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A RAZÃO CRIANÇA
PÁGINA 12
FEVEREIRO / 2015
Espaço infantil
Um conto de Natal (II)
THARSILA PRATES, jornalista,
frequentadora da Filial São Paulo
Para quem não conseguiu continuar a leitura da história Um conto
de Natal, cujo trecho foi
publicado aqui na edi ção de dezembro, vamos contar, resumidamente, o que acontece
com o velho ava rento
Scrooge – personagem
de Charles Dickens, criado em 1843.
o mesmo dia em
que Scrooge recebe a visita do
sobri-nho e destrata o seu
funcionário, menosprezando as comemorações natalinas, é surpre endido,
em casa, com a aparição
do sócio, morto há sete
anos. Este explica por que
se tornou um ser acorrentado – viveu somente
para si e para os negócios,
sem dar nenhuma importância ao próximo, ao
bem comum e à benevo lência – e que, agora, surgia para dar ao amigo a
chance de escapar de um
fim seme-lhante ao seu.
Scrooge, fingindo não ter
medo, quis saber como isso poderia acontecer:
– Vais ser visitado por
mais três espíritos, continuou o fantasma. Aguarda
a visita do primeiro espírito amanhã ao bater da
uma hora.
– Não seria melhor
que viessem todos juntos,
para acabar mais depressa
com isso?
Engraçadinho
esse
Scroo ge, não? O antigo
sócio disse a ele que o segundo espírito apareceria
na noite seguinte, e o terceiro, na outra noite, ao
bater a última badalada
da meia-noite.
E assim foi feito. Ao
bater da uma hora, o primeiro espírito – o dos Natais passados de Scrooge –
apareceu para o velho,
levando-o ao lugar onde
ele tinha sido criado.
“Flutuavam no ambiente mil perfumes amigos,
cada um dos quais evocava uma multidão de pensamentos, de esperanças,
de alegrias e pesares passados, de muitos anos
atrás.”
Scrooge, que via as ce-
N
nas exatamente como elas
ti nham se passado, se
emocionou ao rever pessoas conhecidas, que
comemoravam o Natal de
maneira alegre e vibrante,
enquanto ele, “um pobre
menino abandonado”, lia
sozinho, numa casa onde
“deviam levantar-se ainda
com o escuro e talvez não
pu dessem alimentar-se
quanto desejariam”.
Pôde rever ainda um
Natal, também alegre, festivo e vibrante, em que o
seu antigo chefe dera um
divertido baile sem gastar
quase nada, aproveitando
o salão do armazém onde
Scrooge começou a trabalhar. Enquanto revia essas
cenas, se lembrava de
maus atos cometidos na
velhice e das pessoas que
havia destratado, a exemplo de seu empregado.
Sofrendo, Scrooge teve
de rever ainda o momento
em que a noiva o liberou
do compromisso de vive rem juntos, pois ela já
não concordava com a
mais recente paixão – o
amor pelo dinheiro – por
parte do homem que ha via escolhido.
Levado pelo espírito, o
velho contemplou a cena
feliz de sua ex-noiva em
família, com o novo marido e sua filha, comemorando na noite de Natal.
Scrooge sofreu até cair
num sono profundo à espera da visita do segundo
espírito.
Esse segundo espírito
foi o fantasma do Natal
presente. Scrooge foi convidado a entrar numa sala
enfeitada, quentinha e
cheia de deliciosos quitutes e bebidas. O velho não
estava mais rabugento, como na véspera.
Os dois passearam por
uma Londres enfeitada
para o Natal, com a atmosfera especial da data,
e depois Scrooge foi levado para a casa do seu empregado.
Lá, ele assistiu à cena
do Natal em família, festejado com muito amor e
simplicidade. Todos estavam alegres e achando
que pato com molho de
maçãs era o prato mais especial do mundo. Não
tiveram coragem de dizer
que o pudim estava pequeno demais para toda a
família. Apesar de pequeno, fora feito com muito
capricho e estava delicioso. Bob tinha um filho
com deficiência, tratado
também com muito amor
e cuidado, e Scrooge quis
saber se ele sobreviveria à
doença. O espírito do
Natal presente disse que,
se nada fosse feito, melhor
que morresse logo para
diminuir o excesso de
população, re petindo as
palavras uma vez ditas,
em outra situação, pelo
velho Scrooge, o que o fez
morrer de remorso.
O passo seguinte foi
assistir ao Natal do sobrinho, sua mulher e de
seus respectivos convidados, rindo da atitude zombeteira do velho ao re-
cusar o Natal com a sua
própria família.
– Ele é riquíssimo, não
é verdade?, insinuou a sobrinha por afinidade. Pelo
menos, foi o que você
sempre me disse.
– Que importa a sua
fortuna, querida – respondeu o marido – uma vez
que ela não lhe serve para
nada? Não se utiliza dela
para praticar o bem, não
tira dela nenhum proveito
para si mesmo, nem mesmo tem a satisfação de
pensar, ah!, ah!, ah!, que
um dia nos fez o menor
benefício com o seu dinheiro.”
