Números-Chave sobre o Ensino das Línguas nas Escolas
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Números-Chave sobre o Ensino das Línguas nas Escolas
Números-Chave sobre o Ensino das Línguas nas Escolas da Europa 2012 Números-Chave sobre o Ensino das Línguas nas Escolas da Europa Edição de 2012 O presente documento é uma publicação da Agência de Execução relativa à Educação, ao Audiovisual e à Cultura (EACEA P9 Eurydice e Apoio à Decisão Política). Disponível em inglês (Key Data on Teaching Languages at School in Europe – 2012), francês (Chiffres clés de l’enseignement des langues à l’école en Europe – 2012) e alemão (Schlüsselzahlen zum Sprachenlernen an den Schulen in Europa – 2012). ISBN 978-92-9201-477-3 ISSN 1831-3051 doi:10.2797/34192 Este documento também está disponível na Internet (http://eacea.ec.europa.eu/education/eurydice). Texto concluído em julho de 2012. © Agência de Execução relativa à Educação, ao Audiovisual e à Cultura, 2012. É permitida a reprodução parcial desta publicação para fins não comerciais, desde que o excerto seja precedido de uma referência à “Rede Eurydice”, seguida da data de publicação do original. Os pedidos de autorização para a reprodução do documento na íntegra devem ser dirigidos à EACEA P9 Eurydice e Apoio à Decisão Política. Agência de Execução relativa à Educação, ao Audiovisual e à Cultura P9 Eurydice Avenue du Bourget 1 (BOU2) B-1140 Bruxelas Tel. +32 2 299 50 58 Faxe +32 2 292 19 71 Correio Eletrónico: [email protected] Sítio Web: http://eacea.ec.europa.eu/education/eurydice EURYDICE Unidade Portuguesa Av. 24 de Julho, n.º134 1399-054 Lisboa Tel.: +(351)213 949 314 Fax: +(351)213 957 610 Correio Eletrónico: [email protected] Editor da versão portuguesa: Direção-Geral de Estatísticas da Educação e Ciência ISBN 978-972-614-569-1 Lisboa, outubro de 2013 PREÂMBULO A diversidade linguística e cultural da União Europeia constitui uma das suas maiores riquezas, mas também um dos seus principais desafios. No decurso da última década, a política europeia para o multilinguismo baseou-se no objetivo definido pelo Conselho Europeu de Barcelona em março de 2002, o qual apelava para um reforço das competências essenciais, em particular, através do ensino de, pelo menos, duas línguas estrangeiras a partir de uma idade precoce. Este objetivo foi também delineado pela Comunicação da Comissão ‘Multilinguismo: uma mais-valia para a Europa e um empenhamento partilhado’ (2008) e pela Resolução do Conselho sobre uma Estratégia Europeia a favor do multilinguismo (2008). Estes documentos estratégicos definiram a política para as línguas como um tema transversal que contribui para todas as outras políticas da União Europeia. A melhoria da qualidade e da eficácia da aprendizagem das línguas tornou-se um dos objetivos chave do Quadro Estratégico para a Educação e Formação (EF 2020), o qual sublinha a necessidade de proporcionar aos cidadãos competências para comunicar em duas línguas para além da sua língua materna, assim como a necessidade de promover o ensino das línguas e providenciar às populações migrantes oportunidades para aprender a língua do país de acolhimento. A aprendizagem de línguas também adquiriu um lugar proeminente no âmbito das iniciativas mais emblemáticas que constituem a estratégia global da União Europeia – Europa 2020 – a qual promove um crescimento inteligente, sustentável e inclusivo. As competências linguísticas, em concreto, enquanto meio para encorajar a mobilidade transfronteiriça dos cidadãos da UE, desempenham um papel crucial dentro da iniciativa Juventude em Movimento e Agenda para Novas Qualificações e Empregos. Com o fim de reforçar o apoio à aprendizagem das línguas por toda a Europa, o Conselho de Barcelona recomendou o estabelecimento de um indicador de competências linguísticas. A esta recomendação seguiu-se, em 2009, uma proposta para a definição de um benchmark ou parâmetro de referência nesta área. O processo de definição de um parâmetro de referência foi facilitado por um inquérito importante – o Inquérito Europeu sobre Competências Linguísticas. O inquérito avaliava o grau de proficiência dos alunos em línguas estrangeiras na fase final do ensino secundário inferior e os seus resultados – publicados em junho de 2012 – ofereceram, pela primeira vez, uma visão sobre os níveis efetivos das aptidões linguísticas detidas pelos alunos da União Europeia. No contexto desta política, congratulamo-nos por apresentar a terceira edição da publicação conjunta Eurydice/Eurostat Números-Chave sobre o Ensino das Línguas nas Escolas da Europa, a qual oferece um retrato exaustivo dos sistemas de ensino das línguas implementados em 32 países europeus. São analisados variados aspetos do ensino das línguas estrangeiras, particularmente nas suas vertentes organizacionais, níveis de participação e formação inicial e contínua de professores de 3 Números-Chave sobre o Ensino das Línguas nas Escolas da Europa – 2012 línguas estrangeiras. Para além disso, o relatório abrange a aprendizagem integrada de conteúdos e de línguas (CLIL), segundo a qual disciplinas não linguísticas são lecionadas em língua estrangeira. No seu conjunto, a presente publicação oferece respostas a uma série de questões que estão no centro da cooperação europeia nas áreas da educação e da formação. Entendemos que os conteúdos desta publicação oferecem uma perspetiva original e esclarecedora sobre o ensino das línguas e que a sua contribuição será crucial para contextualizar os resultados do Inquérito Europeu sobre as Competências Linguísticas. Recomendamos este Números-Chave sobre o Ensino das Línguas nas Escolas da Europa a todos os profissionais e decisores políticos que trabalham nesta área. Temos confiança que este documento será de grande utilidade para todos aqueles que são responsáveis pela conceção e implementação de estratégias de ensino das línguas nas escolas de toda a Europa. Algirdas Šemeta Androulla Vassiliou Comissária responsável pela Educação, Comissário responsável pela Fiscalidade, Cultura, Multilinguismo e Juventude União Aduaneira, Antifraude, Auditoria e Estatística 4 ÍNDICE Preâmbulo 3 Introdução 7 Principais Conclusões 9 Códigos, Abreviaturas e Acrónimos 15 CAPÍTULO A – CONTEXTO 17 CAPÍTULO B – ORG ANIZAÇÃO 25 Secção I – Oferta de língua estrangeira na educação pré-escolar e nos ensinos primário e secundário: número de línguas ministradas Secção II – As línguas estrangeiras no contexto da oferta de tipo CLIL nos ensinos primário e secundário Secção III – Variedade de línguas oferecidas nos ensinos primário e secundário 25 39 45 CAPÍTULO C – P ARTICIP AÇÃO 55 CAPÍTULO D – PROFESSORES 85 CAPÍTULO E – PROCESSOS EDUCATIVOS Secção I – Motivação dos alunos e abordagens pedagógicas Secção II – Carga horária letiva e dimensão das turmas Secção III – Resultados esperados da aprendizagem e certificação 103 111 127 Glossário, Bases de Dados Estatísticas e Bibliografia 136 Anexos 145 Índice de Figuras 161 Agradecimentos 165 5 INTRODUÇÃO Esta terceira edição de Números-Chave sobre o Ensino das Línguas nas Escolas da Europa contém 61 indicadores agrupados em cinco capítulos intitulados Contexto, Organização, Participação, Professores e Processos Educativos. Trata-se de uma publicação conjunta Eurydice/Eurostat produzida em estreita cooperação com a Comissão Europeia. Integra-se na série Números-Chave, cujo objetivo é a combinação de dados estatísticos com informação qualitativa sobre os sistemas educativos europeus. A presente publicação inclui indicadores que se baseiam em dados provenientes de fontes distintas: Eurydice, Eurostat, Inquérito Europeu sobre Competências Linguísticas, e o estudo internacional da OCDE, PISA. Inclui ainda um indicador baseado em dados retirados da ação Comenius ‘Formação em Serviço’, a qual faz parte do Programa de Aprendizagem ao Longo da Vida (PALV) da UE. Os indicadores provenientes de diferentes fontes são frequentemente inter-relacionados de forma a providenciarem uma perspetiva interessante sobre o ensino das línguas. A informação da Rede Eurydice é extraída de fontes oficiais e o seu período de referência é 2010/11. Os indicadores da Eurydice abrangem essencialmente o ensino primário e secundário (níveis CITE 1, 2 e 3), apesar de alguns se referirem também ao nível pré-escolar (nível CITE 0). Estes indicadores oferecem uma perspetiva sobre as políticas e as recomendações implementadas nos países europeus com impacto direto no ensino das línguas estrangeiras. Cobrem aspetos organizacionais, tais como o número de línguas ensinadas, a faixa etária dos alunos envolvidos e as abordagens pedagógicas usadas, incluindo a aprendizagem integrada de conteúdos e de línguas (CLIL). Além disso, os indicadores revelam a quantidade de tempo letivo prescrito em cada área e os níveis de aproveitamento esperados. É também abordada a questão da formação inicial e contínua de professores, que é crucial para a questão da aprendizagem das línguas. Se, por um lado, os dados da Rede Eurydice abrangem todos os países da União Europeia, tal como países do Espaço Económico Europeu (EEE), Croácia e Turquia, por outro lado, verifica-se uma certa limitação na cobertura nacional dos indicadores baseados noutras fontes. Os dados estatísticos do Eurostat referentes ao ano letivo 2009/10 facultam informações sobre as taxas de participação na aprendizagem de línguas dos alunos do ensino primário e secundário (níveis CITE 1, 2 e 3). Estes dados referem-se tanto ao ensino geral como ao ensino pré-profissional e profissional, enquanto, por sua vez, os dados da Rede Eurydice apenas abrangem o ensino geral. Deve salientar-se que, tanto os dados Eurostat como os da Rede Eurydice, apenas abrangem escolas do setor público e escolas subvencionadas. Os dados retirados dos questionários contextuais do Inquérito Europeu sobre Competências Linguísticas (IECL) 2011 são essencialmente utilizados para complementar os indicadores Eurydice. O relatório apresenta dados de 15 dos 16 países ou comunidades nacionais que participaram no inquérito. Tais dados facultam informação sobre as práticas correntes no ensino das línguas estrangeiras, incluindo as questões da motivação dos alunos para o estudo de línguas, o seu grau de exposição às línguas na vida quotidiana, assim como informações sobre a educação e formação de professores de línguas estrangeiras. Foram introduzidos alguns indicadores a partir das bases de dados de questionários contextuais do Estudo Internacional PISA 2009 (OCDE). Estes indicadores permitem considerar o multilinguismo tal como ele existe realmente nas escolas europeias, facultando informação sobre a proporção de alunos que falam em casa uma língua diferente da língua de ensino. 7 Números-Chave sobre o Ensino das Línguas nas Escolas da Europa – 2012 O presente estudo contém uma diversidade de séries temporais. São extraídas de fontes da Rede Eurydice e do Eurostat, consideradas particularmente úteis na identificação de tendências no ensino das línguas em anos mais recentes ou em décadas passadas. Permitem-nos averiguar, por exemplo, até que ponto as línguas estrangeiras (como disciplinas obrigatórias) estão a ser ensinadas a alunos no ensino primário numa fase cada vez mais precoce, e se a percentagem de alunos e de estudantes de línguas estrangeiras específicas está a aumentar ou a decrescer. As “Principais Conclusões' do relatório encontram-se sintetizadas numa secção independente no início desta publicação. Os códigos, abreviaturas e acrónimos utilizados também se encontram listados na parte inicial, enquanto o glossário, bases de dados estatísticas e referências bibliográficas aparecem na parte final do volume. Estas secções são seguidas por dois anexos, os quais incluem breves descrições nacionais da oferta de línguas estrangeiras, assim como a informação sobre a oferta de aprendizagem integrada de conteúdos e de línguas (CLIL). A presente versão de Números-Chave sobre o Ensino das Línguas nas Escolas da Europa encontrase também disponível em formato eletrónico nos sítios da Rede Eurydice (http://eacea.ec.europa.eu/education/eurydice/) e do Eurostat (http://epp.eurostat.ec.europa.eu/). Todos aqueles que contribuíram de alguma forma para este trabalho coletivo encontram-se referidos na parte final do relatório. 8 P R I N C I PAI S C O N C L U S Õ E S Os indicadores incluídos na presente edição de Números-Chave sobre o Ensino das Línguas nas Escolas da Europa, abrangem um leque de questões que estão no centro do pensamento e do debate contemporâneo na Europa, sobre o ensino de línguas estrangeiras. Estes indicadores focam o grau de diversidade linguística nas escolas europeias e a necessidade de implementar medidas de apoio adequadas aos alunos que aprendem a língua de ensino como uma segunda língua. São também examinadas questões como o ensino precoce de línguas estrangeiras no ensino primário e os desafios que esta medida coloca aos professores e à distribuição da carga letiva disponível entre as disciplinas curriculares. No ensino secundário, destaca-se uma percentagem relativamente baixa de alunos a aprender línguas no ensino profissional ou préprofissional em comparação com os do ensino geral, tal como se destaca um leque relativamente limitado de oferta de línguas estrangeiras nas escolas. Ambas as questões são significativas numa Europa multilingue e no seio de uma economia cada vez mais global. Para ser eficaz, o ensino de línguas estrangeiras requer professores bem qualificados. No entanto, em alguns países, parece ser problemático para os responsáveis do estabelecimentos de ensino encontrar docentes que possam preencher as vagas existentes ou cobrir as ausências. Para além das qualificações relevantes, os professores de línguas estrangeiras necessitam de dispor de meios de ensino suficientes e adequados, assim como de orientações didáticas claras. Contudo, mesmo que estas necessidades sejam cobertas, em determinados países, a implementação das recomendações oficiais pode ainda assim revelar-se problemática. Por fim, como revela a investigação, a motivação é um fator chave numa aprendizagem de sucesso e uma elevada exposição às línguas estrangeiras facilita a aquisição de competências linguísticas. Para algumas escolas, e em alguns países, pode ser problemática a criação de oportunidades para aumentar a motivação dos alunos e permitir uma maior exposição às línguas-alvo, mas os projetos de colaboração transfronteiriça assim como o intercâmbio de alunos e de professores podem, indubitavelmente, constituir práticas úteis que poderiam ser mais sistematicamente desenvolvidas por toda a Europa. Estes indicadores baseiam-se numa variedade de fontes: Eurydice; Eurostat; Inquérito Europeu sobre Competências Linguísticas 2011 (IECL); o estudo internacional PISA 2009 da OCDE; e o Programa de Aprendizagem ao Longo da Vida (PALV) da UE. A diversidade das séries temporais será útil para identificar tendências no ensino das línguas nos últimos anos e em décadas anteriores. DIVERSIDADE LINGUÍSTICA DOS ALUNOS NAS ESCOLAS • Na Europa, em média, 92,9 % dos alunos de 15 anos falam a língua de ensino em casa (figura A2). Na vasta maioria dos países, poucas são as escolas que acolhem um grande número de alunos que não falam a língua de ensino em casa. Encontram-se exceções, principalmente, na Bélgica (comunidades francófona e germanófona), Espanha, Listenstaine e, especialmente, no Luxemburgo, onde o luxemburguês é a língua materna da maioria dos alunos enquanto a língua de ensino é o francês ou o alemão (figura A3). • A proporção de alunos de 15 anos com pais nascidos no estrangeiro varia significativamente entre os países: o valor mais alto encontra-se no Luxemburgo (40,2 %) e o mais baixo na Polónia onde não se verifica qualquer ocorrência. Na maior parte dos países, metade destes alunos falam a língua de ensino em casa (figura A4). • O apoio à aprendizagem da língua de ensino ocorre em todos os países à exceção da Turquia. Distinguem-se dois modelos: ou os alunos são diretamente integrados na turma normal para o seu grupo etário (ou, em alguns casos, numa turma de um nível de escolaridade mais abaixo) e recebem apoio especial, ou são mantidos separados por um período limitado de tempo e recebem acompanhamento especial de acordo com as suas necessidades. Na maioria dos países, os dois modelos coexistem, no entanto, num número significativo de países, o único tipo de apoio disponibilizado é através da integração direta (figura E6). 9 Números-Chave sobre o Ensino das Línguas nas Escolas da Europa – 2012 POSIÇÃO DAS LÍNGUAS ESTRANGEIRAS NO CURRÍCULO • Na Europa, a faixa etária em que os alunos se encontram quando iniciam a aprendizagem de uma língua estrangeira é a dos 6 aos 9 anos. Na Bélgica (comunidade germanófona), os alunos são ainda mais jovens quando começam a aprender uma língua estrangeira, pois iniciam este processo no ensino pré-primário, a partir dos três anos (figura B1). Muitos países evidenciam uma tendência para este tipo de oferta a partir de uma idade mais precoce do que anteriormente (figura B2), tendo implementado reformas ou projetos-piloto destinados a adiantar o ensino das línguas estrangeiras (figura B8). Entre 2004/05 e 2009/10, a percentagem de alunos inscritos no ensino primário sem aprenderem uma língua estrangeira desceu de 32,5 % para 21,8 % (figura C2). • Se, por um lado, as línguas estrangeiras se tornam progressivamente enraizadas como disciplinas obrigatórias no currículo do ensino primário, o tempo que lhes é atribuído, enquanto proporção do tempo letivo total, não ultrapassa geralmente os 10% nos países em que o número de horas fixado para cada disciplina é determinado ao nível central (figura E11). Numa dúzia de países, esta percentagem é ainda mais baixa, situando-se abaixo dos 5 %. No entanto, a Bélgica (comunidade germanófona) (14,3 %), o Luxemburgo (40,5 %), Malta (15,2 %) e Croácia (11,1 %) contrariam esta tendência. • Na maioria dos países europeus, todos os alunos têm de aprender duas línguas estrangeiras durante pelo menos um ano no decurso da escolaridade obrigatória (figura B7). Em muitos países, esta aprendizagem obrigatória inicia-se entre os 10 e os 15 anos de idade (figura B1). Como é de esperar, tendo em conta que a segunda língua é introduzida mais tarde, no final da escolaridade obrigatória, os alunos terão significativamente menos horas de aprendizagem nesta disciplina do que na sua língua materna (figura E10). • Na maioria dos países, é no ensino secundário que o currículo começa a diversificar-se. Os alunos são convidados a selecionar opções ou a optar entre percursos educativos que oferecem diferentes oportunidades para a aprendizagem de línguas estrangeiras (figuras B4 e B5). No Luxemburgo, Islândia e Listenstaine, os alunos que optam por alguns percursos educativos devem aprender até quatro línguas, o que representa o número mais elevado de línguas observado na Europa. • Em média, no ano letivo de 2009/10, 60,8 % dos alunos inscritos no ensino secundário inferior na Europa aprendiam duas ou mais línguas estrangeiras (figura C5). Trata-se de um acréscimo de 14,1 pontos percentuais em comparação com 2004/05 (figura C7a). • No secundário superior, na maior parte dos países, há uma diferença significativa entre a percentagem de aprendentes de duas ou mais línguas estrangeiras no ensino geral (59,4 %) e no ensino pré-profissional/profissional (39,4 %), (figuras C5b e c). • Na totalidade dos países, exceto na Dinamarca, Grécia, Islândia e Turquia, algumas escolas dão aos alunos a oportunidade de aprender disciplinas não linguísticas em duas línguas diferentes (oferta educativa de tipo CLIL), (figura B9). As disciplinas não linguísticas podem, por exemplo, ser ensinadas através de uma língua oficial e de uma língua estrangeira, ou através de uma língua oficial e de uma língua regional ou minoritária. No entanto, o número de escolas que disponibilizam este tipo de oferta é muito reduzido (Anexo 2), exceto na Bélgica (comunidade germanófona), Luxemburgo e Malta onde todas as escolas operam numa base ‘CLIL’. A escassez desta oferta pode explicar, em parte, por que razão apenas uma dúzia de países ou regiões dentro de países emitiram diretrizes específicas sobre as qualificações requeridas para os professores que trabalham em escolas com oferta educativa CLIL (figura D8). 10 Principais Conclusões VARIEDADE DE LÍNGUAS DISPONIBILIZADAS E ENSINADAS • O inglês constitui uma língua obrigatória em 14 países ou regiões dentro de países (figura B13). É, de longe, a língua estrangeira mais ensinada em quase todos os países e em todos os níveis de ensino. As tendências mostram, a partir de 2004/05, um aumento da percentagem de alunos a aprender inglês em todos os níveis de ensino e, particularmente, ao nível do ensino primário (figuras C4 e C10). Em 2009/10, em média, 73 % dos alunos inscritos no ensino primário na UE estavam a aprender inglês (figura C3). No secundário inferior e no secundário superior geral, a percentagem superava os 90 %. No secundário superior do ensino pré-profissional e profissional, terá atingido os 74,9 % (figura C9). • Na maior parte dos países, a segunda língua estrangeira mais ensinada é, em geral, o alemão ou o francês. O alemão é particularmente popular em diversos países da Europa Central e Oriental, enquanto o francês é ensinado especialmente nos países do sul da Europa. O espanhol ocupa a terceira ou quarta posição entre as línguas estrangeiras mais ensinadas num significativo número de países, particularmente no nível secundário superior. O mesmo sucede com o italiano mas num número mais reduzido de países. O russo é a segunda língua estrangeira mais ensinada na Letónia e na Lituânia onde vivem extensas comunidades de falantes de russo, e também na Bulgária no ensino secundário inferior (figura C8). • Em 2009/10, a percentagem de alunos a aprender outras línguas que não inglês, francês, espanhol, alemão ou russo era inferior a 5 % na maioria dos países e num número significativo deles a percentagem era inferior a 1 % (figura C11). Os países com as percentagens mais elevadas de estudantes de uma língua para além das cinco principais línguas eram aqueles onde a língua alternativa constituía uma língua obrigatória. Estes incluíam: o sueco ou o finlandês na Finlândia e o dinamarquês na Islândia (figura B13). • Os dados da Comissão Europeia (2009) mostram que as bolsas atribuídas no âmbito da ação Comenius ‘Formação em Serviço’ seguiam o mesmo padrão de popularidade para as línguas, sendo essencialmente atribuídas para cursos lecionados em inglês (76,4 %), francês (11,3 %), alemão e espanhol (ambos com cerca de 5 %) (figura D11). • De acordo com as diretrizes oficiais, as línguas regionais e minoritárias podem ser aprendidas num número significativo de países (figura B15), até mesmo naqueles em que não é atribuído a essas línguas qualquer estatuto oficial, como é o caso da França (figura A1). Em cerca de 20 países, algumas línguas regionais e minoritárias são utilizadas como línguas de ensino ao lado da língua oficial (anexo 2). O latim e o grego antigo são oferecidos no currículo do ensino secundário superior geral em aproximadamente metade dos países europeus (figura B16). 11 Números-Chave sobre o Ensino das Línguas nas Escolas da Europa – 2012 DIRETRIZES E PRÁTICAS PEDAGÓGICAS RELATIVAMENTE ÀS LÍNGUAS ESTRANGEIRAS • Numa dúzia de países ou regiões, os currículos recomendam aos professores uma maior ênfase nas competências ao nível da oralidade (ou seja, compreensão e expressão orais) quando começam a ensinar línguas estrangeiras aos alunos mais jovens. Contudo, no final da escolaridade obrigatória, as quatro competências de comunicação possuem um peso equivalente em quase todos os currículos (figura E14). • Na maioria dos países, as diretrizes oficiais para o ensino das línguas definem níveis mínimos de aproveitamento para a primeira e segunda línguas estrangeiras. Estes níveis correspondem aos seis níveis de proficiência definidos pelo Quadro Europeu Comum de Referência publicado pelo Conselho da Europa em 2001 (figura E15). No final da escolaridade obrigatória, as diretrizes oficiais estabelecem, em quase todos os países, o nível mínimo de proficiência entre o A2 e o B1 para a primeira língua estrangeira e entre o A1 e o B1 para a segunda (figura E16). • Na maior parte dos países, as autoridades centrais fixam normas relativamente à dimensão máxima das turmas que se aplicam também a turmas de línguas estrangeiras. Em alguns países, tais normas são específicas para as turmas de línguas estrangeiras. As normas variam substancialmente entre os países, desde 33 alunos no Reino Unido (Escócia) a 17 na Eslováquia (figura E12). De acordo com o Inquérito Europeu sobre Competências Linguísticas (IECL), a maioria dos alunos estuda línguas estrangeiras em turmas com dimensões inferiores ao limite máximo fixado pelas normas (figura E13). • Em muitos dos países ou regiões que participaram no IECL, de acordo com os alunos, as tecnologias da informação e da comunicação (TIC) não são utilizadas regularmente nas aulas de línguas. Porém, a situação varia substancialmente entre os países: nos Países Baixos, 31,5 % dos alunos afirmam utilizar regularmente programas de computador, enquanto nas comunidades francófona e germanófona da Bélgica, os dados reportam 3,6 % e 3,2 % respetivamente (figura E4). • Atualmente, as evidências sugerem que, quanto maior for a exposição dos alunos às línguas estrangeiras, maior será o seu grau de proficiência. Uma forma de incrementar a exposição dos alunos às línguas estrangeiras é assegurar que a língua alvo é efetivamente utilizada durante as aulas, tanto pelos professores como pelos alunos. No entanto, em quase todos os países ou regiões participantes no IECL, de acordo com os alunos inquiridos, os professores não utilizam “habitualmente” a língua alvo na sala de aula, apesar de a usarem ocasionalmente (figura E3). O uso da língua alvo na sala de aulas por professores e alunos é particularmente crucial quando a língua em questão não é o inglês, pois os alunos em grande parte dos países participantes no IECL referiram que só contactam com línguas estrangeiras para além do inglês através dos meios de comunicação com menos frequência do que “algumas vezes por ano”. Como é de prever, a exposição dos alunos ao inglês é a mais elevada em todos os países participantes (figura E2). • A motivação é um fator chave para uma aprendizagem de sucesso. A perceção dos alunos acerca da utilidade das línguas que aprendem pode claramente contribuir para aumentar a sua motivação. Nos 15 países ou regiões participantes, a percentagem de alunos que considera útil aprender inglês para a sua futura educação, profissão ou posição no mercado de trabalho é, em média, superior à daqueles que consideram o inglês útil para a sua vida pessoal. Estas percentagens baixam significativamente para as restantes línguas (figura E1). • A organização de visitas de estudo e de excursões relacionadas com o ensino de línguas estrangeiras também pode constituir uma forma de estimular o interesse dos alunos na aprendizagem de línguas estrangeiras. Em média, apenas 28,1 % dos alunos nos 15 países ou regiões participantes referem ter participado neste tipo de atividades nos últimos três anos. As percentagens mais elevadas encontram-se na Bélgica (comunidade francófona) e nos Países Baixos (38,5 %) e a mais baixa na Suécia (13,2 %) (figura E5). 12 Principais Conclusões PROFESSORES DE LÍNGUAS ESTRANGEIRAS • Em média, 89,6 % dos docentes de línguas estrangeiras nos países participantes do IECL consideram possuir a qualificação completa para ensinar línguas estrangeiras. A percentagem varia entre os 57,3 % na Estónia e os 97,2 % em Espanha. Na maioria dos países participantes, muitos professores que não detêm a qualificação completa declaram possuir certificados temporários, de urgência, provisórios ou outros tipos de certificado (figura D6). Na Estónia, por exemplo, inúmeros professores de línguas possuem um certificado de ‘requalificação’ que lhes permite ensinar línguas para as quais não foram inicialmente preparados para lecionar. • Nos países participantes do IECL, em média, cerca de 25 % dos alunos frequentam uma escola onde o responsável pelo estabelecimento de ensino refere ter dificuldades no provimento de vagas para colocação ou substituição de professores ausentes de línguas estrangeiras. No entanto, esta média oculta diferenças consideráveis entre os países. A situação mais crítica encontra-se na Bélgica (comunidade francófona) onde 84,6 % dos alunos frequentam uma escola em que o responsável alega ter dificuldades neste aspeto (figura D7). • Por toda a Europa, de acordo com as recomendações oficiais, as línguas estrangeiras no ensino primário podem ser lecionadas, quer por professores generalistas, quer por especialistas (figura D1), enquanto no ensino secundário, os docentes são geralmente especialistas (figura D2). Na maioria dos países, os professores especialistas também podem ser qualificados para ensinar duas disciplinas diferentes, sendo uma a língua estrangeira e outra uma disciplina não linguística (figura D3). Os perfis de qualificação para os docentes de línguas estrangeiras, tal como foi reportado pelos professores no IECL, são bastante diversificados na quase totalidade dos países. A França representa uma exceção, na medida em que 90,4 % dos professores de línguas estrangeiras afirmam possuir qualificação para ensinar apenas uma língua estrangeira (figura D4). • Apenas num reduzido número de países existe regulamentação oficial a recomendar que os futuros professores de línguas passem por um período de formação no país onde é falada a língua que vão lecionar (figura D9). Em média, 53,8 % dos professores de línguas estrangeiras participantes no IECL afirmam ter permanecido por períodos superiores a um mês num país onde é falada a língua que lecionam, para fins de formação ou de frequência de curso. Todavia, esta média oculta grandes variações entre os países: 79,7 % dos professores espanhóis já o fizeram, enquanto na Estónia, somente 11 % (figura D10). • O acolhimento de professores convidados de língua estrangeira não é uma prática que esteja muito divulgada entre os países participantes no IECL. Na maioria destes, menos de 10 % dos alunos frequenta uma escola cujo responsável declara ter acolhido pelo menos um professor estrangeiro com este perfil por um período de, pelo menos, um mês no ano anterior (figura D12). 13 C Ó D I G O S , A B R E V I AT U R A S E A C R Ó N I M O S Códigos por países UE-27 União Europeia PL Polónia BE Bélgica PT Portugal BE fr Bélgica – comunidade francófona RO Roménia BE de Bélgica – comunidade germanófona SI Eslovénia BE nl Bélgica – comunidade flamenga SK Eslováquia BG Bulgária FI Finlândia CZ República Checa SE Suécia DK Dinamarca UK Reino Unido DE Alemanha UK-ENG Inglaterra EE Estónia UK-WLS País de Gales IE Irlanda UK-NIR Irlanda do Norte EL Grécia UK-SCT Escócia ES Espanha FR França IT Itália CY Chipre LV Letónia IS Islândia LT Lituânia LI Listenstaine LU Luxemburgo NO Noruega HU Hungria MT Malta Países candidatos NL Países Baixos HR Croácia AT Áustria TR Turquia Países de AECL/EEE Código estatístico (:) Dados não disponíveis (–) Não aplicável ou desconhecido 15 Os três países da Associação Europeia de Comércio Livre que são membros do Espaço Económico Europeu Números-Chave sobre o Ensino das Línguas nas Escolas da Europa – 2012 Abreviaturas e acrónimos Convenções internacionais QECRL Quadro Europeu Comum de Referência para as Línguas CLIL Aprendizagem Integrada de Conteúdos e de Língua IECL Inquérito Europeu sobre Competências Linguísticas Eurostat Serviço de Estatística da Comunidade Europeia FYRM Antiga República Jugoslava da Macedónia CITE Classificação Internacional do Tipo da Educação OCDE Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico PISA Programa Internacional para a Avaliação de Alunos (OECD) UOE UNESCO/OCDE/EUROSTAT Abreviaturas nacionais na sua língua de origem AHS Allgemeinbildende höhere Schule AT ZŠ/G Základní škola/Gymnázium CZ GCSE General Certificate of Secondary Education (Certificado do Ensino Secundário) UK-ENG/WLS/NIR HAVO Hoger Algemeen Voortgezet Onderwijs NL PGCE Professional Graduate Certificate in Education UK-ENG/WLS/NIR VMBO Voorbereidend Middelbaar Beroepsonderwijs NL VWO Voorbereidend Wetenschappelijk Onderwijs NL 16 CONTEXTO AS LÍNGUAS REGIONAIS OU MINORITÁRIAS SÃO OFICIALMENTE RECONHECIDAS EM MAIS DE METADE DOS PAÍSES EUROPEUS Em grande parte da Europa, os padrões linguísticos são complexos e formados por uma variedade de línguas, que podem ser faladas dentro das fronteiras de um país ou ter uma base regional; é igualmente comum que os países partilhem as mesmas línguas que os seus países vizinhos, com os quais partilham as mesmas fronteiras, refletindo assim uma história comum. A natureza plurilinguística da Europa pode ser abordada de diferentes ângulos – sendo um deles, inquestionavelmente, o reconhecimento oficial das línguas pelas autoridades europeias, nacionais ou regionais. 1 Em janeiro de 2011, a União Europeia reconheceu 23 línguas oficiais ( ) com estatuto de língua oficial nos seus países membros. Enquanto na maioria dos países apenas se reconhece uma língua oficial, quatro países da UE (Irlanda, Chipre, Malta e Finlândia) estendem este estatuto a duas línguas faladas dentro das respetivas fronteiras. No Luxemburgo, são reconhecidas três línguas oficiais. De forma similar, a Bélgica tem três línguas oficiais mas que não são reconhecidas como línguas administrativas na generalidade do seu território, sendo utilizadas em zonas linguísticas delimitadas. Figura A1: Línguas oficiais e línguas regionais ou minoritárias com estatuto oficial na Europa, 2011 1 língua oficial 2 línguas oficiais 3 línguas oficiais Língua(s) regional(-ais) ou minoritária(s) com estatuto oficial Fonte: Eurydice. (1) Búlgaro, checo, dinamarquês, neerlandês, inglês, estónio, alemão, finlandês, francês, grego, húngaro, irlandês, italiano, letão, lituano, maltês, polaco, português, romeno, eslovaco, esloveno, espanhol e sueco. 17 CONTEXTO Figura A1 (continuação): Línguas oficiais e línguas regionais ou minoritárias com estatuto oficial na Europa, 2011 Língua oficial Língua regional e/ou minoritária com estatuto oficial Língua oficial BE Alemão, Francês, Neerlandês BG Búlgaro CZ Checo Alemão, Polaco, Romani, Eslovaco DK Dinamarquês Feroês, Alemão, Gronelandês DE EE IE EL ES Dinamarquês, Sorábio Alemão Estónio Inglês, Irlandês Grego Espanhol FR Francês IT Italiano CY LV LT LU Grego, Turco Letão Lituano Alemão, Francês, Luxemburguês HU Húngaro MT Maltês, Inglês NL Neerlandês AT Alemão PL Polaco PT RO Português Romeno HR Croata Língua regional e/ou minoritária com estatuto oficial Bielorrusso, Checo, Cassúbio, Alemão, Hebraico, Arménio, Karaim, Lituano, Romani, Russo, Lemko, Eslovaco, Tártaro, Ucraniano, Yiddish Mirandês Búlgaro, Checo, Alemão, Grego, Croata, Húngaro, Polaco, Romani, Russo, Eslovaco, Sérvio, Turco, Ucraniano SI Esloveno Húngaro, Italiano SK Eslovaco Búlgaro, Checo, Alemão, Croata, Húngaro, Polaco, Romani, Rusyn, Ucraniano FI Finlandês, Sueco Romani, Russo, Sami, Tártaro, Yiddish SE Sueco Finlandês, Meänkieli, Sami, Romani, Yiddish UK-ENG/ Inglês NIR UK-WLS Inglês Galês UK-SCT Inglês Gaélico escocês IS Islandês LI Alemão NO Norueguês (duas Finlandês, Kven, Sami versões: Bokmål e Nynorsk) TR Turco Catalão, Valenciano, Basco, Galego Albanês, Catalão, Alemão, Grego, Francês, Friulano, Croata, Ladino, Occitano, Provençal, Esloveno, Sardenho Maronita, Arménio Búlgaro, Alemão, Grego, Croata, Arménio, Polaco, Romeno, Romani e Boyash, Rusyn, Eslovaco, Esloveno, Sérvio, Ucraniano Frísio Checo, Croata, Húngaro, Eslovaco, Esloveno, Romani Albanês, Bósnio, Búlgaro, Checo, Alemão, Hebraico, Húngaro, Italiano, Macedónio, Polaco, Romeno, Romani, Rusyn, Russo, Montenegrino, Eslovaco, Esloveno, Sérvio, Turco, Ucraniano Nota explicativa A figura A1 agrupa as línguas regionais, minoritárias e não territoriais sob o título ‘línguas regionais ou minoritárias’. As línguas regionais e minoritárias representadas na figura A1 (continuação) são listadas por ordem alfabética do seu código ISO 639-3 (ver http://www.sil.org/iso639-3/). Para uma definição de ‘língua oficial’; ‘língua nacional/estatal’; ‘língua regional ou minoritária’ e ‘língua não territorial’, consulte a secção Glossário, Bases de Dados Estatísticas e Bibliografia. Notas específicas por país Bélgica: As línguas oficiais são apenas usadas em áreas delimitadas. Bélgica (BE fr, BE nl), Bulgária, República Checa, Dinamarca, Alemanha, Estónia, Grécia, Espanha, Chipre, França, Hungria, Itália, Letónia, Lituânia, Áustria, Portugal, Roménia, Eslovénia, Eslováquia, Finlândia e Noruega: Atribuíram o estatuto de língua oficial às respetivas línguas gestuais. 18 CONTEXTO Mais de metade dos países europeus reconhece oficialmente as línguas regionais ou minoritárias no interior das suas fronteiras para fins legais ou administrativos. Estes países reconhecem oficialmente as línguas no âmbito da área geográfica – com frequência uma região ou secção autónoma – em que normalmente são faladas. Em Espanha, por exemplo, as línguas oficiais – conjuntamente com o castelhano – dentro das respetivas Comunidades Autónomas são o catalão, o valenciano, o basco e o galego. O número de línguas regionais ou minoritárias oficialmente reconhecidas varia de um país para outro. Enquanto em alguns países estas línguas se limitam a uma ou duas, em outros sítios (como a Hungria, Itália, Polónia, Roménia, Eslováquia e Croácia), o número é muito mais elevado. Na Roménia e na Eslováquia, por exemplo, é reconhecida oficialmente uma língua minoritária que pode ser usada para fins legais e público-administrativos em qualquer unidade administrativa em que a população minoritária represente pelo menos 20 % do total de habitantes. Outro aspeto do panorama linguístico da Europa é a existência de línguas não territoriais, isto é, línguas que são usadas por determinados grupos de pessoas dentro do território de um Estado, mas que “[…] não podem ser identificadas com uma área geográfica específica deste’ (Conselho da Europa, 1992). A língua romani é um exemplo típico de uma língua desprovida de território. Oito países – República Checa, Áustria, Polónia, Roménia, Eslováquia, Finlândia, Suécia e Croácia – atribuem atualmente estatuto oficial a esta língua. O mosaico das línguas europeias não estaria completo sem uma menção às línguas gestuais. Em 1988, o Parlamento Europeu aprovou por unanimidade uma resolução sobre as línguas gestuais (Parlamento Europeu, 1988), exortando todos os Estados Membros da EU a reconhecer as suas línguas gestuais como línguas oficiais. Presentemente, cerca de dois terços dos países europeus reconhecem oficialmente a sua língua gestual. Por último, deverá dar-se também atenção à existência de línguas faladas pelas populações imigrantes que, em alguns países europeus, abarcam um largo número de pessoas. Estas línguas contribuem para a diversidade linguística da Europa e completam o seu panorama linguístico. A MAIORIA DOS ALUNOS DE 15 ANOS FALA A SUA LÍNGUA DE ENSINO EM CASA No estudo internacional PISA, foi solicitado aos alunos que indicassem que língua(s) falavam predominantemente em casa. O recente ciclo de avaliação do PISA, que recolheu dados de 2009, confirmou o mesmo padrão anteriormente observado de que a maioria dos alunos, na quase totalidade dos países europeus, fala a língua de ensino em casa. Nos 27 países participantes da UE, em média, 92,9 % dos alunos de 15 anos falam a língua de ensino em casa. No entanto, este valor médio, que sugere desde já um elevado grau de homogeneidade, encobre situações muito diferentes em alguns países, as quais resultam da especificidade do seu contexto linguístico. Enquanto na República Checa, Hungria, Polónia, Portugal e Croácia muito poucos alunos falam outra língua em casa (menos de 2 %), no Luxemburgo, em 2009, 88,9 % dos alunos de 15 anos indicaram que falam em casa uma língua diferente da língua de ensino. Este valor elevado deve-se sobretudo ao facto de 62,2 % dos alunos de 15 anos no Luxemburgo indicarem que em casa falam Letzeburgesch (luxemburguês) – uma língua germânica – que é uma das três línguas oficiais do Luxemburgo (figura A1). Quase todos estes alunos (96,0 %) reportam que o alemão é a sua língua de ensino. Para além disso, 14,7 % dos alunos de 15 anos no Luxemburgo falam português em casa, uma língua que difere bastante das duas principais línguas de ensino (francês e alemão). 19 CONTEXTO Em alguns países, muitos alunos falam, em casa, uma língua que não a língua de ensino devido às variantes regionais desta última. Por exemplo, em Espanha, 9,1 % dos alunos que falam espanhol em casa, têm o catalão como a língua de ensino, enquanto 38,5 % dos alunos que falam valenciano em casa têm o espanhol como língua de ensino. Na comunidade germanófona da Bélgica, 10,6 % dos alunos falam francês em casa, apesar de esta constituir língua de ensino apenas para um terço destes alunos. Num número reduzido de países, os alunos imigrantes contam para a maioria dos alunos que fala outras línguas em casa para além da língua de ensino. Em 2009, na comunidade francesa da Bélgica, 4,6 % dos alunos falavam em casa línguas da Europa Ocidental e 3,0 % falavam árabe. Na Áustria, 3,0 % dos alunos de 15 anos falavam turco em casa. Para informações adicionais sobre alunos imigrantes e as línguas que falam, pode consultar-se a figura A4. A proporção de alunos que falam a língua de ensino em casa manteve-se razoavelmente estável na maior parte dos sistemas educativos da Europa no período que decorreu entre os dois mais recentes ciclos de avaliação do PISA, em 2006 e 2009. No entanto, nos países da UE-27 que participaram nos estudos, a proporção de alunos que falam outras línguas em casa para além da língua de ensino, aumentou, em média, cerca de 1,0 %. Tal deve-se, sobretudo, a pequenas alterações ocorridas numa série de países. Figura A2: Proporção de alunos de 15 anos que falam em casa uma língua diferente da língua de ensino, 2009 UE BE fr BE de BE nl BG CZ DK DE EE IE EL ES FR IT CY LV LT LU 2009 7,1 17,7 19,0 6,8 10,9 1,3 4,5 10,5 2,8 5,8 4,8 18,1 7,1 4,9 x 9,4 4,3 88,9 Δ 1,0 : -1,9 0,2 0,4 -0,3 0,0 1,5 -1,4 1,7 0,8 2,0 0,0 1,0 x 3,4 1,0 -1,6 HU MT NL AT PL PT RO SI SK FI SE IS LI NO HR TR 2009 1,0 x 6,4 10,7 0,6 1,6 3,2 5,2 5,4 3,7 8,1 6,6 2,5 3,1 15,0 7,3 1,7 4,0 Δ 0,1 x 0,5 0,7 0,2 -0,7 0,4 -0,9 0,7 1,3 -0,1 1,5 0,7 0,9 2,8 1,6 0,3 1,6 Δ Diferença em relação a 2006 x UK (1) UK-SCT Países não participantes no estudo UK (1): UK-ENG/WLS/NIR Fonte: OCDE, bases de dados do PISA 2009 e 2006. Nota explicativa Ao serem consideradas as diferenças entre 2006 e 2009, os valores que são estatisticamente (e de forma significativa) diferentes de zero (p<.05) são indicados a negrito. Para informação adicional sobre a base de dados PISA, ver a secção Glossário, Bases de Dados Estatísticas e Bibliografia. Notas específicas por país Bélgica (BE fr): No PISA 2006, faltavam aproximadamente 10 % das respostas e as línguas inquiridas diferiam ligeiramente das de 2009. Consequentemente, a comunidade francesa da Bélgica foi excluída da comparação das médias da UE e a diferença não é reportada. Bélgica (BE de): Falar um dialeto alemão em casa equivale a falar alemão. Bélgica (BE nl): Falar um dialeto flamengo em casa equivale a falar neerlandês. Itália: Falar um dialeto italiano em casa equivale a falar italiano. Eslováquia: Falar um dialeto eslovaco em casa equivale a falar eslovaco (esta distinção só foi feita em 2006). 20 CONTEXTO POUCAS ESCOLAS REPORTAM TER UM GRANDE NÚMERO DE ALUNOS CUJA LÍNGUA MATERNA DIFERE DA LÍNGUA DE ENSINO Na Europa, a maioria dos alunos frequenta escolas homogéneas em termos de língua. De acordo com os dados do PISA 2009, 90,4 % dos alunos de 15 anos dos 27 países participantes frequentam escolas onde 80 % ou mais dos seus contemporâneos falam a língua de ensino em casa. Em alguns países, as populações escolares são excecionalmente uniformes. Por exemplo, na Polónia, em 2009, nenhum aluno frequenta uma escola com 20% ou mais de alunos de 15 anos que falem em casa uma língua distinta da língua de ensino. Na República Checa, Hungria, Portugal, Reino Unido (Escócia) e Croácia, a percentagem de alunos que frequentam estabelecimentos de ensino com uma população linguisticamente diversificada situa-se perto de zero. Nos países supramencionados, quase todos os alunos de 15 anos falam em casa a língua de ensino (figura A2). Em média, nos 27 países da UE participantes em 2009, apenas 2,7 % dos alunos frequentam escolas em que a maioria dos alunos fala em casa uma língua distinta da língua de ensino. Porém, 6,9 % do total de alunos frequentam escolas com 20 a 50 % de alunos que falam em casa uma língua que não a de ensino. Sobre alguns sistemas educativos recaem exigências maiores do que em muitos outros no que respeita à acomodação da diversidade linguística da sua população escolar. No Luxemburgo, o Letzeburgesch (luxemburguês) é a língua materna da maioria dos alunos e, apesar de ser uma língua germânica e uma língua nacional, não constitui uma língua de ensino. Consequentemente, quase todos os alunos de 15 anos (95,4 %) frequentam escolas onde pelo menos metade dos seus pares fala uma língua em casa que difere da língua de ensino; nenhum outro país europeu revela uma percentagem tão elevada. Nas comunidades francófona e germanófona da Bélgica, um em cada três alunos de 15 anos frequenta uma escola onde mais de 20 % dos seus colegas falam uma língua em casa que é diferente da língua de ensino. Em Espanha e Listenstaine, aproximadamente 25 % dos alunos frequentam uma escola assim, enquanto na Bulgária, Alemanha, Letónia e Áustria os números situam-se nos 10-20 %. 21 CONTEXTO Figura A3: Percentagem de alunos de 15 anos que frequentam escolas com diferentes proporções de alunos que não falam a língua de ensino em casa, 2009 < 20 20-49 ≥ 50 Países não participantes no estudo UE BE fr BE de BE nl BG CZ DK DE EE IE EL ES FR IT LV LT LU <20 90,4 66,6 66,8 90,5 81,7 99,6 95,0 84,0 97,4 96,4 94,7 72,4 90,7 96,2 CY 87,2 94,4 1,9 20-49 6,9 27,3 33,2 7,7 12,6 0,3 4,2 14,3 2,6 1,8 3,0 11,7 8,4 2,2 8,4 3,8 2,7 ≥ 50 2,7 6,1 0,0 1,9 5,8 0,1 0,8 1,7 0,0 1,8 2,3 16,0 0,9 1,7 4,4 1,9 95,4 HU MT NL AT PL PT RO SI SK FI SE UK (1) UKSCT IS LI NO HR TR <20 99,0 92,5 82,7 100,0 99,8 95,1 92,4 92,8 97,9 90,6 91,5 99,3 97,9 74,1 94,0 98,6 93,6 20-49 1,1 6,2 13,5 0,0 0,2 3,5 7,0 5,4 2,0 7,1 6,6 0,7 2,1 26,0 5,5 0,8 3,9 ≥ 50 0,0 1,3 3,8 0,0 0,0 1,4 0,7 1,8 0,1 2,2 2,0 0,0 0,0 0,0 0,5 0,6 2,5 UK (1): UK-ENG/WLS/NIR Fonte: OCDE, bases de dados do PISA 2009 e 2006. Nota explicativa Para informação adicional sobre a base de dados PISA, ver a secção Glossário, Bases de Dados Estatísticas e Bibliografia. Notas específicas por país Bélgica (BE de): Falar um dialeto alemão em casa equivale a falar alemão. Bélgica (BE nl): Falar um dialeto flamengo em casa equivale a falar neerlandês. Itália: Falar um dialeto italiano em casa equivale a falar italiano. 22 CONTEXTO METADE DOS ALUNOS DE 15 ANOS CUJOS PAIS NASCERAM NO ESTRANGEIRO FALA A LÍNGUA DE ENSINO EM CASA Ao debater-se a questão do ensino das línguas nas escolas da Europa, deverá ter-se em consideração até que ponto as crianças cujos pais nasceram no estrangeiro falam a língua de ensino em casa. Contudo, antes de mais, é essencial averiguar quantos destes alunos estão presentes nas escolas da Europa. O estudo PISA reúne uma vasta informação geral sobre os alunos inquiridos, incluindo informação sobre o país de origem dos seus pais/encarregados de educação. De acordo com o estudo, um aluno é definido como ‘imigrante’ se ambos os pais/encarregados de educação nasceram no estrangeiro. Segundo esta definição, em média, 9,3 % dos alunos de 15 anos dos 27 países da UE participantes no estudo em 2009 são emigrantes. O Luxemburgo assinalava a proporção mais alta de alunos de 15 anos imigrantes, nomeadamente 40 %. Aproximadamente 20 a 30 % dos alunos são emigrantes nas comunidades francófona e germanófona da Bélgica, assim como no Listenstaine. Em contraste, na Bulgária, Polónia, Roménia, Eslováquia e Turquia, a proporção de alunos de 15 anos cujos pais nasceram no estrangeiro é muito baixa (menos de 1 %); por conseguinte, estes países não são considerados na análise que se segue. Ter progenitores nascidos no estrangeiro não significa necessariamente que o aluno não fale a língua de ensino em casa. Em 2009, nos 27 países da UE participantes, reporta-se uma média de 4,1 % de alunos de 15 anos cujos pais nasceram no estrangeiro e que falam a língua de ensino em casa. Uma proporção similar de alunos de 15 anos (4,1 %) com pais nascidos no estrangeiro não fala a língua de ensino em casa. Por outras palavras, metade dos alunos de 15 anos cujos pais nasceram no estrangeiro indica que em casa falam a língua de ensino. No entanto, em certos países, o número de alunos imigrantes que não fala a língua de ensino em casa era mais elevada. No Luxemburgo, um em quatro alunos de 15 anos são classificados como imigrantes e não falam a língua de ensino em casa. Nas comunidades francófona e germanófona da Bélgica, na Alemanha, Áustria, Suécia e Listenstaine, regista-se entre 7 e 13 % de alunos de 15 anos com pais nascidos no estrangeiro e que indicaram não falarem a língua de ensino em casa. De um modo geral, estes alunos nasceram em países onde a língua oficial difere da língua de ensino do país onde atualmente frequentam a escola. Por exemplo, no Luxemburgo, os alunos imigrantes que não falam a língua de ensino em casa nasceram em Portugal, em uma das antigas repúblicas jugoslavas ou em Itália. Na Áustria, a maior parte destes alunos nasceu na Turquia, na Bósnia e Herzegovina, e na Sérvia e Montenegro. Em contraste, na República Checa, Estónia, Letónia, Lituânia, Hungria, Portugal e Croácia regista-se aproximadamente 1 % ou menos de alunos de 15 anos cujos pais nasceram no estrangeiro e que não falam a língua de ensino em casa. Na Estónia e Letónia este facto encontra-se relacionado com a prevalência do ensino escolar noutra língua que não a língua oficial do país. A maioria dos alunos imigrantes nestes países fala russo em casa e na escola. Em Portugal, a maioria dos alunos imigrantes são oriundos das antigas colónias, tais como o Brasil ou países africanos, onde o português é uma língua oficial. 23 CONTEXTO Figura A4: Percentagem de alunos imigrantes de 15 anos (com pais nascidos no estrangeiro) e língua falada em casa, 2009 Língua de ensino não falada em casa Imigrantes Imigrantes Língua de ensino falada em casa Sem informação sobre a língua falada em casa UE BE fr BE de BE nl BG CZ DK DE EE IE EL ES FR IT CY LV LT LU 4,1 10,8 7,5 3,2 0,3 0,9 3,7 8,3 0,8 3,6 3,4 4,0 4,6 3,1 0,0 0,8 0,7 24,9 4,1 10,9 12,1 2,9 0,2 1,0 3,4 6,0 7,0 4,4 5,2 5,5 6,9 1,6 0,0 3,4 1,1 7,6 1,1 0,4 1,3 2,9 0,1 0,4 1,5 3,3 0,2 0,3 0,5 0,1 1,7 0,9 x 0,2 0,0 7,7 9,33 22,05 20,98 9,01 0,51 2,27 8,63 17,62 8,00 8,29 9,03 4,46 1,74 40,16 HU MT NL AT PL PT RO SI SK FI SE LI NO HR TR 0,1 0,0 4,5 8,6 0,0 1,0 0,1 3,9 0,1 1,9 6,5 12,7 5,2 0,3 0,1 2,0 0,0 6,1 3,1 0,0 4,1 0,2 3,2 0,4 0,7 3,3 14,2 1,6 10,2 0,5 9,48 13,14 5,54 UKUK (1) IS SCT 5,1 2,2 1,8 5,7 1,7 0,5 0,0 x 1,6 3,5 0,0 0,4 0,0 0,7 0,0 0,0 1,9 0,4 0,2 0,1 3,4 0,0 0,2 0,0 2,1 0,0 12,1 15,2 0,0 5,5 0,3 7,8 0,5 2,6 11,7 11,2 4,0 2,4 30,3 6,8 10,7 0,5 x Fonte: OCDE, base de dados PISA 2009. Países não participantes no estudo UK (1) = UK-ENG/WLS/NIR Nota explicativa Para informação adicional sobre a base de dados PISA, ver a secção Glossário, Bases de Dados Estatísticas e Bibliografia. Notas específicas por país Bélgica (BE de): Falar um dialeto alemão em casa equivale a falar alemão. Bélgica (BE nl): Falar um dialeto flamengo em casa equivale a falar neerlandês. Itália: Falar um dialeto italiano em casa equivale a falar italiano. 24 ORGANIZAÇÃO SECÇÃO I – OFERTA DE LÍNGUA ESTRANGEIRA NA EDUCAÇÃO PRÉ-ESCOLAR E NOS ENSINOS PRIMÁRIO E SECUNDÁRIO: NÚMERO DE LÍNGUAS MINISTRADAS As figuras B1 a B8 dizem respeito à oferta de línguas estrangeiras nos níveis pré-escolar, primário e secundário, tal como se encontra organizada no quadro regulamentar oficial de cada país. Detêm-se especificamente no número de línguas que constituem o nível mínimo da oferta educativa (ver a secção Glossário, Bases de Dados Estatísticas e Bibliografia). Os indicadores mostram aspetos como a idade para iniciar a aprendizagem da primeira e da segunda língua estrangeiras como disciplinas obrigatórias, as tendências nas idades para iniciar tal aprendizagem e as circunstâncias em que alguns ou a totalidade dos alunos têm a oportunidade de aprender línguas adicionais, dependendo do percurso educativo que seguirem ou das oportunidades oferecidas pelo currículo local da escola. Um dos indicadores centra-se na recomendação da UE para ensinar duas línguas estrangeiras a partir de uma idade precoce. Por último, são incluídos alguns dados referentes a projetos concebidos para testar a expansão do ensino de línguas estrangeiras no nível mínimo da oferta educativa. O Anexo 1 oferece uma breve síntese da oferta de línguas estrangeiras em cada país, complementando assim a informação apresentada nesta secção. A APRENDIZAGEM OBRIGATÓRIA DA PRIMEIRA LÍNGUA ESTRANGEIRA INICIA-SE ENTRE OS 6 E OS 9 ANOS NA MAIOR PARTE DOS PAÍSES EUROPEUS Na vasta maioria dos países, a idade para iniciar a aprendizagem da primeira língua estrangeira como disciplina obrigatória situa-se entre os 6 e os 9 anos de idade. Na Bélgica (comunidade germanófona), todos os alunos começam a aprendizagem de uma língua estrangeira aos 3 anos, quando iniciam a educação pré-escolar. Em Espanha, os alunos começam a aprendizagem de uma língua estrangeira no segundo ciclo da educação pré-escolar, a partir dos 3 anos, em quase todas as comunidades autónomas. No outro extremo, temos o Reino Unido (Inglaterra, País de Gales e Irlanda do Norte), em que todos os alunos iniciam a aprendizagem de uma língua estrangeira como disciplina obrigatória aos 11 anos, quando começam o ensino secundário. Na Estónia, Finlândia e Suécia, os estabelecimentos de ensino gozam de alguma liberdade para determinar o nível em que a primeira língua estrangeira deve ser introduzida como disciplina obrigatória. As autoridades educativas a nível central definem uma faixa etária (ou nível) para a introdução das línguas estrangeiras: entre os 7 e 9 anos na Estónia e Finlândia, e entre os 7 e 10 na Suécia. Segundo os dados estatísticos (figura C1b), na Suécia, 57,3 % dos alunos de 9 anos aprendem pelo menos uma língua estrangeira. Alguns países estão atualmente a introduzir reformas no sentido de baixarem a idade para iniciar a aprendizagem obrigatória da primeira língua estrangeira. No Chipre, desde setembro de 2011 que todos os alunos a partir dos 6 anos têm de aprender inglês como uma disciplina obrigatória. No entanto, em algumas escolas, a aprendizagem obrigatória do inglês começa aos 5 anos e esta exigência deverá ser alargada a todas as escolas até setembro de 2015. Na Alemanha, está a ser implementada em todas as escolas para alunos com idades compreendidas entre os 8 e os 10 anos a exigência de aprender uma língua estrangeira como disciplina obrigatória. Na Eslováquia, desde 2008/09 que as escolas estão a introduzir o ensino obrigatório de uma língua estrangeira a partir dos 8 anos. Porém, em 2010/11, esta reforma ainda não tinha sido implementada para a totalidade dos alunos com 9 anos. Para além destes três países, a Letónia pretende introduzir uma reforma em 2013/14, instituindo a obrigatoriedade de aprendizagem da primeira língua estrangeira a partir dos 7 anos. A Irlanda e o Reino Unido (Escócia) são os únicos países onde não existe obrigatoriedade de aprendizagem de uma língua estrangeira na escola. Na Irlanda, todos os alunos aprendem irlandês e inglês, sendo que nenhuma destas línguas é considerada como língua estrangeira. No Reino Unido (Escócia), onde não existe um currículo regulamentado, as escolas têm o dever de oferecer uma língua estrangeira (figura B5), mas os alunos não têm qualquer obrigação de a aprender. 