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00088 /sistemafiec @fieconline Federação das Indústrias do Estado do Ceará – FIEC DIRETORIA Presidente Roberto Proença de Macêdo 1º Vice-Presidente Ivan Rodrigues Bezerra Vice-Presidente Carlos Prado, Jorge Alberto Vieira Studart Gomes e Roberto Sérgio Oliveira Ferreira Diretor Administrativo Carlos Roberto Carvalho Fujita Diretor Administrativo Adjunto José Ricardo Montenegro Cavalcante Diretor Financeiro José Carlos Braide Nogueira da Gama Diretor Financeiro Adjunto Edgar Gadelha Pereira Filho Diretores Antônio Lúcio Carneiro, Fernando Antônio Ibiapina Cunha, Francisco José Lima Matos, Frederico Ricardo Costa Fernandes, Geraldo Bastos Osterno Júnior, Hélio Perdigão Vasconcelos, Hercílio Helton e Silva, Ivan José Bezerra de Menezes, José Agostinho Carneiro de Alcântara, José Alberto Costa Bessa Júnior, José Dias de Vasconcelos Filho, Lauro Martins de Oliveira Filho, Marcos Augusto Nogueira de Albuquerque, Marcus Venícius Rocha Silva, Ricard Pereira Silveira e Roseane Oliveira de Medeiros CONSELHO FISCAL Titulares Francisco Hosanan Pinto de Castro, Marcos Silva Montenegro e Vanildo Lima Marcelo Suplentes Fernando Antônio de Assis Esteves, José Fernando Castelo Branco Ponte e Verônica Maria Rocha Perdigão Delegados da CNI Titulares Fernando Cirino Gurgel e Jorge Parente Frota Júnior Suplentes Roberto Proença de Macêdo e Carlos Roberto Carvalho Fujita Superintendente geral do Sistema FIEC Paulo Studart Filho. Serviço Social da Indústria – SESI CONSELHO REGIONAL Presidente Roberto Proença de Macêdo Delegados das Atividades Industriais Efetivos Cláudio Sidrim Targino, Marcos Silva Montenegro, Ricardo Pereira Sales, Carlos Roberto Carvalho Fujita Suplentes Abdias Veras Neto, José Agostinho Carneiro de Alcântara, Luiz Francisco Juaçaba Esteves, Paula Andréa Cavalcante da Frota Representantes do Ministério do Trabalho e Emprego Efetivo Francisco José Pontes Ibiapina Suplente Francisco Welligton da Silva Representantes do Governo do Estado do Ceará Efetivo Denilson Albano Portácio Suplente Paulo Venício Braga de Paula Representantes da Categoria Econômica da Pesca no Estado do Ceará Efetivo Francisco Oziná Lima Costa Suplente Eduardo Camarço Filho Representantes dos Trabalhadores da Indústria no Estado do Ceará Suplente Raimundo Lopes Júnior Superintendente Regional Francisco das Chagas Magalhães. Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial – SENAI CONSELHO REGIONAL Presidente Roberto Proença de Macêdo Delegados das Atividades Industriais Efetivos Marcus Venícius Rocha Silva, Aluísio da Silva Ramalho, Ricard Pereira Silveira, Edgar Gadelha Pereira Filho Suplentes Marcos Antônio Ferreira Soares, Paulo Alexandre de Sousa, Francisco Lélio Matias Pereira, Marcos Augusto Nogueira de Albuquerque Representantes do Ministério da Educação Suplente Samuel Brasileiro Filho Representantes da Categoria Econômica da Pesca do Estado do Ceará Efetivo Elisa Maria Gradvohl Bezerra Suplente Eduardo Camarço Filho Representantes do Ministério do Trabalho e Emprego Efetivo Francisco Enio Oliveira Alencar Suplente Francisco José Pontes Ibiapina Representantes dos Trabalhadores da Indústria do Estado do Ceará Efetivo Carlos Alberto Lindolfo de Lima Suplente Francisco Alexandre Rodrigues Barreto Diretor do Departamento Regional Fernando Ribeiro de Melo Nunes. Instituto Euvaldo Lodi – IEL Diretor-presidente Roberto Proença de Macêdo Superintendente Vera Ilka Meireles Sales Instituto de Desenvolvimento Industrial – INDI Presidente Roberto Proença de Macêdo Diretor Corporativo Carlos Matos Instituto FIEC de Responsabilidade Social – FIRESO Presidente Roberto Proença de Macêdo Vice-presidente Wânia Cysne de Medeiros Dummar Coordenação e edição Luiz Carlos Cabral de Morais ([email protected]) Redação Camila Gadelha ([email protected]), Gevan Oliveira ([email protected]), Luiz Henrique Campos ([email protected], Ana Paola Vasconcelos Campelo ([email protected]), Marise Pontes ([email protected]) e Ana Paula Dantas ([email protected]) Fotografia José Sobrinho e Giovanni Santos Diagramação Claudemir Luis Gazzoni Capa Paulo Rodrigo Soares Lopes (Gerência de Marketing/Sistema FIEC) Coordenação gráfica Alterativos Hipermídia Endereço e Redação Av. Barão de Studart, 1980 - Térreo - Fortaleza-CE - CEP 60.120-024 Telefones (85) 3421 5435 e 3421 5436 Fax (85) 3421 5437 Revista da FIEC é uma publicação mensal editada pela Gerência de Comunicações (Gecom) do Sistema FIEC Gerente da Gecom Luiz Carlos Cabral de Morais Tiragem 5.000 exemplares Impressão Marcograf Publicidade (85) 3421 4203/3421 5434/8801 9077/8578 3018 [email protected] e [email protected] Endereço eletrônico www.sfiec.org.br/publicacao/revistadafiec Revista da FIEC. – Ano 7, n 88 (setembro 2014) – Fortaleza : Federação das Indústrias do Estado do Ceará, 2008 v. ; 20,5 cm. Mensal. ISSN 1983-344X 1. Indústria. 2. Periódico. I. Federação das Indústrias do Estado do Ceará. Gerência de Comunicação. CDU: 67(051) GESTÃO Publicação do Sistema Federação das Indústrias do Estado do Ceará 08 FIEC unida Após oito anos, o presidente da FIEC, Roberto Proença de Macêdo, encerra seu mandato com a instituição plenamente reunificada e a realização de ações consistentes em prol da indústria do estado do Ceará SETEMBRO 2014 | No 88 ........................................................................................ Estrutura operacional 22 PROFISSIONALIZAÇÃO Modernização das estruturas e prestação do melhor serviço por meio de novas formas de gestão Associativismo Gestão de pessoas 16 28 MAIS REPRESENTATIVIDADE Entre 2007 e julho de 2014, ATRAÇÃO DE TALENTOS Programas para incentivar o houve aumento de 1 378 para crescimento profissional em 2 146 das empresas associadas diferentes carreiras Negócios 32 Inovação ESTRUTURA ORGANIZACIONAL 40 Gerência de Negócios atua em diversas frentes para assegurar sustentabilidade do Sistema FIEC INCENTIVO À PRODUTIVIDADE Por meio do SENAI, IEL e INDI, a inovação é uma das prioridades da gestão Roberto Macêdo Incremento industrial 52 EM PARCERIA Sistema FIEC trabalha parcerias com instituições de diversos tipos para fortalecer o setor Ampliando ações 60 ATUAÇÃO NO INTERIOR Base de atuação aumenta para atender os mais importantes polos SESI 70 econômicos cearenses INDI EXCELÊNCIA EM GESTÃO Mudanças marcaram os últimos oito 98 APOIO À COMPETITIVIDADE Por meio de ações de inteligência, anos da instituição, transformando o inovação e integração, o instituto modelo de negócio busca dinamizar a indústria CIN EXTERIOR 114 COMÉRCIO Estímulo à internacionalização por meio de mudança de atitude dos empresários Museu da Indústria 122 Equipamento une épocas e MEMÓRIA E MODERNIDADE SENAI 84 apresenta-se como referência na disseminação da história do setor FIEC 128 POSSE Nova diretoria, eleita por aclamação com participação de todos os delegados dos sindicatos, toma posse INOVAÇÃO E TECNOLOGIA Antenado às necessidades da nova NO SOCIAL 106 FOCO Ações socialmente responsáveis indústria, entidade moderniza e na indústria por meio de parcerias amplia estrutura e redes de colaboração IEL 92 FIRESO QUALIFICAÇÃO Educação, gestão da tecnologia e desenvolvimento de empresários marcam atuação Mensagem da Presidência Roberto Proença de Macêdo N Oito lições desses oito anos os oito anos em que presidi a FIEC pude obter alguns resultados com a concretização de aspirações, baseadas em conceitos que me acompanham ao longo da vida empresarial. Nesta que é a minha última Mensagem da Presidência, compartilho a alegria de ver que foi possível realizar algumas destas aspirações juntamente com meus colegas de diretoria. 1 – ASPIRAÇÃO DE UMA FIEC UNIDA Esta foi a razão de ser da minha aceitação do convite para concorrer à eleição a Presidente da nossa entidade, motivo esse que esteve presente em todos os meus pensamentos e atos, inclusive no momento de viabilizar a minha sucessão. 2 – ASPIRAÇÃO DE PROTAGONISMO EMPRESARIAL A acomodação, a lamentação e o conformismo diante de dificuldades foram coisas que sempre me incomodaram. Descobri na FIEC o poder que ela tem como instrumento para o empresário exercer a liderança, com proatividade transformadora em favor da competitividade sustentável da indústria. 3 – ASPIRAÇÃO DE AUMENTO DA REPRESENTATIVIDADE EMPRESARIAL O distanciamento de muitos dos meus colegas industriais dos órgãos do nosso Sistema FIEC foi algo que muito me preocupou ao assumir o primeiro mandato. É uma grande satisfação constatar que a FIEC se tornou mais atraente para muitos empresários quando lhes proporcionou participação direta na escolha de seus representantes, por meio de uma mudança no nosso sistema eleitoral, que é única no Brasil. 4 – ASPIRAÇÃO DE SERVIR À INDÚSTRIA Nunca aceitei as anomalias existentes em várias entidades de representação em nosso país, decorrentes de sua apropriação para fins particulares em detrimento dos interesses coletivos. Fico muito feliz de ter tido companheiros de diretoria e dirigentes de sindicatos que me apoiaram na ruptura de muitas dessas práticas indesejáveis. 5 – ASPIRAÇÃO DE UMA GESTÃO COLEGIADA O forte viés presidencialista das nossas representações classistas jamais me pareceu eficiente. Na FIEC, comprovei que o funcionamento coletivo de uma diretoria coesa torna mais leve o gerenciamento e atende aos requisitos de eficácia. 6 – ASPIRAÇÃO DE UMA ECONOMIA DESCONCENTRADA A concentração econômica em Fortaleza e sua região metropolitana é uma distorção que se choca com minha compreensão de desenvolvimento. No esforço de buscar uma situação mais equilibrada e sustentável, dão-me contentamento algumas contribuições que a FIEC pôde fazer no processo de regionalização da indústria no Ceará. 7 – ASPIRAÇÃO DE UMA ORGANIZAÇÃO MERITOCRÁTICA A configuração paraestatal é um entrave antigo nas organizações classistas. Este formato me incomoda pelos excessos burocráticos, influência política, lentidão e custos elevados. Avançamos na eliminação desses obstáculos com a elaboração de um diagnóstico completo e com a realização de uma reforma estrutural. 8 – ASPIRAÇÃO PARA INOVAR O tradicionalismo, a repetição e a imitação me impacientam. Uma sociedade que não inova é mera seguidora. Por acreditar nos talentos e na garra dos empresários cearenses, nos lançamos, juntamente com universidades e governos, em vários projetos instigadores da criação de uma cultura de inovação em nosso estado. Considero-me afortunado por termos conseguido dar passos importantes e firmes nessa direção. Sinto-me recompensado pelo que foi conquistado, mas como sei que tudo isso resulta de um esforço conjunto de muitas pessoas da nossa e de outras instituições, sou igualmente agradecido a todos que juntaram as suas esperanças e energias nessa construção. A você, leitor da Revista da FIEC, despeço-me com o meu abraço e o meu muito obrigado. Setembro de 2014 | REVISTADAFIEC | 7 Gestão Roberto Macêdo, em discurso de posse no 1º mandato: "Inspirado em Luiz Esteves, reafirmo a nossa promessa de buscar a reunificação do Sistema FIEC o mais rapidamente possível" Compromisso com a união 8 | REVISTADAFIEC | Setembro de 2014 Luiz Esteves Neto, ex-presidente da FIEC C O presidente da FIEC encerra oito anos de mandato com a instituição plenamente reunificada e a realização de ações consistentes em prol da indústria cearense om 100% dos votos dos 39 delegados representantes dos sindicatos filiados à Federação das Indústrias do Estado do Ceará (FIEC), o empresário Jorge Alberto Vieira Studart Gomes (Beto Studart) foi eleito no dia 14 de março deste ano o novo presidente da entidade. O mandato, que começará em 22 de setembro, será de cinco anos, sem direito à reeleição, conforme determina o estatuto aprovado em julho do ano passado. Na oportunidade, o presidente da FIEC, Roberto Proença de Macêdo, sugeriu que a chapa conduzida por Beto Studart fosse denominada União. A sugestão não só foi aceita, como traduziu simbolicamente aquele momento histórico que estava sendo vivenciado na entidade representativa do setor industrial cearense. Para a maioria dos representantes sindicais presentes naquele dia no pleito, ocorrido no 5º andar da Casa da Indústria, o sentido do termo não significava apenas a necessidade de fortalecimento do setor industrial. Como bem ressaltou o ex-presidente da FIEC, Fernando Cirino Gurgel, “pode parecer retórica, mas somos pessoas muito ocupadas para ficarmos desperdiçando energia com desavenças internas”. Fernando Cirino, de certa forma, estava sintetizando um período no qual a Federação enfrentou, a partir de disputas internas, momentos de dificuldades que não acrescentaram nada de positivo ao segmento industrial cearense. Mas, para compreender esse cenário, é preciso voltar no tempo e entender a importância das duas gestões de Roberto Macêdo nesse processo. Gestão iniciada em 18 de setembro de 2006 para suceder a de Jorge Parente Frota Júnior, após intensa disputa eleitoral travada entre as principais lideranças que sempre tiveram papel de destaque na FIEC. O resultado do pleito, com três candidaturas postas, apontou que, dos 38 votos dos sindicatos, Roberto Macêdo obteve 19, Hermano Franck 13 e Orlando Siqueira 1. Setembro de 2014 | REVISTADAFIEC | 9 Pode parecer retórica, mas somos pessoas muito ocupadas para ficarmos desperdiçando energia com desavenças internas Fernando Cirino Gurgel, expresidente da FIEC, após o pleito que elegeu Beto Studart Outros cinco votos foram colocados em urna separada, devido a pedidos de impugnação solicitados pelas chapas. Como a diferença do primeiro para o segundo colocado ultrapassou a quantidade de votos impugnados, o presidente da Comissão Apuradora, Meton César de Vasconcelos, lacrou a urna, que obteve os votos em separado, e não os computou. O episódio, por si só, é representativo do nível de acirramento que demarcou a eleição. Roberto Macêdo tinha exata noção disso, tanto que, logo após o anúncio de sua vitória, na tarde do dia 14 de agosto, afirmou que o pleito foi bastante disputado: “Tenso em alguns momentos, mas que, agora, deverá buscar a harmonia entre as chapas que participaram da eleição. Vamos buscar isso o mais breve possível”. Era o primeiro indicativo da tentativa de reconciliação, mesmo com feridas ainda expostas pela disputa eleitoral. O desejo expresso no calor da disputa, todavia, não escondia no íntimo da chapa vencedora que a luta não seria fácil, e o reforço do desejo pela reunificação deveria servir quase que como um mantra dali em diante. Assim, Roberto Macêdo fez em seu discurso de posse uma homenagem especial a Luiz Esteves Neto, ex-presidente da FIEC, citando-o como símbolo da união do empresariado industrial do Ceará. Esteves já se encontrava bastante debilitado, mas fez questão de comparecer à posse do presidente. “Inspirados em você, reafirmamos neste momento a nossa promessa de buscar a reunificação da nossa FIEC o mais rapidamente possível”, disse Roberto Macêdo ao assumir pela primeira vez os destinos da Federação. Ainda no discurso de posse, ele declarou nunca ter tido a ambição de ser presidente da FIEC: “Aceitei candidatar-me à presidência da nossa Federação atendendo a um chamado da maioria dos representantes do empresariado industrial do Ceará. Este chamado significa um desafio, entendido como missão, para a reunificação da nossa entidade e para o avanço do seu processo de modernização. Assumo esse honroso cargo para o cumprimento dessa missão e, reafirmo, é por isso que estou aqui!”. O presidente da FIEC, Roberto Macêdo, sugeriu que a chapa conduzida por Beto Studart fosse denominada União, sugestão acatada por unanimidade 10 | REVISTADAFIEC | Setembro de 2014 Diálogo com a governança sindical D e 2007 a 2013, os 39 sindicatos associados à FIEC passaram de 1 378 para 2 000 empresas filiadas. Parte deste resultado se deve às ações do Programa de Desenvolvimento Associativo (PDA), desenvolvido pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) e replicado pelas federações estaduais de indústria. (Veja matéria na página 16.) No Ceará, o trabalho, coordenado pelo Instituto Euvaldo Lodi (IEL/CE), é considerado como modelo para as demais federações. Prova disso são os convites recebidos para que as estratégias adotadas aqui sejam divulgadas em outras federações. Nos últimos cinco anos, sete estados receberam a presença de lideranças dos sindicatos cearenses expondo suas experiências, que também foram relatadas durante o último Encontro Nacional da Indústria (ENAI), ocorrido em dezembro de 2013, em Brasília. O resultado consolida o que Roberto Macêdo chamou de decálogo da governança sindical, inserido na Mensagem da Presidência da edição da Revista da FIEC de fevereiro de 2008. Ele afirmava ali que o sindicato precisava ser representativo, profissionalizado, ético, gestor de demanda, alavancador, modernizador, motivador, inovador, Encontro Nacional da Indústria (ENAI), ocorrido em dezembro de 2013, em Brasília integrador e responsável. Ao fazer uso de atributos desse tipo, escreveu Roberto Macêdo, “entendo que fortaleceremos as entidades que constituem a base do sistema representativo do empresariado industrial do Ceará e, com isso, contribuiremos para o aumento da competitividade das empresas cearenses”. Decálogo da governança sindical 1. REPRESENTATIVO. O sindicato deve ter uma representação mínima que expresse significativamente, em termos quantitativos e qualitativos, a dimensão do seu setor. 2. PROFISSIONALIZADO. O sindicato não tem dono. É administrado por uma diretoria que atua respeitando a sua natureza pública e aplicando as melhores práticas de gestão empresarial. 3. ÉTICO. O sindicato somente deve praticar ações que sejam reconhecidas pela sociedade, com base em valores norteadores do bem-comum. 4. GESTOR DE DEMANDA. O sindicato deve gerir a demanda das empresas do seu setor para o bom uso de toda a estrutura do Sistema FIEC, em benefício dos seus associados. 5. ALAVANCADOR. O sindicato deve induzir e facilitar a montagem de sistemas consorciados capazes de congregar pequenas empresas para atender demandas que extrapolem suas capacidades individuais. 6. MODERNIZADOR. O sindicato deve incentivar e prover os meios para a gestão profissionalizada das empresas, aplicando as melhores e mais atuais práticas administrativas. 7. MOTIVADOR. O sindicato deve estimular e facilitar a capacitação continuada de pessoas em todos os seus níveis, de forma a atender as necessidades sempre crescentes da Nova Indústria. 8. INOVADOR. O sindicato deve difundir e apoiar programas voltados para inovações tecnológicas e de produtos e processos, bem como contribuir para o acesso às fontes de recursos existentes para a realização de pesquisas e desenvolvimento. 9. INTEGRADOR. O sindicato deve integrar as ações do seu setor nas cadeias produtivas afins, visando à obtenção de vantagens competitivas (fiscais, tributárias, volumétricas, etc.) para a inserção competente das empresas na economia nacional e global. 10. RESPONSÁVEL. O sindicato deve ser o guardião da prática da responsabilidade social e ambiental dos seus associados, contribuindo para o fortalecimento da imagem institucional do empresariado industrial. Setembro de 2014 | REVISTADAFIEC | 11 12 | REVISTADAFIEC | Setembro de 2014 Circunstâncias impuseram reeleição O compromisso assumido com a reunificação da FIEC pela gestão Roberto Macêdo passou a ser uma busca permanente, mas o cenário vivenciado pela indústria cearense exigia mais do que discurso. O Brasil passava por transformações importantes, com emprego em alta, mais renda circulando e, em consequência, novas perspectivas em termos de competitividade para as empresas. A diretoria da FIEC sabia que lidar com esse quadro exigiria mais do que a retórica da reunificação, mas principalmente compromisso com as mudanças. Nesse sentido, além da profissionalização do Sistema FIEC, era preciso fortalecer os sindicatos filiados, base de toda a representa- tividade que compõe a Federação. A senha estava criada. Como disse certa vez Roberto Macêdo: “Com a aproximação, reduziremos os preconceitos, aumentaremos a confiança mútua, aprenderemos mais, sairemos do isolamento, superaremos o individualismo e teremos mais união. Assim, fortaleceremos a nossa Federação, os nossos sindicatos e aumentaremos nossa força competitiva”. A missão, porém, não seria fácil. Se a pretensão de Roberto Macêdo era cumprir apenas um mandato, tendo como pressuposto primordial reunificar a Federação, esse desejo foi atropelado pelas circunstâncias que levaram aquela gestão a pleitear a reeleição em 2010. A eleição, no entanto, já trazia a marca de um novo momento iniciado em 2006. Setembro de 2014 | REVISTADAFIEC | 13 O clima tranquilo no ambiente da eleição mostrava que a FIEC estava no caminho certo. A simbologia desse momento pôde ser demonstrada pelo empresário Jaime Aquino, que na época com 87 anos disse estar presente ao pleito por acreditar no processo democrático A principal novidade foi a participação direta dos empresários filiados aos 39 sindicatos ligados à Federação na escolha do presidente da entidade. Duas chapas disputaram o comando da maior entidade de classe do estado: a chapa 1 (FIEC 60 Anos) teve à frente Roberto Macêdo, que buscava a reeleição. A chapa 2 (Participação para Inovar) foi liderada por Orlando Carneiro de Siqueira, titular da OCS Minerais e Empreendimentos. Com 37 votos a favor e um contra, Roberto Macêdo foi reconduzido ao cargo no dia 19 de agosto. O clima tranquilo da reeleição era a prova de que a FIEC estava no caminho certo. A simbologia desse momento pôde ser demonstrada pelo empresário Jaime Aquino, primeiro a votar naquele dia. Aos 87 anos na época, Aquino, que é o maior produtor de caju do mundo, destacou que estava presente ao pleito por 14 | REVISTADAFIEC | Setembro de 2014 acreditar no processo democrático, ressaltando que a eleição trouxe uma revitalização à entidade da indústria. Se entre os dois postulantes o clima era de fraternidade, entre os eleitores não poderia ser diferente. Durante todo o processo de votação, militantes das duas chapas faziam questão de demonstrar esse clima por meio de conversas e debates que enalteciam o fortalecimento da FIEC. A participação dos sindicatos durante o processo eleitoral registrou ainda um fato marcante, que foi a permanência de vários presidentes acompanhando o pleito do começo ao fim. Além dos presidentes de sindicatos, participaram da festa democrática, ressaltando a importância da disputa como prova da força da FIEC, os ex-presidentes da entidade Jorge Parente Frota Júnior e Fernando Cirino Gurgel. Reeleito, Roberto Macêdo percebeu com clareza que a natureza participativa das eleições da FIEC, com 703 empresários votantes, conferiu maior legitimidade e responsabilidade ao grupo que iria conduzir a Federação no próximo período. Por isso, dentre as várias ações que pensou para o novo mandato, priorizou algumas que entendia como os pilares conceituais para a gestão 2010-2014, e que também foram publicados na Mensagem da Presidência da Revista da FIEC de setembro de 2010. Foram eles: Pilares conceituais para a gestão 2010-2014 1. REPRESENTATIVIDADE POLÍTICO-SOCIAL. Fortalecimento da representação empresarial, com intensificação do associativismo e ações compartilhadas com a sociedade e com as diversas áreas dos diferentes níveis governamentais. Essa foi uma das principais formulações identificadas no nosso Planejamento Estratégico. 2. FORTALECIMENTO DAS CADEIAS PRODUTIVAS. A complementaridade entre as indústrias de transformação se apresenta como uma grande oportunidade de atração de novos investimentos, melhorando a competitividade das indústrias locais e contribuindo para o desenvolvimento do setor industrial e do estado. 3. CONSOLIDAÇÃO DA CULTURA DA INOVAÇÃO. O Movimento Empresarial pela Inovação (MEI) deve assumir a mesma dimensão e importância que teve o Programa Brasileiro da Qualidade e Produtividade (PBQP), quando colocou a indústria brasileira no nível de competitividade mundial. 4. CONSOLIDAÇÃO DA CULTURA DA EXPORTAÇÃO. Para estarmos exportando em 2014 mais de dois bilhões de dólares, independentemente da siderúrgica, temos de adotar um novo comportamento no meio empresarial para a atuação no mercado internacional. 5. MARKETING CORPORATIVO. É fundamental que implantemos um sistema de marketing e comunicação interna e externa para mostrar aos empresários e à sociedade o diferencial e a excelência dos nossos serviços oferecidos pelo SENAI, SESI, IEL e CIN. Para isso, temos de nos adequar para atender às demandas de qualificação de mão de obra e de gestão, necessárias para o novo patamar de desenvolvimento industrial do Ceará. A nova diretoria, portanto, passou a defender a mudança comportamental dos industriais cearenses, com mais energia, ousadia e agressividade no processo produtivo e postura inovadora e empreendedora para obter competitividade no mercado externo. Luta que 6. MARKETING INSTITUCIONAL. A força, a importância e o poder de influência da Federação das Indústrias do Estado do Ceará têm de ser percebidos e respeitados pela sociedade e por todas as áreas dos diferentes níveis governamentais. Precisamos desenvolver uma metodologia de marketing e o envolvimento de todos os associados da nossa Federação para, pela força do conjunto, consolidar uma imagem que traduza o respeito pelo que somos. 7. ATUAÇÃO NOS POLOS INDUSTRIAIS. Melhoria da mão de obra e gestão da indústria regional, apoiando a expansão industrial, por meio da estruturação e ampliação das Diretorias Regionais. 8. MELHORIA DA ATUAÇÃO NO PLANO TEMÁTICO. Aumentar a contribuição ao desenvolvimento estadual, regional e nacional, por meio de uma maior integração com a CNI mediante a participação efetiva nos Conselhos Temáticos comuns, dando aos presidentes dos nossos Conselhos Temáticos o status de Diretor. 9. VISÃO CONJUNTURAL E DE LONGO PRAZO. O Conselho Estratégico deverá atuar como orientador da gestão numa visão de longo prazo, levando em consideração as questões conjunturais do Ceará, do Brasil e do mundo. 10. IDENTIFICAÇÃO E DESENVOLVIMENTO DE NOVAS LIDERANÇAS. Temos de alinhar os estatutos dos nossos sindicatos com o espírito democrático adotado pela FIEC. O fortalecimento dos sindicatos e da Federação passa pela renovação permanente de suas lideranças. Devemos também voltar a contribuir, por meio do CIC, para a renovação das lideranças públicas. ainda está longe de ser vencida, mas que teve na gestão que se encerra mais do que uma cobrança, e sim um estímulo em prol do avanço da indústria cearense. O leitor, ao folhear as páginas desta edição especial da Revista da FIEC, com certeza perceberá isso. Setembro de 2014 | REVISTADAFIEC | 15 Associativismo Gestão fortalece sindicatos O número de empresas associadas aos 39 sindicatos aumentou de 1 378 para 2 146, fortalecendo as entidades que constituem a base do sistema representativo do empresariado industrial do Ceará 16 | REVISTADAFIEC | Setembro de 2014 A o assumir a presidência da Federação das Indústrias do Estado do Ceará (FIEC) em setembro de 2006, um dos objetivos do presidente Roberto Proença de Macêdo era fortalecer as entidades que constituem a base do sistema representativo do empresariado industrial do Ceará, contribuindo, assim, para o aumento da competitividade das empresas do estado. Missão cumprida: entre 2007 e julho de 2014, o número de empresas associadas aos 39 sindicatos aumentou de 1 378 para 2 146. Alguns sindicatos, dentre eles os ligados aos setores da construção civil, metalmecânico, alimentos, químico, cerâmico e panificação, puxaram a lista dos que mais agregaram empresas aos seus sindicatos, fortalecendo-os, e, por consequência, fortalecendo a representatividade da própria FIEC. A ideia de investir nesse fortalecimento, além de ser uma ação estratégica implementa- da por Roberto Macêdo baseada no decálogo da governança sindical que publicou na Revista da FIEC, foi potencializada pelo Programa de Desenvolvimento Associativo (PDA) levado a efeito pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) e replicado pelas federações de indústria, cujo objetivo é fortalecer as ações dos sindicatos ligados ao Sistema Indústria. De acordo com a gestora do PDA na FIEC, Lúcia Abreu, somente somando esforços, atuando de forma unida, por meio dos sindicatos, a indústria será capaz de conquistar melhorias no ambiente de negócios, multiplicando seus resultados. Ela explica que o sucesso do PDA no Ceará deve-se muito ao fato de a diretoria da FIEC ter dado absoluta prioridade às atividades propostas. Foi a partir de uma demanda construída por todas as federações de indústria que nasceu o PDA. O programa teve origem na percepção da CNI e das federações sobre a necessidade de modernizar os sindicatos para fortalecer sua atuação em defesa de interesses da indústria. Também foi inspirado em atividades do movimento sindical que vinham sendo realizadas nas federações do Rio de Janeiro e Minas Gerais. O programa amplia a representatividade e a sustentabilidade dos sindicatos, a fim de que reúnam e liderem as indústrias representadas na defesa de interesses do segmento. Atualmente, atua em duas frentes: Associa Indústria e Avança Sindicato. (Veja quadros nas páginas 19 a 21.) “Quando um sindicato se fortalece, fortalece o setor e, consequentemente, fortalece também a representatividade das federações de indústria. É um tema muito estratégico para elas. Se o sindicato moderniza sua ges- Quando um sindicato se fortalece, fortalece o setor e, consequentemente, fortalece também a representatividade das federações de indústria Lúcia Abreu, gestora do PDA na FIEC Setembro de 2014 | REVISTADAFIEC | 17 Os resultados foram rápidos, mediante o crescimento de associados e de novas receitas Ricard Pereira, presidente do Simec tão, faz planejamento estratégico, o setor de uma forma geral começa a vislumbrar o que pode fazer para melhorar. E o PDA tem uma série de cursos, capacitações e outros serviços para dar sustentabilidade a essa construção”, diz Lúcia Abreu. Referência nacional Por conta da prioridade dada ao tema na FIEC, o programa no Ceará acabou se tornando referência nacional. Líderes sindicais, como o vice-presidente da FIEC e o ex-presidente do Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado do Ceará (Sinduscon), Roberto Sérgio Ferreira, e o presidente do Sindicato das Indústrias Metalúrgicas Mecânicas e de Materiais Elétricos do Estado do Ceará (Simec), Ricard Pereira, rodaram o Brasil apresentando suas experiências bem sucedidas, a empresários e gestores sindicais. Mostraram como conseguiram atrair e fidelizar associados, organizar os desafios do setor e tratar as questões comuns às empresas de uma forma geral. O Simec foi às federações do Rio Grande do Sul, Roraima, Maranhão, Rio Grande do Norte, Espírito Santo, Mato Grosso, Paraíba, Santa Catarina e ao Encontro Nacional da Indústria (ENAI), em Brasília. O Sinduscon à federação de Pernambuco e também ao ENAI. O Sindicato das Indústrias de Cerâmicas e Premoldados do Ceará (Sindcerâmica) apresentou-se na federação de Brasília. Em Tocantins e Santa Catarina, foi a vez do Sindicato das Indústrias Químicas, Farmacêuticas e da Destilação de Petróleo do Estado do Ceará (Sindquímica). No Rio de Janeiro, 18 | REVISTADAFIEC | Setembro de 2014 o Sindicato da Indústria Gráfica do Estado do Ceará (Sindgráfica), e, na Paraíba, o Sindicato das Indústrias de Panificação e Confeitaria do Estado do Ceará (Sindpan) divulgaram suas estratégias. Em entrevista ao Portal da Indústria, editado pela CNI, sobre a experiência de associativismo colocada em prática na FIEC, Roberto Macêdo disse estar muito orgulhoso com o desempenho dos sindicatos 'campeões': “Com esses resultados, sentimo-nos com o dever cumprido em grande parte da nossa missão; missão essa realizada com o esforço coletivo da nossa diretoria e dos nossos sindicatos, intimamente integrados com as Casas que compõem o Sistema FIEC”. Simec e Sindcerâmica A experiência de sucesso do Simec, que conseguiu em quase seis anos aumentar em mais de 300% o número de associados, começou por meio do PDA. Conforme Ricard Pereira, ao aproximar-se do programa passou a ter acesso a uma variedade de cursos de formação e capacitação, os quais auxiliaram seu trabalho não apenas como associado ao sindicato, mas, sobretudo, como empresário. Um ponto fundamental para o sindicato alcançar tal resultado foi a realização do planejamento estratégico, que teve assessoria do programa. “Nós conhecemos a situação onde estávamos, onde queríamos chegar, os pontos fortes e os desafios a serem enfrentados nos dois anos seguintes.” A partir da escolha de alguns vetores estratégicos, os associados organizaram as metas para o setor. “Um deles foi a comunicação. Focamos na comunicação interna com os associados, na externa para a sociedade em geral e na transversal com os outros sindicatos”, conta Ricard Pereira. Ele acrescenta: “Os resultados foram rápidos, mediante o crescimento de associados e de novas receitas, além do surgimento de projetos que deram retorno financeiro à entidade, que saiu de um patamar para outro mais alto. Começamos com 51 associados, rapidamente chegamos a cem no período de um ano e agora temos cerca de 200”. Para o presidente do Simec, o relacionamento intersindical foi a grande marca da gestão do presidente Roberto Macêdo: “Por meio desse incentivo, nós estabelecemos relações com sindicatos de outros setores, como o químico, de energia e da construção civil. Vimos que tínhamos pontos comuns e começamos até a fazer reuniões e eventos em parceria. Isso foi muito bom porque crescemos juntos”. Este foi, conta Ricard, um modelo idealizado e implementado pelo presidente da FIEC, o qual gerou uma atuação mais consistente da instituição, fazendo surgir, inclusive, negócios. O Sindcerâmica também aumentou bastante o número de associados. Hoje, são cerca de 150 associados, mas há 14 anos eram em torno de 20. Explica o presidente Fernando Ibiapina: “O crescimento é fruto de um trabalho contínuo, envolvendo a realização do planejamento estratégico com o PDA, que contou com boa participação dos empresários, criação do laboratório de cerâmica, realização de reuniões mensais e mobilização dos associados”. Uma das experiências implementadas foi a descentralização das reuniões. “Resolvemos fazer as reuniões com os associados nas próprias empresas. Foi um sucesso de adesão. A partir daí, iniciou-se uma cultura de compartilhamento de desafios. Os empresários apresentam problemas, discutem desafios e todos contribuem com alternativas e experiências para a melhoria do setor.” Fernando Ibiapina afirma que o resultado é muito positivo. Ele dá alguns exemplos: as empresas associadas conseguiram com o governo do estado a redução da carga tributária em 50% e, com o Ibama, a utilização da poda O caminho é este e não tem volta: fortalecer o sindicato e, por meio dos sindicatos, fortalecer ainda mais a nossa Federação Fernando Ibiapina, presidente do Sindcerâmica do cajueiro, algo que antes era uma demanda muito burocrática; ainda junto ao governo estadual, a carga tributária referente à compra de materiais e equipamentos vindos de outros estados foi reduzida; e, no Sistema FIEC, vários empresários do setor foram treinados e capacitados. Para ele, o trabalho do PDA é muito interessante porque leva um mundo de informações aos sindicatos e aos seus gestores: “Não tenho dúvida de que o apoio que a FIEC deu ao PDA possibilitou alcançar todo esse sucesso. No Sindcerâmica, saímos de 20 associados para 150. O caminho é este e não tem volta: fortalecer o sindicato e, por meio dos sindicatos, fortalecer ainda mais a nossa Federação”. Números do PDA >> 571 participantes em 30 cursos >> 506 participantes em 21 palestras >> 23 sindicatos atendidos no planejamento estratégico >> 1 780 publicações em 56 boletins sindicais de 22 sindicatos >> 31 sindicatos atendidos em pesquisa sindical >> 28 sindicatos pesquisados e 275 empresários entrevistados em pesquisa de satisfação do associado. Fonte: PDA/CE, 2007 a 2014 Apresentação PDA reunião de diretoria, dezembro de 2010 Setembro de 2014 | REVISTADAFIEC | 19 Ações do PDA PROJETO ASSOCIA INDÚSTRIA Parceria entre a CNI e o Sebrae, visa à expansão das iniciativas do PDA destinadas a empresas industriais, possibilitando sua oferta a municípios do interior do país e também a empresas de setores selecionados. OBJETIVOS >> Estimular a ação empresarial coletiva, por meio do Sistema de Representação da Indústria Atividades: — Diálogo sobre a competitividade: Como construir uma indústria forte? — Dia do empresário da indústria Presidente da FIEC com presidentes dos sindicatos associados, em maio de 2012 >> Sensibilizar quanto ao impacto do ambiente de negócios sobre a competitividade da indústria Atividades: — Curso Como evitar problemas trabalhistas? — Curso Como reduzir sua tarifa de energia elétrica? — Curso Como pagar menos tributos? — Curso Como atender a fiscalização do trabalho? — Curso Como prevenir problemas ambientais? >> Disseminar informações práticas sobre assuntos de interesse