universidade federal de mato grosso
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Digitally signed by Revista Interdisciplinar Revista DN: cn=Revista Interdisciplinar, o=UNIVAR, ou, c=BR Interdisciplinar [email protected], Date: 2009.12.09 11:19:54 -02'00' PEQUI: PRODUÇÃO, REPRODUÇÃO E REFLORESTAMENTO NA AGROEMPRESA RECANTO ÁGUA LIMPA EM CANARANA (MT) Por: Ivan Reche Correia 1 Orientador Prof. Olívio de Sousa Santos Jr 2 RESUMO Este trabalho é resultado de uma pesquisa bibliográfica e de campo sob realizada em uma empresa localizada na cidade de Canarana - MT, com a contribuição de pesquisadores das instituições ; Embrapa(DF), Sebrae(MT) e Seder(MT) e foi direcionado à avaliação final da disciplina de Gestão Ambiental e a Sustentabilidade do curso de Administração na Modalidade à Distância da Faculdade de Administração, Economia e Ciências Contábeis da Universidade Federal de Mato Grosso. A empresa escolhida foi a Recanto Água Limpa uma empresa que tem todas as condições de ser um referencial no Empreendedorismo Verde. Ela atua no mercado implementando desde o cultivo do pequi, até a comercialização “in natura” da fruta até com produtos industrializados, sendo a a pioneira no desenvolvimento comercial de variedades comerciais para produção em grande escala de variedades como: Pequi gigante; sem espinhos; comercial, entre outras. PALAVRAS-CHAVE: Empreendedorismo Verde, Viabilidade, Pequi gigante. PEQUI: PRODUCTION, REPRODUCTION AND REFORESTATION IN ENTERPRISE RECANTO ÁGUA LIMPA IN CANARANA (MT) ABSTRACT This work is the result of a literature review and field or held in a company located in the city of Vadivelu - MT, with the help of researchers from institutions, Embrapa (DF), Sebrae (MT) and Seder (MT) and was directed to final evaluation of the discipline of Environmental Management and Sustainability Course Management in Distance Mode School of Management, Economics and Accounting from the Federal University of Mato Grosso. The company was chosen as the Clean Water Retreat a company that has all the conditions to be a reference to Green Entrepreneurship. She works in the market since implementing the cultivation of pequi, to marketing "natural" with fruit to processed products, is aa pioneer in the commercial development of commercial varieties for large-scale production of varieties as Pequi giant, without thorns, commercial , among others. KEYWORDS: Entrepreneurship Green, Feasibility, Pequi giant. INTRODUÇÃO O Pequi é uma árvore nativa e símbolo do cerrado brasileiro com matéria-prima essencial para a manufatura de uma ampla gama de produtos de uso humano e industrial. É conhecido por diversos nomes tais como: Pequi, piqui, piquiá, pequerim, amêndoa- de- 1 Produtor Rural e Aluno do curso de Administração a Distância da UFMT. E-mail: [email protected]. Professor do Curso de Tecnologia em Análise e Desenvolvimento de Sistemas da Univar e Orientador Acadêmico no Curso de Administração a Distância da UFMT. E-mail: [email protected] 2 espinho, grão-de-cavalo, suari. Ocorre com mais intensidade nos estados de Minas Gerais, Goiás, Mato Grosso, Distrito Federal, Tocantins e estados do Nordeste. Neste estudo, pretendemos mostrar que podemos ter lançar mão de um modelo de atividade que produz lucratividade sem agredir o meio ambiente, ajudando a preservar o meio ambiente através de um empreendimento verdadeiramente verde e que vem agregar valor às propriedades que o adotarem, gerando sustentabilidade econômica para quem precisa ou quer viver de pequena ou média propriedade como é o caso de assentamentos, muito comuns em nossa região O fruto do pequi aqui tratato é diferenciado pelo tamanho. Ele é possuidor de características que não podem ser reproduzidas com a mesma fidelidade como é o caso do complexo vitamínico onde é considerada a maior fonte de vitamina “A” comestível existente; que faz bem para o cabelo, pele e unhas; rico em Betacaroteno (anticancerígeno) e com comprovadas ações no campo da medicina natural, tão difundida entre a população brasileira, chegando agora ao âmbito governamental que já tem programas de incentivo a este tipo de medicina. Vale lembrar que o pequizeiro é uma árvore protegida por lei ( Portaria nr 54 de 03.03.1987 – IBDF ) que impede seu corte em todo o território