O CONSUMO DE IDÉIAS E AS ADOLESCENTES: parceiros
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O CONSUMO DE IDÉIAS E AS ADOLESCENTES: parceiros
O CONSUMO DE IDÉIAS E AS ADOLESCENTES: parceiros inseparáveis na sociedade do “tudo pronto”. Silas Gutierrez 1 RESUMO: Este artigo propõe um estudo sobre a metáfora em revistas femininas para adolescentes, demonstrando, por meio do modelo de texto exortativo proposto por Longacre (1992), como a metáfora, inserida estrategicamente no texto, pode direcionar a leitura da adolescente em prol de uma única interpretação. Palavras-chave: metáfora – léxico – interpretação de texto ABSTRACT: This article proposes a study on the metaphor in women's magazines for female teenagers, demonstrating, through the exortative text proposed by Longacre (1992) as a metaphor, strategically placed in the text, can direct the reading of the female teenager for a single interpretation. Keywords: metaphor - lexicon - interpretation of text Introdução Segundo Osterman (1994), “nos últimos anos, o público adolescente transformou-se em um dos grandes alvos da mídia impressa e televisiva, tendo sido visto como consumidor em potencial não só de produtos, mas também de idéias. As revistas femininas para adolescentes – veículo de comunicação de massa cada vez mais freqüente – representam, hoje, mais do que uma fonte de entretenimento; cumprem funções informativas, educativas e até posicionam-se como amigas, conselheiras”. Usando uma estrutura textual bem definida e com poder de persuasão, essas revistas acabam por transferir para si papéis educacionais outrora já estabelecidos na sociedade. O público leitor, em uma fase de incerteza e insegurança, deixa então de consultar profissionais e pessoas a seu alcance para apostar em soluções propostas por uma instituição abstrata e distante de seu cotidiano. 1 Mestre em Língua Portuguesa pela PUC/SP – Professor e Coordenador do Curso de Letras da Faculdade Interação Americana Com base no texto exortativo proposto por Longacre (1992), nos estudos sobre metáfora de Lakoff & Johnson (1980) e Haskell (1987), explicaremos como a revista forma e propaga um conceito social de comportamento feminino, estabelecendo o que é correto e incorreto, aceitável e não aceitável para adolescentes em sua conduta. I – Fundamentação Teórica Textos exortativos são um subtipo do discurso comportamental com a função de modificar o comportamento de seus leitores, influenciando-os para que façam algo que não estejam fazendo ou deixem de fazer o que fazem. Muitos textos em revistas femininas podem ser classificados como exortativos, pois partem de um possível problema da leitora e apresentam soluções a serem seguidas (o que pode ser expresso por comandos bem determinados ou por figuras ou fotos). A seção de que tratamos aqui enquadra-se com precisão nesse caso. Vejamos, brevemente, o modelo elaborado por Longacre (1992) para textos exortativos: Texto exortativo Problema Comando Autoridade Motivação Encarando a metáfora como um fenômeno cognitivo da maior importância, podemos afirmar segundo Zanoto e Palma (1998), que “a metáfora é considerada uma operação cognitiva fundamental, constitutiva da linguagem e do pensamento e, sua interpretação merece atenção especial, por envolver o desenvolvimento do raciocínio analógico e da capacidade interpretativa do leitor”. Analisando o valor argumentativo das metáforas, Perelman e Tyteca (1996) alertam sobre o perigo das metáforas adormecidas, estas não são percebidas como fusão, como união de termos extraídos de áreas diferentes, mas como a aplicação de um vocábulo ao que este designa normalmente; a metáfora, de atuante, tornou-se “adormecida”, característica que aponta melhor do que outros adjetivos (ignorada, esquecida, surrada) sendo que esse estado pode ser apenas transitório, pois essas metáforas podem ser despertadas e tornarem a ser atuantes. A metáfora adormecida pareceu a Whately (1999), na esteira de Stewart e de Copleston, um instrumento muito superior à metáfora atuante, por ter perdido