noticias apícolas
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SETEMBRO 201 3 Edição Mensal Ano I Nº--3 Proprietário e Editor - Urbano Almeida Rosa Diretor - Miguel Maia Sub Diretor - Octávio Rodrigues Diretores Adjuntos - António Hermenegildo - Eduardo Gomes - Francisco Rogão - Virgilio Bastos Telefone: 938633120 Mortágua [] Assinatura: Online Gratuita [] Site: http://as-abelhas.com Composição e Informatica :::: Plataforma: as-abelhas.com :::: Esta publicação tem direitos de autor NOTICIAS APÍCOLAS Inovador sistema de monitorização de colmeias Pagina Nº4 INDICE Pág.1 Noticias apicolas Estatuto editorial Pág.2 Vespa velutina Pág.3 Por que não dar mel as crianças Pág.4 No rasto... ...de um seguro para colmeias Inovador sistema de monitorização de Pág.5 Colmeias Pág.6 Reportagem (lagar de cera) Pág.7 Reportagem (lagar de cera) Pág.8 O mel e a saúde Mel na culinária Pág.9 Eventos Pág.1 0 Eventos/classificados Sue Susan Cobey ( Artigo na próxima edição ) Investigadora com experiência reconhecida na criação de abelhas desde há 30 anos A sua actividade inclui o desenvolvimento de técnicas e equipamentos para a inseminação artificial de abelhas Na Universidade de Ohio dirige departamento de “Honey bee research “ que acompanha estudos de graduação e pós-graduação. Desenvolve uma investigação focada na inseminação artificial de rainhas tendo em conta a seleção de rainhas cujo comportamento inclui a resistência a pestes e doenças E sua experiencia é partilhada em conferências, seminários , para audiências cientificas e públicas A sua actividade e experiência, inclui: Suplemento: Fórum Nacional da Apicultura Estatuto Editorial 1º O Jornal as-abelhas é uma publicação on-line que visa oferecer uma informação completa sobre a actividade apícola desenvolvida em Portugal assim como no estrangeiro. Qualquer publicidade ou informação/ publicitação de eventos é temática relacionada com a actividade do jornal. 2º O Jornal as-abelhas visa a contribuição na divulgação apícola nacional, relevando a investigação e praticas apícolas de qualidade que se produz no país e no Mundo. 3º O Jornal as-abelhas acolhe toda a informação relevante, junto dos apicultores, universidades, unidades de investigação e indústria e dará cobertura a notícias de todas as áreas apícolas e de natureza ambienta l. 4º O Jornal as-abelhas assegura a divulgação de eventos apícolas, sob a forma de agenda, desde que disponibilizados pelos seus organizadores, em tempo oportuno, que se realizem em Portugal e no estrangeiro. 5º O Jornal as-abelhas propõe-se fazer edição mensal e abre as suas páginas electrónicas aos trabalhos produzidos pelos seus colaboradores, apicultores, entusiastas, incluindo a comunidade científica em qualquer • Consultora mundial de apicultura e inseminação artificial • Treino de apicultores e cientistas na inseminação artificial e criação de rainhas • Desenvolvimento e monitorização desde 1 981 do “New World Carniolan Closed Population Breeding • Estudos genéticos das abelhas . Autoridade Reconhecida Mundialmente no campo das técnicas de inseminação inseminação artificial e desenvolvimento de equipamentos experiência professional desenvolve-se: University of California, Davis Washington State University Ohio State University, Columbus, Ohio Honey Bee Insemination Service Vaca Valley Apiaries, Vacaville, CA Drª Ana Carvalho parte do mundo. 6º O Jornal as-abelhas é independente dos poderes político, económico e religioso. 7º O Jornal as-abelhas quer contribuir para a divulgação de artigos técnicos e práticos sobre a actividade apícola quando assim o entendam. 8º O Jornal as-abelhas respeita a Constituição da República Portuguesa e todas as demais leis dos órgãos legislativos, nacionais e europeus, nomeadamente as que se enquadram nos direitos e obrigações da Lei de Imprensa e do Código Deontológico dos Jornalistas. 