anais iv semana de enfermagem - Universidade Estadual de Ponta
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anais iv semana de enfermagem - Universidade Estadual de Ponta
1 2 UNIVERSIDADE ESTADUAL DE PONTA GROSSA ANAIS -PROCEEDINGS PONTA GROSSA, MAIO DE 2016 ISSN 2446-7359 3 O Evento A Enfermagem é uma profissão complexa, que tem sua matriz nos primórdios da existência humana devido às necessidades do cuidar, e, nos tempos atuais, tem representado a força propulsora do sistema de saúde brasileiro, presente em todos os níveis hierárquicos das organizações. O Departamento de Enfermagem e Saúde Pública, juntamente com o Colegiado de Enfermagem, em parceria com o Hospital Universitário Regional dos Campos Gerais e a Secretaria Municipal de Saúde de Ponta Grossa, promovem a 4º Semana de Enfermagem com o tema “O saber da Enfermagem frente às práticas do cuidado na construção do conhecimento científico”, entre os dias 17 e 20 de Maio de 2016, na Ordem dos Advogados do Brasil(OAB) subseção Ponta Grossa. A programação conta com temas diversos específicos da Enfermagem e Saúde Pública, com apresentação de trabalhos científicos e minicursos. Um encontro científico, centrado na discussão da produção do conhecimento e troca de saberes entre acadêmicos, docentes e profissionais de saúde. A Semana também conta com o 1° Colóquio do Projeto Consulta de Enfermagem no Pré-natal e Pós-parto (CPP) vinculado ao Departamento de Enfermagem e Saúde Pública, em comemoração aos 10 anos de atuação e a I Mostra de Saúde da Secretária Municipal de Saúde de Ponta Grossa, um momento de valorização das experiências cotidianas dos profissionais de saúde. 4 Coordenação Geral Profª Caroline Gonçalves Pustiglione Campos Comissão Organizadora Profª Ana Luzia Rodrigues Profª Ana Paula Xavier Ravellin Profº Carlos Eduardo Coradassi Profº Luiz Eduardo Pleis Profª Juliana Regina Dias Lemos Comissão de Divulgação Profª Carla Luiza da Silva Profª Clóris Regina Blanski Grden Profª Clóris Regina Blanski Grden Profª Elaine Cristina Antunes Rinaldi Profª Eva Aparecida de Almeida Profª Erildo Vicente Müller Comissão Científica Profª Jacy Aureia Vieira de Sousa Profª Ana Luzia Rodrigues Profª Juliana Regina Dias Lemos Profª Ana Paula Xavier Ravelli Profª Lara Simone Messias Floriano Profª Lilian Mie Mukai Profª Lilian Mie Mukai Profª Maria Dagmar da Rocha Gaspar Profº Luiz Eduardo Pleis Profª Sandra Maria Bastos Pires Profª Mariane Cavalheiro Profª Suellen Vienscoski Skupien Profª Sonia Mara de Andrade Comissão Financeira e Social Profª Eva Aparecida de Almeida Profª Daniele Brasil Profº Luciana Patricia A Cabral Profª Laryssa Dalazoana Baier Profª Ana Paula Xavier Ravelli Profª Caroline Gonçalves Pustiglione Campos Profª Elaine Cristina Antunes Rinaldi Profª Jacy Aurelia Vieira de Sousa Comissão de Infraestrutura Comissão de Inscrições Profª Lara Simone Messias Floriano Profª Lidia Dalgallo Zarpellon Profª Caroline Gonçalves Pustiglione Campos Profª Suellen Vienscoski Skupien 5 RESUMOS Eixo Temático: Cuidado em Saúde A FUNÇÃO DA PSICO-ONCOLOGIA COMO AGENTE NORTEADOR DE RESILIÊNCIA EM PACIENTES ONCOLÓGICOS Therency Kamila dos Santos, Daniel Louis Frances A incidência de câncer cresce estatisticamente devida predisposições genéticas e hábitos de vida. Mesmo com a evolução da medicina e fácil disponibilidade e acessibilidade a informações, o câncer ainda é estigmatizado. O medo referente à comprovação dessa patologia impede a procura por um diagnóstico precoce ou proporciona a má adesão a tratamentos, devido o sofrimento e o pensamento de que o câncer esteja ligado diretamente com a morte. Com isso, a assistência psicológica do paciente, a partir da Psico-Oncologia, deve ser rotina de profissionais da saúde, buscando de forma integrada e ativa a superação, a autoestima e a vontade de lutar e viver, ou seja, a busca pela resiliência. Sendo assim, o objetivo do trabalho é mostrar a importância que a psico-oncologia tem no vasto campo de ação oncológico, de forma a alcançar a resiliência. Concluiu-se que a Psico-Oncologia atinge a resiliência e reconstrói a autoestima do paciente facilitando a maior adesão e comprometimento da pessoa para o enfrentamento do câncer. Palavras chaves: Câncer, Psico-Oncologia, Resiliência. ANSIEDADE EM IDOSOS NO ATENDIMENTO AMBULATORIAL Juliana Heloise de Oliveira da Silva, Jacy Aurelia Vieira de Sousa, Thayne da Rosa Sicorra O envelhecimento da população mundial é evidente, em decorrência da redução da natalidade, da mortalidade e do aumento da longevidade (PEREIRA; NOGUEIRA; SILVA, 2015). Devido a crescente demanda dessa faixa etária, destaca-se a atenção à saúde do idoso como uma grande preocupação mundial (FERREIRA; BANSI; PASCHOAL, 2014), considerando que esse grupo apresenta necessidades específicas que são caracterizadas por sua cronicidade e complexidade (JÚNIOR; MARTINS; MARIN, 2016), o que interfere na qualidade de vida e no aumento da busca por cuidados adequados. Nesse contexto, os problemas de saúde mental requerem devida atenção (MARI et al., 2016), com destaque para a ansiedade que representa um transtorno mental caracterizado por estado emocional desconfortável e que se manifesta por meio de alterações cognitivas, afetivas, comportamentais e fisiológicas (DINIZ et al., 2012). Diante disso, o objetivo desta pesquisa foi avaliar a presença de ansiedade em idosos em atendimento ambulatorial. Trata-se de um estudo transversal com abordagem quantitativa desenvolvido de novembro de 2015 a fevereiro de 2016. A amostra foi constituída por 157 idosos que aguardavam consulta em ambulatório de especialidades de num hospital público do município da região dos Campos Gerais, Paraná. Para coleta de dados aplicou-se instrumento semiestruturado sobre as condições sociodemográficas e clinicas dos idosos, sendo as variáveis sociodemográficas investigadas: idade, sexo, escolaridade e estado civil; e as clínicas: doenças, uso de medicamento, hospitalização e uso de tecnologia assistida. Utilizou-se a Escala Hospitalar de Ansiedade e Depressão (HADS) composto por 14 itens, dos quais sete eram voltados para avaliação de ansiedade. Cada item pode ter pontuação de 0 a 3 compondo escore máximo de 21 pontos para a escala. Realizou-se análise por meio de estatística descritiva referente às características da amostra e variáveis estudadas. Todos os aspectos éticos e legais referenciados na Resolução 466/12 foram atendidos. Da amostra investigada, 96 (61,14%) idosos apresentaram ansiedade, dos quais houve predomínio do sexo feminino (66; 68,75%), idade média de 68,4 anos (min= 60; máx=84), casados (64; 66,66%), de 4 a 8 anos de escolaridade (59; 61,45%), com problemas de saúde (70; 72,92%) e que faziam uso de medicamentos (69; 71,87%). Em relação à hospitalização, a maioria não havia sido hospitalizada nos últimos 12 meses (64; 66,66%) e usavam equipamento auxiliar (51; 53,12%). Conclui-se que a maioria dos idosos investigados apresentou ansiedade. A avaliação de questões relacionadas à saúde mental de idosos deve ser incluída como parte importante no cuidado de enfermagem gerontológica, uma vez que podem comprometer a qualidade de vida dessa faixa etária. Palavras-Chaves: Idoso; Ansiedade; Saúde do Idoso. 6 OLHAR DOS ACADÊMICOS DE ENFERMAGEM FRENTE AO COMPORTAMENTO DOS PACIENTES DURANTE O PROJETO LOUCA TRAVESSURA Débora Guimarães Belniak Luan Cordeiro Borba Lara Simone Messias Floriano Suellen, Vienscoski Skupien, Juliano Hilgemberg Antes das mudanças desencadeadas pela Conferência de Caracas, em 1990, os relatos são de um tratamento abusivo onde os pacientes psiquiátricos eram mantidos confinados e tratados de forma desumana, sendo que os hospitais psiquiátricos serviam como verdadeiros depósitos humanos de estrutura extremamente precária. Em 2001, a Reforma Psiquiátrica veio afim de tornar lei o tratamento respeitoso, de qualidade e não apenas farmacológico e restritivo ao paciente portador de transtorno mental, acabando com os chamados manicômios. Dentro deste cenário, o Projeto de Extensão Louca Travessura nasceu da necessidade de atividades lúdicas de lazer, percebida por acadêmicos de enfermagem no Hospital São Camilo, Ponta Grossa. Esse estudo teve por objetivo avaliar a opinião dos acadêmicos de enfermagem, que participam do Projeto de Extensão Louca Travessura, quanto ao comportamento dos pacientes durante as visitas realizadas no Hospital São Camilo. Trata-se de um estudo qualitativo, descritivo e retrospectivo, o qual se fez através da aplicação de um questionário online, elaborado através do site Survio, respondido anonimamente por 12 acadêmicos do Projeto de Extensão Louca Travessura e que frequentaram o Hospital São Camilo no ano de 2015. Os resultados apontam que: quando os acadêmicos foram questionados sobre a existência ou não de mudança significativa de comportamento por parte dos pacientes durante as visitas, todos disseram notar diferença, destes 11 disseram notar alegria nos pacientes durante e ao final das visitas, 6 disseram perceber gratidão, 5 perceberam níveis de agitação, 1 notou irritabilidade, 1 percebeu tristeza e 1 afirmou perceber indiferença em alguns casos. Apesar dos casos relatados de tristeza e irritabilidade, todos os acadêmicos afirmaram acreditar que as visitas são benéficas para a melhora do tratamento dos pacientes. As visitas foram realizadas quinzenalmente em grupos de 5 a 6 acadêmicos, e nesse período foi possível notar com clareza que as atividades proporcionadas pelo Projeto de Extensão Louca Travessura provocam significativa mudança de comportamento nos pacientes, sendo essa mudança identificada como positiva e de grande auxílio ao tratamento dos pacientes em internamento. Vale ressaltar que os sentimentos relatados foram majoritariamente positivos, significando que apesar dos diversos problemas desses pacientes as visitas dos acadêmicos melhoram o estado mental e psíquico dos pacientes. Sendo assim, conclui-se que o Projeto de Extensão Louca Travessura trás aos pacientes internados no Hospital São Camilo um momento diferenciado e especial, que gera melhora no seu estado além de desenvolver a interação entre os pacientes e pessoas diferentes, melhorar sua autoestima e seu humor, além de proporcionar um momento de lazer e descontração. Palavras-Chaves: Saúde mental; Enfermagem psiquiátrica; Assistência integral à saúde. PREVALÊNCIA DO CONHECIMENTO SOBRE O USO CORRETO DOS MEDICAMENTOS ADQUIRIDOS PELOS USUÁRIOS DAS USF Péricles Martim Reche Renata, Schnepper Gans, Erildo Vicente Muller Um dos importantes componentes, para garantir o uso racional de medicamentos, é a orientação adequada ao paciente sobre o uso correto do fármaco prescrito. O enfermeiro, embora não seja responsável pela prescrição dos medicamentos, deve conhecer todos os aspectos e fases envolvidas no processo de tratamento, a fim de evitar erros de orientação, com prejuízos ao paciente. Neste trabalho, o conhecimento pelo usuário sobre o uso correto do medicamento, foi utilizado como indicador para estimar a qualidade desta orientação. Assim, este estudo tem como objetivo identificar a frequência da menção do uso correto, pelos usuários das farmácias públicas das Unidades de Saúde da Família (USF). Para tanto, foi realizado um estudo transversal por meio de inquérito epidemiológico, na demanda espontânea de medicamentos das USF da cidade de Ponta Grossa-PR, no período de 05 de maio a 02 de julho de 2014. A população de estudo foi constituída pelos usuários da rede pública que adquiriram medicamentos nas USF. A coleta de dados foi realizada por intermédio de um formulário, com a finalidade de se obter estimativas, a respeito do conhecimento do entrevistado, sobre o uso correto das diferentes especialidades farmacêuticas adquiridas. O projeto foi aprovado pela Comissão de Ética em Pesquisa envolvendo Seres Humanos (nº 296.439). Empregou-se, na análise dos dados, o teste do Qui-Quadrado (SIEGEL, 1986) - para testar diferenças entre proporções. Foram ainda calculadas Razões de Prevalência (RP) e seus intervalos de 95% de confiança, para quantificar as associações encontradas. O nível de significância estatística para os testes foi estipulado em 0,05. Os dados foram tabulados e analisados no programa Stata 12®. No presente estudo, foi adotada a amostragem por conveniência, sendo alocadas duas farmácias pertencentes a duas USF de Ponta Grossa. A amostra final foi composta de 130 indivíduos. Os resultados mostram que os usuários analfabetos mencionaram o uso incorreto do medicamento duas vezes e meia mais (RP=2,54), que aqueles que tinham alguma escolaridade (p<0,04). Na USF onde não havia o farmacêutico, a menção do uso incorreto foi de 14 (15,05%), já naquelas em que o farmacêutico estava presente, observou-se apenas 13 (7,43%) (p<0,048). Isto sugere que a presença do farmacêutico promove o aconselhamento ao usuário sobre a medicação adquirida, o que diminui o uso irracional pelo paciente. Em 7 contrapartida o resultado sobre o atendimento médico, mostrou-se indiferente para a variável de uso correto. Adicionalmente, nenhum paciente mencionou ter sido instruído pelo enfermeiro. Assim, a relevante atuação deste profissional, como educador no aconselhamento ao usuário não foi contemplada. Encontram-se na literatura científica, outros estudos que corroboram com estes achados, ressaltando a importância do aconselhamento farmacoterapêutico, junto ao paciente, pelos profissionais da saúde. Ademais, o número de estabelecimentos envolvidos no estudo pode ter comprometido a representatividade da amostra. Por fim, entende-se que a orientação ao usuário é essencial para aumentar a segurança do paciente, diminuir os efeitos indesejados dos medicamentos e reduzir gastos em saúde. Este trabalho, portanto, reitera a necessidade de estratégias que sensibilizem os profissionais de saúde quanto ao aconselhamento sobre o uso correto do medicamento. Palavras-chave: aconselhamento, conhecimento, uso terapêutico, farmacoepidemiologia, farmácia. PREVALÊNCIA DE ÚLCERA POR PRESSÃO EM UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA Elaine Cristina Antunes Rinaldi, Leonardo Tobias, Lilian Mie Mukai, Suellen Vienscoski Skupien, Caroline Gonçalves Pustiglione Campos As úlceras por pressão (UP), lesão localizada da pele e/ou tecido subjacente, normalmente sobre uma proeminência óssea, em resultado da pressão ou de uma combinação entre esta e forças de torção (NPUAP, 2014), representam um problema de saúde pública, gerando uma série de agravos no estado de saúde inicial do paciente. Assim, objetivou-se verificar a prevalência e os fatores de risco para úlcera por pressão em UTI de três hospitais da cidade de Ponta Grossa. Trata-se de um estudo epidemiológico, observacional, de delineamento transversal, em que o desfecho clínico apresentado pelos sujeitos da pesquisa foi úlcera por pressão. A coleta de dados envolveu dados sociodemograficos, avaliação de risco para UP por meio da escala de Waterlow e da úlcera pelo sistema MEASURE. A prevalência de UP nas instituições pesquisadas foi 42,9%, 100%, 25% para as UTIs A, B e C, respectivamente. Referente aos fatores de risco para desenvolvimento de UP relacionado a escala de waterlow verificou-se quanto ao escore que dez (85,7%) possuíam alto risco. Apresentaram UP, 12 dos 22 pacientes avaliados, com total de 22 lesões, dez (45,5%) eram de categoria indefinida, a região sacral foi