25 ORGANIZAÇÃO Figura B1: Idades para iniciar a aprendizagem da primeira e segunda línguas estrangeiras como disciplinas obrigatórias para todos os alunos na educação pré-escolar, ensino primário e/ou ensino secundário geral, 2010/11 Primeira língua estrangeira como disciplina obrigatória Totalmente implementada Idade para iniciar Implementação faseada Segunda língua estrangeira como disciplina obrigatória Idade para iniciar é variável Sem línguas(s) estrangeira(s) obrigatória(s) Fonte: Eurydice. Nota explicativa Esta Figura foca essencialmente as línguas descritas no currículo como ‘estrangeiras’ (ou modernas). As línguas regionais e/ou minoritárias (figura B15) e as línguas clássicas (figura B16) somente são incluídas quando o currículo as designa como alternativas às línguas estrangeiras. As idades para iniciar a aprendizagem refletem a idade normal dos alunos no momento em que é iniciado o ensino da língua estrangeira; não têm em consideração a entrada precoce ou tardia na escola, a repetição de níveis ou outras interrupções da escolaridade (idade teórica dos alunos). Para uma definição de ‘língua estrangeira’; 'língua como disciplina obrigatória' e ‘implementação faseada’ ver a secção Glossário, Bases de Dados Estatísticas e Bibliografia. Notas específicas por país Bélgica (BE fr): 'BE fr Bxl' refere-se à região de Bruxelas-Capital; 'BE fr Bxl' refere-se ao resto da comunidade. Alemanha: Em alguns Länder como Baden-Wurttemberg, os alunos têm de começar a aprendizagem da primeira língua estrangeira como disciplina obrigatória aos 6 anos. Espanha: Em 10 comunidades autónomas, de um total de 17, é ensinada uma língua estrangeira a todas as crianças a partir dos 3 anos, que frequentam a educação pré-escolar. Países Baixos: É obrigatório aprender uma língua estrangeira no ensino primário; na prática, tal ocorre entre os 10 e os 12 anos, mas as escolas podem oferecer esta disciplina a partir de uma idade mais precoce. Na maioria dos países, é obrigatório para todos os alunos no ensino geral a aprendizagem de duas línguas estrangeiras numa determinada fase da sua escolaridade (figura B7). A idade para iniciar a aprendizagem de uma segunda língua estrangeira varia significativamente entre os países, desde os 10 aos 15 anos. O Luxemburgo destaca-se, pois todos os alunos aprendem uma segunda língua estrangeira a partir dos 7 anos. Na Estónia, tal como sucede com a primeira língua estrangeira, as autoridades educativas centrais exigem que os estabelecimentos de ensino introduzam esta oferta numa determinada faixa etária (10-12 anos). 26 SECÇÃO I – OFERTA DE LÍNGUA ESTRANGEIRA NA EDUCAÇÃO PRÉ-ESCOLAR E NOS ENSINOS PRIMÁRIO E SECUNDÁRIO Em diversos países, a aprendizagem da segunda língua estrangeira como disciplina obrigatória é iniciada três anos (ou menos) após ser iniciada a primeira língua estrangeira obrigatória. Esse é nitidamente o caso do Luxemburgo e da Islândia, onde os alunos começam a aprender a segunda língua um ano depois de terem iniciado a primeira. Atualmente, estão a ser implementadas reformas em dois países. Na Eslovénia, em 2010/11, estava em processo de implementação nas escolas a obrigação de colocar todos os alunos entre os 12 e os 15 anos a aprender uma segunda língua estrangeira. Contudo, na sequência de uma decisão tomada em novembro de 2011, esta reforma foi suspensa. Na Eslováquia, todos os alunos que frequentam o ensino geral devem aprender duas línguas estrangeiras entre os 11 e os 19 anos. Porém, este requisito ainda está a ser implementado em turmas de alunos com idades compreendidas entre os 13 e os 14 anos (figura B3). O Luxemburgo e a Islândia são os únicos países onde a totalidade dos alunos no ensino geral têm de estudar três línguas. No entanto, a duração da aprendizagem difere consideravelmente: cinco anos (entre os 14 e os 19 anos) no Luxemburgo e um ano na Islândia (entre os 17 e os 18 anos). As figuras B2 e B3 informam sobre a duração da aprendizagem de uma primeira e segunda línguas estrangeiras como disciplinas obrigatórias. Em alguns países, os alunos que seguem alguns percursos educativos ou que frequentam certo tipo de escolas, têm de estudar línguas estrangeiras adicionais e, por vezes, a partir de uma idade mais precoce (figura B4). Para além disso, em alguns países, a autonomia de que as escolas beneficiam permite-lhes introduzir mais línguas estrangeiras na sua oferta curricular (figura B6). A APRENDIZAGEM DA PRIMEIRA LÍNGUA ESTRANGEIRA TEM INÍCIO NUMA IDADE CADA VEZ MAIS PRECOCE Ao longo das duas últimas décadas, a Europa tem testemunhado um acréscimo da duração do ensino obrigatório das línguas estrangeiras. Este aumento tem sido alcançado exclusivamente por meio de um decréscimo da idade em que este ensino é iniciado. De facto, ao longo das últimas duas décadas, todos os alunos no ensino geral tiveram de estudar uma língua estrangeira até ao final do secundário superior, exceto em Malta e no Reino Unido. Em 2010, a Itália levou a cabo uma reforma com o fim de tornar este ensino obrigatório para todos os alunos até ao final do secundário. Em Malta e no Reino Unido (Escócia), os alunos podem estudar línguas como disciplina de opção no nível secundário superior, pois todas as escolas têm de contemplar pelo menos uma língua estrangeira na sua oferta curricular (figura B5). É apenas no Reino Unido (Inglaterra, País de Gales e Irlanda do Norte) que as autoridades educativas reduziram o número de anos reservado para a aprendizagem obrigatória das línguas estrangeiras para todos os alunos. Quando foi aprovada a legislação que introduzia os currículos obrigatórios na Inglaterra e País de Gales (1988) e na Irlanda do Norte (1989), foi fixada a aprendizagem obrigatória de línguas para todos os alunos entre os 11 e os 16 anos. Alterações subsequentes em 1995 (País de Gales), 2004 (Inglaterra) e 2007 (Irlanda do Norte) aumentaram a flexibilidade no currículo para a faixa dos 14 a 16 anos, permitindo aos alunos optar ou não pelo estudo de línguas. Na Bélgica (comunidade flamenga), pode observar-se uma redução no número de anos de estudo em Bruxelas, que aplica agora a mesma legislação vigente em toda a comunidade. Entre 1993/94 e 2010/11, apenas nove países ou regiões não alteraram a idade (para uma fase mais precoce) para iniciar a aprendizagem obrigatória de uma língua estrangeira para todos os alunos. Contudo, em dois destes países (Luxemburgo e Malta), desde 1994 que todos os alunos são obrigados a aprender uma língua estrangeira logo a partir do primeiro ano do ensino primário. Na Finlândia e Suécia, as escolas gozam de alguma flexibilidade na fixação do ano de início da aprendizagem de uma língua estrangeira como disciplina obrigatória (figura B1). As mudanças de maior alcance deram-se na Bélgica (comunidade germanófona) e no Listenstaine. Na Bélgica (comunidade germanófona), a legislação adotada em 2004 tornou obrigatórias as atividades lúdicas em língua estrangeira no nível pré-escolar, assim como a aprendizagem mais formal desta oferta a partir do primeiro ano do ensino primário – ambos eram aspetos do ensino precoce que tinham cariz 27 ORGANIZAÇÃO opcional numa fase prévia, mas que cuja prática já era comum na maioria das escolas durante várias décadas. A partir de 2006/07, sete países ou regiões introduziram reformas para baixar a idade de início da aprendizagem obrigatória de línguas estrangeiras. As mudanças são particularmente significativas no Chipre e na Polónia. A figura B1 disponibiliza mais informação sobre as reformas atuais ou futuras. Figura B2: Idade para iniciar a aprendizagem da primeira língua estrangeira como disciplina obrigatória e a duração desta oferta na educação pré-escolar e nos ensinos primário e/ou secundário geral, anos de referência 1993/94, 2002/03, 2006/07, 2010/11 Idades Idades Implementação faseada de uma língua estrangeira Sem ensino obrigatório de língua estrangeira Fonte: Eurydice. Notas explicativas Esta figura foca essencialmente as línguas descritas no currículo como ‘estrangeiras’ (ou modernas). As línguas regionais e/ou minoritárias (figura B15) e as línguas clássicas (figura B16) só são incluídas quando o currículo as designa como alternativas às línguas estrangeiras. A idade de início refere-se à primeira língua estrangeira obrigatória e reflete a idade normal dos alunos; não é tida em conta a entrada precoce ou tardia na escola, a repetição de níveis ou outras interrupções da escolaridade (idade teórica dos alunos). A duração da oferta refere-se a qualquer língua aprendida. Para os períodos de 1993/94, 2002/03 e 2006/07, a figura mostra entre que idades os alunos devem começar a aprender uma língua estrangeira como disciplina obrigatória de acordo com as regulamentações/recomendações oficiais, mesmo quando esta oferta não se estende a todas as escolas ou a todos os grupos etários durante o ano de referência. No caso de 2010/11, é indicada a ‘implementação faseada’ da medida (ver a secção Glossário, Bases de Dados Estatísticas e Bibliografia) quando esta ainda não está totalmente implementada no dito período. Para informações adicionais sobre a situação de 2010/11, pode consultar-se a figura B1. Para uma definição de ‘implementação faseada', ‘língua estrangeira’ e 'língua como disciplina obrigatória' ver a secção Glossário, Bases de Dados Estatísticas e Bibliografia. 28 SECÇÃO I – OFERTA DE LÍNGUA ESTRANGEIRA NA EDUCAÇÃO PRÉ-ESCOLAR E NOS ENSINOS PRIMÁRIO E SECUNDÁRIO Notas específicas por país (figura B2) Bélgica (BE fr): A comunidade francesa é responsável em (a) Bruxelas sempre que a língua de ensino for o francês, e (b) na parte francófona da Valónia. Bélgica (BE nl): A comunidade flamenga é responsável em (a) Bruxelas sempre que a língua de ensino for o neerlandês, e (b) na região flamenga. Alemanha: Em alguns Länder, tais como Baden-Wurttemberg, a aprendizagem obrigatória de uma língua estrangeira começa aos 6 anos. O ensino secundário superior (Gymnasium) termina aos 18 anos em alguns Länder e aos 19 anos noutros. Se os alunos não selecionam uma língua estrangeira para o Abitur, podem interromper o estudo de línguas um ano antes de terminar o secundário superior. Estónia e Finlândia: Em 2010/11, 2006/07 e 2002/03, as autoridades educativas limitaram-se a determinar que os alunos tinham de começar a aprender uma língua estrangeira obrigatória entre os 7 e os 9 anos. Irlanda: O ensino das línguas estrangeiras não é de caráter obrigatório. As línguas oficiais inglesa e irlandesa são ensinadas a todos os alunos. Espanha: Após a Lei da Educação de 2006, na maioria da Comunidades Autónomas, todas as crianças a partir dos 3 anos que frequentam a educação pré-escolar aprendem uma língua estrangeira. Países Baixos: É obrigatório aprender uma língua estrangeira durante o ensino primário. Na prática, tal ocorre entre os 10 e os 12 anos, mas as escolas podem organizar esta oferta mais cedo. Suécia: Em 2010/11, 2006/07 e 2002/03, as autoridades educativas limitaram-se a determinar que os alunos tinham de começar a aprender uma língua estrangeira como disciplina obrigatória entre os 7 e os 10 anos. Reino Unido (SCT): Apesar de não ser obrigatório, o ensino de uma língua estrangeira era considerado pela maior parte dos indivíduos como obrigatório antes da implementação das recomendações do Grupo de Ação Ministerial sobre as Línguas (Ministerial Action Group on Languages) (2000). Tais recomendações tornaram esta oferta mais flexível. AS MEDIDAS PARA INTRODUZIR O ENSINO DA SEGUNDA LÍNGUA ESTRANGEIRA MAIS CEDO SÃO POUCO COMUNS MAS TÊM VINDO A SER IMPLEMENTADAS RECENTEMENTE Entre os países onde, em 2002/03, a aprendizagem de duas línguas estrangeiras tinha caráter facultativo para todos os alunos, apenas alguns têm levado a cabo reformas que provocaram alterações nesta situação. A Itália e Malta são exceções, na medida em que é agora obrigatório o ensino de duas línguas estrangeiras para todos os alunos no início do ensino secundário. No entanto, em Malta, já antes de 2002/03, a maior parte dos alunos que ingressavam no ensino secundário eram obrigados a aprender duas línguas. Pelo contrário, nos Países Baixos, não é obrigatório o ensino de uma segunda língua estrangeira para todos os alunos no ensino secundário geral, mas sim para os alunos em determinados tipos de escola e que optam por certos percursos educativos (figura B4). Muitas outras reformas com repercussões na aprendizagem da segunda língua estrangeira como disciplina obrigatória tiveram como resultado a antecipação do seu ensino (desse modo, os alunos iniciam mais cedo a aprendizagem). Este é, nomeadamente, o caso da Bélgica (comunidade flamenga) e da Grécia, onde as mudanças ocorreram antes de 2006/07 e da Polónia, Islândia, Eslovénia e Eslováquia, onde as reformas foram levadas a cabo após esta data; no entanto, na Eslovénia e na Eslováquia tais reformas não tinham sido implementadas em todas as escolas no ano letivo de 2010/11. Na Eslovénia, na sequência de uma decisão tomada em novembro 2011, esta reforma foi suspensa. Em França, as últimas reformas introduziram uma segunda língua estrangeira como disciplina obrigatória para todos os alunos no ensino secundário superior geral. Em 2010/11, o panorama mostra que a aprendizagem de uma segunda língua estrangeira como disciplina obrigatória tem geralmente início no nível secundário, a partir dos 10, 11, 12 ou 13 anos, 2 dependendo da estrutura do sistema educativo dos países específicos ( ). As únicas exceções são a Grécia, Estónia, Letónia, Islândia e Luxemburgo. Nos primeiros quatro países, a aprendizagem da segunda língua estrangeira torna-se obrigatória no final do ensino primário, a partir dos 10 ou 12 anos, dependendo do país, apesar de que, na Estónia, as escolas têm alguma autonomia para decidir a idade exata de início da aprendizagem (figura B1). No Luxemburgo, tal sucede no início do ensino primário. (2) Para informações sobre a correspondência entre a idade teórica dos alunos e a estrutura da educação, pode consultarse a publicação anual da Eurydice Estruturas dos Sistemas de Educação na Europa, no seguinte endereço: http://eacea.ec.europa.eu/education/eurydice/documents/facts_and_figures/education_structures_EN.pdf 29 ORGANIZAÇÃO Figura B3: Idade para iniciar a aprendizagem da segunda língua estrangeira como disciplina obrigatória e a duração desta oferta na educação pré-escolar e no ensino primário e/ou secundário geral, 2002/03, 2006/07, 2010/11 Implementação faseada de uma língua estrangeira Sem ensino obrigatório de segunda língua estrangeira Fonte: Eurydice. Nota explicativa Esta figura foca essencialmente as línguas descritas no currículo como ‘estrangeiras’ (ou modernas). As línguas regionais e/ou minoritárias (figura B15) e as línguas clássicas (figura B16) só são incluídas quando o currículo as designa como alternativas às línguas estrangeiras. A idade de início refere-se à segunda língua estrangeira obrigatória e reflete a idade normal dos alunos; não é tida em conta a entrada precoce ou tardia na escola, a repetição de níveis ou outras interrupções da escolaridade. A duração da oferta refere-se a qualquer língua aprendida. Para os períodos de 2002/03 e 2006/07, a figura mostra as idades em que os alunos devem começar a aprender duas línguas estrangeiras como disciplinas obrigatórias de acordo com as regulamentações/recomendações oficiais, mesmo quando esta oferta não se estende a todas as escolas ou a todo o grupo etário durante o ano de referência. No caso de 2010/11, é indicada a ‘implementação faseada’ da medida (ver a secção Glossário, Bases de Dados Estatísticas e Bibliografia) quando esta ainda não está totalmente implementada no dito período. Para informações adicionais sobre a situação de 2010/11, pode consultar-se a figura B1. Para uma definição de ‘implementação faseada', ‘língua estrangeira’ e 'língua como disciplina obrigatória' ver a secção Glossário, Bases de Dados Estatísticas e Bibliografia. EM ALGUNS PERCURSOS EDUCATIVOS OU EM DETERMINADOS TIPOS DE ESCOLA OS ALUNOS TÊM DE APRENDER LÍNGUAS ESTRANGEIRAS ADICIONAIS A partir do início do ensino secundário, alguns sistemas educativos oferecem aos alunos percursos educativos diversificados, seja dentro do mesmo estabelecimento de ensino ou em diferentes tipos de escola. Nesses países, poderá haver alguma diferença entre o número de línguas estrangeiras obrigatórias para todos os alunos e o número obrigatório para alunos que optam por determinados percursos. Tais diferenças denotam-se em cerca de metade dos países. É de salientar que, em alguns países (ou regiões dentro de países) onde existe apenas uma língua estrangeira obrigatória para todos os alunos, aqueles que ingressam em determinados percursos 30 SECÇÃO I – OFERTA DE LÍNGUA ESTRANGEIRA NA EDUCAÇÃO PRÉ-ESCOLAR E NOS ENSINOS PRIMÁRIO E SECUNDÁRIO educativos têm de estudar línguas adicionais: é este o caso nos Países Baixos, Áustria (até ao total de três línguas) Alemanha, Croácia e Turquia (total de duas línguas). O Luxemburgo, Listenstaine e Islândia são os únicos países onde alguns alunos têm de estudar até quatro línguas estrangeiras. Esta aprendizagem tem a duração de quatro anos no Luxemburgo e Listenstaine, e três anos na Islândia. Figura B4: Línguas estrangeiras adicionais de caráter obrigatório na oferta educativa de determinados percursos educativos nos ensinos primário e/ou secundário geral, 2010/11 Número máximo de línguas estrangeiras ministradas, por idade dos alunos Idade 1 língua (não utilizada) 2 línguas 3 línguas 4 línguas Idade Línguas adicionais Sem línguas adicionais Fonte: Eurydice. Nota explicativa Esta figura foca essencialmente as línguas descritas no currículo como ‘estrangeiras’ (ou modernas). As línguas regionais e/ou minoritárias (figura B15) e as línguas clássicas (figura B16) somente são incluídas quando o currículo as designa como alternativas às línguas estrangeiras. As idades refletem a idade normal dos alunos e não é tida em conta a entrada precoce ou tardia na escola, a repetição de níveis ou outras interrupções da escolaridade (idade teórica dos alunos). Para uma definição de ‘língua estrangeira’, 'língua como disciplina obrigatória' e ‘percurso educativo’, ver a Secção Glossário, Bases de Dados Estatísticas e Bibliografia. EM METADE DOS PAÍSES EUROPEUS, AS OPÇÕES DO CURRÍCULO NUCLEAR PERMITEM AOS ALUNOS APRENDER LÍNGUAS ADICIONAIS EM TODAS AS ESCOLAS Em cerca de metade dos países europeus, todas as escolas são obrigadas a oferecer aos alunos pelo menos uma língua estrangeira como disciplina opcional. No Reino Unido (País de Gales), a partir de setembro 2012, todos os alunos entre os 14 e os 16 anos terão direito a um leque variado de opções no currículo escolar. A aprendizagem de uma língua estrangeira encontra-se incluída numa das cinco áreas específicas de aprendizagem que devem ser disponibilizadas a todos os alunos e que devem, por conseguinte, ser incluídas no currículo local. No Chipre e em Malta, as escolas têm de oferecer um número excecionalmente elevado de línguas. No Chipre, são oferecidas como opções do currículo nuclear cinco línguas para além das duas que todos os alunos são obrigados a aprender (figura B1). Em Malta, verifica-se a mesma situação para os alunos entre os 13 e os 16 anos; para além das duas línguas estrangeiras obrigatórias para todos os alunos, as escolas têm de oferecer mais cinco opcionais. Após os 16 anos, deixa de ser obrigatória a aprendizagem de línguas estrangeiras (figura B3), mas todas as escolas têm de oferecer 31 ORGANIZAÇÃO nove línguas opcionais. Na prática, dada a dimensão de Malta, os alunos que desejam estudar uma língua específica podem ter de ser agrupados juntamente com alunos de outra escola que contemple essa oferta educativa. Figura B5: Oferta de línguas estrangeiras como opções do currículo nuclear nos ensinos primário e/ou secundário geral, 2010/11 Número de línguas estrangeiras que as escolas devem ministrar como opção, por idade dos alunos Idade 1 língua 2 línguas 3 línguas ≥ 4 línguas Idade Línguas como opções do currículo nuclear Sem línguas como opções do currículo nuclear Fonte: Eurydice. Nota explicativa Esta figura foca essencialmente as línguas descritas no currículo como ‘estrangeiras’ (ou modernas). As línguas regionais e/ou minoritárias (figura B15) e as línguas clássicas (figura B16) só são incluídas quando o currículo as designa como alternativas às línguas estrangeiras. As idades refletem a idade normal dos alunos e não é tida em conta a entrada precoce ou tardia na escola, a repetição de níveis ou outras interrupções da escolaridade (idade teórica dos alunos). Para uma definição de ‘língua estrangeira’, 'língua como disciplina obrigatória' e ‘língua como opção do currículo nuclear’, ver a secção Glossário, Bases de Dados Estatísticas e Bibliografia. É de salientar que, entre os países ou regiões onde só existe obrigatoriedade de uma língua estrangeira, alguns exigem que as escolas ofereçam pelo menos uma segunda língua opcional para todos os alunos. É, nomeadamente, o caso da Bélgica (comunidade francesa), Dinamarca, Alemanha, Espanha, Suécia e Croácia. Em Espanha, todas as escolas têm de oferecer uma língua estrangeira como opção para todos os alunos a partir dos 12 anos. Em algumas comunidades autónomas (Aragão, Ilhas Canárias, Galiza, Madrid e Múrcia), esta segunda língua é obrigatória para os alunos. Na maioria dos países, a oferta de línguas estrangeiras como opções do currículo nuclear começa no nível secundário. Quatro países (Portugal, Suécia, Reino Unido (Escócia) e Croácia) constituem exceções. Em Portugal, desde 2008/09 que todas as escolas são obrigadas a oferecer a disciplina de inglês a alunos entre os 6 e os 10. Na Suécia, tal como sucede com a língua estrangeira obrigatória (figura B1), as escolas desfrutam de bastante autonomia para decidir em que altura devem oferecer línguas estrangeiras opcionais. No Reino Unido (Escócia), os alunos não têm de aprender uma língua estrangeira, mas é esperado que as escolas disponham desta oferta educativa como opção para todos os alunos entre os 10 e os 18 anos. 32 SECÇÃO I – OFERTA DE LÍNGUA ESTRANGEIRA NA EDUCAÇÃO PRÉ-ESCOLAR E NOS ENSINOS PRIMÁRIO E SECUNDÁRIO A AUTONOMIA DAS ESCOLAS ESTÁ MUITO GENERALIZADA E PODE ESTIMULAR A OFERTA EDUCATIVA DE LÍNGUAS Na maioria dos países, as escolas gozam de um determinado grau de autonomia que lhes permite introduzir, segundo critérios próprios, algumas disciplinas – particularmente as línguas estrangeiras – integradas no nível mínimo da sua oferta educativa. Em grande parte destes países, a autonomia é aplicada à totalidade ou quase totalidade dos níveis de ensino. Na Irlanda, França e Listenstaine, só se aplica às escolas secundárias e no caso da Dinamarca, às escolas com secundário superior. Em alguns casos, como na Itália, apesar de existir uma autonomia escolar nos níveis primário e secundário, esta é mais utilizada nas escolas do nível secundário superior para fins de enriquecimento curricular. Desta forma, as escolas podem oferecer um currículo mais adaptado às necessidades da sua população e da região em que se encontram situadas. Consequentemente, o conteúdo do nível mínimo da oferta educativa pode, até certo ponto, variar de uma escola para outra. Por exemplo, a comunidade escolar pode decidir oferecer uma língua adicional às que já são ministradas, em conformidade com as regulamentações vigentes e com as orientações emitidas pelas autoridades educativas centrais (figuras B1-B5). A forma como esta autonomia é implementada ao nível da escola varia muito entre os países. Nos Países Baixos, por exemplo, 70 % do nível mínimo da oferta educativa no ensino primário é decidida pelas autoridades educativas centrais. Estes 70 % incluem, em particular, o ensino obrigatório da língua inglesa. Nos restantes 30 % do tempo letivo disponível, as escolas são livres para decidir que disciplinas desejam oferecer. Podem optar por oferecer uma língua estrangeira adicional como o francês ou o alemão, ou outras disciplinas para além de línguas ou ainda alargar as horas destinadas às disciplinas impostas pelas autoridades educativas centrais. No Reino Unido (Inglaterra, País de Gales e Irlanda do Norte), as escolas devem determinar a oferta educativa adicional, para além da base mínima, de acordo com as circunstâncias de cada uma. Neste contexto, apesar de o estudo de uma língua ser obrigatório apenas por um período de três anos (faixa etária dos 11-14), as escolas podem optar por torná-lo obrigatório para alunos entre os 14-16, se assim o desejarem. No nível primário, a maioria das escolas na Inglaterra ensina uma língua estrangeira e na Irlanda do Norte verifica-se o mesmo em pelo menos metade das escolas. No País de Gales, num pequeno mas crescente número de escolas primárias é ministrada uma língua estrangeira. Na Hungria, as autoridades educativas centrais emitiram regulamentações sobre como é que as escolas devem distribuir a carga horária letiva. As regulamentações definem, em termos percentuais, a carga horária que as escolas podem consagrar às diferentes áreas disciplinares. Para as línguas estrangeiras, as escolas devem alocar entre 2 % e 6 % do total consagrado ao tempo letivo durante os primeiros quatro anos do ensino primário. Oficialmente, todos os alunos devem começar a aprender uma língua estrangeira a partir do nível 4, quando têm 9 ou 10 anos, no entanto, as escolas são livres para utilizar uma parte do tempo letivo alocado para iniciar mais cedo o ensino das línguas estrangeiras (figura B1). Também podem decidir redistribuir uma parte desta carga letiva a outras disciplinas, desde que sejam respeitados os limites mínimos e máximos das percentagens fixadas. Na Bélgica (comunidades flamenga e francesa), também se observa a capacidade das escolas para utilizar parte do tempo atribuído a algumas disciplinas para a lecionação de outras, apesar de tal suceder num sentido mais restritivo. Aqui, as autoridades educativas centrais permitem às escolas utilizar uma parte do tempo normalmente dedicado às disciplinas obrigatórias exclusivamente para fins de lecionação de uma língua estrangeira. Esta situação ocorre no ensino primário, em níveis onde ainda não existe obrigatoriedade para todos os alunos de aprenderem uma língua estrangeira. Em resultado desta tolerância concedida às escolas, é possível providenciar o ensino de uma língua estrangeira numa fase mais precoce, como parte do nível mínimo da oferta educativa. À parte desta circunstância específica, as escolas não possuem a autonomia necessária para terem um currículo flexível. 33 ORGANIZAÇÃO Figura B6: Âmbito de autonomia das escolas para o ensino de línguas estrangeiras por iniciativa própria dentro do nível mínimo da oferta educativa na educação pré-escolar, nos ensinos primário e/ou secundário geral, 2010/11 Idade dos alunos em questão Currículo flexível Sem currículo flexível Fonte: Eurydice. Nota explicativa Para uma definição de ‘língua estrangeira’, 'nível mínimo da oferta educativa' e ‘currículo flexível’, ver a secção Glossário, Bases de Dados Estatísticas e Bibliografia. Nota específica por país Áustria: As escolas têm um grau de autonomia que lhes permite oferecer um currículo ligeiramente distinto daquele que é determinado pelas autoridades educativas centrais. Contudo, as disciplinas oferecidas têm de constar de uma lista elaborada por essas autoridades. NA MAIORIA DOS PAÍSES, TODOS OS ALUNOS TÊM DE APRENDER DUAS LÍNGUAS DURANTE A ESCOLARIDADE OBRIGATÓRIA PELO PERÍODO MÍNIMO DE UM ANO No Conselho Europeu de Barcelona (2002), os Chefes de Estado ou de Governo dos países da União Europeia apelaram à criação de medidas adicionais com vista a ‘melhorar o domínio das competências de base, nomeadamente através do ensino de duas línguas estrangeiras, pelo menos, desde a idade mais precoce’. Esta recomendação deriva do impulso gerado pelo Conselho Europeu de Lisboa (2000) em que a própria União Europeia estabeleceu o objetivo estratégico de se transformar na ‘economia baseada no conhecimento mais dinâmica e competitiva do mundo’. Em 2010/11, as políticas educativas da grande maioria dos países cumpriram os termos desta recomendação, permitindo que todos os alunos aprendessem pelo menos duas línguas estrangeiras no decurso da escolaridade obrigatória. Este objetivo traduz-se numa situação em que a prática mais comum, por toda a Europa, é que todos os alunos tenham de aprender no mínimo duas línguas estrangeiras durante pelo menos um ano durante a escolaridade obrigatória a tempo inteiro. Num segundo grupo de países, a aprendizagem de duas línguas estrangeiras, embora não seja de caráter obrigatório, é possível para todos os alunos durante a escolaridade obrigatória a tempo inteiro. Nestes países, a primeira língua é obrigatória, enquanto a segunda é oferecida por todas as escolas através das opções do currículo nuclear. Assim, quando chega o momento de os alunos escolherem as disciplinas opcionais, podem decidir aprender uma segunda língua estrangeira independentemente da escola que frequentam. Só uma minoria de países não faculta a todos os alunos a oportunidade de aprender duas línguas estrangeiras durante a escolaridade obrigatória a tempo inteiro. Na Alemanha, Áustria e Listenstaine, a oportunidade para aprender duas línguas só é alargada aos alunos inscritos no ensino geral pós34 SECÇÃO I – OFERTA DE LÍNGUA ESTRANGEIRA NA EDUCAÇÃO PRÉ-ESCOLAR E NOS ENSINOS PRIMÁRIO E SECUNDÁRIO obrigatório; atualmente, a aprendizagem da segunda língua estrangeira é obrigatória na Áustria e Listenstaine. Figura B7: O ensino de duas línguas estrangeiras nos currículos da educação pré-escolar, do ensinos primário e/ou do ensino secundário geral, 2010/11 Um mínimo de duas línguas estrangeiras: Obrigatório para todos Um direito de todos Durante pelo menos um ano da escolaridade obrigatória a tempo inteiro (EOTI) Obrigatório ou um direito para todos Apenas após a EOTI Obrigatório ou um direito para alguns Durante e/após a EOTI Fonte: Eurydice. Nota explicativa Esta figura considera essencialmente as línguas descritas no currículo como ‘estrangeiras’ (ou modernas). As línguas regionais e/ou minoritárias (figura B15) e as línguas clássicas (figura B16) somente são incluídas quando o currículo as designa como alternativas às línguas estrangeiras. Para informações adicionais sobre a oferta de línguas estrangeiras no currículo, podem consultar-se as figuras B1-B6 assim como o Anexo 1, o qual descreve este tipo de oferta por país. Um direito de todos (de aprender um mínimo de duas línguas estrangeiras): Em geral, a primeira língua estrangeira é incluída no currículo como disciplina obrigatória e a segunda como uma opção do currículo nuclear. Obrigatório ou um direito para alguns (de aprender um mínimo de duas línguas estrangeiras): Apenas alguns alunos são obrigados ou têm o direito de aprender duas línguas, seja porque os seus estabelecimentos de ensino são livres para lhes proporcionar uma oportunidade de aprender mais uma língua, seja porque os alunos em questão seguiram percursos educativos em que são oferecidas ou obrigatórias duas ou mais línguas. Para uma definição de ‘língua estrangeira’, 'língua como disciplina obrigatória' e ‘língua como opção do currículo nuclear’, ver a secção Glossário, Bases de Dados Estatísticas e Bibliografia. Na Irlanda e Reino Unido não existe qualquer obrigatoriedade por parte das escolas de oferecer a todos os alunos a oportunidade de aprender duas línguas estrangeiras em qualquer etapa da sua vida escolar. No entanto, as estruturas curriculares são suficientemente flexíveis para permitir às escolas oferecer aos alunos, na escolaridade obrigatória, a oportunidade de aprenderem duas línguas; tal depende inteiramente da decisão da escola. Nos Países Baixos, a aprendizagem de uma segunda língua estrangeira já não constitui uma obrigação para os alunos em alguns percursos educativos (cerca de 15 % da população escolar) no início do ensino secundário inferior. Duas ou mais línguas estrangeiras obrigatórias são uma característica de muitos percursos educativos, mas que não abrange todos os alunos. Na Turquia, somente os alunos que ingressam em determinados tipos de estabelecimento de ensino têm de aprender duas línguas estrangeiras e isto ao nível do ensino pós-obrigatório. Ao compararmos esta situação com a de 2006/07 (EACEA/Eurydice, 2008), deve prestar-se atenção às mudanças introduzidas na Polónia e na Eslovénia. Estes dois países tornaram agora obrigatório o ensino de duas línguas estrangeiras três anos antes da conclusão da escolaridade obrigatória. Na Eslovénia, a reforma, que estava em processo de ser implementada em todas as escolas em 2010/11, foi suspensa no seguimento de uma decisão tomada em novembro de 2011. 35 ORGANIZAÇÃO DEZ AUTORIDADES EDUCATIVAS CENTRAIS FINANCIAM PROJETOS-PILOTO DESTINADOS A AMPLIAR O ESPECTRO DAS LÍNGUAS OU ANTECIPAR A IDADE DE INÍCIO DA SUA APRENDIZAGEM São dez os países que já implementaram projetos-piloto destinados a introduzir o ensino de um maior número de línguas do que aquelas que já estão contempladas no nível mínimo da oferta educativa, ou que visam antecipar a idade de início da aprendizagem de línguas estrangeiras. Todos estes projetos são organizados e financiados ou cofinanciados pelas autoridades educativas. Na Irlanda, Grécia, Letónia, Lituânia e Áustria, criaram-se projetos-piloto para introduzir o ensino da língua estrangeira onde ainda não existe como disciplina obrigatória (figura B1). Na Lituânia, está a ser implementada a língua alemã em 26 estabelecimentos de educação pré-escolar. Similarmente, na Áustria, inúmeros projetos com variadas fontes de financiamento – incluindo fontes públicas – têm vindo a introduzir o inglês às crianças do pré-escolar. Um reduzido número de outros projetos centram-se em outras línguas. Na Irlanda, onde o ensino de línguas estrangeiras não tem caráter obrigatório, mais de 500 escolas primárias (num total de 3 165) ensinam francês, alemão, espanhol ou italiano no âmbito da Iniciativa Línguas Modernas na Escola Primária (Modern Languages in Primary School Initiative). Na Grécia e Letónia, estarão em breve implementados novos desenvolvimentos introduzidos por projetos de pilotagem. No que diz respeito à Grécia, foram selecionadas 800 escolas primárias para introduzir o ensino do inglês a alunos entre os 6 e os 8 anos. Esta oferta será alargada a todas as escolas em 2013. Na Letónia, o projeto está a introduzir um novo programa de línguas (inglês, francês e alemão) para alunos entre os 6 e os 11 anos. Figura B8: Projetos-piloto destinados a aumentar a oferta de línguas na educação pré-escolar, ensinos primário e/ou secundário geral, 2010/11 Idade dos alunos em questão Projeto(s)-piloto Sem projeto(s)-piloto Fonte: Eurydice. Nota explicativa Esta figura considera essencialmente as línguas descritas no currículo como ‘estrangeiras’ (ou modernas). As línguas regionais e/ou minoritárias (figura B15) e as línguas clássicas (figura B16) somente são incluídas quando o currículo as designa como alternativas às línguas estrangeiras. Esta figura centra-se essencialmente nos projetos-piloto que alargam o ensino das línguas estrangeiras para além do nível mínimo da oferta educativa. Para uma definição de ‘projeto-piloto’ e ‘nível mínimo da oferta educativa’, ver a secção Glossário, Bases de Dados Estatísticas e Bibliografia. 36 SECÇÃO I – OFERTA DE LÍNGUA ESTRANGEIRA NA EDUCAÇÃO PRÉ-ESCOLAR E NOS ENSINOS PRIMÁRIO E SECUNDÁRIO Na Dinamarca, Países Baixos, Portugal, Finlândia e Noruega, projetos-piloto em desenvolvimento dão aos alunos a oportunidade de aprender mais línguas ou línguas alternativas (geralmente o francês e o alemão), para além daquela que é mais comummente aprendida, que é o inglês na maioria dos casos. O principal objetivo dos projetos finlandês, norueguês e dinamarquês é encorajar os alunos a estudarem mais línguas para além do inglês ou a iniciarem a aprendizagem mais cedo do que o previsto no currículo nacional. Na Finlândia, o projeto visa alunos dos 7 aos 16 anos. Na Noruega, visa alunos dos 11 aos 13 e destina-se explicitamente a desenvolver uma atitude positiva face ao multilinguismo. Decorre entre 2010 e 2012 e será submetido a uma avaliação antes de ser tomada uma decisão que conduza à sua implementação. Na Dinamarca, o projeto oferece aos alunos de 12 anos a oportunidade para começarem a aprender francês ou alemão em vez de esperarem até aos 13 anos, tal como está estipulado no currículo. Nos Países Baixos, está a ser implementado um projeto que investiga a melhor forma de introduzir o ensino de francês e de alemão nas escolas primárias, onde todos os alunos já têm a obrigatoriedade de aprender o inglês (figura B13). Um segundo projeto-piloto visa introduzir o chinês no nível secundário. Dependendo das escolas, o chinês é ministrado adicionalmente ou em substituição das duas línguas normalmente ministradas (francês e alemão). Em Portugal, o objetivo do projeto-piloto é iniciar o ensino de uma segunda língua estrangeira aos alunos de 10 anos, em vez de 12 anos, que é a idade normal para a introdução da segunda língua estrangeira como disciplina obrigatória. 37 ORGANIZAÇÃO SECÇÃO II – AS LÍNGUAS ESTRANGEIRAS NO CONTEXTO DA OFERTA DE TIPO CLIL NOS ENSINOS PRIMÁRIO E SECUNDÁRIO A APRENDIZAGEM INTEGRADA DE CONTEÚDOS E DE LÍNGUA É PARTE INTEGRANTE DA OFERTA DO ENSINO REGULAR NA QUASE TOTALIDADE DOS PAÍSES Em quase todos os países europeus, determinadas escolas oferecem um tipo de oferta educativa no âmbito da qual as disciplinas não linguísticas são ministradas ou em duas línguas distintas ou numa única língua que, de acordo com o currículo, é ‘estrangeira’. Este tipo de oferta é conhecido como aprendizagem integrada de conteúdos e de língua (CLIL – ver a secção Glossário, Bases de Dados Estatísticas e Bibliografia). Só a Dinamarca, Grécia, Islândia e Turquia é que não possuem este tipo de oferta. Figura B9: Existência de oferta CLIL nos ensinos primário e/ou secundário geral, 2010/11 Oferta CLIL em todas as escolas Oferta CLIL em algumas escolas Oferta CLIL no âmbito de projetos-piloto apenas Sem Oferta CLIL Fonte: Eurydice. Nota explicativa Oferta CLIL em algumas escolas: A prática não se encontra necessariamente generalizada. Para uma informação detalhada sobre a oferta CLIL em cada país, pode consultar-se o Anexo 2. Esta figura não abrange: • Programas oferecidos a crianças cuja língua materna não é a língua (ou uma das línguas) de ensino e que se destinam a facilitar a sua integração; • Programas em escolas internacionais. Para uma definição de ‘CLIL’ e de ‘projeto-piloto’, ver a secção Glossário, Bases de Dados Estatísticas e Bibliografia. Apesar de existir em quase todos os países ao nível dos ensinos primário e secundário geral, a oferta CLIL não se encontra generalizada nos sistemas educativos. Esta observação é extraída da informação nacional publicada no Anexo 2, a qual, apesar de não permitir comparações rigorosas entre países, não deixa de ser útil, na medida em que fornece algumas indicações sobre a abrangência desta oferta. A Bélgica (comunidade germanófona), Luxemburgo e Malta são os únicos países ou regiões nos quais a oferta CLIL existe em todas as escolas ao longo de todo o sistema educativo. Em três países, a oferta CLIL é ministrada apenas em escolas que funcionam com projetos-piloto. Na Bélgica (comunidade flamenga), o projeto que era suposto decorrer entre 2007 e 2010 foi prolongado 39 ORGANIZAÇÃO até 2012 em nove escolas secundárias. O seu objetivo é estudar cientificamente os desafios colocados pelo ensino CLIL. No Chipre, o ensino CLIL já era ministrado em escolas no âmbito de um programa piloto há vários anos, mas a partir de setembro de 2011 passou a fazer parte do ensino regular. Em Portugal, o projeto SELF (Secções Europeias de Língua Francesa), que envolve 23 escolas secundárias, oferece o ensino de disciplinas não linguísticas por meio da língua francesa. Desde 2010 que em Itália todos os alunos no último ano do ensino secundário superior são obrigados a aprender uma disciplina não linguística através de uma língua estrangeira. Os que se encontram na via das ‘línguas’ têm de o fazer a partir dos 16 anos. Aos 17, os alunos aprendem uma segunda disciplina não linguística por meio de uma segunda língua estrangeira escolhida de entre as três que estão a ser ministradas. Na Áustria, encontram-se difundidas práticas semelhantes. Neste país, no nível secundário, são lecionadas através de uma língua estrangeira unidades curriculares de disciplinas não linguísticas, com dimensões variáveis. Para além disso, as autoridades educativas austríacas optaram pelo uso da abordagem CLIL para ministrar a primeira língua estrangeira a todos os alunos entre os 6 e os 8 anos; os alunos têm uma aula integrada por semana durante a qual as disciplinas curriculares são lecionadas nessa língua estrangeira. Práticas similares para o ensino do inglês existem no Listenstaine para alunos da mesma faixa etária. Adicionalmente, desde 2010/11 que uma escola do ensino secundário superior disponibiliza oferta educativa CLIL a alunos que optam pela via das línguas. Este projeto terá a duração de quatro anos. PARA ALÉM DAS LÍNGUAS ESTRANGEIRAS, TAMBÉM AS LÍNGUAS REGIONAIS OU MINORITÁRIAS SÃO EXTENSIVAMENTE USADAS PARA A OFERTA EDUCATIVA CLIL No contexto da oferta CLIL, nos países onde são usadas duas línguas como línguas de ensino, o estatuto dessas línguas varia. As combinações de línguas usadas no CLIL dependem muito do espólio linguístico de cada país, particularmente quando existe mais do que uma língua nacional e/ou uma ou mais línguas regionais/minoritárias, com ou sem estatuto oficial (figura A1). O Anexo 2 fornece uma informação mais completa sobre as línguas e os níveis de ensino associados a este tipo de aulas. Vinte países ou regiões da Europa disponibilizam oferta de tipo CLIL onde disciplinas não linguísticas são lecionadas através de uma língua regional/minoritária assim como através da língua nacional (ou uma das línguas nacionais, se for o caso). Na prática, na Hungria, por exemplo, em algumas escolas são ministradas disciplinas não linguísticas em húngaro e outras em Eslovaco. Para além disso, todos estes países, exceto a Eslovénia e o Reino Unido (País de Gales, Irlanda do Norte e Escócia) têm outros padrões de uso da língua. Vinte e cinco países/regiões dispõem de oferta de tipo CLIL em situações em que disciplinas não linguísticas são lecionadas por meio de uma língua considerada como ‘estrangeira’ pelo currículo, bem como através da língua nacional (ou uma das línguas nacionais, se for o caso). Este grupo também engloba a oferta educativa em que todas as disciplinas não linguísticas são lecionadas numa língua estrangeira. Em todos estes países, exceto na Bulgária, Alemanha, Portugal, Reino Unido (Inglaterra), Listenstaine e Croácia, existem outras combinações de línguas (por exemplo, uma língua regional ou minoritária e uma língua nacional). Todavia, na Croácia, algumas escolas possuem uma oferta em que todas as disciplinas não linguísticas são lecionadas numa língua regional ou minoritária. Contudo, estas escolas não são consideradas como escolas com oferta CLIL (ver a secção Glossário, Bases de Dados Estatísticas e Bibliografia). Um olhar mais atento às línguas estrangeiras utilizadas como línguas de ensino, tal como mostra o Anexo 2, revela que o inglês, francês e alemão, assim como o espanhol e o italiano são as línguasalvo mais difundidas. Estas línguas constituem também as línguas estrangeiras mais ensinadas nas escolas por toda a Europa (figuras C8 a e b). 40 SECÇÃO II – AS LÍNGUAS ESTRANGEIRAS NO CONTEXTO DA OFERTA DE TIPO CLIL NOS ENSINOS PRIMÁRIO E SECUNDÁRIO Figura B10: Estatuto das línguas-alvo usadas na oferta CLIL nos ensinos primário e/ou secundário geral, 2010/11 1 língua oficial + 1 língua estrangeira 1 língua oficial + 1 língua regional, minoritária ou não territorial 1 língua oficial + 1 outra língua oficial Sem oferta CLIL Fonte: Eurydice. Nota explicativa Algumas línguas podem pertencer a duas categorias. Este é o caso particular dos países com mais do que uma língua oficial. No Luxemburgo, por exemplo, o francês é simultaneamente uma língua estrangeira e uma língua oficial. Esta situação deve-se ao facto de esta língua ser designada como ‘estrangeira’ no currículo nacional por razões educativas enquanto por razões políticas lhe é reconhecido o estatuto de ‘língua oficial’. Em termos práticos, quando dois rótulos são válidos para a mesma língua, é exibido o rótulo político. Para informações detalhadas sobre a oferta CLIL em cada país, pode consultar-se o Anexo 2. Esta figura não abrange: • Programas destinados às crianças cuja língua materna não é a (ou umas das) língua(s) de ensino com o fim de facilitar a sua integração; • Programas em escolas internacionais. Para uma definição de ‘CLIL’; ‘língua não territorial’; ‘língua regional ou minoritária’; ‘língua oficial’; ‘língua estrangeira’ e ‘projeto-piloto’ ver a secção Glossário, Bases de Dados Estatísticas e Bibliografia. Nos seis países com mais de uma língua oficial, algumas escolas dispõem de oferta educativa CLIL em que (as) duas línguas oficiais nacionais são usadas para ensinar as disciplinas curriculares não linguísticas. Na Bélgica (comunidade germanófona), Luxemburgo e Malta, esta oferta educativa existe em todas as escolas. No Luxemburgo, duas das três línguas oficiais (alemão e francês), são empregues como línguas de ensino para além do Luxemburguês – o alemão no ensino primário e secundário inferior e o francês no ensino secundário inferior e superior. Em quatro países (Espanha, Letónia, Países Baixos e Áustria), algumas escolas dispõem de oferta CLIL em que são usadas três línguas para lecionar disciplinas não linguísticas. As línguas usadas são a língua oficial, uma língua designada como estrangeira no currículo e uma língua regional ou minoritária. Este esquema, que é muito pouco frequente, não é mostrado na figura B10, a qual só expõe a situação mais comum do ensino em duas línguas. 41 ORGANIZAÇÃO AS CONDIÇÕES DE ADMISSÃO PARA OBTER ACESSO À OFERTA CLIL SÃO INCOMUNS Cerca de dois terços dos sistemas educativos incluem escolas em que uma língua considerada como ‘estrangeira’ em termos curriculares é utilizada para o ensino de disciplinas não linguísticas (figura B10). Esta oferta, que é conhecida como CLIL (tipo A), é o foco do seguinte indicador sobre critérios de admissão relacionados com os conhecimentos e as competências dos alunos. Figura B11: Recomendações centrais sobre os critérios de admissão à oferta CLIL que envolvem os conhecimentos e as competências, nos ensinos primário e/ou ensino secundário geral, 2010/11 Disciplinas curriculares específicas e aptidões gerais Competências linguísticas Sem critérios de admissão específicos Sem oferta CLIL ou CLIL tipo A Fonte: Eurydice. Nota explicativa Esta figura diz respeito apenas à oferta CLIL tipo 'A'. Para informação detalhada sobre oferta de tipo CLIL em cada país, pode consultar-se o Anexo 2. Não estão representadas na figura as situações em que as recomendações existem, mas abrangem todos os tipos de oferta educativa e não se aplicam especificamente à oferta CLIL. Esta Figura não abrange: • Programas destinados às crianças cuja língua materna não é a (ou umas das) língua(s) de ensino com o fim de facilitar a sua integração; • Programas em escolas internacionais. Para uma definição de ‘CLIL’ e ‘CLIL tipo A’, ver a secção Glossário, Bases de Dados Estatísticas e Bibliografia. Em grande parte dos países com oferta educativa CLIL (tipo A), não existem recomendações/regulamentações oficiais para as escolas relativamente às condições de admissão específicas a aplicar na seleção dos alunos para esta oferta. As únicas exceções são a Polónia, Roménia e Listenstaine. No caso da Roménia, só são avaliadas as competências linguísticas. Na Polónia e Listenstaine são avaliadas, para fins de seleção dos alunos, outras competências, conhecimentos ou aptidões. No Listenstaine, os alunos são selecionados com base na média da sua classificação no ano letivo prévio, na classificação obtida em línguas, em matemática e geografia e, finalmente, nos seus resultados em testes de diagnóstico. Contudo, no nível secundário superior, onde tem lugar esta seleção, a oferta CLIL só se encontra disponível como projeto-piloto (figura B9). 42 SECÇÃO II – AS LÍNGUAS ESTRANGEIRAS NO CONTEXTO DA OFERTA DE TIPO CLIL NOS ENSINOS PRIMÁRIO E SECUNDÁRIO Em alguns países onde não existem recomendações oficiais ou regulamentações sobre critérios de admissão à oferta CLIL relacionados com os conhecimentos e as competências dos alunos, as escolas podem, ainda assim, adotar os seus próprios critérios. É este o caso na República Checa, Hungria, Países Baixos, Eslováquia e Finlândia. Nos Países Baixos, por exemplo, a maioria das escolas com abordagem CLIL usa critérios baseados nos conhecimentos prévios dos alunos e, para além das competências linguísticas, atribuem ainda uma importância considerável à motivação do aluno. Em contraste, a legislação belga (comunidade francesa), não permite às escolas a introdução de outras condições de admissão para além da posição do aluno na lista de inscritos. Na Bulgária, todos os gymnasia especializados no nível secundário superior – e não só os que oferecem CLIL – utilizam critérios de admissão na seleção de alunos. 43 ORGANIZAÇÃO SECÇÃO III – VARIEDADE DE LÍNGUAS OFERECIDAS NOS ENSINOS PRIMÁRIO E SECUNDÁRIO NA MAIORIA DOS PAÍSES, AS AUTORIDADES EDUCATIVAS A NÍVEL CENTRAL INFLUENCIAM A VARIEDADE DE LÍNGUAS ESTRANGEIRAS PREVISTAS NO CURRÍCULO ESCOLAR Na totalidade dos países, com exceção de seis países, as autoridades educativas centrais influenciam a escolha das línguas disponíveis para os alunos nos ensinos primário e secundário. Em 15 países ou regiões, são emitidos pelas autoridades educativas centrais requisitos específicos que definem as línguas que os alunos devem aprender durante o seu percurso escolar. Todas as escolas têm de ministrar essas línguas específicas obrigatórias no currículo escolar (Figura B13). Figura B12: Recomendações às escolas sobre a inclusão no currículo de línguas estrangeiras específicas, níveis primário e/ou secundário geral, 2010/11 Lista de línguas Requisitos específicos para os alunos Requisitos específicos para as escolas Referência explícita à autonomia escolar Sem recomendações UK (1) = UK-ENG/WLS/NIR Fonte: Eurydice. Nota explicativa Em determinados países podem aplicar-se várias categorias, exceto quando utilizam a categoria ‘Sem recomendações’, a qual exclui todas as outras. A figura não diferencia entre níveis de ensino – todas as situações são representadas, seja qual for o nível. Lista de línguas: Inclui pelo menos três línguas opcionais para as escolas. Requisitos específicos para os alunos estudarem determinadas línguas: Os alunos são obrigados a estudar uma ou mais línguas específicas (i.e. línguas obrigatórias específicas). Requisitos específicos para as escolas oferecerem determinadas línguas: As escolas são obrigadas a incluir determinadas línguas no currículo sem terem de as tornar obrigatórias para os alunos. Referência explícita à autonomia escolar: Regulamentações ou recomendações oficiais determinam que as escolas possuam alguma autonomia para decidir que línguas devem constar do currículo escolar. Para uma definição de ‘língua estrangeira’ e ‘língua obrigatória específica’, ver a secção Glossário, Bases de Dados Estatísticas e Bibliografia. As autoridades centrais de nove países exigem que as escolas ofereçam línguas específicas aos alunos. Cinco destes países também pertencem à categoria prévia em que é imposta aos alunos pelo menos uma língua obrigatória específica (i.e. inglês). Na Dinamarca, todas as escolas são obrigadas a oferecer alemão aos alunos a partir dos 13 anos mas também podem oferecer o francês. Na Suécia, todas as escolas são obrigadas a oferecer no mínimo duas línguas entre o francês, o espanhol e o alemão durante a escolaridade obrigatória e, no ensino secundário superior, oferecem as mesmas três línguas. Na Noruega, todas as escolas do nível secundário inferior têm de oferecer pelo menos uma das seguintes línguas: francês, alemão, espanhol ou russo. No Chipre, é pedido a todas as escolas no nível secundário superior que ofereçam não apenas o inglês e o francês, as quais neste nível já não são obrigatórias para os alunos, como ainda alemão, italiano, espanhol, turco 45 ORGANIZAÇÃO e Russo. Em Malta, no nível secundário inferior, todas as escolas secundárias têm de oferecer italiano, francês, alemão, espanhol, árabe e russo, para além do inglês que é obrigatório para todos os alunos. No nível secundário superior, são adicionados à oferta o grego e o latim. Os últimos quatro dos nove países que exigem às suas escolas uma oferta específica de línguas, não colocam quaisquer obrigações aos alunos para estudarem as referidas línguas. Em Portugal, todas as escolas têm de oferecer inglês a alunos entre os 6 e os 10. Na Eslovénia, é obrigatório oferecer o inglês ou o alemão a partir do nível primário. Na Lituânia, as mesmas línguas, acrescidas do francês, têm de ser incluídas no currículo escolar a partir do nível primário. Na República Checa, as escolas têm de oferecer o inglês antes de qualquer outra língua aos alunos do ensino primário. Se os alunos (ou os seus pais) optam por outra língua que não o inglês, a escola tem de informá-los que o sistema educativo não pode garantir continuidade dessa aprendizagem quando os alunos transitarem para o ensino secundário ou se mudarem para outra escola. Em oito países, as autoridades educativas centrais fazem referências explícitas à autonomia das escolas para determinar as línguas que são incluídas no currículo escolar. Porém, nestes países, as escolas não têm autonomia plena, pois existem ainda algumas restrições, seja em relação aos alunos ou às escolas. Por exemplo, no Reino Unido (Inglaterra, País de Gales e Irlanda do Norte) onde parece existir maior autonomia, as escolas têm bastante liberdade para escolher a(s) língua(s) que ministram. Na Irlanda do Norte, a seleção das línguas deve ser feita entre as línguas oficiais da UE (para além do inglês e irlandês, nas escolas que usam esta língua para ensinar). Na Inglaterra e País de Gales, as escolas podem oferecer qualquer língua principal europeia ou do mundo. O INGLÊS É UMA LÍNGUA OBRIGATÓRIA EM 14 PAÍSES OU REGIÕES Quinze países ou regiões especificam que determinadas línguas são obrigatórias, i.e. todos os alunos devem aprender essa língua específica. Na Bélgica (comunidades germanófona e flamenga), Chipre, Islândia e Listenstaine, existem duas línguas obrigatórias específicas. No Luxemburgo, são três línguas – todos os alunos têm de estudar alemão, francês e inglês durante a escolaridade obrigatória. Em 14 países ou regiões, todos os alunos têm a obrigatoriedade de aprender inglês e, na maioria dos casos, esta é a primeira língua que têm de aprender. O francês é, com frequência, a segunda língua estrangeira obrigatória. Em três de entre cinco países ou regiões dentro de países onde o francês é uma língua obrigatória, o francês constitui também uma das línguas oficiais (figura A1). Em vários países, o estudo de determinadas línguas é obrigatório por razões históricas ou políticas como é o caso da Bélgica, Luxemburgo, Finlândia e Islândia. Na maior parte dos países (exceto Itália e Listenstaine) onde, em 2010/11, a aprendizagem de uma língua específica era obrigatória numa determinada etapa da escolaridade obrigatória, esta medida já estava implementada em 1992/93. Na Eslováquia, a reforma a implementar a partir do ano letivo de 2011/12 institui o inglês como língua obrigatória. Estas medidas sugerem uma tendência crescente para impelir os alunos europeus a aprender a língua inglesa. As percentagens reais dos alunos de inglês, quer no ensino primário quer no secundário são, efetivamente, bastante elevadas (Capítulo C). Na República Checa, Lituânia, Portugal e Eslovénia, as autoridades educativas centrais não atribuíram à aprendizagem do inglês um caráter obrigatório, mas colocam às escolas condições específicas para incluírem a disciplina de Inglês – e ainda algumas outras línguas em alguns países – no currículo escolar (figura B12). Desde o ano letivo de 2012/13 que o inglês, em Portugal, se tornou obrigatório para os alunos a partir dos 10 anos. A Letónia que, em 2002/03, recomendava que o inglês deveria ser ministrado a todos os alunos, abandonou esta política, deixando ao critério das escolas, alunos e pais a escolha das línguas. 