da época transacta, presidente do Moreira do Lima, tendo sido o grande responsável pela promoção do clube da margem direita à divisão maior do futebol distrital e pela sua manutenção. Desta forma está encontrado o sucessor de José Costa Lima que, depois de uma larga carreira de dirigente de “Os Limianos”, liderou o clube do seu coração nas três últimas épocas, registando-se a subida aos nacionais em 2007/2008 e os dois sextos lugares, no nacional da 3ª divisão, nas épocas subsequentes. Para a época 2010/2011 é já um dado adquirido que José Carlos Fernandes continuará no comando técnico da equipa sénior, batendo o record de permanência no clube, garantindo uma enorme estabilidade e condições para, atempadamente, preparar a nova época, tendo sido já estabelecidos contactos com diversos atletas. A grande novidade, porém, é a contratação de Carlos Cunha, último técnico do extinto Atlético Valdevez, para coordenar todo o futebol do clube, denotando-se com esta medida que é intenção da nova direcção reestruturar todo o edifício do futebol limiano. Vitória de Guimarães venceu 1º Torneio Vila de Ponte de Lima O Vitória Sport Clube de Guimarães foi o grande vencedor do “I Torneio Internacional Vila de Ponte de Lima”, depois de bater na final a equipa galega do Celta de Vigo por 5-4, em jogo que apenas ficou definido após a marcação de grandes penalidades, depois de se registar no marcador 2-2, no fim do tempo regulamentar. O jogo decisivo foi muito equilibrado, com as duas equipas a alternarem o domínio e a baterem-se com grande empenho, em busca da vitória final. Perante numerosa e entusiasta assistência que quase encheu as bancadas do Campo do Cruzeiro, foram as grandes penalidades que determinaram o vencedor, acabando a vitória por sorrir à equipa vimaranense. No jogo para a atribuição do 3º e 4º lugar, o F. C. Porto bateu o Sporting por 6-5, numa partida emocionante, bem jogada e com excelentes pormenores individuais e colectivos. No primeiro jogo do dia, a equipa da casa foi batida pelo Sporting de Braga por 4-0. Com este resultado, os jovens limianos ficaram no sexto lugar da geral, logo após a formação bracarense. No final da manhã foram entregues os prémios às equipas participantes e árbitros, cerimónia onde estiveram presentes os elementos da Comissão de Honra, personalidades locais e do futebol distrital, além dos patrocinadores. Terminou em festa um fim- [email protected] Em jeito de balanço Um ano ímpar para o futebol limiano! O futebol limiano viveu um ano ímpar durante a época 2009/2010. Não nos estamos a referir ao número ou volume de títulos conquistados, mas sim à hegemonia dos clubes do concelho em vários cenários e nos mais diversos contextos, levando a crer que o epicentro do futebol distrital se está a deslocar para o concelho de Ponte de Lima, onde a aposta na formação e na criação de infra-estruturas está a produzir excelentes resultados. Limianos João Carlos Gonçalves Futebol sénior cumpre objectivos A carreira da Associação Desportiva “Os Limianos” foi já devidamente analisada neste jornal. Conseguiu os objectivos a que se propôs, ouseja, um lugar nos seis primeiros da primeira fase do campeonato, que lhe deu o direito de disputar a série da subida, onde se quedou pelo sexto lugar, o mesmo que na época anterior. Analisada a carreira do clube, ficamos com a sensação que, com um pouco mais de sorte e menos problemas físicos, a equipa liderada por José