A Família Salvatoriana Unida a Serviço da Vida à Luz de
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A Família Salvatoriana Unida a Serviço da Vida à Luz de
“A Família Salvatoriana Unida a Serviço da Vida à Luz de seus Fundamentos” 160 nascimento 130 ordenação 90 morte g e f Índice Apresentação ...................................................... p. 03 1. Nosso chamado e Carisma ............................... p. 05 2. Nossa Missão ................................................. p. 14 3. Nossa Vida no Espírito .................................... p. 20 4. Nossa colaboração .......................................... p. 28 Celebração Final ................................................. p. 36 h 43 g g e f Oração ao Pe. Francisco Maria da Cruz Jordan Senhor Jesus Cristo, Salvador do mundo, em todos os tempos chamas homens e mulheres que, a exemplo dos apóstolos, se empenham para que todos te conheçam e encontrem em ti a salvação. Escolheste Francisco Jordan como zeloso e fiel servidor do anúncio apostólico. Pela intercessão de Maria, Mãe do Salvador, te pedimos: dá também a nós, como a teu servo Francisco, uma grande confiança em teu amor de Pai, zelo apóstólico pelo teu Reino, dedicação no serviço aos irmãos e irmãs e coragem para te seguir. Pela intercessão de teu servo Francisco, atende nossos pedidos fé ajuda-nos em nossas necessidades. Amém! Oração à Bem-aventurada Maria dos Apóstolos Bem-aventurada Maria dos Apóstolos, Tu foste enriquecida por Deus com os dons da natureza e da graça e te dedicaste inteiramente à propagação do Reino de Jesus Salvador, por todas as partes do mundo. Alcança-nos de Deus a graça de seguir teu exemplo na vivência do Evangelho e dedicação ao serviço da Igreja, colaborando na salvação da humanidade. Amém. h 42 g APRESENTAÇÃO Neste livrinho apresentamos quatro roteiros para reflexão e uma celebração. Neste ano, as reflexões tomam como tema de fundo a Declaração da Família Salvatoriana. A idéia motivadora é: Família Salvatoriana à luz de seus fundamentos. Eis os títulos dos roteiros: 1º Encontro: Nosso Chamado e Carisma 2º Encontro: Nossa Missão 3º Encontro: Nossa Vida no Espírito 4º Encontro: Nossa Colaboração Desejamos, com isso, oferecer esses subsídios como uma forma de aprofundarmos nosso sentido de Família Salvatoriana, em torno desses quatro elementos sugeridos pela Declaração, que resumem nossa vida como herdeiros espirituais dos ideais de Pe. Jordan e Madre Maria, bem como fazer crescer nosso sentido de pertença. Que o Divino Salvador ilumine a todos e os abençoe! Cada grupo se sinta livre para usar os textos da maneira que melhor convier. Com nosso abraço fraterno, Ir. Lourdes Maria Mantovani Ir. Eny Xavier Pe. Deolino Pedro Baldissera CIS – Projeto 4 – Espiritualidade Salvatoriana h3 g g e f INVOCAÇÕES SALVATORIANAS C. Jesus, Salvador do mundo T. Senhor tende piedade de nós C. Santa Maria, Mãe do Salvador T. Rogai por nós C. São José T. Rogai por nós C. Todos os Santos Apóstolos T. Rogai por nós C. Bem-Aventurada Maria dos Apóstolos T. Rogai por nós C. Todos os santos e santas T. Rogai por nós C. Pela intercessão do Pe. Francisco Maria da Cruz Jordan, concedenos a graça de te glorificar sempre e em todo lugar e de te tornar conhecida, ó Santíssima Trindade, Pai, Filho e Espírito Santo. Amém. Bênção de Pe. Jordan Abençoe-vos Deus Todo Poderoso: Pai, Filho, Espírito Santo. Ele vos santifique, confirme e multiplique como a areia do mar e como as estrelas do céu, até o fim dos tempos. Amém! h 41 g g e f Leitor 5: A Família Salvatoriana inteira partilha a responsabilidade de promover a compreensão mútua e o crescente sentido de identidade comum, participando de encontros, diálogos e projetos comuns. Nossos líderes coordenam a interação entre nós, promovendo a consciência de nossa identidade e universalidade como Família Salvatoriana, e o compromisso de solidariedade entre os três Ramos. ORAÇÃO (em dois coros) Coro 1: Enquanto ainda houver sobre a terra um único ser humano que não conhece a Deus e não O ama sobre todas as coisas, não poderás sossegar um instante sequer. Enquanto Deus não for glorificado em toda parte, não poderás sossegar um instante sequer. Enquanto a Rainha do céu e da terra não for enaltecida em toda parte, não poderás sossegar um instante sequer. Coro 2: Com a graça de Deus, nada seja difícil demais para ti: nem sacrifício, nem cruz, nem sofrimento, nem solidão, nem aflição, nem perseguição! Tudo posso naquele que me fortalece. Nem traição, nem infidelidade, nem frio, nem desprezo, nada arrefeça o teu zelo! Coro 1: Mas, tudo por Ele, com Ele e para Ele. Todos os povos, tribos, nações e línguas, glorificai o Senhor, nosso Deus! Ai de mim, Senhor, se eu não te anunciar aos homens e às mulheres! Coro 2: Ajuda-me, Senhor, mostra-me os caminhos! Sem Ti nada posso. Espero tudo de Ti. Esperei em Ti, Senhor, não serei confundido para sempre. Reza sempre, com profunda humildade e com a máxima confiança. Nada te impeça de fazê-lo. Todos: Amém! h 40 g Nosso Chamado e Carisma 1 “A Família Salvatoriana, Unida a Serviço da Vida, à Luz de seus Fundamentos” TEXTO BÍBLICO Ler texto Jo 17, 1-10: “A vida eterna é esta: que eles te conheçam a ti, o Deus único e verdadeiro, e aquele que enviaste Jesus Cristo”. Introdução Mergulhado no interior do texto de Jo 17,1-10, vamos percebendo a relação filial de Jesus com o Pai. O verdadeiro Deus e o verdadeiro homem que se manifesta na ação de Jesus Salvador. É necessário alargar a compreensão da vida na sua dimensão de eternidade, aprendendo e conhecendo o Deus verdadeiro que é Pai e ama a humanidade e entrega seu Filho para dar vida e vida em abundância. Jesus foi enviado para revelar, manifestar aos homens e mulheres o “nome”, isto é, a Pessoa do Pai. É próprio do Pai amar, e ele prova seu amor entregando seu Filho único por nós. Para crer que Jesus é verdadeiramente o Filho é necessário o reconhecimento do amor. Jesus, na Oração Sacerdotal, reza ao Pai e pede pelos discípulos e discípulas de todos os tempos. ‘Sacerdotal’, porque Jesus se relaciona com o Pai como Sacerdote e Vítima precisamente no momento em que está para realizar a entrega a Ele de sua vida e missão. Ele reza pela finalidade central de sua missão: A Glória de Deus e a Salvação da humanidade. h5 g Chegou a hora de glorificar, de revelar o Pai, no esvaziamento total de si mesmo, prova de seu amor e fidelidade absoluta ao Pai e à missão que dEle recebeu. Jesus é a revelação do amor de Deus Pai, Criador, Salvador e Santificador. Ele é Luz do mundo. De todo este envolvimento e movimento de Jesus com seus discípulos e discípulas nasce a Igreja, Povo de Deus. Para Pe. Jordan, a missão essencial da Igreja, que a Família Salvatoriana deve abraçar, consiste em experienciar e proclamar a glória do Pai, que é também a glória do Filho, no Espírito Santo. Daí a descrição que o Fundador faz da Missão da Família Salvatoriana: “manifestar a todos e glorificar em toda parte Deus Pai, seu Filho Jesus Cristo e o Espírito Santo”. DEUS FONTE DE VIDA A busca do sentido da vida é uma característica forte em nossos tempos. As pessoas hoje não aguentam mais a fragmentação introduzida pelo secularismo, porque o espírito tem sede de uma força integradora que unifique a vida. A pessoa fragmentada e dividida perde fôlego no core-corre, no dia a dia da vida, caindo com frequência no estress e desespero. A vida pouco a pouco perde seu sentido. Por isso, vemos hoje muito empenho na construção de espiritualidades que tenham uma ação integradora da vida e missão das pessoas. A proposta do Espírito de Deus presente no Carisma Salvatoriano é exigente e atual. Como Família Salvatoriana