CIMPOR RELATÓRIO DE SUSTENTABILIDADE 2011
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CIMPOR RELATÓRIO DE SUSTENTABILIDADE 2011
CIMPOR RELATÓRIO DE SUSTENTABILIDADE 2011 CIMPOR RELATÓRIO de sustentabilidade 2011 o desafio da SUSTENTABILIDADE ÂMBITO DO RELATÓRIO O Relatório de Sustentabilidade da Cimpor referente ao ano de 2011 é uma publicação complementar ao Relatório & Contas da atividade da empresa para o mesmo período. A informação reportada diz na sua maioria respeito à Atividade Cimento em todas as Áreas de Negócio da Cimpor, por ser aquela que representa o núcleo central do nosso negócio, mas as Atividades Betão e Agregados foram também consideradas em 2011 de uma forma mais desenvolvida. Nesse sentido, sempre que os dados disponíveis o permitiram, é reportada informação, explicitamente referenciada, sobre as outras atividades da empresa. PAG 3 CIMPOR RELATÓRIO de sustentabilidade 2011 o desafio da SUSTENTABILIDADE CIMPOR Relatório & CONTAS 2011 MENSAGEM AOS ACCIONISTAS DO PRESIDENTE DA COMISSÃO EXECUTIVA MENSAGEM DO CEO MENSAGEM AOS ACCIONISTAS DO PRESIDENTE DA COMISSÃO EXECUTIVA Francisco de Lacerda Francisco de Lacerda Presidente da Comissão Executiva Presidente da Comissão Executiva Lorem ipsum dolor sit amet, consectetur eiusmod tempor incididunt ut labore et enim ad minim veniam, quis nostrud exe ut aliquip ex ea commodo consequat. Du reprehenderit in voluptate velit esse cillu pariatur. Excepteur sint occaecat cupida culpa qui officia deserunt mollit anim id Lorem ipsum dolor sit amet, consectetur adipisicing elit, sed do eiusmod tempor incididunt ut labore et dolore magna aliqua. Ut enim ad minim veniam, quis nostrud exercitation ullamco laboris nisi ut aliquip ex ea commodo consequat. 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Somos hoje um dos maiores players mundiais da indústria veniam, quis nostrud exercitation ullamc quasi architecto beatae vitae dicta sunt explicabo. commodo consequat. com presença em Portugal, Espanha, Cabo Verde, Brasil, Marrocos, Tunísia,Duis aute irure do voluptate velit esse • Fugit, sed quia consequuntur magni dolores eos qui Egito, Turquia, Moçambique, África do Sul, China e Índia. No total são 12 cillum dolore eu fugi sint occaecat cupidatat non proident, su ratione voluptatem sequi nesciunt. Neque porro quisquam países onde empregamos 8.250 colaboradores de 33 nacionalidades. est, qui dolorem ipsum quia dolor sit amet, consectetur. deserunt mollit anim id est laborum.Sed adipisci velit, sed quia non numquam eius modi tempora. A Cimpor longoquis dosnostrum últimos anos por iste via natus de aquisições, error sit voluptatem accusanti voluptatem. Ut tem enimcrescido ad minimaao veniam, pelo que o nosso desafio prioritário tem residido precisamente totam remna aperiam, eaque ipsa quae ab exercitationem ullam corporis suscipit laboriosam. construção, em conjunto com toda a equipa mundial, de uma cultura PAG 4 PAG 22 CIMPOR RELATÓRIO de sustentabilidade 2011 o desafio da SUSTENTABILIDADE comum, de uma identidade forte e verdadeiramente multinacional. Nesse sentido, uma estratégia sustentável de Recursos Humanos constituiu um passo estratégico incontornável, fazendo com que cada um dos nossos colaboradores, independentemente do país onde exerça a sua missão, além da justa compensação pelo seu trabalho veja assegurados os valores humanos de justiça e inclusão. O compromisso com o crescimento sustentável exprime-se igualmente no incentivo às atividades de I&D, seja internamente, seja por parcerias com universidades, com enfoque principal na compatibilidade ambiental. As reduções de CO2 constituem um dos grandes desafios do setor e, nesse sentido, uma parte importante dos investimentos tem sido conduzida para a prossecução de objetivos cada vez mais exigentes. Mobilizámos nos últimos cinco anos mais de 235 milhões de euros em sustentabilidade; e só em 2011, alocámos 16% do total de investimento da Cimpor para esse fim. Orgulhamo-nos do caminho trilhado até agora, mas temos a convicção plena de que iremos fazer ainda melhor: afinal, a sustentabilidade não é um fim em si mesmo, é antes um modo de estar. Mas nada disto faria sentido se não nos dirigíssemos à sociedade, se não partilhássemos com ela o nosso esforço e as nossas convicções. É por isso que dedicamos atenção a cada comunidade, a cada preocupação individual. E, se nos orgulhamos do trabalho feito nas grandes questões como a compatibilidade ambiental, não esquecemos os motivos de profunda satisfação que nos surgem um pouco por todo o mundo quando apoiamos programas de formação numa comunidade, quando ajudamos a melhorar uma escola ou quando promovemos campanhas de vacinação. A sustentabilidade torna-se uma palavra vã quando se resume a um mero instrumento de imagem e quando não é uma prática continuada. No nosso caso, sabemos hoje o quão importante ela tem sido em toda a nossa estratégia de crescimento mundial e renovamos o compromisso de a levar sempre mais longe como receita fundamental para o sucesso de uma empresa que tem apostado na solidez financeira e numa estrutura de ativos que lhe dá força e razão de ser. As empresas e todas as suas equipas vivem hoje aquele que é, seguramente, o período mais desafiante da História Contemporânea, uma era em que a pressão do curto-prazo se revela avassaladora. Acreditamos, apesar disso, que esta conjuntura económica e financeira extraordinariamente agressiva que atravessamos tem o poder de relevar a sustentabilidade como um modelo de longo-prazo. E nesse sentido, condição fundamental para o sucesso. Francisco de Lacerda PAG 5 A CIMPOR NO MUNDO Portugal Marrocos China Capacidade de Produção Capacidade de Produção Capacidade de Produção Fábricas Cimento Fábricas Cimento Fábricas Cimento 7,0 3 Colaboradores 1392 Capacidade de produção de cimento 36,5 Mt/ano Colaboradores 206 3 Colaboradores 971 Cabo Verde Índia Capacidade de Produção 3,2 Sem capacidade de produção com clínquer próprio Terminal Portuário Capacidade de Produção 4 Colaboradores Fábricas Cimento Colaboradores 1 1,2 Fábricas Cimento 1 Colaboradores 967 118 Tunísia Brasil Egito Capacidade de Produção Capacidade de Produção Capacidade de Produção Fábricas Cimento Fábricas Cimento Fábricas Cimento 1 Colaboradores A principal atividade da Cimpor é a produção e comercialização de cimento. As suas 26 fábricas e 17 moagens de cimento têm atualmente uma capacidade instalada de produção de 36,5 milhões de toneladas de cimento com clínquer próprio por ano. O grupo Cimpor produz e comercializa também betões, agregados e argamassas, numa ótica de integração vertical dos negócios. 1 6,0 Espanha 1,8 Com sede em Portugal, a Cimpor está entre os dez maiores grupos cimenteiros a operar no mercado mundial. Portugal, Espanha, Cabo Verde, Brasil, Marrocos, Tunísia, Egito, Turquia, Moçambique, África do Sul, China e Índia são os 12 países em que a Cimpor tem atividade e onde emprega cerca de 8.250 colaboradores de 33 nacionalidades. 1,3 222 6,6 6 Colaboradores 1511 481 4,0 1 Colaboradores 503 Turquia África do Sul Moçambique Capacidade de Produção Capacidade de Produção Capacidade de Produção Fábricas Cimento Fábricas Cimento Fábricas Cimento 3,0 4 Colaboradores 817 1,6 1 Colaboradores 483 0,9 1 Colaboradores 584 CIMPOR RELATÓRIO de sustentabilidade 2011 o desafio da SUSTENTABILIDADE ÍNDICE ÂMBITO DO RELATÓRIO 3 I.A SUSTENTABILIDADE, O NOSSO DESAFIO 10 MENSAGEM DO CEO 4 Distinções recebidas pela Cimpor em 2011 12 A CIMPOR NO MUNDO 6 1.1 14 Criação de Valor e Sustentabilidade 1.2 Princípios de Conduta e Governo Societário 15 1.3 Organização para a Sustentabilidade na Cimpor 16 1.4 Parcerias para a sustentabilidade 17 1.5 Investimento na Sustentabilidade 18 1.6 Investigação & Desenvolvimento: atividade prioritária 20 1.7 Sustentabilidade da Cimpor: uma escala mundial 23 1.8 Progresso, Objetivos e Próximos Passos 26 II. UMA CONDUTA SOCIALMENTE RESPONSÁVEL 30 Partilhar e desenvolver 32 2.1 Criando uma relação de confiança com os Stakeholders34 2.2 Partilhando o Valor criado com a Sociedade PAG 8 36 CIMPOR RELATÓRIO de sustentabilidade 2011 o desafio da SUSTENTABILIDADE III. OS COLABORADORES, CADA UM CONTA 38 V. PERFORMANCE SUSTENTABILIDADE Cimpor 96 Harmonia e bem-estar 40 DESEMPENHO ECONÓMICO 98 3.1 Um Perfil Multicultural 42 CERTIFICAÇÃO AUDITOR 108 3.2 Potenciando o Talento, Valorizando o Indivíduo 46 DECLARAÇÃO DA GLOBAL REPORTING INITIATIVE 110 3.3 Promover a Saúde e a Segurança das Pessoas 53 MAPA ENTRADAS / SAÍDAS EM 2011 - CIMENTO 112 MAPA ENTRADAS / SAÍDAS EM 2011 - BETÃO 113 Processo de Produção de Cimento 114 Processo de Produção de BETÃO 116 GLOSSÁRIO 118 IV. CRIAR VALOR, PRESERVANDO O AMBIENTE 60 Um objetivo, muitas ações 62 4.1 Proteção Climática e Energia 64 4.2 A Ecoeficiência na Utilização de Recursos 73 4.3 Aposta na Melhoria da Qualidade do Ar 79 4.4 A Gestão da Água como um Recurso Valioso 85 4.5 Preservando os Ecossistemas e a Biodiversidade 89 4.6 Garantindo a Excelência na Gestão 93 PAG 9 CIMPOR RELATÓRIO de sustentabilidade 2011 A SUSTENTABILIDADE, O NOSSO DESAFIO PAG 10 CIMPOR RELATÓRIO de sustentabilidade 2011 A SUSTENTABILIDADE, O NOSSO DESAFIO RAPOSA VERMELHA Vulpes vulpes A raposa vermelha é um dos animais mais comuns na Europa. Em Portugal está presente em todo o país, podendo inclusive, tolerar bem a presença humana. É um predador generalista e oportunista, que consome mamíferos, aves, invertebrados, répteis, anfíbios e frutos. 01 A SUSTENTABILIDADE, O NOSSO DESAFIO PAG 11 CIMPOR RELATÓRIO de sustentabilidade 2011 A SUSTENTABILIDADE, O NOSSO DESAFIO Distinções recebidas pela Cimpor em 2011 A política de sustentabilidade da Cimpor acompanha a sua dimensão internacional. Um pouco Um pouco por todo por todo o mundo, o mundo, as distinções as distinções atribuídas atribuídas são um reconhecimento são um reconhecimento do esforço continuado do esforço continuado da empresada nesse sentido. nesse sentido. empresa PAG 12 Moçambique Portugal Prémio Melhor Marca 2011 no setor da Indústria no âmbito do Mecenato atribuído pela Associação Portuguesa estudo Melhores Marcas de Moçambique 2011 realizado de Museologia como reconhecimento pelo empenho napelas empresas DDB Intercampus / GfK que distingue recuperação doepatrimónio monumental portuguêsase,Marcas em em funçãopelo de critérios como singularidade, particular, contributo para o restauro daqualidade, Charola do superioridade, identificação, empatia, confiança, sentir falta, Convento de Cristo em Tomar, monumento classificado como recomendação, lealdade, intenção de uso e valorização. Património Mundial pela UNESCO. A Cimpor obteve ainda o 1.º lugar no Ranking setorial e 4.ª Brasil posição no Ranking global no âmbito da participação da empresa no Índice de Sustentabilidade Empresarial 2010 A Cimpor ficou em 2.ºde lugar, pelo terceiro ano (ISE 2010)Brasil do Observatório Sustentabilidade Empresarial consecutivo, no Ranking de Conceito Imagem da de Indústria do BCSD Portugal, que contou com a eparticipação 51 -empresas. segmento Cimento, no prémio organizado pela revista Revenda & Construção. A empresa esteve igualmente em destaque naecategoria de Construção O Relatório Contas da(Comércio) Cimpor foiMaterial distinguido com uma –Menção Cimento, entre os de bens, produtos e Honrosa nosfornecedores Investor Relations & Governance serviços das promovidos empresas filiadas nas Associações Comerciais Awards 2011 pela Deloitte e pelo Diário e Empresariais do prémios estado da Bahia dosas setores Comércio, Económico. Estes distinguem melhores práticas Serviços e Agronegócios. Ainda no Brasil, relevo para de Relações com Investidores em 2010, evidenciando o as2.º lugar na ecategoria Grandes Clientes no Ranking Revista pessoas empresas que mais contribuíram parada a qualidade Anamaco, que premeia melhores da construção todo da informação financeiraosnos seus diversos aspetosem e para o país e avalia do a presença marcas nas regiões. a dignificação mercadodas português por diversas via do melhor esclarecimento dos seus agentes e da afirmação de valores de rigor, transparência e profissionalismo na relação com a comunidade financeira. Moçambique Melhor Marca 2011 no setor Indústria Espanha Turquia 2º lugar nos Prémios de Excelência 2011 do Círculo de Empresários e Gestores Espanhóis e Portugueses (CEGEP), Prémio atribuído em 2011 àasunidade de espanholas Yozgat pelade União que pretende reconhecer empresas capital de Trabalhadores docontribuíram Setor Cimenteiro desempenho português que mais para pelo a geração de riqueza exemplar de segurança em 2009. e empregoem emtermos Espanha. CIMPOR RELATÓRIO de sustentabilidade 2011 A SUSTENTABILIDADE, O NOSSO DESAFIO África Brasil do Sul Portugal Turquia Prémio deBrasil saúdeficou ocupacional e segurança atribuído A Cimpor em 2.º lugar, pelo terceiro ano pela SARMA aos Centros de produção de betão pronto consecutivo, no Ranking de Conceito e Imagem da Indústria de Margate, Tongaat e Umlaas Road “Platinum status - segmento Cimento, no prémio organizado pela revista (95% +)”;¢ros de produção de betão de Park Revenda Construção. A empresa estevepronto igualmente em Rynie, Strekspruit e Phoenix “Gold Material status (85% +). Na área destaque na categoria (Comércio) de Construção Agregados, asos unidades de Margate e Sterkspruit –deCimento, entre fornecedores de bens, produtos e(ZA), receberam ainda cinco «Shield Award» zero incidentes em serviços das empresas filiadas nas Associações Comerciais todas as instalações. e Empresariais do estado da Bahia dos setores Comércio, Prémio Mecenato atribuído pela Associação Portuguesa atribuído em 2011 à unidade de Yozgat pela União de Museologia como reconhecimento pelo empenho na Trabalhadores do Setor Cimenteiro pelo desempenho recuperação do património monumental português e, em exemplar em termos de segurança em 2009. particular, pelo contributo para o restauro da Charola do Convento de Cristo em Tomar, monumento classificado como Património Mundial pela UNESCO. África do Sul Serviços e Agronegócios. Ainda no Brasil, relevo para o 2.º lugar na categoria Grandes Clientes no Ranking da Revista Espanha Anamaco, que premeia os melhores da construção em todo o país e avalia a presença das marcas nas diversas regiões. Segundo lugar nos Prémios de Excelência 2011 do Círculo de Empresários e Gestores Espanhóis e Portugueses (CEGEP), que pretende reconhecer as empresas espanholas de capital Moçambique português que mais contribuíram para a geração de riqueza e emprego em Marca Espanha. Prémio Melhor 2011 no setor da Indústria no âmbito do A Cimpor ainda o 1.º lugar no ranking setorialpela e 4.ª Prémio deobteve saúde ocupacional e segurança atribuído posição no ranking no âmbito da participação SARMA aos Centrosglobal de produção de betão pronto deda empresa Índiceede Sustentabilidade Empresarial 2010 Margate, no Tongaat Umlaas Road “Platinum status (95% (ISE 2010) do Observatório de Sustentabilidade Empresarial +)”; centros de produção de betão pronto de Park Rynie, do BCSD Portugal, que“Gold contou com(85% a participação Strekspruit e Phoenix status +). Na áreade de51 empresas. Agregados, as unidades de Margate e Sterkspruit (ZA), O Relatório e Contas da Cimpor foi distinguido com uma Menção Honrosa nos Investor Relations & Governance Awards 2011 promovidos pela Deloitte e pelo Diário Económico. Estes prémios distinguem as melhores práticas de Relações com Investidores em 2010, evidenciando as pessoas e empresas que mais contribuíram para a qualidade da informação financeira nos seus diversos aspetos e para a dignificação do mercado português por via do melhor esclarecimento dos seus agentes e da afirmação de valores de rigor, transparência e profissionalismo na relação com a comunidade financeira. receberam ainda cinco «Shield Award» - zero incidentes em todas as instalações. estudo Melhores Marcas de Moçambique 2011 realizado pelas empresas DDB e Intercampus / GfK que distingue as Marcas em função de critérios como singularidade, qualidade, superioridade, identificação, empatia, confiança, sentir falta, recomendação, lealdade, intenção de uso e valorização. PAG 13 CIMPOR RELATÓRIO de sustentabilidade 2011 A SUSTENTABILIDADE, O NOSSO DESAFIO 1.1 Criação de Valor e Sustentabilidade Num mundo cada vez mais sensibilizado para a forma como é gerada a riqueza, torna-se inevitável a integração na conduta empresarial de aspetos socioeconómicos e ambientais que respeitem a necessidade de preservação do nosso legado para as gerações futuras. No caso da Cimpor, esse é um desafio que ganha dimensão global. O Grupo considera mesmo que a sua capacidade para operar com sucesso em diferentes países e culturas depende da construção de uma sólida reputação em termos de ética e responsabilidade na prática empresarial, do investimento nas pessoas, da oferta de um produto sustentável, da criação de valor junto das nossas comunidades e, de um modo geral, da transparência na gestão. dos limites que esse tipo de práticas acaba por colocar a todos nós. Esta mudança de paradigma exige a capacidade de criar um modelo de negócio que, sem deixar de gerar valor económico, proporcione uma sustentabilidade de longo prazo que concilie o bem-estar das gerações atuais com as condições de vida no futuro. Na Cimpor existe por parte da equipa de gestão o reconhecimento da necessidade de avançar rumo a um desenvolvimento sustentável, a perceção da importância da internalização de novos valores, tais como sustentabilidade, visão de longo prazo, diversidade e transparência, a convicção da necessidade de considerar o diálogo com as partes interessadas como variável de decisão e o entendimento sobre a existência de uma relação inequívoca entre desenvolvimento sustentável e criação de valor. Com uma consciência plena da importância do capital humano da organização, o nosso empenho vai, também, no sentido de satisfazer as aspirações dos nossos colaboradores, criando as condições necessárias ao seu desenvolvimento pessoal e profissional. A ideia de um crescimento económico ilimitado ao qual tudo pode ser sacrificado foi desde há muito substituída por uma clara consciência PAG 14 Sendo a nossa indústria intensiva no uso de recursos naturais, a pedra de toque de uma estratégia para a sustentabilidade reside na capacidade de “fazer mais com menos”. Neste sentido, as nossas preocupações na vertente operacional devem ser orientadas para a promoção da ecoeficiência. A envolvente do nosso negócio e a necessidade de uma estreita e ativa cooperação com as comunidades nos locais onde operamos constituem outro pilar da nossa atenção. Procuramos potenciar as competências dessas comunidades, contribuindo para o seu desenvolvimento a longo prazo, para a evolução económica sustentável da região e para a própria perenidade do nosso negócio. CIMPOR RELATÓRIO de sustentabilidade 2011 A SUSTENTABILIDADE, O NOSSO DESAFIO 1.2 Princípios de Conduta e Governo Societário Na Cimpor, consideramos que a transparência e a credibilidade estão intimamente ligadas à existência de um bom governo societário. Neste sentido, observamos as melhores práticas em matéria de Governo da Sociedade, nomeadamente no que diz respeito aos Regulamentos e Recomendações da CMVM, como se apresenta, em detalhe, no Relatório e Contas 2011. Como parte desta nossa política, foram publicados, em 2006, o Código de Ética Corporativo e o Regulamento sobre Comunicação de Irregularidades, o qual sofreu uma atualização em 2011. Ambos integram um conjunto mais alargado de documentos que disciplinam muitas destas matérias e definem regras de conduta, quer internamente, quer no relacionamento com o exterior, constituindo uma importante referência para todos os colaboradores da Cimpor. Sem prejuízo da diversidade cultural que pretendemos promover e salvaguardar no seio da Cimpor, é fundamental, também, o estabelecimento de alguns princípios de entendimento comuns. Encetámos, por isso, já há alguns anos, um percurso no sentido da implementação formal de programas internos destinados a promover os valores e princípios éticos que regem a nossa cultura, a política de sustentabilidade, os nossos códigos morais de comportamento e o respeito pelos direitos humanos, entre outros. Fazemo-lo através de ações diárias de comunicação e de informação em cascata, no âmbito da atividade, através da linha hierárquica, bem como por intermédio de canais internos e externos específicos. A Cimpor dispõe de um conjunto de canais regulares de comunicação para abordar com os colaboradores estes e outros temas de relevância para a empresa, entre os quais figuram as reuniões de Quadros do Grupo e das Áreas de Negócio, a intranet Cimpornet, a newsletter Cimpor News e a revista Cimpor World, o Boletim Bibliográfico e Técnico, o programa de formação técnica de Quadros, os grupos de trabalho internos, programas de visitas técnicas sistemáticas às Unidades Operacionais, auditorias internas e externas. O Gabinete de Auditoria Interna (GAI), órgão corporativo da Cimpor, assiste à Organização na consecução dos seus objetivos através de uma avaliação sistemática da eficácia na gestão do risco, do controlo e dos processos de governo societário, onde se incluem também a integridade e os valores éticos. Dados publicados no Relatório & Contas (informação financeira) e no Relatório de Sustentabilidade (e.g., SOS, CO2, combustíveis e matérias-primas, emissões, certificações dos sistemas de gestão, custos industriais) e reportados anualmente pelas Áreas de Negócio são também verificados, direta ou indiretamente, por entidades externas independentes. A Empresa conta ainda com um programa anual de visitas técnicas efetuadas por um corpo técnico de engenheiros da Cimpor Tec e de controladores da Direção de Planeamento, no sentido de verificar a qualidade dos dados reportados, a implementação interna das medidas preconizadas e o cumprimento dos objetivos estabelecidos. PAG 15 CIMPOR RELATÓRIO de sustentabilidade 2011 A SUSTENTABILIDADE, O NOSSO DESAFIO 1.3 Organização para a Sustentabilidade na Cimpor De forma a garantir a implementação e o acompanhamento interno das iniciativas no âmbito do desenvolvimento sustentável e dos compromissos externos assumidos neste domínio foi criado o Comité de Pilotagem Desenvolvimento Sustentável/Comité Intragrupo de Acompanhamento (CPDS/CIA). Este comité, liderado por um membro da Comissão Executiva com o suporte da Direção de Sustentabilidade do Grupo Cimpor, é uma plataforma que analisa, acompanha e dá prioridade à sustentabilidade do ponto de vista funcional, ajudando a garantir que a política de sustentabilidade se encontra alinhada com os objetivos estratégicos da Cimpor. Este comité formaliza os objetivos relacionados com o Desenvolvimento Sustentável aprovados pela Comissão Executiva no processo de decisão das várias Áreas de Negócio, assegura a normalização das atividades de reporte no domínio da sustentabilidade ao nível das filiais da Cimpor e contribui para a definição e implementação de uma política de comunicação interna e externa efetiva e coerente neste domínio. Além PAG 16 disso, promove a interação entre diferentes Áreas de Negócio e direções funcionais corporativas sobre o tema da sustentabilidade, garantindo, além disso, o acompanhamento dos compromissos individuais assumidos internamente assim como de todas as metas assumidas no âmbito da nossa participação na Cement Sustainability Initiative (CSI) e no World Business Council for Sustainable Development (WBCSD - Conselho Mundial de Empresas para o Desenvolvimento Sustentável). A Direção de Sustentabilidade do Grupo Cimpor desenvolve e implementa, na Atividade Cimento, a Agenda de Desenvolvimento Sustentável, partilhando com as Áreas de Negócio/Unidades Operacionais as melhores práticas de sustentabilidade, desafiando-as adotar e a melhorar o respetivo desempenho neste domínio. Esta Direção desenvolve e apoia a implementação no seio da Cimpor de diretrizes, instruções e indicadores-chave de desempenho que ajudam a unificar a abordagem a cada um dos grandes tópicos da nossa Agenda de Desenvolvimento Sustentável e a tornar o processo de reporte cada vez mais fiável. CIMPOR RELATÓRIO de sustentabilidade 2011 A SUSTENTABILIDADE, O NOSSO DESAFIO 1.4 Parcerias para a sustentabilidade A CSI, por seu lado, tem vindo a mobilizar um conjunto importante de stakeholders desta indústria e a ganhar uma reputação crescente, sendo, seguramente, um dos maiores programas de sustentabilidade alguma vez levado a cabo voluntariamente por um setor industrial. A adesão da Cimpor, em 1997, ao WBCSD – organização com mais de 200 membros a nível mundial partilhando um idêntico compromisso relativamente aos princípios do desenvolvimento sustentável, representa um dos marcos importantes da nossa história recente, fazendo parte da política de parcerias em que pretendemos envolver-nos cada vez mais. Em 2001, por iniciativa da Cimpor e de 35 outras empresas portuguesas ou a operar em Portugal, foi fundado o BCSD Portugal - Conselho Empresarial para o Desenvolvimento Sustentável, o qual passou a integrar desde essa data a vasta rede regional do WBCSD. Além de visar a criação de uma visão e valores de sustentabilidade no seio das empresas e respetivas estruturas organizacionais, esta iniciativa procura, também, estabelecer um diálogo regular com os principais stakeholders do setor. Iniciado em 1999, este projeto pioneiro constituiu, numa fase inicial, um contributo de dez das principais cimenteiras mundiais, sob a égide do WBCSD, para a aplicação do referido conceito ao setor cimenteiro e contou com a presença da Cimpor desde o primeiro instante. A informação relativa aos projetos em curso encontra-se disponível e devidamente desenvolvida no site da CSI www.wbcsdcement.org. PAG 17 CIMPOR RELATÓRIO de sustentabilidade 2011 A SUSTENTABILIDADE, O NOSSO DESAFIO 1.5 Investimento na Sustentabilidade PAG 18 Empenhados na criação de valor para a globalidade dos stakeholders, consideramos primordial o contributo permanente para o desenvolvimento das comunidades onde operamos, bem como para o bem-estar dos colaboradores. Orientamos a nossa política de Investimentos em Sustentabilidade para dar cobertura a diversas áreas de atuação que consideramos essenciais: • Filantropia e mecenato, através de ação social junto das populações, da assistência às comunidades em situações de crise (ex., catástrofes naturais) e do apoio a iniciativas de caráter cultural; • Promoção da saúde e do desporto junto das comunidades envolventes e dos colaboradores. • Educação e formação, através da melhoria dos equipamentos e recursos à disposição da comunidade escolar, bem como do apoio ao ensino em matérias científicas e linguísticas e na firme aposta na formação dos jovens; • Desenvolvimento das comunidades, através da promoção da qualificação, do emprego e do empreendedorismo, bem como do apoio a pequenas e médias empresas locais; Na seleção dos projetos, a Cimpor é criteriosa e tem em consideração a necessidade de criação de valor para a comunidade. Neste sentido, no processo de seleção e decisão a empresa valoriza, entre outros aspetos, as prioridades locais, regionais e nacionais, a possibilidade de parcerias sólidas e duradouras com grupos de stakeholders, a sustentabilidade económica dos projetos e a possibilidade de afetação de verbas que garantam um benefício efetivo para as comunidades. • Ambiente, através de intervenções de modernização, melhoria de eficiência, monitorização e reabilitação que contribuam para a proteção e/ou melhoria da qualidade do ambiente; • Saúde ocupacional e segurança, designadamente, através de intervenções materiais nas fábricas, da comunicação e da formação; Os investimentos em sustentabilidade têm como objetivo a continuidade do negócio como é o caso das intervenções em terrenos e pedreiras, nos domínios ambiental, responsabilidade social, segurança e na modernização destinadas a aumentar os níveis de eficiência das unidades operacionais, assegurando a continuação da atividade. CIMPOR RELATÓRIO de sustentabilidade 2011 A SUSTENTABILIDADE, O NOSSO DESAFIO Investimentos de Sustentabilidade por Atividade Investimentos em Sustentabilidade na Atividade Cimento 55,8 36,7 39,1 2011 34,1 2006 18,4 A 35,3 D Outras Atividades: 4,5% 2005 B C Agregados: 22,1% BBetão: 3,9% 2010 45,5 C A Cimento: 69,5% 58,4 (milhões EUR) D D BSustentabilidade: 15,8% B C Aquisições: 15,5% A Crescimento Orgânico: 55,2% D Investimentos Correntes: 13,5% C 2009 2008 2007 2004 Distribuição do Investimento na Atividade Cimento Os investimentos em sustentabilidade da Atividade Cimento, o core business da empresa, representam cerca de 70% do total dos investimentos em sustentabilidade. Se tivermos em conta o valor de cerca de 248 milhões de euros, correspondente ao total dos investimentos da Cimpor em 2011, os investimentos na Atividade Cimento dedicados à vertente de sustentabilidade representaram aproximadamente 16% desse valor e cerca de 16%, também, do total de investimentos da própria Atividade Cimento. Nos últimos 5 anos foram investidos, só na Atividade Cimento, mais de 235 milhões de euros em sustentabilidade. PAG 19 A CIMPOR RELATÓRIO de sustentabilidade 2011 A SUSTENTABILIDADE, O NOSSO DESAFIO 1.6 Investigação & Desenvolvimento: atividade prioritária Paralelamente a diversos programas de melhoria contínua e incremental dos processos e produtos a nível industrial, a Cimpor desenvolve atividade de Investigação e Desenvolvimento (I&D), quer internamente, quer através do estabelecimento de parcerias com universidades e centros de investigação de prestígio. Liderados pela Cimpor Tec, responsável pela inovação e desenvolvimento técnico a nível corporativo, os projetos de I&D em curso representam um investimento acumulado ao longo dos últimos cinco anos superior a 7 milhões de euros. Por se tratar de uma aposta de longo prazo, o tema das alterações climáticas contextualiza muitos dos nossos atuais projetos de I&D e uma das áreas de investigação está obviamente centrada na redução das emissões de CO2 associadas ao processo de fabrico do cimento, que constitui provavelmente o maior desafio do setor nos próximos anos. De entre as várias linhas de investigação destacamos, em particular: Clínquer Belítico: trata-se de estudar exaustivamente, retomando estudos antigos neste domínio, soluções viáveis no plano técnico e económico que, não prejudicando a qualidade do produto final em termos de resistência e durabilidade, permitam a produção de um tipo de clínquer rico em C2S, o chamado clínquer belítico, ao qual se encontre associada uma pegada inferior de CO2. Geopolímeros: linha de investigação, iniciada por nós em 2003, que tem a ver com a análise dos processos de ativação alcalina de aluminosilicatos (os chamados geopolímeros, membros da família de polímeros PAG 20 CIMPOR RELATÓRIO de sustentabilidade 2011 A SUSTENTABILIDADE, O NOSSO DESAFIO inorgânicos como a caolinite, a pozolana, entre outros) através da combinação de hidróxidos de sódio ou potássio (NaOH, KOH) e silicatos de sódio ou potássio, por exemplo. Nanotecnologia do C-S-H: Trata-se de uma área de investigação iniciada pela Cimpor em 2007. Orienta-se para aspetos de rotura tecnológica e visa “descodificar” a estrutura atómica do C-S-H (silicato de cálcio hidratado), o “bloco” principal da estrutura do cimento. Pretende-se, compreender melhor os fundamentos científicos e os mecanismos que à escala “nano” determinam o comportamento da estrutura C-S-H e as respetivas propriedades físico-químicas. Tirando proveito da “descodificação” da estrutura básica do C-S-H e de um modelo molecular consistente para o C-S-H, desenvolvido pelo MIT no âmbito deste projeto, a investigação foi numa fase subsequente mais orientada para a manipulação da composição química e da estrutura molecular do cimento para produzir um ligante hidráulico menos intensivo em energia e conseguir, dessa forma, reduzir as emissões associadas de CO2, sem, com isso, prejudicar as características mecânicas, os aspetos de durabilidade, a disponibilidade e utilização generalizada a um baixo custo que o cimento, tal como o conhecemos hoje, apresenta. Produção de pozolanas artificiais: a produção e incorporação de pozolanas artificiais no fabrico de cimentos compostos constituem um tema que, após a conclusão dos primeiros ensaios para a produção de pozolanas artificiais (argilas calcinadas) e a montagem, em 2002, em duas das nossas unidades operacionais, no Brasil, de instalações específicas para o efeito, foi objeto na Cimpor de algumas aplicações a nível comercial. No âmbito deste mesmo projeto e ao abrigo do contrato com o MIT foi registada em 2011 uma patente provisória que poderá passar a definitiva, caso o desenvolvimento da investigação ao longo do corrente ano lhe venha a dar suporte. Ainda dentro desta linha de investigação, em 2011 foi assinado com o Instituto Superior Técnico de Lisboa um contrato de parceria para investigar o fabrico experimental de materiais já simulados em computador e aprofundar, por via experimental e computacional, o mecanismo de hidratação do clínquer. PAG 21 CIMPOR RELATÓRIO de sustentabilidade 2011 A SUSTENTABILIDADE, O NOSSO DESAFIO PAG 22 O nível de investimento em I&D relativo à contratação de projetos, despesas de capital e despesas com pessoal afeto à atividade passou a ter uma maior expressão ao longo dos últimos 5 anos. A sua evolução anual é dada pelo gráfico seguinte: Investimentos em I&D 2.691 (milhares EUR) 753 802 2010 2011 1.033 2009 2008 Outros: aspetos como a valorização de resíduos como matéria-prima para a produção de clínquer, cimento e betão e a recarbonatação do betão, têm sido objeto regular de investigação. A reciclagem dos resíduos de construção e demolição, por via da utilização como inertes na produção de betão e como matéria-prima para a produção de clínquer, tem sido objeto de diversas experiências. 