Carlos Fernandes poderia ter chegado mais longe. No distrital da A. F. de Viana do Castelo, a Correlhã quedou-se pelo sétimo lugar, bem no meio da tabela, um pouco abaixo das expectativas mas deixando evidente uma aposta forte nos jovens que muitos frutos poderá dar no futuro. Logo atrás da Correlhã, com menos nove pontos, o Moreira do Lima conseguiu a manutenção em época de estreia no escalão maior, com um plantel reduzido e uma primeira volta muito complicada. Na próxima época, Ponte de Lima continuará a ter duas equipas na divisão de honra, factor de progresso do futebol local. Relativamente ao forte contingente limiano (sete equipas), que disputou a primeira divisão, o seu desempenho pautou-se pela regularidade, realçando-se a prestação do Vitorino de Piães, no 5º lugar, e do Arcozelo, com o sétimo lugar em ano de estreia. O Vitorino de Piães deixou mesmo fortes indicações relativamente à próxima época, parecendo-nos que pode vir a intrometer-se na luta pela subida de divisão, mercê de uma aposta de longa data na formação e da clara melhoria e mais-valia que significou a instalação de um tapete sintético no seu parque de jogos. Em posições do meio da tabela ficou o Águias de Souto (9º lugar). As restantes formações limianas, quedaramse pela segunda metade da classificação: Gandra (12º), Bertiandos (14º) e Vitorino das Donas (15º). No fundo da classificação, em 18º e penúltimo, ficou a formação do Facha. Registo para o facto do concelho de Ponte de Lima, a par do de Viana do Castelo, serem os mais representados neste campeonato, com sete clubes, seguidos a larga distância por Caminha, e onde Ponte da Barca, Melgaço e Valença não têm qualquer representante. Registo ainda para o Cepões que conquistou o título distrital do INATEL, engrossando desta forma o conjunto de bons resultados do futebol limiano em 2009/2010. Futebol juvenil 5 estrelas! Mas foi ao nível do futebol de formação que se registaram melhor performances das equipas limianas. “Os Limianos” representaram o distrito no Nacional da 2ª Divisão, tendo conseguido um feito inédito, ou seja, a manutenção naquele escalão, com um comportamento altamente meritório conquistando o 5º lugar na Série A, classificação que, infelizmente, não deu acesso aos comandados de Jaime Matos de disputar a subida de divisão. No entanto, na série que definiu as equipas que desceram aos distritais, os jovens limianos foram de-semana recheado de bom futebol, muita animação e público nos dois recintos onde decorreram as partidas: Campo das Lagoas, em Bertiandos, e Campo do Cruzeiro na sede do concelho. A organização faz um balanço muito positivo do Torneio, tendo em conta a avaliação efectuada internamente e a opinião das delegações participantes, o que faz perspectivar a continuidade deste torneio no próximo ano, um extraordinário veículo de promoção do desporto-rei e do trabalho de formação realizado na Associação Desportiva “Os Limianos” que, publicamente, quer deixar uma palavra de agradecimento ao Município de Ponte de Lima, Juntas de Freguesia de Ponte de Lima e Bertiandos, Grupo Desportivo de Bertiandos, a todos os patrocinadores e ao numeroso grupo de pessoas que integraram o “staff” que tudo fez para que o “I Torneio Internacional Vila de Ponte de Lima” fosse um sucesso. irrepreensíveis, instalando-se de uma forma categórica no primeiro lugar e assegurando que na época 2010/2011 voltarão a estar entre os melhores do escalão