Gestão das organizações na era do conhecimento
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Gestão das organizações na era do conhecimento
Gestão das organizações na era do conhecimento Rivadávia C. Drummond de Alvarenga Neto Professor da Fundação Dom Cabral A emergência de um paradigma tecno-econômico baseado em inovação, informação e conhecimento, bem como a crescente consolidação de tecnologias, como a microeletrônica, a tecnologia de informação e as redes de computadores, impuseram questões complexas para as organizações contemporâneas. De acordo com Stewart (1998), o marco zero da era informacional ou do pós-industrialismo, pelo menos no contexto da economia americana, é o ano de 1991. A análise do autor tomou como base os dispêndios de capital nos Estados Unidos, no período 1965-1991. Comparou-se o dispêndio das empresas americanas com bens de capital típicos da era industrial com o dispêndio de capital com equipamentos de informação, incluindo-se aí computadores e equipamentos de telecomunicações. Conclui-se que, a partir de 1991, as empresas passam a gastar mais com equipamentos que coletam, processam, analisam e disseminam informações e menos com equipamentos típicos da era industrial, como máquinas e equipamentos de engenharia de produção. Tal visão é coadunável com o crescimento 66 CUSTO BRASIL exponencial da produção de informações no mundo. No relatório final de sua pesquisa “How Much Information? 2003”, Peter Lyman e Hal L.Varian estimaram o número de novas informações criadas a cada ano, distribuídas em quatro tipos de mídias de armazenagem (impressa; filme; magnética, disco rígido e disco flexível; e ótica, CD e DVD) por quatro veículos de comunicação (telefone, rádio, TV e internet). Em estudo anterior, feito em 2000 com dados de 1999, os autores tinham concluído que a produção mundial total anual, nos suportes impresso, filme, magnético e ótico, exigiria aproximadamente 1,5 bilhão de gigabytes de armazenamento. Isso equivaleria a 250 megabytes por pessoa (homem, mulher ou criança) na face da terra. O estudo de 2000 revelou a ubiqüidade dos EUA – responsáveis por 35% da produção impressa, 40% da produção de imagens e um pouco mais de 50% de todo o conteúdo digital produzido no mundo a cada ano –, além de demonstrar que 93% das informações já eram produzidas em formato digital. Os resultados da pesquisa de 2003 (com dados de 2002) revelaram que a quantidade de novas informações armazenadas nas quatro mídias mais que dobrou nos últimos três anos, com uma taxa de crescimento anual em torno de 30%. Em 2002 foram produzidos cinco exabytes (o equivalente a 1 quintilhão de bites – correspondente ao total das palavras faladas por todos os seres humanos) de novas informações, e os canais eletrônicos registraram um fluxo de cerca de 18 exabytes de informações. Por fim, essa pesquisa estimou em 800 megabytes a quantidade de informação armazenada produzida por pessoa (estimativa de uma população mundial em torno de 6,3 bilhões de pessoas, segundo o Population Reference Bureau). É bem provável que a edição de domingo de um jornal como a Folha de São Paulo contenha mais informações, numa única edição, do que todo o material escrito disponível aos leitores do século XV. A explosão da produção informacional revela que o desafio organizacional contemporâneo traduz-se em aprender a nadar em um oceano de informações, prospectando e coletando dados relevantes para a sobrevivência/prosperi- Logística Custo do capitalTecnologia CapitalDesburo- intelectualEnergia cratizaçãoTributação dade organizacional e a compreensão de um ambiente de negócios cada vez mais dinâmico e mutável. A informação e o conhecimento consolidam-se como os principais fatores de diferenciação para a competitividade organizacional e surgem inúmeras novas abordagens e/ou ferramentas gerenciais, sob o chapéu da chamada “gestão do conhecimento organizacional” – gestão integrada de recursos informacionais e gestão estratégica da informação, gestão do capital intelectual, aprendizagem organizacional e e-learning, inteligência competitiva e monitoração ambiental, sistemas de informação gerenciais e balanced scorecard, memória organizacional e gestão de conteúdo, dentre outros. Há certa indefinição conceitual e uma controvérsia na discussão sobre a epistemologia da área que vem sendo chamada de “Gestão do Conhecimento” (GC) ou Knowledge Management (KM). Trata-se de uma derivação semântica ou de uma mudança conceitual? Um caso de “velhos