46 SECÇÃO III – VARIEDADE DE LÍNGUAS OFERECIDAS NOS ENSINOS PRIMÁRIO E SECUNDÁRIO Figura B13: Línguas estrangeiras obrigatórias específicas definidas pelas autoridades educativas centrais (escolaridade obrigatória a tempo inteiro), 1992/93, 2002/03, 2006/07, 2010/11 BE fr BE de BE nl 2010/11 BG CZ DK DE IE EL IT CY EE ES FR 2006/07 2002/03 1992/93 UK-ENG/ 2010/11 AT PL PT RO SI SK FI LV LT UK- MT NL fi/sv da SE WLS/NIR SCT IS LI NO fi/sv da fi/sv da 1992/93 fi/sv Francês Alemão Sem línguas estrangeiras obrigatórias da HR TR 2002/03 Inglês HU 2006/07 LU Sem línguas obrigatórias específicas Fonte: Eurydice. Nota explicativa Apenas são indicadas situações que se referem à globalidade dos alunos, independentemente do seu tipo de escola ou via de ensino. Onde se observam diversas línguas obrigatórias, a sua posição nas células da Figura em cima corresponde à ordem em que são aprendidas. Para uma definição de ‘língua estrangeira’ e ‘língua obrigatória específica’, ver a secção Glossário, Bases de Dados Estatísticas e Bibliografia. Notas específicas por país Bélgica (BE fr): Em todos os anos de referência, o neerlandês constitui uma língua obrigatória específica em Bruxelas (e em algumas cidades com estatuto linguístico específico) onde quer que o francês seja a língua de ensino. Bélgica (BE de): Em todos os anos de referência, o alemão é uma língua obrigatória específica em escolas onde o francês é a língua de ensino para a minoria francófona residente na região germanófona. Alemanha: Em Saarland, a língua obrigatória é o francês, e não o inglês. Irlanda: Todos os alunos são obrigados a estudar o irlandês e o inglês. Finlândia: A língua obrigatória específica é a segunda língua oficial (sueco (sv) ou finlandês (fi) dependendo da língua materna do aluno). Islândia: Os alunos podem escolher o sueco ou o norueguês em vez da língua dinamarquesa (da), desde que cumpram determinadas condições. AS LÍNGUAS MENOS UTILIZADAS SÃO MUITAS VEZES MINISTRADAS NO ENSINO SECUNDÁRIO Em quase todos os países, é exigido, recomendado ou permitido às escolas a oferta de certas línguas estrangeiras no currículo (figura B12). A figura B14 fornece uma perspetiva abrangente destas línguas sem fazer qualquer distinção entre os respetivos estatutos regulamentares. Não contém nenhuma informação acerca das línguas que são efetivamente oferecidas na prática pelas escolas ou acerca da percentagem real de alunos que aprendem línguas estrangeiras específicas (Capítulo C). As línguas mais utilizadas da União Europeia (isto é, o inglês, francês, alemão, espanhol e italiano), juntamente com o russo, são as mais frequentemente citadas pelas autoridades educativas centrais para inclusão nos currículos escolares. São também as línguas mais aprendidas pelos alunos (figuras C8 a e b). 47 ORGANIZAÇÃO Figura B14: Línguas estrangeiras no currículo escolar indicadas pelos documentos oficiais emitidos pelas autoridades educativas a nível central, ensinos primário e/ou secundário geral, 2010/11 Inglês Francês Espanhol Alemão Italiano Russo Árabe Latim Chinês Japonês Turco Neerlandês Polaco Grego Clássico Dinamarquês Sueco Hebraico Moderno Finlandês Croata Húngaro Português Grego Eslovaco CITE 2 CITE 3 CITE 2 e 3 CITE 1, 2 e 3 UK (1) = UK-ENG/WLS/NIR Fonte: Eurydice. Nota explicativa Esta figura mostra as línguas recomendadas, exigidas ou permitidas pelas autoridades educativas a nível central. Trata sobretudo das línguas descritas como ‘estrangeiras’ nos currículos/documentos oficiais emitidos pelas autoridades educativas centrais. As línguas regionais e/ou minoritárias, bem como as línguas clássicas, são incluídas apenas quando os documentos oficiais emitidos pelas autoridades educativas a nível central as designam como alternativas às línguas estrangeiras. Não é feita qualquer distinção entre vias de ensino ou tipos de escola – todos são incluídos. As línguas encontram-se listadas por ordem descendente, de acordo com o número de países que as incluem nos seus currículos centrais/documentos oficiais. Esta classificação não considera o nível de ensino para o qual a língua é recomendada/exigida. Somente as línguas estrangeiras indicadas por mais de um sistema educativo são mostradas na Figura. Nos casos em que só vem referida por um sistema educativo, a língua e o país a que respeita são indicados nas notas por país. Para uma definição de ‘língua estrangeira’ e ‘língua obrigatória específica’, ver a secção Glossário, Bases de Dados Estatísticas e Bibliografia. Notas específicas por país Bélgica (BE fr): Em Bruxelas, nas escolas de língua francesa, só pode ser oferecido o neerlandês nos níveis CITE 1 e 2. Bulgária, Espanha, Letónia, Hungria, Polónia e Reino Unido (SCT): As autoridades educativas centrais não fazem quaisquer recomendações. Lituânia: Letão (níveis CITE 2 e 3). Áustria: Romani (CITE 1); bósnio/croata/sérvio (CITE 2 e 3); esloveno, checo (CITE 1 a 3). 48 SECÇÃO III – VARIEDADE DE LÍNGUAS OFERECIDAS NOS ENSINOS PRIMÁRIO E SECUNDÁRIO Eslovénia: Sérvio, macedónio (CITE 2). Sob determinadas circunstâncias, o grego clássico (CITE 3) pode ser encarado como uma língua estrangeira. Noruega: Sami, bósnio, albanês, dari (afegão persa), coreano, Curdo (Sorâni), persa, somali, tamil, urdu, vietnamita, língua gestual (CITE 3). A única língua com recomendações ou regulamentações aplicadas aos três níveis de ensino em quase todos os países é o inglês. Na Bélgica (comunidades germanófona e flamenga) e no Luxemburgo, o inglês não é oferecido no ensino primário, pois os alunos têm de estudar uma outra ou outras línguas neste nível (figura B13). O espanhol é mais vezes mencionado pelas autoridades educativas centrais do que o alemão. Todavia, a língua espanhola surge com maior frequência como disciplina no nível secundário enquanto o alemão é mencionado num maior número de países no que respeita aos três níveis de ensino. Um pequeno número de autoridades educativas centrais menciona línguas europeias pouco utilizadas, e também línguas não europeias. Além disso, as recomendações ou regulamentos quase sempre se aplicam ao nível secundário; é o caso do árabe, chinês, japonês, turco, polaco e neerlandês. Em alguns países, as línguas clássicas (figura B16) e as línguas com estatuto regional e/ou minoritário fazem parte do pacote de línguas definido pelas autoridades educativas centrais para inclusão no currículo escolar. Tal aplica-se, por exemplo, às línguas regionais e/ou minoritárias bem como ao latim e grego clássico ministrados nas escolas da Áustria. Alguns países mencionam as línguas das minorias autóctones, as línguas das minorias imigrantes como o português no Luxemburgo, ou as línguas dos países vizinhos, tal como o letão na Lituânia. Outras razões que combinam fatores históricos e linguísticos podem também contar para a ocorrência de outras línguas, como o dinamarquês na Islândia. Por fim, temos línguas que são oficiais e que todos os alunos têm de aprender, como o finlandês e o sueco na Finlândia. O leque relativamente amplo de línguas que podem ser oferecidas em países como a França, Áustria e Noruega pode também sugerir a existência de uma política de diversidade linguística. Todavia, nestes países, como nos restantes, as línguas menos utilizadas na Europa são, na realidade, aprendidas por uma pequena percentagem de alunos (figura C11). AS LÍNGUAS REGIONAIS OU MINORITÁRIAS SÃO MENCIONADAS NO CURRÍCULO OU OUTROS DOCUMENTOS OFICIAIS EM QUASE DOIS TERÇOS DOS PAÍSES Em muitos países, falam-se inúmeras línguas regionais ou minoritárias assim como línguas não territoriais. Em alguns destes países, tais línguas têm estatuto oficial (figura A1). Em quase dois terços dos países, as autoridades educativas centrais recomendam ou exigem que determinadas línguas regionais ou minoritárias ou não territoriais sejam incluídas nos currículos escolares. Todas as línguas com estatuto oficial constam nas recomendações ou requisitos curriculares de muitos países. Até na França e na Lituânia, que não atribuem estatuto oficial a nenhuma língua regional ou minoritária, é especificado que as línguas regionais ou minoritárias podem ser incluídas no currículo. 49 ORGANIZAÇÃO bel bos bre bul cat cat cos csb cse cym dan deu ell eus fao fin fit fra frp fry fur gla gle glg hbs heb hrv hun Línguas Bielorrusso Bósnio Bretão Búlgaro Catalão Valenciano Corso Cassúbio Checo Galês Dinamarquês Alemão Grego Basco Feroês Finlandês Meänkieli BE fr BE de BE nl BG CZ DK DE EE IE EL ES FR IT CY LV LT LU HU MT NL AT PL PT RO SI SK FI SE UK-ENG UK-WLS UK-NIR UK-SCT IS LI NO HR TR Código Figura B15: Referência a línguas regionais ou minoritárias específicas nos documentos oficiais emitidos pelas autoridades educativas centrais, ensinos primário e/ou secundário geral, 2010/11 (Tornedalen Finlandês) Francês Franco-Provençal Frísio Friuliano Gaélico escocês Irlandês Galego Montenegrino Hebraico Croata Húngaro Fonte: Eurydice. Nota explicativa Esta figura mostra as línguas regionais ou minoritárias mencionadas pelas autoridades educativas a nível central como sendo permitidas, recomendadas ou exigidas nos currículos. Não é feita qualquer distinção entre níveis de ensino, vias de ensino ou tipos de escola. Em alguns países, as línguas mencionadas podem existir apenas nas escolas de algumas regiões. As línguas são classificadas por ordem do seu código de três letras (Norma ISO 639-3). Para uma definição de ‘língua regional ou minoritária’ e ‘língua não territorial’ ver a secção Glossário, Bases de Dados Estatísticas e Bibliografia. Em alguns países, determinadas línguas regionais ou minoritárias são obrigatórias para todos ou alguns alunos. É o caso do catalão, valenciano, basco e galego, que são línguas obrigatórias específicas nas Comunidades Autónomas de Espanha onde, juntamente com o espanhol, são línguas cooficiais. Nos Países Baixos, o frísio é obrigatório para todos os alunos na província de Friesland. No Reino Unido (País de Gales), todos os alunos têm de aprender galês. Muitos países europeus também utilizam as línguas regionais ou minoritárias como línguas de ensino na oferta CLIL (figura B10). 50 SECÇÃO III – VARIEDADE DE LÍNGUAS OFERECIDAS NOS ENSINOS PRIMÁRIO E SECUNDÁRIO hye ita kal kdr lit lld mkd mwl oci pol rcf rmy rom ron rue rue rus slk slv sme sqi srd srp tah tat tpi tur ukr wen yid Línguas Arménio Italiano Gronelandês Karaim Lituano Ladino Macedónio Mirandês Occitano Polaco Criolo Romani Vlax Romani Romeno Lemko Rusyn Russo Eslovaco Esloveno Sami Albanês Sardenho Sérvio Taitiano Tártaro Línguas melanésias Turco Ucraniano Sorábio Yiddish BE fr BE de BE nl BG CZ DK DE EE IE EL ES FR IT CY LV LT LU HU MT NL AT PL PT RO SI SK FI SE UK-ENG UK-WLS UK-NIR UK-SCT IS LI NO HR TR Código Figura B15 (continuação): Referência a línguas regionais ou minoritárias específicas em documentos oficiais emitidos pelas autoridades educativas centrais, ensinos primário e/ou secundário geral, 2010/11 Fonte: Eurydice. Nota explicativa A figura mostra as línguas regionais ou minoritárias mencionadas pelas autoridades educativas a nível central como sendo permitidas, recomendadas ou exigidas nos currículos. Não é feita qualquer distinção entre níveis de ensino, vias de ensino ou tipos de escola. Em alguns países, as línguas mencionadas podem existir apenas nas escolas de algumas regiões. As línguas são classificadas por ordem do seu código de três letras (Norma ISO 639-3). Para uma definição de ‘língua regional ou minoritária’ e ‘língua não territorial’ ver a secção Glossário, Bases de Dados Estatísticas e Bibliografia. 51 ORGANIZAÇÃO CERCA DE METADE DOS PAÍSES EUROPEUS EMITE RECOMENDAÇÕES OU REGULAMENTAÇÕES SOBRE A OFERTA DE LÍNGUAS CLÁSSICAS NO NÍVEL SECUNDÁRIO SUPERIOR As recomendações ou regulamentações emitidas pelas autoridades educativas a nível central relativamente à oferta de latim e de grego clássico diferem significativamente entre os níveis inferior e superior do ensino secundário geral. Não existem recomendações/regulamentações sobre esta oferta no nível secundário inferior, na maioria dos países. Porém, em cerca de metade dos países europeus, as autoridades educativas a nível central já emitem tais recomendações/regulamentações para o nível secundário superior. As recomendações/regulamentações para o nível secundário superior diferem entre os países. A maioria das autoridades educativas recomenda ou exige que as escolas tornem o latim obrigatório apenas para alguns alunos que seguem vias de ensino especializadas em línguas modernas ou clássicas ou humanidades. No que respeita ao grego clássico, a maior parte das autoridades educativas exige ou recomenda que as escolas tornem esta língua obrigatória apenas para alguns alunos ou que seja oferecida como uma opção para determinados alunos. Figura B16: Estatuto das línguas clássicas no ensino secundário geral, de acordo com as regulamentações/recomendações centrais, ensino secundário inferior e superior, 2010/11 Grego clássico Obrigatório para todos Obrigatório para alguns Opção do currículo nuclear para todos Opção do currículo nuclear para alguns Sem recomendações ou regulamentações Latim Obrigatório para todos Obrigatório para alguns Opção do currículo nuclear para todos Opção do currículo nuclear para alguns Sem recomendações ou regulamentações CITE 2 CITE 3 UK (1) = UK-ENG/WLS/NIR Fonte: Eurydice. Nota explicativa Esta figura mostra as recomendações/regulamentações emitidas pelas autoridades educativas centrais sobre como deve ser disponibilizada a oferta de línguas clássicas no nível secundário. Obrigatório para alguns: Refere-se a alunos que prosseguem determinados percursos educativos ou frequentam certos tipos de escola. Opção do currículo nuclear: As escolas devem oferecer aos alunos oportunidades para aprender latim ou grego clássico, mas sem obrigatoriedade. Sem recomendações/regulamentações: Significa 'sem recomendações quanto à inclusão do latim ou do grego clássico como opções no currículo para alguns ou todos os alunos' e 'sem recomendações sobre a obrigação de alguns ou todos os alunos estudarem estas línguas'. 52 SECÇÃO III – VARIEDADE DE LÍNGUAS OFERECIDAS NOS ENSINOS PRIMÁRIO E SECUNDÁRIO Notas específicas por país Dinamarca: No nível CITE 3, quer o latim quer o grego clássico devem ser oferecidos a todos os alunos. Países Baixos: Os alunos que frequentam a maioria dos percursos educativos têm de estudar ou latim ou grego clássico; também podem ter de estudar ambos. Os poucos países onde existem recomendações sobre a oferta de línguas clássicas no nível secundário inferior podem agrupar-se em dois grupos. No primeiro, a língua nacional deriva diretamente ou do latim ou do grego clássico. Esta situação ocorre na Bélgica (comunidade francesa), Espanha, França, Roménia, Grécia e Chipre. O segundo grupo envolve países onde a oferta educativa é diferenciada a partir do nível secundário inferior. Na Alemanha, Luxemburgo, Países Baixos, Listenstaine e Áustria, os alunos são encaminhados para diferentes tipos de escola. O grego clássico e/ou latim são disciplinas obrigatórias ou opções para aqueles alunos que frequentam o tipo de escola mais académico, como o Gymnasium na Alemanha, Áustria e Listenstaine ou o VWO nos Países Baixos. Apenas quatro países tornam obrigatória para todos os alunos a frequência de uma língua clássica. O latim é obrigatório no nível secundário inferior na Roménia e no nível secundário superior na Croácia. Na Grécia e Chipre, o grego clássico é obrigatório nestes dois níveis. Aparte as recomendações emitidas pelas autoridades educativas a nível central, as escolas dos países com um currículo flexível (figura B6) podem decidir introduzir o latim e/ou o grego clássico no seu currículo local. Alguns países sem recomendações ou regulamentações específicas sobre como deve ser a oferta educativa das línguas clássicas nas escolas podem, ainda assim, definir as circunstâncias em que tais línguas devem ser oferecidas no currículo escolar. É o caso da Hungria, onde as autoridades educativas centrais determinam que as escolas podem oferecer línguas clássicas (não especificadas individualmente) na condição de oferecer primeiro uma língua estrangeira moderna. 53 PAR T I C I PA Ç Ã O A PROPORÇÃO DE ALUNOS NO ENSINO PRIMÁRIO A APRENDER LÍNGUAS ESTRANGEIRAS AUMENTA COM A IDADE Em praticamente todos os países europeus, o ensino obrigatório de uma língua estrangeira começa durante o nível primário (CITE 1). Todavia, enquanto em alguns países a aprendizagem de línguas estrangeiras pode começar numa fase inicial deste nível de ensino, noutros países só se torna parte do currículo nos últimos anos. Por conseguinte, as taxas de participação na aprendizagem de línguas entre a população escolar do ensino primário podem variar consideravelmente de um país para outro, conforme os diferentes requisitos curriculares. Na maioria dos países para os quais existem dados disponíveis, mais de metade da população inscrita no ensino primário aprende uma língua estrangeira (figura C1a). Na Grécia, Espanha, Itália, Luxemburgo, Malta, Áustria, Polónia, Noruega e Croácia, a totalidade ou quase totalidade dos alunos inscritos no ensino primário aprendem pelo menos uma língua estrangeira. Entre estes países, o Luxemburgo e a Grécia caracterizam-se por uma proporção particularmente elevada de alunos que aprendem duas ou mais línguas (83,6 % e 46,7 %, respetivamente). Em todos os países supramencionados, a aprendizagem da língua estrangeira é introduzida no ensino primário, e frequentemente na fase inicial da escolaridade obrigatória. Alguns países mostram um perfil caracterizado por percentagens relativamente pequenas de alunos no ensino primário que aprendem línguas. Isto aplica-se em particular à Irlanda, onde apenas cerca de 4 % dos alunos inscritos no ensino primário aprendem uma língua estrangeira. Uma percentagem tão pequena pode explicar-se pelo facto de, na Irlanda, os alunos não têm que aprender uma língua estrangeira mas todos têm de aprender irlandês e inglês, as duas línguas oficiais. A comunidade flamenga da Bélgica, Países Baixos e Portugal também se caracteriza por uma percentagem relativamente pequena de população no nível primário a aprender uma língua estrangeira. Uma analise da informação desagregada por idades selecionadas, abrangendo 18 sistemas educativos (figura C1b), indica que, nos países caracterizados por uma percentagem elevada de alunos no ensino primário, a aprender línguas, todos ou quase todos os alunos com 7 anos de idade já aprenderam pelo menos uma língua estrangeira (ver Luxemburgo, Malta, Áustria e Noruega). Em outros países para os quais existem dados disponíveis, a proporção de alunos de 7 anos que aprendem pelo menos uma língua estrangeira é mais pequena, por vezes até insignificante (por exemplo, na Eslovénia) ou nula (Irlanda e Países Baixos). À medida que a faixa etária sobe, aumenta a proporção dos que aprendem línguas. Pode verificar-se que, em diversos países, ocorre uma mudança significativa numa determinada idade, a qual corresponde à idade em que a língua estrangeira se torna uma disciplina obrigatória (por exemplo, aos 8 anos na Lituânia, aos nove anos na Eslovénia e Turquia). Os dados também refletem o facto de que, na maior parte dos países, as escolas têm um certo grau de autonomia na introdução de línguas no currículo. Assim, é bastante comum que uma determinada proporção de alunos aprenda uma língua estrangeira até antes de esta se tornar obrigatória. Para além disso, a figura mostra que aos 10 anos, na quase totalidade dos sistemas educativos para os quais existem dados, todos ou quase todos os alunos já aprenderam pelo menos uma língua estrangeira. A situação é diferente apenas na Irlanda, onde somente 7 % dos alunos aprendem uma língua estrangeira e na comunidade flamenga da Bélgica, Países Baixos e Reino Unido, onde a proporção de alunos que aprendem línguas se situa entre os 65 % e os 75 %. 55 PARTICIPAÇÃO Figura C1: Distribuição percentual dos alunos em relação ao número de línguas estrangeiras aprendidas, no ensino primário (CITE 1), 2009/10 Figura C1a: Percentagem de todos os alunos matriculados no ensino primário a aprender 0 línguas, 1 língua e 2 ou mais línguas A aprender estrangeiras 0 línguas A aprender estrangeira 1 língua A aprender estrangeiras 2 ou mais línguas Fonte: Eurostat, UOE. Para consultar o quadro com dados, ver Figura C2. Figura C1b: Percentagem de alunos com 7, 8, 9 e 10 anos a aprender 0 línguas, 1 língua e 2 ou mais línguas 7 anos A aprender 0 línguas estrangeiras 8 anos 9 anos A aprender 1 língua estrangeira 10 anos A aprender 2 ou mais línguas estrangeiras Fonte: Eurostat, UOE. Nota explicativa Só são contempladas as línguas consideradas como línguas estrangeiras no currículo elaborado pelas autoridades educativas centrais. As línguas regionais apenas são incluídas quando o currículo as designa como alternativas às línguas estrangeiras. As línguas ensinadas fora do currículo como disciplinas opcionais não são incluídas. A percentagem de alunos a aprender 0, 1, 2 (ou mais) línguas estrangeiras é calculada em relação à totalidade dos alunos em todos os níveis do ensino primário, mesmo que tal aprendizagem não seja iniciada na fase inicial deste ciclo de aprendizagem. O número de alunos a aprender 0, 1, 2 (ou mais) línguas estrangeiras é dividido pelo correspondente número de alunos matriculados no nível CITE a que respeita.Figura C1b: A Figura cobre apenas 18 sistemas educativos. Não existem dados disponíveis para outros sistemas educativos. 56 PARTICIPAÇÃO BE nl 0 LE 96,0 7 anos 1 LE 3,9 2 LE 0,1 0 LE 93,2 8 anos 1 LE 6,6 2 LE 0,2 0 LE 86,6 9 anos 1 LE 13,2 2 LE 0,2 0 LE 28,8 10 anos 1 LE 70,9 2 LE 0,3 IE 100,0 0,0 0,0 100,0 0,0 0,0 100,0 0,0 0,0 93,0 7,0 0,0 EL : : : 4,1 93,7 2,2 3,9 92,9 3,1 3,6 9,5 86,9 CY 91,6 0,0 8,4 92,0 0,0 7,9 6,6 86,4 7,0 0,7 92,8 6,6 LT 92,7 7,1 0,2 6,2 93,5 0,3 6,7 93,2 0,1 1,0 98,8 0,2 LU 0,0 7,6 92,4 0,0 0,4 99,6 0,0 0,0 100,0 0,0 0,0 100,0 HU 64,3 34,9 0,8 58,3 40,9 0,8 39,0 59,8 1,2 8,9 88,9 2,2 MT 0,0 100,0 0,0 0,0 100,0 0,0 0,0 100,0 0,0 0,0 99,9 0,1 NL 100,0 0,0 0,0 100,0 0,0 0,0 100,0 0,0 0,0 33,3 66,7 0,0 AT 1,6 96,6 1,8 1,9 96,2 1,9 0,6 97,4 2,0 0,1 98,0 1,9 RO 79,5 19,5 1,0 62,3 36,8 1,0 8,8 90,2 1,0 3,7 95,4 0,9 SI 99,2 0,8 0,0 99,0 1,0 0,0 0,0 100,0 0,0 0,0 100,0 0,0 FI 92,3 6,6 1,1 86,4 12,5 1,1 1,4 96,8 1,8 0,8 77,0 22,2 SE 42,6 57,1 0,3 42,7 57,0 0,3 42,7 57,0 0,3 0,0 99,4 0,6 UK 25,5 74,5 0,0 25,5 74,5 0,0 25,5 74,5 0,0 25,5 74,5 0,0 IS 69,6 29,9 0,4 58,8 41,0 0,2 24,7 74,1 1,1 1,2 93,7 5,0 NO 0,0 100,0 0,0 0,0 100,0 0,0 0,0 100,0 0,0 0,0 100,0 0,0 TR 97,6 2,4 0,0 97,8 2,2 0,0 0,0 100,0 0,0 0,2 99,8 0,0 Fonte: Eurostat, UOE. Notas específicas por país (figura C1) UE (C1a): Os totais da UE são calculados com base nos países para os quais existem dados disponíveis. Nos casos em que não existem dados para o ano de referência, foram utilizados dados do ano prévio/seguinte sempre que foi possível calcular os agregados da União Europeia. Bélgica: Os dados excluem instituições privadas independentes. Bélgica (BE nl): Não é incluída a educação especial. Estónia (C1a) e Finlândia: A língua nacional ensinada nas escolas onde não é a língua de ensino conta como uma língua estrangeira. Irlanda: Os dados referem-se somente a instituições públicas. Todos os alunos nas escolas primárias aprendem a língua irlandesa. Itália e Islândia (C1a): Os alunos com necessidades educativas especiais não estão incluídos. Luxemburgo: Todos os alunos no ensino primário aprendem luxemburguês, o qual é excluído dos dados. São excluídas as escolas privadas independentes. Hungria: Os alunos com uma deficiência cognitiva são incluídos no número total de alunos. Eslovénia: Os dados fazem referência ao final do ano letivo. Não são considerados os alunos a aprender uma segunda língua nas regiões onde vivem minorias. Eslováquia (C1a): São incluídos alguns alunos a aprender línguas estrangeiras em escolas de ensino especial. Reino Unido: Os indicadores foram calculados com base nos dados estimados fornecidos para o conjunto do Reino Unido. ESTÁ A AUMENTAR A PERCENTAGEM DE ALUNOS A APRENDER PELO MENOS UMA LÍNGUA ESTRANGEIRA NO ENSINO PRIMÁRIO Na União Europeia, durante o período entre 2004/05 e 2009/10, a proporção de alunos matriculados no ensino primário (CITE 1) que não aprendiam uma língua estrangeira diminuiu certa de 10 pontos percentuais, de 32,5 % para 21,8 %. Ao analisar a situação em cada um dos países, o decréscimo mais significativo registou-se na Eslovénia, onde a proporção de alunos que não aprendiam uma língua estrangeira no ensino primário desceu de 88,1 % em 2004/05 para 48,4 % em 2009/10. O decréscimo foi também relativamente alto no Reino Unido (diferença de cerca de 34 pontos percentuais), República Checa (cerca de 25 pontos percentuais), Islândia (cerca de 21 pontos percentuais), Bulgária e Eslováquia (ambos cerca de 18 pontos percentuais). As alterações nestes países resultam muitas vezes de reformas educativas no sentido de introduzir o ensino de uma língua estrangeira como uma disciplina obrigatória numa fase mais precoce da educação (figura B2). 57 PARTICIPAÇÃO No que diz respeito às mudanças ocorridas entre 2006/07 e 2009/10, a Polónia registou a diferença mais surpreendente. Neste país, a proporção de alunos no ensino primário a aprender pelo menos uma língua estrangeira subiu de 54,5 % em 2006/07 para 97,7 % em 2009/10 (uma diferença de cerca de 43 pontos percentuais). Este desenvolvimento pode ser explicado pela introdução de uma reforma em 2008/09 destinada a tornar a aprendizagem da primeira língua estrangeira obrigatória a partir dos 7 anos. Ao analisar a proporção de alunos que aprendem duas ou mais línguas estrangeiras, pode observarse que entre os diferentes anos de referência, a Grécia, Letónia e Polónia registaram o aumento mais significativo (ver a Grécia entre 2004/05 e 2009/10, a Letónia entre 2004/05 e 2006/07, e a Polónia entre 2006/07 e 2009/10). Nos outros países para os quais existem dados disponíveis, as alterações na proporção de alunos no ensino primário a aprender línguas estrangeiras foram menos significativas e, na maioria dos casos, não excederam os 10 pontos percentuais. Dados (figura C2) 0 LE 0 LE 0 LE 1 LE 1 LE 1 LE 2 LE 2 LE 2 LE 2005 2007 2010 2005 2007 2010 2005 2007 2010 0 LE 0 LE 0 LE 1 LE 1 LE 1 LE 2 LE 2 LE 2 LE 2005 2007 2010 2005 2007 2010 2005 2007 2010 UE 32,5 29,7 21,8 64,6 67,1 72,1 2,7 3,1 6,1 HU : 49,0 44,5 : 49,9 54,3 : 1,2 1,2 BE fr BE de 43,8 : 45,3 : 49,7 : 56,2 : 54,7 : 50,3 : 0,0 : 0,0 : 0,0 : MT NL 0,0 66,7 0,0 66,7 0,0 67,7 100,0 33,3 100,0 : 99,9 32,3 0,0 0,0 0,0 : 0,1 0,0 BE nl 66,1 67,9 68,3 33,9 31,9 31,5 0,0 0,2 0,2 AT 2,2 : 1,1 93,7 : 97,0 4,1 : 1,9 BG 33,5 17,4 15,9 65,9 81,7 82,9 0,6 0,9 1,3 PL : 45,5 2,3 : 53,2 83,8 : 1,3 13,9 CZ 53,5 36,5 29,0 44,2 60,3 67,5 2,3 3,2 3,5 PT 65,3 : 66,8 34,7 : 32,9 0,0 : 0,3 DK 32,8 32,3 32,7 67,2 67,7 67,3 0,0 0,0 0,0 RO 41,8 37,7 39,8 57,5 61,2 59,3 0,7 1,0 0,9 DE : : : : : : : : : SI 88,1 64,5 48,4 11,9 35,3 51,6 0,0 0,2 0,0 EE 20,5 22,2 : 53,3 48,4 : 26,2 29,4 : SK 50,5 45,5 32,6 47,3 52,4 64,6 2,2 2,0 2,8 IE 95,4 95,2 95,7 4,6 4,8 4,3 0,0 0,0 0,0 FI 28,9 28,9 30,0 56,9 57,0 57,1 14,1 14,1 12,9 EL 11,1 : 3,8 86,8 : 49,6 2,2 : 46,7 SE 19,4 19,9 21,8 67,1 66,0 66,3 13,5 14,1 11,9 ES 8,6 7,3 0,7 87,1 88,0 93,4 4,3 4,8 5,9 UK 59,9 30,6 25,5 40,1 69,4 74,5 0,0 0,0 0,0 FR : : : : : : : : : IT 0,2 0,1 0,2 98,0 98,3 97,4 1,8 1,6 2,5 IS 53,0 46,2 32,2 30,8 37,8 50,7 16,2 16,0 17,1 CY 44,4 44,5 44,2 : : 48,1 : : 7,6 LI : : : : : : : : : LV 42,9 28,9 31,2 55,8 54,1 55,0 1,2 16,9 13,8 NO 0,0 0,0 0,0 100,0 100,0 100,0 : 0,0 0,0 LT 39,6 37,1 26,0 60,3 62,8 73,8 0,1 0,1 0,2 HR : : 0,5 : : 81,4 : : 18,1 LU 0,0 0,0 0,0 17,1 17,0 16,4 82,9 83,0 83,6 TR : : 36,9 : : 63,1 : : 0,0 Fonte: Eurostat, UOE. Nota explicativa Só contempla as línguas consideradas como línguas estrangeiras no currículo elaborado pelas autoridades educativas centrais. As línguas regionais somente são incluídas quando o currículo as designa como alternativas às línguas estrangeiras. As línguas ensinadas fora do currículo como disciplinas opcionais não são incluídas. A percentagem de alunos a aprender 0, 1, 2 (ou mais) línguas estrangeiras é calculada em relação à totalidade dos alunos em todos os níveis do ensino primário, mesmo que tal aprendizagem não seja iniciada na fase inicial deste ciclo de aprendizagem. O número de alunos a aprender 0, 1, 2 (ou mais) línguas estrangeiras é dividido pelo correspondente número de alunos matriculados. Notas específicas por país UE, Bélgica, Estónia, Irlanda, Itália, Luxemburgo, Hungria, Eslovénia, Eslováquia, Finlândia, Reino Unido e Islândia: Para notas adicionais, ver a figura C1. Malta: Em 2010 ocorreu uma quebra de série. Países Baixos: Em 2009 ocorreu uma quebra de série devido a alterações no currículo. Áustria: Em 2009 ocorreu uma quebra de série. Até 2009, os indicadores basearam-se em dados estimados. 58 PARTICIPAÇÃO Figura C2: Tendências na distribuição percentual da totalidade dos alunos em relação ao número de línguas estrangeiras aprendidas, ensino primário (CITE 1), 2004/05, 2006/07, 2009/10 0 línguas 1 língua Fonte: Eurostat, UOE. 59 2 ou mais línguas PARTICIPAÇÃO O INGLÊS É A LÍNGUA MAIS EXTENSAMENTE ENSINADA NO ENSINO PRIMÁRIO Na totalidade dos sistemas educativos para os quais existem dados disponíveis, com a exceção da comunidade flamenga da Bélgica e Luxemburgo, o inglês é a língua estrangeira mais ensinada no ensino primário (CITE 1), e esta tem sido de facto uma tendência crescente no decurso dos últimos anos (figura C4). Na maioria dos sistemas educativos, o inglês é ensinado a, pelo menos, 50 % do universo de alunos matriculados no ensino primário. Esta elevada proporção encontra-se parcialmente relacionada com o facto de que, em diversos países, vigoram documentos orientadores que especificam que o inglês deve ser ensinado como a primeira língua estrangeira (figura B13). O Luxemburgo é o único país onde o alemão surge como a língua mais amplamente ensinada; aqui, todos os alunos têm de aprender este idioma como disciplina obrigatória a partir dos 6 anos. Esta língua encontra-se também bastante disseminada na República Checa, Grécia, Hungria, Polónia e Croácia, onde a proporção de alunos no ensino primário que a aprendem se situa entre os 10 e 22 %. Figura C3: Percentagem de todos os alunos no ensino primário (CITE 1) que aprendem inglês, francês e/ou alemão. Países em que uma destas línguas é a mais extensamente aprendida, 2009/10 Inglês Francês Língua mais extensamente aprendida UE BE fr BE de BE nl BG CZ DK DE EE Inglês 73,0 10,0 : 0,2 73,1 61,6 67,3 63,9 Francês 4,1 - : 31,5 1,5 0,6 0,0 4,2 Alemão 4,0 1,1 : 0,0 3,0 10,3 0,0 - HU MT NL AT PL PT RO SI Inglês 33,7 100 32,3 98,6 88,0 33,0 43,8 49,0 Francês 0,3 0,0 0,0 0,4 0,3 0,4 15,7 0,0 Alemão 22,2 0,0 0,0 - 10,7 0,0 1,4 1,9 Outras línguas aprendidas IE EL ES : - 96,1 : 2,9 24,4 : 0,8 SK 58,4 0,1 4,5 Fonte: Eurostat, UOE. 60 Alemão FR IT CY LV LT LU 99,1 : 98,9 56,0 66,9 73,0 0,0 5,4 - 1,0 2,1 0,6 0,3 83,6 22,4 0,6 : 0,3 0,0 3,2 0,7 100 FI SE UK IS LI NO HR TR 67,6 : - 67,8 : 100 90,9 63,0 1,8 2,2 69,5 0,2 : 0,0 0,6 0,0 3,7 2,4 7,8 0,0 : 0,0 20,8 0,0 PARTICIPAÇÃO Nota explicativa (figura C3) Só são contempladas as línguas consideradas como línguas estrangeiras no currículo elaborado pelas autoridades educativas centrais. As línguas regionais somente são incluídas quando o currículo as designa como alternativas às línguas estrangeiras. As línguas ensinadas fora do currículo como disciplinas opcionais não são incluídas. A percentagem de alunos a aprender línguas estrangeiras é calculada em relação à totalidade dos alunos em todos os níveis do ensino primário, mesmo que tal aprendizagem não seja introduzida na fase inicial deste ciclo de aprendizagem. Notas específicas por país UE, Bélgica, Estónia, Irlanda, Itália, Luxemburgo, Hungria, Eslovénia, Eslováquia, Finlândia, Reino Unido e Islândia: Para notas adicionais, ver figura C1. O francês é a língua estrangeira mais extensamente ensinada na comunidade flamenga da Bélgica, Irlanda e Reino Unido. É também ensinada à maioria dos alunos no Luxemburgo, onde a partir dos 7 anos se torna uma disciplina obrigatória. Para além disso, o francês como língua estrangeira é relativamente comum no ensino primário na Grécia e Roménia, onde é aprendida por cerca de 24% e 16 % dos alunos, respetivamente. As diferenças entre os países na soma das percentagens para as três línguas podem ser atribuídas em parte à idade em que os alunos devem começar a aprender uma língua estrangeira. O Capítulo B (Secção 1) proporciona uma informação mais detalhada sobre estes aspetos. ESTÁ A AUMENTAR A PROPORÇÃO DE ALUNOS QUE APRENDEM INGLÊS NO ENSINO PRIMÁRIO Entre 2004/05 e 2009/10, a maioria dos países para os quais existem dados disponíveis registou um acréscimo na proporção de alunos matriculados no ensino primário (CITE 1) a aprender inglês. Analisando a situação no conjunto dos países da União Europeia, observa-se que a proporção de alunos matriculados neste nível de ensino que se encontram a aprender inglês aumentou aproximadamente 12 pontos percentuais, de 60,7 % em 2004/05 para 73 % em 2009/10. No que concerne às situações específicas dos países, o aumento mais significativo foi registado na Eslovénia, onde a percentagem de alunos a aprender inglês subiu de 11,1 % em 2004/05 para 49,0 % em 2009/10 (uma diferença de cerca de 38 pontos percentuais). Um aumento semelhante em termos de pontos percentuais ocorreu na Polónia, onde 50,7 % dos alunos estavam a aprender inglês em 2005 e 88,0 % em 2009/10. A Bulgária, República Checa, Eslováquia, Islândia e Croácia também registaram um aumento significativo na proporção de alunos a aprender inglês entre 2004/05 e 2009/10. Nestes países, o aumento situou-se entre os 20 e os 30 pontos percentuais. Constata-se que os países que registaram um aumento mais significativo na proporção de alunos a aprender inglês correspondem àqueles que registaram um maior aumento global na proporção da população escolar do ensino primário a aprender uma língua estrangeira (figura C2). Isto indica que o aumento na proporção de alunos no ensino primário a aprender línguas estrangeiras anda a par com a crescente prevalência da língua inglesa. Não obstante o facto de alguns sistemas educativos terem registado um decréscimo entre diferentes anos de referência (por exemplo, a comunidade francesa da Bélgica, Estónia, Países Baixos, Portugal, Finlândia e Suécia), nenhum dos sistemas educativos baixou significativamente a percentagem de alunos a aprender inglês. 61 PARTICIPAÇÃO Figura C4: Tendências na percentagem de alunos a aprender inglês, ensino primário (CITE 1), 2004/05, 2006/07, 2009/10 CZ DK DE EE IE EL ES FR IT CY LV LT LU 2005 UE-27 BE fr BE de BE nl BG 60,7 10,7 : 0,0 53,5 34,8 67,2 47,1 68,8 - 88,7 90,9 : 95,9 55,4 55,0 57,8 0,0 2007 63,4 10,4 : 0,2 68,2 49,0 67,7 55,4 66,2 - : 92,3 : 98,2 55,4 69,1 61,6 0,0 2010 73,0 10,0 : 0,2 73,1 61,6 67,3 63,9 : - 96,1 99,1 : 98,9 56,0 66,9 73,0 0,0 HU MT NL AT PL PT RO SI SK FI SE UK IS LI NO HR TR 2005 28,5 100 33,3 97,4 50,7 34,2 35,2 11,1 35,6 68,1 80,6 - 47,0 : 100 72,0 : 2007 30,9 100 33,3 : 41,5 : 40,8 33,7 42,6 68,7 80,1 - 53,4 : 100 : : 2010 33,7 100 32,3 98,6 88,0 33,0 43,8 49,0 58,4 67,6 : - 67,8 : 100 90,9 63,0 Fonte: Eurostat, UOE Nota explicativa A percentagem de alunos a aprender línguas estrangeiras é calculada em relação à totalidade dos alunos em todos os níveis do ensino primário, mesmo que tal aprendizagem não seja iniciada na fase inicial deste ciclo de aprendizagem. Não são incluídas as línguas ensinadas fora do currículo como disciplinas opcionais. São incluídos os alunos a frequentar o ensino especial exceto nas situações em que sofrem de um défice de desenvolvimento cognitivo. Notas específicas por país UE, Bélgica, Estónia, Irlanda, Itália, Luxemburgo, Hungria, Eslovénia, Eslováquia, Finlândia, Reino Unido e Malta: Em 2010 ocorreu uma quebra de série. Países Baixos: Em 2009 ocorreu uma quebra de série devido a alterações no currículo. Áustria: Em 2009 ocorreu uma quebra de série. Até 2009, os indicadores basearam-se em dados estimados. Islândia: Para notas adicionais, ver figura C1. OS ALUNOS TÊM MAIS PROBABILIDADE DE APRENDER LÍNGUAS NO ENSINO SECUNDÁRIO GERAL DO QUE NAS VIAS PROFISSIONALIZANTES No ensino secundário inferior (CITE 2), nenhum país regista uma proporção significativa de alunos a não aprender uma língua estrangeira. Só na Irlanda e em Portugal é que esta proporção se mantém acima dos 10 %. A situação na Irlanda pode ser parcialmente justificada pelo facto de não ser obrigatório aprender uma língua estrangeira nem no secundário inferior nem no secundário superior (figura B1 e Anexo 1). No outro extremo do espetro temos a Grécia, Itália, Chipre, Luxemburgo Malta, Roménia e três países nórdicos (Dinamarca, Finlândia e Islândia), onde mais de 80 % dos alunos matriculados no ensino secundário inferior aprendem duas ou mais línguas estrangeiras. Os dados sobre o ensino secundário superior geral (CITE 3) mostram que vários países europeus se caracterizam por uma elevada proporção de alunos a aprender duas ou mais línguas estrangeiras. Esta situação aplica-se particularmente à comunidade flamenga da Bélgica, República Checa, Luxemburgo, Roménia, Eslovénia, Eslováquia e Finlândia, onde todos ou quase todos os alunos matriculados no secundário superior geral aprendem pelo menos duas línguas. Por outro lado, na Irlanda, Grécia, Portugal e Reino Unido, apenas no máximo 10 % dos alunos a frequentar a via geral 62 PARTICIPAÇÃO do ensino secundário superior aprendem duas ou mais línguas estrangeiras. Entre estes países, distinguem-se Portugal e o Reino Unido com uma proporção particularmente elevada de alunos no ensino superior geral que não aprendem qualquer língua estrangeira (54,1 % e 57,1 % respetivamente). A situação no Reino Unido pode ser justificada pelo facto de que em Inglaterra, País de Gales e Irlanda do Norte, os alunos só são obrigados a aprender línguas estrangeiras até aos 14 anos. Figura C5: Distribuição percentual de alunos em relação ao número de línguas estrangeiras (LE) aprendidas, ensino secundário inferior (CITE 2) e ensino secundário superior geral e préprofissional/profissional (CITE 3), 2009/10 Figura C5a: Ensino secundário inferior (CITE 2) A aprender 0 línguas estrangeiras A aprender 1 língua estrangeira A aprender 2 ou mais línguas estrangeiras Fonte: Eurostat, UOE. Para consultar o quadro com dados, ver figura C7a. Figura C5b: Ensino secundário superior geral (CITE 3) A aprender 0 línguas estrangeiras A aprender 1 língua estrangeira A aprender 2 ou mais línguas estrangeiras Fonte: Eurostat, UOE. Para consultar o quadro com dados, ver figura C7b. Figura C5c: Ensino secundário superior pré-profissional e profissional (CITE 3) A aprender 0 línguas estrangeiras A aprender 1 língua estrangeira Fonte: Eurostat, UOE. Para consultar o quadro com dados, ver figura C7c. 63 A aprender 2 ou mais línguas estrangeiras PARTICIPAÇÃO Nota explicativa (figura C5) Só são contempladas as línguas consideradas como estrangeiras no currículo elaborado pelas autoridades educativas centrais. As línguas regionais somente são incluídas quando o currículo as designa como alternativas às línguas estrangeiras. As línguas ensinadas fora do currículo como disciplinas opcionais não são incluídas. A percentagem de alunos a aprender 0, 1, 2 (ou mais) línguas estrangeiras é calculada em relação à totalidade dos alunos em todos os níveis do ensino secundário. O número de alunos a aprender 0, 1, 2 (ou mais) línguas estrangeiras é dividido pelo número correspondente de alunos matriculados no respetivo nível CITE. Notas específicas por país UE: Os totais da UE são calculados com base nos países para os quais existem dados disponíveis. Nos casos em que não existem dados para o ano de referência, foram utilizados dados do ano anterior/seguinte sempre que foi possível calcular os agregados da União Europeia. Bélgica: Os dados excluem as instituições privadas independentes. Não é incluída a educação de adultos. Bélgica (BE nl): Não é incluída a educação especial. Não são incluídos dados sobre cursos de aprendizagem e ensino secundário a tempo parcial no nível CITE 3. Bulgária: São excluídos os programas de educação e formação de adultos para obtenção de um nível de qualificação profissional. República Checa e Polónia: Os dados referem-se apenas aos alunos a tempo inteiro. Estónia: A língua nacional ensinada nas escolas, onde não constitui a língua de ensino, conta como uma língua estrangeira. Irlanda: Os dados referem-se apenas aos alunos a tempo inteiro. Os dados referem-se apenas às instituições públicas. Todos os alunos nas escolas primárias e secundárias irlandesas (CITE 1, 2 e 3) aprendem a língua irlandesa na escola. França: Os dados sobre a aprendizagem das línguas abrangem 86 % do valor total de matrículas no CITE 3, por exemplo 100% dos alunos no CITE 3 geral e 68% de alunos no CITE 3 do ensino profissional (não existem dados disponíveis para formandos e alunos em programas de formação paramédica e social). Itália: São incluídos os alunos com necessidades educativas especiais. Luxemburgo: Todos os alunos no ensino secundário aprendem luxemburguês, o qual se encontra excluído dos dados. São excluídas as escolas privadas independentes. Não é incluída a educação de adultos. É também excluída a Ecole transfrontalière no nível CITE 2. Hungria: Os alunos com uma deficiência cognitiva são incluídos no número total de alunos. Áustria: A data de referência é o fim do ano letivo. Desse modo, os dados apresentados não incluem os alunos que abandonaram a escola durante o ano letivo. Eslovénia: Os dados referem-se ao final do ano letivo. Os alunos a aprender segundas línguas nas regiões onde vivem grupos minoritários não são tidos em consideração (aplica-se ao CITE 2). Eslováquia: Os dados referem-se apenas aos alunos a tempo inteiro. São incluídos alguns alunos a aprender uma língua estrangeira em escolas especiais. Finlândia: A língua nacional ensinada nas escolas onde não constitui a língua de ensino conta como uma língua estrangeira. São excluídos os alunos nas escolas secundárias a receber aulas complementares (10º ano voluntário) e estudantes adultos no nível secundário inferior (em escolas do ensino secundário geral para adultos). Suécia: Os dados excluem a educação de adultos. Os dados sobre CITE 2 e CITE 3 baseiam-se apenas nos alunos matriculados no último ano destes níveis de ensino. Desse modo, estes dados não são totalmente suscetíveis de comparação com os de outros países. Reino Unido: Os indicadores foram calculados com base em dados estimados providenciados pelo Reino Unido no seu conjunto. Islândia: São incluídos os alunos de escolas de ensino especial (aplica-se ao CITE 2). Ao comparar-se os diferentes percursos no ensino secundário superior (i.e. ensino geral e préprofissional/profissional), alguns países revelam diferenças consideráveis nas proporções dos alunos que aprendem línguas estrangeiras. Esta realidade aplica-se em particular à comunidade francesa da Bélgica, onde praticamente todos os alunos a frequentar o ensino secundário superior geral aprendem pelo menos uma língua estrangeira, mas somente cerca de 50 % dos que optam pela via de ensino pré-profissional ou profissional o fazem. A Hungria, Grécia e Islândia também se caracterizam por uma disparidade relativamente grande entre as vias do ensino geral e do ensino pré-profissional/profissional (diferenças à volta dos 20, 30 e 40 pontos percentuais respetivamente, a favor dos alunos na via geral). Neste contexto, a situação na Irlanda e em Portugal é uma exceção, pois verifica-se uma proporção mais elevada de alunos que não aprendem línguas estrangeiras no ensino geral do que nas áreas pré-profissional e profissional. Os dados também indicam que os alunos que seguem as vias pré-profissionalizante/ profissionalizante são menos suscetíveis de aprender duas ou mais línguas estrangeiras do que os alunos que seguem a via do ensino secundário superior geral. Enquanto na maioria dos países mais de 60 % dos alunos no ensino secundário superior geral aprendem pelo menos duas línguas estrangeiras, no contexto do ensino pré-profissional/profissional o mesmo panorama aplica-se a pouquíssimos sistemas de educação (comunidade flamenga da Bélgica, Luxemburgo, Polónia e Roménia). Em suma, no geral, a exposição às línguas estrangeiras é maior no ensino geral do que nas vias pré-profissional/profissional. 64 PARTICIPAÇÃO O NÚMERO MÉDIO DE LÍNGUAS ESTRANGEIRAS APRENDIDAS PELOS ALUNOS SÓ ATINGE AS DUAS NO NÍVEL SECUNDÁRIO EM ALGUNS PAÍSES No ensino secundário inferior (CITE 2), o número médio de línguas estrangeiras estudadas pelos alunos varia entre uma e duas na maioria dos países. A média mais alta situa-se no Luxemburgo (2,5), Países Baixos (2,2) e Finlândia (2,2). No ensino secundário superior geral (CITE 3 geral), o número médio de línguas estrangeiras estudadas por aluno é mais elevada do que no ensino secundário inferior (CITE 2) na maior parte dos países. Neste último nível, sete países registam um número médio equivalente ou superior a 2. No ensino secundário superior geral, nove países atingem esta média. No Luxemburgo, Finlândia, Suécia, Chipre, Países Baixos, Roménia e Islândia, o número médio de línguas estrangeiras estudadas pelo aluno é elevado em ambos os níveis. No nível CITE 3, no ensino secundário superior pré-profissional/profissional, o número médio de línguas estrangeiras aprendidas pelos alunos é mais baixo do que no ensino secundário superior geral, exceto na Itália, Irlanda, Portugal e Turquia. Nestes últimos três países, o número médio de línguas estrangeiras aprendidas é particularmente baixo (igual ou inferior a uma) em ambos os tipos de programa educativo. A diferença entre a média encontrada no ensino secundário superior geral e no pré-profissional/profissional é igual ou superior a uma na Bélgica (comunidade francesa), Alemanha, Luxemburgo, Suécia e Islândia. Figura C6: Número médio de línguas estrangeiras aprendidas por aluno, ensino secundário (CITE 2 e 3), 2009/10 CITE 2 CITE 3 Geral CITE 3 Pré-profissional e profissional 65 PARTICIPAÇÃO Dados (Figura C6) UE BE fr BE de BE nl BG CZ DK DE EE IE EL ES FR IT CY LV LT LU CITE 2 1,5 1,0 : 1,4 1,2 1,3 1,8 1,3 : 1,0 2,0 1,4 1,5 2,0 2,0 1,7 1,8 2,5 CITE 3 geral 1,6 1,9 : 2,5 1,7 2,1 1,6 1,4 : 0,9 1,0 1,2 2,0 1,3 1,9 1,9 1,5 3,0 : 1,2 CITE 3 profissional 1,2 0,7 : 1,6 1,4 1,3 0,9 0,4 : 1,0 0,7 1,4 1,1 1,2 1,1 2 HU MT NL AT PL PT RO SI SK FI SE UK IS LI NO HR TR CITE 2 1,0 1,8 2,1 1,1 1,3 1,4 1,9 1,4 1,4 2,2 1,8 1,0 2,0 : 1,7 1,5 - CITE 3 geral 1,4 1,3 1,8 1,8 1,7 0,5 2,0 2,0 2,0 2,7 2,2 0,5 1,8 : 1,0 1,9 0,9 CITE 3 profissional 0,8 1 : 1,2 1,6 0,7 1,8 1,3 1,5 : 1,1 : 0,6 : 0,5 1,3 0,9 Fonte: Eurostat, UOE. Nota explicativa Só são contempladas as línguas consideradas como línguas estrangeiras no currículo elaborado pelas autoridades educativas centrais. As línguas regionais somente são incluídas quando o currículo as designa como alternativas às línguas estrangeiras. As línguas ensinadas fora do currículo como disciplinas opcionais não são incluídas. No numerador, cada aluno a aprender uma língua estrangeira moderna é contado uma vez para cada língua aprendida. Por outras palavras, os alunos a aprender mais do que uma língua são contados tantas vezes quantas as línguas que aprendem. Línguas como o grego antigo, latim, esperanto e línguas gestuais não são consideradas para efeitos de contagem. Da mesma forma, são excluídos os dados referentes a alunos de nacionalidade estrangeira que estão a aprender a sua língua materna em aulas especiais, e aqueles que estão a aprender a língua do país anfitrião. A soma das línguas é dividida pelo número total de alunos matriculados no nível CITE concernente. Notas específicas por país UE, Bélgica, Bulgária, República Checa, Estónia, Irlanda, França, Itália, Luxemburgo, Hungria, Áustria, Polónia, Eslovénia, Eslováquia, Finlândia, Suécia, Reino Unido e Islândia: Para notas adicionais, ver figura C5. A PERCENTAGEM DE ALUNOS A APRENDER DUAS LÍNGUAS ESTÁ A AUMENTAR SOBRETUDO NO ENSINO SECUNDÁRIO INFERIOR Entre 2004/05 e 2009/10, as tendências nas percentagens de alunos a aprender duas, uma ou nenhuma língua estrangeira apresentam uma variação significativa entre os níveis CITE 2 e 3, e entre os países. No ensino secundário inferior (CITE 2), metade dos países revela um decréscimo na percentagem de alunos a aprender duas línguas, enquanto na outra metade denota um acréscimo. Na maioria dos países onde se dá um decréscimo, este é pouco acentuado, exceto na Dinamarca e em Portugal. Em contraste, diversos outros países que reportam um aumento, exibem-no de forma significativa ou muito significativa. Este é designadamente o caso da República Checa, Itália, Letónia, Polónia, Eslovénia e Eslováquia. Como se pode esperar, quando aumenta a percentagem de alunos a aprender duas línguas estrangeiras, a percentagem dos que aprendem uma língua estrangeira desce sensivelmente de forma correspondente. A percentagem de alunos que não aprendem qualquer língua estrangeira é muito pequena ou praticamente nula, com exceção da Irlanda ao longo dos anos de referência e em Portugal até 2010. No ensino secundário superior geral (CITE 3 geral), não se observam tendências significativas em muitos países europeus. Estónia e Malta, e, em muito menor grau, Itália, Letónia e Roménia são os únicos países que reportam aumentos significativos na percentagem de alunos a aprender duas línguas. Nos países com um decréscimo na percentagem de tais alunos, as variações são pequenas com a exceção dos Países Baixos (31,1 pontos percentuais) e Portugal (13,4 pontos percentuais), assim como a Dinamarca, Lituânia, Polónia e Islândia (variando entre cinco e dez pontos percentuais). As variações nas percentagens observadas na Estónia e Países Baixos são quase inteiramente explicadas por aquelas que correspondem aos alunos a aprender uma língua. Pelo contrário, em Malta, o aumento considerável na percentagem de alunos a aprender duas línguas (67,2 pontos percentuais) é explicado pelo decréscimo nas percentagens de alunos a aprender uma ou zero línguas. Portugal e Reino Unido, que tinham de longe a percentagem mais elevada de alunos que não aprendiam qualquer língua estrangeira em 2005, são também os únicos países que revelam um aumento significativo neste valor. 