a mais acometida seis (27,2%). Os pacientes com idade ≥60 anos sete (58,2%); pele branca, onze (91,7%); ensino fundamental incompleto sete (58,3%) e com internação devido a acometimento do sistema respiratório quatro (33,3%), foram os mais desenvolveram UP. Ressalta-se que oito (66,7%) dos pacientes portadores de UP desenvolveram no ambiente hospitalar. Os achados sociodemográficos desta pesquisa em relação ao sexo, cor da pele, nível de escolaridade e presença de UP corroboram com o estudo que mostra 24 (51,1%) eram do sexo feminino, 40 (85,1%) dos pacientes da cor branca, 19 (40,4%) possuíam apenas o ensino fundamental incompleto e 26 (55,4%) desses pacientes eram aposentados (CHAYAMIT; CALIRI, 2010). No tocante a prevalência de UP’s na UTI do hospital A foi de (42,9%), dados que vão ao encontro do estudo realizado no hospital universitário de São Paulo em que a prevalência de pacientes portadores de UP na UTI de um foi de (41,2%) (ROGENSKI; KURCGANT, 2012). Conforme a escala de Waterlow contrapõe os dados encontrados em estudo em que (58,3%) dos pacientes avaliados possuíam altíssimo risco para desenvolvimento de UP (RINALDI, 2012). Quanto ao motivo de internação um estudo identificou prevalência de (39,6%) em pacientes portadores de UP em que o diagnóstico mais frequente foi o relacionado ao sistema respiratório (FERNANDES; TORRES; VIEIRA, 2008). Outro estudo demonstrou que 68% do desenvolvimento de UP ocorreu em ambiente hospitalar (BLANES; DUARTE; KALIL; FERREIRA, 2004). Dessa forma, é necessário, uma assistência individualizada, em relação aos fatores de risco para o desenvolvimento de UP. Cabe aos profissionais envolvidos no cuidado do paciente orientá-lo juntamente com sua família, esse processo é importante no sentido de educar para a prevenção de UP, para que os riscos de desenvolver essas lesões sejam minimizadas. Palavras-Chaves: Úlceras Por Pressão; Unidade de Terapia Intensiva; Prevalência; Fatores de Risco. COBERTURAS ESPECIAIS UTILIZADAS EM UM AMBULATÓRIO DE ACORDO COM A ETIOLOGIA DA FERIDA Leticia Waselcoski Bianca de Souza Emelly Cristina Tracz Paola Martins Schwab Ana Luzia Rodrigues A perda da continuidade das camadas da pele define-se como ferida e é classificada conforme sua etiologia, complexidade e tempo de existência. A ocorrência de retorno inadequado de sangue em membros inferiores pode resultar em úlceras venosas. Já as úlceras diabéticas decorrem de neuropatia e/ou vasculopatia e ocasiona diminuição ou perda de sensibilidade tátil, térmica e dolorosa periférica, podendo levar até a amputação do membro acometido.1 Os enfermeiros têm papel fundamental no cuidado de tais lesões, buscando novos conhecimentos para fundamentação da prática, bem como qualificação para avaliação do paciente e da necessidade de cobertura especial.2 Existem no mercado atual diversos curativos especiais, sendo destacado, neste estudo, o curativo antimicrobiano absorvente de hidrofibra com prata e o curativo de carvão ativado com prata. O primeiro favorece o desbridamento autolítico, sendo indicado para úlceras venosas e feridas crônicas infectadas. O segundo é indicado para feridas 8 exsudativas, com odores desagradáveis.3 Objetivou demonstrar numericamente quantos pacientes apresentam lesão de origem venosa ou diabética, e o respectivo curativo especial utilizado para o tratamento da lesão, bem como a resposta na evolução da ferida. Estudo quantitativo observacional, realizado no projeto de extensão e pesquisa “Ensinando e Aprendendo com as Feridas”, desenvolvido no Hospital Universitário Regional dos Campos Gerais. A coleta de dados foi realizada no mês de março a abril de 2016. A amostra compreendeu 14 indivíduos com úlcera de etiologia venosa ou diabética. Todos possuem termo de consentimento livre e esclarecido e o projeto é aprovado pela COEP sob parecer nº 47635415500000-05. Foram elencados 14 pacientes sendo 9 com úlcera venosa, e 5 com feridas de etiologia diabética. Dos pacientes com úlcera venosa, 77,78% fazem tratamento da ferida com carvão ativado e 22,22% com hidrofibra. Em contrapartida, dos pacientes com úlcera diabética, 100% faz uso de cobertura de hidrofibra. A evolução da ferida está diretamente ligada com a escolha do tratamento adequado. Essa escolha depende em grande parte do profissional que irá avaliar o curativo e identificar qual fase de cicatrização se encontra a ferida, e assim a determinação da cobertura mais apropriada e o enfermeiro tem papel fundamental neste processo. Sendo assim, o uso de cobertura inadequada pode prejudicar todo tratamento.4 No presente estudo houve maior utilização de hidrofibra em feridas diabéticas, devido à forma como se apresentavam as lesões, reflexo de feridas infectadas, com melhora significativa de 100% da amostra, após a escolha da cobertura. Observou-se com este estudo que a resposta de úlceras venosas foi maior com o curativo de carvão ativado, e a de úlceras diabéticas com a cobertura de hidrofibra. É de extrema importância do aprimoramento dos conhecimentos sobre curativos especiais pelos profissionais enfermeiros, possibilitando melhora significativa das lesões com a cobertura adequada, otimizando o tempo de tratamento da ferida e propiciando melhoria na qualidade de vida do indivíduo portador. Palavras-Chaves: Enfermagem; Feridas; Úlcera Venosa; Pé diabético A IDENTIFICAÇÃO DAS REPRESENTAÇÕES SOCIAS DE PACIENTES EM QUIMIOTERAPIA Caroline Gonçalves Pustiglione Campos, Mariana Braga, Elaine Cristina Antunes Rinaldi, Suellen Vienscoski Skupien As representações sociais são construídas a partir de conjuntos de significados, neste contexto, a palavra câncer carrega estigmas. Objetivo da pesquisa foi identificar as representações de pacientes em quimioterapia. Metodologia: com abordagem qualitativa e fez uso da Teoria das Representações Sociais. De um total de 21 pacientes com diagnóstico de câncer, foram incluídos 17 deles, os quais atenderam aos critérios de inclusão, os que não atenderam foram quatro. O cenário foi uma clínica oncológica de Ponta Grossa-PR. Foram realizadas entrevistas semiestruturadas, realizadas em local reservado, no período de junho e julho de 2015. Utilizou-se análise de prontuários, Teste de Associação Livre de Palavras (TALP) e a entrevista semiestruturada com analise de Bardin. A pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética da UEPG número 1.055.804. Resultados: dos 17, destes13 (76%) mulheres e quatro (24%) homens; menores de 25 anos, 1(6%), a faixa etária entre 25 a 45 anos, 4 (23%) e os maiores de 45 anos, 12(71%). As neoplasias ginecológicas associadas ao tratamento cirúrgico e quimioterapia foram 06(35%). Após aplicação do TALP foram invocadas as palavras mais frequentes “esperança”, “medo” e “dor”. Foram identificadas 2 categorias: O impacto ao receber o Diagnóstico de câncer e A quimioterapia como a esperança de cura. Discussão: Na análise TALP a “esperança” possui o significado da perseverança na continuação do tratamento quimioterápico para aos pacientes. Percebe que aqueles que mantem pensamentos positivos enfrentaram melhor o processo de adoecimento (SILVA MIRANDA, 2013). O termo “medo” foi percebido como sensação de morte e desespero. Esse é um processo comum entre os pacientes em que a realidade se apresenta de forma dura frente ao diagnóstico com construções simbólicas negativas (SOUZA, 2011). Na terceira expressão “dor” foi representada pelas dores causadas pelos efeitos colaterais do tratamento. A primeira categoria representou o impacto ao receber o diagnóstico de câncer. Relataram sentimentos de aproximação da morte, desespero e insegurança. A aceitação da doença motivou esse grupo de pessoas a procurarem a cura com maior disposição (CONCEIÇÃO, 2012). Como mostra na fala P16 a gente pensa no câncer como na verdade pensa na morte Tem que ter muita fé, e seguir em frente. Na segunda categoria o tratamento da quimioterapia representou uma maneira de contribuir com a manutenção da vida. Demonstraram força e vontade de superar as dificuldades como mostra na fala P6 Saber que tem que fazer quimioterapia é mais tranquilizador, é a cura. A quimioterapia foi representada por um grupo dos entrevistados como sendo algo novo, não familiar. Para Moscovici (2011) o problema é superado quando integrado ao nosso mundo mental e físico, tornando-o enriquecido e transformado. O profissional enfermeiro deve valorizar a comunicação, já que dependendo da forma como a mesma é estabelecida, pode gerar interferências positivas ou negativas no processo tratamento (WAKIUCHI,2015). Concluiu que não houve diferenciação da representação do grupo. Há necessidade de novas pesquisas que provoquem discussões quanto a importância do profissional de saúde para acompanhar o paciente na quimioterapia, no qual possa compreender as percepções destes, frente ao tratamento e proporcionar melhoria na qualidade da assistência. Palavras-Chaves: Enfermagem, Quimioterapia, Câncer 9 AVALIAÇÃO DE DEPRESSÃO EM IDOSOS EM ATENDIMENTO AMBULATORIAL Thayne da Rosa Sicorra, Juliana Heloise de Oliveira da Silva, Clóris Regina Blanski Grden, Jacy Aurelia Vieira de Sousa A depressão é uma doença psiquiátrica bem comum entre os idosos, frequentemente sem diagnóstico e sem tratamento. Os principais sintomas são a tristeza, pessimismo e baixa autoestima. Objetivou caracterizar idosos com possível diagnóstico de depressão em relação a fatores sociodemográficos e clínicos. Estudo transversal realizado com amostra constituída por 157 idosos que foram abordados enquanto aguardavam consulta no ambulatório de um hospital universitário na região dos Campos Gerais, Paraná. A coleta dos dados foi realizada por meio de formulário sociodemográfico e clínico, Mini Exame do Estado Mental, Escala de Risco para Quedas de Downton e Escala Hospitalar de Ansiedade e Depressão (HAD). Quanto a este instrumento, indivíduos que obtiveram pontuação acima de 9 (nove) nas questões referentes à depressão são classificados com possível/provável depressão. O projeto recebeu parecer favorável do Comitê de Ética em Pesquisa em Seres Humanos, com registro CAAE 50269815.3.0000.0105. Da amostra total, 70 (44,58%) idosos apresentaram possível/provável depressão, conforme a HAD. Desses, 44 (62,85%) idosos eram do sexo feminino, com idade média de 68,9 anos (min=60; máx=84), 50 (68,49%) eram casados, 52 (71,23%) tinham casa própria e 17 (23,28%) estudaram de um a quatro anos. Quanto aos aspectos clínicos, 51 (69,86%) possuíam algum problema de saúde, 52 (71,23%) usavam medicamentos sendo que somente 6 (8,21%) usavam antidepressivos, 21 (28,76%) eram fumantes, 21 (28,76%) relataram não ser incontinentes, 30 (41,09%) cochilavam durante o dia, 14 (19,17%) referiram que a qualidade do sono era insatisfatória, 8 (10,95%) deambulavam com ajuda e 21 (28,76%) ficaram internados nos últimos 12 meses. O número de idosos que apresentaram provável diagnostico de depressão foi relativamente alto e deve servir de alerta para os cuidadores e profissionais da saúde. Palavras-Chaves: Idoso; Depressão, Enfermagem geriátrica. IDOSOS COM ALTO RISCO PARA QUEDAS EM ATENDIMENTO AMBULATORIAL Thayne da Rosa Sicorra, Juliana Heloise de Oliveira da Silva, Jacy Aurelia Vieira de Sousa Conforme as pessoas vão envelhecendo há a ocorrência do declínio da capacidade funcional, fato que predispõe o grupo de 60 anos ou mais ao aumento do risco para quedas. Objetivou caracterizar idosos com alto risco para quedas de um ambulatório de especialidades quanto aos fatores sóciodemográficos e clínicos. Estudo transversal realizado com 157 idosos que aguardavam consulta no ambulatório de um hospital público da região dos Campos Gerais, Paraná. Para a coleta de dados foram utilizados um formulário estruturado contendo variáveis sóciodemográficas e clínicas, Mini Exame do Estado Mental e Escala de Risco para quedas de Downton. Por meio desta escala, idosos que apresentaram pontuação final maior que 3 (três) foram considerados com alto risco para quedas. O projeto recebeu parecer favorável do Comitê de Ética em Pesquisa em Seres Humanos, com registro CAAE 50269815.3.0000.0105. Da amostra total, 36 (22,93%) idosos foram classificados com alto risco para quedas. Desse grupo, 30 (83,33%) possuíam filhos, 24 (66.66%) eram casados, 30 (83,33%) tinham casa própria, 23 (63,88%) estudaram de um a quatro anos, 34 (94,44%) relataram algum problema de saúde, 33 (91,66%) usam algum tipo de medicamento, 13 (36,11%) ingeriam bebida alcoólica, 18 (50%) foram hospitalizados nos últimos 12 meses, 27 (75%) relataram a qualidade de sono como satisfatória, 28 (77,77%) consumiam café, 8 (22,22%) usavam menos que quatro medicamentos e 20 (55,55%) deambulavam sem auxílio. Essa amostra obteve predomínio de indivíduos do sexo feminino (25; 69,44%), com idade média de 68,9 anos (min=60; máx=84). A atenção deve ser redobrada com os idosos que apresentaram alto risco para quedas, evitando prejuízos à saúde dos mesmos. Palavras-Chaves: Idosos; Quedas; Gestão de Riscos. ÚLCERAS CRÔNICAS: CARACTERIZAÇÃO CLÍNICA E PERFIL DE PACIENTES ATENDIDOS EM UM AMBULATÓRIO DE FERIDAS. Emelly Cristina Tracz, Paola Martins Schwab, Bianca de Souza, Letícia Waselcoski, Sandra Maria Bastos Pires As feridas crônicas são consideradas um sério problema de saúde pública, pois afetam grande parcela da população, tendo maior prevalência em idosos (GONZÁLE; NORSTROM; ASUAGA, 2012, p.183). Sua etiologia pode estar associada a diversos fatores, tais como: doença arterial periférica; doença venosa crônica; hipertensão arterial; neuropatias; trauma físico; infecções cutâneas, doenças inflamatórias, neoplasias e alterações nutricionais (BENEVIDES, et al., 2012, p. 2). O presente estudo justifica-se pela necessidade de conhecer o perfil mínimo dos 10 pacientes e características essências das feridas em participantes do projeto de extensão “ensinando e aprendendo com as feridas” a fim de identificar as demandas, promover melhorias necessárias sempre em busca de um atendimento integral e de qualidade. Ressalta-se que esses dados ainda não foram estudados desde a implantação do projeto sendo um estudo inédito na instituição. A pesquisa foi realizada no ambulatório de feridas do HURCG, a população estudada foram os pacientes participantes do projeto portadores de feridas de diferentes etiologias. Trata-se de um estudo descritivo, quantitativo, tendo como critérios de inclusão possuir termo de Consentimento Livre Esclarecido assinado e ser participante assíduo do ambulatório. Para o levantamento dos dados foi aplicado questionário no período de novembro de 2015 a fevereiro de 2016, com o total de 24 participantes. O projeto foi aprovado pelo Comitê de ética em pesquisa da Universidade Estadual de Ponta Grossa, sob o parecer nº47635415500000-05. Os Dados encontrados em nossa pesquisa contrariam os da literatura onde há predomínio de feridas crônicas em mulheres. Segundo nossos achados, a maioria dos pacientes é do sexo masculino (66,66%), entretanto a diferença percentual entre sexo feminino e masculino de indivíduos acometidos por feridas vem decaindo. Fatos comprovados em estudos recentes, como um realizado na Inglaterra que apresentou 53% homens e outro estudo realizado em Goiânia 67,2% homens com úlceras. Entretanto sabe-se que as mulheres ainda são as mais acometidas devido a fatores hormonais e gravidez. A faixa etária mais acometida contraria a literatura