vinhos em novas garrafas” ou um repensar das estratégias e práticas de gestão para as organizações da era do conhecimento? Longe de aceitar sem uma avaliação crítica os diversos clichês gerenciais sobre o tema, podemos buscar respostas a esses questionamentos. Por que e para que devemos pensar estrategicamente a informação e o conhecimento nas organizações? Para que utilizamos a informação estratégica em nossas empresas? Se o conhecimento é realmente vital para a sobrevivência e competitividade organizacional, como criar um contexto favorável para que ele se manifeste e seja efetivamente utilizado? Há uma profusão de conhecimentos em cada organização, mas o simples fato de existirem não assegura sua utilização! E quais são as abordagens gerenciais e ferramentas que colocam em ação a estratégia relacionada ao conhecimento organizacional? Quais as experiências mais relevantes no contexto organizacional brasileiro? Para iniciar um amplo e profundo debate sobre a temática do conhecimento organizacional, muitas vezes encapsulado em terminologias pop-management, propomos aqui um mapeamento conceitual integrativo para a Gestão do Conhecimento, formulado a partir de três concepções básicas: uma concepção de uso estratégico da informação e do conhecimento; a introdução dessa estratégia no nível tático através da criação de um espaço organizacional para o conhecimento, o “ba” ou contexto capacitante; e a metáfora do “guardachuva conceitual da GC” para a efetiva colocação da estratégia em ação no nível operacional. De acordo com Choo(1998), “organizações do conhecimento” são aquelas que fazem uso estratégico da informação para atuar em três arenas distintas e ligadas: sensemaking ou a construção de sentido; criação de conhecimento, por intermédio da aprendizagem organizacional; e tomada de decisão, com base no princípio da racionalidade limitada. O objetivo do sensemaking é a garantia de que as organizações se adaptem e continuem a prosperar em um ambiente dinâmico e mutável, através da prospecção do ambiente organizacional em busca de informações relevantes que permitam compreender as mudanças, tendências e cenários dos clientes, fornecedores, concorrentes e demais atores ambientais. As organizações enfrentam ainda outras questões, como a redução da incerteza e o gerenciamento da ambigüidade. A inteligência competitiva e do concorrente, a monitoração ambiental, a prospecção tecnológica, a pesquisa de mercado e atividades correlatas são iniciativas que têm como um de seus objetivos a construção de sentido a respeito de questões para as quais não RiscoMeioInfrajurisdicional ambiente estrutura há respostas claras. A criação do conhecimento é o processo pelo qual as organizações criam ou adquirem, organizam e processam a informação, com o propósito de gerar novo conhecimento através da aprendizagem organizacional. O novo conhecimento gerado, por sua vez, é cristalizado na organização na forma de produtos, serviços e redesenho de processos. O terceiro componente se refere ao processo decisório – a empresa deve escolher a melhor opção e persegui-la com base na estratégia empresarial. O processo decisório nas organizações, segundo March e Simon (1975), é restringido pelo princípio da racionalidade limitada. CUSTO DE OPORTUNIDADE Várias decorrências podem ser enumeradas da teoria das decisões: o processo decisório é dirigido pela busca de alternativas, que sejam boas o bastante, em detrimento da busca pela melhor alternativa existente; a escolha de uma alternativa implica a renúncia das demais alternativas e a criação de uma seqüência de novas alternativas ao longo do tempo – entende-se a relatividade como um custo de oportunidade, que aponta também para a avaliação das alternativas preteridas; uma decisão completamente racional requer informações além da capacidade de coleta da empresa e também um processamento de informações além da capacidade de execução de seres humanos. A criação do conhecimento organizacional é a ampliação do conhecimento criado pelos indivíduos, se satisfeitas as condições contextuais que devem ser propiciadas pela organização. É o que Von Krogh, Ichijo e Nonaka (2001) denominam “contexto capacitante” ou “Ba”. Esse contexto pode ser traduzido pelo conjunto de condições favoráveis que devem ser propiciadas pela organização, com o objetivo de permitir o compartilhamento e a aprendizagem, as idéias e CUSTO BRASIL 67 Logística Custo do capitalTecnologia CapitalDesburo- intelectualEnergia cratizaçãoTributação