o contato com a idéia primitiva por ela denotada, da mesma forma, Stevenson (1947) admite que, “por sua interpretação ser unívoca, ela pode fornecer uma razão, ao contrário da metáfora atuante, que seria apenas sugestiva”. Segundo Perelman e Tyteca (1996), “seu valor argumentativo é eminente sobretudo, por causa da grande força persuasiva que possuem essas metáforas adormecidas quando, com o apoio de uma técnica ou de outra, elas são novamente postas em ação”. Essa força resulta do fato delas tirarem seus efeitos de um material analógico, facilmente aceito, pois não é somente conhecido mas também integrado, pela linguagem, na tradição cultural. II – Análise do Corpus Diariamente somos motivados a consumir produtos, no entanto, não nos damos conta de que somos consumidores de idéias e que estas propagam um modelo de vida, promovendo uma realidade imaginária, e que desnaturalizá-la só seria possível por meio de uma leitura crítica dos meios de comunicação. Notamos que um dos maiores alvos desse bombardeio de consumo de idéias são nossas adolescentes que, por se encontrarem em uma fase de insegurança e incerteza, acabam por consumir atitudes ditadas por revistas femininas direcionadas a elas. Segundo Tiba (2002), “o adolescente está em franca evolução na procura ativa de sua própria identidade, passa por incontáveis situações que resultam, também, em inúmeros períodos críticos”. Nesse momento, o adolescente passa a ser uma “presa” fácil para o consumo de idéias, que muitas vezes chegam em forma de regras e soluções. Esse papel que as revistas adquirem em suas vidas passa a ser preocupante à medida que reforçam a necessidade e importância de conquistar, seduzir, ficar, paquerar e sentir prazer sexual, em uma seção intitulada Amor, em que sentimentos de fraternidade,amizade, companheirismo não são discutidos. Segundo Tiba (2002a), “hoje em dia, as meninas começam a namorar cedo e trocam de namorado com facilidade, sem aprofundar o relacionamento. O mais preocupante é que liberam muito a parte biológica (animal) sem ter controle racional, quando o que caracteriza o ser humano é o controle e a adequação de seus impulsos biológicos”. A seção Amor apresenta os temas em forma de problemas seguidos de comandos e solução, desprezando a possibilidade da garota aprender pela sua própria experiência seguida por uma auto-reflexão. A solução dos problemas “vem de fora” (externamente), com verbos no imperativo (como se alguém tivesse que determinar o que fazer); a solução, conforme dito acima, não surge da própria menina, da sua necessidade de mudar. Com isso, ao lançar a solução do problema, a adolescente terá assimilado normas, e de acordo com Osterman (1994), “se quiser fazer parte do mundo adulto, aprender a conquistar, precisa aprender regras, ser treinada, caso contrário será rejeitada. E se, no jogo real, ela não houver seduzido o garoto, estará confirmada sua incompetência e sua atitude classificada como desprestígio social”. A menina compra um estilo de vida. Segundo Suplicy (1986), “não existem receitas e nem fórmulas do que seja o “certo”. Os caminhos são individuais, influenciados e limitados pela jaula econômica e cultural de cada um de nós”. NesSe aspecto, consideramos as revistas como ideológicas, já que escolhem o assunto, criam o problema e lançam os comandos. Dessa forma, as revistas atuam como se houvesse um padrão, quer dizer, uma determinada situação seria um problema para uma pessoa, não considerando que essa mesma situação pode não ser ou não ter importância para outra. E que a resposta certo ou errado seria a mesma para todas as leitoras, não considerando a individualidade e organizando-as em um mesmo grupo. Ainda discutindo a ideologia, os temas são destinados exclusivamente à meninas; as revistas não são direcionadas em nenhuma seção a garotos, porque os assuntos são femininos (revelando-se machista); neste sentido, as revistas reforçam, segundo Osterman(1994), “o tradicional papel da mulher e contribuem para dividir o mundo em categorias”. Suplicy (1986) ilustra, “a