Medição da Temperatura das Articulações da Coluna Vertebral
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Medição da Temperatura das Articulações da Coluna Vertebral
Medição da Temperatura das Articulações da Coluna Vertebral Roger Calixto1 e Alexandre Balbinot2 1 Mestrando no Heritage Medical Research Centre, Dept. Biomedical Engineering University of Alberta, Canada 2 Faculdade de Engenharia Elétrica Universidade Luterana do Brasil (ULBRA), Brasil Universidade de Caxias do Sul (UCS), Brasil Resumo – Dor na região das costas é um problema considerável de saúde e de economia em qualquer país. Um método utilizado amplamente pelos profissionais formados em Quiropraxia é o de Gonstead. Este método é baseado na dissipação de calor das articulações da coluna vertebral como um indicativo de luxações vertebrais facilitando a localização da região com inflamação. O sistema desenvolvido para medição da temperatura das articulações da coluna vertebral, caracteriza-se pelo baixo custo e por fornecer uma solução digital para utilização clínica. O sistema consiste de uma matriz de sensores controlados por um multiplexador e digitalizados por um conversor analógico para digital (A/D ou ADC). O interfaceamento deste sistema foi implementado via porta paralela utilizando-se o PC como sistema de processamento dos dados adquiridos. O programa de processamento e de aquisição dos dados foi desenvolvido em C++ para Windows 98. Palavras-chave: dores na coluna vertebral, Diagnóstico de Gonstead, luxações vertebrais, temperatura. Abstract - Back pain is one of the leading health problems that the general population faces. One method of treatment is with a Doctor of Chiropractic whom, amongst other diagnostic methods, may use Gonstead diagnostics. Gonstead diagnostics use heat dissipation from the articulations of the spinal column as indications of vertebral luxation or pinched nerve syndrome. By comparing bi-laterally the temperature of the articulation it is possible to indicate where inflammation resides and act as an auxiliary to the diagnostic procedure. The system here presented was developed for this purpose with cost effectiveness in mind. We sought to provide a digital solution, (the analog solution is still in use) yet not as expensive as the current infrared technologies, for the budgeted clinic. The system consists of an array of temperature sensors controlled by a multiplexer and digitalized by an A/D. Using the parallel port, connectivity to the PC was successfully achieved passing on the acquired data to the program developed in C++ for Windows 98. Key-words: Back pain, Gonstead diagnostics, vertebral luxation, temperature. Introdução A ciência tem procurado avaliar a resposta do corpo humano às lesões, doenças e malformações congênitas. Entre essas observações encontra-se a notável diferença térmica gerada por lesões corporais que caracterizam um processo inflamatório localizado na área da agressão. Normalmente este processo inflamatório é gerado por uma hiper-irrigação sangüínea local, causando uma elevação localizada da temperatura denominada de hipertermia. O conhecimento da distribuição da temperatura corporal é necessário para diversos estudos fisiológicos e clínicos, porém pela não uniformidade deve ser caracterizada cuidadosamente e estar relacionada ao pleno conhecimento de como o corpo humano responde a fatores ambientais. Considerando-se condições ambientais neutras de 28°C a 30°C e 40% a 60% de umidade relativa, a temperatura interna do corpo humano TC é de aproximadamente 37°C, em um sujeito saudável, nu e em repouso. Portanto, para interpretar corretamente estes dados é necessário o conhecimento dos fatores físicos e fisiológicos relacionados à temperatura a ser medida. Além disso, um sistema ideal de medição de temperatura deve satisfazer algumas condições, dentre elas destacam-se: Ser preciso para monitorar temperaturas associadas com a febre; Fornecer uma temperatura local não influenciável pelas mudanças de temperatura em áreas distantes do corpo, como por exemplo, nos membros inferiores ou superiores; Ser estável depois da sua calibração; Ser pequeno e de forma apropriada para onde será usado; Ser simples de operar. A coluna vertebral, devido à má postura, quedas e impactos pode sofrer desvios dos seus eixos normais, lesionando, por exemplo, suas articulações. De acordo com Gonstead, as áreas lesionadas sofrem uma inflamação e conseqüentemente um aquecimento localizado, ou em casos crônicos, queda na temperatura localizada (Gregory, 1993). Cabe ressaltar que a temperatura do corpo humano é uma das variáveis fisiológicas rigorosamente controladas e um dos