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I Universidade Federal do Rio de Janeiro Centro de Ciências da Saúde Departamento de Medicina Preventiva Núcleo de Estudos de Saúde Coletiva MODELAGEM HIERÁRQUICA PARA RESPOSTAS BINÁRIAS: UMA APLICAÇÃO AO USO DE SERVIÇOS DE SAÚDE NO ESTADO DO RIO DE JANEIRO Alexandre dos Santos Brito Dissertação apresentada ao Núcleo de Estudos de Saúde Coletiva, Universidade Federal do Rio de Janeiro, para a obtenção do grau de Mestre em Saúde Coletiva, Área de Concentração: Bioestatística. Orientadora: Profa. Dra. Rejane Sobrino Pinheiro1 Co-orientadora: Profa. Dra. Cláudia Travassos2 1 NESC/UFRJ, 2 DIS/CICT/FIOCRUZ Rio de Janeiro, RJ Setembro - 2002 I MODELAGEM HIERÁRQUICA PARA RESPOSTAS BINÁRIAS: UMA APLICAÇÃO AO USO DE SERVIÇOS DE SAÚDE NO ESTADO DO RIO DE JANEIRO por Alexandre dos Santos Brito Dissertação submetida ao corpo docente do Núcleo de Estudos de Saúde Coletiva - NESC, Universidade Federal do Rio de Janeiro - UFRJ, como parte dos requisitos necessários à obtenção do grau de Mestre em Saúde Coletiva, Área de Concentração: Bioestatística. Aprovada por: Prof. Dr. Dani Gamerman (IM - UFRJ) Prof. Dr. Guilherme Loureiro Werneck (NESC - UFRJ) Prof. Dr. Ronir Raggio Luiz (NESC - UFRJ) Rio de Janeiro, RJ Setembro - 2002 II Brito, Alexandre dos Santos Modelagem Hierárquica para Respostas Binárias: Uma aplicação ao Uso de Serviços de Saúde no Estado do Rio de Janeiro / Alexandre dos Santos Brito. Rio de Janeiro: UFRJ / NESC, 2002. 157 p. Dissertação (Mestrado) - Universidade Federal do Rio de Janeiro, NESC, 2002. 1. Modelo Hierárquico Logístico, 2. Respostas Binárias, 3. Uso de Serviço de Saúde III À memória de minha querida avó, Dejanira. Mesmo não podendo ver seu sorriso, sinto-me feliz em lembrar que esteve sempre comigo, dividindo todos os momentos desta minha caminhada. IV Agradecimentos Aos meus pais, Ailton e Sirléa, e a minha irmã, Aline, pelo apoio e incentivo familiar. À minha noiva e colega de mestrado, Flávia, por ser companheira e leitora crítica desta dissertação. Meus agradecimentos especiais às professoras Rejane Pinheiro e Cláudia Travassos, pela dedicação em suas orientações, fundamentais para a realização desta dissertação, que é fruto de um ótimo ambiente de trabalho. Ao professor Ronir Raggio, por ter acreditado em meu potencial, sendo um grande incentivador durante todo o período desta importante etapa de minha vida. Sou grato pelas valiosas sugestões que surgiram de nossas longas e agradáveis conversas. Aos professores Dany Gamerman e Guilherme Werneck, pela colaboração efetiva nessa dissertação, estando sempre dispostos a ajudar. Aos professores: Anamaria Tambellini, André Martins, Antônio Jose Costa, Basílio Pereira, Cláudia Coeli, Guilherme Werneck, Kátia Bloch, Pauline Kale, Roberto Medronho, Rejane Pinheiro, Ronir Raggio e Tânia Torres, pelo empenho e qualidade de suas aulas. Também sou grato aos professores Augusto Gadelha e Helio Migon, pelas aulas no Instituto de Matemática. Ao pesquisador Francisco Viacava (CICT/FIOCRUZ) pela ajuda na compreensão do processo de investigação do uso de serviços de saúde. Ao “Institute of Education” (IOE/ University of London), em especial, ao professor William Browne, pela assistência durante a modelagem hierárquica, mostrando-se sempre disposto a ajudar mesmo estando distante. Aos professores Antônio Carlos Ponce de Leon (IMS/UERJ) e Fernando Moura (IM/UFRJ), pelo suporte teórico sobre modelos hierárquicos. Aos meus colegas de curso, pela amizade compartilhada. Aos funcionários do NESC, em especial, ao Adriano Ramos, Mônica Magnanini, Geraldo de Oliveira Filho e Delvaci dos Santos, por terem sido atenciosos e prestativos em todos os momentos em que precisei. V Resumo A estrutura de dados aninhados em múltiplos níveis está presente em diversos campos de investigação e pode ser incorporada à análise através de modelagem hierárquica, que, além de proporcionar estimativas mais realistas dos parâmetros do modelo, principalmente em relação ao erro padrão, também permite a inclusão de variáveis mensuradas nos diferentes níveis. A estimação de parâmetros em modelos hierárquicos com respostas binárias é mais complexa que nos modelos lineares hierárquicos. Desta forma, diferentes abordagens são propostas, impulsionadas pelos recentes avanços computacionais. A estatística desempenha um papel marcante na saúde, onde atualmente cresce o interesse por considerar fatores definidos em múltiplos níveis. Esta dissertação aplica os conceitos de regressão hierárquica com respostas binárias à utilização de serviços de saúde na região urbana do Estado do Rio de Janeiro, incorporando um segundo nível da estrutura hierárquica dos dados, a família, por meio dos métodos: quase verossimilhança marginal de primeira ordem (QVM1), quase verossimilhança penalizada de segunda ordem (QVP2) e Monte Carlo via cadeia de Markov (MCMC). Os métodos QVM1 e QVP2 são construídos sob abordagem clássica, enquanto que o método MCMC é construído sob a abordagem bayesiana. VI Abstract The structure of nested data in multiple levels is present in several fields of investigation and can be incorporated in the analysis through hierarchical models, that besides providing more realistic estimates of the parameters of the model, mainly concerning the standard error estimates, it also allows the inclusion of variables measured in different levels. The estimation of parameters in hierarchical models with binary responses is more complex than in the hierarchical lineal models, therefore, different approaches have been proposed, impelled by progresses in computation techniques. Statistics has an important role in the analyses of health data, where now the interest in considering factors defined in multiple levels is growing. This study applies the concepts of hierarchical regression with binary response in the study of health services in a urban area of the State of Rio de Janeiro, incorporating a second level of the hierarchical structure of the data, the family, through the methods: "Marginal quasi-likelihood" of first order (MQL1), "Penalized quasi-likelihood" of second order (PQL2) and Markov Chain Monte Carlo (MCMC). VII Sumário Capítulo 1 Introdução ao modelo estatístico em saúde ...................................... 1 1.1. O papel da bioestatística ............................................................ 1 1.2. Regressão hierárquica: uma introdução à análise em múltiplos níveis ................................................................................................. 2 1.3. Aspectos gerais do uso de serviços de saúde ............................ 4 1.4. Aspectos gerais da estimação de parâmetros em modelos hierárquicos com respostas binárias ................................................. 7 Capítulo 2 Modelagem hierárquica e os seus aspectos teóricos e conceituais.11 2.1. Dados aninhados hierarquicamente ......................................... 11 2.2. Relacionamento dentro e entre os níveis da estrutura hierárquica dos dados ..................................................................... 13 2.3. Variação dentro e entre os níveis da estrutura hierárquica dos dados............................................................................................... 14 2.4. Coeficiente de correlação intraclasse ....................................... 17 2.5. Modelo tradicional .................................................................... 20 2.6. Modelo hierárquico ................................................................... 22 2.6.1. Modelos com intercepto aleatório .......................................... 26 2.6.1.1. Modelo vazio ............................................................... 26 2.6.1.2. Médias como resultados de regressão ........................ 28 2.6.1.3. ANCOVA de um fator com efeitos aleatórios .............. 28 2.6.1.4. Modelo com coeficiente angular não aleatório ............ 30 2.6.2. Modelos com coeficientes angulares aleatórios .................... 31 2.6.3. Variável resposta binária ....................................................... 33 2.6.3.1. Função de ligação logit e a sua relação com o modelo logístico .................................................................................... 34 2.6.3.2. Modelo hierárquico logístico ........................................ 39 2.7. Estimação dos parâmetros ....................................................... 41 2.7.1. Métodos clássicos de estimação de parâmetros ................... 42 2.7.2. Método Bayesiano de estimação dos parâmetros ................. 48 Capítulo 3 Materiais e métodos ........................................................................ 53 VIII 3.1. Obtenção dos Dados ................................................................ 53 3.2. O questionário .......................................................................... 55 3.3. As variáveis .............................................................................. 57 3.3.1. Variáveis do nível do indivíduo ....................................... 58 3.3.2. Variáveis do nível da família........................................... 60 3.4. O método .................................................................................. 63 Capítulo 4 Resultados ...................................................................................... 68 4.1. Descrição dos dados ................................................................ 68 4.2. Aplicação do modelo hierárquico logístico................................ 82 Capítulo 5 Discussão ..................................................................................... 108 Capítulo 6 Conclusão ..................................................................................... 112 Apêndice ........................................................................................................ 115 Apêndice A: Tabelas para os modelos hierárquicos do uso de serviços de saúde no Estado do Rio de Janeiro ............................ 116 Apêndice B: Aproximações para o coeficiente de correlação intraclasse em respostas não lineares ........................................... 136 Apêndice C: Convergência da cadeia para os parâmetros estimados pelo método MCMC ....................................................................... 140 Apêndice D: Resultados obtidos a partir da distribuição (a posteriori) da razão de chances ...................................................................... 148 Referência bibliográfica .................................................................................. 151 1 Capítulo 1 Introdução ao modelo estatístico em saúde O modelo estatístico está a serviço da ciência por meio de métodos estatísticos que buscam compreender como uma variável resposta se comporta em função de um grupo fechado de variáveis explicativas, reduzindo a complexidade através de um padrão teórico dos dados. Na realidade não se tem um grupo fechado de variáveis, e sim inúmeras variáveis que influenciam a resposta e estão sendo ignoradas. Desta forma, todos os modelos são errados, alguns, porém, são mais úteis do que outros e se deve sempre buscar estes modelos (McCullagh & Nelder, 1989). 1.1. O papel da bioestatística Segundo Daniel (1995), as ferramentas estatísticas podem ser aplicadas em diversas áreas, mas, quando os dados analisados são das ciências biológicas e da medicina, adota-se o termo “bioestatística”. Desta forma, a bioestatística é a estatística, que, segundo Daniel (1995), coleta, descreve e realiza inferências, aplicadas aos dados das ciências biológicas e da medicina. No sentido da atuação da bioestatística, Fisher e Van Belle (1993) mencionam o uso dos métodos estatísticos em experimentos biológicos laboratoriais, pesquisas médicas (incluindo as pesquisas clínicas) e pesquisas de serviços de saúde. 2 Pollard et al. (1974) relatam que, no século XVI, em Londres, já havia registros da estatística na área da saúde em função da epidemia da peste. Hoje, existe uma forte presença da estatística na área da saúde, que vem se firmando ao longo do tempo através do desenvolvimento e aplicação de métodos estatísticos adequados às situações que surgem nesta área. Segundo Berquó, Souza & Gotlieb (1981), o fato de bio e vita significarem vida, em grego e latim, respectivamente, explica por que esta igualdade literal levou alguns autores a pensar na igualdade, também, do objeto da bioestatística e da estatística vital. Laurenti et al. (1987) relatam que alguns autores consideram a bioestatística como a estatística médica, e que, neste sentido, poder-se-ia entender que a estatística vital é a parte da bioestatística que lida com aspectos demográficos. Entretanto, Laurenti et al. (1987) resumem que, ainda que sejam distintas as expressões, o uso consagrou-as praticamente como sinônimas. 1.2. Regressão hierárquica: uma introdução à análise em múltiplos níveis A investigação de métodos que proporcionam modelos mais realistas levou à formulação dos métodos de regressão hierárquica, que incorporam diferentes níveis de uma estrutura hierárquica ao processo de modelagem, gerando estimativas mais fidedignas dos parâmetros do modelo, principalmente em relação ao erro padrão. Com o desenvolvimento de técnicas de estimação dos coeficientes de modelos hierárquicos junto com a sua implementação em programas computacionais, a modelagem hierárquica vem conquistando um maior campo 3 de aplicação. Inicialmente, a maior aplicação foi no campo educacional, de onde é possível traçar um paralelo entre o estudo realizado por Bennett (1976), através de técnicas de modelagem tradicionais, e o estudo realizado por Aitkin et al. (1981), através de modelagem hierárquica. Bennett (1976), em seu estudo, reivindicou que as crianças expostas ao chamado estilo 'formal' de ensino apresentavam maior progresso do que as que não eram. Os dados foram analisados usando técnicas de regressão múltipla tradicionais, reconhecendo as crianças individualmente como unidades de análise e ignorando os agrupamentos destas crianças em função dos professores em classes, obtendo resultados estatisticamente significantes. Posteriormente, Aitkin et al. (1981) demonstraram que, quando a análise considerou o agrupamento de crianças em classes, as diferenças significantes entre o ensino 'formal' e os outros desapareceram. Na interpretação de Goldstein (1995), as crianças dentro de qualquer sala de aula tendem a ter desempenhos semelhantes por serem ensinadas juntas, fornecendo menos informações do que se o mesmo número de estudantes tivesse sido ensinado separadamente, por professores diferentes. O autor também conclui que, depois de um certo ponto, aumentar o número de estudantes por professor quase não melhora as estimativas. Entretanto, aumentar o número de professores, com o mesmo número de estudantes por professor ou com um número um pouco menor, melhora a precisão das comparações. A importância prática dos modelos de regressão hierárquica deve-se à presença de dados aninhados, com as observações agrupadas em diferentes 4 níveis, nas diversas áreas de investigação científica. Desta forma, segundo Rodríguez & Goldman (1995), a clássica suposição de independência entre as observações é violada. Dados aninhados podem surgir em pesquisas educacionais, com alunos aninhados por escolas; em estudos de família, com crianças aninhadas por famílias; em pesquisas médicas, com pacientes aninhados por hospitais; em estudos de medidas repetidas, com as medidas aninhadas por indivíduos, entre outras áreas e estruturas de estudo. Cresce, atualmente, o interesse em considerar fatores definidos por múltiplos níveis em pesquisas na área da saúde pública, aumentando o potencial de aplicação da análise em múltiplos níveis (hierárquica). Diez-Roux (2000) atribui esse crescimento à retomada do interesse no potencial ecológico, macro, ou de determinantes de saúde no nível do grupo. Além das informações das variáveis referentes ao grupo e da idéia de que os indivíduos podem estar relacionados uns com os outros dentro dos grupos, a autora também aponta, como contribuição ao uso de métodos para análises em múltiplos níveis, o acelerado desenvolvimento destes métodos estatísticos (assim como os avanços nos programas computacionais) e o reconhecimento de sua aplicação em um grande número de circunstâncias envolvendo estruturas de dados aninhados. 1.3. Aspectos gerais do uso de serviços de saúde O uso de serviços de saúde está relacionado com a forma pela qual as pessoas adoecem e recorrem aos serviços de saúde que estão ao seu alcance, bem como a maneira pela qual tais serviços atendem a estas pessoas. 5 Segundo Pinheiro (1999), de um modo geral, a utilização de cuidados médicos pode ser explicada tanto pelo lado da oferta dos serviços de saúde (disponibilidade de recursos, prática médica, acessibilidade e forma de financiamento) quanto pelo lado da demanda (necessidade e características sócio-demográficas). Segundo Hulka e Wheat (1985), as necessidades de saúde representam um dos fatores explicativos mais importantes no consumo de serviços de saúde. O conceito de necessidade de saúde pode ser visto sob dois aspectos: necessidade clínica (opinião médica sobre necessidade) e necessidade percebida pelo indivíduo, comumente denominada de morbidade referida (Israel & Logan, 1984; Vianna, 1989), que pode ser obtida através de diferentes indicadores (agravos, doenças crônicas, sinais e sintomas, restrição de atividades rotineiras, auto-avaliação do estado de saúde), retratando dimensões diferentes desta informação (Viacava et al., 2001). A visão clínica sobre a necessidade do uso de serviços de saúde depende de uma avaliação profissional do estado de saúde de um indivíduo a partir de exames físicos, anamnese ou aquisição de medidas de sinais vitais, obtidas com maior facilidade em estudos sobre a demanda atendida em serviços de saúde. Nos estudos de demanda atendida, são perdidas as informações das pessoas que não buscaram ou não tiveram acesso ao serviço de saúde. Tal desvantagem é reduzida nas pesquisas de base populacional, em que são obtidas as informações sobre o estado de saúde dos indivíduos a partir de uma amostra da população. É comum o uso de indicadores de morbidade referida (necessidade percebida pelo indivíduo) nas pesquisas de 6 base populacional, tais como a PNAD (Pesquisa Nacional de Amostragem Domiciliar) e a NCHS (National Center for Helth Statistcs) devido à complexidade na coleta de informação. Não são apenas as características individuais que estão associadas à relação de adoecimento e uso dos serviços de saúde. O ambiente familiar também pode influenciar tais relações. Marmot et al. (1987) sugerem que a classe social do chefe da família tem mais importância na determinação das condições de saúde que a classe social do próprio indivíduo, ressaltando a importância que o ambiente familiar exerce sobre um membro desta família. Reed et al. (1996) discutem que, para os filhos de mães com mais de quatro anos de estudo, a associação entre a educação materna e o peso das crianças (condição de saúde) difere significativamente entre classes sociais. Assim como nos estudos sobre a condição de saúde, é possível que aspectos sociais dentro de um ambiente familiar ajudem a explicar o uso de serviços de saúde. Sendo assim, estudos de uso de serviços de saúde que consideram a influência do nível da família apresentam estrutura de dados aninhados em dois níveis. As pessoas (indivíduos membros de uma mesma família) são as unidades do primeiro nível e as famílias são as unidades do segundo nível. O estudo aqui desenvolvido aplica a metodologia estatística na área da saúde, ao utilizar o método de regressão hierárquica ao uso de serviços de saúde na região urbana do Estado do Rio de Janeiro. 7 1.4. Aspectos gerais da estimação de parâmetros em modelos hierárquicos com respostas binárias Grande parte dos estudos na área da saúde tem resposta dicotômica, indicando o sucesso ou o fracasso de um evento. O uso de serviços de saúde, a cura de uma doença e o sucesso de um procedimento cirúrgico são exemplos de eventos na área da saúde que podem assumir respostas dicotômicas. Tais eventos com respostas dicotômicas podem ser modelados por meio de modelos de regressão logística. Segundo McCullagh & Nelder (1989), os modelos lineares generalizados formam uma classe de modelos estatísticos que inclui não somente os modelos de regressão linear, mas também, os modelos de regressão logística, modelos log-lineares, modelos para respostas multinomiais, entre outros. A estimação de parâmetros em modelos lineares generalizados hierárquicos é mais complexa que nos modelos lineares hierárquicos (Snijders & Bosker, 1999). Os modelos hierárquicos podem ser construídos sob a abordagem clássica, utilizando exclusivamente as informações amostrais, e sob a abordagem bayesiana, utilizando as informações amostrais e da distribuição a priori p() para as quantidades desconhecidas () do modelo. A abordagem bayesiana permite a construção de toda a distribuição da incerteza a respeito das quantidades desconhecidas () do modelo, fornecendo, além do ponto médio da distribuição, as informações sobre assimetria, dispersão, pontos de máximo (moda) e quantis da distribuição. Entre os métodos baseados na abordagem clássica, encontram-se “marginal quasilikelihood” (MQL) e “penalised quasilikelihood” (PQL), ambos 8 podendo ser obtidos com expansão de Taylor de primeira ou segunda ordem. Tais métodos são tratados neste texto como quase verossimilhança marginal (QVM) e quase verossimilhança penalizada (QVP), recebendo o algarismo 1 ou 2 em suas siglas para identificar se a expansão de Taylor é de primeira (QVM1 e QVP1) ou segunda (QVM2 e QVP2) ordem. Entre os métodos baseados na abordagem bayesiana, encontra-se o método de Monte Carlo via Cadeia de Markov (MCMC). Kreft (1996) estuda os modelos lineares hierárquicos e Rodríguez & Goldman (1995) os modelos logísticos hierárquicos. Estes autores relatam que os coeficientes fixos dos modelos hierárquicos são parecidos com os obtidos pelos métodos tradicionais de regressão, que ignoram a estrutura hierárquica dos dados. Segundo eles, a principal diferença está no erro padrão destes coeficientes, pois nos modelos de regressão tradicionais o erro padrão é subestimado quando o efeito dos grupos está presente. Rodríguez & Goldman (1995) mostram por meio de simulações que, nos modelos para respostas binárias, as estimativas dos efeitos fixos e / ou dos componentes de variância podem ser subestimadas quando o número de observações dentro de um grupo é pequeno (ex: família) ou o efeito aleatório é grande (desvio padrão do efeito aleatório igual a 1 ou superior). Os autores aplicam o método por expansão de Taylor de primeira ordem proposto por Goldstein (1991), equivalente ao método QVM1, dizendo que sob tais condições as estimativas obtidas por este método foram tão subestimadas quanto as obtidas por regressão logística tradicional. Segundo os autores, este problema não ocorre nos modelos para dados contínuos. 9 Rodríguez & Goldman (1995) relatam que pequenos grupos podem ser evitados em pesquisas educacionais, entretanto muitos estudos demográficos e epidemiológicos que examinam o efeito das famílias estão limitados a grupos de tamanhos abaixo de 2 (em média). Desta forma eles destacam a necessidade de procedimentos de estimação alternativos para os modelos de múltiplos níveis com respostas binárias. Goldstein & Rasbash (1996) e Browne & Draper (2002) apresentam respectivamente os métodos QVP2 e MCMC como alternativa para minimizar o viés das estimativas dos parâmetros do modelo, que é causado pelo pequeno número de observações dentro dos grupos ou grande efeito aleatório nos modelos hierárquicos com respostas binárias. Goldstein & Rasbash (1996) utilizam parte dos dados simulados por Rodríguez & Goldman (1995), demonstrando que o método QVP2 fornece uma considerável melhora na estimação do modelo quando o número de observações dentro de cada unidade de um nível superior é pequeno ou o efeito aleatório é grande. Browne & Draper (2002) seguiram a estrutura simulada por Rodríguez & Goldman (1995), concluindo que o método QVP2 produz estimativas consideravelmente mais fidedignas que as obtidas pelo QVM1, agudamente viesadas, entretanto o método que produz as estimativas com menos viés é o método de Monte Carlo via Cadeia de Markov (MCMC), sob abordagem Bayesiana. Um aspecto operacional que deve ser considerado em relação ao método MCMC é a sua maior intensidade computacional, em relação ao QVP2 e o QVM1. Entretanto, o método MCMC gera estimativas com maior 10 confiabilidade, por permitir a construção de toda a distribuição da incerteza a respeito das quantidades desconhecidas () do modelo. O objetivo deste estudo é apresentar a Modelagem Hierárquica Logística por meio dos métodos QVM1 e QVP2 (sob abordagem clássica) e MCMC (sob abordagem bayesiana), aplicando-os à modelagem do uso dos serviços de saúde na região urbana do Estado do Rio de Janeiro, que considera a família, como segundo nível da estrutura hierárquica dos dados, incorporando o intercepto aleatório. Este estudo também se propõe a verificar as estimativas obtidas com esses métodos em relação às estimativas do modelo logístico tradicional (sob abordagem clássica), que ignora a estrutura hierárquica dos dados. 11 Capítulo 2 Modelagem hierárquica e os seus aspectos teóricos e conceituais. 2.1. Dados aninhados hierarquicamente Segundo Kreft (1996), a estrutura de dados aninhados (agrupados) hierarquicamente é muito comum nas ciências sociais e comportamentais. Hox (1995), sob o ponto de vista das pesquisas em ciências sociais, relata que os indivíduos interagem com os contextos sociais aos quais eles pertencem, ou seja, indivíduos são influenciados pelos seus grupos sociais e as propriedades desses grupos são influenciadas pelos indivíduos que os compõem. Segundo o autor, indivíduos e grupos sociais formam uma estrutura hierárquica, com indivíduos e grupos sociais definidos em níveis separados dessa estrutura. Muitos dos dados relacionados à saúde têm estrutura hierárquica, com as unidades agrupadas em diferentes níveis da estrutura hierárquica dos dados. Daniels & Gatsonis (1997), Diez-Roux (2000) e Leyland & Goldstein (2001) são alguns dos autores que apontam a presença da estrutura de dados aninhados hierarquicamente na saúde. Pacientes agrupados por hospitais, medidas clínicas agrupadas por pacientes e pessoas agrupadas em famílias são exemplos de estruturas de dados aninhados hierarquicamente que podem surgir em pesquisas na saúde. 12 A figura 2.1 ilustra uma estrutura de dados aninhados em dois níveis, cujo primeiro nível é formado pelos membros de uma família aninhados hierarquicamente em suas respectivas famílias (grupo), que, neste caso, assumem o papel das unidades do segundo nível. FAMÍLIA 1 FAMÍLIA 2 ... FAMÍLIA n Membros da 1° família Membros da 2° família Membros da n-ésima família Figura 2.1: Estrutura de dados aninhados hierarquicamente Como as observações do mesmo grupo tendem a ser mais parecidas que as observações de diferentes grupos, a clássica suposição de independência entre estas observações é violada (Rodríguez & Goldman, 1995). No exemplo acima, todos os membros de uma mesma família possuem características de sua família, influenciando e sendo influenciados por outros membros dessa família. Esta relação caracteriza uma dependência dos elementos do primeiro nível (membros de uma família) em função do segundo nível (família). Na figura 2.1, também se pode observar um complexo padrão de variabilidade, pois, além dos membros das famílias serem diferentes, variando entre si, também existe uma variabilidade entre as suas famílias, ou seja, existe um padrão de variabilidade composto da variabilidade dos dois níveis da estrutura hierárquica. 13 Existem situações em que os dados estão estruturados em múltiplos níveis, sendo uma generalização da estrutura apresentada na figura 2.1. A análise de dados aninhados é feita a partir de modelos estatísticos que consideram os múltiplos níveis. Esses modelos serão apresentados no item 2.6. 2.2. Relacionamento dentro e entre os níveis da estrutura hierárquica dos dados O relacionamento dentro dos grupos (macro unidades) pode ser completamente diferente do relacionamento entre os grupos. Snijders & Bosker (1999) expressam esta relação na figura 2.2. Nesta figura, as três linhas paralelas representam uma relação ascendente entre as variáveis X e Y, dentro dos grupos. A linha descendente mais inclinada representa uma relação das variáveis entre os grupos e a linha com uma menor angulação descendente é a reta que indica a relação entre as variáveis X e Y, ignorando os grupos. Ao observar a figura, é possível ver que as variáveis se relacionam de formas diferentes dentro e entre os grupos, pois dentro dos grupos há uma relação ascendente, enquanto entre os grupos o relacionamento é descendente. O verdadeiro relacionamento entre as variáveis é dado quando tanto a relação das variáveis dentro dos grupos quanto entre os grupos é considerada através de uma regressão em múltiplos níveis (hierárquica). 