RTC PIRnaUSP 203
Transcrição
RTC PIRnaUSP 203
Projeto de Pesquisa Dentro do Programa de Pesquisa em Políticas Públicas da FAPESP “NOVOS INSTRUMENTOS DE PLANEJAMENTO ENERGÉTICO REGIONAL VISANDO O DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL” Processo 03/06441-7 RTC/PIRnaUSP- Nº203 Relatório Técnico Científico Caracterização do potencial teórico da Demanda Coordenador: Miguel Edgar Morales Udaeta São Paulo, janeiro de 2008 Equipe: Alexandre Orrico Reinig Décio Cicone Junior Fatuma Catherine Atieno Odongo Felipe Coelho Costa Flávio Marques Azevedo Geraldo Francisco Burani Giselle Teles Isabel Akemi Bueno Sado Janaína Roldão de Souza Jonathas Luiz de Oliveira Bernal José Aquiles Baesso Grimoni Júlia Marques Bellacosa Lidiany Luiz Cláudio Ribeiro Galvão Mário Fernandes Biague Marina Martins Martim Debs Galvão Maurício Sabbag Miguel Edgar Morales Udaeta Paulo Roberto Carneiro Paulo Hélio Kanayama Renata Valério de Freitas Ricardo Lacerda Baitelo Rafael Augusto Possari Rafael Bragança de Lima Rafael Makiyama Raquel Gomes Brito Rodrigues Thiago Hiroshi de Oliveira Victor Takazi Katayama Índice 1 Introdução _________________________________________________________________ 1 2 Justificativa ________________________________________________________________ 1 3 Objetivos __________________________________________________________________ 2 4 Metodologia ________________________________________________________________ 2 5 Tecnologias de Iluminação____________________________________________________ 4 5.1 Introdução ___________________________________________________________________ 4 5.2 Principais Características Construtivas das Tecnologias de Iluminação_________________ 4 5.2.1 5.2.2 5.2.3 5.2.4 5.2.5 5.3 5.3.1 5.3.2 5.3.3 5.3.4 6 15 18 21 22 Introdução __________________________________________________________________ 24 6.2 Principais Características Construtivas __________________________________________ 24 6.3 Caracterização das Dimensões das Tecnologias de Refrigeração______________________ 29 Aspectos Técnico-Econômicos das Tecnologias de Refrigeração _____________________________ Aspectos Sociais das Tecnologias de Refrigeração ________________________________________ Aspectos Ambientais das Tecnologias de Refrigeração _____________________________________ Aspectos Políticos das Tecnologias de Refrigeração _______________________________________ 29 38 39 39 Tecnologias de Condicionamento Ambiental ____________________________________ 40 7.1 Introdução __________________________________________________________________ 40 7.2 Principais Características Construtivas __________________________________________ 40 7.3 Caracterização das Dimensões das Tecnologias de Condicionamento Ambiental ________ 46 Aspectos Técnico-Econômicos das Tecnologias de Condicionamento Ambiental. ________________ Aspectos Sociais das Tecnologias do Condicionamento Ambiental____________________________ Aspectos Ambientais das Tecnologias de Condicionamento Ambiental ________________________ Aspectos Políticos das Tecnologias de Condicionamento Ambiental __________________________ 46 60 61 61 Tecnologias de Aquecimento de Água __________________________________________ 61 8.1 Introdução __________________________________________________________________ 61 8.2 Principais Características Construtivas __________________________________________ 61 8.3 Caracterização das Dimensões das Tecnologias de Aquecimento de Água ______________ 66 8.3.1 8.3.2 8.3.3 8.3.4 9 Aspectos Técnico-Econômicos das Tecnologias de Iluminação_______________________________ Aspectos Sociais das Tecnologias de Iluminação __________________________________________ Aspectos Ambientais das Tecnologias de Iluminação ______________________________________ Aspectos Políticos das Tecnologias de Iluminação_________________________________________ 6.1 7.3.1 7.3.2 7.3.3 7.3.4 8 Caracterização das Dimensões das Tecnologias de Iluminação _______________________ 15 Tecnologias de Refrigeração _________________________________________________ 24 6.3.1 6.3.2 6.3.3 6.3.4 7 Lâmpadas Incandescentes _____________________________________________________________ 4 Lâmpadas de Descarga _______________________________________________________________ 7 Lâmpada de Enxofre ________________________________________________________________ 12 Lâmpada de Indução ________________________________________________________________ 13 LED_____________________________________________________________________________ 14 Aspectos Técnico-Econômicos das Tecnologias de Aquecimento de Água ______________________ Aspectos Sociais das Tecnologias de Aquecimento de Água _________________________________ Aspectos Ambientais das Tecnologias de Aquecimento de Água _____________________________ Aspectos Políticos das Tecnologias de Aquecimento de Água________________________________ 66 77 78 78 Tecnologias de Força Motriz Estacionária ______________________________________ 78 9.1 Introdução __________________________________________________________________ 79 9.2 Principais Características Construtivas das Tecnologias de Força Motriz ______________ 79 9.3 Caracterização das Dimensões das Tecnologias da Força Motriz _____________________ 86 9.3.1 Aspectos Técnicos Econômicos das Tecnologias da Força Motriz_____________________________ 87 9.3.2 9.3.3 9.3.4 10 Aspectos Sociais das Tecnologias da Força Motriz ________________________________________ 94 Aspectos Ambientais das Tecnologias da Força Motriz _____________________________________ 95 Aspectos Políticos das Tecnologias da Força Motriz _______________________________________ 95 Tecnologias de Fornos, Caldeiras e Fogões ___________________________________ 95 10.1 Introdução __________________________________________________________________ 95 10.2 Principais Características Construtivas das Tecnologias de Fornos, Caldeiras e Fogões __ 96 10.2.1 10.2.2 10.2.3 10.3 Caracterização das Dimensões das Tecnologias de Fornos, Caldeiras e Fogões __________ 99 10.3.1 10.3.2 10.3.3 10.3.4 11 Fornos ________________________________________________________________________ 96 Caldeiras ______________________________________________________________________ 97 Fogões ________________________________________________________________________ 99 Aspectos Técnico-Econômicos das Tecnologias de Fornos, Caldeiras e Fogões_______________ Aspectos Sociais das Tecnologias de Fornos, Caldeiras e Fogões__________________________ Aspectos Ambientais das Tecnologias de Fornos, Caldeiras e Fogões ______________________ Aspectos Políticos das Tecnologias de Fornos, Caldeiras e Fogões ________________________ 100 111 112 113 Tecnologias de Força Motriz Veicular_______________________________________ 114 11.1 Introdução _________________________________________________________________ 114 11.2 Principais Características Construtivas das Tecnologias da Força Motriz Veicular _____ 114 11.3 Caracterização das Dimensões das Tecnologias da Força Veicular ___________________ 122 11.3.1 11.3.2 11.3.3 11.3.4 Aspectos Técnico-Econômicos das Tecnologias da Força Veicular ________________________ Aspectos Sociais das Tecnologias da Força Veicular ___________________________________ Aspectos Ambientais das Tecnologias da Força Veicular ________________________________ Aspectos Políticos das Tecnologias da Força Veicular __________________________________ 123 124 125 125 12 Caracterização dos Recursos do Lado da Demanda da Região Administrativa de Araçatuba (RAA)______________________________________________________________ 125 12.1 Introdução _________________________________________________________________ 126 12.2 Caracterização dos Recursos do Lado da Demanda da RAA ________________________ 127 12.2.1 Recursos Energéticos do Lado da Demanda da RAA. ___________________________________ 128 13 Estimativa dos Potenciais Teóricos dos Recursos do Lado da Demanda da Região Administrativa de Araçatuba (RAA). ______________________________________________ 138 14 Análise dos Resultados das Estimativas dos Potenciais Teóricos do Lado da Demanda. 140 15 Considerações Finais ____________________________________________________ 140 16 Referências Bibliográficas ________________________________________________ 141 1 Resumo Dentro do atual contexto do Planejamento Integrado dos Recursos Energéticos e do ciclo dos programas de eficiência energética propostos pelas concessionárias de distribuição que operam no país, percebe-se que os projetos voltados para redução do desperdício no consumo de energia elétrica têm recebido certa prioridade, portanto, devem ser avaliados na composição das carteiras dos recursos do Lado de Demanda. Para tanto, neste Projeto da FAPESP “Novos Instrumentos do Planejamento Integrado dos Recursos Voltado ao Desenvolvimento Sustentável” com intuito de avaliar este potencial e incluí-lo na carteira dos recursos energéticos da Região Administrativa de Araçatuba, fez-se a caracterização de todas as tecnologias dos usos finais de possível utilização, a caracterização dos recursos do lado da demanda para que possam ser avaliados os potenciais teórico, realizável e do mercado na região. Para essa caracterização utilizou-se a metodologia da modelagem dos recursos do Lado da Demanda. Após a caracterização das tecnologias e dos recursos são feitos os cálculos dos potenciais teóricos. As tecnologias e os recursos considerados nesta caracterização são submetidos às fases de Inventário de Recursos Energéticos do Lado da Demanda, Caracterização das quatro Dimensões do PIR e Atributos de Avaliação de Recursos e Formulação dos Potenciais Energéticos. Neste trabalho são levantadas e caracterizadas as tecnologias e os recursos energéticos do Lado da Demanda, descrevendo todos os aspectos técnicos de cada tecnologia, dos seus atributos sejam conforme as dimensões técnico-econômica, ambiental, social e política. Ainda neste relatório é também caracterizada a delimitação e a formulação da metodologia utilizada para essa caracterização e cálculos dos potenciais teóricos para a Região Administrativa de Araçatuba, bem como a introdução dos critérios para a elaboração de questionários de pesquisa e entrevista. 1 INTRODUÇÃO O principal objetivo do uso da energia é assistir na satisfação das necessidades e desejos do ser humano. O que se deseja, porém, não é a energia em si, mas os serviços energéticos proporcionados pelas tecnologias de uso final. Estes são responsáveis pelo suprimento das principais necessidades sociais, como o condicionamento ambiental, o aquecimento de água, a iluminação, a cocção, o transporte e a força motriz, concretizados através de tecnologias de uso final, como lâmpadas, fogões, refrigeradores, veículos, entre outros, alimentados por energias secundárias como a elétrica ou de óleos combustíveis. Por esta razão é suma importância conhecer as características das tecnologias utilizadas para esta finalidade, isso poder orientar a sociedade a fazer a melhor escolha nos seus usos finais. A seguir são descritos as razões que motivaram a elaboração deste trabalho, cuja atenção voltada aos recursos dos usos finais, bem como as respectivas tecnologias a eles associadas. 2 JUSTIFICATIVA A energia é uma condição determinante para o estabelecimento do bem estar e da qualidade de vida da população mundial, para o atendimento de níveis mínimos de saúde, educação e conforto. É igualmente imprescindível à infra-estrutura da atividade econômica, na realização de atividades de transformação e de produção, desde o período industrial até a atual era da informação. O aumento destas atividades e o crescimento demográfico têm feito a demanda humana por energia crescer a níveis que restringem a disponibilidade de recursos energéticos, [1,2]. A obtenção de energia a partir destes recursos implica em diversos tipos de impactos negativos inevitáveis, ainda que estes ocorram em maior ou menor escala, de acordo com a fonte energética explorada. Estes impactos, muitas vezes considerados marginais sob uma perspectiva técnicoeconômica de análise, não são integralmente abordados dentro do paradigma tradicional de planejamento energético. O tratamento destes impactos no processo de planejamento energético, através da minimiza- 2 ção de custos e maximização de benefícios de ordem geral (política, social, ambiental e sócioeconômica) deve ocorrer não apenas por meio da avaliação de recursos energéticos de oferta em termos de custos e impactos, mas também por metodologias que apontem a inclusão de alternativas do lado da demanda energética, representadas por medidas de gerenciamento de carga, eficiência energética e uso consciente e racional da energia nos diversos setores de consumo, [1,2]. Dentro deste perfil de planejamento energético voltado aos fundamentos do Desenvolvimento Sustentável, o PIR – Planejamento Integrado de Recursos segue uma série de diretrizes, das quais as principais são: a inclusão de todas as opções de recursos energéticos no processo de planejamento; a caracterização de recursos dentro de diferentes dimensões de análise (perspectivas ambiental, social, política e técnico-econômica), buscando a minimização de impactos gerais negativos à sua implementação e utilização; a consideração, em grau equivalente de importância, de opções energéticas dos lados da demanda e oferta no planejamento energético e, por fim, a participação de todos os agentes do setor energético no processo de análise de recursos. Desta forma, propõe-se, a partir das premissas do PIR, uma metodologia para a análise completa e a caracterização de tecnologias e de recursos energéticos do lado da demanda, com o objetivo geral de explicitar os critérios do levantamento, análise e mensuração de potencial energético destes recursos. Esta metodologia é geograficamente e temporalmente adaptável e, portanto passível de aplicação em âmbito regional ou nacional, para diferentes setores de consumo energético, em horizontes variáveis de tempo. Sendo assim, no item a seguir serão descritos os principais objetivos para a caracterização de tecnologias e de recursos energéticos do Lado de Demanda da Região Administrativa de Araçatuba. 3 OBJETIVOS O objetivo deste estudo é a definição dos procedimentos para a Caracterização das tecnologias e dos Recursos Energéticos de Demanda, que explicite uma metodologia de levantamento, caracterização e análise de todas as alternativas energéticas do lado da demanda, representadas pelos usos finais. Estes recursos considerados na composição do modelo são submetidos às seguintes fases: • Caracterização de Tecnologias de Usos Finais: através do levantamento das tecnologias junto aos fabricantes, às importadoras, fornecedores, às indústrias locais, ao comércio local, agroindústria, pesca, aos serviços públicos da região, etc. • Caracterização de Recursos Energéticos do Lado da Demanda: através do levantamento e descrição de todas as alternativas energéticas e sua segmentação em diferentes grupos de medidas e ações, usos finais e tecnologias associadas de GLD e setores de consumo energético; • Caracterização das Quatro Dimensões de Avaliação de Recursos: delimitação das esferas técnico-econômica, ambiental, social e política de análise de recursos e a caracterização de seus atributos e sub-atributos, (representando impactos inerentes à utilização e implantação de recursos) visando uma avaliação completa dos recursos do lado da demanda quanto a custos e benefícios provenientes de seu emprego; • Estimativa dos Potenciais Energéticos Teórico, Realizável e de Mercado: Caracterização dos potenciais energéticos teórico, realizável e de mercado quanto à sua amplitude e suas restrições de aplicação delimitadas nas quatro dimensões de análise e particularizadas para cada recurso analisado. Para atingir os objetivos acima descritos foi elaborada a metodologia que orientasse de uma forma clara sobre os procedimentos a dotar na caracterização de tecnologias e de recursos do Lado de Demanda, que no item em seguida será abordada de maneira mais detalhada. 4 METODOLOGIA A metodologia adotada para caracterização de tecnologias dos recursos do Lado de Demanda conta com as seguintes fases: 3 • Delimitação do Local de Estudo: entende-se pela definição do local de estudo, a delimitação da fronteira geográfica onde deve ocorrer o levantamento e caracterização de tecnologias e de recursos dos usos finais. • Identificação das Principais Atividades Econômicas do consumo de Energia do Local do Estudo: na identificação das principais atividades econômicas devem-se levantar as características destas atividades por setor: industrial, comercial, residencial, público, agropecuário. • Estratificação dos usos finais dos setores e sub-setores; • Levantamento das tecnologias dos usos finais locais e do mercado (nacional e internacional) e suas características técnico-econômicas, ambientais, sociais, políticas. • Caracterização das dimensões (técnico-econômica, ambiental, social e política) e a descrição dos atributos das tecnologias levantadas; • Caracterização dos Recursos do lado de demanda; • Caracterização das dimensões (técnico-econômica, ambiental, social e política) e dos atributos dos recursos levantados; • Caracterização das medidas e Ações de Conservação de Energia. • Caracterização das dimensões (técnico-econômica, ambiental, social e política) e dos atributos dos recursos levantados através destas medidas e ações; • Estimativa dos potenciais teórico, realizável e do mercado dos recursos levantados; No fluxograma abaixo estão resumidas as etapas acima descritas para caracterização de tecnologias, dos recursos do lado de demanda e estimativas dos potenciais existentes. Portanto, segundo a metodologia adotada o local escolhido para este estudo é a região Administrativa de Araçatuba, cujas atividades econômicas principais são: agroindústria, comércio, uso residencial de energia e outros. No item seguinte faz-se a caracterização das tecnologias dos usos finais utilizadas para estas atividades econômicas. 4 5 TECNOLOGIAS DE ILUMINAÇÃO A necessidade de levantamento e da caracterização das tecnologias de iluminação está associada à grande parcela de energia consumida neste tipo de serviço. A iluminação é responsável por, aproximadamente, 23 % do consumo de energia elétrica no setor residencial, 44% no setor comercial e serviços públicos e 1% no setor industrial, [3]. Mediante esta situação torna-se importante conhecer bem as características das tecnologias utilizadas para esta finalidade e poder fazer melhor escolha na fase do desenvolvimento dos projetos de instalações elétricas, ou mesmo, propor a substituição das menos eficientes com as mais eficientes levantadas no mercado. Portanto, no item a seguir procede-se com essa caracterização para melhor identificar as tecnologias existentes e mais eficientes para a Região Administrativa de Araçatuba. 5.1 INTRODUÇÃO A iluminação é um dos mais expressivos usos finais, respondendo por cerca de 40% do consumo de eletricidade no setor comercial e acima de 20% do consumo total de energia elétrica no setor residencial. Nos setores públicos, dois terços da eletricidade consumida são destinados à iluminação de ruas, [4]. Na avaliação de fontes luminosas temos como parâmetros importantes o fluxo luminoso, a eficiência luminosa e a iluminância. O fluxo luminoso caracteriza a quantidade de luz produzida por uma lâmpada, emitida pela radiação, medida em lumens (lm). A eficiência luminosa é o quociente entre o fluxo luminoso total emitido e a potência consumida, medida em lumens por Watt. Já a iluminância é o fluxo luminoso incidente em função da área iluminada. De acordo com a aplicação da iluminação, níveis diferentes de iluminância são requeridos, de forma a atender a requisitos de desempenho e conforto visual. Tarefas visuais simples demandam uma baixa iluminância; tarefas visuais prolongadas ou exatas como cirurgias ou montagens de componentes de microeletrônica demandam um alto nível de iluminância. Pode-se ver, portanto, que o emprego de uma dada fonte de iluminação está condicionado tanto à sua eficiência energética, quanto à eficiência prática e adequação à atividade específica requerida. Como parte de equipamentos e tecnologias de iluminação temos: lâmpadas, luminárias, reatores, circuitos de iluminação e dispositivos de controle. As lâmpadas se dividem em dois grandes grupos: as incandescentes e as de descarga. 5.2 PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS CONSTRUTIVAS DAS TECNOLOGIAS DE ILUMINAÇÃO Para melhor escolha da tecnologia a ser utilizada, é importante conhecer as suas características construtivas e seus parâmetros técnicos. Isso permite definir como usar e onde aplicar uma determinada tecnologia. Portanto, neste trabalho, pretende-se descrever todas as tecnologias de usos finais e as suas características técnicas, para facilitar a sociedade na escolha dos equipamentos dos usos finais e também para futura avaliação das quatro dimensões do PIR. 5.2.1 LÂMPADAS INCANDESCENTES Na Figura 1, [24], é apresentada a lâmpada do tipo incandescente cuja descrição das suas características técnicas segue. 5 Figura 1: Esquema de uma lâmpada incandescente Se uma corrente elétrica suficientemente intensa passa por um filamento condutor, as moléculas do filamento vibram, ele se aquece e, num dado instante, chega a brilhar. Esse é o princípio da lâmpada incandescente comum. A lâmpada elétrica incandescente foi inventada por volta de 1870 e envolveu o trabalho de muitos pesquisadores e inventores, [22]. Entre estes se destaca Thomas Edison. Ele e seus assistentes experimentaram mais de 1.600 tipos de materiais, buscando um filamento eficiente e econômico. A sua melhor lâmpada utilizava filamentos de bambu carbonizados. As lâmpadas incandescentes atuais utilizam um fio de tungstênio encerrado num bulbo de vidro. Esse fio tem diâmetro inferior a 0,1 mm e é enrolado segundo uma hélice cilíndrica [Figura 2]. Passando corrente elétrica no filamento, ele se aquece a uma temperatura da ordem de 3.000 ºC, [26]. O filamento torna-se, então, incandescente e começa a emitir luz. No interior da lâmpada não pode haver ar, pois do contrário o filamento se oxida e incendeia-se. Antigamente fazia-se vácuo no interior do bulbo, porém isso facilitava a sublimação do filamento (passagem do estado sólido para o estado de vapor). Passaram, então, a injetar um gás inerte, em geral o argônio ou criptônio. Figura 2: Filamento de uma lâmpada incandescente 6 É importante observar que a luz emitida por uma lâmpada incandescente não é efeito direto da corrente elétrica e sim conseqüência do aquecimento no filamento produzido pela passagem da corrente. A lâmpada incandescente é uma lâmpada de baixo rendimento, gera muito mais calor do que luz. Apenas 5% da energia, aproximadamente, são transformadas em luz [Figura 3]. Para obter diferentes luminosidades, o fabricante altera, geralmente, a espessura do filamento: quanto maior a espessura maior a corrente elétrica e, portanto, maior a luminosidade. Figura 3: Lâmpada incandescente Lâmpada incandescente halógena: trata-se de uma lâmpada incandescente cujo filamento é encerrado em um tubo de quartzo contendo substâncias halógenas como o bromo, o iodo, e outras substâncias [Figura 4]. Quando a lâmpada é acionada, essas substâncias evaporam, e se combinam com partículas de tungstênio que são ejetadas do filamento. Quando a lâmpada é desligada, as partículas aderidas às moléculas dessas substâncias halogenóides, precipitam-se sobre o filamento, propiciando um efeito de regeneração. Tal efeito faz com que esse tipo de lâmpada tenha uma durabilidade até duas vezes maior do que as tradicionais lâmpadas incandescentes, além de permitir uma ótima manutenção do fluxo luminoso, uma vez que o efeito de enegrecimento por sublimação é minimizado [43]. Figura 4: Lâmpadas incandescentes halógenas Outro tipo de lâmpada a vapor de mercúrio muito importante que pode ser citado é a chamada lâmpada de luz mista [Figura 5], que é uma lâmpada de vapor de mercúrio que possui no mesmo bul- 7 bo um tubo de descarga contendo mercúrio, e ligado em série ao mesmo, um filamento de lâmpada incandescente, que melhora o espectro luminoso da lâmpada e ao mesmo tempo, desempenha o papel de reator, ou seja, a lâmpada de luz mista pode ser ligada diretamente à rede elétrica, tal como a lâmpada incandescente, [42]. Figura 5: Lâmpada de luz mista 5.2.2 LÂMPADAS DE DESCARGA As lâmpadas de descarga são lâmpadas que funcionam segundo um princípio totalmente diferente ao da lâmpada incandescente. São lâmpadas que existem desde o início do século XIX, sendo utilizada em muitas regiões da antiga Inglaterra como opção às luminárias a gás, [44]. Lâmpadas Fluorescentes Dentre as lâmpadas de descarga, a lâmpada fluorescente é a de maior destaque. Inventada nas primeiras décadas do século XX, a lâmpada fluorescente é a mais popular lâmpada de descarga do mundo, sendo utilizada em aplicações residenciais, comerciais, industriais, dentre tantas outras, [32]. Existem diversos tipos de lâmpadas fluorescentes, porém, todas obedecem ao mesmo princípio de funcionamento, ou seja, a excitação e desexcitação de átomos de uma mistura gasosa, e das paredes fosforescentes do tubo ao qual damos o nome de tubo de descarga. Figura 6: Lâmpada fluorescente 8 As lâmpadas fluorescentes funcionam segundo o princípio da descarga de um gás sob baixa pressão, com uma pequena quantidade de mercúrio. Uma vez que ligamos o interruptor, a corrente elétrica circunda uma bobina de fio de cobre, a qual chamamos de reator, passando pelos eletrodos da lâmpada, chegando a um dispositivo denominado starter. Esse dispositivo aquece fazendo com que uma pequena folha metálica feche o circuito formado pelos eletrodos da lâmpada (que são pequenos filamentos), com o reator. Nesse exato momento, a corrente elétrica faz o fluxo magnético na armadura do reator atinja um valor máximo, de forma que quando o starter libera o circuito, seja liberado um pulso de alta tensão (lei de Faraday), que quebra a rigidez dielétrica do gás, fazendo com que este se converta num plasma, iniciando assim o funcionamento da lâmpada. O espectro luminoso oriundo da descarga é extremamente pobre, sendo constituído em grande parte de radiação ultravioleta, que é invisível e nociva ao ser humano. Para contornar esse problema, é aplicada a superfície interna do tubo uma camada de uma substância fosforescente, que é capaz de converter essa radiação ultravioleta em luz visível. Figura 7: Esquema de funcionamento de uma lâmpada fluorescente, [32] Existem diversos tipos de lâmpadas fluorescentes, como as compactas, que utilizam a mesma infra-estrutura de uma lâmpada incandescente comum, facilitando a substituição das mesmas, as de catodo quente, que foram descritas anteriormente, e as chamadas lâmpadas fluorescentes de catodo frio, que não possui filamentos nos eletrodos. Esse tipo de lâmpada necessita para seu funcionamento um autotransformador, que produz pulsos de alta tensão constantemente. A vantagem dessa tecnologia é seu acendimento instantâneo, e sua desvantagem é o seu grande comprimento, [45]. Figura 8: Lâmpada fluorescente compacta 9 Figura 9: Lâmpada fluorescente de catodo frio Lâmpada de Vapor de Mercúrio sob Alta Pressão A lâmpada de mercúrio sob alta pressão, [Figura 10], como o próprio nome diz, é uma lâmpada que tem como princípio de funcionamento a descarga entre dois eletrodos imersos numa atmosfera de argônio, com uma pequena quantidade de mercúrio. Esse tipo de lâmpada foi desenvolvido por volta de 1930, e teve seu sucesso associado à grande expansão da indústria automotiva norte americana, [41]. A lâmpada a vapor de mercúrio sob alta pressão opera com uma pressão da ordem de 10 atm para lâmpadas de potência mais elevadas, ou seja, 250w, 400w, 700w, e 1000w, e pressões acima de 10 atm para lâmpadas de menor potência, como 50w, 80w, e 125w. Seu funcionamento difere do funcionamento da lâmpada fluorescente pelo fato de não necessitar de nenhum pico de ignição para a partida, isto se deve a presença de um eletrodo auxiliar no seu tubo de descarga, que ioniza o gás argônio nas suas vizinhanças, dando início à descarga. A lâmpada de vapor de mercúrio é constituída de um bulbo protetor contendo gás nitrogênio sob baixa pressão, um tubo de descarga com três eletrodos, sendo dois eletrodos principais, e um auxiliar, também conhecido como eletrodo de partida. Ligado ao eletrodo de partida existe um pequeno resistor, cuja finalidade é limitar a corrente elétrica no eletrodo auxiliar, de maneira que o mesmo só funcione durante a partida da lâmpada. Para que a lâmpada a vapor de mercúrio possa funcionar com segurança, a mesma deve operar com um reator, semelhante ao da lâmpada fluorescente, para que a corrente e a tensão sejam limitadas a valores aceitáveis para o seu funcionamento. A maior dificuldade para a construção das primeiras lâmpadas a vapor de mercúrio sob alta pressão foi à confecção do tubo de descarga, mais especificamente, a selagem do mesmo, isto porque, a temperatura do mercúrio sob a forma de plasma de alta pressão, é extremamente elevada, sendo necessária a utilização de quartzo para a produção de seu tubo de descarga, e como o quartzo tem um coeficiente de dilatação térmica muito baixo quando comparado ao coeficiente de dilatação térmica dos metais, os eletrodos de tungstênio encerrados dentro do tubo de descarga, terão uma dilatação maior que a dilatação do quartzo, podendo fazer com que o tubo de descarga rache nos pontos de selagem, ou seja, nas suas extremidades. Figura 10: Lâmpada a vapor de mercúrio 10 A solução desse problema foi obtida com a utilização de finíssimas placas condutoras, que são ligadas aos eletrodos, e aos terminais do tubo de descarga. Essas placas são constituídas de nióbio, e quando o tubo se aquece, as mesmas terão ainda uma dilatação um pouco maior que a do tubo, porém, por serem extremamente delgadas, elas não vão forçar o tubo, eliminando a possibilidade de rachaduras, [40]. Existem lâmpadas a vapor de mercúrio construídas com os mais variados tipos de bulbo, e podem ter bulbos revestidos com camada fosforescente para converter a radiação ultravioleta em luz visível, melhorando o seu espectro, ou bulbos claros, onde o espectro emitido deve-se apenas a descarga no mercúrio. A lâmpada a vapor de mercúrio possui um espectro um pouco mais rico que o da lâmpada fluorescente. Este tipo de lâmpada era considerado na década de 80, um dos mais importantes em aplicações como a iluminação pública, porém, com o advento da lâmpada a vapor de sódio sob alta pressão, sua utilização vem se tornando cada vez menos comum, dada a sua baixa eficiência energética, eficiência essa de aproximadamente 50 lumens/watt. Lâmpada de Vapor Metálico Após a popularização da lâmpada a vapor de mercúrio sob alta pressão, foi uma questão de tempo para que aperfeiçoamentos da tecnologia começassem a surgir, e um bom exemplo desse fato é a lâmpada de vapor de mercúrio com iodetos metálicos, ou simplesmente, lâmpada de vapor metálico, [39]. A lâmpada de vapor metálico é extremamente semelhante à lâmpada de vapor de mercúrio, exceto pela presença de iodetos metálicos, pelo seu desempenho muito maior, e pela possibilidade de se variar a coloração da lâmpada pela seleção dos iodetos metálicos colocados no interior do tubo de descarga. Esse tipo de lâmpada também conta com um revestimento de alumina nas extremidades do tubo de descarga, cujo objetivo é refletir o calor produzido pela descarga para os eletrodos, impedindo a condensação dos iodetos no interior do tubo de descarga da lâmpada. A lâmpada de vapor metálico opera em conjunto com um reator adequado, que produz picos de alta tensão de até 5.000 volts para a ignição, existindo, porém, versões que dispõem de eletrodo auxiliar, tal como ocorre com a lâmpada a vapor de mercúrio, tornando desnecessária a geração de pulsos de alta tensão, ou ainda, modelo provido de um ignitor interno tipo starter, tal como ocorre com as lâmpadas fluorescentes. As lâmpadas de vapor metálico estão disponíveis nos mais variados formatos, existindo ainda lâmpadas de altíssima potência que são desprovidas de bulbo, utilizando, portanto, um refletor fechado hermeticamente. Atualmente, a lâmpada de vapor metálico, é a que apresenta o maior número de aplicações, a se destacar a iluminação de lojas de departamentos, estádios de futebol, monumentos, indústrias, iluminação residencial, e até mesmo, iluminação automotiva, com as chamadas lâmpadas de xenônio, que são lâmpadas de vapor metálico com atmosfera de xenônio, capazes de acender instantaneamente. A lâmpada de vapor metálico está disponível numa enorme gama de potências, indo de 10w até 18000w, e seu rendimento gira em torno de 100 lumens/watt, ou seja, o dobro da tradicional lâmpada de vapor de mercúrio. 