PTC 05/2012 Eficácia e segurança de esfíncter urinário artificial no
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PTC 05/2012 Eficácia e segurança de esfíncter urinário artificial no
PTC 05/2012 Eficácia e segurança de esfíncter urinário artificial no tratamento da incontinência urinária pós-prostatectomia Brasília – DF Junho/2012 MINISTÉRIO DA SAÚDE Secretaria de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos Departamento de Ciência e Tecnologia PTC 05/2012 Parecer Técnico-Científico: Eficácia e segurança de esfíncter urinário artificial no tratamento da incontinência urinária pós-prostatectomia Brasília – DF Junho/2012 2012 Ministério da Saúde. É permitida a reprodução parcial ou total desta obra, desde que citada a fonte e que não seja para venda ou qualquer fim comercial. A responsabilidade pelos direitos autorais de textos e imagens desta obra é da área técnica. Este estudo foi financiado pelo Departamento de Ciência e Tecnologia (DECIT/MS) e não expressa decisão formal do Ministério da Saúde para fins de incorporação no Sistema Único de Saúde (SUS). Informações: MINISTÉRIO DA SAÚDE Secretaria de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos Departamento de Ciência e Tecnologia Esplanada dos Ministérios, Bloco G, Edifício Sede, 8° andar, sala 852 CEP: 70058-900, Brasília – DF Tel.: (61) 3315-3633 E-mail: [email protected] [email protected] Home Page: http://www.saude.gov.br/rebrats Elaboração: Revisão Técnica: Rodrigo A. Ribeiro (IATS/UFRGS) Guilherme Behrend Silva Ribeiro (HCPA/UFRGS) Carisi Anne Polanczyk (IATS/UFRGS) Brasil Silva Neto (FM/UFRGS) 4 ÍNDICE RESUMO EXECUTIVO ..................................................................................................... 5 CONTEXTO .................................................................................................................... 7 PERGUNTA .................................................................................................................... 8 INTRODUÇÃO................................................................................................................ 9 ASPECTOS EPIDEMIOLÓGICOS, DEMOGRÁFICOS E SOCIAIS............................................. 10 DESCRIÇÃO DA TECNOLOGIA A SER AVALIADA E ALTERNATIVAS TERAPÊUTICAS.............. 10 BASES DE DADOS E ESTRATÉGIA DE BUSCA ................................................................... 12 CRITÉRIOS DE SELEÇÃO E EXCLUSÃO DE ARTIGOS .......................................................... 13 AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DA EVIDÊNCIA................................................................... 15 RESULTADOS ............................................................................................................... 16 CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES................................................................................ 24 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ..................................................................................... 26 ANEXO I ...................................................................................................................... 29 5 RESUMO EXECUTIVO Intensidade das recomendações: C (vide anexo) Tecnologia: Esfíncter urinário artificial Indicação: Tratamento de incontinência urinária moderada a grave em pacientes submetidos à prostatectomia radical para tratamento de câncer de próstata, após um ano da cirurgia e falha no manejo comportamental e farmacológico. Caracterização da tecnologia: O esfíncter artificial (EA) é um dispositivo de colocação cirúrgica e consiste de um cuff preenchido por líquido, colocado ao redor do colo vesical ou uretra bulbar, uma bomba (pump) de controle inserida na bolsa escrotal, e por um balão regulador de pressão, colocado pré- ou intraperitoneal. Pergunta: Esfíncter Artificial Urinário é eficaz e seguro no tratamento de incontinência urinária moderada a grave em pacientes submetidos à prostatectomia por terapia de câncer? Busca e análise de evidências científicas: A fonte de dados utilizada foi a base MEDLINE, através do portal PubMed, além das bases Cochrane Library, Centre for Reviews and Dissemination (CRD) e internacionais de ATS, objetivando-se encontrar revisões sistemáticas, avaliações de tecnologias em saúde (ATS) e estudos primários que descrevessem a efetividade do EA (AMS 800) e métodos de comparação (sling ou injeções) para manejo de incontinência urinária pós-cirurgia. Não foi aplicada restrição ao delineamento; foram selecionados somente os estudos publicados em inglês, português ou espanhol, que incluíssem pacientes adultos. Não foram identificadas ATS; foi encontrada uma revisão sistemática, com um ensaio clínico randomizado em 2011. Na busca de estudos originais, foram