66 PARTICIPAÇÃO No ensino secundário superior pré-profissional/profissional (CITE 3 pré-profissional/profissional), a percentagem de alunos a aprender duas línguas é mais baixa do que no ensino secundário superior geral. Diversos países onde esta percentagem já é superior a 50 % mostram um aumento significativo nos últimos anos. Este é, nomeadamente, o caso da Roménia e Eslováquia, onde a percentagem de alunos a aprender uma língua estrangeira revela um decréscimo correspondente. Nos outros países, a percentagem de alunos a aprender duas línguas varia entre aproximadamente 1 e 8 pontos percentuais, exceto em Portugal, onde o decréscimo é bastante acentuado (21,5 pontos percentuais). No que diz respeito à percentagem de alunos a aprender uma língua estrangeira, são vários os países que reportam variações significativas. Este facto é mais evidente em Malta, onde a percentagem de alunos a aprender uma língua estrangeira aumenta 98,6 pontos percentuais. Na Bulgária e em Portugal este aumento também é bastante significativo. Na Bulgária e em Malta, o aumento é justificado pela queda na percentagem de alunos que não aprendem qualquer língua estrangeira. Pelo contrário, na Grécia, a descida na percentagem de alunos a aprender uma língua corresponde sensivelmente ao aumento da percentagem dos que não aprendem nenhuma. Nota explicativa (figura C7) Só são contempladas as línguas consideradas como línguas estrangeiras no currículo elaborado pelas autoridades educativas centrais. As línguas regionais somente são incluídas quando o currículo as designa como alternativas às línguas estrangeiras. As línguas ensinadas fora do currículo como disciplinas opcionais não são incluídas. A percentagem de alunos a aprender 0, 1, 2 (ou mais) línguas estrangeiras é calculada em relação à totalidade dos alunos em todos os níveis do ensino secundário geral. O número de alunos a aprender 0, 1, 2 (ou mais) línguas estrangeiras é dividido pelo número correspondente de alunos matriculados no respetivo nível CITE. Notas específicas por país UE, Bélgica, Bulgária, República Checa, Estónia, Irlanda, Itália, Luxemburgo, Hungria, Polónia, Eslovénia, Eslováquia, Finlândia, Suécia, Reino Unido e Islândia: para notas adicionais, ver figura C5. França: Os dados sobre aprendizagem de línguas abrangem 86 % do valor total de matrículas no nível CITE 3, por exemplo, 100 % os alunos no CITE 3 geral e 68 % de alunos no CITE 3 profissional (não existem dados disponíveis para formandos e alunos em programas de formação paramédica e social). Os dados de 2005-2007 abrangem apenas a área metropolitana de França. Malta: Em 2010 ocorreu uma quebra de série. Países Baixos: Em 2009 ocorreu uma quebra de série devido a alterações no currículo. Áustria: A data de referência é o final do ano letivo. Em consequência disto, os dados apresentados não incluem os alunos que abandonaram a escola durante o ano letivo. Em 2009 ocorreu uma quebra de série. Até 2009, os indicadores baseiam-se em dados estimados. Portugal: Em 2008, foi alterada a cobertura dos programas do nível CITE 2. Dados (figura C7a) 0 LE 0 LE 0 LE 1 LE 1 LE 1 LE 2 LE 2 LE 2 LE 2005 2007 2010 2005 2007 2010 2005 2007 2010 0 LE 0 LE 0 LE 1 LE 1 LE 1 LE 2 LE 2 LE 2 LE 2005 2007 2010 2005 2007 2010 2005 2007 2010 UE 1,2 1,2 1,8 52,0 44,8 37,4 46,7 54,0 60,8 HU : 5,6 4,6 : 88,6 89,9 : 5,8 5,5 BE fr BE de 0,2 0,0 0,2 : 0,7 : 99,2 : 99,6 : 99,3 : 0,7 : 0,2 : 0,0 : MT NL 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 4,9 20,8 0,0 20,8 4,2 24,1 95,1 79,2 100,0 79,2 95,8 75,9 BE nl 4,3 6,0 7,1 47,5 46,0 46,7 48,1 48,0 46,2 AT 0,3 : 0,3 90,4 : 90,8 9,3 : 8,9 BG 1,9 0,2 0,2 74,7 72,0 78,6 23,4 27,8 21,2 PL : 1,9 1,8 : 89,6 32,9 : 8,5 65,3 CZ 2,7 3,3 2,4 91,5 83,8 66,1 5,8 12,9 31,5 PT 0,7 : 24,0 10,5 : 11,6 88,8 : 64,4 DK 0,0 0,0 0,0 0,6 0,7 16,5 99,4 99,3 83,5 RO 1,4 0,0 1,3 3,7 3,7 4,1 95,0 96,3 94,7 DE : : : : : : : : : SI 1,8 0,0 0,0 73,3 64,6 57,0 24,9 35,4 43,0 67 EE 0,1 2,0 : 16,5 3,4 : 83,4 94,6 : SK 1,0 1,2 1,4 86,4 82,4 60,1 12,6 16,4 38,5 IE 12,3 12,7 11,9 75,6 76,6 78,0 12,0 10,7 10,1 FI 0,6 0,6 0,7 2,0 1,7 1,2 97,4 97,7 98,2 EL 0,2 : 0,1 5,5 : 2,7 94,3 : 97,2 SE 0,0 0,0 0,0 27,9 27,0 25,6 72,1 73,0 74,4 ES 0,9 1,7 0,9 58,6 58,3 59,7 40,5 40,0 39,4 UK 0,4 0,4 3,0 99,6 99,6 97,0 0,0 0,0 0,0 FR 0,3 0,2 0,2 50,5 49,0 48,0 49,2 50,8 51,8 IT CY LV LT LU 0,0 0,0 1,7 1,4 0,0 0,2 0,0 2,1 1,5 0,0 0,0 0,1 0,9 2,5 0,0 56,1 : 37,6 21,2 0,0 2,8 : 24,4 20,1 0,0 0,5 7,8 25,4 17,9 0,0 43,9 : 60,7 77,5 100,0 97,0 : 73,5 78,4 100,0 99,5 92,1 73,7 79,6 100,0 IS LI NO HR TR 0,7 : 0,0 : 0,7 : 0,0 : 0,8 : 0,0 0,1 0,6 : : : 0,8 : 39,4 : 1,8 : 32,1 51,3 98,7 : : : 98,5 : 60,6 : 97,4 : 67,9 48,6 - PARTICIPAÇÃO Figura C7a: Percentagem de alunos a aprender 0, 1, 2 ou mais línguas no ensino secundário inferior (CITE 2), 2004/05, 2006/07, 2009/10 0 línguas 1 língua Fonte: Eurostat, UOE. 68 2 ou mais línguas PARTICIPAÇÃO Figura C7b: Percentagem de alunos a aprender 0, 1, 2 ou mais línguas no ensino secundário superior geral (CITE 3), 2004/05, 2006/07, 2009/10 0 línguas 1 língua Fonte: Eurostat, UOE. 69 2 ou mais línguas PARTICIPAÇÃO Figura C7c: Percentagem de alunos a aprender 0, 1, 2 ou mais línguas no ensino secundário superior pré-profissional/profissional (CITE 3), 2004/05, 2006/07, 2009/10 0 línguas 1 língua Fonte: Eurostat, UOE. 70 2 ou mais línguas PARTICIPAÇÃO Dados (figura C7b) 0 LE 0 LE 0 LE 1 LE 1 LE 1 LE 2 LE 2 LE 2 LE 2005 2007 2010 2005 2007 2010 2005 2007 2010 0 LE 0 LE 0 LE 1 LE 1 LE 1 LE 2 LE 2 LE 2 LE 2005 2007 2010 2005 2007 2010 2005 2007 2010 UE 4,6 2,5 3,6 33,3 34,8 36,9 62,2 62,6 59,4 HU : 1,0 0,4 : 57,2 55,2 : 41,9 44,4 BE fr BE de 0,0 : 0,0 : 0,1 : 20,9 : 20,7 : 20,5 : 79,1 : 79,3 : 79,4 : MT NL 18,7 0,0 3,0 0,0 0,0 0,0 67,2 0,0 59,9 0,0 18,8 31,1 14,0 100,0 37,1 100,0 81,2 68,9 BE nl 1,0 1,8 0,6 0,0 0,0 0,3 99,0 98,1 99,1 AT 1,5 : 0,3 22,4 : 25,0 76,2 : 74,6 BG 1,7 0,4 0,4 21,4 22,7 26,0 76,9 77,0 73,7 PL : 0,8 2,7 : 19,9 24,9 : 79,3 72,4 CZ 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 100,0 100,0 100,0 PT 44,9 : 54,1 38,0 : 42,1 17,1 : 3,7 DK DE EE IE 4,2 : 0,0 18,3 0,0 : 0,5 18,8 0,0 : : 18,5 28,5 : 19,1 72,8 39,2 : 2,1 73,0 40,3 : : 73,8 67,3 : 80,9 8,9 60,8 : 97,4 8,2 59,7 : : 7,8 RO SI SK FI 0,0 1,9 0,0 0,0 0,0 1,4 0,0 0,0 0,0 1,5 0,0 0,0 8,2 3,0 0,7 0,3 7,9 0,4 1,7 0,2 1,7 0,8 1,2 0,3 91,8 95,0 99,3 99,7 92,1 98,3 98,3 99,8 98,3 97,7 98,8 99,7 BE fr BE de 41,2 : 40,9 : 47,6 : 37,8 : 38,6 : 38,6 : 21,0 : 20,5 : 13,8 : MT NL 98,6 : : : 0,0 : 1,4 : : : 100,0 : 0,0 : : : 0,0 : BE nl 13,2 13,8 14,5 17,6 18,2 17,8 69,2 68,0 67,7 AT 4,1 : 1,4 68,5 : 75,7 27,4 : 22,9 BG 31,7 16,9 2,7 21,9 34,6 52,8 46,4 48,4 44,4 PL : 3,8 4,7 : 36,1 32,1 : 60,1 63,3 CZ 4,8 2,4 3,0 67,5 71,1 67,0 27,6 26,5 30,0 PT 34,8 : 33,3 36,5 : 59,5 28,7 : 7,2 DK 6,0 6,0 6,0 94,0 94,0 94,0 0,0 0,0 0,0 RO 7,6 0,1 0,5 62,0 50,4 17,9 30,5 49,5 81,6 EL 1,1 : 1,0 92,2 : 93,3 6,7 : 5,7 SE 0,0 0,0 0,0 7,3 8,4 7,3 92,6 91,6 92,7 ES 3,3 3,9 5,0 68,5 67,8 71,5 28,1 28,3 23,4 UK 40,0 51,4 57,1 53,5 42,5 37,4 6,6 6,1 5,5 FR 0,0 0,0 0,0 10,3 10,0 9,1 89,6 90,0 90,8 IT CY LV LT LU 13,3 0,0 1,0 0,9 0,0 1,5 0,0 1,5 1,0 0,0 1,5 0,0 0,5 0,6 0,0 65,9 : 24,9 44,1 0,0 73,9 : 22,6 42,8 0,0 72,6 16,4 20,4 52,1 0,0 20,8 : 74,1 55,0 100,0 24,7 : 75,6 56,2 100,0 25,9 83,6 79,1 47,3 100,0 IS LI NO HR TR 10,4 : : 0,0 : 14,5 : : : : 12,9 : : 0,0 : 21,9 : : 9,4 : 22,2 : : : : 24,4 : : 11,0 : 67,8 : : 90,6 : 63,3 : : : : 62,6 : : 89,0 : Dados (figura C7c) 0 LE 0 LE 0 LE 1 LE 1 LE 1 LE 2 LE 2 LE 2 LE 2005 2007 2010 2005 2007 2010 2005 2007 2010 0 LE 0 LE 0 LE 1 LE 1 LE 1 LE 2 LE 2 LE 2 LE 2005 2007 2010 2005 2007 2010 2005 2007 2010 UE 7,4 5,8 6,1 59,0 59,3 54,5 32,9 34,3 39,4 HU : 25,7 20,6 : 73,8 78,7 : 0,5 0,7 DE : : : : : : : : : SI 4,8 4,7 4,2 58,5 62,4 63,7 36,6 33,0 32,1 Fonte: Eurostat, UOE. 71 EE IE EL ES FR IT CY 0,0 6,9 19,7 0,0 1,7 4,6 0,0 0,0 7,2 : 0,0 1,9 4,1 0,0 : 6,2 33,9 : 2,0 4,1 0,5 16,1 90,9 78,8 96,4 87,9 55,7 : 4,1 90,4 : 97,4 88,0 57,7 : : 91,0 66,1 : 80,5 56,2 90,8 83,9 2,2 1,4 3,6 10,3 39,6 : 95,9 2,4 : 2,6 10,1 38,2 : : 2,8 0,0 : 17,5 39,7 8,8 SK FI SE UK IS LI 0,5 : 1,3 : 53,3 : 0,2 : 1,0 : 55,0 : 0,1 : 0,6 : 55,3 : 67,9 : 87,5 : 23,4 : 65,0 : 88,5 : 26,8 : 47,3 : 85,8 : 27,8 : 31,6 : 11,2 : 23,3 : 34,8 : 10,5 : 18,2 : 52,6 : 13,6 : 16,8 : LV : : : : : : : : : NO : : : : 0,0 : : : : LT 21,3 23,6 14,5 64,1 63,6 66,0 14,6 12,8 19,5 HR 2,1 : 2,5 77,6 : 72,5 20,3 : 25,1 LU 10,6 11,6 10,8 27,4 25,2 24,8 62,0 63,2 64,4 TR : : : : : : : : : PARTICIPAÇÃO NA MAIORIA DOS PAÍSES, A SEGUNDA LÍNGUA ESTRANGEIRA MAIS APRENDIDA NO ENSINO SECUNDÁRIO É O ALEMÃO OU O FRANCÊS Em praticamente todos os países, o inglês é a língua estrangeira mais extensamente aprendida nos níveis CITE 2 e 3 e, durante vários anos, essa tem sido uma tendência crescente (figura C10). No nível CITE 2, as únicas exceções são a Bélgica (comunidades francesa e flamenga) e o Luxemburgo. Na Bélgica, os alunos das comunidades francesa e flamenga aprendem a língua oficial da outra comunidade, nomeadamente o neerlandês e o francês. Na comunidade flamenga existe inclusivamente a obrigatoriedade de aprender francês. Na comunidade francesa, os alunos que frequentam as escolas em Bruxelas têm de aprender neerlandês (figura B13). No Luxemburgo, todos os alunos têm de aprender primeiro o alemão e o francês. Apesar de ambas constituírem línguas oficiais do país, são consideradas como 'estrangeiras' pelo currículo. No nível CITE 3, a situação é similar, com exceção da Bélgica (comunidade francesa) onde o inglês, neste nível CITE, se tornou a língua estrangeira mais aprendida. Além disso, na maior parte dos países, a percentagem de alunos a aprender inglês é menor no CITE 3 do que no CITE 2. Na figura C9 podem encontrar-se explicações adicionais sobre a aprendizagem de línguas. A seguir ao inglês, o francês e o alemão são as línguas mais extensamente aprendidas no nível CITE 2 sendo que a posição do alemão fica mais forte no nível CITE 3. O alemão é particularmente popular em diversos países da Europa Central e Oriental. Por sua vez, o francês é mais comum nos países do sul da Europa e especialmente em países cujas línguas nacionais derivam do latim (Espanha, Itália, Portugal e Roménia), mas também na Grécia e Chipre, assim como nos países germanófonos. Em muitos países, o alemão também detém a posição da terceira língua mais aprendida, com o francês na quarta posição. O espanhol ocupa a terceira ou quarta posição num número significativo de países, especialmente no nível CITE 3. A França, Suécia e Noruega são os únicos países onde o espanhol é a segunda língua mais aprendida nos níveis CITE 2 e 3. O russo é a segunda língua mais extensamente aprendida nos níveis CITE 2 e 3 na Letónia e Lituânia, onde vivem vastas comunidades de falantes de russo. Também detém esta posição na Bulgária, mas apenas no CITE 2. O russo é a terceira língua mais extensamente aprendida na Polónia e Eslováquia em ambos os níveis e na República Checa no CITE 2 e na Bulgária no CITE 3. O italiano detém a posição de terceira e quarta língua estrangeira mais aprendida em diversos países, especialmente no CITE 3. Em Malta, o italiano é a segunda língua estrangeira mais aprendida sendo significativa a percentagem de alunos que a aprendem no nível CITE 2. O sueco (ou finlandês) na Finlândia e o dinamarquês na Islândia são línguas obrigatórias para os alunos (figura B13). Consequentemente, uma percentagem significativa de alunos aprende estas línguas, especialmente no CITE 2. 72 PARTICIPAÇÃO Figura C8a: As línguas estrangeiras mais amplamente aprendidas e a percentagem de alunos que as aprendem, ensino secundário inferior (CITE 2), 2009/10 BE fr BE de BE nl BG CZ DK DE EE IE EL ES FR IT CY LV LT LU NL : FR EN EN EN EN : FR EN EN EN EN EN EN EN FR 58,8 : 92,9 84,1 100,0 100,0 94,7 : 65,5 99,2 98,7 97,9 100,0 99,9 96,9 95,7 100,0 EN : EN RU DE DE FR : DE FR FR ES FR FR RU RU DE 38,8 : 46,2 21,5 22,6 75,4 25,3 : 20,1 48,0 36,9 35,0 72,3 92,6 62,4 63,9 100,0 DE : 1,7 : DE RU FR ES : ES DE DE DE ES DE DE DE EN 9,4 3,7 9,2 3,1 : 12,0 43,2 2,5 14,9 18,8 1,8 12,4 14,3 53,7 : : FR FR 4,1 3,0 RU : IT 1,3 : 0,7 PT IT DE IT FR FR 0,1 3,2 8,7 0,9 0,9 3,5 HU MT NL AT PL PT RO SI SK FI SE UK IS LI NO HR TR EN EN : EN EN EN EN EN EN EN EN : EN : EN EN : 58,1 100,0 : 99,6 84,9 74,6 96,7 100,0 83,0 99,2 100,0 : 99,2 : 100,0 96,2 : DE IT : FR DE FR FR DE DE SV ES : DA : ES DE : 35,2 50,7 : 4,7 38,4 52,8 85,8 35,7 37,6 91,9 38,7 : 96,1 : 30,1 40,8 : SK FR : IT RU ES DE FR RU DE DE : ES : DE IT : 0,8 15,0 : 2,7 3,6 12,6 9,5 2,6 8,3 11,2 20,7 : 3,3 : 24,1 10,0 : FR DE : ES FR DE ES IT FR FI FR : DE : FR FR : 0,5 5,8 : 0,7 1,7 0,5 0,5 2,2 2,2 6,1 15,5 : 2,0 : 13,4 1,3 : Figura C8b: As línguas estrangeiras mais amplamente aprendidas e a percentagem de alunos que as aprendem, ensino secundário superior pré-profissional/profissional e geral (CITE 3), 2009/10 BE fr BE de BE nl BG CZ DK DE EE IE EL ES FR IT CY LV LT LU EN DA EN : FR EN EN EN EN : FR EN : EN EN EN EN EN FR 64,4 : 90,4 81,9 84,6 81,5 61,9 : 60,6 83,7 : 97,8 96 94,4 91,6 87,4 84,7 NL : EN DE DE DE FR : DE FR : ES FR FR RU RU DE Inglês Dinamarquês 58,2 : 81,8 29,5 47,4 28,1 13,8 : 16,3 6 : 47,6 26,7 35,7 44,6 31,4 79,4 FR NL ES : DE RU FR ES ES : ES DE : DE DE IT DE DE EN 4,4 : 28,4 28,2 7,5 12 9,5 : 11,4 2,1 : 15,3 7,3 24,2 22,7 15,2 70,9 Francês Neerlandês DE : ES FR RU FR IT : IT 3,7 : 1,3 11,4 5,3 5,1 1,4 : 1,9 : IT ES ES FR FR ES : 5,4 5,8 13,8 2,9 2,9 2 HU MT NL AT PL PT RO SI SK FI SE UK IS LI NO HR TR DE SV Alemão Sueco ES PT EN EN : EN EN EN EN EN EN : EN : EN : EN EN EN 66,4 100 : 98,8 86,4 46,9 94,2 91,7 85,2 : 99,6 : 60,9 : 47 87,7 84,9 Espanhol Português DE IT : FR DE FR FR DE DE : ES : DA : ES DE DE IT SK 43,1 7,4 : 20,6 57,5 6,4 84,2 45,9 60,4 : 20,9 : 35,2 : 10,1 39,9 5,9 FR FR : IT RU ES DE IT RU : DE : DE : DE IT FR Italiano Eslovaco 4,7 3,5 : 9,6 10,6 5,1 7,7 10,3 8,1 : 13,2 : 17,6 : 8,7 14,4 0,6 RU FI IT ES : ES FR DE ES ES FR : FR : ES : FR FR 3 1,2 : 5,8 6,3 0,5 1,1 4,5 7,5 : 9,9 : 16,1 : 5,2 3,9 Russo Finlandês Fonte: Eurostat, UOE. Nota explicativa Só são contempladas as línguas consideradas como estrangeiras no currículo elaborado pelas autoridades educativas centrais. As línguas regionais somente são incluídas quando o currículo as designa como alternativas às línguas estrangeiras. As línguas ensinadas fora do currículo como disciplinas opcionais não são incluídas. A figura foca as quatro línguas mais extensamente lecionadas. Encontram-se classificadas por ordem descendente de acordo com a percentagem de alunos que as aprendem. Notas específicas por país Bélgica, Bulgária, República Checa, Estónia, Irlanda, França, Itália, Luxemburgo, Hungria, Áustria, Polónia, Eslovénia, Eslováquia, Finlândia, Suécia e Islândia: Para notas adicionais, ver figura C5. 73 PARTICIPAÇÃO UMA PERCENTAGEM MUITO ELEVADA DE ALUNOS APRENDE INGLÊS, SEJA COMO LÍNGUA OBRIGATÓRIA OU OPCIONAL Na larga maioria dos países, pelo menos 90 % dos alunos aprendem inglês no nível CITE 2 e no nível CITE 3 (ensino geral). No CITE 2, a Bélgica (comunidades francesa e flamenga), Luxemburgo e Hungria apresentam uma percentagem relativamente baixa de alunos com este perfil. Na Bélgica (comunidade flamenga e, na comunidade francesa, apenas em Bruxelas) e no Luxemburgo, os alunos têm de aprender (uma) outra(s) língua(s) antes de começarem a aprender inglês (figura B13), o que pode justificar as percentagens relativamente baixas que podemos observar. No CITE 3, no ensino secundário superior geral, menos de 50 % dos alunos aprendem inglês em Portugal e na Noruega. Nestes dois países, a aprendizagem da língua estrangeira poder ser descontinuada durante este nível, o que justifica as médias relativamente baixas. No ensino secundário superior préprofissional/profissional (CITE 3 pré-profissional/profissional), a percentagem de alunos a aprender inglês é geralmente mais baixa que no ensino geral (CITE 3 geral) e não alcança os 90 % na maior parte dos países. Isto pode ser em parte explicado pelo facto de que nos programas préprofissionais/profissionais, os alunos geralmente aprendem menos línguas estrangeiras do que nos programas do ensino geral (figura C5). O alemão é bastante popular em muitos países da Europa Central e Oriental. Para além do Luxemburgo, onde é língua obrigatória, a percentagem de alunos que aprendem alemão é bastante elevada (acima dos 30 %) em ambos os CITE 2 e 3 (ensino geral e pré-profissional/profissional) na Hungria, Polónia, Eslovénia, Eslováquia e Croácia. Na República Checa, esta percentagem é relativamente elevada no CITE 3, quer no ensino geral quer no pré-profissional/profissional. Neste nível, os valores também são bastante elevados na Bélgica (comunidade flamenga), Bulgária, Dinamarca, Letónia e Países Baixos, mas apenas no ensino geral. No CITE 2, é muito alto na Dinamarca, onde atinge os 75 %, e alto na Grécia (43,2 %). O número médio de alunos na UE a aprender alemão é mais elevado no CITE 3 do que no CITE 2. Contrariamente ao número médio de alunos na UE a aprender alemão, a média da UE para aqueles que aprendem o francês é mais elevada no CITE 2 do que no CITE 3. Muitos países em que pelo menos 30 % dos alunos no ensino secundário inferior e/ou secundário superior aprendem francês, encaixam-se numa das duas categorias que se seguem. A primeira inclui os países cuja língua oficial é românica (Espanha, Itália, Portugal e Roménia). A segunda categoria consiste em países em que o francês é uma língua obrigatória específica, como é o caso da Bélgica (comunidade flamenga), Chipre e Luxemburgo (figura B13): estes três sistemas de educação têm as mais altas percentagens (mais de 90 %) no CITE 2. No Chipre, onde a aprendizagem do francês deixa de ser obrigatória no ensino secundário superior (CITE 3), a percentagem não ultrapassa os 40 % nos programas gerais de educação e 6,8 % nos programas pré-profissionais/profissionais. A percentagem de alunos a aprender francês na Irlanda varia entre 58,2 % e 65,9 %, dependendo do nível. Neste país, o francês é a língua estrangeira mais aprendida (figuras C8a e b) A percentagem de alunos que aprendem inglês no ensino secundário é, por isso, muito elevada em todos os países, quer seja ou não uma disciplina obrigatória. Em contraste, o alemão ou o francês como línguas obrigatórias produz um impacto óbvio na proporção de alunos que aprendem estas línguas. Efetivamente, só nos países em que estas línguas são obrigatórias é que esta proporção é equivalente ou superior a 90%. Todavia, a Roménia, onde o francês não é uma língua obrigatória, regista uma percentagem comparável em ambos níveis CITE 2 e 3, no ensino geral e pré-profissional/ profissional. 74 PARTICIPAÇÃO O espanhol é ensinado essencialmente no ensino geral nos níveis CITE 2 e 3. Na maioria dos casos, a percentagem dos alunos a aprender esta língua é menor do que 20 % (e muitas vezes até mais baixa que 10 %). Os países nórdicos e a França são exceções, designadamente a França (35 %), Suécia (38,7 %) e Noruega (30,1 %) no nível CITE 2, e a Dinamarca (24,8%), França (64,6 %), Suécia (43,2 %), Islândia (22,8%) e Noruega (21,8%) no CITE 3 do ensino geral. Por fim, o russo é ministrado em diversos países da Europa Central e Oriental, mas também na Alemanha e Finlândia no nível secundário superior geral (CITE 2 e 3 (geral)) assim como no Chipre e Áustria no CITE 3 no ensino geral. As percentagens são baixas exceto nos países do Báltico e na Bulgária. O russo é a segunda língua estrangeira mais aprendida em todos os níveis de ensino no caso dos Países Bálticos, no CITE 2 no caso da Bulgária (figura C8a e b). Nos restantes países, é muito pouco ou nada lecionado. Tal como previamente mencionado, o leque de línguas lecionadas é mais amplo em muitos países, mas as mesmas são geralmente aprendidas por pequenas proporções de alunos (figura C11). 75 PARTICIPAÇÃO Figura C9: Percentagem de alunos a aprender inglês, francês, alemão, espanhol e russo, ensino secundário (CITE 2 e 3), 2009/10 CITE 2 1 EN CITE 3 Geral 2 FR 3 DE 76 CITE 3 Pré-prof./Profissional 4 ES 5 RU PARTICIPAÇÃO CITE2 1 EN CITE 3 Geral 2 FR 3 DE 77 CITE 3 Pré-prof./Profissional 4 ES 5 RU PARTICIPAÇÃO CITE 2 CITE 3 Geral CITE 3 Pré-Prof./Profissional EN FR DE ES RU EN FR DE ES RU EN FR DE ES RU UE 93,7 32,7 16,9 11,4 2,4 UE 92,7 23,2 23,9 19,1 3,5 UE 74,9 20,6 20,7 3,6 2,8 BE fr 38,8 - 1,7 0,0 0,0 BE fr 91,2 - 6,1 7,5 0,0 BE fr 33,0 - 0,8 0,7 0,0 BE de : : : : : BE de : : : : : BE de : : : : : BE nl 46,2 92,9 0,0 0,0 0,0 BE nl 99,1 99,4 52,2 2,5 0,0 BE nl 69,3 83,8 11,2 0,5 0,0 BG 84,1 4,1 9,4 1,2 21,5 BG 87,4 13,9 35,1 8,6 26,8 BG 76,8 9,0 24,2 1,1 29,6 CZ 100,0 3,0 22,6 1,1 3,7 CZ 100,0 25,0 61,0 11,1 7,7 CZ 78,9 1,1 42,4 2,2 4,3 DK 100,0 9,2 75,4 0,0 0,0 DK 91,7 10,6 34,7 24,8 0,0 DK 72,0 0,0 22,0 0,0 0,0 DE 94,7 25,3 - 3,1 1,3 DE 91,1 27,3 - 18,9 2,3 DE 34,5 1,1 - 0,7 0,0 EE : : : : : EE : : : : : EE : : : : : IE - 65,5 20,1 12,0 0,0 IE - 58,2 16,4 11,1 0,2 IE - 65,9 16,2 12,3 0,1 EL 99,2 48,0 43,2 :i 0,0 EL 91,4 6,9 2,9 :i 0,0 EL 62,6 3,6 0,0 0,0 0,0 ES 98,7 36,9 2,5 - 0,0 ES 94,7 22,3 1,0 - 0,0 ES : : : - : FR 97,9 - 14,9 35,0 0,1 FR 99,5 - 21,6 64,6 0,7 FR 94,6 - 3,7 16,2 0,0 IT 100,0 72,3 8,7 18,8 0,0 IT 97,7 19,5 6,9 6,8 0,1 IT 94,7 32,0 7,5 5,1 0,0 CY 99,9 92,6 1,8 0,3 0,3 CY 93,7 40,0 2,5 15,9 2,9 CY 99,2 6,8 5,6 0,0 0,0 LV 96,9 0,9 12,4 0,0 62,4 LV 97,4 4,5 29,7 0,4 55,4 LV 81,4 0,0 10,2 0,0 25,5 LT 95,7 3,5 14,3 0,0 63,9 LT 92,2 3,5 16,5 0,4 35,7 LT 74,9 1,3 11,8 0,0 20,2 LU 53,7 100,0 100,0 0,0 0,0 LU 97,6 100,0 100,0 5,1 0,0 LU 57,1 76,8 68,7 0,3 0,0 HU 58,1 0,5 35,2 0,1 0,1 HU 76,5 6,1 45,4 2,4 0,7 HU 37,3 0,5 36,4 0,0 0,1 MT 100,0 15,0 5,8 4,5 0,2 MT 100,0 6,9 1,5 2,4 0,1 MT 100,0 0,0 0,0 0,0 0,0 NL : : : : : NL 100,0 33,2 43,5 0,0 0,0 NL : : : : : AT 99,6 4,7 - 0,7 0,3 AT 99,4 44,2 - 15,1 3,1 AT 98,6 13,0 - 2,7 0,3 PL 84,9 1,7 38,4 0,4 3,6 PL 92,4 8,6 52,4 1,8 9,4 PL 79,8 3,7 63,0 0,1 11,9 PT 74,6 52,8 0,5 12,6 0,0 PT 39,2 3,7 0,7 5,9 0,0 PT 59,2 10,6 0,3 3,8 0,0 RO 96,7 85,8 9,5 0,5 0,5 RO 98,7 86,3 11,8 2,2 0,6 RO 91,6 82,9 5,3 0,4 0,3 SI 100,0 2,6 35,7 2,1 0,0 SI 98,2 10,3 68,9 11,0 1,4 SI 88,1 0,2 33,4 0,9 0,0 SK 83,0 2,2 37,6 0,5 8,3 SK 98,5 16,4 64,8 7,9 8,2 SK 79,6 3,7 58,5 0,8 8,1 FI 99,2 6,0 11,2 0,0 1,2 FI 99,1 17,4 25,7 13,8 6,6 FI : : : : : SE 100,0 15,5 20,7 38,7 0,0 SE 100,0 21,0 27,1 43,2 1,2 SE 99,3 1,9 3,2 4,8 0,1 UK - : : : : UK - 27,4 10,3 9,0 0,0 UK - : : : : IS 99,2 1,4 2,0 3,3 0,0 IS 72,7 13,0 25,1 22,8 0,1 IS 37,3 0,8 2,6 2,8 0,0 LI : : : : : LI : : : : LI : : : : : NO 100,0 13,4 24,1 30,1 0,1 NO 43,5 11,2 18,8 21,8 0,1 NO 50,0 0,0 0,0 0,1 0,0 HR 96,2 1,3 40,8 0,1 0,0 HR 98,9 3,8 61,2 2,6 0,0 HR 83,2 3,9 31,3 0,2 0,0 TR - - - - - TR 81,9 0,9 10,1 0,0 0,0 TR 89,0 0,1 0,3 0,0 0,1 Fonte: Eurostat, UOE. Nota explicativa O número de alunos a aprender inglês, francês, alemão, espanhol e russo no nível secundário é dividido pelo número correspondente de alunos matriculados no nível CITE concernente. Não estão incluídas as línguas ensinadas fora do currículo como línguas opcionais. Notas específicas por país UE, Bélgica, Bulgária, República Checa, Estónia, Irlanda, França, Itália, Luxemburgo, Hungria, Áustria, Polónia, Eslovénia, Eslováquia, Finlândia, Suécia, Reino Unido e Islândia: Para notas adicionais, ver figura C5. 78 PARTICIPAÇÃO UM NÚMERO CRESCENTE DE ALUNOS APRENDE INGLÊS NO ENSINO SECUNDÁRIO, ESPECIALMENTE NA EUROPA CENTRAL E ORIENTAL Desde 2004/05 que a percentagem de alunos a aprender inglês não tem sofrido muitas variações na maioria dos países, quer no CITE 2 quer no 3. Quando ocorrem variações significativas, estas revelam sobretudo um aumento que é particularmente visível (mais do que 10 pontos percentuais) na Itália, no CITE 2, e em diversos países da Europa Central e Oriental tais como a Polónia e a Croácia no nível CITE 2; na Letónia, Lituânia e Roménia no nível CITE 3; e Bulgária, República Checa e Eslováquia em ambos os níveis. Malta mostra o aumento mais elevado no CITE 3 (63,8 pontos percentuais). A percentagem média de alunos na UE a aprender francês tem-se mantido mais ou menos estável desde 2004/05 na maioria dos países. No entanto, no CITE 2, há três países que sobressaem: Malta e Portugal, onde a percentagem de alunos a aprender francês diminuiu consideravelmente (27,4 e 35,3 pontos percentuais respetivamente), e Itália que exibe um aumento significativo (26 pontos percentuais). A variação na Grécia também não é de negligenciar pois o decréscimo equivale a 11,4 pontos percentuais. No CITE 3, as maiores variações encontram-se em Portugal e no Reino Unido, onde as descidas nas percentagens chegam aos 15,9 e 12,6 pontos percentuais respetivamente e na Roménia, onde a percentagem de alunos a aprender francês aumenta em 16,4 pontos percentuais. As médias da UE na percentagem de alunos a aprender alemão também se mantiveram praticamente inalteradas desde 2004/05, em ambos os níveis CITE (2 e 3). Todavia, a maior parte dos países, especialmente no nível CITE 3, mostram uma ligeira descida nesta percentagem, sendo a mais evidente na Dinamarca no CITE 2 (14,7 pontos percentuais). As subidas mais significativas variam entre os 7,5 e os 8,7 pontos percentuais e encontram-se na Grécia, Eslovénia e Croácia no nível CITE 2. Nota explicativa (figura C10) O número de alunos a aprender inglês, francês, alemão no ensino secundário geral é dividido pelo número correspondente de alunos matriculados no nível CITE concernente. Não estão incluídas as línguas ensinadas fora do currículo como línguas opcionais. Dados (figura C10a) EN EN EN FR FR FR DE DE DE 2005 2007 2010 2005 2007 2010 2005 2007 2010 EN EN EN FR FR FR DE DE DE 2005 2007 2010 2005 2007 2010 2005 2007 2010 UE 90,2 92,2 93,7 29,3 33,3 32,7 17,4 16,6 16,9 HU 54,3 57,7 58,1 0,6 0,6 0,5 41,4 38,9 35,2 BE fr BE de 34,5 : 33,7 : 38,8 : : : : 1,5 : 1,6 : 1,7 : MT NL 100,0 : 100,0 : 100,0 : 42,4 : 43,5 : 15,0 : 8,4 : 9,7 : 5,8 : BE nl 48,4 48,0 46,2 95,4 93,9 92,9 0,0 0,0 0,0 AT 99,1 : 99,6 5,2 : 4,7 - BG 64,1 73,1 84,1 10,8 9,0 4,1 16,2 15,5 9,4 PL 72,0 74,5 84,9 1,7 1,3 1,7 30,5 26,2 38,4 CZ 71,7 76,4 100,0 2,4 2,5 3,0 28,5 26,9 22,6 PT 98,3 : 74,6 88,1 : 52,8 0,6 : 0,5 DK 100,0 100,0 100,0 11,6 12,0 9,2 90,1 88,8 75,4 RO 93,1 96,4 96,7 86,1 87,3 85,8 10,9 0,0 9,5 DE 94,8 95,9 94,7 23,2 25,9 25,3 SI 93,1 97,3 100,0 1,6 2,6 2,6 27,4 32,7 35,7 Fonte: Eurostat, UOE. 79 EE 93,3 93,9 : 2,0 1,9 : 20,0 16,7 : SK 65,2 70,7 83,0 1,8 1,9 2,2 37,3 32,8 37,6 IE 68,8 67,0 65,5 23,0 21,6 20,1 FI 99,2 99,2 99,2 7,5 6,6 6,0 15,8 13,3 11,2 EL 99,0 : 99,2 59,4 : 48,0 35,7 : 43,2 SE 100,0 100,0 100,0 17,7 16,8 15,5 26,6 23,1 20,7 ES 98,4 97,9 98,7 38,8 38,0 36,9 2,4 2,4 2,5 UK : : : : : : FR 95,9 96,9 97,9 14,4 14,4 14,9 IT 89,1 99,4 100,0 46,3 75,4 72,3 4,9 7,6 8,7 IS 99,3 99,3 99,2 2,1 1,8 1,4 5,3 4,6 2,0 CY 98,6 99,9 99,9 92,9 94,5 92,6 1,1 1,3 1,8 LI : : : : : : : : : LV 96,2 96,0 96,9 0,8 0,8 0,9 17,2 18,3 12,4 NO 100,0 100,0 100,0 17,8 16,5 13,4 29,9 25,8 24,1 LT 88,7 92,9 95,7 4,5 3,6 3,5 25,5 21,0 14,3 HR 85,1 : 96,2 1,0 : 1,3 32,1 : 40,8 LU 52,9 52,3 53,7 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 TR - PARTICIPAÇÃO Figura C10a: Tendências na percentagem de alunos a aprender inglês, alemão e francês no ensino secundário inferior (CITE 2), em 2004/05, 2006/07, 2009/10 Inglês Francês Fonte: Eurostat, UOE. 80 Alemão PARTICIPAÇÃO Figura C10b: Tendências na percentagem de alunos a aprender inglês, alemão e francês no ensino secundário superior pré-profissional/profissional e geral (CITE 3), em 2004/05, 2006/007, 2009/10 Inglês Francês Fonte: Eurostat, UOE. 81 Alemão PARTICIPAÇÃO Dados (figura C10b) EN EN EN FR FR FR DE DE DE 2005 2007 2010 2005 2007 2010 2005 2007 2010 EN EN EN FR FR FR DE DE DE 2005 2007 2010 2005 2007 2010 2005 2007 2010 UE 79,7 82,5 83,5 22,4 22,7 21,9 24,8 25,8 23,0 HU 62,1 65,7 66,4 4,8 5,1 4,7 48,7 48,0 43,1 BE fr BE de 67,3 : 67,3 : 64,4 : : : : 3,9 : 3,9 : 3,7 : MT NL 37,8 : 36,2 : 100,0 : 4,0 : 5,0 : 3,5 : 1,0 : 1,1 : 0,8 : BE nl 82,6 81,5 81,8 91,1 90,4 90,4 30,0 29,3 28,4 AT 96,3 96,3 98,8 25,0 25,5 20,6 - BG 67,0 74,5 81,9 12,5 13,1 11,4 31,2 31,4 29,5 PL 82,0 83,1 86,4 9,0 7,6 6,3 65,0 62,1 57,5 CZ 73,0 78,2 84,6 6,9 7,4 7,5 56,2 52,9 47,4 PT 53,5 : 46,9 22,3 : 6,4 2,3 : 0,5 DK 76,9 54,3 81,5 7,6 5,0 5,1 34,7 55,1 28,1 RO 71,3 82,6 94,2 67,8 74,1 84,2 6,6 0,0 7,7 DE 62,2 63,3 61,9 13,4 13,0 13,8 SI 89,3 89,7 91,7 3,8 4,0 3,8 53,3 50,6 45,9 EE 87,6 91,2 : 4,4 6,3 : 36,1 33,9 : SK 71,0 75,5 85,2 6,4 6,9 7,5 62,1 59,8 60,4 IE 64,0 61,8 60,6 18,3 17,6 16,3 FI : : : : : : : : : EL 85,0 : 83,7 10,2 : 6,0 1,7 : 2,1 SE 99,2 99,3 99,6 11,9 10,2 9,9 17,3 14,6 13,2 ES 93,3 92,9 : 26,5 26,2 : 1,9 1,8 : UK 40,0 32,0 27,4 15,2 11,7 10,3 FR 97,5 97,6 97,8 17,5 15,4 15,3 IT 90,3 94,4 96,0 27,7 27,3 26,7 7,4 7,4 7,3 IS 63,1 61,3 60,9 11,8 10,8 9,0 22,4 19,3 17,6 CY 90,5 81,3 94,4 31,3 29,1 35,7 4,1 3,0 2,9 LI : : : : : : : : : LV 60,2 63,0 91,6 2,3 2,7 2,9 24,9 21,1 22,7 NO 56,4 100,0 47,0 8,2 4,6 5,2 13,4 6,8 8,7 LT 71,7 75,9 87,4 5,1 4,3 2,9 25,9 22,4 15,2 HR 82,4 : 87,7 3,9 : 3,9 42,1 : 39,9 LU 68,3 69,6 70,9 81,5 81,9 84,7 75,4 76,1 79,4 TR : : 84,9 : : 0,6 : : 5,9 Fonte: Eurostat, UOE. Notas específicas por país (figura C10) UE, Bélgica, Bulgária, República Checa, Estónia, Irlanda, Itália, Luxemburgo, Hungria, Polónia, Eslovénia, Eslováquia, Finlândia, Suécia, Reino Unido e Islândia: Para notas adicionais, ver figura C5. França: Os dados relativos à aprendizagem de línguas apenas abrangem os alunos em instituições educativas controladas pelo Ministério da Educação. A cobertura estimada é de 80-90 % do total de matrículas efetuadas no nível CITE 3. Os dados de 2005-2007 só abrangem a área metropolitana francesa. No que diz respeito ao CITE 3 préprofissional, 32 % da população estudantil é excluída (programas de formação paramédica e social). Malta: Em 2010 ocorreu uma quebra de série. Países Baixos: Em 2009 ocorreu uma quebra de série devido a alterações no currículo. Áustria: A data de referência é o final do ano letivo. Consequentemente, os dados apresentados não incluem os alunos que abandonaram a escolar durante o ano letivo. Em 2009 ocorreu uma quebra de série. Até 2009, os indicadores basearam-se em dados estimados. Portugal: Em 2008, foi alterada a cobertura dos programas CITE 2. NA MAIOR PARTE DOS PAÍSES, OUTRAS LÍNGUAS PARA ALÉM DO INGLÊS, FRANCÊS, ALEMÃO, ESPANHOL E RUSSO SÃO POUCO APRENDIDAS Na larga maioria dos países, outras línguas que não o inglês, francês, alemão, espanhol e russo são responsáveis por uma proporção muito reduzida no conjunto das línguas aprendidas. Por outras palavras, na grande parte dos países europeus, as línguas que os alunos aprendem são quase exclusivamente as principais línguas europeias. Na Bélgica (comunidade francesa), Finlândia e Islândia, a proporção de alunos a aprender outras línguas é superior a 25 % nos níveis CITE 2 e 3 (ensino geral e pré-profissional/profissional). Este facto reflete uma situação em que os alunos aprendem uma língua obrigatória específica (figura B13). Estas línguas são o sueco (finlandês para os alunos falantes de sueco) na Finlândia e o Dinamarquês na Islândia. Na Bélgica (comunidade francesa), um número considerável de alunos aprendem neerlandês, uma das três línguas oficiais da Bélgica (Figura A1) e uma língua obrigatória específica em algumas partes da comunidade (em Bruxelas). Em Malta, a percentagem de alunos que aprendem outras línguas também é relativamente elevada, especialmente no CITE 2. Neste país, em que a influência cultural da Itália é bastante acentuada, muitos alunos aprendem italiano (figura C8). 82 PARTICIPAÇÃO Existem algumas diferenças entre os níveis de educação e, no caso do CITE 3, entre o ensino geral e o pré-profissional/profissional. A proporção de alunos a aprender outras línguas que não as cinco supra mencionadas é mais elevada no CITE 3, particularmente no ensino geral. As percentagens relativamente elevadas verificadas no Chipre, Áustria, Suécia e Croácia podem certamente ser explicadas pela proporção significativa de alunos a aprender italiano. Figura C11: Línguas estrangeiras que não o alemão, inglês, espanhol, francês e russo aprendidas pelos alunos no ensino secundário (CITE 2 e 3), em percentagem do total de línguas aprendidas neste nível, 2009/10 CITE 2 UE CITE 3 Geral CITE 3 Pré-profissional e profissional BE fr BE de BE nl BG CZ DK DE EE IE EL ES FR IT CY LV LT LU CITE 2 : 59,2 : 0,0 0,7 0,1 0,0 1,1 : 0,7 :i 0,2 2,6 0,0 0,6 0,1 0,1 0,0 CITE 3 ger : 43,5 : 0,0 1,7 0,3 0,8 2,9 : 4,2 :i 0,3 5,4 0,2 17,1 0,6 0,2 0,6 1,0 CITE 3 pro : 48,5 : 0,0 1,0 0,1 0,0 0,2 : 2,1 0,0 : 0,0 1,3 0,0 0,0 0,1 HU MT NL AT PL PT RO SI SK FI SE UK IS LI NO HR TR CITE 2 2,3 28,8 : 3,1 0,1 0,0 0,2 1,7 4,9 45,8 0,4 : 47,9 : 0,1 6,9 - CITE 3 ger 3,5 11,7 0,0 10,3 0,7 0,0 0,7 6,6 2,7 38,7 10,7 6,7 25,2 : 0,8 14,2 0,0 CITE 3 pro 1,5 0,0 : 6,4 0,1 0,0 0,4 6,6 1,5 : 3,9 : 31,3 : 0,0 7,2 0,0 Fonte: Eurostat, UOE. Nota explicativa Só são contempladas as línguas consideradas como línguas estrangeiras no currículo elaborado pelas autoridades educativas centrais. As línguas regionais somente são incluídas quando o currículo as designa como alternativas às línguas estrangeiras. As línguas ensinadas fora do currículo como disciplinas opcionais não são incluídas. O grego antigo, latim, esperanto e línguas gestuais não são considerados. Da mesma forma, são excluídos os dados referentes a alunos de nacionalidade estrangeira que estão a aprender a sua língua materna em aulas especiais, e aqueles que estão a aprender a língua do país anfitrião. No numerador, cada aluno que aprende inglês, francês, alemão, espanhol e russo é contabilizado uma vez por cada uma das línguas aprendidas. No denominador, cada aluno a aprender uma língua estrangeira é contabilizado uma vez por cada língua aprendida. Por outras palavras, os alunos que aprendem mais do que uma língua são contabilizados tantas vezes quanto o número de línguas estudadas. Nota específica por país Bélgica, Bulgária, República Checa, Estónia, Irlanda, França, Itália, Luxemburgo, Hungria, Áustria, Polónia, Eslovénia, Eslováquia, Finlândia, Suécia, Reino Unido e Islândia: Para notas adicionais, ver figura C5. 83 PROFESSORES EM TODA A EUROPA, PROFESSORES GENERALISTAS E ESPECIALISTAS PARTILHAM A RESPONSABILIDADE PELO ENSINO DE LÍNGUAS ESTRANGEIRAS NO ENSINO PRIMÁRIO No ensino primário, um professor, i.e. um professor generalista é normalmente responsável por uma única turma e ocupa-se de todas as disciplinas ou da maior parte delas (EACEA/Eurydice, 2009). Contudo, em muitos países, as línguas estrangeiras são lecionadas por alguém que não o professor generalista. Como consequência, o perfil dos professores responsáveis pelo ensino de línguas estrangeiras varia frequentemente entre países e até mesmo no seio de cada país. Em cerca de metade de todos os países europeus, as recomendações gerais para o ensino primário aplicáveis ao ensino de línguas estrangeiras ou as recomendações especiais para esta área em concreto, referem-se apenas a um tipo específico de professor – generalista, especialista ou semiespecialista. Não obstante o modelo generalista ser o mais comum, seis países (Bulgária, Grécia, Espanha, Portugal, Eslováquia e Turquia) confiaram o ensino de línguas estrangeiras a professores especializados (i.e. professores qualificados para lecionar quer duas disciplinas diferentes, em que uma delas é uma língua estrangeira, quer uma ou mais línguas estrangeiras). Na Dinamarca, as línguas estrangeiras são lecionadas por professores semi-especialistas (i.e. professores qualificados para lecionar um conjunto de, pelo menos, três disciplinas diferentes). Em dez países, as recomendações destinam-se a dois tipos de professores, mas a combinação é distinta de um país para outro (i.e. professores generalistas e especialistas, professores generalistas ou semi-especialistas, e/ou professores semi-especialistas e especialistas). Para complicar ainda mais o quadro, os mesmos tipos de professores não lecionam necessariamente em todos os níveis do ensino primário. A título de exemplo, podemos referir a Polónia, onde professores generalistas podem lecionar somente nos primeiros três anos do ensino primário; caso desejem lecionar uma língua estrangeira, necessitam de adquirir qualificações adicionais. Todavia, nos graus superiores do ensino primário, as línguas estrangeiras devem ser lecionadas por professores especialistas. Normalmente, as diretrizes gerais e recomendações relacionadas com o nível de especialização nas disciplinas que os professores de língua estrangeira do ensino primário devem possuir, não têm que ser seguidas de forma rígida e neste aspeto as escolas têm alguma autonomia. Por exemplo, na República Checa, França, Itália, Países Baixos e Listenstaine é esperado que as línguas estrangeiras no ensino primário sejam lecionadas por professores generalistas, mas na prática são também lecionadas por professores especializados ou professores especialistas/ semi-especialistas (i.e. professores generalistas com bons conhecimentos de línguas estrangeiras que as lecionam a diversas turmas). Tal ocorre frequentemente porque nem todos os professores generalistas adquiriram competências e/ou uma qualificação nesta área. Na Turquia, o ideal seria as línguas estrangeiras serem lecionadas por professores especialistas, porém, devido à escassez deste tipo de professores nessa área, as línguas estrangeiras são, por vezes, lecionadas por professores generalistas. Na Irlanda, Letónia, Luxemburgo, Roménia, Finlândia, Reino Unido e Noruega não existem recomendações quanto ao nível da especialização nas disciplinas para professores de língua estrangeira, consequentemente, a prática é variável. Em alguns destes países, predominam os professores generalistas (Luxemburgo, Reino Unido e Noruega), já em outros, são mais comuns os professores especialistas (Roménia e Letónia). Em termos gerais, parece que a falta de professores qualificados de língua estrangeira no ensino primário é frequentemente motivo de preocupação. A razão pode estar no facto de a aprendizagem de línguas estrangeiras ser agora iniciada numa idade mais precoce (figura B2), e os sistemas de educação vigentes ainda não se terem adaptado totalmente as estas mudanças. Um número significativo de medidas têm sido adotadas em toda a Europa com o intuito de resolver o problema da escassez de professores de língua estrangeira no ensino primário. Entre as medidas adotadas incluem-se programas que visam a atualização das qualificações dos professores generalistas bem como a revisão de conteúdos no que respeita à formação inicial de futuros professores do ensino primário. 85 PROFESSORES Figura D1: Recomendações sobre o nível de especialização na disciplina dos professores de língua estrangeira no ensino primário, 2010/11 Professores generalistas Professores semi-especialistas Professores especialistas Sem recomendações específicas quanto à especialização na disciplina Fonte: Eurydice. Nota explicativa A figura só contempla a educação geral e regular (ou seja, não são tidas em consideração as turmas especiais em que há um ensino alargado das línguas estrangeiras). Para uma definição de 'professor generalista'; 'professor semi-especialista' (de língua estrangeira) e 'professor especialista' (de língua estrangeira) ver a secção Glossário, Base de Dados Estatísticas e Bibliografia. Nota específica por país Espanha: Em novembro de 2011, foi aprovado um decreto real que estipulava que professores especialistas em línguas poderiam ser chamados a lecionar disciplinas até então apenas lecionadas por professores generalistas. Assim, desde 2011/12, os professores de língua estrangeira do ensino primário passaram a ser classificados como professores semi-especialistas. NO ENSINO SECUNDÁRIO, OS PROFESSORES DE LÍNGUA ESTRANGEIRA SÃO GERALMENTE PROFESSORES ESPECIALIZADOS Com exceção da Roménia, existem em todos os países europeus recomendações oficiais no que respeita ao nível de especialização na disciplina exigido para o ensino de línguas estrangeiras no ensino secundário inferior e superior geral. Na maioria dos países, nos ditos níveis de ensino, os idiomas são lecionados por professores especialistas. Apesar da predominância do modelo de professor especialista em ambos os níveis CITE considerados, verifica-se que a situação no ensino secundário inferior é ligeiramente mais variada. Neste aspeto, em alguns sistemas de educação, as línguas estrangeiras são lecionadas por professores semi-especialistas (Dinamarca, Alemanha, Suécia e Listenstaine), professores especialistas e semi-especialistas (comunidade flamenga da Bélgica e Estónia) ou professores especialistas e generalistas (Islândia). Na Noruega, as línguas estrangeiras são lecionadas por qualquer um dos três tipos de professores (generalistas, especialistas e semi-especialistas). No ensino secundário superior, em quase toda a Europa, as línguas estrangeiras são lecionadas por professores especialistas. As exceções são a comunidade flamenga da Bélgica e a Noruega onde, juntamente com os professores especialistas, os professores semi-especialistas podem também lecionar línguas estrangeiras. Professores especialistas em línguas estrangeiras podem ter formação no ensino de duas disciplinas diferentes, podendo uma delas ser uma língua estrangeira; ou podem dedicar-se exclusivamente ao ensino de línguas estrangeiras (ver figura D3 para mais informação). 86 PROFESSORES Figura D2: Recomendações sobre o nível de especialização na disciplina dos professores de língua estrangeira no ensino secundário inferior e superior geral, 2010/11 CITE 2 Professores generalistas CITE 3 Professores semi-especialistas Professores especialistas Sem recomendações específicas quanto à especialização na disciplina Fonte: Eurydice. Nota explicativa Para uma definição de 'professor generalista'; 'professor semi-especialista' (de língua estrangeira) e 'professor especialista' (de língua estrangeira) ver secção Glossário, Base de Dados Estatísticas e Bibliografia. Nota específica por país Reino Unido (ENG/WLS /NIR): Regulamentos em vigor sobre o recrutamento de professores requerem apenas que estes possuam a categoria singular de Estatuto de Professor Qualificado (elegibilidade para lecionar na Irlanda do Norte). Porém, as vias de qualificação para os professores candidatos ao ensino secundário são de especialização na disciplina. A MAIORIA DOS PAÍSES OFERECE AOS PROFESSORES A POSSIBILIDADE DE SE ESPECIALIZAREM NUMA OUTRA DISCIPLINA ALÉM DA LÍNGUA ESTRANGEIRA As figuras D1 e D2, que cobrem o nível de especialização na disciplina para aqueles que dão aulas de línguas estrangeiras, demonstram que os professores especialistas de língua estrangeira lecionam principalmente nos níveis inferior e superior do ensino secundário, apesar de em certos países também lecionarem no ensino primário. O presente indicador centra-se nas disciplinas para as quais os professores especialistas de língua estrangeira reúnem as competências para lecionar, independentemente do nível de ensino em que trabalham. Em cerca de dois terços dos países europeus, os professores especialistas de língua estrangeira, ou lecionam somente línguas estrangeiras, ou lecionam duas disciplinas, sendo que uma delas será sempre uma língua estrangeira. Em parte, tal deve-se ao facto de, numa série de países, não existirem recomendações específicas sobre especializações disciplinares; assim sendo, os futuros docentes podem optar por uma qualquer área de especialização disciplinar ou pela combinação de disciplinas do leque disponibilizado pelas instituições de ensino superior. Em onze sistemas educativos, os professores especialistas de língua estrangeira são qualificados para lecionar apenas línguas estrangeiras (ou seja, uma ou mais línguas estrangeiras). Neste grupo, inserem-se sete países (Chipre, Espanha, França, Itália, Luxemburgo, Países Baixos e Turquia) nos quais os professores especialistas de língua estrangeira reúnem competências para lecionar exclusivamente uma língua estrangeira. O quadro geral revela-nos que, na maioria dos países, é dada a opção aos professores especialistas de língua estrangeira de se qualificarem para lecionar, não apenas uma língua estrangeira (ou línguas estrangeiras), mas ainda uma outra disciplina. Tal pode ser encarado como uma pré-condição favorável para a implementação da aprendizagem integrada de conteúdos e de língua (CLIL) na qual as disciplinas não linguísticas são lecionadas numa língua estrangeira (para mais informação sobre CLIL, pode consultar-se a secção Glossário, Bases de Dados Estatísticas e Bibliografia). 87 PROFESSORES Figura D3: Disciplinas que os professores especialistas de língua estrangeira estão qualificados para lecionar nos ensinos primário e secundário geral, 2010/11 Professores qualificados para lecionar: Duas disciplinas diferentes incluindo uma língua estrangeira Apenas línguas estrangeiras Fonte: Eurydice. Nota explicativa Sempre que são indicados ambos os tipos de professor especializado, as recomendações existentes ou se referem a ambos os tipos de professor especialista de língua estrangeira, ou não se verificam recomendações específicas em relação a especializações disciplinares para professores de língua estrangeira, e nesse caso, é indicada a prática atual tal como está definida pelas autoridades centrais. Para definição de ‘Professor especialista’ (de língua estrangeira), ver a secção Glossário, Bases de Dados Estatísticas e Bibliografia. EM ALGUNS PAÍSES, MAIS DE 50 % DOS PROFESSORES DE LÍNGUA ESTRANGEIRA TÊM QUALIFICAÇÃO PARA ENSINAR UMA DISCIPLINA NÃO LINGUÍSTICA AO LADO DE UMA LÍNGUA ESTRANGEIRA No âmbito do Inquérito Europeu sobre Competências Linguísticas (IECL), foi solicitado aos professores qualificados de línguas estrangeiras que indicassem quais as disciplinas que podiam lecionar. Os resultados sugerem que, na maioria dos países participantes, estes professores apresentam diversos perfis de qualificação: uns estão qualificados apenas para o ensino de línguas estrangeiras, enquanto outros, para além destas, também estão qualificados para lecionar disciplinas de outras áreas curriculares, ou seja, disciplinas não linguísticas. Todavia, é importante esclarecer que a proporção de professores com qualquer um destes perfis varia de um país para outro e, em alguns, predomina claramente o perfil de apenas uma qualificação. Na comunidade francesa da Bélgica, Estónia, França, Países Baixos e Polónia, mais de 70 % dos professores de língua estrangeira possuem qualificação para lecionar apenas línguas estrangeiras. De entre estes países, sobressai a França com uma elevada proporção de professores (90,4 %) habilitados para o ensino de uma língua estrangeira apenas. Também é evidente o predomínio deste perfil de qualificação nos Países Baixos e na Polónia (72,3 % e 63,0 %, respetivamente). Em contraste com estes índices, a maioria dos professores de língua estrangeira (73,3 %) na comunidade francesa da Bélgica estão qualificados para lecionar duas línguas estrangeiras. Em sete sistemas educativos (comunidades germanófona e flamenga da Bélgica, Bulgária, Espanha, Portugal, Suécia e Croácia), mais de 50 % dos professores de língua estrangeira estão qualificados para lecionar uma disciplina de outra área curricular, juntamente com as disciplinas de línguas estrangeiras. No contexto destes países, a Suécia destaca-se por apresentar a mais elevada proporção de professores de língua estrangeira qualificados para lecionar uma língua estrangeira bem como uma disciplina não linguística (50,4 % dos professores incluem-se neste perfil); já na 88 PROFESSORES comunidade flamenga da Bélgica verifica-se que a maior parte dos professores de língua estrangeira (51,0 %) tem habilitações para lecionar duas línguas estrangeiras e uma disciplina não linguística. A comparação entre as respostas dos professores e a informação sobre as estruturas regulamentares contida na figura D3 mostra que na maioria dos sistemas educativos estudados, e de acordo com ambos os indicadores, os professores de língua estrangeira podem possuir diversos perfis de qualificação em termos da sua especialização na disciplina. Todavia, tal como já foi assinalado, nestes sistemas educativos observa-se, por vezes, o predomínio de um perfil de qualificação sobre os restantes. De acordo com a figura D3, os dois conjuntos de dados resultam menos consistentes no que respeita aos países onde os professores de língua estrangeira estão qualificados para lecionar exclusivamente línguas estrangeiras. Os dados nas figuras D3 e D4 só correspondem nos casos da França e Países Baixos, onde a maioria dos professores de língua estrangeira está habilitada para lecionar uma única língua estrangeira e nenhuma outra disciplina. No entanto, na comunidade francófona da Bélgica, Bulgária e Espanha, segundo a informação proveniente destes mesmos territórios, os perfis de qualificação dos professores de língua estrangeira parecem demonstrar uma maior heterogeneidade face aos indicados na figura anterior. A explicação pode estar, em parte, no facto de a figura D3 abranger principalmente as recomendações atuais, enquanto a figura D4 tem em consideração as respostas de professores de todas as idades, independentemente das recomendações específicas em vigor na altura em que realizaram a sua formação inicial. Figura D4: Distribuição percentual de professores de língua estrangeira segundo as disciplinas para as quais estão qualificados para lecionar, 2010/11 Apenas a LET (língua estrangeira testada) LET e outra língua estrangeira (LE) LET, outra LE e uma disciplina não linguística LET = Língua estrangeira testada UE EE EL ES FR MT NL PL PT SI SE HR LET 50.4 7.5 0.0 1.8 25.9 42.0 55.2 28.1 90.4 46.0 72.3 63.0 3.4 21.4 1.1 25.2 LET e outra língua estrangeira 10.2 73.3 29.8 10.2 17.5 32.5 2.0 5.1 0.6 11.3 14.7 13.0 46.6 32.3 30.4 22.3 24.1 2.0 40.1 37.0 44.4 22.9 30.1 33.7 7.4 32.7 12.6 22.2 27.7 41.7 50.4 33.5 15.3 17.2 30.1 51.0 12.2 2.6 12.7 33.1 1.6 10.1 0.3 22.4 4.6 LET e uma disciplina não linguística LET, outra língua estrangeira e uma disciplina não linguística BE fr BE de BE nl BG LET e uma disciplina não linguística (DNL) 1.8 18.2 19.1 Fonte: IECL 2011. Nota explicativa O indicador baseia-se em respostas à Questão 22 do Questionário IECL para Professores, e inclui apenas as respostas de professores qualificados. A figura agrupa as respostas dos professores da seguinte forma: a categoria ‘apenas a língua testada’ inclui a categoria do questionário ‘língua alvo’; a categoria ‘outra língua estrangeira’ inclui a categoria do questionário ‘uma ou outras línguas estrangeiras adicionais (incluindo línguas antigas)’; a categoria ‘disciplina não linguística’ inclui as categorias do questionário ‘matemática’, ‘uma ou mais disciplinas da área das ciências, por 89 PROFESSORES exemplo, física, ‘uma ou mais disciplinas da área das ciências sociais e humanas, por exemplo, história’, ‘uma ou mais disciplinas da área da cultura e artes, por exemplo, música, história da arte’, ‘língua do questionário’, ‘uma ou mais disciplinas de aptidão profissional’, ‘desportos’. A média da UE corresponde às médias ponderadas dos países participantes do IECL para os quais existem dados disponíveis. Em cada país, os inquiridos foram professores a lecionar a primeira língua testada. Em quase todos os países participantes, esta língua era o inglês, excetuando o caso da Bélgica (comunidades flamenga e germanófona) em que a língua era o francês. Para mais informação sobre o Inquérito Europeu sobre Competências Linguísticas (IECL), pode consultar-se a secção Glossário, Bases de Dados Estatísticas e Bibliografia. A FORMAÇÃO INICIAL DE PROFESSORES ESPECIALISTAS E SEMI-ESPECIALISTAS DE LÍNGUA ESTRANGEIRA TEM A DURAÇÃO NORMAL DE QUATRO A CINCO ANOS Em todos os países da Europa, a formação inicial de professores especialistas ou semi-especialistas de língua estrangeira dos níveis secundário inferior e superior é proporcionada por estabelecimentos de ensino superior, normalmente através de programas com uma duração de quatro ou cinco anos; são poucos os países em que este tipo de formação específica dura apenas três anos. A Itália é o país que apresenta o período de formação mais longo, num total de seis anos. Em cerca de metade dos países europeus, é requerida uma licenciatura para lecionar línguas estrangeiras, enquanto nos restantes é exigido um mestrado. Em alguns países, os futuros professores de línguas estrangeiras devem possuir uma qualificação baseada na estrutura de graus introduzida por Bolonha. No Reino Unido, por exemplo, todos aqueles que tencionem lecionar línguas estrangeiras devem, em primeiro lugar, obter um grau de licenciatura com a duração de quatro anos, seguido da qualificação para a docência com a duração de um ano (logo, o tempo necessário para concluir os estudos é de cinco anos). O mesmo sucede na comunidade flamenga da Bélgica, onde os candidatos a professores de língua estrangeira no secundário superior devem obter um grau de mestrado com a duração de pelo menos quatro anos, seguido de um ano num programa de formação para professores. Em seis países (Bélgica, Dinamarca, Estónia, Países Baixos, Roménia e Suécia), a duração da formação inicial de professores e/ou o tipo de qualificação necessária depende do nível que os candidatos a professores de línguas estrangeiras pretendem lecionar. Na Bélgica e na Roménia, a formação inicial dos futuros professores de língua estrangeira para o secundário inferior tem a duração de três anos, findos os quais obtêm o nível de qualificação de licenciatura, enquanto aqueles que pretendam lecionar no ensino secundário superior devem frequentar o programa de formação inicial de professores com a duração de cinco anos e que é conducente ao diploma de mestrado. Situação semelhante pode ser observada na Dinamarca, Estónia e Países Baixos, sendo a única diferença o facto de a duração da formação inicial de professores de língua estrangeira para o ensino secundário inferior ser de quatro anos. Na Suécia, tanto os professores de língua estrangeira do secundário inferior como os do superior devem ser titulares de um mestrado, embora com duração distinta: será de quatro anos e meio para os candidatos a docentes do ensino secundário inferior e de cinco anos para aqueles que pretendam lecionar ao nível do secundário superior. A Áustria apresenta uma situação singular ao nível do ensino secundário inferior, já que a duração da formação inicial de professores e o tipo de grau necessário para lecionar línguas estrangeiras neste nível, encontram-se condicionados pelo modelo de escola em que os professores tencionam lecionar. Aqueles que planeiam lecionar em allgemein bildende höhere Schule (ou seja, escolas com orientação académica que cobrem o ensino secundário inferior e superior) devem concluir uma formação inicial mais longa comparativamente àqueles que pretendam lecionar em Hauptschule (escolas do ensino secundário inferior). 90 PROFESSORES A figura não fornece informação específica para o ensino primário, mas aplica-se aqui a categoria de professores especialistas ou semi-especialistas (para mais detalhes, ver figura D1); a formação inicial destes professores segue, frequentemente, o mesmo modelo aplicado à mesma categoria de professor do ensino secundário inferior. Em Espanha, contudo, os programas de formação de professores para aqueles que pretendam lecionar línguas estrangeiras no ensino primário dura menos um ano do que os programas para os professores de língua estrangeira do ensino secundário inferior e superior. Figura D5: Duração mínima e nível da formação inicial de professores de língua estrangeira especialistas ou semi-especialistas, ensino secundário geral, 2010/11 Figura D5a: Ensino secundário inferior Anos Anos Figura D5b: Ensino secundário superior geral Anos Nível de licenciatura Nível de mestrado Anos Formação de professores no estrangeiro UK (1) = UK-ENG/WLS/NIR Fonte: Eurydice. Nota explicativa A figura abrange apenas os principais modelos relacionados com a formação inicial de professores de língua estrangeira. Fornece informação relativa ao nível de grau mínimo requerido para o ensino de línguas estrangeiras e a duração mínima cumulativa (em anos) da formação inicial de professores. Para uma definição de ‘professor semi-especialista' (de línguas estrangeiras) e 'professor especialista' (de línguas estrangeiras), ver a secção Glossário, Bases de Dados Estatísticas e Bibliografia. Notas específicas por país Bélgica (BE de): A maioria dos professores que lecionam nos níveis secundário inferior e superior (CITE 2 e 3) recebeu formação na comunidade francesa da Bélgica. Itália: Depois de alcançarem um grau de especialista numa língua estrangeira (ou em várias), os futuros docentes submetem-se a um sexto ano de estágio prático obrigatório com vista a obterem a qualificação formal. Luxemburgo: Professores especialistas de língua estrangeira que lecionam nos níveis secundário inferior e superior realizam a sua formação inicial no estrangeiro e devem obter o diploma de mestrado no país cuja língua pretendam lecionar. Austria: a) Hauptschule b) allgemein bildende höhere Schule. No NeueMittelschule (Nova Escola Secundária; dos 10 aos 14 anos de idade), o ensino é assegurado em conjunto por equipas de professores na posse de certificados para lecionar no ensino secundário académico e no ensino secundário geral. Reino Unido (ENG/WLS/NIR): A qualificação académica PGCE (Certificado de Pós-graduação em Educação) é atribuída com um nível mínimo de licenciatura mas pode incluir alguns estudos ao nível de mestrado que poderão contribuir para um diploma de mestrado. Listenstaine: Candidatos a professores recebem formação no exterior, principalmente na Áustria ou na Suíça. 