quatro sinais vitais usados na monitoração dos pacientes. A temperatura interna do corpo é constantemente regulada ao redor de 37 ± 0,5°C em uma pessoa saudável, portanto, a temperatura elevada é um sinal de doença ou infecção. Existem duas áreas distintas no corpo humano onde a temperatura é medida rotineiramente: na superfície da pele e em cavidades do corpo humano, como por exemplo, na boca ou no reto. Os dois dispositivos mais utilizados para estas medições são os termistores que necessitam de contato com a pele ou o tecido e termômetros que não necessitam de contato, pois medem a temperatura do corpo humano principalmente através do canal auditivo. Em função da importância deste parâmetro físico na saúde humana, este trabalho propõe a criação de uma interface termosensível, inicialmente de baixo custo, para auxiliar no diagnóstico de subluxações vertebrais, aperfeiçoando a precisão do diagnóstico da técnica denominada de Gonstead1. - A Coluna Vertebral A coluna vertebral é composta de ossos chamados de vértebras cuja função é proteger a medula espinal, sustentar a cabeça e fixar as costelas e músculos do dorso (Tortora, 2000). Com relação à biomecânica funcional existem poucos estudos sobre o comportamento da coluna vertebral em pessoas vivas. O primeiro estudo para determinar a carga que o disco recebe, em pessoas vivas, foi desenvolvido por Nachemson em 1975. Neste estudo, foi colocado um transdutor no núcleo pulposo e seus resultados indicaram que a carga nos discos L31 Técnica normalmente utilizada pelo especialista em Quiropraxia (Chiropractic) que, por definição, é a ciência que se preocupa com o relacionamento entre estrutura, primariamente da coluna vertebral; a função, primariamente do sistema nervoso e o que pode afetar a restauração e preservação da saúde (Council on Chiropractic Education, 1984). Esta técnica utiliza a comparação pontual de calor (denominado de pontos quentes devido ao excesso palpável de calor localizado) nas articulações vertebrais como indicativo de inflamação e contração muscular protetora (causada pela distensão da musculatura) indicando desvio vertebral. L4, da coluna lombar, é maior na posição sentada. Cabe ressaltar que a tolerância à fadiga do disco não é conhecida em pessoas vivas e que novos estudos experimentais e de simulação precisam ser realizados. Segundo Kostuik (1984) dores na coluna vertebral (termo usado para relacionar a dor na coluna que não está diretamente ligada a infecções, tumores, doenças sistêmicas e fraturas) ocorrem com maior freqüência na região lombar, seguido da cervical e com pequena incidência na torácica. O estudo clássico de Melzack et al. (1987) procurou caracterizar a dor e quais fatores habilitam ou bloqueiam a transmissão da dor ao tálamo. Porém as causas exatas que ocasionam as dores na coluna vertebral permanecem desconhecidas. Considerando-se que mecanismos biomecânicos atuam como agentes causadores das dores nas costas, provavelmente fornecem alguns estímulos especializados. Movimentos anormais, forças e vibrações em doses elevadas e repetitivas podem ser considerados como estímulos iniciais à geração de desordens na coluna vertebral. Esses estímulos podem causar processos inflamatórios ocasionando provavelmente danos aos tecidos e podendo resultar em mudanças estruturais (por exemplo, rupturas de ligamentos) e/ou mudanças bioquímicas na região. Medição da Temperatura Corporal Os dois tipos de transdutores mais utilizados na área clínico-hospitalar são os termistores e os dispositivos formados por junções de estado sólido (junção pn). Evidentemente existem outros transdutores para medição de temperatura, como por exemplo, termopares, termômetros de resistência metálica, termômetros de vidro e etc, porém os transdutores descritos anteriormente são os mais utilizados na área clínico-hospitalar. Nos últimos anos, a termografia tem apresentado grande utilidade e interesse, porém seu custo ainda é inviável para muitas clínicas. Esta técnica utiliza o princípio da radiação superficial dos corpos, sendo, portanto um método sem contato físico. Para objetos em uma sala, o espectro eletromagnético é predominante na faixa do infravermelho e a radiação emitida pelo corpo é dada pela Lei de Planck multiplicada pela emissividade do corpo. As medições na área clínico-hospitalar podem ser divididas em dois tipos: medições não invasivas e invasivas. As principais localizações das medições invasivas são a oral (termômetro posicionado no bolso sublingual, amplamente utilizado em clínicas e com valores próximos da temperatura interna do corpo humano), nas axilas (medição com resposta lenta e não recomendada para