Características morfológicas e produtivas em acessos de feijão
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Características morfológicas e produtivas em acessos de feijão
Características morfológicas e produtivas em acessos de feijão-fava consorciados Miguel Barreiro Neto1, Rodrigo Andrade de Araújo Fagundes2, Maildon Martins Barbosa2, Nair Helena Castro Arriel3, Camilo Flamarion de Oliveira Franco1 e João Felinto dos Santos2 1 Pesquisadores da EMBRAPA/EMEPA-PB, DSc. em Recursos Naturais ([email protected]) e DSc. em Fitotecnia ([email protected]) 2Pesquisadores da EMEPA-PB, Eng. Agrôn. ([email protected]); Eng. Agrôn. ([email protected]) e DSc. em Fitotecnia (joã[email protected]) 3Pesquisadora da EMBRAPA-Algodão, DSc. em Produção Vegetal.([email protected]) Resumo – O objetivo do trabalho foi realizar a caracterização morfológica e produtiva de acessos de feijão fava em cultivo consorciado e definir tecnologias para a sustentabilidade da produção e da qualidade. Dez acessos foram avaliados na Estação Experimental Cientista José Irineu Cabral, em João Pessoa-PB no ano de 2013 em experimento consorciado com palma forrageira no segundo ano de cultivo. Os acessos MLB 007 e MLB 022 apresentaram as maiores médias de produção. A maior produtividade obtida foi de 1.486 kg/ha, relativa ao acesso MLB 007, que corresponde a 2,5 vezes a média estadual. Os acessos MLB 006, MLB 039 e MLB 053 foram os menos produtivos. Quanto ao peso de 100 sementes, o acesso Orelha de Vó apresentou a maior média. O acesso Orelha de Vó destacou-se com as maiores médias em comprimento e largura das vagens. A produção de grãos correlacionou-se positivamente apenas com número de sementes por vagem (0,78++) e numero médio de ramos (0,39+), demonstrando que os acessos mais produtivos têm maior número médio sementes/vagem e o peso de 100 sementes correlacionou-se positivamente com o comprimento médio da vagem (0,49++) e com largura média da vagem (0,68++) expressando que sementes mais pesadas originam-se de vagens mais compridas e mais largas. Palavras-chave: cultivares, germoplasma, produção, correlações, caracterização. Morphological and productive characteristics of accesses of bean-fava in intercropping Abstract - The objective of this study was to realize the morphological and productive characterization of accesses of bean-fava in intercropping and define technologies for sustainability of production and quality. Ten accessions were evaluated in Experiment Station Cientista José Irineu Cabral, in João Pessoa, Paraiba state, Brazil, in 2013, in intercropping with cactus pear in the second year of cultivation. The accessions MLB-007 and MLB-022 showed higher production. The highest yield obtained was 1,486 kg ha-1 for the access MLB-007, which corresponds to 2.5 times the average state. MLB-006, MBL-039 and MLB-053 were the accessions least productive. The access “Orelha de Vó” had the highest average of weight of 100 seeds and with higher averages in length and width of the pods. Grain production was positively correlated only with number of seeds per pod (0.78++) and average number of branches (0.39+), demonstrating that the most productive accessions have greatest medium number of seeds / pod. The weight of 100 seeds was positively correlated with average length of pod (0.49++) and average width of pod (0.68++), expressing that heavier seeds are coming from pods longer and wider. Keywords: cultivars, germplasm, production, correlations, characterization. Introdução A fava ou feijão fava (Phaseolus lunatus L.) é um cultivo adaptado ao clima semiárido, possuindo características agronômicas para desenvolver-se em ambientes onde prevalece a seca. Apresenta-se com grande importância na segurança alimentar e nutricional das pequenas comunidades rurais devido a sua capacidade de adaptação às condições de clima e de solo, mais ampla que os feijões, servindo assim, para diminuir a