RICARDO HOLANDA ALVES - FAO
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RICARDO HOLANDA ALVES - FAO
UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAZONAS FACULDADE DE ODONTOLOGIA REABILITAÇÃO ESTÉTICA - FUNCIONAL UTILIZANDO COROAS DE ALUMINA – RELATO DE CASO RICARDO HOLANDA ALVES Manaus, 2011 1 UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAZONAS FACULDADE DE ODONTOLOGIA RICARDO HOLANDA ALVES REABILITAÇÃO ESTÉTICA - FUNCIONAL UTILIZANDO COROAS DE ALUMINA – RELATO DE CASO Monografia apresentada à Disciplina de TCC II da Faculdade de Odontologia da Universidade Federal do Amazonas, como requisito parcial para obtenção do título de Cirurgião-Dentista. Orientadora: Profª. Carina Toda. Manaus, 2011 2 RICARDO HOLANDA ALVES REABILITAÇÃO ESTÉTICA - FUNCIONAL UTILIZANDO COROAS DE ALUMINA – RELATO DE CASO Monografia apresentada à Disciplina de TCC II da Faculdade de Odontologia da Universidade Federal do Amazonas, como requisito parcial para obtenção do título de Cirurgião-Dentista. Aprovado em 10 de novembro de 2011. BANCA EXAMINADORA Orientadora: Profª. Msc. Carina Toda UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAZONAS Prof°: Msc. Leandro Moura Martins UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAZONAS Prof°: Dr. Eudes Francisco da Silva Cunha UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAZONAS 3 AGRADECIMENTOS Ao Senhor Jesus, que várias vezes fez milagres na minha vida, suprindo minhas necessidades tanto financeiras quanto emocional e ouvindo minhas orações pedindo forças para continuar nessa caminhada. A Ele toda a honra, toda glória e todo louvor. Sem Jesus seria muito difícil ou até impossível conquistar essa vitória que muitos não tiveram oportunidade de trilhar, por isso Senhor Jesus, eu te amo! À minha esposa Daiandra que desde o início da faculdade esteve ao meu lado dando carinho e atenção dividindo as minhas aflições e desânimos. Como é bom ter alguém pra dividir todas as coisas! Amo você! O melhor presente que Deus me deu aqui na terra foi você! Aos meus pais, Francisco e Antônia, muito do que eu tenho e sou devo a eles, principalmente o meu caráter que moldaram em mim. Agradeço a minha mãe por cuidar de tudo na minha vida, nos momentos de dificuldades sempre me apoiou com palavras. Por isso e por muito mais a minha mãe é a melhor do mundo! O meu pai é o dos meus maiores exemplos de caráter e integridade, sem contar pela sua bela história de vida sendo um exemplo de superação e determinação, obrigado por tudo, amo-te! Aos meus irmãos, Stanley, Stênio, Franklin, Junior e Smith pelo carinho e cuidado, sendo eu o mais novo entre todos, devo muito a vocês. Meus queridos, amo todos vocês. Aqui meu agradecimento especial ao Stênio, que foi um grande “pai” nessa caminhada servindo como um grande exemplo de vida! Obrigado pelo carinho e por ser o maior empreendedor desse sonho, mano, eu sei que nunca poderei pagar o que você 4 proporcionou nesse meu crescimento tanto como homem quanto profissional, aqui fica o meu carinho e minha gratidão. Ao Franklin que é um grande amigo e que mesmo morando distante sempre me abençoou como podia. Mano, muito obrigado, nunca vou esquecer-me disso... Amo muito você! A minha orientadora e Doutoranda Carina Toda pelo seu exemplo de profissionalismo, responsabilidade, pela substancial ajuda nesse momento de grande realização, mesmo com toda tarefa diária como professora, mãe e doutoranda, sempre esteve disposta a me orientar, mesmo nos momentos de fraquezas, - “lembra do painel?” senhora soube reverter a situação com habilidade e incentivos. Professora, muito obrigado mesmo por tudo, tudo seria muito difícil sem a sua imprescindível ajuda. Ao mestre Leandro Martins, pela doação e pela ajuda, principalmente no adiantamento da apresentação, visto que casaria no dia marcado. Abraços para você sua esposa, sejam muito felizes e que Deus abençoe seu casamento grandemente. Aos mestres Gustavo e Flávia, a vocês os meus sinceros agradecimentos. Obrigado pelo profissionalismo nesses anos de graduação, principalmente nas clinicas que tiveram sempre dispostos a ensinar o que sabiam, um grande abraço a todos. Ao professor de TCC, Dr. Emílio Carlos Sponchiado Júnior, grande amigo e incentivador sempre interessado em ajudar seus alunos. O Dr. Emílio é um mestre que marca a vida de todos. Sem demagogia alguma, a FAO não seria a mesma sem a sua valiosa contribuição. Parabéns pelo o que o senhor representa e pela linda família que tem. Um grande abraço. 5 Ao Dr. Eudes Cunha, muito obrigado por tudo, a paixão que tenho pela prótese deve-se muito ao senhor, um grande abraço. Aos meus grandes amigos da minha turma, em especial a minha dupla, Tamiris, por muitas vezes foi importantíssima nos meus trabalhos, a Mara, grande amiga e mulher de Deus, a Tereza, Patrick, Bruno, em fim, nunca vou esquecê-los. 6 RESUMO O desejo de possuir um sorriso bonito é cada vez mais almejado pelos pacientes uma vez que restaurações em dentes anteriores interferem diretamente sobre a aparência facial e autoestima do paciente. Este estudo tem como objetivo apresentar um relato de caso com a confecção de duas próteses unitárias fixas metal free em dentes anteriores, utilizando como infraestrutura o in ceram alumina (VITA). Paciente de 30 anos, estudante, sexo masculino, feoderma, procurou atendimento odontológico na Faculdade de Odontologia da Universidade Federal do Amazonas para tratamento dos incisivos central e lateral superiores. O tratamento teve início com a realização de retratamento endodôntico dos elementos 11 e 12 e colocação de pinos retentores intrarradiculares de fibra de vidro (White Poste DC) que foram cimentados com um cimento resinoso autoadesivo e autocondicionante (RelyX U100 auto A2 – 3M ESPE). Os preparos das coroas dentais foram realizados por meio da técnica da silhueta. Na moldagem dos preparos utilizou-se silicone de adição (3M Espe Dental Product), pela técnica da dupla moldagem. A técnica do duplo fio para o afastamento gengival foi realizada com #00 e #0 (Ultradent-Oraltech-Brasil). No laboratório, os copings de cerâmica foram confeccionados. Os copings foram testados sobre os preparos e reenviados ao laboratório para aplicação da porcelana de cobertura com a cor previamente selecionada (A3,5), pela escala (VITAPAN® Classical - Vita). Na sessão seguinte, as coroas foram cimentadas com cimento resinoso (RelyX U100 auto A2 – 3M ESPE). Conclui-se que prótese unitária metal free com infraestrutura de in ceram alumina é uma boa alternativa estética restauradora. Palavras Chaves: prótese fixa, estética, in ceram alumina, cerâmicas odontológicas 7 ABSTRACT The desire to possess a beautiful smile is increasingly sought by patients who seek dental treatment especially for restorations in anterior teeth where all the aesthetic parameters are required in its fullness, as a direct influence on the facial appearance and self-esteem. The object of this study is a case report with the construction of two metal free unit fixed prostheses in anterior teeth, using the infrastructure in ceram alumina (VITA). Patient with 30 years old, student, male, mulatto, sought dental care at the Faculty of Dentistry, Federal University of Amazonas for the treatment of upper central and lateral incisors. The treatment began with the completion of endodontic retreatment of the elements 11 and 12 and placing within the root pin retainers fiberglass (White Post DC) that were cemented with a self-adhesive resin cement and self condition (RelyX U100 self A2 - 3M ESPE). The preparation of dental crowns were made using the technique of the silhouette. Was used silicone addition (3M Espe Dental Product) using the technique of double molding of prepared. The technique of double edge to the gingival retraction was performed with # 00 and # 0 (Ultradent-Oraltech-Brazil). In the lab, ceramic copings were fabricated. The copings were tested on the preparation and returned to the laboratory for application of the veneering porcelain with the previously selected color (A3, 5), the scale (VITAPAN ® Classical - Vita). The next session, the crowns were cemented with resin cement (RelyX U100 self A2 - 3M ESPE). We conclude that unitary metal free prosthesis with infrastructure in ceram alumina is a good alternative aesthetic restoration. Keywords: bridge, aesthetics, in ceram alumina, dental ceramic. 