Jornal Centro em Foco
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Ano VIII -Edição Extra São Paulo - SP - 18 a 31 de Julho 2012 - Publicação mensal Haddad e Serra na disputa pela Prefeitura Comunidade População da Roosevelt não quer fim da feira.Pág. 2 Saúde no Centro Haddad começa campanha com caminhadas, a primeira foi no Centro. Serra entra no corpo a corpo, após críticas dos adversários. Fernando Cavalcanti / Milenar Centro em Foco, o jornal que vive o Centro Henrique Boney Mulher: sexo frágil. Será? Pág. 6 Linhas Centrais Projeto Bicicloteca faz primeiro aniversário. Pág. 9 Artes e Cultura Guerra do Paraguai em Nem heróis, nem vilões. Pág. 9 Prêmio à dança, no Memorial da América Latina. Pág. 10 2 Pontos de distribuição do Jornal. Retire seu exemplar gratuitamente Centro Velho Banca Líbero – rua Líbero Badaró, 413 Banca Martinelli – Pça Antonio Prado Banca Pça Antonio Prado – Pça Antonio Prado Banca Largo do Café – Lgo do Café Banca das Apostilas – rua Boa Vista Liberdade Banca Shinozaki – Pça da Liberdade Banca Portal da Liberdade – rua Galvão Bueno, 161 Revistaria Brasilis - Av. Liberdade, 472 Bela Vista Banca Maria das Graças – rua Maria Paula, 23 Banca do Heitor – rua Maria Paula, 243 Banca Estadão – viaduto Nove de Julho, 185 Banca Consolação – viaduto Nove de Julho Banca da Rocha – Rua Rocha, 132 Banca do Toninho - Rua da Consolação Banca GV - Av. 9 de Julho, 2029 Banca Vd. Jacareí (em frente Pharma & Cia); Centro Novo Banca São Bento – rua Barão de Itapetininga Banca Corredor Cultural – Pça. Dom José Gaspar Banca São Luís – av. São Luís República Banca Av. São Luis 84 – av. São Luís Banca Itália – av. Ipiranga Banca Mealhada – av. São João, 629 Arouche Banca Mester – av. 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Em 1992, diante da necessidade de acessibilidade dos moradores da Martinho Prado, a feira livre foi deslocada para o outro lado da praça Roosevelt: na rua João Guimarães Rosa. Os feirantes e os moradores, porém, são contra a extinção ou remoção desta feira livre. Eles querem que ela volte para à Guimarães Rosa, uma rua sem muitas residências, onde a feira funcionava até há seis meses, quando foi deslocada para a rua Gravataí pela Prefeitura de São Paulo, em razão das obras na praça Roosevelt. Abraço simbólico - Em manifestação contra a extinção ou remoção da feira livre da praça Roosevelt, moradores do entorno realizaram o chamado Ato em defesa pela feira da praça Roosevelt no domingo (15), com marchinhas de carnaval e distribuição de manifesto pedindo não apenas a continuidade da feira livre, como também a sua volta à Guimarães Rosa. Membro da comissão formada em defesa desta feira livre, o ator e cenógrafo Leandro Lago disse que o ato foi um sucesso. “Além de uma caminhada e distribuição de manifesto realizamos um abraço simbólico confirmando que desejamos a con- José Bernardes tinuação desta feira livre, não na rua Gravataí, mas na Guimarães Rosa”, disse. Moradora da Gravataí, a pesquisadora Cláudia Rodrigues lembrou que esta rua tem duas creches, uma maternidade e a Irmandade Lar Nossa Senhora da Consolação além de alguns prédios residenciais. “A feira deve continuar na rua João Guimarães Rosa, onde funcionava até o começo deste ano”, ressalta. Medida provisória - A rua Guimarães Rosa tem apenas a escola estadual Caetano de Campos, uma representação de marcas e patentes, um hotel e o Tribunal Regional federal, entre outros poucos estabelecimentos. O pasteleiro Ricardo Tergan afirma que originalmente foram deslocados da Guimarães Rosa para a Gravataí com a promessa de que a medida seria provisória por dois meses, com a finalização das obras na Roosevelt. “Já passou mais de cinco meses e agora querem acabar com a feira. Isto não é justo!” Moradora da Gravataí, a professora de Inglês, Nádia Petean é contra a extinção da feira livre aos domingos na praça Roosevelt. “Até gosto da feira aqui. Não creio que ela atrapalhe tanto desta maneira como a Prefeitura afirma. Ela facilidade muito o nosso acesso a mercadorias boas e com preços razoáveis.” Zelador de um prédio residencial há nove anos na rua Gravataí, Antônio Reinaldo, por outro lado pontua duas situações adversas. “Não sou contra a feira livre, mas muitas vezes reclamo com os feirantes por colocarem kombis e outros veículos em cima da calçada, sem contar que quando chove esta rua fica completamente alagada.” Rua lavada - Aparentemente, a rua Gravataí apresenta concavidade por toda a sua extensão entre as ruas Guimarães Rosa e Caio Prado onde termina. Ela apresenta apenas quatro bueiros quando chega à Caio Prado. Mas o problema de alagamento quando chove, nada teria a ver com a feira livre de domingo. “Depois que acaba a feira livre os feirantes organizam tudo direitinho”, diz a irmã Helena Rodrigues, do Lar Nossa Senhora da Consolação, entidade filantrópica que assiste a pessoas carentes da região. “No final tem a varrição e vem os carros pipas para lavarem a rua que fica sem cheiro de peixe ou de outras mercadorias”, frisa. Feirante há 38 anos, Hélio Menade assinala a situação da seguinte maneira: “Todo mundo gosta de feira livre. Mas ninguém a quer em frente de sua casa.” Outros colegas dele afirmam que a feira livre da praça Roosevelt sempre apresentou situações emblemáticas. Novos atos - Após o ato em defesa da feira livre da praça Roosevelt, moradores e feirantes se reuniram na segunda-feira (16), no teatro Estúdio 184, para avaliar a ação. “Queremos que a feira continue aqui. temos o apoio dos moradores desta região que se quer ouvidos em audiência pública se querem ou não a extinção dela”, declara Leandro Lago. Durante a reunião, moradores e feirantes presentes consideraram o Ato em defesa da feira livre da Roosevelt um sucesso. Agora, pretendem conseguir apoio político para encaminhar à Abast e Prefeitura moções de apoio à continuidade da feira na praça Roosevelt e de repúdio; mensagens de apoio