tratamento de superfície vítrea utilizando filmes finos de sno2 para
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tratamento de superfície vítrea utilizando filmes finos de sno2 para
15º Encontro e Exposição Brasileira de Tratamentos de Superfície 4º INTERFINISH Latino Americano TRATAMENTO DE SUPERFÍCIE VÍTREA UTILIZANDO FILMES FINOS DE SNO2 PARA EMPREGO EM DISPOSITIVOS OPTOELETRÔNICOS GLASSY SURFACE TREATMENT USING SNO2 THIN FILMS FOR USE IN OPTOELECTRONIC DEVICES Aline Viomar (UNICENTRO-Brasil)*, Fernando Reinoldo Scremin (UNICENTRO-Brasil), Guilherme Arielo Rodrigues Maia (UNICENTRO-Brasil), Maico Taras da Cunha (UNICENTRO-Brasil), Simone Sabino (UEPG-Brasil), Augusto Celso Antunes (UEPG-Brasil) e Paulo Rogério Pinto Rodrigues (UNICENTRO-Brasil). Resumo: O tratamento de superfícies vítreas (TS) por filmes finos se tornou o foco de diversas pesquisas, tendo em vista a sua aplicabilidade em sistemas de alta tecnologia, como dispositivos optoeletrônicos. O objetivo deste trabalho é avaliar o TS vítrea com filmes de SnO 2 produzidos por variações do método sol-gel. A resina foi obtida pelo método Pechini tendo como precursores o tartarato de estanho. O TS foram realizadas via dip coating, calcinadas a 550 o C por 4 horas. As soluções precursoras foram analisadas por termogravimétricas (TG/DSC), os TS gerando os filmes finos foram avaliados por microscopia eletrônica de varredura (MEV), a composição do filme foi analisada por espectroscopia de energia dispersiva (EDS) e por difração de raios X. As MEV indicaram uniformidade superficial, sendo que as produzidas pelo método Pechini apresentaram maior teor de Sn. Os Difratogramas indicaram ser possível obter filmes de SnO2 para geração de sistemas optoeletrônicos. Abstract: The vitreous surface treatment (ST) for thin films has become the focus of several studies in view of its applicability in high technology systems such as optoelectronic devices. The objective of this study is to evaluate the TS glass with SnO2 films produced by variations of the sol-gel method. The resin was obtained having the Pechini method as precursors tin tartrate. The TS were performed via dip coating, calcinated at 550 ° C for 4 hours. The precursor solutions were analyzed by thermogravimetric (TG / DSC), the TS generating thin films were evaluated by scanning electron microscopy (SEM), the composition of the film was analyzed by energy dispersive spectroscopy (EDS) and X-ray diffraction . the SEM showed uniform surface, and those produced by the Pechini method showed higher Sn content. The XRD patterns indicated that possible to obtain SnO2 films for generation of optoelectronic systems. *email: [email protected] UNICENTRO/Campus CEDETEG - Rua Simeão Varela de Sá, 03 CEP: 85040080, Guarapuava/PR – Brasil. 15º Encontro e Exposição Brasileira de Tratamentos de Superfície 4º INTERFINISH Latino Americano 1. Introdução Os filmes finos de dióxido de estanho (SnO2) são materiais cerâmicos promissores no desenvolvimento de dispositivos de alta tecnologia e, em sua extensa gama de aplicações, destaca-se o emprego como sensores de gás e componente de células solares [1-5]. As características fundamentais que justificam o grande número de estudos sobre aplicação de SnO 2 em dispositivos optoeletrônicos são a elevada transparência na luz visível, alta reflectância no infravermelho, a condutividade e estabilidade do material em temperatura ambiente [1,5]. A qualidade dos filmes finos é dependente das técnicas de preparo dos mesmos [6]. O método sol-gel é uma das técnicas mais difundidas para o preparo de filmes, pois permite obter alta homogeneidade e