91 PROFESSORES A GRANDE MAIORIA DE PROFESSORES DE LINGUA ESTRANGEIRA É PLENAMENTE QUALIFICADA No âmbito do Inquérito Europeu sobre Competências Linguísticas (IECL), foi solicitado aos professores de língua estrangeira que indicassem o seu nível de qualificação para o ensino de línguas. Os dados, abrangendo 15 sistemas de educação, revelam que a proporção de professores que se consideram plenamente qualificados varia entre os 57,3 % na Estónia e os 97,2 % em Espanha. Na maioria dos sistemas de educação – 11 sistemas – mais de 80 % dos professores indicaram ter qualificações completas para lecionar a língua na qual os alunos abrangidos pelo estudo foram testados. Figura D6: Distribuição percentual dos professores de língua estrangeira segundo o tipo de certificado/qualificação, 2010/11 Certificado temporário, de urgência, provisório ou outro Certificado completo Sem certificado UE BE fr BE de BE nl BG EE EL ES FR MT NL PL PT Certificado completo 89.6 73.6 60.9 86.8 82.1 57.3 89.8 97.2 87.0 83.6 82.9 92.2 95.8 65.3 84.3 87.4 Certificado temporário, de urgência, provisório ou outro 8.1 26.4 39.1 12.1 16.2 37.0 10.2 2.7 11.3 13.6 5.6 5.0 4.2 14.7 9.2 12.6 Sem certificado 2.3 0.0 0.0 1.1 5.7 0.0 0.1 1.7 2.8 11.5 2.8 0.0 20.0 6.5 0.0 1.7 SI SE HR Fontes: IECL 2011. Nota explicativa O indicador baseia-se nas respostas à questão 19 do Questionário IECL de Professores. As categorias na figura refletem as apresentadas no questionário IECL, com um ligeiro ajustamento para a categoria ‘temporário, de urgência, provisório ou outro tipo de certificado’, que inclui as categorias do questionário ‘certificação temporária ou de urgência’, ‘certificado provisório, e.g. professor recém-formado’, ‘outro certificado’. A média da UE corresponde às médias ponderadas dos países participantes do IECL para os quais existe informação disponível. Os inquiridos de cada país eram professores que se encontravam a lecionar a primeira língua testada. Em quase todos os países participantes, essa língua era o inglês, com exceção da Bélgica (comunidades flamenga e germanófona) onde a língua testada foi o francês. Para mais informação acerca do Inquérito Europeu sobre Competências Linguísticas (IECL), ver a secção Glossário, Bases de Dados Estatísticas e Bibliografia. Notas específicas por país Estónia: Professores abrangidos pela categoria ‘certificado temporário, de urgência, provisório ou outro’ enquadram-se principalmente no grupo daqueles que possuem uma qualificação de base completa para o ensino de uma língua estrangeira que não o inglês, e obtiveram um certificado de ‘requalificação’ adicional para a docência da língua inglesa. Eslovénia: A elevada percentagem de professores de línguas estrangeiras não qualificados pode ser explicada pela terminologia utilizada no questionário IECL: o questionário refere o termo ’certificado’ e, no contexto da Eslovénia, os termos ’certificado’ e ‘qualificação’ apresentam significados ligeiramente diferentes. Portanto, é possível que os professores inquiridos tenham interpretado mal a questão. 92 PROFESSORES Professores de línguas estrangeiras que não possuam um certificado completo, dispõem geralmente de um certificado temporário, de urgência, provisório ou outro. Tal situação pode aplicar-se, por exemplo, tanto a professores recém-formados em plena fase de qualificação em exercício, como a professores de várias disciplinas plenamente qualificados que obtiveram um certificado de ‘requalificação’ na língua estrangeira alvo. As comunidades francesa e germanófona da Bélgica e a Estónia detêm a maior percentagem de professores com certificados de caráter ‘temporário, de urgência, provisório ou outro’, com 26,4 %, 39,1 % e 37,0 % dos professores, respetivamente, a reportarem este perfil de qualificação. Por outro lado, em Espanha, Países Baixos, Polónia e Portugal, apenas o limite de 6 % dos professores de línguas estrangeiras indicaram esse perfil. A proporção de professores que não possuem qualquer tipo de certificado para lecionar o idioma testado é também revelada por este estudo. Os dados mostram que, em seis sistemas de educação – comunidades francesa e germanófona da Bélgica, Grécia, Espanha, Portugal e Croácia – a percentagem de professores de línguas estrangeiras não qualificados é nula ou quase nula. No extremo oposto do espetro encontram-se os Países Baixos e a Eslovénia onde 11,5 % e 20,0 % dos professores, respetivamente, reportaram não possuir qualquer tipo de certificado para lecionar a língua testada. EM MÉDIA, CERCA DE 25 % DOS ALUNOS FREQUENTAM UMA ESCOLA ONDE O DIRETOR REVELA DIFICULDADES NO PROVIMENTO DE VAGAS PARA DOCENTES DE LÍNGUAS ESTRANGEIRAS A percentagem de alunos que frequentam uma escola onde, em relação à língua testada, o diretor comunicou sentir dificuldades em preencher vagas para professores ou substituir outros docentes ausentes, varia substancialmente entre os países participantes no IECL de 2011. Na maior parte deles, essa variação oscila entre cerca de 20 % a 40 %. Acima destes valores encontram-se a Bélgica (comunidades francesa e flamenga), Bulgária e os Países Baixos, enquanto a Grécia, Espanha, Malta e Portugal se situam abaixo. A diferença entre os dois países que apresentam as percentagens mais elevada e a mais baixa é particularmente surpreendente: Na Bélgica (comunidade francesa), 84,6 % dos alunos já frequentaram uma escola onde o diretor(a) afirmou ter dificuldades do género, enquanto na Grécia esse valor é de apenas 1, %. Figura D7: Percentagem de alunos que frequentam uma escola onde, em relação à língua testada, o diretor sentiu dificuldades em preencher vagas para professores ou em substituir professores ausentes durante os últimos cinco anos, 2010/11 Nota explicativa O indicador baseia-se em respostas à questão 11 do Questionário IECL relativa a diretores de escola. UE BE fr BE de BE nl BG EE EL ES 26,6 84,6 38,4 70,5 49,3 42,3 1,3 6,9 FR MT NL PL PT SI SE HR 36,9 14,0 57,8 19,9 16,5 21,5 27,3 26,2 93 Os inquiridos de cada país foram diretores de escola cujos estabelecimentos de ensino participaram da amostragem para a primeira língua estrangeira testada. O inglês foi o idioma testado em praticamente todos os países participantes com a exceção da Bélgica (comunidades flamenga e germanófona) em que a língua testada foi o francês. A média da UE corresponde às médias ponderadas dos países participantes do IECL para os quais existe informação disponível. Para mais informação acerca do Inquérito Europeu sobre Competências Linguísticas (IECL), ver a secção Glossário, Bases de Dados Estatísticas e Bibliografia. Fonte: IECL 2011. PROFESSORES NA MAIORIA DOS PAISES, OS PROFESSORES NÃO NECESSITAM DE QUALIFICAÇÕES ADICIONAIS PARA O ‘ENSINO INTEGRADO DE LINGUA ESTRANGEIRA’ (CLIL) Na maioria dos países europeus, existem escolas que oferecem o modelo de ensino integrado de língua estrangeira (CLIL) em que algumas, ou a totalidade das disciplinas não linguísticas são lecionadas através de uma língua estrangeira (este tipo de CLIL é referido como CLIL tipo A (para mais informação, pode consultar-se a secção Glossário, Bases de Dados Estatísticas e Bibliografia)). Contudo, não obstante este modelo de aprendizagem existir em praticamente todos os países, na grande maioria, ele é facultado apenas num número restrito de escolas (Anexo 2). A figura D8 apresenta-nos os requisitos de qualificação para o ensino baseado no modelo CLIL. Através dela percebemos que, em cerca de dois terços dos países, são suficientes as qualificações normalmente exigidas para lecionar. Apenas uma dúzia de países recomendam ou exigem aos professores que obtenham qualificações especiais ou adicionais. Na maioria dos países onde vigoram regulamentações/ recomendações sobre qualificações especiais para o CLIL, elas dizem respeito ao conhecimento da língua alvo. Aos professores é exigido que possuam um grau académico na língua alvo (juntamente com o grau académico na disciplina que pretendem lecionar) ou então que demonstrem possuir conhecimentos suficientes da língua alvo. O nível de competências exigido numa língua estrangeira é muitas vezes expresso segundo os termos definidos pelo Quadro Europeu Comum de Referência para as Línguas (para mais detalhes acerca do QECRL, pode consultar-se a figura E15), sendo o nível mínimo correspondente ao nível B2 ou ao nível C1. Adicionalmente, as recomendações podem também referir certificados/exames linguísticos específicos que servem para provar que se tem um conhecimento adequado da língua alvo (por exemplo, o Exame Nacional de Línguas na Eslováquia). Em alguns países, os requisitos específicos ultrapassam o simples conhecimento da língua alvo estrangeira. A França é um bom exemplo, já que neste país os futuros professores CLIL devem demonstrar que dominam a língua alvo estrangeira no contexto da matéria a ser lecionada, através de um exame oral. De igual modo, no Chipre, Itália, Países Baixos e Roménia, os candidatos a professores devem frequentar um curso que abranja os métodos e abordagens de aprendizagem CLIL; porém, no caso dos Países Baixos, deve ser realçado o facto de este requisito não ser uma exigência do governo central, mas resultar antes de um acordo entre escolas na rede CLIL. Entre os países onde não são aplicados requisitos especiais de qualificação para a oferta CLIL, um país − Lituânia − está a considerar uma recomendação para exigir aos futuros professores CLIL que façam prova de proficiência na língua estrangeira correspondente, no mínimo ao nível B2 do QECRL. Em outros países é expectável que os candidatos a professores CLIL façam prova das suas competências linguísticas na língua estrangeira alvo, mesmo quando não existem requisitos suplementares formais para este tipo de ensino. 94 PROFESSORES Figura D8: Qualificações necessárias para trabalhar em escolas que utilizam o modelo CLIL (tipo A) no ensino primário e/ou ensino secundário geral, 2010/11 Apenas as qualificações normais de um professor qualificado Qualificações normais + Qualificações adicionais Sem oferta CLIL tipo A Nota explicativa Para uma definição de ‘CLIL tipo A e B’, ver a secção Glossário, Bases de Dados Estatísticas e Bibliografia. Fonte: Eurydice. Tipo de qualificações adicionais exigidas BE fr Qualificação obtida na língua alvo, ou um certificado (concedido com base num exame) que prove um conhecimento aprofundado da língua. BG Certificado que prove um conhecimento aprofundado da língua alvo (aplica-se apenas a professores que não possuem um grau académico na língua alvo). CZ Conhecimento da língua alvo que corresponda pelo menos ao nível C1 do QECRL (aplica-se apenas a professores que não possuem um grau académico na língua alvo). ES Certificado e/ou exame que prove um conhecimento sólido da língua alvo. O nível mínimo exigido é normalmente o B2 do QECRL, mas verificam-se algumas variações nas comunidades autónomas. FR Exame oral especial associando a língua estrangeira e a disciplina a ser lecionada. IT Curso superior em CLIL de um ano (60 créditos). CY Programa de formação para lecionar através do CLIL facultado pelo Ministério da Educação. NL Conclusão de um curso em métodos/abordagens CLIL e proficiência no idioma correspondente pelo menos ao nível B2 do QECRL. PL Certificado demonstrando proficiência no mínimo ao nível B2 do QECRL (aplica-se apenas a professores que não possuem um grau académico na língua alvo). As regulamentações incluem uma lista de certificados de línguas considerados idênticos ao nível B2 do QECRL. PT Programa de formação facultado pelo Ministério da Educação em cooperação com instituições representantes das línguas alvo. RO Curso de formação no ensino de disciplinas não linguísticas através da língua alvo (para aqueles que são qualificados para lecionar disciplinas não linguísticas e a língua alvo enquanto disciplinas separadas) ou um curso de formação no ensino de outras disciplinas que não a língua alvo (para aqueles qualificados para lecionar apenas a língua alvo). SK Exame Nacional de Línguas na língua alvo (aplica-se apenas a professores que não possuem um grau académico na língua alvo). Fonte: Eurydice. 95 PROFESSORES POUCOS SÃO OS PAÍSES QUE RECOMENDAM QUE OS FUTUROS PROFESSORES DE LÍNGUAS PASSEM UM PERÍODO DE FORMAÇÃO NO PAÍS DA LÍNGUA ALVO Em cerca de metade dos países, as autoridades educativas recomendam que as instituições de formação inicial de professores disponibilizem determinados cursos ou atividades que permitam aos futuros professores adquirirem as competências necessárias para o ensino de línguas estrangeiras. Nos restantes países, não existem tais recomendações e as instituições de formação dispõem de toda a liberdade para decidirem sobre os conteúdos da formação inicial de professores. Figura D9: Existência de recomendações sobre o conteúdo da formação inicial de professores e o período passado no país da língua alvo, 2010/11 Existem recomendações sobre o conteúdo da formação inicial de professores para candidatos a docentes de língua estrangeira As recomendações incluem um período a ser passado no país da língua alvo >>> A formação de professores tem lugar no estrangeiro Sem recomendações Fonte: Eurydice. Nota explicativa Sempre que existam recomendações sobre o conteúdo da formação inicial de professores para pelo menos um tipo de professor de língua estrangeira (i.e. professores generalistas, professores especialistas ou semi-especialistas), o país é classificado na categoria Existem recomendações. Sempre que professores de língua estrangeira passem um período de tempo num país ou região onde é falada a língua a ser lecionada (língua alvo), tal situação pode incluir tempo passado numa escola (como assistente), numa universidade (frequentando cursos) ou em estágios profissionais. O objetivo é facultar aos professores em formação um contacto direto com a língua que eles irão lecionar e a cultura do país em questão. As recomendações sobre o conteúdo do programa podem cobrir vários aspetos, entre eles, cursos teóricos relacionados com o ensino de língua(s) estrangeira(s), estágios práticos de ensino de línguas estrangeiras no contexto da escola ou um período de tempo passado no país da língua alvo. Este indicador centra-se no último aspeto mencionado e revela que apenas num pequeno número de sistemas educativos (a comunidade francesa da Bélgica, França, Alemanha, Irlanda, Luxemburgo, Áustria e Reino Unido), existem recomendações que especificam que os candidatos a professores de língua estrangeira, em particular os professores especialistas, devem passar um determinado período de tempo no país da língua alvo antes de concluírem a sua qualificação para a docência. Este período tem uma duração variável de um país para outro. No Reino Unido, que recomenda o período mais longo, aqueles que desejem vir a ser professores de língua estrangeira, devem completar um ano de formação profissional, precedido de uma licenciatura de quatro anos, a qual já inclui um ano no país da língua alvo. Na Irlanda, os candidatos a professores de língua estrangeira no ensino secundário inferior e superior que ambicionem registar-se no Teaching Council (o que 96 PROFESSORES permitirá a um indivíduo lecionar nas escolas subvencionadas), devem passar um período de tempo no país da língua alvo, nunca inferior a três meses. Na comunidade francesa da Bélgica e na Alemanha é recomendado um período de tempo mais curto (no mínimo duas semanas ou um mês, respetivamente). Contudo, há que referir que, na comunidade francesa da Bélgica, a recomendação aplica-se apenas a algumas categorias de professores de língua estrangeira, nomeadamente a professores de línguas germânicas do ensino secundário inferior. Já no caso da França e da Áustria, apesar de as autoridades centrais recomendarem que os professores especialistas de língua estrangeira passem algum tempo no país da língua alvo, a duração não é especificada. Finalmente, há que mencionar a situação exclusiva do Luxemburgo já que, neste país, as regulamentações especificam que os candidatos a professores de língua estrangeira devem empreender a sua formação inicial de professores no exterior, mais concretamente, no país da língua alvo. O GRAU DE MOBILIDADE TRANSFRONTEIRIÇA DOS PROFESSORES DE LÍNGUA ESTRANGEIRA VARIA CONSIDERAVELMENTE EM TODA A EUROPA A mobilidade transfronteiriça dos professores de língua estrangeira pode ser vista como um importante elemento do seu desenvolvimento profissional. O questionário contextual do professor no Inquérito Europeu sobre Competências Linguísticas (IECL) recolheu informação que permite avaliar até que ponto os professores de língua estrangeira passaram pelo menos um mês num país onde se fala a língua por eles lecionada. Para além disso, fornece ainda detalhes sobre os objetivos da mobilidade transfronteiriça de professores. Os dados vieram demonstrar que, na maioria dos países participantes, férias e programas de estudo são os motivos principais que levam os professores de língua estrangeira a permanecerem pelo menos um mês em países da língua alvo. Tendo em conta estes dois aspetos, os mais elevados índices de mobilidade transfronteiriça pertencem à França e a Espanha, uma vez que nestes países 69,1 % e 60,7 % respetivamente, dos professores de língua estrangeira usufruíram de férias de longa duração nos países da língua alvo, enquanto 60,4 % e 79,7 % participaram num curso ou período de estudo de pelo menos um mês. No lado oposto do espetro encontram-se a Bulgária e a Estónia com 12,9 % e 15,1 % respetivamente, para férias, e 13,3 % e 11,0 % para participação em programas de estudo. A figura revela ainda que atravessar fronteiras com o intuito de adquirir experiência de ensino em países da língua alvo é prática pouco comum para professores de língua estrangeira. O número não excede os 10 % na maior parte dos países participantes do IECL. A França surge como o único país onde mais de metade dos participantes na pesquisa lecionou durante mais de um mês no país da sua língua alvo. Também em relação à comunidade germanófona da Bélgica (24,0 %), Espanha (23,2 %) e Suécia (20,1 %), podemos observar índices relativamente elevados de mobilidade transfronteiriça de professores. No entanto, é interessante observar que em todos os sistemas educativos, excetuando a comunidade germanófona da Bélgica e a França, uma proporção ligeiramente mais elevada de professores indicou ter passado mais de um mês no país da língua alvo com a finalidade de trabalhar noutras áreas que não a do ensino. O intervalo mais significativo entre ensino e empregos noutras áreas pode ser observado na Polónia (cerca de 26 pontos percentuais) bem como na Bulgária, Eslovénia e Suécia (cerca de 12, 14 e 17 pontos percentuais, respetivamente). Por fim, na maioria dos países para os quais existe informação disponível, apenas até 20 % dos professores de língua estrangeira indicaram já ter permanecido mais de um mês no país da língua alvo, a ‘viver com familiares’. Percentagens superiores a esta só se observam na comunidade germanófona da Bélgica, na Grécia e na Suíça (48,6 %, 32,1 % e 29,5 % respetivamente). 97 PROFESSORES Figura D10: Percentagem de professores de língua estrangeira que já permaneceram mais de um mês no país da língua alvo, em relação ao objetivo da sua mobilidade transfronteiras, 2010/11 Férias Estudo/Curso UE BE fr BE de BE nl BG Outros empregos que Viver com familiares não o ensino Ensino EE EL ES FR MT NL PL PT SI SE HR Férias 50,9 31,8 50,8 31,0 12,9 15,1 36,1 60,7 69,1 33,4 38,4 35,6 19,6 37,1 41,7 15,6 Estudos/Cursos 53,8 45,4 36,8 30,3 13,3 11,0 51,2 79,7 60,4 16,0 33,9 20,8 16,2 42,3 57,2 24,2 Ensino 25,4 Outros empregos que não o ensino 30,1 Viver com familiares 7,3 24,0 11,1 1,9 2,0 14,8 23,2 52,8 3,8 11,7 2,7 3,1 5,4 20,1 7,7 6,5 11,5 30,5 5,3 13,9 7,7 19,6 25,9 47,5 19,9 28,8 4,3 19,6 36,6 10,5 14,6 14,5 48,6 9,4 6,8 7,1 32,1 14,2 16,5 18,5 10,6 8,4 5,9 2,9 29,5 8,5 Fonte: IECL 2011. Nota explicativa O indicador baseia-se em respostas à questão 12 do Questionário IECL de professores. A figura representa a proporção de professores que indicaram já terem permanecido, pelo menos uma vez, mais do que um mês no país da língua alvo por motivos de ‘férias’, ‘estudo ou curso’, ‘ensino’, ‘outro empregos que não ensino’ e ‘viver com a família’. A média da EU corresponde às médias ponderadas dos países participantes do IECL para os quais existe informação disponível. Os inquiridos em cada país foram professores a lecionar a primeira língua testada. O inglês foi o idioma testado em praticamente todos os países participantes com a exceção da Bélgica (comunidade flamenga e germanófona) em que a língua testada foi o francês. Para mais informação acerca do Inquérito Europeu sobre a Competências Linguísticas (IECL) ver a secção Glossário, Bases de Dados Estatísticas e Bibliografia. 98 PROFESSORES O INGLÊS É A LÍNGUA MAIS POPULAR PARA ATIVIDADES DE DESENVOLVIMENTO PROFISSIONAL CONTÍNUO EMPREENDIDAS NO ÂMBITO DO PROGRAMA COMENIUS Para que os professores adquiram novos conhecimentos e competências, úteis para a sua atividade, é fundamental que empreendam ações de formação contínua. Desde 2007 que a Comissão Europeia tem vindo a apoiar a formação em serviço através do programa setorial Comenius do “Programa Aprendizagem ao Longo da Vida” (PALV). Este programa setorial inclui uma ação Comenius específica − Formação em Serviço − com o objetivo de apoiar o desenvolvimento profissional contínuo de professores e outro pessoal educativo. A ação Comenius ‘Formação em Serviço’ visa, não só a promoção da dimensão europeia da formação de professores, mas também a qualidade das abordagens pedagógicas e da gestão escolar. Desse modo, permite que professores e outro pessoal educativo beneficiem de formação noutros países, formação essa que pode chegar até às seis semanas. A figura revela que o inglês é, de longe, a língua de ensino mais popular para atividades realizadas no âmbito da ação Comenius ‘Formação em Serviço’. Em 2009, em média, a grande maioria das bolsas concedidas (76,4 %) destinou-se a cursos lecionados em inglês, em comparação com apenas cerca de 11 % em francês e cerca de 5 % tanto em alemão como em espanhol. A percentagem de atividades de formação em serviço empreendidas noutras línguas revelou-se insignificante (apenas 1,6 % para o conjunto de todas as outras línguas). Figura D11: Distribuição percentual de candidaturas aprovadas para o desenvolvimento profissional contínuo de professores no âmbito de ação Comenius ‘Formação em Serviço’, por língua de curso, candidaturas submetidas ao abrigo do convite 2009 Inglês Francês Alemão Espanhol Fonte: Comissão Europeia, Direção-Geral da Educação e da Cultura (Ensino básico e secundário, Comenius). 99 Outra PROFESSORES Dados (figura D11) Ø Inglês Francês Alemão Espanhol Outra Inglês Francês Alemão Espanhol Outra BE fr BE de BE nl BG CZ DK DE EE IE EL ES FR IT CY LV LT LU 76.4 25.6 0.0 78.6 83.6 83.3 76.3 79.3 88.3 48.6 90.4 86.6 82.1 80.7 100.0 74.6 93.5 50.0 11.3 64.1 0.0 20.7 7.8 3.5 3.5 3.7 3.9 38.9 6.2 10.0 5.3 13.8 0.0 2.5 2.8 21.4 5.4 0.0 0.0 0.7 7.8 7.0 16.2 13.6 5.2 1.4 3.4 1.1 3.1 1.6 0.0 23.0 1.9 28.6 5.3 5.1 0.0 0.0 0.0 4.5 1.7 3.0 1.3 8.3 0.0 0.0 7.6 2.1 0.0 0.0 0.0 0.0 1.6 5.1 0.0 0.0 0.9 1.7 2.3 0.5 1.3 2.8 0.0 2.2 2.0 1.8 0.0 0.0 1.9 0.0 HU MT NL AT PL PT RO SI SK FI SE UK IS LI NO HR TR 80.0 97.3 89.3 73.2 86.5 93.2 66.9 89.3 88.1 84.6 77.5 18.3 78.3 25.0 49.6 : 98.1 5.3 2.7 4.3 3.4 1.3 3.6 31.6 0.0 1.2 5.0 3.3 44.2 0.0 0.0 4.4 : 1.4 11.6 0.0 3.3 20.3 9.0 2.8 0.3 7.1 9.5 5.4 7.3 3.0 7.2 75.0 8.0 : 0.5 1.6 0.0 2.8 0.8 2.8 0.4 0.5 3.6 1.2 2.7 8.0 30.4 8.4 0.0 37.2 : 0.0 1.6 0.0 0.3 2.3 0.4 0.0 0.7 0.0 0.0 2.3 4.0 4.2 6.0 0.0 0.7 : 0.0 Fonte: Comissão Europeia, Direção-Geral da Educação e da Cultura (Ensino básico e secundário, Comenius). Nota explicativa A figura mostra a percentagem de cursos de acordo com a língua de curso. A informação abrange professores e outro pessoal educativo, mas há evidências que indicam que 85% dos participantes eram professores (Comissão Europeia, DGEC). Contudo, é impossível distinguir entre professores de línguas estrangeiras e outros professores. O número total de bolsas por país e língua varia muito e isso limita a comparação de dados entre países. O próximo quadro dá-nos informação sobre o número de candidaturas aprovadas para cada país: BE fr BE de BE nl BG CZ DK DE EE IE EL ES FR IT CY LV LT 39 0 140 116 287 173 1091 77 72 178 1324 1139 731 49 122 108 LU 14 HU MT NL AT PL PT RO SI SK FI SE UK IS LI NO HR TR 190 37 392 261 702 249 765 56 84 259 275 865 83 4 137 : 414 Durante o período de referência, a Croácia não participou no Programa de Aprendizagem ao Longo da Vida. A análise a nível de país mostra que no Chipre, em 2009, todos os que beneficiaram de bolsas optaram pela formação em inglês. Na Grécia, Lituânia, Malta, Portugal e Turquia verificaram-se percentagens superiores a 90 %. A comunidade francesa da Bélgica, o Reino Unido e o Listenstaine posicionam-se no outro extremo do espetro já que apenas cerca de 26 % dos professores participaram numa atividade de formação em língua inglesa. Na maioria dos países, os índices de participação em atividades de formação em serviço em língua francesa ficam abaixo dos 10 %. Entre as exceções encontram-se a comunidade francesa da Bélgica (64,1 % da formação foi realizada em francês), Reino Unido (44,2 %), Irlanda (38,9 %), Roménia (31,6 %), comunidade flamenga da Bélgica e Luxemburgo (ambos com uma percentagem à volta dos 21 %), Itália (13,8 %) e Espanha (10 %). O alemão é bastante popular como língua de formação entre o pessoal educativo oriundo do Listenstaine (75 %), Luxemburgo (28,6 %), Lituânia (23,0 %), Áustria (20,3 %), Dinamarca (16,2 %) e Alemanha (13,6 %). Contudo, as percentagens revelam-se geralmente baixas entre professores provenientes de outros países. Em quase toda a Europa, os professores que escolhem participar em cursos lecionados em espanhol representam menos de 5 %. As exceções são a Noruega (37,2 %), Reino Unido (30,4 %), Irlanda, França, Suécia, Islândia (todos com percentagens à volta dos 8 %) e a comunidade francesa da Bélgica (5,1 %). No cômputo geral, fica claro que as línguas selecionadas para a ação Comenius ‘Formação em Serviço’ seguem idêntico padrão ao observado em relação aos idiomas estudados pelos alunos (figuras C3 e C8), ou seja, o inglês permanece a língua estrangeira mais procurada na Europa, seguido do francês e do alemão. 100 PROFESSORES NA MAIORIA DOS PAÍSES EXISTEM POUCOS PROFESSORES DE LÍNGUA ESTRANGEIRA CONVIDADOS Na quase generalidade dos países participantes no IECL de 2011 verificou-se, segundo informação submetida pelos diretores de escolas relativa ao ano escolar prévio, que a percentagem de alunos a frequentar escolas que acolheram, vindo do estrangeiro, pelo menos um professor convidado da língua testada para um período nunca inferior a um mês, fica abaixo dos 10 %. Espanha e Malta são as exceções, com percentagens a chegarem aos 21,2 % e 11,4 % respetivamente. Na Bélgica (comunidades francesa e germanófona), Grécia e Polónia constata-se que nenhum aluno frequentou escolas onde os diretores tenham reportado o acolhimento de tais professores convidados. As percentagens entre países sofrem variações mais expressivas se considerarmos a totalidade de professores convidados em todas as escolas e em todas as disciplinas: na Bélgica (comunidade francesa), Espanha e Malta, cerca de 20 % dos alunos frequentam escolas que acolheram professores convidados; já na comunidade germanófona da Bélgica a percentagem situa-se bem acima dos 50 %, enquanto na comunidade flamenga da Bélgica, Grécia e Polónia a percentagem é nula. Figura D12: Percentagens de alunos a frequentarem escolas que acolheram, vindo do estrangeiro, pelo menos um professor convidado por um período nunca inferior a um mês, segundo informação reportada pelos diretores de escolas relativa ao ano escolar anterior, 2010/11 Nota explicativa Todos os professores convidados Professor convidado da língua testada UE BE fr BE de BE nl BG EE EL ES 7,8 6,2 0,0 0,0 7,3 7,4 0,0 21,3 8,6 19,6 61,6 0,0 8,7 13,5 0,0 22,2 FR MT NL PL PT SI SE HR 5,8 11,4 2,2 0,0 3,8 7,3 2,3 1,9 5,8 21,8 13,8 0,0 5,9 11,2 2,3 2,6 101 O indicador baseia-se em respostas à questão 18 do Questionário IECL para diretores de escolas. As respostas dos diretores de escolas foram agrupadas em duas categorias: aqueles que disseram não ter acolhido professores convidados e aqueles que disseram ter acolhido pelo menos um professor convidado. A média da UE corresponde às médias ponderadas dos países IECL participantes para os quais existem dados disponíveis. Os inquiridos em cada país foram diretores de estabelecimentos de ensino cuja escola foi amostrada para a primeira língua estrangeira testada. Em praticamente todos os países participantes, esta língua foi o inglês exceto na Bélgica (comunidades flamenga e germanófona) onde foi o francês. Para mais informação acerca do Inquérito Europeu sobre Competências Linguísticas (IECL), pode consultar-se a secção Glossário, Bases de Dados Estatísticas e Bibliografia. Fonte: IECL 2011. P R O C E S S O S E D U C AT I V O S SECÇÃO I – MOTIVAÇÃO DOS ALUNOS E ABORDAGENS PEDAGÓGICAS A MAIORIA DOS ALUNOS CONSIDERA O INGLÊS MAIS ÚTIL PARA O SEU FUTURO EM TERMOS DE EDUCAÇÃO E TRABALHO DO QUE QUALQUER OUTRA LÍNGUA ESTRANGEIRA Segundo o Inquérito Europeu sobre Competências Linguísticas (IECL), a associação entre a perceção dos alunos quanto à utilidade da aprendizagem das línguas testadas e a sua proficiência linguística é positiva (Comissão Europeia/ SurveyLang, 2012). No inquérito, foi solicitado aos alunos que expressassem a sua opinião sobre a utilidade das línguas estrangeiras para os seguintes objetivos: vida pessoal, futura educação, futuro trabalho e a obtenção de um bom emprego. Uma análise às respostas dadas permite comparar a sua perceção quanto à utilidade das línguas testadas no seu país relativamente aos quatro objetivos citados. Figura E1: Percentagem de alunos que consideram útil a aprendizagem das línguas testadas para vários fins, 2010/11 Língua testada 1 Vida pessoal Futura educação Futuro trabalho Conseguir um bom trabalho UE 50,4 87,7 81,9 90,2 BE fr BE de 58,9 82,7 88,0 89,4 82,7 85,5 93,2 89,0 BE nl 24,7 84,1 77,4 82,0 BG 64,7 91,4 89,5 94,4 EE 79,1 97,1 95,8 98,3 EL 70,0 87,8 91,2 94,1 ES 51,0 90,8 89,8 96,8 FR 47,6 81,8 68,5 83,0 MT 81,8 93,6 95,7 96,0 NL 40,8 85,4 83,6 88,4 PL 43,3 94,1 91,5 95,4 PT 72,6 94,9 94,4 97,1 SI 69,7 94,0 89,7 92,3 SE 67,0 92,2 90,7 94,2 HR 78,6 96,2 93,5 96,8 Língua testada 2 Vida pessoal Futura educação Futuro trabalho Conseguir um bom trabalho Para a vida pessoal UE BE fr 27,1 44,7 66,5 70,6 54,3 71,3 65,4 87,9 BE de 85,0 94,1 88,1 96,1 BE nl 44,0 93,0 90,7 92,4 BG 33,9 72,1 65,1 77,8 EE 31,2 70,3 60,2 71,3 Para a educação futura EL 56,0 83,9 86,7 90,9 ES 21,6 73,0 68,7 82,8 FR 27,1 60,6 40,0 54,9 Para o futuro trabalho Fonte: IECL 2011. 103 MT 32,7 51,3 50,8 63,1 NL 10,5 54,4 52,1 55,9 PL 19,8 73,4 69,1 77,5 PT 37,1 74,3 74,4 79,8 SI 40,4 79,9 70,1 76,4 SE 13,5 60,3 40,5 44,2 HR 37,8 77,0 66,9 79,6 Para conseguir um bom trabalho PROCESSOS Nota explicativa O indicador é baseado em respostas à questão 33 do Questionário IECL do Aluno. ‘Útil’ refere-se a duas das quatro opções apresentadas no questionário, i.e. 'bastante útil' e 'muito útil'. A primeira língua estrangeira testada em todos os países foi o inglês exceto na Bélgica (comunidades flamenga e germanófona) onde a língua testada foi o francês. A segunda língua testada foi o alemão na Bélgica (comunidade francesa), Bulgária, Estónia, Países Baixos, Polónia, Eslovénia e Croácia; inglês na Bélgica (comunidades flamenga e germanófona); francês na Grécia, Espanha e Portugal; espanhol na França e Suécia e italiano em Malta. Conforme os países, os alunos inquiridos ou se encontravam no último ano do CITE2 ou no segundo do CITE 3. A média da UE corresponde às médias ponderadas dos países participantes do IECL para os quais existem dados disponíveis. Quando consideradas as diferenças entre as duas línguas testadas, os valores que se revelam significativamente (p<.05) diferentes em termos estatísticos são indicados a negrito. Para mais informação sobre o Inquérito Europeu sobre Competências Linguísticas (IECL), ver a secção Glossário, Bases de Dados Estatísticas e Bibliografia. O contorno da perceção dos alunos quanto à utilidade das línguas estrangeiras é bastante semelhante entre os países europeus. Para a maior parte deles, o inglês é considerado um idioma útil para o seu futuro no que respeita à educação e ao trabalho − mais de 80 % para o futuro trabalho (exceto em França) − sendo ainda mais valorizado quando visto como uma ferramenta para obter, não apenas um emprego, mas um bom emprego. Por outro lado, apenas 50,4 % dos alunos consideram que o inglês pode ter um papel importante na sua vida pessoal. Neste capítulo, o destaque vai para Malta com cerca de 82 % dos alunos a reconhecer tal importância. Esta percentagem elevada resulta do facto de o inglês ser a segunda língua oficial neste país. Em relação às outras línguas testadas, verifica-se uma notória diminuição da sua importância na maioria dos países europeus. No entanto, em relação aos quatro objetivos analisados, a classificação permanece semelhante. OS ALUNOS ESTÃO MAIS EXPOSTOS AO INGLÊS ATRAVÉS DOS DIFERENTES MEIOS DE COMUNICAÇÃO QUE A QUAISQUER OUTRAS LÍNGUAS ESTRANGEIRAS Segundo o Inquérito Europeu sobre Competências Linguísticas (IECL), existe uma relação positiva entre a exposição dos alunos a línguas estrangeiras através de novos e tradicionais meios de comunicação, e a sua competência linguística (Comissão Europeia/SurveyLang, 2012). Neste estudo, foi perguntado aos alunos qual a frequência do seu contacto com línguas estrangeiras através de diferentes meios de comunicação, tais como livros, revistas, música, filmes, televisão, jogos de computadores e sítios na internet. Uma análise às respostas permitiu comparar a sua exposição às duas línguas testadas. Em nove países, os alunos afirmaram que o contacto com o inglês através de diferentes meios de comunicação aconteceu entre uma vez por mês, e várias vezes ao mês, o que resulta numa percentagem significativamente mais elevada face à média europeia. O índice mais alto pertence a Malta (até algumas vezes por mês), facto que resulta da particularidade de o inglês ser a segunda língua oficial deste país (figura A1). O contacto dos alunos com a língua inglesa é sempre mais frequente se comparado com outras línguas. Esta diferença é significativamente maior na Bulgária, Estónia, Países Baixos e Suécia, bem como na Bélgica (comunidades flamenga e germanófona) onde a relação com o inglês suplanta mesmo o contacto com o francês, uma das três línguas oficiais do país. Grécia e Malta surgem como os únicos países em que a exposição dos alunos à segunda língua testada (francês e italiano respetivamente) ocorre mais frequentemente se comparada com outros países. Além disso, é interessante notar que, nos pequenos países europeus, a exposição dos alunos ao inglês é geralmente mais elevada. Tal ficar-se-á a dever ao facto de os meios de comunicação não utilizarem muito a tradução para as respetivas línguas nacionais, ao contrário de países mais vastos como a Espanha, França e Polónia, onde esta prática é comum. 104 SECÇÃO I – MOTIVAÇÃO DOS ALUNOS E ABORDAGENS PEDAGÓGICAS Figura E2: Frequência da exposição às duas línguas estrangeiras testadas através de diferentes meios de comunicação, 2010/11 Algumas vezes por semana Algumas vezes por mês Cerca de uma vez por mês Algumas vezes por ano Nunca Língua testada 1 Língua alvo 1 Língua alvo 2 UE 1,68 0,67 BE fr BE de BE nl 1,52 1,04 0,70 0,53 1,24 2,26 BG 2,27 0,79 EE 2,60 0,82 EL 2,37 1,78 Língua testada 2 ES 1,47 0,63 FR 1,32 0,43 MT 2,95 1,46 NL 2,36 0,49 PL 1,80 0,60 PT 2,34 0,90 SI 2,63 1,01 SE 2,68 0,45 HR 2,41 0,84 Fonte: IECL 2011. Nota explicativa O indicador baseia-se nas respostas à questão 31 do Questionário IECL do Aluno. O índice corresponde às médias de todos os resultados dos inquiridos. Estes resultados foram calculados através da adição dos valores de uma escala de cinco pontos (0-4), dados por cada inquirido a cada um dos nove itens da questão 31 e pela divisão do resultado por nove. Estes cinco níveis correspondem respetivamente a ‘Nunca’, ‘Algumas vezes por ano’, ‘Cerca de uma vez por mês’, ‘Algumas vezes por mês’, e ‘Algumas vezes por semana’. Assim, um índice de 2 significa que em média, os alunos dizem que entram em contacto com as línguas testadas cerca de uma vez por mês. A média da UE corresponde às médias ponderadas dos países participantes do IECL para os quais existem dados disponíveis. A primeira língua testada em todos os países foi o inglês com a exceção da Bélgica (comunidades flamenga e germanófona), em que a língua foi o francês. A segunda língua testada foi o alemão na Bélgica (comunidade francesa), Bulgária, Estónia, Países Baixos, Polónia, Eslovénia e Croácia; o inglês na Bélgica (comunidades flamenga e germanófona); o francês na Grécia, Espanha e Portugal; o espanhol em França e Suécia e o italiano em Malta. Conforme os países, os alunos amostrados encontravam-se ou no último ano do CITE 2 ou no segundo ano do CITE 3. Ao considerar as diferenças entre as duas línguas testadas, os valores são, em termos estatísticos, significativamente (p<.05) diferentes em todos os casos. Para mais informação sobre o Inquérito Europeu sobre Competências Linguísticas (IECL), ver a secção Glossário, Bases de Dados Estatísticas e Bibliografia. OS ALUNOS UTILIZAM A LÍNGUA ALVO MENOS FREQUENTEMENTE QUE OS SEUS PROFESSORES PARA COMUNICAR NA SALA DE AULA O uso da língua alvo no contexto da sala de aula tem sido objeto de numerosos trabalhos de investigação no campo do ensino das línguas estrangeiras. O Inquérito Europeu sobre Competências Linguísticas (IECL) tem sublinhado que um maior uso da língua alvo nas aulas, tanto por parte dos professores como dos alunos, está associado de forma positiva aos resultados dos testes de avaliação (Comissão Europeia /SurveyLang, 2012). Após a análise às respostas dos alunos, ficam claras as diferenças entre os países europeus quanto ao uso, nas aulas, da primeira língua testada. Constata-se que existe uma tendência comum para os alunos utilizarem menos frequentemente a língua alvo do que os seus professores sempre que participam nas aulas. Esta discrepância é bastante acentuada em alguns países, como na Bélgica (comunidade germanófona), Espanha e Malta. A diferença é menos significativa na Estónia, França, Países Baixos, Eslovénia e Suécia. 105 PROCESSOS Em média, e de acordo com os alunos dos países participantes, é muito habitual os seus professores comunicarem na língua alvo. No entanto, é de destacar dois sistemas de ensino, nomeadamente os da Bélgica (comunidade germanófona) e Malta, já que é nestes que a primeira língua testada é usada mais frequentemente. A explicação para tal reside no facto de a língua testada (francês e inglês, respetivamente) ser utilizada como língua de ensino desde muito cedo. Os alunos europeus referem que o uso da língua alvo para comunicar com os professores ou outros alunos é algo que acontece de vez em quando. Neste particular, dois países sobressaem, são eles a Bélgica (comunidade flamenga) onde a língua alvo não é tão frequentemente utilizada na sala de aula, e a Suécia, onde a mesma é utilizada mais frequentemente que noutros países. Finalmente, há que referenciar os países em que tanto os professores como os alunos usam frequentemente a língua alvo (acima da média europeia). São eles a França e a Suécia. Figura E3: Frequência do uso da primeira língua testada na sala de aula por professores e alunos, 2010/11 Sempre Frequentemente De vez em quando Quase nunca Nunca Professores Professores Alunos UE 2,61 1,98 BE fr BE de BE nl 2,78 3,11 2,46 2,15 2,24 1,35 BG 2,62 2,02 EE 2,58 2,17 EL 2,63 1,80 Alunos ES 2,60 1,74 FR 2,84 2,37 MT 3,22 2,28 NL 1,94 1,52 PL 2,31 1,62 PT 2,73 1,91 SI 2,39 2,08 SE 2,83 2,51 HR 2,78 2,16 Fonte: IECL 2011. Nota explicativa O indicador baseia-se nas respostas às questões 49 e 50 do Questionário IECL do Aluno. O índice corresponde às médias de todos os resultados dos inquiridos. Estes resultados foram calculados pela adição dos valores de uma escala de cinco pontos (0-4), dados por cada inquirido aos dois itens da questão 49 (e três itens da questão 50) e pela divisão do resultado por dois. Estes cinco níveis correspondem respetivamente a ‘Nunca, ‘Quase nunca’, ‘De vez em quando’, ‘Frequentemente’, e ‘Sempre’. Assim, um índice de 2 significa que em média, os alunos dizem que eles e os seus professores falam a língua testada de vez em quando na sala de aula. A média da UE corresponde às médias ponderadas dos países participantes do IECL para os quais existem dados disponíveis. Os inquiridos em cada país foram alunos aprendentes da primeira língua testada. Em quase todos os países participantes, a primeira língua testada foi o inglês, exceto na Bélgica (comunidades flamenga e germanófona) em que a língua foi o francês. Conforme os países, os alunos amostrados encontravam-se ou no último ano do CITE 2 ou no segundo do CITE 3. Para mais informação sobre o Inquérito Europeu sobre Competências Linguísticas (IECL), ver a secção Glossário, Bases de Dados Estatísticas e Bibliografia. 106 SECÇÃO I – MOTIVAÇÃO DOS ALUNOS E ABORDAGENS PEDAGÓGICAS SEGUNDO A MAIORIA DOS ALUNOS, AS TIC NÃO SÃO UTILIZADAS REGULARMENTE DURANTE AS AULAS DE LÍNGUAS NA MAIOR PARTE DOS PAÍSES Na maioria dos países participantes no IECL de 2011 e para os quais existe informação disponível, não chega aos 20 % a percentagem de alunos que reportaram usar regularmente as TIC (ou seja, internet e programas de computador ou laboratório de línguas) nas suas aulas de línguas. Os Países Baixos e, numa menor escala, a Eslovénia apresentam percentagens superiores, pelo menos para duas das três novas tecnologias mencionadas. Ao compararmos estas três novas tecnologias, a internet surge, segundo os alunos, como a mais regularmente utilizada (18,4 % em média nos países participantes). Todavia, verificam-se diferenças substanciais entre os países no uso desta tecnologia: os valores mais baixos pertencem à Bélgica (comunidades francesa e germanófona) com percentagens na ordem dos 3,3 % e 4 % respetivamente; já os Países Baixos apresentam o índice mais elevado, ou seja 43,4 %. Na maior parte dos países, as diferenças de percentagem entre os alunos que recorrem de forma regular ou à internet ou a programas de computador, não são muito pronunciadas, atingindo em média, quando considerado o conjunto dos países participantes, os 16,2 %. As exceções ocorrem na Estónia, Países Baixos e Suécia. Já a percentagem de alunos que dizem utilizar regularmente um laboratório de línguas é geralmente inferior, com resultados iguais ou abaixo dos 10 % em todos os países menos na Grécia (15,6 %) e nos Países Baixos (12,3 %). Figura E4: Percentagem de alunos que dizem utilizar regularmente as TIC nas suas aulas de línguas, 2010/11 Internet UE Programas de computador BG EE EL ES FR MT NL PL PT SI SE HR 18,4 3,3 10,5 4,0 17,9 27,2 19,7 21,9 15,3 13,9 43,4 7,3 21,2 27,9 30,1 13,7 Programas de computador 16,2 3,6 10,5 3,2 15,6 16,4 19,1 20,3 14,4 14,0 31,5 7,7 17,9 26,0 20,2 12,0 Laboratório de línguas 6,2 3,6 3,8 8,4 7,3 15,6 9,3 7,4 10,5 12,3 5,4 8,1 10,0 7,8 6,0 Internet 8,1 BE fr BE nl BE de Laboratório de línguas Fonte: IECL 2011. Nota explicativa O indicador baseia-se nas respostas à questão 51 do Questionário IECL do Aluno. ‘Regularmente’ refere-se a duas das cinco opções apresentadas no questionário, i.e. ‘algumas vezes por mês’ e ‘em (quase)’ todas as aulas, ‘Aulas de línguas’ refere-se a aulas de inglês em todos os países, exceto na Bélgica (comunidades flamenga e germanófona), onde se refere a aulas de francês. A média da UE corresponde às médias ponderadas dos países participantes do IECL para os quais existem dados disponíveis. Os inquiridos em cada país foram alunos que aprendem a primeira língua testada. Em quase todos os países participantes, a primeira língua testada foi o inglês, exceto na Bélgica (comunidades flamenga e germanófona) em que a língua foi o francês. Conforme os países, os alunos amostrados encontravam-se ou no último ano do CITE 2 ou no segundo do CITE 3. Para mais informação sobre o Inquérito Europeu sobre Competências Linguísticas (IECL), ver a secção Glossário, Bases de Dados Estatísticas e Bibliografia. 107 PROCESSOS MENOS DE UM TERÇO DOS ALUNOS PARTICIPARAM RECENTEMENTE EM ATIVIDADES EXTRACURRICULARES DE LÍNGUAS ESTRANGEIRAS A mobilidade dos alunos e os intercâmbios culturais são alguns dos elementos fulcrais das modernas políticas de educação, particularmente no que respeita à aprendizagem das línguas estrangeiras. A integração destas atividades num processo de ensino de línguas efetuado fora do contexto tradicional da sala de aula faz todo o sentido quando se trata da prática de falar uma língua estrangeira. Além disso, possibilita novas oportunidades de aprendizagem e contribui para as experiências interculturais dos alunos, bem como para uma maior perceção de outras línguas e culturas. Figura E5: Percentagem de alunos que, nos últimos três anos, participaram em atividades escolares relacionadas com a aprendizagem de línguas estrangeiras, 2010/11 Projetos de colaboração com escolas no estrangeiro Excursões e visitas de estudo UE BE fr BE de BE nl BG EE EL ES FR MT NL PL PT SI SE HR Colaboração com escolas no estrangeiro 24,3 23,0 17,5 24,6 25,0 18,5 22,8 31,2 27,4 31,1 24,0 9,0 17,7 42,3 25,7 14,7 Excursões e visitas de estudo 28,1 38,5 35,3 29,9 19,5 34,5 26,6 33,2 32,9 30,4 38,5 13,8 14,8 29,4 13,2 20,1 Fonte: IECL 2011. Nota explicativa O indicador baseia-se nas respostas à questão 46 do Questionário IECL do Aluno. A figura representa a proporção de alunos que reportaram já ter participado em pelo menos uma das atividades mencionadas nos últimos três anos. A média da UE corresponde às médias ponderadas dos países participantes do IECL para os quais existem dados disponíveis. Os inquiridos em cada país foram alunos aprendentes da primeira língua testada. Em quase todos os países participantes, a primeira língua testada foi o inglês, exceto na Bélgica (comunidades flamenga e germanófona) em que a língua foi o francês. Conforme os países, os alunos amostrados encontravam-se ou no último ano do CITE 2 ou no segundo do CITE 3. Para mais informação sobre o Inquérito Europeu sobre Competências Linguísticas (IECL), ver a secção Glossário, Bases de Dados Estatísticas e Bibliografia. Ao nível escolar, a introdução da mobilidade e da comunicação intercultural nas atividades extracurriculares relacionadas com a aprendizagem de línguas estrangeiras pode processar-se de diferentes formas. O Inquérito Europeu sobre Competências Linguísticas (IECL) de 2011 investigou a participação dos alunos em projetos de intercâmbio com estabelecimentos de ensino no estrangeiro, bem como em excursões e viagens de estudo. A informação recolhida permitiu concluir que, em média, nos países participantes, cerca de 25 % dos alunos participaram recentemente neste tipo de atividades extracurriculares. Espanha e Malta apresentaram uma taxa de participação relativamente elevada: mais de 30 % dos alunos alegam ter participado em tais atividades. Ao invés, na Polónia e em Portugal, menos de 18 % dos alunos tiraram proveito destas oportunidades. 108 SECÇÃO I – MOTIVAÇÃO DOS ALUNOS E ABORDAGENS PEDAGÓGICAS De acordo com os alunos, a sua participação em excursões e viagens de estudo relacionadas com a aprendizagem de línguas estrangeiras é mais frequente se comparada com a colaboração em projetos que envolvem escolas no estrangeiro. A diferença é especialmente significativa na Bélgica (comunidade germanófona), Estónia e Países Baixos. No primeiro destes países, por exemplo, 35 % dos alunos dizem ter participado em excursões e viagens de estudo enquanto apenas 17 % alegam ter feito parte de projetos envolvendo escolas noutros países. A Bulgária, Eslovénia e Suécia, pelo contrário, são países onde recentemente houve uma maior adesão a projetos de colaboração com escolas no estrangeiro. A Eslovénia é um bom exemplo já que o número de alunos que se envolveram em tais projetos durante os últimos três anos excedeu os 40 %. DINTINGUEM-SE DOIS MODELOS PRINCIPAIS DE APOIO PARA AS CRIANÇAS IMIGRANTES QUE APRENDEM A LÍNGUA DE ENSINO COMO UMA SEGUNDA LÍNGUA Com a finalidade de apoiar a integração das crianças imigrantes no sistema de ensino, em particular aquelas que necessitam de aprender a língua de ensino como uma segunda língua, a maioria dos países europeus adotou disposições especiais de forma a satisfazer as suas necessidades específicas. Neste contexto, a Turquia surge como a única exceção, já que não providencia qualquer tipo de assistência durante a escolaridade obrigatória, enquanto na Grécia, as recomendações oficiais relativas ao apoio linguístico para as crianças imigrantes contemplam apenas o ensino primário. O modelo de oferta predominante para as crianças imigrantes estudarem a língua de ensino como segunda língua traduz-se numa integração direta nas turmas regulares, o que desde logo pressupõe um apoio suplementar. Contudo, verifica-se que em cerca de metade dos países examinados, vigora, a par deste, um segundo modelo que permite a constituição, por um período de tempo limitado, de grupos ou turmas constituídos exclusivamente por crianças imigrantes. A Alemanha e a Roménia são os únicos países em que este último modelo é o único utilizado durante todo o período da escolaridade obrigatória a tempo inteiro. Embora predominante em ambos os níveis de ensino, a integração direta com apoio suplementar na língua de ensino é ligeiramente mais frequente no ensino primário. Na Bélgica (comunidade flamenga) e no Luxemburgo, este modelo é substituído pelo modelo de turmas separadas no nível secundário inferior, e o mesmo sucede na Irlanda, pelo menos preferencialmente, ainda que ao nível do ensino primário, este país opte por utilizar os dois modelos. Em alguns países, como Espanha, Países Baixos e Reino Unido, as autoridades regionais, locais e mesmo as próprias escolas, têm o direito de recorrer à sua autonomia para tomarem as decisões que considerem mais apropriadas para a resolução das suas necessidades. Assim sendo, embora o modelo de integração direta seja aquele que prevalece no Reino Unido, este não pode ser considerado o único modelo de apoio para as crianças imigrantes que aprendem o inglês como segunda língua. 109 PROCESSOS Figura E6: Modelos de oferta para crianças imigrantes que aprendem a língua de ensino como uma segunda língua nos ensinos primário e secundário inferior, 2010/11 Apenas CITE 2 Integração direta com apoio linguístico Grupos/turmas separadas (programa especial com apoio linguístico) Sem medidas oficiais Fonte: Eurydice. Nota explicativa Estão incluídos apenas os tipos de apoio especificados em documentos oficiais emanados das autoridades educativas centrais (ou de topo). A figura não contempla medidas de apoio para que as crianças imigrantes possam aprender a sua língua materna, aulas adicionais fora do horário oficial e instalações providenciadas por centros de apoio a refugiados. Integração direta com apoio linguístico determina que as crianças imigrantes integrem a turma normal para o seu escalão etário (ou uma turma inferior, dependendo das circunstâncias) no ensino regular. Seguem o currículo normal projetado para todos os alunos mas é fornecido apoio linguístico numa base individual para cada um dos alunos imigrantes durante o horário letivo normal. Podem ser proporcionados grupos/turmas separados para alunos imigrantes que aprendem a língua de ensino como uma segunda língua. Estes alunos são agrupados separadamente por um período limitado (que pode ir de algumas semanas até um ou dois anos letivos) para que possam usufruir de instrução adequada às suas necessidades com vista a uma eventual integração nas turmas regulares. No entanto, logo que considerados aptos, devem começar a frequentar aulas nas turmas regulares apropriadas. Crianças imigrantes: Crianças que frequentam a escola noutro país que não o seu país de origem, ou no país de origem dos seus pais ou avós. Estes termos de referência englobam várias situações legais distintas, incluindo aquelas que dizem respeito a refugiados, requerentes de asilo, filhos de trabalhadores migrantes, filhos de nacionais de países terceiros com estatuto de residentes de longa duração, crianças que são residentes ilegais e crianças de origem imigrante que não beneficiam necessariamente de disposições legais relacionadas especificamente com o ensino. Esta definição não contempla as minorias linguísticas que se estabeleceram em determinados países há mais de duas gerações. Notas específicas por países República Checa: As escolas não estão obrigadas a providenciar assistência na aprendizagem da língua checa a alunos oriundos de países exteriores à UE integrados nas turmas regulares; porém, na prática, é proporcionado apoio especial. Para alunos da UE, as autoridades regionais organizam cursos preparatórios gratuitos. Áustria: Apenas em casos raros, e sempre com o consentimento da autoridade competente, é possível criar turmas especiais para alunos provenientes de outros países. 110 P R O C E S S O S E D U C AT I V O S SECÇÃO II – CARGA HORÁRIA LETIVA E DIMENSÃO DAS TURMAS A CARGA HORÁRIA LETIVA ANUAL PARA LÍNGUAS ESTRANGEIRAS AUMENTA SIGNIFICATIVAMENTE A PARTIR DO INÍCIO DO ENSINO SECUNDÁRIO INFERIOR NA MAIORIA DOS PAÍSES Em aproximadamente dois terços dos países europeus, as autoridades educativas centrais emitem recomendações sobre a carga horária letiva para os níveis em que são ministradas as línguas estrangeiras durante a escolaridade obrigatória a tempo inteiro. Todavia, em seis países, as escolas gozam de alguma autonomia na decisão sobre a distribuição da carga horária letiva para as línguas estrangeiras: na Estónia, Polónia, Finlândia, Islândia e Noruega é recomendada uma carga horária para cada ciclo de ensino, enquanto na Suécia é recomendado um valor global para o período completo da escolaridade obrigatória. Na Bélgica (comunidade flamenga), Países Baixos e Reino Unido, as recomendações oficiais sobre a carga horária letiva aplicam-se ao conjunto de todas as disciplinas do currículo; consequentemente, as escolas têm a flexibilidade para decidir como distribuir a carga horária de cada uma das disciplinas de acordo com as suas circunstâncias particulares. Nos países onde o ensino da primeira língua estrangeira começa mais cedo (figura B1), a carga letiva que lhe é dedicada durante os primeiros anos é frequentemente menor do que nos países em que o ensino da LE1 começa numa fase mais tardia. Efetivamente, em vários países (por exemplo, Bulgária, Espanha, França, Itália, Lituânia, Listenstaine e Croácia) onde a primeira língua estrangeira é ministrada a partir do primeiro ou do segundo anos de escolaridade, a carga horária letiva no primeiro ano em que é lecionada varia entre as 29 e as 54 horas anuais. Nos países onde a primeira língua estrangeira é introduzida no 4º ou no 5º anos de escolaridade Bélgica (comunidade francesa), Dinamarca, Chipre, Hungria, Portugal, Eslovénia e Turquia), a carga horária letiva varia entre as 47 e as 83 horas durante o primeiro ano em que é lecionada. Contudo, na Bélgica (comunidade germanófona), Luxemburgo e Malta, aprender uma língua estrangeira começa desde muito cedo com uma elevada carga horaria. Nestes países, a primeira língua estrangeira que os alunos aprendem rapidamente se torna numa língua de ensino. Por conseguinte, esses alunos necessitam de adquirir elevados níveis de competência linguística muito rapidamente para que as disciplinas não linguísticas sejam ensinadas com eficácia através da sua primeira língua estrangeira. No Luxemburgo, a segunda língua estrangeira, que é introduzida no segundo ano de escolaridade, também se torna numa língua de ensino. Nota explicativa (figura E7) A figura mostra o número mínimo de horas exatas (60 minutos) devotadas ao ensino obrigatório de todas as línguas estrangeiras durante o ensino obrigatório geral a tempo inteiro baseado em recomendações mínimas nacionais no currículo para o ano de referência indicado. Para mais pormenores sobre a carga horária letiva mínima anual alocada separadamente para a primeira e as restantes línguas estrangeiras e também para obter os métodos de cálculo detalhados, pode consultar-se Recommended annual taught time in full-time compulsory education in Europe, 2010/11 (EACEA/Eurydice, 2011). O ensino obrigatório geral a tempo inteiro termina normalmente com a conclusão do ensino secundário inferior (CITE 2) ou da estrutura única (CITE 1 e 2), exceto na Bélgica, Bulgária, França, Itália, Hungria, Países Baixos (ramos VWO e HAVO), Eslováquia, e Reino Unido (Inglaterra, País de Gales e Irlanda do Norte), onde alguns ou a totalidade dos níveis CITE 3 podem fazer parte do ensino obrigatório geral a tempo inteiro. Para mais informações, ver Estruturas dos Sistemas de Educação e Formação na Europa (EACEA/Eurydice, 2010). Os níveis no ensino obrigatório geral a tempo inteiro correspondem a diferentes idades, dependendo do país. Para informações relativas à correspondência entre a idade teórica dos alunos e os níveis, pode consultar-se Estruturas dos Sistemas de Educação e Formação na Europa (EACEA/Eurydice, 2010). Para uma definição sobre 'carga horária flexível', ver a secção Glossário, Bases de Dados Estatísticas e Bibliografia. 