9º O Jornal as-abelhas tem um âmbito nacional garantindo a sua difusão internacional através da Internet. Mortágua Assinatura Pagina Nº1 SETEMBRO 201 3 VESPA VELUTINA Sobre vespasL Neste fim do Verão de 201 3, muitos apicultores estão surpreendidos pela quantidade significativa de vespas em frente às colmeias dos seus apiários. Este fato está relacionado com dois fatores: 1 ) as condições de temperatura e humidade ideias para o desenvolvimento dos seus ninhos primários e posterior desenvolvimento de ninhos secundários e; 2) a evolução crescente e concentrada da Vespa velutina, uma espécie exótica, no nosso território, em particular no norte de Portugal (Grosso e Maia, 201 2). Em todo o mundo existe uma diversidade de espécies de vespas (figura 1 ), principalmente localizadas no sudoeste asiático. De referir, que a V. crabro é autóctone da Europa Ocidental e naturalizada nos Estados Unidos da América. Também é de referir a V. orientalis (não indicada na figura 1 ) natural da Europa oriental e Médio Oriente. Nesta figura é de realçar as diferenças entre a V. crabro (nº 1 8) e a V. velutina (nº 1 9). As espécies não - nativas ou exóticas, tal como a V. velutina, são aquelas que tenham sido deslocadas (acidental ou deliberadamente) para fora do seu habitat natural pela atividade humana. As espécies exóticas são classificadas como invasoras quando sua presença tem consequências negativas na biodiversidade, impactos negativos sobre a saúde humana, danos às infraestruturas, danos à produção de alimentos, danos negativos nas produções animal (aquicultura e apicultura) e nos stocks de madeira, nas áreas em que foram introduzidas. No caso da V. velutina, a sua entrada em Portugal pode ter sido realizada através do transporte de madeiras oriundas de França. Este transporte provavelmente abrigava vespas fundadoras (já fecundadas) que facilmente se disseminaram pelas florestas e bosques do nosso país. Devido à dificuldade de serem identificados os seus ninhos primários do tamanho de uma bola de ténis (figura 2) e também os seus ninhos secundários, alojados na copa de árvores de folha caduca e outras (pinheiros, oliveiras), a sua dispersão no norte de Portugal foi facilitada. Este comportamento de paragem em frente às colmeias tem como consequência a paralisação das abelhas em frente à colmeia com uma diminuição da entrada de alimento (Figura 3). Figura 3 Como o ataque das vespas tem um período de tempo que pode ir de agosto até outubro, a “hibernação” de inverno e o arranque primaveril da colónia podem ficar comprometidos. Outro impacto negativo na gestão do apiário tem a haver com o facto de no litoral tipicamente com temperaturas amenas, onde a floração da Calluna vulgaris (agosto - setembro) e do Eucalyptus globulus são contínuas, a produção de rainhas (agosto – setembro) é uma prática que pode deixar de fazer sentido devido à predação da velutina durante o voo nupcial da rainha. Procurando dimensionar o problema V. velutina. Figura 2. Ninho primário construído no interior de uma colmeia (Nogueira, Viana do Castelo) Após 3 anos, de uma invasão silenciosa e sem inimigos biológicos e humanos, alguns apicultores deparam-se actualmente com elevadas densidades de velutinas nos seus apiários. Figura 1 . Diferentes espécies de vespas (Adaptado de Kim et al., (2006)). 1 3 V. analis parallela, 1 4 V. mandarinia, 1 5 V. ducalis, 1 6 V. dybowskii, 1 7 V. crabro flavo fasciata, 1 8 V. crabro crabro niformis, 1 9 V. velutina nigrithorax, 20 V. simillima simillima e 21 V. simillima xanthoptera. Clik Aqui: http://apismaia.blogs.sapo.pt/ Diferenças comportamentais entre a V. Crabro (europeia) e a V. Velutina (asiática) na predação de abelhas melífera. Enquanto a V. crabro tem uma estratégia de ataque rápido e inconstante, a V. velutina espera pacientemente o regresso das abelhas carregadas de pólen e néctar em frente às colmeias. Outra diferença significativa é que enquanto a V. crabro anda de colmeia em colmeia ao longo do apiário e num curto espaço de tempo, a V. velutina espera pacientemente a chegada de obreiras em redor de 2 a 3 colmeias. Este comportamento “velutino” é deveras nefasto para pequenos apicultores com 2 a 5 colmeias por apiário, pois a intensidade de velutinas em frente a um reduzido número de colmeias poderá ser avassalador. Em algumas zonas do país (concelho de Viana do Castelo, Vila Verde e Barcelos) existem situações particulares de desespero por parte dos apicultores pela densidade elevada de velutinas nos seus apiários. É evidente que a opinião sobre a quantidade de vespas em frente às nossas colmeias pode variar de apicultor para apicultor. Neste caso poderemos fazer um teste quantitativo à chegada do nosso apiário (± 1 0 colmeias): se no espaço de 1 minuto não observarmos mais de 2-5 vespas, possivelmente as consequências negativas serão diminutas. Quando observamos mais de 1 0 vespas e todas elas em cada colmeia, as consequências negativas para a sanidade e vitalidade da colónia poderão ser importantes. Se observarmos quantidades