Norman Geisler – Ron Rhodes – Resposta Às Seitas
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Norman Geisler – Ron Rhodes – Resposta Às Seitas
§® O ^ jo rm a n /3 . ^ e is f e r CRon CféÁo cies w . $ UM E M ANUAL POPULAR S OBRE AS INTERPRETAÇÕES EQUIVOCADAS DAS SEITAS U M M A N U A L PO PULAR SOB R E AS I N TERPRETAÇÕES E Q U I V O C A D A S DAS SEITAS j “Seitas e novas religiões estão se expandindo em proporções sem precedentes no horizonte americano”, escrevem N o rm a n Geisler e R o n Rhodes. “C ada um a delas professa ser detentora do mais recente cam inho para o esclarecimento, declaram-se os profetas de nossos dias, ou ainda o caminho seguro para o alcance da p a z universal. ” C o m o prim eiro livro amplo desse tipo, dois notáveis apologistas e especialistas no estudo das seitas identificam e respondem ao m au uso das Escrituras po r adeptos de várias religiões, que estão em busca da validação de suas próprias doutrinas particulares. Percorrendo a Bíblia, livro po r livro, Geisler e R h od es destacam textos proeminentes, que têm sido tirados de seu própizio contexto e interpretados de m odo errôneo por um a variedade de grupos, oterecendo sólidas respostas às reivindicações destes. “Está claro que os cristãos devem levar a sério a ameaça das sekas e aprender a defender o cristianismo face às investidas brutais destas” , escrevem os autores. Este livro o conduzirá a uma profunda compreensão do autêntico cristianismo, habilitando-o a m elhor reconhecer as fraudes. Ele ajudará àqueles que foram abalados através da influência de seitas e religiões desviadas da Verdade. A utores N o rm a n L . Geisler é o diretor do Southern Evangelical Sem inary, e líder apologista cristão, autor de mais de quarenta volumes. R o n R hodes é o diretor executivo do M inistério R easoning fro m tlie Scriptures, e tem escrito várias obras sobre seitas. ISBN 8 5 - 2 6 3 - 0 2 9 7 - 3 ( ' 788526 302976 O ^C o rm czn /o . * C R on J fâ o J e s RESPOSTA À s SEITAS UM M AN U A L POPULAR SOBRE AS INTERPRETAÇÕES EQUIVOCADAS DAS SEITAS 0 CBO T o d o s os direitos reservados. C o p y r i g h t 2 0 0 0 para a lín g u a p o r tu g u e s a da Casa P u b l ic a d o r a das Assem bléia s de D eu s. T í tu l o o r ig i n a l e m inglês: W hen Cultists A s k Baker Books P r im e ir a e d iç ã o e m in g lê s:19 97 T radução: D e g m a r R ibas Jú n io r Pr e p a r a ç ã o de o rig inais: A le x a n d re C o e l h o R e v is ã o : G lá u c ia V ic te r C a p a e p r o je t o gráfico: E d u a r d o So uza E d i to r a ç ã o e le trô n ic a : O l g a R o c h a d o s San tos C D D : 2 8 0 - Seitas ISBN : 8 5 -2 6 3 -0 2 9 7 -3 As citações bíblicas f o ra m extraídas da versão A lm eid a R e v is ta e C o r r ig i d a , E d iç ão de 1995, da S o c ied a d e Bíblic a d o Brasil, salvo in d ic a ç ã o e m c o n tr á r io . C asa P u b lic a d o r a das A ssem b lé ia s d e D eu s C a ix a Postal 331 2 0 0 0 1 -9 7 0 , R i o de faneiro, R J, Brasil 2a Edição 2001 • SUMÁRIO Agradecimentos .......................................................................................... 7 Introdução: Entendendo as Seitas............................................................ 9 1. G ênesis.................................................................................................. 27 2. Ê x o d o .....................................................................................................47 3. L evítico................................................................................................. 59 4. D e u te ro n ô m io .....................................................................................63 5. J o su é ....................................................................................................... 73 6. 1 S a m u e l ...................................................................................................... 75 7. 2 Samuel.......................................................................................... 81 8. I R eis...............................................................................................83 9. 2 R eis.............................................................................................. 87 10. 2 ('rônicas .......................................................................................91 11. ) 6 ...................................................................................................... 93 12. S alm os............................................................................... .................. 99 13. Provérbios........................................................................................... 117 14. Eclesiastes............................................................................................121 15. Isaías..................................................................................................... 125 16. Jeremias ...............................................................................................135 17. Ezequiel......................................................................................... 137 IS. A m ó s..............................................................................................143 19. (onas..................................................................................................... 145 2 0 . H a b a c u q u e .........................................................................................147 2 1 . Malaquias ........................................................................................... 149 2 2 . M ateu s................................................................................................. 153 2 3 . M arcos.................................................................................................219 2 4 . L u ca s................................................................................................... 233 2 5 . J o ã o ...................................................................................................... 261 2 6 . Atos dos apóstolos............................................................................ 317 2 7 . R o m a n o s ............................................................................................ 335 2 8 . 1 C o rín tio s ........................................................................................ 359 2 9 . 2 C o rín tio s ........................................................................................ 395 3 0 . Gálatas.................................................................................................403 31. E fésios.................................................................................................407 3 2 . Filipenses............................................................................................ 415 3 3 . Colossenses.........................................................................................421 3 4 . 1 Tessalonicenses...............................................................................433 3 5 . 2 Tessalonicenses...............................................................................437 3 6 . 1 T im ó te o ...........................................................................................447 3 7 . 2 T im ó te o ........................................................................................... 451 3 8 . T i t o ......................................................................................................457 3 9 . F ile m o m .............................................................................................459 4 0 . H e b reu s.............................................................................................. 463 4 1 . T ia g o ....................................................................................................471 4 2 . 1 P e d ro ................................................................................................479 4 3 . 2 P e d ro ................................................................................................489 4 4 . 1 J o ã o .................................................................................................. 491 4 5 . 2 J o ã o .................................................................................................. 497 4 6 . 3 J o ã o .................................................................................................. 501 47 . A pocalipse..........................................................................................503 Bibliografia................................................................................................. 517 índice das Escrituras................................................................................ 537 índice de T ó p ic o s.....................................................................................553 índice de Grupos Religiosos ................................................................. 571 AGRADECIMENTOS Desejo expressar a minha gratidão a Kenny Hood,David Johnson, Trevor Mander, Douglas Potter, Steve Puryear e especialmente a minha esposa, Barbara, que me ajudou na preparação deste manuscrito. Sem a hábil assistência dessas pessoas, eu não teria sido capaz de produzir a parte que me coube neste livro. — Norman L. Geisler Além das pessoas mencionadas acima, gostaria de agra decer a minha esposa, Kerri, cuja assistência e consolo aprecio muito, e aos nossos dois filhos, Davi d e Kylie (meu pelotão pessoal de encorajamento). — R on Rhodes INTRODUÇÃO E N T E N D E N D O AS-SEITAS Seitas e novas religiões estão se expandindo em pro porções sem precedentes no horizonte americano. A me-r dida que a luz do cristianismo deixa de brilhar intensa mente, trevas de todas as partes passam a inundar o mundo. Testemunhas de Jeová, mórmons e a abundância de religi ões da linha da Nova Era estão em busca das almas dos seres humanos. Cada uma delas professa ser detentora do mais recente caminho para o esclarecimento, declaram-se profetas de nossos dias, ou ainda o caminho seguro para o alcan ce da paz universal. Alguns especialistas dizem que há cerca de 700 seitas, enquanto outros declaram existir cerca de 3.000. D e algu ma forma, as seitas envolvem mais de vinte milhões de pes soas nos Estados Unidos, e estão se multiplicando a uma razão alarmante. Existem hoje espalhados pelo m undo mais de 5 milhões de Testemunhas de Jeová (que gastam mais de um bilhão de horas-homempor ano no trabalho proselitista), quase 9 milhões de mórmons (atualmente crescendo à ra/,io de 1.500 novos membros por dia), e dezenas de mi lhões de adeptos da Nova Era. R E S P O S T A Á S S EI TA S As religiões de alcance mundial que são diametralmente opostas ao cristianismo também estão crescendo em pro porções assustadoras. Existe, por exemplo, cerca de um bi lhão de muçulmanos no mundo. Isso representa pratica mente uma entre cada cinco pessoas na terra! Somente na América do N orte estima-se que vivam entre 4 a 8 mi lhões de muçulmanos, e que haja mais de 1.100 mesquitas muçulmanas. Está claro que os cristãos devem levar a sério a ameaça das seitas, e aprender a resguardar o cristianismo face às suas investidas brutais. Este livro o ajudará a alcançar esse obje tivo, mas é importante compreendermos primeiramente al gumas características comuns das seitas. 0 QUE É U M A SEITA? Não há uma definição mundial de comum acordo a respeito do que caracteriza uma seita; existem apenas algu mas características gerais que nos perm item reconhecê-las. Há hoje três diferentes dimensões de seitas — doutrinárias, sociológicas e morais.Vamos a seguir examinar brevemente cada uma delas.Tenha em mente, contudo, que nem todas as seitas manifestam cada uma das características que discu timos. Características doutrinárias de uma seita Existem várias características doutrinárias nas seitas. Tipicamente dão ênfase a novas revelações “recebidas de Deus”, negam a autoridade única da Bíblia, negam a Trin dade, possuem uma visão distorcida de Deus e de Jesus, ou ainda rejeitam a salvação pela graça. Nova revelação — Muitos líderes de seitas afirmam ter um canal direto de comunicação com Deus. Os ensina mentos das seitas são freqüentemente mudados e, por isso, precisam de novas “revelações” para justificar tais mudan 10 IN T R O D U Ç ÃO ças. Os m órm ons,por exemplo, certa vez excluíram os afro.imericanos do sacerdócio. Q uando a pressão social foi exercida sobre a igreja m órm on por essa espalhafatosa for ma de racismo, o presidente dos mórmons recebeu uma nova “revelação” , revertendo o decreto anterior. As Teste munhas de Jeová passaram pelo mesmo tipo de mudança cm relação aos ensinos anteriores da Torre de Vigia, que diziam que a vacinação e o transplante de órgãos eram proi bidos por Jeová. A negação da autoridade única da Bíblia — Muitas seitas negam a autoridade única da Bíblia. Os m órm ons, por exemplo, acreditam que o Livro de M órm on é uma escritura superior à Bíblia. Jim Jones, fundador e líder de Jonestown, colocou-se a si mesmo em posição de autori dade acima da Bíblia. Os cientistas cristãos elevam o livro de Mary Baker Eddy, intitulado Science and health (Ciência e saúde), à condição de autoridade suprema. O reverendo M oon estabeleceu o seu livro The divine principie (O p rin cípio divino) como autoridade sobre todos os seus segui dores. Os adeptos da Nova Era crêem em muitas formas modernas de revelações impositivas, tais como O Evange lho aquariano de Jesus, o Cristo. í Jtna visão distorcida de Deus e de Jesus — Muitas seitas estabelecem uma visão distorcida de Deus e de Jesus. Os da Unidade Pentecostal“ Somente Jesus”, por exem plo, negam a Trindade e aderem a uma forma de modalismo, aleg and o que Jesus é Deus, e que “Pai” , “Filho” e “Espírito S a n to ” são apenas nomes singulares de Jesus. As Testemu nhas de Jeová negam tanto a Trindade como a absoluta d iv i n d a d e de Cristo, dizendo que Cristo é m enor do que o I \ n (que é o Deus Todo-Poderoso). Os mórmons dizem q ue )esus foi procriado (por um pai e uma mãe celestiais) em determinada ocasião, sendo também o espírito-irmão de I úi iíer. Os mórmons falam também de uma “trindade”, |ioiém a redefinem em forma de triteísmo (ou seja, três aileptos 11 R E S P O S T A À S S EI TA S deuses). Os bahais dizem que Jesus foi apenas um dos m ui tos profetas de Deus. O Jesus dos espiritualistas (ou espíri tas) é apenas um médium avançado. O Jesus dos teosofistas é uma mera reencarnação do chamado “Mestre do M un do” (do qual se diz que periodicamente reencarna no cor po de um discípulo humano). O JesuS do psíquico Edgar Cayce é um ser que em sua primeira encarnação foi Adão, e em sua trigésima reencarnação foi “o Cristo” . Em relação ao exposto acima, seitas também negam a res surreição física de Jesus Cristo. As Testemunhas de Jeová, por exemplo, dizem que Jesus foi levantado dentre os mortos como uma criatura invisível, um espírito. Herbert W Armstrong, fun dador daWorldwide Church of God (Igreja Mundial de Deus), também negou a ressurreição física de Cristo em corpo hu mano. (Observe que há poucos anos a Igreja Mundial de Deus repudiou muitos dos ensinos de Armstrong e tem dado passos significativos em direção à ortodoxia.) Negar a salvação pela graça — As seitas geralmente negam que a salvação é dada pela graça de Deus, distorcendo assim a pureza do Evangelho. Os m órm ons, p o r exemplo, enfatizam a necessidade de tornarem-se mais e mais perfei tos nesta vida. As Testemunhas de Jeová dão ênfase à distri buição de literatura da Torre de Vigia de porta em porta como parte do trabalho para “alcançar” a sua salvação. Herbert W. Armstrong disse que a idéia de que as obras não são um requisito para que uma pessoa alcance a salvação possui raízes em Satanás. A partir do breve exame acima, fica claro que todas as seitas negam uma ou mais das doutrinas básicas do cristia nismo. Características sociológicas de uma seita Além das características doutrinárias das seitas, muitas delas (não todas) também possuem traços sociológicos que incluem o autoritarismo, o exclusivismo, o dogmatismo, as M IN TRO DU ÇÃO mentes fechadas, as susceptibilidades, a compartimentalização, o isolamento e até mesmo o antagonismo.Vamos considerálos de forma breve. Autoritarismo — O autoritarismo envolve a aceitação de uma figura de autoridade, que freqüentemente utiliza técnicas de controle mental sobre os membros do grupo. Com o profeta e /o u fundador, a palavra desse líder é consi derada final. O falecido David Koresh, da seita Branch Davidian (Ramificação Davidiana) emWaco, no estado do Texas, é um exemplo trágico. Outras seitas que envolvem autoritarismo incluem os Meninos de Deus (agora chama dos de A Família) e a Igreja da Unificação. Os profetas/fundadores de seitas não devem ser con fundidos com M artinho Lutero e John Wesley. As diferen ças são significativas. U m reformador, em contraste com o fundador de uma seita, lidera as pessoas através do amor, e não do medo. Influencia por amor, não por ódio. Procura motivar os corações mas não tenta controlar os pensamen tos. Lidera os seus seguidores como um pastor lidera ove lhas; não as conduz como bodes. Exclusivismo — O utra característica das seitas é um exclusivismo que declara:“Somente nós temos a verdade”. Os mórmons acreditam que são a comunidade exclusiva dos salvos na terra. As Testemunhas de Jeová acreditam que são a comunidade exclusiva dos salvos. Alguns grupos manifestam o exclusivismo através de sua prática de vida em comunidades. Sob tais condições, é mais fácil manter controle sobre os membros da seita. Exem plos desse tipo poderiam incluir os Meninos de Deus e a Branch Davidian. E importante observar que existem alguns grupos reli giosos que praticam a vida em comunidade, porém não são seitas. O grupo The Jesus People USA (O povo de Jesus nos EUA), em Chicago, constitui um exemplo de um bom grupo cristão que vive em comunidade. 13 R E S P O S T A À S S EI TA S Dogmatismo — Relacionadas de perto com o exposto acima, muitas seitas são dogmáticas — e esse dogmatismo é freqüentemente expresso de forma institucional. Por exem plo, os mórmons declaram ser a única igreja verdadeira na terra. As Testemunhas de Jeová dizem que a Sociedade Tor re de Vigia é a única voz de Jeová na terra. David Koresh declarou-se a única pessoa capaz de interpretar a Bíblia. Muitas seitas acreditam ter a verdade dentro de uma pasta, como se ela ali estivesse. Pensam que somente elas estão de posse dos oráculos divinos. Mentes fechadas — De mãos dadas com o dogmatismo está a característica de possuir mentes fechadas. Essa indis posição de ao menos considerar qualquer outro ponto de vista tem freqüentes manifestações radicais. U m m órm on educado que encontramos nos disse que não lhe importa ria se pudesse ser provado que Joseph Smith foi um falso profeta; ele ainda assim continuaria sendo um m órmon. U m hom em testemunha-de-Jeová que certa vez encontra mos recusou-se a concluir a leitura de um artigo que pro vava a divindade de Cristo porque, disse ele:“Isso está inco modando a minha fé”. Susceptibilidade — O perfil psicológico de muitas pes soas que são “sugadas” para dentro de seitas não é do tipo bajulador. C om certa freqüência, as pessoas que se juntam a uma seita são altamente incautas. Algumas vezes são até mesmo psicologicamente vulneráveis. Mas, acima de tudo, a m e n ta lid a d e nas seitas é c aracterizad a p o r um a compartimentalização não saudável (isto é, elas “põem em compartimentos” fatos conflitantes e ignoram qualquer coisa que contradiga as suas afirmações). Muitos mórmons pos suem uma “chama em seu seio” que faz com que seja pra ticamente impossível argumentar com eles sobre a sua fé. Membros de seitas freqüentemente aceitam ensinos con forme um tipo de fé cega, que é insensível à argumentação sensata. U m missionário m órm on declarou que acreditaria 14 INTKODUÇÃO no Livro de M órm on, ainda que o livro dissesse que exis tem círculos quadrados! Isolamento — As seitas mais extremistas criam às vezes fronteiras fortificadas, freqüentemente precipitando finais trágicos, tais como o desastre emWaco, no estado do Texas, com a seita Branch Davidian. Desertores são considerados traidores, passando a correr risco de vida e sendo persegui dos pelos membros mais zelosos da seita. Em muitos casos, diz-se aos membros da seita que se abandonarem o grupo serão atacados e destruídos por Satanás. A construção de tais barreiras, seja de caráter físico, seja de caráter psicológi co, criam um ambiente de isolamento que, por sua vez, leva ao antagonismo. Antagonismo — Em um contexto de isolamento, são gerados tanto o m edo como o sentimento de hostilidade em relação ao m undo exterior. Todos os outros grupos são considerados apóstatas, “o inimigo” e “as ferramentas de Satanás” . Em casos extremos, esse fato pode levar a confli tos armados, como aconteceu em Jonestow n e emWaco. Características morais de uma seita N o topo dos traços doutrinários e sociológicos das sei tas existem tam bém algumas dimensões morais a serem consideradas. Em meio às seitas que brotam, estão muito presentes o legalismo, a perversão sexual, a intolerância, abu sos psicológicos e até mesmo físicos.Vale lembrar que nem todas as seitas manifestam cada uma dessas características. Legalismo — Para muitas seitas, é comum o estabeleci mento de um rigoroso conjunto de regras que devem ser obrigatoriamente vividas pelos devotos. Esses padrões são usualmente extrabíblicos. O ensino m órm o n que proíbe o uso de café, chá, ou qualquer bebida que contenha cafeína é um caso típico. O requisito imposto pela Sociedade Torre deVigia para que as lestemunhas de Jeová distribuam literatura de porta em 15 R E S P O S T A À S S EI TA S porta é outro exemplo. O ascetismo do tipo monástico, com sua rigorosa obrigatoriedade de cumprimento de regras, é freqüentemente visto como um meio de se alcançar o fa vor de Deus. Com o tal, é a manifestação da rejeição co m um das seitas à graça de Deus. Perversão sexual — Lado a lado com o legalismo, o vício gêmeo da perversidade moral é bastante encontrado nas seitas. Joseph Smith (e outros líderes mórmons) teve m ui tas esposas. David Koresh afirmou possuir todas as mulhe res em seu grupo, até mesmo as meninas mais novas. De acordo com uma revelação através de uma reportagem em 1989, meninas da idade de dez anos estavam incluídas. A seita Meninos de Deus tem utilizado, através de sua histó ria, técnicas de “pescaria através do flerte” , com a finalidade de atrair pessoas para a seita, com apelos sexuais. Foi de nunciada a prática de sexo entre adultos e crianças dentro dessa seita. Abuso físico — De forma trágica, algumas seitas empe nham-se em aplicar diferentes formas de abuso físico. Exadeptos de seitas acusam com freqüência seus ex-líderes de concentrarem-se em espancamentos, privação do sono, se vera privação de alimentos e agressões a crianças até que estas ficassem queimadas ou sangrando. As vezes, há acusa ções de abusos ritualísticos satânicos, embora tais fatos rara mente sejam levados a conhecimento público. Contudo, os abusos psicológicos como o medo, a inti midação e o isolamento são mais comuns. O abuso físico em seu máximo grau é ilustrado na pessoa do líder Jim Jones, que levou todos os membros de Jonestown a beber ponche envenenado. Intolerância para com as outras pessoas — Tolerância religi osa não é uma das virtudes da mentalidade das seitas. A intolerância é freqüentemente manifestada através de hos tilidades, culminando algumas vezes com assassinatos. A his tória tanto dos mórmons como da seita Branch Davidian 16 IN T R O D U Ç ÃO possuem exemplos desse tipo de intolerância violenta. Cer1.1 mente outros grupos religiosos, como os muçulmanos ra dicais, são conhecidos pelo mesmo tipo de com portam enlo. Mais próximo ao lar, a Inquisição Hispânica é uma ma nifestação de zelo de seitas cristãs. A M E T O D O L O G I A E M P R E Ú A D A PELAS SEITAS As seitas são bem conhecidas pelo emprego de seus métodos questionáveis. Por exemplo, as seitas se conceniiam em decepções morais e processos agressivos de prose litismo. Vamos analisar isso de forma resumida. Decepção moral — Os seguidores da seita M oon são conhccidos por sua chamada decepção celestial. Duplicidade e mentiras são usadas para ganhar adeptos ao movimento. <) fundador da seita m órm on, Joseph Smith, também se envolveu em táticas fraudulentas que, no devido tempo, o levaram aos tribunais, onde foi uma vez declarado culpado' e multado. Líderes modernos da Meditação Transcendental i.imbém usaram de engano na tentativa de levar adiante sua i .msa. Muito mais com um é o emprego de termos cristãos pelas seitas, porém infundidos com novos significados. Des>.i maneira, cristãos destreinados são enganados e conduzi dos a pensar que a seita é cristã. Por exemplo, seitas da Nova Ir.i algumas vezes utilizam os termos “ressurreição” e “as<ensào” quando na realidade querem expressar a “ascensão” d.i conscientização cristã no mundo. O tão familiar termo ( i istão “nascido de novo” é muito empregado pela Nova 1•i.i para dar suporte à doutrina da reencarnação. O termo "o ( a isto” é utilizado pelos adeptos da Nova Era visando o b t e r aprovação dos cristãos quando, para eles, o atual e v e i d a d e ir o significado desse termo expressa o oficio oculto desempenhado por vários gurus através da história. Proselitismo agressivo — Existe, sem dúvida, uma boa peri epçào no tocante ao trabalho de proselitismo de cada reli 17 R E S P O S T A À S S EI TA S gião. O u seja, cada uma delas emprega esforços para trazer outras pessoas para a sua fé. O cristianismo, o judaísmo, o islamismo e até mesmo certas formas de hinduísmo e bu dismo procuram converter pessoas às suas crenças. As seitas, contudo, levam as atividades proselitistas ao extremo. Seu excessivo esforço proselitista constitui uma tentativa de obtenção da aprovação de Deus.Trabalham para a graça, ao invés de trabalhar a partir da graça, como a Bí blia ensina (2 Co 5.14). Algumas vezes os seus esforços são empregados em favor da satisfação de seus próprios egos. Muitas vezes seu proselitismo ultrazeloso envolve evangelismo impessoal ou pessoas escusas. Os membros da igreja de Cristo em Boston são conhecidos por seus esforços direcionados a tentativas ultrazelosas para conseguir a con versão de pessoas nas diversas escoías de segundo grau es palhadas pelos Estados Unidos.Tanto os mórmons como as Testemunhas de Jeová possuem extensos programas de pro selitismo porta a porta, embora sejam usualmente menos ofensivos em sua abordagem. E importante notar que enquanto quase todas as seitas são agressivam ente evangelizadoras, n em to d o s os evangelizadores agressivos são de seitas. As organizações intituladas Campus Crusade for Christ (no Brasil Cruzada Estudantil e Profissional para Cristo) e Jews for Jesus (Ju deus para Jesus) são ministérios zelosos pelo evangelismo, mas não são seitas. N a verdade, se a igreja cristã fosse mais zelosa pelo verdadeiro evangelismo, o mundo teria