eletrônica de potência
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ISSN 1414-8862 ELETRÔNICA DE POTÊNCIA REVISTA DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE ELETRÔNICA DE POTÊNCIA SOBRAEP VOL. 10, Nº 1, JUNHO DE 2005 ÍNDICE Corpo de Revisores................................................................................................................. ii Editorial................................................................................................................................... iii Editorial Convidado................................................................................................................ iv SOBRAEP.............................................................................................................................. v Política Editorial...................................................................................................................... vi ARTIGOS DA SEÇÃO ESPECIAL CONTROLE EM ELETRÔNICA DE POTÊNCIA Proposal of a Hysteresis Controller with Constant Switching Frequency M. T. Galelli, F. L. Tofoli, M. S. Vilela, E. A. A. Coelho, J. B. Vieira Jr., L. C. de Freitas, V. J. Farias........... 1 Metodologia de Projeto e Análise de Algoritmos de Sincronismo PLL F. P. Marafão, S. M. Deckmann, J. A. Pomilio e R. Q. Machado....................................................................... 7 Operação de um Sistema de Acionamento com Motor de Seis Fases Tolerante a Faltas R. S. Miranda, C. B. Jacobina, A. M. N. Lima, M. B. R. Corrêa, L. A. S. Ribeiro............................................. 15 Neural Networks Applied to the Control of a Four-Wire Shunt Active Power Filter Marcelo G. Villalva e Ernesto Ruppert Filho……..…………………………………………………………. 23 Study and Implementation of the Passive-Based Control Law for the Boost Inverter N.Vázquez, C. Hernández, E. Rodríguez, J. Álvarez, J. Arau............................................................................. 31 Procedimentos de Projeto de Controladores Repetitivos para o Estágio de Saída de Fontes Ininterruptas de Energia Leandro Michels e Hilton A. Gründling……………………………………………………………………….. 39 Sistema de Geração Distribuída Utilizando Gerador de Indução Trifásico e Fontes CC Conectado a Rede Monofásica Ricardo Q. Machado, Simone Buso e José A. Pomilio........................................................................................ 51 ARTIGOS DA SEÇÃO REGULAR Aproveitamento viável de módulos Fotovoltaicos Através do Envio da Energia à Rede Comercial Utilizando Conversores Estáticos de Energia D. C. Martins e Rogers Demonti.......................................................................................................................... 59 Sistemas de Acionamento de Dois Motores de Indução com Número Reduzido de Componentes Euzeli C. dos Santos Jr., Cursino B. Jacobina, Maurício B. de R. Correa, Edison R.C. da Silva....................... 67 A Soft Switching Half-Bridge Doubler Boost Converter Operating with Unity Power Factor Roberto M. Finzi Neto, Enes G.s Marra, Fernando L. Tofoli e Luiz C. de Freitas............................................. 77 Normas para publicação de trabalhos na revista Eletrônica de Potência................................ 87 Eletrônica de Potência – Vol. 10, n° 1, Junho de 2005 i Corpo de Revisores desta edição de Eletrônica de Potência Arnaldo José Perin – UFSC Carlos Alberto Canesin – UNESP – Ilha Solteira Carlos Augusto Ayres – UNIFEI Carlos Marcelo De Oliveira Stein Cefet-PR Cassiano Rech – Univ. Regional do Noroeste do Estado do RS Cícero Tavares Cruz - UFCE Clovis Goldemberg - Escola Politécnica da USP Cursino Brandao Jacobina - UFCG Darizon Alves de Andrade - UFU Denizar Cruz Martins – UFSC Domingos Sávio Lyrio Simonetti – UFES Edson H. Watanabe - COPPE/UFRJ Eduardo Deschamps - FURB Enes Gonçalves Marra – UFG Ernesto Ruppert Filho – UNICAMP Falcondes J. M. de Seixas – UNESP – Ilha Solteira Felix Alberto Farret – UFSM Fernando Luiz Marcelo Antunes – UFC Fernando Pinhabel Marafão - UNICAMP Fernando Soares dos Reis – PUC-RS Gilberto Drumond Sousa - UFES Hélio Leães Hey - UFSM Henrique A. Carvalho Braga – UFJF Hilton Abílio Gründling – UFSM Humberto Pinheiro – UFSM Ivo Barbi - UFSC Jaime Eugenio Arau-Roffiel – CENIDET-México Jean Paul Dubut – INPE Jeferson Marian Correa - Colorado School of Mines - EUA João Batista Vieira Júnior – UFU José Antenor Pomilio – UNICAMP José Eduardo Baggio - UFSM José Luiz F. Vieira – UFES ii José Renes Pinheiro - UFSM Jose Roberto Camacho - UFU José Wilson Lima Nerys - UFG Lourenço Matakas Júnior – USP Lúcio dos Reis Barbosa – UEL Luís Fernando Alves Pereira – PUC-RS Marcelo Godoy Simões – Colorado School of Mines-EUA Marcelo Mezaroba - UDESC Maria Dias Bellar - UERJ Mauricio Aredes - UFRJ - Coppe / Poli Newton Maruyama - Escola Politécnica da USP Paulo Costa Branco - Instituto Superior Técnico - Portugal Paulo Roberto Gaidzinski - PhB Pedro Gomes Barbosa – UFJF Pedro L. D. Peres - UNICAMP Peter Mantovanelli Barbosa – ABB - Suiça Porfírio Cabeleiro Cortizo – UFMG Raimundo Nazareno Alves - UFPA René Pastor T. Bascopé - UFCE Ricardo Quadros Machado – UNICAMP Ricardo Lúcio de Araújo Ribeiro - UFRN Robinson Figueiredo Camargo - UFSM Samir Ahmad Mussa - UNIJUI Selenio Rocha Silva - UFMG Simone Buso - University of Padova - Italia Vinicius Foletto Montagner - UNICAMP Walter Issamu Suemitsu – UFRJ Walter Kaiser - Escola Politécnica da USP Wanderlei Marinho da Silva – Univ. Cruzeiro do Sul Wilson C. P. de Aragão Filho – UFES Wilson Komatsu - USP Yeddo Braga Blauth - UFRGS Eletrônica de Potência – Vol. 10, n° 1, Junho de 2005 EDITORIAL A revista Eletrônica de Potência completa 10 anos. Esta década foi iniciada, nos tempos pioneiros, por nosso colega e primeiro editor Hélio Leães Hey, precisou criar a estrutura que permitiu à revista prosseguir sua trajetória até os dias de hoje. Como reconhecimento a tal pioneirismo, no recente Congresso Brasileiro de Eletrônica de Potência, realizado em Recife, Hélio recebeu uma merecida homenagem da SOBRAEP. Mais recentemente, na gestão do colega Carlos Alberto Canesin, nossa revista ingressou na era da internet através do sistema iSOBRAEP, o qual permite uma grande agilização nos processos de submissão e revisão dos artigos. Atualmente, com as Seções Especiais, introduzidas há cerca de dois anos, a revista conseguiu ampliar sua base de artigos submetidos, garantindo duas edições anuais de excelente qualidade, como comprova o grau A atribuído pelo comitê das Engenharias IV da CAPES. Também fruto do reconhecimento desta qualidade é o apoio financeiro obtido do CNPq e do MCT, através do CT-Infra, cujos recursos cobrem os custos de publicação e permitirão a aquisição de uma servidora para a instalação de todo o sistema iSOBRAEP. Recentemente com a constituição do Conselho Editorial, a revista ganhou um fórum de discussão para sua política editorial, norteando as ações que visam assegurar sua qualidade e periodicidade. A todos, autores, revisores, editores e associados da SOBRAEP, os agradecimentos por sua participação, sugestões e críticas. José Antenor Pomilio Editor Eletrônica de Potência – Vol. 10, n° 1, Junho de 2005 iii EDITORIAL CONVIDADO Seção Especial: Controle em Eletrônica de Potência Prezados Leitores A área de Eletrônica de Potência tem se estabelecido nos últimos anos em diversas frentes, particularmente no desenvolvimento de circuitos e sistemas capazes de operarem de forma eficiente para a conversão de energia. Certamente, o uso de computadores, microcontroladores, processadores digitais de sinais, aliados à aplicação de técnicas de controle têm permitido um campo fértil para viabilizar que complexos algoritmos possam avançar a eletrônica de potência em aplicações industriais, geração de energia e transportes, bem como em aplicações de entretenimento e domésticas. Até meados da década de 90, a eletrônica de potência era considerada como uma tecnologia de três fases: circuitos com amplificadores magnéticos até meados da década de 40, com uma reaparição na década de 70; circuitos com válvulas a gás e vapor entre as décadas de 30 até meados da década de 70; finalmente, os semicondutores de potência, inicialmente tiristores, transistores bipolares de junção, desde a década de 70 e dispositivos modernos (tais como MOSFETS, IGBTS, GTO, dentre outros) que se popularizaram após a década de 80. Entretanto, a década de 90 foi marcada pela aplicação de controle digital em sistemas de eletrônica de potência. Assim, a quarta-fase da eletrônica de potência tem se estabelecido desde então, com algoritmos cada vez mais complexos e incorporados aos mais diversos sistemas, permitindo sistemas de controle sofisticados, eficientes e inteligentes. Além disso, a área de eletrônica de potência também se fortaleceu em ampla faixa, desde aplicações de pequenas potências (mW e Watts), até em elevadas potências (MW). Além do aspecto tecnológico, as nações estão também preocupadas com o desenvolvimento sustentável. Desta forma, a aplicação de eletrônica de potência em sistemas de geração renováveis, a interação com a rede de distribuição e transmissão de energia elétrica, têm proporcionado uma nova frente de pesquisas com resultados importantes nos últimos anos. Devido a todos esses fatores, a integração das modernas técnicas de controle, com a eletrônica de potência, é certamente fascinante! A comunidade brasileira de eletrônica de potência amadureceu e posiciona-se atualmente, perante a comunidade internacional, em posição de liderança, com contribuições significativas para o desenvolvimento da área. Portanto, os trabalhos apresentados na Revista Eletrônica de Potência representam o potencial que a Sociedade Brasileira de Eletrônica de Potência tem através de seus membros. Para esta Seção Especial de Controle em Eletrônica de Potência foram submetidos 19 artigos, dos quais 11 artigos foram aceitos, após um rigoroso processo de revisão, sendo que 2 ainda estão em revisão. Como há espaço limitado na Revista para publicação destes trabalhos, 7 artigos estão sendo publicados nesta edição de Junho de 2005. Os demais aprovados serão publicados nas edições de Novembro de 2005 e/ou Junho de 2006. Os editores se sentem privilegiados e honrados com a oportunidade de organizar essa Seção Especial e agradecem o trabalho dos revisores e especialmente o apoio do Editor Geral, Prof. Carlos A. Canesin. Um forte abraço aos leitores, Marcelo Godoy Simões e Humberto Pinheiro iv Eletrônica de Potência – Vol. 10, n° 1, Junho de 2005 SOBRAEP Diretoria (2004-2006) Presidente: Carlos Alberto Canesin – UNESP – FEIS Vice-Presidente: Richard Magdalena Stephan – UFRJ - COPPE 1.o Secretário: José Antenor Pomilio – UNICAMP - FEEC 2.o Secretário: Fábio Toshiaki Wakabayashi – UNESP - FEIS Tesoureiro: Falcondes José Mendes de Seixas – UNESP - FEIS Conselho Deliberativo (2004-2006) Adroaldo Raizer - UFSC Alexandre Ferrari de Souza - UFSC Arnaldo José Perin - UFSC Denizar Cruz Martins – UFSC Domingos Sávio Lyrio Simonetti - UFES Enio Valmor Kassick - UFSC Fernando Soares dos Reis - UFSC Ildo Bet - PHB Ivo Barbi – UFSC João Carlos dos Santos Fagundes - UFSC José Antenor Pomilio – UNICAMP Walter Suemitsu - UFRJ Endereço da Diretoria SOBRAEP LEP – FEIS – UNESP C. Postal 31 15385-000 Ilha Solteira – SP – Brasil Fone/Fax: +55.18.37431086 Eletrônica de Potência Editor: Prof. José Antenor Pomilio FEEC - UNICAMP C. P. 6101 13081-970 – Campinas – SP – Brasil [email protected] Conselho Editorial: Arnaldo José Perin – UFSC Carlos Alberto Canesin – UNESP Domingos S. L. Simonetti – UFES Hélio Leães Hey – UFSM Ivo Barbi – UFSC José Antenor Pomilio – UNICAMP Pedro F. Donoso-Garcia – UFMG Richard Magdalena Stephan – UFRJ Walter Kaiser - USP Responsável pela edição da Seção Especial: Humberto Pinheiro e Marcelo Godoy Simões Responsável pela edição da Seção Regular: José Antenor Pomilio Eletrônica de Potência é distribuída gratuitamente a todos os sócios da SOBRAEP Eletrônica de Potência – Vol. 10, n° 1, Junho de 2005 v Política Editorial da Revista Eletrônica de Potência A Revista Eletrônica de Potência tem por objetivo principal a promoção do desenvolvimento científico e tecnológico da Eletrônica de Potência, em vinculação com os interesses da sociedade brasileira. Os trabalhos publicados na revista devem ser sempre resultados de pesquisas que demonstrem real contribuição e qualidades técnica e científica. A Revista Eletrônica de Potência é um meio adequado através do qual os membros da SOBRAEP (Sociedade Brasileira de Eletrônica de Potência) e demais especialistas em Eletrônica de Potência podem publicar suas experiências e atividades de pesquisas científicas. O Conselho Editorial tem grande interesse na submissão e avaliação de artigos completos nas áreas de interesse da sociedade. Um artigo é um veículo adequado para a apresentação e divulgação dos trabalhos e pesquisas de relevância para a Eletrônica de Potência, incluindo os avanços no estado da arte, importantes resultados teóricos e experimentais, e demais informações de relevância tutorial. Os artigos são submetidos e avaliados de forma totalmente eletrônica, por três revisores Ad-Hoc, através do sistema iSOBRAEP. Os autores devem submeter seus artigos através do sistema iSOBRAEP na seguinte URL: http://www.dee.feis.unesp.br/lep/revista/ Através do sistema iSOBRAEP os autores poderão ainda acompanhar todo o processo de revisão de suas submissões. Observa-se que os artigos deverão ser submetidos unicamente no formato PDF e deverão estar em conformidade com as Normas de Publicação da Revista. A Aceitação Final do artigo somente ocorrerá se o mesmo estiver plenamente em conformidade com as Normas de Publicação divulgadas no sistema iSOBRAEP e publicadas em todas as edições da revista. Uma lista das principais áreas de interesse da SOBRAEP inclui os seguintes tópicos (outros tópicos de interesse poderão ser avaliados pelo Conselho Editorial): • Dispositivos Semicondutores de Potência, Componentes Passivos e Magnéticos; • Conversores CC/CC e Fontes de Alimentação CC; • Inversores e Retificadores para Fontes de Alimentação e Sistemas de Alimentação Ininterrupta; • Armazenamento de Energia; • Máquinas Elétricas, Acionamento de Motores Elétricos e Controle de Acionamento; • Teoria de Controle Aplicada a Sistemas Eletrônicos de Potência; • Modelagem Assistida por Computador, Análise, Projeto E Síntese de Sistemas Eletrônicos de Potência; • Qualidade de Energia, Compensação de Harmônicos e Potência Reativa, Retificadores com Correção do Fator de Potência; • Qualidade de Energia, Compatibilidade Eletromagnética e Interferência Eletromagnética; • Eletrônica de Potência em: Geração, Transmissão, Distribuição de Energia e Fontes Alternativas; • Aplicações Automotivas, Aeroespacial, em Transportes e em Aparelhos Eletro-eletrônicos; • Integração, Encapsulamento e Módulos; • Aplicações de Controle Digital com: Microcontroladores, DSPs; FPGAs, etc; • Reatores Eletrônicos para Lâmpadas; • Educação em Eletrônica de Potência. vi Eletrônica de Potência – Vol. 10, n° 1, Junho de 2005 PROPOSAL OF A HYSTERESIS CONTROLLER WITH CONSTANT SWITCHING FREQUENCY Marcos T. Galelli, Fernando L. Tofoli, Márcio S. Vilela, Ernane A. A. Coelho, João Batista Vieira Jr.*, Luiz Carlos de Freitas, Valdeir J. Farias Universidade Federal de Uberlândia Faculdade de Engenharia Elétrica Núcleo de Eletrônica de Potência Av. João Naves de Ávila, 2160, Campus Santa Mônica, Bloco "3N" CEP 38400-902, Uberlândia, MG, Brasil, +55-34-32394166 E-mail: [email protected]* Abstract – This paper introduces a new control technique for power factor correction in ac-dc converters. It has the advantages of conventional hysteresis control strategy and the prominent characteristics PWM control, since the limits of the hysteresis band can be adjusted to provide fixed switching frequency. The operating principles, theoretical analysis and results regarding a single-phase boost converter are presented to validate the proposal. 1 Keywords – hysteresis control, low harmonic distortion, power factor correction. I. INTRODUCTION The growing number of nonlinear loads such as diode or thyristor rectifiers, switch-mode power supplies and adjustable speed drives generates harmonic currents causing various problems to other equipment connected to the point of common coupling. Typical problems are overheated machines, transformers and power cables, current flow through the neutral conductor, flicker effects, and malfunctioning of sensitive devices. The reduction of the harmonic content and also high power factor are desirable aspects in ac-dc converters, because they are potential harmonic sources and may affect power quality [1]. Throughout the years, two switching techniques have become popular: PWM and hysteresis modulation [2]. The hysteresis control introduces a minor error in the average input current and provides better dynamic response than the PWM control, but an inherent drawback is the variable switching frequency. Therefore the control circuit is supposed to be designed for a large band, otherwise low frequency harmonics will result [3] [4]. Hysteresis control is essentially an analogic technique. Despite the advantages given by the digital controls, in terms of interfacing, maintenance, flexibility, and integration, their accuracy and response speed are often inadequate for current control in highly demanding applications, such as active filters and high-precision drives [5]-[7]. Indeed, in these applications, current reference waveforms characterized by high harmonic content and fast transient response must be followed by good accuracy. In these cases, the hysteresis method can be a good solution, provided some improvements Manuscript submitted on December 10, 2004. First review, April 14, 2005. Second review, May 31, 2005. Recommended by Special Editors Marcelo G. Simões and Humberto Pinheiro. Eletrônica de Potência - Vol. 10, nº 1, Junho de 2005 are introduced to overcome its main limitations, which are the variations of the switching frequency and the sensitivity to phase commutation interferences. To this purpose, a variety of alternatives, both analog and digital, have been proposed by several authors [8]-[15]. However, when high switching frequency is demanded, analog solutions offer the fastest performance with a relatively simple implementation. A fully analog technique, which eliminates the interference and gives constant switching frequency, was presented in [8]. This technique was extensively used and proved to be robust and reliable. This paper introduces a novel control technique that controls the input current, allowing ac-dc converters to operate with constant switching frequency with the advantages of conventional hysteresis and PWM controllers. The control system can be implemented using analog circuits, and the proposal is discussed as follows. II. HYSTERESIS CONTROLLER WITH CONSTANT SWITCHING FREQUENCY A. Theoretical Background The basic principle of the proposed technique consists in determining the ideal time interval between the switching instant and the crossing instant of the reference and input currents. The input current is then supposed to oscillate around the reference current with fixed frequency. Fig. 1. shows the behavior of the input current in an incremental time interval, where the reference current is almost constant, since the switching frequency is much greater than the line frequency. This control strategy can be applied to most of the singlephase ac-dc converters, without any essential change in the original topology [16]. Furthermore, the study is also extended to a three-phase boost converter in [16]. However, the analysis carried out here considers a conventional singlephase boost converter operating in continuous conduction mode due to simplicity, because it has only two operating stages. In order to analyze the proposed control strategy, the circuit shown in Fig. 2 must be considered, where it can be seen that the converter operation can be defined in two stages. Voltage Vx in the first and second stages is defined as Vx1 and Vx2, respectively, but such values depend on the converter in question. For instance, if the converter is a fullbridge topology, voltages Vx1 and Vx2 will be +Vo and -Vo, respectively [16]. For a boost converter, voltages Vx1 and Vx2, will be +Vo and null, respectively. 1 ∆t1 – time interval during which the current derivative is positive, from the crossing point with the reference current to the instant of commutation; ∆t2 – time interval during which the current derivative is negative, from the instant of commutation to the crossing point with the reference current; ∆t3 – time interval during which the current derivative is negative, from the crossing point with the reference current to the instant of commutation; ∆t4 – time interval during which the current derivative is positive, from the instant of commutation to the crossing point with the reference current. Analyzing Fig. 1, expressions (5) and (6) result. ∆t1 + ∆t2 = T 2 (5) t + ∆t1 Fig. 1. Input current profile within a switching period. ∫ ( −Vx 2 + Va ) ⋅ dt Lf t Fig. 2. Generic power converter with two operating stages. However, independently of the topology, voltage Vx1 will always be greater than the input voltage, and voltage Vx2 is less than the input voltage or null. Additionally, if the switching frequency is considered much greater than the line frequency, the behavior of the current through the filter inductor can be described according to Fig. 1, which corresponds to an ideal situation i.e. triangles abc and cde have the same area. In order to maintain this condition, it is necessary to determine ∆t1 and ∆t3, which correspond to the time intervals during which the switch is turned on and off, respectively. Such intervals are determined as a function of the circuit parameters, in order to assure constant switching frequency. Expressions (1) and (2) represent the increasing and decreasing rates of the input current, respectively. dI (1) −Vx 2 + Va = L f ⋅ i dt dI (2) −Vx1 + Va = L f ⋅ i dt If the switching frequency is considered much greater than the frequency of the reference current, output voltage and (dIref/dt) ratio are constant. In addition to this, the increasing and decreasing rates of the current through the filter inductor are constant. Therefore triangles abc and cde have the same area and the following expressions are valid. ∆t2 ≅ ∆t3 (3) ∆t1 ≅ ∆t4 (4) where: 2 t +T 2 + ∫ ( −Vx1 + Va ) ⋅ dt Lf t + ∆t1 = ∆I ref (6) 2 where ∆Iref is the reference current variation, and T is the switching period. Assuming (dIref/dt) constant in the switching period, ∆Iref can be given as: dI ref ∆I ref = T ⋅ (7) dt Finally, from expressions (5) to (7), interval ∆t1 is obtained. ∆t1 = ⎛ 2 T ⋅ ⎜ Vx1 − ⎜ 2 ⋅ (Vx1 − Vx 2 ) ⎝ T t +T 2 ∫ Va ⋅ dt + L f ⋅ t dI ref ⎞ ⎟ dt ⎟⎠ (8) If the same procedure is followed, interval ∆t2 can also be calculated. ∆t2 = t +T 2 ⎛ dI ref 2 T Va ⋅ dt − L f ⋅ ⎜⎜ −Vx 2 + ∫ 2 ⋅ (Vx1 − Vx 2 ) ⎝ T t dt ⎞ ⎟⎟ ⎠ (9) From time intervals ∆t1 and ∆t2, it is possible to define the upper and lower limits of the hysteresis band, which according to Fig. 3 must be symmetrical to the reference current so that constant switching frequency is achieved. ∆t dI ref ⎞ 1 1⎛ (10) ⋅ ∫ ⎜ −Vx 2 + Va − L f ⋅ I ref (up ) = ⎟ ⋅ dt + I ref Lf 0 ⎝ dt ⎠ I ref (low) = 1 ⋅ Lf ∆t2 ⎛ ∫ ⎜⎝V x1 0 − Va + L f ⋅ dI ref ⎞ ⎟ ⋅ dt + I ref dt ⎠ (11) B. Definition of The Hysteresis Band Considering A Boost Converter The operation of a conventional single-phase boost converter can be defined in two stages. When switch S is turned off, the voltage across the filter inductor is (Va-Vo), otherwise it is Va. In this case, voltages Vx1 and Vx2 are +Vo and null, respectively. Equations (8) and (9) can be simplified as follows: dI ref ⎞ T ⎛ (12) ∆t1 = ⋅ ⎜ Vo − Va + L f ⋅ ⎟ 2 ⋅ Vo ⎝ dt ⎠ ∆t2 = dI ref ⎞ T ⎛ ⋅ ⎜ Va − L f ⋅ ⎟ 2 ⋅ Vo ⎝ dt ⎠ (13) Eletrônica de Potência - Vol. 10, nº 1, Junho de 2005 Fig. 3. Hysteresis band. It can be demonstrated that a maximum relative error due to the conditions given in (3) to (5) results, as follows: ω ⋅ T ⋅ Va ⋅ cos (ωt ) (14) Error ( ∆t1 ) = t +T 2 ⎛ dI ref ⎞ 2 ⋅ ⎜ Vo − ∫ Va ⋅ dt + L f ⋅ ⎟ ⎜ dt ⎟⎠ t ⎝ ω ⋅ T ⋅ Va ⋅ cos (ωt ) (15) Error ( ∆t2 ) = t +T 2 ⎛ dI ref ⎞ 2 ⋅ ⎜ ∫ Va ⋅ dt − L f ⋅ ⎟ ⎜ dt ⎟⎠ ⎝ t where ω is the line frequency. Since ∆t1 and ∆t2, represent the increasing and decreasing rates of the input current in Fig. 3, respectively, the relative error is consequently related to the switching frequency variation. From (12) and (13), it is possible to define the upper and lower limits of the hysteresis band as (16) and (17), respectively. According to Fig. 3, they must be symmetrical to the reference current so that constant switching frequency is achieved. dI ref ⎞ ⎛ T I ref (up ) = I ref + ⋅ ⎜ Vo − Va + L f ⋅ ⎟ 2 ⋅ Vo ⋅ L f ⎝ dt ⎠ (16) dI ref ⎞ ⎛ ⋅ ⎜ Va − L f ⋅ ⎟ dt ⎠ ⎝ I ref (low) = I ref − T 2 ⋅ Vo ⋅ L f dI ref ⎞ ⎛ ⋅ ⎜ Vo − Va + L f ⋅ ⎟ dt ⎠ ⎝ dI ref ⎞ ⎛ ⋅ ⎜ Va − L f ⋅ ⎟ dt ⎠ ⎝ (17) C. Implementation of The Controller Fig. 4 shows the simplified diagram representing the controller applied to a boost converter. Some aspects must be considered about the implementation of the analogic circuit. When the input voltage becomes null, and the reference current starts increasing, the increasing rate of the current through the filter inductor is not enough to follow the reference current, until Va/Lf ratio becomes greater than (dIref/dt). This can be explained because the increasing rate of Ii depends only on the input voltage. Additionally, this will cause the switching frequency to be reduced at this point, since switch S remains turned on, until the input current equals the reference current. Eletrônica de Potência - Vol. 10, nº 1, Junho de 2005 Fig. 4. Proposed controller associated with a boost converter. Fig. 5. Representation of the main control block. Since the current through the filter inductor can not flow in the reverse direction, the lower limit of the hysteresis band is always supposed to be a positive value. If Iref(up) becomes less than Iref(low), switch S must remain turned on. Reference signals are obtained using sum and multiplier circuits. Parameter K2 is proportional to inductor Lf and constant K1, and it must be defined in order to keep voltages V∆t1 and V∆t2 within the band limits. The switching frequency is set by constant K1 (18), which is squared by the multiplier circuit. T (18) K1 = 2 ⋅ L f ⋅ Vo Fig. 5 shows the discrete representation of the main control block, whose operating principle is quite simple. When the input current is less than the reference current, comparator COMP1 drives the CLK input of the JK flip-flop, setting the output to high. When the input current reaches the upper limit of the band, comparator COMP2 drives the RESET input of the JK flip-flop again, consequently setting the output to low. III. SIMULATION RESULTS Simulation tests were performed on a boost converter to demonstrate the controller performance. Conventional hysteresis control was also implemented to establish an eventual comparison with the proposed technique. The average switching frequency is the same in both cases, as the parameters set in Table I is employed. Fig. 6 and Fig. 7 show results concerning the conventional hysteresis controller and the proposed one, respectively. Fig. 6 (a) and Fig. 7 present the input current waveform. Fig. 6 (b) and Fig. 7 (b) correspond to the frequency spectrum of the input current, where switching frequency variation is evidenced. In Fig. 6 (c) and Fig. 7 (c), one can see that such variation is much greater for the conventional hysteresis controller. 3 (a) Input current (a) Input current (b) Frequency spectrum of the input current (b) Frequency spectrum of the input current (c) Detailed view indicating the switching frequency variation (c) Detailed view indicating the switching frequency variation Fig. 6. Simulation results obtained with the conventional hysteresis controller. Fig. 7. Simulation results obtained with the proposed hysteresis controller. Table I Parameters set used in the tests Fig. 8 shows the rectified input current obtained from a current sensor. This waveform represents the hysteresis band itself. Fig. 9 corresponds to the input voltage and input current waveforms, where power factor correction is evidenced. Fig. 10 (a) and (b) represent the harmonic content of the input voltage and input current, respectively, as voltage THD is 2.45% and current THD is 5.74%. Finally, Fig. 11 shows the frequency spectrum of the input current, where the switching frequency variation can be seen. Parameter Input voltage Output voltage Filter inductor Filter capacitor Load current Output Power Average switching frequency Switch S Boost diode Db Value Vi=127Vrms Vo=250Vdc Lf=2.1mH Cf=1000µF Io=2A Po=500W fs=20kHz IRFP264 MUR860 Additionally, the current THD considering the harmonic content to the fiftieth order is 3.7% for the conventional controller, and 1.5% for the proposed one. IV. EXPERIMENTAL RESULTS In order to validate the theoretical assumptions, and also the results in Section III, an experimental prototype of the boost converter associated with the proposed controller was implemented. Results are presented and discussed as follows. 4 Fig. 8. Rectified input current. Scales: Ii – 200mA/div.; time – 2ms/div. Eletrônica de Potência - Vol. 10, nº 1, Junho de 2005 V. CONCLUSION Fig. 9. Input voltage and input current. Scales: Vi – 100V/div.; Ii – 5A/div.; time – 5ms/div. This paper has presented a novel control technique that has the advantages of conventional hysteresis and PWM control techniques. If the upper and lower limits of the hysteresis band are modified, constant switching frequency can be achieved. As it can be seen in the tests, the switching frequency variation is reduced, as expected in the mathematical study. It is also possible to say that the relative error decreases when the average switching frequency increases, as it may become negligible. ACKNOWLEDGEMENT The authors gratefully acknowledge CAPES and CNPq for the financial support to this work, and also Texas Instruments and ON Semiconductor for sending free samples. REFERENCES (a) Input voltage (b) Input current Fig. 10. Harmonic content. (a) Frequency spectrum (b) Detailed view indicating the switching frequency variation [1] A.F. Souza, I. Barbi, “Retificadores de Alto Fator de Potência com Comutação Suave e Baixa Perda de Condução”, pp. 01-10, Revista SOBRAEP, Julho de 1996, vol. 1. [2] H. Kanaan, K. Al-Haddad, R. Chaffai, L. Duguay, F. Fnaiech “A Comparative Study of Hysteresis and PWM Control Techniques Applied to An Injection-CurrentBased Three-Phase Rectifier”, Canadian Conference on Electrical and Computer Engineering, 2001, vol. 2, pp. 785-792. [3] O. Stihi, B.T. Ooi, “A Single-Phase Controlled-Current PWM Rectifier,” IEEE Transactions on Power Electronics, 2000, vol. 3, no. 4, pp. 453-459. [4] P.N. Enjeti, R. Martinez, “A High Performance Single Phase AC to DC Rectifier with Input Power Factor Correction”, IEEE APEC’93 Conference Proceeding, 1993, pp. 190-195. [5] A. Kawamura, K. Ishihara, “High Frequency Deadbeat Control of Three Phase PWM Inverter Used for Uninterruptible Power Supply”, in Conf. Rec. 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His research interest include microcontrollers, robotics and control strategies applied to power converters. Fernando Lessa Tofoli was born on March 11th, 1976, in São Paulo, São Paulo, Brazil. He received the BSc and MSc degrees in Electrical Engineering from the Federal University of Uberlândia, Brazil, in 1999 and 2002, respectively. Nowadays he is PhD student at the Power Electronics Research Group of the same university. His research interests include power quality related issues, high power factor rectifiers and soft switching techniques applied to static power converters. Márcio da Silva Vilela was born in Jiparaná, Rondônia, 6 Brazil. He received the BSc, MSc and PhD degrees in Electrical Engineering from the Federal University of Uberlândia, Brazil, in 1993, 1996 and 2004, respectively. He is currently with the Foundation for Superior Teaching of Rio Verde. His research interests are control techniques applied to static power converters, microcontrollers and high power factor rectifiers. Ernane Antônio Alves Coelho was born in Teófilo Otoni, Minas Gerais, Brazil, on April 1st, 1962. He received the BSc degree in Electrical Engineering from the Federal University of Minas Gerais, Brazil, in 1987 and the MSc and PhD degrees in Electrical Engineering from the Federal University of Santa Catarina, Florianópolis, Brazil, in 1989, and from the Federal University of Minas Gerais, in 2000, respectively. Presently he is titular professor of the Department of Electrical Engineering of the Federal University of Uberlândia, Brazil. His research interests are PWM inverters, power factor correction circuits and new topologies using digital control. João Batista Vieira Jr. was born in Panamá, Goiás, Brazil, on March 23rd, 1955. He received the BSc degree in Electrical Engineering from the Federal University of Uberlândia, Brazil, in 1980 and the MSc and PhD degrees from the Federal University of Santa Catarina, Brazil, in 1984 and 1991, respectively. He started working as instructor teacher at the Department of Electrical Engineering of the Federal University of Uberlândia in 1980 where he is currently titular professor. His research interests include high-frequency power conversion, modeling and control of converters, power factor correction circuits and new converters topologies. He is member of the Brazilian Society of Automation (SBA) and member of the Brazilian Society of Power Electronics (SOBRAEP). Luiz Carlos de Freitas was born in Prata, Minas Gerais, Brazil, on April 1st, 1952. He received the BSc degree in Electrical Engineering from the Federal University of Uberlândia, Brazil, in 1975, and the MSc and PhD degrees from the Federal University of Santa Catarina, Brazil, in 1985 and 1992, respectively. Nowadays he is with Department of Electrical Engineering of the Federal University of Uberlândia, Brazil. His research interests include high-frequency power conversion, modeling and control of converters, power factor correction circuits and novel converters topologies. Valdeir José Farias was born in Araguari, Minas Gerais, Brazil, on November 18th, 1947. He received the BSc, MSc and PhD degrees in Electrical Engineering from the Federal University of Uberlândia, Brazil, in 1975, Federal University of Minas Gerais, Brazil, in 1981, and State University of Campinas, Brazil, in 1989, respectively. Nowadays he is with the Department of Electrical Engineering of the Federal University of Uberlândia, Brazil. His research interests are soft switching converters and active power filters. Eletrônica de Potência - Vol. 10, nº 1, Junho de 2005 METODOLOGIA DE PROJETO E ANÁLISE DE ALGORITMOS DE SINCRONISMO PLL Fernando P. Marafão1 Sigmar M. Deckmann2 Universidade Estadual Paulista (UNESP) 1 Engenharia de Controle e Automação 18087-180 - Sorocaba, SP - Brasil [email protected] Resumo - Este trabalho apresenta uma metodologia de projeto e análise de um algoritmo de sincronismo PLL (Phase-Locked-Loop) para aplicações em eletrônica de potência. Tal método é baseado em conceitos de álgebra vetorial e ortogonalidade entre funções temporais. Apesar do modelo genérico do PLL proposto ser baseado em sistemas unidimensionais (monofásicos), também será apresentado e discutido um modelo multidimensional (trifásico), o qual apresenta características interessantes sob condições específicas, como por exemplo, com sinais de entrada senoidais e equilibrados. Uma vez que a informação correta sobre a fase e a freqüência do sistema é de extrema importância para vários equipamentos e sistemas de controle conectados à rede elétrica, os erros de regime e a resposta dinâmica do PLL proposto serão analisados sob diferentes condições da tensão de alimentação. Para validar os modelos propostos, serão apresentados resultados de simulação, bem como resultados experimentais de um protótipo de filtro ativo de potência, o qual utiliza as informações do PLL em sua malha de controle de corrente. Palavras-Chave1 – circuito de sincronismo, filtro ativo de potência, identificação da freqüência, ortogonalidade, PLL digital. ANALYSIS AND DESIGN METHODOLOGY FOR PLL SYNCHRONIZATION ALGORITHMS Abstract – This paper discusses the modeling of a fully software-base Phase Locked Loop (PLL) algorithm for power electronic and power systems applications. The theoretical analysis and design procedure are based on instantaneous vector calculation and orthogonality concepts. Although the uni-dimensional (single-phase) PLL structure provides a general model, a suitable tridimensional (three-phase) structure is also considered. Assuming that the frequency tracking is of great interest for utility connected devices, the PLL steady state and transient dynamic performances are analyzed under different disturbing voltages conditions. Simulation results validate the models and experimental results using Artigo submetido em 13/12/2004. Primeira revisão em 14/04/2005. Segunda revisão em 31/05/2005. Aceito sob recomendação dos editores especiais Marcelo G. Simões e Humberto Pinheiro. Eletrônica de Potência - Vol. 10, nº 1, Junho de 2005 José A. Pomilio2 Ricardo Q. Machado2 Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP) 2 Faculdade de Engenharia Elétrica e Computação C.P. 6101 – 13081-970 – Campinas, SP – Brasil sigmar,antenor,[email protected] a DSP-based system confirm the expectations for an active power filter prototype. Keywords - active power filter, digital PLL, frequency detection, orthogonality, phase-locked loop, synchronization. I. INTRODUÇÃO Um número cada vez maior de equipamentos de uso industrial e de condicionamento de energia precisa ser sincronizado com a freqüência da rede elétrica e a maior parte deles utiliza algum tipo de estrutura de PLL (Phase Locked Loop). Os circuitos PLL convencionais derivam de um modelo clássico de controle por realimentação, baseado em um circuito analógico com um detector de fase, um oscilador controlado por tensão, um filtro passa-baixas e um comparador. Recentemente, novos circuitos e algoritmos têm sido propostos, especialmente visando adequar-se a novas situações da rede elétrica, como a presença de distorções e transitórios, buscando-se garantir uma rápida resposta dinâmica, precisão e robustez contra as perturbações [1-8]. Em relação à análise e controle de sistemas de potência, cabe ressaltar que alguns trabalhos derivam de definições de potência instantânea [9-13]. Apesar destes métodos serem simples de implementar, tais analogias com os conceitos de potência instantânea [14], podem levar a interpretações particulares e não generalizadas [15]. Considerando uma estrutura geral unidimensional (monofásica), bem como um caso particular tridimensional (trifásico), o objetivo deste artigo é discutir uma metodologia adequada para projetar e analisar dois algoritmos de PLL digitais (por software). Estes modelos são baseados em álgebra vetorial instantânea, ao invés de conceitos de potência elétrica. As estruturas de PLL propostas derivam do produto interno (ou escalar) e de propriedades de ortogonalidade entre funções. Posto que a precisão e o comportamento dinâmico de um PLL dependem diretamente de seu regulador PI (proporcional-integral), o projeto do mesmo também é discutido. Resultados de simulação e experimentais validam os modelos propostos. 7 II. CONCEITOS DE PRODUTO INTERNO E ORTOGONALIDADE e, considerando uma implementação digital, a expressão (5) pode ser representada pelo somatório: Técnicas de representação multi-dimensional e cálculo vetorial têm sido amplamente utilizados na análise moderna de redes elétricas [15], particularmente devido a suas bases matemáticas de caráter geral e muito bem estabelecidas [16]. Nesta mesma linha, este artigo emprega definições de produto interno e ortogonalidade de vetores instantâneos, com o objetivo de explicar o modelo geral de um algoritmo de sincronismo (PLL) digital. A. Produto Interno Instantâneo O produto interno (·) de dois vetores n-dimensionais instantâneos v e u, consiste na soma dos produtos dos termos com mesmo índice em ambos vetores [16]: v ⋅ u ⊥ (k ) = n . (1) l =1 Considerando, por exemplo, vetores tridimensionais (tensões e/ou correntes trifásicas), o produto interno instantâneo resultante seria dado por : v ⋅ u = [v a v b v c ] ⋅ [ u a u b u c ] = = v a .u a + v b .u b + v c .u c = ∑ v l .u l . (2) l = a ,b ,c B. Definição de Ortogonalidade Dois vetores não-nulos são ditos ortogonais (⊥) sobre um intervalo t1 ≤ t ≤ t2, com respeito à uma função de ponderação estritamente positiva w(t ) > 0 , se e somente se [16]: v⊥u ⇔ t2 ∫ w(t ).[v (t ) ⋅ u(t )].dt = 0 . (3) t1 Se a função de ponderação é assumida como sendo o inverso do intervalo de integração, w(t) = 1/(t2-t1), então (3) estabelece que a média do produto interno ( ⋅ ) de sinais ortogonais é sempre nula, independentemente de suas amplitudes relativas: m ⎡ ⎤ n ∑ ⎢⎣∑ v (k − i∆).u (k − i.