nacional. Além de ser sustentável, o plantio do pequi contribui para o seqüestro de carbono da atmosfera e já é considerada uma atividade de reposição florestal, aceita pelos órgãos responsáveis, minimizando os danos ao meio ambiente. Baixo custo de implantação e manutenção da lavoura, fácil manejo e mercado garantido do pequi, animam produtores que vêem na promissora cultura uma fonte adicional segura para compor a renda da propriedade. Das espécies conhecidas, a caryocar coriaceum é a mais recomendada pela sua adaptabilidade ao Mato Grosso, pelo ótimo desempenho verificado na produção de polpa com frutos grandes e saborosos, o que o diferencia no mercado, agregando valor ao produto final. Caracteriza se por ser uma árvore de grande porte atingindo até 25 metros de altura, de tronco desenvolvido, retorcido e muitas ramificações. O seu plantio é recomendável em sistemas agroflorestais, com outras espécies ou pastagem, objetivando conciliar os interesses ecológicos e econômicos A empresa estudada consegue seguir na contramão do desmatamento, colaborando com ações de preservação ambiental. Atividade esta considerada um Empreendedorismo Verde, por isso pretendemos mostrar que a empresa Recanto Água Limpa com seu Modelo de Gestão descentralizado obtém resultados satisfatórios para as atividades a que se propõe a implementar e gera lucratividade para quem se utiliza de seus produtos. Durante a realização deste trabalho, depois de resolvido qual o recorte da situação existente e os objetivos, decidimos pela aplicação da Pesquisa de Campo Exploratória para a coleta de dados e informações sobre o tema abordado e da Pesquisa Descritiva para a observação, registro e análise do objeto de nosso estudo, além do Levantamento de informações bibliográficas, documentais e contatos. Estas informações adquiridas subsidiaram qualitativamente as atividades desenvolvidas. 2 REFERENCIAL TEÓRICO 2.1 Bioma do Pequi O Brasil é o país que possui a maior diversidade biológica do planeta, abrigando aproximadamente 30% das espécies de plantas e de animais existentes no mundo. (Silva, J. Et al., 1994).Estas ricas fauna e flora estão distribuídas no espaço geográfico brasileiro em seis grandes biomas: Cerrado, Campos e Florestas Meridionais, Floresta Atlântica, Caatinga, Floresta Amazônica e Pantanal(Ribeiro & Walter, 1998; Vieira & Martins, 1998). O Cerrado está localizado, basicamente, no Planalto Central do Brasil e constitui o segundo maior bioma do país em área, sendo apenas superado pela Floresta Amazónica. Abrange, como área contínua, os estados de Goiás, Tocantins e o Distrito Federal, parte do estado da Bahia , Ceará, Maranhão, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Piauí, Rondônia e São Paulo. Também ocorre em áreas disjuntas ao norte do estado do Amapá, Amazônia, Pará e Roraima e ao sul, em pequenas áreas do Pará (Ribeiro & Walter, 1998). Como consequência de sua extensão, apresenta grande variabilidade de clima e solos, e , certamente, grande diversidade de fauna e flora (Silva , J. et al.; 1994; Ribeiro & Walter, 1998). Este bioma apresenta duas estações bem definidas, com 4 a 6 meses de seca durante o inverno e precipitação variando de 600 a 2200mm anuais, sendo que 65% da área recebem entre 1.200 e 1.800mm (Álvares-daSilva, 1996). O cerrado é composto de um agrupamento de árvores baixas, com ramificações irregulares, troncos retorcidos com casca grossa, folhas coriáceas e caducas, distribuídas sobre um estrato herbáceo e subarbustivo. As veredas são formadas de buritis e árvores do campo limpo de solos úmidos, os quais são pobres em nutrientes, mas apresentam excelentes características físicas, como bom arejamento, boa drenagem, senda ainda planos e profundos (Ferri, 1975; Silva et al.; 1992). As espécies nativas do cerrado possuem grande potencial para utilização, relacionando com suas múltiplas utilidades e com sua adaptação ao ambiente. Essas espécies são reproduzidas, principalmente via sementes, o que garante, de forma essencial, a manutenção da variabilidade genética (Dignart, 1998) Segundo Barbosa (1996). A região do cerrado apresenta grande número de espécies frutíferas com frutos comestíveis que são utilizados por populações humanas há muito tempo. Estas frutas nativas são consumidas tanto ao natural