Atividades: — Intercâmbio de lideranças setoriais Evento mostra as ações do PDA realizadas de 2007 a 2013 Diálogo sobre Competitividade, realizado em julho de 2014 PROJETO AVANÇA SINDICATO Reúne ações para dois diferentes públicos do sindicato: o primeiro formado por seus presidentes e dirigentes, responsáveis pelas decisões e pela atuação em nível estratégico, e o segundo pelos executivos, a quem compete a gestão cotidiana do sindicato e o relacionamento constante com as empresas representadas. OBJETIVOS: >> Orientar e prover ferramentas para estruturação, planejamento e gestão dos sindicatos Atividades: — Planejamento estratégico — Sistema de inteligência de negócios da indústria — Pesquisa sindical 2014 >> Desenvolver nos líderes e executivos de sindicatos competências necessárias para a gestão sindical Atividades: Para líderes sindicais: 20 | REVISTADAFIEC | Setembro de 2014 — Mesa-redonda Estratégias para atrair e manter associados? — Palestra 1 – Desafios do líder sindical empresarial — Palestra 2 – Gestão estratégica do sindicato — Palestra 3 – Negociação coletiva — Palestra 4 – Comunicação e relacionamento com as empresas Para executivos de sindicatos: — Mesa-redonda Como alavancar a gestão do sindicato? — Curso 1 – O papel do executivo na superação dos desafios do sindicato — Curso 2 – Gestão de projetos e parcerias sindicais — Curso 3 – Gestão de procedimentos sindicais — Curso 4 – Gestão do relacionamento com as empresas >> Aprimorar a comunicação e o relacionamento do sindicato com a base empresarial Diálogo sobre competitividade PDA, julho 2014 Atividades: — Portfólio do sindicato — Site do sindicato — Boletim eletrônico do sindicato >> Apoiar projetos inovadores para promoção do associativismo, elaborados pelas federações Atividades: — Projetos inovadores Estrutura operacional Grupo formado por diretores e executivos do Sistema FIEC que participou no hotel Oceanic do Planejamento Estratégico iniciado em 2008 Profissionalização da gestão marca redesenho 22 | REVISTADAFIEC | Setembro de 2014 O Planejamento Estratégico, iniciado em 2008 , foi o celeiro das ideias que culminaram na reestruturação do Sistema. Com o amplo apoio da base empresarial, os encontros no hotel Oceanic geraram os mapas estratégicos do Sistema FIEC e da própria FIEC individualmente, totalmente alinhados às diretrizes do Mapa Estratégico da Indústria 2007-2015 e ao Plano Estratégico do Sistema Indústria 2006-2010 U Sinalizada no discurso de posse do primeiro mandato de Roberto Macêdo, a profissionalização da gestão da FIEC foi delineada em seis anos de intenso trabalho ma profunda mudança no pensar e no fazer marcaram a gestão do Sistema Federação das Indústrias do Estado do Ceará (Sistema FIEC) nos últimos oito anos. O objetivo: realizar gerenciamento estratégico integrado, com foco no negócio e na eficiência dos processos, priorizando a modernização das estruturas e a prestação do melhor serviço. Sinalizada no discurso de posse do primeiro mandato do presidente Roberto Proença de Macêdo, ainda em 2006, a profissionalização da gestão foi delineada em seis anos de intenso trabalho, números significativos e resultados concretos. No suporte à construção dos novos tempos, a ampliação e a consolidação do papel de agente indutor desempenhado pela Superintendência Geral do Sistema FIEC e o apoio da Confederação Nacional da Indústria (CNI) na implantação dos projetos corporativos. O Planejamento Estratégico, iniciado em 2008, foi o celeiro das ideias que culminaram na reestruturação do Sistema. Com o amplo apoio da base empresarial, os encontros no hotel Oceanic em 2008 geraram os mapas estratégicos do Sistema FIEC e da própria FIEC individualmente, totalmente alinhados às diretrizes do Mapa Estratégico da Indústria 2007-2015 e ao Plano Estratégico do Sistema Indústria 20062010. “Por meio do mapa estratégico, queremos deixar para o futuro uma entidade profissionalizada para que seu destino se cumpra, independente de quem esteja à sua frente”, afirmou na época Roberto Macêdo. Setembro de 2014 | REVISTADAFIEC | 23 Por meio do mapa estratégico, queremos deixar para o futuro uma entidade Em um segundo momento, foi realizado o alinhamento de indicadores relativos aos objetivos e diretrizes estratégicos constantes dos mapas das Casas que constituem o Sistema FIEC: Serviço Social da Indústria (SESI), Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI), Instituto Euvaldo Lodi (IEL), Instituto FIEC de Responsabilidade Social (FIRESO) e Instituto de Desenvolvimento Industrial (INDI). Todo o processo de planejamento estratégico ocorreu fundamentado em uma gestão compartilhada, com base nos princípios da participação, descentralização e autonomia. Desenho A partir do planejamento, foi delineado um plano de ação iniciado em 2009, com a implantação do Projeto de Marketing Corporativo, que surgiu como iniciativa da CNI para criar uma cultura de mercado nas federações e que culminou com a criação de uma gerência executiva de negócios, já no segundo mandato de Roberto Macêdo. “No Sistema FIEC, todos falarão a mesma linguagem e teremos um portfólio conhecido e defendido por todos”, disse o presidente, em 2010, durante a posse para a nova gestão. Ele também prometeu adotar uma estrutura empresarial para gerir a instituição, de forma a liberar os diretores da FIEC para uma ação mais focada no desenvolvimento dos setores que representam. Esta iniciativa começou a se concretizar 24 | REVISTADAFIEC | Setembro de 2014 profissionalizada para que seu destino se cumpra, independente de quem esteja à sua frente Roberto Macêdo, presidente da FIEC, na apresentação do mapeamento e redesenho de processos e estrutura organizacional, em 2011 em 2011, por meio da contratação da Consultoria Personal para o desenvolvimento do Projeto de Mapeamento e Redesenho de Processos e Estrutura Organizacional da FIEC. A ideia incluiu o estudo das características da estrutura das áreas corporativas do Sistema FIEC e a definição de propostas de melhoria, as quais possibilitassem agregar valor ao negócio do Sistema, mediante o Projeto Inovação e Melhoria de Processos, cujo objetivo foi o de modernizar métodos, agilizar fluxos e estimular relacionamentos, sempre com foco na melhoria contínua das áreas corporativas. O novo desenho da estrutura organizacional corporativa foi apresentado aos gestores em abril de 2013 e trouxe, por meio do Projeto de Implantação da Nova Estrutura Organizacional do Sistema FIEC, dentre outras mudanças, a integração das áreas de comunicação, por meio da criação da Gerência de Comunicações (Gecom), e a criação de três gerências executivas: administrativa financeira, de negócios e de planejamento e controle, todas ligadas diretamente à Superintendência Geral. Atribuições A Gerência Executiva Administrativa Financeira (Gedaf) coordena as ações das gerências de Recursos Humanos (Gerhur), Gerência do Centro de Conhecimento, Editoração, Documentação, Informação e Pesquisa (Gedip), Gerência de Engenharia e Logística (Gelog), Gerência de Contabilidade e Patrimônio (Gecop), Gerência de Licitações e Compras (Gelic) e Gerência Financeira (Gefin). A Gerência Executiva de Negócios (Genex), cujas atribuições são planejar, coordenar, acompanhar e avaliar as atividades da Gerência Corporativa de Marketing (Gemar) e da Gerência Corporativa de Vendas (Geven), também foi criada a partir do processo de redesenho organizacional, e reúne os atuais 11 agentes de vendas do Sistema FIEC. A Gerência Executiva de Planejamento e Controle (Gepco) tem a responsabilidade de viabilizar os recursos tecnológicos de infraestrutura, administração de rede, banco de dados, suporte técnico e sistemas de informações vinculados à Gerência de Tecnologia da Informação (Getic), a gestão de contratos, custos e avaliação das normas e controles internos por meio da Gerência de Controladoria (Gecot) e a gestão estratégica, orçamento corporativo, gestão de riscos, projetos e processos por intermédio da Gerência de Planejamento (Gepla). Ao final de oito meses, o Projeto de Mapeamento e Redesenho de Processos e Estrutura Organizacional da FIEC analisou 54 processos de 43 áreas, fechando um total de 205 reuniões e 92 normas criadas pelos setores reestruturados. O surgimento de uma nova estrutura decisória, na qual a Superintendência Geral assume caráter executivo, e a definição de várias instâncias de governança prometem dar maior agilidade à tomada de decisões, cujos reflexos incidirão diretamente na melhoria da produtividade e do atendimento ao cliente final. Transparência no uso dos recursos E m junho de 2011, o Sistema FIEC deu início ao processo de implantação do Projeto de Custos e Resultados, programa nacional desenvolvido pelo Sistema Indústria, que objetivou dar ainda mais transparência ao uso dos recursos e promover a maximização dos resultados. Elaborado pela CNI, o projeto foi dividido em quatro fases. A primeira foi o diagnóstico, Implantação em 2011 do Projeto de Custos e Resultados concluído em 2006, quando foi definida a metodologia de custeio baseado em atividades (ABC); a segunda foi a modelagem conceitual, concluída em 2009; a terceira, a avaliação e a aquisição de software especializado em custeio ABC, concluída em 2009; e, por último, a fase de implantação, iniciada em janeiro de 2010. Na Federação do Ceará, os patrocinadores do Projeto de Custos e Resultados da CNI foram o superintendente do SESI/ CE, Francisco das Chagas Magalhães, e o superintendente geral do Sistema FIEC, Paulo Studart Filho, juntamente com o gerente de Contabilidade, Vanderley Coelho Viana, coordenador do projeto, e o assessor Solon Nogueira. A equipe responsável pela implantação do projeto, incluindo a KPMG Auditores Externos Independentes, realizou com os gestores do Sistema entrevistas para validação das atividades desenvolvidas por cada um. As entrevistas levantaram dados sobre o “quê” é feito pelos setores, “como” é feito e para onde vão os dados processados. Em seguida, foram definidos os pacotes-padrão de atividades. Os principais benefícios esperados com a iniciativa são a transparência na aplicação dos recursos, o conhecimento dos custos por atividade e por produtos e serviços, os melhores resultados de produtos e serviços e o suporte que tais informações darão à tomada de decisões estratégicas. Setembro de 2014 | REVISTADAFIEC | 25 A era Protheus O superintendente geral do Sistema FIEC, Paulo Studart Filho, coordenou a implantação do projeto A efetivação do Projeto de Mapeamento e Redesenho de Processos e Estrutura desenvolvido no Sistema FIEC criou um ambiente favorável para que a federação cearense fosse uma das primeiras no país a ser contemplada com a implantação do projeto ERP Protheus, da CNI, no ano de 2012. Sistema utilizado para fazer o planejamento de recursos da empresa, integrando todos os dados e processos em um único local, o ERP Protheus chegou com a proposta de ser um novo modelo de gestão que promete integrar os processos das áreas de planejamento, orçamento, suprimentos, financeira, patrimônio e fiscal/contábil. O processo de implantação foi realizado sob a orientação da CNI, da AGF Consultoria, da Empresa Totvs e da Diretoria Executiva da FIEC (Direx) e promoveu a capacitação de 39 colaboradores das áreas financeira, fiscal, patrimônio, contábil, planejamento, suprimentos, custos e orçamento, em 31 processos, resultando em 274 horas de treinamento. A fase de implantação, que uniu a parametrização dos dados, a capacitação de pessoal e a integração, foi seguida pela validação de todos os testes realizados e a efetiva implan- 26 | REVISTADAFIEC | Setembro de 2014 tação do ERP em todo o Sistema FIEC no dia 2 de setembro de 2013. A chegada do ERP Protheus também possibilitou o desenvolvimento de uma nova base tecnológica destinada a tratar das questões orçamentárias das unidades do Sistema. A revisão do modelo de gestão orçamentária, com foco no gerenciamento, acompanhamento e monitoramento, teve como grande objetivo incentivar a construção de uma cultura de descentralização, possibilitando a cada gestor acompanhar diretamente seu saldo orçamentário. Além da descentralização, o uso do Protheus na elaboração e gestão do orçamento permite a integração de dados, já que a ferramenta integra todas as áreas, tendo como principal benefício a confiabilidade das informações. Em paralelo à implantação do ERP Protheus, uma parceria com o IEL Nacional e com a Consultoria Cymo promoveu a reestruturação da área de suprimentos do Sistema FIEC, a fim de garantir a aderência de seus processos ao ERP Protheus. Os seis contemplados foram licitação, compras diretas, gestão de contratos, gestão dos estoques, gestão de cadastro de materiais e fornecedores. O projeto Implementação das Recomendações do Diagnóstico dos Processos da Área de Suprimentos do Sistema FIEC elaborou os planos de ação para a implementação das recomendações do diagnóstico realizado no período de abril a maio de 2013, além de reestruturar, acompanhar a implementação e auditar a execução dos processos críticos da área de suprimentos, garantindo sua máxima eficácia operacional. Ao final do projeto Reestruturação dos Processos da Área de Suprimentos, iniciado em 2013, foi contabilizado um total de 203 ações, das quais 66% estão concluídas e 25% em andamento. Dentre as iniciativas destacam-se a resolução que cria o almoxarifado do Sistema FIEC e a área de cadastro. O objetivo é contribuir para a melhoria da cadeia de suprimentos. Essas ações se refletem diretamente na modernização da gestão de suprimentos, promovendo maior competitividade, celeridade e economicidade aos processos licitatórios. Modelo de excelência E m 2009, o SESI/CE foi um dos primeiros do país a aderir ao Modelo de Excelência da Gestão (MEG), o principal projeto do Programa de Desenvolvimento da Gestão desenvolvido pelo Departamento Nacional do SESI. Na época, a instituição no Ceará registrava 61 pontos na régua de avaliação da Fundação Nacional da Qualidade (FNQ), relativos a estágio de maturidade da gestão da organização nas dimensões de processos gerenciais e resultados organizacionais. Após cinco anos, o projeto, que teve no presidente da FIEC e diretor regional do SESI, Roberto Macêdo, um dos seus principais patrocinadores, registra mais de 600 pontos na mesma régua de avaliação, resultado do compromisso das pessoas que fazem a organização, o que significa que a entidade segue a passos largos rumo à excelência, com um percentual dez vezes maior de aderência às práticas de gestão reconhecidas mundialmente. A implantação do MEG, fruto do papel de agente do desenvolvimento do Sistema FIEC exercido por Roberto Macêdo, proporcionou ao SESI/CE adequar as suas práticas de gestão aos conceitos de uma empresa de Classe Mundial, com vistas à geração de resultados que tornem a entidade mais competitiva. Nos últimos anos, o MEG gerou o ambiente propício para a reflexão, a discussão e a geração do planejamento estratégico do SESI, horizonte 2014-2022, que prevê, dentre outras mudanças relevantes, o reposicionamento de mercado e de marca. Também ensejou a definição de um sistema de gestão da qualidade único para a instituição, o fortalecimento da cultura organizacional, o aprimoramento das práticas de mercado e permitiu uma mudança de pensar a organização como uma empresa que persegue seus propósitos e que gera valor aos seus clientes. Segundo o superintendente regional do SESI/CE, Francisco Francisco das Chagas Magalhães, durante a solenidade do Prêmio Ceará de Excelência da Gestão, na qual o SESI/CE foi agraciado com o bronze, em 2011 das Chagas Magalhães, o objetivo do MEG é criar uma cultura de gestão voltada para resultados e competitividade. Ele completa: "A partir da assimilação da cultura, pode-se esperar uma série de resultados tangíveis: redução de retrabalhos e cumprimento de prazos, além de benefícios intangíveis, uma maior motivação da equipe e um melhor relacionamento entre o SESI/CE, seus fornecedores e, principalmente, seus clientes". Para assegurar a assimilação da cultura da excelência, a instituição contou com a consultoria do SENAI de Santa Catarina, que, por cinco anos, orientou a implementação do MEG, o qual, em 2014, fechou seu quinto ciclo, quando se encerra como projeto e passa a ser programa, já que está incorporado às rotinas da instituição. Premiação Em 2011, o SESI/CE recebeu a premiação categoria bronze do Prêmio Ceará de Excelência da Gestão, criado pelo Movimento Ceará Competitivo (MCC) para reconhecer e premiar a experiências de sucesso de micro, pequenas, médias e grandes empresas que utilizam o MEG. Na ocasião, a entidade foi avaliada a partir dos 11 fundamentos de excelência e dos oito critérios estabelecidos pelo MEG – Liderança, Estratégias e Planos, Clientes, Sociedade, Informações e Conhecimento, Pessoas, Processos e Resultados –, que compõem uma série de práticas e indicadores de desempenho. A premiação creditou o SESI a assumir o compromisso maior de servir de referência às empresas do Ceará que creem em fundamentos como valorização das pessoas e da cultura, responsabilidade social, olhar para o futuro e liderança transformadora. Setembro de 2014 | REVISTADAFIEC | 27 Gestão de pessoas Marcos Lima, consultor sênior no Instituto de Avaliação & Gestão, participou em 2009 da implantação do Programa de Avaliação por Desempenho por Resultados Programas atraem e retêm talentos A ideia é clarificar e aperfeiçoar as formas de crescimento profissional no Sistema FIEC, possibilitando uma visão clara de possíveis opções de crescimento e progressão em diferentes carreiras 28 | REVISTADAFIEC | Setembro de 2014 O Plano de Cargos e Carreiras e Salários do Sistema FIEC, implantado em 1o de fevereiro de 2008, em substituição ao anterior, datado de 1990, foi um dos principais programas da área de gestão de pessoas da administração de Roberto Proença de Macêdo. Resposta positiva a uma reivindicação antiga dos colaboradores do Sistema, a elaboração do plano contou com um grupo de trabalho que tomou por base os valores salariais referenciais de mercado da região metropolitana de Fortaleza, bem como os valores praticados nas unidades do Sistema S instaladas na Região Nordeste. Já a sistemática de progressão prevista na Política de Cargos, Carreiras e Salários foi desenvolvida em 2010, definindo os critérios de movimentação funcional nas faixas salariais existentes. Em março de 2009, o Sistema FIEC implantou o Programa de Avaliação de Desempenho por Resultados, com o objetivo de obter o melhor saldo final a partir do alinhamento das metas estratégicas de atuação e performance dos colaboradores. O processo de avaliação de desempenho foi construído de forma estruturada e sistemática para o desenvolvimento fundamentado numa metodologia de análise qualitativa e quantitativa do “saber e saber fazer” individual e do conjunto. Em 2010 e 2012, pesquisas retrataram o clima e a satisfação organizacional da instituição, permitindo a efetivação de planos de ação construídos de forma compartilhada com representantes de todas as áreas envolvidas. Capacitação Nos últimos oito anos, o Sistema FIEC também investe na capacitação de seus gestores, por meio de ações que objetivam proporcionar a ampliação da visão de negócios e o aperfeiçoamento de habilidades técnicas e comportamentais. Nesse sentido, os gestores também foram capacitados na habilidade feedback, processo que permite uma melhor gestão da satisfação, do comprometimento e do desempenho de pessoas e equipes. O Plano de Capacitação e Desenvolvimento oferece aos colaboradores condições de desenvolvimento profissional e pessoal, proporcionando-lhes conhecimentos, habilidades, atitudes e um melhor desempenho na execução de suas atividades e empregabilidade. Até maio de 2014, 92 colaboradores estudavam com subsídio do Sistema, sendo 37 em graduação, 47 em cursos de pós-graduação e oito em mestrado. Abertura em 2008 do Programa de Desenvolvimento de Líderes (Germinar) Encontro para mostrar resultados das pesquisas de clima e satisfação dos colaboradores do Sistema Processo de capacitação de gestores envolveu todas as Casas do Sistema FIEC Setembro de 2014 | REVISTADAFIEC | 29 do diagnóstico do SESI Indústria Saudável, o projeto mapeou os aspectos de saúde e estilo de vida dos colaboradores, partindo do princípio de que a prevenção é o principal meio para evitar problemas de saúde. A criação de um programa de trainee respondeu à necessidade do Sistema FIEC de manter uma estratégia de formação de capital humano devidamente alinhada com seus objetivos estratégicos. A ação foi iniciada em 2012, visando, inicialmente, provimento de docentes do SENAI. Diretor administrativo adjunto da FIEC, Ricardo Cavalcante, ao lado de José Carlos Braide da Gama, diretor financeiro (à direita), e Edgar Gadelha Pereira Filho, diretor financeiro adjunto, na abertura do Caminhada pela Qualidade de Vida, realizado em 2011 Dentre os programas desenvolvidos pela área de recursos humanos na gestão de Roberto Macêdo destacam-se o Programa de Preparação para Aposentadoria, em 2009, denominado Pós-Carreira, com o intuito de promover a valorização dos colaboradores aposentados e propiciar a revitalização do quadro de pessoal, e o Programa Qualidade de Vida, desenvolvido em 2011, em resposta às demandas registradas na pesquisa de clima organizacional, que envolveu diretores da FIEC e colaboradores do Sistema. Por meio Distribuição por instituição e modalidade de ensino (posição até maio/2014) SESI 49 SENAI 37 FIEC 4 CONDOMÍNIO 2 TOTAL 92 GRADUAÇÃO 37 PÓS-GRADUAÇÃO 47 MESTRADO 8 Negócios O terceiro Encontro de Mercado ocorrido no Castelão em 2014 envolveu, além de agentes de venda, gestores das Casas Sistema FIEC amplia relação com mercado Portfólio integrado, agentes de vendas capacitados, projetos especiais e campanhas publicitárias específicas marcam a atuação da Gerência Executiva de Negócios (Genex) 32 | REVISTADAFIEC | Setembro de 2014 U ma nova ordem rege a linha de atuação do Sistema FIEC, a partir da criação, em outubro de 2013, da Gerência Executiva de Negócios (Genex), resultado do redesenho de processos e da estrutura organizacional iniciado na segunda gestão do presidente Roberto Proença de Macêdo (2010/2014). Voltada para o incremento de uma cultura de mercado destinada a assegurar a sustentabilidade das entidades que compõem o Sistema, a gerência executiva atua diretamente no reforço do marketing corporativo e institucional da organização, ampliando a comunicação mercadológica dos serviços oferecidos pelo Serviço Social da Indústria (SESI/CE), Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI/CE), Instituto Euvaldo Lodi (IEL/CE), Instituto de Desenvolvimento Industrial (INDI) e Centro Internacional de Negócios (CIN) para as indústrias cearenses e à sociedade. Segundo o gerente executivo da Genex, Erick Picanço Dias, embora o ano de 2014 seja ainda de ajustes, o setor já conseguiu efetivar alguns pontos, como a padronização de valores e a venda de serviços do Sistema FIEC em um portfólio integrado, trabalhado por meio dos agentes de vendas, além de produzir projetos especiais e campanhas publicitárias específicas para divulgação dos produtos e ações das unidades. “Acredito que trouxemos uma nova ordem ao Sistema FIEC. Antes da implantação oficial da área de negócios, havia boa vontade e muito trabalho por parte dos gestores, mas faltava um direcionamento na comunicação com o mercado”, avalia. Atualmente, a Genex coordena a Gerência de Marketing (antiga Unimarketing, criada em 2010) – que reúne as áreas de Relacionamento com o Mercado, Inteligência de Mercado, Atendimento Publicitário e Gestão de Portfólio (esta última em processo de implantação) – e a Gerência de Vendas, dividida na Administração de Vendas e Atendimento ao Cliente, com 13 agentes de vendas atuando na região metropolitana de Fortaleza, em Sobral (região norte) e Juazeiro do Norte (região sul). O trabalho das áreas tem, como direcionadores, a agilidade no atendimento ao cliente e a economia de custos internos. Hoje, a Gerência de Vendas, por exemplo, entrega mais de 70% de propostas comerciais aos clientes em até 24 horas. Quando há necessi- O ano de 2014 está sendo de ajuste, com a padronização de valores e venda de serviços do Sistema FIEC em um portfólio integrado. Projetos especiais e campanhas publicitárias específicas estão divulgando os produtos e ações das unidades Erick Picanço Dias, gerente executivo de Negócios do Sistema FIEC dade da visita de um consultor, o prazo pode chegar a até 48 horas. Já no quesito de produção e veiculação de campanhas publicitárias, como a do Minuto da Indústria, a gerência obteve um desconto de tabela no valor de 68% na veiculação pelo Sistema Jangadeiro de Comunicação. “Compramos também quatro páginas nas revistas Veja e Exame, para divulgação de anúncios de campanhas do SESI e do SENAI, e obtivemos um desconto que chegou a quase 60%, com veiculação também nos mercados do Piauí e Maranhão”, diz Erick Picanço. A área de Atendimento Publicitário proporcionou ao Sistema FIEC uma economia de 616 965,40 reais com a criação e a produção de peças e campanhas publicitárias entre janeiro a maio de 2014. O valor é uma estimativa que tem como base a tabela cheia de 2013 do Sindicato das Agências de Propaganda do Ceará (Sinapro), caso o mesmo material fosse produzido por uma agência de publicidade externa. “A gente fala, sem medo de ser feliz, que o Sistema FIEC está tendo crescimento em termos de receita real, principalmente no que tange à pessoa jurídica. Segundo dados da Gerência de Vendas, o volume fechado de receitas em vendas corporativas, de janeiro a julho de 2014, ficou em 7.796.794 reais”, afirma o gestor. Estimativa do valor das peças criadas para o Sistema FIEC pelo Atendimento Publicitário da Gerência de Marketing de janeiro a maio de 2014, caso fossem criadas por agências de publicidade externas Setembro de 2014 | REVISTADAFIEC | 33 Novos desafios A Área de Inteligência de Mercado, da Gerência de Marketing, está conduzindo, desde abril de 2014, a organização da primeira pesquisa corporativa de demanda SESI, SENAI e IEL, cujo objetivo é identificar as necessidades das indústrias cearenses em relação aos serviços e produtos que as três entidades oferecem, bem como àqueles que, potencialmente, poderão ofertar no futuro. A pesquisa tem parceria com o INDI e deverá ser realizada de setembro a novembro de 2014, com aplicação de 590 questionários em estabelecimentos industriais localizados em sete mesorregiões do Ceará – Sul, Centro-Sul, Sertões, Jaguaribe, Noroeste, Norte e Região Metropolitana de Fortaleza – divididos em 11 segmentos industriais (alimentos, produtos têxteis, confecção do vestuário, couro e calçados, plásticos e polímeros, produtos minerais não metálicos, produtos de metal, mobiliário e construção civil). O investimento é de 64 000 reais, a cargo do SENAI/CE e do SESI/CE, e a expectativa é que os resultados sejam apresentados em dezembro. Comunicação com o mercado A mpliar a comunicação do Sistema FIEC com o mercado e a sociedade. Desde o dia 12 de maio de 2014, o Minuto da Indústria – produzido com apoio da Gerência de Marketing – é veiculado às segundas, quartas e sextas-feiras na TV Bandeirantes (intervalo do Jornal da Band), site da Tribuna do Ceará.com e em spots da rádio Tribuna Band News e em mais seis rádios do interior cearense, mostrando o que as entidades do Sistema FIEC podem fazer pelos empresários, trabalhadores da indústria e pessoas físicas. De acordo com Erick Picanço, o Minuto da Indústria terá, ao total, 52 programas iné- 34 | REVISTADAFIEC | Setembro de 2014 ditos de tevê veiculados até maio de 2015, “tornando o Sistema FIEC bem mais próximo”. Estão sendo apresentados assuntos como o certificado de origem, explicado pela equipe do CIN, e o portfólio de cursos do IEL/CE. “Unidades do SESI e do SENAI estão abrindo as portas e mostrando os serviços que oferecem, como o SESI NR Saúde, que atende mais de mil pessoas por dia.” Dentre as campanhas publicitárias produzidas sob a responsabilidade da área de Atendimento e Criação Publicitária destaque para as do SESI Educação, SESI Qualidade de Vida e SENAI STT (Serviços Técnicos e Tecnológicos), veiculadas de maio a julho de 2014. A campanha Solução SENAI – apresentada em VTs nos intervalos do Jornal da Band/TV Bandeirantes-Jangadeiro, Jornal Nacional, Bom Dia Brasil/Rede Globo e Jornal da Record/TV Record – mostrou, em depoimentos de colaboradores e empresários, as soluções que a entidade traz para a indústria cearense, gerando, inclusive, entrevistas na Rádio CBN Fortaleza. Para a Qualidade de Vida do SESI, a campanha Check-Up da Indústria utilizou um tablet, no qual foram listados oito serviços, envolvendo tanto aqueles com alta demanda, como também produtos que as indústrias desconheciam. Em relação à participação do Sistema FIEC em eventos, destaque para a apresentação dos equipamentos e ferramentas educacionais do SENAI/CE durante a exposição de tecnologias educacionais SENAI: O Futuro, realizada de 20 a 23 de agosto, no Shopping Iguatemi de Fortaleza. Vendas corporativas: 7,8 milhões de reais de janeiro a julho de 2014 O s primeiros sete meses de 2014 foram considerados muito positivos para o Sistema FIEC, em ganhos de vendas corporativas/pessoa jurídica, segundo o gerente de Vendas Eduardo Cavalcanti. Pelos dados do sistema de gestão de vendas e relacionamento com o cliente – o CRM Pessoa Jurídica –, o volume total de negócios gerados chegou a 18 milhões de reais. Deste valor, 10,3 milhões de reais estão em negociação e 7,8 milhões de reais foram efetivados com as indústrias no Ceará, representando um crescimento 52% maior de receita em relação a janeiro-julho de 2013 – mesmo incluindo um mês de junho atípico, com o advento da Copa do Mundo, quando o país praticamente parou em dias de jogo da seleção canarinha. Sessenta por cento das propostas fechadas (comercializadas por meio de um portfólio integrado de serviços SESI/CE e SENAI/ CE) são do SESI, onde 85% são serviços ligados à saúde e à segurança do trabalho (SST) e 15% à vida saudável (a linha educação é uma receita fomentada e seu valor não figura nas vendas corporativas). As outras 40% das propostas são do SENAI, em que 40% são de educação profissional e 60% em serviços técnicos e tecnológicos. Eduardo Cavalcanti informa que, historicamente falando, o grosso da receita do SENAI é proveniente de pessoa física: o próprio profissional procura as unidades em busca de formação profissional. “Nosso ticket médio, ano passado, era de 1 150 reais por proposta. Em 2014, está em Setembro de 2014 | REVISTADAFIEC | 35 O feedback das indústrias têm sido positivo. Os empresários acreditam que ficou mais fácil acessar o Sistema FIEC e que o atendimento ficou mais padronizado com o trabalho dos agentes de vendas e a comercialização de um portfólio integrado de serviços SESI, SENAI e IEL Eduardo Cavalcanti, gerente de Vendas do Sistema FIEC 2 160 reais, um crescimento médio de 87%, resultado do trabalho da equipe dos 13 agentes de vendas pelo estado do Ceará. Como eu cresço as vendas, se tenho um parque industrial que se mantém estável? Vendendo mais serviço agregado para o mesmo cliente”, responde Eduardo. Ele acrescenta: “Se eu tinha indústria que só comprava SENAI, hoje ela também está comprando serviços do SESI. Se a mesma indústria só comprava uma linha de produtos SESI, passou a comprar outra linha. Se o cliente comprava apenas os serviços de educação profissional do SENAI, agora está comprando serviços técnicos e tecnológicos”. A estimativa com o qual a gerência trabalha é que as vendas para pessoa jurídica encerrem, em 2014, numa receita entre 10 milhões de reais e 11 milhões de reais em negócios, ou seja, cerca de 30% a mais do que foi gerado em 2013. O resultado foi de 7,95 milhões de reais. “Considero um crescimento significativo, se levarmos em conta o cenário brasileiro econômico adverso, no qual as indústrias seguram seus investimentos num ano de Copa do Mundo e eleições. A indústria cearense, por exemplo, deverá ter um crescimento de 2% a 3% em 2014, segundo algumas previsões”, avalia o gerente. Para Eduardo Cavalcanti, é preciso considerar 2013-2014 como um ano de implantação de um modelo de negócios corporativo ainda em desenvolvimento no Sistema FIEC. Por duas razões: a própria equipe da Gerência de Vendas começou a ser montada e treinada a partir de outubro de 2013 e o fluxo de vendas corporativo SESI/SENAI e IEL estará rodando, até o fim de 2014, num modelo de vendas corporativo certificado pela ISO 9001 – que ocorrerá mediante a certificação corporativa SESI/SENAI/IEL. O SENAI/CE está em processo de certificação ISO 9001:2008, enquanto o SESI/CE a obterá em outubro e o IEL em novembro. “Sem dúvida, as vendas corporativas do Sistema FIEC irão crescer ainda mais em 2015, porque vamos criar todos os padrões para procedimentos, a fim de ganhar em celeridade e ter uma nova forma de trabalho organizada. Finalizar a implementação da área, com a aplicação do modelo de vendas corporativas para o SESI, SENAI e IEL, por meio da certificação do Sistema de Gestão da Qualidade na ISO 9001, é nosso grande desafio deste ano ainda”, conta Eduardo Cavalcanti. A estimativa com o qual a Gerência de Vendas trabalha é que as vendas para pessoa jurídica encerrem, em 2014 , numa receita entre 10 milhões de reais e 11 milhões de reais em negócios, ou seja, cerca de 30% a mais do que foi gerado em 2013 36 | REVISTADAFIEC | Setembro de 2014 Foco é ampliar canais de vendas para micro e pequenas indústrias em 2015 A ampliação dos canais de venda para atendimento às micro e pequenas indústrias é um dos grandes desafios que a Gerência de Vendas tem para 2015. Com apoio da Gerência de Marketing, serão implantadas, até o próximo ano, uma plataforma web para venda de serviços (na qual tanto usuários quanto indústrias poderão contratar e gerar pagamentos) e uma Central Ativa de Vendas – com o objetivo de centralizar e realizar tanto o atendimento receptivo para a pessoa jurídica quanto à pessoa física, com venda direta por telefone. Eduardo Cavalcanti explica que a central terá como foco estimular a venda para micro e pequenas indústrias, trabalhando linhas do SENAI, principalmente educação profissional, além de cursos do IEL e serviços do SESI para pessoa física. “Com essa central integrada, vamos atender também todo o estado. Em 2014, estamos com a intenção de atender 1 200 indústrias, entre médias e grandes, implementando essa nova metodologia de trabalho mediante a venda do portfólio único de serviços. Mas sabemos que precisamos de capilaridade para atender um volume maior de indústrias, como as micro e pequenas indústrias, cujas vendas ainda são de pouca monta”, explica, adiantando que a expectativa é que as vendas corporativas aumentem mais de 30% em 2015, em comparação a 2014, com a implantação dos novos projetos. Outro projeto que a Gerência de Vendas acompanhará em 2015 é a adequação do portfólio dos serviços SESI/SENAI/IEL, por meio da criação da nova área de Gestão de Portfólio na Gerência de Marketing. “Hoje, vendas e marketing são interligados. Ninguém faz nada sem Volume de vendas PJ 31% 12000000 52% 10000000 8000000 6000000 4000000 2000000 0 Até julho Fechamento anual Volume negociado (R$) - Até julho 2014 Em negociação Fechados Total negócios R$ 10.362.934,47 R$ 7.796.794,21 R$ 18.159.728,68 o outro. O que temos argumentado – tanto no SENAI, quanto no SESI e IEL – é que certos produtos já não respondem mais às demandas do mercado. São produtos que precisam ser reposicionados ou mesmo extintos do portfólio. A área de vendas apenas sinaliza o que o mercado quer ou não quer. A área de portfólio começará esse mapeamento”, afirma Eduardo Cavalcanti. Sebraetec Com prospecção prioritária também para micro e pequenas indústrias, a equipe de agentes de vendas também estará sendo estruturada para atender o Programa Sebraetec/SENAI – uma linha de financiamento do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), na qual os pequenos negócios têm acesso a soluções de prestadores de serviços tecnológicos (como o SENAI) em sete áreas de conhecimento: design, produtividade, propriedade intelectual, qualidade, inovação, sustentabilidade e tecnologia da informação e comunicação. O Sebrae chega a subsidiar até 80% do valor do projeto de inovação, em que o SENAI é o grande executor. “Consideramos o Sebraetec um projeto-piloto. Por isso, contratamos um agente de vendas especialista no programa, somando-se aos 12 outros profissionais que atuam na região metropolitana de Fortaleza, Juazeiro do Norte e Sobral. Se o programa deslanchar, deveremos ampliar o número de agentes especialistas”, finaliza Eduardo Cavalcanti. Setembro de 2014 | REVISTADAFIEC | 37 CRM: a inteligência de negócios Equipe que elaborou e apresentou o CRM durante reunião da diretoria plena da FIEC S e o CRM fosse comparado a um órgão humano, ele equivaleria seguramente ao cérebro. Este sistema de gestão integrado de relacionamento com o cliente reúne toda a base de dados de