bastante superiores de velutinas e mais de uma em cada colmeia^o melhor é mudar as colmeias do apiário!!!. O combate à V. Velutina A diminuição do impacto da predação sobre as nossas abelhas está a fazer-se com a colocação de armadilhas. A colocação de isco nas armadilhas, designadamente uma parte de cerveja e igual parte de vinho branco com um pouco de groselha, tem sido a receita generalizada e aceite por boa parte dos apicultores (figura 4). (Continua pag Nº3) Pagina Nº2 SETEMBRO- 201 3 (Continuação pag Nº2) No entanto, do “feed-back” recebido por alguns apicultores, é referido alguma falta de eficácia desta fórmula na atração de vespas. No entanto, após um determinado espaço de tempo (que depende da distância entre o apiário e o(s) ninho (s)), a predação sobre as abelhas reinicia-se, o que leva ao desanimo do apicultor.Até outubro / novembro poderemos observar a V. velutina nos n/ apiários e em fevereiro (conforme as temperaturas) Figura 4 poderemos preparar e colocar as nossas A maioria dos pediatras são contra a entrada Outras receitas como por exemplo água armadilhas nos apiários com a finalidade de do mel na dieta de crianças menores de 1 ano, devido, ao perigo de existência de uma com mel fermentado têm recebido alguma capturar as fundadoras de novas colónias. bactéria chamada, Clostridium botulinum. aceitação por parte dos apicultores. Na Bibliografia A ingestão desta bactéria origina a doença questão da eficácia do isco é necessário GROSSO & SILVA, J M; MAIA, M; (201 2) do Botulismo. perceber que as vespas também Vespa velutina Lepeletier, 1 836 O botulismo é uma doença neuroparalítica necessitam de alimento açucarado que (Hymenoptera, Vespidae), new species for podendo ser podem ir buscar a uma diversidade de Portugal. Arquivos Entomolóxicos, (6): 53-54 grave, não contagiosa, transmitida de várias formas diferentes, flores e melada. Ora uma possível . através da ingestão de alimentos explicação para a maior ou menor eficácia KIM, J-K; CHOI, M; MOON, T-Y (2006) contaminados, ferimentos e acidentalmente. do isco colocado nas armadilhas poderá ser Occurrence of Vespa velutina Lepeletier O botulismo pode assumir as seguintes a quantidade e qualidade de flora em redor from Korea, and a revised key for Korean formas: botulismo alimentar, botulismo por dos nossos apiários que produzem néctar. Vespa species (Hymenoptera: Vespidae) ferimentos, botulismo intestinal e outras Ou seja: se em redor do nosso apiário Entomological Research (36): 11 2 –11 5. formas (acidental). existem flores com produção de néctar, a Eng. Miguel Maia Esta bactéria liberta uma toxina ao longo do eficácia das nossas armadilhas será menor, seu crescimento, provocando uma se o néctar é escasso então a intoxicação alimentar em crianças com probabilidade de eficácia das armadilhas idade inferior a 1 ano. Seus esporos aumentará. Outro fator a ter em conta: as resistem a temperaturas de 1 20° C por 1 5 meladas. Se existem meladas as vespas minutos.As bactérias do botulismo são consomem-nas em detrimento dos iscos comuns na natureza, mas são mortas pelo colocados nas armadilhas, no entanto, se oxigénio. As bactérias, portanto, formam chover, as meladas são arrastadas e a esporos que as protegem do oxigénio, e tendência para as vespas procurarem os esses esporos são activados assim que hidratos de carbono do isco aumenta. Uma entram em ambientes livres de oxigénio. outra questão levantada pelos apicultores Clik Aqui: http://www.feyce.com refere-se à colocação das armadilhas nos Estes esporos podem ser encontrados em apiários. Resposta: não existe uma fórmula produtos agrícolas como legumes, vegetais, ideal. Somente a experiência de campo o Por que não dar mel às crianças mel, vísceras de crustceos e no intestino de poderá dizer como também o menores de 1 ano? comportamento das vespas. Pela minha Alguns meses após o nascimento do meu mamíferos e peixes. experiência a colocação de armadilhas segundo filho e com a entrada do Outono, O botulismo intestinal, resulta da ingestão debaixo das colmeias tem sido os dias começaram a ficar frios. Em de esporos presentes no alimento, seguida interessante, contrário da colocação de consequência, apareceram as constipações, da fixação e multiplicação do agente no armadilhas entre colmeias (embora alguns nariz entupido, mal estar, olhos ambiente intestinal, onde ocorre a produção e absorção de toxina. A ausência da apicultores tenham afirmado da sua