Mariazinha aprende a botar e tirar a mesa enquanto seu irmão, o João, joga bola, briga, enfrenta a vida. A Mariazinha aprende que para ir à padaria ela precisa do João para acompanhá-la, mesmo se o João for criança, ele é homem e a protege. Essas “vivências” vão ensinando a Mariazinha que o seu valor e a sua segurança dependem do sexo masculino. Ela não tem vida por ela própria. Resultado desse tipo de educação: as Mariazinhas vão criando dúvidas quanto a sua competência. Como conseqüência, se convencem de que precisam ser protegidas, sob pena de não sobreviverem”. Em uma sociedade do “tudo pronto”, em que pensar já não se faz mais que necessário, os adolescentes adquirem um papel de decodificadores do texto impresso pela revista, em um papel de leitor essencialmente passivo e adotam um estilo de vida sem uma reflexão prévia. Aqui, se pode incluir a concepção de assujeitamento, em que, segundo Koch (2003), “o indivíduo não é dono de seu discurso e de sua vontade, sua consciência, quando existe, é produzida de fora e ele pode não saber o que faz e o que diz. Quem fala na verdade é um sujeito anônimo, social, em relação a qual o indivíduo que, em dado momento, ocupa o papel de locutor é dependente, repetidor. Ele tem apenas a ilusão de ser origem de seu enunciado, ilusão necessária de que a ideologia lança mão para fazê-lo pensar que é livre para fazer e dizer o que deseja. Mas, na verdade, ele só diz e faz o que se exige que faça e diga na posição em que se encontra. Isto é, ele está, de fato, inserido em uma ideologia, numa instituição da qual é apenas porta-voz: é um discurso anterior que fala através dele”. Com base no modelo de texto exortativo proposto por Longacre (1992), investigamos a relação de poder existente entre leitora e revista, tendo como corpus para os exemplos a seção Amor da revista Todateen de julho de 2003 que traz dicas de como conquistar, seduzir e sentir prazer sexual. Essa revista é vendida em bancas de jornais pelo Brasil, é consumida por adolescentes femininas entre 11 e 19 anos oriundas de classe média alta e a tiragem mensal é de 200 mil exemplares. Motivação A motivação surge no início da matéria e apresenta um tema que incentiva a menina a continuar lendo e a seguir os comandos. A situação é sempre apresentada em tom conversacional, conferindo um ar de informalidade e proximidade entre leitor e revista, em que, Osterman (1994) caracteriza como sendo uma conversa entre amigas. O exemplo 1 ilustra a situação: Exemplo 1 : Sábado à noite. Para a maioria dos jovens, é o dia e o horário sagrado da balada. E não dá pra imaginar ocasião melhor para conhecer um gatinho e laçá-lo de vez. Comandos Os comandos são sempre apresentados com verbos na forma declarativa do presente do indicativo, na forma imperativa e por meio de adjetivos que naturalizam o problema. Exemplo 2 Primeira atitude : cumprimentá-lo* com toda aquela simpatia, abra* um sorriso, chegue perto, diga um oi, dê um beijinho no rosto, comente* que vai dar uma volta. • grifos meus Autoridade Os temas são escolhidos pela própria revista, em uma posição de autoridade em relação à identidade da garota, isto é, como se todas as garotas passassem pelo mesmo problema, ignorando a individualidade de cada uma. Segundo Suplicy (1986), “o Brasil sendo tão grande e com regiões de costumes tão distintos, o que poderia ser um ponto interessante de reflexão para uma moça de uma grande capital, ou da classe média, torna-se um absurdo para a jovem pobre de uma cidade do Nordeste. Dentro da realidade desta, talvez o casamento seja a solução ou o segundo passo”. De acordo com autora, “na infância, as meninas das camadas mais humildes vão viver o modo tradicional de vida muito precocemente e, de forma parecida com os adultos de seu sexo; elas vão cuidar dos irmãos, cozinhar, ajudar a mãe em todas as tarefas domésticas”. Problema A problematização, muitas vezes, vem implícita no texto por meio de afirmações sobre a falta de conhecimento que as adolescentes têm sobre a conquista. Com isto, a revista