JORNAL ELETRONICO_CNTTT_ED26.cdr ((correto)))
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Edição - Nº 28 Estou de Volta! A produção do informativo ‘Profissão Transporte’ foi interrompida por um período, mas agora volta a circular com força total, trazendo informações de interesse do seu público alvo: trabalhadores e entidades sindicais do segmento. Como poderão conferir neste primeiro informativo do ano, não vai faltar assunto, pois a agenda da CNTTT para 2011 está repleta de atividades, inclusive, já foi retomado o trabalho no Congresso Nacional visando angariar novos apoios para os projetos de interesse da categoria. Outra boa novidade! Em breve, estará em funcionamento o nosso site, um novo modelo de informação baseado numa abordagem de inclusão/atualização mais ágil e interativa do mundo dos transportes. Para atingir essa meta e estreitar os laços com seus filiados, a nossa Confederação, através do seu presidente Omar José Gomes, deixa a porta aberta para os que querem somar forças, contribuam com sugestões e informações para tornar nossos canais de comunicação mais atraentes e antenados com tudo que está relacionado ao profissão transportes. Março de 2011 Página 2 Página 3 Página 4 CNTTT e as diretrizes para o setor em 2011 Principais bandeiras de luta deste ano CNTTT retoma discussão com o setor patronal CNTTT participa da Conferência da UIS Transporte, em Chipre Procurador do Trabalho discute pauta com Colegiado Jurídico da CNTTT PARLAMENTARES REAFIRMAM COMPROMISSO COM OS TRABALHADORES EM TRANSPORTES NA CNTTT Página 5 Regulamentação das profissões de motoristas: a quem interessa? Página 6 TRANSPORTE TERRESTRE Acidente rodoviário mata testemunha de audiência sobre controle de jornada Página Entrevista Sidnei Eriovaldo de Oliveira 7 Só faltava essa, agora! Página 8 1º Seminário Jurídico Nacional reuniu 113 representantes de todo o Brasil, em Foz do Iguaçu, que contou com a presença de advogados e dirigentes de sindicatos e federações de trabalhadores em transportes. Os participantes debateram questões jurídicas e buscaram soluções para o avanço do movimento sindical dos trabalhadores em transportes do Brasil. O sucesso do evento garantiu a realização da segunda edição em 2011. Página 9 Empresa não é responsável por assalto contra cobrador de ônibus Astromig recebe autorização para funcionar como Operadoras de Planos de Assistência à Saúde Protestos dos policiais ferroviários com o apoio da CNTTT e NCST chamam atenção do Governo Conselho criado por SIPOFFESP vai auxiliar GT INFORMATIVO - PROFISSÃO TRANSPORTE CNTTT E AS DIRETRIZES PARA O SETOR EM Por Luis Antonio Festino A Confederação Nacional dos Trabalhadores em Transportes Terrestres – CNTTT, em seus 58 anos de existência, sempre esteve à frente das decisões do setor, procurando colocar em prática as diretrizes aprovadas pelas 12 federações filiadas e 260 sindicatos vinculados. No final de 2005, em reunião da diretoria de encerramento do ano, foi formalizado e constituído um grupo de trabalho com a tarefa de promover as articulações sindicais, políticas e institucionais, objetivando garantir maior agilidade de atuação dos dirigentes regionalmente no sentido de mobilizar e organizar os sindicatos em nível nacional. Nesses cinco anos do GT, tivemos uma avaliação positiva de nossa atuação nas questões de organização e formação com a realização de seminários, cursos e fóruns de discussões, porém os encaminhamentos políticos sindicais, projetos de leis e institucionais junto ao Congresso Nacional e ao Poder Público se repetem ano após ano, fato que nos obriga apresentar as mesmas propostas de ação. Um exemplo concreto dessa situação é a pauta da revista da CNTTT de agosto de 2006, o ano eleitoral que reelegeu o presidente Lula, onde discutíamos: Não ao desmonte do movimento sindical brasileiro; Mobilização Nacional em defesa dos direitos dos trabalhadores; CNTTT investe na articulação para garantir de vez a regulamentação do exercício da profissão de motorista; Categorias diferenciadas, a mobilização continua; A mulher no transporte rodoviário; Governo lava as mãos para a