Comunidade reivindica a nacionalidade cabo
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Comunidade reivindica a nacionalidade cabo
Comunidade reivindica a nacionalidade cabo-verdiana A comunidade cabo-verdiana radicada no Senegal reivindica dos decisores políticos maiores facilidades no que diz respeito à obtenção da nacionalidade caboverdiana. Nos vários encontros promovidos com a Comunidade em Dakar e em Thiés, as pessoas querem saber como obter os seus passaportes cabo-verdianos e pedem o apoio ao Executivo cabo-verdiano para o reconhecimento da sua caboverdianidade. O dia domingo foi dedicado aos encontros com a Comunidade em Dakar, três com os líderes comunitários e também os estudantes cabo-verdianos no Senegal. Ainda no Sábado José Maria Neves estivera na cidade de Thiés, a 70 kms de Dakar, onde se inteirou dos anseios destes cabo-verdianos e seus descendentes, alguns de terceira geração. Em todos esses encontros uma grande reivindicação é a nacionalidade cabo-verdiana em que alguns reclamam das dificuldades em relação à morosidade e também ao custo do processo mas, sobtretudo, querem saber porque não passou no Parlamento a proposta de Lei de Emigração do Governo e do partido que o sustenta, o PAICV. A esses José Maria Neves explicou que essa era uma proposta que, pela imposição da Constituição, impunha a aprovação de dois terços dos deputados e sem os votos do maior partido da oposição, que votou contra tal proposta, ela foi inviabilizada. Segundo o Chefe do Governo existem neste momento ceca de 15 mil casos de gente da diáspora com passaporte cabo-verdiano, sem que, entretanto, seus nomes constassem nas bases de dados dos Serviços de Registo e Notariado Nacional porque não se concluiram esses processos. Alguns dos quais remontam a 1975. A proposta de Lei do Governo era para que essas pessoas fossem automaticamente consideradas cabo-verdianas e concluídos os seus registos. O Governo promete ver as melhores formas de resolver essa situação. No que diz respeito ao custo do processo de nacionalização que é uma queixa desses senegalo-cabo-verdianos, Neves avança que a questão já teria lhe sido dado a conhecer pelo actual embaixador no Senegal que avançou uma proposta para a redução desse custo em 40%. Proposta essa que, ao que tudo indica, terá sido absorvida pelo Primeiro-Ministro que promete dar indicações aos Ministérios dos Negócios Estrangeiros e das Finanças para a sua concretização tão cedo quanto possível. Subsídios aos estudantes Aos estudantes cabo-verdianos que radicam no Senegal, perante a exposição das suas dificuldades no que tange ao valor das bolsas (cerca de 36 mil francos, 15 contos cabo- verdianos) que dizem não cobrir todas as despesas, para além de dificuldades de integração nas escolas e equivalência dos seus diplomas em Cabo Verde. O Governo, diz, José Maria Neves, promete estudar as melhores soluções e este será um tema da conversa, nesta segunda-feira, com o seu homólogo senegalês, e quanto às bolsas, o Governo deverá estudar a possibilidade de atribuição de um subsídio complementar, valor esse que será definido mais adiante. Inclusive, este indica que deverá dar indicações à Ministra do Ensino Superior, Ciência e Cultura para que se desloque em breve ao Senegal para se inteirar de perto dessas dificuldades. José Maria Neves não esquece de apelar a todos aqueles que tenham em dia os seus documentos que façam o seu recenseamento para que possam participar activamente nas decisões em Cabo Verde, através do seu voto. Muito tem sido feito a nível da governação electrónica para facilitar a integração da diáspora e a sua ligação com Cabo Verde, nomeadamente a Casa do Cidadão que, entre outras possibilidades, permite ao utente conseguir o seu certificado e outros documentos em poucos minutos. Aqui no Senegal já há um balcão desse portal de serviços administrativos.