dependência das espécies phaseolus e macáçar. Para Castiñeiras et al. (2008), a manutenção da diversidade genética e da variabilidade dos cultivos é uma das estratégias mais efetivas para criar formas estáveis de subsistência por parte dos agricultores que praticam uma agricultura de baixos insumos. A Paraíba é o principal Estado produtor de fava do Brasil, o de maior área cultivada e de melhor produtividade, conforme dados do IBGE 2012. Verifica-se que, nas safras 2010 e 2012, houve uma sensível redução nesses índices, a ponto de comprometer a oferta do produto no mercado e promover a elevação no preço do produto no varejo que atingiu até R$ 25,00/kg nas feiras livres, tornando-se inacessível ao consumo da população de baixa renda, equiparando-se a uma iguaria ou petisco da culinária regional. Além disso, a seca promoveu redução na quantidade e na qualidade dos materiais ofertados, incidindo também, na redução dos recursos genéticos da agricultura familiar. É grande a variabilidade de tipos de sementes comercializadas, diferenciadas quanto à cor do tegumento e ao tamanho, com várias denominações locais e regionais. Não há disponibilidade de sementes selecionadas no mercado para atender a demanda dos produtores, prevalecendo o uso de sementes originadas da própria produção ou obtidas de terceiros e vizinhos. O Tecnol. & Ciên. Agropec., João Pessoa, v.9, n.3, p.23-27, jun. 2015 23 cultivo se realiza com pouca utilização dos insumos modernos, como: irrigação, fertilizantes, herbicidas e inseticidas, condições prevalecentes em toda a agricultura familiar. O sistema de plantio em consórcio com outras culturas é a prática mais utilizada e visa promover um melhor aproveitamento do solo, redução dos riscos e perdas, aumenta o retorno econômico e promove a diversificação alimentar das comunidades. Devido ao hábito de crescimento predominantemente indeterminado, sua colheita pode ser prolongada e realizada no período seco. A produtividade é um dos fatores limitantes do cultivo, situando-se em torno de 400 kg, tendo apresentado no período, uma queda de até 70%. Além da instabilidade climática, contribuem também, para esta baixa produtividade o uso de um sistema tradicional de cultivo agravado pela falta de sementes selecionadas, baixa densidade populacional, ausência de adubação orgânica e sistema de consórcio. Oliveira et al. (2014), constatam que a sensibilidade do feijão-fava ao déficit hídrico no solo e as incertezas climáticas, principalmente, relacionadas às variações pluviométricas entre anos e locais de cultivo, determinam esses baixos índices de rendimento e oscilação da produção anual desta cultura. Explorada tecnicamente, a cultura pode causar grande impacto socioeconômico ao setor agrícola das regiões produtoras do Nordeste brasileiro. A geração de tecnologias para a cultura resultará no aumento significativo da área de cultivo, da produção e produtividade, promovendo melhoria da qualidade de vida do homem do campo e da sua educação na atividade de produção agrícola. Também, surtirá efeito benéfico na preservação do meio ambiente, geração de oportunidade de trabalhos para a comunidade rural, contribuindo consequentemente para reduzir o êxodo rural e melhorar o fluxo de comercialização interna, aumentando o volume de exportações do produto. Com certeza, isto promoverá impacto positivo, melhor qualidade do produto e maior taxa de retorno, viabilizando o negócio agrícola nos Estados produtores. A oferta de sementes de novos materiais, com garantia de qualidade, livres de problemas fito patogênicos, possibilitará melhor convívio do homem com o meio ambiente, haja vista a redução significativa de produtos agroquímicos na condução das lavouras e maior oportunidade de obtenção de sementes em épocas oportunas e a custos menores. Segundo Guimarães et al. (2007), a caracterização morfológica fornece uma série de informações a respeito da variabilidade genética de cada