crise no setor ferroviário. Qual é a nossa pauta para 2011 no mandato da primeira mulher a governar o país – Dilma Roussef? O que se pode esperar da presidenta eleita por influência direta de Lula, que chegou ao final de seu segundo mandato reconhecido como o maior governante da história do Brasil – ao lado de Getúlio Vargas? Voltando um pouco na nossa história, há quatro anos lutávamos contra a imposição de uma reforma sindical onde prevalecia a proposta de somente uma parte do movimento sindical. Hoje, lutamos contra a Portaria 186/2008 do MTE, que favorece as práticas antisindicais na criação de sindicatos, federações e confederações paralelas sem representatividade. Continuamos a luta pelas garantias dos direitos dos trabalhadores, pela regulamentação da profissão de motorista, defesa das categorias diferenciadas, apesar de ter 2011 uma mulher na Presidência, o sexo feminino continua em um grau de inferioridade em relação aos homens. Toda essa situação somada à falta de política para o setor de transporte precarizam cada vez mais as condições de trabalho. A verdade que vivemos um enfrentamento constante com gente de peso político e econômico, mais ou menos como “Davi e Golias”. Mas, não nos deixamos abater e com muita perseverança vamos tirando as pedras do caminho. Mesmo com uma pauta repetida, não temos dúvidas que estamos no caminho certo, porque contamos com a organização e união dos trabalhadores em transportes para derrubarmos o “gigante Golias”. GRUPO DE TRABALHO DA CNTTT O Grupo de Trabalho da CNTTT é composto por: Omar José Gomes, Epitácio Antônio dos Santos (Paraná), Hamilton Dias de Moura (Minas Gerais), Jaime Bueno de Aguiar (Goiás), José Alves do Couto “Toré” (São Paulo), Geraldo Abílio Meireles (São Paulo), José Célio Alvarenga (Minas Gerais), Antônio Wagner Barbosa (Rio de Janeiro), Olmir Justino (Mato Grosso), José Rodrigues (Maranhão), Lourival Vieira (Paraná) e Luis Antônio Festino (São Paulo), assessorados por Aline e Tito. INFORMATIVO - PROFISSÃO TRANSPORTE Principais bandeiras de luta para este ano Em reunião do Grupo de Trabalho, coordenada por Omar José Gomes, foram definidos os seguintes pontos: Continuaremos na defesa da Regulamentação da Profissão Motorista, com a proposta da criação do Bloco de Defesa dos Trabalhadores em Transportes contando com o apoio de Deputados e Senadores; Retomada da discussão com a representação patronal, tendo como razões não só a regulamentação da profissão e a retomada da Licitação do Interestadual, mas também a falta de capacitação de trabalhadores o que ocasiona sobra de vagas e falta de profissionais; O combate às PRÁTICAS ANTISSINDICAIS, principalmente as relacionadas com a criação e divisão de entidades da categoria, destacando as categorias diferenciadas nos setores de cargas próprias, movimentadores de mercadorias. Esse trabalho será organizado em conjunto com a Nova Central, que já solicitou reunião com o Ministro do Trabalho Carlos Lupi. Realização do 2º Seminário Jurídico Nacional a realizar-se em Ouro Preto/MG na semana de 15 a 18/06/2011. Este seminário será um preparatório para o de Negociação Coletiva Regional que ocorrerá em seguida; A Comissão Jurídica continuará no acompanhamento das questões coletivas em pauta no Judiciário, com pareceres sobre os movimentadores de mercadorias, jornada de trabalho, tempo de direção, intrajornada, entre outros. No campo institucional, continuaremos nossa atuação junto às diversas comissões sobre as condições de trabalho, da reforma do Código de Tr â n s i t o B r a s i l e i r o , c o m o s levantamentos de dados sobre acidentes de trabalho junto ao Ministério da Saúde, da Previdência, Trabalho, Justiça e Cidades. A participação nos eventos internacionais está entre nossas prioridades, iniciando com a Conferencia Internacional da UIS-Transporte, Unión Internacional de Sindicatos de Trabajadores del Transporte, nos días 15 e 16 de fevereiro, em Chipre, onde estaremos representados pelos dirigentes, Hamilton Dias de Moura e José Alves do Couto Filho “Toré”. “Mobilizar los trabalhadores em transportes na luta contra a crise