uso clínico em função da baixa precisão quando comparada as medições no reto, na boca e no canal do ouvido), na membrana timpânica (canal do ouvido) e na superfície do corpo (método empregado para avaliar a temperatura externa do corpo). As principais localizações das medições invasivas são no reto (método com boa precisão para representar a temperatura interna do corpo humano e amplamente empregado em estudos fisiológicos e clínicos), no esôfago (resposta rápida e com boa precisão, porém pouco utilizado em função da dificuldade de posicionamento do termistor ou termopar), na artéria pulmonar (procedimento de risco médio e uso limitado a situações especiais) e na bexiga urinária (método em desuso em função da baixa precisão). Procedimento experimental Os componentes utilizados, para o desenvolvimento do protótipo, foram selecionados em função de três fatores básicos: características elétricas, custo/benefício e disponibilidade no mercado. O fluxograma do sistema experimental pode ser visualizado na Figura 1 cujos componentes básicos são: Para o sensoriamento da temperatura, por contato, foi implementada uma matriz de 16 termistores linearizados para escala °C com pinos de entrada isolados termicamente; Um cabo flexível do tipo flat cable de 50 vias interligando a matriz de sensores ao restante do circuito; Um barramento de seleção analógico implementado através de dois multiplexadores fazendo parte também latchs de 8 bits para disponibilizar adequadamente os dados, desta forma, evitando conflitos na entrada e saída do sistema; Amplificadores operacionais para condicionar o dado (a temperatura) a ser digitalizado; Um programa de aquisição, tratamento e visualização das informações adquiridas desenvolvido na linguagem de programação Visual C++. O sistema é composto por uma interface de leitura pontual, de dezesseis pontos ao longo da coluna vertebral do paciente (o posicionamento da matriz de sensores é realizado por profissional habilitado da área da saúde), ajustada à sensibilidade necessária da faixa de temperatura superficial da pele humana. A leitura, de até oito vértebras simultâneas, é digitalizada de forma a ser interpretável por um sistema microprocessado, que por sua vez, recolhe os dados transmitidos. Estes dados são processados formando uma imagem dos pontos de calor ou das temperaturas com a devida localização da medida para ser interpretada pelo profissional da área da saúde. A imagem é composta por uma gama de cores, sendo cada cor associada a uma faixa específica de temperatura. Figura 1. Fluxograma do sistema desenvolvido. Cabe ressaltar que quando o sensor entra em contato físico com o corpo do paciente, é aquecido pela condução do calor proveniente do corpo. Durante o processo de condução as moléculas na extremidade quente aumentam a intensidade de suas vibrações à medida que a temperatura desta extremidade aumenta. Quando colidem com as moléculas vizinhas, transferem parte de sua energia, de modo que a temperatura aumenta em pontos cada vez mais distantes da extremidade quente, assim sendo, a energia do movimento térmico passa de molécula a molécula. Optou-se por sensores estáticos e não deslizantes, pois sensores deslizantes apresentam maiores erros de leitura relacionados a termodinâmica de contato. Ao deslizar o sensor pela pele do paciente, a junta receptora, por exemplo, de um termopar, é aquecida à temperatura da pele, porém a leitura é alterada ao longo da medição com a fricção e a vasodilatação cutânea. Os sensores posicionados estaticamente sobre a pele do paciente apresentam melhor resposta quando comparado aos sensores deslizantes, porém os melhores resultados relacionados a precisão da medida seriam obtidos por métodos sem contato, por exemplo, com o uso de um termógrafo (US$15.000,00 a US$40.000,00) mas com custo elevado quando comparado ao deste trabalho. Estrutura básica do programa de aquisição, tratamento e visualização dos ensaios A metodologia empregada no desenvolvimento do pacote computacional do sistema experimental foi baseada nas técnicas descritas por Rezende (1999) e caracteriza-se resumidamente pelas seguintes etapas: a) Desenvolvimento de um sistema de auxílio ao diagnóstico médico, possibilitando a visualização e armazenamento dos dados necessários para o diagnóstico da técnica Gonstead, obtendo a temperatura superficial da pele humana. Seus principais requisitos funcionais são: - controle do dispositivo externo (hardware) pela porta paralela bidirecional (protocolo ECP/EPP) do microcomputador; - armazenamento local dos dados adquiridos em formato bitmap; - acesso e visualização dos dados previamente armazenados, usando faixa