quanto na forma de doces, mingaus , bolos, pães. biscoitos, geléias e licores (Almeida, 1998a). Dentre as frutíferas nativas do cerrado, o pequizeiro merece atenção especial, seja pela elevada incidência nos cerrados ou pelas características sensoriais de sua polpa. Sistemas agroflorestais é o nome coletivo para sistemas de uso da terra e tecnologias nas quais plantas lenhosas perenes (árvores, arbustos, palmeiras, bambus etc) são cultivadas em associação com plantas herbáceas (culturas agrícolas e/ou pastagens) ou animais, em uma mesma unidade de manejo, e de acordo com um arranjo espacial, temporal ou ambos, nos quais deve haver tanto interações ecológicas como econômicas entre os componentes lenhosos e não lenhosos no sistema.”. Young (1991). O mercado dos produtos dos Sistemas Agroflorestais (SAF’s) está diretamente relacionado à escolha das espécies que irão compor os sistemas. Neste contexto o pequi por gerar alimento e que é um produto de grande importância para culinária brasileira, desponta com grande potencial de utilização nos SAF’s economicamente viáveis. Outro fator importante é que o pequizal utiliza, na maioria dos plantios, mão-de-obra familiar durante o curto período de safra, essa característica favorece a adoção dos SAF’s porque elimina um dos principais entraves na implantação dos sistemas que é a deficiência da mão de obra. Com base nas experiências desenvolvidas por produtores do Estado, que utilizam e ou utilizaram o plantio do pequi em sistemas agroflorestais, sugere-se a composição com as seguintes culturas. Culturas anuais – gergelin ou batata doce, que além da renda ajuda no cambate à formigas; Pastagem - lembrando que o gado só deverá adentrar ao local após o período de dois anos do plantio inicial; Culturas perenes e semiperenes – pinhão manso, mangaba, puçá (jabuticaba do cerrado);mamão, araticum ou marolo, banana, abacaxi, palmitos, citros, urucum, jatobá, Ingá, Jenipapo, pupunha, araçá boi, tamarindo, gueiroba, mangaba e; Espécies florestais madeiráveis - mogno neen, ipê, vinhático, teca, , aroeira, angico. Existem ainda várias espécies frutíferas, alem de outras frutíferas nativas do cerrado e florestais madeiráveis com potencial de utilização nos sistemas agroflorestais para o Estado de Mato Grosso, obedecendo critérios técnicos definidos. As demais culturas entram no sistema para agregar valores ao plantio do pequizal, pois a renda obtida com a mesma permite pagar parte ou a totalidade dos custos de implantação, além de proporcionar um ganho na fase de imaturidade do pequizal. Os SAF’s proporcionam tudo isso, ainda grandes benefícios ambientais e ecológicos. 2.2 Descrição botânica e principais características do Pequi. Os nomes comuns piqui, piquiá, pequerim, amendoa-de espinho, almendro, barbasco, grão-de-cavalo, suari ou pequi tem sua origem no tupi, em “py” que significa casca e “qui” coreepondente a espinho, originando casca espinhosa, provavelmente devido ao caroço do fruto ser revestido por finos espinhos (Almeida & Silva,1994; Ribeiro, 2000). O pequizeiro é uma planta arbórea com aproximadamente 10 m de altura, com tronco tortuoso de casca áspera e rugosa, cinza escura, fendida, ramos grossos, pertencente à classe Magnoliopdida (Dicotiledonae), ordem Guttiferales, família Caryocaraccceae e ao gênero Caryocar L., que abrange cerca de 20 espécies (Ferri, 1969). No Brasil ocorrem, pelo menos oito dessas espécies, sendo a maioria de porte alto e compondo a vegetação da floresta amazõnica. As espécies mais comuns do gênero Caryocar é a espécie C. Brasiliense, a qual possui o menor porte, podendo cheqgar até 15 m de altura (Martins & Oliveira, 1983: Silva et al.; 2001). As folhas pilosas são formadas por três foliolos com as bordas recortadas. As flores são grandes e amarelas, com múltiplos estames, quatro estiletes, surgindo durante os meses de setembro a dezembro. Segundo Almeida et al. (1998), a floração ocorre de agosto a novembro (Chuvas), com pico em setembro, porém, ocasionalmente, em outras épocas após as chuvas ou roçados. Prefere climas quentes, sendo ideais as regioões Norte, Nordeste e Centro-Oeste do Brasil, no entanto o desenvolvimento das mudas é lento. A frutificação ocorre, geralmente de outubro a março. A frutificação não é regular, havendo anos de