acesso estudado e esses dados auxiliam na caracterização do germoplasma. O objetivo do trabalho foi promover a caracterização morfológica e produtiva de acessos de fava em cultivo consorciado e de definir tecnologias, capazes de contribuir para a sustentabilidade da produção e da qualidade, identificando pontos críticos e sugerindo intervenções 24 Tecnol. & Ciên. Agropec., João Pessoa, v.9, n.3, p.23-27, jun. 2015 adequadas, visando subsidiar políticas de governo para o fortalecimento da agricultura familiar. Material e Métodos Dez acessos de fava, provenientes de coletas realizadas pela Embrapa e EMEPA-PB, foram avaliados em João Pessoa-PB no ano de 2013 em experimento consorciado com palma forrageira cv. Palmepa-PB1, no segundo ano de cultivo. Nesta etapa, o porte das plantas suportava o consórcio, podendo beneficiar-se da incorporação do nitrogênio das raízes da leguminosa. O experimento foi avaliado no período abril-setembro onde o regime pluvial apresentou média mensal de 328,1 mm. As precipitações pluviais no período bem como as médias mensais estiveram acima das médias históricas, segundo dados da AESA (2013). O solo é classificado como Argissolo Amarelo Distrófico latossólico – Pad e encontra-se sob domínio climático As’- quente e úmido com chuvas de outono e inverno (Classificação de Koppen), com precipitações que podem atingir 1.600 mm anuais. O plantio foi realizado no mês de abril no espaçamento 1,50 m x 1,00 m, sendo as sementes de fava semeadas a 0,20 m das fileiras de palma e desbastados para duas plantas/cova aos 30 dias após o plantio. Foi utilizado o delineamento de blocos casualizados com 10 tratamentos (acessos) e três repetições sendo cada parcela constituída por cinco plantas. Os acessos foram: MLB 001, MLB 006, MLB 007, MLB 018, MLB 020, MLB 022, MLB 037, MLB 039, MLB 053 e Orelha de Vó, originados de coleções de trabalho da Embrapa algodão e EMEPA-PB. A exceção do acesso MLB 007, todos os demais tem hábito de crescimento indeterminado. Foram procedidas as comparações de médias utilizando-se o teste de Tukey a 5% de probabilidade e análises de correlação de Pearson, visando determinar o grau de interdependência entre elas. As variáveis mensuradas foram expressas por meio de quantidade, peso e tamanho: Produção de grãos em kg.ha-1 (PGrãos); peso de 100 sementes (P100S) em gramas; número médio de sementes/vagem (NSV); comprimento médio da vagem (CMV) em centímetros; largura média da vagem (LMV) em centímetros; diâmetro médio do caule (DMC) em milímetros; número de ramos/planta (NMR) e número de nós até 1,0 m da altura da planta (NN1). Foram realizadas seis capinas com enxada, não havendo controle de doenças, apenas de formigas. Utilizou-se adubação orgânica com esterco bovino na base de 20 t.ha-1, dirigida à cultura da palma. Resultados e Discussão Na Tabela 1, encontram-se os resultados da análise de variância para as variáveis cujas medidas foram realizadas durante a colheita. Observa-se que houve efeito significativo para tratamentos (genótipos) a 1% para todas as características, significando que houve uma resposta de cultivar ao sistema de produção implantado. Após o mês de outubro houve um menor desenvolvimento vegetativo das plantas e um maior abortamento de flores e vagens como também o surgimento de um grande número de sementes chochas. Conforme a Tabela 2, os acessos MLB 007 e MLB 022 apresentaram as maiores médias de produção, diferindo estatisticamente dos demais e equivalendo-se entre si. A maior produtividade obtida pelo acesso MLB 007 foi de 1.486 kg/ha que corresponde a 2,5 vezes a média estadual. Os acessos MLB 006, MLB 039 e MLB 053 foram os menos produtivos. Santos et al. (2002), trabalhando com oito variedades, obteve produtividade de até 852 kg sendo a cultivar Orelha de Vó a de menor produtividade e a de maior peso de 100 sementes, o que está em acordo com Gomes et al. (2010) e com os resultados deste trabalho. Tabela 