mundial, por emprego, salarios e direitos” será o tema central das discussões entre os participantes da Conferência. Maior representação junto à Federação Internacional dos Trabalhadores-ITF, intensificando a participação nas mais diversas campanhas em defesa dos trabalhadores e das entidades sindicais, com o tema: “ S i n d i c a t o s f o r t e s : Tr a n s p o r t e CNTTT retoma discussão com o setor patronal Em reunião realizada em Brasília no último dia 23, a CNTTT e a Confederação Nacional dos Transportes – CNT retomaram o processo de discussão sobre as questões relativas ao setor, interrompido no final de 2009 devido a divergências quanto aos encami-nhamentos dos projetos de interesse dos trabalhadores que regulamentam a profissão de motorista e o estatuto dos motoristas. A CNTTT, visando os interesses dos trabalhadores solicitou a reabertura do dialogo, que foi aceita pelos empresários do setor de cargas, que foi representado pelo vice-presidente da CNT, Flávio Benatti e federações regionais. A CNTTT participou da reunião através de seu Grupo de Trabalho, com o secretário geral Jaime Bueno, representando o presidente Omar José Gomes. Foi apresentado pelo setor patronal um elenco de propostas, visando a apresentação de um novo projeto de regulamentação da atividade de cargas, informando que o setor de passageiros foi convidado, mas alegaram não haver necessidade discussão neste momento. O GT da CNTTT informou, conforme aprovado pelas federações filiadas e sindicatos vinculados, o principal ponto de pauta dos trabalhadores no momento é de uma única regulamentação da profissão de motorista, com já é garantido na Constituição Federal de 1988, faltando somente sua regulamentação, mas não descartando a nova proposta apresentada. Foi reapresentada pela CNTTT, a análise do projeto de lei da regulamentação da profissão de motorista, com o compromisso de o setor empresarial realizar um novo estudo as propostas. Ficou acordado a retomada da implantação dos grupos de estudos de cada setor que compõe a categoria econômica do transportes de cargas, o mais urgente possível. INFORMATIVO - PROFISSÃO TRANSPORTE CNTTT participa da Conferência da UIS Transporte, em Chipre Os membros do GT da CNTTT e dirigentes da NCST, José Couto Filho (Toré) e Hamilton, participaram da Conferência Internacional do Trabalho realizada dias 15 e 16 de fevereiro na cidade de Larnaca, no Chipre. Com o tema “Mobilizar os trabalhadores dos transportes na luta contra a crise mundial: emprego salários - direitos”, a UIS-Transporte União Internacional de Sindicatos de Trabalhadores em Transportes contou com uma expressiva plateia composta por 60 delegados de 19 países. Ao final, os participantes da Conferência aprovaram uma Declaração, com destaque para os seguintes pontos: avaliação da situação dos trabalhadores provocada pela crise econômica mundial; convocação do movimento sindical dos trabalhadores em transporte para uma unidade contra a exploração capitalista; convocação para uma jornada de luta por melhoria das condições de trabalho; um dia mundial de luta - 26 de outubro de 2011 -, em defesa da valorização dos salários, combate à precariedade do trabalho e à desregulamentação das jornadas de trabalho, segurança e saúde nos locais de trabalho e defesa do transporte público. Procurador do Trabalho discute pauta com Colegiado Jurídico da CNTTT O Colegiado Jurídico da CNTTT se reuniu no último dia 04 de fevereiro com o Dr. Ricardo Britto, Procurador do Trabalho e coordenador da CONALIS, Coordenadoria Nacional de Promoção da Liberdade Sindical. A reunião girou em torno da discussão de uma pauta com os seguintes pontos: - Movimentação de Mercadorias; - Revisão da OJ 315; - Pontos negativos do Sistema HomolognetPortaria nº 1620/2010; - Práticas de atos antisindicais contra sindicatos do trabalhadores rodoviários; - Meio ambiente de trabalho. Dr. Ricardo Brito foi receptivo aos argumentos apresentados e se prontificou a ser um colaborador, um aliado, no que concerne às questões defendidas pela nossa Confederação em defesa dos interesses dos trabalhadores em transportes. Vale