14 Y Entre Dentro Total X Figura 2.2: Relacionamento total, dentro e entre grupos 2.3. Variação dentro e entre os níveis da estrutura hierárquica dos dados Segundo Daniels & Gatsonis (1997), a análise de variação é de grande interesse em pesquisas de serviços de saúde e nas pesquisas de avaliação de resultados em saúde, quantificando a variabilidade entre níveis, como regiões geográficas ou prestadores de cuidados de saúde, e explorando a ligação entre procedimentos (tais como os regionais ou de padrões de práticas hospitalares) e os resultados (tais como a mortalidade do paciente ou o estado funcional). Segundo Snijders & Bosker (1999), para uma variável resposta (Y ij), a variância S 2j observada dentro de um específico grupo “j” e a variância dentro 2 , são obtidas dos grupos em conjunto, medida por um único parâmetro Sdentro da seguinte forma: n j 1 S Yij Y j n j 1 i 1 2 j 2 S dentro 1 M N 2 nj Y N j 1 i 1 ij Yj (2.1) 2 (2.2) 15 onde: N é o número de grupos (macro unidades); nj é o número de micro unidades dentro do j-ésimo grupo; M é o tamanho total da amostra M n j ; j nj Yj Y ij i 1 é a média da variável resposta (Yij) no j-ésimo grupo. nj Para os grupos com tamanhos (n j) iguais, os autores calculam a 2 da seguinte forma: variância entre os grupos Sentre 2 S entre 1 N 1 Y N j Y 2 (2.3) j 1 onde: N nj Y Y ij j 1 i 1 M é a média geral da variável resposta (Yij), enquanto que para grupos com tamanhos diferentes, a variância entre os grupos é obtida por: 1 2 Sentre ~ n N 1 n Y N j j 1 j Y 2 (2.4) 16 onde: N n J2 S 2 n j 1 j 1 ~ ; n M n N 1 M Nn n s 2 n j M é média dos tamanhos dos grupos; N 1 N n j n 2 é a variância dos tamanhos dos grupos. N 1 j 1 A variância total observada é definida pelos autores como uma combinação da variância dentro e entre grupos: Variância total observada = ~N 1 M N 2 n 1 2 Sdentro Sentre M 1 M 1 M 1 nj Y N j 1 i 1 ij Y 2 (2.5) Para as variáveis (Yij), dicotômicas, Snijders & Bosker (1999) definem a variância observada entre os grupos da seguinte forma: P 1 P 2 2 S entre ~ ; n N 1 onde: N nj Y P Y M N 2 nj P j P 2 P 1 P . j 1 nj Pj ij j 1 i 1 Y i 1 nj ij ; (2.6) 17 A variância observada dentro dos grupos, quando a variável resposta é dicotômica, é obtida por esses autores com a equação: 2 S dentro 1 M N N n P 1 P j j (2.7) j j 1 Na prática, não se sabe o verdadeiro valor da variância dentro e entre os grupos, tendo que ser estimadas. Segundo Snijders & Bosker (1999), os estimadores de análise da variância (ANOVA) têm a vantagem de serem representados de forma explícita através das equações (2.8), (2.9), (2.10). Entretanto, os estimadores de máxima verossimilhança (ML) e de máxima verossimilhança residual (REML), que também são muito usados, são melhores que o ANOVA quando os tamanhos dos grupos são diferentes. Segundo Goldstein (1989), o algoritmo de mínimos quadrados generalizados iterativos restritivos (RIGLS), aplicado quando a variável resposta é binária, corresponde ao método de máxima verossimilhança residual (REML), aplicado quando a variável resposta é contínua. Assim: 2 Estimativa da variância dentro do grupo ˆ 2 Sdentro 2 Sdentro n~ Variância total 2 u2 Variância total estimada ˆ 2 ˆ u2 2 Estimativa da variância entre os grupos ˆ u2 Sentre (2.8) (2.9) (2.10) 2.4. Coeficiente de correlação intraclasse O coeficiente de correlação intraclasse mede a proporção da variação devido ao grupo (unidade do segundo nível), também chamada de efeito do grupo (Bryk & Raudenbush, 1992), podendo ser calculado da seguinte forma: 18 Variânciaentre as macrounidades Variânciatotal ˆ ˆ u2 ˆ u2 ˆ 2 (2.11) “Na metodologia encontrada na literatura existem diferentes fórmulas para estimar o coeficiente de correlação intraclasse... O modelo de regressão em múltiplos níveis pode ser usado para estimar o coeficiente de correlação intraclasse. O modelo usado para este propósito é um modelo que não contém variáveis explanatórias, conhecido como modelo somente intercepto” (Hox, 1995). Este modelo também é conhecido como modelo vazio e será apresentado no item 2.6.1.1. Quando a variável resposta é contínua, ajustada por uma distribuição normal, existe uma propriedade que diz que a média e a variância são independentes. Entretanto, quando a variável resposta é dicotômica com distribuição de Bernoulli, esta propriedade não é garantida, pois a variância do primeiro nível Var ( Yi j ) i j (1 i j ) depende da média E ( Yi j ) i j . Segundo Goldstein, Brownw & Rasbash (2000), a variância do primeiro nível não pode ser comparada diretamente com a variância do segundo nível medida na escala logística, e o coeficiente de correlação intraclasse não pode ser calculado diretamente, sendo necessárias algumas aproximações. Goldstein, Brownw & Rasbash (2000) comparam quatro métodos para o cálculo do coeficiente de correlação intraclasse, dando enfoque ao caso de modelos não lineares. O método 1 e o método 2, apresentados no Apêndice B, usam, respectivamente, expansão de Taylor e simulação, necessitando de um conjunto de valores para as variáveis explicativas. O método 3 ajusta o modelo 19 binário como se ele fosse contínuo, sendo geralmente aceitável. Entretanto, quando as probabilidades envolvidas são extremas (zero ou 1), este modelo não fornece um bom ajuste. O método 4 define a variância do primeiro nível a 2 3 ,29 . partir da distribuição logística padrão que possui variância igual a 3 Assim, ambas as variâncias do último método ficam na escala contínua, podendo-se calcular o coeficiente de correlação intraclasse através da razão entre a variância do segundo nível e a variância total (soma das variâncias do segundo e primeiro nível). A aproximação pelo método 4 é mais evidente para respostas dicotômicas geradas a partir de uma distribuição normal truncada, sendo menos justificável quando a distribuição é realmente dicotômica. A conclusão dos autores para a comparação entre os quatro métodos é que os dois primeiros e o último método podem ser usados quando apropriados. Entretanto, a vantagem do segundo método é que o mesmo não utiliza aproximações, além de ser simples e rápido do ponto de vista computacional. Às vezes, ao se adicionarem variáveis explicativas no modelo, alguns valores dos componentes de variância aumentam ao invés de diminuir. Segundo Snijders & Bosker (1999), para os modelos hierárquicos com distribuição normal, isto pode ser um sinal de má especificação do modelo. Entretanto, para os modelos com respostas dicotômicas, que possuem a variância do primeiro nível fixa, isto não é necessariamente o caso, pois há uma tendência de aumentar a variância do segundo nível ao se adicionarem no modelo as variáveis do primeiro nível com um forte efeito. Tal relação é relevante para o coeficiente de correlação intraclasse, pois, sob estas condições, o coeficiente de correlação intraclasse também tende a aumentar. 20 2.5. Modelo tradicional Em um modelo estatístico tradicional, apenas um nível de análise é incorporado no modelo, ignorando a relação entre grupos. Esses modelos são apropriados quando não há uma relação de dependência entre os grupos, ou seja, quando há pouca variação entre os grupos, com o coeficiente de correlação intraclasse alcançando valores próximos de zero. A composição de um modelo estatístico de regressão com uma variável explicativa é a seguinte: r Yi 0 h X hi ei h 1 (2.12) onde: Yi é o valor da i-ésima observação da variável dependente (variável resposta) estimado por meio das variáveis explicativas X h (onde: h=1, 2,..., r); Xhi é o valor da i-ésima observação da h-ésima variável independente (variável explicativa); 0 é o ponto da variável independente que corresponde ao valor nulo da variável dependente, também conhecido como intercepto; h é o coeficiente angular e expressa o efeito que a variável dependente Xh exerce sobre a variável dependente Y; ei é o erro aleatório e representa o efeito associado a cada observação. Onde: ei ~ N (0, 2). 21 A figura 2.3 ilustra possíveis relações entre a variável dependente (Y) e a variável independente (Xh). Os pontos representam os valores (Xhi, Yi) individuais observados e o que se deseja é minimizar as distâncias entre os valores observados e os estimados pela reta de regressão. No gráfico “A”, a variável dependente aumenta com o aumento da variável independente e tal relação pode ser detectada na equação do modelo através do coeficiente 1 > 0. O gráfico B possui uma relação inversa entre as variáveis dependente e independente, ou seja, 1 < 0. No gráfico C, a variável dependente se mostrou constante (1 = 0) em relação à variável dependente. Gráfico A Gráfico B Yi Gráfico C Yi Xhi Yi Xhi Xhi Figura 2.3: Relação entre a variável dependente (Y) e a variável independente (X) Com o objetivo de dar interpretação ao intercepto (0), é subtraído da variável explicativa o seu respectivo valor médio, fazendo com que a variável dependente Yi passe a ser função de ( X1i X1 ) . Quando ( X1i X1 ) 0 , o intercepto pode ser interpretado como sendo o valor da variável dependente que corresponde à média da variável independente. 22 2.6. Modelo hierárquico Modelos de regressão em múltiplos níveis são conhecidos na literatura por uma variedade de nomes, tais como: modelo de coeficientes aleatórios, modelo de componente de variância e modelo hierárquico (Hox, 1995). Segundo este autor, que se refere coletivamente a estes modelos como modelos multiníveis, tais modelos não são exatamente os mesmos, especialmente quando aspectos computacionais são levados em consideração. Bryk & Raudenbush (1992) usam o termo “modelo linear hierárquico” ao abordar os modelos com respostas contínuas e adicionam a esta lista os modelos de efeitos mistos, modelos de efeitos aleatórios e modelos de componentes de covariância. Este estudo adota o termo “modelo hierárquico”, pois aborda os modelos não lineares com respostas binárias estruturadas em dois níveis de hierarquia. Kreft (1996) define o modelo de múltiplos níveis como uma generalização do método tradicional de regressão desenvolvido para dados aninhados hierarquicamente e diz que os parâmetros fixos da regressão obtidos pela análise em múltiplos níveis são parecidos com os resultados obtidos pelos métodos tradicionais de regressão. Segundo a autora, a principal diferença está no erro padrão desses coeficientes, que, nos modelos de regressão tradicionais, são subestimados quando a correlação intraclasse está presente. A aplicação dos modelos hierárquicos na área da saúde vem crescendo rapidamente. O tempo de internação dos pacientes em uma rede hospitalar é um exemplo das possibilidades desta aplicação. Esta situação tem 23 uma estrutura de dados aninhados, em que o primeiro nível é representado pelos pacientes, enquanto que hospitais caracterizam o segundo nível. Todos os pacientes tratados em um determinado hospital são submetidos a características exclusivas deste hospital. Quando o aspecto a ser investigado pelo modelo, neste caso o tempo de internação, varia entre as unidades de um outro nível (hospitais), estabelecendo uma relação de dependência dos elementos do primeiro nível em função do segundo nível, tem-se uma estrutura de dados aninhados em dois níveis. Na modelagem hierárquica, os coeficientes da equação de regressão são modelados em função dos níveis da estrutura hierárquica dos dados. A partir de um modelo de regressão tradicional, como o apresentado na equação (2.12), que considera apenas os elementos do primeiro nível, identificados pelo índice “i”, é possível construir um modelo que considera a estrutura hierárquica de um outro nível (representado pelos hospitais identificados pelo índice “j”), na seguinte equação: Yij = 0j + 1j X1ij + eij. (2.13) O intercepto e os coeficientes angulares podem ser modelados por variáveis (W) do segundo nível (hospitais). Por exemplo, pode-se considerar a variável indicadora (W 1) do tipo de hospital, que será igual a “zero” (W 1j=0) para os hospitais (índice j = 1, 2,...,N) privados, e igual a “um” (W 1j=1) para os hospitais públicos, compondo as seguintes equações: 0j = 00 + 01 W 1j + u0j; (2.13.1) 24 1j = 10 + 11 W 1j + u1j; (2.13.2) reescrevendo, Yij = 00 + 01 W 1j + u0j + (10 + 11 W 1j + u1j) X1ij + eij Yij = 00 + 01 W 1j + 10 X1ij + 11 W 1j X1ij + eij + u0j + u1j X1ij (2.13.3) onde: 00 é a média dos interceptos (tempo médio de internação) dos hospitais privados; 01 é a diferença média entre os interceptos (tempo médio de internação) dos hospitais privados e públicos; 10 é a média do coeficiente angular dos hospitais privados; 11 é a diferença média entre os coeficientes angulares dos hospitais privados e públicos; u0j é o efeito aleatório do j-ésimo hospital em relação ao intercepto, onde u0j tem distribuição aproximadamente normal com média zero e variância u20 ; u1j é o efeito aleatório do j-ésimo hospital em relação ao coeficiente angular, onde u1j tem distribuição aproximadamente normal com média zero e variância u21 . A covariância u01 entre o intercepto e o coeficiente angular informa que, quando u01 > 0, os hospitais com os maiores interceptos também tendem a ter os maiores coeficientes angulares; já quando u01 < 0, os hospitais com os maiores interceptos tendem a ter pequenos coeficientes angulares. 25 eij é o erro aleatório da i-ésima pessoa no j-ésimo hospital, onde eij tem distribuição aproximadamente normal com média zero e variância 2j . Hox (1995), a partir de um exemplo de alunos (primeiro nível) aninhados hierarquicamente em escolas (segundo nível), define que a diferença deste modelo (múltiplos níveis de hierarquia) para um modelo de regressão tradicional é que, no modelo em múltiplos níveis, cada escola é caracterizada por diferentes interceptos (0j) e coeficientes angulares (1j). Em cada escola, o erro aleatório (e ij) do primeiro nível (aluno) tem média zero e variância 2j . Entretanto, muitos modelos em múltiplos níveis assumem simplesmente que a variância do erro aleatório é a mesma em todas as escolas e especifica esta variância do erro comum como 2 . Segundo este autor, os coeficientes de regressão () não variam entre escolas, sendo os coeficientes fixos, enquanto que as variações entre escolas, para os coeficientes () preditos pelas variáveis (W j) do nível da escola, são capitadas pelas variâncias dos termos (uj) dos erros aleatórios. Um mérito óbvio dos modelos em múltiplos níveis é que eles são baseados em suposições mais realistas, tais como o coeficiente de correlação intraclasse e os coeficientes aleatórios (Kreft, 1996). Os modelos hierárquicos podem ser construídos com intercepto aleatório ou com os coeficientes angulares aleatórios. 26 2.6.1. Modelos com intercepto aleatório Nestes modelos, a variabilidade dos grupos é medida apenas pela aleatoriedade do intercepto, onde os componentes da variância ajustam a variação do primeiro nível 2 e do segundo nível u2 0 . Bryk & Raudenbush (1992) distinguem os seguintes modelos lineares com intercepto aleatório que serão definidos nos próximos itens: ANOVA de um fator com efeito aleatório, Médias como resultados de regressão, ANCOVA de um fator com efeitos aleatórios e Modelo com coeficiente angular não aleatório. Segundo os mesmos autores, quando a variância do efeito aleatório relacionado ao intercepto u20 é obtida a partir de um modelo que não considera as variáveis independentes, ou seja, Y ij = 0j + eij,, o coeficiente de correlação intraclasse mede a proporção de variação entre as unidades do segundo nível. Entretanto, quando a variância u20 é obtida a partir de um modelo que considera as variáveis independentes, o coeficiente de correlação intraclasse mede tal proporção condicionada às variáveis do modelo. Os próximos sub-itens descrevem, a partir de uma estrutura de dois níveis de hierarquia, a composição de diferentes modelos hierárquicos com apenas o intercepto aleatório, construídos sem variáveis explicativas (modelo vazio) ou acrescentando-as por meio de variáveis (X) do primeiro nível e de variáveis (W) do segundo nível. 2.6.1.1. Modelo vazio É o caso mais simples de modelo hierárquico, no qual as variáveis exploratórias “X” e “W” não pertencem ao modelo. Este modelo também é 27 encontrado na literatura como “modelo somente intercepto”. Segundo Bryk & Raudenbush (1992) o modelo linear hierárquico vazio é equivalente ao modelo ANOVA de um fator com efeitos aleatórios. O modelo vazio pode ser escrito da seguinte forma: Yij = 0j + eij; (2.14) 0j = 00 + u0j; (2.14.1) ou Yij = 00 + u0j + eij; (2.14.2) onde: 0j é o intercepto na unidade “j”; 00 é o intercepto médio entre as unidades do segundo nível; u0j é o efeito aleatório do segundo nível em relação ao intercepto, associado à unidade “j”, com média zero e variância u20 ; eij é o efeito aleatório do primeiro nível, associado à unidade “ij”, com média zero e variância 2. Segundo estes autores, a estimativa do modelo vazio é usada, às vezes, como um passo preliminar em análise de dados hierárquicos, por produzir uma estimativa pontual e um intervalo de confiança do intercepto médio “00”. Entretanto, o aspecto mais importante é o fato de promover informação sobre a variabilidade de cada um dos dois níveis. Tal informação pode ser obtida com o coeficiente de correlação intraclasse. 28 2.6.1.2. Médias como resultados de regressão Neste modelo, a média de cada grupo é predita por características do grupo, através de variáveis (W) do segundo nível. Bryk & Raudenbush (1992) definem este modelo substituindo (2.14.3) em (2.14), obtendo (2.14.4): 0j = 00 + 01 W 1j + u0j; (2.14.3) Assim, Yij = 00 + 01 W 1j + u0j + eij; (2.14.4) onde: 0j é o intercepto na unidade “j”; 00 é o intercepto médio entre as unidades do segundo nível; 01 é o coeficiente angular da variável (W 1) de segundo nível; u0j é o efeito aleatório do segundo nível em relação ao intercepto, associado à unidade “j”, com média zero e variância u20 ; eij é o efeito aleatório do primeiro nível, associado à unidade “ij”, com média zero e variância 2. 2.6.1.3. ANCOVA de um fator com efeitos aleatórios Este modelo contém o coeficiente angular (efeito entre características do primeiro nível e a variável resposta), mas é fixo entre as unidades do segundo nível. 29 Quando em um modelo completo1, em que o intercepto e o coeficiente angular são modelados por variáveis do segundo nível e variam aleatoriamente, os coeficientes do segundo nível 01, 11 e o erro aleatório u1j são iguais a zero para todos os “j”, o resultado do modelo será um modelo de análise de covariância (ANCOVA) de um fator com efeitos aleatórios (Bryk & Raudenbush, 1992). Yij = 0j + 1j X1ij + eij; (2.15) 0j = 00 + u0j; (2.15.1) 1j = 10; (2.15.2) ou Yij = 00 + 10 X1ij + u0j + eij; (2.15.3) A única diferença entre a equação (2.15.3) e uma do modelo ANCOVA padrão é que o efeito do grupo (u 0j) é aleatório em vez de fixo. Uma extensão dos modelos ANCOVA de efeitos aleatórios permite a introdução de covariáveis no modelo, isto é: 0j = 00 + 01 W 1j + u0j; Assim, Yij = 00 + 01 W 1j + 10 X1ij + u0j + eij; onde: 1 Yij = 0j + 1j X1ij + eij onde: 0j = 00 + 01 W 1j + u0j; 1j = 10 + 11 W 1j + u1j; (2.15.4) 30 0j é o intercepto na unidade “j”; 00 é o intercepto médio entre as unidades do segundo nível; 01 é o coeficiente angular da variável (W 1) de segundo nível; 10 é o coeficiente angular médio da variável (X1) entre as unidades do segundo nível; u0j é o efeito aleatório do segundo nível em relação ao intercepto, associado à unidade “j”, com média zero e variância u20 ; eij é o efeito aleatório do primeiro nível, associado à unidade “ij”, com média zero e variância 2. 2.6.1.4. Modelo com coeficiente angular não aleatório Neste modelo é permitido que os coeficientes angulares variem estritamente como uma função de variáveis (W) do segundo nível sem componentes aleatórios adicionais. As equações (2.15.5) e (2.15.6) são substituídas em (2.15), gerando a equação (2.15.7), com interações entre as variáveis do primeiro nível e do segundo nível. 0j = 00 + 01 W 1j + u0j; (2.15.5) 1j = 10 + 11 W 1j; (2.15.6) Yij = 00 + 01 W 1j + 10 X1ij + 11 W 1jX1ij + u0j + eij; (2.15.7) Logo, onde: 0j é o intercepto na unidade “j”; 31 00 é o intercepto médio entre as unidades do segundo nível; 01 é o coeficiente angular da variável (W 1) de segundo nível; 10 é o coeficiente angular médio da variável (X1) entre as unidades do segundo nível; 11 é o coeficiente de interação entre níveis para as variáveis W 1 e X1; u0j é o efeito aleatório do segundo nível em relação ao intercepto, associado à unidade “j”, com média zero e variância u20 ; eij é o efeito aleatório do primeiro nível, associado à unidade “ij”, com média zero e variância 2. 2.6.2. Modelos com coeficientes angulares aleatórios Segundo Snijders & Bosker (1999), quando a relação entre as variáveis explanatórias e a variável dependente é diferente entre os grupos, ocorre um fenômeno conhecido na análise de covariância como heterogeneidade da regressão por grupos ou interação de covariáveis por grupos. Segundo estes autores, no modelo hierárquico este fenômeno é modelado através dos coeficientes angulares aleatórios. Uma maior classe de aplicações de modelos hierárquicos envolve estudos em que os coeficientes angulares do primeiro nível, obtidos pelas equações (2.15.9) e (2.15.11), variam aleatoriamente em função das unidades do segundo nível, ou seja: 0j = 00 + u0j; (2.15.8) 32 1j = 10 + u1j; (2.15.9) Também é possível incluir variáveis do segundo nível ao modelo com coeficientes aleatórios. Isto é feito da seguinte forma: 0j = 00 + 01W 1j + u0j; (2.15.10) 1j = 10 + 11W 1j + u1j; (2.15.11) A equação (2.15.12) é obtida substituindo as equações (2.15.10) e (2.15.11) em (2.15). Yij = 00 + 01 W 1j + 10 X1ij + 11 W 1jX1ij + u0j + u1j + eij; (2.15.12) onde: 00 é o intercepto médio entre as unidades do segundo nível; 01 é o coeficiente angular da variável de segundo nível W 1; 10 é o coeficiente angular médio da variável (X1) entre as unidades do segundo nível; 11 é o coeficiente de interação entre níveis para as variáveis W 1 e X1; u0j é o efeito aleatório do intercepto, associado à unidade “j”, com média zero e variância u20 ; u1j é o efeito aleatório do coeficiente angular (1j), associado à unidade “j”, com média zero e variância u21 . A variância de u0j e u1j, assim como a covariância (u0j, u1j), podem ser representadas pela seguinte matriz de covariância: 33 u 0 j u20 var u1 j u10 u01 T u21 (2.16) onde: var (u0j) = u20 var (u1j) = u21 cov (u0j, u1j) = u01 = u10 Os modelos de coeficientes aleatórios são mais gerais que os métodos tradicionais de regressão, pois, nos modelos de coeficientes aleatórios, a suposição de independência das observações é reduzida e o relacionamento dos dados não é assumido fixo entre grupos (Kreft, 1996). Segundo a autora, a escolha é favorável aos modelos mais gerais. Entretanto, estes modelos são menos parcimoniosos por estimar mais parâmetros, necessitam de grandes bases de dados para prevenir a instabilidade das soluções e o método de estimação é mais complicado que no modelo de regressão linear com efeitos fixos. 2.6.3. Variável resposta binária Os modelos apresentados nos itens 2.6.1 e 2.6.2 foram introduzidos supondo que a variável resposta é contínua. As estruturas destes modelos podem ser estendidas para o caso em que a variável resposta é binária. Entretanto, é preciso considerar características da variável resposta, tais como o seu alcance e a sua variabilidade. Estas características estão retratadas neste item e foram consideradas nos próximos itens deste estudo. 34 Segundo Snijders & Bosker (1999), a aplicação dos métodos de regressão linear à variável dependente (resposta) discreta é, geralmente, imprudente, pois o alcance da variável dependente discreta é restrito aos limites (0, 1) da medida de probabilidade e o modelo de regressão linear usual pode ajustar valores fora deste limites. Além disto, existe uma relação natural entre a média e a variância da distribuição de variáveis discretas, como é o caso da variável dependente (Y) dicotômica. Esta variável pode ser representada por dois valores, “1” e “0”, que indicam o sucesso e o fracasso de um evento com as respectivas probabilidades “P” e “1-P” associadas. A variável binária Y tem distribuição binomial, tal que Y ~ Bin (1, P) com média e variância dadas por E(Y) = P e Var(Y) = P (1- P). Desta forma, a variância é determinada em função da média. 2.6.3.1. Função de ligação logit e a sua relação com o modelo logístico Quando a probabilidade de um evento é modelada por variáveis explanatórias, o efeito linear destas variáveis pode ajustar valores no intervalo (-, ), que são impossíveis de serem obtidos por uma medida de probabilidade, restrita ao intervalo (0, 1). Uma forma de corrigir este problema é transformar essa probabilidade em uma medida que aceite valores no intervalo (-, ). Quando se trata de um evento dicotômico, tal transformação pode ser feita através da função de ligação logit. 35 O primeiro passo para a construção da função logit se dá a partir da razão entre a probabilidade de sucesso e de falha do evento, denominada de chance (odds) do evento, no lugar da probabilidade do evento propriamente dita. Esta transformação inicial gera valores maiores ou iguais a zero. O segundo passo é aplicar o logaritmo neperiano à chance (odds) do evento para obter valores no intervalo (-, ). Mais detalhes em: Hosmer & Lemeshow (1989) e Kleinbaum (1994). Chance P ; (1- P) P logit (P) = ln chance (P) ln 1 P (2.17) (2.18) A partir da probabilidade ( = P(X)) do evento de interesse, condicionada ao conjunto de variáveis explicativas X = (X 1,...,Xr), tem-se a probabilidade (i) do i-ésimo indivíduo e a função logit (i), construída como uma função linear das variáveis explicativas, dada pela equação (2.19): Yi ~ bin (1, i) r logit (i) 0 h X hi h 1 (2.19) A partir da relação estabelecida entre a função logit e o modelo de regressão logística, é possível retornar a probabilidade (i) através da função logística representada graficamente na figura 2.4. 36 1 0,75 0,5 0,25 0 - -4 -2 0 4 2 Logistica ( ) Figura 2.4: Curva da função logística r 1 h1 1 exp ( 0 h X hi ) i = logística ( 0 h X hi ) r (2.20) h 1 Desta forma, o valor da chance da i-ésima observação condicionada às variáveis explicativas (Xh onde: h = 1, 2,...,r) é a seguinte: Chance (X1i, X2i,…, Xri,)= i 1 i 1 1 r Chance (X1i, X2i,…, Xri,)= 1 e ( 0 h X hi ) h1 1 1 r 1 e e r 1 e ( 0 h X hi ) ( 0 h X hi ) h1 r ( 0 h X hi ) h1 1 r e ( 0 h X hi ) h1 r h1 1 e Chance (X1i, X2i,…, Xri,)= e ( 0 h X hi ) h1 r 0 h Xhi h 1 (2.21) Segundo Rodrigues & Werneck (2002), os coeficientes obtidos através de regressão logística indicam o efeito de um fator específico sobre o logaritmo da chance (odds) de ocorrer o evento de interesse quando todas as outras variáveis são mantidas constantes. A razão de chances (odds ratio) corresponde ao antilogaritmo desse coeficiente e reflete a magnitude da 37 associação investigada após controlar por um número de fatores de “confundimento” simultaneamente. Segundo Kleinbaum (1994), a razão de chances, apresentada na equação (2.22), compara dois grupos de pessoas definidos a partir dos valores das variáveis explicativas (Xh onde: h = 1, 2,...,r). Os grupos são identificados como grupo 1 e grupo 0 e, segundo Kleinbaum (1994), as pessoas do grupo 1 possuem o valor (X1h) para a h-ésima variável, enquanto as pessoas do grupo 0 possuem o valor (X0h) para a h-ésima variável. Na notação RC X1,X0 , o índice (X1, X0) é formado pelo vetor X1 = (X11, X12,..., X1r), que descreve o valor das variáveis explicativas para o grupo 1, e pelo vetor X 0 = (X01, X02,..., X0r), que descreve o valor das variáveis explicativas para o grupo 0. RC X1,X0 e e r 0 h X1h h 1 r 0 h X0 h h 1 e r r 0 h X1h 0 h X0 h h 1 h 1 r h X1h X0 h e h 1 (2.22) Segundo Kleinbaum (1994) e Luiz (2002), para obter a razão de chances de cada variável explicativa dicotômica (0; 1), presente no modelo logístico, é calculada a função exponencial do coeficiente da correspondente variável. Hosmer e Lemeshow (1989) apresentam a medida de diferença entre funções logit (diferença logit) e a razão de chances desta diferença logit, utilizando o exemplo do modelo de regressão logística para baixo peso ao nascer. Nesse exemplo, as variáveis: baixo peso da mãe no último período menstrual (BPD), fumo e idade estão presentes no modelo. As demais 38 variáveis, representadas, pelos autores, por meio do termo ’z, permanecem constates quando a razão de chances é estimada e sua contribuição para a função logit é subtraída quando a diferença logit é calculada. Hosmer e Lemeshow (1989) estimam, para uma mulher com BPD = p, fumo = f e idade = i, a seguinte função logit: logit (i)= 0 + 1 p + 2 f + 3 i + 4 p x f + 5 p x i + ’z Tabela 2.1: expressões das funções logit e das diferenças logit em relação aos parâmetros estimados para quatro possíveis combinações de valores das variáveis BPD, fumo e idade BPD (p) Fumo (f) 0 1 Diferença logit 0 0 + 3 i + ’z 0 + 1 + 3 i + 5 i + ’z 1 0 + 2 + 3 i + ’z 0 + 1 + 2 + 3 i + 4 + 5 i + ’z d2 = 1 + 4 + 5 i Diferença logit d3 = 2 d4 = 2 + 4 d1 = 1 + 5 i d5 = 1 + 2 + 4 f + 5 i Tabela 2.2: valores (para mulheres com 30 anos de idade) das estimativas das razões de chances para as diferenças logit e intervalos de confiança (95%). Efeito Entre Diferença logit R.C I.C (95%) BPD = 1 Fumo = 0 d1 = 1 + 5 i 14.76 (2,4; 89,0) BPD = 1 Fumo = 1 d2 = 1 + 4 + 5 i 3,57 (0,7; 18,0) Fumo = 1 BPD = 0 d3 = 2 3,17 (1,3; 7,8) Fumo = 1 BPD = 1 d4 = 2 + 4 0,76 (0,2; 3,3) d5 = 1 + 2 + 4 f + 5 i 11,31 (2,1; 61,6) BPD = 1 e Fumo = 1 Na tabela 2.2, a razão de chances do efeito da variável BPD é obtida separadamente entre as mulheres não fumantes (Fumo = 0) e fumantes (Fumo = 1), com as respectivas razões de chances iguais a 14,76 e 3,57. A razão de chances do efeito da variável fumo é obtida separadamente entre as mulheres sem baixo peso no último período menstrual (BPD = 0) e com baixo peso no último período menstrual (BPD = 1), com as respectivas razões de chances iguais a 3,17 e 0,76. A razão de chances das mulheres fumantes com baixo peso no último período menstrual (Fumo = 1 e BPD = 1) em relação às 39 mulheres não fumantes sem baixo peso no último período menstrual (Fumo = 0 e BPD = 0) é igual a 11,31. Segundo Hosmer e Lemeshow (1989), cada uma destas razões de chances é calculada a partir da função exponencial da respectiva diferença logit. 