8 SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO...........................................................................................................10 2. REVISÃO DE LITERATURA...................................................................................13 3. OBJETIVO..................................................................................................................28 4. RELATO DE CASO...................................................................................................29 5. DISCUSSÃO...............................................................................................................44 6. CONCLUSÃO.............................................................................................................49 7. REFERÊNCIAS..........................................................................................................50 9 INTRODUÇÃO. A estética é definida pelo dicionário Aurélio como “sentimento do belo ou que tenha característica de harmonioso”. Há uma procura incessante e cada vez mais almejada pela sociedade pelo que é bonito e harmonioso. Na odontologia há uma necessidade de materiais que mimetizem os elementos dentários, por isso, estes produtos são cada vez mais estudados pelos pesquisadores e profissionais do ramo para atender os desejos dos pacientes. A preocupação da estética odontológica está ligada diretamente com a cromacidade, ou seja, o mais branco possível, também com o alinhamento, a forma, tamanho e posição dentária aos quais proporcionam, por sua vez, uma importante harmonia facial. Sabe-se que muitos pacientes buscam tratamento odontológico por razões diversas dentre elas estão: o orgulho pessoal, medo, aceitação social, profissional e intelectual (BOTINO et al., 2001; PAGANI et al., 2003; AVI et al., 2006; BONFANTE et al., 2008; GOMES et al., 2008; MARTINS et al., 2010). A humanidade sempre procurou substituir partes do corpo perdidas, para isso, não mediu esforços para conseguir esse objetivo. Na região bucal não foi diferente, registros mostram essa preocupação mil anos antes de Cristo. Povos da antiguidade usavam como artifícios para repor dentes perdidos desde fios de ouro, marfim, dentes de animais e até mesmo dentes humanos (BOTINO et al., 2001; KINA, 2005). As coroas metalocerâmicas têm sido utilizadas há bastante tempo no tratamento de reabilitação protética na Odontologia por possuir razões importantes como: excelentes resultados em longo prazo, uma estética aceitável, baixo custo, versatilidade, pois podem ser usadas em aplicações que vão desde coroas unitárias até grandes reabilitações orais (BONFANTE et al., 2008). 10 As coroas livres de metal surgiram na tentativa de melhorar a estética e substituir as metalocerâmicas, que por sua vez possuem algumas desvantagens como: linha metálica acinzentada na margem gengival e a possibilidade de alergia ao metal (níquel). Essas coroas metal free são utilizadas desde o início do século XX, quando Charles Henry Land introduziu as coroas de jaqueta com boas propriedades estéticas, utilizando como matéria prima a porcelana feldspática, entretanto com baixa resistência e sendo indicada somente para regiões anteriores (BONFANTE et al.,2008; MARTINS et al., 2010). As pesquisas aumentaram buscando alternativas para as exigências funcionais e estéticas das porcelanas, com isso surgiram vários sistemas cerâmicos importantes dentre eles estão: o Procera® que é um material baseado em alta concentração de óxido de alumínio, tem como um dos seus diferenciais o processo industrial computadorizado, utilizando tecnologia CAD/CAM (Computer-Aided Design/ Computer-Assisted Machining) indicado para Coroas e pontes anteriores e posteriores, facetas, o IPS Empress® emprega a técnica tradicional da cera perdida, sendo indicado para Coroas unitárias, facetas, inlays e onlays. (KINA, 2005). No ano de 1989, na França, o Dr. Mickail Sandoun desenvolveu, o sistema In Ceram que consiste em um material à base de óxido de alumínio (Al2O3), disponível em três formas: Alumina, Spinell e Zircônia. Essas cerâmicas vêm acompanhadas por vantagens como otimização da estética pela transmissão de luz, biocompatibilidade, integridade marginal, além de estabilidade de cor, resistência à compressão, resistência à abrasão, baixa retenção de biofilme bacteriano e principalmente elevado potencial de simular a aparência natural dos dentes. A infraestrutura do In Ceram Alumina possui um grande conteúdo de alumina fornecendo uma boa resistência à flexão. Entretanto, essa grande quantidade de óxido de 11 alumínio em sua composição diminuiu substancialmente a translucidez e as qualidades óticas da cerâmica, em compensação se tornou uma ótima opção como coping na substituição de subestrutura metálica devido as suas melhores propriedades estéticas, sendo indicado para a confecção de coroas totais anteriores e posteriores e próteses fixas de três elementos para a região anterior até pré-molar. O In Ceram Spinell surgiu com o objetivo de diminuir a opacidade da alumina. Com pequena concentração de alumina e adição de óxido de magnésio a estrutura teve um grande ganho na translucidez melhorando a estética, porém houve uma diminuição da resistência em torno de 40%, sendo indicada como inlays, onlays, facetas e coroas unitárias. Já o sistema In Ceram Zircônia consiste em um acréscimo de 20% de zircônia em sua composição o que o torna o mais resistente do que os outros sistemas In Ceram, sendo indicado tanto para regiões anteriores quanto posteriores. (BARATIERI et al., 2002; PAGANI et al., 2003; AVI et al., 2006; BANDEIRA et al.,2008; BINDO, 2008). Sendo assim, esse trabalho discorre, através de um relato de caso clínico, a confecção de duas coroas unitárias livres de metal utilizando como infraestruturas o In Ceram Alumina para a reabilitação estética e funcional de um incisivo central e um lateral superiores, demonstrando todos os passos clínicos por diversos parâmetros. 