pessoa jurídica (PJ), pessoa física (PF) e serviços do SESI, SENAI e IEL, e é o que permite ao Sistema FIEC cruzar informações com o objetivo de criar relatórios gerenciais sobre quem é seu cliente, seu perfil por porte, as receitas geradas por unidade, os serviços adquiridos em áreas de lazer, saúde e educação; a quantidade de atendimentos, especialidades preferidas de saúde, a demanda por cursos, gestão de matrículas e quais são os elogios, sugestões ou reclamações feitas na central de relacionamento, por exemplo. “O CRM é a inteligência de negócios. Sem seus dados, é como voar sem radar. Os relatórios gerenciais gerados permitem que a Gerência Executiva de Negócios, envolvendo a Gerência de Marketing e a Gerência de Vendas, possa construir vários projetos e estratégias atuais e futuros – como o Portal do Cliente, leitor biométrico para identificação de usuários, totem de autoatendimento no SESI e o SENAI On-line – na busca de soluções de relacionamento com o mercado para o Sistema Indústria”, explica o coordenador Ricardo Goulart, da área de Relacionamento com o Mercado da Gerência de Marketing. O sistema é apoiado por três bases de dados: a de clientes pessoa jurídica, a de clientes pessoa física e a de serviços. Até agosto de Até agosto de 2014 , a base de PJ contava com 35 710 estabelecimentos cadastrados. Deste número, 19 756 são indústrias, sendo 4 066 empresas contribuintes 38 | REVISTADAFIEC | Setembro de 2014 2014, a base de PJ contava com 35 710 estabelecimentos cadastrados. Deste número, 19 756 são indústrias, sendo 4 066 empresas contribuintes. A base contém informações como segmento econômico, localização, número de funcionários, arrecadação compulsória, etc. e é integrada com o Sistema de Gestão de Arrecadação (Siga), o principal meio que o Sistema Indústria utiliza para gerir a arrecadação das empresas industriais. De acordo com Ricardo Goulart, o Ceará foi o primeiro estado brasileiro a conseguir essa integração automatizada ao Siga. A base de serviços conta com mais de 2 000 serviços cadastrados do SESI, SENAI e IEL, divididos por linhas, grupos, prestadores e tabela de preços (saúde). A base de pessoa física conta com mais de 585 000 CPFs cadastrados, o que equivale, proporcionalmente, a 25% da população de Fortaleza. Com os dados disponíveis, o CRM pode criar cadastros de entradas, consultas, indicadores e oportunidades de melhorias e gerar relatórios específicos, tanto estáticos quanto dinâmicos, “como ver os dez tops clientes, os que mais compram e quais o que mais arrecadam, além de filtrar por instituição: SESI, SENAI ou IEL. Ou algo mais específico, como saber quais unidades do SESI venderam serviço de ginástica laboral, em determinado período, para as empresas de construção civil, por meio do acesso à base de dados e o cruzamento das informações”, explica Ricardo Goulart. Com a base de dados de PJ, PF e serviços, o CRM coloca à disposição das unidades SESI e SENAI os módulos saúde, pessoa jurídica, demanda pessoa física, módulo educação/SESI, módulo lazer, central de relacionamento e queremos ouvir você. Histórico Com objetivo de substituir o antigo Sistema Integrator e unir os dados de clientes e serviços do SESI e do SENAI, o CRM integrado foi lançado em maio de 2011, alimentado pelas bases de dados de clientes PJ, a de clientes PF e a de serviços. Posteriormente, o projeto dos módulos foi desenvolvido ao longo dos anos, numa parceria entre a área de Desenvolvimento de Sistemas da TI, em conjunto com a Gerência de Marketing. Ao longo do processo de implantação do CRM, foram acrescentados o queremos ouvir você, um procedimento para registro de reclamações, sugestões e elogios; e uma central de relacionamento terceirizada. Depois da entrega de todos os módulos, o CRM entrou na fase de gestão e implantação de melhorias de sistemas, com a criação dos Comitês Consultivos de Mudança (CCM), considerados uma boa prática de desenvolvimento de ITO (Information Technology Outsourcing, uma espécie de ISO da área de tecnologia da informação). Setembro de 2014 | REVISTADAFIEC | 39 Sistema FIEC 40 | REVISTADAFIEC | Setembro de 2014 Estímulo à inovação Um dos pilares da gestão de Roberto Macêdo, a inovação nas indústrias cearenses tem sido incentivada nos últimos oito anos como estratégica para o aumento da competitividade A busca pela incorporação da inovação nas organizações empresariais cearenses foi um dos principais pilares da gestão de Roberto Proença de Macêdo à frente da Federação das Indústrias do Estado do Ceará (FIEC). Na defesa de que a inovação é essencial para a sobrevivência num cenário cada vez mais competitivo e globalizado, nos últimos oito anos, o Sistema FIEC discutiu amplamente o assunto e realizou ações efetivas para que as empresas cearenses sejam mais inovadoras e tenham competitividade no cenário local, nacional e global. Faz-se necessário pensar a inovação além do senso comum, de que está restrita a empresas de alta tecnologia. Ela pode acontecer por meio do desenvolvimento de novos clientes, novos mercados, novos canais, novos métodos de fazer negócio, gestão de parcerias estratégicas, desenvolvimento de novas competências e de novos modelos de negócio. A inovação deve ser vista como uma forma de gerar novo valor. Ao suprir as empresas cearenses com projetos de estímulo à inovação, o Sistema FIEC contribui para elevar sua imunidade contra a estagnação e o fracasso decorrentes da incapacidade de criar e inovar. Por meio do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI/CE), do Instituto Euvaldo Lodi (IEL/CE) e do Instituto de Desenvolvimento Industrial do Ceará (INDI), o Sistema oferece um portfólio de serviços para atender às necessidades de mudanças da indústria em suas várias vertentes. Setembro de 2014 | REVISTADAFIEC | 41 SENAI: atendimento à indústria moderna O Instituto SENAI de Tecnologia em Eletrometalmecânica, inaugurado em agosto, oferece soluções tecnológicas para o setor A tento a esse cenário, nos últimos oito anos o SENAI tem se especializado em atender às demandas da indústria moderna, do futuro, que tem na inovação com eficiência e sustentabilidade a sua proposta de expansão. Nesse sentido, a instituição atua também na transformação do pensamento das indústrias e empresários. Dentro do Programa SENAI de Apoio à Competitividade da Indústria Brasileira, que tem como principais objetivos estimular a inovação e o desenvolvimento tecnológico da indústria e elevar a oferta de educação profissional, a entidade no Ceará segue os desafios de um processo de modernização mediante a implantação de dois Institutos SENAI de Tecnologia (ISTs) e um Instituto SENAI de Inovação (ISI). Para apoiar sua implantação, o SENAI conta com a parceria de importantes institutos de pesquisa, como o alemão Fraunhofer e o americano Massachusetts Institute of Technology (MIT). Em todo o país, os institutos de tecnologia se especializarão em oito áreas do conhecimento, dentre elas, tecnologia da 42 | REVISTADAFIEC | Setembro de 2014 comunicação e da informação, tecnologias construtivas, energia e defesa. O Instituto SENAI de Tecnologia em Eletrometalmecânica, inaugurado em 11 de agosto, no Centro de Educação e Tecnologia Alexandre Figueira Rodrigues, unidade do SENAI/ CE em Maracanaú, oferece soluções para o desenvolvimento e a melhoria de produtos e processos de fabricação e produção para o setor, facilitando o aumento da produtividade e competitividade da indústria cearense. A unidade, que recebeu investimento de 15 milhões de reais, atenderá todas as regiões do estado, especialmente os empreendimentos do Complexo Industrial e Portuário do Pecém (Cipp), a exemplo da Companhia Siderúrgica do Pecém (CSP) e a Siderúrgica Latino Americana (Silat). Conta com equipe prática de engenheiros, todos mestres e doutores, equipamentos e laboratórios de suporte para oferecer a melhor solução no menor tempo possível. Serão oferecidos serviços de metrologia, desenvolvimento de produtos, processos de fabricação e gestão de processos industriais. O instituto já tem projetos em execução. Um deles está sendo realizado em parceria com a Indústria Naval do Ceará S/A (Inace), no âmbito do Edital Finep Navipeças, da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), para desenvolver um sistema automático de posicionamento dinâmico em embarcações de apoio marítimo, aperfeiçoando o processo de manobra e controle dos navios, e diminuir a subjetividade dos critérios aplicados por operadores humanos. O investimento é de 1,3 milhão, com duração de dois anos. Outro projeto aprovado refere-se ao desenvolvimento de produto na empresa Positivo S/A, com aplicação de recursos previstos pela Lei de Informática, que concede incentivos fiscais a empresas que investem em pesquisa e desenvolvimento em hardware e automação. Capacitar cerca de 300 pessoas por ano e atuar como centro de referência nacional em tecnologia de energia renovável e na Laboratório do túnel de vento do IST em Energias Renováveis estuda jazidas de vento do Ceará prestação de serviço e consultoria para o desenvolvimento de produtos e processos são as metas do IST em Energias Renováveis, inaugurado em 25 de novembro, no Campus da Universidade Estadual do Ceará (Uece), no Itaperi, como parte das comemorações alusivas aos 70 anos do SENAI/CE. Quatro laboratórios – dois de energia eólica e dois de solar – estão sendo implantados nas unidades do SENAI de Maracanaú e da Barra do Ceará. Engenheiros e físicos – mestres e doutores – estão sendo treinados no Itaperi para atender às demandas das indústrias. No plano de negócios do IST, está previsto um laboratório de materiais voltado às estruturas eólicas, principalmente novos mecanismos para as pás dos aerogeradores. Outro laboratório projetado é o de dimensionamento de sistemas e levantamento de potencial. Ambas as atividades serão desenvolvidas tanto para energia eólica (onshore e offshore) como para sistemas solares (fotovoltaicos e heliotérmicos). O laboratório de dimensionamento permitirá a elaboração de micrositings, assim como o acompanhamento e a fiscalização dos parques. Também faz parte do plano a contratação de uma equipe para prestar consultoria em elaboração e execução de estudos ambientais necessários ao licen- ciamento de empreendimentos dos setores eólico e solar. O IST executa atividades de planejamento, desenvolvimento e inovação (P,D&I), além de ensino, prestação de serviços tecnológicos, laboratoriais e de pesquisa. Na Uece, a estrutura do instituto conta com um túnel de vento, no âmbito do Centro de Energias Alternativas e Meio Ambiente (Cenea), utilizado no estudo das “jazidas” de vento do Ceará, que permite a realização de diversos serviços, especialmente a calibração de anemômetros. Para tanto, o instituto está realizando ajustes no equipamento, a fim de que sua calibração receba certificação em nível internacional. Ele já trabalha em parceria com o grupo alemão GIZ e com a Dewi, companhia alemã referência em calibração de anemômetro. A unidade também possui equipamentos para testes de eficiência de painéis solares que farão parte do laboratório de energia. Focado para atuar nas empresas que queiram inovar, o Instituto SENAI de Inovação em Tecnologias Construtivas (ISI-TC) está em fase de instalação e, quando pronto, a partir de 2015, atenderá todo o país em quaisquer áreas da construção civil, desde o que se convencionou chamar de construção pesada, como barragens, túneis e estradas, até as construções e reformas prediais. Ele desenvolverá projetos de inovação para as áreas de materiais, processos construtivos, Localizado no Meireles, em Fortaleza, o Comercial LC Corporate Green Tower é referência em sustentabilidade na cidade Setembro de 2014 | REVISTADAFIEC | 43 meio ambiente e sustentabilidade e planejamento e gerenciamento. Conforme os encaminhamentos iniciais, esse centro de pesquisa atuará em duas linhas: gestão da construção e prédios sustentáveis. Em gestão da construção, o ISI atuará dentro da filosofia Lean Construction (Construção Enxuta), metodologia desenvolvida na Europa e Estados Unidos, com reconhecido pioneirismo e desenvolvimento no Brasil, Equipe da Unitec apresenta soluções a empresários durante o workshop Prospecção de Inovação e pujante no Ceará. Os prédios sustentáveis, ou prédios inteligentes, observam, além da questão ambiental, melhoria de processos e materiais e maior eficiência, evitando, desde os processos construtivos, gasto excessivo de materiais e propiciando diminuição de resíduos e reciclagem do máximo de resíduos produzidos. Nesse sentido, o diferencial do instituto será o desenvolvimento de processos construtivos e habitações com essas características ambientalmente sustentáveis e inteligentes nas questões da qualidade, dos processos usados, da tecnologia aplicada, do controle da temperatura e de energia, etc. O instituto atuará também como uma ponte entre a indústria e a universidade, quanto às demandas em todos os demais setores da construção não contemplados pelo centro de pesquisa. Serão feitas parcerias com outras instituições (universidades e institutos) brasi- 44 | REVISTADAFIEC | Setembro de 2014 leiras e estrangeiras para atender às demandas das indústrias. Na área têxtil e vestuário, será inaugurado, em 16 de setembro, no SENAI da Parangaba, o Centro Técnico de Confecções e Têxtil, que prestará serviços em educação profissional e técnicos e tecnológicos às indústrias do setor. Unitec Para impulsionar atividades referentes à tecnologia e inovação, o SENAI/CE criou em 2012 a Unidade de Inovação e Tecnologia (Unitec), sob a gerência de Alysson Amorim. A Unitec atua alinhada ao Departamento Nacional do SENAI, em prol de uma indústria mais inovadora, por meio de ações de consultoria a empresas, incentivo e divulgação de editais de inovação e realização de eventos de inovação, dentre outras atividades. Por meio do Curso de Formação de Consultores, a unidade capacita os profissionais em treinamentos constantes para identificar as necessidades das empresas por inovação e sugerir as melhores soluções. Outra ação da Unitec foi a criação de uma Política de Propriedade Intelectual para o SENAI/CE. A política surgiu da necessidade de proteger a produção científica de professores, consultores e alunos no âmbito da instituição. Segundo a política, pertencem exclusivamente ao SENAI/CE os direitos patrimoniais das invenções, descobertas e demais bens e serviços de propriedade industrial, desenvolvidos em decorrência de contrato de trabalho, atividades discentes, competições e concursos de cunho tecnológico, resguardados os direitos morais dos autores e a nomeação dos inventos. A gestão da política ficará a cargo do Núcleo de Inovação Tecnológica (NIT) no SENAI/CE. A proposição de vigência da política e a criação do NIT foram aprovadas pelo Conselho Regional do SENAI em 22 de agosto. O processo de construção da política teve início em 2012. Ela versa também sobre o compartilhamento da titularidade da propriedade intelectual em projetos cooperativos com empresas e outros parceiros, o que deve acontecer nos Institutos SENAI de Tecnologia e Inovação. Visando aumentar a participação das empresas cearenses em editais de inovação, a Unitec criou, no primeiro trimestre de 2013, o Escritório de Projetos, com serviços de negociação e seleção de propostas de projetos, elaboração de projetos e planos de negócios, acompanhamento de projetos aprovados, preparação da prestação de contas e relatório final e assessoria em propriedade intelectual e contratos de transferência de tecnologias. O escritório acompanha as três fases de um edital de fomento à inovação, tecnologia e desenvolvimento: planejamento, execução e pós-projeto. O objetivo é trazer o máximo de recursos para fomentar a inovação no Ceará. Com a assessoria do Escritório de Projetos do SENAI/CE, diversas empresas têm aprovado projetos de inovação em editais voltados a essa área. É o caso da empresa GF Consultoria e Representação Ltda., que teve projeto submetido ao Edital Pappe Integração, aprovado pela Fundação Cearense de Apoio ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico (Funcap). A empresa é uma das 12 que receberam recomendação para a contratação dos projetos. O projeto em execução consiste no desenvolvimento de novos insumos minerais para indústrias cerâmicas e vidreiras com aproveitamento integral e sustentável de pegmatitos. O valor do projeto é de 599 418 reais. No âmbito do edital Tecnova, da Secretaria de Ciência, Tecnologia e Educação Superior (Secitece), o escritório aprovou três projetos em 2014. Em parceria com a indústria de redes Ramalho, foi desenvolvido projeto para o desenvolvimento de máquina para empunhamento de redes de dormir, no valor de 538 278 reais. Outro projeto refere-se ao desenvolvimento de filme plástico para a indústria de reciclagem, em parceria com a indústria Plásticos Cearenses e o IST em Eletrometalmecânica, com recursos de 600 000 reais. Em parceria com a empresa Cândido Couto, foi aprovado projeto de desenvolvimento de um jeans à base de couro de caprinos, o Skinjeans, no valor de 346 104 reais. Como parte desse esforço de discutir e levantar as demandas dos setores quanto à necessidade de inovação, a Unitec realizou em 2013 pesquisa para dimensionar a demanda existente em serviços técnicos e tecnológicos entre as empresas da indústria cearense. A execução ficou a cargo do IEL. O objetivo foi identificar a caracterização das empresas quanto ao porte, seus produtos e destinos; a situação das empresas no que diz respeito a P,D&I; as fontes de aquisição de conhecimento e avanço em inovação; as Setor cerâmico será beneficiado, por meio da empresa GF Consultoria, com recursos do Edital Pappe barreiras à inovação; a inovação de produtos e processos; os projetos em inovação; a utilização de instrumentos de financiamento, capitalização e subvenção econômica e de instituições oficiais de pesquisa e desenvolvimento do país; a demanda por serviços de consultorias em áreas transversais como processo produtivo, qualidade, meio ambiente, energia, automação, segurança do trabalho, logística e tecnologia da informação e design para os setores têxtil, vestuário, calçados e mobiliário; a demanda por serviços em áreas específicas de alimentos, metalmecânico, papel e papelão, couro e calçados, têxtil e vestuário e construção civil. A pesquisa foi feita com 335 indústrias em 15 municípios cearenses mediante a aplicação de um questionário. A partir das respostas, o SENAI está subsidiando a tomada de decisão, melhoria e/ou implantação de novos serviços técnicos e tecnológicos e oferecendo informações para melhor performance do ISI-TC e dos ISTs. O estudo do SENAI/Unitec verificou que muitas empresas não estão sintonizadas em relação às instituições de financiamento e pesquisa, visto que a utilização de instrumentos de financiamento é menos percebida. A utilização dessas instituições também é pouco citada pelas empresas. Dentre outras percepções das empresas vale destacar que 39,1% não possuem espaço físico voltado para inovação. A introdução de novos produtos e processos foi citada por pelo menos 60% das empresas, sendo a maioria uma novidade Setembro de 2014 | REVISTADAFIEC | 45 local, mas existente nacionalmente. O envio de projetos para agências de fomento durante os últimos dois anos foi confirmado por 30,7% das empresas e, desses, 84,5% foram aprovados. Serviços técnicos e tecnológicos Os avanços tecnológicos e as novas formas de organização do trabalho geram mudanças em diversas áreas e exigem do SENAI uma atuação cada vez mais voltada para as necessidades do mercado. De olho nessas necessidades, como parte do desenvolvimento de ações de inovação nos últimos oito anos, a entidade no Ceará está intensificando a oferta de serviços técnicos e tecnológicos nas várias áreas de atuação industrial, com o objetivo de contribuir para o aumento crescente da competitividade da indústria. Além do Escritório de Projetos, o SENAI cearense tem intensificado serviços de consultorias em diversos setores e serviços Estão disponíveis também laboratórios credenciados e acreditados de controle de qualidade, laboratório móvel, laboratório de desenvolvimento de produtos, núcleo de desenvolvimento de máquinas, dispositivos e ensaios 46 | REVISTADAFIEC | Setembro de 2014 metrológicos e operacionais. Estão disponíveis também laboratórios credenciados e acreditados de controle de qualidade, laboratório móvel, laboratório de desenvolvimento de produtos, núcleo de desenvolvimento de máquinas, dispositivos e ensaios. Outro mecanismo importante de incentivo à inovação é o Edital SESI SENAI de Inovação. O objetivo é custear projetos de inovação tecnológica que se estendam às áreas de saúde, segurança, qualidade de vida e educação e cultura, por meio de produtos, processos e serviços. Podem concorrer micro, pequenas, médias e grandes empresas do setor industrial. Nesta edição, as startups também serão contempladas e terão aporte de 5 milhões de reais do valor total. O grande destaque deste ano são os ciclos contínuos de inscrição. Com a mudança, as empresas terão chance de submeter propostas a qualquer tempo, até 15 de fevereiro de 2015, com possibilidade de seleção em avaliações trimestrais. Outra mudança que vai beneficiar as empresas nesta edição é o fato de o plano de negócio do projeto ser elaborado somente após a aprovação da ideia-base. De início, as empresas submetem a ideia, preenchendo um formulário da metodologia Canvas. As ideias apresentadas são analisadas trimestralmente. Os recursos chegam a 30,5 milhões de reais, sendo 20 milhões de reais para projetos do SENAI, 7,5 milhões de reais para projetos do SESI e 3 milhões de reais em bolsas de pesquisa em Desenvolvimento Tecnológico e Industrial (DTI) do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). Para participar, o primeiro passo é acessar o site www.editaldeinovacao.com.br e preencher a proposta-ideia de projeto. Na edição de 2013, quatro indústrias cearenses tiveram suas ideias para inovar contempladas pelo edital. Na área do SESI/CE, foram aprovados três projetos: na indústria de confecções Guararapes, na Alpha Metalúrgica e na Protensão Impacto. Pelo SENAI, foi aprovado projeto em parceria com a empresa Polymar. Em 2012, cinco projetos foram aprovados pelo Ceará, com as empresas Sigma, Pão de Tapioca, Trix Log, Marisol e Iracema. Em 2011, um projeto foi aprovado com a indústria Sand Beach. Mostrar que boas ideias também nascem dentro de casa é o objetivo do Inova SENAI, evento realizado desde 2008, em todo o Brasil, para desenvolver a criatividade e o raciocínio lógico por meio de projetos inovadores alinhados aos interesses da indústria. Alunos, docentes, técnicos e consultores podem inscrever processos e projetos inovadores em gestão e tecnologia alinhados aos interesses e necessidades da indústria brasileira. O evento ocorre nos estados e os melhores projetos concorrem na etapa nacional. São apresentados projetos de inovação tecnológica trabalhados a partir de problemas reais enfrentados por empresas ou pela sociedade. Em 2010, três projetos do SENAI/CE foram selecionados para a etapa nacional. Em 2012, dois projetos cearenses foram finalistas. A última edição do evento no Ceará foi realizada em paralelo ao Inova Ceará 2013, no Centro de Eventos do Ceará, em Fortaleza, em 20 e 21 de novembro. A novidade da edição foi a realização do Desafio de Ideias, no qual estudantes apresentaram soluções para desafios propostos pelas empresas Esmaltec e Sk Bombas. Funciona como um concurso técnico-cultural, para estimular a capacidade inventiva e o raciocínio lógico, agregando soluções inovadoras ao mercado, aproximando as indústrias dos estudantes e criando novos produtos, processos e negócios para as empresas parceiras, além de premiar as melhores ideias. A disputa envolveu seis grupos de cinco alunos, sendo três equipes responsáveis por encontrar soluções para a missão proposta Inova SENAI oferece oportunidade para alunos e docentes do SENAI apresentarem projetos inovadores pela Esmaltec e três para buscar ideias para a SK Bombas. Participaram da competição alunos de tecnologia da informação, eletroeletrônica, design, mecânica, mecatrônica e automação, dentre outros cursos. Em relação à Esmaltec, as equipes deveriam elaborar projetos para dar funcionalidade à tampa de um fogão. Para a SK Bombas, o desafio era criar um sistema modular para garantir a umidade necessária de lajes recém-assentadas, dando mais resistência às fibras de concreto. Atualmente, o trabalho é feito de forma manual por operários das empresas da construção civil. IEL: gestão da inovação A área de Inovação e Tecnologia do IEL/CE é responsável por atuar na busca de competências adequadas às demandas de gestão, inovação e tecnologia das empresas, bem como promover a inserção de novos produtos, processos e métodos gerenciais, contribuindo para elevar o nível competitivo das indústrias cearenses. A área realiza diversas ações em prol desses objetivos. Um delas é o Núcleo Empresarial de Inovação (NEI), que tem por objetivo convocar as empresas do estado para assumir papel de protagonistas na agenda de inovação do país e realizar ações de sensibilização, mobilização, capacitação, consultoria e implantação de planos de inovação. (Veja matéria na página 92.) Núcleo Empresarial de Inovação em reunião de trabalho do Plano Brasil Maior Setembro de 2014 | REVISTADAFIEC | 47 INDI: criação de ecossistema de inovação C onstituído em 2001, o INDI atua desde 2008 para ser um organismo de expansão e promoção da competitividade sustentável dos negócios. É o principal agente do Sistema FIEC de impulso à inovação. No primeiro semestre de 2013, o instituto criou o Programa Indústria Viva, um conjunto de projetos, como o Apóstolos da Inovação, Integração Universidade-Empresa (Uniempre) e Inova Startups, dentre outros, para criar um ecossistema de inovação no Ceará. O programa visa integrar instituições de ensino e pesquisa e empresas e interiorizar a indústria para mudar o perfil industrial do estado. Para tanto, a inovação é considerada como fundamental. Nesse sentido, o INDI executa, por 48 | REVISTADAFIEC | Setembro de 2014 meio do Indústria Viva, em três pilares de atuação, projetos para a criação de um ecossistema de inovação no estado, com envolvimento dos três atores considerados fundamentais: academia, governo e setor produtivo. Considerando-se a modernização crescente da indústria em todo o mundo, um dos eixos é o da inteligência, que tem como intenção ver futuras oportunidades de negócio, construindo uma inteligência capaz de dar suporte ao parque industrial cearense, orientando-o para a competitividade sustentável, permitindo maior agregação de valor e intensificação de investimentos. A área é responsável por elaborar estudos, cartas econômicas, indicadores industriais e perfis setoriais, dentre outros produtos. O eixo da integração é realizado pelo projeto Uniempre, que busca a criação, desenvolvimento e fortalecimento de uma cultura de inovação, aproximação entre indústria, academia e governo, de modo a possibilitar competitividade na indústria cearense em mercados locais, regionais, nacionais e mundiais. Para orientar estratégias e metodologias do programa, o INDI conta com consultoria de uma equipe de israelenses especialistas em inovação liderados por Raphael Bar-El. Com o objetivo de conhecer as experiências israelenses em inovação, a FIEC fez duas missões àquele país. A primeira foi em 2011, quando visitaram a Universidade de Ben Gurion, da qual participa Bar-El, indústrias e institutos de pesquisa. Em maio de 2013, uma comitiva de 23 empresários e executivos da CNI e FIEC, liderada pelo presidente Roberto Macêdo, foi a Israel aprofundar conhecimentos e relacionamentos referentes à inovação tecnológica. A missão foi formada também por líderes acadêmicos e governamentais, como o reitor da Universidade Federal do Ceará, Jesualdo Farias, e o reitor do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia (IFCE), Virgílio Araripe, além de representantes do governo estadual. Os participantes visitaram empresas, centros de tecnologia, laboratórios de universidades e participaram de encontros de negócios com foco nos setores de tecnologia de.alimentos, gestão de água, energias renováveis e tecnologia da informação na indústria. Outra cidade conhecida pelo potencial inovador, Boston, foi alvo de missão da FIEC, por meio do INDI, em outubro de 2013. Os participantes realizaram visitas técnicas a instituições de ensino de referência nas áreas de inovação e tecnologia, com o objetivo de estabelecer parcerias para transferência de conhecimento e intercâmbio de profissionais. Foram visitadas as seguintes instituições: Watson Institute for International Studies at Brown University, Massachusetts Institute of Tecnology (MIT), Ollin College of Engineering e Cambdrige Innovation Center. O Programa Indústria Viva é composto, além do Uniempre, de nove ações e projetos, dentre eles os Polos de Inovação Regionais, Comitês Estratégicos, Agentes da Inovação, Portal Uniempre, Inovação Aberta, Apóstolos da Inovação e Rede Indústria. Uma das primeiras atividades do programa Indústria Viva foi a realização do Seminário Indústria Viva, em junho de 2013, com participação de especialistas e apresentação de questões importantes para o crescimento sustentável da indústria, como a competitividade. A partir desse evento, diversas atividades foram estruturadas. Dois polos de inovação já foram instalados. O primeiro na região de Jaguaribe, em Limoeiro do Norte, em 31 de outubro, junto com a Casa da Indústria; e o segundo, no Cariri, na cidade de Juazeiro do Norte, em 5 de agosto, quando também foi inaugurada a Casa da Indústria da região. Os novos equipamentos são um novo passo do Sistema FIEC, com vistas no longo prazo, para o estímulo ao protagonismo do empresariado da região, de forma a tornar mais inovadores, produtivos e competitivos empresas e municípios. Outros cinco polos serão instalados em todo o Ceará, nas regiões Norte, Noroeste, Sertões, Centro-Sul e Região Metropolitana de Fortaleza. Em Limoeiro, o polo realizou, em dezembro, o Inova Vale, evento que promoveu intermediação de empresas da região com instituições financeiras, como o BNB, para incentivar acesso ao crédito. Os Comitês Estratégicos são grupos que atuam como fórum trilateral de trabalho, envolvendo representação de entidades ligadas ao setor produtivo, da academia e de entidades governamentais, na discussão de Casa da Indústria da região do Jaguaribe está dando impulso à região Barros Neto (UFC), Ben Schneider (MIT) e Carlos Matos (FIEC/INDI), durante missão a Boston Setembro de 2014 | REVISTADAFIEC | 49 estratégias e execução de temas relevantes para a inovação no setor industrial e/ou setores específicos de atividade. Atualmente, há dois grupos setoriais em andamento: eletrometalmecânico e químico, e com previsão de criação de mais quatro: têxtil e confecções, agroalimentar, couro e calçado e mineração. Com o objetivo de fomentar a cultura inovadora aplicada, proporcionar maior valor agregado nos produtos industriais e promover a competitividade sustentável das empresas participantes, o Projeto Agentes de Inovação seleciona e treina profissionais para atuarem como agentes indutores da inovação nas empresas, de modo a conectá-las com práticas inovadoras na gestão, nos processos e estratégias, incentivando-as e apoiando-as na identificação dos seus potenciais de inovação, bem como as estimulando na criação de suas equipes internas de inovação. Cinco empresas do Polo de Inovação do Jaguaribe e uma de Fortaleza participam do projeto, que conta com sete duplas de agentes em atuação. O Portal Uniempre (www.uniempre.org.br), criado em novembro de 2013, é um espaço para a interação entre oferta e demanda por inovação, que se constitui em um ambiente virtual de aproximação entre empresas, startups, incubadoras, aceleradoras, consultorias especializadas, redes de inovação, fundos de fomento à inovação, instituições de ensino e pesquisa, pesquisadores, órgãos do governo e quaisquer outros interessados na temática. O Portal oferece informações importantes e dinâmicas ligadas ao assunto da inovação como: legislação, material audiovisual, literatura, eventos e outros elementos pertinentes, além Seminário Indústria Viva discutiu os desafios da competitividade industrial 50 | REVISTADAFIEC | Setembro de 2014 de propiciar um espaço para debates entre os diversos atores envolvidos com o tema. Dar apoio consultivo ao lançamento de editais de inovação aberta e acompanhar o processo até a premiação é a principal atuação do Projeto Inovação Aberta. O INDI incentiva médias e grandes empresas a se abrirem ao público externo, sejam pequenas empresas, startups, pesquisadores, clientes e até fornecedores, para que ofereçam ideias que respondam a problemas, demandas, desafios ou oportunidades de inovação em todos os campos de atividades da empresa, envolvendo produto, processo, gestão, comercialização e financiamento. A combinação de recursos internos e externos pode elevar mais rapidamente o grau de inovação das empresas. O projeto teve início com a participação da Esmaltec e Biomatika. Cinco edições do Programa Apóstolos da Inovação foram realizadas até julho de 2014. A iniciativa consiste em reunir estudantes de alto desempenho do Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA) e de universidades cearenses para que interajam com empresas, líderes e autoridades locais, conhecendo com maior profundidade a economia do estado, de modo a agregar melhorias e inovações aos desafios identificados. Cerca de 150 desafios foram identificados nas cinco edições, 50 empresas participaram, 60 oportunidades de negócios foram identificadas, dois negócios encaminhados e cinco estudantes participantes foram retidos em empresas. O INDI realiza, desde 2008, o Inova Ceará. A primeira edição contou com apresentação de trabalhos técnicos, rodadas de negócios, conferências e paineis. Em 2009, o evento aproximou fornecedores e pesquisadores de tecnologias de seu público-alvo, por meio de conferências, painéis, apresentação de trabalhos técnicos e rodadas de negócios. Em 2010, o Inova trouxe novos trabalhos técnicos e rodadas de negócio. A edição de 2011 foi marcada pela proposição da implantação da cultura da inovação na alta direção das empresas, visando aproximar empresários e pesquisadores de tecnologia. O Inova de 2012 foi promovido em novo formato, com substituição dos trabalhos técnicos por conferências e espaços de networking. A edição de 2013, realizada no Centro de Eventos do Ceará, ocorreu em conjunto com o Inova SENAI, e foi marcada pelo lançamento de diversos projetos de inovação e realização de palestras nacionais e internacionais. Desenvolvimento industrial Henrique Marques, vice-presidente de Atendimento da Caixa, assina na Casa da Indústria convênio para facilitar o acesso ao crédito às empresas filiadas aos sindicatos vinculados à FIEC Parcerias pelo Ceará Instituições de fomento, terceiro setor, órgãos públicos, governos e universidades, além de outras federações de indústria, foram alguns dos principais aliados da gestão Roberto Macêdo nos oito anos de mandato 52 | REVISTADAFIEC | Setembro de 2014 Em setembro de 2012 , um convênio firmado entre a FIEC e a Caixa Econômica Federal colocou à disposição uma linha especial de crédito de 400 milhões de reais às empresas filiadas aos sindicatos vinculados à Federação A Federação das Indústrias do Estado do Ceará (FIEC) tem a missão de promover o desenvolvimento do setor industrial cearense e, assim, impulsionar o crescimento econômico do estado. Instituições de fomento, terceiro setor, órgãos públicos, governos e universidades, além de outras federações de indústria, foram alguns dos principais aliados da gestão Roberto Proença de Macêdo nos oito anos de mandato. Nesse sentido, garantir o acesso a fontes de financiamento foi uma das ações que contribuíram para o cumprimento das responsabilidades da FIEC. Fato que se concretizou por meio de parcerias com instituições financeiras para a concessão de empréstimos com taxas de juro diferenciadas. A ação teve início em dezembro de 2008, quando a entidade assinou convênios com a Caixa Econômica Federal (CEF) e o Banco do Brasil (BB), que redundaram na disponibilidade de 1 bilhão de reais em recursos para financiamento às indústrias filiadas, com taxas inferiores até 25% às praticadas no mercado. O Banco do Brasil foi o primeiro a anunciar linhas mais atrativas. Em 8 de dezembro de 2008, a instituição oficializou convênio no valor de 300 milhões de reais, dos quais 200 milhões de reais eram destinados à capital de giro e 100 milhões de reais do Cartão BNDES (Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social), utilizados na compra de máquinas e equipamentos. Em setembro de 2012, um convênio firmado entre a FIEC e a Caixa Econômica Federal colocou à disposição uma linha especial de crédito de 400 milhões de reais às empresas filiadas aos sindicatos vinculados à