de cores que corresponde a temperatura disponibilizada pelo dispositivo externo. O sistema está calibrado para as faixas de temperatura da pele humana na área da coluna vertebral, não podendo ser utilizado para temperaturas abaixo de 25°C nem acima de 35°C. b) Principais impactos positivos do sistema experimental: - aumento da confiabilidade do diagnóstico; - análise visual dos dados adquiridos permitindo demonstrar ao paciente seu estado e o acompanhamento do tratamento permitindo identificar melhorias, problemas novos e subluxações crônicas; - sistema portátil, de fácil manuseio e econômico; - sistema preciso quando comparado com métodos anteriormente utilizados; c) Principais impactos negativos do sistema experimental: - aumento do tempo de atendimento ao paciente; - necessidade de um computador na sala de tratamento; - sujeito a variações de técnica (necessidade de treinamento para sua correta utilização); - sensores e amplificadores devem ser atualizados tecnologicamente. Desconsiderando-se o termógrafo em função do seu custo, o procedimento mais usado caracterizava-se pela operação manual, por exemplo, com o equipamento Neurocalimeter para diagnóstico dos pontos quentes. Portanto o sistema desenvolvido apresenta pontos positivos interessantes para sua utilização efetiva nesta técnica. d) Projeto lógico do sistema: a execução inicial do sistema depende das informações obtidas do usuário (Figura 2). Inicialmente o software diferencia uma nova digitalização de uma antiga. Para o caso de uma digitalização existente basta indicar o arquivo que o mesmo será convertido na correspondente imagem. No caso de uma nova digitalização, são obtidas as especificações fornecidas pelo usuário e o hardware é inicializado. Antes da aquisição dos novos dados é implementado um delay (atraso) para permitir a estabilização da temperatura. Após a estabilização da temperatura, os sensores são endereçados individualmente e seus resultados armazenados. O passo final é a montagem da imagem com os dados adquiridos e tratados pelo programa. Figura 2. Execução inicial do sistema. Para garantir a precisão do sistema é necessária sua calibração que é realizada através da função calibrar da tela principal do programa. Se a calibração não for executada antes do uso do sistema, um erro aparecerá solicitando a realização da mesma. A calibração deverá ser feita em um ambiente fechado, sem movimentos bruscos do ar, com a temperatura ambiental estável entre 27°C e 34°C. Para sua comodidade, o sistema já vem calibrado, como pode ser verificado pela existência do arquivo calibra.cal na pasta de instalação do sistema. Caso seja necessário calibrar novamente o sistema, basta clicar no botão referente, da tela principal. Para a realização de um novo scan é importante seguir os seguintes passos na ordem apresentados. a) posicionamento dos sensores nas articulações vertebrais do paciente; b) informar a primeira vértebra do scan e o número de sensores utilizados na tela principal; c) clicar no botão Novo Scan; d) aguardar a montagem da imagem; e) descartar ou salvar a imagem conforme a sua necessidade. O maior tempo ocupado pela montagem da imagem deve-se à estabilização da temperatura derivada dos sensores. O sistema irá aguardar os sensores aquecerem a temperatura cutânea antes de montar a imagem, conforme exemplo da Figura 3 que contém as seguintes informações: referência da área scaneada, um círculo representando cada sensor e a diferença de temperatura entre os lados da articulação. Note que a referência de temperatura é calculada subtraindo a temperatura do lado atual da temperatura do lado oposto (da mesma articulação). Conseqüentemente valores positivos são temperaturas mais quentes e valores negativos são temperaturas mais frias. A tela de imagem está quebrada em quatro partes: 1. Referência da área do scan; 2. Referência de cores para temperatura; 3. Representação de sensores; 4. Diferenças de temperatura. Figura 3. Tela exemplificando um dos resultados. Resultados e Discussões Este sistema está em processo de utilização no auxílio ao diagnóstico de anomalias térmicas unilaterais para indicação de subluxação ou fixação vertebral. Com relação à avaliação do sistema experimental implementado, cabe salientar alguns erros inerentes ao sistema experimental: 1. alimentação do sistema: o regulador de tensão utilizado apresentou uma variação de tensão de saída compatível com os dados fornecidos pelo fabricante, ou seja, uma variação da ordem de 0,01V. Constatou-se um funcionamento satisfatório, tanto na estabilidade da tensão de saída quanto na durabilidade do sistema com fornecimento de tensão por bateria; 