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ANO 31 - OUTUBRO 2015 - Nº 231 Entrevista com Carlos Nunes O ator é uma daquelas pessoas que se a gente pudesse ficaria horas e horas conversando. A prosa com ele vai longe. Nesse bate papo, disse que deve muito ao teatro e que “ eu aprendi a vida através do teatro”, além de ser apaixonado pelos palcos. É com esse jeito simples de viver e com um sorriso estampado no rosto que o ator dá vida a personagens marcantes e arranca gargalhadas do público. Pg. 8 ANOS O curso de Pedagogia da Faculdade de Educação da Universidade do Estado de Minas Gerais comemora 45 anos com muito orgulho de sua história. Para os próximos 45 anos, os desafios são muitos, como ampliar o conhecimento repassado dentro da sala de aula aos futuros profissionais da educação. Repleta de bons frutos é marcado pela paixão que seus profissionais se dedicam a ele e aos alunos. Leia mais na página 2 A história do Outubro Rosa remonta à última década do século 20, quando o laço cor-de-rosa foi lançado pela Fundação Susan G. Komen for the Cure e distribuído aos participantes da primeira Corrida pela Cura, realizada em Nova York, em 1990 e, desde então, promovida anualmente na cidade. No Brasil a campanha começou em 2002, quando o monumento Mausoléu do Soldado Constitucionalista (mais conhecido como o Obelisco do Ibirapuera), situado em São Paulo/SP, ficou iluminado de rosa. Saiba mais nas páginas 4 e 5. Foto: Glaucia Rodrigues Reflexões sobre o Saber Docente Experiências além da sala de aula O curso de Pedagogia da FaE realizou a 9ª edição do evento “Reflexões do Saber Docente”. A temática este ano foi “Como melhorar e aprimorar a educação nas escolas?” A programação do seminário contou com a participação de professores da faculdade, alunos, ex-alunos e profissionais da educação. Leia mais na página 06. Editorial outubro de 2015 2 Editorial Em seus 45 anos de existência, o Curso de Pedagogia, incorporado à Universidade do Estado de Minas Gerais em 1995, como Faculdade de Educação, tem sido uma das referências na formação de professores em nosso estado. Uma experiência, que antecede à própria constituição da universidade estadual, e que é uma das poucas instituições que oferece formação em Pedagogia, sob a modalidade pública e gratuita, desde 1970. Por ela passaram muitas pessoas com relevantes serviços prestados à educação, dentre os quais pode‐se citar Alda Lodi, Lúcia Monteiro Casassanta, Ely Fonseca Dutra, Ana Lucia Amaral, Dalva Cifuentes Gonçalves, Belkiss Alves Nogueira, Janete Barreto Paiva, Jose Cosme Drumond, Santuza Abras, Dolores Borges de Amorim, só para citar os professores que dirigiram a instituiçao desde a sua origem. A despeito, porém, de sua trajetória gloriosa, não se pode esquecer que este caminho também foi permeado de dificuldades e desafios. Como não se lembrar da precariedade física característica dos “porões” do Instituto de Educação? Além disto, vale lembrar também as precárias condições a que foram submetidos muitos de seus professores, que embora tenham atestado sua competência nos diversos processos de seleção, foram contratados com baixíssimos salários e limitadas possibilidades acadêmicas 3 Notícias outubro de 2015 Resgatando Histórias Homenagem à professora Santuza Abras em pesquisa e extensão etc. Não obstante estes problemas, o corpo docente desta instituição assumiu a Faculdade e, com muito trabalho, levou‐a ao reconhecimento expresso em conceitos publicados em periódicos avaliadores das instituições de ensino no país. Além do mais, a luta de seus professores fez com que fosse estendido a todos o direito a horas de pesquisa e ANOS de extensão. Mais uma vez o trabalho dos professores ficou evidenciado na produção científica, apresentação