Revista Paraná - Cosems-PR
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Experiências Exitosas do Paraná 1 2 Mostra Paraná: Aqui Tem SUS - 2011 Expediente Conselho ESTADUAL de Secretários Municipais de Saúde do Paraná COSEMS/PR Edição nº 02, ano I - novembro/2011 Diretoria 2011-2013 Presidente: Marina S. Ricardo Martins – Terra Boa Vice-Presidente: Cristiane Pantaleão - Ubiratã 2ª Vice-Presidente: Eliane Chomatas - Curitiba Secretária: Denise Liell - Toledo 2º Secretário: Felipe José Frade - Rolândia Tesoureiro: Antônio Carlos Figueiredo Nardi - Maringá 2ª Tesoureira: Maria Heloisa Cella Conter - Mandaguaçu CONTATO Rua Piquiri, 170 - Bairro Rebouças CEP 80230-140 - Curitiba – PR Fone (41)3330-4417 / Fax (41)3330-4406 e-mail: [email protected] CNPJ 03.138.064/0001-41 Tiragem: 3 mil exemplares Distribuição: COSEMS-PR Organização e Revisão: Luzia Tiemi Oikawa Assessora técnica Zuleide Bezerra Dalla Costa, Davi Lopes Boeno, Késia Carolina Braga Boeno, Marília Wonsik, Paula Heloise Boson, Laís Cristine Pilger Equipe Cisamusep Rb Sul Propaganda – Maringá/PR Projeto gráfico e diagramação Gráfica Regente - Maringá/PR Impressão De olho na saúde do Paraná Esta é a segunda edição da Revista EXPERIÊNCIAS MUNICIPAIS, editada pelo Conselho de Secretários Municipais de Saúde do Paraná – COSEMS/ PR. A publicação reúne experiências desenvolvidas em diversos municípios paranaenses na área da saúde, selecionadas para a "MOSTRA PARANÁ: Aqui Tem SUS", realizada durante o XXVII Congresso Estadual de Secretarias Municipais de Saúde, no período de 14 à 16 de setembro, no município de Cascavel. Foram inscritas 60 experiências, de 22 municípios e selecionadas 42 para a Mostra. A novidade para este ano, foi a premiação de três experiências, escolhidas por meio do julgamento de uma comissão de avaliação composta por representantes do Ministério da Saúde, Secretaria Estadual de Saúde e Conselho Nacional de Secretários Municipais de Saúde. Esta premiação serviu de incentivo aos municípios para que suas respectivas equipes incorporem cada vez mais a rotina de registrar e divulgar suas experiências inovadoras nas mais diferentes áreas de abrangência da saúde (Vigilância, Promoção, Criança, Adolescente, Adulto, Idoso, Gestão, Assistência Farmacêutica, Meio Ambiente, entre outros). Tão importante quanto o hábito de sistematizar e divulgar as experiências vividas em cada um dos locais de trabalhos, em cada um dos municípios paranaenses é compartilhar com os demais municípios paranaenses e de outros estados, estas experiências vividas cotidianamente em cada um desses locais. O COSEMS-PR, por meio deste veículo de informação, cumpre o seu papel de aglutinador dos municípios, no segmento saúde, e incentivador dos atores envolvidos e co-responsáveis pela construção do SUS no Paraná. E, conclama a todos os profissionais, gestores, usuários que estejam sempre de OLHO na saúde do Paraná. Marina Sidnéia Ricardo Martins Presidente do Cosems Paraná Experiências Exitosas do Paraná 3 Sumário BOA VISTA DA APARECIDA Pág. 17 a 20 COSEMS-PR Pág. 3 Editorial: De olho na saúde do Paraná Experiências Exitosas Vencedoras Pág. 6 a 11 1. Desenhos assistenciais que utilizam o apoio matricial como princípio de organização do Sistema Municipal de Saúde 2. Territorialização: Base para a Organização e Planejamento em Saúde CHOPINZINHO Pág. 21 a 24 1. Prevenção de Incapacidades Físicas e Reabilitação em Hanseníase 2. Homem que se cuida não perde o melhor da vida. Reuniões mensais com homens do meio rural APUCARANA Pág. 12 a 14 A estratégia saúde da família e a gestão do trabalho em municípios de pequeno porte do norte do estado do paraná ARAUCÁRIA Pág. 15 a 16 A sustentabilidade como ferramenta para integração do hospital e a comunidade, demonstrando a transparência na aplicação de recursos públicos 4 Mostra Paraná: Aqui Tem SUS - 2011 COLOMBO Pág. 25 a 26 Implementação do protocolo de saúde mental no município de colombo: uma experiência em construção CURITIBA Pág. 27 a 30 1. Programas Mama Nenê - Ação Integranda Entre a Saúde e a Educação 2. Programa Mulher Curitibana FRANCISCO BELTRÃO RIBEIRÃO CLARO Pág. 31 a 32 Saúde da Mulher em Foco Pág. 43 Programa "Caminhando na Praça" IRETAMA SALGADO FILHO Pág. 33 a 35 Projeto "Aluno Saudável, Escola Feliz" Pág. 44 a 45 Saúde Mental na Comunidade SANTA TEREZINHA MARINGÁ DO ITAIPU Pág. 36 a 39 1. Saúde Mental e Qualidade de Vida: Objetivos a Serem Alcançados 2. Implantação de Redes Locais de Prevenção da Violência no Município de Maringá Pág. 46 a 47 Um sorriso Especial UBIRATÃ Pág. 48 PALOTINA Pág. 40 Lar Saúde: Programa de Assistência Farmacêutica Domiciliar Prevenção da Gravidez na Adolescência no Município de Ubiratã COSEMS-PR Pág. 50 a 51 PINHAIS Pág. 41 a 42 Amamentar é um Ato de Amor Carta de Cascavel Experiências Exitosas do Paraná 5 Experiência existosa vencedora 1º lugar da mostra - Maringá Projeto “Pescando Mentes” Aparecida Moreno Panhossi da Silva, João Scramin Resumo Trata-se de atividade ocupacional diária, que contempla portadores de transtornos mentais e familiares, a partir da confecção de bóias e cevadeiras para pesca esportiva. O projeto é desenvolvido na sede da Associação Maringaense de Saúde Mental (AMSM), em parceria com o Centro Integrado de Saúde Mental (CISAM), o Centro de Atenção Psicossocial II (CAPS II CANÇÃO) e o Centro de Atenção Psicossocial para Álcool e outras Drogas (CAPSad). O resultado das vendas dos produtos confeccionados, conforme estabelecido pelo grupo, é destinado à reposição de materiais e geração de renda entre os participantes. Seguindo os princípios da Reforma Psiquiátrica e as Políticas do Ministério da Saúde, Maringá, tem investido na construção de uma rede que inclui atenção básica, especializada e intervenção reguladora das internações psiquiátricas assim como parcerias com setores não governamentais. Resultado de parceria entre os serviços de média complexidade e a Associação Maringaense de Saúde Mental (AMSM) nasceu o projeto “Pescando Mentes”, em 2009. As atividades constituem-se na confecção de artefatos para pesca esportiva. Participam portadores de transtornos mentais, assistidos pelos serviços de saúde mental do Município, coordenados por membro da AMSM.Os objetivos do projeto são: oportunizar a portadores de transtornos mentais (que não tenham emprego formal ou informal, que não recebam o Benefício de Prestação Continuada ou do Programa de Volta para Casa) e familiares geração de renda; proporcionar o resgate da auto estima de usuários que ficam a maioria do tempo em situação de ociosidade; auxiliar no processo de inclusão social e de redução do estigma imposto ao longo das décadas aos portadores de transtornos mentais. Inicialmente o projeto “Pescando Mentes” contava com um grupo de 10 pessoas, constituído de portadores de transtornos mentais, que foram capacitados para a fabricação de bóias e cevadeiras de pesca esportiva nas dependências do CISAM; após 3 meses o grupo passou a desenvolver o projeto na sede da AMSM. As ações são desenvolvidas todos os dias em uma das salas da AMSM, sendo utilizados para confecção dos produtos, materiais como bóias, linha de pesca, chumbo, cola, isopor, cola quente, girador, pincéis e outros; tem na coordenação um membro da AMSM, que organiza o processo de trabalho, a contabilidade, as compras e vendas dos produtos 6 Mostra Paraná: Aqui Tem SUS - 2011 necessários, com assessoria da direção do CISAM. Os usuários chegam até a sede da AMSM por meio de transporte coletivo com vale transporte oferecido pelos serviços públicos e alguns são transportados por carro do serviço. O acompanhamento de eventuais intercorrências com o portador de transtorno mental é de responsabilidade dos profissionais e direção dos serviços de saúde mental. O projeto recebeu inicialmente recurso financeiro referente a I Chamada para Seleção de Projetos de Arte, Cultura e Renda na Rede de Saúde Mental, conforme portaria GM 1169, de 07/07/05. Este financiamento faz parte da política de ampliação do acesso à arte, cultura e renda, constituindo-se em ação prioritária do Governo Federal, especialmente direcionado às populações que se encontram em situação de vulnerabilidade. Os Ministérios da Saúde, Trabalho e Emprego, Cultura, Educação, Ciência e Tecnologia, Desenvolvimento Social, Esporte, entre outros tem criado uma série de estratégias e ações com o objetivo de promover a inclusão social e a melhora das condições de vida das pessoas. O acompanhamento do projeto in loco e diário é realizado por membro voluntário da AMSM; a parte burocrática de assessoria, disponibilização de material necessário a frequência, comprovante de repasse aos usuários, ata de reuniões, relatórios ao Ministério da Saúde e outros é realizado pela direção do CISAM. Mensalmente é feita a contabilidade onde se deduz dos lucros o valor gasto em novas compras e se procede ao repasse aos usuários calculando-se a participação em termos de quantidade de dias no mês. O melhor resultado obtido com as ações, não se refere a questão financeira e sim ao ganho na parte emocional, onde constata-se usuários mais envolvidos com o fazer, acreditan- do que podem produzir, famílias mais receptivas e com afeto melhorado, índice zero de reinternações psiquiátricas, desenvolvimento melhorado de relacionamento social dos usuários, entendimento e aceitação da patologia. O projeto utiliza-se de materiais simples e de fácil acesso, sendo que as técnicas são de fácil aprendizado, podendo ser replicado em outras localidades. Considerando-se que a pesca esportiva vem se destacando como uma atividade bastante praticada e que o campo para venda destes produtos não está saturado, tornase viável a continuidade do projeto por tempo indeterminado. Referência BRASIL. Ministério da Saúde. Portaria GM/1169, de 07 de julho de 2005. Experiências Exitosas do Paraná 7 Experiência existosa vencedora 2º lugar da mostra - Curitiba Consultório de Rua de Curitiba Autores: Adriane Wollmann1, Cristiane Honório Venetikides2, Gustavo Pradi Adam3, Luciana Elisabete Savaris4, Raquel Ferraro Cubas5, Renato Soleiman Franco 6 e Vanderlei Antonio Alves7. Resumo Como alternativa no enfrentamento da dependência química na cidade, Curitiba lançou o Projeto Consultório de Rua em 2010, que tem como objetivo a promoção de saúde e a mudança de perspectiva de vida da população em situação de rua, de forma a minimizar sua vulnerabilidade e aumentar a pertinência social, através de ações de prevenção, promoção, educação em saúde, intervenções terapêuticas e encaminhamentos implicados para diversas áreas. O projeto tem um ponto de encontro fixo, em uma praça da região central da cidade, que conta com uma quadra poliesportiva, onde são realizadas ações psicossociais, educativas, de redução de danos, atividades lúdicas, práticas de esportes, atendimentos e pequenos curativos, distribuição de insumos e encaminhamentos implicados para diversas áreas. Palavras-chave: Consultório de Rua de Curitiba – crack – dependência química – drogadição – população de rua. Das questões que emergem da dependência química, o crack ocupa lugar de destaque quando se trata de substâncias psicoativas. As estatísticas demonstram uma lúgubre realidade: estima-se que aproximadamente dois milhões de pessoas fazem uso de crack no Brasil (DIRETRIZES). A droga é produzida a partir da pasta base da cocaína, bicarbonato de sódio ou amoníaco e gera um composto que é fumado ou inalado. Recebe o nome de crack devido aos barulhos dos resíduos de bicarbonato de sódio quando aquecidos. O usuário queima a pedra em cachimbos improvisados, como latinhas de alumínio, copos plásticos ou tubos de PVC e aspira a fumaça. A epidemia do crack é um fenômeno recorrente em todas as classes sociais e fonte atual de preocupações políticas e sociais (LEXICON). Como forma de enfrentamento a tal problemática, o Ministério da Saúde lançou um edital de seleção para apoiar os Projetos de Consultório de Rua, em dezembro de 2009. Curitiba concorreu e teve seu projeto selecionado. O Projeto Consultório de Rua de Curitiba (PCRC) consiste em uma proposta de atendimento na rua a crianças, adolescentes e adultos jovens usuários de substâncias psicoativas, que vivem em situações de risco e condições de vulnerabilidade social e pessoal. As atividades de campo iniciaram em 02/06/2010 e envolvem saídas semanais, com ponto de encontro numa praça na região central de Curitiba, compreendidas no período entre 19 horas e 23 horas. Durante o percurso até a praça a 8 Mostra Paraná: Aqui Tem SUS - 2011 equipe passa por alguns pontos onde a população alvo permanece e trabalha para incluí-los nas atividades. O PCRC caracteriza-se por oferecer ações de promoção da saúde, cuidados básicos e redução de danos a pessoas que moram ou estão em situação de rua e são usuárias ou dependentes de álcool e outras drogas. Durante a abordagem na praça são realizadas orientações de saúde, desde higiene, ações preventivas, abordagem da dependência química, discussão sobre suas vulnerabilidades e potencialidades, prática de esportes, pequenos atendimentos como curativos, exames clínicos e quando necessário encaminhamento aos centros de urgências médicas. Também são realizados encaminhamentos para os dois CAPS AD que fazem parte da rede integrada de atenção, um destinado a crianças e adolescentes e outro a adultos. Entender saúde para além da moral é um dos objetivos do projeto, ou seja, o trabalho em saúde não pode envolver preconceitos pessoais ou juízos de valor. Deve centrar-se no desejo, na demanda e na necessidade das pessoas atendidas pelo projeto, de modo a respeitá-las de maneira integral, independentemente de seu local de moradia, condição física, social, jurídica, e padrão de uso de drogas. O PCRC funciona com uma equipe multiprofissional, composta por integrantes da Saúde Mental e Atenção Básica, formada por um médico psiquiatra, dois psicólogos, um terapeuta ocupacional, um educador físico, um redutor de danos e um técnico em higiene dentária. A equipe realiza uma rotina de atividades que contempla intervenções psicossociais e educativas na rua, junto aos usuários de múltiplas drogas e também conta com insumos para tratamento de situações clínicas comuns, além de preservativos, kits dentários, cartilhas e material instrucional, material para curativos e medicamentos de uso mais frequente. Curitiba é uma cidade que construiu em sua trajetória redes de apoio tanto na área social como de saúde, no qual o morador de rua é uma das prioridades das políticas públicas executadas pelo município. A experiência do trabalho em rede intersetorial já existente em várias outras áreas e programas tais como Rede de Proteção à Criança e Adolescente em Situação de Risco para Violência, Programa Cara Limpa, Projeto Família Curitibana, Rede de Proteção para o Morador de Rua, entre outros, são facilitadores para o Projeto de Consultório de Rua. Diversos equipamentos de saúde são acionados como os CAPS, Unidades de Saúde, Centros de Urgência, Hospital Geral. São realizados contatos prévios com os equipamentos clarificando sobre a natureza e importância da cooperação no cuidado e informando sobre os encaminhamentos que foram realizados a cada saída a campo, bem como o monitoramento da continuidade do atendimento. O PCRC tem como missão a promoção de saúde e a mudança de perspectiva de vida da população atendida, de forma a minimizar a vulnerabilidade e aumentar a pertinência social, através de ações de prevenção, promoção, educação em saúde, intervenções terapêuticas e encaminhamentos implicados para diversas áreas. As ações do Projeto Consultório de Rua de Curitiba são norteadas por esses objetivos. Com o vínculo estabelecido entre equipe e população atendida, o trabalho se efetiva tendo a relação de confiança como mola mestra do processo. As experiências realizadas atualmente com a abordagem do Consultório de Rua têm alcançado bons resultados no sentido de evitar o agravamento da dependência de crack e ainda aumentar o acesso e a sensibilização a adesão ao tratamento da dependência. Referências: DIRETRIZES gerais médicas para assistência integral ao dependente do uso do crack. CFM, 2011. LEXICON of alcohol and drug terms. Genebra: WHO, 1994. 1 Psicóloga, integrante da equipe técnica da Coordenação de Saúde Mental da Secretaria Municipal da Saúde, 2 Psicóloga, Coordenadora do Programa de Saúde Mental da Secretaria Municipal da Saúde, 3 Psiquiatra, integrante da equipe técnica da Coordenação de Saúde Mental da Secretaria Municipal da Saúde, 4 Psicóloga, Coordenadora do Programa Adolescente Saudável da Secretaria Municipal da Saúde, 5 Odontóloga, Diretora do Centro de Informação em Saúde da Secretaria Municipal da Saúde, 6 Psiquiatra, integrante da equipe técnica da Coordenação de Saúde Mental da Secretaria Municipal da Saúde, 7 Psicólogo, Autoridade Sanitária Local do CAPS AD Centro Vida. Rua das Flores - Curitiba Experiências Exitosas do Paraná 9 Experiência existosa vencedora 3º lugar da mostra - Francisco Beltrão Ambulatório de Combate ao Fumo 1 Maria Jussara Pedroso 2 Cláudia Maio Antonelli 3 Cintia Jaqueline Ramos Resumo Diante da necessidade de interferir no hábito de fumar e melhorar a qualidade de vida, a Secretaria Municipal de Francisco Beltrão criou Ambulatório de Combate ao Fumo no ano de 2008, na Unidade de Saúde do Bairro Industrial, com o objetivo de oportunizar o tratamento para a população que deseja abandonar o ato de fumar. Neste projeto são realizados grupos de apoio, que são coordenados por uma equipe multidisciplinar, onde recebem suporte psicológico e medicamentoso quando necessário. Os resultados deste trabalho já podem ser observados, pela alta taxa de procura de novos usuários, por indicação de ex-participantes. Em pouco mais de dois anos cerca de 600 usuários foram atendidos, destes, aproximadamente 60% obtiveram sucesso a curto /médio prazo e deixaram de fumar. Palavra chave: fumar, grupos, usuários. Introdução Em conformidade com as políticas nacionais de Combate ao Tabagismo do Ministério da Saúde, o município de Francisco Beltrão há vários anos vem desenvolvendo ações educativas de mobilização da sociedade para redução do consumo de tabaco e derivados. Tradicionalmente, nas datas de 31 de maio e de 29 de agosto, são os dias de maior envolvimento dos meios de comunicação e das unidades de saúde. Tendo em vista o número de pessoas que aderem ao programa temse observado a necessidade de um local para tratamento garantindo acesso do fumante aos métodos eficazes para cessar de fumar. A administração municipal sensibilizada inaugurou o Ambulatório de Combate ao Fumo em 2008. Atualmente o ambulatório conta com equipe multidisciplinar composta por médico pneumologista, psicólogo, enfermeira e técnicas de enfermagem. O programa se propõe a abordar os três aspectos envolvidos na dependência do tabaco: o aspecto físicoquímico, através do fornecimento de medicamentos gratuitos preconizados pelo Ministério da saúde; o aspecto psicológico e aspecto dos condicionamentos/hábito, através da abordagem cognitivo comportamental em grupo e atendimento psicológico individual. Objetivos e metas da experiência desenvolvida • Acolher e oportunizar tratamento para população que de- 10 Mostra Paraná: Aqui Tem SUS - 2011 seja abandonar o ato de fumar; • Realizar ações educativas de sensibilização da comunidade para a promoção de ambientes livres de tabaco; • Aumentar o acesso do fumante aos métodos eficazes para cessação de fumar; • Reduzir os estímulos para que jovens comecem a fumar; Contribuir para a melhora da qualidade de vida dos participantes do ambulatório, de suas