1. Resultados da análise de variância para características de produção, crescimento e desenvolvimento de genótipos de feijão-fava, em condições de sequeiro. Fontes de variação GL Blocos Acessos Resíduo 3 9 27 CV(%) Quadrados Médios PGrão P100S NSV CMV LMV DMC NMR NN1 20.531,70 243.562,68** 12.918,73 12,28 8,76 887,19** 2,69 2,96 0,01 0,35** 0,19 5,32 0,11 3,55** 0,29 7,25 0,004 0,119** 0,016 7,17 29,433 16,107** 4,285 15,88 1,633 26,537** 1,225 21,43 9,233 15,792** 2,492 12,66 ** Significativo a 1% de probabilidade, pelo teste F PGrão - Produção de grãos, P100S - peso de 100 sementes, NSV - Número de sementes por vagem, CMV - comprimento médio de vagem, LMV - largura média de vagem, DMC - diâmetro médio do caule, NMR - número médio de ramos, NN1- número de nós até 1 metro de altura de genótipos de feijão-fava, em condições de sequeiro. Tabela 2. Médias de características de produção, crescimento e desenvolvimento de genótipos de feijão-fava, em condições de sequeiro. Genótipos MLB001 MLB006 MLB007 MLB018 MLB020 MLB022 MLB037 MLB039 MLB053 Orelha-de-Vó Média F CV (%) DMS PGrão 1.045,33 bcd 695,0 e 1.486,87 a 830,0 cde 753,33 de 1.170,0 ab 1.153,33 bc 583,33 e 643,33 e 891,67 bcde 925,20 18,85 12,28 332,74 P100S 52,83 d 69,13 c 42,17 fg 47,07 e 40,07 g 46,07 ef 77,40 b 41,57 fg 48,17 de 89,63 a 55.41 329,32 2,96 4,81 NSV 2,93 ab 2,17 c 3,03 a 2,57 bc 2,53 bc 3,10 a 2,93 ab 2,27 c 2,27 c 2,73 ab 2,65 17,78 5,32 0,41 CMV 7,30 cd 6,23 d 7,03 cd 6,00 d 7,33 cd 8,57 abc 8,97 ab 7,17 cd 7,47 bcd 9,27 a 7,53 11,87 7,25 1,60 LMV 1,83 abc 1,80 abc 1,87 ab 1,47 c 1,57 bc 1,83 abc 2,03 a 1,60 bc 1,83 abc 2,10 a 1,79 7,19 7,17 0,38 DMC 12,00 ab 14,33 ab 12,33 ab 15,67 a 14,00ab 14,36 ab 10,33 ab 16,33 a 12,00 ab 9,00 b 13,03 3,76 15,88 6,06 NMR 3,33 bc 6,00 b 13,00 a 3,33 bc 5,33 bc 3,67 bc 2,67 c 5,33 bc 3,67 bc 5,33 bc 5,17 21,65 21,43 3,24 NN1 13,67 a 13,66 a 8,00 c 9,00 bc 13,00 ab 15,00 a 13,33 ab 14,67 a 12,00 abc 12,33 abc 12,47 12,66 4,62 Médias seguidas da mesma letra, nas colunas, não diferem significativamente entre si, pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade. PGrão - Produção de grãos, P100S - peso de 100 sementes, NSV - Número de sementes por vagem, CMV - comprimento médio de vagem, LMV - largura média de vagem, DMC - diâmetro médio do caule, NMR - número médio de ramos, NN1- número de nós até 1 metro de altura de genótipos de feijão-fava, em condições de sequeiro. Para Oliveira et al. (2011), as cultivares de hábito de crescimento indeterminado possuem maior produtividade que as de hábito determinado porque o desenvolvimento vegetativo prossegue com a emissão de novos nós e novas florações proporcionando um maior potencial de produtividade. Tais dados conflitam com os obtidos no presente trabalho, onde a maior produção foi obtida com um acesso de hábito de crescimento determinado. Produtividade de 1.286 kg, em cultivo conduzido com suplementação hídrica, foi obtida por Melo et al. (2013). Tais índices aproximam-se dos obtidos neste trabalho, cujo cultivo se verificou sob satisfatórios índices de pluviosidade. Alvino et al. (2012) consideram viável a produção de feijão-fava sem a necessidade de adoção de tecnologias de irrigação podendo-se atingir 800 a 2.000 kg ha-1. Quanto ao peso de 100 sementes, o acesso Orelha de Vó apresentou a maior média diferindo estatisticamente dos demais, enquanto os acessos MLB 007, MLB 020 e MLB 039 apresentaram os menores valores médios. O acesso Orelha de Vó destacou-se ainda com as maiores médias em comprimento e largura da vagem diferindo Tecnol. & Ciên. Agropec., João Pessoa, v.9, n.3, p.23-27, jun. 2015 25 germinação e vigor, salientando que pouco se conhece a respeito da diversidade genética existente entre as sementes destes materiais. Consultando a literatura existente sobre esta espécie verifica-se a inexistência de trabalhos relativos à variação entre características, isto é, o quanto da variação em