Federação. A Caixa ofereceu uma solução de crédito completa para as empresas, com a possibilidade de portabilidade de financiamentos em outros bancos para a Caixa, com taxas menores e prazos maiores. Dentre as opções de crédito disponíveis pelo convênio (em prática até hoje) estão investimentos, capital de giro, folha de pagamento e crédito para pessoas físicas. Somente no dia da assinatura do acordo, foram realizados mais de 120 atendimentos. Além das empresas filiadas a sindicatos ligados à FIEC, o convênio também atendeu as empresas ligadas à Associação das Empresas dos Distritos Industriais do Estado do Ceará (Aedi), com valor inicial de 100 milhões de reais. Segundo Roberto Macêdo, o convênio com a Caixa foi um passo importante para o desenvolvimento da economia cearense, haja vista que a FIEC congrega os maiores segmentos industriais do estado. Para ele, o oferecimento do crédito pela Caixa é o que todo mundo gosta – o chamado “dinheiro barato”. Além da Caixa Econômica Federal e do Banco do Brasil, atualmente a FIEC mantém convênios, para financiamento empresarial, com o BNDES e o Banco do Nordeste. Com este último, foi firmado um acordo de cooperação técnica, no final de julho de 2014, entre o Banco do Nordeste e a FIEC. A cooperação articulada pela Unidade de Crédito do Instituto de Desenvolvimento Industrial (INDI), entidade do Sistema FIEC, visa à realização de ações conjuntas em prol do fortalecimento da capacidade empresarial e da competitividade das empresas industriais por meio de instrumentos de capacitação técnica e gerencial e ações direcionadas à facilitação e ampliação do acesso ao crédito, aos serviços financeiros e à promoção mercadológica. Também pretende aumentar o intercâmbio de informações entre o BNB e a FIEC. O acordo tem duração de dois anos, prorrogável até 60 meses. O Posto de Informações da FIEC, localizado no segundo andar da Casa da Indústria, faz a ponte entre a instituição e as entidades financeiras. Setembro de 2014 | REVISTADAFIEC | 53 Campanha Fora CPMF, lançada em 2007, repercutiu nos veículos de comunicação do estado Interesses de classe A FIEC também empreende parcerias para defender os interesses de classe, vistos pela entidade como fundamentais para a manutenção dos negócios empresariais e desenvolvimento do estado e sua população. É o caso da Campanha Fora CPMF, lançada em 2007. Com ações nos veículos de comunicação do estado, além de distribuição de material publicitário e incisivos discursos, a FIEC, sob a liderança de Roberto Macêdo, juntou forças ao Sistema Indústria contra a prorrogação automática da Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF), considerada uma dupla tributação, desumana e injusta. “A CPMF começou sendo provisória e agora querem transformar em definitiva. Isso é um absurdo! Devemos fazer pressão para acabar com essa contribuição, que incide sobre toda e qualquer movimentação financeira. Não existe nada parecido com ela no mundo. Só com a criatividade brasileira ela pôde ser inventada”, defendia, na época, Roberto Macêdo. Roberto Macêdo comandou uma comitiva de 22 empresários cearenses à Câmara dos Deputados, em Brasília, para expor os impactos negativos da proposta de redução da jornada de trabalho 54 | REVISTADAFIEC | Setembro de 2014 Em 2008, a FIEC liderou, no Ceará, a luta contra a Contribuição Provisória para a Saúde (CSS), imposto que o governo federal planejava criar e que ocasionaria mais custos às empresas. Em 2010, Roberto Macêdo comandou uma comitiva de 22 empresários cearenses à Câmara dos Deputados, em Brasília, para expor os impactos negativos da proposta de redução da jornada de trabalho. Os esforços, empreendidos em parceria com a Confederação Nacional da Indústria (CNI) na bancada cearense, versava contra a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 231/95, de autoria do senador Inácio Arruda, que propunha redução da carga de trabalho semanal de 44 para 40 horas. O objetivo da mobilização foi sensibilizar os parlamentares sobre o posicionamento da FIEC e da CNI a respeito do tema, solicitando o empenho das autoridades políticas para que a PEC não fosse colocada entre as cinco que seriam escolhidas para serem votadas antes das eleições. Recursos hídricos No fim de 2012, a FIEC passou a integrar o Conselho de Recursos Hídricos do Ceará (Conerh), instrumento responsável, na política de recursos hídricos do estado, pela coordenação, fiscalização, deliberação coletiva e de caráter normativo do sistema integrado de gerenciamento de águas estadual. A conquista ocorreu após várias tentativas do Núcleo de Meio Ambiente (Numa) da entidade, que cobrou diversas vezes, da Secretaria de Recursos Hídricos do Estado do Ceará (SRH), a inclusão da FIEC no colegiado. O apelo se justificava porque o setor industrial é um grande consumidor de água, sendo diretamente atingido por toda e qualquer decisão a respeito da forma de distribuição e comercialização do produto. A participação da FIEC em vários conselhos, câmaras técnicas e grupos de trabalho é de grande importância para assegurar a defesa dos interesses do setor industrial, demonstrando que a sua opinião é cada vez mais relevante para a construção das políticas públicas no estado. As ações da entidade no âmbito da Política Estadual de Recursos Hídricos se dão, ainda, por meio da participação no Comitê de Bacias Hidrográficas da Região Metropolitana de Fortaleza, Câmara Técnica de Águas Subterrâneas, Grupo de Trabalho das Águas Envasadas e no Grupo de Trabalho de Reuso de Água. Por meio dos seus colegiados internos (Cotema/FIEC e Coema/CNI), as informações e decisões desses fóruns são replicadas nos demais colegiados e, depois, apresentadas ao setor industrial no âmbito nacional. Além do repasse das determinações oriundas dos fóruns que tratam da questão da água no estado, a FIEC incluiu no evento que realiza anualmente o Prêmio FIEC por Desempenho Ambiental, durante a gestão de Roberto Macêdo, a modalidade Reuso de Água. Com isso, a entidade visa reconhecer, difundir e homenagear empresas que utilizam boas práticas na promoção do uso eficiente de água, com medidas efetivas na redução do consumo e do desperdício. O incentivo busca, também, gerar benefícios ambientais, econômicos e sociais, aumentando a competitividade do setor, bem como dar ampla publicidade às ações realizadas pela indústria cearense na construção do desenvolvimento sustentável. 6ª Reunião do Coema envolveu as regionais Nordeste, na FIEC. Na pauta, encontros e licenciamentos ambientais A participação da FIEC em vários conselhos, câmaras técnicas e grupos de trabalho é de grande importância para assegurar a defesa dos interesses do setor industrial Educação profissional Saber se o perfil do profissional que está sendo formado no Ceará atende às reais necessidades das empresas que estão se instalando no Complexo Industrial e Portuário do Pecém (CIPP). Este foi o objetivo principal do estudo Planejamento Estratégico para a Educação Profissional – CIPP 2012/2014, coordenado pelo Sistema FIEC por meio do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI/CE). O trabalho, fruto de várias reuniões em 2012, foi produzido por meio de parceria entre governo do estado e FIEC, com o propósito de criar um planejamento estratégico para a educação profissional que contemple o complexo. A análise dos dados apresentados pela FIEC mostrou que há oferta de vagas de treinamentos no Ceará além do necessário em cursos nos eixos de formação para os quais há demanda de qualificação profissional. Esse excedente de capacidade instalada atingiu, em março de 2013, o total de 176 816 vagas. O estudo detectou que a estratégia deve se voltar Setembro de 2014 | REVISTADAFIEC | 55 O estudo Planejamento Estratégico para a Educação Profissional – CIPP 2012/2014, coordenado pelo Sistema FIEC por meio do SENAI/CE, foi produzido por meio de parceria entre governo do estado e FIEC, com o propósito de criar um planejamento estratégico para a educação profissional que contemple o CIPP Reunião, na FIEC, para apresentação das ações do trabalho que resultaram no Planejamento Estratégico para a Educação Profissional – CIPP 2012/2014 a orientar, nas proporções necessárias, parte dessa capacidade instalada excedente para as demandas das empresas. Participaram do estudo instituições de ensino do estado, órgãos governamentais e empresas do CIPP, visando desenvolver ações relacionadas à Formação Inicial e Continuada (FIC), Ensino Médio e Técnico (EMT) e Ensino Superior e Pós-Graduação (ESP). Para a caracterização da oferta e da demanda, foi adotada a divisão por macrorregiões, sendo considerada como principal a que contém os seguintes municípios localizados em raio de aproximadamente 50 quilômetros de distância do CIPP: Aquiraz, Baturité, Caucaia, Fortaleza, Itaitinga, Maracanaú, Paraipaba, Pentecoste, São Gonçalo do Amarante e Trairi. As empresas que fizeram parte do grupo foram a 56 | REVISTADAFIEC | Setembro de 2014 Aeris Energy, CSP, Energia Pecém, Hydrostec, Petrobras e Votorantim. A partir dessa definição, o trabalho identificou que a quantidade de profissionais demandados para a operação dos empreendimentos ainda é incipiente. Referida situação, todavia, não torna a demanda menos relevante, diz o relatório da FIEC e do governo do estado, já que na maioria dos casos a capacitação de profissionais para a operação dos empreendimentos é mais complexa e longa. As maiores quantidades de profissionais demandados com formação inicial e continuada e com ensino médio e técnico estão nos eixos de infraestrutura, controles e processos industriais e gestão de negócios, enquanto no superior e pós-graduação aparecem as áreas de engenharia e administração. Dentre as ocupações mais procuradas no eixo infraestrutura, destacam-se os auxiliares, assistentes e ajudantes, operadores de equipamentos, pedreiros, armadores e montadores e carpinteiros, que, juntos, representam 89% de toda a necessidade, totalizando cerca de 13 000 profissionais. No eixo controles e processos industriais, as ocupações de armadores e montadores, auxiliares, assistentes e ajudantes, mecânicos, soldadores e eletricistas são as mais procuradas, representando 89% de toda a demanda desse eixo, chegando a 10 600 profissionais. Ao se verificar no estado a quantidade de cursos em diversas especialidades, pode-se apontar que há 400 000 registros de vagas sendo ofertadas. Tanto na formação inicial e continuada, quanto no ensino médio e técnico, o eixo controle de processos industriais assume posição de destaque, concentrando grande parte dessas vagas. SENAI e SESI oferecem serviços no CIPP O Centro de Formação Profissional do Complexo Industrial e Portuário do Pecém (CFP CIPP), unidade de negócio do SENAI/CE localizada em São Gonçalo do Amarante, atende as empresas instaladas no complexo desde 26 de março de 2013. Fruto de parceria, o centro iniciou suas atividades em instalações provisórias, cedidas pela prefeitura do município ao Sistema FIEC. A atuação da unidade está focada em demandas identificadas por meio de pesquisas nas empresas da região e em informações da sociedade em geral, como forma de alinhar sua programação às reais necessidades das indústrias instaladas e em fase de instalação. Inicialmente, foram ofertados cursos nas áreas de construção civil, eletricidade e metalmecânica. Na modalidade de Qualificação Profissional, estão sendo desenvolvidos, por meio do Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec), do governo federal, os cursos de Soldador, Serralheiro de Alumínio, Caldeireiro, Carpinteiro de Forma, Bombeiro Hidráulico, Pedreiro, Pintor de Obras, Eletricista Predial e Eletricista Industrial, com carga horária mínima de 160 horas, e sem ônus para o aluno. A unidade desenvolve, também, cursos gratuitos de Aprendizagem Industrial: Eletricista Predial, Eletricista Industrial e Assistente Administrativo, com carga horária mínima de 400 horas, destinados a jovens aprendizes, com idade entre 14 e 24 anos de idade, possibilitando às empresas da região cumprir a cota de aprendizes, preconizada em legislação específica. O Serviço Social da Indústria (SESI/CE) também está inserido no complexo, atendendo empresas instaladas na região com serviços nas áreas de educação, saúde, lazer e responsabilidade social empresarial. Já foram atendidos empreendimentos como Wobben Windpower, Termoceará, Jotadois, Cimento Apodi, Votorantim e Tortuga. Dentre os serviços de educação destacam-se a biblioteca itinerante e serviços de educação fundamental. Na saúde, o SESI atua nas empresas do CIPP oferecendo aos colaboradores cursos na área de segurança do trabalho e de primeiros socorros, palestras sobre higiene pessoal, teste de acuidade visual, consultas clínicas, aferição de pressão e exames de raio-x, dentre outros serviços. A unidade móvel audiométrica e a de raio-x também atuaram nas empresas. Unidade móvel de audiometria ocupacional Parceria capacita empresas no CIPP O Sistema FIEC, o Sindicato das Indústrias Metalúrgicas, Mecânicas e de Material Elétrico do Estado do Ceará (Simec) e o Sindicato da Indústria da Construção Civil do Ceará (Sinduscon) integraram o grupo de 21 instituições que assinaram em julho de 2013 um termo de cooperação técnica do Programa de Desenvolvimento Regional (PDR), elaborado pela Companhia Siderúrgica do Pecém (CSP) e conduzido pelo Conselho Estadual de Desenvolvimento Econômico (Cede). O objetivo da parceria foi o de promover o desenvolvimento sustentável da região do CIPP por meio da capacitação de empresas, entidades e empresários, a fim de atender à demanda atual e futura da CSP, em fase de construção no complexo, e de outros investimentos estruturantes no estado, estimulando as compras e contratações locais. A parceria resultou no trabalho intitulado Estratégias para o Desenvolvimento de Oportunidades de Negócios e Empregos: Diagnósticos e Plano de Ação, que culminou com a criação do PDR. O diagnóstico, que também contou com o apoio da Associação de Empresas de Construção Pesada do Estado do Ceará (Acompec) e da Federação do Comércio do Estado do Ceará (Fecomércio), abrangeu o município-sede de São Gonçalo do Amarante e os demais municípios num raio de até 60 quilômetros, além de Limoeiro do Norte e Tabuleiro – distantes cerca de 200 quilômetros e escolhidos para o levantamento de Setembro de 2014 | REVISTADAFIEC | 57 Foto:Governo do Estado/CE Com investimento de 5,1 bilhões de dólares, a CSP produzirá em sua primeira etapa, prevista para setembro de 2015, três milhões de toneladas de placas de aço/ano para exportação, podendo atingir 6 milhões de toneladas numa segunda etapa Construção da CSP dados devido à presença de empresas do setor metalmecânico – e Sobral, a 187 quilômetros do município-sede. Com investimento de 5,1 bilhões de dólares, a CSP produzirá em sua primeira etapa, prevista para setembro de 2015, três milhões de toneladas de placas de aço/ano para exportação, podendo atingir 6 milhões de toneladas numa segunda etapa. Além de produtos side- rúrgicos, a usina produzirá energia elétrica, cujo excedente será colocado à disposição do mercado nacional, e destinará 25% do investimento para equipamentos de controle e monitoramento de emissões, lançamento de efluentes e gerenciamento de resíduos. Outro benefício é a geração de oportunidades de novos investimentos e apromoção de parcerias, além da sustentabilidade das indústrias locais. FIEC e GIZ vão executar projeto N o início de 2014, a FIEC e a Gesellschaft für Internationale Zusammenarbeit (GIZ), da Alemanha, assinaram um memorando de entendimento para a execução do projeto Energia Heliotérmica no Ceará. A cooperação técnica entre as duas instituições será realizada dentro dos marcos estabelecidos pelos governos brasileiro e alemão para o desenvolvimento e fortalecimento da cadeia produtiva dos setores de energia solar no segmento heliotérmico. À GIZ caberá promover a intermediação entre empresas e instituições públicas e privadas. A FIEC ficará responsável pela condução estratégica do projeto no setor privado, bem como colaborar no fortalecimento da utilização da energia heliotérmica e da produção local de equipamentos para essas usinas. A ideia é colocar o estado do Ceará na vanguarda dessa nova área de pesquisas e subsequente instalação de empreendimentos com uso de energias renováveis. Segundo o coordenador do projeto pela GIZ no Ceará, Jörgdieter Anhalt, além da aplicação da tecnologia a ser desenvolvida, o objetivo do acordo com a FIEC é procurar parceiros para produzir os componentes desses novos sistemas para a indústria local. Ele diz que o projeto de energia heliotérmica vem sendo trabalhado desde outubro de 2013 pela Alemanha e a disseminação no Ceará se deve às condições técnicas e ao interesse demonstrado pelos parceiros. Conforme Jörgdieter, a energia heliotérmica ainda é pouco desenvolvida no mundo e consiste na utilização da energia solar em altas temperaturas. No Brasil, ainda não há aproveitamento de tal modelo. Assinatura de memorando de entendimento entre a FIEC e a Gesellschaft für Internationale Zusammenarbeit (GIZ), da Alemanha 58 | REVISTADAFIEC | Setembro de 2014 Projeto Portadores de Futuro realiza painel de especialista em São Gonçalo do Amarante Setores Portadores de Futuro No final de 2012, a FIEC e a Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Fiep) assinaram um protocolo de intenções formatando uma aliança estratégica para troca de conhecimentos entre as duas entidades, com a intenção de impulsionar o desenvolvimento inovador e sustentável nos dois estados. O convênio previa o compartilhamento de informações e atuação conjunta entre o setor de Inteligência Industrial do INDI e os observatórios SESI/ SENAI/IEL para atuar na elaboração de projetos, pesquisas, prospecção, difusão de novas tecnologias e articulação visando ao desenvolvimento industrial sustentável. Tendo à frente o INDI, o trabalho da parceria para dinamizar a economia cearense foi batizado de Projeto Setores Portadores de Futuro. Sua missão: identificar e desenvolver os setores com maior capacidade de crescimento nos próximos dez anos no Ceará, no que diz respeito à inteligência industrial e com competitividade sustentável, tanto em nível nacional, como internacional. Inicialmente, o trabalho identificou, de forma regionalizada, quais os setores e áreas com maior potencial para contribuir na transformação da realidade social e industrial do Ceará. A equipe percorreu aproximadamente 2 000 quilômetros em 54 municípios, entre os meses de fevereiro e março deste ano, realizando painéis de especialistas regionais com quase três centenas de representantes dos setores produtivo, governo, academia e terceiro setor. Durante os encontros, foram apresentados estudos de tendências tecnológicas de 22 setores ou áreas estratégicas, totalizando 198 aplicações de 66 tendências tecnológicas. A intenção do trabalho foi traçar um horizonte de dez anos com projeções factíveis para setores e áreas indutoras do desenvolvimento. O Ceará é o primeiro estado do Nordeste, terceiro do país, a aplicar a metodologia desenvolvida pela Fiep. A ação do projeto foi dividida em seis etapas. Os setores portadores de futuro para o Ceará foram organizados em três grupos: transversais, estratégicos e indutores do desenvolvimento regional. Os transversais são seis: água, logística, tecnologia da informação e comunicação, meio ambiente, energia e biotecnologia. Foram escolhidos pela capacidade de impacto transversal em várias atividades econômicas do estado. De acordo com a publicação, podem atuar como impulsionadores do desenvolvimento para os mais diversos segmentos cearenses. Couro & calçados, indústria agroalimentar, saúde, economia criativa, construção civil e economia do mar foram escolhidos como setores estratégicos, priorizados em todas as regiões e que têm capacidade de nortear o desenvolvimento do estado. Cinco setores foram listados como indutores do desenvolvimento industrial: confecção, madeira & móveis, metalmecânico, minerais não metálicos e turismo. Os próximos passos incluem o desenho e o desenvolvimento de rotas estratégicas, em cada um dos setores e áreas identificados como portadores de futuro. A expectativa é elaborar 13 rotas, contemplando os setores água, biotecnologia, construção civil e minerais não metálicos, economia criativa e turismo, economia do mar, energia, indústria agroalimentar, logística, meio ambiente, metalmecânico, saúde, tecnologia da informação & comunicação e produtos de consumo: couro & calçados, confecções, madeira & móveis. Setembro de 2014 | REVISTADAFIEC | 59 Ampliando ações A unidade avançada do Centro Integrado SESI/SENAI de Sobral foi construída para atender a indústria Grendene, em terreno cedido pela prefeitura Forte também no interior Nos últimos oito anos, o Sistema FIEC aumentou sua base de atuação, estando, atualmente, presente nos mais importantes polos econômicos cearenses, por meio de unidades modernas para atender aos desafios da indústria 60 | REVISTADAFIEC | Setembro de 2014 A pesar do desenvolvimento econômico do estado do Ceará estar fortemente atrelado à capital Fortaleza, muitos municípios cearenses têm se desenvolvido nos últimos anos. A força desses municípios — e regiões às quais pertencem — para o desenvolvimento do Ceará se fundamenta no apoio colocado à disposição da indústria local pelo Sistema Federação das Indústrias do Estado do Ceará (Sistema FIEC), por meio de apoio em educação profissional, oferta de serviços técnicos e tecnológicos, saúde, segurança do trabalho, responsabilidade social, gestão empresarial, apoio à inovação e incentivo à competitividade, por meio do Serviço Social da Indústria (SESI/CE), do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI/ CE), do Instituto Euvaldo Lodi (IEL/CE) e do Instituto de Desenvolvimento Industrial do Ceará (INDI). Na gestão do presidente Roberto Proença de Macêdo, o Sistema FIEC ampliou sua atuação e hoje está presente em Fortaleza, Horizonte, Maracanaú, São Gonçalo do Amarante, Limoeiro do Norte, Sobral, Juazeiro do Norte e, mais recentemente, em Aracati, com o Centro Integrado SESI/SENAI inaugurado em 29 de agosto. Uma nova unidade do SENAI/CE será construída em Russas. Estes municípios são responsáveis por 62,9% do Produto Interno Bruto (PIB) do Ceará e 63,6% do PIB industrial, o que demonstra a concentração do desenvolvimento econômico do estado. A capital, sozinha, concentra 40% do PIB e do PIB industrial. A atuação do Sistema possibilita também que municípios com menor parque industrial possam se desenvolver. “Tanto SESI, quanto SENAI e IEL têm atuação em educação, seja básica, profissional ou para executivos, pontos vitais para o desenvolvimento do setor industrial, sem contar as ações na área de inovação”, diz Guilherme Muchale, economista do INDI. A educação é o pilar básico do Mapa Estratégico da Confederação Nacional da Indústria (CNI). O setor industrial tem grande impacto em municípios como Maracanaú, São Gonçalo do Amarante e Horizonte, na região metropolitana de Fortaleza, cujos PIBs têm forte participação da indústria. Os três contam com atuação do Sistema FIEC. Em Maracanaú, há unidades do SESI e do SENAI; Setembro de 2014 | REVISTADAFIEC | 61 Participação dos municípios na economia e no parque industrial cearense em São Gonçalo, o atendimento é feito por meio do SENAI e, em Horizonte, há um Núcleo Integrado SESI/SENAI. “Essa presença é importante porque auxilia a manutenção da importância do setor, de forma transformadora. Antes de se constituírem em parques industriais, tinham relevância muito menor para o estado”, conta Muchale, para quem é impossível pensar em São Gonçalo do Amarante sem o Complexo Industrial e Portuário do Pecém (CIPP) ou em Maracanaú sem o Distrito Industrial. São Gonçalo, por exemplo, há cinco anos não estava entre 62 | REVISTADAFIEC | Setembro de 2014 os 30 principais municípios em PIB e, hoje, está entre os dez. Ele atenta para a responsabilidade do setor público com infraestrutura e serviços públicos para esses municípios, que atrairão pessoas com expectativa de empregabilidade nas indústrias. O desenvolvimento dos últimos anos faz com que o interior do estado demande aperfeiçoamento profissional. “Muitas vezes, o setor industrial está latente, com indústrias muito próximas de se profissionalizar, mas que ainda necessitam de apoio para conseguir melhorar produtos e aumentar a consciência da importância de exportar, por exemplo, e, nesses pontos, o Sistema FIEC pode auxiliar muito”, afirma Muchale. Sobral é um município que também foi transformado pela indústria, principalmente com a chegada do setor calçadista, que gera, atualmente, mais de 15 000 empregos dos 23 000 criados no município. Esses empregos transformam a cidade, influenciando no comércio e no setor de serviços. “Sobral é um município dinâmico, com previsão de desenvolvimento de parques tecnológicos que podem transformar a região”, explica o economista. Segundo ele, o município deve aproveitar o momento para diversificar o parque industrial, atraindo setores intensivos em tecnologia, e conseguir, independente do tempo que a indústria calçadista fique no município, fortalecer o setor industrial e impacto social perene. Em Sobral, o Sistema FIEC atua por meio do Centro Integrado SESI SENAI. Na região do Jaguaribe, a indústria de Russas é mais significativa que a de Limeiro do Norte, mas este é o polo político da região, sediando grande parte das instituições regionais, como o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae). Em Limoeiro, está instalada a Casa da Indústria, visando levar às indústrias da região o atendimento de todo o Sistema FIEC. No entanto, tanto Limoeiro quanto Russas são cidades-polo, que irradiam questões econômicas e políticas para os demais municípios. Segundo Guilherme Muchale, o corredor entre Mossoró (RN) e Fortaleza é um dos que mais crescem em todo o país, influenciado também pelo setor energético. São muitos parques eólicos no litoral da região, representando uma atividade que gera empregos qualificados, de técnicos e engenheiros, importantes para a região, que também conta com o recém-instalado campus da Universidade Federal do Ceará (UFC), uma unidade do SENAI em Aracati e a previsão de construção de outra unidade em Russas. Quanto ao Cariri, os municípios inseridos no Polo Regional de Inovação Tecnológica criado pela FIEC, por meio do INDI, para incrementar a inovação, participam com 5,2% do PIB do Ceará. Os 11 municípios produziram 4,5 bilhões de reais, em Curso de Informática no Centro Integrado SESI/SENAI de Sobral No portfólio do SENAI Sobral constam oficinas de: n Solda n Mecânica geral n Construção civil n Informática n Automação n Eletrônica n Calçados Consultorias no processo produtivo em: n Gestão empresarial n Segurança no trabalho n Desenvolvimento de produtos n Revisão de layout n Cronometragem São oferecidos cursos de: n Leitura e Interpretação de Desenho Mecânico n Metrologia n Mecânico de Manutenção de Máquinas Industriais n Soldador no Processo Revestido Aço Carbono e Aço Baixa Liga n Auxiliar Administrativo Financeiro n Controladores Lógico Programáveis (CLP) n Comandos Pneumáticos n Eletropneumática n Comandos Hidráulicos n Eletro-hidráulica n Eletricidade Básica n Instalação Elétrica Predial n Comandos Elétricos n Pedreiro de Alvenaria n Assistente de Produção n Operador de Computador n NR 10 (Básico e Complementar), dentre outros Setembro de 2014 | REVISTADAFIEC | 63 2011. Juazeiro se destaca por deter quase 50% do PIB (2,24 milhões de reais) e mais de 45% do valor adicionado industrial (PIB industrial) da região. A indústria representa 16,2% da economia do polo. As informações estão no Panorama Socioeconômico do Polo Regional de Inovação do Cariri, divulgado pelo INDI na ocasião da instalação do polo e da Casa da Indústria em Juazeiro do Norte. No município, o Sistema FIEC atua ainda por meio do SESI, SENAI e IEL. O Escritório Regional do IEL em Juazeiro no Norte foi criado em agosto de 2011, com a realização de cursos e a inserção de mais de 300 estudantes por meio do Programa de Estágio. “Com as expansões recentes, é possível dizer que o Sistema FIEC se posiciona nos principais polos industriais do Ceará. E ainda conta com as unidades móveis, que podem atender os municípios com menor expressão econômica”, conclui Guilherme Muchale. Potencializar competitividade A interiorização da atuação do Sistema FIEC foi busca constante da gestão do pre- O programa Vida Saudável, em Sobral, oferta ginástica laboral, circuitos de estilo de vida, jogos, formação esportiva, musculação e ginástica 64 | REVISTADAFIEC | Setembro de 2014 sidente Roberto Macêdo. Nesse contexto de expansão se insere o Centro Integrado SESI/ SENAI de Sobral, inaugurado em 3 de julho de 2011. O novo equipamento, considerado um dos mais modernos do país em termos arquitetônicos e de funcionalidade, veio ampliar o atendimento às demandas das empresas instaladas no norte e noroeste do estado, impulsionando o desenvolvimento do setor industrial, em especial, os segmentos calçadista, vestuário, metalmecânico e construção civil. Foram investidos cerca de 17 milhões de reais, possibilitando o atendimento a 160 indústrias e outros 540 estabelecimentos localizados em 36 municípios. A estrutura física da unidade integrada, instalada próximo ao Centro de Convenções, inclui pátio para abrigar unidades móveis, salas polivalentes para oficinas móveis, laboratórios, salas de aula, oficinas especializadas, auditório com 240 lugares, biblioteca, consultórios, academia de ginástica e ginásio poliesportivo, dentre outras benfeitorias. O Centro Integrado se adequa às necessidades do município e da região em termos de qualificação de mão de obra e serviços técnicos e tecnológico, por meio do SENAI, e aos conceitos de qualidade de vida oferecidos pelos programas do SESI. SESI e SENAI já estavam presentes na região desde 1988, mas as instalações originais se tornaram pequenas e inadequadas para atender à nova realidade do desenvolvimento industrial que Sobral e municípios vizinhos vivenciam. Foram realizados estudos para identificar as demandas do presente e, principalmente, do futuro. No portfólio do SENAI constam oficinas de solda, mecânica geral, construção civil, informática, automação, eletrônica e calçados, consultorias no processo produtivo, em gestão empresarial e em segurança no trabalho, desenvolvimento de produtos, revisão de layout e cronometragem e são oferecidos vários cursos. (Veja matéria na página 84.) O SESI de Sobral contempla várias áreas. Na de educação e cultura, estão disponíveis serviços de educação básica (ensinos fundamental e médio) e educação continuada com a oferta de 62 cursos voltados para a formação pessoal e profissional, educação digital, leitura e matemática. Na área de qualidade de vida, estão à disposição serviços de saúde e segurança do trabalho, com atendimento na saúde do trabalho e saúde ocupacional, assistência médica e odontológica e exames de auxílios diagnósticos. Além disso, o programa Vida Saudável oferta ginástica laboral, circuitos de estilo de vida, jogos, formação esportiva, musculação e ginástica. A área de responsabilidade social empresarial conta com atendimento em consultoria e mobilização para a gestão socialmente responsável. As ações do Centro Integrado foram ampliadas com a inauguração, em 29 de agosto, de uma unidade avançada do SENAI na indústria Grendene, destinada exclusivamente à indústria de calçados para aprendizagem industrial básica. Com essa unidade, a empresa implementa um programa para manter em caráter permanente de treinamento 1 100 aprendizes na área de calçados. Para apoiar isso, o SENAI/CE construiu o posto avançado vizinho à fábrica, em terreno cedido pela prefeitura. A unidade é uma inovação em termos de construção civil, porque é fixa, mas totalmente desmontável, com possibilidade de movimentação até das fundações. O Centro de Treinamento Técnico do Ceará (CTTC) Professor Lauro de Oliveira Lima, iniciativa do governo estadual, pensado para atender às demandas latentes e às que se apresentariam ao longo da implantação do CIPP, foi inaugurado em 15 de setembro. Para gerir a escola, a FIEC, por meio do SENAI/CE, fez parceria com o governo do estado, na qual a Secretaria de Ciência e Tecnologia e Educação Superior do Estado Ceará (Secitece) fica responsável pela construção das instalações e aquisição dos equipamentos e pelas despesas com alimentação e deslocamento dos treinandos e o SENAI/CE arcará com as despesas de manutenção geral e de realização dos cursos. A escola deverá complementar a demanda de formação profissional das indústrias do CIPP, hoje atendida pela Unidade de Formação Profissional do SENAI de São Gonçalo do Amarante e por unidades do SENAI de Fortaleza e de Maracanaú. O CTTC tem previsão de qualificar em torno de 10 800 profissionais por ano, a partir do terceiro de operação, pautado na ótica do desenvolvimento sustentável, promovendo a inclusão econômica e social da população. Serão atendidas as áreas de construção civil, eletromecânica, refinaria, química e petroquímica e siderurgia, gestão e tecnologia da informação. A escola está localizada no entroncamento das rodovias CE-085 (Estruturante) e CE-422 (próximo ao quilômetro 4), no município de Caucaia, no CIPP. O plano de capacitação do CTTC irá abranger os municípios de São Gonçalo do Amarante, Caucaia, Paracuru, Paraipaba, Pentecoste, Trairi e demais municípios do entorno. Outro município que passará a contar com unidade do SENAI é Russas, na região jaguaribana. O convênio de parceria para concessão do terreno, a fim de construir o prédio, foi assinado entre o diretor regional do SENAI, Fernando Nunes, e o prefeito de Russas, Weber Araújo, durante o 1 o Seminário de Inovação do Vale do Jaguaribe – Inova Vale, realizado em dezembro de 2013. Em processo de ampliação também está o Centro de Formação Profissional de Horizonte. Escola de aviônica E xperiência de ponta no Ceará, o SENAI, em conjunto com o SESI, passará oferecer em 2015, no município de Aracati, no litoral leste do estado, uma unidade de aviônica. A escola vai formar profissionais em manutenção de aeronaves executivas, em cursos com duração de dois anos, atendendo alunos egressos da rede pública de ensino daquela cidade. O currículo da educação articulada do SESI/SENAI combina elementos do universo do trabalho às disciplinas da educação formal por meio do programa Educação Básica Articulada com Educação Profissional (EBEP), o qual permite aos estudantes do ensino médio complementar os estudos com um curso técnico. Na escola de aviônica, no primeiro ano, a grade curricular será comum e os alunos receberão orientações sobre profissões e apoio para escolher uma carreira técnica. No segundo ano, os estudantes passam a frequentar o ensino profissionalizante, especificamente sobre aviônica. Ao término, o aluno sairá com dois certificados de conclusão: o da educação básica e o da educação profissional. E mais: estará preparado para entrar no mercado de trabalho e prosseguir os estudos em um curso superior. Em Aracati, cada turma contará com 40 alunos, com idade mínima de 16 anos. A seleção para a formação das turmas caberá ao SESI/SENAI. A estrutura do curso contará com a parceria da TAM, que cederá um avião para ser adaptado à construção de um laboratório/oficina. Ao final do curso, a empresa aérea se compromete a receber 30 dos 40 formandos para atuarem como estagiários. Aracati foi escolhido pelo SESI e SENAI para a montagem da escola porque lá está localizado um aeroporto, que também receberá uma base da TAM para reparos e manutenção de aviões executivos de pequeno e médio portes. Setembro de 2014 | REVISTADAFIEC | 65 Laboratório de Controle de Qualidade do Trigo no Centro Regional de Treinamento em Moagem e Panificação Modernidade em educação profissional A visão estratégica de potencializar a competitividade da indústria do estado exigiu do Sistema FIEC um esforço para modernizar a estrutura física das unidades de suas Casas, a fim de ampliar atuação. Tal decisão não se resumiu a criar e ampliar unidades no interior do estado, mas também foi estendida a transformar a estrutura física e tecnológica do SENAI e SESI em Fortaleza. Foram ampliadas as instalações do Centro de Formação Profissional Waldyr Diogo de Siqueira, na Barra do Ceará, no qual se passou a oferecer formação de profissionais para atuar na indústria de energia eólica, como em reparos de hélices, montagem de torres e manutenção das naceles (geradores). A intenção é ainda ampliar o atendimento a áreas como eletroeletrônica, automotiva e outras. O espaço agora conta com novo prédio. São 27 salas de aula, oito laboratórios, uma biblioteca, um auditório e salas de coordenação e professores. A ampliação vai aumentar em 30% a oferta de matrículas do SENAI da Barra do Ceará, que atualmente conta com 12 500 alunos. A 66 | REVISTADAFIEC | Setembro de 2014 ampliação contou com investimentos de 3,8 milhões de reais, com aporte de 2,7 milhões de reais do Departamento Nacional do SENAI destinados à área de infraestrutura do prédio. Para os equipamentos e máquinas, foram investidos 2,7 milhões de reais, sendo 1,375 milhão de reais oriundo do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). O resto foi contrapartida do SENAI/CE. Além do SENAI da Barra do Ceará, outras quatro unidades foram beneficiadas com reformas, ampliações e modernização de equipamentos. No Centro de Formação Profissional Antônio Urbano de Almeida – SENAI Jacarecanga –, equipamentos para as áreas de automação, metalmecânica, construção civil, química (tintas), cerâmica e refrigeração estão em fase de licitação, com previsão de 100% de aquisição até o fim de 2014. Também estão sendo licitadas obras para beneficiar as áreas de construção civil, metalmecânica, segurança do trabalho, gestão, logística, automação, editorial gráfica, refrigeração e climatização, tecnologia da informação, meio ambiente, química, celulose e papel. Até o fim do ano, todas as intervenções estarão concluídas. Para o Centro de Formação Profissional Wanderillo de Castro Câmara, em Juazeiro do Norte, até o final do ano devem ser adquiridos equipamentos para as áreas de metalmecânica, couro, calçados e automação. O prazo é o mesmo para aquisição de equipamentos do segmento de alimentos e bebidas para o Centro Regional de Treinamento em Moagem e Panificação (Certrem), no Cais do Porto. O Centro de Educação e Tecnologia Alexandre Figueira Rodrigues, localizado no Distrito Industrial de Maracanaú, receberá reformas de salas e laboratórios. Foram realizados estudos preliminares e demolições. Atualmente, o projeto está na fase de infraestrutura e com 20% de execução realizada. No Centro de Formação Profissional Ana Amélia Bezerra de Menezes e Sousa, será inaugurado, em 16 de setembro, o Centro Técnico de Confecções e Têxtil. O objetivo é contribuir para a consolidação e o desenvolvimento do parque têxtil cearense, com oferta de educação profissional e serviços técnicos e tecnológicos nas áreas de gestão, manutenção, produção e qualidade. Visando ao aumento da competitividade e inovação na indústria cearense, o SENAI/CE conta com dois Institutos SENAI de Tecnologia (ISTs), um em Eletrometalmecânica e outro em Energias Renováveis, e está licitando o Instituto SENAI de Inovação (ISI) em Tecnologias Construtivas. (Veja texto na página 42.) Excelência em qualidade de vida N os últimos oito anos, o SESI/CE modernizou unidades, construiu novas áreas e adquiriu, equipamentos para atender melhor os trabalhadores da indústria. Novos aparelhos de Saúde e Segurança no Trabalho (SST) foram comprados e uma área de SST foi construída no Núcleo de Negócios Barra do Ceará, que também teve a piscina reestruturada, a exemplo do Núcleo de Negócios Parangaba. O NR Saúde, localizado no centro, também modernizou ambientes de atendimento. Três unidades móveis foram adquiridas, sendo duas de audiologia para os núcleos de Juazeiro do Norte e Sobral, e uma unidade móvel de saúde ocupacional para o NR Saúde. Em Maracanaú, o SESI/CE inaugurou, no primeiro semestre de 2014, as instalações da Unidade de Saúde Ocupacional do SESI. O Setembro de 2014 | REVISTADAFIEC | 67 Exame audiométrico espaço, que visa ampliar o atendimento de SST às indústrias e trabalhadores da região, fica localizado à avenida Senador Virgílio Távora, 1103 – Distrito Industrial de Maracanaú, em frente do Clube da Parceria. (Veja texto na página 73.) Em educação, a infraestrutura das bibliotecas escolares e da biblioteca itinerante do trabalhador foi modernizada. Também foram adquiridos acervos e informatizados os serviços de formatação de documentos mediante a implantação das bases SINF e Kardez. O acesso aos cursos do SESI foi ampliado com a construção do Núcleo de Educação a Distância, no Núcleo de Negócios Parangaba. O Projeto SESI Indústria do Conhecimento foi implantado no SESI/CE em 2007, a partir da construção de três unidades na capital e no interior, por meio de parceria com o SESI Nacional, Ministérios da Educação e das Comunicações. Atualmente, são sete dessas unidades localizadas em Fortaleza (parceria SESI/CE com Metrofor), Sobral, Juazeiro do Norte e Pacatuba (parceria SESI/CE com prefeitura municipal), uma unidade na indústria Vulcabras e duas unidades na Vicunha. (Veja texto na página 76) Prioridade para a excelência de gestão Instituição vivenciou nos últimos oito anos, a partir da definição de uma estratégia de sustentabilidade, mergulho interno profundo que terá como consequência o redesenho de seu modelo de negócios O s últimos oito anos foram de profundas transformações para o Serviço Social da Indústria (SESI/CE). Não é retórica, nem exagero, afirmar que a instituição vivenciou, a partir da definição de uma estratégia de sustentabilidade, mergulho interno profundo que terá como consequência no futuro breve o redesenho de seu modelo de negócios. Modelo este que passa agora a ter como pressuposto a melhoria da maturidade da gestão. Para que isso fosse possível, foi implementado o Programa de Desenvolvimento da Gestão, como desdobramento do Projeto Modelo de Excelência da Gestão. 