menos proselitismo praticado por seitas. POR QUE AS SEITAS ESTÃO CRESCENDO? U m pesquisador de importante reputação na área de seitas observou que elas são “as contas não pagas da igreja”. A igreja tem fracassado em oferecer o devido treinamento doutrinário a seus membros e falhado em termos de fazer uma verdadeira diferença moral na vida de seus discípulos; 18 IN T R O D U Ç Ã O não tem ido ao encontro das mais profundas necessidades il.is pessoas, e não tem oferecido a elas o sentimento de "lazer parte”, de pertencer. A falha da igreja é ampla e prolunda, e isso tem facilitado o florescimento de seitas. Porém, certamente o crescimento das seitas pode tamlu-in ser atribuído a muitos outros fatores. Dentre outras i.i/ões, as seitas estão se multiplicando por causa do cresci mento do relativismo, do egocentrismo, do subjetivismo e .Io misticismo. Além disso, a rebelião moral e o colapso de Í.imílias têm contribuído para o aumento do número de seitas em todo o mundo. Considere o seguinte: Fracasso doutrinário — Walter M artin disse certa vez que 0 aumento das seitas é “diretamente proporcional à ênfase oscilante que a igreja cristã colocou no ensino da doutrina bíblica para os cristãos leigos. D e forma mais correta, alr.iins pastores, professores e evangelistas defendem adequa damente as suas crenças. Mas a maioria deles — bem como .1 maioria dos cristãos leigos comuns — teria dificuldade de confrontar e refutar adeptos bem treinados de praticamenie todos os tipos de seitas” (The rise o f the cults, pág.24). A l.ilha da igreja no ensino da sã doutrina leva as pessoas à •ii-citação de falsas doutrinas. U m a pessoa não é capaz de 1econhecer o errado a menos que primeiramente comprernda a verdade. Só se pode reconhecer as imitações através >Ia comparação com aquilo que é genuíno. Aumento do relativismo — O crescimento do relativismo iin nossa cultura também tem contribuído para o cresci mento das seitas. As afirmações do tipo:“Isso pode ser váli do para você, mas não para m im ” e “Tudo depende da situ ação” são atualm ente quase proverbiais. Essa praga do lelativismo tem quase inundado a terra. C om a mentalida de do “ Faça o que achar m elhor” tem vindo a síndrome do ‘ lenha a sua própria religião” . A negação feita pelo humanismo secular em relação a toda a soberania dada por I )eus tem conduzido a um vácuo do tamanho de Deus em 19 R E S P O S T A À S SEI TAS nossa sociedade, e nesse vácuo o misticismo oriental tem se movido rapidamente. Volta ao misticismo oriental— The turn east (A volta para o Leste) como Harvey Cox, da Universidade de Harvard, intitulou o seu livro, tem sido tão natural quanto fenom e nal. A partir do m om ento em que a sociedade americana rejeitou suas raízes judaico-cristãs, preferindo o humanismo secular — que não é capaz de satisfazer os desejos do co ração das pessoas — , a única força significativa que restou foi o misticismo oriental. O teísmo cristão afirma que Deus criou tudo. O ateísmo secularista declara que Deus não existe. Sendo ambas as afirmações tidas por alguns como insatisfatórias, nossa cultura tem se voltado agora às seitas orientais que proclamam que Deus é tudo, e tudo é Deus. O ato de voltar-se para o Oriente tem sido acompa nhado de um retorno às coisa do íntimo. As seitas místicas, salientando experiências subjetivas e sentimentos interio res, têm crescido rapidamente no despertamento do misti cismo. Passamos da condição de cultura que explora o uni verso lá fora para uma de exploradores do universo aqui mesmo — dentro de nós. O foco não está tanto no espaço externo como no espaço interno. Isso, com certeza, é o que os místicos orientais sempre ensinaram, e se adapta como luvas nas mãos das seitas da Nova Era. Ênfase no próprio ego — O crescimento do amor pró prio em exagero tem também contribuído para a prolifera ção das seitas. A mentalidade do “ Faça o que achar melhor para você m esmo” conduz naturalmente ao movimento “Inicie a sua própria seita” . Cumpre-nos dizer que as seitas são a liberdade religiosa espalhada como sementes. A filo sofia humanista “ Cada hom em por si mesmo” é o fertili zante perfeito para o crescimento de novas religiões que supram as necessidades sentidas pelos indivíduos ao invés de as reais necessidades deles. 20 IN T R O D U Ç Ã O linfase nos sentimentos — O utro fator que conduz ao aumento das seitas é o crescimento do subjetivismo e do cxistencialismo. Tendo por certo o aparentemente insaciá vel apetite por religiões, a síndrome do “Se você se sente I>t'in, faça-o” conduz naturalmente à busca de religiões que l.içam a pessoa se sentir bem. Enquanto alguns ainda bus<.1111 o atalho psicodélico para o nirvana através de drogas que ampliem o pensamento, outros buscam uma experiên( i.i mística subjetiva que transcenda as rotinas da vida coti diana. Isso explica em grande parte o crescimento de seitas d.i Nova Era, tais como a meditação transcendental. Rebelião moral — Sob todos os fatores sociais e psicoló gicos que dão ocasião ao crescimento das seitas, está a depravação moral. A Bíblia deixa muito claro que os seres Ihimanos estão na condição de rebeldes diante de Deus (Km 1.18).Um a das dimensões dessa rebelião é moral.Pes soas se voltam às religiões mais confortáveis quando o esti lo de vida que escolheram é contrário aos imperativos morais di- um Deus incomparavelmente superior e soberano. A perversão moral existente em várias seitas constitui-se em .implo testemunho da depravação encontrada no mundo delas. Os seguidores do líder hindu Rajneesh dedicaram-se a orgias no estado de Oregon. A seita Os Meninos de Deus, di- I )avid Berg, é bem conhecida por suas perversões sexu,us. De fato, a perversão moral é característica de muitas .cilas. Essa rebelião moral foi manifestada no movimento .mtiinstitucional, antigovernamental e antifamiliar surgido nos anos 60, e a sua inércia tem levado tal movimento até t >s anos 90. Colapso social das famílias — Walter M artin disse certa \rz: “ Vemos uma geração sem o senso de história — desli!',.ula do passado, alienada do presente e que possui um coni rito incompleto em relação ao futuro. A geração d e ‘agora’ c, na realidade,uma geração perdida” ( The new cults,píg.28). Muitas seitas tiraram proveito do colapso de famílias em 21 R E S PO S TA ÀS SEITAS nossa sociedade, tornando-se famílias substitutas para a “ge ração perdida” . Não é à toa que muitos adeptos de seitas dirigem-se a seus líderes com termos paternos ou maternos. Por exem plo, a profetisa da Nova Era, Elizabeth Clare, que dirige a Igreja Universal eTriunfante, é carinhosamente conhecida entre os seus seguidores com o “Mamãe g u ru ” . David “Moisés” Berg, fundador da seita Os Meninos de Deus, era freqüentemente chamado de “Pai David” pelos adeptos da seita. Da mesma forma, o reverendo M oon é chamado de “Pai M o o n ” por membros da Igreja da Unificação. POR QUE AS SEITAS SÃO PERIGOSAS? As seitas representam muitos perigos tanto para a Igreja como para as pessoas. Esses perigos são espirituais, psicoló gicos e até mesmo físicos. Considere o seguinte: O s perigos espirituais representados pelas seitas As seitas estão envolvidas em sérios enganos, e os enga nos são sempre perigosos, pois desencaminham as pessoas. A Bíblia declara que o diabo é o pai da mentira: “Ele foi homicida desde o princípio e não se firmou na verdade, porque não há verdade nele; quando ele profere mentira, fala do que lhe é próprio, porque é mentiroso e pai da mentira” (Jo 8.44). Finalmente, todo engano é inspirado no diabo. Conforme colocado pelo apóstolo Paulo: “Mas o Espírito expressamente afirma que nos últimos dias alguns apostatarão da fé, dando ouvidos a espíritos enganadores, e a doutrinas de demônios” (1 T m 4.1). Aqueles que dão crédito a mentiras já estão enganados. E se agirem conforme essas mentiras, estarão em perigo. Alguns exemplos do cotidiano esclarecem esse ponto. Se alguém acreditar que o sinal de alerta de uma ferrovia está piscando apenas por estar com algum defeito, estará cor rendo um sério risco de ser atropelado por um trem. Se 22 IN T R O D U Ç Ã O uma pessoa acredita que o gelo que cobre um lago é grosso 0 bastante para que possa caminhar sobre ele, e na realidade .1 camada de gelo for delgada, estará correndo o risco de afogar-se. Se alguém acreditar que está transitando por uma rua de mão única, quando na realidade tratar-se de uma rua de mão dupla, estará sob o risco de uma horrível colisão Irontal. O perigo espiritual de acreditar em uma mentira é ain da mais sério — ele tem conseqüências eternas! M orrer c rendo no Jesus das Testemunhas de Jeová ou no do inormonismo é m orrer crendo em um Jesus falsificado, que prega um Evangelho falsificado e que produz uma salvação falsificada. O s perigos psicológicos representados pelas seitas Os danos psicológicos causados por seitas podem ser imensos. Elas geralmente têm como presa pessoas vulnerá veis. Muitas seitas buscam as pessoas “solitárias” e generosa mente lhes dedicam afetos (algumas vezes chamados de "bombardeios de am or”) até que sejam “fisgadas” . Os líde res das seitas se tornam as autoridades absolutas para os in divíduos fracos, que tiveram pouca ou nenhuma autorida de em sua formação familiar. Em alguns casos essa autori dade pode se estender a cada área da vida — quanto tempo dormir, o que comer, que tipo de roupas usar e assim por diante.Tais indivíduos se tornam psicologicamente escravi zados pelos caprichos do líder da seita. ( )s perigos físicos representados pelas seitas Tendo em vista as recentes ocorrências, todas as seitas deveriam ter um rótulo de advertência: “AVISO: Esta reli gião pode ser prejudicial à sua saúde e à sua vida”. Em 1‘>83, H obart Freeman, líder da Assembléia da Fé em Fort Wayne, no estado de Indiana, m orreu após lançar fora os seus remédios para o coração. Cerca de outros 52 membros 23 R E S P O S T A À S S EI T A S de seu grupo morreram, sendo muitos deles bebês e crian ças. Jim Jones persuadiu 900 de seus seguidores a fazerem um pacto de suicídio. D o mesmo modo, David Koresh con duziu cerca de 80 de seus seguidores a um suicídio im petu oso emWaco, no estado do Texas, em 1992. Não é de admirar que a Bíblia constantemente previ na as pessoas contra as falsas doutrinas. Jesus disse: “Acautelai-vos, porém, dos falsos profetas, que vêm até vós disfarçados em ovelhas, mas interiorm ente são lobos devoradores” (Mt 7.15). A D E T U R P A Ç Ã O DAS ESCRITURAS E AS SEITAS Tendo em vista esse dilúvio de falsificações, os crentes têm uma necessidade ímpar de compreender profundamente o autêntico cristianismo. Isso porque é impossível reconhe cer uma fraude a menos que tenhamos o conhecimento do genuíno. Os enganos só podem ser corretamente medidos quando contrastados com a verdade da infalível Palavra de Deus. O fato é que as seitas são notórias deturpadoras das Escrituras. Q uando se estiver lidando com seitas, deve-se ter em mente que elas são sempre edificadas não sobre aquilo que a Bíblia ensina, mas sobre o que os fundadores ou líde res das respectivas seitas dizem que a Bíblia ensina. O presente livro foi escrito para ajudar você, leitor, a virar a mesa com amor sobre os adeptos de seitas e “ desfa zer’^ que foi por eles torcido a respeito das Escrituras, para que possam enxergar aquilo que as Escrituras realmente ensinam. Jesus disse que as suas palavras conduzem à vida eterna (Jo 6.63). Mas para que recebamos a vida eterna através de suas palavras, essas devem ser recebidas como Ele planejou que fossem recebidas. U m a reinterpretação das Escrituras feita por uma seita, que tenha como resul tado um outro Jesus e um outro Evangelho (2 Co 11.3,4; G1 1.6-9) trará apenas a morte eterna (Ap 20.11-15). 24 IN T R O D U Ç Ã O Este livro também foi escrito para ajudá-lo a “desfazer” as interpretações defeituosas de grupos que são verdadeiras aberrações, difíceis de serem classificados até mesmo como seitas. Ao ler este livro, você verá que ele o ajudará a res ponder às aberrações de tais grupos. Devemos nos lembrar de que uma das maneiras de bri lharmos como luzes em nosso m undo (Mt 5.16) é dar pe rante as outras pessoas um consistente exemplo do signifi cado de manusear corretamente a Palavra da Verdade (2Tm 2.15). Fazendo isso, outras pessoas deverão nos imitar nessa área. E à medida que outros aprendem a nos imitar quanto à maneira correta de se manusear as Escrituras, também poderão ser usados por Deus para dar exemplo diante de outros. O processo começa com uma única pessoa — voce! Juntos somos capazes de reprimir o crescimento de seitas e grupos repletos de erros. C A P ÍT U L O 1 GÊNESIS ( 1E N E S IS 1 .1 ,2 — O Espírito Santo é uma pessoa ou é a “força ativa de D eu s?” A M Á IN T E R PR E T A Ç Ã O : As Testemunhas de Jeová pensam que esse versículo diz que o Espírito Santo não é uma pessoa, e sim a força ativa de Deus. Deus utilizou declaradamente essa “força” na criação do universo. Um a vez que no hebraico o termo correspondente a “espíri to” pode também ser traduzido como “vento”, eles pen sam que estão justificados por traduzir o termo como “força ativa” em Gênesis 1.2 (Should you believe in the 'Irinity?, 1989, pág. 20). ( O R R IG IN D O A M Á IN T E R P R E T A Ç Ã O : O ter mo hebraico tuach pode ter uma variedade de signifi- R E S P O S T A À S S EI T A S cados — incluindo “fôlego” , “vento” e “Espírito” (isto é, o Espírito Santo). Contudo, uma vez que as referên cias ao Espírito Santo, tanto nessa passagem como em todas as demais ao longo das Escrituras, consistentemente provêem evidências acerca da personalidade desse elemento da Trindade, a tradução “força ativa” deveria ser excluída. Em primeiro lugar, o Espírito Santo nessa passagem está comprometido com o ato da criação, que envolve uma ação inteligente no trabalho de formar o mundo. O próprio ato de “mover-se” sobre as águas implica um propósito inteligente. Nas demais passagens do Antigo Testamento, o Espí rito Santo manifesta os atributos de uma personalidade. Ele é capaz de ungir para um ministério de pregações (Is 61.1), e até mesmo se entristecer por causa de nossos pecados (Is 63.10;E f4.30).D e fato,todas as característi cas essenciais de personalidade são atribuídas ao Espírito Santo ao longo das Escrituras. Ele tem seus próprios pen samentos. E dotado de razão (R m 8.27; 1 Co 2.10; E f 1.17), emoções (Ef 4.30) e vontade (1 Co 12.11). Uma mera “força” não possui esses atributos. Além disso, o Espírito Santo pratica atos que somente uma pessoa poderia praticar. Por exemplo, Ele ensina (Jo 14.26), dirige (R m 8.14), comanda (At 8.29), ora (Rm 8.26) e fala com as pessoas (Jo 15.26; 2 Pe 1.21). Finalmente, o Espírito Santo é tratado como uma pessoa. Por exemplo, é possível alguém tentar mentir para Ele (At 5.3). Não se pode tentar mentir para uma força (digamos, para a eletricidade) ou para qualquer outra coisa impessoal. E possível mentir apenas para uma pessoa. Em vista de tais fatos, não se pode traduzir o term o mach como “força ativa” quando aplicado ao Espírito Santo, porque está muito claro que Ele é uma pessoa.Veja mais comentários em Atos 2.4. 28 GÊNESIS G Ê N E S I S 1 .2 6 — E ste versículo indica que existe mais de um Deus? A M Á IN TE R PR E T A Ç Ã O : Se existe um só Deus, por que este versículo em Gênesis utiliza a palavra “nossa” referindo-se a Deus? Os mórmons com freqüência ob servam que a palavra “Deus” usualmente traduzida do hebraico, que é Elohim , está no plural, e o pronome “nossa” é utilizado também no plural. Para eles isso indica que existe mais do que um único Deus. “Logo no início a Bíblia mostra, de uma maneira superior ao poder de re futação, que existe uma pluralidade de Deuses... O ter m o Elohim deve estar no plural daí por diante — D eu ses” (Smith, 1976, 372). C O R R IG IN D O A M Á IN T E R PR E T A Ç Ã O : Várias explicações sobre a utilização do pronome “nossa” fo ram oferecidas ao longo da história. Alguns comentaris tas alegaram que Deus estava se referindo aos anjos, mas isso não tem sentido, uma vez que no verso 26 Deus diz: “Façamos o hom em à nossa imagem”, enquanto o verso 27 deixa claro: “E criou Deus o hom em à sua imagem; à imagem de Deus o criou” , e não à imagem dos anjos. Alguns alegaram que o pronome no plural refere-se à Trindade. Verdadeiramente o Novo Testamento — por exemplo, em João 1.1 — ensina que o Filho estava en volvido na criação dos céus e da terra. Também Gênesis 1.2 indica que o Espírito Santo estava envolvido no pro cesso da criação. Contudo, a opinião de alguns estudan tes da gramática hebraica é que o pronome “nossa” , no plural, é simplesmente requerido pelo substantivo Elohim, que no hebraico está no plural e é traduzido como “Deus” (“Então Deus [Elohim, plural] disse: Façamos [plural] o hom em à nossa [plural] imagem”). Conseqüentemente, esse grupo de estudantes alega que essa declaração não 29 R E S PO S TA ÀS SEITAS deveria ser utilizada sozinha para provar a doutrina da Trindade. Outros ainda defenderam que o plural é utilizado com o um a figura de linguagem cham ada “plural majestático” . O Alcorão, por exemplo, que nega a exis tência de mais de uma pessoa em Deus, também utiliza o plural quando se refere a Ele. Dizem que nesse caso, Deus está falando a si mesmo, de uma maneira tal que indique que todo o seu majestoso poder e sabedoria estavam envolvidos na criação da humanidade. C om o foi observado, o pronom e plural “nossa” corresponde à palavra hebraica Elohim, que está no plural e é traduzida como Deus. O fato de o nom e Deus estar no plural no hebraico não indica a existência de mais de um Deus. (A rainhaVitória utilizava a forma “plural majestático” apenas quando se referia a si mesma. Certa vez com en tou: “Não estamos nos divertindo” .) Várias passagens no Novo Testamento referem-se a Deus utilizando o term o grego theos, que está no singular, e que também é traduzido como “D eus” (por exemplo, Jo 1.1, Mc 13.19 e E f3 .9 ).D e acordo com a opinião desse grupo, a natureza plural do term o no hebraico é designada para dar um senso mais completo e um sentido mais majestoso ao nom e de Deus. Deve ser observado, contudo, que o Novo Testamen to ensina claramente que Deus é uma Trindade (Mt 3.16,17; 2 Co 13.13; 1 Pe 1.2) e, embora a doutrina da Trindade não tenha sido completamente apresentada no Antigo Testamento, ela foi nele anunciada (conferir Sl. 110.1; Pv 30.4 e is 63.7,9,10). G Ê N E S I S 1 .2 6 — O fa to de termos sido criados à imagem de D eu s significa que somos “pequenos deuses”, como dizem os líderes da seita Palavra da Fé? 30 GÊNESIS A M Á IN TER PR ET A Ç Ã O : Os ensinadores da seita Pa lavra da Fé sugerem que o term o hebraico utilizado para a palavra “semelhança” , nesse verso, significa literalmen te “uma exata duplicação da espécie” (Savelle, 1990,141). Verdadeiramente — dizem eles — a humanidade “foi criada em condições de igualdade com Deus, e poderia permanecer na presença dEle sem qualquer sentimento de inferioridade... Deus nos criou o mais semelhantes a Ele possível... nos criou na mesma qualidade de seu pró prio ser” (Hagin, 1989, 35,36,41). C O R R IG IN D O A M Á IN T E R PR E T A Ç Ã O : Tudo o que está sendo ensinado em Gênesis 1.26,27 é que a humanidade foi criada à imagem e semelhança de Deus, no sentido de que um ser humano é uma reflexão finita de Deus em sua essência racional (Cl 3.10), em sua es sência moral (Ef 4.24) e no domínio sobre a criação (Gn 1.27,28). D o mesmo modo que a lua reflete a brilhante luz do sol, assim a humanidade finita (criada à imagem de Deus) é uma reflexão limitada de Deus nesses aspec tos. Esse verso não tem nada a ver com seres humanos tornando-se Deus ou estando na mesma “classe” de Deus. Se fosse verdade que seres humanos são “pequenos deuses” , então poderia se esperar que mostrassem qua lidades semelhantes àquelas que são conhecidas como verdadeiramente dEle. Contudo, quando se comparam os atributos da humanidade com os de Deus, encon tramos amplo testemunho da verdade da declaração de Paulo em R om anos 3.23, que diz que os seres hum a nos “ destituídos estão da glória de D eus” . Considere o seguinte: 1. Deus conhece todas as coisas (Is 40.13,14), mas o ser humano é limitado em seu conhecimento (Jó 38.4). 2. Deus éTodo-Poderoso (Ap 19.6), mas o ser hum a no é fraco (Hb 4.15). 31 R E S P O S T A À S S EI T A S 3. Deus está presente em todos os lugares (SI 139.712), mas o ser humano é restrito a um único espaço por vez (Jo 1.50). 4. Deus é santo (1 Jo 1.5), mas até mesmo as obras “justas” dos seres humanos são como trapos de imundícia diante de Deus (Is 64.6). 5. Deus é eterno (SI 90.2), mas a humanidade foi cri ada em determinada ocasião (Gn 1.1, 26,27). 6. Deus é a verdade Qo 14.6), mas o coração humano — a partir da queda — é mais enganoso do que todas as coisas (Jr 17.9). 7. Deus é caracterizado por sua justiça (At 17.31), mas a humanidade vive de maneira ilícita (1 Jo 3.4; veja também R m 3.23). 8. Deus é amor (Ef 2.4,5), porém os relacionamentos humanos sofrem a praga de numerosos vícios, como in veja e disputas (1 Co 3.3). G Ê N E S I S 1 .2 6 ,2 7 — Esta passagem dá suporte à idéia de que D eu s possui um corpo físico? A M Á IN T E R PR E T A Ç Ã O : Os mórmons argumen tam que, pelo fato de os seres humanos terem sido cria dos com um corpo de carne e ossos, Deus, o Pai, deve obrigatoriamente ter também um corpo físico, uma vez que a humanidade foi criada à imagem de Deus (Smith, 1975, 1.3). C O R R IG IN D O A M Á IN T E R P R E T A Ç Ã O : U m princípio fundamental de interpretação é que as Escri turas interpretam as Escrituras. Quando outras escrituras a respeito da natureza de Deus são consultadas, o enten dimento m órm on sobre Gênesis 1.26,27 se torna im possível. João 4.24 indica que Deus é Espírito. Lucas 24.39 nos diz que um espírito não possui carne e ossos. 32 GÊNESIS Conclusão: como Deus é espírito, Ele não tem carne e ossos. Além disso, de maneira contrária ao mormonismo, Deus não é (e nunca foi) um hom em (Nm 23.19; Is 45.12; Os 11.9; R m 1.22,23). G E N E S I S 1 .2 6 ,2 7 — O fato de que o ser humano f o i criado à imagem de D eu s dá suporte à seita Ciência C ristã afirmar que a humanidade é coeterna com Deus? A M Á IN TER PR ET A Ç Ã O : Esses versos declaram que Deus criou a humanidade conforme à sua própria ima gem. Mary Baker Eddy, a fundadora da seita Ciência Cristã, procura insistentemente convencer que isso sig nifica que “h o m em e m u lh er — na condição de coexistentes e eternos com Deus — para sempre refle tem, na qualidade de glorificados, o infinito Deus PaiM ãe” (Eddy, 516). C O R R IG IN D O A M Á IN T E R P R E T A Ç Ã O : Eddy distorce com pletam ente essa passagem das Escrituras. C om entarem os vários erros de form a breve. Insistir que a hum anidade é com o Deus em todos os aspectos contraria o sentido dos term os “im agem ” e “ seme lhança” . M esm o o term o “im agem ” nesse contexto não é o mesmo do original, com o fica claro pelo uso desse mesmo term o hebraico ( tzehlem ) para um ídolo (por exemplo N m 33.52; 2 C r 23.17; Ez 7.20) como somente para a representação de u m deus, e não o deus mesmo. A palavra “criar” revela que o texto não está se refe rindo a algo eterno, mas a algo que passou a existir. Esse termo (bará) nunca é utilizado no Antigo Testamento referindo-se a algo que seja eterno. Nesse contexto, sig nifica algo que é trazido à existência. O mesmo é verda 33 RE S PO S TA ÀS SEITAS deiro quanto à utilização do termo “criar” no Novo Tes tamento (conferir Cl. 1.15,16; Ap 4.11). E também um engano assumir, como faz Eddy, que por sermos semelhantes a Deus, Ele mesmo seja obriga toriamente como nós. Por exemplo, ela fala a respeito de Deus como macho e fêmea (“Deus Pai-Mãe”). N a lógi ca, essa atitude é conhecida como conversão ilícita. O fato de todos os cavalos terem quatro patas não significa que todos os animais que tenham quatro patas sejam cavalos. D o mesmo modo, por ter Deus criado macho e fêmea, não significa que Ele mesmo seja macho e fêmea. “Deus é espírito” (Jo 4.24), contudo, Ele criou as pessoas dotadas de corpos (Gn 2.7).Apenas o fato de termos um corpo físico não significa que Deus também o tenha. O Antigo Testamento foi originalmente escrito como um livro judaico, e o judaísmo é uma religião essencial mente monoteísta. A Ciência Cristã é panteísta, e Eddy estava lendo esse docum ento judaico com sua visão panteísta. O ser humano não é eterno como Deus e nem idêntico a Ele. Cada pessoa é uma criatura finita, que foi trazida à existência por um Deus infinito e que se asse melha a Ele moral e pessoalmente, mas não é igual a Ele metafisicamente. /y G E N E S I S 2 .7 — Este versículo prova que os seres humanos não possuem uma alma que sobrevive à morte? A M Á IN TER PR ET A Ç Ã O : As Testemunhas de Jeová citam esse verso para tentar provar que o ser humano não possui uma alma que seja distinta do corpo. “O uso da Bíblia mostra a alma como uma pessoa ou animal, ou ainda a vida que uma pessoa ou animal desfrutam” (.M ankind's searchfor God, 1990, pág. 125). Daí as pessoas são almas no sentido de que são seres viventes, não no 34 GÊNESIS sentido de terem em si uma natureza não material que sobrevive à morte. C O R R IG IN D O A M Á IN T E R P R E T A Ç Ã O : Em Gênesis 2.7 o term o hebraico empregado para “alma” (:nephesh) significa “ser vivente”. Contudo, esse term o hebraico é rico, possuindo várias nuanças de significado quando em diferentes contextos. U m erro fundamental — cometido algumas vezes por estudantes iniciantes de hebraico e grego — é assumir que se um termo hebraico ou grego é utilizado de alguma forma particular em um verso, deverá obrigatoriamente ter o mesmo significado em todos os seus demais usos. Mas isso é simplesmente errado. O fato é que termos hebraicos e gregos podem ter diferentes nuanças de significado em diferentes con textos. O termo nephesh é um exemplo. Enquanto ele significa “alma vivente” em Gênesis 2.7, o mesmo termo se refere à alma ou espírito como sendo distintos do corpo em Gênesis 35.18. Além do mais, quando examinamos o que as Escritu ras em sua totalidade ensinam a respeito da alma, fica evidente que a posição da Sociedade Torre de Vigia (Tes temunhas de Jeová) é errada. Por exemplo, Apocalipse 6.9,10 refere-se a almas desprovidas de corpos sob o al tar de Deus (não teria sentido interpretar a referência a “alma” nesses versos como “ser vivente” — “Vi debaixo do altar as almas dos que foram m ortos”). A primeira Carta aos Tessalonicenses 4.13-17 diz que Cristo trará consigo as almas e espíritos daqueles que estão agora com Ele no céu, e unirá tais espíritos a corpos na ressur reição. Em Filipenses 1.21-23, Paulo diz que melhor é partir e estar com Cristo. Em 2 Coríntios 5.6-8, Paulo diz que estar ausente do corpo é estar no lar com o Senhor. As Escrituras, como um todo, ensinam que cada pessoa é possuidora de uma alma que sobrevive à morte. 35 RE S PO S TA ÀS SEITAS G Ê N E S I S 2. 