júnior.Um aspecto a merecer destaque, e ponderação dos dirigentes limianos, é o facto da equipa júnior de “Os Limianos” ser a única formação deste escalão no concelho, limitando a preparação e prospecção de jovens para o futebol sénior, onde as formações são dez. Na categoria imediatamente inferior, os juvenis, o grande destaque vai para o Vitorino de Piães, que se sagrou Campeão da A. F. de Viana do Castelo, garantindo o direito de disputar o nacional da categoria na próxima época, onde vai ocupar o lugar de “Os Limianos””. A formação do sul do concelho foi segunda na série A da primeira fase mas, na fase final, foi claramente superior aos seus adversários, alcançando o almejado título. Neste mesmo campeonato, a Correlhã foi 8º classificado na série B, da primeira fase. Finalmente destaque para “Os Limianos” que, depois de não irem além do 10º lugar na série A do nacional da categoria, descendo aos distritais, conseguiram vencer o Torneio Extraordinário da A. F. de Viana, trazendo mais um título para o nosso concelho. Momento importante para o futebol limiano aconteceu na categoria de iniciados, onde “Os Limianos” se sagraram campeões distritais, num campeonato disputado taco-a-taco com a Correlhã, que perdeu a final com a formação da sede do concelho. As duas formações limianas venceram, respectivamente, a Série B e A da primeira fase, onde competiram ainda a equipa B de “Os Limianos” (7º) e Vitorino de Piães (11º), ambos na série A. No escalão de infantis competiram Limianos (A, B, C), Vitorino de Piães e Bertiandos. Destaque para o 2º lugar da equipa A de “Os Limianos” na série A. As restantes formações obtiveram as seguintes classificações: Na Série A, o Vitorino de Piães foi 13º; na Série B “Os Limianos B” foram 8º e, na Série C, “Os Limianos C” foram 9º. Finalmente, no escalão de Escolas, Ponte de Lima tem também um campeão, designadamente a Academia de Futebol de Ponte de Lima, vencedora da Série B do campeonato destinado a atletas nascidos em 1999. Na sua série, o Moreira do Lima quedou-se pela 11ª posição. Na SDérie A, “Os Limianos” foram 7º. Relativamente à prova destinada a atletas nascidos no ano 2000, “Os Limianos” foram 7º, enquanto a Academia de Ponte de Lima foi 9º. Os resultados descritos são de elevada qualidade, com as equipas limianas a ocuparam lugares de grande destaque e a conquistaram três títulos distritais e lugares de destaque nos nacionais. As infra-estruturas, a selecção criteriosa de técnicos, a aposta dos dirigentes foram, na nossa opinião, factores determinantes para a obtenção destes resultados. Certamente que o futebol sénior sairá muito beneficiado com este trabalho, sendo de esperar que aos nove atletas seniores da A. D. “Os Limianos”, oriundos da sua formação, muitos se lhes juntem nos próximos anos. Classificação final: 1º. Vitória Sport Clube; 2º. Celta de Vigo; 3º. F. C. Porto; 4º. Sporting; 5º. Sporting de Braga; 6º. A. D. "Os Limianos" Troféu Fair Play: F. C. Porto Troféu Melhor Jogador: Vitor Tavares (F. C. Porto) Troféu Melhor Marcador: Hircane Fraca (Sporting de Braga) Troféu Melhor guarda-redes: Jorge Pinto ("Os Limianos") Troféu atleta mais jovem: João Félix Sequeira (F. C. Porto) Troféu Futebol mais bonito: Sporting Resultados e Classificação da jornada de sábado Grupo A (Campo das Lagoas) F.C. Porto, 2 – Celta de Vigo, 5; Sporting de Braga, 1 – F. C. Porto, 4; Celta de Vigo, 4 – Sporting de Braga, 2 Classificação: 