grande produção e anos de baixa produção ( Barradas, 1972; Anderson & Anderson, 1989). Os frutos alcançam a maturidade entre três e quatro meses após a floração. Rodrigues(2005), estudando a caracterização do ciclo vital do pequi no Sul de Minas Gerais, verificou que, desde a abertura da flor até o fruto amadurecido, compreende um período de 84 dias. O fruto é globoso, do tipo drupóide (com 3,2 x 6,5 a 7,8 cm), verde, possui de 1 a 4 pirênios, sendo mais comuns os que apresentam de um (57%)a dois (31%) (Barradas, 1972; Silva, 1991; Silva, J. Et al., 1994; Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária EMBRAPA, 1994). É uma estrutura composta pelo epicarpo fino, pelo mesocarpo externo, que é coriáceocarnoso; mesocarpo interno, amarelo-claro, carnoso, rico em óleo, vitaminas e proteínas, que envolve uma camada de espinhos endocárpicos, finos e rígidos,com 2 a 5 mm de comprimento, e amêndoa branca ou semente (Barradas, 1972). O conjunto mesocarpo interno, endocarpo espinhoso e semente constitui o pirênio. Tanto os frutos jovens como os maduros possuem o epicarpo com coloração verde, mas os maduros exalam forte aroma, o qual constitui a sua característica mais significativa (Siqueira et al., 1997; Almeida, 1998b; Silva et al., 2001). O Valor nutricional fibras e 19,66% de glicídeos totais, formado um total de 225kcal. 100g-1. Valores próximos foram encontrados por Rodrigues et al.,. (2004c). Ao estudarem a composi~]ao centesimal de pirênios provenientes do Sul de Minas Gerais, a saber: 49,2% e 59,1% de umidade, 4,2 e 2,2 de proteínas, 20,5% e 25,1% de gordura, 0,4 e 0,5 de cinzas, 6,8 e 4,9% de fibras e 18% e 8,2 de glicídeos, fornecendo um total de 267,9 Kcal e 267,5 Kcal, respectivamente e por Vilas Boas (2004). No que diz respeito aos teores de fibra (13%) e carboidratos totais (19,6%). Figura 1 - Corte transversal do Pequi Gigante X Pequi Sem Espinhos Altamente calórico, além do sabor perfumado e único que faz com que seja utilizado como ingrediente e condimento no preparo de vários pratos, o mesocarpo interno do pequi contém uma boa quantidade de óleo comestível, assim como a amêndoa (47%) e é rico em vitamina A. Assim, transforma-se em importate elemento de complementação alimentar e na nutrição de toda uma população (Oliveira, 1988). A parte comestível do pequi (mesocarpo interno) apreseta alto teor de caroteno (120mg.100g-1). Riboflavina e tiamina (Almeida & Silva, 1994; Brasil 1985). Contém ainda, 78,3mg.100g-1 de vitamina c, valor acima de qatro frutas tradicionalmente cultivadas e consumidas pela população brasileira. (Sano & Almeida, 1998). Figura 2 - Pequi sem espinhos A castanha do pequi é rica em zinco e em vitamina C, os quais protegem contra a formação dos radicais livres e auxiliam no retardamento da velhice( Gomes, 2005). 3 CUSTOS DA PRODUÇÃO Cultura de longo prazo, o pequi tem custo de implantação e manutenção relativamente baixos comparado à outras culturas perenes e tem diversos benefícios, entre os quais se destacam: reflorestamento, venda dos produtos e subprodutos da colheita gerando uma fonte adicional de renda; por poder ser consorciada com pastagem ou outras culturas, pode gerar sombra e até melhorar as condições de pastos pelo sombreamento ralo que proporciona. Se a plantação for realizada com projetos técnicos, pode até ser financiada e utilizada de forma comercial. Sob o aspecto legal, serve como reflorestamento. É espécie protegida por Lei Federal e não pode ser cortada. Por ser cultura de safra única anual por região e durar por no máximo dois meses, os colaboradores são contratados por diárias e as condições de trabalho geralmente são apropriadas para o trabalhador. Sob o aspecto social, as pessoas que atuam neste tipo de safra, não vêem a hora da mesma, pois, conseguem neste período um ganho extra significativo e conseguem mudar substancialmente a renda de uma região durante a safra. 