por e-mail e Twitter a estes órgãos; acionar o Ministério Público e novos atos bem humorados. Em nota oficial a Prefeitura de São Paulo justifica a ação da seguinte maneira: “Visando melhorar a circulação de pedestres e garantir o ordenamento do espaço público no entorno da praça Roosevelt, a Abast, esclarece que vem estudando uma alternativa próxima e mais adequada para a realização da feira que hoje está instalada na rua Gravataí. Tão logo os estudos estejam concluídos, a Abast indicará o local aos representantes dos feirantes que hoje ali trabalham.” Por Paulo de Souza Escolhendo o vereador Para ajudar os eleitores da região central na escolha de candidatos à vereança em quem votar nas eleições de outubro, o Fórum do Centro e o jornal Centro em Foco vão realizar encontros de alguns deles com a comunidade, a partir do final deste mês de julho até o final de setembro. O primeiro será com os candidatos Nabil Bonduki, - arquiteto, ex secretário Nacional de Recursos Hídricos e Paisagem Urbana, e Cel. PM Camilo ex comandante Geral da Polícia Militar do Estado de São Paulo. Local: Central de Concursos - rua Br. de Itapetininga, 163, 5º and. Sala L Data: 31 de julho, às 18h30 Viaduto Nove de Julho, 160 - 5º , Cj. 57 - CEP 01050-060 - Tels.: (11) 2864-0770 / 3255-1568 / www.jornalcentroemfoco.com.br e-mail: [email protected] / Editor : Carlos Moura - DTR/MS 006 / Colaboradores: Cecília Queiroz, Giscard Luccas, José Eduardo Bernardes Jr. e Paulo de Souza - Depto Comercial: Carlos Moura - Edição de Arte: Binho Moreira Fotografia: Joca Duarte – MTB 36.520. Distribuição Gratuita. As matérias assinadas são de exclusiva responsabilidade dos autores, não expressando necessariamente o pensamento do jornal. www.jornalcentroemfoco.com.br SP - 18 a 31 de Julho de 2012 3 Eleições Haddad promete revisar projeto Nova Luz O candidato petista à Prefeitura de São Paulo, Fernando Haddad, ex-ministro da Educação, reafirmou que sendo eleito vai revisar o projeto da Nova Luz. Em abril último, durante encontro com comerciantes de Santa Efigênia, ele mostrou-se favorável à recuperação visual e funcional da região central, mas sem excessos. Para Haddad o modelo aprovado pelo prefeito Gilberto Kassab (PSD), é no mínimo equivocado. Isto porque, o projeto Nova Luz voltado à revitalização no Centro prevê desapropriações e transformações de 45 quadras da região, por meio da concessão dos imóveis à iniciativa privada. A favor da “revitalização” do Centro, Haddad fala sobre a necessidade de revitalizar a área “a partir da força econômica que a região já tem”. O candidato a prefeito pelo PT, diz que comerciantes e moradores devem sim ser consultados sobre as obras na região, por ser do interesse da comunidade, pois as intervenções vão alterar a vida dela. Henrique Boney Segundo o vereador petista Chico Macena, o prefeito estaria com isto, favorecendo exclusivamente ao setor imobiliário. Macena considera o que a gestão Kassab está fazendo na Santa Efigênia “é um crime contra os comerciantes, os moradores e a cidade. Isso é o Banco Imobiliário”, ironizou. Fernando Haddad falou ao Centro em Foco como conduzirá, se eleito prefeito, as questões que envolvem o bairro da Luz e a situação dos sem moradia. Centr em Foco - Que encaminhamento o senhor pretende dar ao projeto Nova Luz? Fernando Haddad - Um projeto de requalificação da região não pode ser feito sem que o poder público promova o diálogo entre diferentes entidades e regule a atividade privada. O que ocorreu com esse projeto Nova Luz foi isso: foi promovido sem que sejam ouvidos os comerciantes do local, por exemplo. Quando a prefeitura cumpre o seu papel, não inibe o investimento: faz com que gere resultados positivos para o cidadão. Vamos rever esse projeto. CF - O município possui milhares de cidadãos sem mora- dia e em situação de rua. Daí as ocupações de prédios abandonados. Como será tratada essa população? FH - Antes de mais nada, há uma distinção entre o cidadão em condição de rua e aquele que está organizado em movimentos sociais que lutam pela reutilização de imóveis no Centro, para habitação popular. No primeiro caso, houve um retrocesso, obra da atual administração na Prefeitura de São Paulo. Vamos retomar alguns programas, como aluguel social, vagas em pensões e hotéis populares como medidas temporárias para que cidadãos que estão em situação de rua possam morar enquanto se processa sua recuperação. CF - Em que condição a prefeitura deverá dar aval aos movimentos de moradia, que atualmente têm alguns prédios abandonados sob ocupação, na região central? FH - Não podemos criminalizar os movimentos sociais, como é a prática da administração Serra/Kassab. Faz parte da nossa proposta a intervenção e a promoção de habitação de interesse social nas áreas centrais de São Paulo, garantindo ao mesmo tempo o cumprimento da função social de imóveis ociosos e o direito à moradia adequada para a população mais vulnerável. Para tanto, é possível utilizar o sistema tributário municipal para estimular a construção de habitação no centro da cidade, por exemplo. CF - Atualmente, lideranças dos movimentos de moradia acreditam que a Prefeitura deve manter “congelada” a situação das ocupações, até ser resolvida judicialmente. Qual é seu entendimento a respeito? FH - Nossa proposta é retomar o diálogo com esses movimentos, interrompido pela atual gestão. É preciso conversar permanentemente, buscando compatibilizar o direito à moradia com suas demandas e os interesses da própria cidade. As administrações do PT sempre dialogaram com os movimentos sociais, alcançando bons resultados. Programa de governo fomenta bicicleta como meio de transporte Em quase 20 minutos, o candidato do PT à prefeitura de São Paulo e ex-ministro da Educação Fernando Haddad desceu de bicicleta a avenida Paulista até chegar ao Diretório Municipal do PT, na rua Asdrúbal Nascimento - bairro Bela Vista. Junto a correligionários