111 PROCESSOS Figura E7: Carga horária letiva mínima anual recomendada para as línguas estrangeiras como disciplinas obrigatórias no ensino geral obrigatório a tempo inteiro, 2010/11 Bélgica – comunidade francesa Bélgica –comunidade germanófona Bélgica – comunidade flamenga Bulgária República Checa Dinamarca Alemanha Alemanha Alemanha Grundschule + Realschule Estónia Irlanda Grécia Espanha França Itália Chipre Letónia Lituânia Luxemburgo Hungria Malta Países Baixos Áustria Volksschule + Áustria Volksschule + ZŠ/G – FEP BE Atribuição de carga horária flexível Grundschule + Gymnasium Allgemeinbildende Höhere Schule Número de horas recomendado para distribuir por cada ano de escolaridade Eixo horizontal: Grundschule + Hauptschule Número de horas por ano letivo 112 n: Ensino geral obrigatório a tempo inteiro Eixo vertical: Hauptschule + Polytechnische Schule Anos de escolaridade Sem línguas estrangeiras obrigatórias SECÇÃO II – CARGA HORÁRIA LETIVA E DIMENSÃO DAS TURMAS Polónia Portugal Roménia Eslováquia Finlândia Suécia Reino Unido – Inglaterra Reino Unido – País de Gales Reino Unido – Irlanda do Norte Reino Unido – Escócia Islândia Listenstaine Listenstaine Listenstaine Noruega Croácia Turquia Primary + Gymnasium Atribuição de carga horária flexível Primary + Oberschule Número de horas recomendado para distribuir por cada ano de escolaridade Eixo horizontal: Eslovénia Número de horas por ano letivo n: Primary + Realschule Ensino geral obrigatório a tempo inteiro Eixo vertical: Sem línguas estrangeiras obrigatórias Anos de escolaridade Fonte: Eurydice. Notas específicas por país Bélgica (BE fr): Os dados disponibilizados dizem somente respeito à zona francófona da Valónia (figura B2). República Checa: FEP BE designa o Framework Educational Programme for Basic Education. França: A segunda língua estrangeira no 9º ano não tem caráter obrigatório para 5,5 % dos alunos que optam por um curso de iniciação profissional (découverte professionnelle). Áustria: Nos primeiros dois anos do ensino primário, as línguas estrangeiras são obrigatórias e são ministradas através da oferta CLIL; são distribuídas 30 horas letivas anuais para este fim. Nesta figura, os dados para o Allgemeinbildende Höhere Schule (AHS) abrangem o tipo Realgymnasium do AHS. No tipo Gymnasium do AHS, a carga horária letiva anual no 7º, 8º e 9º anos é de 240, 180 e 270 horas, respetivamente. Eslováquia: A duração global da oferta indicada é de oito anos apesar de não ser totalmente implementada no 4º ano do ensino primário ou no 8º e 9º anos do ensino secundário inferior. Listenstaine: No primeiro ano do ensino primário, as línguas estrangeiras são ministradas através da oferta de tipo CLIL; são distribuídas 29 horas letivas anuais para este fim. 113 PROCESSOS Em países onde os alunos só estudam uma língua estrangeira como disciplina obrigatória, a carga horária anual para a disciplina geralmente aumenta à medida que avançam na sua vida escolar; isto ocorre na Bélgica (comunidade francesa), Dinamarca, Espanha, Listenstaine (Oberschule), Croácia e Turquia. Estas horas anuais raramente excedem o total de 120 no último ano do ensino obrigatório a tempo inteiro. Em países onde os alunos estudam duas línguas estrangeiras como disciplinas obrigatórias, a carga horária para as disciplinas aumenta e, por vezes, substancialmente, com a introdução da segunda língua (figura B1). Este é o caso da Grécia, França, Chipre, Itália, Letónia, Hungria, Malta, Roménia e Portugal. Por exemplo, assim que é iniciado o ensino da segunda língua, o tempo letivo anual recomendado para as línguas estrangeiras passa a ser o dobro em França, Chipre e Roménia. O total de horas atribuído às duas línguas estrangeiras varia significativamente entre os países, desde as 90 horas na Grécia a 234 horas no Listenstaine (Realschule). É de salientar que, em alguns países onde só existe a obrigatoriedade de ensinar uma língua estrangeira, a carga horária letiva anual alocada pode exceder o total atribuído noutros países às duas línguas. Por exemplo, no último ano do ensino obrigatório a tempo inteiro (9º ano), são atribuídas 117 horas anuais a uma língua estrangeira no Listenstaine (Oberschule) enquanto na Grécia, somente 90 horas são distribuídas por duas línguas. Como é de esperar, em alguns países onde os alunos têm de aprender três línguas estrangeiras em alguma etapa da sua escolaridade obrigatória a tempo inteiro, o total anual de horas consagrado ao ensino das línguas é mais elevado. É o caso do Luxemburgo, onde todos os alunos no 9º ano têm de estudar alemão, francês e inglês. Na Alemanha e Listenstaine, só os alunos a frequentar o Gymnasium têm de aprender três línguas: no 8º ano, é atribuído a estas línguas o total de 310 e 322 horas por ano, respetivamente. EM GERAL, NOS ÚLTIMOS CINCO ANOS, A CARGA HORÁRIA LETIVA RECOMENDADA PARA O ENSINO DE LÍNGUAS ESTRANGEIRAS SOFREU PEQUENAS ALTERAÇÕES No decurso da última década, mantiveram-se diferenças substanciais entre os países onde existem recomendações sobre a carga horária letiva para o ensino obrigatório das línguas estrangeiras quer ao nível do ensino primário quer do secundário geral a tempo inteiro. Em 2010/11, no ensino primário, o tempo letivo médio com base no mínimo recomendado por ano teórico varia entre 20-27 horas na Bélgica (comunidade francesa), Chipre, Hungria, Portugal e Eslováquia, e 70-79 horas na Grécia e Itália. No nível secundário, os valores variam entre os 53 na Suécia e os 244 na Alemanha (Gymnasium). O Luxemburgo e Malta têm o número recomendado de horas mais elevado para as línguas estrangeiras devido aos seus contextos linguísticos específicos; o Luxemburgo recomenda 408 horas para o ensino primário e 423 para o ensino secundário, enquanto em Malta os valores são 127 e 199 respetivamente. Entre 2006/07 e 2010/11, a maioria dos países europeus modificou muito ligeiramente o número anual de horas recomendado para as línguas estrangeiras no ensino primário e/ou secundário. Geralmente, estas alterações não se encontram diretamente ligadas à organização do ensino da língua estrangeira mas a uma flutuação no número de dias de escola (por exemplo, República Checa, Letónia, Hungria e Malta) ou a reformas estruturais significativas nos sistemas educativos (Dinamarca, Itália e Portugal). Em alguns países Bélgica (comunidade francesa), Estónia, Áustria, Finlândia e Suécia), a carga horária letiva manteve-se inalterada em ambos os níveis de ensino. Todavia, alguns países têm vindo a introduzir mudanças significativas na carga horária consagrada às línguas estrangeiras, mudanças que resultam de modificações na organização da oferta de língua estrangeira (figuras B1 e B2). Assim, a Polónia, Listenstaine e Islândia alargaram a carga horária destinada às línguas estrangeiras quer no nível primário quer no secundário. Este aumento encontrase diretamente ligado às reformas que prolongaram o ensino obrigatório das línguas estrangeiras 114 SECÇÃO II – CARGA HORÁRIA LETIVA E DIMENSÃO DAS TURMAS nestes países (figura B2). Em alguns outros países, este crescimento é observado apenas num nível de ensino. Por exemplo, a Lituânia e a Turquia atribuíram mais oferta de línguas estrangeiras no nível primário, enquanto a Bélgica (comunidade germanófona), Alemanha (Gymnasium e Realschule) e Eslovénia determinaram a atribuição de mais horas apenas para o ensino secundário geral. Apenas na Bulgária o total anual de tempo reservado ao ensino das línguas estrangeiras sofreu uma redução significativa, ao nível do ensino secundário. Este decréscimo deve-se à conclusão de um projeto-piloto (1997-2007) que introduziu o ensino de uma segunda língua estrangeira durante cinco anos a partir do 5º ano (alunos de 11 anos). Atualmente, a segunda língua é obrigatória apenas no 9º ano (alunos de 15 anos). Figura E8: Tendências no número mínimo de horas recomendado para o ensino da língua estrangeira obrigatória durante um ano teórico no ensino primário e secundário geral obrigatório a tempo inteiro, 2006/07 e 2010/11 Ensino primário Ensino secundário geral obrigatório a tempo inteiro Disciplina obrigatória com atribuição de carga horária flexível Sem línguas estrangeiras obrigatórias Fonte: Eurydice. Nota explicativa A figura mostra o número mínimo recomendado de horas exatas (60 minutos) consagradas ao ensino obrigatório das línguas estrangeiras nos ensinos primário e secundário geral obrigatório a tempo inteiro com base nos requisitos mínimos estipulados no currículo nacional para cada ano de referência. Para informação mais detalhada sobre os métodos de cálculo, pode consultar-se Recommended annual taught time in full-time compulsory education in Europe 2010/11, (EACEA/Eurydice, 2011). Para obter um ano teórico, foi dividida a carga letiva total em horas para os níveis primário e secundário obrigatório a tempo inteiro pelo número de anos que correspondem à duração de cada um destes níveis de escolaridade. O ensino geral obrigatório a tempo inteiro termina normalmente com a conclusão do ensino secundário inferior (CITE 2) ou de estrutura única (CITE 1 e 2), exceto na Bélgica, Bulgária, França, Itália, Hungria, Países Baixos (VWO e HAVO), Eslováquia e Reino Unido (Inglaterra, País de Gales e Irlanda do Norte), onde uma parte ou o total do CITE 3 pode fazer parte do ensino geral obrigatório a tempo inteiro. Para mais informação, pode consultar-se Estruturas dos Sistemas de Educação e Formação na Europa (EACEA/Eurydice, 2010). 115 PROCESSOS Para uma definição de 'carga horária flexível', ver a secção Glossário, Bases de Dados Estatísticas e Bibliografia. Ensino primário Ensino secundário geral obrigatório a tempo inteiro 2006/07 2010/11 Ensino primário 2006/07 2010/11 BE fr 20 20 121 121 NL 2006/07 2010/11 BE de 121 121 142 182 AT – Volkschule 15 15 Ensino secundário geral obrigatório a tempo inteiro 2006/07 2010/11 BE nl AT – AHS 120 120 BG 41 41 175 88 AT – Hauptschule & PTS 102 102 CZ 52 53 87 88 PL 36 61 81 113 DK 50 43 90 90 PT 27 27 144 105 DE – Grundschule 28 28 RO 29 30 116 118 39 39 88 136 DE – Gymnasium 179 244 SI DE – Hauptschule 124 105 SK 21 105 109 DE – Realschule 118 183 FI 38 38 133 133 158 158 SE 53 53 53 53 EE 66 66 IE UK-ENG/WLS/NIR EL 72 70 98 98 UK-SCT ES 57 64 113 105 FR 40 43 176 176 IS 31 38 168 187 IT 79 79 165 139 LI – Primarschule 30 41 CY 24 23 124 120 LI – Gymnasium 180 197 LV 54 54 143 141 LI – Oberschule 113 110 LT 10 36 115 122 LI – Realschule 165 161 LU 396 408 479 423 NO 47 52 76 151 113 115 MT – Lyceum 216 199 HR : 53 : 79 MT – Secundário 216 199 TR 19 29 96 96 HU 20 21 MT – Primário 132 127 Disciplina obrigatória com atribuição de carga horária flexível Sem línguas estrangeiras obrigatórias : Não disponível Fonte: Eurydice. Notas específicas por país Bélgica (BE fr), França, Áustria e Listenstaine: Ver figura E7. Bélgica (BE de): A edição prévia (EACEA/Eurydice, 2008) fazia uma distinção entre as escolas públicas e as escolas privadas subvencionadas no nível secundário. A figura em cima mostra o total de tempo por ano teórico nas escolas do setor público para 2006/07, enquanto o total em escolas privadas subvencionadas foi de 162 horas por cada ano teórico, tanto no nível primário como no secundário geral a tempo inteiro. Dinamarca: Entre 2006/07 e 2010/11, a carga horária recomendada não foi modificada. A redução da carga horária no ensino primário deve-se ao facto de o ano pré-primário se ter tornado obrigatório na Folkeskole. Itália: Entre 2006/07 e 2010/11, a carga horária recomendada não foi modificada. A redução da carga horária deve-se à extensão do ensino secundário geral obrigatório a tempo inteiro de três para cinco anos. Portugal: Entre 2006/07 e 2010/11, a carga horária recomendada não sofreu alterações. O decréscimo deve-se ao facto de o ensino secundário geral obrigatório a tempo inteiro ter sido prolongado de três para seis anos mas a aprendizagem de língua estrangeira não é obrigatória ao longo destes anos de escolaridade adicionais. Roménia: A edição prévia (EACEA/Eurydice, 2008) fazia uma distinção entre Gimnaziu + Liceu e Gimnaziu + Şcoala de arte şi meserii no nível secundário. A figura aqui apresentada mostra o total de tempo por ano teórico no Gimnaziu + Liceu em 2006/07, enquanto o total de tempo no Gimnaziu + Şcoala de arte şi meserii era de 97 horas por ano teórico no ensino secundário. Suécia: A carga horária para as línguas é prescrita para todo o ensino geral obrigatório a tempo inteiro (ver figura E7). Turquia: Apesar de formalmente o nível CITE 2 não existir no sistema educativo turco, para fins de comparação com outros países. os anos 1º-5º podem ser tratados como CITE 1 e os anos 6º-8º como CITE 2. 116 SECÇÃO II – CARGA HORÁRIA LETIVA E DIMENSÃO DAS TURMAS OS PAÍSES COM O MAIOR NUMERO DE ANOS DE ENSINO DE LÍNGUA ESTRANGEIRA NÃO POSSUEM NECESSARIAMENTE A MAIOR CARGA HORÁRIA LETIVA Os dois fatores com maior impacto no ensino da língua estrangeira são o número mínimo recomendado de horas letivas e a duração da oferta em termos de anos de escolaridade (figura B2). No que diz respeito à primeira língua estrangeira obrigatória, estas variáveis diferem substancialmente de um país para outro. Ao observarmos as duas variáveis em paralelo, podemos analisar a distribuição da carga horária para a primeira língua estrangeira obrigatória. A análise dos dados nos diferentes anos de escolaridade obrigatória revela que, apesar de alguns países ministrarem a primeira língua estrangeira pelo mesmo número de anos, divergem muito nitidamente em termos de carga horária prescrita para a disciplina. Por exemplo, ao longo dos oito anos de oferta na Roménia e Alemanha, a carga horária total reservada à primeira língua é de 472 horas na Roménia e de 790 na Alemanha (Realschule). Do mesmo modo, ao longo de 10 anos de ensino de língua estrangeira, o currículo oficial na Itália exige um total de 891 horas para a primeira língua, enquanto a Noruega requer 593 horas. Inversamente, os países que prescrevem um total similar da carga horária podem fazê-lo ao longo de um número de anos bastante diversificado. Por exemplo, em seis sistemas de educação, designadamente a Bélgica (comunidade francesa), Grécia, Letónia, Roménia, Eslovénia e Suécia, são recomendadas para a primeira língua estrangeira entre 472 e 492 horas de ensino e esta oferta dura entre cinco e nove anos. Algumas diferenças também podem resultar do facto de que nem todos os países ensinam o mesmo número de línguas e, na figura seguinte, só é mostrado o ensino da primeira língua estrangeira. De facto, onde só existe uma língua estrangeira obrigatória pode haver mais tempo letivo disponível para o seu ensino. Por exemplo, em Espanha, onde só há uma língua estrangeira obrigatória, a carga horária indicada é de 805 horas distribuídas por um período de 10 anos. Em contraste, na Roménia, são recomendadas 472 horas para a primeira língua ao longo de 8 anos e 354 horas para a segunda língua ao longo de seis anos. Na Bélgica (comunidade germanófona), Luxemburgo e Malta, tendo em conta a natureza multilingue das suas sociedades e sistemas educativos, as cargas horárias prescritas são as mais elevadas de toda a Europa (figura E7). Os currículos oficiais nestes três sistemas de educação prescrevem mais do que 1 100 horas por um período de nove anos na comunidade germanófona, 10 no Luxemburgo e 11 em Malta. Na Bélgica (comunidade flamenga) e Reino Unido (Inglaterra, País de Gales e Irlanda do Norte), as recomendações oficiais não definem o número de horas a consagrar ao ensino de línguas estrangeiras mas apenas o número de anos em que são ensinadas as línguas estrangeiras. Por conseguinte, os estabelecimentos de ensino nestes países são livres de alocar a carga horária a todas as disciplinas, incluindo as línguas estrangeiras. Nos Países Baixos, é dada uma autonomia ainda maior às escolas no que diz respeito à distribuição da carga horária, pois não há prescrição nem de número de horas letivas nem de duração da oferta. 117 PROCESSOS Figura E9: Relação entre a carga horária mínima recomendada para a primeira língua estrangeira obrigatória e o número de anos durante os quais esta oferta é disponibilizada ao longo do ensino geral obrigatório a tempo inteiro, 2010/11 Carga horária mínima atribuída à primeira língua estrangeira obrigatória (em horas) Carga horária mínima atribuída à primeira língua estrangeira obrigatória (em horas) Número de anos em que é ensinada a primeira língua estrangeira obrigatória 5 6 7 8 9 10 11 Número de anos em que é ensinada a primeira língua estrangeira obrigatória Fonte: Eurydice. BE_fr BE_de BE_nl BG CZ DK DE Grundschule + Gymnasium (a) DE Grundschule + Hauptschule (b) DE Grundschule + Realschule (c) EE IE EL ES FR IT CY LV LT LU HU MT Primária + Lyceum (a) MT Primária + Secundária (b) Número de anos Carga horária mínima 5 9 10 8 7 7 8 8 8 9 7 10 9 10 6 7 8 10 9 11 11 485 1153 551 617 570 733 741 790 551 473 805 783 891 361 488 540 1893 724 1381 1316 NL AT Volksschule + AHS (a) AT Volksschule + Hauptschule & PTS (b) PL PT RO SI SK FI SE UK-ENG/WLS/NIR UK-SCT 9 9 9 7 8 6 8 7 9 3 Carga horária mínima 570 570 537 579 472 492 627 456 480 IS LI Primarschule + Gymnasium (a) LI Primarschule + Oberschule (b) LI Primarschule + Realschule (c) NO 7 8 8 8 10 453 556 644 614 593 HR TR 8 5 525 432 Número de anos Disciplina obrigatória com atribuição de carga horária flexível Fonte: Eurydice. 118 Sem línguas estrangeiras obrigatórias SECÇÃO II – CARGA HORÁRIA LETIVA E DIMENSÃO DAS TURMAS Nota explicativa (figura E9) Para consultar mais detalhadamente os métodos de cálculo, ver Recommended annual taught time in full-time compulsory education in Europe 2010/11, (Eurydice/EACEA, 2011). O ensino geral obrigatório a tempo inteiro termina normalmente com a conclusão do ensino secundário inferior (CITE 2) ou de estrutura única (CITE 1 e 2), exceto na Bélgica, Bulgária, França, Itália, Hungria, Países Baixos (VWO e HAVO), Eslováquia e Reino Unido (Inglaterra, País de Gales e Irlanda do Norte), onde uma parte ou o total do CITE 3 pode fazer parte do ensino geral obrigatório a tempo inteiro. Para mais informação, pode consultar-se Estruturas dos Sistemas de Educação e Formação na Europa (EACEA/Eurydice, 2010). Para uma definição de 'carga horária flexível', ver a secção Glossário, Bases de Dados Estatísticas e Bibliografia. Notas específicas por país Bélgica (BE fr), Áustria, Eslováquia e Listenstaine: ver figura E7. Estónia, Finlândia e Suécia: Como a idade em que os alunos começam a aprender a primeira língua obrigatória varia, é tida em consideração a idade mais precoce possível. França: A segunda língua estrangeira no 9º ano não é obrigatória para 5,5 % dos alunos que optam por um curso de iniciação profissional (découverte professionelle). No 10º ano, são atribuídas 198 horas letivas à primeira e segunda línguas estrangeiras e as escolas têm o direito de distribuir estas horas entre ambas as línguas de acordo com as suas necessidades. Para fins de comparação, esta carga horária foi distribuída igualmente entre a primeira e segunda línguas estrangeiras. A PRIMEIRA LÍNGUA ESTRANGEIRA OBTÉM EM GERAL A MAIOR QUOTA DE CARGA HORÁRIA DISPONÍVEL PARA O ENSINO DE LÍNGUAS Na vasta maioria dos países europeus, são incluídas duas línguas estrangeiras no currículo durante o ensino obrigatório a tempo inteiro. Em todos estes países, exceto na Estónia, Grécia, Letónia, Luxemburgo e Islândia, a segunda língua é introduzida no nível secundário. Apenas no Luxemburgo é obrigatória para todos uma terceira língua estrangeira durante a escolaridade obrigatória a tempo inteiro; enquanto isso, na Alemanha e Listenstaine a terceira língua só é obrigatória para os alunos do Gymnasium (figuras B1 e B4). Nos países onde são ensinadas duas línguas como disciplinas obrigatórias, o total de tempo letivo dedicado à segunda língua num ano teórico é sempre menor do que o tempo dedicado à primeira língua. Isto pode explicar-se pelo facto de que, em todos os países concernentes, a oferta da segunda língua estrangeira começa mais tarde e por menos anos do que a primeira. Em alguns países, a diferença na carga horária entre as duas línguas é muito grande, como sucede, por exemplo, na Bulgária, Itália, Áustria (AHS: Realgymnasium) e Polónia. Nestes países, a primeira língua começa a ser ensinada quando os alunos têm entre seis e oito anos de idade, enquanto a segunda língua é introduzida quatro ou mais anos depois. Em todos estes países, o ensino da segunda língua no ensino geral obrigatório a tempo inteiro dura apenas alguns anos: três anos na Itália e Polónia e um ano na Bulgária e Áustria. Inversamente, nos países onde o ensino de duas línguas estrangeiras é obrigatório a partir de uma fase mais recuada (10-11 anos) e por isso tem a duração de cinco ou seis anos, a diferença entre a primeira e a segunda línguas estrangeiras nas horas atribuídas é geralmente muito menor. É o caso, por exemplo, da Alemanha (no Gymnasium), Estónia, Grécia, Roménia e Islândia, onde as horas recomendadas para a segunda língua representam mais de metade do tempo recomendado para a primeira língua. Na Bélgica (comunidade germanófona) e Malta, onde a primeira língua estrangeira é usada como uma língua de ensino, a diferença na carga letiva atribuída à primeira e segunda línguas estrangeiras é considerável. Em contraste, no caso do Luxemburgo onde o alemão e o francês são línguas de ensino, a diferença entre as duas é insignificante. No entanto, a diferença entre a segunda e a terceira línguas é maior, pois esta última não é usada como língua de ensino. 119 PROCESSOS Figura E10: Carga horária mínima recomendada num ano letivo teórico para o ensino da primeira, segunda e terceira línguas estrangeiras como disciplinas obrigatórias no ensino geral obrigatório a tempo inteiro, 2010/11 Carga horária atribuída a: Primeira língua Disciplina obrigatória com carga horária flexível Primeira Segun da Terceir a 14 6 BE_fr BE_de 54 128 BE_nl BG CZ DK DE Grundschule + Gymnasium DE Grundschule + Hauptschule DE Grundschule + Realschule EE IE EL 61 69 57 73 74 79 61 51 34 53 27 ES 81 FR 78 32 IT CY LV LT LU 89 40 54 60 189 20 15 29 24 175 49 HU 60 23 MT Ensino primário + Lyceum MT Ensino primário + 126 34 120 40 Secundário Segunda língua 42 35 Terceira língua Sem línguas estrangeiras obrigatórias NL AT Volksschule + AHS AT Volksschule + Hauptschule & PTS PL PT RO SI SK FI SE UK-ENG/WLS/NIR UK-SCT Primeir a Segund a Terceir a 63 10 63 60 48 47 55 63 51 53 19 18 35 17 11 19 13 IS LI Primarschule + Gymnasium LI Primarschule + Oberschule LI Primarschule + Realschule NO 45 62 72 68 59 37 36 HR 66 TR 54 Fonte: Eurydice. Nota explicativa Ver figura E8. Notas específicas por país Bélgica (BE fr), Áustria e Listenstaine: Ver figura E7. França: Ver figura E9. 120 26 SECÇÃO II – CARGA HORÁRIA LETIVA E DIMENSÃO DAS TURMAS A PERCENTAGEM RELATIVA DE CARGA HORÁRIA ATRIBUÍDA AO ENSINO DAS LÍNGUAS ESTRANGEIRAS É SIGNIFICATIVAMENTE MAIS ELEVADA NO ENSINO SECUNDÁRIO OBRIGATÓRIO Em todos os países exceto no Luxemburgo, a percentagem relativa de tempo atribuído às línguas estrangeiras em relação à carga horária total é muito mais elevada no nível secundário do que no nível primário. Para além desta tendência geral, as variações entre os países são consideráveis em ambos os níveis. Estas diferenças podem ser atribuídas a fatores estruturais tais como o número de anos no ensino primário e ensino secundário obrigatório a tempo inteiro, o número de línguas obrigatórias na escolaridade obrigatória bem como a idade de início da aprendizagem de línguas estrangeiras (figuras B2 e B3). No ensino primário, a língua estrangeira obrigatória representa cerca de 10 % da carga horária total, exceto para a Estónia, Grécia e Croácia. Na Bélgica (comunidade germanófona), Luxemburgo e Malta, conta para 14,3 %, 40,5 % e 15,2 % respetivamente, devido às circunstâncias particulares destes países no que respeita às línguas (figura B2). Em alguns países ou regiões em países, nomeadamente a Bélgica (comunidade francesa), Chipre, Portugal e Eslováquia, a proporção de carga horária letiva total reservada ao ensino da língua estrangeira é ainda menor de 3 %. No ensino secundário, a percentagem de tempo prescrito para as línguas estrangeiras varia entre 10 % e 36 % dependendo do país. Porém, destacam-se dois grupos de países. Na República Checa, Dinamarca e Espanha, os alunos aprendem línguas estrangeiras durante 10 % da carga letiva total, enquanto na Alemanha (Realschule), Estónia, França, Islândia e Listenstaine (Gymnasium), as línguas estrangeiras ocupam cerca de 20 % da carga letiva. Esta proporção atinge cerca de 27 % do total da carga letiva na Alemanha (Gymnasium) e em Malta, e ultrapassa os 40 % no Luxemburgo. Figura E11: Carga horária mínima atribuída às línguas estrangeiras enquanto disciplinas obrigatórias, em proporção do tempo letivo total nos ensinos primário e secundário geral obrigatório a tempo inteiro, 2010/11 Ensino primário Ensino secundário geral obrigatório a tempo inteiro Sem línguas estrangeiras obrigatórias Fonte: Eurydice. 121 Ensino geral obrigatório a tempo inteiro Disciplina obrigatória com carga horária flexível PROCESSOS Dados (figura E11) BE fr BE de BE nl BG CZ DK DE Grundschule + Gymnasium DE Grundschule + Hauptschule DE Grundschule + Realschule EE IE EL ES FR IT CY LV LT LU HU MT Ensino primário + Lyceum MT Ensino primário + Secundário Ensino primário 2,4 14,3 Ensino secundário geral obrigatório 13,0 18,0 8,8 7,6 5,7 4,3 4,3 4,3 9,9 10,1 7,3 4,1 9,3 2,9 8,8 6,4 40,5 3,6 15,2 15,2 11,2 10,0 9,7 26,9 15,8 19,7 18,8 12,4 10,0 19,9 14,6 14,0 17,5 14,6 35,7 16,1 24,3 25,7 Ensino secundário geral obrigatório 13,2 11,2 12,4 14,2 14,0 16,7 15,5 11,8 7,2 IS LI Primarschule + Gymnasium LI Primarschule + Oberschule LI Primarschule + Realschule NO 4,4 5,1 5,1 5,1 7,0 18,9 19,6 11,1 16,2 17,7 HR TR 11,1 4,0 12,4 13,3 NL AT Volksschule + AHS AT Volksschule + Hauptschule & PTS PL PT RO SI SK FI SE UK-ENG/WLS/NIR UK-SCT Ensino primário 2,2 2,2 8,5 2,9 4,7 5,9 2,4 7,8 Fonte: Eurydice. Nota explicativa A figura E11 mostra a relação entre o tempo atribuído ao ensino das línguas estrangeiras enquanto disciplinas obrigatórias e o total da carga horária para o conjunto do ensino primário e do ensino geral obrigatório a tempo inteiro. O cálculo baseou-se no número mínimo de horas exatas (60 minutos) recomendado ao nível nacional. Para uma informação mais detalhada sobre os métodos de cálculo, pode consultar-se Recommended annual taught time in full-time compulsory education in Europe 2010/11, (Eurydice/EACEA, 2011). O ensino geral obrigatório a tempo inteiro termina normalmente com a conclusão do ensino secundário inferior (CITE 2) ou de estrutura única (CITE 1 e 2), exceto na Bélgica, Bulgária, França, Itália, Hungria, Países Baixos (VWO e HAVO), Eslováquia e Reino Unido (Inglaterra, País de Gales e Irlanda do Norte), onde uma parte ou o total do CITE 3 pode fazer parte do ensino geral obrigatório a tempo inteiro. Para mais informação, pode consultar-se Estruturas dos Sistemas de Educação e Formação na Europa (EACEA/Eurydice, 2010). Para uma definição de 'carga horária flexível', ver a secção Glossário, Bases de Dados Estatísticas e Bibliografia Notas específicas por país Bélgica (BE fr), Áustria e Listenstaine: Ver figura E7. Suécia e Turquia: Ver figura E8. SÃO POUCOS OS PAÍSES QUE ESTABELECEM NORMAS ESPECÍFICAS PARA A DIMENSÃO DAS TURMAS NO QUE RESPEITA AO ENSINO DA LÍNGUA ESTRANGEIRA Cerca de dois terços dos países europeus emitem regulamentações ou recomendações oficiais sobre o número máximo de alunos numa turma, independentemente da disciplina lecionada; estas normas aplicam-se, normalmente, quer ao ensino primário quer ao secundário geral obrigatório a tempo inteiro. Todavia, deve ter-se em conta que as especificações oficiais não correspondem necessariamente à dimensão média real das turmas, as quais podem ser maiores ou menores do que os valores recomendados (figura E13). Em geral, os requisitos para a dimensão das turmas não diferenciam entre línguas estrangeiras e outras disciplinas do currículo. No entanto, alguns países prescrevem efetivamente uma dimensão mais reduzida para as turmas de línguas estrangeiras, designadamente a República Checa, Lituânia, Polónia e Eslováquia. Contudo, deve salientar-se que em diversos outros países as escolas têm 122 SECÇÃO II – CARGA HORÁRIA LETIVA E DIMENSÃO DAS TURMAS autonomia nessa área, o que significa que podem reduzir ou aumentar o número de alunos por turma para o ensino das línguas. As normas gerais para a dimensão das turmas (que na maioria dos países também se aplicam ás turmas de línguas estrangeiras) varia significativamente de um país para outro. No entanto, por toda a Europa, o número máximo de alunos por turma não ultrapassa os 33 − o limite no Reino Unido (Escócia). Em aproximadamente um terço dos países, as normas para as dimensões das turmas no ensino primário e secundário geral são idênticas. Nos seis países onde estas normas diferem (Bulgária, Espanha, Itália, Hungria, Portugal e Roménia), o número máximo de alunos por turma é sempre maior no nível secundário do que no nível primário. A diferença entre níveis de educação varia entre um e cinco alunos por turma. Nos quatro países com recomendações específicas para as turmas de língua estrangeira, têm vindo a ser estabelecidas normas, quer para o ensino primário quer para o secundário geral, exceto na Lituânia, onde tais normas só existem para o ensino secundário (20 alunos). Na Eslováquia, a norma vigente prevê o número mais baixo de alunos nas turmas de língua estrangeira (17 alunos) enquanto a República Checa e a Polónia têm o mais elevado (24 alunos). A partir de 2008, uma série de reformas implementadas em diversos países tem originado uma redução dos limites gerais para a dimensão das turmas. Na Áustria, o número de alunos por turma tem vindo a baixar de 30 para 25 tanto no ensino primário como no secundário geral. A Eslováquia reduziu este número de 34 para 25 na primária e para 28 no secundário geral. Na Estónia e Grécia, o limite para a dimensão das turmas no ensino secundário foi equiparado ao do ensino primário, passando de 36 para 24 e de 30 para 25, respetivamente. Em 2009, a Croácia estabeleceu uma nova norma que reduziu o número de alunos por turma de 34 para 28 em ambos os níveis (primário e secundário geral). Inversamente, dois países aumentaram a dimensão das turmas. Na Itália, o número de alunos por turma no nível primário subiu de 25 para 27 e no nível secundário de 25 para 28. Na Roménia, no nível secundário, aumentou de 25 para 30. Figura E12: Normas ou recomendações sobre a dimensão máxima das turmas nos ensinos primário e secundário geral obrigatório a tempo inteiro, 2010/11 Normas relativas à dimensão máxima das turmas para todas as disciplinas ou para a maior parte das disciplinas, excluindo as línguas estrangeiras Dimensão máxima das turmas de língua estrangeira Ensino primário Ensino secundário geral obrigatório Sem recomendações Ensino primário BE fr BE de BE UK UKBG CZ DK DE EE IE EL ES FR IT CY LV LT LU HU MT NL AT PL PT RO SI SK FI SE 1 IS LI NO HR TR nl ( ) SCT 22 30 28 29 24 25 25 27 25 24 28 26 30 25 24 25 28 25 33 24 28 22 24 28 29 24 25 25 27 25 24 28 26 30 25 24 24 25 28 17 33 24 28 Ensino secundário geral obrigatório a tempo inteiro BE fr BE de BE UK UKBG CZ DK DE EE IE EL ES FR IT CY LV LT LU HU MT NL AT PL PT RO SI SK FI SE 1 IS LI NO HR TR nl ( ) SCT 24 26 30 28 29 24 25 30 28 25 30 28 30 30 25 28 30 28 28 33 24 28 24 26 24 28 29 24 25 30 28 25 20 28 30 30 25 24 28 30 28 17 33 24 28 UK (1): UK-ENG/WLS/NIR Fonte: Eurydice. 123 PROCESSOS Nota explicativa (figura E12) O ensino secundário geral obrigatório a tempo inteiro corresponde normalmente ao ensino secundário inferior (CITE 2), exceto na Bélgica, Bulgária, França, Itália, Hungria, Países Baixos (VWO e HAVO), Eslováquia e Reino Unido (Inglaterra, País de Gales e Irlanda do Norte) onde uma parte ou a totalidade do nível CITE 3 pode fazer parte do ensino geral obrigatório a tempo inteiro. Para informações adicionais, pode consultar-se Estruturas dos Sistemas de Educação e Formação na Europa (EACEA/Eurydice, 2010). As escolas com programas de estudo intensivo para as línguas estrangeiras não estão representadas na figura. Nos países onde as normas relativas aos limites máximos da dimensão das turmas diferem dentro do mesmo nível de ensino, a especificação que incide sobre a maioria dos alunos é representada na figura e outra informação relevante é apresentada numa nota específica. Notas específicas por país Alemanha: O número indicado representa a média da dimensão máxima das turmas nos diferentes Länder. Hungria: De acordo com as leis que regulam o ensino público, as turmas podem ser divididas em grupos. A dimensão máxima do grupo corresponde a 50 % do limite máximo da dimensão da turma. As línguas estrangeiras são geralmente ensinadas em grupos. Malta: A norma para a dimensão da turma é de 25 alunos por turma nos últimos três anos do ensino secundário inferior. Polónia: O número máximo recomendado de alunos por turma nos primeiros três anos do ensino primário é de 26 para todas as disciplinas, incluindo as línguas estrangeiras. Em outros anos do ensino primário e secundário geral obrigatório a tempo inteiro, só existem recomendações para as turmas de línguas. Portugal: No primeiro ciclo do ensino primário (6-10 anos),o número máximo de alunos estabelecido para as turmas de inglês é de 25. Eslováquia: No CITE 1, o número recomendado de alunos por turma durante o primeiro ano é de 22 para todas as disciplinas exceto as línguas estrangeiras. Reino Unido (ENG/WLS/NIR): Nas escolas primárias aplica-se um limite máximo de 30 alunos por turma mas só para os alunos mais novos, enquanto as línguas estrangeiras são ensinadas principalmente aos alunos mais velhos deste nível de ensino. Reino Unido (SCT): A partir do ano letivo 2011/12, a dimensão máxima de alunos por turma no primeiro ano do ensino primário é de 25 alunos, no segundo e no terceiro anos é de 30 alunos por turma. A MAIOR PARTE DOS ALUNOS QUE ESTUDA LÍNGUAS ESTRANGEIRAS INTEGRA TURMAS CUJA DIMENSÃO CORRESPONDE ÀS NORMAS FIXADAS PELAS AUTORIDADES PÚBLICAS A figura E12 mostrou que só em alguns países são emitidas recomendações específicas sobre a dimensão das turmas de línguas estrangeiras. Porém, em cerca de dois terços dos países, existem recomendações gerais que definem o número máximo de alunos numa turma, independentemente da disciplina lecionada. Por conseguinte, é interessante observar até que ponto estas recomendações correspondem à dimensão real das turmas. O Inquérito Europeu sobre Competências Linguísticas (IECL) 2011, no qual se perguntava aos alunos qual o tamanho da sua turma de língua estrangeira, permite efetuar tal comparação. Os dados indicam que em todos os países com recomendações sobre o limite máximo de alunos por turma, pelo menos 75 % dos alunos estudam a língua estrangeira alvo (i.e. a língua em que foram testados) em turmas que não excedem a dimensão máxima recomendada. Porém, os dados também mostram que em cinco sistemas educativos – comunidade francesa da Bélgica, Bulgária, Grécia, Polónia e Croácia – pelo menos 10 % dos alunos estudam línguas em turmas que são maiores do que o teto recomendado pelas autoridades públicas. No entanto, o valor P90 nunca excede as recomendações em mais do que dois alunos. A figura também indica que os alunos muitas vezes estudam línguas estrangeiras em turmas significativamente mais pequenas do que as referidas pelas recomendações oficiais. O valor médio mais baixo – 15 – observa-se na Estónia e Eslovénia, o que significa que nestes países, 50 % dos alunos estudam línguas em turmas que apenas contam com 15 alunos ou menos. Noutros países considerados no estudo, o valor médio é ligeiramente maior, mas encontra-se sempre significativamente abaixo do limite máximo recomendado. Esta realidade confirma a afirmação associada à figura E12, segundo a qual as normas para a dimensão das turmas são normalmente usadas apenas como uma orientação para o limite máximo e não correspondem aos números reais dos alunos nas turmas. A dimensão das turmas de língua estrangeira também varia dentro dos países. A Bulgária, Grécia, Espanha e Polónia revelam um perfil caracterizado por uma maior variação em termos de distribuição de alunos nas turmas de língua estrangeira (i.e. a maior diferença em termos de número de alunos entre a turma mais pequena e a turma maior). Pelo contrário, Portugal e Eslovénia revelam os perfis mais homogéneos. 124 SECÇÃO II – CARGA HORÁRIA LETIVA E DIMENSÃO DAS TURMAS Figura E13: Distribuição de alunos por dimensão da turma de língua estrangeira, comparada com o limite máximo recomendado ou exigido pelas autoridades oficiais, 2010/11 Sem normas oficiais sobre a dimensão máxima da turma Percentil Limite máximo de acordo com as normas oficiais sobre a dimensão das turmas Percentil UE BE fr BE de BE nl BG EE EL ES FR MT NL PL PT SI SE HR p10 14 12 12 12 p25 18 16 16 17 11 9 10 14 17 15 15 10 18 11 15 18 16 12 15 18 20 20 20 14 20 13 18 p50 23 20 20 20 20 22 15 20 23 25 23 25 19 23 15 20 23 p75 26 24 22 21 26 19 25 27 27 25 28 22 26 18 24 27 p90 29 26 24 24 28 22 27 30 30 26 30 26 27 21 28 30 Fonte: IECL 2011. Nota explicativa O indicador baseia-se nas respostas à questão 42 do Inquérito aos alunos IECL, 2011. As normas ou recomendações respeitantes à dimensão máxima das turmas são retiradas da figura E12. A média da UE corresponde às médias ponderadas dos países participantes no IECL para os quais existem dados disponíveis. Em cada país, os inquiridos eram alunos que aprendiam a primeira língua testada. Em quase todos os países participantes, a primeira língua testada era o inglês, exceto na Bélgica (as comunidades flamenga e germanófona) onde era o francês. Dependendo dos países, os alunos da amostragem frequentavam ou o ultimo ano do CITE 2 ou o segundo ano do CITE 3. Para informações adicionais sobre o Inquérito Europeu sobre Competências Linguísticas (IECL), pode consultar-se a secção Glossário, Bases de Dados Estatísticas e Bibliografia 125 P R O C E S S O S E D U C AT I V O S SECÇÃO III – RESULTADOS ESPERADOS DA APRENDIZAGEM E CERTIFICAÇÃO NO FINAL DA ESCOLARIDADE OBRIGATÓRIA A TEMPO INTEIRO AS QUATRO COMPETÊNCIAS DE COMUNICAÇÃO SÃO CONSIDERADAS IGUALMENTE IMPORTANTES Um dos objetivos primordiais do ensino de línguas estrangeiras é proporcionar aos alunos a aquisição de competências de comunicação que são, essencialmente, a compreensão e a expressão orais, a leitura e a expressão escrita. Uma análise aos currículos oficiais revelou que 15 países europeus emitiram recomendações no sentido de estabelecer uma uniformidade quanto aos graus de importância das quatro principais competências de comunicação, a aplicar desde o início do ensino obrigatório da língua estrangeira até ao final da escolaridade obrigatória a tempo inteiro. No entanto, o mesmo não se verifica em outros onze países uma vez que nestes, desde o início do ensino obrigatório da língua estrangeira, coloca-se maior ênfase no modo oral (compreensão e expressão orais), isto é, na comunicação oral. Neste conjunto de países, as exceções são a Dinamarca, a Grécia e os Países Baixos. O primeiro atribui prioridade apenas à expressão oral, enquanto os restantes acrescentam também a leitura às capacidades de comunicação oral. Contudo, no final da escolaridade obrigatória, nenhuma das capacidades de comunicação se sobrepõe às outras. Nesta fase final do processo, apenas a Dinamarca continua a concentrar-se na comunicação oral, enquanto nos Países Baixos a prioridade vai claramente para a leitura em escolas secundárias do tipo VWO e HAVO. Em sete países não são feitas quaisquer referências específicas a prioridades nos currículos escolares. Porém, em alguns destes países, outros documentos orientadores, tais como, no caso de Portugal, diretrizes de avaliação, especificam prioridades em relação a algumas ou a todas as competências de comunicação. As tendências dos últimos anos mostram que um maior número de países atribui agora igual importância às quatro competências de comunicação, logo a partir dos primeiros anos do ensino obrigatório da língua estrangeira. Polónia, Malta, Roménia e Chipre, países que sofreram reformas recentemente, são bons exemplos. Em sentido contrário, surge o Listenstaine que, devido ao início precoce do ensino obrigatório da língua estrangeira, direcionou os principais objetivos da aprendizagem para o desenvolvimento da consciência linguística através da comunicação oral. Nota explicativa (figura E14) Prioridade dada explicitamente a uma ou mais competências de comunicação: Os currículos oficiais para línguas estrangeiras afirmam de forma clara e explícita que uma maior ênfase deverá ser atribuída aos objetivos relacionados com uma ou mais competências durante todo o processo de ensino/ aprendizagem. As principais competências são igualmente importantes: os currículos oficiais para línguas estrangeiras afirmam de forma clara que, no que respeita aos objetivos, nenhuma prioridade deverá ser atribuída a uma ou mais das quatro competências de comunicação. Nenhuma referência a prioridades: os currículos oficiais para línguas estrangeiras não explicitam se a prioridade deverá ser dada a uma ou mais das competências de comunicação. Para uma definição de 'quatro competências de comunicação', ver a secção Glossário, Bases de Dados Estatísticas e Bibliografia. Notas específicas por países Países Baixos: Não é atribuída qualquer prioridade explícita a competências de comunicação no tipo de escolas VMBO (ensino profissional preparatório médio) no final da escolaridade obrigatória a tempo inteiro. Reino Unido (ENG): O ensino obrigatório de língua estrangeira termina antes do final da escolaridade obrigatória a tempo inteiro. 127 PROCESSOS Figura E14: Prioridade dada aos objetivos associados às quatro competências de comunicação nos currículos obrigatórios de língua estrangeira, ensino geral obrigatório a tempo inteiro, 2010/11 Figura E14b: No final do ensino geral obrigatório a tempo inteiro Figura E14a: No início do ensino obrigatório da primeira língua estrangeira BG FR IT CY LV LT LU HU MT AT PL PT RO SI SK FI SE UK ( ) UK-SCT NL EL ES EE IE DE DK CZ Sem referências a prioridades As principais competências são igualmente importantes BE nl Expressão escrita Leitura Expressão oral Compreensão oral BE de Sem referências a prioridades BE fr As principais competências são igualmente importantes Expressão escrita Leitura Expressão oral Prioridade explícita Compreensão oral Prioridade explícita 1 IS LI NO HR TR Sem línguas estrangeiras obrigatórias UK (1) = UK-ENG/WLS/NIR Fonte: Eurydice. 128 SECÇÃO III –RESULTADOS ESPERADOS DA APRENDIZAGEM E CERTIFICAÇÃO MAIS DE METADE DOS PAÍSES EUROPEUS UTILIZA O QECRL PARA ESTABELECER OS NÍVEIS MÍNIMOS DE CONHECIMENTO EM TERMOS DE PROFICIÊNCIA NAS LÍNGUAS ESTRANGEIRAS O Quadro Europeu Comum de Referência para as Línguas (QECRL), publicado pelo Conselho da Europa em 2001, funciona como uma ferramenta que permite uma avaliação dos resultados da aprendizagem de línguas estrangeiras comparável a nível internacional. Em fevereiro de 2002, uma resolução do Conselho da União Europeia recomendou o uso do QECRL na criação de sistemas para 3 a validação de competências linguísticas ( ). Figura E15: Existência de recomendações sobre a utilização do QECRL na definição dos níveis mínimos de conhecimentos a atingir no final do ensino geral obrigatório a tempo inteiro ou ensino secundário inferior (CITE 2) e no final do ensino secundário superior (CITE 3), 2010/11 CITE 3 Regulamentações ou recomendações para a utilização do QECR com o objetivo de definir o nível mínimo de conhecimentos Sem regulamentações ou recomendações Fonte: Eurydice. Nota explicativa O Quadro Europeu Comum de Referência para as Línguas (QECRL) (Conselho da Europa, 2001) permite um enquadramento para a aprendizagem, ensino e avaliação de línguas. O seu principal objetivo é facilitar a transparência e a comparabilidade na preparação do ensino de línguas e nas qualificações. O QECRL descreve as competências necessárias para a comunicação numa língua estrangeira, o conhecimento correspondente e as aptidões, bem como os diferentes contextos para a comunicação. O QECRL define seis níveis de proficiência A1, A2, B1, B2, C1, C2 (o nível A corresponde ao grau básico, o B ao grau independente e o C ao grau de proficiência), permitindo que os progressos dos que aprendem e usam línguas estrangeiras sejam mensuráveis. A escolaridade obrigatória a tempo inteiro termina normalmente com a conclusão do ensino secundário inferior (nível CITE 2) ou no final dos sistemas de estrutura única (níveis CITE 1 e 2), exceto na Bélgica, Bulgária, França, Itália, Hungria, Países Baixos (VWO e HAVO), Eslováquia e Reino Unido (Inglaterra, País de Gales e Irlanda do Norte) onde parte ou todo o nível CITE 3 pode integrar-se na escolaridade obrigatória a tempo inteiro. Para mais informação, pode consultar-se Estruturas dos Sistemas de Educação e Formação na Europa (EACEA/Eurydice, 2010). Nos países em que o final da escolaridade obrigatória a tempo inteiro não corresponde ao final do ensino secundário inferior, a informação apresentada na Figura reflete a segunda situação. Nota específica por país Portugal: Ainda não existem recomendações para o final da escolaridade obrigatória a tempo inteiro já que, desde 2009/10, este tem sido progressivamente prolongado de 9 para 12 anos. Contudo, existem recomendações para o final do ensino secundário inferior que correspondia anteriormente ao final da escolaridade obrigatória a tempo inteiro. (3) Resolução do Conselho da UE de 14 de fevereiro de 2002 relativa à promoção da diversidade linguística e à aprendizagem das línguas no quadro da implementação dos objetivos do Ano Europeu das Línguas 2001, OJ 2002/C 50/01. 129 PROCESSOS Uma vasta maioria dos países Europeus utiliza o QECRL como uma ferramenta de avaliação para as línguas estrangeiras, e a sua importância é notória em currículos oficiais, programas estratégicos e outros documentos não vinculativos. De facto, é de tal forma relevante que as autoridades educativas em mais de metade do conjunto dos países europeus emitiram regulamentos e recomendações estabelecendo níveis mínimos de conhecimentos para línguas estrangeiras de acordo com os seis graus de proficiência definidos e descritos no QECRL. Estas recomendações ou regulamentos referem-se geralmente aos níveis mínimos de conhecimentos a atingir em línguas estrangeiras no final do ensino geral obrigatório a tempo inteiro, assim como no final do ensino secundário superior. No entanto, na Dinamarca, Listenstaine e Eslovénia, estas diretrizes aplicam-se apenas ao final do ensino geral obrigatório a tempo inteiro no caso dos dois primeiros países, e no final do ensino secundário superior no caso do terceiro. Não se verificam recomendações ou regulamentos para o final da escolaridade obrigatória a tempo inteiro em países como Portugal e Eslováquia, porém, para o final do ensino secundário inferior são fixados níveis mínimos de conhecimento. NA MAIORIA DOS PAÍSES O NÍVEL MÍNIMO DE CONHECIMENTOS ESPERADO PARA A PRIMEIRA LÍNGUA É MAIS ELEVADO FACE AO ESPERADO PARA A SEGUNDA A maior parte dos países europeus estabeleceu níveis mínimos de conhecimentos para alunos em processo de aprendizagem de línguas estrangeiras, níveis concebidos para o final do ensino geral obrigatório a tempo inteiro e para o final do ensino secundário superior (figura E15) − os dois pontos de referência para este indicador. Tais níveis de conhecimentos abarcam quer a primeira, quer a segunda língua estrangeira. Mais uma vez encontram-se exceções: a Bélgica (comunidade germanófona). Polónia e Listenstaine, países onde estas recomendações só se aplicam à primeira língua estrangeira em ambas as etapas do ensino; e a Turquia, onde o nível de conhecimento exigido é definido tanto para a primeira como para a segunda língua, mas somente para o final do ensino secundário superior. Os níveis mínimos de conhecimentos estabelecidos para os alunos de línguas estrangeiras variam substancialmente de um país para outro. No entanto, face à expectativa generalizada de que os alunos irão progredir conforme avançam nos estudos, a tendência para os níveis de conhecimentos serem mais elevados no final do ensino secundário superior em relação ao ensino secundário inferior é comum a todos os países. Tal aplica-se tanto à primeira como à segunda língua. Quando comparados os níveis de conhecimentos tanto para a primeira como para a segunda língua estrangeira, segundo os mesmos pontos de referência, o resultado geralmente esperado é o de um melhor desempenho por parte dos alunos na primeira língua estrangeira. A escala do Quadro Europeu Comum de Referência para as Línguas (QECRL) começa no nível A1 para o grau básico e vai até ao nível C2 para o grau de proficiência (Conselho da Europa, 2001). No final da escolaridade obrigatória, o nível mínimo varia geralmente entre A2 e B1 para a primeira língua e entre A1 e B1 para a segunda; já no que concerne o final do ensino secundário superior, o nível mínimo de conhecimentos varia entre B1 e B2 para a primeira língua estrangeira e entre A2 e B2 para a segunda. Todavia, em alguns sistemas de ensino, os resultados esperados para a primeira e segundas línguas são iguais segundo o mesmo ponto de referência. Tal verifica-se no caso de Portugal no final do ensino secundário inferior, na Finlândia no final do ensino secundário superior, e na comunidade flamenga da Bélgica, Alemanha, Estónia e Lituânia no final da escolaridade obrigatória e do ensino secundário superior. Finda a escolaridade obrigatória, o nível de conhecimentos tanto para a primeira como para a segunda língua estrangeiras mais frequentemente referido é o A2; já no final do ensino secundário superior, o nível mais citado é o B2 para a primeira língua estrangeira e o B1 para a segunda. O Luxemburgo apresenta uma situação única, uma vez que o nível mínimo de conhecimentos esperado para a primeira língua é B2 no final da escolaridade obrigatória e C1 no final do ensino secundário superior. A explicação para este elevado nível prende-se com a singularidade do país no que respeita ao uso das línguas, uma vez que tanto o alemão como o francês são línguas de ensino (Capítulo B). 130 SECÇÃO III –5ESULTADOS ESPERADOS DA APRENDIZAGEM E CERTIFICAÇÃO Figura E16: Níveis mínimos de conhecimentos esperados com base no QECRL para a primeira e segunda língua estrangeiras no final do ensino geral obrigatório a tempo inteiro ou ensino secundário inferior (CITE 2) e ensino secundário superior (CITE 3), 2010/11 Final do ensino secundário superior (CITE 3) Final do ensino geral obrigatório a tempo inteiro ou ensino secundário inferior (CITE 2) Utilizador elementar Utilizador proficiente Primeira língua estrangeira Utilizador elementar Utilizador proficiente Segunda língua estrangeira Fonte: Eurydice. Nota explicativa A figura não contempla programas intensivos de estudo para línguas estrangeiras. Sempre que os países estabelecem níveis de conhecimentos recomendados em relação a uma ou mais das quatro competências de comunicação, o nível mínimo é indicado na figura. A figura não contempla subníveis do QECRL. 