lacrimejantes, noites sem dormir^ eficácia). Outra técnica utilizada pelos Começa a pairar o desespero. Uma mãe microbiota de protecção permite a apicultores é a utilização de vários habituada a comer e dar mel ao seu filho germinação de esporos e a produção de utensílios para matar diretamente as mais velho e marido^ “Por que não lhe dar toxina na luz intestinal. Ocorre com maior vespas (figura 5). Esta técnica poderá ser uma colherzinha de mel? Com certeza ficará frequência em crianças de 3 a 26 semanas, e por isso foi inicialmente denominado de eficaz durante algum tempo, pois, após a menos entupido, logo sentir-se-á melhor!” eliminação das vespas, as obreiras de Após conversa com alguns amigos, e de botulismo infantil (Guia de vigilância imediato iniciam a sua colheita de algumas opiniões (negativas e positivas), lá epidemiológica, 2005). (Continua pag Nº4) alimentos. fui pesquisar^ Pagina Nº3 (Continuação pag Nº3) No rastoL L de um Seguro para Colmeias As abelhas costumam colectar os esporos de botulismo enquanto colectam o néctar, e P ossuir bens ao luar é estar sujeito a riscos os misturam ao mel. A maioria das pessoas e a alguns amargos de boca inesperáveis. sem problemas relacionados com a flora Nesta óptica, procuramos indagar quais as alternativas que possam minimizar alguns destes indesejáveis imprevistos. Dos nossos arquivos consta que já em 1 989 a Companhia de Seguros Préservatrice Foncière Assurances oferecia, em Portugal, uma apólice de seguro para colmeias contra roubo, incêndio e vandalismo garantindo um capital de 1 5.000$00 ( 75€ ) por unidade e responsabilidade civil de 1 000.000$00, pelo valor de 1 65$00 ( € 0,825 ) por colmeia. Procurando esta seguradora, foi-nos dada a informação de que passou a sua carteira de apólices em território nacional para a Sociedade Portuguesa de Seguros em 1 996. intestinal e com um sistema imunológico saudável, o consumo desses esporos nos alimentos não gera qualquer tipo de problema para a saúde. Os bebés ainda não possuem essas defesas. Quando um bebé come mel, os esporos encontram-se em um intestino livre de oxigénio e entram em acção, produzindo a toxina dentro do bebé. A toxina botulínica invade as células nervosas estimulantes no lugar em que elas se encontram com as fibras musculares, bloqueando essa ligação para que nenhum Esta última fundiu-se com a Portugal sinal consiga passar. O resultado é a Previdente em 1 999, nascendo desta fusão a paralisia, e em casos graves, imobiliza o Allianz Portugal, pertencendo ao Grupo paciente completamente podendo levá-lo à Allianz do qual o BPI é um dos seus accionistas. morte. Os sintomas nas crianças, variam de Do contacto com a Seguradora Allianz houve quadros com constipação leve ao síndrome a informação de que nas apólices que de morte súbita. Manifesta-se inicialmente possuem actualmente direccionadas para o por constipação e irritabilidade, seguidos de sector primário não têm qualquer sinais neurológicos, caracterizados por especificidade para o sector apícola. dificuldade de controle dos movimentos da O risco de incêndio nos colmeais é uma reacabeça, sucção fraca, disfagia, choro fraco, lidade a não descurar. hipoactividade e paralisias bilaterais Da nossa investigação resultou a informação descendestes, que podem progredir para cedida pelo Banco Crédito Agrícola que o mesmo apresenta um seguro para colmeias complicações respiratórias. Portanto^ mais vale prevenir que contra incêndios, temporais e cataclismos naturais, excluindo desta apólice o furto e o remediar!!! vandalismo. Eng.ª Mónica Lopes Embora este seguro esteja muito aquém do Associação de Produtores Florestais desejável, quaisquer informações adicionais de Montemuro e Paiva estão ao alcance duma simples chamada telefónica para este banco. A apicultura nacional cada vez terá maior peso no sector primário, esperamos que o Ministério da Agricultura e os operadores seguradores comecem a olhar este sector com maior interesse. No entanto, nossa busca continua^ Por: Julio Salvado SETEMBRO 201 3 Inovador sistema de monitorização de colmeias Amaro Farinha, com formação académica e experiência profissional na área de informática e, também entusiasta do maravilhoso mundo das abelhas. Está a idealizar um sistema de monitorização. “O sistema que fiz regista a temperatura e humidade ambientes dentro do ninho, bem como o peso da colmeia. Regista também a temperatura e humidade ambiente (no exterior), e temperatura do