70 | REVISTADAFIEC | Setembro de 2014 A concretização deste objetivo exigiu o desenvolvimento de campanha interna para disseminar um dos fundamentos da excelência relacionados ao Modelo de Excelência da Gestão (MEG), que é o conhecimento sobre o cliente e o mercado. Tal processo culminou na realização da Convenção SESI de Gestão-2013, com a participação de 250 colaboradores (dentre eles gerentes, coordenadores e analistas) e de representantes do Departamento Nacional e de outras unidades do SESI no país. O evento trouxe a temática do Cirque du Soleil, que se tornou exemplo de organização que reinventou o espetáculo circense para atender um novo perfil de cliente e mercado. O processo de conhecimento sobre cliente O resultado foi a definição de uma política integrada, envolvendo as gestões da qualidade ambiental, de responsabilidade social e de segurança e saúde no trabalho. A política foi aprovada pelo Conselho do SESI e substitui as existentes isoladamente nos núcleos de negócio. Para isso, foi promovida a capacitação de colaboradores em fundamentos e critérios da excelência, gestão de projetos com apoio financeiro e em medição do desempenho e registro de produção. e mercado culminou na realização da Convenção SESI de Gestão-2013, com participação de 250 colaboradores e de representantes do Departamento Nacional e de outras unidades do SESI no país Setembro de 2014 | REVISTADAFIEC | 71 Inace no pódio dos jogos mundiais do SESI No esporte, Fortaleza sediou o Mundial do Trabalhador, competição organizada pelo SESI Nacional, Confederação Esportiva Internacional do Trabalho (CSIT) e Confederação PanAmericana de Desporto do Trabalhador (Copadet), que colocou o SESI/CE no circuito mundial dos jogos O trabalho exigiu ainda a padronização do processo de controle de documentos e registros, definindo formatação única de documentos para todo o SESI/CE. Também foram padronizados os processos de Qualidade de Vida – Vida Saudável, como Ginástica na Empresa, SESI Corporativo, Circuito do Bem-Estar, Gestão de Eventos e Jogos do SESI Municipais. Como complemento desse trabalho, houve a realização da primeira auditoria interna em todo o SESI/CE para a manutenção da implantação do Sistema de 72 | REVISTADAFIEC | Setembro de 2014 Gestão da Qualidade (SGQ) único na instituição. O escopo foram os processos da área de Qualidade de Vida – Vida Saudável. Em paralelo à definição desta nova estratégia, o SESI manteve em alta a sua atuação nas áreas de educação, saúde e qualidade de vida. Na educação, por exemplo, pode-se destacar os projetos e programas voltados à elevação da escolaridade básica do trabalhador e seus dependentes, ensino médio e Educação de Jovens e Adultos (EJA) do SESI Articulado com Jovens e Adultos e Educação Profissional do SENAI, Educação Continuada do Trabalhador da Indústria, Educação a Distância e Programa Indústria do Conhecimento. As áreas de lazer e cultura tiveram na gestão Roberto Macêdo apoio decisivo para o desenvolvimento de projetos como Cultura e Lazer na Indústria, Cultura e Entretenimento: Instrumentos de Inclusão Social e o Projeto Lazer Ativo, com atividades físicas personalizadas. Os projetos foram voltados para a melhor sistematização das ações de lazer aos trabalhadores, no seu ambiente de trabalho, ensejando a descoberta de talentos e favorecendo um estilo de vida mais ativo e saudável. Essas ações implicaram outros programas, como o exercite seu talento, resgate das atividades de danças folclóricas, avaliação física nas empresas, música erudita no canteiro de obras, sobremesa com arte na empresa e festivais comemorativos, bem como a iniciativa de pacotes promocionais para facilitar o acesso e aumentar a cobertura no atendimento das academias. No esporte, Fortaleza sediou o Mundial do Trabalhador, competição organizada pelo SESI Nacional, Confederação Esportiva Internacional do Trabalho (CSIT) e Confederação Pan-Americana de Desporto do Trabalhador (Copadet), que colocou o SESI/CE no circuito mundial dos jogos. Na área de qualidade de vida, uma das ações foi a implantação do Projeto SESI – Indústria Saudável, que consolidou a participação da instituição no desenvolvimento do conceito de indústria saudável. O SESI também implementou o software de gestão em Saúde e Segurança no Trabalho (SST) – Sistema S4 e os projetos-piloto para aplicação do Modelo SESI de Gestão em SST. Qualidade de vida como conceito Unidade de Saúde Ocupacional do SESI em Maracanaú E ducação, bem-estar e saúde dos funcionários são características diretamente ligadas à competitividade das empresas. Nesse sentido, o SESI/CE tem sido, ao longo dos anos, importante aliado no fortalecimento da indústria de nosso estado, contribuindo com a prestação de serviços integrados e a melhoria da qualidade de vida para o trabalhador. Na gestão Roberto Macêdo, diversas ações reforçaram este conceito e ampliaram a atuação do órgão no Ceará. Uma dessas iniciativas foi a implantação do Projeto SESI – Indústria Saudável, que consolidou a participação da instituição no desenvolvimento desse conceito no segmento. A ideia é melhorar a produtividade e a competitividade das indústrias por meio da promoção de um estilo de vida saudável, da adoção de ambientes saudáveis de trabalho e de oferecer assistência em saúde para o trabalhador da indústria. No bojo desse escopo, por exemplo, foi elaborado o Estudo Descritivo da Saúde Auditiva de Trabalhadores Expostos a Ruídos, que teve como objetivo a ampliação do conhecimento para o aprimoramento das ações. O SESI também implementou o software de gestão em Saúde e Segurança no Trabalho (SST) – Sistema S4 e os projetos-piloto para aplicação do Modelo SESI de Gestão em SST. Além disso, ainda neste campo, o órgão contribuiu na elaboração e manutenção do site Pro-SST, mediante indicações de artigos e de outros materiais de informação. No 2o Simpósio de Temas Livres em SST, obteve o 1º lugar com a apresentação do projeto Metodologia SESI para Prevenção de Distúrbio Osteomuscular em Costureiras no Ramo de Confecção de Vestuário. O mesmo trabalho foi apresentado nos Estados Unidos no Ninth Internacional Congress of Qualitative Inquiry pela colaboradora Patrícia Collares. A difusão de informações gerou a realização das jornadas de SST do SESI/CE e a apresentação do Modelo SESI de SST e do Programa de Qualidade de Vida do SESI/CE no Congresso Brasileiro de Qualidade de Vida, pela colaboradora Tânia Saraiva. A ampliação das ações incluiu ainda a criação, no Ceará, do Conselho Empresarial Estadual de Prevenção às DST/HIV/AIDS, a realização de campanhas de vacinação, o lançamento do Manual do Modelo SESI/CE de Prevenção de Dort na Indústria e da Cartilha de Ergonomia e a padronização e a estruturação dos serviços de audiologia da instituição. Para coroar essas ações, o SESI inaugurou, no primeiro semestre de 2014, as instalações da Unidade de Saúde Ocupacional do SESI em Maracanaú, na região metropolitana de Fortaleza. O espaço, que visa ampliar o atendimento de SST às indústrias e trabalhadores da região, fica localizado à avenida Senador Virgílio Távora, 1103 – Distrito Industrial de Maracanaú, em frente do Clube da Parceria. O investimento para a modernização das instalações foi de 5,1 milhões de reais, sendo que do espaço total de 4 270 metros quadrados, a área construída passa a ocupar 1 790,18 metros quadrados. O novo espaço tem em sua estrutura física seis guichês de atendimento, sete consultórios médicos, três audiometrias, dois consultórios odontológicos, três espaços para pré-consultas, sala de raio X e três postos de coleta (laboratório). A linha de atuação é voltada para a qualidade de vida dos trabalhadores da indústria e seus dependentes. Com relação aos atendimentos, no campo de SST, é possível a realização de avaliações ambientais e laudos, dentre outros procedimentos. Na parte de atenção médica, estão disponíveis clínica geral, ginecologia, oftalmologia e otorrinolaringologia. No que diz respeito à atenção odontológica, são oferecidos serviços de clínica geral, prótese, ortodontia e endodontia. No auxílio diagnóstico, estão à disposição exames de análises clínicas, ultrassonográficos e radiológicos, audiometria, espirometria, teste visual, eletrocardiograma e eletroencefalograma. A unidade tem em sua estrutura física seis guichês de atendimento, sete consultórios médicos, três audiometrias, dois consultórios odontológicos, três espaços para pré-consultas, sala de raio X e três postos de coleta Setembro de 2014 | REVISTADAFIEC | 73 Absenteísmo e presenteísmo Os impactos causados pela ausência física dos colaboradores, conforme frequência exigida (absenteísmo), e a presença “parcial” do funcionário, que apesar de comparecer à empresa não desempenha suas tarefas de forma satisfatória e completa (presenteísmo), vêm sendo combatidos por meio de medidas diversas, mas não estratégicas O absenteísmo e o presenteísmo provocam grande impacto na produtividade e na saúde financeira das empresas. Os impactos causados pela ausência física dos colaboradores, conforme frequência exigida (absenteísmo), e a presença “parcial” do funcionário, que apesar de comparecer à empresa não desempenha suas tarefas de forma satisfatória e completa (presenteísmo), vêm sendo combatidos por meio de medidas diversas, 74 | REVISTADAFIEC | Setembro de 2014 mas não estratégicas. Não há muitos registros de sistemas especializados que lidem com o problema, analisem e proponham soluções para a empresa. Diante disso, o SESI/CE vem desenvolvendo o projeto Gestão do absenteísmo e presenteísmo na indústria, a partir de uma inovação social centrada no trabalhador, aprovado pelo Edital SESI SENAI de Inovação de 2013, em parceria com a indústria de confecções Guararapes. O projeto objetiva desenvolver um sistema especialista de apoio à decisão que realize o diagnóstico do absenteísmo e do presenteísmo. Para tanto, será realizado o acompanhamento dos trabalhadores em postos críticos, a fim de que sejam criados casos que alimentem um sistema, com base no Programa de Prevenção de Riscos Ambientais (PPRA), Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional (PCMSO) e Análise Ergonômica do Trabalho (AET). Também serão captados dados a partir do Sistema de Gestão Informatizada (S4) do SESI. Na prática, os trabalhadores alimentam um software periodicamente sobre estado de saúde, presença de dores e hábitos diários, dentre outras informações, e receberão, de forma personalizada, dicas simples que poderão executar no dia a dia para melhorar a saúde e o estilo de vida, via multimídia (texto, áudio, animações e imagens) pela internet e em celulares e tablets (sistema Android). O software também fornece informações para que a empresa possa executar uma melhor gestão do absenteísmo a partir das informações geradas pelos trabalhadores. A meta será propor soluções para resolver as questões ligadas ao absenteísmo e ao presenteísmo contextualizadas com as principais causas de afastamento. A diminuição desses eventos é o principal objetivo, além de prevenir acidentes e lesões e conscientizar acerca dos problemas ergonômicos mais comuns em determinados postos de trabalho, considerando aspectos biopsicossociais do trabalhador. O projeto será finalizado em 2015. O SESI espera no futuro incorporar ao seu portfólio esse serviço inovador, que poderá ser replicado nos demais segmentos da indústria. Educação para crescer O Mapa Estratégico da Indústria (2007-2015), documento que propõe uma visão de futuro para o Brasil, estabelece a educação como vertente primordial para o desenvolvimento do país. Nesse contexto, o Programa Educação para a Nova Indústria tem funcionado como desdobramento estratégico para que se possa melhorar a produtividade do trabalho no que se refere à formação dos quadros profissionais para a indústria. Como instrumentos de apoio para alcançar essa finalidade, o SESI vem atuando fortemente por meio de vários projetos e programas, podendo-se destacar a elevação da escolaridade básica do trabalhador e de seus dependentes; ensino médio em Educação de Jovens e Adultos (EJA) do SESI Articulado com Jovens e Adultos e Educação Profissional do SENAI, Educação Continuada do Trabalhador da Indústria, Educação a Distância e Programa Indústria do Conhecimento. O SESI/CE nesses últimos oito anos não poupou esforços para se adequar a esse novo momento, procurando oferecer um ensino de qualidade e diferenciado com o Programa Indústria do Conhecimento, a fim de atender às necessidades da indústria competitiva. Assim, a área de educação do SESI passou por profundas transformações, consubstanciadas pela realização dos cursos de formação continuada para professores e multiplicadores do Projeto Leitura, Comunicação e Inclusão Digital, do Projeto SESI – Por um Brasil Alfabetizado e do Projeto Empreendedorismo e Responsabilidade Social. Para se ter uma ideia da importância do Projeto Leitura, Comunicação e Inclusão Digital, basta dizer que atende os trabalhadores da indústria por meio de unidade móvel digital, dos laboratórios de informática e das bibliotecas fixas e itinerantes, ensejando aos alunos a melhoria na aprendizagem, principalmente no acesso aos bens de capital cultural, complementado pelo serviço biblioteca itinerante do trabalhador. Por seu caráter inovador, a experiência do Ceará foi apresentada como painel na 22ª Conferência Mundial de Educação Aberta e a Distância, ocorrida no Rio de Janeiro. A gestão Roberto Macêdo também promoveu a modernização da infraestrutura das bibliotecas Sala de aula em uma empresa do Programa de Educação de Jovens e Adultos escolares e da biblioteca itinerante do trabalhador, na aquisição de acervos e informatização do serviço mediante a implantação das bases SINF e Kardex. Outro aspecto a ser ressaltado na área da educação do SESI/CE foi o Projeto de Intervenção na Prática Pedagógica da Educação de Jovens e Adultos. O projeto propiciou a reflexão dos profissionais (técnicos e docentes) acerca dos processos estratégicos e pedagógicos da educação, sob a mediação de consultoria externa, culminando com a elaboração de um Plano Estratégico para a EJA. A iniciativa propiciou a realização de um processo analítico do currículo e a reestruturação das matrizes de competência. O SESI/CE participou ainda do desenvolvimento do Prêmio Construindo a Nação, com participação de 39 escolas públicas e privadas, destacando-se duas unidades de ensino da entidade: Escola Hermenegildo de Brito Firmeza (2º lugar) e Escola Padre Azarias Sobreira (3º lugar). O Construindo a Nação é realizado pelo Instituto da Cidadania Brasil, em parceria com a CNI, o SESI e a Fundação Volkswagen. O SESI e o Instituto da Cidadania atuam como suportes técnicos nas escolas que têm dificuldades ou dúvidas sobre como implantar um projeto de cidadania em conjunto com seus alunos. Atualmente, participam do Prêmio Construindo a Nação 24 estados brasileiros. Ensino básico com profissional Dar ao aluno a oportunidade de chegar ao mercado de trabalho com uma formação integrada, recebendo, de uma só vez, dois diplomas: de educação básica e de educação profissional. Este é o objetivo do projeto Educação Básica Setembro de 2014 | REVISTADAFIEC | 75 Alunos do Ebep das unidades do SESI e do SENAI na Parangaba com Educação Profissional (Ebep), ação conjunta do SESI e do SENAI que traz, em apenas um programa, o ensino médio e a aprendizagem em nível técnico. No Ceará, o Projeto Revitalização do Ebep previu a construção de documentos e instrumentais necessários à sua efetivação, destacando-se a intensificação da formação da equipe técnico-docente. Hoje, as unidades do SENAI e do SESI no bairro Parangaba estão desenvolvendo o projeto. Com 1 240 horas/aula (620 horas da fase escolar e 620 horas de prática profissional curricular na empresa), os alunos assistem, no período da manhã, às aulas no SESI, no qual estão concluindo o ensino médio. À tarde, participam do ensino profissionalizante no SENAI. Noutra fase da capacitação, há o estágio na empresa, onde o aluno põe em prática o conhecimento adquirido. O tempo é dividido entre orientação de estudo, carga horária de projetos e aproveitamento escolar. Contempla, em termos de ensino médio, as disciplinas Língua Portuguesa, Matemática, Inglês, Química, Física, Biologia, História, Geografia, Artes, Filosofia e Sociologia. O curso compreende, ainda, habilidades básicas, nas quais os alunos têm noções de higiene, segurança e qualidade no trabalho, relações interpes soais, ética e cidadania, além das específicas, em que são trabalhados os conceitos técnicos da profissão. Todas as aulas são realizadas com atividades práticas. O programa é desenvolvido de forma diferenciada pelas duas instituições e trata o aluno de forma especial, promovendo sua formação integral. Mais: vai ao encontro das demandas do setor produtivo, que necessita cada vez mais de profissional qualificado em termos técnicos e intelectuais. Informação e conhecimento O Projeto SESI Indústria do Conhecimento foi implantado no Ceará em 2007, a partir da construção de três unidades na capital e no interior, e envolve a parceria do SESI Nacional com os Ministérios da Educação e das Comunicações. Hoje, o SESI/ CE possui sete unidades, localizadas em Fortaleza (parceria com Metrofor), Sobral, Juazeiro do Norte e Pacatuba (parceria com a prefeitura), uma unidade na indústria Vulcabras e duas na Vicunha. O Indústria do Conhecimento consiste na implantação de centros multimídias concebidos especialmente para atender às lacunas existentes na promoção do acesso à informação e ao conhecimento, mediante pesquisa e práticas de leitura. As unidades SESI Indústria do Conhecimento contêm biblioteca, DVDteca, CDteca, gibiteca e internet. Os módulos são projetados de forma a facilitar a acessibilidade física, em locais bem situados, com boas condições para leitura e estudo, bem como acesso a tecnologias adequadas e horários apropriados para os usuários. Nas unidades em funcionamento, somente no ano passado cerca de 49 000 visitas foram realizadas, com a maior frequência tendo sido na Vulcabras, em Horizonte, com média de 19 000 atendimentos. Para o superintendente regional do SESI/CE, Francisco das Chagas Magalhães, o Indústria do Conhecimento é uma iniciativa marcada pela "moeda da parceria". Segundo ele, cerca de 15 milhões de estudantes em escolas no Brasil não têm biblioteca. “Esse quadro precisa despertar na sociedade uma reação.” Magalhães diz que o SESI tem feito sua parte com as bibliotecas itinerantes, instalação de unidades nas empresas e os projetos do Indústria do Conhecimento. Fachada da Indústria do Conhecimento na indústria Vulcabras 76 | REVISTADAFIEC | Setembro de 2014 Lazer e cultura ao trabalhador Festival SESI de Música reuniu grande público A s áreas de lazer e cultura do SESI/ CE na gestão Roberto Macêdo estão marcadas por eventos de destaque nos cenários nacional e internacional, além da atenção, por meio da criação de programas específicos, dedicada às artes e ao entretenimento. Dentre essas iniciativas o Prêmio CNI-SESI Marcantonio Vilaça para as Artes Plásticas, lançado em 2004, e que se consolidou como uma das mais importantes premiações do gênero no panorama cultural brasileiro. Ainda no campo das artes, o projeto Cine SESI Cultural levou cinema de graça a 14 municípios cearenses, menos favorecidos deste bem cultural. A música não foi esquecida, com a promoção do Festival SESI de Música de forma estruturada a partir das diretrizes do Departamento Nacional do SESI. A ideia era não somente a promoção cultural, mas a sensibilização sobre a importância da arte como elemento essencial para a qualidade de vida do trabalhador. O festival reuniu público estimado de 2 100 pessoas entre trabalhadores e representantes das empresas participantes, no auditório da unidade do SESI da Barra do Ceará. O SESI também realizou uma série de apresentações culturais da Orquestra Sinfô- nica e da Banda de Música, atendendo cerca de 14 200 pessoas, entre trabalhadores e sociedade como um todo. Dentre as apresentações da orquestra destacam-se o concerto em homenagem aos 30 anos do grupo, no Teatro José de Alencar, o concerto no evento de intercâmbio científico-cultural Brasil/Portugal e o concerto para homenagear in memoriam Sílvio Barbato. A gestão Roberto Macêdo implantou ainda os projetos Cultura e Lazer na Indústria, Cultura e Entretenimento: Instrumentos de Inclusão Social e o Projeto Lazer Ativo, com atividades físicas personalizadas. Os projetos foram voltados à melhor sistematização das ações de lazer para os trabalhadores, no seu ambiente de trabalho, e também ensejando a descoberta de talentos, favorecendo estilo de vida mais ativo e saudável. As inovações metodológicas e a criação de atividades direcionadas à ampliação e diversificação do atendimento no lazer propiciaram outros programas, como o exercite seu talento, resgate das atividades de danças folclóricas, avaliação física nas empresas, música erudita no canteiro de obras, sobremesa com arte na empresa e festivais comemorativos. Setembro de 2014 | REVISTADAFIEC | 77 Prêmio Marcantônio Vilaça Repentistas, poetas populares, rendeiras, tapioqueiras e grupos folclóricos cearenses prenderam a atenção do público em janeiro de 2009, quando do evento de anúncio dos vencedores da terceira edição do Prêmio Marcantônio Vilaça de Artes Plásticas. De caráter nacional, o evento conseguiu mais uma vez cumprir o papel de democratizar a arte, legado deixado pelo marchand que inspirou o prêmio, trazendo para o Ceará, no histórico prédio que iria sediar o Museu da Indústria, a solenidade de premiação dos vencedores. Para Roberto Macêdo, além de perpetuar o legado deixado por Vilaça, o prêmio consolida o compromisso da indústria com o desenvolvimento sustentado do país, por meio de expressões artísticas que misturam a vida com a arte, a ficção e a realidade, utilizando técnicas inusitadas como tintas, recortes, lascas de madeira ou sopa de letras. “A organização do evento não poderia ter sido mais feliz ao selecionar os artistas e as apresentações para ilustrar as tradições populares do nosso estado”, disse Roberto Macêdo, que comparou a indústria com o artista. “A indústria também faz arte”, afirmou ele, para quem, ao finalizar uma produção, o industrial sente que seu sonho foi realizado: “Do Roberto Macêdo: "A indústria também faz arte" 78 | REVISTADAFIEC | Setembro de 2014 mesmo modo, o artista apreciando sua obra depois de pronta também se enche de orgulho e da sensação do dever cumprido”. Os cinco artistas vencedores foram contemplados com bolsas de trabalho, cada uma no valor de 30 000 reais, que serviram de estímulo à continuidade da produção cultural, e com a divulgação nacional de seus trabalhos. O prêmio incluiu, ainda, a edição de um catálogo com os trabalhos realizados pelos artistas vencedores. Descobrindo talentos Os mais diversos ritmos se fizeram presentes no Festival SESI de Música, realizado em outubro de 2009. Além de possibilitar a descoberta de novos talentos, o objetivo do festival foi promover a cultura entre os industriários e seus familiares, fomentando a produção musical do país. Dos 62 trabalhadores inscritos inicialmente, uma comissão julgadora classificou 26 candidatos para as semifinais, sendo 12 na categoria músicas inéditas (letra e composição) e 14 na categoria interpretação. Além de disputarem a chance de ir à fase final do concurso, os participantes tiveram a oportunidade de participar, no Conservatório de Música Alberto Nepomuceno, de oficinas culturais Equipe do vôlei do Inace, campeã do Mundial do Trabalhador realizado em Fortaleza nas quais foram trabalhados aspectos como técnicas vocais, postura de palco e expressão corporal, contribuindo para aprimorar suas performances. Mesmo realizado em uma noite de sábado, o auditório ficou praticamente lotado e não faltou animação por parte da plateia. Nas categorias em disputa, os dois vencedores foram Adriana Dantas (interpretação), da empresa Metalmart, e Natanael Nascimento (composição inédita), da M. Dias Branco, que receberam 3 000 reais. Mundial do Trabalhador Com a participação de 320 atletas representando 15 países, Fortaleza foi palco, no período de 16 a 21 de junho de 2009, do maior evento esportivo mundial do trabalhador. Nas modalidades de vôlei de praia, xadrez e tênis de mesa, o Mundial do Trabalhador, competição organizada pelo SESI Nacional, Confederação Esportiva Internacional do Trabalho (CSIT) e Confederação Pan-Americana de Desporto do Trabalhador (Copadet), colocou o SESI/CE no circuito mundial dos jogos. As equipes internacionais vieram da Áustria, Bulgária, Bélgica, França, Israel, Portugal, Estônia, Itália, Índia, Lituânia, Chipre, Finlândia, Tunísia e México. Em termos de resultados, os cearenses demonstraram seu potencial. No vôlei feminino, a equipe da Indústria Naval do Ceará (Inace), representando o Brasil, foi a campeã. Venceu o time da Estônia na final por dois sets a zero. A equipe que conquistou o título nas areias cearenses foi formada por Ana Paula Machado, Camila Alves, Luzijane Castro e Micherlene Alves. No vôlei masculino, os cearenses da Fábrica de Massas e Biscoito Coelho, de Sobral, ficaram em quarto lugar. Eles perderam na semifinal para a equipe do Mato Grosso. O evento em Fortaleza foi o sétimo mundial do trabalhador realizado no Brasil, mas o primeiro com três modalidades em disputa simultânea. A competição no Ceará foi a maior em número de disputas desde que os jogos começaram no país, em 2000. Para a realização das competições, foram quase seis meses de preparação para a montagem da logística visando receber as delegações e organizar as disputas, levadas a efeito nas quadras da Volta da Jurema, na Beira Mar (vôlei de praia), Hotel Blue Tree (xadrez) e SESI da Barra do Ceará (tênis de mesa). Setembro de 2014 | REVISTADAFIEC | 79 Disseminando responsabilidade social Reunião com empresários em Maracanaú sobre o Projeto Ceres A criação de um Núcleo de Responsabilidade Social Empresarial (NRSE) no SESI/ CE permitiu a construção de modelos de gestão nos quais foi inserido o conceito de responsabilidade social empresarial de forma mais ampla na cadeia produtiva da indústria. Como beneficiários, além das empresas industriais, essa visão abarcou a curto, médio e longo prazos diversos públicos: colaboradores, fornecedores, comunidade e clientes, dentre outros. Nesse contexto, insere-se o Prêmio SESI de Qualidade no Trabalho (PSQT). O prêmio é um reconhecimento público às empresas industriais por suas práticas de gestão e valorização dos seus colaboradores. A promoção da participação das pessoas em todos os aspectos do trabalho e de sua qualidade de vida passou a ser vista como fundamental para que os colaboradores desen- volvessem seu potencial, contribuindo para os resultados da organização. A disseminação do conceito de RSE fez com que fossem realizados cursos de responsabilidade social e sustentabilidade, atendendo 45 444 cursistas, sendo 16 447 vinculados ao segmento industrial, dos quais 9 670 (58,7%) obtiveram certificado de extensão universitária. O Instituto FIEC de Responsabilidade Social (FIRESO), em parceria com o SESI, deu início à prestação de serviço de assessoria às empresas, com vistas a ampliar a cultura da responsabilidade social no universo empresarial. Com o amadurecimento do trabalho, em 2010, teve início o projeto piloto do Consórcio Empresarial de Responsabilidade Social e Ambiental (Ceres). A ideia consiste em unir empresas próximas geograficamente em torno da realização de ações baseadas nas metodologias de Gestão da Responsabilidade Corporativa (GRC), Investimento Social Privado (ISP), Produção Mais Limpa (P+L) e Gerenciamento de Projetos de Desenvolvimento (GPD), além de desenvolver a tecnologia social Teia da Vida. O programa funciona sob a orientação do Guia Ceres, uma publicação elaborada pelo SESI/CE para auxiliar na implantação de consórcios empresariais, com informações detalhadas da metodologia, etapas do processo e aspectos da implantação e desenvolvimento do projeto-piloto do consórcio, introduzido nas empresas Resibras, Recamonde, Iracema e Cemec, localizadas em Fortaleza, no bairro Barra do Ceará. Em 2011, as empresas Inace, Pena e Iracema foram agregadas ao projeto-piloto e outros dois consórcios passaram a atuar em Maracanaú e Messejana, formados pelas empresas Serlares, Gerdau, Marisol, M. Dias Branco, Hidracor, Esmaltec Em novembro de 2013, o Projeto Ceres foi um dos 22 selecionados na América Latina, diante de um universo de 450 concorrentes, para ser apresentado na Costa Rica, na província de Alajuela. Participaram do encontro 63 empresários de 12 países: Costa Rica, Colômbia, El Salvador, Nicarágua, Panamá, México, Suíça, Peru, Argentina, Chile, Estados Unidos e Brasil 80 | REVISTADAFIEC | Setembro de 2014 e Cobap; e Agropaulo/Naturágua, EIM e Lacup, respectivamente. A metodologia do Ceres contempla dois fluxos de consultoria: coletiva e individual por empresa. Na consultoria coletiva, ocorre a mobilização do grupo de empresas consorciadas e facilitação de encontros de planejamento e monitoramento. A consultoria individual é voltada para o desenvolvimento de capacidades internas em cada empresa participante no tocante à gestão da responsabilidade corporativa, eficiência de recursos, gestão de projetos de desenvolvimento e investimento social privado. Como estratégia de capacitação, e em parceria com a Universidade de Fortaleza (Unifor) e o Instituto Euvaldo Lodi (IEL/CE), foi criado, por meio do consórcio Ceres, um MBA sobre Gestão de Organizações Sustentáveis para os gestores das empresas participantes e os consultores de cada metodologia, bem como para a equipe do SESI envolvida na gestão do processo. O conteúdo do MBA, com 375 horas/aula distribuídas em oito meses de conteúdos teóricos e práticos, baseia-se na proposta do Projeto Ceres. Além da Unifor, no âmbito da criação do MBA, a experiência de criação da metodologia Ceres possibilitou o encontro de diversos outros parceiros: Manegement de Projetos e Processos (MPP), referência nacional em gerenciamento de projetos de desenvolvimento; ORP Consultoria, mentora da tecnologia social Teia da Vida, que embasou a formação da rede de agentes de responsabilidade social; Conselho Temático de Responsabilidade Social (Cores) da Confederação Nacional da Indústria (CNI); e e Companhia Energética do Ceará (Coelce), além de outras instituições, como o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI). Em novembro de 2013, o Projeto Ceres foi um dos 22 selecionados na América Latina, diante de um universo de 450 concorrentes, para ser apresentado na Costa Rica, na província de Alajuela. Participaram do encontro 63 empresários de 12 países: Costa Rica, Colômbia, El Salvador, Nicarágua, Panamá, México, Suíça, Peru, Argentina, Chile, Estados Unidos e Brasil. Educação alimentar e nutricional O Programa Cozinha Brasil foi implantado nacionalmente para levar conhecimentos sobre educação alimentar e nutricional, por meio de orientação didático-pedagógica, estimulando a melhoria dos hábitos alimentares, valorizando a culinária regional e utilizando o aproveitamento integral dos alimentos para evitar o desperdício. Um dos princípios básicos do programa é contribuir na promoção da melhoria do nível de saúde e qualidade de vida dos trabalhadores da indústria, dependentes e comunidade em geral. No Ceará, os resultados merecem ser comemorados. Ao todo, foram realizados 2 818 atendimentos nos cursos e oficinas e promovidos 8 340 atendimentos em ações educativas articuladas com as indústrias. O programa também atuou por meio de parcerias com o Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia – Campus Iguatu e a Escola Estadual de Educação Profissional Maria José Medeiros, em Fortaleza, para a realização de aulas teóricas e práticas. O resultado dessa capacitação foi o interesse dos acadêmicos de nutrição em multiplicarem os