1º. Celta de Vigo; 2º. F. C. Porto; 3º. Sporting de Braga Grupo B (Campo do Cruzeiro) Sporting, 2 – Limianos, 0; Vitória S. C., 2 – Sporting, 2; Limianos, 0 – Vitória S. C., 3 Classificação: 1º. Vitória S. C.; 2º. Sporting; 3º. Limianos De salientar que, durante a jornada de sábado, esteve no Campo do Cruzeiro o atleta sénior do F. C. Porto Nuno Espírito Santo que, desta forma, manifestou o s e u a p o i o à i n i c i at i va d a Associação Desportiva “Os Limianos”. www.opovodolima.publ.pt Terça-feira, 15 de Junho de 2010 11 Desporto Contactos úteis Canoagem João Silva apurado para os Jogos Olímpicos da Juventude O Atleta do Clube Náutico de Ponte de Lima João Silva, de 17 anos, é o primeiro atleta do Clube Náutico de Ponte de Lima e Limiano a conseguir o apuramento para os Jogos Olímpicos da Juventude, uma competição que visa congregar os jovens mais talentosos de todo o mundo, com idades compreendidas entre os 14 e os 18 anos. Esta competição vai reunir em Singapura, entre 14 e 16 de Agosto do corrente ano, cerca de 3600 jovens. João Silva, depois de em Abril ter já vencido a primeira Taça de Portugal de Pista em K1 500 mts, venceu novamente a prova em K1 500, ocupando desta forma a única vaga em Os atletas participarão em estágio com vista à p re p a ra ç ã o p a ra vá r i a s p ro va s Clube Náutico vence a Taça de Portugal de Pista Realizou-se em Pontevedra - Espanha a segunda e última prova da Taça de Portugal de Pista. O Clube Náutico de Ponte de Lima, participou com 43 atletas dos escalões Sénior e Cadete. Competiram cerca de 350 atletas de 40 Clubes. Adega Cooperativa de Ponte de Lima 258 909 700 Arquivo Municipal de Ponte de Lima 258 900 425 Associação Empresarial de Ponte de Lima 258 942 139 Biblioteca Municipal de Ponte de Lima 258 900 411 Bombeiros Voluntários 258 909 200 Brisa – Auto Estradas de Portugal 258 909 900 Câmara Municipal de Ponte de Lima 258 900 400 Correios (CTT) 258 900 700 Conservatória do Registo Civil 258 942 921 Conservatória do Registo Predial 258 942 003 Delegação de Turismo de Ponte de Lima 258 942 307 Escola Superior Agrária de Ponte de Lima 258 909 740 G.N.R. (Ponte de Lima) 258 900 240 G.N.R. (Freixo) 258 761 113 G.N.R. Brigada de Trânsito 258 909 950 Instituto de Solidariedade e Segurança Social 258 900 210 Museu dos Terceiros 258 753 136 Paisagem Protegida das Lagoas K1 Masculino que havia para a primeira edição dos Jogos Olímpicos da Juventude. Ana Pimenta que se classificou em 2º lugar, fica como suplente em K1 feminino. Náutico com atletas em todas as selecções O Clube Náutico de Ponte de Lima, viu seis dos seus atletas Seleccionados para as várias Selecções Nacionais, com atletas em todas as categorias, premiando o trabalho do clube, técnicos e atletas, fazendo prever um futuro risonho para o clube. . Serviços: Internacionai, entre as quais os Campeonatos da Europa e do Mundo. Selecção de Cadetes – Barbara Melo e Nuno Quintela. Selecção de Juniores – João Silva e Ana Rita Pimenta Selecção de Seniores – Fernando Pimenta e Jorge Castro. O Clube Náutico de Ponte de Lima voltou a mostrar todo o seu poderio ao vencer a segunda prova, com uma diferença de 55 pontos para o segundo classificado. A classificação final da etapa foi a seguinte: 1º - Clube Náutico de Ponte de Lima – 424 Pontos 2º - Clube Náutico de Prado – 369 Pontos 3º - Clube Náutico de Crestuma – 278 Pontos 4º - GCDR Gemeses – 239 Pontos 5º - Kayak Clube Castores do