microcontrolador e carga da bateria”. “Basicamente o coração do sistema é contituido pelo microcontrolador arduino, com um módulo GSM para envio de dados, um módulo de datalogging com Cartão SD e RTC (Real Time Clock) e alimentado por uma bateria. São também usados sensores de temperatura digitais OneWire, sensores de humidade e balanças modificadas para poderem ser lidas pelo microcontrolador”. “Queria que tivesse o mínimo impacto nos enxames. Sei que as abelhas são muito sensíveis a electromagnetismo e eletricidade. Por isso os dados são registados de 5 em 5 minutos e guardados no cartão SD até ao seu envio. Esta operação demora apenas alguns segundos. Só durante estes segundos é que passa alguma corrente pelos sensores e depois esta é desligada, portanto como se não houvesse nada eletronico dentro da colmeia. . O microcontrolador com o GSM está afastado pelo menos 1 5 metros das colmeias, de forma a emissão de dados que é feita de 30 em 30 minutos também incomodar ao mínimo as colmeias”. “Existem muitas possibilidade que a partir daqui se podem trabalhar, como por exemplo a geração de alertas por email ou mesmo sms, ligação de outros sensores, etc. O que parecia o fim está-se a revelar poder ser o inicio de outras fases e evolução. Só o futuro o dirá”. [email protected] PUBLICIDADE Clik Aqui: http://www.mundicrescente.com/ Anuncie neste jornal, a publicidade é o meio mais abrangente de dar a conhecer o seu negoçio, este espaço pode ser seu. Clik Aqui: http://www.apinews.com Pagina Nº 4 Reportagem Lagar de Cera de Felgueiras uma viagem ao passado Reportagem SETEMBRO 201 3 água e uma interessante cheminé. A importância dos produtos da colmeia na economia É notório o valor dado pelo Homem ao longo da História às abelhas. Na verdade, é o principal meio de polinização das plantas que nos alimentam, produzem o mel, o pólen, a geleia real, o própolis e a cera. A cera de abelha A cera de abelha é, como referimos, um dos diversos produtos produzidos na colmeia. Esta tarefa é realizada por abelhas com a idade compreendida entre os 1 2 e os 1 8 dias e conhecidas por “abelhas operárias”. São quatro pares de glândulas ceríferas localizadas na parte ventral do abdómen, cuja finalidade é a construção de uma estrutura, seja para armazenamento de É, e sempre foi, um lagar comunitário e tem vindo a merecer obras de conservação e restauro, apoiadas por entidades estatais e alimento ou, de reprodução da própria colónia. comunitárias. A cera de abelha é essencialmente composta de ácidos orgânicos, hidrocarbonetos, álcoois, minerais, outros componentes orgânicos e Durante uma recente visita a Felgueiras, a casa do casal, nossos Amigos, D. Alzira e Sr. Alves, fomos brindados com uma já, diga-se água. adiada, visita ao Lagar de Cera, tendo como cicerone, seu primo, A cera de abelha considerada mais pura é a proveniente dos Sr. Acácio Mendes. opérculos. Felgueiras Acácio Mendes Fabricante de velas da Freguesia de Felgueiras, pessoa muito culta, interessada e experiente que foi introduzindo, ao longo do tempo, modificações no lagar de cera com o escopo de simplificação do manuseamento, eficiência e eficácia no tratamento da cera. Com uma vida bem vivida e recheada de experiências. Reconhece que na juventude foi um pouco “bardino”. Além de ter sido contrabandista, modo de vida de muitos habitantes de zonas transfronteiriças, teve duas escolas que o marcaram; a tropa – rádio telegrafista na Póvoa de Varzim, que lhe proporcionou a prática de muitas transacções com os produtos que levava da “terra” e, a emigração em 1 968 para França, onde laborou numa das fábricas da “Citroen” mas que só chegou a cumprir quinze dias de contrato, por ter chegado à conclusão que lá “trabalhava-se muito”. De regresso a Portugal “virou-se” definitivamente para o negócio do mel e da cera chegando, nesse mesmo ano, a vender vinte e oito toneladas de mel para as fábricas “A Favorita”, em Lisboa e a fábrica “Triunfo” em Coimbra. Ainda comprou duas toneladas de mel Quase se perde no tempo o início de actividade comercial na nas Mós e em Seixas (ambas em Vila Nova de Foz Côa) que vendeu a uma drogaria em Lisboa. O transporte na altura custava Freguesia de Felgueiras. 