conhecimentos adquiridos nos cursos e no desenvolvimento de projetos para as comunidades. Os frutos alcançados no Ceará pelo programa, que é desenvolvido nacionalmente pelo SESI, fez com que o Projeto Cozinha Brasil Internacional – Projeto Cocina Honduras, fosse conduzido pelo SESI/CE, que recebeu técnicos hondurenhos com a finalidade de capacitá-los na metodologia e no desenvolvimento dos cursos do programa de Educação Alimentar e Nutricional Cozinha Brasil-Honduras. Os resultados obtidos foram a integração dos técnicos hondurenhos e brasileiros e a capacitação da equipe técnica de Honduras em habilidades e competências necessárias para desenvolver eficazmente o programa. Setembro de 2014 | REVISTADAFIEC | 81 Ação Global: 462 000 atendimentos Atendimento em saúde no Ação Global realizado este ano em Aquiraz A 20ª edição do programa Ação Global, realizado pelo Serviço Social da Indústria do Ceará (SESI/ CE) e a Globo, com o apoio da TV Verdes Mares, no dia 26 de abril de 2014, em Aquiraz, na região metropolitana de Fortaleza, promoveu 50 672 atendi- mentos a 16 781 pessoas. O evento, que teve como tema A importância da mulher na qualidade de vida da família, ofertou mais de 40 serviços gratuitos à população, além de ter proporcionado a 63 casais realizarem o sonho do casamento civil. A cerimônia foi um dos momentos mais marcantes do evento. O casamento coletivo foi uma das várias ações que marcaram o evento Ação Global durante a gestão Roberto Macêdo nos últimos anos. Nesse período, no total, mais de 462 000 atendimentos foram prestados. Das edições promovidas, sete foram realizadas fora de Fortaleza, ampliando a abrangência da prestação de serviços para os municípios de Horizonte, Maranguape, Pacatuba, Eusébio, Jaguaruana, Caucaia e Aquiraz, revelando peculiaridades de cada comunidade atendida. Em Maranguape, no ano de 2007, por exemplo, foi oferecida a opção de atendimento a quem acredita na cura pela fé. Essa antiga tradição popular esteve presente com a participação de rezadeiras que vivem no município. Já em Pacatuba, no ano de 2009, o Ação Global reforçou a ação do voluntariado com o apoio de 40 entidades parceiras e cerca de 500 voluntários. Além dos atendimentos e da possibilidade de agregar uma série de ações sociais em um só dia e lugar, a dedicação e a vontade de ajudar dos voluntários foram o grande destaque. Desde a ação mais simples de fazer um corte de cabelo, até permitir o sonho de diversos casais em oficializar a união, mostrou-se ser possível fazer muito por quem nem sempre tem acesso aos atendimentos mais básicos. Voluntariado que dobrou no ano seguinte, quando da realização do programa em Eusébio, com o envolvimento de 1 050 voluntários e 52 organizações parceiras. Em 2011, foi a vez de Jaguaruana, tradicional polo de produção de redes no estado, receber os serviços do Ação Global. Nesse dia, 21 844 pessoas participaram das atividades, que incluíram também a divulgação da cultura por meio de apresentações de talentos artísticos locais. No palco, os shows ficaram por conta das apresentações de grupos dos mais variados gêneros, como pagode e rock, dentre outros. No município de Caucaia, em 2013, não faltaram exemplos de ação em prol do outro, revelando-se o espírito cidadão do evento. “São 900 voluntários reunidos com a missão de servir em mais de 60 modalidades de atendimento. Isso é muito bom porque mostra que o espírito cidadão está presente na nossa sociedade”, afirmou na ocasião o presidente da FIEC, Roberto Macêdo. Segundo ele, o atendimento prestado era apenas uma gota d’água dentro do oceano de carência por serviços no Ceará, mostrando que vale a pena fazer com que a população, por exemplo, esteja com os documentos em dia. O presidente da FIEC ressaltou que, pela sua grande importância e impacto social, o Ação Global faz parte do calendário da indústria. Centro Integrado SESI/SENAI em Sobral atende a demandas do município e circunvizinhança Modernização, inovação e tecnologia 84 | REVISTADAFIEC | Setembro de 2014 Entidade implanta dois Institutos SENAI de Tecnologia (IST) e um SENAI de Inovação (ISI) e amplia seus laboratórios para possibilitar a criação de mais cursos D e 2006 até fevereiro deste ano, 410 807 alunos concluíram os cursos oferecidos pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI/CE). Daquele ano até maio de 2014, foram realizados 10 580 serviços técnicos e tecnológicos pelas unidades da instituição, o que corresponde a 303 865 homens-hora de trabalho. A frieza dos nú- meros, porém, pouco dimensiona o que foi atingir este patamar. Nos oitos de gestão do presidente Roberto Proença de Macêdo, o SENAI passou por completa transformação na perspectiva de manter o papel de indutor de atividades que ampliem a geração de emprego e renda no estado, além de promover a inovação mediante serviços técnicos e tecnológicos ofertados às indústrias. Diretor regional do SENAI, Fernando Nunes, durante a inauguração do IST Maracanaú Setembro de 2014 | REVISTADAFIEC | 85 De 2006 até fevereiro deste ano, 410 807 alunos concluíram os cursos oferecidos pelo SENAI/CE. Daquele ano até maio de 2014, foram realizados 10 580 serviços técnicos e tecnológicos pelas unidades da instituição, o que corresponde a 303 865 homens-hora de trabalho Em sintonia com as novas necessidades do mercado, a instituição vem se preparando para atender à demanda dos próximos anos baseada no apoio à competitividade da indústria cearense, ao estimular a inovação e o desenvolvimento tecnológico e elevando a oferta de educação profissional. Para tanto, lida com os desafios da modernização implantando dois Institutos SENAI de Tecnologia (IST) e um SENAI de Inovação (ISI). Mais: dentro das ações estratégicas e projetos desenvolvidos nas duas últimas gestões, houve uma completa modernização e ampliação de seus labora- Outra ação do SENAI para reforçar a competitividade do setor industrial cearense foram a modernização e a ampliação da área de metalmecânica (soldagem e caldeiraria) Calderaria industrial na indústria Durametal 86 | REVISTADAFIEC | Setembro de 2014 tórios para introduzir mais cursos técnicos e de qualificação profissional. Nesse sentido, destacam-se o laboratório para ensaios tecnológicos em vestuário, a expansão da rede de laboratórios de calibração e de ensaios acreditados pelo Inmetro, a modernização das unidades de eletroeletrônica, telecomunicações e a implantação dos laboratórios de comunicação sem fio indoor e outdoor utilizando Wifi e Wimax, além da implantação de sistemas integrados de gestão informatizados para laboratórios e de calibração na área de medidas elétricas. O SENAI/ CE nesse período também atuou na capacitação dos departamentos regionais do Nordeste para o desenvolvimento de serviços de certificação de pessoas no âmbito do Sistema SENAI de Certificação de Pessoas (SSCP). Ainda na coordenação de esforços entre os departamentos regionais do SENAI no Nordeste, o Ceará atuou na elaboração de cadernos de tendências na área de design por meio da criação de uma rede difusora de informações, promovendo atividades voltadas para a reflexão e capacitação, estimulando a cultura do uso do estudo de tendências regionais no desenvolvimento de produto. A ideia visou fortalecer o conceito de brasilidade nos setores do mobiliário e vestuário (confecções/malharia retilínea/calçados/ couro e artefatos). Com isso, promoveu-se a produção de cadernos e CDs, cuja finalidade é capacitar técnicos quanto à metodologia de desenvolvimento do caderno de tendências. Outra ação do SENAI para reforçar a competitividade do setor industrial cearense foram a modernização e a ampliação da área de metalmecânica (soldagem e caldeiraria), por meio da padronização do atendimento das necessidades de qualificação de profissionais com base nos requisitos do Programa Nacional da Qualidade (PNQC) da Soldagem e da Calderaria. Assim é que foram adquiridos equipamentos e promovida a adequação das oficinas, capacitados técnicos e docentes que atuam na área de metalmecânica e implantados novos cursos atendendo às exigências das empresas industriais clientes do SENAI. A educação a distância (EaD), por sua vez, mereceu atenção especial da instituição com a ampliação da oferta de educação profissional e tecnológica por meio da implantação da EaD em quatro unidades. Além disso, cerca de 11 800 pessoas foram capacitadas em cursos na modalidade de iniciação profissional, utilizando a metodologia da educação a distância A modernização das unidades operacionais foi outra iniciativa desenvolvida pelo SENAI nas duas últimas gestões da FIEC, implicando tanto ampliação física da estrutura tecnológica pela aquisição de máquinas e equipamentos, como qualificação permanente do quadro docente. Exemplo disso foi o projeto do Centro Integrado SESI/SENAI de Sobral para atendimento das demandas do município e circunvizinhança. Vale salientar que as ações do centro já foram ampliadas com a inauguração, em agosto, de uma unidade avançada na indústria Grendene. Também foi inaugurada em Aracati, no mesmo mês, uma unidade aviônica SESI/ SENAI. No dia 15 de setembro, foi a vez do Centro Técnico e Tecnológico do Ceará, no Complexo Industrial e Portuário do Pecém (CIPP). Estão em processo de implantação o Centro de Formação Profissional de Horizonte e uma unidade no município de Russas. (Veja matéria na página 60.) No que diz respeito à capacitação de docentes, foi criado o Programa Permanente de Capacitação de Técnicos e Docentes de educação profissional e coordenações pedagógicas, tendo como foco a Metodologia SENAI de Educação Profissional. Criação e ampliação de laboratórios Dentro das ações estratégicas desenvolvidas pelo SENAI nos últimos oito anos, a modernização e a ampliação dos laboratórios foram uma preocupação constante que resultou em ganhos importantes na qualificação dos serviços oferecidos, bem como na preparação de mão de obra para a indústria. Referência no Nordeste, o Laboratório de Controle de Qualidade de Tintas Imobiliárias possibilitou aos usuários a certificação de conformidade com os padrões da ABNT Setembro de 2014 | REVISTADAFIEC | 87 A ideia foi tornar o SENAI/CE referência na formação de profissionais de nível técnico na área de instrumentação industrial, aplicando os conhecimentos de áreas afins para o controle e automação de processos industriais. Exemplo desse esforço pode ser constatado com a implantação do laboratório para Ensaios Tecnológicos em Vestuário, que permitiu a estruturação do equipamento visando atender às demandas geradas pelas indústrias têxteis e de confecção no estado do Ceará. Por meio dessa iniciativa, foi possível o desenvolvimento de 107 serviços técnicos e tecnológicos (ensaios) para indústrias de confecção do vestuário. O SENAI ainda teve atuação importante quanto à modernização e ampliação dos laboratórios de eletroeletrônica da região Nordeste, melhorando o padrão de qualidade dos cursos ministrados, o que permitiu o desenvolvimento de ações de educação profissional e de serviços técnicos e tecnológicos. O mesmo se deu com os laboratórios de telecomunicações para atualização tecnológica do curso de aprendizagem industrial de Operador de Redes de Telecomunicações. Esse aspecto teve reflexo no lançamento do curso de habilitação técnica em Telecomunicações, formando aproximadamente 194 profissionais para o mercado de trabalho. Já o curso de Aprendizagem Industrial de Operador de Redes de Telecomunicações formou 262 aprendizes para possibilitar à instituição fornecer ao mercado serviços técnicos e tecnológicos na área. Outro laboratório implantado pelo SENAI nesses anos foi o de comunicação sem fio indoor e outdoor utilizando Wifi e Wimax, que ofereceu ao mercado a possibilidade de capacitar profissionais para as novas tendências do mercado de TI e Telecomunicações no que tange à tecnologia Wifi e Wimaz de transmissão sem fio em banda. A modernização como tônica permitiu, por sua vez, a implantação de sistemas integrados de gestão informatizados para laboratórios, fortalecendo a Rede SENAI de Laboratórios de Metrologia, o que fez aumentar o número de atendimentos globais da rede mediante a intermediação de serviços entre estados. Também como parte desse fortalecimento de rede, houve a implantação do laboratório de calibração na área de medidas elétricas, 88 | REVISTADAFIEC | Setembro de 2014 criando ambientes tecnológicos adequados para prestar serviços de calibração na área de medidas elétricas. Referência no Nordeste, o Laboratório de Controle de Qualidade de Tintas Imobiliárias possibilitou aos usuários a certificação de conformidade com os padrões da ABNT. Para tanto, empreenderam-se a construção de ambiente físico e a aquisição de máquinas, equipamentos, ferramentas e softwares para a sua implantação. Em tal equipamento, é possível o oferecimento de diversos serviços como ensaios em tintas econômicas, ensaios em tintas standart e premium, massas niveladoras, esmalte sintético e outros ensaios em tintas. Certificação de pessoas O SENAI, por meio do Centro de Educação e Tecnologia Alexandre Figueira Rodrigues, localizado em Maracanaú, começou em janeiro de 2013, em seu Centro de Exames para Certificação (CEC), o processo de certificação de soldador (conforme o código Asme – seção IX). Com o início do trabalho, a unidade foi a primeira no Brasil, dentre os departamentos regionais, a implantar o procedimento. O modelo adotado no Ceará foi totalmente desenvolvido por profissionais do SENAI a partir das demandas surgidas nas próprias empresas. Para chegar ao modelo que passou a ser adotado no processo de certificação para soldadores, foi iniciado, em 2009, um trabalho de identificação da demanda favorável para a qualificação de soldador Asme IX em função do CIPP, Refinaria Premium II da Petrobras e Companhia Siderúrgica do Pecém (CSP); e para atendimento às empresas prestadoras de serviço de soldagem à Petrobras, como também a metalúrgicas que atendem a NR 13 – caldeiras e vasos de pressão. O Sistema de Certificação de Pessoas foi criado pelo SENAI Nacional em 2008 com a proposta de validar as competências profissionais adquiridas ao longo do tempo, independentemente da forma como foram conseguidas. Com isso, a certificação favorece tanto a inserção do profissional no mercado de trabalho como a sua permanência. No Ceará, o SENAI começou esse trabalho em 2009 em Maracanaú, certificando pessoas nas ocupações de eletricista Para chegar ao modelo adotado no processo de certificação para soldadores, foi iniciado, em 2009, um trabalho de identificação da demanda para qualificar soldador Asme IX em função do CIPP, Refinaria Premium II instalador predial de baixa tensão e reparador polivalente (voltado para a área turística). A partir de abril de 2010, a ação foi ampliada na unidade localizada no bairro Jacarecanga (Centro de Formação Profissional Antônio Urbano de Almeida), incluindo pintor de obras, pedreiro e encanador instalador predial, destinado à área da construção civil. No caso das habilidades relacionadas à construção civil, o processo consiste em prova prática acompanhada por um instrutor. A avaliação verifica o desempenho do profissional em uma situação de trabalho, sendo o exame composto por tarefas nas quais as competências exigidas a cada ocupação sejam avaliadas. A decisão sobre a certificação de um candidato é feita pela coordenação nacional do SSCP, com base nas definições da norma e nos resultados obtidos nos exames. da Petrobras e Companhia Siderúrgica do Pecém (CSP); e para atender empresas prestadoras de serviço de soldagem à Petrobras e a metalúrgicas que trabalham com caldeiras e vasos de pressão Ensino a distância em destaque Atento à qualificação dos profissionais aos novos tempos, o SENAI/CE deu destaque ao ensino a distância como modalidade de ensino que proporciona agilidade e flexibilidade no processo ensino-aprendizagem. Mediada por tecnologias modernas e inovadoras, a EaD facilita, sobretudo, o acesso a diversas áreas do conhecimento, ampliando o atendimento da demanda de educação profissional da indústria. Assim, são ofertados cursos nas áreas de gestão, meio ambiente, segurança do trabalho e tecnologia da informação, para atender à demanda do mercado de educação profissional e tecnológica. Aproximadamente 11 800 pessoas foram capacitadas em cursos na modalidade de iniciação profissional, utilizando a metodologia de EaD. Em 2014, serão implantados os seguintes cursos: Técnico em Suporte de Informática, Técnico em Redes de Computadores, Técnico em Segurança no Trabalho e Técnico em Automação Industrial, com previsão de 600 matrículas. Setembro de 2014 | REVISTADAFIEC | 89 Curso na área da construção civil na unidade de São Gonçalo do Amarante Em São Gonçalo do Amarante, o SENAI implantou em fevereiro de 2013 o Centro de Formação Profissional do Complexo Industrial e Portuário do Pecém, oferecendo turmas de formação de jovens aprendizes nas áreas de eletricista instalador industrial, eletricista instalador predial e assistente administrativo 90 | REVISTADAFIEC | Setembro de 2014 Setores prioritários Setor de destaque no Ceará, o segmento metalmecânico teve ampliadas e modernizadas as oficinas dos departamentos regionais do Nordeste (Sergipe-Paraíba-Rio Grande Norte-Ceará), para padronizar o atendimento na área de caldeiraria e soldagem, atendendo às necessidades de qualificação de profissionais com base nos requisitos do Programa Nacional de Qualidade na Construção Civil. Para isso, foram adquiridos novos equipamentos, promovida a adequação das oficinas e capacitados técnicos e docentes que atuam na área. Mais: foram implantados novos cursos atendendo às exigências das empresas industriais clientes do SENAI. Atualmente, são oferecidos cursos de aprendizagem relacionados à ferramentaria, eletromecânica e mecânica de manutenção. Cursos técnicos também fazem parte da oferta do SENAI/CE para a área, destacando-se os que habilitam em metalurgia, em mecânica e em eletromecânica. Programas de qualificação e aperfeiçoamento também são oferecidos em caldeiraria, desenho mecânico, ferramentaria, manutenção mecânica, mecânica geral, eletromecânica, metalografia, metalurgia, serralheria, soldagem, tratamento térmico e mecânica de precisão. A importância do setor para o estado se traduz na inauguração, em agosto, no Distrito Industrial de Maracanaú, do Instituto de Tecnologia em Eletrometalmecânica. O Instituto de Inovação em Tecnologias Construtivas, a ser instalado também em Maracanaú, está em licitação. Os dois equipamentos fazem parte da nova visão da Confederação Nacional da Indústria (CNI) de oferecer soluções diferenciadas para o desenvolvimento e a melhoria de produtos e processos de fabricação e produção para a indústria. As unidades atenderão indústrias de todas as regiões do estado, mas terão foco nos empreendimentos do Complexo Industrial e Portuário do Pecém (CIPP), como a Companhia Siderúrgica do Pecém (CSP) e a Siderúrgica Latino Americana (Silat). A principal característica do IST Eletrometalmecânico é a realização de pesquisas aplicadas, criação de novas tecnologias, novos produtos e a promoção de soluções para as indústrias a partir de suas próprias demandas. O equipamento inaugurado em agosto passa a integrar uma rede criada pelo SENAI Nacional e que até 2016 chegará ao montante de 85 institutos, sendo 60 ISTs e 25 Institutos SENAI de Inovação (ISIs). Para criar esses institutos, o SENAI buscou parcerias com importantes centros de pesquisa e transferência de tecnologia, como o Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT), nos Estados Unidos, e o Instituto Fraunhofer, na Alemanha, para elaborar o planejamento, dimensionamento e gestão dos institutos. As parcerias com o poder público também foram um componente importante na ampliação das ações do SENAI/CE nos últimos anos, preparando-o para o futuro próximo. Em Horizonte, por exemplo, na região metropolitana de Fortaleza, o prefeito Manoel Gomes de Farias Neto (Nezinho) cedeu terreno para que o SENAI construa uma unidade maior no município. De acordo com o secretário de Desenvolvimento Econômico de Horizonte, Dário Rodrigues, a ampliação das atividades do SENAI no município impulsionará o trabalho da prefeitura para atrair novas indústrias. Ele lembra que Horizonte já conta com 40 empreendimentos industriais nas áreas de calçados, confecção, tintas e automotiva. Dessa forma, necessita cada vez mais de profissionais bem preparados. Outro município que passará a contar com unidade do SENAI é Russas, no Baixo Jaguaribe. O convênio de parceria para a concessão do terreno, a fim de construir o prédio, foi assinado entre o diretor regional do SENAI Fernando Nunes e o prefeito de Russas, Weber Araújo, durante o 1o Seminário de Inovação do Vale do Jaguaribe – Inova Vale, realizado em dezembro de 2013. Em São Gonçalo do Amarante, o SENAI implantou em fevereiro de 2013 o Centro de Formação Profissional do Complexo Industrial e Portuário do Pecém, oferecendo turmas de formação de jovens aprendizes nas áreas de eletricista instalador industrial, eletricista instalador predial e assistente administrativo. As áreas de atuação são construção civil, eletroeletrônica, gestão e metalmecânica. Em 2013, a superintendente do IEL/CE, Vera Ilka Meireles Sales, esteve à frente do evento que discutiu novos tempos para a entidade Educação, gestão e desenvolvimento empresarial Entidade é parceira de empresários e executivos na aplicação de modernos conceitos e práticas de gestão no dia a dia dos negócios 92 | REVISTADAFIEC | Setembro de 2014 O Instituto Euvaldo Lodi (IEL/CE) focou suas ações durante os últimos oito anos em três eixos de atuação: educação, gestão da tecnologia e inovação e desenvolvimento empresarial. Um dos grandes destaques foi o estabelecimento de parcerias com as melhores instituições de ensino no estado, ajudando empresários e executivos a aplicar modernos conceitos e práticas de gestão no dia a dia dos negócios. Outro aspecto importante foi a seleção, preparação e indicação de candidatos a vagas de estágio, facilitando a descoberta de talentos e a renovação do ambiente empresarial. No primeiro eixo, a área de Capacitação Empresarial é voltada à qualificação de empresários, sucessores, gestores empresariais e executivos, fortalecendo a posição de liderança do IEL na formação de massa crítica no Ceará. Nesse sentido, foram ofertados diversos cursos nas áreas de ciências humanas, sociais e tecnológicas, a exemplo dos cursos de pós-graduação em recursos humanos, qualidade, psicologia organizacional, finanças corporativas, marketing e gestão empreendedora, dentre outros. Ainda nesta modalidade de atuação, o IEL possibilitou programas internacionais com capacitação de líderes empresariais, pós-graduações lato sensu e cursos de formação destinados a atender demandas especificas e/ou induzidas no mercado de trabalho, voltados à gestão e ao aperfeiçoamento empresarial. Ao final desses últimos oito anos, por meio da área de Capacitação Empresarial, o IEL/CE contou em suas atividades com 11 462 participantes. Para este ano, a expectativa é capacitar 1 720 profissionais em diversas áreas. A eficiência energética também se manteve na agenda de ações da área enquanto importante insumo para a melhoria do desempenho das empresas, mediante o projeto Procel Indústria/Programa Nacional de Conservação de Energia Elétrica, fruto de parceria entre a Federação das Industrias do Estado do Ceará (FIEC), IEL e as Centrais Elétricas Brasileiras S.A. – Eletrobrás. Dentro das ações de parceria mantidas pelo IEL, convênio com a Universidade Federal do Ceará (UFC), estabelecido desde 2008, possibilitou a publicação intitulada Conhecimento Gerando Competitividade, cujo objetivo é disseminar as produções de monografias, pesquisas bibliográficas ou de investigações realizadas nas organizações cearenses, por meio de artigos científicos. Em 2014, estará sendo lançado o terceiro volume da publicação. Além da UFC, o IEL manteve parcerias com a Universidade Estadual do Ceará (Uece), Universidade de Fortaleza (Unifor), Faculdade Integrada do Ceará (FIC), Associação Cearense de Estudos e Pesquisas Econômicas (Acep), Instituto de Estudos, Pesquisas e Projetos (Iepro) da Uece, Secretaria do Trabalho e Empreendedorismo (Sete), Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia do Ceará (Crea/CE) e Instituto Federal do Ceará (IFCE), dentre outras instituições. Estagiários encaminhados ao mercado Com o foco no desenvolvimento de carreiras, o Serviço de Gestão de Estágio e Bolsas do IEL apresentou desempenho consistente no período compreendido entre setembro de 2009 e julho de 2014. Mediante a Área de Estágio e Novos Talentos, cerca de 400 empresas firmaram contratos para a colocação de 13 895 estudantes, na qualidade de estagiários. No tocante ao diferencial do IEL para o Serviço de Gestão de Estágio, foram realizadas Programa de Bolsas IEL-BNB, outubro de 2010 Setembro de 2014 | REVISTADAFIEC | 93 IEL realiza encontro de estagiários por meio de palestras e oficinas 134 palestras e oficinas de desenvolvimento de estagiários, perfazendo um total de 12 449 participantes. No período de 2009 a 2013, o IEL/CE também obteve excelente desempenho nacional na premiação Melhores Práticas de Estágio. Foram 21 empresas laureadas em nível estadual, sendo que sete conquistaram a premiação nacional. Para reforçar o trabalho nos estagiários, o IEL promoveu oito edições do encontro cearense de estagiários, no qual, por meio de palestras e oficinas, são oferecidas a este público específico orientações importantes sobre o ambiente a ser vivenciado no mercado de trabalho. O Programa Inova Talentos, realizado por meio de parceria entre o IEL Nacional e o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), foi iniciado no ano de 2013 e já apresenta como resultados 28 projetos aprovados com ações de inovação e desenvolvimento de carreiras para as indústrias cearenses. Dentre as empresas contempladas com o programa estão Amêndoas do Brasil, Atlanta Tecnologia, FAE, Granos Granitos, Metal Leste, Pulmocenter, Resibrás, SG Construções, Segredo da Essência, Vicunha Carrocerias, Construkasa, Biomátika, CR Duarte Engenharia, Construtora Sumaré, Impacto Protensão, OCS Mineração – Kibrita, Alunobre, Natvita, CPN Chapas Perfuradas, Ramalho Têxtil, Belmetal, Woben, Gallus Alimentos, Piscis, Verde Tecnologia, T Química, Control e Alumnisteel. Até 2016, o programa vai investir 56 milhões de reais para atender às demandas em inovação das empresas. Em parceria com o Banco do Nordeste do Brasil (BNB), o IEL desenvolveu duas edições do Projeto de Bolsas IEL-BNB para Apoio ao Desenvolvimento Tecnológico das Micro e Pequenas Empresas, nas quais foram ofertadas 60 bolsas para estudantes de graduação com o objetivo de contribuir para o aumento da competitividade de micro e pequenas empresas do Ceará, a partir de ações de desenvolvimento tecnológico. A região do Cariri também contou com ações na área de estágios por meio da abertura de um escritório em Juazeiro do Norte, no ano de 2011, tendo sido realizados cursos e inseridos mais de 300 estudantes pelo programa. O Núcleo Empresarial de Inovação (NEI) foi criado para estimular as empresas do estado para que assumam seu papel de protagonistas na agenda de inovação do país 94 | REVISTADAFIEC | Setembro de 2014 Sensibilizando para a inovação O Núcleo Empresarial de Inovação (NEI) foi criado para estimular as empresas do estado para que assumam seu papel de protagonistas na agenda de inovação do país. No Ceará, o trabalho é realizado a partir de parceria do IEL/CE com a Confederação Nacional da Indústria (CNI), SENAI e Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae). No período de 2011 a 2014, foram realizadas ações de sensibilização que resultaram na adesão de 75 empresas cearenses. Foram promovidas para tais empresas 15 capacitações na área de gestão da inovação e temas afins com gestores e desenvolvida 6 900 horas de consultoria de suporte à inovação e 18 eventos de sensibilização. Outra ação da área de Inovação e Tecnologia do IEL/CE é a Rede de Tecnologia do Ceará (Retec/CE), programa que realiza consultorias em gestão da inovação empresarial. As demandas das empresas são enviadas por meio do Sistema Gerencial de Informação (SGI). Em seguida, a consultoria da Retec dá retorno por meio do site, com tempo de resposta médio de cinco dias úteis, variando em função da complexidade da solicitação. As áreas atendidas são reestruturação organizacional, melhoria da produtividade, segurança alimentar, benchmarking (inclusive para pequena empresa), gestão da qualidade, planejamento estratégico, planejamento e controle da produção (PCP), ergonomia, gestão tecnológica, gestão de pessoas, gestão de marketing, implementação e gestão de sistemas de informações gerenciais e tecnológicas, administração financeira, logística, gestão ambiental, design, produção mais limpa e elaboração e desenvolvimento de projetos de inovação. A Retec também oferece informações estratégicas às indústrias interessadas em assuntos de mercado, técnicos, econômicos e de legislação. Entre 2006 e 2013, foram realizados 1 429 atendimentos a empresas cearenses, contabilizando 31 865 horas de consultoria no ambiente empresarial. Foram atendidos 29 setores produtivos do estado: eletrometalmecânico, construção civil, confecção, tecnologia da informação, mineração, telecomunicação, panificação, confecção, têxtil, cosmético, saneantes, distribuidora de energia, laticínios, indústria de beneficiamento de água, movelaria, serraria, agrícola, indústria química, ceramista, indústria naval, estética, alimentos, calçados, contábil, hotelaria, automotivo, petróleo e gás, gráfico e serviço. Até julho de 2014, o IEL/CE já realizou 253 atendimentos, cem gestores foram capacitados e 220 empresas atendidas. A meta é realizar 270 atendimentos e assistir 250 empresas. Ainda com foco em inovação, o IEL premiou iniciativas nos setores da economia local em parceria com os sindicatos filiados à FIEC, assim como em 2006 coordenou o Prêmio Finep, no qual o estado do Ceará foi representado por 24 projetos de inovação, frente ao total de 115 inscritos em todo o Nordeste. O Ceará teve o maior número de empresas selecionadas na etapa Nordeste do prêmio. Em 2008, a área de Inovação do IEL foi responsável pela coordenação do Prêmio Finep da região Nordeste, sediado em Fortaleza. Três empresas cearenses venceram a etapa Em 2008, a área de Inovação do IEL foi responsável pela coordenação do Prêmio Finep da região Nordeste, sediado em Fortaleza Setembro de 2014 | REVISTADAFIEC | 95 regional: Armtec, na categoria Pequena Empresa; Fotosensores, Média Empresa; e Instituto Palmas de Desenvolvimento e Socioeconomia Solidária, Tecnologia Social. O estado teve outros 20 bons exemplos, somando ao todo 23 inscritos, perfazendo mais de um terço das 62 inscrições registradas no Nordeste. Em 2009, o IEL também foi responsável por 37 inscrições para a 11a edição do Prêmio Finep de Inovação. Trinta foram na categoria empresa (Micro/Pequena Empresa, Média Empresa e Grande Empresa), cinco na categoria de Tecnologia Social e duas na categoria Instituição de Ciência e Tecnologia. O Ceará teve participação em um terço das inscrições realizadas no Nordeste. Foram 110. Cinco empresas cearenses chegaram à final na etapa regional: Embrapa Caprinos e Ovinos, na categoria Instituição de Ciências & Tecnologia; Cláudio Trauchlaeff (geração de oxigênio por meio da separação do ar atmosférico), em Inventor Inovador; Atlanta Tecnologia de Informação, Instituto Palmas de Desenvolvimento e Socioeconomia Solidária, em Pequena Empresa; e Fundação Universidade Estadual do Ceará e Fundação Cearense de Pesquisa e Cultura, em Tecnologia Social. Prêmio Cearense de Química, realizado em 2011 96 | REVISTADAFIEC | Setembro de 2014 Também em 2009, o IEL/CE coordenou as atividades do Prêmio CNI 2009 correspondentes às inscrições das empresas cearenses. A empresa Ypióca Agroindustrial Ltda., com o projeto Ypioca protege a floresta Curió, conquistou o terceiro lugar na categoria Desenvolvimento Sustentável, modalidade Média e Grande Empresa. Já em 2011, foi realizado o primeiro Prêmio de Inovação nesse formato no Ceará, sob a coordenação do IEL, com foco no setor químico. Foram inscritos 37 projetos e pré-qualificados para a etapa de júri 18 deles, culminando com os nove melhores projetos finalistas, os quais obtiveram premiações de 1°, 2° e 3° lugares em três categorias distintas. Em 2012, foi realizado o Prêmio de Inovação, também sob a coordenação do IEL, com foco no setor eletrometalmecânico, em que foram inscritos 18 projetos, tendo sido pré-qualificados todos para a etapa de júri. Destes, os sete melhores projetos finalistas obtiveram premiações de 1° e 2° lugares em três categorias distintas. Em 2014, o IEL coordenou mais uma edição do prêmio para o setor químico. A premiação conta com três categorias: agente inovador, estudante inovador e empresa inovadora. Qualificação de fornecedores N o período de 2009 a 2013, no âmbito do Projeto de Desenvolvimento e Qualificação de Fornecedores (PQF), foram trabalhados quatro encadeamentos produtivos do estado do Ceará, sendo eles metalmecânico, construção civil, plástico e trigo e panificação, captando um montante de recursos no valor de 796 764 reais. As ações permitiram qualificar 98 empresas fornecedoras de 21 grandes empresas compradoras dos setores produtivos destacados a partir da implementação de estratégias de desenvolvimento empresarial, tais como 1 579 horas de capacitações para melhoria da gestão das empresas, com 2 702 participantes, e a adoção de boas práticas por meio do empreendimento de 14 412 horas de consultoria. Programa Qualificação de Fornecedores Foram ainda realizadas ações de interação empresarial como visitas técnicas, fórum de suprimentos e encontros de negócios, dentre outras, cuja finalidade foi aproximar as empresas participantes, permitindo-lhes a prospecção de novas demandas de negócios, totalizando 24 233 600 reais. Competitividade das micro e pequenas indústrias O Programa de Apoio à Competividade das Micro e Pequenas Indústrias (Procompi), parceria entre o IEL, a CNI e o Sebrae, visando estimular o fortalecimento e priorizando a implementação de ações coletivas, aprovou 11 projetos, captando recursos na ordem de 3 milhões de reais que atenderão, até fevereiro de 2015, 275 indústrias. Os setores beneficiados são cachaça, redes de dormir, panificação, rochas ornamentais, reciclagem, alimentos e rações, cerâmica, gráfico e sorvete, localizados em Fortaleza e sua região metropolitana, Viçosa, Jaguaruana, Ibiapaba, Russas, Campos Sales, Crato, Nova Olinda, Barro, Juazeiro do Norte, Itapipoca, Sobral, Massapê, Ibiapina e Guaraciaba do Norte. Dentre as ações desenvolvidas destacam-se a criação de centrais de negócios, estudo de mercado do setor de redes, estudo tributário para a redução de tributos no setor de sorvete e consultorias individuais nas empresas com foco em novos produtos, gestão financeira, relações humanas, gestão da produção, RH, boas práticas de fabricação e gestão ambiental. Nesse sentido, o programa totalizou até julho de 2014, 8 989 horas de consultorias e 2 063 horas de capacitação distribuídas em 91 cursos, além de capacitar 2 470 profissionais, gerando 2 207 atendimentos. A indústria de sorvetes é um dos setores beneficiados Solenidade que comemorou, em 2011, os dez anos de serviços prestados à indústria cearense pelo INDI Inteligência e inovação a serviço da indústria O Instituto de Desenvolvimento Industrial (INDI) tem a missão de executar projetos em prol da inovação e da competitividade da indústria do Ceará 98 | REVISTADAFIEC | Setembro de 2014 E xpandir e promover a competitividade sustentável da indústria cearense, prospectar futuro, articular e integrar os atores do desenvolvimento industrial, dinamizar a indústria do interior do estado e desenvolver um ambiente favorável ao empreendedorismo e à eficiência produtiva são as bases de atuação do Instituto de Desenvolvimento Industrial do Ceará (INDI), criado em 2001 como parte do Sistema Federação das Indústrias do Estado do Ceará (Sistema FIEC). O organismo teve sua atuação expandida a partir de 2011, para tornar-se o principal catalisador da inovação do Sistema FIEC, sob a direção corporativa do ex-secretário de Agricultura Irrigada e também ex-secretário de Agricultura e Pecuária do Estado do Ceará, Carlos Matos. O objetivo é que o setor industrial passe por uma renovação e repense sua matriz produtiva em busca de mais produtividade nas próximas décadas. Para ser mais competitiva e gerar mais riqueza no estado, a indústria cearense precisa agregar valor aos seus produtos a partir da integração com os setores de serviços, comércio e agricultura. Hoje, a participação da indústria é de praticamente um quarto da economia cearense, mas o setor necessita gerar impacto na economia se aproximando do meio acadêmico. É ainda papel do INDI a interiorização da indústria como forma de dinamizar a convivência com o semiárido, por meio