2.6.3.2. Modelo hierárquico logístico Como já foi visto anteriormente, em uma estrutura hierárquica de dois níveis, o índice “j” dos grupos varia de 1 a “N”, representando as unidades do segundo nível. Cada um destes grupos possui o seu respectivo tamanho “n j”, representando as unidades do primeiro nível (indivíduos) que estão dentro do grupo j. Desta forma, o modelo hierárquico logístico, com dois níveis de hierarquia e apenas uma variável do primeiro nível, pode ser introduzido da seguinte forma: Yij ~ bin (1, ij) logit (ij)= 0j + 1j X1ij (2.23) 0j = 00 + u0j; (2.23.1) 1j = 10 + u1j; (2.23.2) Também é possível incluir variáveis do segundo nível ao modelo com coeficientes aleatórios. Isto é feito da seguinte forma: 40 0j = 00 + 01W 1j + u0j; (2.23.3) 1j = 10 + 11W 1j + u1j; (2.23.4) A equação (2.23.5) é obtida substituindo as equações (2.23.3) e (2.23.4) em (2.23): logit (ij)= 00 + 01 W 1j + 10 X1ij + 11 W 1jX1ij + u0j + u1j; (2.23.5) É possível construir modelos logísticos hierárquicos com estruturas equivalentes às apresentadas nos itens 2.6.1 e 2.6.2., acrescentando ou não as variáveis do primeiro e segundo nível, assim como considerando ou não os coeficientes angulares aleatórios nos modelos. Rodríguez & Goldman (1995) abordam os modelos de múltiplos níveis para respostas binárias, concluindo que, de fato, as estimativas dos efeitos fixos dos modelos logísticos hierárquicos são parecidas com as obtidas usando os modelos logísticos tradicionais, que ignoram os múltiplos níveis. Segundo os autores, os erros padrões são subestimados nos modelos logísticos tradicionais, quando a variação entre os níveis é significativa. Rodríguez & Goldman (1995) também concluem que as estimativas dos efeitos fixos e / ou dos componentes de variância podem apresentar viés quando o número de observações dentro de um grupo é pequeno (ex: família) ou o efeito aleatório é grande (desvio padrão do efeito aleatório igual a 1 ou superior). Desta forma, Goldstein & Rasbash (1996) e Browne & Draper (2002) apresentam respectivamente os métodos QVP2 e MCMC como alternativas para tal situação. 41 2.7. Estimação dos parâmetros Segundo Bryk & Raudenbush (1992), Goldstein (1995) e Snijders & Bosker (1999), diferentes algoritmos para a estimação dos parâmetros de modelos hierárquicos estão sendo estudados. Alguns dos algoritmos encontrados na literatura são: mínimos quadrados generalizados iterativo (IGLS), mínimos quadrados generalizados iterativo restritivo (RIGLS), maximização da esperança (EM) e escore de Fisher. Segundo Snijders & Bosker (1999), estes algoritmos são iterativos, o que significa que as estimativas vão convergindo para uma estimativa final. Goldstein (1995) acrescenta o tratamento Bayesiano a esta lista de procedimentos para a estimação de parâmetros, através dos métodos de Monte Carlo via Cadeia de Markov (MCMC). A estimação de parâmetros em modelos lineares generalizados hierárquicos é mais complicada que nos modelos lineares hierárquicos. Alguns tipos de abordagens foram envolvidos e outros estão sendo propostos (Snijders & Bosker, 1999). As abordagens por “quase verossimilhança marginal” de 1° ordem (QVM1) ou “penalized quasi-likelihood” de 2° ordem (QVP2) são algumas das propostas na literatura, encontradas no pacote computacional Mlwin, versão 1.10.0006, aqui utilizado. Este pacote computacional permite a aplicação dos algoritmos IGLS ou RIGLS, assim como a aplicação do método MCMC. 42 2.7.1. Métodos clássicos de estimação de parâmetros Um modelo em que a variação aleatória é descrita por um conjunto de variâncias é chamado de modelo de componente de variância (Leyland & Goldstein, 2001). Segundo estes autores, o modelo com dois níveis de hierarquia e o intercepto aleatório, considerando o efeito aleatório do segundo nível (u0) com variância u20 e o efeito aleatório do primeiro nível (e 0) com variância e20 , pode ser tratado como um modelo de componente de variância. Segundo Bryk & Raudenbush (1992), Goldstein (1995), Hox (1995) e Snijders & Bosker (1999) a variância total será a soma da variância do segundo nível com a variância do primeiro nível. Goldstein (1995) relata que, sendo o resíduo do primeiro nível independente, a variância total será constante para cada unidade do primeiro nível, e a covariância entre duas unidades do primeiro nível pertencentes à mesma unidade do segundo nível será igual a: cov u0 j e0i1 j ,u 0 j e0i 2 j covu0 j ,u 0 j u20 ; (2.24) A partir da estrutura convencional de análise de covariância para dados em múltiplos níveis, estudada por Muthén (1994) e utilizada por Goldstein (1995), apresentada nas matrizes 2.27 e 2.28, define-se a matriz de covariância de três pessoas dentro de uma mesma família: u20 e20 2 u0 u2 0 u20 u20 e20 u20 u20 u20 u20 e20 (2.25) Para uma outra família, agora com duas pessoas, a matriz de covariância será a seguinte: 43 u20 e20 2 u0 u20 u20 e20 (2.26) A matriz covariância global, considerando as duas famílias, terá uma estrutura bloco diagonal. Assim, a covariância entre duas pessoas de diferentes famílias é nula. Esta matriz está representada abaixo e pode ser estendida para qualquer número de unidades do segundo nível. u20 e20 2 u0 V u20 0 0 u20 u20 e20 u20 0 0 u20 u20 u20 e20 0 0 0 0 0 2 u0 e20 u20 0 0 0 2 u0 u20 e20 (2.27) Uma notação geral para a matriz covariância bloco diagonal pode ser construída a partir da matriz identidade I (n) de dimensão (n x n) e da matriz de uns J(n) de dimensão (n x n), da seguinte forma: 2 J e20 I ( 3 ) V u0 ( 3 ) 0 0 2 J ( 2 ) e0 I ( 2 ) 2 u0 (2.28) Supondo as variâncias conhecidas, a matriz bloco diagonal “V” pode ser imediatamente construída, permitindo a aplicação do procedimento de estimação usual de mínimos quadrados generalizados (GLS), para obter os estimadores dos coeficientes fixos (Goldstein, 1995). ˆ X tV 1 X 1 X tV 1Y ; Onde: 1 x11 y 11 1 x y 21 21 X ;Y 1 1 x nm m y nm m (2.29) 44 Goldstein (1995) apresenta o processo de estimação de modelos em múltiplos níveis a partir de uma revisão, descrita resumidamente nas equações 2.30, 2.31, 2.32 e 2.33, do método de mínimos quadrados generalizados iterativos (IGLS). Segundo o autor, o procedimento de mínimos quadrados generalizados iterativo (IGLS) e o procedimento de mínimos quadrados generalizados iterativo restritivo (RIGLS) podem iniciar os seus processos de iteração a partir das estimativas dos parâmetros fixos obtidas ajustando os mínimos quadrados ordinais (OLS) que assume u20 0 . Após esta etapa, é possível formar uma linha de resíduos: y~ij y ij ˆ 0 ˆ 1x ij (2.30) O vetor linha de resíduos é: ~ Y { y~ij } (2.31) ~~ O valor esperado da matriz produto cruzado YY t é igual à matriz V: 2 y~11 ~ ~ y 21y 11 ~ ~t E YY E y~31y~11 ~ ~ y 12 y 11 y~ y~ 22 11 y~11y~21 2 y~21 y~31y~21 y~12 y~21 y~22 y~21 y~11y~31 y~21y~31 2 y~31 y~12 y~31 y~22 y~31 y~11y~12 y~21y~12 y~31y~12 2 y~12 y~22 y~12 y~11y~22 y~21y~22 y~31y~22 V y~12 y~22 2 y~22 (2.32) ~~ As matrizes YY t e V podem ser escritas como vetores, através das transformações algébricas ~~ VEC YY t e VEC V , respectivamente. O relacionamento entre estes vetores pode ser construído como o modelo linear: 45 2 y~11 u2 0 e2 0 1 ~ ~ 2 R 2 1 2 y 21y 11 u 0 u0 e0 ~2 2 2 y 22 u 0 e 0 1 1 0 R 1 (2.33) onde R é um vetor de resíduos, o lado direito é o vetor resposta e o lado esquerdo contém duas variáveis explicativas com os respectivos coeficientes u20 e e20 , que serão estimados através de mínimos quadrados generalizados (GLS). Para certos modelos de componentes de variância, as suposições de distribuições alternativas e da obtenção de estimativas de máxima verossimilhança estão sendo estudadas, especialmente para o caso dos modelos com respostas discretas. Segundo Goldstein (1995), com as estimativas obtidas aplicando GLS em (2.33), pode-se retornar à equação 2.29, para obter novas estimativas dos coeficientes fixos e também alternar entre estimação de parâmetros fixos e aleatórios até o procedimento convergir. O procedimento de máxima verossimilhança produz estimativas viciadas dos parâmetros aleatórios, pois não leva em consideração a variação amostral dos parâmetros fixos. Isto pode ser importante em pequenas amostras e é possível estabelecer estimativas não viciadas, usando uma modificação conhecida como máxima verossimilhança restritiva (REML). No algoritmo IGLS, esta modificação é conhecida como mínimos quadrados generalizados iterativos restritivos (RIGLS), incorporando o ajuste para a estimativa da variância dos resíduos. Maiores detalhes podem ser encontrados em Goldstein (1989), sendo aplicado em Goldstein & Rasbash (1996). O 46 método de mínimos quadrados generalizados iterativos restritivos (RIGLS) será aplicado nos próximos capítulos deste estudo. Em um estudo com resposta dicotômica (usou ou não usou serviços de saúde), em que as unidades do primeiro nível são os membros de uma família e as unidades do segundo nível são as famílias, pode-se escrever a probabilidade do i-ésimo membro da j-ésima família usar o serviço de saúde da seguinte forma: ij f X ij u j 1 exp X ij u j , 1 (2.34) onde: “f” é a função de ligação logit; o termo X ij é a ij-ésima linha do preditor linear que tem componentes fixos; o termo u j representa a parte aleatória para o j-ésima família com u j ~ N 0, u2 . A resposta Yij para um membro de uma família é binária e definida usualmente sobre a hipótese de independência com a distribuição Yij ~ Bin1, ij . Goldstein (1995) e Goldstein & Rasbash (1996) apresentam aproximações para a estimativa dos parâmetros da equação 2.34. A função exponencial é primeiro linearizada para assumir a forma de um modelo normal de dois níveis, e então é aplicada a estimação de “quase verossimilhança”, usando a suposição de distribuição binomial para definir a variação do primeiro nível. Os autores acima usam expansão de Taylor de 1° ordem, para expandir a parte fixa em torno das estimativas atuais, e expansão de 2° ordem, para expandir a parte aleatória em torno de zero, mostrando que esta modificação pode melhorar as estimativas. Eles obtêm a iteração t+1 do 47 algoritmo de mínimos quadrados generalizados iterativo (IGLS) da seguinte forma: f (H t 1 ) f (Ht ) X ij (ˆ t 1 ˆ t )f (Ht ) u j f (H t ) u 2j f (H t ) / 2 (2.35) onde: f (H t ) f (H t )(1 exp H t ) 1 , f (H t ) f (H t )(1 exp H t )(1 exp H t ) 1 . Existem duas escolhas para Ht: (a) H t X i j ˆ t (b) H t X i j ˆ t uˆ tj A escolha (a) usa somente o preditor da parte fixa para a expansão de Taylor e caracteriza o método QVM “Quase verossimilhança marginal”. A escolha (b) usa o preditor da parte fixa e aleatória e caracteriza o método QVP “Quase verossimilhança penalizada”. Rodríguez & Goldman (1995) realizaram um estudo de simulação variando a estrutura hierárquica dos dados e encontraram um substancial viés das estimativas dos efeitos fixos e / ou dos componentes de variância, quando o efeito aleatório é suficientemente grande (desvio padrão do efeito aleatório igual a 1 ou superior) ou o número de observações dentro de cada unidade de um nível superior é pequeno (ex: família). Tais autores relatam que pequenos grupos podem ser evitados em pesquisas educacionais, entretanto muitos estudos demográficos e epidemiológicos que examinam o efeito das famílias estão limitados a grupos de tamanhos abaixo de 2 em média. Desta forma, eles destacam a necessidade de procedimentos de estimação alternativos para os modelos de múltiplos níveis com respostas binárias. 48 Goldstein & Rasbash (1996) utilizam parte dos dados simulados por Rodríguez & Goldman (1995) para comparar as estimativas do método QVM1 com as obtidas pelo método QVP2, demonstrando que o método QVP2 fornece uma considerável melhora na estimação do modelo quando o número de observações dentro dos grupos é pequeno ou efeito aleatório é grande. Goldstein & Rasbash (1996) também discutem que, no caso mais comum, quando as variâncias em um modelo de componentes de variância não excedem um valor em torno de 0,5, espera-se que o método QVP1 tenha um bom desempenho; para variâncias menores, o método QVM1 será adequado. Segundo Goldstein (1995), Snijders & Bosker (1999) e Leyland & Goldstein (2001), a função desvio (deviance) obtida a partir dos métodos QVM e QVP não é fidedigna. Snijders & Bosker (1999) sugerem o uso do teste de Wald para testar a parte fixa dos modelos hierárquicos logísticos. Segundo Rasbash et al. (2000) a parte aleatória pode ser testada a partir de uma aproximação do teste de Wald, disponibilizada no pacote computacional Mlwin versão 1.10.0006. 2.7.2. Método Bayesiano de estimação dos parâmetros Kreft (1996) utiliza um exemplo de alunos aninhados em escolas para definir o ponto de vista freqüentista e Bayesiano. Segundo a autora, na visão freqüentista, as escolas são consideradas amostras aleatórias de todas as escolas possíveis, com efeitos aproximadamente normais. Do ponto de vista da teoria Bayesiana, as escolas são consideradas permutáveis, onde permutabilidade está condicionada à restrição do efeito da escola sob as mesmas condições. 49 Na inferência Bayesiana, tudo que é desconhecido é tratado como variável aleatória, que segue a distribuição a posteriori p(|x) depois de coletar os dados “x” (Gelman e Rubin, 1996). Segundo estes autores, a notação “” inclui todos os parâmetros e as quantidades incertas do modelo, incluindo (na termologia de regressão) os efeitos fixos, efeitos aleatórios, parâmetros hierárquicos, variáveis indicadoras não observadas e os dados perdidos (missing). Segundo Migon & Gamerman (1999) e Draper (2001), a distribuição a posteriori p(|x) é obtida por meio do teorema de Bayes, da seguinte forma: p | x l x | p( ) l x | p( )d (2.36) O denominador da equação 2.36 é constante e a distribuição a posteriori é proporcional ao produto da função de verossimilhança l(x|) com a distribuição a priori p(), isto é: p | x l x | p( ) . Migon & Gamerman (1999) definem a função de verossimilhança l(x|) como a função que associa a cada valor de a probabilidade p(x|) de um valor x observado. Segundo os autores, o valor x é fixado enquanto varia, permitindo observar a plausibilidade (verossimilhança) de cada valor de . Segundo Rasbash et al. (2000), a distribuição a priori pode descrever toda a informação conhecida sobre os parâmetros antes de coletar os dados. Entretanto, às vezes, pouca informação é conhecida sobre os parâmetros antes da coleta dos dados, sendo necessário usar priores vagas (difusas) para os parâmetros. Rasbash et al. (2000) definem que as priores vagas para os parâmetros fixos podem ter uma distribuição Normal com variância (c 2), onde 50 “c” possui um grande valor na escala do parâmetro. Estes autores definem as priores vagas para os parâmetros aleatórios (2) por meio da precisão ( = 1/2), com p() ~ Gama (,), onde é muito pequeno. Segundo Gamerman (1997), em geral, a expressão da distribuição a posteriori é complexa, impossibilitando a sua obtenção analiticamente. O autor apresenta soluções por meio do método de Monte Carlo via Cadeia de Markov (MCMC), baseado na teoria dos processos estocásticos, em que a cadeia de Markov está inserida, satisfazendo a propriedade de Markov de que, dado o presente, o resto do passado é irrelevante para se prever a sua posição num instante futuro. A estimação Bayesiana completa em modelos hierárquicos necessita de métodos de simulação tais como os baseados nos métodos de Monte Carlo via Cadeia de Markov (MCMC) (Draper, 2001). Os métodos de MCMC geram amostras a partir de Cadeias de Markov que convergem para a distribuição a posteriori de “”, sem calcular a constante de proporcionalidade (Browne, 1998). Com a distribuição a posteriori, é possível traçar a sua curva de densidade e obter medidas a posteriori. Em relação às medidas de posição, Browne (1998) relata que a média, a mediana e a moda são as três principais estimativas, obtidas a partir da distribuição a posteriori, que podem ser usadas na estimação do parâmetro “” de interesse. Segundo o autor, quando a distribuição a priori é vaga, a moda a posteriori é equivalente às estimativas obtidas com os métodos IGLS e RIGLS, se aproximado da estimativa de máxima verossimilhança. Em relação às medidas de dispersão, Browne (1998) menciona a variância, o desvio padrão e as medidas baseadas nos quantis, 51 tais como, os intervalos de credibilidade (intervalo de confiança bayesiano) e as distâncias interquartílicas. Segundo Browne (1998), o intervalo 100 (1 - ) % de confiança freqüentista para () é calculado a partir dos dados, tal que 100 (1 - ) % deste intervalo contém (). Segundo Bernardo & Smith (1994), na estatística bayesiana os dados são fixados e o parâmetro () varia, onde o intervalo 100 (1 - ) % de credibilidade (C), tal que C p(|dados)d = 1 - O método MCMC é computacionalmente intenso, entretanto permite a construção de toda a distribuição da incerteza a respeito das quantidades desconhecidas (), gerando estimativas com maior confiabilidade. O método MCMC está presente no programa computacional “MLwin” através de dois procedimentos: Amostrador de Metropolis-Hastings e Amostrador de Gibbs. Segundo Gamerman (1997), o primeiro gera uma cadeia a partir de uma distribuição conhecida a menos de sua constante. O autor relata que o segundo procedimento é um caso particular do primeiro, em que se sabe gerar valores de todas as distribuições condicionais completas, gerando uma distribuição estacionária pela amostragem sucessiva das distribuições condicionais completas. Segundo Gamerman (1997), com raras exceções, tão logo o modelo se afasta de normalidade e linearidade, torna-se difícil amostrar de algumas das distribuições condicionais completas, inviabilizando a aplicação do Amostrador de Gibbs. Entretanto, segundo o autor, nestes casos é possível a aplicação de amostradores que usam a estrutura de Metropolis-Hastings. 52 Para gerar as amostras dos parâmetros do modelo que vão convergir para a distribuição a posteriori, o método MCMC necessita da quantidade de amostras iniciais que não são usadas para descrever a distribuição a posteriori (usada apenas para iniciar a cadeia de Markov), da quantidade de amostras geradas após as inicialmente descartadas e da freqüência de sorteio das amostras geradas após as inicialmente descartadas. As amostras sorteadas após as descartadas inicialmente descrevem a distribuição a posteriori. Browne & Draper (2002) seguiram a estrutura simulada por Rodríguez & Goldman (1995) para realizar comparações entre os métodos de “quase verossimilhança” (QVM1 e QVP2) e o método Bayesiano (MCMC), concluindo que os métodos Bayesianos foram bem calibrados nas estimativas pontuais e intervalares para todos os parâmetros do modelo, enquanto que o método QVM1 rendeu estimativas agudamente viesadas com coberturas intervalares muito pobres, e o método QVP2, apesar de ter produzido resultados consideravelmente mais fidedignos que os obtidos pelo QVM1, ainda apresentou viés e uma baixa cobertura intervalar, especialmente para a variância do efeito aleatório. 53 Capítulo 3 Materiais e métodos 3.1. Obtenção dos Dados Os dados utilizados para a região urbana do Estado do Rio de Janeiro foram obtidos na Pesquisa Nacional por Amostragem de Domicílios (PNAD) do ano de 1998. Essa pesquisa é um inquérito populacional realizado anualmente pela Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que, em 1998, teve o seu processo amostral realizado em 3 estágios: municípios (autorepresentativos e de escolha aleatória), setores censitários e unidades domiciliares. A PNAD investiga diversas características sociais, demográficas e econômicas, algumas anualmente, como as características gerais da população, educação, trabalho, rendimento e habitação, e outras de caráter suplementar, que podem variar anualmente, como as características sobre migração, fecundidade, nupcialidade, saúde, nutrição, entre outros temas que são incluídos no sistema de acordo com as necessidades de informação para o país. Em 1998, foi incorporado a esta pesquisa um suplemento sobre as características de saúde e do consumo de serviços de saúde. Para estudar o uso de serviços de saúde através de características sócio-demográficas na região urbana do Estado do Rio de Janeiro, foram observados (analisados) 23.555 indivíduos que responderam a todas as variáveis abordadas no estudo, compreendendo 96% da população amostrada 54 nesta região do estado. Tais variáveis serão apresentadas no item 3.3. Os 23.555 indivíduos observados (unidades do primeiro nível) estavam distribuídos entre 7.650 famílias (unidades do segundo nível), conforme a tabela 3.1. Tabela 3.1: Distribuição de freqüência das unidades do primeiro nível (indivíduos observados neste estudo) dentro do segundo nível (famílias) Quantidade de Indivíduos (observados neste estudo) dentro das famílias Famílias Total 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 n 894 1925 2060 1756 679 213 77 29 10 5 1 1 7650 % 11.7 25.2 26.9 23.0 8.9 2.8 1.0 0.4 0.1 0.1 0.0 0.0 100 Esse estudo considerou como família o conjunto de pessoas ligadas por laços de parentesco ou de dependência doméstica, que residissem na mesma unidade domiciliar e, também, a pessoa que morasse só, em uma unidade domiciliar. Entendeu-se por dependência doméstica a relação estabelecida entre a pessoa de referência e os agregados da família. Dentro de cada família, as pessoas foram classificadas em função da relação com a pessoa de referência ou com o seu cônjuge, de acordo com as seguintes definições: Pessoa de referência (chefe da família) - Pessoa responsável pela família ou que assim fosse considerada pelos demais membros; 55 Cônjuge - Pessoa que vivesse conjugalmente com a pessoa de referência da família, existindo ou não o vínculo matrimonial; Filho - Pessoa que era filho, enteado, filho adotivo ou de criação da pessoa de referência da família ou do seu cônjuge; Outro parente - Pessoa que tivesse qualquer outro grau de parentesco com a pessoa de referência da família ou com o seu cônjuge; Agregado - Pessoa que não fosse parente da pessoa de referência da família nem do seu cônjuge e não pagasse hospedagem nem alimentação; As pessoas que assumiam, dentro da família, papel de pensionistas, empregados domésticos e parentes dos empregados domésticos foram excluídas da análise. Foram consideradas pensionistas, as pessoas que não eram parentes da pessoa de referência da família nem do seu cônjuge e pagavam hospedagem ou alimentação. Os empregados domésticos eram as pessoas que prestavam serviços domésticos, remunerados em dinheiro ou somente em benefícios, a membro(s) da família; e os parentes dos empregados domésticos eram as pessoas que tinham um grau de parentesco com o empregado doméstico e não prestavam serviço doméstico remunerado a membro(s) da família. 3.2. O questionário Segundo Guerra (2001), os temas eleitos, desde o início da PNAD na década de 60, para serem pesquisados de forma permanente por meio da pesquisa básica, foram habitação e trabalho, associados a características demográficas, educacionais e de rendimento. Os temas suplementares, que 56 vêm sendo pesquisados com periodicidade variável na PNAD, foram investigados por meio de instrumentos de coleta suplementares ou inseridos como partes da Pesquisa Básica, dependendo da conveniência do momento. Em 1998, o questionário da PNAD foi composto da seguinte forma: Corpo básico - Contém informações sobre a identificação dos domicílios e dos moradores; as características da unidade domiciliar (físicas, regime de propriedade e existência de bens de consumo duráveis); a composição do domicílio (número de moradores e relação com as pessoas de referência); as características demográficas e de escolaridade de todos os moradores; a ocupação e o rendimento dos moradores maiores de 10 anos; a fecundidade (mulheres de 15 ou mais anos); e a mobilidade social (maiores de 15 anos). Suplemento - Contém informações sobre a morbidade percebida; o acesso e a utilização de serviços de saúde; a cobertura por plano de saúde; e os gastos com saúde. Devido ao tamanho do inquérito populacional e à grande dificuldade operacional de retornar ao domicílio várias vezes, as perguntas realizadas nesta parte do questionário da PNAD (1998) podiam ser respondidas pela própria pessoa, por outro morador do domicílio ou por uma pessoa não moradora do domicílio. O dia anterior ao da entrevista é a data de referência para as características de saúde encontradas no suplemento do questionário. Entretanto, algumas perguntas sobre características de saúde estão vinculadas às duas últimas semanas ou aos doze meses que antecederam a data da 57 entrevista. Para as demais características encontradas no corpo básico do questionário, a data de referência é o dia 26 de setembro de 1998, de onde são extraídos os períodos de referência (semana e ano) utilizados para algumas perguntas do questionário. 3.3. As variáveis Estudos sobre desigualdades no uso de serviços de saúde estão sendo amplamente realizados. Diferentes variáveis e estruturas de categorias estão sendo testadas. Entretanto, há grandes dificuldades teórico-metodológicas na operacionalização da categoria classe social ou de categorias sociais específicas, adequadas ao estudo de desigualdades sociais na área da saúde (Viacava et al., 2001). Como este estudo compara diferentes métodos (QVM1, QVP2 e MCMC) para a estimação de parâmetros dos modelos hierárquicos com respostas binárias, optou-se por uma estrutura de variáveis mais simples, abordando um menor número de aspectos sócio-demográficos, do que a encontrada no estudo realizado por Viacava et al. (2001). Tal medida gera inferências mais restritas, embora possibilite a aplicação de todos os métodos em questão, por simplificar o processo iterativo do algoritmo de mínimos quadrados generalizados iterativo restritivo (RIGLS). As variáveis foram divididas em dois grupos: variáveis do nível do indivíduo e variáveis do nível da família. 58 3.3.1. Variáveis do nível do indivíduo 3.3.1.1 Uso de serviços de saúde: variável dicotômica (usou ou não usou o serviço), definida a partir da informação referente à procura, independente do motivo, e do atendimento nos serviços públicos ou privados de saúde durante as duas semanas que antecederam a entrevista. Considera-se que um indivíduo usou o serviço de saúde se ele foi atendido em uma das vezes em que procurou o serviço. 3.3.1.2. Restrição de atividades rotineiras: É uma variável de morbidade relacionada à necessidade de saúde, que identifica de forma dicotômica (com restrição e sem restrição) se uma pessoa teve algum tipo de restrição de atividade rotineira por motivo de saúde nas duas semanas que antecederam a entrevista, devido à ocorrência de uma das seguintes condições, em pelo menos um dos dias do período de referência (duas últimas semanas): para a pessoa que trabalhava, a impossibilidade temporária de executar as tarefas ligadas à sua ocupação ou a ausência em, no mínimo, metade da jornada normal de trabalho diária; para a pessoa que freqüentava escola, a impossibilidade temporária de ir à escola ou a ausência em, no mínimo, um período diário ou, para aquela que estudava em regime de tempo integral, a ausência em, no mínimo, metade do período diário; para a criança de pouca idade, a mudança temporária em seu modo usual de ser, brincar, comer etc; 59 para a pessoa dedicada aos afazeres domésticos, a impossibilidade temporária de executar as tarefas domésticas; para a pessoa idosa, a impossibilidade temporária de realizar as atividades a que estava acostumada; para a pessoa que tinha algum problema crônico de saúde, a restrição das atividades além das condições habituais de desempenho limitado, devido à ocorrência de algum episódio agudo ou crise desse problema. De um modo geral, a restrição de atividades rotineiras por motivo de saúde retrata a impossibilidade temporária de uma pessoa realizar atividades a que estava acostumada a fazer normalmente, como, por exemplo, caminhar diariamente, ir à igreja, fazer visitas regulares a amigo ou parente. 