7 — A seita Ciência C ristã está correta quando alega que D eu s não criou a matéria? A M Á IN TER PRETA Çà O : A seita Ciência Cristã ensi na que Deus não criou matéria alguma, e que a matéria não é uma coisa real que tenha sido criada por alguém. Embora Gênesis 2.7 diga que Deus “formou... o homem do pó da terra”, os “cientistas cristãos” concluem que“deve ser alguma mentira, porque Deus atualmente tem amaldi çoado a terra”, conforme Gênesis 3.17 (Eddy, 524). C O R R IG IN D O A M Á IN TE R PR E T A Ç Ã O : A Bí blia claramente afirma que Deus criou os seres humanos com um corpo físico. R edigir qualquer conclusão con trária ao conteúdo de qualquer texto bíblico é contradi zer o correto ensino da Palavra de Deus. A Bíblia declara: “E form ou o Senhor Deus o ho m em do pó da terra e soprou em seus narizes o fôlego da vida; e o hom em foi feito alma vivente” (Gn 2.7). O “pó da terra” é uma referência óbvia a elementos físicos, materiais. Mais adiante Deus disse a Adão e a Eva:“N o suor do teu rosto, comerás o teu pão, até que te tornes à terra; porque dela foste tomado, porquanto és pó e em pó te tornarás” (Gn 3.19).Também aqui a referência é à “ter ra” física e ao “p ó ”. Adiante diz que retornaremos ao pó, significando que viemos dele em nosso princípio, o que a Bíblia diz nas demais passagens (conferir Ec 12.7). s\ G E N E S I S 3 .7 — Este versículo marca o início da liberdade maçônica, conforme os maçons algumas vezes argumentam? A M Á IN TER PR ET A Ç Ã O : Em Gênesis 3.7 lemos so bre a condição de Adão e Eva após o seu pecado: “Então, 36 GÊNESIS loram abertos os olhos de ambos, e conheceram que rstavam nus; e coseram folhas de figueira, e fizeram para si aventais” . Os maçons algumas vezes tentam argumeni.ir que a maçonaria remonta aos tempos de Adão e Eva, uma vez que as folhas de figueira foram realmente os primeiros “aventais” maçônicos (Mather e Nichols, 1993, 7). Na maçonaria, tais aventais são utilizados em vários rituais de iniciação. Essa interpretação está correta? C O R R IG IN D O A M Á IN T E R P R E T A Ç Ã O : Os maçons estão aqui praticando a eisegese (estão lendo um significado forçando-o para dentro de um texto) ao in vés de praticar a exegese (que é extrair o significado de dentro de um texto). Isso se torna evidente a partir do contexto. Os rituais maçônicos não são encontrados em ne nhuma parte do contexto de Gênesis 3 nem em qual quer outra parte da Bíblia. As folhas de figueira em Gê nesis 3 tiveram o único propósito de cobrir a nudez de Adão e Eva e não serem utilizadas como objetos em nenhum ritual ou cerimônia de iniciação. Deve ser observado que a maçonaria é uma religião incompatível com o cristianismo. Dentre outras coisas, ela ensina que a Bíblia é um dentre os muitos “símbolos” que representam a vontade de Deus (outros “símbolos” da vontade de Deus incluem o Veda hindu e o Alcorão muçulmano). Além disso,Jesus é considerado apenas um dentre muitos santos homens que estabeleceram um ca minho para chegar a Deus.Também dizem que as várias religiões no mundo conduzem à adoração ao mesmo I )eus, só que com diferentes nomes (Jeová,Alá etc.).Acre ditam que a salvação não é baseada na fé em Cristo, mas alcançada através de obras. Além disso, os maçons são obrigados a prestar juramentos que os cristãos jamais ousariam sequer pensar em pronunciar — por exemplo, 37 R E S P O S T A À S S EI T A S que alguém estava em trevas espirituais e então veio à maçonaria para encontrar a luz. G Ê N E S I S 3 .1 5 a — Este versículo ensina que a vir gem M aria não tinha pecados? A M Á IN TER PR ET A Ç Ã O : Muitos eruditos católicos alegam que “a semente da mulher foi entendida como se referindo ao Redentor... e desse modo a mãe do R e dentor passou a ser vista na m ulher” (Ott, 1960, 200). Até mesmo o infalível pronunciamento da imaculada c o n ce p çã o “ aprova essa in te rp re ta ç ã o m a ria n o messiânica” (Ibid.). C O R R IG IN D O A M Á IN T E R P R E T A Ç Ã O : Esse verso não contém qualquer referência a M aria ou à sua dita imaculada concepção. U m a das melhores evi dências disso — fora do próprio texto — é o fato de que mesmo autoridades católicas como O tt reconhe cem que o “sentido literal” desse texto significa que “entre Satanás e seus seguidores p o r um lado, e Eva e a sua posteridade por outro, haverá uma constante guerra moral... A posteridade de Eva inclui o Messias, em cujo poder a hum anidade ganhará a vitória sobre Satanás” (Ibid.). Mesmo que por extensão Maria pudesse ser conectada de alguma maneira indireta a esse texto, isso ainda seria um gigantesco salto até a sua imaculada concepção, que não é exposta e nem sugerida em qualquer lugar dessa passagem. O sentido literal é que Eva (e não Maria) e a sua posteridade estariam em guerra moral contra Sata nás e a descendência dele, culminando com a vitória esmagadora do Messias sobre Satanás e suas hostes. A “mulher” é obviamente Eva, e a “semente da m ulher” é claramente a descendência literal de Eva (Gn 4.1,25), 38 GÊNESIS cm direção a e culminando com a vitória de Cristo Satanás (conferir R m 16.20). Os católicos alegam que, assim como o Messias é eni ontrado, por extensão, na frase “semente da m ulher”, t.imbém está implícita Maria, a mãe do Messias. Mesmo que isso fosse assim, não existe nenhum a conexão nei essária ou lógica entre Maria ser a mãe do Messias e ter lido a sua concepção sem pecado. m ilo sobre ( . I N E S IS 9 .4 — E ste versículo proíbe transfusões tlc sangue? A MÁ IN T E R PR E T A Ç Ã O : As Testemunhas de Jeová .icreditam que esse verso proíba as transfusões de sangue. Alegam que uma transfusão sangüínea é o mesmo que comer sangue, porque é algo muito semelhante ao pro cesso de alimentação intravenosa (Reasoning from the Srriptures, 1989, pág.73). ( ( )R R IG IN D O A M Á IN TER PRETA Çà O : Enquanlo é verdade que Gênesis 9.4 proíbe “com er” sangue, uma transfusão não consiste em “com er” sangue. Apesar de um médico, ao dar alimentação a um paciente de modo intravenoso, chamar essa operação de “alimenta ção”, simplesmente não significa que o procedimento de dar sangue de forma intravenosa se constitua em “ali mentação” . O sangue não é recebido pelo organismo como “ comida” . Com er é o ato literal de colocar a co mida para dentro do organismo de modo normal, atra vés da boca, e conseqüentemente para o sistema digesti vo. E costume referir-se a injeções intravenosas como “alimentação” pois o resultado final é que, através de injeções intravenosas, o corpo recebe os nutrientes que i lormalmente receberia através do ato de comer. Em vista disso, Gênesis 9.4 e outras passagens relacionadas à proi 39 RE S PO S TA ÀS SEITAS bição de comer sangue não podem ser usadas como su porte à proibição de transfusões de sangue. U m a trans fusão simplesmente reabastece o corpo com um fluido essencial, que dá sustento à vida.Veja também comentá rios em Levítico 7.26,27; 17.11,12. G Ê N E S I S 1 4 .1 8 — Este versículo dá suporte ao atual “sacerdócio de M elquisedeque” dos mórmons? A M Á IN TER PR ET A Ç Ã O : Gênesis 14.18 diz:“E M el quisedeque, rei de Salém, trouxe pão e vinho; e este era sacerdote do Deus Altíssimo” . Os mórmons acreditam que o sacerdócio de Melquisedeque é um sacerdócio eterno. Embora tenha se perdido nos séculos iniciais do cristianismo, foi restaurado através de Joseph Smith (Smith, 1835,107.2-4). C O R R IG IN D O A M Á IN TE R PR E T A Ç Ã O : M el quisedeque em Gênesis 14.18 é uma pessoa histórica que tipificou Cristo. U m tipo é uma figura que aponta para algo ou alguém vindouro. Por desígnio divino, anun cia algo ou alguém a ser revelado. Com o é que ele anun ciou a Cristo? O nom e Melquisedeque dá a resposta. Essa palavra é composta de dois termos hebraicos signi ficando “rei” e “justo” . Melquisedeque era também um sacerdote. Desse modo, ele pressagiou Cristo como um justo rei-sacerdote. Essas características foram válidas para Melquisedeque apenas em sentido finito, ao passo que em Cristo elas são verdadeiras em sentido infinito. Podem os m órmons participar do sacerdócio de M el quisedeque? Hebreus 7.23,24 diz:“E, na verdade, aque les foram feitos sacerdotes em grande número, porque, pela morte, foram impedidos de permanecer, mas este [Jesus], porque permanece eternamente, tem um sacerdó cio perpétuo” (ênfase adicionada pelo autor). O sacerdó 40 GÊNESIS cio de Cristo é eterno porque Ele é um ser eterno. D iIcrentemente de humanos que perecem e morrem, Cristo existe eternamente. Portanto, o seu sacerdócio, por sua própria natureza, é diferente de qualquer coisa que hu manos são capazes de oferecer. Ele é o nosso eterno Sumo Sacerdote que vive para sempre. O term o grego empregado para “perm anece” em I lebreus 7.24, de acordo comJosephTayer, significa:“Sa cerdócio imutável e, portanto, não passível de transfe rência a um sucessor” (Tayer, 1985, 649). O Dicionário Teológico do N ovo Testamento, de Gerhard Kittel, semelhantemente nos diz: “N o Novo Testamento, a pas sagem de Hebreus 7.24 diz que Cristo possui um sacer dócio eterno e imperecível, não apenas no sentido de que Ele não pode ser transferido para ninguém mais, mas no sentido de ser‘imutável’” (Kittel, 1985,772). Por isso não existe nenhum a justificativa bíblica para que os mórmons pensem que possam participar do sacerdócio de Melquisedeque. Esse sacerdócio pertence exclusiva mente a Cristo. Esse fato é enfatizado mais adiante em Hebreus 7.26: “ Porque nos convinha tal sumo sacerdote, santo, ino cente, imaculado, separado dos pecadores e feito mais sublime do que os céus”. ( ,1 'N E S IS 1 8 .2 — O costume oriental de curvar-se diante de uma pessoa de posição mais elevada ju s ti fica a prática católica romana de prostrar-se diante de imagens? A MÁ IN TER PR ETA Çà O : Gênesis 18.2 nos informa: “ E levantou os olhos e olhou, e eis três varões estavam em pé junto a ele. E, vendo-os, correu da porta da tenda ao seu encontro, e inclinou-se à terra” . Isso justifica a prática católica romana de prostrar-se diante de imagens? 41 RES P O S T A À S S E I T A S C O R R IG IN D O A M Á IN TER PR ETA Ç Ã O : O ar gumento católico diz que o ato de se prostrar religiosa mente diante de uma imagem não é errado, pois há muitos casos na Bíblia onde tal ato é aprovado — como em Gênesis 18.2. Isso mostra a confusão que fazem de dois contextos muito diferentes. Em primeiro lugar, eles se prostravam por respeito, e não por reverência. Em segundo lugar, o ato de se prostrar era entendido como uma prática social, e não um rito religioso. Em terceiro lugar, a Bíblia condena até mesmo o ato de prostrar-se diante de um anjo, mesmo que com o propósito de adoração a Deus (Ap 22.8,9). Em quarto lugar, a Bíblia claramente condena o ato de prostrar-se diante de qualquer imagem em veneração religiosa (veja Ex 20.5). Finalmente, Deus agiu em determinado momento para evitar precisamente essa prática. Sabendo que os devotos israelitas se sentiriam tentados a venerar os restos m or tais de Moisés, Deus o “enterrou” ninguém sabe onde (Dt 34.6). Aparentemente, o intento de Deus era preve nir contra a idolatria que o diabo quer encorajar (Jd 9). G Ê N E S I S 1 9 .8 — O pecado de Sodoma f o i o homossexualismo ou a falta de hospitalidade? A M Á IN TER PR ET A Ç Ã O : Algumas pessoas têm ar gumentado que o pecado de Sodoma e Gomorra foi a falta de hospitalidade, e não o homossexualismo. Eles se baseiam no costume cananeu de garantir proteção àque les que se hospedam sob o telhado de alguém. Alega-se que Ló se referiu a isso quando disse: “Somente nada façais a estes varões, porque por isso vieram à sombra do meu telhado” (Gn 19.8b). Então Ló teria oferecido as suas filhas para que satisfizessem à multidão enfurecida, 42 GÊNESIS com a finalidade de proteger a vida dos visitantes que vieram sob o seu telhado. E a solicitação dos homens da cidade de “conhecer” significaria simplesmente “tornarse conhecido” (leia Gn 19.7), uma vez que o term o hebraico utilizado para conhecer (yadha) geralmente não tem conotações sexuais em parte alguma (conferir SI 139.1). E importante compreender o que as Escrituras dizem a esse respeito, pois certos adeptos da Nova Era, como Matthew Fox, acreditam que o homossexualismo é tão aceito pelo “Cristo cósmico” quanto o heterossexualismo (conforme seu livro The coming o f the cosmic Christ). C O R R IG IN D O A M Á IN TER PR ET A Ç Ã O : (Leia os comentários sobre Ez 16.49). Ao mesmo tempo que é verdade que o term o hebraico utilizado para conhecer (yadha) não significa necessariamente “ter sexo com ” , o termo possui claramente tal significado no contexto da história que trata de Sodoma e Gomorra. Esse fato é evidente por várias razões. Primeiramente, em dez das doze vezes que essa palavra é empregada em Gênesis, ela se refere a relações sexuais (por exemplo em Gn 4.1,25). Em segundo lugar, ela é empregada referindo-se a relações sexuais nesse capítulo, pois Ló se refere as suas duas filhas virgens como não tendo “conhecido varão” (19.8), que é obviamente o emprego do term o referin do-se à parte sexual. Em terceiro lugar, o significado de uma palavra é des coberto pelo contexto no qual é utilizada. E o contexto aqui é, sem dúvida, sexual, conforme é indicado pela referência à maldade da cidade (18.20), e pela oferta das virgens para a satisfação das paixões deles (19.8). Em quarto lugar, “conhecer” não pode simplesmente significar “tornar-se conhecido”, porque é equiparado a uma atitude “perversa” (19.7). 43 R E S P O S T A À S S EI T A S Em quinto lugar, por que oferecer as filhas virgens para satisfazer às paixões se o intento deles não era sexu al? Se os homens tivessem pedido para “conhecer” as filhas virgens, ninguém se enganaria quanto às intenções sexuais deles. G Ê N E S I S 3 2 .3 0 — É possível que a face de D eu s seja vista? A M Á IN TERPRETAÇ ÃO : Jacó disse: “Tenho visto a Deus face a face, e a minha alma foi salva” (Gn 32.30). Os mórmons alegam que Deus, o Pai, possui um corpo físico com uma face que pode ser vista (Richards, 1978,16). C O R R IG IN D O A M Á IN TER PR ETA Ç Ã O : Em pri meiro lugar, é possível uma pessoa cega falar com al guém “face a face”, sem ver a face da outra pessoa. A frase “face a face” utilizada em hebraico significa “pesso almente, diretamente ou intimamente”. Moisés teve este tipo de relacionamento sem mediador com Deus. Po rém, como todos os demais mortais, ele nunca viu a “face” (a essência) de Deus diretamente. A Bíblia é clara ao dizer que “Deus é espírito” (Jo 4.24). E “um espírito não tem carne nem ossos” (Lc 24.39). Então, Deus não tem uma face física. G Ê N E S I S 4 0 .2 0 -2 2 — Esta passagem indica que não devemos comemorar aniversários? A M Á IN TE R PR E T A Ç Ã O : Essa passagem indica que no aniversário de faraó, ele teve o padeiro-mor assassi nado. As Testemunhas de Jeová dizem que já que a Bíblia apresenta os aniversários como uma luz desfavorável, os cristãos devem evitar comemorá-los (Reasoning from the Scriptures, 1989, págs.68,69). 44 GÊNESIS C O R R IG IN D O A M Á IN T E R PR E T A Ç Ã O : Isso é “culpa por associação” . Gênesis 40.20-22 prova apenas que aquele faraó era maligno, e não que os aniversários são malignos. Faraó também fez algo bom em seu aniversário — declarou anistia ao copeiro-m or (Gn 40.21). Mas seria igualmente tolo alegar que os aniversários são bons ba seando-se nos bons feitos de faraó, como seria tolo ale gar que são maus baseando-se nos feitos maus de faraó. Além do mais, não existem nas Escrituras mandamen tos para comemorar aniversários e nem mandamentos contra essa prática. Não há razão para que não sejam comemorados, como todas as outras coisas, “para a gló ria de Deus” (1 Co 10.31). Não há nada errado em dar a devida honra a outro ser humano.A Bíblia diz:“Dai a cada um o que deveis... a quem [é devida] honra, honra” (R m 13.7).Já que numa festa típica de aniversário não se presta um culto a outro ser humano, não há razão que nos impeça de honrar os aniversariantes nessa ocasião. 45 C A P ÍT U L O 2 m': "t í rY I EXODO l i X O D O 7.11 — Com o é que os sábios e encantado res de faraó foram capazes de realizar os mesmos feitos poderosos que D eu s mandou que M oisés f i zesse? Esse fato dá crédito ao ocultismo? A MÁ IN TE R PR E T A Ç Ã O : Três passagens no livro de Exodo (7.11,22; 8.7) parecem dizer que os sábios, os encantadores e os magos de faraó fizeram, através de suas “artes secretas” ou “encantamentos”, algumas das mes mas obras que Deus mandou Moisés e Arão fazerem. Contudo, Moisés e Arão reivindicaram haverem sido enviados por Deus. Com o é que esses homens foram capazes de fazer as mesmas maravilhas que Moisés e Arão fizeram pelo poder de Deus? Esse fato indica que os ocultistas têm poderes sobrenaturais? R E S P O S T A À S S EI T A S C O R R IG IN D O A M Á IN TER PR ET A Ç Ã O : A Bí blia indica que uma das táticas de Satanás em seu esforço para enganar a humanidade é empregar falsos milagres (leia 2 Ts 2.9 e comentários sobre Ap 16.14). Exodo 7.11 afirma: “E Faraó também chamou os sábios e en cantadores; e os magos do Egito fizeram também o mes mo com os seus encantamentos” . Cada um dos outros versículos faz uma alegação similar. A passagem afirma que os feitos dos magos de faraó foram alcançados por “seus encantamentos [de magia]” . Alguns comentaristas chegam a afirmar que os feitos dos mágicos foram meros truques.Talvez os magos te nham lançado encantamentos sobre serpentes de m odo que ficaram rijas, parecendo terem se tornado cajados. Quando lançadas ao solo, saíram de seu transe, vol tando a moverem-se como serpentes. Alguns dizem ter sido obra de Satanás o que teria transformado os cajados dos mágicos em serpentes. Contudo, isso não é plausível, tendo em vista o fato de que somente Deus é capaz de criar vida, como os próprios magos reconheceram mais tarde (Êx 8.18,19). Seja qual for a explicação que alguém assuma refe rente à maneira como esses feitos foram realizados, exis te um ponto comum a todas as possíveis explicações en contrado no próprio texto. Seja qual for o poder pelo qual alcançaram esses feitos, está claro que não foram realizados através do poder de Deus. Pelo contrário, fo ram alcançados pelos “seus encantamentos” . A finalidade desses atos foi convencer faraó de que os seus mágicos possuíam tanto poder quanto Moisés e Arão, e não era necessário que faraó se rendesse à sua exigên cia de deixar ir Israel. Funcionou, ao menos durante os três primeiros encontros (a vara de Arão, a praga de san gue, e a praga das rãs). Contudo, quando Moisés e Arão, pelo poder de Deus, trouxeram piolhos da areia, os má48 ÊXODO gicos não foram capazes de imitar esse milagre. Apenas foram capazes de exclamar: “Isto é o dedo de Deus” (Ex 8.19). Existem vários pontos pelos quais é possível discernir as diferenças entre um sinal satânico e um milagre divi no. M ilagre divino Sinal satânico Sobrenatural Ligado à verdade Associado ao bem Nunca associado ao oculto Sempre bem-sucedido Acima do normal Ligado ao erro Associado ao mal Freqüentemente associado ao oculto N em sempre bem-sucedido Tais diferenças podem ser vistas nessas passagens no livro de Exodo. Em bora os magos fossem capazes de transformar as suas varas em serpentes, estas foram engolidas pela vara de Arão, indicando superioridade. Embora os magos fossem capazes de transformar água em sangue, não eram capazes de reverter esse processo. Embora pudessem trazer rãs, não podiam livrar-se de las. Os seus atos eram acima do normal, porém não eram sobrenaturais. Embora os magos fossem capazes de copiar alguns dos milagres de Moisés e Arão, a sua mensagem era liga da ao erro. Eles basicamente tentaram copiar os milagres dos homens escolhidos por Deus com a finalidade de convencer faraó de que o Deus dos hebreus não era mais poderoso do que o deus dos egípcios. Embora os magos de faraó tenham sido capazes de simular os três primei ros milagres feitos por Deus através de Moisés e Arão, chegou-se a um ponto em que os seus encantamentos não mais foram capazes de imitar o poder de Deus. 49 R E S P O S T A À S S EI T A S Ê X O D O 1 3 .1 9 — A preservação dos ossos de José dá suporte à crença católica romana da veneração de relíquias? A M Á IN TER PR ET A Ç Ã O : Em Êxodo 13.19 lemos: “E tom ou Moisés os ossos de José [para fora do Egito] consigo, porquanto havia este estreitamente ajuramentado aos filhos de Israel” (leia Gn 50.25). Os estudiosos cató licos romanos utilizam esse verso para apoiar o seguinte dogma: “E permissível e proveitoso venerar as relíquias dos santos” (Ott, 1960, 319). O Concilio deTrento de clarou: “Também os santos corpos dos santos mártires e daqueles que habitam com Cristo... devem ser honrados pelos fiéis” (Denzinger, 1957, n° 985). O tt diz: “A razão para a veneração das relíquias encontra-se nisto, em que os corpos dos santos foram membros vivos de Cristo e templos do Espírito Santo; que eles serão novamente despertados e glorificados e através deles Deus concede muitos benefícios à humanidade” (Ibid). C O R R IG IN D O A M Á IN T E R P R E T A Ç Ã O : O dogma católico de veneração de relíquias e imagens não tem fundamento nessa passagem das Escrituras e nem em qualquer outra. A passagem de Exodo mostra claramente o propósito de levar os ossos de José para fora do Egito, e não o propósito de venerá-los. Lemos: “E tom ou Moisés os ossos de José consigo, porquanto havia esse estreitamen te ajuramentado aos filhos de Israel”. Ele havia dito:“Certamente Deus vos visitará; fazei, pois, subir daqui os meus ossos convosco” (Ex 13.19). Mesmo a notável autoridade católica Ludwig O tt admite que “as Sagradas Escrituras não mencionam a veneração de relíquias” (Ibid). E os chamados “prece dentes” nas Escrituras não provam o ponto de vista cató 50 ÊXODO lico — os ossos de José não foram venerados; foram sim plesmente preservados (Ex 13.19). Daí, usar esse episó dio como uma prova bíblica para venerar relíquias é ar rancar violentamente o versículo para fora do contexto. Ainda mais, Deus condena a veneração de objetos sa grados. Quando a serpente de bronze, que Deus ordena ra para a salvação dos israelitas no deserto, foi posterior mente venerada, o ato foi considerado como idolatria (2 Rs 18.4). Deus claramente ordenou ao seu povo que não fizes sem imagens de escultura e nem se curvassem diante delas em um ato de devoção religiosa (Ex 20.4,5).Esse é o mesmo erro dos pagãos que “honraram e serviram mais a criatura do que o Criador” (R m 1.25). A Bíblia nos proíbe, em qualquer tempo, fazer ou mesmo “nos curvar” diante de uma “imagem” de qualquer criatura em um ato de devoção religiosa. “Não farás para ti ima gem de escultura, nem alguma semelhança do que há em cima nos céus, nem em baixo na terra, nem nas águas debaixo da terra. Não te encurvarás a elas nem as servirás” (Ex 20.4,5, ênfases adicionadas pelos autores). A __ l i X O D O 2 0 .4 ,5 — E ste texto proíbe as pessoas de usarem uma cruz? /Y M Á IN T E R PR E T A Ç Ã O : As Testemunhas de Jeová crêem que a ordem expressa nesse verso, de não fazer ídolos, proíbe as pessoas de usarem uma cruz (Let God be true, 1946, pág. 146). C O R R IG IN D O A M Á IN T E R PR E T A Ç Ã O : Os pa gãos de antigamente aderiam à idolatria prostrando-se em adoração diante de objetos materiais. Em nossa opi nião, o uso de uma cruz não é idolatria porque a cruz por si só não é adorada e nem venerada. Cristãos usam a 51 R E S P O S T A À S S EI T A S cruz porque adoram e veneram a Cristo. É meramente um símbolo exterior de uma atitude interior de adoração em relação a Cristo. Se qualquer pessoa adorar uma cruz (ou qualquer outro símbolo), ou curvar-se diante dela, então se constitui em uma forma de idolatria (Ex 20.4). E X O D O 2 0 .8 -1 1 — Por que os cristãos adoram aos domingos quando o mandamento designa o sábado como dia de adoração? A M Á IN TERPRETAÇÃO : Esse mandamento ordena que o sétimo dia da semana, o sábado, seja o dia do Se nhor, separado para repouso e adoração. Contudo, no Novo Testamento, a igreja cristã começou a adorar e repousar no primeiro dia da semana, que é o domingo. Os cristãos estão violando o mandamento do sábado, adorando no primeiro dia da semana ao invés de fazê-lo no sétimo dia? Grupos como Adventistas do Sétimo Dia pensam assim. C O R R IG IN D O A MÁ IN TE R PR E T A Ç Ã O : A base para o mandamento de observar o sábado, conforme es crito em Exodo 20.11, é que Deus repousou no sétimo dia após seis dias de trabalho, e que Deus abençoou e santificou o sétimo dia. O dia de sábado foi instituído como um dia de repouso e adoração. O povo de Deus deveria seguir como exemplo o modelo de trabalho e repouso de Deus. Contudo, Jesus — corrigindo a visão distorcida dos fariseus — disse: “ O sábado foi feito por causa do homem, e não o hom em por causa do sábado” (Mc 2.27). O ponto destacado por Jesus foi que o sába do não foi instituído para escravizar pessoas, mas para beneficiá-las. O espírito de observância ao sábado teve continuidade no Novo Testamento mediante a obser vância do repouso e da adoração no primeiro dia da semana (At 20.7; 1 Co 16.2). 52 ÊXODO Deve ser lembrado que, de acordo com Colossenses 2.17, o sábado estava na condição de “sombras das coisas futuras, mas o corpo é de Cristo. A observância ao sába do estava associada à redenção em Deuteronôm io 5.15, onde Moisés declarou: “Porque te lembrarás que foste servo na terra do Egito e que o Senhor, teu Deus, te tirou dali com mão forte e braço estendido; pelo que o Senhor, teu Deus, te ordenou que guardasses o dia de sábado”. O sábado era uma sombra da redenção que se ria dada em Cristo. Simbolizava o descanso de nossos trabalhos e a nossa entrada no repouso de Deus, dada através da obra consumada por Ele. Embora os princípios morais expressos nos manda mentos sejam reafirmados no Novo Testamento, o man damento de se separar o sábado como um dia de repou so e adoração é o único que não foi repetido. Existem razões muito boas para isso. Aqueles que crêem no Novo Testamento não estão sujeitos à lei do Antigo Testamen to (R m 6.14; 2 Co 3.7,11,13; G1 3.24,25; Hb 7.12). A partir da ressurreição de Jesus no primeiro dia da semana (Mt 28.1), suas contínuas aparições nos domingos que se seguiram (Jo 20.26), e a descida do Espírito Santo em um domingo (At 2.1), a Igreja Primitiva passou a ter como modelo o domingo como dia dedicado à adora ção. Isso faziam regularmente. A adoração aos domingos foi posteriormente consagrada por nosso Senhor, que apareceu a João na última grande visão no “Dia do Se nhor” (Ap 1.10). E por essas razões que os cristãos ado ram aos domingos, ao invés de adorar no sábado judaico. Sobre o mesmo assunto, veja neste livro os nossos co mentários acerca de Atos 17.1-3. I . X O D O 2 0 .1 4 — C om o ainda f o i possível haver poligamia entre o povo de D eu s após o mandamento de se possuir apenas um cônjuge? 