de urbanização para ter acesso a um conjunto de serviços que traga benefícios aos jovens do interior. Como meio de propor soluções a esses desafios, no primeiro semestre de 2013, o instituto criou o Programa Indústria Viva, um conjunto de projetos para impulsionar o desenvolvimento industrial cearense. O objetivo é contribuir para o fortalecimento das médias, pequenas e microempresas industriais, no âmbito da gestão, inovação e conhecimento; buscar soluções para os maiores desafios industriais do estado, por meio de análises prospectivas com os setores que posicionem esta indústria de forma competitiva, nacional e internacionalmente; facilitar a integração das cadeias produtivas industriais do Ceará; contribuir para a adoção de formas inovadoras de incrementar o setor industrial, por meio de estudos e pesquisas; mobilizar empresas com vistas ao aumento da competitividade; favorecer a transferência do conhecimento gerado para o conhecimento aplicado e contribuir para a geração de um relacionamento mais produtivo entre indústria, governo e academia. O programa atua em cinco vetores estratégicos: integração, valorização de pessoas, inovação, competitividade sustentável e conexão mundial, por meio de três eixos: inteligência, integração e inovação. O programa visa construir uma inteligência capaz de dar suporte ao parque industrial cearense, promover a integração entre os atores envolvidos no desenvolvimento industrial e fomentar a cultura de inovação nos processos produtivos industriais. Por meio de equipe qualificada, o núcleo de Inteligência Industrial do INDI atua mapeando informações sobre a competitividade dos diversos setores industriais, desenvolvendo índices de complexidade econômica para produtos, caracterizando a competitividade do ambiente externo às indústrias e identificando setores e áreas estratégicas para o desenvolvimento. Dessas atividades resultam produtos e projetos que levam o setor industrial a conhecer, de fato, sua atividade econômica e planejar investimentos. Merece destaque o projeto Setores Portadores de Futuro. Realizado em fevereiro e março deste ano, reuniu agentes da sociedade, da academia, dos governos e do empresariado no esforço de traçar um horizonte de dez anos com projeções factíveis para setores e áreas indutoras do desenvolvimento. O projeto foi desenvolvido ao longo de dois anos, nos Observatórios SESI/SENAI e IEL, da Como meio de propor soluções a esses desafios, no primeiro semestre de 2013, o instituto criou o Programa Indústria Viva, um conjunto de projetos para impulsionar o desenvolvimento industrial cearense Setembro de 2014 | REVISTADAFIEC | 99 Federação das Indústrias do Estado do Paraná (FIEP). O Ceará é o primeiro estado do Nordeste, terceiro do país, a aplicar a metodologia criada pela FIEP. A consolidação das informações e a análise de todas as etapas resultaram em uma publicação lançada no dia 26 de maio, na sede da FIEC. Terminada a fase de diagnóstico, os próximos passos incluem o desenho e desenvolvimento de rotas estratégicas, em cada um dos setores e áreas identificados como portadores de futuro. O Núcleo de Inteligência Industrial também realiza estudos periódicos sobre a economia cearense e a brasileira, em parceria com a Confederação Nacional da Indústria (CNI). São os Indicadores Industriais, Sondagem Industrial, Sondagem da Construção e Índice de Confiança do Empresário Industrial (ICEI). A área também elabora estudos e pesquisas sobre a produtividade de setores industriais, a exemplo do estudo setorial realizado para o setor de vestuário, em parceria com o Sindicato das Indústrias de Confecções de Roupas de Homem e Vestuário do Estado do Ceará (Sindroupas) e o Sindicato das Indústrias de Confecção de Roupas e Chapéus de Senhoras do Estado do Ceará (Sindconfecções). Para o setor, o INDI realiza atualização mensal da pesquisa. Em parceria com o Sindicato das Indústrias de Alimentos e Rações Balanceadas do Estado do Ceará (Sindialimentos), o núcleo está finalizando estudo sobre o setor e as empresas passíveis de associação. Foram Recicla Nordeste 2012 100 | REVISTADAFIEC | Setembro de 2014 concluídos em 2013 estudos sobre a região do baixo Jaguaribe e sobre a realidade e os desafios da indústria cearense e brasileira. A área também realiza estudos em parceria com o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI/CE). O núcleo também faz acompanhamento de conjuntura e de determinantes da competitividade, por meio do Panorama Industrial e cartas econômicas setoriais e temáticas, a exemplo das cartas sobre a falta de trabalhador qualificado e evolução dos grupos de pesquisa do Ceará. O eixo de atuação da inovação contempla atividades para criação de um ecossistema de inovação do estado, envolvendo academia, empresas e governo. (Veja matéria Estímulo à Inovação, na página 40.) No eixo de integração, merece destaque as instalações dos Polos Regionais de Inovação e Casas da Indústria da região Jaguaribana e do Cariri, em 31 de outubro e 5 de agosto, respectivamente. Os polos atuam para descentralizar o desenvolvimento industrial do estado, permitindo o crescimento equilibrado, além de estimular o protagonismo do empresariado da região, de forma a tornar mais inovadores, produtivos e competitivos empresas e municípios. Por meio da Casa da Indústria, estarão disponíveis os serviços do Serviço Social da Indústria (SESI/CE), SENAI/CE, Instituto Euvaldo Lodi (IEL/CE), Centro Internacional de Negócios (CIN/CE), Instituto FIEC de Responsabilidade Social (FIRESO) e INDI. Ao longo dos últimos oito anos, o INDI atuou na viabilização de projetos determinantes para o desenvolvimento de setores importantes da economia cearense. São exemplos as edições de 2010 e 2011 da feira Recicla Nordeste, e, em 2009, da Mostra Recicla Nordeste, promovidas pelo Sindicato das Empresas de Reciclagem de Resíduos Sólidos Domésticos e Industriais do Estado do Ceará (Sindiverde), com mostra de produtos, serviços e empresas para o setor de reciclagem e que contou com a realização do Seminário de Reciclagem e Meio Ambiente, com a presença de palestrantes de relevância nacional e internacional. Para o setor de móveis, em parceria com o Sindicato das Indústrias do Mobiliário do Estado do Ceará (Sindimóveis), Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e Agência de Desenvolvimento do Estado do Ceará (Adece), o INDI articulou a concepção e implantação do projeto para atendimento ao polo moveleiro de Marco, concluído em 2012, quando as espécies de plantas com potencial para atender ao setor foram descobertas e passaram a fase de testes. Também em 2012, o INDI, em parceria com a Câmara Setorial Mineral da Adece, elaborou projeto e plano de negócios para implantação da Central de Serviços e Comercialização de Rocha Ornamental. A Câmara Setorial de Trigo é parceria do INDI na elaboração e execução de um programa de beneficiamento de trigo, qualificação de padarias e posterior fornecimento do pão beneficiado ao governo estadual. Pelo Sibratec, instrumento do governo federal de articulação e aproximação da comunidade científica e tecnológica com empresas, operado pela Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), o INDI apoiou o desenvolvimento de atividades de consultoria, avaliação e apoio ao desenvolvimento das micro, pequenas e médias indústrias cearenses. Em 2012, foram atendidas 70 empresas nos ramos químico, de confecção e alimentício. As ações foram realizadas em parceria com o Núcleo de Tecnologia Indus- trial do Ceará (Nutec), Universidade Federal do Ceará (UFC), Instituto Centro de Ensino Tecnológico (Centec), Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Ceará (IFCE), Banco do Nordeste do Brasil (BNB) e Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae). Em 2009, em articulação com o BNB, foi desenvolvido projeto de apoio ao Sindicato das Indústrias Refinadoras de Cera de Carnaúba do Estado do Ceará (Sindicarnaúba), no valor de 80 000 reais. Em parceria com a Federação da Agricultura e Pecuária do Estado do Ceará (Faec), Sebrae, Embrapa, Sindicato das Indústrias de Beneficiamento de Castanha de Caju e Amêndoas Vegetais do Estado do Ceará (Sindicaju) e SESI/CE, por meio do Cozinha Brasil, em 2008, o INDI contribuiu para o projeto de articulação da cadeia produtiva do caju. No âmbito do projeto, foi lançado o livro Agronegócio do caju no Ceará: Cenário atual e propostas inovadoras. Mediante convênio celebrado com o Sebrae, em 2009, o INDI elaborou um diagnóstico do município de Sobral, abrangendo as variáveis econômicas, sociais e inter-relações institucionais relacionadas ao processo de desenvolvimento. Foram listados os arranjos produtivos locais existentes e as potencialidades da Mercado de Capitais C om o objetivo de aproximar os dois agentes do mercado, investidores e tomadores, viabilizando o aproveitamento das oportunidades e aumento da produtividade e eficiência, o INDI lançou, em novembro de 2013, o Núcleo de Mercado de Capitais do Ceará. Formam o núcleo as seguintes instituições: FIEC, INDI, IEL/CE, Instituto Brasileiro de Mercado de Capitais (Ibmec), Instituto Brasileiro de Executivos de Finanças (Ibef/CE), Associação dos Analistas e Profissionais de Investimento do Mercado de Capitais (Apimec/CE), Adece, BNB, Sebrae, Rede de Incubadoras, Conselho Regional de Contabilidade do Estado do Ceará (CRC/CE), Conselho Regional de Economia do Ceará (Corecon/CE), Conselho Regional de Administração do Ceará (CRA/CE) e Instituto Fa7. Um portal foi desenvolvido para disseminar informações relevantes sobre o mercado de capitais, democratizando o entendimento sobre o tema e possibilitando conexões entre os públicos interessados. Representantes das entidades que formam o núcleo estão elaborando o Plano Estratégico para execução de ações até 2015. Para este ano, estão previstos dois eventos. O primeiro para outubro, cuja temática será a abertura das empresas para o mercado de capitais. O segundo deve ocorrer durante o Inova Ceará 2014, em novembro, para disseminar a experiência de aceleradoras em investimentos de risco, voltado para micro e pequenas empresas. Presidente do IBMEC palestra sobre mercado de capitais durante lançamento do núcleo cearense Setembro de 2014 | REVISTADAFIEC | 101 Guia Industrial E laborado desde 1942, o Guia Industrial é uma publicação tradicional do INDI, que reúne informações sobre empresas cearenses, listadas por razão social, nome fantasia, endereço, CNPJ, número de empregados, faturamento, tipo de atividade econômica e produtos fabricados. A edição de 2014 traz mais de 5 200 empresas, das quais 1 228 são associadas aos sindicatos patronais filiados à FIEC e textos sobre assuntos de interesse do setor industrial, com destaque para páginas especiais sobre o Mapa Estratégico da Indústria (2013-2022) e o Programa de Desenvolvimento Associativo (PDA). Na edição 2014, além do número superior de cadastros, os leitores têm acesso a um guia bilingue, em português-inglês nas versões impressa e virtual, com destaque no layout das páginas para as empresas Lançamento do Guia Industrial, edição 2014 sindicalizadas, com QR Code, código que permite escanear pelo smartphone e identificar informações sobre os 39 sindicatos associados à FIEC, de forma a incentivar a filiação de empresas não cadastradas nos sindicatos e no guia. O acesso também é possível via internet, por meio de login e senha. O guia também está disponível em aplicativos para smartphones com sistemas operacionais IOS e Android. Desde 2013, a publicação possui versão on-line, à qual é possível ter acesso por meio de login e senha que permitem ver o conteúdo integral na área restrita do site. Outra facilidade oferecida é a consulta customizada por atividade econômica, CNPJ, município, número de empregados, razão social, nome fantasia e/ou produto, cujo resultado poderá ser exportado para o formato XLS (planilha Excel), possibilitando a elaboração de relatórios e malas diretas. O guia vem evoluindo ao longo dos anos. Na edição anterior, constavam 38% das empresas sindicalizadas, ao passo que, na edição de 2014, estão cadastradas 62%. A edição 2012-2013 teve acréscimo de 40% em relação à edição de 2011, que trouxe informações de 3 500 empresas cearenses, quase 30% a mais em relação à edição anterior. Atualmente com periodicidade anual, é um instrumento de pesquisa, planejamento e direcionamento de vendas e fechamento de negócios com empresas do estado. região, visando descobrir os desafios e quais aspectos contribuem para o desenvolvimento desses aglomerados produtivos. No Ceará, o INDI foi responsável pela implantação do Movimento Brasil Competitivo, iniciativa na CNI para contribuir para a melhoria da competitividade das organizações privadas e da qualidade e produtividade das organizações públicas, de maneira sustentável, elevando a qualidade de vida da população brasileira. No estado, foi criado o Movimento Ceará Competitivo, sob a liderança da FIEC. 102 | REVISTADAFIEC | Setembro de 2014 Facilidade de crédito O Posto de Informações FIEC/BNDES, instalado na Unidade de Articulação de Crédito do INDI, nos últimos anos tem se tornado uma das unidades de referência nacional, na visão do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), no tocante às ações em todo o estado, servindo, inclusive, como modelo para implantação de novas unidades. A atuação do posto consiste em assessoria econômico-financeira, identificação e solução de pro- blemas e indicação dos melhores recursos disponíveis no mercado de crédito. A equipe realiza atendimento a todos os setores da economia, priorizando a indústria. Os atendimentos são feitos de forma presencial, na sede da FIEC, por telefone, em eventos e feiras e na sede das empresas, sob demanda. De 2006 a 2014, foram realizados 18 721 atendimentos. Tendo como foco prioritário as micro, pequenas e médias empresas do setor produtivo, o posto de informações tem por objetivo levar conhecimento e esclarecimento das linhas e programas de investimentos do BNDES e receber e acompanhar as demandas no banco, sempre no intuito de manter o crescimento da economia cearense e o desenvolvimento e geração de emprego e renda, bem como a competitividade empresarial. Inaugurado em 20 de novembro de 2000 por meio de um termo de cooperação entre a FIEC e o BNDES, o Posto de Informações registrou, até agosto de 2014, pedidos de financiamento de mais 32 000 empresas. Até 2013, houve crescimentos exponenciais no número de operação para o Ceará desde a inauguração do posto. O número de operações do BNDES, de 2000 a 2012, cresceu 4 279%. Já o valor desembolsado pelo banco para o Ceará, de 2001 até 2012, cresceu 612%. Em 2013, o BNDES desembolsou 2,49 bilhões de reais, em mais de 24 000 operações de crédito, para o Ceará. Dentre as conquistas do posto estão a inclusão do capital de giro associado ao produto Finame, um financiamento, por intermédio de instituições financeiras credenciadas, para produção e aquisição de máquinas e equipamentos novos, de fabricação nacional; inclusão de compra de insumos pelo Cartão BNDES para o setor de embalagens; captação de recursos para eventos técnicos e sociais do estado; negociação e inclusão do setor de trigo no Cartão BNDES; reversão de decisões de indeferimentos de pleitos no BNDES; captação de recursos para ações de interiorização; articulação e ações com principais agentes financeiros do estado (Banco do Brasil, Banco do Nordeste, Caixa Econômica Federal e Bradesco), visando facilitar o acesso ao crédito. O posto atua levando informações sobre linhas e programas de financiamento ao interior do estado, alcançando, em 2012, todos os municípios cearenses por meio do Cartão BNDES e atendimento mais efetivo nas mesorregiões Norte, Centro e Sul do Ceará. O estado foi o primeiro das regiões Norte e Nordeste, e um dos únicos no Brasil, a atingir a meta de 100% de cobertura com operações Evolução dos desembolsos do BNDES para o estado do Ceará (em R$ mil) EVOLUÇÃO DOS DESEMBOLSOS DO BNDES PARA O ESTADO DO CEARÁ (Em R$ mil) Ano 2006 Desembolsos 539 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 447 961 1 969 3 592 2 488 3 008 2 485 Setembro de 2014 | REVISTADAFIEC | 103 do BNDES no território. Em 2012, o posto realizou rodadas de negócio para a cadeia produtiva do trigo, a fim de promover operações entre os elos da cadeia. Em julho deste ano, o setor foi mobilizado visando ao aumento da base de fornecedores de máquinas, equipamentos e insumos do Cartão BNDES. Houve reuniões com os principais moinhos cearenses e técnicos do BNDES para efetuar o credenciamento, reduzindo custos de insumos para o setor de panificação. O posto também realiza palestras nas principais instituições de classe do Ceará, como Sebrae, Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado do Ceará (Fecomércio/CE), Câmara dos Dirigentes Lojistas (CDL) e sindicatos patronais, para apresentar linhas e programas de financiamento. A Unidade de Articulação de Crédito foi a responsável por planejar no Ceará, em 2012, o Programa de Financiamento Inovador de Empresas de Pequeno e Médio Porte (Finpyme), desenvolvido pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID/CII), em parceria com a CNI, para implantar metodo- logias de identificação e diagnóstico de empresas para melhorar a posição competitiva, bem como o acesso a fontes de financiamento a seus projetos de expansão. O programa incluiu atividades de seleção e treinamento de consultores; assinatura do convênio entre FIEC, BID e CNI; palestra sobre o programa nos sindicatos patronais para captação de empresas (Simec, Sindtrigo, Sindipan, Sindquímica e Sindiserrarias), pré-seleção de empresas, lançamento do programa e seleção de empresas. A atividade está em fase de finalização e entrega de diagnósticos às empresas e BID. Em 2013, membros da CNI visitaram o posto no intuito de conhecer melhor sua atuação. Na ocasião, foi realizada pesquisa entre os empresários cearenses, na qual 100% declararam excelência no atendimento e atuação proativa. A pesquisa serviu de base para a implantação da Rede de Núcleo de Crédito (NAC), de atuação nacional entre as federações de indústria, semelhante à Rede CIN. Por sua relevância, o posto foi convidado, em 2012, pelo BNDES, a apresentar as principais ações, sistemática e estratégias adotadas. Nossa homenagem à gestão de Roberto Macêdo à frente da FIEC com ações dedicadas ao associativismo e ao desenvolvimento do setor industrial do Estado do Ceará, tornando-o mais dinâmico e competitivo. Sindicouros/Ce Braço social da indústria O Instituto FIEC de Responsabilidade Social garante ações socialmente responsáveis para a indústria cearense em parceria com a sociedade civil, estimulando a formação de redes de colaboração 106 | REVISTADAFIEC | Setembro de 2014 C riado pela Federação das Indústrias do Estado do Ceará (FIEC) em março de 2005 e originado do grupo de ação social existente desde 1998, sob a gestão da jornalista Wânia Cysne Dummar, o Instituto FIEC de Responsabilidade Social (FIRESO) nasceu com o desafio de disseminar a cultura de responsabilidade social no segmento empresarial local, colaborando para o alcance das metas do Mapa Estratégico da Indústria 2007-2015. Nesse contexto, Wânia Dummar ressalta a atitude empreendedora da FIEC na época, “pois o conceito de responsabilidade social ganhava espaço, por se tratar de um tema relativamente novo, em torno do qual ainda havia ideias e opiniões bastante diversas”. Atualmente, a responsabilidade social é fator-chave para a competitividade no mundo dos negócios, ganhando gradativamente mais importância ao incorporar temas relacionados a ética, transparência, inovação e sustentabilidade. “A questão está posta. Qual o futuro de uma empresa sem responsabilidade social? Ela é o ponto de partida de toda empresa que busca alcançar credibilidade e longevidade no mercado viabilizando uma relação harmoniosa entre os fatores econômicos, ambientais e sociais”, diz Wânia Dummar, vice-presidente do FIRESO. Nos oito anos da gestão de Roberto Macêdo na FIEC (ele também preside o FIRESO), a entidade passou a enfatizar ações que focassem a sensibilização empresarial para a questão da responsabilidade social. Desde então, são diversas ações encabeçadas pelo instituto estimulando redes de cooperação na esfera social. Atualmente, o FIRESO desenvolve suas ações em quatro programas prioritários: Formação Cidadã, Difusão da Cultura Indígena e do Patrimônio Histórico, Segurança Pública e Voluntariado. E tem no “Educar para Sustentabilidade” uma iniciativa de interdisciplinar os programas. A questão está posta. Qual o futuro de uma empresa sem responsabilidade social? Ela é o ponto de partida de toda empresa que busca alcançar credibilidade e longevidade no mercado viabilizando uma relação harmoniosa entre os fatores econômicos, ambientais e sociais Wânia Dummar, vice-presidente do FIRESO Setembro de 2014 | REVISTADAFIEC | 107 Formação cidadã O Programa Formação Cidadã foi criado para disseminar o conhecimento e a cultura da responsabilidade social dentro das instituições de ensino superior (IES), visando formar estudantes e educadores com a compreensão da realidade social. Essa filosofia tem sido disseminada por meio de cursos de extensão, palestras, atividades extracurriculares como o Ação Global, articulação entre as IES e a sociedade civil e na inserção da temática na grade curricular (ensino, pesquisa e extensão), além da realização anual do encontro de responsabilidade social no ensino superior. Desde sua fundação, em 2002, o programa formou uma rede de 25 instituições dentre universidades e faculdades (incluindo cinco em Aracati e uma em Sobral) que o integram e pensam conjuntamente ações de impacto social. Em 2012, o Formação Cidadã recebeu o reconhecimento da Confederação Nacional da Indústria (CNI) como Tecnologia Social Bem-Sucedida. Hoje, é citado como exemplo para outras federações de indústria do país. Merece destaque o fato de o Formação Cidadã não estar relacionado tão somente à realização de disciplinas de responsabilidade social, meio ambiente e temas afins na grade curricular de cursos e instituições de ensino, mas também a encontros, seminários e vivências. E o mais relevante: envolve os alunos e professores em atendimentos comunitários, programas sociais e cursos gratuitos em benefício da coletividade. Em 2012, durante a comemoração dos dez anos de atividades, a entidade realizou o 5º Encontro de Responsabilidade Social do Ensino Superior com o tema Multiculturalidade e Educação. Na ocasião, experiências de responsabilidade social na sala de aula – e fora dela – foram apresentadas, bem como realizados minicursos com os eixos temáticos de gestão da diversidade, mediação de conflito, relações étnico-culturais, inteligência emocional e voluntariado. Conheça os parceiros do Formação Cidadã Universidade Anhanguera, Centro Universitário Estácio FIC, Centro Universitário Unichristus, Faculdade Cearense (FAC) , Faculdade Darcy Ribeiro (FDR), Faculdade de Ensino e Cultura do Ceará (Faece), Faculdade Farias Brito (FFB), Faculdade de Fortaleza (Fafor), Faculdade Grande Fortaleza (FGF), Faculdade Latino Americana de Educação (Flated), Faculdade Nordeste Devry – Fanor, Faculdade Metropolitana da Grande Fortaleza (Fametro), Faculdade Lourenço Filho (FLF), Faculdade Sete de Setembro (Fa7), Faculdade Terra Nordeste (Fatene), Faculdade de Tecnologia Intensiva (Fateci), Instituto Dom José (IDJ), Instituto Federal do Ceará (Fortaleza), Academia Estadual de Segurança Pública (AESP), Universidade do Vale do Acaraú (Sobral), Faculdades Inta (Sobral), Faculdade Luciano Feijão – FLF (Sobral), Instituto de Estudos e Desenvolvimento Humano – Ieducare (Sobral), Instituto Federal do Ceará (Sobral) e Faculdade Vale do Jaguaribe (Aracati) 5° Encontro de Responsabilidade Social no Ensino Superior, realizado em 2012 na FIEC 108 | REVISTADAFIEC | Setembro de 2014 Difusão da cultura indígena O programa Difusão da Cultura Indígena: Memória e Patrimônio Artístico é a ação do FIRESO que tem contribuído para o desenvolvimento comunitário das etnias indígenas do Ceará, promovendo a equidade social por meio do fortalecimento da identidade social e cultural das comunidades atendidas. Atualmente, a iniciativa atende as etnias Tremembé, em Itarema e Itapipoca; Jenipapo-Kanindé, em Aquiraz; Kanindé de Aratuba, na Serra de Aratuba; Tapeba, em Caucaia; e Pitaguary, em Maracanaú e Pacatuba. A realização de oficinas nas próprias comunidades é a principal atividade do programa. Cada oficina atende cerca de 20 pessoas e visa desenvolver técnicas artesanais para aperfeiçoar a qualidade do artesanato produzido pelos indígenas. Os produtos são vendidos nas próprias comunidades, em feiras e eventos, e também na loja Toré-Torem, mantida pelo Instituto, em parceria com o governo do estado, na Central de Artesanato Luiza Távora (Ceart), em Fortaleza. Somente em 2013, foram 138 pessoas atendidas por diversas oficinas, como de Tratamento de Sementes, Gestão de Negócios e Serigrafia. Além disso, as obras artísticas são encaminhadas ao acervo indí- gena e são exibidas ao público nas exposições realizadas em colégios, faculdades e eventos do estado. Vale salientar que, de forma concomitante, o FIRESO auxilia os indígenas no cadastro de artesão no governo estadual, profissionalizando os grupos produtivos. As oficinas são voltadas a jovens, adultos e crianças e ocorrem em grupos produtivos, ou de forma isolada. Além disso, não se restringem à questão da técnica para manutenção da memória ancestral, mas também a conteúdos que os capacitem para a gestão de negócios. Outro foco das oficinas é a preocupação com o meio ambiente. Os materiais utilizados nos artesanatos são encontrados dentro da própria comunidade, e existe a preocupação para que não ocorra a degradação do meio ambiente na extração da matéria-prima. Também idealizado por Wânia Dummar, o programa presta um importante serviço à sociedade, à medida que privilegia a manutenção das culturas mediante a preservação das práticas artísticas e artesanais. Todas as ações realizadas com as comunidades são discutidas de forma coletiva antes de serem realizadas, a fim de respeitar as culturas, com conteúdos que não interfiram na sua dinâmica. Setembro de 2014 | REVISTADAFIEC | 109 Loja Toré-Torem, na Ceart Oficina de artes com índios tremembés em Itarema “Esse programa possibilitou um novo olhar por parte do empresariado cearense de como enfrentar o problema das desigualdades sociais, desenvolvendo um papel que não pode ser exercido somente pelo poder público, ou organizações não governamentais isoladamente”, afirma Wânia Dummar. Neste ano, o FIRESO, a Secretaria de Turismo e a Secretaria de Cultura do estado estão juntas na criação de um Centro de Referência da Cultura Indígena, destinado a preservar a memória e o patrimônio artístico indígena cearense. O equipamento cultural ocupará um espaço no Centro de Turismo (Emcetur), no Centro de Fortaleza, e contará com um acervo de 600 peças tradicionais. Além disso, para este ano o instituto conta com o patrocínio do Conselho Nacional do SESI para desenvolver o projeto de potencialização das cadeias produtivas do artesanato indígena. Segundo Wânia Dummar, os resultados do Programa Difusão da Cultura Indígena: Memória e Patrimônio Artístico indicam que quando se qualificam as comunidades locais, elas obtêm uma melhor qualidade e confiabilidade de seus parceiros nas cadeias locais de suprimentos: “Eis o X da questão: criar uma comunicação de duas vias abertas e produtivas com públicos ou populações vulneráveis não só melhora a reputação e a confiabilidade de uma empresa – também abre novas oportunidades de negócio, promovendo a inclusão social, geração de renda e o desenvolvimento social de mercados sustentáveis”. 110 | REVISTADAFIEC | Setembro de 2014 Segurança pública Outra linha de atuação do FIRESO, que ganhou destaque na gestão Roberto Macêdo, foi o programa Segurança Pública. A iniciativa promove, desde 2007, formação social de policiais por meio de ações socioeducativas, visando à ampliação de competências cognitivas, sociais e emocionais desses profissionais. O programa possui uma rede de parcerias, formada principalmente pelos comandos da Polícia Militar, IES e voluntários, na realização de cursos e palestras. Em 2013, foram 529 policiais atendidos nos cursos Educação Financeira, Desenvolvendo Competências Emocionais e Saúde e Qualidade de Vida. O foco para 2014 continua pautado na demanda da categoria. Em 2014, por exemplo, o programa Segurança Pública realizou um ciclo de palestras sobre drogradição. Na oportunidade, foi apresentado o documentário Estados Alterados, com o objetivo de construir um panorama das condições sociopolíticas de uma sociedade em constante desafio com o uso de drogas ilícitas, com evidência para o crack. Em seguida, foi ministrada a palestra Problema das Drogas no Brasil, pelo sociólogo, professor e coordenador do mestrado profissional em Planejamento Público da Uece, Horácio Frota. Ele abordou os principais dados relacionados ao consumo de drogas no país, estatísticas, causas e consequências, ações e desafios para combater tal mal. O evento teve também participação do psiquiatra Rino Bonvini, da pedagoga Marta Lucena, do cabo da PMCE, André Luiz Nunes Galvão, do psiquiatra Antônio Mourão e da psicóloga Jacqueline Campos de Mesquita. Já no workshop Qualidade de Vida, ministrado pelo educador físico Eugênio Monteiro, no Centro Psicossocial da Polícia Militar (Ceops), parceiro do FIRESO no programa, os policiais receberam orientações e atendimentos em temas como estresse, depressão e seus impactos na vida pessoal e profissional e a importância da busca do equilíbrio emocional. Foram repassadas informações sobre saúde, baseadas no pentáculo da qualidade de vida definido pela Organização das Nações Unidas (ONU), que utiliza o método para medir as condições de vida de um ser humano. Tal método envolve o bem físico, mental, psicológico e emocional, relacionamentos sociais, como família e amigos, e também saúde, educação e outras circunstâncias da vida. O objetivo da iniciativa foi a de proporcionar a excelência pessoal e o equilíbrio físico, mental e emocional para uma melhor prestação de serviços à sociedade. Além do Ceops, os parceiros atuais do FIRESO na promoção do Programa Segurananuncio_sindceramica.pdf 1 3/9/2014 10:26:48 ça Pública são: Centro Universitário Estácio FIC, Secretaria de Segurança Pública e Defesa Social, Secretaria de Saúde do Estado, Secretaria de Saúde do Município, Polícia Militar do Ceará, Academia Estadual de Segurança Pública (AESP), Serviço Social da Indústria (SESI/CE) e Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI/CE). Voluntariado Mobilizar colaboradores do Sistema FIEC para o engajamento em projetos sociais que atendam os segmentos sociais em situação de vulnerabilidade. Este é o objetivo do Programa Voluntários criado pelo FIRESO em 2008 e que hoje conta com mais de 50 colaboradores engajados. A iniciativa promove, ao menos uma vez por mês, atividades lúdicas, culturais e de apoio social em diversas entidades filantrópicas de Fortaleza e região metropolitana. Além das ações in loco, ou por meio de campanhas, o grupo realiza a capacitação de seus membros e de pessoas da sociedade. Dentre essas capacitações está o curso Voluntariado Empresarial, ministrado pela psicóloga Rocicler Galdino. O SINDCERAMICA homenageia à gestão de Roberto Macêdo à frente da FIEC, que procurou dedicar-se às necessidades dos sindicatos e principalmente da indústria cearense, trabalhando de forma moderna e atual, contribuindo, assim, para o crescimento econômico do Estado do Ceará. Programa de Voluntários promove no abrigo Casa de Nazaré festa junina Na última edição, com o tema Desenvolvendo Inteligências Sociais, Cognitivas e Emocionais, foram tratadas questões como O que leva uma pessoa a ser voluntária? Qual o aprendizado na realização de um trabalho voluntário? Que habilidades são desenvolvidas por meio de suas competências sociais, cognitivas e emocionais? O treinamento visa também difundir os conceitos presentes no voluntariado empresarial, definido pelo Instituto Ethos como “um conjunto de ações realizadas por empresas para incentivar e apoiar o envolvimento dos seus funcionários em atividades voluntárias na comunidade”. Dentre os destaques do trabalho Programa de Voluntários está a ação realizada na Casa de Abrigo Tia Júlia, que assiste crianças de zero a sete anos em processo de adoção ou em situação de risco. Em parceria com outras institui- ções parceiras, a exemplo da Faculdade 7 de Setembro, os voluntários promovem atividades lúdicas, como teatro de bonecos, desenhos, pinturas de rosto e contação de histórias, atendendo cerca de 40 crianças em cada encontro. Outra entidade que recebe atenção especial do FIRESO é o Abrigo Casa de Nazaré, no qual os voluntários promovem eventos de fim de ano e festejos juninos, além de encampar diversas campanhas, como a ação Neste Natal Adote um Idoso. A intenção é fazer com que os colaboradores do Sistema FIEC possam contribuir com materiais como sabonetes, pastas de dente, desodorantes, colônias, escovas de dente, fraldas geriátricas, toalhas, lençóis, alimentos não perecíveis e leite em pó para serem entregues aos idosos do local. Além desse material, é possível entregar presentes e cartões com mensagens destinadas às idosas. A gestão do Programa Voluntários do FIRESO é baseada no princípio de rede de relacionamento mediante o aporte da tecnologia para socialização das experiências. Além disso, existe uma coordenação exercida por um comitê gestor que tem as atribuições de mobilizar os membros do grupo, planejar os encontros de formação e monitorar e acompanhar a execução dos projetos. Como estratégias de execução das atividades, o primeiro passo foi realizar campanhas dos colaboradores para engajamento, seguida da criação de slogan e identidade visual para o programa, bem como a socialização de experiências com outros grupos de voluntários, dentre outras ações. Pão, Educação e Arte N os anos 2007 e 2008, o FIRESO desenvolveu importante ação no segmento de panificação do Ceará. Intitulado Pão, Educação e Arte, a iniciativa buscava disseminar a cultura da responsabilidade social, em parceria com o Sindicato das Indústrias de Panificação e Confeitaria do Estado do Ceará (Sindpan), por meio de cursos de arte, cultura e esporte para crianças e adolescentes. O objetivo era a geração de impactos positivos nas comunidades, motivando crianças e jovens, que, ao adquirirem novos conhecimentos, aumentassem sua autoestima e melhorassem, inclusive, o rendimento e o comportamento na escola. As ações eram realizadas nas comunidades próximas das padarias, mediante parcerias com associações comunitárias e escolas. Após dois anos sob a coordenação da FIEC, as ações deste projeto foram assumidas pelo Instituto Pão, Educação e Arte criado pelo Sindpan. 