famílias e conseqüentemente da comunidade. Indicadores disponíveis para caracterizar a situação inicial O ponto de partida para realização do projeto foi a evidenciação da necessidade de um local especifico para acolher e tratar as pessoas que, já mobilizadas em relação aos malefícios do tabagismo, demonstravam interesse em abandonar o hábito do fumo, porém tinham dificuldades na cessação ou na manutenção da cessação de fumar. Dinâmica do funcionamento/estratégias grama/projeto e recursos empregados do pro- O ambulatório do fumo acolhe diariamente pessoas que desejam abandonar o ato de fumar e organiza grupos de vinte usuários. Cada grupo participa de quatro encontros de uma hora, uma vez na semana (quartas feiras), totalizando um mês. Os encontros são coordenados pela equipe multidisciplinar, com metodologia cognitivo comportamental, incluindo depoimentos dos participantes e informações relevantes sobre conseqüências do fumo na saúde, dicas para os primeiros dias sem o fumo, sintomas comuns na abstinência, estratégias para lidar com ansiedade/estresse, orientações nutricionais e prevenção da recaída. Todos os participantes passam pela avaliação médica e podem realizar sessões de psicoterapia se desejar. Os pacientes com indicação para terapia medicamentosa fazem a retirada na farmácia municipal. Após essa etapa, os usuários podem procurar o ambulatório no período de um ano, sempre que necessário, para consultas médicas, psicológicas e renovação de receitas. Os atendimentos em grupos mensais acontecem ininterruptamente durante o ano exceto no mês de janeiro. Além disso, acontecem encontros de integração de ex-fumantes do ambulatório nas duas datas anuais de combate ao tabagismo, e, periodicamente são realizadas palestra de prevenção em eventos municipais, empresas e escolas. Formas de Acompanhamento, Avaliação e Monitoramento desenvolvidas e/ou previstas O acompanhamento, avaliação e monitoramento são realizados, direta e indiretamente, pela coordenação do ambulatório, em conjunto com as equipes das unidades de saúde, através das informações colhidas nos relatos de usuários que retornam a unidade ou em visitas domiciliares pelas agentes, por meio dos encontros de integração e com base nas taxas de abandono do ato fumar. Resultados dicadores e impacto obtido, com respectivos in- Os resultados deste trabalho já podem ser observados, pela alta taxa de procura de novos usuários, por indicação de ex-participantes. Em pouco mais de dois anos cerca de 600 usuários foram atendidos, destes, aproximadamente 60% ob- tiveram sucesso a curto /médio prazo e deixaram de fumar. Replicabilidade O programa, no momento, está atendendo a demanda atual do município, sendo possível para a equipe, ampliar o número de atendimento a grupos semanais, quando houver necessidade. A experiência foi divulgada para outros municípios através de reunião promovida pela 8ª Regional, onde organizou-se visitas dos técnicos dos municípios de Salto do Lontra e Enéas Marques que vieram com objetivo de conhecer a experiência para implantação do ambulatório em suas comunidades. Continuidade O programa pretende se fortalecer ainda mais por meio da intensificação de palestras preventivas, realização de grupos fechados em horários alternativos para atender colaboradores de empresas e indústrias. Bem como utilizar a ferramenta da internet para manter vínculo e monitoramento com os usuários. Instituição: Secretaria Municipal de Saúde de Francisco Beltrão Endereço eletrônico: [email protected] Fone/Fax: (46) 3520-2139/(46) 3520-2185 1 Secretaria Municipal de Saúde, Enfermeira, Enfermeira. 2 Secretaria Municipal de Saúde, Psicóloga, Psicóloga. 3 Secretaria Municipal de Saúde, Secretária Municipal de Saúde, Economista. Experiências Exitosas do Paraná 11 Apucarana - 16ª Regional de Saúde A estratégia saúde da família e a gestão do trabalho em municípios de pequeno porte do norte do estado do paraná 1 Stela Maris Lopes Santini 2 Elisabete de Fátima Pólo de Almeida Nunes Resumo Com o processo de descentralização do Sistema Único de Saúde, os municípios tornaram-se os principais gestores da força de trabalho na Atenção Básica. O objetivo deste trabalho foi estudar a gestão do trabalho no âmbito da Estratégia Saúde da Família dos 15 municípios de pequeno porte da 16ª Regional de Saúde da Secretaria Estadual de Saúde – PR. Consistiu em um estudo descritivo de natureza quantitativa, tendo como população de estudo 332 profissionais das 41 equipes. Os principais resultados foram: a seleção para o cargo se deu mediante concurso público ou teste seletivo para 76,2% dos profissionais; 19,0% foram admitidos por Estatuto do Servidor Público, 53,0% através da Consolidação das Leis Trabalhistas, 20,8% terceirizados e 2,7% através de cargos comissionados ou outros; 89,2% dos profissionais não estavam inseridos em um Plano de Carreira, Cargos e Salários. Há necessidade de fortalecer a Gestão do Trabalho no SUS, considerando as condições de desigualdade e especificidades regionais, pois os recursos humanos são fundamentais para a consolidação do SUS. saúde, o MS definiu o termo Gestão do Trabalho no SUS como ‘uma política que trata das relações de trabalho a partir de uma concepção na qual a participação do trabalhador é fundamental para a efetividade e eficiência do SUS’.(BRASIL,2009) Procedimentos metodológicos Esta pesquisa consistiu em um estudo descritivo de natureza quantitativa, efetuado através de um questionário autoaplicável e estruturado, aplicado nos meses de setembro a novembro/09 nos 15 municípios de pequeno porte da 16ª Regional de Saúde da Secretaria Estadual de Saúde (SESA) – PR. No Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde (CNES)/ MS foram identificadas 41 equipes de Saúde da Família e seus respectivos profissionais (N=400), assim distribuídos: 276 Número de equipes de saúde da família implantadas na área da 16ª Regional de Saúde – PR, 2010 Introdução Com a descentralização da gestão dos serviços de saúde para os municípios, foi desencadeada a transferência de decisões e ações, antes centralizadas em instâncias estaduais ou federal, para os municípios. Para tanto, estes estruturaram uma ampla rede de serviços de saúde no nível da Atenção Básica (AB), tornando-se os principais gestores da força de trabalho, devido a adesão a diversos programas que exigiram a contratação de muitos profissionais, em especial o Programa Saúde da Família (PSF). O PSF foi criado em 1994 pelo Ministério da Saúde (MS) para a re-organização do modelo da atenção. O PSF tornou-se estratégia saúde da família com abrangência nacional através da Portaria nº 648 de 28 de março de 2006. Se em qualquer dos níveis de atenção à saúde, o papel dos trabalhadores é essencial, é na AB, na qual a prática se constrói pela interação entre os usuários e trabalhadores, que o papel destes torna-se mais central. Uma das condições mais importantes para que esses trabalhadores possam atuar com qualidade são as de gestão do trabalho, como salários dignos; vínculos estáveis, Plano de Carreiras, Cargos e Salários (PCCS) e de qualificação (LACAZ,2008). Devido a dinâmica presente nas relações do trabalho em 12 Mostra Paraná: Aqui Tem SUS - 2011 Notas: População estimada e recenseada pelo IBGE. A proporção de cobertura populacional estimada é obtida pelo cálculo: nº de ESFx3.450/População IBGE, com limitador de cobertura de 100%. Agentes Comunitários de Saúde (ACS), 41 médicos, 42 enfermeiros, 41 auxiliares de enfermagem. Destes, 332 (92,0%) responderam o questionário. Para análise dos dados utilizou-se o Programa EPI INFO versão 3.5.1. O projeto foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Estadual de Londrina (UEL) através de Parecer nº 112/09. Resultados Quanto ao perfil dos profissionais, observou-se predominância de profissionais do sexo feminino em todas as categorias(85,5%) e faixa etária de <30 até 39 anos (75,9%). A estratégia saúde da família constitui-se como porta de entrada ao mercado de trabalho para 23,8% dos profissionais pesquisados. Quanto às questões de gestão do trabalho, constatou-se que 55,4% dos profissionais foram selecionados por concurso público e 20,8% por teste seletivo, o que representa 76,2% por seleção pública. No entanto, 23,8% foram selecionados informalmente, como indicação, entrevista, análise de curriculum, etc. Na questão salarial, 99,1% dos ACS e 36,4% dos auxiliares de enfermagem relataram receber um salário mínimo. Na faixa salarial de um até dois salários mínimos encontravam-se 63,6% dos auxiliares de enfermagem. Nas faixas salariais de dois até quatro salários mínimos estavam 78,9% dos enfermeiros. Os profissionais médicos estavam mais distribuídos nas faixas salariais entre cinco a mais de dez salários mínimos (72,4%). Gratificações ou adicionais para atuarem na estratégia saúde da família não foram observados por 85,2% dos profissionais. Houve predominância de pagamento de adicional de insalubridade para 68,4% dos enfermeiros e 75,8 dos auxiliares de enfermagem; enquanto que 65,5% dos médicos e 66,4% dos ACS referiam não recebê-lo. Dos profissionais pesquisados, 89,2% relataram não serem incluídos em um Plano de Carreiras, Cargos e Salários (PCCS). Considerações Finais A Atenção Básica configura-se como a porta de entrada preferencial, ou seja, o primeiro contato dos usuários com o sistema de saúde, nível este em que as ações concretizam-se predominantemente na dimensão das relações interpessoais, sendo ainda mais central o papel dos trabalhadores. A implantação da estratégia saúde da família provocou um aumento da cobertura da assistência à população, gerando muitas transformações em curto espaço de tempo sem o devido planejamento, acompanhamento e monitoramento. Para consolidação da Atenção Básica há necessidade de se proporcionar maior apoio logístico e financeiro aos municípios de pequeno porte, com uma maior parceria e co-responsabilização mais efetiva das outras esferas de governo, pois ainda persistem “nós críticos” em vários níveis relativos à gestão do trabalho, em destaque a não implantação do PCCS no SUS e as situações de precariedade nos vínculos trabalhistas. Portanto, é necessário concretizar tanto as propostas da reforma sanitária como os princípios constitucionais no que diz respeito a contratação mediante concurso público, com vín- Gráfico da remuneração mensal bruta (em salários mínimos) dos profissionais das equipes de saúde da família dos municípios de pequeno porte da 16ª Regional de Saúde – PR, 2009 Experiências Exitosas do Paraná 13 culos formais, e a criação e implantação de PCCS no SUS. Vale ressaltar que ainda são desafios a serem perseguidos e vencidos, a fim de que se possa contribuir com melhores condições de trabalho e de qualidade no SUS. Referências Bibliográficas ARAÚJO, L. M.; MACHADO, M. H.; VITALINO, H. A.; PAIVA, J.; TOLOZA, D. C. de. Para subsidiar a discussão sobre a desprecarização do trabalho no SUS. Caderno RH Saúde. Ministério da Saúde, 2008. BRASIL. Ministério da Saúde. Disponível em: <http://www. saude.gov.br/dab/atencaobasica.php#saudedafamilia>. Acesso em: 22 abr. 2009. IBGE. 2007. Disponível em: <http://www.ibge.gov.br>. Acesso em: 22 jan. 2009. LACAZ, F. A. C. Relatório técnico final do projeto de Pesquisa: avaliação da gestão do trabalho como tecnologia em saúde na atenção básica do Sistema Único de Saúde no Estado de São Paulo. Instituição Executora: Universidade Federal de São Paulo: Unifesp, jul. 2008. MERHY, Emerson Elias. O ato de governar as tensões constitutivas do agir em saúde como desafio permanente de algumas estratégias gerenciais. Ciênc. Saúde coletiva. 1999. v. 4. n. 22. p. 305-314. . Ministério da Saúde. Portaria nº 648/GM, de 28/03/2006.; Portaria nº 204/GM, de 29/10/2007.; Portaria nº 2.527, de 19/10/06.; Portaria nº 626/GM, de 08/04/04.; Portaria nº 2.007, de 01/09/09.; Portaria nº 2.008 de 01/09/09. Disponível em: <http://www.saude.gov.br>. Acesso em: 22 abr. 2009. 14 Mostra Paraná: Aqui Tem SUS - 2011 . Ministério da Saúde. Glossário temático: gestão do trabalho e da educação na saúde/Ministério da Saúde, Secretaria Executiva, Secretaria de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde – Brasília; Editora do Ministério da Saúde, 2009, 56 p. – (Série A. Normas e Manuais Técnicos). .MS/SAS/departamento de Atenção Básica - Dab. Dddd. Teto, credenciamento e implantação das estratégias de Agentes Comunitários de Saúde, Saúde da Família e Saúde Bucal: Competência: Agosto de 2010. ddd. Disponível em: <www.saude. gov.br/dab>. Acesso em: 20 out. 2010. TOMASI, E.; SANT’ANNA, G. C.; OPPELT, A. M.; PETRINI, R. M.; PEREIRA, I. V.; SASSI, B. T. Condições de trabalho e automedicação em profissionais da rede básica de saúde da zona urbana de Pelotas, RS. Rev. Bras. Epidemiologia. 2008. 662007; 10(1): 66-74. 1 - Secretaria de Estado da Saúde do PR – SESA, Administradora da 16ª RS Apucarana, Mestre em Gestão de Serviços de Saúde 2 - Universidade Estadual de Londrina-UEL-PR, Docente do Departamento de Saúde Coletiva, Doutora em Saúde Coletiva Araucária A sustentabilidade como ferramenta para integração do hospital e a comunidade, demonstrando a transparência na aplicação de recursos públicos 1 Danilo Oliveira da Silva 2 Fagner Antonio Lopes Resumo Os impactos econômicos, sociais e ambientais são preocupações comuns a toda instituição nos dias de hoje, em que a escassez de recursos naturais é enorme e a lucratividade e/ou cumprimento da previsão orçamentária são essenciais para a sobrevivência do negócio. Para esta preocupação, somada às ações em respeito ao meio ambiente, promoção social e responsabilidade financeira, dá-se o nome de sustentabilidade. O projeto de sustentabilidade hospitalar tem como objetivo central colocar em prática estas ações, visando ofertar ao usuário final um atendimento de qualidade, sem comprometer o meio ambiente e favorecendo a sociedade. Através da adoção de ações visando o desenvolvimento sócio-ambiental e a divulgação das mesmas através de relatórios com informações transparentes, é possível obter a credibilidade dos usuários no serviço de saúde e qualificar a equipe para oferecer um atendimento de qualidade aos usuários. Introdução Ao longo de quase 2 anos de trabalho voltados à sustentabilidade, o Hospital Municipal de Araucária (que é gerenciado por uma Organização Social de Saúde-OSS em parceria com a Secretaria Municipal de Saúde) pode observar ganhos significativos nos três pilares da sustentabilidade: financeiro, social e ambiental. Com este projeto, houve maior participação da comunidade no Hospital, proporcionando ainda uma integração do mesmo com outros setores públicos do município, como a Secretaria do Meio Ambiente e Secretaria de Assistência Social. Objetivos e Metas Implantar um programa de desenvolvimento sustentável que trouxesse benefícios aos usuários e à instituição, com foco nos três pilares da sustentabilidade, demonstrando a transparência na aplicação do recurso público. Para atingirmos este objetivo, foram adotados os indicadores da ONG Holandesa GRI (Global Reporting Initiative), para monitorar as ações, e a publicação do relatório de sustentabilidade, com todas as ações desenvolvidas pelo Hospital e os seus resultados. Foram estabelecidas metas para a redução de custos relacionadas ao consumo de insumos na instituição (materiais de expediente, impressos, medicamentos, materiais assistenciais, entre outros), proporcionando melhor aplicação da verba recebida para manutenção do Hospital. Também foram estabelecidas metas para redução do consumo de energia elétrica, resíduos e consumo de água. Indicadores No início de 2010, foi iniciado o monitoramento dos indicadores no Hospital Municipal de Araucária, preconizados pela GRI, que englobam dados envolvendo: » Recursos Humanos » Treinamentos para comunidade e colaboradores » Ações sociais (participação e resultados) » Consumo de energia e água. » Produção de resíduos » Satisfação dos usuários » Receita e despesas. Dinâmica de Funcionamento do tentabilidade Projeto de Sus- O projeto consistiu na realização de ações de sustentabilidade na instituição, ao longo do ano de 2010 e de 2011, tendo zero impacto financeiro, pois toda ação realizada foi através da mão de obra já existente (realizadas pelos próprios funcionários e na própria instituição, com recursos próprios). Todas as campanhas de conscientização, programas de comunicação, realização de treinamentos, palestras e ações de promoção à saúde, foram realizadas com recursos próprios ou patrocínios de fornecedores. Dentre as ações realizadas destacam-se ações como: Curso de Gestantes; Projeto Orientação é Prevenção para adolescentes do município; Campanhas de conscientização realizadas para os colaboradores e usuários para promoção da responsabilidade sócio-ambiental; Fórum de Sustentabilidade Hospitalar, no qual foram disseminados os conceitos e ações de sustentabilidade para mais de 150 pessoas; Adesão do Pacto Mundial de Hospital Livre de Mercúrio (o Hospital não possui equipamentos à base de mercúrio) e ao Pacto Global da ONU e a divulgação do Relatório de Sustentabilidade contendo as ações de sustentabilidade desenvolvidas no HMA e os principais indicadores monitorados na instituição. O relatório está disponível para consulta no site do hospital e também foi enviado aos principais stakeholders da instituição. Experiências Exitosas do Paraná 15 Formas de Acompanhamento, Avaliação e Monitoramento A sustentabilidade está no planejamento estratégico da instituição, por isso, todas as ações, indicadores e resultados são acompanhados por diretores e gerentes, em conjunto com representantes das comissões que dão suporte ao projeto, para analisar a efetividade do trabalho desempenhado e a possível necessidade de aplicação de ações corretivas ou de melhoria. Como ainda estamos trabalhando em prol do desenvolvimento sustentável, através destes encontros, é possível surgir novas ideias, que são implantadas em benefício da instituição. Resultados e Impacto Obtido Dentre os dados observados, foi possível identificar aumento no número de participantes nos projetos sociais ao longo do período e também redução de custos, água e energia elétrica e a redução de 32% no consumo de copos descartáveis, após o início da utilização de canecas para o café e suco durante o almoço. Dos pontos observados que ainda podem ser melhorados, está a produção de resíduos, que ainda encontra-se elevada. Para este problema será realizada conscientização mais forte para redução na produção e reutilização dos resíduos, como por exemplo, de papel, utilizando o verso. Replicabilidade do Projeto Todas as ações implantadas no HMA são de fácil replicabilidade, visto que a maioria delas não necessita de grandes recursos financeiros e são realizadas pelo próprio corpo de trabalho do hospital. Os exemplos de ações podem ser vistos no relatório de sustentabilidade, onde estas são apresentadas de forma transparente, facilitando que outras instituições também possam adotá-las. Continuidade Através da conscientização dos envolvidos é possível não apenas manter, mas também melhorar as ações realizadas. Para dar continuidade às ações, o compromisso sócio-ambiental está inserido nos valores e no planejamento estratégico da instituição. 1- SILVA, Danilo Oliveira da. Diretor Geral do Hospital Municipal de Araucária. Bacharel em Administração Hospitalar; Especialista em Auditoria em Serviços de Saúde e em Gestão de Pessoas; Mestrando em Administração. 2- LOPES, Fagner Antonio. Assessor de Comunicação do Hospital Municipal de Araucária. Bacharel em Comunicação Social com habilitação em Relações Públicas e Especialista em Comunicação Social, Assessoria de Comunicação e Novas Tecnologias. 