∆)⎥⎦ = 0 i =1 l =1 t2 ∫ [v (t ) ⋅ u(t )].dt = 0 . (4) t1 No caso de sinais periódicos, tais como funções trigonométricas, a condição de ortogonalidade pode ser aplicada ao período T das funções: 1 t2 v ⋅ u⊥ ≡ [v (t ) ⋅ u(t )].dt = 0 T t2∫−T 8 l (6) III. PLL DIGITAL USANDO MODELO DE PRODUTO INTERNO O principal objetivo deste artigo é apresentar uma metodologia de projeto de um PLL válido tanto para aplicações monofásicas quanto trifásicas (estrutura uni- ou multidimensional), utilizando os conceitos de produto interno. Tal metodologia pode ser aplicada para detecção da freqüência e ângulo de sincronismo de tensões ou correntes, entretanto, as próximas seções visam sua aplicação para sinais de tensão. A. Modelo monofásico geral (PLL-1φ) Assim, PLL monofásico proposto está mostrada na Figura 1. A idéia central é sintetizar uma função senoidal unitária (u⊥), que seja ortogonal à tensão de entrada (v) sob condições de regime permanente. Assim, o resultado do produto interno (dp), entre esta função sintetizada digitalmente e o sinal da tensão de entrada deve convergir para um valor médio nulo. O argumento instantâneo, θ, usado para sintetizar a função senoidal u⊥, é obtido pela integração da grandeza ω, que é a saída do regulador PI. Enquanto o algoritmo do PLL procura sintetizar uma senóide de amplitude unitária que satisfaça a condição de ortogonalidade com o sinal de entrada, o regulador PI converte o erro (dperror) em um termo de correção (∆ω), de modo que o PLL siga a freqüência do sinal de entrada, ω, resultando no argumento da função senoidal, θ, após uma simples integração. ωn PI 1 v ⋅ u⊥ ≡ t 2 − t1 l no qual, “∆” é o intervalo de amostragem, “m” é o número de amostras por período (T=m∆), “k” é o contador de amostras, “i” é um contador circular e “l” é o indicador de fases “n”. A expressão anterior também pode ser interpretada como um filtro de media móvel [17], o qual é de simples implementação e representa um método eficiente para calcular o valor médio de vetores variantes no tempo. v ⋅ u ≡ [ v 1 v 2 ... v n ] ⋅ [ u 1 u 2 ...u n ] = = v1 .u 1 + v 2 .u 2 + … v n .u n = ∑ v l .u l 1 m∆ dp*=0 + + dperror - 1T T∑ 0 K I + s.K P s ∆ω + ω I Função atraso 1 s 1 1+ sT .a +π θ −π ω dp v⋅u⊥ u⊥ sin (θ ) θ v (5) Fig. 1. Modelo generalizado do PLL-1φ. Eletrônica de Potência - Vol. 10, nº 1, Junho de 2005 Uma referência antecipativa (ωn =2π fn) é incluída para melhorar a resposta dinâmica inicial, sendo fn o valor nominal da freqüência da rede. Dado que o interesse é desenvolver um PLL digital, uma função relacionada ao atraso de amostragem deve ser incluída no modelo do PLL para sua correta representação (tempo de amostragem Ta). O regulador PI fornece uma saída constante ω, se o valor médio do erro em sua entrada for nulo ( dp error = 0 ). Nesta condição, θ=ωt e o PLL sincroniza-se com a freqüência ω do sinal de entrada com um atraso de fase de (-π/2), o qual garante a condição de ortogonalidade. Portanto o PLL é capaz de fornecer a freqüência fundamental da rede (ω) e o ângulo de sincronismo, (φ = θ + π/2). 1) Filtro de média móvel adaptativo - De modo a satisfazer as condições de ortogonalidade (5-6), o filtro de media móvel deve ser auto-ajustável ao período fundamental e pode ser representado no domínio de Laplace simplesmente por: 1 − e − sT , H filter ( s) = sT (7) B. Metodologia de projeto do regulador PI Assumindo que a freqüência de amostragem é significativamente maior do que a banda de passagem do sistema, a realimentação não-linear (função seno) mostrada na Figura 1 pode ser simplificada para a estrutura linear indicada na Figura 2 [9]. Então, a função de transferência em malha fechada, incluindo o controlador e a planta, resulta: k p s + ki s TS + s 2 + k P s + k I 3 + + - θ error K I + s.K P s ω 1 1 + s.Ta 1 s θ Fig. 2. Modelo simplificado do PLL. Idealmente, o sistema de terceira ordem resultante deveria ser controlado com uma rápida resposta dinâmica e pequenos erros de regime. Também deveria ser robusto em relação a transitórios e ruídos no sinal de entrada. Diferentes métodos de sintonia podem ser utilizados [11, 18]. Portanto, considerando pequenos passos de amostragem, o sistema de terceira ordem (8) pode ser reduzido à forma canônica de um sistema de segunda ordem (9), sem prejudicar a capacidade de controle [19]. Tal simplificação é possível desde que o pólo relativo ao passo de amostragem, situado no lado esquerdo do plano s, esteja longe da origem e dos outros dois pólos dominantes. H CL ( s ) = k p s + ki s2 + kP s + kI . (9) Assim, k P = 2ξω n e k I = ω n , sendo ωn a freqüência 2 sendo T o período fundamental do sinal de entrada, o qual depende da freqüência angular instantânea estimada (ω). Após alguns cálculos utilizando aproximações da série de Taylor, a função de transferência do filtro de média pode ser simplificada de modo a resultar em uma constante e um ganho unitário, como discutido em [11]. De forma a assegurar que o número de amostras em uma janela correspondente à freqüência fundamental seja sempre constante (6), esta estratégia necessita alterar o tamanho da janela ou a freqüência de amostragem de acordo com variações na freqüência (∆ω). Considerando as implementações em DSP (Digital Signal Processor), a segunda opção parece mais indicada, por se tratar de uma simples atualização de um registrador que define a freqüência de amostragem do sistema. Entretanto, deve-se averiguar se outras malhas de controle da aplicação em questão não são criticamente sensíveis às variações da freqüência de amostragem e consequentemente de Ta. A opção de se alterar o tamanho da janela do filtro de média resultaria em um algoritmo mais complexo, além de apresentar limitações de precisão em função de variações de freqüência (ω), as quais correspondam a números inteiros de amostras. H CL ( s) = θ ref . Eletrônica de Potência - Vol. 10, nº 1, Junho de 2005 (8) de corte desejada para a malha fechada e ξ o fator de amortecimento (usualmente na faixa entre 0,5 e 1). C. Modelo particular para o caso trifásico (PLL-3φ) O rastreamento de freqüência também é necessário em sistemas trifásicos. No entanto, dado que a informação necessária pode ser obtida da freqüência da rede (que é comum a todas as fases) e de um ângulo de sincronismo (por exemplo da fase “a”), o modelo do PLL-1φ é capaz de fornecer todas as informações necessárias. Entretanto, dado que muitos artigos [9-12] referiram-se à implementação de PLLs trifásicos, este artigo também trata da implementação do mesmo, utilizando uma representação multidimensional, conforme descrita na Seção 2 e mostrada na Figura 3. O modelo trifásico conduz às mesmas expressões do caso geral monofásico, e a função de transferência de malha fechada resulta idêntica à estrutura simplificada, apresentada na Figura 2. Assim, o procedimento descrito para a sintonia do regulador PI é válido para ambos os modelos, assim como as análises de estabilidade e de resposta dinâmica [11,15]. No entanto, para o caso trifásico, dada a propriedade de se ter automaticamente um produto interno constante, quando as tensões de entrada forem senoidais, simétricas e equilibradas, é possível eliminar o filtro de média móvel para obter “dp”. Mesmo em caso de pequenas distorções e desequilíbrios isto pode ser obtido, dadas as características de filtragem do regulador PI. D. Condições das tensões medidas O ponto central no uso do PLL-3φ é compreender como o conjunto de tensões medidas pode afetar o desempenho do PLL ou o projeto do PI. A análise que se segue considera 9 ωn PI dp*=0 + + 1T T∑ 0 dperror ∆ω K I + s.K P s + I ω 1 s Função atraso +π θ 1 1+ sT .a v ⋅ u⊥ = [Σv as Σvbs Σvcs ] ⋅ [u a ⊥ u b ⊥ u c ⊥ ] −π ω dp v⋅u ⊥ va vb ua⊥ u b⊥ uc⊥ sin (θ ) sin (θ −120 °) sin (θ − 240 °) = Σv as .u a ⊥ + Σvbs .u b ⊥ + Σv cs .u c ⊥ . (12) θ No que se refere ao projeto do PI, as considerações do item anterior também são válidas para condições de pequenos desequilíbrios. No caso de desequilíbrios de elevada amplitude, a presença do filtro de média para obter “dp” é necessária para garantir a capacidade de rastreamento. Neste caso, o mínimo tempo de resposta é tipicamente de um ciclo. vc Fig. 3. PLL digital trifásico utilizando o produto interno instantâneo de funções ortogonais. variações no produto interno médio, devido a diferentes condições das tensões, de modo a associar vantagens e desvantagens em cada condição: 1) Tensões senoidais e equilibradas - Se os sinais de entrada constituem um conjunto trifásico equilibrado e senoidal, ( v = [va vb vc ] ), então o produto interno instantâneo entre tais tensões e os sinais sintetizados pelo PLL ( u⊥ = [u a ⊥ u b ⊥ u c ⊥ ] ) convergem muito rapidamente para um valor médio nulo, dependendo apenas da ação do regulador PI (sem uso do filtro de média para obter “dp”). 2) Influência de distorções na tensão - Para analisar os efeitos de harmônicas na tensão de entrada é preciso substituir o vetor v pela correspondente série harmônica ( v = [Σv ah Σvbh Σv ch ] ). Agora, o produto interno instantâneo resultante será variante no tempo, devido ao produto de componentes com diferentes freqüências: v ⋅ u⊥ = [Σv ah Σvbh Σvch ] ⋅ [u a ⊥ u b⊥ u c ⊥ ] = Σv ah .u a ⊥ + Σvbh .u b ⊥ + Σvch .u c ⊥ será oscilatório, mas com valor médio nulo, devido ao produto entre diferentes componentes de seqüência. . (10) Enquanto as componentes fundamentais das tensões de entrada (h=1) forem ortogonais aos sinais sintetizados pelo PLL, o valor médio do produto interno será nulo: v a1 .u a ⊥ + vb1 .u b ⊥ + v c1 .u c ⊥ = v ⋅ u⊥ = 0 . (11) Neste caso a convergência do PLL não é tão suave como no caso anterior, e o PI deve ser capaz de filtrar as rápidas oscilações presentes no produto instantâneo e, ao mesmo tempo, manter uma boa resposta dinâmica e capacidade de rastreamento da freqüência. Isto exige um ajuste fino dos parâmetros do regulador. 3) Influência de assimetrias na tensão - Para analisar o efeito de assimetrias no conjunto de tensões é preciso substituir o vetor de entrada v pelas correspondentes componentes de seqüência ( v = [Σvas Σvbs Σvcs ] ), sendo va = Σvas = va+ + va- + va0, a soma das componentes de seqüência 4) Número de tensões de entrada - Dado que as funções ortogonais ( u⊥ ) sintetizadas pelo PLL, são matematicamente impostas de forma a serem senoidais, simétricas e equilibradas, sua soma instantânea é sempre nula ( u a ⊥ + u b ⊥ + u c ⊥ = 0 ). Assim é possível rearranjar (2) de forma a obter o mesmo produto interno usando apenas duas tensões medidas, o que deve reduzir a quantidade de sensores de tensão necessários em aplicações trifásicas: v ⋅ u ⊥ = v ab ⋅ u a ⊥ + v cb ⋅ u c ⊥ = 0 . (13) IV. RESULTADOS DE SIMULAÇÃO Os modelos apresentados foram avaliados através de estudo de casos no simulador PSIM 4.1a. As Figuras 4 e 5 mostram o desempenho do PLL-1φ, projetado para uma freqüência de corte ωn=20rad/s, amortecimento ξ =0,707 e uma freqüência de amostragem de 12kHz. Neste caso, a tensão de entrada apresentava-se distorcida com 15% de 7a harmônica. A Figura 4 ilustra a tensão de entrada (distorcida), a função sintetizada (u⊥), que é ortogonal à componente fundamental de (v) e o ângulo de saída do PLL (θ) na faixa [0,2π]. Dado que a freqüência de entrada foi ajustada para 60Hz, a Figura 5 mostra a convergência para a freqüência angular ω≈377rad/s e também o desempenho do filtro de média móvel, que é responsável pelo cálculo do valor médio do produto interno instantâneo (dp_med ≅ 0). A Figura 6 mostra tensões trifásicas ( va vb vc ), respectivamente distorcidas de 10% de 3a, 5a e 7a harmônicas, e com as amplitudes das componentes fundamentais desequilibradas com 20% de redução na fase “a” e 10% de aumento na fase “b”. Notar que o PLL-3φ preserva seu bom desempenho, dado que os sinais internos “u⊥” são ortogonais às tensões de entrada “v”, como detalhado para a fase “a” no centro da figura. O traço inferior ilustra o ângulo de fase utilizado para gerar a senóide ortogonal. da fase “a”. Neste caso o produto interno instantâneo também 10 Eletrônica de Potência - Vol. 10, nº 1, Junho de 2005 A Figura 7 ilustra o efeito da imposição de um degrau de freqüência (-2Hz), combinado com uma descontinuidade de ângulo e amplitude (va,vb,vc). Considerando uma senóide unitária (vc1) gerada através do ângulo de sincronia (φ =θ + π/2 -π/3) da fase “c”, os traços centrais ilustram a convergência desta em relação ao sinal de entrada da mesma fase. Fig. 7. Tensões desequilibradas e degrau de freqüência (-2Hz): Sincronismo através do PLL-3φ. Notar que o PLL-3φ segue suavemente a nova freqüência. Os traços inferiores (va1,vb1,vc1) representam três senóides simétricas e unitárias, geradas através do ângulo de sincronia (φ). Fig. 4. PLL monofásico: Tensão de entrada (distorcida), senóide gerada pelo PLL e seu argumento θ [0,2π]. Fig. 5. Acima: entrada e sinal interno do PLL. Centro: freqüência de saída do PLL. Abaixo: sinais de entrada e de saída do filtro de média. Fig. 6. PLL-3φ: caso com tensões de entrada distorcidas e desequilibradas. Centro: formas de onda de entrada e interna da fase “a”. Eletrônica de Potência - Vol. 10, nº 1, Junho de 2005 V. RESULTADOS EXPERIMENTAIS A fim de validar os algoritmos em aplicações práticas, o PLL-3φ proposto foi implementado no algoritmo de controle de um filtro ativo de potência (FAP), para compensação seletiva de harmônicos, como mostra o diagrama da Figura 8, e conforme está detalhado em [20]. O protótipo do FAP foi baseado em um conversor tipo fonte de tensão (VSI) de 5kVA, controlado digitalmente por um DSP de 16 bits com aritmética de ponto fixo (ADMC401), programável em linguagem de máquina (Assembly). As freqüências de chaveamento e de amostragem eram variáveis em torno de 12 kHz, em função das variações da freqüência angular da rede detectadas pelo PLL (ω). O filtro de saída do conversor era do tipo indutivo (LF=4mH) e a tensão do elo CC foi fixada em 450V. Os resultados mostram que o método clássico de sintonia do PI (9) resulta em um desempenho eficiente, mesmo em situações com tensões de entrada distorcidas (ωn=25 rad/s e ξ = 0,7). Inicialmente, o desempenho do PLL foi verificado sem que o controlador do FAP atuasse em malha fechada. A Figura 9 mostra uma tensão de entrada senoidal (traço com menor amplitude) e a senóide interna do PLL (traço com maior amplitude), sendo este deslocado de +π/2 (φ) de modo a ficar em fase com a tensão de entrada. Observar através dos cruzamentos por zero e dos cursores verticais do osciloscópio, que nestas condições, mesmo durante um degrau de freqüência (traço contínuo), de 50Hz (T=20ms) para 60Hz (T≅16,67ms), o PLL converge em aproximadamente 1 ciclo da fundamental. Notar que o valor de T=16,8ms indicado pelo osciloscópio está limitado à sua resolução. Este teste foi realizado com uma fonte CA programável (Califórnia Instruments). 11 iS iL carga Fonte vs LF vs iF fs PLL + iF iS X iSRef + - Controle seletivo iRef - + Controle de corrente VCC - fs PI VCCRef + Fig. 8. Diagrama do filtro ativo de potência. Fig. 10. Filtro ativo de potência com PLL-3φ e compensação seletiva de harmônicos: Tensão da rede (1), corrente da rede (2) corrente da carga (4). O modelo proposto de PLL foi investigado sob diversas outras aplicações, tais como retificadores controlados e sistemas inversores interativos com a linha, como descrito em [21] sempre produzindo resultados plenamente satisfatórios. VI. CONCLUSÃO Fig. 9. Funcionamento do PLL-3φ durante degrau de freqüência de 50 para 60Hz. No controle do filtro ativo de potência, o PLL é responsável por manter fixa uma relação de 200 amostras por ciclo da fundamental. Tal ajuste é feito através da detecção da freqüência da rede (ω) e pelo ajuste da taxa de amostragem (Ta), o que garante a operação correta da estratégia utilizada para a compensação seletiva de harmônicos [20]. Desta forma, as freqüências de chaveamento e de amostragem variam suavemente em torno de 12 kHz (200 amostras por ciclo de ≅60Hz). Considerando a compensação de todas as componentes harmônicas de ordem ímpar até a 19ª, a Figura 10 mostra a eficiência da compensação seletiva e confirma a capacidade do filtro de seguir corretamente a freqüência da rede e minimizar as componentes harmônicas desejadas, da corrente de carga. Neste caso, a tensão da rede (fonte) era fornecida através de um Variac trifásico e apresentava uma distorção harmônica total (DHT) de 3%, enquanto a corrente da carga (retificador não-controlado com carga RC) apresentava uma DHT de 24%. Após a compensação, a corrente do lado da fonte apresentou um DHT de 3,2%, o que comprova a eficiência do FAP e do PLL utilizado no algoritmo de controle, mesmo sob condições de tensão distorcida. 12 Este artigo apresentou dois modelos de PLL baseados em programação digital (software), ou seja, sem a necessidade de qualquer circuito ou lógica analógica. Diferentemente de propostas recentes baseadas em definições de potência instantânea, os modelos propostos derivam, essencialmente, de propriedades de álgebra vetorial e de ortogonalidade de funções. A metodologia de projeto é muito simples e é válida para o caso geral do modelo monofásico, bem como para a estrutura trifásica. Vale destacar que a estrutura monofásica é geral e pode ser aplicada a sistemas trifásicos, posto que a freqüência de todas as fases é a mesma. Para o modelo trifásico, sob condições senoidais e equilibradas, pode-se excluir o filtro de média móvel do PLL e ainda assim obter um bom desempenho do mesmo. Isto porque o produto interno dos sinais medidos, pelas senóides digitais, resulta naturalmente um valor médio em torno de zero, sem oscilações. Dado que o desempenho do PLL está diretamente relacionado com as condições das tensões medidas, a influência de distorções e assimetrias também foi discutida, particularmente para o caso trifásico. Para verificar o desempenho dos modelos de PLL propostos, foram apresentados resultados de simulação e experimentais, incluindo a aplicação do PLL em um filtro ativo de potência. Todos os resultados obtidos confirmaram as expectativas, inclusive para condições de degrau de freqüência, sendo o PLL capaz de rastrear a freqüência e o ângulo de sincronismo da rede com precisão. Eletrônica de Potência - Vol. 10, nº 1, Junho de 2005 AGRADECIMENTOS Os autores agradecem à FAPESP e à CAPES pelo suporte financeiro a este trabalho e à Analog Devices pela plataforma disponibilizada. [13] REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS [14] [1] M. M. Begovic, P. M. Djuric, S. Dunlap, A.G. Phadke, “Frequency Tracking in Power Networks in the Presence of Harmonics”, IEEE Trans. on Power Delivery, Vol. 8, No. 2, pp. 480-486, 1993. [2] V. Kaura, V. Blasko, “Operation of a Phase Locked Loop System Under Distorted Utility Conditions”, IEEE Trans. on Industry Applications, Vol. 33, No. 1, pp. 58-63, 1997. [3] C. Zhan, C. Fitzer, V.K. Ramachandaramurthy, A. Arulampalam, M. Barnes, N. 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Seixas, “A Three-Phase Line-Interactive UPS System Implementation with Series-Parallel Active Power-Line Conditioning Capabilities”, IEEE Trans. on Industry Application, Vol. 38, No. 6, pp. 1581-15902002. [10] E.M. Sasso, G.G. Sotelo, A.A. Ferreira, E.H. Watanabe, M. Aredes, P. Barbosa, “Investigação dos modelos de circuitos de sincronismo trifásicos baseados na teoria de potências real e imaginária instantâneas (p-PLL e qPLL)”, Anais do Congresso Brasileiro de Automática, pp.480-485, 2002. [11] S.M. Deckmann, F.P. Marafão, M.S. Pádua, “Single and Three-Phase Digital PLL Structures based on Instantaneous Power Theory”, CD-ROM of the Brazilian Power Electronics Conference (COBEP), 2003. [12] L.C.G. Lopes, R.L. Carletti, P. G. Barbosa, “Implementation of a Digital and a Dead-Beat PLL Circuit based on instantaneous Power Theory with DSP Eletrônica de Potência - Vol. 10, nº 1, Junho de 2005 [15] [16] [17] [18] [19] [20] [21] TMS320F243”, CD-ROM of the Brazilian Power Electronics Conference (COBEP), 2003. F.D. Jesus, C.F.T. Soares, J.L.S. Neto, E.H. Watanabe, M. Aredes, J.R.D. Carvalho, M. Leal, “Improvement of a Positive Sequence Components Detector in a Unbalanced Three-Phase System”, CD-ROM of the Brazilian Power Electronics Conference (COBEP), 2003. H. Akagi, S. Ogasawara, H. Kim, “The theory of instantaneous power in three-phase four wire systems: a comprehensive approach”, Proc. of the IEEE-IAS Annual Meeting, pp. 431-439, 1999. F.P. Marafão, “Análise e Controle da Energia Elétrica Através de Técnicas de Processamento Digital de Sinais”, Tese de Doutorado, Faculdade de Engenharia Elétrica e de Computação da UNICAMP, Campinas, SP, 2004. E. Kreyzig, Advanced Engineering Mathematics, John Wiley & Sons, Inc., 1999. A. V. Oppenheim, R. W. Schafer, and J. R. Buck, J. R. Discrete-Time Signal Processing, Prentice Hall Inc., 1999. K. J. Aström, B. Wittenmark, Computer-Controlled Systems: Theory and Design, Prentice Hall Inc. 1997. N. S. Nise, Control Systems Engineering, John Wiley & Sons, Inc., 2000. F. P. Marafão, P. Mattavelli, S. Buso, S. Deckmann, “Repetitive-Based Control for Selective Active Filters using Discrete Cosine Transform”, Eletrônica de Potência, Vol. 9, No. 1, pp.29-36, June 2004. R. Q. Machado, S. Buso, J.A. Pomilio, F.P.Marafão, “Three-Phase to Single-Phase Direct Connection for rural co-generation systems”, CD-ROM of the IEEE Applied Power Electronics Conference (APEC), 2004. DADOS BIOGRÁFICOS Fernando Pinhabel Marafão, natural de José Bonifácio, SP, é engenheiro eletricista (1997) formado na Universidade Estadual Paulista (Campus Bauru), mestre (2000) e doutor (2004) pela Universidade Estadual de Campinas. Em 2002 foi pesquisador visitante no Departamento de Engenharia de Informação da Universidade de Pádua (Itália), onde trabalhou em técnicas de controle digital aplicadas ao controle de filtros ativos de potência. Atualmente é Professor Assistente na Universidade Estadual Paulista (Campus Sorocaba), onde integra o grupo de Engenharia de Controle e Automação. Suas áreas de interesse relacionam-se com o uso de técnicas de processamento e controle digital em aplicações da eletrônica de potência e sistemas de energia, filtros ativos de potência, qualidade de energia e definições de potência na presença de distorções e assimetrias. Dr. Marafão é membro da Sociedade Brasileira de Eletrônica de Potência (SOBRAEP), da Sociedade Brasileira de Automática (SBA) e do IEEE. 13 Sigmar Maurer Deckmann é engenheiro eletricista (1973), mestre (1976) e doutor (1980) pela Universidade Estadual de Campinas. É professor da Faculdade de Engenharia Elétrica e Computação da Universidade Estadual de Campinas desde 1974. De 1986 a 1988 foi chefe do Departamento de Sistemas e Controle de Energia. De 1999 a 2003 foi vicediretor da faculdade. Também tem liderado diversos projetos sobre Flicker, monitoração de qualidade de energia e instrumentação digital. Suas principais linhas de pesquisa tem sido: dinâmica do sistema de potência, instrumentação, qualidade de energia, monitoração de distúrbios, estudos sobre a propagação de harmônicos e Flicker e filtros ativos de potência. Dr. Deckmann é membro do IEEE. José Antenor Pomilio é engenheiro eletricista, mestre e doutor em Engenharia Elétrica pela Universidade Estadual de Campinas. De 1988 a 1991 foi chefe do grupo de eletrônica de potência do Laboratório Nacional de Luz Síncrotron. Realizou estágios de pós-doutoramento junto à Universidade de Pádua e à Terceira Universidade de Roma, ambas na Itália. Foi presidente da Sociedade Brasileira de Eletrônica de Potência – SOBRAEP e membro do comitê administrativo 14 da IEEE Power Electronics Society. Atualmente é editor da revista Eletrônica de Potência, editor associado da IEEE Trans. on Power Electronics e de Controle & Automação. É professor da Faculdade de Engenharia Elétrica e de Computação da Unicamp deste 1984. Dr. Pomilio é membro da Sociedade Brasileira de Eletrônica de Potência (SOBRAEP), da Sociedade Brasileira de Automática (SBA), da SBPC e do IEEE. Ricardo Quadros Machado é natural de Santa Maria RS graduou-se engenheiro eletricista (1997) pela Universidade Federal de Santa Maria, mestre (2002) e doutor em Engenharia Elétrica (2005) pela Universidade Estadual de Campinas. Entre 2003 e 2004 foi pesquisador visitante junto ao grupo de Eletrônica de Potência da Universidade de Padova, Itália. Atualmente atua como pesquisador junto CEEMA (Centro de Estudos em Energia e Meio-Ambiente) e PPGEE (Programa de Pós-Graduação em Engenharia Elétrica) da Universidade Federal de Santa Maria. Suas áreas de interesse são: controle digital aplicado à eletrônica de potência, qualidade do processamento da energia elétrica, filtros ativos e fontes alternativa de energia. Dr. Machado é membro da SOBRAEP. Eletrônica de Potência - Vol. 10, nº 1, Junho de 2005 OPERAÇÃO DE UM SISTEMA DE ACIONAMENTO COM MOTOR DE SEIS FASES TOLERANTE A FALTAS Reginaldo S. Miranda1, 2, Cursino B. Jacobina1, Antonio Marcus N. Lima1, Mauricio B. R. Corrêa1, Luiz Antonio S. Ribeiro2 1 Laboratório de Eletrônica Industrial e Acionamento de Máquinas Departamento de Engenharia Elétrica, Universidade Federal de Campina Grande Caixa Postal 10105; 58109-970 Campina Grande, PB; Brasil Fax: ++55(83)3310-1015; Fone: +55(83)3310-1136 2 Departamento de Eletro-eletrônica – Centro Federal de Educação Tecnológica do Maranhão São Luis, MA, Brasil e-mail: {rmiranda, jacobina, mbeltrao, amnlima }@dee.ufcg.edu.br Resumo - Este trabalho investiga estratégias de controle de tensão e corrente de um motor de seis fases operando sob condições de falta. As estratégias de controle permitem a operação contínua e livre de perturbação do sistema de acionamento sem conexões adicionais de hardware com a perda completa de um braço do inversor ou fase do motor. As estratégias de controle apresentadas aqui são indicadas para operação sem ou com malha de controle de corrente (iguais ao controle Volts/Hz e controle vetorial com orientação pelo campo). Uma análise completa dos controles em tensão e corrente são apresentadas. Resultados de simulação e Experimentais demonstram a validade dos sistemas propostos. Palavras-Chave – motor de seis fase, controle de corrente, tolerância a faltas. FAULT TOLERANCE OPERATION OF A SIX-PHASE AC MOTOR DRIVE SYSTEM Abstract – This paper investigates the voltage and current control strategies of a six-phase induction motor drive under fault conditions. The control strategies allow for continuous and disturbance free-operation of the drive without additional hardware connections with complete loss of one leg of the inverter or motor phase. The controls presented here are suitable for operation without or with current loop control strategies (like Volts/Hz control or Field Oriented Control strategies). A complete analysis of voltage and current controls are presented. Experimental and simulations results demonstrate the validity of the proposed systems. 1 Keywords – Six-Phase motor, Current control, Fault tolerance. Artigo submetido em 3/2/2005. Primeira revisão em 15/4/2005. Aceito sob recomendação dos editores especiais Marcelo G. Simões e Humberto Pinheiro. Eletrônica de Potência - Vol. 10, nº 1, Junho de 2005 I. INTRODUÇÃO Máquinas de indução usadas em acionamentos em corrente alternada são normalmente acionadas por inversores fonte de tensão com Modulação por Largura de Pulso (PWM). Este tipo de acionamento é sensível a vários tipos de faltas. Quando uma dessas faltas ocorre, a operação do sistema deve ser interrompida para um procedimento de manutenção não programado. O custo deste procedimento pode ser alto e, portanto justifica o desenvolvimento de sistemas de acionamento tolerante a faltas para aplicações onde a confiabilidade é um fator importante. As soluções mais comuns nestes casos usam projetos conservativos ou sistemas que forneçam redundância total ou parcial ao sistema de acionamento. Vários trabalhos têm sido publicados, tendo como foco principal o motor de indução trifásico, com o objetivo de fornecer algum tipo de tolerância a faltas. Os principais aspectos estudados investigam: o efeito das faltas no inversor sobre a operação da máquina elétrica [1], métodos de diagnósticos [2], [3], [4], [5], [6], [7], esquemas de reconfiguração para isolar o dispositivo de potência sob falta [8], [9], e técnicas de compensação para melhoria da confiabilidade no sistema de acionamento do motor [10], [11]. Recentemente em [12], foi realizada uma comparação entre as principais topologias de sistemas tolerantes a faltas encontradas na literatura. As topologias tratadas envolvem configurações com redundância de componentes (chaves e/ou fases do inversor), topologias com número reduzido de componentes, inversores em cascata e inversores trifásicos a quatro braços. Como alternativa para fornecer tolerância a falta, sistemas multifases (mais de três fases) tem recebido atenção, devido a sua inerente redundância. O uso de máquinas multifases fornece um maior grau de liberdade como resultado do maior número de fases, além de diversas vantagens sobre a máquina de indução trifásica tais como: redução das oscilações de conjugado [13], redução da corrente por fase, redução no conteúdo harmônico da corrente do barramento CC [14], maior potência/conjugado por corrente eficaz, para uma máquina de mesmo volume [15]. Técnicas PWM podem ser usadas para minimizar os harmônicos das correntes e diminuir as perdas na máquina além de fornecer capacidade 15 de operação sob condições de falta. Diferentemente da máquina trifásica na qual é necessária uma componente de seqüência zero para fornecer operação estável quando sujeita a uma falta, a máquina multifases, operando sob falta, com adequado controle não necessita de conexão do neutro para operar de forma balanceada [16]. O custo do conjunto conversor-máquina pode eventualmente aumentar com o número de fases. Mas quanto maior a potência, menos significativo se torna o aumento de custo [15]. Com isto, os acionamentos com máquinas multifases tornam-se convenientes em aplicações de alta potência tais como veículos elétricos, propulsão de navios, aplicações aeroespaciais, entre outras. Além disso, uma máquina multifases pode ser obtida do rebobinamento de uma máquina trifásica convencional. Estas características motivam o uso da máquina multifases como alternativa para solucionar os problemas associados aos custos, à confiabilidade da operação e ao desempenho do sistema de acionamento tolerante a faltas. Um dos primeiros sistemas tolerante a faltas é utilizado em [17]. Neste trabalho a tolerância a falta foi introduzido pelo uso de múltiplas e independentes unidades monofásicas de acionamento para alimentar máquinas multifases. Em [18] foi usado decomposição vetorial para a modelagem de uma máquina de indução hexafásica com uma fase aberta e o conceito de regulação de corrente multi-dimensional para o controle das correntes da máquina. Em [19] é proposto um modelo generalizado para a análise da máquina hexafásica sob condições balanceadas e desbalanceadas. Em [16] a operação da máquina multifases foi estudada quando uma fase do motor é perdida. Este artigo focalizou os aspectos do controle de corrente. Entretanto, existem algumas estratégias de controle de conjugado em malha aberta (como o controle Volts/Hertz) que não usam a malha de corrente. Neste trabalho investiga-se o uso da máquina hexáfásica como parte do sistema de acionamento tolerante a faltas definindo algumas estratégias no controle do conversor para permitir a operação contínua e livre de perturbação do sistema de acionamento sem componentes adicionais ou reconfiguração do inversor. A idéia é definir, após a detecção e identificação da falta, novas referências de tensão ou corrente de forma a manter a operação balanceada das componentes dq no controle de conjugado da máquina. As principais contribuições deste trabalho são: a) Controle em tensão da máquina hexafásica sob falta; b) Controle em corrente da máquina hexafásica com neutro duplo e c) Definição de um controlador de corrente adequado ao sistema sob falta. II MODELO DO SISTEMA A. Modelo da Máquina A máquina usada neste trabalho é uma máquina de seis fases compostas por dois enrolamentos trifásicos separados por um ângulo de 60º (Figura 1). Adotando um eixo de referência fixo no estator, o modelo matemático que descreve o comportamento da máquina de indução hexafásica pode ser escrito como [20]. d (1) v sdq = rs i sdq + λ sdq dt 16 Fig. 1. Topologia do inversor hexafásico d λ rdq − jωr λ rdq dt = l s i sdq + l sr i rdq v rdq = rr i sdq + (2) λ sdq (3) λ rdq = l sr i sdq + l r i rdq (4) d i sxy dt d v rxy = rr i rxy + llr i rxy dt d v soo ' = rs i soo ' + lls i soo ' dt d v roo ' = rr i roo ' + llr i roo ' dt Te = Pl sr i sq ird − i sd irq v sxy = rs i sxy + lls ( (5) (6) (7) (8) ) (9) onde v sdq = v sd + jv sq , i sdq = isd + ji sq e λ sdq = λ sd + jλ sq são os vetores no subespaço dq de tensão, corrente e fluxo do estator respectivamente; v sxy = v sx + jv sy , i sxy = isx + ji sy e λ sxy = λ sx + jλ sy são os vetores no subespaço xy de tensão, corrente e fluxo do estator respectivamente, que não produzem conjugado eletromagnético; v soo ' = v so + jv so ' , i soo ' = iso + ji so ' são os vetores do estator para o subespaço oo´ associados às componentes homopolares, para tensão e corrente, respectivamente, (as variáveis equivalentes para o rotor são obtidas pela substituição do índice s por r); Te é o conjugado eletromagnético; ω r é a freqüência angular do rotor; rs e rr são as resistência do estator e rotor, l s , lls , l r e llr são as indutâncias própria e de dispersão do estator e rotor, respectivamente; l sr é a indutância mútua e P é o número de pares de pólos da máquina. As variáveis do estator dqxyoo′ podem ser obtidas das variáveis naturais 123456 usando a equação de transformação dada por [20] (10) w s123456 = A s w sdqxyoo' com [ w s123456 = [ws1 w sdqxyoo′ = wsd wsq wsx ws 2 wsy ws 3 wso ws 4 wso′ ]T ws 5 ws 6 ]T , e Eletrônica de Potência - Vol. 10, nº 1, Junho de 2005 2 2 1 0 1 0 2 2 3 3 2 12 − 12 − 22 2 2 2 1 3 2 − 12 − 23 22 1 − 2 2 2 As = (11) 2 2 3 − 1 − 0 1 0 2 2 3 2 2 − 1 − 3 − 1 2 2 2 2 2 2 12 − 23 − 12 − 23 22 − 22 Os vetores w s123456 e w sdqxyoo' podem ser ou tensão, corrente ou fluxo. Esta matriz de transformação é tal que A −1 = A T e o coeficiente 1 tornam a transformação 3 invariante em potência. B. Modelo do conversor O conversor é composto pelas chaves q1 , q1 , q 2 , q 2 , q3 , q3 , q 4 , q 4 , q5 , q5 , q 6 e q6 . O estado de condução das chaves é representado por variáveis binárias qi e qi ( i = 1 a 6 ): qi = 1 ou qi = 0 indicam chaves fechadas, enquanto qi = 0 ou qi = 1 indicam chaves abertas. Os pares, q1 q1 , q 2 q 2 , q3 q3 , q 4 q 4 , q5 q5 e q 6 q6 são complementares. Antes da falta (Fig. 1) as tensões de pólo da máquina são dadas por E v10 = v s1 + v a 0 = (2q1 − 1) (12) 2 E v 20 = v s 2 + vb 0 = (2q 2 − 1) (13) 2 E v30 = v s 3 + va 0 = (2q3 − 1) (14) 2 E v 40 = v s 4 + vb 0 = (2q 4 − 1) (15) 2 E v50 = v s 5 + va 0 = (2q5 − 1) (16) 2 E v60 = v s 6 + vb 0 = (2q 6 − 1) (17) 2 onde E é a tensão do barramento CC, v si (i = 1 a 6) são as tensões de fase da máquina e v a 0 e vb 0 são as tensões de neutro da máquina referidas ao ponto central, ′0′, do barramento CC, respectivamente. II. CONTROLE DE TENSÃO Admitindo que a fase 1 ou o braço 1 do sistema mostrado na Fig. 1 está aberto, o conversor pós-falta é um conversor de cinco braços composto pelas chaves q 2 q 2 , q3 q3 , q 4 q 4 , q5 q5 e q6 q6 . Neste trabalho, a compensação da falta é baseada na modificação das tensões de referência usadas para comandar as chaves remanescentes do inversor. Para obter as novas referências, é necessário analisar as condições de contorno após a falta. A análise é realizada no plano dqxyoo′ a partir da transformação (10). Consideram-se dois casos: no primeiro, os neutros dos dois conjuntos trifásicos são Eletrônica de Potência - Vol. 10, nº 1, Junho de 2005 isolados e no segundo o neutro é único para os dois conjuntos. A. Neutros desconectados Com neutro desconectado, as componentes de tensão v so e v so ' são naturalmente nulas, e o modelo da máquina se reduz àquele representado pelas componentes de eixos dq e xy. Se a fase 1 está aberta, a tensão v s1 torna-se uma variável de saída que pode ser representada algebricamente a partir de (10) com v so = v so ' = 0 , por 1 (v sd + v sx ) (18) v s1 = 3 Para manter a operação balanceada da máquina, é necessário impor as componentes de eixos dq para controlar o conjugado eletromagnético da máquina. Como v s1 agora é uma variável de saída, v *sx deve ser definida de forma a satisfazer (19), o que resulta diretamente em * v sx = 3v s1 − v *sd A escolha da componente de tensão (19) v *sy não é única Ela pode ser determinada a partir da imposição de algumas restrições. Uma solução é obtida se v *sy = 0 , de forma a minimizar as distorções nas correntes de fase. Note que se um braço diferente for perdido, v *sx dependerá de v *sy e uma outra condição deverá ser incluída para determinar v *sx e v *sy . Para simplificar a análise a matriz de transformação dada em (10) pode ser usada, para rotacional o sistema de coordenadas, de forma que o problema possa ser tratado considerando-se que a falta sempre ocorre na fase 1. As tensões de referência de v *s 2 a v *s 6 podem ser obtidas * , v *sq , v *sx e v *sy com aplicando-se em (10) as referências v sd v *so = v *so ' = 0 e v s1 medido o que resulta em v *s 2 = 1.3229Vm cos(ωt − 40.1º ) − 0.5v s1 v *s 3 (20) = 0.8660Vm cos(ωt − 90º ) − 0.5v s1 (21) v *s 4 (22) ( ) ) = 2Vm cos ωt − 180º + v s1 * v s 5 = 0.8660Vm cos ωt + 90º − 0.5v s1 v s*6 = 1.3229Vm cos ωt + 40.1º − 0.5v s1 ( ( (23) ) (24) A operação balanceada da máquina hexafásica é obtida se estas tensões forem sintetizadas pelo conversor e aplicadas de forma adequada. Note que as amplitudes das tensões não são iguais e em algumas delas a magnitude é maior que o caso com seis fases. Devido a presença da tensão de fase aberta somada às referências, fica difícil obter um equilíbrio nas amplitudes das tensões. No entanto, é possível obter uma outra solução pela escolha adequada de v *sy diferente de zero. Definindo novas restrições como v s*5 = v s*6 v *s 2 = v s*3 e * chega-se a um valor de v *sy = − 13 v sq . Dessa forma as tensões de fase de referência tornam-se: v s*2 = 1.1547Vm cos(ωt − 30º ) − 0.5v s1 (25) 17 v *s 3 = 1.1547Vm cos(ωt − 90º ) − 0.5v s1 v *s 4 = 2Vm cos(ωt − 180º ) + v s1 v s*5 = 1.1547Vm cos(ωt + 90º ) − 0.5v s1 (26) (27) (28) = 1.1547Vm cos(ωt + 30º ) − 0.5v s1 (29) Apesar das amplitudes mais equilibradas, com neutro duplo não há liberdade para impor mesmas amplitudes a todas as parcelas que compõem as referencias de tensão. v s*6 B. Neutros conectados Com os neutros conectados, as componentes de tensão xyoo′ podem ser definidas de forma diferente e um maior grau de liberdade é atingido nesta solução. A tensão de fase aberta é definida neste caso como 1 2 (vso + vso' ) (30) v s1 = v sd + v sx + 2 3 A solução que satisfaz esta equação pode ser obtida impondo-se um conjunto de restrições sobre as tensões de fase de referência. A análise é realizada desprezando-se, inicialmente, a contribuição da tensão de fase aberta. Definese que as tensões de referência devem ter a mesma amplitude e que o sistema deve ser equilibrado. O termo da tensão de fase aberta é somado a solução final e o conjunto de referências resultantes desta análise será dado por v *sx = 3v s1 − 0.6484v *sd (31) * v sy = −0.3681v *sd (32) v *so v *so ' =0 (33) −0.4972v *sd = (34) Estas referências, definem um novo conjunto de tensões de referência de fase como v *s 2 = 1.2968Vm cos(ωt − 24.96º ) − 0.5v s1 (35) v *s 3 = 1.2968Vm cos(ωt − 114.0º ) − 0.5v s1 (36) v s*4 = 1.2968Vm cos ωt − 180º + v s1 v *s 5 = 1.2968Vm cos ωt + 90º − 0.5v s1 v *s 6 = 1.2968Vm cos ωt + 30º − 0.5v s1 (37) ( ( ( ) ) ) (38) (39) C. Controle PWM A síntese das tensões de referência no inversor de tensão é realizada através de modulação PWM. Nesse trabalho a geração do padrão PWM usa uma abordagem por fase [21]. Neste caso a tensão de pólo de referência deve ser determinada das tensões de fase desejadas da máquina. Considerando que as tensões de fase de referência da máquina são dadas por v *si , ( i = 2 a 6 ), e usando (13)-(17), então as tensões de pólo podem ser expressas por * v 20 = v *s 2 + vb*0 (40) 18 * v30 = v *s 3 + v a*0 (41) * v 40 * v50 * v60 (42) = = = v *s 4 v s*5 v s*6 + vb*0 + v a* 0 + vb*0 (43) (44) Fig. 2. Diagrama de blocos do controle de tensão proposto para o sistema tolerante a falta. Note que estas equações não podem ser resolvidas a menos que v a*0 e vb*0 sejam especificadas. As tensões v a* 0 e vb*0 podem ser calculadas como uma função do fator de distribuição µ ( 0 < µ < 1 ) para cada grupo, como é considerado para conversores trifásicos [21], [22]. Para o caso de neutros conectados, v a*0 = vb*0 . Determinados v a*0 e * vb*0 e substituindo v *s 2 a v *s 6 em (40)-(44), os valores de v 20 * * podem ser calculados em função de v sd , v *sq e v s1 . a v60 A largura de pulso dos sinais das chaves de potência é determinada por 1 v* (45) τ i = Ts + i 0 , i = 2 a 6 2 E Como v *s 2 a v *s 6 dependem da tensão de saída v s1 , os limites de tensão do conversor necessários para alimentar a máquina dependem dos parâmetros da máquina. A Figura 2 apresenta o diagrama de blocos da estratégia de controle de tensão, considerando que a falta ocorre na fase 1. A chave K seleciona as referências de tensão de fase para a operação antes, 1, e após, 2, a falta. Para o caso de neutros conectados, basta substituir as equações (25)-(29) pelas equações (35)-(39) no bloco de cálculo das referências. IV. CONTROLE DE CORRENTE Se a máquina é controlada por uma estratégia que necessita de uma malha de corrente, o método apresentado pode ser facilmente adequado ao controle de corrente substituindo-se as tensões por correntes na análise de cada caso. A condição básica nestes casos é que a corrente no braço da fase que está aberto seja nula. Definidas as novas referências de correntes após a detecção da falta é necessário definir uma estratégia de controle das correntes com propriedades de tolerância a faltas. Nesta seção, apenas o caso da máquina com neutro duplo é considerado. Análise da máquina hexafásica com neutro conectado para o controle de corrente pode ser encontrada em [16]. O objetivo é o mesmo do caso em tensão, ou seja, após a falta definir novas referências de modo manter a operação balanceada da máquina. Se a fase 1 é perdida e utilizando a equação de transformação (10) com iso = iso ' = 0 , is1 = 0 e segue que Eletrônica de Potência - Vol. 10, nº 1, Junho de 2005 * * = − 13 isq . Dessa forma as correntes de fase valor de isy linear composto de módulos de controle de seqüência positiva e negativa [23]. Este controlador pode ser implementado em variáveis de fase. No