identificados 437 estudos, dos quais 84 avaliados no formato de texto completo, resultando em 25 extraídos para análise (12 de esfíncter artificial, 11 de sling uretral e 2 de injeções de preenchimento). Todos os estudos eram não comparativos, experimentos não controlados, nível de evidência 4. Resumo dos resultados dos estudos selecionados: O desfecho clínico foi definido como melhora ou cura na continência urinária, pela redução de uso de absorventes 6 diários. Com o EA (n=484), a taxa de cura, melhora ou ambos combinados foi de 37%, 45% e 84%, respectivamente. Para o sling (n=587), os valores foram 51%, 23% e 75%. Analises em separado para gravidade da incontinência moderada e grave sugerem que o EA apresenta efetividade semelhante aos slings (79% e 75%), enquanto para incontinência grave o EA teve relato de maior taxa de cura e/ou melhora (90%) que os slings (71%). Tratam-se de estudos não randomizados, onde o potencial viés de seleção, aferição e confundimento são importantes. Por outro lado, é a evidência disponível sobre o tema. Recomendações: Com base nas informações disponíveis, o esfíncter artificial e os slings parecem ser terapias efetivas no manejo de incontinência urinária moderada a grave pós-cirurgia. Em pacientes com sintomas moderados, ambas as estratégias parecem ter efetividade similar, sendo o sling mais barato. Por outro lado, para casos com sintomas grave, o EA parece ter um benefício adicional em melhora dos sintomas e cura. Considerando o custo elevado, sugere-se a realização de estudos de custoefetividade para este grupo de pacientes. 7 CONTEXTO Este Parecer Técnico-Científico (PTC) foi elaborado pelos membros do Instituto (INCT) para Avaliação de Tecnologia em Saúde do CNPq e grupo de especialistas (Universidade Federal do Rio Grande do Sul e Hospital de Clínicas de Porto Alegre), sob forma de contrato com a Coordenação Geral de Avaliação de Tecnologias em Saúde (CGATS/DECIT/SCTIE/MS) em parceria com a OMS (Carta acordo: Avaliação de Tecnologias em Saúde para doenças não-transmissíveis). O mesmo faz parte das solicitações da Comissão Nacional para Incorporação de Tecnologias do Ministério da Saúde – CONITEC, criada pela Lei nº 12.401, de 28 de abril de 2011 e regulamentada pelo Decreto nº 7.646, de 21 de dezembro de 2011. Este PTC é parte de uma análise conjunta desta tecnologia em seguimento a uma revisão sistemática conduzida em 2011 (Efetividade e Segurança do Esfíncter Artificial Masculino para Incontinência Urinária Pós-prostatectomia). Na medida em que esta revisão incluiu somente ensaios clínicos randomizados, a informação sobre a tecnologia ficou limitada para tomada decisão e para desenvolvimento de estudos de custo-efetividade. Neste sentido ampliou-se a estratégia de busca para compreender a totalidade da evidência científica disponível e buscar quantificar e qualificar as informações sobre eficácia e segurança do esfíncter urinário artificial no tratamento da incontinência urinária pós-prostactectomia incluindo estudos não randomizados. 8 PERGUNTA PICO A pergunta clínica em quatro partes, além do tipo de estudos objetivados, pode ser vista no Quadro 1. A opção de foco em estudos observacionais se deu pelo fato de recente revisão sistemática ter encontrado apenas um ensaio clínico randomizado (ECR) sobre o tema1. Quadro 1 – Pergunta clínica do estudo População Intervenção (tecnologia) Comparação O (desfechos) T (parâmetros) Pacientes com incontinência urinária moderada a grave, pósprostatectomia Esfíncter urinário artificial Sling uretral masculino e injeções de preenchimento Eficácia (cura ou melhora da incontinência urinária) e segurança (incidência de reintervenções, erosão, infecção, retenção urinária e dor crônica) Estudos observacionais Pergunta: Esfíncter urinário artificial é eficaz e seguro para manejo de incontinência urinária moderada a grave, em comparação com sling uretral masculino e injeções de preenchimento em pacientes submetidos à prostatectomia? 9 INTRODUÇÃO O câncer de próstata é o segundo tumor mais frequente em homens brasileiros, perdendo apenas para o câncer de pele não melanoma. Para o ano de 2012, estão previstos 60 mil casos novos no Brasil2. Dentre as opções terapêuticas para a doença está a prostatectomia radical, a qual é usualmente indicada em pacientes com doença localizada e sem comorbidades importantes. Entre as principais complicações do procedimento estão a disfunção erétil e a incontinência urinária, esta geralmente de estresse. Essa complicação na maioria das vezes melhora significativamente em até 12 meses, sendo que a proporção de pacientes que seguem com incontinência moderada ou grave após este período é inferior a 10% do total de operados, tanto por técnica retropúbica quanto perineal3, 4. A literatura tem demonstrado