3.3.1.3. Sexo: identifica o sexo biológico (masculino ou feminino) de uma pessoa. 3.3.1.4. Faixas etárias: A idade foi calculada em relação à data de referência, a partir da informação sobre o dia, mês e ano de nascimento da pessoa ou a partir da idade presumida da pessoa que não soubesse a data de nascimento. A partir da idade em anos, foram construídas sete faixas etárias: 4 anos ou menos, 5 a 9 anos, 10 a 14 anos, 15 a 24 anos, 25 a 49 anos, 50 a 64 anos, 65 anos ou mais. 60 3.3.1.5. Raça auto-referida: variável dicotomizada neste estudo, identificando a raça (branca, negra, amarela, parda ou indígena) definida pelas próprias pessoas entrevistadas em duas categorias: raça branca e não branca. 3.3.2. Variáveis do nível da família 3.3.2.1. Tamanho da família: soma de todos os indivíduos (observados ou não neste estudo) que pertencem à mesma família e cuja relação com a pessoa de referência (chefe da família) é de cônjuge, filho (a), outro parente ou agregado. Suas categorias são: 1 pessoa, 2 pessoas, 3 a 5 pessoas e 6 ou mais pessoas. 3.3.2.2. Renda familiar per capita: foram construídas cinco faixas de renda familiar per capita em salários mínimos (S.M): 0,77 ou menos; (0,77; 1,26]; (1,26; 2,04]; (2,04; 4]; 4 ou mais. Estas faixas de renda foram construídas a partir dos quintis de renda familiar per capita mensurados no nível da família. 3.3.2.3. Sexo do chefe da família: identifica o sexo biológico (masculino ou feminino) do chefe da família. 3.3.2.4. Idade do chefe da família: A idade do chefe da família foi calculada em relação à data de referência, a partir da informação sobre o dia, mês e ano de nascimento do chefe da família ou a partir da idade presumida do chefe da família que não soubesse a data de nascimento. A partir da idade em anos foram construídas 5 faixas etárias: 24 anos ou menos, 25 a 34 anos, 35 a 44 anos, 45 a 54 anos, 55 a 64 anos, 65 anos ou mais. 61 3.3.1.5. Escolaridade do chefe da família: variável definida a partir do número de séries de estudo completas (com aprovação), agregadas por grupos de nível educacional: sem instrução - chefe da família que não possui séries de estudo completas; fundamental básico - chefe da família com 1 a 4 séries de estudo completas; fundamental - chefe da família com 5 a 8 séries de estudo completas; 2° grau - chefe da família com 9 a 11 séries de estudo completas; Superior ou mais - chefe da família com 12 ou mais séries de estudo completas. Krieger et al. (1997) sugerem que o nível educacional deve ser medido a partir de graus atingidos (primeiro grau, segundo grau, nível superior etc.), em vez de usar o número de séries completas, pois um ano de diferença pode ter significado bastante distinto do ponto de vista das credenciais que o indivíduo dispõe para competir no mercado de trabalho. Por exemplo, possuir sete séries completas é diferente de oito, na medida em que as oito séries correspondem ao primeiro grau completo. 3.3.2.6. Posição no mercado de trabalho do chefe da família: a variável foi criada a partir de informações sobre a posição na ocupação e a existência ou não de um contrato formal dado pela carteira de trabalho assinada dos chefes das famílias que referiram ter trabalhado na semana de referência da pesquisa. Após tais informações, foram definidas as três categorias da variável: 62 empregados no mercado de trabalho, desempregados e fora da população ativa no mercado de trabalho. Os chefes de família que foram classificados como empregados no mercado de trabalho obedecem a um dos perfis abaixo: empregados no mercado formal: pessoas que referiram estar trabalhando com carteira de trabalho assinada; empregados no mercado informal: pessoas que referiram estar trabalhando sem carteira assinada; empregadores: pessoas que trabalhavam explorando seu próprio empreendimento, com pelo menos um empregado; autônomos: pessoas que trabalhavam explorando o seu próprio empreendimento, sozinhos ou com sócios, sem empregados e contando ou não com a ajuda de trabalhador não remunerado; auto-consumo: pessoas que trabalhavam na produção de bens do ramo que compreende atividades de agro-pecuária para a própria alimentação ou na construção para o uso próprio; Os chefes de família que foram classificados como desempregados são os que referiram não estar trabalhando, mas ter procurado trabalho na semana de referência. Os chefes de família que foram classificados como fora da população ativa no mercado de trabalho obedecem a um dos perfis abaixo: aposentados: pessoas que não estavam trabalhando na semana de referência, aposentadoria; não procuraram trabalho, mas recebiam 63 estudantes: pessoas que não estavam classificados em algumas das categorias apresentadas anteriormente, mas referiam estar freqüentando algum curso; donas de casa: quando não estavam classificados em algumas das categorias anteriores e cuidavam dos afazeres domésticos na semana de referência; outros: pessoas não classificadas em algumas das categorias acima, tais como aquelas que vivem de renda ou pensão. 3.4. O método O estudo do uso de serviços de saúde na região urbana do Estado do Rio de Janeiro, em função de aspectos sócio-demográficos, foi dividido em três fases: descrição dos dados, modelagem do uso e aplicação de diferentes métodos de estimação de parâmetros. Na primeira fase deste estudo, os dados foram apresentados descritivamente e foram realizados testes de significância para analisar o perfil das variáveis, observando as diferenças de uso de serviço de saúde em função da restrição de atividades rotineiras por motivo de saúde e do sexo das pessoas estudadas. Nem sempre é plausível supor independência dos indivíduos dentro dos níveis (família, por exemplo), ou seja, a não relação do risco de um indivíduo adoecer ou fazer uso de serviços de saúde, com os respectivos riscos de um outro indivíduo do mesmo nível (família). A partir da violação deste pressuposto foi incorporada ao objetivo deste estudo a aplicação da técnica de 64 Modelagem Hierárquica, como uma ferramenta para compensar a violação de independência entre as observações de um mesmo nível de análise (Humphreys e Carr-Hill, 1991; Gatsonis et al., 1993). Outra característica importante da Modelagem Hierárquica se dá em relação à modelagem de problemas de investigação que incluem variáveis explicativas medidas em diferentes níveis. Sendo assim, os modelos hierárquicos não são desenhados apenas para corrigir o efeito do delineamento, mas para avaliar em um único modelo variáveis medidas em diferentes níveis (Hox, 1995). Viacava et al. (2001) construíram modelos para as pessoas maiores de 9 anos de idade, residentes no Brasil urbano. Foram feitos modelos separados por restrição de atividades rotineiras por motivo de saúde e por sexo, concluindo que o uso de serviços de saúde no Brasil urbano difere bastante entre as pessoas com e sem restrição, tanto para os homens quanto para as mulheres. Desta forma, o estudo aqui apresentado, focando o uso de serviços de saúde na região urbana do Estado do Rio de Janeiro, considerou a mudança do efeito das variáveis explicativas através de termos de interação de segunda ordem com a restrição de atividades rotineiras e com o sexo. Na segunda fase deste estudo, a modelagem do uso de serviços de saúde foi feita através de modelos hierárquicos com intercepto aleatório. Nesta fase foi aplicado o método QVP2, que fornece estimativas menos viciadas do que as obtidas pelo método QVM1, com um tempo de processamento computacional maior que o do QVM1 e menor que o do MCMC, considerado na 65 literatura como o melhor método, apesar do grande tempo de processamento computacional. Foram estimados modelos separados para cada variável do estudo. Tais modelos incorporaram os termos de interação das respectivas variáveis em relação à restrição de atividades rotineiras e ao sexo. O objetivo destes modelos foi fazer uma pré-seleção dos termos de interação. Os termos de interação que foram estatisticamente significativos nesta etapa, não incluindo o valor zero no seu intervalo de confiança (95%), foram incluídos em modelos subseqüentes que consideram o efeito de outras variáveis modeladas em conjunto. Ainda na segunda fase deste estudo, após a pré-seleção dos termos de interação, foram estabelecidas quatro etapas: na primeira etapa foram construídos modelos com o intercepto aleatório, modelando o intercepto a partir do intercepto médio e do erro aleatório, não incluindo as variáveis do segundo nível (família), e utilizando apenas variáveis do primeiro nível (indivíduos) e as suas interações; na segunda etapa, o intercepto foi modelado por variáveis do segundo nível (família), a partir da inclusão de tais variáveis no modelo; na terceira etapa, o intercepto aleatório foi modelado e o coeficiente angular não aleatório da restrição de atividades rotineiras foi controlado pelas variáveis do segundo nível (família). Tal procedimento foi realizado incluindo no modelo as variáveis do 66 segundo nível e os seus termos de interação com a restrição de atividades rotineiras; na quarta etapa, o intercepto aleatório foi modelado e o coeficiente angular não aleatório do sexo foi controlado pelas variáveis do segundo nível (família). Tal procedimento foi realizado incluindo no modelo as variáveis do segundo nível e os seus termos de interação com o sexo. A inclusão de variáveis (parte fixa) nos modelos foi testada com o teste de Wald. Também foram realizados testes para a parte aleatória do modelo a partir da aproximação do teste de Wald, disponibilizada no pacote computacional Mlwin versão 1.10.0006. Na terceira fase deste estudo, foram comparadas as estimativas dos parâmetros do modelo, usando o modelo logístico tradicional e hierárquico, o último através dos métodos clássicos (QVM1 e QVP2) e Bayesiano (MCMC) de estimação dos parâmetros. Para aplicar o método MCMC, com priores vagas, foram geradas 1000 amostras iniciais que não foram usadas para descrever a distribuição a posteriori (usadas apenas para iniciar a cadeia de Markov). Foram geradas 200000 amostras após as 1000 primeiras amostras descartadas. Destas 200000 amostras foram selecionadas 40000 amostras com uma freqüência de sorteio de 5 amostras, ou seja, a cada 5 amostras geradas uma amostra foi sorteada. Estas 40000 amostras descreveram a distribuição a posteriori dos parâmetros do modelo. 67 A interpretação dos parâmetros do modelo final foi realizada com base nas estimativas obtidas através do método Bayesiano, pois, segundo Rasbash et al. (1995), tal método proporciona estimativas mais fidedignas. Foi utilizada a medida de razão de chances para a interpretação dos parâmetros do modelo final. Quando a razão de chances assume o valor um para a categoria (variável indicadora) de uma variável com duas ou mais categorias, significa que não há associação entre esta categoria em relação à categoria de referência desta variável. Quando a razão de chances é superior a um, significa que há uma associação positiva da determinada categoria em relação à categoria de referência; quando a razão de chances é inferior a um, significa que há uma associação negativa da determinada categoria em relação à categoria de referência. A razão de chances é uma medida muito usada na área médica e mais detalhes sobre sua aplicação e interpretação podem ser obtidos em Hennekens e Buring (1987), Kleinbaum (1994), Hosmer & Lemeshow (1989) e Rodrigues & Werneck (2002). O coeficiente de correlação intraclasse foi obtido através de expansão de Taylor (método 1), de simulação (método 2), do modelo contínuo (método 3) e da definição da variância do primeiro nível a partir da distribuição logística padrão (método 4). Todos os métodos foram comparados por Goldstein, Browne & Rasbash (2000) e citados com mais detalhes no item 2.3. 68 Capítulo 4 Resultados 4.1. Descrição dos dados A seguir serão apresentadas as variáveis utilizadas neste trabalho de forma descritiva. A tabela 4.1 descreve que 13,3% das pessoas usaram os serviços de saúde e 4,8% tiveram restrição de suas atividades rotineiras por motivo de saúde. Entre os indivíduos estudados, 52,6% são do sexo feminino. A faixa etária de 25 a 49 anos contém a maioria dos indivíduos estudados (37,6%). A proporção de pessoas que definiu a sua própria raça como branca na variável raça auto-referida é de 61,3%. Tabela 4.1: Descrição das variáveis do nível do indivíduo Variáveis Uso de serviços de saúde Restrição ativ. rot. Sexo Faixa etária (anos) Raça auto-referida Total n % Não usou 20433 86,7 Usou Sem restrição Com restrição Masculino Feminino 4 ou menos 5–9 10 – 14 15 – 24 25 – 49 50 – 64 65 ou mais Não branca Branca 3122 22428 1127 11172 12383 1904 1915 2002 4034 8868 3012 1820 9105 14450 23555 13,3 95,2 4,8 47,4 52,6 8,1 8,1 8,5 17,1 37,6 12,8 7,7 38,7 61,3 100 69 A tabela 4.2 descreve que a maioria (59%) das famílias estudadas possui de 3 a 5 pessoas e que 21,5% das famílias têm uma renda familiar per capita menor ou igual a 0,77 salário mínimo (S. M.). A maioria dos chefes das famílias é: do sexo masculino (71,1%), da faixa etária de 35 a 44 anos (24,8%), com escolaridade fundamental (30,9%) e empregado no mercado de trabalho formal (66,2%). Tabela 4.2: Descrição das variáveis do nível da família Variáveis Tamanho da família Renda familiar per capita (S.M.) Sexo do chefe Idade do chefe (anos) Escolaridade do chefe Mercado do chefe n 1 pessoa 2 pessoas 3 a 5 pessoas 6 ou mais pessoas 0,77 ou menos (0,77; 1,26] (1,26; 2,04] (2,04; 4] 4 ou mais Masculino Feminino 24 ou menos 25 – 34 35 – 44 45 – 54 55 – 64 65 ou mais Sem instrução Fundamental básico Fundamental 2° grau Nível Superior ou mais Empregado Desempregado Fora da população ativa % 881 1911 4516 342 1646 1424 1535 1518 1527 5442 2208 388 1408 1894 1607 1132 1221 731 2083 2362 1414 1060 5063 328 2259 11,5 25,0 59,0 4,5 21,5 18,6 20,1 19,8 20,0 71,1 28,9 5,1 18,4 24,8 21,0 14,8 16,0 9,6 27,2 30,9 18,5 13,9 66,2 4,3 29,5 Foram observadas 7650 famílias 70 A tabela 4.3 e a figura 4.1 descrevem o uso de serviços de saúde em função das variáveis do nível do indivíduo. O uso difere de forma estatisticamente significativa (p-valor < 1%) para todas as variáveis do nível do indivíduo. O alto percentual de utilização (68,3%) entre as pessoas com restrição de atividades rotineiras mostra a importância da necessidade de saúde, captada por esta variável para o uso de serviços de saúde. Em relação à idade nota-se uma curva de uso em formato de “J”, onde as pessoas mais idosas usam mais os serviços de saúde. Tabela 4.3: Distribuição de freqüência da utilização de serviços de saúde segundo as variáveis do nível do indivíduo Variáveis Restrição ativ. rot.** Sexo** Faixa etária (anos)** Raça auto-referida** Sem restrição Com restrição Masculino Feminino 4 ou menos 5–9 10 – 14 15 – 24 25 – 49 50 – 64 65 ou mais Não branca Branca Utilização de serviço de saúde Não usou Usou n % n % 20076 89,5 2352 10,5 357 31,7 770 68,3 10007 89,6 1165 10,4 10426 84,2 1957 15,8 1529 80,3 375 19,7 1703 88,9 212 11,1 1837 91,8 165 8,2 3721 92,2 313 7,8 7830 88,3 1038 11,7 2479 82,3 533 17,7 1334 73,3 486 26,7 7999 87,9 1106 12,1 12434 86,0 2016 14,0 Total n 22428 1127 11172 12383 1904 1915 2002 4034 8868 3012 1820 9105 14450 % 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 ** P-valor 0,01 P-valor obtido por qui-quadrado (2) Restrição ativ. rot. 71 Sem restrição 10,5% 68,3% Com restrição 10,4% Sexo Masculino 15,8% Feminino 19,7% 4 ou menos Faixa etária (anos) 5–9 11,1% 10 – 14 8,2% 15 – 24 7,8% 25 – 49 11,7% 50 – 64 17,7% Raça auto-referida 65 ou mais Não branca Branca 26,7% 12,1% 14,0% Figura 4.1: Proporção de uso de serviços de saúde segundo as variáveis do nível do indivíduo A tabela 4.4 e a figura 4.2 descrevem o uso de serviços de saúde em função das variáveis do nível da família. O uso difere de forma estatisticamente significativa (p-valor < 1%) para todas as variáveis de família. O tamanho da 72 família apresenta um gradiente negativo em relação ao uso e as faixas de renda familiar per capita mais elevadas possuem um maior percentual de uso. Membros de famílias cujos chefes são do sexo masculino usam mais os serviços de saúde. A idade do chefe da família tem uma curva em forma de “J” para o uso dos serviços de saúde. Membros de famílias cujos chefes tem nível superior de ensino ou está fora da população ativa no mercado de trabalho usam mais os serviços de saúde. Tabela 4.4: Distribuição de freqüência da utilização de serviços de saúde segundo as variáveis do nível da família Variáveis 1 pessoa 2 pessoas Tamanho da família** 3 a 5 pessoas 6 ou mais pessoas 0.77 ou menos (0,77; 1,26] Renda familiar per capita** (1,26; 2,04] (S.M.) (2,04; 4] 4 ou mais Masculino Sexo do chefe** Feminino 24 ou menos 25 – 34 Idade do chefe** 35 – 44 (anos) 45 – 54 55 – 64 65 ou mais Sem instrução Fundamental básico Escolaridade do Fundamental chefe** 2° grau Nível Superior ou mais Empregado Mercado de trabalho do Desempregado chefe** Fora da população ativa Utilização de serviço de saúde Total Não usou Usou n % n % n 670 76,0 211 24,0 881 3120 81,8 695 18,2 3815 14592 87,8 2027 12,2 16619 2051 91,6 189 8,4 2240 5302 88,7 678 11,3 5980 3983 87,7 558 12,3 4541 4255 87,9 585 12,1 4840 3701 85,9 607 14,1 4308 3192 82,1 694 17,9 3886 4624 85,2 805 14,8 5429 15809 87,2 2317 12,8 18126 872 85,6 147 14,4 1019 3947 87,7 555 12,3 4502 5846 88,8 737 11,2 6583 4714 88,3 626 11,7 5340 2766 85,6 466 14,4 3232 2288 79,5 591 20,5 2879 1822 86,8 277 13,2 2099 5805 87,4 834 12,6 6639 6565 87,9 904 12,1 7469 3713 86,4 582 13,6 4295 2528 82,8 525 17,2 3053 14664 87,9 2025 12,1 16689 855 86,6 132 13,4 987 4914 83,6 965 16,4 5879 % 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 ** P-valor 0,01 P-valor obtido por qui-quadrado (2) 1 pessoa 3 a 5 pessoas Renda familiar per capita (S.M.) 6 ou mais pessoas 0.77 ou menos Masculino 18,2% 12,2% 8,4% 11,3% (0,77; 1,26] 12,3% (1,26; 2,04] 12,1% (2,04; 4] 14,1% 4 ou mais Feminino 24 ou menos Idade do chefe (anos) 24,0% 2 pessoas Sexo do chefe Tamanho da família 73 25 – 34 17,9% 14,8% 12,8% 14,4% 12,3% 35 – 44 11,2% 45 – 54 11,7% 55 – 64 14,4% 20,5% Escolaridade do chefe 65 ou mais Sem instrução 13,2% Fundamental básico 12,6% Fundamental 12,1% 2° grau Mercado do chefe Nivel Superior ou mais Figura 4.2: família Empregado Desempregado Fora da população ativa 13,6% 17,2% 12,1% 13,4% 16,4% Proporção de uso de serviços de saúde segundo as variáveis do nível da 74 Analisando o uso de serviços de saúde separadamente para as pessoas com e sem restrição (tabelas 4.5 e 4.6), observa-se que, entre as pessoas sem restrição de atividades rotineiras, existe uma diferença estatisticamente significativa (p-valor 0,05), obtida através do teste de quiquadrado (2), em relação ao uso de serviços de saúde para todas as variáveis do nível do indivíduo e da família. Entre as pessoas com restrição de atividades rotineiras, existe uma diferença estatisticamente significativa em relação ao uso de serviços de saúde apenas para a renda familiar per capita. Tabela 4.5: Distribuição de freqüência da utilização de serviços de saúde segundo a restrição de atividades rotineiras e as demais variáveis do nível do indivíduo Sem restrição (SR) Variáveis Não usou n Sexo SR** CR Masculino 9864 Feminino 10212 Usou % n 92,2 840 Com restrição (CR) Total parcial % n Não usou Usou Total parcial % n % n % n % 7,8 10704 100 143 30,6 325 69,4 468 100 87,1 1512 12,9 11724 100 214 32,5 445 67,5 659 100 NS 4 ou menos 1505 83,6 296 16,4 1801 100 24 23,3 79 76,7 103 100 5–9 1684 91,5 156 8,5 1840 100 19 25,3 56 74,7 75 100 Faixa 10 – 14 etária 15 – 24 (anos) NS SR** CR 25 – 49 1829 93,3 131 6,7 1960 100 8 19,0 34 81,0 42 100 3687 93,7 248 6,3 3935 100 34 34,3 65 65,7 99 100 7716 90,5 810 9,5 8526 100 114 33,3 228 66,7 342 100 50 – 64 2401 86,2 383 13,8 2784 100 78 34,2 150 65,8 228 100 65 ou mais 1254 79,3 328 20,7 1582 100 80 33,6 158 66,4 238 100 Não branca 7854 90,7 805 9,3** 8659 100 145 32,5 301 67,5 446 100 100 212 31,1 469 68,9 681 100 Raça SR** CR NS Branca 12222 88,8 1547 11,2 13769 ** P-valor 0,01 * 0,01 P-valor 0,05 NC P-valor 0,05 75 Tabela 4.6: Distribuição de freqüência da utilização de serviços de saúde segundo a restrição de atividades rotineiras e as variáveis do nível da família Sem restrição (SR) Variáveis Não usou 1 pessoa SR** CR SR** CR** NS SR* CR 2 pessoas 3 a 5 pessoas NS SR** CR NS SR** CR NS SR** CR Mercado do chefe % Total parcial Não usou n % Usou n Total parcial n % n % % n % 643 82,0 141 18,0 784 100 27 27,8 70 72,2 97 100 3042 85,6 513 14,4 3555 100 78 30,0 182 70,0 260 100 14358 90,2 1562 9,8 15920 100 234 33,5 465 66,5 699 100 6 ou mais pessoas 2033 93,7 136 6,3 2169 100 18 25,4 53 74,6 71 100 0.77 ou menos 5187 91,1 504 8,9 5691 100 115 39,8 174 60,2 289 100 (0,77; 1,26] 3915 90,6 406 9,4 4321 100 68 30,9 152 69,1 220 100 (1,26; 2,04] 4190 90,6 436 9,4 4626 100 65 30,4 149 69,6 214 100 (2,04; 4] 3641 88,7 463 11,3 4104 100 60 29,4 144 70,6 204 100 4 ou mais 3143 85,3 543 14,7 3686 100 49 24,5 151 75,5 200 100 Masculino 4524 88,8 573 11,2 5097 100 100 30,1 232 69,9 332 100 15552 89,7 1779 10,3 17331 100 257 32,3 538 67,7 795 100 Feminino 24 ou menos Escolaridade do chefe Idade do chefe (anos) Sexo do chefe Renda familiar per capita (S.M.) NS Tamanho da família n Usou Com restrição (CR) 862 88,1 116 11,9 978 100 10 24,4 31 75,6 41 100 25 – 34 3897 89,8 442 10,2 4339 100 50 30,7 113 69,3 163 100 35 – 44 5771 91,2 556 8,8 6327 100 75 29,3 181 70,7 256 100 45 – 54 4649 90,6 485 9,4 5134 100 65 31,6 141 68,4 206 100 55 – 64 2700 88,7 345 11,3 3045 100 66 35,3 121 64,7 187 100 65 ou mais 2197 84,3 408 15,7 2605 100 91 33,2 183 66,8 274 100 Sem instrução 1779 90,2 194 9,8 1973 100 43 34,1 83 65,9 126 100 Fundamental básico 5693 90,5 597 9,5 6290 100 112 32,1 237 67,9 349 100 Fundamental 6454 90,4 686 9,6 7140 100 111 33,7 218 66,3 329 100 2° grau 3659 89,4 436 10,6 4095 100 54 27,0 146 73,0 200 100 Nível Superior ou mais 2491 85,0 439 15,0 2930 100 37 30,1 86 69,9 123 100 14470 90,1 1590 9,9 16060 100 194 30,8 435 69,2 629 100 937 100 12 24,0 38 76,0 50 100 12,3 5431 100 151 33,7 297 66,3 448 100 Empregado Desempregado Fora da pop. ativa 843 90,0 94 4763 87,7 668 10,0 ** P-valor 0,01 * 0,01 P-valor 0,05 NC P-valor 0,05 76 Analisando, separadamente, o uso de serviços de saúde, por sexo (tabelas 4.7 e 4.8), observa-se que, entre as pessoas do sexo masculino, a raça e o sexo do chefe foram as únicas variáveis que não foram estatisticamente significativas (p-valor > 0,05), através do teste de quiquadrado (2), em relação ao uso de serviços de saúde. Entre as pessoas do sexo feminino, existe diferença estatisticamente significativa (p-valor 0,05) em relação ao uso de serviços de saúde para todas as variáveis. Tabela 4.7: Distribuição de freqüência da utilização de serviços de saúde segundo o sexo e as demais variáveis do nível do indivíduo Masculino (M) Variáveis Não usou n M** F** Raça NS M F** Total parcial Não usou % n 9864 92,2 840 143 30,6 325 69,4 4 ou menos 787 79,6 5–9 888 89,1 10 – 14 905 91,6 83 15 – 24 1873 94,4 111 25 – 49 3789 92,5 306 50 – 64 1199 65 ou mais Com Restrição restrição ativ. rot. Sem M** F** restrição Faixa etária (anos) Usou Feminino (F) % n 7,8 10704 % n % Usou n Total parcial % n % 100 10212 87,1 1512 12,9 11724 100 468 100 214 32,5 445 67,5 659 100 202 20,4 989 100 742 81,1 173 18,9 915 100 109 10,9 997 100 815 88,8 103 11,2 918 100 988 100 932 91,9 82 8,1 1014 100 5,6 1984 100 1848 90,1 202 9,9 2050 100 7,5 4095 100 4041 84,7 732 15,3 4773 100 86,4 189 13,6 1388 100 1280 78,8 344 21,2 1624 100 566 77,4 165 22,6 100 768 70,5 321 29,5 1089 100 Não branca 3962 90,2 429 9,8 4391 100 4037 85,6 677 14,4 4714 100 Branca 6045 89,1 736 10,9 6781 100 6389 83,3 1280 16,7 7669 100 8,4 731 ** P-valor 0,01 * 0,01 P-valor 0,05 NC P-valor 0,05 77 Tabela 4.8: Distribuição de freqüência da utilização de serviços de saúde segundo o sexo e as variáveis do nível da família Variáveis M** F** M** F** F** NF M Tamanho da família Renda familiar per capita (S.M.) Sexo do chefe M** F** M** F** M** F** Idade do chefe (anos) Escolaridade do chefe Usou Usou % n Total parcial Não usou Total parcial % n % n % n % n % 15,9 372 100 357 70,1 152 29,9 509 100 313 84,1 59 2 pessoas 1391 84,8 250 15,2 1641 100 1729 79,5 445 20,5 2174 100 3 a 5 pessoas 7245 90,3 782 9,7 8027 100 7347 85,5 1245 14,5 8592 100 6 ou mais pessoas 1058 93,5 74 6,5 1132 100 993 89,6 115 10,4 1108 100 0.77 ou menos 2490 89,9 280 10,1 2770 100 2812 87,6 398 12,4 3210 100 (0,77; 1,26] 1920 90,7 198 9,3 2118 100 2063 85,1 360 14,9 2423 100 (1,26; 2,04] 2145 90,4 229 9,6 2374 100 2110 85,6 356 14,4 2466 100 (2,04; 4] 1879 90,2 205 9,8 2084 100 1822 81,9 402 18,1 2224 100 4 ou mais 1573 86,1 253 13,9 1826 100 1619 78,6 441 21,4 2060 100 Masculino 1536 89,9 173 10,1 1709 100 3088 83,0 632 17,0 3720 100 Feminino 8471 89,5 992 10,5 9463 100 7338 84,7 1325 15,3 8663 100 417 85,5 71 14,5 100 455 85,7 76 14,3 531 100 25 – 34 1929 89,6 224 10,4 2153 100 2018 85,9 331 14,1 2349 100 35 – 44 2882 90,8 292 9,2 3174 100 2964 86,9 445 13,1 3409 100 45 – 54 2373 92,0 205 8,0 2578 100 2341 84,8 421 15,2 2762 100 55 – 64 1377 89,4 163 10,6 1540 100 1389 82,1 303 17,9 1692 100 65 ou mais 1029 83,1 210 16,9 1239 100 1259 76,8 381 23,2 1640 100 Sem instrução 874 90,0 97 10,0 100 948 84,0 180 16,0 1128 100 Fundamental básico 2825 89,8 321 10,2 3146 100 2980 85,3 513 14,7 3493 100 Fundamental 3243 90,4 345 9,6 3588 100 3322 85,6 559 14,4 3881 100 2° grau 1831 89,8 208 10,2 2039 100 1882 83,4 374 16,6 2256 100 Nível Superior ou mais 1234 86,4 194 13,6 1428 100 1294 79,6 331 20,4 1625 100 Empregado 7411 90,5 779 9,5 8190 100 7253 85,3 1246 14,7 8499 100 398 89,0 49 100 457 84,6 83 15,4 540 100 2198 86,7 337 100 2716 81,2 628 18,8 3344 100 24 ou menos Mercado do chefe Feminino (F) Não usou n 1 pessoa Masculino (M) Desempregado Fora da pop. ativa 11,0 488 971 447 13,3 2535 ** P-valor 0,01 * 0,01 P-valor 0,05 NC P-valor 0,05 78 A observação dos aspectos sócio-demográficos entre as pessoas com e sem restrição é pertinente para a compreensão do uso, pois pode haver uma mudança na proporção de uso entre as categorias das variáveis sóciodemográficas, quando comparado o grupo de pessoas que têm restrição com o grupo sem restrição, revelando comportamentos diferentes entre os dois grupos de pessoas. Esta mudança de efeito também pode ser observada entre os sexos. Tal fato é introduzido no campo da modelagem estatística através de termos de interação. A apresentação descritiva da mudança na proporção de uso para um determinado aspecto indica preliminarmente a necessidade de investigar a significância estatística dos termos de interação durante o processo de modelagem. O efeito da necessidade de saúde no uso não parece ser modificado pela raça e pelo sexo do chefe da família (figuras 4.5 e 4.8). As figuras 4.3, 4.4, 4.6, 4.7, 4.9, 4.10 e 4.11 sugerem a necessidade de analisar os termos de interação entre a restrição de atividades e as respectivas variáveis: sexo, faixa etária, tamanho da família, renda familiar per capita, faixa etária do chefe da família, escolaridade do chefe da família e mercado de trabalho do chefe da família. 