destacar a presença dos membros do Colegiado Jurídico: Dr. Adilson Boaretto (FTTRESP), Dr. André Passos (FETROPAR), Dr. Agilberto Seródio (CNTTT); além do sr. Epitácio Antônio dos Santos (Presidente FETROPAR), Sr. Lourival Vieira (GTCNTTT), assessorados por Tito Lopes (GT-CNTTT) e Aline Massot (GT-CNTTT) INFORMATIVO - PROFISSÃO TRANSPORTE PARLAMENTARES REAFIRMAM COMPROMISSO COM OS TRABALHADORES EM TRANSPORTES NA CNTTT A deputada federal reeleita Jô Morais, acompanhado do parceiro de partido – PCdoB/MG – deputado estadual José Célio de Alvarenga (Celinho) que também é membro do Grupo de Trabalho, visitou à sede da nossa Confederação, recentemente. Na ocasião, os dois parlamentares reafirmaram o compromisso de trabalharem em prol dos interesses da categoria na Câmara dos Deputados e na Assembleia Legislativa de Minas Gerais. O presidente Omar José Gomes ressaltou que a colaboração desses companheiros políticos será de grande valia para o encaminhamento dos vários projetos de lei ligados aos profissionais dos transportes. A quem interessa a TRANSPORTE TERRESTRE regulamentação das profissões Deputados e Senadores tomaram posse no Congresso Nacional no último dia 1°, retomando a rotina de apresentação ou arquivamento de projetos, conforme os interesses da base de representação destes parlamentares. Por outro lado à sociedade civil organizada, através de suas representações de classe, lutará pela aprovação de diversos projetos, entre eles os que visam à regulamentação de profissões em geral. Não existe consenso que esse acúmulo de projetos seja de interesse dos trabalhadores e da população, e sim, provocam uma demora na tramitação que chega a décadas. Projetos em tramitação Em pesquisa de outubro de 2009, o DIAP - Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar informou que "desde 1988, ano em que foi promulgada nossa Carta Magna, tramitam no Congresso Nacional 169 projetos de lei que buscam regulamentar alguma profissão". Em síntese, para o DIAP, a situação dos projetos de lei era a seguinte: a maioria das proposições estava com relator definido; Sujeitas à apreciação conclusiva na Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJC), sem, portanto, necessidade de votação no plenário da Câmara; Comissão de Trabalho, de Administração e Serviços Públicos (CTASP), é o centro decisório: se rejeitado o projeto nessa comissão, a proposição pode ser arquivada imediatamente; Aprovado o projeto na CTASP e na CCJC, a matéria poderá ser enviada à apreciação do Senado Federal. Salvo, recurso pedindo votação no plenário da Câmara. Tem projeto referente a uma determinada função específica, como é o caso dos trabalhadores em transporte, onde o projeto de lei n°1113, de 1988, que dispõe sobre a profissão de motorista de transportes coletivos urbanos e interurbanos, o mais antigo em tramitação do setor de transporte, que irá complementar 23 anos de tramitação e encontra-se para votação no Plenário da Câmara dos Deputados, conta com outros 23 projetos tramitando em conjunto, é um projeto modificando o outro, conforme a base de representação do parlamentar que apresentou a propositura. Enquanto esse jogo de interesse prevalece entre deputados e senadores a categoria continua sujeita as péssimas condições de trabalho sem ter uma profissão regulamentada. Fonte: Luis Antônio Festino, matéria publicada em 04/02/2011 no site da NCST A cadeia produtiva do setor de transportes envolve motoristas e trabalhadores nos mais diversos setores como o transporte de cargas, fretamento e turismo, rodoviário de passageiros intermunicipal, interestadual, metropolitano além das categorias diferenciadas do comércio da indústria, de serviços e outras categorias econômicas, exercendo a mesma função que é dirigir, tendo como sua legitimação a carteira de motorista nas categorias A, B, C, D e E com resoluções específicas de qualificação do CONTRAN. Outros 41 projetos que regulamentam: aposentadoria especial, jornada de trabalho, seguro de vida, formação profissional, até a obrigatoriedade de instalação de detectores de metais nos terminais rodoviários. Circulam ainda pela