que a incontinência urinária afeta negativamente várias esferas da vida dos pacientes, como a social, psicológica, física e de relacionamento pessoal e sexual5. Consequentemente, o maior impacto desta condição clínica tem sido observado na qualidade de vida (QV) dos indivíduos afetados, uma vez que esse tipo de desfecho é capaz de refletir o efeito de uma doença em vários domínios da vida dos pacientes. A primeira abordagem para o tratamento de incontinência urinária pósprostatectomia (IUPP) inclui medidas comportamentais (como controle da ingesta líquida e exercícios da musculatura pélvica) e farmacológicas (mais indicada para casos de incontinência de urgência)6. Se, mesmo após a instituição dessas intervenções o paciente seguir sintomático, e o tempo passado desde a cirurgia for de pelo menos 12 meses (tempo no qual boa parte dos pacientes tem melhora espontânea dos sintomas), algumas intervenções cirúrgicas podem ser utilizadas, como o esfíncter urinário artificial, cirurgia de sling masculino e injeções de agentes de preenchimento peri-uretrais7. Inúmeros estudos prévios e experiências de especialista demonstraram a efetividade destas técnicas, especialmente do esfíncter artificial, no controle dos sintomas8. O implante do esfíncter artificial é a terapia mais estudada e indicada para casos graves como primeira escolha, entretanto o alto custo limita sua utilização, não havendo, até o momento, disponibilização dessas tecnologias para pacientes atendidos pelo Sistema Único de Saúde6. 10 ASPECTOS EPIDEMIOLÓGICOS, DEMOGRÁFICOS E SOCIAIS A causa mais comum de incontinência urinária (IU) em homens é a prostatectomia radical (PR), sendo o principal mecanismo envolvido a deficiência intrínseca do esfíncter secundária a esta cirurgia. Apesar de a prevalência da IU ser relativamente baixa (5% em homens idosos), ela vem aumentando devido ao número de cirurgias prostáticas realizadas na população masculina, as quais decorrem por sua vez do aumento da expectativa de vida na população em geral e da ampliação das medidas de rastreamento para esse câncer. Os relatos sobre a taxa de incidência de IUPP são muito variáveis, oscilando entre 3% e 60% em diferentes séries. No entanto, do total de homens que realizam PR, somente uma pequena parcela (cerca de 4%) terá uma perda substancial de urina, requerendo utilização de absorventes (pads)10. É importante salientar que, ao longo do tempo, a continência costuma ter melhora: em uma série de casos de pacientes pós PR, a taxa de continência 3 meses após a cirurgia era de 71%, com aumento espontâneo (ou com medidas farmacológicas e comportamentais) para 98,5% após 24 meses 10. No Brasil, não existem estimativas da magnitude do problema, inexistindo dados nacionais de prevalência desta patologia. Segundo os dados do DATASUS, foram realizadas 16.241 prostatectomias radicais no país pelo SUS em 2011 (códigos de procedimento 0409030023, 0409030031, 0416010121, 0416010130), o que, utilizando a previsão de 4% de incontinência urinária significativa, levaria a uma incidência anual de 650 casos. DESCRIÇÃO DA TECNOLOGIA A SER AVALIADA E ALTERNATIVAS TERAPÊUTICAS O primeiro modelo de esfíncter urinário artificial (EA) foi desenvolvido em 1976 por Rosen, porém o dispositivo apresentou problemas graves de falha hidráulica e fístula, sendo abandonado em pouco tempo11. O primeiro dispositivo da série AMS (American Medical Systems, Minnetonka, MN) foi o 721, com taxa de sucesso inicialmente reportada de 79%. Nos anos subsequentes, outros modelos foram sendo lançados (AMS 742, 791 e 792), até o desenvolvimento do dispositivo em uso até os dias de hoje, o AMS 800, o qual apresentou como principais novidades o cuff de silicone e um botão de desativação12. 11 O AMS 800 é constituído por um cuff preenchido por líquido, colocado ao redor do colo vesical ou uretra bulbar, por uma bomba (pump) de controle colocada na bolsa escrotal, e por um balão regulador de pressão, colocado em local pré- ou intraperitoneal. A transferência de fluido do cuff para o balão é realizado por bombeamento ativo, enquanto que o reenchimento ocorre passivamente por um gradiente de pressão entre o balão e o cuff. O cuff é mais comumente colocado ao redor da uretra bulbar através de uma incisão perineal, ainda que também possa ser feito por uma abordagem transescrotal. O objetivo é colocar o cuff o mais próximo possível da uretra bulbar. Em alguns pacientes nos quais o implante de um único cuff (o procedimento mais comum) não é totalmente resolutivo, pode ser implantado um segundo cuff. Atualmente, a maioria das diretrizes do tratamento de incontinência urinária recomenda o EA como o padrão ouro, devido à durabilidade do dispositivo, assim como evidências de eficácia em incontinência moderada a grave 6, 10 . Apesar da durabilidade, é relativamente comum a necessidade de procedimentos de revisão, com taxas crescentes ao longo do tempo, podendo chegar a 16% em dois anos e 28% em cinco anos 13 . Nos últimos anos, o uso de sling perineal tem aumentado significativamente; as diretrizes apontam essa tecnologia como alternativa interessante ao EA em casos de incontinência moderada, de preferência em pacientes que não receberam radioterapia 6,7,10. O dispositivo de controle urinário da American Medical Systems 800 tem registro na ANVISA desde 2009 (http://www.anvisa.gov.br). 