uma delas pode ser explicado pela variação na outra. Os resultados obtidos neste trabalho evidenciam a interdependência entre as variações de algumas características, conforme se observa na Tabela 3. Merecem destaque as correlações entre produção de grãos, peso de 100 sementes e comprimento médio da vagem. estatisticamente de MLB 006 e MLB 018. Silva et al. (2013), avaliando variedades originadas de diferentes municípios , quanto ao peso de 100 sementes, verificaram que a cultivar Orelha de Vó destacou-se das demais apresentando o maior peso. Tais resultados concordam com os obtidos por Gomes et al (2010) e Santos et al. (2013). Avaliando o número de sementes por vagem, os acessos MLB 007 e MLB 022 apresentaram as maiores médias diferindo estatisticamente dos acessos MLB 006, MLB 039 e MLB 053 que têm os menores valores médios para esta característica. Nobre et al. (2012), estudaram as correlações entre a qualidade física das sementes de fava e os índices de Tabela 3. Matriz de correlação entre características de produção, crescimento e desenvolvimento de genótipos de feijãofava, em condições de sequeiro. Variáveis P100S NSV CMV LMV DMC NMR NN1 PGrão +0,024 ns P100S +0,780 ** +0,061 ns NSV +0,240 ns +0,490 ** +0,450 * CMV + 0,300 ns + 0,650 ** + 0,320 ns + 0,630 ** LMV -0,340 ns -0,500 ** -0,260 ns -0,450 * -0,540 ** DMC +0,390 * -0,210 ns +0,150 ns -0,190 ns +0,075 ns +0,039 ns NMR -0,250 ns +0,120 ns -0,140 ns +0,340 ns +0,088 ns -0,120 ns -0,480 ** * e ** (Significativo a 5% e 1% de probabilidade pelo teste t de Student, respectivamente); ns (Não significativo) PGrão - Produção de grãos, P100S - peso de 100 sementes, NSV - Número de sementes por vagem, CMV - comprimento médio de vagem, LMV - largura média de vagem, DMC - diâmetro médio do caule, NMR - número médio de ramos, NN1- número de nós até 1 metro de altura de genótipos de feijão-fava, em condições de sequeiro. A produção de grãos correlacionou-se positivamente apenas com número de sementes por vagem (0,78++) e número médio de ramos (0,39+), demonstrando que os acessos mais produtivos tem maior número médio sementes/vagem e maior número de ramos/planta e que a seleção para qualquer uma destas características levará a um incremento na média das outras Verifica-se que o peso de 100 sementes correlaciona-se positivamente com o comprimento médio da vagem (0,49++) e com largura média da vagem (0,68++) expressando que sementes mais pesadas originam-se de vagens mais compridas e mais largas. Indica que ao selecionar plantas com vagens mais compridas e largas suas descendências apresentarão maior peso. Por outro lado, o peso da semente apresentou correlação negativa com diâmetro médio do caule (-0,50++) O comprimento da vagem correlacionou-se positiva e significativamente com largura média da vagem (0,63++) e número de sementes por vagem (0,45+) e negativamente com diâmetro médio do caule (-0,45+). Conclusões 1. Os acessos MLB 007 e MLB 022 apresentaram as maiores produtividades alcançando máximo de 1.486,87 kg. 26 Tecnol. & Ciên. Agropec., João Pessoa, v.9, n.3, p.23-27, jun. 2015 2. O acesso Orelha de Vó, apresentou o maior peso de 100 sementes, destacando-se ainda com maior comprimento e largura da vagem. 3. A produção de grãos correlacionou-se positivamente apenas com número de sementes por vagem e número médio de ramos; e o peso de 100 sementes com o comprimento e largura da vagem. Referências AESA - Agência Executiva de Gestão das Águas do Estado da Paraíba. Boletins de Previsão Climática do Estado da Paraíba. João Pessoa, 2013. ALVINO, F.C.; FERNANDES P.D.; BRITO, M.E.B.; Aspectos fisiológicos, da cultura da fava sob métodos de captação de água. IV Workshop Internacional de Inovações Tecnológicas na Irrigação. Brasil, Fortaleza, CE, maio. 2012. AZEVEDO, J.N.; FRANCO, L.J.D.; ARAÚJO, R.O.C. da. Composição química de sete variedades de feijãofava. 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