de trabalhos em congressos internacionais e inserção em programas instituicionais tanto em nível federal como também municipal e estadual. Chegamos, portanto, ao crescimento institucional expresso em sua grande visibilidade. século XXI como parte importante e vital da Universidade do Estado de Minas Gerais e neste contexto enfrenta os desafios inerentes ao crescimento da UEMG, que, com o processo de estadualização de diversas fundações, passa a ser uma das maiores instituições públicas de ensino superior do país. Um destes desafios é, sem dúvida, a afirmação da UEMG como uma instituição universitária de fato, com capacidade de gerir seus processos didáticos, englobados aí a gestão de concursos e contratação de professores. Não há dúvidas de que este não é um caminho fácil. Mas mais uma vez os professores, tantas vezes chamados a intervir para o bem da instituição, se põem na linha de frente para reafirmar o compromisso com uma Universidade pública , gratuita e que tenha respeitada sua autonomia como convém a uma Universidade de excelência deste país. Nestes quarenta e cinco anos, podemos dizer que caminhamos muito, mas com a consciência de que há muito o que se fazer; desta luta nós professores não fugiremos, ao contrário vamos protagonizá‐la , tendo a convicção de que o resultado dela será a afirmação de uma Faculdade de Educação . A Faculdade de Educação chega ao A Biblioteca da Faculdade de Educação/CBH, durante o 9º Seminário Saber Docente, de 5 a 7 de outubro, prestou homenagem à professora Santuza Abras, com a contação de estórias baseada em uma de suas obras, “Desenruga tartaruga”, feita por Madu Costa. Foto: Adílio Vieira A professora foi surpreendida com a exposição de todos os seus livros, alguns premiados nacionalmente e recomendados pelo FNDE, Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação. Dando prosseguimento às homenagens, foi realizada uma oficina de confecção de um dos personagens do livro da escritora. A Direção da FaE fez uma abordagem histórica da vida profissional da escritora dedicada à educação, que na universidade iniciou como aluna do Curso de Pedagogia, passando pelo ato de ensinar, onde foi Diretora da FaE/CBH até 2008, quando foi eleita Diretora do Campus de Belo Horizonte e, em 2010, foi eleita Vice-Reitora da Universidade do Estado de Minas Gerais. Da esquerda para direita: Júnia Miranda Camillozzi - analista universitária, Prof.ª Santuza Abras - escritora infantil e ex-vice-reitora da UEMG e Simone Rodrigues Martins - coordenadora da Biblioteca da FaE. Foto: Adílio Vieira Da esquerda para direita: Prof.ª Lavínia Rosa Rodrigues, vice-diretora da FaE, Prof.ª Santuza Abras , homenageada e Prof.ª Fátima Silva Risério, diretora da FaE. FaE promove o 1º web seminário sobre educação A FaE/UEMG, por meio de seus núcleos de pesquisa, Conhecimento em Educação (COED), Núcleo de Estudos sobre Educação, Comunicação e Tecnologia (NECT), do Centro de Ensino (FaE/UEMG), do Centro de Pesquisa em Educação a Distância (CEPEAD), do Curso de Pedagogia a Distância e do Programa da Universidade Aberta do Brasil (UAB) promoveram o 1º Web Seminário Internacional em Educação: Aprendizagem Ubíqua, Conectivismo e Ensino Online, de 24 a 25 de junho. O Web Seminário (WS) foi uma proposta de discussão e debate online, que envolveu 450 participantes, 45 palestras nacionais e internacionais com pesquisadores da Faculdade de Educação, de Universidades de Montreal, do MIT e da Universidade de Lisboa, dentre outras. Os assuntos abordados no Webseminário ainda podem ser acessados através do youtube, no endereço: http:sites. google.com/site/webseminariofae/ home A tecnologia a serviço da educação EXPEDIENTE FaE Informa é uma publicação da Faculdade de Educação do Campus de