80% 90% 70% 80% 60% 50% 70% 4 ou menos 60% 5–9 10 – 14 Masculino 50% Feminino 40% 25 – 49 30% 50 – 64 20% 20% 65 ou mais 10% 10% 40% 30% 15 – 24 0% 0% Sem restrição Com restrição Sem restrição Com restrição Figura 4.3: Proporção de uso de serviços de saúde Figura 4.4: Proporção de uso de serviços de saúde por restrição de atividade rotineira e sexo por restrição de atividade rotineira e faixa etária 79 80% 80% 70% 70% 60% 60% 50% 50% Não branca 40% Branca 2 pessoas 40% 30% 30% 20% 20% 10% 10% 0% 1 pessoa 3 a 5 pessoas 6 ou mais pessoas 0% Sem restrição Com restrição Sem restrição Figura 4.5: Proporção de uso de serviços de saúde por restrição de atividade rotineira e raça auto-referida Com restrição Figura 4.6: Proporção de uso de serviços de saúde por restrição de atividade rotineira e tamanho da família 80% 80% 70% 70% 60% 60% 0.77 ou menos 50% (0,77; 1,26] 40% (1,26; 2,04] 30% (2,04; 4] 50% Feminino 30% 20% 20% 10% 10% 0% Masculino 40% 0% Sem restrição Com restrição Sem restrição Figura 4.7: Proporção de uso de serviços de saúde por restrição de atividade rotineira e renda familiar per capita Figura 4.8: Proporção de uso de serviços de saúde por restrição de atividade rotineira e sexo do chefe da família 80% 80% 70% 70% 60% 24 ou menos 50% 25 – 34 35 – 44 40% 45 – 54 30% 55 – 64 Sem instrução 60% Fundamental básico 50% Fundamental 40% 30% 20% 20% 10% 10% 0% Com restrição 2° grau Nível superior ou mais 0% Sem restrição Com restrição Figura 4.9: Proporção de uso de serviços de saúde por restrição de atividade rotineira e faixa etária do chefe da família Sem restrição Com restrição Figura 4.10: Proporção de uso de serviços de saúde por restrição de atividade rotineira e escolaridade do chefe da família 80 80% 70% 60% Empregado 50% Desempregado 40% Fora da população ativa 30% 20% 10% 0% Sem restrição Com restrição Figura 4.11: Proporção de uso de serviços de saúde por restrição de atividade rotineira e mercado de trabalho do chefe da família As figuras 4.12, 4.13, 4.14, 4.15, 4.16, 4.17, 4.18 e 4.19 mostram descritivamente que o efeito do sexo no uso de serviços de saúde é modificado pelas variáveis: faixa etária, raça, tamanho da família, renda familiar per capita, sexo do chefe da família, idade do chefe da família, escolaridade do chefe da família e mercado de trabalho do chefe da família. Entretanto, a raça e o mercado de trabalho do chefe da família fizeram pequenas modificações no efeito do sexo no uso de serviços de saúde. É pertinente a análise dos termos de interação entre o sexo e as variáveis representadas nas figuras 4.12, 4.13, 4.14, 4.15, 4.16, 4.17, 4.18 e 4.19, pois a análise descritiva dá indícios de que estas variáveis modificam o efeito do sexo no uso dos serviços de saúde. 81 30% 30% 4 ou menos 5–9 20% 20% 10 – 14 Não branca 15 – 24 Branca 25 – 49 10% 50 – 64 10% 65 ou mais 0% 0% Masculino Feminino Masculino Figura 4.12: Proporção de uso de serviços de saúde por sexo e faixa etária Feminino Figura 4.13: Proporção de uso de serviços de saúde por sexo e raça auto-referida 30% 30% 1 pessoa 20% 2 pessoas 0.77 ou menos 20% (0,77; 1,26] (1,26; 2,04] 3 a 5 pessoas 10% (2,04; 4] 10% 4 ou mais 6 ou mais pessoas 0% 0% Masculino Feminino Masculino Figura 4.14: Proporção de uso de serviços de saúde por sexo e tamanho da família Feminino Figura 4.15: Proporção de uso de serviços de saúde por sexo e renda familiar per capita 30% 30% 20% 20% 24 ou menos 25 – 34 35 – 44 Masculino 45 – 54 Feminino 10% 55 – 64 10% 65 ou mais 0% 0% Masculino Feminino Figura 4.16: Proporção de uso de serviços de saúde por sexo e sexo do chefe da família Masculino Feminino Figura 4.17: Proporção de uso de serviços de saúde por sexo e faixa etária do chefe familiar 82 30% 30% Sem instrução Empregado Fundamental básico 20% 20% Desempregado Fundamental 10% 10% 2° grau Fora da população ativa Nível superior ou mais 0% Masculino 0% Masculino Feminino Figura 4.18: Proporção de uso de serviços de saúde por sexo e escolaridade do chefe familiar. Feminino Figura 4.19: Proporção de uso de serviços de saúde por sexo e mercado de trabalho do chefe da família. 4.2. Aplicação do modelo hierárquico logístico A primeira parte do capítulo 4 apresenta, de forma descritiva, a relação entre as variáveis do estudo e o uso de serviços de saúde, desconsiderando a dependência entre as observações no nível da família. A partir de agora, o nível da família será considerado através de modelos hierárquicos. Os modelos apresentados nesta seção foram construídos assumindo que o uso de serviços de saúde (Yij) tem distribuição binomial, tal que Yij ~ Bin (1, Pij) com média e variância dadas por E(Yij) = Pij e Var(Yij) = Pij (1- Pij). No quadro 1, estão representados os modelos construídos durante as etapas da fase de modelagem do uso dos serviços de saúde. As variáveis e interações gradativamente acrescentadas aos modelos foram identificadas neste quadro, assim como os coeficientes estatisticamente significativos (X) e os não significativos (-). As estimativas dos coeficientes dos modelos com os seus intervalos de confiança (95%), utilizados para definir a significância estatística destes coeficientes, estão nas tabelas do Apêndice A. Os intervalos que excluem o valor zero foram considerados estatisticamente significativos com um nível de significância () de 5%. 83 Os modelos foram comparados utilizando o teste de Wald para a parte fixa (tabela 4.9) e aleatória (tabela 4.10) dos modelos. O modelo 1 (quadro 1) introduz a restrição de atividades rotineiras, que é uma variável estatisticamente significativa. Durante a pré-seleção dos termos de interação, foram construídos modelos hierárquicos (intercepto aleatório) separados para cada variável do estudo. Os modelos 2 a 10 incorporaram os termos de interação das respectivas variáveis em relação à restrição de atividades rotineiras e ao sexo. As interações pré-selecionadas, com pelo menos um coeficiente estatisticamente significativo no quadro 1 ou com um p-valor 0,05 na tabela 4.9, são: restrição de ativ. rot. X sexo do indivíduo (modelo 2); restrição de ativ. rot. X faixa etária (modelo 3); sexo do indivíduo X faixa etária (modelo 3); restrição de ativ. rot. X tamanho da família (modelo 5); sexo do indivíduo X renda familiar per capita (modelo 6); restrição de ativ. rot. X idade do chefe da família (modelo 8); sexo do indivíduo X idade do chefe da família (modelo 8); restrição de ativ. rot. X mercado de trabalho do chefe da família (modelo 10). A interação entre o sexo do indivíduo e a renda familiar per capita também foi pré-selecionada para seguir nas etapas da modelagem do uso, apesar do seu p-valor (tabela 4.9) ser igual a 0.056. As duas variáveis que compõem os termos de interação de segunda ordem estatisticamente significativos foram incorporadas aos modelos, independente da significância das respectivas variáveis isoladas. Esta abordagem está presente em Kleinbaum (1994) como o princípio de hierarquia, no qual, se um certo termo de interação é significativo, os componentes de 84 menor ordem não podem ser excluídos do modelo. Tal princípio é distinto do conceito de modelo hierárquico. A partir de agora foram acrescentadas mais variáveis aos modelos. Na primeira etapa da modelagem (quadro 1), foram construídos os modelos 11, 12, 13 e 14 com o intercepto aleatório. Entretanto, o intercepto não foi controlado por variáveis do segundo nível (família), utilizando apenas variáveis do primeiro nível (indivíduos) e as suas interações. No modelo 11, a restrição de atividades rotineiras, o sexo, a faixa etária (exceto as pessoas com 65 anos ou mais) e a raça são variáveis estatisticamente significativas. O modelo 12 introduz a interação da restrição de atividade rotineira em relação ao sexo e indica que tal termo de interação é estatisticamente significativo. Os termos de interação da restrição de atividades rotineiras com as faixas etárias (10 a 14 anos e 65 anos ou mais), introduzidos no modelo 13, são estatisticamente significativos. O modelo 14 introduz os termos de interação entre o sexo e as faixas etárias, sendo estatisticamente significativos para as faixas etárias acima de 14 anos. A tabela 4.9 compara os modelos 11, 12, 13 e 14, testando a presença das variáveis do nível do indivíduo (modelo11) e a inclusão das interações: Restrição X Sexo (modelo12); Restrição X Faixa etária (modelo 13); Sexo X Faixa etária (modelo 14). Tais modelos são estatisticamente diferentes, pois além das variáveis do nível do indivíduo serem significativas (p-valor 0,01), também foram significativas (p-valor 0,01) as interações mencionadas anteriormente. 85 Na segunda etapa da modelagem (quadro 1), o intercepto foi modelado por variáveis do segundo nível (família), incluindo tais variáveis nos modelos 15 a 21. O tamanho da família (modelo 15) é estatisticamente significativo para as categorias que abrangem mais de duas pessoas. A renda familiar per capita, incluída no modelo 16, é estatisticamente significativa para as categorias que abrangem faixas de renda superiores a 2,04 salários mínimos. A raça autoreferida passou a não ser estatisticamente significativa, após a inclusão da renda familiar per capita (modelo 16), e não foi considerada nos próximos modelos. O modelo 17 corresponde ao modelo 16 sem o efeito da raça autoreferida. Embora o sexo do chefe da família (modelo 18) e a idade do chefe da família (modelo 19) não sejam variáveis estatisticamente significativas, foram mantidas nos próximos modelos para controlar possíveis “confundimentos” em relação às outras variáveis. Todas as categorias da variável escolaridade do chefe da família são estatisticamente significativas no modelo 20. O mercado de trabalho do chefe da família, incluído no modelo 21, não é estatisticamente significativo e, portanto, não foi considerado nos próximos modelos. A tabela 4.9 compara os modelos 15 a 21, testando a presença das variáveis do nível da família. A diferença destes modelos é dada pela presença das variáveis: tamanho da família (modelo 15), renda familiar per capita (modelo 16) e escolaridade do chefe da família (modelo 20). Na terceira etapa da modelagem (quadro 1), os modelos 22, 23 e 24 foram construídos controlando o coeficiente angular não aleatório da restrição de atividades rotineiras com variáveis do segundo nível (família). Tal 86 procedimento foi realizado incluindo no modelo as interações (pré- selecionadas) da restrição de atividades rotineiras em relação ao tamanho da família (modelo 22), à idade do chefe (modelo 23) e ao mercado do chefe (modelo 24). Entretanto, nenhuma destas interações foi estatisticamente significativa, não havendo diferenças (p-valor 0,05) entre os modelos 22, 23, e 24 (tabela 4.9). Na quarta etapa da modelagem, os modelos 25 e 26 foram construídos controlando o coeficiente angular não aleatório do sexo do indivíduo com variáveis do segundo nível (família). Tal procedimento foi realizado incluindo no modelo as interações (pré-selecionadas) do sexo do indivíduo em relação à Renda familiar per capita (modelo 25) e à idade do chefe (modelo 26). Entretanto, nenhuma destas interações foi estatisticamente significativa, não havendo diferenças (p-valor 0,05) entre os modelos 25 e 26 (tabela 4.9). O modelo 20 (quadro 1) é o mais parcimonioso até a quarta etapa, pois não há significância estatística do mercado de trabalho do chefe da família, das interações entre a restrição de ativ. rot. e as variáveis do nível da família, assim como da interação entre o sexo do indivíduo e as variáveis do nível da família. O modelo 27 (quadro 1) é o modelo final, formado pelas mesmas variáveis do modelo 20, mas, com as categorias da variável idade do chefe da família (não significativa no modelo 20) agrupadas em três categorias (24 anos ou menos, 25 a 64 anos e 65 ou mais). 87 Quadro 1: Modelos hierárquicos (QVP2) gradativamente construídos durante as etapas da fase de modelagem do uso dos serviços de saúde Pré-seleção dos termos de interação 1° etapa 2° etapa 3° etapa 4° etapa Modelo Modelo Modelo Modelo Modelo 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27* Intercepto Restr. ativ. rot. Sexo Restrição C/ restrição feminino 5-9 10 - 14 15 - 24 Faixa etária (anos) 25 - 49 50 - 64 65 ou mais Raça Branca 2 pess. Tamanho da família 3 a 5 pess. 6 pess. ou mais (0,77; 1,25] Renda familiar per capita (1,25; 2,04] (S.M.) (2,04; 4] 4 ou mais Sexo do chefe feminino 24 ou menos 25 – 34 Idade do chefe (anos) 35 – 44 55 – 64 65 ou mais S/ instrução Fundamental básico Escolaridade do chefe Fundamental 2° grau Desemp. Mercado do chefe Fora da pop. ativa Sexo feminino 5-9 10 - 14 15 - 24 Faixa etária (anos) 25 - 49 50 - 64 65 ou mais Raça Branca 2 pess. Tamanho da família 3 a 5 pess. 6 pess. (0,77; 1,25] Renda familiar per (1,25; 2,04] capita (S.M.) (2,04; 4] 4 ou mais X X X X X X X X X X X X - X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X - X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X - X X X X X X X X X X X X X X X X - X X X X - X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X - X X - X X - X X - X X X X X X X X X - X X X X X X X X X - X X X X X X X X X - X X - X X - X X - X X X X X X X X X X X X X X X X X X - X X X X X - X X - X X - X - X X X X 88 1 3 4 Modelo 5 6 7 8 9 Modelo Modelo Modelo Modelo 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27* feminino 24 ou menos 25 – 34 Idade do chefe 35 – 44 (anos) 55 – 64 65 ou mais X Sem instrução Fundamental básico Escolaridade do chefe Fundamental 2° grau Desempregado Mercado do chefe Fora da pop. ativa X 5-9 10 - 14 15 - 24 X X X X X X X X X X X X X X X Faixa etária (anos) 25 - 49 X X X X X X X X X X X X X X X 50 - 64 X X X X X X X X X X X X X X X 65 ou mais X X X X X X X X X X X X X X X Raça Branca 2 pessoas Tamanho da família 3 a 5 pessoas 6 ou mais pessoas (0,77; 1,25] Renda familiar per (1,25; 2,04] capita (S.M.) (2,04; 4] X 4 ou mais X Sexo do chefe feminino 24 ou menos X 25 – 34 X Idade do chefe 35 – 44 X (anos) 55 – 64 65 ou mais X Sem instrução Fundamental básico Escolaridade do chefe Fundamental 2° grau Desempregado Mercado do chefe Fora da pop. ativa X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X Var (u0j) Categorias de referência das variáveis: restrição de atividades rotineiras - sem restrição; sexo - masculino; faixa etária – menores de 5 anos; raça – não branca; tamanho da família - 1 pessoa; renda familiar per capita - menos de 0,77 salário mínimo (S.M); sexo do chefe - masculino; idade do chefe - (25 - 64) anos e escolaridade do chefe -superior ou mais; mercado do chefe – empregado. * No modelo 27 a variável idade do chefe foi recategorizada: (24 anos ou menos; 25 a 64 anos e 65 anos ou mais). A faixa etária de 25 a 64 anos é a categoria de referência. coeficiente acrescentado gradativamente ao modelo; “X” é o coeficiente estatisticamente significativo; “-“ é o coeficiente estatisticamente não significativo. Sexo Restrição Sexo do chefe 2 89 Tabela 4.9: Teste de Wald para a inclusão dos parâmetros fixos no modelo relacionado entre parênteses Etapas da modelagem Parâmetros Restrição (Mod. 1) Sexo (Mod. 2) Restrição X Sexo (Mod. 2) Restrição X Faixa etária (Mod. 3) Sexo X Faixa etária (Mod. 3) Restrição X Raça (Mod. 4) Sexo X Raça (Mod. 4) Restrição X Tamanho da família (Mod. 5) Sexo X Tamanho da família (Mod. 5) Pré-seleção dos Restrição X Renda fam. per capita (Mod. 6) termos de interação Sexo X Renda fam. per capita (Mod. 6) Restrição X Sexo do chefe (Mod. 7) Sexo X Sexo do chefe (Mod. 7) Restrição X Idade do chefe (Mod. 8) Sexo X Idade do chefe (Mod. 8) Restrição X Escolaridade do chefe (Mod. 9) Sexo X Escolaridade do chefe (Mod. 9) Restrição X Mercado do chefe (Mod. 10) Sexo X Mercado do chefe (Mod. 10) Variáveis do primeiro nível (Mod. 11) Restrição X Sexo (Mod. 12) 1° etapa Restrição X Faixa etária (Mod. 13) Sexo X Faixa etária (Mod. 14) Tamanho da família (Mod. 15) Renda fam. per capita (Mod. 16) Raça (Mod.16) 2° etapa Sexo do chefe (Mod. 18) Idade do chefe (Mod. 19) Escolaridade do chefe (Mod. 20) Mercado do chefe (Mod. 21) Restrição X Tamanho da família (Mod. 22) 3° etapa Restrição X Idade do chefe (Mod. 23) Restrição X Mercado do chefe (Mod. 24) Sexo X Renda fam. per capita (Mod. 25) 4° etapa Sexo X Idade do chefe (Mod. 26) Idade do chefe com 3 categorias (Mod. 27) 2 G.L 1602,59 117,430 15,445 37,975 51,321 0,488 0,392 9,403 3,561 3,720 9,202 0,013 0,505 18,086 12,887 3,258 1,009 7,697 2,595 1781.55 17,019 36,566 51,558 28,793 31,131 1,192 2,225 4,021 14,147 1,002 5,817 2,165 0,818 3,178 3,357 5,036 1 1 1 6 6 1 1 3 3 4 4 1 1 5 5 4 4 2 2 9 1 6 6 3 4 1 1 5 4 2 3 5 2 4 5 2 P-valor 0,000* 0,000* 0,000* 0,000* 0,000* 0,485 0,531 0,024* 0,313 0,445 0,056 0,909 0,477 0,002* 0,024* 0,516 0,908 0,021* 0,273 0,000* 0,000* 0,000* 0,000* 0,000* 0,000* 0,275 0,136 0,546 0,007* 0,607 0,129 0,826 0,664 0,528 0,645 0,081 A variância do efeito aleatório do nível da família (u0j) foi testada a partir do teste de Wald (tabela 4.10) e permaneceu estatisticamente significativa (pvalor < 0,01) em todos os modelos. 90 Tabela 4.10: Teste de Wald para a variância do efeito aleatório do nível da família (u0j) nos modelos relacionados Etapas da modelagem Variância do efeito aleatório (u0j) Modelo Vazio Modelo 1 Modelo 2 Modelo 3 Modelo 4 Pré-seleção dos Modelo 5 termos de interação Modelo 6 Modelo 7 Modelo 8 Modelo 9 Modelo 10 Modelo 11 Modelo 12 1° etapa Modelo 13 Modelo 14 Modelo 15 Modelo 16 Modelo 17 2° etapa Modelo 18 Modelo 19 Modelo 20 Modelo 21 Modelo 22 3° etapa Modelo 23 Modelo 24 Modelo 25 4° etapa Modelo 26 Modelo 27 Qui quadrado G.L P-valor 418,586 411,898 420,608 435,073 421,836 411,096 415,195 423,555 418,725 417,229 424,276 432,677 430,440 425,626 432,661 429,827 423,084 422,948 422,791 423,624 422,791 423,258 423,232 423,410 423,776 423,124 424,225 421,763 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 0,0000* 0,0000* 0,0000* 0,0000* 0,0000* 0,0000* 0,0000* 0,0000* 0,0000* 0,0000* 0,0000* 0,0000* 0,0000* 0,0000* 0,0000* 0,0000* 0,0000* 0,0000* 0,0000* 0,0000* 0,0000* 0,0000* 0,0000* 0,0000* 0,0000* 0,0000* 0,0000* 0,0000* A tabela 4.11 apresenta os quatro métodos para o calculo do coeficiente de correlação intraclasse comparados por Goldstein, Brownw & Rasbash (2000). Os quatro métodos geraram estimativas diferentes do coeficiente de correlação intraclasse. O método 1 (por expansão de Taylor) e o método 2 (por simulação), que calculam o coeficiente de correlação intraclasse a partir de valores específicos das variáveis explicativas, foram relativamente semelhantes para a maioria dos modelos construídos. O método 1 e o método 2 foram obtidos a partir dos seguintes valores das variáveis explicativas: restrição de atv. rot. (com restrição), sexo do indivíduo (feminino), faixa etária (25 - 49), raça 91 (branca), tamanho da família (3 - 5 pess.), renda fam. per capita (0,77 – 1,26), sexo do chefe (masculino), idade do chefe (45 - 54), escolaridade do chefe (fundamental), mercado do chefe (empregado). Ao comparar o modelo vazio com o modelo 1, observa-se um aumento do coeficiente de correlação intraclasse, não variando muito entre os demais modelos. Tabela 4.11: Coeficiente de correlação intraclasse por métodos Modelos Modelo vazio Modelo 1 Modelo 2 Modelo 3 Modelo 4 Modelo 5 Modelo 6 Modelo 7 Modelo 8 Modelo 9 Modelo 10 Modelo 11 Modelo 12 Modelo 13 Modelo 14 Modelo 15 Modelo 16 Modelo 17 Modelo 18 Modelo 19 Modelo 20 Modelo 21 Modelo 22 Modelo 23 Modelo 24 Modelo 25 Modelo 26 Modelo 27 Método 1* Método 2* Método 3 Método 4 0,15 0,38 0,38 0,36 0,34 0,37 0,34 0,35 0,32 0,36 0,34 0,38 0,42 0,39 0,38 0,38 0,40 0,40 0,40 0,40 0,40 0,40 0,41 0,39 0,40 0,40 0,39 0,40 0,25 0,35 0,34 0,34 0,34 0,34 0,34 0,34 0,34 0,34 0,34 0,34 0,36 0,35 0,35 0,34 0,35 0,34 0,34 0,34 0,34 0,34 0,34 0,34 0,34 0,34 0,34 0,34 0,20 0,20 0,19 0,19 0,19 0,19 0,19 0,20 0,19 0,19 0,20 0,19 0,19 0,19 0,19 0,19 0,19 0,19 0,19 0,19 0,19 0,19 0,19 0,19 0,19 0,19 0,19 0,19 0,43 0,49 0,50 0,51 0,50 0,49 0,49 0,50 0,50 0,50 0,50 0,51 0,50 0,50 0,50 0,50 0,50 0,50 0,50 0,50 0,50 0,50 0,50 0,50 0,50 0,50 0,50 0,50 Método 1: obtido através de expansão de Taylor (Apêndice B); Método 2: obtido através de simulação (Apêndice B); Método 3: obtido ajustando o modelo binário como se ele fosse contínuo; Método 4: obtido através da definição da 2 variância do primeiro nível a partir da distribuição logística padrão que possui variância igual a ( /3) = 3,29. * Método aplicado a partir dos seguintes valores das variáveis explicativas: restrição de atv. rot. (com restrição), sexo do indivíduo (feminino), faixa etária (25 - 49), raça (branca), tamanho da família (3 - 5 pess.), renda fam. per capita (0,77 – 1,26), sexo do chefe (masculino), idade do chefe (45 - 54), escolaridade do chefe (fundamental), mercado do chefe (empregado). 92 No estudo do uso de serviços de saúde na região urbana do Estado do Rio de Janeiro, a média de unidades do 1° nível (indivíduos) dentro das unidades do 2° nível (famílias) está em torno de 3 pessoas. A variância do efeito aleatório é igual a 3,24 no modelo 27, que caracteriza um desvio padrão de 1,8, considerado grande (maior ou igual a um), segundo Rodríguez & Goldman (1995). Como os mesmos autores relatam que, sob estas condições, pode-se encontrar um substancial viés das estimativas dos efeitos fixos e / ou dos componentes de variância, optou-se por comparar diferentes métodos sob a abordagem clássica e bayesiana para a aproximação das estimativas. Os modelos hierárquicos que estão no Apêndice A, apresentados no quadro 1, foram construídos sob abordagem clássica, que utiliza exclusivamente a informação amostral. Os métodos QVM1 e QVP2 são aplicados sob tal abordagem. O método QVP2 foi aplicado nos modelos do Apêndice A. O método QVM1 também foi aplicado neste estudo e está na tabela 4.12. O modelo hierárquico construído sob abordagem bayesiana, que utiliza a informação amostral e da distribuição a priori p(), foi construído neste estudo com priores vagas e utilizou o método MCMC. As priores vagas para os parâmetros fixos têm distribuição Normal com média zero e variância igual a 106. A priori vaga para a variância u20 do efeito aleatório (u0j) do intercepto foi definida por meio da precisão 1 u20 , com p () ~ Gama (,), onde 0. A tabela 4.12 contém três modelos distintos em relação à estrutura hierárquica e à abordagem estatística (clássica e bayesiana). Entretanto estes modelos são formados pelas mesmas variáveis do modelo 27, presente no 93 quadro 1 e no Apêndice A. Tais modelos são: o modelo 27 tradicional, que neste estudo foi construído sob abordagem clássica, ignorando a estrutura hierárquica dos dados; o modelo 27 hierárquico sob abordagem clássica (QVM1 e QVP2) e o modelo 27 hierárquico sob abordagem bayesiana (MCMC). O tempo de processamento computacional do método MCMC foi de 32 horas, em um computador com processador Pentium III 800 Mhz e 512 MB de memória. A convergência da cadeia gerada no processo de estimação do método MCMC pode ser verificada através dos gráficos presentes no Apêndice C, de onde se conclui que todos os parâmetros do modelo convergiram, gerando distribuições a posteriori aproximadamente normais. Os limites dos intervalos de confiança para os parâmetros do modelo 27 (MCMC) foram construídos a partir dos quantis (2,5% e 97,5%) das distribuições a posteriori. Os gráficos para os intervalos de confiança (95%) dos coeficientes do modelo 27 (figura 4.20 a 4.30) ajudam na visualização das diferentes estimativas obtidas através dos métodos, encontradas na tabela 4.12. 94 Tabela 4.12: Diferentes métodos de estimação dos parâmetros dos modelos do uso de serviços de saúde, em função da estrutura hierárquica e da abordagem estatística Modelo 27 Intercepto Restrição ativ. rot. Sexo Faixa etária (anos) Tamanho da família Renda familiar per capita (S.M.) Sexo do chefe Idade do chefe (anos) Restrição ativ. rot. (com rest.) X Escolaridade do chefe Sexo Faixa etária (anos) Com restrição feminino 5-9 10 - 14 15 - 24 25 - 49 50 - 64 65 ou mais 2 pessoas 3 a 5 pessoas 6 ou mais pessoas (0,77; 1,25] (1,25; 2,04] (2,04; 4] 4 ou mais feminino 24 ou menos 65 ou mais Sem instrução Fundamental básico Fundamental 2° grau Feminino 5-9 10 - 14 15 - 24 25 - 49 50 - 64 65 ou mais Modelo tradicional (Trad.) (não hierárquico / abordagem clássica) Coef. EP -1,020 0,158 3,153 0,257 -0,027 0,124 -0,790 0,147 -1,064 0,160 -1,525 0,139 -1,277 0,112 -0,788 0,130 -0,249 0,159 -0,178 0,101 -0,408 0,100 -0,662 0,131 0,066 0,068 0,092 0,068 0,188 0,072 0,317 0,081 -0,124 0,055 0,274 0,108 0,060 0,084 -0,354 0,103 -0,325 0,080 -0,330 0,075 -0,257 0,075 -0,600 0,142 0,597 0,373 1,227 0,476 0,526 0,332 0,178 0,274 -0,241 0,289 -0,698 0,289 Abordagem QVM 1° Coef. EP -0,957 0,174 3,026 0,272 -0,047 0,131 -0,828 0,152 -1,073 0,164 -1,553 0,144 -1,318 0,116 -0,800 0,136 -0,288 0,165 -0,185 0,111 -0,411 0,109 -0,682 0,151 0,054 0,080 0,077 0,080 0,176 0,083 0,301 0,094 -0,118 0,063 0,273 0,124 0,079 0,094 -0,371 0,121 -0,339 0,094 -0,339 0,088 -0,269 0,089 -0,579 0,153 0,577 0,390 1,199 0,494 0,570 0,355 0,261 0,292 -0,193 0,309 -0,587 0,311 Modelo hierárquico clássica Abordagem bayesiana QVP 2° MCMC Coef. EP Coef. EP -1,417 0,253 -1,321 0,210 4,290 0,376 4,054 0,349 -0,104 0,176 -0,077 0,155 -1,126 0,207 -1,053 0,178 -1,418 0,228 -1,338 0,189 -2,000 0,200 -1,900 0,167 -1,761 0,157 -1,652 0,137 -1,078 0,186 -1,015 0,160 -0,467 0,220 -0,409 0,196 -0,246 0,160 -0,249 0,133 -0,532 0,159 -0,531 0,131 -0,826 0,234 -0,843 0,187 0,062 0,126 0,045 0,100 0,098 0,125 0,087 0,099 0,223 0,130 0,211 0,103 0,402 0,145 0,371 0,117 -0,149 0,096 -0,151 0,078 0,360 0,191 0,342 0,154 0,184 0,138 0,140 0,116 -0,531 0,186 -0,473 0,152 -0,471 0,145 -0,426 0,118 -0,477 0,136 -0,428 0,112 -0,371 0,138 -0,338 0,113 -0,710 0,201 -0,698 0,186 0,837 0,536 0,764 0,489 1,731 0,696 1,568 0,626 0,680 0,479 0,628 0,445 0,298 0,399 0,278 0,368 -0,280 0,423 -0,260 0,388 -0,821 0,425 -0,780 0,392 Sexo (feminino) X 95 Faixa etária (anos) 5-9 10 - 14 15 - 24 25 - 49 50 - 64 65 ou mais 0,142 0,187 0,697 0,921 0,713 0,497 0,202 0,216 0,181 0,146 0,166 0,176 0,134 0,162 0,703 0,939 0,723 0,476 1,136 Var (u0j) 0,212 0,223 0,188 0,153 0,172 0,184 0,072 0,162 0,203 0,885 1,226 0,976 0,661 3,240 0,286 0,307 0,257 0,206 0,232 0,243 0,158 0,148 0,178 0,847 1,160 0,923 0,611 2,193 0,246 0,255 0,216 0,180 0,202 0,218 0,154 Categorias de referência das variáveis: restrição de atividades rotineiras - sem restrição; sexo - masculino; faixa etária – menores de 5 anos; tamanho da família - 1 pessoa; renda familiar per capita - menos de 0,77 slario mínimo (S.M); sexo do chefe - masculino; idade do chefe - (25 - 64) anos e escolaridade do chefe -superior ou mais. Tabela 4.13: Coeficiente de correlação intraclasse por métodos Modelos Modelo 11 (QVM1) Modelo 11 (QVP2) Modelo 11 (MCMC) Método 1 Método 2 Método 3 Método 4 0,20 0,40 0,32 0,19 0,34 0,28 0,19 0,19 0,19 0,28 0,50 0,40 Métodos comparados por Goldstein, Brownw & Rasbash (2000) e citado no item 2.3. Método 1: obtido através de expansão de Taylor (macro no Apêndice B). Método 2: obtido através de simulação (macro no Apêndice B). Método 3: obtido ajustando o modelo binário como se ele fosse contínuo. 2 Método 4: obtido através da definição da variância do primeiro nível a partir da distribuição logística padrão que possui variância igual a ( /3)= 3,29. 96 6.0 5.0 4.0 3.0 2.0 1.0 0.0 Trad. QVM1 QVP2 MCMC Com restrição Restrição ativ. rot. Figura 4.20: I.C. (95%) para o coeficiente da restrição de atividades rotineiras por método. Categoria de referência: sem restrição 1.5 1.0 0.5 0.0 -0.5 -1.0 -1.5 Trad. QVM1 QVP2 MCMC feminino Sexo Figura 4.21 I.C. (95%) para o coeficiente do sexo por método. Categoria de referência: masculino 0.5 0.0 -0.5 -1.0 -1.5 -2.5 Trad. QVM1 QVP2 MCMC Trad. QVM1 QVP2 MCMC Trad. QVM1 QVP2 MCMC Trad. QVM1 QVP2 MCMC Trad. QVM1 QVP2 MCMC Trad. QVM1 QVP2 MCMC -2.0 5–9 10 – 14 15 – 24 25 – 49 50 – 64 65 ou mais Faixa etária (anos) Figura 4.22: I.C. (95%) para o coeficiente da faixa etária por método. Categoria de referência: menores de 5 anos 97 1.5 1.0 0.5 0.0 -0.5 2 pessoas 3 a 5 pessoas MCMC QVP2 QVM1 Trad. MCMC QVP2 QVM1 Trad. MCMC QVP2 Trad. -1.5 QVM1 -1.0 6 ou mais pessoas Tamanho da família Figura 4.23: I.C. (95%) para o coeficiente do tamanho da família por método. Categoria de referência: 1 pessoa 1.5 1.0 0.5 0.0 -0.5 (0,77; 1,26] (1,26; 2,04] (2,04; 4] MCMC QVP2 QVM1 Trad. MCMC QVP2 QVM1 Trad. MCMC QVP2 QVM1 Trad. MCMC QVP2 QVM1 -1.5 Trad. -1.0 4 ou mais Renda familiar per capita (S.M.) Figura 4.24: I.C. (95%) para o coeficiente da renda familiar per capita por método. Categoria de referência: 0,77 S.M ou menos 1.5 1.0 0.5 0.0 -0.5 -1.0 -1.5 Trad. QVM1 QVP2 MCMC Feminino Sexo do chefe Figura 4.25: I.C. (95%) para o coeficiente do sexo do chefe por método. Categoria de referência: masculino 98 1.5 1.0 0.5 0.0 -0.5 -1.0 -1.5 Trad. QVM1 QVP2 MCMC Trad. QVM1 24 ou menos QVP2 MCMC 65 ou mais Idade do chefe (anos) Figura 4.26: I.C. (95%) para o coeficiente da idade do chefe por método. Categorias de referência: 25 a 64 anos. 1.5 1.0 0.5 0.0 -0.5 Sem instrução Fundamental básico Fundamental MCMC QVP2 QVM1 Trad. MCMC QVP2 QVM1 Trad. MCMC QVP2 QVM1 Trad. MCMC QVP2 QVM1 -1.5 Trad. -1.0 2° grau Escolaridade do chefe Figura 4.27: I.C. (95%) para o coeficiente da escolaridade do chefe por método. Categorias de referência: nível superior ou mais 1.5 1.0 0.5 0.0 -0.5 -1.0 -1.5 Trad. QVM1 QVP2 MCMC Feminino Restrição de atividades rotineiras (com restrição) X sexo (feminino) Figura 4.28: I.C. (95%) para o coeficiente de interação (restrição de atividades rotineiras X sexo) por método. Categorias de referência: restrição - sem restrição e sexo – masculino 3.5 3.0 2.5 2.0 1.5 1.0 0.5 0.0 -0.5 -1.0 -1.5 -2.0 Trad. QVM1 QVP2 MCMC Trad. QVM1 QVP2 MCMC Trad. QVM1 QVP2 MCMC Trad. QVM1 QVP2 MCMC Trad. QVM1 QVP2 MCMC Trad. QVM1 QVP2 MCMC 99 5–9 10 – 14 15 – 24 25 – 49 50 – 64 65 ou mais Restrição de atividades rotineiras (com restrição) X Faixa etária Figura 4.29: I.C. (95%) para o coeficiente de interação (restrição de atividades rotineiras X faixa etária) por método. Categorias de referência: restrição – sem restrição e faixa etária – menores de 5 anos 2.0 1.5 1.0 0.5 0.0 -1.0 Trad. QVM1 QVP2 MCMC Trad. QVM1 QVP2 MCMC Trad. QVM1 QVP2 MCMC Trad. QVM1 QVP2 MCMC Trad. QVM1 QVP2 MCMC Trad. QVM1 QVP2 MCMC -0.5 5–9 10 – 14 15 – 24 25 – 49 50 – 64 65 ou mais Sexo (feminino) X Faixa etária Figura 4.30: I.C. (95%) para o coeficiente de interação (sexo X faixa etária) por método. Categorias de referência: sexo - masculino e faixa etária - menores de 5 anos As inferências para o uso de serviços de saúde foram feitas a partir do modelo 27 (hierárquico bayesiano), estimado com o método MCMC. As medidas de razão de chances, construídas a partir da distribuição a posteriori da razão de chances, com os intervalos de confiança (95%) estão presentes na tabela 4.14 e mais detalhes podem ser encontrados na tabela D1 (apêndice D). 