11 Figura 11: Lâmpada de vapor metálico A Figura 11 mostra três lâmpadas de descarga, uma revestida, uma provida de eletrodo auxiliar, e outra provida de tubo de descarga cerâmico, que é uma das ultimas tecnologias aplicadas a este tipo de lâmpada. Lâmpada a Vapor de Sódio sob Baixa Pressão Foi desenvolvida por volta de 1930, [45], objetivando o melhor rendimento possível além da maior segurança possível na iluminação das grandes vias expressas. Este tipo de lâmpada tem como princípio de funcionamento a descarga num tubo de vidro especial em forma de U, contendo uma atmosfera composta de 99% de neônio e 1% de argônio, além do sódio. Esta lâmpada possui algumas peculiaridades que a tornam semelhante à lâmpada fluorescente, no que diz respeito às características funcionais, como por exemplo, os catodos aquecidos, e o circuito de ligação, constituído de um reator, e um starter, similares aos da lâmpada fluorescente [Figura 12]. Figura 12: Lâmpada a Vapor de Sódio sob Baixa Pressão Lâmpada a Vapor de Sódio sob Alta Pressão A lâmpada a vapor de sódio sob alta pressão [Figura 13] é sem dúvida a última palavra em matéria de eficiência, durabilidade e confiabilidade. É uma lâmpada que funciona segundo o mesmo princípio da lâmpada de vapor metálico sob alta pressão, diferindo pelo fato de que a lâmpada de sódio utiliza uma mistura de sódio com mercúrio, além de gases nobres que iniciam a ignição da lâmpada. A lâmpada de sódio sob alta pressão foi idealizada por pesquisadores dos principais fabricantes de lâmpadas do mundo, dentre estes, temos a GE, que apresentou um dos primeiros protótipos desse tipo de lâmpada. O maior obstáculo para a elaboração desse audacioso projeto foi a confecção de um tubo de descarga que suportasse a agressividade do sódio sob altas temperaturas e 12 pressões, obstáculo este transposto com o desenvolvimento de um tipo especial de cerâmica translúcida, denominada alumina. A lâmpada a vapor de sódio sob alta pressão difere da lâmpada a vapor de sódio sob baixa pressão pelo fato de seu espectro ser muito mais rico, sendo até mais rico que o espectro da lâmpada a vapor de mercúrio sob alta pressão. Isto ocorre devido o fato de que sob altas temperaturas e pressões, as linhas monocromáticas do espectro do sódio começam a se superpor, produzindo através de interferências construtivas e destrutivas outras linhas espectrais, que normalmente seriam imperceptíveis. O rendimento típico de uma lâmpada a vapor de sódio sob alta pressão é um pouco menor que o da lâmpada a vapor de sódio sob baixa pressão, sendo, no entanto o segundo maior rendimento dentre as fontes de luz artificial. As lâmpadas de vapor de sódio sob alta pressão estão disponíveis, assim como as lâmpadas de vapor metálico numa enorme gama de formatos, indo da forma elipsoidal as formas refletoras parabólica, sendo extremamente útil a diversas aplicações, dentre elas, a iluminação pública. Figura 13: Lâmpada a vapor de sódio sob alta pressão 5.2.3 LÂMPADA DE ENXOFRE A lâmpada de enxofre pertence a uma categoria de lâmpadas totalmente nova, é um tipo de lâmpada que não funciona com nenhum princípio mencionado até agora, nem a descarga, e nem a incandescência, mas sim a indução eletromagnética, produzida por um magnetron, que é o mesmo dispositivo que permite o funcionamento dos fornos de microondas. O funcionamento desse tipo de lâmpada é bastante simples, uma pequena esfera de vidro especial, é montada na antena do magnetron. Uma vez acionado esse dispositivo provoca a excitação no enxofre dentro da esfera [Figura 14 e Figura 15], tal como ocorre nas lâmpadas de descarga, emitindo uma luz muito intensa e com um tom levemente azulado, além é claro de possuir um espectro bastante rico. A principal razão para se utilizar a radiofreqüência na produção de luz a partir do enxofre, se deve a sua enorme “agressividade” para com os metais, inviabilizando a utilização do princípio da descarga. Figura 14: Esquema da lâmpada de enxofre 13 Figura 15: Esquema da lâmpada de enxofre 5.2.4 LÂMPADA DE INDUÇÃO Além da lâmpada de enxofre, [39], outra inovação da indústria da iluminação foi a chamada lâmpada fluorescente de indução, cujo princípio de funcionamento baseia-se na excitação do mercúrio e dos gases nobres em seu interior através da aplicação de um campo magnético oscilante de altíssima freqüência [Figura 16 e Figura 17]. A lâmpada fluorescente de indução é desprovida de eletrodos internos, sendo constituída ou de uma ampola com mercúrio, com uma bobina interna, que excita o mercúrio, ou é simplesmente um tubo fechado com duas bobinas enroladas em suas extremidades. Excetuando-se estas características, esse tipo de lâmpada não é nada mais do que uma simples lâmpada fluorescente, a não ser pela sua vida útil, 100.000 horas, ou seja, acima de 10 anos, [29]. Figura 16: Esquema da lâmpada de indução 14 Figura 17: Esquema da Lâmpada de Indução 5.2.5 LED O led (light emitter diode - diodo emissor de luz), [Figura 18], como o próprio nome já diz, é um diodo (junção P-N) que quando energizado emite luz visível. A luz é monocromática e é produzida pelas interações energéticas do elétron. O processo de emissão de luz pela aplicação de uma fonte elétrica de energia é chamado eletroluminescência. Em qualquer junção P-N polarizada diretamente, dentro da estrutura, próximo à junção, ocorre recombinações de lacunas e elétrons. Essa recombinação exige que a energia possuída por esse elétron, que até então era livre, seja liberada, o que ocorre na forma de calor ou fótons de luz, [27]. Figura 18: LED´s A luz emitida é monocromática, sendo a cor, portanto, dependente do cristal e da impureza de dopagem com que o componente é fabricado. O led que utiliza o arsenieto de gálio emite radiações infra-vermelhas. Dopando-se com fósforo, a emissão pode ser vermelha ou amarela, de acordo com a concentração. Utilizando-se fosfeto de gálio com dopagem de nitrogênio, a luz emitida pode ser verde ou amarela. Atualmente, pesquisa-se o LED branco, ou seja, um componente capaz de emitir luz em vários comprimentos de onda ao mesmo tempo, [38]. Os diodos emissores de luz são empregados também na construção dos displays alfanuméricos. Há também leds bicolores, que são constituidos por duas junções de materiais diferentes 15 em um mesmo invólucro, de modo que uma inversão na polarização muda a cor da luz emitida de verde para vermelho, e vice-versa. Existem ainda leds bicolores com três terminais, sendo um para acionar a junção dopada com material para produzir luz verde, outro para acionar a junção dopada com material para gerar a luz vermelha, e o terceiro comum às duas junções. O terminal comum pode corresponder à interligação dos anodos das junções (leds bicolores em anodo comum) ou dos seus catodos (leds bicolores em catodo comum). Embora normalmente seja tratado por led bicolor (vermelho+verde), [Figura 19], esse tipo de led é na realidade um "tricolor", já que além das duas cores independentes, cada qual gerada em uma junção, essas duas junções podem ser simultaneamente polarizadas, resultando na emissão de luz alaranjada. Geralmente, os leds são utilizados em substituição às lâmpadas de sinalização ou lâmpadas pilotos nos painéis dos instrumentos e aparelhos diversos. Para fixação nesses painéis, é comum o uso de suportes plásticos com rosca. Figura 19: Esquema de um Led bicolor 5.3 CARACTERIZAÇÃO DAS DIMENSÕES DAS TECNOLOGIAS DE ILUMINAÇÃO As tecnologias de iluminação são tecnologias mais utilizadas no dia de hoje por todos os setores das atividades econômicas da sociedade moderna. Portanto, é suma importância conhecer bem essas tecnologias em todas as suas dimensões, que é o propósito neste item, de caracterizar todas as dimensões, descrever os seus atributos para posteriormente, selecionar as mais relevantes para avaliação dos custos completos, consequentemente, para seleção dos recursos na composição de carteira dos recursos do lado da demanda da Região Administrativa de Araçatuba. 5.3.1 ASPECTOS TÉCNICO-ECONÔMICOS DAS TECNOLOGIAS DE ILUMINAÇÃO Utilização de qualquer que seja tecnologia exige o conhecimento das suas características técnicas (concepção física, eficiência, vida útil e outras) e dos custos envolvidos, por isso, neste trabalho serão caracterizados os aspectos técnico-econômicos e levantados os atributos relacionados às tecnologias de iluminação para cada uma delas. - Lâmpadas Incandescentes: as lâmpadas incandescentes comuns são geralmente utilizadas em ambientes internos onde é necessária uma boa reprodução de cor, como: vitrines, indústrias têxtil e de tintas, indústrias gráficas. Esse tipo de lâmpadas são fontes de luz de baixa eficiência que, por sua versatilidade, baixo custo e boa reprodução de cores, ainda é amplamente utilizada. Neste tipo de lâmpada apenas 10% da energia consumida é transformada em luz. - Lâmpadas Incandescentes Halógenas: são utilizadas em faróis de automóveis, projetores fotográficos, luzes de orientação das pistas de aeroportos, realce de objetos em vitrines, galerias, etc. Fonte de luz de tamanho reduzido, são fabricadas com diversas formas em função de sua aplicação e potência. Seu sistema de funcionamento propicia a auto-limpeza da ampola, mantendo o 16 mesmo fluxo durante toda vida útil. - Lâmpadas de Luz Mista: são mais utilizadas em postos de gasolina, jardins, vias públicas, indústrias. Estas lâmpadas são equipadas com bases compatíveis às lâmpadas incandescentes e não necessitam de reator, possibilitando a substituição imediata, permitindo certo aumento da eficiência luminosa e o aproveitamento das instalações existentes. Entretanto, é preciso ter presente que as lâmpadas de luz mista são muito menos eficientes que outros tipos de lâmpadas que podem substituir as lâmpadas incandescentes. Por exemplo, possuem metade da eficiência luminosa das lâmpadas de vapor de mercúrio e apenas 25% das de vapor de sódio de alta pressão. - Lâmpadas de Descarga: são devidas em varias categorias que em seguida está sendo descrita os aspectos técnico-econômicos de uma forma detalhada. - Lâmpadas Fluorescentes: as lâmpadas fluorescentes tubulares são amplamente utilizadas em instalações comerciais, escritórios, oficinas, hospitais, escolas, etc. Acendimentos muito freqüentes encurtam a vida útil da lâmpada. A eficiência energética do conjunto depende da utilização dos equipamentos auxiliares adequados e com poucas perdas. Existe atualmente no mercado uma nova geração de lâmpadas de maior eficiência que possuem tubos de diâmetros menores revestidos com pós especiais, que garantem uma melhor reprodução de cores e redução no consumo de energia em torno de 20%. - Lâmpadas Fluorescentes Compactas: são mais utilizadas em residências, hotéis, restaurantes, teatros, luminárias de mesa, balizamentos e principalmente para substituição de lâmpadas incandescentes. Podem reduzir até 80% do consumo de energia comparando-se à incandescente, mantendo o mesmo nível de iluminação, além de apresentar uma vida útil muito maior. Alguns modelos possuem reator eletrônico já incorporado e/ou adaptador tipo rosca que possibilita a substituição imediata das lâmpadas incandescentes aproveitando a instalação existente. A eficiência destas lâmpadas é similar às lâmpadas fluorescentes tubulares, porém têm a vantagem de apresentar dimensões reduzidas. - Lâmpada de Vapor de Mercúrio sob Alta Pressão: as lâmpadas de vapor de mercúrio sob alta pressão têm seu uso geral em grandes áreas, interna ou externa. Possui vida útil longa, sendo que os acionamentos constantes podem reduzir sua vida útil. Emite uma luz de cor branca azulada e apresenta pequena depreciação do fluxo luminoso durante sua vida útil. Este grupo de lâmpadas ainda tem a subdivisão em seguintes tipos de lâmpadas: - Lâmpada de Vapor Metálico: as lâmpadas de vapor metálico são geralmente empregadas para a iluminação de galpões industriais, piscinas cobertas, supermercados, áreas desportivas ou para iluminação externa como fachadas, monumentos, canteiros de obra. São fontes de luz de alta eficiência. Alguns modelos aparecem em pequenos bulbos tubulares que possibilitam sua utilização em luminárias menores. São produzidas com contatos unilaterais ou bilaterais e bulbos de diversos formatos. Algumas versões destas lâmpadas emitem uma grande quantidade de radiação ultravioleta, por isso devem ser instaladas em luminárias fechadas, com vidros que absorvam esta radiação. Devido a sua boa reprodução de cores são utilizadas em locais onde ocorrem filmagens ou televisionamento. - Lâmpada a Vapor de Sódio sob Baixa Pressão: A lâmpada a vapor de sódio sob baixa pressão é a fonte de luz artificial de maior rendimento, porém tem como ponto negativo o seu espectro praticamente monocromático na região do amarelo. Essa lâmpada foi extremamente popular na década de 50, começando a cair em desuso com o advento das modernas lâmpadas a vapor de sódio sob alta pressão. O IRC das lâmpadas LPS é extremamente baixo, próximo de zero: sua luz é praticamente monocromática, quase que exclusivamente na faixa amarela do espectro, tendendo a reforçar os tons desta cor e fazendo com que todas as demais cores adquiram tonalidades escuras nos tons cinza, marrom e preto. - Lâmpada a Vapor de Sódio sob Alta Pressão: as lâmpadas a vapor de sódio sob alta pressão são amplamente utilizadas em vias públicas, viadutos, estacionamentos, depósitos, fachadas, quadras poli esportivas. É o tipo de lâmpada de maior eficiência luminosa entre as fontes de luz poli cromáticas para uso generalizado. O inconveniente é a curva de distribuição espectral, pois a 17 emissão de luz ocorre apenas em comprimentos de ondas próximos do amarelo, distorcendo parcialmente a percepção das outras cores. Por esta razão sua aplicação é aconselhável apenas onde a distinção das cores tem menor importância e o reconhecimento dos objetos por contraste é predominante. Alguns modelos não podem ser instalados em circuitos capacitivos. - Lâmpada de Enxofre: as lâmpadas de enxofre ainda não são muito utilizadas, por se tratar de uma tecnologia muito recente. Sua utilização se refere mais a iluminação de grandes espaços que requerem alta qualidade luminosa, como shoppings, salas de aula, ginásios, museus (pois não há emissão de ultravioleta), câmaras frigoríficas (parte quente do lado de fora), linhas de montagem diversas. Elas são duas vezes mais eficientes que as outras fontes de luz branca de alta qualidade e praticamente não emitem luz ultravioleta nem infravermelho. É chamada de luz solar devido ao seu amplo espectro de luz. Sua qualidade luminosa não decai até o fim da vida útil, e também alcançam altas potências com pouca emissão de calor. Outro atributo interessante é que elas são dimerizáveis. - Lâmpada de Indução: a lâmpada de indução também é uma tecnologia muito recente, e tem sua principal aplicação em locais onde a substituição de lâmpadas é de difícil acesso e custo elevado, como em Iluminação externa/interna com pé-direito elevado, túneis, indústrias, postos de gasolina, etc., pois sua durabilidade pode ser maior do que 10 anos, devido a sua ausência de filamento. Ela possui baixa perda de fluxo luminoso, alta reprodução de cores e partida instantânea, além de poder ser operada em corrente contínua. - LED: os LED’s são usados principalmente em luminosos, semáforos e placas de sinalização. Eles requerem uma menor manutenção do que as lâmpadas convencionais empregadas atualmente para estas funções, pois não possui filamento, o que lhe garante uma longa vida útil. Podemos destacar também que a queima de eventuais LED’s no conjunto não compromete a segurança em operações críticas, o que não ocorre com os outros tipos de lâmpadas. Eles possuem uma tecnologia consolidada, disponível e de custos decrescentes. Nos semáforos, podemos substituir uma lâmpada de 150 W por um disco de LED’s de 9W, sendo o tempo de retorno do investimento de 2 anos. Para a eficiência de uma fonte de iluminação e seu respectivo consumo racional de eletricidade, não apenas a lâmpada, como a utilização de luminárias, reatores e dispositivos de controle deve ser considerada. Os reatores: são equipamentos capazes de limitar a corrente na lâmpada e aumentar a tensão de operação para seu funcionamento. Podem ser do tipo eletromagnético ou eletrônico. Os reatores eletromagnéticos consomem uma potência final maior e ainda utilizam uma parcela desta potência para manterem os filamentos das lâmpadas aquecidos, mesmo quando desligadas. Já os reatores eletrônicos são uma evolução do primeiro tipo, permitindo a operação de lâmpadas fluorescentes em potência nominal inferior para uma mesma quantidade de luz emitida, o aumento da vida útil das lâmpadas (dada a operação em altas freqüências) e a redução de distúrbios como o efeito estroboscópico e flicker em monitores de vídeo, a produção de ruídos e o aquecimento do ambiente (por apresentarem perdas consideravelmente menores), [37]. As luminárias: são elementos fundamentais no cálculo de iluminação de um determinado espaço e no direcionamento do fluxo luminoso, tendo como função assegurar o conforto visual com o máximo de eficiência. Podem ser de diferentes tipos, desde embutidas, abertas, fechadas, até projetores e spots, [Figura 20]. Cada um desses tipos implica em diferentes utilizações, rendimentos e praticidade de manutenção. A manutenção periódica, visando a limpeza das luminárias, é de extrema importância, posto que o acúmulo de poeira reduz a intensidade do fluxo luminoso, ocasionando perdas de luz no ambiente de até 20%, [36]. Sistemas de iluminação controlados eletronicamente oferecem vantagens como menor consumo de energia e maior eficiência luminosa; em contrapartida, implicam em problemas de qualidade elétrica como redução de fator de potência e produção de harmônicos, por se tratarem de cargas não-lineares. 18 Figura 20: Luminárias e reatores Tabela 1: Tabela Resumo dos Atributos de Iluminação Tipo de tecnologia Incandescente comum Incandescente halógena Luz mista Fluorescente tubular Fluorescente compacta Vapor de mercúrio sob alta pressão Vapor metálico Vapor de sódio sob baixa pressão Vapor de sódio sob alta pressão Enxofre Indução LED Fluxo luminoso 200 a 9.359 lm 5.100 a 24.000lm 3.150 a 13.500 lm 650 a 8.300 lm 400 a 2.900lm 1.800 a 22.000m Eficiência Potência Vida útil 1.000h Reprodução de cor Muito boa Equipamentos nenhum 8 a 18 lm/W 17 a 22 lm/W 19 a 27 lm/W 56 a 75 lm/W 44 a 65 lm/W 40 a 55 lm/W 25 a 500W 300 a 2.000W 160 a 500W 15 a 110W 7 a 26W 2.000h Muito boa nenhum 5.000h Regular nenhum 7.500h Regular / boa Reator /starter 10.000h Muito boa Reator / starter 50 a 400W 15.000h Regular Reator 5.500 a 330.000lm 3.600 a 26.000lm 68 a 100 lm/W 138 a 198 lm/W 70 a 3.500W 26 a 131W 2.000 a 10.000h 2.000 a 10.000h Muito boa Reator /ignitor Ruim Reator /ignitor 5.600 a 125.000lm Até 450.000lm Até 350.000lm Até 130 lm 80 a 125 lm/W Próx. a 95 lm/W Próx. a 80 lm/W 16 a 22,5 lm/W 70 a 1000W Até 5.900W 100W a 4.500W 10 mW a 5,775 W 15.000h Razoável Reator/ignitor 60.000h Muito boa Reator R$ 19,00 a R$ 149,00 - 60.000h Muito boa Reator - 100.000h Muito boa nenhum R$ 0,09 a R$ 40,00 Preço R$ 0,89 a R$ 12,90 R$ 4,30 a R$ 15,90 R$ 6,08 a R$ 17,73 R$ 4,49 a R$ 127,78 R$ 6,90 a R$ 16,50 R$ 6,85 a R$ 26,55 R$ 85,86 a R$ 343,44 - 5.3.2 ASPECTOS SOCIAIS DAS TECNOLOGIAS DE ILUMINAÇÃO Apesar dos benéficos com que as tecnologias de iluminação se destacam têm alguns aspectos que devem ser bem analisados nos seus usos e na definição dos projetos de instalações. Lâmpadas Incandescentes: a adoção em massa de lâmpadas incandescentes pela população não acarretaria nenhuma dificuldade para a conscientização social e mudanças de hábitos, visto que a grande maioria da população já utiliza esse tipo de tecnologia e já possui toda a infra-estrutura 19 necessária para a implantação desta. O mesmo pode-se dizer para as lâmpadas de luz mista, visto que, em seu segmento de utilização, que são as indústrias e grandes estabelecimentos comerciais, elas também são as mais utilizadas por não necessitarem da utilização de um reator. No aspecto estético e funcional, o impacto seria positivo, pois o espectro luminoso emitido por este tipo de lâmpada se aproxima muito ao da luz solar, o que resulta numa excelente reprodução de cores dos objetos iluminados por estas lâmpadas. Já no caso das lâmpadas de luz mista, o impacto seria negativo, pois elas possuem uma reprodução de cores regular. Mas também há um impacto negativo, pois tanto as lâmpadas incandescentes quanto as de luz mista esquentam muito devido a sua baixa eficiência na conversão de energia elétrica em luminosidade, o que pode ser prejudicial em determinados casos. No que tange à influência no mercado de trabalho, a adoção desta tecnologia não influenciaria muito a região, visto que já há uma grande produção deste tipo de lâmpadas no mercado, não sendo necessária a instalação de novas fábricas na região para atender a nova demanda, e também não causaria nenhum grande aquecimento no comércio local. Lâmpadas Fluorescentes: a adoção em massa de lâmpadas fluorescentes tubulares pela população acarretaria alguma dificuldade para a conscientização social e mudanças de hábitos, visto que a grande maioria da população não utiliza esse tipo de tecnologia e não possui toda a infraestrutura necessária para a implantação desta. Já no caso das lâmpadas fluorescentes compactas, a dificuldade para a conscientização social seria menor, pois esse tipo de tecnologia utiliza a mesma infra-estrutura das lâmpadas incandescentes, que são utilizadas pela grande maioria da população local. No aspecto estético e funcional, o impacto seria negativo, pois o espectro luminoso emitido por este tipo de lâmpada tende para as cores frias, o que resulta numa reprodução de cores razoável dos objetos iluminados por esta. As lâmpadas fluorescentes compactas possuem índices de reprodução de cores melhores do que as fluorescentes tubulares, mas também são piores do que as incandescentes nesse quesito. Mas também há um impacto positivo, pois essas lâmpadas não esquentam muito, devido a sua boa eficiência na conversão de energia elétrica em luminosidade, influenciando pouco na temperatura do ambiente em que ela for instalada. No que tange à influência no mercado de trabalho, a adoção desta tecnologia poderia influenciar positivamente a região, visto que mesmo havendo uma produção relativamente grande deste tipo de lâmpadas no mercado, a grande demanda causada pela adoção em massa desse tipo de tecnologia faria com que talvez fosse necessária a instalação de novas fábricas na região para atender essa nova demanda. Poderia também causar um aquecimento no comércio local, pois muitas pessoas necessitariam adquirir esse novo tipo de lâmpada. Lâmpada de Vapor de Mercúrio sob Alta Pressão: a adoção em massa de lâmpadas de vapor de mercúrio sob alta pressão acarretaria alguma dificuldade para a conscientização social e mudanças de hábitos, visto que os setores que necessitam da utilização deste tipo de lâmpada são os setores industrial, comercial e público, ainda não possuem a infra-estrutura necessária para a implantação desta tecnologia, pois, estas necessitam o uso de um reator. No aspecto estético e funcional, o impacto seria negativo, pois o espectro luminoso emitido por este tipo de lâmpada tende para as cores frias, o que resulta numa reprodução de cores razoável dos objetos iluminados por esta. Mas também há um impacto positivo, pois essas lâmpadas não esquentam muito, devido a sua boa eficiência na conversão de energia elétrica em luminosidade, influenciando pouco na temperatura do ambiente em que ela for instalada. No que tange à influência no mercado de trabalho, a adoção desta tecnologia poderia influenciar positivamente a região, visto que mesmo havendo uma produção relativamente grande deste tipo de lâmpadas e reatores no mercado, a grande demanda causada pela adoção em massa desse tipo de tecnologia faria com que talvez fosse necessária a instalação de novas fábricas na região para atender essa nova demanda. Poderia também causar um aquecimento no comércio local, pois muitas pessoas necessitariam adquirir esse novo tipo de lâmpada e seus reatores. Lâmpada de Vapor Metálico: a adoção em massa de lâmpadas de vapor metálico acarretaria alguma dificuldade para a conscientização social e mudanças de hábitos, visto que os setores que 20 necessitam da utilização deste tipo de lâmpada são os setores industrial, comercial e público, ainda não possuem a infra-estrutura necessária para a implantação desta tecnologia, pois estas necessitam o uso de um reator e ignitor. No aspecto estético e funcional, o impacto seria positivo, pois a reprodução de cores dos objetos iluminados por estas lâmpadas é muito boa. E também há outro impacto positivo, pois essas lâmpadas não esquentam muito, devido a sua ótima eficiência na conversão de energia elétrica em luminosidade, influenciando pouco na temperatura do ambiente em que ela for instalada. No que tange à influência no mercado de trabalho, a adoção desta tecnologia poderia influenciar positivamente a região, visto que mesmo havendo uma produção relativamente grande deste tipo de lâmpadas, reatores e ignitores no mercado, a grande demanda causada pela adoção em massa desse tipo de tecnologia faria com que talvez fosse necessária a instalação de novas fábricas na região para atender essa nova demanda. Poderia também causar um aquecimento no comércio local, pois muitas pessoas necessitariam adquirir esse novo tipo de lâmpada, seus reatores e ignitores. Lâmpada a Vapor de Sódio sob Baixa Pressão: a adoção em massa de lâmpadas de vapor de sódio sob baixa pressão acarretaria alguma dificuldade para a conscientização social e mudanças de hábitos, visto que os setores que necessitam da utilização deste tipo de lâmpada são os industrial, comercial e público, ainda não possuem a infra-estrutura necessária para a implantação desta tecnologia, pois estas necessitam o uso de um reator. No aspecto estético e funcional, o impacto seria negativo, pois o espectro luminoso emitido por este tipo de lâmpada é quase monocromático, o que resulta numa reprodução de cores péssima dos objetos iluminados por estas. Mas também há um impacto positivo, pois essas lâmpadas não esquentam muito, devido a sua excelente eficiência na conversão de energia elétrica em luminosidade, influenciando pouco na temperatura do ambiente em que ela for instalada. No que tange à influência no mercado de trabalho, a adoção desta tecnologia poderia influenciar positivamente a região, visto que mesmo havendo uma produção relativamente grande deste tipo de lâmpadas, reatores e ignitores no mercado, a grande demanda causada pela adoção em massa desse tipo de tecnologia faria com que talvez fosse necessária a instalação de novas fábricas na região para atender essa nova demanda. Poderia também causar um aquecimento no comércio local, pois muitas pessoas necessitariam adquirir esse novo tipo de lâmpada, reatores e ignitores. Lâmpada a Vapor de Sódio sob Alta Pressão: a adoção em massa de lâmpadas de vapor de sódio sob alta pressão acarretaria alguma dificuldade para a conscientização social e mudanças de hábitos, visto que os setores que necessitam da utilização deste tipo de lâmpada são os industrial, comercial e público, ainda não possuem a infra-estrutura necessária para a implantação desta tecnologia, pois estas necessitam o uso de um reator e ignitor. No aspecto estético e funcional, o impacto seria negativo, pois a reprodução de cores dos objetos iluminados por estas lâmpadas é razoável. Mas há um impacto positivo, pois essas lâmpadas não esquentam muito, devido a sua ótima eficiência na conversão de energia elétrica em luminosidade, influenciando pouco na temperatura do ambiente em que ela for instalada. No que tange à influência no mercado de trabalho, a adoção desta tecnologia poderia influenciar positivamente a região, visto que mesmo havendo uma produção relativamente grande deste tipo de lâmpadas, reatores e ignitores no mercado, a grande demanda causada pela adoção em massa desse tipo de tecnologia faria com que talvez fosse necessária a instalação de novas fábricas na região para atender essa nova demanda. Poderia também causar um aquecimento no comércio local, pois muitas pessoas necessitariam adquirir esse novo tipo de lâmpada, seus reatores e ignitores. Lâmpada de Enxofre: a adoção em massa de lâmpadas de enxofre acarretaria alguma dificuldade para a conscientização social e mudanças de hábitos, visto que a população ainda não possui a infra-estrutura necessária para a implantação desta tecnologia, pois estas necessitam o uso de um reator específico. No aspecto estético e funcional, o impacto seria positivo, pois o espectro luminoso emitido por este tipo de lâmpada é muito amplo, o que resulta numa reprodução de cores excelente dos objetos iluminados por esta. Há também outro impacto positivo, pois essas lâmpadas não esquentam muito, devido a sua ótima eficiência na conversão de energia elétrica em luminosidade, influenci- 21 ando pouco na temperatura do ambiente em que ela for instalada. No que tange à influência no mercado de trabalho, a adoção desta tecnologia influenciaria positivamente a região, visto que não há uma produção grande deste tipo de lâmpadas e reatores no mercado, então a grande demanda causada pela adoção em massa desse tipo de tecnologia faria com que fosse necessária a instalação de novas fábricas na região para atender essa nova demanda. Causaria também um aquecimento no comércio local, pois muitas pessoas necessitariam adquirir esse novo tipo de lâmpada e seus reatores. Lâmpada de Indução: a adoção em massa de lâmpadas de indução acarretaria alguma dificuldade para a conscientização social e mudanças de hábitos, visto que a população ainda não possui a infra-estrutura necessária para a implantação desta tecnologia, pois estas necessitam o uso de um reator específico. No aspecto estético e funcional, o impacto seria positivo, pois o espectro luminoso emitido por este tipo de lâmpada é muito amplo, o que resulta numa reprodução de cores excelente dos objetos iluminados por esta. Há também outro impacto positivo, pois essas lâmpadas não esquentam muito, devido a sua ótima eficiência na conversão de energia elétrica em luminosidade, influenciando pouco na temperatura do ambiente em que ela for instalada. No que tange à influência no mercado de trabalho, a adoção desta tecnologia influenciaria positivamente a região, visto que não há uma produção grande deste tipo de lâmpadas e reatores no mercado, então a grande demanda causada pela adoção em massa desse tipo de tecnologia faria com que fosse necessária a instalação de novas fábricas na região para atender essa nova demanda. Causaria também um aquecimento no comércio local, pois muitas pessoas necessitariam adquirir esse novo tipo de lâmpada e seus reatores. LED: a adoção em massa de LED’s para a iluminação de sinalizações acarretaria alguma dificuldade para a conscientização social e mudanças de hábitos, visto que os setores que necessitam da utilização deste tipo de lâmpada são os industrial, comercial e público, ainda não possuem a infra-estrutura necessária para a implantação desta tecnologia, pois ela ainda é pouco utilizada. No aspecto funcional haveria um impacto positivo, pois os LED‘s não esquentam muito, devido a sua excelente eficiência na conversão de energia elétrica em luminosidade, influenciando pouco na temperatura do ambiente em que ela for instalada. Não haveria impactos estéticos, pois a reprodução de cores não é um fator necessário na sinalização, que é o principal uso dos LED’s. No que tange à influência no mercado de trabalho, a adoção desta tecnologia poderia influenciar positivamente a região, visto que mesmo havendo uma produção relativamente grande deste tipo de tecnologia no mercado, a grande demanda causada pela adoção em massa desse tipo de tecnologia faria com que talvez fosse necessária a instalação de novas fábricas na região para atender essa nova demanda. Poderia também causar um aquecimento no comércio local, pois muitas pessoas necessitariam adquirir esse novo tipo de tecnologia. 