inovações, além da tolerância a “erros honestos” e a solução colaborativa de problemas, dentre outros. Trata-se de uma tarefa difícil, já que é antinatural compartilhar algo que efetivamente me confere poder e ao alterar as relações de poder, é necessário atuar sobre a cultura organizacional vigente. Sob essa ótica, a palavra gestão, em sua associação com a palavra conhecimento, não deve ser entendida como sinônimo de controle. Gestão, no contexto capacitante, significa promoção de atividades criadoras de conhecimento em nível organizacional e a GC assume uma nova perspectiva hermenêutica – de gestão do conhecimento para o significado de “gestão para o conhecimento”. Os vários elementos consti- tuintes do “contexto capacitante” são: a intenção ou visão do conhecimento organizacional, a cultura e o comportamento organizacional, o caos criativo, a redundância, a variedade de requisitos, a mobilização dos ativistas do conhecimento, a autonomia e delegação de poderes, além de questionamentos acerca da estrutura organizacional, layout e hierarquia, dentre outros. Finalmente, a metáfora do “guarda-chuva conceitual da GC” pressupõe que debaixo dele estão alojados vários temas, abordagens gerenciais e ferramentas – ao mesmo tempo, distintos e superpostos – orientados para as questões da informação e do conhecimento nas organizações. Dentre esses, podemos destacar a gestão estratégica RiscoMeioInfrajurisdicional ambiente estrutura da informação, a gestão do capital intelectual, a aprendizagem organizacional, a inteligência competitiva e as comunidades de prática. É justamente a interrelação e a permeabilidade entre esses vários temas que possibilita e delimita a formação um possível referencial teórico de sustentação, que se intitula “gestão do conhecimento”. Ou seja, a GC deve ser vista como uma área “guardachuva”. O feedback do modelo se dá pela classificação dos temas inseridos no guarda-chuva dentro do modelo de Choo (1998). A inteligência competitiva é uma iniciativa de sensemaking, ou construção de sentido; a gestão estratégica da informação e as comunidades de prática se encaixam na temática de criação de conhecimento e assim por FIGURA 1 PROPOSTA DE MAPEAMENTO CONCEITUAL INTEGRATIVO DA GC Modelo Choo (1998) Organizações do conhecimento e uso informação estratégica As abordagens são orientadas pela estratégia Mapa Integrativo de GC (Alvarenga Neto, 2005) Concepção estratégica propícia às condições favoráveis Sensemaking ou construção de sentido: curto prazo e longo prazo Criação de conhecimento (através da aprendizagem organizacional Contexto Capacitante Cultura, comportamento, atitude, crenças e valores, competências, recrutamento e seleção Intenção, Visão do Conhecimento Tomada de decisão (com base no princípio da racionalidade limitada) Fonte: Alvarenge Neto, 2005 68 CUSTO BRASIL Redundância, variedade de requisitos Metáfora do guarda-chuva conceitual da GC Cria as condições para as várias abordagens gerenciais e ferramentas formarem o corpo técnico-conceitual associado à Gestão do Conheciment Gestão da inovação Comunidades de prática (reais e virtuais) Mobilizar os ativistas do conhecimento Autonomia, flutuação, ewpowerment Layout Locais de encontro (reais e virtuais) Locais de trabalho Aprendizagem organizacional Gestão estratégica da informação Gestão do capital infelectual (humano, estrutural e cliente) Diversidade, caos criativo Ativos intangíveis Mensuração: BS, EVA, HRA IC Inteligência competitiva Monitoração ambiental Gestão de competências e desenvolvimento orgaizacional Ferramentas de TI aplicadas a GC Logística Custo do capitalTecnologia CapitalDesburo- intelectualEnergia cratizaçãoTributação diante. A Figura 1 apresenta essa contribuição e sua conseguinte proposta de avanço na área pela proposição de novo conhecimento. Como forma de compartilhar as visões e iniciativas concretas das empresas no campo da GC, apresentamos uma súmula dos resultados de estudos de caso, realizados em três grandes organizações atuantes no Brasil que implementaram iniciativas de GC: o Centro de Tecnologia Canavieira (CTC), a Siemens do Brasil e a PricewaterhouseCoopers (PwC). O objetivo do estudo era investigar e analisar as concepções, motivações, práticas e resultados de GC, avaliando alguns pressupostos amparados na proposta de mapeamento conceitual integrativo. Os principais motivadores da GC nas organizações estudadas giram em torno de constatações dos seguintes aspectos: inexistência de práticas de compartilhamento