controle preciso de viscosidade do sol [1,5,6]. Entretanto, apresenta problemas relacionados à toxicidade e custo dos precursores. O aprimoramento da técnica baseado na substituição dos precursores deu origem ao termo sol-gel modificado [6]. O método dos precursores poliméricos é empregado na produção de filmes de diversos óxidos metálicos, tais como Nb2O5, TiO2, WO3, SnO2, entre outros [1-9]. Por vários autores é considerado uma variante do método sol-gel, que consiste na formação de uma resina polimérica [1,6,7]. O processo iniciase pela reação de quelatação que ocorre entre um ácido orgânico, comumente o ácido cítrico, e um cátion metálico. Posteriormente, o quelato formado é esterificado em presença de um poliálcool, como o etileno glicol, sob aquecimento [1,7,10]. Por ser bastante versátil, o método Pechini possibilita controlar a estequiometria da reação, além de características importantes do material obtido, como espessura, porosidade e cristalinidade [1,7]. Outras rotas que derivam do método sol-gel aplicadas a produção de filmes finos geraram resultados promissores [8,11]. Faveri (2008) estudou a produção de filmes de SnO2 a partir de uma solução coloidal obtida pela dissolução de SnO2 em etanol anidro, todavia os filmes apresentaram defeitos morfológicos [11]. *email: [email protected] UNICENTRO/Campus CEDETEG - Rua Simeão Varela de Sá, 03 CEP: 85040080, Guarapuava/PR – Brasil. 15º Encontro e Exposição Brasileira de Tratamentos de Superfície 4º INTERFINISH Latino Americano Este trabalho tem como objetivo obter filmes de SnO 2 a partir do método Pechini e sol-gel modificado tendo como precursor o tartarato. 2. Metodologia 2.1 Preparo da resina polimérica Para obtenção dos filmes finos pelo método Pechini foram utilizados dois precursores metálicos, o tartarato de estanho e o cloreto de estanho. O preparo da resina polimérica se deu pela mistura de 4 mols de ácido cítrico, 16 mols de etileno glicol e 1 mol do precursor de estanho, sob agitação magnética constante e temperatura mantida a 60 oC. Para a completa dissolução do tartarato de estanho foram adicionadas algumas gotas de HNO 3 concentrado e a solução permaneceu sob agitação por mais 1 hora. O controle de viscosidade foi realizado pela adição de água bidestilada à resina. 2.2 Preparo do sol O processo para obtenção do sol inicia-se com uma solução saturada de tartarato de estanho, a esta solução é adicionado o mesmo volume de etanol absoluto e, em seguida, sob banho de gelo e agitação magnética constante adiciona-se HCl concentrado até a completa dissolução o tartarato de estanho. O sol precisa permanecer em repouso até a estabilização da viscosidade que ocorre em aproximadamente 3 cP. 2.3 Deposição dos filmes A deposição de 4 camadas de filme foi realizada por dip coating. A velocidade de imersão/emersão para amostras preparadas com resina polimérica foi de 2 cm min-1, a etapa de secagem realizada após a deposição de cada camada de filme foi feita em estufa a 100 oC por 30 minutos. Para as amostras preparadas com solução de estanho a velocidade de foi de 10 cm min-1 e o tempo de secagem foi de 5 minutos a 100 oC. A calcinação das amostras foi realizada em mufla a 550 o o C por 4 horas com rampa de -1 aquecimento de 1 C min . *email: [email protected] UNICENTRO/Campus CEDETEG - Rua Simeão Varela de Sá, 03 CEP: 85040080, Guarapuava/PR – Brasil. 