1.758 Combustíveis e Matérias-Primas Alternativas: um dos projetos a assinalar neste domínio é o que se designa por “Eco combustível”, cujo objetivo é a produção a partir de resíduos sólidos urbanos de um novo tipo de combustível alternativo de composição homogénea através do recurso a tecnologias de inteligência artificial. Além disso, têm vindo a ser testados para os nossos clientes diversos produtos para as mais variadas soluções técnicas destinadas a edifícios, estradas e aproveitamentos hidroelétricos. 2007 Captação e Sequestração do Carbono (CCS): a Cimpor prossegue a avaliação, nas suas várias vertentes, de algumas tecnologias ainda em fase de desenvolvimento, como é o caso a Captação e Sequestração de Carbono, embora, até à data, muitas destas tecnologias não se encontrem ainda disponíveis comercialmente nem exista uma ideia clara sobre o completo potencial das mesmas a uma escala industrial. Para aprofundar o conhecimento neste domínio, a Cimpor tem acompanhado, através de grupos de trabalho, estudos e projetos internacionais neste domínio tendo, em 2009, aderido a uma parceria de I&D de grande dimensão, liderada pela European Cement Research Academy (ECRA), que visa, no longo prazo, a construção de uma instalação de demonstração deste tipo de tecnologia (post combustion e oxyfuel) na indústria cimenteira. A terceira das cinco fases deste projeto ficou concluída, em 2011, com alguns resultados promissores e está neste momento a ser preparado o arranque da quarta fase do mesmo. CIMPOR RELATÓRIO de sustentabilidade 2011 A SUSTENTABILIDADE, O NOSSO DESAFIO 1.7 Sustentabilidade da Cimpor: uma escala mundial Entre 1990 e 2011 a Cimpor evoluiu de uma empresa com 6 unidades operacionais (UO) localizadas em Portugal, para se tornar num grupo internacional com 43 UO (26 fábricas de cimento e 17 unidades de moagem) na Atividade Cimento e, também, operações em mais 12 Áreas de Negócio (AN): Portugal, Espanha, Marrocos, Tunísia, Egito, Turquia, África do Sul, Moçambique, Cabo Verde, Brasil, China e Índia. O termo unidade operacional (UO), utilizado neste relatório, refere-se, invariavelmente, a fábricas de cimento completas ou a unidades de moagem. Sempre que se alude a outro tipo de unidade (e.g., serviços centrais, entreposto comercial, serviços de trading, entre outros) utiliza-se o termo unidade orgânica (UOr). No caso das Atividades Betão e Agregados falamos, habitualmente, em centros de produção. Todos os indicadores do atual relatório respeitam 41 UO, isto é, apenas aquelas em operação durante 2011. Assim sendo, considerámos 27 fábricas de cimento (Egito, com AMCC e ACCC) e 14 moagens. As moagens de Sines, Narón e Huelva não operaram em 2011. No caso dos indicadores de SOS, para além da Atividade Cimento, são incluídas, também as Atividades Betão, Agregados e serviços centrais partilhados. A Atividade Betão e Agregados teve, este ano, um tratamento mais pormenorizado no que diz respeito ao reporte de diversos indicadores operacionais e ambientais. Foi neste contexto verdadeiramente global que a Cimpor continuou, em 2011, a perseguir um conjunto de objetivos em torno de áreas-chave para a sustentabilidade, implementando internamente, para o efeito, um conjunto de ações detalhado ao longo do presente Relatório. De acordo com os compromissos por nós assumidos, e no sentido de garantir a transparência, coerência e fiabilidade nos dados comunicados, foi efetuada por entidade externa acreditada a verificação dos valores obtidos em 2010 e 2011 para um conjunto de indicadores de desempenho. Neste contexto, alguns dos dados foram ajustados o que justifica algumas ligeiras diferenças entre os valores reportados no Relatório de Sustentabilidade de 2010 e os publicados no presente relatório. A tabela seguinte sintetiza a evolução dos indicadores-chave de desempenho utilizados no âmbito da CSI para monitorizar o progresso e os objetivos estabelecidos pela Cimpor. PAG 23 CIMPOR RELATÓRIO de sustentabilidade 2011 A SUSTENTABILIDADE, O NOSSO DESAFIO Indicadores Chave de Performance (Atividade Cimento) Alterações Climáticas & Energia UO utilizando o WBCSD/WRI Cement CO2 Protocol (%) 2010 2011 Situação Evolução & Objetivos 100% 100% Emissões absolutas globais (brutas / líquidas) de CO2 (milhões de toneladas de CO2) 18,9 17,9/17,6 Emissões específicas globais (brutas / líquidas) de CO2 (kg CO2 / tonelada de clínquer) 875 880/8681 Emissões específicas (brutas / líquidas) globais de CO2 (kg CO2 / tonelada de 678 687/6781 1 100% - n.a. n.a. Objetivo antigo (em 2005): 15% de redução até 2015 (ano de referência 1990) correspondendo a ~610 Kg CO2/t produto produto cimentício) cimentício. Foi defenido sem as UO da Turquia, Índia e China e continua em vigor para o perímetro inicial. Novo objetivo (em 2011): emissões líquidas de 640 kg CO2/t de produto cimentício. Acrescenta as UO da Turquia, Índia e China. Eficiência energética dos fornos de clínquer (MJ/t de clínquer) Combustíveis e matérias-primas alternativas Matérias-primas alternativas (clínquer e cimento) (%) Taxa de incorporação de clínquer no cimento (%) Taxa total de utilização de combustíveis alternativos (combustíveis alternativos 3.617 3.651 8,7% 10,1% 76,7% 78,3% 4,7% 5,1% 1,4% 1,2% n.a. 10% até 2015 (em 2005). Objetivo alcançado em 2011. n.a. 10% para 8 AN até 2015 (em 2009) este objetivo foi substituído por outro mais exigente. Novo objetivo (em 2011): 30% até 2016. fósseis e biomassa) (%) Taxa de utilização de biomassa (%) Emissões Poluentes 135 165 Emissões absolutas de partículas (t/ano) 2.812 3.353 Emissões específicas de NOx (g/t de clínquer) 1.518 1.633 31.594 33.270 189 207 Emissões absolutas de SO2 (t/ano) 3.927 4.211 % clínquer produzido em fornos com monitorização (pontual ou contínua) de 95,6% 90,6% 95,6% 96,4% Emissões específicas de partículas (g/t de clínquer) 2,5% para 8 AN até 2015 (em 2009). Este objetivo foi substituído por outro mais exigente. Novo objetivo (em 2011): 5% até 2016. 125 g/t de clínquer em 2011 (em 2010); 100 g/t de clínquer em 2015 (em 2009); - n.a. 1.750 g/t de clínquer em 2011 (em 2010); 1.700 g/t de clínquer em 2015 (em 2019); Emissões absolutas de NOx (t/ano) Emissões específicas de SO2 (g/t de clínquer) - n.a. 300 g/t de clínquer em 2011 (em 2010); 280 g/t de clínquer em 2015 (em 2009); - n.a. 100% após 2 anos das aquisições ou novas construções (em 2005); 100% em 2011. Novo objetivo (em 2011): 100% em 2012. poluentes principais e micropoluentes % clínquer produzido em fornos com monitorização contínua de poluentes principais 100% após 2 anos das aquisições ou novas construções em 2005; 100% em 2011. Novo objetivo (em 2011): 100% em 2012. PAG 24 1 Valor obtido descontando o efeito dos combustíveis alternativos CIMPOR RELATÓRIO de sustentabilidade 2011 A SUSTENTABILIDADE, O NOSSO DESAFIO Indicadores Chave de Performance (Atividade Cimento) Impactes Locais Nº de pedreiras localizadas em áreas ambientalmente sensíveis 2010 2011 Situação 16 21 (30%) Evolução & Objetivos n.a. (23%) % pedreiras ativas, com Planos de Reabilitação Ambiental (PRA) das pedreiras 77,1% 80% até 2008 / 100% até 2009 (em 2005). Não foi cumprido devido a alterações de perímetro. 85,5% 90% até 2015 (em 2009) aprovados % pedreiras com elevado valor de biodiversidade possuindo Planos de Gestão de Biodiversidade (PGB) 6 7 (43,8%) 7 (65%) com PGB até 2015. Alcançado em 2011 em nº de pedreiras, mas o nº de pedreiras com PGB em áreas sensíveis (37,5%) aumentou. Novo objetivo (em 2011): 10 (65%) com PGB até 2015 pois houve um aumento do número de pedreiras e daquelas situadas em áreas sensíveis. % UO com plano de envolvimento sistemático / regular com comunidades locais e 85,0% 85,4% 100% em 2010 (em 2005). Não atingido devido à alteração do perímetro. outras partes interessadas Novo objetivo em 2011: 100% em 2012. Saúde Ocupacional e Segurança (Atividade Cimento) Nº de acidentes mortais para colaboradores diretos Índice de mortalidade por 10.000 colaboradores diretos 0 1 0 0 1,61 0 Nº de acidentes mortais para colaboradores indiretos (contratos e subcontratos) 4 5 0 Nº de acidentes mortais para terceiros 2 2 59 47 4,70 3,70 Nº de dias de trabalho perdidos para colaboradores diretos 3.638 3.835 Índice de gravidade para colaboradores diretos, por 1.000.000 horas trabalhadas 289,8 304,5 78 78 Nº de acidentes com perda de dias de trabalho para colaboradores diretos Índice de frequência de acidentes com perda de dias de trabalho, por 1.000.000 0 - n.a. 2010: < 3,9; 2011: < 3,5; 2012: < 3,10; 2013: < 2,6 (definidos em 2010) horas trabalhadas, para colaboradores diretos Nº de acidentes com perda de dias de trabalho para colaboradores indiretos - n.a. 2010: < 192; 2011: < 153; 2012: < 123; 2013: < 98 (definidos em 2010) - n.a. LEGENDA: Novo Objetivo Em Desenvolvimento Objetivo alcançado Objetivo parcialmente alcançado Objetivo não alcançado Não há ainda compromisso associado n.a. Não aplicável / Não disponível PAG 25 CIMPOR RELATÓRIO de sustentabilidade 2011 A SUSTENTABILIDADE, O NOSSO DESAFIO 1.8 Progresso, Objetivos e Próximos Passos Tópicos-chave Progresso 2010-2011 Objetivos e próximos passos 2012-2015 • Cumprimos atualmente com a maioria das melhores práticas de Governo da Sociedade. • Membros não executivos do Conselho de Administração (CA) participam ativamente na empresa através de comissões apropriadas: Comissão de Governo e Sustentabilidade; Comissão de Nomeações e Avaliação; Comissão de Investimento. • Definimos política de remuneração do CA: Critério de total transparência; Redefinição de remunerações diferidas e indexadas à performance da companhia; Inclusão de todos os tipos de remuneração no pacote divulgado; Eliminação de pensões de reforma vitalícias. • A Comissão Executiva é inteiramente composta por membros independentes e profissionais; o CA engloba representantes dos Acionistas bem como membros qualificados independentes. • Revimos a nossa política para comunicação de irregularidades. • Abolimos o bloqueio de ações para participação na Assembleia Geral. • Renovámos o reporte anual e trimestral. • Manutenção de reputação concordante com os mais altos padrões de ética, responsabilidade e transparência através de práticas corretas de negócio, seriedade na comunicação e disciplina e cumprimento das normas, regulamentos, códigos e políticas. • Manutenção de uma política de formação contínua na aplicação de códigos de ética e das regras para comunicação de irregularidades e de auditoria interna para a deteção de não-conformidades. • Promoção de melhores práticas de responsabilidade social na cadeia de valor do nosso negócio através da inclusão sistemática, nos modelos dos contratos a assinar com os nossos fornecedores de serviços, de cláusulas especiais que tenham em conta, entre outros, aspetos de direitos humanos, trabalho infantil, segurança. • Melhoria da política de gestão do risco. • Tornar-se uma organização totalmente geográfica: normalizar organização ao nível de país. • Implementação de um novo modelo de gestão: descentralização/ alavancagem mantendo a gestão de topo altamente envolvida. • Preparação de processos corporativos globais de acordo com as melhores práticas. • Consolidámos a nossa organização corporativa para o desenvolvimento sustentável com a criação da Direção de Sustentabilidade do Grupo Cimpor e dois novos colaboradores. • Aumentámos substancialmente o número de indicadores objeto de reporte no nosso relatório de sustentabilidade corporativo em linha com as orientações GRI/G3.1. • Alargámos o nosso relatório de sustentabilidade às Atividades do Betão e dos Agregados. • Três das AN da Cimpor publicam atualmente relatórios de sustentabilidade anuais ou equivalente. • Classificação da Cimpor no Índice de Sustentabilidade Empresarial 2010 (ISE 2010) do Observatório de Sustentabilidade Empresarial do BCSD Portugal e no Ranking Global ACGE 2011 como a melhor empresa do setor, sendo 4.º e 18.ª na posição global, respetivamente. • Desenvolvimento de uma nova base de dados para gestão da informação relativa a desenvolvimento sustentável. • Reporte de acordo com orientações G3.1 da GRI (“A+” level). • Alargamento do reporte de informação das iniciativas que atualmente têm uma maior expressão na Atividade Cimento às equivalentes nas Atividades Betão & Agregados e Argamassas. • Alargamento da elaboração de relatórios de sustentabilidade a novas AN, para além de Portugal, África do Sul e Brasil. • Promoção do desenvolvimento de produtos (e.g., cimentos compostos) e serviços (e.g., coprocessamento) com benefícios positivo para a sociedade e ambiente. • Lançamento de Rede do Conhecimento Cimpor destinada à partilha das melhores práticas no pilar Desenvolvimento Sustentável. • Desenvolvimento de scorecards para avaliação/autoavaliação do desempenho nos vários domínios da sustentabilidade. • Adesão ao UN Global Compact. • Realização do trabalho de base para eventual candidatura ao SAM/Dow Jones Sustainanility Index. • Estender a verificação de indicadores de desempenho até à totalidade do Relatório de Sustentabilidade. • Aumentámos ligeiramente a percentagem de UO com planos de envolvimento efetivos dos stakeholders, mas ficámos ainda aquém do objetivo definido para 2010. • Reforço da relação de confiança com os stakeholders, a nível local, através do alargamento dos programas de envolvimento dos stakeholders a todas as UO. • Constituição de um painel de stakeholders a nível corporativo. • Avaliação da perceção da sociedade sobre a atuação da Cimpor na vertente social e ambiental, com a realização de um CSR Survey de dois em dois anos para analisar os resultados, identificar oportunidades de melhoria e determinar o plano de ação futuro. Governo da Sociedade Princípios de Conduta e Governo Societário Compromisso com o Desenvolvimento Sustentável Relação com os Stakeholders PAG 26 CIMPOR RELATÓRIO de sustentabilidade 2011 A SUSTENTABILIDADE, O NOSSO DESAFIO Tópicos-chave Progresso 2010-2011 Objetivos e próximos passos 2012-2015 • Prosseguimos a nossa estratégia de partilha de valor com a sociedade - em particular com as comunidades envolventes - através de ações no domínio da qualificação e empreendedorismo, filantropia, mecenato e cooperação com entidades educativas e científicas. • Obtivemos, em Portugal, o Prémio Mecenato atribuído pela Associação Portuguesa de Museologia (APOM), pela nossa política continuada de apoio mecenático. • Prossecução da partilha do valor criado com a sociedade através da estratégia em curso de desenvolvimento de projetos junto das comunidades. • Aferição do impacto da Cimpor na Sociedade através do desenvolvimento e aplicação de indicadores de avaliação específicos. • Continuação da política de Apoio Mecenático, estendendo-a a novas AN dentro do mesmo tipo de conceito. • Desenvolvimento de novos conceitos de projetos. Colaboradores • Consolidámos a nossa estrutura corporativa para a gestão de talentos e desenvolvimento organizacional. • Lançámos uma nova política de recursos humanos e respetivos alicerces. • Definimos e implementámos um modelo organizacional único para os países. • Melhorámos a nossa política de compensação, incorporando mecanismos que premeiam a permanência dos quadros na empresa - “Plano ODS” / Série 2011; Novo Plano 3C de aquisição de stock options. • Definimos uma nova política para os nossos expatriados. • Reforço da valorização dos nossos colaboradores através de: • Consolidação da política de Recursos Humanos definida em 2011. • Manutenção da estratégia de atração, integração e retenção de talento na organização. • Definição de uma proposta de valor consistente para todos os colaboradores do grupo • Definição de funções tipo aplicáveis a todo o grupo. • Implementação de novo sistema de avaliação de desempenho. • Desenvolvimento e implementação de um sistema de compensação com base em princípios comuns para todas as geografias. • Desenvolvimento das competências e capacidades dos recursos através da formação e criação da Academia de Liderança da Cimpor. • Continuação da gestão de carreiras e mobilidade do grupo. • Definição de planos de sucessão transversais para as várias geografias. • Fortalecimento da comunicação e do envolvimento individual de cada colaborador do grupo. Saúde • Tivemos em 2011 um ano de mudança, com a criação da nova Direção Corporativa de Segurança e Saúde e o reforço da equipa com um novo elemento. • Iniciámos um trabalho de diagnóstico do caminho percorrido e dos futuros desafios, tendo sido realizado, neste âmbito, um inquérito a mais de 500 líderes, gestores e profissionais de segurança, do qual resultou a definição da Visão para a Segurança, bem como da estratégia a seguir no curto e médio prazo e do plano de atividades para 2012. • Realizámos um concurso de fotografias aberto a todo o mundo Cimpor com o objetivo aumentar a motivação e o envolvimento dos colaboradores. • Continuámos a nível corporativo com a consolidação do processo de definição de Objetivos e Planos de Ação em todas as unidades operativas e implementação de um plano anual de auditorias corporativas, envolvendo 7 países. • Implementámos uma nova aplicação informática e procedemos à formação dos seus utilizadores. • Comemorámos o dia mundial de Segurança (28 de abril), com a exibição de um vídeo com uma mensagem do nosso CEO. • Apesar da frequência dos acidentes com baixa e dos acidentes mortais ter diminuído, permanecemos insatisfeitos com os resultados enquanto continuarem a ocorrer acidentes fatais. • Implementação da Visão de Futuro da Segurança na Cimpor: “Eliminar os acidentes mortais e graves e caminhar para os Zero Acidentes”. • Implementação da estratégia de curto e médio prazo, com 4 grandes linhas de orientação: (1) Responsabilização da Gestão de Topo e Linha Hierárquica; (2) Colaboração: Dinamização da network SOS e reforço de competência; (3) Uniformização através da definição e implementação do Sistema de Gestão de Segurança tipo; (4) Integração da Segurança nos processos existentes. • Desenvolvimento ao longo do ano de 2012, da Agenda de Segurança: “Aprender com os Acidentes | Prevenir a repetição”: Formação / Workshops para Gestão de Topo sobre temas de liderança para a Segurança; Definição de um scorecard, com indicadores proativos; Criação de um blog para discussão de temas SOS; Melhoria de processo de formação da rede dos profissionais de segurança, não só na vertente técnica, mas também de liderança pessoal e organizacional • Definição de sistema de gestão de segurança e saúde, com diretrizes corporativas; Integração da segurança no sistema de avaliação de desempenho individual; Melhoria da Integração da segurança nos cursos de formação de quadros técnicos; Definição de norma corporativa para investigação de acidentes, acompanhamento das ações corretivas e comunicação das ilações retiradas. • Para além destas atividades, irão prosseguir algumas atividades regulares iniciadas anteriormente. Responsabilidade Social Partilha de Valor com a Sociedade Ocupacional e Segurança PAG 27 CIMPOR RELATÓRIO de sustentabilidade 2011 A SUSTENTABILIDADE, O NOSSO DESAFIO Tópicos-chave Progresso 2010-2011 Objetivos e próximos passos 2012-2015 Sustentabilidade Ambiental do Produto Alterações Climáticas Utilização de Recursos Emissões Atmosféricas Gestão da Água PAG 28 • Preparámos a base de dados para receber a versão 3 do “Protocolo de CO2 do WRI/ WBCSD para a Indústria Cimenteira” em 2012. • Obtivemos, em 2011, para o perímetro de 2004 e para as emissões específicas diretas (líquidas), o valor de 634 kg CO2 / tonelada de produto cimentício o que representa uma redução de 10,1%, face a 1990 e nos mantém em linha com o objetivo de redução de 15% definido para 2015. • Arrancámos com instalações de recuperação de calor residual de gases de processo para produção de energia elétrica em três fábricas da Cimpor com capacidade total de 25MW. • Incluímos no Plano de Investimentos da Cimpor uma secção destinada a projetos de eficiência energética de edifícios industriais e comerciais. • Prossecução da política de recuperação dos gases quentes residuais de processo dos nossos fornos para a geração de energia elétrica. • Prossecução das estratégias de curto, médio e longo prazo destinadas a reduzir as nossas emissões de CO2, centradas nas principais alavancas definidas neste relatório. • Prossecução da política de investimento na eficiência energética dos nossos edifícios industriais e comerciais. • Adoção da versão 3 do “Protocolo de CO2 do WRI/WBCSD para a Indústria Cimenteira” em 2012. • Adesão ao Carbon Disclosure Project (CDP). • Aumentámos a taxa de utilização de matérias-primas alternativas, o que nos permitiu ultrapassar a meta de 10% estabelecida para 2015. • Elaborámos uma nova diretriz corporativa para a utilização de combustíveis e matériasprimas alternativas. • Aumentámos a taxa global de utilização de combustíveis (5,1%) e matérias-primas (10,2%) alternativos. • Melhorias progressivas no nosso desempenho em termos de gestão de resíduos de processo. • Criámos a ECO-Cimpor para melhorar a utilização de recursos fornecendo, simultaneamente, um serviço complementar às políticas de gestão de resíduos de cada AN. • Realização dos necessários investimentos para alcançar, até 2016, de uma taxa de utilização de matérias- -primas alternativas (clínquer e cimento) superior a 10%; e uma taxa de substituição térmica de 30%. • Uniformização, em todas as UO da Atividade Cimento, de procedimentos para utilização responsável de matériasprimas e combustíveis alternativos através da aprovação, ao nível corporativo, do documento orientador para o coprocessamento responsável e difusão junto das UO. • Procura de oportunidades atrativas para melhorar o desempenho energético, prolongar a vida útil dos nossos produtos e aumentar a reciclabilidade dos mesmos no fim de vida. • Aumento da ecoeficiência na utilização de recursos naturais. • Desenvolvimento da vertente “Construção Sustentável”. • Melhorámos o desempenho em relação às nossas emissões atmosféricas poluentes, com exceção das emissões de partículas. • Reforçámos a taxa de monitorização de emissões atmosféricas poluentes. • Efetuámos, pela primeira vez, auditoria às nossas emissões de poluentes principais e “fingerprints” de micropoluentes. • Reduzimos, nos últimos 5 anos, as nossas emissões específicas de partículas, NOx e SO2, respetivamente de 32%, 15% e 45%. • Cumprimento dos objetivos relativos aos poluentes principais, até 2015, através de implementação de um conjunto de investimentos destinados a reduzir as emissões de partículas e de NOx (e.g., filtros de mangas, instalações SNCR). • Atualização do Manual Emissions Monitoring Reporting (EMR). • Realização de workshop para formação dos Especialistas de Ambiente cada AN/UO na utilização do novo EMR. • Promoção da monitorização, reporte e determinação de “fingerprints” de micropoluentes de uma forma sistemática. • Caracterizámos parcialmente a nossa situação de referência em termos de gestão da água, através da aferição de consumos e cruzamento das zonas de stresse hídrico com a localização das nossas UO (Global Water Tool). • Assegurámos que a esmagadora maioria das nossas fábricas dispõe de sistemas ou circuitos fechados para recirculação da água industrial permitindo a sua quase total reutilização. • Minimização do uso da água nas nossas operações e adoção de uma atitude didática sobre o tema para com aqueles que connosco se relacionam. • Alargamento do esforço de gestão eficiente da água a toda a cadeia de valor e desempenho de um papel ativo junto da envolvente local através da extensão dos nossos programas de conservação às comunidades locais, governos e organizações não-governamentais, fornecedores e clientes. • Incorporação plena das orientações da Cement Sustainable Initiative e da Global Water Tool nas diretrizes Cimpor para caracterização completa da nossa situação de referência na gestão da água. • Adoção de ferramenta de Análise de Risco para o uso de água. CIMPOR RELATÓRIO de sustentabilidade 2011 A SUSTENTABILIDADE, O NOSSO DESAFIO Tópicos-chave Progresso 2010-2011 Objetivos e próximos passos 2012-2015 Sustentabilidade Ambiental do Produto Ecossistemas e Biodiversidade Investigação & Desenvolvimento • Aumentámos a percentagem de pedreiras afetas à atividade Cimento com Planos de Reabilitação Ambiental aprovados e comunicados aos stakeholders, dando um firme passo para o cumprimento da meta de 90% estabelecida para 2015. • Aumentámos as pedreiras ativas (afetas à Atividade Cimento, inseridas, contendo ou adjacentes a áreas de elevado valor em biodiversidade) com Planos de Gestão de Biodiversidade implementados. • Elaborámos uma nova diretriz corporativa para a reabilitação de pedreiras. • Aumento do número de pedreiras ativas com Planos de Reabilitação Ambiental aprovados para 90% até 2015. • Aumento para 65%, até 2015, da percentagem de pedreiras ativas localizadas em zonas sensíveis ou com elevado valor de biodiversidade nas quais se encontram implementados Planos de Gestão de Biodiversidade. Necessitamos, no entanto, de prosseguir ativamente esta orientação estratégica para alcançarmos a meta de 65% definida para 2015. • Atualização de diretriz de reabilitação de pedreiras e desenvolvimento de diretriz para gestão da biodiversidade em zonas sensíveis. • Continuámos a gerir vários projetos de I&D e a identificar novas linhas de investigação futuras. Temos atualmente em curso 5 projetos de I&D de maior dimensão, dos quais 3 estão associados ao desenvolvimento de novos ligantes hidráulicos, 2 à utilização de combustíveis e matérias-primas alternativas e outro à Captação e Sequestração de CO2 (CCS). • Registámos uma Patente Provisória para um destes projetos de I&D. • Prossecução da nossa política de identificação e avaliação linhas de investigação potenciais para responder aos desafios futuros da indústria e desenvolver competências chave em áreas prioritárias, quer de forma direta, quer em parceria com universidades e institutos de investigação de prestígio internacional. • Desenvolvimento formal de um sistema de gestão interna de projetos de I&D. Excelência na Gestão Operacional Excelência Operacional • O programa BEST, que visa a melhoria da eficiência e performance operacional dos nossos ativos, gerou, em 2011, poupanças superiores a 40M€ face à base de custos de 2009. • Aposta na uniformização dos Sistemas de Informação permite dispor hoje de ferramentas, processos e práticas internas comuns. • A grande maioria das UO da Cimpor possui certificação ISO 9001 e quase 2/3 possuem certificação ISO 14001 e certificação OHSAS 18001 ou equivalente. • Lançamento do Programa BEST+, com novos eixos de atuação, destinado a obter poupanças de 75M€ em 2012 e 100M€ em 2014. • Prossecução da estratégia de uniformização dos Sistemas de Informação e das aplicações informáticas mais específicas a partir da infraestrutura comum ERP/SAP já existente. • Lançamento regular de Bolsas de Jovens Engenheiros com a duração de 2 anos de formação teórica e prática para seleção e integração rápida nas atividades operacionais da Cimpor. • Reforço sistemático das competências técnicas e qualificação dos Quadros Técnicos do Grupo através do Programa de Formação Técnica de Quadros (PFTQ). • Prossecução da estratégia para a excelência na gestão, com vista a que todas as UO disponham, até 2015, de sistemas de gestão (qualidade, ambiente e saúde ocupacional e segurança) certificados de acordo com normas internacionalmente reconhecidas. PAG 29 CIMPOR RELATÓRIO de sustentabilidade 2011 UMA CONDUTA SOCIALMENTE RESPONSÁVEL PAG 30 CIMPOR RELATÓRIO de sustentabilidade 2011 UMA CONDUTA SOCIALMENTE RESPONSÁVEL elefante Africano Loxodonta africana O elefante africano é extremamente inteligente, altamente adaptável e exibe um notável grau de coesão social manifestada através de laços sociais fortes e duradouros. O elefante desempenha um papel fundamental em todas as zonas de savana e floresta tropical que habita. Está ameaçado por perda de habitat, caça ilegal para extração do marfim e perseguição quando entra em conflito com as populações. 02 UMA CONDUTA SOCIALMENTE RESPONSÁVEL PAG 31 CIMPOR RELATÓRIO de sustentabilidade 2011 UMA CONDUTA SOCIALMENTE RESPONSÁVEL Partilhar e desenvolver Queremos partilhar o valor que geramos com a comunidade e entendemos o seu desenvolvimento como condição do nosso próprio sucesso. Por isso, procuramos promover programas estruturantes, definidos e executados em parceria com os agentes sociais para responder às necessidades específicas de cada comunidade. PAG 32 Atividades educativas e recreativas na Índia ÍNDIA ÁFRICA DO SUL A presença ativa da Cimpor numa das geografias de maior crescimento mundial reflete-se igualmente na sua política de Responsabilidade Social. A empresa promoveu a formação profissional a mulheres em diversas áreas de atividade (informática, tecelagem e bordados, puericultura, culinária, etc.) fomentando o seu contributo para o orçamento familiar. Mais um grupo de estudantes desfavorecidos completou com sucesso o 2.