5.3.3 ASPECTOS AMBIENTAIS DAS TECNOLOGIAS DE ILUMINAÇÃO Apesar de apresentaram grandes benefícios do no seu uso as tecnologias de iluminação têm os impactos ambientais que devem ser levantados e avaliados. Portanto, neste item serão relatados esses impactos e descritos os seus atributos mais relevantes para futura avaliação dos problemas ambientais que essas podem causar. Lâmpadas Incandescentes: as lâmpadas incandescentes comuns não possuem um impacto ambiental negativo muito significativo, uma vez que elas não possuem substâncias tóxicas em sua composição, mas só que sua vida útil é muito curta, o que acarreta uma grande quantidade de lâmpadas descartadas no meio ambiente. Já as lâmpadas incandescentes halógenas e de luz mista possuem em sua composição substâncias tóxicas (como o bromo e o mercúrio, respectivamente) e seu descarte no meio ambiente causa um grande impacto ambiental negativo, podendo contaminar o solo e as águas, portanto deve-se dar uma destinação correta para estas lâmpadas a fim de não causar danos ao ambiente. Lâmpadas Fluorescentes: as lâmpadas fluorescentes tubulares e compactas possuem em sua composição substâncias tóxicas, como o fósforo e o mercúrio, e seu descarte no meio ambiente 22 causa um grande impacto ambiental negativo, podendo contaminar o solo e as águas, portanto devese dar uma destinação correta para estas lâmpadas a fim de não causar danos ao ambiente. Sua vida útil é longa, o que acarreta uma baixa quantidade de lâmpadas descartadas. Lâmpada de Vapor de Mercúrio sob Alta Pressão: as lâmpadas de vapor de mercúrio sob alta pressão possuem em sua composição substâncias tóxicas, como o fósforo e o mercúrio, e seu descarte no meio ambiente causa um grande impacto ambiental negativo, podendo contaminar o solo e as águas, portanto deve-se dar uma destinação correta para estas lâmpadas a fim de não causar danos ao ambiente. Sua vida útil é longa, o que acarreta uma baixa quantidade de lâmpadas descartadas. Lâmpada de Vapor Metálico: as lâmpadas de vapor metálico possuem em sua composição substâncias tóxicas, como o fósforo, mercúrio e iodetos metálicos, e seu descarte no meio ambiente causa um grande impacto ambiental negativo, podendo contaminar o solo e as águas, portanto devese dar uma destinação correta para estas lâmpadas a fim de não causar danos ao ambiente. Sua vida útil é longa, o que acarreta uma baixa quantidade de lâmpadas descartadas. Lâmpada a Vapor de Sódio sob Baixa Pressão: as lâmpadas de vapor de sódio sob baixa pressão possuem em sua composição substâncias tóxicas, como o fósforo, e seu descarte no meio ambiente causa um grande impacto ambiental negativo, podendo contaminar o solo e as águas, portanto deve-se dar uma destinação correta para estas lâmpadas a fim de não causar danos ao ambiente. Sua vida útil é longa, o que acarreta uma baixa quantidade de lâmpadas descartadas, [45]. Lâmpada a Vapor de Sódio sob Alta Pressão: as lâmpadas de vapor de sódio sob alta pressão possuem em sua composição substâncias tóxicas, como o fósforo e o mercúrio, e seu descarte no meio ambiente causa um grande impacto ambiental negativo, podendo contaminar o solo e as águas, portanto deve-se dar uma destinação correta para estas lâmpadas a fim de não causar danos ao ambiente. Sua vida útil é longa, o que acarreta uma baixa quantidade de lâmpadas descartadas. Lâmpada de Enxofre: as lâmpadas de enxofre são compostas de enxofre e argônio, não apresentando impactos negativos ao meio ambiente. Sua vida útil é muito longa, o que acarreta uma baixíssima quantidade de lâmpadas descartadas. Lâmpada de Indução: as lâmpadas de indução possuem em sua composição substâncias tóxicas, como o fósforo e o mercúrio, e seu descarte no meio ambiente causa um grande impacto ambiental negativo, podendo contaminar o solo e as águas, portanto deve-se dar uma destinação correta para estas lâmpadas a fim de não causar danos ao ambiente. Sua vida útil é muito longa, o que acarreta uma baixíssima quantidade de lâmpadas descartadas. LED: os LED’s não possuem em sua composição substâncias tóxicas, portanto não apresentam impactos negativos ao meio ambiente. Sua vida útil é longa, o que acarreta uma baixa quantidade de LED’s descartados. 5.3.4 ASPECTOS POLÍTICOS DAS TECNOLOGIAS DE ILUMINAÇÃO Na implementação de certas medidas de conservação de energia confronta-se com algumas situações conflitantes, que devem ser analisadas politicamente para encontrar a melhor saída e permitir a adoção de programas da eficientização energética. Essas situações podem ou não inviabilizar as medidas e ações de conservação de energia. São esses aspectos que serão destacados e discutidos neste item do trabalho. Lâmpadas Incandescentes: As lâmpadas incandescentes possuem uma ótima aceitação perante a população, pois são de baixíssimo custo e de simples manuseio. Porém, devida a sua baixa eficiência, o setor governamental e as ONG’s possuem certa oposição a esse tipo de lâmpada, que desperdiça muita energia. Utilizam tecnologia nacional. As lâmpadas de luz mista possuem uma ótima aceitação perante os consumidores, pois são de baixíssimo custo e de simples manuseio. Porém, devida a sua baixa eficiência, o setor governamental e as ONG’s possuem certa oposição a esse tipo de lâmpada, que desperdiça muita energia. Utilizam tecnologia nacional. Lâmpadas Fluorescentes: as lâmpadas fluorescentes tubulares possuem uma moderada a- 23 ceitação perante a população, pois, seu custo de instalação é alto e são de difícil manuseio. Já as lâmpadas fluorescentes compactas possuem uma aceitação parcial, pois não demandam mudança de infra-estrutura para sua instalação, possuem facilidade para manuseio, mas possuem um custo inicial muito maior do que as incandescentes. Ambas utilizam tecnologia nacional. O setor governamental e as ONG’s possuem uma boa aceitação a esses tipos de lâmpadas, sendo até que na época da crise energética nacional há poucos anos atrás elas foram amplamente recomendadas para substituição das incandescentes, que são bem menos eficientes. Lâmpada de Vapor de Mercúrio sob Alta Pressão: as lâmpadas de vapor de mercúrio sob alta pressão possuem uma moderada aceitação perante os consumidores, seu custo de instalação é um pouco alto devido à necessidade de utilização de um reator. Utilizam tecnologia nacional. O setor governamental e as ONG’s possuem uma baixa aceitação a esses tipos de lâmpadas, pois elas não são muito eficientes e possuem materiais tóxicos em sua composição, podendo causar contaminação. Lâmpada de Vapor Metálico: as lâmpadas de vapor metálico possuem uma baixa aceitação perante os consumidores, seu custo de instalação é alto devido, além do elevado custo da lâmpada, à necessidade de utilização de reator e ignitor. Utilizam tecnologia nacional. O setor governamental e as ONG’s possuem uma aceitação parcial a esses tipos de lâmpadas, elas são eficientes, porém possuem materiais tóxicos em sua composição, podendo causar contaminação. Lâmpada a Vapor de Sódio sob Baixa Pressão: as lâmpadas de vapor de sódio de baixa pressão possuem uma baixa aceitação perante os consumidores, seu custo de instalação é alto devido à necessidade de utilização de reator e ignitor, e seu espectro de luz é quase monocromático. Utilizam tecnologia nacional. O setor governamental e as ONG’s possuem uma aceitação alta a esses tipos de lâmpadas, pois elas são muito eficientes, porém possuem materiais tóxicos em sua composição, podendo causar contaminação. Lâmpada a Vapor de Sódio sob Alta Pressão: as lâmpadas de vapor de sódio de alta pressão possuem uma moderada aceitação perante os consumidores, seu custo de instalação é alto devido à necessidade de utilização de reator e ignitor. Utilizam tecnologia nacional. O setor governamental e as ONG’s possuem uma aceitação alta a esses tipos de lâmpadas, pois elas são eficientes, porém possuem materiais tóxicos em sua composição, podendo causar contaminação. Lâmpada de Enxofre: as lâmpadas de enxofre possuem uma baixa aceitação perante os consumidores, pois seu custo de instalação é muito alto devido, além do alto custo da lâmpada, à necessidade de utilização de reator. Utilizam tecnologia importada, o que torna o preço desse produto sujeito a variações cambiais. O setor governamental e as ONG’s possuem uma aceitação moderada a esses tipos de lâmpadas, pois elas são muito eficientes e não causam impactos negativos ao meio-ambiente, porém, não são fabricadas nacionalmente. Lâmpada de Indução: as lâmpadas de indução possuem uma baixa aceitação perante os consumidores, pois, seu custo de instalação é muito alto devido, além do alto custo da lâmpada, à necessidade de utilização de reator. Utilizam tecnologia importada, o que torna o preço desse produto sujeito a variações cambiais. O setor governamental e as ONG’s possuem uma aceitação moderada a esses tipos de lâmpadas, pois elas são muito eficientes, porém possuem materiais tóxicos em sua composição e não possuem fabricação nacional. LED: os LED’s possuem uma baixa aceitação perante os consumidores, pois seu custo é relativamente alto. O setor governamental e as ONG’s possuem uma boa aceitação aos LED’s, pois eles são muito eficientes. 24 6 TECNOLOGIAS DE REFRIGERAÇÃO No mundo moderno a utilização dos sistemas de refrigeração é indispensável e, como conseqüência, o uso da energia elétrica para acionamento dos motores e outros equipamentos associados a estes sistemas. O frio é muito utilizado na indústria, para conservação dos alimentos, nas instalações comerciais, nos escritórios e nos vários outros serviços. O conhecimento sobre as tecnologias de geração do frio, da distribuição e do seu uso possibilita a redução do consumo de energia e, consequentemente, do seu custo. Por esta razão, neste trabalho fez-se a caracterização completa destas tecnologias, considerando as quatro dimensões nas quais se apóia o processo do PIR. 6.1 INTRODUÇÃO A refrigeração é um uso final de extrema importância para todos os setores de consumo, em processos de conservação de alimentos e manutenção de substâncias e materiais em temperaturas adequadas ou seguras. Representa cerca de 20% do consumo energético nacional, participando em cerca de um terço do consumo residencial e 17% do consumo do setor comercial, [4]. Até algumas décadas atrás, o frio artificial era empregado quase unicamente na conservação de produtos alimentícios. A principal causa para tanto eram dificuldades de ordem técnica, relacionadas com a geração do frio. Os poucos refrigeradores encontrados nas residências e nas lojas - meros "armários" dotados de isolação térmica - eram alimentados por grandes blocos de gelo, que uma central frigorífica - uma indústria de gelo - preparava e distribuía diariamente. Vem daí, aliás, o nome geladeira. Com a paulatina expansão da rede elétrica, entrou em cena o refrigerador movido à eletricidade. O refrigerador é uma máquina de transferência de calor que capta o calor interno do refrigerador e o põe para fora. Isto se consegue por meio da constante evaporação e condensação do refrigerante. Para que se processe a evaporação, a troca do estado líquido para o gasoso, é preciso calor, que é absorvido dos produtos existentes no refrigerador. A troca oposta, a condensação, expulsa o calor, que é liberado do refrigerante para o exterior do refrigerador. Figura 21: Esquema de máquinas térmicas A segunda lei da termodinâmica postula que, entre dois corpos submetidos a diferentes temperaturas, o calor sempre se transfere do mais quente para o mais frio [Figura 21]. O caminho inverso não pode ser percorrido espontaneamente. E é isto, de fato, o que se verifica nos fenômenos naturais que envolvem trocas de calor, [23]. Para promover a operação inversa, isto é, retirar calor de um corpo frio e entregá-lo a um mais quente, é preciso realizar trabalho sobre o sistema. 6.2 PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS CONSTRUTIVAS Para melhor escolha da tecnologia a ser utilizada, é importante conhecer as suas característi- 25 cas construtivas e seus parâmetros técnicos. Isso permite definir como usar e onde aplicar uma determinada tecnologia. Portanto, neste trabalho, pretende-se descrever todas as tecnologias de usos finais e as suas características técnicas, para facilitar a sociedade na escolha dos equipamentos dos usos finais e também para futura avaliação das quatro dimensões do PIR. Figura 22: Ciclo de refrigeração por compressão de vapor • • • • Fases do ciclo de refrigeração por compressão de vapor [Figura 22]: Compressão: o motor fornece ao compressor a energia necessária para elevar a pressão do gás refrigerante, do nível de evaporação ao nível de condensação (o gás sofre aquecimento devido à compressão). Condensação: o gás cede calor ao ambiente, passando gradualmente da fase gasosa à fase líquida. Expansão: o gás, na fase líquida, sofre uma brusca queda de pressão na válvula de expansão. Evaporação: o gás se expande a pressão e temperatura constantes até o estado de gás saturado, retirando o calor do ambiente (“gerando frio”). Figura 23: Esquema de um refrigerador a compressão de vapor 26 • Ciclo de refrigeração por absorção Conjunto termo-compressor A Ab D - Gerador (queimador, boiler) - Bomba - Válvula - Tanque de Absorção G C B E A = Conjunto termo-compressor B = Condensador (trocador de calor) Máquina térmica C = Válvula de expansão D = Evaporador (trocador de calor) E = Gabinete frigorífico Figura 24: Esquema do Ciclo de Refrigeração por Absorção Fases do ciclo de refrigeração a absorção, [30]: • Termo-compressão: o fluido refrigerante (por exemplo, amônia) mistura-se ao absorsor (por exemplo, água) no tanque, formando uma solução na fase líquida (solução rica), com liberação de calor. Com o aquecimento da solução no boiler, o fluido refrigerante tem a pressão elevada, passando à fase gasosa. A solução rica é bombeada para o separador, onde o vapor aquecido é recuperado por destilação e passa ao ciclo de refrigeração. A solução restante, pobre em refrigerante, volta ao tanque de absorção [Figura 23 a Figura 26]. • Condensação: o gás cede calor ao ambiente, passando gradualmente da fase gasosa à fase líquida. • Expansão: o gás, na fase líquida, sofre uma brusca queda de pressão na válvula de expansão. • Evaporação: o gás se expande a pressão e temperatura constantes até o estado de gás saturado, retirando o calor do ambiente (“gerando frio”). 27 Figura 25: Esquema de um refrigerador a absorção Figura 26: Esquema de um refrigerador a absorção Os refrigeradores atuais armazenam os alimentos a uma temperatura que vai desde 3ºC até 5ºC. A estas temperaturas, a atividade dos microorganismos responsáveis pela deteriorização dos alimentos torna-se mais lenta, porém não diminui. Os congeladores mantêm uma temperatura por volta de -18ºC. Nestas condições, os microorganismos deixam de se reproduzir e praticamente anula-se qualquer outra atividade, diminuindo de maneira eficaz a deteriorização dos alimentos, [28]. Os elementos que afetam de forma mais acentuada a eficiência da refrigeração são os componentes do equipamento: o compressor frigorífico, o condensador, o evaporador e o isolamento 28 térmico como mostram as figuras Figura 27, Figura 27: Compressor frigorífico Figura 28: Condensador 29 Figura 29: Evaporador Figura 30: Isolamento térmico 6.3 CARACTERIZAÇÃO DAS DIMENSÕES DAS TECNOLOGIAS DE REFRIGERAÇÃO Apesar da extrema utilidade desta tecnologia na sociedade moderna ela não deixa de apresentar os seus aspectos vantajosos e desvantajosos. São esses aspectos que precisam ser analisados levantando todos os atributos associados a eles, principalmente, na hora da sua escolha e da utilização. Essa analise envolve os aspectos técnico-econômicos, ambientais, sociais e políticos, que em seguida serão discutidos. 6.3.1 ASPECTOS TÉCNICO-ECONÔMICOS DAS TECNOLOGIAS DE REFRIGERAÇÃO O compressor frigorífico pode apresentar perdas na conversão da energia, na eficiência termodinâmica do gás utilizado e na eficiência da compressão do gás. A eficiência do condensador depende de parâmetros como a temperatura média do ambiente, a área de troca (área de dispersão dos condensadores), o material empregado nos condensadores (alta transferência) e a ventilação. O 30 evaporador tem seu desempenho condicionado à temperatura de projeto do refrigerador (TF), o material empregado no evaporador, a área de troca e barreiras físicas como a capa de gelo. Já o desempenho do isolamento térmico depende da espessura e das propriedades do material isolante. Como variantes externos ao desempenho geral dos refrigeradores são apontadas, obviamente, as condições climáticas, como o aumento de consumo em épocas ou regiões quentes, e o uso do equipamento, como as condições de instalação, conservação e hábitos de uso. Assim, como principais deficiências em relação ao consumo de energia de refrigeradores e sua vida útil, tem-se: níveis inadequados de temperatura de câmaras frigoríficas, inexistência de termostatos (acarretando em funcionamento contínuo e desperdício dos equipamentos), condições e forma de armazenagem de produtos, ausência do ventilador do evaporador (provocando a formação de gelo e o conseqüente aumento de consumo energético), a falta de limpeza do condensador e do compressor, entre outros, [5]. Resumidamente os parâmetros que podem influenciar a eficiência energética de um refrigerador são: • Coeficiente de Performance do Ciclo (COP); • Influencia da temperatiura de evaporação no COP do ciclo teórico; • Influencia da temperatura de condensação no COP do ciclo teórico; • Influencia do sub-refriamento do liquido no COP do ciclo teórico; • Influencia do superaquecimento util no COP do ciclo teórico; 31 Tabela 2: Tabela Resumo dos Atributos de Refrigeração 32 33 34 35 36 37 38 6.3.2 ASPECTOS SOCIAIS DAS TECNOLOGIAS DE REFRIGERAÇÃO Pode-se obter um ganho expressivo em termos de redução de demanda a partir da adoção de equipamentos mais eficientes. Programas de substituição de refrigeradores podem ser conduzidos 39 em parcerias entre concessionária, fabricante de refrigeradores, lojas e programas de eficiência energética. A adoção em massa da substituição de refrigeradores antigos por modelo mais eficientes pela população não acarretaria nenhuma dificuldade para a conscientização social e mudanças de hábitos desta, visto que a grande maioria da população já utiliza refrigeradores e já possui toda a infraestrutura necessária para a implantação dos novos equipamentos, que não serão em nada diferentes quanto à funcionalidade. O mesmo pode-se dizer para os setores comercial e industrial, em que poderão ser realizadas medidas como a troca de equipamentos da casa de máquinas, expositores frigoríficos e linhas atuais visando a eficientização do sistema de refrigeração. Essas medidas gerarão também um impacto positivo considerando a funcionalidade e estética do recurso, pois os novos refrigeradores, além de serem mais eficientes, também terão novas funcionalidades úteis à população, além de serem esteticamente mais agradáveis do que os modelos mais antigos. Poderá também ocorrer uma campanha para educar a população à utilização correta dos refrigeradores, causando um impacto social positivo para a população no que diz respeito à educação. No que tange à influência no mercado de trabalho, a adoção desta tecnologia poderia influenciar positivamente a região, visto que mesmo havendo uma produção relativamente grande de refrigeradores no mercado, a grande demanda causada pela adoção em massa de novos refrigeradores faria com que talvez fosse necessária a instalação de novas fábricas e lojas na região para atender essa nova demanda, podendo causar também um aquecimento no comércio local, pois muitas pessoas necessitariam adquirir esse novo tipo de equipamento. 6.3.3 ASPECTOS AMBIENTAIS DAS TECNOLOGIAS DE REFRIGERAÇÃO Para realizar a expansão das espumas utilizadas para isolamento térmico no gabinete dos refrigeradores, geralmente são utilizados os gases R141b ou Ciclo/Isopentano como agentes de expansão. O ciclo/isopentano causa um impacto ambiental negativo menor do que o R141b, conseqüentemente os refrigeradores que possuem as espumas expandidas por ciclo/isopentano causam um impacto ambiental negativo menor do que os que utilizam o R141b, [33]. Os refrigeradores também utilizam fluidos refrigerantes que causam um impacto ambiental negativo quando liberados ao meio-ambiente, pois colaboram com a destruição da camada de ozônio estratosférico. Antigamente, o fluido refrigerante utilizado era a amônia, altamente tóxica aos seres humanos, e depois vieram os CFC’s (Clorofluorcarbonetos), que não são tóxicos aos seres humanos mas contribuem com a destruição da camada de ozônio estratosférico. Hoje em dia, uma das alternativas tem sido os Hidroclorofluorcarbonetos (HCFC), pois seu impacto ambiental negativo tem sido avaliado como sendo de apenas 10% do dos CFC. Outra alternativa está nos Hidrofluorcarbonetos (HFC), que não contém cloro e são ainda menos prejudiciais ao meio ambiente, mas essas alternativas contribuem bastante com o agravamento do efeito estufa na Terra, [6]. 6.3.4 ASPECTOS POLÍTICOS DAS TECNOLOGIAS DE REFRIGERAÇÃO A substituição de refrigeradores de tecnologias obsoletas e ineficientes por refrigeradores novos de alto desempenho possui uma aceitação baixa pela população, pois esses equipamentos são caros e essa troca demandaria um alto investimento, que só retornará para o consumidor após muito tempo de uso. Perante o governo e as ONG’s essa substituição possui uma boa aceitação, pois reduziria bastante a demanda energética. Para essa substituição ser mais aceitável pela população, o governo precisaria investir em mecanismos de incentivo para que a população não demore tanto para ter o retorno de seu investimento. Esses produtos não correm riscos de exposição cambial, pois são fabricados no próprio país. 40 7 TECNOLOGIAS DE CONDICIONAMENTO AMBIENTAL O Brasil como um país tropical o uso da tecnologia de condicionamento ambiental torna-se primordial no aspecto de proporcionar conforto às pessoas. Dependendo da região o uso dessa tecnologia é intensivo, consequentemente, aumentando o consumo de energia. Portanto, é necessário conhecer as condições técnicas na utilização destas tecnologias. Por isso, neste trabalho faz-se a caracterização detalhada destas tecnologias, descrevendo os seus atributos técnico-econômicos, ambientais, sociais e políticos. 7.1 INTRODUÇÃO O condicionamento ambiental é um uso final de grande utilização em diversos estabelecimentos do setor comercial (com uma média nacional de 20% de consumo) e também de grande emprego no setor residencial nas regiões brasileiras de temperatura mais elevada, contribuindo com uma participação de 5 a 20% no consumo elétrico residencial, [7]. Na maioria das vezes, o objetivo que leva à instalação de ar condicionado é dar ao homem um ambiente mais propício a seu bem-estar. Por outro lado, trata-se de um meio válido de defesa contra infecções e contra a poluição do ar dos grandes aglomerados humanos em recintos fechados. Serve de ajuda no tratamento terapêutico de muitas doenças; nas indústrias, é um fator para aumento da produção, através de maior rendimento dos trabalhadores, colocados num meio mais confortável. É indispensável ainda em processos de manufatura que exijam o controle de umidade, temperatura e pureza do ar, no caso das indústrias farmacêutica e alimentícia, segurança em relação a produtos tóxicos ou inflamáveis, aumento de conforto e produtividade de operários, entre outras aplicações. 7.2 PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS CONSTRUTIVAS Para melhor escolha da tecnologia a ser utilizada, é importante conhecer as suas características construtivas e seus parâmetros técnicos. Isso permite definir como usar e onde aplicar uma determinada tecnologia. Portanto, neste trabalho, pretende-se descrever todas as tecnologias de usos finais e as suas características técnicas, para facilitar a sociedade na escolha dos equipamentos dos usos finais e também para futura avaliação das quatro dimensões do PIR. Essa caracterização pode ajudar na escolha e na diferenciação das tecnologias eficientes e ineficientes. A diferença dos condicionadores de alta eficiência para os de baixa eficiência reside na tecnologia dos compressores utilizados nos ciclos de refrigeração. Enquanto uma tecnologia tradicional (um aparelho de ar condicionado com compressor alternativo, por exemplo) requer uma potência elétrica de 1.200 W para que o ciclo de refrigeração atenda uma carga térmica de 7.500 btu’s, um aparelho de ar condicionado com tecnologia de compressor rotativo, requer apenas 720 W para atender esta mesma carga térmica, [7], [31]. O compressor é uma das peças mais importantes do ciclo básico de refrigeração. Sua função é promover a circulação do gás refrigerante, fazendo com que o mesmo, ao passar pelo evaporador, “retire” calor do ambiente condicionado e transfira para o meio exterior através do evaporador. A refrigeração para climatização de ambientes segue o mesmo princípio de “máquina térmica”, respeitando as mesmas fases do ciclo frigorífico (na Figura 31, por absorção): compressão, condensação, expansão e evaporação. 41 Figura 31: Esquema de funcionamento de um condicionador de ar As diferenças fundamentais de modelos de condicionadores são quanto aos diferentes tipos de instalação e à tecnologia de compressores utilizados nos ciclos de refrigeração. O compressor é uma das peças mais importantes do ciclo básico de refrigeração, promovendo a circulação do gás refrigerante, cuja função é retirar calor do ambiente condicionado, transferindo-o para o meio exterior através do evaporador. O funcionamento do compressor alternativo consiste em um pistão movendo-se alternadamente no interior de um cilindro, com as válvulas de aspiração e descarga dispostas convenientemente para permitir a sucção e a compressão do fluido refrigerante. A carcaça do compressor alternativo retém o gás de sucção a baixa pressão; este é trazido para dentro do cilindro do corpo pela ação do pistão e o gás é comprimido e bombeado. Nestes compressores, o conjunto bomba/compressor é isolado da carcaça do compressor, num sistema de suspensão que garante que o compressor esteja assentado no óleo de lubrificação mantendo frio o gás de sucção durante a passagem do corpo até o cilindro. O lado de descarga da bomba e a saída de descarga do compressor são conectados pela serpentina. Existem vários modelos de condicionadores de ar [figuras Figura 32 a Figura 39]. São eles: • Condicionador de ar de janela simples e compacto, possui condensador e evaporador sob o mesmo invólucro. O ar externo é sugado através da unidade, onde é condicionado e imediatamente entregue ao ambiente [34]. 