16 Mostra Paraná: Aqui Tem SUS - 2011 Boa Vista da Aparecida Desenhos assistenciais que utilizam o apoio matricial como princípio de organização do Sistema Municipal de Saúde 1 Cleide Teresinha dos Santos 2 Renata Coginotti 3 Sirlei dos Santos 4 Alvaro Antonio Markoski da Silva a) Resumo Relato da experiência de uma Equipe Matricial coordenada pelo profissional enfermeiro na Assessoria Técnica para Gestão da Atenção Primária em Saúde na Secretaria de Saúde do Município. Foi adotado, o apoio matricial como princípio de organização do sistema municipal de saúde, promovendo a mudança do modelo de Gestão da saúde no município. Esta Equipe Matricial é formada por diversos profissionais coordenada por um profissional de enfermagem. A Enfermagem desempenha papel fundamental para efetivação do processo de qualidade no serviço de saúde, uma vez que ela é necessária na prática assistencial e na produção de serviços relativos ao cuidado nos aspectos tecnológicos, científicos, éticos e educativos configurando assim uma estrutura dinâmica e complexa. b) Objetivos e metas da experiência desenvolvida: A concepção geral da implantação desse projeto é de aprimorar a gestão municipal de saúde do Município de Boa Vista da Aparecida procurando atingir os seguintes objetivos: • Implantar gestão de qualidade do SUS no Município. • Constituir Equipe Matricial, composta por representantes da Equipe Multiprofissional • Definir a rede básica como centro do sistema municipal de saúde, organizado pela Estratégia Saúde da Família. c) Indicadores disponíveis para caracterizar a situação inicial (ponto de partida): As constatações que caracterizavam a situação inicial indicavam que o processo de trabalho estava centrado nos profissionais, no modelo assistencial curativo e no atendimento médico. Além do agravante da política pública ser usada “politiqueiramente”, por autoridades municipais. O município tinha apenas uma unidade de atendimento em saúde em funcionamento, o Centro de Saúde Municipal, que tinha cadastrado junto ao Ministério da Saúde três Equipes de Saúde da Família com Saúde Bucal, mas os servidores estavam todos alocados neste serviço, dificultando completamente o acesso aos usuários. As ações desenvolvidas, até então, que pretendiam melho- rar o problema da exclusão do atendimento, se mostravam ineficazes para este objetivo. Eram entregues “fichas” para consultas, as quais demandavam para o serviço um número elevado de usuários que não conseguiam ser atendidos, em um fluxo desordenado. d) Dinâmica do funcionamento/estratégias do programa/projeto e recursos empregados (materiais, financeiros, técnicos, tecnológicos): Segundo a Política Nacional de Humanização do SUS as equipes de referência e o apoio matricial são dois arranjos organizacionais que apresentam características de transversalidade . A equipe de referência contribui para tentar resolver ou minimizar a falta de definição de responsabilidades, de vínculo terapêutico e de integralidade na atenção à saúde, oferecendo um tratamento digno, respeitoso, com qualidade, acolhimento e vínculo (HumanizaSUS, 2004). Nesta perspectiva, para a implantação da proposta foram realizadas reuniões para sensibilização de todos os servidores sobre o diagnóstico situacional, e a compreensão de como estava estruturada a assistência aos usuários do SUS, a organização do processo de trabalho, bem como a necessidade da mudança. Primeiramente, as reuniões foram realizadas com os profissionais das Equipes de Saúde da Família, na seqüência, com todos os demais servidores da SMS e com o Conselho Municipal de Saúde. Na sequencia, foi iniciado o recadastramento de toda a população que possibilitou concluir o processo de territorialização e em seguida realizou-se exercício de construção dos mapas de cada ESF e posteriormente o evento da I Mostra da Experiência da Saúde da Família do Município de Boa Vista da Aparecida. e) Destacar ações que contemplem a Intersetorialidade, Interdisciplinaridade e matriciamento: O exercício de construção dos mapas (territorialização) possibilitou a aproximação entre as equipes, e entre os integrantes de uma mesma equipe e teve parceria com a secretaria de Ação Social e Educação. Também com as famílias que participam do Programa Bolsa da Família e do Leite das Crianças. Barcelos e Quitério (apud Duarte et al 2008) refletem que a lógica dos serviços de saúde e da Estratégia Saúde da Família (ESF), devem observar a importância da intersetorialidade e comunicação entre os serviços de saúde e de assistência à população, para melhor atender as necessidades individuais e da coletividade. Experiências Exitosas do Paraná 17 f) Formas de Acompanhamento, Avaliação e Monitoramento desenvolvidas e/ou previstas: Por meio dos relatos feitos ao Conselho Municipal de Saúde, nas audiências públicas trimestrais, e por meio dos retornos dados pela equipe matricial as três ESF e nos momentos reflexivos de como o trabalho está organizado e vem sendo desenvolvido. g) Resultados e impacto obtido, com respectivos indicadores (comparados com a situação inicial): A definição do modelo de gestão tendo como ordenadora a Atenção Básica, organizada pela Estratégia Saúde da Família (ESF) bem como a mudança do processo de trabalho das ESF está proporcionando melhor acesso dos usuários ao serviço de saúde, assim como os próprios funcionários, que anteriormente resistiram à mudança, estão observando melhora da qualidade da atenção visto que aproximou a população e os profissionais. As diversas ações/atividades desenvolvidas pelas equipes estão sendo realizadas oportunamente. Além das atividades de promoção e prevenção de agravos à saúde que são realizadas individualmente e com os grupos específicos, as consultas médicas e de enfermagem são agendadas, ou seja, demanda programada, pois o município tem cobertura de 100% pela ESF. h) Replicabilidade Este processo se encontra em pleno desenvolvimento com ações de educação em saúde para seu desenvolvimento e fortalecimento. Desde que haja interesse e compromisso é plenamente aplicável em outras localidades. ambiental: o trabalho do enfermeiro. Cascavel – PR: Coluna do Saber, 2008. SILVA, M. R. F.; JORGE, M. S. B. Prática dos profissionais no programa de saúde da família: representações e subjetividade. Revista Brasileira de Enfermagem. Brasília: v. 55, n. 5, p. 549 - 555, set. / out. 2002. BRASIL. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Cartilha de vigilância sanitária. . Brasília.2002. Disponível em: <http:// www.anvisa.gov.br/institucional/snvs/coprh/cartilha.pdf> . Acesso em 10 ago 2011. BRASIL. Lei n° 8.080, de 19 de setembro de1990. Dispõe sobre as condições para a promoção, proteção e recuperação da saúde, a organização e funcionamento dos serviços correspondentes e dá outras providências. Disponível em: <http:// portal.saude.gov.br/portal/arquivos/pdf/lei8080.pdf> Acesso em 10 ago 2011 MATTOS, Rubem Araújo De. Os sentidos da integralidade: algumas reflexões acerca de valores que merecem ser defendidos. Disponível em: <http://www.uefs.br/pepscentroleste/ arquivos/artigos/os_sentidos_integralidade.pdf> Acesso em 13 ago 2011. 1 Enfermeira Coordenadora da Atenção Básica, SMS Boa Vista da Aparecida PR 2 Psicóloga, SMS Boa Vista da Aparecida PR 3 Acadêmica de Serviço Social estagiária, SMS Boa Vista da Aparecida PR 4 Farmacêutico Bioquímico, Cascavel PR i) Continuidade O gestor municipal continua fomentando todos os processos que se encontram em pleno desenvolvimento, com ações de educação em saúde para seu desenvolvimento e fortalecimento. Referências bibliográficas BRASIL. Ministério da Saúde. HumanizaSUS: equipe de referência e apoio matricial. Brasília: Ministério da Saúde, 2004 BRASIL. Lei nº 8.080 de 1990. Dispõe sobre as condições para a promoção, proteção e recuperação da saúde, a organização e o funcionamento dos serviços correspondentes e dá outras providências. Brasília: MS, 1990. Ministério da Saúde. Secretaria de assistência à saúde. Coordenação de Saúde da Comunidade. Saúde da família: uma estratégia para a reorientação do modelo assistencial. Brasília. Ministério da Saúde, 1997. Ministério da Saúde. Atuação do enfermeiro na atenção básica. Informe da atenção básica. n. 16, ano III, abril, 2002. 3p. DUARTE, P. S. Programa Saúde da Família: a atenção à saúde realizada pelo enfermeiro enquanto prática educativa/comunitária. Trabalho de Conclusão do Curso de Enfermagem. Universidade Estadual do Oeste do Paraná. Cascavel: Unioeste, 2005. DUARTE, P. S.; LAZZAROTTO, E. M.; BIEDERMAN, F. A. Vigilância 18 Mostra Paraná: Aqui Tem SUS - 2011 Ministério da Saúde Boa Vista da Aparecida Territorialização: Base para a Organização e Planejamento em Saúde 1 Cleide Teresinha dos Santos, 2 Renata Coginotti, 3 Sirlei dos Santos, Alvaro Markoski a) Resumo do projeto Reestruturação da Atenção Básica de Saúde do Município de Boa Vista da Aparecida/PR a partir da Territorialização da Estratégia Saúde da Família (ESF). Foi utilizada a metodologia da problematizarão para sensibilização dos servidores e membros do Conselho Municipal de Saúde. Nas atividades de sensibilização foi possível promover um entendimento melhor, por todos, sobre alguns conceitos, como os de Atenção Básica, Estratégia Saúde da Família e Controle Social. A definição e análise do território, entendendo que este se constitui na base para o desenvolvimento do trabalho das equipes de saúde da família que deveriam: cadastrar 100% das pessoas dentro das famílias e mapear riscos, indicadores de saúde, morbidade e mortalidade e potencialidades. Apreender as potencialidades presentes e o perfil das necessidades a serem trabalhadas para a transformação da realidade de saúde local. Equipe ESF 01 na apresentação do Mapa de seu território b) Objetivos e metas da experiência desenvolvida: O objetivo visava à construção dos mapas de territorialização, considerando esta uma atividade essencial para a compreensão e o desenvolvimento dos trabalhos da Estratégia Saúde da Família no Município. indicando a necessidade de repensar e rever o modelo de gestão. Primeiramente as reuniões ocorreram com as 3 enfermeiras das ESF e 1 enfermeira da epidemiologia do município e na seqüência com todos os demais servidores da SMS e com o Conselho Municipal de Saúde. Foi iniciado com o recadastramento de toda a população. Subdivididos os cadastros por ESF/ ACS (área e micro área) em parceria com a Secretaria de Ação Social e Educação, na seqüência realizou-se exercício de construção dos mapas de territorialização5 de cada ESF e posteriormente o evento da I Mostra da Estratégia Saúde da Família. c) Indicadores disponíveis para caracterizar a situação inicial (ponto de partida): e) Destacar ações que contemplem a Intersetorialidade, Interdisciplinaridade e matriciamento: No inicio da gestão, em 2009, foi feito um diagnóstico situacional da saúde no município que seria o ponto de partida para o Planejamento Local. Para realizar o diagnóstico foi constituída uma equipe multiprofissional de seis pessoas. Em relação à Atenção Básica o diagnóstico mostrou que o atendimento de saúde estava centrado em um único serviço na cidade dificultando o acesso dos usuários. A procura era por demanda livre, por exemplo, quando um usuário necessitava de consulta médica teria que chegar ao serviço às 5 horas da manhã para “disputar uma ficha”, sem garantia de atendimento. As atividades e ações em saúde estavam todas organizadas de forma centrada nos servidores numa única unidade de saúde, como por exemplo, coleta de preventivo, puericultura, consultas de pré-natal, vacinações etc. d) Dinâmica do funcionamento/estratégias do programa/projeto e recursos empregados (materiais, financeiros, técnicos, tecnológicos): Foram realizadas reuniões para sensibilização de todos os servidores para apresentação do diagnóstico situacional, possibilitando a compreensão de como estava estruturada a assistência aos usuários do SUS, a organização do processo de trabalho, Destaca-se o atendimento às famílias que participam do Programa Bolsa da Família e do Leite das Crianças, com atendimento em ações de controle e acompanhamento do crescimento e desenvolvimento das crianças. Constatou-se o elevado índice de pacientes psiquiátricos nas ESF, o que evidencia a necessidade do trabalho que está sendo desenvolvido, em conjunto com a psicologia, em um Programa de Saúde Mental, onde os usuários são atendidos e inseridos nos grupos terapêuticos de acordo com sua patologia. Foi realizada a I Mostra das ESF com participação de um júri formado por profissionais da 10ª Regional de Saúde, Secretaria Municipal de Saúde de Cascavel/PR, e da Secretaria Municipal de Educação de Boa Vista da Aparecida/PR. A tarefa do júri foi por meio de análise técnica eleger o mapa que trazia o maior nº de informações relevantes para estruturação da proposta. No mapeamento do perfil epidemiológico da população do município apresentado pelas três ESF apontou que 100% da população havia sido cadastrada e deverá ser acompanhada dentro dos critérios de Fortalecimento da Atenção Básica como ordenadora da rede de atenção, organizada pela Estratégia Saúde da Família, conforme os princípios e diretrizes propostos pelo Sistema Único da Saúde. Experiências Exitosas do Paraná 19 I Mostra das ESF para a Comunidade e Conselho de Saúde Equipe ESF 01 na apresentação do Mapa de seu território 5 Territorialização é um conceito técnico que tem sido usado na gestão da saúde, consistindo na definição de territórios vivos com suas margens de responsabilização sanitária. (ABC do SUS, 2005 p.237) os Municipais de Saúde. O SUS de A a Z: Garantindo Saúde nos Municípios. Brasília: Ministério da Saúde, 2005. . Lei nº 8.080 de 1990. Dispõe sobre as condições para a promoção, proteção e recuperação da saúde, a organização e o funcionamento dos serviços correspondentes e dá outras providências. Brasília: MS, 1990 . Ministério da Saúde. Secretaria de assistência à saúde. Coordenação de Saúde da Comunidade. Saúde da família: uma estratégia para a reorientação do modelo assistencial. Brasília. Ministério da Saúde, 1997. . Ministério da Saúde. Atuação do enfermeiro na atenção básica. Informe da atenção básica. n. 16, ano III, abril, 2002. 3p. DUARTE, P. S. Programa saúde da família: a atenção à saúde realizada pelo enfermeiro enquanto prática educativa/comunitária. Trabalho de Conclusão do Curso de Enfermagem. Universidade Estadual do Oeste do Paraná. Cascavel, Unioeste, 2005. DUARTE, P. S.; LAZZAROTTO, E. M.; BIEDERMAN, F. A. Vigilância ambiental: o trabalho do enfermeiro. Cascavel – PR: Coluna do Saber, 2008. LAZZAROTTO, E. M. e col. Meio ambiente, saúde e cidadania. Cascavel: Coluna do Saber, 2004, p. 39 - 50. SILVA, M. R. F.; JORGE, M. S. B. Prática dos profissionais no programa de saúde da família: representações e subjetividade. Revista Brasileira de Enfermagem. Brasília: v. 55, n. 5, p. 549 - 555, set. / out. 2002. ANEXOS Equipe ESF 01 na apresentação do Mapa de seu território Equipe ESF 02 no trabalho de construção de Mapa do seu território Construção Mapas das Equipes 01, 02 e 03 I Mostra das ESF para a Comunidade e Conselho de Saúde f) Formas de Acompanhamento, Avaliação e Monitoramento desenvolvidas e/ou previstas: Através do Conselho Municipal de Saúde, nas audiências publicas, e na equipe matricial a qual realiza feedbacks com as três ESF e momentos reflexivos de como o trabalho está organizado e vem sendo desenvolvido. g) Resultados e impacto obtido, com respectivos indicadores (comparados com a situação inicial): O exercício de construção dos mapas (territorialização) possibilitou a aproximação entre as equipes, bem como entre os integrantes de uma mesma equipe, pois não muito raro ocorria que os integrantes não sabiam se identificar como da mesma equipe. Permitiu também que as ESF pudessem conhecer melhor suas áreas e micro áreas, bem como os problemas/ agravos relacionados a elas, para adequar o planejamento local das ações de saúde. Além disso, possibilitou o entendimento sobre o papel de cada membro da ESF para o envolvimento no processo de mudança, melhorando significativamente o acolhimento aos usuários. Permitiu também o nivelamento de alguns conceitos importantes: Sistema Único de Saúde, Saúde Doença, Atenção Básica, Estratégia Saúde da Família, Modelos de Gestão, Controle Social, Processos de Trabalho. h) Replicabilidade Este processo se encontra em pleno desenvolvimento com ações de educação em saúde para seu fortalecimento e pelas suas características é possível sua replicação em outras localidades. i) Continuidade O gestor municipal continua fomentando todos os processos que encontram-se em pleno desenvolvimento, com ações de educação em saúde para seu fortalecimento. Referências bibliográficas BRASIL. Ministério da Saúde. Conselho Nacional de Secretári- 20 Mostra Paraná: Aqui Tem SUS - 2011 1 Enfermeira Coordenadora da Atenção Básica, SMS Boa Vista da Aparecida PR, 2 Psicóloga, SMS Boa Vista da Aparecida PR 3 Estagiaria de Serviço Social, da SMS Boa Vista da Aparecida PR 4 Farmacêutico-Bioquímico Chopinzinho Prevenção de Incapacidades Físicas e Reabilitação em Hanseníase Autora: Francieli Fontana Co-autores: Alexandre Henrique Naressi Munhoz, Celito José Ceni e Marcelli Cristina Cervo Resumo do Projeto No ano de 2005, através de capacitações realizadas para as equipes de Saúde da Família, os profissionais foram sensibilizados para o diagnóstico precoce, prevenção de incapacidades físicas, avaliação dermatoneurológica dos comunicantes, eliminação da hanseníase e busca ativa de faltosos ao tratamento. Foi utilizada a Avaliação Simplificada das Funções Neurais e Complicações do Guia para o Controle da Hanseníase, a ficha dos comunicantes da Coordenação Estadual do Programa de Controle da hanseníase, canetas Bic, tubos de ensaio e algodão. Com isto, houve diagnóstico de novos casos que estavam sem tratamento, prevenção de incapacidades físicas e reabilitação dos pacientes. Observa-se que o município encontra-se na curva descendente de casos novos de hanseníase. Desde 2005, a sensibilização dos profissionais é feita periodicamente. A lista dos comunicantes são passadas anualmente para as equipes. Descrição da Experiência O município de Chopinzinho encontra-se hoje, ainda, em busca da eliminação da hanseníase. No ano de 2005, quando iniciei as minhas atividades na área da enfermagem na Se cretaria Municipal de Saúde 1, atuavam 4 equipes de Saúde da Família, as quais foram implantadas no mesmo ano, e os casos de hanseníase totalizavam 11. O município contava com um médico (não dermatologista) e uma auxiliar de enfermagem que compunham o programa de hanseníase. Num primeiro momento e mostrando interesse em trabalhar com o programa, passei a participar das consultas do médico, a fim de aprender mais sobre a doença e observar a realidade local. Neste período, o município apresentava um número de casos da doença superior aos demais municípios da 7ª Regional de Saúde, a qual é composta por 15 municípios. (Tabela 1) Observando a necessidade de um envolvimento maior dos profissionais desta Secretaria, para que todos auxiliassem, através do conhecimento em relação à doença, o diagnóstico precoce dos casos e a prevenção de incapacidades físicas, foi realizada uma Capacitação das Estratégias Saúde da Família (ESFs). Nesta, foi dado ênfase para o diagnóstico precoce, prevenção de incapacidades físicas e avaliação dos comunicantes. A capacitação foi feita através da Avaliação Simplificada das funções neurais e complicações do Guia para o