sendo 58,33% com idade menor que 65 anos e 41,66% maior que 65 anos dado que pode ser justificado por se tratar de uma população que na sua maioria apresenta uma qualidade de vida precária com dificuldades de acesso aos serviços de saúde. Em relação aos tipos de feridas 80 a 90% dos casos encontrados nos serviços de saúde tem etiologia venosa 3 enquanto as de origem neuropática e arterial representam somente 10 a 15%4, dados que corroboram com os encontrados em nossas pesquisas onde há o predomínio de úlcera venosa (54,16%), neuropatia diabética (37,5%), hipertensiva (2,4%) e origem desconhecida (2,4%). Mesmo que as úlceras de etiologia venosa representem a maior parte de feridas crônicas nos nossos estudos, os valores são inferiores aos da literatura o que pode justificar-se pelo fato do ambulatório realizar atendimento a pacientes em pós-operatório de amputação devido neuropatia diabética e o hospital ser referência para esta especialidade. Os resultados obtidos nesta pesquisa demonstram que ainda necessita - se de muito estudo sobre este assunto, visto que alguns dos dados obtidos contrapõem com outras realidades encontradas, mostrando que atualmente pode estar ocorrendo mudança no perfil dos pacientes portadores de úlceras crônicas. Palavras-Chaves: Úlcera Varicosa, Pé Diabético, Doença crônica, Cuidados de Enfermagem AVALIAÇÃO NUTRICIONAL EM IDOSOS INSTITUCIONALIZADOS NA REGIÃO DOS CAMPOS GERAIS, PARANÁ Taina Luana Wascoski, Juliana Heloise de Oliveira da Silva, Jacy Aurelia Vieira de Sousa, Juliana Ferreira Leal Vanessa Regina Andrade As Instituições de Longa Permanência para Idosos possuem caráter residencial, destinadas a domicílios coletivos de pessoas com idade igual ou superior a 60 anos, com ou sem suporte familiar, em condição de liberdade, dignidade e cidadania (OLIVEIRA; ROZENDO, 2014). Tais locais surgem como opção de auxílio e amparo para essa faixa etária (OLIVEIRA; DELGADO; BRESCOVICI, 2014), visando diminuir os riscos aos quais os idosos ficam expostos, por meio da prestação de assistência integral ou parcial nas atividades de vida diária e no autocuidado (FERREIRA; BANSI; PASCHOAL, 2014). Nesse contexto, avaliação e acompanhamento das condições de alimentação dos idosos são fundamentais (TAVARES et al., 2015). A avaliação nutricional nesse grupo etário deve ser realizada de forma reflexiva, crítica e mais humanizada, levando-se em consideração uma rede complexa de fatores determinantes diretos e indiretos associado ao processo de envelhecimento, tais como: isolamento social, doenças, incapacidades, alterações fisiológicas e biológicas (MENEZES et al., 2015). Diante disso, o presente estudo objetivou avaliar o estado nutricional de idosos institucionalizados. Trata-se de um estudo transversal, com abordagem quantitativa, realizado em duas Instituições de Longa Permanência para idosos nos Campos Gerais, Paraná, no período de agosto a dezembro de 2015. A coleta dos dados foi realizada com todos os idosos institucionalizados, por meio de formulário sóciodemográfico e clinico e a Mini Avaliação Nutricional (MAN). O projeto recebeu parecer favorável do Comitê de Ética em Pesquisa em Seres Humanos, com registro CAAE 27849614.3.0000.0105. Foram avaliados 62 idosos, com predomínio do sexo feminino (100%), idade média de 78,2 anos (min=61; máx=98). A média do Índice de Massa Corporal aferido e estimado foi de 24,73 kg/m 2 (min=15,60; máx=36,92) e, quanto à MAN, 33 (53,22%) idosas foram avaliadas com possibilidade de desnutrição. Quanto às medidas de circunferência aferidas, a maioria apresentou: braquial superior a 22 cm (57; 91,93%), panturrilha igual ou superior a 31 cm (38; 61,29%) e abdominal igual ou superior a 80 cm (57; 91,93%). Para a população investigada, houve predomínio de possibilidade de desnutrição. A utilização de escalas e aferição de medidas antropométricas são estratégias não invasivas e de fácil e rápida execução, que fornecem indicadores fundamentais do estado nutricional do idoso residente em instituições de longa permanência. Palavras-Chaves: Estado Nutricional; Idoso; Instituição de Longa Permanência para Idosos. 11 CARACTERÍSTICAS SOCIODEMOGRÁFICAS E CLÍNICAS DE IDOSOS EM ATENDIMENTO AMBULATORIAL Taina Luana Wascoski,, Juliana Heloise de Oliveira da Silva, Thayne da Rosa Sicorra, Clóris Regina Blanski Grden Jacy Aurelia Vieira de Sousa Decorrente da senescência, a população com idade igual ou superior a 60 anos possui características sóciodemográficas e clínicas peculiares que devem ser investigadas. Apesar de frequentemente ignorados pelas equipes de saúde, tais fatores podem contribuir para o desenvolvimento de morbidades nesse grupo etário. Objetivou caracterizar os idosos em atendimento ambulatorial quanto às características sociodemográficas e clínicas. Estudo transversal realizado com 157 idosos que aguardavam consulta ambulatorial em um hospital público na cidade de Ponta Grossa, Paraná. A coleta dos dados ocorreu por meio de formulário estruturado com questões sociodemográficas e clinicas. Realizou-se análise por meio de estatística descritiva referente às variáveis investigadas. Todos os aspectos éticos e legais referenciados na Resolução 466/12 foram atendidos. Resultou que, da amostra total, houve predomínio do sexo feminino (109; 69,4%), com média de 68,9 anos (mínimo=60; máximo=84). Quanto aos aspectos clínicos, 39 (24,8%) idosos eram fumantes, 32 (20,3%) faziam o uso de bebidas alcóolicas, 34 (21,6%) relataram que a qualidade do sono era insatisfatória, 84 (53,5%) não cochilavam durante o dia, 42 (26,7%) foram hospitalizados nos últimos 12 meses e 112 (71,3%) referiram possuir problemas de saúde. Ademais, 109 (69,4%) idosos faziam o uso de medicamentos, dos quais 97 (61,7%) relataram que usavam de 1 a 4 medicamentos por dia. Os profissionais da saúde precisam estar atentos às características sociodemográficas e clínicas dos idosos para melhor conduzir o rastreio de comorbidade nesse grupo. A análise adequada dessa clientela tem como finalidade a elaboração de estratégias de cuidado mais eficazes, fazendo com que os idosos envelheçam de forma mais saudável e prolonguem sua vida. Palavras-Chaves: Idoso; Enfermagem Geriátrica; Dados Demográficos. AVALIAÇÃO DA FRAGILIDADE EM IDOSAS ATENDIDAS EM UM AMBULATÓRIO DE ESPECIALIDADES Vanessa Regina de Andrade, Clóris Regina Blanski Grden, Jacy Aurélia Vieira de Sousa Péricles Martim Reche Pollyanna Kássia de Oliveira Borges O Brasil é um dos países com significativo crescimento da população idosa, com destaque para o aumento de mulheres idosas, uma tendência mundial, denominada feminização da velhice (CAMARANO; KANSO, 2012). O envelhecimento entendido como dinâmico e progressivo, resulta na perda da capacidade de adaptação ao meio ambiente e na maior prevalência de processos patológicos favorecendo a incapacidades, hospitalizações, perda da independência e institucionalização, podendo predispor o indivíduo a fragilidade (LANA, SCHNEIDER, 2014). Na perspectiva biológica a fragilidade pode ser definida como uma síndrome caracterizada por diminuição da capacidade de reserva homeostática do organismo e da resistência aos estressores, resultando em declínios cumulativos em múltiplos sistemas fisiológicos, causando vulnerabilidade e desfechos clínicos adversos (CARSTENSEN; FRIED, 2012). Objetivou avaliar a frequência da fragilidade em idosas atendidas no ambulatório de um hospital universitário. Pesquisa quantitativa de corte transversal, realizada com uma amostra de 252 idosas que aguardavam consulta no ambulatório de um hospital de ensino, no período de outubro de 2015 a março de 2016. A seleção dos participantes ocorreu por conveniência, os critérios de inclusão foram: possuir idade igual ou superior a 60 anos, estar aguardando consulta no ambulatório, apresentar nível de cognição que possibilitasse sua participação no estudo. A coleta de dados contemplou a aplicação do Mini Exame do Estado Mental e Escala de Fragilidade de Edmonton (ROLFSON et. al., 2006). Os dados coletados foram organizados e analisados no software Stata versão 12 e apresentados em estatística descritiva. Para as variáveis quantitativas, calcularam-se os valores mínimos e máximos, com médias. Realizou-se a distribuição da frequência absoluta e percentual para as qualitativas. Foram respeitados os preceitos éticos de participação voluntária e consentida, com parecer favorável do Comitê de Ética em Pesquisa em Seres Humanos, registro CAAE: 34905214.0.0000.0105. Participaram da pesquisa 252 idosas, com média de idade de 67,6 anos. Houve predomínio das casadas (n=112; 44,4%), com baixa escolaridade (n=126; 50%), renda de um salário mínimo (n=173; 68.6%) e que moravam com familiares (n=128; 51%). Quanto à síndrome da fragilidade, 60 (23,8%) dos idosos foram considerados não frágeis, 78 (31%) aparentemente vulnerável a fragilidade, 72 (28,6%) possuíam fragilidade leve, 33 (13%) apresentavam fragilidade moderada e 9 (3,6%) apresentaram fragilidade severa. Discussão: Relativo à síndrome da fragilidade os achados divergem do estudo transversal realizado com 101 idosos paulistas atendidos em um serviço de emergência de um hospital universitário, o qual identificou predomínio de fragilidade moderada nos participantes (ANTUNES et al., 12 2015), esta divergência pode estar relacionada ao fato das idosas do presente estudo não estarem internadas ou com doença em fase aguda. As diferenças nos níveis de fragilidade encontradas neste estudo podem ser atribuídas às características sociodemográficas, culturais e genéticas dos participantes. Considerações Finais: Destaca-se que predominou os idosos aparentemente vulneráveis à síndrome, seguido dos idosos com fragilidade leve. Nesse sentido, a utilização de escalas que avaliem a fragilidade, possibilita a equipe de saúde realizar rastreio precoce da síndrome e implementar medidas para retardar ou atenuar o início da fragilidade em idosos. Palavras-Chave: Idoso Fragilizado; Enfermagem Geriátrica; Envelhecimento. APRIMORAMENTO DO NÍVEL DE CONHECIMENTO SOBRE AMAMENTAÇÃO POR GESTANTES ORIUNDAS DE REGIÃO RURAL Adrielen Bianca Plachta, Gisele Aparecida Langoski, Andréa Timóteo dos Santos Dec, Mackelly Simionatto A amamentação compreendendo uma etapa muito importante no período reprodutivo da mulher oferece muitos benefícios ao recém-nascido. Estudos apontam que a amamentação exclusiva até o sexto mês de vida previne mortes infantis, além de promover a saúde física, mental e psíquica da mãe e do bebê. O objetivo desse trabalho foi avaliar o conhecimento sobre o tema aleitamento materno, de gestantes residentes na região rural de Itaiacoca e atendidas no Centro Rural Universitário de Treinamento e Ação Comunitária (CRUTAC) da Universidade Estadual de Ponta Grossa, que participaram do evento denominado "Orientações e ações educativas na gestação". Trata-se de um estudo pesquisa-ação com abordagem intervencionista. Foi aplicado um questionário, contendo 12 perguntas objetivas, de múltipla escolha, sendo que em algumas era possível assinalar mais de uma alternativa. As perguntas abrangiam a importância do aleitamento materno, os constituintes do leite, alimentação correta nos primeiros meses de vida e o uso de chupeta e mamadeira. Ao todo, 16 gestantes participaram do evento, sendo que destas, 11 responderam ao questionário. Como resultado, a importância da amamentação para a saúde do bebê foi reconhecida por 100% das gestantes, entretanto, quanto à importância em oferecer o colostro ao bebê, 34% (n=4) das gestantes não souberam responder. Sobre a alimentação da criança nos primeiros seis meses de vida, a maioria das gestantes respondeu corretamente (73%; n=8) ou seja, com o oferecimento somente do leite materno e o restante respondeu erroneamente (27%; n=3). Quando solicitadas a marcar alternativas de objetos e ou comportamentos que prejudicariam a criança recém-nascida, nenhuma gestante assinalou corretamente as três alternativas (chupeta, mamadeira e chupar o dedo), porém 91% (n=10) assinalou algumas das alternativas tendo o resultado parcialmente correto e 9% (n=1) assinalou a opção errada. Ao final da aplicação do questionário deu-se início à oficina com as gestantes na forma de roda de conversas, utilizando os álbuns seriados “Promovendo o aleitamento materno saudável”4 e “Alimentação Saudável para crianças menores de dois anos” 5, abordando o tema questionado, sendo possível trabalhar as dúvidas e desconhecimentos do assunto. Percebeu-se o aproveitamento da atividade refletido nos acertos de questionamentos orais durante o desenvolvimento da mesma. Pelo presente exposto, é perceptível que mesmo recebendo orientações durante o pré-natal, nem todos os conhecimentos necessários são repassados às gestantes, restando assim, dúvidas, o que pode prejudicar os cuidados com a saúde da mãe e do bebê. Portanto, ações educativas e de orientação são ferramentas importantes, especialmente na zona rural, para se garantir o sucesso de uma maternidade segura que incentive o aleitamento materno e outros cuidados necessários diminuindo a incidência de morbimortalidade materno-infantil. Palavras-Chave: Aleitamento materno. Gravidez. Atenção Básica. ORIENTAÇÕES E AÇÕES EDUCATIVAS ÀS GESTANTES RESIDENTES NA REGIÃO RURAL DE ITAIACOCA Adrielen Bianca Plachta , Gisele Aparecida Langoski, Andréa Timóteo dos Santos Dec, Mackelly Simionatto A gestação é um período em que a toda mulher fica suscetível, seja pela questão corporal, cultural, mas também pelas inúmeras informações. É um período envolto de cuidados, restrições e até proibições por parte da família e da comunidade. A intervenção da equipe de saúde, que atende às gestantes, é fundamental no processo de orientação e educação em saúde, especialmente quando se depara com situações de vulnerabilidade social em que repercussões negativas são observadas nos eventos de gravidez e parto. Assim, pretende-se levar conhecimento às gestantes que utilizam a Unidade Básica de Saúde do Centro Rural Universitário de Treinamento e Ação Comunitária - CRUTAC (USB-CRUTAC), desmistificando mitos, crenças e fortalecendo a confiança da mulher-mãe; estabelecer vínculos entre gestante e equipe de saúde e envolver estudantes da área da saúde, especialmente da enfermagem, em atividades de orientação à comunidade. Trata-se de um relato de experiência extensionista com abordagem intervencionista realizado na região rural de Itaiacoca, Ponta Grossa - PR. A atividade foi desenvolvida mensalmente, de maio a novembro de 2015, concomitante ao dia da consulta das gestantes, porém, com participação espontânea. A captação das gestantes e convite para as reuniões ficou a cargo da equipe da Prefeitura Municipal de Ponta Grossa. A 13 metodologia adotada para orientação foi a roda de conversa constituída por uma professora de Farmácia, uma graduanda de Enfermagem e gestantes, independentemente do tempo gestacional. A cada encontro debateu-se um tema relacionado à gestação, parto, pós-parto e recém-nascido; trabalhado de maneira lúdica e atrativa, com atividades práticas, distribuição de folhetos informativos e brindes. Ao final dos encontros as participantes preenchiam uma ficha avaliativa. A participação no grupo se findava pelo término do período gestacional ou da atividade. O estudo contou com 16 gestantes, entre 14 a 42 anos, provenientes do Cerrado Grande/Passo do Pupo (31,25%), Mato Queimado/Carazinho (12,53%) e Caçador/Roça Velha (6,25%). Do total de gestantes, 45,45% eram primigestas. Foram sete reuniões, sendo algumas temáticas trabalhadas mais de uma vez devido à constante renovação do grupo. A prevalência de gestantes por localidade foi diretamente proporcional à proximidade da USBCRUTAC. Para o sucesso das práticas em saúde é fundamental o conhecimento sobre a cultura popular da comunidade e o assunto a ser trabalhado. O conhecimento científico permeado ao popular, é capaz de envolver puérperas e familiares aos cuidados em saúde (2). No presente estudo, diferenças decorrentes da idade gestacional e da gestante, número de gestações anteriores e contribuição de diferentes profissionais da saúde possibilitou a troca de saberes, destacando-se o papel da enfermagem neste tipo de atividade. Outros estudos enfatizam que o envolvimento em ações educativas é prerrogativa da enfermagem e as orientações promovem autoconfiança nas gestantes por esclarecimentos de dúvidas, curiosidades e medos nesta etapa da vida (2,5,6). Houve participação ativa das gestantes e marcante interesse das primigestas. A integração entre as ações propiciou um melhor acompanhamento gestacional, tanto clínico como laboratorial e contribuiu para autonomia e segurança da gestante. O compartilhamento de angústias com profissionais qualificados e pessoas que vivenciavam a mesma situação, refletiu no sucesso das atividades, com divulgação entre membros da comunidade e entre gestantes, sendo que novas gestantes buscavam informações do funcionamento do grupo. Palavras-Chave: Educação em Saúde. Gestação. Puerpério. Área Rural. SENSIBILIZANDO ADOLESCENTES DE UM ABRIGO PROVISÓRIO FEMININO PARA O AUTO-CUIDADO: UMA TECNOLOGIA EDUCATIVA EM SAÚDE Lídia Dalgallo Zarpellon, Priscila Ariane Rodrigues, Ana Carolina Ferro, Thais Mendes Martins Dideck, Drieli Gonçalves Este trabalho é um relato de experiência do desenvolvimento de uma tecnologia educativa em saúde em um abrigo provisório feminino de adolescentes, objetivou-se a sensibilizar as adolescentes para o auto-cuidado. O abrigo feminino transitório localiza-se em um bairro periférico da cidade de Ponta Grossa- PR, abriga adolescentes/crianças de 0 a 18 anos em risco social e psicológico, pelo período máximo de 5 dias e tem capacidade de acomodação para 25 pessoas. Este serviço é uma das estratégias que compõe a política local de Atendimento à Criança e Adolescente, referenciando o Estatuto da Criança e do Adolescente, quando trata dos direitos destes no que concerne à proteção à vida e também à saúde. Deste modo, percebeu-se a ausência de ações educativas em saúde no local, surgindo então a necessidade de desenvolver uma tecnologia educativa em saúde focando estas adolescentes/crianças na perspectiva da promoção da saúde e prevenção de agravos, despertando-as assim para a prática do auto-cuidado. A Tecnologia Educativa em Saúde (TES), integra o grupo das tecnologias leves, denominadas tecnologia de relações, como acolhimento, vínculo, automação, responsabilização e gestão como forma de governar processos de trabalho. Entre os meses de maio a julho de 2015 estruturaram-se oficinas, que constituíram a TES, com temas pertinentes à adolescência, como higiene pessoal, mudanças psico-fisiológicas e DST/HIV. As oficinas foram desenvolvidas a partir de dinâmicas de grupo, roda de conversa e exposição do tema. Ao final de cada sessão, as participantes foram convidadas a escreverem suas impressões e opiniões acerca da ação educativa e sugestões para as próximas oficinas. A TES totalizou 10 encontros, atingindo 40 adolescentes/ crianças entre 8 a 16 anos. Percebeu-se interação entre as partícipes e entre estas com as facilitadoras durante as atividades, possibilitando a construção de conceitos e formas para o auto-cuidado e criando espaço para que as participantes manifestassem questionamentos diversos, destacandose os assuntos relacionados com as mudanças corporais e sexualidade. Ressalta-se a importância da manutenção deste tipo de atividade por enfermeiros e sua equipe, visto que potencialmente colabora para a manutenção da saúde, estimula para práticas saudáveis e contribui no resgate de um olhar cuidadoso para si, melhorando a qualidade de vida. Palavras-Chave: educação em saúde, adolescência, tecnologia em saúde. EPISIOTOMIA: UMA VIOLÊNCIA “COMUM” Ana Paula Xavier Ravelli, Camila Batista Woicizack, Catherine Copas Pontes, Gleicy Lais Ribeiro, Laryssa de Col Dalazoana Baier 14 Introdução: Segundo a OMS o parto normal se define por “[…] início espontâneo, baixo risco no início do trabalho de parto, permanecendo assim durante todo o processo, até o nascimento. O bebê nasce espontaneamente, em posição cefálica de vértice, entre 37 e 42 semanas completas de gestação. Após o nascimento, mãe e filho em boas condições”. Porém, com o passar dos anos, o ato de parir começou a ser visto como patológico, o que levou à intensa hospitalização do parto, abrindo caminho para diversas intervenções, fazendo com que a mulher deixe de ser protagonista do seu processo de parir. Uma dessas intervenções é a episiotomia que é uma incisão cirúrgica realizada na região perineal para favorecer a expulsão da criança e para diminuir as lesões do polo cefálico devido a pressão exercida. Entretanto, há grande utilização da episiotomia nos hospitais, tornando-se rotina, que por vezes não tem indicação, podendo ser considerada uma violência contra o corpo da mulher. Objetivo: Identificar a prevalência de episiotomia em puérperas atendidas no projeto Consulta de Enfermagem no Pré-Natal e Pós-Parto (CEPP) no ano de 2015. Método: O presente estudo é de caráter quantitativo-descritivo. Participaram 124 puérperas internadas em uma Maternidade Escola na cidade de Ponta Grossa- PR. A coleta de dados foi realizada por meio de entrevista estruturada, com realização de educação em saúde em grupo e após individual, prática extensionista e a análise realizada por frequência simples, durante o período de março a novembro de 2015. A pesquisa encontra-se sobre o parecer da COEP 1.055.927 de 08 de maio de 2015. Resultados: das 124 mulheres (100%) que foram atendidas 92 (74,2%) tiveram parto vaginal e 32 (25,8%) realizaram cesariana. Essa porcentagem dentro das taxas preconizadas pelo SUS está em bom desenvolvimento para que o hospital consiga manter o processo de humanização e suas diretrizes. Das 92 (74,2%) que realizaram parto normal, 36 (39,1%) foram submetidas a episiotomia. Foram observados na pesquisa que a grande maioria das mulheres em suas falas não sabiam identificar se foram avisadas do procedimento e se estavam em consentimento com o mesmo. Dos 36 casos de episiotomia houve 6 (16,6%) com inflamação na incisão observada em exame físico e 30 (83,4%) em processo de cicatrização. Conclusão: O número de partos normais realizados no hospital de estudo prevalece em relação aos partos cesariana o que está de acordo com as diretrizes do Ministério da Saúde, porém há um grande número de episiotomia, sendo observado que a maior parte das mulheres não foi informada que seria submetida a tal procedimento e possivelmente sem real necessidade, sendo utilizada apenas por rotina ou costume médico, tornando-se uma violência obstétrica. Assim, o projeto de extensão CEPP tem sido relevante na formação dos acadêmicos de Enfermagem, onde podemos observar as práticas realizadas nos hospitais e confrontar os dados com a teoria percebendo então como os profissionais atuam na saúde da mulher durante o processo de parir. Atuamos junto à comunidade esclarecendo duvidas ou auxiliando nos cuidados após a realização do procedimento. Palavras-Chaves: Episiotomia, Período Pós-Parto, Educação em Saúde. EQUIPE DE ENFERMAGEM NO TRATAMENTO DIALÍTICO Caroline Gonçalves Pustiglione Campos, Caroline Soczek da Silva, Marlene Harger Zimmermann Com a mudança demográfica brasileira dos últimos anos, aumentou-se a expectativa de vida e, consequentemente, as doenças crônicas, como a doença renal crônica (DRC). Esta exige tratamento dialítico, cenário onde a enfermagem ganha expressão ajudando com seus conhecimentos técnico-científicos. Objetivo: identificar a atuação da equipe de enfermagem no setor de diálise. Estudo exploratório com abordagem qualitativa. Realizado em 2015, em Ponta Grossa-PR, tendo como sujeitos os profissionais da enfermagem atuantes em unidade de nefrologia, totalizaram 19 profissionais. A coleta de dados deu-se por entrevista semiestruturada e gravada, analisadas por Bardin, com geração das unidades de contexto 'características profissionais' e 'condições de trabalho'. Aprovado pelo Comitê de Ética da UEPG sob o número 669.921. Resultados: perfil dos profissionais: gênero do sexo feminino 18(94,7%), masculino 01(5,35%). Faixa etária predominante foi 30 a 39 anos com 11(57,9%). Tempo de formação de 2 a 10 anos 09(47%). Tempo de atuação no setor hemodiálise menor de 2 anos com 09(47%), categoria profissional predominante foi técnico de enfermagem com 14(73,7). Discussão: em relação a esta unidade de registro: Condição de Trabalho, os profissionais relataram algumas dificuldades pertinentes ao relacionamento interpessoal na equipe de trabalho. Para Portella e Pereira (2012) os profissionais devem conscientizar-se de que dispender forças em prol de um objetivo em comum, o cuidado, cujas ações estão estritamente conectadas com as de seus colegas de equipe e evitar trabalhar no individualismo. Ainda sobre as condições de trabalho, houve explanações referentes à estrutura do local. Os profissionais consideraram boa, mas necessitando de importantes ajustes. Segundo Silva e Zeitoune (2009) a equipe de enfermagem, singularmente os atuantes na hemodiálise, estão expostos a diversos riscos ocupacionais, dentre eles o riscos ergonômicos que está associado a adaptações inadequadas do próprio setor. Na segunda unidade de contexto: os participantes do estudo julgaram ser imprescindíveis como características profissionais a ética e a humanização. A ética, principalmente no que tange ao sigilo profissional. A humanização como característica imprescindível, já que eles, constantemente, trabalham com vidas, com pessoas. Além disso, houve revelações de como a humanização está ausente na conduta profissional. O colocar-se no lugar do outro, cuidar do próximo como a si mesmo, são premissas da humanização, bem como, o cuidar integral, levando-se em consideração todos os aspectos da vida do paciente. Contudo, é reconhecido que as tarefas impostas pelo dia-a-dia do trabalho dificultam a aplicabilidade da humanização nos serviços (MONGIOVI; V.G; et al., 2014). Conclusão: que as dificuldades 15 relacionais, decorrentes da falta de comprometimento, e que a estrutura física inapropriada, são fatores que levam ao desgaste profissional e, muitas vezes, à alta rotatividade de recursos humanos e, consequentemente, à assistência com menor nível de experiência. Portanto, salienta-se a necessidade de se reconsiderar a gestão do serviço diante da saúde do trabalhador. Palavras-Chaves: Equipe de enfermagem. Saúde do Trabalhador. Diálise Renal. TRAUMA MAMILAR EM PUÉRPERAS Gleicy Lais Ribeiro, Isabele Savi Sanson, Aline Domingues Stumpfs Mendoza, Drieli Gonçalves, Eva Aparecida de Almeida. Logo após o parto a mulher passa a vivenciar a experiência em amamentar seu filho. As informações recebidas no pré-natal sobre aleitamento materno, irão influenciar na sua atitude de amamentar. Os primeiros dias após o parto são decisivos para a mulher continuar ou não amamentando. É neste período que ocorre com maior frequência o trauma mamilar, um dos motivos da desistência das mães em amamentarem seus filhos. Alem de gerar dor durante a sucção do bebê, o trauma mamilar pode causar complicações como a mastite, por exemplo. Nos primeiros dias após o parto, a mulher pode sentir dor discreta ou mesmo moderada nos mamilos no começo das mamadas. No entanto, ter os mamilos muito doloridos e machucados, apesar de comum, não é normal e requer intervenção. O trauma mamilar é definido como uma lesão e/ou alteração do tecido mamilar que, geralmente, são resultantes do manejo inadequado e/ou de erro na técnica da amamentação – posicionamento e pega incorreta do lactente. Objetivou-se com esta investigação analisar a ocorrência de fissura mamária no ano de 2013 e 2014, em puérperas atendidas no Hospital Evangélico de Ponta Grossa que participaram do Projeto Consulta Puerperal de Enfermagem (CEPP). Trata-se de uma pesquisa quantitativa, descritiva, realizada no Hospital de referência à gestação de risco habitual na cidade de Ponta Grossa por meio de entrevista estruturada e individual totalizando 252 mulheres atendidas no período puerperal entre os meses de Março de 2013 e Novembro de 2014. A análise dos dados deu-se por estatística descritiva com os valores expressos em frequências simples. O estudo aconteceu com participação extensionista de acadêmicas do curso de Bacharelado em Enfermagem. Os aspectos éticos foram assegurados contemplando a Resolução 466/2012 com parecer do Comitê de Ética e Pesquisa (COEP) 1.055.927 de 08 de maio de 2015 pela Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG). Das 252 mulheres participantes da pesquisa no período puerperal, entre os meses de Março de 2013 e Novembro de 2014, 29% (73) tem menos de 21 anos de idade, 47,3% (119) idades entre 21 a 30 anos, e 23,7% (60) acima de 30 anos. Em relação à escolaridade, 49,5% (124) possuíam o ensino médio completo, 41,4% (104) o ensino fundamental completo e apenas 9,1% (24) o ensino superior completo. Constatou-se que 45,8 % (115) puérperas estavam grávidas pela primeira vez (primigestas) e 54,2% (137) tiveram mais de uma gestação (multigestas). Em relação aos problemas mamários 28,6% (72) apresentou fissura em mama esquerda e 26,3% (66) fissura em mama direita. As lesões mamilares são muito dolorosas e, com frequência, são a porta de entrada para bactérias. Por isso, além de corrigir o problema que está causando a dor mamilar (na maioria das vezes a má pega), faz-se necessário intervir para aliviar a dor e promover a cicatrização das lesões o mais rápido possível. Evidenciou-se uma porcentagem de puérperas acometidas por fissuras mamárias nas primeiras 48 horas por uma possível falha do profissional quanto a educação em saúde. Tanto primíparas quanto multíparas são acometidas pela complicação mamária. Palavras-chaves: Enfermagem. Trauma. Amamentação Eixo Temático: Atenção à Saúde Pública QUALIDADE DO SCREENING/CÂNCER DO COLO UTERINO Jucélia de Fátima dos Anjos Carolina wosniack Sonia Ramos Tosato Ana Paula Xavier Ravelli Ednéia Peres Machado O Câncer do Colo do Útero é a quarta causa de morte por câncer em mulheres, sendo estimados para 2014 mais de 15.590 novos casos da doença no Brasil (INCA, 2014). Para realização do screenning do Câncer uterino, é padronizado o exame citopatológico cervicovaginal, esse exame é um dos instrumentos mais eficientes para a detecção de lesões precursoras do Câncer. Mas para que se tenha eficácia se faz necessário uma coleta com qualidade e quantidade satisfatória das células da endocérvice e da ectocérvice, de tal modo que sua visualização permita uma conclusão diagnóstica. A Organização Mundial da Saúde define que o máximo de amostras insatisfatórias seja de 5% do total de coletas (BRASIL, 2013). A grande questão é que a falta das células da endocérvice em uma amostra, não 16 a