literatura de guaraná
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literatura de guaraná
LITERATURA DE GUARANÁ Nome Científico: Paullinia cupana Kunth Nomes Populares: Guaraná, Guaraná-uva, Guaranazeiro, Uaraná, Guaranaína. Família Botânica: Sapindaceae Parte Utilizada: Sementes Descrição: Arbusto perene, de ramos escandentes ou trepadores, de crescimento vigoroso, podendo seus ramos atingir até 10m de comprimento. As flores são pequenas, de cor creme e pouco vistosas. Os frutos são cápsulas globosas, de cor vermelho vivo, que se abrem quando ainda na planta, expondo as sementes de cor preta brilhante envoltas parcialmente por arilo esbranquiçado e adocicado. È nativo da região Amazônica, principalmente ao longo do rio de mesmo nome, porém hoje já é cultivado em outras regiões tropicais tanto do país como do exterior. Multiplica-se por sementes. O nome guaraná é dado também ao produto elaborado com suas sementes e comercializado em forma de bastões ou mesmo moldado na forma de animais da fauna amazônica, segundo as práticas indígenas da região de Maués. Para isso as sementes são separadas dos frutos maduros, por lavagem com água, tostadas e, em seguida, trituradas com pouca água para obtenção de uma pasta que é moldada e seca ao sol ou estufas, tornando-se muito duras. Originalmente, ralava-se o bastão em língua seca de pirarucu e misturava-se o pó com água e bebia-se. Hoje o guaraná em pó é obtido por trituração da semente. O Brasil é praticamente o único produtor de guaraná do mundo, sendo que a maior parte é proveniente do Estado da Bahia, seguido por Amazonas e Mato Grosso. O guaraná é comercializado em ramas (sementes torradas), seja para a exportação ou agroindustrialização. A partir das ramas podem ser obtidos o xarope (consumido diretamente como bebida energética ou usado para a produção industrial de refrigerantes gaseificados), o bastão (usado para ralar e obter o pó) ou o pó, que pode ser acondicionado em frascos, cápsulas gelatinosas ou saches. A produção de ramas de guaraná no País é estimada em 4,3 mil ton por ano, sendo que 70% da produção é absorvida pela indústria de refrigerante (sob a forma de xarope) e os 30% restantes abastecem o mercado interno e externo, na forma de pó, xarope e bastão. Naturell Indústria e Comércio Ltda. Av. Dom Pedro I, número 957 Vila Conceição CEP: 09991 000 - Diadema – SP LITERATURA DE GUARANÁ Constituintes Químicos Principais: Óleos voláteis e fixos, estragol e anetol, 30% amido, 15% proteína, 12% taninos e 5,8% cafeína, teofilina, teobromina, catequinas, resina, ácido málico, saponinas, catequina, epicatequina e alantoína. Indicação: O uso desta planta pelos índios amazônicos é bem anterior à descoberta do Brasil. Utilizam suas sementes secas e tostadas em mistura com água até formar uma pasta, para preparar alimentos, bebidas e remédios. Como remédio a utilizam principalmente como estimulante, adstringente e para o tratamento de diarreias crônicas. Os estudos científicos com o guaraná foram iniciados por volta de 1940 por pesquisadores franceses e alemães, cujos achados confirmaram as indicações preconizadas pelos indígenas. Suas propriedades benéficas foram passadas aos colonizadores europeus que logo passaram a utilizá-lo, principalmente como estimulante, até o seu uso comercial na composição de um dos principais refrigerantes consumidos no Brasil, o popular “guaraná”. É recomendado contra diarreias crônicas e disenterias, na dose de 1 colher (sopa) rasa do pó de seus frutos em 1 copo de água e suco de limão. Recomenda-se também contra enxaqueca na forma de chá por decocção, preparado com 1 colher (chá) de pó dos frutos em 1 xícara (chá) de água em fervura durante alguns minutos, ingerindo-se 1 xícara (chá) 2 vezes ao dia. Atualmente milhões de brasileiros utilizam o guaraná diariamente como um estimulante contra fadigas, para prevenir envelhecimento precoce e obesidade, para desintoxicação do sangue, flatulência, dispepsia e arteriosclerose. Desde 1989 o extrato de guaraná está patenteado nos Estados Unidos para uso visando prevenir a formação de coágulos no sangue e para eliminar os já formados. Naturell Indústria e Comércio Ltda. Av. Dom Pedro I, número 957 Vila