42 Figura 32: Condicionador de ar de janela • Mini Centrais – possuem evaporador e condensador separados. O condensador deve ser instalado em lugar bem ventilado e sem exposição solar. O evaporador, instalado no interior do ambiente que ser quer condicionar. Figura 33: Mini-central de condicionamento de ar • Mini Centrais tipo Multisplit – o objetivo é atender vários compartimentos, como áreas com subdivisões internas. Uma tubulação de ar refrigerado percorre os ambientes. Podem-se combinar várias unidades. 43 Figura 34: Mini-central de condicionamento de ar tipo multisplit • Self-contained • desenvolvido para redes de dutos. Há no mercado 3 modelos: - condensador incorporado: análogo a um grande aparelho de janela; - Com condensador de ar remoto: semelhante às mini centrais; - Com condensação de água: requer linha alimentadora de água Figura 35: Condicionador de ar self-contained • Chiller – São equipamentos resfriadores de líquidos. Produzem água gelada. E são próprios para uso em sistemas centrais de grande porte: hospitais, shopping-centers, hotéis, supermercados, indústrias e seus processos industriais. – 44 Figura 36: Condicionador de ar do tipo chiller • Chiller - ciclo de compressão de vapor Figura 37: Ciclo de compressão de vapor – chiller • Chiller - ciclo de absorção 45 Figura 38: Ciclo de absorção – chiller • Resfriadores de ar evaporativos O resfriador evaporativo de ar [Figura 39] possui um ventilador que aspira ar externo através de um painel evaporativo especial, sobre o qual água é circulada continuamente por uma pequena bomba. A água que evapora é reposta por uma bóia que mantém nível constante no reservatório. O equipamento é de grande eficiência, compacto, simples, durável e de baixa manutenção, que produz ar limpo de excelente qualidade, não saturado e resfriado em até 12°C abaixo da temperatura do ar externo, [8]. Figura 39: Funcionamento do resfriador evaporativo, [35] 46 A evaporação da água é um processo bastante endotérmico, isto é, retira muito calor do que quer que esteja em contato com ela. Um litro de água consome cerca de 580 kcal para evaporar à temperatura ambiente. No RESFRIAMENTO EVAPORATIVO de ar é o próprio ar que cede calor sensível para a água evaporar, tendo assim a sua temperatura reduzida. A redução de temperatura (diferença entre a temperatura de entrada e saída do ar no resfriador evaporativo), obtida com o processo de resfriamento evaporativo, depende fundamentalmente da umidade relativa do ar. Quanto mais baixa a umidade relativa maior a redução de temperatura obtida. Em grau menor, a redução de temperatura depende também da temperatura de entrada e da pressão barométrica, que por sua vez depende da altitude local, conforme mostra a tabela a seguir. Tabela 3: Temperatura de saída para várias situações ambientais Através desta figura pode-se constatar que a redução de temperatura obtida no resfriador evaporativo depende muito mais da umidade relativa do que da temperatura de entrada. A temperatura resultante no ambiente depende da carga térmica, da vazão e temperatura do ar insuflado. Normalmente o resfriador evaporativo é dimensionado para que a temperatura no ambiente fique de 2 a 5 °C acima da temperatura de saída do resfriador, [47]. 7.3 CARACTERIZAÇÃO DAS DIMENSÕES DAS TECNOLOGIAS DE CONDICIONAMENTO AMBIENTAL Como qualquer outra tecnologia o seu uso sempre vai acarretar alguns impactos, sejam eles do caráter técnico-econômico, ambientais, sociais ou políticos. Por isso, é necessária uma avaliação sucinta destes impactos através do levantamento dos atributos associados a cada uma das dimensões do PIR para melhor decisão na escolha e na utilização destas tecnologias visando à eficiência energética e ao conforto da população. 7.3.1 ASPECTOS TÉCNICO-ECONÔMICOS TAL. DAS TECNOLOGIAS DE CONDICIONAMENTO AMBIEN- Um aparelho de ar condicionado tradicional com tecnologia de compressor alternativo requer uma potência elétrica de 1.200 W para que o ciclo de refrigeração atenda uma carga térmica de 7.500 BTUs, [8]. Já os compressores rotativos são compostos por um sistema no qual a sucção e a compressão do fluido refrigerante ocorrem ao mesmo tempo e de forma contínua, proporcionando melhor desempenho e menor nível de ruído e vibração. Os compressores rotativos possuem menos peças e menor tamanho e peso do que os alternativos, além de um baixo consumo de energia. A redução do consumo energético é resultado de dois fatores principais: a continuidade e a simultaneidade da sucção e da compressão do fluido refrigerante no sistema de bombeamento (tornando a carga apli- 47 cada ao eixo da bomba mais uniforme) e a realização do processo de sucção diretamente na câmara de compressão, (evitando que o gás troque calor com os demais componentes internos, o que acarretaria em perdas de rendimento). Um ar condicionado com tecnologia de compressor rotativo requer apenas 720 W para atender a uma carga térmica de 7.500 BTUs, o que, comparado a um ar condicionado utilizando sistema alternativo, equivaleria a 40% a menos de potência, para uma mesma carga térmica, [9]. Quanto às instalações, há diferentes classificações, de acordo com o fluido empregado, dentre elas instalações tudo ar, ar-água, tudo água, ou de expansão direta. As instalações tudo ar possuem baixo custo inicial, manutenção centralizada e econômica. A regulagem da temperatura ambiente pode ocorrer de diversas formas, sendo que o termostato pode atuar sobre a serpentina de resfriamento, sobre um by-pass da serpentina, ou sobre a serpentina de aquecimento. As instalações podem possuir vazão e temperatura variáveis ou constantes, ou ainda de duplo duto. As instalações ar-água podem ser em dois, três ou quatro tubos. A primeira delas apresenta a vantagem de separar o controle da temperatura ambiental, com a variação de água quente ou fria, do controle de umidade relativa do local. A instalação a quatro tubos, por sua vez, evita a mistura da água quente e fria das serpentinas no tubo de retorno, evitando assim a perda de energia térmica que ocorre nas instalações a três tubos, dada a mistura de água quente com fria. Há ainda instalações de fan-coils, nas quais as condições ambientais locais são reguladas por um ventilador de velocidade variável e uma serpentina, alimentada com água quente ou fria. Por fim, as instalações tudo água podem utilizar fan-coils a dois, três, quatro tubos ou de expansão direta. A primeira delas caracteriza-se pela falta de controle da umidade relativa ambiente, da vazão de ar exterior e da temperatura ambiente nas estações intermediárias. Na instalação a três tubos, já é possível aquecer ou esfriar locais independentemente, pois cada fan-coil pode funcionar segundo as necessidades do termostato ambiente. Na instalação a quatro tubos, o circuito permite evitar perdas por mistura de água quente e fria no retorno comum, que ocorrem nas instalações a três tubos, além de apresentarem um menor custo de operação, apesar de um custo inicial mais alto. Assim, como fatores condicionantes da eficiência energética, além do desempenho do compressor e do tipo de instalação empregada, temos a influência dos fatores climáticos, com a possibilidade de perdas advindas de insolação, temperatura e umidade externa, assim como a carga térmica, ou a quantidade de calor extraído do ar ambiente a fim de mantê-lo em condições desejáveis de temperatura e umidade. Como alternativa à utilização de energia elétrica, tem-se o ar condicionado a gás natural, que além de aliviar em 99% a rede elétrica, proporciona diversas vantagens econômicas (como a redução de gastos na operação em valores até 30%, dada a menor quantidade de equipamentos necessários), ambientais (utilização de água como refrigerante ao invés de refrigerantes sintéticos e do gás CFC) e técnicas (flexibilidade operacional, possibilidade de controle remoto, manutenção simplificada, alto desempenho mesmo em cargas parciais), [10]. Outra alternativa aos condicionadores de ar tradicionais são os resfriadores de ar evaporativos. Os custos de instalação e operação são uma fração dos custos de sistemas de ar condicionado convencionais. A necessidade de manutenção é mínima, e não exige mão de obra especializada. Não há compressores, condensadores, circuitos de alta pressão ou tubos isolados. O consumo de energia elétrica é apenas o de um ventilador axial (com motor de somente 1 CV no maior modelo), mais uma pequena bomba de água de 1/3 CV. Um equipamento de ar condicionado convencional, dimensionado para o mesmo ambiente, consome cerca de 10 a 15 vezes mais energia elétrica. Comparado a um ar condicionado equivalente, a economia de energia é de 90 a 95%. O custo da adequação do ambiente ao sistema de climatização por resfriamento evaporativo também é muito baixo porque, ao contrário do que ocorre com sistemas de ar condicionado, o espaço a ser climatizado não deve ser fechado nem precisa ser tão bem isolado, [11]. Os atributos técnico-econômicos estão apresentados na Tabela 4. 48 Tabela 4: Tabela Resumo dos Atributos de Aquecimento de Água 49 50 51 52 53 54 55 56 57 58 59 60 Tabela 5: Resfriadores de ar evaporativos – Linha pequenos ambientes Modelo EB-10 Portátil EB-15 Portátil EB-20 Janela EB-35 Janela 3 Vazão de ar (m /h) 700 1.200 1.200 2.250 Tensão elétrica (V) 110 ou 220 110 ou 220 110 ou 220 220 Consumo elétrico (watts) 67 95 95 200 Dimensões (cm) 68 x 36 x 46 99 x 45 x 53 50 x 64 x 48 66 x 63 x 60 Frente (cm) 50 x 64 x 10 66 x 63 x 16 Abertura na parede (cm) 43 x 65 51x 64 Peso (kg) 9 13 12 18 2 Área máxima climatizada (m ) até 10 6 a 15 10 a 25 18 a 35 Consumo de água médio (l/h) 1,5 3 3 5 Tabela 6: Resfriadores de ar evaporativos – Linha grandes ambientes Modelo Vazão de ar (m3/h) Consumo elétrico (watts) Dimensões (cm) EB-50 3.000 EB-100 6.000 EB-150 9.500 EB-250 16.000 EB-300 18.000 EB-500 33.000 230 370 410 800 950 1.450 88 x 68 x 117 x 95 187 x 156 166 x 180 x 117x126x80 165x126x90 71 x 76 x 96 135 Abertura na parede 58x 58 68 x 68 (cm) Peso (kg) 30 60 Área máxima clima25 a 50 50 a 100 tizada (m2) Consumo de água 8 17 médio (l/h) 87 x 87 98 x 98 75 120 75 a 150 120 a 250 25 41 107 x 107 142 x 142 120 150 150 a 300 200 a 500 50 90 7.3.2 ASPECTOS SOCIAIS DAS TECNOLOGIAS DO CONDICIONAMENTO AMBIENTAL Pode-se obter um ganho expressivo em termos de redução de demanda a partir da adoção de equipamentos mais eficientes e de novas tecnologias. Programas de substituição de condicionadores de ar podem ser conduzidos em parcerias entre concessionária, fabricante de condicionadores de ar, lojas e programas de eficiência energética. A adoção em massa da substituição de condicionadores de ar antigos por modelos mais eficientes ou de tecnologia alternativa pela população e pelos setores comerciais e industriais não acarretaria impactos negativos quanto à funcionalidade e estética, já que não serão em nada diferentes quanto à funcionalidade dos equipamentos utilizados anteriormente (exceto os de resfriamento evaporativo, que, dependendo das condições ambientais, podem ter um desempenho menor) e também não provocariam grandes mudanças estéticas no ambiente, possuindo até uma estética mais agradável em muitos casos. A respeito dos impactos na saúde pública, a adoção dos condicionadores de ar por resfriamento evaporativo poderia causar um impacto positivo, pois, diferentemente dos condicionadores de ar convencionais, o ar fica com uma umidade ideal, não resseca as mucosas, epiderme, vias respiratórias, olhos e peles mais sensíveis, podendo ocasionar menos casos de doenças respiratórias na população, [12]. No que tange à influência no mercado de trabalho, a adoção de novos equipamentos de condicionamento ambiental poderia influenciar positivamente a região, visto que mesmo havendo uma produção relativamente grande de condicionadores de ar no mercado, a grande demanda causada pela adoção em massa de novos condicionadores ambientais faria com que talvez fosse necessária a 61 instalação de novas fábricas e lojas na região para atender essa nova demanda, podendo causar também um aquecimento no comércio local, pois muitas pessoas necessitariam adquirir esses novos tipos de equipamentos. 7.3.3 ASPECTOS AMBIENTAIS DAS TECNOLOGIAS DE CONDICIONAMENTO AMBIENTAL Os condicionadores de ar convencionais utilizam fluidos refrigerante que, quando liberados na atmosfera, causam um impacto ambiental negativo. Os fluidos refrigerantes mais utilizados antigamente eram os CFC’s (Clorofluorcarbonetos), que não são tóxicos aos seres humanos mas contribuem com a destruição da camada de ozônio estratosférico. Hoje em dia, uma das alternativas tem sido os Hidroclorofluorcarbonetos (HCFC), pois seu impacto ambiental negativo tem sido avaliado como sendo de apenas 10% do dos CFC. Outra alternativa são os Hidrofluorcarbonetos (HFC), que não contém cloro e são ainda menos prejudiciais ao meio ambiente, mas essas alternativas contribuem bastante com o agravamento do efeito estufa na Terra, [6]. Há também os condicionadores ambientais que não utilizam esses fluidos refrigerantes, [36], utilizando a água como fluido refrigerante, como por exemplo o Chiller, condicionadores à gás natural e os resfriadores de ar evaporativos, que causam um impacto ambiental negativo bem menor do que os condicionadores de ar convencionais. 7.3.4 ASPECTOS POLÍTICOS DAS TECNOLOGIAS DE CONDICIONAMENTO AMBIENTAL A substituição de condicionadores ambientais de tecnologias obsoletas e ineficientes por condicionadores novos de alto desempenho possui uma aceitação baixa pela população, pois esses equipamentos são caros e essa troca demandaria um alto investimento, que só retornaria para o consumidor após muito tempo de uso. Perante o governo e as ONG’s essa substituição possui uma boa aceitação, pois reduziria bastante a demanda energética. Para essa substituição ser mais aceitável pela população, o governo precisaria investir em mecanismos de incentivo para que a população não demore tanto para ter o retorno de seu investimento. Esses produtos não correm riscos de exposição cambial, pois são fabricados no próprio país. 8 TECNOLOGIAS DE AQUECIMENTO DE ÁGUA O aquecimento de água é um processo que consome bastante energia, dependendo da tecnologia e o energético a ser utilizado. Portanto, neste trabalho também será feita uma caracterização completa das dimensões do PIR para o melhor conhecimento dos atributos que podem causar impactos sejam eles positivos ou negativos com intuito de orientar a população no sentido de poderem economizar energia, escolhendo a tecnologia deste gênero mais adequada. 8.1 INTRODUÇÃO O aquecimento de água é um dos principais usos finais do setor residencial e sua participação na matriz de consumo residencial conta com uma média nacional de 17%, podendo chegar a 30% em regiões mais frias do país, [4]. Serviços energéticos: • Banho • Esterilização • Pigmentação • E outras operações unitárias industriais 8.2 PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS CONSTRUTIVAS Para melhor escolha da tecnologia a ser utilizada, é importante conhecer as suas características construtivas e seus parâmetros técnicos. Isso permite definir como usar e onde aplicar uma de- 62 terminada tecnologia. Portanto, neste trabalho, pretende-se descrever todas as tecnologias de usos finais e as suas características técnicas, para facilitar a sociedade na escolha dos equipamentos dos usos finais e também para futura avaliação das quatro dimensões do PIR. Chuveiro elétrico automático (invenção brasileira, da década de 1950 - Lorenzetti), [48]: • O principal componente do chuveiro é a resistência elétrica. • A maioria dos chuveiros funciona sob tensão elétrica de 220V e com duas possibilidades de aquecimento: inverno e verão. Cada uma delas está associada a uma potência. • Na posição verão, o aquecimento da água é menor, e corresponde à menor potência do chuveiro. Na posição inverno, o aquecimento é maior, e corresponde à maior potência. • As ligações inverno-verão correspondem para uma mesma tensão, a diferentes potências. A espessura do fio enrolado - o resistor - comumente chamado de "resistência“ é a mesma. • O circuito elétrico do chuveiro é fechado somente quando o registro de água é aberto. A pressão da água liga os contatos elétricos através de um diafragma. Assim, a corrente elétrica produz o aquecimento no resistor. Ele é feito de uma liga de níquel e cromo (em geral com 60% de níquel e 40% de cromo). • Observe que o resistor tem três pontos de contato, sendo que um deles permanece sempre ligado ao circuito. • As ligações inverno-verão são obtidas usando-se comprimentos diferentes do resistor. • Na ligação verão usa-se um pedaço maior deste mesmo fio, enquanto a ligação inverno é feita usando-se um pequeno trecho do fio, na posição verão é utilizado um trecho maior [figuras Figura 40 e Figura 41]. Figura 40: Esquema de funcionamento de um chuveiro elétrico 63 Frio Quente Morno Figura 41: Esquema de seleção de temperatura de um chuveiro elétrico • Solar Em residências com grande demanda de água quente e suficiente insolação, o aquecimento solar torna-se interessante, [50]. O funcionamento é simples: bombeamento da água fria até o aquecedor, de onde é enviada para um acumulador. Um aquecedor convencional é acionado se a temperatura programada não é atingida. O sistema 1 é chamado “ativo” por utilizar bombeamento elétrico da água fria para o aquecedor. O sistema 2, de batelada, reúne aquecedor e acumulador numa única peça, tornando-se simples. O sistema 3 é conhecido como “termo-sifão” ou passivo, por aproveitar o fenômeno de expansão e contração da água com a variação térmica, para o seu transporte entre o aquecedor e o acumulador, sem necessidade de energia elétrica [Figura 42]. Os coletores solares, parte importante do sistema, são normalmente locados nos telhados, estando expostos ao resfriamento excessivo e ao congelamento, em alguns casos. Para evitá-los, sugere-se utilização de anti-congelante em lugar de água, como fluido de transferência de calor. 1 2 3 Figura 42: Esquema de um aquecedor solar de água Elétrico Aquecedores elétricos funcionam pelo contato da água com resistências. Podem ser de passagem (abaixo esq.) ou possuir reservatórios de acumulação (abaixo centro), [49]. Estes últimos, a despeito das perdes de calor, que podem ser controladas, são mais disseminados por disponibilizarem a água a qualquer tempo em que a demanda ocorra. Independentemente do combustível empregado é preciso prover o sistema de isolamento e proteção contra a corrosão e o super aquecimento. As bombas de calor para aquecimento de água (abaixo dir.) são 2 a 3 vezes mais eficientes que os outros tipos. Entretanto, os custos de investimento e manutenção são maiores. O princípio de 64 funcionamento é o mesmo do condicionamento ambiental [figuras Figura 43 a Figura 46]. Figura 43: Aquecedor elétrico de água Figura 44: Funcionamento de um aquecedor elétrico de água 65 Figura 45: Esquema de um aquecedor a gás de água Figura 46: Esquema de um aquecedor a gás de água A gás – bomba de calor Uma bomba de calor trabalha como um condicionador, exceto que ela puxa ou “bombeia” o calor do ar interior no tanque ao invés de liberá-lo ao ar livre. Há dois tipos de bombas de calor: integradas e add-on. As integradas ou completas têm as bobinas da troca de calor imersas em um tanque de armazenamento com a bomba de calor unida ao alto do tanque. Estas unidades vêm com dois pequenos aquecedores, para ajudar em períodos de uso elevado de água quente, [51]. As add-on consistem em uma bomba de calor que se conecta a um tanque de água quente existente. O processo da troca de calor ocorre fora do tanque em uma unidade pequena que abriga a bomba de calor. Uma vez que não podem aquecer a água rapidamente, em geral é mantida uma das bobinas elétricas originais do tanque de armazenamento da água quente na unidade adaptada para permitir a recuperação rápida do calor, [52]. 66 8.3 CARACTERIZAÇÃO DAS DIMENSÕES DAS TECNOLOGIAS DE AQUECIMENTO DE ÁGUA Como foi dito acima as tecnologias de aquecimento de água são umas das tecnologias dos usos finais que consumo bastante a energia. A sua caracterização torna-se muito importante na medida em que o conhecimento claro destas tecnologias pode proporcionar uma boa economia de energia. Portanto, no trabalho procurou-se caracterizar-las de uma forma mais detalhada, tendo em conta que o seu uso é muito amplo no país. A própria condição climática exige a utilização intensiva destas tecnologias, principalmente, no sul e sudeste do país. Na Região Administrativa de Araçatuba, onde o número de horas de insolação durante o dia é razoável, pensando em alternativas com a utilização da energia solar para o aquecimento de água, pode-se obter uma parcela de economia de energia muito grande, com isso um potencial do uso final razoável. 8.3.1 ASPECTOS TÉCNICO-ECONÔMICOS DAS TECNOLOGIAS DE AQUECIMENTO DE ÁGUA O chuveiro elétrico, do ponto de vista energético, possui uma alta eficiência, com uma alta taxa de conversão de energia elétrica em calor e baixo desperdício, visto que apenas a água a ser imediatamente utilizada é aquecida. Apesar desta alta eficiência, as exigências de conforto de banho por parte dos usuários têm provocado uma elevação nas potências dos chuveiros. A questão da utilização dos chuveiros do ponto de vista das concessionárias de energia elétrica também é de extrema importância, uma vez que o uso do chuveiro elétrico amplia consideravelmente a potência média instalada e a demanda máxima média de habitações populares. Assim, apesar do baixo custo para o usuário final, o uso do chuveiro elétrico representa um elevado investimento para as concessionárias. A participação dos chuveiros na demanda em horário de ponta gira entre 20 e 25%, ou seja, o baixo fator de carga do equipamento produz uma pequena participação no faturamento das concessionárias, apesar de um elevado investimento associado ao atendimento da demanda máxima. Pode-se concluir, portanto, que o potencial brasileiro de conservação de energia no aquecimento de água é bastante significativo, e a aplicação em larga escala dos aquecedores solares representa uma opção viável e competitiva para casos de alta demanda de água quente e bons níveis de insolação. Seu funcionamento consiste no bombeamento da água fria até o aquecedor, e posteriormente a um acumulador. Um aquecedor convencional é acionado se a temperatura programada não é atingida. 67 Tabela 7: Tabela Resumo dos Atributos 68 69 70 Todos os chuveiros apresentados possuem eficiência maior do que 95%. 71 72 73 74 75 76 77 Tabela 8: Aquecedores a Gás Linha de Aquecedores a Gás Fabricante Marca HARMAN HARMAN Coomec ORBIS Tipo de Modelo Gás YS 534 YS 534 EQ 1300 FE EQ 1300 FE YE 1600 FE YS 1650 YS 2050 YE 2200 FE YS 2450 Cosmopolita A-08 A-10 A-15 Acumulador ORBIS 304LRBN 310BABN 312BABN 315PABN 315BMBN 315BABN 318BDBN 320BMBN 3060OBN 3060ABN 3080OBN 3080ABN Rendimento (%) Capaci- Potência Classifidade Nominal cação (l/min) (Kcal/h) GLP GN GLP 87,0 85,1 82,7 6,0 5,9 13,0 9,907 9,200 20,694 A A B GN 80,1 13,0 20,800 C GN 77,2 16,0 26,035 D GN GN GN 80,0 80,6 81,5 24,9 32,0 20,8 40,140 50,880 33,430 C C C GN GN GN GN GN GN GN GN GN GN GN GN GN GN GN GN GN 81,3 80,0 81,3 84,0 78,0 73,8 80,5 84,4 84,3 84,5 85,2 82,7 82,2 83,7 84,8 81,8 82,4 34,0 8,0 10,0 15,0 150,0 3,4 9,5 10,0 13,0 13,0 13,0 14,0 16,0 6,0 6,0 7,5 7,5 50,160 12,466 15,513 21,675 5,229 99,000 266,000 256,600 323,000 335,000 331,000 360,000 411,000 150,000 150,000 196,000 195,800 C C C B D F C B B B A B B B B C B 8.3.2 ASPECTOS SOCIAIS DAS TECNOLOGIAS DE AQUECIMENTO DE ÁGUA Pode-se obter um ganho muito expressivo em termos de redução de demanda a partir da adoção de equipamentos mais eficientes para o aquecimento de água, principalmente para o banho. Programas de substituição de aquecedores de água podem ser conduzidos em parcerias entre concessionária, fabricante de aquecedores de água, lojas e programas de eficiência energética. A adoção em massa da substituição dos chuveiros elétricos convencionais pela população por modelos alternativos, como o aquecedor solar ou a gás natural, podem acarretar impactos negativos quanto à estética, já que esses outros modelos de aquecedores são bem maiores do que o chuveiro elétrico convencional, mas só que geralmente eles ficam posicionados em lugares estratégicos, onde não há uma grande circulação de pessoas, não afetando tanto a estética do local, e quanto à funcionalidade dos novos equipamentos utilizados, seria igual a dos equipamentos utilizados anteriormente, portanto não provocariam impactos negativos nesse quesito. 78 No que diz respeito à conscientização social e mudança de hábitos dos consumidores, haveria um impacto negativo, pois esses novos métodos para aquecimento de água não serão tão práticos quanto o existente atualmente, necessitando de operações extras para a obtenção do mesmo resultado. No que tange à influência no mercado de trabalho, a adoção de novos equipamentos aquecedores de água poderia influenciar positivamente a região, visto que não há uma produção relativamente grande de aquecedores solares e a gás natural de água no mercado, e a grande demanda causada pela adoção em massa desses novos aquecedores de água faria com que fosse necessária a instalação de novas fábricas e lojas na região para atender essa nova demanda, causando também um aquecimento no comércio local, pois muitas pessoas necessitariam adquirir esses novos tipos de equipamentos. 8.3.3 ASPECTOS AMBIENTAIS DAS TECNOLOGIAS DE AQUECIMENTO DE ÁGUA O chuveiro elétrico e os aquecedores solar de água não causam nenhum impacto negativos ao meio-ambiente. Já os aquecedores de água à gás natural liberam na atmosfera o dióxido de carbono (CO2), gás que contribui com o agravamento do efeito estufa no planeta. 8.3.4 ASPECTOS POLÍTICOS DAS TECNOLOGIAS DE AQUECIMENTO DE ÁGUA A substituição de aquecedores de água de tecnologias obsoletas ou ineficientes por condicionadores novos de alto desempenho possui uma aceitação baixa pela população, pois esses equipamentos são caros e essa troca demandaria um alto investimento, que só retornaria para o consumidor após muito tempo de uso. Perante o governo e as ONG’s essa substituição possui uma boa aceitação, pois reduziria bastante a demanda energética, principalmente no horário de pico de consumo energético. Para essa substituição ser mais aceitável pela população, o governo precisaria investir em mecanismos de incentivo para que a população não demore tanto para ter o retorno de seu investimento. Para isso, precisam ser eliminadas algumas barreiras atualmente existentes através dos incentivos que levariam a diminuição dos altos custos de instalações, incentivos que façam com que os aquecedores solares tornem competitivos com os chuveiros elétricos, exigir que os códigos de obras municipais sejam amigáveis às tecnologias termossolares e que obriguem a instalação ou pré-instalação de sistemas termossolares em novas construções e reformas de porte, eliminação dos problemas com financiamento através da desburocratização e divulgação maciça das linhas de financiamento específicas existentes, eliminar a falta de capacitação profissional, incentivar o setor elétrico de tal forma que possa aumentar o seu interesse nestas tecnologias ou obrigá-lo aplicar em termossolar a parte dos recursos provenientes da obrigação das empresas do setor de investir 1% de seu faturamento em P&D e em programas de conservação de energia, eliminar atual ausência ou inadequação normativa que impera atualmente no processo de incorporação destas tecnologias nos usos finais, incentivar o uso destas tecnologias através da comercialização de Certificados de Redução de Emissões de Carbono. Isso pode proporcionar um grande benefício à sociedade, pois, esses produtos não correm riscos de exposição cambial, são fabricados nacionalmente. 9 TECNOLOGIAS DE FORÇA MOTRIZ ESTACIONÁRIA As tecnologias da força motriz são amplamente aplicadas no setor industrial e da refrigeração, portanto, é de extrema importância a sua caracterização neste trabalho. Devido a sua ampla aplicação, conseqüentemente, o consumo de energia é expressivo. Tendo um conhecimento profundo destas tecnologias implicaria nas possibilidades de fazer uma escolha correta das quais são mais eficientes e que devem ser recomendadas para o uso com intuito de permitir uma economia de energia e com isso disponibilizar um potencial do uso final, que é o objetivo principal deste trabalho de detectar onde podem ser obtidos os recursos do lado de demanda, fazendo a substituição das tecnologias dos usos finais menos eficientes com as mais eficientes. 79 9.1 INTRODUÇÃO Numa apreciação global da força motriz relativa ao consumo da energia elétrica e referenciada através dos motores elétricos, pode-se dizer que estes significam 2/3 de todo o uso de eletricidade. Embora os componentes do sistema motor elétrico sejam bons, apenas de 5 a 10% do recurso energético primário chega a ser usado efetivamente, [21]. Isto acontece porque normalmente a energia passa através de vários equipamentos intermediários que formam parte do sistema de força motriz. No Brasil, a força eletromotriz relativa aos motores elétricos representa um dos mais importantes usos finais quanto ao consumo de energia elétrica. No setor industrial, por exemplo, isso significa aproximadamente 50% da energia elétrica necessária para movimentar o setor. Em relação ao consumo total de energia elétrica no Brasil, a força eletromotriz representa quase 30% (motores elétricos para indústria apenas), [53]. Os motores movimentam as geladeiras das casas, os sistemas de aeração e aquecimento dos escritórios, as bombas, ventiladores e compressores industriais, e mantêm o fluxo de água das metrópoles. Apesar do seu papel importante na economia, o avanço tecnológico dos motores elétricos foi mínimo quando comparado à intensa revolução que tiveram e ainda têm as tecnologias de comunicação e informática. Contudo, a força motriz conta hoje com novos desenvolvimentos em eletrônica de potência, materiais magnéticos, e projetos de sistemas que têm mudado os conceitos de acionamentos dos motores elétricos e melhorado o uso da energia tanto racional como eficientemente. 