entanto, é mais simples implementar o controlador em termos das variáveis dqxy do estator. Como apenas as componentes de eixo xy são desequilibradas, para a condição pós falta o controlador de dupla seqüência pode ser implementado apenas neste plano, enquanto um controlador síncrono de seqüência positiva é usado para regular as componentes de eixos dq. Esta situação simplifica a estrutura do regulador para operação em ambas as situações. A implementação do controlador no referencial síncrono de seqüência positiva necessita da matriz de transformação do referencial estacionário para referencial síncrono e viceversa. Este esquema pode ser emulado no referencial estacionário para evitar estas transformações [24]. O modelo do controlador pode ser descrito por dx +sw = k i+ ξ sw + jωx +sw (59) dt v +sw* = x +sw + k p+ ξ sw (60) tornam-se: onde ξ sw = i *sw+ − i +sw é o erro do vetor de corrente; k i+ e k p+ * * isx = −isd A componente * i sy (47) é livre. Em particular se a escolha for * i sy =0 (48) resulta no seguinte conjunto de tensões de referência a partir da matriz de transformação (10): is*2 = 1.3229 I m cos(ωt − 40.1º ) (49) is*3 = 0.8660 I m cos(ωt − 90º ) is*4 ( ) = 2 I m cos ωt − 180º * is 5 = 0.8660 I m cos ωt + 90º is*6 = 1.3229 I m cos ωt + 40.1º ( ) (50) (51) (52) ( ) (53) Na tentativa de obter-se uma distribuição mais equilibrada das correntes da máquina hexafásica, uma outra solução pode * resultar da escolha da corrente isy diferente de 0. Definindo novas restrições como is*2 = is*3 e is*5 = is*6 chega-se a um is*2 is*3 = 1.1547 I m cos(ωt − 30º ) = 1.1547 I m cos(ωt − 90º ) is*4 is*5 is*6 = 2 I m cos(ωt − 180º ) = 1.1547 I m cos(ωt + 90º ) (54) (55) (56) (57) = 1.1547 I m cos(ωt + 30º ) (58) Com ambas as referências é possível produzir o mesmo conjugado do caso em que a máquina opera com as seis fases. Note que não é necessária nenhuma corrente de seqüência zero, pois a corrente no neutro nos dois casos é zero. Se for necessário que as correntes tenham as mesmas amplitudes os neutros dos dois conjuntos trifásicos devem ser ligados juntos. A. Estratégia de Controle de Corrente Uma grande variedade de esquemas de controle de corrente tem sido investigadas e propostas para a regulação de corrente em malha fechada de inversores trifásicos. O modelo da máquina hexafásica permite que estas técnicas sejam extendidas para o acionamento da máquina hexafásica. Alguns esquemas de controle de corrente discreto (controle PI estacionário ou síncrono, preditivo e realimentação de estado, por exemplo) podem ser empregados, eficientemente, para controlar as correntes do estator, numa implementação digital. Para operação com sinais CA, uma lei de controle linear do tipo PI ou PID pode ser usada. Entretanto, uma ampla largura de faixa é requisito para operação com erro de regime aceitável. Por outro lado, o controlador PI padrão no referencial síncrono permite obter erro nulo em regime. Entretanto, para operação desbalanceada onde as tensões são contaminadas com componentes de seqüência negativa, o regulador PI síncrono não garante erro nulo. Na condição pós falta, as componentes de correntes de referência xy são desbalanceadas. Neste caso um regulador que garanta erro de regime nulo na condição desbalanceada se torna necessário. Para atender as exigências antes e após a falta, neste trabalho foi usado um controlador de corrente Eletrônica de Potência - Vol. 10, nº 1, Junho de 2005 são os ganhos dos controladores e v +sw* é a saída do controlador ou tensão de referência. O índice sw representa os eixos d e q do estator. A versão discreta deste controlador é dada por 1 − e j ωh ξ sw (k − 1) (61) x +sw (k ) = e jωh x +sw (k − 1) + jk i+ ω v +sw* (k ) = x +sw (k ) + k p+ ξ sw (k ) (62) O controlador de dupla seqüência é composto por dois controladores PI síncronos, sendo um de seqüência positiva (girando a +ω ) e outro de seqüência negativa (girando a −ω ). Os dois controladores operam simultaneamente e suas saídas são adicionadas. A lei de controle para o controlador de seqüência negativa emulado no referencial estatórico é obtida substituindo-se o sobrescrito + por − nas equações (59)-(62). Particularmente, o uso dos mesmos ganhos para os controladores PI de seqüência positiva e negativa simplifica o modelo do controlador quando emulado no referencial estacionário. Dessa forma o modelo do controlador de dupla seqüência no referencial estacionário pode ser dado por [23]: dx sw = x′sw + 2k i ξ sw (63) dt dx′sw = −ωx sw (64) dt v *sw = x sw + 2k p ξ sw (65) onde sw neste caso, representa as componentes de eixos x e y do estator. A versão discreta do controlador descrito pelas equações (63)-(65) usando um segurador de ordem zero é dada por 1 x sw (k ) = cos(ωh)x sw (k − 1) + sen (ωh)x sw (k − 1) + K ω 1 + 2k i sen(ωh)ξ sw (k − 1) (66) ω x′sw (k ) = −ωsen (ωh)x sw (k − 1) + cos(ωh)x′sw (k − 1) + K 19 + 2k i 1 ω [cos(ωh) − 1]ξ sw (k − 1) v *sw (k ) = x sw + k p ξ sw (k ) (67) (68) onde, k = 0, 1, 2, K , representa o kh tempo discreto, h é o período de amostragem. A Figura 3 apresenta o diagrama de blocos da estratégia proposta para o controle de corrente. O bloco R representa os controladores de corrente dos eixos d, q, x ou y implementados pelas equações (61)-(62) e (66)-(68). O bloco A −s 1 representa a transformação das correntes de fase para o plano dqxy. A chave K seleciona as referências de correntes xy para a operação antes, 1, e após, 2, a falta. mantêm as correntes dq equilibradas para a operação pósfalta. No sistema estudado a operação da máquina pode ser realizada com o mesmo nível de potência da condição pré falta. Para isso a tensão do barramento deve ser aumentada de 30% daquele para o caso antes da falta. Caso contrário, a operação balanceada só é possível com uma tensão de barramento de 70% do caso sem falta. Estas taxas dependem das características da máquina em teste. V. RESULTADOS DE SIMULAÇÃO E EXPERIMENTAIS A avaliação inicial das estratégias foi realizada com o auxílio de um programa de simulação implementado em linguagem C. Alguns resultados foram selecionados para demonstrar a validade das estratégias. A condição de falta é introduzida no instante t = 0.04 s . A simulação da máquina com uma fase aberta foi realizada assumindo-se corrente nula na fase como uma restrição. A manipulação das equações da máquina para esta condição define a tensão de fase aberta. Esta tensão é aplicada na máquina para manter a corrente nula na fase. Nas Figuras 4 e 5 são apresentados os resultados relativos à compensação de uma falta de fase na máquina hexafásica de 60º com neutro duplo para a técnica de controle de tensão. Na Figura 4 apresenta-se as correntes isd e isq . Nesta figura, observa-se que, a falta é compensada a partir da definição de novas referências de tensão, que mantêm o mesmo vetor corrente da operação normal. Na Figura 5 são apresentadas as correntes de fase da máquina. As correntes de fase não são balanceadas. Nas Figuras 6 e 7 são apresentados os resultados de simulação para a compensação de uma falta de fase com controle de corrente. Na Figura 6, as correntes isd e isq para operação antes e depois da falta são apresentadas. Após a falta, novas referências de corrente são definidas e o controlador de corrente impõe as tensões necessárias para manter a operação balanceada das componentes dq. Na Figura 7 são mostradas as correntes de fase da máquina. A Figura 8 apresenta o conjugado eletromagnético da máquina antes e após a falta quando a máquina está operando sob controle com orientação pelo campo. Note que após um pequeno transitório o conjugado não é afetado pela condição de falta. Alguns resultados experimentais são mostrados nas Figuras 9, 10 e 11. Na realização destes testes, a operação da máquina foi controlada segundo as técnicas de controle em tensão e em corrente. Estes resultados demonstram o comportamento do sistema na condição de operação pósfalta. A Figura 8 apresenta o resultado de correntes isd e isq Fig. 3. Diagrama de blocos do controlador de corrente proposto para o sistema tolerante a falta. Fig. 4. Correntes i sd e i sq antes e após a compensação da falta. Fig. 4. Correntes is1 a is 6 antes e após a compensação da falta. para a máquina com neutro duplo com controle em tensão quando a fase 1 é perdida. Nas Figuras 9 e 10 são mostradas as correntes isd , isq e as correntes de fase para a máquina de 60º com neutro duplo com controle em corrente. Estes resultados demonstram como as estratégias de compensação 20 Fig. 6. Correntes i sd e i sq antes e após a compensação da falta. Eletrônica de Potência - Vol. 10, nº 1, Junho de 2005 VI. CONCLUSÕES Fig. 7. Correntes is1 a is 6 antes e após a compensação da falta. Este artigo investigou o controle de tensão e de corrente de um motor de seis fases sob condições de falta. Falta do tipo fase aberta foi considerada. As estratégias de controle fornecem operação contínua e livre de perturbação sem nenhuma conexão de hardware adicional com perda completa de um braço do inversor ou fase do motor. Resultados experimentais e de simulação demonstram a validade das soluções propostas. AGRADECIMENTOS Os autores agradecem ao Conselho nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) pelo suporte financeiro à realização deste trabalho. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS Fig. 8. Conjugado Ce antes e após a compensação da falta Fig. 9. Correntes experimentais isd e isq após a compensação da falta com controle em tensão. Fig. 10. Correntes experimentais isd e isq após a compensação da falta com controle de corrente. Fig. 11. Correntes experimentais is 2 e is 2 após a compensação da falta com controle de corrente. Eletrônica de Potência - Vol. 10, nº 1, Junho de 2005 [1] D. Kastha, B. K. Bose, “Investigation of Fault Modes of Voltage-Fed Inverter System Induction Motor Drive”, IEEE Transactions on Industry Applications, vol. 30, no. 4, pp. 1028-1038, July/August, 1994. [2] K. Debebe, V. Rajagopalan, T. S. 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De 1978 até março de 2002 foi professor do Departamento de Engenharia Elétrica da UFPB. Desde abril de 2002 é professor Titular do Departamento de Engenharia Elétrica da Universidade Federal de Campina Grande. Suas áreas de interesse são: Eletrônica de Potência, Acionamento de Máquinas Elétricas, Sistemas de Controle e Identificação de Sistemas. É Membro da SOBRAEP, da SBA e do IEEE. Antonio Marcus Nogueira Lima, nasceu em Recife Pernambuco, em 15/03/1958. Formou-se em Engenharia Elétrica pela Universidade Federal da Paraíba (UFPB), Campina Grande, PB, em 1982 e obteve o título de Mestre em Engenharia Elétrica pela mesma instituição em 1985. Obteve o grau de doutor pelo Institut National Polytechnique de Toulouse (INPT), França, em 1989. Atualmente é Professor Titular do Departamento de Engenharia Elétrica da UFPB. Seus principais interesses de pesquisa são sistemas de acionamento com máquinas elétricas, instrumentação eletrônica e sistemas de controle. É Membro da SBA e do IEEE. É Membro da SOBRAEP, da SBA e do IEEE. Maurício Beltrão de Rossiter Corrêa, nascido em 1973 em Maceió, Alagoas, é engenheiro eletricista (1996), mestre (1997) e doutor em Engenharia Elétrica (2002) pela Universidade Federal da Paraíba. De 1997 até junho de 2004 foi professor do CEFET-AL/UNED-P.In.. Desde julho de 2004 é professor do Departamento de Engenharia Elétrica da Universidade Federal de Campina Grande. Suas áreas de interesse são: Máquinas Elétricas, Eletrônica de Potência, Automação e Energias Renováveis. É Membro do IEEE. Luiz Antonio de Souza Ribeiro, nasceu em São Luís Maranhão, em 26 de outubro de 1967. Formou-se em Engenharia Elétrica pela Universidade Federal do Maranhão (UFMA). Obteve os títulos de Mestre e Doutor em Engenharia Elétrica pela Universidade Federal da Paraíba (UFPB), Campina Grande, em 1995 e 1998, respectivamente. No período de dezembro/1996 à fevereiro/1998 participou do programa de doutorado Sanduíche (CNPq) na Universidade de Wisconsin - Madison, EUA. Atualmente é Professor do Departamento de Eletro-Eletrônica do CEFET-MA. Sua área de maior interesse é estimação de parâmetros, posição e velocidade de motores de indução e acionamentos com máquinas elétricas. É Membro do IEEE. Eletrônica de Potência - Vol. 10, nº 1, Junho de 2005 NEURAL NETWORKS APPLIED TO THE CONTROL OF A FOUR-WIRE SHUNT ACTIVE POWER FILTER Marcelo G. Villalva , Ernesto Ruppert F. FEEC - UNICAMP CEP 13083 - 852 , Caixa Postal 6101 , Campinas - SP, Brasil [email protected] , [email protected] Abstract - This paper presents a four-wire shunt active power filter fully controlled with neural networks. The paper is centered on a current compensation method based on adaptive linear elements (adalines), which are powerful and easy-to-use neural networks. The reader will find here an introduction about these networks, an explanatory section about the achievement of Fourier series with adalines, and the full description of an adaline-based selective current compensator. The paper also brings a discussion about the use of a feedforward neural network in the current controller of the active filter, as well as simulation and experimental results obtained with a prototype of a shunt active power filter. 1 Keywords - active filter, adaline, neural network I. INTRODUCTION Active power filter control strategies have been extensively studied in the past decades. Along the recent years many authors have presented alternative control schemes for the compensation of harmonic and reactive currents with active power filters but very little was said about four-wire applications. Many low voltage and medium power distribution systems feed unbalanced loads with a neutral conductor. An active filter employed in such systems, for filtering both harmonic and reactive currents, needs a fourth wire in order to achieve full compensation of the neutral current. The possibility of decreasing the size of electronic power converters while keeping the current harmonic distortion within preset limits has increased the interest in selective compensation. A simple selective compensation method for active power filters based on neural networks was studied in [1-3], but the authors have not discussed either the compensation of unbalanced currents in four-wire systems, or the compensation of the fundamental harmonic reactive currents. In addition references [1-3] lack discussions about synchronism and immunity to voltage distortions and frequency deviations, which may cause malfunction of the active power filter system. Other compensation methods have been proposed by several authors. In [4] the authors achieve selective current compensation with discrete Fourier transform-based filters. In [5] another selective compensation method based on synchronous reference frame coordinates is proposed. Artigo submetido em 3/2/2005. Primeira revisão em 25/3/2005. Aceito sob recomendação dos editores especiais Marcelo G. Simões e Humberto Pinheiro. Eletrônica de Potência - Vol. 10, nº 1, Junho de 2005 This paper studies a current compensator for four-wire shunt active power filters based on adaptive linear elements (adalines), which are simple and very powerful neural networks. This current compensator uses three adalines to achieve selective compensation of harmonic currents in three-phase electric systems with neutral conductor. Neural networks are proven to be very easy-to-use systems, with innumerable possibilities of application in all majors of engineering and science. Moreover, their design and implementation are frequently very simple and require little programming effort. The objective of this paper is to study and present the application of adaptive neural network technology to a power electronics problem which is generally solved by other traditional means. In the following sections the reader is introduced to the adaptive linear neural network theory and learns how it can be used in the development of a current compensator for four-wire shunt active power filters, which is the main contribution of this paper. After necessary and enough theoretical issues, simulated and practical results are shown. II. ADALINES Adalines are adaptive linear elements well known from the theory of neural networks [6-9]. An adaline is a neural network composed of only one neuron, which is the adaline itself. Fig. 1 shows an adaline: it is composed of an input vector, a weight vector and an activation function. The weight vector W = [w1 w2 … wN]T corresponds to the set of synaptic strengths of the neuron. The input vector X = [x1 x2 … xN]T corresponds to the set of input stimuli of the neuron. The activation function y = f(ν) represents the behavior of the neuron core. Different activation functions are possible for artificial neural networks. The adaline neuron uses the linear activation function f(ν) = ν, so the output y of the neuron is given by the sum of the weighted inputs y = w1 x1 + w2 x2 + … + wN xN . When a neuron is excited it produces the output y, which depends on its inputs and on the state of the weight vector. If a neuron is intensely or frequently excited it suffers synaptic or weight modifications. The W vector may be constantly modified during the life of the neuron or during the training or learning process. In the theory of artificial neural networks the learning process may be divided into two major categories: online and offline. The adaline is an online trained neuron whose training process is carried at every instant of time. Other kinds of neural networks are trained only once so that the network is effectively used only after a fixed set of synaptic weights is obtained (generally after a long and complex training process). 23 Fig. 1: Adaptive linear element (adaline). A learning rule must be used to update or to modify the weight vector W of the neuron. Since neurons are generally part of a more complex system that is capable to learn or to acquire knowledge the process of weight updating is referred to as a learning process. One says that a neuron is undergoing a learning process when W is being updated. Adalines are trained by an online learning process based on the ∆-rule, which is an error minimization algorithm. This is a very interesting subject in the field of neural networks that is better studied and explained in works specifically related to the theory of neural networks. An accurate and deep insight into this subject is not in the scope of this text. For the purposes of this paper it is enough to know that the ∆-rule is given by equation (1), where the index k corresponds to the instant kT (T is the sampling interval of the ∆-rule algorithm), α is the learning rate of the neuron, ε is the error between the output of the neuron and the desired output (ε = yd - y), and X(k) is the input vector. W ( k +1 ) = W ( k ) + αε X( k ) T X ( k )X ( k ) (1) The learning rate α is an important parameter. A high value of α increases the learning speed of the adaline but cannot warranty an accurate learning (i.e. the minimum error between the output and the desired output may be too high). A small value of α, on the other hand, decreases the learning speed but can provide a small convergence error. Generally the value of α is chosen on an empiric basis [7]. More elegant methods for the determination of α do exist, but they do not apply to all practical situations. Reference [7] shows how α can be mathematically calculated for an adaline with random inputs, which of course is not the case of the adaline studied in this paper. For most applications α can be empirically determined without loss of scientific rigour. Fig. 2: Fourier series with adaline. adaline gets (after a brief adapting process) a small error ε and a quasi-stationary vector W. When the error becomes minimum one says that the adaline is trained or adapted. When the waveform of the signal yd is modified the adaline undergoes another training process so that it can learn again how to reproduce yd. When the error becomes again minimum the adaline gets adapted to the new condition. Whenever a steady state condition is reached the adaline is adapted and y ≈ yd. The adaptive behavior of the adaline can be used to determine the approximate Fourier series of the signal yd. This can be achieved if the inputs of the adaline are trigonometric time functions with fundamental and harmonic frequencies. Fig. 2 shows how this is done. The truncated Fourier series of the time function y ≈ yd is given by equation (2). This series contains N oscillatory components and one constant component. The trigonometric functions have angular frequencies nω, where n is the harmonic order (n=1 corresponds to the fundamental frequency). N y d ( kT ) ≈ A0 + 24 n ) (2) Equation (2) may be rewritten as (3), where every oscillatory component is expressed as a sum of two orthogonal trigonometric functions. Because the compensation method is supposed to be implemented in digital processors it is convenient to write (2) and (3) in their discrete forms, where the index k corresponds to the time instant kT. The sampling interval T is the same used in the ∆rule of equation (1). y d ( kT ) ≈ A0 + N ∑ A sin( nωkT ) +∑ B n n =1 In the previous section one learned that the weights of the adaline are updated with the ∆-rule so that the error ε becomes and remains minimum. As a consequence of a low ε (when the adaline is said to be converged) the output y of the adaline follows the desired output yd. If yd is a time-varying signal the adapting or learning process must be carried in real time and must be fast enough in order to produce a small error at every time instant. If yd is a periodic signal the n n =1 N III. ADAPTIVE FOURIER SERIES ∑ C sin( nωkT + ϕ n cos( nωkT ) (3) n =1 When the adaline of Fig. 2 is used to determine the Fourier series of yd the weight vector W undergoes an adaptive updating process with the ∆-rule of (1). If the error ε is sufficiently small the components of the weight vector are approximations of the coefficients of the truncated Fourier series of the time function yd. For simplicity the input vector X (in the discrete form) and the weight vector Eletrônica de Potência - Vol. 10, nº 1, Junho de 2005 W are written in equations (4) and (5). The meaning of the angle φv which appears in (4) is explained in next section. X = [1 sin( ωkT + ϕ v ) cos( ωkT + ϕ v ) sin( 2ωkT ) cos( 2ωkT ) L sin( NωkT ) cos( NωkT )]T W = [ A0 A1 B1 A2 B 2 L AN B N ]T (4) W TX = (5) IV. SELECTIVE COMPENSATION The compensation method proposed in this paper is capable to selectively compensate harmonic currents generated by three-phase nonlinear unbalanced loads in fourwire systems. Because the compensation is achieved disregarding the displacement angle of each individual harmonic component, both active and reactive harmonic currents are compensated. The proposed method also compensates the fundamental reactive and the zero-sequence currents originated by the unbalanced load, thus providing sinusoidal balanced currents with null displacement angles at the point of common coupling of the active filter with the electric system. The complete compensation scheme is presented in Fig. 3. This scheme is based on three adalines that determine the Fourier components of the three-phase load currents iLa , iLb and iLc. The errors εa , εb and εc are the differences between the Fourier approximated currents, which are the outputs of the neurons ( î La , î Lb and î Lc ), and the measured load currents ( i La , i Lb and i Lc ). Each adaline of the scheme of Fig. 3 provides a timevarying sum with the Fourier components of the estimated current. This sum is the product WTX seen in (6). A0 + A1 sin( ωkT + ϕ v ) + B1 cos( ωkT + ϕ v ) + + A2 sin( 2ωkT ) + B2 cos( 2ωkT ) + L (6) L + AN sin( NωkT ) + B N cos( NωkT ) The angle ϕv which appears in equations (4), (6) and (7) corresponds to the displacement of the phase voltage. This angle must be correctly adjusted according to the phase where the adaline is employed. When ϕv is properly set the 2nd and the 3rd elements of WTX are the two components of the fundamental phase current, both referenced to the angle of the respective phase voltage. The selective harmonic compensation is achieved by selecting elements of the sum WTX of each adaline. These elements are used in (7) to determine the three-phase preliminary compensation currents (i'Ca , i'Cb and i'Cc). In (7), for instance, only the 3rd, 5th, 7th, 9th and 11th harmonic components are selected. i'C {a ,b ,c} = A0 + A1 sin( ωkT + ϕ v ) + B1 cos( ωkT + ϕ v ) + + ∑ An sin( nωkT ) + ∑ Bn cos( nωkT ) n =3 ,5 ,7 ,9 ,11 n =3,5 ,7 ,9 ,11 iC {a ,b ,c} = iC' {a ,b ,c} − i{a ,b ,c}1 Eletrônica de Potência - Vol. 10, nº 1, Junho de 2005 (8) In equation (8) the fundamental components are subtracted from the preliminary compensation currents, yielding iCa , iCb and iCc , which are the compensation currents of the active power filter. A adaline i{a ,b ,c}1 = u {a ,b ,c} 1 1 Fig. 3: Adaline-based four-wire current compensator. (7) a + A1 adaline 3 b + A1 adaline c (9) The fundamental currents (that must not be compensated) are determined by equation (9), where fundamental unitary voltage signals are multiplied by the average of the fundamental active (non-displaced with reference to the phase voltage) load current amplitudes (A1 terms) determined by the adalines. Signals ua1, ub1 and uc1 have unitary amplitudes and are provided by a phase-locked loop (PLL) system, as shown later. The compensation currents calculated by equation (8) are used to determine the positive- and negative-sequence compensation currents of the active filter expressed in α and β variables, according to Fig. 4. If neutral currents are present in the system (originated by unbalanced loads) the compensation currents must have a zero-sequence component, which is directly obtained from the load currents (see Fig. 4) with equation (10). Currents iCα , iCβ and iC0 shown in Fig. 4 are the final compensation currents of the active filter expressed in αβ0 variables. The power invariant abc → αβ0 transformation used in this work is show in equation (A.1). 25 Fig. 4: Insertion of the zero-sequence component. iC 0 = i L 0 = 1 3 (i La + i Lb + i Lc ) (10) It is very convenient to have the compensation currents expressed in αβ0 variables because the current controller (explained in a further section) used in this research is based on the stationary αβ0 reference frame. Of course the compensation currents may be optionaly expressed in abc variables. V. FOUR-WIRE SHUNT ACTIVE FILTER A. General scheme Fig. 5 shows the scheme of the shunt active power filter for three-phase four-wire systems studied in this research. It is basically composed of a current control system (whose main part is the current controller) and the selective current compensator based on adalines described in the previous section. The voltage controller is used to regulate the voltages VC1 and VC2 of the DC link capacitors, which must be kept constant and equalized. Fig. 5: Four-wire shunt active power filter. B. Current control system The current control system of the active power filter is composed of a three-leg voltage source inverter (VSI), a twocapacitor DC bus with neutral connection and a current controller (implemented with a DSP - digital signal processor). Fig. 6 shows the structure of the VSI. Fig. 7 shows the scheme of the current controller, which employs three proportional and integral (PI) regulators to control the compensation currents in the αβ0 reference frame. The control equations of the scheme of Fig. 7 are found in (11) and (12). One should notice that neither signals ∆iCα , ∆iCβ and ∆iC0 (provided by the voltage controller) nor constants k1 and k2 are shown in Fig. 7. Constants k1 and k2 must be used so that the signals processed by the control equations have unitary amplitudes, which is necessary to correctly scale the outputs of the PI regulators, since the 3-D SVPWM modulator works with unitary inputs. Fig. 8 shows the simplified scheme of a 3-D space vector pulse-width modulation (SVPWM) modulator. iC* α ∆iCα iCα ε α ε = k i* − ∆i − k i β 1 Cβ Cβ 2 Cβ i* ∆i iC 0 ε 0 C0 C0 u α u = k + k i β p s u 0 26 ε α ε β ε 0 Fig. 6: Three-leg VSI with neutral connection. Fig. 7: Current controller with PI regulators. (11) (12) Fig. 8: Scheme of a 3-D SVPWM modulator. Eletrônica de Potência - Vol. 10, nº 1, Junho de 2005 Equations (13) and (14) show a simple rule for the determination of the proportional and integral gains of (12), where kpwm is the gain of the VSI inverter with 3D-SVPWM, ω c is the closed-loop crossover frequency, and φm is the margin phase. The parameters of Table 1 were used to adjust the PI regulators. k p = ( ω c L ) ( k pwm k 2 ) ki = k pωc tan φm (13) Fig. 9: Two-layer neural network used to replace the 3-D SVPWM algorithm. (14) TABLE 1 L VDC 2 mH 300V ωc 9.4248e+003 rad/s k2 k pwm 0.1 (*) φm 244.949 1.2217 rad (*) = (V DC 2 ) ( 6 4) The 3-D SVPWM modulator used in this current controller is based on a two-layer feedforward neural network. There would not be enough space in this paper to present a full discussion about 3-D SVPWM. References [10-11] present a detailed study about the design and the implementation of a four-wire current controller with 3DSVPWM. Fig. 9 shows a two-layer feedforward neural network (which is quite different of the adaline) that can entirely replace the modulation algorithm of Fig. 8. The neural network of Fig. 9 is of the offline trained type (different of the adaline). Reference [10] describes the design and the training process of this neural network. After trained it can be easily implemented on a digital processor with equations (15) and (16). − 2865 2365 802 905 15086 3409 1067 u 5839 − 309 − 427 − 581 α − 1037 uβ + Y1 = 697 4180 2714 634 u 375 285 0 − 167 727 908 1730 9067 1888 (15) Fig. 10: Voltage controller. C. Voltage controller The signals ∆iCα , ∆iCβ and ∆iC0 are subracted from the reference compensation currents of the current controller (iCα , iCβ and iC0). These signals are generated by the voltage controller for the maintenance of the voltage levels of the DC bus. Signals ∆iCα and ∆iCβ control the amplitudes of the positive- and negative-sequence components of the fundamental current of the active filter (and consequently of the source). The regulation of these amplitudes permits to control the voltage levels of the capacitors in order to keep them approximately constant. The regulation of the zerosequence current of the active filter with ∆iC0 permits to equalize the voltages of the capacitors C1 and C2. The voltage control equations are found in (17) and (18). Fig. 10 shows the scheme of the voltage controller. ∆iCα ki ∆i = k p + s Cβ 351 − 266 − 497 − 1699 5062 911 1289 2088 t a t = − 1201 − 589 1063 Y 1 + 471 b 2947 4478 4459 1219 t c − 939 − 1266 − 1009 − 1630 9323 1936 1087 1773 Eletrônica de Potência - Vol. 10, nº 1, Junho de 2005 ( * V DC − V DC ) uuα 1 β1 k ∆iC 0 = k p + i (VC1 − VC 2 ) s (16) (17) (18) V. SYNCHRONIZATION WITH PLL A PLL appears in the schemes of the current compensator and of the voltage controller (figures 3 and 10). This PLL is used for the synchronization of the active power filter control 27 (which includes current compensator, current controller and voltage controller) with the voltages of the electric source. In this work a one-phase PLL is used to generate three sinusoidal signals (ua1 , ub1 , uc1) from the analysis of the phase-to-neutral voltage va. Fig. 11 shows the scheme of the PLL (implemented on a digital signal processor) which is a very simplified version of the PLL found in reference [12]. Indepth information about theory and operation of this PLL system may be found in [12]. Signals ua1, ub1 and uc1 have unitary amplitudes and are used in the adaline-based current compensator to extract the fundamental active components from the preliminary compensation currents. They are also used in the voltage controller to regulate the fundamental currents of the source and of the active filter. The angle θ =ωt is used for the generation of the input vectors of the adalines (as seen in figures 2 and 4). This angle is synchronized with the angles of the source voltages, which makes the compensation of the active filter immune to frequency deviations since the adalines are capable to readjust their weight vectors whenever a new frequency condition is detected. When the frequency of the voltage source changes the input vector suffers modifications, which leads to a new (and brief) adapting process and consequently to a new set of weights. Furthermore, because the adalines are synchronized with the fundamental voltage signals ua1, ub1 and uc1 the compensation system is immune to voltage distortions. It is capable to provide sinusoidal and non-displaced currents at the electric source whatever are the waveforms of the phase voltages. Fig. 12: Phase and neutral currents generated by a nonlinear load. VI. SIMULATION RESULTS This section shows results of a shunt active power filter simulated with Matab/Simulink. Fig. 12 shows the load currents, Fig. 13 shows the compensation currents and Fig. 14 shows the compensated currents at the voltage source. Fig. 15 shows what happens when a load change occurs in phase a: the adaline suffers a new adapting process and reaches a new steady state after a short period of time. Fig. 11: Simplified one-phase PLL. 28 Fig. 13: Compensation currents of the active power filter. Fig. 14: Compensated currents at the source. Eletrônica de Potência - Vol. 10, nº 1, Junho de 2005 Fig. 17: Load current, compensation current and compensated current at the voltage source (3A/div – 5ms/div). Fig. 15: Behavior of the adaline with load change: iLa , îLa , ε. TABLE 2 Total Harmonic Distortion (%) Load current Compensated current simulated experimental 19.41 8.24 22.3 10.45 VII. EXPERIMENTAL RESULTS The small peaks of the compensated currrent at the instants of load current transitions (i.e. when the rise and fall rates of the load currents are high) are primarily due to the fact that the compensation current does not (intentionally) contain higher harmonic components. Fig. 18 shows the neutral current originated by the load (top), the neutral current of the active power filter (center) and the compensated neutral current of the source (bottom). Fig. 19 shows the spectra of the load current (with several odd harmonic components), of the compensation current (with selected components only: 3rd to 11th), and of the compensated current. Fig. 16 shows a picture of the experimental set-up of a four-wire shunt active power filter built in laboratory. The three-phase VSI is visible on the right top corner of the figure. At the center of the figure one sees the evaluation board with the TMX320F2812 fixed-point digital signal processor used in the implementation of the control algorithms. Fig. 17 shows the load current originated by a three-phase rectifier with diodes feeding a resistive load (top), the compensation current generated by the active filter (center) and the compensated current at the source (bottom). Fig. 18: Load neutral current, active filter neutral current and compensated source neutral current. (3A/div – 5ms/div) Fig. 16: Experimental setup of a shunt active power filter. Eletrônica de Potência - Vol. 10, nº 1, Junho de 2005 Fig. 19: Frequency spectra. (40dB/div – 250Hz/div) 29 VIII. CONCLUSION This paper presents an alternative method for the control of a three-phase four-wire shunt active power filter employing neural networks. A simple and efficient four-wire selective current compensation strategy based on adaptive linear neural networks was studied and succesfully implemented on a fixed-point digital signal processor. In this compensation method harmonic components may be individually selected, avoiding excessive and unnecessary stress of the power converter. The theoretical complexity of this method is reasonably low, thus great programming effort is not required. Moreover its complexity and its computational burden are much smaller than those of the method proposed in [5], where many sine and cosine calculations and several other operations need to be performed. The compensation currents are injected into the electric system by a current controller whose pulse width modulation algorithm is based on a feedforward neural network, which allows easy implementation and fast execution of the current control algorithm. Altough other methods for the control of active filters are widely known, this work shows that neural networks are an interesting subject for research and for efficient application in power electronics. ACKNOWLEDGMENTS The authors are grateful to Dr. Fernando P. Marafão for his helpful and important comments, suggestions and assistance. The authors also thank Semikron (who kindly donated the 6 kW VSI used in the experimental set-up), and Texas Instruments (for the donation of the TMX320F2812 evaluation board). This work was supported by FAPESP (process number 02/05718-2). APPENDIX iα i = β i0 −1/ 2 −1/ 2 1 2 0 3 / 2 − 3 / 2 3 1 / 2 1 / 2 1 / 2 i a i b ic (A.1) REFERENCES [1] R. El Shatshat, M. Kazerani, and M. M. A. Salama, “Modular approach to active power-line harmonic filtering”, in Proceedings of the 29th Annual IEEE Power Electronics Specialists Conference (PESC), vol. 1, pp. 223-228, 1998. [2] M. Rukonuzzaman and M. Nakaoka, “Adaptive neural network based harmonic current compensation in active power filter”, in Proceedings of the International Joint Conference on Neural Networks (IJCNN), vol. 3, pp. 2281-2286, 2001. 30 [3] J. R. Vazquez and P. Salmeron, “Active power filter control using neural network technologies”, in IEE Proceedings - Electric Power Applications, vol. 150, no. 2, pp. 139-145, 2003. [4] F. P. Marafão, P. Mattavelli, S. Buso and S. M. Deckmann, “Repetitive-based control for selective active filters using discrete cosine transform”, Revista da Sociedade Brasileira de Eletrônica de Potência, vol. 9, no. 1, pp. 29-36, 2004. [5] P. Mattavelli and S. 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Ruppert F., “Current controller with 3-D SVPWM for 3-phase 4-wire active filters”, IASME Transactions, vol. 1, no. 2, pp. 259-264, 2004. [12] F. P. Marafão, S. M. Deckmann, J. A. Pomilio and R. Q. Machado, “A software-based PLL model: analysis and applications”, in XV Congresso Brasileiro de Automática (CBA), 2004. ABOUT THE AUTHORS Marcelo Gradella Villalva graduated in electrical engineering at the University of Campinas (UNICAMP) in 2002. He received his master’s degree and now pursues doctoral studies, both at UNICAMP. Dr. Ernesto Ruppert Filho graduated in electrical engineering at the University of Campinas (UNICAMP) and received his master's and his doctorate in 1971, 1974, and 1983 respectively. Since 1972 he has been with UNICAMP as a faculty member and as a researcher. His widespread research interests include power electronics, superconductors, power systems, distributed generation, electric machines, and motor drives. Eletrônica de Potência - Vol. 10, nº 1, Junho de 2005 STUDY AND IMPLEMENTATION OF THE PASSIVE-BASED CONTROL LAW FOR THE BOOST INVERTER Nimrod Vázquez, Claudia Hernández, Elías Rodríguez, Jaime Álvarez*, Jaime Arau** Instituto Tecnológico de Celaya Electronics department Celaya, Gto, Mexico [email protected] *CINVESTAV Electric department, Mecatronics Section Mexico, D.F, México [email protected] Abstract – The passivity-based control has been proposed to control different non-linear systems, but practical implementation aspects have not been discussed on most of them. One of those systems is the buck inverter. In some applications it is necessary the boosting capability additionally to the inversion capability, therefore a boost inverter has been proposed in those cases, since the buck inverter does not have those capabilities. In this paper the practical implementation of the passivity-based control for the boost inverter is discussed in some detail, and a modified controller is proposed to overcome the implementation drawbacks. 