Conceição CEP: 09991 000 - Diadema – SP LITERATURA DE GUARANÁ Ensaios farmacológicos pré-clinicos mostraram como sua principal propriedade a ação estimulante sobre o sistema nervoso central, acompanhada de atividades relaxante dos brônquios e dos músculos, antiagregante plaquetário (antitrombótico), febrífuga e antidiarréica. Williamson diz que o principal uso é como tônico ou estimulante para o cansaço e para promover um estado de alerta, que pode ser atribuído ao seu teor de cafeína. Outros autores atribuem ao guaraná efeito afrodisíaco. Hulme (1970) cita que alguns flavonoides, em grandes doses, agem como antioxidantes, protegendo o ácido ascórbico. Portanto, a presença do elevado teor de tanino no extrato de guaraná pode ter grande importância na conservação da vitamina C. Efeitos Colaterais: Usado por longo prazo ou em doses excessivas pode causar insônia. Contraindicação: Crianças, gestantes, nutrizes, cardíacos e hipertensos devem evitá-lo. Revisão de Interação: O guaraná contém quantidades expressivas de cafeína, portanto, as interações da cafeína são relevantes para o guaraná. Dois relatos de caso descrevem disfunções musculares relatadas com o uso de medicamentos fitoterápicos contendo guaraná. Para mais informações sobre um estudo, em que um suplemento fitoterápico contendo guaraná e chá-preto, entre outros ingredientes, aumentou ligeiramente a pressão arterial. a) Guaraná + Alimentos Nenhuma interação foi encontrada; no entanto, os efeitos da cafeína provenientes de medicamentos fitoterápicos ou de suplementos contendo guaraná e alimentos ou bebidas contendo cafeína serão sinérgicos. b) Guaraná + Medicamentos Fitoterápicos Dois relatos de caso descreveram distúrbios musculares em pacientes que tomaram suplementos contendo guaraná e efedra, e guaraná e kava. Evidência, Mecanismo, Importância e Conduta: Um relato de caso descreveu uma mulher de 54 anos sem nenhum histórico médico significativo, que desenvolveu rabdomiólise após iniciar o consumo de 190mg de guaraná e 150mg de efedra (contendo 12mg de efedrina), com outros suplementos dietéticos. Os níveis elevados da creatina quinase voltaram ao normal 3 semanas após a interrupção do suplemento fitoterápico emagrecedor. Os autores desse relato sugerem que, como o guaraná contém cafeína, a combinação dos efeitos desta e da efedrina podem ter contribuído para a miopatia. Outro caso descreveu mioglobinúria em um paciente em tratamento com suplementos contendo guaraná, ginkgo e kava. Novamente, estima-se que o efeito esteja relacionado aos efeitos combinados do guaraná e de outras plantas, nesse caso, a kava. Naturell Indústria e Comércio Ltda. Av. Dom Pedro I, número 957 Vila Conceição CEP: 09991 000 - Diadema – SP LITERATURA DE GUARANÁ A importância geral desses casos é incerta, e muitos pacientes em tratamento com medicamentos que são conhecidos por causarem lesão muscular, como as estatinas, frequentemente tomam cafeína, encontrada no guaraná, em alimentos e bebidas. O teor de cafeína no guaraná sugere que ele pode interagir com medicamentos fitoterápicos da mesma forma que a cafeína. Referências Bibliográficas: 1. LORENZI, Harri; ABREU MATOS, F.J. Plantas Medicinais no Brasil Nativas e Exóticas. Instituto Plantarum, 2ª Edição, Nova Odessa – SP Brasil, 2008. 2. WILLIAMSON, E.; DRIVER, S.; BAXTER, K. Interações Medicamentosas de Stockley: Plantas Medicinais e Medicamentos Fitoterápicos. Editora Artemed, Porto Alegre – RS, 2012. 3. GUARANÁ. Disponível em: http://pt.wikipedia.org/wiki/Guaran%C3%A1 4. HULME, A. C. The biochemistry of fruit and their products. London: Academic Press, 1970. v.1. 5. SOARES, L.C.; OLIVEIRA, G.S.F; MAIA, G.A.; MONTEIRO, J.C.S; JUNIOR, A.S.. Obtenção de bebidas a partir de suco de caju (Anacardium occidentale L.) e extrato de guaraná (Paullinia cupana sorbilis Mart. Ducke. Revista Brasileira Frutic, Jaboticabal –SP, v.23, n.2, 2001. 6. CAMARGO, Mônica Cristiane Rojo et al . Determinação de hidrocarbonetos policíclicos aromáticos (HPAS) em guaraná em pó (Paullinia cupana). Ciência e Tecnologia de Alimentos, Campinas, v. 26, n. 1, 2006. Naturell Indústria e Comércio Ltda. Av. Dom Pedro I, número 957 Vila Conceição CEP: 09991 000 - Diadema – SP