131 PROCESSOS O ensino geral obrigatório a tempo inteiro termina normalmente com a conclusão do ensino secundário inferior (nível CITE 2) ou de estrutura única (níveis CITE 1 e 2), exceto na Bélgica, Bulgária, França, Itália, Hungria, Países Baixos (VWO e HAVO), Eslováquia e Reino Unido (Inglaterra, País de Gales e Irlanda do Norte), onde o nível CITE 3 pode também cobrir parte ou a totalidade da escolaridade obrigatória a tempo inteiro. Para mais informação, ver Estruturas dos Sistemas de Educação e Formação na Europa (EACEA/Eurydice, 2010). Nos países em que o final da escolaridade obrigatória a tempo inteiro não correspondente ao final do ensino secundário inferior, a informação contemplada nesta figura reflete a situação no final do ensino secundário inferior. Notas específicas por país Bélgica (BE nl): No final do ensino secundário inferior, são definidos diferentes níveis de conhecimento na primeira e segunda línguas para algumas competências de comunicação em particular: A2 para compreensão oral e leitura e B1 para expressão oral e escrita. Estónia: De acordo com o novo currículo implementado em 2011/12, no final do ensino secundário inferior, o nível de conhecimentos esperado em inglês como segunda língua estrangeira é B1 (A2 para a expressão escrita) enquanto para as outras línguas é A2. Espanha: Embora não seja mencionado nenhum nível específico no currículo, os alunos no final do ensino secundário superior que pretendam ingressar numa Escola Oficial de Línguas são colocados no nível B1. Para além disso, o Programa Integral de Aprendizaje de lenguas extranjeras (2010-2020) estabelece, como um dos objetivos, que todos os alunos obtenham o nível B1 na primeira língua estrangeira no final do ensino secundário. Hungria: Os níveis de conhecimentos esperados em línguas estrangeiras são idênticos em ambos os níveis de ensino indicados, isto porque a escolaridade obrigatória a tempo inteiro termina normalmente com a conclusão do ensino secundário superior. Áustria: Embora o nível de conhecimento A2 seja indicado no final da escolaridade obrigatória a tempo inteiro tanto para a primeira língua estrangeira como para a segunda, os resultados obtidos na primeira língua estrangeira incluem parcialmente competências do B1, enquanto a capacidade para interagir oralmente na segunda língua deverá atingir o nível A1. No ensino secundário superior, o nível de conhecimentos esperado para a segunda língua estrangeira na leitura é o B2 enquanto para outras competências é o B1. Finlândia: No final da escolaridade obrigatória a tempo inteiro, o nível de conhecimento esperado na compreensão oral e leitura em inglês (como primeira língua) é o B1 enquanto para outras línguas é o A2. Em dois países, as autoridades educativas centrais estabeleceram níveis específicos de proficiência para algumas línguas. Na Roménia, concluída a escolaridade obrigatória a tempo inteiro, o nível mínimo esperado para as línguas italiana e espanhola lecionadas como primeiras línguas estrangeiras é ligeiramente superior ao esperado para o inglês, francês e alemão. Já no que respeita à segunda língua, o nível para o francês é A1 enquanto para o inglês, alemão, italiano, espanhol e português é A2. Na Finlândia, o nível mínimo de conhecimentos para o inglês é de certa forma mais elevado do que para outras línguas. Além disso, distinção semelhante verifica-se entre a língua finlandesa para alunos falantes de sueco e a língua sueca para alunos falantes de finlandês, sendo que ambas são línguas obrigatórias. No final da escolaridade obrigatória é esperado que as competências na escrita em finlandês por parte dos falantes de sueco sejam ligeiramente superiores em relação às dos falantes de finlandês em sueco. Embora a maioria dos países atribua igual prioridade às quatro competências de comunicação (compreensão oral, expressão oral, leitura e expressão escrita) em línguas estrangeiras após a conclusão do ensino geral obrigatório a tempo inteiro (figura E14), tal não sucede nos casos particulares da Áustria e da Bélgica (comunidade flamenga) já que nestes países são exigidos diferentes níveis mínimos de conhecimentos para algumas destas competências comunicativas. Esta situação também ocorre na Finlândia, apesar de o seu currículo oficial não revelar de forma explícita que deverá ser dada prioridade a qualquer uma das quatro principais competências. Neste país, por exemplo, o nível esperado para as competências recetivas (compreensão do oral e leitura) é mais elevado do que o esperado para as competências produtivas (produção oral e expressão escrita), enquanto no caso da Bélgica (comunidade flamenga) é o oposto. Na Áustria, no nível secundário superior, as competências de leitura na segunda língua, no ensino secundário superior, devem ser mais elevadas face a outras competências. Por último, há que referir que alguns países encontram-se a rever os níveis mínimos de conhecimentos esperados em línguas estrangeiras, com efeito a partir do ano letivo de 2011/12. Na Estónia, no ensino secundário superior, todos os cursos de línguas são agora lecionados tendo em conta o nível B1 ou o nível B2. Concluída a escolaridade obrigatória, os alunos são distribuídos por estes níveis conforme as competências adquiridas nas línguas estrangeiras. Além disso, o nível mínimo esperado na língua inglesa foi fixado um pouco acima dos níveis dos outros idiomas estrangeiros. No caso do Chipre, o nível de conhecimentos esperado para a primeira língua estrangeira no final da escolaridade obrigatória a tempo inteiro, subiu do nível A2 para o B1. Na Eslovénia, um novo currículo introduziu níveis mínimos de conhecimentos para línguas estrangeiras no final da escolaridade obrigatória − A2 para a primeira língua estrangeira e A1 para a segunda. 132 SECÇÃO III –RESULTADOS ESPERADOS DA APRENDIZAGEM E CERTIFICAÇÃO OS CERTIFICADOS ATRIBUÍDOS APÓS A CONCLUSÃO DA ESCOLARIDADE OBRIGATÓRIA INCLUEM GERALMENTE UMA COMPONENTE DE LÍNGUAS ESTRANGEIRAS Na grande maioria dos países Europeus (com exceção do Luxemburgo, Países Baixos e Reino Unido (Escócia)), finda a escolaridade obrigatória a tempo inteiro, é atribuído aos alunos um certificado. Em quase todos os países, este certificado refere explicitamente que os alunos aprenderam uma ou mais línguas estrangeiras. Contudo, em países como a Bélgica, Espanha, Roménia e Turquia, os certificados não fazem menção explícita a línguas estrangeiras aprendidas durante a escolaridade obrigatória. Nos países em que os certificados referem a aprendizagem de línguas estrangeiras, estas, regra geral, constituem um elemento obrigatório do documento. Porém, tal não se verifica na Irlanda e Reino Unido (Inglaterra, País de Gales e Irlanda do Norte), onde a inclusão de línguas estrangeiras no certificado depende das disciplinas em que se realizou um exame ou das qualificações escolhidas pelos alunos, ou ainda na Noruega e no Listenstaine, sendo que no caso deste último, a inclusão da componente de línguas estrangeiras no certificado depende do percurso educativo seguido pelos alunos no ensino geral obrigatório. Figura E17: A inclusão da componente de línguas estrangeiras nos certificados atribuídos aos alunos após a conclusão do ensino geral obrigatório a tempo inteiro, 2010/11 A língua estrangeira é uma componente obrigatória em todos os certificados A língua estrangeira é uma componente obrigatória nos certificados dependendo da qualificação atribuída Certificado sem uma componente de língua estrangeira Sem certificado Fonte: Eurydice. Nota explicativa O ensino geral obrigatório a tempo inteiro termina normalmente com a conclusão do ensino secundário inferior (CITE 2) ou de estrutura única (níveis CITE 1 e 2), exceto na Bélgica, Bulgária, França, Itália, Hungria, Países Baixos (VWO e HAVO), Eslováquia e Reino Unido (Inglaterra, País de Gales e Irlanda do Norte), onde alguns ou todos os CITE 3 podem fazer parte da escolaridade obrigatória a tempo inteiro. Para mais informação, ver Estruturas dos Sistemas de Educação e Formação na Europa (EACEA/ AEEAL Eurydice, 2010). Escolas com programas de estudo intensivos para línguas estrangeiras não são contempladas na figura. Componente de língua estrangeira: Indica que os alunos aprenderam uma língua estrangeira e, em alguns casos, explicita qual a(s) língua(s) estudada(s) e/ou os resultados da avaliação ou o nível/níveis de conhecimentos alcançados. Qualquer uma destas possibilidades é suficiente para que um certificado seja considerado como tendo uma componente de língua. Para uma definição de ‘certificado’, ver a secção Glossário, Bases de Dados Estatísticas e Bibliografia Notas específicas por países Países Baixos: No final do ensino secundário inferior, apenas os alunos das escolas tipo VMBO que tenham feito os exames recebem um diploma com uma componente de línguas estrangeiras. Os alunos de escolas tipo HAVO e VWO não recebem um certificado após a conclusão do ensino secundário inferior porque só realizam os exames no final do ensino secundário superior. Reino Unido (ENG/WLS/NIR): Cada disciplina é certificada em separado. 133 PROCESSOS A COMPONENTE DE LÍNGUAS ESTRANGEIRAS DOS CERTIFICADOS ATRIBUÍDOS NO FINAL DA ESCOLARIDADE OBRIGATÓRIA BASEIA-SE GERALMENTE NUMA AVALIAÇÃO CONTÍNUA A componente de línguas estrangeiras dos certificados atribuídos após a conclusão da escolaridade obrigatória a tempo inteiro (figura E17) pode basear-se numa avaliação interna (levada a cabo pelos professores da escola), ou externa (controlada por organismos exteriores). Embora a avaliação interna seja o método adotado na generalidade dos países, no caso da Irlanda e do Reino Unido (Inglaterra, País de Gales e Irlanda do Norte) tal não se verifica, uma vez que, no final do período escolar referido, estes países recorrem apenas à avaliação externa. Numa dúzia de países, a avaliação das línguas estrangeiras é realizada com base em métodos de avaliação interna complementados por uma avaliação externa. Dois métodos de avaliação interna podem ser observados. Por um lado, pode tomar a forma de avaliação contínua, ou seja, uma avaliação com base nas notas e nos trabalhos realizados durante o ano letivo; por outro lado, pode resultar de um exame interno (organizado, moderado e avaliado ao nível da escola) no final da escolaridade obrigatória. Quando se pretende avaliar as competências dos alunos em línguas estrangeiras para efeitos de certificação, o método mais generalizado é o da avaliação contínua (a Hungria é a exceção) e, em cerca de metade dos países, esta forma de avaliação interna é a única praticada; em outros sete sistemas de educação é utilizada uma combinação dos dois modelos de avaliação. Figura E18: Formas de avaliação que contribuem para a componente de línguas estrangeiras dos certificados atribuídos após a conclusão do ensino geral obrigatório a tempo inteiro, 2010/11 Avaliação interna Avaliação contínua Exame final interno Avaliação interna Avaliação externa Sem certificado, ou o certificado não inclui a componente da língua estrangeira Fonte: Eurydice. Nota explicativa O ensino geral obrigatório a tempo inteiro termina normalmente com a conclusão do ensino secundário inferior (CITE 2), ou no final da estrutura única (CITE 1 e 2), exceto na Bélgica, Bulgária, França, Itália, Hungria, Países Baixos (VWO e HAVO), Eslováquia e Reino Unido (Inglaterra, País de Gales e Irlanda do Norte) onde alguns ou todos os CITE 3 podem fazer parte da escolaridade obrigatória a tempo inteiro. Para mais informação, ver Estruturas dos Sistemas de Educação e Formação na Europa (EACEA/Eurydice, 2010). Nota específica por país Islândia: O dinamarquês e o inglês são as duas línguas estrangeiras obrigatórias. No final da escolaridade obrigatória, é atribuído aos alunos um certificado em que as línguas estrangeiras são uma componente obrigatória. A avaliação do dinamarquês é feita somente por um exame interno, enquanto a avaliação do inglês está sujeita a exames internos e externos. 134 SECÇÃO III –RESULTADOS ESPERADOS DA APRENDIZAGEM E CERTIFICAÇÃO Quanto à avaliação externa para efeitos de certificação, esta é, na maior parte dos casos, organizada em torno de um exame final geralmente concebido, moderado e avaliado por autoridades educativas exteriores à escola. Em cinco países (Dinamarca, Alemanha, Letónia, Malta e Polónia), os exames externos de línguas estrangeiras são obrigatórios para todos os alunos que tenham concluído a escolaridade obrigatória a tempo inteiro. Na Estónia e na Hungria, estes exames são opcionais conforme as disciplinas sujeitas a exame escolhidas pelos alunos. No caso de Portugal, a avaliação externa em línguas estrangeiras é obrigatória apenas para aqueles que optem por áreas de formação de línguas e humanidades. Na Eslováquia e Noruega, os exames externos podem ser obrigatórios, tudo depende das decisões tomadas pelas autoridades educativas competentes. No Reino Unido (Inglaterra, País de Gales e Irlanda do Norte) o estudo de uma língua estrangeira no final da escolaridade obrigatória é opcional, sendo assim, os alunos que escolhem uma disciplina destas são avaliados através de qualificações externas, das quais a mais comum é o GCSE (General Certificate of Secondary Education). Este tipo de avaliação é composto por um exame externo (40 %) e avaliação controlada (60 %), esta última com o objetivo de aferir as competências discursivas e de produção escrita. Aos professores cabe definir quais os meios de avaliação apropriados de acordo com orientações provenientes das entidades certificadoras. Os testes escritos são agendados pelas entidades certificadoras e os testes orais pelos professores, mas moderados pelas entidades certificadoras. 135 GLOSSÁRIO, B A S E S D E D A D O S E S TAT Í S T I C A S E B I B L I O G R A F I A I. Classificações Classificação Internacional Tipo da Educação (CITE 1997) A Classificação Internacional Tipo da Educação (CITE) é um instrumento que permite a compilação de estatísticas sobre educação a nível internacional. Integra duas variáveis de classificação cruzada: as áreas de estudo e os níveis de ensino, com as dimensões complementares da orientação (geral, profissional ou pré-profissional) e da finalidade (ingresso noutro nível de ensino ou no mercado de 4 trabalho). A atual versão, CITE 97 ( ) distingue sete níveis de educação e ensino. Empiricamente, o CITE presume a existência de diversos critérios que podem auxiliar no processo de atribuição de programas de educação a níveis de ensino. Consoante o nível e o tipo de ensino em causa, é necessário estabelecer um sistema de hierarquização dos critérios principais e complementares (qualificação normalmente exigida para o ingresso, requisitos mínimos de admissão, idade mínima, qualificação do pessoal, etc.). CITE 0: Educação pré-primária ou educação pré-escolar Este nível é definido como a primeira fase do ensino organizado. A educação pré-primária é facultada em escolas, centros ou jardins-de-infância, e destina-se a crianças com, pelo menos, 3 anos de idade. CITE 1: Ensino Primário Nível de ensino que geralmente se inicia entre os 4 e os 7 anos de idade, obrigatório em todos os países e que tem normalmente uma duração de 5 a 6 anos. Em Portugal, corresponde aos 1.º e 2.º ciclos do ensino básico. CITE 2: Ensino secundário inferior Este nível dá continuidade aos programas de base do ensino primário, embora a estrutura do ensino seja, normalmente, mais orientada para as disciplinas. Em geral, o final deste nível coincide com o fim da escolaridade obrigatória. Em Portugal, corresponde ao 3.º ciclo do ensino básico. CITE 3: Ensino secundário superior Este nível de ensino inicia-se habitualmente no final da escolaridade obrigatória. A idade de admissão situa-se, normalmente, entre os 15 e os 16 anos. Em geral, são necessárias qualificações de ingresso (conclusão da escolaridade obrigatória) e outros requisitos mínimos de admissão. O ensino tem, frequentemente, uma estrutura mais orientada para as disciplinas do que no nível CITE 2. A duração normal do nível CITE 3 varia entre dois e cinco anos. Em Portugal, corresponde ao ensino secundário. CITE 4: Ensino pós-secundário não superior Compreende o ensino ou os cursos de formação ministrados entre o ensino secundário superior e o ensino superior. Os cursos do ensino pós-secundário visam permitir aos diplomados do nível CITE 3 aumentar e aprofundar os seus conhecimentos. Exemplos típicos são os cursos destinados a preparar os alunos para estudos de nível 5 ou para o ingresso direto no mercado de trabalho. CITE 5: Ensino superior (primeira etapa) O acesso a este nível requer normalmente a conclusão com aproveitamento dos níveis CITE 3 ou 4. Este nível inclui cursos de ensino superior com orientação académica (tipo A), que têm uma dimensão predominantemente teórica, e cursos com uma orientação profissional (tipo B), que são normalmente mais curtos do que os programas do tipo A e orientados para o ingresso no mercado de trabalho. (4) http://www.uis.unesco.org/ev.php?ID=3813_201&ID2=DO_TOPIC 136 Glossário, Bases de Dados Estatísticas e Bibliografia CITE 6: Ensino superior (segunda etapa) Este nível é reservado a cursos do ensino superior conducentes a uma qualificação avançada em investigação (Ph.D. ou doutoramento). II. Definições Carga horária flexível O sistema pelo qual as escolas são livres para decidir qual a carga horária a atribuir às disciplinas obrigatórias. Os currículos centrais indicam apenas as disciplinas que têm de ser lecionadas, sem especificar a carga horária destinada às mesmas. Carga horária letiva Número de horas dedicadas ao ensino de uma ou mais disciplinas do currículo, geralmente expresso em horas. Exclui o tempo passado pelos alunos em trabalhos de casa, trabalhos de projeto ou outro tempo de estudo privado. Pode estar sujeita a recomendações ou regulamentações das autoridades educativas centrais ou locais ou, em alternativa, ser deixada ao critérios das escolas. O termo difere de ‘carga horária de ensino’ que está relacionado com o número de horas que os professores têm formalmente de lecionar. Certificado Prova oficial de uma qualificação atribuída a um aluno ou estudante no final de uma determinada etapa ou de um curso completo de educação ou de formação. A atribuição de certificados pode basear-se em várias formas de avaliação; a realização de um exame final não é necessariamente um pré-requisito. CLIL (Aprendizagem Integrada de Conteúdos e Línguas) CLIL é o acrónimo para “Aprendizagem Integrada de Conteúdos e Línguas”. Este acrónimo é usado como um termo geral para designar todos os tipos de educação bilingue ou de imersão. É necessário distinguir dois tipos de CLIL com base nas línguas utilizadas para ensinar disciplinas não linguísticas (outras disciplinas que não as línguas e sua literatura/cultura): Tipo A: Oferta em que as disciplinas não linguísticas são ensinadas através de uma ► língua estrangeira (estatuto conferido no currículo central). O número de disciplinas não linguísticas ensinadas através da língua estrangeira pode variar de acordo com as escolas e os países. Em algumas escolas (caso 1), todas as disciplinas não linguísticas são ensinadas através da língua estrangeira. Em outras (caso 2), algumas disciplinas não linguísticas são ensinadas através da língua estrangeira e outras através da língua do órgão de gestão ou administração da escola. Neste último caso, são usadas duas línguas para ensinar disciplinas não linguísticas do currículo. Tipo B: Oferta em que as disciplinas não linguísticas são ensinadas através de uma ► língua regional ou minoritária ou uma ► língua não territorial ou uma ► língua nacional/estatal em países com mais de uma língua nacional, e de uma segunda língua, a qual poderá ser qualquer outra língua. Em suma, nestas escolas, as disciplinas não linguísticas são sempre ensinadas através de duas línguas. Num pequeno número de escolas, para além destas duas línguas, é ainda utilizada uma terceira língua para ensinar disciplinas não linguísticas. As três línguas incluem uma língua regional e/ou minoritária, uma língua estatal e uma língua estrangeira. Currículo flexível O conjunto de disciplinas que a escola e/ou os municípios selecionam e oferecem, de forma a disponibilizarem um ► nível mínimo da oferta educativa especificado pelas autoridades educativas centrais. As línguas podem ou não estar entre estas disciplinas. As duas situações possíveis são: 137 Números-Chave sobre o Ensino das Línguas nas Escolas da Europa – 2012 1. As disciplinas incluídas no currículo flexível são um complemento às que são lecionadas no âmbito do currículo fixado ao nível central. 2. Não existe qualquer currículo mínimo central. O currículo flexível corresponde a todas as disciplinas lecionadas, quer como disciplinas que as escolas definem como obrigatórias, ou como disciplinas pertencentes a um conjunto de unidades curriculares que os alunos podem escolher. Ensino geral obrigatório a tempo inteiro Período que normalmente termina com a conclusão do ensino secundário inferior (nível CITE 2) ou com o fim da escolaridade de estrutura única (níveis CITE 1 e 2), exceto na Bélgica, Bulgária, França, Itália, Hungria, Países Baixos (VWO e HAVO), Eslováquia e Reino Unido (Inglaterra, País de Gales e Irlanda do Norte), onde o ensino geral obrigatório a tempo inteiro também pode cobrir parte ou o total do nível CITE 3 (ver Estruturas dos Sistemas de Educação na Europa 2010/11: diagramas esquemáticos). Idade teórica dos alunos No sistema educativo, designa a idade normal dos alunos num determinado ano ou nível de escolaridade sem tomar em consideração fatores como um início precoce ou tardio, repetição de ano ou outras interrupções da escolaridade. Implementação faseada Um processo pelo qual uma nova legislação é gradualmente implementada para que aqueles que são afetados tenham tempo para se adaptarem e se prepararem para cumprir os requisitos. Integração Direta Sistema pelo qual crianças imigrantes elegíveis que aprendem a língua de ensino como uma segunda língua ou como uma língua adicional são matriculadas diretamente nas turmas do ensino regular onde recebem apoio linguístico especial durante o horário escolar normal. Língua clássica Uma língua antiga como o latim ou o grego clássico que já não são faladas em nenhum país e são por conseguinte ensinadas para outros fins que não a ‘comunicação’. Os objetivos de ensino poderão ser a aquisição de um saber mais profundo das raízes de uma língua moderna, que emergiu da língua antiga em questão, a leitura e a compreensão de textos originais da literatura antiga, e a familiarização com a civilização que falava essa língua e que possui ligações culturais com o grupoalvo. Uma língua clássica não possui o estatuto de uma ► língua nacional/estatal, ► língua oficial, ► língua regional ou minoritária ou ► língua não territorial. Em alguns currículos, é considerada como uma ► língua estrangeira. Língua como disciplina obrigatória Língua que é ensinada como uma das disciplinas obrigatórias no currículo estabelecido pelas autoridades educativas centrais. Todos os alunos deverão frequentar esta disciplina. Nos estabelecimentos de ensino em que não há autonomia para escolher a(s) língua(s), a língua em questão é denominada ► língua obrigatória específica. Este conceito poderá ser utilizado na oferta mínima educativa (comum a todos os alunos), ou em currículos específicos para diferentes ► percursos educativos. Língua como opção do currículo nuclear Em alguns países, o currículo definido a nível central requer que as escolas ofereçam no mínimo uma língua estrangeira como parte de um conjunto de disciplinas de opção. Os alunos devem escolher pelo menos uma disciplina (não tem necessariamente de ser uma língua) deste conjunto de opções. 138 Glossário, Bases de Dados Estatísticas e Bibliografia Língua estrangeira Uma língua descrita como ‘estrangeira’ no currículo estabelecido pelas autoridades educativas centrais (ou de topo), baseando-se numa definição fundamentada em termos educacionais, não relacionada com o estatuto político de uma língua. Desse modo, determinadas línguas vistas como ► línguas regionais ou minoritárias numa perspetiva política podem ser incluídas no currículo como línguas estrangeiras. Da mesma forma, certas ► línguas clássicas podem ser consideradas como línguas estrangeiras em determinados currículos. As línguas estrangeiras podem ser descritas como línguas modernas (em oposição a línguas clássicas) em alguns currículos. Língua nacional/estatal Qualquer língua com estatuto oficial em todo o país. Todas as línguas estatais são ► línguas oficiais. Língua não-nativa Qualquer língua, dentro de um dado país, que não é uma ► língua oficial, nem uma ► língua regional ou minoritária, nem uma ► língua não territorial. Por exemplo, o alemão é uma língua nãonativa na Irlanda. Língua não territorial Língua usada pelos nacionais de um Estado e que difere da língua ou línguas usadas pelo resto da população desse Estado, mas que, ainda que tradicionalmente usada dentro do território do Estado, não pode ser identificada com uma área geográfica”. (Definição baseada na Carta Europeia para as Línguas Regionais e Minoritárias, Conselho da Europa, 1992.) Por exemplo, o Romani é uma língua não territorial ou desprovida de território. Língua obrigatória específica Uma língua estrangeira em particular que é obrigatória para todos os alunos (independentemente do seu ► percurso educativo ou tipo de escola), sem outra opção de língua. As autoridades educativas centrais decidem qual a língua específica a ser estudada. Língua oficial Uma língua usada para fins legais e de administração pública, dentro de uma área específica ou Estado. O estatuto oficial pode ser limitado a parte desse estado, ou alargado a todo o território. Todas as ► línguas nacionais são línguas oficiais, mas nem todas as línguas com estatuto oficial são necessariamente línguas nacionais (por exemplo, o dinamarquês, com o estatuto de língua oficial na Alemanha, é uma ► língua regional ou minoritária, e não uma língua nacional). Língua regional ou minoritária Uma língua que é “utilizada tradicionalmente no território de um Estado pelos cidadãos desse Estado que constituem um grupo numericamente inferior ao resto da população do Estado; é diferente da(s) ► língua(s) oficiais desse Estado. (Definição baseada na Carta Europeia para as Línguas Regionais e Minoritárias, Conselho da Europa, 1992.) Regra geral, estas são as línguas das populações com raízes étnicas nas áreas geográficas em questão ou que se fixaram nestas regiões há já várias gerações. As línguas regionais/minoritárias podem ter o estatuto de ► língua oficial, mas, por definição, este estatuto é limitado à área onde são faladas. Nível mínimo de oferta educativa Refere-se ao currículo mínimo obrigatório e/ou carga horária letiva mínima para todos os alunos, tal como é fixado pelas autoridades educativas centrais (de topo), independentemente de ► percurso educativo ou tipo de escola. Esta oferta mínima, que poderá ser fixada por um ano ou por um 139 Números-Chave sobre o Ensino das Línguas nas Escolas da Europa – 2012 determinado número de anos, inclui o currículo definido centralmente assim como o ► currículo flexível em alguns países. Percurso educativo Em alguns países, no nível secundário, os alunos são obrigados a escolher uma área de estudo especializada entre várias possibilidades. Mais concretamente, em alguns casos, têm de optar por estudos especializados tais como os literários ou científicos. Em outros casos, os alunos têm de escolher entre diferentes tipos de escolas, tais como o Gymnasium, Realschule, etc. na Alemanha. Período passado pelos professores formandos num país com a língua alvo Período passado num país ou região onde é falada a língua a ser lecionada. Este período pode envolver o tempo passado numa escola (como assistente), numa universidade (a frequentar cursos), ou até no setor empresarial. O objetivo é proporcionar aos professores formandos uma experiência direta da língua alvo e da sua cultura. Professor especialista Um professor qualificado para ensinar uma ou duas disciplinas diferentes. Para um professor especialista em línguas, tal pode incluir a lecionação de línguas estrangeiras apenas, ou de uma língua estrangeira e uma outra disciplina. Professor generalista Professor qualificado para a lecionação de todas (ou quase todas) as disciplinas do currículo, incluindo as línguas estrangeiras. Esses professores são responsáveis pelo ensino da língua estrangeira, independentemente de terem ou não recebido qualquer formação neste campo. Professor semi-especialista Um professor qualificado para ensinar um grupo de pelo menos três disciplinas distintas, das quais uma ou mais são línguas estrangeiras. Projeto-piloto Um projeto experimental com um tempo de duração limitado, estabelecido para testar a viabilidade de uma determinada inovação. Os projetos-piloto são estabelecidos e financiados, pelo menos parcialmente, por autoridades educativas relevantes. Estão normalmente sujeitos a uma avaliação sistemática. Quatro competências de comunicação As principais competências de comunicação no ensino das línguas estrangeiras são: ouvir (compreensão oral), falar (expressão oral), ler (compreensão escrita) e escrever (expressão escrita). QECRL (Quadro Europeu Comum de Referência para as Línguas) Quadro de referência para a aprendizagem, ensino e avaliação das línguas desenvolvido pelo Conselho da Europa. O seu principal objetivo é facilitar a transparência e a comparabilidade na oferta de ensino e no reconhecimento das qualificações em línguas. O QECR apresenta uma descrição exaustiva das competências necessárias para comunicar numa língua estrangeira, os conhecimentos e as competências associadas assim como os diferentes contextos de comunicação. O QECR define seis níveis de proficiência (do Utilizador Elementar A1 ao Utilizador Proficiente C2), permitindo medir o progresso dos aprendentes e utilizadores de línguas estrangeiras. Para informações adicionais, pode consultar-se: http://www.coe.int/t/dg4/linguistic/Source/Framework_EN.pdf 140 Glossário, Bases de Dados Estatísticas e Bibliografia III. Bases de dados Inquérito Europeu sobre Competências Linguísticas (IECL) 2011 O Inquérito Europeu sobre Competências Linguísticas (IECL) foi concebido para recolher informações sobre a proficiência dos alunos em línguas estrangeiras no último ano do ensino secundário inferior (CITE 2) ou no segundo ano do ensino secundário superior (CITE 3). Dezasseis países ou comunidades nacionais participaram no inquérito (comunidades francesa, germanófona e flamenga da Bélgica, Bulgária, Estónia, Grécia, Espanha, França, Malta, Países Baixos, Polónia, Portugal, Eslovénia, Suécia, Reino Unido – Inglaterra, e Croácia). No entanto, o presente relatório apenas inclui dados sobre 15 sistemas de educação, pois os dados referentes a Inglaterra não se encontravam disponíveis durante a fase de preparação do relatório. O inquérito testava a população alvo em duas línguas e dentro de cada entidade participante existiam duas amostras distintas: uma para a primeira língua testada e outra para a segunda língua testada (cada aluno inquirido retirava apenas um teste). Em quase todos os países ou comunidades, as duas línguas testadas eram as duas línguas mais extensamente ensinadas no contexto específico das entidades participantes. As únicas exceções foram a comunidade francesa da Bélgica (que testou alunos na segunda e na terceira línguas estrangeiras mais ensinadas) e a Bulgária e Estónia (que testaram os alunos na primeira e na terceira línguas estrangeiras mais ensinadas). As línguas efetivamente testadas foram as seguintes: na quase totalidade das entidades participantes, a primeira língua testada foi o inglês, exceto na Bélgica (comunidades germanófona e flamenga) e em Inglaterra, onde foi o francês. A segunda língua testada foi: o inglês nas comunidades germanófona e flamenga da Bélgica; o alemão na comunidade francófona da Bélgica, Bulgária, Estónia, Países Baixos, Polónia, Eslovénia, Inglaterra e Croácia; o francês na Grécia, Espanha e Portugal; o espanhol na França e Suécia; o italiano em Malta. No período antecedente à realização do teste, a população investigada estava a estudar a língua-alvo há pelo menos um ano letivo. Para além de medir o desempenho, o inquérito incluiu quatro questionários de contexto: um para alunos, professores e diretores de escola respetivamente, e um outro questionário nacional completado pelo Coordenador da Investigação a nível nacional. O presente relatório utiliza dados selecionados dos primeiros três relatórios. No que diz respeito aos questionários contextuais dirigidos ao pessoal educativo (i.e. diretores de escolas e docentes), cada responsável dos estabelecimentos de ensino participantes e todos os professores a lecionar a língua-alvo no nível testado foram convidados a responder ao questionário contextual relevante. As figuras com dados relativos a valores baseados no IECL (Capítulos D e E) não incluem informação sobre erros padrão. Todavia, esta informação pode ser consultada no sítio da Eurydice. Base de dados da OCDE PISA 2009 O estudo PISA (Programme for International Student Assessment) consiste num inquérito internacional conduzido sob os auspícios da OCDE para medir os níveis de desempenho de alunos de 15 anos em termos de literacia de leitura, matemática e ciência. O inquérito baseia-se em amostras representativas de alunos de 15 anos que poderão estar a frequentar ou o nível secundário inferior ou o nível secundário superior, dependendo da estrutura do sistema. Para além de medir o desempenho, o estudo internacional PISA inclui questionários destinados a identificar variáveis nos contextos escolares e familiares suscetíveis de clarificar os resultados. Os três indicadores contidos na presente publicação foram preparados a partir das respostas dos questionários contextuais aos alunos. Todos os indicadores abrangem quer as escolas públicas como as privadas, sejam estas subvencionadas ou não. 141 Números-Chave sobre o Ensino das Línguas nas Escolas da Europa – 2012 Os inquéritos PISA são realizados cada três anos. O primeiro inquérito decorreu em 2000; os seguintes em 2003, 2006 e 2009. Seguem-se as avaliações de 2012 e 2015. Entre os países participantes na Rede Eurydice, o Chipre e Malta ainda não fazem parte da recolha de dados para o PISA. • O procedimento de amostragem consistiu na seleção, em primeiro lugar, de escolas e, em seguida, de alunos. Tratou-se de uma amostragem em que todos os alunos tinham a mesma probabilidade de serem selecionados, independentemente da dimensão e da localização do estabelecimento de ensino que frequentassem. Para este efeito, as escolas foram objeto de ponderação, antes do procedimento de amostragem ter tido lugar, de modo a que a probabilidade 5 de serem selecionadas fosse inversamente proporcional à sua dimensão ( ). • Na generalização dos dados ao conjunto da população dos países é fundamental respeitar condições precisas, como a necessidade de se proceder à análise de erros padrão (medição de erros de amostragem), a qual pode levar à conclusão de que uma diferença percetível entre dois dados não é significativa em termos estatísticos. • As tabelas com dados referentes a valores baseados no PISA (Capítulo A) não incluem informações sobre erros padrão. No entanto, esta informação pode ser consultada no sítio da Eurydice. IV. Termos estatísticos Mediana: Medida de localização do centro de uma distribuição, correspondente ao valor que divide uma amostra ordenada ao meio de tal forma que o número de elementos inferiores e superiores à mediana é igual. Percentil (ou centil): Um valor que, numa escala de cem, indica a percentagem de uma distribuição que é igual ou inferior a esse mesmo valor. A mediana é frequentemente definida como o percentil 50. Por exemplo: a nota mais baixa obtida num exame, que é superior a 90% das notas obtidas pelo conjunto dos que fizeram esse mesmo exame, corresponde ao percentil 90. Em resumo, percentis são os 99 valores que dividem um conjunto ordenado de dados estatísticos ou uma distribuição de frequências em 100 partes iguais ou aproximadamente iguais. Erro padrão: O desvio padrão da distribuição de amostragem da estatística do parâmetro populacional é uma medida do grau de incerteza associado à estimativa do parâmetro da população inferido de uma amostra. Com efeito, devido à aleatoriedade do procedimento de amostragem, seria possível selecionar uma amostra diferente da qual se infeririam resultados mais ou menos diferentes. Suponhamos que, a partir de uma amostra extraída de uma dada população, a média estimada da população é 10 e que o erro padrão associado a essa estimativa é de 2 unidades. Seria então possível inferir, com um nível de confiança de 95%, que a média da população estaria compreendida entre 10 mais dois desvios padrão e 10 menos dois desvios padrão, ou seja, entre 6 e 14. Significância estatística: Refere-se a um nível de confiança de 95%. Por exemplo, entende-se por diferença significativa uma diferença estatisticamente significativa num nível de confiança de zero a 95%. (5) No PISA, as escolas de pequena dimensão (com menos de 35 alunos de 15 anos de idade que tinham a mesma probabilidade de serem selecionadas dado que todas foram selecionadas) foram objeto de uma amostragem em separado em países em que eram suficientemente representativas (mais de 5% de escolas nesta categoria). 142 Glossário, Bases de Dados Estatísticas e Bibliografia V. Referências bibliográficas Council of Europe, 1992. The European Charter for Regional or Minority Languages (ECRML). [Online] Disponível em: http://conventions.coe.int/treaty/en/Treaties/Html/148.htm [Acedido em 4 de junho 2012]. Council of Europe, 2001, Common European Framework of Reference for Languages: Learning, teaching, assessment (CEFR). Cambridge: Cambridge University Press. EACEA/Eurydice, 2008. Key Data on teaching Languages at school in Europe. Bruxelas: EACEA P9 Eurydice. EACEA/Eurydice, 2009. Key Data on Education in Europe 2009. Bruxelas: EACEA P9 Eurydice. EACEA/Eurydice, 2010. The structure of the European education systems 2010/11: schematic diagrams. Bruxelas: EACEA P9 Eurydice. EACEA/Eurydice, 2011. Recommended annual taught time in full-time compulsory education in Europe, 2010/11. Bruxelas: EACEA P9 Eurydice. EACEA/Eurydice, 2012. Números-Chave sobre Educação na Europa 2012. Bruxelas: EACEA P9 Eurydice. Resolução do Conselho de 14 de fevereiro de 2002 relativa à promoção da diversidade linguística e à aprendizagem das línguas no quadro da implementação dos objetivos do Ano Europeu das Línguas 2001, OJ 2002/C 50/01. European Commission/SurveyLang 2012. First European Survey on Language Competences: Final Report. European Parliament, 1988. European Parliament Resolution on Sign Languages. [Online] Disponível em: http://www.policy.hu/flora/ressign2.htm [Acedido em 4 junho 2012]. 143 ANEXOS ANEXO 1: DESCRIÇÕES NACIONAIS SOBRE A OFERTA EDUCATIVA DE LÍNGUAS ESTRANGEIRAS NA EDUCAÇÃO PRÉ-ESCOLAR, NO ENSINO PRIMÁRIO E NO ENSINO SECUNDÁRIO GERAL (2010/11) Introdução • Estas descrições apenas dizem respeito à oferta educativa mínima, ou seja, o currículo mínimo obrigatório e/ou a carga horária letiva mínima para todos os alunos, durante um ano letivo ou por um determinado número de anos, definido pelas autoridades educativas centrais. Em muitos países, esta oferta mínima, definida a nível central, inclui alguma flexibilidade que permite a cada escolar determinar uma componente do currículo nuclear. As presentes descrições sintetizam as informações disponibilizadas na secção I do Capítulo B (exceto figura B8) e na figura B13 (na secção II). • Estas descrições dizem respeito apenas ao ensino geral. Consequentemente, quando o texto se refere a ‘todos os alunos’, isso significa todos os alunos no ensino geral. Esta precisão é particularmente relevante para o nível secundário e especialmente para o nível secundário superior, onde existem percursos educativos profissionais em quase todos os países e que não fazem parte desta descrição. • Quando o número de línguas estrangeiras aprendidas como disciplinas obrigatórias diferem de acordo com os percursos educativos ou os tipos de escolas, só é mencionado no texto o número mais elevado de línguas estrangeiras que os alunos têm de aprender em alguns percursos ou em certos tipos de escola. Isto diz respeito ao ensino secundário em muitos países onde existem diferentes percursos educativos ou tipos de escola. • As idades dos alunos correspondem à idade teórica dos alunos, ou seja, não é tomada em consideração a idade dos alunos no sistema escolar quando se verifica um ingresso tardio ou precoce, retenção ou outra interrupção da escolaridade. Para informações sobre as ligações entre a idade teórica dos alunos e a estrutura da educação, pode fazer-se referência às estruturas nacionais da Eurydice, no seguinte endereço: http://eacea.ec.europa.eu/education/eurydice/documents/facts_and_figures/education_structures _EN.pdf • Cada descrição nacional tem início normalmente a partir da idade em que uma língua estrangeira começa a ser obrigatória para todos, a qual varia consideravelmente entre os países, e termina na idade em que é concluído o ensino secundário geral, a qual varia entre os 18 e 20 anos, dependendo do país. Bélgica (BE fr) Todos os alunos começam a aprender uma língua estrangeira como disciplina obrigatória a partir dos 10 anos, exceto em Bruxelas, onde começa aos 8 anos. Em Bruxelas, esta língua deverá ser o neerlandês. Esta obrigatoriedade dura até os alunos terem 18 anos. As escolas podem decidir usar parte da carga horária letiva normalmente destinada a outras disciplinas curriculares para introduzir uma língua estrangeira aos alunos entre os 6 e os 10 (ou 8 em Bruxelas), antes de a aprendizagem da língua estrangeira se tornar obrigatória. A partir dos 14 anos, todos os alunos no ensino geral podem escolher aprender uma segunda língua pois todas as escolas são obrigadas a oferecê-la como uma opção do currículo nuclear. Bélgica (BE de) Todos os alunos começam a aprender francês como uma disciplina obrigatória a partir dos 3 anos. Para a minoria francófona residente na região germanófona que frequenta escolas onde o francês é a língua de ensino, o alemão é a língua obrigatória. Uma segunda língua estrangeira, obrigatória para 145 Números-Chave VREUHo Ensino das Línguas nas Escolas da Europa – 2012 todos, é introduzida quando os alunos chegam aos 13 anos de idade. A obrigação de aprender duas línguas dura até os alunos atingirem os 18 anos. A partir dos 14 anos, os alunos poderão escolher percursos educativos/tipos de escolas em que terão de estudar três línguas estrangeiras até ao final do ensino secundário. Bélgica (BE nl) Todos os alunos começam a aprender francês como uma disciplina obrigatória a partir dos 10 anos. As escolas podem decidir usar parte da carga horária letiva normalmente destinada a outras disciplinas curriculares para introduzir uma língua estrangeira aos alunos entre os 3 e os 10, antes de ser obrigatória a aprendizagem de uma língua estrangeira. O inglês, como disciplina obrigatória, é introduzido quando os alunos têm 12 anos. A obrigação de aprender estas duas línguas mantém-se até aos 18 anos. A partir dos 16 anos, os alunos podem escolher percursos educativos/tipos de escolas em que terão de estudar três línguas estrangeiras até ao final do ensino secundário. Bulgária Todos os alunos começam a aprender uma língua estrangeira como disciplina obrigatória a partir dos 8 anos. Uma segunda língua estrangeira, obrigatória para todos, é introduzida quando os alunos têm 15 anos. A obrigação de aprender duas línguas mantém-se até os alunos atingirem os 19 anos. As autoridades educativas centrais não determinam o conteúdo integral da oferta mínima educativa que as escolas têm de disponibilizar. Todas as escolas para alunos entre os 3 e os 19 têm, por conseguinte, alguma flexibilidade na organização da oferta escolar do currículo nuclear. Consequentemente, algumas escolas podem decidir colocar maior ênfase nas línguas estrangeiras. República Checa Todos os alunos começam a aprender uma língua estrangeira como disciplina obrigatória a partir dos 8 anos. A partir dos 13 ou 14 anos (dependendo da escola), os alunos podem escolher aprender uma segunda língua estrangeira, pois todas as escolas são obrigadas a oferecer esta segunda língua como opção a todos os alunos nesta faixa etária. Esta segunda língua estrangeira torna-se obrigatória no ensino geral para qualquer aluno a partir dos 15 anos. A obrigatoriedade de aprender duas línguas dura até aos 19 anos. As autoridades educativas centrais não determinam o conteúdo integral da oferta educativa mínima que as escolas têm de disponibilizar. Todas as escolas para alunos entre os 3 e os 19 têm, por conseguinte, alguma flexibilidade na organização da oferta escolar do currículo nuclear. Consequentemente, algumas escolas podem decidir colocar maior ênfase nas línguas estrangeiras. Dinamarca Todos os alunos começam a aprender inglês como disciplina obrigatória a partir dos 9 anos. A obrigatoriedade de aprender esta língua dura até aos 19 anos. A partir dos 13 anos, os alunos podem escolher aprender uma segunda língua estrangeira, pois todas as escolas são obrigadas a oferecer esta segunda língua como opção a todos os alunos a partir desta idade. Aos 16, os alunos podem optar por percursos educativos/tipos de escola em que terão de estudar até ao limite de três línguas estrangeiras até aos 19 anos de idade. As autoridades educativas centrais não determinam o conteúdo integral da oferta educativa mínima que as escolas têm de disponibilizar. Todas as escolas para alunos entre os 16 e os 19 têm, por conseguinte, alguma flexibilidade na organização da oferta escolar do currículo nuclear. Consequentemente, algumas escolas podem decidir colocar maior ênfase nas línguas estrangeiras. Alemanha Todos os alunos começam a aprender inglês como disciplina obrigatória a partir dos 10 anos. A obrigatoriedade de aprender esta língua dura até aos 19 anos. De acordo com os regulamentos, a aprendizagem obrigatória do inglês deveria ter início aos 8 anos. No entanto, este requisito ainda não se encontra totalmente implementado em todos os estabelecimentos de ensino. Em BadenWurttemberg, todos os alunos a partir dos 6 são obrigados a aprender uma língua estrangeira. Em 146 Anexos Saarland, é o francês, e não o inglês, que é a língua obrigatória. A partir dos 12, os alunos optam por percursos educativos/tipos de escola em que têm de estudar duas línguas estrangeiras até aos 16 anos de idade. Em alguns Länder, os alunos fazem esta escolha a partir dos 11 anos. Entre os 16 e os 17 anos, todos os alunos podem escolher aprender até três línguas estrangeiras, pois para além do inglês, obrigatório para todos, as escolas têm de oferecer pelo menos duas outras línguas como opção para todos os alunos desta faixa etária. Estónia Todos os alunos têm de começar a aprender uma língua estrangeira como disciplina obrigatória entre os 7 e os 9 anos; a idade exata é determinada pelas próprias escolas. Dependendo da escola, é introduzida uma segunda língua estrangeira, obrigatória para todos, quando os alunos têm 10, 11 ou 12. A obrigatoriedade de aprender duas línguas mantém-se até aos 19 anos. As autoridades educativas centrais não determinam o conteúdo integral da oferta mínima educativa que as escolas têm de disponibilizar. Todas as escolas para alunos entre os 7 e os 19 têm, por conseguinte, alguma flexibilidade na organização da oferta escolar do currículo nuclear. Consequentemente, algumas escolas podem decidir colocar maior ênfase nas línguas estrangeiras. Irlanda A aprendizagem da língua estrangeira não é obrigatória. Todos os alunos aprendem as línguas nacionais: o inglês e o irlandês. As autoridades educativas centrais não determinam o conteúdo integral da oferta mínima educativa que as escolas têm de disponibilizar no nível secundário. Todas as escolas para alunos entre os 12 e os 18 têm, por conseguinte, alguma flexibilidade na organização da oferta escolar do currículo nuclear. Consequentemente, algumas escolas podem decidir colocar maior ênfase nas línguas estrangeiras. Grécia Todos os alunos começam a aprender inglês como disciplina obrigatória a partir dos 8 anos. Uma segunda língua estrangeira, obrigatória para todos, é introduzida quando os alunos têm 10 anos. A obrigatoriedade de aprender duas línguas dura até aos 15 anos. Aos 15 anos permanece obrigatória para todos os alunos uma língua estrangeira até atingirem os 18 anos. No entanto, podem continuar a aprender uma segunda língua estrangeira pois todas as escolas a devem disponibilizar como uma opção do currículo nuclear até ao final do ensino secundário. Espanha Todos os alunos têm de começar a aprender uma língua estrangeira como disciplina obrigatória a partir dos 6 anos, apesar de normalmente começarem no segundo ciclo da educação pré-escolar; na maioria das Comunidades Autónomas, pode ser numa fase tão precoce como os 3 anos. Esta obrigatoriedade mantém-se até os alunos atingirem os 18 anos. Para além disso, nas Comunidades Autónomas onde existe uma língua cooficial, todos os alunos têm de aprender essa língua. A partir dos 12 anos, os alunos podem optar por aprender uma segunda língua estrangeira, pois todas as escolas têm de disponibilizar pelo menos uma língua estrangeira como opção do currículo nuclear para todos os alunos a partir dessa idade e até aos 18 anos. No entanto, em Aragão, nas Ilhas Canárias, Galiza, Madrid e Múrcia, esta segunda língua é obrigatória para todos os alunos de 12 anos. França Todos os alunos começam a aprender uma língua estrangeira como disciplina obrigatória a partir dos 7 anos. Uma segunda língua estrangeira, obrigatória para todos, é introduzida quando os alunos têm 13 anos. No entanto, a partir dos 14 anos, só os alunos que escolhem alguns percursos educativos/tipos de escola mantêm esta segunda língua como disciplina obrigatória. Os restantes continuam apenas com uma língua estrangeira obrigatória. Aos 15 anos, todos os alunos no ensino geral estudam duas línguas estrangeiras como disciplinas obrigatórias. Implementada pela primeira vez em 2010/2011, esta obrigatoriedade mantém-se até aos 18 anos. 147 Números-Chave VREUH o Ensino das Línguas nas Escolas da Europa – 2012 As autoridades educativas centrais não determinam o conteúdo integral da oferta educativa mínima que as escolas têm de disponibilizar no nível secundário. Todas as escolas para alunos entre os 11 e os 18 têm, por conseguinte, alguma flexibilidade na organização da oferta escolar do currículo nuclear. Consequentemente, algumas escolas podem decidir colocar maior ênfase nas línguas estrangeiras. Itália Todos os alunos começam a aprender inglês como disciplina obrigatória a partir dos 6 anos. Entre os 11 e os 14 anos, todos aprendem duas línguas como disciplinas obrigatórias. A partir dos 14 e até aos 19, só existe uma língua estrangeira obrigatória para todos os alunos; no entanto, estes podem escolher percursos educativos/tipos de escola onde terão de estudar até o máximo de três línguas estrangeiras até aos 19 anos. As autoridades educativas centrais não determinam o conteúdo integral da oferta mínima educativa que as escolas têm de disponibilizar. Todas as escolas para alunos entre os 6 e os 19 têm, por conseguinte, alguma flexibilidade na organização da oferta escolar do currículo nuclear. Na prática, apesar de existir autonomia da escola tanto no nível primário como secundário, as escolas usam esta liberdade mais extensivamente no nível secundário superior (alunos entre os 14 e os 19 anos). Consequentemente, algumas escolas podem decidir colocar maior ênfase nas línguas estrangeiras. Chipre A partir de setembro de 2011, todos os alunos começaram a aprender inglês como uma disciplina obrigatória a partir dos 6 anos. Em algumas escolas, a aprendizagem obrigatória do inglês começa aos 5 anos e este requisito deverá estar implementado em todas as escolas até setembro 2015. O francês como disciplina obrigatória para todos é introduzido quando os alunos têm 12 anos. Esta obrigação para aprender francês, assim como o inglês, mantém-se até aos 16 anos. Dos 16 aos 18 anos, todos os alunos têm de continuar a aprender duas línguas mas podem escolher outras que não o inglês e o francês, pois todas as escolas devem oferecer cinco línguas adicionais como opção do currículo nuclear. Letónia Todos os alunos começam a aprender uma língua estrangeira como disciplina obrigatória a partir dos 9 anos (a partir do ano letivo de 2013/14, este requisito está a ser antecipado para os 7 anos). Uma segunda língua estrangeira, obrigatória para todos, é introduzida quando os alunos têm 12 anos. A obrigação de aprender duas línguas mantém-se até aos 19 anos. As autoridades educativas centrais não determinam o conteúdo integral da oferta mínima educativa que as escolas têm de disponibilizar. Todas as escolas para alunos entre os 7 e os 19 têm, por conseguinte, alguma flexibilidade na organização da oferta escolar do currículo nuclear. Consequentemente, algumas escolas podem decidir colocar maior ênfase nas línguas estrangeiras. Lituânia A partir de 2008, todos os alunos começam a aprender uma língua estrangeira como disciplina obrigatória a partir dos 8 anos. Uma segunda língua estrangeira, obrigatória para todos, é introduzida quando os alunos têm 12 anos. A obrigação de aprender duas línguas mantém-se até aos 16 anos. Dos 16 aos 18 anos, só uma língua estrangeira permanece obrigatória para todos. No entanto, os alunos podem continuar a aprender duas línguas pois todas as escolas têm de disponibilizar aos alunos desta faixa etária uma segunda língua estrangeira como opção do currículo nuclear. As autoridades educativas centrais não determinam o conteúdo integral da oferta educativa mínima que as escolas têm de disponibilizar. Todas as escolas para alunos entre os 3 e os 18 têm, por conseguinte, alguma flexibilidade na organização da oferta escolar do currículo nuclear. Consequentemente, algumas escolas podem decidir colocar maior ênfase nas línguas estrangeiras. 