1 Keywords - Boost inverter, Implementation, Passivity Nomenclature C - Capacitor of the current emulator d - Duty cycle e z1 - Output of the current emulator Gm - Maximum gain - Inductor current IL - Output current Io kp,ki - PI controller parameters Rn - Controller parameters R - Resistance of the current emulator - Control law un Va - Capacitor voltage Vin - Input voltage Vdc - Dc Component of the capacitor voltage Vop - Peak output voltage z1,z3 - Inductor current z2,z4 - Capacitor voltage - State error vector Z~ ~ z 2 - Capacitor voltage error Znd - Reference of the state variable I. INTRODUCTION The dc/ac conversion is widely used in many applications; two of these applications are the uninterruptible power supplies and the photovoltaic systems. In these two systems it is usually necessary the boosting capability, additionally to the inversion capability. One converter proposed for those applications is the boost inverter, since the traditional buck Manuscript received February 5th, 2005. First review April 14, 2005. Second review May 25, 2005. Recommended by Special Editors Marcelo G. Simões and Humberto Pinheiro. Eletrônica de Potência - Vol. 10, nº 1, Junho de 2005 **cenidet Electronics department Cuernavaca, Mor, México [email protected] inverter does not have those referred capabilities. The boost inverter can to boost and to invert at the same time [1-2]. The boost inverter is a complex system from the control point of view. This is because the converter must generate a sinusoidal output plus a dc component in each branch of the converter (tracking problem), and also the system is non minimum phase with respect to the variable to be controlled. It is a difficult task to control the converter. In [3-7] a sliding mode control and a double loop controller for the boost inverter have been proposed. In this paper a passivity based control scheme is studied to solve the tracking problem for the boost inverter. The system is non minimum phase if the voltage load is taken as the system output, then it could be controlled indirectly through the inductor current. The document also present how to tackle some practical implementation problem, this is made modifying the controller. The operation of the boost inverter, the analysis of the control strategy, and the design considerations that should be taken into account to implement the modified passivity-based control are discussed. In next section a boost inverter model is presented; in section three the passivity-based control is addressed, with the design considerations to implement the controller; in section four the simulation and experimental results are presented; and finally some conclusions will be given. II. THE BOOST INVERTER The boost inverter features an excellent property: it naturally generates an output ac voltage lower or larger than the dc input voltage, depending on its duty cycle [1-2]. This property is not found in the traditional full bridge inverter, which produces an instantaneous ac output voltage always lower than the input dc voltage as was mentioned before. The boost inverter achieves dc/ac conversion as follows: the power stage consists of two current bi-directional boost converters and the load is connected differentially across them (Fig. 1). These converters produce a dc-biased sinusoidal waveform (Fig. 2). The modulation of each converter is 180 degrees out of phase with respect to the other, which maximizes the voltage excursion over the load [1-2]. Considering the behavior before mentioned, the analysis of the converter in steady state is made. According to Fig 2, the branch voltage Va [4]: V (1) Va = Vdc + op Sin( wt ) 2 31 Where: V -DC Component Vin + op 2 -Output frequency (2πf ) - Peak output voltage Vdc w Vop The gain of the branch versus the duty cycle (d) is [4]: Va = Vin 1− d (2) This model permits to emulate every load and verify the performance at any load, because the load is modeled as a current source. In a previous paper it just has been modeled the converter for each branch and the load as a resistance, that model in consequence is incomplete because the load is not necessarily a resistance [3-7]. The two control variables u1 and u2 only affects two different state variables; u1 affects z1 and z2, and u2 affects z3 and z4, then the system is uncoupled. This is possible because the load is represented by a current source. The following system can be used just for controller design: Vin L 0 z&1 0 1 z1 0 C z + − 1 0 z (1 − u1 ) = − I &2 2 o Using (1) , (2) and knowing that Vo = 2Va − 2Vdc , the gain of the converter is obtained as: Or Vo 2d − G m (1 − d ) = Vin 1− d (3) Where: Gm -Maximum gain ( Vop /Vin ), d -Duty cycle The inductor current as a function of the duty cycle is [4]: IL = Io 1 1− d (4) Where: Io - Output current With (2) and (4) is obtained that: IL = Io Va Vin (5) Where: z1 z2 u1 Vin (6) DB Z& + J B Z (1 − u1 ) = E - Inductor current - Capacitor voltage - Control law - Input voltage From (6) it can be observed that if either z1 or z2 is the output, then the relative degree of the system is one. Model (6) is a bilinear non-minimum phase system if z2 is taken as the output. It is well known that exact tracking can not be achieved by a non-minimum phase system because any control law would render the closed loop system unstable. As it was mentioned before the inductor current depends on the load, then to control the converter with passivity based controller is relatively complex; also as the output voltage is not controlled directly, the parasitic resistance or losses must be considered at the control law. This paper presents a method to implement the passivity-based controller considering these facts. Va (volts) It is important to notice that the inductor current has a non-conventional form (Fig. 3), and also depends on the load (I0). The variable to control is the capacitor voltage following a sinusoidal trajectory. A. System modeling For control purposes it is necessary to obtain the model of the system to be controlled. Fig. 4 shows the simplified circuit used for the boost inverter. For modeling purposes it is assumed that all the components are ideal and the circuit operates in continuous conduction mode. Va + Vb Vo 200 160 120 80 40 Vdc 0.01 S2 L C 200 160 200 100 S1 Vin S3 Fig. 1. Boost inverter. 32 C 0.02 0.03 t (seg) Vop 120 80 40 S4 L 0.03 t (seg) Vb (volts) 0.01 Load 0.02 Vo= Va -Vb (volts) Vop 0 0.01 0.02 0.03 t (seg) Fig. 2. Output voltage for each dc-dc converter. Eletrônica de Potência - Vol. 10, nº 1, Junho de 2005 passive, iii) Found the control law that makes the system follows the error system proposed. The first step has been made in the previous section, for the second step the passive error system proposed is [8]: ~& + (1 − u ) J Z ~+R Z ~=0 DB Z 1 B Bd (7) Where: Fig. 3. Inductor current form: resistive load. + V0 Carga ( Io ) C1 + Z1 u1 = 0 Z2 + u1 = 1 L1 V in L2 Z3 u2 = 0 u2 = 1 C2 + Z4 Fig. 4. Simplified circuit of the boost inverter. III. THE PASSIVITY BASED CONTROL The passivity theory is related to the energy dissipation of physic systems. A passive system is relatively easy to control in the sense that the system is naturally stable [8]. This property makes the passivity-based controller an interesting option, but it has some inconveniences when it is implemented. At difference with the Sliding Mode Control (SMC) the passivity based controller naturally assures stability, due to the properties of the passive systems [8]. The SMC is based on a sliding surface, the system is obligated to remain into the sliding surface; and then the stability analysis must be done to assure that the system will reach the equilibrium point. The passive based controller starts with a stable system to find the control law. The system to be controlled, equation (6), is naturally not passive, but through the control law the system becomes passive. The motivation is to assure the stability obligating to the system to has the behavior of a stable passive system, then the control law is chosen with the purpose to obtain a stable passive system behavior. It is important to remark that both controllers offer to the system a good dynamic response. Despite of the good characteristics of the passivity based controller, it has some inconveniences when it is implemented, which it is discussed in this paper. A. Obtaining the passive-based control law Summarizing, the passivity control law can be obtained by the next steps: i) Obtain the system model, ii) Propose an error system with the desired dynamic, this system must be Eletrônica de Potência - Vol. 10, nº 1, Junho de 2005 0 R , , , R Bd = 1 R1 > 0 R 2 > 0 0 R2 ~ Z - Error vector of the state variables ~z - Capacitor voltage error ( z 2 − z 2 d ) 2 Rn - Controller parameters The conditions R1 > 0 and R 2 > 0 , must be fulfilled in order to assure the stability, these terms are the dissipative elements that permit to the system becomes passive (controller parameters). A stability proof of this passive error system is made in chapter 4, section 3.3 of the reference [8]. In the third step the control law is obtained. The reference system is obtained using (6) and (7) resulting: Lz&1d + (1 − u1 ) z 2 d − R1 ( z1 − z1d ) = Vin Cz& 2 d − (1 − u1 ) z1d − R 2 ( z 2 − z 2 d ) = − I o (8) Where: z1d - Inductor current reference z2d - Capacitor voltage reference - Control law u1 From (8) the following control law is obtained: u1 = 1 − Vin + R1 ( z1 − z1d ) − Lz&1d z 2d (9) It is important to note that there are not singularities in the control law despite that z 2 d is at the denominator of (9). z 2 d is the capacitor voltage reference, and this voltage must be like the desired capacitor voltage (Va) shown in Fig. 2; this voltage is always higher than zero volts and higher than the input voltage, this is because the dc/dc boost converter can not produce a voltage lower than the input voltage. The control law should include the input voltage to eliminate perturbations at the output voltage due to this variable. As the inductance is too small this term was neglected. The controller parameter is used to adjust the system performance. The control law depends on the inductor current reference, and as it was mentioned before, that reference changes with the load. To avoid the generation of the reference current an emulator is used. To emulate the current error the solution of the following differential equation is used (Fig 5): eZ d eZ1 = z&1 − 1 dt RC (10) 33 MC1495 Where: e z1 - Output of the current emulator R, C - Parameters of the current emulator - As the controller does not operate directly with the output voltage, an error related with the parasitic elements may occur, even worst as a tracking is performed. To eliminate that problem another loop is added to the term Vin of the control law: Where: ~z 2 A= kp *~ z 2 + k i * ∫ ~z 2 dt z 2d ∫ e z1 Fig. 5. Error emulator. + Inductor current Filtered current Fig. 6. Inductor error current emulator. 34 Fig. 7. Basic divisor circuit. +15 + + +15 (12) S2 +15 - To sintonize the controller parameters has four steps: first cancellate the kp and ki parameters, and increase R1 until the output becomes the desired sinusoidal output; this is made at no load. As second step, connecting the load, increase the kp until the steady state error is almost eliminated. As third step increase the ki parameter to have a better response; it is important to note that in this controller the steady state error is eliminated with kp. And finally RC is a constant time chosed according to the switching frequency (fs), that is RC = 1 (0.2πf s ) . Vz Z2d - The output of the error current emulator is obtained from (10), this is made with the circuit of the Fig 6. z1 Vo = k +15 Vin + k p * ~ z2 + ki * ∫ ~ z 2 dt + R1 e Z1 _ + + PWM The implemented control law is then: 1 RC Vz (11) -Error of the capacitor voltage ( z 2 − z 2d ) u1 = 1 − Z2d X + + S1 Fig. 8. Dead time circuit. B. Experimental circuits The controller was built experimentally; some important practical circuits to implement it are the high pass filter (current emulator), the divisor, the PWM generator and the dead time generator. The error current emulator is made with a high pass filter (Fig. 6), this simple circuit permits eliminate the generation of the inductor current reference. For the divisor circuit a multiplier in configuration as divider is used (Fig 7), the multiplier used for this purpose is the MC1495 integrated circuit. For the pulse with modulator (PWM) generation the TL494 integrated circuit is used. The control law discussed in the previous section is introduced in this circuit to obtain the pulses that determine the turn off and turn on of the boost inverter semiconductors. Inverter topologies always need a dead time generator for the semiconductors of the inverter branches, in order to avoid a short circuit on the branch. The circuit used for this purpose is shown in Fig 8; just one integrated circuit is used for this purpose (LM339). To turn on and turn off properly the semiconductors a gate driver must be used for each one. The gate driver used is the M57959L of POWEREX. This circuit includes protection of malfunction and over stress. IV. SIMULATION AND EXPERIMENTAL RESULTS Some simulation and experimental results of the converter are shown in Figs. 9-12. The converter parameters are Vin= 50V, Vo=120Vac (Gm≈ 3.4), L=360µH, C= 27µF and Po=300VA. The simulation results of the converter are shown in Fig. 9, the output voltage and current are shown under a load variation, also the capacitor voltage, the input voltage and the control law. Eletrônica de Potência - Vol. 10, nº 1, Junho de 2005 The experimental results are shown in Figs. 10-13. These experimental results of Figs. 10 and 11 were made with a resistive load at 150W. In Fig. 10 it is shown the capacitor voltage, and the input voltage without compensation of the parasitic elements. As it can be observed the voltage is distorted, and so the output voltage is also distorted. In Fig. 11 it is shown the output voltage with the compensation of the parasitic elements, as it can be observed the voltage is not distorted. The compensation is made including (11) to the control law, that is (12) is used. In fig 12 is shown the performance of the prototype under load variations, as it can be observed the system has a good performance. The load changes from 20% to 80% of the total power, the total power is 300W. Fig. 11 Output voltage. System with compensation of the parasitic elements. Fig. 9 Simulation results under load variation. Fig. 12 Inverter under load variation: Top to down: Branch voltages, Output voltage and output current, with compensation of the parasitic elements. Fig. 10 Top to down: Capacitor voltage, input voltage. System without compensation of the parasitic elements. Eletrônica de Potência - Vol. 10, nº 1, Junho de 2005 Fig. 13 Inverter under input voltage variation: Top to down: Branch voltage, Input voltage, Output voltage and output current. 35 REFERENCES Fig. 14 Photo of the passivity based controller. Fig. 15 Photo of the complete system. In Fig 13 it is shown the performance of the system under an input voltage variation at full load. The input voltage changes from 50V to 45V. A good response is observed, no distortion is observed at the output voltage. In Fig 14 and 15 is shown a photo of the implemented prototype. One of them is the controller and the other one is the complete system. The THD at full load for the output voltage is 3.5% V. CONCLUSIONS In this paper a boost inverter is analyzed using a passivity based controller. The boost inverter is used in uninterruptible power supplies and photovoltaic systems when it is necessary to boost the input voltage additionally to the inversion capability. The converter is a non-minimum phase system with respect to the variable to be controlled. Then the tracking problem makes the task much more difficult. In this paper the passivity based control with the tracking problem at the boost inverter is analyzed, and a modified controller is proposed. The analysis, operation, simulation and experimental results are presented. ACKNOWLEDGEMENT The authors wish to acknowledge to CoSNET that sponsored this project. [1] R. Cáceres, I. Barbi. “A boost dc-ac converter: operation, analysis, control and experimentation”, Proceedings of the international conference on industrial electronics, control and instrumentation IECON 95, pp 546-551. [2] N. Vázquez, C. Aguilar, J. Arau, R. Cáceres, I. Barbi, J. Alvarez. “A Novel Uninterruptible Power Supply System with Active Power Factor Correction”, IEEE Transactions on Power Electronics. Vol 17. pp 405412. Mayo 2002. [3] I. E. Colling, I. Barbi, “ A reversible step-up voltage source inverter controlled by sliding mode”. IEEE Power Electronics Specialists Conference -PESC’99, pp. 538 – 543. [4] N. Vazquez, J. Alvarez, C. Aguilar, J.Arau. “Some critical aspects in sliding mode control for the boost inverter” IEEE International Power Electronics Conference CIEP’98, pp 76-81. [5] R. Caceces, I. Barbi “Sliding mode controller for the boost inverter” IEEE International Power Electronics Conference CIEP’96, pp 247-252. [6] R. Fuentes, H. Pinheiro. “Non-isolated singele phase UPS based on step-up converters”. IEEE International Power Electronics Congress -CIEP’00, pp. 353 – 358 [7] P. Gurpide, O. Alonso, L. Marroyo, T. Meynard, E. Lefeuvre. “A new control strategy for the boost inverter” IEEE Power Electronics Specialists Conference PESC 2001, pp 974-979. [8] R. Ortega, A. Loria, P. Nicklasson, H. Sira. Passivitybased control of Euler-Lagrange Systems. Ed. Springer, 1998. BIOGRAPHIES Nimrod Vázquez was born in México DF, México, in 1973. He received the B.S. in electronics engineering from the Instituto Tecnológico de Celaya, México in 1994, the M. Sc. degree in electronics engineering and the Dr. Ing degree from the National Center for Research and Technological Development (CENIDET), México in 1997 and 2003 respectively. From 1994 to 1995, he was in the Research Technological Teaching Program of the Electrical Research Institute (IIE), Cuernavaca, México. In 1998, he is joined the ElectronicsEngineering Department, Instituto Tecnológico de Celaya. Dr Vázquez served as General Chair of CIEP’04 which took place in Celaya, Mexico in 2004 Claudia Hernández was born in Salamanca, Gto. México, in 1971. She received the B.S. in Electronics Engineering from the Instituto Tecnológico de Celaya, México in 1995, and the M. Sc. degree in Electronics Engineering from National Center for Research and Technological Development (CENIDET), México in 2000. Since 1998, she is joined to the Electronics-Engineering department of the Instituto Tecnológico de Celaya. Elias Rodriguez was born in Mexico in 1972. He received the B.Sc. degree in electronic engineering from 36 Eletrônica de Potência - Vol. 10, nº 1, Junho de 2005 Universidad Autonoma Metropolitana (UAMAzcapotzalco), D.F., Mexico, the M.Sc. in electronic engineering from the Centro Nacional de Investigacion y Desarrollo Tecnologico (CENIDET), Cuernavaca, Morelos, Mexico and the Ph.D. in electronic engineering from the Centro Nacional de Investigacion y Desarrollo Tecnologico (CENIDET), Cuernavaca, Morelos, Mexico, in 1994, 1996 and 1999 respectively. From 1999 to 2001, he was a Researcher of the Electronic Department at the Instituto Tecnologico de Celaya, Celaya, Guanajuato, Mexico, where he conducted industrial sponsored research projects, including design and control of new technologies on AC/DC converters, DC/DC converters and electronic ballast. From 2001 to 2003, he was a Senior Engineer in the Magg Iluminación, Naucalpan, Estado de Mexico, Mexico, where he designed and developed electronic ballasts for linear, circular and compact fluorescent lamps. He is currently a Professor and Researcher of the Electronic Department at the Instituto Tecnológico de Celaya, Celaya, Guanajuato, Mexico, where he teaches and conducts research in the area of power electronics. Jaime Alvarez was born in Tampico, Mexico. In 1973 he received the B.S. degree in electronics engineering form the National Polytechnic Institute of Mexico (IPN) and the M. Sc. and Ph. D. degrees in electrical engineering, both at the Center for Research and Advanced Studies, (CINVESTAV), in 1974 and 1978, respectively. He has been head of the Automatic Control Section at CINVESTAV (1983-1985), head of the Department of Electrical Engineering also at CINVESTAV (1992-1996) and Director of the School of Interdisciplinary Engineering and Eletrônica de Potência - Vol. 10, nº 1, Junho de 2005 Advanced Technologies of the IPN (1997-2000). He also held the position of Visiting Professor at the Imperial College of Science and Technology (1985-1986) in London, England. Since 1976 he has been professor at the CINVESTAV in the Department of Electrical Engineering. Prof. Alvarez is also a National Researcher of the System of National Researchers. Prof. Alvarez is a member of the Mexican Academy of Sciences and of the Mexican Academy of Engineering. Jaime Arau was born in Veracruz, Mexico, in 1960. He received the B.Sc. degree in electronic engineering from the Instituto Tecnologico de Minatitlan, Mexico, and the Ph.D. degree in electrical engineering from the Universidad Politecnica de Madrid, Spain, in 1982 and 1991, respectively. Currently, he is a Full-Time Professor and vice Director for Academic and Research affairs at the Centro Nacional de Investigacion y Desarrollo Tecnologico (CENIDET), where he reaches and conducts research in the power electronics area. His fields of interest are power-factor correction, electronics ballasts, and other topics related to power electronics in which he has published more than 100 articles in international journals and major conferences and conducted 30 MSc and 5 PhD theses and he has a couple of patents under review. Inside IEEE, Dr Arau received in 2000 the 3rd Millenium Medal and he has served in different positions as the founding president of the Morelos Section Power Electronics Chapter, PELS Chapters Chair and AdCom Member, as well as the General Chair of PESC'03 which took place in Acapulco, Mexico in 2003. He is also the founding president of the Mexican Society of Power Electronics-SOMEP. 37 38 Eletrônica de Potência - Vol. 10, nº 1, Junho de 2005 PROCEDIMENTO DE PROJETO DE CONTROLADORES REPETITIVOS PARA O ESTÁGIO DE SAÍDA DE FONTES ININTERRUPTAS DE ENERGIA Leandro Michels e Hilton A. Gründling Universidade Federal de Santa Maria Grupo de Eletrônica e Potência e Controle – GEPOC Av. Roraima, s/n, Campus Universitário, Camobi 97105-900, Santa Maria, RS, Brasil e-mail: [email protected], [email protected] - http://www.ufsm.br/gepoc Resumo - Este artigo apresenta um procedimento de projeto de controladores repetitivos em tempo discreto para inversores PWM monofásicos para aplicações em fontes ininterruptas de energia (UPS). O procedimento de projeto proposto é focado para uma classe de controladores repetitivos de estrutura simples, que são os mais freqüentemente empregados para a aplicação em questão. O princípio de funcionamento dos controladores repetitivos é discutido em detalhes, assim como as etapas de projeto para obtenção de um controlador estável em malha fechada com rápida taxa de convergência e pequeno erro em regime permanente para várias condições de carga. Para ilustrar o procedimento de projeto proposto, são apresentados exemplos de projeto de controladores repetitivos usando no laço de realimentação instantânea uma lei de controle do tipo proporcional-derivativa com alimentação à frente (PDfeedforward). Adicionalmente, são apresentados resultados experimentais, obtidos em protótipo de 1kVA para diferentes condições de carga, com o propósito de validar o procedimento proposto. Palavras-Chave – controle repetitivo, controle discreto, fontes ininterruptas de energia.1 DESIGN PROCEDURE OF REPETITIVE CONTROLLERS FOR THE OUTPUT STAGE OF UNINTERRUPTIBLE POWER SUPPLIERS Abstract – This paper presents a design procedure of discrete-time repetitive controllers for single-phase PWM inverters for UPS applications. The proposed design procedure is focused on a class of repetitive controllers with a simple structure, which are the most frequently employed in this application. The functioning principle of the repetitive controllers is discussed in detail, as well as the design steps to obtain a stable closed-loop controller with fast rate of convergence and small error in steadystate for several load conditions. To illustrate the proposed design procedure, some example of repetitive controllers have been presented using in the instantaneous feedback loop a PD-feedforward control Artigo submetido em 5/2/2005. Revisão em 12/4/2005. Aceito sob recomendação do editor Prof. José Antenor Pomilio. Eletrônica de Potência - Vol. 10, nº 1, Junho de 2005 law. Additionanlly, some experimental obtained in a 1kVA setup for different load conditions results have been presented in order to validate the proposed methodology. Keywords – repetitive control, uninterruptible power suppliers. discrete control, I. INTRODUÇÃO As fontes ininterruptas de energia (UPS - uninterruptible power suppliers) de dupla conversão têm sido amplamente utilizadas para proteger cargas críticas ante a falhas e interrupções na alimentação de energia. Para tanto, exige-se que as UPS de dupla conversão garantam o fornecimento de tensões de saída com elevada qualidade, ou seja, com forma senoidal, amplitude regulada e apresentando baixas taxas de distorção harmônica total (THD - total harmonic distortion) [1],[2]. Para se atender a estas especificações, normalmente são empregados inversores de tensão com modulação por largura de pulso (PWM – pulse-width modulation), pois estes apresentam elevada eficiência e confiabilidade, além de possibilitarem a obtenção de tensões de saída com reduzidas THD utilizando filtros de saída de tamanho e custos reduzidos. A resposta em freqüência dos inversores PWM normalmente apresenta uma significativa banda-passante, o que possibilita ser agregado ao inversor um circuito de realimentação para se garantir uma saída regulada e com rápida resposta transitória a distúrbios. Entretanto, as leis de controle usuais, que empregam laços de realimentação instantânea, apresentam desempenho insatisfatório quando a saída do inversor é conectada a cargas não-lineares com comportamento cíclico, tais como retificadores nãocontrolados e semicontrolados. Em muitos casos, não é possível se projetar um controlador que atenda às normas internacionais de THD<8% para cargas cíclicas [2], mesmo utilizando um filtro de saída que apresente baixa THD para cargas lineares. A solução mais usual é a de se projetar novamente o filtro de saída e a lei de controle para se reduzir a impedância de saída, o que implica em se redimensionar todo o inversor, cujas principais desvantagens são a elevação do custo, do peso e do volume do mesmo. Uma outra solução, mais simples e de menor custo é a utilização de controladores repetitivos para auxiliar os controladores instantâneos na rejeição de distúrbios periódicos [3],[4]. Para a maioria dos casos, o uso destes controladores possibilita uma suficiente redução na THD para distúrbios periódicos sem a necessidade de alterações no projeto inicial do filtro de 39 saída. Apesar desta última alternativa empregar uma lei de controle um pouco mais complexa, se observa que a implementação digital dos controladores repetitivos pode ser realizada, na maioria dos casos, com o mesmo circuito eletrônico utilizado para os laços de controle de realimentação instantânea [5]. Diversos tipos de controladores repetitivos foram desenvolvidos [6]. Dentre os vários tipos se destacam para as aplicações em inversores de tensão PWM os controladores baseados no princípio do modelo interno [7], sobretudo o controlador repetitivo tipo filtro Q. Este algoritmo é a escolha preferencial para a aplicação em questão por ser implementado com um código de baixa complexidade, apresentar reduzido tempo de execução e por convergir rapidamente para a solução. Entretanto, embora os controladores repetitivos auxiliares para aplicações em inversores para UPS serem bem conhecidos e utilizados [5],[8]-[12], não existe na literatura um procedimento sistematizado e generalizado de projeto destes controladores. Este artigo apresenta um procedimento de projeto para os controladores repetitivos discretos auxiliares do tipo filtro Q para inversores PWM utilizados no estágio de saída de UPS. A partir da análise de estabilidade, da rejeição a distúrbios periódicos e de convergência, é proposto um procedimento de projeto cujo propósito é o de se obter um controlador estável em malha fechada com um bom compromisso entre a taxa de convergência e resposta em regime permanente para os tipos de cargas mais usuais em UPS. O procedimento proposto pode ser empregado para projetar controladores repetitivos onde o filtro Q(z-1) possua resposta em freqüência constante ou do tipo passa-baixas com deslocamento de fase nulo, e onde o filtro C(z-1) possa ser tanto de resposta finita ao impulso quanto de resposta infinita ao impulso (vide Figura 2.b). Nesta proposta também é apresentada, em detalhes, uma metodologia para escolha do parâmetro d nos controladores repetitivos em que C(z-1)=zd. Esta estrutura é discutida com especial destaque por ser freqüentemente empregada nos controladores repetitivos para a aplicação em questão e por não existir na literatura um procedimento sistematizado de projeto para tal. Para validar o procedimento de projeto proposto, são apresentados exemplos empregando como lei de controle instantânea um PD-feedforward. Alguns resultados de simulação e experimentais são apresentados para mostrar o desempenho destes controladores diante de diferentes condições de carga. O artigo está organizado como segue. A Seção II descreve a planta considerada. A Seção III apresenta a estrutura da lei de controle com realimentação instantânea juntamente com o controlador repetitivo. A Seção IV discute e analisa o controlador repetitivo com a estrutura apresentada na Seção III. A Seção V apresenta um procedimento de projeto para os controladores repetitivos. Na Seção VI é mostrado um exemplo de projeto, cujos resultados de simulação e experimentais são mostrados na Seção VII e VIII, respectivamente. Finalizando, a Seção IX apresenta as conclusões do trabalho. II. DESCRIÇÃO DA PLANTA A estrutura do inversor de saída para aplicações em UPS é mostrado na Figura 1.a, onde o inversor de ponte completa, o 40 filtro LC de saída e a carga (representada pela impedância Z) são a planta a ser controlada. Q1 Q3 L rC C vab E b Q2 is rL a Q4 vs Z vs Acionadores Controlador digital (a) LL RS LL RL RL (b) (c) RL (d) CL (e) RL CL RL (f) Fig. 1. Estágio de saída de uma UPS monofásica. (a) Circuito do inversor de tensão PWM. (b)-(f) Cargas típicas empregadas em UPS. O modelo matemático do inversor é dependente da carga Z conectada na saída do inversor. Por esse motivo, vários modelos são empregados para descrever o inversor com as diferentes cargas apresentadas nas Figuras 1.b-f. Como hipótese para obtenção dos modelos, assume-se que o conversor é modulado por largura de pulso com uma freqüência de comutação muito maior do que a freqüência do sinal de referência e do que a freqüência natural do filtro. A partir da hipótese apresentada, pode-se descrever o modelo contínuo da planta para cargas lineares por: Z ( s ) (1 + rc Cs ) Y ( s) = 2 , (1) R ( s ) s X ( s ) + s ( L + rL rc C + Z ( s )C ( rL + rc ) ) + Z ( s ) + rL onde X(s) = LC(Z(s)+rC), sendo Z(s) a transformada de Laplace da impedância da carga Z, rL é a resistência do indutor, rC a resistência série equivalente do capacitor e Y(s) e U(s) são as transformadas de Laplace da saída y(t) = vs(t) e da entrada u(t) = vab(t), respectivamente. O comportamento da carga não-linear apresentada na Figura 1.d pode ser descrito por um modelo linear por partes, formado por dois modelos na forma mostrada (1). Em um destes modelos, considera-se que Z(s) = RL, para representar o comportamento quando o tiristor está em acionado, e outro onde Z(s) = ∞ quando o mesmo está desligado. As cargas retificadas mostradas nas Figuras 1.e e 1.f podem ser também descritas por modelos lineares por partes dados por (1), sendo um deles correspondente aos intervalos onde os diodos não conduzem (Z(s) = ∞) e o outro relacionado aos intervalos em que o retificador conduz, onde Z(s) = (RLRSCLs+RL+RS)/(RLCLs+1) para a carga da Figura 1.e. Entretanto, é possível se obter, neste caso, uma boa aproximação por um modelo linear para a planta. Analisando-se as cargas retificadas, se observa que CL tem por objetivo a filtragem da tensão retificada pelos diodos, sendo, por isso, sua capacitância normalmente superior a cinqüenta vezes o valor de C. Essa diferença de grandezas resulta em pólos cuja freqüência é muito inferior à do filtro de saída e à do sinal de referência. Além disso, para se obter Eletrônica de Potência - Vol. 10, nº 1, Junho de 2005 uma boa regulação na tensão de saída do retificador, é necessário que a ponte a diodos somente conduza por dois curtos intervalos de tempo do período do sinal de referência. Por esse motivo, é possível se modelar estas cargas nãolineares como sendo distúrbios exógenos, como mostrado na Figura 2.a, onde d é a corrente is drenada pela carga nãolinear, Gp (s) é a função de transferência dada por (1) para Z(s) = ∞ e Gd (s) é a função de transferência Y(s)/Is(s), que é dada por: sL + rL Gd ( s ) = 2 . (2) s LC + sC ( rL + rc ) + 1 A partir da análise efetuada, constatou-se ser suficiente a obtenção dos modelos do inversor para carga resistiva e sem carga. A partir de (1), chega-se a seguinte função de transferência contínua para a planta: ⎞⎛ 1 + rc Cs RL Y ( s) ⎛ =⎜ ⎟ ⎜⎜ 2 R ( s ) ⎝ LC ( RL + rc ) ⎠ ⎝ s + 2ζ d ωd s + ωd 2 onde ζ d = [ L + rL rC C + RL C (rL + rC ) ] ⎞ ⎟, ⎟ ⎠ genérica e possibilitar a análise de diferentes tipos de leis de controle, tais como a proporcional-integral-derivativa (PID), de tempo mínimo (deadbeat), modelo de referência, retroação de estados, entre outros, com e sem ações feedforward. A estrutura do controlador repetitivo utilizado está mostrada na Figura 2.b. Considera-se, nesta análise, a existência de dois controladores distintos operando consorciados para o controle do inversor, onde o controlador principal é usado para se obter uma forma de onda regulada e uma resposta transiente rápida para distúrbios na saída, enquanto que o controlador repetitivo é empregado para se obter melhorias na resposta em regime permanente para cargas cíclicas. As funções de transferência em domínio discreto deste sistema em malha fechada entre a tensão de saída e a entrada do sinal de referência e entre a tensão de saída e os distúrbios na corrente de carga, são dados respectivamente por: ( (3) LC ( L + rC )( RL + rL ) e ωd = ( RL + rL ) LC ( RL + rC ) . O modelo em tempo discreto da planta é obtido a partir da discretização de (3), onde se assume que o inversor se comporta como um retentor de ordem zero (ZOH) e que a freqüência de amostragem T é idêntica à freqüência de comutação. Assim, chega-se a seguinte função de transferência em tempo discreto [13]: Y ( z −1 ) 1 − Q( z −1 ) z − N = − Gn ( z −1 ) , D( z −1 ) 1 − z − N H ( z −1 ) 2 G p ( z −1 ) = b0 + b1 z −1 + b2 z −1 1 + a1 z −1 + a2 z −1 . (4) A mesma metodologia é utilizada para a obtenção de Gd (z-1). r + er Grp(z-1) + + + urp Gff(z-1) d Gd(z-1) + Gc(z-1) + u Gp(z-1) + y Controlador de ação Controlador repetitivo (auxiliar) instantânea (principal) Planta (a) + z-N Q(z-1) onde −1 Gm ( z ) = ( G p ( z −1 ) G ff ( z −1 ) + Gc ( z −1 ) −1 −1 −1 1 + G p ( z )Gc ( z )Gh ( z ) Gn ( z −1 ) = ), (6) e (7) Gd ( z −1 ) 1 − G p ( z −1 )Gc ( z −1 )Gg ( z −1 ) H ( z −1 ) = Q( z −1 ) − cr C ( z −1 ) Gm ( z −1 ) , -1 -1 (5) (8) -1 sendo R(z ), Y(z ) e D(z ) as transformadas z da referência, da saída da planta e entrada dos distúrbios exógenos na planta, respectivamente, e N a quantidade de amostras obtidas em cada período do sinal de referência. IV. CONTROLADORES REPETITIVOS AUXILIARES PARA APLICAÇÕES EM INVERSORES PARA UPS Gh(z-1) er + ) −N Q( z −1 ) − cr C ( z −1 ) Y ( z −1 ) 1 − z = Gm ( z −1 ) e R ( z −1 ) 1 − z − N H ( z −1 ) cr C(z-1) urp z-N Controlador repetitivo (b) Fig. 2. (a) Diagrama em blocos da estrutura da planta com uma estrutura genérica para o controlador principal. (b) Diagrama em blocos da lei de controle repetitiva. III. ESTRUTURA DO CONTROLADOR COM LEI DE CONTROLE REPETITIVA AUXILIAR A Figura 2.a apresenta o diagrama em blocos da planta, juntamente com o laço de controle com realimentação instantânea (controlador principal) e o controlador repetitivo. A estrutura do controlador principal foi escolhida para ser Eletrônica de Potência - Vol. 10, nº 1, Junho de 2005 Os controladores repetitivos do tipo filtro Q são baseados na teoria do modelo interno, que afirma que a saída da planta segue a referência sem erros em regime permanente se a transformada de Laplace (ou z, em domínio discreto) do sinal de referência está incluída na malha entre a entrada da referência e a saída da planta [7]. Os controladores repetitivos do tipo filtro Q empregam este princípio, através da inserção na malha de controle de um conjunto de geradores de sinais periódicos para compensação dos erros na saída da planta nas componentes harmônicas múltiplas da freqüência do sinal de referência. Desta forma, o sistema em malha fechada com o controlador repetitivo tem um comportamento análogo de rejeição das componentes harmônicas múltiplas da fundamental a uma ação integral para rejeição de distúrbios contínuos [6]. A estrutura do controlador repetitivo é mostrada na Figura 2.b. Sua função de transferência é dada por: U rp ( z −1 ) −1 Er ( z ) = 1 z − N cr C ( z −1 ) , −1 −N 1 − Q( z ) z (9) 41 onde Q(z-1) e C(z-1) são filtros e cr é um ganho, os quais devem ser criteriosamente projetados. O controlador repetitivo consiste em um conjunto de integradores, descritos como 1/(1-Q(z-1)z-N), que integram os sinais de erro com intervalo de amostragem de um período do sinal de referência, operando em cascata com uma estrutura de atraso (z-N), com um ganho cr e com o filtro C(z-1). Os integradores podem ser analisados matematicamente como um conjunto de geradores de sinais periódicos que têm por função sintetizar a referência para compensar os distúrbios periódicos. Já o filtro C(z-1) é empregado para compensar os atrasos de fase entre os geradores de sinais periódicos e a saída da planta, inserindo, desta forma, a ação de compensação aos distúrbios na planta com fase adequada. Como esta compensação de atraso de fase da planta só pode ser feita por um filtro com ação não-causal, é incluída a estrutura z-N para tornar C(z-1) causal, atrasando em um período do sinal de referência a atuação da ação de controle. O ganho cr pode ser considerado como sendo uma parte do filtro C(z-1) que é adequadamente ajustado para se garantir a estabilidade do controlador repetitivo. A priori se sabe que maiores valores para o ganho cr resultam em controladores repetitivos com melhor desempenho dinâmico. O filtro Q(z-1), onde |Q(z-1)|<1, é um filtro empregado para reduzir a taxa de integração dos sinais de erro e desta forma aumentar a margem de estabilidade do controlador. Este filtro pode ser simplesmente uma constante, que atenua de forma igual em todas as freqüências, ou um filtro passabaixas com deslocamento de fase nulo. A vantagem de se empregar um filtro passa-baixas é a de somente se atenuar significativamente a ação integral nas altas freqüências. Como a violação das condições de estabilidade geralmente ocorre nas altas freqüências, a adição deste filtro permite, na maioria dos casos, que se aumente o ganho do controlador repetitivo. Além disso, como as dinâmicas não-modeladas normalmente resultam em variações na resposta de altafreqüência, a adição deste filtro normalmente resulta num aumento na margem de estabilidade e robustez sem significativa perda da capacidade de atenuação das harmônicas de baixa freqüência. O filtro C(z-1) é concebido para se obter um ganho unitário com deslocamento de fase nulo entre o gerador de sinais periódicos e a saída, ou seja, C(z-1)Gm(z-1)=1∠0o para todo o espectro de freqüências de interesse. Além disso, estas estruturas devem garantir a estabilidade do controlador em toda a faixa de freqüências para qualquer condição de operação. Para plantas sem significativas variações paramétricas e onde os distúrbios de carga podem ser considerados exógenos, é aconselhável projetar-se C(z-1) como sendo o modelo inverso da planta, ou seja: 1 C ( z −1 ) = . (10) Gm ( z −1 ) Entretanto, o modelo dinâmico da planta do estágio de saída de uma UPS varia significativamente com a carga. Estes motivos fazem com que, em muitos casos, o modelo inverso não seja a estrutura para C(z-1) que apresenta os melhores resultados para a aplicação em questão. Além disso, a implementação do modelo inverso exige uma considerável quantidade de cálculos e pode apresentar 42 problemas de precisão numérica para implementação em ponto fixo. Por esse motivo, têm se empregado com bastante freqüência uma outra estrutura, que é muito mais simples de ser calculada e que apresenta C(z-1)Gm(z-1) com um ganho próximo à unidade e um deslocamento de fase quase nulo nas freqüências das harmônicas de baixa ordem, para variadas condições de carga. Esta estrutura é dada por: C ( z −1 ) = z d , (11) onde z é o filtro não-causal utilizado para obter um deslocamento de fase aproximadamente nulo de C(z-1)Gm(z-1). d A. Análise de Estabilidade A análise de estabilidade da ação de controle repetitiva pode ser efetuada através da análise dos pólos das funções de transferência dadas em (5). Para o sistema em malha fechada ser estável, é necessário que todos os pólos destas duas funções de transferência estejam localizados no interior do círculo de raio unitário centrado na origem [13]. Alternativamente, essa análise pode ser feita através da análise do erro er, que deve ser limitado. Para a planta com a estrutura apresentada na Figura 2, a equação do erro é dada por: (1 − z −N ) H ( z −1 ) Er ( z −1 ) = (1 − G m (z −1 ( )( ) ) 1 − z − N Q( z −1 ) R ( z −1 ) . ) (12) + Gd ( z −1 ) 1 − z − N Q( z −1 ) D( z −1 ) Assumindo-se que a resposta transitória da ação repetitiva é muito mais lenta se comparada com a resposta transitória da planta com o controlador principal, chega-se a representação de (12) em regime permanente, mostrada na Figura 3. Para que o erro seja limitado, é necessário que R(z-1) e D(z-1) sejam limitados, Gm(z-1) e Gn(z-1) sejam estáveis e Q(z-1)<1. Além disso, é necessário também se atender mais uma condição dada pelo Teorema dos Ganhos Pequenos (Franklin et alli, 1991): H (e jωT ) < 1, ω∈ [ 0, π / T ] . r d 1 − Gm (e jωT ) Gn (e jωT ) + + 1 1−−QG(e(jωzT−1)) m + + (13) er H ( e j ωT ) Fig. 3. Representação da função de transferência do erro da planta em regime permanente para ω=2πn/NT, n=1,2,...,N/2 B. Análise da rejeição a distúrbios periódicos A capacidade de rejeição a distúrbios periódicos do sistema em malha fechada, apresentado na Figura 2, é analisada através da amplitude do sinal de erro er em regime permanente. Substituindo-se z por ejωT em (12) e assumindose que os espectros de r e d são formados apenas por componentes harmônicas múltiplas da freqüência fundamental ω1=2π/NT, o erro em regime permanente pode ser determinado por: Eletrônica de Potência - Vol. 10, nº 1, Junho de 2005 Er (e jωT ) = 1 − Gm (e jωT ) M (e jωT ) R(e jωT ) + Gd (e jωT ) M (e jωT ) D(e jωT ) , (14) onde ω=i(2π/NT), para i=1,2,...,N/2 e M ( e j ωT ) = 1 − Q ( e j ωT ) 1 − H ( e j ωT ) . (15) A partir destas equações se obtém que, em regime permanente, o erro entre r e y e entre d e y para as componentes harmônicas múltiplas da fundamental são reduzidos para |1-Gm(ejωT)||M(ejωT)| e |Gd(ejωT)||M(ejωT)|, respectivamente. Observa-se que a relação |M(ejωT)| indica a capacidade de rejeição a distúrbios periódicos que o controlador repetitivo insere no sistema em malha fechada. C. Análise da taxa de convergência da ação repetitiva Considerando que |Q(ejωT)|≈1 para as componentes harmônicas de baixa freqüência, que são as mais significativas, conclui-se que a taxa de convergência é inversamente proporcional a |H(ejωT)|, para ω=2πn/NT, n=1,2,...,N/2. Idealmente, se |H(ejωT)|=0 e |Q(ejωT)|=1, os distúrbios periódicos são cancelados totalmente após um período do sinal de referência. V. PROCEDIMENTO DE PROJETO DOS CONTROLADORES REPETITIVOS AUXILIARES O objetivo do projeto de controladores repetitivos é o de se obter um controlador com estrutura simples e satisfatória margem de estabilidade, que apresente pequeno erro em regime permanente para distúrbios periódicos na saída da planta e que apresente uma rápida convergência do erro periódico para seu valor em regime. Demonstrou-se na Seção IV que isso pode ser obtido fazendo |Q(ejωT)|≈1 e |M(ejωT)| pequeno para a faixa de freqüências de interesse, garantindose que |H(ejωT)|<1. A análise quantitativa destes dois fatores é usada como critério de projeto através da minimização de uma função custo J(x), que é uma função ponderada da capacidade de atenuação e de convergência da lei de controle repetitiva para uma dada carga não-linear típica. Os pesos associados a estes dois fatores são parâmetros de projeto, permitindo que o projetista obtenha um controlador com desempenho de acordo com suas necessidades. No procedimento de projeto proposto neste artigo se considera o filtro Q(z-1) como sendo uma constante próxima a unidade ou um filtro passa-baixas com deslocamento de fase nulo. Para o filtro C(z-1) o procedimento não é restrito a nenhuma estrutura específica, desde que seja estável. Entretanto, um especial destaque é dado para as estruturas mostradas em (10) e (11), sendo que para esta última é proposto um procedimento para determinação do parâmetro d. No procedimento de projeto de controladores repetitivos que proposto se estabelece os vários possíveis filtros Q(z-1) e C(z-1) e o ganho cr, para os quais, então, se calcula o índice de desempenho J(x). A seguir, são descritas em detalhes cada etapa de projeto para se obter os parâmetros almejados. Eletrônica de Potência - Vol. 10, nº 1, Junho de 2005 A. Determinação do modelo da planta com o controlador principal O primeiro passo é a determinação da estrutura e dos parâmetros do controlador principal, caso este ainda não tenha sido projetado. Este controlador é normalmente projetado considerando-se a carga resistiva nominal, de tal maneira a atender as normas de sobre e sub-elevação exigidos pela norma IEC 62040-3 [2]. O sistema em malha fechada resultante deve ser estável e com ganho próximo à unidade, para a faixa de freqüências inferior à freqüência natural do filtro do inversor. Para a utilização desta lei de controle juntamente com um controlador repetitivo auxiliar, deve-se também garantir um tempo de acomodação rápido, ou seja, bem menor que um período do sinal de referência, para que o controlador repetitivo tenha um bom desempenho transitório. Após a determinação do controlador principal, obtém se então as funções de transferência em malha fechada que serão utilizadas para o projeto do controlador repetitivo. É necessário que se obtenha Gm(z-1) para duas condições distintas de carga: Gm0(z-1) e Gm1(z-1), sem carga e com carga resistiva nominal, respectivamente. B. Escolha da estrutura do filtro C(z-1) O passo seguinte é o de se determinar a estrutura do filtro C(z-1) que será empregado no controlador repetitivo. Não há restrições quanto ao tipo de estrutura deste controlador, podendo ser empregados tanto filtros de resposta finita ao impulso (FIR) quanto de resposta infinita ao impulso (IIR), desde que sejam estáveis. Serão analisadas com detalhe as duas estruturas apresentadas em (10) e (11). 