53 R E S P O S T A À S S EI T A S A M Á IN TER PR ET A Ç Ã O : Os mandamentos dizem de maneira explícita: “Não adulterarás” (Ex 20.14) e “Não cobiçarás a mulher do teu próxim o” (Ex 20.17). Em bo ra seja possível perdoar a poligamia daqueles que vive ram antes que os Dez Mandamentos fossem dados, não é o caso para o povo de Deus, que viveu após esse even to, como o rei Davi e o rei Salomão. Com o é que Deus pôde abençoar esses homens quando, de acordo com esses mandamentos, eles estavam vivendo em adultério? Essa é uma importante questão, pois os mórmons ale gam que o profeta Joseph Smith recebeu uma “revela ção” do Senhor dizendo que a pluralidade no m atrimô nio era a vontade de Deus para os seus seguidores (Smith, 1835,132.61,62). C O R R IG IN D O A M Á IN T E R P R E T A Ç Ã O : A Bí blia fala enfaticamente contra a poligamia (leia com en tários sobre 1 R s 11.1). Jesus deixou claro em Mateus 19.9 que o plano original de Deus para o casamento desde a criação foi a monogamia. Isso se mostra evi dente a partir do fato de Deus ter criado apenas uma esposa para Adão. D euteronôm io 17.17 proíbe a poli gamia entre reis, que norm alm ente eram aqueles que a praticavam em alianças internacionais.“Tampouco para si multiplicará mulheres”. Em cada caso de poligamia encontramos um fracasso em termos de viver de acor do com o plano divino. N ão faz parte do ideal de Deus que um hom em se divorcie de sua esposa (Mt 19.9), contudo, por causa da dureza do coração das pessoas, Moisés perm itiu o divórcio sob determinadas condi ções. D e m odo semelhante, a poligamia no m atrim ô nio nunca foi o ideal de Deus para o casamento, mas devido à dureza dos corações, foi tolerada. Porém, o fato de Deus ter tolerado a poligamia não prova que Ele a prescreveu ou a aprovou. 54 ÊXODO A Bíblia registra muitas coisas que ela mesma não aprova. Gênesis 3.4 registra a m entira de Satanás, mas em nenhum a passagem essa mentira é aprovada. Não existe nenhum exemplo nas Escrituras onde Deus aben çoe um hom em por ter muitas esposas. N a verdade, encontramos que um polígamo pagou amargamente por seu pecado. Em 1 Reis 11.4 está escrito que as mulheres de Salomão “lhe perverteram o coração para seguir outros deuses; e o seu coração não era perfeito para com o Senhor seu D eus” . Deus abençoa seu povo, a despeito do fato de que esse povo freqüentem ente se encontra abaixo do seu ideal. Deus abençoou Davi e Salomão, não por causa da poligamia deles, mas apesar do pecado deles. Í . X O D O 2 4 .9 -1 1 — Com o é que essas pessoas f o ram capazes de ver Deus, uma v e z que D eu s disse em E xodo 3 3 .2 0 : “H om em nenhum pode ver a minha face e viver”? A MÁ IN TER PR ET A Ç Ã O : Êxodo 24.9-11 registra que Moisés, Arão, Nadabe, Abiú e setenta dos anciãos de Is rael subiram ao m onte de Deus e “viram o Deus de Isra el” . Os mórmons acreditam que Deus tem um corpo físico e, por essa razão, é possível ser visto pelos homens (McConkie, 1966, 278). As pessoas são realmente capa zes de ver Deus? ( O R R IG IN D O A M Á IN TERPRETAÇ ÃO : Deve ser observado que Deus os convidou para “enxergá-lo”. Em l’xodo 19.12,13, Deus disse a Moisés que colocasse limi tes ao redor do monte para que ninguém tocasse a base ileste, pois caso a tocasse a punição seria a morte. C ontu do, Deus convidou especificamente essas pessoas para su bir o monte com a finalidade de consagrá-los ao serviço 55 R E S P O S T A À S S EI T A S para o qual haviam sido designados, e para selar a aliança que foi estabelecida entre Deus e a nação de Israel. Está claro, a partir da descrição e de outras passagens das Escrituras (Êx 33.19,20; N m 12.8), que aquilo que essas pessoas viram não foi a essência de Deus, mas uma representação visual da glória de Deus. Mesmo quando Moisés pediu para ver a glória de Deus (Ex 33.18-23), o que ele viu foi apenas uma semelhança de Deus (confe rir N m 12.8, onde é empregado o term o hebraico temunah, que significa “forma, semelhança”) e não a pró pria essência de Deus. A Bíblia é muito enfática quando diz que “ninguém jamais viu a Deus” (Jo 1.18). Somente no céu “verão a sua face; e nas suas frontes estará o seu nom e” (Ap 22.4). “Agora, vemos por espelho em enigma; mas, então, ve remos face a face” (1 Co 13.12). A. E X O D O 2 5 .1 8 — O uso de querubins sobre a arca justifica a visão católica de que as imagens podem ser veneradas? A M Á IN TE R PR E T A Ç Ã O : De acordo com esse versí culo, Moisés recebeu de Deus a seguinte ordem: “Farás dois querubins de ouro; de ouro batido os farás, nas duas extremidades do propiciatório” . E óbvio que se trata de uma imagem sagrada. Os estudiosos católicos argumen tam que esse verso justifica a veneração deles por ima gens sagradas. C O R R IG IN D O A M Á IN TERPRETAÇÃO : Esse ver so não justifica a veneração por imagens sagradas. Por um detalhe, o contexto deixa claro que a imagem dos querubins não deve ser venerada ou adorada de maneira alguma. N a verdade, a posição dos querubins no lugar mais santo, onde apenas o sumo sacerdote poderia en 56 ÊXODO trar, uma vez por ano no Dia da Expiação (Lv 16), tornou-os inacessíveis e, portanto, impossíveis de serem ado rados ou venerados pelo povo. N ote também que esses querubins não foram dados a Israel como imagens de Deus; eles são representações de anjos. Não foram dados com o propósito de adoração ou veneração; foram dados por motivos de decoração — como arte religiosa. Os católicos romanos estão lendo algo nesse versículo que na verdade não está lá. H X O D O 3 2 .3 0 -3 2 — A mediação de M oisés a fa vo r de Israel dá suporte à crença católica em um “tesou ro de méritos” do qual se pode f a z e r retiradas? A M Á IN TER PR ET A Ç Ã O : Nessa passagem, Moisés fala a Israel:“Agora, porém, subirei ao Senhor; porventura, farei propiciação por vosso pecado”. Então ele ora ao Senhor: “Agora, pois, perdoa o seu pecado; se não, riscame, peço-te, do teu livro, que tens escrito” . Os estudio sos católicos citam essa passagem para dar substância a seu argumento a favor da existência de um “tesouro da igreja” , isto é, um “tesouro de méritos” guardado no céu, do qual aqueles que estiverem em necessidades podem fazer retiradas através de indulgências. Ludwig O tt rei vindica: “ C om o Cristo, o cabeça, em seu sofrimento expiatório, tomou o lugar dos membros, então um mem bro pode tomar o lugar de outro. A doutrina de indul gências é baseada na possibilidade e na realidade da ex piação vicária” (Ott, 1960, 317). C O R R IG IN D O A M Á IN T E R P R E T A Ç Ã O : N ão existe absolutamente nada nesse texto que se refira a qual quer depósito de méritos no céu — de maneira literal ou figurativa — para o qual se possa contribuir por boas obras, e desse depósito outros possam fazer retiradas. Na 57 R E S P O S T A À S S EI T A S melhor hipótese, essa passagem apenas revela o louvável desejo de uma pessoa disposta a sofrer por outra. Em lugar algum a passagem diz que Deus aceitou a oferta de Moisés — de ser riscado do livro de Deus em favor de Israel. Na realidade, Deus não o riscou de seu livro. O que Deus fez foi aceitar o desejo sacrificial de Moisés como indicação da sinceridade de seu coração, como fizera no caso de Abraão (conferir Gn 22). Mas Deus não aceitou qualquer oferta de desistência de ser incluí do no livro divino. Deus não aceitou a vida de Moisés como expiação em favor de Israel; Ele somente aceitou a disposição de Moisés de ser sacrificado em favor deles. Moisés nunca teve o seu nome retirado do livro de Deus, sem falar de qualquer sofrimento temporal pelos peca dos de Israel. D o mesmo modo, o apóstolo Paulo ex pressou a disposição de ir para o inferno em favor da salvação de Israel (Rm 9.3). Esse também foi um desejo admirável, porém impossível de ser cumprido. Deus nunca aceitou a oferta de Paulo. Foi uma oferta admirável, sem dúvida indicativa da paixão de Paulo pelo seu povo, po rém realmente impossível. O conceito de um tesouro de méritos, para o qual os santos podem contribuir através de suas boas obras, é contrário à completamente suficiente e meritória m orte de Cristo a nosso favor (conferir Jo 19.30; H b 1.3; 2.14,15). Ê X O D O 3 3 . 11 — O fato de M oisés ter falado com D eu s “face a fa c e ” prova que D eu s possui um corpo físico? Ver os nossos comentários sobre Gênesis 32.30. CAPÍTULO 3 LEVÍTICO / E V Í T I C O 7 .2 6 ,2 7 — Este versículo proíbe trans fusões de sangue? A MÁ IN TE R PR E T A Ç Ã O : Levítico 7.26,27 diz: “E nenhum sangue comereis em qualquer das vossas habi tações, quer de aves quer de gado. Toda pessoa que co mer algum sangue, aquela pessoa será extirpada dos seus povos” . As Testemunhas de Jeová dizem que essa passa gem proíbe absolutamente transfusões de sangue (A id to Bible understanding, 1971, pág.244). ( O R R IG IN D O A M Á IN TER PR ETA Ç Ã O : Levítico 7.26,27 proíbe o ato de comer sangue. Isso não tem nada a ver com transfusões de sangue. Mais especificamente, o texto proíbe comer o sangue de animais, e não a trans R E S PO S TA ÀS SEITAS fusão de sangue humano. (Para maiores informações referentes a por que com er sangue é diferente de uma transfusão de sangue, veja os comentários que fizemos no capítulo 1 — referentes ao texto em Gn 9.4.) E notório que mesmo os judeus ortodoxos — para quem a lei foi originalmente dada e que cuidadosamente dre nam o sangue de sua comida kosher — aceitam transfu sões de sangue. L E V Í T I C O 1 7 .1 1 ,1 2 — Esta passagem proíbe uma pessoa de sofrer uma transfusão de sangue? A M Á IN TERPRETAÇ ÃO : Levítico 17.11,12 diz:“ Por que a alma da carne está no sangue, pelo que vo-lo te nho dado sobre o altar, para fazer expiação pela vossa alma, porquanto é o sangue que fará expiação pela alma. Portanto, tenho dito aos filhos de Israel: N enhum a alma dentre vós comerá sangue, nem o estrangeiro que pere grine entre vós comerá sangue”. As Testemunhas de Jeová acreditam que esse é outro verso que proíbe transfusões de sangue (Reasoningfrom the Scriptures, 1989, pág.70). C O R R IG IN D O A M Á IN TER PR ET A Ç Ã O : A proi bição aqui é primariamente dirigida ao ato de comer carne que ainda estiver pulsando com vida, devido ao sangue da vida ainda estar nela. A transfusão de sangue não envolve o ato de comer carne que ainda contenha em si o sangue que lhe confere vida. Daí, transfusões de sangue não violam Levítico 17. L E V Í T I C O 1 8 .2 2 -2 4 — A s leis contrárias ao homossexualismo não foram abolidas com as leis con trárias a comer carne de porcos? Essas leis não estavam de algum modo ligadas ao medo da maldição da esterilidade? 60 LEVÍTICO A M Á IN TER PR ETA Ç Ã O : A lei contra o homossexualismo é encontrada em Levítico 18.22, paralelamente às leis cerimoniais e alimentares. Essas leis estão concluídas (At 10.15). Sendo assim, pareceria lógico que as leis que proíbem a atividade homossexual também não estives sem mais em vigor. Também de acordo com a crença judaica, a esterilidade era uma maldição (Gn 16.1; 1 Sm 1.3-8). Crianças eram consideradas bênçãos de Deus (SI 127.3). A bênção da terra estava ligada aos filhos (Gn 15.5). Não seria então surpreendente que a lei do Anti go Testamento, em uma cultura como essa, reprovasse a atividade homossexual, da qual nenhum a criança jamais veio. Talvez o que esteja sendo condenado não seja a atividade homossexual, mas a recusa quanto a ter filhos. C O R R IG IN D O A M Á IN TER PR ET A Ç Ã O : O sim ples fato da proibição mosaica contra o homossexualismo estar no livro de Levítico não a faz parte da lei ceri monial já finda. Se isso fosse verdade, o mesmo poderia ser dito a respeito do estupro, do incesto e de outras atitudes bestiais descritas no mesmo capítulo (Lv 18.614,22,23). E em nenhum lugar as leis relacionadas a prá ticas sexuais estão ligadas à procriação de filhos. Se ho mossexuais fossem levados à m orte por serem “estéreis” , isso dificilmente resolveria o problema de gerar mais cri anças. O casamento heterossexual seria uma punição mais apropriada. As leis contra o homossexualismo na nação de Israel se estendem até os gentios, de qualquer maneira (Rm 1.26). Os gentios não possuíam a lei cerimonial (Rm 2.12-15), nem fizeram qualquer pacto para a formação de uma nova geração. Foi precisamente por essa razão que Deus trouxe juízo sobre os cananitas (Lv 18.13,24,25). U m judeu flagrado em um ato homossexual era brutalmente destruído. N o entanto, aqueles que vio- 61 R E S P O S T A À 5 S EI T A S lassem as leis alimentares eram considerados imundos e obrigados a viver fora do arraial por um curto espaço de tempo. Se a esterilidade era uma maldição divina, então man ter-se solteiro seria pecaminoso. Mas tanto o nosso Se nhor (Mt 19.11,12) como o apóstolo Paulo (1 Co 7.8) sancionaram a condição das pessoas permanecerem sol teiras por preceitos e prática. Contudo, proibições con tra a prática homossexual continuam a ser promulgadas através de várias epístolas (Rm 1.26,27; 1 Co 6.9; 1 Tm 1.10; Jd 7). 62 CAPÍTULO 4 DEUTERO NÔ M IO I ^ E U T E R O N Ô M I O 6 .4 — E s te versículo co n tra d i z a d o u tr in a da T rind a de? A M Á IN T E R P R E T A Ç Ã O : D euteronôm io 6.4 é o shemá hebraico: “Ouve, Israel, o Senhor, nosso Deus, é o único Senhor”. As Testemunhas de Jeová dizem que por que Deus é “único” , não é possível que seja trino. “O shemá exclui a Trindade do credo cristão por ser uma violação à unidade de Deus” (M ankind's search for God, 1990,pág.219). A seita Unidade Pentecostal também cita esse verso contra a doutrina da Trindade. R obert Sabin, líder da seita Unidade Pentecostal, diz que a doutrina da Trindade “viola o shemá” e “nega... a exclusiva e supre ma divindade de Jesus” (Oneness News,vol. 4.4, e Irrefutable reasons why theory o f the Trinity cannot stand, preparados R E S P O S T A À S S EI TA S pelo Ministério Oneness). Será que essa é a correta com preensão do texto? C O R R IG IN D O A M Á IN TER PR ET A Ç Ã O : D eute ronômio 6.4 não nega a Trindade, mas, pelo contrário, estabelece um de seus pontos fundamentais: existe um Deus. E importante compreender que as Escrituras in terpretam as próprias Escrituras. Interpretando D eute ronômio 6.4 em conjunto com outros versículos, apren demos que o único Deus verdadeiro é trino em sua perso nalidade (2 Co 13.13), isto é, existem três pessoas nessa natureza única. Cada uma das três pessoas da Trindade é chamada de Deus nas Escrituras. O Pai (1 Pe 1.2), o Filho (Jo 20.28), e o Espírito Santo (At 5.3,4).Além disso, todos possuem atributos de divindade — incluindo a onipresença (SI 139.7; M t 28.20; Hb 4.13), a onisciência (Mt 9.4; R m 11.33; 1 Co 2.10) e a onipotência (Mt 28.18; R m 15.19; 1 Pe 1.5). Pode-se observar claramente os três em unidade den tro da mente de Deus, em passagens como Mateus 28.19: “Portanto, ide, ensinai todas as nações, batizando-as em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo”. O termo “nom e” no grego é singular, indicando que há um só Deus. Porém, existem três pessoas diferentes em Deus, conforme indicado pelos três artigos definidos no grego — o Pai, o Filho e o Espírito Santo. Essa tri-unidade também é refletida em 2 Coríntios 13.13. Então existe um só Deus, mas existe uma pluralidade dentro dessa unidade — uma pluralidade de pessoas dentro da unida de da natureza. D E U T E R O N Ô M I O 1 8 .1 0 -2 2 — Com o é que os falsos profetas podem ser distinguidos dos verdadei ros profetas? 64 D E U TE R O N Ô M IO A M Á IN T E R PR E T A Ç Ã O : A Bíblia contém muitas profecias que nos foram dadas para que nelas creiamos, porque vieram de Deus. Contudo, a Bíblia também mostra a existência de falsos profetas (Mt 7.15). Na ver dade, muitas religiões e seitas — incluindo as Testemu nhas de Jeová e os mórmons, alegam ter profetas. Daí, a Bíblia exorta os crentes a “provar” aqueles que se dizem profetas (1 Jo 4.1a). Qual é a diferença entre um falso profeta e um verdadeiro profeta de Deus, de acordo com Deuteronôm io 18.10-22? C O R R IG IN D O A M Á IN T E R PR E T A Ç Ã O : Exis tem muitos testes para provar um falso profeta. Vários deles estão listados na passagem bíblica em questão. C o locando-os em forma de perguntas, os testes são: 1. Eles sempre entregam falsas profecias? Cem por cento de suas predições em relação ao futuro se cum prem? (Dt 18.21,22) 2. Contatam espíritos de mortos? (Dt 18.11) 3. Utilizam meios de adivinhação? (Dt 18.11) 4. Envolvem médiuns ou feiticeiras? (Dt 18.11) 5. Seguem a falsos deuses ou ídolos? (Ex 20.3,4; Dt 13.1-3) 6. Negam a divindade de Jesus Cristo? (Cl 2.8,9) 7. Negam a humanidade de Jesus Cristo? (1 Jo 4.1,2) 8. As suas profecias desviam a atenção da pessoa de Jesus Cristo? (Ap 19.10) 9. Defendem a abstenção de certos alimentos e car nes por razões espirituais? (1 T m 4.3,4) 10. Criticam ou negam a necessidade do casamento? (1 T m 4.3) 11. Promovem a imoralidade? (Jd 4,7) 12. Encorajam a renúncia pessoal legalista? (Cl 2. 16-23) 65 R E S PO S TA ÀS SEITAS Um a resposta positiva a qualquer das questões acima é uma indicação de que o profeta não está falando por parte de Deus. Deus não fala e nem encoraja qualquer coisa que seja contrária ao seu próprio caráter e manda mentos conforme registrados nas Escrituras. E com ab soluta certeza, o Deus da verdade não dá falsas profecias (Dt 18.21-23). D E U T E R O N Ô M I O 1 8 .1 5 -1 8 — Esta é uma p ro fecia a respeito do profeta Maomé? A M Á IN T E R P R E T A Ç Ã O : Deus aqui prom eteu a Moisés: “Eis que lhes suscitarei um profeta do meio de seus irmãos [Israel], como tu, e porei as minhas palavras na sua boca, e ele lhes falará tudo o que eu lhe ordenar” (v. 18). Os muçulmanos acreditam que essa promessa se cumpriu em Maomé, como diz o Alcorão, quando se refere “ao profeta iletrado [Maomé] que eles encontram mencionado em suas próprias escrituras, na Lei nos Evan gelhos” (Sura 7.157). C O R R IG IN D O A MÁ IN TERPRETAÇÃO : Essa pro fecia não poderia se referir a Maomé. O termo “irmãos” se refere a Israel, e não a seus antagonistas árabes. Por que Deus levantaria para Israel um profeta dentre os seus ini migos? N o texto que está em torno desses versículos, o term o “irmãos” significa “companheiros” ou “concida dãos israelitas” . Foi dito aos levitas que eles “não terão herança no meio de seus irmãos” (v. 2). Em todas as demais passagens de Deuteronôm io, o te rm o “ irm ã o s ” tam b ém significa “ co n cid ad ão s israelitas”, e não “estrangeiros”. Deus lhes disse que es colhessem um rei “dentre os seus irmãos”, e não um “estrangeiro” . Israel nunca escolheu um rei que não fosse judeu. 66 D E U TE R O N Ô M IO Além disso, Maomé é descendente de Ismael, como os próprios muçulmanos admitem, e os herdeiros do trono judaico vieram de Isaque. Quando Abraão orou:“Tomara que viva Ismael diante de teu rosto!”, Deus respondeu cnfaticamente:“0 meu concerto,porém, estabelecerei com Isaque” (Gn 17.18,21).Mais tarde Deus repetiu:“Em Isaque será chamada a tua semente” (Gn 21.12). O próprio Alcorão declara que a descendência proIética veio através de Isaque, e não de Ismael: “E con cedemos nele Isaque e Jacó, e estabelecemos o m inis tério profético e as Escrituras dentre a sua sem ente” (Sura 29.27). O estudioso muçulmano Yusuf Ali adiciona o nome Abraão, mudando o significado, como a seguir: “Demos (Abraão) Isaque e Jacó, e ordenamos que dentre a sua descendência estivesse o ministério profético e a revela ção” . Adicionando o nome Abraão, pai de Ismael, ele passou a poder incluir Maomé, que é descendente de Ismael, na descendência profética. Mas o nome de Abraão não é encontrado no texto original. Jesus cumpriu perfeitamente esse verso, uma vez que l;.le era do meio de seus irmãos judeus (conferir G1 4.4). I' 1e cumpriu perfeitamente Deuteronôm io 18.18:“E ele llies falará tudo o que eu [Deus] lhe ordenar” . Jesus dis se: “Nada faço por m im mesmo; mas falo como o Pai me ensinou” (Jo 8.28);“Porque eu não tenho falado de mim mesmo, mas o Pai, que me enviou, ele me deu manda mento sobre o que hei de dizer e sobre o que hei de I.ilar” (Jo 12.49). Ele chamou-se a si mesmo “profeta” (I c 13.33), e o povo o considerava como profeta (Mt 1.11; Lc 7.16; 24.19; Jo 4.19; 6.14; 7.40; 9.17). Com o I ilbo de Deus,Jesus foi Profeta (falando aos homens, da parte de Deus), Sacerdote (Hb 7— 10, falando a Deus cm favor dos homens) e R ei (reinando sobre os homens i ou forme a vontade de Deus, Ap 19— 20). 67 R E S P O S T A Á S S EI T A S Outras características de um “profeta” combinam ape nas com Jesus, e não com Maomé. Por exemplo, Jesus falou com Deus “face a face” e fez “sinais e maravilhas” (leia os comentário acerca de Deuteronôm io 34.10). D E U T E R O N Ô M I O 2 3 .1 7 — A hom ossexualida de era condenada apenas p o r estar ligada à idola tria? A M Á IN TER PR ET A Ç Ã O : Algumas pessoas alegam que as condenações bíblicas contra a homossexualidade resultaram do fato de que a prostituição no serviço do templo estava associada a essas práticas idólatras (Dt 23.17). Elas insistem que a homossexualidade como tal não é assim condenada, mas apenas os atos homossexuais que estiverem associados ã idolatria, como os da prostituição no santuário (conferir 1 Rs 14.24). (Segundo observado nos comentários referentes a Gênesis 19.8, alguns adep tos da Nova Era acreditam que, para o “Cristo cósmico”, a homossexualidade é tão aceitável quanto a heterossexualidade.) C O R R IG IN D O A M Á IN T E R PR E T A Ç Ã O : Práticas homossexuais não são condenadas na Bíblia simplesmente porque estavam ligadas à idolatria. Esse fato se torna evi dente devido a vários motivos. A condenação de práticas homossexuais está separada das referências ligadas à prá tica de idolatria explícita (Lv 18.22; R m 1.26,27). Q uando a homossexualidade é associada à idolatria (como na prostituição no serviço do templo), essa cone xão não acontece em termos essenciais. São pecados concomitantes, mas não equivalentes. A infidelidade sexual é freqüentemente utilizada de m odo metafórico em relação à idolatria (por exemplo Os 3.1; 4.12), mas não possui necessariamente uma co 68 D E U T E R O N Ô M IO nexão com ela. A idolatria é uma forma espiritual de imoralidade, mas a imoralidade não é errada apenas se praticada em conjunto com a adoração a ídolos. Também a idolatria leva à imoralidade (conferir R m 1.22-27), mas são pecados diferentes. Mesmo os Dez Mandamentos fazem distinção entre idolatria na primeira lábua da lei, conforme Exodo 20.3,4, e pecados de or dem sexual na segunda tábua, conforme Exodo 20.14,17. I )/:U T E R O N Ô M I O 3 3 .2 — E sta é uma predição d respeito do profeta M aomé? A M Á IN T E R P R E T A Ç Ã O : M u ito s estudio sos islâmicos acreditam que esse verso prediz três visitações distintas de Deus — uma a Moisés no Sinai, outra atra vés de Jesus em Seir (que é uma região próxima ao mar Morto e ao deserto Árabe), e uma terceira em Parã (Arábia) através de M aomé, que veio a M eca com um exército de “dez m il” . (:< )R R IG IN D O A M Á IN T E R PR E T A Ç Ã O : Essa ar gumentação pode ser facilmente respondida olhando para um mapa bíblico. Parã fica próxima do Egito na penín sula do Sinai, e Seir no Antigo Testamento é Edom (conlerir Gn 14.6;N m 10.12; 12.16— 13.3;Dt 1.1).N enhum desses está na Palestina, onde Jesus ministrou. N em Parã era próxima a Meca, mas a centenas de milhas dali, mais perto da região sul da Palestina, na parte noroeste do Sinai. Além do mais, esse verso está falando da vinda do “ Senhor” (Yahweh, e não de M aomé). E a vinda dEle é acompanhada de “dez mil santos”, e não dez mil soldados, com o fez M aom é. N ão existe absolutam en te qualquer base nesse texto para a argumentação m u çulmana. 69 R E S P O S T A À S S EI TA S Finalmente, diz-se que essa profecia é aquela “com que Moisés, hom em de Deus, abençoou os filhos de Is rael antes da sua m orte” (v. 1). Se fosse uma profecia a respeito do Islã, que tem sido um constante inimigo de Israel, dificilmente poderia ter sido uma bênção para Is rael. N a verdade, o capítulo segue para pronunciar uma bênção sobre cada uma das tribos de Israel, para que Deus “lance o inimigo de diante de ti” (v. 27). D E U T E R O N Ô M I O 3 4 .1 0 — E ste versículo dá suporte à alegação muçulmana de que Jesus não poderia ter sido anunciado como profeta em D e u te ronômio 18.18? A M Á IN TER PR ETA Ç Ã O : Esse versículo diz:“E n u n ca mais se levantou em Israel profeta algum com o Moisés” . Os muçulmanos argumentam que isso prova que o profeta predito não poderia ser um israelita, e que teria sido, portanto, Maomé. C O R R IG IN D O A MÁ INTERPRETAÇ ÃO : O “n u n ca mais” significa desde a morte de Moisés até a ocasião em que esse último capítulo foi escrito, provavelmente por Josué. Mesmo que o livro de D euteronôm io ou essa parte do livro tenham sido escritos m uito mais tarde, como acreditam alguns críticos, ainda assim isso aconte ceu vários séculos antes da época de Cristo e, portanto, não o eliminaria. Observe que Jesus se constituiu o perfeito cum pri mento dessa predição referente ao profeta que havia de vir, e não Maomé (leia os nossos comentários a respeito de D t 18.15-18). Essa passagem não poderia se referir a Maomé, um a vez que o profeta vindouro seria como Moisés, que fez “todos os sinais e maravilhas que o Senhor o enviou 70 D E U T E R O N Ô M IO p.ira fazer” (Dt 34.11). Maomé, de acordo com a sua própria confissão, não fez sinais e maravilhas como Moisés e Jesus fizeram (ver Sura 17.90-93). O profeta vindouro seria como Moisés, que falou com Deus face a face (Dt 34.10). M aomé jamais disse que falou com Deus diretamente, mas obteve as suas revela ções através de anjos (conforme Sura 2.97). Jesus, por outro lado, como Moisés, foi um mediador direto (1 T m 2.5; H b 9.15) que se comunicou diretamente com Deus (conferir Jo 1.18; 12.49; 17). CAPÍTULO 5 JOSUÉ J O S U É 1 .8 — Este versículo é uma chave para a p ro sp e rid a d e fin a n ce ira , conform e sugerem os ensinadores da seita Palavra da Fé? A M Á INTERPRETAÇÃO : Josué 1.8 diz:“Não se aparte da tua boca o livro desta Lei; antes, medita nele dia e noite, para que tenhas cuidado de fazer conforme tudo quanto nele está escrito; porque, então, farás prosperar o teu caminho e, então, prudentemente te conduzirás”. Os ensinadores da seita Palavra da Fé dizem que esse verso é uma chave para a prosperidade financeira. C O R R IG IN D O A M Á IN T E R P R E T A Ç Ã O : Os ensinadores da seita Palavra da Fé estão lendo um signi ficado dentro desse verso que na realidade não está lá. O RE SPOSTA ÀS SEITAS contexto desse verso é militar, e não financeiro. N a ver dade, finanças não estão à vista em lugar algum desse capítulo inteiro de Josué. N a conquista da terra prometida, Deus prometeu a Josué que os seus esforços militares prosperariam se ele mantivesse o seu compromisso de meditar sobre a Pala vra de Deus e obedecer-lhe. A prosperidade, sem dúvida, inclui a completa fortificação das promessas da terra, que foram dadas incondicionalmente por Deus no concerto com Abraão (Gn 12.1-3). Mais tarde, um pouco antes de sua morte,Josué aconselhou o povo insistentemente para que continuassem a viver em submissão às Escrituras (Js 23.6). CAPÍTULO 6 1 SAMUEL I S A M U E L 1 8 .1 -4 — D a v i e Jônatas eram homos sexuais? A M Á IN TER PR ET A Ç Ã O : Essa passagem das Escritu ras registra o intenso amor que Davi e Jônatas tinham um pelo outro. Alguns vêem esse fato como uma indica ção de que ambos eram homossexuais. Inferem isso a partir do fato de que Jônatas “amava” Davi (18.3); que Jônatas se despiu na presença de Davi (18.4); que “beija ram-se” um ao outro e “Davi chorou muito mais” ou, como na versão em inglês, Davi chorou “extremamen te” (1 Sm 20.41) — um termo que essas pessoas enten dem como ejaculação. Apontam também para a falta de sucesso de Davi em suas relações com mulheres, como se fora uma indicação de suas tendências homossexuais. RE S PO S TA ÀS SEITAS C O R R IG IN D O A M Á IN T E R PR E T A Ç Ã O : Não existe nenhuma indicação nas Escrituras de que Davi e Jônatas fossem homossexuais. Pelo contrário, existem fortes evidências de que não o eram. A atração que Davi sentiu por Bate-Seba (2 Sm 11) revela que a sua orienta ção sexual era heterossexual, e não homossexual. N a re alidade, a julgar pelo número de esposas que teve, parece que Davi se entregava a desejos heterossexuais fortes de mais. O amor de Davi por Jônatas não era sexual (eros), mas o amor no sentido de amizade (jphileó). Nas culturas ori entais, é com um para homens heterossexuais expressa rem aberta e calorosamente amor e afeição uns pelos outros. O “beijo” era, naquela época, uma saudação cultural m ente com um entre homens. Além do que, o beijo não ocorreu até algum tempo depois de Jônatas dar a Davi as suas roupas (1 Sm 20.41). A emoção que eles expressa ram foi pranto, não orgasmo. O texto diz:“e beijaram-se um ao outro e choraram juntos, até que Davi chorou muito mais” (1 Sm 20.41). Também não é verdade que Jônatas tenha se despido de todas as suas roupas na presença de Davi. Ele apenas tirou o seu armamento e o seu manto real (1 Sm 18.4) como símbolo de seu profundo respeito e compromisso para com Davi (1 Sm 18.3). 