Arade – 209 Pontos O Náutico Limiano depois de ter vencido as duas provas realizadas em Pontevedra sagrou-se vencedor da Taça de Portugal, prova que também venceu nos quatro últimos anos. A classificação final da Taça de Portugal 2010 foi a seguinte: 1º Clube Náutico de Ponte de Lima – 946 Pontos 2º Clube Náutico de Prado – 775 Pontos 3º Clube Náutico de Crestuma – 537 Pontos Para este sucesso Colectivo muito contribuíram os excelentes resultados individuais dos atletas limianos, onde João Silva foi o grande destaque, vencendo em Juniores em K1 1000 m, e K1 500 m. De realçar que na prova de K1 200m, João Silva foi segundo. Fernando Pimenta em K1 1000m foi segundo , Ana Pimenta foi 3ª classificada em K1 500 m competindo na categoria júnior júnior; Nuno Barros em C1 200 m sénior foi também segundo e Nuno Quintela em C1 1000m Cadete subiu ao segundo lugar do pódio. Barbara Melo em K1 Dama Cadete 500m foi terceira classificada. CHAMALIMA Largo da Lapa 4990-044 Ponte de Lima Tel. 258 743 654 Fax. 258 743 654 E-mail: [email protected] Revendedor BP Gas Número Azul: 808 201 910 Bertiandos S. Pedro de Arcos 258 733 553 Pavilhão Municipal 258 900 413 Piscinas Municipais 258 900 412 Pousada da Juventude 258 943 797 P. S. P. 258 941 113 Repartição de Finanças de Ponte de Lima 258 900 280 Teatro Diogo Bernardes 258 900 414 Tribunal Judicial de Ponte de Lima 258 900 520 Universidade Fernando Pessoa 258 741 026 Valimar ComUrb 258 909 340 Zona Agrária do Vale do Lima 258 742 207 Saúde: Centro Hospitalar do Alto Minho 258 909 500 Centro de Saúde de Ponte de Lima 258 909 280 Centro de Saúde de S. Julião de Feixo 258 761 248 Farmácia Brito 258 941 167 Farmácia Cerqueira 258 941 154 Farmácia Coutinho (Correlhã) 258 931 900 Farmácia da Gandra (S. M. Gandra) 258 948 251 Farmácia da Misericórdia 258 941 131 Farmácia D. Teresa 258 947 180 Farmácia Moderna (S. J. Freixo) 258 760 120 Farmácia S. Gonçalo (Arcozelo) 258 931 043 Farmácia de S. João 258 941 197 Serviços de Urgência: Linha Nacional de Emergência Social 144 Protecção à Floresta 117 SOS 112 Transportes: Central de Camionagem 258 941 244 Auto Viação Cura 258 941 244 Auto Viação do Minho 258 743 613 Domingos Cunha 258 942 791 Rodoviária d'Entre Douro e Minho 258 942 870 Braga & Andreia 258 944 530 Empresa de Transportes Courense 258 780 600 Táxis Limarenses 258 743 700 O seu revendedor BP Gas espera por si. Deixe a sua segurança por nossa conta. Nós tratamos de tudo. BP Gas - Sempre perto de si. www.opovodolima.publ.pt 12 Terça-feira, 15 de Junho de 2010 última ... a Palavra Padre Paulo Emanuel 20 | JUNHO 27 | JUNHO DOMINGO XII DO TEMPO COMUM DOMINGO XIII DO TEMPO COMUM LEITURA I - Zac 12, 10-11; 13, 1 «Voltarão os olhos para aquele a quem trespassaram» (Jo 19, 37) LEITURA I - 1 Reis 19, 16b.19-21 «Eliseu levantou-se e seguiu Elias» O profeta anuncia a libertação e renovação de Jerusalém; mas essa salvação custará dores e lamentos. S. João, no seu Evangelho, vê no servo trespassado, de que fala o profeta, a figura de Jesus crucificado e trespassado pela lança do soldado. O seu Coração assim aberto tornou-se fonte de água viva, de salvação e de graça, para os que para Ele olharem com fé e amor. Tanto custaria a salvação da nova Jerusalém, a santa Igreja de Deus! A partir deste Domingo, o Evangelho apresenta Jesus caminhando para a Paixão. E hoje Ele insiste já na necessidade de O seguir, sem hesitações, quando Ele chamar. Modelo desta