1) Filtro C(z-1)=1 /Gm(z-1) Caso tenha se escolhido esta estrutura para C(z-1), deve-se determinar qual é o modelo para planta Gm(z-1) que será empregado em (8). Como a planta apresenta significativas variações paramétricas, aconselha-se que se escolha alguns modelos diferentes como candidatos para serem possivelmente empregados. A decisão por um filtro ou outro se dará nas etapas subseqüentes, sendo escolhido aquele que apresenta melhor desempenho segundo um critério que será posteriormente apresentado. Recomenda-se que se utilize três modelos distintos para (8), sendo eles Gm0(z-1), Gm1(z-1) e o terceiro um modelo que apresente um comportamento de ganho e fase intermediário entre os dois anteriores. 2) Filtro C(z-1)= zd Para esta estrutura de filtro C(z-1), deve-se determinar o valor de d. Como mostrado no item anterior, nesta etapa também são escolhidos candidatos para uma futura escolha. As melhores opções possíveis para d são obtidas através do traçado da resposta da fase em função da freqüência, que podem ser obtidas em um diagrama de Bode, de um conjunto de curvas zdGm0(z-1) e zdGm1(z-1), ambos para d=1,2,3,.... As curvas que apresentarem respostas com fase positiva mais próximas a zero para as duas condições distintas de carga estão associadas às estruturas de C(z-1) que terão resultados mais promissores. Sugere-se que sejam utilizadas três ou quatro estruturas distintas para C(z-1) no restante do procedimento de projeto (por exemplo, C(z-1)=z2, C(z-1)=z3 e C(z-1)=z4). 43 Q( z −1 ) = α1 z + α 0 + α1 z −1 , 2α1 + α 0 (16) onde 0<α0<1, 0<α1<1, sendo sua magnitude em função da freqüência dada por Q(e jωT ) = α 0 + 2α1 cos(ωT ) . Para assegurar que o filtro tenha uma característica passa-baixas, é necessário que α0>2α1, enquanto que para garantir um ganho unitário nas baixas freqüências deve-se assegurar que α0+2α1=1. O projeto deste filtro pode ser feito tomando como base a equação de H(ejωT), para a qual se define uma banda passante de interesse. Assim, pode-se projetar α0 e α1 tomando-se como parâmetros uma freqüência fc e o ganho gc que se deseja para Q(ejωT) nesta freqüência, através das seguintes equações: α0 = g c − cos ( 2πf cT ) 1 − cos ( 2πf cT ) e (17) α1 = (1 − α 0 ) 2 O filtro passa-baixas com deslocamento de fase nulo mais usual é Q(z-1)=0,25z+0,5+0,25z-1, cuja resposta em freqüência está mostrada na Figura 4 [9,10]. Como pode se observar, este filtro possui atenuação total na freqüência de amostragem, sendo este o motivo de seu difundido uso. D. Determinação do valor máximo de cr para todas as possíveis combinações dos filtros candidatos a C(z-1) e Q(z-1) Neste passo, se calcula o valor máximo que cr pode assumir sem violar as condições de estabilidade dadas em (13), ou seja, |Q(ejωT)–crC(ejωT)Gm(ejωT)|<1, onde jωT jωT Gm(e )=Gm0(e ) e Gm(ejωT)=Gm1(ejωT). Estes valores devem ser calculados para todas as possíveis combinações das estruturas candidatas a C(z-1) e Q(z-1) obtidas nas Etapa B e C, respectivamente. 44 25 Magnitude (dB) C. Escolha da estrutura do filtro Q(z-1) O objetivo do projeto do filtro Q(z-1) é permitir que a condição dada em (13) seja satisfeita para maiores valores de cr, pois assim se pode projetar cr para ter uma maior convergência ou maior margem de estabilidade. Para manter não interferir no comportamento do gerador de sinais periódicos descrito na Seção IV, o filtro Q(z-1) deve ser uma constante ou um filtro com deslocamento de fase nulo. A estrutura mais simples para este filtro é Q(z-1)=qr, que possui resposta em freqüência constante em toda a faixa. Entretanto, observando-se o comportamento de a |H(ejωT)| para este tipo de planta, verifica-se que a violação das condições de estabilidade, em geral, ocorrem nas altas freqüências. Por esse motivo, a utilização de um filtro Q(z-1) com uma característica passa-baixas poderá permitir um aumento do ganho cr sem reduzir, consideravelmente, a atenuação das harmônicas na faixa de freqüência de interesse (até 3kHz). Como é impossível se saber, de antemão, qual estrutura terá melhor desempenho, é interessante se considerar, no mínimo, duas estruturas distintas durante o projeto. Desta forma, é possível se fazer uma análise adequada do efeito de ambas no desempenho do controlador repetitivo. Para Q(z-1)=qr, é recomendável que 0,95≤qr≤0,99. Já o caso em que Q(z-1) é um filtro passa-baixas, a função de transferência sugerida é dada por: 0 -25 -50 0.01 0.1 Freqüência normalizada (wT/p) 1 Fig. 4. Resposta em freqüência de Q(z-1)=0,25z+0,5+0,25 z-1 É importante se ressaltar que esta análise se restringe somente a cargas resistivas e retificadas (Figura 1.b,c,e,f). Caso se considere a utilização de outros tipos de carga, como, por exemplo, a mostrada na Figura 1.c, é preciso também considerar esta na análise de estabilidade. E. Geração de possíveis combinação de C(z-1), Q(z-1) e cr dentre os possíveis candidatos Nesta etapa são ampliadas cada uma das combinações entre C(z-1) e Q(z-1), incluindo em cada uma das novas combinações geradas o ganho cr com diferentes valores. Os valores associados à cr sempre devem respeitar o limite de cr_max, para cada combinação de C(z-1) e Q(z-1), imposto pela etapa anterior. Para cada uma destas combinações geradas se associa um índice x=1,2,...,ncomb. Por exemplo, se para uma dada combinação de C(z-1)=C1(z-1) e Q(z-1)=Q1(z-1) em que cr_max=0,25, pode-se criar duas combinações: x=1, para C1(z-1), Q1(z-1) e cr=0,1, e x=2, para C1(z-1), Q1(z-1) e cr=0,2. É importante se ressaltar que outras combinações também poderiam ter sido criadas. F. Determinação da melhor combinação de C(z-1), Q(z-1) e cr dentre os filtros candidatos Nesta etapa, toma-se cada uma das combinações obtidas na etapa anterior, de onde são obtidos os valores de |M(ejωT)| e |H(ejωT)| para as mais significativas harmônicas na tensão de saída a serem atenuadas. Como Gm(z-1) pode variar significativamente devido às variações de carga, a análise direta de |M(ejωT)| e |H(ejωT)| para uma dada condição de carga não é recomendada. Para obter uma informação mais representativa sobre a atenuação dos erros cíclicos e sobre a taxa de convergência dos controladores repetitivos em cada harmônica, emprega-se uma média entre as respostas para Gm0(z-1) e Gm1(z-1), como segue: ( M (e h ( x , k ) = 1 ( H (e 2 m( x, k ) = 1 2 jk ω1T jk ω1T ) ) Gm 0 ( z −1 ) Gm 0 ( z −1 ) + M (e jk ω1T ) + H (e jk ω1T ) ), ), Gm1 ( z −1 ) Gm1 ( z −1 ) (18) (19) onde x é o índice associado a cada uma das combinações de parâmetros utilizadas e k=1,3,5,...,N/2 representam o índice (em relação à fundamental) das componentes harmônicas a serem analisadas. Observa-se que a influência de m(x,k) e h(x,k) na resposta total do sistema depende da amplitude de cada harmônica de índice k. Por isso, deve-se obter o espectro da tensão de saída da planta (incluindo a lei de controle principal) para o inversor operando com uma carga não-linear cíclica típica e Eletrônica de Potência - Vol. 10, nº 1, Junho de 2005 sem nenhuma ação repetitiva. A partir deste espectro, se obtém g1(x) e g2(x), sendo estes fatores associados à capacidade de atenuação e à taxa de convergência da ação repetitiva. Esses índice são dados por: nhar g1 ( x) = ∑ m( x, k ) Vo (k ω1 ) e (20) k =3 nhar g 2 ( x) = ∑ h( x, k ) Vo (k ω1 ) , (21) k =3 onde x é o índice associado a cada combinação diferente (x=1,2,...,ncomb) e Vo(kω1), k=3,4,5... são as componentes harmônicas da tensão de saída da planta obtida para o inversor operando com a carga não-linear típica, sem se utilizar nenhuma ação repetitiva. O índice de desempenho J(x) é então definido como sendo uma soma ponderada das influências do fator de atenuação das harmônicas e da taxa de convergência da ação repetitiva normalizadas por g1 e g 2 , respectivamente. Este índice é dado por: g ( x) g ( x) J ( x) = w1 1 , (22) + w2 2 g1 g2 onde g1 = ncomb ∑ g ( x) , x =3 1 g2 = ncomb ∑g x =3 2 ( x) . Os termos w1 e w2 são os pesos dados pelo projetista, cujo objetivo é o de se obter o compromisso desejado entre a atenuação e convergência da ação repetitiva, respectivamente. Os parâmetros de projeto a serem utilizados são aqueles associados à combinação x que resultou no menor valor de J(x). Esta combinação provavelmente resultará num controlador repetitivo com bom desempenho. É importante se mencionar que esta metodologia não é ótima, mas resulta em um bom conjunto de parâmetros. VI. EXEMPLO DE PROJETO Para ilustrar a metodologia de projeto proposta é apresentado um roteiro de projeto de um controlador repetitivo para inversores PWM monofásicos para UPS, cujos parâmetros estão mostrados na Tabela I. Este projeto será realizado tomando-se como base a norma IEC 62040-3 [2], que especifica uma carga não-linear para testes. Esta carga é um retificador não-controlado com filtro capacitivo, mostrada na Figura 1.e, cujos componentes, para a potência e tensão de saída em questão, possuem os seguintes parâmetros: RS=0,48Ω, R1=27,28Ω e CL=4580µF+25%. Estes parâmetros para o retificador resultam em uma carga com fator de crista aproximadamente igual a 3. Para possibilitar comprovação experimental, empregou-se, neste exemplo, a carga não-linear com os parâmetros apresentados na Tabela I. Neste projeto, se utilizou para lei de controle principal um controlador PD-feedforward, cuja estrutura e metodologia de projeto estão apresentadas em Rech et al. [12]. A estrutura deste controlador é dada por: uPID (k ) = k1e(k − 1) + k2 e(k − 2) + r ( k ) . (23) Esta estrutura corresponde ao controlador de ação instantânea mostrado na Figura 2.a, onde Gff(z-1) = 1, Gh(z-1) = 1 e Gc(z-1) = k1 z-1 + k2 z-2. O projeto dos parâmetros k1 e k2 foi realizado se considerando a planta como sendo Gm1(z-1), ou seja, com carga resistiva nominal. Especificou-se para o projeto ω=1,1ωn e ζ=0,4, obtendo-se os seguintes parâmetros para o controlador: k1=–0,1685 e k2=–0,0114. Após definir-se a planta com o controlador de ação instantânea, se inicia o projeto do controlador repetitivo auxiliar. A primeira etapa é a obtenção das funções de transferência do controlador principal com a planta, em malha fechada, para as condições sem carga e com carga resistiva nominal. Estas funções de transferência são dadas respectivamente por: Gm 0 ( z −1 ) = 0,50 z −1 + 0, 41z −2 − 0, 089 z −3 − 0, 0057 z −4 , (24) 1 − 0,98 z −3 + 0,90 z −2 − 0, 090 z −1 − 0, 0057 z −4 Gm1 ( z −1 ) = 0, 42 z −1 + 0, 27 z −2 − 0, 063z −3 − 0, 0039 z −4 . (25) 1 − 0, 78 z −3 + 0, 49 z −2 − 0, 063 z −1 − 0, 0039 z −4 A próxima etapa é a definição da estrutura do filtro C(z-1). Para exemplificar o procedimento para obtenção do parâmetro d, optou-se por empregar a estrutura mostrada em (11). Foram determinados, então, os valores candidatos a d. Realizou-se o traçado de curvas de zd Gm0(z-1) e zd Gm1(z-1) para d=1, 2, 3, 4 e 5. Analisando os resultados, mostrados na Figura 5, observou-se que as respostas com fase positiva mais próximas a zero nas baixas freqüências, para as duas condições de carga, ocorrem quando d=1, 2 e 3. O próximo passo foi a determinação da estrutura do filtro Q(z-1). Optou-se por analisar duas estruturas: Q(z-1)=0,99 e Q(z-1)=0,25z+0,5+0,25z-1, e posteriormente se optar por uma ou outra. Na quarta etapa, foram determinados os ganhos máximos TABELA I. Parâmetros da planta Tensão no barramento CC Referência de tensão Potência nominal Indutância do filtro Resistência do indutor Resistência do capacitor Capacitância do filtro Freqüência de comutação Intervalo de amostragem Carga linear resistiva Carga não-linear: retificador não-controlado VDC=200V Vref=110Vrms=155Vp S=1000VA L=1mH rL=0.1Ω rC=0Ω C=25µF fs=6000Hz T=(1/6000)s RL=12Ω RL=28Ω CL=4700µF RS=0,5Ω Eletrônica de Potência - Vol. 10, nº 1, Junho de 2005 Fig. 5. Resposta de fase de zd Gm(z-1) para d=1, 2, 3, 4, 5. 45 TABELA II. Valores máximos de cr para cada combinação de C(z-1) e Q(z-1) C(z-1) Q(z-1)=0,99 Q(z-1)=0,25z+0,5+0,25z-1 1 0,01 0,27 0,01 0,19 0,34 0,14 z z2 z3 J que cr pode assumir sem violar a hipótese dada em (13). Tal como apresentado, efetuou-se esta determinação para todas as combinações das estruturas de C(z-1) e Q(z-1) anteriormente definidas. Os resultados obtidos estão mostrados na Tabela II. Tendo conhecimento do cr máximo para cada combinação de C(z-1) e Q(z-1), foram geradas várias combinações de parâmetros para o controlador repetitivo. Escolheu-se combinações onde cr>0,1 respeitando a limitação de ganho máximo dada na Tabela II, com diferenças de ganho de 0,1 para combinações idênticas dos filtros C(z-1) e Q(z-1). As combinações geradas são as mostradas na Tabela III. TABELA III. Combinações de parâmetros dos controladores repetitivos geradas na Etapa D do procedimento de projeto x C(z-1) Q(z-1) cr 1 2 3 4 5 6 7 1 0,25z+0,5+0,25z-1 0,99 0,99 0,25z+0,5+0,25z-1 0,25z+0,5+0,25z-1 0,25z+0,5+0,25z-1 0,25z+0,5+0,25z-1 0,1 0,1 0,2 0,1 0,2 0,3 0,1 z z2 z2 z2 z2 z2 z3 A próxima e última etapa inicia com a determinação de m(x,k) e h(x,k) para k=3,5,...,40, usando (18) e (19), respectivamente. Após isso, obtiveram-se as componentes harmônicas da tensão de saída com a carga não-linear especificada, para o inversor operando somente com a lei de controle principal. Estes valores, obtidos em um programa de simulação, estão mostrados na Tabela IV. A partir de m(x,k) e h(x,k) e das componentes harmônicas, calculou-se g1(x) e g2(x), cujos valores obtidos estão mostrados na Tabela V. Por fim, calculou-se o índice de desempenho J(x) para as sete combinações de parâmetros geradas. Para exemplificar, foram calculados os índices de desempenho J(x) para três diferentes pares de pesos: w1=w2=0,5, w1=0,1, w2=0,9 e w1=0,9, w2=0,1. O primeiro deles dá um peso igual à atenuação e à convergência, o segundo um peso muito TABELA IV. Componentes harmônicas de Vo para uma carga do tipo retificador não-controlado (CL=4700µF, RL=28Ω, RS=0,5Ω), sendo a lei de controle do tipo PD-feedforward, 46 TABELA V. Índices de desempenho J(x) para uma carga do tipo retificador não-controlado (CL=4700µF, RL=28Ω e RS=0,5Ω.) Harmônica Magnitude Harmônica Magnitude 3 5 7 9 11 13 15 17 19 21 7,0415 4,9992 1,7528 2,4630 1,4463 2,2939 1,7176 5,7156 5,4878 1,2728 23 25 27 29 31 33 35 37 39 41 0,9931 0,1129 0,4412 0,1291 0,2113 0,1494 0,0942 0,1104 0,0088 0,0079 x g1(x) g2(x) 1 2 3 4 5 6 7 17,15 2,78 1,46 15,54 11,04 8,75 17,51 27,40 31,40 26,19 25,23 20,26 17,99 28,38 w1=0,5 w2=0,5 1,35 0,75 0,58 1,23 0,92 0,76 1,38 w1=0,1 w2=0,9 1,13 1,14 0,94 1,04 0,82 0,72 1,17 w1=0,9 w2=0,1 1,56 0,36 0,22 1,41 1,01 0,81 1,59 grande para a taxa de convergência e o terceiro um peso muito grande para a atenuação das harmônicas. Os resultados, apresentados na Tabela V, mostram que a melhor combinação de parâmetros depende do propósito do controlador repetitivo. Para o exemplo em questão, a Tabela V mostra que a combinação de parâmetros x=3 é a melhor quando se deseja uma grande atenuação em regime permanente, enquanto que a combinação x=6 é a melhor para o caso em que se deseja uma rápida taxa de convergência. VII. RESULTADOS DE SIMULAÇÃO Para validar o procedimento de projeto foram realizadas simulações da planta com os controladores repetitivos descritos na seção anterior. Observa-se que, propositalmente, não se empregou modulação por largura de pulso nas simulações, pois assim fica mais fácil de se visualizar o resultado da ação repetitiva. Na Figura 6 estão mostradas as formas de onda de saída para a carga não-linear do tipo retificador não-controlado com RS=0,5Ω, R1=28Ω e CL=4700µF. Observa-se uma significativa melhora na forma de onda com a inserção da ação repetitiva, reduzindo a THD devido à cargas não-linear a valores bastante reduzidos. A Figura 7 mostra os espectros das tensões de saída para estes casos, incluindo os níveis máximos de THD aceitáveis para cada harmônica segundo a norma IEC 62040-3, que referencia estes níveis à outra norma, a IEC 61000-2-2. Nota-se que sem a ação repetitiva, a resposta do inversor está completamente fora das normas (Figura 7.a), tanto em relação à THD, que é maior que 8%, quanto em relação à amplitude individual de várias componentes harmônicas. Após a inserção da ação repetitiva, observamos que as formas de onda da tensão de saída ficam muito pouco distorcidas, como se pode visualizar nas Figuras 6.b e 6.c e nos seus respectivos espectros mostrados nas Figuras 7.b e 7.c. Conforme era previsto pelo procedimento de projeto, a combinação de parâmetros x=3 (Q(z-1)=0,99, C(z-1)=z2, cr=0,2) é que melhor reduz a THD em regime permanente para esta carga não-linear. Para analisar a taxa de convergência dos controladores repetitivos foram realizadas simulações de entrada de ação repetitiva com o retificador não-controlado e um degrau súbito de carga, no instante em que a referência estava no seu valor máximo. Para avaliar o desempenho, foram traçadas as curvas da THD da tensão de saída para cada ciclo do sinal de referência, que estão mostradas na Figura 8. Podemos observar que o controlador repetitivo que faz com que a Eletrônica de Potência - Vol. 10, nº 1, Junho de 2005 200 Tensão de saída [V] Corrente de carga [A] Referência contínua [V] 150 Norma IEC 61000-2-2 Valores obtidos na saída Amplitude 100 50 0 -50 -100 -150 -200 0 8,33 Tempo (ms) 16,66 (a) (a) 200 Norma IEC 61000-2-2 Valores obtidos na saída Tensão de saída [V] Corrente de carga [A] Referência contínua [V] 150 Amplitude 100 50 0 -50 -100 (b) -150 -200 0 8,33 Tempo (ms) 16,66 (b) 200 Norma IEC 61000-2-2 Valores obtidos na saída Tensão de saída [V] Corrente de carga [A] Referência contínua [V] 150 Amplitude 100 50 0 -50 -100 -150 -200 0 8,33 Tempo (ms) 16,66 (c) Fig. 6. Resultado de simulação da tensão e corrente de saída do inversor, em regime permanente, para a carga não-linear dada na Tabela I. (a) Lei de controle sem ação repetitiva. (b) Com ação repetitiva: Q(z-1)=0,99, C(z-1)=z2, cr=0,2. (c) Com ação repetitiva: Q(z-1)=0,25z+0,5+0,25z-1, C(z-1)=z2, cr=0,3. tensão de saída convirja mais rapidamente, para a carga nãolinear, é o que possui a combinação de parâmetros x=6 (Q(z-1) = 0,25z+0,5+0,25z-1, C(z-1) = z2, cr = 0,3), confirmando os resultados obtidos na Tabela V. Já para o degrau de carga, mostrado na Figura 8, os controladores repetitivos não seguem a mesma lógica da Tabela V. Isso ocorre porque não se levou em conta nenhuma informação sobre respostas a eventos não-periódicos. O que se observa é que os controladores com maiores ganhos possuem pior desempenho em eventos não-periódicos, tal como pode ser visto para x=6 na Figura 8.b. Este comportamento se dá por estes controladores tentarem compensar rapidamente este evento não-periódico como se o mesmo fosse periódico. Esse problema, entretanto, pode ser facilmente minimizado com a utilização de um simples algoritmo que identifica eventos aperiódicos e reinicia a lei de controle repetitiva [15]. Eletrônica de Potência - Vol. 10, nº 1, Junho de 2005 (c) Fig. 7. Espectro da tensão de saída obtidos em simulação para a carga não-linear descrita na Tabela I. (a) Lei de controle sem ação repetitiva. (b) Com ação repetitiva: Q(z-1)=0,99, C(z-1)=z2, cr=0,2. (c) Com ação repetitiva: Q(z-1)=0,25z+0,5+0,25z-1, C(z-1)=z2, cr=0,3. VIII. RESULTADOS EXPERIMENTAIS A comprovação experimental do procedimento proposto para o projeto de controladores repetitivos foi realizada empregando-se um protótipo de 1kVA. Os valores dos componentes da planta são os mesmos empregados nos resultados de simulação, sendo mostrados na Tabela I. A lei de controle foi implementada em um microcomputador PC compatível ligado ao inversor através de uma placa de aquisição de dados. Isso permite simplicidade de implementação e uma maior facilidade para se analisar os dados obtidos. Esta lei de controle demanda poucos recursos computacionais e poderia ter sido implementada em um microcontrolador de ponto fixo de baixo custo [3,8-12]. Alguns resultados experimentais foram obtidos para um protótipo com características idênticas às simuladas, no qual foi implementado um controlador repetitivo com as combinações de parâmetros mostrados na Tabela III. A Figura 9 mostra a forma de onda da tensão e corrente de saída para os mesmos resultados de simulação mostrados na 47 12 x=1 x=2 x=3 x=4 x=5 x=6 x=7 10 THD(%) 8 6 4 2 (a) Início da ação repetitiva 0 0 5 10 15 20 25 30 Ciclo do sinal de referência (a) 15 x=1 x=2 x=3 x=4 x=5 x=6 x=7 10 (b) 5 0 22 24 26 28 30 32 34 36 38 40 (b) Fig. 8. Convergência da THD da tensão de saída obtida em simulação, calculada ciclo-a-ciclo para os controladores repetitivos mostrados na Tabela II. (a) Entrada da ação repetitiva para a carga. não-linear mostrada na Tabela I. (b) Retirada súbita de carga resistiva linear nominal. Figura 6, enquanto que a Figura 10 espectros das tensões de saída de forma similar à apresentada na Figura 7. Nesta figura também são apresentadas as THD obtidas em regime permanente, considerando-se todas as harmônicas e somente as harmônicas calculadas nas THD simuladas (da 2ª a 40ª). Para completar, é apresentado na Figura 11 um gráfico descrevendo a convergência da THD para diferentes parâmetros do controlador repetitivo. Analisando-se as formas de onda obtidas experimentalmente, observa-se que as mesmas apresentam comportamento similar às obtidas em simulação, apesar de haver a inserção da ondulação decorrente da modulação por largura de pulso e da existência de ruído e de dinâmicas nãomodeladas. Comprovou-se, experimentalmente, o comportamento previsto pela metodologia de projeto para o controlador repetitivo, onde se constatou que a combinação de parâmetros x=3 (Q(z-1)=0,99, C(z-1)=z2, cr=0,2), é a que apresenta a maior atenuação em regime permanente e que a combinação x=6 (Q(z-1) = 0,25z+0,5+0,25z-1, C(z-1) = z2, cr = 0,3) é a que apresenta convergência mais rápida. Os resultados demonstram que a ação do controlador repetitivo compensa as distorções na tensão de saída do inversor causadas pela carga não-linear cíclica, reduzindo sensivelmente as deformidades da mesma. Constata-se, também, que a metodologia apresentada possibilita se 48 (c) Fig. 9. Tensão e corrente de saída obtidos experimentalmente para a carga do tipo retificador não-controlado (CL=4700µF, RL=28Ω, RS=0,5Ω), em regime permanente. (a) Lei de controle sem ação repetitiva. (b) Com ação repetitiva: Q(z-1)=0,99, C(z-1)=z2, cr=0,2. (c) Com ação repetitiva: Q(z-1)=0,25z+0,5+0,25z-1, C(z-1)=z2, cr=0,3. (Tensão: 50V/div, Corrente: 20A/div, Tempo: 2ms/div). projetar controladores repetitivos fortemente relacionados aos pesos em que o projetista pondera a importância da atenuação em regime permanente e da taxa de convergência. IX. CONCLUSÕES Este artigo apresenta um procedimento de projeto para controladores repetitivos direcionados a inversores PWM monofásicos para estágios de saída de UPS. O estudo enfocou os controladores de estrutura simples, que são os mais freqüentemente empregados nestas aplicações. Este artigo apresentou uma análise detalhada da metodologia proposta, incluindo um exemplo de projeto cujos resultados de simulação e experimentais validam o procedimento proposto. Por fim, deve-se salientar que o procedimento é baseado no perfil das correntes harmônicas drenadas por uma carga não-linear específica, podendo haver significativas alterações no seu desempenho quando forem empregados outros tipos de cargas não-lineares. Eletrônica de Potência - Vol. 10, nº 1, Junho de 2005 12 Norma IEC 61000-2-2 Valores obtidos na saída x=1 x=2 x=3 x=4 x=5 x=6 x=7 10 THD(%) 8 6 4 2 (a) Início da ação repetitiva 0 Norma IEC 61000-2-2 Valores obtidos na saída 0 5 10 15 20 25 30 Ciclo do sinal de referência Fig. 11. Convergência da THD da tensão de saída obtida experimentalmente para a carga não-linear mostrada na Tabela I, calculada ciclo-a-ciclo para os controladores repetitivos mostrados na Tabela II. (b) Norma IEC 61000-2-2 Valores obtidos na saída (c) Fig. 10. Espectro da tensão de saída obtidos experimentalmente para a carga não-linear descrita na Tabela I. (a) Lei de controle sem ação repetitiva. (b) Com ação repetitiva: Q(z-1)=0,99, C(z-1)=z2, cr=0,2. (c) Com ação repetitiva: Q(z-1)=0,25z+0,5+0,25z-1, C(z-1)=z2, cr=0,3. AGRADECIMENTOS Os autores agradecem à Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) e ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) pelo auxílio financeiro. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS [1] IEEE Std. 446-1995, IEEE Recommended Practice for Emergency and Standby Power Systems for Industrial and Commercial Applications, 1995. [2] IEC 62040-3, Uninterruptible power systems (UPS) Part 3: Method of specifying the performance and test requirement, 1999. [3] S. Hara, Y. Yamamoto, T. Omata and M. Nakano, “Repetitive control system: A new type servo system for periodic exogenous signals,” IEEE Transactions on Automatic Control, vol. 33, pp. 659-667, Jul. 1988. [4] M. Tomizuka, T.-C. Tsao and K.-K. Chew, “Analysis and synthesis of discrete-time repetitive controllers”, Eletrônica de Potência - Vol. 10, nº 1, Junho de 2005 Journal of Dynamic Systems, Measurement and Control, Vol. 111, No.3, pp.353-358, Set..1989. [5] C. Rech, H. Pinheiro, H. A. Gründling, H. L. Hey e J. R. Pinheiro, “Comparison of Digital Control Techniques with Repetitive Integral Action for Low Cost PWM Inverters”, IEEE Transaction on Power Electronics, vol. 18, no. 1, pp. 401-410, Jan. 2003. [6] C. Kempf, W. Messner, M. Tomizuka e R. Horowitz, “Comparison of Four Discrete-Time Repetitive Control Algorithms”, IEEE Control Systems, vol. 16, no. 6, pp. 48-54, Dez. 1993. [7] B.A Francis e W. M. Wonham, “The Internal Model Principle for Linear Multivariable Regulators”, Applied Mathematics and Optimization, vol 2, no.1, pp. 170-194, 1975. [8] T. Haneyoshi, A. Kawamura, R. G. Hoft, “Waveform Compensation of PWM Inverter with Cyclic Fluctuating Loads”, IEEE Transactions on Industry Applications, vol. 24, no. 4, pp. 582-588, Jul./Ago. 1988. [9] Y.-Y. Tzou, R.-S. Ou, S.-L. Jung and M.-Y. 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Emami-Naeini, Feedback Control of Dynamic Systems, AddisonWesley, Reading, MA, EUA, 1991. 49 [15] C. Rech and J. R. Pinheiro, “New Repetitive Control System of PWM Inverters with Improved Dynamic”, in IEEE PESC’04 Conf. Proc, 2004. DADOS BIOGRÁFICOS Leandro Michels, nascido em Não-Me-Toque, RS, em agosto de 1979, é engenheiro eletricista (2002) formado na Universidade Federal de Santa Maria (UFSM, Santa Maria, RS). Atualmente é professor substituto do Depto. de Eletrônica e Computação da Universidade Federal de Santa Maria, RS, Brasil, e está cursando doutorado no Programa de Pós-Graduação em Engenharia Elétrica da mesma universidade, onde desenvolve suas atividades de pesquisa junto ao Grupo de Eletrônica de Potência e Controle (GEPOC). Suas áreas de interesse são: técnicas de controle digital aplicadas a conversores estáticos, fontes ininterruptas de energia, geradores de função CA de potência e controle digital aplicado. Leandro Michels é membro da Sociedade Brasileira de Eletrônica de Potência (SOBRAEP), da Sociedade Brasileira de Automática (SBA) e do The Institute of Electrical and Electronics Engineers (IEEE). Hilton A. Gründling, nasceu em Santa Maria, RS, Brasil, em 1954. Formou-se em Eng. Eletrônica pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul , Porto Alegre, RS, Brasil, em 1977, obteve o título de Mestre em Eng. Elétrica pela Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, SC, Brasil em 1980 e o título de Doutor em Ciência pelo Instituto Tecnológico da Aeronáutica, São José dos Campos, SP, Brasil em 1995. Desde 1980 pertence ao Depto. de Eletrônica e Computação da Universidade Federal de Santa Maria, RS, Brasil, onde é professor titular. Suas áreas de interesse compreendem a análise, projeto e aplicação de controle de sistemas, controle discreto e controle adaptativo robusto por modelo de referência. O professor Hilton A. Gründling é membro da Sociedade Brasileira de Eletrônica de Potência (SOBRAEP) e do The Institute of Electrical and Electronics Engineers (IEEE). 50 Eletrônica de Potência - Vol. 10, nº 1, Junho de 2005 SISTEMA DE GERAÇÃO DISTRIBUÍDA UTILIZANDO GERADOR DE INDUÇÃO TRIFÁSICO E FONTES CC CONECTADO A REDE MONOFÁSICA Ricardo Quadros Machado, Simone Buso* e José Antenor Pomilio Universidade Estadual de Campinas – Faculdade de Engenharia Elétrica e de Computação CEP 13081-970, C.P. 6101, Campinas-SP Brasil e-mail: {ricardom, antenor}@dsce.fee.unicamp.br *Universidade de Padova – Departamento de Engenharia da Informação Via Gradenigo, 6/B 35135, Padova Itália e-mail: [email protected] Resumo – Este artigo apresenta uma nova forma de conectar diretamente um gerador de indução trifásico a uma rede monofásica. O funcionamento do sistema prevê que seja garantida ao usuário local energia elétrica de boa qualidade (tensões senoidais e equilibradas, freqüência fixa e boa regulação de tensão). Para a rede monofásica, controla-se o fluxo de potência de modo que o fator de potência resultante seja unitário. A obtenção destes comportamentos se dá com o uso de um conversor CC-CA PWM trifásico, conectado em derivação no ponto de acoplamento das cargas locais. Por este conversor flui uma parcela da potência da carga relacionada com desequilíbrios e distorções de corrente. A maior parte da potência ativa não precisa ser processada pelo conversor quando não há fonte CC conectada ao barramento CC, o que dá a esta solução um rendimento maior do que se obtém com as alternativas de dupla conversão (retificador e inversor). Há também a possibilidade de fontes CC (células a combustível, painéis fotovoltáicos ou bancos de baterias) serem conectadas ao barramento CC. Com isso, é ampliada a capacidade geradora. O controle dos conversores é feito através de um DSP de ponto fixo e de um circuito integrado dedicado. Palavras-Chave – Fontes alternativas de energia, gerador indução, sistemas de geração distribuída, DSP, inversor. DISTRIBUTED GENERATION SYSTEM WITH THREE-PHASE INDUCTION GENERATOR AND DC SOURCE CONNECTED TO A SINGLE-PHASE FEEDER Abstract – This paper proposes a novel solution to connect a three-phase induction generator directly to a single-phase feeder. Typical situation are found in rural areas in which is possible to obtain local power generation. High power quality to the customers such as sinusoidal and balanced voltages, constant frequency and regulated AC voltage is necessary. Additionally, unity power factor on the feeder is intended. A three-phase shunt voltage source inverter VSI-PWM is connected at the point of common coupling. 1This converter processes Artigo submetido em 4/2/2005. Primeira revisão em 6/5/2005. Segunda revisão em 27/6/2005. Aceito sob recomendação dos editores especiais Marcelo G. Simões e Humberto Pinheiro. Eletrônica de Potência - Vol. 1, nº 10, Junho de 2005 a fraction of the load power that is associated with unbalanced and harmonics currents, and reactive power, as well. The efficiency of the partial power processing is higher when compared to double-conversion systems (rectifier + inverter). On the other hand, the system must be able to manage a DC source as fuel cells, a solar panel and batteries. This operation mode is knew like doubleconvertion system. The three-phase PWM converter is controlled with a fixed point DSP and the DC-DC converter with a dedicate microchip. Keywords – Digital control, induction generator, renewable energy sources. NOMENCLATURA CA Corrente Alternada CEP Conversor Eletrônico de Potência CC Corrente Contínua DSP Processador Digital de Sinais GI Gerador de Indução Corrente instantânea na fase, excluindo a parcela iAS, iBS, iCS consumida pela carga Ifonte Notação fasorial da corrente na rede monofásica MP Máquina primária Pfonte Potência ativa na rede monofásica PG Potência gerada pelo GI Potência consumida pelas cargas PL PWM Modulação por Largura de Pulso vAB, vBC, vCA Tensão instantânea de linha VSI Inversor fonte de tensão Vfonte Notação fasorial da tensão rede monofásica VAB Notação fasorial da tensão de imposta pelo CEP Notação fasorial da tensão sobre Ls VL S vA, vB, vC FC Tensão instantânea de fase Fuel cell (célula a combustível) DHT Distorção Harmônica Total I. INTRODUÇÃO A proposta aqui apresentada contempla um sistema híbrido de geração de energia acionado por fonte hidráulica (sem regulação mecânica de velocidade) associada a outras fontes alternativas de geração de energia. A máquina empregada como gerador é a máquina de indução trifásica com rotor em gaiola [1]. As vantagens da máquina de indução operando como gerador, já identificadas há décadas [2, 3] são: robustez e simplicidade construtiva; capacidade de auto-proteção, baixos níveis de correntes de curto-circuito; reduzida 51 necessidade de manutenção; maior densidade de potência em relação a outros tipos de máquinas; aplicação extremamente difundida, propiciando grande disponibilidade de mercado e baixo custo relativo; capacidade de operar como gerador, mesmo quando acionada em velocidade variável. A necessidade de compensação externa de reativos para a excitação do gerador, as deficiências na regulação da tensão e da freqüência, e ainda a dependência da tensão e da freqüência com relação à carga ativa do gerador são desvantagens do gerador de indução que podem ser superadas através de seu uso quando associado a um conversor eletrônico de potência [4, 5]. Outras fontes de energia renováveis de interesse são, principalmente, os painéis fotovoltáicos e as células a combustível. Nos painéis solares tem-se a transformação da energia solar em eletricidade, o que é feito por módulos fotovoltáicos. Células solares são dispositivos semicondutores que convertem a energia luminosa incidente em corrente contínua, com rendimento entre 3% e 25%. A eficiência, por sua vez, é dependente da intensidade do espectro de iluminação, da temperatura, do projeto e do material da célula. Esta possui comportamento semelhante a uma bateria de baixa tensão (em torno de 0,5 V), cuja carga é continuamente re-completada numa taxa proporcional à iluminação incidente. A conexão série-paralelo permite o projeto de centrais com correntes e tensões mais elevadas. A utilização do armazenamento de energia e os equipamentos de condicionamento da energia podem constituir um sistema bastante eficaz no fornecimento de energia elétrica. Esta tecnologia é mais apropriada para aplicações em pequena escala [6]. Células a combustível são dispositivos eletroquímicos semelhantes às baterias convencionais, com a diferença fundamental de que, nas primeiras, o combustível e o oxidante são fornecidos continuamente para que seja possível gerar energia elétrica. As células a combustível têm como princípio básico a reação eletroquímica do hidrogênio ou de outros gases combustíveis e que podem chegar a potências de centenas kW. Uma expectativa de 70% de eficiência, como os meios científicos prevêem, representará um grande contraste em relação às centrais de geração de energia através da combustão, cuja eficiência situa-se entre 35% e 40%. O custo elevado do kWh é o maior empecilho para sua utilização em escala comercial [6]. Estudos anteriores trataram da conexão assíncrona entre o GI e a rede [7,8], e da operação isolada do IG, mas com regulação de freqüência e tensão por meio de um CEP [9]. II. ELETRIFICAÇÃO RURAL Atualmente a geração distribuída de energia elétrica é responsável por 3% da matriz energética brasileira, mas a expectativa é que esse índice atinja entre 10% e 15% ao final da próxima década. Isso representa um acréscimo de 8 GW a 12 GW à capacidade instalada do setor elétrico brasileiro, com a vantagem de estar sendo gerada com baixo impacto ambiental [10]. O interesse na investigação de estruturas que possibilitem tal geração distribuída a partir de fontes renováveis tem crescido por motivos econômicos e ambientais. Sua viabilidade, muitas vezes, depende de interfaces de 52 eletrônicas de potência, as quais processam a energia gerada antes de seu consumo ou sua injeção na rede elétrica. Até pouco tempo, a eletrificação rural preocupava-se essencialmente em levar energia aos usuários para fins de iluminação e para alimentação de motores monofásicos de pequena potência. O perfil do usuário, no entanto, tem se modificado, bem como as cargas alimentadas. A disponibilidade de uma alimentação trifásica e com boa qualidade de energia é uma necessidade real, devido ao aumento no uso de equipamentos eletro-eletrônicos que exigem uma boa qualidade, principalmente da tensão suprida, para sua correta operação. Em situações nas quais os consumidores possuem apenas uma rede monofásica, para melhorar a qualidade de energia e aumentar a capacidade de fornecimento, a solução seria alterar sistema rural passando o mesmo de monofásico para trifásico [11]. Para atender estes consumidores alguns autores [12, 13] propuseram a conexão direta entre gerador de indução e rede monofásica. No entanto, estas alternativas baseiam-se na conexão de “Steinmetz” [14] e a operação do sistema torna-se restrita a condições muito específicas. Caso ocorra mudança na carga, tais conexões devem ser refeitas para que o sistema continue trabalhando com tensões equilibradas. O aspecto diferencial do trabalho aqui proposto é a conexão direta de um gerador de indução trifásico a uma linha monofásica, sem que haja desequilíbrios na operação do gerador. Além disso, é prevista -a conexão de uma fonte adicional com característica CC. Em situação típica de vastas regiões rurais do país onde coexistem recursos hídricos e outras fontes energéticas que permitem geração local de energia e ainda o envio do excedente para o sistema a possibilidade de se empregar gerador de indução associado a conversores de potência é o estado da arte nas pesquisas cujo principal objetivo é fornecer energia de boa qualidade ao usuário. O sistema eletrônico deve atuar de modo a fornecer ao usuário energia elétrica dentro dos padrões de qualidades e enviar para a rede monofásica o excesso da energia produzida. O sistema alternativo de geração de energia (célula solar ou célula a combustível) será conectado no barramento CC do conversor eletrônico de potência de tal forma que a energia produzida por ele seja também enviada à rede monofásica ou consumida localmente. Dada a situação de aplicação prevista (meio rural com disponibilidade hídrica), a questão da otimização da geração da energia não é fundamental. Pode-se mesmo conceber o uso em cargas auxiliares para o consumo do excedente de energia gerada localmente, caso a rede monofásica não esteja disponível para receber o excedente gerado. A eliminação do controle, principalmente da fonte hídrica, tem um impacto muito significativo no custo global do sistema. III. O SISTEMA PROPOSTO Parte-se de um sistema constituído de um GI conectado diretamente a uma rede monofásica, Figura 1 [15, 16]. Os parâmetros do GI utilizados nestes estudos são mostrados na Tabela I e foram obtidos em ligação delta e em 60 Hz. Eletrônica de Potência - Vol. 1, nº 10, Junho de 2005 Neste tipo de conexão, a rede monofásica define a freqüência de operação do GI e a tensão de trabalho nas fases conectadas. O sistema estudado não utiliza controle de velocidade, isto é, não existe mecanismo que atue sobre a MP de forma a regular a potência de entrada. Se a carga solicitar uma demanda energética maior que o GI pode fornecer, o seu déficit será absorvido da rede monofásica. Caso contrário, é a rede quem absorverá o excedente. Um indutor é inserido localmente para conectar GI à rede monofásica. TABELA I ajuste da fase da tensão produzida pelo CEP em relação à tensão do alimentador, de maneira a resultar que Ifonte e Vfonte estejam em fase ou defasadas 180o, conforme a demanda da carga local, garantindo assim, fator de potência unitário na rede monofásica. v CA v AB v BC Parâmetros da Máquina de Indução Utilizada [13] Resistência do estator (rs) 2,50 Ω Resistência do rotor (rr) 1,803 Ω Reatância de dispersão do estator (XS) 2,411 Ω Reatância de dispersão do rotor (Xr) 2,022 Ω Reatância de magnetização (Xm) (2.