e simpatizantes de sua candidatura, Haddad mostrou que mobilidade ciclística em São Paulo é viável. Como uma de suas propostas do Programa de Governo, Haddad anunciou que pretende implementar a integração de um sistema de empréstimo de bicicletas ao Bilhete Único. O projeto do candidato do PT prevê instalações de bicicletários em diversos pontos da cidade, incluindo estações do Metrô e terminais de ônibus. O sistema funcionará do seguinte modo: o usuá- rio pega uma bicicleta com o Bilhete Único para depois utilizar o ônibus ou o Metrô. O serviço será gratuito, exceto no caso de o usuário não for utilizar transporte público na sequência do trajeto de bicicleta. Neste caso, será cobrado um valor simbólico, como R$ 0,25. ‘Jogando luz’ - “Temos de estimular o transporte sobre duas rodas na cidade, incluindo aí campanhas de prevenção de acidentes. O que não pode acontecer é o poder público desestimular o uso de um meio de transporte não poluente”, comenta Fernando Haddad. Na coordenação da área de Transportes da campanha petista, o vereador Chico Macena destacou que a bicicleta deverá ser priorizada como meio de transporte. “Vamos ‘jogar luz’ na mobilidade que já existe nesta cidade acrescentando ciclovias, ciclorotas e ciclofaixas” em pelo menos 150 km. A ideia inclui não apenas promover a ligação de bairros, como também facilitar o tráfego de ciclistas em áreas de acesso intermunicipais na Grande São Paulo. Para o senador Eduardo Suplicy, que também participou desta “bicletada”, a bicicleta “também é um meio saudável para paulistano se deslocar de casa para o trabalho ou mesmo para o lazer”. A arrancada da campanha - Dias antes da “bicletada”, a arrancada da candidatura de Fernando Haddad e Nádia Campeão, se deu com uma caminhada pelas ruas do Centro - da praça Patriarca, em frente a Prefeitura, até a praça da Sé, no final da tarde da sexta-feira (dia 7). Na Sé, diante de milhares de populares e militantes do PT, que ocuparam quase toda a praça, Haddad discursou lembrando que o município de São Paulo cai no esquecimento quando quesitos importantes foram deixados de lado, em consequência da administração iniciada por José Serra e seguida por Kassab. “Todo mundo é testemunha de que a vida do paulistano melhorou, mas apenas da porta de casa para dentro, por causa do trabalho do governo Lula e da presidenta Dilma. Mas, da porta para fora, São Paulo piorou. A saúde piorou, a educação, segurança e habitação pioraram”, destacou Haddad. José Bernardes Para o candidato, somente por meio desta eleição municipal será possível desenvolver e ampliar os benefícios para São Paulo, parcerizando mais com o governo federal. “Vamos trazer o sucesso da Dilma e do Lula para a cidade de São Paulo. Vamos trocar um governo com 80% de rejeição por outro com 80% de aprovação.” Por Paulo de Souza 4 www.jornalcentroemfoco.com.br SP - 18 a 31 de Julho de 2012 Eleições Serra busca o corpo a corpo por voto Apesar de ter iniciado a campanha à prefeitura de São Paulo, no último dia 06 de julho, tímido e resguardado no diretório municipal do PSDB - no centro da cidade -, o candidato tucano José Serra mudou o tom e passou a utilizar o corpo a corpo nas ruas da capital, para tentar emplacar na corrida ao cargo da mais importante cidade do país. Ao lado de seu vice, Alexandre Schneider (PSD), indicado para compor a chapa de Serra pelo prefeito Gilberto Kassab, o candidato tucano também busca o contato com o eleitor. No último dia 08 de julho, Serra foi ao tradicional bairro da Liberdade para participar do Festival das Estrelas, organizado pela comunidade japonesa. Durante a visita, Serra foi abordado por um professor indignado com o salário que recebe na rede pública. O funcionário público teve de ser contido pelos seguranças do candidato, que integra o partido do governador e tem o apoio do prefeito. Logo após o evento, Serra condeceu uma breve entrevista coletiva onde justificou o aumento na previsão dos gastos de sua corrida eleitoral. Na campanha de 2008, o candidato eleito Kassab havia estipulado R$ 30 milhões. Neste ano, os gastos do tucano estão previstos em R$ 98 milhões. “Aumentou o custo, primeiro. Segundo, isso é o teto. Não significa que necessariamente tenhamos que gastar”, declarou Serra. No dia 15 último, o candidato do PSDB visitou o Centro de Exposições Imigrantes, onde aconteceu o Festival do Japão. Durante o evento, o tucano apontou metas para as políticas de mobilidade urbana, mais especificamente para os ciclistas e rebateu o candidato do PT Fernando Haddad, que em evento no centro da cidade, revelou que Fotos: Fernando Cavalcanti / Milenar Vereador em Foco Um Centro mais humano para uma cidade mais solidária os quilômetros de ciclovias propostos pelos tucanos eram contados entre ida e volta dos percursos. “Nós estamos apenas prestando contas e dizendo o que vamos fazer para a frente. Não tem nenhum factoide nisso”. Segundo Serra, serão 400 quilômetros de ciclovias, ciclofaixas e ciclorrotas em São Paulo. “O nosso projeto é elevar isso ao final de quatro anos, em conjunto com o Governo do Estado, a 400 quilômetros, além de desenvolver um amplo processo de educação para o trânsito no caso de bicicletas, como tem sido feito agora para pedestres”, declarou. Além das propostas de ampliação das ciclovias, o candidato apresentou ao TRE, na última semana, um conjunto de diretrizes que servirão de base para o programa de governo. Serra, no entanto, foi acusado de reciclar propostas da atual gestão. Seis metas foram idealizadas pelo atual prefeito Gilberto Kassab, mas não serão cumpridas até o fim de seu mandato, em dezembro. Entre elas, estão a construção de parques tecnológicos ainda em fase de estudo; a finalização da Praça das Artes, complexo cultural que seria instalado na região do Anhangabaú; e a instalação da Operação Urbana Rio Verde-Jacu Pêssego, que serviria como política de desenvolvimento econômico na