incentiva a leitora a aprender as regras e conseqüentemente, a se livrar desse tipo de problema. Exemplo 3 Não vá inventar de discutir coisas chatas ou contar problemas porque aí não há quem agüente. Não é para fazer um cafuné no menino de repente, é claro. Não fique pensando no que vai acontecer depois. Análise do léxico É interessante observar na revista como é concebido metaforicamente a questão do relacionamento íntimo. Determinados conceitos metafóricos, muitas vezes, criados pela revista, levam a uma visão muito particular do que venha a ser relacionamento. Tais apelos exigem leitores com uma competência crítica capaz de aprender a passar da dedução para a indução, do concreto para o abstrato, do superficial para o profundo, da aceitação passiva para a criticidade. Exemplo 4 – Se ele responder positivamente a tudo isso pode começar a investir* de vez. * grifos meus Podemos entender a metáfora “investir”, presente no texto, como uma relação de economia dentro de um relacionamento afetivo em que lucros e prejuízos estão diretamente relacionados a ganhos e perdas de garotos: o sucesso de um relacionamento é resultado de uma soma, enfim é visto como quantidade. Zanoto e Palma (1998) afirmam que “a metáfora está sendo reconhecida como um importante instrumento de cognição, que desempenha um papel central em nossos processos perceptuais e cognitivos”. A metáfora influencia a ação da adolescente sem esta ter consciência. Incluímos, aqui, a afirmação de Perelman e Tyteca (1996) sobre o perigo das metáforas em relação ao seu desgaste. A identidade de meio cultural permite, por si só, o entorpecimento das metáforas. As expressões da linguagem das profissões, da gíria, parecem-nos metafóricas, ao passo que para o usuário, é o modo normal de expressar-se. Exemplo 5Usar suas táticas de conquista e laçá-lo * de vez. Você chegou no lugar e deu de cara com ele, seu alvo.* Notou que dá para atacar * ? * Grifos meus Nos exemplos acima, a revista enxerga o garoto como uma presa que deve ser caçada, só assim a menina terá um sábado sensacional e dias especiais, como confirmará, mais adiante, o exemplo 6. Haskell (1987) sugere que o que é chamado de metáfora é simplesmente uma manifestação lingüística da mais fundamental operação cognitiva. Lakoff e Johnson (1980) descobriram o caráter cognitivo metafórico que permeia a linguagem ordinária e cotidiana, afirmaram também que as metáforas pelas quais vivemos e que regem nossos pensamentos e nossa ação são, na verdade, conceitos metafóricos que se manifestam de diferentes maneiras na língua. Afirmamos, segundo Perelman e Tyteca (1996), que “a figura aqui analisada não será considerada figura de estilo por ter efeito argumentativo, caso não tenha valor argumentativo cairá então à posição de figura de estilo com valor ornamental”. Sobre a metáfora com valor ornamental, podemos nos remeter a um dos estudiosos da retórica, Dumarsais (1824), que admite que “pela metáfora transporta-se, por assim dizer, a significação, que só lhe convém em virtude de uma comparação que existe na mente”. No século IV a.c. a metáfora era considerada como um simples ornamento lingüístico, um desvio da linguagem comum. Na época de Aristóteles, com o domínio do objetivismo, a metáfora não era analisada cognitivamente, não era vista, como estamos demonstrando-a, como processo de raciocínio. Enfim, na tradição dos mestres da retórica, a metáfora era um tropo, ou seja, “uma mudança bem-sucedida de significação de uma palavra ou de uma locução. De acordo com Zanoto e Palma (1998), “toda teoria da metáfora pressupõe uma concepção do processo de compreensão. Assim, na teoria retórica, o processo de compreender consistiria em refazer o caminho da substituição ocorrida na produção e restabelecer, vamos dizer assim, o sentido original, por meio de uma paráfrase exaustiva. Interpretar seria, portanto, refazer o processo da figura, encontrando a palavra substituída”. No exemplo 6, logo abaixo, constatamos que a matéria incentiva e valoriza a conquista e a necessidade de