π.60.Lms) 100,12 Ω Resistência de perdas no ferro e mecânicas (Rm) 1768 Ω Máquina Primária a) Tensão nos terminais do GI (100V/div). Horizontal: 5ms/div. Gerador de Indução LS iA vAB iB iC vCA ifonte + Rede monofásica - iA iB vBC Fig. 1. Circuito de potência do sistema sem compensação. O fato de conectar diretamente um GI em uma rede monofásica faz com que apenas uma das tensões de linha seja imposta ao GI, neste caso vAB. O GI definirá as outras duas tensões vBC e vCA , as quais se tornam dependentes das quedas internas da máquina e de suas não-linearidades. Assim, tais tensões (vBC e vCA) podem possuir tanto amplitudes diferentes quanto distorções harmônicas, como mostra a Figura 2. A Figura 3 apresenta a proposta que será discutida neste artigo. Para minimizar os problemas anteriormente apresentados, um CEP trifásico é inserido em derivação entre o GI e a rede monofásica de forma a impor tensões equilibradas ao GI e injetar ou absorver corrente da rede monofásica com FP unitário. A presença de Cconv permite também a auto-excitação do GI mesmo na ausência da rede monofásica. A situação em que o sistema local de geração de energia deve operar isolado da rede elétrica é chamada de ilhamento [17]. No momento que ocorrer o ilhamento, as proteções localizadas no lado de alta tensão do alimentador devem abrir. Após esta ocorrência, para evitar que a geração local tenha que alimentar todos os consumidores locais, cabe ao sistema de geração distribuída se isolar dos demais consumidores de forma a preservar a sua operacionalidade. O emprego de fontes adicionais de energia no barramento CC do CEP aumenta a capacidade geradora local. Tais fontes podem ser realizadas por células a combustível, painéis fotovoltaicos ou bancos de baterias. A. Método para Gerar as Referências para o CEP O CEP é um inversor trifásico do tipo fonte de tensão cuja tarefa é impor tensões simétricas, equilibradas e senoidais no barramento CA ao qual são conectados o GI, as cargas e também a rede monofásica. Além disso, deve-se fazer um Eletrônica de Potência - Vol. 1, nº 10, Junho de 2005 b) Correntes nos terminais do GI (10A/div). Horizontal: 5ms/div. Fig. 2. Formas de onda de corrente e tensão do GI trifásico diretamente conectado em uma rede monofásica. O fluxo de potência ativa pode ser controlado pela diferença da tensão entre dois pontos, o que é conseguido tanto pela alteração da amplitude quanto da defasagem, e depende da impedância entre os pontos de conexão. Ressalta-se também que a imposição de tensão, além de equilibrar a operação do gerador, automaticamente realiza a compensação de reativos e de harmônicas já que o GI, devido a suas características, não compensa tais reativos. A rede monofásica, devido à imposição de FP=1, também está impossibilitada de fornecê-los. Dado que o CEP impõe tensões senoidais e equilibradas no barramento, as correntes do gerador também serão senoidais e equilibradas. Ou seja, mesmo na presença de cargas desequilibradas, reativas e não-lineares, o GI mantém boas condições de operação. No caso geral, as correntes no CEP serão desequilibradas. Outro fato importante é que se a demanda da carga for menor do que a geração local, o excesso de potência gerada é enviado à rede, caso não seja previsto algum tipo de armazenador de energia no local. No entanto, se a demanda de potência da carga for superior àquela disponibilizada pela geração local, o excedente deverá ser fornecido pela rede monofásica. Deste modo, a potência máxima da carga é a soma das potências fornecidas pela rede e pela geração local. 53 C a r g a Gerador de Indução M áquina Primária iAL i BL i CL iA iAS LS iBS i fonte + v AB iB iC - v CA v BC Rede monofásica iCS C conv L conv i xL conv , x = A, B , C i L FC CEP Célula a combustível ou painel fotovoltáico Banco de baterias C CC Conversor CC/CC Fig. 3. Sistema completo com fontes CA e CC. Em relação à rede monofásica, caso Pfonte > 0, o ângulo β, que é o ângulo de defasagem entre Vfonte e VAB é positivo. Se Pfonte < 0, β será negativo, como mostra a Figura 4. I font V LS e V fonte β V AB V AB β V LS V fonte I fonte a - PG + PCC > PL b - PG + PCC < PL Fig. 4. Diagramas fasoriais para diferentes situações de demanda de potência. B. Determinação do ângulo β As tensões impostas pelo CEP, devem produzir uma tensão de linha VAB que, somada fasorialmente a Vfonte, deve resultar em uma tensão VL de modo que Ifonte fique em fase S com Vfonte. Conforme indica a Figura 5, tal corrente será dependente de VL e de X L , que é a reatância do indutor de S S acoplamento na freqüência da rede. VLs I fonte = X LS (1) Dado o valor de X L , é preciso que o ângulo β e VAB sejam ajustadas pelo CEP para que o FP seja unitário. A potência a ser entregue ou absorvida da fonte é dada por (2). No entanto, tal potência é a soma da potência gerada (PG) com a potência produzida pela fonte CC (PCC), subtraída da potência consumida pelas cargas (PL). A potência nesta seção é identificada por Pr. (2) Pfonte = v fonte .i fonte = V fonte .I fonte S (3) Pfonte = Pr = PG + PCC − PL Fazendo as medições da corrente (Figura 3) têm-se as correntes iAS e iCS. Como o sistema é a 3 fios, iBS é calculado de acordo com (4). As tensões vA e vC são medidas em relação ao ponto neutro dos capacitores do filtro. Da mesma forma, vB é calculada através de (5). (4) i BS = −(i AS + iCS ) (5) v B = −(v A + vC ) Com isso, Pr pode ser calculado de acordo com (6). p r = v A .i AS + v B .i BS + vC .iCS (6) De acordo com a Figura 4.a, o ângulo β, para o qual resulta fator de potência unitário é: ⎛ Pfonte . X L ⎞ S ⎟ ⎜ V 2 ⎟ fonte ⎝ ⎠ β = arctan⎜ VLS (7) Ifonte VAB X LS Vfonte Fig. 5. Conexão entre barramento CA do CEP e rede monofásica. 54 C. Referências de Amplitude para o CEP Para determinar as tensões de referências para o CEP é preciso, inicialmente, medir a tensão vfonte e filtrá-la para obter sua componente fundamental, v. De acordo com (8), encontra-se v’AB que representa a tensão entre as fases “A” e “B” a ser produzida pelo CEP. Eletrônica de Potência - Vol. 1, nº 10, Junho de 2005 v' AB = v cosβ (8) Agora basta defasar adequadamente (β – 30o, β - 150o, β + 90 ) v’AB e dividir seu módulo por 3 para obter as tensões de fases que servirão de referência para o CEP. Outra possibilidade consiste em criar três senóides internamente ao processador digital, sincronizadas através de um PLL (phase locked loop) com vfonte. Da mesma forma, tais senóides precisam ser defasadas em relação a vfonte. A amplitude é definida por (9), na qual V representa a amplitude da tensão da rede monofásica filtrada. V (9) A= 3 . cos β o IV. ESTRUTURA DE CONTROLE Para garantir a qualidade da tensão CA no barramento trifásico, tanto a corrente quanto a tensão do CEP são controladas em malha fechada, conforme mostra a Figura 6. Utiliza-se um controle em cascata, com uma malha interna de corrente, com freqüência de corte em 1 kHz, e uma malha externa de tensão, com freqüência de corte de 100Hz. No entanto, na presença de cargas não lineares, o emprego apenas de compensadores do tipo proporcional-integral não é capaz de garantir tensões adequadas na saída do CEP. Para se obter um melhor desempenho dinâmico, bem como reduzida distorção harmônica, são incluídas entradas antecipativas (feedforward) na geração das referências de corrente e de tensão. A corrente de saída do CEP depende da diferença entre a tensão imposta pelo conversor e a tensão do barramento trifásico. Por exemplo, para uma mesma corrente, a tensão a ser produzida pelo CEP é muito diferente se a tensão CA estiver passando pelo zero ou se estiver no pico. Assim, a produção da referência de corrente, além do sinal de saída do regulador de tensão, recebe também uma informação direta da tensão de referência. Idealmente, todos os componentes harmônicos da corrente da carga, assim como seus reativos, deveriam fluir exclusivamente pelo CEP. Entretanto, como este conversor possui uma impedância de saída finita (dada, em princípio, pelo filtro LC de saída), inevitavelmente haverá uma circulação residual dos harmônicos pelo GI e pela rede. No entanto, projetando-se tal filtro para uma baixa impedância de saída e associando-se um método de controle adequado da forma tensão, pode-se reduzir tal impedância a valores muito baixos. Com este objetivo, para a malha de tensão tem-se uma entrada antecipativa, que traz uma informação da componente de corrente que flui pelo capacitor do filtro, além de filtros sintonizados nas freqüências harmônicas mais relevantes. Tais filtros sintonizados permitem minimizar os erros de ganho e de fase decorrentes do regulador PI, resultando em uma baixa impedância de saída para o CEP nestas freqüências e possibilitando uma adequada compensação das componentes harmônicas da corrente da carga. Os procedimentos de projeto destes controladores foram apresentados [17-19]. Os vários ganhos indicados na Figura 6 referem-se aos Eletrônica de Potência - Vol. 1, nº 10, Junho de 2005 sensores e ao escalonamento utilizado na implementação. O bloco SVM indica o uso de modulação vetorial para o comando do inversor e, dinamicamente, equivale a um ganho mais um atraso. A. Controle da tensão do barramento CC A estrutura de controle mostrada na Figura 6 garante a qualidade da tensão CA na saída do CEP. Entretanto qualquer desequilíbrio de potência entre a carga, rede e as fontes flui através do CEP e causa uma alteração na tensão CC. Uma malha adicional do controle, empregando um compensador PI, com freqüência de corte de 1,7 Hz foi implementada de modo a atuar apenas sobre o ângulo β e, com isso, ajustar o fluxo de potência pela rede de maneira a estabilizar VCC. A baixa freqüência de corte permite que este controle atue de maneira independente do controle da tensão CA. Quando o sistema dispuser de uma fonte CC (como uma célula a combustível ou um painel fotovoltaico) sua conexão ao barramento CC do CEP se faz por meio de um conversor CC-CC elevador de tensão, controlado em corrente. Com isso, a fonte CC poderá trabalhar em um ponto de operação de alto rendimento, evitando a região de saturação. A título de ilustração, a Figura 7 apresenta o digrama de controle onde GFC, PIiFC e PWMFC representam, respectivamente, o ganho do sensor de corrente, função de transferência do PI que controla a corrente do conversor e o ganho do PWM respectivamente. O regulador de corrente é projetado utilizando a hipótese simplificadora de que a carga tem um comportamento puramente indutivo. IFC é a corrente média sobre a indutância LFC e δ é o ciclo de trabalho [17]. VCC .δ s.LFC I FC ≅ (11) Da mesma forma como foram determinados os compensadores para o CEP trifásico, definem-se os parâmetros margem de fase (mfFC) e freqüência de corte em malhada fechada resultantes do uso do compensador. Os parâmetros utilizados no projeto são mostrados na Tabela II. FCLFC é a freqüência de corte em malha fechada do controlador de corrente, VFC é a tensão de entrada do conversor e klem é o ganho do sensor de corrente. TABELA II Parâmetros do sistema – PI do conversor CC/CC FCLFC (Hz) mfFC (o) VCC (V) LFCv (mH) klem VFC (V) 2000 70 300 1 1 11,75 45 As constantes proporcional (kpropFC) e integral (kintFC) são dependentes do ganho em malha aberta GOLFC, da freqüência de corte e da margem de fase desejada e são obtidas de acordo com as equações seguintes [18]: k propFC . k int FC GOLFC =1 ω FCLFC ω = k propFC . FCLFC tan(mf FC ) (12) (13) 55 Fig. 6. Diagrama de controle da tensão de saída do CEP trifásico. LFC iLFC CCC Fonte CC - GFC VCC PIiFC PWMFC + iref Fig. 7. Diagrama de controle do conversor CC/CC. rede monofásica a DHT da tensão é de 2,2% e de 2,28% para a corrente. O fator de potência é 0,99. As figuras 10 e 11 mostram resultados com uma carga não linear (retificador trifásico a diodos com carga R.C). Absorve-se de 2 kW da rede. Note-se que, pela ação do filtro seletivo na 5ª harmônica presente na malha de controle indicada na Figura 6, a tensão, nesta freqüência apresenta apenas 1% da fundamental, enquanto na corrente, a 5ª harmônica tem 50% do valor da fundamental. V. RESULTADOS EXPERIMENTAIS As estratégias para o CEP foram implementadas em um DSP de 16 bits ponto fixo da Analog Devices, ADMC 401. As freqüências de amostragem e de chaveamento foram 12 kHz para o CEP trifásico e para o conversor da fonte CC foi utilizado um circuito dedicado (3524) devido ao alto esforço do DSP em controlar o CEP. No entanto, a habilitação deste circuito é totalmente gerenciada pelo DSP. O protótipo construído foi de 3 kVA. Os resultados serão apresentados em dois conjuntos. O primeiro refere-se a composição GI e rede monofásica. Já o segundo, GI, rede monofásica e fonte CC. O rendimento do sistema depende de quanta potência flui através dos conversores, ou seja, depende da potência gerada localmente e do consumo das cargas locais. O valor médio do rendimento do CEP foi de 94%, enquanto no conversor CC-CC foi de 85%. A. GI e Rede Monofásica em Regime Permanente A Figura 8 mostra tensões e correntes nos terminais GI. Como esperado, as tensões são senoidais, exceto pela presença de “ripple” residual em alta freqüência. As correntes são ligeiramente distorcidas devido a não linearidades do entreferro do gerador de indução. Na Figura 9 são mostrados resultados em que, devido à baixa potência da carga local, se envia 1600 W para a rede. Estão indicadas as seguintes formas de onda: a referência interna do DSP, v*A, a respectiva tensão produzida pelo CEP vA, a corrente e a tensão na rede monofásica (ifonte e vfonte). Em relação à DHT, no barramento do CEP foi medido 0,9%. Na 56 Fig. 8. Tensões (100V/div.) e correntes (10A/div.) do GI. Horizontal: 5ms/div. Fig. 9. Tensão de referência e tensão produzida pelo CEP (180V/div.). Tensão (100V/div.) e corrente (10A/div.) na rede monofásica. Horizontal: 5ms/div. Eletrônica de Potência - Vol. 1, nº 10, Junho de 2005 B. GI, Rede Monofásica e fonte CC Neste teste uma fonte CC fornece 500 W, enquanto 700 W são absorvidos da rede monofásica. Em um determinado instante a carga é triplicada, como mostra a Figura 12. Ação do controlador PI da tensão VCC faz com que o sistema altere o ponto de operação através da atualização de β, retornandose ao valor pré-estabelecido para a tensão VCC. Em outro teste, mostrado na Figura 14, um motor de indução trifásico de ½ CV foi conectado aos terminais do CEP sem que houvesse nenhum tipo de partida suave. No instante em que ocorre a inserção do motor, tanto a corrente proveniente da rede monofásica quanto a tensão do barramento CC sofrem alterações. Essas alterações podem ser mensuradas como um Δβ e, de acordo com a estratégia adotada de somente alterar o defasamento entre ifonte e vfonte e manter a amplitude de VAB inalterada proporciona ao usuário que se utiliza deste sistema, um valor eficaz de tensão praticamente constante. Em relação ao GI não se observou nenhum indício de desmagnetização. Fig.10. Corrente de carga (5A/div.) e tensão no barramento do CEP (250V/div.). Horizontal: 5ms/div. Com compensação da 5a harmônica. Fig. 13. Corrente drenada da fonte CC (10A/div.), tensão (200V/div.) e corrente (10A/div.) na rede monofásica. Horizontal: 50ms/div. Fig. 11. Espectro de corrente de carga (20db/div.) e tensão no barramento do CEP (20db/div.). Horizontal: 50Hz/div. Com compensação da 5a harmônica. Fig. 14. Corrente no motor (5A/div.), tensão no link CC (100V/div.), tensão nos terminais do CEP (500V/div.) e corrente na rede monofásica (10V/div.). Horizontal: 50ms/div. VI. CONCLUSÕES Fig. 12. Tensão no “link” CC (100V/div.), corrente drenada da fonte CC (5A/div.) e corrente na carga (5A/div.). Horizontal: 100ms/div. Nos resultados da figura 13, a rede fornece 1200 W. Em um determinado instante, a fonte CC, que fornecia cerca de 500 W, é desconectada. Este déficit é suprido totalmente pela rede, uma vez que não existe mecanismo que atue sobre a máquina primária de forma a aumentar a potência gerada pelo GI. Eletrônica de Potência - Vol. 1, nº 10, Junho de 2005 Este artigo apresenta uma estratégia para compensar desequilíbrios quando um gerador de indução é conectado diretamente a uma rede monofásica. Um conversor PWM do tipo fonte de tensão estabiliza as tensões no barramento trifásico, enquanto que um conversor do tipo “boost” gerencia o fluxo de energia através da fonte CC. Através do controle da amplitude e defasagem da tensão da tensão CA é possível controlar o fluxo de energia através da rede monofásica. Para garantir a qualidade da tensão CA foram utilizados controladores do tipo PI associados a entradas antecipativas e filtros seletivos nas freqüências harmônicas mais relevantes. Tem-se, desta forma, a interligação de diferentes fontes de energia, garantindo-se a cada uma, individualmente, 57 condições adequadas de funcionamento. Ao usuário conectado ao barramento trifásico, garantem-se tensões dentro dos padrões de qualidade, compensação de reativos e de harmônicos de corrente, sem necessidade de qualquer metodologia de compensação, bastando a adequada regulação da tensão CA. AGRADECIMENTOS Os autores agradecem a CAPES e FAPESP (processos BEX0277/02-9 e 00/11038-9) pelo suporte a este projeto. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS [1] E. G. Marra J. A. Pomilio, “Self-Excited Induction Generator Controlled by a VS-PWM Bi-Directional Converter for Rural Applications”, IEEE Transactions on Industrial Applications, vol. 35, no. 4, pp. 877-883 July/August 1999. [2] D. E. Bassett, M. F. 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Pomilio, “Three-Phase Induction Generator and DC Source Connected to a Single-Phase Feeder”, in Proc. of INDUSCON, 2004. DADOS BIOGRÁFICOS Ricardo Quadros Machado, é natural de Santa Maria, graduou-se engenheiro eletricista (1997) pela Univ. Federal de Santa Maria, Mestre (2002) e Doutor em Engenharia Elétrica (2005) pela Universidade Estadual de Campinas. Entre 2003 e 2004 foi pesquisador visitante junto ao grupo de Eletrônica de Potência da Univ. de Pádua, Itália. Atualmente atua como pesquisador junto CEEMA (Centro de Estudos em Energia e Meio-Ambiente) e PPGEE (Programa de Pós-Graduação em Eng. Elétrica) da UFSM. Suas áreas de interesse são: controle digital aplicado à eletrônica de potência, qualidade do processamento da energia elétrica, filtros ativos e fontes alternativa de energia. Dr. Machado é membro da SOBRAEP. Simone Buso, nasceu em Pádua, Itália, em 1968. Em 1992 graduou-se "cum laude" em Engenharia Eletrônica na Universidade de Pádua. Trabalhou na Ansaldo Ricerche, em Gênua, Itália na pesquisa de novas topologias de conversores para acionamentos de alta potência. Em 1996 recebeu o título de Doutor pela Universidade de Pádua. Desde 1997 é pesquisador e docente junto ao Departamento de Engenharia da Informação da mesma Universidade. José Antenor Pomilio, graduado em Eng. Elétrica pela UNICAMP em 1983. Concluiu o Mestrado (1986) e o Doutorado (1991) pela mesma universidade. Entre 1988 e 1991, foi chefe do grupo de Eletrônica de Potência do Laboratório Nacional de Luz Síncrotron. Realizou estágios de pós-doutoramento junto à Universidade de Pádua, em 1993/94 e junto à Terceira Universidade de Roma, em 2003. É professor titular da Faculdade de Engenharia Elétrica e de Computação da UNICAMP. Foi membro do Comitê Administrativo da IEEE Power Electronics Society e presidente da SOBRAEP. É editor de Eletrônica de Potência (2005) editor associado da IEEE Trans. on Power Electronics e da revista Controle & Automação. É membro da SOBRAEP, do IEEE e da SBA. Eletrônica de Potência - Vol. 1, nº 10, Junho de 2005 APROVEITAMENTO VIÁVEL DE MÓDULOS FOTOVOLTAICOS ATRAVÉS DO ENVIO DA ENERGIA À REDE COMERCIAL UTILIZANDO CONVERSORES ESTÁTICOS DE ENERGIA Denizar Cruz Martins Rogers Demonti Instituto de Eletrônica de Potência – Inep Universidade Federal de Santa Catarina CEP 88.040.970 – Caixa Postal 5119 Florianópolis – SC Brasil e-mail: [email protected] Instituto de Tecnologia para o Desenvolvimento – Lactec BR-116 – km 98, s/nº – Centro Politécnico da UFPR Jardim das Américas CEP 81531-980 – Caixa Postal 19.067 Curitiba – PR e-mail: [email protected] Resumo – Neste trabalho é proposta uma técnica simples, porém robusta para aproveitamento da energia elétrica gerada por módulos fotovoltaicos. Através deste sistema a energia é convertida, adaptada e enviada à rede elétrica comercial. A instalação dos módulos fotovoltaicos pode ser feita no próprio local de consumo, dispensando a utilização de linhas de transmissão e/ou distribuição. A forma de onda da corrente de saída é senoidal, tomandose como referência a própria rede comercial. Obtém-se assim, baixa distorção harmônica total, de maneira que a qualidade da energia elétrica seja preservada. Além disso, outros requisitos são alcançados, como o isolamento galvânico entre os painéis e a rede, e a proteção contra falta de energia. São apresentados os estágios de potência, a estratégia de controle, o princípio de operação do sistema, os resultados de simulação e os resultados experimentais obtidos com um protótipo de laboratório. Palavras-Chave – Módulos fotovoltaicos, Conversores estáticos de energia, Geração distribuída. VIABLE USAGE OF PHOTOVOLTAIC MODULES BY TRANSFERRING THE ENERGY TO THE GRID UTILITY USING STATIC POWER CONVERTERS Abstract – In this work it is proposed a simple, however robust, system to exploit the electrical energy generated by photovoltaic modules. By means of this system the energy is converted, adapted and delivered to the electric utility grid. Thus, an amount of electrical energy consumed by one given customer is produced, having the advantage that it can be installed easily in the same place of consumption, dispensing the use of a transmission system. In order to preserve the quality of the produced electric energy, the system samples a reference of the grid voltage, obtaining, at the output, low total harmonic distortion of the generated current. Moreover, other requirements are achieved, as the galvanic isolation between the modules and the utility grid, and the protection against energy failure. The power stages, the Artigo submetido em 22/12/2004. Primeira revisão em 18/03/2005. Segunda Revisão em 31/05/2005. Aceito sob recomendação do Editor Prof. Carlos Alberto Canesin. Eletrônica de Potência - Vol. 1, nº 10, Junho de 2005 control strategy, the system’s operation principle, the mathematical analysis and the experimental results acquired with the prototype constructed in laboratory are presented. NOMENCLATURA → Relação de espiras do transformador Tr11; → Razão cíclica do conversor flyback; → Razão cíclica do inversor em ponte completa alimentado em tensão; fsfb → Freqüência de chaveamento do conversor flyback; I1(t) → Corrente no enrolamento primário do transformador; I1max, I1min → Corrente máxima e mínima no enrolamento primário do transformador, respectivamente; I2(t) → Corrente no enrolamento secundário do transformador; Ii → Corrente na entrada do inversor; Iimed → Corrente média na entrada do inversor durante um período de chaveamento; Irmax → Valor máximo da corrente no indutor L21 em um período de chaveamento Tsinv, (que é a mesma corrente enviada à rede); Irmed → Corrente média enviada à rede durante um período de chaveamento; Irmin → Valor mínimo da corrente no indutor L21 em um período de chaveamento; L1, L2 → Indutância do primário e secundário do transformador, respectivamente; N1, N2 → Número de espiras no enrolamento primário e secundário do transformador, respectivamente; Pi, Pr → Potência na entrada e saída do inversor; ta → Intervalo de abertura de S21 e S24; taS11 → Intervalo de abertura do interruptor S11; tc → Intervalo de condução de S21 e S24; tcS11 → Intervalo de condução do interruptor S11; Tsfb → Período de chaveamento do conversor flyback; Tsinv → Período de chaveamento do inversor; V1, V2 → Tensão no primário e secundário do transformador, respectivamente; Vg(t) → Sinal de comando aplicado a S11; Vi → Tensão de saída do conversor flyback; Vpfv → Tensão do módulo fotovoltaico; Vr → Tensão da rede comercial. a Dfb Dinv 59 I. INTRODUÇÃO Um módulo fotovoltaico é um dispositivo que converte energia luminosa em energia elétrica através do efeito fotoelétrico. Apesar da energia elétrica nos terminais do módulo se encontrar disponível no mesmo instante em que a luz incide sobre ele, grande parte dos equipamentos elétricos de uso comum não podem ser conectados diretamente. Isto porque a corrente gerada pelo módulo é contínua (CC) e de baixa tensão (geralmente de 12 a 68 volts, dependendo da tecnologia empregada na construção do módulo) e a maioria dos equipamentos operam com corrente alternada (CA), com tensões mais altas (110 à 220 volts no caso do Brasil). Como este sistema não utiliza baterias para armazenar energia, a geração depende exclusivamente da disponibilidade de energia solar. Apesar de parecer uma desvantagem, esta opção é economicamente vantajosa, pois enquanto a vida útil de um módulo é superior a 20 anos, uma bateria opera por, no máximo, 5 anos e necessita de manutenção periódica. Atualmente observa-se uma certa tendência em se diminuir a potência dos sistemas fotovoltaicos de forma a padronizá-los e obter projetos mais otimizados e baratos, em termos de produção em larga escala e integração urbana. Baseando-se nas informações a este respeito, publicadas nos últimos tempos [1, 2, 3, 7], foi proposto o sistema ora apresentado. À medida que os problemas relacionados a estes tipos de sistemas são solucionados e os preços dos próprios módulos diminuem [4, 6], ampliam-se as opções de mercado. A utilização de duas topologias bem conhecidas em eletrônica de potência, o conversor flyback e o inversor em ponte completa alimentado em tensão, vai de encontro a estas desejáveis características, garantindo alta confiabilidade e simplicidade de implementação. A tensão de saída de cada módulo é de aproximadamente 14,5 V no MPP (maximum power point – ponto de máxima potência). A potência escolhida para o projeto do sistema é de 100 watts, adequada para converter a energia proveniente de dois módulos de 50 Wp (50 watts a uma insolação de 1000 W/m2) cada um, conectados em série. O conversor flyback apresenta boa performance nesta potência. Em conjunto com o inversor, forma um sistema robusto de conversão de energia permitindo interligação de fontes de energia com características muito diferentes. Além destas características o sistema deve suportar grandes e rápidas variações na energia disponível em seus terminais. A principal contribuição deste trabalho reside na apresentação de uma solução simples, robusta e facilmente controlável para o problema da interligação direta entre módulos fotovoltaicos e rede elétrica comercial sem utilização de baterias, atendendo os requisitos de segurança necessários. Além disto possui pequenas dimensões para ser incorporado a sistemas produzidos em larga escala. II. GERAÇÃO DISTRIBUÍDA Nos últimos anos, arquitetos e engenheiros de todo o mundo começaram a integrar uma grande quantidade de produtos fotovoltaicos em seus próprios projetos, tais como módulos isolados, módulos inteiros na forma do telhado, preenchimento de fachadas com materiais fotovoltaicos e 60 paredes e tetos semitransparentes. Estas ações caracterizaram os chamados sistemas fotovoltaicos integrados a edificações (BIPV – Build Integrated Photovoltaic [9]). A integração a edificações representa um dos mais promissores mercados de larga escala para aplicações da tecnologia de aproveitamento da energia solar fotovoltaica. Permite que a energia elétrica seja produzida no próprio local de consumo, justamente onde esta é mais cara, aumentando a competitividade. Tanto edificações residenciais como comerciais e industriais oferecem grandes oportunidades para integração. Os maiores benefícios são: Do lado do consumidor: ! ! ! ! Menor custo da eletricidade; Redução da possibilidade de faltas de energia; Maior confiabilidade e qualidade; Possibilidade de gerenciamento de carga e demanda; Do lado da rede: ! Redução das perdas por transmissão e distribuição; ! Maior tempo para realização de investimentos em ampliação; ! Aumento da confiabilidade; ! Serviços auxiliares, tais com manutenção dos níveis de tensão e estabilidade. III. APRESENTAÇÃO DO CIRCUITO E PRINCÍPIO DE OPERAÇÃO O circuito de processamento de energia deve ser de baixo custo e tão simples quanto possível, de forma a compensar o custo, ainda alto, dos módulos fotovoltaicos. Por outro lado deve ser robusto e apresentar um elevado intervalo de tempo de operação (MTFF – mean time to first failure) para que seja compatível com a vida útil dos módulos. O circuito é composto por dois estágios distintos de processamento de energia, conforme mostrado na Fig. 1. A. Conversor flyback O primeiro estágio é um conversor do tipo flyback responsável pela elevação da tensão proveniente dos módulos fotovoltaicos. Além disto, este conversor possibilita realizar o isolamento galvânico entre os módulos e a rede, propiciando maior segurança ao sistema no caso de descargas atmosféricas e contato de pessoas com os módulos, além de reduzir as correntes de fuga e geração de ruídos eletromagnéticos. Os módulos fotovoltaicos alimentam diretamente a entrada deste conversor. A tensão de entrada é de aproximadamente 30 V sendo elevada, na saída, para 370 V. Este conversor opera no modo de condução contínua. A escolha por este modo de operação advém do fato de se obter menor corrente eficaz no interruptor S11, reduzindo as perdas por condução neste dispositivo. Outra vantagem do modo de condução contínua é que a tensão de saída depende apenas da razão cíclica Dfb, imposta pelo sistema de controle. Um snubber regenerativo [8] é utilizado para a proteção do interruptor S11. Eletrônica de Potência - Vol. 1, nº 10, Junho de 2005 + + - - rede elétrica comercial módulos fotovoltaicos Fig. 1: Representação do circuito de potência de dois estágios interligado à rede elétrica comercial. A partir da Fig. 1 e da Fig. 2 tem-se: B. Inversor em ponte completa alimentado em tensão O segundo estágio, o inversor em ponte completa alimentado em tensão, realiza duas funções básicas: a inversão da tensão contínua proveniente do conversor flyback e a modulação senoidal da corrente de saída. A característica de entrada deste inversor é de fonte de tensão, e a saída, em fonte de corrente. Desta maneira, o inversor pode ser conectado à saída do flyback e à rede comercial, ambas com característica de fonte de tensão. O inversor de tensão em ponte completa, modulado de modo conveniente, pode produzir na saída uma corrente com forma senoidal e de baixa distorção harmônica. Os dois estágios operam com freqüência constante a 25 kHz. Desta forma, os componentes que armazenam energia (capacitores e indutores) e o transformador são de pequenas dimensões, conferindo ao sistema volume e peso reduzidos. ∆i1 = Vi (2) taS 11 L2 Definindo-se a relação de espiras do transformador como N 2 V2 = N1 V1 deduz-se matematicamente que I ∆i1 a= 1 = I 2 ∆i 2 a= Vpfv tc ( L ) a= (Vi L ) ta 1 2 A. Conversor flyback sinal de comando (a) ta I1(t) I1max I1min Ts fb 2Ts fb t ∆I1 (b) t ∆I2 (c) t Fig. 2: Formas de onda idealizadas para o conversor flyback operando no modo de condução contínua. (a) Sinal de comando; (b) Corrente no enrolamento primário do transformador; (c) Corrente no secundário. Eletrônica de Potência - Vol. 1, nº 10, Junho de 2005 S11 (5) S11 tcS 11 Ts fb (6) e Ts fb = tcS 11 + taS11 (7) e substituindo (6) e (7) em (5) resulta em Vpfv ⋅ D fb ⋅ Ts fb L1 a= Vi ⋅ (1 − D fb ) ⋅ Ts fb L2 (8) As indutâncias L1 e L2 estão vinculadas à relação de espiras, portanto são escritas implicitamente no termo a. Simplificando e arranjando os termos da Eq. (8) resulta em I2(t) I2max I2min (4) Definindo a razão cíclica do conversor flyback como D fb = Vg(t) (3) Substituindo (1) e (2) em (4), resulta: IV. ESTUDO MATEMÁTICO A Fig. 2 mostra a representação gráfica das principais formas de onda do conversor flyback para o modo de condução contínua. (1) ∆i2 = A saída do inversor, cuja modulação é realizada em dois níveis, é conectada diretamente à rede elétrica da concessionária. tc Vpfv tcS11 L1 D fb Vi = a⋅ 1 − D fb Vpfv (9) A equação (9) faz a associação entre a tensão de entrada Vpfv e a tensão de saída Vi do conversor flyback operando no modo de condução contínua, em função da razão cíclica Dfb e a relação de espiras do transformador a. 61 B. Inversor ponte completa alimentado em tensão A tensão constante no capacitor de saída C12 é processada resultando, na saída do inversor, uma corrente alternada. Esta corrente é modulada utilizando-se como referência a própria rede comercial, obtendo-se alto fator de potência e baixa distorção harmônica. Operando em conjunto com o indutor L21, o inversor assume uma característica de saída em fonte de corrente, permitindo sua conexão com a rede, que por sua vez tem uma característica de fonte de tensão. Através da correta escolha de L21 é possível definir a máxima ondulação para a corrente injetada na rede. Além disto, um pequeno capacitor de filtro é adicionado para filtrar a componente harmônica de alta freqüência da corrente. O papel dos diodos D22-D23 e D21-D24 (Fig. 1) é o de conduzir a corrente através do indutor L21 durante o intervalo de abertura simultânea dos interruptores S21-S24 e S22-S23 respectivamente. Isto porque não deve ocorrer condução simultânea do ramo formado por S21-S23 e S22-S24. Conseqüentemente os interruptores são ligados e desligados aos pares (S21-S24) e (S22-S23). Este procedimento permite produzir dois níveis de modulação da tensão de saída em alta freqüência. A Fig. 3 apresenta as principais formas de onda, na freqüência de comutação, do inversor alimentado em tensão. O intervalo de tempo mostrado é aquele onde a tensão da rede está próxima do seu valor máximo positivo. sinal de comando Tsinv tempo morto tc ∆I1 ta ∆Ι2 (12) Pi = Vi.Iimed (13) Pr = Vr.Irmed (14) Iimed = 1 Ts Irmed = 1 Ts ∫ ∫ Ii(t ) dt (15) Ir (t ) dt (16) Ts 0 Ts 0 sendo as correntes Ii(t ) = Irmax − Irmin Ir − Irmin t + Irmin + max t − Irmax (17) tc ta Ir (t ) = Irmax − Irmin Ir − Irmin t + Irmin − max t + Irmax (18) tc ta e Desta forma, resolvendo as integrais (15) e (16) resulta Iimed = 1 (2Dinv − 1)(Irmax + Irmin ) 2 (19) 1 (Irmax + Irmin ) 2 (20) Irmed = t Irmax Irmin Pi = Pr Conforme a Fig. 3, 2Tsinv S21; S24 S22; S23 Como as perdas são pequenas em relação à potência total, pode-se considerá-las nulas e admitir-se que as potências de entrada e saída são iguais, ou seja: Aplicando as equações (19) e (20) em (13), (14) e (12) resulta em Vr = 2 Dinv − 1 Vi t IL21 (21) t Irmax Irmin Ii t Irmax Irmin A equação (21) representa o ganho estático do conversor em ponte completa alimentado em tensão com um indutor na saída, para o modo de operação mostrado na Fig. 3. iS21 (coletor) t Irmax Irmin ID 22 Vs21 t Vi coletoremissor t Fig. 3: Principais formas de onda do inversor alimentado em tensão. C. Ganho estático De modo a determinar a equação de ganho estático deste estágio, deve-se observar o comportamento da corrente enviada à rede durante um período de chaveamento completo. Conseqüentemente as considerações matemáticas feitas a seguir referem-se a um período Tsinv de tempo. Observando-se a corrente IL21 da Fig. 3 nota-se que há uma variação positiva e uma negativa, chamadas ∆I1 e ∆I2 respectivamente. Vi − Vr tc ∆I1 = L21 (10) Vi + Vr tc L21 (11) ∆I 2 = 62 D. Estratégia de controle Observando o circuito da Fig. 1, é possível notar que a tensão Vi é estável devido a C12, bem como a tensão Vr, para um período de chaveamento. Logo, estas duas tensões não podem ser modificadas através da razão cíclica Dinv. A razão cíclica tem, por outro lado, controle sobre a corrente enviada à rede comercial. Percorrendo-se a malha na saída do sistema observa-se que sobre o indutor L21 está aplicada a diferença entre a tensão equivalente na saída do inversor [(2Dinv − 1)Vi ] da eq. (21) e a tensão da rede (Vr). Logo, a partir da equação da tensão sobre um indutor pode-se escrever: di L 21 [(2 Dinv − 1) Vi ] − [Vr ] = dt L21 [A/s] (22) Se a razão cíclica for tal que produza um valor de igual a Vr, a taxa de crescimento da corrente (2 Dinv − 1)Vi dI L 21 = 0 . Desta forma a corrente dt enviada à rede será constante. será nula, ou seja, Eletrônica de Potência - Vol. 1, nº 10, Junho de 2005 confecção do transformador Tr11. O núcleo escolhido é do tipo EE42/20. O valor de Dinv para uma taxa de crescimento nula é: Dinv = 1 Vi + Vr 2 Vi (23) Por conseguinte a modulação de corrente escolhida para controlar este estágio foi a comparação dos seus valores médios instantâneos com uma amostra de referência da tensão da rede. Então, um sinal PWM (Pulse Width Modulation – Modulação por Largura de Pulso) adequado é gerado e aplicado aos interruptores. A modulação da razão cíclica Dinv ocorre de forma senoidal. A freqüência de chaveamento é constante, definida em 25 kHz. Para uma razão cíclica de 0,8 tem-se, a partir de (6), tcS11 = 32 µs e de (7) taS11 = 8 µs. O capacitor C11 tem a função de eliminar eventuais indutâncias nos fios entre os módulos e o conversor, sendo portanto de pequenas dimensões e valor 2 µF / 36 V. O capacitor C12 é calculado com as equações a seguir. A ondulação de tensão é mantida baixa de forma a evitar grandes variações na saída. ∆VC12 = 1 V A estratégia de controle empregada pode ser observada na Fig. 4. C12 = Flyback R3 L21 Inversor alimentado em tensão Vi Rede comercial Amostra de tensão A corrente na saída do primeiro estágio é: Vref R4 Ii = R1 R2 Ii = R5 Circuito driver Ii ⋅ tcmax ∆VC12 Comparador R6 Pi Vi 100 = 0.27 A 370 Então, + R7 C12 = + Subtrator B. Procedimento de projeto do inversor em ponte completa A.B Entrada A Multiplicador Fig. 4: Estratégia de controle empregada. Em casos de falta na rede comercial o sistema pára de fornecer energia pois a amostra de referência deixa de existir. Esta é uma característica desejável já que sistemas conectados à rede para produção de energia devem suspender a geração de forma a evitar o “efeito islanding” [5], onde partes de uma rede podem ficar energizadas mesmo com o total desligamento do sistema elétrico pela concessionária. A segunda malha de controle que compõe a entrada B através dos resistores R1 e R2 foi incorporada para compensar eventuais variações da tensão da rede. O primeiro estágio opera em malha aberta, porém estudos estão sendo feitos para a implementação de um sistema de rastreamento da máxima potência dos módulos fotovoltaicos, com o objetivo de maximizar a energia captada. V. PROCEDIMENTO DE PROJETO Dados: fsinv = 25 kHz Vr = 220 V Assume-se que o máximo valor da tensão Vr é 2 ⋅ 220 V, ou, Vrp = 311 V. Considerando um índice de modulação de ou, 90% no inversor, tem-se tc = 0 ,9 ⋅ Ts , tc = 0,9 ⋅ 40µs ⇒ tc = 36µs . Aplicando-se na equação (10), resulta em: ∆i1 = L21 = Vi = 370 V Vpfv = 30 V Dfb = 0,8 fsfb = 25 kHz ∆i1 = 0 , 2 ⋅ ⇒ a≅3 Ajustando-se o valor de N1 = 25 espiras, obtém-se com (3) N2 = 75 espiras. Estes valores serão utilizados para a Eletrônica de Potência - Vol. 1, nº 10, Junho de 2005 ∆i1 [ A] 100 [W ] 220 [W ] = 0, 09 A Com isto L21 = Utilizando (9) tem-se 2 ,124 ⋅10 −3 [V ⋅ s ] Limitando-se a máxima excursão da corrente ∆i1 em 20% resulta em: Dados: Pi = 100 W 370 − 311 ⋅ 36 ⋅ 10 −6 L21 Então, A. Procedimento de projeto do conversor flyback 370 0 ,8 = a⋅ 30 1 − 0 ,8 ≅ 10 ìF R8 Triangular Entrada B 0.27 ⋅ 32 ⋅ 10 −6 1 2 ,124 ⋅10 −3 = 0,024 [H ] 0,09 que sugere um projeto de indutor de 25 mH. O projeto do capacitor Cf seguiu as etapas já conhecidas na literatura para o cálculo de filtros de alta freqüência. O valor calculado foi Cf = 330 nF. 63 VI. RESULTADOS DE SIMULAÇÃO Tensão Foram realizadas simulações para verificação do comportamento do sistema e validação do estudo matemático. Alguns resultados são apresentados a seguir. A Fig. 5 apresenta a tensão estabilizada em 370 V na entrada do inversor e a corrente medida entre C12 e S21. Corrente Tensão Fig. 9: Tensão e corrente no indutor L21. (Alta freqüência). A tensão foi dividida por 370 e deslocada para permitir melhor visualização. Corrente A Fig. 10 apresenta a corrente enviada à rede em relação a uma amostra de tensão obtida da própria rede elétrica. O aspecto invertido em 180o denota o aspecto de receptor de energia assumido pela rede elétrica comercial. Fig. 5: Tensão e corrente na entrada do inversor em ponte completa. A tensão foi dividida por 370 permitindo melhor visualização. Tensão Corrente A Fig. 6 apresenta a tensão e a corrente no interruptor S21. A comutação com tensão e corrente iniciando em zero podem ser observadas no bloqueio e na entrada em condução respectivamente, através da Fig. 7, para este mesmo interruptor. Fig. 10: Amostra da tensão da rede e corrente injetada. A tensão foi dividida por 370 para permitir melhor visualização. Tensão VII. RESULTADOS EXPERIMENTAIS Corrente Fig. 6: Tensão e corrente de dreno do interruptor S11. A tensão foi dividida pelo fator 20 para permitir melhor visualização. Tensão Corrente Fig. 7: Tensão e corrente de dreno do interruptor S11. Detalhe da comutação. A tensão foi dividida pelo fator 10. As Figs. 8 e 9 mostram a tensão e a corrente no interruptor S23 e indutor L21 respectivamente. Foi construído um protótipo de laboratório com o objetivo de confirmar a operação do sistema. Pela comparação das figuras nota-se que o comportamento, tanto do conversor flyback como do inversor de tensão, são semelhantes ao comportamento dos conversores simulados. A Fig. 11 apresenta a tensão e a corrente na entrada do inversor. Quando comparada com a Fig. 5, nota-se que a corrente apresenta picos e oscilações de alta freqüência. Além dos ruídos introduzidos na medição, estas ocorrências são provocadas pelas indutâncias das trilhas do circuito impresso em conjunto com as capacitâncias indesejadas nos semicondutores e demais componentes. Tensão Corrente Tensão Corrente Fig. 8: Tensão e corrente de emissor do interruptor S23. A tensão foi dividida pelo fator 370 para permitir melhor visualização. 