no hoje de nossa história, somos interpelados/as por uma necessidade de realizarmos uma releitura e redescoberta permanente do carisma. Pe. Jordan sonha com uma obra apostólica através da qual as pessoas de todos os lugares do mundo e de todos os níveis sociais podem unir suas forças para a evangelização dos povos. Deus age na história porque quer comunicar vida e que todos a tenham em abundância. O nosso carisma tem uma proposta significativa para os dias de hoje. Embutido no sonho de Jordan está uma visão apostólica que tem força e vitalidade para nós, para a Igreja e a sociedade. É uma h 6g g g e f e f Pai. Jesus Cristo, que veio para dar a vida por todos, é fonte e centro de nossa espiritualidade. Com Maria, sua Mãe, anunciamos a outros o Salvador que experienciamos em nós mesmos. O Espírito Santo nos guia e ilumina na caminhada. Leitor 2: Em nossa meditação e contemplação da Palavra de Deus, à luz da realidade e na celebração dos Sacramentos, integramos nossa vida e ação. Agindo assim, nós nos empenhamos em viver nossa vocação à santidade, encorajando outros a fazer o mesmo. Leitor 3: Manifestamos a bondade e a ternura amorosa de Deus, quer em nossa missão, quer no modo de nos relacionarmos como Família Salvatoriana. Na oração e no diálogo, procuramos compreender-nos mutuamente, dispostos a nos perdoar uns aos outros. _______________v_______________ Comentarista: Nós, enquanto Família Salvatoriana, fazemos parte de um único corpo. Por isso, nos esforçamos para uma mútua colaboração. Recordemos o que nos dizia Pe. Jordan: “Fomentem ao máximo a caridade mútua para que… se apresentem como companheiros dos Apóstolos, aplicando a si mesmos as palavras de nosso Mestre supremo, Jesus Cristo… : “Dou-vos um novo mandamento: amai-vos uns aos outros, assim como eu vos tenho amado.” (Regras para o Primeiro Grau da Sociedade Apostólica Instrutiva, 1882). Leitor 4: Como Família Salvatoriana, procuramos oferecer um testemunho visível, como homens e mulheres, com culturas e histórias distintas, trabalhando lado a lado em missão. Nutrimos confiança mútua e respeito pelas diferenças existentes entre nós, aprendemos uns com os outros e valorizamos a contribuição que cada um e cada uma é capaz de oferecer para nossa vida e missão. h 39 g g g e f Comentarista: Nossa Missão é proclamar a palavra de Deus, levandoa a todos os lugares: ”….proclamai a Palavra de Deus, insisti no tempo oportuno e inoportuno, repreendei, suplicai e exortai com toda paciência e doutrina. Ide e, com perseverança, dizei ao povo todas as palavras de vida eterna”. (Pe. Jordan, Regra de 1884). “Sim, todos nós precisamos adquirir, mais e mais, esse espírito apostólico.” (Madre Maria, Carta, 28 de junho de 1900). Leitor 4: Seguindo as pegadas do Salvador, a exemplo dos Apóstolos, somos chamados(as) a viver e anunciar o amor incondicional de Deus, dando continuidade à obra salvífica de Jesus, anunciando a salvação a toda criatura e a libertação de tudo aquilo que constitui uma ameaça à vida plena (cf Mt 28,19-20; Mc 16,15). Leitor 5: Nossa experiência pessoal e comunitária de salvação é a energia dinâmica e propulsora de nossa missão. Leitor 6: Alimentamos nosso amor à Igreja e nela atuamos com consciência profética, como testemunhas do Evangelho. A exemplo de Pe. Jordan e Madre Maria, conscientes de que a vocação de todas as pessoas batizadas consiste em ser uma força viva na Igreja, para a construção de um mundo mais justo, formamos e apoiamos lideranças a serviço da evangelização. Comentarista: Nossa vida no Espírito nos dá uma espiritualidade própria: “Meu Salvador e meu Redentor, eu me lanço em teus braços. Contigo, para Ti, por Ti e em Ti quero viver e morrer.” (Pe. Jordan, DE I 9; 15 de novembro de 1875). “Sim, rezemos e trabalhemos com zelo para que se cumpra a vontade de Jesus, ´venha o teu Reino.” (Madre Maria, Carta, 20 de maio de 1901). Leitor 1: Nossa espiritualidade individual e comunitária, vivida na realidade do mundo, se fundamenta em nossa experiência de Deus h 38 g e f visão integradora, universal e inculturada. Esta visão é capaz de ser uma luz para a missão cristã no mundo moderno e pós-moderno, oferecendo uma alternativa enraizada na proposta, sempre boa e nova, do Evangelho de Jesus Salvador. VISÃO INTEGRADA A visão apostólica de Jordan brota da sabedoria de Deus. A vida somente tem sentido quando está enraizada no Deus da Vida. Por isso, João 17,3 forma a base da espiritualidade de Jordan e da Família Salvatoriana. A partir de uma experiência fundante com o Deus único e verdadeiro, ele vive de maneira integrada sua missão na Igreja e no mundo. Paixão apostólica e busca da santidade estão integradas, criando uma energia vital em oposição à fragmentação, alienação, subjetivismo, intimismo e destruição da vida. Quando nossas energias jorram da fonte da vida, nossas atividades favorecem a unidade e não a fragmentação, a vida tem sentido e a mensagem do Evangelho oferece uma verdadeira resposta para hoje. Nós, Família Salvatoriana vivendo o carisma, acreditamos que João 17,3 nos apresenta uma chave de ouro para uma espiritualidade que responde as necessidades e as buscas de hoje. Jordan vibra com o desejo de que as pessoas façam sua própria experiência de Deus vivo. Ele sabe que o ser humano precisa conhecer o Deus verdadeiro profundamente para ser íntegro e sadio e assim seja salvo. Jordan não sossega enquanto existir uma pessoa percorrendo caminhos que levam a deuses falsos. Ele nos ensina que, quando enraizados/as no Deus verdadeiro, a energia que nos vem dEle nos torna evangelizadores/as no aqui, no agora e no ainda não. VISÃO UNIVERSAL Uma imagem expressiva de hoje que fala do mundo em que vivemos é da aldeia global. É descritiva de um mundo onde podemos assistir o drama da vida e morte em qualquer canto, como se fosse h7 g a casa do vizinho. A tecnologia da comunicação avançou tanto que nada escapa ao seu alcance. Assim, tornamo-nos telespectadores sem sair do sofá ou da tela do computador. Sabemos de tudo, mas não necessitamos nos envolver em nada. Podemos ficar seguros/as e isolados/as atrás das grades de nosso mundinho. Nesse isolamento, nossos preconceitos aumentam e provocam mais e mais medo de abrir o portão e sair livremente. A globalização toma conta da economia de nossa aldeia global, orientando tudo na ótica do capital, do consumo e do imediato. A visão de Jordan é globalizante, mas com o olhar de Deus e não do dono do capital que marginaliza e exclui. A universalidade e abertura do Carisma Salvatoriano se alicerça no amor gratuito de Deus Salvador que provoca envolvimento e participação de todos na vida sem exclusões. Todos os povos e nações têm direito ao respeito e à vida plena. A vida, também do planeta, é valorizada e promovida com carinho. O amor de Deus para com todos os seus filhos/as é o fundamento para o relacionamento fraterno entre nós. A visão do Amor Universal é uma resposta de salvação libertadora para toda a Família Salvatoriana e para a aldeia global em que vivemos, para que possa ser um espaço digno e solidário para a vida de toda a criação. VISÃO INCULTURADA A sabedoria do mundo proclama que tudo é relativo, que os valores permanentes não existem mais, inclusive a própria vida que passa a ser descartável. Assim, o compromisso e a fidelidade são posturas ultrapassadas, vividas por pessoas ou grupos que não acompanham o ritmo da vida moderna. A felicidade instantânea e a gratificação imediata são super valorizadas. É comum fugir do difícil, quer seja nos relacionamentos, quer no trabalho ou em qualquer outra área da vida. Diante desta realidade, Pe. Jordan apresenta uma visão incultura que orienta