classifica como insatisfatória, podendo levar há um resultado falso-negativo. Objetivou identificar a qualidade dos esfregaços para screenning do Câncer do Colo do Útero, em relação à representatividade da JEC e as amostras insatisfatórias. Trata-se de uma pesquisa, documental, quantitativa e exploratória. Foram analisados 1000 laudos através do Sistema de Informação do Câncer de um total de 11735. São laudos de mulheres que procuraram os serviços do SUS no período de 01/01/2014 à 31/12/2014 de forma voluntária, para realização do exame, esses exames foram coletados por enfermeiros da rede pública do Município de Ponta Grossa. Foram excluídas da pesquisa apenas mulheres histerectomizadas. Para realizar a tabulação e posterior análise dos dados, utilizou-se as ferramentas do Excel (2007). Resultou que cinco laudos foram descartados por se tratarem de mulheres histerectomizadas. Como podemos observar no gráfico1, dos 995 exames, 52,4% não apresentaram células endocervicais. Palavras-Chaves: Endocérvice. Ectocérvice. Prevenção. FATORES BIOGEOGRÁFICOS DO LOXOSCELISMO NO ESPAÇO URBANO DE PONTA GROSSA, PARANÁ, BRASIL. Vinicius Fermandes, Isonel Sandino Meneguzzo A urbanização mudou os hábitos de vida humanos e de outros animais, abrindo espaço para novos estudos no âmbito da Biogeografia Médica, fundamentais para nortear políticas de saúde pública e conscientização populacional. Nesse sentido, o processo de urbanização altera microambientes propiciando uma possível invasão e proliferação de animais no meio urbano, evidenciando um sério problema de saúde pública (ALBUQUERQUE, et al. 2007). Objetivou analisar os fatores biogeográficos que influenciam na distribuição dos acidentes com Loxosceles, no espaço urbano de Ponta Grossa, entre 1º de janeiro de 2012 a 31 de dezembro de 2014. Foram coletados dados referentes aos acidentes com Loxosceles intermedia, com base nas Fichas de Investigação de Acidentes por Animais Peçonhentos do Sistema de Informação de Agravos e Notificação (SINAN), disponibilizados pela Secretaria de Estado da Saúde do Paraná (SESA). Os dados referentes às condições meteorológicas foram coletados junto ao Sistema Meteorológico do Paraná (SIMEPAR). Foram registrados 840 casos de loxoscelismo na área estudada entre os anos de 2012 e 2014, com a maioria destes ocorrendo em área urbana. Desse total, aproximadamente 97% ocorreram em locais com presença de encostas/fundo de vale, áreas verdes e disposição inadequada de resíduos sólidos. Os outros 3% se restringem à porção central da cidade. Confrontando a variável temperatura média com a distribuição dos agravos nos diferentes meses do ano foi possível constatar que as maiores incidências de casos na cidade ocorreram nos meses mais quentes. No ano de 2012 foram registrados 97 casos; em 2013, 88 casos e em 2014, 118 casos. Constatou-se que existe uma relação direta entre os elementos do meio físico-biológico, intervenções antrópicas e ocorrência de acidentes na área de estudo, o que incita a formação de campanhas de conscientização e prevenção de acidentes com intensificação nos meses mais quentes. Palavras-Chaves: Loxosceles, Acidentes, Biogeografia O DESPERTAR DA ATEROSCLEROSE EM UM GRUPO DE ESCOLARES Elaine Cristina Antunes Rinaldi Julia Acordi Baumel Lilian Mie Mukai Suellen Vienscoski Skupien Caroline Gonçalves Pustiglione Campos Países em desenvolvimento a mortalidade por causas cardiovasculares vem aumentando, em média, 2,5 vezes a cada 10 anos de vida. Houve mudança no perfil de morbimortalidade, as doenças infectocontagiosas que eram metade das causas de morte no Brasil no século XX, atualmente representam menos de 10%, observando o contrário com as doenças cardiovasculares (IBGE, 209). A doença cardiovascular aterosclerótica se inicia na infância como um processo de agressão lento (GROSSO; SANTOS; LUZ, 2010). Assim, objetivou–se identificar os fatores de risco para aterosclerose em escolares. Trata-se de uma pesquisa de campo, natureza exploratória com abordagem quantitativa em escolares da rede privada do município de Ponta Grossa – Paraná. Os sujeitos foram 56 estudantes, de ambos os sexos, com idade entre 13 e 16 anos. A coleta envolveu: questionário sobre fatores de risco, balança, fita métrica, estetoscópio e esfigmomanômetro, no período de Abril a Julho de 2013. Os participantes receberam orientações coletivas sobre o desenvolvimento da aterosclerose e como preveni-la. Os dados foram analisados utilizando o cálculo do Índice de Massa Corpórea (IMC) e os valores de pressão arterial (PA) seguindo as recomendações da VI Diretrizes Brasileiras de Hipertensão. No total de 56 participantes, 37 (66%) do sexo feminino. Relacionado à idade, houve predomínio de 13 anos, 41 (73%). Quanto ao IMC, conforme as medidas realizadas: 33 (59%) dos participantes apresentavam IMC normal para idade, sexo, altura e peso, 11 (19%) sobrepeso, 4 (7%) obesidade, 7 (13%) desnutrição aguda leve e 1 (2%) desnutrição aguda moderada. Os valores de PA, 32 (58%) dos envolvidos na presente pesquisa estavam normais para idade, sexo e altura, 13 (23%) com PA limítrofe e 11 (19%) com hipertensão estágio 1. Relacionado aos fatores de risco para aterosclerose, as variáveis mais relevantes foram: histórico familiar de diabetes mellitus 39 (70%), hipertensão arterial sistêmica e dislipidemia, 8 (14%). No tocante aos fatores de riscos modificáveis, 8 (14%) dos participantes afirmaram estar em estresse 17 frequentemente, 27 (48%) praticam atividade física pelo menos três vezes por semana com duração maior que 30 minutos, 41 (73%) tem uma alimentação não saudável, baseada em alimentos industrializados, 16 (29%) são fumantes passivos, o consumo de bebidas alcoólicas e o fumo foi nulo entre os participantes. Ressalta-se o fator hormonal protetor do sexo feminino para doenças cardiovasculares, pois a adolescência é a fase do desenvolvimento da sexualidade, com o aumento dos hormônios sexuais, sendo que o estrogênio tem um efeito favorável sobre o perfil lipídico (SANTOS; MARTINEZ, 2002). A dieta baseada em alimentos industrializados é uma causa importante da epidemia mundial da obesidade na infância e na adolescência, pois as gorduras saturadas são aterogênicas e, se ingeridas em excesso, promove o aumento do colesterol plasmático. Esses indivíduos apresentam maior propensão ao hábito de fumar, à obesidade e a níveis elevados de PA (GIULIANO; CARAMELLI, 2008). A escola foi um importante cenário para construção do conhecimento sobre a prevenção da doença cardiovascular aterosclerótica. As orientações foram eficazes na redução da PA dos adolescentes e na mudança para um estilo de vida mais saudável. Palavras-Chaves: Adolescente; Fatores de risco; Prevenção de doenças RELATO DE CASO: UMA VISÃO SOBRE O DIAGNÓSTICO DAS GESTANTES DE UMA UNIDADE BÁSICA DE SAÚDE Bruna D’Alves Tavares Luz, Daniela De Paula Almeida, Lídia Dalgallo Zarpellon A Disciplina de Estágio Supervisionado, faz parte do currículo do curso de graduação em Enfermagem da Universidade Estadual de Ponta Grossa, de caráter obrigatório devendo ser realizado pelo acadêmico no último ano, com supervisão semidireta de docente enfermeiro, e com supervisão direta de profissional enfermeiro na Unidade Básica de Saúde (UBS), designada para essa atividade, a fim de consolidar as competências estabelecidas, permitindo assim, que os conhecimentos, habilidades e atitudes se concretizem em ações. Objetivou-se analisar os prontuários das gestantes, na perspectiva de diagnosticar o número de gestantes que realizam as consultas de pré-natal e pós, com a frequência correta. Metodologicamente se inscreve numa perspectiva de relato de experiência, realizado juntamente com a equipe da UBS, que atuam nas áreas do Bairro Santa Paula na cidade de Ponta Grossa-PR, no turno da manhã de segunda-feira a sexta-feira, no período de março a abril de 2016. Como resultado, obteve-se 71 gestantes com prontuário, porém o que se identificou foi um número elevado de gestantes que a meses não consultam, e algumas que até já haviam realizado o parto sem ter anotações no prontuário e nem realizado a consulta pós-natal, além da maioria das gestantes possuírem menos que 20 anos. Vale ressaltar, que algumas dessas gestantes que foi realizado busca ativa ao vir procurar a unidade, alegam que não consultaram mais, porque a próxima consulta não ficou agendada. Também identificou número considerável de gestantes com teste rápido para sífilis reagente e resultados de exames com infecção urinária. Conclui-se que é de extrema relevância ter um diagnóstico da clientela da unidade de saúde, principalmente em relação as gestantes, que muitas vezes não entendem a importância de cuidados mínimos durante a gestação como os exames de rotina de urina, ou qual a necessidade de tomar as vitaminas corretamente. É de fundamental importância para o enfermeiro realizar a consulta de enfermagem, sanando as dúvidas e explicando sobre o que está acontecendo nesse momento de mudanças para a mulher. Conclui-se que foi uma oportunidade única de grande valia para formação acadêmica e futura profissional de saúde. Palavras-Chaves: Gestantes; Pré-natal; Unidade Básica de Saúde. VIGILÂNCIA DA SÍNDROME GRIPAL EM UMA UNIDADE SENTINELA NO MUNICÍPIO DE PONTA GROSSA - PR Juliana Ferreira Leal, Caroliny Stocco, Carlos Eduardo Coradassi A vigilância epidemiológica da influenza atua por meio da integração de diversas estratégias para identificação da circulação dos vírus respiratórios no Brasil de acordo com a patogenicidade e virulência. Para determinados problemas de saúde pública pode-se fazer uso dos sistemas sentinelas de informação capazes de monitorar indicadores na população geral (BRASIL, 2014). A meta preconizada pelo Ministério da Saúde para a Vigilância Sentinela da Influenza é coletar 5 amostras, por Semana Epidemiológica (SE), de pacientes com Síndrome Gripal (SG) atendidos na Unidade (BRASIL, 2011). Desta forma, objetivou-se identificar a circulação de vírus influenza e outros vírus respiratórios no município de Ponta Grossa/PR, através de uma Unidade Sentinela. Trata-se de um estudo epidemiológico de corte transversal com dados de pacientes com SG atendidos em um serviço de urgência e emergência, elencado como Unidade Sentinela da SG no município de Ponta Grossa/PR. O período de estudo foi entre a 16ª SE de 2015, com início em 19/04/2015, e a 15ª SE de 2016, com término em 16/04/2016. As variáveis selecionadas foram: sexo, idade, início dos sintomas, classificação final (SG por influenza, SG por outro vírus respiratório, SG por outro agente etiológico, SG não especificado e em investigação) e classificação etiológica (Influenza A (H1N1) pdm09, Influenza A (H1) Sazonal, Influenza A (H3) Sazonal, Influenza A não subtipado, Influenza B, Vírus Sincicial Respiratório (VRS), Parainfluenza tipo 1, 2 e 3, Adenovírus, Metapneumovírus, Bocavírus e outro vírus). A amostra inicial foi composta por 240 notificações, foram excluídas 10 notificações cuja 18 classificação final foi “em investigação”. Dentre a amostra, 56,96% (n=131) dos pacientes eram do sexo feminino. Com relação à faixa etária, 28,70% (n=66) dos pacientes tinham idade entre 20 a 29 anos e 20, 87% (n=48) tinham entre 10 a 19 anos. Quanto à positividade para influenza e outros vírus respiratórios entre as amostras coletadas na Unidade Sentinela foram 40, 95% (n=95) tiveram resultados detectáveis. Dentre as amostras positivas para Influenza, 52,94% (n=18) foram detectáveis para Influenza do tipo B, seguida por 9 (26,47%) para Influenza A (H3) Sazonal e 7 (20,59%) para Influenza A (H1N1) pdm09. Em relação aos demais vírus respiratórios, 47,54% (n=29) foram detectáveis para Rinovírus, seguidas de 16,39% (n=10) para VRS, 13,11% (n=8) para Coronavírus. Ao analisar a distribuição desses vírus por SE de início dos sintomas, observou-se que a Influenza A (H1N1) pdm09 apresentou circulação no verão, enquanto a Influenza A (H3) Sazonal e Influenza B apresentaram circulação no outono e inverno. Quanto aos vírus respiratórios, observou-se circulação de Rinovírus praticamente durante o ano todo; de Metapneumovírus na primavera; de Parainfluenza tipo 2 e 3 na primavera e verão; de Parainfluenza tipo 1, Adenovírus e Coronavírus no verão; e do VRS no outono e inverno. Assim, evidenciou-se que os cuidados para diminuição da disseminação do vírus influenza e dos vírus respiratórios que causam a SG devem ser realizados durante o ano todo, como também incentivar medidas de prevenção à população pelos serviços de saúde e adesão a Campanha Nacional de Vacinação contra a Gripe. Palavras-Chaves: Influenza humana, Vigilância em Saúde Pública. Epidemiologia, Vigilância de Evento Sentinela. PREVENÇÃO DAS VIOLÊNCIAS ENTRE ADOLESCENTES EM UNIDADES DE SAÚDE DA FAMÍLIA NO MUNICÍPIO DE PONTA GROSSA Caroliny Stocco Eliane Kampa Maba Sandra Giovanetti Geraldo Stocco Vera Leal Wosgerau No Brasil, a violência é apontada, desde a década de 1970, como uma das principais causas de morbimortalidade, deixando de ser um problema exclusivo da área social e jurídica para também ser considerado como um problema de saúde pública (BRITO et al, 2005). A prática de violência contra crianças e adolescentes (maus tratos, abandono e negligência, abuso e exploração sexual comercial, trabalho infantil, dentre outras) vem ganhando visibilidade no Brasil, principalmente nas últimas duas décadas (FRANCISCHINI e SOUZA NETO, 2007). Uma das estratégias utilizadas pela Psicologia para explorar emocionalmente assuntos e eventos conflituosos é através do psicodrama. Segundo Moreno (2012) o psicodrama pode ser definido como uma via de investigação da alma humana mediante a ação. A representação dramática de uma situação é usada como núcleo de abordagem e exploração da psique humana e seus vínculos emocionais, o que possibilita ao terapeuta a oportunidade de apreender os sintomas que afloram no relacionamento entre os participantes. (MORENO, 2012). Em 2012 o setor de Epidemiologia, através da Secretaria Municipal de Saúde de Ponta Grossa, encaminhou o Projeto Bumerangue para concorrer ao recurso da Portaria nº 22, de 09 de agosto de 2012. A proposta foi aprovada pelo Ministério da Saúde, conforme Portaria nº 2.802, de 6 de dezembro de 2012. O Projeto teve como objetivo geral implementar ações de vigilância e prevenção das violências, tendo como prioridade a violência doméstica, sexual e outras violências que afetam segmentos mais vulneráveis da população, assim como a promoção à saúde e o estimulo à cultura de paz. Um dos objetivos específicos do Projeto foi realizar grupos de adolescentes para trabalhar temas de promoção à saúde, tais como identidade, família, juventude, projeto de vida, violências, entre outros, utilizando como estratégia de ação o psicodrama, entre outras técnicas. Quanto à metodologia, os grupos de adolescentes foram realizados em três Unidades de Saúde com Estratégia de Saúde da Família no município de Ponta Grossa – PR. Os grupos foram conduzidos por uma profissional psicóloga, juntamente com os coordenadores de grupo de adolescentes de cada Unidade de Saúde. O período de realização foi de março de 2015 a abril de 2016, sendo os encontros com cada grupo de forma quinzenal. No total foram realizados 120 (cento e vinte) encontros. As perspectivas do Projeto Bumerangue é que os coordenadores dos grupos de adolescentes dessas Unidades de Saúde da Família possam