100 Tabela 4.14: Modelo Hierárquico bayesiano do uso de serviços de saúde que modela o intercepto com as variáveis: tamanho da família, renda familiar per capita, sexo do chefe da família, idade do chefe da família e escolaridade do chefe da família. Estimativas dos parâmetros do modelo obtidas através do método MCMC Modelo 27 Intercepto Restrição ativ. rot. Sexo Faixa etária (anos) Tamanho da família Renda familiar per capita (S.M.) Sexo do chefe Idade do chefe (anos) Sexo (feminino) X Restrição ativ. rot. (com rest.) X Escolaridade do chefe Var (u0j) Sexo Faixa etária (anos) Faixa etária (anos) Com restrição feminino 5-9 10 - 14 15 - 24 25 - 49 50 - 64 65 ou mais 2 pessoas 3 a 5 pessoas 6 ou mais pessoas (0,77; 1,25] (1,25; 2,04] (2,04; 4] 4 ou mais feminino 24 ou menos 65 ou mais Sem instrução Fundamental básico Fundamental 2° grau Feminino 5-9 10 - 14 15 - 24 25 - 49 50 - 64 65 ou mais 5-9 10 - 14 15 - 24 25 - 49 50 - 64 65 ou mais I. C 95 % (RC) L. Inf. L. Sup. Coef. DP RC -1,321* 4,054* -0,077 -1,053* -1,338* -1,900* -1,652* -1,015* -0,409* -0,249 -0,531* -0,843* 0,045 0,087 0,211* 0,371* -0,151 0,342* 0,140 -0,473* -0,426* -0,428* -0,338* -0,698* 0,764 1,568* 0,628 0,278 -0,260 -0,780* 0,148 0,178 0,847* 1,160* 0,923* 0,611* 2,185 0,210 0,172 0,397 0,259 0,349 30,015 118,629 54,763 0,155 0,686 1,248 0,911 0,178 0,243 0,489 0,342 0,189 0,179 0,375 0,256 0,167 0,107 0,205 0,147 0,137 0,145 0,248 0,189 0,160 0,262 0,492 0,357 0,196 0,447 0,966 0,650 0,133 0,603 1,015 0,773 0,131 0,455 0,761 0,582 0,187 0,298 0,626 0,423 0,100 0,861 1,271 1,040 0,099 0,900 1,326 1,085 0,103 1,011 1,515 1,226 0,117 1,156 1,828 1,437 0,078 0,739 1,001 0,857 0,154 1,037 1,906 1,386 0,116 0,920 1,442 1,142 0,152 0,459 0,833 0,614 0,118 0,518 0,823 0,646 0,112 0,524 0,810 0,646 0,113 0,572 0,892 0,707 0,186 0,345 0,716 0,490 0,489 0,828 5,632 2,233 0,626 1,496 17,409 4,981 0,445 0,785 4,504 1,845 0,368 0,641 2,678 1,278 0,388 0,355 1,634 0,737 0,392 0,212 0,979 0,436 0,246 0,720 1,889 1,124 0,255 0,735 1,994 1,164 0,216 1,533 3,561 2,284 0,180 2,261 4,548 3,126 0,202 1,701 3,752 2,458 0,218 1,208 2,839 1,800 0,157 Categorias de referência das variáveis: restrição de atividades rotineiras - sem restrição; sexo - masculino; faixa etária – menores de 5 anos; tamanho da família - 1 pessoa; renda familiar per capita - menos de 0,77 slario mínimo (S.M); sexo do chefe - masculino; idade do chefe - (25 - 64) anos e escolaridade do chefe -superior ou mais. O sexo e as faixas etárias mudam as suas relações com o uso de serviços de saúde, interagindo entre si e com a restrição de atividades rotineiras. Isto é captado pelas interações: sexo X faixa etária, restrição X sexo e restrição X faixa etária. A seguir, estão as estimativas das razões de chances 101 construídas a partir das suas distribuições a posteriori, em função do sexo e das faixas etárias para as pessoas sem restrição de atividades rotineiras (quadro 2) e com restrição de atividades rotineiras (quadro 3). Podem ser encontrados mais detalhes nas tabelas D2, D3, D4 (apêndice D). Quadro 2: Razão de chances, com os intervalos de confiança (95%), das pessoas sem restrição de atividades rotineiras, em uma mesma família, por sexo e da faixa etária Faixa etária (anos) 4 ou menos RC [Sexo] Masculino RC [Diferença logit entre sexos] Feminino Feminino 0,911 (0,686; 1,248) 1 0,911 (0,686; 1,248) 5a9 10 a 14 15 a 24 0,342* (0,243; 0,489) 0,369* (0,264; 0,527) 1 1,056 (0,743; 1,570) 0,256* (0,179; 0,375) 0,286* (0,202; 0,416) 1 1,087 (0,751; 1,665) 0,147* (0,107; 0,205) 0,318* (0,241; 0,427) 1 2,125* (1,607; 2,916) 25 a 49 50 a 64 65 ou mais 0,189* (0,145; 0,248) 0,562* (0,441; 0,716) 1 2,938* (2,484; 3,533) 0,357* (0,262; 0,492) 0,835 (0,630; 1,120) 1 2,307* (1,806; 3,027) 0,650* (0,447; 0,966) 1,113 (0,802 1,580) 1 1,692* (1,263; 2,319) RC [Diferença logit entre faixas etárias] 4 ou menos 1 Masculino 1 1 5a9 0,342* (0,243; 0,489) 0,396* (0,285; 0,572) 10 a 14 0,256* (0,179; 0,375) 0,309* (0,218; 0,448) 15 a 24 0,147* (0,107; 0,205) 0,342* (0,260; 0,462) 25 a 49 0,189* (0,145; 0,248) 0,602* (0,477; 0,782) 50 a 64 0,357* (0,262; 0,492) 0,896 (0,681; 1,214) 65 ou mais 0,650* (0,447; 0,966) 1,196 (0,867; 1,714) Categorias de referência Sem restrição ativ. rot., sexo masculino e faixa etária de 4 anos ou menos. Sem restrição ativ. rot. e sexo masculino (estratificado por faixa etária). Sem restrição ativ. rot. e faixa etária de 4 anos ou menos (estratificado por sexo). Quadro 3: Razão de chances, com os intervalos de confiança (95%), das pessoas com restrição de atividades rotineiras, em uma mesma família, por sexo e da faixa etária Faixa etária (anos) RC [Sexo] Masculino Feminino 4 ou menos 54,763* (30,015; 118,629) 25,553* (13,081; 55,395) 1 0,452* (0,291; 0,728) 5a9 41,291* (20,477; 95,756) 22,182* (10,940; 51,644) 1 0,517* (0,323; 0,881) 10 a 14 15 a 24 25 a 49 73,630* (27,208; 227,012) 41,948* (14,366; 129,183) 1 0,537* (0,325; 0,952) 15,712* (8,575; 31,788) 16,702* (9,354; 33,186) 1 1,042 (0,687; 1,690) 14,208* (9,321; 23,289) 21,032* (14,162; 32,612) 1 1,439* (1,009; 2,153) 50 a 64 65 ou mais 15,502* (9,828; 26,743) 18,153* (11,602; 30,390) 1 1,143 (0,771; 1,756) 1 0,829 (0,556; 1,315) RC [Diferença logit entre faixas etárias] 4 ou menos Masculino RC [Diferença logit entre sexos] Feminino 16,786* (10,114; 30,952) 14,489* (9,230; 24,378) 1 1 5a9 0,753 (0,288; 1,956) 0,851 (0,336; 2,259) 10 a 14 1,261 (0,394; 4,400) 1,535 (0,467; 5,451) 15 a 24 0,265* (0,116; 0,676) 0,619 (0,276; 1,541) 25 a 49 0,240* (0,120; 0,515) 0,774 (0,394; 1,622) 50 a 64 0,261* (0,128; 0,589) 0,666 (0,325; 1,467) 65 ou mais 0,292* (0,134; 0,670) 0,520 (0,260; 1,190) Categorias de referência Sem restrição ativ. rot., sexo masculino e faixa etária de 4 anos ou menos. Com restrição ativ. rot. e sexo masculino (estratificado por faixa etária). Com restrição ativ. rot. e faixa etária de 4 anos ou menos (estratificado por sexo). 102 A restrição de atividades rotineiras é uma variável importante para a compreensão do uso de serviços de saúde, pois as pessoas com restrição têm maior chance de uso de serviços de saúde em relação às pessoas sem restrição. Outro aspecto que ressalta a importância desta variável deve-se ao fato do sexo e da faixa etária mudarem as suas respectivas relações com o uso de serviços de saúde em função da restrição de atividades rotineiras. Os homens com restrição, na faixa etária de 4 anos ou menos, têm a sua chance de uso 54,763 vezes maior (quadro 3) que a chance de uso dos homens sem restrição, com 4 anos ou menos, em uma mesma família. Entretanto, este valor é alterado em função do sexo e da faixa etária (quadros 2 e 3). Entre as pessoas sem restrição de atividades rotineiras (quadro 2), são as mulheres que têm maior chance de usar os serviços de saúde. Entretanto, nas faixas etárias abaixo de 15 anos, não existem diferenças estatisticamente significativas da chance de uso de serviços de saúde entre homens e mulheres sem restrição de atividades rotineiras, em uma mesma família. Na faixa etária de 15 a 24 anos, a chance de uso para as mulheres sem restrição de atividade rotineira é 2,125 vezes maior que a chance para os homens sem restrição de atividades rotineiras, dessa faixa etária, em uma mesma família. Nas faixas etárias de 25 a 49 anos, 50 a 64 anos e 65 anos ou mais, as chances de uso para as mulheres sem restrição são respectivamente: 2,938; 2,307 e 1,692 vezes maiores que as chances para os homens sem restrição de atividades rotineiras, nas correspondentes faixas etárias, em uma mesma família. Entre as pessoas com restrição de atividades rotineiras (quadro 3), os homens têm maiores chances de usar os serviços de saúde nas faixas etárias abaixo de 15 anos. Entre os mais jovens (4 anos ou menos), a chance de uso 103 para os homens com restrição de atividades rotineiras é 2,212 vezes (1/RC = 1/0,452) maior que a chance para as mulheres com restrição de atividades rotineiras, dessa faixa etária, em uma mesma família. Nas faixas etárias de 5 a 9 anos e de 10 a 14 anos as chances de uso para os homens com restrição de atividades rotineiras são respectivamente: 1,934 (1/0,517) e 1,862 (1/0,537) vezes maiores que as chances para as mulheres com restrição de atividades rotineiras, nas correspondentes faixas etárias, em uma mesma família. Na faixa etária de 25 a 49 anos, as mulheres com restrição de atividades rotineiras têm a chance de uso 1,439 vezes maior que a chance de uso para os homens com restrição de atividades rotineiras, dessa faixa etária, em uma mesma família. Nas demais faixas etárias, não existem diferenças estatisticamente significativas da chance de uso de serviços de saúde entre homens e mulheres com restrição de atividades rotineiras, em uma mesma família. Quando a chance de uso dos serviços de saúde para os homens sem restrição de atividades rotineiras (quadro 2), na faixa etária de 4 anos ou menos, é comparada com a chance de uso para os homens sem restrição de atividades rotineiras, em diferentes faixas etárias, numa mesma família, tem-se que a chance dos mais jovens (4 anos ou menos) é: 2,924 vezes (1/RC = 1/0,342) maior que a chance dos que estão na faixa etária de 5 a 9 anos, 3,906 vezes (1/RC = 1/0,256) maior que a chance dos que estão na faixa etária de 10 a 14 anos, 6,803 vezes (1/RC = 1/0,147) maior que a chance dos que estão na faixa etária de 15 a 24 anos, 5,291 vezes (1/RC = 1/0,189) maior que a chance dos que estão na faixa etária de 25 a 49 anos, 2,801 vezes (1/RC = 1/0,357) maior que a chance dos que estão na faixa etária de 50 a 64 anos e 1,538 104 vezes (1/RC = 1/0,650) maior que a chance dos que estão na faixa etária de 65 anos ou mais. Entre as mulheres sem restrição de atividades rotineiras, não há diferença estatisticamente significativa da chance de uso de serviços de saúde, entre as mais jovens (4 anos ou menos) e as que, em uma mesma família, estão nas faixas etárias acima de 49 anos. Porém, quando a chance de uso para as mulheres sem restrição de atividades rotineiras, na faixa etária de 4 anos ou menos, é comparada com a chance de uso para as mulheres sem restrição de atividades rotineiras, em diferentes faixas etárias, numa mesma família, tem-se que a chance das mais jovens (4 anos ou menos) é: 2,525 vezes (1/RC = 1/0,396) maior que a chance das que estão na faixa etária de 5 a 9 anos, 3,236 vezes (1/RC = 1/0,309) maior que a chance das que estão na faixa etária de 10 a 14 anos, 2,924 vezes (1/RC = 1/0,342) maior que a chance das que estão na faixa etária de 15 a 24 anos e 1,661 vezes (1/RC = 1/0,602) maior que a chance das que estão na faixa etária de 25 a 49 anos. Entre os homens com restrição de atividades rotineiras (quadro 3), não há diferença estatisticamente significativa da chance de uso de serviços de saúde, entre os mais jovens (4 anos ou menos) e os que, em uma mesma família, estão nas faixas etárias abaixo de 15 anos. Porém, quando a chance de uso para os homens com restrição de atividades rotineiras, na faixa etária de 4 anos ou menos, é comparada com a chance de uso dos serviços de saúde para os homens com restrição de atividades rotineiras, nas faixas etárias a partir de 15 anos, numa mesma família, tem-se que a chance dos mais jovens é: 3,774 vezes (1/RC = 1/0,265) maior que a chance dos que estão na faixa etária de 15 a 24 anos, 4,167 vezes (1/RC = 1/0,240) maior que a chance 105 dos que estão na faixa etária de 25 a 49 anos, 3,831 vezes (1/RC = 1/0,261) maior que a chance dos que estão na faixa etária de 50 a 64 anos e 3,425 vezes (1/RC = 1/0,292) maior que a chance dos que estão na faixa etária de 65 anos ou mais. Entre as mulheres com restrição de atividades rotineiras, não há diferenças estatisticamente significativas da chance de uso de serviços de saúde entre as mulheres mais jovens (4 anos ou menos) e as que, em uma mesma família, estão nas faixas etárias acima de 4 anos. Baseado no efeito fixo do tamanho da família, não há diferença estatisticamente significativa da chance de uso de serviços de saúde (tabela 4.14) entre as pessoas que pertencem a famílias formadas por 2 pessoas em relação às pessoas solitárias (famílias com apenas uma pessoa). Entretanto, as pessoas solitárias têm a sua chance de uso multiplicada pelo fator 1/0,582 = 1,718 quando comparada com a chance de uso para as pessoas que pertencem a famílias com 3 a 5 pessoas. O mesmo acontece em relação às pessoas que pertencem a famílias formadas por 6 ou mais pessoas, em que a chance de uso para as pessoas solitárias é multiplicada pelo fator 1/0,423 = 2,364 quando comparada com a chance de uso para as pessoas que pertencem a famílias com 6 ou mais pessoas. Baseado no efeito fixo da renda familiar per capita, não há diferenças estatisticamente significativas da chance de uso de serviços de saúde (tabela 4.14) entre as pessoas que pertencem a famílias com renda familiar per capita de 0,77 a 1,25 salários mínimos e de 1,25 a 2,04 salários mínimos em relação às pessoas que pertencem a famílias com renda familiar per capita menor ou igual a 0,77 salário mínimo. A chance de uso para as pessoas que pertencem a 106 famílias com renda familiar per capita de 2,04 a 4 salários mínimos é multiplicada pelo fator 1,226 quando comparada com a chance de uso para as pessoas que pertencem a famílias com renda familiar per capita menor ou igual a 0,77 salário mínimo. A chance de uso para as pessoas que pertencem a famílias com renda familiar per capita maior do que 4 salários mínimos é multiplicada pelo fator 1,437 quando comparada com a chance de uso para as pessoas que pertencem a famílias com renda familiar per capita menor ou igual a 0,77 salário mínimo. Na tabela 4.14, o intervalo de confiança (95%) para a razão de chances do sexo chefe da família inclui o valor “um” de forma limite, sugerindo, baseado no efeito fixo do sexo do chefe da família, que a chance de uso de serviços de saúde para os membros de famílias chefiadas por homens não pode desprezar o fator 1/0,857 = 1.167 que multiplica a chance de uso para os membros de famílias chefiadas por homens quando comparada com a chance de uso para os membros de famílias chefiadas por mulheres. Baseado no efeito fixo da idade do chefe da família, tem-se que a chance de uso de serviços de saúde (tabela 4.14) entre as pessoas que pertencem a famílias cujos chefes possuem 24 anos de idade ou menos é multiplicada pelo fator 1,386 quando comparada com a chance de uso para as pessoas que pertencem a famílias cujos chefes possuem idades entre 25 e 64 anos. Não há diferença estatisticamente significativa entre a chance de uso para as pessoas que pertencem a famílias cujos chefes possuem 65 anos de idade ou mais em relação às pessoas que pertencem a famílias cujos chefes possuem idades entre 25 e 64 anos. 107 Baseado no efeito fixo da escolaridade do chefe da família, tem-se que a chance de uso de serviços de saúde (tabela 4.14) entre as pessoas que pertencem a famílias cujos chefes possuem o nível superior de escolaridade ou mais é multiplicada pelo fator 1/0,614 = 1,629 quando comparada com a chance de uso para as pessoas que pertencem a famílias cujos chefes são sem instrução. Da mesma forma, a chance de uso destas pessoas que pertencem a famílias cujos chefes possuem o nível superior de escolaridade ou mais é multiplicada pelos fatores: 1/0,646 = 1,548 quando comparada com a chance de uso para as pessoas que pertencem a famílias cujos chefes possuem de 1 a 4 séries escolares completas (fundamental básico); 1/0,646 = 1,548 quando comparada com a chance de uso para as pessoas que pertencem a famílias cujos chefes possuem de 4 a 8 séries escolares completas (fundamental) e 1/0,707 = 1,414 quando comparada com a chance de uso para as pessoas que pertencem a famílias cujos chefes possuem de 9 a 11 séries escolares completas (2° grau). 108 Capítulo 5 Discussão Para este conjunto de dados, pode-se dizer que o método QVM1 foi o que forneceu as estimativas mais próximas do modelo de regressão logístico tradicional, que ignora a estrutura hierárquica dos dados, sugerindo uma subestimação dos coeficientes. O método QVP2 gerou estimativas dos coeficientes e erros padrões com valores maiores em módulo que as obtidas através do QVM1. Tais estimativas obtidas pelo método QVP2 foram relativamente próximas das estimativas, sob a abordagem bayesiana, obtidas pelo método MCMC, que é considerado na literatura como o menos viciado, principalmente no caso de poucas unidades de 1° nível dentro do 2° nível e de muita variação do efeito aleatório. Por esta razão, o método MCMC foi usado para realizar inferências, entretanto o fato das estimativas do QVP2 serem maiores que as do MCMC é atípico e não abordado neste estudo. A abordagem bayesiana permite a construção de toda a distribuição da incerteza a respeito das quantidades desconhecidas () do modelo, fornecendo, além do ponto médio da distribuição, as informações sobre assimetria, dispersão, pontos de máximo (moda) e quantis da distribuição. Desta forma, o método MCMC gera estimativas com maior confiabilidade, apesar de sua maior intensidade computacional, em relação aos métodos QVP2 e o QVM1. 109 O cálculo do coeficiente de correlação intraclasse para modelos hierárquicos com respostas binárias é mais complexo do que para os modelos contínuos. Desta forma, diferentes métodos ainda estão sendo propostos. O cálculo do coeficiente de correlação intraclasse por: expansão de Taylor (método 1), simulação (método 2), ajuste do modelo binário como se ele fosse contínuo (método 3) e por definição da variância do primeiro nível a partir da distribuição logística padrão (método 4) são alguns dos métodos propostos. Tais métodos geraram diferentes estimativas do coeficiente de correlação intraclasse. Entretanto, os métodos por expansão de Taylor e simulação foram os mais semelhantes quando obtidos a partir dos seguintes valores das variáveis explicativas: restrição de atv. rot. (com restrição), sexo do indivíduo (feminino), faixa etária (25 - 49), raça (branca), tamanho da família (3 - 5 pess.), renda fam. per capita (0,77 – 1,26), sexo do chefe (masculino), idade do chefe (45 - 54), escolaridade do chefe (fundamental), mercado do chefe (empregado). O pequeno número de unidades do primeiro nível dentro do segundo nível e o forte efeito da restrição de atividades rotineiras são possíveis motivos que acentuam as diferenças entre as estimativas dos métodos. O método 2 (por simulação) para o cálculo do coeficiente de correlação intraclasse é recomendado por Goldstein, Brownw & Rasbash (2000) por não fazer aproximação e ser rápido computacionalmente. A proporção de variação entre as famílias no modelo vazio, que não contém nenhuma variável explicativa, medida através do coeficiente de correlação intraclasse, obtido através do método 2 (por simulação), está na ordem de 25%. Após adicionar ao modelo a restrição de atividades rotineiras, que possui um forte efeito fixo, o coeficiente de correlação intraclasse passou 110 para 35%. Como já foi visto no item 2.4, uma justificativa para este aumento, nos modelos com respostas binárias, é o forte efeito fixo de uma variável explicativa, que neste caso é caracterizada pela variável restrição de atividades rotineiras. O coeficiente de correlação intraclasse ficou em torno de 34% ao adicionar variáveis do nível da família (modelo 15 ao 27), sugerindo que as variáveis modeladas não controlam a variação do uso entre as famílias, apesar de algumas delas serem estatisticamente significativas para a compreensão do uso. Entretanto, esta discussão deve se remeter aos valores das variáveis explicativas, que foram determinados para o cálculo do coeficiente de correlação intraclasse através do método 2. O uso de serviços de saúde está fortemente associado à necessidade de saúde (restrição de atividades rotineiras). Entretanto, o fato de empregar apenas a restrição de atividades rotineiras como uma variável de necessidade de saúde pode resultar em ajuste imperfeito do modelo de uso de serviços de saúde. Segundo Travassos et al (2002), isso ocorrer porque essa variável apreende de maneira melhor os eventos agudos de saúde. Porém, tais autores relatam que, como, em seu estudo, a restrição de atividades rotineiras refere-se ao mesmo período de tempo (15 dias anteriores à entrevista) da variável dependente e é a variável com maior força de associação com o uso de serviços de saúde, considera-se que, no geral, essa variável apreendeu as variações de necessidade de saúde. Tais aspectos também são encontrados nessa dissertação, permitindo o emprego da restrição de atividades rotineiras para apreender as variações de necessidade de saúde. O sexo e a faixa etária também são importantes para a compreensão do uso de serviços de saúde e se comportam de forma diferente em função da 111 necessidade de saúde. É importante considerar comportamentos peculiares das faixas etárias em função do sexo, no que diz respeito ao uso de serviços de saúde. As mulheres possuem um maior uso preventivo (sem morbidade 1) de serviços de saúde que os homens. Entretanto, na presença de morbidade 1, são os homens que utilizam mais os serviços, com exceção da faixa etária de 25 a 49 anos. Assim, segundo Travassos et al (2002), a formulação de políticas voltadas para a redução das desigualdades sociais no consumo de serviços de saúde deve considerar a existência de diferenças no padrão de uso de serviços de saúde por homens e mulheres. O tamanho da família, a renda familiar per capita e os aspectos do chefe da família (sexo, idade e escolaridade) também contribuem para a compreensão do uso dos serviços de saúde na região urbana do Estado do Rio de Janeiro. Tal aspecto indica a influencia do ambiente familiar no uso de serviços de saúde, que também deve ser considerada na formulação de políticas voltadas para a redução das desigualdades sociais no consumo de serviços de saúde. Vale ressaltar que os resultados se aplicam apenas no contexto da sociedade e do sistema de saúde do Estado do Rio de Janeiro. 1 A morbidade deve ser interpretada através da necessidade de saúde obtida com variável de restrição de atividades rotineiras por motivo de saúde, ou seja, as pessoas com morbidade são as que possuem restrição de atividades. 112 Capítulo 6 Conclusão Os dados da utilização de serviços de saúde da região urbana do Estado do Rio de Janeiro, com indivíduos aninhados em família, têm uma estrutura hierárquica com poucas unidades do primeiro nível (indivíduos) dentro do segundo nível (família) e com uma grande variação do efeito aleatório do segundo nível. Para estes dados, as estimativas obtidas através do método QVM1 foram próximas das obtidas pelo método logístico tradicional (ignorando a estrutura hierárquica); já as obtidas pelo método QVP2 foram maiores em módulo e relativamente próximas das estimativas, sob abordagem bayesiana, obtidas pelo método MCMC, considerado na literatura como o menos viciado, principalmente no caso de poucas unidades de 1° nível dentro do 2° nível e de muita variação do efeito aleatório. A necessidade de saúde, mensurada através da presença de restrição de atividades rotineiras por motivo de saúde, é um dos fatores explicativos mais importantes da utilização dos serviços de saúde na região urbana do Estado do Rio de Janeiro. As pessoas mais jovens (4 anos ou menos), em uma determinada família, são as que, no geral, têm maiores chances de usarem os serviços de saúde. Ocorre, entre as pessoas sem restrição, uma queda na chance de uso com o aumento da idade até a faixa etária de 15 a 24 anos, para os homens, e de 10 a 14 anos, para as mulheres. Após estas respectivas faixas etárias, as chances de uso de serviços de saúde crescem sem ultrapassar significativamente as chances das pessoas com 4 anos ou menos. Os homens 113 com restrição, nas faixas etárias acima de 14 anos, têm menores chances de uso em relação aos mais jovens, não havendo diferença significativa entre os homens com restrição nas faixas etária abaixo de 14 anos. A faixa etária, para as mulheres com restrição, não se mostrou explicativa (estatisticamente) para o uso de serviços de saúde. Baseado no efeito fixo do tamanho da família, não há diferença no uso de serviços de saúde dos membros de famílias com 2 pessoas em relação às pessoas solitárias (famílias com uma pessoa). Entretanto, os membros de famílias com 3 a 5 pessoas ou com mais de 5 pessoas possuem menor chance de utilizarem os serviços que as pessoas solitárias. Baseado no efeito fixo da renda familiar per capita, não há diferença na chance de uso de serviços de saúde dos membros de famílias com renda familiar per capita de 0,77 a 1,25 salários mínimos e de 1,25 a 2,04 salários mínimos em relação aos membros de famílias com renda familiar per capita menor que 0,77 salário mínimo. Já os membros de famílias com renda familiar per capita de 2,04 a 4 salários mínimos e maior que 4 salários mínimos têm maiores chances de usarem os serviços de saúde em relação aos membros de famílias com renda familiar per capita menor que 0,77 salário mínimo. Baseado nos efeitos fixos do sexo do chefe da família, idade do chefe da família e escolaridade do chefe da família, conclui-se que características do chefe da família são importantes para a compreensão do uso de serviços de saúde no Estado do Rio de Janeiro. Desta forma, existe uma tendência de que os membros de famílias chefiadas por homens têm maior chance de uso de serviços de saúde que os membros de famílias chefiadas por mulheres. Já os membros de famílias chefiadas por jovens (menores de 24 anos) têm maior 114 chance de usarem os serviços de saúde em relação aos membros de famílias com chefes na faixa etária de 25 a 64 anos, não havendo diferença estatisticamente significativa destes para com os membros de famílias com chefes maiores de 65 anos. Os membros de famílias cujos chefes têm escolaridade abaixo do nível superior têm menores chances de usarem os serviços de saúde que os membros de famílias cujos chefes têm nível superior de escolaridade ou mais. Estudos de simulação podem ser desenvolvidos futuramente, a partir da estrutura dos dados aqui apresentados, visando avaliar o impacto que a pequena quantidade de pessoas dentro das famílias exerce na variação do nível da família e o quanto isso afeta as estimativas dos parâmetros, obtidas a partir dos métodos clássicos (MQL1 e PQL2) e bayesiano (MCMC). Também podem ser realizados estudos futuros para identificar quais características das famílias explicam de maneira melhor a variação do nível da família. 