disponibilidade é a atitude de Eliseu, que, uma vez chamado, deixa a sua ocupação anterior e, como sinal dessa renúncia, até queima o arado com que trabalhava e oferece aos seus antigos companheiros, em ambiente de festa, um banquete de confraternização e de despedida. SALMO RESPONSORIAL - Salmo 62 (63), 2-6.8-9 (R. 2b) A minha alma tem sede de Vós, meu Deus. LEITURA II - Gal 3, 26-29 «Todos vós que recebestes o baptismo de Cristo, fostes revestidos de Cristo» Continuando a fazer o confronto entre o regime da Lei, no Antigo Testamento, e o do Novo Testamento, o Apóstolo afirma que, pela fé e pelo baptismo, os cristãos estão “revestidos de Cristo”, formam todos, seja qual for a sua origem natural, o povo descendente de Abraão, herdeiro das promessas que Deus tinha feito àquele antigo Patriarca do Povo de Deus. Não é, portanto, a descendência carnal, mas a que vem da fé, que torna os homens “filhos de Abraão” e herdeiros das promessas a ele feitas por Deus. EVANGELHO - Lc 9, 18-24 «És o Messias de Deus. O Filho do homem tem de sofrer muito» S. Pedro, em nome de todos, reconhece e proclama a fé fundamental da Igreja: Jesus de Nazaré, o Filho do homem, é o Messias de Deus, o profeta anunciado desde os tempos antigos, o Ungido pelo Espírito Santo, o Enviado de Deus. É Ele que vem dar a vida pela salvação dos homens. Ele é, como na profecia da primeira leitura, Aquele que os homens trespassaram, mas cujo Coração aberto na Cruz é fonte de graça. Para ser seu discípulo, não há outro caminho senão o que Ele mesmo traçou. SALMO RESPONSORIAL - Salmo 15 (16), 1-2a.5.7-8.9-10.11 (R. cf. 5a) O Senhor é a minha herança. LEITURA II - Gal 5, 1.13-18 «Fostes chamados à liberdade» Continuando a falar da relação entre a Lei do Antigo Testamento e o Novo, o Apóstolo chama à situação cristã uma situação de liberdade em Cristo, mas previne os cristãos para que essa liberdade não seja usada para cair noutra escravidão, a do pecado. A verdadeira liberdade é a do amor em Cristo, que se há-de manifestar na caridade para com o próximo. EVANGELHO - Lc 9, 51-62 «Tomou a decisão de Se dirigir a Jerusalém. Seguir-Te-ei para onde quer que fores» Desde agora, o Evangelho apresenta Jesus a caminho da Paixão. Esta caminhada de Jesus é entendida, de maneira diversa, pelas várias pessoas que dela têm consciência ou que Jesus até convida a segui-l’O. Seja qual for a situação de cada um, só há uma atitude certa: seguir o Senhor, como fez Eliseu quando Elias o chamou, como fez S. Paulo e os outros Apóstolos, e todos aqueles, que, um dia chamados, souberam escutar a sua voz. Fonte: Secretariado Nacional de Liturgia Títulos honoríficos na Diocese de Viana A Ordem de São Gregório Magno A Ordem de São Gregório Magno é uma das cinco Ordens Pontificias da Igreja Católica e foi fundada por bula do Papa Gregório XVI no dia um de Setembro de 1831. A distinção pode ser conferida a homens e mulheres em reconhecimento aos serviços prestados à Igreja, feitos notáveis, apoio à Santa Sé e ao bom exemplo dado à sociedade. É conferida a militares com o grau mínimo de Major. A própria bula que instituiu esta ordem refere que: ''cavalheiros de lealdade provada à Santa Sé que, por razões de nobreza de nascimento e renome de seus feitos ou grau de sua, são merecedores de ser honrados por uma expressão pública de estima por parte da Santa Sé''. Adianta ainda que ''os galardoados devem progressivamente manter, por méritos contínuos, a