Apesar do caráter de
Scrooge, o sobrinho fez
questão de brindar ao tio.
O espírito do Natal
presente ainda o levou a
diversos lugares, ensinando os preceitos da caridade e, depois, desapareceu, dei xando uma mensagem:
que
Scrooge
tomasse cuidado com a
Miséria e, especialmente,
com a Ignorância, lutando
contra elas.
O terceiro e último espírito foi o do futuro.
Sem mostrar o rosto e indicando apenas as direções, o fantasma fez
Scrooge ouvir diálogos de
pessoas que não se sensibilizavam com a morte de
gente avarenta, como ele
pró prio. E seria ele pró prio a morrer sozinho se
não estivesse convicto a
mudar de atitude.
Então, saiu pelas ruas
fazendo o bem, alegre como nunca estivera antes.
“Fez tudo quanto ha via resolvido fazer e ainda
muito mais. Com referência ao pequeno Tini (filho
do empregado Bob),
Scrooge foi para ele verdadeiramente um segundo
pai. Em breve, tinha-se
tornado o melhor amigo,
o melhor patrão, o melhor
homem que jamais se encontrou em nossa velha
cidade ou em qualquer
outra velha cidade, aldeia
ou povoação do nosso velho mundo. Alguns riram
da mudança operada nele,
mas ele os deixou rir e
não se incomodou (...)
Seu próprio coração estava alegre e feliz, e isso lhe
bastava.”
Por que...
... algumas pessoas
sofrem menos com
a picada do pernilongo?
Vocês já ouviram falar
de gente que tem “sangue
doce”? Essa é a justificativa folclórica – ou seja,
irreal – que habitualmente
usamos para explicar por
que algumas pessoas so frem mais com os pernilongos – também chamados de muriçocas. Muitas
vezes, a casa está infestada desses bichinhos, por
causa do calor, da umidade, da proximidade com
alguma mata ou superfícies com água parada, mas
tem gente que consegue
dormir tranquila e ainda
por cima não é atingido
pelas picadas.
Por que isso acontece?
Uma matéria publicada
no jornal Folha de S.Paulo
do mês passado explica: os
pernilongos atacam as pessoas pelo cheiro. Quem
tem um metabolismo mais
acelerado está mais sujeito
às picadas, porque os mosquitos rastreiam no ar o
CO2 e o ácido lático, que
são substâncias geralmente
produzidas em maior
quantidade por essas pessoas ou após grande esforço físico.
As responsáveis por
esse rastreamento são as
proteínas presentes nas
antenas dos pernilongos –
só as fêmeas picam.
A matéria explica ainda que a atração que os
pernilongos têm por alguma pessoa em especial
pode estar relacionada à
flora de bactérias e fungos
presentes na pele.
Segundo os especialistas, não há muito o que
fazer quanto a isso. São as
características de uma pessoa que a tornam mais propensa, inclinada (li teral mente) à fome desses mosquitinhos tão chatinhos...
Adivinhas
O que é, o que é:
É perigosa de armar
Sempre é melhor não entrar
Ninguém gosta de perder
Todo mundo quer ganhar?
O que é, o que é:
Tem dente, mas não tem boca
Não morde, mastiga ou come
É careca e tem cabelo
Quem adivinha seu nome?
O que é, o que é:
Essa adivinha é dureza
Quem começa nunca acaba
Responda quem tem certeza
Por que é que o boi sempre baba?
O que é, o que é:
São sempre grandes amigos
Passam o dia se batendo
Mas não fazem mal aos outros
Embora vivam mordendo?
O que é, o que é:
São luzes, mas não têm fio
São quietas e agitadas
Se dormem durante o dia
A noite passam acordadas?
O que é, o que é:
Que coisa, que coisa é
Passa a vida na janela
E mesmo dentro de casa
Está sempre fora dela?
Os problemas dentários
estão entre os mais graves
na área de saúde pública
no Brasil, atingindo principalmente a população
carente. É o que revela
pesquisa da Organização
Mundial de Saúde (OMS),
coordenada no Brasil pela
Fundação Oswaldo Cruz.
Os primeiros resultados,
mostram que 14,4% dos
brasileiros já perderam todos os dentes. Entre as
mulheres de baixa renda
com mais de 50 anos, o
índice chega a 55,9%.
A Pesquisa Mundial de
Saúde da OMS foi realizada com o objetivo de
avaliar os sistemas de
saúde de 71 países.
Segundo a organização
Dentistas do Bem, 30 milhões de crianças nunca
foram ao dentista no
Brasil. As informações são
do Dr. Rogério Mengarda.
Essas adivinhas divertidas foram
extraídas do livro Armazém do Folclore,
de Ricardo Azevedo.
RESPOSTAS - na ordem de apresentação
Briga. Pente. Porque não sabe cuspir. Dentes.
Estrelas. Botão
30 milhões de crianças nunca foram ao dentista no Brasil