9.2 PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS CONSTRUTIVAS DAS TECNOLOGIAS DE FORÇA MOTRIZ Para melhor escolha da tecnologia a ser utilizada, é importante conhecer as suas características construtivas e seus parâmetros técnicos. Isso permite definir como usar e onde aplicar uma determinada tecnologia. Portanto, neste trabalho, pretende-se descrever todas as tecnologias de usos finais e as suas características técnicas, para facilitar a sociedade na escolha dos equipamentos dos usos finais e também para futura avaliação das quatro dimensões do PIR. Os motores elétricos podem ser de corrente continua CC, síncronos ou de indução CA. Os de CC são de controle fácil e preciso, e usados sempre que seu alto custo de manutenção se justifique. Os síncronos são usados principalmente para grandes instalações onde a sua eficiência seja balanceada pelos seus altos custos de instalação. Já os de indução são utilizados onde as questões de confiabilidade e baixo custo sejam prioritárias, principalmente para aplicações comerciais e industriais (trifásicos), e residenciais (monofásicos), [54]. 80 Motores Elétricos CC CA Universal Monofásico / Trifásico Campo Bobinado Separado Serie Paralelo Compaound eixo Imã Permanente Indução Síncrono compole escova bobina do rotor face do polo Não-Excitado Imã Permanente Relutância Histerese bobina do estator brecha de ar eixo Gaiola de Esquilo Excitado CC Slipring Sem Escova núcleo de aço do estator enrolamento do estator nucleo de aço do estator enrolamento do estator entreferro entrferro bobina do rotor rotor barra rotora (gaiola de esquilo) núcleo do rotor BASE núcleo do rotor eixo BASE Rotor Bobinado BASE Figura 47: Tipos de motores elétricos A grande maioria dos motores elétricos se caracteriza pelo deslocamento de um certo ângulo entre os campos magnéticos do estator e do rotor para gerar um momento de torção (torque). Assim sendo, estes em geral apresentam características típicas como descrito abaixo. • Nos motores CC, campos magnéticos constantes são gerados no estator por imãs permanentes ou por CC. Para manter o campo magnético de CC estacionário no espaço relativo ao estator, são usadas escovas de carvão as quais chaveiam mecanicamente as bobinas enquanto o rotor gira. Para minimizar as tensões transitórias de manobra são às vezes utilizados pólos de compensação. As bobinas do estator e do rotor podem ser conectadas em fornecimentos separados de energia, em série, em paralelo, ou em variadas combinações série/paralelo (compound), para assim fornecerem as características de trabalho e desempenho desejados. Num motor de CC, bem como nos outros, é fundamental o controle do momento de torção e da velocidade. No caso CC, isso é obtido com facilidade por meio da variação da corrente e/ou tensão do rotor (armadura) e/ou estator (campo), [5]. 81 Quando a corrente elétrica passa através de uma espira em um campo magnético, a força magnética produz um torque que gira o motor. Corrente elétrica externa fornecida por um comutador. Força magnética que age perpendicular às espiras e ao campo magnético. Figura 48: Funcionamento de motores elétricos • • Os motores CA basicamente se caracterizam por uma corrente trifásica alternada balanceada proporcionalmente em tempo (fase) e espaço (no enrolamento do estator) que produz uma onda de fluxo magnético singelo rotativa em volta do estator na linha de velocidade síncrona. Alternativamente, pode-se ter uma corrente monofásica alternada, que não produz efetivamente fluxo magnético rotativo, onde o motor tendo enrolamentos auxiliares de partida (fase dividida, partida de capacitor) ou enrolamentos que produzam um torque assimétrico. Quando o rotor do motor de fase singela começa a virar, é submetido a um fluxo rotativo positivo líquido na direção de sua estrutura de referência. Os motores síncronos geralmente utilizam CA trifásica para gerar um campo rotatório constante no estator e assim ter um campo magnético constante fixo e rotatório com o rotor. O campo do rotor pode ser gerado através de: (a) CC usando anéis deslizantes para conduzir a corrente ao rotor; (b) CC usando um excitador sem escovas (corrente induzida nas bobinas auxiliares retificada); (c) imãs permanentes. Alternativamente utiliza-se da (d) relutância do rotor – duplo circuito magnético da resistência ôhmica – e um rotor assimétrico (pólo saliente), ou (e) da histerese – retardo da magnetização (do rotor) atrás do campo magnetizante (do estator) que pode ser usado para proporcionar uma orientação preferencial do rotor. O rotor de um motor síncrono gira junto ao campo do fluxo rotatório do estator, [56]. Vantagens: • Motor de velocidade constante • A fase pode ser ajustada pela corrente no rotor • Muito útil quando a fase precisa ser ajustada Desvantagens: • O motor não apresenta torque de partida, portanto necessita de motores auxiliares para este fim. • Construção e manutenção dispendiosas 82 Campo magnético criado pelas bobinas. Eletroímã também é alimentado com corrente alternada. Contatos deslizantes chamados escovas Corrente alternada na bobina. Figura 49: Funcionamento de um motor síncrono CA • Os motores de indução são motores de CA em que o rotor gira numa velocidade ligeiramente inferior à do fluxo rotatório do estator. Considerando a lei de indução de Faraday, este movimento relativo entre o campo do estator e o do rotor induz uma corrente e, desta maneira, também um campo magnético no rotor. Os motores gaiola de esquilo usam barras de cobre no rotor. A variação, ou aproveitamento do efeito pelicular da CA, e a resistividade destas barras permite a regulação das características do par velocidade/torque. Os rotores bobinados possuem um enrolamento similar ao do estator, que é conectado para fora através de anéis deslizantes, permitindo assim a possibilidade de manipular as características do rotor [Figura 50, Figura 51 e Figura 52]. Vantagens: • Baixo custo de construção e operação • Alto torque de partida • Freqüência de operação quase constante • Fator de fase variável e próximo de um à plena carga 83 Princípio de funcionamento Figura 50: Funcionamento de um motor de indução CA Figura 51: Esquema de um motor de indução CA 84 Figura 52: Motor de indução – sistema “as built” O motor linear é um tipo de motor de indução em que o rotor fica fixo e a armadura se move. Ou seja, trata-se de um campo magnético que se movimenta, atuando sobre placas condutoras inseridas neste campo. São divididos em duas categorias: de baixa aceleração e de alta aceleração. Também podem ter seção transversal circular, como a maioria dos motores de indução, ou ser arranjados como placas longitudinais, paralelas e sobrepostas. São utilizados, por exemplo, para mover portas deslizantes (baixa aceleração), para transportes (alta aceleração), para a propulsão de naves espaciais (verticais, alta aceleração), para aceleração de partículas e outros [figuras Figura 52 a Figura 54]. Seção circular 1. 2. 3. 4. 5. Imãs permanentes 6. Bobina (sem espiras) 7. Rolamento (duas bolas) 8. Bastão de precisão 9. Rotor de 50 dentes Mola dupla Invólucro Enrolamento de espiras Estator de oito dentes Figura 53: Esquema de um motor linear 85 Figura 54: Motores lineares ♦ Enfim, os motores universais são projetados com escovas e podem ser operados em CC ou CA indiscriminadamente, [57]. Controladores de velocidade -Famílias tecnológicas Figura 55: Tipos de Controladores de velocidade Inversores de Freqüência Na década de 80, com o desenvolvimento de semicondutores de potência com excelentes características de desempenho e confiabilidade, foi possível a implantação de sistemas de variação de velocidade eletrônicos. Neste sistema, diferentemente dos sistemas de variação de velocidade tradicionais, onde o motor trabalha sempre na velocidade nominal e conseqüentemente na potência nominal, o motor consome somente a potência requerida pela máquina. Estes novos dispositivos eletrônicos para variação de velocidade de motores de indução são conhecidos como Inversores de Freqüência. Em muitos casos a eficiência das instalações equipadas com estes dispositivos chegou a ser duplicada quando comparada com os sistemas antigos. 86 Figura 56: Inversor de freqüência Figura 57: Esquema de Alimentação com Inversor de Freqüência Tipos de Inversores de Freqüência • Controle escalar O funcionamento dos inversores de freqüência com controle escalar está baseado numa estratégia de comando chamada “V/F constante”, que mantém o torque do motor constante, igual ao nominal, para qualquer velocidade de funcionamento. • Controle vetorial Em aplicações onde se faz necessária uma alta performance dinâmica, respostas rápidas e alta precisão de regulação de velocidade, o motor deve fornecer essencialmente um controle preciso de torque para uma faixa extensa de condições de aplicações. Neste caso, o inversor de freqüência deve ter controle vetorial. O controle vetorial recebe este nome, pois, o torque produzido no motor é proporcional ao “produto vetorial” das duas componentes da corrente (corrente de magnetização e corrente produtora). • Regenerativo O inversor regenerativo é utilizado onde se deseja além do acionamento a frenagem da carga, como por exemplo, trens e pontes rolantes. Neste tipo de controle o motor também trabalha como gerador, freando a carga. 9.3 CARACTERIZAÇÃO DAS DIMENSÕES DAS TECNOLOGIAS DA FORÇA MOTRIZ O uso das tecnologias da força motriz é amplo, por isso, é preciso caracterizá-las bem para 87 promover uma aplicação mais adequada e permitir uma escolha correta para suas instalações. Em todos os setores das atividades são aplicadas as tecnologias da força motriz, portanto, consequentemente, o consumo de energia e o potencial de conservação não podem ser ignorados. Neste trabalho procurou-se levantar todas as características construtivas e técnicas destas tecnologias, assim também analisando os atributos associados à elas, que nos itens seguintes serão discutidos. 9.3.1 ASPECTOS TÉCNICOS ECONÔMICOS DAS TECNOLOGIAS DA FORÇA MOTRIZ Os motores de indução CA trifásicos comuns têm uma eficiência de cerca de 73% para 0.75KW até 93% para 112kW, [58]. As perdas neste tipo de motor ocorrem na condução da corrente elétrica, no núcleo de aço, no atrito e aeração, e nas perdas de dispersão. As perdas de condução acontecem devido ao aquecimento resistivo, I2R, no estator e no rotor. As perdas do núcleo magnético ocorrem devido à combinação das correntes de Eddy e das perdas por histereses induzidas pelo campo de 60Hz no ferro do estator e do rotor. As perdas por atrito surgem nos rolamentos do motor, assim como as de aeração acontecem por causa do ventilador e de outras partes rotatórias. A busca de motores elétricos mais eficientes está relacionada com o custo crescente da eletricidade. As técnicas usadas para isto são: aplicação de condutores com alta condutividade e de seção maior no estator e no rotor para reduzir as perdas do aquecimento resistivo; utilização conjunta da ampliação do núcleo e laminações mais finas de melhores materiais magnéticos para reduzir as perdas no núcleo por correntes de Eddy e histereses; e também, diminuição do entreferro, reduzindo assim a força magnetomotriz requisitada bem como as correntes induzidas. No caso dos motores monofásicos, a simples otimização no dimensionamento do motor pode elevar a sua eficiência em até 4.5% acima dos motores comuns atuais, sem custo adicional, [59]. É relevante observar que a melhora da eficiência nos motores tem efeitos colaterais que precisam de atenção. Por exemplo, a redução da resistência no circuito do rotor para diminuir as perdas de aquecimento resistivo nos motores energicamente eficientes reduziria o momento de torção na partida assim como incrementaria a velocidade do rotor no momento do ponto de carga. Além disso, os motores de alta eficiência poderão apresentar maiores correntes transitórias de partida com reflexos no lado do suprimento. Certamente, com cargas muito baixas, a eficiência do motor elétrico decai aceleradamente mas a quantidade de energia desperdiçada é relativamente pequena. Por outro lado, um motor sobre-dimensionado ocasiona um fator de potência baixo implicando numa maior capacidade instalada do sistema elétrico. Atualmente a moderna eletrônica de estado sólido, os materiais magnéticos, e outras tantas tecnologias estão revolucionando os sistemas de força motriz elétrica no mundo todo, incluída aí a operação e controle dos motores elétricos através da manipulação da velocidade por controle da freqüência feita eletronicamente. A força eletromotriz enquanto uso final tem suas especificidades, às vezes inclusive dentro das regiões de um mesmo país. No Brasil, os motores elétricos dos diversos fabricantes têm rendimentos muito diferentes entre si para uma dada capacidade. Segundo o PROCEL (Programa Nacional de Conservação de Energia Elétrica), motores de indução trifásicos têm até 5.8% de variação no rendimento na faixa de 3 a 30 CV. As perdas no ferro são elevadas (40% das perdas totais), enquanto em outros países como EUA é de 15 a 20%, [60]. Deve-se mencionar também que a maior parte dos motores de alto rendimento produzidos no país são exportados para os EUA e a Europa. Isto ocorre devido ao alto custo desses motores no mercado brasileiro, onde são oferecidos a um preço 40% a mais do custo de um motor normal, [61]. Dado que é o setor industrial que em maior escala utiliza a força eletromotriz, pode-se dizer que freqüentemente os motores são dimensionados inadequadamente em relação ao trabalho que desempenham. Aproximadamente 71% dos motores operam com carga inferior à nominal, e 25% operam com apenas 50% da carga nominal, [60]. Além disso, as práticas de manutenção, operação e instalação não são sempre as mais corretas. Perdas em um motor elétrico As perdas nos motores são classificadas em quatro categorias: 88 • • • • • • • • • • • • elétricas magnéticas mecânicas térmicas Que podem ser subdivididas em: Perdas ôhmicas no estator Perdas ôhmicas no rotor Perdas no núcleo Escorregamento (stray-load) Atrito Ventilação Perdas no contato elétrico da escova (motores com enrolamento no rotor e CC) Perdas de excitação (síncronos e CC) Perdas por ventilação Perdas joule no estator Perdas por atrito Perdas por histerese e foucalt Perdas joule no rotor Perdas por dispersão Figura 58: Perdas em um motor elétrico Potencial de melhoria da eficiência • Normalmente são vislumbradas duas alternativas: 1. Motores de alta eficiência • consomem menos energia; • possuem alto fator de capacidade; • possuem de 20-40% menos perdas; 89 • partem “a frio”; • possuem menores perdas em ventilação, etc. 2. Controladores de velocidade • ajustam a velocidade para o uso requerido de motores de velocidades fixas. • aumentam a produtividade; • aumentam a qualidade do produto; • menor desgaste das partes mecânicas; • economia de energia de 50% ou mais dependendo do caso. Tabela 9: Tabela Resumo dos Atributos STANDARD EBERLE POTÊNCIA II Polos kW CV RENDIMENTO 0,75 1,0 1,10 1,5 1,50 2,0 2,20 3,0 3,00 4,0 3,70 5,0 4,50 6,0 5,50 7,5 7,50 10,0 9,00 12,5 11,00 15,0 15,00 20,0 18,50 25,0 22,00 30,0 30,00 40,0 37,00 50,0 45,00 60,0 55,00 75,0 75,00 100,0 90,00 125,0 110,00 150,0 130,00 175,0 150,00 200,0 185,00 250,0 77,0 78,5 81,0 81,5 82,5 84,5 85,5 86,5 87,5 88,0 89,5 89,0 89,5 90,0 91,0 91,5 92,5 92,8 93,5 93,7 94,0 94,0 94,2 94,3 IV Polos VI Polos VIII Polos FATOR DE FATOR DE FATOR DE RENDIMENTO RENDIMENTO RENDIMENTO POTÊNCIA POTÊNCIA POTÊNCIA 0,85 0,86 0,88 0,86 0,87 0,88 0,89 0,87 0,87 0,89 0,89 0,89 0,92 0,94 0,89 0,90 0,92 0,90 0,89 0,89 0,89 0,89 0,90 0,89 78,0 79,0 81,5 83,0 83,5 85,0 86,0 87,0 87,5 87,5 88,5 89,5 90,5 91,0 91,7 92,4 93,0 93,0 93,5 93,8 94,1 94,1 94,5 94,5 0,84 0,85 0,80 0,81 0,86 0,81 0,81 0,81 0,85 0,89 0,88 0,88 0,89 0,88 0,88 0,88 0,89 0,88 0,87 0,88 0,89 0,88 0,88 0,89 73,0 75,0 77,0 78,5 83,0 85,0 85,5 86,0 87,0 87,5 89,0 89,5 90,2 91,0 91,7 92,0 92,5 92,8 93,0 93,5 94,1 94,1 94,2 0,68 0,71 0,70 0,74 0,72 0,81 0,76 0,80 0,79 0,75 0,74 0,77 0,82 0,79 0,78 0,75 0,84 0,86 0,83 0,83 0,86 0,86 0,86 68,0 74,5 77,0 78,0 79,0 80,0 84,0 85,0 90,0 90,0 91,0 91,0 91,5 91,0 91,5 92,0 92,5 93,5 93,8 FATOR DE POTÊNCIA 0,58 0,66 0,65 0,71 0,62 0,73 0,59 0,63 0,70 0,69 0,74 0,72 0,72 0,75 0,78 0,76 0,77 0,75 0,76 90 ALTO RENDIMENTO EBERLE POTÊNCIA II Polos kW CV RENDIMENTO 0,75 1,0 1,10 1,5 1,50 2,0 2,20 3,0 3,00 4,0 3,70 5,0 4,50 6,0 5,50 7,5 7,50 10,0 9,00 12,5 11,00 15,0 15,00 20,0 18,50 25,0 22,00 30,0 30,00 40,0 37,00 50,0 45,00 60,0 55,00 75,0 75,00 100,0 90,00 125,0 110,00 150,0 130,00 175,0 150,00 200,0 185,00 250,0 80,0 83,0 83,5 85,0 86,5 87,5 88,0 88,5 89,5 89,5 90,2 90,2 91,0 92,0 92,0 92,4 93,0 93,2 93,8 94,5 94,5 94,7 95,0 95,4 IV Polos VI Polos VIII Polos FATOR DE FATOR DE FATOR DE RENDIMENTO RENDIMENTO RENDIMENTO POTÊNCIA POTÊNCIA POTÊNCIA 0,80 0,75 0,81 0,81 0,85 0,82 0,85 0,84 0,85 0,86 0,87 0,87 0,88 0,89 0,90 0,92 0,91 0,91 0,90 0,90 0,91 0,90 0,90 0,91 80,5 81,5 84,0 85,0 86,3 87,5 88,5 89,5 91,0 91,4 91,7 92,4 92,6 93,0 93,0 93,5 93,8 94,1 94,5 95,0 95,0 95,0 95,0 95,5 0,70 0,77 0,82 0,81 0,77 0,81 0,84 0,85 0,87 0,85 0,87 0,85 0,84 0,85 0,87 0,86 0,88 0,88 0,89 0,88 0,88 0,88 80,5 81,0 83,9 84,8 86,3 87,7 88,5 89,5 90,2 90,6 91,0 91,7 92,2 93,0 93,4 93,5 93,7 93,8 94,2 94,5 95,0 95,1 95,3 0,69 0,61 0,64 0,72 0,70 0,73 0,73 0,73 0,71 0,75 0,76 0,75 0,77 0,80 0,79 0,76 0,83 0,85 0,82 0,82 0,85 0,85 0,84 78,5 81,5 84,3 86,4 86,5 87,4 88,1 89,7 90,5 91,0 91,2 91,5 92,0 92,3 93,0 93,6 93,6 94,1 94,5 94,7 94,9 FATOR DE POTÊNCIA 0,53 0,59 0,61 0,61 0,63 0,65 0,53 0,60 0,60 0,61 0,62 0,62 0,69 0,71 0,70 0,72 0,75 0,78 0,74 0,75 0,77 91 STANDARD KOHLBACH-SIEMENS POTÊNCIA II Polos kW CV RENDIMENTO 0,75 1,0 1,10 1,5 1,50 2,0 2,20 3,0 3,00 4,0 3,70 5,0 4,50 6,0 5,50 7,5 7,50 10,0 9,00 12,5 11,00 15,0 15,00 20,0 18,50 25,0 22,00 30,0 30,00 40,0 37,00 50,0 45,00 60,0 55,00 75,0 75,00 100,0 90,00 125,0 110,00 150,0 130,00 175,0 150,00 200,0 185,00 250,0 77,0 78,5 81,0 81,5 82,5 85,5 85,1 86,0 87,5 87,5 87,5 88,5 89,5 89,5 90,2 91,5 91,7 92,4 93,0 93,0 93,0 93,5 94,1 94,1 IV Polos VI Polos VIII Polos FATOR DE FATOR DE FATOR DE RENDIMENTO RENDIMENTO RENDIMENTO POTÊNCIA POTÊNCIA POTÊNCIA 0,84 0,87 0,82 0,87 0,87 0,86 0,9 0,89 0,9 0,93 0,91 0,91 0,9 0,87 0,92 0,92 0,87 0,89 0,88 0,9 0,9 0,9 0,9 0,91 78,0 79,0 81,5 83,0 83,0 85,1 85,5 87,0 87,5 87,5 88,5 90,2 90,5 91,0 91,7 92,4 93,0 93,0 93,2 93,2 93,5 94,1 94,5 94,5 0,69 0,72 0,81 0,82 0,81 0,78 0,81 0,81 0,83 0,87 0,86 0,87 0,87 0,86 0,87 0,89 0,90 0,91 0,91 0,91 0,91 0,87 0,87 0,88 73,0 75,0 77,0 78,5 81,0 83,5 84,0 85,0 86,0 87,5 89,0 89,5 90,2 91,0 91,7 91,7 91,7 92,1 93,0 93,0 94,1 94,1 94,1 0,68 0,69 0,70 0,69 0,71 0,79 0,75 0,79 0,79 0,76 0,79 0,79 0,84 0,86 0,82 0,81 0,86 0,87 0,87 0,86 0,85 0,85 0,85 66,0 73,5 77,0 78,0 79,0 80,0 82,0 84,0 85,0 86,0 87,5 88,5 88,5 90,2 90,2 91,0 91,0 91,5 92,0 92,5 92,5 FATOR DE POTÊNCIA 0,60 0,60 0,63 0,64 0,61 0,72 0,61 0,67 0,68 0,74 0,77 0,74 0,76 0,73 0,75 0,77 0,79 0,79 0,81 0,82 0,82 92 ALTO RENDIMENTO KOHLBACH-SIEMENS POTÊNCIA kW CV 0,75 1,0 1,10 1,5 1,50 2,0 2,20 3,0 3,00 4,0 3,70 5,0 4,50 6,0 5,50 7,5 7,50 10,0 9,00 12,5 11,00 15,0 15,00 20,0 18,50 25,0 22,00 30,0 30,00 40,0 37,00 50,0 45,00 60,0 55,00 75,0 75,00 100,0 90,00 125,0 110,00 150,0 130,00 175,0 150,00 200,0 185,00 250,0 II Polos RENDIMENTO 80,1 82,5 84,0 85,1 85,1 87,6 88,0 88,8 89,5 89,5 90,2 90,2 91,0 91,0 91,7 92,4 93,0 93,0 93,6 94,5 94,5 94,7 95,0 95,4 IV Polos VI Polos VIII Polos FATOR DE FATOR DE FATOR DE RENDIMENTO RENDIMENTO RENDIMENTO POTÊNCIA POTÊNCIA POTÊNCIA 0,81 0,87 0,84 0,86 0,92 0,85 0,90 0,85 0,85 0,90 0,88 0,85 0,88 0,90 0,92 0,92 0,94 0,94 0,94 0,90 0,91 0,90 0,90 0,91 82,7 81,5 84,2 85,1 86,0 87,5 88,5 89,5 90,0 90,0 91,0 91,0 92,4 92,4 93,0 93,0 93,6 94,1 94,5 94,5 95,0 95,0 95,0 95,0 0,68 0,68 0,76 0,79 0,79 0,78 0,81 0,81 0,83 0,82 0,82 0,87 0,89 0,85 0,88 0,90 0,89 0,90 0,90 0,90 0,90 0,86 0,86 0,87 80,0 77,0 83,0 83,0 85,0 87,5 87,5 88,0 88,5 88,5 90,2 90,2 91,7 91,7 93,0 93,0 93,6 93,6 94,1 94,1 95,0 95,0 95,0 0,63 0,68 0,65 0,69 0,71 0,73 0,75 0,71 0,74 0,76 0,77 0,79 0,82 0,81 0,78 0,80 0,86 0,87 0,87 0,86 0,85 0,85 0,85 70,0 77,0 82,5 84,0 84,5 85,5 85,5 85,5 88,5 88,5 88,5 89,5 89,5 91,0 91,0 91,7 91,7 93,0 93,0 93,6 93,6 FATOR DE POTÊNCIA 0,60 0,60 0,61 0,61 0,62 0,62 0,62 0,62 0,66 0,74 0,74 0,81 0,76 0,73 0,75 0,77 0,78 0,78 0,80 0,82 0,82 93 STANDARD WEG POTÊNCIA kW II Polos IV Polos VI Polos VIII Polos FATOR DE FATOR DE FATOR DE FATOR DE RENDIMENTO RENDIMENTO RENDIMENTO POTÊNCIA POTÊNCIA POTÊNCIA POTÊNCIA CV RENDIMENTO 0,75 1,0 1,10 1,5 1,50 2,0 2,20 3,0 3,00 4,0 3,70 5,0 4,50 6,0 5,50 7,5 7,50 10,0 9,00 12,5 11,00 15,0 15,00 20,0 18,50 25,0 22,00 30,0 30,00 40,0 37,00 50,0 45,00 60,0 55,00 75,0 75,00 100,0 90,00 125,0 110,00 150,0 130,00 175,0 150,00 200,0 185,00 250,0 77,0 78,5 81,0 81,5 83,0 85,6 85,0 86,7 87,6 87,5 87,8 89,0 89,5 91,0 90,4 92,2 91,7 92,4 93,0 93,0 93,3 93,5 94,1 94,1 0,83 0,86 0,89 0,84 0,86 0,88 0,88 0,87 0,88 0,88 0,89 0,88 0,88 0,88 0,88 0,87 0,9 0,9 0,91 0,88 0,9 0,87 0,9 0,9 79,5 79,5 82,5 83,0 83,0 85,5 85,5 88,0 89,0 88,5 88,5 90,2 91,0 91,0 91,7 92,4 93,0 93,0 93,2 93,2 93,5 94,1 94,5 94,5 0,82 0,82 0,78 0,80 0,80 0,81 0,84 0,82 0,83 0,82 0,83 0,83 0,83 0,84 0,85 0,86 0,89 0,88 0,87 0,86 0,87 0,85 0,86 0,86 74,5 75,0 78,0 78,5 81,0 84,0 84,0 85,0 86,3 88,0 89,5 89,5 90,2 91,0 91,7 91,7 91,7 93,0 93,0 93,0 94,1 94,1 94,1 0,7 0,7 0,7 0,72 0,76 0,75 0,75 0,77 0,75 0,82 0,8 0,78 0,9 0,85 0,84 0,84 0,87 0,85 0,83 0,84 0,83 0,82 0,81 66,0 73,5 79,0 80,0 81,3 83,0 84,5 86,0 87,5 88,0 88,5 89,5 89,0 90,2 90,2 91,0 91,0 92,0 92,0 92,5 92,5 0,68 0,62 0,66 0,74 0,72 0,73 0,72 0,71 0,72 0,82 0,83 0,83 0,74 0,83 0,85 0,83 0,82 0,81 0,77 0,79 0,79 94 ALTO RENDIMENTO WEG POTÊNCIA II Polos kW CV 0,75 1,0 1,10 1,5 1,50 2,0 2,20 3,0 3,00 4,0 3,70 5,0 4,50 6,0 5,50 7,5 7,50 10,0 9,00 12,5 11,00 15,0 15,00 20,0 18,50 25,0 22,00 30,0 30,00 40,0 37,00 50,0 45,00 60,0 55,00 75,0 75,00 100,0 90,00 125,0 110,00 150,0 130,00 175,0 150,00 200,0 185,00 250,0 RENDIMENTO 81,2 82,5 83,5 85,0 86,0 87,5 88,0 88,7 89,5 89,5 90,5 92,0 92,0 92,0 93,1 93,5 93,0 93,0 93,6 94,5 94,5 94,7 95,0 95,4 IV Polos VI Polos VIII Polos FATOR DE FATOR DE FATOR DE RENDIMENTO RENDIMENTO RENDIMENTO POTÊNCIA POTÊNCIA POTÊNCIA 0,83 0,87 0,84 0,85 0,85 0,85 0,89 0,86 0,88 0,88 0,90 0,86 0,85 0,87 0,86 0,86 0,89 0,90 0,92 0,89 0,89 0,89 0,87 0,89 82,6 81,5 84,0 85,0 86,5 88,0 89,0 90,0 91,0 91,0 91,7 92,4 92,6 93,0 93,0 93,2 93,6 94,1 94,5 94,5 95,0 95,0 95,0 95,5 0,80 0,82 0,76 0,82 0,82 0,80 0,81 0,80 0,82 0,83 0,84 0,80 0,81 0,84 0,83 0,85 0,86 0,88 0,85 0,85 0,86 0,87 0,87 0,86 80,0 77,0 83,5 83,0 86,5 87,5 87,5 88,5 88,5 89,5 90,2 90,2 91,7 92,5 93,0 93,0 93,6 93,6 94,1 94,1 95,0 95,0 95,0 0,7 0,74 0,7 0,71 0,73 0,75 0,74 0,73 0,77 0,81 0,79 0,79 0,88 0,82 0,82 0,83 0,82 0,82 0,84 0,84 0,84 0,83 0,83 70,0 78,0 82,5 84,5 85,0 85,5 85,5 87,0 88,5 89,5 89,5 89,5 90,0 91,0 91,0 91,7 91,7 93,0 93,0 93,6 93,6 FATOR DE POTÊNCIA 0,63 0,60 0,61 0,75 0,75 0,74 0,69 0,68 0,70 0,78 0,78 0,80 0,75 0,83 0,81 0,81 0,81 0,78 0,78 0,79 0,78 9.3.2 ASPECTOS SOCIAIS DAS TECNOLOGIAS DA FORÇA MOTRIZ Pode-se obter um ganho expressivo em termos de redução de demanda a partir da adoção de motores mais eficientes e também do dimensionamento correto e aplicação de controle de velocidade. Programas de substituição, redimensionamento e de controle mais eficiente de velocidade de motores podem ser conduzidos em parcerias entre concessionária, fabricantes de motores de alto rendimento e controladores de velocidade e programas de eficiência energética. A adoção em massa da substituição dos motores elétricos convencionais pelas indústrias por motores de alto rendimento não acarretam impactos negativos quanto à funcionalidade e nem quanto à estética, já que esses outros modelos de motores terão a mesma funcionalidade e estética parecida com os utilizados anteriormente. No caso de redimensionamento dos motores ou aplicação de um controle de velocidade podemos até ter um impacto social positivo, com a redução dos ruídos causados por essas novas tecnologias. No que diz respeito à conscientização social e mudança de hábitos, não haveria um impacto negativo muito significativo, pois essas novas metodologias não afetariam muito a operação dos motores. No que tange à influência no mercado de trabalho, a adoção de motores de alto rendimento, redimensionamento de motores ou então o uso de controladores de velocidade poderia influenciar positivamente a região, visto que não há uma produção grande de motores de alto rendimento e con- 95 troladores de velocidade no mercado, e a grande demanda causada pela adoção em massa desses novos equipamentos faria com que fosse necessária a instalação de novas fábricas e distribuidores na região para atender essa nova demanda, causando também um aquecimento no comércio local, pois muitas indústrias necessitariam adquirir esses novos tipos de equipamentos. 9.3.3 ASPECTOS AMBIENTAIS DAS TECNOLOGIAS DA FORÇA MOTRIZ Os motores elétricos não acarretam quase nenhum impacto negativo ao meio-ambiente. O único cuidado que devemos tomar é com o descarte de seus óleos lubrificantes, que podem contaminar as águas. 9.3.4 ASPECTOS POLÍTICOS DAS TECNOLOGIAS DA FORÇA MOTRIZ A substituição, redimensionamento ou aplicação de controle de velocidade em motores elétricos ineficientes possui uma aceitação moderada pelas indústrias e comércios, pois esses equipamentos são caros e essas medidas demandariam um alto investimento inicial, porém, com a redução do desperdício de energia, este investimento retornaria após algum tempo e as indústrias e comércios passariam a ter um menor custo de produção, o que ocasionaria uma maior lucratividade. Perante o governo e as ONG’s essa substituição possui uma boa aceitação, pois reduziria bastante a demanda energética. Para essa substituição ser mais aceitável pelas indústrias e comércios, o governo precisaria investir em mecanismos de incentivo para que estes não demorem tanto para ter o retorno de seu investimento. 10 TECNOLOGIAS DE FORNOS, CALDEIRAS E FOGÕES A penetração destas tecnologias nos processos das atividades econômicas da sociedade moderna é grande, por isso, é necessário conhecer bem as suas características técnicas e os problemas a elas associados, sejam do caráter social, ambiental, econômico ou político. Para tanto, fez-se a caracterização completa destas tecnologias para poder propor as melhores soluções em termo de eficiência energética e apoiar na sua escolha. 10.1 INTRODUÇÃO Os primeiros usos finais considerados, iluminação, refrigeração, condicionamento ambiental e aquecimento de água a partir do chuveiro elétrico utilizam primordialmente a eletricidade como energético. Já processos utilizando fornos e caldeiras são alimentados a partir de diferentes combustíveis, originados de fontes primárias (como o petróleo e o gás natural) ou secundárias (resultantes de processos de transformação e refino). Pode-se definir um combustível como uma substância que gera uma reação exotérmica na qual desprende calor e luz, ao se combinar quimicamente com outra substância. Este processo termodinâmico, a combustão, é um fenômeno básico para a realização de trabalho nos sistemas termodinâmicos. É essencial para uma série de processos em escala industrial (sendo responsáveis por 53% do consumo energético deste setor) e domiciliar como a cocção e o aquecimento de água, [15]. A eficiência da combustão é medida a partir da conversão de um dado combustível em energia térmica útil. A combustão completa não ocorre devido a perdas em chaminés e câmaras de combustão, mas os cálculos de eficiência baseiam-se em fatores como a composição do combustível e a energia quimicamente disponível, a temperatura líquida dos gases da chaminé, a quantidade de calor não utilizado e a percentagem de oxigênio consumido pelo combustível. De forma geral, como medidas capazes de elevar a eficiência do processo, pode-se mencionar o desenvolvimento de projetos visando o máximo de transferência de calor à carga, o aprimoramento da relação custo-efetividade dos processos de aproveitamento de calor rejeitado, o desenvolvimento tecnológico de sistemas de aquecimento, ciclos de combustão e aparelhos que permitam ajustes nos parâmetros operacionais de queimadores em tempo real, entre outras medidas. 