nossa vida. Dois caminhos se apresentam a nós para discernir: As verdades divinas ou eternas nascem do conhecimento e experiência do Deus único e verdadeiro. E aprendemos dEle que a h 8g g g e f e f Ordenou que anunciássemos, com destemor, ao povo toda palavra de vida eterna, anunciando e escrevendo a todos, sem cessar, a doutrina celeste. Concede-nos, Deus de amor, que sejamos sempre fiéis a este ardoroso apelo apostólico de nosso Fundador. Dá-nos, pois, a tua luz para podermos discernir os desafios da hora presente, amor suficiente para encará-los de frente, e confiança para buscar soluções adequadas. Por Jesus Cristo, nosso Senhor. Amém! _______________v_______________ Comentarista: Recordemos brevemente os fundamentos que trouxeram para nós, maior consciência de nossa pertença à Família Salvatoriana e compromisso com nosso carisma e missão. “A vida eterna é esta: que eles te conheçam a ti, o Deus único e verdadeiro, e aquele que enviaste Jesus Cristo”(Jo 17,3). Leitor 1: Movido por uma profunda experiência de Deus, pela situação da Igreja e pela realidade de seu tempo, Pe. Francisco Maria da Cruz Jordan foi tomado por um urgente desejo de que todas as pessoas conhecessem o Deus único e verdadeiro e, em Jesus, o Salvador, experimentassem vida em abundância. Sua visão foi de unir todas as forças apostólicas da Igreja para que amem e proclamem Jesus como Salvador de um mundo carente de Deus. Leitor 2: A Família Salvatoriana é uma expressão do carisma, dom do Espírito Santo dado a Pe. Jordan, a serviço da Igreja. Leitor 3: Hoje, a Família Salvatoriana é formada por três ramos autônomos: a Sociedade do Divino Salvador, a Congregação das Irmãs do Divino Salvador, e a Comunidade Internacional do Divino Salvador. Estamos unidos por nosso compromisso comum com a missão sonhada por nosso Fundador, formando uma mesma família de zelosos apóstolos e apóstolas, que anunciam a todos a salvação manifestada em Jesus Cristo (Tt 3,4). _______________v_______________ h 37 g g e f celebração: A FAMÍLIA SALVATORIANA CELEBRA À LUZ DE SEUS FUNDAMENTOS “A Família Salvatoriana, Unida a Serviço da Vida, à Luz de seus Fundamentos” Ambiente: Cada grupo pode livremente criar o ambiente para esta celebração usando a criatividade. Algumas sugestões para ajudar: ter presente alguma imagem ou estampa do Pe. Jordan, Madre Maria e de Simão (se possível). Uma vela para simbolizar a luz do carisma, uma bíblia e a Declaração da Família Salvatoriana. Cada grupo pode escolher os cantos segundo seu repertório e intercalados nos diversos momentos. Por exemplo um inicial, depois da reflexão e no final. INICIANDO A CELEBRAÇÃO Comentarista: Nossa celebração de hoje será um momento em que retomaremos alguns aspectos de nossa reflexão feita através dos quatro roteiros propostos sobre os fundamentos da Família Salvatoriana. Neles, nós refletimos sobre alguns aspectos de “Nosso Chamado e Carisma,” de “Nossa Missão”; de “Nossa Vida no Espírito” e de “Nossa Colaboração”. Vamos agora, juntos, iniciar este momento celebrativo: Em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Amém. Oração de abertura (todos) Senhor, nosso Deus, que queres que todos se salvem e que cheguem ao conhecimento da verdade. Nosso Fundador insistiu conosco para que ensinássemos todos os povos, sobretudo os pequeninos, a que conheçam a ti, Deus único e verdadeiro e aquele que enviaste, Jesus Cristo. Ele nos conclamou a proclamar a tua palavra insistindo no tempo oportuno e inoportuno, suplicando, exortando com toda paciência e doutrina. h 36 g vida não é descartável. O outro pólo necessário para o discernimento é a criatividade e flexibilidade no uso de todos os modos e meios para o anúncio do evangelho que é prioritário e, ao mesmo tempo, tem que ser atualizado de acordo com o momento histórico e cultural - “sinais dos tempos”. Assim, os valores permanentes são priorizados e desafiam o conceito de que tudo é relativo. Jordan não recua diante das dificuldades da caminhada. A inculturação do evangelho exige sensibilidade, criatividade e coragem para enfrentar as resistências que sempre acompanham este trabalho. A vivência do Carisma Salvatoriano nos dá a certeza de que esta resposta contém uma energia capaz de gerar mais vida no momento atual e nos próximos séculos. Assim, essa visão inculturada desafia a cultura e faz crescer as sementes da verdade já presentes nela. NOSSO CHAMADO E CARISMA Vejamos na Declaração da Família Salvatoriana o que se diz sobre nosso chamado e carisma: “A vida eterna é está que eles te conheçam a ti, o Deus único e verdadeiro, e aquele que enviaste, Jesus Cristo” (Jo 17, 3). Movido por uma profunda experiência de Deus, pela situação da Igreja e pela realidade de seu tempo, Pe. Francisco Maria da Cruz Jordan foi tomado por um urgente desejo de que todas as pessoas conhecessem o Deus único e verdadeiro e, em Jesus, o Salvador, experimentassem vida em abundância. Sua visão foi de unir todas as forças apostólicas da Igreja para que amem e proclamem Jesus como Salvador de um mundo carente de Deus. Ele incluiu pessoas de todas as idades e níveis sociais, trabalhando juntas em todas as partes em com todos os modos e meios. A Família Salvatoriana é uma expressão do carisma, dom do Espírito Santo dado a Pe. Jordan, a serviço da Igreja. Nossas raízes comuns remontam à Sociedade Apostólica Instrutiva, fundada por h9 g Pe. Jordan no dia 8 de dezembro de 1881, em Roma. Os primeiros membros eram padres diocesanos. Teresa Von Wullenweber (mais tarde bem-aventurada Madre Maria dos Apóstolos) uniu-se à Sociedade em 1882. Grande número de leigas e leigos, de todas as idades, se uniu a esta fundação. Hoje, a Família Salvatoriana é formada por três ramos autônomos: a Sociedade do Divino Salvador, a Congregação das Irmãs do Divino Salvador, e a Comunidade Internacional do Divino Salvador. Estamos unidos por nosso compromisso comum com a missão sonhada por nosso Fundador, formando uma mesma família de zelosos apóstolos e apóstolas, que anunciam a todos a salvação manifestada em Jesus Cristo (Tt 3,4). Assim como o projeto original de Pe. Jordan evoluiu ao longo do tempo, estamos abertos ao Espírito, onde quer que ele nos conduza no futuro. Vivemos nosso chamado na igualdade e complementaridade, de acordo com nossos diferentes estados de vida, dons e culturas. FONTES SALVATORIANAS - Dados biográficos de Pe. Jordan De Junho de 2008 a junho de 2009, celebramos o ano de Jordan: 160 anos de nascimento de Jordan, em Gurtweil; 130 anos de ordenação, em 21 de julho de 1878; e 90 anos de seu nascimento para a eternidade. Portanto, por ocasião destes três aniversários, foi declarado o “Ano de Padre Jordan”. Assim podemos contemplar alguns pontos da vivência de Jordan. Em 1885, em seu Diário Espiritual, ele escreveu: “A Divina Providência me criou”. Sua vida é marcada pela pobreza, trabalho duro e uma confiança inabalável em Deus. Sua família também era muito pobre. Durante anos a pobreza era tal que impediu aos jovens pais, Notburga Peter Von Buhl e Lorenço Jordan, a constituírem seu próprio lar. Eles se casaram apenas uma semana antes de João Batista h 10 g g g e f e f ORAÇÃO Senhor Jesus, como Pedro gostaríamos de dizer, “eu me despojarei da vida para Te seguir”. Esse é nosso desejo! Pela resposta que deste a Pedro, percebemos que é algo sério e comprometedor, esse desejo exige mais que entusiasmo e belos discursos, é necessário compromisso e aceitação da própria fraqueza que leva a negação de Ti. Contudo, mesmo que isto seja difícil, estamos dispostos a ir caminhando contigo neste mundo que é bem diferente daquele do tempo de Pedro. Hoje nossos desafios são outros. Porém