Análise de Risco de Certificados de Recebíveis Imobiliários
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Análise de Risco de Certificados de Recebíveis Imobiliários
Brazilian Securities Análise de Risco de Certificados de Recebíveis Imobiliários - CRIs Rating AA Baixo Risco de Crédito Fernando Pinilha Cruz – Tel. (11) 3253-9304 [email protected] Relatório Sintético Elaborado em 26/11/2004 Comitê de Crédito e Risco Erivelto Rodrigues Presidente Jorge U. S. Alves Luis Miguel Santacreu Mauricio Bassi Pablo Mantovani Reginaldo Pereira Rodrigo Indiani Tadeu Marcelo Resca Analista Responsável Luis Miguel Santacreu Tel.: 55 11 3709-1502 [email protected] Departamento Comercial Décio Baptista dos Santos [email protected] Sandra Andrade [email protected] A EMISSÃO E A CLASSIFICAÇÃO OBTIDA O Comitê de Classificação de Risco da Austin Rating, em reunião realizada no dia 26 de novembro de 2004, concedeu o rating AA para a série 2004 – 28 de Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRIs) realizada pela Brazilian Securities Companhia de Securitização, em 13/11/2004. A Brazilian Securities emitiu R$ 10.266.580,84 na ocasião, sendo R$ 9.137.256,90 sob a forma de CRIs Sênior, R$ 1.026.658,08 em CRIs Júnior e R$ 102.665,86 de valor residual integrando um fundo de reserva. Os CRIs Sênior serão pagos mensalmente, segundo uma remuneração de IGP-M + 10% aa (taxa efetiva). Os CRIs emitidos serão lastreados em créditos oriundos da venda de apartamentos da carteira própria, dos originadores MZM Empreendimentos Imobiliários S/A (35,7% do valor presente dos créditos), Helbor Empreendimentos Imobiliários S/A ( 24,2% do valor presente dos créditos), Inpar (19,0% do VP dos créditos), Rossi Residencial S/A ( 16,6% do VP dos créditos) e, em menor medida, da Construtora TS e North Incorporações e Construções Ltda. Os imóveis encontram-se habitados e localizam-se em termos de unidades, predominantemente na Capital e Grande São Paulo, além de Uberlândia, Manaus, Porto Alegre. Os 120 imóveis que serviram de lastro para a operação foram selecionados a partir dos critérios de elegibilidade usualmente empregados pela Brazilian Securities Companhia de Securitização nas séries por ela estruturadas. AUSTIN RATING Rua Leopoldo Couto Magalhães Júnior, 110 – conj. 73 - Itaim Bibi São Paulo – SP CEP 04542-000 Tel.: 11 3709-1500 Fax: 11 3168-1083 www.austin.com.br Cerca de 64,3% da carteira possui garantia de alienação fiduciária dos imóveis. Os 35,7% remanescentes referem-se aos créditos imobiliários originados pela MZM, amparados na co-obrigação do originador (substituição ou recompra de créditos com inadimplência superior a 60 dias; recompra dos créditos com a ocorrência de sinistros, cobertos por apólice de seguro contra riscos de morte e invalidez permanente e; substituição ou recompra de créditos objeto de discussão ou questionamento judicial ou extra-judicial). O rating concedido à classe Sênior reflete o ótimo histórico de pagamento dos créditos imobiliários que compõe a carteira, materializado na sua adequação aos rígidos critérios de elegibilidade exigidos pela securitizadora. As cotas seniores encontram-se com boa margem de collateral de 10%, suportada pela cota junior, bem como através da constituição de um fundo de reserva, suficientes para cobrir meses de inadimplência e garantir o pagamento de juros e principal. O risco é irrisório. ¾ FATORES POSITIVOS • Conhecimento e idoneidade da Brazilian Securities como companhia de securitização, tendo realizado várias emissões de CRIs desde o início do novo “Sistema Financeiro Imobiliário”; • Excelentes procedimentos para a compra de créditos imobiliários adotados pela Brazilian Securities; • Boa reputação das construtoras no ramo imobiliário, capacitando-se como boas originadores de créditos passíveis de securitização; • Boa aceitação e track - record comprovado da FPS – Negócios Imobiliários na qualidade de servicer envolvendo emissões de CRIs; • Bom nível de pulverização em termos de devedores individuais e baixa concentração de vencimentos ao longo dos meses da série; • Baixa concentração geográfica com a presença de 31 empreendimentos e apólice de seguros contemplando a cobertura contra danos físicos aos imóveis, bem como morte e invalidez permanentes dos mutuários; • Histórico de baixa inadimplência dos devedores dos imóveis cedidos, colabora para a previsão da qualidade da carteira e segurança na margem de overcollateral tomado pela securitizadora; • Cerca de 55% do valor da série possui LTV ( loan to value) abaixo de 49% e, 25%, entre 69% a 50%; o LTV médio da carteira encontra-se em 44,45%, abaixo portanto do teto máximo de 