12 BASES DE DADOS E ESTRATÉGIA DE BUSCA A fonte de dados utilizada foi a base MEDLINE, acessada através do portal PubMed. A proposta inicial era realizar uma busca por ensaios clínicos na área; porém, uma revisão sistemática publicada recentemente1, que realizou busca sistemática nas bases MEDLINE, EMBASE e Cochrane CENTRAL, encontrou apenas um ensaio clínico de pequeno tamanho (45 pacientes), no qual foram comparados o EA com injeções de macroplastique14. Dessa forma, optamos por realizar uma revisão sistemática incluindo também estudos não controlados, utilizando uma estratégia de busca sensível para os mesmos. Não utilizamos um filtro específico para estudos observacionais, apenas restrições a publicações que claramente não eram de interesse, como cartas e editoriais. A estratégia de busca empregada foi: #1 (post-prostatectomy OR prostatectomy OR ((prostatic OR prostate) 2671 surgery)) AND (urinary incontinence) #2 (women OR female) NOT (men OR male) 2147002 #3 ((artificial urinary (sphincter OR sphincters) OR "Urinary Sphincter, 565343 Artificial"[Mesh]) OR (sling OR slings OR male slings) OR (injection OR injections)) #4 letter [pt] OR editorial [pt] #5 ((#1 NOT #2) AND #3) NOT #4 1064921 428 Foram também pesquisadas as bases de dados internacionais para Avaliações de Tecnologias em Saúde: Centre for Reviews and Dissemination (CRD), NHS Evidence – UK Database of Uncertainties about the Effects of Treatments (DUETs), INAHTA (International Network of Agencies for Health Technology Assessment), Canadian Agency for Drugs and Technologies in Health (CADTH). Não foi identificada nenhuma ATS sobre uso deste dispositivo ou outros estudos relevantes. O portal do Reino Unido 13 apresenta apenas uma proposta para ensaio clínico randomizado incluindo EA e um estudo em crianças. CRITÉRIOS DE SELEÇÃO E EXCLUSÃO DE ARTIGOS 1.1. População e delineamentos Foram incluídos artigos que tivessem avaliado qualquer uma das terapias de interesse (EA, sling ou injeções de preenchimento), independente de haver grupo controle, em homens com incontinência urinária moderada a grave pósprostatectomia. Foram incluídos somente estudos nos quais o EA tenha sido o AMS 800, o sling utilizado fosse o AdVance, InVance ou Argus e Transobturador Inside-out, e as injeções tivessem sido de colágeno ou macroplastique. Para inclusão, o número de pacientes deveria ser no mínimo de 50. Além disso, nos artigos de EA e sling, no máximo 20% dos pacientes poderia ter feito previamente algum desses procedimentos, do contrário, o artigo era excluído. Caso o estudo contivesse pacientes que não fossem pós-prostatectomizados, porém respondessem por menos de 20% de amostra, o trabalho foi incluído. Artigos que também tivessem pacientes com incontinência moderada a leve foram incluídos para a análise de efetividade desde que esta fração de pacientes não ultrapassasse 20% do total da amostra. Porém, como a taxa de complicações independe da gravidade da incontinência urinária, artigos que tivessem mais de 20% de pacientes com incontinência leve, ou que não apresentassem descrição da intensidade da incontinência urinária, foram incluídos para as análises de complicações. 1.2. Desfechos avaliados Foram avaliados os seguintes desfechos: Eficácia: cura ou melhora da incontinência urinária; Complicações: incidência das principais complicações – reintervenções, erosão, infecção, retenção urinária aguda e dor crônica. 14 A coleta da informação de efetividade foi coletada referente ao tempo mais longo de seguimento do estudo, ou ao seguimento mais longo do estudo em que houvesse uma fração de 80% ou mais dos pacientes sendo acompanhados. A definição mais comum de melhora clínica da continência foi diminuição de ao menos 50% no número de pads diários, sendo que o número de pads utilizados não podia ser maior do que dois ao dia. Para o desfecho de reintervenção, foi contabilizado o total de reintervenções, e não o número total de pacientes que sofreram reintervenção. Isso porque a principal utilidade desse parâmetro era de utilização posterior em modelo de custo-efetividade, no qual seu impacto se dá basicamente em custos, por isso a contagem do total de eventos. Já para os demais desfechos de complicações, que impactam principalmente em qualidade de vida, foi computado o número de pacientes apresentando o desfecho. 