50 centavos por quilograma, em camiões, para Lisboa e, no Felgueiras, é uma aldeia do concelho de Torre de Moncorvo, no regresso os mesmos camiões vinham novamente carregados de Nordeste Transmontano situada na parte sul, da Serra do cimento e cal hidráulica, da fábrica Sécil, para comercializar nas povoações circundantes. A partir daí “a bardinagem acabou”. Reboredo. Desde cedo, os seus habitantes promoveram e desenvolveram artes e ofícios, tais como, ferreiros, ferradores, latoeiros, cereeiros, moleiros, etc. com um notável sentimento de entreajuda e na "torna geira" que marca o “modus vivendi” destas gentes ao longo de gerações, sobressaindo, ainda as eiras comunitárias, os moinhos de rodízio, construídos ao longo da Ribeira de Santa Marinha, cujas águas desaguam no Rio Douro, palheiros e, lagar de cera, relevantes dum expoente máximo do comunitarismo. Contudo, afirma que, frequenta o lagar de cera, praticamente desde que nasceu. Já lá laborava o seu pai (nascido em 1 902) bem como, já lá tinha trabalhado o avô e muitos dos seus familiares. Na sua fase de adolescente havia na aldeia cerca de 460 fogos habitados por 1 200 habitantes. O Lagar de Cera, segundo Acácio Mendes terá cerca de 300 anos de laboração. Possuía as licenças necessárias e os seus utilizadores pagavam uma quota-parte às “Finanças”. Começou por pagar 1 2$00 por ano e foi sócio do Grémio de Moncorvo a quem Lagar da Cera de Felgueiras É considerado por muitos um monumento raro da arqueologia pagava 1 $00/ano. industrial e único deste tipo na Europa. Trata-se de uma edificação, simples, construída em xisto, pedra Comprava a cera ao quilograma e muitas das vezes não a pagava nativa da zona, com a forma quadrada, com telhado de uma só em dinheiro porque a trocava por velas, (Continua pag Nº6) Pagina Nº 5 SETEMBRO 201 3 (Continuação pag Nº5) feitas por si e seus familiares, que transportava nos alforges do “macho” (mulo). Assim procedia mesmo nas grandes quintas, Quinta de Ventozelo, Quinta do Facho, Quinta da Veiga, Quinta da Canameira, Quinta do Chão D’Ordem, entre outras, pois as velas também eram muito procuradas para as capelas e para as próprias habitações. O Lagar de Cera (funcionamento) Uma viga em negrilho com cerca de 1 00 anos, trazida de um outro lagar já substituiu a original. Esta viga é “movimentada” no sentido ascendente/descendente por um “fuso” com a ajuda de uma “concha”. Tudo isto tendo por base uma pedra em granito de aproximadamente uma tonelada de peso. Todo o conjunto é movimentado, em rotação do fuso e pedra, com a ajuda de um ferro e manobrada apenas por uma só pessoa. Depois de percorrer as aldeias negociando cera e mel que os transportava através de “machos” (os mulos), carregados com dois “latos” em cada um ou, com alforges, directamente para o lagar de cera. Quando andava muito distante, entregava a “mercadoria” num “posto”, muitas vezes o taberneiro da zona, onde passasse a “carreira” (transportadora) que levasse a mercadoria para Moncorvo ou Felgueiras. Touça, Teja, Santo Amaro, Freixo de Numão, Fonte longa, Chãs, Santa Maria, no Verão atravessava o Rio Côa para Castelo Melhor, Orgal, Almendra, Vale de Afonsinho, Vilar de Amargo, Figueira de Castelo Rodrigo e margem do Rio Águeda (Douro), Pestana, Vale de Pereiro, Muxagata, Vale de Canelas, Alvite, Poço do Canto, Vale de Porco, Cedovim, Soutelo, Ervedosa, Pinhão, Quinta do Cachão, Quinta da Soalheira, Tabuaço, Espinhosa, Trevões, Penedono, Beselga onde eram feitas as ceiras que trazia para o lagar. Vale Figueira, Vale da Vila, Vilarouco, Espinho, Casais Novos, Ervedosa, Castanheira, Valongo, São João da Pesqueira, Nagoselo, Santo Amaro, Mós, Seixas. Mirandela, Macedo de Cavaleiros, Chaves, Bragança, um infindável número de povoados e de quintas, que hoje reconhece se andasse de veículo automóvel face à mais fácil acessibilidade, estaria mais próximo da concorrência, pelo que, a opção da utilização de animais, permitiu-lhe ir a locais inacessíveis a qualquer viatura da época. Em cada alforge conseguia transportar à volta de 1 00 Kgs de cera ou de mel. E quando se cruzava com outro cereeiro numa dessas terras? “Fazíamos o negócio na mesma e dividíamos pelos dois.” Para além da comunidade cereeira de Felgueiras, havia um concorrente, mais para sul, Álvaro Amado em Cogula, Trancoso. Chegado o carregamento da cera era colocada numa caldeira de ferro, forrada a pedra de granito PUBLICIDADE Anuncie neste jornal, a publicidade é o meio mais abrangente de dar a conhecer o seu negoçio, este espaço pode ser seu. (Continua pag Nº7) Pagina Nº 6 SETEMBRO 201 3 (Continuação pag Nº6) E era aquecida através de fogueira, a lenha, na parte inferior. O Mel e a Saúde (Continuação do numero anterior) Nas outras áreas: A caldeira ficava cheia de água até quase ao rebordo. 