64 Fig. 11: Tensão e corrente na entrada do inversor. Detalhe em alta freqüência. Escalas: 100V/div; 200mA/div; 10µs/div. Eletrônica de Potência - Vol. 1, nº 10, Junho de 2005 A Fig. 12 apresenta a tensão e a corrente no interruptor S21, e, em detalhes, as mesmas grandezas na Fig. 13. A comutação com baixas perdas no conversor flyback é obtida graças à utilização de um circuito de auxílio à comutação não-dissipativo [8]. Tensão Tensão Corrente Corrente Fig. 14: Tensão e corrente pelo ramo formado por S23 e D23. Momento em que ocorre a etapa de roda-livre. Escalas: 100V/div; 200mA/div; 10µs/div. Fig. 12: Tensão e corrente de dreno do interruptor S11. Modo de condução contínua. Escalas: 50V/div; 2A/div; 10µs/div. Tensão Tensão Corrente Corrente Fig. 15: Tensão e corrente no indutor L21. Escalas: 250V/div; 200mA/div; 20µs/div. Fig. 13: Tensão e corrente de dreno do interruptor S11. Detalhe da comutação. Escalas: 50V/div; 2A/div; 1µs/div. As Figs. 14 e 15 apresentam a tensão e a corrente no interruptor S23 e indutor L21 respectivamente. Novamente pode-se observar os efeitos provocados pelas indutâncias das trilhas de circuito impresso em conjunto com as capacitâncias, formando circuitos oscilantes de freqüência muito alta que se sobrepõem às formas de onda de corrente e tensão dos principais componentes. Todavia, estas oscilações não provocam maiores problemas para a correta operação do sistema. Fig. 16: Tensão da rede e corrente injetada. Escalas: 100V/div; 200mA/div; 2ms/div. A Fig. 16 apresenta a tensão e a corrente enviada à rede pelo protótipo construído em laboratório. A amplitude desta Eletrônica de Potência - Vol. 1, nº 10, Junho de 2005 65 senóide de corrente varia proporcionalmente à potência disponível na entrada do sistema, ou seja, à energia produzida pelos módulos fotovoltaicos. Caso estes deixem de gerar energia, a amplitude da senóide será zero, até que o suprimento seja restabelecido pela presença de sol. A defasagem de 180 graus observada entre a corrente e a tensão indica, para a convenção adotada nas medições, que a rede comercial está recebendo energia. VIII. CONCLUSÃO Foi apresentado neste trabalho um sistema simples, porém robusto, para o aproveitamento da energia solar proveniente de módulos fotovoltaicos. O sistema não necessita de baterias já que opera conectado à rede elétrica comercial. O fornecimento de energia ocorre nos períodos em que a luz do sol está presente, ficando em estado de espera quando não há luz. Uma aplicação imediata para este tipo de sistema pode ser feita em locais que necessitem de refrigeração devido ao calor produzido pelo sol como, por exemplo, em sistemas de ar-condicionado, onde há coincidência entre a demanda de energia para refrigeração e a geração de energia elétrica por parte do equipamento fotovoltaico. A estratégia de controle adotada permitiu a produção de uma corrente com menos distorção harmônica, simplificando e reduzindo o tamanho e o número de componentes, tanto do próprio controle, como do filtro de saída. A operação em alta freqüência permitiu a redução dos componentes magnéticos e dos capacitores. O sistema apresenta importantes características positivas tais como a isolação natural entre os módulos e a rede, robustez na operação, simplicidade, tanto nos estágios de potência como na estratégia de controle, facilidade de interligação com outras unidades (conexão em paralelo) e vida útil prolongada, já que não existe nenhuma parte móvel. Este sistema opera com módulos disponíveis comercialmente não sendo necessária nenhuma adaptação destes para serem conectados. IX. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS [1] G. J. van der Merwe and L. van der Merwe, “150 W Inverter – An Optimal Design for use in Solar Home Systems” In Proceedings of the IEEE International Symposium on Industrial Electronics, ISIE, pp. 57-62, Vol 1, July 1998, Pretoria, South Africa. [2] H. Marsman, A. J. Kil, K. J. Hoekstra, K. Burges, J. R. Hommerson and H. 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Nasceu em São Paulo, SP, em 24/04/55, graduou-se (1978) e recebeu o título de mestre (1981) em Engenharia Elétrica pela Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis. É doutor (1986) pelo Polytechnic National Institute of Toulouse, Toulouse, França, Atualmente é professor titular no departamento de Engenharia Elétrica da Universidade Federal de Santa Catarina. Suas áreas de interesse incluem conversão de energia em alta freqüência, simulação de conversores estáticos e acionamento de motores. Rogers Demonti nasceu em Nova Trento, SC, em 27/05/71. É engenheiro eletricista (1996) e mestre (1999) pela Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis. Recebeu o título de doutor (2003) também pela Universidade Federal de Santa Catarina. Atualmente é pesquisador no Instituto de Tecnologia para o Desenvolvimento – Lactec, no Paraná. Suas áreas de interesse incluem conversão de energia em alta freqüência, e processamento de energia a partir de módulos fotovoltaicos. Eletrônica de Potência - Vol. 1, nº 10, Junho de 2005 SISTEMAS DE ACIONAMENTO DE DOIS MOTORES DE INDUÇÃO COM NÚMERO REDUZIDO DE COMPONENTES Euzeli C. dos Santos Jr., Cursino B. Jacobina, Maurício B. de R. Correa, Edison R.C. da Silva Laboratório de Eletrônica Industrial e Acionamento de Máquinas Departamento de Engenharia Elétrica, Universidade Federal de Campina Grande Caixa Postal 10105; 58109-970 Campina Grande, PB; Brasil Fax: ++55(83)3310-1015; Fone: +55(83)3310-1136 e-mail: [euzeli,jacobina,mbeltrao,edison]@dee.ufcg.edu.br NOMENCLATURA Resumo – Os sistemas de acionamento de máquinas elétricas que buscam a minimização dos componentes utilizados, vêm se tornando cada vez mais importantes devido a fatores relacionados com o custo e o tamanho do sistema. Desta forma, este artigo propõe quatro novas topologias para o acionamento de duas máquinas de indução trifásica, a partir de uma fonte de tensão trifásica, com diminuição no número de chaves e com a eliminação ou redução no número de indutores de filtro. Com as configurações propostas é possível imprimir um fluxo de potência bidirecional entre a fonte e a carga, além do controle do fator de potência e controle de torque na máquina. O artigo apresenta a análise e a estratégia de controle do sistema incluindo controle de tensão PWM. Resultados de simulação e experimentais são apresentados. Palavras-Chave – Acionamento de duas máquinas, número reduzido de componentes, acionamento sem indutor de filtro. µ τ DRIVE SYSTEMS WITH TWO INDUCTION MOTORS AND REDUCED COMPONENT COUNT Abstract – Reducing the amount of components in an induction motor drive system has become a relevant topic in the fields of industrial electronics and machine drives due to cost and system size. This paper proposes four new induction machine drives topologies with two induction motors, reduced number of switches and filter inductors. The proposed topologies allow a bidirectional power flow as well as power factor control. Details about machine torque and converter control including PWM voltage are presented along the paper. Experimental and simulation results illustrate the system feasibility. 1 Keywords – Motor drive, reduced component count, drive boost inductor. v si v mi vf Tensões de fase da máquina 1, i = 1,2,3 Tensões de fase da máquina 2, i = 1,2,3 Tensão no indutor de filtro i sd , i sq Correntes de fase da máquina 1, k = 1,2,3 Correntes de fase da máquina 2, k = 1,2,3 Correntes dq da máquina 1 imd , imq Correntes dq da máquina 2 i so e gi Corrente homopolar da maquina 1 Corrente homopolar da maquina 2 Tensão da fonte primária trifásica, i = 1,2,3 i gk Corrente da fonte primária trifásica, k = 1,2,3 E Tensão do barramento CC Fator de distribuição da roda livre Larguras de pulso Período de chaveamento i sk imk imo T I. INTRODUÇÃO Os sistemas de acionamento que utilizam número reduzido de componentes já são bem conhecidos da literatura de acionamento de máquinas elétricas. No entanto, a maioria dos esforços têm se concentrado na diminuição do número de chaves do conversor utilizado no acionamento [1], [2], [3] e [4]. Neste sentido, os sistemas que apresentam menor número de dispositivos semicondutores têm um impacto positivo na redução dos custos gerais, e com o desenvolvimento de estratégias de controle adequadas, os sistemas com componentes minimizados têm se tornado cada vez mais atrativos, frente às topologias padrões [5] e [6]. Os sistemas de acionamento com diminuição no número de indutores de filtro, têm um número reduzido de estudos apresentados na literatura, apesar de representam um importante tópico em acionamento de máquinas, principalmente em aplicações onde o tamanho do sistema é um fator crítico [7], [8] e [9]. Assim, este artigo apresenta quatro novas topologias que trata tanto o acionamento com número reduzido de chaves, quanto o acionamento com diminuição no número de indutores de filtro. Artigo submetido em 4/2/2005. Revisão em 7/4/2005. Aceito sob recomendação do Editor José Antenor Pomilio. Eletrônica de Potência - Vol. 10, nº 1, Junho de 2005 67 φrdq = l sr isdq + lr irdq (4) d iso dt d vro = rr iro + llr iro dt Te = Pl sr i sq ird − i sd irq . v so = rs iso + lls ( (5) (6) ) (7) Onde v sdq = v sd + jv sq , isdq = isd + jisq e φ sdq = φ sd + jφ sq Fig. 1. Sistema de acionamento de dois motores trifásicos com conversor de sete braços. Configuração 7B-1F, com indutor de filtro e Configuração 7B-0F, sem indutor de filtro. Fig. 2. Sistema de acionamento de dois motores trifásicos com conversor de seis braços. Configuração 6B-1F, com um indutor de filtro e Configuração 6B-0F, sem indutor de filtro. Para cada topologia propostas são apresentadas a análise e o controle do sistema de acionamento. O sistema de controle inclui o controle da tensão dos capacitores (barramento de tensão CC), o controle do fator de potência, o controle das correntes de fase da máquina e o controle de tensão PWM. Duas configurações (Fig. 1) compreendem um conversor de sete braços acionando duas máquinas trifásicas a partir de uma fonte de tensão primária trifásica com ou sem indutor de filtro. As duas outras configurações (Fig. 2) compreendem um conversor simplificado com seis braços acionando duas máquinas trifásicas, a partir de uma fonte primária trifásica com ou sem indutor de filtro. Cada figura inclui dois casos, com indutor de filtro ou sem indutor de filtro (indutor de filtro substituído por um curto-circuito): Fig. 1: Configuração 7B-1F (um indutor de filtro) e 7B-0F (sem indutor de filtro) e Fig. 2: Configuração 6B-1F (um indutor de filtro) e 6B-0F (sem indutor de filtro). II. MODELO DINÂMICO DA MÁQUINA As máquinas utilizadas neste trabalho são máquinas de indução trifásica padrão (máquina 1 e 2). O modelo odq que descreve o comportamento dinâmico da máquina 1 (modelo idêntico é utilizado para a máquina 2) no referencial estatórico pode ser encontrado em [10] e é dado por: d (1) v sdq = rs i sdq + φ sdq dt d (2) vrdq = rr irdq + φ rdq − jω rφ rdq dt (3) φ sdq = l s isdq + l sr irdq 68 são os vetores dq de tensão, corrente e fluxo, respectivamente; v so e iso são as tensões e correntes homopolares do estator, respectivamente (o equivalente para as variáveis do rotor é obtido substituindo o subescrito s por r); Te é o conjugado eletromagnético; ω r é a freqüência angular do rotor; rs e rr são as resistências do estator e do rotor; l s , lls , l r e llr são as indutâncias próprias e as indutâncias de dispersão do estator e do rotor, respectivamente; l sr é a indutância mútua e P é o número de pares de pólos da máquina. O modelo da máquina 2 é semelhante, sendo obtido substituindo-se o subscrito s por m. Este modelo odq é derivado do modelo trifásico por meio de uma transformação de base dada por [10]: (8) w123 = Awdqo . Com w123 = [w1 w2 A= [ w3 ]T , wdqo = wd 1 2 1 − 3 2 − 1 2 0 3 2 3 − 2 wq 2 2 2 . 2 2 2 wo ]T e (9) Os vetores w123 e wdqo podem ser correntes, tensões ou fluxos, e A −1 = AT . III. CONFIGURAÇÕES COM INDUTOR DE FILTRO (CONFIGURAÇÕES 7B-1F E 6B-1F) A. Topologia de sete braços com indutor de filtro (Configuração 7B-1F) A Configuração 7B-1F, com utilização de um indutor de filtro, é composta pelas chaves q1 , q1 , q 2 , q 2 , q3 , q3 , q 4 , q 4 , q5 , q5 , q6 , q6 , q7 e q7 , por um banco de capacitores, que constitui o barramento de tensão CC, e um indutor de filtro, além de dois motores trifásicos. O estado de condução das chaves é representado pelas variáveis binárias homônimas qi e qi ( i = 1 até 7): qi = 0 ou qi = 0 representa chave aberta, enquanto que qi = 1 ou qi = 1 representa chave fechada, de modo que os pares (q1 , q1 ) , (q2 , q2 ) , (q3 , q3 ) , (q4 , q4 ) , (q5 , q5 ) , (q6 , q6 ) e (q7 , q7 ) são complementares. As tensões de pólo do conversor são dadas por: (10) v10 = v s1 + e g1 + v g 0 Eletrônica de Potência - Vol. 10, nº 1, Junho de 2005 v20 = v s 2 + e g1 + v g 0 (11) v30 = vs 3 + e g1 + v g 0 (12) v 40 = v f + e g 2 + v g 0 (13) v50 = vm1 + e g 3 + v g 0 (14) i s1 = i sdq1 + i so (26) v60 = vm 2 + e g 3 + v g 0 (15) i s 2 = i sdq 2 + i so (27) v70 = vm3 + e g 3 + v g 0 (16) i s 3 = i sdq3 + i so (28) im1 = imdq1 + i mo (29) i m 2 = i mdq 2 + i mo (30) im3 = imdq 3 + i mo . (31) são as correntes referentes à componente o (homopolar) das máquinas 1 e 2 (associadas com a corrente da fonte de tensão i g1 e i g 3 , respectivamente), pode-se assim definir as seguintes relações: onde d (17) ig 2 v f = −r f i g 2 − l f dt é a tensão sobre o indutor de filtro ( r f e l f são a resistência e a indutância do filtro, respectivamente), v si e v mi ( i = 1 até 3) são as tensões de fase da máquina, e gj ( j = 1 até 3) Onde tem-se que são as tensões da fonte trifásica e v g 0 é a tensão entre o i sdq3 = − 1 / 6i sd − 1 / 2i sq e neutro da fonte primária de tensão e o ponto central do barramento ‘0’. Desde que v s1 + v s 2 + v s 3 = 0 , vm1 + vm 2 + vm3 = 0 e assumindo que e g1 + e g 2 + e g 3 = 0 , então de (10)-(16), imdq1 = 2 / 3imd , imdq 2 = − 1 / 6imd + 1 / 2imq , obtém-se: vg 0 = 1 6 3 ∑ 7 1 6 v j0 + j =1 ∑ vi 0 − i =5 ( ) 1 1 e g1 + e g 3 + e g 2 . (18) 3 6 Substituindo (18) nas equações (10)-(16) e a partir da transformação de variáveis (123 para odq) obtida em (8), pode-se escrever as tensões odq para a máquina 1 e 2, e a tensão no filtro f da seguinte maneira: 2 1 1 (19) v sd = v10 − v 20 − v30 3 2 2 v sq = 3v so = 1 2 1 (v20 − v30 ) 2 3 ∑ i =1 1 v f = 7v40 − 6 vmd = 3v mo ∑v j0 + e gos (21) v j 0 + e gf j =1 imdq 3 = − 1 / 6imd − 1 / 2imq . Desde que i so = 1 / 3 1 (v60 − v70 ) 2 ∑ 7 1 vi 0 − 2 i =5 ∑ v 'f = (23) ' = 3v mo 3 ∑v j0 + e gom . (25) j =1 Onde e gos = −2e g1 − 1 / 2e g 2 + e g 3 , e gf = 1 / 3e g1 − 7 / 6e g 2 + 1 / 3e g 3 e e gom = e g1 − 1 / 2e g 2 − 2e g 3 . Assumindo que i si e imi ( i = 1 até 3 ) são as correntes de fase das máquinas, i sdqi e imdqi ( i = 1 até 3 ) são as partes das correntes apenas associadas com as correntes dq (dado por (8) com i so = 0 e imo = 0 , respectivamente) e i so e imo Eletrônica de Potência - Vol. 10, nº 1, Junho de 2005 ∑i i =1 mi , ∑ (22) (24) ∑ 3 3 7 ∑ imo = 1 / 3 i si , i =1 3 i g1 = − i si e i g 3 = − imi , as correntes i so e imo i =1 i =1 são dadas, respectivamente por: i g1 ig3 e imo = − . (32) i so = − 3 3 Observa-se a partir das equações (19)-(25) que as variáveis d e q são desacopladas uma da outra, enquanto que as variáveis o e f são dependentes da tensão da fonte. Para tornar evidente esta dependência, novas variáveis de tensão foram introduzidas (f’ e o’ ) apenas dependente das tensões de pólo, ou seja: 3 ' = 3v so j =5 2 1 1 v50 − v60 − v70 3 2 2 vmq = 1 = 2 7 1 2 vi 0 − (20) i sdq1 = 2 / 3i sd , i sdq 2 = − 1 / 6i sd + 1 / 2i sq , 1 2 3 ∑ vi 0 − i =1 1 7v 40 − 6 1 2 i =5 i0 7 ∑v j =1 1 2 ∑v ∑v − (33) j0 j =5 7 7 ∑v 1 2 j0 (34) 3 j0 . (35) j =1 A partir de (5), (22) e (32) e das equações (33)-(35), pode-se escrever o novo modelo das variáveis f e o: d ' 3v so (36) = −rs i g1 − lls i g1 − e gos dt d (37) i g 2 − e gf v f = −r f i g 2 − l f dt d ' 3vmo (38) = −rs i g 3 − lls i g 3 − e gom . dt Quando os parâmetros do indutor de filtro são selecionados de tal forma que r f = rs e l f = lls a potência em regime permanente recebida pelo filtro trifásico é 69 contínua, assumindo que as correntes da fonte são controladas e balanceadas. v50 = vm1 + e g 3 + v g 0 (43) v60 = v m 2 + e g 3 + v g 0 (44) v70 = vm3 + e g 3 + v g 0 . (45) Da equação (42), obtém-se: v g 0 = v 40 − e g 2 . (46) Similarmente ao que foi feito para o caso anterior com filtro, relações para as tensões odq das máquinas são obtidas. As tensões dq das máquinas 1 e 2 continuam válidas, no entanto novas tensões para as variáveis o são obtidas, como é mostrado abaixo: 3 3v so = ∑v i0 − 3v 40 + e gos (47) − 3v40 + e gom (48) i =1 7 3vmo = ∑v i0 i =5 onde e gos = 3e g 21 e e gom = 3e g 31 . Fig. 3. Circuitos equivalentes: (a) modelo dq, (b) modelo das variáveis homopolares (so e mo) e (c) modelo da variável f. Considerando (1)-(4) e (36)-(38) os circuitos equivalentes para as variáveis dq, o e f podem ser definidos como ilustrado na Fig. 3. Apenas as variáveis o e f dependem da tensão da fonte trifásica e g1 e e g 3 , enquanto que o modelo dq é desacoplado dos modelos o e f. B. Topologia de seis braços com indutor de filtro (Configuração 6B-1F) A Configuração 6B-1F, com utilização de um indutor de filtro, é composta pelas chaves q1 , q1 , q 2 , q 2 , q3 , q3 , q 5 , q5 , q6 , q6 , q 7 e q 7 por um banco de capacitores com conexão ao ponto central do barramento capacitivo. Tanto as equações quanto os circuitos equivalentes mostrados na Figs. 3(a) a (c) apresentadas para a Configuração 7B-1F continuam válidas para a Configuração 6B-1F substituindo-se v 40 = 0 e v g 0 = −v f − e g 2 . IV. CONFIGURAÇÃO SEM INDUTOR DE FILTRO (CONFIGURAÇÕES 7B-0F E 6B-0F) A. Topologia de sete braços sem indutor de filtro (Configuração 7B-0F) Neste caso nenhum indutor de filtro é utilizado, como pode ser visto na Fig. 1 com a substituição do indutor por um curto-circuito. O estado de condução das chaves da Configuração 7B-0F é o mesmo definido anteriormente. As tensões de pólo são dadas por: (39) v10 = v s1 + e g1 + v g 0 70 v20 = vs 2 + e g1 + v g 0 (40) v30 = v s 3 + e g1 + v g 0 (41) v 40 = e g 2 + v g 0 (42) As relações (26)-(32) continuam válidas. Desta forma, o modelo das variáveis o, se tornam: d ' (49) = −rs i g1 − lls i g1 − e gos 3v so dt d ' 3v mo = −rs i g 3 − l ls i g 3 − e gom . (50) dt Neste caso, como não se utiliza o indutor de filtro, o sistema é ligeiramente desequilibrado devido a impedância nula da fase 2 da fonte de tensão. Como a fonte de tensão primária trifásica fornece potência constante (corrente da fonte controlada), potência CA idêntica à requerida pelo filtro desbalanceado é fornecida pelo barramento capacitivo de tensão. Note que esta potência CA é pequena devido à baixa impedância do filtro (inferior a 0.2 pu) [2]. Considerando (1)-(4) e (49)-(50), o circuito equivalente para as variáveis dq e o podem ser definidas como descrito na Fig. 3(a) e na Fig. 3(b), respectivamente. Também neste caso apenas as variáveis o são dependentes da tensão da fonte e o modelo dq é desacoplado do modelo o. B. Topologia de seis braços sem indutor de filtro (Configuração 6B-0F) Neste caso nenhum indutor de filtro é utilizado, como pode ser visto na Fig. 2 com a substituição do indutor por um curto-circuito. O estado de condução das chaves é o mesmo definido anteriormente. As equações e os circuitos equivalentes mostrados na Fig. 3(a) e (b) para a Configuração 7B-0F continuam válidos para a Configuração 6B-0F com v 40 = 0 e v g 0 = −e g 2 . V. ESTRATÉGIA DE CONTROLE O controle de torque da máquina, que inclui controle de fluxo, pode ser obtido pelo controle das correntes dq (como no controle de campo orientado) ou pelo controle das tensões dq (como no controle volts/hertz). O controle do fator de potência é realizado pelo controle das correntes da fonte trifásica. Inicialmente, considere-se que tanto o controle de Eletrônica de Potência - Vol. 10, nº 1, Junho de 2005 torque quanto o controle do fator de potência deva ser realizado controlando apenas as correntes. As correntes dq são controladas diretamente pelas tensões dq, enquanto que * i g1 e i g 3 são controladas por v *so e v mo , respectivamente. Para as Configurações 7B-1F e 6B-1F i g 2 é controlada diretamente por v *f . No entanto, para as Configurações 7B0F e 6B-0F a corrente i g 2 é controlada indiretamente, uma vez que i g 2 = −i g1 − i g 3 . A Fig. 4 mostra o diagrama de blocos do sistema de controle geral. A tensão do capacitor vc (tensão do barramento CC) é ajustada para o valor de referência usando o controlador Rc . Este controlador define a amplitude I g* VI. CONTROLE DE TENSÃO PWM (CONFIGURAÇÕES 7B-1F E 6B-1F) Para a Configuração 7B-1F, se as tensões de fase desejadas nas máquinas 1 e 2, e a tensão desejada no indutor * de filtro são especificadas por v *si , v mi ( i = 1 até 3 ) e v *f , respectivamente, e dado as medições das tensões da fonte e g1 , e g 2 e e g 3 , então de (10)-(16) as tensões de pólo de referência podem ser expressas como * v10 = v *s1 + e g1 + v *g 0 (54) * v 20 = v s*2 + e g1 + v *g 0 (55) * v30 v *g 0 (56) = v s*3 + e g1 + das correntes da fonte de tensão trifásica. Para obter fator de potência unitário, as correntes de referência instantânea i g1 , * v 40 = v *f + e g 2 + v *g 0 (57) * v50 = v m* 1 + e g 3 + v *g 0 (58) i g 2 e i g 3 devem ser sincronizadas com as tensões da fonte * v60 = v m* 2 + e g 3 + v *g 0 (59) trifásica e g1 , e g 2 e e g 3 . Este sincronismo é obtido usando o * v70 bloco SYN. Os blocos R sdq , Rso , Rmdq , Rmo implementam o controle das correntes dq e o, das máquinas 1 e 2, respectivamente. O bloco R f implementa o controle da corrente i g 2 . Para as configurações que não utilizam indutor de filtro a Fig. 4 pode ser diretamente adaptada, eliminando o bloco R f , uma vez que i g 2 = −i g1 − i g 3 . Quando o controle de torque é obtido pelo controle das tensões dq, o diagrama da Fig. 4 pode ser adaptado. Neste * caso, a saída do controlador de torque são as tensões v sd e v *sq (os controladores Rsdq e Rmdq são eliminados). = v m* 3 + eg3 + v *g 0 . (60) Note que estas equações não podem ser resolvidas sem antes especificar o valor v *g 0 . A tensão v *g 0 pode ser obtida em função do fator de distribuição de roda livre µ (0 ≤ µ ≤ 1) como considerado para um conversor trifásico [11]: 1 * * v *g 0 = E − µ − (1 − µ )v sM − µv sm (61) 2 * = min{V } , com V dado por: onde v *sM = max{V } , v sm V = { v *s1 + e g1 , v s*2 + e g1 , v *s 3 + e g1 , v *f + e g 2 , v m* 1 + e g 3 v m* 2 + e g 3 , v m* 3 + e g 3 } e E ( vc = E ) é a tensão do barramento capacitivo. Eletrônica de Potência - Vol. 10, nº 1, Junho de 2005 71 Para a Configuração 6B-1F as tensões de fase desejadas nas máquinas 1 e 2, e a tensão desejada no indutor de filtro * continuam sendo especificadas por v *si , vmi ( i = 1 até 3 ) e v *f , respectivamente, as equações (54)-(60) continuam as * mesmas se v 40 = 0 . Entretanto, neste caso v *g 0 é conhecido e dado por v *g 0 = −v *f − e g 2 . A determinação das tensões limites do conversor para as Configurações 7B-1F e 6B-1F podem ser encontradas considerando que todas as tensões são puramente senoidais. * * Desde que v sM − v sm ≤ E , a tensão do barramento capacitivo necessária para as Configurações 7B-1F e 6B-1F deve satisfazer as restrições mostradas na Tabela I e na Tabela II, respectivamente. TABELA I Tensão do barramento: Configuração 7B-1F trifásica, enquanto que V f é a amplitude da tensão devido a circulação da corrente i g 2 no indutor de filtro. * * A partir das tensões v10 e v70 , dada em (54)-(60), pode-se determinar as larguras dos pulsos da seguinte forma: 1 v *j 0 T τj = + j = 1 até 7 . (62) 2 E VII. CONTROLE DE TENSÃO PWM (CONFIGURAÇÕES 7B-0F E 6B-0F) Para a Configuração 7B-0F as tensões de pólo de referência podem ser escritas da seguinte forma: * v10 = v s*1 + e g1 + v *g 0 (63) Condições para a determinação da mínima tensão do barramento Tensão do Condição I Condição II barramento E ≥ Vc1 Vc1 ≥ Vc2 Vc1 E ≥ Vc2 Vc2 > Vc1 E ≥ Vc3 Vc3 E ≥ Vc4 E ≥ Vc5 * v 20 = v *s 2 + e g1 + v *g 0 (64) * v30 = v s*3 + e g1 + v *g 0 (65) * v 40 = e g 2 + v *g 0 (66) Condição III Condição IV ≥ Vc3 Vc1 ≥ Vc4 Vc1 ≥ Vc5 * v50 Vc2 ≥ Vc3 Vc2 ≥ Vc4 Vc2 ≥ Vc5 > Vc1 Vc3 > Vc2 Vc3 ≥ Vc4 Vc3 ≥ Vc5 * v 60 Vc4 > Vc1 Vc4 > Vc2 Vc4 > Vc3 Vc4 ≥ Vc5 Vc5 > Vc1 Vc5 > Vc2 Vc5 > Vc3 Vc5 > Vc4 onde = v m* 1 + e g 3 + v *g 0 (67) = v m* 2 v *g 0 (68) * v 70 = v m* 3 + e g 3 + v *g 0 (69) + eg3 + * * e v *g 0 é dado por (61), onde v sM = max{V } , v sm = min{V } , com V dado por: V = { v s*1 + e g1 , v s*2 + e g1 , v s*3 + e g1 , e g 2 , v m* 1 + e g 3 , v m* 2 + e g 3 , v m* 3 + e g 3 }. Vc1 = 2Vsdq , Vc2 = 2Vmdq , Para a Configuração 6B-0F as equações (63)-(69) * continuam as mesmas se v 40 = 0 e v *g 0 é conhecido e dado Vc3 = 2 / 3Vsdq + Vso + U g + V f , Vc4 = 2 / 3Vmdq + Vmo + U g + V f e por v *g 0 = −e g 2 . Vc5 A tensão do barramento necessária para as Configurações 7B-0F e 6B-0F obedece o mesmo tipo de tabela apresentada para a Configuração 6B-1F. No entanto para a Configuração 7B-0F tem-se: ( ) = 2 / 3 V sdq + Vmdq + V so + Vmo + U g TABELA II Tensão do barramento: Configuração 6B-1F Condições para a determinação da mínima tensão do barramento onde ) Condição I Condição II E ≥ Vc1 Vc1 ≥ Vc2 Vc1 ≥ Vc3 E ≥ Vc2 Vc2 > Vc1 Vc2 ≥ Vc3 Vc1 = 2 / 3 Vsdq + Vmdq + V so + Vmo + U g , E ≥ Vc3 Vc3 > Vc1 Vc3 > Vc2 Vc2 = 2 2 / 3V sdq + Vso + U g e ( ) = 2 / 3 Vsdq + Vmdq + V so + Vmo + U g , Vc2 = 2 2 / 3V sdq + Vso + U g + V f e ( = 2( 2 / 3V mdq ) + Vmo + U g + V f ) de modo que Vsdq e Vmdq é a parte da tensão de fase apenas associado com a tensão dq das máquinas 1 e 2, respectivamente; V so e V mo são as tensões homopolares das máquinas 1 e 2. U g é a tensão entre fases da fonte de tensão 72 ( Tensão do barramento Vc1 Vc3 Vc1 = 2Vsdq , Vc2 = 2Vmdq e Vc3 = 2 / 3 V sdq + Vmdq + V so + Vmo + U g e para a Configuração 6B-0F, tem-se: ( Vc3 ( = 2( 2 / 3V ) mdq ) ) + Vmo + U g . As larguras de pulso são determinadas a partir das tensões * * de pólo ( v10 - v70 ) usando (62). VIII. RESULTADOS DE SIMULAÇÃO E EXPERIMENTAL Os sistemas apresentados nas Figs. 1 e 2 foram estudados por simulação e experimentalmente. Os resultados de simulação e experimentais apresentados neste trabalho são referentes à Configuração 6B-1F. Eletrônica de Potência - Vol. 10, nº 1, Junho de 2005 Os testes foram obtidos com freqüência de chaveamento de 10 kHz e C = 1000 µF . A plataforma de desenvolvimento experimental é baseada em um microcomputador (PCPentium) equipado com placas e sensores apropriados. Os resultados foram obtidos usando controle de corrente da fonte (controle do fator de potência), controle de corrente nas máquinas, além do controle da tensão do barramento capacitivo, como mostrado na Fig. 4. Mostra-se no resultado de simulação da Fig. 5, as correntes dq das máquinas 1 e 2, respectivamente. Nota-se que é possível a imposição de corrente de forma independente para ambas as máquinas. Este efeito é validado pelo resultado experimental mostrado na Fig. 9. Observa-se nas Figs. 6 e 7 os resultados de simulação para as correntes de fase das máquinas 1 e 2 com freqüências de 10Hz e 15Hz, respectivamente, percebe-se neste caso que as correntes de fase apresentam-se distorcidas devido a presença das correntes da fonte de tensão ( i g1 e i g 3 ) nas fases das máquinas (ver equações (26)-(31)), no entanto esta distorção não afeta o torque da máquina, uma vez que as cor- Fig. 5. Resultado de simulação: correntes dq das máquinas 1 e 2, com 10Hz e 15Hz, respectivamente. Fig. 6. Resultado de simulação: correntes das fases 123 da máquina 1, com 10Hz. Eletrônica de Potência - Vol. 10, nº 1, Junho de 2005 Fig. 7. Resultado de simulação: correntes das fases 123 da máquina 2, com 15Hz. Fig. 8. Resultado de simulação: tensão e corrente da fonte de tensão primária – fase 1. Fig. 9. Resultado experimental: correntes dq das máquinas 1 e 2, com 10Hz e 15Hz, respectivamente. 73 -rentes dq são equilibradas (ver Figs. 5 e 9), estes comportamentos das correntes de fase são validados pelos resultados experimentais das Figs. 10 e 11. Finalmente, o controle do fator de potência é verificado através do resultado de simulação (ver Fig. 8) e através do resultado experimental (ver Fig. 12). IX. CONCLUSÕES Este artigo apresentou quatro sistemas de acionamento de duas máquinas trifásicas empregando número reduzido de componentes. Os conversores desempenham tanto a função retificadora quanto o inversora com um ou nenhum indutor de filtro. O princípio operacional das configurações foi apresentado. Foi mostrado a partir dos resultados de simulação e experimental que o desempenho geral do sistema é adequado. Fig. 10. Resultado experimental: correntes das fases 123 da máquina 1, com 10Hz. AGRADECIMENTOS Os autores agradecem ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) pelo suporte financeiro à realização deste trabalho. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS Fig. 11. Resultado experimental: correntes das fases 123 da máquina 2, com 15Hz. Fig. 12. Resultado experimental: tensão e corrente da fonte de tensão primária – fase 1. 74 [1] H.W. Van der Broeck, J.D. Van Wyk, “A comparative investigation of a three-phase induction machine drive with a component minimized voltage-fed inverter under diferent control options”, IEEE Transactions on Industry Applications, vol. 20, no. 2, pp. 309-320, March/April 1984. [2] P.N. Enjeti, A. Rahman, “A new single-phase to threephase converter with active input current shaping for low cost AC motor drives”, IEEE Transactions on Industry Applications, vol. 29, no. 4, pp. 806-813, July/August 1993. [3] C.B. Jacobina, M.B. de R. Correa, R.L.A. Ribeiro, T.M. Oliveira, E.R.C. da Silva, A.M.N. Lima, “AC/AC converters with a reduced number of switch”, in Proc. IEEE IAS Annual Meeting, vol. 3, pp. 1755-1762, September 2001. [4] R.L.A. Ribeiro, C.B. Jacobina, E.R.C. da Silva, A.M.N. Lima, “AC/AC converters with Four Switch Three Phase Structures”, in Proc. IEEE PESC, vol. 1, no. 2, pp. 134139, June 1996. [5] C.B. Jacobina, R.L.A. Ribeiro; E.R.C. da Silva, A.M.N. Lima, T.M. Oliveira, “A reduced Switch Count ThreePhase AC Motor Drive”, in Proc. IEEE APEC, vol. 01, pp. 378-384, March 2001. [6] C.B Jacobina, M.B.R. Correa, C.R. da Silva, T.M. Oliveira, I.S. Freitas, E.R.C. da Silva, “Reduced Switch Count Multiple Phase AC Motor Drive Systems Without Boost Inductor Filter”, in Proc. IEEE PESC, vol. 05, pp. 3390-3396, June 2004. [7] J.-I. Itoh and K. Fujita, “Novel Unity Power Factor Circuits Using Zero-vector Control for Single-phase Input System”, IEEE Transactions on Power Electronics, vol. 15, pp. 36-43, January 2000. [8] M.D. Bellar, B.K. Lee, B. Fahimi and M. Ehsani, “An AC Motor Drive with Power Factor Control for Low Eletrônica de Potência - Vol. 10, nº 1, Junho de 2005 Cost Applications”, in Proc. IEEE APEC, vol. 01, pp. 601-607, March 2001. [9] E.C. dos Santos Jr, C.B. Jacobina, M.B. de R. Corrêia, E.R.C. da Silva, A.C. Oliveira, E.B. de Souza Fl., “Control of AC motor drive systems without boost inductor”, in Proc. IEEE INDUSCON, October 2004. [10] J. Chatelain, “Machines Électriques”, Presses Polytechniques Romandes, 1983. [11] C.B. Jacobina, A. M. N. Lima, E.R.C. da Silva, R.N.C. Alves, P.F. Seixas., “Digital scalar pulse width modulation: a simple approach to introduce nonsinusoidal modulating waveforms”, IEEE Transactions on Power Electronics, vol. 16, no. 3, pp. 351-359, May 2001. DADOS BIOGRÁFICOS Euzeli Cipriano dos Santos Júnior, nascido em 1979 em Picuí, Paraíba, é engenheiro eletricista (2004), mestre (2005) e atualmente participa do programa de doutorado em Engenharia Elétrica pela Universidade Federal de Campina Grande. Suas áreas de interesse são: Acionamento de Máquinas e Eletrônica de potência. Cursino Brandão Jacobina, nascido em 1955 em Correntes, Pernambuco, é engenheiro eletricista (1978) pela Universidade Federal da Paraíba, mestre (1980) e doutor (1983) pelo Institut National Polytechnique de Toulouse, Toulouse, France. De 1978 até março de 2002 foi professor do Departamento de Engenharia Elétrica da Universidade Federal da Paraíba. Desde abril de 2002 é professor do Departamento de Engenharia Elétrica da Universidade Federal de Campina Grande. Suas áreas de interesse são: Eletrônica de Potência, Acionamento de Máquinas Elétricas, Sistemas de Controle e Identificação de Sistemas. Maurício Beltrão de Rossiter Corrêa, nascido em 1973 em Maceió, Alagoas, é engenheiro eletricista (1996), mestre (1997) e doutor em Engenharia Elétrica (2002) pela Universidade Federal da Paraíba. De 1997 até junho de 2004 foi professor do CEFETAL/UNED-P.In.. Desde julho de 2004 é professor do Departamento de Engenharia Elétrica da Universidade Federal de Campina Grande. Suas áreas de interesse são: Máquinas Elétricas, Eletrônica de Potência, Automação e Energias Renováveis. Edison Roberto Cabral da Silva, nascido em 1942 em Pelotas, Rio Grande do Sul, é engenheiro eletricista (1965) pela Escola Politécnica de Pernambuco, mestre (1968) em Engenharia Elétrica pela Universidade do Rio de Janeiro e doutor (1972) pela Université Paul Sabatier, Toulouse, France. De 1967 até março de 2002 foi professor do Departamento de Engenharia Elétrica da Universidade Federal da Paraíba. Desde abril de 2002 é professor do Departamento de Engenharia Elétrica da Universidade Federal de Campina Grande. Suas áreas de interesse são: Eletrônica de Potência e Acionamento de Máquinas Elétricas. Eletrônica de Potência - Vol. 10, nº 1, Junho de 2005 75 76 Eletrônica de Potência - Vol. 10, nº 1, Junho de 2005 A SOFT SWITCHING HALF-BRIDGE DOUBLER BOOST CONVERTER OPERATING WITH UNITY POWER FACTOR Roberto Mendes Finzi Neto1, Enes Gonçalves Marra1, Fernando Lessa Tofoli2, Luiz Carlos de Freitas2 Universidade Federal de Goiás1 Escola de Engenharia Elétrica e de Computação Praça Universitária s/n, Setor Universitário 74605-220 – Goiânia-GO – Brasil Fone/Fax: +55 62 5211806 E-mail: [email protected], [email protected] Universidade Federal de Uberlândia2 Faculdade de Engenharia Elétrica Campus Santa Mônica – Bloco "3N" Av. João Naves de Ávila, 2160 38400-902 – Uberlândia-MG – Brasil Fone/Fax: +55 34 32394166 E-mail: [email protected], [email protected] Abstract – This paper proposes a half-bridge doubler boost converter associated with an active commutation cell in order to minimize commutation losses. The converter operates with unity power factor and is able to provide high output voltages. The voltages across the semiconductor devices are low and approximately equal to the output voltage, as doubled output voltages and reduced high frequency ripple can be achieved. A detailed mathematical analysis concerning its operation is presented, since simulation and experimental results describe the converter performance. The requirement of high frequency operation is evident to reduce of the audible noise, the volume and the weight of magnetic elements, as well as to improve output voltage quality. However, at high frequency operation, switching losses and electromagnetic interference (EMI) become significant and must be analyzed in detail. Soft switching aim is to reduce the overlap between voltage and current during the commutation, in order to reduce switching losses, enabling high frequency operation and achieving higher power density. Within this context, this paper presents a soft-switched half-bridge doubler boost converter, which has prominent advantages e.g. the voltage across each semiconductor is equal to Vo and the voltage ripple across capacitors Cb1 and Cb2 is reduced. An active commutation circuit is also described, as soft switching is obtained. Keywords – Doubler boost converters, half-bridge converters, PFC, soft switching. I. INTRODUCTION In order to meet the requirements in the proposed standards such as IEC 61000-3-2 and IEEE Std 519 on the quality of the input current that can be drawn by low-power equipment, a power factor correction (PFC) circuit is typically added to the utility interface of an AC–DC switchmode power supply. The boost PFC circuit operating in continuous conduction mode (CCM) is by far the popular choice for medium and high power (400W to a few kilowatts) application. This is because the continuous nature of the boost converter’s input current results in low electromagnetic interference (EMI) compared to other active PFC topologies such as buck-boost and buck converters. The half-bridge boost topology shown in Fig. 1 requires an additional switch and a additional capacitor, but does not need a diode rectification bridge at the input. Only one semiconductor device conducts at any instant of time, as opposed to three in the boost rectifier, which should lead to higher efficiency. However, the voltage across each semiconductor device is equal to twice the output voltage. An additional advantage is the adjustable power factor, which can vary from -1.0 to +1.0 [1]-[3]. If four diodes are added, the improved topology in Fig. 2 results, as reduced voltages across the semiconductor devices are obtained. This converter is recommended for telecom applications [4] [5] and rectifier/inverter drive systems [6]. It is also employed as PFC front-end stage in a battery charger circuit, associated with a double forward converter [7]. Since the conduction losses in the primary side of isolated converters are inversely proportional to the input voltage, the application of this topology seems prominent. Manuscript received on February 22, 2005; revised April 19, 2005. Recommended by the Editor José Antenor Pomilio. Eletrônica de Potência - Vol. 10, nº 1, Junho de 2005 II. HALF BRIDGE DOUBLER BOOST CONVERTER WITHOUT COMMUTATION LOSSES Many lossless switching schemes have been proposed so far in order to minimize commutation losses, and they are classified as active or passive. Fig. 1. Half-bridge doubler boost topology. Fig. 2. Half-bridge doubler boost topology with reduced voltage stresses. 77 Δt1 = Fig. 3. Half-bridge doubler boost converter associated with the soft commutation circuit. The work developed in [8] shows results on a boost converter employing passive and active methods, which are eventually compared. It can be seen that passive methods are better recommended for high power application, while active methods present better performance at low power levels. However, the results could not be generalized, and one is supposed to determine which method is more adequate for this topology. A complete analysis to establish the better choice for this case is rather extensive and is not the scope of the paper. This is the main reason why the resonant circuit proposed by one of the authors in [9] and [10], which demonstrated satisfactory performance in the achievement of soft switching, was adapted to this converter. Fig. 3 illustrates the half-bridge doubler boost converter associated with the active auxiliary commutation cell. It is composed of four resonant capacitors Cr11, Cr12, Cr21 and Cr22, one resonant inductor Lr, two auxiliary switches Sr1 and Sr2, and also two diodes Dr1 and Dr2, so that the zero voltage transition in main switches S1 and S2 can be obtained. Switches Sr1 and Sr2 are turned on under ZCS condition. Passive snubbers are associated with the auxiliary diodes in order to minimize parasitic oscillation. The operating stages are presented in Fig. 4. The analysis focuses only on the positive semicycle of the input voltage, where switches S1 and Sr1 are involved in process, but switches S2 and Sr2 remain turned off. The operation in the negative semicycle is analogous, although the opposite occurs. Fig. 5 shows the main theoretical waveforms necessary to the analysis of the converter operation. A. Description of Operating Stages • First stage [t0-t1] (Fig. 4 (a)) – First linear stage. Before instant t=t0, diodes DS2 and D21 conduct the boost current Ib and capacitor Cb1 keeps charging. At t=t0, switch Sr1 is turned on under ZCS mode due to resonant inductor Lr. The voltage across Lr remains constant and equal to 2⋅Vo, and the current through Lr increases linearly from null to Im, where Im is the constant current through the boost inductor. The current through DS2 and D21 decreases linearly as well. This stage finishes when iLr equals Im, what can be described mathematically according to expression (1). iLr (t ) = (Vo − Vi ) ⋅ 1 ⋅t Lr The time interval that defines this stage is: 78 (1) Im ⋅L (Vo − Vi ) r (2) • Second stage [t1-t2] (Fig. 4 (b)) – First resonant stage. The resonance involving all the resonant capacitors begins when the current through inductor Lr becomes greater than Im. The resonant current iLr(t) is divided equally between two resonant networks, which are formed by two capacitor sets i.e. Cr11-Cr12 and Cr21-Cr22. In order to assure the analogous operation of the converter in the negative semicycle, the following assumptions are made: Cr11 = Cr 21 (3) Cr12 = Cr 22 K= Cr11 Cr 21 = Cr12 Cr 22 (4) (5) The behavior of the voltages across the resonant capacitors is: - vCr11(t) decreases from 2⋅Vo to null; - vCr21(t) increases from null to Vo; - vCr12(t) decreases from 2⋅Vo to vCr12(t2); - vCr22(t) increases from null to vCr22(t2). The resonant frequency and the characteristic impedance are given by (6) and (7), respectively. fo = 1 1 ⋅ 2π 2 ⋅ Lr ⋅ Cr Zo = Lr 2 ⋅ Cr (6) (7) where: Cr = Cr11 + Cr12 = Cr 21 + Cr 22 (8) This stage finishes when the voltage across Cr11 is null, and it can be defined according to expressions (9) to (13). 