zona leste. Por José Eduardo Bernardes As cidades são o núcleo fundamental da vida em sociedade. E o seu centro é o ponto para onde converge uma série de ações, local de referência para o poder público, o setor privado e a população em geral. Há muitos anos, o centro de São Paulo sofre uma série de problemas resultantes do processo de crescimento desordenado da cidade. A região viveu momentos de glória e depois, de decadência. Entre tantas idas e vindas, a população mais pobre foi ficando cada vez mais apartada do Centro, empurrada para as periferias, sofrendo diariamente para atravessar a cidade desde os bairros mais distantes até os polos geradores de emprego e renda. Ao mesmo tempo, a cidade que tanto atraía brasileiros em busca de melhores oportunidades de vida mostrou-lhes a face mais dura. Nos anos de recessão econômica e desemprego, houve muitas falências e prédios inteiros ficaram abandonados no Centro. E foram muitos os homens e mulheres que, não conseguindo renda, tiveram de viver nas ruas. A soma desses e de outros fatores, como a desestruturação familiar e social, contribuiu para que o Centro vivesse um surto de dependência do crack. Para lidar com essas questões, na Câmara Municipal aprovamos o IPTU Progressivo, que torna onerosa a manutenção de moradias Divulgação sem uso, uma maneira de aumentar o número de habitações disponíveis, especialmente de baixa renda, na região central. Outra luta que encampei foi pela garantia de que os dependentes de drogas em situação de rua pudessem ter um tratamento digno de saúde - através de uma rede de atendimento médico e psicológico - aliado a políticas de reinserção familiar e social, tudo isso viabilizado pela parceria entre os governos federal, estadual e municipal. Acredito que a solução para tudo isso passe por uma política de reocupação que resgate a importância econômica, cultural e social do coração da cidade e por uma visão mais humana que busque a solidariedade e a igualdade. Dessa maneira, conseguiremos construir a São Paulo que todos sonhamos, com um Centro que seja a tradução desse espírito e local de integração entre todos os paulistanos. Jamil Murad, vereador do PCdoB Saúde no Centro Caderno do Jornal Centro em Foco - Edição Extra Seja feliz com seu sorriso - Aparelhos ortodonticos estéticos Você paciente, que possue uma má oclusão,dentes tortos,tem vergonha de sorrir e até hoje não corrigiu seu problema com a ortodontia convencional, devido aos braquetes metálicos, acabou seu problema. Hoje em dia graças a grande evolução dos materiais, existem uma série de aparelhos altamente estéticos, para usar de forma tranquila em seu ambiente de trabalho e meio social. Afinal, todos querem estar radiantes em um evento social, festas sem mostrar que estão de aparelho. Atualmente a opção mais inovadora é sem duvida o Invisalign, totalmente transparente e eficiente. Conforme pesquisas publicadas, este aparelho é indicado para quase todos os casos de má-oclusões. Trata-se de uma série de alinhadores removíveis e transparentes que são trocados durante o tratamento. São confeccionados com a mais alta tecnologia computadorizada fora do brasil. Além de resolver o problema da má oclusão, os usuários apresentam-se muito satisfeitos e felizes porque são aparelhos imperceptíveis e removíveis, de higienização tranquila e eficaz. Somente Ortodontistas devidamente inscritos no CFO, podem se credenciar ao Invisaling e oferecer aos seus pacientes mais essa grande e espetacular alternativa de tratamento. Existem outras opções estéticas de aparelhos, que são os braquetes estéticos feitos de porcelana, cristal, safira e os autoligados estéticos. Estes são materiais muito estéticos e confortáveis por apresentarem as bordas mais arredondadas, satisfazendo o paciente. Hoje em dia, não somente os pacientes mais velhos, os mais jovens também estão optando pelo uso dos aparelhos ortodônticos com braquetes estéticos. Utiliza-se nesses casos de braquetes estéticos fios brancos e borrachinas importadas que são resistentes a absorção de corantes. Um outro tipo de braquete de alta tecnologia são os braquetes autoligados estéticos, que não necessitam das borrachinhas, apresentam uma grande vantagem, que é diminuir o tempo de tratamento do paciente em até 50%. Outra grande vantagem é que apresentam um baixo atrito entre dente e osso causando praticamente nada de reabsorção radicular, além de possibilitar ao paciente passar na consulta a cada 2 meses. Um belo sorriso cativa as pessoas, atrai mais os olhares, melhora a mastigação e a qualidade de vida. Procure seu ortodontista, certifique-se que ele seja Especialista para poder conduzir corretamente seu tratamento. Serviço: Dra. Alessandra Goloni Especialista em Prótese Dentária CROSP 64.363 Rua Barata Ribeiro, 190 Cj. 85 - Bela Vista Fones: 3256-5652 / 4329-6470 [email protected] 6 www.jornalcentroemfoco.com.br SP - 18 a 31 de Julho de 2012 Saúde no Centro - Caderno do Jornal Centro em Foco - Edição Extra Mulher: sexo frágil Mito ou Verdade? Depende. Do ponto de vista do coração, a mulher é mais frágil sim. Emocionase mais, apaixona-se mais, o coração acelera mais. E aí é que está a raiz do problema. Desde que houve a liberação sexual feminina, com o advento da pílula anticoncepcional na década dos anos 1970, a mulher se integrou ao universo masculino buscando igualar-se ao homem. Ingressou no mercado de trabalho, tornou-se independente financeiramente, competiu em pé de igualdade nas mais variadas áreas do conhecimento e conquistou o mundo! Em contrapartida, adquiriu hábitos reservados à maioria masculina: stress, tabagismo, sobrepeso, hipertensão, diabetes, sedentarismo, ingestão de bebidas alcoólicas. A mulher é multifacetada. Ela é profissional, mas também é dona de casa, administradora do lar, psicóloga, chef de cozinha, motorista, compradora, professora particular, educadora, mãe, esposa, filha. Passa por várias