12 REVISÃO DE LITERATURA Yeo, Yang e Lee (2003) tiveram como objetivo mostrar um estudo in vitro comparando a adaptação marginal de restaurações unitárias anteriores confeccionadas com três sistemas cerâmicos (Celay In Ceram, In Ceram técnica convencional e IPS Empress 2 técnica estratificada) com restaurações metalocerâmicas. As coroas foram feitas para incisivo central superior extraído preparado com uma margem de 1 mm de ombro e 6 graus paredes afiladas. Trinta coroas foram fabricadas por sistema. Medições coroa foram gravadas com um microscópio óptico, com uma precisão de ± 0,1 µm, em 50 pontos espaçados de aproximadamente 400 µm ao longo da margem circunferencial. O critério de 120 µm foi usado como a máxima diferença marginal clinicamente aceitável. A média de dimensões gap e desvios-padrão foram calculados para abertura marginal. Os dados foram analisados com uma análise de variância (α = 0,05). Os autores observaram que a média de desajuste marginal para as metalocerâmicas foi de 87μm, 83μm para Celay In Ceram, 112μm para In Ceram técnica convencional e 46μm para IPS Empress 2 técnica estratificada. Concluíram que a desadaptação marginal apresentada pelos três sistemas cerâmicos testados está dentro do limite clinicamente aceitável de 120μm. Kina (2005) objetivou através deste trabalho, apresentar materiais e sistemas livres de metal, suas indicações e limitações quanto sua utilização. Com o domínio da técnica e dos fornos de queima, as cerâmicas demonstraram características físicas e mecânicas representando uma excelente opção restauradora. Devido aos seus núcleos cristalinos, apresentam uma interação de reflexão óptica muito semelhante às estruturas dentárias, possui propriedades de solubilidade e corrosão bastante adequadas, possibilitando a construção de restaurações com boa estética e tolerância no meio bucal. 13 As cerâmicas são excelentes isolantes e têm baixa condutividade, difusão térmica e elétrica. Também são pouco plásticas e com baixa resistência tensional, o que contra indicava sua utilização em região de grande carga mastigatória. Por isso, muitos mecanismos foram estudados, reduzindo assim seu potencial de falhas sob estresse. Aí vieram os copings metálicos do sistema metalocerâmico sendo muito utilizado, mas devido à sua aparência opaca, halo escurecido na margem cervical dentre outros, prejudicaram sua estética, assim, pesquisas foram feitas para substituição dos copings metálicos. Um fator importante foi a evolução dos sistemas adesivos, que diminuiu substancialmente os problemas mecânicos. O autor cita, Charles Henry Land (1903) que introduziu as coroas de jaqueta cerâmica, porém com baixa resistência. Certos da eficácia da cerâmica pura, muitos pesquisadores procuraram soluções que atendessem às exigências funcionais incorporando substâncias às cerâmicas. Com a introdução de óxido de alumínio na composição as propriedades mecânicas melhoram significativamente surgindo o sistema In ceram Alumina pela companhia Vita, em contra partida, houve uma grande diminuição na translucidez e nas qualidades ópticas das cerâmicas. Por isso, não podia ser usado como material de cobertura, em compensação se tornou um bom substituto dos copings metálicos, sendo indicado para coroas totais e prótese fixa de três elementos (até 2º pré-molar). Este sistema In Ceram é comercializado hoje em três variações: In Ceran Alumina®, In Ceran Spinell®, In Ceran Zircônia®, sendo utilizados tanto para região anterior como posterior, como infraestrutura de reforço. As cerâmicas são uma excelente opção para restauração estético funcional, porém, suas indicações devem ser respeitadas para o sucesso e longevidade das mesmas. Albano (2006) avaliou a dureza Knoop de cimentos resinosos duais, com a interposição de diferentes sistemas cerâmicos. Amostras dos cimentos Rely X ARC 14 (3M ESPE), Eco-Link (Ivoclar) e Panavia F (Kuraray) foram fotopolimerizados com a interposição de um dos sistemas cerâmicos IPS Empress II ou In Ceram, com espessura de 2 mm ou 4 mm simulando as faces oclusal e interproximal respectivamente (n=11). A microdureza Knoop dos cimentos foi avaliada imediatamente após a fotoativação, após 24 horas e 14 dias. Durante a armazenagem as amostras ficaram em umidade relativa a 37°C, ao abrigo da luz. Os resultados foram submetidos à Análise de Variância e Teste Tukey ao nível de significância de 5%. Na avaliação imediata, o cimento Eco-Link teve dureza menor que o Panavia F com todos os sistemas cerâmicos e o Rely X ARC só apresentou dureza menor que o Panavia F com os sistemas In Ceram 4 mm e IPS Empress 4mm. Após 24 horas o Eco-Link apresentou a menor dureza e o cimento Rely X ARC não diferiu do Panavia F somente no grupo controle e com o sistema In Ceram 2 mm. Após 14 dias a dureza dos cimentos Panavia F e Rely X ARC não diferiu e o cimento Eco-Link apresentou dureza menor que o Panavia F, mas sem diferença do Rely X ARC. Para os cimentos Panavia F e Rely X ARC não foram observadas diferenças entre os sistemas cerâmicos e o grupo controle, em todos os tempos de avaliação. Somente para o cimento Eco-Link no tempo de avaliação de 24 horas foi observada diferença entre os sistemas cerâmicos, sendo que a dureza observada com a interposição do sistema In Ceram 4 mm foi menor que a do grupo controle. Dessa forma concluiu-se que a interposição dos sistemas cerâmicos usados neste estudo não reduziu a microdureza dos cimentos, exceto para o cimento Eco-Link na avaliação após 24 horas da fotoativação. Avi, Michael e Jorg (2006) apresentaram uma visão sistemática do desempenho clínico dos diferentes tipos de In Ceram Classic. Os sistemas cerâmicos usados em coroas ou prótese fixa são superiores em relação ao metalocerâmico do ponto de vista de biocompatibilidade, corrosão e também estético por não possuir estrutura 15 metálica, o que pode levar a margens de metal ou descoloração escura nas áreas marginais. O sistema In ceram Alumina (VITA) entrou mercado no final do século passado sendo desenvolvido pelo dentista e cientista francês Michael material Sadoun. É baseado no princípio da infiltração de vidro na cerâmica de óxido de alumínio sinterizado pela técnica slip cast. Pó de óxido de alumínio é misturado com um líquido especial, em um banho ultra-sônico e aplicada como um deslizamento em um gesso especial. A restauração já tem no seu final, o contorno de precisão de ajuste interno e é sinterizadas em mais de 1.100 ° C. As partículas de óxido de alumínio fundem-se nos pontos de contato sem encolhimento e é então infiltrado o vidro, dando a restauração a sua cor característica, translucidez e resistência final elevada. Dos 299 artigos somente vinte e um preencheram os critérios de inclusão. Coroas de In Ceram Alumina foram observadas em 12 publicações relevantes, um total de 1724 coroas de In Ceram Alumina foram observados durante um período mínimo de 1,3 meses até um período máximo de 100 meses. As taxas de sobrevivência foram entre 86,5% e 100% em até 6 anos. Os estudos mostraram uma alta taxa de sobrevivência das coroas de In Ceram Alumina, mostrando-se com uma boa alternativa no tratamento de reabilitação estético e funcional em elementos anteriores. Pjetursson, Sailer e Hämmerle (2007) em uma revisão sistemática determinaram as taxas de sobrevida, em cinco anos, de coroas unitárias de cerâmica e compararam-nas com as taxas das coroas metalocerâmicas. Para tanto, os autores realizaram, primeiramente, uma estratégia de busca no MEDLINE, a partir de 1966 até novembro de 2006. A segunda pesquisa eletrônica foi realizada na Dental Global Publication Research System (Dental GPRS), de 1990 até dezembro de 2005. A busca eletrônica foi complementada por busca manual de bibliografias para os anos de 200116 2006. A análise foi realizada, separadamente por dois revisores, em 86 artigos, resultando em 34 estudos que preencheram os critérios de inclusão. Os autores observaram que a sobrevida de cinco anos das coroas de cerâmica foi estimada em 93,3% e 95,6%, para coroas