15º Encontro e Exposição Brasileira de Tratamentos de Superfície 4º INTERFINISH Latino Americano 2.4 Técnicas de caracterização A caracterização morfológica dos filmes foi realizada por microscopia eletrônica de varredura (MEV), em microscópio Tescan® Vega 3. A composição superficial investigada por espectroscopia de energia dispersiva (EDS). A identificação estrutural dos filmes foi realizada por difração de raios x (DRX), o aparelho utilizado foi D2 Phaser, Bruker, com radiação CuKα = 1,54, e detector LynxEye, Bruker. O ângulo varrido foi de 25 a 60 graus. A resina e o sol foram estudados por termogravimetria TG/DTG e TG/DSC. O aparelho utilizado foi TGA 60 Shimadzu, a análise foi realizada em uma faixa de temperatura de 25 a 800 oC, com rampa de aquecimento de 10 oC min-1 e sob fluxo de ar sintético. 3. Resultados Os resultados de TG/DTG realizados para as resinas e para a solução testadas são apresentados nas Figuras 1. 0,10 0,10 -15 -0,20 -0,25 0 -4 0,00 o -6 -0,05 -0,10 o Temperatura/ C -10 -12 -14 B -0,15 -25 100 200 300 400 500 600 700 800 900 -8 TG DTG -20 A -0,30 dm/dT (g/ C) TG DTG -0,15 -10 m/ mg -0,10 m/ mg o -2 -5 -0,05 dm/dT (g/ C) 0 0,05 0,00 -0,35 2 0 0,05 0 -16 100 200 300 400 500 600 700 800 o Temperatura/ C Figura 1. Análise calorimétrica (TG/DTG) da resina obtida pelo método Pechini (A) e do sol obtido por sol-gel modificado (B) tendo como precursor o tartarato de estanho. Nos termogramas apresentados é possível verificar a perda de massa inicial que vai de 30 a 150 oC atribuída a evaporação de água presente no sistema, *email: [email protected] UNICENTRO/Campus CEDETEG - Rua Simeão Varela de Sá, 03 CEP: 85040080, Guarapuava/PR – Brasil. 15º Encontro e Exposição Brasileira de Tratamentos de Superfície 4º INTERFINISH Latino Americano mais acentuada para a amostra obtida pelo método sol-gel modificado, Figura 1B. As curvas das amostras obtidas pelo método Pechini, apresentadas nas o Figuras 1A, mostram um pico em aproximadamente 200 C referente a evaporação do etileno glicol não reagiu na formação de ésteres. De 200 a 500 oC observa-se uma intensa perda de massa para ambas as amostras, associada pirólise do polímero e liberação de CO 2. Acima de 500 oC não se observa para nenhuma das amostras estudadas variações significativas de massa. Os resultados de DSC são apresentados na Figura 2. 60 Pechini SGM 50 Fluxo de Calor 40 30 20 10 0 -10 -20 0 100 200 300 400 500 600 700 800 900 Temperatura/oC Figura 2. Análise calorimétrica exploratória (TG/DSC) da resina obtida pelo método Pechini e Sol-Gel Modificado tendo como precursor tartarato de estanho. Na curva de DSC referente ao método sol-gel modificado nota-se a ocorrência de um processo exotérmico entre 100 e 150 o C referente a evaporação de água e etanol presentes na amostra. Na curva referente ao método Pechini esse processo é menos intenso. Para a amostra produzida pelo método Pechini o segundo processo, que ocorre na faixa de temperatura que vai de 150 e 200 o C, é referente a evaporação do etileno glicol que não reagiu, o ponto de ebulição é de 198 oC, caracterizado por um pico endotérmico na curva de DSC. Nota-se um processo *email: [email protected] UNICENTRO/Campus CEDETEG - Rua Simeão Varela de Sá, 03 CEP: 85040080, Guarapuava/PR – Brasil. 15º Encontro e Exposição Brasileira de Tratamentos de Superfície 4º INTERFINISH Latino Americano exotérmico na faixa 250 e 300 oC para amostras obtidas por Pechini que pode estar relacionado a condensação do etileno glicol retido na matriz polimérica. Para todas as amostras estudadas nota-se que em aproximadamente 350 o C iniciam-se os processos exotérmicos de decomposição do polímero e de cristalização do óxido. Considerando que acima de 550 oC não houveram perdas de massa acentuadas foi estabelecida essa temperatura para a queima dos filmes. Após a queima dos filmes os mesmos foram analisados por MEV, tendo os resultados apresentados na Figura 3. A *email: [email protected] UNICENTRO/Campus CEDETEG - Rua Simeão Varela de Sá, 03 CEP: 85040080, Guarapuava/PR – Brasil. 