continua difícil, como foi para Pedro e os demais apóstolos, viver o amor mútuo. Temos mais tecnologia e conhecimentos científicos sobre tudo o que existe, mas ainda não resolvemos este grande impasse: viver o amor mútuo. Ele é possível, tantos já comprovaram isso, mas nós ainda lutamos por conquistá-lo. É preciso vivê-lo! É aí onde mora nosso problema. Por isso queremos te pedir a força do teu amor que superou a morte, para que possamos realizar o desejo de despojarmos de nossa vida por Ti no amor. Dá-nos este presente e assim seremos mais salvatorianos e salvatorianas, anunciadores de Ti ao mundo como nosso Salvador! Amém. h 35 g da Imprensa de Constança. Exerceu ainda o cargo de promotor e tesoureiro das Conferências de São Vicente de Paula, promotor da revista semanal “Família Cristã”, e outros. Amigo inseparável de Jordan, filia-se, aos 31 de junho de 1881, oficialmente, ao II Grau da Sociedade Apostólica Instrutiva. A cruz não o frustrou, mas pelo contrário, forjou nele a têmpera de incansável apóstolo leigo. Faleceu em Constança, com 92 anos de idade, aos 31 de março de 1951 , enaltecido pela imprensa alemã como ardoroso apóstolo leigo. É fácil reconhecer nele a marca da espiritualidade salvatoriana, conforme testemunha a imprensa da época: “Profunda humildade, ação silenciosa e pia confiança na bondosa Providência de Deus ornaram sua vida”; “Toda sua vida foi um constante acolher e irradiar a bondade e o amor de Deus”. Um autêntico Leigo Salvatoriano. PARA REFLETIR Como membros da Família Salvatoriana, ouvindo a advertência que Jesus fez a Pedro sobre o amor mútuo como condição para a eficácia apostólica, o que nos impede de viver o amor mútuo? Como integramos os sofrimentos cotidianos na dimensão do Seguimento de Jesus? Como expressamos o sentido de pertença enquanto membros da Família Salvatoriana? Como você vive isso na prática? h 34 g g g e f e f nascer. Seu irmão Martinho já contava quase 5 anos. Jordan nasceu em 16 de junho de 1848, às 08:00 horas da manhã. Sendo batizado no dia 17 às 07:00 horas da manhã na Igreja paroquial de Gurtweil. Foram testemunhas os padrinhos Anton Jordan, solteiro, e Theresia Jahle, bem como Josef Muller Sigrist. Na escola, ele era um menino dotado, aplicado, bom, vivo, disposto para aprontar artes. Depois que saiu da escola, João Batista decidiu aprender a profissão de pintor e decorador, com ajuda de um pintor de Waldshut. Continuava a prática religiosa e foi o período em que amadurecia nele a decisão de consagrar sua vida ao sacerdócio. Contando já 21 anos de idade, não podia ingressar na primeira série de um Ginásio; precisava encontrar um professor particular. O Pe. Nagele lhe deu aulas de Grego e Ciências e o Pe. Weber lhe ensinava Latim. Este observou que Jordan era extraordinariamente aplicado e manifestava grande talento para as línguas. Sendo que o estudante era pobre, seu professor Gottfried Nagele encontrou uma benfeitora. No segundo semestre de 1870, Jordan entrou no “Ginásio” de Constança. Aos 11 de agosto de 1874 recebeu o certificado do Segundo Grau. A seguir, Jordan iniciou os estudos na Universidade de Friburgo, Alemanha, que concluiu com melhores resultados. O Diretor Litschgi mencionou Jordan nominalmente em seu relatório semestral: “Jordan se destaca pela sua especial piedade e humildade e pelo seu extraordinário talento no estudo de línguas. Assumiu mais de cinquenta línguas estrangeiras para estudar, algumas ele fala, e grande parte ele aprendeu a ponto de traduzir”. No seu Diário Espiritual utiliza 12 línguas. Como estudante universitário, Jordan iniciou, em 01 de julho de 1875, o seu Diário Espiritual, que ele abriu com o lema de Santo Inácio: “Tudo pela maior glória de Deus e pela salvação das almas”. Jordan passou por altos e baixos antes da sua ordenação: Finalmente, aos 21 de julho de 1878, anotou: “Sejam dadas infinitas graças a Deus, eternamente, porque hoje Ele se dignou receber seu indigno servo na Ordem do Presbiterato. Amém”. h 11 g Devido às leis da Kulturkampf vigente na Alemanha, o neo-Sacerdote João Batista Jordan celebrou sua Primeira Missa em Dottingen Aargau/Suíça, na paróquia do Pe. Jean Pfyffer, aos 25 de julho de 1878: “Como pároco de Dottingen, tive a honra de servir como Pai Espiritual do querido neo-Sacerdote. Sua conduta plena de dignidade, seja na Igreja como fora da mesma, causou as melhores impressões. A gente pressentia que este neo-Sacerdote seria uma grande personalidade”. Já no Seminário começara a luta de Jordan na busca de clareza diante de Deus quanto a sua vocação como Fundador de uma Obra de Evangelização, até que, pouco depois de sua Ordenação, podia anotar: “Funda a Sociedade Apostólica e fica tranqüilo em todas as tribulações”! Jordan fundou a SDS em 08 de dezembro de 1881 e foi seu Superior Geral por 34 anos. Sob sua direção, ela se expandiu na Europa, na Ásia e na América. Ele queria muito fundar também um ramo feminino que tivesse o mesmo nome e objetivos. Em 1888, foi fundado o ramo feminino, sob a direção de Maria dos Apóstolos, como Co-Fundadora e primeira Geral. Nem sempre é fácil para uma jovem Sociedade conservar os seus membros e preservá-los em meio às tempestades internas e externas. Mais tarde, o Fundador dizia: “Que tempos aqueles! Internamente ainda nada estava consolidado; de fora vinham os ataques; se Deus não tivesse estado conosco, a Sociedade não existiria mais; a Ele nossa gratidão!”. Em 1911, os Salvatorianos receberam a aprovação definitiva da Santa Sé e as Irmãs, a primeira aprovação. Pe. Jordan viu coroada a Obra de sua vida. Com sua oração e sofrimento, Pe. Jordan acompanhava a Sociedade durante os terríveis anos de guerra, confiando-se, bem como seus membros e sua obra, à Divina Providência. h 12 g g g e f e f Desde criança, Simão faz a dolorosa experiência da cruz. Em poucos anos perde os pais e os irmãos. Em 1861, falece a mãe. Simão tem, então, 3 anos de idade. As duas irmãs gêmeas falecem com poucos anos de vida. Em 1868, com 10 anos, perde também o irmão, André e, quatro dias depois, também o pai. É muita cruz para uma frágil criança! O juiz e os parentes pensam em interná-lo numa escola agrícola. Mas Simão é franzino demais para isto. Por isso o deixam provisoriamente com um parente, Francisco Deggelmann, até ser confiado, definitivamente, à tutela de Carlos Egenhofer, residente ali mesmo, em Reichenau. Simão ajuda o tutor no cultivo da beterraba. Cerca de 10 anos mais tarde, no outono europeu de 1871, com 13 anos de idade, Simão entra no Ginásio de Constança. Ali ele conhece o estudante João Batista Jordan, 20 anos de idade, seis classes à frente. Tornam-se colegas de escola e amigos. Ambos pensam em ser padres. Aliás, fora exatamente por causa disto que seu novo amigo havia largado o pincel de pintor. Entretanto, enquanto o amigo Jordan continua decididamente seus estudos, Simão se vê forçado a abandonar os estudos por problemas de saúde. Ele mesmo se explica, mais tarde: “Minha fraca visão e as constantes dores de cabeça me forçaram, em 1875, a deixar o Ginásio”. De 1875 a 1878 frequenta a Escola de Comércio, em Genebra, Suíça. Em dois alistamentos sucessivos, em 1878 e 1879, é declarado inapto para o serviço militar. De 13 a 16 de setembro de 1880, participa, com o amigo Jordan, do XXVII Congresso Católico, em Constança. Cheio de ardor apostólico, filia-se ao Comitê Local do Apostolado da Imprensa. Com tino administrativo, administra, durante 50 anos, a Associação pró Terra Santa, em Constança. É também co-fundador da Associação h 33 g g g e f v Em nível internacional, a colaboração é promovida mediante reuniões entre as lideranças e encontros das comissões conjuntas, e