2 - O mel e a tosse : Vários medicamentos , incluindo o mel são usados para alívio dos sintomas da tosse. Um estudo comparativo efectuado em crianças dos 2 aos 1 8 anos com infecções do tracto respiratório superior, comparou o mel e um anti-tússico específico de acção central (dextrometorfano) com um grupo de controlo sem tratamento sintomático. O estudo mostrou que o mel foi tão eficaz como o dextrometorfano, em reduzir a frequência e a intensidade da tosse, assim como em melhorar a qualidade do sono nas crianças. 3 - O mel, as diarreias e a rehidratação oral nas gastroenterites: O mel reduz a duração da diarreia bacteriana e não prolonga a duração da diarreia não bacteriana. Pode ser usado com segurança como substituto da glicose na rehidratação oral, adjuvada por electrólitos (sal), promovendo a rehidratação e a rapidez de recuperação dos vómitos e da diarreia. Além disso pelo seu efeito antibacteriano e prebiótico, impede o desenvolvimento de bactérias patogénicas intestinais, quando ingerido em concentrações acima dos 40%. 4 - Efeito laxante : Na obstipação , pelo seu teor em oligossacáridos e provavelmente pela frutose, em doses de 1 00 g /dia, o mel tem um efeito laxa Depois da água entrar em ebulição, era adicionada a cera para 5 - Protector gástrico : “cozer”. Após ser bem cozida era colocada num “esparto”, Em úlceras induzidas em ratos com ácido salicílico, o mel revelou eficácia idêntica à cimetidina na cicatrização dessas úlcerasEm outros ensaios obtiveram-se resultados idênticos com quantidades de mel de 2,5 g/kg de peso corporal, tanto com méis monoflorais como multiflorais, por um mecanismo que envolve, a nível do estômago, a libertação de substâncias protectora (pepsinogéneo) Quando associado ao sucralfato, há potenciação do efeito protector deste , clinicamente relevante para o tratamento da úlcera péptica em doentes com Helicobacter pylori positivos, uma vez que este é sensível a concentrações osmóticas de carbohidratos. em forma de ceira feita na freguesia de Beselga (Penedono). De seguida era colocada na “broca” 6 - Na diabetes : O mel tem um efeito hipoglicemiante e melhora a dislipidémia da diabetes , pela sua riqueza em oligossacáridos e pelo seu efeito a nível do intestino. Em estudos em animais, no controlo da diabetes tipo II com metformina e glibenclamida, a adição de mel à dieta, conseguiu melhorar os resultados no controlo da glicose e da frutosamina, que atingiram níveis mais baixos que com os antidiabéticos orais isolados. O mel parece melhorar o controlo glicémico e o perfil metabólico. No entanto, embora haja melhoria do perfil lipídico em diabéticos do tipo II, com descidas do colesterol total, LDL, e triglicéridos e subida dos HDL, os níveis de hemoglobina glicada aumentam significativamente, pelo que o seu consumo não é recomendado a diabéticos. 7 – Nas dislipidémias : Nos indivíduos com dislipidémia a ingestão regular de mel reduz o colesterol total (8%), os LDL (1 0%) e triglicéridos e eleva A cera escorria pelos orifícios. Porém, entre esses orifícios e o ligeiramente os HDL. “esparto” colocava-se uma fiada de paus redondos, e, por cima destes, uma corda de sisal e só depois era colocado o “esparto”. 8 – No rim e na hipertensão : A finalidade dos paus e da corda era de facilitar a ulterior retirada O mel reduz a actividade do glutatião transferase e da catalase , do "esparto". Octávio Rodrigues e Ana Carvalho reduzindo a pressão arterial sistólica pela melhoria do stress oxidativo a nível do rim , na hipertensão essencial. (Continua na proxima edição) Pagina Nº7 SETEMBRO 201 3 (Continuação pag Nº7) 9 – Nas doenças cardíacas : O mel é rico em compostos fenólicos, cada vez mais populares como anti-oxidantes naturais – quercetina, ácido cafeico, canferol, galangina e outros que têm sido promissores no tratamento de doenças cardiovasculares Diversoa estudos epidemiológicos demonstram que o consumo regular de compostos fenólicos reduz o risco de doenças cardiovasculares. Na doença coronária, os efeitos protectores dos compostos fenólicos são essencialmente antitrombóticos, anti-isquémicos, antioxidantes e vasodilatadores. Os flavonoides parecem diminuir o risco de doença coronária por três mecanismos diferentes: - melhorando a vasodilatação coronária - diminuindo a agregação plaquetária - evitando a oxidação das LDL Vários estudos mostram que