dar continuidade nos seus grupos. Além disso, pretende-se realizar a qualificação desses coordenadores sobre dinâmicas com grupos de adolescentes. E ainda, possibilitar condições didáticas de trabalho para esses coordenadores de grupos de adolescentes, conforme a metodologia de cada coordenador. Palavras-Chaves: Atenção Primária à Saúde; Promoção da Saúde; Saúde Mental, Adolescente, Violência AVALIAÇÃO DE INDICADORES ANTROPOMÉTRICOS DE ESCOLARES DE UMA UNIDADE DE SAÚDE DO MUNICÍPIO DE PONTA GROSSA Juliana Heloise de Oliveira da Silva, Juliana Ferreira Leal, Caroliny Stocco, Leticia Faria Moura Deise Lorentz A obesidade é um sério problema de saúde pública da atualidade, embora esta condição seja reconhecida como uma epidemia global desde o final da década de 90 (SCHUCH et al., 2013), suas estimativas têm crescido em várias localidades e em idades cada vez mais precoces (LEAL et al., 2012). Consequente ao excesso de peso, o acúmulo de gordura na região abdominal está associado a fatores de risco cardiovascular e a distúrbios metabólicos, que podem estar presentes já na infância (ALMEIDA et al., 2016). O crescimento infantil é um processo dinâmico e contínuo 19 que depende da interação de características biológicas e experiências vivenciadas no meio ambiente (GUERRA; SILVEIRA; SALVADOR, 2016). O melhor método de acompanhamento dessas crianças é o registro periódico de peso, estatura e atualmente, do índice de massa corporal (IMC) (MELZER et al., 2015). Diante disso, objetivou-se avaliar os indicadores antropométricos de escolares da área de abrangência de uma Unidade de Saúde da Família do município de Ponta Grossa. Trata-se de um estudo transversal com abordagem quantitativa realizado no mês de abril de 2016, com crianças do 1º ao 5º ano do Ensino Fundamental I, de uma escola da rede pública municipal de Ponta Grossa, pertencente à área de abrangência de uma Unidade de Saúde da Família do município de Ponta Grossa. A amostra final foi 142 crianças de ambos os sexos, com idade entre 6 e 14 anos. Para avaliação dos indicadores antropométricos, foram verificados o peso e a estatura das crianças presentes na sala de aula no dia da coleta de dados. Tais aferições foram utilizadas juntamente com as informações sobre sexo e idade das crianças para a composição do índice de massa corporal por idade (IMC/I), índice empregado em todas as fases da vida e recomendado internacionalmente no diagnóstico individual e coletivo dos distúrbios nutricionais. Os alunos foram pesados em pé, posicionados no centro da balança, imóveis, olhando para frente com membros superiores ao longo do corpo, o peso foi verificado em balança digital, eletrônica com capacidade de 150kg. Durante o procedimento as crianças apresentavam-se com um mínimo de roupas. Todas as crianças foram medidas sem sapatos, com uso de estadiômetro. As medidas de peso e altura foram verificadas para o cálculo do IMC/idade (IMC/I) [peso (kg)/estatura(m)2] das crianças. Dentre a amostra analisada, 72 (50,70%) eram do sexo feminino e 70 (49,29%) do sexo masculino. O percentual por idade apresenta de 6 a 7 anos 6 (4,22%) obesidade, 8 (5,63%) sobrepeso, 35 (24,64%) adequado e 1 (0,70%) baixo peso; 8 a 9 anos, obesidade 8 (5,63%), sobrepeso 7 (4,92%) e adequado 33 (23,23%); 10 a 14 anos, obesidade 4 (2,81%), sobrepeso 10 (7,04%), adequado 22 (15,49%) e baixo peso 1 (0,70%). Quanto ao estado nutricional ou quanto a avaliação dos índices antropométricos, 18 (12,67%) estão em estado de obesidade, 25 (17,60%) sobrepeso, 97 (68,30%) peso adequado e 2 (1,40%) com baixo peso. Deste modo, a maioria das crianças apresentou peso adequado em todas as idades, tornando evidente a importância do acompanhamento da alimentação dessas crianças. Palavras-Chaves: Obesidade Infantil, Estado Nutricional, Atenção Primária á Saúde. MORTALIDADE DE IDOSOS PELA SÍNDROME DA IMUNODEFICIÊNCIA ADQUIRIDA NO MUNICÍPIO DE PONTA GROSSA-PR NO PERÍODO DE 2008-2015 Lucas Eduardo Fedaracz Brojan, Erildo Vicente Muller, Daniele Brasil, Caroliny Stocco A AIDS atualmente é a quinta maior causa de morte no mundo. Estudos apontam que a cada dia,7 mil novas pessoas são infectadas pelo HIV e no Brasil estima-se que em 2014,718 mil indivíduos viviam como portadores do vírus. No Brasil o número de notificação de novos casos de HIV em idosos entre os anos de 1980 até 2006 foi de 9918 (2,29% dos casos), caracterizando um importante problema de saúde pública. Objetivo: Descrever os coeficientes de mortalidade por AIDS em idosos e as características relacionadas aos óbitos no município de Ponta Grossa – PR, entre os anos de 2008 a 2015. Método: Estudo qualitativo, no qual os dados foram obtidos do departamento de Vigilância epidemiológica da Secretaria Municipal de Saúde de Ponta Grossa. Foram coletadas as informações das certidões de óbito que possuíam na causa morte códigos B200 e B209 na Classificação Internacional de Doenças da OMS (CID-10). Além do número de óbitos foram coletadas as variáveis de interesse a saber: idade, sexo, escolaridade, raça, situação conjugal e ocupação. A padronização da taxa de mortalidade para comparação foi usada a população geral e de idosos do Brasil no ano de 2010. Este estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Federal de São Paulo sob parecer nº442227515600005505/2015. Resultados: A taxa média de mortalidade calculada para idosos pela AIDS foi de 1,89 óbito/100.000 hab. até o ano de 2012. A idade média destes indivíduos era de 64,1 anos. A taxa calculada e padronizada para a mesma causa de óbito em idosos no Brasil foi 2 vezes maior que em Ponta Grossa e no estado do Paraná 1,5 vezes maior que em Ponta Grossa. 67% dos óbitos foram de homens. 89% das mortes foram de pessoas da raça branca e 11% de indivíduos da raça preta. Sobre a situação conjugal, 45% dos óbitos foram de pessoas viúvas, 33% casadas e 11% solteiras. 63% foram pessoas com pelo menos o ensino médio completo, dentre elas 36,7% possuíam o ensino superior completo. Das ocupações declaradas, 33% estavam aposentados e outros 33% continuavam exercendo ativamente alguma profissão. Conclusão: Políticas públicas precisam ser implementadas visando diminuir a transmissão de HIV∕AIDS, focando também na faixa etária de pessoas idosas, bem como a realização de diagnóstico e tratamento precoces visando para aumento da sobrevida e consequentemente diminuição da mortalidade. Novas formas de intervenções para esta população específica também necessita ser repensadas, já que a população idosa do país aumenta ano a ano. Palavras Chave: Mortalidade, idosos, AIDS. BENEFÍCIOS DO PROJETO TABAGISMO A COMUNIDADE NA VISÃO DOS DISCENTES PARTICIPANTES 20 Thais Mendes Martins Didek, Ana Carolina Ferro, Lídia Dalgallo Zarpelon, Lara Simone Messias Floriano O tabagismo é considerado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) a principal causa de morte evitável no mundo. A organização estima que um terço da população mundial adulta, isto é, cerca de 1 bilhão e 200 milhões de pessoas, sejam fumantes. Pesquisas comprovam que aproximadamente 47% de toda a população masculina mundial e 12% da feminina fumam (Portal Brasil). Desde o final da década de 1980, sob a ótica da promoção da saúde, a gestão e a governança do controle do tabagismo no Brasil vêm sendo articuladas pelo Ministério da Saúde através do INCA, o que inclui as ações que compõem o Programa Nacional de Controle do Tabagismo (PNCT). O Programa tem como objetivo reduzir a prevalência de fumantes e a consequente morbimortalidade relacionada ao consumo de derivados do tabaco, seguindo um modelo no qual ações educativas, de comunicação, de atenção à saúde, associadas às medidas legislativas e econômicas, se potencializam para prevenir a iniciação do tabagismo, promover a cessação de fumar e proteger a população da exposição à fumaça ambiental do tabaco. No Brasil, como resultado das importantes ações de controle do tabaco desenvolvidas, a prevalência de tabagismo vem diminuindo ao longo dos anos. Em 1989 o percentual de fumantes de 18 anos ou mais no país era de 34,8%. Já em 2013, de acordo com pesquisa mais recente para essa mesma faixa etária em áreas urbanas e rurais, este número caiu para 14,7% (PNS, 2013). Os resultados da Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar do IBGE (2012) mostraram que 29,8% dos estudantes brasileiros que frequentavam o 9º ano do Ensino Fundamental informaram que pelo menos um dos seus responsáveis era fumante. Nos jovens, a última pesquisa realizada em 17 cidades brasileiras demonstrou que a prevalência de estudantes que fumavam regularmente foi muito similar à encontrada nos adultos (VIGESCOLA 2002-2009). (INCA) Para oferecer o atendimento à comunidade fumante interna e de Ponta Grossa, a Pró-Reitoria de Recursos Humanos (Prorh) da Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG), em parceria com o Departamento de Enfermagem e Saúde Pública, desenvolve o Projeto de Extensão ‘Educando e tratando o Tabagismo’. A iniciativa tem o objetivo de sensibilizar a comunidade assistida (interna e externa) sobre os riscos do tabagismo, ação no organismo e dependência adquirida. O Projeto iniciou atividades em 2008. Desde então foram atendidas aproximadamente 140 pessoas. Dos participantes que frequentaram as quatro sessões, mais de 75% obtiveram êxito parando de fumar. Teve-se então por objetivo nesse estudo avaliar a visão de 29 discentes sendo 19 do Curso de Enfermagem e 10 de Medicina sobre os benefícios do Projeto Tabagismo à comunidade atendida entre os anos de 2012 a 2014. A metodologia foi por meio de aplicação de questionário descritivo, no qual em umas das questões descreveram sobre “quais os principais pontos do projeto que beneficiaram a comunidade? ”. Os resultados apontaram os principais pontos que foram: a troca de informações e experiências coletiva por pessoas com mesmo objetivo e dificuldades; atendimento, ajuda e medicação gratuita; suporte psicológico com estratégias para vencer suas dificuldades. Concluiuse que o Projeto contribui para a formação profissional dos acadêmicos participantes, onde conseguiram na prática desempenhar seu conhecimento teórico, aprimorando-os. Assim como para a comunidade com a cessação do tabagismo por meio da troca de conhecimentos, auxilio físico, psicológico, comportamental e medicamentoso. Palavras-Chaves: Drogas; Saúde; Tabagismo APLICABILIDADE DE PROTOCOLO NA COLETA DE PREVENTIVO DE CÂNCER DE COLO UTERINO EM UMA UNIDADE DE SAÚDE DA FAMÍLIA Lídia Dalgallo Zarpellon, Priscila Ariane Rodrigues, Ana Carolina Ferro, Amanda Steudel Silva, Isabela Maravieski Lipinski O câncer de colo de útero promove um elevado índice de mortalidade entre as mulheres do mundo inteiro abrangendo variadas faixas etárias, representando 13% de todas as mortes no mundo. Apesar de ser uma doença grave, o câncer de colo uterino tem 100% de chances de cura, se diagnosticado e tratado precocemente. Tendo em vista a seriedade das sequelas produzidas por essa doença, e a responsabilidade do enfermeiro quanto a mesma desenvolveu-se o projeto de pesquisa intitulado: Aplicabilidade de na coleta de preventivo de câncer de colo uterino em uma Unidade de Saúde da Família. O estudo teve como objetivo: analisar a aplicabilidade do protocolo municipal de saúde da mulher em relação à coleta de exame preventivo câncer uterino na unidade e verificar sobre a ótica dos enfermeiros a operacionalização do protocolo municipal e levantar as dificuldades e sugestões sobre o protocolo. A pesquisa teve duas etapas: primeiro com o preenchimento de questionário estruturado com perguntas aberta e fechadas, aplicado individualmente antes das orientações e em seguir foi abordado à temática. A pesquisa ocorreu no mês de maio de 2015, com a participação das duas enfermeiras da Unidade. Os resultados mostraram a inexistência do Protocolo Municipal de Saúde da Mulher na Unidade, mas, uma da enfermeira já tinha conhecimento da existência do mesmo e aplicava parte dele em suas consultas ginecológicas de enfermagem. Com isso pode-se concluir que a atuação da enfermagem em ações não só educativas, mas como aquelas que promovam mais resolutividade para a paciente, necessitam ser mais determinantes, mostrando que não é importante somente saber a técnica para realização correta na coleta do exame, mas como também é necessária a capacitação da mesma para fornecer informações às pacientes de como e quando ocorre o exame, além de orientá-las se forem diagnosticadas patologias 21 no exame quanto ao local de referência para o tratamento. Dessa forma, buscando uma ferramenta para auxílio, foi cedida uma cópia do Protocolo Municipal de Saúde da Mulher para a unidade. Palavras Chave: Enfermagem; Coleta de preventivo; Câncer de colo uterino; Protocolo Saúde da Mulher. Eixo Temático: Educar e Pesquisar em Saúde O AFASTAMENTO DE ESTUDANTES UNIVERSITÁRIOS DO NÚCLEO FAMILIAR E SUAS CONDUTAS DE SAÚDE Sabrina Brigola, Jean Érick Langoski, Danielle Bordin, Letícia Antonello Campos, Cristina Berger Fadel Hábitos e comportamentos relacionados à saúde estão intimamente ligados ao estilo e à qualidade de vida de indivíduos e coletividades. O afastamento do ambiente familiar com vistas à inserção no ensino superior torna-se fato significativo na vida de acadêmicos, o que pode gerar estresse e ansiedade, e, por consequência, vulnerabilidade para aquisição e manutenção de hábitos de saúde considerados não saudáveis. Frente o exposto, o presente estudo observacional transversal, tipo inquérito, com a utilização de metodologia quantitativa, de caráter exploratório e descritivo, objetivou investigar a relação entre o afastamento do núcleo familiar e as condutas de saúde de acadêmicos concluintes universitários do ano de 2014 da área da saúde, em universidade pública (n=223), através da aplicação do questionário ‘National College Health Risk Behavior Survey’ (NCHRBS). Este instrumento proporciona uma visão geral das condutas de saúde através da abordagem de temas como uso do tabaco, comportamento alimentar, prática de atividade física, uso do álcool e outras drogas, comportamento sexual, segurança no trânsito e comportamentos relacionados à violência. O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisas com seres humanos de uma Instituição de Ensino Superior (parecer nº 572.627/2014), respeitando os ditames da resolução 466/12 do Conselho Nacional de Saúde. Os resultados foram analisados com base nos testes qui-quadrado de 22 Pearson e exato de Fischer. Determinadas condutas de saúde dos acadêmicos analisadas nesse estudo sofreram influência de acordo com o afastamento ou permanência no núcleo familiar. De modo geral, estudantes que declararam estar afastados do seu núcleo familiar, em função da vivência universitária, expuseram associação com marcadores individuais negativos de consumo de álcool; e positivos, de práticas de comportamento sexual e exercícios físicos. Sugere-se, no entanto, que os resultados encontrados devam ser interpretados com cautela, uma vez que fatores não explorados pelo instrumento de coleta de dados utilizado nesta pesquisa possam desenvolver relação com o objeto de estudo. Ainda, a extensão considerável do questionário base da pesquisa e a condição na qual os entrevistados foram abordados, em horário destinado a aulas teóricas, são fatores que podem ter dificultado a apreensão fidedigna de respostas entre alguns