1.3. Período pesquisado A busca não restringiu a data inicial, e foi realizada em abril de 2012. 1.4. Análise dos dados Tendo em vista que não havia estudos comparativos, os dados de cada dispositivo foram analisados com técnica de meta-análise de braço único (metaanalysis for single groups), com a técnica dos logitos (logits). Este método se resume a utilizar como medida de efeito (ME) a transformação logit da proporção (no caso, incidência de cada complicação em cada dispositivo) de interesse. Ou seja, p . Da teoria sabe-se que o logit tem distribuição aproximadamente ME log 1 p normal com média 0 e variância 2ME dada abaixo. 2ME (1 p) p 1 np(1 p) np1 p 2 SE ME ME 1 np 1 - p 15 De posse da medida de efeito (ME) e seu erro padrão (SEME) utiliza-se o modelo de efeitos fixos (em que os pesos são dados pelo inverso da variância) ou o modelo de efeitos aleatórios, usado preferencialmente quando a heterogeneidade (avaliada pelo teste da inconsistência, I2) é significativa. Nas análises deste trabalho, utilizou-se modelo de efeitos fixos quando a heterogeneidade foi menor do que 50%, e efeitos aleatórios quando a heterogeneidade foi maior do que essa cifra. Foram feitas duas análises: na análise principal, todos os estudos de cada dispositivo foram analisados em conjunto. Porém, como os desfechos de efetividade podem ser afetados pela gravidade da incontinência urinária pré-procedimento, realizamos sub-análises incluindo estudos somente com pacientes com incontinência moderada e somente aqueles com grave. Esses dados foram obtidos ou de estudos que incluíram somente pacientes moderados/graves, ou de estudos que descreviam os desfechos de forma separada de acordo com a gravidade da incontinência préoperatória. Para gravidade da incontinência, utilizou-se a informação do número de absorventes (pads) diários utilizados: Classificação de gravidade Número de pads por dia Incontinência leve 0-2 Incontinência moderada 3-5 Incontinência grave >5 A grande maioria dos trabalhos incluídos utilizou esta classificação. Estudos com pequenas variações (por exemplo, incontinência moderada = 3-4 pads, grave = 5 ou mais pads) foram incluídos; estudos com classificação de gravidade muito diferente desta foram excluídos da revisão sistemática. AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DA EVIDÊNCIA Os estudos foram classificados conforme a Classificação de Nível de Evidência Científica da Oxford Centre for Evidence Based Medicine (ANEXO I). 16 RESULTADOS A busca empreendida, conjuntamente com a inclusão de algumas referências de artigos revisados, totalizou 437 citações, das quais 84 foram avaliadas no formato de texto completo. Desses, 25 artigos foram finalmente incluídos na descrição de resultados, sendo 12 de esfíncter artificial, 11 de sling uretral e 2 de injeções de preenchimento (ambas de colágeno). O fluxograma da revisão sistemática é mostrado na Figura 1. As características dos estudos incluídos são mostradas na Tabela 1. Todos os estudos eram não comparativos, tratando-se quase sempre de experimentos não controlados, tendo, portanto nível de evidência 4. O único trabalho randomizado encontrado foi excluído por apresentar menos de 50 pacientes 14. Conforme pode ser visto na Tabela 1, somente dois estudos de injeções de preenchimento atenderam aos critérios de elegibilidade da revisão. A grande maioria dos estudos encontrados avaliando essa tecnologia foi excluída por se tratar de trabalhos que haviam incluído predominantemente pacientes com incontinência urinária leve. Os estudos de sling incluíram 4 tipos diferentes de dispositivo; para tornar as análises mais robustas, os mesmos foram analisados em conjunto. Figura 1: Fluxograma de citações na revisão sistemática. 17 Tabela 1 - Características dos estudos incluídos Nome autor Ano Revista Idade media Tempo pós Tempo de Incontinência Incontinência Pads por dia % que fez N de prostatectomia seguimento pré grave pré moderada (média) RT pacientes§ (meses) (meses) Esfíncter urinário artificial¶ Clemens†15 2001 J Urol 68 ND ND ND 20% ND 41 66 Gomha 16 2002 J Urol 68 ND ND 85% >=3 / dia 32% 41 32 86 Gousse 17 2001 J Urol 72 0% 100% ND 0% ND 92 71 Gundian18 1989 J Urol ND 91% ND ND 17% ND 18 117 Lai19 2012 J Urol 69 ND ND 5,2 32% ND 32 136 Litwiller20 1996 J Urol 71 100% 0% ND 23% ND 28 50 Martins*21 1995 J Urol 68 ND ND ND 40% ND 27 66 Montague22 2001 J Urol 68 82% ND ND 16% ND ND 113 Mottet†23 1998 Urol Int ND ND ND ND ND ND > 12 96 Raj†24 2005 J Urol 68 ND ND ND ND ND 68 435 Sotelo25 2008 BJU International 68 ND ND 6,7 29% ND 19 83 Walsh26 2002 BJU International 68 100% 0% >4 22% 14 46 98 18 Tempo pós Tempo de Incontinência Incontinência Pads por dia % que fez N de prostatectomia seguimento pré grave pré moderada (média) RT pacientes§ (meses) (meses) Ano Revista Idade media Faerber27 1997 J Endourol 68 64% 32% ND ND ? 