Câmara e Senado Federal a regulamentação do transporte ferroviário, do metroviário da segurança ferroviária, todos na fila de discussão a vários anos. Há mais de 30 anos, a CNTTT, Confederação que representa os trabalhadores do transporte rodoviário e ferroviário, vem se manifestando contrária à regulamentação separadamente do transporte rodoviário e defende uma única regulamentação dos motoristas, habilitados nos termos da legislação em vigor, mas categorias A, B, C, D e E, do Código de Trânsito Brasileiro, como é o caso do PLC (Projeto de Lei da Câmara) n319 de 2009, que se encontra no Senado Federal, aguardando a indicação de relator, originário do projeto de lei n99 de 2007, que regulamenta o exercício da profissão de motoristas. INFORMATIVO - PROFISSÃO TRANSPORTE Acidente rodoviário mata testemunha de audiência sobre controle de jornada Foto acima ilustra a triste realidade nas estradas brasileiras. São milhares de acidentes de trânsito com vítimas que acontecem anualmente no País. com grande pesar que informamos que o companheiro Sidnei Eriovaldo de Oliveira faleceu em acidente na rodovia BR 116 no município de Turvo-SP, próximo à divisa do Paraná, às 1h50 da madrugada do dia 17/10/2010. O motorista de 41 anos foi uma das testemunhas da ação do Ministério Público do Trabalho sobre o excesso de jornada e a obrigatoriedade do sistema de controle de jornada em todas as transportadoras de cargas do país na audiência realizada em junho de 2010, na 14ª Vara do Trabalho de Brasília. Sidnei trabalhava com transporte de cargas há 16 anos. Na audiência, ele contou um pouco da sua história de vida na estrada, dos problemas que já enfrentou e dos diferentes sistemas de trabalho em que atuou. Na época, Sidnei trabalhava na empresa Henrique Stefani, onde possuia um rígido controle de jornada e não precisava colocar sua vida em risco ao exceder jornada ou ingerir anfetaminas para suportar as longas horas na boléia. É Infelizmente, em setembro de 2010, Sidnei acabou mudando de empresa. Passou a trabalhar na Tombini (SC) com transporte de cargas perecíveis da Sadia e voltou ao velho sistema cruel de trabalho. Com um mês na nova empresa, foi vítima de acidente fatal ocorrido durante à madrugada. A filha de Sidnei, Ana Paula, é técnica de Segurança do Trabalho e conta que o pai saiu de casa na sextafeira (15/10) aproximadamente às 17h para descarregar em uma cidade do Estado de São Paulo à 1h da madrugada. “Na manhã do dia seguinte, entre 8 e 9 horas da manhã, ele ligou para a minha mãe reclamando que ficou acordado direto e só conseguiu descarregar de manhã”, conta a filha. Na sequência, ele teve que esperar carregar pra voltar e só saiu do local de embarcação às 16 horas do sábado (16). Entre 19h e 20h parou em Registro para jantar e seguiu viagem. Às 22h30 parou em um posto na Barra do Turvo e saiu à 1h32. “A empresa diz que não autorizou a parada, que não sabe o que aconteceu. Mas é obvio que ele estava cansado e parou mesmo sem autorização da empresa”, conta Ana Paula. No dia do acidente, Sidnei voltava para Curitiba carregado com papelão. “Não sei qual a importância desse papelão que não deixaram meu pai pernoitar para voltar no outro dia”. De acordo com Ana Paula, a empresa não foi nada solidária com a família e sequer prestaram um serviço funerário decente. “Não ligaram para minha mãe. Deixaram um aviso sobre o acidente com um vizinho. O contato conosco foi péssimo. Tive que pagar a coroa de flores do meu bolso”, conta. A CNTTT e federações filiadas prestam condolências à viúva Odete e às filhas Ana Paula e Bruna, e reproduz na página seguinte a entrevista que o motorista concedeu em junho de 2010 ao jornal da Fetropar sobre sua participação na audiência em Brasília, na época em que ainda trabalhava numa empresa com controle de jornada. INFORMATIVO - PROFISSÃO TRANSPORTE Entrevista - Sidnei Eriovaldo de Oliveira Qual é a média de horas que você trabalha hoje e quantas horas você já chegou a trabalhar? Hoje, na empresa em que trabalho transportando querosene de aviação, minha jornada não passa de 12 horas por dia. Há uma norma interna em