Controle da Hanseníase e da ficha dos comunicantes elaborada pela Coordenação Estadual do Programa de Controle da Hanseníase. Participaram médicos e enfermeiros das ESFs, totalizando oito profissionais. A capacitação deu suporte para o processo de iniciação da descentralização do atendimento aos comunicantes e um olhar mais direcionado para pessoas com sintomatologia. Os comunicantes passaram a serem acompanhados pelas ESFs e em casos suspeitos, encaminhados ao médico de referência. Os comunicantes de hanseníase, tanto paucibacilares quanto multibacilares, devem ser acompanhados uma vez por ano durante cinco anos, lembrando que comunicantes de hanseníase são aquelas pessoas que tem um convívio prolongado com o doente, ou seja, as pessoas que dividem a mesma residência com o doente. A partir disso, foram diagnosticados por ano, os casos de hanseníase e também avaliados por ano de diagnóstico, os comunicantes dos doentes. (Tabela 2) As avaliações foram ensinadas através do uso de tubos de ensaio para verificar sensibilidade térmica, algodão para sensibilidade tátil e caneta Bic para sensibilidade dolorosa, já que os estesiômetros preconizados pelo Ministério da Saúde ficavam na unidade central para uma avaliação mais detalhada dos suspeitos. Segundo o Guia para o Controle da Hanseníase, o peso da caneta Bic, corresponde a 2 gramas, referente ao monofilamento de cor lilás, possibilitando classificar o paciente quanto ao grau de incapacidade. Sensibilidade presente, grau 0; sensibilidade ausente, grau 1. Seguem as tabelas de avaliação do grau de incapacidade física, no diagnóstico (tabela 3) e na cura (tabela 4), respectivamente. Com o grau de incapacidade física classificado, eram prescritos exercícios para redução ou estabilização do grau de incapacidade física e feitos os encaminhamentos, se necessários (oftalmologia, fisioterapia), já que o Mycobacterium leprae, atinge principalmente os nervos dos olhos, membros superiores e membros inferiores. Para avaliação dos resultados e elaboração de novas estratégias, eram realizadas reuniões mensais com a equipe de saúde. b) Objetivos e metas da experiência desenvolvida: 1) Diagnosticar precocemente os casos de hanseníase 2) Classificar o paciente quanto ao grau de incapacidade física, 3) Prevenir incapacidades físicas e reabilitar, quando necessário 5) Capacitar as equipes de ESFs para o diagnóstico e avaliação dermatoneurológica, 6) Realizar avaliações dermatoneurológicas nos comunicantes, 7) Eliminar a hanseníase para 1 caso em 10000 habitantes, 8) Realizar busca ativa de faltosos ao tratamento. c) Destacar ações que contemplem a Intersetorialidade, Interdisciplinaridade e matriciamento: O envolvimento de todos os profissionais das ESFs (médicos, enfermeiros, auxiliares de enfermagem, agentes comunitários de saúde). d) Formas de Acompanhamento, Avaliação e Monitoramento desenvolvidas e/ou previstas: Os pacientes são avaliados quanto ao grau de incapacidade física no início e no final do Experiências Exitosas do Paraná 21 tratamento, se estes forem paucibacilares; e os multibacilares são avaliados no início, com 6 meses de tratamento e na alta. Em casos de complicação neurológica, são realizados os testes de sensibilidade com uma freqüência maior. A partir das avaliações dermatoneurológicas, são prescritos os cuidados e exercícios necessários a fim de reduzir ou manter o grau de incapacidade que o paciente apresentou durante as avaliações. Os pacientes são acompanhados mensalmente pelo médico e é feito a dose supervisionada do medicamento. Os comunicantes de hanseníase são avaliados uma vez por ano durante cinco anos. Nos casos suspeitos, são solicitados os exames diagnósticos. Os dados dos pacientes e comunicantes são registrados em prontuários ambulatoriais e nas fichas preconizadas pelo Ministério da Saúde e Coordenação Estadual do Programa de Hanseníase, tendo um ganho na padronização da informação. e) Resultados e impacto obtido, com respectivos indicadores: Podemos concluir que houve diagnóstico de novos casos que estavam sem tratamento e, portanto transmitindo e perpetuando a doença. Levando em consideração que o período de incubação é de 2 a 7 anos, podemos observar que estamos entrando na curva descendente de casos novos de hanseníase. Houve também melhora no diagnóstico precoce e redução ou estabilização do grau de incapacidade física. f ) Replicabilidade: Levando em consideração que o recurso humano, a capacidade física e os materiais utilizados são par- 22 Mostra Paraná: Aqui Tem SUS - 2011 te integrante das Unidades de Saúde da Família e que não há um aumento nos custos do município para execução desse trabalho, torna-se fácil e totalmente viável a execução deste projeto em outros locais. g) Continuidade: A sensibilização dos profissionais é feita periodicamente, já que todos os anos entram novos profissionais na Secretaria e são diagnosticados novos casos da doença. A lista dos comunicantes são passadas anualmente para as equipes de Saúde da Família, a fim de acompanhamento destes, pelas equipes. Referências Bibliográficas Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Políticas de Saúde. Departamento de Atenção Básica. Guia para o controle da Hanseníase/ 1ª edição – Brasília: Ministério da Saúde, 2002. - Secretaria Municipal de Saúde Chopinzinho (PR). Enfermeira Epidemiologia. 1 - Secretaria Municipal de Saúde Chopinzinho (PR). Enfermeira Epidemiologia. 2 - Secretaria Municipal de Saúde Chopinzinho (PR). Enfermeira Epidemiologia. 3 Tabela 1 Tabela 2 Tabela 3 Tabela 4 Chopinzinho Experiências Exitosas do Paraná 23 Chopinzinho Homem que se cuida não perde o melhor da vida. Reuniões mensais com homens do meio rural Nome do autor: Danieli Fontana Sutile Tardetti Machado Nome dos Co-autores: Francieli Fontana e Vivian Gomes Resumo do Projeto A cada três mortes de pessoas adultas, duas são de homens. Eles vivem em média sete anos a menos que as mulheres e têm mais doenças do coração, câncer, diabetes, colesterol e pressão arterial mais elevados. Com isso foram criados grupos de saúde do homem, com reuniões mensais, onde são discutidos assuntos relacionados à saúde destes, avaliações médica e odontológica, atividade física, exames de rotina, dentre outras atividades. As reuniões foram de fundamental importância para facilitar e ampliar o acesso da população masculina as informações e aos serviços de saúde. Houve também o diagnóstico precoce de doenças e respectivo tratamento e aumentou a procura dos homens pelo serviço de saúde. A participação destes, nas reuniões foi bastante expressiva. Descrição da Experiência A cada três mortes de pessoas adultas, duas são de homens. Eles vivem em média sete anos a menos que as mulheres e têm mais doenças do coração, câncer, diabetes, colesterol e pressão arterial mais elevados. Pensando-se na relevância desses dados e percebendo que o homem do meio rural é o provedor de sustento da família e que procura a unidade de saúde da família quando a doença já está avançada foi montado grupos de saúde do homem, com reuniões mensais. A cada reunião são discutidos vários assuntos (como hipertensão arterial, diabetes, cânceres, DSTs, problemas de próstata, depressão, cuidados com agrotóxicos, uso de medicação sem prescrição médica entre outros), realizado avaliação médica e odontológica, atividade física, avaliação nutricional, aferição da pressão arterial, glicemia capilar, eletrocardiograma, avaliação de exames de rotina como (hemograma, colesterol total e frações, triglicerídeos, glicemia plasmática e PSA).O convite das reuniões é feito através dos agentes de saúde e meios de comunicação como rádios locais. b) Objetivos e metas da experiência desenvolvida: 1) Facilitar e ampliar o acesso da população masculina as informações e aos serviços de saúde, pois se observa que os agravos do sexo masculino são um problema de saúde pública, 2)Fazer com que os homens na faixa etária de 25 a 59 anos procurem o serviço de saúde pelo menos uma vez por ano, 3) Traçar e conhecer o perfil de saúde da população masculina 4) Fazer com que haja uma maior integração equipe e população masculina, 5) Identificar doenças precocemente. c) Indicadores disponíveis para caracterizar a situação inicial (ponto de partida): A cada três mortes de pessoas adultas duas são de homens. Eles vivem em média sete anos a menos que as mulheres (indicadores do Ministério da Saúde). Baixa 24 Mostra Paraná: Aqui Tem SUS - 2011 procura dos homens pelo serviço de saúde. d) Dinâmica do funcionamento/estratégias do programa/projeto e recursos empregados (materiais, financeiros, técnicos, tecnológicos): As reuniões são mensais, no período da tarde, em um centro comunitário da comunidade. Os materiais utilizados são: computador, kit multimídia, esfigmomanômetro, estetoscópio, fita métrica, aparelho de eletrocardiograma, ficha de avaliação (escore para o desenvolvimento de diabetes tipo 2), material odontológico, aparelho para medir o diabetes, folderes explicativos. e) Destacar ações que contemplem a Intersetorialidade, Interdisciplinaridade e matriciamento: O envolvimento de todos os profissionais da ESF (médico, enfermeiro, auxiliar de enfermagem, dentista, auxiliar de dentista e agentes comunitários de saúde). Outros profissionais como agrônomo, nutricionista, fisioterapeuta, educador físico e médico urologista. f) Formas de Acompanhamento, Avaliação e Monitoramento desenvolvidas e/ou previstas: Os pacientes são avaliados em todas as reuniões em relação à pressão arterial, glicemia capilar, exames de rotina e dúvidas freqüentes. Em casos de complicações ou alterações os pacientes são encaminhados para a unidade básica ou para nível secundário. Os pacientes são acompanhados mensalmente pelos profissionais da equipe. g) Resultados e impacto obtido, com respectivos indicadores (comparados com a situação inicial): Podemos concluir que houve boa participação dos homens no grupo. Houve diagnóstico precoce de doenças e respectivo tratamento. Aumentou a procura dos homens pelo serviço de saúde. h) Replicabilidade (Busca verificar a aplicabilidade da experiência, ainda que de forma adaptada, em outras localidades); Levando em consideração que o recurso humano, a capacidade física e os materiais utilizados são parte integrante das Unidades de Saúde da Família e que não há um aumento nos custos do município para execução desse trabalho, tornase fácil e totalmente viável a execução deste projeto em outros locais. i) Continuidade (Busca verificar as características de sustentabilidade e permanência da prática ao longo do tempo); A sensibilização dos profissionais e dos homens é feita periodicamente. É muito importante a continuação do projeto, pois o resultado é positivo, já que se diagnosticaram doenças precocemente e houve melhoras em relação à saúde desses homens. O grupo continua sendo realizado só que agora a cada dois meses. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS: Folder Saúde do Homem, Ministério da Saúde. Homem que se cuida não perde o melhor da vida. Política Nacional de Atenção Integral à Saúde do Homem. 2009 Colombo Implementação do protocolo de saúde mental no município de colombo: uma experiência em construção Andréa de Fátima Rosa Loroza ; Tatiana Brusamarello ; Bruna Basile Macahdo Val ; Helvo Slomp Junior Resumo Considerando a atenção básica como principal porta de entrada para a atenção à saúde mental, além de espaço privilegiado para a promoção da saúde e a prevenção de transtornos mentais, a implementação do protocolo de saúde mental objetiva a interlocução da saúde mental com as unidades básicas de saúde (UBS) e a Estratégia da Saúde da Família, a fim de que tais serviços possam acolher os pacientes que necessitam de suporte emocional na própria UBS e possibilitar, por meio da responsabilização compartilhada, uma maior resolutividade de problemas de saúde mental pela equipe local. Introdução A integração de ações de saúde mental com a atenção básica é fruto de dois importantes movimentos, primeiramente o da reforma sanitária, que garantiu o direito à saúde e o acesso universal e integral aos serviços e ações de saúde, e posteriormente o da reforma psiquiátrica brasileira, que busca, dentre outras coisas, promover a reinserção social e familiar das pessoas com transtorno mental (BARONI; FONTANA, 2009). Neste sentido, o principal objetivo desta integração é contribuir para melhor cobertura assistencial dos agravos mentais, ampliando-se também a reabilitação psicossocial para os usuários do Sistema Único de Saúde no município. Objetivos e metas da experiência desenvolvida Potencializar os recursos existentes na rede municipal de saúde, em parceria e co-responsabilidade com a Atenção Básica, Estratégia Saúde da Família e ações intersetoriais; Articular os serviços de saúde mental com o seu território; Promover a qualidade de vida das pessoas que apresentam transtorno mental, bem como dos seus familiares, em uma atenção comunitária voltada para o cuidado e para a reabilitação psicossocial. Indicadores disponíveis para caracterizar a situação inicial Colombo pertence a 2ª Regional de Saúde do Paraná, contando com uma extensão territorial de 197,805 km² e com uma população de 212.967 habitantes (IBGE, 2010). Embora sede de microrregião, Colombo não possui um Hospital Geral Regional. Há 30 estabelecimentos de saúde no município, 22 públicos municipais e 8 privados, sendo que 5 destes atendem SUS (IBGE, 2010). No que concerne à saúde mental o mu- nicípio conta 01 CAPS II, 01 CAPS AD, 01 CAPSi (em fase de implantação) e 01 ambulatório de saúde mental para atender à sua população. Dinâmica do funcionamento Tal processo tem como público alvo os trabalhadores de saúde da atenção básica e a rede municipal de saúde, extra-municipal (mediante pactuações regionais). As primeiras ações e estratégias atualmente em implementação são: o enfrentamento do estigma do transtorno mental presente no imaginário dos trabalhadores da saúde; a qualificação assistencial permanente para essa demanda, mediante apoio matricial, a partir de uma lógica da atenção não restrita ao modelo biomédico; além da repactuação do direcionamento dos fluxos assistenciais para as pessoas que sofrem de algum transtorno mental, na perspectiva da integralidade e da humanização. Primeiramente foi elaborado coletivamente o documento técnico Protocolo de Saúde Mental de Colombo – Versão preliminar, que vem sendo apresentado às equipes da rede básica de saúde (a etapa inicial previu 08 encontros, que estão em andamento, e nos quais várias discussões têm sido suscitadas). Destacar ações que contemplem a intersetorialidade, interdisciplinaridade e matriciamento Este projeto nasceu da percepção de que, apesar dos CAPS se encontrarem em pleno funcionamento no município, seu papel e responsabilidade na rede municipal de saúde ainda não são bem compreendidos. Isto se deve à falta de articulação entre os serviços, e ao desconhecimento de muitos profissionais da área da saúde no que se refere às especificidades do sofrimento mental. Tendo o encontro das equipes (saúde mental / atenção básica) como grande eixo de intervenção, mais do que a normalização dos fluxos, a natureza deste projeto depende de intersetorialidade, interdisciplinaridade e matriciamento. Avaliação e monitoramento desenvolvidas e/ou previstas São avaliados, periodicamente, tanto os encaminhamentos referenciados à área da saúde mental, a partir da atenção básica (monitoramento qualitativo), como o número de casos “concluídos” (monitoramento quantitativo). Resultados dicadores e impacto obtido, com respectivos in- Já identificou-se uma melhora na comunicação entre profissionais das unidades de saúde da família e de saúde mental, Experiências Exitosas do Paraná 25 com troca de experiências e de informações, quanto aos encaminhamentos e à abordagem a pessoas com transtornos mentais e dependentes químicos. As ações iniciais já possibilitaram mudanças no planejamento das ações educativas em saúde mental, junto aos profissionais de saúde. Espera-se que oportunamente, após o esclarecimento dos serviços alternativos existentes no município, haja a redução dos internamentos em hospitais integrais. Acredita-se ainda, que a continuidade do projeto possibilitará o aprimoramento do protocolo, visto como produto coletivo em permanente construção. Além disso, com a capilarização da saúde mental nas 22 unidades de saúde, desenvolver-se-ão mais ações intersetoriais educativas em escolas, Centros de Referência de Assistência Social (CRAS) e empresas privadas. Replicabilidade e continuidade Este protocolo, bem como as estratégias para sua implementação, poderão ser utilizados como referência por municípios de porte semelhante que igualmente carecem de uma boa articulação dos serviços de atenção primária com os dispositivos de saúde mental O cuidado, e não a clínica é a alma dos serviços de saúde, a estratégia radical para defesa da vida (MERHY; FEUERWERKER, 2009). A força deste projeto é não se restringir à normatização protocolar, mas sim adotar o protocolo de saúde mental como dispositivo para os encontros. Por isso o mesmo está em constante reelaboração e em um contexto interdisciplinar e intersetorial, a fim de aperfeiçoar e aprimorar o cuidado dispensado aos usuários. Desta forma, embora já com alguns resultados preliminares, este processo está apenas em suas fases iniciais, pois ainda há muito que se desenvolver para atingirmos uma boa interlocução da Saúde mental com as unidades básicas de saúde e a Estratégia da Saúde da Família, por meio da responsabilização compartilhada e da busca de uma dimensão cuidadora, e dependerá de sua incorporação na cultura da rede municipal, tanto nas esferas de gestão como de atenção à saúde. Referências BARONI, D. P. M.; FONTANA, L. M. Ações em saúde mental na atenção primária no município de Florianópolis, Santa Catarina. Mental [online]. 