reputação e confiança já inspirada, provando-se merecedores da honraria, servindo a Deus e ao Pontífice''. Como privilégio, os membros da Ordem são saudados pela Guarda Suíça do Vaticano e tem precedência sobre a Ordem de São Silvestre Magno, Ordem de Malta e Ordem do Santo Sepulcro de Jerusalém. Também têm um lugar especial em procissões papais e nas cerimónias da Igreja, bem como o direito de andar a cavalo dentro da Basílica de São Pedro, no Vaticano (o que já não se faz nos nossos dias e não é feito há muito tempo). É, portanto, é uma atribuição que pretende premiar o mérito individual de serviço à Igreja. Dentro desta Ordem há quatro categorias: Cavaleiro ou Dama Grã-cruz de primeira classe; Cavaleiro ou Dama Grã-cruz de segunda classe; Cavaleiro ou Dama Comendador(a) e Cavaleiro ou Dama. Os cavaleiros da classe Grã-cruz de 1ª classe recebem tratamento de Sua Excelência. Ao contrário das Ordens Militares de Malta e Santo Sepulcro, o ingresso na Ordem é feito geralmente por recomendação dos Bispos Diocesanos. Um Bispo que deseje recomendar um indivíduo, para esta honra tem elaborar uma carta propondo o nome dos candidatos, com o Curriculum Vitae de cada um, e enviá-lo juntamente com a sua recomendação ao Núncio Apostólico, que encaminha a recomendação à Secretaria de Estado da Santa Sé. Se aprovada a recomendação, o diploma, que é redigido em latim (incluindo os nomes próprios dos candidatos) recebe a assinatura e o carimbo do Cardeal Secretário de Estado, sendo depois expedido para o destinatário. Os regulamentos referentes aos graus e uniformes, encontram-se estatuídos na bula datada de 30-V-1834. O grau mais alto, o de Grão-Cruz 1.ª classe, é uma condecoração excepcional. A divisa da ordem é Pro Deo et Principe. ORAÇÃO PELO PAPA BENTO XVI O Papa Bento XVI no nosso coração Senhor, nosso Pai, Luz eterna e sempre viva, fonte inesgotável de Vida, verdade e de Amor, concedei ao nosso Papa Bento XVI força, coragem e a determinação para continuar a cumprir sem temor a Sua missão na Terra como Pastor Universal. Fazei, Senhor, que o nosso Papa Bento XVI, Sucessor de Pedro, Seu Vigário na Terra, nunca desfaleça no anúncio da Boa Nova malgrado os ataques com que, de tantos horizontes, tentam manchar a Sua Pessoa e o seu serviço de Pastor Universal. Senhor nosso Deus, rico em Misericórdia protejei-O, concedeiLhe longa vida e abençoai-O. Pai Nosso… Avé Maria… Glória Edição – Militia Sanctae Mariae Rua de Guadalupe nº 73 4710-298 Braga www.milicia.com.sapo.pt E-mail: [email protected] Imprimatur, Cónego José Paulo Abreu, Vigário Geral Braga, 15 de Abril de 2010 A Perder de Vista… ”A Casa do Outeiro” “No local onde hoje se situa a Casa do Outeiro, existiam em pleno Séc. XVI, duas quintas com o mesmo nome. Uma era pertença ao ramo de Maciéis, ilustre família proprietária de um solar em Darque e a outra emprazada aos Senhores da Quinta do Silveiro, na Correlhã. Em 1634, as duas quintas são definitivamente unidas, através do casamento de António Álvares Maciel e D. Ana Pinto Correia. Fruto deste casamento, nasceu D. Maria Josefa Vieira Pinto Maciel, primeira Administradora do vínculo instituído por seus pais, na escritura de dote realizada em 1713, a fim de casar com seu parente Gaspar de Abreu de Lima Teles de Menezes, Moço Fidalgo da Casa Real e Senhor do Paço de Penas, em Refóios de Lima…” Artigo não assinado na Revista “Límia”, n.º 6, Maio/94, págs. 45 Américo Carneiro