que não podemos passar desse limite de modo algum. Já trabalhei sem limite de horário anteriormente principalmente porque trabalhava no sistema de comissão. Naquela época, se eu trabalhasse mais, ganhava mais. Se não trabalhasse, não ganhava. É nesse sistema que geralmente os motoristas extrapolam os horários e se perdem. Esse foi um dos pontos que eu coloquei na audiência em Brasília. A juíza perguntou se eram drogas lícitas ou ilícitas. É o uso de ambas: de medicamentos e álcool às anfetaminas, cocaína e crack. São drogas que se acha fácil nas estradas, em qualquer lugar. Você já chegou a usar algum tipo de droga? Eu já usei anfetamina. É uma droga que você acha em qualquer posto de gasolina. É algo muito comum. às 17h. Deu o horário tem que desligar o caminhão e ter no mínimo 11 horas de descanso interjornada. Desde que você mudou de empresa e de sistema de trabalho, nunca mais teve que tomar anfetamina? Não. Aliás, faz é muito tempo que eu abandonei esse tipo de coisa. Isso até por uma questão minha. O uso de anfetamina faz muito mal pra saúde, causa ansiedade, depressão e alteração nos reflexos. A mesma coisa ocorre com o uso do álcool. Muito companheiro toma aquela pinguinha, aquele conhaque e acha que precisa disso pra dirigir melhor. É só fazer um teste pra ver como isso afeta a direção. Eu falo isso com propriedade, porque também já cheguei a esse ponto de entornar todas e se achar o melhor. Ali na empresa onde eu trabalho existe um sistema que se chama FM, que faz parte da exigência da empresa contratante, que no caso é a Shell. Ele tem uma “chavezinha”, que é como um pendrive, que quando você coloca no painel pra dar partida no caminhão ele começa a contar o seu horário de trabalho. Inclusive, ele marca os intervalos que são exigidos pela empresa. Eu trabalho quatro horas e meia e sou obrigado a parar 15 minutos pelo menos. Na hora do almoço, eu desligo a chave do caminhão, tiro a chave e sou obrigado a ficar 1 hora descansando e nenhum minuto a menos. Eles registram qualquer excesso ou extorno de jornada, pico de velocidade, velocidade na chuva (quando eu ligo o limpador de parabrisa, tenho que estar a 60 Km/h) - tudo ele registra e tudo isso nos é cobrado rigorosamente por um responsável na empresa. Semanalmente é feito uma avaliação pra cobrar essas questões, caso alguém esteja passando em alguns minutos a jornada. Além disso, tenho o descanso semanal. Passado um período “x”, eu tenho que ficar 36 horas de folga, independente de onde eu esteja. Além de acabar com o pagamento por comissão, qual outra solução você acha importante? Na empresa em que eu trabalho hoje já existe um sistema de controle da nossa jornada. Por isso eu sei que é viável. Se o motorista tem um salário fixo, ele mesmo terá consciência de que não adianta correr e extrapolar o horário. Da mesma forma, se a empresa controlar, não tem como ocorrer o excesso. Outra ação que pode ser feita, seria um trabalho junto às empresas que contratam o serviço de transporte. A Confederação, Federação, Sindicatos e a própria Justiça do Trabalho poderiam iniciar uma campanha para que essas empresas que contratam o serviço exigissem que as transportadoras não tivessem motoristas excedendo à jornada. Se for exigência de quem contrata, as empresas se adequarão certamente. Hoje eu trabalho em curtas distâncias, ficando no máximo três dias fora de casa. Não existe esse negócio de Você já se envolveu em algum correria, todos tem que obedecer às 12 acidente? horas. Se você começa a rodar às 5h da Sim. Por excesso de jornada e manhã, automaticamente tem que parar “A GANÂNCIA DE TRABALHAR MAIS PARA RECEBER MAIS É O QUE TEM FEITO OS MOTORISTAS BUSCAREM O USO DE DROGAS” “JÁ USEI ANFETAMINA. É UMA DROGA QUE VOCÊ ACHA EM QUALQUER POSTO DE GASOLINA. É MUITO COMUM” Sidnei teve um papel importante na luta pelo estabelecimento do controle de jornada no transporte de cargas. Infelizmente acabou sendo mais uma vítima do sistema cruel que mata milhares de motoristas todos os anos no Brasil porque foi constatado nos exames médicos que eu estava com cálculo renal. Com certeza é consequência