1 S A M U E L 2 6 .1 9 — Este versículo d iz que deve mos odiar 0 5 nossos inimigos, como ensina a seita M eninos de Deus? A M Á IN TE R PR E T A Ç Ã O : Moses David, líder da seita Meninos de Deus, apelou para esse verso a fim de justi ficar o ódio que tem por seus inimigos. Ele escreveu: “Sinto muito, mas acho que não sou tão amoroso quan- 1 SAMUEL (o Jesus — sou mais parecido com o rei Davi (1 Sm 26.19). Jesus foi capaz de perdoar os seus inimigos, po rém eu amaldiçôo os meus inimigos. Mas Deus disse ijue Davi era um hom em segundo o seu próprio cora ção, então talvez eu seja mais como Deus, ‘pois quero amaldiçoá-los por ferirem aos meus pequeninos!’” (David, 1977, 577, pp. 1,2). (:O R R IG IN D O A M Á IN TERPR ETAÇà O : Tal con clusão é forçada e demanda nada mais do que uma breve resposta. Mesmo nessa passagem, Davi manifestou amor por seu inimigo (Saul), deixando de matá-lo quando poderia tê-lo feito. Davi não odiava os seus inimigos. Mesmo nos assim chamados salmos “que amaldiçoam”, ele fala de amor por seus inimigos e intercede em oração a favor deles. Ele escreveu: “Em paga do meu amor, são meus adversários; mas eu faço oração. Deram-me mal pelo bem e ódio pelo m eu amor” (SI 109.4,5). Ao invés de tomar vingança contra eles, Davi confiou os seus inimigos ã justiça de Deus, que é quem retribui a cada um conforme os seus feitos. I S A M U E L 2 8 .7 - 2 0 — Com o é que D eu s pôde permitir que a feiticeira de E n -D o r fizesse Samuel voltar dos mortos, uma v e z que D eu s condena a feitiçaria? \ M Á IN T E R PR E T A Ç Ã O : A Bíblia condena severa mente a feitiçaria e a comunicação com os mortos (Ex 22.18; Lv 20.6,27; D t 18.9-12; Is 8.19). N o Antigo Tes tamento, aqueles que praticassem tais atos receberiam a punição capital. O rei Saul conhecia esse fato e até mes mo havia expulsado todos os feiticeiros da terra (1 Sm 28.3). Contudo, em desobediência a Deus, dirigiu-se à feiticeira em En-Dor, pedindo-lhe que contatasse o fi R E S P O S T A À S S EI TA S nado profeta Samuel (1 Sm 28.11-19). O problema aqui é que ela parece ter sido bem-sucedida na tentativa de contatar Samuel, o que parece validar os poderes da fei tiçaria que a Bíblia tão severamente condena. Aqueles que praticam a feitiçaria, como a Wicca, algumas vezes citam esse versículo como suporte à sua religião (Mather e Nichols, 1993, 313). C O R R IG IN D O A M Á IN TER PR ET A Ç Ã O : Alguns crêem que a feiticeira fez um milagre através de poderes demoníacos, e realmente trouxe Samuel de volta dos mortos. Em apoio a essa visão, citam passagens que indi cam que demônios têm poder para fazer milagres (Mt 7.22; 2 Co 11.14; 2 Ts 2.9,10; Ap 16.14). As objeções a essa visão incluem o fato de que a morte é final (Hb 9.27). Os mortos não podem retornar (2 Sm 12.23) por que existe um enorme abismo fixado por Deus (Lc 16.2426), e demônios não são capazes de usurpar a autoridade de Deus sobre a vida e a morte (Jó 1.10-12). Outros têm sugerido que a feiticeira não fez realmente que subisse Samuel dentre os mortos, mas simplesmente fogou ter feito isso. Sustentam essa afirmação referindose a demônios que enganam pessoas que procuram con tato com os mortos (Lv 19.31; D t 18.11; 1 C r 10.13), e também usando o argumento de que os demônios algu mas vezes declaram a verdade (conferir At 16.17). As objeções a essa visão incluem o fato de que a passagem parece dizer que Samuel retornou de entre os mortos, que ele entregou uma profecia como sendo Samuel e esta se cumpriu, e que não seria comum que demônios tivessem declarado a verdade de Deus, uma vez que o diabo é o pai da mentira (Jo 8.44). U m outro ponto de vista é que a feiticeira não teria trazido Samuel de entre os mortos, porém o próprio Deus teria intervindo para repreender Saul por seus pe- 78 1 SAMUEL cados: a) Samuel parecia ter realmente voltado de entre os mortos (vv. 14,20), mas b) nem humanos nem dem ô nios possuem o poder de trazer alguém de volta de entre os mortos (Lc 16.24-3l;H b 9.27); c) A própria feiticeira pareceu ter ficado surpresa com a aparição de Samuel de entre os mortos (v. 12); d) Existe uma condenação direta à feitiçaria no verso 9 — é fora do comum que o mes mo texto desse crédito ã feitiçaria, divulgando que feiti ceiras são capazes de trazer pessoas de volta da morte; e) Deus algumas vezes fala em lugares inesperados, através de meios não usuais (vide o episódio envolvendo a j u menta de Balaão no livro de Números 22). As maiores objeções a essa forma de ver a descrição de 1 Samuel são que o texto não diz explicitamente que Deus fez esse milagre, e que a moradia de uma feiticeira é um lugar estranho para tê-lo feito. Deus é soberano para decidir quando e onde Ele mesmo intervém, contudo, nem todos os milagres são classificados como tais (Mt 3.17; 17.1-9). U m ato miraculoso é capaz de falar por si próprio. N .E .: A Palavra de Deus deixa bem claro que o ver dadeiro profeta seria medido pela veracidade. Não há motivos para crer que o suposto “Samuel” fosse o profe ta e que teria retornado dentre os mortos, visto que sua profecia não se cumpriu quando: • Disse a Saul que ele e seus filhos estariam com Samuel (mortos). N em todos os filhos de Saul m orre ram no combate. • Disse que seriam entregues nas mãos dos filisteus. Saul não foi apanhado vivo pelos filisteus, mas suicidou-se. Dessa forma, percebe-se pela profecia do suposto “Samuel” que ele não pôde falar a verdade, sendo, por tanto, um demônio, e não o espírito do profeta. Além do mais, a Bíblia não diz que Saul viu o “profe ta”, e sim que a feiticeira o viu. Satanás, e não o profeta, falou através da feiticeira. 79 CAPÍTULO 7 2 S A M U E L 6 .7 — ■ A reverência pela arca do concer to dá suporte à visão católica romana de venerar as relíquias? A M Á IN TER PR ETA Ç Ã O : D e acordo com esse verso: “Então, a ira do Senhor se acendeu contra Uzá, e Deus o feriu ali por esta imprudência; e morreu ali junto à arca de Deus”, este fato dá crédito ao dogma católico de ve nerar relíquias religiosas? C O R R IG IN D O A MÁ INTERPRETAÇÃO : Uzá não foi ferido por fracassar em termos de veneração à arca, mas por desobediência à lei de Deus, que proibia qual quer pessoa de tocar a arca, exceto o sacerdote (Nm 4.15; conferir 2 Sm 6.7). R E S P O S T A À S S EI T A S Mostrar respeito pela arca, na qual a própria presença de Deus e sua glória eram manifestas, é muito diferente de venerar as relíquias de criaturas humanas. A arca era um símbolo divinamente designado, e não meras ruínas e adornos humanos. Além disso, a arca era um símbolo especial em uma teocracia única, na qual Deus pessoal mente e de maneira visível (na nuvem de sua glória) habitava entre o seu povo especialmente escolhido, Isra el. Finalmente, mesmo mantendo o lugar especial que a arca possuía, o povo não deveria venerá-la (Ex 20.4,5) mas deveriam simplesmente obedecer às leis de Deus em relação à sua utilização. Deus claramente ordenou ao seu povo que não fizes se imagens de escultura, e nem se prostrassem diante delas em um ato de devoção religiosa. Esse é o mesmo erro dos pagãos que “honraram e serviram mais a criatura do que o Criador” (Rm 1.25). A Bíblia nos proíbe tanto o “fazer” como o “prostrar-se” diante de uma “imagem” de qualquer que seja a criatura, em um ato de devoção religiosa: “Não farás para ti imagem de escultura, nem alguma semelhança do que há em cima nos céus, nem em baixo na terra, nem nas águas debaixo da terra. Não te encurvarás a elas nem as servirás” (Ex 20.4,5). 82 CAPÍTULO 8 1 REIS l R E I S 11.1 — A s Escrituras aprovam a poligamia? A M Á IN TERPR ETA Ç Ã O : Os mórmons dizem que o profeta Joseph Smith alegou ter recebido uma “revelação” do Senhor, de acordo com a qual o matrimônio plural era a vontade de Deus para os seus seguidores (Doctrine and covenants, 132.61,62).As Escrituras, todavia, repetidamen te advertem contra a prática de possuir várias esposas (Dt 17.17) e a violação da monogamia — que significa um hom em para uma esposa (conferir 1 Co 7.2). Que atitu de teremos então diante de 1 Reis 11.3, onde a Palavra nos conta que Salomão teve 700 esposas e 300 concubinas? C O R R IG IN D O A M Á IN T E R P R E T A Ç Ã O : A monogamia é o padrão de Deus para a espécie humana. R E S P O S T A À S S EI TA S Isso se torna evidente uma vez que: 1) Desde o princí pio, Deus estabeleceu o modelo criando uma relação matrimonial monogâmica entre um hom em e uma m u lher, que foram Adão e Eva (Gn 1.27; 2.21-25); 2) Esse padrão estabelecido por Deus constituiu a prática geral da espécie humana até ser interrompida pelo pecado (Gn 4.23); 3) A lei de Moisés claramente ordena até mesmo aos reis: “Tampouco para si multiplicará mulheres” (Dt 17.17); 4) A advertência contra a poligamia é repetida na própria passagem onde se enumeram as várias esposas de Salomão (1 Rs 11.2): “Não entrareis a elas, e elas não entrarão a vós”; 5) O nosso Senhor reafirmou a inten ção original de Deus citando a passagem de Mateus 19.4 e observando que Deus criou um “macho e [uma] fê m ea” e os ajuntou através do matrimônio; 6) O Novo Testamento também reforça a idéia afirmando:“cada um tenha a sua própria mulher, e cada uma tenha o seu pró prio m arido” (1 Co 7.2); 7) Da mesma maneira, Paulo insistiu que o líder da igreja deveria ser “marido de uma mulher” (1 T m 3.2,12); 8) Verdadeiramente, o casamen to com base na monogamia representa o relacionamen to entre Cristo e a sua noiva, que é a Igreja (Ef 5.31,32). A poligamia jamais foi estabelecida por Deus para qualquer pessoa, e sob nenhuma circunstância. De fato, a Bíblia revela que Deus puniu severamente aqueles que a praticaram: 1) A poligamia é mencionada pela primeira vez como parte do contexto de uma sociedade pecami nosa, que estava em uma condição de rebelião contra Deus, onde o assassino Lameque tom ou “para si duas mulheres” (Gn 4.19-23); 2) Deus, por repetidas vezes, preveniu aqueles que viveram em poligamia a respeito das conseqüências das ações deles — para que o seu co ração não se desvie” de Deus (Dt 17.17; conferir 1 Rs 11.2); 3) Deus nunca ordenou a poligamia — e nem o divórcio; Ele apenas a perm itiu devido à dureza do cora 84 1 REIS ção deles (Dt 24.1; M t 19.8); 4) Todos aqueles que vive ram a poligamia, cujas vidas estão registradas na Bíblia, incluindo Davi e Salomão (1 C r 14.3), pagaram muito caro por seus pecados; 5) Deus odeia a poligamia, como igualmente odeia o divórcio, uma vez que promovem a destruição do seu ideal para a família (conferir Ml 2.16). De forma resumida, a monogamia é ensinada na Bí blia: 1) Através de um precedente, uma vez que Deus deu ao primeiro hom em apenas uma mulher; 2) Por pro porção, tendo em vista que o número de pessoas do sexo masculino e feminino que Deus traz ao mundo é apro ximadamente igual; 3) Por preceito, já que tanto o Anti go como o Novo Testamento ordenam a monogamia; 4) Por punição, uma vez que Deus puniu aqueles que vio laram o seu padrão (1 Rs 11.2); 5) Por tipo, tendo em vista que o matrimônio tipifica Cristo e a sua noiva, a Igreja (Ef 5.31,32). O simples fato de a Bíblia registrar o pecado de poligamia cometido por Salomão não signifi ca que Deus aprovou essa prática. CAPÍTULO 9 2 REIS 2 R E I S 13.21 — O fato de D eu s ter feito um milagre através dos ossos de Eliseu justifica a veneração das relíquias dos santos, conforme alegam os católicos romanos? A M Á IN T E R PR E T A Ç Ã O : O texto diz: “E sucedeu que, enterrando eles um h ò m e m , eis que viram um ban do e lançaram o hom em na sepultura de Eliseu; e, cain do nela o hom em e tocando os ossos de Eliseu, reviveu e se levantou sobre os seus pés” (2 Rs 13.21). Os católicos romanos citam esse verso para dar suporte à sua prática de veneração de relíquias (Ott, 1960, 319). ( CORRIGINDO A MÁ INTERPRETAÇÃO: Essa pas sagem não justifica a veneração de relíquias, do mesmo R E S P O S T A À S S EI T A S m odo que não justifica a veneração de quaisquer outros meios físicos que Deus tenha utilizado como veículo na realização de milagres — tais como a vara de Moisés, a serpente de bronze no deserto, o lodo que Jesus utilizou para curar o hom em cego ou as mãos dos apóstolos usa das para curar enfermidades. N a realidade, a Bíblia condenou a utilização da ser pente de bronze com a finalidade de idolatria. N a cam panha contra a idolatria de Judá, Ezequias “tirou os altos, e quebrou as estátuas, e deitou abaixo os bosques, e fez em pedaços a serpente de metal que Moisés fizera, por quanto até àquele dia os filhos de Israel lhe queimavam incenso” (2 Rs 18.4). Deus claramente ordenou ao seu povo que não fizes se imagens de escultura, e nem se prostrassem diante delas em um ato de devoção religiosa. Esse é o mesmo erro dos pagãos que “reverenciaram e adoraram à criatura em lugar do Criador” (R m 1.25). 2 R E I S 1 4 .2 9 — O s mortos estão adormecidos ou conscientes? A M Á IN TERPRETAÇÃO : Com o nessa passagem, a Bí blia se refere à morte como um período de tempo em que uma pessoa “dorme com os seus pais” (por exemplo, em 1 Rs 2.10; 11.21,43; 14.20). Jesus disse: “Lázaro dor m e” (Jo 11.11) na ocasião em que Lázaro estava morto (v. 14). Paulo fala de crentes que “dormiram” no Senhor (lT s 4.13; conferir 1 Co 15.51). As Testemunhas de Jeová acreditam que tais versos indicam que “quando uma pes soa está morta, está completamente fora da existência. Não tem consciência de nada” (You can liveforever inparadise on earth, 1982, pág.88). Contudo, em outras passagens a Bí blia fala de pessoas que morreram e estão conscientes na presença de Deus (conferir 2 Co 5.8; Fp 1.23; Ap 6.9). 88 2 REIS C O R R IG IN D O A M Á IN TER PR ET A Ç Ã O : O pri meiro conjunto de versos refere-se ao corpo, e o segun do à alma. “D o rm ir” é uma figura de linguagem apro priada para o corpo, uma vez que a morte é apenas tem porária, aguardando apenas a ressurreição, ocasião em que o corpo será “despertado” . Além disso, tanto o ato de dorm ir quanto a m orte possuem a mesma postura — o córpo permanece deitado. A Bíblia é muito clara quando ensina que a alma do crente (e o seu espírito) sobrevive à morte (Lc 12.4). Ela está conscientemente presente com o Senhor (2 Co 5.8) em um lugar melhor (Fp 1.23), onde outras almas estão conversando (Mt 17.3). De um modo semelhante, a alma do descrente está em um lugar de torm ento consciente (Mt 25.41;Lc 16.22-26; Ap 19.20— 20.15;veja também comentários sobre 2 Co 5.8). 89 CAPÍTULO 10 2 CRÔNICAS 2 C R Ô N I C A S 1 6 .1 2 — Este texto ensina que a morte do rei A s a resultou do fato de ele haver busca do os médicos ao invés do Senhor? A MÁ IN TER PR ET A Ç Ã O : De acordo com a seita Ci ência Cristã, essa passagem ensina que a morte do rei Asa foi uma conseqüência da atitude que ele teve de buscar o auxílio dos médicos, ao invés do auxílio do Senhor (Eddy, 245). A partir disso, eles concluem que nós tam bém deveríamos nos abster do consumo de remédios e assistência médica, mesmo em ocasiões de sérias enfer midades. C O R R IG IN D O A MÁ IN TER PR ETA Ç Ã O : Tal inferência não é necessária nesse contexto, e é contrária R E S P O S T A À S S EI T A S a outras passagens das Escrituras. Várias considerações evidenciam esse fato. O versículo não diz ser errado buscar ajuda médica, mas sim fazê-lo ao invés de buscar ao Senhor. Deus quer ser colocado em primeiro lugar (conforme M t 6.33; Cl 1.18). Com o colocado por Jeremias, “Maldito o hom em que confia no homem, e faz da carne o seu braço, e aparta o seu coração do Senhor!” (Jr 17.5). Tanto o Antigo com o o N ovo Testamento reco m endam o uso de medicam entos. O profeta Isaías re cebeu ordens para “preparar uma pasta de figos” para uma chaga.Tal pasta foi aplicada à chaga e o rei se recu perou (2 Rs 20.7). E Paulo disse a Tim óteo: “Não be bas mais água só, mas usa de um pouco de vinho, por causa do teu estômago e das tuas freqüentes enferm i dades” (1 T m 5.23). Finalmente, o fato de que o apóstolo Paulo foi afligi do por uma enfermidade (Cl 4.13; conferir 2 Co 12.7), talvez tenha sido a razão de ter contado com a compa nhia freqüente do doutor Lucas em suas viagens. A Bí blia não condena em nenhum a passagem o ato de uma pessoa se tratar com o auxílio de um médico, e também não condena o ato de tomar a medicação necessária. O próprio Senhor Jesus disse: “Não necessitam de médico os sãos, mas sim, os doentes” (Mt 9.12). A Bíblia simples mente insiste que se deve primeiramente buscar a Deus, para determinar se a enfermidade foi enviada por Ele. 92 CAPÍTULO 11 JÓ f J O 1 .5 — A prática de Jó de oferecer sacrifícios em fa v o r de seus filh os dá suporte ao ensino católico romano sobre as indulgências? A M Á IN TER PR ET A Ç Ã O : Jó 1.5 declara que Jó ofe recia sacrifícios em favor de seus filhos: “Porventura, pe caram meus filhos e blasfemaram de Deus no seu cora ção” . Os estudiosos católicos romanos citam essa passa gem para sustentar o ensino referente ao “tesouro de méritos”, através do qual uma pessoa pode obter a expi ação dos pecados de outra, eliminando as conseqüências temporais no purgatório (Ott, 1960, 317). CORRIGINDO A MÁ INTERPRETAÇÃO: Essa pas sagem não apóia a doutrina católica do “tesouro de mé- R E S P O S T A À S S EI T A S ritos” no céu. Um a avaliação do contexto revela a razão disso. Não existe no texto qualquer menção a respeito de tal tesouro. Em nenhum lugar a passagem diz que Deus aceitou um ato tão solícito de Jó a favor de seus filhos. A passagem é descritiva, e não prescritiva, informando-nos o que Jó fez, e não se isso deveria ser feito. Podemos ver essa verdade através do registro do que disseram os ami gos de Jó, que expressava uma situação meramente des critiva, e não exprimiam realmente o pensamento de Deus (Jó 42.7). U m estudo cuidadoso do contexto revela que o in tento da passagem é nos mostrar o quão justo era Jó (conferir Jó 1.1), e não se é possível fazer qualquer expi ação por pecados de outras pessoas. Certamente Deus ouve as orações de uma pessoa justa (Jó 42.8;Tg 5.16). Mas isso de maneira alguma implica que possam ajudar a expiar os pecados de outra pessoa. A virtude de um ser humano não é transferível a outro. As Escrituras decla ram que “a justiça do justo ficará sobre ele” (Ez 18.20). Mesmo que os atos de uma pessoa justa como Jó fos sem de algum modo eficazes em favor de sua família ou amigos na terra, de maneira alguma dariam suporte à crença católica de que o mesmo é eficaz para os que já partiram. Jó o fez em favor dos vivos e não dos mortos! Portanto, o apelo católico a esse texto como apoio à idéia do “tesouro de méritos” é sem fundamento. J Ó 1 .2 0 ,2 1 — Este versículo ensina a reencarnação? A M Á IN TER PR ET A Ç Ã O : A Bíblia fala contra a cren ça na reencarnação (Jo 9.3; Hb 9.27). Mas aqui Jó fala de uma pessoa retornando a Deus após a sua própria morte.. Alguns reencarnacionistas apelaram para esse versículo buscando apoio para as suas doutrinas. 94 JÓ ( O R R IG IN D O A M Á IN TER PR ET A Ç Ã O : Jó não está se referindo ao “retorno” da alma a outro corpo (Din a finalidade de viver novamente, mas do retorno do corpo à sepultura. Deus disse a Adão que ele “retornaria ,i terra” pois “porquanto és pó e em pó te tornarás” (Gn 3. i 9). O termo hebraico utilizado para “ventre” (shammah ) c usado de maneira figurativa na expressão poética de Jo referindo-se à “terra”.As idéias de “terra” e “ventre” são utilizadas no Salmo 139, referindo-se ao fato de Deus nos ter criado: “Entreteceste-me no ventre de minha mãe”, nas “profundezas da terra” (w.13,15). Na condi ção de antigo livro de sabedoria hebreu, Jó acreditava que as pessoas trabalhavam “a partir do dia em que saíam do ventre de sua mãe, até o dia em que retornavam à mãe de todos [isto é, ao ventre da terra]” (Eclesiástico 40.1, a seguir). D o mesmo m o d o jó utilizava a expressão poética “retornar para lá [isto é, para o ventre de minha mãe]”, referindo-se à terra da qual todos nós viemos, e para a qual todos voltaremos (conforme Ec 12.7). Mes mo que alguém insistisse na compreensão literal dessa figura de linguagem, não provaria a reencarnação. Ape nas poderia mostrar que uma pessoa retorna ao ventre de sua própria mãe após a sua morte, o que é um absur do. Finalmente, Jó não acreditava na reencarnação em um outro corpo mortal. Ele cria na ressurreição em um corpo imortal e declarou: “Porque eu sei que o meu Kedentor vive, e que por fim se levantará sobre a terra. E depois de consumida a minha pele, ainda em minha carne verei a Deus” (Jó 19.25,26; ênfase minha). Ele compre endia que esta carne corruptível seria revestida de um corpo incorruptível (conferir 1 Co 15.42-44). A dou trina da reencarnação, em contraste, não diz que as pes soas serão ressuscitadas uma única vez e em um corpo físico im ortal; ela é a crença de que a alma será reencarnada muitas vezes em corpos mortais, que m or 95 R E S P O S T A À S S EI T A S rerão sucessivamente. Portanto, não existe qualquer base para se alegar que Jó acreditava nessa doutrina. JÓ 7.9 — E ste verso contradiz o ensino bíblico a respeito da ressurreição? A M Á IN TE R PR E T A Ç Ã O : As Escrituras ensinam que todo ser humano será ressuscitado de sua sepultura em um corpo (conferir D n 12.2; 1 Co 15.22; Ap 20.4-6). Verdadeiramente, Jesus disse que um dia “todos os que estão nos sepulcros ouvirão a sua voz e... sairão” (Jo 5.28,29). Contudo,Jó aparentemente diz o oposto quan do escreve: “Aquele que desce à sepultura nunca tornará a subir” (Jó 7.9; veja também Jó 14.12; Is 26.14; Am 8.14). A passagem em Jó 7.9 certamente vem à tona quando se discute com as Testemunhas de Jeová. C O R R IG IN D O A M Á IN TER PR ET A Ç Ã O : C on forme o primeiro conjunto de passagens claramente re vela, haverá a ressurreição de todos os mortos, tanto dos justos como dos injustos (At 24.15;Jo 5.28,29). O pró prio Jó expressou a sua crença na ressurreição declaran do:1^ depois de consumida a minha pele, ainda em mi nha carne verei a Deus” (Jó 19.26). O que ele quis dizer quando falou sobre alguém que desce à sepultura e não torna mais (7.9) é explicado no versículo seguinte:“N un ca mais tornará à sua casa” (v. 10). Em outras palavras, aqueles que m orrem não retornam às suas vidas mortais novamente. De fato, a ressurreição é para uma vida imortal ' (1 Co 15.53) e não para o mesmo tipo de vida mortal que a pessoa tinha antes. Jó 14.12 não nega que haverá qualquer ressurreição, mas simplesmente que ela não ocorrerá até que “não haja mais céus”, isto é, até o final dos tempos. E nessa ocasião precisa mente, “no fim do tempo”, que a ressurreição acontecerá 96 JÓ (I )n 11.40; conferir 12.1,2; Jo 11.24). A passagem ensina iralmente sobre a doutrina da ressurreição. Porque Jó sim plesmente se referia a ser escondido por Deus na sepultura .11é um tempo determinado, quando o próprio Deus se lembraria dele novamente (14.13) na ressurreição. Nem tampouco Isaías 26.14 nega a ressurreição, mas também reafirma tal doutrina. Os versos seguintes di zem claramente:“Os teus mortos viverão, os teus mortos ressuscitarão... a terra lançará de si os m ortos” (Is 26.19). lintão, o verso 14 significa que eles não viverão até que aconteça a ressurreição. A memória dos ímpios perecerá no cenário terrestre. I ístes não serão novamente levantados até que o cenário celestial alvoreça. Alguns textos que aparentam negar a ressurreição (por exemplo Am 8.14) simplesmente se referem à queda dos inimigos de Deus, que nunca mais se levantarão para se oporem a Ele novamente. Jamais retomarão a influência que tiveram sobre o povo de Deus. I )eus os derrubou de uma forma irrecuperável. / ( ) Í 4 .1 2 — E sta passagem contraria o ensino bíblico a respeito da ressurreição? Ver os comentários feitos a respeito de Jó 7.9. I<) 1 9 .2 6 — E ste versículo indica que as pessoas terão um corpo físico na ressurreição? A MÁ IN TE R PR E T A Ç Ã O : Satanás estava afligindo o corpo de Jó, e por essa razão a carne dele estava apodre cendo. Contudo, Jó expressava a sua fé em Deus através ilestas palavras:“Ainda em minha carne verei a Deus” (Jó 1(>.26). As seitas — incluindo os adeptos da Nova Era e .is Testemunhas de Jeová — negam que na ressurreição os ressuscitados terão corpos físicos. 