uma dieta continuada rica em quercetina, baixa a pressão arterial e reduz a disrupção endotelial em modelos animais hipertensos. Outro flavonoide, a acacetina, parece ter um efeito altamente selectivo na fibrilhação auricular, ao prolongar o período refractário efectivo da aurícula, sendo promissor neste campo. O ácido cafeico, composto existente no mel e no própolis, reduz a frequência cardíaca e a pressão arterial. O canferol tem um efeito benéfico na reperfusão do miocárdio após isquémia independentemente da sua acção anti-oxidante. que deverá estabelecer com ele. Nesta área, mais do que em outras, conhecer a origem do produto, é fundamental como garantia da qualidade do mesmo. Para uso médico profissional, põe-se o problema da certificação e homologação, tanto do processamento como da sua actividade biológica. Estes processos de homologação são sempre extremamente burocratizados e morosos, assim como economicamente pesados, o que poderá explicar a diminuta existência de marcas comerciais de preparados de mel, homologados para tratamentos médicos, no nosso país. Dr. António Hermenegildo MEL NA CULINARIA RECEITA DE BARRA DE CEREJA COM MEL 1 /2 1 /2 3 1 6 INGREDIENTES: Chávena de mel Chávena de cerejas secas Colheres de sopa de flocos de coco adoçado. Chávena de amêndoas cruas inteiras. Dátiles (sem caroço) MODO 1 0 – Na radiação / radioterapia : Em estudos humanos controlados, o mel mostrou ser eficaz na PREPARAÇÃO protecção dos efeitos da radiação usada em tratamentos da região oro-facial, melhorando a dor e qualidade de vida dos pacientes submetidos a estes tratamentos com uma redução em cerca de Num liquidificador de alta potencia, misturar o mel, cerejas o coco, 80% das lesões da mucosa. amêndoas e dátiles. Misturar em alta velocidade e mexer quando necessário. Pulverizar um prato com antiaderente spay de cozinha. 11 – O mel faz mal aos dentes ? O Estreptococo mutans é o principal responsável pela cárie Coloque a sua mistura na assadeira e achate as barras com um pedaço de plástico por cima para evitar que grudem. Leve à dentária, sendo inibido especificamente pelo mel. A contagem salivar do número destas bactérias, baixa após uma geladeira por duas horas. Corte em barras e bom apetite. hora da administração de mel. Maria Antónia Clara Assim a ingestão de mel, reduz o número de bactérias causadoras Apicultora em Vendas Novas, Distrito de Évora de cárie dentária, ao contrário do que acontece com o açúcar e-mail: [email protected] refinado ou com outros doces. facebook: amigos da " loja do Chafariz 1 2 – Futuro : Estudos” in vitro” mostram que alguns compostos do mel – flavonoides , essencialmente a crisina, têm um efeito modulador celular , inibindo células cancerígenas. Os estudos mostram um efeito global hepatoprotector e quimiopreventivo, na mediação da apoptose durante a hepatocarcinogénese precoce. Estudos similares efectuados em células renais mostram que o mel pode provocar morte celular em células do carcinoma do rim. 1 3 – Precauções : O mel é um produto natural, recolhido pelas abelhas nas plantas. Algumas plantas são tóxicas, podendo os seus alcalóides estar presentes no mel e, embora raros , os casos de intoxicação podem existir. Algumas espécies vegetais, como os rododendros são extremamente tóxicas. É por isso de toda a conveniência conhecer bem a origem floral do mel a utilizar e ter em atenção a existência de contaminantes ambientais. Neste campo, é de todo o interesse do consumidor conhecer o produtor. A melhor garantia de qualidade que o consumidor pode ter, é o conhecimento pessoal do apicultor e uma relação de proximidade Publicita grátis o teu evento Enviar em formato JPG Formação, Exposições, Feiras etc Pagina Nº8 SETEMBRO 201 3 Pagina Nº9 SETEMBRO 201 3 CLASSIFICADOS Publicidade Receber o Jornal Para receber o Jornal As Abelhas envie um email para: [email protected] Agradecemos a sua colaboração. Pagina Nº 1 0 Especial: XIV Fórum Nacional de Apicultura SETEMBRO 201 3 Especial Nº1 Especial: XIV Fórum Nacional de Apicultura SETEMBRO 201 3 A Melgarbe-Associação de Apicultores do Sotavento Algarvio, em colaboração com a Federação Nacional de Apicultores de Portugal, Direção Regional de Agricultura e Pescas do Algarve e Câmara Municipal de Tavira na organização do XIV Fórum Nacional de Apicultura e da XII Feira Nacional do Mel, promoverá os seguintes eventos: Especial Nº2 Especial: XIV Fórum Nacional de Apicultura SETEMBRO 201 3 Especial Nº3