Belo Horizonte da UEMG – Edição, reportagem e diagramação: Equipe CenC - Conselho Editorial: Alecir Francisco de Carvalho, Fatima Silva Riserio, Frederico Antonio de Araujo, Lavínia Rosa Rodrigues (Coordenadora), Luciana Zenha Cordeiro, Lúcio Alves de Barros, Maria Cristina Olandim Pereira, Maria da Consolação Rocha, Maria Esperança de Paula, Vera Lucia Nogueira. Centro de Comunicação:[email protected] - http://www.facebook.com/cenc.uemg. Jornalista Responsável: Silviana Giampaoli Projeto Gráfico; Sofia Santos. Diagramação: Rachel Sager Boldt. Redação: Lavínia Rosa Rodrigues. Revisão: Antônio Rodrigues Franco e Agostinho Vieira Neto. Universidade do Estado de Minas Gerais Reitor: Dijon Moraes Junior - Vice-reitor: José Eustáquio de Brito. FaE: Diretora: Profª. Fátima da Silva Risério - Vice-Diretora: Lavínia Rosa Rodrigues. Os conceitos emitidos em colunas e artigos são de responsabilidade de seus autores. Editoração e Impressão: Gráfica O Lutador- Tiragem: 1000 exemplares - Distribuição gratuita: circulação dirigida. Apoio: Fundação Renato Azeredo - FRA. Youtube Pedagógico - Para que os 200 estudantes do curso de Pedagogia a distância pudessem acessar o acervo existente na web sobre Educação, foram levantados 450 filmes relacionados à Educação,e foi aberto o canal Pedagogia Online, que se encontra no endereço https://www.youtube.com/channel/ UCa0WNVIwbRot85iBjlzIC5A Para a professora Luciana Zenha, coordenadora do Curso de Pedagogia a distancia, “no canal do Pedagogia online, é possível acessar todos os filmes, comentar e, além disso, temos 600 usuários inscritos que postam novos vídeos e apostam em uma comunidade colaborativa”. Os estudantes do Pedagogia a distância também podem assistir às aulas no canal do curso pelo youtube: http://ead. uemg.br. Artigo outubro de 2015 4 Outubro Rosa A importância da prevenção Dra. Irene de Paula Silveira Gonçalves Prof.a Dra. da Faculdade de Medicina UFMG As mamas são glândulas cuja finalidade é a produção do leite para que as mães amamentem seus filhos e eles sobrevivam ao nascer. Portanto, são órgãos de perpetuação da espécie humana e de autoestima, pois na estética feminina a satisfação da mulher com o tamanho e harmonia com o corpo são muito importantes para seu bem-estar psicológico e de autoconfiança. As mamas são órgãos externos no nosso corpo. Deveria ser fácil diagnosticar suas doenças, mas não o é. O câncer de mama é a doença mais grave das mamas. Ocorre principalmente em mulheres acima de 40 anos, sendo mais frequente, ainda, acima dos 50 anos. Entretanto vem ocorrendo em mulheres cada vez mais jovens, na faixa dos 30 anos e de forma mais grave. Quanto mais jovem é a mulher, geralmente mais grave é a doença. Os tratamentos do câncer de mama incluem cirurgia, radioterapia e quimioterapia de longo prazo (em geral, de uso contínuo de medicamento). A cirurgia pode ser desde a retirada de parte da mama até a retirada de toda a mama. Ou seja, pode ter tanto resultados estéticos excelentes, como muito comprometedores. A quimioterapia é por um período prolongado. E, em geral, ocorre a queda total dos cabelos da mulher, mas que crescem de novo. Também há os desconfortos e complicações inerentes à quimioterapia. A radioterapia aplicada sobre a mama muitas vezes queima a pele ou a escurece. mamografia é capaz de detectar. Nós, mulheres, passamos por tudo isso e, ainda, há o risco da metástase à distância. O câncer de mama envia células malignas principalmente para o nosso cérebro, pulmões, fígado, ossos, que por lá ficam “adormecidas” e podem um dia “acordar” e começar a crescer, formando tumores nesses locais. As complicações vão acontecendo até sobrevir a nossa morte. Atualmente o ultrassom de mamas contribui muito para esclarecer áreas