fases, da adolescência à vida adulta, vivendo a experiência da gravidez até chegar à menopausa. Acumula vários cargos, está sempre sobrecarregada de funções. Dupla jornada? A mulher tira de Na década de 1990 a relação era de 6 homens para uma mulher. Atualmente é de 2 para 1 e a tendência é igualarse! Para reverter este quadro deve-se lembrar que há um fator de risco que é imutável, a genética, mas todos os outros podem ser evitados. letra, o coração que aguente! E aguenta? Os mais novos estudos mostram que não. Mais de 20 milhões de mulheres brasileiras estão sob a ameaça de sofrer um infarto. Cerca de 30.000 morrem todos os anos deste mal. A probabilidade de uma mulher morrer após infarto é 50% maior do que em homens em condições semelhantes. Por que? - Porque coração tem sexo. Na mulher a frequência cardíaca é 10% mais alta que no homem, portanto o desgaste é maior. - As artérias femininas são 15% mais estreitas e tortuosas que as masculinas, entopem mais facilmente. - O processo de formação de placas de gordura tende a fechar mais rapidamente nas mulheres e as obstruções são mais graves. - Nas mulheres os sintomas são mais vagos e inespecíficos, às vezes difíceis de identificar. - Fatores de risco como diabetes, tabagismo, hipertensão arterial, obesidade e depressão tem um papel mais importante na instalação da doença coronária feminina. - A mulher possui um fator de risco a mais que é a menopausa, quando diminui o estrógeno, responsável pela dilatação e “limpeza” das artérias e pela proteção cardíaca. - Ovários policísticos, doença que atinge 10% das mulheres também afeta a produção de estrógeno e diminui o HDL, o chamado colesterol bom. - A associação pílula anticoncepcional e fumo aumenta em 15 vezes a chance de obstrução das coronárias! Nos anos 1950, para cada 10 vítimas fatais de problemas cardíacos uma era mulher. Como? - Check up cardiológico uma vez ao ano - Adotar hábitos alimentares saudáveis - Praticar exercícios moderados, 20 minutos por dia, como caminhada vigorosa, - musculação com pesos leves, ginástica localizada, dança. - Não fumar - Se beber, apenas uma taça de vinho tinto nos finais de semana. - Relaxar e meditar 5 minutos ao dia - Tomar medicação se necessário - Escolher uma atividade que dê prazer - Ser solidária - Trabalhar no que gosta, de preferência perto de casa. Evita stress, demora no trânsito e aborrecimento. - Ter atitude, sempre positiva. - Amar-se - Doar seu amor - Se estiver acima do peso após os 50 anos, perder 1 kg por ano até voltar ao peso ideal e mantê-lo. Ganhará em saúde. - Conhecer o mundo, nem que seja pela internet. O coração agradece e retribui! Por Amália Pelcerman Cardiologista e Clínica Geral Tel.: 3257-4071 www.jornalcentroemfoco.com.br SP - 18 a 31 de Julho de 2012 Saúde no Centro - Caderno do Jornal Centro em Foco - Edição Extra 7 A Vitória do Controle Social na cidade de São Paulo Em 04 de julho último, o Juiz de Direito Randolfo Ferraz de Campos, diante da conduta abusiva e arbitrária do Secretário de Saúde do Município de São Paulo e seu representante junto ao Conselho Municipal de Saúde - quando desconsideraram a deliberação do pleno que anulou o processo eleitoral determinado pela portaria 1097 - deferiu uma liminar determinando que a SMS/SP cumpra de imediato esta deliberação, caso contrário incidirá multa diária de R$ 10.000,00 por dia ao agente público, sem prejuízo de apurar improbidade administrativa e crime de desobediência. O Sr. Juiz questiona no documento o fato de que um só membro de colegiado afronte decisão deste último e reiteradamente aja à revelia das deliberações do Conselho, como se este pleno tivesse de submeter o que viesse a deliberar à vontade e endosso da Secretaria Municipal de Saúde. Também cita a Lei Complementar Federal 141, de 13 de janeiro de 2012, que dá novos contornos àquele Conselho Municipal de Saúde, inclusive em termos de relevância de suas atribuições. Esta liminar funcionou como um bálsamo a tanta angústia provocadas nos militantes da saúde desta cidade por um agente público que respaldado por Decretos do Sr. Prefeito, transformou um espaço de discussões e deliberações em uma arena de luta, não pela saúde mas pelo poder. O aperfeiçoamento e o fortalecimento dos Conselhos é extremamente importante para a cidadania. À medida que se consolidam e tem eficácia, criam-se espaços onde segmentos da população se articu- lam, trocam informações, criam conceitos e os transmitem para outros segmentos da população. Um dos desafios para o fortalecimento dos Conselhos é criar as condições mais adequadas para que se multipliquem as lideranças de pessoas interessadas em participar da gestão pública. Os representantes do governo precisam também estar qualificados para responder em nome do governo. Assim, o Conselho tem peso, formula políticas e toma decisões, legitimadas pelo próprio governo. Um governo deve fomentar a participação e não usá-la em benefício de seus interesses, como tem acontecido nos diversos Conselhos Gestores do município de São Paulo. Ao negar a fala ao segmento da classe trabalhadora, por exemplo, desqualificando os sindicatos, o governo exclui da esfera pública a defesa dos direitos dos trabalhadores. O mais importante no entanto, é garantir a autonomia dos Conselhos em relação ao governo e estabelecer relações no sentido contrário ao clientelismo, que são relações de subordinação da comunidade. As pessoas participam porque estão dispostas a dar uma parte de seu tempo livre para a discussão, para o debate, para a formulação de políticas públicas e porque acham que isso é importante não apenas para elas, mas para o conjunto da comunidade. Está passando da hora de levantarmos a bandeira do respeito ao Controle Social, que só se efetivará se os governos forem obrigados a respeitar as deliberações dos Conselhos e Conferências, discutindo a formulação da política pública SUS. Obrigada Dr. Randolfo Ferraz