º Programa de Aprendizagem, que concedeu bolsas de estudo universitárias aos três melhores alunos, para frequentarem o curso de Engenharia. O patrocínio do programa governamental de apoio à educação das meninas, a promoção de atividades educativas e desportivas na região de Sikka, programas de vacinação e de promoção da saúde infantil fazem igualmente parte da estratégia de interação da Cimpor com as comunidades onde opera. A Cimpor promoveu ainda um programa de empreendedorismo, que permitiu a criação da “AQUALINA TRADING cc”, empresa sólida e bem-sucedida na área da construção, colaborou na construção de 48 casas para a comunidade de Ngcwayi e na formação em técnicas construtivas. A modernização das instalações do centro educacional Amajuba, a construção da nova cozinha da escola primária Amahobe e o estabelecimento de fóruns comunitários de suporte às decisões de concessão de donativos em cada uma das fábricas estão igualmente entre as ações da empresa na África do Sul. CIMPOR RELATÓRIO de sustentabilidade 2011 UMA CONDUTA SOCIALMENTE RESPONSÁVEL MOÇAMBIQUE BRASIL PORTUGAL Em Moçambique, a Cimpor assume-se como uma das principais recetoras de técnicos formados nas escolas técnicas e universidades locais. Para além de assegurar a transição entre o sistema de formação e o ambiente profissional, contribuindo para a qualificação de jovens quadros através da concessão de 40 estágios curriculares e pré-profissionais, a Cimpor integra nos seus quadros muitos desses estagiários. Em 2011, 38% dos jovens que concluíram os estágios foram contratados pela empresa. Desde 2004 que a Cimpor Brasil promove o projeto PESCAR destinado à formação profissional de jovens em situação de vulnerabilidade social, contando com a participação de voluntários da Cimpor que disponibilizam algum do seu tempo a aperfeiçoar os conhecimentos dos jovens estudantes. Em 2011 o projeto estendeu-se à UO de São Miguel dos Campos, que se junta às UO de Campo Formoso e Nova Santa Rita, onde este ano se formaram 28 jovens. Juntando vontades, com o programa de responsabilidade social Connosco a Cimpor e os colaboradores portugueses apoiaram com donativos que ultrapassaram 0,5 milhão de euros 123 iniciativas de caráter social, educativo, cultural e desportivo em diversas regiões de Portugal. Através deles, satisfizeram necessidades e cumpriram sonhos de muitas pessoas. TURQUIA O apoio à atividade educativa nas comunidades vizinhas, incluindo a doação de computadores a escolas primárias e diversas instituições públicas, a contribuição para a manutenção das escolas e a formação sobre modos de atuação em situações de emergência foram algumas das atividades realizadas na Turquia. Relevo ainda para o apoio da Cimpor Yibitas ao projeto arqueológico internacional em curso no monte Kerkenes que pretende revelar Pteria, construída a partir de 600 AC e que foi durante muito tempo a maior cidade da Anatólia. Com o apoio da Cimpor, os alunos do PESCAR tiveram oportunidade de participar numa importante ação de cidadania promovido pela Justiça Federal de Campo Formoso, o Mutirão da Cidadania, que visou avaliar mais de 2.700 processos judiciais atrasados. Como voluntários, os jovens aplicaram os conceitos aprendidos das aulas e tornaram-se modelos para a comunidade. MARROCOS A construção e renovação das instalações sanitárias das escolas rurais e a distribuição de mochilas às crianças das escolas da região de Témara no início do ano escolar são duas das iniciativas de promoção de melhores condições para a educação de crianças e de combate ao abandono escolar desenvolvidas pela Cimpor. Também a festa de Natal da Comunidade Vida e Paz para as pessoas sem-abrigo testemunhou a generosidade dos colaboradores da Cimpor de Lisboa, que organizaram uma campanha de recolha e doação de bens. Assegurar o acesso das crianças a uma educação básica de qualidade em onze países africanos foi o objetivo da Snoopy Parade, uma exposição que ocupou uma das principais avenidas de Lisboa com vinte estátuas gigantes decoradas por artistas e depois leiloadas. Apoiada pela Cimpor, esta iniciativa angariou fundos para o programa Escolas para África criado pela UNICEF. Destaca-se ainda o financiamento do restauro da charola do Convento de Cristo, em Tomar, monumento classificado como Património Mundial pela UNESCO, projeto de que a Cimpor é mecenas único e que envolve a maior contribuição até hoje disponibilizada por uma empresa portuguesa para recuperação de património. PAG 33 CIMPOR RELATÓRIO de sustentabilidade 2011 UMA CONDUTA SOCIALMENTE RESPONSÁVEL 2.1 Criando uma relação de confiança com os Stakeholders O sucesso e a viabilidade futura da nossa atividade estão diretamente ligados à capacidade para operar em harmonia com a envolvente social, em benefício de interesses comuns. A Cimpor identifica, assim, a Responsabilidade Social como uma vertente primordial da sua política para a Sustentabilidade. O presente relatório sintetiza a ação da empresa na resposta às grandes questões materiais de âmbito global, identificadas através de interações regulares com stakeholders no âmbito de iniciativas como a CSI, desenvolvida sob a égide do WBCSD e de plataformas como o próprio WBCSD. A criação de uma relação de confiança com os stakeholders, por via de uma interação positiva e construtiva, e a partilha do valor criado com a sociedade, através da promoção do desenvolvimento socioeconómico e cultural e do serviço social, são dois dos pilares fundamentais de uma conduta socialmente responsável. Questões de especificidade local ou regional são tratadas individualmente a esses níveis, procurando-se assegurar que os desafios que se nos colocam sejam discutidos e eficazmente abordados. Três das nossas AN – Portugal, África do Sul e Brasil - já reportam de forma regular a sua ação local, nos relatórios de sustentabilidade ou de sistemas de gestão ambiental. Procurando relações construtivas e perenes com os stakeholders, a Cimpor aposta numa política de comunicação permanente que se fundamenta princípios de integridade, transparência e rigor. Esta política promovida por estruturas regionais de comunicação que atuam sob a coordenação da Direção de Comunicação corporativa. A Cimpor preocupa-se em manter devidamente identificados os seus principais stakeholders – internos e externos – bem como as questões materiais suscitadas pela sua atividade, quer ao nível global (e.g., emissões de CO2, emissões poluentes, impacte na biodiversidade), quer aos níveis regional e local (e.g., impacte sobre o emprego na comunidade envolvente, questões locais associadas à exploração de pedreiras ou à utilização de combustíveis alternativos, novos investimentos, transportes). PAG 34 Sem prejuízo das questões materiais globais, cuja abordagem é garantida a nível corporativo, desde 2000 que a Cimpor valoriza particularmente as preocupações e as expectativas dos stakeholders regionais locais. Neste contexto, são utilizados os Mapas de Envolvimento dos Stakeholders (MES), ferramenta de apoio à identificação e análise do nível de envolvimento dos stakeholders por parte das nossas UO. Em 2011, 85,4% (35/41) das nossas UO tinham implementado planos sistemáticos de envolvimento das comunidades locais. Os resultados da interação com stakeholders são analisados e divulgados na organização, para que as boas práticas possam ser replicadas e os erros possam ser compreendidos e permitam evitar insucessos futuros. CIMPOR RELATÓRIO de sustentabilidade 2011 UMA CONDUTA SOCIALMENTE RESPONSÁVEL ENVOLVIMENTO DOS STAKEHOLDERS PRINCIPAIS PROCESSOS DE ENVOLVIMENTO DOS STAKEHOLDERS ACIONISTAS Assembleias Gerais de Acionistas; Apresentações de resultados (trimestrais, anuais); Roadshows; Factos relevantes; Gabinete de Relações com os Investidores; Plano Estratégico; Conferências com investidores; Website da Cimpor www.cimpor.com; Apresentações sobre Desenvolvimento Sustentável. CLIENTES E FORNECEDORES CLIENTES: Relações comerciais; Assistência técnico-comercial; Desenvolvimento de produtos para aplicações específicas; Procedimentos de reclamação; Inquéritos de satisfação; Programas para Clientes +; Participação em feiras; Brochuras sobre produtos. FORNECEDORES E PRESTADORES DE SERVIÇO Relações comerciais; Processos de consulta e de conformidade; Acreditação para prestação de serviços e fornecimentos; Iniciativas de desenvolvimento promovidas pelas filiais da Cimpor; Ações de formação sobre segurança. PRINCIPAIS STAKEHOLDERS DA CIMPOR COLABORADORES Reuniões anuais com a Comissão Executiva; CimporNet; Publicações corporativas e técnicas; Interação com os sindicatos; Código de Ética e sistema de comunicação de irregularidades; Formação profissional e desenvolvimento de competências; Mobilidade internacional; Programas de saúde e bem-estar; Programa de Prevenção e Planos de Contingência contra a surtos infeciosos; Colónias de Férias; Clubes desportivos; Programas de apoio à aquisição de casa própria e equipamento informático, entre outros. Celebração e renovação periódica de Acordos de Empresa (abrangendo cerca de 66% dos colaboradores) COMUNIDADES LOCAIS Promoção da qualificação e do empreendedorismo; Filantropia e voluntariado junto das comunidades; Avaliação do impacte das UO junto das comunidades; Dias de Portas Abertas; Estudos de Impacte Ambiental e Social; Sessões de consulta pública; Procedimentos de reclamação e comunicação de irregularidades; Promoção de estágios profissionais e bolsas de Estudo; Mecenato e outros apoios financeiros; Ações de comunicação junto das comunidades e das autoridades locais. GOVERNO E AUTORIDADES LOCAIS Envolvimento direto ou através dos representantes associativos numa colaboração construtiva; Iniciativas nacionais e locais; Parcerias internacionais; Apresentações e estudos sobre o setor. ORGANIZAÇÕES NÃO GOVERNAMENTAIS WBCSD; OCDE – Sustainable Development Round Table; International Energy Agency: preparação de um roadmap tecnológico para o sector; UNFCCC / CDM Executive Board para o desenvolvimento de uma nova metodologia para o sector cimenteiro; diálogo com o Banco Mundial e IFC; Habitat for the Humanity através de projetos junto das comunidades locais; World Monuments Fund para a preservação de património histórico, entre outros; contributo técnico no debate de questões do setor, presença nos conselhos de gestão, comités e projetos de Associações Setoriais nacionais ou internacionais como CEMBUREAU, ATIC, etc. Envolvimento com ONG locais em diversas parcerias (desenvolvimento socioeconómico, ambiente, biodiversidade, saúde, educação, habitação, abastecimento de água). UNIVERSIDADES - Parcerias em projetos de I&D; Apoio a programas sobre temas relevantes para a empresa; Pós-graduação de colaboradores; Apoio curricular a programas universitários do e promoção de estágios profissionais; Participação em seminários universitários. COMUNICAÇÃO SOCIAL Divulgação de informação, promoção de uma relação aberta com os meios de comunicação; publicação de artigos em revistas internacionais especializadas; Website da Cimpor www. cimpor.com. PAG 35 CIMPOR RELATÓRIO de sustentabilidade 2011 UMA CONDUTA SOCIALMENTE RESPONSÁVEL 2.2 Partilhando o Valor criado com a Sociedade Apoio à qualificação e ao empreendedorismo Uma importante faceta da nossa participação na melhoria das condições de vida nas comunidades envolventes das nossas fábricas reside na promoção do desenvolvimento socioeconómico local através da capacitação profissional, da aposta no prolongamento da vida escolar e do apoio ao empreendedorismo social, não só apoiando financeiramente, mas também aproveitando as capacidades técnicas e de gestão das empresas da Cimpor e parcerias com ONG locais. Diversas UO da Cimpor têm em curso junto das comunidades onde operam, e com resultados muito positivos, programas de desenvolvimento e de capacitação, que fomentam o empreendedorismo para a criação de pequenas empresas e de redes de parcerias que permitam sustentar os negócios no futuro. A Cimpor tem, também, em várias das Áreas de Negócio, fomentado a criação de emprego e qualificação profissional, designadamente, através da concessão estágios remunerados a universitários e a residentes nas zonas de implantação das fábricas bem como do apoio logístico, técnico e/ou financeiro à realização de ações de formação profissional e a estabelecimentos de ensino. É disso exemplo o apoio anual da NPCCimpor na África do Sul ao programa Junior Achievement, destinado a estudantes do último ciclo do liceu que promove o desenvolvimento do PAG 36 empreendedorismo nos jovens, dando-lhes a oportunidade de criar, gerir e vender uma “miniempresa” durante um período de 11 meses. Apoio a causas O empenho na melhoria da qualidade de vida das comunidades envolventes passa também pela atividade filantrópica e abarca um leque variado de intervenções. O contributo da Cimpor pode assumir diferentes formas como por exemplo donativos, prémios, bolsas de estudo, investimentos e prestações de serviços. Alguns dos serviços prestados à comunidade envolvente consistem na viabilização do acesso a instalações desportivas e colónias de férias da empresa, formação profissional de pessoas com necessidades especiais, implantação de creches, apoio à educação infantil e ao acompanhamento maternoinfantil, apoio ao acompanhamento de idosos, apoio cultural a menores carentes e projetos na área da segurança e da saúde pública. A Cimpor tem ainda prestado o seu contributo através do financiamento de projetos de beneficiação territorial de que são exemplo a construção ou reabilitação de sistemas de abastecimento de água, de infraestruturas de saneamento básico e de construção de casas. CIMPOR RELATÓRIO de sustentabilidade 2011 UMA CONDUTA SOCIALMENTE RESPONSÁVEL Muitas das ações de apoio à comunidade contam com a participação regular de colaboradores da Cimpor em regime de voluntariado. Angariação e distribuição de bens ou fundos para comunidades carenciadas ou projetos sociais, a promoção de festas sociais, celebração de datas nacionais e internacionais especiais, a participação em programas em escolas públicas e instituições religiosas são algumas das situações que têm motivado os nossos colaboradores. reabilitação de escolas e igrejas em Moçambique, ao projeto arqueológico Kerkenes, na região central da Turquia e a recuperação da Capela da Fazenda da Graça em João Pessoa, no Brasil, um monumento religioso de arquitetura portuguesa do século XVII. A Cimpor patrocina ainda, segundo critérios de proximidade, eventos de interesse cultural como concertos, exposições e acontecimentos desportivos, ou de natureza técnica e ambiental relacionada com a sua atividade, como conferências e seminários. Recuperar o património e apoio à atividade cultural A conservação e restauro de património edificado é uma das áreas de intervenção da Cimpor, que tem apoiado projetos de grande complexidade técnica e científica. Em Portugal, monumentos emblemáticos como a Torre de Belém, o Mosteiro dos Jerónimos, as igrejas da Madre de Deus e da Encarnação, em Lisboa, os carrilhões do Convento de Mafra, os jardins da Fundação de Serralves e a estatuária dos jardins do Palácio de Queluz constituíram marcos importantes da nossa ação mecenática. Em 2011, o apoio ao restauro da Charola do Convento de Cristo em Tomar e o esforço da empresa na preservação do património nacional mereceram o reconhecimento dos profissionais de museologia que, através da Associação Portuguesa de Museologia, atribuíram à Cimpor o Prémio Mecenato. O interesse por esta área tem sido manifestado também por várias AN do grupo que têm igualmente contribuído para a recuperação de importantes testemunhos históricos. São disso exemplo os apoios à Colaboração com a comunidade científica e educativa A Cimpor presta o seu contributo à comunidade científica, designadamente, universidades e outras instituições de ensino e investigação dos países onde opera, através de apoio financeiro a alguns dos seus projetos, programas, cursos de pós-graduação, estudos específicos e seminários. A este nível destaca-se a colaboração da Cimpor com universidades e institutos de investigação portugueses e internacionais como o Instituto Superior Técnico, Massachussetts Institute of Technology, Instituto Eduardo Torroja, European Cement Research Academy, The University of Natal, Durban Institute of Technology (DIT) e Mangosuthu Technikon, Universidade de São Paulo, Universidade de Minas Gerais, UFRGS em diversos projetos de Investigação e Desenvolvimento, maioritariamente orientados para a vertente da sustentabilidade do nosso negócio (e.g., CO2, novos produtos, combustíveis alternativos, captação e sequestração de CO2). PAG 37 CIMPOR RELATÓRIO de sustentabilidade 2011 OS COLABORADORES, CADA UM CONTA PAG 38 CIMPOR RELATÓRIO de sustentabilidade 2011 OS COLABORADORES, CADA UM CONTA ARARA azul Anodorhynchus hyacinthinus De abundante a espécie em perigo, bastaram 100 anos. No Brasil, não restam hoje mais do que 6.500 araras-azuis em liberdade. A destruição dos habitats e sobretudo o intenso comércio de aves de estimação que ocorreu até à década de 80 do séc. XX, juntamente com uma baixa taxa reprodutiva, dizimaram aquela que é considerada a maior espécie de arara, com um comprimento que chega a atingir 1 metro. 03 OS COLABORADORES, CADA UM CONTA PAG 39 CIMPOR RELATÓRIO de sustentabilidade 2011 OS COLABORADORES, CADA UM CONTA Harmonia e bem-estar Um clima social harmonioso e propício ao desenvolvimento dos colaboradores passa, antes de mais, pela abertura ao diálogo e pelo cuidado que o Grupo demonstra com o seu bem-estar. Através das iniciativas que realizamos, procuramos incutir na cultura corporativa da Cimpor aspetos tão importantes como a segurança e a saúde como prioridades absolutas, o equilíbrio entre a vida profissional e pessoal, o incentivo à participação ativa na vida da empresa, à partilha de experiências, projetos e opiniões. PAG 40 TURQUIA CABO VERDE Partilhar experiências e opiniões com os colaboradores é o objetivo de duas iniciativas realizadas na Cimpor Yibitas: as reuniões com o CEO em que pequenos grupos de colaboradores têm oportunidade de conhecer os projetos da empresa em profundidade e trocar impressões sobre eles com o CEO, e os Dias RH, em que a equipa de recursos humanos visita as diferentes fábricas e recolhe as opiniões individuais dos colaboradores, as quais são depois analisadas com vista à tomada das medidas de melhoraria o nível de compromisso e de satisfação dos colaboradores. Já o programa de sensibilização para os efeitos nocivos do tabaco, que incluiu um seminário na fábrica de Sivas e a medição das taxas de monóxido de carbono de colaboradores é um dos exemplos de iniciativas de saúde realizadas em 2011. A implementação do sistema de gestão da saúde ocupacional e segurança motivou a realização de um curso de formação destinado a colaboradores diretos e indiretos que envolveu métodos ativos de participação. A formação pretende consolidar uma cultura de segurança, explicitando claramente quais são as responsabilidades de cada um e realçando o importante papel das chefias no estímulo à execução das tarefas em segurança. Orgulho foi o que sentiram as crianças no dia da Soberania e da Criança comemorado a 23 de abril na fábrica de Yozgat, quando tiveram oportunidade de substituir os seus pais nas funções de gestão da fábrica, entre outras atividades que fizeram deste dia um dia memorável. ESPANHA A fábrica de Oural estabeleceu um sistema de alerta de acidente destinado a trabalhadores isolados, cujos sensores emitem avisos automáticos para a central sempre que se verifiquem as situações características de um acidente, permitindo ainda localizar o trabalhador acidentado, mesmo que esteja numa zona subterrânea. No armazém de Toral de los Vados, a preocupação com a segurança motivou a criação de um sistema de que pretende eliminar o risco de queda dos materiais armazenados, através de dispositivos de segurança e painéis informativos. CIMPOR RELATÓRIO de sustentabilidade 2011 OS COLABORADORES, CADA UM CONTA PORTUGAL E ESPANHA Equipamento de proteção pessoal contra queimaduras foi testado na fábrica de Toral de los Vados, em Espanha, demonstrando resistir a temperaturas superiores a 500 graus. Este equipamento, que protege os trabalhadores quando existe projeção de materiais a altas temperaturas e exposição direta a raios infravermelhos, passou a ser de uso obrigatório para todos os trabalhadores das fábricas ibéricas que fazem intervenção e limpeza das incrustações nos ciclones e na câmara de fumos. Fotografia vencedora do Cimpor Safety Photo Awards “Todos juntos pelo mesmo objetivo”. Autor António Almeida Rodrigues (Betão Liz, Portugal) PORTUGAL BRASIL Proporcionar uma solução de qualidade para as férias escolares das crianças é o objetivo da colónia de férias da Cimpor em S. Martinho do Porto, aberta aos filhos dos colaboradores com idades entre os 6 e os 18 anos. Durante das férias na colónia, os dias são preenchidos com atividades desportivas, culturais e recreativas, em programas delineados para proporcionar uma experiência agradável e o desenvolvimento pessoal dos participantes. Promover a segurança e a saúde entre os colaboradores foi o objetivo da semana interna de prevenção a acidentes de trabalho realizada nas unidades de negócio do Brasil entre setembro e novembro, num programa que incluiu palestras, ginástica laboral, exames médicos e jogos sobre práticas de segurança. Aumentar a segurança dos trabalhadores foi igualmente o objetivo das medidas implementadas na Ibéria na área dos trabalhos em altura. Para prevenir as quedas, uma das mais frequentes causas de mortalidade no trabalho, foram estabelecidos novos procedimentos para a limpeza de janelas nos edifícios, instaladas linhas de vida e, sempre que possível, construídas plataformas ou guarda-corpos fixos para acesso aos equipamentos. PAG 41 CIMPOR RELATÓRIO de sustentabilidade 2011 OS COLABORADORES, CADA UM CONTA 3.1 Um Perfil Multicultural O universo Cimpor é hoje caracterizado por uma multiplicidade de culturas, nacionalidades, etnias e talentos. A gestão desta diversidade leva-nos todos os dias mais além, procurando os processos mais adequados à gestão e desenvolvimento das nossas pessoas, à atração de novos valores e à justa compensação do seu trabalho. A 31 de dezembro de 2011 o quadro de colaboradores da Cimpor integrava um total de 8.257 pessoas, com a atividade Cimento a ocupar a maior expressão dentro do grupo, tendo 67% do total dos colaboradores afetos. Relativamente ao ano anterior, a Cimpor reduziu em cerca de 3% o número de colaboradores. A maior redução verificou-se na Área de Negócio Ibéria (Portugal e Espanha) explicada, essencialmente, pelo esforço de ajustamento às necessidades do mercado ibérico nas três atividades principais (Cimento, Betão e Agregados) e pela transferência de colaboradores dos Serviços Centrais. Na gestão de topo da Cimpor a redução relativamente ao ano passado foi de 8%, sendo à data de 31 de dezembro composta por 35 colaboradores, dos quais 3 mulheres. Em relação a 2010 o número de mulheres, nesta categoria, aumentou 50%. A Cimpor apresenta um leque de 33 nacionalidades repartidas pelos 12 países onde opera, sendo a nacionalidade brasileira a mais numerosa, logo seguida pela portuguesa, chinesa e espanhola. No que diz respeito à distribuição etária, a Cimpor manteve a maior concentração de idades na faixa dos 45 aos 49 anos, sendo de 41 anos a média etária na empresa. A China é o país com a média etária mais baixa, contrastando com a Índia que tem a média mais elevada. Verificou-se em 2011 um aumento das habilitações literárias da Cimpor, sendo que 38% dos colaboradores têm escolaridade de nível médio e superior. O ensino básico e secundário é o nível de escolaridade de cerca de 54% dos colaboradores. De destacar que em 2011, o número de colaboradores com ensino superior aumentou 13% face ao ano anterior. Demonstrando o empenho da Cimpor em proporcionar uma situação laboral estável, em 2011 83% dos colaboradores têm com a empresa um contrato de trabalho sem termo. PAG 42 CIMPOR RELATÓRIO de sustentabilidade 2011 OS COLABORADORES, CADA UM CONTA Colaboradores por Áreas de Negócio e Região 2011 N.º Head Quarters 2010 % N.º Var. % N.º % 182 2,2 103 1,2 79 76,7 182 2,2 103 1,2 79 76,7 Portugal 1.210 14,7 1.373 16,2 -163 -11,9 Espanha 967 11,7 1.006 11,8 -40 -3,9 118 1,4 123 1,4 -5 -4,1 2.295 27,8 2.502 29,5 -208 -8,3 Marrocos 206 2,5 198 2,3 8 4,0 Tunisia 222 2.7 211 2,5 11 5,2 Egito 503 6,1 500 5,9 3 0,6 -0,8 Serviços Centrais Grupo Cabo Verde Ibéria & Cabo Verde Turquia Mediterrâneo Moçambique África do Sul África Subsariana Brasil Peru América Latina China India Ásia Total 817 9,9 824 9,7 -7 1.748 21,2 1.733 20,4 15 0,9 584 7,1 464 5,5 120 25,9 -9,6 483 5,8 534 6,3 -51 1.067 12,9 998 11,8 69 6,9 1.511 18,3 1.629 19,2 -118 -7,2 -50,0 2 0,0 4 0,0 -2 1.513 18,3 1.633 19,2 -120 -7,3 971 11,8 1.022 12,0 -51 -5,0 481 5,8 502 5,9 -21 -4,2 1.452 17,6 1.524 17,9 -72 -4,7 -236 -2,8 8.257 Idade JLA B C H I 8.493 D G A< 18 anos / 16 / 0,2% B [25-29] anos / 368 / 4,5% C [18-24] anos / 924 / 11,2% D[30-34] anos / 1.250 / 15,1% E [35-39] anos / 1.130 / 13,7% F [40-44] anos / 1.127 / 13,6% G[45-49] anos / 1.331 / 16,1% H[50-54] anos / 1.083 / 13,1% I [55-59] anos / 796 / 9,6% J [60-64] anos / 217 / 2,6% L ≥ 65 anos / 17 / 0,2% E F PAG 43 CIMPOR RELATÓRIO de sustentabilidade 2011 OS COLABORADORES, CADA UM CONTA Colaboradores por Atividade 2011 N.º 2010 % N.º Var. % N.º % Cimento 5.539 67,1 5.774 68,0 -235 -4,1 Betão 1.343 16,3 1.493 17,6 -150 -10,1 434 5,3 482 5,7 -48 -10,0 70 0,8 Agregados Argamassas (1) 70 Outras Atividades 128 1,6 219 2,6 -91 -41,8 Serviços Comuns 562 6,8 422 5,0 140 33,2 182 2,2 103 1,2 79 76,7 -236 -2,8 Serviços Centrais Grupo (2) Total 8.257 8.493 Notas: (1) Em 2010 as argamassas não eram consideradas actividade isolada (estavam incluídas em “Outras Actividades”) (2) Em 2010 nos Serviços Centrais Grupo apenas estava incluido Cimpor Holding, Cimpor Inversiones e CimporTec Nacionalidades C D E B F G ABrasileira / 1.514 H Indiana / 484 B Portuguesa / 1.404 ISul-africana / 481 C Espanhola / 980 J Tunisina / 218 D Chinesa / 960 L Marroquina / 203 E Turca / 816 M Cabo-verdiana / 106 F Moçambicana / 564 N Outras / 32 G Egípcia / 495 H I N J LM A PAG 44 Angolana Beninense Botsuana Britânica Chilena Dinamarquesa Dominicana 3 1 1 1 1 1 1 Francesa Ganense Guianense Guineana Guineense Italiana Moldava 1 2 2 2 3 1 2 Norte-america Norueguesa Peruana Romena Senegalesa Ucraniana Uruguaia 1 1 1 3 2 1 1 1% 1% 7% 7% 8% 14 % 25 % 22 % 33 % 39 % 2011 2010 Não sabe ler / escrever Freq. de Ensino Prim Ensino Básico Ensino Secundário Nv.Médio Prof-Vocac. 20 % 23 % 736 48 57 141 Operadores e Executantes Supervisores Especialistas Diretores Gestão de Topo Operadores e Executantes Supervisores Especialistas Diretores 6,5% 690 13,8% 20,8% 5657 537 11,5% 8,6% 32 356 Feminino Tipo de contrato de trabalho B Ensino Superior 3 Masculino A Colaboradores por grupo de talento Racio Homens / Mulheres A B Gestão de Topo CIMPOR RELATÓRIO de sustentabilidade 2011 Mulheres por grupo de talento OS COLABORADORES, CADA UM CONTA Nível de escolaridade AFeminino: 12% B Masculino: 88% C A Permanentes: 82,6% B A Termo: 16,6% C Expatriados: 0,8% PAG 45 CIMPOR RELATÓRIO de sustentabilidade 2011 OS COLABORADORES, CADA UM CONTA 3.2 Potenciando o Talento, Valorizando o Indivíduo A Cimpor assumiu o compromisso de melhorar a satisfação dos seus colaboradores, procurando soluções que vão ao encontro das suas necessidades, fortalecendo o seu grau de envolvimento com a empresa. Esta nova estrutura de recursos humanos corporativa potenciou a definição de políticas integradas de gestão do capital humano para todo o grupo, assentes nos seguintes pilares: Num contexto de forte globalização e diversidade, preocupamo-nos em promover uma política social adequada e responsável, a todos os níveis da empresa, dentro de princípios de honestidade e integridade, de respeito pelo direito de associação e de promoção de uma franca e aberta comunicação. • Processos normalizados e focados nas pessoas; • Sustentar o crescimento e internacionalização da Cimpor; • Modelo organizacional e capacitação dos recursos humanos; • Moldar o futuro com a aquisição e desenvolvimento de talentos. A gestão da Cimpor guia-se também pelo escrupuloso cumprimento de princípios fundamentais em matéria de direitos humanos, como são o respeito pela dignidade humana, a eliminação do trabalho forçado, a renúncia à exploração infantil, a igualdade de oportunidades e a nãodiscriminação em virtude do género, raça, convicções políticas ou religiosas. Uma nova política de recursos humanos Para reforçar o capital humano da empresa em 2011 a Cimpor consolidou um novo modelo organizacional, consubstanciado numa nova estrutura corporativa de apoio aos 12 países para desenvolvimento organizacional e de talentos, na implementação de uma organização comum em todas as geografias. PAG 46 A nossa política de Recursos Humanos respeita também um conjunto de princípios estabelecidos nas principais normas de referência internacional sobre esta matéria. É o caso das convenções da Organização Internacional do Trabalho (OIT), agência multilateral ligada à Organização das Nações Unidas (ONU) especializada nas questões do trabalho, dos requisitos do Banco Mundial /Corporação Financeira Internacional (IFC) apresentados no documento Performance Standard 2 “Labor and Working Conditions” e de outras normas reconhecidas internacionalmente. O capital humano da Cimpor encontra-se agora estruturado em cinco grandes grupos de talentos - Gestão de Topo, Diretores, Especialistas, CIMPOR RELATÓRIO de sustentabilidade 2011 OS COLABORADORES, CADA UM CONTA Supervisores, e Operadores e Executantes -, de acordo com as funções e responsabilidades de cada um na empresa, o que permite o desenvolvimento de modelos e políticas de recursos humanos adaptados às necessidades específicas de cada colaborador. O objetivo desta organização é o de proporcionar uma carreira profissional e um ambiente de trabalho estimulante, numa envolvente saudável e segura, que permita reter os nossos colaboradores e, em função das necessidades, atrair novos talentos. Deste modo, a Cimpor continua a manter a sua aposta nas pessoas, melhorando e fortalecendo os vários processos que lhe estão subjacentes e que são transversais a toda a estrutura e à estratégia de negócio da empresa: estratégia de desenvolvimento dos recursos humanos Gestão do desempenho Compensação e benefícios selecção e Integração de Colaboradores Gestão de Carreira e Mobilidade Gestão de Potencial formação e desenvolvimento Planos de sucessão Criação de valor para os stakeholders Estratégia de negócios COMUNICaÇÃO e GesTÃO da MUdaNÇa INfORMaÇÃO e TeCNOLOGIa de aPOIO À GesTÃO de RH PAG 47 CIMPOR RELATÓRIO de sustentabilidade 2011 OS COLABORADORES, CADA UM CONTA Definição da estratégia de negócio e planeamento da capacitação humana Avaliar a evolução do negócio e respetiva necessidade de recursos, competências e conhecimentos dentro de um quadro orçamental, é o ponto de partida para a definição dos objetivos da área de recursos humanos nas suas diferentes valências de atuação. Em 2011, a área de Gestão do Talento e Desenvolvimento Organizacional (TOD) da Cimpor desafiou as estruturas de recursos humanos dos vários países a alterarem o seu papel e intervenção em todo este processo, definindo regras e princípios comuns com base no novo modelo organizacional. Conhecer as preocupações dos colaboradores, saber motivá-los, satisfazer as suas expectativas e medir o grau de alinhamento estratégico no seio da organização afigura-se determinante para os poder reter. Nesse sentido, são utilizados com regularidade inquéritos ao Alinhamento Estratégico e à Satisfação dos Colaboradores, bem como outras ferramentas do género. A integração de jovens profissionais na vida ativa é outra das prioridades da Cimpor, que dispõe de vários