115 Apêndice 116 Apêndice A: Tabelas para os modelos hierárquicos do uso de serviços de saúde no Estado do Rio de Janeiro Foram construídos intervalos de confiança (95%) para os coeficientes das variáveis ou termos de interação dos modelos. Os intervalos que excluem o valor zero foram considerados estatisticamente significativos com um nível de significância () de 5%. Estes foram assinalados com um asterisco ao lado do seu coeficiente. Tabela A1: Modelo Hierárquico vazio Modelo Vazio Intercepto médio Var (u0j) Coef. EP -2,498* 2,516 0,033 0,123 I. C 95 % (Coef.) L. Inf. L. Sup. -2,563 - -2,433 - RC 0,082 - Tabela A2: Modelo Hierárquico do uso de serviços de saúde em função da restrição de atividades rotineiras Modelo 1 Intercepto Restrição ativ. rot. Var (u0j) Com restrição Coef. EP -2,978* 4,062* 3,197 0,041 0,101 0,158 I. C 95 % (Coef.) L. Inf. L. Sup. -3,058 3,864 - -2,898 4,260 - RC 0,051 58,090 - Categorias de referência das variáveis: restrição de atividades rotineiras - sem restrição. Tabela A3: Modelo Hierárquico do uso de serviços de saúde em função da restrição de atividades rotineiras e do sexo Modelo 2 Intercepto Restrição ativ. rot. Com restrição Sexo Feminino Restrição ativ. rot. (com rest.) X Sexo Feminino Var (u0j) Coef. EP -3,372* 4,510* 0,673* -0,764* 3,258 0,058 0,155 0,062 0,194 0,159 I. C 95 % (Coef.) L. Inf. L. Sup. -3,486 4,206 0,551 -1,144 - -3,258 4,814 0,795 -0,384 - Categorias de referência das variáveis: restrição de atividades rotineiras - sem restrição e sexo – masculino. RC 0,034 90,922 1,960 0,466 - 117 Tabela A4: Modelo Hierárquico do uso de serviços de saúde em função da restrição de atividades rotineiras, do sexo e da faixa etária Modelo 3 Intercepto Restrição ativ. rot. Sexo Restrição ativ. rot. (com rest.) X Faixa etária (anos) Sexo (feminino) X Faixa etária (anos) Faixa etária (anos) Com restrição feminino 5-9 10 - 14 15 - 24 25 - 49 50 - 64 65 ou mais 5-9 10 - 14 15 - 24 25 - 49 50 - 64 65 ou mais 5-9 10 - 14 15 - 24 25 - 49 50 - 64 65 ou mais Var (u0j) Coef. EP -2,169* 3,916* -0,158 -1,148* -1,446* -1,945* -1,674* -0,923* -0,124 0,890 1,796* 0,674 0,229 -0,320 -0,928* 0,180 0,229 0,888* 1,202* 0,967* 0,575* 3,392 0,126 0,358 0,175 0,204 0,225 0,198 0,153 0,179 0,190 0,535 0,693 0,480 0,397 0,422 0,423 0,285 0,306 0,256 0,205 0,230 0,239 0,163 I. C 95 % (Coef.) L. Inf. L. Sup. -2,416 3,214 -0,501 -1,548 -1,887 -2,333 -1,974 -1,274 -0,496 -0,159 0,438 -0,267 -0,549 -1,147 -1,757 -0,379 -0,371 0,386 0,800 0,516 0,107 - RC -1,922 0,114 4,618 50,199 0,185 0,854 -0,748 0,317 -1,005 0,236 -1,557 0,143 -1,374 0,187 -0,572 0,397 0,248 0,883 1,939 2,435 3,154 6,025 1,615 1,962 1,007 1,257 0,507 0,726 -0,099 0,395 0,739 1,197 0,829 1,257 1,390 2,430 1,604 3,327 1,418 2,630 1,043 1,777 - Categorias de referência das variáveis: restrição de atividades rotineiras - sem restrição; sexo - masculino e faixa etária - menores de 5 anos. Tabela A5: Modelo Hierárquico do uso de serviços de saúde em função da restrição de atividades rotineiras, do sexo e da raça auto referida Modelo 4 Intercepto Restrição ativ. rot. Sexo Raça Restrição ativ. rot. (com rest.) X Sexo (feminino) X Var (u0j) Com rest. feminino Branca Raça Branca Raça Branca Coef. EP -3,475* 4,170* 0,560* 0,214 -0,144 0,078 3,280 0,091 0,161 0,099 0,112 0,206 0,124 0,160 I. C 95 % (Coef.) L. Inf. L. Sup. -3,653 3,854 0,366 -0,006 -0,548 -0,165 - -3,297 4,486 0,754 0,434 0,260 0,321 - RC 0,031 64,715 1,751 1,239 0,866 1,081 - Categorias de referência das variáveis: restrição de atividades rotineiras - sem restrição; sexo – masculino e raça autoreferida – não branca. 118 Tabela A6: Modelo Hierárquico do uso de serviços de saúde em função da restrição de atividades rotineiras, do sexo e do tamanho da família Modelo 5 Intercepto Restrição ativ. rot. Sexo Com restrição feminino 2 pessoas 3 a 5 pessoas Tamanho da família 6 ou mais pessoas 2 pessoas Restrição ativ. rot. Tamanho da 3 a 5 pessoas (com rest.) X família 6 ou mais pessoas 2 pessoas Sexo (feminino) Tamanho da 3 a 5 pessoas X família 6 ou mais pessoas Var (u0j) Coef. EP -2,923 3,581* 1,125* -0,041 -0,502 -1,090* 0,292 0,418 1,661* -0,491 -0,558 -0,558 3,157 0,253 0,375 0,291 0,279 0,261 0,343 0,433 0,396 0,581 0,318 0,300 0,374 0,156 I. C 95 % (Coef.) L. Inf. L. Sup. -3,419 2,846 0,555 -0,588 -1,014 -1,762 -0,557 -0,358 0,522 -1,114 -1,146 -1,291 - RC -2,427 0,054 4,316 35,909 1,695 3,080 0,506 0,960 0,010 0,605 -0,418 0,336 1,141 1,339 1,194 1,519 2,800 5,265 0,132 0,612 0,030 0,572 0,175 0,572 - Categorias de referência das variáveis: restrição de atividades rotineiras - sem restrição; sexo – masculino e tamanho da família - 1 pessoa Tabela A7: Modelo Hierárquico do uso de serviços de saúde em função da restrição de atividades rotineiras, do sexo e da renda familiar per capita mensurada em salários mínimos (S.M.) Modelo 6 Intercepto Restrição ativ. rot. Sexo Restrição Sexo ativ. rot. (feminino) (com X rest.) X Com restrição feminino (0.77; 1,25] Renda familiar per capita (1,25; 2,04] (S.M.) (2,04; 4] 4 ou mais (0.77; 1,25] Renda familiar (1,25; 2,04] per capita (2,04; 4] (S.M.) 4 ou mais (0.77; 1,25] Renda familiar (1,25; 2,04] per capita (2,04; 4] (S.M.) 4 ou mais Var (u0j) Coef. EP -3,404* 3,771* 0,344* -0,158 -0,037 0,006 0,536* 0,477 0,468 0,393 0,365 0,355 0,184 0,508* 0,348* 3,212 0,116 0,192 0,122 0,180 0,171 0,173 0,164 0,304 0,304 0,314 0,320 0,188 0,181 0,181 0,173 0,158 I. C 95 % (Coef.) L. Inf. L. Sup. -3,631 3,395 0,105 -0,511 -0,372 -0,333 0,215 -0,119 -0,128 -0,222 -0,262 -0,013 -0,171 0,153 0,009 - RC -3,177 0,033 4,147 43,423 0,583 1,411 0,195 0,854 0,298 0,964 0,345 1,006 0,857 1,709 1,073 1,611 1,064 1,597 1,008 1,481 0,992 1,441 0,723 1,426 0,539 1,202 0,863 1,662 0,687 1,416 - Categorias de referência das variáveis: restrição de atividades rotineiras - sem restrição; sexo - masculino e renda familiar per capita – 0,77 ou menos. 119 Tabela A8: Modelo Hierárquico do uso de serviços de saúde em função da restrição de atividades rotineiras, do sexo e do sexo do chefe da família Modelo 7 Intercepto Restrição ativ. rot. Sexo Sexo do chefe Restrição ativ. rot. (com rest.) X Sexo (feminino) X Var (u0j) Com rest. feminino feminino Sexo do chefe feminino Sexo do chefe feminino I. C 95 % (Coef.) L. Inf. L. Sup. Coef. EP -3,362* 4,077* 0,629* 0,109 0,062 0,122 0,065 0,150 -3,484 3,838 0,502 -0,185 0,026 -0,110 3,314 0,227 0,154 0,161 -0,419 -0,412 - RC -3,240 0,035 4,316 58,968 0,756 1,876 0,403 1,115 0,471 0,192 - 1,026 0,896 - Categorias de referência das variáveis: restrição de atividades rotineiras - sem restrição; sexo - masculino e sexo do chefe - masculino. Tabela A9: Modelo Hierárquico do uso de serviços de saúde em função da restrição de atividades rotineiras, do sexo e da faixa etária do chefe da família Modelo 8 Intercepto Restrição ativ. rot. Sexo (com rest.) X Sexo (feminino) X Restrição ativ. rot. Com restrição feminino 24 ou menos 25 – 34 Idade do chefe (anos) 35 – 44 55 – 64 65 ou mais 24 ou menos 25 – 34 Idade do chefe 35 – 44 (anos) 55 – 64 65 ou mais 24 ou menos 25 – 34 Idade do chefe 35 – 44 (anos) 55 – 64 65 ou mais Var (u0j) Coef. EP -3,706* 4,295* 0,925* 0,853* 0,355* 0,127 0,443* 1,106* 0,137 -0,115 0,181 -0,549 -0,968* -0,929* -0,417* -0,374* -0,229 -0,432* 3,238 0,130 0,237 0,134 0,263 0,181 0,173 0,195 0,185 0,603 0,357 0,323 0,341 0,316 0,294 0,190 0,180 0,202 0,192 0,158 I. C 95 % (Coef.) L. Inf. L. Sup. -3,961 3,830 0,662 0,338 0,000 -0,212 0,061 0,743 -1,045 -0,815 -0,452 -1,217 -1,587 -1,505 -0,789 -0,727 -0,625 -0,808 - RC -3,451 0,025 4,760 73,332 1,188 2,522 1,368 2,347 0,710 1,426 0,466 1,135 0,825 1,557 1,469 3,022 1,319 1,147 0,585 0,891 0,814 1,198 0,119 0,578 -0,349 0,380 -0,353 0,395 -0,045 0,659 -0,021 0,688 0,167 0,795 -0,056 0,649 - Categorias de referência das variáveis: restrição de atividades rotineiras - sem restrição; sexo - masculino e idade do chefe – (45 - 54) anos. 120 Tabela A10: Modelo Hierárquico do uso de serviços de saúde em função da restrição de atividades rotineiras, do sexo e da escolaridade do chefe da família Modelo 9 Intercepto Restrição ativ. rot. Sexo Restrição Sexo ativ. rot. (feminino) (com X rest.) X Escolaridade do chefe Escolaridade do chefe Escolaridade do chefe Com restrição feminino Sem instrução Fundamental básico Fundamental 2° grau Sem instrução Fundamental básico Fundamental 2° grau Sem instrução Fundamental básico Fundamental 2° grau Var (u0j) Coef. EP -2,761* 3,649* 0,592* -0,719* -0,656* -0,709* -0,614* 0,360 0,513 0,437 0,678 0,118 -0,062 0,028 0,087 3,231 0,130 0,299 0,136 0,235 0,170 0,166 0,018 0,428 0,343 0,351 0,393 0,245 0,178 0,174 0,193 0,158 I. C 95 % (Coef.) L. Inf. L. Sup. -3,016 3,063 0,325 -1,180 -0,989 -1,034 -0,650 -0,479 -0,159 -0,251 -0,092 -0,362 -0,411 -0,313 -0,291 - RC -2,506 0,063 4,235 38,436 0,859 1,808 -0,258 0,487 -0,323 0,519 -0,384 0,492 -0,578 0,541 1,199 1,433 1,185 1,670 1,125 1,548 1,448 1,970 0,598 1,125 0,287 0,940 0,369 1,028 0,465 1,091 - Categorias de referência das variáveis: restrição de atividades rotineiras - sem restrição; sexo - masculino e escolaridade do chefe - nível superior ou mais. Tabela A11: Modelo Hierárquico do uso de serviços de saúde em função da restrição de atividades rotineiras, do sexo e do mercado de trabalho do chefe da família Modelo 10 Intercepto Restrição ativ. rot. Sexo Mercado do chefe Restrição ativ. rot. (com rest.) X Sexo (feminino) X Var (u0j) Mercado do chefe Mercado do chefe Com restrição feminino Desempregado Fora da população ativa Desempregado Fora da população ativa Desempregado Fora da população ativa I. C 95 % (Coef.) L. Inf. L. Sup. Coef. EP RC -3,482* 4,234* 0,666* 0,156 0,498* 0,445 0,068 0,137 0,071 0,285 0,125 0,540 -3,615 3,965 0,527 -0,403 0,253 -0,613 -3,349 0,031 4,503 68,993 0,805 1,946 0,715 1,169 0,743 1,645 1,503 1,560 -0,529* -0,168 -0,206 3,317 0,213 0,302 0,131 0,161 -0,946 -0,760 -0,463 - -0,112 0,424 0,051 - 0,589 0,845 0,814 - Categorias de referência das variáveis: restrição de atividades rotineiras - sem restrição; sexo - masculino e mercado de trabalho do chefe – empregado. 121 Tabela A12: Modelo Hierárquico do uso de serviços de saúde em função das variáveis do primeiro nível (indivíduos) Modelo 11 Intercepto Restrição ativ. rot. Sexo Faixa etária (anos) Raça Var (u0j) Com restrição feminino 5-9 10 - 14 15 - 24 25 - 49 50 - 64 65 ou mais Branca Coef. EP -2,688* 3,963* 0,628* -1,004* -1,275* -1,453* -0,995* -0,472* -0,038 0,205* 3,389 0,109 0,104 0,059 0,140 0,151 0,125 0,100 0,121 0,129 0,077 0,163 I. C 95 % (Coef.) L. Inf. L. Sup. -2,902 3,759 0,512 -1,278 -1,571 -1,698 -1,191 -0,709 -0,291 0,054 - RC -2,474 0,068 4,167 52,615 0,744 1,874 -0,730 0,366 -0,979 0,279 -1,208 0,234 -0,799 0,370 -0,235 0,624 0,215 0,963 0,356 1,228 - Categorias de referência das variáveis: restrição de atividades rotineiras - sem restrição; raça auto-referida – não branca; sexo - masculino; faixa etária – menores de 5 anos. Tabela A13: Modelo Hierárquico do uso de serviços de saúde em função das variáveis do primeiro nível (indivíduos) e da interação entre a restrição de atividades rotineiras e o sexo Modelo 12 Intercepto Restrição ativ. rot. Sexo Com restrição feminino 5-9 10 - 14 15 - 24 Faixa etária (anos) 25 - 49 50 - 64 65 ou mais Raça Branca Restrição ativ. rot. (com rest.) X Sexo (feminino) Var (u0j) Coef. EP -2,725* 4,424* 0,693* -1,008* -1,282* -1,450* -0,988* -0,471* -0,027 0,206* -0,815* 3,352 0,110 0,157 0,063 0,140 0,151 0,125 0,100 0,121 0,129 0,077 0,197 0,162 I. C 95 % (Coef.) L. Inf. L. Sup. -2,941 4,116 0,570 -1,282 -1,578 -1,695 -1,184 -0,708 -0,280 0,055 -1,201 - RC -2,509 0,066 4,732 83,429 0,816 2,000 -0,734 0,365 -0,986 0,277 -1,205 0,235 -0,792 0,372 -0,234 0,624 0,226 0,973 0,357 1,229 -0,429 0,443 - Categorias de referência das variáveis: restrição de atividades rotineiras - sem restrição; raça auto-referida – não branca; sexo - masculino; faixa etária – menores de 5 anos. 122 Tabela A14: Modelo Hierárquico do uso de serviços de saúde em função das variáveis do primeiro nível (indivíduos) e das interações do sexo e da faixa etária em relação à restrição de atividades rotineiras Modelo 13 Intercepto Restrição ativ. rot. Sexo Faixa etária (anos) Restrição ativ. rot. (com rest.) X Raça Sexo Faixa etária (anos) Com restrição feminino 5-9 10 - 14 15 - 24 25 - 49 50 - 64 65 ou mais Branca Feminino 5-9 10 - 14 15 - 24 25 - 49 50 - 64 65 ou mais Var (u0j) Coef. EP -2,711* 4,261* 0,689* -1,066* -1,360* -1,489* -1,006* -0,427* 0,114 0,205* -0,698* 0,881 1,772* 0,719 0,306 -0,306 -0,832* 3,272 0,112 0,367 0,063 0,148 0,159 0,131 0,104 0,125 0,134 0,076 0,199 0,530 0,685 0,475 0,394 0,418 0,420 0,159 I. C 95 % (Coef.) L. Inf. L. Sup. -2,931 3,542 0,566 -1,356 -1,672 -1,746 -1,210 -0,672 -0,149 0,056 -1,088 -0,158 0,429 -0,212 -0,466 -1,125 -1,655 - RC -2,491 0,066 4,980 70,881 0,812 1,992 -0,776 0,344 -1,048 0,257 -1,232 0,226 -0,802 0,366 -0,182 0,652 0,377 1,121 0,354 1,228 -0,308 0,498 1,920 2,413 3,115 5,883 1,650 2,052 1,078 1,358 0,513 0,736 -0,009 0,435 - Categorias de referência das variáveis: restrição de atividades rotineiras - sem restrição; raça auto-referida – não branca; sexo - masculino; faixa etária – menores de 5 anos. Tabela A15: Modelo Hierárquico do uso de serviços de saúde em função das variáveis do primeiro nível (indivíduos) e das interações do sexo e da faixa etária em relação à restrição de atividades rotineiras, e da faixa etária em relação ao sexo Modelo 14 Intercepto Restrição ativ. rot. Sexo Faixa etária (anos) Sexo Restrição ativ. rot. (feminino) (com rest.) X X Raça Sexo Faixa etária (anos) Faixa etária (anos) Com restrição feminino 5-9 10 - 14 15 - 24 25 - 49 50 - 64 65 ou mais Branca Feminino 5-9 10 - 14 15 - 24 25 - 49 50 - 64 65 ou mais 5-9 10 - 14 15 - 24 25 - 49 Coef. EP -2,314* 4,279* -0,182 -1,143* -1,427* -1,948* -1,681* -0,954* -0,182 0,204* -0,724* 0,844 1,674* 0,722 0,316 -0,286 -0,822 0,176 0,198 0,881* 1,202* 0,136 0,376 0,175 0,205 0,225 0,199 0,154 0,181 0,192 0,077 0,201 0,537 0,695 0,481 0,399 0,424 0,426 0,285 0,306 0,256 0,205 I. C 95 % (Coef.) L. Inf. L. Sup. -2,581 3,542 -0,525 -1,545 -1,868 -2,338 -1,983 -1,309 -0,558 0,053 -1,118 -0,209 0,312 -0,221 -0,466 -1,117 -1,657 -0,383 -0,402 0,379 0,800 RC -2,047 0,099 5,016 72,168 0,161 0,834 -0,741 0,319 -0,986 0,240 -1,558 0,143 -1,379 0,186 -0,599 0,385 0,194 0,834 0,355 1,226 -0,330 0,485 1,897 2,326 3,036 5,333 1,665 2,059 1,098 1,372 0,545 0,751 0,013 0,440 0,735 1,192 0,798 1,219 1,383 2,413 1,604 3,327 123 50 - 64 65 ou mais Var (u0j) 0,994* 0,631* 3,348 0,230 0,240 0,161 0,543 0,161 - 1,445 1,101 - 2,702 1,879 - Categorias de referência das variáveis: restrição de atividades rotineiras - sem restrição; raça auto-referida – não branca; sexo - masculino; faixa etária – menores de 5 anos. Tabela A16: Modelo Hierárquico do uso de serviços de saúde que modela o intercepto com a variável do tamanho da família Modelo 15 Intercepto Restrição ativ. rot. Sexo Faixa etária (anos) Raça Sexo (feminino) X Restrição ativ. rot. (com rest.) X Tamanho da família Var (u0j) Sexo Faixa etária (anos) Faixa etária (anos) Com restrição feminino 5-9 10 - 14 15 - 24 25 - 49 50 - 64 65 ou mais Branca 2 pessoas 3 a 5 pessoas 6 ou mais pessoas Feminino 5-9 10 - 14 15 - 24 25 - 49 50 - 64 65 ou mais 5-9 10 - 14 15 - 24 25 - 49 50 - 64 65 ou mais Coef. EP -1,762* 4,287* -0,101 -1,135* -1,420* -1,975* -1,733* -1,045* -0,350 0,186* -0,241 -0,570* -0,970* -0,702* 0,854 1,706* 0,694 0,274 -0,324 -0,848* 0,164 0,189 0,872* 1,206* 0,947* 0,595* 3,329 0,199 0,377 0,176 0,206 0,226 0,200 0,155 0,182 0,196 0,077 0,158 0,151 0,225 0,201 0,539 0,699 0,482 0,400 0,424 0,426 0,286 0,308 0,258 0,206 0,231 0,241 0,161 I. C 95 % (Coef.) L. Inf. L. Sup. -2,152 3,548 -0,446 -1,539 -1,863 -2,367 -2,037 -1,402 -0,734 0,035 -0,551 -0,866 -1,411 -1,096 -0,202 0,336 -0,251 -0,510 -1,155 -1,683 -0,397 -0,415 0,366 0,802 0,494 0,123 - RC -1,372 0,172 5,026 72,748 0,244 0,904 -0,731 0,321 -0,977 0,242 -1,583 0,139 -1,429 0,177 -0,688 0,352 0,034 0,705 0,337 1,204 0,069 0,786 -0,274 0,566 -0,529 0,379 -0,308 0,496 1,910 2,349 3,076 5,507 1,639 2,002 1,058 1,315 0,507 0,723 -0,013 0,428 0,725 1,178 0,793 1,208 1,378 2,392 1,610 3,340 1,400 2,578 1,067 1,813 - Categorias de referência das variáveis: restrição de atividades rotineiras - sem restrição; sexo - masculino; faixa etária – menores de 5 anos; raça auto-referida – não branca e tamanho da família - 1 pessoa. 124 Tabela A17: Modelo Hierárquico do uso de serviços de saúde que modela o intercepto com as variáveis: tamanho da família e renda familiar per capita Modelo 16 Intercepto Restrição ativ. rot. Sexo Faixa etária (anos) Raça Tamanho da família Sexo (feminino) X Restrição ativ. rot. (com rest.) X Renda familiar per capita (S.M.) Var (u0j) Sexo Faixa etária (anos) Faixa etária (anos) Com restrição feminino 5-9 10 - 14 15 - 24 25 - 49 50 - 64 65 ou mais Branca 2 pessoas 3 a 5 pessoas 6 ou mais pessoas (0,77; 1,25] (1,25; 2,04] (2,04; 4] 4 ou mais Feminino 5–9 10 – 14 15 – 24 25 – 49 50 – 64 65 ou mais 5-9 10 - 14 15 - 24 25 - 49 50 - 64 65 ou mais Coef. EP -1,947* 4,293* -0,105 -1,155* -1,452* -2,017* -1,788* -1,126* -0,423* 0,089 -0,193 -0,470* -0,782* 0,070 0,117 0,297* 0,618* -0,719* 0,842 1,728* 0,701 0,287 -0,301 -0,812 0,166 0,200 0,891* 1,215* 0,953* 0,604* 3,256 0,210 0,376 0,176 0,206 0,227 0,200 0,155 0,183 0,197 0,078 0,158 0,151 0,226 0,126 0,124 0,124 0,125 0,201 0,537 0,697 0,480 0,399 0,423 0,425 0,286 0,307 0,257 0,206 0,231 0,241 0,158 I. C 95 % (Coef.) L. Inf. L. Sup. -2,359 3,556 -0,450 -1,559 -1,897 -2,409 -2,092 -1,485 -0,809 -0,064 -0,503 -0,766 -1,225 -0,177 -0,126 0,054 0,373 -1,113 -0,211 0,362 -0,240 -0,495 -1,130 -1,645 -0,395 -0,402 0,387 0,811 0,500 0,132 - RC -1,535 0,143 5,030 73,186 0,240 0,900 -0,751 0,315 -1,007 0,234 -1,625 0,133 -1,484 0,167 -0,767 0,324 -0,037 0,655 0,242 1,093 0,117 0,824 -0,174 0,625 -0,339 0,457 0,317 1,073 0,360 1,124 0,540 1,346 0,863 1,855 -0,325 0,487 1,895 2,321 3,094 5,629 1,642 2,016 1,069 1,332 0,528 0,740 0,021 0,444 0,727 1,181 0,802 1,221 1,395 2,438 1,619 3,370 1,406 2,593 1,076 1,829 - Categorias de referência das variáveis: restrição de atividades rotineiras - sem restrição; sexo - masculino; faixa etária – menores de 5 anos; raça auto-referida – não branca; tamanho da família - 1 pessoa e renda familiar per capita menos de 0,77 slario mínimo (S.M). 125 Tabela A18: Modelo Hierárquico do uso de serviços de saúde que exclui o efeito da raça auto-referida e modela o intercepto com as variáveis: tamanho da família e renda familiar per capita Modelo 17 Intercepto Restrição ativ. rot. Sexo Faixa etária (anos) Tamanho da família Sexo (feminino) X Restrição ativ. rot. (com rest.) X Renda familiar per capita (S.M.) Var (u0j) Sexo Faixa etária (anos) Faixa etária (anos) Com restrição feminino 5-9 10 - 14 15 - 24 25 - 49 50 - 64 65 ou mais 2 pessoas 3 a 5 pessoas 6 ou mais pessoas (0,77; 1,25] (1,25; 2,04] (2,04; 4] 4 ou mais Feminino 5-9 10 - 14 15 - 24 25 - 49 50 - 64 65 ou mais 5-9 10 - 14 15 - 24 25 - 49 50 - 64 65 ou mais Coef. EP -1,903* 4,286* -0,107 -1,158* -1,456* -2,020* -1,791* -1,130* -0,422* -0,191 -0,465* -0,788* 0,075 0,127 0,314* 0,649* -0,719* 0,845 1,735* 0,702 0,291 -0,296 -0,806 0,170 0,204 0,894* 1,218* 0,956* 0,607* 3,252 0,206 0,376 0,176 0,206 0,227 0,200 0,155 0,183 0,197 0,158 0,151 0,226 0,125 0,123 0,123 0,122 0,201 0,536 0,697 0,479 0,399 0,422 0,425 0,286 0,307 0,257 0,206 0,231 0,241 0,158 I. C 95 % (Coef.) L. Inf. L. Sup. -2,307 3,549 -0,452 -1,562 -1,901 -2,412 -2,095 -1,489 -0,808 -0,501 -0,761 -1,231 -0,170 -0,114 0,073 0,410 -1,113 -0,206 0,369 -0,237 -0,491 -1,123 -1,639 -0,391 -0,398 0,390 0,814 0,503 0,135 - RC -1,499 0,149 5,023 72,675 0,238 0,899 -0,754 0,314 -1,011 0,233 -1,628 0,133 -1,487 0,167 -0,771 0,323 -0,036 0,656 0,119 0,826 -0,169 0,628 -0,345 0,455 0,320 1,078 0,368 1,135 0,555 1,369 0,888 1,914 -0,325 0,487 1,896 2,328 3,101 5,669 1,641 2,018 1,073 1,338 0,531 0,744 0,027 0,447 0,731 1,185 0,806 1,226 1,398 2,445 1,622 3,380 1,409 2,601 1,079 1,835 - Categorias de referência das variáveis: restrição de atividades rotineiras - sem restrição; sexo - masculino; faixa etária – menores de 5 anos; tamanho da família - 1 pessoa e renda familiar per capita - menos de 0,77 slario mínimo (S.M). 126 Tabela A19: Modelo Hierárquico do uso de serviços de saúde em função da restrição de atividades rotineiras, do sexo e da faixa etária Modelo 18 Intercepto Restrição ativ. rot. Sexo Faixa etária (anos) Tamanho da família Renda familiar per capita (S.M.) Sexo (feminino) X Restrição ativ. rot. (com rest.) X Sexo do chefe Sexo Var (u0j) Faixa etária (anos) Faixa etária (anos) Com restrição feminino 5-9 10 - 14 15 - 24 25 - 49 50 - 64 65 ou mais 2 pessoas 3 a 5 pessoas 6 ou mais pessoas (0,77; 1,25] (1,25; 2,04] (2,04; 4] 4 ou mais feminino Feminino 5-9 10 - 14 15 - 24 25 - 49 50 - 64 65 ou mais 5-9 10 - 14 15 - 24 25 - 49 50 - 64 65 ou mais Coef. EP -1,794* 4,278* -0,110 -1,159* -1,455* -2,016* -1,802* -1,148* -0,446* -0,228 -0,533* -0,868* 0,063 0,109 0,292* 0,627* -0,143 -0,706* 0,847 1,746* 0,700 0,295 -0,291 -0,807 0,173 0,209 0,897* 1,235* 0,984* 0,654* 3,250 0,219 0,375 0,176 0,206 0,226 0,200 0,155 0,183 0,197 0,160 0,158 0,233 0,126 0,124 0,124 0,123 0,096 0,201 0,536 0,697 0,479 0,398 0,422 0,425 0,286 0,307 0,257 0,206 0,232 0,243 0,158 I. C 95 % (Coef.) L. Inf. L. Sup. -2,223 3,543 -0,455 -1,563 -1,898 -2,408 -2,106 -1,507 -0,832 -0,542 -0,843 -1,325 -0,184 -0,134 0,049 0,386 -0,331 -1,100 -0,204 0,380 -0,239 -0,485 -1,118 -1,640 -0,388 -0,393 0,393 0,831 0,529 0,178 - RC -1,365 0,166 5,013 72,096 0,235 0,896 -0,755 0,314 -1,012 0,233 -1,624 0,133 -1,498 0,165 -0,789 0,317 -0,060 0,640 0,086 0,796 -0,223 0,587 -0,411 0,420 0,310 1,065 0,352 1,115 0,535 1,339 0,868 1,872 0,045 0,867 -0,312 0,494 1,898 2,333 3,112 5,732 1,639 2,014 1,075 1,343 0,536 0,748 0,026 0,446 0,734 1,189 0,811 1,232 1,401 2,452 1,639 3,438 1,439 2,675 1,130 1,923 - Categorias de referência das variáveis: restrição de atividades rotineiras - sem restrição; sexo - masculino; faixa etária – menores de 5 anos; tamanho da família - 1 pessoa; renda familiar per capita - menos de 0,77 slario mínimo (S.M) e sexo do chefe - masculino. 127 Tabela A20: Modelo Hierárquico do uso de serviços de saúde que modela o intercepto com as variáveis: tamanho da família, renda familiar per capita, sexo do chefe da família e idade do chefe da família Modelo 19 Intercepto Restrição ativ. rot. Sexo Faixa etária (anos) Tamanho da família Renda familiar per capita (S.M.) Sexo do chefe Sexo (feminino) X Restrição ativ. rot. (com rest.) X Idade do chefe (anos) Var (u0j) Sexo Faixa etária (anos) Faixa etária (anos) Com restrição feminino 5-9 10 - 14 15 - 24 25 - 49 50 - 64 65 ou mais 2 pessoas 3 a 5 pessoas 6 ou mais pessoas (0,77; 1,25] (1,25; 2,04] (2,04; 4] 4 ou mais feminino 24 ou menos 25 – 34 35 – 44 55 – 64 65 ou mais Feminino 5-9 10 - 14 15 - 24 25 - 49 50 - 64 65 ou mais 5-9 10 - 14 15 - 24 25 - 49 50 - 64 65 ou mais Coef. EP -1,878* 4,287* -0,102 -1,124* -1,416* -2,010* -1,767* -1,107* -0,474* -0,239 -0,515* -0,828* 0,078 0,131 0,315* 0,660* -0,154 0,345 0,021 -0,027 -0,006 0,114 -0,706* 0,845 1,749* 0,677 0,299 -0,291 -0,815 0,165 0,203 0,886* 1,229* 0,971* 0,658* 3,264 0,246 0,376 0,176 0,208 0,229 0,203 0,158 0,195 0,223 0,160 0,159 0,235 0,127 0,125 0,125 0,125 0,097 0,207 0,133 0,122 0,138 0,153 0,201 0,537 0,698 0,480 0,399 0,424 0,425 0,287 0,308 0,258 0,206 0,232 0,244 0,159 I. C 95 % (Coef.) L. Inf. L. Sup. -2,360 3,550 -0,447 -1,532 -1,865 -2,408 -2,077 -1,489 -0,911 -0,553 -0,827 -1,289 -0,171 -0,114 0,070 0,415 -0,344 -0,061 -0,240 -0,266 -0,276 -0,186 -1,100 -0,208 0,381 -0,264 -0,483 -1,122 -1,648 -0,398 -0,401 0,380 0,825 0,516 0,180 - RC -1,396 0,153 5,024 72,748 0,243 0,903 -0,716 0,325 -0,967 0,243 -1,612 0,134 -1,457 0,171 -0,725 0,331 -0,037 0,623 0,075 0,787 -0,203 0,598 -0,367 0,437 0,327 1,081 0,376 1,140 0,560 1,370 0,905 1,935 0,036 0,857 0,751 1,412 0,282 1,021 0,212 0,973 0,264 0,994 0,414 1,121 -0,312 0,494 1,898 2,328 3,117 5,749 1,618 1,968 1,081 1,349 0,540 0,748 0,018 0,443 0,728 1,179 0,807 1,225 1,392 2,425 1,633 3,418 1,426 2,641 1,136 1,931 - Categorias de referência das variáveis: restrição de atividades rotineiras - sem restrição; sexo - masculino; faixa etária – menores de 5 anos; tamanho da família - 1 pessoa; renda familiar per capita - menos de 0,77 slario mínimo (S.M); sexo do chefe - masculino e idade do chefe - (45 - 54) anos. 128 Tabela A21: Modelo Hierárquico do uso de serviços de saúde que modela o intercepto com as variáveis: tamanho da família, renda familiar per capita, sexo do chefe da família, idade do chefe da família e escolaridade do chefe da família Modelo 20 Intercepto Restrição ativ. rot. Sexo Faixa etária (anos) Tamanho da família Renda familiar per capita (S.M.) Sexo do chefe Idade do chefe (anos) Sexo (feminino) X Restrição ativ. rot. (com rest.) X Escolaridade do chefe Var (u0j) Sexo Faixa etária (anos) Faixa etária (anos) Com restrição feminino 5-9 10 - 14 15 - 24 25 - 49 50 - 64 65 ou mais 2 pessoas 3 a 5 pessoas 6 ou mais pessoas (0,77; 1,25] (1,25; 2,04] (2,04; 4] 4 ou mais feminino 24 ou menos 25 – 34 35 – 44 55 – 64 65 ou mais Sem instrução Fundamental básico Fundamental 2° grau Feminino 5-9 10 - 14 15 - 24 25 - 49 50 - 64 65 ou mais 5-9 10 - 14 15 - 24 25 - 49 50 - 64 65 ou mais Coef. EP -1,392* 4,295* -0,104 -1,123* -1,414* -2,005* -1,760* -1,100* -0,475* -0,249 -0,531* -0,828* 0,061 0,095 0,217 0,392* -0,151 0,347 0,000 -0,058 0,035 0,182 -0,546* -0,485* -0,486* -0,376* -0,712* 0,840 1,737* 0,684 0,303 -0,286 -0,823 0,162 0,201 0,885* 1,226* 0,977* 0,662* 3,255 0,277 0,377 0,176 0,208 0,229 0,203 0,158 0,195 0,223 0,160 0,159 0,235 0,127 0,127 0,131 0,149 0,097 0,208 0,134 0,122 0,138 0,156 0,189 0,148 0,137 0,138 0,201 0,536 0,698 0,480 0,400 0,424 0,425 0,287 0,308 0,257 0,206 0,232 0,244 0,158 I. C 95 % (Coef.) L. Inf. L. Sup. -1,935 3,556 -0,449 -1,531 -1,863 -2,403 -2,070 -1,482 -0,912 -0,563 -0,843 -1,289 -0,188 -0,154 -0,040 0,100 -0,341 -0,061 -0,263 -0,297 -0,235 -0,124 -0,916 -0,775 -0,755 -0,646 -1,106 -0,211 0,369 -0,257 -0,481 -1,117 -1,656 -0,401 -0,403 0,381 0,822 0,522 0,184 - RC -0,849 0,249 5,034 73,332 0,241 0,901 -0,715 0,325 -0,965 0,243 -1,607 0,135 -1,450 0,172 -0,718 0,333 -0,038 0,622 0,065 0,780 -0,219 0,588 -0,367 0,437 0,310 1,063 0,344 1,100 0,474 1,242 0,684 1,480 0,039 0,860 0,755 1,415 0,263 1,000 0,181 0,944 0,305 1,036 0,488 1,200 -0,176 0,579 -0,195 0,616 -0,217 0,615 -0,106 0,687 -0,318 0,491 1,891 2,316 3,105 5,680 1,625 1,982 1,087 1,354 0,545 0,751 0,010 0,439 0,725 1,176 0,805 1,223 1,389 2,423 1,630 3,408 1,432 2,656 1,140 1,939 - Categorias de referência das variáveis: restrição de atividades rotineiras - sem restrição; sexo - masculino; faixa etária – menores de 5 anos; tamanho da família - 1 pessoa; renda familiar per capita - menos de 0,77 slario mínimo (S.M); sexo do chefe - masculino; idade do chefe - (45 - 54) anos e escolaridade do chefe -superior ou mais. 129 Tabela A22: Modelo Hierárquico do uso de serviços de saúde que modela o intercepto com as variáveis: tamanho da família, renda familiar per capita, sexo do chefe da família, idade do chefe da família, escolaridade do chefe da família e mercado de trabalho do chefe da família Modelo 21 Intercepto Restrição ativ. rot. Sexo Faixa etária (anos) Tamanho da família Renda familiar per capita (S.M.) Sexo do chefe Idade do chefe (anos) Escolaridade do chefe Sexo (feminino) X Restrição ativ. rot. (com rest.) X Mercado do chefe Var (u0j) Sexo Faixa etária (anos) Faixa etária (anos) Com restrição feminino 5-9 10 - 14 15 - 24 25 - 49 50 - 64 65 ou mais 2 pessoas 3 a 5 pessoas 6 ou mais pessoas (0,77; 1,25] (1,25; 2,04] (2,04; 4] 4 ou mais feminino 24 ou menos 25 – 34 35 – 44 55 – 64 65 ou mais Sem instrução Fundamental básico Fundamental 2° grau Desempregado Fora da população ativa Feminino 5-9 10 - 14 15 - 24 25 - 49 50 - 64 65 ou mais 5-9 10 - 14 15 - 24 25 - 49 50 - 64 65 ou mais Coef. EP -1,417* 4,297* -0,103 -1,123* -1,414* -2,005* -1,761* -1,099* -0,475* -0,250 -0,530* -0,819* 0,078 0,114 0,237 0,414* -0,149* 0,338 -0,004 -0,062 0,041 0,203 -0,538* -0,478* -0,484* -0,374* 0,186 -0,026 -0,716* 0,841 1,743* 0,685 0,307 -0,281 -0,822 0,161 0,202 0,885* 1,226* 0,979* 0,663* 3,263 0,280 0,377 0,176 0,208 0,229 0,203 0,158 0,195 0,223 0,161 0,159 0,235 0,129 0,129 0,134 0,152 0,100 0,209 0,136 0,123 0,142 0,168 0,190 0,148 0,137 0,139 0,200 0,115 0,202 0,537 0,699 0,480 0,400 0,424 0,426 0,287 0,308 0,258 0,206 0,232 0,244 0,159 I. C 95 % (Coef.) L. Inf. L. Sup. -1,966 3,558 -0,448 -1,531 -1,863 -2,403 -2,071 -1,481 -0,912 -0,566 -0,842 -1,280 -0,175 -0,139 -0,026 0,116 -0,345 -0,072 -0,271 -0,303 -0,237 -0,126 -0,910 -0,768 -0,753 -0,646 -0,206 -0,251 -1,112 -0,212 0,373 -0,256 -0,477 -1,112 -1,657 -0,402 -0,402 0,379 0,822 0,524 0,185 - RC -0,868 0,242 5,036 73,479 0,242 0,902 -0,715 0,325 -0,965 0,243 -1,607 0,135 -1,451 0,172 -0,717 0,333 -0,038 0,622 0,066 0,779 -0,218 0,589 -0,358 0,441 0,331 1,081 0,367 1,121 0,500 1,267 0,712 1,513 0,047 0,862 0,748 1,402 0,263 0,996 0,179 0,940 0,319 1,042 0,532 1,225 -0,166 0,584 -0,188 0,620 -0,215 0,616 -0,102 0,688 0,578 1,204 0,199 0,974 -0,320 0,489 1,894 2,319 3,113 5,714 1,626 1,984 1,091 1,359 0,550 0,755 0,013 0,440 0,724 1,175 0,806 1,224 1,391 2,423 1,630 3,408 1,434 2,662 1,141 1,941 - Categorias de referência das variáveis: restrição de atividades rotineiras - sem restrição; sexo - masculino; faixa etária – menores de 5 anos; tamanho da família - 1 pessoa; renda familiar per capita - menos de 0,77 slario mínimo (S.M); sexo do chefe - masculino; idade do chefe - (45 - 54) anos; escolaridade do chefe -superior ou mais e mercado de trabalho do chefe - empregado. 