pelos capítulos gerais dos Padres e Irmãos, das Irmãs e pelas reuniões da Coordenação da Comunidade Internacional do Divino Salvador, que ocorrem no mesmo ano. v Os líderes de cada um dos três Ramos colaboram na tomada de decisões que envolvem diretamente toda a Família Salvatoriana. e f Depois de um longo tempo de enfermidade, Pe Jordan faleceu no dia 08 de setembro de 1918 em Tafers. Foi enterrado na igreja paroquial de Tafers, Friburgo. Em 1956 seus restos mortais foram levados para a Casa Mãe em Roma, onde se encontra na Capela a ele dedicada. PARA REFLETIR Em que circunstância você percebe que os falsos valores influenciam sua vida, comunidade e missão? Você se identifica com o Carisma Salvatoriano? Como você se percebe envolvido/a por ele? Conclusão Como seguidores de Pe. Francisco Jordan e Madre Maria dos Apóstolos, imbuídos de seu espírito missionário, assumimos esta Declaração como expressão de nossa identidade como Família Salvatoriana. Pedimos a intercessão de Pe. Jordan e de Madre Maria, para que cada um e cada uma de nós assumam a vocação salvatoriana com zelo e gratidão. FONTES SALVATORIANAS - DADOS BIOGRÁFICOS DE sIMÃO dEGGELMANN Como já temos conhecimento, a Família Salvatoriana se constitui pelos três ramos: os padres e irmãos, as irmãs e os leigos e leigas salvatorianos. Conhecemos Pe. Jordan, o inspirador inicial; Madre Maria, sua fiel seguidora e iniciadora junto com ele das Irmãs Salvatorianas. Vamos conhecer agora o primeiro leigo salvatoriano que aderiu ao projeto de Jordan. Ele é Simão Deggelmann. Há 150 anos, aos 27 de abril de 1858, em Oberzell, às margens do Lago de Constança, na bucólica Ilha de Reichnau, Alemanha, nascia Simão Deggelmann, futuro leigo salvatoriano. Seus pais, um veterano da guerra de 1813, e Maria Ana Okle, tiveram quatro filhos: André nascido em 1852, duas meninas gêmeas e Simão. h 32 g A visão apostólica de Pe. Jordan é integradora, universal e inculturada. Como você trabalha essas dimensões em sua vida e missão? ORAÇÃO Senhor, nosso Deus Único e Verdadeiro, renovai em nós o Espírito de Sabedoria, para que aprendamos a discernir e distinguir os verdadeiros valores evangélicos como fazia Pe. Jordan, para sermos verdadeiros/as discípulos/as de Jesus Salvador na vivência e testemunho de nosso chamado e carisma. Amém. h 13 g g e f Nossa Missão 2 “A Família Salvatoriana, Unida a Serviço da Vida, à Luz de seus Fundamentos” TEXTO BÍBLICO Ler o texto Mt 28,19-20; Mc16,15: “...vão e façam que todos os povos se tornem meus discípulos, batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo, e ensinado-os a observar tudo o que ordenei a vocês”. INTRODUÇÃO Refletir sobre o fundamento de nossa missão e poder beber de uma das fontes mais significativa do nosso carisma são motivos de louvor e gratidão. Louvor pelo dom do carisma doado por Deus à Igreja por meio de Pe. Jordan. E gratidão pelo empenho de muitas pessoas que trabalharam anos para que esses fundamentos se tornassem um indicador significativo para a Família Salvatoriana. Este encontro tem por objetivo abrir um espaço para reflexão, oração e apropriação do sentido mais profundo da nossa Missão Salvatoriana. Jesus Ressuscitado - ponto central da fé e da missão “Os onze discípulos foram para a Galiléia, ao monte que Jesus havia indicado” (v.1). A comunidade convocada se reúne na Galiléia, local do primeiro anúncio do Reino. Ao ver Jesus, os discípulos se ajoelham numa atitude de adoração. Mas há gente que ainda duvida (v.17). À boca miúda, as pessoas perguntavam: O que significa crer na ressurreição? O que tem a ver Jesus de Nazaré com o Senhor Ressuscitado? Perguntas como essas deixam entrever que as coisas não eram passivas na comunidade de Mateus. h 14 g “Dou-vos um novo mandamento: amai-vos uns aos outros, assim como eu vos tenho amado.” (Regras para o Primeiro Grau da Sociedade Apostólica Instrutiva, 1882). Como Família Salvatoriana, procuramos oferecer um testemunho visível, como homens e mulheres, com culturas e histórias distintas, trabalhando lado a lado em missão. Nutrimos confiança mútua e respeito pelas diferenças existentes entre nós, aprendemos uns com os outros e valorizamos a contribuição que cada um e cada uma é capaz de oferecer para nossa vida e missão. Ainda que os três Ramos sejam autônomos, é na vivência da interação que expressamos nosso carisma. Colaboramos uns com os outros em novas iniciativas onde os dons de cada um(a) se fazem necessários e, sempre que possível, auxiliamos os outros Ramos em seus apostolados e atividades. A Família Salvatoriana inteira partilha a responsabilidade de promover a compreensão mútua e o crescente sentido de identidade comum, participando de encontros, diálogo e projetos comuns. Nossos líderes coordenam a interação entre nós, promovendo a consciência de nossa identidade e universalidade como Família Salvatoriana, e o compromisso de solidariedade entre os três Ramos: v Em nível nacional, nos países onde há membros de dois ou mais Ramos da Família Salvatoriana, a colaboração é promovida por encontros de suas lideranças e por uma equipe de coordenação nacional com representantes de cada Ramo. h 31 g é demais para alguém que estava cheio de ousadias. Pedro precisa manter os pés no chão, pois a vida é feita de ideais sim, mas sem perder os horizontes terrenos e aceitar fazer o percurso da conversão que vai passar pelos fracassos humanos. Entrar na dinâmica de Jesus precisa preparar-se para passar pelo caminho do Getsemani e da cruz. “As grandes obras nascem à sombra da cruz” (Pe. Jordan). Só depois de assimilados esses sofrimentos, o amor entusiástico amadurece e pode levar ao despojar-se de si mesmo. Pedro precisava disso. Não havia seguido o mestre ainda até o fim! Seria a dor da perda do mestre, a perseguição e o sofrimento onde ele aprenderia o que significa despojar-se. Ninguém se despoja da própria vida se não for por algo maior que ela. Ninguém dá a vida se não for por uma causa maior e por uma certeza que vai além dela. Seguir Jesus para aprender com ele o que é isso: despojar-se de si mesmo. Tornar-se verdadeiro discípulo Tornar-se verdadeiro discípulo de Jesus é percorrer seu caminho aprendendo com ele a respeito da vida e de seu sentido. Ninguém se torna discípulo de Jesus sem estar com Ele. “Quem não tem o espírito de Cristo não lhe pertence” (DE II,63,02). Ninguém é auto-suficiente neste aprendizado. É só na experiência com Ele, percorrendo sua trajetória e amando como Ele. Ninguém se torna discípulo por conta própria. “Tu és minha força e meu rochedo; Tu és o Salvador do mundo” (DE II 48,06). Nossa colaboração O documento da Declaração da Família Salvatoriana assim nos fala a respeito da colaboração entre os três ramos: “Fomentem ao máximo a caridade mútua para que… se apresentem como companheiros dos Apóstolos, aplicando a si mesmos as palavras de nosso Mestre supremo, Jesus Cristo…: h 30 g g g e f e f Para ajudar a comunidade na busca da resposta, Mateus procura fazer uma catequese a fim de que as pessoas seguidoras de Cristo possam amadurecer na fé. E com base na tradição mais antiga, cujo núcleo é que Jesus foi constituído Senhor na Ressurreição e na prática do batismo. O evangelista apresenta três aspectos fundamentais da revelação de Jesus Ressuscitado: Autoridade: “Toda autoridade foi dada a mim no céu e sobre a terra” (Mt 28,18). Em Jesus se manifesta o poder divino e universal. Ele é o Senhor da História. “Tudo foi feito por meio dEle, e, de tudo o que existe, nada foi feito sem Ele” (Jo 1,3). Envio: “Portanto, vão e façam com que todos os povos se tornem meus discípulos, batizando-os em nome do Pai, e do Filho e do Espírito Santo” (Mt 