programas de estágios que pretendem proporcionar aos jovens um primeiro contacto com o mundo laboral e, ao mesmo tempo, constituem muitas vezes uma fonte de recrutamento de jovens talentos. Atração, integração e retenção de talento na organização A atração, a integração e a retenção de talentos constitui umas das linhas estratégicas da gestão de recursos humanos da Cimpor. Recrutar e integrar na organização as pessoas adequadas às várias funções da empresa, tendo por base o princípio da não-discriminação e da igualdade de oportunidades para ambos os sexos, culturas ou etnias é um dos princípios básicos da nossa política. A Cimpor tem em prática processos globais de recrutamento para toda a empresa, de modo a garantir que os candidatos são avaliados de acordo com metodologias comuns que consagrem o princípio da igualdade de oportunidades e de tratamento adotado pela Organização Internacional do Trabalho (OIT). PAG 48 Avaliação de desempenho Está em fase de definição um novo modelo de avaliação de desempenho para Gestores de Topo, Diretores e Especialistas que é transversal a todo o Grupo, garantindo a equidade entre as várias funções, países e atividades. CIMPOR RELATÓRIO de sustentabilidade 2011 OS COLABORADORES, CADA UM CONTA Este modelo tem por base os princípios de simplicidade, transparência, facilidade de utilização e de reforço da cultura de meritocracia. Em 2011, o modelo foi aplicado à Gestão de Topo, prevendo-se o seu alargamento aos restantes grupos em 2012. Desenvolvimento de competências e formação A Cimpor aposta nas suas pessoas e no contínuo desenvolvimento das respetivas competências garantindo em todas as suas Áreas de Negócio o direito à orientação e formação profissional, consagrado em normas internacionais do trabalho. A formação dos colaboradores é uma das grandes apostas da Cimpor e uma das grandes prioridades das estruturas locais de recursos humanos, nomeadamente em áreas como a organização, liderança e otimização industrial nas mais variadas vertentes, bem como na temática de segurança industrial. Em 2011 foram disponibilizadas cerca de 130 mil horas de formação, uma média de 15 horas por colaborador. Este valor reflete um nível ainda relativamente baixo de formação em algumas das AN, pelo que está a ser feito um esforço para que nessas geografias a formação ministrada seja gradualmente ajustada aos padrões da Cimpor. Consciente da necessidade de desenvolvimento e difusão de conhecimento estratégico dos seus quadros, a Cimpor irá desenvolver ao longo de 2012 uma Academia de Liderança, com a qual pretende gerir e reter o conhecimento, promover a cultura corporativa, desenvolver competências de liderança e gestão, participar na difusão de boas práticas, melhorar o desempenho dos seus quadros e fomentar a integração das pessoas na organização. Gestão de carreiras e mobilidade A gestão de carreiras constitui um instrumento estratégico que possibilita à empresa obter o nível de contribuição adequado por parte dos seus colaboradores ao mesmo tempo que permite a sua valorização, amadurecimento e progressão profissional para posições estratégicas, preparando simultaneamente os respetivos sucessores. A definição de funções-tipo para todo universo Cimpor, avaliadas de acordo com uma metodologia única e coerente, vem facilitar e potenciar a estruturação de planos de carreiras, para todas as famílias de funções das diferentes Áreas de Negócio. A empresa assumiu o compromisso de avaliar, em 2012, as funções da gestão de topo, diretores e especialistas. Em 2013 será construído um plano de carreiras para todos os quadros, contemplando não só a carreira de gestão como também a de especialista. A Cimpor tem vindo a apostar na mobilidade geográfica dos seus colaboradores para responder, por um lado, às necessidades locais através da partilha de conhecimento e experiência do negócio, particularmente ao nível de funções-chave e, por outro, para promover o desenvolvimento e enriquecimento dos colaboradores através de experiências internacionais dentro da Cimpor. PAG 49 CIMPOR RELATÓRIO de sustentabilidade 2011 OS COLABORADORES, CADA UM CONTA Colaboradores por Local de expatriação Africa do Sul Portugal Turquia Espanha Cabo Verde Tunisia Brasil Marrocos China Egito Serviços Centrais Moçambique 1 1 2 2 2 4 4 5 7 8 10 17 Para melhor responder ao desafio da Gestão de Expatriados, a Cimpor decidiu rever a sua política de mobilidade geográfica, procurando estabelecer critérios uniformes e aproximar as condições de vida dos colaboradores expatriados às condições de mercado onde passam a desenvolver as suas atividades. Neste contexto, considerou-se a possibilidade dos colaboradores expatriados se fazerem acompanhar das famílias, estando a empresa disposta a suportar os encargos adicionais (e.g., educação dos filhos ou viagens para toda a família) para assegurar o bem-estar de todos. Em 2011, a Cimpor tinha 63 expatriados, 62% dos quais de nacionalidade portuguesa. A maior parte dos expatriados (27%) encontra-se em Moçambique. Do total de expatriados, 4 são mulheres. A idade média deste conjunto de expatriados é 44 anos, tendo o mais novo 24 anos e o mais velho 63 anos. Planos de sucessão Colaboradores EXPATRIADOS por nacionalidade A estratégia de internacionalização levada a cabo pela Cimpor, com ênfase em mercados emergentes, onde existe atualmente uma grande procura de quadros qualificados, torna premente a definição de um plano de sucessão sólido, que permita identificar e preparar os potenciais sucessores para as funções chave do Grupo, fazendo uma adequada gestão do talento na nossa organização. FSul-africana: 2% CBrasileira: 14% G Turca: 2% D Marroquina: 3% B ENorueguesa: 2% B Espanhola: 16% FG A Portuguesa: 62% C DE A PAG 50 Para 2012 a Cimpor tem como compromisso desenhar e implementar o plano de sucessão para as funções consideradas críticas na empresa, sendo as restantes funções trabalhadas a partir de 2013. CIMPOR RELATÓRIO de sustentabilidade 2011 OS COLABORADORES, CADA UM CONTA Comunicação e envolvimento individual A comunicação e o diálogo são elementos-chave para fortalecer a confiança dos nossos colaboradores. O sítio www.cimpor.com constitui um expoente de transparência e acessibilidade que define a política de comunicação da Cimpor. Para além desta ferramenta, os colaboradores contam também com a intranet, que oferece alguns canais de comunicação com o objetivo de difundir a estratégia e a própria evolução da empresa, além de estabelecer relações entre as diferentes áreas e departamentos, bem como agilizar tramitações e tarefas habituais dos colaboradores. As revistas e boletins internos contribuem igualmente para a partilha de informação dentro do universo Cimpor, dando a conhecer a realidade da empresa. Da mesma forma se trabalha para difundir ações que promovam a comunicação entre os colaboradores e a direção, com o objetivo de dar a oportunidade às pessoas de conhecer os novos investimentos e ter a possibilidade da resolução de dúvidas e preocupações de maneira direta, aumentando os níveis de motivação e de compromisso. Para facilitar o processo de comunicação e conceder a todos a oportunidade de comunicar as suas necessidades e preocupações, a PAG 51 CIMPOR RELATÓRIO de sustentabilidade 2011 OS COLABORADORES, CADA UM CONTA Cimpor recorre aos inquéritos de alinhamento estratégico e inquéritos à satisfação dos colaboradores atrás referidos que permitem avaliar as diversas dimensões da nossa organização. Em matéria de liberdade de associação, organização e negociação coletiva, a Cimpor assegura o cumprimento dos princípios homologados nas normas internacionais de trabalho, nomeadamente, a Convenção nº 98 da OIT sobre a Aplicação dos Princípios do Direito de Organização e de Negociação Coletiva assim como os requisitos do Banco Mundial / Corporação Financeira Internacional apresentados no documento Performance Standard 2 Labor and Working Conditions. A Cimpor continua a fazer um esforço assinalável no sentido de estabelecer e preservar a colaboração saudável com os sindicatos, seus representantes e comissões de trabalhadores. Política de compensação Uma nova política de compensação começou a ser desenvolvida em 2011 para ser alinhada com a respetiva avaliação de funções até ao final de 2012. O primeiro passo da implementação de uma política comum de compensações para toda a empresa foi dado em 2011, com a descrição e avaliação das funções da gestão de topo, de acordo com as responsabilidades inerentes e os resultados expectáveis para cada função e, em resultado disso, desenhada a respetiva política de compensação, com base nas melhores práticas do mercado. PAG 52 Em 2012, a Cimpor irá identificar e descrever as funções dos diretores e técnicos / especialistas das áreas corporativas e dos 12 países onde opera, de modo a garantir que funções com responsabilidades idênticas sejam transversais, equiparáveis e tenham descritivos únicos para toda a empresa. A avaliação destas funções decorrerá em 2012 e terá em consideração as especificidades das geografias e as magnitudes definidas, de acordo com critérios previamente aprovados, para os vários países, tipos de negócio e famílias de funções. Após a conclusão desta etapa, e ainda em 2012, serão alinhados os princípios da compensação da empresa, sendo a definição da política dos quadros da responsabilidade da área corporativa e dos restantes grupos de talento, dos recursos humanos dos respetivos países. O objetivo da Cimpor é o de garantir a compensação dos seus colaboradores de forma justa e adequada ao mercado onde estão inseridos, assegurando que não é feita qualquer discriminação entre mulheres e homens que realizem a mesma função, no respeito integral da norma internacional do trabalho relacionada com a remuneração, “Standard on Wages”, preconizada pela OIT. A Cimpor lançou ainda um novo plano de aquisição de ações, “Plano 3C”, e um plano opções, “Plano ODS” com o objetivo de fomentar maior identificação dos colaboradores com objetivos de longo prazo da empresa. A informação relativa a estes Planos encontra-se disponível e devidamente desenvolvida no Relatório & Contas 2011. CIMPOR RELATÓRIO de sustentabilidade 2011 OS COLABORADORES, CADA UM CONTA 3.3 Promover a Saúde e a Segurança das Pessoas A saúde ocupacional e segurança é uma prioridade para a Cimpor. Trabalhamos ativamente para promover um ambiente de trabalho saudável e seguro para todos os colaboradores, clientes, fornecedores e todas aqueles com quem nos relacionamos, de acordo com as linhas de orientação seguintes: • Formar e comunicar; • Respeitar a legislação, normas, regras e instruções; • Prevenir, garantindo as adequadas condições de saúde ocupacional e segurança; • Identificar os perigos e avaliar os riscos; • Controlar e minimizar os riscos; • Investigar todas as ocorrências e adotar medidas corretivas para evitar repetições. ZERO ACIDENTES é o objetivo que pretendemos atingir com base nestas linhas orientadoras, preconizando para comportamento dos nossos colaboradores o princípio de melhoria contínua. Modelo organizativo SOS O modelo organizativo de suporte ao Sistema de Gestão de Saúde Ocupacional e Segurança (SGSOS) da Cimpor possibilita o desenvolvimento da estratégia e o planeamento de ações, assim como a adoção de uma verdadeira atitude de prevenção, que considera: • A estrutura, baseada na responsabilidade da linha hierárquica (liderança e decisão) da empresa do primeiro ao último nível; • Os especialistas da rede Saúde Ocupacional e Segurança (SOS), que têm funções atribuídas de acordo com critérios de dependência hierárquica e funcional, de diversidade de atividade e de localização geográfica. Estas funções são definidas como “centros de competência” com qualificação aprofundada nas matérias de SOS que se encontram à disposição da estrutura orgânica de cada empresa, assegurando o suporte técnico e a dinamização do SGSOS; • A Comissão de Acompanhamento SOS, que visa a coordenação e o acompanhamento do sistema, bem como o envolvimento e integração de todos na cultura de saúde e segurança. Para melhorar o desempenho e promover a extensão das atividades PAG 53 CIMPOR RELATÓRIO de sustentabilidade 2011 OS COLABORADORES, CADA UM CONTA relacionadas com o SOS, a estrutura que assegura a gestão corporativa desta área recebeu em 2011 uma nova liderança e reforços na sua equipa. Foram também desenvolvidas várias atividades ao nível da formação, comunicação, partilha de conhecimentos, auditoria e reporte, que contribuíram para a obtenção de condições de trabalho mais saudáveis e seguras para todos. Formação e comunicação A formação contínua dos colaboradores em SOS desenvolvida localmente pelas AN e UO está orientada para as vertentes técnicas, organizacional e comportamental, consoante as necessidades de cada área e abrange quer os colaboradores diretos, quer os de empresas exteriores que prestam serviços nas UO da Cimpor. A nível corporativo, são ainda realizados cursos de formação destinados a quadros, em “Avaliação de Riscos e Auditorias”, com o objetivo de formar auditores internos, seguindo uma metodologia que tem sido aplicada com sucesso em várias UO. No total, em 2011, foram efetuadas 78.003 horas de formação em SOS, das quais 60.643 horas na Atividade Cimento, o que corresponde a um índice de formação de 9,29 horas per capita (9,79h per capita na Atividade Cimento). A participação dos colaboradores da Cimpor em ações de formação sobre saúde e segurança atingiu os 97,9% (87,0% para o cimento). A comunicação sobre SOS continua a ser veiculada preferencialmente PAG 54 através da CimporNet, que permite não só divulgar informação, mas igualmente partilhar experiências e conhecimentos sobre boas práticas, novas técnicas e metodologias de SOS através de uma rede de especialistas de segurança e saúde denominada Network SOS. Vale a pena destacar outras práticas com efeitos muito positivos junto dos colaboradores, como a banda desenhada concebida no Egito que confronta um trabalhador que cumpre as regras de segurança com outro que sistematicamente desrespeita as regras e sofre as consequências, e as pinturas murais em Moçambique, realizadas por artistas e colaboradores locais que, além de verdadeiras obras de arte, são muito eficazes a alertar para as situações de risco. Auditoria e reporte As auditorias de segurança são um importante instrumento de melhoria e de progresso, avaliando e medindo a evolução da implementação das condições de SOS, do seu controlo e da minimização de riscos na rotina de gestão das nossas unidades operacionais. No programa de auditorias internas de 2011 foram auditadas 12 fábricas de cimento, 8 centrais de betão e 1 centro de exploração de agregados. O reporte completo e fiável dos indicadores, o tratamento adequado dos dados, e o acompanhamento dos planos de ação SOS definidos por cada UO revelam-se fundamentais para o cumprimento dos objetivos neste domínio. Por isso, em 2011 passámos a contar com o apoio de uma nova aplicação informática que permite a comunicação atempada e precisa de todos os acidentes de trabalho e outros indicadores de saúde CIMPOR RELATÓRIO de sustentabilidade 2011 OS COLABORADORES, CADA UM CONTA Desempenho e boas práticas e segurança, bem como a gestão dos planos de ação definidos por cada unidade. A avaliação continuada e as visitas dos especialistas corporativos às unidades orgânicas têm permitido manter a motivação e a atenção relativamente aos objetivos traçados, bem como a execução das ações planeadas. E para que as informações disponibilizadas pela aplicação pudessem ser plenamente utilizadas na gestão de SOS foram realizadas várias ações de formação aos utilizadores, em todo o mundo. ACIDENTES DE TRABALHO MORTAIS (global) Nº Acidentes Mortais (Global) 2011 2010 2009 2008 2007 Colaboradores diretos nas instalações 1 1 1 1 0 Colaboradores diretos fora das instalações 0 0 0 0 0 Colaboradores indiretos nas instalações 2 2 5 6 4 Colaboradores indiretos fora das instalações 3 4 2 2 4 Terceiros nas instalações 2 2 0 0 2 Terceiros fora das instalações 0 0 0 0 0 8 9 8 9 10 TOTAL ACIDENTES DE TRABALHO MORTAIS (cimento) 2011 2010 2009 2008 2007 Colaboradores diretos nas instalações Nº Acidentes Mortais (Cimento) 1 0 1 0 0 Colaboradores diretos fora das instalações 0 0 0 0 0 Colaboradores indiretos nas instalações 2 2 5 6 4 Colaboradores indiretos fora das instalações 3 2 1 2 4 Terceiros nas instalações 2 2 0 0 2 Terceiros fora das instalações 0 0 0 0 0 8 6 7 8 10 TOTAL PAG 55 CIMPOR RELATÓRIO de sustentabilidade 2011 OS COLABORADORES, CADA UM CONTA Acidentes de Trabalho Mortais (todas atividades)/Causa Acidentes de Trabalho Mortais (todas atividades)/País (Colaboradores Diretos, Indiretos e Terceiros) 2007 / 2011 G E F 26,35 11,55 14,69 Outras Atividades 2,69 2,20 6,27 4,33 Agregados 5,84 14,13 9,03 Betão 13,27 2007 2008 2009 2010 2011 8,66 17,18 14,04 16,62 4,70 3,70 4,10 Cimento 6,66 6,68 4,82 10,47 6,36 M Egito, 9: 20% D (Colaboradores Diretos) 2007 / 2011 5,85 L Brasil, 10: 23% F Índia, 2: 5% L Índice de Frequência/Actividade Grupo J Cabo Verde, 1: 2% E Marrocos, 2: 4% J H Tráfego (dentro das instalações), 10: 23% 11,02 I Tunísia, 1: 2% D África do Sul, 2: 4% I G Tráfego (fora das instalações), 14: 32% PAG 56 C Espanha, 3: 7% C H F Exposição a uma explosão, 1: 2% H Turquia, 2: 5% G C E Eletrocussão, 1: 2% B Portugal, 4: 9% A F B D Queimaduras, 3: 7% G China, 2: 5% E equipamentos, 3: 7% C Soterramento em silos ou pilhas, 3: 7% B A Moçambique, 6: 14% D B Aprisionamento no arranque ou movimento de A H A Quedas com desnível e queda de objetos, 9: 20% M (Colaboradores Diretos, Indiretos e Terceiros) 2007 / 2011 CIMPOR RELATÓRIO de sustentabilidade 2011 OS COLABORADORES, CADA UM CONTA Em 2011, as avaliações contínuas de desempenho SOS de todas as unidades orgânicas da Cimpor decorreram em duas fases: no primeiro semestre foi realizada a avaliação dos resultados obtidos em 2010; no segundo semestre foram avaliados os resultados obtidos na primeira metade do ano e definidos os objetivos e planos de ação para o triénio 2012/2014. De acordo com os compromissos assumidos no âmbito da CSI e no sentido de garantir a transparência, coerência e fiabilidade nos dados comunicados pela Cimpor, a verificação dos indicadores de desempenho SOS relativos a todas as atividades desenvolvidas em 2011, abrangeu 135 UO, (17 fábricas de cimento, 1 moagem de cimento, 103 centrais de betão, 9 centros de exploração de agregados e 5 UO integradas em “Outras Atividades”), distribuídas por 11 países. anos, os países mais afetados pela ocorrência de acidentes de trabalho mortais foram Brasil, Egito e Moçambique. Neste período mais alargado, verificamos também que os acidentes mortais ocorreram com maior frequência junto de colaboradores indiretos (77% dos acidentes) e que os “acidentes de tráfego” e as “quedas em altura” são as causas mais frequentes, tendo originado, respetivamente, 55% e 20% dos acidentes mortais. Em termos de desempenho, em 2011, apesar de todo o cuidado posto na sua prevenção, foram registados 8 acidentes mortais, menos um do que em 2010. Os acidentes de tráfego continuaram a ser a principal causa de morte em 2011, com 3 ocorrências, referentes a 2 colaboradores indiretos e 1 terceiro. Dos restantes acidentes mortais, 2 foram causados por exposição à chama ou ao calor (1 colaborador direto e 1 indireto), 1 por exposição a explosão (colaborador indireto), 1 por queda em altura (colaborador indireto) e 1 por aprisionamento no arranque ou movimento de equipamentos (terceiro). Brasil e Egito, ambos com 2 ocorrências, foram os países mais afetados por acidentes de trabalho mortais em 2011. A mesma tendência é confirmada quando alargamos o período de análise: nos últimos cinco Em 2011, considerando todas as atividades, o índice de frequência de acidentes com perda de dias de trabalho, para colaboradores diretos, desceu de 5,85 (2010) para 4,82, devido à redução do número de acidentes que baixou de 104 (2010) para 84. Na atividade do cimento, o PAG 57 CIMPOR RELATÓRIO de sustentabilidade 2011 OS COLABORADORES, CADA UM CONTA dos dois anos não têm uma diferença significativa, pois o número de acidentes com perda de dias de trabalho foi o mesmo, 78. Os restantes indicadores de sinistralidade não tiveram alterações relevantes comparativamente com o ano de 2010. Auscultar para melhorar Responder às necessidades específicas de cada AN e de cada atividade, reforçar a partilha de experiências e compreender as diferentes visões sobre o tema foi o objetivo do inquérito realizado no final do ano envolvendo mais de 500 colaboradores, entre quadros com funções de liderança e gestão e profissionais de SOS em todo o mundo. decréscimo do índice de frequência foi de 4,70 (2010) para 3,70, resultado da ocorrência de 59 acidentes com perda de dias em 2010 e de 47 em 2011. Também o número de acidentes sem perda de dias de trabalho de colaboradores diretos desceu de 2010 para 2011. De 141 (2010) para 128, no que diz respeito à totalidade das atividades e de 112 (2010) para 99 no que se refere à atividade do cimento. Os indicadores de sinistralidade dos colaboradores indiretos também melhoraram significativamente. O índice de frequência passou de 4,84 em 2010 (102 acidentes com perda de dias de trabalho) para 3,99 em 2011 (89 acidentes com perda de dias de trabalho) tendo em conta o conjunto de atividades que a Cimpor desenvolve. Na atividade do cimento, os valores PAG 58 A elevada taxa de participação neste inquérito, rondando os 70%, bem como o elevado número de sugestões de melhoria apresentado, quase 2.500, demonstra bem o empenho de todos em contribuir para um ambiente laboral mais seguro. Das 2.409 sugestões de melhoria apresentadas, foram aprovadas 2.126 e implementadas 1.506, o que corresponde a uma taxa de sugestões por colaborador direto de 28,7%, uma taxa de viabilidade das sugestões apresentadas de 88,3% e uma taxa de execução de 70,8%. Reforço e reconhecimento das boas práticas Os projetos “Boas Práticas para a Segurança na Condução e Segurança dos Prestadores de Serviços” encontram-se em fase de implementação CIMPOR RELATÓRIO de sustentabilidade 2011 OS COLABORADORES, CADA UM CONTA de acordo com o planeado (2010/2014), estando já concluídas as fases de comunicação, análise diferencial e elaboração do plano de ação, em todas as UO da Cimpor. Com o objetivo de continuar a estimular o bom desempenho das diferentes AN, foi criado em 2011 o prémio “Best Safety Performance Award”. A nossa filial da África do Sul foi a grande vencedora conquistando o 2011 Best Safety Performance Award, pela demonstração do compromisso da gestão de topo e da linha hierárquica para com os aspetos de SOS, pela estrutura organizacional criada para o efeito, pelo sistema de gestão SGSOS implementado e, naturalmente, pelo bom desempenho em SOS que, em 2011, se traduziu em “zero acidentes fatais” e “zero acidentes com dias perdidos”. médicos a todos os colaboradores e fomentadas medidas de prevenção de problemas de saúde ocupacional. Como exemplo de ajustamento às realidades locais merecem destaque os programas de prevenção da SIDA existentes em Moçambique e na África do Sul. No total, contabilizaram-se em 2011 15.397 exames médicos de Medicina Curativa realizados nas nossas instalações e 5.716 exames médicos de Medicina Ocupacional, dos quais 8.482 foram exames periódicos, 889 ocasionais e 370 de admissão. A taxa de realização de exames médicos periódicos de saúde ocupacional atingiu os 71%. PROMOÇÃO DA SAÚDE NA CIMPOR CENTROS MÉDICOS DAS UO • Formação interna e externa • Equipamento adequado A saúde dos nossos colaboradores • Seleção de fornecedores com base em critérios de qualidade e custo/eficiência PLANOS DE SAÚDE A Cimpor tem em prática um vasto conjunto de medidas no domínio da Saúde Ocupacional, que inclui a disponibilização de planos de saúde, a sensibilização para estilos de vida saudáveis e a realização de check-ups periódicos, entre outras. Além disso, do ponto de vista da comunicação, são divulgadas regularmente na CimporNet informações preparadas pelos médicos da empresa sobre comportamentos e iniciativas relevantes para a manutenção de um estilo de vida saudável. A Cimpor desenvolve ainda Programas de Saúde regulares adaptados às realidades locais, no âmbito dos quais são realizados “check-ups” • Disponibilização a todos os colaboradores • Divulgação PREVENÇÃO DO TABAGISMO, ALCOOLISMO E USO DE DROGAS • Campanhas de sensibilização • Regulamentação específica “CHECK-UPS” MÉDICOS PERIÓDICOS A TODOS OS COLABORADORES MEDIDAS CONTRA DOENÇAS ESPECÍFICAS • Planos de contingência • Campanhas de sensibilização e prevenção ALIMENTAÇÃO E ESTILO DE VIDA SAUDÁVEL • Campanhas e outras ações de informação e sensibilização PAG 59 CIMPOR RELATÓRIO de sustentabilidade 2011 CRIAR VALOR, PRESERVANDO O AMBIENTE PANDA AILUROPODA MELANOLEUCA PAG 60 CIMPOR RELATÓRIO de sustentabilidade 2011 CRIAR VALOR, PRESERVANDO O AMBIENTE Panda Gigante Ailuropoda melanoleuca O panda gigante está confinado a seis áreas montanhosas isoladas no centro-sul da China. Se a caça não representa hoje um problema, devido às rígidas leis chinesas, já a baixa taxa de natalidade, a elevada mortalidade infantil e a destruição de seu ambiente natural em nome do crescimento económico colocam o panda sob ameaça de extinção. Existem atualmente menos de 1.600 pandas no seu habitat natural. 04 CRIAR VALOR, PRESERVANDO O AMBIENTE PAG 61 CIMPOR RELATÓRIO de sustentabilidade 2011 CRIAR VALOR, PRESERVANDO O AMBIENTE Um objetivo, muitas ações Preservar o ambiente é um objetivo estratégico da Cimpor que não pode ser dissociado dos objetivos do próprio negócio. Na avaliação dos projetos, a preservação dos recursos naturais, a eficiência energética e o nível de emissões libertadas para a atmosfera são cada vez mais os fatores críticos, que proporcionam benefícios tangíveis e estimulam a inovação. PAG 62 INDIA BRASIL Fruto da experiência realizada com sucesso na fábrica de João Pessoa no Brasil, a Cimpor aplicou na pedreira de Pachhtar, na Índia, uma tecnologia inovadora de extração mineira que utiliza um minerador de superfície para minimizar os impactes da exploração. Foi ainda construída uma albufeira que, além dos benefícios proporcionados à comunidade de Pachhtar, é um importante instrumento de proteção da biodiversidade, numa zona que está muito próxima do Barda Wild Life Sanctuary, ao criar condições naturais muito próximas das originais. Mais de 150 mil toneladas ou cerca de 5.500 camiões cheios de material é a economia de recursos naturais que a fábrica da Cimpor Brasil, em João Pessoa, obteve com o projeto de coprocessamento desenvolvido em parceria com uma empresa do Grupo Odebrecht, no âmbito do contrato assinado com a Petrobras. Com o apoio de especialistas, a Cimpor desenvolveu uma solução para a substituição de parte da matéria-prima natural usada no fabrico do cimento por cascalho proveniente das operações de perfuração de poços de petróleo da Petrobras, que estava há vários anos depositado à espera de uma solução técnica economicamente viável e ambientalmente adequada. Só em 2011, 57% das necessidades de argila da fábrica de João Pessoa foram substituídas por cascalho de perfuração, permitindo poupanças significativas no consumo de recursos naturais. Nos dos últimos anos esta fábrica tem vindo a coprocessar outros combustíveis e matérias-primas alternativos como é o caso de pneus usados, resíduos da indústria do calçado e outros substitutos de matérias-primas naturais como é o caso dos provenientes da indústria do alumínio. CHINA Na China, a aposta na recuperação de calor residual dos fornos para gerar eletricidade é uma importante componente da política de ecoeficiência da Cimpor que, desta forma, poupa energia e evita emissões indiretas de CO2. Na fábrica de Shandong, foram produzidos quase 100 mil MWh de energia entre abril de 2009 e o final de 2011, o correspondente a cerca de 20% do consumo da fábrica, levando a uma redução de cerca de 86 mil toneladas de CO2. Em 2011 foi assinado o contrato para instalação de um sistema semelhante na fábrica de Zaozhuang. CIMPOR RELATÓRIO de sustentabilidade 2011 CRIAR VALOR, PRESERVANDO O AMBIENTE ÁFRICA DO SUL Pitão na Área de Conservação de Oribi, Reserva Natural de Simuma, África do Sul PORTUGAL E OUTROS EGITO Os sistemas de reciclagem de betão já introduzidos em dois terços dos centros de produção da Cimpor permitem reduzir resíduos, efluentes e consumo de água. Estes sistemas recebem o betão fresco que retorna das obras, as águas de lavagens das misturadoras, das bombas de betão e dos camiões betoneira e decompõem-no novamente nas matérias-primas cimento, agregados e água. Esta solução tem inúmeras vantagens ambientais: evita que betão fresco excedentário tenha de ser removido para aterro e otimiza o consumo de água ao permitir o reaproveitamento da água já utilizada para a produção de betão fresco. Uma boa prática que será em breve generalizada a todos os países em que a Cimpor desenvolve a atividade do betão. A substituição do filtro eletrostático por um filtro de mangas numa das linha de produção da fábrica do Egito permitiu reduzir a emissão de poeiras em mais de 85%. O objetivo inicial do projeto era o de reduzir a concentração de emissões de partículas nos gases de combustão do forno 1 abaixo dos 50 mg/Nm3, a fim de melhorar a eficiência do processo em geral e de antecipar o cumprimento de eventuais normas ambientais que viessem a ser decretadas a longo prazo. O início do funcionamento ultrapassou as expectativas, com uma melhoria significativa em condições da linha de exploração e uma redução na emissão média de poeiras para 9,1 mg/Nm3, um valor que se situa muito abaixo de qualquer evolução prevista para a legislação ambiental, onde atualmente o limite para a emissão de poeiras é de 500 mg/Nm3. A erradicação de plantas exóticas infestantes e substituição por espécies indígenas de gramíneas da Área de Conservação de Oribi é um projeto que, em seis anos, obteve resultados dignos de registo. Esta área de 230 hectares gerida pela fábrica de Simuma da NPC Cimpor faz parte da Reserva Natural Oribi Gorge situada a cerca de 150 km de Durban. Com o apoio de especialistas, as equipas dedicadas da NPC Cimpor conseguiram erradicar cerca de 65% das plantas invasoras na Área de Conservação de Oribi que têm um efeito devastador no valioso ecossistema local e na biodiversidade da flora e fauna desta reserva natural. Ao mesmo tempo, o projeto reintroduziu plantas indígenas e assegurou a sobrevivência de espécies ameaçadas de extinção que só se encontram naquela área. PAG 63 CIMPOR RELATÓRIO de sustentabilidade 2011 CRIAR VALOR, PRESERVANDO O AMBIENTE 4.1 Proteção Climática e Energia Romper definitivamente com a correlação direta entre o crescimento económico e a evolução das emissões de CO2 constitui atualmente um dos grandes desafios globais, mas também uma grande oportunidade para as empresas, ao exigir delas um esforço de melhoria significativa da eficiência da produção, dos produtos e do consumo, em termos de intensidade carbónica e energética. Monitorização e certificação das emissões de CO2 na Cimpor Como parte da política de proteção climática e energia, a Cimpor monitoriza a sua pegada de carbono para determinar o respetivo nível de exposição, define objetivos no sentido de avaliar oportunidades de reduzir essa pegada através de projetos específicos e, finalmente, procura contribuir para o processo de desenvolvimento de políticas neste domínio através da participação em fóruns nacionais e internacionais. As emissões de CO2 da Cimpor são calculadas e monitorizadas, desde 1990, segundo o “Protocolo de CO2 para a Indústria Cimenteira” desenvolvido pelo World Resources Institute / WBCSD segundo o modelo do GHG Protocol. Além disso, são auditadas e certificadas, desde 2005, por uma entidade externa independente, seguindo uma abordagem idêntica à do IETA Verification Protocol Version 2.0 para a verificação dos relatórios de emissões no âmbito do EU ETS e de acordo com os requisitos da norma ISO 14064-3. O verificador1 constatou que os dados de 2010 e 2011 apresentados a validação se encontravam isentos de erros materiais, no patamar de materialidade de 5%, estando igualmente conformes com os princípios do “Protocolo de CO2 para a Indústria Cimenteira” em termos de relevância, integralidade, consistência, transparência e rigor. 