2009, vol.7, n.12, p. 15-37. Disponível em: http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?pid=S167944272009000100002&script=sci_arttext. DATASUS. Departamento de Informática do SUS. Disponível em: www.datasus.gov.br. IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Disponível em: www.ibge.gov.br MERHY, E. E.; FEUERWERKER, L. C. M. Novo olhar sobre as tecnologias de saúde: uma necessidade contemporânea. In: MANDARINO A. C. S. & GOMBERG E. (org.). Leituras de Novas Tecnologias e Saúde. São Cristóvão: Editora UFS, 2009, p. 2956. SESA. Secretaria de Estado da Saúde do Paraná. Disponível em: www.saude.pr.gov.br. 26 Mostra Paraná: Aqui Tem SUS - 2011 Curitiba Programas Mama Nenê - Ação Integrada Entre a Saúde e a Educação Autores: 1 Claudete Teixeira Krause Closs, 2 Eliane Regina da Veiga Chomatas, 3 Cristiane Vardana Marangon, 4 Raquel Ferraro Cubas, 5 Anna Paula Penteado Resumo: A Secretaria Municipal da Saúde (SMS) reconhece a importância do aleitamento materno, suas repercussões no crescimento e desenvolvimento saudável das crianças e da sociedade em geral. Trabalhando de forma integrada, em 2007 ampliou a parceria com o Departamento de Educação Infantil da Secretaria Municipal da Educação (SME), intensificando o incentivo à amamentação nos Centros Municipais de Educação Infantil e Centros de Educação Infantil (CMEI) conveniados com a Prefeitura Municipal de Curitiba. Nasceu assim o Programa Mama Nenê, com o intuito não somente de intensificar o incentivo à amamentação, sensibilizando e capacitando os profissionais da educação infantil e lactaristas, mas também estabelecer alguns critérios para que a amamentação, a partir da ordenha e do armazenamento feitos pelas mães, ocorra com segurança para todos: mãe, criança e instituição de educação infantil. Palavras-chave: aleitamento materno – saúde da criança – educação infantil . A partir da observação da incidência de desmame nos lactentes que ingressavam na creche, as dificuldades encontradas pelas mães para esgotamento e armazenamento do seu leite, a impossibilidade de amamentar seu bebê na creche, o desco-nhecimento dos profissionais da educação infantil quanto às questões do aleitamento materno, levaram à necessidade de delinear objetivos factíveis de serem aplicados à realidade encontrada. A meta do programa é alcançar 100% de aleitamento materno nas crianças que freqüentam os CMEIs e CEIs. Entre os principais objetivos do programa destacam-se a estimulação e promoção do aleitamento materno dos lactentes que ingressam nos CMEIs da Prefeitura Municipal de Curitiba antes de completarem seis meses de idade; a sensibilização das lactaristas, educadores infantis, pedagogos e diretores dos CMEIs para a importância do aleitamento materno na promoção da saúde; a capacitação das lactaristas para o adequado armazenamento e disponibilização do leite materno recolhido pelo CMEI; a criação de um espaço diferenciado para a amamentação dos lactentes nos CMEIs; a sensibilização e capacitação dos profissionais das Unidades de Saúde para a importância do apoio às nutrizes que tem seus filhos nos CMEIs e atendimento necessário para a manutenção do aleitamento materno. Foi levantado o índice de aleitamento materno nos CMEIs antes da implantação do programa. Além disso, pode-se comparar o fortalecimento da parceria e integração entre a Saúde e a Educação, a mudança positiva no comportamento da comunidade adjacente, que chega ao CMEI solicitando informações a respeito do programa e o número de CMEIs e CEIs com o selo do programa após a sua implantação. A primeira necessidade a ser atendida foi a viabilização de um espaço no CMEI para a mãe amamentar seu filho na pausa concedida por lei, além da elaboração de material educativo voltado à população e aos profissionais da educação e saúde. A cada ano é realizada a sensibilização dos diretores e pedagogos dos CMEIs, a sensibilização e capacitação dos novos profissionais lactaristas, das Unidades de Saúde (US) e dos CMEIs e CEIs conveniados e atualização dos profissionais capacitados anteriormente. Para motivar as equipes foi criado um selo renovado anualmente para manutenção e ampliação dos esforços pelo aleitamento materno, com a certificação das unidades de educação que aderiram ao programa, através do Monitoramento dos Dez Passos para uma Instituição de Educação Infantil Amiga do Peito. A organização e coordenação do programa é feita por profissionais médicos da SMS e pedagogos e nutricionistas da SME. Profissionais da SMS realizam anualmente as oficinas de sensibilização e capacitação das lactaristas, educadores infantis, pedagogos e diretores CMEIs da SME. Os profissionais das USs próximas aos CMEIs acolhem e orientam sobre o aleitamento materno os casos encaminhados pelas creches. Com o registro das crianças inseridas no programa é possível levantar o índice de aleitamento materno nos CMEIs. Também é realizado o Monitoramento dos Dez Passos para uma Instituição de Educação Infantil Amiga do Peito, que são critérios previamente acordados com as equipes dos CMEIs para alcançar o selo e certificação do ano vigente. Foi observada ampliação do número de crianças dos CMEIs e CEIs que permanecem em aleitamento materno. Há maior satisfação das mães, que apesar de retornarem ao trabalho, tem a garantia da oferta de seu leite para seu filho com fortalecimento do vínculo mãe-filho. Além disso, há o fortalecimento do vínculo da mãe com a equipe do CMEI e da Unidade de Saúde. O programa suscitou a divulgação dos benefícios do aleitamento materno na comunidade adjacente aos CMEIS e CEIS. Uma das vantagens do programa é a sua replicabilidade, podendo ser implantado em outros municípios, adaptandose à realidade de cada local. Para o sucesso das ações é fundamental a parceria entre as secretarias da saúde e educação. Devido à permanente motivação das equipes da educação infantil para a certificação como Instituição de Educação Infantil Amiga do Peito e a conquista do selo do ano é garantida a continuidade do programa. Referência bibliográfica: BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Saúde da criança: nutrição infantil: aleitamento materno e aliExperiências Exitosas do Paraná 27 mentação complementar / Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde, Departamento de Atenção Básica. Brasília: Editora do Ministério da Saúde, 2009. 112 p. : il. – (Série A. Normas e Manuais Técnicos) (Cadernos de Atenção Básica, n. 23) ISBN 978-85-334-1561-4 Capacitação de educadores infantis dos CMEIs. 1 Medica Pediatra, Coordenadora do Proama da SMS Curitiba. Vista aérea de Curitiba 28 Mostra Paraná: Aqui Tem SUS - 2011 2 Secretária Municipal da Saúde de Curitiba 3 Médica pediatra, Coordenadora da Saúde da Criança da SMS Curitiba 4 Diretora do Centro de Informação em Saúde CIS da SMS Curitiba 5 Superintendente de gestão da SMS Curitiba Curitiba Programa Mulher Curitibana Autor: 1 Rosilei Maria Antonievicz Co autores: 2 Eliane Regina da Veiga Chomatas , 3 Raquel Ferraro Cubas , 4 Ana Paula Penteado, 5 Nilza Teresinha Faoro. Resumo O câncer de mama é a primeira causa de morte por neoplasias nas mulheres curitibanas. Estudos científicos e protocolos internacionais apontam programas de rastreamento de câncer em mulheres acima de 50 anos, como efetivos na redução da mortalidade por este agravo. Estas constatações fizeram com que a Secretaria Municipal da Saúde de Curitiba (SMS) estruturasse um programa organizado de rastreamento mamográfico voltado ao diagnóstico precoce do câncer de mama. Para oportunizar a presença das usuárias nas Unidades Básicas de Saúde (UBS), foram incluídos nos objetivos do programa, a investigação de doenças crônicas, assim como orientações de promoção da saúde e prevenção de doenças. E assim, em 19/11/2009 foi lançado o PROGRAMA MULHER CURITIBANA - Programa de Prevenção e Diagnóstico Precoce de Doenças Crônicas nas Mulheres Curitibanas com Especial Enfoque ao Câncer de Mama. Descrição da experiência O câncer de mama é o mais frequente na população feminina mundial e brasileira. Nos países em desenvolvimento as taxas de incidência e mortalidade continuam em crescimento. O rastreamento organizado, quando ofertado para as mulheres entre 50 e 69 anos, com realização de mamografia a cada dois anos pode reduzir em até 35% a mortalidade, desde que seja alcançada uma cobertura populacional igual ou superior a 70% da população alvo. A partir destas constatações, a SMS de Curitiba implantou em novembro de 2009 o Programa Mulher Curitibana que consiste num programa de ações para diagnóstico precoce e controle de doenças crônicas nas mulheres curitibanas com especial enfoque no câncer de mama. O Programa é voltado às mulheres na faixa etária de 50 anos e mais, usuárias do SUS (estimativa de 125.000 mulheres), e foi estruturado para busca ativa desta população. Através de um programa de informática desenvolvido pelo Centro de Assistência à Saúde, são listadas em cada uma das 109 UBS de Curitiba, as mulheres na faixa etária entre 50 e 74 anos da área de abrangência que farão aniversário no mês subsequente e que não tem registrado no prontuário eletrônico a realização de mamografia e ou exame preventivo de câncer do colo do útero nos últimos 2 anos. Estas mulhe-res receberão visita domiciliar de uma agente comunitária de saúde que ofer- ecerá agendamento para uma avaliação na UBS. Esta primeira avaliação será feita por um profissional de enfermagem que fará: solicitação de mamografia de rastreamento; avaliação de peso, estatura, IMC, circunferência abdominal, PA; avaliação de hábitos de vida (atividade física, tabagismo, alimentação); realização de citopatológico do colo uterino, solicitação de glicemia e colesterol; oferta de testagem HIV, vacinação; encaminhamento para odontologia. Ao final do atendimento, será feito agendamento de consulta com enfermeiro em aproximadamente 30 dias para acompanhamento e encaminhamento da mulher . No retorno acontecerá a avaliação dos resultados pelo enfermeiro que reforçará a orientação para: alimentação saudável, abandono de tabagismo, atividade física, prevenção de osteoporose e quedas, DST e encaminhamento para o médico quando necessário. Para a estruturação do Programa, houve necessidade de ampliação/ readequação da rede, com duplicação da oferta de mamografias, aumento da oferta de consultas em mastologia, ampliação da rede de atendimento terciário ao câncer de mama. Em parceria com a Sociedade Brasileira de Mastologia – Regional Paraná, a SMS promoveu a capacitação/sensibilização dos profissionais envolvidos no acolhimento e atendimento às mulheres. Desde o início, o Programa contou com o apoio técnico e científico da Sociedade Brasileira de Mastologia - Regional Paraná, da Sociedade de Ginecologia e Obstetrícia do Paraná, da Universidade Tecnológica Federal do Paraná, do Colégio Brasileiro de Radiologia, do Conselho Regional de Enfermagem, da Associação Brasileira de Enfermagem, do Conselho Municipal de Saúde através da Comissão de Saúde da Mulher, e de ONGs relacionadas ao tema. Em junho de 2011, o Ministério da Saúde, por intermédio da Secretaria de Atenção à Saúde/Instituto Nacional de Câncer (INCA) assinou Termo de Cooperação Técnica com a SMS para o aprimoramento do Programa Mulher Curitibana. A participação do MS/SAS/INCA permitirá o acompanhamento de todas as fases de implementação de um rastreamento organizado (convocação, realização de exames mamográficos, confirmação diagnóstica e encaminhamento para tratamento), além da análise de fatores facilitadores. A preocupação com a qualidade dos exames mamográficos, fez com que a SMS de Curitiba implantasse o Programa Municipal de Qualidade em Mamografia. Em parceria a Universidade Tecnológica do Paraná e INCA a Vigilância Sanitária do município implantou ações de aprimoramento junto aos prestadores de mamografias para garantir a qualidade das imagens radiográficas dos equipamentos e de todos os procedimentos relacionados a esse processo com intuito de evitar diagnósticos equivocados e ou inconclusivos. Experiências Exitosas do Paraná 29 Outra estratégia adotada foi o monitoramento dos exames alterados. Com o apoio do SISMAMA (sistema de informação do câncer de mama do Ministério da Saúde), são identificadas as mulheres com exames suspeitos ou que necessitam de investigação complementar e é realizada a vigilância dessas mulheres com busca ativa se for necessário. Resultados No ano de 2010 observou-se um aumento de 43% do número de mamografias realizadas pelo SUS comparado com o mesmo período em 2008. (de 53.397 para 76.405 exames realizados). Ficou evidente a adequação da faixa etária que realizou a mamografia de rastreamento passando de 54% no ano de 2008 para 65% em 2010 em mulheres na faixa etária entre 50 e 70 anos. Não há fila de espera para realização de mamografia, nem para consultas especializadas com mastologista ou oncologista. A experiência pode ser replicada em outros municípios, adaptando-se à realidade de cada local. O Programa Mulher Curitibana, propicia a oportunidade de estudos epidemiológicos que podem analisar a eficiência e efetividade das mamografias e do rastreamento organizado. A estruturação do Programa Mulher Curitibana foi cuidadosamente estudada, abrangendo todas as esferas envolvidas no processo, desde o relatório mensal informatizado para busca ativa da usuária no mês de seu aniversário para exames de rastreamento, até o atendimento terciário completo com agilidade e qualidade. Isto nos dá a estrutura necessária para um Programa que terá sustentabilidade alcançará os objetivos propostos. 30 Mostra Paraná: Aqui Tem SUS - 2011 Referências: CANADIAN CANCER SOCIETY. Canadian Câncer Society’s Streering Committee 2009.Toronto. CURITIBA. Secretaria Municipal de Saúde de Curitiba. Programa Viva Mulher em Curitiba: controle do câncer de mama e colo do útero, Curitiba: SMS 2008 INSTITUTO NACIONAL DE CÂNCER (Brasil). Câncer no Brasil: Controle do câncer de mama: documento de consenso. Rio de Janeiro: INCA 2004 .Estimativa 2010: Incidência de câncer no Brasil. Rio de Janeiro: INCA,2009 .Recomendações do INCA para reduzira mortalidade por câncer de mama no Brasil. Rio de Janeiro: INCA 2010. 1 Médica Ginecologista, Coordenadora do Programa Mulher Curitibana – SMS Curitiba 2 Médica Pediatra, Secretária Municipal da Saúde de Curitiba, 3 Odontóloga, Diretora do Centro de Informação em Saúde da Secretaria Municipal da Saúde de Curitiba 4 Odontóloga, Superintendente de Gestão em Saúde da Secretaria Municipal de Saúde de Curitiba 5 Enfermeira, Coordenadora de Informação em Saúde – SMS Curitiba Francisco Beltrão Saúde da Mulher em Foco 1 Cristina Da Cas 2 Fernando Braz Pauli 3 Cintia Jaqueline Ramos Resumo O câncer de colo de útero e de mama são os tipos de câncer que mais atingem as mulheres. Nesta perspectiva a Secretaria Municipal de Saúde de Francisco Beltrão inseriu o projeto “Saúde da Mulher em Foco”, com o objetivo de facilitar o acesso a todas as mulheres principalmente na faixa etária de 25 a 59 anos aos exames citopatológico de câncer de colo de útero, exame clínico das mamas, mamografia e ultrassonografia, contribuindo no diagnóstico precoce do câncer de colo uterino e de mama, oportunizando três turnos de atendimento, em todas as Unidades de Saúde de município. Este projeto ganhou visibilidade e reconhecimento das empresas as quais passaram a agendar as avaliações para suas colaboradoras junto às unidades de saúde. Introdução O câncer de colo de útero e de mama são os tipos de câncer que mais atingem as mulheres. Nesta perspectiva a Secretaria Municipal de Saúde de Francisco Beltrão inseriu em sua Agenda de Saúde, no mês de março de 2011 o projeto “Saúde da Mulher em Foco”, o qual visa valorizar o cuidado geral com a sua saúde, e, especialmente, detectar lesões precursoras suspeitas e tratá-las, no mês em que se comemora o Dia Internacional da Mulher. Esta estratégia visa facilitar o acesso a todas as mulheres aos exames preventivos de câncer ginecológico, garantindo horários alternativos de atendimento em todas as unidades de saúde. Esta estratégia também tem caráter informativo e de mobilização da sociedade, estimulando as mulheres ao autocuidado e a desenvolverem o hábito de fazer o exame clínico de mama e do colo de útero anualmente. Os agentes comunitários de saúde contribuem nas ações de educação durante as visitas domiciliares e distribuem panfletos educativos sensibilizando as mulheres a procurarem as unidades de saúde e agendarem as consultas e exames. Objetivos e metas da experiência desenvolvida • Facilitar o acesso à todas as mulheres principalmente na faixa etária de 25 a 59 anos aos exames citopatológico de câncer de colo de útero,exame clinico das mamas, mamografia e ultrassonografia; • Contribuir no diagnóstico precoce do câncer de colo uterino e de mama; • Sensibilizar as mulheres em relação às consultas de rotina para detecção precoce do câncer de colo de útero e de mama. Indicadores disponíveis para caracterizar a situação inicial A necessidade de ampliar o acesso das mulheres aos exames preventivos de câncer ginecológico, bem como as consideráveis possibilidades de cura com diagnóstico precoce. Dinâmica do funcionamento O atendimento é realizado através de agendamento prévio por telefone ou pessoalmente, priorizando a faixa etária de 25 a 59 anos. São disponibilizados horários nos três turnos, manhã, tarde e noite em todas as unidades de saúde da área urbana e rural. È realizada divulgação na imprensa falada, escrita e televisionada, bem como em empresas que possuem maior número de mulheres em seu quadro de funcionários. Os profissionais Enfermeiros realizam consultas de enfermagem, coleta do exame citopatológico, exame de inspeção das mamas e solicitam mamografias ou ultrassonografia de mama. Os resultados dos exames são entregues em consultas subseqüentes com encaminhamentos e seguimentos dos casos alterados na própria Unidade ou Unidade de Referência do município. Formas de Acompanhamento: O acompanhamento, avaliação e monitoramento são realizados, direta e indiretamente, pela coordenação do projeto em conjunto com as equipes das unidades de saúde, através da análise do andamento das etapas da campanha, bem como, das informações colhidas nos relatos dos usuários e resultados obtidos. Resultados e impactos obtidos Os resultados obtidos foram satisfatórios considerando que observou-se: • Aumento pela procura da consulta de enfermagem; Experiências Exitosas do Paraná 31 • Realizados 881 coletas de exames preventivos de colo uterino em uma semana, sendo que a media mensal é de 400; • Realizadas 532 mamografias, sendo que a media mensal é de 120; Mobilização da sociedade com apoio das empresas. Replicabilidade O projeto Saúde da Mulher em Foco despertou grande interesse e procura principalmente das mulheres que estão no trabalho no horário em que as unidades de saúde oferecem os exames, ganhando visibilidade e reconhecimento das empresas as quais passaram a agendar as avaliações para suas colaboradoras junto às unidades de saúde. Continuidade A administração municipal incluiu no seu calendário de eventos 2012 a realização de uma nova etapa da Saúde da Mulher em Foco, tendo em vista a grande visibilidade no meio empresarial e nos meios de comunicação. Instituição: Secretaria Municipal de Saúde de Francisco Beltrão Endereço eletrônico: [email protected] Fone/Fax: (46) 3520-2139/(46) 3520-2185 1 Secretaria Municipal de Saúde, Chefia de Enfermagem, Enfermeira. 2 Secretaria Municipal de Saúde, Diretor do Departamento de Assistência a Saúde, Enfermeiro. 3 Secretaria Municipal de Saúde, Secretária Municipal de Saúde, Economista. 32 Mostra Paraná: Aqui Tem SUS - 2011 Iretama Projeto "Aluno Saudável, Escola Feliz" 1 Eurivleton Wagner Siqueira, 2 Luana Tironi Giacometti, 3 Juliana Paula Mamus Resumo O Projeto Aluno Saudável, Escola Feliz, realizado através do Programa Saúde na Escola (PSE), tem como propósito a realização de ações de promoção e prevenção visando à redução das vulnerabilidades da população atendida, tanto de ordem individual, social e institucional, como Promoção da Alimentação Saudável, Incentivo da Prática de Atividade Física, Educação para a Saúde Sexual e Reprodutiva, Prevenção de Doenças Epidemiológicas, Promoção da Cultura de Paz e Prevenção das Violências e Acidentes, Educação Permanente e Capacitação de Profissionais da Educação e Saúde e de Jovens. Dentre os métodos empregados, foram realizadas três atividades conjuntas: Avaliação Clínica e Psicossocial, Avaliação Nutricional e Avaliação da Saúde Bucal, sendo realizados por profissionais vinculados às unidades básicas municipais de saúde e/ou PSF. Foram atendidos 287 alunos, sendo alguns deles encaminhados para atendimento individual. Informações gerais sobre a experiência Título da Experiência: Projeto Aluno Saudável, Escola Feliz Tema: Ações inovadoras voltadas ao fortalecimento da Atenção Básica como ordenadora do cuidado e coordenadora da rede. Descrição da experiência O presente projeto, instituído pelo decreto nº6. 