28,19-20). O Ressuscitado é o mesmo Jesus de Nazaré. Sua palavra não é nova. Seu poder é novo, Ele tem autoridade divina. O anúncio missionário é um anúncio em defesa da vida em todas as suas dimensões (desde a não operacionalização de embriões até as questões ecológicas). Todos são chamados a participar de uma nova comunidade, que se compromete a viver de acordo com o que Jesus ensinou: praticar a justiça (MT 3,15; 5,20) defender e assumir a causa dos pobres. Presença contínua: “Eis que eu estarei com vocês todos os dias, até o fim do mundo” (Mt 28,20b). Jesus garante sua presença no meio daqueles que põem em prática sua palavra que é vida, luz, caminho, solidariedade e perdão. Ele está presente também na dureza de nossa caminhada com a força de sua Ressurreição. Assim como as Comunidades de Mateus, que foram chamadas para aprofundar sua fé em Jesus Ressuscitado, também a Família Salvatoriana, hoje, é convocada a dar um passo de qualidade no aprofundamento de sua fé e de seus fundamentos e a desenvolver uma consciência missionária. A missão faz parte de nosso ser salvatoriano. h 15 g Nossa Missão Vejamos o que a Declaração da Família Salvatoriana apresenta sobre nossa Missão: “...proclamai a Palavra de Deus, insisti no tempo oportuno e inoportuno, repreendei, suplicai e exortai com toda paciência a doutrina. Ide e, com perseverança, dizei ao povo todas as palavras de vida eterna”. (Pe. ���������������������������� Jordan, Regra de 1884). “Sim, todos(as) nós precisamos adquirir, mais e mais, esse espírito apostólico.” (Madre Maria, carta, 28 de junho de 1900). Seguindo as pegadas do Salvador, a exemplo dos Apóstolos, somos chamados(as) a viver e anunciar o amor incondicional de Deus, dando continuidade à obra salvífica de Jesus, anunciando a salvação a toda criatura e a libertação de tudo aquilo que constitui uma ameaça à vida plena (cf Mt 28,19-20; Mc 16,15). Nossa experiência pessoal e comunitária de salvação é a energia dinâmica e propulsora de missão. Alimentamos nosso amor à Igreja e nela atuamos com consciência profética, como testemunhas do Evangelho. A exemplo de Pe. Jordan e Madre Maria, conscientes de que a vocação de todas as pessoas batizadas consiste em serem uma força viva na Igreja para a construção de um mundo mais justo, formamos e apoiamos lideranças a serviço da evangelização. Nosso espírito de universalidade se expressa de todos os modos e meios que o amor de Deus inspira. v Estamos abertos aos clamores e desafios da época em que vivemos, permitindo que os sinais dos tempos nos revelem os modos e meios de agir. v Envolvemos outras pessoas em nossa missão, e colaboramos com quem se compromete com a promoção da verdade, da justiça e da h 16 g g g e f e f e salvatorianas somos convidados a crescer no amor para sermos capazes do despojamento que Pedro disse estar disposto a fazer. Esta é a condição para ser discípulo e missionário de Jesus. Refletindo sobre o texto Ser reconhecido no amor A experiência humana nos diz que a necessidade mais profunda, mais desejada do coração humano é o amor. Ele é mais importante mesmo que o alimento que nutre o físico. Sem o amor a vida não deslancha, se fecha num mundo infeliz. Deixa a pessoa sem rumo e sem vontade de viver. Deprime e mata o elã. Quando o amor falta, a pessoa se torna violenta, quer conquistá-lo à força, é capaz de verdadeiras loucuras. Ninguém sobrevive por muito tempo se não se sentir amado. O maior desequilíbrio humano é causado pela falta do amor. Podemos suportar a fome de pão sem perder o gosto pela vida, mas não suportamos a falta de amor, porque ele mata a vida e seu sentido. E o amor só pode ser saciado na relação com o outro, ninguém consegue amar sozinho, para amar precisa de alguém. Por isso Jesus insiste com os apóstolos que façam isso não só para sobreviverem, mas também para se tornarem reconhecidos como discípulos dele. Este é um convite para nós, Família Salvatoriana, sermos reconhecidos no amor. Despojar-se da vida Despojar-se da vida. Eis um grande problema. Fácil de dizer, difícil de viver. Pois a vida é o bem mais caro que temos, por isso não abrimos mão dela facilmente. Temos um apego visceral à vida, sem ela deixamos de ser e isso nos amedronta. Pedro disse a Jesus que estaria disposto a isso, certamente que não tinha consciência do quanto isso seria difícil para ele. No entusiasmo da experiência que fazia com Jesus, achou-se capaz disso. Jesus, conhecedor melhor das coisas da vida, alerta a Pedro que essa sua inspiração poderia até se realizar, mas antes disso ele iria negá-lo três vezes. Essa advertência h 29 g g e f Nossa colaboração 4 “A Família Salvatoriana, Unida a Serviço da Vida, à Luz de seus Fundamentos” TEXTO BÍBLICO Ler o texto Jo. 13, 34-38: “Amai-vos uns aos outros, ... nisto reconhecerão que sois meus discípulos”. Introdução Neste encontro vamos refletir sobre nossa colaboração entre os três ramos da Família Salvatoriana. O texto bíblico que nos inspira hoje é o que lemos acima, Jo.13, 34-38. Nele aparece o pedido de Jesus aos apóstolos para que se amem mutuamente. É no amor que eles serão reconhecidos como seguidores de Jesus. Pedro quer saber para onde Jesus vai. No seu entusiasmo ainda pouco profundo, diz a Jesus que vai com ele imediatamente para onde Ele for, disposto a despojar-se da própria vida. Jesus lembra a Pedro que terá um longo caminho até chegar a esse despojamento, vai mesmo negá-lo três vezes antes mesmo que amanheça o dia. O evangelho não nos diz qual foi a reação de Pedro diante desta predição de Jesus. Poderíamos imaginar que tenha ficado profundamente chocado e frustrado. Foi um balde de água fria em cima de seu entusiasmo ainda principiante. Contudo, Jesus conforta a ele e os demais discípulos, dizendo que não se perturbem e não deixem o coração ficar abatido, pois na casa do Pai há muitas moradas. O que os discípulos precisam revigorar neles é o amor mútuo. Sem isso não se tornarão credíveis. Por isso, nós salvatorianos h 28 g defesa da vida, fazendo a opção preferencial pelos pobres e por aqueles e aquelas cuja dignidade humana não é reconhecida. v Tornamos as verdades eternas da Palavra de Deus e nossa fé acessíveis às pessoas de qualquer cultura, raça, etnia, classe social, nacionalidade e religião. v Vivenciamos o espírito de diálogo em ambiente inter-culturais, inter-religiosos e inter-confessionais. v Cada Ramo da Família Salvatoriana expressa nossa missão comum de acordo com sua vocação específica. Refletindo nossa Missão à luz do Documento de Aparecida Leitor 1 - A missão, antes de ser tarefa a realizar, é VIDA. Antes de ser enviado(a) em missão, é necessário existir, ser chamado(a) à vida. Por isso, Deus nos amou antes da criação do mundo. Somos chamados(as) à vida pelo próprio Deus como pessoas de sua confiança conforme seu projeto e enviados(as) como discípulos(as) e missionários(as) em missão permanente. “Em tudo que fizeres ame muito o Salvador”. Nessa expressão de amor, Madre Maria comunica que todo nosso ser e agir dever ser missionário, apostólico e comprometido com a defesa da vida, porque, quem ama Jesus não se acomoda. Leitor 2 - Nossa missão salvatoriana é um jeito especial de amar as pessoas, é uma ação pastoral missionária envolvente e comprometida com a formação de novas lideranças, isto é, formar discípulos e missionários a serviço da vida. Atentos aos sinais dos tempos e abertos aos clamores e desafios da época histórica em que vivemos. Leitor 3 - O Documento de Aparecida nos interpela a todos, cristãos e pastores. Cobra coerência com as promessas e o imperativo da Boa Nova. Pede para que os discípulos e discípulas tenham um olhar atento sobre a