38 51 Westney28 2005 J Urol 67 ND ND 5,15 17% ND 40 240 Nome autor Injeção de colágeno Sling AdVance Bauer29 2010 BJU International 70 31% 52% 4,9 14% 44 27 137 Bauer30 2010 Urology 70 ND ND 5,3 ND 33 17 213 Gozzi31 2008 Eur Urol ND 51% 33% 4,42 ND ND ND 67 Rehder†32 2010 BJU International 65 ND ND 2,3 3% ND 12 118 Rehder33 2012 Eur Urol ND 100% 0% ND 14% 47 40 52 Soljanik34 2011 Urology 69 29% 58% 4,6 15% 48 21 55 Overgaauw35 2011 J Urol 66 41% 46% 4,6 13% >6 27 100 Romano*36 2005 BJU International 68 ND ND ND 0% > 12 8 48 Argus 19 Tempo pós Tempo de Incontinência Incontinência Pads por dia % que fez N de prostatectomia seguimento pré grave pré moderada (média) RT pacientes§ (meses) (meses) Revista Idade media 2012 Eur Urol 68 49% 30% ND 12% 46 28 136 Fischer†38 2007 J Urol 67 ND ND ND 23% 56 15 62 Guimarães39 2009 BJU International 69 21% 66% ND 29% >6 12 59 Nome autor Ano Transobturador Inside-out Leruth37 InVance * Não dizia a proporção de pacientes com incontinência moderada e grave, mas era dito que todos os pacientes tinham no mínimo incontinência moderada. Esse estudo foi incluído apesar de N < 50, pois foi um dos únicos dois estudos encontrados que avaliaram o sling do tipo Argus. † Não inclui >80% de pacientes com incontinência moderada ou grave (ou informação ausente); dados utilizados somente para taxa de complicações. § Número de pacientes incluídos na análise, que não corresponde necessariamente ao número total de pacientes no estudo (como por exemplo estudos que analisaram também pacientes que não fizeram prostatectomia, mas reportaram dados de forma separada). ¶ Todos os estudos de esfíncter artificial avaliaram o AMS 800, exceto pelo estudo de Clemens, onde não fica claro o tipo de esfíncter utilizado. ND = não descrito. 20 Na Tabela 2, podemos visualizar as informações referentes à efetividade dos procedimentos por estudo. Somente um estudo (Westney e col.) relatou a efetividade de injeções de colágeno, a qual foi bastante baixa (17% de cura, sem relato da proporção de pacientes que tiveram melhora importante). Tabela 2: Efetividade dos procedimentos % totalmente continente % sem cura mas com pós procedimento melhora importante Gomha 60% 22% Gousse 27% 48% Litwiller 20% 72% Martins 73% 17% Montague 31% 47% Walsh 19% 70% 37% 45% (21% - 56%) (28% - 63%) 17% ND Bauer (BJU International) 47% 22% Leruth 49% 35% Guimarães 63% 24% Overgaauw 40% 18% Rehder (Eur Urol) 42% 25% Romano 73% 10% Soljanik 47% 25% 51% 23% (43% - 58%) (20% - 30%) Artigo Esfíncter urinário artificial¶ Proporção agrupada (IC 95%) Injeção de colágeno Westney Sling Proporção agrupada (IC 95%) ¶ Todos os estudos de esfíncter artificial que reportaram dados de efetividade avaliaram o AMS 800. ND = não descrito 21 Na meta-análise de avaliação de efetividade do EA (N = 484), a taxa de cura foi de 37% (IC 95%: 21% - 56%) e a de melhora somente, 45% (IC 95%: 28% - 63%). Para o sling (N = 587), essas taxas foram de 51% (IC 95%: 43% - 58%) e 23% (20% - 30%), respectivamente. O somatório de cura e melhora foi de 84% (IC 95%: 79% - 89%) no esfíncter e de 75% (IC 95%: 66% - 82%) no sling. Em todas essas análises, a inconsistência no teste do I2 foi acima de 50%, sendo utilizado o modelo de efeitos randômicos. Na sub-análise compreendendo somente pacientes que tinham incontinência grave no pré-operatório – incluindo somente estudos com 100% de pacientes com essas características, ou estudos que provessem dados em separado de acordo com a gravidade – somente dois estudos de EA 20,26 e cinco de sling 29, 33, 35, 37, 39 foram incluídos. O N total desta subanálise do EA foi de 141, com taxa de cura, melhora e combinado de cura e melhora de 19% (IC 95%: 13% - 26%), 71% (IC 95%: 63% - 78%) e 90% (84% - 94%), respectivamente. Na subanálise do sling, três estudos apresentaram dados separados para cura e melhora (N = 104), e outros 2 estudos apresentaram dados somente de taxa global de cura e melhora (N = 94). As taxas de cura, melhora e combinado de cura e melhora no sling em pacientes com incontinência grave foram de 36% (IC 95%: 27% - 46%), 32% (IC 95%: 23% - 42%) e 71% (IC 95%: 64% - 77%). Na sub-análise envolvendo somente pacientes com incontinência moderada, somente três estudos de sling29, 35, 37 (N total = 150) e um de EA17 proveram dados para análise (N = 71), sendo que somente um dos estudos de sling (N = 43) proveu dados em separado para taxas de cura e melhora. As taxas de cura, melhora e de sucesso global foram, respectivamente, de 27% (IC 95%: 18%-38%), 48% (IC 95%: 37%-59%) e 75% (IC 95%: 63%-83%) com o EA e de 44% (IC 95%: 30%-59%), 23% (IC 95%: 13%-38%) e 79% (IC 95%: 