metalo-cerâmicas. As coroas de alumina sinterizada (Procera) apresentaram a maior taxa de sobrevida, de cinco anos, 96,4%, seguida por coroas de cerâmicas vítreas reforçadas por leucita, Empress I (95,4%) e de In Ceram (94,5%). Para coroas vítreas, após cinco anos, a taxa de sobrevida é de 87,5%. Todas as coroas de cerâmica, também foram agrupadas e analisadas quanto à posição na boca. De acordo com os autores, todos os quatro tipos de coroas de cerâmica apresentaram menores taxas de sobrevida quando assentadas em dentes posteriores. Além disso, para coroas de cerâmica vítrea (84,4%) e coroas de In Ceram (90,4%), esta diferença alcançou significância estatística (P = 0,009; P = 0,028). Os autores concluíram que todas as coroas de cerâmica, quando utilizados para dentes anteriores apresentaram sobrevida em 5 anos comparáveis àquelas observadas para coroas metalocerâmicas. Menores taxas de sobrevida 90,4% e 84,4% para coroas de in Ceram e de vitrocerâmica quando utilizadas em molares e pré-molares. Oliveira, Saito e Oliveira (2007) avaliaram in vitro a adaptação marginal inicial obtida por copings de três sistemas cerâmicos diferentes com dois tipos de terminação cervical, por meio de medição da fenda marginal em microscopia óptica. Este trabalho objetivou avaliar a precisão de assentamento marginal de copings dos sistemas cerâmicos: In Ceram; IPS Empress2 e Procera AllCeram. Além disto, duas variações de terminação cervical diferentes foram estabelecidas: ombro 90 graus com ângulo interno arredondado e chanfro. Para este fim, dois incisivos centrais superiores de manequim idênticos receberam preparos padronizados para coroa total, variando apenas o término 17 cervical. Assim, seis tipos de tratamentos foram estabelecidos: IO (In Ceram/Ombro); IC (In Ceram/Chanfro); EO (Empress/Ombro); EC (Empress/Chanfro); PO (Procera/Ombro); PC (Procera/Chanfro). Os dentes preparados foram reproduzidos em troquéis de gesso por meio de moldagens padronizadas com silicone de adição, onde setenta e dois copings foram confeccionados, subdivididos em três grupos de vinte e quatro para cada tipo de material cerâmico. Dentro de cada grupo, metade das subestruturas foi construída para preparo com término cervical em ombro 90 graus, e a outra metade para término cervical em chanfro. O desajuste marginal dos copings foi avaliado e mensurado em microscopia óptica, com aumento de quarenta vezes, a partir da observação de moldagens da fenda marginal de cada amostra com silicone de adição de consistência fluida. Para cada amostra, doze mensurações foram tomadas, e os resultados médios mostraram variação de 23,08 a 36,11μm. Os grupos do sistema Procera PO e PC apresentaram os melhores resultados (23,08 e 25,77μm respectivamente) e diferiram estatisticamente do grupo IO (36,11μm), que apresentou o pior resultado médio. Entre os demais grupos não houve diferença estatística significante. Em relação ao tipo de terminação cervical, a análise estatística não foi conclusiva, embora os autores sugerissem um melhor comportamento do chanfro, pois os grupos com este tipo de término cervical apresentaram desvios-padrão baixos em comparação aos grupos com ombro 90 graus. Concluiu-se que os resultados médios de todos os tratamentos estudados ficaram dentro do patamar de aceitabilidade clínica estabelecido de 25 a 40μm. Conrad, Seong e Pesun (2007) fizeram uma pesquisa sobre materiais e sistemas de cerâmica pura, adaptação marginal, propriedades dos materiais, cimentação, longevidade, cor e estética, e forneceram recomendações para sua utilização clínica. De acordo com os autores, o desenvolvimento dos materiais cerâmicos, tais como núcleo 18 dissilicato de lítio, óxido de alumínio e óxido de zircônio têm permitido uma aplicação mais generalizada das restaurações em cerâmica. Sendo assim, os autores realizaram, primeiramente, uma estratégia de busca no MEDLINE e PubMed, com foco em artigos de pesquisa baseada em evidências publicadas entre 1996 e 2006. Foram revistos estudos randomizados e controlados, não randomizados e controlados, estudos clínicos longitudinais experimentais, estudos longitudinais prospectivos, longitudinais e estudos retrospectivos. Os artigos apropriados para tal trabalho foram submetidos a critérios de inclusão e exclusão. Os critérios de inclusão, para os estudos de longevidade, que os autores utilizaram incluíram um período médio de dois anos, relatórios de complicações, identificação dos materiais, tipo de estudo, ajustamento e dimensão da amostra. No âmbito desta revisão sistemática, não há nenhuma evidência para apoiar a aplicação universal de um único sistema ou material de cerâmica para todas as situações clínicas. A conclusão dos autores demonstra que a aplicação bem sucedida depende do bom senso do profissional em combinar os materiais, as técnicas de fabricação e procedimentos de cimentação, com a situação clínica individual, e que também há a necessidade de mais estudos longitudinais sejam feitos para o crescimento e desenvolvimentos dos sistemas e matérias cerâmicos. Fernandes, Matos e Santos (2007) mostraram através de casos clínicos, algumas características de dois sistemas de cerâmica pura: o IPS Empress 2 e o In Ceram. De acordo com os relatos deste estudo, pôde-se notar que as próteses livres de metal são viáveis e já é uma realidade para a confecção de próteses unitárias. Tendo suas indicações respeitadas, podem fazer parte do dia -a- dia clínico com segurança. Juan (2007) avaliou a resistência adesiva ao cisalhamento de um cimento resinoso à alumina densamente sinterizada testando o tratamento superficial feito pelo fabricante. O cimento utilizado foi o Multilink (Ivoclar – Vivadente) e a alumina foi o 19 Procera® Alumina (Nobel Biocare) constituída por 99,9% de óxido de alumínio densamente sinterizado. Trinta e dois cilindros de alumina foram confeccionados pela Nobel Biocare, onde um dos extremos deste cilindro recebeu tratamento superficial e outro não. Para a aplicação do cimento resinoso sobre os cilindros de alumina, utilizouse uma matriz de Teflon com um orifício central de 3,5mm de diâmetro por 3,0mm de profundidade. Foram determinados 4 grupos experimentais: Grupo 1 – superfície sem tratamento; Grupo 2 – sem tratamento e com aplicação de adesivo; Grupo 3 – superfície com tratamento realizado pelo fabricante; Grupo 4 – superfície com tratamento realizado pelo fabricante com adesivo. Após a aplicação do cimento resinoso nos 4 grupos, os espécimes foram armazenados em água deionizada a 37ºC durante 24h, sendo, em seguida, montados em uma máquina universal de ensaio para comparação entre os grupos. A superfície tratada (grupo 3) apresentou valores significativamente maiores que todos os grupos. A presença do adesivo diminuiu a resistência quando aplicado na superfície tratada, mas não deu diferença significativamente na superfície sem tratamento. Luzia (2007) avaliou por testes de microdureza o grau de polimerização de quatro cimentos resinosos duais: Bistite II, Enforce, RelyX ARC e Variolink II, fotopolimerizados através da interposição de barreiras confeccionadas com materiais utilizados em restaurações estéticas indiretas. Foram confeccionados 72 espécimes para cada marca de cimento, divididos em 6 grupos, segundo o tipo de barreira utilizada na interposição, durante a sua foto polimerização: G1: sem barreira; G2: Resina composta Cesead; G3: In ceram alumina/Allceram; G4: IPS Empress; G5: In ceram zirconia/Allceram; G6: fragmento dental. A foto polimerização foi realizada com luz halógena Optilux 401 (Demetron) com 650 mW/cm2 de potência e os ensaios foram 20 realizados em três períodos: imediata, 24h e 7dias, em um Microhardness Tester FM 700, sob cargas de 50gf durante 15s, cujos valores de microdureza foram obtidos em HV. As médias dos valores em HV foram submetidas à ANOVA e teste de Tukey. As condições de G3 e G5 resultaram em polimerização deficiente do cimento, que não permitiram a realização dos ensaios. O cimento Bistite teve a maior dureza no grupo controle e o menor com a interposição de resina composta. O RelyX ARC teve os valores de microdureza mais estáveis nas condições analisadas em todos os períodos de avaliação. O Enforce e o Variolink foram intermediários e semelhantes entre si. A interposição de materiais durante a foto polimerização de cimentos resinosos duais, interfere na microdureza dos mesmos. Quando da utilização de alumina ou zirconia, outro modo de polimerização ou tipo de cimento deve ser utilizado. Badini, Tavares e Guerra (2008) através de uma revisão de literatura procurouse descrever sobre a cimentação adesiva de restaurações indiretas estéticas e livres de metal, em comparação com os demais agentes cimentantes. Percebeu-se que os cimentos resinosos são materiais de uso obrigatório no caso de restaurações em porcelana por apresentarem, quando comparados com outros cimentos, biocompatibilidade, resistência mecânica, fácil manipulação, adesão ao dente e à restauração indireta, baixa solubilidade e, principalmente, estética. Foi observado que autores indicaram os cimentos resinosos duais para a cimentação de restaurações indiretas em porcelana pois, mesmo que a luz do foto polimerizador não atravesse totalmente a camada opaca da porcelana, a polimerização estará garantida nas porções mais profundas graças à polimerização química. Por outro lado, contra indicaram os cimentos resinosos foto ativados para a cimentação dessas restaurações, pois a luz não consegue ultrapassar a camada opaca presente impedindo sua completa polimerização. Desta forma os autores concluíram que os cimentos resinosos possuem indicações e 21 vantagens que nenhum outro cimento possui, que a polimerização exclusiva pela luz é os menos utilizados atualmente devido ao seu uso limitado e à forte contração de polimerização que eles proporcionam, podendo gerar fendas e possível infiltração marginal e os cimentos de polimerização dual são os indicados para a cimentação de restaurações estéticas por apresentarem vantagens como melhores propriedades mecânicas, tempo de trabalho, cura dual, controle da contração de polimerização e maior facilidade na remoção dos excessos no ato da cimentação. Gomes, Assunção e Rocha (2008) estudaram alguns materiais cerâmicos disponíveis no mercado e suas indicações. Os materiais cerâmicos usados na odontologia têm propriedades importantes nas características dos dentes naturais como: dureza, biocompatibilidade, ampla aceitação pelo paciente e profissional, difícil pigmentação, natureza refratária, porém tem friabilidade e baixa resistência à tração, por isso, muitos estudos estão sendo realizados visando melhorar algumas deficiências dessas cerâmicas, destacando-se a união a metais (metalocerâmicas), inclusão de alumina ou zircônia nas cerâmicas para infraestrutura (In Ceram alumina, In Ceram zircônia e In Ceram Spinell), cerâmicas termo injetáveis (IPS Empress), cerâmicas com alto teor de alumina (Sistema Procera) e adesão direta à estrutura dentária (facetas, onlays e inlays). Atualmente a classificação mais utilizada para as cerâmicas dentais é aquela que as define de acordo com sua fase cristalina em feldspática, reforçada por leucita, aluminizada, com alto conteúdo de alumina, de zircônia e espinélio infiltrada por vidro, cerâmica vítrea e alumina densamente sinterizada. A cerâmica In Ceram foi desenvolvida visando melhorar os problemas relacionados com a resistência a fratura e tenacidade. Consiste em 2 fases tridimensionais interpenetradas: uma fase de alumina (óxido de alumínio) e uma fase vítrea (à base de óxido de lantânio), sendo sua confecção baseada em alumina porosa que, posteriormente, é infiltrada por vidro. Possui 22 boa resistência à tensão, tem uma aceitável adaptação marginal das restaurações. Este sistema apresenta três variáveis, de acordo com o seu principal componente: alumina – In Ceram Alumina, Spinell e Zircônia. A In Ceram Alumina apresenta em sua composição conteúdo de alumina variando entre 70 e 85% com resistência flexural de 236-600 MPa e boa resistência à fratura. Esse sistema é indicado para coroas unitárias anteriores e posteriores, sendo o primeiro a confeccionar prótese parcial fixa de três elementos totalmente cerâmicos para a região anterior até canino. Por existir muitos materiais cerâmicos com boas propriedades mecânicas e estéticas que podem ser usados em prótese fixa ou coroas unitárias, torna-se imprescindível que o cirurgião dentista, de forma criteriosa, saiba suas indicações, tendo em vista que o sistema in ceram alumina é uma boa escolha na reabilitação estético e funcional de dentes anteriores e também posteriores. Alvaro e Kelly (2008) realizaram uma ampla revisão da literatura para compilar e comparar evidências clínicas para o tratamento de dentes com restaurações de cerâmica pura. Os autores pesquisaram a literatura de língua Inglesa revisados por pares de dados MEDLINE e PubMed, com foco em pesquisas publicadas entre 1993 e 2008. Eles também realizaram uma busca em publicações odontológicas. Revisaram estudos randomizados controlados, estudos controlados não randomizados, estudos clínicos longitudinais experimentais, prospectivos e retrospectivos. Evidências sugerem que, para facetas, restaurações intracoronários e cobertura completa para restaurações unirradiculares de dentes anteriores, pode-se escolher qualquer sistema de cerâmica pura em função das necessidades estéticas (muitos sistemas tiveram mais de 90 por cento de sucesso em seis anos). Os estudos mostram que as restaurações molares incluem aquelas feitas de alumina e, cada vez mais, zircônia e dissilicato de lítio. Alguns estudos mostraram a eficácia de próteses fixa anterior de três elementos feitas de 23 dissilicato de lítio, alumina e zircônia. Para molares os especialistas sugerem o sistema de zircônia. Evidências disponíveis indicam a eficácia de muitos sistemas de cerâmica pura para inúmeras aplicações clínicas. Bandeira, Lagustera e Mendonça (2008) objetivaram revisar a literatura acerca dos métodos de tratamento das superfícies internas de coroas protéticas de cerâmicas reforçadas por vidro. Após análise dos resultados, observaram que o jateamento com (Al2O3) nas superfícies da In Ceram Alumina® e In Ceram Zircônia® não é capaz de modificar as características morfológicas dessas superfícies, deixando-as semelhantes à superfície das amostras que não receberam tratamento superficial algum. Percebe-se que ainda persistem contradições e dúvidas quanto à efetividade das técnicas utilizadas para o condicionamento da superfície das diferentes cerâmicas reforçadas por vidro previamente aos procedimentos de cimentação adesiva. No entanto, as técnicas de jateamento e deposição superficial de sílica parecem ser os métodos mais eficazes para a obtenção de melhores valores de resistência adesiva entre cerâmica reforçada e cimento resinoso. Bruna (2008) realizou uma revisão de literatura