1 PAG 64 Ver Declaração do Verificador no final deste Relatório CIMPOR RELATÓRIO de sustentabilidade 2011 CRIAR VALOR, PRESERVANDO O AMBIENTE As emissões consolidadas de CO2 da Cimpor As emissões absolutas consolidadas da Cimpor têm vindo a registar um inevitável aumento ao longo dos anos devido à política de aquisições e ao crescimento orgânico. No entanto, neste último ano, a quebra acentuada de atividade na península ibérica e em dois dos países da bacia mediterrânica acabou por resultar numa quebra das emissões diretas absolutas de CO2. As emissões específicas brutas tiveram uma evolução diferente, de 678 para 687 kgCO2/t de produto cimentício devido ao crescimento da produção em países que usam carvão e à redução significativa em vários dos que utilizam coque de petróleo e biomassa. O valor líquido destas emissões, em 2011, descontado o efeito dos combustíveis alternativos, é de 678 kg CO2/t de produto cimentício. Além disso, é importante mencionar que o retrocesso ao nível do fator clínquer/ cimento, de 76,5% para 78,3% sofrido contribuiu para acentuar esta variação desfavorável das emissões específicas. Apesar de tudo, o nível global de emissões específicas de CO2 por tonelada de produto cimentício continua a apresentar um bom desempenho relativamente à média do setor. A evolução destas emissões assim como das reduções acumuladas, de 1990 até 2011, encontra-se sintetizada nos gráficos que a seguir se apresentam: PAG 65 CIMPOR RELATÓRIO de sustentabilidade 2011 CRIAR VALOR, PRESERVANDO O AMBIENTE Emissões absolutas de co2 Emissões específicas de CO2/t clinquer (milhões t) 879,60 879,60 874,66 874,66 869,78 869,78 872,13 872,13 874,20 874,20 2011 2010 2009 2008 867,62 879,60 2011 879,60 874,66 2010 874,66 869,78 2009 869,78 872,13 2008 872,13 874,20 2007 2000 874,20 879,02 879,02 881,49 1990 686,86 686,86 2011 677,72 677,72 2010 674,87 674,87 2009 677,73 677,73 2008 664,95 664,95 2007 881,49 Brutas CO2/t clínquer (kg CO2/t) Líquidas CO2/t clínquer (kg CO2/t) Líquidas CO2/t clínquer c/efeito AF (kg CO2/t) Linear [(Líquidas CO2/t clínquer c/efeito AF (kg CO2/t)] 725,20 725,20 2007 Emissões específicas de CO2 / t clínquer (kg CO2/t) Bruto (kg CO2/t Cimentício) Lìquido (kg CO2/t Cimentício) 1990 1990 2011 2010 2009 Emissões específicas de CO2/t cimentício PAG 66 881,49 881,49 17.9 17.9 18.9 18.9 17.7 17.7 18.4 18.4 2008 2007 11.8 1990 11.8 17.6 Bruto (kg CO2/t clinquer) Líquido (kg CO2/t clinquer) 17.6 Bruto (t CO2) Líquido (t CO2) CIMPOR RELATÓRIO de sustentabilidade 2011 CRIAR VALOR, PRESERVANDO O AMBIENTE Emissões específicas de co2 / t Cimentício (kg CO2/t) 686,86 677,72 2011 686,86 2010 677,72 677,72 674,87 674,87 2009 677,73 677,73 2008 664,95 664,95 2007 680,81 2000 1990 680,81 725,20 725,20 Brutas CO2/t Cimentício (kg CO2/t) Líquidas CO2/t Cimentício (kg CO2/Cimentício) Líquidas CO2/t Cimentício c/efeito AF (kg CO2/Cimentício) Linear (Líquidas CO2/t Cimentício c/efeito AF (kg CO2/Cimentício) redução anual das emissões (toneladas CO2) - 1990 1992 1994 1996 1998 2000 2002 2004 2006 2008 2010 2011 -5.000.000,0 -10.000.000,0 -15.000.000,0 -20.000.000,0 -25.000.000,0 Reduções anuais aculumadas Reduções anuais até 2011 NOTA AOS GRÁFICOS: Estes gráficos refletem as emissões de CO2 da Cimpor desde 1990, considerando em cada ano o perímetro de consolidação do Grupo estendido aos anos anteriores. A atualização da situação de referência de 1990 e anos seguintes foi efetuada sempre que entrou em funcionamento uma nova UO. PAG 67 CIMPOR RELATÓRIO de sustentabilidade 2011 CRIAR VALOR, PRESERVANDO O AMBIENTE O decréscimo do valor das emissões absolutas (líquidas) de CO2 para 17,9 milhões de toneladas (18,9 Mt em 2010) considerando o atual perímetro de consolidação, deve-se ao decréscimo acentuado da produção de clínquer na Península Ibérica, Tunísia, Egito e Índia. O descolar entre a evolução da produção de cimento e a evolução das emissões de CO2 é claro. Apesar do aumento de produção de cimento em cerca de 63%, entre 1990 e 2011, considerado o atual perímetro de consolidação, as emissões absolutas brutas globais de CO2 aumentaram apenas de 52% no mesmo período. A melhoria sensível do rendimento energético do processo, as mudanças de combustível para combustíveis com fatores de emissão inferiores e, sobretudo, o aumento significativo das adições usadas no cimento explicam esta evolução favorável. O nível de emissões específicas diretas (brutas ou líquidas) de CO2 da Cimpor tem melhorado de forma sensível relativamente aos valores de 1990, quer por tonelada de clínquer, quer por tonelada de produto cimentício, embora tenha havido este ano um ligeiro recuo nesta evolução que tem muito a ver com a realidade do atual perímetro da Cimpor. As emissões específicas diretas (líquidas) por tonelada de produto cimentício evoluíram de um valor superior a 725 em 1990, para um valor de 678 kg de CO2 / tonelada de produto cimentício em 2011. Já no que diz respeito às emissões específicas diretas (líquidas) por tonelada de clínquer deu-se uma evolução de 881, em 1990, para 868 kg de CO2 / tonelada de clínquer, em 2011. Em 2005, a Cimpor estabeleceu o objetivo de redução de 15% até 2015 das emissões específicas de CO2 por tonelada de produto cimentício, PAG 68 situando o valor da meta em torno dos 610 kg de CO2 /t de produto cimentício. Este objetivo continua válido para o anterior perímetro que não incluía as AN Turquia, China e Índia, países que utilizam carvão como combustível e onde o nosso volume de produção tem vindo a aumentar. Para este perímetro de 2004, a Cimpor obteve em 2011 o valor de 634 kg CO2 /t de produto cimentício para as emissões específicas diretas (líquidas), o que representa uma redução de 10,1%, face a 1990 e nos mantém em linha com o objetivo de redução de 15% estabelecido para 2015. No caso das emissões específicas diretas (brutas), para o perímetro de 2004 foi obtido o valor de 649 kg CO2 / t de produto cimentício. No final de 2011, foi definido o novo objetivo de 640 kg CO2/t de produto cimentício para as emissões específicas diretas (líquidas), levando já em linha de conta a nova realidade da Cimpor, i.e., o atual perímetro integrando as AN Turquia, Índia e China. No que diz respeito às emissões específicas indiretas tem-se verificado, também, uma melhoria que fica a dever-se às medidas de racionalização contínua do consumo de energia. CIMPOR RELATÓRIO de sustentabilidade 2011 CRIAR VALOR, PRESERVANDO O AMBIENTE As emissões de CO2 no processo de fabrico de cimento A produção de cimento necessita de uma utilização intensiva de matérias-primas e de energia térmica e elétrica, da qual resultam emissões para a atmosfera sendo, entre todas, as de dióxido de carbono (CO2) as mais importantes. A nível global, a indústria cimenteira produz atualmente cerca de 5% das emissões antropogénicas de CO2, das quais metade é intrínseca ao próprio processo químico de produção, 40 % é proveniente dos combustíveis utilizados e os restantes 10%, emitidos de forma indireta, em consequência da utilização de energia elétrica e transportes. A quantidade de CO2 emitida depende da composição química das matérias-primas, do tipo de combustível utilizado e do consumo térmico específico do forno, que pode variar com o tipo de processo tecnológico da linha de produção. O clínquer obtido é seguidamente moído com outras adições para produzir cimento. Política de alterações climáticas da Cimpor A Cimpor tem vindo a planear a toda a sua política em matéria de alterações climáticas de forma sistemática. Os riscos associados aos aspetos regulatórios do CO2 nos vários países e à evolução dos preços de mercado do CO2, assim como outro tipo de riscos indiretos ligados às alterações climáticas são seguidos, a par e passo, dentro da política geral de análise de riscos da empresa, para que sejamos capazes de determinar e controlar a cada momento a exposição global da Cimpor e dar o devido suporte ao processo de decisão. A Cimpor compara ainda o seu posicionamento estratégico neste domínio com o da sua concorrência, para identificar riscos e oportunidades e preparar-se para a transição de mercado. De acordo com a avaliação feita, os ativos da empresa não deverão ser diretamente afetados pelas consequências físicas das alterações climáticas e quaisquer interrupções devidas a calamidades naturais de génese climática deverão ser temporárias. Além destes aspetos, e provavelmente mais relevante para o negócio, deve ser tida em conta a acentuação de fenómenos extremos em zonas onde a Cimpor tem feito o seu aprovisionamento regular de combustíveis, mais suscetíveis a este tipo de ocorrências. Para contrariar este risco, têm sido identificadas fontes de abastecimento alternativas. Mais importante, os acordos e as regulamentações sobre alterações climáticas irão alterar aspetos fundamentais da estratégia do negócio, nomeadamente na vertente económica da produção, competitividade dos custos, decisões de investimento e valor de diferentes tipos de ativos afetando dessa forma as nossas operações, os produtos e as relações com clientes e fornecedores. Procuramos, também, identificar as soluções de baixo custo e de baixo risco para reduzir ainda mais o nosso perfil de emissões CO2, embora tenhamos já hoje um perfil de emissões de CO2 muito interessante, fruto do trabalho entretanto realizado. PAG 69 CIMPOR RELATÓRIO de sustentabilidade 2011 CRIAR VALOR, PRESERVANDO O AMBIENTE Principais estratégias / Iniciativas de Redução das Emissões de CO2 na Cimpor Estratégia Alavanca Iniciativas e principais resultados alcançados Curto-prazo Fator clínquer/cimento: Redução da quantidade de clínquer necessária ao fabrico de uma tonelada de cimento através do aumento da produção de cimentos compostos. O Cimento Portland Normal (tipo básico) possui um fator clínquer/cimento em torno dos 95%, sendo os restantes 5% gesso. O clínquer pode ser parcialmente substituído por adições de outros compostos minerais (e.g., cinzas volantes, escórias) normalmente conhecidos por produtos cimentícios, para produzir os chamados cimentos compostos. Reduzem-se as matérias-primas virgens e as quantidades de combustível e energia necessárias para a produção. Hoje, 72% dos nossos cimentos são compostos. Em 2011 o fator médio clínquer/ cimento da Cimpor foi de 78,4%. Taxa de substituição térmica: Aumento da percentagem de energia proveniente de combustíveis alternativos, em particular, de combustíveis com elevadas frações de biomassa. Em 2011, a taxa global de substituição de combustíveis fósseis não renováveis por combustíveis alternativos fósseis e biomassa na Cimpor foi de 5,1%, valor que representa uma ligeira melhoria em relação ao ano anterior. Fator de emissão kgCO2/GJ: Substituição de combustíveis com fatores de emissão de CO2 elevados por combustíveis com fatores de emissão de CO2 inferiores. O aumento do uso de coque de petróleo em substituição do carvão em diversas fábricas da Cimpor faz parte das iniciativas que têm contribuído para reduzir as emissões de CO2/t de clínquer entre 1990 e 2011. No mesmo sentido, vão a utilização de gás natural no Egito e em Moçambique, desde 2004 e 2008 respetivamente. A incorporação de combustíveis alternativos em substituição do carvão e do coque de petróleo e o coprocessamento de resíduos têm sido efetuados nas fábricas do Brasil, da Turquia, de Portugal. Em 2011, foi lançado um programa ambicioso de dinamização do uso de combustíveis alternativos nas várias AN da Cimpor. Consumo térmico específico: Aumento da eficiência energética térmica do processo de produção de clínquer. O consumo térmico específico representa o consumo total de energia das linhas de produção de clínquer por tonelada de clínquer produzido. A eficiência térmica das fábricas é influenciada em primeiro lugar pelo tipo de tecnologia utilizada no processo de produção, embora seja, também, bastante afetada pela regularidade do cru alimentado, condições de operação, aproveitamento de calor residual de processo para secagem de matérias-primas e combustíveis, estabilidade de condução dos fornos e pela fiabilidade de operação dos mesmos. Neste momento, todas as fábricas da Cimpor dispõem de linhas de produção de via-seca a tecnologia mais moderna e mais eficiente e algumas delas possuem sistemas de condução automática. A eficiência térmica dos fornos da Cimpor tem vindo a melhorar desde 1990. Em 2011, o valor 3.650 MJ/t clínquer traduz um recuo neste indicador, ligado a por razões conjunturais. Consumo elétrico específico: Aumento da eficiência energética elétrica do processo de produção de clínquer e cimento. A eficiência elétrica continua a ser objeto de melhoria em cada uma das etapas do processo de fabrico. O peso que tem no total de energia consumida no fabrico de cimento, entre 12 e 15%, justifica a adoção de medidas de racionalização e o investimento em equipamentos mais modernos. PAG 70 CIMPOR RELATÓRIO de sustentabilidade 2011 CRIAR VALOR, PRESERVANDO O AMBIENTE Estratégia Alavanca Iniciativas e principais resultados alcançados Médio-prazo Consumo térmico específico: Modernização das linhas mais antigas e construção de novas linhas de produção de clínquer. A melhoria do consumo de energia térmica desde 1990 deve-se também à paragem de algumas linhas antigas, à construção de linhas mais eficientes em Campo Formoso, Brasil e no Egito, e à renovação de linhas de produção existentes em Portugal, Espanha, Marrocos e Tunísia. A entrada em funcionamento, no ano de 2008, de uma nova linha na África do Sul e de três remodeladas em Espanha e no Brasil, às quais se juntaram em 2009 e 2010 novas linhas na Turquia e na China, contribuem para que este e outros indicadores diretamente relacionados continuem a evoluir favoravelmente. Em 2011, a necessidade de responder ao crescimento do mercado brasileiro obrigou à reativação de duas linhas menos eficientes do ponto de vista de consumo térmico. Longo-prazo Consumo elétrico específico: Recuperação do calor residual dos gases quentes de processo. Estudada há vários anos, a recuperação do calor residual dos gases de processo para a produção de energia elétrica foi aplicada pela primeira vez na China, em 2008. Entretanto foram concluídas 2 novas instalações na China e na Índia. Os três projetos têm uma capacidade instalada total 25MW. Taxa de substituição de matérias-primas: Aumento da percentagem de utilização de matérias-primas alternativas descarbonatadas. A política de longo prazo para a gestão das pedreiras procura fomentar a crescente utilização de matérias-primas alternativas para o fabrico de clínquer, total ou parcialmente descarbonatadas, como as cinzas de cinzeiro, escórias não granuladas, SPL, estéril de carvão, e a reciclagem de resíduos de construção e demolição. Desta forma é possível obter uma redução adicional das emissões específicas de CO2 por tonelada de clínquer produzido, embora com um efeito algo limitado. Projetos CDM/JI, Fundos de Carbono e Comércio de Emissões A Cimpor tem procurado tirar partido da distribuição da sua base de ativos (e.g., fábricas de Marrocos, Tunísia, Brasil, África do Sul, Moçambique e China) para explorar o potencial dos mecanismos de flexibilidade criados pelo Protocolo de Quioto (comércio de emissões e projetos CDM) e obter créditos de carbono que possam ser utilizados no mercado europeu de comércio de emissões de CO2 (EU ETS). O caráter extremamente restritivo das regras dos projetos CDM tem inviabilizado as possibilidades estudadas e tornado esta vertente cada vez menos interessante. Com o objetivo e, também, de forma de diversificar o risco associado ao desenvolvimento deste tipo de projetos e lograr obter ganhos com o mercado de CO2, o Grupo Cimpor detém, desde 2007, uma participação no Luso Carbon Fund, um Fundo de Carbono que investe num conjunto diversificado de projetos CDM em várias partes do mundo. Para adequar em cada momento o número de licenças de emissão à produção das UO ibéricas e à evolução dos preços de mercado, em 2011 a Cimpor voltou a recorrer pontualmente ao mercado de comércio de emissões de CO2, para a compra e venda de licenças. Projetos de I&D: Desenvolvimento de clínqueres e produtos alternativos e Captação e Sequestração de Carbono (CCS) A Cimpor tem vindo a aumentar o investimento em projetos de investigação e desenvolvimento (I&D) com universidades de prestígio, com particular enfoque nas alterações climáticas, como é o caso de estudos sobre a produção de clínquer belítico e de geopolímeros, a investigação da nano-engenharia do silicato de cálcio hidratado (C-S-H), e a Captação e Sequestração de Carbono. PAG 71 CIMPOR RELATÓRIO de sustentabilidade 2011 CRIAR VALOR, PRESERVANDO O AMBIENTE Os nossos edifícios Para além da redução das emissões de CO2 e da melhoria da eficiência energética das instalações produtivas, a Cimpor tem vindo também a investir cada vez mais na melhoria da eficiência energética dos próprios edifícios industriais e comerciais, visando reduzir as suas necessidades energéticas e torná-los mais sustentáveis. Apesar dos edifícios serem responsáveis por uma parte ínfima do consumo energético industrial global da empresa, acreditamos que é importante atuar nesta área. Afinal, os edifícios representam cerca de 40% do consumo de energia à escala global e, assim, uma parte relevante das emissões de CO2. Hoje em dia, os planos de investimento da Cimpor contemplam uma dotação para intervenções destinadas à racionalização do consumo energético dos edifícios, aplicadas na otimização das redes de iluminação interiores e exteriores, na substituição de janelas, portas, paredes, pisos e tetos com melhor comportamento térmico e, sempre que viável, na instalação de painéis solares para o aquecimento de água e produção de eletricidade. Declarações ambientais de produto Correspondendo ao crescente interesse do mercado, a Cimpor tem vindo a estudar a melhor forma de poder vir a fornecer informação ambiental detalhada sobre os seus produtos destinados à construção. Esta deverá ser apresentada na forma de uma Declaração Ambiental de Produto (DAP), na qual a informação voluntária relativa aos aspetos e impactes ambientais do produto ao longo do seu ciclo de vida e baseada na Avaliação de Ciclo de Vida (ACV) será validada por uma entidade independente. Em produtos de construção como o cimento e o betão, este tipo de informação detalhada deve ser apenas utilizada como parte de uma Avaliação do Ciclo de Vida completo de um edifício ou de uma construção, pois não faz sentido comparar diretamente produtos de construção diferentes para o mesmo fim. É necessário também que as DAP sigam Regras para Categoria de Produto (RCP) harmonizadas de acordo com o que é preconizado pelo trabalho do CEN/ TC 350 nomeadamente na norma EN 15804. Através da CSI e da CEMBUREAU, a Cimpor tem estado envolvida na elaboração de regras genéricas comuns para o cimento e betão destinadas a prestar este tipo de informação voluntária ao mercado e permitir aos consumidores efetuar escolhas avisadas sobre os respetivos padrões de consumo e impactes ambientais associados. PAG 72 CIMPOR RELATÓRIO de sustentabilidade 2011 CRIAR VALOR, PRESERVANDO O AMBIENTE 4.2 A Ecoeficiência na Utilização de Recursos A Cimpor vê na sua condição de consumidora intensiva de materiais e energia uma oportunidade para estabelecer relações win-win com outros processos produtivos, promovendo a ecologia industrial. As simbioses com outras indústrias são a chave para a ecoeficiência e para a redução do consumo de recursos naturais, continuando a criar valor e a assegurar a sua competitividade. Esta estratégia focalizada na ecologia industrial representa para a Cimpor um esforço considerável no domínio da inovação e da adaptação funcional aos novos mercados de matérias-primas e combustíveis alternativos. Implica ainda um trabalho aturado no estabelecimento de parcerias industriais sólidas e duradouras. Uma aposta que permite ainda prestar um serviço relevante à sociedade, através do tratamento e valorização de resíduos de forma segura e eficaz. Sabemos que o objetivo de ecoeficiência na utilização de recursos não pode cingir-se às fronteiras das nossas unidades industriais. Por isso, é com entusiasmo que assumimos os novos desafios de promoção da reciclabilidade e durabilidade dos nossos produtos e respetivas aplicações. Sabemos que, desta forma, também estamos a contribuir para a nossa ecoeficiência e, assim, para uma utilização sustentável dos recursos. Apostando nas simbioses industriais Inspirando-nos no funcionamento inteligente dos ecossistemas e nas simbioses que na natureza se estabelecem, promovemos o uso eficiente dos recursos, com benefício para a nossa pegada de carbono. A Cimpor utiliza/coprocessa subprodutos e resíduos de outros setores produtivos, tanto como matérias-primas como combustíveis alternativos, desempenhando um papel central no ecossistema industrial. Temos vindo a estabelecer uma série de parcerias estáveis com empresas de diferentes setores (petrolífero, calçado, siderurgia, produção elétrica, tabaco, rochas ornamentais, cana do açúcar, agropecuário, entre muitos outros) com a finalidade de assegurar o escoamento dos subprodutos destas indústrias e, ao mesmo tempo, solucionar de uma forma ambientalmente adequada o problema da produção de resíduos que, de outra forma, seriam descartados sem mais-valia económica e, em muitos casos, com prejuízos ambientais importantes. No fim da sua vida útil, o cimento incorporado no betão pode ser reciclado sob a forma de “agregados artificiais” ou reutilizado após uma preparação para o efeito. A reutilização ou reciclagem do betão contribui diretamente para a menor utilização de agregados virgens e menor quantidade de resíduos depositados em aterro, permitindo ao mesmo PAG 73 CIMPOR RELATÓRIO de sustentabilidade 2011 CRIAR VALOR, PRESERVANDO O AMBIENTE SIMBIOSES INDUSTRIAIS PAG 74 Areias de fundição, Resíduos de tinta, Resíduos triturados Borracha Indústria Automóvel e Reprocessamento de sucata Indústria do Calçado Escórias; Sílica; Gesso Resíduo de Celulose e Papel Cinzas volantes, lamas de gesso Farinha, Ossos, Gordura Zinco, Níquel, Chumbo, Cobre, Cal Indústria Siderúrgica Indústria da Pasta Termoeléctricas Matadouros e de Papel Processamento de Carnes Lamas, Resíduos de Filtração,Casca de Arroz Pneus usados Combustíveis Derivados de Resíduos Indústria Alimentar Fabrico e Reprocessamento de Pneus Unidade de Tratamento de Resíduos Resíduos de Corte Calor residual e Energia Elétrica Indústria de Rochas Ornamentais Sistema Municipal de Abastecimento de Eletricidade e Calor Resíduos de Extração Indústria Petrolífera tempo recuperar materiais valiosos que podem ser aplicados em diversas aplicações com um bom desempenho. de vida do produto, e permitindo que outros, através da nossa ação, consigam igualmente fazê-lo. A Cimpor atua, assim, em conformidade com a sua política de sustentabilidade, dando prioridade à redução do consumo dos recursos naturais e ao uso de fontes renováveis de energia. Esta atuação não se cinge unicamente à fabricação, estendendo-se a toda a cadeia de valor, de forma a reduzir a nossa pegada ecológica em todas as fases do ciclo A estratégia de implementação da atividade de coprocessamento na Cimpor passou pela criação de uma nova área corporativa na estrutura organizacional da empresa e de uma empresa, a ECO-Cimpor, cujo principal desafio passa pela elaboração e lançamento de um Plano de Negócios para a atividade até 2016. CIMPOR RELATÓRIO de sustentabilidade 2011 CRIAR VALOR, PRESERVANDO O AMBIENTE Garantindo o rigor na prática do coprocessamento Na Cimpor a utilização de matérias-primas e combustíveis alternativos respeita um conjunto de especificações que incidem nas condições de fornecimento, manipulação e processamento, visando não só assegurar a qualidade do produto, mas também o cumprimento das normas mais exigentes num quadro de preservação do ambiente e da saúde pública, garantindo as condições de higiene e segurança e a qualidade do produto. Partindo dos requisitos estabelecidos pela CSI e considerando, sempre que pertinente, o quadro legal aplicável e mais restritivo, bem como outros documentos orientadores relevantes, e tomando em consideração a realidade da Cimpor, elaborámos em 2011 um documento orientador para o coprocessamento responsável. Utilização crescente de matérias-primas alternativas Um dos aspetos mais sensíveis e definidor da sustentabilidade da atividade cimenteira reside na utilização das matérias-primas. Como exemplo de uma política de preservação ambiental, a Cimpor utilizou, em 2011, 3,9 milhões de toneladas de matérias-primas alternativas, ou seja, 10,1% do total de matérias-primas consumidas, o que representa um aumento de 17% face a 2010 e o alcance da meta de 10% definida para 2015. As Áreas de Negócio com maiores taxas de utilização de matériasprimas alternativas são a África do Sul (40,8%) e o Brasil (25,9%). A utilização de matérias-primas alternativas no nosso processo produtivo tem-nos permitido preservar recursos naturais não renováveis com vantagens para a competitividade e para o nosso desempenho em matéria de emissões diretas de CO2 por via da utilização de alguns materiais já descarbonatados. Desta forma também prolongamos a vida útil dos depósitos minerais e a sua preservação como recursos estratégicos retirando, simultaneamente, benefícios óbvios para a conservação da natureza e da biodiversidade. Substituição de combustíveis convencionais por combustíveis alternativos A Cimpor tem fomentado a preservação dos recursos energéticos não renováveis através do uso de combustíveis alternativos. Em 2011, a taxa global de utilização térmica de combustíveis alternativos atingiu os 5,13%, valor que traduz um aumento da ordem de 10% relativamente ao valor registado em 2010 (4,73%). Considerando apenas as 8 Áreas de Negócio (Portugal, Espanha, Marrocos, Brasil, África do Sul, Tunísia Egito e Turquia) abrangidas pela meta de 10% estabelecida anteriormente para 2015, a taxa de substituição térmica atingiu os 5 %, tendo aumentado cerca de 20% em relação ao valor registado em 2010 (4,2%). Com a criação da ECO-Cimpor em 2011 foi definida uma meta mais ambiciosa para 2016, tendo sido fixado numa taxa de substituição de 30% e abrangendo agora a totalidade das Áreas de Negócio da Cimpor. Desta forma, para além de reduzirmos a dependência dos combustíveis tradicionais e da inerente volatilidade dos preços, reduzimos as emissões de CO2 que são mais baixas nos combustíveis alternativos do que nos fósseis. PAG 75 CIMPOR RELATÓRIO de sustentabilidade 2011 CRIAR VALOR, PRESERVANDO O AMBIENTE Matérias-primas usadas em 2011 (% de utilização térmica) A B C D E F (% de utilização térmica) C A D B PAG 76 F G H IJ E D Pneus e Borracha: 59,54% Agrícolas, Orgânicos: 13,23% Farinha Animal: 7,77% Mistura de resíduos industriais: 6,87% Outros resíduos fósseis: 6,13% Plásticos: 3,27% Lamas: 2,71% Solventes: 0,17% Outros combustíveis de biomassa: 0,16% Óleos usados: 0,14% C G E F A MPA descarbonatadas 37% Cinzas volantes 21% Escórias 13% Outros componentes 9% Poeiras de forno 8% Gesso artificial 6% MPA carbonatadas 6% A B C D E F G H I J B Matérias-primas alternativas usadas em 2011 A B C D E F G A Combustíveis alternativos utilizados em 2011 B D C A G Marrocos: 2% H Moçambique: 1% I Tunísia: 1% J Turquia: 1% Brasil: 52% África do Sul: 21% China: 10% Espanha: 7% Índia: 3% Portugal: 3% A B C D E F A I GH H IJ C EFGH E F F G E B D D Contributo das UN para o uso de matérias-primas alternativas Coque de Petróleo: 46,23% Carvão: 28,54% Gás Natural: 7,79% Fuel Óleo: 7,59% Linhite: 4,61% Combustíveis Alternativos sem Biomassa: 3,90% G Combustíveis Alternativos de Biomassa: 1,22% H Diesel: 0,11% C Calcário: 74,8% Matérias-primas alternativas: 10,1% Argila: 5,4% Margas: 4,5% Gesso: 2,6% Areia: 1,1% Minério Ferro: 0,7% Pozolanas: 0,7% Bauxite: 0,1% B A B C D E F G H I Combustíveis utilizados em 2011 CIMPOR RELATÓRIO de sustentabilidade 2011 CRIAR VALOR, PRESERVANDO O AMBIENTE A AN Brasil é aquela que regista maiores taxas de substituição térmica de combustíveis convencionais por alternativos. Várias unidades operacionais ultrapassam o valor de 20%, atingindo-se, numa delas, o valor máximo de 35%. A AN Portugal também se destaca, apresentando a segunda taxa de substituição térmica mais elevada, com cerca de 10%. HIERARQUIA DE RESÍDUOS Processamento de produtos Prevenção Preparação para Reutilização Reciclagem Contribuindo para uma política de gestão sustentável dos resíduos Nos locais onde atua, a Cimpor oferece soluções eficazes e ambientalmente adequadas para a gestão das crescentes quantidades de resíduos produzidos pelas empresas e cidadãos. Além de promover a reciclagem e valorização energética dos resíduos, contribui para uma redução global das emissões de CO2, já que permite evitar as emissões que resultariam da deposição em aterro ou da incineração dedicada. Processamento de resíduos Coprocessamento Outra Valorização (ex. incineração com recuperação de energia) Eliminação (ex. incineração sem recuperação de energia, deposição em aterro) Coprocessamento como operação de reciclagem A Cimpor assegura igualmente o cumprimento da hierarquia dos resíduos, coprocessando resíduos para os quais não existam soluções viáveis de reciclagem ou reutilização. Para além da valorização de resíduos, no âmbito de simbioses industriais, as fábricas da Cimpor são por vezes solicitadas pelas autoridades para a eliminação nos seus fornos de determinados resíduos, por oferecer condições técnicas e ambientais únicas para uma completa destruição dos materiais em causa. Esta é uma outra forma através da qual a Cimpor presta um serviço à sociedade. O coprocessamento de resíduos como matérias-primas alternativas faz com estes sejam sujeitos a um processo de alteração das respetivas propriedades físico-químicas dando origem a um produto (clínquer ou cimento) que respeita rigorosos critérios de qualidade. Trata-se, por isso, de uma operação de reciclagem à luz dos critérios mais exigentes, designadamente, os que estão na base da definição de reciclagem que consta da Diretiva Quadro dos Resíduos vigente na União Europeia (e de acordo com a interpretação constante do documento da Comissão Europeia Guidance on the interpretation of key provisions of Directive 2008/98/EC on waste). PAG 77 CIMPOR RELATÓRIO de sustentabilidade 2011 CRIAR VALOR, PRESERVANDO O AMBIENTE Acresce que a reciclagem no coprocessamento não se cinge à valorização material de matérias-primas. No coprocessamento de resíduos como combustíveis, para além da valorização energética, ocorre também uma operação de reciclagem por incorporação das cinzas no produto final (European Integrated Pollution Prevention and Control Bureau. 