66%-88%) no sling. As principais complicações associadas aos procedimentos são mostradas na Tabela 3. As cifras foram no geral iguais ou superiores no EA. Nenhum artigo de EA relatou a incidência de retenção urinária aguda, apesar de essa complicação ser descrita para esse procedimento. Importante ressaltar que, nas taxas de revisão cirúrgica, não se trata de proporção de pacientes que sofreram revisão sobre o total que fez o procedimento, e sim o número total de reintervenções dividido pelo número 22 total de pacientes. No artigo de Clemens (N de pacientes = 66), por exemplo, foram feitas 54 revisões em 24 pacientes, e a proporção calculada foi então de 54/66 = 81%. Também é importante salientar que alguns artigos de sling não relataram nenhum procedimento de reaperto do dispositivo, algo relativamente frequente em alguns trabalhos. Portanto, acreditamos que esse desfecho tenha sido sub-relatado, e, portanto, a taxa real de reintervenções e revisões cirúrgicas maior do que a calculada com base nos dados coletados. No EA, as causas de revisão cirúrgica foram bastante variadas, incluindo causas mecânicas (como vazamento e mau funcionamento da bomba) e não mecânicas (como erosão, infecção e atrofia de uretra). No sling, as causas mais comuns de reintervenção foram retenção urinária aguda, infecção e erosão. Tabela 3 – Principais complicações dos procedimentos Artigo % retenção % erosão % % dor % revisão infecção crônica cirúrgica* Esfíncter urinário artifical¶ Clemens ND 12% 12% ND 82% Gomha ND ND ND ND 23% Gousse ND 4% 1% ND 30% Gundian ND 6% 3% ND 55% Lai ND 4% 5% ND 25% Martins ND ND ND ND 52% Mottet ND ND ND ND 21% Raj ND 5% ND ND 27% Sotelo ND 7% 5% ND 17% Walsh ND ND ND ND 27% – 6% 5% – 34% Proporção agrupada (IC 95%) (4% - 8%) (3% - 9%) (25% - 46%) Sling Bauer (BJU International) 14% ND ND ND 1% Bauer (Urology) 9% ND ND 0% 1% Gozzi 16% ND ND ND ND 23 Fischer 3% ND 6% ND 15% Guimarães 10% ND 3% ND 5% Leruth 15% 0% 1% 3% ND Overgaauw 16% 3% 8% 6% 32% Rehder (BJU International) 5% ND ND ND ND Romano 15% 4% 6% ND 10% Soljanik 24% 0% 0% 0% 0% 13% 3% 5% 3% 6% (1% - 7%) (2% - 17%) Proporção agrupada (IC 95%) (10% - 16%) (1% - 7%) (3% - 9%) * N revisões / N de pacientes no estudo ¶ Todos os estudos de esfíncter artificial avaliaram o AMS 800, exceto pelo estudo de Clemens, onde não fica claro o tipo de esfíncter utilizado. ND = não descrito. 24 CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES A análise da evidência disponível sobre o implante de esfíncter urinário artificial e opções terapêuticas, slings e injeções, para o manejo de incontinência urinária moderada a grave, permite uma abordagem indireta da efetividade dessas técnicas. Não existem Avaliações de Tecnologias formais por agências reconhecidas, e a revisão sistemática mostra dados de um único ensaio clínico randomizado. Portanto, as informações apresentadas neste PTC são oriundas dos estudos originais descrevendo as técnicas e resultados, com revisão conjunta por especialistas. Utilizando a metodologia de revisão sistemática com meta-análise de braço único (de proporções), pode se concluir que o esfíncter artificial e os slings parecem ser terapias efetivas no manejo de incontinência urinária moderada a grave pós-cirurgia. Em pacientes com sintomas moderados, ambas as estratégias parecem ter efetividade similar (tendo em vista a sobreposição dos intervalos de confiança das estimativas da meta-análise de cada terapia). Por outro lado, para casos com sintomas graves, o EA parece ter um benefício adicional em melhora dos sintomas e cura (intervalos de confiança não se cruzam). Idealmente, a escolha entre EA, sling ou tratamento conservador deveria ser embasada em dados de ensaios clínicos, mas essas tecnologias não foram comparadas diretamente em estudos randomizados. É sabido que a evolução do conhecimento e da prática médica em algumas áreas é muito mais sujeita a relatos de casos e experiências de grupos de especialistas. Esse parece ser o caso do manejo desta complicação cirúrgica, pois, apesar da ausência de evidências mais robustas, o EA tem sido considerado como técnica padrão-ouro para o manejo de incontinência urinária moderada a grave pós-prostatectomia desde 2003, em livros textos e artigos mais recentes. A última diretriz da Sociedade Européia de Urologia, referendada pelo NICE/NHS, coloca que até novas experiências sejam descritas com técnicas mais novas e menos invasivas, o EA permanece como terapia padrão, com o qual todos os outros tratamentos devem ser comparados (nível de evidência: 2; grau de recomendação B). Os slings são uma alternativa para homens como sintomas leves a moderados40. Existe uma solicitação para ensaio clínico desta tecnologia por grupo de pesquisadores ao NICE/NHS, mas está pendente por questões éticas e de comparador. 