do estilo de vida que eu levava. Eu trabalhava 17, 18 horas sentado atrás do volante, me alimentava mal, não dava um intervalo correto após as refeições, não descansava. Deu no que deu. Eu vivia correndo e não tinha tempo pra parar, ir no médico e me tratar corretamente. Tomei comprimidos de Buscopan (e o médico havia recomendado que fosse injetado) e apaguei. Quando acordei já estava no meio do canteiro, com o caminhão atravessado no meio da pista. Depois, a empresa ainda me acusou de estar bêbado, tanto que até pediram exame de dosagem alcoólica – e nada foi constatado. Como você vê a situação geral dos companheiros que ainda trabalham sem controle da jornada, no sistema comissionado? A situação está cada vez pior. Antes, o pessoal usava anfetamina e maconha. Dessas drogas, muitos que eu conheço passaram pra cocaína e alguns já estão se afundando com o crack. Há 16 anos sou motorista e dirigi pelos países do Mercosul por muito tempo. Nos nossos países vizinhos existe controle de jornada e funciona. O motorista argentino se bate o horário dele, ele para e dorme na beira do acostamento. Dificilmente você vê um cara rodando à noite e quando roda eles estão em dois pra fazer turno. O sistema funciona, basta querer. INFORMATIVO - PROFISSÃO TRANSPORTE Só faltava essa, agora! Empresa não é responsável por assalto contra cobrador de ônibus A Central S.A. – Transportes Rodoviários e Turismo não é responsável por tiro que atingiu cobrador durante assalto a ônibus e que o deixou com a capacidade física limitada. Com esse entendimento, a 4ª Turma do Tribunal Superior do Trabalho (TRT) reverteu decisão anterior do Tribunal Regional do Trabalho da 4ª Região/RS que havia responsabilizado a empresa pelos danos causados ao cobrador. De acordo com o processo, o cobrador teria reagido no momento do assalto e, por isso, foi alvejado com um tiro. O fato ocorreu em 1997, quando o ônibus fazia o trajeto de Porto Alegre a Novo Hamburgo e ficou parado na estrada, devido a um defeito mecânico, enquanto aguardava o socorro da empresa. A bala ficou alojada na região do quadril, sendo sua remoção inviável em função da possibilidade de comprometimento de uma das pernas. Sob a alegação de que estaria impossibilitado de exercer qualquer atividade física, ele ajuizou ação de indenização na Justiça do Trabalho. O juiz da Vara do Trabalho não acatou a ação por entender que não houve responsabilidade da Central no caso. Já o Tribunal Regional, em julgamento de recurso do cobrador, admitiu a responsabilidade da empresa e a condenou a indenizar o trabalhador por danos materiais, no valor de R$ 5 mil, e morais em R$ 20 mil. Para o TRT, o risco de assalto é inerente à atividade econômica de transporte coletivo e por isso a Central deveria responder objetivamente pelos danos sofridos pelo trabalhador. “Há de se ter em mente que, nos dias de hoje, em que os assaltos passam a fazer parte da rotina da vida das pessoas, soaria temerário incluir o assalto ao ônibus urbano como fato totalmente imprevisível.” A empresa recorreu ao TST. O ministro Fernando Eizo Ono, relator na Quarta Turma, destacou que o art. 7º, XXVIII, da Constituição Federal dispõe que o patrão só é responsável por acidente de trabalho “quando incorrer em dolo ou culpa”. No entanto, de acordo com o relator, não consta no processo nenhum indício de que a empresa tenha agido com a intenção de provocar o evento que vitimou o trabalhador e “de que tenha descumprido as obrigações legais relativas à segurança do ambiente de trabalho”. Para ele, o cobrador “foi vítima de ato de violência ao qual todos os demais cidadãos estão sujeitos na mesma intensidade, empregados ou não na atividade de transporte coletivo. Não se pode atribuir ao empregador o encargo de adotar medidas para diminuir ou debelar a violência urbana, nem a responsabilidade por atos que deveriam ser reprimidos pelo Estado”. Astromig recebe autorização para funcionar como Operadoras de Planos de Assistência à Saúde A Agência Nacional de Saúde Suplementa através do diretor Leandro Reis Tavares, concedeu a autorização de funcionamento para Astromig