universitários. Evidencia-se, no entanto, a utilização das informações da presente pesquisa para subsidiar o planejamento de ações de proteção estudantil e de formação de recursos humanos em saúde baseada no domínio do conhecimento e de práticas assertivas em saúde. Palavras-Chaves: qualidade de vida; estilo de vida; saúde; hábitos. O ESTRESSE NA ATUAÇÃO DO CIRURGIÃO-DENTISTA NO SERVIÇO PÚBLICO DE SAÚDE Sabrina Brigola, Jean Érick Langoski, Marcos Vinícius de Sousa Pereira, Makielle Tadei Flores, Cristina Berger Fadel Os hábitos de vida da sociedade, ou seja, as condições sociais em que as pessoas vivem e trabalham, se apresentam como uma das principais causas de adoecimento físico e mental, com destaque para a condição estresse. Atualmente entende-se que algumas atividades profissionais e ocupacionais expõem o trabalhador a situações que fomentam problemas emocionais gerados do estresse. Frente o exposto, a pesquisa quanti-qualitativa, de caráter exploratório e descritivo, objetivou explorar a relação entre o estresse e o processo de trabalho junto a cirurgiões-dentistas pertencentes à rede pública municipal de atenção à saúde bucal de um município da região sul do Brasil (n=54), segmentada em profissionais pertencentes a dois modelos distintos de atenção à saúde: Unidade Básica de Saúde (UBS) e Unidade de Saúde da Família (USF). O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisas com seres humanos da Universidade Estadual de Ponta Grossa – UEPG (parecer nº 1.090.293/2015), respeitando os ditames da resolução 466/12 do Conselho Nacional de Saúde. O ano base para a consulta foi 2015. Utilizou-se para a coleta de informações quantitativas um questionário sóciodemográfico e um questionário de pesquisa validado no Brasil e em vigência na Sociedade Brasileira de Psicologia, denominado ‘Inventário de Sintomas de Stress para Adultos de Lipp’-ISSL, ambos aplicados em local de trabalho. Para a etapa qualitativa utilizou-se duas questões norteadoras, visando identificar a concepção do cirurgião-dentista sobre o estresse e sua percepção sobre a presença desse fenômeno no trabalho. Realizou-se análise das informações quantitativas com emprego dos testes qui-quadrado de Pearson e exato de Fischer para verificar a presença de associações; e para as informações de caráter qualitativo, empregou-se estatística descritiva e a Técnica da Análise de Conteúdo Temática de Bardin. De modo geral, houve uma maior prevalência de estresse nos profissionais atuantes em USFs. Eles apresentaram definições para estresse semelhantes às dos profissionais atuantes em UBSs, porém no que concerne às suas atividades laborais, demonstraram desajustes relacionados à gestão e também consideração em manter bons relacionamentos. Os profissionais das UBSs buscaram manter atividades prazerosas para driblar o estresse, apesar de relatarem problemas frequentes com pacientes. Os resultados encontrados devem ser interpretados com cautela, uma vez que os fatores não explorados pelo instrumento de coleta de dados possam desenvolver relação com o objeto de estudo. Ainda, a condição na qual os entrevistados foram abordados, em horário destinado a atendimento de pacientes, é fator que pode ter dificultado a apreensão fidedigna de respostas entre alguns cirurgiões-dentistas. Os dentistas que atuam na saúde pública são um exemplo de categoria que está submetida a influência de estressores: problemas estruturais, forte demanda imposta pelos órgãos competentes, precisam constantemente estar atentos a seus papéis e ao papel da instituição pública frente ao usuário do Sistema Único de Saúde (SUS). A presente pesquisa fomenta a problematização das práticas de trabalho na área de saúde, especialmente no âmbito da saúde pública, visando à elaboração de planos de intervenção no sentido da qualidade de vida no trabalho e da melhoria dos serviços. Palavras-Chaves: estresse ocupacional; Sistema Único de Saúde; Dentistas. AVALIAÇÃO DO IMPACTO DA SAÚDE BUCAL SOBRE A QUALIDADE DE VIDA EM PACIENTES COM ASMA Dyenily Alessi Sloboda, Lauryellen Aparecida Padilha, Jeanny Kos Moleta, Paula Motta, Gilson Cesar Nobre Franco A asma é uma doença inflamatória crônica caracterizada por obstrução reversível do fluxo aéreo. Atualmente, esta doença acomete aproximadamente 300 milhões de pessoas no mundo. Nos últimos anos, instrumentos de mensuração de qualidade de vida (QV) em pacientes com doenças crônicas tem sido alvo de muitos estudos. O termo qualidade de vida é subjetivo e multidimensional. Considerando este aspecto multidimensional, estudos demonstram que a condição bucal é um fator modificador importante da qualidade de vida, uma vez que a mesma 23 pode afetar as habilidades de comunicação, alimentação, estética e atividades diárias dos indivíduos. O objetivo deste trabalho é avaliar o impacto da saúde bucal sobre a qualidade de vida em pacientes diagnosticados com asma. Tratase de um estudo observacional e transversal, realizado no Hospital Universitário Regional dos Campos Gerais HURCG (Ponta Grossa – PR), no período de 2015 a 2016. O estudo foi aprovado pela Comissão de Ética em Pesquisa local de parecer nº 1.064.149, para a execução da pesquisa os participantes foram informados sobre o estudo e assinaram um termo de consentimento livre e esclarecido. Neste estudo foram aplicados dois questionários, OHIP-14 e SF-36, em dois grupos de pacientes (n=50 indivíduos/grupo): 1- Grupo Teste (pacientes diagnosticados com asma) e 2-Grupo Controle (pacientes sem a doença). Os grupos foram pareados em relação a idade, sexo e número de dentes, com diferença não significativa (p>0,05). A média total do OHIP-14 no grupo controle foi de 3,94 enquanto que a média total do OHIP-14 no grupo asma foi de 4,48. Todos os domínios do OHIP-14 (limitação funcional, dor física, dor psicológica, incapacidade física, incapacidade psicológica, incapacidade social e desvantagem social) não mostraram diferença estatística significativa. Em relação ao SF-36, apenas os domínios capacidade funcional e estado geral de saúde apresentaram diferença estatística significativa. A análise dos resultados obtidos foi realizada com o auxílio do software BIOESTAT 5.0, adotando um nível de significância de 5%. Ao comparar os resultados deste trabalho com um estudo realizado por Alpkiliç e Colaboradores (2009) que perceberam que o fato de ter uma má condição bucal (avaliada pelo questionário OHIP-14) era suficiente para gerar impacto negativo sobre a qualidade de vida em pacientes portadores de hemofilia, percebe-se uma controvérsia de resultados. Entretanto, embora tenha sido observada uma tendência de maior impacto da saúde bucal na qualidade de vida do grupo de asma quando comparado ao controle, neste estudo preliminar esta diferença não se mostrou estatisticamente diferente. Caso o estudo final mostre que a condição bucal e a asma têm influência sobre a qualidade de vida, o estudo permitirá propor novas políticas de atendimento global e multidisciplinar, implicando na melhoria de ações de intervenção e prevenção da condição patológica do indivíduo. Palavras-Chave: Asma. Impacto da saúde bucal. Qualidade de vida. AVALIAÇÃO DO IMPACTO DA SAÚDE BUCAL SOBRE A QUALIDADE DE VIDA EM PACIENTES COM DPOC Lauryellen Aparecida Padilha, Dyenily Alessi Sloboda, Jeanny Franciela Kos Moleta, Paula Motta dos Santos, Gilson Cesar Nobre Franco A Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC) é caracterizada pela inflamação anormal dos pulmões em resposta a substâncias tóxicas, gerando uma limitação do fluxo aéreo parcialmente irreversível. Esta doença atinge cerca de 10% da população acima dos 40 anos, o equivalente a 7,5 milhões de pessoas no Brasil. Nos dias de hoje a literatura demonstra que a qualidade de vida é um ótimo instrumento para avaliar a progressão de diversas doenças. Esta qualidade de vida possui um conceito multidimensional, estando intimamente relacionada com as condições na saúde bucal do indivíduo. Por isso a influência de diversas condições patogênicas na saúde oral de pacientes com os mais variados tipos de doenças tem sido muito estudada nos últimos anos. Porém, existem poucos trabalhos que relacionam a saúde bucal com a qualidade de vida dos pacientes portadores de DPOC. Assim, o objetivo deste trabalho é avaliar o impacto da saúde bucal na qualidade de vida dos pacientes com DPOC. Trata-se de um estudo observacional e transversal realizado no Hospital Universitário Regional de Ponta Grossa no período de março de 2015 a março de 2016. Para avaliação do impacto da saúde bucal na qualidade de vida dos participantes foi aplicado o questionário OHIP-14 (Oral Health Impact Profile-short Form), e para a avaliação da qualidade de vida geral dos participantes foi aplicado o questionário SF-36 (Medical Outcomes Study 36 - item Short-Form Health Survey SF36). Participaram da pesquisa 100 pessoas dispostas em dois grupos: o Grupo Doença (GD) foi composto por 50 pessoas diagnosticadas com DPOC e o Grupo Controle (GC) composto por 50 pessoas que não possuem a doença. Esta pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética da Universidade Estadual de Ponta Grossa sob o parecer número 1.064.149. Para análise dos dados foi utilizado o teste não paramétrico Mann Whitney através do software Bioestat 5.0 e o nível de significância adotado foi de 5%. Em relação a soma total da pontuação do OHIP-14, apesar de haver uma tendência do GD ter um maior impacto da saúde bucal na qualidade de vida (médias: GC=2,88 e GD=4,58), esta não se mostrou estatisticamente significativa e considerando a análise por domínios do OHIP-14, apenas o domínio “Invalidez” apresentou diferença significativa entre os grupos. Já na análise do teste SF-36 ocorreu diferença estatisticamente significativa entre o GC e o GD em todos os domínios, mostrando que as pessoas portadoras de DPOC possuem uma qualidade de vida menor que as pessoas saudáveis, no entanto apenas o domínio chamado “Limitações por aspectos emocionais”, não mostrou diferença estatística. Estes dados não condizem com os achados de Saltnes e seus colaboradores, os quais concluíram que a saúde oral possui influência sobre a qualidade de vida do indivíduo. Esta diferença que não foi encontrada no presente estudo pode estar relacionada aos aspectos emocionais considerados no SF-36, visto que estes possuem uma grande influência na percepção do indivíduo, mas não mostraram diferença entre os grupos nesta pesquisa. Conclui-se que a saúde bucal não possui influência na qualidade de vida dos pacientes portadores de DPOC de maneira significativa. Palavras-Chave: Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica, Saúde Bucal, Qualidade de Vida. 24 CENTRO REGIONAL DE REFERÊNCIA DE POLÍTICAS SOBRE DROGAS DA UNIVERSIDADE ESTADUAL DE PONTA GROSSA: CONTRIBUIÇÃO DO CONHECIMENTO NO OLHAR DOS EGRESSOS Débora Guimarães Belniak, Thais Mendes Martins Didek, Lara Simone Messias Floriano, Suellen Vienscoski Skupien Dados apresentados pela Organização das Nações Unidas (ONU) afirmam que cerca de 210 milhões de pessoas no mundo usam drogas todos os anos, e destas, 200 mil morrem em decorrência disso. Em busca de capacitar os profissionais de diversas áreas de conhecimento para o enfrentamento as drogas, a Secretaria Nacional de Políticas Sobre Drogas (SENAD) lançou em 2011, dentre outras propostas presentes no “Programa Crack é Possível Vencer”, o Centro Regional de Referência de Políticas sobre Drogas (CRR). (BRASIL, SENAD, 2009). A Universidade Estadual de Ponta Grossa, sob a coordenação do Departamento de Enfermagem em Saúde Pública, contemplada pelo Edital de Chamamento Público nº 08/2014-SENAD/MJ, processo n° 08129.002030/201420, possibilitou na região dos dezoito municípios dos Campos Gerais, a implementação de processos formativos aos trabalhadores atuantes no campo das políticas sobre drogas pelo Centro Regional de Referência em formação de políticas sobre drogas da Universidade Estadual de Ponta Grossa (CRR-UEPG). Assim, objetivou-se nesse estudo analisar a contribuição do conhecimento no olhar dos egressos do ano de 2015 quanto aos processos formativos oferecidos pelo Centro Regional de Referência da UEPG. Como metodologia, utilizou-se abordagem qualitativa, descritiva, através de questionário estruturado aplicado aos 146 alunos participantes do CRR no ano de 2015. Os resultados apontaram como ótima a oportunidade em ter realizado os processos formativos oferecidos pelo CRRUEPG para a maioria dos entrevistados, ou seja, 133 sujeitos, os mesmos afirmaram-se muito satisfeitos e 125 dos entrevistados relataram necessitar de pouco esforço para aplicar o que foi aprendido na prática individual. Concluiuse que o CRR-UEPG promoveu contribuição do conhecimento a maioria dos egressos de 2015 e que os objetivos propostos foram alcançados ao capacitar os profissionais da educação, saúde, justiça, assistência social, entre outros segmentos da sociedade, sobre o enfrentamento as drogas no Brasil e na região dos Campos Gerais. Palavras-Chaves: Educação; Saúde; Política; Drogas. PERFIL TRAÇADO ENTRE PARTO NORMAL X PARTO CESÁREO Cláudia Felczak, Camila Batista Woicizack, Gleicy Lais Ribeiro, Laryssa Bayer, Ana Paula Xavier Ravelli O aumento nos índices de parto cesáreo no país aponta para a necessidade de políticas públicas que contribuam para a redução desses dados. Sabe-se que as porcentagens de mortalidade materna e neonatal estão diretamente relacionadas com as altas taxas de parto cesáreo, mostrando-se importante desenvolver medidas redutoras deste tipo de parto. O objetivo deste trabalho é descrever o índice comparativo entre parto normal e parto cesáreo entre puérperas atendidas no Projeto Consulta de Enfermagem no Pré-Natal e Puerpério no ano de 2014 e 2015, comparando esses dados com o que é preconizado pela Organização Mundial da Saúde. Pesquisa quantitativa, descritiva, realizada no Hospital de referência à gestação de risco habitual na cidade de Ponta Grossa. A coleta aconteceu com entrevista estruturada e individual, a qual é realizada pelos alunos do projeto de extensão Consulta de Enfermagem no Pré Parto e Puerpério, totalizando 252 mulheres no período puerperal entre os anos de 2014 e 2015. A análise dos dados deu-se por estatística descritiva com os valores expressos em frequência simples, tendo os aspectos éticos assegurados contemplando a resolução 196/96 com parecer da COEP 1.055.927 de 08 de maio de 2015. De um total de 252 puérperas analisadas, 174 (69,2%) foram submetidas a parto normal, contra outras 78 (30,8%) que realizaram parto cesáreo. Os dados apontam um resultado onde o valor de partos normais é muito acima daqueles de parto cesáreos no Hospital Maternidade, entretanto quando comparado com os dados municipais que indicam um total de 23552 (100%) partos foram realizados, nos anos de 2010 á 2013, sendo que deste valor 13.152 (55%) foram partos cesáreos e apenas 10.400 (44%) foram normais, mostrando que os dados de partos cesáreos, dentro do município de Ponta Grossa, encontram-se acima do valor preconizado pela Organização Mundial da Saúde, apontando para a necessidade de políticas públicas que incentivem o parto normal. Palavras Chave: Cesárea, Parto Normal, Período Pós-Parto. EDUCANDO E TRATANDO O TABAGISMO: UMA VISÃO DA COMUNIDADE ALVO Ana Carolina Ferro, Thais Mendes Martins Dideck, Flavia Bagatelli Bozz, Lídia Dalgallo Zarpellon, Lara Simone Messias