286, de 5 de dezembro de 2007, prevê a participação de profissionais e gestores da saúde pública e da educação pública, tendo como política intersetorial os Ministérios da Saúde e da Educação na perspectiva da educação e atenção integral (prevenção, promoção e atenção) à saúde das crianças e adolescentes, no âmbito das escolas (educação infantil, ensino fundamental e médio) e/ou das unidades básicas de saúde, realizada pelas Equipes de Educação e de Saúde da Família. Considerando o elevado consumo de álcool e drogas cada mais frequente entre os adolescentes, aumento do número de casos de gravidez na adolescência, presença de transtornos psicológicos (perturbações comportamentais), discriminações no âmbito escolar, número de doenças crônicas não-transmissíveis entre crianças e adolescentes, dentre elas, obesidade, hipercolesterolemia, diabetes, hipertensão arterial, presença de carências específicas de nutrientes que possam comprometer o crescimento desenvolvimento, presença de doenças epidemiológicas, como tuberculose, hanseníase e dengue, problemas relacionados a saúde bucal, desatualização do calendário vacinal, eventos de repetência escolar, problemas visuais, violência, falta de atividade física e insuficiência de orientação dos profissionais envolvidos no crescimento e desenvolvimento de crianças e adolescentes, bem como familiares, contribuíram para a implantação do Programa Saúde na Escola no município de Iretama-PR, pois acredita-se que a escola é um equipamento social importante na construção de uma sociedade democrática, sendo também um espaço primordial de transformações sociais e de construção de conhecimentos e valores. Objetivos e metas da experiência desenvolvida: São objetivos do Programa Saúde na Escola (PSE): 1- Promover a saúde e a cultura de paz, reforçando a prevenção de agravos à saúde, bem como fortalecer a relação entre as redes públicas de saúde e educação; 2- Articular ações do Sistema Único de Saúde – SUS às ações das redes de educação básica pública, de forma a ampliar o alcance e o impacto de suas ações relativas aos estudantes e suas famílias, otimizando a utilização dos espaços, equipamentos e recursos disponíveis; 3- Contribuir para a constituição de condições para a formação integral de educandos; 4- Contribuir para a construção de sistema de atenção social, Experiências Exitosas do Paraná 33 Saúde Sexual e Reprodutiva, Prevenção de Doenças Epidemiológicas, Promoção da Cultura de Paz e Prevenção das Violências e Acidentes e Educação Permanente e Capacitação de Profissionais da Educação e da Saúde e de jovens, compreendendo ações entre os diferentes profissionais envolvidos. Formas de acompanhamento, avaliação e monitoramento desenvolvidas e/ou previstas As formas de acompanhamento, avaliação e monitoramento se dão por meio de realização de Avaliação Clínica, com o objetivo de detectar e investigar problemas de saúde das crianças e adolescentes, exames físicos, com devido preenchimento em prontuário próprio, atualização do calendário vacinal, com foco na promoção da cidadania e nos direitos humanos; 5- Fortalecer o enfrentamento das vulnerabilidades, no campo da saúde, que possam comprometer o pleno desenvolvimento escolar. As metas para o PSE compreendem o atendimento aos 100% dos alunos matriculados na rede municipal de ensino (educação infantil e 5º ano do ensino fundamental) e rede estadual de ensino (8ª série do ensino fundamental e 3º ano do ensino médio, ambos matutinos), totalizando 637 alunos, dados que podem ser visualizados na seguinte tabela: Dinâmica do funcionamento/estratégias grama/projeto e recursos empregados do pro- Para subsidiar a implementação do PSE foram verificadas as condições de saúde das crianças e adolescentes inseridos no mesmo, de acordo com a rotina escolar. Inicialmente foram realizadas três atividades conjuntas: avaliação clínica e psicossocial, avaliação nutricional e avaliação da saúde bucal, para verificação do crescimento e o desenvolvimento dos estudantes, considerando também os aspectos relativos à sua saúde mental. Todas as ações desenvolvidas no PSE são realizadas por profissionais vinculados às unidades básicas municipais de saúde e/ou ESF, e por novos profissionais contratados mais recentemente, como nutricionista e assistente social, também o fornecimento de equipamentos e materiais utilizados durante as avaliações e atividades educacionais, transporte durante a realização do PSE, e incentivo de qualificação dos profissionais envolvidos no programa. Destacar ações que contemplem a intersetorialidade, interdisciplinaridade e matriciamento As ações de promoção da saúde visam a redução das chamadas vulnerabilidades de ordem individual, social e institucional, como por exemplo, redução do sedentarismo, prevenção de doenças sexualmente transmissíveis (DST) e intervenção sobre situações de violências e outras, que possam comprometer o crescimento e desenvolvimento pleno das crianças e adolescentes, sendo elas: Promoção da alimentação Saudável e Incentivo a prática de Atividade Física, Educação para a 34 Mostra Paraná: Aqui Tem SUS - 2011 avaliação nutricional, avaliação oftalmológica (Olhar Brasil), avaliação da saúde bucal; Avaliação Psicossocial, com o objetivo de promover a Saúde Mental na escola através da avaliação psicológica e social, desenvolvendo competências sociais nos alunos, contribuindo para um clima de escola amigável, baseado no desenvolvimento de competências sociais e pessoais, aumentando a resiliência, promoção da auto-estima e da autonomia que visa prevenir comportamentos de risco e distúrbios comportamentais, combatendo o abandono escolar, promovendo a equidade entre os alunos (sexo, etnia, religião, classe socioeconômica, etc.) e orientações técnicas para as equipes de saúde escolar; Educação Permanente e Capacitação de profissionais de educação para o PSE, com o objetivo de integralizar professores para o desenvolvimento de atividades no cotidiano escolar. O monitoramento e avaliação da saúde dos estudantes serão realizados periodicamente através da Pesquisa Nacional de Saúde Escolar (Pense); INEP/MEC; Pesquisa Nacional do Perfil Nutricional e Consumo Alimentar dos Escolares (FNDE) e através do Sistema SIMEC/ PSE. A elaboração do Relatório Final permitirá a avaliação em termos quantitativos anuais, contendo número de alunos atendidos, número de alunos encaminhados para tratamento e demais ações realizadas durante o PSE, sendo realizado pelo grupo de trabalho intersetorial. Resultados dicadores e impacto obtido, com respectivos in- Os resultados obtidos, até o momento, no PSE podem ser visu- Continuidade O Programa Saúde na Escola, de iniciativa conjunta dos Ministérios da Educação e Saúde, sendo, portanto um programa nacional, em que o Governo Federal fornece incentivos financeiros a todos os municípios que aderem ao programa, possibilitando que este seja mantido de forma contínua, ou seja, uma vez aderido ele se torna constante e os resultados podem ser verificados a cada ano. Referências DIÁRIO OFICIAL DA UNIÃO. Portaria Interministerial Nº 1910, de 8 de agosto de 2011. ISSN 1677-7042 DIÁRIO OFICIAL DA UNIÃO. Portaria Interministerial Nº 1911, de 8 de agosto de 2011. ISSN 1677-7042 MINISTÉRIO DA SAÚDE. Cadernos de Atenção Básica, n. 24. Saúde na Escola. Brasília, 2009. alizados na seguinte tabela: 1 Autor. Secretaria Municipal de Saúde de Iretama. Secretário Municipal de Saúde. 2 Co-autora. Secretaria Municipal de Saúde de Iretama. Enfermeira. 3 Co-autora. Secretaria Municipal de Saúde de Iretama. Nutricionista. Replicabilidade Devido aos resultados alcançados a partir da implantação do Programa Saúde na Escola, para a toda a população inserida, principalmente quando falamos em promoção e prevenção da saúde, o mesmo torna-se essencial e favorável para a implementação a todas as Equipes de Saúde da Família, aumentando a área de abrangência e número de pessoas envolvidas, direta e indiretamente, permitindo em longo prazo a redução dos problemas evidenciados no contexto apresentado. Experiências Exitosas do Paraná 35 Maringá Saúde Mental e Qualidade de Vida: Objetivos a Serem Alcançados 1 Waldemar Puzzi Júnior, 2 Ana Lúcia de Sá Yamazaki, 3 Elizabete Laet Santana, 4 Elisangela Gomes, 5 Gisele Garcia Costa, 6 Marcela Eugenio da Silva, 7 Marcela Pires Chinaglia Santos, 8 Renata Caroline Gomes Pedreiro, 9 Roberta Covino, 10 Vanderlice Violim. Resumo Em concordância com o Ministério da Saúde que preconiza a criação de serviços de promoção em saúde mental, foi desenvolvido no NIS II Mandacaru – Maringá/PR, uma ação com o intuito de favorecer o desenvolvimento de potencialidades do usuário, de proporcionar o empoderamento para a promoção de saúde mental e consequentemente uma possível diminuição no uso de medicamentos, assim como na busca freqüente por consultas. O método de abordagem pela ESF e NASF foi de Grupo Operativo Terapêutico, com a realização de oficinas de trabalhos artesanais em pacientes com transtorno mental leve. Os resultados foram identificados mediante comparação aos indicadores inicias por meio de relatos que refletiam a melhora da auto-estima, autonomia e socialização; assim como por meio da assiduidade dos participantes nos encontros do grupo e pela diminuição no uso de medicamentos conforme avaliação do médico da ESF. Palavras-chave Saúde mental; ESF; NASF; grupo operativo terapêutico. Introdução Em concordância com o Ministério da Saúde que preconiza a criação de serviços de promoção em saúde mental, como as várias experiências apresentadas no Relatório de Gestão 2003 – 2006 da Coordenação Geral de Saúde Mental (2007), incentivando a prevenção de agravos e internação/reinternação hospitalar, identificou-se na área de abrangência do NIS II Mandacaru, no município de Maringá/PR a necessidade da implantação de uma ação diante do elevado número de pacientes usuários de psicotrópicos e da grande procura destes por consultas especializadas. A forma de trabalho em grupo proporciona um ambiente de motivação para o tratamento pelo compartilhar de dificuldades e pela busca de alternativas para superá-las, de construção de vínculos, de acolhida, de respeito à diferença e de reforço da auto-estima, em que se busca estimular a pessoa a encontrar recursos para lidar com as questões do adoecer, da doença e dos seus efeitos sobre sua vida (SILVEIRA e RIBEIRO, 2005). Baseando-se neste tipo de abordagem optou-se pela implantação do Grupo Operativo Terapêutico com o intuito de favorecer o desenvolvimento de potencialidades do usuário, de proporcionar o empoderamento para a promoção de saúde mental 36 Mostra Paraná: Aqui Tem SUS - 2011 e consequentemente uma possível diminuição no uso de medicamentos, assim como na busca freqüente por consultas. Objetivos Prevenir agravos e promover a saúde mental de pacientes com transtornos leves através de um espaço terapêutico que valorize a troca de experiências e o desenvolvimento de potencialidades usando como mediação o trabalho artesanal; diminuir o uso de medicação e a procura por consultas na Unidade de Saúde; capacitar os pacientes para confecção de produtos artesanais. Método O método de abordagem utilizado pela equipe de Estratégia Saúde da Família (ESF) e pelo Núcleo de Apoio a Saúde da Família (NASF) foi de Grupo Operativo Terapêutico, com a realização de oficinas de trabalhos artesanais. Segundo Zimermam (apud Cordioli, 1998), esta forma de intervenção objetiva trabalhar em uma determinada tarefa, que não possui fim psicoterápico, mas visam fundamentalmente a melhora de alguma situação de patologia dos indivíduos, quer seja no plano da saúde orgânica, quer na do psiquismo ou em ambos ao mesmo tempo. Foram incluídos neste processo de trabalho usuários com história de transtorno mental leve da área de abrangência do NIS II Mandacaru. A busca de parcerias foi baseada no voluntariado de pessoas pertencentes à própria comunidade e Igreja Católica do bairro, assim como o apoio da Secretaria Municipal de Saúde. O primeiro encontro abordou: o contrato de trabalho do grupo (freqüência, horários, duração e propostas das oficinas); uma dinâmica motivacional, mostrando a importância e a necessidade da reunião de grupos, e o estar aprendendo. A dinâmica de funcionamento do grupo consistiu em: oficinas de artesanato, com reunião semanal de duas horas de duração, sendo o local cedido pela paróquia local. Cada oficina ofertada durou aproximadamente 2 meses.. Ficou estabelecido que a equipe interdisciplinar (ESF/NASF) realizaria o acolhimento dos pacientes no início de cada encontro e na sequência seriam realizadas atividades de alongamento muscular precedendo uma palestra de orientação envolvendo diversos temas de promoção de saúde. O tipo de artesanato a ser trabalhado ficou a critério dos participantes e baseado nesta escolha buscou-se na comunidade ou nos próprios componentes da equipe, um instrutor para ensinar a técnica aos demais. Os recursos utilizados foram obtidos de acordo com o tipo de atividade a ser desenvolvida; alguns materiais foram cedidos pela Secretaria Municipal de Saúde e/ou adquiridos pelos próprios usuários. A equipe do ESF/NASF fez o controle da assiduidade dos participantes. Resultados Os resultados foram identificados mediante comparação aos indicadores inicias por meio de relatos que refletiram a melhora da auto-estima, autonomia e socialização; assim como por meio da assiduidade dos participantes nos encontros do grupo e pela diminuição no uso de medicamentos conforme avaliação do médico da ESF. Além destes relatos houve uma avaliação subjetiva por parte da equipe interdisciplinar do comportamento dos usuários durante as oficinas que se mostraram mais ativos e participativos. Considerações finais As evidências demonstradas durante o percurso desta forma de intervenção contribuíram para reafirmar que, ações promotoras de saúde se constituem poderosas ferramentas para desenvolver o empoderamento dos sujeitos na melhoria da qualidade de vida. Referências BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde/ DAPE. Saúde Mental no SUS: acesso ao tratamento e mudança do modelo de atenção. Relatório de Gestão 2003-2006. Ministério da Saúde: Brasília, janeiro de 2007, 85p. CORDIOLLI, A. V. Psicoterapias abordagens atuais. Porto Alegre: Artes Médicas, 1998. 493p. SILVEIRA, L. M. C.; RIBEIRO, V. M. B. Grupo de adesão ao tratamento: espaço de “ensinagem” para profissionais de saúde e pacientes, Interface - Comunic., Saúde, Educ., v.9, n.16, p.91104, set.2004/fev.2005. 1 Médico da Estratégia Saúde da Família – Secretaria Municipal de Saúde de Maringá/PR 2 Fisioterapeuta do Núcleo de Apoio a Saúde da Família – Secretaria Municipal de Saúde de Maringá/PR 3 Enfermeira da Estratégia Saúde da Família – Secretaria Municipal de Saúde de Maringá/PR 4 Agente Comunitária de Saúde da Estratégia Saúde da Família – Secretaria Municipal de Saúde de Maringá/PR 5 Assistente Social do Núcleo de Apoio a Saúde da Família – Secretaria Municipal de Saúde de Maringá/PR 6 Agente Comunitária de Saúde da Estratégia Saúde da Família – Secretaria Municipal de Saúde de Maringá/PR 7 Educadora Física do Núcleo de Apoio a Saúde da Família – Secretaria Municipal de Saúde de Maringá/PR 8 Psicóloga do Núcleo de Apoio a Saúde da Família – Secretaria Municipal de Saúde de Maringá/PR 9 Nutricionista do Núcleo de Apoio a Saúde da Família – Secretaria Municipal de Saúde de Maringá/PR 10 Agente Comunitária de Saúde da Estratégia Saúde da Família – Secretaria Municipal de Saúde de Maringá/PR Pista de caminhada do Parque do Ingá, em Maringá Experiências Exitosas do Paraná 37 Maringá Implantação de Redes Locais de Prevenção da Violência no Município de Maringá 1 Ana Rosa Oliveira Poletto Palácios, 2 Antonio Carlos Figueiredo Nardi Resumo O município de Maringá, assim como todo o país, apresenta índices de violência, com repercussão direta na qualidade de vida da população. As causas externas em 2008 representaram a 1ª causa de óbitos e a 2ª causa de internações entre os adolescentes, com 16 e 260 casos respectivamente. Em 2007 foi criado o Núcleo de Promoção da Saúde, Prevenção das Violências e Acidentes e Cultura da Paz, o qual iniciou as suas atividades, com a integração da rede formada por secretarias municipais, instituições de ensino, delegacias, polícia militar, ministério público. Em 2011 foram formados 13 grupos locais, descentralizados, reunindo representantes das secretarias municipais de saúde, educação, mulher, assistência social, ONGs e conselho tutelar para poderem melhor se integrar, discutir as estratégias para o enfrentamento dos casos de violência que são comuns a todos os serviços de cada região. Introdução Dando continuidade às ações de prevenção da violência, iniciadas em com a formação do Núcleo de Promoção da Saúde, Prevenção das Violências e Acidentes e Cultura da Paz; em 2011, a partir de oficina que reuniu representantes de serviços municipais, foram formados 13 grupos locais, descentralizados, reunindo representantes das secretarias municipais de saúde, educação, mulher, assistência social, ONGs e conselho tutelar para poderem melhor se integrar, discutir as estratégias para o enfrentamento dos casos de violência que são comuns a todos os serviços de cada região. Objetivos O objetivo da implantação dos grupos locais foi promover o conhecimento recíproco e a articulação dos serviços e setores/profissionais que trabalham nas escolas municipais, centros de educação infantil, unidades básicas de saúde, centros de referência em assistência social, centro de referência especializada em assistência social; propiciar condições para a realização de ações integradas de prevenção da violência nos territórios onde ela acontece e viabilizar o encaminhamento adequado dos casos de violência pelos profissionais que se deparam com ela. Indicadores O município de Maringá não foge à realidade dos centros urbanos, e apresenta indicadores que revelam que as mortes violentas ocupam lugar de proeminência entre as causas de óbito. As causas externas perdem apenas para as doenças do 38 Mostra Paraná: Aqui Tem SUS - 2011 aparelho circulatório, neoplasias e doenças do aparelho respiratório. Em 2007, as causas externas representaram 10,2% do total de mortes e nesse percentual, destacam-se os acidentes de trânsito, com 35,7%, vindo na seqüência os homicídios (28,6%), quedas acidentais (15,2%), suicídios (8,8%) e outras causas (11,7%). Observou-se um incremento importante das agressões a partir de 2004. Segundo as instituições de referência, a violência sexual e doméstica contra a mulher, criança e adolescente vem aumentando ano a ano. Dinâmica de funcionamento A estratégia da ação teve início em 2007, quando foi criada a rede de prevenção de violência, integrando os diversos setores da sociedade que trabalham com o tema. Esse grupo elaborou um plano de ação para o enfrentamento da violência no município. Em 2008 houve elaboração de protocolo de atendimento à vítimas de violência sexual e doméstica e capacitação sobre ele cerca de 700 profissionais que compõem a rede de saúde. Em 2009 foi realizada uma nova capacitação para os hospitais e ambulatório da AIDS, com objetivo de discutir e atualizar o Protocolo. Foi implantada a ficha epidemiológica de notificação das violências em 2008, as quais estão sendo preenchidas pelas unidades e hospitais, embora ainda seja observada subnotificação de casos. Em 2011 houve capacitação para cerca de 2000 profissionais da rede de educação. A partir de oficina, em 2011, com representantes das UBS, escolas, CMEIS, equipamentos da secretaria da mulher e assistência social, conselhos tutelares, foram criados 13 grupos descentralizados, como objetivo de integrar suas ações de prevenção e atenção à violência nos territórios específicos de cada um. Os grupos se reúnem mensalmente em suas localidades e uma vez ao mês existe reunião com os seus representantes, para dirimir dúvidas e traçar diretrizes e encaminhamentos que são comuns a todos. O acompanhamento é realizado a partir de reuniões mensais, com apresentação de relatórios e discussão de casos. O monitoramento é realizado partir dos sistemas de informação em saúde, que revela necessidade de aprimoramento das equipes de saúde da família para informarem com mais veracidade os casos acompanhados. Resultados Como resultado houve a criação de grupos descentralizados de prevenção e atenção à violência, que contam com participação efetiva de representantes de todas as escolas municipais, unidades básicas de saúde, centros de referência em assistência social e conselhos tutelares. A ação é de fácil replicabilidade, já que consiste na reunião dos profissionais dos serviços que atendem a população nas áreas da saúde, educação e assistência social, para que integrados possam refletir sobre os problemas enfrentados e criar soluções efeti- vas, diminuindo tanto os índices, quanto as consequências da violência. A continuidade é possível na medida em que a rede se compõe de servidores públicos de carreira, e tem a participação de representantes de diversos setores da sociedade. 