O saco dos ventos
Transcrição
O saco dos ventos
O saco dos ventos Tudo começou há milhares de milhões de anos, na altura em que a vida ainda estava a mostrar os primeiros sinais de existência na forma de minúsculas plantas, plantadas com todo o carinho e dedicação por Deméter (deusa das plantações e das colheitas). … Éolo, dado que era um deus muito inventivo, pôs-se a pensar e ao fim de algum tempo, no meio de uma imensa tempestade de ideias, descobriu a solução, ou seja, lembrou-se de uma das suas primeiras invenções: um saco que continha algo a que chamava Vento e que, uma vez aberto, libertava uma força capaz de derrubar um vulcão. Durante a conversa, Ares, deus da guerra, de maneira expiatória, ouviu tudo e, sendo-lhe já característico, começou a imaginar a utilidade desse tal Vento na guerra e na destruição. … Com o saco em sua posse, a deusa libertou o Vento, seguindo as instruções de Éolo e, logo de seguida, viu as sementes que voavam pelos campos até desaparecerem na linha do horizonte, espetáculo que ela presenciou assombrada e que posteriormente comentou ter sido das coisas mais bonitas que já havia visto. Após longas horas de trabalho, Deméter pousou o saco numa rocha e deitou-se para repousar uns instantes. Foi nesse momento que Ares viu uma oportunidade para se apoderar do tal saco tão especial. O deus guerreiro mal podia esperar por usar aquela força nos seus planos maléficos e, assim que o furtou, abriu-o, ignorando os avisos do seu inventor. Ares não era propriamente um génio entre os deuses, praticamente era só força bruta e, por isso, não vendo nada a sair do saco pensou que este estava avariado. Imprudente, largou-o no chão deixando-o a libertar impiedosamente grandes quantidades de vento. … Os estragos causados eram percetíveis, no entanto, como diz o ditado “Depois da tempestade, vem a bonança”… mais propriamente, a bonança era as plantas estarem regadas pela chuva e as sementes e espalhadas por toda a Terra. Dias mais tarde, por ocasião de um novo conselho dos deuses, Éolo foi condecorado com o título de deus do Vento e Ares foi mandado para o exílio durante seis mil milhões de anos, uma pena levíssima para um deus tendo em conta a sua imortalidade. Tudo terminou da melhor forma. O Olimpo ganhou um novo deus que mais tarde viria a dar a mão aos heróis lendários e ajudá-los-ia nas mais heroicas aventuras. Rafael Rodrigues, 8ºB