112 | REVISTADAFIEC | Setembro de 2014 CIN Ceará exportador e sustentável Centro Internacional de Negócios da FIEC estimula a expansão dos produtos cearenses no mercado mundial por meio da mudança de atitude dos empresários nas suas relações com o mercado externo 114 | REVISTADAFIEC | Setembro de 2014 P or meio do Centro Internacional de Negócios (CIN), a Federação das Indústrias do Estado do Ceará (FIEC) tem estimulado a criação de uma cultura exportadora e a consequente mudança de atitude dos empresários nas suas relações com o mercado externo. Missão que ganhou ainda mais destaque na gestão Roberto Proença de Macêdo a partir de ações voltadas às exportações sustentáveis. Nesse sentido, já em 2006, o CIN/CE desenvolveu no estado o Exporta CIN, programa da Confederação Nacional da Indústria (CNI) com o objetivo de facilitar o processo de internacionalização das empresas via assessoria técnica orientada ao fechamento de negócios. A iniciativa forneceu atendimento individualizado às empresas, que foram conduzidas pelo ciclo completo da exportação: avaliação da capacidade exportadora, definição e análise de mercado-alvo, planejamento, prospecção in loco e concretização do negócio. Também em 2006, o CIN/CE e a Agência Americana de Desenvolvimento Internacional (Usaid), ligada à Embaixada dos Estados Unidos, elaboraram o estudo O Impacto dos Transportes e Logística na Competitividade das Indústrias do Estado do Ceará, que identificou os principais entraves logísticos dos processos de exportação/importação e quantificou os sobrecustos que impactam na competitividade internacional da indústria do Ceará. Dentre os objetivos o trabalho sugeriu melhorias em nível público e privado, de forma a otimizar e baratear o processo e, consequentemente, tornar os produtos cearenses mais competitivos no mercado internacional. Por meio de um convênio firmado neste ano com a Comissão Europeia, o CIN/ CE realizou diversos projetos no âmbito do Eurocentro Ceará, dentre eles a participação no encontro setorial Tecnoflores ocorrido em Holambra, São Paulo, com a arregimentação de cinco empresas do setor; participação de cinco empresas cearenses das áreas de moda praia e moda feminina no ES Texfair, em Blumenau/SC, onde tiveram reuniões com potenciais compradores internacionais de seus produtos. Também por meio do Eurocentro, o CIN/ CE realizou o encontro setorial Al-Invest Fruit Brasil. Com a ampliação do financiamento por parte da Comissão Europeia, o evento teve a participação de 25 empresários da Europa (Alemanha, Bélgica, Espanha, França, Holanda e Itália). Durante três dias, os empreendedores tiveram a oportunidade de conhecer e negociar com 89 empresas brasileiras dos estados do Amazonas, Bahia, Ceará, Minas Gerais, Pará, Piauí, Pernambuco, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Roraima e Sergipe. Participaram também do encontro e das negociações empresas argentinas das cidades de Buenos Aires e Rosário. O CIN/CE promoveu ainda, em 2006, a participação de dez empresas cearenses no encontro setorial Al-Invest Aquinvest Brasil (setor de pescado), realizado durante a Feira Nacional do Camarão (Fenacam) em Natal (RN). No segmento de camarão, a entidade possibilitou a ida de três empresas cearenses ao encontro setorial Eurofish 2006, realizado em Bruxelas, Bélgica. O evento foi dividido em três momentos: visita técnica, seminário técnico e rodadas de negócio com agendas programadas entre empresas da América Latina e da União Europeia. Setembro de 2014 | REVISTADAFIEC | 115 Missões internacionais E m 2007, as ações do CIN/CE para expandir as exportações cearenses tiveram início com a aprovação, na Câmara de Comércio Exterior (Camex), de um projeto de promoção comercial no exterior para a organização da missão empresarial brasileira à feira Expo Alimentos, em Miami. No mesmo ano, o CIN organizou, em parceria com o Sindicato da Indústria da Construção Civil do Ceará (Sinduscon) e a Cooperativa da Construção Civil (Coopercon), duas edições da missão empresarial cearense à China. Ocorridas nos períodos de 14 a 28 de abril e 12 a 25 de outubro de 2007, as comitivas contaram com 24 e 18 participantes, respectivamente. Ambas as missões tiveram como principal objetivo participar da Canton Fair, segunda maior feira multissetorial do mundo, e realizar visitas técnicas em Shanghai. O CIN organizou ainda a segunda missão Brasil-Portugal às cidades de Lisboa, Porto e Viana do Castelo, com um total de 81 participantes; e a missão à Fruit Logistics, na Alemanha, da qual participaram três empresas brasileiras. Também em 2007, o CIN/CE realizou, na FIEC, o 1o Fórum de Direito Marítimo, Navegação e Logística do Estado do Ceará, com a participação de mais de 270 inscritos. No ano de 2008, o centro participou como colaborador da missão integrada à Fruit Logística, enviando oito empresas para o evento. Neste ano, o CIN promoveu mais duas missões à China. Na primeira, via Dubai, participaram 20 empresas dos setores de informática, embalagens, confecções, construção civil, têxtil, químico e de bebidas, dos estados do Ceará, São Paulo, Minas Gerais, Mato Grosso e Rio Grande do Sul. O principal objetivo foi visitar a 103ª edição da Canton Fair. Na segunda, a missão contou com a participação de empresas cearenses do setor de eletroeletrônico e de um centro de pesquisa do setor de tecnologia. Ainda em 2008, o CIN/CE participou como colaborador da missão integrada a Hannover Mess, na Alemanha, enviando duas empresas para a feira: Sangati Berga e Coelce. Articulou também a participação de dez pessoas, entre empresários, representantes do governo do Ceará e de instituições como o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresa (Sebrae), Correios e Transnordestina S.A ao Fórum de Liderança da Indústria Logística, no estado de Nebraska, Estados Unidos. Naquele ano, o CIN/CE enviou uma missão a Portugal, ao Distrito de Aveiro, onde foi assinado protocolo de cooperação entre a Associação Industrial do Distrito de Aveiro (Aida) e a FIEC. Entre 19 e 23 de novembro, o CIN/CE liderou uma delegação de 13 empresários à 12ª Edição da Feira Internacional de Cabo Verde, na Cidade da Praia. Na ocasião, foram realizados agendamentos entre os empresários cearenses, portugueses e cabo-verdianos. 116 | REVISTADAFIEC | Setembro de 2014 Livre de mosca azul Em visita à FIEC, em 2008, o embaixador dos Estados Unidos, Clifford Sobel, ouviu uma detalhada argumentação do empresário e vice-presidente da Federação, Carlos Prado, que produz e exporta melão para a Europa, e do superintendente do CIN, Eduardo Bezerra Neto, sobre o fato de o Polo Apodi-Jaguaribe (área produtora de frutas no Ceará) ser livre da mosca azul. Após o pedido de ajuda a Clifford Sobel, ele interviu diretamente no United States Department of Agriculture (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos). Em menos de dois meses após o encontro, o governo americano reconheceu os municípios cearenses e do Rio Grande do Norte como áreas livres da chamada “mosca azul”. A decisão encerrou uma penosa e longa luta dos fruticultores do Ceará e abriu caminho para que as frutas aqui produzidas fossem exportadas para o mercado consumidor norte-americano. Em 2009, o CIN/CE promoveu a ida de empresários cearenses a mais três eventos internacionais. No primeiro, articulou a participação de 39 industriais de dez estados brasileiros na 10ª edição da feira Alimentaria, ocorrida em Lisboa. No segundo, comandou a ida de dois empresários do Ceará à feira industrial de Hannover, na Alemanha, 1° Fórum de Direito Marítimo, em 2007, realizado na FIEC direcionada ao setor de tecnologia. Outros dois empresários do setor de serviços foram enviados pelo CIN/CE à feira multissetorial Filda, em Angola. Ainda em 2009, o CIN/CE realizou o 2o Fórum de Direito Marítimo, Portuário e Logística do Ceará. A nova edição marcou a consolidação do fórum no calendário nacional e contou com a presença de experts nas áreas de comércio exterior, logística e direito de vários estados brasileiros. Também neste ano, o CIN/CE assinou convênio de cooperação técnica com a Apex-Brasil e a CNI para a instalação de uma das cinco unidades de atendimento às empresas no país. Dentre os objetivos da unidade estão o de aumentar a base exportadora, transformando não exportadores em exportadores ativos; e de auxiliar o ingresso permanente de novas empresas capazes de expandir e diversificar a base exportadora brasileira. Em 2009, o CIN/CE deu início ao projeto Prospect. Uma iniciativa piloto realizada em parceria com a CNI/Rede CIN e cofinanciada pela União Europeia por meio do programa Al-Invest, que tem como objetivo realizar prospecção de mercado no leste europeu, com destaque para Polônia e República Tcheca, a fim de munir as empresas com informações estratégicas que facilitem sua entrada neste mercado. Naquele ano, o projeto contou com duas etapas de prospecção in loco: em agosto, viagem de pré-prospecção à Varsóvia e a Praga, com o objetivo de coletar informações sobre concorrência, preços e preferências dos consumidores nos pontos de venda dos produtos contemplados no projeto (moda masculina, infantil, praia, íntima, ginástica e bijuteria. Em setembro, houve viagem de prospecção aos mercados da Polônia e República Tcheca, juntamente com representantes de cinco CINs. Durante a viagem, foram realizadas visitas a potenciais compradores dos produtos brasileiros do setor indumentário. As empresas participantes do projeto receberam relatório completo com o mapeamento dos mercados e das oportunidades identificadas. Em 2010, o CIN/CE promoveu mais duas missões internacionais à China. A quarta edição ocorreu de 9 a 20 de abril de 2010, e contou com 27 empresários, sendo 21 do setor químico (insumos, cosméticos, saneantes, Carlos Prado (terno claro) conseguiu que o governo americano liberasse a compra do melão cearense tintas, fármacos e plásticos) e seis dos setores metalmecânico, bebidas, telecomunicações e comércio internacional. Como resultado, as empresas do setor químico promoveram a compra de máquinas chinesas. A quinta missão, ocorrida de 23 de outubro a 6 de novembro, foi direcionada a empresários calçadistas do Cariri. Contou com a participação de 16, que visitaram, além da China, Taiwan. Em pesquisa feita pelo CIN/CE, após o evento, os participantes afirmaram que pretendiam adquirir 3,5 milhões de dólares em máquinas para a produção de calçados. Angola e Espanha foram outros dois destinos, em 2010, das missões do CIN/CE. De 20 a 25 de julho, a entidade levou um grupo de 28 participantes para a sétima edição da Feira Internacional de Luanda, em Angola. E, de 20 a 28 de março, 18 empresários cearenses do setor de alimentos e bebidas participaram da missão à Filda, em Madri, na Espanha. Em 2011, durante o primeiro semestre, o CIN/CE desenvolveu a segunda edição do Projeto Prospect: Prospecção de Mercado para o Setor Químico na Europa. O programa foi aprovado no âmbito do Programa Al-Invest e cofinanciado pela Comissão Europeia, beneficiando 16 empresas do setor de cosméticos. Na sequência, o CIN/CE, em parceria com o Sindicato das Indústrias de Confecção de Roupas e Chapéus de Senhoras do Estado do Ceará (Sindconfecções), Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI/CE) e Sebrae, levou 16 empresários Setembro de 2014 | REVISTADAFIEC | 117 cearenses à missão internacional do projeto polo de moda, que visitou a feira Who’s Next e Prêt-à-Porter em Paris e o Circuito Comercial de Milão. A missão visou ampliar os conceitos e a visão dos participantes quanto à inovação e ao diferencial competitivo para o setor têxtil-vestuário. Visando contribuir para o estreitamento das relações econômicas e empresariais entre Ceará e Portugal, o CIN/CE organizou uma missão que trouxe ao estado sete empresas portuguesas dos setores metalmecânico, móveis, construção civil e afins, além da diretora geral da Aida e o vice-presidente da Associação Nacional das Empresas do Setor Metalmecânico (ANEMM). Também na relação com os portugueses, o CIN/CE organizou uma rodada de negócios com a participação de 89 empresas inscritas, sendo 59 brasileiras e 30 estrangeiras, oriundas de Portugal e Angola. O trabalho rendeu 195 encontros pré-agendados. Destes, 101 foram efetivados, nos setores de agronegócio, comércio exterior, construção civil, energias renováveis, indústria, jurídico, meio ambiente, prestação de serviço e tecnologia da informação. Ainda em 2011, o CIN/CE promoveu mais uma missão internacional à China. A viagem teve a participação de 78 empresários cearenses, dos setores metalmecânico, químico, reciclagem, rações, construção civil, serraria, confecções, couros e calçados. A delegação participou da 110ª edição da Canton Fair, além de visitar canteiros de obras e o porto de Shangai. Empresários cearenses reunidos na Canton Fair de 2012 118 | REVISTADAFIEC | Setembro de 2014 Estados Unidos E m 2012, o esforço de levar empresários cearenses além-mar, especialmente os filiados aos sindicatos da FIEC, ganhou ainda mais estímulos, com a inserção de destinos ainda não explorados. O novo alvo foi a cidade de Orlando, na Flórida (EUA), onde ocorre a International Plastics Showcase. A missão do CIN/CE, a pedido do Sindicato das Empresas de Reciclagem de Resíduos Sólidos Domésticos e Industriais do Estado do Ceará (Sindiverde), levou 12 empresários, de oito empresas, além de representantes do INDI e do SENAI. Também para os Estados Unidos, o CIN, em parceria com o SENAI, promoveu a missão Circuito Moda Nova York, que propiciou aos participantes uma oportunidade de ampliar sua visão sobre o mundo dos negócios e entender a importância e valorização do design no desenvolvimento dos seus produtos. Ao total, participaram 13 pessoas, sendo sete empresários, três estilistas e três representantes institucionais. Outro destino inédito que teve destaque em 2012 foi Cabo Verde, na África. Na oportunidade, o CIN/CE apoiou a Ceará Trade Brasil na ida de 26 empresários para participar da Feira Internacional de Cabo Verde. O objetivo foi prospectar oportunidades comerciais para as empresas cearenses. Além da feira, a programação contemplou a realização de visitas técnicas a empresas cabo-verdianas e instituições de fomento, bem como participação em rodadas de negócios com importadores africanos. Naquele ano, mais duas missões à China foram promovidas pelo CIN/CE. No mês de outubro, a entidade levou 14 empresários (de diversos sindicatos da FIEC) para participar da Feira de Cantão, em Guangzhou. A feira é considerada a maior multissetorial do mundo. Na segunda missão, para atender o Sindicato da Indústria de Curtimento de Couros e Peles do Estado do Ceará (Sindicouros), o CIN levou empresários do setor para a feira All China Leather, em Xangai. A missão visava levantar informações do setor coureiro Foram realizadas várias missões para o Circuito Moda Nova York chinês, uma vez que o país é um dos principais concorrentes do couro brasileiro. Ainda em 2012, outros 21 empresários sindicalizados, dos setores metalmecânico, químico, energias e alimentos, receberam o apoio do CIN/CE para participar da missão empresarial à Feira Industrial de Hannover, na Alemanha. O grupo contou com estande de apoio, intérpretes, circuitos guiados, rodadas de negócio e visitas técnicas às empresas alemãs Man, Class, Grohe, Instituto Frauhofer e Mercedes-Bens. Em outubro, outros três empresários cearenses foram levados em missão para a feira Sial Paris, na França. No mês de dezembro, o presidente do Sindiverde, Marcos Augusto Albuquerque, e do Sindicato das Indústrias de Mobiliário do Estado do Ceará (Sindmóveis), Geraldo Osterno Júnior, participaram da missão de importadores brasileiros a Aveiro, Portugal. O evento contemplou os setores de atividade mais representativos da região de Aveiro: agroalimentar, materiais de construção, cerâmica (louça sanitária, revestimento e utilidade doméstica), moldes, calçado e mobiliário. Todos os custos da missão foram pagos pela Aida, parceira do CIN/CE. Também em 2012, o CIN/CE realizou a terceira edição do projeto Prospect: Prospecção de Mercado para o Setor Cosmético na América Latina, na Colômbia. A metodologia foi desenvolvida pela equipe do CIN/CE e ab- sorvida no portfólio de produtos e serviços da Rede Brasileira de Centros Internacionais de Negócios (Rede CIN). Em novembro, a FIEC, por meio do CIN/CE, firmou uma parceria com a Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado do Ceará (Fecomércio) para a instalação, na FIEC, de um posto avançado para emissão de certificado digital. O local foi inaugurado no ano seguinte. O 3o Fórum de Direito Marítimo foi realizado também neste ano, e contou com a participação de 220 pessoas, dentre elas autoridades da Secretaria de Portos (SEP) e do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC). Reunião na embaixada do Brasil na Colômbia, do Projeto Prospect 2012 Setembro de 2014 | REVISTADAFIEC | 119 Cariri A parceria com os sindicatos filiados à FIEC para a realização de missões internacionais continuou sendo a tônica das atividades desenvolvidas pela entidade em 2013. Por iniciativa do Sindiverde, o CIN/CE organizou uma missão empresarial à Suécia e à Alemanha, que contou com 46 participantes de seis sindicatos, com o objetivo de visitar empresas recicladoras de resíduos em Estocolmo e participar da Feira K, em Dusseldorf. Na sequência, veio a demanda do Sindicouros. Para este, o CIN promoveu a missão empresarial à India International Leather Fair (IILF), feira do setor de couros que é realizada anualmente em Nova Delhi. A viagem teve como objetivo levantar informações do setor coureiro no mercado indiano, visando expandir as compras dos produtos cearenses. Assim como nos últimos dois anos, a FIEC, por meio do CIN/CE, em parceria com o SENAI/CE, realizou mais uma edição do Circuito Moda Nova York – Missão de Capacitação e Pesquisa de Tendências, que propiciou aos participantes uma oportunidade de ampliar sua visão sobre o mundo dos negócios e entender a importância e valorização do design. Com o mesmo objetivo, o CIN articulou, na sequência, uma missão para o Circuito Moda Londres, na Inglaterra. Por sua vez, os empresários calçadistas do Cariri, região Sul do Ceará, foram beneficiados com a realização de uma missão para a Itália. Desta vez à Feira Micam, que contou com a presença de empresas filiadas ao Sindicato das Indústrias de Calçados e Vestuário de Juazeiro do Norte e Região (Sindindústria). O principal objetivo da missão foi a participação na mostra italiana de calçados de Milano. O grupo participou, ainda, de visitas técnicas e capacitações. Também para o setor de calçados, o CIN/CE lançou a quarta edição do Projeto Prospect. A ação conduziu uma prospecção de mercado no Peru e identificou potenciais oportunidades de mercado. A ação, com abrangência nacional, foi articulada pelo CIN/CE. Teve a colaboração dos estados de Pernambuco, Sergipe e Alagoas. Ainda em 2013, o CIN/CE promoveu uma rodada de negócios com quatro compradores internacionais da América Latina interessados em moda, alimentos e bebidas. Os compradores se reuniram com 30 empresas brasileiras e realizaram sete visitas técnicas, totalizando 70 reuniões. Em razão do reconhecimento do know-how do CIN/CE obtidos em ações e missões internacionais, a entidade foi escolhida, em 2014, pela CNI, para ser uma das emissoras do Carnê ATA no Brasil. O Carnê ATA é uma espécie de passaporte para mercadorias, aceito em mais de 70 países. Trata-se de um procedimento aduaneiro em que mercadorias podem ingressar em um território aduaneiro com a suspensão dos tributos. Sua emissão ocorre por meio de entidades oficialmente reconhecidas e credenciadas pelas autoridades aduaneiras do país, no caso brasileiro, pela Receita Federal do Brasil. Neste ano, a entidade já promoveu duas ações voltadas para o mercado europeu: a missão prospectiva à Europain (França) e o seminário Oportunidades de Comércio e Investimentos – União Europeia e Ceará. A missão teve articulação nacional do CIN/CE e colaboração dos CINs de Alagoas, Paraná, Pará e Rio Grande do Norte. No total, 63 empresários participaram de uma programação em Paris que contou com visita a feiras, encontros técnicos e treinamento. Já o seminário conseguiu reunir, na FIEC, representantes das embaixadas da Alemanha, Bélgica, Dinamarca, Eslováquia, Espanha, França, Itália, Países Baixos, Polônia, Portugal, Reino Unido, República Tcheca, Romênia e Suécia. Ao todo, 103 pessoas prestigiaram o evento. Após o seminário, foi realizada a sessão de networking com representantes dos países-membros presentes, totalizando 25 encontros para os empresários cearenses. Também sob a coordenação nacional do CIN/CE, que arregimentou a participação dos Cento e três pessoas participaram este ano, na FIEC, do seminário sobre a Visão Europeia e Ceará 120 | REVISTADAFIEC | Setembro de 2014 CINs do Mato Grosso, Paraná, Santa Catarina e Pernambuco, foi realizada a terceira missão do Circuito Moda Nova York. O evento contou com cursos de curta duração na escola de moda e design Parsons, visitas técnicas guiadas a lojas de departamento e fast-fashion na cidade. No total, 21 pessoas participaram da ação, que contou com o apoio financeiro da Apex-Brasil. Ainda neste ano, o CIN promoveu, a pedido do Sindmóveis, uma missão ao Salão Internacional de Móveis de Milão, na Itália. A delegação foi composta por 20 associados do setor moveleiro cearense. Em julho passado, o CIN/CE foi um dos organizadores do Encontro Empresarial do BRICS 2014, evento da CNI que ocorreu em Fortaleza, antecedendo a 6a Cúpula do BRICS. O encontro teve um total de 755 inscritos dos cinco países que compõem o bloco econômico. Ao final da programação de palestras sobre as perspectivas econômicas e de integração, foi realizado um business networking, no qual ocorreram 603 encontros e gerou uma expectativa de negócios na ordem de 3,8 bilhões de dólares nos próximos 12 meses. Encontro Empresarial do BRICS 2014, evento da CNI que ocorreu em Fortaleza, antecedendo a 6a Cúpula do BRICS, teve um total de 755 inscritos dos cinco países que compõem o bloco econômico Museu da Indústria O prédio que abriga o Museu da Indústria foi projetado por Adolfo Herbster em meados do século 19 Legado para o estado Trata-se de um equipamento arrojado e dinâmico, unindo passado, presente e futuro, capaz de estimular a economia e o desenvolvimento do Ceará 122 | REVISTADAFIEC | Setembro de 2014 I dealizado no final da década de 1990 pelo ex-superintendente da Federação das Indústrias do Estado do Ceará, Danilo Pereira, o Museu da Indústria, inaugurado no dia 10 de setembro pela gestão Roberto Proença de Macêdo, é um dos grandes legados do Sistema FIEC para o estado. Da localização, no Centro de Fortaleza, próximo a equipamentos como o Centro Dragão do Mar, Santa Casa de Misericórdia, Estação Professor João Felipe, Seminário da Prainha, 10ª Região Militar, Teatro José de Alencar, Paço Municipal, Catedral Metropolitana e Emcetur, dentre outros, o espaço passa a ser referência em termos culturais não só no estado, mas no país, sendo atualmente um dos mais modernos instrumentos de disseminação da história da indústria. Da ideia inicial até a concepção e execução do projeto, foram várias etapas e adaptações para se chegar à conclusão do sonho de tornar de fácil acesso ao público a história da indústria cearense. Processo que teve início com a escolha do prédio construído no fim do século 19, localizado no principal corredor histórico do Centro da cidade, passando pela restauração do edifício depois de 20 anos de abandono e pela organização do acervo, procurando aliar a tecnologia com a preservação física de peças e documentos. Situado no número 143 da rua João Moreira, esquina com a Floriano Peixoto, em frente Prédio antes do processo de restauração Setembro de 2014 | REVISTADAFIEC | 123 Iremos produzir livros, teremos uma loja de souvenir, alugaremos espaço para lançamentos de produtos. Enfim, queremos ter fontes de renda próprias. O museu será sustentável Luis Carlos Sabadia, gerente do Museu da Indústria Espaço contempla o antigo, por meio de peças físicas, com o moderno, por meio do virtual ao Passeio Público, o edifício que abriga o Museu da Indústria foi projetado pelo arquiteto Adolfo Herbster, em meados do século 19, para sediar a Sociedade União Cearense – primeiro clube social de Fortaleza. Depois disso, abrigou o Hotel do Norte, Correios (entre 1895 e 1935) e The Ceará Tramway Light & Power Co. Ltda., empresa inglesa que atuava no fornecimento de energia elétrica e no serviço de bonde da cidade. O edifício se tornou mais tarde patrimônio da Coelce, que o vendeu ao Serviço Social da Indústria (SESI/CE) praticamente em ruínas. Tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), por meio da Lei 9 109 de 30 de julho de 1968, o imóvel foi restaurado entre 2005 e 2007, con- 124 | REVISTADAFIEC | Setembro de 2014 tando com parceria do Iphan e da Universidade de Fortaleza (Unifor), sob a liderança do arquiteto Domingos Cruz Linheiro, para abrigar o museu mediante o patrocínio de várias empresas e instituições a partir de recursos da Lei Rouanet. Como parte das adaptações que levaram à execução da obra, foi preciso ampliar o espaço inicial previsto porque foi constatado que as instalações não eram suficientes para abrigar todo o museu, sobretudo a partir da concepção virtual. Por conta disso, foi preciso incluir no projeto a construção de anexo ao lado do museu a ser utilizado pela administração. O resultado foi a criação de um equipamento arrojado e dinâmico, que une passado, presente e futuro, capaz de estimular a economia e o desenvolvimento do estado, permitindo a interação entre visitantes, pesquisadores, educadores, estudantes, profissionais e investidores de vários países. Além da construção do anexo, foram revistos os principais sistemas instalados na edificação, nas áreas de eletricidade, segurança, ar-condicionado, etc. Um dos aspectos também inovadores em relação ao museu é o seu modelo de gestão. De acordo com o gerente do equipamento, Luis Carlos Beltrão Sabadia, o espaço foi projetado para ser sustentável. Nesse sentido, a ideia é que a amplitude do seu acervo e a sua localização contribuam para que haja várias fontes de recursos próprios. O espaço, por estar situado em um tradicional corredor histórico turístico de Fortaleza, deverá ser incluso no roteiro de visitação da capital. As instalações poderão ainda ser utilizadas por empresas para a realização de eventos com a renda revertida em favor do museu. Para isso, destaca Sabadia, além do espaço de exposição destinado à indústria, que ele define como de longa duração (permanente), há outros multiusos com dois auditórios (70 e 180 lugares), que poderão ser usados para palestras e apresentações artísticas. Sabadia diz que outra área de atuação a ser proposta é a coprodução de livros de arte a serem comercializados. “Iremos produzir livros, teremos uma loja de sou- venir, alugaremos espaço para lançamentos de produtos. Enfim, queremos ter fontes de renda próprias. O museu será sustentável.” O gerente também cita ainda a possibilidade de ações voltadas à realização de projetos curatoriais relacionados à indústria, que poderão ser inseridos no acervo do museu, uma vez que o modelo de tecnologia adotada permite a sua atualização a qualquer tempo. Segundo Sabadia, o equipamento poderá se tornar ferramenta importante na área de educação ao gerar parcerias. “Queremos atrair os jovens e isso será plenamente possível por termos aqui grande poder de atratividade tanto em termos de tecnologia como de geração de conhecimento." Indústria e cultura são inseparáveis C urador responsável pela instalação do Museu da Indústria, Júlio Heilbron, proprietário da EMC Mkt Cultural, diz que o conceito principal adotado no equipamento é que indústria e cultura são inseparáveis como símbolos do modo de produção das sociedades em épocas distintas. "O que existe em termos culturais em cada época está relacionado diretamente ao que foi produzido pela indústria. Nesse contexto, é preciso compreender os aspectos que dizem respeito a economia, história, etc.". No caso do Ceará, o Museu da Indústria terá a característica da contemporaneidade como marca. Assim, o visitante poderá tanto ter acesso a peças físicas, bem como acessar a história por meio do acervo virtual. Outra situação possível no espaço é que, graças à tecnologia utilizada, o acervo poderá ser atualizado sempre que houver elementos para tal. "Isso será possível porque o sistema de tecnologia utilizado pelo museu possui uma série de terminais integrados em uma rede única de dados, oferecendo várias possibilidades. A base de informação é única, mas pode ser ajustada para receber novos dados para atualização", conta Heilbron. De acordo com ele, atualmente há uma base com cerca de 70 000 informações em rede do acervo virtual do museu, mas esta rede está preparada para que diariamente informações possam ser ajustadas. Para a formação do acervo, houve uma pesquisa sobre o Ceará desde o século 19 até hoje, que possibilitará ao pú- blico visitante navegar pelo Brasil e o mundo. Além disso, o visitante tem desde a linha do tempo até a tendência de futuro nos negócios no Ceará. São ao todo dez ilhas para navegação virtual. Outro ponto de destaque é que há possibilidades, segundo Heilbron, de despertar sentimentos por meio de músicas e filmes, já que mexe com a história. Em termos técnicos, o equipamento conta com tecnologia de última geração, com placas de multimídia, telas de retroprojeção com luz de dia (à base de policarboneto compacto semitransparente). Dessa forma, o visitante, na entrada do salão de exposição, terá a introdução da história do Ceará e do país, conhecerá fatos históricos como a chegada ao Brasil do príncipe regente de Portugal, D. João, que, fugindo de Napoleão Bonaparte, resolveu transferir, em 1808, a corte portuguesa para sua mais importante colônia, passando por Parte interna com escadaria preservada do século 19 O que existe em termos culturais em cada época está relacionado diretamente ao que foi produzido pela indústria Júlio Heilbron, curador responsável pela instalação do Museu imagens de marcas, produtos e indústrias que remontam o início da industrialização no estado. Já nessa introdução haverá um impacto visual causado pelo sistema de projeção centralizado, que provoca sensação de imersão no tempo e na história da indústria cearense. O tipo de tec- nologia adotada só existe em dois outros museus no Brasil: o da Língua Portuguesa e o Museu do Futebol, ambos em São Paulo. O pavilhão seguinte é dividido em nove ilhas virtuais com sistema interativo. Do lado esquerdo, em frente às ilhas, objetos que pertenceram a indústrias cearenses em séculos passados materializam o acervo. No fundo do salão, uma tela maior exibirá projeções que serão permanentemente renovadas sobre segmentos da indústria cearense. No último ambiente, telas exibem simultaneamente as potencialidades de negócios promissores no Ceará, inclusive no ramo do agronegócio, o caminho das águas e o futuro previsto para o estado. Na ilha, que expõe o caminho das águas, é demonstrado como o gerenciamento hídrico vem abrindo fronteiras e proporcionando o desenvolvimento industrial em diversas regiões cearenses. A exposição se encerra com uma projeção centralizada dos negócios que prometem se consolidar nos próximos anos. Roteiro da exposição de longa duração ILHA 1. Filme panorâmico dando um resumo dos eventos mais importantes da história do Ceará. O mesmo é projetado numa tela panorâmica semicircular de 12 metros de largura e inclui também imagens em dois terminais de vídeo de 50’’. ILHA 2. Com imagens do primeiro estande do Ceará na Exposição Nacional da Indústria de 1861, uma máquina de costurar couro, uma prensa para couro, uma maleta centenária (característica para o transporte de ferramentas), um alambique para cachaça e um filme sobre a época. Esta ilha apresenta ícones da protoindústria. ILHA 3. A indústria têxtil está presente a partir de uma enorme balança para pesar os fardos de algodão, um tear manual, máquina de costura do início do século 20 e, representando um costume cultural, uma escultura de Mussa Lyra: uma senhora, vestida de chita, costurando numa máquina familiar. ILHA 4. A indústria cultural, com um filme que mostra os mais diversos aspectos da cultura cearense. Esta ilha apresenta edições antigas de obras de José de Alencar e Rachel de Queiroz, assim como exemplares de literatura de cordel sobre temas da indústria. Duas máquinas, ícones da indústria cultural, uma Lynotipo e uma impressora Heidelberg, completam a área. ILHA 5. Linha do tempo interativa. Apresentada de forma que o visitante possa interagir com ela através das telas “touchscreen” e terminais com eventos históricos no mundo, no Brasil e no Ceará, em três blocos. O primeiro de 1612 a 1889, o segundo 126 | REVISTADAFIEC | Setembro de 2014 de 1890 a 1941 e o terceiro de 1942 aos dias de hoje. ILHA 6. Novos negócios no Ceará: equipamento interativo através de tela “touch-screen”, com três terminais de vídeo sobre novas oportunidades de negócio no Ceará. ILHA 7. Equipamento interativo para navegar nos sites de museus da indústria em diversas capitais do mundo. ILHA 8. Tela panorâmica de oito metros de largura, na qual se projeta um filme sobre as possibilidades para o futuro do Ceará. ILHA 9. Três terminais interativos com “touch-screen”, em que o visitante poderá navegar pelo site da FIEC. Os filmes contam com um sistema de amplificação do som em colunas, que permite ao visitante escutar a música somente quando se encontra na frente das telas. No meio do salão, uma escultura de uma mulher trabalhando em renda de bilros, realizada com descartes industriais. A peça é do escultor José Pinto. Máquina de costura do início do século 20 Posse "Não quero passar em branco. Quero ser uma pessoa pública, mas com simplicidade e com a ajuda de todos os sindicatos e da diretoria eleita" Beto Studart é o 10º presidente a dirigir a FIEC O pleito que elegeu a nova diretoria da FIEC por aclamação foi realizado no dia 14 de março, com a participação de todos os delegados representantes dos 39 sindicatos filiados à entidade 128 | REVISTADAFIEC | Setembro de 2014 O empresário Jorge Alberto Vieira Studart Gomes, Beto Studart, assume a presidência da Federação das Indústrias do Estado do Ceará (FIEC) no próximo dia 22 de setembro durante assembleia geral do Conselho de Representantes da instituição para um mandato único de cinco anos. Além da solenidade oficial na manhã do dia 22, às 8h, na Casa da Indústria, no auditório Waldyr Diogo de Siqueira, os eventos relativos à transmissão de cargo marcam para o dia 25 de setembro, no La Maison Dunas, uma posse festiva. Antes, no dia 19 de setembro, o presidente da FIEC, Roberto Proença de Macêdo, reúne os colaboradores da Casa da Indústria, às 16h, no auditório Waldyr Diogo, quando fará suas despedidas do corpo funcional do Sistema FIEC. Ao substituir o atual presidente Roberto Macêdo, Beto Studart será o 10º presidente na história da FIEC em 64 anos de existência. Além de Roberto Macêdo, ocuparam o cargo máximo da entidade representativa do setor industrial cearense: Waldyr Diogo de Siqueira (1950-1962), Thomás Pompeu de Souza Brasil Netto (1962-1971), José Raimundo Gondim (1968-1971), Francisco José Andrade Silveira (1971-1986), José Flávio Leite Costa Lima (19771986), Luiz Esteves Neto (1986-1992), Fernando Cirino Gurgel (1992-1999) e Jorge Parente Frota Júnior (1999-2006). O pleito que elegeu a nova diretoria da FIEC por aclamação foi realizado no dia 14 de março, com a participação de todos os delegados representantes dos 39 sindicatos filiados à entidade. Na ocasião, o presidente Roberto Macêdo abriu a solenidade agradecendo a presença dos representantes sindicais e lembrando sua participação em três eleições da instituição. Ele destacou o momento atual como especial, já que o processo se deu de forma democrática, tranquila e inédita no formato de aclamação. Em seguida, a palavra foi facultada aos participantes, que destacaram o trabalho profícuo, coletivo e de coesão em prol do setor industrial realizado pelo presidente Roberto Macêdo, como também se manifestaram sobre os desafios de continuidade e de transformações que o novo presidente enfrentará. Ao falar já como presidente eleito, Beto Studart disse que está consciente dos desafios em assumir a presidência de uma instituição como a FIEC, “tão importante para o estado do Ceará”, mas que não faltará empenho em construir um grande mandato. Ressaltou que está empenhado e disposto a trabalhar em conjunto com os sindicatos, sempre com responsabilidade e simplicidade, mas deixando uma marca positiva no desenvolvimento da indústria e da economia: “Não quero passar em branco. Quero ser uma pessoa pública, mas com simplicidade e com a ajuda de todos os sindicatos e da diretoria eleita”. A chapa única encabeçada por Beto Studart é composta por 35 membros, tendo na 1ª vice-presidência Alexandre Pereira e, como demais vice-presidentes, Roberto Sérgio Ferreira, Carlos Fujita e Hélio Perdigão. Ocuparão as diretorias administrativa e financeira, respectivamente, Ricardo Cavalcante e Edgar Gadelha. Marcus Venícius Rocha Silva e Ricard Pereira assumirão como adjuntos as diretorias administrativa e financeira. Alexandre Pereira e Fernando Cirino serão os delegados titulares na Confederação Nacional da Indústria (CNI), enquanto Jorge Parente Frota Júnior e o próprio Beto Studart serão os delegados suplentes. Veja a composição completa. Nova diretoria PRESIDENTE Beto Studart (Sinduscon) 1º VICE-PRESIDENTE Alexandre Pereira (Sindpan) VICE-PRESIDENTES Hélio Perdigão (Sindiembalagens) Roberto Sérgio Ferreira (Sinduscon) Carlos Fujita (Sinduscon) DIRETORES Diretor administrativo Ricardo Cavalcante (Sindibrita) Diretor administrativo adjunto Marcus Venícius Rocha Silva (Sindconfecções) Diretor financeiro Edgar Gadelha (Sindicarnaúba) Diretor financeiro adjunto Ricard Pereira (Simec) Diretores José Agostinho Carneiro de Alcântara (Sindserrarias) Roseane Oliveira de Medeiros (Sindicouros) Carlos Rubens Alencar (Simagran) Marcos Soares (Sindquímica) Elias de Souza Carmo (Sindienergia) Marcos Augusto Nogueira de Albuquerque (Sindverde) Jaime Bellicanta (Sincalf) José Alberto Bessa Júnior (Sindrações) Verônica Perdigão (Sinditêxtil) Francisco Eulálio Santiago Costa (Sindgráfica) Luiz Francisco Juaçaba Esteves (Sindiembalagens) Francisco José Lima Matos (Sinduscon) Geraldo Bastos Osterno Júnior (Sindmóveis) Lauro Martins Oliveira Filho (Sindpan) Luiz Eugênio Pontes (Sindtrigo) Francisco Demontier Mendes Aragão (Simagran) CONSELHO FISCAL Titulares Marcos Silva Montenegro (Sindalgodão) Germano Maia (Sinditêxtil) Vanildo Lima Marcelo (Sifavec) Suplentes Aluísio da Silva Ramalho (Sindredes) Adriano Monteiro Costa Lima (Sindroupas) Marco Veríssimo de Oliveira (Sindipneus) DELEGADOS NA CNI Titulares Alexandre Pereira (Sindpan) Fernando Cirino Gurgel (Simec) Suplentes Jorge Parente (Sindlaticínios) Beto Studart (Sinduscon) Setembro de 2014 | REVISTADAFIEC | 129 130 | REVISTADAFIEC | Agosto de 2014