97 R E S PO S TA ÀS SEITAS C O R R IG IN D O A M Á IN TERPRETAÇ ÃO : A Bí blia freqüentemente se refere à ressurreição da carne (con fira em Lc 24.26,27;At 2.31). O fato de que Jó tenha se apegado à mesma é claro por várias razões. Primeiro, embora a preposição “em ” (no original min) possa trans mitir a idéia de “sem”, é uma característica dessa prepo sição que, quando utilizada juntam ente com o verbo “enxergar”, signifique “a partir do melhor ponto de”. Essa idéia é reforçada pelo paralelismo contrastante que foi empregado nesse verso. A poesia hebraica fre qüentemente emprega duas linhas paralelas de expres sões poéticas, que algumas vezes expressam palavras ou idéias contrastantes (chamado de paralelismo antitético). Nesse caso, a perda da carne de Jó é contrastada com a sua confiança em Deus como sendo capaz de restaurar o seu corpo, já em decadência diante de seus próprios olhos, de tal maneira que em sua própria carne ele veria a Deus. Essa é a mais sublime expressão da fé de Jó em uma ressurreição física literal. A ressurreição física é afirmada em passagens do An tigo (Is 26.19;Dn 12.2) e do Novo Testamento (Lc 24.39; Jo 5.28,29; At 2.31,32). Portanto, o entendimento de Jó a respeito da ressurreição física está de acordo com o restante das Escrituras. CAPÍTULO 12 SALMOS S A L M O S 1.2 — O s cristãos deveriam meditar ou essa é uma prática budista e hindu? A M Á IN TER PR ETA Ç Ã O : Davi declarou nessa passa gem que devemos “meditar de dia e de noite”. Contudo, a meditação transcendental está associada às religiões orientais, tais como o budismo, o hinduísmo e a filosofia da Nova Era, que são contrárias ao cristianismo (Ferguson, 1980, 315,16). Os cristãos deveriam aderir à meditação? C O R R IG IN D O A M Á IN TERPRETAÇÃO : Existe uma diferença significativa entre a meditação cristã e a meditação mística encontrada em muitas religiões orien tais, popularmente conhecidas como as religiões da Nova Era. As diferenças são destacadas na seguinte comparação: R E S P O S T A À S S EI T A S CRISTIANISMO RELIGIÕES ORIENTAIS Objeto Alguém (Deus) Nada (vazio) Propósito Adoração a Deus Fusão com Deus Meios Revelação divina Intuição humana Campo de ação Através da razão Além da razão Poder Pela graça de Deus Pelo esforço humano Experiência Realidade objetiva Puramente subjetiva Estado imediato Relaxamento Concentração (Veja Geisler e Amano, 135) Observe a grande diferença: uma coisa é esvaziar a mente de alguém para que medite em nada, e outra coi sa é preencher o pensamento de uma pessoa com a Pala vra de Deus, para que esta passe a meditar no Deus vivo. Davi disse que meditava na “lei” de Deus — na Palavra, e não no vazio. O propósito dele era uma comunhão espiritual comYahweh, e não uma união mística com o Brahma ou com o Tao das religiões orientais. S A L M O S 2. 7 — Este versículo significa que Jesus nasceu como um espírito gerado p o r p a is celestiais? A M Á IN TER PR ET A Ç Ã O : O Salmo 2.7 diz:“Recita rei o decreto: O Senhor me disse: Tu és m eu Filho; eu hoje te gerei”. Os mórmons pensam que esse verso dá suporte à idéia de que Jesus nasceu como um espírito 100 SALMOS ml ante (por procriação), como descendente de pais celestiais (Gospel principies, 1986, pág.9). ( O R R IG IN D O A M Á IN TER PR ETA Ç Ã O : A visão que os mórmons têm sobre essa Escritura não tem o apoio nem do próprio texto nem das demais passagens da Bí blia. Duas coisas precisam ser mantidas em mente: a pri meira é que o contexto aqui não está falando a respeito de um espírito que está nascendo no mundo espiritual, mas ilos “reis da terra” que “conspirariam” contra o “U ngido” de Deus (o Messias) para livrarem-se dEle (isto é, para o matarem). Daí o sentido mais natural de Ele ter sido “ge rado” por Deus para reinar sobre as nações (w.7,8) é que Ele foi ressuscitado dentre os mortos. A segunda é um princípio básico de interpretação bíblica que ensina que o Antigo Testamento deve ser interpretado de acordo com a luz maior do Novo Testa mento. Atos 13.33,34 indica que o ato de ressurreição dentre os mortos que o Pai praticou para com Jesus é o cumprimento da declaração feita em Salmos 2.7:“Tu és meu Filho; eu hoje te gerei” . Dessa maneira o verso não tem nada a ver com a suposta procriação de Cristo, con forme eles alegam. Outras passagens das Escrituras deixam claro que Cris to jamais veio à existência em determinada ocasião no tempo, mas que Ele verdadeiramente é um ser eterno. Jesus é tão eterno quanto Deus o Pai (Jo 1.1) e sempre existiu como o eterno “Eu Sou” (confira Ex 3.14), antes mesmo de Abraão (Jo 8.58). Ele não foi “nascido” em forma de espírito em determinado instante. Ele apenas nasceu como hom em em Belém, mesmo sendo eterno (confira M q 5.2). S A L M O S 3 7 .9 ,3 4 Quando os ímpios forem ex terminados, serão aniquilados? — 101 R E S P O S T A À S S EI TA S A M Á INTERPRETAÇÃO : O salmista afirma que “Os malfeitores serão desarraigados”.Em outras passagens (SI 73.27; Pv 21.28), as Escrituras dizem que eles perecerão (veja comentários sobre 2 Ts 1.9). Será que “ser exter minado para sempre” significa que os malfeitores serão aniquilados, como crêem muitas seitas (como por exem plo, as Testemunhas de Jeová) e outros grupos que se constituem verdadeiras aberrações (Reasoning from the Scriptures, 1989, pág. 162) ? C O R R IG IN D O A M Á INTER PR ETA Çà O : Ser “ex terminado” não significa ser aniquilado. Se significasse, então o próprio Messias teria sido aniquilado quando morreu, uma vez que o mesmo termo hebraico karath é empregado referindo-se à morte do Messias (Dn 9.26). Mas sabemos que Cristo não foi de maneira alguma ani quilado; Ele está vivo por todo o sempre após a sua m or te (Ap 1.18).Veja também 2 Tessalonicenses 1.9. S A L M O S 3 7 .9 ,1 1 ,2 9 — Estes versos provam que algumas pessoas que fa ze m parte do povo de D eus não irão para o céu, mas viverão para sempre na terra? A M Á INTERPRETAÇ ÃO : Salmos 37.9 diz: “Porque os malfeitores serão desarraigados; mas aqueles que es peram no Senhor herdarão a terra” . O verso 11 afirma: “Mas os mansos herdarão a terra e se deleitarão na abun dância de paz”. O verso 29 declara: “Os justos herdarão a terra e habitarão nela para sempre”. As Testemunhas de Jeová pensam que esses versos dizem que nem todas as boas pessoas irão para o céu. Pensam que algumas vive rão na terra por toda a eternidade (Reasoning from the Scriptures, 1989, pág. 163). 102 SALMOS C O R R IG IN D O A M Á IN TER PR ETA Çà O : Essa pas sagem das Escrituras não está tratando de um futuro escatológico distante, no qual Deus destruirá os ímpios e criará um paraíso na terra para os justos. Ao invés disso, essa passagem está tratando de circunstâncias presentes e de um futuro próximo envolvendo os israelitas que vivi am naquela ocasião na terra prometida. Podemos observar que o term o hebraico traduzido como “terra” é empregado freqüentemente no Antigo Testamento quando se refere à terra prometida (veja D t 4.38).As evidências indicam que aqui se trata desse caso. O termo hebraico empregado significando “para sem pre” possui uma ampla gama de representações, que vai desde “um grande período de tem po” até “pela eterni dade” (Ec 3.11). Nesse contexto, esse term o parece car regar consigo o significado de “um futuro impossível de ser previsto”. O salmista dá a entender que está se refe rindo às futuras gerações de israelitas justos, que conti nuariam a habitar na terra adentrando um futuro impos sível de ser previsto. Assim sendo, a essência dessa passa gem é que o povo ímpio que viveu nos dias do salmista seria destruído, enquanto que os seus contemporâneos justos experimentariam bênçãos. Ainda que o texto estivesse se referindo à condição eterna, a conclusão das Testemunhas de Jeová — de que nem todas as boas pessoas irão para o céu — não seria de modo algum justificável. Todos aqueles que crêem em Jesus Cristo podem ter o anelo de seguir em direção ao seu destino celestial, e não apenas um seleto grupo de 144.000 (veja E f 2.19; Fp 3.20; Cl 3.1; H b 3.1; 12.22; 2 Pe 1.10,11).Jesus afirmou que todos os que nEle crêem estarão juntos em “um só rebanho” e terão “um só pas tor” (Jo 10.16). Não haverá dois “rebanhos” — um na terra e outro céu. 103 R E S P O S T A À S S EI TA S S A L M O S 3 7 .2 0 — O fato de que os ímpios perece rão significa que perderão a consciência, como rei vindicam os aniquilacionistas? A M Á IN T E R P R E T A Ç Ã O : O Antigo Testamento re petidamente m enciona o perecimento dos ímpios. O salmista escreveu: “Mas os ímpios perecerão, e os ini migos do Senhor serão como a gordura dos cordeiros; desaparecerão e em fumaça se desfarão” (SI 37.20; con fira 68.2; 112.10; Pv 11.10). Os aniquilacionistas insis tem que perecer implica alguém passar a um estado em que não existe absolutamente nada. As Testemunhas de Jeová acreditam nisso (.M ankind's search fo r God, 1990, pág.128). C O R R IG IN D O A M Á IN TER PR ET A Ç Ã O : Q uan do compreendida de forma correta em seu contexto, a palavra “perecer” não dá suporte ao aniquilacionismo. Em primeiro lugar, o mesmo termo utilizado para des crever o perecimento do ímpio no Antigo Testamento (abad) é utilizado para descrever o perecimento do justo (veja Is 57.1; M q 7.2). Mas os próprios aniquilacionistas admitem que os justos não terão a sua existência apagada como uma vela cujo pavio é cortado. Se esse fosse o caso, não haveria razão para que concluíssem o mesmo a res peito do ímpio. O termo abad é utilizado para descrever coisas que estão meramente perdidas, mas são encontradas mais tarde (Dt 22.3). Esse fato prova que “perecer” não significa “deixar completamente de existir”. A Bíblia faz referências claras ao perdido que está, de forma consciente, em tormentos e enfrentando a puni ção após a sua morte. Esse fato é verdadeiro tanto para seres humanos (Lc 16.19-31; Ap 19.20) como para o diabo (Ap 20.10). 104 SALMOS S A L M O S 4 5 .3 -5 — Este texto é uma predição a respeito de Maomé? A M Á INTERPRETAÇÃO : Tendo em vista que esses versos falam de alguém que vem com a “ espada” para subjugar os seus inimigos, os muçulmanos às vezes ci tam-nos como uma predição a respeito de seu profeta, Maomé, que era conhecido como “o profeta da espada”. Eles insistem que esses versos não podem se referir a Jesus, uma vez que Ele jamais veio com uma espada (Mt 26.52). C O R R IG IN D O A MÁ IN TER PR ET A Ç Ã O : O pró prio verso seguinte (v. 6) identifica que a pessoa de quem se está falando é Deus, que Jesus declarou ser (Jo 8.58; 10.30). Maomé negou que ele mesmo fosse Deus, di zendo que era apenas um profeta humano. O Novo Tes tamento afirma que essa passagem refere-se a Cristo (Hb 1.8). Embora Jesus não tenha vindo na primeira vez com uma espada, Ele a trará em sua segunda vinda (confira Ap 19.11-16). S A L M O S 4 6 .1 0 — Este verso indica que seres hu manos são capazes de se tornarem Deus, como alega M aharishi Mahesh Yogi? A M Á IN TER PR ETA Ç Ã O : Em Salmos 46.10, Deus diz: “Aquietai-vos e sabei que eu sou Deus”. Maharishi Mahesh Yogi, fundador da seita Meditação Transcendental, interpreta esse verso da seguinte maneira:‘“Aquietai-vos e sabei que eu sou Deus’. Aquietem-se e saibam que vocês são Deus, e quando tiverem consciência de que são Deus, começarão a viver a Divindade, e vivendo a Divindade não existe razão para sofrer” (Meditações de 105 R E S P O S T A À S S EI T A S Maharishi MaheshYogi, pág. 178). É possível que esse ver so, compreendido de forma correta, signifique que os seres humanos podem tornar-se Deus? C O R R IG IN D O A M Á IN TER PR ET A Ç Ã O : Esse é um salmo hebraico, e entre os judeus, a idéia de que um ser humano possa tornar-se um deus é a mais alta blasfê mia. Tal idéia não se encontra em lugar algum desse sal mo, sem mencionar que tampouco em qualquer outra passagem da Bíblia. Mesmo um olhar de relance para o restante desse salmo indica que um Deus verdadeiro está sendo retra tado como distinto e exaltado acima da terra criada (e tam bém do homem). Por exemplo, nos versos 10 e 11 lemos: “Aquietai-vos e sabei q u e eu sou D eus; serei exaltado entre as nações; serei exaltado sobre a terra. O Senhor dos Exércitos está conosco; O Deus de Jacó é o nosso refúgio” . O consistente testemunho das Escrituras é que exis te apenas um único Deus verdadeiro, e que a hum ani dade não é no presente e jamais se tornará Deus (veja D t 6.4; 32.39; 2 Sm 7.22; 1 Rs 8.60; SI 86.10; Is 44.6; Jl 2.27; 1 T m 2.5; Tg 2.19). Veja neste livro a discussão referente a Gênesis 1.26 para argumentação bíblica con tra a idéia de que um ser hum ano é capaz de tornar-se um deus. S A L M O S 8 2 .6 — E ste verso quer dizer que seres humanos são capazes de tornarem-se deuses? A M Á IN TER PR ET A Ç Ã O : Salmos 82.6 diz:“Eu disse: Vós sois deuses, e vós outros sois todos filhos do Altíssimo”. Os mórmons acreditam que esse verso dá suporte à idéia de que os seres humanos podem se tor nar deuses (McConkie, 1966, 321). 106 SALMOS C O R R IG IN D O A M Á IN T E R P R E T A Ç Ã O : Não existe qualquer evidência nesse verso que dê suporte à crença politeísta m órm on de que homens são deuses. Diferentemente do termo utilizado para Senhor (Yahweh) que sempre significa Deus, o term o utilizado para “deu ses” (elohim ) pode ser utilizado para Deus (Gn 1.1), para anjos (SI 8.4-6; H b 2.7), ou para seres humanos (como nessa passagem). Esse salmo tem como foco um grupo de juizes israelitas que, pelo fato de tomarem decisões de vida ou m orte sobre o povo, eram livremente chamados de “deuses”. Mas tais juizes se tornaram corruptos e eram injustos. Então Asafe, o autor desse salmo, disse que, mesmo sen do esses juizes popularm ente chamados de deuses, m or reriam como homens que realmente eram (v. 7). Asafe provavelmente deve ter falado com ironia quan do chamou esses juizes malignos de “deuses”. Se assim foi, então não existe qualquer justificativa para chamálos de “deuses” em qualquer sentido sério. Seja qual for o caso, a reivindicação politeísta não se justifica, uma vez que tal verso é expresso no contexto do judaísm o monoteísta, no qual é uma blasfêmia qualquer ser hu mano comum ser chamado de Deus, no sentido divino (veja os comentários referentes ajoão 10.34 neste livro). Além disso/em Isaías 44.8, o próprio Deus pergunta: “Há outro Deus além de mim? Não! Não há outra R o cha que eu conheça”. D o mesmo modo, Isaías 43.10 retrata Deus dizendo: “Antes de mim Deus nenhum se formou, e depois de m im nenhum haverá” . Está claro que seres humanos não podem se tornar deuses. S A L M O S 8 8 .1 1 — O s mortos possuem a lembrança de algo? Veja os comentários feitos a respeito de Eclesiastes 9.5 neste livro. 107 R E S P O S T A À S S EI TA S S A L M O S 9 7 .7 — E ste verso não implica a existên cia de muitos deuses? A MA INTERPRETAÇÃO: O salmista ordena: “Prostraivos diante dele todos os deuses”. Contudo, a Bíblia nas demais passagens afirma que existe apenas um Deus (Dt 6.4). Salmos 97.7 indica que existe mais do que um Deus, como acreditam os mórmons (Smith, 1977, 370)? C O R R IG IN D O A MÁ IN T E R P R E T A Ç Ã O : N ão existe outro Deus, mas existem muitos deuses. Existe apenas um Deus verdadeiro, mas existem muitos falsos deuses. Paulo declara que existem demônios por trás de falsos deuses (1 Co 10.20). E um dia até mesmo os de mônios se prostrarão diante do Deus vivo e verdadeiro, e confessarão que Ele é o Senhor (Fp 2.10). Além do mais, anjos bons algumas vezes são chama dos de “deuses” (elohim) na Bíblia (SI 8.5; confira H b 2.7). Esse verso (SI 97.7) poderia ser um mandamento dirigido a anjos para que adorem a Deus, assim como lhes é ordenado em Salmos 148.2: “Louvai-o, todos os seus anjos”. S A L M O S 9 9 .1 0 — O fa to de que os ímpios perece rão significa que eles serão aniquilados? Veja neste livro os nossos comentários a respeito de Sal mos 37.20 e 2 Tessalonicenses 1.9. S A L M O S 1 0 3 .3 — Este verso ensina que todas as terapias físicas são inúteis, como alega a seita C iên cia Cristã? A MÁ INTERPRETAÇÃO: Os cientistas cristãos apontam para essa promessa do Senhor de “sarar todas as tuas enfermi 108 SALMOS dades”,para apoiar a crença deles de que “remédios, higiene c tratamentos médicos” são inúteis (Eddy, 4). C O R R IG IN D O A M Á IN T E R PR E T A Ç Ã O : Nada está dito no texto que diga respeito à inutilidade da m e dicina. O texto simplesmente diz que Deus sara todas as nossas enfermidades. E literalmente verdadeiro que Deus é quem nos cura, mesmo que utilizemos medicamentos. O m elhor que a medicina é capaz de fazer é ajudar no processo natural de cura que Deus criou no corpo humano. E nos casos em que a cura se constitui um ato especial da providên cia de Deus ou no resultado de uma intervenção direta, ela também vem de Deus. Até mesmo a cura de doenças legitimamente psicossomáticas (nas quais as crenças e / ou atitudes da pessoa afetam as funções de seu organis mo) são parte do maravilhoso processo que Deus criou. Então, seja a cura natural, psicológica, providencial ou sobrenatural, ela sempre pertence a Deus. A Bíblia não declara que a medicina é inútil, mas re comenda a sua utilização (veja os comentários a respeito de 2 C r 16.12). S A L M O S 1 0 3 .2 0 ,2 1 — E sta ê uma oração dirigida aos mortos, como alegam alguns estudiosos católicos romanos? A M Á IN T E R PR E T A Ç Ã O : Os católicos romanos ape lam para esse texto buscando argumento para o dogma de orar aos mortos. O texto de Salmos 103.20,21 diz: “Bendizei ao Senhor, anjos seus... Bendizei ao Senhor, todos os seus exércitos”. C O R R IG IN D O A M Á IN TER PR ET A Ç Ã O : Essa não é uma oração para anjos e santos, mas um apelo poético 109 R E S P O S T A À S S EI T A S semelhante à doxologia cantada pelos protestantes: “Louvai-o nas alturas, vós hostes celestiais”.Tanto a na tureza poética do livro de Salmos, como o seu contexto, indicam que o salmista está simplesmente utilizando um recurso literário como apelo para que toda a criação louve a Deus. O objetivo dessa passagem é exaltar a Deus. A sua utilização como um texto que prove a doutrina de orar a anjos ou a santos já falecidos é totalmente estranha ao sentido claramente expresso dessa passagem. A Bíblia fala fortemente contra a prática de orar a quaisquer criaturas, insistindo que Deus sozinho deve ser o objeto de toda a devoção religiosa em oração (Ex 20.2-4; D t 6.13). Inquestionavelmente, não existe nas Escrituras nem um exemplo sequer de oração que seja dirigida a alguém, a não ser a Deus. S A L M O S 1 0 5 .1 5 — E ste verso indica que certos homens chamados p o r D eu s estão além do alcance da censura e dos julgamentos, conforme sugerem os ensinadores da seita Palavra da Fé? A M Á IN TER PR ET A Ç Ã O : Salmos 105.15 diz: “Não toqueis nos meus ungidos, e não maltrateis os meus pro fetas” . Alguns ensinadores da seita Palavra da Fé citam esse verso argumentando que eles foram especialmente ungidos por Deus, e por isso não devem ser criticados por seus ensinos. Indicam em suas palavras e atitudes que 0 ato de desafiar os seus ensinos significa desafiar o pró prio Deus. C O R R IG IN D O A M Á IN TER PR ET A Ç Ã O : A ex pressão “ungidos do Senhor” é utilizada nas Escrituras, no Antigo Testamento, referindo-se aos reis de Israel (veja 1 Sm 12.3,5; 24.6,10; 26.9,11,16,23; 2 Sm 1.14,16; 19.21; 110 SALMOS Sl 20.6; Lm 4.20). Nesse contexto, a Palavra não pode ser interpretada como referindo-se aos atuais ensinadores na igreja. Além disso, a palavra “profetas”, nesse contex to, pode se referir apenas a profetas do Antigo Testamen to, e não aos atuais líderes da igreja. N enhum a dessas designações pode ser interpretada com referência aos ensinadores da igreja da atualidade. Mesmo que permitíssemos que esse verso pudesse se referir livremente aos atuais líderes da igreja, a advertên cia seria acerca de danos físicos praticados contra eles. Não teria nada a ver com o ato de colocar à prova os seus ensinos. Nos tempos do Antigo Testamento, os pro fetas e reis corriam um risco muito grande de sofrer danos físicos — e daí a advertência. As próprias Escrituras nos instruem a provar todos os ensinamentos pela Palavra de Deus (1 Ts 5.21). Com o os antigos bereanos, devemos fazer das Escrituras o nosso padrão de medida da verdade (At 17.11). A eles foi reco mendado que comparassem os ensinos do apóstolo Pau lo com as Escrituras. Paulo afirmou em outra passagem: “Toda Escritura divinamente inspirada é proveitosa para ensinar, para redargüir, para corrigir,ipara. instruir em justiça, para que o hom em de Deus seja perfeito e perfeitamen te instruído para toda boa obra” (2T m 3.16,17, as ênfa ses foram adicionadas) .Todos nós devemos estar em cons tante guarda co(ntra os falsos ensinos (R m 16.17,18; con fira 1 T m 1.3,4; 4.16; 2 T m 1.13,14;Tt 1.9; 2.1). Existe uma opinião na qual cada crente em Cristo é “ungido” (veja 1 Jo 2.20). Em vista disso, nenhum líder cristão pode reivindicar para si uma posição especial, acima de outros ou além da crítica doutrinária. S A L M O S 110.1 — Este verso prova que todas as p e s s o a s se rã o s a lv a s , c o n fo rm e a le g a m os univers alistas? 111 R E S P O S T A À S S EI T A S A M Á IN TERPR ETAÇà O : Davi disse (e Cristo repetiu essas palavras): “Disse o Senhor ao meu Senhor: Assentate à minha mão direita, até que ponha os teus inimigos por escabelo dos teus pés” (SI 110.1; confira M t 22.44). Alguns liberais e universalistas citam esse verso para dar suporte à sua crença de que ao final todas as pessoas serão salvas. Essa é a maneira apropriada de se utilizar esse verso? C O R R IG IN D O A M Á IN TER PR ET A Ç Ã O : As mes mas objeções feitas ao universalismo citadas na discussão de 1 Coríntios 15.25-28 são aplicáveis a essa situação. Além do mais, os indivíduos aqui sendo descritos como “inimigos” que são “subjugados” (e não salvos) são cha mados de “escabelo dos pés” de Deus — dificilmente uma descrição apropriada de santos que são co-herdeiros com Cristo e que possuem todas as bênçãos nos lu gares celestiais em Cristo (Rm 8.17; E f 1.3). Nesse contexto, Davi não está falando a respeito da salvação dos perdidos. Antes, está se referindo explicita mente à ira de Deus sobre os seus inimigos (SI 110.1-5), e não às suas bênçãos sobre o seu povo. S A L M O S 1 1 5 .1 6 — Este verso significa que muitas pessoas que fa z e m parte do povo de D eu s viverão para sempre em um paraíso na terra, e não no céu? A M A IN TERPR ETAÇà O : Salmos 115.16 diz:“Os céus são os céus do Senhor; mas a terra, deu-a ele aos filhos dos homens”. As Testemunhas de Jeová acreditam que esse versículo significa que as “outras ovelhas” de Deus têm como destino viver para sempre em um paraíso na terra (Let your name be sanctified, 1961, pág.34). C O R R IG IN D O A M Á IN TERPRETAÇÃO : Esse ver so não indica que Deus tenha dado a terra a um limitado 111 SALMOS grupo de “outras ovelhas”, mas que Deus deu a terra para toda a humanidade. Deus criou a terra, e depois criou pessoas para habitarem sobre ela e subjugarem-na (veja Gn 1.28; confira SI 8.6-8). Outras passagens da Escritura ensinam que todos os verdadeiros crentes anseiam por um destino celestial, onde viverão na própria presença de D eus. Verdadeiramente, todos aqueles que crêem em Cristo são herdeiros do reino eterno (Mt 5.5; G1 3.29; 4.28-31;Tt 3.7;Tg 2.5). S A L M O S 1 1 5 .1 7 — O s mortos são capazes de lou var a D eu s ou estão inconscientes? Veja os com entários sobre Eclesiastes 9.5 e 2 C o rin tios 5.8. S A L M O S 1 3 2 .8 — Este verso pressagia a ascensão corpórea de M aria, conforme reivindicam alguns es tudiosos católicos? A M Á IN TE R PR E T A Ç Ã O : Tem sido reivindicado por alguns estudiosos católicos que passagens como essa re ferem-se “tipicamente ao mistério da ascensão do corpo físico: ‘Levanta-te, Senhor, no teu repouso, tu e a arca da tua força’”. Eles 'argumentam que “a arca do concerto feita de madeira incorruptível, [era] ... u m tipo do incorruptível corpo de M aria” (Ott, 1960,209; veja tam bém Madrid, 1991, 9f). C O R R IG IN D O A M Á IN T E R PR E T A Ç Ã O : A utili zação de passagens como essa para argumentar a favor da ascensão corpórea de Maria apenas confirma a impres são de que os católicos romanos estão ávidos por textos que provem as suas crenças. 113 RES PO S TA À S SEITAS Em primeiro lugar, admitem que essa não é uma in terpretação literal do texto, mas apenas uma alegação “típica” que, nesse caso, se torna um argumento inválido para traçar qualquer analogia. Até mesmo os proponen tes dessa visão têm que admitir que nada disso “prova” a imaculada ascensão (Madrid,12). Em segundo lugar, a analogia entre a arca e Maria é forçada. U m apologista católico refere-se a essa compa ração com o “a mais constrangedora tipificação da imaculada concepção de M aria” (Ibid.). Mas só é cons tra n g e d o ra q u an d o alguém faz da a n tib íb lica e injustificada hipótese uma analogia válida. O fato de ha ver algumas similaridades não prova nada. Existem mui tas similaridades entre o dinheiro caprichosamente falsi ficado e as notas genuínas. O absurdo desses tipos de analogia vem à tona na pergunta de Madrid: “Se você pudesse criar a sua própria mãe [como Deus fez com Maria], não a teria feito a mais bonita, virtuosa, a mulher mais perfeita possível?” (Ibid.). Sem dúvida, a maioria de nós teria feito muitas coisas de maneira diferente das que Deus fez. Se eu fosse Deus e pudesse ter criado o mais bonito e perfeito lugar para que neste o meu filho nascesse, então este lugar certamente não teria sido uma malcheirosa e suja estrebaria de animais! Em terceiro lugar, em lugar algum nas Escrituras tal comparação está declarada ou implícita. A criação de analogias como essa não prova nada, exceto que não se tem suporte bíblico real para tal dogma.Verdadeiramen te, através do mesmo tipo de argumentos, é possível pro var praticamente qualquer coisa. Em quarto lugar, o argumento está baseado em outra cren ça sem base de que o c o rp o de M aria foi incorruptível após a sua m orte e antes de sua suposta ascensão. A Bíblia diz que esse fato foi verdadeiro em relação a Cristo (At 2.30,31), mas nenhuma passagem 114 SALMOS .ilinna o mesmo tratando-se de Maria. Mesmo se, como argumentam alguns, esse texto (vide a expectativa de Davi ■i respeito de seu livramento em Salmos 16.10) incluísse •I ressurreição do corpo de Maria, não seria contudo .iplicável a ela em qualquer sentido mais especial do que aquele empregado para a ressurreição de toda a raça h u mana no tempo do fim (confira Jo 5.28,29; 11.24; 1 Co 15.20,21). Finalmente, a Bíblia equipara a m orte à corrupção de todos os seres humanos exceto Cristo (confira 1 Co 15.42,53). Contudo, a maioria dos sacerdotes e teólo gos da igreja católica acredita que “M aria sofreu uma morte tem poral” (Ott, 1960,207) como os outros m or tais. Por que deveríamos então acreditar que ela foi isenta da corrupção física, ou até, em maior medida, isenta da morte física que foi acarretada pela queda do hom em (Km 5.12)? S A L M O S 1 4 6 .3 ,4 — Este verso prova que não há uma existência consciente após a morte? A MÁ IN TE R PR E T A Ç Ã O : Salmos 146.3,4 diz: “Não confieis em príncipes nem em filhos de homens, em quem não há salvação. Sai-lhes o espírito, e eles tornam para sua terra; naquele mesmo dia, perecem os seus pensa mentos” . As Testemunhas de Jeová acreditam que o sig nificado dessa passagem\é de que não há uma existência consciente após a morte (Reasoning from the Scríptures, 1989, pág.383). CCORRIGINDO A M Á IN TER PR ETA Ç Ã O : Esse ver so não quer dizer que as pessoas não tenham mais pensa mentos após a morte. Antes, ele significa que os planos das pessoas, as suas ambições, os seus propósitos e as suas idéias para o futuro cessam, e passam a ser como nada no 115 R E S P O S T A À S S EI T A S m om ento da morte. Esse é o significado que o term o hebraico empregado para “pensamentos” comunica em Salmos 146.3,4. Os planos e idéias de uma pessoa para o futuro m orrem com ele ou ela. Daí, ao invés de confiar em príncipes mortais, esse verso diz que a nossa confian ça deve estar em Deus. 116 CAPÍTULO 13 P R O V É R B IO S 8 .2 2 -3 1 — Jesus f o i criado p or Deus? A MÁ IN T E R P R E T A Ç Ã O : As Testemunhas de Jeová alegam que a pessoa identificada com o “sabedoria” em Provérbios 8.22-31 é Jesus. U m a vez que foi dito que a sabedoria foi criada (v. 24), isso significa que Jesus teria sido um ser criado. “Ele era uma pessoa m uito especial, pois foi criado p or Deus antes de to das as outras coisas... Por incontáveis bilhões de anos, .mtes mesmo que o universo físico fosse criado, Jesus viveu com o um ser espiritual no céu, e desfrutou de íntima com unhão com o seu Pai,Jeová Deus, o G ran de C riador — Provérbios 8.22” (Thegreatest M an who v\’cr lived, 1991, pág.11). R E S P O S T A À S S E i T AS C O R R IG IN D O A MÁ INTERPRETAÇÃO : Essa pas sagem tem sido o tema de muitas disputas tanto entre amigos como entre inimigos da divindade de Cristo. Parece melhor — em vista do contexto e da natureza poética do livro de Provérbios — não tomar essa passa gem como uma referência direta a qualquer pessoa. Ex pressões poéticas freqüentemente falam de uma idéia abstrata, como se esta fosse uma pessoa. Essa “personifi cação” é um modelo comum da literatura de sabedoria hebraica. A sabedoria a que o texto se refere em Provér bios 8 não é Jesus. Antes, é a personificação da virtude ou do caráter da sabedoria com o propósito de dar ênfa se e gerar impacto. Além disso, os nove capítulos iniciais do livro de Pro vérbios personificam a sabedoria. E não faria muito sen tido dizer que qualquer desses capítulos se refere direta mente a Jesus. Depois de tudo, a sabedoria é retratada como uma mulher que clama nas ruas (1.20,21), da qual diz-se que “habita” com a prudência (8.12). E digno de nota que nenhum dos escritores do Novo Testamento aplica Provérbios 8 a Jesus Cristo. A parte a questão do verso se referir ou não a Jesus, o bom senso nos diz que a sabedoria deve obrigatoria m ente ser tão eterna quanto o próprio Deus, que é a fonte suprema de toda a sabedoria. Nesse sentido, não podem os perm itir que Provérbios 8 sequer dê supor te à idéia de que a sabedoria tenha sido criada. Mais precisamente, o term o hebraico utilizado nessa passa gem indica que a sabedoria foi “trazida à luz” para desem penhar um papel na criação do universo. C o n form e Provérbios 3.19 posiciona: “O Senhor, com sa bedoria, fundou a terra; preparou os céus com inteli gência” . Desse modo, alguns comentaristas têm visto apenas um paralelo entre essa passagem e Jesus, a sa bedoria de Deus (1 C o 1.24; Cl 2.3), que foi o instru 118 PRO VÉRBIO S m ento através de quem o universo foi criado (confira Jo 1.3; Cl 1.16). 