25 Em relação ao uso de injeções de preenchimento, não parece ser terapia adequada para incontinência moderada a grave, praticamente não foi estudada neste grupo de pacientes e, no único estudo, teve efetividade baixa. Importante destacar a qualidade baixa da evidência coletada acerca da comparação de EA e sling. Nenhum estudo foi randomizado, nem tampouco havia estudos observacionais que tivessem incluído no mesmo as duas intervenções. Dessa forma, é possível que haja diferença significativa entre os pacientes dos estudos. Além disto, o desfecho de efetividade da terapia é sujeito à subjetividade, e a ausência de cegamento na afeição do desfecho pode ser viés importante nos estudos incluídos. Em conclusão, com base nas informações disponíveis, o esfíncter artificial e os slings parecem ser terapias efetivas no manejo de incontinência urinária moderada a grave pós prostatectomia radical para o tratamento do câncer de próstata. Em pacientes com sintomas moderados, ambas as estratégias parecem ter efetividade similar, sendo o sling mais barato, portanto uma opção economicamente mais atrativa. Por outro lado, para casos com sintomas mais graves, o EA parece ter um benefício adicional em melhora dos sintomas e cura. Considerando o custo elevado, sugere-se a realização de estudos de custo-efetividade para esse grupo de pacientes. 26 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 1. Silva LA, Andriolo RB, Atallah AN, da Silva EM. Surgery for stress urinary incontinence due to presumed sphincter deficiency after prostate surgery. Cochrane Database Syst Rev2011(4):CD008306. 2. Câncer INd. . Estimativa 2012 - Incidência de Câncer no Brasil. Rio de Janeiro2011. 3. 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European Association of Urology 2009;http://www.uroweb.org/fileadmin/tx_eauguidelines/2009/Full/Incontinence.pdf 29 ANEXO I Classificação de Nível de Evidência Científica da Oxford Centre for Evidence Based Medicine Tratamento Grau de Nível de Prevenção recomendação evidência Etiologia Prognóstico Diagnóstico de 1A 1B Ensaio clínico controlado randomizado com intervalo de confiança estreito 1C Resultados Sensibilidade e Série de casos do Série de casos do terapêuticos do tipo especificidade tipo “tudo ou nada” tipo “tudo ou nada” “tudo ou nada” próximas de 100% 2A Revisão Sistemática de coortes históricas Revisão Sistemática (retrospectivas) ou de Estudos de de seguimento de Coorte casos não tratados de grupo controle de ensaio clínico randomizado Coorte desde o início da doença, com perda < 20%. Critério prognóstico validado em uma única população. Revisão Sistemática de estudos diagnósticos nível 1. Critério Diagnóstico de estudos nível 1B, em diferentes centros clínicos. Diagnóstico Diferencial/ Prevalência Sintomas Revisão Sistemática de Coortes desde o Revisão sistemática início da doença. de ensaios clínicos Critério Prognóstico controlados validado em randomizados diversas populações. A B – – Revisão sistemática de estudos de coorte (contemporânea ou prospectiva) Coorte validada, com bom padrão de referência. Critério Estudo de coorte Diagnóstico testado com poucas perdas em um único centro clínico. Revisão Sistemática Revisão Sistemática de estudos sobre de estudos diagnóstico diagnósticos de nível diferencial de nível >2 >2 30 2B Estudo de coorte histórica, seguimento de pacientes nãoEstudo de Coorte tratados de grupo (incluindo Ensaio de controle de Clínico ensaio clínico Randomizado de randomizado. menor qualidade) Critério Prognóstico derivado ou validado somente de amostras fragmentadas. 2C Observação de resultados Observação de terapêuticos Evoluções Clínicas -------(outcomes (outcomes research) research). Estudo Ecológico. 3A Revisão Sistemática de Estudos Caso- ----------Controle Revisão Sistemática Revisão Sistemática de estudos de estudos de nível diagnósticos de nível >3B >3B 3B Estudo Controle Seleção não consecutiva de casos, ou padrão de referência aplicado de forma pouco consistente C 4 Relato de Casos (incluindo coorte ou caso-controle de menor qualidade) D 5 Opinião de especialistas desprovida de avaliação crítica ou baseada em matérias básicas (estudo fisiológico ou estudo com animais) Caso- ------------ Coorte exploratória com bom padrão de referência. Critério Diagnóstico derivado ou validado em amostras fragmentadas ou banco de dados Estudo de coorte histórica ou com seguimento de casos comprometido (número grande de perdas) Estudo Ecológico Coorte com seleção não consecutiva de casos, ou população de estudo muito limitada Estudo de casoSérie de casos (e controle ou padrão Série de casos, ou coorte prognostica de referência pobre padrão de referência de menor ou não superado qualidade) independente
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