sedução, dita regras para ser feliz e adjetiva como sensacional e especial noites em que a menina possa conquistar um garoto. Segundo Jorge e Heberle (2002), “um texto pode ser lido tanto de forma crítica como de forma não-crítica. Ler um texto de forma não-crítica consiste em extrair a informação que o mesmo fornece sem uma conscientização por parte do leitor de que as ideologias nas quais um texto é baseado podem vir a moldar o comportamento das pessoas”. Ainda, de acordo com Zanoto e Palma (1998) “ao focalizar a metáfora na visão da retórica, como simples recurso lingüístico desviante, é apontado o pressuposto da leitura única e objetiva. Nessa perspectiva, interessa apenas o resultado final, sem se levar em consideração o percurso mental seguido pelo leitor”. Exemplo 6 – O mais importante disso é que você teve um sábado sensacional*, capriche sempre e tenha domingos, segundas, terças... todos os dias muito especiais*. * grifos meus Foi detectado que o pronome pessoal você apareceu quatorze vezes em uma matéria de duas páginas; é o que Fairclough (1989) denomina “personalização sintética”, isto é, formas lingüísticas que sugerem / simulam um ar de informalidade e envolvimento, como se a mensagem fosse dirigida individualmente, de forma pessoal, a uma leitora. Exemplo 7- Você chegou no lugar e deu de cara com ele. Dá ainda pra dizer que você está cansada de ficar ali de pé e quer sentar. Assim, você se mostra presente e não leva fama de chata. Um outro aspecto observado foi a presença do tipo de linguagem que sugere oralidade, conferindo uma aproximação entre leitora e revista. Interessante observar as considerações de Pereira e Almeida (2002) sobre isto: “para estabelecer um contato pessoal, a revista usa estratégias discursivas próprias da linguagem oral, buscando simular uma comunicação em tempo real, uma conversa. Com uma linguagem muito próxima da que as leitoras usam no dia-a-dia, o texto ganha um ar informal, irreverente e, portanto, atraente”. Exemplo 8 - Notou que dá para atacar? Já pensou levar um tombo na frente do carinha? Porque aí não há quem agüente, né ? Será que ele não iria preferir zoar ou curtir? Sem uma leitura crítica dos meios de comunicação seremos levados a consumir idéias, comportamentos e a propagar um estilo de vida, muitas vezes, distante do nosso. Este assunto deve estar presente nas aulas de língua portuguesa, a fim de desenvolver nos alunos uma visão crítica e despertar sobre os cuidados de uma leitura acrítica, quer dizer, uma leitura em que habilidades como dedução, comparação, relação, intertextualização, entre outras, não foram trabalhadas. III- Considerações Finais Considerando os aspectos levantados nesta breve discussão, este artigo cumpre o objetivo de direcionar um olhar crítico para textos lidos por milhares de adolescentes no país, contribuindo assim para que se examinem mais detalhadamente os textos da mídia para adolescentes e o modo como o comportamento de seus leitores pode ser moldado pelos textos veiculados nela. Atendendo à idéia central deste artigo, nossa investigação, também, pode ser usada para fins pedagógicos. De acordo com Osterman (1994), “análises críticas como esta podem e devem ser aplicadas a alunos dos ensinos fundamental e médio – vários deles conhecedores dos textos das revistas aqui analisadas – de maneira a trazer, para a sala de aula de língua portuguesa, uma reflexão mais cuidadosa sobre a reprodução das práticas de linguagem. O uso de diferentes gêneros textuais em aula, acompanhado de uma análise crítica discursiva, pode contribuir para uma prática pedagógica eficaz, capaz de formar leitores da realidade circundante”. O que se deve, enfim, enfatizar no ensino de redação é que nada existe de intrínseco nos discursos produzidos pela mídia que os tornem naturais; as realidades por ela estabelecidas podem e devem ser questionadas, desafiadas. Diferentes formas de percepção e expressão discursiva podem levar à construção de diferentes práticas sociais. 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