2010. Reference Document on Best Available Techniques in the Cement, Lime and Magnesium Oxide Manufacturing Industries). Eco-Inovação - Uma oportunidade a explorar A ecoeficiência não se cinge à fase de produção. Importa fechar o ciclo dos materiais. Neste sentido, a Cimpor pretende contribuir para a preservação de recursos atuando também ao nível do comportamento do produto ao longo da sua vida útil e fim de vida, ou seja, na fase de resíduo. Para o efeito reconhece a importância de uma estratégia direcionada para a eficiência energética do produto na sua vida útil; o prolongamento da vida útil do produto; e a reciclabilidade do produto. Os esforços neste momento direcionam-se para a promoção da durabilidade e reciclabilidade do produto, área em que temos vindo a aprofundar o conhecimento sobre formas de prolongar a vida útil do betão (e.g., estudo recente sobre pavimentos em betão em KwaZulu-Natal, África do Sul) e de assegurar que este pode ser reciclado, através de testes já realizados com resíduos de demolição, na medida em que tal significa valor acrescentado e maior competitividade, ao mesmo tempo que reduz a nossa pegada ecológica. PAG 78 CIMPOR RELATÓRIO de sustentabilidade 2011 CRIAR VALOR, PRESERVANDO O AMBIENTE 4.3 Aposta na Melhoria da Qualidade do Ar Além das emissões de CO2, na fabricação de cimento libertam-se óxidos de azoto (NOx), dióxido de enxofre (SO2), partículas, compostos orgânicos voláteis (COVs), assim como outros micropoluentes que podem contribuir para a poluição do ar local. Em 2011, as quantidades emitidas dos principais poluentes sofreram um ligeiro aumento, contrariando a tendência de descida que se tinha vindo a verificar ao longo dos últimos anos. Esse aumento não pode ser dissociado do facto da atividade nas AN de Portugal e Espanha, onde se encontram as localizadas as fábricas com melhor desempenho a este nível, ter registado uma retração apreciável da produção e, simultaneamente, de uma certa deslocação da produção da Cimpor para unidades operacionais localizadas em países emergentes que ainda necessitam de evoluir em relação a este aspeto. Ainda assim, apesar do cenário menos favorável em alguns países, a Cimpor mantém-se apostada em investir na redução e na monitorização em contínuo das emissões. É importante constatar que ultrapassámos novamente o objetivo de redução de emissões de NOx e SO2 estabelecido para 2011. O mesmo já não se verificou em relação às emissões de partículas. A evolução destes indicadores, além de questões de desempenho, reflete variações de perímetro da Cimpor ao longo dos últimos anos, com a entrada de novas unidades operacionais e o encerramento temporário de outras, o arranque de novas instalações em alguns países e, sobretudo, uma acentuada redução na taxa de utilização das instalações de produção na Península Ibérica que, devido ao importante peso da capacidade aí instalada e elevado desempenho, fez com que alguns dos indicadores consolidados não continuassem a registar uma tendência favorável no último ano. Apesar disso, a Cimpor regista resultados de primeira linha no que diz respeito à redução, controlo e monitorização de emissões de poluentes principais (partículas, NOx e SO2) para a atmosfera. Entre 2007 e 2011, as emissões de partículas dos fornos foram reduzidas de 243 para 165 g/t clínquer o que representa um decréscimo superior 30%. Para os atingir temos investido fortemente na instalação de filtros de mangas nos fornos. Hoje, mais de 50% dos fornos dispõem de filtros de mangas / filtros híbridos considerados a BAT (Best Available Technique). O objetivo, muito próximo de ser alcançado, é chegar a um valor de 100 g/t clínquer até 2015. PAG 79 CIMPOR RELATÓRIO de sustentabilidade 2011 CRIAR VALOR, PRESERVANDO O AMBIENTE PAG 80 164,6 2011 135,1 161,6 2009 2010 171,6 2008 243,1 2007 Objetivo 2011: 125 g/t clínquer Emissões específicas NOx NOx (g/t clínquer) 1656,9 1517,9 1632,8 2010 2011 Objetivo 2011: 1 750 g/t clínquer 2009 Objetivo 2008: 1 900 g/t clínquer 1682,8 Assim, em 2011, apenas 6 dos 36 fornos em operação, excederam ligeiramente o limite legal para as emissões de partículas e unicamente 2 Objetivo 2008: 150 g/t clínquer 2008 Para conseguir atingir os objetivos definidos, a Cimpor irá continuar a dedicar uma parte importante dos investimentos industriais plurianuais à redução das emissões de partículas, reequipando as unidades operacionais mais antigas com tecnologia de redução mais eficiente. Alguns destes projetos deverão ficar concluídos até ao final de 2013. Paralelamente, estão em curso outros investimentos orientados para a redução das emissões de NOx, sobretudo em Espanha (país que mais contribui para as emissões deste poluente), assim como de SO2, com intervenções projetadas para Brasil e Portugal. Partículas (g/t clínquer) 1924,4 Com o investimento em instalações destinadas ao tratamento de efluentes gasosos através da injeção de cal hidráulica / hidróxido de cálcio, as emissões de dióxido de enxofre (SO2) proveniente das matérias-primas naturais utilizadas na produção de clínquer registaram um decréscimo de aproximadamente 45% entre 2007 e 2011. Nesse período, as emissões globais passaram de 376 para 207 g/t clínquer, ultrapassando já o objetivo de 280 g/t clínquer fixado para 2015. Emissões específicas de partículas 2007 As emissões de óxidos de azoto (NOx) resultantes dos processos de combustão dos fornos foram reduzidas de 1.924, em 2007, para 1.633 g/t clínquer, em 2011, o que representa um decréscimo da ordem dos 15%. A meta de 1.700 g/t clínquer para 2015 já foi alcançada em 2010. Este notável progresso deve-se ao investimento na instalação de sistemas de redução seletiva não-catalítica (SNCR) e de sistemas destinados à redução localizada da temperatura da chama dos queimadores principais. CIMPOR RELATÓRIO de sustentabilidade 2011 CRIAR VALOR, PRESERVANDO O AMBIENTE Emissões específicas SO2 fornos não cumpriram tangencialmente o limite para as emissões de NOx. Encontram-se previstos novos investimentos para corrigir estas situações muito pontuais e alcançar 100% de conformidade com os valores legais. 193,5 188,7 206,7 2010 2011 2007 2009 Objetivo 2011: 300 g/t clínquer 2008 300,1 375,7 SO2 (g/t clínquer) KPI’s 1 e 2: Evolução 2009/2011 96,4 95,6 95,0 90,6 95,6 O nosso acompanhamento anual das emissões de poluentes atmosféricos por fontes fixas é efetuado em todas as unidades operacionais, monitorizando-se em contínuo os poluentes principais (partículas, NOx e SO2) em 97,2% dos fornos, o que corresponde a 96,4% (KPI2) de clínquer produzido. No entanto, no que diz respeito à monitorização dos micropoluentes, ainda ficámos um pouco aquém do nosso objetivo de atingir 100% da produção de clínquer monitorizada, tendo-se encerrado o ano de 2011 com a monitorização (pontual ou em contínuo dos poluentes principais (partículas, NOx, SO2) e micropoluentes (metais, PCDD/F e COVs) com uma percentagem de 90,6% (KPI1). A quebra do KPI1, em 2011, relativamente a 2010, ficou a dever-se ao arranque de uma linha nova que tem um prazo de dois anos para cumprimentar com a realização do fingerprint. KPI 2 2009 2010 2011 KPI 1 95,0 (em %) Importa acrescentar que, atualmente, quase toda a produção de clínquer na Cimpor é monitorizada em contínuo no que diz respeito aos poluentes principais, o que podemos considerar quase único entre os principais grupos internacionais do setor, sendo também monitorizada através de medições pontuais aos micropoluentes (metais, COV, PCDD/F) emitidos para a atmosfera e de novas medições pontuais de fingerprints sempre que ocorram variações significativas nos processos, nas matérias-primas e nos combustíveis utilizados. PAG 81 CIMPOR RELATÓRIO de sustentabilidade 2011 CRIAR VALOR, PRESERVANDO O AMBIENTE Alargando o âmbito da monitorização As nossas fábricas têm também em marcha programas de redução, monitorização e controlo periódicos de emissões de micropoluentes bem como das emissões difusas de partículas, com excelentes resultados. Num quadro de crescente escrutínio, a Cimpor reconhece a importância do acompanhamento das emissões de outros poluentes, como os compostos orgânicos voláteis (COV), o mercúrio (Hg) e outros metais. Até à data, independentemente daquilo que a legislação de cada país determina, tem vindo a ser efetuada, em cada forno, uma medição pontual destinada a caracterizar a situação existente, os chamados fingerprints. Sempre que haja uma alteração a esta situação de referência devido a alterações significativas ao nível do processo, combustíveis ou matérias-primas usadas, os fornos voltam a ser caracterizados segundo os princípios do protocolo de Monitorização e Reporte de Emissões do WBCSD/CSI desenvolvido para o setor cimenteiro. Na sequência da atualização deste protocolo efetuada em 2011, visando alcançar níveis de exatidão cada vez maior na determinação dos valores de emissão, iremos passar a monitorizar diversos destes compostos com uma periodicidade predefinida. Além de modificar a periodicidade das medições pontuais foram também estabelecidas por este protocolo atualizado uma série de boas práticas para as medições e critérios idênticos de reporte para todas as empresas. PAG 82 CIMPOR RELATÓRIO de sustentabilidade 2011 CRIAR VALOR, PRESERVANDO O AMBIENTE Parceria do setor cimenteiro para o mercúrio Monitorizando a qualidade do ar na envolvente Durante o ano 2011, no âmbito do Programa de Parceria Global do Mercúrio do PNUA, o setor de cimento formou a parceria específica para a Indústria de Cimento. O objetivo desta parceria é prosseguir com a mitigação / eliminação, sempre que possível, das emissões de mercúrio provenientes das chaminés principais das fábricas de cimento. Outro aspeto importante destes programas é a monitorização da qualidade do ar na zona envolvente das fábricas, efetuada através da integração de diversos equipamentos de amostragem instalados em torno dos perímetros fabris nas Redes da Qualidade do Ar de grande parte das unidades operacionais da Cimpor. A parceria está aberta à participação do governo e das partes interessadas e visa não só complementar os programas chave existentes, estrategicamente selecionados de forma a garantir reduções globais significativas, mas também apoiar esses esforços adicionais do ponto de vista de disponibilização de informação técnica e de custos, de modo a reforçar uma abordagem de redução eficaz das emissões de mercúrio, particularmente no caso dos países emergentes e dos países com economias em transição. A monitorização visa a definição e o estabelecimento de objetivos internos de melhoria da qualidade do ar ambiente na envolvente, bem como evitar, prevenir ou reduzir os possíveis efeitos nocivos para a saúde humana e o ambiente. A atualização das informações relativas ao inventário mundial de emissões de mercúrio e a definição de uma situação de referência real deve permitir a esta Parceria Global efetuar uma avaliação mais avançada de cenários de redução e projetar metas realistas de progresso. Estimativas relativas à contribuição da indústria de cimento para as emissões totais a nível global de mercúrio para a atmosfera apontam para um valor ligeiramente superior a 10%. No entanto, a quantidade de mercúrio emitida varia significativamente quando comparamos diversos fornos devido às diferenças encontradas no que diz respeito ao teor em mercúrio nas matérias-primas, combustíveis e às diferenças ao nível de processo dos fornos. Estas são algumas das razões pelas quais o setor cimenteiro pretende participar ativamente no Programa de Parceria Global do Mercúrio da PNUA. Esta rede fornece informação importante sobre a eficácia e o estado de manutenção dos filtros de despoeiramento existentes nas instalações e sobre o nível de partículas difusas presentes no ar, geradas internamente, em cada uma das etapas do nosso processo, bem como as emitidas por outras fontes alheias à produção de cimento. Poeiras Difusas Atividade Cimento As poeiras difusas correspondem a emissões atmosféricas não captadas por sistemas de despoeiramento. Normalmente, estas emissões estão relacionadas com movimentação de veículos e matérias-primas, seja por inexistência de sistemas de despoeiramento, seja pela própria movimentação física das matérias-primas por agentes naturais como PAG 83 CIMPOR RELATÓRIO de sustentabilidade 2011 CRIAR VALOR, PRESERVANDO O AMBIENTE o vento. Para estes casos, a adoção de medidas como a cobertura de transportadores, a melhoria do despoeiramento de pontos de transferência de materiais, o fecho das estruturas de diversos edifícios de armazenagem de matérias-primas e clínquer e a eliminação, se possível, de zonas de armazenagem, a céu aberto, contribuem a minimizar os impactes. Quando a eliminação imediata destas zonas de armazenagem a céu aberto ainda não é possível há que recorrer à instalação de sistemas de pulverização de água atomizada sobre as pilhas de material depositado. Além destes sistemas de controlo das poeiras difusas, a construção de novos arruamentos em betão e a criação de diversas zonas verdes, em substituição de caminhos e zonas em terra-batida, têm contribuído de forma decisiva para a mitigação deste impacto. Atividade Betão Na Atividade Betão, temos também feito um esforço no sentido de reduzir as emissões difusas nos vários centros de produção da Cimpor. As mais importantes têm a ver com a cobertura das telas transportadoras e com a instalação de sprinklers nos parques de agregados. No caso das pedreiras da Atividade Agregados, a exemplo do que já acontece na Atividade Cimento, o controlo de poeiras é essencialmente realizado através da utilização de rega regular dos caminhos de circulação. Existem também algumas pedreiras que contam já com sistemas de despoeiramento, a tendência é que todas venham no futuro a possuir este tipo de equipamento, à medida que forem atualizando as instalações. PAG 84 Ruído Atividade Cimento A Cimpor dá grande importância ao potencial impacto da sua atividade em termos de ruído ambiente. Assim, com o objetivo de o minimizar, na Atividade Cimento, adotamos critérios restritivos na compra de equipamentos, estabelecendo níveis máximos de emissão sonora, instalamos silenciadores, canópias, barreiras acústicas naturais ou artificiais ao longo do perímetro das fábricas, isolamos os edifícios onde se encontram instalados equipamentos mais ruidosos com painéis acústicos e favorecemos a implementação de outras práticas como, por exemplo a adoção planos de manutenção com rotinas mais frequentes para os equipamentos mais ruidosos. Para avaliar o nível de impacte gerado nas comunidades vizinhas, 73% das nossas unidades fazem periodicamente estudos de ruído e elaboram os respetivos mapas, nos quais são identificadas as situações (fontes de ruído) relativamente às quais é premente desenvolver e implementar um plano de ação com vista à correção do problema. Atividade Betão Na Atividade Betão tem também sido desenvolvido um trabalho significativo para o encapsulamento dos compressores e geradores, visando a diminuição do impacto sonoro produzido pelo funcionamento destes equipamentos, indispensáveis à produção de betão. CIMPOR RELATÓRIO de sustentabilidade 2011 CRIAR VALOR, PRESERVANDO O AMBIENTE 4.4 A Gestão da Água como um Recurso Valioso Redução de consumo Atividade Betão A indústria cimenteira não é particularmente intensiva no uso de água, embora esta constitua um recurso fundamental para o desenvolvimento da nossa atividade e possa, em algumas zonas, constituir um fator limitador da mesma ou até do crescimento. Os consumos de água nos centros de produção da Atividade Betão variam em função da disponibilidade de sistemas de reaproveitamento de água nas instalações. Nos casos em que este tipo de equipamentos existe, o consumo médio situa-se nos 210 l/m3 de betão. Nos restantes casos, os consumos sobem para cerca de 280 l/m3. A existência de sistemas de reaproveitamento de água permite portanto uma poupança de água na ordem dos 25%. Numa fábrica de cimento, a água é basicamente utilizada nos circuitos de arrefecimento dos equipamentos e em algumas das etapas do processo de fabrico (e.g., nos sistemas de rega dos arrefecedores de satélites dos fornos e torres de acondicionamento), na exploração dos recursos, na rega de espaços verdes e caminhos de circulação de veículos nas pedreiras, assim como noutros sistemas automáticos de aspersão destinados à minimização das emissões difusas de poeiras, bem como nas atividades de limpeza, higiene e alimentação. A atividade do betão pronto tem vindo a desenvolver esta boa prática ao longo dos anos e é, hoje, importante constatar que, em 2011, todos os centros de produção possuem sistemas de reaproveitamento de água, nomeadamente bacias de decantação que, não só recuperam a água das lavagens e eventualmente dos recicladores de betão, como também armazenam a água da chuva. Em 2011, a atividade do betão pronto na Cimpor consumiu cerca de 1,425 milhões de m3 de água, incluindo a utilizada na própria produção de betão fresco, assim como a água utilizada no lavagem dos equipamentos e instalações, regas, etc. É de salientar que em Portugal, a atividade não produz quaisquer efluentes industriais, sendo que toda a água é reutilizada, perdendo-se apenas por evaporação ou absorção das matérias-primas. PAG 85 CIMPOR RELATÓRIO de sustentabilidade 2011 CRIAR VALOR, PRESERVANDO O AMBIENTE Em 2011, como parte desta política, passámos a utilizar a ferramenta “Global Water Tool” desenvolvida pelo WBCSD com o objetivo de identificar de uma forma sistemática as operações que se situam em zonas de stresse hídrico, de escassez e de escassez extrema de água. PAG 86 16 17 4 3 Abundante Suficiente Stresse Escassez Algumas das nossas UO encontram-se localizadas em zonas de reconhecida escassez de água, competindo por esta com outros utilizadores, entre os quais as próprias populações locais. Noutros casos, a nossa principal preocupação é a de gerir um excedente. A implementação de programas de conservação assume maior relevância naquelas áreas onde existe um risco efetivo de stresse hídrico. Independentemente disso, a Cimpor promove uma cultura generalizada de uso racional da água e defende normas rigorosas de utilização deste recurso, que passam pela medição do consumo e das perdas, tratamento, reciclagem e reutilização da água, aproveitamento de águas pluviais e pela sensibilização para um consumo mais racional. 1 Hoje, a monitorização cuidadosa do consumo, através de medições diretas ou de estimativas acertadas, afigura-se muito importante, ajudando-nos a identificar as melhores oportunidades para a sua redução. situação das fábricas da cimpor nas diferentes zonas de stresse hídrico Escassez extrema Apesar da necessidade de mobilização a nível corporativo para a problemática da conservação da água, a abordagem ao tema deve ser feita localmente, atendendo às realidades e desafios específicos de cada país e de cada unidade operacional. Atualmente, das 41 unidades operacionais da Cimpor, 4 situam-se em zonas de stresse hídrico, 3 (Marrocos e Egito) em zonas de escassez e 1 (Tunísia) em zona de escassez extrema. Cerca de 19% da água total consumida em 2011 pela Cimpor, aproximadamente 1,2 milhões de m3, foi retirada de 4 unidades operacionais situadas em ambientes de escassez ou escassez extrema. Sem dados Água: uma preocupação corporativa com uma abordagem local Em 2011 foram utilizados, em média, 0,294 m3 de água para produzir uma tonelada de clínquer, o que nos permite, já hoje, cumprir o objetivo de 0,300 m3/t de clínquer fixado há seis anos para 2015. As iniciativas em curso para a conservação da água permitiram reduzir o seu consumo específico por tonelada de clínquer em cerca de 3% relativamente a 2010. CIMPOR RELATÓRIO de sustentabilidade 2011 CRIAR VALOR, PRESERVANDO O AMBIENTE Consumo de água Consumo específico de água (milhares m3) 0,294 2010 2011 0,285 0,342 2009 0,327 2008 0,346 2007 5.987 2011 6.959 2009 6.164 6.621 2008 2010 6.439 2007 (m3/t clínquer) Água retirada por ORIGEM 2.345 Total subterrânea Total superficial Total outras origens água retirada por origem A Subterrânea: 45% A B Superficial: 39% C Outras origens: 16% B 944 C 2.698 (milhares m3) PAG 87 CIMPOR RELATÓRIO de sustentabilidade 2011 CRIAR VALOR, PRESERVANDO O AMBIENTE Os consumos de água podem variar apreciavelmente de fábrica para fábrica, em função do tipo de processo de fabrico e do tipo de equipamentos instalados. A água utilizada para fins industriais, representando entre 75 a 90% do consumo total, provém em geral de captações de águas subterrâneas e/ ou superficiais, sendo previamente sujeita a um tratamento adequado. A água de uso doméstico, cerca de 5% do consumo total, provém de redes municipais de abastecimento de água, quando estas existem. A água para outros fins, como a rega das zonas ajardinadas ou zonas sujeitas a reabilitação nas pedreiras e a aspersão de estradas para controlo das poeiras, provém, em muitos dos países onde operamos, de redes de recuperação de águas pluviais criadas para o efeito em várias das nossas unidades operacionais. Este consumo pode representar entre 5 a 15% do total. A nossa política de conservação e gestão racional do consumo de água, que visa em primeira análise reduzir a quantidade de água captada, incentivou a criação de sistemas ou circuitos fechados para recirculação da água industrial na esmagadora maioria das nossas fábricas, permitindo assim a sua quase total reutilização. Isto reduz substancialmente, quer o consumo de água, quer o impacte ao nível dos efluentes líquidos de processo gerados. Além das questões associadas ao consumo preocupamo-nos em assegurar a qualidade com que a água utilizada é devolvida ao sistema. 73% das unidades operacionais da Atividade Cimento dispõem de instalações de depuração próprias para as águas residuais a montante do ponto de reutilização ou de descarga final no meio recetor. Este valor PAG 88 considera as unidades operacionais que recorrem a bacias de retenção de forma a diminuir o teor de sólidos em suspensão que normalmente levam associadas as águas de escorrência e que dispõem de sistemas/estações de tratamento nas zonas de armazenamento de matérias-primas, combustíveis sólidos e resíduos. Procuramos reduzir o volume de água descarregada ao mínimo necessário, mas ainda não definimos o objetivo de eliminar integralmente as descargas de água de processo. A qualidade da água descarregada no meio recetor final é sistematicamente analisada e está, geralmente, sujeita às normas e legislação local que impõem a cada fábrica determinadas frequências de amostragem e avaliação dos parâmetros fixados. Considerando a globalidade da nossa cadeia de valor No que diz respeito à política de conservação da água, se quisermos realmente fazer a diferença, é crucial alargar o esforço a toda a nossa cadeia de valor e desempenhar um papel ativo junto da nossa envolvente local, estendendo os nossos programas e trabalhando em conjunto com as comunidades locais, governos e organizações não-governamentais, fornecedores e clientes. O maior contributo que podemos dar para a redução do uso global da água é o de procurar minimizar o seu uso nas nossas próprias operações e adotar uma atitude didática sobre o tema relativamente àqueles que connosco se relacionam, mesmo em locais onde hoje pensamos que a água nunca irá constituir um problema. CIMPOR RELATÓRIO de sustentabilidade 2011 CRIAR VALOR, PRESERVANDO O AMBIENTE 4.5 Preservando os Ecossistemas e a Biodiversidade Os recursos minerais necessários para o negócio do cimento ocorrem frequentemente em áreas de elevado valor ecológico. Neste quadro, a atividade extrativa é tipicamente um dos principais fatores de conflito entre a indústria cimenteira e os sistemas ecológicos, já que supõe a remoção do coberto vegetal, a modificação da paisagem e a alteração das condições edáficas provocando a destruição pontual dos ecossistemas. A Cimpor está ciente da importância estratégica de uma gestão criteriosa das suas pedreiras, não apenas pela importância dessa conduta para a preservação dos sistemas naturais e sociais envolventes, como para a garantia da sustentabilidade e longevidade da atividade cimenteira. Esta preocupação é reforçada nos casos em que as nossas pedreiras se situam em zonas sensíveis e de elevado valor natural. Neste contexto, temos vindo a fomentar junto dos responsáveis pela gestão destas unidades um conjunto de boas práticas nas várias fases do respetivo ciclo de vida, procurando sempre que possível a simultaneidade temporal entre exploração e reabilitação. Assim, tem vindo a ser progressivamente adotado para a atividade extrativa da Cimpor um conjunto de medidas de caráter geral: • Aplicação do manual preliminar para a exploração e reabilitação de pedreiras (documento interno que integra as diretrizes da CSI, as disposições legais aplicáveis e as orientações específicas da Cimpor), que visa identificar e minimizar os impactes decorrentes da exploração das massas minerais; • Aplicação do programa de diagnóstico, controlo e registo de ações no domínio da exploração e reabilitação de pedreiras; • Disponibilização de uma base de dados atualizada com exemplos de boas práticas de exploração e reabilitação de pedreiras. Para além destas medidas, temos em prática, para cada pedreira e em função de cada realidade particular, um conjunto de instrumentos específicos que contribuem para a minimização da pressão sobre os habitats naturais e a recuperação das zonas degradadas: • Planos de Reabilitação Ambiental (PRA), incluindo, quando aplicável, a necessária reavaliação dos planos de lavra para antecipação da reabilitação; • Estudos de Impacte Ambiental e Social (EIAS); • Estudos de Avaliação de Risco em termos de Biodiversidade; • Planos de Gestão da Biodiversidade (PGB), quando aplicável. PAG 89 CIMPOR RELATÓRIO de sustentabilidade 2011 CRIAR VALOR, PRESERVANDO O AMBIENTE Reabilitando pedreiras, restabelecendo equilíbrios 86% • 28% 21% PEC 16% 47% 38% Garantia de segurança durante a exploração e no pós-encerramento; PGB • 2009 2010 2011 36% Proteção dos ecossistemas, designadamente, através da simultaneidade da exploração e recuperação e da adaptação da geometria das frentes de exploração em função da posterior reabilitação; PRA • 78% A reabilitação ambiental de pedreiras afigura-se como um dos aspetos mais relevantes da política de sustentabilidade da Cimpor. Através da aplicação dos PRA, a atividade extrativa na Cimpor obedece a um conjunto de princípios nos seguintes domínios: 77% Evolução dos KPIs das pedreiras Envolvimento dos stakeholders locais através do diálogo permanente sobre os projetos em curso ou previstos e da promoção regular de visitas às áreas em causa, envolvendo uma forte componente de formação sobre as técnicas de reabilitação, características das espécies locais e aspetos ambientais. Das 69 pedreiras afetas à atividade Cimento, a percentagem de pedreiras com PRA aprovados e comunicados aos stakeholders atingiu os 86% em 2011, valor que reflete um incremento significativo face a 2010 (77%) e um firme passo para o cumprimento da meta de 90% estabelecida para 2015. Das pedreiras com PRA, 78% têm o respetivo plano em execução, o que significa também uma melhoria face ao ano anterior (74%) e reflete o PAG 90 CIMPOR RELATÓRIO de sustentabilidade 2011 CRIAR VALOR, PRESERVANDO O AMBIENTE e da biodiversidade. No conjunto de áreas de exploração mineral propriedade da empresa inserem-se ecossistemas tão sensíveis quanto valiosos, como é o caso da Floresta Atlântica, da Floresta de Mangal, da Floresta Ripícola (ciliar ou de galeria), de Reservas ou Parques Naturais, ou de áreas da Rede Natura 2000, as quais são tratadas com um enorme cuidado, não só do ponto de vista da sua preservação como também da informação e formação ambiental, através de programas específicos desenvolvidos junto das populações e das escolas locais. nosso compromisso relativamente à recuperação ambiental e paisagística das pedreiras onde opera. Também o envolvimento direto das comunidades locais nas atividades de divulgação dos projetos de exploração de pedreiras afetas à Atividade Cimento registou uma melhoria em 2011, com 28% das pedreiras ativas (21% em 2010) a deterem planos específicos de envolvimento das comunidades. Naturalmente, este tipo de envolvimento é mais relevante para as pedreiras localizadas junto dos maiores centros urbanos e são essas as que privilegiamos. O investimento na gestão de zonas sensíveis do ponto de vista da biodiversidade é uma atuação win-win, na medida em que ganham os ecossistemas mas também a Cimpor que, assim, vê patrimonialmente valorizadas estas áreas e fortalecida a sua relação de confiança com os stakeholders. Várias têm sido as formas encontradas pela Cimpor para beneficiar os ecossistemas e a biodiversidade das áreas potencialmente afetadas pelas suas unidades operacionais. Apresentam-se alguns exemplos: • Estabelecimento, no âmbito da reabilitação de pedreiras, de condições físicas e naturais que potenciem a introdução de novas espécies e o aumento da biodiversidade (ex. criação de condições edáficas ou hidrológicas como no caso da pedreira do Bom Jesus, Alhandra, Portugal); • Substituição de espécies infestantes por espécies autóctones (e.g., controlo de plantas exóticas infestantes na Área de Conservação de Oribi, NPC-Cimpor, África do Sul); Gerindo a biodiversidade, transformando ameaças em oportunidades A Cimpor tem envidado esforços para que a sua atividade represente cada vez mais uma oportunidade para o enriquecimento dos ecossistemas PAG 91 CIMPOR RELATÓRIO de sustentabilidade 2011 CRIAR VALOR, PRESERVANDO O AMBIENTE • Apoio a atividades de proteção, monitorização, reposição ou incremento de espécies de especial interesse biológico, quer sejam ou não potencialmente ameaçadas pela atividade extrativa (e.g., Fazenda da Graça, João Pessoa, Brasil). A existência de PGB associados aos projetos de implantação das pedreiras, desenvolvidos e aplicados com recurso a especialistas, têm sido peças fundamentais para a adoção destas práticas. Estes planos permitem caracterizar a situação de referência, os impactes e medidas de mitigação e identificar as medidas de preservação a adotar, incluindo a monitorização das espécies relevantes, ao longo do ciclo de vida da pedreira. Das pedreiras ativas afetas à Atividade Cimento, 15 (21,7%) inserem-se, contêm ou são adjacentes a áreas reconhecidas pelo seu elevado valor em biodiversidade. Destas, 7 (46,7%) têm já hoje PGB implementados, valor que traduz uma melhoria relativamente ao ano de 2010 [6 (37,5%)]. Necessitamos no entanto de prosseguir ativamente esta orientação estratégica para alcançarmos a meta de 65% definida para 2015. Atividade Agregados No que se refere à Atividade Agregados a Cimpor conta no seu universo com 50 pedreiras ativas das quais 94% têm Plano de Reabilitação Ambiental. Destas, apenas 4 se inserem, contêm ou são adjacentes a áreas reconhecidas pelo seu elevado valor em biodiversidade. PAG 92 CIMPOR RELATÓRIO de sustentabilidade 2011 CRIAR VALOR, PRESERVANDO O AMBIENTE 4.6 Garantindo a Excelência na Gestão A Cimpor tem apostado na melhoria contínua, quer do ponto de vista dos resultados económicos, quer do ponto de vista dos processos de gestão e de apoio à decisão. A criação de uma linguagem comum, o benchmarking interno e externo, o aperfeiçoamento do desempenho operacional, da qualidade da informação e da comunicação interna permitem-nos uma visão partilhada do negócio e, consequentemente, a tomada de decisões ajustadas, sustentadas numa base fiável. Estas ferramentas permitem a utilização de uma linguagem técnica e de gestão comuns, bem como o reporte global (e.g., industrial, financeiro, comercial, performance, sustentabilidade) para uma matriz única na qual são tratados, consolidados e avaliados os dados, analisando-se a respetiva evolução e efetuando-se a comparação com dados análogos relativos a outras unidades, de diferentes AN, a partir de bases de dados partilhadas que permitem a geração automática de relatórios e de gráficos. Em matéria de Sistemas de Informação (SI), prosseguiu-se a estratégia, desde há muito definida, de uniformização de soluções, que permite termos hoje um conjunto de ferramentas, processos e práticas internas comuns. Destacam-se o lançamento de novos projetos a partir da solução ERP/SAP já disponível em todas as nossas Áreas de Negócio e de outras aplicações para os mais variados fins (e.g., Manutenção, Produção, Compras, Logística). O Programa de Performance Cimpor, da Cimpor Tec, tem vindo a diversificar e aperfeiçoar os parâmetros integrados nos sistemas de gestão da Cimpor. Indicadores e medições de performance industrial dos mais variados tipos face a objetivos definidos são incluídos em relatórios anuais e flash reports mensais corporativos, das AN e das UO, destinados às respetivas comissões executivas e, também, à elaboração de planos de negócio e à tomada de decisões de investimento. PAG 93 CIMPOR RELATÓRIO de sustentabilidade 2011 CRIAR VALOR, PRESERVANDO O AMBIENTE A evolução dos SI, em termos do estabelecimento de plataformas comuns, bem como a implementação das várias ferramentas de gestão acima referidas contribuem para uma comunicação aberta entre todas as funções da empresa e, como tal, para um adequado envolvimento das diferentes AN/UO e departamentos. Obtém-se, assim, o contributo de todos para o cumprimento dos nossos objetivos estratégicos, para os quais elaboramos planos de negócio e tomamos decisões de investimento. Além dos aspetos mencionados, e com o objetivo de reforçar de uma forma sistemática as competências técnicas e qualificação dos Quadros Técnicos do Grupo, a Cimpor Tec, Centro Técnico Corporativo, desenhou um Programa de Formação Técnica de Quadros, com vários níveis, destinado a assegurar o desenvolvimento de ações de formação de caráter técnico, nos mais variados domínios, para a Atividade Cimento. O programa destina-se a melhorar as competências técnicas e o nível desempenho individual dos quadros técnicos do Grupo; a incentivar a formação on-job através de ações de formação “por medida“ no local de trabalho; a fomentar o espírito de grupo; transmitir políticas, metodologias, práticas e conhecimentos corporativas; promover a troca de experiências, a partilha de melhores práticas e a discussão de soluções; dinamizar e organizar a realização de Seminários Técnicos em processo de fabrico, qualidade e controlo de processo e práticas de manutenção. A gestão operacional e ambiental, a saúde ocupacional & segurança e a gestão da qualidade dos nossos produtos são funções descentralizadas geridas diretamente pelas UO, pese embora o facto de Cimpor ter vindo a adotar uma serie de diretrizes ao nível corporativo com vista a facilitar a implementação e o desenvolvimento de uma linguagem e práticas comuns. PAG 94 CIMPOR RELATÓRIO de sustentabilidade 2011 CRIAR VALOR, PRESERVANDO O AMBIENTE O objetivo é o de conseguir que até 2015 todas as UO disponham dos sistemas de gestão devidamente implementados e em conformidade com normas internacionalmente reconhecidas. Neste último campo, 35 das 41 UO (85%) têm um sistema de gestão de qualidade (SGQ) certificado de acordo com a norma ISO 9001, 27 (66%) têm sistema de gestão de segurança e saúde ocupacional (SGSOS) certificado de acordo com as normas OHSAS 18001 ou equivalentes e 26 (63%) têm sistema de gestão ambiental (SGA) certificado de acordo com a norma ISO 14001. tornarmos, a curto prazo, mais fortes. E isso consegue-se promovendo uma cultura orientada para uma redução sustentada de custos. Tendo em conta os excelentes resultados do projeto e com vista a dar seguimento às orientações estratégicas, a Cimpor decidiu, no final de 2011, reforçar o programa através da incorporação de três novos eixos de atuação, para os quais foram entretanto criadas estruturas centrais de suporte: Compras, Logística e Coprocessamento. É nas AN China e AN Moçambique que a Cimpor deverá agora concentrar os seus esforços, na medida em que estas AN se encontram numa fase menos adiantada de implementação destes sistemas. BEST / BE STronger O projeto BEST, em curso desde 2009 e alicerçado no Programa de Performance Cimpor (PPC) da Cimpor Tec, visa quantificar os ganhos associados à melhoria de desempenho operacional das nossas unidades de produção, resultado das ações do PPC, no caso da Atividade Cimento, e de muitos outros programas corporativos nas restantes Atividades de Negócio e nos mais variados domínios, e, dessa forma, definir objetivos de redução de custos operacionais de modo melhorarmos a nossas margens de negócio, reforçando, assim, a solidez da Cimpor num quadro de grande disparidade económica nos países onde operamos. A própria designação “BE STronger” define o objetivo do projeto, de nos PAG 95 CIMPOR RELATÓRIO de sustentabilidade 2011 PERFORMANCE SUSTENTABILIDADE Cimpor PAG 96 CIMPOR RELATÓRIO de sustentabilidade 2011 PERFORMANCE SUSTENTABILIDADE Cimpor Albatroz de Cauda Curta Phoebastria albatrus O albatroz-de-cauda-curta nidifica nas ilhas japonesas de Torishima e Minami-Kojima mas chega a atravessar todo o Pacífico Norte até às costas da Califórnia em busca de alimento. Quase levado à extinção devido ao comércio de penas, enfrenta hoje ameaças como os iscos dos pescadores, predadores introduzidos nas suas colónias, a destruição dos habitats e a ingestão de despojos de plástico que povoam os oceanos. 05 PERFORMANCE SUSTENTABILIDADE Cimpor PAG 97 CIMPOR RELATÓRIO de sustentabilidade 2011 DESEMPENHO ECONÓMICO AFLUXO DOS STAKEHOLDERS CLIENTES SALDO PARA A CIMPOR Milhões de euros Milhões de euros 2647 268 ESTADO IMPOSTOS OUTROS 9 71 Milhões de euros Milhões de euros FLUXO PARA STAKEHOLDERS 2379 Milhões de euros FORNECEDORES 1808 Milhões de euros PAG 98 ACIONISTAS DIVIDENDOS 134 Milhões de euros COLABORADORES SALÁRIOS 248 Milhões de euros CIMPOR RELATÓRIO de sustentabilidade 2011 DESEMPENHO ECONÓMICO INVESTIMENTOS FINANCEIROS Milhões de euros Milhões de euros 283 45 INDUSTRIAIS 238 Milhões de euros BANCOS JUROS REFINANCIAMENTO LIQUIDO Milhões de euros Milhões de euros 109 15 PAG 99 CIMPOR RELATÓRIO de sustentabilidade 2011 PERFORMANCE SUSTENTABILIDADE Cimpor Performance sustentabilidade cimpor Indicadores-chave de desempenho KPI GRI Pág. 2009 2010 2011 Volume de Negócios x EC1 RC10 2.085,5 2.239,4 2.275,0 A Cash Costs Operacionais x EC1 RC44 1.479,6 1.609,6 1.706,7 A Cash Flow Operacional (EBITDA) x EC1 RC10 605,9 629,8 616,0 A Amortizações e Provisões x EC1 RC96 229,00 220,70 243,20 A GARANTIA Desempenho Económico Valor económico directo gerado e distribuído (milhões de euros) Criação de valor para os principais stakeholders da CIMPOR: EC1 Colaboradores (salários) EC1/EC3 RS98-99 244 253 248 A Estado (impostos) EC1 RS98-99 63 71 71 A Acionistas (dividendos incluindo interesses minoritários) EC1 RS98-99 121 129 134 A Credores (juros pagos à banca) EC1 RS98-99 76 51 109 A Fornecedores (bens, serviços e materais comprados) EC1 RS98-99 1530 1773 1.808 A Outros EC1 RS98-99 77 16 19 A Valor retido EC1 RS98-99 407 316 268 A Vendas Vendas de Clínquer e Cimento (milhares de toneladas) x RC11 27.402 28.269 27.515 A Vendas de Agregados (milhares de toneladas) x RC11 13.819 12.756 13.071 A Vendas de Betão (milhões de m3) x RC11 7.264 6.721 6.786 A Vendas de Argamassas (milhares de toneladas) x RC11 543 474 438 A Impacto dos Investimentos Desenvolvimento e impactos dos investimentos orientados para o benefício público EC8 RS18-19, 36-37 RS 2009 RS 2010 RS 2011 Impactos económicos indiretos significativos EC9 RS36-37 RS 2009 RS 2010 RS 2011 EN2 RS tab. perf. 68,7% 69,6% 71,7% NOTA: Informação económica mais detalhada pode ser encontrada no R&C 2011 Produtos com reduzido teor em carbono incorporado % de produtos contendo adições diversas (cimentos compostos) x Tipos de cimentos produzidos pela CIMPOR Cimento portland normal RS tab. perf. 31,3% 30,4% 28,3% Cimento com escória RS tab. perf. 4,1% 3,9% 4,3% Cimento pozulânico RS tab. perf. 4,3% 3,6% 2,3% Cimento com cinzas RS tab. perf. 9,5% 9,0% 7,1% Cimento com calcário RS tab. perf. 42,0% 42,7% 46,6% Cimento composto à base de adições múltiplas RS tab. perf. 8,0% 9,7% 10,7% PAG 100 CIMPOR RELATÓRIO de sustentabilidade 2011 PERFORMANCE SUSTENTABILIDADE Cimpor Indicadores-chave de desempenho KPI GRI Pág. 2009 2010 2011 GARANTIA Desempenho Económico Cimento de alvenaria, cimento p/ poços de petróleo, cal e outros RS tab. perf. 0,7% 0,7% 0,8% Relação com os clientes % empresas filiais da CIMPOR a conduzir inquéritos a clientes Cimento PR5 x RS95 Betão Agregados % destas que avalia expetativas dos clientes (reuniões presenciais) 88% 88% 85% RS tab. perf. dado nd dado nd 66% RS tab. perf. dado nd dado nd 56% x RS tab. perf. 55% 55% 55% x RS23 Desempenho Ambiental Número de fábricas incluídas na avaliação 40 40 41 V Betão Fábricas de cimento e moagens de cimento dado nd dado nd 191 V Agregados dado nd dado nd 50 V Argamassas dado nd dado nd dado nd V Sistemas de Gestão Implementação de SGQ ISO 14001 (% de UO) Fábricas de cimento x RS tab. perf. 77% 77% 74% V Moagens de cimento x RS tab. perf. 50% 43% 43% V Total de unidades operacionais (fábricas de cimento + moagens de cimento) x RS95 68% 65% 63% V Investimentos Sustentabilidade (inclui ambientais e conformidade ambiental) (milhões de euros) Investimentos Sustentabilidade / Ambientais Atividade Cimento, Betão, Agregados, Argamassas e Outros RS19 49,09 42,66 56,32 Investimentos Sustentabilidade / Ambientais Atividade Cimento EN30 RS19 45,48 36,73 39,13 Investimentos Sustentabilidade / Ambientais Atividade Betão RS19 1,71 4,08 2,19 Investimentos Sustentabilidade / Ambientais Atividade Agregados RS19 0,97 1,72 12,44 Investimentos Sustentabilidade / Ambientais Atividade Argamassas RS19 0,30 0,02 0,01 Investimentos Sustentabilidade / Ambientais Atividade Outros RS19 0,69 0,10 2,55 Redução das emissões de CO2 Emissões absolutas brutas CO2 (milhões de toneladas) x RS66 17,7 18,9 17,9 V Emissões absolutas líquidas CO2 (milhões de toneladas) x RS66 17,7 18,9 17.9 | 17.6* V Emissões específicas brutas CO2 (kg CO2/t produto cimentício) x RS66 677 678 687 V Emissões específicas líquidas CO2 (kg CO2/t produto cimentício) x RS66-67 677 678 687 | 678* V Emissões específicas brutas CO2 (kg CO2/t clínquer) x RS66 870 875 880 V Emissões específicas líquidas CO2 (kg CO2/t clínquer) x RS66 870 875 880 | 868* V * Valor obtido descontando o efeito dos combustíveis alternativos EN16 PAG 101 CIMPOR RELATÓRIO de sustentabilidade 2011 PERFORMANCE SUSTENTABILIDADE Cimpor Indicadores-chave de desempenho KPI GRI Emissões CO2 evitadas acumuladas desde 1990 (milhões de t CO2) x EN18 Emissões CO2 evitadas em termos médios anuais (milhares de t CO2/ano) x Emissões indirectas CO2 provenientes electricidade comprada (milhões de toneladas) x x Pág. 2009 2010 2011 GARANTIA Desempenho Ambiental 15,7 17,6 18,6 V RS tab. perf. RS67 827,3 847,5 886,9 V EN4 |EN 16 RS tab. perf. 1,29 1,28 1,16 V EN3 Energia Taxa de utilização térmica (%): Carvão RS77 25,5% 28,0% 28,5% V Coque de petróleo RS77 50,5% 49,9% 46,2% V Fuel-óleo pesado RS77 11,4% 9,9% 7,6% V Gás natural RS77 7,7% 7,1% 7,8% V Xisto betuminoso e linhite RS77 0,4% 0,3% 4,7% V Combustíveis fósseis alternativos x RS77 3,1% 3,3% 3,9% V Biomassa x RS77 1,5% 1,4% 1,2% V Eficiência energética térmica (MJ/t clínquer) x RS70 3.565 3.617 3.651 V Taxa de substituição térmica (% energia térmica de combustíveis alternativos): x EN5 RS70, 57 4,57% 4,66% 5,13% V EN3/EN5 RS76 0,00% 0,10% 0,01% V Pneus usados RS76 2,29% 1,92% 3,05% V Plásticos RS76 0,00% 0,68% 0,52% V Solventes RS76 0,00% 0,00% 0,01% V Resíduos industriais e outros resíduos de origem fóssil RS76 0,49% 0,57% 0,31% V Farinhas e gorduras de origem animal RS76 0,50% 0,44% 0,40% V Resíduos agrícolas / carvão vegetal RS76 0,98% 0,95% 0,68% V Outra biomassa RS76 0,00% 0,00% 0,15% V 76,7% 76,5% 78,3% V 69,1 74,6 70,6 V V Óleos usados Rácio médio clínquer / cimento (% de clínquer no cimento) x EN2 RS65, 70 Consumo total de combustíveis (milhões GJ/ano) x EN3 RS tab. perf. Consumo específico de energia elétrica: Cimento (kWh/t cimento) EN3 x RS tab. perf. Betão Agregados (kWh /t agregados) RS tab. perf. Consumo total de energia elétrica (milhões kWh/ano): Cimento PAG 102 109,7 105,9 dado nd dado nd dado nd dado nd 1,9 EN3 x RS tab. perf. Betão Agregados 109,2 dado nd RS tab. perf. 2.706,9 2.932,4 2.794,7 dado nd dado nd dado nd dado nd dado nd 23,04 V CIMPOR RELATÓRIO de sustentabilidade 2011 PERFORMANCE SUSTENTABILIDADE Cimpor Indicadores-chave de desempenho KPI GRI Pág. 2009 2010 2011 GARANTIA Desempenho Ambiental Produtos energeticamente eficientes Iniciativas para fornecer produtos energeticamente eficientes EN6 RS69-71 Texto Texto Texto Iniciativas para reduzir o consumo indireto de energia EN7 RS69-71 Texto Texto Texto Matérias-primas Discriminação das matérias-primas utilizadas: x EN1 Clínquer RS112 Tabela RS 2009 Tabela RS 2010 Tabela RS 2011 V Cimento RS112 Tabela RS 2009 Tabela RS 2010 Tabela RS 2011 V Betão RS113 dado nd dado nd dado nd Matérias-primas alternativas usadas: Clínquer x EN2 RS112 1.591.952 1.458.608 1.673.235 V Cimento x EN2 RS112 2.103.875 2.091.931 2.228.997 V EN2 RS113 dado nd dado nd 152.291 RS81 97,1% 97,1% 97,2% V Betão Outras emissões atmosféricas poluentes Taxa de monitorização das emissões poluentes principais e micro poluentes Taxa implementação monitorização contínuo de poluentes principais em fornos KPI1: % clínquer produzido em fornos dotados de sistema de monitorização (contínuo e/ou descontínuo) para partículas, NOx, SO2, metais (mínimo: Hg, Cd e Tl), dioxinas e furanos (PCDD/Fs) e compostos orgânicos voláteis (COVs). x RS81 95,0% 95,6% 90,6% V KPI2: % clínquer produzido em fornos nos quais os poluentes principais (partículas, NOx, SO2) são monitorizados em contínuo. x RS81 95,0% 95,6% 96,4% V Emissões poluentes principais KPI3a: Partículas EN20 Número de fornos de clínquer com medição em contínuo RS tab. perf. 33/34 33/34 35/36 V Emissões totais (t/ano) x RS79-80 3.242 2.812 3.353 V Concentração específica média (g/t clínquer) x RS79-80 162 135 165 V KPI3b: NOx EN20 Número de fornos de clínquer com medição em contínuo RS tab. perf. 33/34 33/34 35/36 V Emissões totais (t/ano) x RS79-80 31.593 31.594 33.270 V Concentração específica média (g/t clínquer) x RS79-80 1.657 1.518 1.633 V KPI3c: SO2 EN20 Número de fornos de clínquer com medição em contínuo RS tab. perf. 33/34 33/34 35/36 V Emissões totais (t/ano) x RS79-81 3.882 3.927 4.211 V Concentração específica média (g/t clínquer) x RS79-81 194 189 207 V PAG 103 CIMPOR RELATÓRIO de sustentabilidade 2011 PERFORMANCE SUSTENTABILIDADE Cimpor Indicadores-chave de desempenho KPI GRI Pág. EN17 RS EN11 RS92 2009 2010 2011 GARANTIA Desempenho Ambiental Outras emissões de gases com efeito de estufa Outras emissões diretas e indiretas, de gases com efeito de estufa Não aplicável Não aplicável Não aplicável Conservação de Recursos & Biodiversidade Número de pedreiras activas das Actividades Cimento, Betões e Aregados localizadas em áreas sensíveis ou de elevado valor de biodiversidade Cimento x Betão Agregados % de pedreiras das Actividades Cimento, Betões e Aregados identificadas em áreas sensíveis ou de alto valor de biodiversidade onde se encontram implementados planos de gestão de biodiversidade Cimento RS tab. perf. x EN11 RS90 Betão Agregados 11 16 15 Não aplicável Não aplicável Não aplicável dado nd dado nd 4 36% 38% 47% Não aplicável Não aplicável Não aplicável dado nd dado nd dado nd % de pedreiras das Actividades Cimento, Betões e Aregados com planos de reabilitação em execução: Cimento x EN11 RS90 Betão Agregados 78% 77% 86% Não aplicável Não aplicável Não aplicável dado nd dado nd 90% Impactos significativos na biodiversidade em áreas protegidas e em áreas de alto índice de biodiversidade fora das áreas protegidas. EN11 RS91-92 Texto Texto Texto Estratégias, medidas em vigor e planos futuros para a gestão dos impactos na biodiversidade. EN14 RS91-92 Texto Texto Texto 293,77 Água Consumo específico de água: Cimento (l/t clínquer) x Cimento (l/t cimento) x EN8 Betão (l/m3 betão) RS87 342,07 285,16 RS tab. perf. 279,40 230,95 231,68 dado nd dado nd 210,00 dado nd dado nd dado nd 5,99 RS85 Agregados (m3/t agregados) Consumo total de água (milhões m3 /ano): Cimento x EN8 Betão RS87 6,96 6,16 RS85 dado nd dado nd 1,43 dado nd dado nd dado nd RS87 51,55% 45,06% RS87 31,29% 39,17% Agregados Procedência da água na Atividade Cimento: % de água subterrânea (aquíferos) consumida % de água superficial (rio, lago, oceano) consumida PAG 104 EN8 CIMPOR RELATÓRIO de sustentabilidade 2011 PERFORMANCE SUSTENTABILIDADE Cimpor Indicadores-chave de desempenho KPI GRI Pág. x EN10 RS88 EN 09 RS86 2009 2010 2011 GARANTIA Desempenho Ambiental % de água de outras origens (municipal, …) consumida % de água reciclada ou utilizada (%) Áreas com escassez de água na Atividade Cimento: RS87 > 50% 17,15% 15,77% > 50% 73% Número de fábricas localizadas em áreas de escassez extrema dado nd 1 1 Número de fábricas localizadas em áreas de escassez dado nd 3 3 Número de fábricas localizadas em áreas de stresse hídrico dado nd 4 4 Número de fábricas localizadas em áreas com água suficente dado nd 17 17 Número de fábricas localizadas em áreas com água abundante dado nd 15 16 Waste production Produção total de resíduos (t) EN 22 RS tab. perf. dado nd dado nd 140.279,48 Quantidade total de resíduos perigosos gerados (t): EN 22 RS tab. perf. dado nd dado nd 124.000,29 Quantidade de resíduos perigosos coprocessados internamente (t) RS tab. perf. dado nd dado nd 232,78 Quantidade de resíduos perigosos enviados para aterro (t) (inclui poeiras bypass ) RS tab. perf. dado nd dado nd 123.381,30 Quantidade de resíduos perigosos para valorização (t) RS tab. perf. dado nd dado nd 253,44 Quantidade de resíduos perigosos para reutilização (t) RS tab. perf. dado nd dado nd 132,77 RS tab. perf. dado nd dado nd 16.279,18 Quantidade de resíduos não-perigosos coprocessados internamente (t): RS tab. perf. dado nd dado nd 10.761,47 Quantidade de resíduos não-perigosos enviados para aterro (t) RS tab. perf. dado nd dado nd 1.371,58 Quantidade de resíduos não-perigosos para valorização (t) RS tab. perf. dado nd dado nd 1.238,71 Quantidade de resíduos não-perigosos para reutilização (t) RS tab. perf. dado nd dado nd 2.907,42 Quantidade total de resíduos não-perigosos gerados (t): EN 22 Quantidade de resíduos não-perigosos enviados para aterro gerada pela Atividade Betão (t). EN22 RS tab. perf. dado nd dado nd 58.342 Quantidade de resíduos não-perigosos enviados para aterro gerada pela Atividade Agregados (t). EN 22 RS tab. perf. dado nd dado nd 452.115,80 EN 23 Derramamento e acidentes Número total de emissões acidentais significativas para a atmosfera. RS tab. perf. dado nd dado nd 5 Número total de derramamentos acidentais significativos para a água. RS tab. perf. dado nd dado nd 4 Número total de derramamentos acidentais significativos para o solo. RS tab. perf. dado nd dado nd 2 RS tab. perf. dado nd dado nd 57% RS tab. perf. dado nd dado nd 43% % de produto (cimento) vendido em função do tipo de embalagem Saco EN27 Granel Multas e sanções Multas significativas por incumprimento de legislação e regulamentos ambientais (€). Número total de sanções não-monetárias por incumprimento de legislação e regulamentos ambientais (#). EN 28 RS tab. perf. dado nd dado nd 47.906,21 € RS tab. perf. dado nd dado nd 5 PAG 105 CIMPOR RELATÓRIO de sustentabilidade 2011 PERFORMANCE SUSTENTABILIDADE Cimpor Indicadores-chave de desempenho KPI GRI Pág. 2009 2010 2011 GARANTIA Desempenho Social Colaboradores Colaboradores da CIMPOR por região (Atividade Cimento): LA1 Europa : Portugal, Espanha, Cabo Verde RS43 1317 1246 1180 A América do Sul: Brasil, Peru RS43 744 831 705 A Bacia do Mediterrâneo: Marrocos, Tunísia, Egipto, Turquia RS43 1477 1455 1378 A África Austral: Moçambique, África do Sul RS43 775 733 841 A Ásia: China, Índia RS43 1575 1509 1435 A RS 2009 RS2010 RS2011 Contratos sem termo certo dado nd 82.4% 83.4% Contratos a termo certo dado nd 17.6% 16.4% Gestão de Topo dado nd dado nd 35 Diretores dado nd dado nd 413 Especialistas dado nd dado nd 678 Supervisores dado nd dado nd 738 Operadores e Executantes dado nd dado nd 6393 29 21 15 Número total de colaboradores por faixa etária, género e região x Número de colaboradores por tipo de contrato (%) Número de colaboradores por categoria profissional (#) LA2 RS43-45 LA1 RS45 LA1 RS45 Formação Horas de formação por colaborador LA10 RS49 Média de horas de formação (todas as categorias) (horas formação / ano) Programas de educação, formação, aconselhamento, prevenção e controlo de riscos para garantir assistência aos colaboradores, seus familiares ou membros da comunidade afetados por doenças graves. Programas de gestão de competências e de aprendizagem contínua que apoiam a continuidade dos colaboradores LA8 RS59 Tabela RS 2009 LA11 RS46-52 Texto Tabela RS 2010 Texto Tabela RS 2011 Texto Sistemas de Gestão Implementação da OHSAS 18001 (% unidades operacionais) PAG 106 Fábricas de cimento (%) x RS tab. perf. 73,0% 73,0% 70,0% V Moagens de cimento (%) x RS tab. perf. 57,0% 50,0% 43,0% V Total de unidades operacionais (fábricas de cimento + moagens de cimento) (%) x RS95 68,0% 65,0% 66,0% V CIMPOR RELATÓRIO de sustentabilidade 2011 PERFORMANCE SUSTENTABILIDADE Cimpor Indicadores-chave de desempenho KPI GRI Pág. x LA7 RS55 2009 2010 2011 GARANTIA Desempenho Social Saúde Ocupacional & Segurança Número de acidentes mortais (cimento) Colaboradores diretos x 1 0 1 V Colaboradores indiretos x 6 4 5 V Terceiros x 0 2 2 V Número de acidentes mortais (cimento, betão, agregados, argamassas e outros) x LA7 RS55 Colaboradores diretos x 1 1 1 V Colaboradores indiretos x 7 6 6 V Terceiros x 0 2 2 V Índice Frequência de acidentes c/ perda horas trabalho (por milhão horas trabalhadas) LA7 RS56 Colaboradores diretos (atividade cimento, betão, agregados, argamassas e outros) x 6,36 5,85 4,82 V Colaboradores diretos (atividade cimento) x 4,1 4,7 3,7 V Envolvimento dos stakeholders Envolvimento dos stakeholders a nível local (% unidades operacionais) 90,0% 85,0% 85,4% Identificação dos principais stakeholders x x SO1 RS tab. perf. RS34 55,0 63,8 62,2% Levantamento de expetativas e questões dos stakeholders x RS tab. perf. 53,8 62,5 61,0% Política para gerir preocupações dos stakeholders x RS tab. perf. 51,2 66,3 62,2% Ferramentas de comunicação e suporte x RS tab. perf. 63,8 73,8 69,5% Mensagens-chave e materiais de comunicação sobre a fábrica x RS tab. perf. 53,8 67,5 63,4% Contactos com os stakeholders x RS tab. perf. 75,0 90,0 85,4% Comunicação positiva regular com stakeholders x RS tab. perf. 67,5 78,8 75,6% Comunicação com a imprensa / meios de comunicação social x RS tab. perf. 40,0 58,8 54,9% Orçamento anual dedicado especificamente a relacionamento com stakeholders x RS tab. perf. 45,0 50,0 50,0% Prevenção e gestão de crises x RS tab. perf. 55,0 66,3 63,4% RS35 61% 67% 66% Relações entre a gestão e os representantes dos colaboradores % colaboradores cobertos por instrumentos de regulação coletiva do trabalho x LA4 Legenda: dado nd: dado não disponível tab. perf.: Performance Sustentabilidade Cimpor A = Auditado / Delloitte e Associados, SA V = Verificado / SGS PAG 107 CIMPOR RELATÓRIO de sustentabilidade 2011 PERFORMANCE SUSTENTABILIDADE Cimpor DECLARAÇÃO DE GARANTIA Relatório Independente de Garantia Limitada sobre a fiabilidade dos Indicadores-Chave de Desempenho das emissões de CO2, dos dados de emissões e da segurança relatados pela CIMPOR para os anos 2010 e 2011 Ao Conselho de Administração da CIMPOR NATUREZA E ÂMBITO DE UMA GARANTIA DA FIABILIDADE / VERIFICAÇÃO DE NÍVEL MODERADO / RAZOÁVEL Ao pedido da CIMPOR, realizamos uma revisão independente e limitada dos indicadores-chave de desempenho das emissões de CO2 e de segurança relatados pela CIMPOR para o setor de cimento. Emissões de CO2 calculadas de acordo com o WBCSD-CSI “Cement CO2 Protocol” (versão de Junho de 2005): • Emissões absolutas brutas/líquidas de CO2 • Emissões específicas brutas/líquidas de CO2 • Emissões específicas indiretas, MWh, consumo específico de energia • Percentagem de combustíveis, matérias-primas e matérias-primas e combustíveis alternativos • Rácio clínquer-cimento • Consumo específico térmico • Outras certificações: ISO 9001, ISO 14001 e OHSAS 18001. As taxas de cobertura e os dados de emissões, calculados de acordo com o WBCSD-CSI “Guidelines for Emissions Monitoring and Reporting in the Cement Industry” (1ª versão do Março de 2005): • KPI 1: Taxa de Cobertura da Medição Global • KPI 2: Taxa de Cobertura da Medição em Contínuo • KPI 3a: Dados de Emissões de Partículas • KPI 3b: Dados de Emissões de NOx • KPI 3c: Dados de Emissões de SO2 PAG 108 Os indicadores de segurança, calculados de acordo com o WBCSD-CSI Guidelines “Safety in the cement industry: Guidelines for measuring and reporting” (atualizado em outubro de 2008, versão 3.0): • Índice de mortalidade de colaboradores diretos • Dias perdidos devido a acidentes-índice de frequência (LTI FR) de colaboradores diretos • Dias perdidos devido a acidentes índice de gravidade (LTI SR) de colaboradores diretos • Acidentes mortais de colaboradores indiretos • Dias perdidos devido a acidentes de colaboradores indiretos • Acidentes mortais de terceiros. Os indicadores-chave de desempenho (KPI’s) foram preparados por e sob a responsabilidade da Administração da CIMPOR. A nossa responsabilidade consiste em emitir conclusões sobre a sua consistência e fiabilidade com base em nosso trabalho de revisão descrito no parágrafo seguinte. As informações contidas no Relatório de Sustentabilidade da CIMPOR e sua apresentação são da responsabilidade dos administradores ou órgão social e da gestão da CIMPOR. A SGS ICS não foi envolvida na preparação de qualquer tipo de material incluído no Relatório de Sustentabilidade. O nosso trabalho foi realizado com base nas normas de verificação estabelecidas pela Federação Internacional de Contabilistas, sob a Norma Internacional sobre Trabalhos de Garantia da Fiabilidade (ISAE 3000) relativa à garantia limitada. Nós planeámos e implementámos os procedimentos estabelecidos em baixo para obter uma garantia limitada sobre se os KPI são livres de distorções materialmente relevantes. Um nível de garantia mais elevado teria exigido procedimentos mais extensos. CIMPOR RELATÓRIO de sustentabilidade 2011 PERFORMANCE SUSTENTABILIDADE Cimpor • Avaliámos os procedimentos de relato da CIMPOR para os KPI em relação à sua coerência com o WBCSD-CSI “Cement CO2 Protocol”, “Guidelines for Emissions Monitoring and Reporting in the Cement Industry” e “Safety in the cement industry: Guidelines for measuring and reporting”, respetivamente; • Ao nível corporativo, realizámos entrevistas com os responsáveis pela preparação e aplicação dos procedimentos de reporte, bem como para a consolidação dos dados. A este nível, realizámos procedimentos analíticos e verificámos, com base em testes, os cálculos e a consolidação dos dados; • Ao nível da coordenação regional, realizámos entrevistas com os responsáveis pelo reporte dos KPI e realizámos testes analíticos; • Selecionámos uma amostra de 16 locais para serem visitados, de um total de 41, para verificar as emissões de CO2 e as dos poluentes, representando aproximadamente 70% das emissões globais de CO2, para equilibrar o custo de garantia com um grau de cobertura representativa, considerando-se que aproximadamente 20% das emissões globais de CO2 (nesse grupo das restantes 30%) são emissões geradas por instalações no âmbito do RCLE-UE. A taxa de cobertura global para as emissões de CO2 foi de 90%. Em relação aos indicadores de segurança, outros locais, além desses 16 locais, onde se desenvolvem atividades para além da produção de cimento, foram também visitados nas áreas circundantes; • Para todos os locais que visitámos: • - Analisámos a organização do local e os procedimentos, especialmente aqueles relativos ao reporte dos KPI; • - Avaliámos os procedimentos de controlo sobre os parâmetroschave, e • - Realizámos, com base em testes, a reconciliação dos dados relatados com a documentação de apoio e verificámos a exatidão aritmética dos cálculos feitos; • Analisámos os KPI consolidados relatados pela CIMPOR no seu Relatório de Sustentabilidade de 2010 e de 2011, para verificar a coerência com os resultados do nosso trabalho. DECLARAÇÃO DE INDEPENDÊNCIA E COMPETÊNCIA O Grupo SGS é líder mundial no domínio da inspeção, testes e verificação, operando em mais de 140 países e prestando serviços, incluindo a certificação de sistemas e serviços de gestão, auditorias da qualidade, do ambiente, sociais e éticas, e a formação; e a garantia de fiabilidade de relatórios ambientais, sociais e de sustentabilidade. A SGS ICS declara a sua independência da CIMPOR, isenção e ausência de conflitos de interesse com a organização, suas subsidiárias e partes interessadas. A equipa de verificação foi constituída com base no seu conhecimento, experiência e competências para o cumprimento desta tarefa. PARECER DE VERIFICAÇÃO / GARANTIA Com base nos resultados da nossa análise, nada chegou ao nosso conhecimento que nos leve a considerar que: - Os KPI das emissões de CO2, de emissões poluentes e de segurança reportados não foram, em todos os aspetos relevantes, preparadas de acordo com o WBCSD-CSI “Cement CO2 Protocol”, “Guidelines for Emissions Monitoring and Reporting in the Cement Industry” (Março de 2005, 1ª versão) e “Safety in the cement industry: Guidelines for measuring and reporting”, respetivamente; - Os KPI relativos às emissões de CO2, às emissões de poluentes, e de segurança, contêm distorções materialmente relevantes. Assinatura: Em representação da SGS ICS Portugal, Lda. Lisboa, dia 19 de abril de 2012  Diretor de Certificação Luís Neves Revisor Técnico Global Luís Santos PAG 109 CIMPOR RELATÓRIO de sustentabilidade 2011 PERFORMANCE SUSTENTABILIDADE Cimpor Global Reporting Initiative (GRI) Esta versão impressa do relatório com informação adicional no site da CIMPOR na internet encontra-se alinhada com as diretrizes da Global Reporting Initiative (GRI) G3.1 Sustainability Reporting Guidelines, segundo o GRI-Checked Application Level B+. Para maior detalhe sobre estas diretrizes, incluindo sobre a abordagem da gestão da empresa aos três pilares da sustentabilidade - económico, social e ambiental -, poderá ser consultado o GRI Content Index em www.cimpor.com/sustainabilityreports A declaração completa sobre o nível de aplicação pela GRI pode ser lida em www.cimpor.com/sustainabilityreports PAG 110 CIMPOR RELATÓRIO de sustentabilidade 2011 PERFORMANCE SUSTENTABILIDADE Cimpor PAG 111 CIMPOR RELATÓRIO de sustentabilidade 2011 PERFORMANCE SUSTENTABILIDADE Cimpor MAPA ENTRADAS / SAÍDAS ASSOCIADAS À ATIVIDADE DO GRUPO EM 2011 - CIMENTO Matérias Primas Naturais Corretivos Alternativos carbonatados Alternativos descarbonatados Energia Eletricidade: Energia Elétrica Específica Combustíveis fósseis Convencionais: Entradas Combustíveis Alternativos: Calcário Marga Argila Alumina Minério Areia Xisto Coque de petróleo Carvão Fuelóleo Linhite Gás Natural Outros combustiveis fósseis Combustíveis fósseis alternativos Biomassa 32.309.016,71 26.099.274,89 1.722.403,69 2.080.086,43 35.611,34 263.534,36 406.038,01 23.645,73 1.436.416,70 242.005,55 t t t t t t t t t 2,794,658 105.85 2.076.635,50 1.617.646,84 279.429,31 130.198,08 165.283,05 4.489,24 145.026,07 62.832,92 MWh kWh/t cimento t t t t t t t t 5.986.623.22 0,227 0,294 6.040.312,96 983.484,05 0 237.605,89 2.570.621,63 321.891,68 487.528,22 806.982,53 276.258,26 355.940,69 m3 m3/ t cimento m3/ t clínquer t t t t t t t t t 17.924.761 33.270 4.2111 3.353 t t t t 20.378.379 26.401.101 20.682.680 t t t 123.355,00 1.397,89 t t Água Adições de Cimento Gesso Anidrite Gesso artificial Calcário Poeiras de eletrofiltro Escórias Cinzas volantes Pozolanas Outros Saídas PAG 112 Emissões Atmosféricas CO2 NOx SO2 Partículas Produtos Clínquer Cimento (Clínquer incorporado) Deposição em aterro: Poeiras de “by-pass” Outros resíduos depositados (é gerado dentro da UO) CIMPOR RELATÓRIO de sustentabilidade 2011 PERFORMANCE SUSTENTABILIDADE Cimpor MAPA ENTRADAS / SAÍDAS ASSOCIADAS À ATIVIDADE DO GRUPO EM 2011 - BEtão Matérias Primas Cimento Ligantes alternativos Cinzas volantes Escórias Filler calcáreo Entradas Agregados Areia britada Areia rolada Brita Agregados reciclados Saídas 1.932.000 t 138.991 129.889 7.810 291 t t t t 12.282.577.543 2.493.099.490 3.744.737.194 6.044.740.859 t t t t 14.299 t Água Água necessária para produção Manutenção e lavagem de equipamentos e instalações 1.425.060 1.085.760 339.300 m3 m3 m3 Betão 6.786.000 m3 Sub-Produtos* 58.348 t * Para aterro (provetes. material rejeitado do reciclador não utilizável) PAG 113 CIMPOR RELATÓRIO de sustentabilidade 2011 o desafio da SUSTENTABILIDADE Função principal da fase de fabrico Principais impactos da fase de fabrico Processo de Produção de Cimento 01 PEDREIRA O calcário e outras matérias-primas são extraídos através de perfuração e desmonte por explosivos ou por mineração mecânica de superfície. Impactos - Consumo de matérias-primas; uso do solo, impacte visual e pressão sobre os ecossistemas; emissão para a atmosfera de poeiras difusas; utilização de água; Congestionamento de tráfego; Ruído impulsivo (onda sonora aérea) e vibrações. 