70% estipulado nos critérios de elegibilidade; • A carteira originada pela MZM possui LTV médio de 34,17%, bem inferior do teto máximo de 70% estipulado nos critérios de elegibilidade; • Presença da forma de pagamento seqüencial colabora para o recebimento de juros e principal integrais para os CRIs Seniors, caracterizando assim o seu privilégio em relação às cotas juniors, no caso da inadimplência alcançar patamares anormais; • Cerca de 2/3 da carteira possui cláusula de alienação fiduciária e os créditos da MZM possuem co-obrigação, colaborando para a mitigação de risco em uma eventual elevação da inadimplência; • Estrutura juridicamente bem construída, com a completa segregação e não implicação aos créditos elegidos para a securitização, de quaisquer eventos desfavoráveis sucedidos com os originadores e/ou com a companhia securitizadora; • A estrutura apresenta conciliação entre os indexadores utilizados no financiamento a prazo dos imóveis e na correção dos CRIs; • Presença da CETIP e da Oliveira Trust na qualidade de agente fiduciário, minimiza o risco de liquidação, assim como, protege os interesses dos compradores dos papéis. ¾ FATORES EM OBSERVAÇÃO • As condições macroeconômicas no Brasil, espelhadas em altas taxas de desemprego e queda do poder de compra real da população, podem conduzir, ao longo dos meses de maturidade do papel, a momentos de maior inadimplência, sensibilizando negativamente o reforço de crédito desenhado para a estrutura; • O período ainda reduzido de existência dos CRIs no País, a falta de uma cultura de investimentos de longo prazo e a concentração das operações em poucos originadores e empresas de securitização, aliados à morosidade dos processos de análise e registro junto às autoridades regulatórias, reduzem a possibilidade de maior difusão do instrumento, impedindo uma melhor precificação, por exemplo, através de um mercado secundário; • Os efeitos de um aumento no IGP-M e nas taxas de desemprego podem conduzir, ao longo da maturidade do papel, a momentos de maior inadimplência, sensibilizando o reforço de crédito desenhado para a estrutura. RELATÓRIO SINTÉTICO SÉRIE 2.004 – 28 e 29 DE EMISSÃO DE CRIs BRAZILIAN SECURITIES 2 Classificação da Austin Rating Obrigações de Longo Prazo AAA - Obrigações protegidas por excepcionais margens de cobertura para o pagamento de juros e principal. Obrigações suportadas por garantias sólidas. O risco é quase nulo. AA - Obrigações protegidas por ótimas margens de cobertura para o pagamento de juros e principal. suportadas por garantias sólidas. O risco é irrisório. A - Obrigações protegidas por elevadas margens de cobertura para o pagamento de juros e principal. Obrigações suportadas por garantias seguras. O risco é muito baixo. Obrigações BBB - Obrigações protegidas por boas margens de cobertura para o pagamento de juros e principal. suportadas por garantias seguras. O risco é baixo. BB - Obrigações protegidas por moderadas margens de cobertura para o pagamento de juros e principal. Obrigações suportadas por garantias moderadas. O risco é médio. B - Obrigações protegidas por moderadas margens de cobertura para o pagamento de juros e principal. Obrigações suportadas por garantias fracas. O risco é médio. CCC - Obrigações pouco protegidas pelas circunstâncias operacionais desfavoráveis da instituição. Obrigações suportadas por garantias fracas. O risco é alto. CC - Obrigações desprotegidas pelas circunstâncias operacionais negativas da instituição. Obrigações não suportadas por garantias. O risco é altíssimo. C - Obrigações encontram-se em default com perspectivas remotas de pagamento de juros e principal. O risco é altíssimo. Obrigações Sinais de (+) mais e (-) menos são utilizados para identificar uma melhor ou pior posição dentro de uma mesma escala de rating. Rating é uma classificação de risco, por nota ou símbolo. Esta expressa a capacidade do emitente de título de dívida negociável ou inegociável em honrar seus compromissos de juros e amortização do principal até o vencimento final. O rating pode ser do emitente, refletindo sua capacidade em honrar qualquer compromisso de uma maneira geral, ou de uma emissão específica, onde é considerada apenas a capacidade do emitente em honrar aquela obrigação financeira determinada. As informações obtidas pela Austin Rating foram consideradas como adequadas e confiáveis. As opiniões e simulações realizadas neste relatório constituem-se no julgamento da Austin Rating acerca do emitente, não se configurando, no entanto, em recomendação de investimento para todos os efeitos. RELATÓRIO SINTÉTICO SÉRIE 2.004 – 28 e 29 DE EMISSÃO DE CRIs BRAZILIAN SECURITIES 3