na mama que a mamografia sozinha não é capaz de fazê-lo. Nos casos suspeitos, realiza-se a biópsia, ou seja, a partir do estudo histológico do material retirado da mama, é possivel definir se a lesão é benigna ou maligna. A ressonância nuclear magnética também pode ser usada. Então, o que nós, mulheres, podemos fazer por nós mesmas? E pela nossa família? É simples: autoexame, consulta ginecológica, mamografia e ultrassom. O autoexame é feito pela própria mulher. O objetivo é que cada uma de nós acostume-se com suas mamas. E, quando notar alguma diferença, procure o ginecologista. Palpar a mama direita com a mão esquerda e a esquerda com a mão direita. Colocar uma pressão suficiente para sentir as costelas. Durante o banho é um momento excelente! Ao notar alguma diferença, deve-se procurar um ginecologista. Em função da idade, história familiar e o exame clínico das mamas, o ginecologista solicita a mamografia e/ou ultrassom. A mamografia é considerada o melhor exame complementar para diagnóstico precoce do câncer de mama. O câncer, na sua forma inicial, modifica de forma sutil uma pequenina área da mama que a Alguns cuidados que auxiliam na prevenção do câncer de mama são :perceber pequenas modificações nas mamas;ir ao ginecologista pelo menos uma vez ao ano; fazer mamografia anual para as mulheres acima de 40 anos; realizar o ultrassom de mamas (em casos específicos); estar atenta, desde mais jovem, se há casos de câncer na família, principalmente mãe, avó, irmã; ter hábitos de vida saudáveis e combater a obesidade. Portanto, quanto mais cedo o câncer é diagnosticado, menos agressivos serão os tratamentos e maiores serão as chances de cura. Fazer a mamografia é uma forma de nos amarmos e às nossas famílias! Façamos a mamografia uma vez ao ano, após os 40 anos! O mês de outubro foi escolhido como “outubro rosa” para lembrar a todas as mulheres que o câncer é uma doença grave, mas tem cura. 5 Notícias outubro de 2015 Câncer de mama Uma doença silenciosa O câncer de mama é um tumor maligno que se desenvolve na glândula mamária e provoca uma série de alterações celulares. Tipo de câncer mais comum no sexo feminino, a doença atinge cerca de um milhão de mulheres todos os anos, chegando a matar quase 50% das pacientes – 450 mil, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS). No Brasil, estima-se que 57 mil casos surjam todos os anos, sendo cinco mil em Minas Gerais – mil apenas na capital, Belo Horizonte. A doença costuma aparecer em mu- lheres a partir dos 40 anos e, a partir dessa faixa etária, recomenda-se uma série de exames clínicos preventivos. “A mamografia e a consulta anual ao mastologista (especialista em mamas), além de exames complementares, como ultrassonografia e ressonância magnética”, elenca o médico Henrique Salvador, presidente do Hospital Mater Dei de Belo Horizonte. As mulheres também podem fazer o autoexame, que deve ser feito logo depois da menstruação. Durante o toque, é importante procurar deformações ou alterações no formato dos seios, retrações, feridas ao redor do mamilo, caroços nas mamas e axilas e possíveis secreções. Esse conjunto de ações tem como objetivo detectar a doença precocemente e antecipar cuidados clínicos. “Houve uma evolução no tratamento do câncer de mama, bem como nos medicamentos utilizados”, diz Dr. Henrique. “Isso contribui para a queda da mortalidade entre mulheres que desenvolvem o tumor”, completa. 