de artigos sobre avaliação clínica de diversos sistemas cerâmicos. Foram avaliados diversos sistemas cerâmicos como os sistemas Dicor, IPS Empress, IPS Empress II, In Ceram Alumina, In Ceram Spinell, In Ceram Zircônia, Procera All Ceram entre outros mais novos, como o Lava e o Cercon. A maioria dos estudos analisados obteve resultados clínicos satisfatórios, com variação do índice de sucesso de 50%, obtido com próteses parciais fixas do sistema IPS Empress II após 24 meses de avaliação; a 100%, para coroas do sistema IPS Empress II com o período médio de avaliação de 50 meses. Através do presente trabalho, pode-se concluir que os variados sistemas cerâmicos disponíveis atualmente no mercado podem 24 ser utilizados seguramente como opção de tratamento na reabilitação oral, desde que se respeitem as indicações dos fabricantes, assim como se observem as limitações para cada caso clínico. Sugere-se, ainda, a execução de estudos com acompanhamentos clínicos mais longos para obtenção de resultados mais relevantes, pois muitos dos resultados obtidos atualmente ainda são considerados de menor significância quando comparados aos estudos clínicos mais longos das tradicionais coroas metalocerâmicas. Gordilho, Mori e Ivo (2009) investigaram na literatura sobre a adaptação marginal dos principais sistemas de cerâmica pura, visto que, este é um requisito fundamental para a longevidade das restaurações e para a saúde do órgão dentário e dos tecidos circundantes. Ficou estabelecido nesta revisão um patamar de fenda marginal máxima clinicamente aceitável, em torno de120μm. Foi observado ainda que dos tipos término: lâmina de faca, chanfro, ombro e ombro biselado usados para coroas totais de porcelana pura do sistema In Ceram Alumina, os melhores foram o chanfro e ombro biselado. Concluíram que todos os sistemas testados apresentavam adaptação marginal aceitável. Fizeram uma comparação in vitro da adaptação marginal de restaurações unitárias anteriores confeccionadas com três sistemas cerâmicos (Celay In Ceram, In Ceram técnica convencional e IPS Empress 2 técnica estratificada) com restaurações metalocerâmica e concluíram que a desadaptação marginal apresentada pelos três sistemas cerâmicos testados está dentro do limite clinicamente aceitável de 120μm. Martins, Lopes e Bonfante (2010) mostraram os diversos sistemas cerâmicos e seu comportamento mecânico durante a utilização clínica, relatando as localizações, os tipos e as regiões das falhas mais frequentes nos sistemas atuais, visando à busca por soluções. As cerâmicas possuem excelentes características, tais como: biocompatibilidade, estabilidade de cor, baixa condução térmica, baixo acúmulo de 25 placa, resistência à abrasão, além de promover uma excelente estética. Já há algum tempo se faz uso de coroas metalocerâmicas, porém essa estrutura de metal não consegue imitar a translucidez do dente natural. Com o intuito de eliminar esta infraestrutura, novos sistemas livres de metal surgiram para melhorar a estética. E esses são disponíveis para diferentes indicações, de acordo com seus fabricantes. Contudo, não existe um único sistema totalmente cerâmico passível de ser empregado em todas as situações clínicas. Com a incorporação do óxido de alumínio nas cerâmicas tradicionais feldspática, houve uma grande melhora em relação à resistência, sendo que representantes deste material, como o In Ceram Alumina e o Procera, apresentam resistência média de 550 MPa e 472 Mpa respectivamente. Uma das principais características dos sistemas cerâmicos relaciona-se com a translucidez da infraestrutura. Quanto mais translúcido for o sistema, mais apropriada será sua indicação para a solução de casos com extrema exigência estética. Contudo, translucidez e resistência são grandezas inversamente proporcionais. Cerâmicas com alto teor de alumina foram desenvolvidas seguindo os conceitos do aumento da rigidez e de deflexão da trinca, utiliza óxidos cerâmicos como “limitadores da propagação de trincas”. Os autores concluem que cabe ao profissional avaliar a real indicação de cada sistema e aplicá-lo na sua clínica diária. Afirmam ainda que a utilização desses sistemas seja feito com cautela, seguindo estritamente suas indicações, enquanto se espera por resultados de estudos clínicos de longa duração. Galindo, Pedram e Marinelo (2011) objetivaram neste estudo prospectivo estimar a sobrevida em longo prazo de coroas de alumina em região anterior e posterior ao longo de um período de observação de até 10 anos. Entre 1997 e 2005, 155 coroas de alumina foram cimentadas em 50 indivíduos. Em 2005 e 2008, as coroas foram avaliadas clinicamente usando orientações modificadas pelo EUA Public Health Service 26 (USPHS). Falha do tratamento foi definida como perda de dentes ou coroa e separados em falhas técnicas ou biológicas. Probabilidades de sobrevivência foram estimadas usando o método Kaplan-Meier. Em 2008, 29 indivíduos com 112 coroas alumina, incluindo 86 (77%) posterior e 26 (23%) coroas anterior, estavam disponíveis para avaliação clínica. O período de observação médio para estes sujeitos foi de 7,8 anos, com uma gama 3-10,7 anos. No total, três falhas técnicas e oito falhas biológicas foram observadas. A probabilidade de sobrevida estimada considerando falhas técnicas foi de 95% (95% Intervalo de Confiança (CI), 89% a 100%). A sobrevida global estimada probabilidade depois de 10 anos foi de 84% (95% CI, 74% a 95%). Não houve diferença significativa em falhas no tratamento de dentes posteriores, em comparação com coroas anteriores (todas as falhas: P =. 713; falhas técnicas: P =. 352). Os resultados sugerem que a expectativa de sobrevida de 10 anos de coroas alumina devido a falhas técnicas é 95% (95% CI, 89% a 100%). 27 OBJETIVO Este estudo tem como objetivo apresentar um relato de caso com a confecção de duas próteses unitárias fixas metal free em dentes anteriores, um incisivo central e lateral superiores, utilizando como infraestrutura o In ceram alumina. 28 RELATO DE CASO Paciente de 30 anos, estudante, sexo masculino, feoderma, procurou atendimento odontológico na Faculdade de Odontologia da Universidade Federal do Amazonas para tratamento do elemento 12 que foi fraturado enquanto mastigava. Durante a anamnese, o paciente demonstrou insatisfação com a aparência estética de seu sorriso. Os elementos superiores anteriores possuíam amplas restaurações com coloração insatisfatória. Dentre os achados relevantes, o paciente apresentava bom estado geral de saúde e possuía hábito nocivo de onicofagia. Figura 1 - Aspecto inicial intraoral. No exame clínico intrabucal foram verificadas extensas restaurações em resina composta classe IV nos elementos 11, 21 e 22 com colorações insatisfatórias e fratura no elemento 12 (Figura 1). O elemento 21 não tinha vitalidade pulpar, pois não respondeu ao teste vitalidade, sendo necessário tratamento endodôntico. Já o 22 encontrava-se em estado de vitalidade pulpar, com respostas normais, restauração infiltrada (Figuras 2). 29 Figura 2 – Aspecto radiográfico inicial do elemento 21. Após consentimento do paciente, o tratamento teve início com a realização de retratamento endodônticos dos elementos 11 e 12 (figura 3 e 4), utilizando brocas gates nº 2, 3 e 4 e limas endodônticas seguida da obturação com cones de guta percha pela técnica de termoplastificação. Figura 3 – Desobstrução dos elementos 11 e 12. Figura 4 – instrumentação dos elementos 11 e 12. 