1 Psicóloga; Especialista em Psicologia Clínica e Psicanálise e Materialismo Histórico; gerente de Promoção e Prevenção em Saúde da Secretaria de Saúde de Maringá. 2 Odontólogo; Especialista em Gestão em Saúde; Presidente do CONASEMS, Secretário Municipal de Saúde de Maringá. Espaço Saúde, em Maringá Experiências Exitosas do Paraná 39 Palotina Lar Saúde: Programa de Assistência Farmacêutica Domiciliar Resumo: A organização da Assistência Farmacêutica no município de Palotina está se aprimorando e com isso verificou-se a necessidade da implantação de um Programa de Assistência Farmacêutica Domiciliar que tem como objetivo atender pacientes acamados, sozinhos e sem condições de se deslocarem até as Unidades Básicas de saúde para retirar seus medicamentos de uso contínuo. O Programa atende uma média de 50 pacientes, visitados por uma profissional farmacêutica, os quais recebem os medicamentos para 60 dias. Assim são melhor orientados e acompanhados, não ocorrendo a falta de medicamentos bem como de problemas relacionados a medicamentos. O Lar Saúde proporciona aos usuários assistência qualificada e humanizada, refletindo na qualidade de vida dos mesmos. Janaína Daniel; Ana Paula Ionta da Silva Canossa; Eunice da Silva Freitas; Fernanda Pasquali Sordi; Luciane Massochin Bradacz, Nissandra Karsten Secretaria Municipal de saúde de Palotina-PR Praça em Palotina 40 Mostra Paraná: Aqui Tem SUS - 2011 Pinhais Amamentar é um Ato de Amor AUTOR: Pamela Cristina Campos CO-AUTORES: Sonia Monteiro Martins1 Nelsi Rosa Alves1 Maristela da Silva1, Sueli do Socorro1 Tatiane Lílian Soares1; Daniel Olimpio Gonçalves1 Resumo Este trabalho trata-se do relato de experiência realizada na Unidade de Saúde Maria Antonieta no Município de Pinhais e tem como objetivo mostrar a importância do apoio familiar no aleitamento materno. A equipe verificou durante as visitas domiciliares que muitas mães enfrentavam dificuldades no momento da amamentação, principalmente pela falta de apoio familiar. Então, em 2010 produziram um vídeo que mostra as dificuldades vivenciadas pelas famílias, os mitos e tabus, a importância do profissional no acolhimento e a orientação oferecida a puérpera e aos seus familiares. O vídeo foi apresentado em 2010 para um grupo com 50 gestantes e em 2011 nos grupos realizados em parceria com o Centro de Referência à Assistência Social (CRAS) e na Semana Mundial de Aleitamento Materno. Verificou-se através dos relatórios do SIAB e das visitas domiciliares que o índice de aleitamento materno exclusivo melhorou após realização do projeto. 1. Introdução A Organização Mundial de Saúde recomenda, para a população em geral, que os bebês recebam exclusivamente leite materno durante os primeiros seis meses de vida. Depois dos seis meses, com o objetivo de suprir suas necessidades nutricionais, a criança deve começar a receber alimentação complementar segura e nutricionalmente adequada, juntamente com a amamentação, até os dois anos de idade - ou mais (OPAS, 2001). A Organização Mundial da Saúde - OMS, o UNICEF e o Ministério da Saúde enfatizam a importância da promoção do aleitamento materno como fator redutor de morbimortalidade infantil. Estima-se que mais de um milhão de crianças poderiam deixar de morrer no mundo a cada ano, se o aleitamento materno fosse plenamente utilizado como recomenda a OMS (VIEIRA, G. O. et al, 1998). Apesar de beneficiar mães e filhos e, consequentemente, a sociedade em geral, a prevalência de aleitamento materno em nosso país está muito aquém do que é preconizado pela OMS. Dentre os inúmeros fatores que contribuem para o desmame cada vez mais precoce, estão a complexidade dos estilos de vida modernos e suas implicações, como a divisão do trabalho pelo casal, o retorno ao emprego por parte da mãe; a pandemia da Aids; as afecções da mama (mastite, fissura, ingurgitamento mamário, abscessos e outras); problemas com o neonato (fenilcetonúria, galactosemia); os mitos arraigados culturalmente por gerações (pouco leite, leite fraco e as implicações estéticas – flacidez e queda das mamas) e as influências externas de familiares, de amigos e de vizinhos (MACHADO, 1999). Os agentes comunitários de saúde tiveram a oportunidade de constatar em visitas domiciliares, a dificuldade das mães em amamentar, assim como a falta de apoio dos familiares. A frase que mais escutam no dia a dia é que amamentação parece uma tarefa fácil “pois é algo que ocorre naturalmente”, mas frente aos primeiros desafios as mães são incentivadas por seus familiares a desistir, passando a complementar o aleitamento materno com leite artificial e logo após tornando exclusivo o uso da mamadeira. A mãe ao chegar da maternidade passa por um processo de adaptação, pois entra em sua vida uma nova pessoa, que apesar do contato durante a gestação, é totalmente desconhecida, sendo necessária uma adaptação a nova rotina por parte dela e seus familiares. Nesta hora, o apoio familiar é indispensável, pois a amamentação exige dedicação e muito amor porque amamentar é mais que nutrir a criança é a forma de consolidar o vínculo entre mãe e filho. Frente a essa realidade vivenciada os agentes comunitários viram à necessidade de elaborar o projeto “amamentar é um ato de amor”. 2. Objetivo Conscientizar as gestantes e seus familiares da importância do aleitamento materno exclusivo até os seis meses de vida, mesmo com todas as dificuldades que a mãe encontra no início da amamentação, devendo os familiares sempre incentivá-la a não desistir. 3. Metodologia O projeto foi iniciado na semana mundial do aleitamento materno em 2010. A primeira atividade do projeto foi realizada com grupo de gestantes por meio de palestras e de dinâmicas, com apresentação do filme “Amamentar é um ato de amor” para finalizar o encontro. Esse filme foi produzido pelos Agentes Comunitários de Saúde e seu foco principal é a importância da família na amamentação. O filme mostra a realidade da inserção da criança na família, o despreparo da mãe e seus familiares, além do contexto social de crenças, mitos e tabus, evidenciando a necessidade de um profissional de saúde capacitado para acolher esta mãe e familiares desde o inicio da gestação. O projeto teve continuidade até o final do ano de 2010 e duExperiências Exitosas do Paraná 41 rante o ano de 2011, com ações realizadas com as gestantes da área abrangente do bairro Maria Antonieta (onde teve início), e outras áreas do Município, em conjunto com a Unidade de Saúde da Mulher de Pinhais, o Centro de Referência à Assistência Social (CRAS) e o Banco de Leite Humano do Hospital Universitário Evangélico de Curitiba. Na Semana Mundial do Aleitamento Materno em 2011 o vídeo foi apresentado no Evento que teve como objetivo principal homenagear as mães doadoras de leite para o Entreposto de Coleta de Leite Humano do Município de Pinhais e também, incentivar e orientar gestantes sobre a importância do aleitamento materno e da doação de leite. 1 Prefeitura Municipal de Pinhais, Secretaria de Saúde. Agente Comunitário de Saúde. O acompanhamento do projeto foi realizado pelos Agentes Comunitários de Saúde (ACS) através das visitas domiciliares as puérperas e aos recém nascidos. A avaliação aconteceu por entrevista semi-estruturada e o monitoramento da dinâmica da família com o ato de amamentar. Para um melhor acolhimento, acompanhamento e orientação foi implementado na Unidade de Saúde um espaço para acolher as mulheres com dificuldade na amamentação. A avaliação dos resultados foi realizada através da análise do indicador no Relatório do SIAB SSA2 de crianças menores de dois anos com aleitamento materno exclusivo ou misto na área de abrangência da Unidade de Saúde da Família Maria Antonieta. Houve também um impacto positivo do projeto nas falas das mães e dos familiares que participaram das atividades. Informe-se e apoie a mulher que amamenta. Seja um amigo do peito. Até os 6 meses, o leite materno deve ser o único alimento do bebê. Depois, ele deve receber alimentos saudáveis e continuar sendo amamentado até os 2 anos ou mais. E, para isso, as mães precisam 5. Conclusão O vídeo “Amamentar é um ato de Amor” está sendo utilizado no Banco de Leite Humano do Hospital Universitário Evangélico de Curitiba, nas palestras dos grupos de gestantes da Unidade de Saúde da Família Maria Antonieta, nos CRAS e na Unidade de Saúde da Mulher. O tema aleitamento materno deve ser abordado pelas Equipes de Saúde da Família em atividades educativas desde o período do Pré-Natal buscando inserir os familiares nessas atividades. No Município de Pinhais estão sendo implantados grupos de apoio ao Aleitamento Materno em todas as Unidades de Saúde da Família. Referências bibliográficas Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS). Desnutrição maternal e amamentação. Brasília, 2001. Disponível em: <http://www.opas.org.br/mostrant.cfm?codigodest=30>. Acesso em: 19 de ago. 2011 VIEIRA, G.O. et al. Indicadores do aleitamento materno na cidade de Feira de Santana, Bahia. Jornal de Pediatria, Porto Alegre, 1998. Disponível em: <http://www.jped.com.br/conteúdo/98-74-0111/port_print.htm>. Acesso em: 20 de agos. 2011 MACHADO, M. M. T. A conquista da amamentação: o olhar da mulher, 1999. Dissertação (Mestrado em Saúde Pública) – Universidade Federal do Ceará, Fortaleza, 1999. Disponível em: < http://www.bvsam.icict.fiocruz.br/teses/78_Machado.pdf>. Acesso em: 09 de set. 2011. 42 Mostra Paraná: Aqui Tem SUS - 2011 - Pinhais de apoio. Ajude, incentive a amamentação e seja um amigo do peito. Juliana Paes e Pedro participaram gratuitamente desta campanha. A amamentação é incentivada e apoiada pelo SUS. Rede Cegonha Agosto/2011 4. Acompanhamento e avaliação Ribeirão Claro Programa “Caminhada na Praça” 1 Autor: Josiane Keila Vilella, 2 Co-autores: Ana Maria Baggio Molini, 3 Aparecida de Mello Rodrigues, 4 Eliana Carvalho de Oliveira, 5 Eliane da Silva Molini, 6 Eloiza Laura Ribeiro Mesquita Lemgruber, 7 Karine Conti Interliche, 8 Solange Cristina da Silva, 9 Thaise Cristiana Baggio Paschoal Resumo O Programa “CAMINHADA NA PRAÇA” é realizado três vezes por semana na Praça da Igreja Matriz (2ª, 4ª e 6ª feira às 15 horas), ao ar livre. O Programa tem por objetivo: promover a melhoria da qualidade de vida das pessoas com idade acima de 45 anos, por meio da mudança de hábitos alimentares e atividades físicas, diminuir a necessidade de uso de medicamentos e como meta reduzir em 60% o sedentarismo entre os idosos na faixa etária acima dos 65 anos. As atividades físicas realizadas são ministradas e acompanhadas por profissionais especializados: é realizada a verificação da pressão arterial e batimentos cardíacos no inicio e no fim da atividade física, após essa verificação é realizado o aquecimento de 15 minutos, caminhada de aproximadamente 40 minutos monitorada por Agentes de Saúde, Enfermeiros e Estudantes de Educação Física. O Programa tem como objetivo proporcionar melhor qualidade de vida à população acima de 45 anos, investindo em ações de bem estar e atividade física incentivando o Programa Caminhada na Praça e buscando efetividade nas ações de promoção da saúde. Órgão responsável pela execução: Secretaria Municipal de Saúde e Equipes de Saúde da Família Telefone: (43) - 35361826 E-mail: [email protected] 1 Pedagoga, Auxiliar de Enfermagem e Chefe Administrativo Secretaria Municipal de Saúde, 2 Secretária Municipal de Saúde, 3 Agente Comunitária de Saúde , 4 Agente Comunitária de Saúde, 5 Agente Comunitária de Saúde, 6 Enfermeira da Equipe de Saúde da Família, 7 Enfermeira da Equipe de Saúde da Família, 8 Estudante de Educação Física, 9 Enfermeira da Equipe de Saúde da Família Experiências Exitosas do Paraná 43 Salgado Filho Saúde Mental na Comunidade 1 Autor: Tatiane Pecoraro, 2 Co-autores: Helton Pfeifer, 3 Clayton Moura Belo, 4 Célio Tobaru, 5 Silvana Tereza Welter, 6 Silvio Benedete, 7 Catiane Felipe, 8 Caciara Possato, 9 Ketlen Dalalba. Resumo O projeto visa contribuir desenvolvendo possibilidades de atuação do psicólogo junto à Atenção Básica de Saúde, priorizando a prevenção e promoção de Saúde Mental na comunidade. E através da capacitação e orientação adequada dos agentes comunitários de saúde busca integrar as ações de saúde como um ato coletivo, de participação popular, e com parcerias ao Serviço de Psicologia como vigilância sanitária, assistência social, cultura, entre outros, na divulgação de fatores de riscos e protetores da saúde mental em seu mais amplo sentido. Para tanto propõe reuniões periódicas com os ACS para orientações sobre como trabalhar saúde mental na comunidade e quais conhecimentos a população precisa receber sobre o assunto. Tem como resultados mais significativos à diminuição da medicação nos transtornos mentais leves, acolhimento de demanda da saúde mental na Atenção Básica, e diagnóstico precoce de situações de riscos e agravos. 1 Introdução Tomando como referência o atual modelo de reorganização da saúde pública brasileiro, este projeto visa contribuir desenvolvendo possibilidades de atuação do profissional psicólogo junto à atenção básica de saúde. Assume deste modo especial destaque as ações que focalizam a prevenção e promoção de saúde mental na comunidade. Para tanto parte de um contexto em que a demanda de saúde mental é apenas encaminhada ao serviço de psicologia ou psiquiatria, com um número cada vez mais crescente e inviável para atendimento psicoterápico, e suscita questões como a medicalização em grande escala da população. Deste modo através da capacitação e orientação adequada dos agentes de saúde é possível investigar aspetos protetores e também de adoecimento dentro da própria comunidade, buscando integrar esta nas ações de saúde mental como um ato coletivo, alem de integrar diversos setores da saúde compreendendo a saúde mental como resultante de vários aspectos do contexto em que a pessoa esta inserida, e não apenas fatores psicológicos. Podemos ainda envolver nas parcerias e preocupações com a saúde mental inicialmente pessoas e instituições dos três níveis de complexidade na atenção a saúde 44 Mostra Paraná: Aqui Tem SUS - 2011 ACS integrantes do grupo de Saúde Mental na Comunidade mental. Também outras que envolvam aspectos de saúde mental como vigilância sanitária, assistência social, entre outros. Salgado Filho é um município com população aproximada de 4403 habitantes, que tem como principais atividades econômicas agroindústrias e malharias, as taxas de desemprego estão diminuindo bem como a migração em busca de trabalho. Os critérios para estabelecer parcerias partes das necessidades identificadas junto à população através dos agentes de saúde e psicóloga. Que é realizado em reuniões mensais, em que são repassados informações sobre saúde mental e análise da demanda, orientações sobre encaminhamentos e questionários e materiais de divulgação que levem informações sobre saúde mental, bem como avaliem fatores relacionados na comunidade. 2 Objetivos - Participar na orientação, treinamento e desenvolvimento técnico-profissional dos agentes de saúde, desenvolvendo capacidade para identificar demandas em saúde mental, e áreas relacionadas através da equipe multidisciplinar. - Monitorar na comunidade os cuidados com o doente mental, e os fatores de risco ou protetores da saúde mental. - Diagnosticar precocemente situações de riscos e agravos; - Acolher demanda de saúde mental na Atenção Básica. 3 Justificativa Este projeto surge da necessidade de acolher a demanda de abrindo espaço não apenas para a intersetorialidade e interdisciplinariedade como também transversalidade de ações integrando setores como da Assistência Social, Cultura, Esporte e Profissionais da Saúde como um todo. Isso acontece através da equipe de referencia em saúde mental composta por Psicólogo, Médico, Enfermeiro e Técnicos de Enfermagem. A avaliação acontece pelo número de casos acompanhados, e de forma subjetiva o conhecimento que esses profissionais adquirem e utilizam na hora de discutir e encaminhar os casos. Também são entregues formulários sobre qualidade de vida, acompanhamento medicamentoso, aspectos culturais, hábitos, entre outros que são respondidos pelas famílias durante as visitas mensais realizadas pelos agentes comunitários de saúde, e monitorados pelo serviço de psicologia ou outro que achar necessário utilizar este meio. Apresentação do Programa pelo Secretário Municipal de Saúde saúde mental na atenção básica, e acompanhar os pacientes de saúde mental para além do consultório de psicologia, pois cerca de 60% dos pacientes mais severos abandonam o tratamento, retornando ao serviço de saúde para internação psiquiátrica. Outros pontos que levamos em consideração é que não havia formas de registro na saúde mental alem dos prontuários psicológicos dos que já são pacientes, e os registros farmacêuticos, registros que não eram integrados. Outro indicador é um número cada vez maior de pessoas procurava o atendimento de psicologia na Unidade Básica de Saúde com Transtornos Mentais de leves a severos, representando três vezes mais do que podia ser contemplado no então serviço ambulatorial de psicologia e psiquiatria, inviabilizando o tratamento apenas psicoterápico, e também permanecendo muito tempo na fila, agravando o problema. 4 Método O projeto é viabilizado através de reuniões mensais com os agentes de saúde, em que a pauta é determinada pela necessidade de informações que eles trazem sobre saúde mental, envolvendo não apenas aspectos psicológicos, mas também da assistência social, vigilância sanitária, farmacêutica, médica, pedagógica, do esporte e lazer, da cultura, e de instituições que trabalham questões especificas como APAE, entre outros. Após essas reuniões os agentes de saúde são orientados a criar espaços para discussão sobre os temas trabalhados nos grupos naturais que visitam. Também são instrumentalizados para direcionar a demanda. Os profissionais convidados a participar como palestrantes são voluntários e constroem apostilas financiadas para que os agentes de saúde possam consultar como material de apoio, além de folder e informativos que são distribuídos para as famílias. Esses materiais não ultrapassam um limite mensal de R$ 300,00. O programa visa contemplar a comunidade como um todo, 5 Resultados obtidos O programa é recente na Saúde deste Município, mas comparado a situação anterior ao programa, ainda que não registrado em números absolutos, temos uma grande quantidade da população monitorada pela saúde mental, incluindo casos mais complexos. E detectamos situações de risco para atuar na prevenção e diminuição das filas de espera para o serviço de psicologia, pois o agente de saúde é capacitado a prestar orientações assertivas com relação a situações problemas de menor comprometimento, e mesmo dar a orientação ao encaminhamento mais adequado. Os conhecimentos adquiridos pelos agentes de saúde e o incentivo a participação coletiva nos aspectos relacionados à saúde mental são de longa duração. 