96 10.2 PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS CONSTRUTIVAS RAS E FOGÕES DAS TECNOLOGIAS DE FORNOS, CALDEI- Para melhor escolha da tecnologia a ser utilizada, é importante conhecer as suas características construtivas e seus parâmetros técnicos. Isso permite definir como usar e onde aplicar uma determinada tecnologia. Portanto, neste trabalho, pretende-se descrever todas as tecnologias de usos finais e as suas características técnicas, para facilitar a sociedade na escolha dos equipamentos dos usos finais e também para futura avaliação das quatro dimensões do PIR. 10.2.1 FORNOS Fornos e caldeiras são os principais equipamentos da indústria que utilizam a energia térmica como fonte de energia. Fornos são destinados ao aquecimento de materiais, com diversos objetivos como cocção, fusão, tratamento térmico, secagem, entre outros. Um forno deve ser capaz de transferir o calor gerado por uma fonte a um material processado, com eficiência, uniformidade e segurança. Para tanto, devem ser considerados, para o seu funcionamento correto, pontos básicos como a absorção do máximo de calor disponível, a transferência de calor da chama para o material, a projeção correta da câmara de combustão a fim de atender a esses objetivos e a qualidade do refratário e do isolamento térmico do forno. Os fornos a combustão podem ser de quatro tipos principais: fornos em que o combustível e o material estão na mesma câmara (auto-fornos, cubilos), fornos em que o combustível e o material estão em câmaras separadas e os gases de combustão não têm contato com o material (retortas, cadinhos), fornos em que o combustível e o material estão em câmaras separadas, mas os gases de combustão têm contato com o material (rotativos, circulares) e, por fim, fornos em que o combustível é constituído pelas impurezas do material ou parte do material, ambos estão em câmaras separadas e os gases de combustão não têm contato com o material (incineradores, conversores) [figuras Figura 66 e Figura 67]. Figura 59: Forno Industrial 97 Figura 60: Forno para Fundição e Manutenção de Alumínio Os fornos podem ainda ser elétricos, a resistência, a arco voltaico ou de indução. Neste caso, a eliminação de problemas relativos à combustão e a perdas na chaminé eleva consideravelmente a eficiência deste tipo de forno. Fornos a arco voltaico têm emprego na indústria siderúrgica e possuem elevada demanda de energia elétrica. Fornos elétricos de indução, apesar do alto custo, são bastante eficientes, atingindo altas temperaturas em pouco tempo. São utilizados largamente em forjarias e indústrias siderúrgicas e metalúrgicas. 10.2.2 CALDEIRAS Caldeiras ou geradores de vapor produzem e acumulam vapor sob pressão superior à atmosférica a partir de diferentes fontes de energia. Podem ser classificadas em dois grandes grupos: flamotubulares e aquotubulares [figuras Figura 68 e Figura 69]. Figura 61 : Caldeira Flamotubular 98 Figura 62: Corte da Caldeira Flamotubular As caldeiras flamotubulares realizam a combustão dentro da própria caldeira e são caldeiras mais simples, utilizadas inicialmente em navios. Possuem vantagens como facilidade de operação, de limpeza, tratamento de água e manutenção, além de relativo baixo custo, [13]. Como desvantagens, possuem partida lenta devido ao grande volume de água, capacidade limitada de pressão e ocupação de muito espaço com relação à área de aquecimento. As caldeiras aquotubulares, [14], mais modernas, possibilitaram a maior produção de vapor a pressões elevadas e altas temperaturas. Nestas caldeiras, a água circula no interior dos tubos e os gases da combustão circulam por fora. Apresentam vantagens e desvantagens complementares às observadas nas caldeiras aquotubulares [figuras Figura 66 e Figura 67]. Apresentam facilidade de adaptação de equipamentos, não possuem limite de pressão ou capacidade, além de flexibilidade de operação. Em contrapartida, exigem mão de obra mais qualificada para sua operação, tratamento de água adequado, têm pouca capacidade em relação à demanda dado o volume reduzido de água, e custo mais elevado. Figura 63: Caldeira Aquotubular Caldeiras possuem ainda classificações quanto à energia empregada, utilizando combustíveis sólidos (carvão, lenha, bagaço), líquidos (óleos combustíveis) e gasosos (GLP), ou a eletricidade (caldeiras elétricas resistivas e a eletrodos). 99 Figura 64: Caldeira Elétrica 10.2.3 FOGÕES O uso de fogões para a cocção [Figura 65] estende-se a todos os setores de consumo, ainda que esteja concentrado nos setores residencial e comercial. Os principais fins da cocção são a nutrição e o atendimento a padrões de saúde a partir da eliminação de microrganismos e da esterilização de alimentos ou objetos. Estão envolvidos no processo de cocção, todos os fatores capazes de influenciar a combustão e os processos térmicos envolvidos na mesma. Figura 65: Fogão Industrial Os fogões são atualmente de diferentes tecnologias, desde fogões a lenha a fogões elétricos, a gás ou utilizando a energia do sol. A qualidade destas fontes energéticas não está limitada a características termodinâmicas, mas também a parâmetros ambientais e à possibilidade de controle do processo, administrando assim o consumo de energia na execução de uma dada tarefa. 10.3 CARACTERIZAÇÃO DAS DIMENSÕES DAS TECNOLOGIAS DE FORNOS, CALDEIRAS E FO- GÕES Em consideração ao amplo uso destas tecnologias nas indústrias, nas residências, nas instalações hospitalares e outros usos faz com que se torna necessário a caracterização delas, visando conhecer profundamente as suas características técnicas para auxiliar na escolha das mais eficientes. Por isso, nos itens seguintes faz-se esta caracterização, descrevendo os atributos técnicos, econômi- 100 cos, ambientais e sociais destas tecnologias. 10.3.1 ASPECTOS TÉCNICO-ECONÔMICOS DAS TECNOLOGIAS DE FORNOS, CALDEIRAS E FO- GÕES Apesar de essas tecnologias serem um pouco semelhares pelas suas funções têm as características técnicas e construtivas diferentes. Por esta estão, procurou-se caracterizar cada um delas separadamente. Fornos O aumento de rendimento dos fornos (ou a máxima utilização do calor gerado na combustão) está condicionado à utilização correta e à otimização do desempenho de regeneradores, recuperadores e aquecedores de ar. Regeneradores são materiais capazes de absorver gases de combustão, aproveitando parte de seu calor e aumentando, desta forma, o rendimento térmico. Recuperadores separam a corrente de gases quentes da corrente de ar de combustão, normalmente em dois dutos concêntricos. Aquecedores de ar são utilizados em casos nos quais é requerida uma alta temperatura de chama, mas não se dispõe de gases quentes. São utilizados na indústria siderúrgica para o aquecimento do ar destinado a auto-fornos. Caldeiras A eficiência de caldeiras e fornos está associada à minimização de perdas no sistema. No caso das caldeiras, a perda total de calor é composta pela perda por transferência de calor e pela perda associada aos fluxos que saem da caldeira. Assim, as perdas são representadas em três parcelas: perdas pela chaminé, perdas por convecção e perdas por purgas. Já os fornos possuem perdas por transferência de calor, por vazamentos na estrutura do forno e pelos gases de exaustão. A minimização de perdas nestes equipamentos é possível através de diversas medidas práticas de uso racionais. No caso dos fornos, pode-se mencionar a programação da utilização contínua evitando a perda do aquecimento inicial do equipamento, manter portas ou tampas fechadas após o uso e eliminar perdas por frestas, estimar o consumo específico (kWh/unidade de produção) e comparar com os valores típicos para serviços semelhantes, e operar o forno próximo da sua capacidade nominal, posto que o consumo específico aumenta com a redução da carga. Para as caldeiras, como medidas relacionadas ao uso racional e eficiente, podem-se citar: a aferição da temperatura dos gases de escape próximos a valores usuais, a regulagem correta da chama, a possibilidade de aumentar a temperatura da água de alimentação da caldeira e pré-aquecer o ar de combustão (reduzindo o consumo de combustível), a eliminação de vazamentos no sistema de distribuição de vapor e o isolamento de equipamentos e tubulações. Fogões Os fogões a lenha não promovem a combustão completa dos vapores, provocando poluição com a emissão de monóxido de carbono. O fogão solar apresenta a vantagem de utilizar um energético limpo, mas conta com um processo de baixo controle, uma vez que o funcionamento deste tipo de fogão demanda a radiação solar direta. A cocção por indução magnética é uma tecnologia recente, na qual um componente ferromagnético, como a panela, é aquecido por correntes eletrônicas no próprio material, a partir de um campo eletromagnético variável. Possui elevada eficiência (entre 75 e 85% contra 45 a 55% de métodos que utilizam radiação convencional). No entanto o alto custo desta opção tecnológica reduz sua acessibilidade. O fogão elétrico, apesar de já constituir uma tecnologia convencional difundida em países mais desenvolvidos e de apresentar vantagens técnicas como eficiência, controle e segurança, ainda registra entraves em âmbito nacional relacionados a custo e acesso. Como medidas de utilização racional e eficiente de fogões são sugeridas a utilização do máximo da capacidade do equipamento, evitando perdas de calor. Recomenda-se também a redução de temperaturas e do preaquecimento. A manutenção adequada, através da limpeza constante e revisões, bem como a utilização de panelas que aumentem a eficiência do processo de cocção, contribuem para o aumento de eficiência energética dos fogões. 101 Tabela 10: Tabela Resumo dos Atributos 102 103 104 105 106 107 108 109 110 111 10.3.2 ASPECTOS SOCIAIS DAS TECNOLOGIAS DE FORNOS, CALDEIRAS E FOGÕES Neste item procurou-se dar maior ênfase às questões sócias associadas a essas tecnologias. 112 Fornos Em relação aos fornos amplamente usados nos setores comercial e industrial, é possível aumentar sua eficiência por meio da otimização de processos, calor utilizado, controle da velocidade e utilização de componentes mais eficientes. A adoção em massa de medidas para essas otimizações não acarretariam impactos negativos quanto à funcionalidade e estética, já que a funcionalidade seria igual a dos equipamentos utilizados anteriormente e não teríamos grandes mudanças estéticas, portanto não provocariam impactos negativos nesse quesito. No que diz respeito à conscientização social e mudança de hábitos, haveria um pequeno impacto negativo, pois esses novos métodos otimizados seriam um pouco diferentes dos existentes atualmente, talvez necessitando de operações diferentes para a obtenção do mesmo resultado. No que tange à influência no mercado de trabalho, a adoção desses métodos de otimização poderia influenciar positivamente a região, visto que demandaria a aquisição de vários equipamentos mais modernos e eficientes, o que poderia fazer com fosse necessária a instalação de novas fábricas e lojas na região para atender essa nova demanda, causando também um aquecimento no comércio local, pois muitas empresas necessitariam adquirir esses novos tipos de equipamentos. Caldeiras Em relação às caldeiras utilizadas nos setores comercial e industrial, é possível aumentar sua eficiência por meio da otimização de processos, calor utilizado, controle da velocidade e utilização de componentes mais eficientes. A adoção em massa de medidas para essas otimizações não acarretariam impactos negativos quanto à funcionalidade e estética, já que a funcionalidade seria igual a dos equipamentos utilizados anteriormente e não teríamos grandes mudanças estéticas, portanto não provocariam impactos negativos nesse quesito. No que diz respeito à conscientização social e mudança de hábitos, haveria um pequeno impacto negativo, pois esses novos métodos otimizados seriam um pouco diferentes dos existentes atualmente, talvez necessitando de operações diferentes para a obtenção do mesmo resultado. No que tange à influência no mercado de trabalho, a adoção desses métodos de otimização poderia influenciar positivamente a região, visto que demandaria a aquisição de vários equipamentos mais modernos e eficientes, o que poderia fazer com fosse necessária a instalação de novas fábricas e lojas na região para atender essa nova demanda, causando também um aquecimento no comércio local, pois muitas empresas necessitariam adquirir esses novos tipos de equipamentos. Fogões Quanto ao setor residencial, a etiquetagem de fogões a gás visa estimular o aumento de eficiência na utilização de aparelhos domésticos a gás, e conta com a participação dos fabricantes. A adoção em massa de substituições de tecnologias obsoletas para cocção de alimentos por novos equipamentos com tecnologias mais eficientes não acarretariam impactos negativos quanto à funcionalidade, já que a funcionalidade seria igual a dos equipamentos utilizados anteriormente e teríamos alterações estéticas mais agradáveis, portanto provocariam impactos positivos no quesito estético. No que diz respeito à conscientização social e mudança de hábitos, haveria um pequeno impacto negativo, pois esses novos equipamentos podem ter uma operação diferente dos existentes atualmente, talvez necessitando de operações diferentes para a obtenção do mesmo resultado. No que tange à influência no mercado de trabalho, a adoção dessas substituições poderia influenciar positivamente a região, visto que demandaria a aquisição de novos equipamentos mais modernos e eficientes, o que poderia fazer com fosse necessária a instalação de novas fábricas e lojas na região para atender essa nova demanda, causando também um aquecimento no comércio local, pois muitas pessoas necessitariam adquirir esses novos tipos de equipamentos. 10.3.3 ASPECTOS AMBIENTAIS DAS TECNOLOGIAS DE FORNOS, CALDEIRAS E FOGÕES Um dos objetivos perseguido neste trabalho é de computar todos os atributos associados a 113 cada tecnologia caracterizada para melhor avaliação no contexto do PIR. Pois, neste item se dá maior ênfase às questões ambientais relacionadas às tecnologias de fornos, caldeiras e fogões. Fornos Os fornos elétricos quase não apresentam impactos ambientais negativos. Já os fornos a gás natural liberam na atmosfera o dióxido de carbono (CO2), gás que contribui para o agravamento do efeito estufa no planeta. Os fornos que se utilizam da queima de derivados de petróleo poluem mais a atmosfera, pois além de liberarem o CO2, também liberam o CO, fruto da queima incompleta dos compostos carbônicos, e também outras substâncias indesejáveis, como o dióxido de enxofre (SO2), entre outras. Os fornos a lenha são os que mais poluem a atmosfera, pois além de liberarem o CO2, também liberam o CO, fruto da queima incompleta dos compostos carbônicos, e também outras substâncias indesejáveis, como dióxido de enxofre (SO2), material particulado, entre outras, além do conseqüente desmatamento devido à sua extração da natureza. Caldeiras As caldeiras elétricas quase não apresentam impactos ambientais negativos. Já as caldeiras a gás natural liberam na atmosfera o dióxido de carbono (CO2), gás que contribui para o agravamento do efeito estufa no planeta. As caldeiras que se utilizam da queima de derivados de petróleo são as que mais poluem a atmosfera, pois além de liberarem o CO2, também liberam o CO, fruto da queima incompleta dos compostos carbônicos, e também outras substâncias indesejáveis, como o dióxido de enxofre (SO2), entre outras. Fogões Os fogões elétricos quase não apresentam impactos ambientais negativos. Já os fogões a gás natural ou GLP liberam na atmosfera o dióxido de carbono (CO2), gás que contribui para o agravamento do efeito estufa no planeta. Os fogões a lenha são os que mais poluem a atmosfera, pois além de liberarem o CO2, também liberam o CO, fruto da queima incompleta dos compostos carbônicos, e também outras substâncias indesejáveis, como dióxido de enxofre (SO2), material particulado, entre outras, além do conseqüente desmatamento devido à sua extração da natureza. 10.3.4 ASPECTOS POLÍTICOS DAS TECNOLOGIAS DE FORNOS, CALDEIRAS E FOGÕES Nas propostas dos programas de eficiência energética sempre se tem observado alguns conflitos dos interesses. Por isso, durante a caracterização é bom avaliar e analisar os possíveis conflitos de interesses e procurar meios de atenuar esses conflitos antes da implementação dos programas que visam à questão da eficiência energética. Por esta razão, neste item procurou-se levantar as possíveis situações que podem levar a certos conflitos dos interesses na região. Fornos A otimização de processos, calor utilizado, controle da velocidade e utilização de componentes mais eficientes nos fornos ineficientes possui uma aceitação moderada pelas indústrias e comércios, pois esses equipamentos são caros e essas medidas demandariam um alto investimento inicial, porém, com a redução do desperdício de energia, este investimento retornaria após algum tempo e as indústrias e comércios passariam a ter um menor custo de produção, o que ocasionaria uma maior lucratividade. Perante o governo e as ONG’s esses possui uma boa aceitação, pois reduziria bastante a demanda energética. Para essa substituição ser mais aceitável pelas indústrias e comércios, o governo precisaria investir em mecanismos de incentivo para que estes não demorem tanto para ter o retorno de seu investimento. Caldeiras A otimização de processos, calor utilizado, controle da velocidade e utilização de componentes mais eficientes nas caldeiras de baixa eficiência utilizadas atualmente possui uma aceitação moderada pelas indústrias e comércios, pois esses equipamentos são caros e essas medidas demandariam um alto investimento inicial, porém, com a redução do desperdício de energia, este investi- 114 mento retornaria após algum tempo e as indústrias e comércios passariam a ter um menor custo de produção, o que ocasionaria uma maior lucratividade. Perante o governo e as ONG’s esses possui uma boa aceitação, pois reduziria bastante a demanda energética. Para essa substituição ser mais aceitável pelas indústrias e comércios, o governo precisaria investir em mecanismos de incentivo para que estes não demorem tanto para ter o retorno de seu investimento. Fogões A substituição de fogões a gás de tecnologias obsoletas e ineficientes por fogões novos de alto desempenho possui uma aceitação baixa pela população, pois esses equipamentos são relativamente caros e essa troca demandaria um alto investimento, que só retornará para o consumidor após muito tempo de uso. Perante o governo e as ONG’s essa substituição possui uma boa aceitação, pois reduziria bastante o consumo energético para a cocção de alimentos. Para essa substituição ser mais aceitável pela população, o governo precisaria investir em mecanismos de incentivo para que a população não demore tanto para ter o retorno de seu investimento. Esses produtos não correm riscos de exposição cambial, pois são fabricados no próprio país. 11 TECNOLOGIAS DE FORÇA MOTRIZ VEICULAR As tecnologias da força veicular são umas das tecnologias mais consumidoras de energia. Portanto, não poderiam ser ignoradas na caracterização a ser feita neste trabalho. Com objetivo de levantar o potencial do dos recursos do lado da demanda procurou-se caracterizar detalhadamente essas tecnologias com intuito de detectar onde podem ser aplicados os programas de conversão, introduzindo as mais eficientes em substituição das menos eficientes. 11.1 INTRODUÇÃO De acordo com o Balanço Energético Nacional de 2005, mais de um quarto da energia consumida nacionalmente é destinada ao setor de transportes. Automóveis, navios, aviões, trens, e outros, fazem uso dos mais variados combustíveis, majoritariamente derivados de petróleo, para se movimentarem. A capacidade de transporte é profundamente influenciada pela disponibilidade de energia, desde a utilização de veículos baseados em rodas, embarcações fluviais e marítimas, locomotivas, veículos automotores, aeronaves, submarinos, fazendo uso de diferentes energéticos, como carvão, petróleo, gás natural, eletricidade, energia nuclear, hidrogênio, energia solar ou eólica, entre muitos outros. 11.2 PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS CONSTRUTIVAS DAS TECNOLOGIAS DA FORÇA MOTRIZ VEICULAR Para melhor escolha da tecnologia a ser utilizada, é importante conhecer as suas características construtivas e seus parâmetros técnicos. Isso permite definir como usar e onde aplicar uma determinada tecnologia. Portanto, neste trabalho, pretende-se descrever todas as tecnologias de usos finais e as suas características técnicas, para facilitar a sociedade na escolha dos equipamentos dos usos finais e também para futura avaliação das quatro dimensões do PIR. A força motriz móvel é constituída, em sua maioria, por motores de combustão interna, que também possuem aplicação industrial no acionamento de máquinas da construção civil, como tratores, carregadeiras, guindastes, compressores de ar, máquinas de mineração, acionamento de sistemas hidrostáticos, entre outros. Tais motores possuem perfis diferenciados quanto à configuração (êmbolo ou rotativos), ciclo (de quatro ou dois tempos), combustível utilizado (Gasolina, diesel, gás natural, GLP, hidrogênio, álcool), configuração da câmara de combustão, ignição (por compressão – ciclo Diesel, ou faísca - ciclo Otto) e método de controle de carga e arrefecimento. O processo de funcionamento está representado nas figuras Figura 66 a Figura 77. 115 • O motor e seus componentes Sistema de admissão Termostato Sistema de exaustão Sistema de resfriamento Sistema de ignição Cárter Sistema de lubrificação Figura 66: Esquema de um motor a combustão Figura 67: Motor a combustão - Sistema “as built” 116 Figura 68: Esquema do motor a combustão 117 Figura 69: Motor a combustão Parâmetros de classificação • Aplicação – transportes, geração de energia, cogeração • Configuração do motor – Êmbolo (subdividem-se em “linha”, “em V”...), rotativos (tipo Wenkel) • Ciclo – Quatro ou dois tempos • Combustível – Gasolina, diesel, gás natural, GLP, hidrogênio, álcool... • Configuração da câmara de combustão • Ignição – Faísca, compressão • Método de controle da carga – Controle da mistura ar-combustível ou apenas do combustível • Método de arrefecimento – A água, a ar 118 • Configurações • Motor a gasolina quatro tempos • Motor Diesel quatro tempos • Dois tipos de motor/ combustível – Gasolina (pré-mistura) – Diesel (difusão) Dois tempos / quatro tempos – Admissão – Compressão – Combustão – Escape Pontos problemáticos – Desempenho – emissões Motor a gasolina dois tempos Figura 70: Tipos de ciclos de motores a combustão Os ciclos Otto e Diesel • Ciclo Otto – Os motores desse ciclo são também conhecidos por motores de ignição por faísca (ou motores de explosão). Utilizam gasolina ou combustíveis gasosos. Nesse tipo de motores a energia de ativação necessária para iniciar a combustão é fornecida através da liberação de uma faísca entre os eletrodos de uma vela. • Ciclo Diesel – Nos motores de ignição por compressão, usualmente denominados motores Diesel, o combustível utilizado é o óleo diesel ou um outro mais pesado (menos refinado). O ar introduzido na câmara de combustão (cilindro) sofre uma compressão muito superior à que ocorre nos motores Otto. Como conseqüência a sua temperatura atinge um valor suficientemente elevado para iniciar a combustão de uma forma espontânea. 119 Tabela 11: Características dos motores a combustão Ciclo Otto – quatro tempos IV = válvula de admissão EV = válvula de escape SP = vela P = pistão PR = anéis do pistão CC = câmara de combustão CR = biela CS = virabrequim Figura 71: Esquema de um motor de quatro tempos 120 • Tempo 1 - Admissão • O pistão começa a descer (até o ponto morto inferior), a pressão cai (pressão negativa) e a mistura ar/combustível é sugada para a câmara de combustão (cilindro). Figura 72: Funcionamento de um motor de quatro tempos • Tempo 2 - Compressão • O pistão começa a subir, as válvulas estão fechadas, a mistura ar + combustível é comprimida, a temperatura aumenta. Figura 73: Funcionamento de um motor de quatro tempos 121 • Ignição (durante o tempo 2) • Próximo ao final da compressão a ignição dá início à combustão, que ocorre rapidamente (explosão). Figura 74: Funcionamento de um motor de quatro tempos • Tempo 3 - Expansão • O pistão é empurrado para baixo produzindo trabalho. O volume aumenta, a pressão e a temperatura diminuem. Figura 75: Funcionamento de um motor de quatro tempos 122 • Tempo 4 - Escape • Quando o pistão atinge o ponto morto inferior, a válvula de escape é aberta e o pistão começa a subir e expulsa os gases (produtos da combustão). Figura 76: Funcionamento de um motor de quatro tempos Ciclo Diesel – quatro tempos Figura 77: Esquema de funcionamento do ciclo diesel 11.3 CARACTERIZAÇÃO DAS DIMENSÕES DAS TECNOLOGIAS DA FORÇA VEICULAR As exigências da moderna sociedade em locomover a longas distanciam, de transporte nos centros urbanos e outras fins faz com que o uso dessas se torna cada vez mais intensivo e indispensável. Por outro lado, devido o consumo dos diversos energéticos por estas tecnologias, consequen- 123 temente, os problemas que causam ao meio ambiente, fazem necessário um estudo minucioso dos atributos associados às dimensões técnico-econômicos, sociais, ambientais e políticos para melhor escolher as que menos provocam os danos ambientais e causam conflitos sócio-políticos. 11.3.1 ASPECTOS TÉCNICO-ECONÔMICOS DAS TECNOLOGIAS DA FORÇA VEICULAR Ainda que possam funcionar a álcool, são movidos basicamente a combustíveis derivados do petróleo, de cujo montante o óleo Diesel representa cerca de metade. Para atender a esta demanda, o Brasil importa cerca de 100 mil barris de Diesel por dia, o que justifica o desenvolvimento de políticas de eficientização energética e racionalização desse combustível. Tais políticas prestam-se igualmente à redução de impactos relacionados ao consumo intenso de energia não-renovável, como a emissão de poluentes causadores de aquecimento global e a geração de material particulado e resíduos tóxicos. A fim de eficientizar o consumo e melhorar o rendimento de motores, apontam-se uma série de medidas de desenvolvimento tecnológico. Novos métodos de turbocompressão podem contribuir para a redução de consumo de combustíveis, uma vez que estes são capazes de aumentar a potência máxima de um ciclo de combustão, alterando a densidade do ar introduzido no cilindro, mantendo a quantidade de combustível queimado por ciclo e por cilindro. Equipamentos para uma recuperação mais eficiente de calor, sistemas de ignição mais robustos para cargas elevadas em aplicações industriais e desenvolvimento da tecnologia dos geradores permitirão uma taxa mais alta de conversão energética. Como medidas de uso racional a fim de reduzir o consumo energético veicular, podem-se apontar o funcionamento correto do veículo, desde a utilização correta das marchas e do acelerador, até a pressão de ar correta dos pneus. Os parâmetros técnicos são apresentados na Tabela 12. 124 Tabela 12: Melhorias a serem desenvolvidas nos motores a combustão 11.3.2 ASPECTOS SOCIAIS DAS TECNOLOGIAS DA FORÇA VEICULAR Com a eficientização de sistemas de combustão em diferentes modalidades, como o uso eficiente de combustíveis no setor veicular e a seleção de combustíveis para sistemas de combustão em motores de uso veicular, pretende-se obter um ganho de eficiência no uso de derivados de petróleo e gás natural nos próximos anos sem afetar o nível de atividade dos setores econômicos. A adoção em massa da substituição dos motores veiculares convencionais por motores de alto rendimento não acarretariam impactos negativos quanto à funcionalidade e nem quanto à estética, já que esses outros modelos de motores terão a mesma funcionalidade e estética parecida com os utilizados anteriormente. O mesmo pode-se dizer no caso de substituição de combustível dos motores. No que diz respeito à conscientização social e mudança de hábitos dos consumidores, não haveria um impacto muito significativo, pois essas novas metodologias não afetariam muito a operação e manutenção dos motores. Mas poderemos notar um impacto positivo na saúde pública e no gasto em limpeza das edificações, pois com a eficientização da combustão, menos resíduos sólidos serão lançados na atmosfera, reduzindo o número de internações por problemas respiratórios e sujando menos as fachadas das edificações. No que tange à influência no mercado de trabalho, a adoção de motores e combustíveis mais 125 eficientes poderia influenciar positivamente a região, visto que não há uma produção grande de motores de alta no mercado, e a grande demanda causada pela adoção em massa desses novos equipamentos faria com que fosse necessária a instalação de novas fábricas e distribuidores na região para atender essa nova demanda, causando também um aquecimento no comércio local, pois muitos necessitariam adquirir esses novos tipos de equipamentos. 11.3.3 ASPECTOS AMBIENTAIS DAS TECNOLOGIAS DA FORÇA VEICULAR Os motores a combustão que mais poluem a atmosfera são os que utilizam derivados de petróleo, como o óleo diesel e a gasolina, pois além de liberarem CO2, também liberam CO e outras impurezas, como enxofre, entre outras. Os motores a combustão que utilizam gás natural, biodiesel ou álcool poluem bem menos a atmosfera, pois liberam em sua grande maioria o CO2, pois sua queima é praticamente completa, acarretando menores impactos negativos ao meio-ambiente. Já os motores que utilizam o hidrogênio possuem praticamente zero de impacto ambiental negativo, pois de sua combustão forma-se apenas água. 11.3.4 ASPECTOS POLÍTICOS DAS TECNOLOGIAS DA FORÇA VEICULAR A eficientização de sistemas de combustão em diferentes modalidades, como o uso eficiente de combustíveis no setor veicular e a seleção de combustíveis para sistemas de combustão em motores de uso veicular, possui uma aceitação baixa pela população, indústrias e comércios, pois esses procedimentos são relativamente caros e essa troca demandaria um alto investimento, que só retornará para o consumidor após muito tempo de uso. Perante o governo e as ONG’s esses procedimentos possuem uma boa aceitação, pois reduziria bastante o consumo energético veicular, diminuindo também as emissões de gases poluentes e, conseqüentemente, os impactos ambientais negativos. Para esses procedimentos serem mais aceitáveis pela população, o governo precisaria investir em mecanismos de incentivo e de conscientização da população sobre o retorno do capital investido, e também para que a população não demore tanto para ter o retorno de seu investimento. Após a etapa de caracterização das tecnologias dos usos finais feita nos itens anteriores, procede-se com a caracterização dos recursos da demanda e cálculos dos potenciais teóricos de cada uso no próximo, conseqüente, serão também analisadas as possíveis aplicações das tecnologias acima caracterizadas no trabalho, buscando avaliar os potenciais realizáveis e do mercado. 