2 ⋅ (Vo − Vi ) (9) sin ( 2π ⋅ f 0 ⋅ t ) + I m Zo K ⋅ ⎡1 − cos ( 2π ⋅ f 0 ⋅ t ) ⎤⎦ (10) vCr11 (t ) = Vo − (Vo − Vi ) ⋅ 1+ K ⎣ iLr (t ) = 1 ⋅ ⎡1 − cos ( 2π ⋅ f 0 ⋅ t ) ⎤⎦ (11) 1+ K ⎣ K vCr 21 (t ) = (Vo − Vi ) ⋅ ⋅ ⎡1 − cos ( 2π ⋅ f 0 ⋅ t ) ⎦⎤ (12) 1+ K ⎣ vCr12 (t ) = Vo − (Vo − Vi ) ⋅ vCr 22 (t ) = (Vo − Vi ) ⋅ 1 ⋅ ⎡1 − cos ( 2π ⋅ f 0 ⋅ t ) ⎤⎦ (13) 1+ K ⎣ According to the complete mathematical study of the converter developed in [7], the time interval that defines the second stage is: Δt2 = ⎛ 1 K +1 ⎞ ⋅ arccos ⎜⎜1 − Vo ⋅ ⎟ (14) K (Vo − Vi ) ⎟⎠ 2π ⋅ f 0 ⎝ From (14), it can be seen that the maximum value for Δt2 is π rad. It means that the voltage across resonant capacitor Cr11 must decrease to null within this interval to assure soft switching. Therefore the following condition, stated in [7], must be observed: Eletrônica de Potência - Vol. 10, nº 1, Junho de 2005 Vo = 2 ⋅ Vi + Vx (15) where Vx is about 10% to 20% of the input voltage. Additionally, parameter K must be greater enough so that the second stage finishes before π rad [7]. K> 2 ⋅ Vi + Vx Vx (16) • Third stage [t2-t3] (Fig. 4 (c)) – Second resonant stage. When the voltage across capacitor Cr11 is null and remains clamped, switch S1 can be turned on under ZVS condition. Diode DS1 starts conducting and the current through capacitor Cr12 increases almost instantly. Since the current through Cr12 increases, both currents through Cr21 and Cr22 must decrease almost instantly. Once resonant inductor Lr conducts the entire boost current Ib, switch S1 is turned on in ZCS mode as well. The behavior of the voltages across the resonant capacitors is: - vCr21(t): increases from Vo to vCr21(t3); - vCr12(t): decreases from vCr12(t2) to vCr12(t3); - vCr22(t): increases from vCr22(t2) to vCr22(t3). In this stage, there are low voltage stresses across switch S2, and it finishes when iCr12(t)=iCr21(t)=iCr22(t)=0 and iLr(t)=Ib. A new resonant frequency and a new characteristic impedance are defined in this stage, according to (17) and (18), respectively. Lr Z1 = ( 2 + K ) ⋅ Cr 1 f1 = ⋅ 2π 1 ( 2 + K ) ⋅ Cr ⋅ Lr (17) (18) The expressions that describe this stage mathematically are as follows: 2⎤ ⎡ ⎢ (Vo − Vi ) ⋅ 1 − ⎛⎜ Vo ⋅ ( K + 1) − 1⎞⎟ ⎥ ⎜ K (V − V ) ⎟ ⎥ ⋅ cos ( 2 ⋅ π ⋅ f1 ⋅ t ) (19) iLr (t ) = ⎢ Z o o i ⎝ ⎠ ⎥ ⎢ ⎣⎢ + I m ⎦⎥ − 1 ⎛ Vo ⎞ ⋅ + Vi ⎟ ⋅ sin ( 2 ⋅ π ⋅ f1 ⋅ t ) Z1 ⎜⎝ K ⎠ ⎡ 4 + 2⋅ K ⎤ ⋅ ⎢ ⎥ 2 K + ⎢ ⎥ 2 ⎞⎥ ⎢⎛ ⎢⎜ (Vo − Vi ) ⋅ 1 − ⎛ Vo ⋅ ( K + 1) − 1⎞ ⎟ ⎥ ⎜⎜ ⎟⎟ ⎟ ⎥ V ⎞ ⎛ 2 vCr12 (t ) = ⎜ Vo − o ⎟ − ⎢⎜⎜ ⎝ K ⋅ (Vo − Vi ) ⎠ ⎠⎟ ⎥ ⎢ ⎝ K⎠ ⎝ ⎢ ⎥ ⎢⋅ sin ( 2 ⋅ π ⋅ f1 ⋅ t ) ⎥ ⎢ ⎛V ⎥ ⎞ o ⎢ + ⎜ + Vin ⎟ ⋅ (1 − cos ( 2 ⋅ π ⋅ f1 ⋅ t ) ) ⎥ K ⎠ ⎣⎢ ⎝ ⎦⎥ (20) ⎡ K 4 + 2⋅ K ⎤ ⋅ ⎢ ⎥ 2 K 1 K + ⋅ + ( ) ( ) ⎢ ⎥ (21) ⎢⎛ ⎥ 2 ⎞ ⎛ Vo ⋅ ( K + 1) ⎞ ⎟ ⎢⎜ (Vo − Vi ) ⎥ vCr 21 (t ) = Vo + ⎢ ⋅ 1 − ⎜⎜ − 1⎟⎟ ⋅ sin ( 2 ⋅ π ⋅ f1 ⋅ t ) ⎥ ⎜⎜ ⎟ 2 K V V − ( ) o in ⎝ ⎠ ⎟⎠ ⎢⎝ ⎥ ⎢ ⎥ ⎢ K ⎛ Vo ⎥ ⎞ V cos 2 f t 1 π + ⋅ + ⋅ ⋅ ⋅ ⋅ − ( ) ( ) i⎟ 1 ⎢ K +1 ⎜ K ⎥ ⎝ ⎠ ⎢⎣ ⎥⎦ Eletrônica de Potência - Vol. 10, nº 1, Junho de 2005 ⎡ K 4 + 2⋅ K ⎤ ⋅ ⎢ ⎥ ⎢ ( 2 + K ) ⋅ (1 + K ) ⎥ (22) ⎢⎛ ⎥ 2 ⎞ ⎛ Vo ⋅ ( K + 1) ⎞ ⎟ ⎢⎜ (Vo − Vi ) ⎥ vCr 22 (t ) = Vo + ⎢ ⋅ 1 − ⎜⎜ − 1⎟⎟ ⋅ sin ( 2 ⋅ π ⋅ f1 ⋅ t ) ⎥ ⎜⎜ ⎟ 2 ⎝ K (Vo − Vin ) ⎠ ⎟⎠ ⎢⎝ ⎥ ⎢ ⎥ ⎢ K ⎛ Vo ⎥ ⎞ + ⋅ + ⋅ ⋅ ⋅ ⋅ − π V cos 2 f t 1 ( ) ) i⎟ ( 1 ⎢ K +1 ⎜ K ⎥ ⎝ ⎠ ⎣⎢ ⎦⎥ The time interval that defines this stage is: ⎛ K 4 + 2⋅ K ⎞ ⎜ ⎟ 2 K 1 K + ⋅ + )( ) ⎜( ⎟ ⎜ ⎛ 2 ⎞⎟ ⎛ V ⋅ ( K + 1) ⎞ ⎟ ⎟ ⎜ ⎜ (Vo − Vi ) ⋅ 1− ⎜ o − 1⎟ ⎟ ⎜ ⋅⎜ 2 ⎝ K (Vo − Vi ) ⎠ ⎠⎟⎟ ⎟ ⎜ ⎝⎜ Δt3 = arctan ⎜ ⎟ K ⎛ Vo ⎞ ⎜ ⎟ ⋅ ⎜ + Vi ⎟ ⎜ ⎟ K +1 ⎝ K ⎠ ⎜ ⎟ ⎜ ⎟ ⎜ ⎟ ⎜⎜ ⎟⎟ ⎝ ⎠ (23) • Fourth stage [t3-t4] (Fig. 4 (d)) – Third resonant stage. Diode DS1 is reverse biased and switch S1 conducts the current through capacitor Cr12. The relevant resonant circuit is the same one presented in the third stage. This stage finishes when iLr is null so that switch Sr1 can be turned off, and the time interval that defines it is: ⎛⎛ (Vo − Vi ) ⎜ ⎜ Im + 2 ⋅ Zo ⎜⎜ ⎜⎜ 2 ⎛ Vo ⋅ ( K + 1 ) ⎞ ⎜⎜ ⎜ ⎜⎜ ⋅ 1 − ⎜ K V − V − 1 ⎟ i) ⎝ ( o ⎠ Δ t 4 = arctan ⎜ ⎝ ⎜ K ⎛ Vo ⎞ 1 ⋅⎜ + Vi ⎟ ⋅ ⎜ K +1 ⎝ K ⎠ Z1 ⎜ ⎜ ⎜ ⎜ ⎜ ⎝ ⎞⎞ ⎟⎟ ⎟⎟ ⎟⎟ ⎟⎟ ⎟⎟ ⎟ ⎠⎟ ⎟ ⎟ ⎟ ⎟ ⎟ ⎟ ⎟ ⎠ (24) • Fifth stage [t4-t5] (Fig. 4 (e)) – Second linear stage. Since the current through the resonant inductor is null when this stage begins, switch Sr1 is turned off in ZCS mode at instant t4. As diodes D21, D22 and D12 are reverse biased, the boost current Ib flows through capacitors Cr12, Cr21 and Cr22. The behavior of the voltages across the resonant capacitors is: - vCr21(t) decreases linearly from Vo to vCr21(t5); - vCr12(t) increases linearly from vCr12(t4) to Vo; - vCr22(t) decreases linearly from vCr22(t4) to vCr22(t5). This stage finishes when diode D12 starts conducting and the currents through capacitors Cr12, Cr21 and Cr22 become null instantly. It can be mathematically described according to expressions (25) to (27). ⎛ 1 + K ⎞ Im vCr12 (t ) = vCr12 (t4 ) + ⎜ ⋅t ⎟⋅ ⎝ 2 + K ⎠ Cr12 ⎛ 1 ⎞ Im vCr 21 (t ) = vCr 21 (t4 ) − ⎜ ⋅t ⎟⋅ ⎝ 2 + K ⎠ Cr 21 (25) (26) 79 (a) First stage (b) Second stage (c) Third stage (d) Fourth stage (e) Fifth stage (f) Sixth stage (g) Seventh stage (h) Eighth stage Fig. 4. Equivalent circuits concerning the operating stages of the proposed converter. 80 Eletrônica de Potência - Vol. 10, nº 1, Junho de 2005 1 ⎡ ⎤ ⋅ (Vo − vCr12 (t4 ) ) ⎥ vCr 22 (t ) = ⎢vCr 22 (t4 ) − 1+ K ⎣ ⎦ (31) ⎛ K ⎞ IL −⎜ ⋅t ⎟⋅ ⎝ 2 ⋅ K + 1 ⎠ Cr 22 This stage is defined by: ⎛ 2 ⋅ K + 1 ⎞ Cr11 Δt7 = ⎜ ⋅Vo ⎟⋅ ⎝ K +1 ⎠ Im (32) • Eighth stage [t7-t8] (Fig. 4 (h)) – Second constant stage. The controller defines time interval Δt8, and this stage finishes when switch Sr1 is turned on, and the next switching cycle begins. If the current through the boost inductor is low, the voltage across Cr11 does not reach Vo during the seventh stage, and the voltages across Cr21 and Cr22 do not become null. Hence diodes D21 and Ds2 remain blocked during the eighth stage, which is not considered in the analysis of the converter operation. When the control circuit enables switch Sr1 to be turned on, the first stage begins. During the second stage, capacitors Cr11 and Cr12 are fully discharged, while capacitors Cr21 and Cr22 are charged until the voltage across Cr21 equals Vo. Since the remaining resonant stages occur independently on the current through the boost inductor, resonance is not influenced and, consequently, turning on and turning off of the switches are not affected when such current is low. Fig. 5. Main theoretical waveforms. ⎛ 1 ⎞ Im vCr 22 (t ) = vCr 22 (t4 ) − ⎜ ⋅t ⎟⋅ ⎝ 2 + K ⎠ Cr 22 (27) The time interval that defines this stage is: ⎛ 2 + K ⎞ Cr12 Δt5 = (Vo − vCr12 (t4 ) ) ⋅ ⎜ ⎟⋅ ⎝ 1 + K ⎠ Im (28) • Sixth stage [t5-t6] (Fig. 4 (f)) – First constant stage. In this stage, the whole variables set remains constant, as the control circuit defines time interval Δt6. This stage finishes when switch S1 is turned off. • Seventh stage [t6-t7] (Fig. 4 (g)) – Third linear stage. When switch S1 is turned off in ZVS mode, capacitor Cr11 is charged linearly by current Ib, as capacitors Cr21 and Cr22 discharge completely. This stage finishes when vCr11(t7)=2⋅Vo and vCr21(t7)=vCr22(t7)=0, what can be mathematically described according to expressions (29) to (31). ⎛ K + 1 ⎞ Im (29) vCr11 (t ) = ⎜ ⋅t ⎟⋅ ⎝ 2 ⋅ K + 1 ⎠ Cr11 K ⎡ ⎤ vCr 21 (t ) = ⎢ vCr 21 (t4 ) − ⋅ (Vo − vCr12 (t4 ) ) ⎥ 1+ K ⎣ ⎦ ⎛ K ⎞ Im −⎜ ⋅t ⎟⋅ ⎝ 2 ⋅ K + 1 ⎠ Cr 21 Eletrônica de Potência - Vol. 10, nº 1, Junho de 2005 (30) B. Influence of The Soft Switching Cell in The Duty Cycle Considering the positive semicycle of the current through the boost inductor, an expression for the maximum duty cycle can be obtained according to the analysis presented below. During the first and second stages, switch S1 is turned off due to the resonance, and capacitor Cr11 remains charged. In the third stage, vCr11 becomes null, and switch S1 is enabled to be turned on when Cr11 is fully discharged. Since the current through Cr12 is negative, it flows through diode Ds1 and resonant inductor Lr. In the fourth stage, the current through Cr12 becomes positive, and S1 is turned on. The boost current is constant and flows through the path defined by S1-Cr12-Cb2-Cb1-Cr22Cr21. Since the voltage across Cr12 is not equal to the output voltage in the fifth stage, D12 is reverse biased. Part of the boost inductor current charges Cr11 and discharges Cr21 and Cr22., and switch S1 is on. In the sixth stage, S1 remains turned on, and the current flows through diode D12. During the seventh stage, switch S1 is turned off under ZVS condition, and it remains off as well in the next stage. In front of the aforementioned assumptions, the following expression becomes valid. Dmax = Δt5 + Δt6 Δt5 + Δt6 = 8 Ts ∑ Δti (33) i =1 81 C. Some Aspects Regarding The Input Current The resonant circuit employed in the converter imposes an undesirable effect to the input current, which is in discontinuous mode. In order to solve this problem, a small LC filter is applied to the input of the converter, where a cutoff frequency fc equal to about 5% to 10% of the switching frequency is set. Therefore, expression (34) is valid, where Cf must not be big enough to cause a displacement between the input current and the input voltage. Lf = 1 ( 2 ⋅ π ⋅ fc ) 2 ⋅Cf (34) III. CONTROL SYSTEM The strategy employed in the proposed topology is the average current mode control, which can be implemented with a PFC integrated circuit [11]. The closed-loop diagram is presented in Fig. 6. The half-bridge doubler boost converter operates with isolated gate drivers, adding complexity to the control system, since different circuits are used for the main and auxiliary switches. Auxiliary switches use optocouplers and dedicated gate driver IC [7]. Main switches are driven with dual thyristor schemes [7] [12]. A diagram representing the gating signals applied to the switches is shown in Fig. 7. IV. DESIGN PROCEDURE From the study developed in [7], the following expressions for the calculation of the circuit parameters could be obtained. The boost inductance is given by: Lb = 2 ⋅ 25000 ⋅ Po f s ⋅η (35) where Po is the output power, fs is the switching frequency and η is the efficiency of the converter. The output capacitors are calculated according to (36). Cb1 = Cb 2 = 2 ⋅ Po 2 ⋅ π ⋅ ( 2 ⋅ N ⋅ f ) ⋅ Vo ⋅ ΔVo (36) where N is the number of phases, f is the line frequency and ΔVo is the maximum output voltage ripple. The first step to calculate the resonant elements lies is the choice of the resonant frequency, which must be at least ten times the switching frequency to assure the accurate operation of the circuit. If the resonant inductor is chosen arbitrarily (typically a few microhenries), expression (6) can be used to determine parameter Cr, defined in (8). Additionally, if parameter K is calculated according to (16), the resonant capacitors are then obtained from (37) and (38). K +1 ⋅ Cr K = (1 + K ) ⋅ Cr Cr11 = Cr 21 = Cr12 = Cr 22 (37) (38) V. ANALYTICAL RESULTS Fig. 6. Half-bridge doubler boost converter operating with average current mode control. In order to validate the study developed above, evaluation tests of the proposed converter were performed using the parameters set presented in Table I. Fig. 8 shows the voltages across the resonant capacitors and the current through the resonant inductor. It can be seen that the maximum voltage peaks across the resonant capacitors do not exceed half of the output voltage in any circumstances. The aforementioned results were obtained using software OrCAD release 9.2, and demonstrate the validity of the theoretical analysis. Furthermore, an experimental prototype of the converter was implemented. Fig. 9 shows the switching detail in auxiliary switch Sr1, where it can be seen that it is turned on with null current and turned off with null current and null voltage. Fig. 10 corresponds to the switching detail in main switch S1, where the soft switching is achieved with reduced dv/dt rates, without current and/or voltage stresses. Fig. 11 shows the input current in discontinuous mode, without the low-pass filter. Fig. 12 evidences power factor correction, where it can be seen that the total harmonic distortion is low and a high power factor is achieved i.e. current THD is 5.5% and power factor is 0.990. Fig. 13 represents the harmonic content of the input current. Fig. 7. Gating signals applied to main and auxiliary switches. 82 Eletrônica de Potência - Vol. 10, nº 1, Junho de 2005 Table I Parameters set employed in the tests Parameter Line frequency Switching frequency Rms input voltage Output voltage Maximum output voltage ripple Output power Efficiency Boost inductor Resonant inductor Resonant capacitors Resonant capacitors Output capacitors Input filter inductor Input filter capacitor Diodes Main switches S1 and S2 Auxiliary switches Sr1 and Sr2 Description f=60Hz fs=50kHz Vi=110V Vo=300V ΔVo=5%⋅Vo Po=800W η=97% Lb=380μH Lr=4.9μH Cr11=Cr21=3.3nF Cr12=Cr22=18.8nF Cb1=Cb2=1000μF Lf=80μH Cf=10μF MUR1560 MOSFET – IRFP460 IGBT – IRG4BC30U Finally, Fig. 14 presents the converter efficiency as a function of the output power. Hard-switching and softswitching topologies shown in Fig. 2 and Fig. 3 are compared, as both them operate at 100kHz with the parameters set detailed in Table I. It can be seen that the use of the soft commutation cell becomes interesting at a few hundreds of watts, and efficiency is about 97% at nominal load. Fig. 8. Resonant tank waveforms. Fig. 10. Switching detail in S1. Scales: VS1 – 100V/div.; IS1 – 5A/div.; time – 2μs/div. Fig. 11. Input current in discontinuous mode. Scales: Ii – 10A/div.; time – 2ms/div. Fig. 12. Input voltage and input current. Scales: Vi – 50V/div.; Ii – 10A/div.; time – 5ms/div. Fig. 9. Switching detail in Sr1. Scales: VSr1 – 100V/div.; ISr1 – 5A/div.; time – 1μs/div. Fig. 13. Harmonic spectrum of the input current. Eletrônica de Potência - Vol. 10, nº 1, Junho de 2005 83 topology are the reduced voltages across the semiconductor devices, achievement of doubled output voltages, reduced high frequency ripple and also lossless commutation of the switches. As drawbacks, one can mention the complexity added to control system and drivers due to the cell, and also increased number of components. REFERENCES Fig. 14. Efficiency versus output power. VI. ABOUT THE PROPOSED TOPOLOGY The half-bridge structure shown in Fig. 1 is a prominent alternative if compared with the conventional boost converter, since conduction losses are drastically reduced. However, the voltage stresses across the switches are twice the output voltage. An improvement results if the topology depicted in Fig. 2 is adopted, because the voltages across the switches are equal to the output voltage instead. If an active auxiliary circuit is added, complexity is supposed to increase and reliability is affected, because four capacitors, one inductor, two auxiliary switches, and two diodes are employed in this case. Furthermore, conduction losses increase as well, but they are mainly due to the components existent in the hard-switched topology presented in Fig. 2. Soft switching is a desired feature in power converters because it reduces the overlap between voltage and current, enabling high frequency operation, minimizing switching losses and giving a longer life for the switch. The choice between passive and active soft switching methods depends on a series of conditions [8]. This is not the scope of the paper, which aims to analyze the performance of the soft switching cell associated with the half-bridge doubler boost converter. Possibly, improved soft switching schemes can be proposed for this topology, as the one described here is not a definitive solution. Possible advantages of the proposed configuration are: - The voltages across the semiconductor devices are reduced and approximately equal to the output voltage; - Doubled output voltages can be achieved; - Reduced high frequency ripple of the output voltage is obtained due to diodes D12 and D22; - Switching losses are negligible; - In Fig. 14, one can see that the efficiency increases about 2% at nominal power. VII. CONCLUSION This paper has reported the study of a soft-switched halfbridge doubler boost converter that can be used in PFC applications. The main purpose of this work deals with the development of a structure without commutation losses so that higher output voltages and reduced voltage stresses across the semiconductor devices can be achieved, as high power factor and low harmonic content are obtained. The results show that the main advantages of the proposed 84 [1] R. Srinivasan, R. Oruganti, “A Unity Power Factor Converter Using Half Bridge Boost Topology”, IEEE Transactions on Power Electronics, vol. 13, No. 3, pp. 487-500, May, 1998. [2] D. Maksimovic, R. Erickson, “Universal-Input, HighPower-Factor, Boost Doubler Rectifiers”. IEEE Applied Power Electronics Conference and Exposition – APEC ‘95, 1995, Dallas, TX, USA, pp. 459-465. [3] D. Shmilovitz, Z. Shoubou; Z. Zabar, D. Czarkowski, “A Simplified Controller for A Half Bridge Boost Controller”, IEEE Applied Power Electronics Conference and Exposition – APEC 2000, 2000, New Orleans, LA, USA, pp. 452-455. [4] C.M.T. Cruz, I. Barbi, “Unit Power Factor Active Clamping Single Phase Three Level Rectifier”, IEEE Applied Power Electronics Conference and Exposition, 2001, pp. 331-336. [5] J.C. Salmon, “Reliable 3-Phase Boost Rectifiers Employing A Stacked Dual Boost Converter Subtopology”, IEEE Transactions on Industrial Applications, Vol. 32, No 3,May/June 1996, pp. 542551. [6] K. Thiyagarajah, V.T. Ranganathan, B.S.R. Iyengar, “A High Switching Frequency IGBT PWM Rectifier/Inverter System for AC Motor Drives Operating from Single Phase Supply”, IEEE Transactions on Power Electronics, vol. 6, issue 4, Oct. 1991, pp. 576-584. [7] R.M. Finzi Neto, “Um Carregador de Baterias Inteligente, Alta Potência, Usando Tecnologia de Fontes Chaveadas com Comutação Não Dissipativa e Correção do Fator de Potência”, Uberlândia-MG, Brazil, 2003. PhD Thesis – UFU – in Portuguese. [8] I. Matsuura, K.M. Smith Jr., K.M. Smedley, “A Comparison of Active and Passive Switching Methods for PWM Converters”, 29th Annual IEEE Power Electronics Specialists Conference – PESC ’98, 1998, vol. 1, May 1998, pp. 94-100. [9] L.C. Freitas, J.B. Vieira Jr., V.J. Farias, H.L. Hey, P.S. Caparelli, D.F. Cruz, “An Optimum ZVS PWM DC to DC Converter Family: Analysis, Simulation and Experimental Results”, IEEE Power Electronics Specialists Conference – PESC ‘92, 1992, Toledo, Spain, pp. 229-235. [10] L.C. Freitas, D.F. Cruz, V.J. Farias, “A Novel ZCS-ZVS PWM DC-DC Buck Converter for High Switching Frequency: Analysis, Simulation and Experimental Results”, IEEE Applied Power Electronics Conference and Exposition – APEC ‘93, 1993, San Diego, CA, USA, pp. 693-699. [11] P.C. Todd “UC3854 Controlled Power Factor Correction Circuit Design”, UNITRODE Application Note U-134. [12] D.S. Oliveira Jr., C.A. Bissochi Jr., J.B. Vieira Jr., V.J. Farias, L.C. Freitas, “A Lossless Commutation PWM Two Level Forward Converter Operating Like A FullBridge”, IEEE Applied Power Electronics Conference and Exposition – APEC 2000, 2000, pp. 334-339. Eletrônica de Potência - Vol. 10, nº 1, Junho de 2005 BIOGRAPHIES Roberto Mendes Finzi Neto was born in Goiânia, Goiás, Brazil, on January 31st, 1974. He received the BSc, MSc and PhD degrees in Electrical Engineering from the Federal University of Uberlândia, Brazil, in 1997, 1999 and 2003, respectively. His research interest areas include highfrequency power conversion, modeling and control of converters, power factor correction circuits, and new converters topologies. Enes Gonçalves Marra was born in Brazil on 1966. He received the B.S. and M.S. degrees in Electrical Engineering from the Federal University of Uberlândia, Uberlândia, Brazil, and the Doctoral degree in electrical engineering from the State University of Campinas, Campinas, Brazil, in 1989, 1993, and 1999, respectively. Since 1993, he has been a Lecturer in the School of Electrical Engineering, Federal University of Goiás, Goiânia, Brazil. His research interests include electrical drives, power electronics applications, and renewable energy sources. Eletrônica de Potência - Vol. 10, nº 1, Junho de 2005 Fernando Lessa Tofoli was born on March 11th, 1976, in São Paulo, São Paulo, Brazil. He received the BSc and MSc degrees in Electrical Engineering from the Federal University of Uberlândia, Brazil, in 1999 and 2002, respectively. Nowadays he is PhD student at the Power Electronics Research Group of the same university. His research interests include power quality related issues, high power factor rectifiers and soft switching techniques applied to static power converters. Luiz Carlos de Freitas was born in Prata, Minas Gerais, Brazil, on April 1st, 1952. He received the BSc degree in Electrical Engineering from the Federal University of Uberlândia, Brazil, in 1975, and the MSc and PhD degrees from the Federal University of Santa Catarina, Brazil, in 1985 and 1992, respectively. Nowadays he is with Department of Electrical Engineering of the Federal University of Uberlândia, Brazil. His research interests include high-frequency power conversion, modeling and control of converters, power factor correction circuits and novel converters topologies. 85 86 Eletrônica de Potência - Vol. 10, nº 1, Junho de 2005 NORMAS PARA PUBLICAÇÃO EM PORTUGUÊS – INSERIR AQUI O TÍTULO (TAMANHO LETRA 14 PT, LETRAS MAIÚSCULAS, NEGRITO E CENTRADO) Nomes dos Autores (12 Pt, Maiúsculas e Minúsculas, centrado abaixo do título) Informações dos autores (10 Pt, Maiúsculas e minúsculas, centrado abaixo do título): Universidade de Tal CEP 00000-000, C.P. 000, Cidade de Tal - XX Brasil e-mail: [email protected] Resumo - O objetivo deste documento é instruir os autores sobre a preparação dos trabalhos para publicação na revista Eletrônica de Potência. Solicita-se aos autores que utilizem estas normas desde a elaboração da versão inicial até a versão final de seus trabalhos. Somente serão aceitos para publicação trabalhos que estejam integralmente de acordo com estas normas. Informações adicionais sobre procedimentos e normas podem ser obtidas também diretamente com o editor, ou, através do site iSOBRAEP cuja url é: http://www.dee.feis.unesp.br/lep/revista. Observa-se que são aceitas submissões em inglês, ou, espanhol, sendo que as normas para estes idiomas são apresentadas nos sites iSOBRAEP e SOBRAEP (http://www.sobraep.org.br). Este texto foi redigido segundo as normas aqui apresentadas para artigos submetidos em português. Palavras-Chave – Os autores devem apresentar um conjunto de no máximo 6 palavras-chave (em ordem alfabética) que possam identificar os principais tópicos abordados no trabalho. TITLE HERE IN ENGLISH IS MANDATORY (12 PT, UPPERCASE, BOLD, CENTERED) Abstract – The objective of this document is to instruct the authors about the preparation of the manuscript for its submission to the Revista Eletrônica de Potência (Power Electronics Review). The authors should use these guidelines for preparing both the initial and final versions of their paper. Additional information about procedures and guidelines for publication can be obtained directly with the editor, or, through the web site iSOBRAEP: http://www.dee.feis.unesp.br/lep/revista. It is informed that the english, or, spanish languages can be used for editing the papers, and the guidelines for these languages are provided in the web sites iSOBRAEP and SOBRAEP (http://www.sobraep.org.br). This text was written according to guidelines for submission in portuguese language. 1 Keywords - The author shall provide a maximum of 6 keywords (in alphabetical order) to help identify the major topics of the paper. Nota de rodapé na página inicial será utilizada apenas pelo editor para indicar o andamento do processo de revisão. Não suprima esta nota de rodapé quando editar seu artigo. Eletrônica de Potência - Vol. 10, nº 1, Junho de 2005 NOMENCLATURA P Vqd Iqd Número de par de pólos. Componentes da tensão de estator. Componentes da corrente de estator. I. INTRODUÇÃO Serão aceitos trabalhos em português, espanhol e inglês. Os textos submetidos em português e espanhol devem conter também o título (title), resumo (abstract) e palavras-chave (keywords) em inglês, obrigatoriamente. Caso seja pertinente, pode ser incluída imediatamente antes da introdução uma nomenclatura das variáveis utilizadas no texto. Este item não deve levar numeração de referência, assim como os itens agradecimentos, referências bibliográficas e dados biográficos. A introdução tem o objetivo geral de apresentar a natureza do problema enfocado no trabalho, através de adequada revisão bibliográfica, o propósito e a contribuição do artigo submetido. A Revista Eletrônica de Potência é um meio apropriado no qual os membros da SOBRAEP (Sociedade Brasileira de Eletrônica de Potência) e demais pesquisadores atuantes na grande área da Eletrônica de Potência podem apresentar e discutir suas atividades e contribuições científicas. Neste contexto, o Conselho Editorial convida os interessados a apresentarem artigos completos que envolvam o “estado da arte”, através de resultados teóricos e experimentais, além de informações tutorais, nos tópicos de interesse da Sociedade. Neste contexto, caso o trabalho, ou parte dele, já tenha sido apresentado e publicado em alguma revista ou conferência, nacional ou internacional, deve ser anexada no corpo do trabalho declaração dos autores com estas informações (quando e onde). Caso o trabalho nunca tenha sido publicado na sua totalidade, não há necessidade desta declaração. Os trabalhos somente serão aceitos através de submissão eletrônica. Os autores deverão submeter e acompanhar todo o processo de suas contribuições através da página da iSOBRAEP, cujo endereço na www é: http://www.dee.feis.unesp.br/lep/revista. Informa-se que somente serão aceitos trabalhos submetidos como documento em PDF editável (aberto). Portanto, após a edição de seu trabalho, em conformidade com estas normas, deverá ser gerado um documento em PDF com qualidade de artigo, para que possa ser submetido através do site iSOBRAEP. Observa-se ainda que para a publicação da versão final, somente serão aceitos artigos que estejam em conformidade com estas normas de edição. 87 A. Apresentação do Texto O limite é de 8 (oito) páginas. Apenas excepcionalmente serão aceitos trabalhos ultrapassando este limite. Isto poderá ocorrer, a critério do editor, caso o trabalho tenha um caráter tutorial. Deve-se usar, obrigatoriamente, as unidades do Sistema Internacional (SI ou MKS). Cabe ao(s) autor(es) do trabalho a preparação dos originais e, posteriormente, seu envio de forma eletrônica, em PDF, através do site iSOBRAEP, de acordo com estas normas. Os trabalhos que estiverem fora dos padrões estabelecidos serão recusados, com a devida informação ao autor correspondente. A Comissão Editorial não assumirá qualquer responsabilidade quanto a correções, e possíveis erros da reprodução dos originais para publicação. (Title), Abstract e Keywords; 5) Introdução; 6) Corpo do trabalho; 7) Conclusões; 8) Referências Bibliográficas; 9) Dados Biográficos. Esta ordem deve ser respeitada, a menos que os autores usem alguns itens adicionais, a saber: Nomenclatura; Apêndices e Agradecimentos. Como regra geral, as conclusões devem vir logo após o corpo do trabalho e imediatamente antes das referências bibliográficas. A seguir serão feitos alguns comentários sobre os principais itens acima mencionados. B. Edição do Texto A editoração do trabalho deve ser feita selecionando o formato A4 (297 mm x 210 mm), de acordo com este exemplo. O espaçamento entre linhas deve ser simples, e a cada título ou subtítulo, deve-se deixar uma linha em branco. Como processador de texto, estimula-se o uso do processador Word for Windows. 2) Autores e instituições de origem - Abaixo do título do trabalho, também centrados na página, devem ser informados os nomes dos autores e da(s) instituição(ões) a que pertencem. Poderão ser abreviados os nomes e sobrenomes intermediários e escritos na sua forma completa o primeiro nome e o último sobrenome (letras do tipo 12 pontos). Imediatamente abaixo do nome dos autores, informar as instituições a que pertencem e os endereços completos (letras do tipo 10 pontos). 1) Tamanho das letras utilizadas no trabalho: Os tamanhos das letras especificadas nesta norma, seguem o padrão do processador Word for Windows e o tipo de letra utilizado é Times New Roman. A Tabela I mostra os tamanhos padrões de letras utilizadas nas diversas seções do trabalho. TABELA I Tamanhos e Tipos de Letras Utilizadas no Texto Estilo Tamanho (pontos) 8 9 10 12 14 Normal texto de tabelas legendas de figuras instituição dos autores, texto em geral. nomes dos autores Cheia Itálica textos do resumo e palavras-chave; títulos de tabelas título em inglês título do trabalho títulos do resumo e palavras-chave; subtítulos 2) Formatação das páginas: Na formatação das páginas, as margens superior e inferior deverão ser fixadas em 25 mm, a margem esquerda em 18 mm e a margem direita em 12 mm. As colunas de textos deverão apresentar uma largura igual a 87 mm e um espaçamento entre si de 6 mm. A tabulação a ser utilizada na primeira linha dos parágrafos deverá ser fixada em 4 mm. II. ESTILO DO TRABALHO Neste item são apresentados os principais estilos utilizados para edição do trabalho. A. Organização Geral Os trabalhos a serem publicados na revista devem conter 9 partes principais, a saber: 1) Título; 2) Autores e Instituições de origem; 3) Resumo e Palavras-Chave; 4) Título em inglês 88 1) Título - O título, em português, do trabalho deve ser o mais sucinto possível, indicando claramente o assunto de que se trata. Deve estar centrado no topo da primeira página, sendo impresso em negrito, tamanho 14 pontos, com todas as letras em maiúsculo. 3) Resumo - Esta parte é considerada como uma das mais importantes do trabalho. É baseado nas informações contidas neste resumo que os trabalhos técnicos são indexados e armazenados em bancos de dados. Este resumo deve conter no máximo 200 palavras de forma a indicar as idéias principais apresentadas no texto, procedimentos e resultados obtidos. O resumo não deve ser confundido com uma introdução do trabalho e muito menos conter abreviações, referências bibliográficas, figuras, etc. Na elaboração deste resumo, como também em todo o trabalho, deve ser utilizada a forma impessoal como, por exemplo, “... Os resultados experimentais mostraram que ...” ao invés de “...os resultados que nós obtivemos mostraram que...”. A palavra Resumo deve ser grafada em estilo itálico e em negrito. Já o texto deste Resumo será em estilo normal e em negrito. Palavras-Chave são termos para indexação que possam identificar os principais tópicos abordados no trabalho. O termo Palavras-Chave deve ser grafado em estilo itálico e em negrito. Já o texto deste item será em estilo normal e em negrito. 4) Título em inglês - O título deverá ser reproduzido em inglês, conforme normas apresentadas, destacando-se o estilo em letras todas maiúsculas, negrito e tamanho 12. O Abstract deve ser grafado em estilo itálico e em negrito. Já o texto deste Abstract (em inglês) será em estilo normal e em negrito. Keywords são termos para indexação, em inglês, que possam identificar os principais tópicos abordados no trabalho. O termo Keywords deve ser grafado em estilo Eletrônica de Potência - Vol. 10, nº 1, Junho de 2005 itálico e em negrito. Já o texto deste item será em estilo normal e em negrito. 5) Introdução - A introdução deve preparar o leitor para o trabalho propriamente dito, dando uma visão histórica do assunto, e servir como um guia a respeito de como o trabalho está organizado, enfatizando quais são as reais contribuições do mesmo em relação aos já apresentados na literatura. A introdução não deve ser uma repetição do Resumo, e deve ser a primeira seção do trabalho a ser numerada como subtítulo. 6) Corpo do trabalho - Os autores devem organizar o corpo do trabalho em diversas seções, as quais devem conter de forma clara, as informações a respeito do trabalho desenvolvido, facilitando a compreensão do mesmo por parte dos leitores. 7) Conclusões - As conclusões devem ser as mais claras possíveis, informando aos leitores sobre a importância do trabalho dentro do contexto em que se situa. As vantagens e desvantagens deste trabalho em relação aos já existentes na literatura devem ser comentadas, assim como os resultados obtidos, as possíveis aplicações práticas e recomendações de trabalhos futuros. 8) Referências bibliográficas - As citações das referências bibliográficas ao longo do texto, devem aparecer entre colchetes, antes da pontuação das sentenças nas quais estiverem inseridas. Devem ser utilizados somente os números das referências bibliográficas, evitando-se uso de citações do tipo “...conforme referência [2]...”. Os trabalhos que foram aceitos para publicação, porém ainda não foram publicados, devem ser colocados nas referências bibliográficas, com a citação “no Prelo”. Os artigos de periódicos e anais devem ser incluídos iniciando-se pelos nomes dos autores (iniciais seguidas do último sobrenome), seguido do título do trabalho, onde foi publicado (em itálico), número do volume, páginas, mês e ano da publicação. No caso de livros, após os autores (iniciais seguidas do último sobrenome), o título deve ser em itálico, seguido da editora, da edição e do local e ano de publicação. No final destas normas, é mostrado um exemplo de como devem ser as referências bibliográficas. 9) Dados biográficos - Os dados biográficos dos autores, deverão estar na mesma ordem de autores colocados no início do trabalho, e deverão conter basicamente os seguintes dados: • Nome Completo (em negrito e sublinhado); • Local e ano de nascimento; • Local e ano de Graduação e Pós-Graduação; • Experiência Profissional (Instituições e empresas em que já trabalhou, número de patentes obtidas, áreas de atuação, atividades científicas relevantes, sociedades científicas a que pertencem, etc.). Caso sejam utilizados os itens adicionais: Nomenclatura; Apêndices e Agradecimentos, devem ser observadas as seguintes instruções: Eletrônica de Potência - Vol. 10, nº 1, Junho de 2005 10) Nomenclatura - A nomenclatura consiste na definição das grandezas e símbolos utilizados ao longo do trabalho. Não é obrigatória a sua inclusão e este item não é numerado como subtítulo. Se este item for incluído, deve preceder o item Introdução. Caso os autores optem por não incluir este item, as definições das grandezas e símbolos utilizados devem ser incluídas ao longo do texto, logo após o seu aparecimento. No início destas normas é apresentado um exemplo para este item opcional. 11) Agradecimentos - Os agradecimentos a eventuais colaboradores não recebem numeração e devem ser colocadas no texto, antes das referências bibliográficas. No final deste trabalho é mostrado um exemplo de como podem ser feitos estes agradecimentos. OBSERVAÇÃO: Na última página do artigo os autores devem distribuir o conteúdo uniformemente, utilizando-se ambas as colunas, de tal forma que estejam paralelas quanto ao fechamento das mesmas. B. Organização das Seções do Trabalho A organização do trabalho em títulos e subtítulos, serve para dividi-lo em seções, que ajudam o leitor a encontrar determinados assuntos de interesse dentro do trabalho. Também auxiliam os autores a desenvolverem de forma ordenada seu trabalho. Os títulos devem ser organizados em seções primárias, secundárias e terciárias. As seções primárias são os títulos de seções propriamente ditos. São grafados em letras maiúsculas no centro da coluna, separadas por uma linha em branco anterior e uma posterior, e utilizam numeração romana e seqüencial. As seções secundárias são os subtítulos das seções. Apenas a primeira letra das palavras que a compõe, são grafadas em letra maiúscula, na margem esquerda da coluna sendo separada do resto texto por uma linha em branco anterior. A designação das seções secundárias é feita com letras maiúsculas, seguidas de um ponto. Utilizam grafia em itálico. As seções terciárias são subdivisões das seções secundárias. Apenas a primeira letra da primeira palavra que a compõe é grafada em letra maiúscula, seguindo o espaçamento dos parágrafos. A designação das seções terciárias é feita com algarismos arábicos, seguidos de um parêntese. Utilizam grafia em itálico. III. OUTRAS NORMAS Figuras, tabelas e equações devem obedecer as normas apresentadas a seguir. A. Figuras e Tabelas As tabelas e figuras (desenhos ou reproduções fotográficas) devem ser intercaladas no texto logo após serem citadas pela primeira vez, desde que caibam dentro dos limites da coluna; caso necessário, utilizar toda a área útil da página. A legenda deve ser situada acima da tabela, enquanto que na figura deve ser colocado abaixo da mesma. As tabelas devem possuir títulos e são designadas pela palavra Tabela, sendo numeradas em algarismos romanos, seqüencialmente. 89 ∆I L = I o + 3 Vi . 2 Z (1) Onde: ∆IL Io Vi Z - Corrente de pico no indutor ressonante. - Corrente de carga. - Tensão de alimentação. - Impedância característica do circuito ressonante. IV. CONCLUSÕES Este artigo foi integralmente editado conforme as normas apresentadas para submissão de artigos em português. AGRADECIMENTOS Os autores agradecem a Fulano de Tal, pela colaboração neste trabalho. Este projeto foi financiado pelo CNPq (processo xxyyzz). Fig. 1. Curva de magnetização em função do campo aplicado. (Observe que o termo “Fig.” é abreviado. Existe um ponto após o número da figura, seguido de dois espaços antes da legenda). As figuras necessitam de título, legenda, e são designadas pela palavra Figura no texto, numeradas em algarismos arábicos, seqüencialmente, conforme exemplo. A designação das partes de uma figura, é feita pelo acréscimo de letras minúsculas ao número da figura, separadas por ponto, começando pela letra a, como por exemplo, Figura 1.a. Com o intuito de facilitar a compreensão das figuras, a definição dos eixos das mesmas deve ser feita utilizando-se palavras e não letras, exceto no caso de formas de onda e planos de fase. As unidades devem ser expressas entre parênteses. Por exemplo, utilize a denominação “Magnetização (A/m)”, ao invés de “M (A/m)”. As figuras e tabelas devem ser posicionadas no início ou no final das colunas, evitando-as no meio das colunas. Devem ser evitadas tabelas e figuras, cujas dimensões ultrapassem as dimensões das colunas. B. Abreviações e Siglas As abreviações a serem utilizadas no texto, devem ser definidas na primeira vez em que aparecerem, como por exemplo, “... Modulação por Largura de Pulso (PWM)...”. C. Equações A numeração das equações deve ser colocada entre parênteses, na margem direita, como no exemplo abaixo. As equações devem ser editadas de forma compacta, estar centralizadas na coluna e devem utilizar o estilo itálico. Caso não seja usada no início do texto uma nomenclatura, as grandezas devem ser definidas logo após as equações em que são indicadas. 90 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS [1] C. T. Rim, D. Y. Hu, G. H. Cho, “Transformers as Equivalent Circuits for Switches: General Proof and D-Q Transformation-Based Analysis”, IEEE Transactions on Industry Applications, vol. 26, no. 4, pp. 832-840, July/August 1990. [2] E. A. Vendrusculo, J. A. Pomilio, “Motores de Indução Acionados por Inversores PWM-VSI: Estratégia para Atenuação de Sobretensões”, Revista Eletrônica de Potência - SOBRAEP, vol. 08, no. 1, pp. 49-56, Junho 2003. [3] N. Mohan, T. M. Undeland, W. P. Robbins, Power Electronics: converters, applications, and design, John Wiley & Sons, 2a Edição, Nova Iorque, 1995. [4] S. A. González, M. I. Valla, and C. H. Muravchik, “A Phase Modulated DGPS Transmitter Implemented with a CMRC”, in Proc. of COBEP, vol. 02, pp. 553-558, 2001. DADOS BIOGRÁFICOS Fulano de Tal, nascido em 30/02/1960 em Talópoli é engenheiro eletricista (1983), mestre (1985) e doutor em Engenharia Elétrica (1990) pela Universidade de Tallin. Ele foi, de 1990 a 1995, coordenador do Laboratório de Tal. Atualmente é professor titular da Universidade de Tal. Suas áreas de interesse são: eletrônica de potência, qualidade do processamento da energia elétrica, sistemas de controle eletrônicos e acionamentos de máquinas elétricas. Dr. Tal é membro fundador da SOBRAEP e membro da SBA e IEEE. Durante o período de 1998 até 2000 foi editor da Revista Eletrônica de Potência da SOBRAEP. Eletrônica de Potência - Vol. 10, nº 1, Junho de 2005