de Campos por tomar uma posição favorável à construção da democracia participativa de nossos cidadãos, fortalecendo entre todos o conceito de que o poder emana do povo. Carmen Mascarenhas Representante do MPS do Centro e-mail: [email protected] 8 www.jornalcentroemfoco.com.br SP - 18 a 31 de Julho de 2012 Linhas Centrais Aves do Centro Flickr - Dario Sanches O sabiá-laranjeira é uma das aves mais conhecidas. Sobrevive muito bem na cidade, mostrando um alto grau de sinantropismo, chegando a apresentar em alguns parques uma densidade populacional maior que a que apresenta em seu próprio ambiente natural. É o sabiá mais comum, e o que apresenta o canto mais melodioso. Com certeza é a ele que se referem um grande número de poesias e músicas, como as famosas estrofes de Gonçalves Dias: “Minha terra tem palmeiras onde canta o sabiá”. Ou a música “A majestade o sabiá”. É muito apreciado como pássaro de gaiola, pelo seu canto flauteado, pagando por isso o preço de sua liberdade. Em algumas localidades, onde o canto desse sabiá tinha algumas características de interesse dos passarinheiros, chegou a ocorrer a extinção local da espécie. É de fato um grande cantor e em alguns bairros da cidade de São Paulo, principalmente na primavera, quando cantam mais frequentemente para atrair suas fêmeas e defender seus territórios, chega a causar algum incômodo aos moradores, pois com a iluminação da cidade devem achar que já está amanhecendo e começam sua cantoria ainda de madrugada, perturbando o sono das pessoas! No Centro, com a convivência centenária com as pessoas nas praças e parques, adquiriram uma surpreendente mansidão, deixando aproximar-se deles a pouco mais de um metro. Foi instituído, por meio de decreto presidencial, como a ave símbolo do Dia Nacional das Aves, que se comemora no dia 5 de outubro. É grande apreciador de frutas e por isto um dos assíduos frequentadores dos pomares. Nessa foto, feita na Praça da República, um sabiá-laranjeira aproveita-se de um mamão que foi deixado ali por algum frequentador da Praça e admirador das aves. Por Luiz Fernando de A. Figueiredo [email protected] www.ceo.org.br www.jornalcentroemfoco.com.br SP - 18 a 31 de Julho de 2012 9 Artes e Cultura Guerra do Paraguai é assunto de Nem heróis, nem vilões Na noite da quinta-feira, 12, o jornalista e professor Francisco Moacir Assunção participou da Caminhada Noturna pelo Centro, onde estava em destaque o seu mais novo livro: Nem heróis, nem vilões lançado pela editora Record, resultado de seis anos de intensas investigações sobre a Guerra do Paraguai (1864-1870). “Um passeio como este é muito interessante, pois há pontos e ruas no Centro de São Paulo cujos nomes pouca gente sabe que a sua origem está vinculada à Guerra do Paraguai”, destacou Assunção ao final da Caminhada Noturna, iniciada na rua 24 de Maio, altura do nº 1864: data alusiva a batalha de Tuyuty (nesta Guerra) e que dá nome a um prédio. Moacir Assunção relatou fatos e histórias de personagens marcantes. A praça Duque de Caxias, um monumento ao patrono do Exército brasileiro que ilustra uma breve narrativa do personagem histórico, também ostenta momentos da Guerra do Paraguai. O livro - Nada poderia ser mais oportuno no momento Divulgação em que o Paraguai sofre um golpe de Estado, do que conhecer a fundo os reflexos da Guerra do Paraguai. O caminho para esta descoberta está no livro Nem heróis, nem vilões, uma intensa pesquisa feita por Moacir Assunção. Considerado como o mais sangrento conflito e o maior já ocorrido na América Latina, esta guerra não foi uma mera concentração de forças dos fundadores do Mercado Comum Sul-Americano Brasil, Argentina e Uruguai - contra o Paraguai, outrora uma potência militar em busca de espaço na região. A Guerra do Paraguai causou a morte de pelo menos 300 mil pessoas e definiu as fronteiras do Prata. Em Nem heróis, nem vilões também é examinada com profundidade, a participação dos EUA na guerra em apoio ao Paraguai -, o que levou o Brasil a suspender por três vezes as relações diplomáticas com o país norteamericano. Entrevistas - Para compor o livro, Moacir Assunção entrevistou a bisneta de Solano López e intelectuais lopistas e antilopistas - favoráveis e contrários ao ditador paraguaio. Nem heróis, nem vilões expõe ainda as difíceis relações entre líderes militares do Brasil como o Duque de Caxias e da aliada Argentina, como Bartolomeu Mitre. Nesta narrativa histórica, o autor descortina para o leitor episódios importantes da guerra, como Curupaiti: a maior derrota aliada que por pouco não pôs fim ao conflito, além das doenças que atingiram o país e mataram mais pessoas que os próprios combates. Nem heróis, nem vilões é rico em ilustrações e revela personagens praticamente esquecidos na historiografia tradicional: a primeira vítima do conflito, o governador da província de Mato Grosso, morto por fome no Paraguai, Carneiro de Campos; José Díaz e Caballero, os maiores generais do exército paraguaio, e o filho de Solano López, Enrique entrou com ações contra os governos brasileiro e argentino - Ruy Barbosa chegou a ser contratado como advogado - para tentar reaver terras que haviam pertencido a sua mãe. Moacir Assunção é jornalista com passagens pelos jornais O Estado de S. Paulo e Diário Popular - atual Diário de S. Paulo -, é pós-graduado em Ciências Sociais e professor universitário dos cursos de Comunicação Social da Universidade São Judas Tadeu (USJT). Especializado em temas históricos, atua como colaborador das revistas História Viva e Aventuras na História e é mestrando em História Social pela PUC-SP. É autor dos livros Os homens que mataram o facínora – a história dos grandes inimigos de Lampião (Editora Record), Luiz Carlos Prestes um revolucionário brasileiro (Editora Lazuli) e Ficha Limpa, a lei da cidadania (Editora Realejo). Por Paulo de Souza Serviço: Livro: Nem heróis, nem vilões - Curepas, caboclos, cambás, macaquitos