1’R O V E R B I O S 2 3 .7 — Este verso ensina que a realidade pode ser modelada pelos nossos pensamentos, como alegam os cientistas cristãos? A MÁ IN TER PR ET A Ç Ã O : Salomão disse que um ho mem, “como imaginou na sua alma, assim é”. Os adep tos da seita Ciência Cristã citam esse verso como argu mento à sua crença de que uma pessoa é capaz de m ol dar a realidade através de seus pensamentos (Eddy, 70). Então, qualquer pessoa que esteja enferma pode ser cu rada simplesmente através da atitude de não dar crédito à situação que está vivendo. C O R R IG IN D O A M Á IN T E R P R E T A Ç Ã O : Não existe nada nesse texto que justifique as assim chamadas “ciências mentais”. N a verdade, a Bíblia na versão N ew International Version traduz essa frase como: “Ele é o tipo de hom em que está sempre preocupado com os custos” . O contexto geral dessa passagem (vv. 6-8) está prevenindo sobre comer “o pão daquele que tem os olhos malignos” (v. 6). Falando daquele que possui olhos ma lignos, o verso 7 diz: “Ele te dirá: Com e e bebe; mas o seu coração não estará contigo”. Esse fato está de acordo com a idéia de que o coração do avarento não está lá porque “está sempre preocupado com os custos”, como traduzido pela versão NIV Mesmo sendo esse verso assimJtraiduzido:“Com o ima ginou na sua alma, assim é”, não se tem por conseqüên cia que ele dê base à visão da seita Ciência Cristã. O verso não diz absolutamente nada sobre uma mudança da realidade através de nossos pensamentos. O texto ape nas diz que somos da maneira como pensamos. Os nos- 119 R E S P O S T A À S S EI T A S sos pensamentos representam o nosso verdadeiro modo de ser. Isso, é claro, não significa que haja algo errado com uma boa e positiva atitude mental (confira Fp 4.8).Tam bém não significa que a nossa atitude não afete a nossa saúde. “O coração alegre aformoseia o rosto, mas, pela dor do coração, o espírito se abate” (Pv 15.13). Mas isso é insuficiente para justificar a alegação da seita Ciência Cristã de que podemos criar a nossa própria realidade através do poder do pensamento. Por exemplo, uma pes soa não pode evitar a m orte apenas pela atitude de ex pulsar tal pensamento (Hb 9.27). Além do mais, deve-se reconhecer que o ser humano, incluindo o seu pensamento e a sua imaginação, está ca ído (Gn 6.5). Os cientistas cristãos estão cegos para a realidade de que utilizam um equipamento danificado, capaz de desviá-los da direção correta. Quão m elhor é confiar nas seguras promessas do Deus de amor para as provisões necessárias à vida, ao invés de ter que depen der das proezas de sua própria imaginação (Mt 6.30). 120 CAPÍTULO 14 ECLESIA5TES l .( 'L E S IA S T E S 3 .1 9 — O destino humano é igual dos animais? <10 A MÁ IN TER PR ET A Ç Ã O : Salomão parece reivindi car aqui que não há diferença entre a m orte de seres humanos e a de animais. “A mesma coisa lhes sucede: como m orre um, assim m orre o outro”.As Testemunhas de Jeová citam esse verso para provar que os seres hum a nos não têm uma natureza imaterial chamada de alma ou espírito (Reasoningfrom the Scríptures ,19tt9, pág.378). ( O R R IG IN D O A M Á IN TER PR ETA Ç Ã O : Existem tanto similaridades como diferenças entre a m orte de animais e a m orte de seres humanos. Em ambos os casos, os seus corpos m orrem e retornam ao pó. A m orte de RESPOSTA À S SEITAS ambos é certa, e nenhum deles possui o poder necessá rio para impedi-la. Sob esses aspectos, os fenômenos físi cos são os mesmos, tanto para seres humanos como para animais. Por outro lado, seres humanos possuem almas im or tais (e espíritos), e os animais não (Ec 12.7; conferir 3.21). A respeito de nenhum animal a Bíblia jamais diz: “E desejamos, antes, deixar este corpo, para habitar com o Senhor” (2 Co 5.8). Semelhantemente, em nenhuma pas sagem a Bíblia fala a respeito da ressurreição de animais, como o faz a respeito dos seres humanos (confira Jo 5.28,29; Ap 20.4-6). Então existe uma grande diferença entre os seres humanos e os animais na área espiritual. Considere o seguinte resumo: A M O RTE D E SERES H U M A N O S E A M O RTE D E ANIM AIS D IFER EN Ç A S Espiritualmente N a alma Vida após a morte A mortalidade do corpo A imortalidade do indivíduo O modo de Quanto à transformação do corpo enfraquecimento do corpo A experiência da Não há controle sobre ressurreição a morte SEM ELHANÇAS Fisicamente N o corpo Vida antes da morte E C L E S I A S T E S 3 .2 0 ,2 1 — Se existe vida após a morte, por que Salomão declara que o homem não tem vantagens sohre os animais? M2 E C LES IAS I ES A MÁ IN T E R PR E T A Ç Ã O : A passagem em Eclesiastes 3.20,21 insiste que “Todos vão para um lugar; todos são pó e»todos ao pó tornarão”. Daí “a vantagem dos ho mens sobre os animais não é nenhuma, porque todos são vaidade” (v. 19). As Testemunhas de Jeová citam esse ver so tentando provar que os seres humanos não sobrevi vem conscientemente à morte. “Cada ser hum ano pos sui um espírito que continua vivendo como uma perso nalidade inteligente, depois que as funções do corpo ces sam? N ão” (Reasoningfrom the Scriptures, 1989, pág.383). C O R R IG IN D O A M Á IN T E R PR E T A Ç Ã O : A Bíblia ensina muito claramente que a alma sobrevive à morte (2 Co 5.8; Fp 1.23; Ap 6.9). A referência em Eclesiastes 3.20,21 está relacionada ao corpo humano, e não à alma.Tanto os seres humanos como os animais m orrem e seus corpos retornam ao pó. Contudo, seres humanos são diferentes, pois “o fôlego dos filhos dos homens sobe para cima” (v. 21). De fato, Salomão fala da “eteínidade” do coração humano (Ec 3.11) e de sua imortalidade quando declara que na m or te “o hom em se vai à sua eterna casa” (12.5). Ele tam bém enfatizou que devemos temer a Deus porque have rá um dia quando “te trará Deus a juízo” após esta vida (11.9). Então Eclesiastes não está negando a vida que existe após a morte; está advertindo a respeito da futili dade de viver apenas para esta vida “debaixo do sol” (con fira 1.3,13; 2.18). Veja também os comentários referen tes a Eclesiastes 3.19. ^ I •( ’L E S I A S T E S 9 .5 — O fato de que os mortos não se lembram de nada prova que não existe uma exis tência consciente após a morte? 123 R E S P O S T A À S SEI TAS A M Á IN TER PR ET A Ç Ã O : As Testemunhas de Jeová argumentam que “em profundo sono, não estamos cons cientes de nada, o que está de acordo com a expressão hebraica em Eclesiastes 9.5”. Interpretam a Bíblia di zendo que “o ser humano não possui uma alma, mas que ele é uma alma”. Daí “não existe uma existência consci ente após a morte. Não existe felicidade, e não existe qualquer sofrimento. Todas as complicações ilógicas do ‘depois desta vida’desaparecem” (M ankind’s searchfor God , 1990, págs.128,249). C O R R IG IN D O A MÁ IN TER PR ETA Ç Ã O : C on forme exposto acima, a Bíblia ensina que a alma sobre vive à morte em um estado de compreensão consciente (veja 2 Co 5.8 e também os comentários referentes a 2 R s 14.29). As passagens que dizem não haver conheci m ento ou recordação após a morte estão se referindo a não ter m em ória neste mundo, e não deste mundo. Salomão claramente especificou o seu comentário di zendo que era “na sepultura” (Ec 9.10) que não haveria “nem ciência nem sabedoria alguma”. Ele também afir m ou que os mortos não sabem o que está acontecendo “debaixo do sol” (9.6). Os mortos não sabem nada do que diz respeito ao que se passa no mundo, e nem de seus próprios sentidos físicos. Mas enquanto eles não sa bem o que está se passando na terra, certamente conhe cem o que está se passando no céu (veja Ap 6.9). Esses textos referem-se a seres humanos em relação à vida na terra. Eles não dizem nada a respeito da vida imediata mente posterior a esta. 124 CAPÍTULO 15 ISAÍAS IS A ÍA S 1 .1 8 — U m a pessoa deve desviar-se da ra zão para ser verdadeiramente espiritual, conforme alguns ensinadores da seita Palavra da Fé parecem sugerir? A MÁ IN T E R P R E T A Ç Ã O : Alguns ensinadores da sei ta Palavra da Fé minimizam o papel desempenhado pela razão na vida cristã (Hagin, 1966, 27). CO R R IG IN D O A M Á IN TERPRETAÇÃO : Em Isaías 1.18 Deus nos convida: “Vinde, então, e\argüi-m e” . E obvio que o próprio Deus pensa que argüir é im portan te para o cristão. O term o hebraico utilizado para “ar güir” (yakah ) nesse verso é um term o legal que foi utili zado em contextos nos quais havia um caso sendo argüi- R E S P O S T A À S S EI T AS do em um tribunal, ou fornecendo evidências convin centes para o caso de alguém. O termo traz consigo os significados de “decidir”, “julgar” e “provar”. A utiliza ção desse termo é um forte argumento, contrário à idéia de que o povo de Deus deveria desviar-se da razão. Além disso, Deus criou o hom em à sua própria ima gem (Gn 1.26,27) — o que certamente incluiu a capa cidade de argiiir (Mc 12.30). Deus reivindica que o ho mem utilize a razão da qual foi dotado, conforme o con texto de Isaías 1. Veja a discussão acerca de Marcos 12.30 como uma discussão completa a respeito da importância do ato de argüir. I S A Í A S 9 .6 — Este verso indica que o Filho de D eu s é também Deus, o Pai, mostrando assim que a doutrina da Trindade é falsa, como acreditam os adeptos da seita Unidade Pentecostal? A M Á IN TERPR ETA Ç Ã O : A doutrina cristã ortodoxa mantém a respeito da Trindade a idéia de que Deus é um único Deus formado por três pessoas — o Pai, o Filho, e o Espírito Santo. Contudo, Isaías 9.6 chama o Messias de “Pai da eternidade”. Com o é que Jesus é ca paz de ser simultaneamente o Pai e o Filho? Os adeptos da Unidade Pentecostal freqüentemente citam esse ver so na tentativa de provar que o Filho de Deus é também Deus o Pai, e dessa maneira tentar contradizer a doutri na da Trindade (Sabin, veja Boyd, 1992, 32). C O R R IG IN D O A M Á IN T E R P R E T A Ç Ã O : É im portante com preender que as Escrituras interpretam as Escrituras. O Pai é considerado por Jesus, mais de 200 vezes no Novo Testamento, com o uma outra pes soa que não Ele mesmo. Mais de 50 vezes no Novo Testamento, o Pai e o Filho são vistos como pessoas 126 ISAÍA S distintas dentro do mesmo verso (veja R m 15.6; 2 C o 1.3,4; G1 1.3; Fp 2.10,11; 1 Jo 2.1 e 2 J o 3). U m a vez que a Palavra de Deus não se contradiz, esses fatos devem ser m antidos em mente quando se interpreta Isaías 9.6. Em segundo lugar, a frase em questão “Pai da eterni dade”, referindo-se a Jesus, pode significar várias coisas: Alguns acreditam que a frase é utilizada aqui em con cordância com o pensamento hebraico que diz que aquele que possui algo é o pai disso. Por exemplo, ser o pai do saber significa ser “inteligente”, e ser o pai da glória sig nifica ser “glorioso” . De acordo com esse procedimento habitual, o significado de ser o Pai da eternidade em Isaías 9.6 é ser “eterno”. Cristo como “Pai da eternida de” é um ser eterno. U m a outra visão sugere que a primeira parte do ver so 6 refere-se à encarnação de Jesus. A parte que lista os nomes pelos quais Ele é chamado expressa o seu relaci onamento com o seu povo. Ele é para nós o Maravilho so, o Conselheiro, o Deus forte, o Pai da eternidade e o Príncipe da paz. Nesse sentido da palavra Pai, Jesus é o provedor da vida eterna. Por sua morte, sepultamento e ressurreição, Ele trouxe à luz a vida e a imortalidade (2 T m 1.10). Verdadeiramente Ele é o Pai ou provedor da eternidade para o seu povo. I S A Í A S 9 .6 — A referência a Jesus como “D eus forte” indica que Jesus é um D eu s menor do que D eu s o Pai? \ \ A M Á IN TER PR ET A Ç Ã O : As Testemunhas de Jeová concordam que Jesus é o “Deus forte” , conforme Isaías 9.6 indica, mas dizem que Ele não é DeusTodo-Poderoso como é Jeová. O fato de referir-se a Jesus como sendo M7 RE SPOSTA ÀS SEITAS o “Deus forte” indica que Ele é um Deus m enor do que o Pai? (Reasoningfrom the Scriptures, 1989, 413, pág.14). C O R R IG IN D O A M Á IN TE R PR E T A Ç Ã O : O po sicionamento tolo da Torre de Vigia é evidenciado de uma só vez pelo fato de Jeová ser chamado de “Deus forte” no capítulo seguinte de Isaías (10.21).Tanto Jeová como Jesus sendo chamados de “Deus forte” no mesmo livro e dentro da mesma seção demonstra a igualdade dos dois. Um a boa referência cruzada é Isaías 40.3, onde Jesus é profeticamente chamado tanto de “Deus forte” (Elohim ) eJeová (Yahweh) :“V oz do que clama no deserto: Preparai o caminho do Senhor [Yahweh]; endireitai no erm o ve reda a nosso Deus | niohim]” (confira Jo 1.23).Jesus cla ramente não é um Deus m enor do que o Pai. I S A Í A S 2 1 .7 — Esta passagem p re d iz a vinda de Maomé? A M Á IN TE R PR E T A Ç Ã O : Alguns comentaristas m u çulmanos consideram Jesus como sendo o que vem montado em “jum entos”, e Maomé, a quem consideram aquele que suplantou a Jesus, montado em “camelos”. C O R R IG IN D O A M Á IN TER PR ET A Ç Ã O : Tal es peculação não tem qualquer base, seja no texto ou no contexto. Essa passagem está falando da queda de Babilônia (v. 9) e as notícias dessa queda que se espalha riam através de vários meios, isto é, através dos que m on tavam cavalos, jum entos e camelos. Não existe aqui ab solutamente nada a respeito do profeta Maomé. I S A Í A S 2 9 .1 -4 — E sta profecia fa la a respeito do Livro de Mórmon? 128 ISAÍAS A M Á IN T E R PR E T A Ç Ã O : Os mórmons acreditam que essa passagem está falando sobre a descoberta do Livro de M órm on sob o solo americano. Argumentam que a passagem se refere aos chamados nefitas, dos quais se alega que vieram habitar na América do Norte. A fra se “de debaixo da terra” seria supostamente uma refe rência ao Livro de M órm on, que teria sido traduzido a partir de placas de ouro extraídas do solo (Talmage, 1982, 278). C O R R IG IN D O A M Á INTERPRETAÇÃO : Essa pas sagem não lida com os chamados “nefitas” , mas com o julgamento de Deus contra os israelitas rebeldes. Jerusa lém é chamada de “Ariel” (confira Is 29.1,2; 2 Sm 5.69), que literalmente significa “coração de Deus” . O juízo de Deus sobre Jerusalém seria tão horrível que o sangue derramado e as chamas fariam com que a cidade se asse melhasse a um altar no qual os sacrifícios estariam sendo consumidos. Esse julgamento teve o seu cumprimento durante o cerco de Senaqueribe à cidade em 701 a. C. Em seguida a esse cerco sangrento, Jerusalém se encon trou prostrada ao solo, enterrada sob as gigantescas ondas do poderio assírio. Em lugar da orgulhosa ostentação que os habitantes da cidade haviam previamente expres sado, eles agora cochichavam ou sussurravam do solo. A excelente cidade havia sido humilhada. N o contexto, o verso não tem nada a ver com o Livro de Mórmon saindo da terra em solo americano. I S A Í A S 4 0 .1 2 — Este verso indica que D eu s é um ser de proporções humanas, como sugerem alguns ensinadores da seita Palavra da Fé? A M Á IN TE R PR E T A Ç Ã O : Isaías 40.12 diz: “Q uem mediu com o seu punho as águas, e tomou a medida dos 129 R E S P O S T A À S S EI T A S céus aos palmos, e recolheu em uma medida o pó da terra, e pesou os montes e os outeiros em balanças?” Os ensinadores da seita Palavra da Fé dizem que uma vez que Deus mediu as águas “com o seu punho”, Ele deve ter proporções humanas. Deus é alguém “muito pareci do com você e comigo... um ser que deve ter cerca de dois metros de altura, alguém cujo peso deve estar na casa de centenas de quilos, um pouco melhor, [e] possui um palmo [de mão] de cerca de 22,8 centím etros” (Copeland, Espirito, alma e corpo I, 1985, fita de áudio). C O R R IG IN D O A M Á INTERPRETAÇÃO : Esse ver so não indica que Deus é um ser de proporções huma nas. As Escrituras são claras ao dizer que Deus é espírito (Jo 4.24), e um espírito não tem carne e ossos (Lc 24.39). Um a vez que Deus não possui nem carne e nem ossos, Ele não possui literalmente uma mão ou um palmo. Deus não é um hom em (Os 11.9) e não possui uma forma passível de ser vista pelo povo (Dt 4.12;Jo 1.18; Cl 1.15). “O palmo” de Deus é simplesmente uma linguagem antropomórfica — isto é, uma linguagem que, de modo figurado, descreve Deus em termos semelhantes aos hu manos. As Escrituras freqüentemente utilizam tais lin guagens metafóricas para nos auxiliar a melhor compre ender a Deus. I S A Í A S 5 3 .4 ,5 — Esta passagem indica que a cura física durante o espaço de tempo da vida mortal ê garantida através da expiação, como alegam os ensinadores da seita Palavra da Fé? A M Á IN TER PR ET A Ç Ã O : Isaías 53.4,5 afirma: “Ver dadeiramente, ele tom ou sobre si as nossas enfermidades e as nossas dores levou sobre si; e nós o reputamos por aflito, ferido de Deus e oprimido. Mas ele foi ferido pe- 130 ISAÍAS Ias nossas transgressões e moído pelas nossas iniqüidades; o castigo que nos traz a paz estava sobre ele, e, pelas suas pisaduras, fomos sarados.” Os ensinadores da seita Pala vra da Fé crêem que essa passagem significa que a cura física durante o espaço de tempo da vida mortal é garan tida através da expiação. Daí, um verdadeiro crente nun ca deveria ficar doente. E responsabilidade do crente to m ar posse da cura que está garantida e que foi disponibilizada na expiação. Se ao crente falta a fé, ou se estiver em pecado, então essa cura que está disponível é impedida (Hagin, Word offaith, agosto de 1977, pág.9). C O R R IG IN D O A M Á INTERPRETAÇÃO : Enquan to a cura física suprema está incluída na expiação (a cura que experimentaremos em nossos corpos ressurretos), a cura de nossos corpos enquanto no estado mortal (que antecede a nossa m orte e ressurreição) não é garantida na expiação. Além disso, é importante notar que o ter mo hebraico empregado para “sarar” (napha) pode se re ferir não apenas à cura física mas também à cura espiri tual. O contexto de Isaías 53.4 indica que a cura espiri tual está em foco. O verso 5 nos diz claramente:“Mas ele foi ferido pelas nossas transgressões e moído pelas nossas iniqüidades; o castigo que nos traz a paz estava sobre ele, e, pelas suas pisaduras, fomos sarados” (v. 5 — as ênfases foram adicionadas). Devido ao fato de “transgressões” e “iniqüidades” darem forma ao contexto, a cura espiritu al da miséria do pecado está em foco. U m a quantidade numerosa de versos nas Escrituras comprova a visão de que a cura física, durante o espaço de tempo da vida mortal não é garantida através da esçpiação, e que nem sempre a vontade de Deus é curar. O 1 apóstolo Paulo não pôde curar o problema estomacal de Tim óteo (1 T m 5.23), e também não pôde curarTrófimo emM ileto (2Tm 4.20),ouEpafrodito (Fp 2.25-27).Paulo 131 R E S P O S T A À S S EI TA S falou a respeito de uma “fraqueza da carne” que ele teve (G14.13-15). Ele também sofreu “um espinho na carne” o qual Deus permitiu que ele retivesse (2 Co 12.7-9). Deus certamente permitiu que Jó passasse por um perí odo de sofrimento físico (Jó 1,2). Em nenhum desses casos foi declarado que a enfermidade fora causada por pecado ou falta de fé. N em Paulo ou qualquer das outras pessoas mencionadas agiu como se pensassem que a sua cura estivesse garantida pela expiação. Eles aceitaram a sua situação e confiaram na graça de Deus para obter sustento. Digno de nota é o fato de que Jesus, em duas ocasiões, disse que as enfermidades seriam para a glória de Deus (Jo 9.3; 11.4). Outras passagens das Escrituras revelam que os nossos corpos físicos estão continuamente submetidos à fadiga e a várias indisposições. Diz-se que o corpo que cada um de nós atualmente possui é perecível e fraco (1 Co 15.42-44). Paulo disse: “Ainda que o nosso hom em ex terior se corrompa” (2 Co 4.16). A morte e as enfermi dades serão parte da condição humana, até o tempo em que recebamos os corpos da ressurreição, que são imu nes a tais fraquezas (1 Co 15.51-55).Veja neste livro os comentários sobre Filipenses 2.25. N.T.: Ler Mateus 8.Í6,Í7para enriquecimento de conhecimen tos e discussões a respeito do tema. r IS A IA S 5 3 .9 — Jesus morreu espiritualmente na cruz, conforme argumentam os ensinadores da seita Pala vra da Fé? A M Á IN TER PR ET A Ç Ã O : Os ensinadores da seita Pa lavra da Fé baseiam a sua visão de que Jesus morreu espiritualmente na cruz no texto de Is 53.9:“E puseram a sua sepultura com os ímpios e com o rico, na sua mor 132 ISAÍAS te; porquanto nunca fez injustiça, nem houve engano na su;i boca”. Eles tipicamente argumentam que o term o lu-braico utilizado para m orte nesse verso é plural, o que indicaria que Jesus m orreu duas vezes — espiritual e lisicamente. Essa interpretação está correta? C O R R IG IN D O A M Á IN T E R P R E T A Ç Ã O : Os ensinadores da seita Palavra da Fé compreenderam mal a natureza do idioma hebraico em relação a esse verso. I '.nquanto no hebraico o plural freqüentemente se refere .1 pluralidade numérica, o plural também pode ser utili zado para intensificar o significado de uma única pala vra. O termo hebraico empregado para “m orte” em Isaías 53.9 é o que os gramáticos chamam de plural de inten sidade (ou plural exagerativo, como foi colocado por Keil r Delitzsch, 7.329). Esse tipo de plural não indica que haja mais de uma m orte em vista, antes, a m orte em questão (que é uma m orte física) é particularmente in tensa em termos de violência — como tendo que m orivr aos poucos. Daí, os ensinadores da seita Palavra da Fé estarem lendo um significado dentro desse verso que na i ealidade não está lá. Esse verso não pode ser citado para dar suporte à visão de que Jesus tenha m orrido duas vezes — tanto física quanto espiritualmente — na cruz. IS A ÍA S 5 6 .5 — Isaías predisse que haveria homos sexuais no Reino? A MÁ IN T E R PR E T A Ç Ã O : De acordo com alguns inlérpretes pró-homossexualismo, Isaías 56.5 é uma prolecia de que os homossexuais serão trazidos para dentro do Keino de Deus. O Senhor disse:“Também lhes darei na minha casa de dentro dos meus muros um lugar e um nome, melhor do que o de filhos e filhas; um nome eter no darei a cada um deles que nunca se apagará”. Essa 133 R E S P O S T A À S SEITAS passagem deveria ser citada como argumento de que Isaías profetizou a respeito do dia em que homossexuais serão aceitos no R eino de Deus? C O R R IG IN D O A M Á IN TERPRETAÇÃO : A Bí blia não tem nenhum a profecia a respeito da aceitação de homossexuais no Reino de Deus. A profecia de Isaías diz respeito a “eunucos”, e não a homossexuais.E eunucos são assexuados, não homossexuais. Provavelmente, os “eunucos” aos quais o texto se refere o sejam no sentido espiritual e não material. Jesus falou de “eunucos” espi rituais, que desistiram da possibilidade do casamento por causa do R eino de Deus (Mt 19.11,12). Essa interpretação é um clássico exemplo de alguém que lê as suas próprias crenças (eisegese). Eisegese é exa tamente o que homossexuais estão acusando heteros sexuais de fazerem com as Escrituras. Contudo, a Bíblia diz enfaticam ente que “nem os devassos... nem os efeminados, nem os sodomitas... herdarão o Reino de Deus” (1 Co 6.10). As Escrituras repetida e consistentemente condenam as práticas homossexuais (veja neste livro os comentários a respeito de Lv 18.22 e R m 1.26). Deus ama a todas as pessoas, incluindo as homossexu ais. Porém, Ele odeia o homossexualismo, e aqueles que o praticam permanecem sob o juízo da ira de Deus. 134 CAPÍTULO 16 JEREMIAS jlíR E M I A S 1 .5 — Jeremias está ensinando a reencarnação nesse verso (Nova Era)? Jeremias está en sinando a preexistência das pessoas como espíritoscrianças an tes de receberem um corpo f ís ic o (mórmons)? A M Á IN T E R PR E T A Ç Ã O : Deus inform ou a Jeremias: “Antes que eu te formasse no ventre, eu te conheci; e, antes que saísses da madre, te santifiquei e às nações te dei por profeta”. Os adeptos da Nova Era pensam que esse verso dá suporte à doutrina da reencarnação, enten dendo que Jeremias preexistiu como uma alma antes de ser encarnado em um corpo humano. Os mórmons pen sam que esse verso prova a sua doutrina da “preexistência” R E S P O S T A À S S EI T AS — que é a idéia de que todos nós já vivemos no mundo espiritual antes de termos nascido em carne (Talmage, 1977,197). C O R R IG IN D O A M Á IN TERPRETAÇÃO : Esse ver so não fala de reencarnação e nem da preexistência da alma antes do nascimento. Antes, ele fala de Deus, cha mando e separando Jeremias para o ministério, muito tempo antes de seu nascimento. “Eu te conheci” não se refere a uma alma preexistente, mas à pessoa que nasce ria Jeremias foi conhecido por Deus “no ventre” (Jr 1.5; confira Salmos 51.5; 139.13-16). O termo hebraico empregado para “conhecer” (yada), implica um relacionamento especial de compromisso (confira Am 3.2).Tal idéia tem como base o uso de ter mos como “santifiquei” [separei] e “dei por profeta”, que significam que Deus já tinha para Jeremias uma designa ção especial mesmo antes de seu nascimento. Conhecer nesse contexto indica o ato de Deus de fazer de Jeremias o objeto especial de sua soberana escolha. Portanto, esse verso não implica a preexistência de Jeremias; antes, ele afirma a preordenação de Jeremias para um ministério especial. CAPÍTULO 17 EZEQUIEL I VAEQUIEL 1 .5 -2 8 — Esta é uma manifestação de U F O s (objetos voadores não identificados) e de in teligências extraterrestres? A MÁ IN T E R PR E T A Ç Ã O : Ezequiel fala aqui de “cri aturas viventes” cujas faces tinham “a semelhança de um liomem”, que se moviam “à semelhança dos relâmpa gos” (v. 14). “Elevando-se eles da terra”, “elevavam-se também as rodas defronte deles” (v. 21).Algumas pessoas - incluindo muitos adeptos da Nova Era — têm tomailo esse verso como uma referência aos objetos voadores não identificados (UFOs) e seres extraterrestres. < O R R IG IN D O A M Á IN TER PR ETA Çà O : Esse texlo não descreve uma visita de UFOs*, mas uma visão da R E S P O S T A À S S EI T AS glória de Deus. O texto diz claramente que “Este era o aspecto da semelhança da glória do Senhor” (Ez 1.28). Aquilo que está sendo contado pelo texto foi chamado de “visões” já no primeiro versículo. Visões estão usual mente em forma altamente simbólica (confira Ap 1.9-20). Daí, a “semelhança” (v. 28) atribuída ao que foi mostrado não deve ser tomado de forma literal, mas simbólica. Nesse caso as “criaturas viventes” eram anjos, uma vez que possuíam “asas” (v. 6) e voavam no meio do céu (confira Ez 10). Eles são comparáveis aos anjos mencio nados em Isaías 6.2, e especialmente quando se referem às “criaturas viventes” (anjos) que estavam ao redor do trono de Deus em Apocalipse 4.6. A mensagem que os acompanhava era do “Senhor Deus” de Israel, através do profeta Ezequiel (confira 2.1-4), dirigida à “nação rebel de” (2.3,4; confira 3.4), e não uma mensagem de pretensos seres extraterrestres. Não há evidências reais de que existam criaturas extra terrestres semelhantes a seres humanos em qualquer parte do universo, mas as Escrituras nos previnem contra o “es pírito da mentira” (1 Rs 22.22) e contra os “espíritos en ganadores” (1 T m 4.1). Esses demônios ou anjos malignos enganam pessoas, levando-as a pensar que são seres extra terrestres. Mas podem ser reconhecidos através de seu fal so ensino e das práticas malignas que encorajam, tais como a idolatria, a feitiçaria, a astrologia, a adivinhação, a carto mancia e a prática de tentar contatar os espíritos dos m or tos (confira D t 13.1-9; 18.9-22; 1 T m 4.1-5). E Z E Q U I E L 1 6 .4 9 — O pecado de Sodoma f o i o egoísmo, ao invés do homossexualismo? A M Á IN TER PRETA ÇÃO : (Veja nossos comentários a respeito de Gênesis 19.8). Ezequiel descreveu o pecado de Sodoma como egoísmo:“Eis que esta foi a maldade de 138 E ZE Q U IE L Sodoma, tua irmã: soberba, fartura de pão e abundância de ociosidade teve ela e suas filhas; mas nunca esforçou a mão do pobre e do necessitado” (16.49). Nenhum a men ção é feita sobre homossexualismo ou pecados relaciona dos à vida sexual das pessoas. De modo contrário à visão tradicional, eles aparentemente foram condenados por se rem egoístas, e não por serem homossexuais. C O R R IG IN D O A M Á IN T E R PR E T A Ç Ã O : Além dos comentários que já fizemos a respeito de Gênesis 19.8, o pecado de egoísmo relatado por Ezequiel não exclui o pecado de homossexualismo. Pecados na vida sexual são uma forma de egoísmo, pois são a satisfação de paixões carnais. O próprio verso seguinte (Ez 16.50) indica que o pecado deles era sexual, chamando-o de “abominação” . Esse é o mesmo term o utilizado para descrever os peca dos ligados ao homossexualismo em Levítico 18.22. Aqui, como através de toda a Bíblia, o pecado de Sodoma está relacionado à perversão sexual. Judas 7 chama o pecado deles de “imoralidade sexual”. 