12 CARACTERIZAÇÃO DOS RECURSOS NISTRATIVA DE ARAÇATUBA (RAA) DO LADO DA DEMANDA DA REGIÃO ADMI- Nos itens anteriores foram caracterizadas as tecnologias de usos finais. Neste item, antes de tudo, serão caracterizados os recursos do lado da demanda para posteriormente serem feitas as estimavas dos seus potencias teóricos. Pois, o planejamento Integrado dos Recursos Energéticos busca contemplar múltiplos objetivos dentro do ambiente do planejamento do setor energético. Esses objetivos são os econômicos, sociais, ambientais e políticos. Portanto, estudo visa caracterizar de uma maneira sucinta todas as opções do Lado da Demanda, avaliar os seus potenciais, levantar as tecnologias mais eficientes e os seus impactos, propor as substituições e com isso determinar o potencial resultante deste Gerenciamento do Lado da Demanda. Finalmente, serão analisados os seus custos, feitos os cálculos da economia de energia. Depois de definidos os potenciais será feita a integração dos recursos da demanda para serem posteriormente integrados com os da oferta, assim permitindo a futura construção de carteira de recursos e completando uma das principais etapas do PIR-Planejamento Integrado dos Recursos. Para elaboração dos procedimentos dos cálculos neste trabalho foi adotada a metodologia, que considera todos os usos finais de energia em todos os setores das atividades econômicas da Re- 126 gião Administrativa de Araçatuba. 12.1 INTRODUÇÃO Uma das características essenciais do PIR, conforme dito, é a avaliação conjunta de recursos energéticos do lado da oferta e da demanda. Desta forma, qualquer que seja a procedência de um recurso energético, este exerce a função de disponibilizar energia, seja através de geração ou através de medidas de eficientização dos usos finais. A energia conservada ou economizada, obtida através do Gerenciamento do Lado da Demanda é vista no PIR como um recurso, equivalente aos recursos de suprimento, através do qual é possível: a postergação de investimentos no setor energético bem como seus conseqüentes impactos ambientais; o uso racional de recursos naturais e o atendimento a parte do crescimento da demanda. O custo desse gerenciamento, de acordo com inúmeros estudos e projetos de eficientização energética, é bastante inferior ao da ampliação da oferta energética, posto que a energia de uso final, disponível para consumo, deriva dos demais processos da cadeia produtiva de eletricidade, [Jannuzzi e Swisher, 1997]. Assim, o Modelo de Análise de Recursos do Lado da Demanda a partir de sua caracterização e avaliação, pretende considerar os diversos custos e benefícios de alternativas energéticas de demanda nas dimensões social, política, ambiental e técnico-econômica, permitindo, no processo de planejamento, uma avaliação de viabilidade menos restrita e mais condizente com o paradigma atual e com tendências de desenvolvimento limpo e sustentável. A análise de recursos passa por uma ponderação de todos os seus atributos (fatores positivos e negativos) nos quatro campos citados e pela estimativa de seu potencial energético, tanto em termos teóricos quanto em termos factíveis de implantação, considerando suas restrições e limitações referentes a cada uma das quatro dimensões de análise. Para a Caracterização e Análise de Recursos Energéticos de Demanda são levantados, analisados e caracterizados todos os recursos e tecnologias relacionadas ao gerenciamento da demanda energética. Os recursos são descritos e discriminados de acordo com grupos de medidas e tecnologias, e suas respectivas aplicações nos diversos setores energéticos. Tais recursos são, desta forma, classificados e organizados para que sejam submetidos a uma análise completa (envolvendo quatro dimensões de avaliação, divididas em atributos e sub-atributos) que permitirá apontar impactos positivos e negativos referentes à sua adoção. Após esta etapa, procede-se à formulação e à delimitação dos Potenciais Energéticos Teórico, Realizável e de Mercado de recursos do lado da demanda. Primeiramente são determinados procedimentos para a estimativa dos potenciais teóricos dos recursos caracterizados, ou seja, potenciais absolutos de utilização de recursos energéticos, negligenciando limitações de ordem técnica ou geográfica. Em seguida, são definidos potenciais realizáveis ou práticos, incorporando diversas restrições de ordem técnica, operacional, econômica, assim como obstáculos referentes a impactos ambientais. Por último, o potencial de mercado incorpora impactos sociais, pressões dos diversos atores energéticos envolvidos e incertezas dinâmicas de mercado. Este potencial pretende indicar as reais possibilidades de implantação e realização de iniciativas de GLD para o instante considerado de análise. O modelo de análise de recursos do lado da demanda pode contar com diferentes ferramentas práticas para a elaboração do cômputo das avaliações e a mensuração dos potenciais energéticos. Em nosso caso utilizaremos, para o Estudo de Caso, ferramentas consolidadas no Planejamento Integrado de Recursos, como a Avaliação dos Custos Completos e o Cálculo de Potenciais Energéticos. Dentro da premissa do PIR de avaliação conjunta e eqüitativa entre recursos de oferta e demanda, é possível aliar este modelo a um modelo de análise de Recursos Energéticos de Oferta, e assim constituir uma das etapas fundamentais do PIR, de Integração de Recursos de Oferta e Demanda. A seguir, na Figura 1, tem-se um diagrama da Modelagem Completa e Análise dos Recursos Energéticos do Lado da Demanda, mostrando as etapas do modelo, suas inter-relações e a ordem hierárquica de elementos de cada etapa. Também serão apresentados os modelos utilizados 127 para a caracterização completa dos recursos do lado de demanda para cada setor das atividades econômicas (residencial, comercial, industrial e agrícola) durante o desenvolvimento deste trabalho. Figura 78: Diagrama da Modelagem Completa e Análise dos RELD Fonte: Dissertação de Mestrado, [Baitelo R. L., 2006] 12.2 CARACTERIZAÇÃO DOS RECURSOS DO LADO DA DEMANDA DA RAA A caracterização feita neste trabalho foi baseada no modelo apresentado na Figura 78 e complementada com os modelos de análise dos setores específicos das atividades econômicas, que são mostrados ao longo do desenvolvimento deste trabalho. Neste item busca-se dar mais enfoque ao esclarecimento do modelo geral de estudo utilizado para esta avaliação dos potenciais de demanda, [4]. Portanto, o modelo incorpora em si os elementos tais como: - Recursos do Lado de Demanda: são recursos dos usos finais e as medidas do gerencia- 128 mento do Lado da Demanda que quando aplicadas podem proporcionar uma determinada economia de energia nos principais setores de consumo: residencial, comercial, industrial e agrícola; - Levantamento dos Impactos positivos e negativos: no modelo considera-se todos os possíveis impactos que podem resultar dos usos finais, das aplicações das medidas de eficiência do GLD, sendo estes podem viabilizar ou não os recursos em análise. Para isso, são levantados os impactos em todas as dimensões do PIR: Técnico-Econômica, Ambiental, Social e Política; - Formalização e Cálculo dos Potenciais: depois de levantados os recursos da demanda e impactos envolvidos são efetuados os cálculos dos potenciais. Inicialmente o potencial teórico. Em seguida são calculados os potenciais realizável e do mercado. 12.2.1 RECURSOS ENERGÉTICOS DO LADO DA DEMANDA DA RAA. Podemos definir os Recursos Energéticos do Lado da Demanda (RELD) através da seguinte fórmula: RELD = Usos Finais + Medidas de GLD + Setores de Consumo. Os principais Usos Finais são os seguintes, [19]: • Iluminação o Lâmpadas Incandescentes o Lâmpadas de Descarga o Lâmpadas de Indução o Lâmpadas de Enxofre o LED’s • Refrigeração • Condicionamento Ambiental • Aquecimento de Água • Força Motriz Estacionária • Fornos, Caldeiras e Fogões o Autofornos, rotativos, incineradores, elétricos o Caldeiras flamotubulares e aquotubulares (utilizando combustíveis sólidos, líquidos e gasosos) o Fogões elétricos ou utilizando combustíveis sólidos, gás ou energia solar • Força Motriz Veicular o Configuração (êmbolo, rotativos) o Ciclo (2 ou 4 tempos) o Combustível (gasolina, álcool, diesel, GNV) As Medidas de Gerenciamento pelo Lado da Demanda são as seguintes: • Controle da Carga: Este tipo de controle pode ser realizado de diferentes formas. O consumidor pode controlar cargas por meio de equipamentos que restrinjam o tempo de uso ou detectem um nível específico máximo de demanda de determinadas cargas. Tais serviços podem ser ainda solicitados às concessionárias, que o executam por meio de controle remoto de sinal. É possível controlar individualmente, tanto de forma remota quanto no próprio local, equipamentos de pequeno ou grande consumo, além de sistemas de condicionamento ambiental ou aquecimento de água, tanto no setor residencial quanto nos setores comercial e industrial. Principalmente nos dois últimos setores, é fundamental a escolha das cargas a serem controladas; na indústria devem ser priorizadas cargas de utilidades que não interfiram diretamente no 129 processo de produção. Determinados processos de produção são contínuos, impossibilitando o desligamento das máquinas envolvidas. Em alguns casos, entretanto, é possível atuar em fornos e estufas, que possuem inércia térmica definida e podem ser controlados em função de sua temperatura. Nos ítens seguintes, descrevemos brevemente algumas alternativas de controle de carga para o consumidor final. Interruptores Horários (Time Clock) Este tipo de controlador desliga um equipamento por um período determinado de tempo (por exemplo, 25% do tempo de funcionamento, ou 15 minutos por hora), ou até em regimes prédeterminados de rodízio, através de sinais enviados a receptores instalados nas residências ou por meio de micro-motores que comandam o relógio e o disco de programação (diário ou semanal). Pode-se ainda pré-agendar horários de desligamento, ou mesmo interromper uma carga, evitando uma sobrecarga do sistema. São largamente utilizados em todos os setores e podem ser aplicados a aquecedores elétricos, painéis e luminosos, balcões frigoríficos, sistemas de condicionamento, entre outros. Tarifas pelo horário de uso podem servir como sinal para este tipo de controlador. Em se pensando em longo prazo, pode ser que um consumidor opte por aparelhos de armazenamento de energia, a fim de evitar contratempos. Limitador de Corrente Limitar a demanda máxima de um consumidor através do uso de limitadores de corrente é um sistema que ajuda, de maneira direta, a melhorar o fator de carga. Pode-se sugerir a redução da demanda a determinados níveis em períodos de pico que, ao superados, acionam o limitador de corrente até que a carga seja reduzida. É um sistema bastante usado no norte da Europa, principalmente para os pequenos consumidores (residências e pequenas unidades de comércio). Um programa com limitadores de corrente foi desenvolvido pela CEMIG na cidade de Alfenas em 1999, [17]. Termostatos Este sistema prevê o uso de um termostato ligado a um controle que liga ou desliga o aparelho, quando uma dada temperatura é atingida. Define-se para isso temperaturas máxima e mínima, que podem ser distintas ao longo de um dia ou ao longo de uma estação. Durante um dia de verão, por exemplo, a temperatura pode ser mais alta no horário de pico, para que se diminua o consumo de energia neste horário crítico do sistema. Durante o inverno, este ajuste deve ser refeito. Muita atenção se dá a necessidade de um ajuste perfeito deste tipo de sistema. São muitas variáveis (pico e fora de pico, verão e inverno) e um ajuste mal feito pode levar a um consumo maior do que o normal. Seletores de Circuito (interlock) Este sistema usa um interruptor eletromecânico que abre ou fecha circuitos, para impedir que duas ou mais cargas elétricas distintas ocorram ao mesmo tempo. Pode ser aplicado nos setores comercial e industrial, para a redução de demanda nas horas de pico. No setor industrial deve-se, contudo, observar o processo de produção associado a tal circuito, posto que determinadas cargas não podem deixar de atuar. Ainda pouco difundido, por meio de tarifas é possível induzir o uso deste tipo de sistema. Controlador de Demanda O controlador de demanda é um aparelho cuja função básica é monitorar e limitar toda a demanda de um consumidor. Bastante sofisticado, é utilizado principalmente para grandes consumidores industriais ou residenciais. Apesar do alto custo (que por vezes o torna desinteressante), o aumento do preço da energia vai pouco a pouco tornando-o mais atraente. Os controladores modernos usam microprocessadores e podem ser objeto de programação computacional, tornando-se assim verdadeiros sistemas de gerenciamento de energia. Há dois tipos básicos de controladores de demanda. O primeiro, denominado 'tipo cíclico', é um sofisticado timer programado para evitar que certas demandas coincidam. Para tanto, ele minimiza a coincidência horária de operação de certos equipamentos, reduzindo com isso a demanda e poupando energia. 130 O segundo tipo é denominado 'limitador de demanda'. O limitador trabalha com dados, obtidos por estudos específicos, sobre a potência máxima permitida a cada horário. Quando esta potência é atingida, alguma carga é reduzida ou desligada, seguindo méritos de importância e relevância para operação global. A carga ora reduzida ou desligada vai voltando ao normal conforme a potência do sistema vai voltando ao curso global. Todo este controle é eletrônico e automático. • Substituição, Ajuste e Dimensionamento de Equipamentos; Iluminação Este uso final é responsável por cerca de 17% do consumo energético brasileiro e responde por 44% do consumo do setor comercial e 23% do consumo residencial, [4] e [20]. Há diversas possibilidades de emprego de medidas de GLD neste uso final, como a substituição de lâmpadas incandescentes por lâmpadas fluorescentes compactas, circulares ou o uso de tecnologias eficientes de lâmpadas, luminárias e reatores. Pode-se considerar também a adoção de projetos de controle de iluminação, visando eficientizar, principalmente nos setores público e comercial, o uso da iluminação interna e externa. Diversos empreendimentos envolvendo a substituição de lâmpadas provaram-se eficientes em termos de custo/benefício e capazes de alcançar resultados significativos a curto prazo. Como pontos negativos a este tipo de substituição, temos impactos ambientais como a elevação de mercúrio no meio ambiente com o descarte das LFCs, e impactos de ordem técnica como o aumento de distorções harmônicas no sistema. As lâmpadas fluorescentes contêm substâncias químicas nocivas ao homem, dentre elas o mercúrio. O descarte das mesmas em aterros, sem descontaminação e cuidados de armazenamento, é capaz de elevar consideravelmente os níveis de mercúrio no meio ambiente. Tal impacto pode ser elevado se considerado o número de lâmpadas descartadas anualmente no Brasil, de 40 milhões, e sentido em locais como aterros, através da contaminação do ar, do solo e das águas subterrâneas. De acordo com dados da FUNASA, a inexistência de procedimentos adequados de reciclagem deste tipo de lâmpadas produz uma quantidade anual de 600 kg de mercúrio lançado ao ambiente. Uma simulação realizada para uma quantidade média de lâmpadas descartadas entre consumidores que tenham aderido a programas de substituição mostra que a quantidade de mercúrio em locais de deposição de lâmpadas é bastante elevada mesmo para projetos em pequena escala. Ainda como possibilidades de medidas de GLD ligadas à iluminação, houve nos EUA, a substituição de lâmpadas de 150 W utilizadas em semáforos por LEDs de apenas 9W, a um tempo de retorno de 2 anos. O luminoso indicando a saída de veículos de estacionamento, que consome 40W, também pode ser substituído por LEDs de apenas 2W, gerando um potencial de conservação de 1520 MW nos EUA, onde há 40 milhões de placas desse tipo. O departamento de energia norteamericano (DOE) trocou também seu sistema de iluminação com lâmpadas de mercúrio por um sistema a lâmpadas de enxofre, a metade do preço de troca das lâmpadas de mercúrio, economizando 70% da energia para um fluxo luminoso 4 vezes maior, [25]. Outro fator importante quanto à utilização de lâmpadas fluorescentes é a observação do aumento de distorções harmônicas de tensão e corrente, notavelmente superiores em lâmpadas fluorescentes compactas. A utilização obrigatória de reatores, que pode representar uma economia adicional de energia no caso de reatores eletrônicos, pode, por outro lado, implicar em uma menor confiabilidade e produção de ruídos eletromagnéticos devido às freqüências de trabalho na qual operam, reduzindo o fator de potência do conjunto. Tais problemas poderiam apenas serem sanados pelo uso de reatores eletrônicos especiais, com fator de potência próximos a 1,00 e nível de interferência eletromagnética desprezível. Motores Elétricos No setor industrial, entre 50 e 60% da energia elétrica utilizada é consumida pelos motores elétricos. A fim de aumentar a eficiência energética e reduzir o consumo deste tipo de equipamento, é possível adotar diferentes medidas, tais como o redimensionamento, a substituição de equipamentos, utilizando motores de alto rendimento, a utilização de controle de velocidade, além de, obviamente, operação e manutenção corretas. Estudos conduzidos na UFRJ, sobre uso eficiente de motores elétricos na indústria diagnos- 131 ticaram um superdimensionamento dos motores industriais naquele Estado, repercutindo em operações abaixo da faixa ideal de carregamento e quedas consideráveis de rendimento. Como oportunidades de uso mais eficiente de motores, foram sugeridas, [61]: A substituição de motores padronizados por motores de alto rendimento, cujo interior é constituído de material de melhor qualidade, elevando o seu rendimento em até 10%. O uso de motores de alto rendimento é aconselhável principalmente em processos contínuos, onde o motor opera mais de 7000 horas por ano. Nos demais casos, é preferível analisar de forma mais criteriosa a viabilidade econômica desta substituição. Segundo o estudo, estimativas mais conservadoras, de um aumento de rendimento de 2%, podem gerar uma economia de 2,4% de eletricidade, a um custo de energia evitada de R$ 63/MWh. Se a substituição ocorrer no final da vida útil do motor, os ganhos podem chegar a 3% e a economia de energia a 2,9% a um custo de energia evitada de R$ 41/MWh, [61]. A eliminação de motores superdimensionados, que acionam cargas com requisição de potência muito abaixo da potência nominal do motor (inferior a 50%) representaria economias de energia de até 30%. De acordo com o estudo, a substituição de motores para adequação à carga, com aumento do carregamento em 12% a um custo 70% adicional ao preço de motores de alto rendimento geraria um custo de R$37/MWh de energia economizada e uma diminuição do consumo de 2,1%, [60]. O uso de inversores de freqüência para o controle de velocidade de motores é outra alternativa de alta eficiência, passível de aplicação em processos de controle de variáveis dos processos industriais, principalmente vazão e pressão em sistemas de bombeamento. Controladores de velocidade desempenham um importante papel no aumento de eficiência dos motores, ajustando a velocidade para o uso requerido de motores de velocidades fixas, reduzindo o desgaste das partes mecânicas e contribuindo para uma economia de energia superior a 50% em alguns casos, [60]. As tecnologias de motores com velocidade variável, com motores de indução com rotores e resistores variáveis e motores de indução e inversores de freqüência eletrônicos, são eficientes, mas de preço elevado; um controlador inversor de freqüência para um motor de indução de 50 hp custa aproximadamente US$20 mil, um custo muito superior ao do próprio motor. A economia de eletricidade atingida, de acordo com estudos belgas é estimada em 18% com um tempo de retorno de até 3 anos, ou de 31% com um tempo de retorno inferior a 10 anos, [58]. Refrigeradores Posto que o refrigerador elétrico é responsável por aproximadamente um terço do consumo residencial, pode-se obter um ganho expressivo em termos de redução de demanda a partir da adoção de equipamentos mais eficientes. Programas de substituição de refrigeradores podem ser conduzidos em parcerias, entre concessionária, fabricante de refrigeradores, lojas e programas de eficiência energética, como no exemplo da Light com o Procel, no qual revendedores e clientes obtiveram benefícios (o consumidor pôde reduzir seu valor de fatura de eletricidade e as lojas obtiveram lucro econômico). No setor residencial a substituição de refrigeradores antigos por modelos eficientes pode gerar, segundo o Procel, uma economia de eletricidade entre 30 e 40%, [47]. De acordo com um estudo de caso conduzido por Januzzi, a substituição de refrigeradores nacionais, num período entre 2005 e 2020, seria capaz de gerar uma economia de 43% no uso de eletricidade, com um tempo de retorno de 7 anos e uma economia nacional acumulada de 80 TWh, [18]. No caso dos setores comercial e industrial, o emprego de instalações de refrigerações amplia as possibilidades de eficientização energética para medidas como a troca de equipamentos da casa de máquinas, expositores frigoríficos e linhas atuais. Pode-se optar pelo uso de sistemas de refrigeração mais compactos e sistemas de sub-resfriamento através de injeção de vapor. As práticas de controle de capacidade nos compressores (para evitar picos de partida) e controladores de velocidade variável (para controle dos ventiladores dos condensadores) são algumas das opções aplicáveis a sistemas de refrigeração. Estas podem gerar uma eficiência de 15% em média, de acordo com o tipo do sistema, condições de trabalho e manutenção dos equipamentos. A utilização de controladores de velocidade na refrigeração da indústria de alimentos pode gerar econo- 132 mias energéticas superiores a 50%. Na refrigeração industrial, a reforma de plantas industriais, a fim de evitar a sobrecarga da capacidade de refrigeração de produtos armazenados consiste em uma medida extremamente eficaz de eficiência energética. A ampliação do centro de estocagem ou a transferência deste excedente para novas áreas frigorificadas e o conseqüente aumento da potência frigorífica representam benefícios consideráveis para o usuário através da não elevação do consumo energético e o não rompimento de contratos de demanda acordados com as distribuidoras de energia. A aplicação de alguns componentes, como o sistema de arrefecimento do compressor, pode ainda otimizar o sistema industrial, na medida em que colabora à não elevação do consumo energético, ao aumento de segurança do circuito (por evitar situações extremas de vazamento) e à manutenção do controle da temperatura de descarga do compressor. Utilização de Ar Condicionado de Alta Eficiência Os aparelhos de ar condicionado respondem por cerca de 20 por cento do uso de eletricidade do setor comercial. Esta fração, contudo, aumenta para o caso de grandes edifícios comerciais, hotéis, ou shopping centers, onde pode superar metade do uso total de eletricidade. De acordo com a Eletrobrás, calcula-se que aparelhos de ar condicionado de potência entre 1 e 2 kW gastem entre 240 e 500 kWh por mês, [32]. Posto que a maior parte dos condicionadores tem mais de dez anos de fabricação, e portanto possuem eficiência inferior, pode-se atingir uma redução de consumo superior a 30% com a substituição dos mesmos por sistemas mais modernos de condicionamento. No caso do setor industrial, grande parte das instalações de ventilação e ar condicionado é superdimensionada, pois são calculadas para condições ambientais extremas. Assim, há inúmeras oportunidades de economizar energia em sistemas de ventilação e ar condicionado, como verificar a possibilidade de elevar os níveis de temperatura utilizados nos ambientes servidos pelo ar condicionado; procurar operar compressores e chillers a plena carga em vez de dois ou mais com carga parcial; reduzir o fluxo de ar para todas as áreas ao nível mínimo aceitável; verificar perdas e operações irregulares do compressor. • Seleção e Substituição de Energéticos e Eficientização de Sistemas de Combustão; Este grupo de medidas de eficientização energética não está voltado apenas para a energia elétrica, e sim para o uso eficiente de combustíveis, a seleção de energéticos (dentro de critérios técnicos e ambientais) e a utilização de energéticos em alternativa à rede elétrica. Seleção e Substituição de Energéticos (em sistemas de combustão) A seleção de combustíveis para sistemas de combustão, tanto em motores estacionários como em motores de uso veicular, pode resultar em benefícios de ordem econômica (no caso da seleção de um combustível de custo inferior ao combustível vigente) e principalmente ambiental (ao se optar por um combustível com um menor nível de emissões atmosféricas). A substituição de combustíveis fósseis como o diesel e a gasolina por combustíveis mais favoráveis do ponto de vista ambiental como o gás natural, o álcool e o biodiesel, apesar de não implicar necessariamente em redução energética, resulta em benefícios principalmente ambientais, possibilitando inclusive a geração de certificados de créditos de carbono. Utilização de Energéticos em Alternativa à Rede Elétrica (GN, energia solar, etc) A utilização de gás natural ou outros energéticos em substituição à rede elétrica para usos finais de condicionamento ambiental também pode render bons índices de eficiência além do recorte da carga de demanda em períodos de pico. O uso de Gás Liquefeito de Petróleo tem diversas aplicações, essencialmente nos setores residencial e comercial. A seleção e substituição de energéticos pode ser efetuada tanto no setor de transportes, quanto em aplicações residenciais, comerciais e industriais relacionadas a cocção, aquecimento de água ou condicionamento ambiental, rendendo potenciais benefícios de ordem técnico-econômica (reduções tarifárias alívio do sistema em horários de sobrecarga), políticas (uso preferencial de combustíveis produzidos nacionalmente, de risco cambial inferior) e sociais (desenvolvimento de localidades isoladas do sistema e criação de empregos a partir da promoção de novas fontes). Aquecimento de Água por Coletores Solares 133 A substituição da eletricidade pela energia solar, em aplicações para aquecimento de água, permite retirar a demanda devida ao uso de chuveiro elétrico de um consumidor residencial, usualmente no período da ponta do sistema elétrico. Seu campo de aplicação vai desde o fornecimento de água quente para o uso doméstico, aquecimento de piscinas, podendo ser utilizados inclusive em aplicações de climatização e refrigeração de alimentos. O uso de coletores solares, dispositivos tecnologicamente simples, pode ser aplicável a localidades com pequena demanda de energia a custos médios de investimento, com tempos de retorno entre 5 e 7 anos. Posto que o consumo de eletricidade destinado ao uso final de aquecimento pode até ultrapassar 20% do consumo total residencial, tem-se na utilização do aquecimento solar de água para banho uma importante medida de GLD. Projetos do PROCEL desenvolvidos em 100 unidades habitacionais de Betim, Minas Gerais em parceria com a Caixa Econômica Federal, obtiveram resultados positivos de redução da conta de luz em 40% por conta da substituição do chuveiro elétrico, [48]. Eficientização de Sistemas de Combustão (fogões, fornos, motores de combustão) A eficientização de sistemas de combustão, em diferentes modalidades como o uso eficiente de combustíveis no setor veicular, de motores no setor industrial e de fogões no setor residencial é promovida pelo CONPET (Programa Nacional de Racionalização do Uso dos Derivados do Petróleo e do Gás Natural). O CONPET pretende obter um ganho de eficiência de 25% no uso de derivados de petróleo e gás natural nos próximos 20 anos, sem afetar o nível de atividade dos setores econômicos, [15]. Em relação ao setor de transportes, há o projeto EconomizAR, que fornece apoio técnico gratuito ao aprimoramento da gestão do uso de combustíveis e lubrificantes, quanto à qualidade, estocagem, consumo e nível de emissões do combustível utilizado em ônibus e caminhões. Há ainda um projeto da Petrobrás, de ônibus a Gás Natural no Rio de Janeiro, transportando mais de 90 mil passageiros por mês. Quanto ao setor residencial, a etiquetagem de fogões e aquecedores a gás visa estimular o aumento de eficiência na utilização de aparelhos domésticos a gás. Tal programa conta com a participação dos fabricantes representados pela Associação Brasileira de Indústria Elétrica e Eletrônica e pela Associação Nacional de Fabricantes de Produtos Eletroeletrônicos. Em relação a fornos e caldeiras, amplamente usados no setor industrial, é possível aumentar sua eficiência por meio da otimização de processos, calor utilizado, controle da velocidade e utilização de componentes mais eficientes. Projetos de Edificações Eficientes (ganhos em iluminação, ventilação, isolamento térmico, condicionamento e uso de materiais Projetos eficientes de edificações visam aproveitar ao máximo recursos naturais como luz, ventilação, materiais adequados a cada região, economizando, desta forma, energia gasta com iluminação e condicionamento ambiental, usos finais responsáveis por grande parte dos consumos residenciais e comerciais, além dos consumos públicos e industriais, [46]. Edifícios devem considerar a orientação de aberturas e janelas a fim de aproveitar melhor a incidência da luz e a ventilação. Por meio de artefatos construtivos pode-se impedir a penetração direta de raios solares (que aquecem o ambiente, sobrecarregando o sistema de ar condicionado), aproveitando, porém, sua luminosidade. Podem ser criadas entradas de luz natural pela cobertura da edificação através de elementos construtivos como clarabóias ou coberturas de vidro, reduzindo a necessidade do uso de luz artificial e utilizando sensores que regulam a capacidade das luzes vinculadas à intensidade da luminosidade natural. Projetos de edificações comerciais tais como hospitais, restaurantes e aeroportos podem buscar um melhor aproveitamento da iluminação natural através de soluções eficientes de arquitetura bioclimática, evitando o consumo energético convencional referente à iluminação. Tais ambientes não raro demandam a utilização de iluminação artificial durante todo o período comercial. Em projetos de arquitetura bioclimática, são sugeridas entradas superiores e laterais de luz natural como forma de suprir parte considerável da iluminação interna durante o dia. A luz artificial é então utilizada de forma complementar à iluminação natural, quando necessário. 