e outras revelações da sangrenta Guerra do Paraguai Autor: Moacir Assunção Editora: Grupo Editorial Record / Editora Record Número de páginas: 462 Nas melhores livrarias Linhas Centrais Bicicloteca comemora seu primeiro aniversário O projeto Bicicloteca comemorará seu primeiro aniversário neste dia 28 de julho, na Câmara Municipal, entre 9 e 12h. Seu objetivo é incentivar a inclusão cultural da população em situação de rua. Atualmente o projeto conta com um acervo de 44 mil exemplares e três bicicletas, que circulam a região central da cidade, estimulando a leitura. É através da Bicicloteca, que pessoas em situação de rua, que não teriam condições nem mesmo de solicitar um empréstimo de um livro, por não ter endereço fixo e ou documentos, hoje podem fazê-lo. Antes não tinham contato com o universo literário, mas agora - através dessa iniciativa - tem acesso fácil, sem burocracia, à leitura. O Henrique Boney Centro é o local onde se concentra o maior número de pessoas nesta situação, e é a principal rota da Bicicloteca. O projeto foi idealizado e executado por Robson Mendonça, e dispõe de uma bicicleta motorizada e adaptada para transportar livros, e oferecer internet Wi-Fi à população em situação de rua, promovendo a inclusão cultural e levando um pouco de dignidade aos que mais precisam de apoio da sociedade. “O meu objetivo é incentivar a leitura, eu não tive uma oportunidade semelhante quando estava nesta situação, e sei o quanto o incentivo à leitura é importante”, comenta Robson, que é presidente Movimento em Defesa da População em Situação de Rua do Estado de São Paulo. Mendonça, sempre teve gosto pela leitura, e acabou em situação de rua após perder esposa e filhos. Durante este período, encontrou na leitura uma forma de enriquecer o seu conhecimento, porém sempre teve dificuldades para manter o hábito, incluindo o preconceito de muitos quanto à sua situação, pois não dispunha dos documentos necessários para solicitar empréstimo nas bibliotecas públicas. Para o vereador Chico Macena que acompanhou o projeto da Bicicloteca desde o princípio, esse tipo de iniciativa incentiva a revitalização do Centro. “A Cidade, e mais especificamente o Centro, precisa de projetos criativos, que realmente se materializem em políticas de recuperação da população em situação de rua. O Robson Mendonça e os apoiares do projeto estão de parabéns, pois ao levar conhecimento por meio da leitura ajudarão a incluir e recuperar a autoestima da população em situação de rua.” Garantindo ter outros projetos em mente visando oferecer novas oportunidades aos que mais necessitam, Robson defende que o apoio político é essencial à continuidade ou manutenção de projetos como o da Bicicloteca. “O apoio político é muito importante, e o mandato do vereador Macena nos apoiou na caminhada pela Bicicloteca desde o início, e contribuiu ativamente para o seu desenvolvimento.” Por Talita Gomes 10 www.jornalcentroemfoco.com.br SP - 18 a 31 de Julho de 2012 Artes e Cultura Festival de dança ENDA premia os melhores da arte no país Nos próximos dias 3, 4 e 5 de agosto, acontece a 31ª edição do ENDA (Encontro Nacional de Dança), no Memorial da América Latina, em São Paulo. O tradicional evento, idealizado pelo Sindicato dos Profissionais de Dança do Estado de São Paulo, sob a direção de Maria Pia Finócchio, aponta o atual panorama da dança ao público paulistano. Para esta edição, o ENDA reuniu cerca de 70 grupos de dança, advindos de diversas cidades paulistas. Eles apresentarão mais de 90 coreografias de várias modalidades. A ideia dos organizadores é democratizar o acesso aos espetáculos de dança no Brasil, por isso a aposta é na diversidade de estilos e no tempo das apresentações, que não devem ultrapassar cinco minutos de duração. O evento é destinado aos profissionais da dança em atividade, mas contempla também a categoria amador e semiprofissional. A seleção para esta categoria é feita por ordem de inscrição e os premiados são convidados RenatoHatsushi para a próxima mostra. Os espetáculos se dividem em balé clássico, moderno e contemporâneo, dança folclórica e de salão, sapateado, jazz, entre outros, marcados pelo dinamismo no palco e pela variada formação dos grupos. No intervalo de cada noite do ENDA, o foyer do Auditório recebe dois números de dança. O primeiro, de passo doble e o segundo de dança do ventre. Essas apresentações estarão em um palco, montado especialmente para este espetáculo paralelo. O desempenho dos grupos será avaliado por um corpo de jurados, formado por personalidades do mundo da dança. Os vencedores serão anunciados na noite de encerramento, no dia 5 de agosto. “Os Melhores dos Melhores de 2012” participação do Grande Gala ENDA. Este evento acontecerá em outubro, também no Memorial, quando serão entregues os prêmios em dinheiro e as bolsas de estudos (no Brasil e Exterior) para os bailarinos que conquistarem as maiores notas do júri. Pode ainda haver o Prêmio Revelação, mas este depende de excepcional qualidade técnica e artística dos concorrentes. Neste ano, a direção do ENDA oferecerá também um Workshop gratuito para os participantes do evento. Os cursos com 1h30 de duração serão ministrados pelos jurados do evento. Poderão participar até dois integrantes de cada grupo, préviamente inscritos. Os cursos acontecerão nos mesmos dias do evento - no Memorial da América Latina - na sexta-feira e no sábado, em horário ainda não definido. Há 31 anos, o ENDA vem revelando e lançando talentos da dança. Bailarinos que se projetaram e hoje, participam de importantes grupos nacionais e internacionais. O encontro pioneiro no estímulo à dança no Brasil - inspirando a realização de outros festivais pelo País - é presidido por Maria Pia Finócchio, que também é diretora do Sindicato dos Profissionais de Dança do Estado de São Paulo, desde sua fundação, em 1991. Serviço: 31º Encontro Nacional de Dança - 3, 4 e 5 