6 Referências BLEGER, J. Psico-higiene e psicologia institucional. Porto Alegre: Artes Médicas; 1996. 138 p. BRASIL. Sistema Único de Saúde: Constituição Federal – Seção II. CONASENS – Publicações Técnicas, n. 02, dezembro 1990. CONSELHO FEDERAL DE PSICOLOGIA. A prática da Psicologia e o Núcleo de Apoio à Saúde da Família. Brasília: CFP, 2009. 172 p. FERNANDES,WJ; SVARTMAN,B.; FERNANDES,B. S. Grupos e Configurações Vinculares. Porto Alegre: Artmed, 2003, p.6574. FRANÇA, A.C.P; VIANA, B.A. Interface Psicologia e Programa Saúde da Família – PSF: reflexões teóricas. Psicologia Ciência e Profissão. v.6. n.2. Brasília: jun 2006. PICHON-RIVIÈRE, E. O processo grupal. 8a ed. São Paulo: WMF Martins Fontes, 2009. 286 p. 1 Psicóloga – Chefe Saúde Mental – Secretaria Municipal de Saúde 2 Secretário Municipal de Saúde, 3 Médico PSF urbano, 4 Médico PSF rural, 5 Assistente Social CRAS, 6 Farmacêutico Secretaria Municipal de Saúde,7 Enfermeira Secretaria Municipal de Saúde, 8 Enfermeira PSF urbano, 9 Enfermeira PSF rural Experiências Exitosas do Paraná 45 Santa Terezinha do Itaipu Um Sorriso Especial 1 Adriana Demathé, Liamara Casanova Baldissera, Jorge Soares Ferreira, Carlos Alberto Martins Araújo, Heraldo Neris Pedro, Edna Adamante, Inês Pereira dos Santos Resumo: De acordo com o IBGE em 2010, 13,57% da população paranaense apresentavam algum tipo de incapacidade ou deficiência; no município de Santa Terezinha de Itaipu são cerca de 3.700 habitantes. A necessidade de atendimento destes pacientes especiais norteou este programa cujos objetivos são realizar atendimento odontológico sob sedação EV, em ambulatório, a pacientes cujo tratamento odontológico não seja possível sob condicionamento; realizar atendimento odontológico, sob condicionamento, aos demais pacientes especiais do Município. Anteriormente eram atendidas somente as urgências deste grupo. Com o programa já foram realizados 105 atendimentos e 173 procedimentos. A sustentabilidade e permanência deste programa ao longo do tempo é possível pois os recursos necessários não alteraram o orçamento. A Política Nacional de Saúde da Pessoa com Deficiência (Brasil, Ministério da Saúde, 2010) considera “deficiência – toda perda ou anormalidade de uma estrutura e/ou função psicológica, fisiológica ou anatômica que gere incapacidade para o desempenho de atividade, dentro do padrão considerado normal. A necessidade de atendimento de pacientes especiais de difícil manejo sob condicionamento e dificuldade de atendimento odontológico destes sob anestesia geral norteou este programa. Contexto social, sanitário e político: cerca de 24,6 milhões de pessoas (14,5% pop.) apresentam algum tipo de incapacidade ou deficiência; no Paraná 13,57% e em Santa Terezinha do Itaipu este percentual é de 17,77% da população (cerca de 3.700 numa população de 20.834 – IBGE/2010) (Neri et al., 2003). Pacientes portadores de deficiência física e mental podem apresentar, para os dentistas, algumas dificuldades no seu manejo e no próprio tratamento odontológico. A grande maioria destes pacientes podem ser tratados somente com condicionamento, porém alguns indivíduos com distúrbios graves, além de certas deficiências profundas necessitam de um tratamento sob anestesia geral, procedimentos estes de elevado custo. Além disso a maioria dos hospitais não está equipada para se realizar tratamentos restauradores. No contexto sanitário: o processo de educação em saúde bucal abrangendo a orientação aos educadores, familiares e cuidadores dos pacientes especiais pretende capac- 46 Mostra Paraná: Aqui Tem SUS - 2011 Participação da mãe itar os usuários para participar das decisões relativas à saúde bucal de seu ente querido. Politicamente, para que se consiga a inclusão social desta parcela da população há a necessidade de se adequar, romper barreiras e operar transformações, assumindo uma postura diferente da tradicional. Estratégias de enfrentamento: Para todos os objetivos estratégicos descritos a seguir foram definidos como meta – 95% e período de execução – 2011: implantar uma política de inclusão a saúde da pessoa com deficiência (política implantada); promover parceria com associação local que acompanha as pessoas com deficiência (parceria promovida/Associação Pestalozzi); promover acessibilidade aos serviços de saúde da pessoa com deficiência (acessibilidade promovida). Critérios para busca de parcerias: sensibilização política e de diversos profissionais do quadro funcional; contato pessoal com os educadores da Associação Pestalozzi para conhecer mais sobre seus alunos e os familiares destes; formação de equipe multiprofissional. Os profissionais envolvidos neste Programa tiveram que demonstrar o compromisso e a responsabilidade coletiva para com os usuários. Esta aproximação trouxe a chance de se construir com estes usuários as ações necessárias para o enfrentamento dos seus problemas. Objetivos: Realizar atendimento odontológico sob sedação EV a pacientes portadores de necessidades especiais (PNE) cujo trata- mento odontológico não seja possível sob condicionamento; realizar atendimento odontológico, sob condicionamento, aos demais PNE do Município. Metas: Atender 08 PNE da Associação Pestalozzi, de difícil manejo sob sedação EV; realizar mensalmente atendimento a 15 PNE cujo tratamento possa ser realizado sob condicionamento. Situação inicial: foi realizada uma triagem para conhecer a situação de saúde bucal dos PNEs (106 alunos) que freqüentam a Associação Pestalozzi de Santa Terezinha de Itaipu. Foi constatado que 08 pacientes não eram passíveis de condicionamento. Diante da dificuldade de atendimento sob anestesia geral foi elaborado este projeto com a finalidade inicial de atendimento destes pacientes sob sedação EV em ambiente ambulatorial, no Centro de Especialidades - CEO. Dinâmica do funcionamento/estratégias grama/projeto e recursos empregados: do pro- Os atendimentos são realizados todas as terças-feiras das 13:00 hs às 17:00. Os recursos empregados (materiais, financeiros, técnicos) provêm da Secretaria Municipal de Saúde, recursos estes já previstos para atendimento odontológico rotineiro (do CEO) ou atendimentos de emergência (do Pronto Atendimento Médico). A equipe que realiza os procedimentos técnicos do programa é composta por um médico (clínico geral e anestesista), uma técnica de enfermagem, um cirurgiãodentista e uma auxiliar de saúde bucal. A parte burocrática é articulada entre o Coordenador de Saúde Bucal, o Diretor de Saúde e a Secretária Municipal de Saúde do Município. O atendimento odontológico sob sedação EV inclui: ações preventivas como profilaxia, aplicação tópica de flúor e selantes, ações curativas como restaurações, tratamentos periodontais, tratamentos endodônticos e também procedimentos cirúrgicos (Goulart et al., 2007; Silva & Cruz, 2009). Atualmente, devido a visibilidade e eficácia do programa outros pacientes especiais que não são integrantes da Sociedade Pestalozzi já procuraram o programa e estão agendados para atendimento. Ações Intersetoriais, Interdisciplinares e matriciamento: foi necessário realizar contato com as educadoras da Sociedade Pestalozzi para conhecer a personalidade da criança no dia-a-dia; foi necessária a formação de uma equipe multiprofissional; o encaminhamento se estabeleceu a partir da referência e contra-referencia das 04 Equipes de Saúde Bucal (ESBs) para o CEO. Acompanhamento, Avaliação e Monitoramento desenvolvidas e/ou previstas: Além dos sistemas de informação de preenchimento obrigatório (SIA/SUS e SIAB), implementouse o preenchimento diário de planilha detalhando as informações sobre os PNE além de mapa mensal onde conste o número de pacientes especiais atendidos e número de procedimentos realizados. Anestesista CD e técnica em enfermagem realizando sedação Resultados: Anteriormente eram atendidas as urgências conforme demanda, em maio/2011 teve início o projeto regular de atendimento a pacientes especiais. No período de 18/05/11 a 16/08/11 foram realizados 105 atendimentos e realizados 173 procedimentos. Impacto obtido: a falta de absenteísmo e o empenho dos pais e responsáveis em não perder o atendimento nos mostra que o programa possui um alto impacto entre os usuários. Replicabilidade: as unidades de Saúde que desejarem replicar a experiência devem estar preparadas para receberem estes usuários no aspecto físico (conforme NBR 9050/1994) e técnico (disponibilidade, capacitação e comprometimento de todos os profissionais da equipe: anestesista, técnico enfermagem, dentista e auxiliar de saúde bucal. Continuidade: é possível a sustentabilidade e permanência da prática deste projeto ao longo do tempo pois os recursos materiais e humanos necessários não oneraram o orçamento. Referências: 1) Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Ações Programáticas Estratégicas. Política Nacional de Saúde da Pessoa com Deficiência. Brasília: Editora do Ministério da Saúde, 2010. 24 p. 2) Goulart, M. G. V.; Gomes, M. F.; Haddad, A. S. Sedação consciente no tratamento odontológico em Pacientes com Necessidades Especiais. In: . Odontologia para Pacientes com necessidades especiais. São Paulo, Santos, 2007. cap. V. p.476-483. 3) Neri, M.; Pinto, A.; Soares, W.; Costilla, H. Retratos da Deficiência no Brasil. Rio de Janeiro: FGV/IBRE/ CPS, 2003. 250 p. 4) Silva, L. C. P.; Cruz, R. A. Odontologia para pacientes com necessidades especiais. Protocolos para o atendimento clínico. São Paulo: Santos, 2009. 1 Instituição: Prefeitura Municipal de Santa Terezinha de Itaipu/Secretaria Municipal de Saúde/Programa de Saúde Bucal/ Centro de Especialidades Odontológicas - CEO Experiências Exitosas do Paraná 47 Ubiratã Prevenção da Gravidez na Adolescência no Municipio de Ubiratã 1 Autor: Enfermeiro: Marcos Cardoso dos Santos Co-Autores: ACSs; Claunice Dias Damasceno, Elaine Ferreira Gomes, Josiane Cristina Rodrigues, Solange Moreira Mello, Marli Tomimitsu, Thais Cristina Pelegati, Viviana Szlioswski Rodrigues A adolescência é considerada o momento crucial do desenvolvimento do individuo, aquele que marca não só a aquisição da imagem corporal definitiva, como também, a estruturação final da personalidade, deste modo, uma gravidez indesejada nesta fase ocasiona problemas como abandono da escola, trazendo sérias conseqüências para o futuro destas adolescentes. Buscamos, com este projeto, conscientizar os adolescentes da área de abrangência da estratégia SAÚDE DA FAMÍLIA SÃO JOAQUIM, sobre as dificuldades encontradas a partir de uma gravidez não programada, bem como das conseqüências de uma relação sexual sem prevenção. Facilitando a contaminação de DST/HIV, orientando também sobre as intercorrencias associadas à gravidez na adolescência como morte materna, prematuridade, recém-nascido com baixo peso, entre outras. Essas orientações são repassadas considerando o meio sócio econômico e cultural do grupo alvo gerando um elo entre família, escola e saúde. A gravidez na adolescência se mostra hoje em todo o país como um problema relevante de saúde publica. Este evento no município de Ubiratã não se manifestação se diferente e tem-se apontado crescente, na faixa etária de 11 a 19 anos. Entre os anos de 2003 a 2006 foram registradas 15 gestantes, em 2007, 27 gestantes e em 2010, 66 gestantes, gerando grande preocupação por parte do poder publico. Considerado o exposto a cima e com o intuito de mudança deste quadro alarmante, iniciou-se o projeto na área de atuação da ESF São Joaquim da cidade de Ubiratã. No qual consiste em: Palestras informativas aos adolescentes, com participação dos alunos por meio de questionários e dinâmicas; Reuniões em pequenos grupos em cada área de abrangência da estratégia Saúde da Família; Entrevista individual ou em grupo com adolescentes, criando um vinculo a fim de aproximá-los à equipe para que se sintam a vontade para expor suas duvidas;Abordar a família discutindo as dificuldades, promovendo aproximação dos pais com os adolescentes com o objetivo de tratarem com clareza o tema sexualidade dentro de casa. Para aplicação do projeto foi utilizado recursos humanos, pro- 48 Mostra Paraná: Aqui Tem SUS - 2011 fessores, alunos e ACS e materiais, tais como folders, panfletos, retroprojetor, papel e data-show Na execução do projeto foram de total e essencial importância a participação e colaboração de professores, secretarias e ACSs (Agentes Comunitários de Saúde) no desenvolvimento do projeto, bem como a supervisão do autor, do qual tem feito significativa diferença na execução do mesmo. Desde o seu ponto de partida na unidade básica de saúde com reuniões, palestras e debates no decorrer das ações, onde todos compartilham das informações, etapas e resultados obtidos. O acompanhamento e avaliação e monitoramento de resultados do projeto se deu por contato direto por meio de visitas domiciliares, pequenos grupos de educação em saúde e avaliação dos indicadores gravidez na adolescência e DST/HIV nesta faixa etária. Até o momento não notamos redução considerável de gravidez nesta faixa etária, visto que o projeto teve inicio há alguns meses. No entanto, há uma perspectiva de diminuição deste indicador, logo que foi observado o crescimento do elo entre família, adolescente e ESF e também maior percepção dos riscos de uma gravidez precoce. Constatamos a necessidade de orientar e esclarecer os adolescentes para que eles tenham poder de decisão consciente sobre o próprio corpo e suas atitudes bem como quanto aos métodos contraceptivos. E, sem dúvida, este projeto poderá ser expandido para as demais equipes da saúde da família. Assim o projeto foi adaptado às características socioculturais da comunidade e do grupo alvo, para produzir um intercambio melhor entre escola, família e equipe de saúde, para uma redução da gravidez indesejada na adolescência, do qual não é necessário desprender de um elevado recurso financeiro, apenas utilizando os já existentes e da equipe disponível na unidade básica de saúde, tendo em vista que os resultados positivos serão colhidos no médio e longo prazo. 1 S ESF: São Joaquim. secretaria municipal de saúde – Ubiratã, PR. Experiências Exitosas do Paraná 49 XXVII CONGRESSO ESTADUAL DE SECRETARIAS MUNICIPAIS DE SAÚDE DO PARANÁ 14 a 16 de setembro de 2011 CARTA DE CASCAVEL Os secretários municipais de saúde do estado do Paraná, reunidos em assembléia, durante o XXVII Congresso Estadual de Secretarias Municipais de Saúde, no período de 14 a 16 de setembro de 2011, no município de Cascavel, estado do Paraná, renovam seu compromisso com a saúde de todos os cidadãos paranaenses e com a consolidação e defesa irrestrita do Sistema Único de Saúde – SUS como política de Estado. Em consonância com a atual política de saúde proposta pelo Ministério da Saúde, no âmbito federal, pela Secretaria de Estado da Saúde, no âmbito estadual, momento de sólida aliança entre União, Estado e Municípios, o COSEMS-PR propõe uma agenda para a consolidação do processo de descentralização em curso no Sistema Único de Saúde, por meio da construção de redes de atenção à saúde como estratégia de garantia da integralidade do cuidado, que contemple os seguintes pontos: - Ratificar o compromisso já expresso nacionalmente no sentido de investir na consolidação do SUS, por meio da implantação dos dispositivos do decreto 7508, que possibilita o aperfeiçoamento do Pacto Pela Saúde e fortalece as relações federativas, o financiamento tripartite e solidário na execução das políticas de saúde; - Fortalecer a luta pela aprovação imediata da regulamentação da EC29, além de buscar garantir um financiamento contínuo e sustentável para a saúde; - Fortalecer o processo de descentralização e regionalização solidária por meio da valorização da atuação político institucional, administrativa e técnica das Comissões Intergestores Regionais; - Investir na cultura do planejamento integrado regional, por meio da construção do mapa da saúde, propiciando a definição das responsabilidades sanitárias e financiamento tripartite expressas no Contrato Organizativo de Ação Pública; - Buscar implementar outras modalidades de gestão que possibilitem alternativas para contratação dos profissionais de saúde; - Assegurar financiamento tripartite para melhor estruturação e apoio ao funcionamento dos conselhos de saúde; - Instituir ações que visem à qualificação da atenção básica como ordenadora da rede e coordenadora do cuidado em saúde com financiamento das três instâncias federadas; - Apoiar a implementação das Redes Temáticas prioritárias como: Rede Cegonha/ Mãe Paranaense, Rede de Urgência e Emergência, Rede de Saúde 50 Mostra Paraná: Aqui Tem SUS - 2011 Mental, entre outras; - Fortalecer o modelo de atenção à saúde que invista no acesso e na qualidade do cuidado com foco na promoção da saúde e nas ações de vigilância em saúde; - Reiterar a necessidade de ampliação da integração dos agentes de endemnias às equipes de saúde da família, como estratégia de fortalecimento da atenção básica, da promoção da saúde e das ações de vigilância em saúde; - Reforçar a valorização do trabalho multidisciplinar, criando condições para a ampliação e qualificação dos Núcleos de Apoio a Saúde da Família – NASF; - Definir estratégia estadual e regional para a Gestão do Trabalho que possibilite a valorização do trabalho e do trabalhador de saúde; - Reforçar os processos de educação permanente dos profissionais de saúde, especialmente aqueles que atuam na Atenção Básica, valorizando o espaço do serviço e do território como locais de aprendizado; - Ampliar o esforço conjunto dos três entes federados, quanto à organização da assistência farmacêutica, no sentido de melhorar a qualificação do acesso, no contexto do uso racional e seguro de medicamentos; - Propor estratégias que reduzam a judicialização da saúde, por meio de ações de apoio técnico e jurídico, monitorando as demandas bem como a definição mais clara de responsabilidades de financiamento entre os entes federados; - Buscar apoio nas esferas federal, estadual para a construção de rede de atenção psicossocial para o enfrentamento do problema do alcoolismo, da drogadição como o crack, oxi e outras drogas, com ênfase nas ações intersetoriais; - Buscar apoio financeiro da SES e MS para fortalecer o papel do COSEMS na governança regional, qualificando o protagonismo dos gestores municipais e, conseqüentemente o fortalecimento das Comissões Intergestores Regionais, sobretudo, na construção dos contratos organizativos de ação pública. E, finalmente, reiterar a Carta de Compromisso entre Gestores e Usuários em defesa do SUS para a garantia do Direito à Saúde com acesso digno, reafirmando o compromisso por meio de medidas efetivas que explicitem a defesa da saúde pública, universal, integral e equânime. Cascavel, 16 de setembro de 2011. Experiências Exitosas do Paraná 51 Conselho de Secretários Municipais de Saúde do Paraná Presidente: Marina Sidinéia Ricardo Martins Secretária Executiva: Luzia Tiemi Oikawa Escritório do Cosems Endereço: Rua Piquiri, 170 - Rebouças CEP: 80230-140 - Curitiba - PR Contato: (41)3330.4417 - (41)3330-4406 E-mail: [email protected] 52 Mostra Paraná: Aqui Tem SUS - 2011