Floriano 25 O tabagismo constitui hoje um fator de risco abrangente para o desenvolvimento de uma série de doenças, principalmente crônicas, onde representa a principal causa de morte evitável em todo mundo. Segundo a Organização Mundial da Saúde, a cada ano morrem cerca de cinco milhões de pessoas, devido ao consumo de produtos derivados do tabaco, porém estudos revelam que 80% dos fumantes desejam cessar o tabagismo. Assim, o Ministério da Saúde, desenvolveu um programa, ofertado pelo Sistema Único de Saúde, que tem por objetivo auxiliar o indivíduo a parar com o vício do tabaco. No município de Ponta Grossa, a Universidade Estadual de Ponta Grossa, desenvolve desde 2008 o projeto de extensão “Educando e Tratando o Tabagismo”, em que participam professores e acadêmicos de Enfermagem, Medicina e Farmácia, com o principal objetivo de ajudar o fumante a deixar o vício. Objetivou conhecer o conteúdo das avaliações realizadas pelos participantes tabagistas no período de 2012 a 2015. Trata-se de um estudo qualitativo, analítico retrospectivo, onde foram avaliadas 94 fichas de pacientes que fizeram acompanhamento cognitivo, comportamental e tratamento com medicamentos. Destes foram excluídas 18 fichas por falta de informações. A pesquisa foi desenvolvida na UEPG junto ao Projeto de Extensão “Educando e Tratando o Tabagismo”. Diante das informações coletadas, buscou-se dar ênfase na coleta das variáveis à: Sexo, se o projeto atendeu as expectativas do cliente, e sugestões para o desenvolvimento do projeto. Assim, 76 fichas avaliativas foram selecionadas para a pesquisa. Dos 76 avaliadores 49 (64,4%) foram mulheres e 27 (35,5%) homens. Os dados obtidos mostram que 100% dos indivíduos do sexo feminino e masculino estão satisfeitos com a proposta que o projeto oferta e atendeu as expectativas. Sobre as sugestões referentes ao projeto, houve sugestões bem parecidas entre os participantes de ambos os sexos. Na amostra feminina pode-se verificar que 44,8% deram sugestões como continuar com o projeto, parabenizando sobre a iniciativa, já 32,6% não opinaram, 14,2% deram sugestões sobre divulgação do projeto em rádios, igrejas, na mídia em geral. A amostra masculina, mostrou que 25,9% opinaram sobre o benefício que o projeto traz a comunidade, 22,2% falaram sobre a divulgação do projeto na mídia afim de atingir o maior número de pessoas, 14,8% citaram a questão de mostrar vídeos e imagens que choquem os fumantes e 37,0% não opinaram. Os resultados mostram claramente os benefícios que o projeto traz a população alvo, evidencia-se que a maioria dos participantes do projeto são mulheres. Pode-se concluir que as estratégias ofertadas pelo Ministério da Saúde, repassadas pelo projeto está promovendo uma diminuição da prevalência de fumantes em todo Brasil, e essa diminuição só e possível se a ajuda for ofertada, e também pela conscientização da população sobre os malefícios do tabagismo. Palavras Chaves: Tabagismo, Tratamento, Habito de Fumar, Enfermagem PROJETO DE EXTENSÃO DE CONSULTA DE ENFERMAGEM PRÉ-NATAL E PÓS-PARTO (CEPP): PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DAS PARTICIPANTES Ana Paula Xavier Ravelli, Catherine Copas Pontes, Jessica Amanda Marcondes, Laryssa de Col Dalazoana Bayer, Wandy Maira Schultz A análise do perfil epidemiológico das puérperas é importante no auxílio do planejamento de ações que busquem qualidade na assistência prestada a essas mulheres (RENNER, 2015). Dentre este levantamento, um dos fatores de grande relevância é a realização do pré-natal. Conforme preconização da Organização Mundial da Saúde (OMS), o número adequado de consultas pré-natais é igual ou superior a seis, ocorrendo de forma mensal até a 28ª semana de gestação, tornando-se quinzenais a partir da 28ª até a 36ª e semanais até o momento do parto. (BRASIL, 2012). Durante o pré-natal podem desenvolver-se atividades de educação em saúde com as gestantes. Uma destas é o grupo de gestantes, um espaço aberto para exposição de experiências, dúvidas, medos e anseios que possam surgir neste período. Visando o melhor enfrentamento diante das mudanças e situações que permeiam a gestação (GONÇALVES, 2010). No aleitamento materno é recomendado pela OMS que todos os recém-nascidos fisiologicamente estáveis, sejam colocados em contato pele a pele com a mãe, estimulando seu início precoce (SÁ, 2015). O curso de Enfermagem conta com o Projeto CEPP, que efetiva seus 10 anos de atuação, onde são desenvolvidas atividades de educação em saúde com as mulheres por meio de palestra e distribuição de folders e esclarecimento de dúvidas. Durante as visitas são aplicados questionários que traçam o perfil sóciodemógrafico, histórico de saúde, condições de parto atuais e anteriores e amamentação. Objetivou identificar o perfil epidemiológico das puérperas atendidas pelo projeto CEPP em uma Maternidade na cidade de Ponta Grossa, no ano de 2015; conhecer a realidade social das famílias que o binômio mãe-filho está inserido; levantar a importância da assistência à mulher durante o pré-natal e pós-parto. Metodologia: Estudo quantitativo, transversal e retrospectivo realizado em uma Maternidade Escola no município de Ponta Grossa, PR. Realizado com entrevista estruturada de 124 mulheres atendidas no Sistema Único de Saúde, em período puerperal no ano de 2015. A análise dos dados deuse por estatística descritiva com valores expressos em frequência simples. Os aspectos éticos foram assegurados com parecer da COEP 1.055.927 de 08 de maio de 2015. Resultados: Mostrou-se que as puérperas são 52,5% multigestas, 38,7% casadas, 44,2% possuem ensino médio completo e 49,6% possuem de 21 a 30 anos, 74,5% optaram por parto via vaginal, 100% fizeram pré-natal, 59,3% participaram de grupos de gestante e 97,2% amamentaram nas primeiras horas após o nascimento. Conclusão: Concluiu-se que a qualidade na assistência vem diminuindo o número de partos cesáreos desnecessários. Mostrou-se a importância do levantamento de dados 26 epidemiológicos, traçando o perfil atual das mulheres atendidas no período gestacional, parto e puerpério. Visando a melhoria na assistência prestada, aplicação de possíveis intervenções e por meio da busca ativa, realizar um planejamento estratégico com foco na diminuição de intercorrências futuras garantindo a qualidade de vida entre o binômio mãe e filho. Palavras-Chaves: Perfil de Saúde. Enfermagem. Período Pós-parto. Eixo-Temático: Gestão, Tecnologias e Inovações na Saúde AVALIAÇÃO DA CULTURA DE SEGURANÇA DO PACIENTE DA EQUIPE DE ENFERMAGEM EM UM HOSPITAL PEDIÁTRICO DE PONTA GROSSA/ PR Juliana Ferreira Leal, Francielly de Souza Campos, Mariane Antunes Cavalheiro, Carla Luiza Silva, Sônia Mara de Andrade A segurança do paciente é definida como a redução, a um mínimo aceitável, do risco de dano desnecessário associado à atenção à saúde, é um componente crítico da melhoria do cuidado de saúde em todo o mundo, constituindo um grave problema de saúde pública. Atualmente, a preocupação com a segurança do paciente e a qualidade da assistência tem se tornado assuntos prioritários na área da saúde. Nesse contexto, o estudo tem por objetivos avaliar e mensurar o nível de cultura da segurança do paciente da Equipe de Enfermagem em um hospital pediátrico da cidade de Ponta Grossa/PR. Trata-se de um estudo de abordagem quantitativo, transversal e descritivo. A coleta de dados ocorreu no período de agosto e setembro de 2015. Para a realização deste estudo, foram respeitados os preceitos éticos determinados pela Resolução n°466/12, do Ministério da Saúde e Conselho Nacional de Saúde. O estudo foi submetido ao Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Estadual de Ponta Grossa/Paraná recebendo parecer favorável sob o número de Protocolo 1820349/ 2015. Os dados foram levantados por meio de um questionário estruturado Hospital Survey on Patient Safety Culture (HSOPSC), com itens que permitem a mensuração da cultura 27 da segurança. A amostra é de 40 profissionais, sendo esses: 6 (15%) enfermeiros, 28 (70%) técnicos de enfermagem e 6 (15%) auxiliares de enfermagem, totalizando em 67,7% do quadro total de funcionários do hospital. Os resultados apontaram a presença da cultura de segurança na instituição. Os principais pontos positivos foram o tratamento com respeito entre os profissionais e o trabalho em equipe. Nas fragilidades, evidencia-se o medo de questionar decisões de seus superiores, a cultura punitiva frente aos erros e a falta de um sistema adequado para a notificação dos eventos. Conclui-se que o envolvimento dos profissionais de enfermagem é fundamental para a construção de uma cultura de segurança positiva, visando a segurança do paciente. Com as crescentes pesquisas e políticas públicas relacionadas ao tema, nota-se o começo da construção de novas percepções sobre os aspectos culturais da segurança do paciente. Observar os pontos positivos e negativos da cultura de segurança auxilia os gestores e lideranças a aprimorar os processos de trabalho da equipe de enfermagem resultando numa assistência segura e de qualidade. Palavras-Chaves: Segurança do Paciente. Cultura de Segurança. Equipe de Enfermagem. EDUCAÇÃO CONTINUADA EM SAÚDE PELO PROJETO CONSULTA PUERPERAL DE ENFERMAGEM: USO DE FERRAMENTA TECNOLÓGICA Natália Galvão, Juliana Ferreira Leal , Suellen Vienscoski Skupien Ana Paula Xavier Ravelli Vivenciamos mudanças intensas com a chegada de uma nova era, onde as Tecnologias da Informação e Comunicação e a consequente reorganização e produção do conhecimento faz com que os educadores repensem suas dinâmicas facilitadoras do processo de ensino-aprendizagem. Sendo assim, o uso de tecnologias na educação é crescente, principalmente na área de enfermagem, onde projetos de extensão e pesquisa se apropriam cada vez mais do recurso tecnológico na formação em saúde. A partir da disponibilidade de novos recursos tecnológicos e da conexão em rede propiciada pela inserção cada vez mais popular da internet em nosso meio, emerge a necessidade do desenvolvimento de novas práticas educacionais apoiadas por ambientes virtuais, assim como uma nova compreensão do processo de aprender. Nesta perspectiva, o projeto de extensão Consulta Puerperal de Enfermagem, iniciou no segundo semestre de 2013, a estruturação de um site, utilizando o recurso tecnológico Forumeiros® para criar um ambiente virtual de encontro e aprendizagem entre os membros do projeto, bem como, entre a comunidade. Objetivou-se neste estudo, estruturar um site para o Projeto Consulta Puerperal de Enfermagem a partir de ferramenta online e gratuita à comunidade acadêmica participante do projeto. Trata-se de um estudo descritivo e exploratório dividido em 6 etapas a saber: definição de objetivos e estruturação das categorias; especificação do servidor base; diferenciação dos membros cadastrados em grupos; escolha de design; alterações de painel de controle interno; e motores de busca. A estruturação aconteceu pela aproximação de uma acadêmica participante do projeto com a ferramenta Forumeiros®, a partir do endereço eletrônico www.cepp-enfermagem.forumeiros.com de acesso gratuito, para criar e estruturar um site educativo sobre o ciclo gravídico-puerperal, onde a ferramenta escolhida Forumeiros® se mostrou adequada pelos recursos síncronos e assíncronos integrados. A ferramenta conta com ícones que visam facilitar a navegação dos usuários como: início; dúvidas; buscar; membros; grupos; cadastrar; entrar. No corpo do site, há categorias criadas para navegação dos acadêmicos, como o Bloco de Aprendizagem, composto por materiais científicos como artigos e textos sobre pré-natal e pós-parto. Diante do exposto, acredita-se que a construção do site para o Projeto Consulta Puerperal de Enfermagem nos traz subsídios para o aprendizado, tanto acadêmico como da própria comunidade, a qual será beneficiada com educação em saúde no ciclo gravídico-puerperal. Palavras-chaves: Tecnologia da informação; Enfermagem; Aprendizagem. TERAPIA COMUNITÁRIA INTEGRATIVA EM UNIDADES DE SAÚDE DA FAMÍLIA DO MUNICÍPIO DE PONTA GROSSA - PR Caroliny Stocco Andria Maria Catto Menin Tereza Lopes Miranda Izamara da Luz Carlos Eduardo Coradassi A Terapia Comunitária vem surgindo como uma ferramenta de cuidado nos programas de inserção e apoio à saúde mental da população (ROCHA et al, 2009). A Terapia Comunitária Integrativa (TCI) é um procedimento terapêutico em grupo, com a finalidade de promover a saúde e a atenção primária em saúde mental (SOUZA, 2011). Em 2012, o setor de Epidemiologia da Secretaria Municipal de Saúde de Ponta Grossa, encaminhou o Projeto Bumerangue para concorrer ao recurso da Portaria nº 227, de 09 de setembro de 2011. A proposta foi aprovada pelo Ministério da Saúde, conforme Portaria nº 2.970, de 14 de dezembro de 2011. O Projeto tem como objetivo geral implementar ações de vigilância e prevenção das violências, assim como ações de promoção à saúde. Um dos objetivos específicos do Projeto foi implantar e multiplicar grupos de TCI em Unidades com Estratégia de Saúde da Familia (ESF) no Municipio de Ponta Grossa. E ainda dentro desse objetivo teve como finalidade: - proporcionar um espaço de fala para as pessoas que vivem em situação de crise e sofrimento psíquico; - promover a integração de pessoas, a construção de dignidade e da cidadania, contribuindo para a redução dos vários tipos de exclusão; promover encontros interpessoais e intercomunitários, valorizando a história individual e a identidade cultural, a fim 28 de restaurar a autoestima e a autoconfiança. Quanto à metodologia, o Projeto foi realizado em 09 (nove) Unidades de Saúde da Família, da Região de Saúde do Bairro Uvaranas do Município de Ponta Grossa. O período de realização inicial foi de fevereiro de 2014 a julho de 2015. A estrutura dos encontros foi dividida em preparo específico do local, convocação da comunidade e/ou dos membros da equipe de saúde local, desenvolvimento da roda de conversa, avaliação final com equipe e/ou membros representativos da comunidade. Os encontros tiveram duração de 04 (quatro) horas com cada grupo, sendo 03 (três) horas de realização da roda de conversa e 01 (uma) hora de avaliação e discussão com equipe responsável e representante da comunidade. Foram previstos 60 (sessenta) encontros, sendo 10 (dez) encontros com cada grupo das Unidades de Saúde, de forma quinzenal. Dentre os 10 (dez) encontros com cada Unidade, aproximadamente 02 (dois) encontros foram realizados somente com a equipe de saúde da Unidade a fim de proporcionar o conhecimento sobre o processo da TCI para posterior divulgação, bem como constituir-se um espaço para “cuidar de quem cuida”. O projeto atingiu 06 (seis) Unidades com ESF e 13 (treze) equipes de profissionais, juntamente com a população de suas áreas de abrangência. A média de participantes por encontro foi de 16 (dezesseis) pessoas. O Projeto trouxe benefícios tanto para a comunidade quanto para os profissionais de saúde. Nas Unidades de Saúde sentiu-se uma significativa melhora no relacionamento entre os profissionais, bem como desses com a comunidade/usuário. Houve um reconhecimento relevante, por parte dos profissionais de saúde, para a importância de ouvir mais seus usuários. E os usuários sentiram-se mais acolhidos pelos profissionais de suas Unidades de Saúde. Palavras-Chaves: Atenção Primária à Saúde; Promoção da Saúde; Comunidade Terapêutica; Saúde Mental