130 Tabela A23: Modelo Hierárquico do uso de serviços de saúde que modela o intercepto com variáveis do segundo nível (família) e controla o efeito não aleatório da restrição de atividades rotineiras com o tamanho da família Modelo 22 Intercepto Restrição ativ. rot. Sexo Faixa etária (anos) Tamanho da família Renda familiar per capita (S.M.) Sexo do chefe Idade do chefe (anos) Escolaridade do chefe Sexo (feminino) X Restrição ativ. rot. (com rest.) X Sexo Var (u0j) Faixa etária (anos) Tamanho da família Faixa etária (anos) Com restrição feminino 5-9 10 - 14 15 - 24 25 - 49 50 - 64 65 ou mais 2 pessoas 3 a 5 pessoas 6 ou mais pessoas (0,77; 1,25] (1,25; 2,04] (2,04; 4] 4 ou mais feminino 24 ou menos 25 – 34 35 – 44 55 – 64 65 ou mais Sem instrução Fundamental básico Fundamental 2° grau Feminino 5-9 10 - 14 15 - 24 25 - 49 50 - 64 65 ou mais 2 pessoas 3 a 5 pessoas 6 ou mais pessoas 5-9 10 - 14 15 - 24 25 - 49 50 - 64 65 ou mais Coef. EP -1,417* 4,469* -0,110 -1,127* -1,419* -2,007* -1,765* -1,103* -0,470* -0,234 -0,490* -0,903* 0,060 0,093 0,217 0,391* -0,149 0,345 0,000 -0,058 0,037 0,185 -0,547* -0,488* -0,488* -0,374* -0,709* 0,851 1,679* 0,737 0,310 -0,271 -0,861 -0,082 -0,320 0,745 0,169 0,216 0,890* 1,233* 0,988* 0,664* 3,265 0,284 0,556 0,177 0,208 0,230 0,203 0,158 0,196 0,224 0,174 0,173 0,255 0,127 0,127 0,131 0,149 0,097 0,209 0,135 0,123 0,139 0,156 0,190 0,148 0,137 0,138 0,202 0,537 0,698 0,484 0,404 0,432 0,443 0,437 0,412 0,599 0,287 0,308 0,258 0,206 0,232 0,244 0,159 I. C 95 % (Coef.) L. Inf. L. Sup. -1,974 3,379 -0,457 -1,535 -1,870 -2,405 -2,075 -1,487 -0,909 -0,575 -0,829 -1,403 -0,189 -0,156 -0,040 0,099 -0,339 -0,065 -0,265 -0,299 -0,235 -0,121 -0,919 -0,778 -0,757 -0,644 -1,105 -0,202 0,311 -0,212 -0,482 -1,118 -1,729 -0,939 -1,128 -0,429 -0,394 -0,388 0,384 0,829 0,533 0,186 - RC -0,860 0,242 5,559 87,269 0,237 0,896 -0,719 0,324 -0,968 0,242 -1,609 0,134 -1,455 0,171 -0,719 0,332 -0,031 0,625 0,107 0,791 -0,151 0,613 -0,403 0,405 0,309 1,062 0,342 1,097 0,474 1,242 0,683 1,478 0,041 0,862 0,755 1,412 0,265 1,000 0,183 0,944 0,309 1,038 0,491 1,203 -0,175 0,579 -0,198 0,614 -0,219 0,614 -0,104 0,688 -0,313 0,492 1,904 2,342 3,047 5,360 1,686 2,090 1,102 1,363 0,576 0,763 0,007 0,423 0,775 0,921 0,488 0,726 1,919 2,106 0,732 1,184 0,820 1,241 1,396 2,435 1,637 3,432 1,443 2,686 1,142 1,943 - Categorias de referência das variáveis: restrição de atividades rotineiras - sem restrição; sexo - masculino; faixa etária – menores de 5 anos; tamanho da família - 1 pessoa; renda familiar per capita - menos de 0,77 slario mínimo (S.M); sexo do chefe - masculino; idade do chefe - (45 - 54) anos e escolaridade do chefe -superior ou mais. 131 Tabela A24: Modelo Hierárquico do uso de serviços de saúde que modela o intercepto com variáveis do segundo nível (família) e controla o efeito não aleatório da restrição de atividades rotineiras com a idade do chefe da família Modelo 23 Intercepto Restrição ativ. rot. Sexo Sexo (feminino) X Restrição ativ. rot. (com rest.) X Com restrição Feminino 5–9 10 – 14 15 – 24 Faixa etária (anos) 25 – 49 50 – 64 65 ou mais 2 pessoas Tamanho da família 3 a 5 pessoas 6 ou mais pessoas (0,77; 1,25] Renda familiar per capita (1,25; 2,04] (S.M.) (2,04; 4] 4 ou mais Sexo do chefe Feminino 24 ou menos 25 – 34 Idade do chefe (anos) 35 – 44 55 – 64 65 ou mais Sem instrução Fundamental básico Escolaridade do chefe Fundamental 2° grau Sexo Feminino 5–9 10 – 14 15 – 24 Faixa etária (anos) 25 – 49 50 – 64 65 ou mais 24 ou menos 25 – 34 Idade do chefe 35 – 44 (anos) 55 – 64 65 ou mais 5–9 10 – 14 15 – 24 Faixa etária (anos) 25 – 49 50 – 64 65 ou mais Var (u0j) Coef. EP -1,408* 4,513* -0,105 -1,124* -1,410* -2,004* -1,761* -1,108* -0,495* -0,251 -0,532* -0,830* 0,061 0,095 0,218 0,392* -0,151 0,359 0,032 -0,056 0,069 0,231 -0,548* -0,489* -0,488* -0,379* -0,715* 0,774 1,635* 0,589 0,218 -0,258 -0,683 -0,096 -0,340 -0,005 -0,323 -0,405 0,166 0,200 0,886* 1,230* 0,981* 0,657* 3,270 0,279 0,488 0,176 0,208 0,230 0,203 0,159 0,197 0,225 0,161 0,160 0,235 0,127 0,127 0,131 0,149 0,097 0,217 0,141 0,130 0,147 0,166 0,190 0,148 0,137 0,139 0,202 0,545 0,716 0,502 0,422 0,515 0,536 0,644 0,397 0,346 0,374 0,397 0,287 0,308 0,258 0,206 0,233 0,244 0,159 I. C 95 % (Coef.) L. Inf. L. Sup. -1,955 3,557 -0,450 -1,532 -1,861 -2,402 -2,073 -1,494 -0,936 -0,567 -0,846 -1,291 -0,188 -0,154 -0,039 0,100 -0,341 -0,066 -0,244 -0,311 -0,219 -0,094 -0,920 -0,779 -0,757 -0,651 -1,111 -0,294 0,232 -0,395 -0,609 -1,267 -1,734 -1,358 -1,118 -0,683 -1,056 -1,183 -0,397 -0,404 0,380 0,826 0,524 0,179 - RC -0,861 0,245 5,469 91,195 0,240 0,900 -0,716 0,325 -0,959 0,244 -1,606 0,135 -1,449 0,172 -0,722 0,330 -0,054 0,610 0,065 0,778 -0,218 0,587 -0,369 0,436 0,310 1,063 0,344 1,100 0,475 1,244 0,684 1,480 0,039 0,860 0,784 1,432 0,308 1,033 0,199 0,946 0,357 1,071 0,556 1,260 -0,176 0,578 -0,199 0,613 -0,219 0,614 -0,107 0,685 -0,319 0,489 1,842 2,168 3,038 5,129 1,573 1,802 1,045 1,244 0,751 0,773 0,368 0,505 1,166 0,908 0,438 0,712 0,673 0,995 0,410 0,724 0,373 0,667 0,729 1,181 0,804 1,221 1,392 2,425 1,634 3,421 1,438 2,667 1,135 1,929 - Categorias de referência das variáveis: restrição de atividades rotineiras - sem restrição; sexo - masculino; faixa etária – menores de 5 anos; tamanho da família - 1 pessoa; renda familiar per capita - menos de 0,77 slario mínimo (S.M); sexo do chefe - masculino; idade do chefe - (45 - 54) anos e escolaridade do chefe -superior ou mais. 132 Tabela A25: Modelo Hierárquico do uso de serviços de saúde que modela o intercepto com variáveis do segundo nível (família) e controla o efeito não aleatório da restrição de atividades rotineiras com o mercado de trabalho do chefe da família Modelo 24 Intercepto Restrição ativ. rot. Sexo Faixa etária (anos) Tamanho da família Renda familiar per capita (S.M.) Sexo do chefe Idade do chefe (anos) Escolaridade do chefe Mercado do chefe Sexo (feminino) X Restrição ativ. rot. (com rest.) X Sexo Var (u0j) Faixa etária (anos) Mercado do chefe Faixa etária (anos) Com restrição feminino 5-9 10 - 14 15 - 24 25 - 49 50 - 64 65 ou mais 2 pessoas 3 a 5 pessoas 6 ou mais pessoas (0,77; 1,25] (1,25; 2,04] (2,04; 4] 4 ou mais feminino 24 ou menos 25 – 34 35 – 44 55 – 64 65 ou mais Sem instrução Fundamental básico Fundamental 2° grau Desempregado Fora da população ativa Feminino 5-9 10 - 14 15 - 24 25 - 49 50 - 64 65 ou mais Desempregado Fora da população ativa 5-9 10 - 14 15 - 24 25 - 49 50 - 64 65 ou mais Coef. EP -1,414* 4,265* -0,103 -1,125* -1,415* -2,008* -1,762* -1,101* -0,478* -0,249 -0,529* -0,819* 0,077 0,112 0,236 0,412* -0,149 0,341 0,005 -0,062 0,041 0,205 -0,538* -0,479* -0,485* -0,376* 0,131 -0,025 -0,721* 0,851 1,763* 0,696 0,325 -0,259 -0,801 0,493 0,000 0,162 0,201 0,886* 1,226* 0,978* 0,661* 3,271 0,280 0,380 0,177 0,208 0,230 0,203 0,158 0,196 0,224 0,161 0,160 0,236 0,129 0,129 0,134 0,152 0,100 0,209 0,136 0,124 0,142 0,168 0,190 0,148 0,137 0,139 0,215 0,120 0,202 0,538 0,701 0,481 0,402 0,440 0,461 0,553 0,255 0,287 0,308 0,258 0,207 0,233 0,244 0,159 I. C 95 % (Coef.) L. Inf. L. Sup. -1,963 3,520 -0,450 -1,533 -1,866 -2,406 -2,072 -1,485 -0,917 -0,565 -0,843 -1,282 -0,176 -0,141 -0,027 0,114 -0,345 -0,069 -0,262 -0,305 -0,237 -0,124 -0,910 -0,769 -0,754 -0,648 -0,290 -0,260 -1,117 -0,203 0,389 -0,247 -0,463 -1,121 -1,705 -0,591 -0,500 -0,401 -0,403 0,380 0,820 0,521 0,183 - RC -0,865 0,243 5,010 71,165 0,244 0,902 -0,717 0,325 -0,964 0,243 -1,610 0,134 -1,452 0,172 -0,717 0,333 -0,039 0,620 0,067 0,780 -0,215 0,589 -0,356 0,441 0,330 1,080 0,365 1,119 0,499 1,266 0,710 1,510 0,047 0,862 0,751 1,406 0,272 1,005 0,181 0,940 0,319 1,042 0,534 1,228 -0,166 0,584 -0,189 0,619 -0,216 0,616 -0,104 0,687 0,552 1,140 0,210 0,975 -0,325 0,486 1,905 2,342 3,137 5,830 1,639 2,006 1,113 1,384 0,603 0,772 0,103 0,449 1,577 1,637 0,500 1,000 0,725 1,176 0,805 1,223 1,392 2,425 1,632 3,408 1,435 2,659 1,139 1,937 - Categorias de referência das variáveis: restrição de atividades rotineiras - sem restrição; sexo - masculino; faixa etária – menores de 5 anos; tamanho da família - 1 pessoa; renda familiar per capita - menos de 0,77 slario mínimo (S.M); sexo do chefe - masculino; idade do chefe - (45 - 54) anos; escolaridade do chefe -superior ou mais e mercado de trabalho do chefe - empregado. 133 Tabela A26: Modelo Hierárquico do uso de serviços de saúde que modela o intercepto com variáveis do segundo nível (família) e controla o efeito não aleatório do sexo com a renda familiar per capita Modelo 25 Intercepto Restrição ativ. rot. Sexo Faixa etária (anos) Tamanho da família Renda familiar per capita (S.M.) Sexo do chefe Idade do chefe (anos) Sexo (feminino) X Restrição ativ. rot. (com rest.) X Escolaridade do chefe Var (u0j) Sexo Faixa etária (anos) Faixa etária (anos) Com restrição feminino 5-9 10 - 14 15 - 24 25 - 49 50 - 64 65 ou mais 2 pessoas 3 a 5 pessoas 6 ou mais pessoas (0,77; 1,25] (1,25; 2,04] (2,04; 4] 4 ou mais feminino 24 ou menos 25 – 34 35 – 44 55 – 64 65 ou mais Sem instrução Fundamental básico Fundamental 2° grau Feminino 5-9 10 - 14 15 - 24 25 - 49 50 - 64 65 ou mais 5-9 10 - 14 15 - 24 25 - 49 50 - 64 65 ou mais (0,77; 1,26] (1,26; 2,04] Renda familiar per capita (S,M,) (2,04; 4] 4 ou mais Coef. EP -1,370* 4,301* -0,147 -1,120* -1,408* -2,000* -1,753* -1,094* -0,464* -0,248 -0,531* -0,826* -0,053 0,151 0,103 0,394* -0,152 0,350 0,001 -0,056 0,035 0,183 -0,549* -0,485* -0,486* -0,374* -0,711* 0,834 1,741* 0,685 0,293 -0,289 -0,829 0,159 0,197 0,882* 1,219* 0,720* 0,650* 0,181 -0,093 0,182 -0,001 3,258 0,281 0,377 0,196 0,208 0,230 0,205 0,161 0,199 0,225 0,160 0,159 0,235 0,179 0,173 0,180 0,190 0,097 0,208 0,134 0,122 0,139 0,156 0,189 0,148 0,137 0,138 0,202 0,536 0,697 0,480 0,399 0,423 0,425 0,287 0,308 0,260 0,210 0,238 0,249 0,196 0,189 0,190 0,186 0,158 I. C 95 % (Coef.) L. Inf. L. Sup. -1,921 3,562 -0,531 -1,528 -1,859 -2,402 -2,069 -1,484 -0,905 -0,562 -0,843 -1,287 -0,404 -0,188 -0,250 0,022 -0,342 -0,058 -0,262 -0,295 -0,237 -0,123 -0,919 -0,775 -0,755 -0,644 -1,107 -0,217 0,375 -0,256 -0,489 -1,118 -1,662 -0,404 -0,407 0,372 0,807 0,254 0,162 -0,203 -0,463 -0,190 -0,366 - RC -0,819 0,254 5,040 73,774 0,237 0,863 -0,712 0,326 -0,957 0,245 -1,598 0,135 -1,437 0,173 -0,704 0,335 -0,023 0,629 0,066 0,780 -0,219 0,588 -0,365 0,438 0,298 0,948 0,490 1,163 0,456 1,108 0,766 1,483 0,038 0,859 0,758 1,419 0,264 1,001 0,183 0,946 0,307 1,036 0,489 1,201 -0,179 0,578 -0,195 0,616 -0,217 0,615 -0,104 0,688 -0,315 0,491 1,885 2,303 3,107 5,703 1,626 1,984 1,075 1,340 0,540 0,749 0,004 0,436 0,722 1,172 0,801 1,218 1,392 2,416 1,631 3,384 1,186 2,054 1,138 1,916 0,565 1,198 0,277 0,911 0,554 1,200 0,364 0,999 - Categorias de referência das variáveis: restrição de atividades rotineiras - sem restrição; sexo - masculino; faixa etária – menores de 5 anos; tamanho da família - 1 pessoa; renda familiar per capita - menos de 0,77 slario mínimo (S.M); sexo do chefe - masculino; idade do chefe - (45 - 54) anos e escolaridade do chefe -superior ou mais. 134 Tabela A27: Modelo Hierárquico do uso de serviços de saúde que modela o intercepto com variáveis do segundo nível (família) e controla o efeito não aleatório do sexo com a idade do chefe da família Modelo 26 Intercepto Restrição ativ. rot. Sexo Sexo (feminino) X Restrição ativ. rot. (com rest.) X Com restrição feminino 5-9 10 - 14 15 - 24 Faixa etária (anos) 25 - 49 50 - 64 65 ou mais 2 pessoas Tamanho da família 3 a 5 pessoas 6 ou mais pessoas (0,77; 1,25] Renda familiar per capita (1,25; 2,04] (S.M.) (2,04; 4] 4 ou mais Sexo do chefe feminino 24 ou menos 25 – 34 Idade do chefe (anos) 35 – 44 55 – 64 65 ou mais Sem instrução Fundamental básico Escolaridade do chefe Fundamental 2° grau Sexo Feminino 5-9 10 - 14 15 - 24 Faixa etária (anos) 25 - 49 50 - 64 65 ou mais 5-9 10 - 14 15 - 24 Faixa etária (anos) 25 - 49 50 - 64 65 ou mais 24 ou menos 25 – 34 Idade do chefe 35 – 44 (anos) 55 – 64 65 ou mais Var (u0j) Coef. EP -1,524* 4,287* 0,096 -1,116* -1,412* -1,984* -1,751* -1,063* -0,535 -0,252 -0,534* -0,831* 0,061 0,095 0,215 0,392* -0,154 0,541 0,098 0,122 0,184 0,440 -0,547* -0,483* -0,486* -0,374* -0,701* 0,838 1,724* 0,683 0,307 -0,281 -0,824 0,152 0,198 0,860* 1,208* 0,948* 0,818* -0,313 -0,140 -0,275 -0,245 -0,367 3,266 0,300 0,377 0,241 0,211 0,236 0,211 0,164 0,230 0,304 0,161 0,160 0,235 0,127 0,127 0,131 0,149 0,097 0,280 0,197 0,181 0,203 0,275 0,189 0,148 0,137 0,138 0,201 0,536 0,698 0,481 0,400 0,424 0,426 0,292 0,318 0,269 0,217 0,289 0,363 0,322 0,212 0,194 0,222 0,297 0,159 I. C 95 % (Coef.) L. Inf. L. Sup. -2,112 3,548 -0,376 -1,530 -1,875 -2,398 -2,072 -1,514 -1,131 -0,568 -0,848 -1,292 -0,188 -0,154 -0,042 0,100 -0,344 -0,008 -0,288 -0,233 -0,214 -0,099 -0,917 -0,773 -0,755 -0,644 -1,095 -0,213 0,356 -0,260 -0,477 -1,112 -1,659 -0,420 -0,425 0,333 0,783 0,382 0,107 -0,944 -0,556 -0,655 -0,680 -0,949 - RC -0,936 0,218 5,026 72,748 0,568 1,101 -0,702 0,328 -0,949 0,244 -1,570 0,138 -1,430 0,174 -0,612 0,345 0,061 0,586 0,064 0,777 -0,220 0,586 -0,370 0,436 0,310 1,063 0,344 1,100 0,472 1,240 0,684 1,480 0,036 0,857 1,090 1,718 0,484 1,103 0,477 1,130 0,582 1,202 0,979 1,553 -0,177 0,579 -0,193 0,617 -0,217 0,615 -0,104 0,688 -0,307 0,496 1,889 2,312 3,092 5,607 1,626 1,980 1,091 1,359 0,550 0,755 0,011 0,439 0,724 1,164 0,821 1,219 1,387 2,363 1,633 3,347 1,514 2,581 1,529 2,266 0,318 0,731 0,276 0,869 0,105 0,760 0,190 0,783 0,215 0,693 - Categorias de referência das variáveis: restrição de atividades rotineiras - sem restrição; sexo - masculino; faixa etária – menores de 5 anos; tamanho da família - 1 pessoa; renda familiar per capita - menos de 0,77 slario mínimo (S.M); sexo do chefe - masculino; idade do chefe - (45 - 54) anos e escolaridade do chefe -superior ou mais. 135 Tabela A28: Modelo Hierárquico do uso de serviços de saúde que modela o intercepto com as variáveis: tamanho da família, renda familiar per capita, sexo do chefe da família, idade do chefe da família e escolaridade do chefe da família Modelo 27 Intercepto Restrição ativ. rot. Sexo Faixa etária (anos) Tamanho da família Renda familiar per capita (S.M.) Sexo do chefe Idade do chefe (anos) Sexo (feminino) X Restrição ativ. rot. (com rest.) X Escolaridade do chefe Var (u0j) Sexo Faixa etária (anos) Faixa etária (anos) Com restrição feminino 5-9 10 - 14 15 - 24 25 - 49 50 - 64 65 ou mais 2 pessoas 3 a 5 pessoas 6 ou mais pessoas (0,77; 1,25] (1,25; 2,04] (2,04; 4] 4 ou mais feminino 24 ou menos 65 ou mais Sem instrução Fundamental básico Fundamental 2° grau Feminino 5-9 10 - 14 15 - 24 25 - 49 50 - 64 65 ou mais 5-9 10 - 14 15 - 24 25 - 49 50 - 64 65 ou mais Coef. EP -1,417* 4,290* -0,104 -1,126* -1,418* -2,000* -1,761* -1,078* -0,467* -0,246 -0,532* -0,826* 0,062 0,098 0,223 0,402* -0,149 0,360 0,184 -0,531* -0,471* -0,477* -0,371* -0,710* 0,837 1,731* 0,680 0,298 -0,280 -0,821 0,162 0,203 0,885* 1,226* 0,976* 0,661* 3,240 0,253 0,376 0,176 0,207 0,228 0,200 0,157 0,186 0,220 0,160 0,159 0,234 0,126 0,125 0,130 0,145 0,096 0,191 0,138 0,186 0,145 0,136 0,138 0,201 0,536 0,696 0,479 0,399 0,423 0,425 0,286 0,307 0,257 0,206 0,232 0,243 0,158 I. C 95 % (Coef.) L. Inf. L. Sup. -1,913 3,553 -0,449 -1,532 -1,865 -2,392 -2,069 -1,443 -0,898 -0,560 -0,844 -1,285 -0,185 -0,147 -0,032 0,118 -0,337 -0,014 -0,086 -0,896 -0,755 -0,744 -0,641 -1,104 -0,214 0,367 -0,259 -0,484 -1,109 -1,654 -0,399 -0,399 0,381 0,822 0,521 0,185 - RC -0,921 0,242 5,027 72,966 0,241 0,901 -0,720 0,324 -0,971 0,242 -1,608 0,135 -1,453 0,172 -0,713 0,340 -0,036 0,627 0,068 0,782 -0,220 0,587 -0,367 0,438 0,309 1,064 0,343 1,103 0,478 1,250 0,686 1,495 0,039 0,862 0,734 1,433 0,454 1,202 -0,166 0,588 -0,187 0,624 -0,210 0,621 -0,101 0,690 -0,316 0,492 1,888 2,309 3,095 5,646 1,619 1,974 1,080 1,347 0,549 0,756 0,012 0,440 0,723 1,176 0,805 1,225 1,389 2,423 1,630 3,408 1,431 2,654 1,137 1,937 - Categorias de referência das variáveis: restrição de atividades rotineiras - sem restrição; sexo - masculino; faixa etária – menores de 5 anos; tamanho da família - 1 pessoa; renda familiar per capita - menos de 0,77 slario mínimo (S.M); sexo do chefe - masculino; idade do chefe - (25 - 64) anos e escolaridade do chefe -superior ou mais. 136 Apêndice B: Aproximações para o coeficiente de correlação intraclasse em respostas não lineares Este apêndice descreve os métodos de expansão de Taylor (método 1) e simulação (método 2), apresentados por Goldstein, Brownw & Rasbash (2000), para o calculo do coeficiente de correlação intraclasse. O modelo hierárquico para resposta binária pode ser estruturado inicialmente da seguinte forma: E (yij) = ij = g (0 + 1ij x1ij + u0j) (A.1) yij ~ Bernoulli (ij) u0j ~ N(0, u20 ) O método 1 usa expansão de Taylor de primeira ordem e pode escrever a equação (A.1) da seguinte forma: yij = (0 + 1ij x1ij) ij’ + u0j ij’ + eij ij 1 ij var (e0ij) = 1 onde ij é calculado para a média da distribuição do efeito aleatório do segundo nível, isto é (para o modelo logístico): ij = exp (0 + 1ij x1ij)[1 + exp (0 + 1ij x1ij)]-1 ij’ = ij [1+exp (0 + 1ij x1ij)]-1 tal que, para um dado valor de x1 tem-se: var (yij | x1ij) = u20 2ij [1+exp (0 + 1ij x1ij)]-2 + ij 1 ij e = u20 2ij [1+exp (0 + 1ij x1ij)]-2 { u20 2ij [1+exp (0 + 1ij x1ij)]-2 + ij 1 ij }-1 onde as estimativas amostrais são substituídas. (A.2) 137 O método 2 calcula o coeficiente de correlação intraclasse, a partir de três passos: 1) com o ajuste do modelo A.1, simula-se um grande número “m” (em torno de 5000) de valores para o resíduo do segundo nível, a partir da distribuição N (0, u20 ), usando a estimativa amostral da variância. 2) para uma particular escolha do valor de x1, calculam-se os m valores correspondentes de ij *ij usando A.2. Para cada um destes valores a variância do primeiro nível será v 1ij = *ij 1 *ij . 3) o coeficiente agora é estimado como: = v2(v2+v1)-1 v2 = var *ij ; v1= E(v1ij) A seguir estão os macros do MLwin para o cálculo dos dois primeiros métodos de aproximação do coeficiente de correlação intraclasse para qualquer modelo binomial de dois níveis. Os macros requerem a lista de valores de “x”, para os quais a correlação de intraclasse será calculada na coluna c151. A coluna c152 contém o subconjunto de c151, que tem efeitos aleatórios. Estes macros podem ser executados na janela de macro do MlwiN. Os comandos Print b7 e b8 exibem os resultados do método 1 e do método 2, respectivamente na janela output. 138 Macro para o calculo do coeficiente de correlação intraclasse por expansão de Taylor (método 1): note c151 contains values for set of x variables for which note: to calculate intraclass correlation note c152 contains subset of c151 with random effects at level 2 note calculate (XB) and store in b2 and pi=antilogit(XB) in b3 calc c153=(~c151)*.c98 pick 1 c153 b2 note calc. Le.l 2 variance for chosen vals. of expl. Vars: store in b4 calc c153= (~c152) *. omega(2) *. c152 pick 1 c153 b4 note pi^2*Su^2. Su is level 2 variance matrix calc b3=alog(b2) calc b5=b3^2*b4 calc b6=b5/(1+expo(b2))^2 calc b7=b6/(b6+b3*(1-b3)) Print b7 139 Macro para o calculo do coeficiente de correlação intraclasse por simulação (método 2): note c151 contains values for set of x variables for which note: to calculate intraclass correlation note c152 contains subset of c151 with random effects at level 2 note calculate (XB) and store in b2 calc c153=(~c151)*.c98 pick 1 c153 b2 note calc. Le.l 2 variance for chosen vals. of expl. Vars: store in b4 calc c153= (~c152) *. omega(2) *. c152 pick 1 c153 b4 nran 5000 c154 calc c154=alog(c154*b4^0.5+b2) aver c154 b1 b3 b2 calc c154=c154*(1-c154) aver c154 b5 b1 calc b8=b2^2/(b1+b2^2) Print b8 140 Apêndice C: Convergência da cadeia para os parâmetros estimados pelo método MCMC Intercepto Restrição ativ. rot. (com restrição) Sexo (feminino) Faixa etária (anos) 5–9 141 10 – 14 15 – 24 25 – 49 50 – 64 65 ou mais 142 Tamanho da família 2 pessoas 3 a 5 pessoas 6 ou mais pessoas Renda familiar per capita (S.M.) (0,77; 1,26] (1,26; 2,04] 143 (2,04; 4] 4 ou mais Sexo do chefe (feminino) Idade do chefe (anos) 24 ou menos 65 ou mais 144 Escolaridade do chefe Sem instrução Fundamental básico Fundamental 2° grau Interação - Restrição ativ. rot. (com restrição) X Sexo (feminino) 145 Interação - Restrição ativ. rot. X Faixa etária (anos) (com restrição) X (5 – 9) (com restrição) X (10 – 14) (com restrição) X (15 – 24) (com restrição) X (25 – 49) (com restrição) X (50 – 64) 146 (com restrição) X (65 ou mais) Interação - Sexo. X Faixa etária (anos) (feminino) X (5 – 9) (feminino) X (10 – 14) (feminino) X (15 – 24) (feminino) X (25 – 49) 147 (feminino) X (50 – 64) (feminino) X (65 ou mais) 2(uj) 148 Apêndice D: Resultados obtidos a partir da distribuição (a posteriori) da razão de chances Tabela D1: Resultados obtidos a partir da distribuição (a posteriori) da razão de chances das variáveis presentes no modelo 27 (abordagem bayesiana - MCMC) moda Sexo (feminino) X Restrição ativ. rot. (com rest.) X Intercepto Restrição ativ. rot. (com restrição) Sexo feminino 5-9 10 - 14 15 - 24 Faixa etária (anos) 25 - 49 50 - 64 65 ou mais 2 pess. Tamanho da 3 a 5 pess. família 6 ou mais pess. (0,77; 1,25] Renda familiar (1,25; 2,04] per capita (S.M.) (2,04; 4] 4 ou mais Sexo do chefe feminino Idade do chefe 24 ou menos (anos) 65 ou mais Sem instrução Escolaridade do Fund. básico chefe Fundamental 2° grau Sexo Feminino 5-9 10 - 14 Faixa 15 - 24 etária (anos) 25 - 49 50 - 64 65 ou mais 5-9 10 – 14 Faixa 15 – 24 etária (anos) 25 – 49 50 – 64 65 ou mais média DP 2,5% 0,259* 0,271 0,057 0,172 54,763* 62,137 22,789 30,015 0,911 0,939 0,145 0,686 0,342* 0,353 0,063 0,243 0,256* 0,265 0,050 0,179 0,147* 0,151 0,025 0,107 0,189* 0,193 0,026 0,145 0,357* 0,366 0,059 0,262 0,650* 0,673 0,132 0,447 0,773 0,788 0,106 0,603 0,582* 0,594 0,078 0,455 0,423* 0,439 0,084 0,298 1,040 1,052 0,105 0,861 1,085 1,098 0,109 0,900 1,226* 1,243 0,129 1,011 1,437* 1,461 0,172 1,156 0,857 0,863 0,067 0,739 1,386* 1,423 0,221 1,037 1,142 1,159 0,135 0,920 0,614* 0,627 0,095 0,459 0,646* 0,657 0,078 0,518 0,646* 0,655 0,073 0,524 0,707* 0,718 0,081 0,572 0,490* 0,507 0,095 0,345 2,233 2,435 1,285 0,828 4,981* 6,002 4,317 1,496 1,845 2,078 0,981 0,785 1,278 1,410 0,536 0,641 0,737 0,824 0,334 0,355 0,436* 0,493 0,201 0,212 1,124 1,199 0,300 0,720 1,164 1,245 0,326 0,735 2,284* 2,385 0,526 1,533 3,126* 3,243 0,596 2,261 2,458* 2,568 0,526 1,701 1,800* 1,891 0,419 1,208 Quantis 5% 50% 95% 97,5% 0,186 0,266 0,373 0,397 33,391 58,114 104,784 118,629 0,722 0,928 1,191 1,248 0,259 0,348 0,463 0,489 0,190 0,261 0,354 0,375 0,113 0,149 0,195 0,205 0,152 0,191 0,238 0,248 0,276 0,362 0,468 0,492 0,476 0,662 0,909 0,966 0,627 0,780 0,972 1,015 0,474 0,588 0,731 0,761 0,316 0,431 0,590 0,626 0,889 1,047 1,234 1,271 0,930 1,093 1,286 1,326 1,043 1,235 1,466 1,515 1,200 1,450 1,760 1,828 0,757 0,860 0,978 1,001 1,090 1,406 1,814 1,906 0,951 1,151 1,390 1,442 0,483 0,621 0,796 0,833 0,538 0,653 0,794 0,823 0,542 0,651 0,783 0,810 0,593 ,0713 0,859 0,892 0,366 0,498 0,675 0,716 0,964 2,157 4,838 5,632 1,788 4,865 13,957 17,409 0,907 1,879 3,915 4,504 0,719 1,318 2,398 2,678 0,402 0,766 1,437 1,634 0,239 0,458 0,866 0,979 0,778 1,161 1,743 1,889 0,795 1,201 1,836 1,994 1,637 2,329 3,328 3,561 2,385 3,188 4,281 4,548 1,809 2,516 3,510 3,752 1,297 1,844 2,642 2,839 Categorias de referência das variáveis: restrição de atividades rotineiras - sem restrição; sexo - masculino; faixa etária – menores de 5 anos; tamanho da família - 1 pessoa; renda familiar per capita - menos de 0,77 slario mínimo (S.M); sexo do chefe - masculino; idade do chefe - (25 - 64) anos e escolaridade do chefe -superior ou mais. 149 Tabela D2: Resultados obtidos a partir da distribuição (a posteriori) da razão de chances, em uma mesma família, por restrição de atividades rotineiras, do sexo e da faixa etária Masculino Feminino Masculino Sexo Feminino com restrição Sem restrição Restrição Faixa etária (anos) 4 ou menos 5-9 10 - 14 15 - 24 25 - 49 50 - 64 65 ou mais 4 ou menos 5-9 10 - 14 15 - 24 25 - 49 50 - 64 65 ou mais 4 ou menos 5-9 10 - 14 15 - 24 25 - 49 50 - 64 65 ou mais 4 ou menos 5-9 10 - 14 15 - 24 25 - 49 50 - 64 65 ou mais moda média 1.000 0,342* 0,256* 0,147* 0,189* 0,357* 0,650* 0,911 0,369* 0,286* 0,318* 0,562* 0,835 1,113 54,763* 41,291* 73,630* 15,712* 14,208* 15,502* 16,786* 25,553* 22,182* 41,948* 16,702* 21,032* 18,153* 14,489* 1.000 0,353 0,265 0,151 0,193 0,366 0,673 0,939 0,380 0,296 0,325 0,570 0,852 1,148 62,137 47,355 86,989 17,308 15,112 16,665 18,335 28,887 25,433 48,867 18,543 22,148 19,326 15,480 DP 0.000 0,063 0,050 0,025 0,026 0,059 0,132 0,145 0,067 0,054 0,047 0,070 0,124 0,198 22,789 19,762 53,353 6,037 3,575 4,354 5,349 11,000 10,525 30,946 6,158 4,636 4,874 3,881 2,5% 1.000 0,243 0,179 0,107 0,145 0,262 0,447 0,686 0,264 0,202 0,241 0,441 0,630 0,802 30,015 20,477 27,208 8,575 9,321 9,828 10,114 13,081 10,940 14,366 9,354 14,162 11,602 9,230 5% 1.000 0,259 0,190 0,113 0,152 0,276 0,476 0,722 0,279 0,215 0,253 0,461 0,663 0,850 33,391 23,113 31,567 9,487 10,050 10,621 11,018 14,739 12,395 17,029 10,362 15,455 12,521 9,970 Quantis 50% 95% 97,5% 1.000 1.000 1.000 0,348 0,463 0,489 0,261 0,354 0,375 0,149 0,195 0,205 0,191 0,238 0,248 0,362 0,468 0,492 0,662 0,909 0,966 0,928 1,191 1,248 0,375 0,499 0,527 0,291 0,392 0,416 0,322 ,0408 0,427 0,566 0,690 0,716 0,844 1,071 1,120 1,132 1,499 1,580 58,114 104,784 118,629 43,571 84,538 95,756 73,604 187,019 227,012 16,340 28,483 31,788 14,700 21,633 23,289 16,088 24,597 26,743 17,579 28,195 30,952 27,049 49,376 55,395 23,400 45,195 51,644 41,092 106,632 129,183 17,581 29,950 33,186 21,648 30,556 32,612 18,710 28,145 30,390 15,013 22,593 24,378 Categorias de referência: sem restrição ativ. rot., sexo masculino e faixa etária de 4 anos ou menos. Tabela D3: Resultados obtidos, separadamente por restrição de atividades rotineiras, a partir da distribuição (a posteriori) da razão de chances, em uma mesma família, para a diferença logit entre sexos (estratificado por faixa etária) Sem restrição Restrição com restrição Feminino Sexo Faixa etária (anos) 4 ou menos 5-9 10 - 14 15 - 24 25 - 49 50 - 64 65 ou mais 4 ou menos 5-9 10 - 14 15 - 24 25 - 49 50 - 64 65 ou mais moda 0,911 1,056 1,087 2,125* 2,938* 2,307* 1,692* 0,452* 0,517* 0,537* 1,042 1,439* 1,143 0,829 média 0,939 0,099 1,141 2,187 2,972 2,354 1,734 0,475 0,555 0,578 1,105 1,502 1,188 0,874 DP 0,145 0,211 0,236 0,334 0,269 0,312 0,270 0,112 0,144 0,162 0,258 0,293 0,251 0,195 2,5% 0,686 0,743 0,751 1,607 2,484 1,806 1,263 0,291 0,323 0,325 0,687 1,009 0,771 0,556 Quantis 5% 50% 95% 97,5% 0,722 0,928 1,191 1,248 0,791 1,079 1,476 1,570 0,798 1,117 1,564 1,665 1,686 2,161 2,783 2,916 2,556 2,960 3,435 3,533 1,879 2,333 2,904 3,027 1,323 1,715 2,207 2,319 0,313 0,463 0,678 0,728 0,352 0,538 0,816 0,881 0,353 0,557 0,872 0,952 0,739 1,076 1,573 1,690 1,073 1,473 2,024 2,153 0,825 1,163 1,639 1,756 0,595 0,853 1,229 1,315 Categoria de referência: sexo masculino, em cada faixa etária, para as pessoas sem restrição ativ. rot. e com restrição ativ. rot. respectivamente. 150 Tabela D4: Resultados obtidos, separadamente por restrição de atividades rotineiras, a partir da distribuição (a posteriori) da razão de chances, em uma mesma família, para a diferença logit entre faixas etárias (estratificado por sexo) Masculino Feminino Masculino Sexo Feminino com restrição Sem restrição Restrição Faixa etária (anos) 4 ou menos 5-9 10 - 14 15 - 24 25 - 49 50 - 64 65 ou mais 4 ou menos 5-9 10 - 14 15 - 24 25 - 49 50 - 64 65 ou mais 4 ou menos 5-9 10 - 14 15 - 24 25 - 49 50 - 64 65 ou mais 4 ou menos 5-9 10 - 14 15 - 24 25 - 49 50 - 64 65 ou mais moda 1.000 0,342* 0,256* 0,147* 0,189* 0,357* 0,650* 1.000 0,396* 0,309* 0,342* 0,602* 0,896 1,196 1.000 0,753 1,261 0,265* 0,240* 0,261* 0,292* 1.000 0,851 1,535 0,619 0,774 0,666 0,520 média 1.000 0,353 0,265 0,151 0,193 0,366 0,673 1.000 0,410 0,319 0,351 0,614 0,919 1,237 1.000 0,845 1,556 0,309 0,270 0,298 0,328 1.000 0,980 1,884 0,718 0,857 0,748 0,600 DP 0.000 0,063 0,050 0,025 0,026 0,059 0,132 0.000 0,073 0,059 0,052 0,078 0,136 0,216 0.000 0,444 1,094 0,146 0,103 0,120 0,139 0.000 0,508 1,356 0,332 0,320 0,299 0,243 2,5% 1.000 0,243 0,179 0,107 0,145 0,262 0,447 1.000 0,285 0,218 0,260 0,477 0,681 0,867 1.000 0,288 0,394 0,116 0,120 0,128 0,134 1.000 0,336 0,467 0,276 0,394 0,325 0,260 Quantis 5% 50% 95% 97,5% 1.000 1.000 1.000 1.000 0,259 0,348 0,463 0,489 0,190 0,261 0,354 0,375 0,113 0,149 0,195 0,205 0,152 0,191 0,238 0,248 0,276 0,362 0,468 0,492 0,476 0,662 0,909 0,966 1.000 1.000 1.000 1.000 0,302 0,403 0,541 0,572 0,232 0,314 0,424 0,448 0,272 0,347 0,442 0,462 0,496 0,609 0,750 0,782 0,714 0,908 1,160 1,214 0,916 1,219 1,619 1,714 1.000 1.000 1.000 1.000 0,338 0,747 1,670 1,956 0,472 1,271 3,606 4,400 0,134 0,280 0,583 0,676 0,136 0,253 0,460 0,515 0,145 0,277 0,522 0,589 0,153 0,302 0,589 0,670 1.000 1.000 1.000 1.000 0,391 0,870 1,938 2,259 0,563 1,531 4,394 5,451 0,318 0,652 1,338 1,541 0,444 0,804 1,447 1,622 0,370 0,696 1,299 1,467 0,294 0,556 1,054 1,190 Categoria de referência: faixa etária de 4 anos ou menos, em cada um dos sexos, para as pessoas sem restrição ativ. rot. e com restrição ativ. rot. respectivamente. 151 Referência bibliográfica AITKIN, M., ANDERSON, D. & HINDE, J. 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