12 SINTOMAS DE CÂNCER DE MAMA MAIS FREQUENTES 1.Alterações do tamanho ou 5.Assimetria entre as duas mama ou no mamilo; 2.Vermelhidão, inchaço, ca- feridas na pele junto do mamilo; forma da mama; lor ou dor na pele da mama; 3.Nódulo ou caroço na mama, que está sempre presente e não diminui de tamanho; 4.Inchaço e nódulos fre- quentes nas ínguas das axilas; mamas, como, por exemplo, uma maior que a outra; 6.Presença de um sulco na 9.Formação de crostas ou mama, como se fosse um afundamento de uma parte da mama; 10.Liberação de líquido 7.Endurecimento da pele da 11.Inversão súbita do ma- mama, semelhante a casca de laranja; 8.Coceira frequente na pelo mamilo, especialmente se for sangue; milo; 12.Veia facilmente observada e crescente Notícia outubro de 2015 6 7 Espaço Acadêmico outubro de 2015 Reflexões do Saber Docente Caros colegas Pedagogos e Pedagogas “Era uma vez ...dois reinos: um branco e outro preto. Um dia o rei branco achou que seu reino estava desprotegido, que seus súditos poderiam estar em perigo. O rei branco então decidiu proteger suas riquezas. Em cada extremidade de seu reino colocou uma torre para servir de vigilância. Seus melhores cavalos ficaram a postos, assim como seus bispos. Seus peões ficaram na linha de frente para proteger o rei e a dama. O rei preto, vendo a movimentação do rei branco, fez a mesma coisa em seu reino.” Nesta edição, em comemoração aos 45 anos de criação do Curso de Pedagogia da FaE/UEMG, damos vozes às Pedagogas e aos Pedagogos, expressas no discurso de formatura proferido pela oradora da turma Silvana Alves de Araújo. Mais do que um depoimento de despedida, o discurso apresenta questionamentos sobre a formação, bem como as experiências que são referenciais do tempo vivido como estudantes e as perspectivas para a atuação profissional. Destaca, ainda, a responsabilidade de cada um(a) frente ao desafio de reinventar a educação, pois levam em si as sementes do amanhã, a esperança de um futuro melhor. “Na prata de suas vozes, o ouro de seus corações” (Guimarães Rosa) Experiências além da sala de aula Tudo para que alunos e, por que não, professores possamaprender aenfrentar os desafios de sala de aula. o talento. Talento esse que acontece de todas as formas. E uma delas é o despertar do Foto: Silviana Giampaoli Foi com essa estória que as alunas do curso de Pedagogia da Faculdade de Educação, Campus BH, Alessandra Dutra, Shirley Bouri, Marislene Baia e Élida Silva apresentaram o xadrez. O jogo ajuda a melhorar o desempenho cognitivo, o raciocínio, a socialização e o rendimento escolar dos alunos. Esse foi o tema central do 9º Seminário “Reflexões do Saber Docente: como melhorar e aprimorar a educação nas escolas?” A cada dia, oficinas e palestras disputaram a atenção do público. Desde as contações de estórias, a utilização de brinquedos, as rodas de cantigas, a importância de se manter viva a tradição do congado mineiro com as manifestações afro-brasileiras, apresentações musicais e teatrais. “Um dia, um interesse em comum nos uniu: o interesse pelo curso de Pedagogia, o interesse e o desejo de sermos Pedagogas e Pedagogos. Outro desafio enfrentado com competência foi a deficiência visual. Isabel Maria de Oliveira, aluna do curso de pedagogia, juntamente com o diretor do Instituto São Rafael, Juarês Gomes Martins, mostraram como a cerâmica ajuda no desenvolvimento do tatoe, o quanto contribui para a aceleração do processo de aprendizagem do braile. Não ficaram presos ao saber ler e escrever em braile, produziram lindas esculturas, provando que nada pode impedir Foto: Adílio Vieira interesse dos alunos para as regras. Regras de português, matemática, ligações iônicas... para esses problemas “insolúveis”, Rafael Soares Mansur, também aluno da instituição, apresentou jogos eletrônicos educativos. Mostrou como a tecnologia digital pode ser usada como ferramenta no desenvolvimento da criança. Entre tantos desafios e superação a figura do pedagogo se faz imprescindível. Como uma peça chave, a mola mestra na formação do educador. Esses três dias de reflexões, práticas e debates