2. matriz de sensores: segundo dados do fabricante, os sensores apresentam um erro de ±0,1mV, porém na sua utilização os mesmos apresentaram erros, em temperatura ambiente de 24°C sem movimentação do ar, na faixa de 10mV, gerando portanto uma variação de até 1°C. Este erro é aceitável, pois o objetivo era desenvolver um sistema de baixo custo e que pode ser sanado com a utilização de sensores de valor elevado com o correspondente circuito condicionador. Porém a variação dos sensores pode ser descartada, pois o sistema experimental utiliza comparação bilateral da temperatura articular e a normalização dos sensores resolveu satisfatoriamente o problema (o próprio sistema computacional apresenta uma opção denominada de calibração do sistema); 3. amplificação dos dados: o sistema de amplificadores não apresentou nenhum erro significativo na amplificação da tensão dos sensores. Com relação a tensão de referência do conversor analógico para digital, o erro é desprezível. Como o objetivo deste trabalho é o desenvolvimento de um sistema de auxílio ao diagnóstico o mesmo necessita de exaustivos testes. Nos últimos meses, o equipamento tem sido utilizado como ferramenta auxiliar de diagnóstico e todos os testes apresentaram os seguintes procedimentos: aquisição dos dados pelo sistema acompanhado de exames de RaiosX e se necessário por MRI (Ressonância Magnética). Durante o exame físico o sistema é utilizado e posteriormente seus resultados são comparados com os outros exames solicitados ao paciente. Os resultados obtidos indicam que o sistema atingiu as expectativas técnicas, porém o mesmo necessita de aquisição de novos sensores mais precisos. Como exemplo, uma paciente do sexo feminino de 37 anos com queixas de dores cervicais e torácicas apresentou anomalias verificadas por Raios-X nas baixas cervicais e altas torácicas. O scan do paciente, o qual se iniciou em T2, sinaliza anomalias térmicas unilaterais (Figura 4) nas articulações de T2, T4 e T7-T9. Após o exame físico do paciente, feito pelo especialista, constatou-se que tais vértebras, além de outras fora da área medida, apresentavam a patologia de fixação vertebral com grandes chances de serem subluxações. O diagnóstico de subluxação ainda não foi confirmado em função da falta do exame MRI. Cabe observar que uma das grandes vantagens deste método é a possibilidade de armazenamento digital da imagem, permitindo a comparação posterior ao longo do tratamento desta paciente. à aquisição de novos sensores, pois os dados gerados com uma, duas ou mais casas depois da vírgula não podem ser considerados como precisos em função dos sensores, porém o sistema como um protótipo é útil na técnica descrita neste trabalho. Além disso, o sistema caracteriza-se por não alterar a temperatura do local de interesse em função das mudanças de temperatura em áreas distantes, é estável depois da sua calibração, é pequeno e de forma apropriada aos procedimentos de diagnóstico e simples de operar. Referências Figura 4. Scan de estudo de caso. Conclusões O protótipo desenvolvido apresentou resultados satisfatórios, cabendo salientar que o mesmo continua em processo de melhoramento e de utilização experimental. Um dos aperfeiçoamentos em processo está relacionado à portabilidade do sistema com o objetivo de facilitar a sua utilização em diversos ambientes clínicos e torná-lo independente de um computador (a nova plataforma será baseada em palmtops ou sistemas microcontrolados). O programa desenvolvido e o sistema de aquisição já estão adequados aos novos sensores que em breve serão adquiridos, tornando os resultados mais confiáveis e permitindo a visualização pontual da temperatura e não somente suas diferenças par a par, desta forma, possibilitando um acompanhamento termográfico pontual por um tempo prolongado. Com relação aos estudos de casos atualmente em análise, pode-se afirmar que o sistema está proporcionando informações e resultados previstos ao especialista da área médica, permitindo em breve aperfeiçoamentos relacionados à aplicabilidade, confiabilidade e qualidade do sistema empregado. Evidentemente a aplicação futura deste sistema está relacionada Andersson, G. B. 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Foi orientado pelo Professor Alexandre Balbinot na graduação onde desenvolveu este projeto. Atualmente é mestrando na University of Alberta no Canadá na área da Engenharia Biomédica. E-mail: [email protected] Alexandre Balbinot: Doutor em Engenharia – Ênfase Biomecânica. Professor da Universidade Luterana do Brasil e da Universidade de Caxias do Sul. Desenvolve pesquisas na área da Engenharia Biomédica. E-mail: [email protected]