de agosto Horários: sex. às 20h, sáb. às 19h e dom. às 18h Memorial da América Latina Ingressos: R$ 20,00 (meia R$ 10,00) Teatro do Núcleo Experimental apresenta a peça Bichado Está em cartaz no Teatro do Núcleo Experimental a peça Bichado, com tradução de Thiago Ledier e direção de Zé Henrique de Paula. A peça faz parte da Trilogia da Guerra, idealizada pelo diretor, que conta ainda com os espetáculos Casa Cabul e As Troianas. Esta é a primeira montagem no Brasil de um texto do dramaturgo e ator americano Tracy Letts, ganhador dos prêmios Pulitzer e Tony. Encenado pelos atores Einat Falbel, Paulo Cruz, Alexandre Freitas, Adriana Alencar e Rodrigo Caetano, a montagem retrata uma história de amor cercada de teorias da conspiração. A trama de Bichado se enreda em torno de um soldado, desertor na Guerra do Golfo, que desen- volve uma crescente paranoia envolvendo experimentos secretos feitos em militares pelo governo americano. As cenas se passam dentro de um quarto, em um motel de beira de estrada, nos limites de Oklahoma (Estados Unidos), onde a garçonete Agnes White (Einat Falbel), vive escondida de seu violento ex-marido, Jerry Goss. Sua amiga gay R.C. (Adriana Alencar) lhe apresenta então a um veterano da Guerra do Golfo, Peter Evans, (Paulo Cruz). Eles passam a se relacionar, mas ela acaba descobrindo que o jovem é vítima de uma crescente sensação de perseguição. Peter tem certeza de que foi cobaia de experiências do exército americano e acredita que cientistas estejam em seu encalço. Quando o casal tem Ronaldo Gutierrez o quarto invadido por insetos, essa comédia fica cada vez mais bizarra. O diretor Zé Henrique, que conheceu o texto de Tracy Letts na peça “August: Osage County” (Agosto: Condado de Osage, Prêmios Pulitzer e Tony, em 2008), acredita que o autor “tem uma mão incrível para escrever diálogos afiados e cor- tantes, sempre tentando radiografar a classe média”. Para ele, “o texto toca em questões muito relevantes hoje em dia, neste tipo de sociedade urbana em que vivemos, como a solidão do homem contemporâneo e a sua frágil saúde mental, a felicidade química nas grandes cidades e a vigilância sobre as nossas vidas privadas”, afirma. O diretor revela que Bichado aponta para um ponto de vista diferente sobre o assunto tratado na Trilogia da Guerra. Nas peças anteriores, a intersecção entre o Eu (indivíduo) e o Outro era feita pela via da intolerância e da descoberta. Em Bichado, ela é apresentada pela simbiose entre os dois pontos de vista. “Bichado oferece o contraponto que precisávamos para poder falar dos efeitos da guerra na vida de pessoas comuns, o estresse pós-traumático e, além disso, metaforicamente, da guerra como força latente na vida diária e cotidiana. O trânsito virou uma guerra, a guerra contra as drogas, o relacionamento é uma verdadeira guerra”, explica. Serviço: Teatro do Núcleo Experimental Rua Barra Funda, 637 Temporada: até 6 de agosto Horário: sex; sáb. e seg. às 21h; dom. às 19h. www.jornalcentroemfoco.com.br SP - 18 a 31 de Julho de 2012 11 Linhas Centrais Terraço Nobre aposta na versatilidade para ir além do almoço cotidiano Há muito tempo os restaurantes deixaram de ter aquela aparência formal e sisuda. Hoje, eles são verdadeiros espaços de convivência, que se alongam além do horário do almo ço, ou do expediente de trabalho. Organizam festas de fim de ano, happy hours e eventos diversos. Completamente integrado a esta nova tendência, o restaurante Terraço Nobre, localizado no Centro de São Paulo, apresenta um diferencial importante em relação aos concorrentes: o espaço. Com uma área total de 980 m², divididos em quatro amplos salões, os serviços que extrapolam o horário formal do almoço, já se tornaram rotineiros no restaurante. “No segundo semestre, as empresas começam a agendar seus eventos para o fim do ano, é uma correria só”, declara a assessora de marketing do Terraço Nobre, Dóris Sanches. Além do salão principal, com capacidade para 240 pessoas, o restaurante possui ainda um auditório onde são oferecidos serviços de coffe-break’s para empresas; uma sala onde tradicionalmente são realizados aniversários e comemorações - inclusive aos fins de semana; um outro espaço para 128 pessoas, usualmente reservado para palestras e reuniões e a parte mais charmosa da casa: uma área externa de 250 m², com cadeiras e mesas ao ar livre, cercado por uma diversidade de plantas frutíferas e hortaliças, que inclusive são utilizadas como tempero na casa. Considerado um dos principais pontos de alimentação saudável e de qualidade na região central, o Terraço Nobre - inaugurado em janeiro de 1994 - está instalado no primeiro andar do Edifício Eiffel, na Praça da República. Mesmo com todas as atrações e versatilidades, o restaurante não deixa de cumprir com sua função primordial. No horário do almoço, o espaço atrai cerca de 400 clientes por dia, servindo mais de 30 pratos diferentes, entre frios e quentes. No entanto, a meta é aumentar ainda mais a frequência de clientes, principalmente no horário do almoço. Para isso, o restaurante mantém convênios com empresas da região e a iniciativa têm registrado aumento de 2% ao mês no número de clientes, de acordo com o proprietário Sidney Grigio. Os funcionários das mais de 70 empresas conveniadas tem desconto de 10% no almoço ao apresentar a identificação do local de trabalho. O restaurante conta com uma equipe formada por 25 profissionais qualificados, incluindo cozinheiros especializados na tradicional comida caseira brasileira, sob a orientação de uma nutricionista. Todos os alimentados servidos, armazenados e manipulados são constantemente analisados e os laudos de qualidade permanecem expostos nas paredes do restaurante. Serviço: Restaurante Terraço Nobre Sistema self-service por quilo De seg. a sexta-feira, das 11 às 15h Praça da República, 177 - 1º andar Fones: 3255-1270 - 9865-2574 www.terraconobre.com.br Fotos: Chico Alves