134 Há ainda projetos que contemplam um melhor aproveitamento da água e da energia utilizada internamente, além da monitoração e o controle de equipamentos com a utilização de CLPs. Projetos conduzidos pela COPPE e pelo Centro de Análise de Sistemas Alternativos de Energia, da Universidade Estadual do Oeste do Paraná, alcançaram economias de energia de até 60%, com custos de implantação de 5% acima da média, [58]. As residências utilizadas nos projetos contavam com desenhos inovadores com modernas tecnologias, obtendo o melhor aproveitamento tanto da ventilação quanto da insolação disponíveis, bom isolamento térmico, possibilidade de armazenamento da água da chuva e iluminação suplementar de luz natural através de aberturas zenitais. Projetos de maior escala podem ser empregados nos setores comercial (hotéis e hospitais), industrial e público, voltados para uma maior eficiência de sistemas de iluminação, bombeamento e condicionamento ambiental e isolamento térmico. No caso da região de estudo, Araçatuba, de iluminação solar abundante, edificações residenciais e comerciais podem beneficiar-se de medidas bioclimáticas, reduzindo o consumo de usos finais como a iluminação. Projetos de Edifícios com os Sistemas de Iluminação Natural através da Utilização de Fibras Óticas A integração efetiva da luz natural com o sistema de iluminação artificial ocorre apenas quando este pode ser ligado ou desligado em função dos níveis de iluminação natural que atingem a superfície de trabalho dos ambientes. Portanto, neste caso, a economia de energia em iluminação pode ser alcançada através da integração efetiva de iluminação natural e artificial em edificações, considerando o uso das novas tecnologias, como fibras óticas, que são avaliados como meio de transportar luz natural para o fundo dos ambientes onde o suprimento de luz natural é baixo, [figura 81]. Aplicação destas tecnologias nos usos finais contribuirá para a redução do consumo de energia em iluminação e da poluição ambiental associada ao consumo de energia em edificações, [16]. Figura 79: Sistema de Fibras Óticas e Interior do EdifícioTarifação e Regulação A tarifação é um elemento essencial para o sucesso de programas de GLD, tanto como medida isolada de controle de demanda, quanto implementada em conjunto com outras ações, como a substituição de equipamentos ou o armazenamento de energia. As tarifas, a partir de seu sinal econômico, são um fator essencial na motivação dos consumidores em relação à adoção de programas de GLD, pois os incentivam a ter um maior controle sobre seu consumo e conseqüente gasto mensal em energia elétrica. A tarifação, com o modelo antigo de empresas verticalizadas, trazia benefícios à concessionária, como a redução do custo marginal da energia com a postergação de investimentos de ampliação da oferta, a retenção de carga e a promoção da empresa, ao oferecer alternativas de uso racional e eficiente da energia. No atual contexto de mercado, pode-se considerar a tarifação como um instrumento de controle de demanda e redução de gastos energéticos por parte de grandes consumidores. A partir da regulação, temos alguns pontos principais relativos à problemática da composição de tarifas, que devem ser equilibrados de modo a satisfazer as necessidades e interesses dos en- 135 volvidos na questão energética, sejam eles empreendedores, empresários ou consumidores. Estes pontos a serem alcançados são a minimização do custo da eletricidade ao consumidor, a preservação da viabilidade econômica das concessionárias e, evidentemente, a abordagem de questões de ordem sócio-ambiental. Dentre os principais tipos de tarifas visando o GLD pelo lado do consumidor, podemos citar tarifas de interrupção, tarifas variáveis no tempo, tarifação em tempo real e tarifas para blocos de consumo, descritas nos próximos sub-ítens. Tarifas de interrupção As tarifas de interrupção são um modo de vender energia sem vender capacidade. Utilizada majoritariamente no setor industrial, possibilita que o consumidor opte por um decréscimo de confiabilidade em troca da cobrança reduzida de demanda. São oferecidos créditos aos consumidores caso eles permitam que o suprimento de energia elétrica seja interrompido após um período especificado de tempo avisado pela concessionária. A freqüência de interrupções, a duração e o volume de kilowatts de carga por interrupção podem ser escolhidos, e o crédito é calculado para cada variação de condição. Tarifas variáveis no tempo Conhecidas em inglês como time-of-use (TOU), são uma forma de precificação diferenciada de energia e demanda, refletindo variações nos custos de produção da empresa concessionária, que podem ocorrer de acordo com estações, períodos do ano, ou inclusive do dia. Medidores especiais são instalados para detectar o consumo durante horários de pico, intermediários e fora de pico. Um exemplo simplificado desta tarifa é a horosazonal, que varia segundo a hora do dia e a estação. Tarifas diferenciadas ao longo do tempo são essencialmente aplicadas para mudar a demanda e o consumo, através de um sinal de preço fixado para cada período, de forma a informar com antecedência o perfil de consumo ao consumidor final. Tarifação em tempo real Esta tarifa é utilizada especialmente para emprego comercial e industrial, no intuito de reduzir ou transferir cargas. Sistemas avançados de comunicação permitem ao consumidor observar o uso da energia em tempo real e preços futuros (preços horários do dia seguinte, por exemplo), possibilitando decisões acerca de ajustes de operação conforme o preço de tarifas. A tarifa pode ser fixada a uma linha de base (condicionada a histórico de uso ou alterações de operação ou clima), a partir da qual o consumidor paga ou recebe um adicional conforme o uso. Outro tipo de tarifa pode conectar o uso a preços variáveis a cada hora, sem estimativas de linha de base. Valores para períodos de ponta ou fora de ponta são estimados proximamente ao consumo, e não pré-especificados com antecedência. Tal estratégia é justificada por pressões de custos, desafios competitivos, e incertezas do planejamento. Neste tipo de tarifação, o controle de carga pode estar diretamente vinculado ao preço de energia em cada instante, oferecendo inclusive a possibilidade de se utilizar energia proveniente de diferentes combustíveis, selecionados conforme o custo no instante avaliado. Tarifas para blocos de consumo Este tipo de tarifação, ainda que não possua diferenciação de acordo com a hora do dia e tampouco detecte reduções de pico, proporciona uma série de incentivos relativos ao consumo doméstico. Pode ser de tipo crescente ou decrescente. Tarifas crescentes elevam o custo do consumo marginal de energia para consumidores de grandes volumes, incentivando a redução do consumo marginal doméstico e beneficiando consumidores de baixa renda e baixo consumo (ainda que baixo consumo não possua necessariamente conexão direta com baixa renda). Já tarifas decrescentes provocam o efeito contrário, fomentando um maior consumo por parte de pequenos consumidores e aumentando a carga em horário de pico. Tais conseqüências dependem, porém, da estrutura exata da tarifa e da variação de preço da energia. Variando preços e o número de blocos, é possível criar diversas tarifas desta modalidade, atendendo a diferentes objetivos, sejam eles de GLD ou metas específicas de empresas concessionárias. É importante acrescentar que os programas tarifários descritos podem ter suas chances de adoção variadas de forma considerável a partir da inclusão de incentivos tarifários diretos ou implí- 136 citos, visando um bom índice de adoção. Tais incentivos são contemplados principalmente na dimensão econômica da avaliação e podem ser de diversos tipos, como: empréstimos ou pagamentos diretos a consumidores, reduções na fatura de energia, devoluções, minimização de investimentos iniciais do consumidor na aquisição de tecnologias de GLD, subsídios na instalação de equipamentos de controle de demanda, entre outros. Tarifa Horosazonal Alternativa Segundo Januzzi, [18], no caso de consumidores industriais, uma opção de tarifa horosazonal alternativa viável seria a combinação de um novo posto tarifário na madrugada, período considerado de carga leve para o sistema da concessionária, de baixo custo de demanda e aplicação zonal e setorial (para segmentos da economia com melhor potencial de modulação para este período). A eventual mudança do critério de classificação dos consumidores, de nível de tensão para nível de potência, como ocorreu na França, e seus possíveis impactos nas tarifas horosazonais é outra possibilidade a ser explorada. Durante o período de racionamento de energia, a CELPA realizou uma experiência em estudo de tarifa diferenciada no Pará, com o objetivo de antecipar o mercado de uso de eletrodomésticos durante a madrugada. Foi proposta a Tarifa da Madrugada, de 00:00 as 7:00, com um desconto de 15% sobre a tarifa convencional neste horário. A opção era limitada a consumidores cujo consumo fosse superior a 1000 kWh/mês e tinha o objetivo de antecipar o mercado de ar condicionado. Os resultados da simulação indicaram um consumo médio de 73% durante o dia e de 27% de madrugada, representando um desconto final na fatura de 4%, [20]. Armazenamento de Energia Uma das técnicas de gerenciamento de carga, mais especificamente de preenchimento de vale é a possibilidade de se armazenar energia sob a forma de calor ou frio, por meio de equipamentos, para utilização em períodos de pico. Este calor ou frio é produzido em períodos de baixo consumo de energia (fora do horário comercial ou de ponta), aliviando o sistema nas horas de pico e dispensando uma contratação adicional de demanda. Esta técnica é de especial interesse em ações de alteração da curva de carga e deslocamento de pico. É importante ressaltar, porém, que tal medida não visa exatamente a economia de energia, e sim um ganho econômico a partir do uso do equipamento refrigerador em horários onde a tarifa apresenta valores mais baixos. Como modalidades de armazenamento de energia, pode-se citar o armazenamento de calor, de água aquecida e de frio, descritos nos próximos itens. Armazenamento de Calor O armazenamento de calor pode ser feito através de reservatórios subterrâneos isolados, construídos com materiais isoladores de calor como cerâmicas. Outra possibilidade, para casas térreas, fazendas e pequenos edifícios, é o uso de materiais que funcionam como meios de armazenamento de calor proveniente de energia solar. Neste caso os materiais mais indicados, a custos modestos de sistema total e manutenção, são pedras, misturas líquidas anti-congelantes, sal de Glauber e pirofosfato de sódio. Estes dois últimos fazem parte dos PCMs (phase change materials ou materiais que mudam de fase) substâncias químicas que passam por uma transição de sólido-líquido a temperaturas dentro de limites desejados, para propósitos de aquecimento. Durante o processo de transição o material absorve energia ao passar de estado sólido para líquido e libera energia ao voltar para sólido. O que torna este tipo de material interessante para o armazenamento de calor é sua alta capacidade de guardar uma grande quantidade de energia a uma mesma temperatura. O sal de Glauber pode ser usado em residências para armazenar calor produzido em horários fora de pico; o sal é liquefeito através do calor durante a noite e se congela liberando calor durante o dia. O volume do material de armazenamento usado depende basicamente de alguns fatores básicos, entre eles a quantidade de calor necessária para manter uma área aquecida, a quantidade de calor de reserva desejada (em se tratando de energia solar, caso a energia não possa ser coletada por um certo número de dias) e o tipo de material usado. Armazenamento de água aquecida 137 O aquecimento de água é realizado em horários fora de pico, com operação habitual da parte elétrica, que tem sua operação reduzida em horários de pico. A unidade de armazenamento deve, obviamente, estar dimensionada para satisfazer a perdas e à demanda de água quente enquanto a mesma não estiver sendo gerada. Pode ser operada pela concessionária, com tarifas especiais, ou pelo próprio consumidor, através de temporizadores e, logicamente, de uma mudança de hábitos no uso de equipamentos que demandem água aquecida. Acumulação de Frio A termoacumulação, ou armazenamento de frio, consiste no armazenamento, em um meio de alto calor latente, de gelo ou água resfriada produzidos por equipamentos resfriadores (como chillers), em períodos fora de ponta. Os chillers são resfriadores de líquidos, próprios para uso em sistemas centrais de grande porte, tanto no setor comercial, em hospitais, shopping centers, hotéis, supermercados, entre outros, como em indústrias e processos industriais. O frio armazenado auxilia no resfriamento do ar condicionado durante o dia, nos horários de ponta de carga. O armazenamento de gelo difere do armazenamento de água gelada pela densidade de energia armazenada, cerca de 7 vezes superior no primeiro caso, por conta do calor latente de fusão. É utilizado comercialmente desde a metade do século passado, em ambientes que requerem refrigeração em porções limitadas do dia. Nos últimos tempos, vem recebendo interesse por parte de consumidores de eletricidade, como maneira segura e econômica de redução de custos operacionais. Um exemplo de aplicação desta tecnologia pode ser a utilização de termoacumuladores para a produção e armazenamento de gelo em períodos fora da ponta, utilizados em sistemas de ar condicionado. Os termoacumuladores são equipamentos com elevada capacidade de armazenamento de energia como calor latente, a baixas temperaturas. São constituídos por subsistemas de refrigeração, fluido de transporte e componentes de controle. A energia é armazenada no material de mudança de fase que, para o banco de gelo, é a água. A transferência da energia do material de fase é obtida com a circulação de um fluido de trabalho. Durante o período de carga do acumulador, é utilizado o circuito de refrigeração. Tal aplicação é bastante eficiente principalmente no setor comercial, onde a demanda energética referente ao condicionamento ambiental é bastante elevada. Na região de Araçatuba, a termoacumulação pode proporcionar um bom deslocamento de carga do consumo elétrico dado o uso considerável do ar condicionado frente a altas médias de temperatura. Considerando ainda que a maioria de sistemas de condicionamento ambiental está dimensionada para condições máximas de operação em períodos comerciais, a possibilidade de se acumular frio permite a redução da potência e demanda elétrica máxima a uma mesma taxa de consumo de energia. É possível escolher entre armazenagem parcial ou total. A primeira delas desloca toda a carga, transferindo-a para horários fora de ponta, e é comumente usada em ampliações de instalações existentes, utilizando-se para tanto a capacidade de um chiller disponível. Já para instalações novas, o armazenamento parcial é uma possibilidade mais prática e de maior eficiência de custos. Neste método o chiller funciona continuamente, formando gelo durante a noite e refrigerando diretamente durante o dia, com a ajuda do frio armazenado. O aumento das horas de operação pode reduzir consideravelmente a capacidade do chiller, uma vez que a carga média também é reduzida. Programas de Informação, Educação e Capacitação Os objetivos de programas de educação ou campanhas educativas são de aumentar a consciência da sociedade em geral, quanto ao uso racional de energia e ações de eficiência energética. Como possibilidades de programas informativos podemos citar campanhas públicas de combate ao desperdício de energia e divulgação de material informativo sobre a conscientização de hábitos de consumo. Em relação a programas educativos podemos considerar parcerias com prefeituras, estados ou governo federal, para tornar obrigatória nas escolas de nível fundamental e médio a realização de palestras ou mesmo cursos regulares sobre conservação de energia, com a disponibilização de material pedagógico apropriado. Para instituições de ensino superior, é possível incorporar disciplinas fixas de conservação e uso eficiente de energia em cursos de engenharia, como vem realizando o Procel. Nos setores comerciais e industriais, pode-se realizar seminários internos em empresas, 138 dirigidos à redução do desperdício de energia. É importante ressaltar ainda a necessidade de se capacitar profissionais e professores na área de eficiência energética, para a constituição de um corpo docente habilitado a conduzir tais programas educativos. Estes programas demandam uma realimentação constante em intervalos regulares de tempo buscando a reafirmação de objetivos desejados, posto que a obtenção de tais resultados depende diretamente de fatores humanos suscetíveis (psicológicos e comportamentais) e de caráter inexato. Assim, a mensuração de resultados obtidos, quando possível, é sujeita a consideráveis margens de erro. De qualquer forma, programas realizados pelo PROCEL através da CEMIG, COPEL E CEE em escolas de nível fundamental a médio, foram capazes de alcançar uma economia acumulada de 950.000 MWh entre os anos de 90 e 2003, dos quais 250.000 foram obtidos no último ano (o programa abrangeu cerca de 2 milhões de alunos nesse período, indicando uma economia anual obtida de 84 kWh por aluno), [4]. A etiquetagem de equipamentos elétricos diversos, desde eletrodomésticos a fogões e aquecedores, bem como a atribuição de selos de eficiência energética, apesar de constituir uma ferramenta fundamental na informação e difusão de equipamentos eficientes, fica, neste modelo de análise de recursos energéticos do lado da demanda, incluída como um atributo técnico capaz de promover a substituição de equipamentos, uma das medidas apontadas de GLD. Assim, esta modalidade de informação e propaganda constitui mais um adicional e impulsionador a recursos do lado da demanda do que um recurso propriamente dito. E, finalmente, os Setores de Consumo são: • Residencial • Comercial • Industrial • Agropecuário • Público 13 ESTIMATIVA DOS POTENCIAIS TEÓRICOS DOS RECURSOS DA DA REGIÃO ADMINISTRATIVA DE ARAÇATUBA (RAA). DO LADO DA DEMAN- Para a realização dos cálculos dos potenciais dos usos finais nos setores residencial, comercial, industrial e público, utilizou-se o valor de consumo total do setor industrial da Região Administrativa de Araçatuba presente na dissertação de Mestrado de Baitelo (2006). A partir desse valor, tendo os valores da distribuição percentual de consumo energético de usos finais por setores, obtidos no BEN 2005 e na dissertação de Baitelo (2006), foi calculado o consumo total de energia elétrica da Região, e, a partir deste, estimou-se o consumo de energia de todos os outros segmentos. Para o calculo a potência de demanda dos usos finais de cada setor de consumo, serão feitas as estimativas a partir dos valores de consumo de energia encontrados para os três principais usos finais: iluminação, refrigeração e força motriz. Para o cálculo da potência de demanda para a iluminação, estimou-se que o consumo de energia com iluminação em todos os setores se dá em 12h por dia, já que a iluminação nos setores industrial e comercial é, em sua maioria, utilizada no horário comercial, e a iluminação nos setores público e residencial é utilizada, em sua maioria, fora do horário comercial. Sendo assim, sua potência será 2 vezes maior numericamente do que a energia consumida. Já para o cálculo da potência de demanda para a refrigeração, tem-se que o tempo de funcionamento diário dos refrigerados é de aproximadamente 8h por dia, portanto, sua potência é três vezes maior numericamente do que a energia consumida. Para calcular a potência de demanda para a força motriz, estimou-se que, como esta tem seu uso majoritariamente no setor industrial e este tem funcionamento, em sua maioria, apenas no horário comercial, tais equipamentos ficam ligados durante 12h por dia, sendo assim sua potência 2 vezes maior numericamente do que a energia consumida. 139 Tabela 13: Percentual do Consumo de Energia Elétrica por Setor Setor Con- % de Consumidor sumo Industrial 48 Comercial 14 Residencial 22 Público 8 Agropecuário 4,5 Energético 3,5 Total 100 Tabela 14: Percentual do Consumo de Energia Elétrica por Uso Final Industrial Comercial (%) (%) 50 Força Motriz 30 17 Refrigeração 5 44 Iluminação 15 39 Outros Residencial (%) 33,33 23 43,67 Público (%) 66,66 33,34 Tabela 15: Consumo de Energia Elétrica por Uso Final Setor/ Uso Final Força Motriz Refrigeração Iluminação Outros Total Industrial Comercial (GWh/ano) (GWh/ano) 100,82 60,49 10 10,08 25,88 30,24 22,94 201,63 58,81 Residencial (GWh/ano) 30,81 21,26 40,35 92,42 Público (GWh/ano) 22,4 11,2 33,61 Agropecuário (GWh/ano) 18,9 18,9 Energético (GWh/ano) 14,7 14,7 Total (GWh/ano) 420,07 Tabela 16: Potência Elétrica de Demanda por Uso Final Setor/ Uso Final Força Motriz Refrigeração Iluminação Outros Total Industrial (MW) 23,02 20,72 2,3 3,45 49,49 Comercial (MW) 3,42 5,91 2,62 11,95 Residencial (MW) 10,55 4,85 4,61 20,01 Público (MW) 5,11 1,28 6,39 Agropecuário (MW) 2,16 2,16 Energético (MW) 1,68 1,68 Total (MW) 91,68 Para calcular o potencial teórico, fez-se a projeção de um cenário em que sejam aplicados todos os RELDs na região, sendo este o cenário com a maior redução de consumo. Realizando uma estimativa de conservação para todos os RELDs aplicados na região, com base nos dados mencionados no item anterior, fornecidos pela tese do Baitelo (2006), além de outras fontes, obtem-se o seguinte resultado: 140 Tabela 17: Porcentagens de Redução Teórica de Demanda por Uso Final Setor/ Uso Final Força Motriz Refrigeração Iluminação Outros Industrial (MW) 40% 50% 20% 30% Comercial (MW) 50% 20% 30% Residencial (MW) 50,80% 79,50% 50,80% Público (MW) 40% 30% Agropecuário (MW) 10% Energético (MW) 25% Tabela 18: Potencial Teórico de Demanda por Uso Final Setor/ Uso Final Força Motriz Refrigeração Iluminação Outros Total Industrial (MW) 13,81 10,36 1,84 2,42 28,43 Comercial (MW) 1,71 4,73 1,83 8,27 Residencial (MW) 5,19 0,99 2,27 8,45 Público (MW) 3,07 0,9 3,96 Agropecuário (MW) 1,94 1,94 Energético (MW) 1,26 1,26 Total (MW) 52,31 Concluiu-se que o potencial teórico de redução de consumo de energia elétrica é de aproximadamente 43% para a Região Administrativa de Araçatuba. 14 ANÁLISE DOS RESULTADOS LADO DA DEMANDA. DAS ESTIMATIVAS DOS POTENCIAIS TEÓRICOS DO É importante salientar que as estimativas feitas nesta etapa precisam ser aprimoradas através da coleta dos dados de campo reais. Os cálculos efetuados são mais para avaliar as possibilidades reais da existência do potencial do Lado da Demanda. Pois, os resultados obtidos na tabela 18 mostram claramente, que se aplicados os programas e as medidas de conservação de energia na Região Administrativa de Araçatuba há conseguir uma boa economia, consequentemente, obter um potencial do lado da demanda interessante. Também se pode afirmar que as estimativas feitas consideram condições mais conservadoras possíveis. Portanto, se aprofundados os estudos destes potenciais através de um levantamento dos junto aos usos finais da Região pode-se alcançar um valor do potencial bem acima do estimado nestes cálculos. 15 CONSIDERAÇÕES FINAIS Na análise da dimensão técnico-econômica da maioria das tecnologias, nota-se a falta de informações quanto aos custos das tecnologias, sejam eles custos de fabricação, de mercado, de instalação, de manutenção ou de operação. Essa ausência se justifica pela falta de informações coletadas sobre esse assunto até o momento, devido à dificuldade de adquirir estes junto aos fabricantes e distribuidores. Portanto, essa análise será feita de forma completa posteriormente. Também nota-se a ausência de informações da dimensão técnico-econômica das tecnologias de força motriz veicular, pois, não foram coletados dados suficientes para a confecção de uma tabela de atributos sobre as tecnologias disponíveis, o que também será realizado por completo posteriormente. Percebe-se também que, para o cálculo do potencial teórico da região, utilizaram-se apenas os três usos finais mais importantes, sendo que o restante ficou definido como “Outros”. Posteriormente, realizar-se-á um estudo mais detalhado para todos os usos finais. Para obtenção dos valores reais dos potenciais para todos os usos finais serão aplicados os 141 questionários específicos para cada tipo de usos finais. Após coleta dos dados no campo, esses serão tratados e organizados, em seguida, serão utilizados para os cálculos dos potenciais em questão. 16 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS [1] Udaeta, M. E. M. Tese de Doutorado: “Planejamento Integrado de Recursos Energéticos – PIR para o Setor Elétrico (Pensando o Desenvolvimento Sustentável)”, São Paulo, 1997. Departamento de Engenharia de Energia e Automação Elétricas da Escola Politécnica da USP. [2] Udaeta, M. E. M., et al. “ Sistemas de Analise Energética para os Usos Finais no Estado de São Paulo” – Proposta de Trabalho para CESP e CTEEP. São Paulo, 2005. [3] ELETROBRÁS/PROCEL. Conservação de Energia- Eficiência Energética de Instalações e Equipamentos. Itajubá, EFEI, 2001. [4] Baitelo, R. L. Dissertação de Mestrado: Modelagem Completa e Análise dos Recursos Energéticos do Lado da Demanda para o PIR. São Paulo, Escola Politécnica da Universidade de São Paulo, 2006. [5] Eletrobrás/Procel. Manual Prático- Eficiência Energética em Sistemas de Refrigeração Industrial e Comercial. Rio de Janeiro. [6]http://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Hidroclorofluorcarboneto&action=edit [7] Centro de Ciências do Ambiente. Hom Page: http://www.cca.ufam.edu.br/caema/dicas.html. Abril, 2007. [8] http://www.catermo.com.br/defaultb.htm [9] http://www.arcoweb.com.br/tecnologia/tecnologia19b.asp. [10] Venturini, O. J., Pirani, M. J. Eficiência Energética em Sistemas de Refrigeração Industrial e Comercial. Eletrobrás/Procel, Rio de Janeiro, 2005. [11] PROCEL. Sistemas de Ar-Condicionado e Refrigeração. Rio de Janeiro, 2002. [12] Mobin, M., Salmito, M. A. Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical, Vol. 39, n.6: “Microbiologia Fúngica dos Condicionadores de Ar nas Unidades de Terapia Intensiva de Teresina, Piauí”. Uberaba, Nov./Dez. 2006. [13]http://www.steammaster.com.br/equipamentos.asp [14] http://www2.dem.uc.pt/jose.gois/A3-caldeiras_ISI.pdf [15]http://www.submarino.com.br/AllProdsBigImageNew.asp?Query=ProductPage&ProdTypeId= 27&ProdId=229165&DelSave=1&DisableTop=Y [16] http://www.labeee.ufsc.br/arquivos/publicacoes/ENCAC2003_GHISI.pdf (fibras oticas). [17] CAMPOS, A. Gerenciamento Pelo Lado da Demanda: Um Estudo de Caso, EPUSP, 2004. [18] Jannuzzi, G. M. e Swisher, J.: Planejamento Integrado de Recursos Energéticos. Campinas, Editora Autores Associados, 1997 [19] Primeiro Relatório Técnico FDTE/CTEEP - Caracterização Completa de Análise Energética dentro do PIR para os Usos Finais no Estado de São Paulo - Inventário Descritivo de Recursos de Demanda Energética [20] Segundo Relatório Técnico FDTE/CTEEP - Caracterização Completa de Análise Energética dentro do PIR para os Usos Finais no Estado de São Paulo - Levantamento de Atributos de Análise de Recursos de Demanda [21] Apresentações de Aula da Disciplina ENE 5703 – Usos finais e demanda de energia, EPUSP, 2006 [22]http://www.mundofisico.joinville.udesc.br/index.php?idSecao=1&idSubSecao=&idTexto=2 [23] http://pt.wikipedia.org/wiki/Ciclo_de_Carnot [24] http://br.geocities.com/saladefisica7/funciona/lampada.htm [25] http://pt.wikipedia.org/wiki/LED [26] http://lamptech.thomasnet.com/ [27]http://www.luxeonstar.com/item.php?id=2213&link_str=330&partno=05027-PW14 [28]http://antigo.campinas.sp.gov.br/saude/vigilancia/epidemiologica/manual_rede_frio.pdf 142 [29] http://www.osram.com.br/produtos/ilumgeral/fluoresc/endura/index.html [30] http://br.geocities.com/saladefisica7/funciona/refrigerador.htm [31] http://pt.wikipedia.org/wiki/Ar_condicionado [32] http://br.geocities.com/saladefisica7/funciona/condicionado.htm [33] http://www.tierramerica.net/2003/0922/ppreguntas.shtml [34] http://www.monar.com.br/ [35] http://www.evapcooler.com.br/ [36] http://ideiaeluz.com.br/loja/index.php [37] http://www.osram.com.br/produtos/reatores/index.html [38]http://ure.aream.pt/main.php/aream/ure/hoteleiro/recomendacoes/iluminacao.html. [39] http://www.paulistabusiness.com.br/goldenplus/ficha/metalgp.pdf [40] http://pt.wikipedia.org/wiki/Luminotecnica [41] http://www.iee.usp.br/ensaios/lab_fotometria.htm [42] http://www.gelampadas.com.br/about.asp [43] //www.fazfacil.com.br/IluminacaoHalogenas.htm [44] http://pt.wikipedia.org/wiki/L%C3%A2mpada_de_descarga [45] http://www.abilumi.com.br/ [46] http://www.cleamax.com.br/nossasobras.htm [47] DOSSAT, R.J. Princípios de Refrigeração, São Paulo, Hemus, 1980. [48] http://www.sociedadedosol.org.br/projeto_aquecimento.htm [49] http://preco2.buscape.com.br/aquecedor-de-agua.html [50]http://www.solarforte.com.br/lojavirtual/default.php?cPath=15&PHPSESSID=b44c71798850b 7d2ef0c39265054ced6 [51] www.caltherm.com.br [52] http://www.lorenzetti.com.br/dicas2.htm [53] Marcolin, E.; Robaina, A. D. Consumo de Energia e Eficiência das Estações de Bombeamento de Lavouras de Arroz Irrigado. Ciência Rural v3.2 n.2, Santa Maria, mar./abr. 2002. [54] Garcia, A.G. P. Dissertação de Mestrado: Impacto da Lei de Eficiência Energética para Motores Elétricos no Potencial de Conservação de Energia na Indústria. Rio de Janeiro, Dezembro de 2003. [55] http://pt.wikipedia.org/wiki/Motor_de_corrente_cont%C3%ADnua [56] GEVISA.NotasTécnicas,NT-01,2000. http://www.geindustrial.com.br/download/artigos/nt01.pdf [57] http://www.unesp.br/propp/dir_proj/Industria/Industr50a.htm [58] Sauer, I.ENE-5703. Aula 4. Usos Finais de Energia: Tecnologias, Tendências,Processos,EPUSP.http://www.pea.usp.br/ext/pea2520/ForcaMotriz.ppt#318,1,Slide1 [59] Rocha, R. Estratégia de Controle para Acionamento a Velocidade Variável para Motores Monofásicos com Operação Otimizada. Belo Horizonte, UFMG. [60] PROGRAMA DE COMBATE AO DESPERDÍCIO DE ENERGIA ELÉTRICA – PROCEL. Motor de alto rendimento. Guia técnico. Rio de Janeiro: 1998 a, v.1. 18p. [61] FITZGERALD, A.E., KINGSLEY JÚNIOR., C., KUSKO, A. Máquinas Elétricas- Conversão Eletromecânica da energia - Processos, Dispositivos e Sistemas. São Paulo: McGraw - Hill, 1977. 554p.