serviram para reafirmar o empenho do curso de Pedagogia da FaE, através da coordenadora, professora Cristina Olandim, ao pautar temas caros à formação dos profissionais da educação. O objetivo foi alcançando com sucesso! Portanto, tanto o rei preto, quanto o branco podem ficar tranquilos. Seus tesouros e riquezas estão muito bem protegidos! Talvez no primeiro momento, logo no início do curso, não tenhamos todos sido atingidos com a profundidade e o significado da Pedagogia. Com o passar dos dias, fomos descobrindo e ampliando as nossas concepções acerca do verdadeiro sentido da Pedagogia como Ciência da Educação, que se ocupa com levar as pessoas a uma das maiores virtudes que se pode ter, que é o conhecimento. Assim, o nosso orgulho e nossa admiração por nossa escolha do curso de Pedagogia aumentavam cada dia mais. Hoje, ao olharmos para trás, percebemos o quanto batalhamos para a concretização de nosso sonho. E, nessa caminhada, aprendemos muito uns com os outros e com nossos mestres, aprendemos a nos conhecer melhor, ver que somos capazes de superar limites. Aprendemos a conviver e a trabalhar em grupo, valorizando a importância do outro; aprendemos a ouvir, a formar e compartilhar opiniões, além de ques- Foto: Solange Maria Dias da Silva/ AP Formandos do curso de pedagogia FaE tionar paradigmas e refletir sobre novas possibilidades. Mais do que construir verdadeiras amizades, aprendemos a importância de cativá-las. E aprendemos, assim, a conhecer, a fazer, a conviver e a ser, o que Jacques Delors define como “Os quatro pilares de uma educação para o século XXI”, os quais deverão orientar sempre nossa prática docente. Percorrido esse caminho, entendemos que ser pedagogos e pedagogas não é uma tarefa simples, é uma profissão que exige de nós muita coragem, paciência e amor. “Educar é desafiar as pessoas a serem protagonistas de um mundo melhor, é formar pessoas criticas e reflexivas, capazes de transformar realidades.” É também dar sempre o melhor de nós, mesmo diante de todos os obstáculos que a nossa Educação enfrenta hoje. A nossa escolha nos dá a chance de desenvolver um bom trabalho e apontar um novo sentido para a Educação em nosso país, onde crianças, jovens e adultos depositam em nosso trabalho a esperança de um futuro melhor. Vencemos! Aqui estão nossos familiares que foram testemunhas de nossos medos e angústias, e isso os torna vitoriosos também! Aos familiares, que não estão mais conosco, a saudade e o desejo de que estivessem aqui para presenciar este momento. Aos mestres, que compartilharam conosco, cada um do seu jeito, não só o conhecimento acadêmico, mas também suas experiências de vida, os nossos sinceros agradecimentos, pois colaboraram sobremaneira para a nossa formação profissional e pessoal. Hoje, 24 de setembro de 2015, encerramos com sucesso mais uma etapa de nossas vidas. Estamos emocionados pelo triunfo, mas também pela despedida. Agora seguiremos caminhos diferentes. Diante dos vários rumos a que a Pedagogia possa nos levar e nos permitir vislumbrar, que não se perca em nós o seu objetivo de promover meios para a qualidade da Educação de nosso país. Muito obrigada.” Silvana Alves de Araújo, pedagoga formada pela FaE/ CBH/ UEMG Entrevista outubro de 2015 8 35 anos de pura risada Foto: Silviana Giampaoli não tinha jeito de não de fazer outra coisa. Mas não sei como é que descobri o teatro, porque eu nunca tinha ido ao teatro, nunca tinha feito nada, nenhuma manifestação cultural no Serro ( cidade natal de Carlos Nunes), a não ser a peça do Rosário. FI: Esse ano você está comemorando 35 anos de carreira. O que isso representa para você? FaE Informa: Como foi sua estreia no teatro? Carlos Nunes: É claro que eu conto com humor, mas é verdade. Eu nasci