Administradora de Benefícios (ABT Saúde). O registro foi publicado no Diário Oficial da União no dia 22 de dezembro de 2010. Com esse reconhecimento a ABT agora pode administrar planos de saúde e odontológicos para os trabalhadores rodoviários e outras categorias. “É uma vitória importante depois de quase um ano de luta e perseverança, agora podemos finalmente dizer que estamos legitimados”. Declarou o diretor financeiro da José Theodoro, presidente da Astromig participa do Astromig, Hamilton Dias de Moura, em nome do Seminário O Trabalhador e a Saúde Suplementar presidente José Theodoro e toda diretoria. A Astromig é a gestora dos benefícios sociais, através de Coletivos de Trabalho em beneficio dos Trabalhadores em seus próprios representantes, eleitos pela categoria e foi criada Transportes Rodoviários e seus familiares. pela Federação dos Rodoviários de Minas Gerais, para controlar Com atuação ainda, nas áreas de lazer, cultura e na planos de saúde, odontológicos, seguro de vida e outros, educação, através de cursos de capacitação e formação otimizando recursos providos das Convenções e Acordos profissional, inclusive. INFORMATIVO - PROFISSÃO TRANSPORTE Protestos dos policiais ferroviários com o apoio da CNTTT e NCST chamam atenção do Governo Cerca de 180 Policiais Ferroviários Federais junto com o Sr. Omar José Gomes, presidente da CNTTT e vice-presidente da NCST, passaram dias na porta do Palácio do Planalto, do Congresso Nacional, do Ministério da Justiça, e até mesmo no Palácio da Alvorada, nas vésperas do “recesso branco”, com o objetivo de conquistar a inclusão da Polícia Ferroviária Federal PFF nos quadros do Ministério da Justiça. Após a pressão feita por essa comissão, o ministério criou um Grupo de Trabalho, através da Portaria MJ 4/2011, a fim de diagnosticar e formular um plano nacional do governo para a segurança na malha ferroviária nacional, já que a reivindicação feita tem previsão institucional e já estava em fase de análise no ministério. Conforme texto da Portaria, o Grupo de Trabalho será formado por três representantes da Secretaria Nacional de Segurança Pública -SENASP e sete empregados públicos que possuem vínculo empregatício com as empresas derivadas da Rede Ferroviária Federal S.A. - RFFSA. A coordenação será feita por um dos indicados da SENASP que terá autonomia de convidar representantes dos demais órgãos integrantes da estrutura organizacional do Ministério da Justiça e de outros Ministérios para compor e auxiliar esse Grupo de Trabalho, que terá um prazo de 90 dias para concluir as atividades, prorrogável por igual período. Conselho criado por SIPOFFESP vai auxiliar GT O Sindicato dos Policias Ferroviários do Estado de São Paulo SIPOFFESP, presidido por Edson Lima de Menezes, é a entidade que representa os trabalhadores da categoria no Estado e que sempre esteve ativamente buscando soluções para a regulamentação desses profissionais. Por essa razão, o SIPOFFESP fará parte deste Grupo e, a sua diretoria de comum acordo, indicou o Diretor Executivo Orlando Paganelli Cerazza, que também é Secretário Estadual do Plano dos Trabalhadores de Segurança Pública da NCST-SP e empregado ativo da C o m p a n h i a P a u l i s t a d e Tr e n s Metropolitanos / CPTM, para compor o Grupo de Trabalho do Ministério da Justiça. Além disso, o sindicato, dentro de suas atribuições e com base no seu Estatuto, constituiu um Conselho de Apoio que trabalhará em conjunto com o Grupo de Trabalho para elaboração do diagnóstico referente às ações de segurança pública voltada para a malha Ferroviária Federal. Esse Conselho será composto por: - Dr. Carlos Fernando Lopez Abelha - Delegado da Polícia Federal - Antonio Vitor Ferreira da Silva Diretor Executivo do SIPOFFESP - Mario Augusto Pacheco de Barros, Odair Aparecido Alberto, Paulo Cornélio Caetano e Willians Wanderley de Oliveira - Coordenadores do policiamento ferroviário da CPTM - Luiz Antônio Festino - Diretor de Assuntos Trabalhistas, Segurança e Saúde no Trabalho da NCST - Carlos Washington de Jesus representante dos Profissionais de Segurança Pública Ferroviária Aposentados.