realidade nos aspectos sócio, cultural, econômico, político, ético, ecológico e eclesial diante dos desafios novos e herdados (33h 17 g g g e f e f 97). Nessa realidade, a missão dos discípulos(as) missionários(as) é sempre explícita: uma missão transformadora, integral, específica, contextual e universal. Formule uma breve oração com elementos da Espiritualidade Salvatoriana. Todos - Mateus diz aos membros de suas comunidades que Jesus as envia para “os confins do mundo”. Hoje, a Família Salvatoriana à luz do Documento de Aparecida, é chamada a uma nova compreensão da missão. “A missão nos conduz para o coração do mundo, onde os discípulos missionários são chamados a abraçar a realidade urgente dos grandes problemas econômicos, sociais e políticos da América Latina e do mundo” (148). Oração – UMA ASPIRAÇÃO (Madre Maria) Textos Salvatorianos “...procurando animar, ...todas as forças vivas da Igreja no desempenho de sua vocação cristã” (CIP 20,6). “...Se vocês um dia pudessem empreender uma viagem... Ali vocês veriam uma miséria tal de estarrecer o coração... Pagãos... Crianças que morrem de fome... Mulheres expostas à brutalidade... Escravos... Massas de gente cheias de sujeira e miséria, pecados e vícios... Fome, miséria, sofrimento e dor... Vocês não têm pena de todos esses infelizes, pelos quais Jesus derramou seu sangue da mesma forma como o fez por vocês?”. (O Missionário CIP 11, 30-31). “Ó Sociedade Apostólica... Transforma as nações e comove os que não crêem! Conduz, ensina e santifica a todos” (MM CIS 43,61). Senhor, quando ouço falar em missões, sinto em mim um grande impulso, tanto amor, tanta ansiedade, que só então experimento em mim. Meus anos vão se encurtando, meus cabelos branqueando, mas este amor no coração não enfraquece, sempre cresce. Uma coisa só almejo, servir às missões eu tanto desejo. Fazer algo pelas missões! Alguma coisa muito especial. Quem me deu este fervor? Quem me deu tão grande ardor? Não vem ele do meu Salvador, E a ele também me conduz? A ti me entrego inteiramente para tudo o que quiseres. Na humildade, ocultamente, qual pobre instrumento teu. E quando a morte me prostrar, direi que tudo aconteceu! O que na vida me acompanhou, tudo assim se realizou. Meus anseios se realizaram, tu, ó Deus, bondoso me olhando estás! Para refletir v Como a Missão Salvatoriana é interpelada pela realidade de hoje? Muitas almas serão salvas, teu Reino, ó Deus, crescendo está! v Conte uma experiência do lugar onde você vive que expresse o anúncio explicitamente de Jesus Ressuscitado? h 18 g h 27 g g g e f e f alegria. Diz que Pe. Jordan lhe causou a impressão de ser um humilde, verdadeiro e fervoroso apóstolo. Estes sentimentos, Teresa os expressa através de um poema “uma inspiração”. Na nova Sociedade, Teresa poderá realizar plenamente sua vocação. No ideal de Pe. Jordan, ela encontra a resposta às suas aspirações missionárias, que há muito vem buscando. v Em meio à realidade onde nos encontramos, como podemos nos comprometer com a justiça social? Aos 05 de setembro de 1882, Teresa faz seus Primeiros Votos. Ela é a primeira mulher a ser admitida no Primeiro Grau da Sociedade. Em Neuwwerk, ela é promotora do Terceiro Grau, divulga a revista “O Missionário” e outras publicações. Mais tarde ela promove também o “Sodalício Angélico” para crianças. Oração O tempo vai passando e, entre muitas lutas, chega o dia 08 de dezembro de 1888. Após um Retiro de oito dias, Teresa se torna o primeiro membro da Congregação das Irmãs do Divino Salvador, recebendo o nome de Irmã Maria dos Apóstolos. Madre Maria escreveu diversos poemas, nos quais descreve seus anseios, sua fidelidade na busca da realização da vontade de Deus a seu respeito, seu ardor missionário, seu amor à Igreja e a audácia com que assume o ideal da Família Salvatoriana. Na noite de Natal de 1907, após a Missa da meia noite, o Divino Salvador a chamou a si. E, no dia 13 de outubro de 1968, Madre Maria dos Apóstolos é beatificada pelo Papa Paulo VI. Seus restos mortais encontram-se na capela da Casa Geral das Irmãs Salvatorianas em Roma. para Refletir Que elementos da Espiritualidade Salvatoriana fazem parte de sua espiritualidade? Como a Espiritualidade Salvatoriana o motiva na missão como Família Salvatoriana? h 26 g v Como salvatoriano(a), que lugar ocupa em sua vida a Missão Salvatoriana? Senhor Deus, Pai e Criador, glorificamos e bendizemos Teu nome por nos ter presenteado com Jesus Salvador, fonte de toda vida e causa de nossa alegria. Tu és, Senhor, a Luz em nossos corações, por isso, te pedimos: ajuda-nos como Família Salvatoriana a discernir os “sinais dos tempos” e a respondermos com generosidade os apelos da Igreja que convoca todos os batizados para: • o encontro com Jesus Cristo a fim de descobrir o sentido mais profundo da própria vida e do compromisso com Ele; • a conversão pastoral, crer nEle pela ação do Espírito Santo. Decidir ser seu amigo e destemidamente ir ao encontro das pessoas; • o discipulado que como pessoa amadurece constantemente no conhecimento, amor e seguimento de Jesus Mestre, se aprofunda no mistério de sua pessoa, de seu exemplo e de sua doutrina; • chamados a viver em comunhão como Igreja “casa e escola da comunhão”, onde os discípulos e discípulas compartilham a mesma fé, esperança e o amor a serviço da missão evangelizadora; • Senhor, Tu que és a Vida, fortalece a fé da Família Salvatoriana para que possamos estar sempre atentos à Tua voz. Envia-nos como missionários e missionárias para o coração do mundo. Amém! h 19 g g e f Nossa Vida no Espírito 3 “A Família Salvatoriana, Unida a Serviço da Vida, à Luz de seus Fundamentos” TEXTO BÍBLICO Ler o texto: At 2, 42-44: Eram perseverantes em ouvir o ensinamento dos apóstolos, na comunhão fraterna, no partir do pão e nas orações. ...sinais que os apóstolos realizavam. ... todos os que abraçavam a fé eram unidos e colocavam em comum. NOSSA ESPIRITUALIDADE SALVATORIANA Contemplando e mergulhando na fonte das primeiras comunidades cristãs, percebemos muitos sinais de vida nova. Sentimos presente ação do Espírito Santo que ilumina e guia as comunidades no Espírito de Jesus. Daí compreende-se como o Espírito é a memória sempre renovada e atualizada do que Jesus disse e fez. O Espírito está presente na vida e na história das comunidades cristãs. Pela ação do Espírito Santo, a Palavra se faz carne (Lc 1, 35). Traz alegria para Maria e Isabel (Lc 1,41). Desce sobre Jesus na hora do batismo (Mc 1,10). Unge-o para a missão de Messias (Lc 4,18). Empurra-o para o deserto (Lc 1,12). Na força deste mesmo Espírito, Jesus volta para a Galiléia e começa a ação evangelizadora (Lc 4,14) é nele que Jesus se alegra quando vê os pobres aceitarem a Palavra de Deus (Lc 10,21). É este Espírito que Jesus promete como o grande dom messiânico ( At. 1,5.8; Jo 14,26). Ele realiza a profecia de Joel (At 2,17-18). “Oxalá todo o povo de Javé fosse profeta e recebesse o Espírito de Javé” (Nm. 11,29). No dia de Pentecostes, este Espírito inaugura a nova humanidade ( At. 2,4.33; 4,31). A partir deste momento é o Espírito h 20 g a família participa de uma Missão Popular, pregada pelos Jesuítas. Junto a eles busca conselho e ajuda. Com isso vai se formando seu espírito missionário, a atração “por tudo o que é Missão”. Teresa e suas irmãs receberam educação e instrução no próprio Castelo paterno, particularmente da mãe e do pai, dos Padres da Paróquia e da Professora, que chega ao Castelo para dar aulas. Aos 15 anos, Teresa dá continuidade aos seus estudos no Internato das Irmãs Beneditinas, em Liège, Bélgica. Ali a religião está em primeiro plano, permeando todas as disciplinas: matemática, contabilidade, história, inglês, literatura, gramática, alemão, economia e corte e costura. A vocação à Vida Religiosa foi fortalecida pela experiência de Deus. Teresa percorreu um longo caminho em sua vida até chegar a uma decisão madura: “Eu lia, de preferência, no santo Evangelho, como, no tempo de Jesus, os Apóstolos e as piedosas mulheres trabalhavam juntos para Cristo. Eu aspirava entrar num convento assim, com fins missionários. Eu não conseguia encontrar isso em lugar algum; procurava, procurava”. Teresa faz a experiência em algumas congregações, mas nenhuma corresponde aos seus anseios. Ela, no entanto, não desiste de suas buscas. Reza e espera, até que no dia 12 de abril de 1882, lê no jornal, um anúncio da Sociedade Apostólica Instrutiva sobre a revista “O Missionário”. Sua vocação amadurece e o Carisma Salvatoriano nasce nela por obra do Espírito Santo. Ela é atraída para uma compreensão mais profunda do amor universal de Deus. No dia 25 de abril do mesmo ano, escreve, entrando em contato com o Pe. Boaventura Lüthen. No dia 04 de julho de 1882, após alguma troca de correspondência, Teresa se encontra pessoalmente com Pe. Jordan, que veio de Roma para a Alemanha. Ela experimenta uma grande h 25 g g g e f nossa espiritualidade. Com Maria, sua Mãe, anunciamos a outros o Salvador que experienciamos em nós mesmos. O Espírito Santo nos guia e ilumina na Comunidade. Em nossa meditação e contemplação da Palavra de Deus, à luz da realidade e na celebração dos Sacramentos, integramos nossa vida e ação. Agindo assim, nós nos empenhamos em viver nossa vocação à santidade, encorajando outros a fazer o mesmo. O testemunho de Pe. Jordan e Madre Maria nos inspira a sermos pessoas de oração, a abraçar a cruz em vista de nossa missão, a nutrir uma confiança inabalável na Divina Providência, a assumir um estilo de vida simples e a nutrir uma especial devoção a Maria, Mãe do Salvador. Manifestamos a bondade e a ternura amorosa de Deus, quer em nossa missão, quer no modo de nos relacionarmos como Família Salvatoriana. Na oração e no diálogo, procuramos compreendernos mutuamente, dispostos a nos perdoar uns aos outros. Fontes Salvatorianas - dados biográficos de Madre Maria No dia 19 de fevereiro de 1833, nasce a Bem-aventurada Maria dos Apóstolos. Primeira filha do casal José Teodoro won Wullenweber e Elise Le Fort, que viviam no Castelo de Myllendonk, perto de Monchen-Gladbach, Alemanha. De acordo com o costume da época, ela é batizada logo no dia seguinte ao seu nascimento, na Capela do Castelo, com o nome de Teresa Francisca Josefa Elisabete Constância. Filha de pais de intensa vivência cristã, Teresa cresce numa atmosfera de amor, aconchego, bondade e fé, que vai formando nela, desde cedo, um espírito profundamente religioso. Juntamente com sua mãe e uma de suas irmãs, Teresa participa de Retiros Espirituais. Com h 24 g e f de Jesus que anima a vida e a história das comunidades. Ele dirige realmente todos os seus passos. Ensinamentos dos Apóstolos Em Atos 2,42, encontramos como as primeiras comunidades viviam: “Eles perseveravam no ensinamento dos apóstolos, na comunhão, na fração do pão e nas orações”. Este ensinamento é a nova interpretação da vida e da Bíblia, transmitida pelos apóstolos a partir da experiência que tiveram da ressurreição. Como Jesus, os cristãos tiveram a coragem de romper com o ensinamento dos escribas. Em vez de seguirem a doutrina dos doutores da época, seguiram a doutrina de doze pecadores sem instrução (At 4,13). Esta liderança não veio da tradição ou da raça, nem do poder ou da força, nem de algum curso ou diploma, mas dos sinais realizados nas comunidades (cf. At. 2,43; 4,33) e das “ordens” dadas por Jesus ressuscitado aos doze apóstolos, aos 120 discípulos/as. (cf. Mt. 28,18-20; Jo 20,23). No exercício desta autoridade, porém, eram questionados pela comunidade (cf.. Gl. 2,11-14: At 11,3) e deviam prestar conta (At. 11,4-18). Comunhão A comunhão nasce do Pai (Jo 1,3), do Filho (1Cor 1,9) e do Espírito Santo (2Cor 13,13; Fl 2,1) e se traduz em comunhão fraterna com partilha de bens. É o novo ideal da vida comunitária. A comunhão indicava a atitude de quem não se considerava dono do que possuía, mas tinha a coragem de partilhar seus bens com os outros. O ideal da comunhão era chegar a uma partilha não só dos bens, mas também dos sentimentos e da experiência de vida, a ponto de todos se tornarem um só coração e uma só alma (At. 4,32; 1,14; 2,46). Chegarem a uma convivência sem segredos, que supere as barreiras provenientes de religião, classe, sexo e raça (Gl 3,28; Cl 3,11). h 21 g g g e f Fração do Pão A expressão vem das refeições judaicas, nas quais o pai partilhava o pão com os filhos e com aqueles que não tinham nada. È a nova fonte da vida comunitária. A fração do pão lembra as muitas vezes que Jesus tinha partilhado o pão com os discípulos e entre os pobres (Jo 6,11). Lembrava o gesto de partilha que abriu os olhos dos discípulos para a presença viva de Jesus no meio da comunidade (Lc 24,30-35). Significava o gesto supremo do “amor até o fim” (Jo 13,1), a eucaristia, “a comunhão com o sangue e o corpo de Cristo” (1Cor 10,16), a Páscoa do Senhor (1Cor 11,23-27), a memória da sua morte e ressurreição (1Cor 11,26) que garante a vida aos que doam a vida pelos outros. A fração do pão era feita nas casas e não na majestade do templo (At 2,46; 20,7); era o lugar da liturgia “em Espírito e Verdade” ( Jo 4,23). Nem sempre a realidade correspondia ao ideal. Paulo critica os abusos que ocorriam na comunidade de Corinto (1Cor 11,18-22.2934). Oração Os apóstolos tinham uma dupla tarefa: “Permanecer assíduos à oração e ao ministério da Palavra” (At 6,4). Por meio da Oração, os cristãos permaneciam unidos entre si e a Deus (At 5,12b), e se fortaleciam na hora das perseguições (At 4,23-31). A Palavra, a Bíblia, era o livro de cabeceira, a gramática para poder ler e entender o que Deus estava falando pelos fatos da vida; a luz que os iluminava no caminho. É o novo ambiente da vida comunitária. Apesar de seguirem uma doutrina diferente da tradicional, não rompiam com os costumes da piedade do povo, mas continuavam a h 22 g e f frequentar o templo (At 2,46). Lugar onde o povo exprimia e vivia sua fé, e ia para rezar. A Bíblia era não só luz, mas também fonte de força, energia para sustentar a vida na fé. Conclusão Para realizar este ideal de uma vivência de comunidade, faz-se necessário termos presente o espírito de unidade e percorrer o caminho da experiência e da partilha. Animando-nos mutuamente, vencendo o cansaço, viver e acolher o diferente, o outro/a, ter coragem de ser verdadeiro/a. Percebemos que na vida existem sinais e sementes deste ideal. Assim os nossos fundadores também nos apresentaram este ideal. É sempre um ideal, mas que não cria desânimo, porque as comunidades se animam mutuamente, criam o espírito de amor e desprendem-se do desamor. REFLEXÃO SOBRE O FUNDAMENTO - NOSSA VIDA NO ESPÍRITO A centralidade de nossa espiritualidade é o Espírito de Jesus que está presente na Declaração da Família Salvatoriana. Vejamos o que nos diz o texto sobre isso: “Meu Salvador e meu Redentor, eu me lanço em teus braços. Contigo, para Ti, por Ti e em Ti quero viver e morrer”. (Pe. Jordan, DE 19; 15 de novembro de 1875). “Sim, rezemos e trabalhemos com zelo para que se cumpra a vontade de Jesus, venha teu Reino” (Madre Maria, Carta, 20 de maio de 1901). Nossa espiritualidade individual e comunitária, vivida na realidade do mundo, se fundamenta em nossa experiência de Deus Pai. Jesus Cristo, que veio para dar a vida por todos, é fonte e centro de h 23 g
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