em 31 de outubro e no dia 25 de dezembro já fui o menino Jesus no presépio. Foi meu primeiro personagem. FI: O que te influenciou para a comédia? CN: Minha mãe. Ela era uma grande inspiradora no humor, sabe?! Ela tinha um humor ácido, rápido, ferino. Eu adorava conversar com ela. De tudo ela tirava uma piada. FI: Como você se descobriu ator? CN: Não consigo definir direito. Eu sei que o humor me escolheu. Eu não escolhi o humor, o humor me escolheu. Porque fazia umas peças meio sérias e as pessoas riam do mesmo jeito. Então, CN: Representa uma escolha acertada.... estou contando pra você que tirei carteira de motorista com 42 anos de idade. Eu nunca pensei que fosse ter um carro, que fosse ter um apartamento, que fosse ter uma estabilidade. Nunca pensei que eu teria tudo isso, porque eu decidi fazer teatro. Ouvi vários comentários que eu não teria sucesso e nem nada na vida. E aí, percebo que mesmo quando não tinha nada eu tinha a certeza de que seria feliz fazendo teatro. E, foi essa certeza que me impulsiona até hoje, fazendo 35 anos de carreira. Percebo que estou no caminho certo. FI: Tem uma peça ou personagem que você não pode mais deixar de apresentar? CN: Acho que nunca mais posso abandonar o “penetra do buffet escasso.” Porque o penetra do buffet escasso paga as minhas contas (kkkkkk) e todo mundo pede para que o faça. leva público ao teatro. Isso é sinal de dever cumprido? CN: Não. É sinal de responsabilidade muito grande, porque me preocupo quando as pessoas tomam banho, saem de casa, pega o ônibus, o carro, investem o dinheiro pra poder se divertirem comigo. Eu acho que isso só aumenta a responsabilidade assim. Todos os dias penso assim: “Meu Deus do céu, me ajuda. Não deixa eu decepcionar essas pessoas. Elas saíram de casa, elas acreditam em mim.” FI: O que o teatro te ensinou? CN: Tudo. Eu não fiz faculdade, eu não fiz nada. Tudo o que aprendi foi no teatro, fazendo teatro. Tenho muito o que agradecer ao teatro, porque como o teatro representa a vida, o teatro leva para o palco a vida, aprendi a vida através do teatro. Tudo o que sei, aprendi no teatro. E aí, uso o teatro como referência, o tempo na minha vida. FI: Qual o seu desejo? CN: Hoje, meu maior desejo, minha vontade é levar a mensagem de Francisco para um número maior de pessoas. * Francisco, do Rio ao Riso, é a nova peça de trabalho do ator Carlos Nunes que conta passagens da vida Francisco de Assis, padroeiro dos animais. FI: Você é um dos atores que mais Tome Nota! O Caderno de Educação de n° 47 apresenta artigos produzidos por estudantes concluintes do Curso de Pedagogia da FaE-UEMG, em co-autoria com os professores que os orientaram. Nesta nova fase, abre espaço para a divulgação de artigos produzidos a partir das monografias e, também, para a publicação de relatos de experiência, resenhas, entrevistas, entre outras modalidades de produção acadêmica. A revista Educação em Foco é um periódico científico semestral, com o objetivo de publicar artigos, a partir de reflexões sobre a educação em diálogo com outros campos do saber, sobretudo aqueles ligados à escola pública. É a revista do Programa de Pós-Graduação em Educação da Faculdade de Educação da Universidade do Estado de Minas Gerais. Tem Qualis/Capes: B1 para Educação. A Revista SCIAS Arte/Educação do Núcleo de pesquisa Conhecimento em Educação da FaE divulga aspectos do campo epistemológico sobre Arte, Arte/Educação e ensino de arte. Ampliar, portanto, o conhecimento, o saber (Scias em esperanto), a oportunidade de transformação da experiência estética por uma de suas vias possíveis: a mediação, o diálogo, a interlocução. http://issuu.com/faecbhuemg http://www.uemg.br/openjournal/index.php/educacaoemfoco http://www.uemg.br/openjournal/index.php/SCIAS