e proteção de informações e conhecimentos, levando à reinvenção da roda e à duplicação de esforços; problemas com a coleta, tratamento, organização e disseminação de informações, denotando ausência de uma gestão estratégica da informação; reconhecimento de que a informação e o conhecimento são os principais fatores de competitividade dos tempos atuais; e premência da criação de um contexto capacitante na organização frente à necessidade de se endereçar questões culturais e comportamentais. Constatou-se a ausência de consenso sobre uma definição para a GC nas organizações estudadas. Contudo, alguns termos eram comuns nas respostas dos entrevistados: processo, informação, conhecimento, inovação, explicitação, registro, compartilhamento, cultura organizacional, acesso e utilização, dentre outros. Em seguida, com o objetivo de verificar a proposta intitulada “guardachuva conceitual de GC”, pedimos aos entrevistados que respondessem quais eram os aspectos, abordagens gerenciais e ferramentas consideradas sob a égide da área, programa ou projeto de GC em suas respectivas organizações. Eis a síntese das respostas: monitoração ambiental, inteligência competitiva, pesquisa de mercado; gestão estratégica da informação, gestão eletrônica de documentos, mapeamento de processos; gestão do capital intelectual, competências, pessoas e ativos intangíveis; comunidades de prática – reais e virtuais; aprendizagem organizacional, inclusive e-learning; apoio ao processo decisório e criação do contexto capacitante. Complementarmente, os entrevistados foram indagados sobre a ênfase ou aspectos prioritários da GC em suas organizações. Observou-se que a fase inicial e ponto de partida para quaisquer iniciativas de GC – a gestão estratégica da informação – estava em estágios de quase maturidade, com a consciência de que é um processo permanente. As organizações procuravam avançar para aspectos relativos ao compartilhamento, à cultura organizacional e à criação do contexto organizacional favorável ou contexto capacitante. Por fim, os principais resultados alcançados com a GC pelas organizações deste estudo foram: redução do ciclo de inovações e a aceleração do tempo de entrega de soluções ao mercado; ampliação da fatia de mercado, aumento do portfólio de negócios e aumento da carteira de clientes; melhoria na colaboração entre as pessoas e equipes, facilidade de se localizar expertise; diminuição do retrabalho e redução de custos; preservação da memória organizacional; aumento da potência de aprendizagem organizacional e antecipação de movimentos estratégicos da concorrência. RESULTADOS DA PESQUISA A pesquisa permitiu também constatar que as organizações do estudo se RiscoMeioInfrajurisdicional ambiente estrutura encontraram na vanguarda do tema e cabe ressaltar algumas de suas práticas relevantes. O CTC, nas questões referentes ao capital intelectual, implementou uma série de iniciativas, com destaque para: • “Projeto Backup” – Projeto que visa garantir a transição das pessoas e conhecimentos da melhor forma possível. Seu escopo é identificar, organizar, armazenar, disponibilizar o conhecimento dos profissionais com aposentadoria próxima, visando reter na empresa parte do conhecimento destes profissionais; planejamento de aposentadorias junto com o RH; indicação e treinamento de sucessores no conhecimento; foco no conhecimento existente e não-compartilhado; realização de workshops; • “Banco de Idéias” – Visa propiciar a continuidade de criação de novos projetos relevantes de P&D. Implementouse um sistema de avaliação de idéias, com destaque para a redução da avaliação subjetiva, o envolvimento do autor em todo o processo e a criação de um comitê de avaliação de idéias. Desde a sua implementação, várias novas idéias se tornaram projetos, como, por exemplo, a limpeza química de evaporadores e o secador de bagaço a vapor. • Monitoração ambiental e inteligência – Utilização de fotos de satélite e geoprocessamento com o objetivo de estabelecer padrões de comportamento espectral que permitam a identificação e quantificação de áreas cultivadas com variedades registradas usando imagens de satélites. Já na Siemens, destacaram-se as seguintes práticas gerenciais e ferramentas: • “Siemens Sharenet” – Ferramenta mundial de comunidades de prática para compartilhamento de conhecimento, através de tecnologias de colaboração síncronas (chats) e assíncronas (news, knowledge library, fóruns de discussão, gestão de documentos, pedidos urgen- CUSTO