30 As desobstruções dos canais foram realizadas seguidas de seleção de pinos retentores intrarradiculares de fibra de vidro (White Poste DC) os quais passaram por uma limpeza com álcool a 70% e aplicação de Silano FGM em suas superfícies (figura 7 e 8). Na cimentação dos pinos foi empregado um cimento resinoso autoadesivo e auto condicionante (RelyX U100 auto A2 – 3M ESPE) que dispensa o pré-tratamento do elemento dental, de acordo com as recomendações do fabricante (figura 5), para isso foi utilizado uma seringa Centrix com uma ponta fina (figura 6) para aplicação do cimento no canal radicular (figura 9, 10, 11 e 12), seguida da adaptação dos pinos. Após a retirada do excesso do cimento, foi feita a foto polimerização pela vestibular, incisal e palatina (figura 13). Em seguida realizou-se o condicionamento com ácido fosfórico (Acido Magic 37%) (figura 14) e lavagem abundante (figura 15), posteriormente aplicou-se uma camada de adesivo (Single Bond 3M) (figura 16), pela técnica incremental concluiu-se uma restauração provisória com resina composta Z 350 Filtek (A3,5) da 3M ESPE (figura 17,18 e 19). Figura 5 – Cimento resinoso. 31 Figura 6 – Centrix e ponta. Figura 7 – Silano. 32 Figura 8 – Aplicação do Silano no pino de fibra. Figura 9 – Espatulação do cimento resinoso. Figura 10 – Carregamento da ponta da centrix. 33 Figura 11 – Preenchimento do Canal do elemento 12. Figura 12 – Posicionamento do Pino de Fibra. Figura 13 – Polimerização do Cimento Resinoso. 34 Figura 14 – Condicionamento Ácido. Figura 15 – Lavagem removendo o Ácido. Figura 16 – Aplicação do Sistema Adesivo. 35 Figura 17 – Início do Núcleo de Preenchimento. Figura 18 – Aspecto frontal da restauração provisória com resina composta. Figura 19 – Aspecto palatino da restauração provisória com resina composta. 36 Em uma sessão posterior, deu-se início ao desgaste seletivo da estrutura dentária. O preparo dental foi realizado por meio da técnica da silhueta. Primeiramente, com a broca esférica 1014, confeccionou-se um sulco marginal cervical. Foram confeccionados sulcos de orientação nas faces vestibular e incisal com a ponta diamantada 3216 (KG Sorensen), respeitando a inclinação dos terços cervical, médio e incisal do elemento dental. Na vestibular, foi feito um sulco central e outro mesial, ao longo eixo do dente. Em seguida, realizou-se a segunda inclinação. Na incisal, o desgaste dental foi de 2 mm. O preparo proximal foi efetuado rompendo-se o ponto de contato com a broca 2200 (KG Sorensen). Na face palatina, o desgaste foi efetuado com ponta diamantada 1014 na cervical e na concavidade palatina, com broca em forma de chama, 3118 (KG Sorensen), com profundidade aproximadamente de 0,6 mm. Após a confecção, foi realizada a união dos sulcos de orientação com uso das mesmas brocas. O término cervical foi aprofundado em direção ao sulco gengival cerca de 0,5 mm, com a broca 3216, proporcionando um término em chanfro. Por fim, o preparo foi refinado com as pontas diamantadas de baixa granulação, ficando com paredes lisas e ângulos arredondados (Figura 20). Nesta mesma sessão, foi cimentada uma coroa provisória de resina acrílica quimicamente ativada utilizando cimento de Hidróxido de Cálcio (Dycal da Dentsply), (figura 21). Figura 20 – Aspecto final vestibular dos preparos dentários. 37 Figura 21 – Provisórios cimentados. Na sessão seguinte a moldagem do preparo para confecção da coroa protética foi realizada utilizando silicone de adição (3M Espe Dental Product), pela técnica da dupla moldagem (figura 22 e 23). A técnica do duplo fio para o afastamento gengival foi realizada com Ultrapak #00 e #0 (Ultradent-Oraltech-Brasil). No laboratório, os copings de cerâmica foram confeccionados. Os copings foram testados sobre os preparos observando: a adaptação marginal, com sonda exploradora; o contato interno e espessura para o cimento, com silicone fluido ExpressTM XP Putty Soft VPS Impression Materials (3M Espe Dental Product) e, por fim, o espaço para a porcelana de cobertura (Figuras 24, 25, 26, 28, 29, 30 e 31). Após verificação dos itens acima citados, os copings foram reenviados ao laboratório para aplicação da porcelana de cobertura. Figura 22 – Molde em Silicone. 38 Figura 23 – Molde em Silicone (em detalhe). Figura 24 – Modelo Anatômico. Figura 25 – Modelo Troquelizado. 39 Figura 26 – Modelo Troquelizado (em detalhe). A cor da porcelana de cobertura a ser aplicada sobre os copings de Alumina foi previamente selecionada (A3,5), utilizando-se uma escala de cor (VITAPAN® Classical - Vita) em uma condição de iluminação natural (Figura 27). Figura 27 – Escolha da cor. Figura 28 – Copings de Alumina. 40 Figura 29 – Copings cerâmicos no modelo (vista frontal). Figura 30 – Copings cerâmicos no modelo (vista palatina). Figura 31 – Prova dos copings de alumina – aspecto vestibular. Na sessão seguinte, foi realizada a cimentação da coroa livre de metal sendo empregado um cimento resinoso autoadesivo (RelyX U100 auto A2 – 3M ESPE), que 41 dispensa o pré-tratamento do elemento dental, de acordo com as recomendações do fabricante (figuras 32, 33, 34, 35 e 36). Figura 32 – Coroas cerâmicas nos elementos vista frontal 11 e 12. Figura 33 – Coroas cerâmicas cimentadas nos elementos vista frontal 11 e 12. 42 Figura 34 – Aspecto final do sorriso Figura 35 – Resultado Final (visão lateral direita). Figura 36 – Resultado Final (visão lateral esquerda). 43 DISCUSSÃO A busca pela estética é definitivamente um dos principais objetivos dos pacientes que procuram os consultórios odontológicos, por isso é de suma importância que os profissionais tenham responsabilidade e um modo criterioso para que o resultado seja uma reabilitação estética e funcional duradoura satisfazendo os anseios de cada paciente. O dicionário Aurélio define estética como: “sentimento do belo; que tem característica de beleza e harmonioso. Botino et al. (2001) dizem que a preocupação com a beleza do sorriso está principalmente ligada no que diz respeito a cor, o mais branco possível, ao alinhamento dos dentes, e as razões principais de toda esta procura está ligada à aceitação pessoal, ao medo, à aceitação intelectual, ao orgulho e posterior aos benefícios biológicos. No presente caso o paciente queixava-se da aparência do seu sorriso, onde os incisivos superiores apresentavam-se com amplas restaurações classe IV de coloração diferente dos elementos dentais e ainda fratura no elemento 12. Foi então planejado a confecção de duas coroas livre de metal para os elementos 11 e 12. A coroação dos incisivos anteriores é um procedimento exigente tanto pela parte do técnico de prótese e do protesista que necessitam conhecimento e de habilidade quanto do paciente que tem expectativas estéticas geralmente elevadas e o resultado final dependente largamente do protético (BUSATO et al., 2004; MIZRAHI et al., 2008). Sendo assim, decidiu-se confeccionar coroas metal free utilizando como infraestrutura o In Ceram Alumina na qual é uma excelente alternativa estética reabilitadora principalmente quando se trata de restaurações anteriores, pois possuem boas propriedades estéticas e funcionais tais como: biocompatibilidade, integridade marginal, além de estabilidade de cor, resistência à compressão, resistência à abrasão, 44 baixa retenção de biofilme bacteriano e principalmente elevado potencial de simular a aparência natural dos dentes. Está indicada para coroa unitária anterior, posterior e prótese parcial fixa de três elementos (BARATIERI et al., 2002; PAGANI et al., 2003; KINA, 2005; GOMES, BONFANTE, 2008; MARTINS et al., 2010). O potencial estético e a biocompatibilidade das cerâmicas podem ser considerados únicos dentre os materiais restauradores odontológicos. Pagani et al. (2003) e Avi et al. (2006) afirmam que os sistemas cerâmicos usados em prótese fixa unitárias são superiores em relação ao metalocerâmico do ponto de vista de biocompatibilidade, corrosão e também estético por não possuir estrutura metálica, o que pode levar a margens de metal ou descoloração escura nas áreas marginais, por isso, para região anterior, não seria a alternativa mais estética. Pagani et al. (2003) afirmam que os materiais cerâmicos apresentam dois importantes problemas que estão relacionados com o seu uso: a formação de trincas e o desgaste no dente antagonista. Entretanto a infraestrutura de in ceram alumina apresenta em sua composição uma grande quantidade de alumina variando de 70 a 85% o que lhe confere uma importante resistência flexural e uma boa resistência à fratura (GOMES et al. 2008). Além disso, Bindo et al. (2008) dizem que a adaptação marginal é um dos principais requisitos envolvidos na longevidade de um trabalho protético. Quanto melhor a acuidade marginal, menor será a espessura da película de cimento, favorecendo a adaptação da prótese à raiz, área que é suscetível à inflamação gengival, à retenção de biofilme bacteriano e à recidiva de cárie, principalmente em preparos subgengivais, o sistema in ceram alumina possui esta propriedade boa adaptação marginal. Outro fator importante foi a evolução dos sistemas adesivos, que diminuiu substancialmente os problemas mecânicos (KINA, 2005). Fernandes et al. (2007) 45 afirmam através de casos clínicos que as próteses livres de metal são viáveis e já são uma realidade para a confecção de próteses unitárias, entretanto deve ter suas indicações respeitadas, podendo fazer parte do dia -a- dia clínico com segurança. Após a decisão do tipo de coroa a ser utilizada, o passo seguinte é escolher o cimento adequado no qual depende exclusivamente do cirurgião dentista (BUSATO et al. 2004; MIZRAHI et al. 2008). Neste relato de caso foi utilizado cimento resinoso (RelyX U100 auto A2 – 3M ESPE) que apresenta como características ser autoadesivo, auto condicionante o qual dispensa o pré-tratamento do elemento dental. BADINI et al. (2008) e GOMES et al. (2008) afirmam que o cimento resinoso é muito importante no comportamento mecânico de sistemas cerâmicos após o condicionamento com ácido hidrofluorídrico ou jateamento com partículas de óxido de alumínio. Entretanto, as cerâmicas que apresentam como componente principal os óxidos de alumínio como o In Ceram, o condicionamento com ácido fluorídrico e jateamento com partículas de óxido de alumínio não se mostram eficientes, devido à ausência da fase vítrea e redução do conteúdo de sílica. Assim, podem ser utilizados métodos alternativos para proporcionar uma adequada união desses materiais, como a silanização em combinação com cimento resinoso, porém, no caso descrito não houve esse tratamento prévio de aplicação de silano, sendo o cimento resinoso aplicado diretamente no interior da coroa e posicionada sobre o preparo, seguida de foto polimerização por todas as faces. BANDEIRA et al. (2008) concordam com GOMES et al. (2008) e BADINI et al. (2008) afirmando que o efeito do condicionamento com ácido fluorídrico ou com jateamento com partículas de óxido de alumínio (Al2O3) na microestrutura de diferentes cerâmicas odontológicas, como nas superfícies da In Ceram Alumina® e In Ceram Zircônia® não é capaz de modificar as características 46 morfológicas dessas superfícies, deixando-as semelhantes à superfície das amostras que não receberam tratamento superficial algum. Entretanto, percebe-se que ainda persistem contradições e dúvidas quanto à efetividade das técnicas utilizadas para o condicionamento da superfície das diferentes cerâmicas reforçadas por vidro previamente aos procedimentos de cimentação adesiva. Todavia, as técnicas de jateamento e deposição superficial de sílica parecem ser os métodos mais eficazes para a obtenção de melhores valores de resistência adesiva entre cerâmica reforçada e cimento resinoso. BADINI et al. (2008) afirmam que os cimentos resinosos são materiais de uso obrigatório no caso de restaurações em cerâmica por apresentarem, quando comparados com outros cimentos, biocompatibilidade, resistência mecânica, fácil manipulação, adesão ao dente e à restauração indireta, baixa solubilidade e, principalmente, estética. Os cimentos de polimerização dual são os indicados para a cimentação de restaurações estéticas por apresentarem vantagens como melhores propriedades mecânicas, tempo de trabalho, cura dual, controle da contração de polimerização e maior facilidade na remoção dos excessos no ato da cimentação. Porém, são cimentos caros e com técnica extremamente crítica, sujeitos à falha por imperícia. Como os sistemas de ativação foto e químico dos cimentos duais atuam de forma independente, somente a polimerização química não compensa a falta da luz, ocorrendo consequentemente, perda de até 50% na resistência adesiva da peça, tornando a foto ativação essencial desses cimentos. Ainda neste contexto, Luzia, (2007) afirma que o cimento resinoso dual não polimeriza adequadamente quando foto ativado através de cerâmica com alumina ou com zircônia. Por outro lado, os cimentos resinosos foto ativados são contra indicados para a cimentação dessas restaurações, pois a luz não consegue ultrapassar a camada opaca presente impedindo sua completa polimerização. BADINI et al. (2008). Desta forma, no 47 presente estudo, optou-se por utilizar um cimento com presa dual para que a polimerização do mesmo fosse efetiva na cimentação das peças protéticas. AVI et al. (2006) relatam em estudos uma alta taxa de sobrevivência das coroas de In Ceram Alumina, mostrando-se com uma boa alternativa no tratamento de reabilitação estético e funcional em elementos anteriores. PJETURSSON et al. (2007) em uma revisão sistemática determinaram as taxas de sobrevida, em cinco anos, de coroas unitárias de cerâmica e compararam-nas com as taxas das coroas metalocerâmicas e concluiram que todas as coroas de cerâmica, quando utilizados para dentes anteriores apresentaram sobrevida em cinco anos comparáveis àquelas observadas para coroas metalo-cerâmicas. O presente relato de caso clínico foi acompanhado durante o primeiro ano de sobrevida mostrando-se com boa adaptação, sem trincas aparente e esteticamente aceitável. 48 CONCLUSÃO Diante do que foi relatado, observa-se que o sistema In Ceram Alumina constitui-se numa excelente alternativa restauradora, desde que seu protocolo clínico e indicações de utilização sejam seguidos. 49 REFERÊNCIAS ALBANO, L, N, B. Influência de dois sistemas cerâmicos na polimerização de cimentos resinosos de presa dual. Dissertação de mestrado em Odontologia. Centro de pós-graduação, pesquisa e extensão Curso de mestrado em odontologia Área de concentração em dentística. Guarulhos, UnG, 2006. ALBERTO, A, O.; TETSUO, S.; SIMONE, H, O. Adaptação marginal de copings de três sistemas cerâmicos em função de dois tipos diferentes de terminação cervical. Revista Ciência em extensão. São José dos Campos. v. 3. n. 2. p. 27. Jun, 2007. ALVARO, D, B.; KELLY, J, R. The Clinical Success Of All-Ceramic Restorations. 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