02 BRITAGEM O material desmontado nas frentes das pedreiras (0-1000 mm) sofre uma redução na sua dimensão (0-30/40 mm) em britadores de impacto ou de maxilas. Impactos - Emissão para a atmosfera de poeiras difusas; Ruído. 03 TRANSPORTE O material britado é transportado até à fábrica de cimento, através de uma tela transportadora, de camião, por caminho-de-ferro, ou via fluvial, consoante a distância da pedreira em relação à fábrica de cimento. Impactos - Nada de significativo a registar. PAG 114 04 PRE-HOMOGENEIZAÇÃO O calcário, as margas, as matérias-primas alternativas e os materiais correctivos da composição química das mesmas são misturados e pré-homogeneizados por depósito em várias camadas que dão origem à formação de uma pilha de material num edifício, em geral, coberto. esse material depositado em pilha é posteriormente retomado de um modo especial que garanta a sua homogeneidade e enviado à moagem de cru. 07 TORRE DE PRÉ-AQUECIMENTO A farinha é submetida a um pré-aquecimento e a uma percentagem apreciável de descarbonatação (>90%) antes de entrar no forno. Filtros de mangas ou electrofiltros de grandes dimensões procedem à remoção das poeiras provenientes do circuito de gases do forno e do circuito de gases de exaustão do moinho de cru. 09 ARMAZENAGEM DE CLÍNQUER O clínquer após ter sofrido um arrefecimento brusco até uma temperatura entre os 100 e os 206oC é enviado para a respectiva zona de armazenagem que em geral se trata de um stock ou de um silo fechado mas, em alguns casos, pode ser uma zona a céu aberto. Impactos - Consumo de energia; Impacto visual. Impactos - Emissões para a atmosfera de poeiras difusas; 08 FORNO / ARREFECEDOR A farinha alimentada ao forno, já em grande parte descarbonatada, é transformada em clínquer através de uma série de reacções químicas que se desenrolam em torno dos 1450oC sob a acção de uma chama a 2000oC. O clínquer incandescente é arrefecido bruscamente no arrefecedor de grelha ou de satélites. 10 TRANSPORTE O transporte do clínquer, do gesso e das respectivas adições (materiais cimentícios) é efectuado através de telas de transporte até às tremonhas das moagens de cimento. 05 MOAGEM DE CRU As matérias-primas homogeneizadas, que passamos a designar por cru, (0-30/40 mm) são alimentadas a um moinho de bolas ou a um moinho vertical onde são submetidos a uma operação de secagem e transformadas em farinha (com um resíduo da ordem de 12 a 18% na malha de 90 micra). À entrada da moagem de cru pode haver ainda lugar a uma pequena e derradeira correcção na composição química do cru. Impactos - Consumo de energia; Ruído. 06 SILOS DE HOMOGENEIZAÇÃO A farinha, proveniente da moagem de cru, é sujeita a uma última operação de homogeneização e aí fica armazenada até à sua alimentação à linha de cozedura. Impactos - Impacto visual. Impactos - Consumo de energia; emissão de gases com efeito de estufa; emissão para a atmosfera de poeiras, SO2, nOx; Poeiras do “by-pass” do forno (em alguns casos apenas); utilização de água (torre de condicionamento de gases e arrefecedor de satélites); Resíduos líquidos e sólidos; Ruído. Impactos - Emissão para a atmosfera de poeiras difusas. Impactos - Emissão de poeiras difusas. 12 MOAGEM DE CIMENTO Uma vez doseado nas devidas proporções, o clínquer é moído conjuntamente com cerca de 5% de gesso e outras adições (materiais cimentícios) para dar origem aos diferentes tipos de cimento. Impactos - Consumo de energia; emissão para a atmosfera de poeiras; Ruído. 13 ENSILAGEM DE CIMENTO O produto é separado e armazenado de acordo com o tipo e classe de resistência. A sua extração é efectuada através de sistemas de fluidificação por ar. Impactos - Emissão para a atmosfera de poeiras (insignificante); Impacte visual. 11 ARMAZENAGEM DE ADIÇÕES As adições destinadas à produção de cimento (e.g., gesso, cinzas volantes, escórias de siderurgia, calcário) encontram-se, em geral, armazenadas em silos ou em edifícios fechados. 14 ENSACAGEM O cimento extraído dos silos é ensacado, ou ensacado e paletizado, ou ensacado e colocado em pacotões de plástico retrátil ou, ainda, carregado directamente a granel em camiões-cisterna, vagões-cisterna, ou navios. Impactos - Emissão para a atmosfera de poeiras difusas. Impactos - Emissão de poeiras. 15 EXPEDIÇÃO uma vez carregado, o cimento é expedido por rodovia, caminho-de-ferro, via fluvial ou marítima, consoante a localização e a infraestrutura existente na fábrica. Impactos - Congestionamento de tráfego. CIMPOR RELATÓRIO de sustentabilidade 2011 o desafio da SUSTENTABILIDADE 04 06 01 07 05 13 03 02 12 14 11 09 08 15 10 PAG 115 CIMPOR RELATÓRIO de sustentabilidade 2011 Processo de Produção de BETÃO o desafio da SUSTENTABILIDADE EXTRAÇÃO, TRANSPORTE E ARMAZENAMENTO DE MATÉRIAS PRIMAS 1 São utilizadas no fabrico do betão pronto: areias e britas A , extraídas de depósitos naturais, ligantes B , adjuvantes C e águas - industrial D e reciclada E . As matérias primas são armazenadas segundo as suas caraterísticas físicas: - os ligante em silos - as areias e as britas em baias e tolvas - os adjuvantes em depósitos - as águas (industrial e reciclada) em tanques e/ou depósitos. A fim de se minimizar a emissão de poeiras para a atmosfera recorre-se a filtros de cartuchos nos silos para ligantes, a rega das britas e zonas de circulação por aspersão e cabinagem das centrais. Impactos - Emissão de poeiras difusas. Congestionamento e emissões de tráfego. PAG 116 DOSAGEM 2 MISTURA 3 EXPEDIÇÃO 4 TRANSPORTE 5 Na central de betão, utilizando o computador de processo e seguindo as receitas com as dosagens pré-estabelecidas, são pesadas em básculas apropriadas as matérias-primas constituintes de cada tipo de betão pronto, previamente definido e encomendado pelo cliente. As matérias primas uma vez doseadas são lançadas na misturadora F ou diretamente na betoneira G onde é efetuada a mistura e homogeneização. A mistura é efetuada em ambiente fechado e húmido. A minimização da emissão de poeiras é feita com recurso a sistemas de despoeiramento. Concluído o processo de mistura, o betão pronto é expedido para a obra, acompanhado com a guia de remessa. É efetuada a lavagem do funil de carga do camião evitandose a queda de betão durante o transporte A autobetoneira transporta o betão pronto H até ao local da aplicação. A lavagem dos equipamento em contato com o betão e a reciclagem dos resíduos de betão em instalações (I) apropriadas, proporciona a reutilização da água e dos agregados. Impactos - Emissão de poeiras difusas. Consumo de água. Impactos - Emissão de poeiras difusas. Consumo de energia. Impactos - Consumo de água. Impactos - Congestionamento e emissões de tráfego. 03 CIMPOR RELATÓRIO de sustentabilidade 2011 o desafio da SUSTENTABILIDADE B 1 2 A F 2 3 C G 4 D E H 5 I PAG 117 CIMPOR RELATÓRIO de sustentabilidade 2011 o desafio da SUSTENTABILIDADE GLOSSÁRIO Acidente de trabalho (SO&S): É acidente de trabalho o acontecimento súbito e imprevisto, sofrido por colaboradores diretos, indiretos ou terceiros, que se verifique no local (1) e no tempo de trabalho (2) e produza direta ou indiretamente lesão corporal, perturbação funcional ou doença de que resulte redução na capacidade de trabalho ou de ganho ou a morte (a doença provocada por acidente é distinta da doença profissional). Alterações Climáticas: Significa qualquer mudança no clima mundial devida à alteração global da composição da atmosfera, atribuída direta ou indiretamente a atividades humanas. Esta expressão é normalmente utilizada para designar as alterações climáticas verificadas pelo aumento da concentração de gases com efeito de estufa na atmosfera, que se traduzem num aumento gradual da sua temperatura média. Ambiente: Conjunto de todas as condições externas que afetam a vida, o desenvolvimento e a sobrevivência de um organismo. Avaliação de Impacte Ambiental e Social / AIAS (Environmental and Social Impact Assessment / ESIA): Instrumento preventivo de análise dos possíveis efeitos no ambiente e na sociedade de um determinado projeto, que consiste na realização de estudos e consultas, com a efetiva participação pública, na identificação de medidas de minimização e compensação, e na análise das possíveis alternativas. No que diz respeito ao ambiente procura-se mitigar a poluição e o impacte do projeto sobre os ecossistemas e biodiversidade. Entre as principais áreas de impacte social incluem-se a saúde pública e a segurança, a saúde e segurança dos colaboradores, o emprego e o impacte visual das unidades operacionais PAG 118 BCSD Portugal | Business Council for Sustainable Development: O Conselho Empresarial para o Desenvolvimento Sustentável é uma organização sem fins lucrativos, criada em outubro de 2001 pela iniciativa das empresas Cimpor, Sonae e Soporcel, associadas do WBCSD, em conjunto com mais 33 empresas de primeira linha na economia nacional. O BCSD Portugal (www.bcsdportugal.org) tem como missão transpor para o plano nacional os princípios orientadores do WBCSD, nomeadamente fazer com que a liderança empresarial seja catalisadora de uma mudança de rumo em direção ao Desenvolvimento Sustentável e promover a ecoeficiência, a inovação e a responsabilidade social nas empresas. O BCSD Portugal é, desde a sua criação, membro da rede regional do WBCSD e conta atualmente com mais de 130 membros. Biodiversidade: De acordo com a Convenção sobre Diversidade Biológica (CBD | Convention on Biological Diversity), “a biodiversidade ou diversidade biológica significa a variabilidade de organismos vivos de todas as origens, incluindo os ecossistemas terrestres, marinhos e aquáticos, assim como os complexos ecológicos de que estes fazem parte, e compreende ainda a diversidade dentro das espécies, entre espécies e ecossistemas”. Biomassa: Resíduos vegetais e animais utilizados como fonte de combustível alternativo. C2S e C3S: Silicatos cristalinos complexos de cálcio e sílica, conhecidos como silicato bi-cálcico (belite) e tricálcico (alite), que constituem compostos das fases mineralógicas do clínquer. CIMPOR RELATÓRIO de sustentabilidade 2011 o desafio da SUSTENTABILIDADE Calcinação: Processo de tratamento térmico, que se desenvolve a altas temperaturas, utilizado na produção de clínquer para libertar o vapor de água e o CO2 do carbonato e tornar o CaO apto às reações químicas. CEMBUREAU: A Associação Europeia do Cimento (CEMBUREAU), com sede em Bruxelas, é a organização que representa o setor cimenteiro a nível europeu e tem como principal finalidade alcançar objetivos comuns dos seus membros através da sua representação, funcionando como um organismo de lóbi junto das instituições europeias. Atualmente, são seus membros de pleno direito as associações nacionais da indústria cimenteira e empresas cimenteiras da União Europeia (com a exceção de Chipre, Malta e Eslováquia), da Noruega, da Suíça e da Turquia. A Croácia é um membro associado. A CEMBUREAU tem 28 membros, dos quais 18 são associações e 10 são empresas cimenteiras. Cimento: O cimento é um material com capacidade para se ligar a corpos sólidos (agregados) e que desenvolve presa e endurece após mistura com água (reação de hidratação). O principal constituinte do cimento é o clínquer, podendo ser misturado com diversos tipos de materiais para dar origem a diferentes tipos de cimento. O principal cimento utilizado no mundo é o cimento portland cujos constituintes são aproximadamente 95% de clínquer e 5% de gesso. Cinzas Volantes: Produto constituído por partículas muito finas, obtido nas centrais térmicas por combustão do carvão, arrastado nos gases de combustão e captado em sistemas de remoção de partículas (electrofiltros ou filtros de mangas). As cinzas volantes apresentam-se maioritariamente no estado vítreo, sendo constituídas, essencialmente, por óxidos reativos de sílica e de alumina, revelando propriedades pozolânicas. Estas propriedades permitem aproveitá-las no fabrico de cimentos. Clínquer: Produto intermédio do processo de fabrico de cimento. Trata-se, basicamente, de calcário que foi submetido a um processo de descarbonatação, cozedura e arrefecimento brusco. CO / Monóxido de Carbono: Gás incolor, insípido, inodoro e muito venenoso resultante da combustão incompleta de combustíveis orgânicos. CO2 / Dióxido de Carbono: Gás resultante da oxidação completa do carbono e formado em processos que envolvam combustão, respiração ou decomposição de matéria orgânica. Tem uma enorme importância para a existência da vida na Terra, pois o efeito de estufa resultante da sua presença na atmosfera é o principal responsável pelo nível de temperatura existente. Colaboradores diretos (SO&S): Colaboradores contratados diretamente pela empresa, a termo certo ou incerto, a tempo inteiro ou parcial, com horário fixo ou por turnos e incluídos na folha de remunerações. São incluídos todos os colaboradores abrangidos pela mesma administração e os das empresas com as quais existam acordos de gestão / técnicos. Os colaboradores a tempo parcial são contados como colaboradores a tempo inteiro. Colaboradores indiretos (SO&S): Colaboradores individuais ou pertencentes a empresas (empreiteiros e subempreiteiros), que prestam serviços específicos, de acordo com um contrato verbal ou escrito, quer a curto prazo (construção civil, limpeza de silos, grandes reparações), quer a longo prazo (equipas de manutenção, limpeza, cantinas, etc.). Os trabalhadores temporários contratados através de empresas de Trabalho Temporário, também são considerados indiretos. Todos os colaboradores são contados como colaboradores a tempo inteiro. Combustíveis e matérias-primas alternativos: Utilização económica para proteção ambiental de resíduos como combustível ou matéria-prima no fabrico de cimento em substituição de combustíveis e matérias-primas convencionais. Coprocessamento: Termo usado para definir a prática de utilização de combustíveis e matérias-primas alternativos num processo típico de produção de cimento em substituição de combustíveis convencionais e matérias-primas naturais. PAG 119 CIMPOR RELATÓRIO de sustentabilidade 2011 o desafio da SUSTENTABILIDADE C-S-H: Silicato de cálcio hidratado. CSI | Cement Sustainability Initiative: A “Iniciativa para a Sustentabilidade do Cimento” constitui uma iniciativa voluntária de 24 empresas multinacionais do setor cujo objetivo principal é o de colocar a problemática da sustentabilidade na agenda da indústria cimenteira internacional. As empresas atualmente envolvidas nesta Iniciativa são, como Core Members, a CEMEX (México), Cimpor (Portugal), CRH (Irlanda), HeidelbergCement (Alemanha), Holcim (Suíça), Italcementi (Itália), Lafarge (França), SGC Cement (Tailândia), Taiheiyo Cement (Japão), Titan (Grécia), Votorantim (Brasil) e como Participating Members, a Argos (Colômbia), Cimentos Liz (Brasil), CNBM (China), CRCH (China), Dalmia (Índia), GCC (México), Intercement (Brasil), Secil (Portugal), Shree Cement (Índia), Sinoma (China), Tianrui Cement (China), Ultratech Cement (India) e Yatai Group (China). Desenvolvimento Sustentável: É geralmente definido como “o desenvolvimento que satisfaz as necessidades do presente sem comprometer a capacidade das gerações vindouras de satisfazerem as suas próprias necessidades”, tal como surgiu pela primeira vez no relatório “Our common future”, elaborado pela Comissão Brundtland das Nações Unidas em 1987. Doença profissional (SO&S): Doença contraída como consequência de uma exposição a fatores de risco decorrentes de uma atividade profissional durante um período de tempo. São consideradas doenças profissionais as que sejam consequência necessária e direta da atividade exercida pelos colaboradores e não representem normal desgaste do organismo. Apenas são reportados os casos de doença profissional de colaboradores diretos. Ecoeficiência: Conceito desenvolvido pelo WBCSD que conjuga os desempenhos económico e ambiental, no sentido de criar produtos com maior valor acrescentado e de menor impacte no meio ambiente. Trata-se de um instrumento de gestão que tem o objetivo de incentivar as empresas a tornarem-se mais competitivas, inovadoras e ambientalmente responsáveis. PAG 120 Ecologia Industrial: Conceito baseado na melhoria da eficiência industrial através da imitação dos ecossistemas naturais. O objetivo da ecologia industrial é aumentar a vida útil das matérias-primas e reduzir o impacte no ambiente da atividade industrial fechando o ciclo dos materiais, tornando o resíduo de uma atividade na matéria-prima de outra. Ecologia: Estudo das relações entre os organismos vivos e entre estes e o seu ambiente. Estudo dos ecossistemas. Electrofiltro: Equipamento de tecnologia de despoeiramento de gases que utiliza um campo eletrostático de elevado potencial para carregar as partículas que, uma vez carregadas eletricamente, aderem às placas laterais de metal no interior do equipamento. As partículas desprendem-se destas placas através de um sistema de limpeza que funciona por vibração, caindo numa tremonha que permite a sua recolha. EMAS / Sistema Comunitário de Ecogestão e Auditoria (Ecomanagement and Audit Scheme): Sistema europeu criado em 1993 e posteriormente revisto (Regulamento CE 761/2001 de 19 de março) permitindo a participação voluntária e o registo das empresas industriais com um sistema de gestão ambiental ativo e funcionando de acordo com esse Regulamento. Emissões de Poluentes Principais (Main Pollutants’ Emissions Data) (KPI3): é um indicador que avalia quantitativamente as emissões totais dos poluentes principais, sendo a informação apresentada em unidades absolutas (t/ano) e específicas (g/t de clínquer). ETAR: Estação de Tratamento de Águas Residuais. Filtro de mangas: Equipamento de tecnologia de remoção de partículas que consiste, basicamente, na passagem de um gás “sujo”, carregado de partículas sólidas, por uma membrana filtrante. Esta membrana filtrante é objeto de uma limpeza regular para separação e recolha das partículas captadas. CIMPOR RELATÓRIO de sustentabilidade 2011 o desafio da SUSTENTABILIDADE Fingerprint: São as medições pontuais de partículas, NOx, SO2, dioxinas e furanos, compostos orgânicos voláteis e metais pesados realizadas na chaminé dum forno, em condições de carga diferentes para estabelecer a sua própria caracterização em termos de emissões. Gases com Efeito de Estufa / GEEs: são gases constituintes da atmosfera, quer naturais quer antropogénicos, com capacidade de absorver e reemitir radiação infravermelha. O Protocolo de Quioto identificou os principais seis GEEs responsáveis pelas alterações climáticas: dióxido de carbono (CO2); Metano (CH4); Óxido nitroso (N2O); Hidrofluorocarbonetos (HCFs); Perfluorocarbonetos (PFCs) e Hexafluoreto de enxofre (SF6). Global Reporting Initiative (GRI): Foi lançada em 1997 como uma iniciativa conjunta da organização não-governamental Coalition for Environmentally Responsible Economies (CERES) e do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA), com o objetivo de melhorar a qualidade, o rigor e a utilidade dos relatórios de sustentabilidade. Tem contado com o apoio efetivo e a participação de representantes da indústria, de organizações não-governamentais, de órgãos da área da contabilidade, de organizações de investidores e de sindicatos, entre outros. Todos eles trabalharam em conjunto para atingir um consenso sobre as Diretrizes para a elaboração de relatórios de sustentabilidade, com o objetivo de alcançar a sua aceitação a nível mundial. Os relatórios de sustentabilidade do Grupo Cimpor irão responder de uma forma progressiva aos princípios gerais da GRI. IETA Verification Protocol, version 2.0 / 2005: Protocolo desenvolvido pela IETA/ International Emissions Trading Association com o objetivo de permitir a verificação dos relatórios de emissões anuais das instalações envolvidas no CELE/Comércio Europeu de Licenças de Emissão (EU ETS) e facilitar uma verificação transparente e efetiva do ponto de vista do custo das mesmas. Embora este Protocolo de Verificação possa estar sujeito a alterações resultantes de comentários dos utilizadores, a IETA encoraja a utilização deste por todas as partes interessadas. ISO 14000 (Serie): Conjunto de normas internacionais que regulamentam os sistemas de gestão do ambiente, a avaliação dos ciclos de vida, a auditoria do sistema, a rotulagem e a avaliação de desempenho do sistema. Foram adotadas a nível europeu e também nacional. As versões portuguesas das normas são designadas NP EN ISO 14000. ISO 14001: Norma Internacional de certificação que permite demonstrar o compromisso com a proteção do meio ambiente, reforçando a imagem institucional da empresa e acompanhando a constante evolução do mercado. A norma prevê requisitos para a gestão mais eficaz dos aspetos ambientais das atividades do seu negócio, tendo em consideração a proteção ambiental, prevenção da poluição, cumprimento legal e necessidades socioeconómicas. ISO 9000 (Serie): Conjunto de normas internacionais que estabelecem um modelo de gestão da qualidade para qualquer tipo de organização. O conjunto de normas específica a maneira na que uma organização opera seus padrões de qualidade, tempos de entrega e níveis de serviço. As versões portuguesas das normas são designadas NP EN ISO 9001. ISO 9001: Norma Internacional de certificação que permite demonstrar que uma organização cumpre com os requisitos estabelecidos e demonstra a sua aptidão para, de forma consistente, proporcionar produtos e/ou serviços que vão ao encontro dos requisitos do cliente e regulamentares aplicáveis, além de aumentar a satisfação do cliente através da aplicação eficaz do cliente, incluindo processos para melhoria contínua do sistema e para garantir a conformidade com os requisitos do cliente e regulamentares aplicáveis. Local de trabalho (1) (SO&S): Todo o lugar em que o colaborador se encontra ou deva dirigir-se para desempenhar o seu trabalho e em que esteja, direta ou indiretamente, sujeito ao controlo do empregador. Melhor Técnica Disponível / MTD: Estádio de desenvolvimento mais avançado e eficaz das atividades e respetivos modos de exploração, com vista a limitar ao máximo o impacte dessas atividades no ambiente. PAG 121 CIMPOR RELATÓRIO de sustentabilidade 2011 o desafio da SUSTENTABILIDADE NOx / Óxidos de azoto: Conjunto de gases produzidos nos processos de combustão, como resultado, principalmente, da combinação do azoto atmosférico com o oxigénio e que contribuem para a ocorrência de chuvas ácidas e para a formação do Nevoeiro Fotoquímico. Protocolo de Quioto: O Protocolo de Quioto é o culminar do Mandato de Berlim e foi adaptado por consenso na 3ª sessão da Conferência das Partes (CoP3) em dezembro de 1997. Contém as novas metas de redução das emissões de GEEs (Gases com Efeito de Estufa) para os países do Anexo I no período pós-2000. OHSAS 18001: Norma Internacional de certificação que permite demonstrar o compromisso com a saúde e segurança ocupacional. A implantação da OHSAS 18001 retrata a preocupação da empresa com a integridade física de seus colaboradores e parceiros. Relatório Brundtland: “Our common future”: Relatório que resultou do trabalho da comissão nomeada pelas Nações Unidas em 1987, Comissão Internacional para o Ambiente e o Desenvolvimento, presidida pela ex-primeira-ministra norueguesa, Gro Harlem Brundtland, também conhecido como Relatório Brundtland. Este trabalho que definiu, pela primeira vez, o conceito de Desenvolvimento Sustentável, pretendeu introduzir nas estratégias de desenvolvimento, critérios de justiça social e de proteção do ambiente. ONGs / Organizações Não-Governamentais: São organizações sem fins lucrativos que exercem pressão sobre os governos e sobre as empresas a respeito duma panóplia temática tão distinta como o desarmamento nuclear, os direitos humanos ou a proteção ambiental. As ONGs têm, cada vez mais, um papel importante na representação da sociedade e devem ser encaradas pelas empresas como parceiros ativos na delineação das estratégias empresariais para o Desenvolvimento Sustentável. Resíduos não perigosos: Resíduos que não apresentam características de perigosidade de acordo com a legislação ou normalização nacional. Resíduos perigosos: Resíduos que apresentam características de perigosidade de acordo com a legislação ou normalização nacional. Partes interessadas: ver “Stakeholders”. Partículas: 1. Partículas sólidas ou líquidas de pequena dimensão que se encontram em suspensão em emissões gasosas. 2. Pequenos sólidos suspensos na água, que podem variar na dimensão, forma, densidade e carga elétrica, e que podem ser recolhidos por filtração, coagulação ou floculação. Produto ou material cimentício: Substância que uma vez misturada com água constitui uma pasta que forma presa e endurece à temperatura ambiente. As pozolanas naturais ou artificiais são consideradas produtos cimentícios. Produtos ou materiais cimentícios alternativos, constituídos por subprodutos de outras indústrias, tais como a escória de alto-forno e as cinzas volantes das centrais termoelétricas, podem ser utilizados para substituir uma parte do clínquer no cimento. PAG 122 Senior Advisory Group: Grupo independente de revisão e aconselhamento criado mais recentemente no seio da CSI, para assegurar a qualidade e equilíbrio das questões abordadas nos relatórios intercalar e final elaborados e arbitrar qualquer conflito que venha a surgir entre as partes. A exemplo do que aconteceu com o Assurance Group, durante a fase de desenvolvimento do estudo Toward a Sustainable Cement Industry da Battelle, este grupo é composto por especialistas reconhecidos internacionalmente, que representam grupos de stakeholders e diferentes regiões geográficas. SO2 / dióxido de enxofre: Gás produzido maioritariamente nas combustões e resultante da combinação do enxofre do combustível ou da matéria-prima com o oxigénio. É um dos principais responsáveis pela ocorrência das chuvas ácidas. CIMPOR RELATÓRIO de sustentabilidade 2011 o desafio da SUSTENTABILIDADE Stakeholders (“Partes Interessadas” ou “Grupos de Interesse”) – Indivíduos, entidades ou grupos que afetam ou são afetados pela atividade da empresa (e.g., clientes, fornecedores, colaboradores, acionistas, comunidades locais, comunidade científica, organizações governamentais e organizações não-governamentais, entre outros). Taxa de Cobertura da Medição em Contínuo (Coverage Rate Continuous Measurement) (KPI2): permite avaliar a percentagem de clínquer produzido em fornos onde é efetuada a monitorização em contínuo dos poluentes principais (partículas, NOx e SO2). WBCSD / World Business Council for Sustainable Development: O “Conselho Mundial de Empresas para o Desenvolvimento Sustentável” (www.wbcsd.org) é uma organização criada em 1 de janeiro de 1995 com o objetivo de promover o Desenvolvimento Sustentável. Tem como membros mais de 200 empresas multinacionais de mais de 30 países e de cerca de 20 importantes setores industriais. A rede regional do WBCSD conta atualmente com 60 membros, entre estes, o BCSD Portugal. O projeto “Rumo a uma indústria cimenteira sustentável” (Toward a Sustainable Cement Industry) foi realizado sob os auspícios do WBCSD que tem sido e continuará a ser a plataforma de desenvolvimento da CSI. Taxa de Cobertura da Medição Global (Overall Coverage Rate) (KPI1): indica a percentagem de clínquer produzido em fornos onde é efetuada monitorização (pontual e/ou contínua) dos poluentes principais (partículas, NOx, SO2) e micropoluentes (metais, PCDD/F e COV’s). Tempo de trabalho (2) (SO&S): Corresponde ao período normal de trabalho, o que precede o seu início, em atos de preparação ou com ele relacionados e o que se lhe segue, em atos também com ele relacionados, e ainda as interrupções normais ou forçosas de trabalho. Terceiros (SO&S): Qualquer pessoa não incluída nas categorias de colaborador direto ou indireto. Os terceiros incluem normalmente clientes e visitantes que se deslocam às instalações, quer tenham sido convidados ou não, e outras pessoas, fora das instalações da empresa, envolvidas em acidentes com colaboradores diretos, desde que a empresa assuma a responsabilidade pelo acidente. Também estão incluídos os condutores ou passageiros envolvidos em acidentes, fora das instalações da empresa, com veículos motorizados pertencentes à empresa, mas também e apenas se a empresa assumir a sua responsabilidade. PAG 123 CIMPOR RELATÓRIO de sustentabilidade 2011 o desafio da SUSTENTABILIDADE Contactos Direção de Comunicação Mafalda Correia Rua Alexandre Herculano, 35 1250-009 Lisboa Tel.: +351 21 311 82 65 Fax: +351 21 311 88 26 [email protected] Direção de Relações com Investidores Filipa Mendes Rua Alexandre Herculano, 35 1250-009 Lisboa Tel.: +351 21 311 88 89 Fax: +351 21 311 88 67 [email protected] www.cimpor.pt/investidores Direção de Sustentabilidade PAG 124 Paulo Rocha CIMPOR - CIMENTOS DE PORTUGAL, SGPS, S.A. Rua Alexandre Herculano, 35 SEDE 1250-009 Lisboa Rua Alexandre Herculano, 35 Tel.: +351 21 311 81 25 1250-009 Lisboa Fax: +351 21 356 13 81 Tel.: +351 21 311 81 00 [email protected] Fax: +351 21 356 13 81 ® 100% www.fsc.org RECICLADO Papel feito de material reciclado FSC® C021878 EU Ecolabel: FR/011/003 Impresso em papel 100% reciclado Edição: Cimpor - Cimentos de Portugal, SGPS, S.A. Direção de Comunicação Design: RMAC Impressão: RPO Tiragem: 500 exemplares DL. 346386/12 julho 2012 Cimpor – Cimentos de Portugal, SGPS, S.A. Sociedade Aberta Capital Social: EUR 672 000 000 Matriculada na CRC de Lisboa sob o n.º 500 722 900