BRASIL 69 Logística Custo do capitalTecnologia CapitalDesburo- intelectualEnergia cratizaçãoTributação tes e troca de material – hardware, software, componentes). A Siemens obteve resultados bastante expressivos com a utilização da Sharenet (milhões de dólares) e um estudo estatístico de 2002 demonstrou que, em média, os colaboradores poupam 3 horas por mês, uma projeção de 64 milhões de euros por mês. • People Sharenet – É uma prática de compartilhamento mundial de recursos intelectuais baseada em ofertas e demandas de conhecimento visando a fomentar intercâmbios de conhecimentos baseados em aprendizagem face to face e job-rotations. • “Athena” – Ferramenta de gestão e redes de competências. Além de permitir descobrir sistematicamente "quem sabe o que" na organização, a ferramenta permite o levantamento de métricas sobre a distribuição das competências na empresa. É possível mapear competências e levantar metas estratégicas de gaps de competências. A ferramenta Hestia se integra com a ferramenta Athena, uma vez que o modelo de competências Athena é uma referência importante para o estabelecimento de prioridades para desenvolvimento da aprendizagem organizacional. • “Happy Hour do Saber” – É uma prática informal de palestras, quando são compartilhados conhecimentos essenciais da organização de forma mais “tácita” e espontânea. Trata-se de uma iniciativa local específica, que se enquadra na política geral. As palestras têm duração de uma hora e são ministradas por colaboradores da empresa. (todos podem ser palestrantes: colabo- 70 CUSTO BRASIL radores, estagiários e terceiros). • Métricas para a GC na Siemens: Strategic-Skill-Gap – Indicador que consiste em abrir o mapeamento estratégico dos produtos, das soluções e dos serviços, nas dimensões da tendência de mercado e da relevância para o negócio, em termos de competências estratégicas essenciais para o domínio desses produtos, soluções e serviços. A partir dessa abertura, a organização avalia com os colaboradores, se para essas competências estratégicas, eles são sub-qualificados, ou supraqalificados. Os resultados deste mapeamento permitem dirigir estrategicamente o investimento em aquisição de conhecimento; KS-Enabled – Métrica que representa o quanto a organização partilha adequadamente o seu conhecimento (por unidade de negócio e no geral). Para isso, são medidas duas grandezas: a cultura e a prontidão para compartilhar e o uso das práticas e infra-estruturas adequadas no momento adequado. Por fim, a PwC tem como medidas de sucesso uma maior rapidez nas res- RiscoMeioInfrajurisdicional ambiente estrutura postas e soluções a seus clientes, com maior agregação de valor, além da diminuição significativa do tempo de preparação de propostas e antecipação das necessidades dos clientes. Destaques para a implementação e a contratação de metas de aprendizagem e compartilhamento junto aos seus colaboradores e o GBP – Global Best Practices, um sistema mundial de compartilhamento e aprendizagem. As conclusões sugerem que não se gerencia conhecimento, apenas se promove ou se estimula o conhecimento através da criação de contextos organizacionais favoráveis. Dentre os principais desafios colocados para a GC nas organizações, destacam-se as questões relativas à cultura organizacional, comportamento humano e criação do contexto capacitante, além da criação de um conjunto de indicadores para se medir os retornos e benefícios de GC. Não se pode avaliar a GC somente com indicadores quantitativos, uma vez estamos gerenciando mudanças culturais, comportamentais e atitudinais. [email protected] referências bibliográficas ALVARENGA NETO, R. C. D. de. Gestão do conhecimento em organizações: proposta de mapeamento conceitual integrativo. 2005. 400 f. Tese (Doutorado em Ciência da Informação) – PPGCI, Escola de Ciência da Informação da UFMG, Belo Horizonte. CHOO, C. W. The Knowing Organization : How Organizations Use Information for Construct Meaning, Create Knowledge and Make Decisions. Nova Iorque: Oxford Press, 1998. LYMAN & VARIAN. How much information 2003? Disponível em (http://www.sims.berkeley.edu/rese- arch/projects/how-much-info-2003/). Acesso em: set. 2004. MARCH, J. G, SIMON, H. A. Limites cognitivos da racionalidade. In: Teoria das organizações. Rio de Janeiro: Fundação Getulio Vargas, 1975. STEWART, T. A. Capital Intelectual. Rio de Janeiro: Campus,1998. VON KROGH, G., ICHIJO, K., NONAKA, I. Facilitando a criação de conhecimento. Rio de Janeiro: Campus, 2001.