148 Anexos Luxemburgo Todos os alunos começam a aprender alemão como disciplina obrigatória a partir dos 6 anos. Aos 7, todos começam a aprender francês como disciplina obrigatória. Aos 12, os alunos que escolhem determinados percursos educativos/tipos de escola têm de aprender inglês como uma terceira língua. Esta língua torna-se obrigatória para todos os alunos quando chegam aos 14 anos. A obrigação de aprender estas três línguas mantém-se até aos 19 anos. Aos 15, os alunos que escolhem determinados percursos educativos/tipos de escola aprendem uma quarta língua estrangeira como disciplina obrigatória até aos 19 anos. Hungria Todos os alunos começam a aprender uma língua estrangeira como disciplina obrigatória a partir dos 9 anos. As escolas podem decidir utilizar parte da carga letiva normalmente dedicada a outras disciplinas curriculares para introduzir uma língua estrangeira mais cedo aos alunos entre os 6 e os 9 anos. A partir dos 10 anos, os alunos que optam por determinados percursos educativos/tipos de escola aprendem uma segunda língua estrangeira como disciplina obrigatória. Esta segunda língua estrangeira torna-se obrigatória para todos os alunos no ensino geral a partir dos 14 anos. A obrigatoriedade de aprender duas línguas perdura até aos 18 anos. As autoridades educativas centrais não determinam o conteúdo integral da oferta mínima educativa que as escolas têm de disponibilizar. Todas as escolas para alunos entre os 6 e os 18 têm, por conseguinte, alguma flexibilidade na organização da oferta escolar do currículo nuclear. Consequentemente, algumas escolas podem decidir colocar maior ênfase nas línguas estrangeiras. Malta Todos os alunos começam a aprender inglês como uma disciplina obrigatória a partir dos 5 anos. Uma segunda língua estrangeira, obrigatória para todos, é introduzida quando os alunos têm 11 anos. Esta obrigação de aprender duas línguas (uma das quais deve ser o inglês) mantém-se até aos 16 anos. Para além disso, a partir dos 13 anos, os alunos podem optar por aprender uma terceira língua, pois todas as escolas têm de disponibilizar pelo menos cinco outras línguas como opções do currículo nuclear. Em termos práticos, dada a dimensão de Malta, os alunos que desejam estudar uma língua específica podem ser agrupados numa determinada escola que possui esta oferta. A partir dos 16 anos, a aprendizagem de línguas estrangeiras deixa de ser obrigatória. Porém, todas as escolas têm de oferecer pelo menos 9 línguas como opção do currículo. Nessa idade, os alunos que optam por alguns percursos educativos têm de estudar até duas línguas estrangeiras. Países Baixos Todos os alunos começam a aprender inglês entre os 6 e os 12 anos. Na prática, a maior parte das escolas tornam esta língua obrigatória para todos os alunos a partir dos 10 anos. Esta obrigatoriedade mantém-se até aos 18 anos. A partir dos 12 e até aos 15 anos, alunos que optam por determinados percursos educativos/tipos de escola têm de aprender até três línguas estrangeiras. Entre os 15 e os 18 anos, outros percursos educativos/tipos de escola levam os alunos a ter de aprender até duas línguas estrangeiras. As autoridades educativas centrais não determinam o conteúdo integral da oferta educativa mínima que as escolas têm de disponibilizar. Todas as escolas para alunos entre os 4 e os 18 anos têm, por conseguinte, alguma flexibilidade na organização da oferta escolar do currículo nuclear. Por exemplo, no nível primário, as escolas têm autonomia para decidir 30% do currículo. Consequentemente, algumas escolas podem optar por colocar maior ênfase nas línguas estrangeiras. Áustria Todos os alunos começam a aprender uma língua estrangeira como disciplina obrigatória a partir dos 6 anos. A partir dos 12 anos, podem optar por determinados percursos educativos/tipos de escola onde têm de estudar duas línguas estrangeiras e onde, entre os 14 e os 18 anos, têm de estudar três línguas estrangeiras. A partir dos 15 anos e até aos 18, todos os alunos no ensino geral têm de 149 Números-Chave VREUH o Ensino das Línguas nas Escolas da Europa – 2012 estudar duas línguas estrangeiras. Nesta etapa, deve ser oferecida a todos os alunos uma língua estrangeira como opção do currículo nuclear. As autoridades educativas centrais não determinam o conteúdo integral da oferta mínima educativa que as escolas têm de disponibilizar no nível secundário. Todas as escolas para alunos entre os 6 e os 18 têm, por conseguinte, alguma flexibilidade na organização da oferta escolar do currículo nuclear. Consequentemente, algumas escolas podem decidir colocar maior ênfase nas línguas estrangeiras. Polónia A partir de 2008/09, todos os alunos começaram a aprender uma língua estrangeira como disciplina obrigatória a partir dos 7 anos. A partir de 2009/10, foi introduzida uma segunda língua estrangeira, obrigatória para todos os alunos de 13 anos. A obrigatoriedade de aprender duas línguas mantém-se até aos 19 anos. As autoridades educativas centrais não determinam o conteúdo integral da oferta educativa mínima que as escolas têm de disponibilizar. Todas as escolas para alunos entre os 7 e os 19 têm, por conseguinte, alguma flexibilidade na organização do programa de escola (baseado no currículo nuclear). Consequentemente, algumas escolas podem decidir colocar maior ênfase nas línguas estrangeiras. Portugal Todas as escolas têm de oferecer o inglês como opção aos alunos entre os 6 e os 10 anos. Os alunos não são obrigados a aprender esta língua mas, na prática, quase todos o fazem. Aos 10 anos, todos os alunos têm de aprender uma língua estrangeira, a qual não tem de ser necessariamente a língua inglesa. Aos 12, todos têm de aprender duas línguas até aos 15 anos. Dos 15 aos 17 só permanece obrigatória a aprendizagem de uma língua estrangeira para os alunos no ensino geral. No entanto, a partir desta idade, os alunos podem escolher outros percursos educativos/tipos de escola onde têm de estudar duas línguas estrangeiras até aos 17 anos. Entre os 17 e os 18 anos, todos os alunos podem optar por aprender uma língua estrangeira na medida em que todas as escolas têm de garantir esta oferta como opção curricular. Roménia Todos os alunos começam a aprender uma língua estrangeira como disciplina obrigatória a partir dos 8 anos. Uma segunda língua estrangeira, obrigatória para todos, é introduzida quando os alunos têm 10 anos. Esta obrigatoriedade de aprender duas línguas estrangeiras mantém-se até aos 18 anos. As autoridades educativas centrais não determinam o conteúdo integral da oferta mínima educativa que as escolas têm de disponibilizar. Todas as escolas para alunos entre os 6 e os 18 têm, por conseguinte, alguma flexibilidade na organização da oferta escolar do currículo nuclear. Consequentemente, algumas escolas podem decidir colocar maior ênfase nas línguas estrangeiras. Eslovénia Todos os alunos começam a aprender uma língua estrangeira como disciplina obrigatória a partir dos 9 anos. A partir dos 12, todos os alunos têm de estudar uma segunda língua estrangeira até aos 19 anos. Em 2010/11, este requisito ainda estava em processo de implementação em todas as escolas com alunos entre os 12 e os 15 anos. No entanto, no seguimento de uma decisão tomada em novembro 2011, esta reforma foi suspensa. Adicionalmente, todos os alunos entre os 12 e os 15 anos têm a oportunidade de aprender uma terceira língua pois todas as escolas têm de a disponibilizar como opção do currículo nuclear. Entre os 15 e os 19, para além das duas línguas estrangeiras obrigatórias, os alunos que escolhem determinados percursos educativos/tipos de escola têm de aprender uma terceira língua estrangeira. 150 Anexos Eslováquia Todos os alunos começam a aprender uma língua estrangeira como disciplina obrigatória a partir dos 8 anos. A partir do ano letivo 2011/12, todos os alunos começam a aprender especificamente o inglês. Uma segunda língua estrangeira, obrigatória para todos, é introduzida quando os alunos têm 11 anos. Esta obrigatoriedade de aprender duas línguas estrangeiras mantém-se até aos 19 anos. Porém, estes requisitos não se encontram ainda implementados em todas as escolas: em 2010/11, os alunos de 9 anos ainda não aprendiam uma língua estrangeira e os de 13 a 15 anos ainda não aprendiam duas línguas estrangeiras. As autoridades educativas centrais não determinam o conteúdo integral da oferta educativa mínima que as escolas têm de disponibilizar. Todas as escolas para alunos entre os 3 e os 19 têm, por conseguinte, alguma flexibilidade na organização da oferta escolar do currículo nuclear. Consequentemente, algumas escolas podem decidir colocar maior ênfase nas línguas estrangeiras. Finlândia Todos os alunos começam a aprender uma língua estrangeira como disciplina obrigatória a partir dos 7, 8 ou 9 anos, dependendo da escolha de cada escola. Uma segunda língua estrangeira, obrigatória para todos, é introduzida quando os alunos têm 13 anos. Esta obrigatoriedade de aprender duas línguas estrangeiras mantém-se até aos 19 anos. Uma destas duas línguas estrangeiras deverá ser a segunda língua nacional (sueco ou finlandês, dependendo da escolha dos alunos). As autoridades educativas centrais não determinam o conteúdo integral da oferta educativa mínima que as escolas têm de disponibilizar. Todas as escolas para alunos entre os 7 e os 19 têm, por conseguinte, alguma flexibilidade na organização da oferta escolar do currículo nuclear. Consequentemente, algumas escolas podem decidir colocar maior ênfase nas línguas estrangeiras. Suécia Todos os alunos têm de começar a aprender inglês entre os 7 e os 16 anos. As escolas podem escolher quando começam a ensinar esta disciplina. No entanto, os alunos começam normalmente antes dos 10 anos. Para além disso, todos os alunos têm a oportunidade de aprender uma segunda língua estrangeira pois todas as escolas têm de oferecer duas línguas estrangeiras como opções do currículo nuclear. Uma vez mais, as escolas podem decidir quando devem introduzir esta oferta, mas na prática, ocorre por volta dos 12 anos. Entre os 16 e os 19 é obrigatório para todos os alunos uma língua estrangeira, mas todas as escolas têm de oferecer três línguas como opções para além do inglês. Durante esses anos, os alunos podem escolher percursos educativos/tipos de escolas em que terão de aprender duas línguas estrangeiras como disciplinas obrigatórias. As autoridades educativas centrais não determinam o conteúdo integral da oferta educativa mínima que as escolas têm de disponibilizar. Todas as escolas para alunos entre os 7 e os 19 têm, por conseguinte, alguma flexibilidade na organização da oferta escolar do currículo nuclear. Consequentemente, algumas escolas podem decidir colocar maior ênfase nas línguas estrangeiras. Reino Unido – Inglaterra, País de Gales e Irlanda do Norte Todos os alunos começam a aprender uma língua estrangeira como disciplina obrigatória a partir dos 11 anos. A partir dos 14 anos, aprender uma língua deixa de ser obrigatório para os alunos. No entanto, em Inglaterra e Irlanda do Norte, todas as escolas têm de oferecer pelo menos uma língua como disciplina opcional aos alunos entre os 14 e os 16 anos. No País de Gales, apesar de a maioria das escolas oferecer uma língua, este não é um requisito específico. Todos os alunos entre os 5 e os 16 têm de aprender galês. As autoridades educativas centrais não determinam o conteúdo integral da oferta educativa mínima que as escolas têm de disponibilizar. Todas as escolas para alunos entre os 3 e os 16 têm, por conseguinte, alguma flexibilidade na organização da oferta escolar do currículo nuclear. Consequentemente, algumas escolas podem decidir colocar maior ênfase nas línguas estrangeiras. No nível primário, onde não é obrigatória a aprendizagem de línguas estrangeiras, a maioria das 151 Números-Chave VREUH o Ensino das Línguas nas Escolas da Europa – 2012 escolas ensina uma língua (Inglaterra e Irlanda do Norte); no País de Gales, um pequeno mas crescente número de escolas também o faz. Não existe um currículo nuclear de tronco comum obrigatório para alunos entre os 16-18 anos. Reino Unido – Escócia Não existe um currículo obrigatório. Dependendo das circunstâncias particulares de cada escola, estas e as autoridades locais são autónomas para interpretar e adaptar as orientações emanadas pelas autoridades centrais. Os 'Outcomes and Experiences' (Resultados e Experiências) para as línguas modernas reforçam a expectativa de que as escolas disponibilizem uma língua moderna até os alunos atingirem os 10 anos. Esta oferta deverá ter continuidade até à conclusão do ensino secundário. Islândia Todos os alunos começam a aprender inglês como disciplina obrigatória a partir dos 9 anos. Aos 10, começam a aprender dinamarquês como uma segunda língua obrigatória. Os alunos podem escolher o sueco ou o norueguês em vez do dinamarquês, cumprindo certas condições. Uma terceira língua, obrigatória para todos no ensino geral, é introduzida quando os alunos têm 17 anos. Esta obrigação de aprender três línguas só existe durante um ano, pois entre os 18 e os 19 anos só duas línguas são obrigatórias para todos os alunos. No entanto, a partir dos 17 anos, os alunos podem optar por determinados percursos educativos/tipos de escola onde estudam até quatro línguas, de cariz obrigatório, até aos 20 anos. As autoridades educativas centrais não determinam o conteúdo integral da oferta educativa mínima que as escolas têm de disponibilizar. Todas as escolas para alunos entre os 5 e os 20 têm, por conseguinte, alguma flexibilidade na organização da oferta escolar do currículo nuclear. Consequentemente, algumas escolas podem decidir colocar maior ênfase nas línguas estrangeiras. Listenstaine A partir do ano letivo 2010/11, todos os alunos começaram a aprender inglês como uma disciplina obrigatória a partir dos 6 anos. Dos 15 aos 18, todos os alunos no ensino geral têm de estudar pelo menos o inglês e o francês. Dependendo do percurso educativo/tipo de escola que escolhem, os alunos podem aprender mais línguas estrangeiras como disciplinas obrigatórias. Este é o caso dos alunos de 11 anos, que podem optar por percursos educativos/tipos de escolas onde têm de estudar quer o inglês quer o francês. A partir dos 13 anos, os alunos podem escolher percursos educativos/tipos de escolas onde têm de estudar três línguas estrangeiras como disciplinas obrigatórias. A partir dos 14 anos e até aos 18, os alunos podem escolher outros percursos educativos/tipos de escolas onde têm de estudar até quatro línguas estrangeiras, como disciplinas obrigatórias. As autoridades educativas centrais não determinam o conteúdo integral da oferta educativa mínima que as escolas têm de disponibilizar. Todas as escolas para alunos entre os 10 e os 18 anos têm, por conseguinte, alguma flexibilidade na organização da oferta escolar do currículo nuclear. Consequentemente, algumas escolas podem decidir colocar maior ênfase nas línguas estrangeiras. Noruega Todos os alunos começam a aprender inglês como disciplina obrigatória a partir dos 6 anos. A partir dos 13, todos os alunos podem optar por aprender uma segunda língua estrangeira, a qual deve ser oferecida como opção do currículo nuclear por todas as escolas e a todos os alunos dessa idade. A partir dos 16 anos, os alunos no ensino geral têm de estudar inglês por um ano mais. Também têm de aprender uma segunda língua estrangeira até aos 18 anos, se começaram a frequentá-la antes dos 16 anos; de outro modo, até aos 19 anos. Os alunos entre os 16 e os 19 anos podem escolher estudar uma terceira língua estrangeira, pois todas as escolas são obrigadas a incluir esta oferta como opção do currículo nuclear. 152 Anexos Croácia Todos os alunos começam a aprender uma língua estrangeira como uma disciplina obrigatória a partir dos 6 anos. Esta obrigatoriedade mantém-se até aos 18 anos. Para além disso, os alunos entre os 9 e os 18 anos podem optar por aprender uma língua adicional, pois todas as escolas têm de oferecer uma como opção do currículo nuclear. Aos 14, os alunos podem escolher percursos educativos/tipos de escolas onde estudam duas línguas estrangeiras, de cariz obrigatório, até ao final do ensino secundário. Turquia Todos os alunos começam a aprender uma língua estrangeira como disciplina obrigatória a partir dos 9 anos. Esta obrigatoriedade mantém-se até aos 18 anos. Aos 14, os alunos podem escolher percursos educativos/tipos de escolas onde estudam duas línguas estrangeiras, de cariz obrigatório, até ao final do ensino secundário. ANEXO 2: CLIL (APRENDIZAGEM INTEGRADA DE CONTEÚDOS E LÍNGUAS) NOS ENSINOS PRIMÁRIO E SECUNDÁRIO GERAL De acordo com a definição, a oferta CLIL inclui o ensino de disciplinas não linguísticas em pelo menos duas línguas diferentes. A única exceção a esta regra diz respeito à oferta de ensino em que todas as disciplinas não linguísticas são ensinadas numa língua considerada como estrangeira no currículo, sendo geralmente uma das principais línguas europeias (i.e. inglês, alemão, francês, etc.). Este tipo de oferta é também encarado como sendo de tipo CLIL, apesar de as disciplinas não linguísticas serem ensinadas numa só língua. Para uma definição completa de CLIL, pode consultarse o Glossário. O quadro que se segue apresenta a oferta de tipo CLIL para cada país, indicando as duas línguas utilizadas como línguas de ensino, o seu estatuto e nível/níveis CITE em que esta oferta é disponibilizada. Nos casos em que todas as disciplinas não linguísticas são ensinadas numa só numa língua estrangeira, a segunda língua mencionada é a (ou uma das) língua(s) nacional(ais) do país. Para cada par de línguas usadas como línguas de ensino, o quadro também indica o número de escolas que oferecem esta oferta específica de CLIL, de acordo com o(s) nível/níveis CITE respeitantes. Assim, nos casos em que uma escola oferece diversos programas CLIL, cada uma com um par de línguas de ensino diferente, a escola é contada tantas vezes quantos os pares de línguas existentes. Estes dados são extraídos dos países da Rede Eurydice: na maioria dos casos, foram recolhidos pelos ministérios da educação de cada país para os seus próprios fins. Por conseguinte, dependendo da estrutura do sistema educativo, os dados são fornecidos para os níveis CITE 1, 2 ou 3 separadamente ou para os níveis CITE 1 e 2 em conjunto e o CITE 3 separadamente, ou para os níveis CITE 2 e 3 juntos e o CITE 1 separado. Em países com diversas estruturas de educação, os dados podem ser simultaneamente fornecidos para níveis CITE separados e para alguns níveis CITE agrupados. O ano de referência varia conforme os países e encontra-se indicado no quadro. Os valores com um asterisco indicam que as escolas que disponibilizam oferta CLIL fazem-no no âmbito de projetos-piloto. O símbolo ':' indica que há informação em falta. O símbolo '(-)' significa que não é aplicável na medida em que não existe oferta de tipo CLIL. O Capítulo B (figuras B9 a B11) e o Capítulo D (figura D8) também dispõem de informação sobre o CLIL. 153 Números-Chave VREUH o Ensino das Línguas nas Escolas da Europa – 2012 CLIL (Aprendizagem Integrada de Conteúdos e Línguas) nos ensinos primário e secundário geral Ensino em duas línguas diferentes e os níveis CITE respectivos Estatuto da língua BE fr 1 língua oficial + 1 língua estrangeira 1 língua oficial + 1 língua oficial Designação das línguas em questão Número de escolas com oferta CLIL de acordo com o par linguístico e o nível/níveis CITE respectivo(s) (+ ano de referência) 1 + 2 2 + 3 1 + 2 +3 Ano de referênc ia Nível CITE 1 Francês-Inglês 1-3 27 24 2010/11 Francês-Neerlandês 1-3 104 69 2010/11 Francês-Alemão 1-3 3 5 2010/11 2 3 BE de 1 língua oficial + 1 língua oficial Alemão-Francês 1-3 Todas as escolas Todas as escolas Todas as escolas 2010/11 BE nl 1 língua oficial + 1 língua oficial Neerlandês-Francês 1-3 5* 4* 1* 2010/11 4* 2010/11 1 língua oficial + 1 língua estrangeira BG 1 língua oficial + 1 língua estrangeira 3 Neerlandês-Turco 1 2* 2010/11 Neerlandês-Espanhol 1 2* 2010/11 Neerlandês-Italiano 1 2* 2010/11 Búlgaro-Inglês / Búlgaro-Francês / Búlgaro-Alemão / Búlgaro-Espanhol / Búlgaro-Russo / Búlgaro-Italiano 3 240 2010/11 Checo-Inglês 1- 3 3 6 2009/10 Checo-Alemão 1-3 1 5 2009/10 Checo-Francês 2-3 6 2009/10 Checo-Italiano 2-3 2 2009/10 Checo-Espanhol 2-3 4 2009/10 1 língua oficial + 1 língua minoritária/regional com estatuto de língua oficial Checo-Polaco 1-3 3 2009/10 DK (-) (-) (-) (-) (-) (-) (-) (-) (-) (-) DE 1 língua oficial + 1 língua estrangeira Alemão-Inglês / Alemão-Francês / Alemão-Espanhol / Alemão-Italiano / Alemão-Russo 1-3 (:) (:) (:) (:) (:) (:) (:) 1 língua oficial + 1 língua estrangeira Estónio-Inglês 2- 3 1 2 2010 Estónio-Alemão 2-3 1 1 2010 1 2010 CZ EE 1 língua oficial + 1 língua estrangeira Neerlandês-Inglês 21 Estónio-Sueco 3 1 língua minoritária/regional sem estatuto de língua oficial + 1 língua estrangeira Russo-Inglês 1 1 1 língua oficial + 1 língua minoritária/regional sem estatuto de língua oficial Estónio-Russo 1-3 28 IE 1 língua oficial + 1 língua oficial Inglês-Irlandês 1 719 EL (-) (-) (-) (-) 154 2010 18 66 2010 2009/10 (-) (-) (-) (-) (-) (-) Anexos Ensino em duas línguas diferentes e os níveis CITE respectivos Estatuto da língua ES (6) 1 1706 2 1 + 2 3 2 + 3 Espanhol-Inglês / Espanhol-Francês / Espanhol-Italiano / Espanhol-Alemão / Espanhol-Português 1-3 1 língua oficial + 1 língua minoritária/regional com estatuto de língua oficial Espanhol-Basco 1-3 Espanhol-Catalão 1-3 Espanhol-Galego 1-3 662 Espanhol-Valenciano 1-3 Espanhol-Basco-Inglês ou Francês 1-3 3 4 Espanhol-CatalãoInglês ou Francês ou Alemão 1-3 273 148 Espanhol-Galego-Inglês ou Francês ou Português 1-3 Espanhol-ValencianoInglês ou Francês 1-3 Francês-Árabe 2-3 Francês-Chinês 2-3 Francês-Dinamarquês 1 + 2 +3 Ano de referênc ia 948 2010/11 73 19 2010/11 2430 1036 2010/11 187 398 2010/11 2062 2010/11 160 2010/11 351 2010/11 2010/11 2 2010 5 2010 2-3 1 2010 Francês-Neerlandês 2-3 2 2010 Francês-Inglês 2-3 975 36 2010 Francês-Alemão 2-3 512 6 2010 Francês-Italiano 2-3 164 8 2010 Francês-Japonês 2-3 1 3 2010 Francês-Polaco 2-3 4 2010 Francês-Português 2-3 9 5 2010 Francês-Russo 2-3 4 2 2010 Francês-Espanhol 2-3 419 13 2010 Francês-Sueco 2-3 1 2010 Francês-Alsaciano 1-2 138 47 Francês-Basco 1-2 66 8 Francês-Bretão 1-3 68 26 10 2010 Francês-Catalão 1-3 35 7 3 2010 Francês-Corso 1-2 65 20 2010 Francês-Crioulo 1-2 (:) (:) 2010 Francês-OcitanoLangue d’Oc 1-2 90 15 2010 Francês-Línguas polinésias 1-2 (:) (:) 2010 1 língua oficial + 1 língua minoritária/regional com estatuto de língua oficial Italiano-Francês / Italiano-Alemão/ Italiano-Ladino / Italiano-Friulano / Italiano-Esloveno 1-3 (:) (:) 1 língua oficial + 1 língua estrangeira Italiano-Espanhol / Italiano-Francês / Italiano-Alemão / Italiano-Inglês 3 1 língua oficial + 1 língua estrangeira 283 2010/11 57 1 língua oficial + 1 língua minoritária/regional sem estatuto de língua oficial IT ( 6) Nível CITE 1 língua oficial + 1 língua estrangeira 1 língua oficial+ 1 língua minoritária/regional com estatuto de língua oficial + 1 língua estrangeira FR Designação das línguas em questão Número de escolas com oferta CLIL de acordo com o par linguístico e o nível/níveis CITE respectivo(s) (+ ano de referência) 11 2010 2010 (:) (:) (:) (:) (:) (:) (:) As línguas francesa e alemã são consideradas estrangeiras pelo currículo definido pelas autoridades educativas centrais. Em algumas regiões, estas línguas são regionais ou minoritárias, às quais é atribuído reconhecimento oficial. 155 Números-Chave VREUH o Ensino das Línguas nas Escolas da Europa – 2012 Ensino em duas línguas diferentes e os níveis CITE respectivos Estatuto da língua CY LV LT ( 7) HU 1 2 1 + 2 3 2 + 3 1 + 2 +3 Ano de referênc ia Grego-Inglês 1 11* 2010 1 língua oficial + 1 língua oficial Grego-Turco 1 1* 2010 1 língua oficial + 1 língua estrangeira Letão-Inglês / Letão-Francês / Letão-Alemão/ 3 1 língua oficial + 1 língua minoritária/regional sem estatuto de língua oficial + 1 língua estrangeira Letão-Russo-Alemão / Letão-Russo-Inglês 1 língua oficial + 1 língua minoritária/regional sem estatuto de língua oficial (:) 1-3 (:) Letão-Russo 1-3 2 Letão-Ucraniano (:) 121 2010 1-3 1 2010 Letão-Polaco 1-3 5 2010 1 língua oficial + 1 língua minoritária/regional sem estatuto de língua oficial + 1 língua minoritária/regional sem estatuto de língua oficial Letão-Russo-Bielorusso 1-2 1 língua oficial + 1 língua minoritária/regional sem estatuto de língua oficial Letão-Estónio 1 1 2010 1 língua oficial + 1 língua não territorial Letão-Romani 1 1 2010 Lituano-Inglês 1-3 (:) (:) (:) (:) Lituano-Francês 1-3 2 6 2 11 Lituano-Alemão 1-3 1 2 1 (:) Lituano-Russo 1-3 6 8 1 Lituano-Polaco 1-3 12 26 1 Lituano-Bielorusso Lituano-Alemão Luxemburguês-Alemão 1-2 Luxemburguês-Francês 2-3 Húngaro-Inglês 1-3 71 41 72 35 35 2010/11 Húngaro-Alemão 1-3 38 34 40 17 17 2010/11 Húngaro-Chinês 1-3 1 1 1 4 2010/11 Húngaro-Francês 2-3 7 7 2010/11 Húngaro-Espanhol 2-3 7 7 2010/11 Húngaro-Russo 2-3 1 1 2010/11 Húngaro-Italiano 2-3 4 4 2010/11 Húngaro-Alemão 1-3 28 25 30 10 10 2010/11 Húngaro-Croata 1-3 6 4 6 2 2 2010/11 Húngaro-Eslovaco 1-3 4 4 4 1 1 2010/11 Húngaro-Romeno 1-3 5 5 5 1 1 2010/11 Húngaro-Sérvio 1-2 1 1 1 2010/11 Húngaro-Esloveno 1-2 2 1 2 2010/11 1 língua oficial + 1 língua estrangeira 1 língua oficial + 1 língua oficial 1 língua oficial + 1 língua estrangeira (:) (:) (:) (:) (:) 1 língua oficial + 1 língua minoritária/regional com estatuto de língua oficial (7) Nível CITE 1 língua oficial + 1 língua estrangeira 1 língua oficial + 1 língua minoritária/regional sem estatuto de língua oficial LU Designação das línguas em questão Número de escolas com oferta CLIL de acordo com o par linguístico e o nível/níveis CITE respectivo(s) (+ ano de referência) (:) 53 1 2010 (:) (:) 2010/11 1 2010/11 2 40 2010/11 1 35 2010/11 1-3 1 2010/11 1-3 1 2010/11 Todas as escolas Todas as escolas 2010/11 Todas as escolas Todas as escolas 2010/11 A língua alemã é considerada como estrangeira pelo currículo definido pelas autoridades educativas centrais. Em algumas regiões, esta língua é regional ou minoritária. 156 Anexos Ensino em duas línguas diferentes e os níveis CITE respectivos Ano de referênc ia Maltês-Inglês 1-3 Todas as escolas Todas as escolas Todas as escolas 2010/11 Neerlandês-Inglês 1-3 12* 120 80 2010/11 Neerlandês-Alemão 1-3 1* 1 1 2010/11 1 língua oficial + 1 língua minoritária/regional com estatuto de língua oficial + 1 língua não-nativa Neerlandês-FrísioInglês 1 40 2010/11 1 língua oficial + 1 língua estrangeira Alemão-Italiano 1 (:) (:) Alemão-Inglês / Alemão-Francês 1-3 (:) Alemão-Espanhol 3 Alemão-Croata / Alemão-Húngaro / Alemão-Esloveno / Alemão-Checo / Alemão-Eslovaco / 1-3 (:) (:) (:) (:) (:) (:) (:) 1 língua oficial + 1 língua não territorial com estatuto de língua oficial Alemão/Romani 1-3 (:) (:) (:) (:) (:) (:) (:) 1 língua oficial + 1 língua minoritária/regional sem estatuto de língua oficial Alemão-(Bósnio | Croata | Sérvio) 1-3 (:) (:) (:) (:) (:) (:) (:) 1 língua oficial + 1 língua minoritária/regional com estatuto de língua oficial + 1 língua estrangeira Alemão-Croata-Inglês / Alemão-HúngaroInglês 1-3 (:) (:) (:) (:) (:) (:) (:) Alemão-EslovenoInglês 2-3 (:) (:) (:) (:) Alemão-EslovenoItaliano 2-3 (:) (:) (:) (:) Polaco-Inglês 2-3 72 38 2010/11 Polaco-Alemão 2-3 26 18 2010/11 Polaco-Francês 2-3 21 13 2010/11 Polaco-Espanhol 2-3 7 14 2010/11 Polaco-Italiano 2-3 2 1 2010/11 1 língua oficial + 1 língua minoritária/regional com estatuto de língua oficial Polaco-Ucraniano 1-3 1 1 2 2010/11 1 língua oficial + 1 língua minoritária/regional com estatuto de língua oficial Polaco-Alemão 1-2 2 1 1 língua oficial + 1 língua minoritária/regional com estatuto de língua oficial Polaco-Russo 3 1 língua oficial + 1 língua estrangeira Português-Francês NL 1 língua oficial + 1 língua estrangeira 1 língua oficial + 1 língua minoritária/regional com estatuto de língua oficial PT 1 + 2 +3 2 1 língua oficial + 1 língua oficial PL 2 + 3 1 MT AT 1 + 2 Nível CITE Estatuto da língua 1 língua oficial + 1 língua estrangeira Designação das línguas em questão Número de escolas com oferta CLIL de acordo com o par linguístico e o nível/níveis CITE respectivo(s) (+ ano de referência) 1-3 157 (:) (:) 3 (:) (:) (:) (:) (:) (:) 2010/11 1 2010/11 23* 2010/11 Números-Chave VREUHo Ensino das Línguas nas Escolas da Europa – 2012 Ensino em duas línguas diferentes e os níveis CITE respectivos Estatuto da língua RO ( 8) 1 língua oficial + 1 língua estrangeira 1 língua oficial + 1 língua minoritária/regional com estatuto de língua oficial SI (8) 9 () 1 língua oficial + 1 língua minoritária/regional com estatuto de língua oficial Número de escolas com oferta CLIL de acordo com o par linguístico e o nível/níveis CITE respectivo(s) (+ ano de referência) 1 + 2 2 + 3 1 + 2 +3 Ano de referênc ia Designação das línguas em questão Nível CITE Romeno-Inglês 2 9-3 145 2009/10 Romeno-Francês 2-3 46 2009/10 Romeno-Alemão 2-3 19 2009/10 Romeno-Italiano 2-3 7 2009/10 Romeno-Espanhol 2-3 12 2009/10 Romeno-Português 2-3 2 2009/10 Romeno-Húngaro 2-3 169 2009/10 Romeno-Alemão 2-3 23 2009/10 Romeno-Ucraniano 2-3 3 2009/10 Romeno-Sérvio 2-3 1 2009/10 Romeno-Eslovaco 2-3 2 2009/10 Romeno- Checo 2-3 4 2009/10 Romeno-Croata 2-3 1 2009/10 Romeno-Polaco 2-3 1 2009/10 Romeno-Búlgaro 2-3 1 2009/10 Romeno-Grego 2-3 1 2009/10 Esloveno-Húngaro 1-3 1 2 5 3 1 2010/11 O alemão é encarado como uma língua estrangeira pelo currículo definido pelas autoridades educativas centrais. Em algumas regiões, esta língua é regional ou minoritária à qual é atribuído reconhecimento oficial. O conjunto dos dados romenos: só dizem respeito aos dois últimos anos do nível CITE 2. 158 Anexos Ensino em duas línguas diferentes e os níveis CITE respectivos Estatuto da língua SK ( 10) 1 língua oficial + 1 língua estrangeira 1 2 1 + 2 +3 Ano de referênc ia 1 3 7 2010/11 2 2 2010/11 Eslovaco-Francês 2-3 5 2010/11 Eslovaco-Espanhol 2-3 7 2010/11 Eslovaco-Italiano 2-3 1 2010/11 Eslovaco-Russo 2-3 1 2010/11 Eslovaco-Húngaro 1-3 15 14 36 2010/11 Eslovaco-Ucraniano 1-3 1 6 1 2010/11 Eslovaco-Alemão 1-2 1 1 Eslovaco-Russo 1 1 1 língua oficial + 1 língua oficial Finlandês-Sueco 1-2 (:) (:) (:) (:) 1 língua oficial + 1 língua não territorial com estatuto de língua oficial Finlandês-Sami 1-2 (:) (:) (:) (:) Finlandês-Francês / Finlandês-Inglês / Finlandês-Alemão / Finlandês-Russo 1-3 83 64 1 língua oficial + 1 língua estrangeira Sueco-Inglês 1-3 (:) (:) (:) (:) (:) (:) (:) 1 língua oficial + 1 língua minoritária/regional com estatuto de língua oficial Sueco-Finlandês 1-3 (:) (:) (:) (:) (:) (:) (:) 1 língua oficial + 1 língua não territorial com estatuto de língua oficial Sueco-Sami 1-3 (:) (:) (:) (:) (:) (:) (:) Inglês-Francês / Inglês-Alemão / Inglês-Espanhol 1-3 (:) (:) (:) (:) (:) (:) (:) 1462 2010/11 2010/11 UKWLS 1 língua oficial + 1 língua minoritária/regional com estatuto de língua oficial Inglês-Galês 1-3 UKNIR 1 língua oficial + 1 língua minoritária/regional sem estatuto de língua oficial Inglês-Irlandês 1-3 UKSCT 1 língua oficial + 1 língua minoritária/regional com estatuto de língua oficial Inglês-Gaélico escocês 1-3 15 4 (-) (-) (-) (-) (-) 1 língua oficial + 1 língua estrangeira Alemão-Inglês 3 (10) 2 + 3 2-3 1 língua oficial + 1 língua estrangeira LI 3 1-3 UKENG IS 1 + 2 Eslovaco-Alemão 1 língua oficial + 1 língua estrangeira SE Nível CITE Eslovaco-Inglês 1 língua oficial + 1 língua minoritária/regional com estatuto de língua oficial FI Designação das línguas em questão Número de escolas com oferta CLIL de acordo com o par linguístico e o nível/níveis CITE respectivo(s) (+ ano de referência) 33 2009 223 (-) 2009/10 33 2010/11 2 8 1 2010 (-) (-) (-) (-) 1* 2010/11 A língua alemã é encarada como estrangeira pelo currículo definido pelas autoridades educativas centrais. Em algumas regiões, esta língua é regional ou minoritária à qual é atribuído reconhecimento oficial. 159 Números-Chave VREUHo Ensino das Línguas nas Escolas da Europa – 2012 Ensino em duas línguas diferentes e os níveis CITE respectivos Estatuto da língua NO 1 língua oficial + 1 língua não territorial com estatuto de língua oficial 1 língua oficial + 1 língua estrangeira Nível CITE 1 2 1 + 2 3 2 + 3 1 + 2 +3 Ano de referênc ia Norueguês-Sami 1-3 (:) (:) (:) (:) (:) (:) (:) Norueguês-Inglês 1-3 3 3 1 9 2010/11 Norueguês-Alemão 3 1 2010/11 1 2010/11 2 2009/10 Designação das línguas em questão Norueguês-Francês HR 11 TR 1 língua oficial + língua estrangeira Número de escolas com oferta CLIL de acordo com o par linguístico e o nível/níveis CITE respectivo(s) (+ ano de referência) 3 Croata-Inglês 1-3 1 1 Croata- Checo 1-2 3 3 Croata-Húngaro 1-3 4 4 1 2009/10 Croata-Sérvio 1-3 18 18 9 2009/10 Croata-Italiano 1-3 17 17 4 2009/10 1 língua oficial + 1 língua minoritária/regional com estatuto de língua oficial Croata-Húngaro 1-2 1 1 Croata- Checo 3 (-) (-) (-) 2009/10 2009/10 1 (-) (-) (-) (-) 2009/10 (-) (-) (-) Fonte: Eurydice. Notas específicas por país Bulgária: O valor é estimado. Espanha: Não estão disponíveis os dados das Ilhas Baleares, da Galiza e do país Basco referentes às escolas com oferta CLIL onde são usados o espanhol e uma língua estrangeira para ensinar disciplinas não linguísticas. Também os dados sobre escolas com oferta CLIL em que o basco é usado para ensinar disciplinas não linguísticas não incluem as escolas no país basco mas apenas as escolas em Navarra. Itália: A partir de 2010, todos os alunos passaram a ter a obrigatoriedade de aprender uma disciplina não linguística através de uma língua estrangeira no último ano do ensino secundário superior. Áustria: Para além das escolas com oferta CLIL propriamente ditas, é prática corrente em muitas escolas, no nível secundário, a lecionação de alguns módulos de uma disciplina através de uma língua estrangeira. Além disso, a primeira língua estrangeira é ensinada a alunos entre os 6 e os 8 através de uma abordagem CLIL. Lituânia: Para as escolas com oferta CLIL com lituano e alemão como as línguas de ensino, o valor para o CITE 3 está subestimado. Países Baixos: Atualmente, encontram-se certificadas 15 escolas com oferta CLIL que usam o neerlandês, frísio e inglês como línguas de ensino. Outras 25 escolas estão a tentar obter a certificação. Suécia: Algumas escolas estão a testar a oferta CLIL e selecionam a língua que deverá acompanhar o sueco. Reino Unido (UK-WLS/NIR): Algumas destas escolas podem decidir, dependendo do seu contexto linguístico, até que ponto são lecionadas em ambas as línguas as disciplinas não linguísticas (inglês e galês – ou irlandês). Por conseguinte, os valores podem encontrar-se um pouco subestimados na medida em que algumas escolas podem optar por ensinar todas as disciplinas não linguísticas em galês (ou irlandês). Listenstaine: Para além da única escola no nível secundário superior com oferta CLIL no âmbito de um projeto-piloto, o inglês é ensinado a todos os alunos entre os 6 e os 8 através da abordagem CLIL. (11) As línguas checa e húngara são encaradas como estrangeiras pelo currículo definido pelas autoridades educativas centrais. Em algumas regiões, estas línguas são regionais ou minoritárias às quais é atribuído reconhecimento oficial. 160 ÍNDICE DE FIGURAS Figura A1: Línguas oficiais e línguas regionais ou minoritárias com estatuto oficial na Europa, 2011 17 Figura A2: Proporção de alunos de 15 anos que falam em casa uma língua diferente da língua de ensino, 2009 20 Percentagem de alunos de 15 anos que frequentam escolas com diferentes proporções de alunos que não falam a língua de ensino em casa, 2009 22 Percentagem de alunos imigrantes de 15 anos (com pais nascidos no estrangeiro) e língua falada em casa, 2009 24 Idades para iniciar a aprendizagem da primeira e segunda línguas estrangeiras como disciplinas obrigatórias para todos os alunos na educação pré-escolar, ensino primário e/ou ensino secundário geral, 2010/11 26 Idade para iniciar a aprendizagem da primeira língua estrangeira como disciplina obrigatória e a duração desta oferta na educação pré-escolar e nos ensinos primário e/ou secundário geral, anos de referência 1993/94, 2002/03, 2006/07, 2010/11 28 Idade para iniciar a aprendizagem da segunda língua estrangeira como disciplina obrigatória e a duração desta oferta na educação pré-escolar e no ensino primário e/ou secundário geral, 2002/03, 2006/07, 2010/11 30 Línguas estrangeiras adicionais de carácter obrigatório na oferta educativa de determinados percursos educativos nos ensinos primário e/ou secundário geral, 2010/11 31 Oferta de línguas estrangeiras como opções do currículo nuclear no ensino primário e/ou secundário geral, 2010/11 32 Âmbito de autonomia das escolas para o ensino de línguas estrangeiras por iniciativa própria dentro do nível mínimo da oferta educativa na educação pré-escolar, nos ensinos primário e/ou secundário geral, 2010/11 34 O ensino de duas línguas estrangeiras nos currículos da educação pré-escolar, do ensinos primário e/ou do ensino secundário geral, 2010/11 35 Projetos-piloto destinados a aumentar a oferta de línguas na educação pré-escolar, ensino primário e/ou secundário geral, 2010/11 36 Figura B9: Existência de oferta CLIL nos ensinos primário e/ou secundário geral, 2010/11 39 Figura B10: Estatuto das línguas-alvo usadas na oferta CLIL nos ensinos primário e/ou secundário geral, 2010/11 41 Recomendações centrais sobre os critérios de admissão à oferta CLIL que envolvem os conhecimentos e as competências, no ensino primário e/ou ensino secundário geral, 2010/11 42 Recomendações às escolas sobre a inclusão no currículo de línguas estrangeiras específicas, níveis primário e/ou secundário geral, 2010/11 45 Línguas estrangeiras obrigatórias específicas definidas pelas autoridades educativas centrais (escolaridade obrigatória a tempo inteiro), 1992/93, 2002/03, 2006/07, 2010/11 47 Figura A3: Figura A4: Figura B1: Figura B2: Figura B3: Figura B4: Figura B5: Figura B6: Figura B7: Figura B8: Figura B11: Figura B12: Figura B13: 161 Números-Chave VREUHo Ensino das Línguas nas Escolas da Europa – 2012 Figura B14: Figura B15: Figura B16: Figura C1: Figura C2: Figura C3: Figura C4: Figura C5: Figura C6: Figura C7a: Figura C7b: Figura C7c: Figura C8a: Figura C8b: Figura C9: Línguas estrangeiras no currículo escolar indicadas pelos documentos oficiais emitidos pelas autoridades educativas a nível central, ensinos primário e/ou secundário geral, 2010/11 48 Referência a línguas regionais ou minoritárias específicas em documentos oficiais emitidos pelas autoridades educativas centrais, ensinos primário e/ou secundário geral, 2010/11 50 Estatuto das línguas clássicas no ensino secundário geral, de acordo com as regulamentações/recomendações centrais, ensino secundário inferior e superior, 2010/11 52 Distribuição percentual de alunos em relação ao número de línguas estrangeiras aprendidas, ensino primário (CITE 1), 2009/10 59 Tendências na distribuição percentual da totalidade dos alunos em relação ao número de línguas estrangeiras aprendidas, ensino primário (CITE 1), 2004/05, 2006/07, 2009/10 59 Percentagem de todos os alunos no Encino primário (CITE 1) que aprendem inglês, francês e/ou alemão. Países em que uma destas línguas é a mais extensamente aprendida, 2009/10 60 Tendências na percentagem de alunos a aprender inglês, ensino primário (CITE 1), 2004/05, 2006/07, 2009/10 62 Distribuição percentual de alunos em relação ao número de línguas estrangeiras (LE) aprendidas, ensino secundário inferior (CITE 2) e ensino secundário superior geral e pre-profissional/profissional (CITE 3), 2009/10 63 Número médio de línguas estrangeiras aprendidas por aluno, ensino secundário (CITE 2 e 3), 2009/10 65 Percentagem de alunos a aprender 0, 1, 2 ou mais línguas no ensino secundário inferior (CITE 2), 2004/05, 2006/07, 2009/10 68 Percentagem de alunos a aprender 0, 1, 2 ou mais línguas no ensino secundário superior geral (CITE 3), 2004/05, 2006/07, 2009/10 69 Percentagem de alunos a aprender 0, 1, 2 ou mais línguas no ensino secundário superior pré-profissional/profissional (CITE 3), 2004/05, 2006/07, 2009/10 70 As línguas estrangeiras mais extensamente aprendidas e a percentagem de alunos que as aprendem, ensino secundário inferior (CITE 2), 2009/10 73 As línguas estrangeiras mais extensamente aprendidas e a percentagem de alunos que as aprendem, ensino secundário superior pré-profissional/profissional e geral (CITE 3), 2009/10 73 Percentagem de alunos a aprender inglês, francês, alemão, espanhol e russo, ensino secundário (CITE 2 e 3), 2009/10 76 Figura C10a: Tendências na percentagem de alunos a aprender inglês, alemão e francês no ensino secundário inferior (CITE 2), em 2004/05, 2006/07, 2009/10 80 Figura C10b: Tendências na percentagem de alunos a aprender inglês, alemão e francês no ensino secundário superior pré-profissional/profissional e geral (CITE 3), em 2004/05, 2006/007, 2009/10 81 162 Índice de Figuras Figura C11: Figura D1: Figura D2: Figura D3: Figura D4: Figura D5: Figura D6: Figura D7: Figura D8: Figura D9: Figura D10: Figura D11: Figura D12: Figura E1: Figura E2: Figura E3: Figura E4: Línguas estrangeiras que não o alemão, inglês, espanhol, francês e russo aprendidas pelos alunos no ensino secundário (CITE 2 e 3), em percentagem do total de línguas aprendidas neste nível, 2009/10 83 Recomendações sobre o nível de especialização na disciplina dos professores de língua estrangeira no ensino primário, 2010/11 86 Recomendações sobre o nível de especialização na disciplina dos professores de língua estrangeira no ensino secundário inferior e superior geral, 2010/11 87 Disciplinas que os professores especialistas de língua estrangeira estão qualificados para lecionar nos ensinos primário e secundário geral, 2010/11 88 Distribuição percentual de professores de língua estrangeira segundo as disciplinas para as quais estão qualificados para lecionar, 2010/11 89 Duração mínima e nível da formação inicial de professores de língua estrangeira especialistas ou semi-especialistas, ensino secundário geral, 2010/11 91 Distribuição percentual dos professores de língua estrangeira de acordo com o tipo de certificado/qualificação, 2010/11 92 Percentagem de alunos que frequentam uma escola onde, em relação à língua testada, o diretor sentiu dificuldades em preencher vagas para professores ou em substituir professores ausentes durante os últimos cinco anos, 2010/11 93 Qualificações necessárias para trabalhar em escolas que utilizam o modelo CLIL (tipo A) no ensino primário e/ou ensino secundário geral, 2010/11 95 Existência de recomendações sobre o conteúdo da formação inicial de professores e o período passado no país da língua-alvo, 2010/11 96 Percentagem de professores de língua estrangeira que já permaneceram mais de um mês no país da língua alvo, em relação ao objetivo da sua mobilidade transfronteiras, 2010/11 98 Distribuição percentual de candidaturas aprovadas paro desenvolvimento profissional contínuo no âmbito de ação Comenius ‘Formação em Serviço’, por língua de curso, candidaturas submetidas ao abrigo do convite 2009 99 Percentagens de alunos a frequentarem escolas que acolheram, vindo do estrangeiro, pelo menos um professor convidado por um período nunca inferior a um mês, segundo informação reportada pelos diretores de escolas relativa ao ano escolar anterior, 2010/11 101 Percentagem de alunos que consideram útil a aprendizagem das línguas testadas para vários fins, 2010/11 103 Frequência da exposição às duas línguas estrangeiras testadas através de diferentes meios de comunicação, 2010/11 105 Frequência do uso da primeira língua testada na sala de aula por professores e alunos, 2010/11 106 Percentagem de alunos que dizem utilizar regularmente as TIC nas suas aulas de línguas, 2010/11 107 163 Números-Chave VREUH o Ensino das Línguas nas Escolas da Europa – 2012 Figura E5: Figura E6: Figura E7: Figura E8: Figura E9: Figura E10: Figura E11: Figura E12: Figura E13: Figura E14: Figura E15: Figura E16: Figura E17: Figura E18: Percentagem de alunos que, nos últimos três anos, participaram em atividades escolares relacionadas com a aprendizagem de línguas estrangeiras, 2010/11 108 Modelos de oferta para para crianças imigrantes que aprendem a língua de ensino como uma segunda língua nos ensinos primário e secundário inferior, 2010/11 110 Carga horária letiva mínima anual recomendada para as línguas estrangeiras como disciplinas obrigatórias no ensino geral obrigatório a tempo inteiro, 2010/11 112 Tendências no número mínimo de horas recomendado para o ensino da língua estrangeira obrigatória durante um ano teórico no ensino primário e secundário geral obrigatório a tempo inteiro, 2006/07 e 2010/11 115 Relação entre a carga horária mínima recomendada para a primeira língua estrangeira obrigatória e o número de anos durante os quais esta oferta é disponibilizada ao longo do ensino geral obrigatório a tempo inteiro, 2010/11 118 Carga horária mínima recomendada por ano teórico para o ensino da primeira, segunda e Terceira línguas estrangeiras como disciplinas obrigatórias no ensino geral obrigatório a tempo inteiro, 2010/11 120 Carga horária mínima atribuída às línguas estrangeiras enquanto disciplinas obrigatórias, em proporção do tempo letivo total nos ensinos primário e secundário geral obrigatório a tempo inteiro, 2010/11 121 Normas ou recomendações sobre a dimensão máxima das turmas nos ensinos primário e secundário geral obrigatório a tempo inteiro, 2010/11 123 Distribuição de alunos por dimensão da turma de língua estrangeira, comparada com o limite máximo recomendado ou exigido pelas autoridades oficiais, 2010/11 125 Prioridade dada aos objetivos associados às quatro competências de comunicação nos currículos obrigatórios de língua estrangeira, ensino geral obrigatório a tempo inteiro, 2010/11 127 Existência de recomendações sobre a utilização do QECRL na definição dos níveis mínimos de conhecimento a atingir no final do ensino geral obrigatório a tempo inteiro ou ensino secundário inferior (CITE 2) e no final do ensino secundário superior (CITE 3), 2010/11 129 Níveis mínimos de conhecimento esperados com base no QECRL para a primeira e segunda língua estrangeiras no final do ensino geral obrigatório a tempo inteiro ou ensino secundário inferior (CITE 2) e ensino secundário superior (CITE 3), 2010/11 131 A inclusão da componente de línguas estrangeiras nos certificados atribuídos aos alunos após a conclusão do ensino geral obrigatório a tempo inteiro, 2010/11 133 Formas de avaliação que contribuem para a componente de línguas estrangeiras dos certificados atribuídos após a conclusão do ensino geral obrigatório a tempo inteiro, 2010/11 134 164 AGRADECIMENTOS AGÊNCIA DE EXECUÇÃO RELATIVA À EDUCAÇÃO, AO AUDIOVISUAL E À CULTURA P9 EURYDICE Avenue du Bourget 1 (BOU2) B-1140 Bruxelas (http://eacea.ec.europa.eu/education/eurydice) Direção científica Arlette Delhaxhe Autores Nathalie Baïdak (coordenação), Olga Borodankova, Daniela Kocanova, Akvile Motiejunaite (contribuição para os indicadores do PISA) Colaboradores externos Christian Monseur, Universidade de Liège – Bélgica (Análise secundária dos dados extraídos do Inquérito Europeu sobre Competências Linguísticas – IECL) Paginação e gráficos Patrice Brel Coordenação da produção Gisèle De Lel 165 Números-Chave VREUHo Ensino das Línguas nas Escolas da Europa – 2012 UNIDADES NACIONAIS DA REDE EURYDICE BÉLGICA Eurydice-Informationsstelle des Bundes Project Management Agency Part of the German Aerospace Center EU-Bureau of the German Ministry for Education and Research Rosa-Luxemburg-Straße 2 10178 Berlin Unité Eurydice la Fédération Wallonie-Bruxelles Ministère de la Fédération Wallonie-Bruxelles Direction des Relations internationales Boulevard Léopold II, 44 – Bureau 6A/002 1080 Bruxelles Contribuição da Unidade: responsabilidade conjunta; peritos: Christiane Blondin (University of Liège, Unité d’analyse des systèmes et des pratiques d’enseignement); Franck Livin (Inspector) Eurydice-Informationsstelle der Länder im Sekretariat der Kultusministerkonferenz Eurydice Vlaanderen / Afdeling Internationale Relaties Ministerie Onderwijs Hendrik Consciencegebouw 7C10 Koning Albert II – laan 15 1210 Brussel Graurheindorfer Straße 157 53117 Bonn Contribuição da Unidade: Brigitte Lohmar ESTÓNIA Contribuição da Unidade: responsabilidade conjunta Eurydice-Informationsstelle der Deutschsprachigen Gemeinschaft Autonome Hochschule in der DG Hillstrasse 7 4700 Eupen Contribuição da Unidade: Stéphanie Nix Eurydice Unit SA Archimedes Koidula 13A 10125 Tallinn Contribuição da Unidade: Kristi Mere (Chief specialist, International Research & Analysis Centre, Foundation INNOVE) BULGÁRIA IRLANDA Eurydice Unit Human Resource Development Centre Education Research and Planning Unit 15, Graf Ignatiev Str. 1000 Sofia Contribuição da Unidade: Perito: Irina Vasseva Eurydice Unit Department of Education and Skills International Section Marlborough Street Dublin 1 Contribuição da Unidade: Pádraig Mac Fhlannchadha (Assistant Chief Inspector), Joan Sutton (Senior Inspector) REPÚBLICA CHECA Eurydice Unit Centre for International Services of MoEYS Na poříčí 1035/4 110 00 Praha 1 GRÉCIA Eurydice Unit Ministry of Education, Lifelong Learning and Religious Affairs Directorate for European Union Affairs Section C ‘Eurydice’ 37 Andrea Papandreou Str. (Office 2168) 15180 Maroussi (Attiki) Contribuição da Unidade: Helena Pavlíková, Jana Halamová; Peritos: Irena Mašková, Katarína Nemčíková, Tereza Šmídová DINAMARCA Contribuição da Unidade: Evagelia Kaga (Honory Counsellor, Hellenic Pedagogical Institute) Eurydice Unit Dinamarquêsh Agency for Universities and Internationalisation Bredgade 43 1260 København K Contribuição da Unidade: Responsabilidade conjunta ESPANHA Eurydice España-Redie Centro Nacional de Innovación e Investigación Educativa (CNIIE) Ministerio de Educación, Cultura y Deporte Gobierno de España c/General Oraa 55 28006 Madrid Contribuição da Unidade: Flora Gil Traver, Montserrat Grañeras Pastrana (coordinatorEs); Perito externo: Carmen Morales Gálvez ALEMANHA Eurydice-Informationsstelle des Bundes Project Management Agency Part of the German Aerospace Center EU-Bureau of the German Ministry for Education and Research Heinrich-Konen-Str. 1 53227 Bonn 166 Agradecimentos FRANÇA LITUÂNIA Unité française d’Eurydice Ministère de l'Éducation nationale, de l’Enseignement supérieur et de la Recherche Direction de l’évaluation, de la prospective et de la performance Mission aux relations européennes et internationales 61-65, rue Dutot 75732 Paris Cedex 15 Eurydice Unit National Agency for School Evaluation Didlaukio 82 08303 Vilnius Contribuição da Unidade: Irena Raudienė LUXEMBURGO Unité d’Eurydice Ministère de l’Éducation nationale et de la Formation professionnelle (MENFP) 29, Rue Aldringen 2926 Luxemburgo Contribuição da Unidade: Edmée Besch, Mike Engel Contribuição da Unidade: Nadine Van Der Tol; Perito: François Monnanteuil CROÁCIA Ministarstvo znanosti, obrazovanja i športa Donje Svetice 38 10000 Zagreb Contribuição da Unidade: Duje Bonacci HUNGRIA Eurydice National Unit Hungarian Institute for Educational Research and Development ISLÂNDIA Szalay u. 10-14 1055 Budapest Eurydice Unit Ministry of Education, Science and Culture Office of Evaluation and Analysis Sölvhólsgötu 4 150 Reykjavik Contribuição da Unidade: Margrét Harðardóttir; Perito: Erna Árnadóttir Contribuição da Unidade: Responsabilidade conjunta; Perito: Marta Fischer MALTA Eurydice Unit Research and Development Department Directorate for Quality and Standards in Education Ministry of Education, Employment and the Family Great Siege Rd. Floriana VLT 2000 ITÁLIA Unità italiana di Eurydice Agenzia Nazionale per lo Sviluppo dell’Autonomia Scolastica (ex INDIRE) Via Buonarroti 10 50122 Firenze Contribuição da Unidade: Alessandra Mochi; Perito: Gisella Langé (Ispettore tecnico di lingue straniere presso il Ministero dell'Istruzione Università e Ricerca) Contribuição da Unidade: Coordenação da contribuição da Unidade; Perito: Maryanne Spiteri (Assistant Director Languages, Department of Curriculum Management and eLearning) PAÍSES BAIXOS CHIPRE Eurydice Nederland Ministerie van Onderwijs, Cultuur en Wetenschap Directie Internationaal Beleid / EU-team Kamer 08.022 Rijnstraat 50 2500 BJ Den Haag Contribuição da Unidade; Perito: Hans Ruesink Eurydice Unit Ministry of Education and Culture Kimonos and Thoukydidou 1434 Nicosia Contribuição da Unidade: Christiana Haperi; Peritos: Koula Papadopoulou, Froso Tofaridou, Maria Iacovidou, Sophie Ioannou-Georgiou (Ministry of Education and Culture) NORUEGA Eurydice Unit Ministry of Education and Research AIK-avd., Kunnskapsdepartementet Kirkegata 18 0032 Oslo Contribuição da Unidade: Responsabilidade conjunta LETÓNIA Eurydice Unit Valsts izglītības attīstības aģentūra State Education Development Agency Vaļņu street 3 1050 Riga ÁUSTRIA Contribuição da Unidade: Responsabilidade da Unidade em conjunto com o Perito Rita Kursīte (National Centre for Education) Eurydice-Informationsstelle Bundesministerium für Unterricht, Kunst und Kultur Abt. IA/1b Minoritenplatz 5 1014 Wien LISTENSTAINE Informationsstelle Eurydice Schulamt des Fürstentums Listenstaine Austrasse 79 Postfach 684 9490 Vaduz Contribuição da Unidade: Informationsstelle Eurydice Contribuição da Unidade: Peritos: Maria Felberbauer, Michaela Haller, Karin Markut-Rüf POLÓNIA Eurydice Unit Foundation for the Development of the Education System Mokotowska 43 00-551 Warsaw Contribuição da Unidade: Magdalena Górowska-Fells; Perito nacional: Magdalena Szpotowicz (University of Warsaw) 167 Números-Chave VREUHo Ensino das Línguas nas Escolas da Europa – 2012 PORTUGAL ESLOVÁQUIA Unidade Portuguesa da Rede Eurydice (UPRE) Ministério da Educação e Ciência Eurydice Unit Slovak Academic Cooperation Svoradova 1 811 03 Bratislava Direcção-Geral de Estatísticas da Educação e Ciência (DGEEC) Av. 24 de Julho, 134 – 4.º 1399-54 Lisboa Association for International Contribuição da Unidade: Responsabilidade conjunta Contribuição da Unidade: Carina Pinto, Anália Gomes (Perita/DGE) FINLÂNDIA Eurydice Finlândia Finnish National Board of Education P.O. Box 380 00531 Helsinki Contribuição da Unidade: Kristiina Volmari, Anna-Kaisa Mustaparta ROMÉNIA Eurydice Unit National Agency for Community Programmes in the Field of Education and Vocational Training Calea Serban Voda, no. 133, 3rd floor Sector 4 040205 Bucharest SUÉCIA Contribuição da Unidade: Veronica – Gabriela Chirea em cooperação com peritos do Ministério da Educação, Investigação, Juventude e Desporto: • Liliana Preoteasa (General Director) • Tania Mihaela Sandu (Director) • Manuela – Delia Anghel (inspector for Francês and Espanhol languages) • Adrian Marius Bărbulescu (inspector for human resources) • Sorin Giurumescu (inspector for German language) • Anca-Mariana Pegulescu (inspector for English language) • Mina Maria Rusu (inspector for Latin and Ancient Greek languages) • Vieroslava Elisabeta Timar (inspector for minorities’ languages) Eurydice Unit Department for the Promotion of Internalisation International Programme Office for Education and Training Kungsbroplan 3A Box 22007 104 22 Stockholm Contribuição da Unidade: Responsabilidade conjunta TURQUIA Eurydice Unit Türkiye MEB, Strateji Geliştirme Başkanlığı (SGB) Eurydice Türkiye Birimi, Merkez Bina 4. Kat B-Blok Bakanlıklar 06648 Ankara Contribuição da Unidade: Dilek Gulecyuz, Osman Yıldırım Ugur, Bilal Aday SUÍÇA REINO UNIDO Foundation for Confederal Collaboration Dornacherstrasse 28A Postfach 246 Eurydice Unit for Eurydice Unit for England, Wales and Northern Ireland National Foundation for Educational Research (NFER) The Mere, Upton Park Slough SL1 2DQ 4501 Solothurn ESLOVÉNIA Eurydice Unit Ministry of Education, Science, Culture and Sport Department for Development of Education (ODE) Masarykova 16/V 1000 Ljubljana Contribuição da Unidade: Saša Deleja Ambrožič, Barbara Kresal Sterniša; Peritos: Karmen Pižorn (Faculty of Education of the University of Ljubljana), Zdravka Godunc (Ministry of Education, Science, Culture and Sport) Contribuição da Unidade: Sigrid Boyd, Catherine Paterson Eurydice Unit Scotland Learning Directorate Area 2C South Victoria Quay Edinburgh EH6 6QQ Contribuição da Unidade: Scotland 168 Eurydice National Unit EACEA; Eurydice; Eurostat Números-Chave sobre o Ensino das Línguas nas Escolas da Europa Edição de 2012 Bruxelas: Eurydice 2012 – 170 p. (Números-Chave) ISBN 978-92-9201-477-3 ISSN 1831-3051 doi:10.2797/34192 Descritores: ensino das línguas estrangeiras, oferta educativa de línguas estrangeiras, número de línguas ensinadas, diversidade linguística, disciplina curricular, carga horária, língua regional, língua minoritária, aprendizagem integrada de conteúdos e de línguas, aluno de língua materna estrangeira, competências linguísticas, certificação, dimensão da turma, autonomia institucional, formação inicial de professores, análise comparativa, ensino primário, ensino secundário, ensino geral, projeto-piloto, taxa de participação na educação, dados estatísticos, AECL, Turquia, União Europeia A Rede Eurydice disponibiliza informação e análises sobre os sistemas educativos e as políticas europeias. Desde 2012, a Rede é constituída por 37 unidades nacionais, num total de 33 países que participamno Programa de Aprendizagem ao Longo da Vida da União Europeia (Estados-Membros, Países EFTA, Croácia e Turquia), sendo coordenada e gerida pela Agênciade Execução relativa à Educação, ao Audiovisuale à Cultura, da União Europeia bases de dados. A Rede Eurydice apoia principalmente os vários responsáveis envolvidos na formulação da política educativa, quer a nível nacional, regional ou local, assim como nas instituições da União Europeia. Foca-se principalmente na forma como a educação na Europa é estruturada e organizada ao longo de todos os níveis de ensino. As publicações da Eurydice podem incluir a descrição dos sistemas educativos nacionais, estudos comparativos sobre temáticas especícas, assim como indicadores e estatísticas. As referidas publicações estão gratuitamente disponíveis no sítio da Eurydice, ou em versão impressa mediante pedido. EURYDICE na Internet http://eacea.ec.europa.eu/education/eurydice EC-XA-12-001-PT-C PT