3.1 - Custo estimado para implantação da lavoura de pequi por hectare. Espaçamento 7mX8M 10mX10m 10mXl5m 15mX15m Quantidade 204 mudas 100 mudas 70 mudas 49 mudas Valor R$1040,00 R$500,00 R$350,00 R$245,00 Intensivo Comercial C/Pastagem Aglofloresta Adubo 30,600Kg 15Kg 10,500Kg 7,500Kg 150g/cova Custo R$30,60 R$15,00 R$10,50 R$7,50 Alinhamento, R$202,00 R$150,00 R$95,00 R$75,00 R$1.272,00 R$665,00 R$455,50 R$327,50 Coroamento, Cova e plantio Total Analisando os números apresentados, que se enquadram na implantação da lavoura de Pequi por um hectare a ser plantado, observamos que é baixo o valor a ser investido, em relação a outras culturas perenes, Tais como a seringa ou o eucalipto. Nesta cultura os prós são baixo custo de implantação, pouca mão de obra para manutenção, simplicidade dos tratos culturais, rusticidade e excelente adaptabilidade da planta e possibilidade de consorciar com outras plantas ou culturas e estar apta a servir como reflorestamento perante os órgãos oficiais. (SEMA E IBAMA), já os contras são, a espera de quatro a cinco anos para colher, uma única colheita anual, armazenamento e durabilidade do produto final e a não disponibilidade do corte da madeira para aproveitamento, pois, é árvore protegida por lei e não pode ser cortada. A coexistência com a flora e fauna existe em todas as fases. Desde com o gado, tatus até na fase de florada com os trabalhos de polinização de formigas, abelhas insetos e morcegos, até na fase de produção com araras e papagaios se nutrindo dos talos e parte da casca com o aproveitamento por tatus e outros animais rasteiros silvestres como porcos, capivaras e antas das partes que caem no chão, completando o ciclo flora/fauna. Custos de manutenção da lavoura de Pequi Espaçamento Total mudas Adubo 1 ano 10mx10m 100 15Kg 10mx15m 70 10.500Kg Inseticida Adubo 2 ano 7mX8m 204 150gr/cova +30.600Kg R$334,00 61.200Kg R$165,00 30Kg R$82,00 21Kg Inseticida Adubo 3 ano R$365,00 91.800Kg R$180,00 45Kg R$126,00 31.500Kg Inseticida Adubo 4 ano Inseticida Adubo 5 ano R$192,00 122,400Kg R$223,00 153Kg R$95,00 60Kg R$110,00 75Kg R$67,00 42Kg R$88,00 53,500Kg Inseticida R$253,00 R$125,00 R$88,00 15mX15m 49 7.500KgCoroamento + R$115,00 15Kg300gr/Cova + Coroamento + R$89,00 22.500Kg450gr/cova + R$’48,00 30Kg 600gr/cova + R$55,00 37,500Kg 750gr/cova + R$63,00 Sexto ano em diante, repete o previsto no quinto ano. Produção estimada no 5 ano = 1cx/pé - - - Aumentando 1cx/pé ao ano. Preço estimado de venda/caixa = R$10,00(doze reais) na lavoura. Por fim, a parte econômica que tem em média a seguinte correlação: Produção de uma caixa / pé no quinto ano e acrescenta-se uma caixa/pé ao ano até o décimo ano, quanto tende a se manter. A correlação produção lucro depende da maneira a processar o produto. Se for vendido por caixa a terceiros, renda aproximadamente R$10,00 a R$25,00 a caixa e se for vendida direto ao consumidor, renda de R$30,00 a R$60,00 por caixa. (Valores previstos para a safra 2009 / 2010). 4 CONSIDERAÇÕES FINAIS A contribuição desta investigação foi mostrar que podemos ter esperança num modelo de atividade que produz lucratividade sem agredir o meio ambiente e sim ajudar a preservar o meio ambiente através de empreendimento considerado verde, agregando valor à propriedade e gerando sustentabilidade econômica para quem precisa ou quer viver de pequena ou média propriedade como é o caso de assentamentos, muito comuns em nossa região. Além de colaborar com o reflorestamento de áreas castigadas com o desmatamento e que ora precisam ser reflorestadas para se enquadrar nos parâmetros da lei atual. Concomitante a isto, conclui-se que a dificuldade encontrada é o tempo de espera para a colheita dos frutos e venda. Tempo este que varia de quatro a cinco anos. Porém, consorciado com outras culturas ou pastagem, adiciona uma renda à cultura, viabilizando e rentabilizando o negócio, tornando-o sustentável. Constatamos que a manutenção é barata e o manejo é simples e consiste basicamente em: controle de formigas e pragas; poda; adubação e colheita. A produção, após seu início, é crescente a cada safra e o tempo de produção passa dos trinta anos. Quanto à administração do negócio, vai depender do tamanho da implantação da lavoura. Já as formas de venda do produto vão desde venda direta ao consumidor até a industrialização. Com o processo aqui apresentado a rentabilidade é considerada positiva nos dois casos, sendo mais favorável se acontecer a industrialização por agregar valor ao produto. 5 - REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ALMEIDA, S. P.; PROENÇA, C. E. B.; SANO. S. M.; RIBEIRO, J. F. 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