15º Encontro e Exposição Brasileira de Tratamentos de Superfície 4º INTERFINISH Latino Americano B Figura 3. Imagens obtidas por MEV de substratos vítreos recobertos com SnO2 com aumento de 100 vezes e o mapeamento superficial dos elementos estanho e silício. Amostra (A) obtido pelo método SGM e (B) pelo método Pechini, As imagens da superfície das amostras produzidas pelo método Pechini e por sol-gel modificado, apresentadas nas Figuras 3A e 3B, respectivamente indicam que por ambos os métodos é possível obter filmes a base de estanho. Nota-se que as amostras apresentam defeitos morfológicos que podem ser ocasionados pela viscosidade inadequada do sol. O mapeamento mostra que o estanho está distribuído uniformemente por toda a superfície com exceção das regiões defeituosas. A análise da composição da superfície foi realizada por EDS, os resultados são mostrados na tabela 1. Tabela 1. Resultados da análise da composição superficial obtida por EDS dos filmes gerados pelos métodos testados. *email: [email protected] UNICENTRO/Campus CEDETEG - Rua Simeão Varela de Sá, 03 CEP: 85040080, Guarapuava/PR – Brasil. 15º Encontro e Exposição Brasileira de Tratamentos de Superfície 4º INTERFINISH Latino Americano Elementos (% em massa) Amostra Sn Si O SGM 10 26,09 40,58 Pechini 48,74 9,50 30,35 Os resultados apresentados na tabela 1 mostram que pelo método Pechini a quantidade de estanho na superfície é consideravelmente superior a porcentagem obtida pelo método sol-gel modificado, esse resultado pode estar relacionado com a diferença de viscosidade do sol e da resina, pois soluções mais viscosas geram filmes mais espessos. A porcentagem de silício é quase três vezes maior pelo método sol-gel modificado indicando que pelo método Pechini o recobrimento da superfície é mais eficiente. A identificação do óxido foi realizada por difração de raios X. A análise da amostra produzida pelo método sol-gel modificado precisou ser feita por ângulo rasante já que não foi possível obter picos intensos de outra maneira. Os difratogramas são apresentados na Figura 4. 8000 80 Pechini 7000 Contagem /% Contagem/% SnO2 JCPDF 41-1445 60 6000 5000 4000 3000 50 40 30 20 2000 1000 SGM 70 SnO2 JCPDF 41-1445 10 20 30 40 50 60 20 2/graus 30 40 50 60 2graus Figura 4. Difratograma de raios x dos filmes obtidos pelo método Pechini e SolGel Modificado. Os difratogramas mostrados na figura 4 apresentam picos característicos confirmados pela ficha cristalográfica JCPDF 41-1445 para presença do SnO2 rutilo. O pico base aparece em aproximadamente 27 graus. *email: [email protected] UNICENTRO/Campus CEDETEG - Rua Simeão Varela de Sá, 03 CEP: 85040080, Guarapuava/PR – Brasil. 15º Encontro e Exposição Brasileira de Tratamentos de Superfície 4º INTERFINISH Latino Americano Os picos são mais intensos para a amostra produzida por sol-gel modificado devido a menor influência do substrato na difração por ângulo rasante. 4. Conclusão As análises termogravimétricas indicaram que o SnO2 é obtido em temperatura de 450 oC. Os resultados de MEV mostraram que a produção de filmes finos é possível por ambos os métodos testados porém existem defeitos morfológicos. Os resultados de EDS indicaram que pelo método Pechini há maior concentração de Sn na superfície. O DRX comprovou que os filmes são de SnO2. 5. Agradecimentos A CAPES, ao CNPq, a Fundação Araucária, a UNICENTRO, a UEPG e ao GPEL. 6. Referências: [1] BERNARDI, M.I.B. et al. 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