11Z E Q U IE L 1 8 .4 — E ste versículo indica que o ser humano não possui uma parte imaterial que sobre vive à morte? A M Á IN T E R PR E T A Ç Ã O : Ezequiel 18.4 diz:“Eis que todas as almas são minhas; como a alma do pai, também a alma do filho é minha; a alma que pecar, essa morrerá”. As Testemunhas de Jeová alegam que “a alma não é algo que possui uma existência em separado. Ela pode m or rer, e m orre” (M ankind ’s searchfor God, 1990, pág.356). Eles dizem que a palavra “alma” (do hebraico: nephesh) não se refere à natureza imaterial do ser humano, mas a uma pessoa viva. 139 R E S P O S T A À S S EI T A S C O R R IG IN D O A M Á IN TER PR ET A Ç Ã O : As pa lavras podem ter diferentes significados quando estão em diferentes contextos. O term o utilizado para “alma” (nephesh) é um exemplo disso. Em Ezequiel 18.4 a pala vra “alma” verdadeiramente é utilizada com o sentido de “pessoa viva” ou simplesmente “pessoa” . Contudo, pelo simples fato de essa palavra ser utilizada com esse sentido em Ezequiel 18.4 não significa que ela terá o mesmo significado em todos os outros versos.Em Gênesis 35.18, “alma” aparentemente se refere à natureza imaterial do ser humano:“E aconteceu que, saindo-se-lhe a alma (por que morreu), chamou o seu nome Benoni;mas seu pai o chamou Benjamim” . Esse verso reconhece a alma como sendo distinta do corpo físico mortal (veja também 2 Co 5.8-10; Fp 1.23; Ap 6.9-11). E Z E Q U I E L 3 7 .1 6 ,1 7 — Esta passagem é uma pro fecia a respeito do Livro de Mórmon? A M Á IN TER PR ET A Ç Ã O : Os mórmons pensam que essa passagem aponta para o Livro de M órm on. Eles crê em que os pedaços de madeira mencionados em Ezequiel 37.16,17 são os pedaços de madeira em torno dos quais o rolo de pergaminho era enrolado. “Nos tempos anti gos era costume escrever em pergaminhos e enrolá-los em pedaços de madeira. Portanto, quando essa ordem foi dada, era equivalente a um mandamento pelo qual dois livros ou registros deveriam ser mantidos” (Richards, 1969, 67). U m dos pedaços de madeira (Judá) está se referindo à Bíblia; o outro (José) refere-se (pretensamente) ao Livro de M órm on. C O R R IG IN D O A M Á IN TER PR ET A Ç Ã O : O con texto claramente identifica os dois “pedaços de madei ra” . Ezequiel 37.22 diz:“E deles farei uma nação na terra, E ZE Q U IE L nos montes de Israel, e um rei será rei de todos eles; e nunca mais serão duas nações; nunca mais para o futuro se dividirão em dois r e in o s (As ênfases foram adicionadas.) Os pedaços de madeira não são dois livros, e sim dois reinos. A realidade é que em seguida à m orte se Salomão, Israel se dividiu em dois reinos menores (931 a.C.). O reino do sul era chamado Judá; o reino do norte era chamado Israel (ou algumas vezes Efraim). Israel foi le vado cativo pela Assíria (722 a. C.) Ju d á foi levado para o exílio pela Babilônia (605, 597 e 586 a.C.). A divisão entre os reinos, contudo, não haveria de durar para sem pre. A unificação dos “pedaços de madeira” retrata Deus restaurando o seu povo, os filhos de Israel, como uma única nação novamente (Ez 37.18-28). *N .T.: A palavra UFO vem do inglês — Unidentified Flying Objects e significa “Objetos voadores não identificados”. CAPÍTULO 18 AM Ó S A M Ó S 3 .7 — E ste verso significa que deve sempre haver um profeta na terra — o presidente dos mórmons? /\ M Á IN T E R P R E T A Ç Ã O : Amós 3.7 diz:“Certamen te o Senhor Jeová não fará coisa alguma sem ter revelado o seu segredo aos seus servos, os profetas”. Os mórmons dizem que esse verso prova que Deus, em todas as épo cas, tem um profeta na terra através do qual Ele revela as suas instruções. Acreditam que o presidente de sua igreja seia o profeta de Deus para os dias atuais (McConkie, 1977,606). ( O R R IG IN D O A M Á INTERPRETAÇÃO: Esse ver so não deve ser interpretado com a idéia de que Deus R E S P O S T A À S S EI T A S terá sempre um profeta na terra. Em Amós 3.7 encon tramos Deus prestes a trazer juízo contra os israelitas por causa da desobediência deles. Essa passagem afirma que Deus já havia previamente advertido aos israelitas que o julgamento se seguiria à desobediência, porém eles ig noraram os profetas (conferir 2.12). N o contexto, então, Amós 3.7 simplesmente aponta para o padrão escolhido por Deus de não levar adiante uma mais rigorosa atitude para com os israelitas (tal como um julgamento) sem primeiramente revelar a situação aos profetas. E relevante para nossa discussão o fato de que nos tempos do Antigo Testamento, o teste bíblico para um profeta era a exigência de uma precisão total, cem por cento (confira D t 18.20-22). Os profetas mórmons não estão à altura do padrão bíblico. Joseph Smith, o profeta m órm on (e fundador da seita), por exemplo, certa vez profetizou que a Nova Jerusalém seria construída no es tado de Missouri, em sua geração (Smith, 1835, 84.3-5). / A M O S 8 .1 4 — Este verso afirma que não existe uma ressurreição literal? Veja nossos comentários a respeito de Jó 7.9. CAPÍTULO 19 JONAS J O N A S 3 .4 -1 0 ; 4 .1 ,2 — Este verso indica que pro fetas bíblicos algumas vezes cometem enganos? A M Á IN TERPRETAÇ ÃO : A profecia de Jonas a res peito da destruição de Nínive não aconteceu Qn 3.4-10; 4.1,2). Nesse caso, um profeta bíblico cometeu um en gano. Alguns argumentam que se Jonas não foi conde nado, os “profetas” modernos (como a Sociedade Torre deVigia) também não deveriam ser condenados por pro ferirem falsas profecias. C O R R IG IN D O A M Á IN T E R PR E T A Ç Ã O : Jonas não cometeu um erro porque disse aos ninivitas precisa mente aquilo que Deus lhe ordenou que dissesse (Jn 3.1-4). Um a vez que Deus não pode errar (Hb 6.18;Tt R E S P O S T A À S S EI T A S 1.2), essa não é uma falsa declaração. Antes, a mensagem possuía uma condição implícita na exortação de Jonas aos habitantes de Nínive — “A menos que vocês se ar rependam, Deus destruirá vocês”. Então o cumprimen to da ameaça de julgamento foi condicional, dependen do da intransigência dos habitantes de Nínive — fato comprovado pelo arrependimento deles (confira 3.5). Jonas, de maneira egoísta, admite que desde o princípio teve o receio de que aquele povo se arrependesse e Deus os salvasse (Jn 4.2). A permissão de Deus para que haja o arrependimen to em face a situações de juízo é declarada como um princípio em Jeremias 18.7,8: “N o mom ento em que eu falar contra uma nação e contra um reino, para arrancar, e para derribar, e para destruir, e a tal nação, contra a qual falar, se converter da sua maldade, também eu me arrependerei do mal que pensava fazer-lhe”. Esse prin cípio é ilustrado no caso de Nínive. Desse modo, a profecia de Jonas não pode ser citada com a finalidade de diminuir a culpa da Sociedade Torre de Vigia por suas numerosas falsas previsões. Os profetas bíblicos foram cem por cento precisos (Dt 18.22). 146 CAPÍTULO 2 0 HABAO JQ UE H A B A C U Q U E 3 .3 — Essa é uma profecia a res peito do profeta Maomé? A M Á IN TER PR ET A Ç Ã O : Muitos estudiosos muçul manos acreditam que esse verso se refere ao profeta Maomé vindo de Parã (Arábia), e o utilizam em cone xão com um texto similar em Deuteronôm io 33.2. Essa é uma interpretação correta? C O R R IG IN D O A M Á IN TER PR ET A Ç Ã O : C on forme já observado (veja os comentários que fizemos referentes a D t 33.2), Parã não é de forma alguma próxi mo a Meca, onde veio Maomé, mas está a centenas de milhas de distância. Além do mais, esse verso fala da vin da de Deus, e não de outra pessoa. Finalmente, o “lou- R E S P O S T A À S S EI TA S vor” não poderia se referir a Maomé (cujo nome signi f i c a i louvado”), uma vez que o tema tanto do “louvor” como da “glória” é Deus, e M aomé não é Deus. CAPÍTULO 21 M A L A Q U IA S M A L A Q U I A S 3 .6 — Este verso indica que D eu s sempre se comunicará através de novas revelações e novas Escrituras, como argumentam os mórmons? \ MÁ IN TER PR ET A Ç Ã O : Em Malaquias 3.6, Deus afirmou: “Porque eu, o Senhor, não mudo; por isso, vós, ó filhos de Jacó, não sois consumidos” . Os mórmons argumentam que pelo fato de Deus não mudar,Ele sem pre se comunicará com as pessoas através de novas reve lações e novas escrituras. Pelo fato de Deus uma vez ter ilado Escrituras, Ele deverá sempre dar outras (Van ( iorden, 1995,25). ( O R R IG IN D O A M Á IN TE R PR E T A Ç Ã O : Tudo o <iue se tem a fazer é consultar o contexto imediato de R E S P O S T A À S S EI T A S Malaquias 3, e o amplo contexto das Escrituras como um todo, para que se perceba que essa visão é errada. Malaquias 3.6 mostra qu e D eus é im utável e m sua na tureza e em seus soberanos propósitos e promessas para com o seu povo. Observe a segunda parte de Malaquias 3.6 que os mórmons tipicamente ignoram: “ ...por isso, vós, ó filhos de Jacó, não sois consumidos”. N o contexto, esse verso está simplesmente dizendo que os descenden tes de Jacó não seriam destruídos por causa das promessas do concerto de Deus para com Israel. As imutáveis pro messas de Deus para com Israel são tão confiáveis e certas quanto a sua imutável pessoa. As promessas de Deus, como Ele próprio, são imutáveis. Claramente o verso não tem nada a ver com o assunto da continuidade das revelações. Outros versos nas Escrituras tratam do assunto. Por exemplo, Judas 3 nos instrui: “Tive por necessidade es crever-vos e exortar-vos a batalhar pela fé que uma vez foi dada aos santos”. N o texto escrito em grego, o term o “pela” que precede a palavra “fé” aponta para uma e única fé que foi passada à Igreja; não existe outra “fé” verda deira. O termo traduzido como “uma vez” (do grego hapax) refere-se a algo que foi feito para sempre, e nunca mais necessita ser repetido. O processo de revelação foi con cluído após a entrega dessa fé. Portanto, não é mais ne cessária nenhuma revelação a respeito da natureza de Deus, da pessoa de Cristo, do plano da salvação ou de qualquer outra doutrina. E significativo que a palavra “dada” (ou “entregue”) nesse verso seja um particípio aoristo passivo, que indica uma ação que foi concluída de uma vez por todas. Não haveria nenhum a nova “fé” ou corpo da verdade com u nicado através de Joseph Smith ou qualquer outro presi dente m órmon, ou através de livros tais como A pérola de grande valor. 150 M A L A Q U IAS Mesmo que alguém hipoteticamente assegurasse que I )eus gostaria de revelar verdades fundamentais adicio nais hoje, qualquer revelação nos dias atuais teria que ser obrigatoriamente consistente com as revelações anteri ores. O apóstolo Paulo disse que: “Mas, ainda que nós mesmos ou um anjo do céu vos anuncie outro evange lho além do que já vos tenho anunciado, seja anátema” (Cíl 1.8). Qualquer ensino que contradiga o ensino pré vio e autoritário de Deus é anátema. Paulo falou da im portância de garantir que novos clamores a respeito da verdade sejam medidos contra aquilo que através das líscrituras sabemos ser verdadeiro (At 17.11;2Tm 3.16). Utilizando esse critério único, as “revelações” mórmons devem ser rejeitadas, pois apresentam um Jesus diferente, um Deus diferente e um Evangelho diferente. M A L A Q U I A S 4 .5 ,6 — Esta é uma profecia a res peito do batismo pelos mortos, como reivindicam os mórmons? A MÁ IN T E R PR E T A Ç Ã O : De acordo com o presi dente da seita m órm on, James Talmage (The vitality o f ///ormorasm,pág.71):“Para os mortos que viveram e m or reram em ignorância quanto aos requisitos para a salva ção, como, em outro sentido, para os desobedientes que mais tarde vieram a arrepender-se, o plano de Deus pro vê os meios para a administração vicária das ordenanças essenciais para a posteridade ainda viva, em favor de seus progenitores já falecidos. A respeito desse trabalho de salvação, Malaquias profetizou de forma solene e clara (Ml 4.5,6); e o glorioso cumprimento dessa profecia tem sido testemunhado nestes tempos m odernos” . ( ( )R R IG IN D O A M Á IN TER PRETA ÇÃO : Esse tex lo não diz nada a respeito de batismo pelos mortos, como 151 R E S P O S T A À S S EI TAS alegam os mórmons. Antes, é uma profecia a respeito da vinda de “Elias” (confira M t 17.11) antes “do grande e terrível dia do Senhor”. Isso é evidente por vários m oti vos. Primeiro, porque o texto não faz nenhuma referên cia a qualquer prática de batismo pelos mortos. Segun do, essa passagem deve ser tomada em parte como uma referência a João Batista, cujo trabalho foi “converter o coração dos pais aos filhos” (Lc 1.17), e porque Jesus se referiu a ele como sendo “o Elias que havia de vir” (Mt 11.14). E claro que João não era literalm ente Elias reencarnado, como ele mesmo disse (Jo 1.21-23). Mas ele veio “no espírito e virtude de Elias” (Lc 1.17), e Jesus chamou João de “o Elias que havia de vir” (Mt 11.14). Mas quando João veio, batizou apenas os vivos (Mt 3. 1-6), e não os mortos, como os mórmons alegam que deve ter sido. E também importante notar que não há aqui nenhu ma referência e nem em parte alguma da Bíblia a qual quer “ordenança”, como batismo para os mortos. (Veja nossos comentários referentes a 1 Co 15.29, para mais detalhes a respeito desse tema). Além disso, a salvação não é algo que se possa admi nistrar em nome de uma outra pessoa, seja através de um batismo ou de qualquer outro modo. Cada pessoa arca com a sua própria responsabilidade perante Deus (Ez 18.20; R m 14.12). Finalmente, a salvação não é um “trabalho”, como Talmage alegou. Ela é dada totalmente pela graça, à par te quaisquer obras que possam ser feitas pelo homem (R m 4.5; 11.6; Ef2.8,9). 152 CAPÍTULO 22 MATEUS M A T E U S 2 .2 — Por que a Bíblia recomenda aos magos que sigam a estrela no nascimento de Cristo, quando ela condena a astrologia? A MÁ IN T E R PR E T A Ç Ã O : A Bíblia condena o uso da .isirologia (veja Lv 19.26;D t 18.10,11; Is 8.19), contudo 1Vus abençoou os sábios (magos) por utilizarem uma estrela para indicar o nascimento de Cristo. Esse verso n.io dá suporte às reivindicações dos astrólogos? CO R R IG IN D O A M Á IN TE R PR E T A Ç Ã O : A asiiologia é a crença em que o estudo do arranjo e dos movimentos das estrelas é capaz de habilitar alguém a pirdizer a ocorrência de eventos — se estes serão bons on maus. A estrela utilizada na passagem bíblica teve a R E S P O S T A À S S EI T A S finalidade de anunciar o nascimento de Cristo, e não de predizer esse evento. Deus concedeu aos magos a estrela como para lhes proclamar que a criança já havia nascido. Sabemos que a criança já havia nascido, pois em Mateus 2.16 Herodes ordenou a matança de todos os meninos em Belém e seus arredores, de dois anos de idade para baixo, de acordo com “o tempo que diligentemente in quirira dos magos”. Além disso, existem outros casos na Bíblia nos quais as estrelas e os planetas são utilizados por Deus para re velar os seus desejos: Salmos 19.1-6 afirma que os céus proclamam a glória de Deus, e Rom anos 1.18-20 ensina que a criação revela a existência de Deus. Cristo faz re ferência ao que acontecerá ao sol, à lua e às estrelas em conexão com a sua segunda vinda (Mt 24.29,30), como fez o profeta Joel (2.31,32). Portanto, não há contradição entre a Bíblia utilizar a estrela para anunciar o nascimento de Cristo e a conde nação bíblica da prática da astrologia. A estrela guiando os magos não foi utilizada para predizer, mas para pro clamar o nascimento de Cristo. M A T E U S 3 . 1 6 , 1 7 — E sta p a ssa g em apóia o poíiteísmo? A M A IN TER PR ET A Ç Ã O : Essa passagem — que des creve o batismo de Jesus, a descida do Espírito Santo sobre Ele como uma pomba, e o Pai o elogiando verbal mente — tem sido mal interpretada de vários modos. As Testemunhas de Jeová dizem que o simples fato de o Pai, o Filho e o Espírito Santo serem mencionados juntos não significa que eles sejam “um ”, como argu m entam os defensores da doutrina da Trindade. Os mórmons argumentam que essa passagem dá suporte à sua visão de que o Pai, o Filho e o Espírito Santo são três 154 MATEUS personagens distintos de Deus (isto é, politeísmo). D i zem que os três não podem ser “um ” , como afirmam os defensores da doutrina da Trindade (Talmage, 1977, 39,40). C O R R IG IN D O A M Á IN TER PR ETA Ç Ã O : Essa pas sagem não dá base ao politeísmo m órm on. Antes, sus tenta uma premissa crucial do triunitarismo — a verda de da existência de três pessoas distintas em Deus. A passagem em Mateus 3.16,17 dá suporte à doutri na da Trindade, embora em si mesma não a prove. Os defensores da doutrina da Trindade baseiam o seu en tendimento da natureza de Deus na evidência acumulativa das Escrituras como um todo.Tomada isoladamente, tudo o que essa passagem prova diretamente é que existem três diferentes pessoas em Deus. Ela não mostra que to das essas três pessoas compartilham uma única e divina essência. Outros versos demonstram a unidade de Deus — o fato de que Ele é um em sua essência. Deuteronôm io 6.4 declara:“Ouve, Israel, o Senhor, nosso Deus, é o úni co Senhor”. Essa verdade da unidade essencial de Deus é repetida no Novo Testamento (Mc 12.29). Paulo disse explicitamente: “Sabemos que... não há outro Deus, se não um só” (1 Co 8.4). Algumas passagens mostram tanto a unidade como a pluralidade de Deus. Por exemplo, Mateus 28.19 decla ra: “Portanto, ide, ensinai todas as nações, batizando-as em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo”. O termo utilizado para “nom e” no grego é singular, indi cando que existe um só Deus. Mas existem três pessoas distintas em Deus, cada uma delas acompanhada de um artigo definido no grego — o Pai, o Filho e o Espírito Santo. Esse fato desmente a visão das Testemunhas de Jeová, uma vez que prova que o Pai, o Filho e o Espírito 155 R E S P O S T A À S S EI T A S Santo estão resumidos sob um único nome, sendo por tanto verdadeiramente “u m ” (de m odo diferente de Abraão, Isaque e Jacó). Esse fato desmente a visão m órmon, uma vez que o Pai, o Filho e o Espírito Santo não são três deuses ou três indivíduos separados, mas antes, três pessoas em um único Deus. Então as Escrituras, tomadas como um todo, forne cem a doutrina da Trindade, que é baseada em três linhas de evidência bíblica: 1) A da existência de apenas um Deus verdadeiro; 2) A da existência de três pessoas que são reconhecidas como Deus; e 3) A da existência das três pessoas em um único ser, que é Deus. As Escrituras ensinam de modo uniforme que existe um só Deus (Dt 6.4; 32.39; 2 Sm 7.22; Sl 86.10; Is 44.6; Jo 5.44; 17.3; R m 3.29,30; 16.27; 1 Co 8.4; G1 3.20;E f 4.6; 1 Ts 1.9; 1 T m 1.17; 2.5;Tg 2.19; 1 Jo 5.20,21;Jd 25). Contudo, as Escrituras também chamam de Deus três pessoas — o Pai (1 Pe 1.2), o Filho (Jo 20.28; H b 1.8) e o Espírito Santo (At 5.3,4). As Escrituras também indicam a exis tência de três pessoas em unidade, em Deus (Mt 28.19; 2 Co 13.13). A evidência acumulativa das Escrituras em sua inteireza indica que Deus é uma Trindade. M A T E U S 5 .1 3 — E ste verso se refere às pessoas que reconhecem a sua própria divindade e ajudam ou tras pessoas a reconhecer também a delas? A M Á IN TER PR ETA Çà O : Em Mateus 5.13 Jesus ins trui os seus seguidores: “Vós sois o sal da terra; e, se o sal for insípido, com que se há de salgar? Para nada mais presta, senão para se lançar fora e ser pisado pelos ho mens”.Alguns adeptos da Nova Era acreditam que nesse verso, Jesus tinha em mente indivíduos iluminados que não apenas reconhecessem a sua própria divindade, como também ajudassem outros a reconhecer a divindade de 156 MATEUS les.“0 que está buscando emergir é um corpo de pesso as que são capazes de cuidar de outros e alimentá-los, que são literalmente o que Jesus chamou de ‘o sal da terra’... aceitando a sua própria divindade sem se torna rem inflados por ela, e agindo dentro da esfera de sua influência com a finalidade de fazer aflorar a mesma di vindade na vida de outras pessoas” (Spangler, 1981, 80). C O R R IG IN D O A M Á IN TE R PR E T A Ç Ã O : Essa in terpretação da Nova Era é contrária ao significado do texto em seu co n texto . O sal é conhecido por suas qua lidades preservativas. Com o “sal da terra” (Mt 5.13), os cristãos servem como uma prevenção contra os males da sociedade. O sal também é conhecido por provocar a sede. Os cristão são capazes então de influenciar outras pessoas, causando nelas a sede por mais informações a respeito de Cristo e do Evangelho. Para que os cristãos sejam de fato “o sal da terra”, contudo, o sal deve obriga toriamente manter as suas características de pureza. Os cristãos devem ser cuidadosos para, ao invés de serem um preservativo contra o mal, também não acabam sen do tentados pelo maligno, comprometendo assim a in fluência que possuem no mundo. Eles não serão capazes de influenciar o mundo a favor de Cristo se não retive rem a sua própria pureza como cristãos. A idéia de que os seres humanos são os seus próprios deuses ou que são capazes de se tornarem deuses é um exemplo dos tipos de coisas contra as quais os cristãos devem resistir como “o sal da terra”. Um a das maneiras pelas quais agimos como conservantes neste mundo é mantendo a pura doutrina (Jd 3). E uma das maneiras através das quais fazemos com que as pessoas sintam sede pelo verdadeiro Deus das Escrituras é argumentando contra os falsos deuses — tais como o deus do panteísmo da Nova Era. 157 R E S P O S T A À S S EI T AS M A T E U S 5 .1 4 — Esse verso indica que o “Cristo cósmico” habita em todos nós? A M Á IN TER PR ETA Ç Ã O : Jesus disse: “Vós sois a luz do mundo; não se pode esconder uma cidade edificada sobre um m onte” (Mt 5.14). Os adeptos da Nova Era interpretam essa passagem em referência ao que o “Cristo cósmico” é capaz de realizar em toda a humanidade. “Je sus acreditava que o Cristo nele podia salvar o mundo, e nós acreditamos que o Cristo nele salvará o mundo. Mas Jesus também acredita que o Cristo em cada um de nós pode e salvará o mundo. Ele me disse isso. Ele disse cla ram ente:‘Vós sois a luz do mundo; não se pode escon der uma cidade [a cidadela da consciência de Cristo] edificada sobre um monte [de capacidades]’ (Prophet, 1988, pág.239). C O R R IG IN D O A M Á IN T E R P R E T A Ç Ã O : Não existe nenhuma indicação nesse texto de que o Cristo cósmico do panteísmo da Nova Era esteja habitando em nós.Várias considerações tornam esse fato evidente. Em primeiro lugar, Jesus se apresentou como um monoteísta judaico (confira Mc 12.29) que acreditava que Deus criou o mundo e a humanidade (Mt 19.4), e não que o mundo e a humanidade fossem Deus. Em segundo lugar, Jesus é a suprema Luz do mundo (Mt 4.16;Jo 8.12; 1 Jo 1.7). Aqueles que nEle crêem são luzes apenas em um sentido derivativo, como se refletís semos a luz de Cristo. Em terceiro lugar, os cristãos “resplandecem” através de suas boas obras, de modo que as pessoas “glorifiquem o vosso Pai, que está nos céus” (Mt 5.16). Em outras palavras, o resultado de cristãos resplandecendo como a luz é que pessoas se voltam ao verdadeiro Deus do cris tianismo, e não ao “Cristo que está dentro de nós”. A 158 MATEUS função dos cristãos é radiar o seu compromisso com o Deus da Bíblia, para que outros sejam encaminhados à vereda direita. A luz dissipa as trevas por sua própria natureza — incluindo as trevas das falsas doutrinas. A idéia de que podemos nos tornar deuses ou de que sejamos Cristo do mesmo modo que Jesus era o Cristo é uma falsa doutri na (Gn 3.4,5) inspirada por demônios (1 Tm 4.1). A medida que brilhamos como luzes no mundo, afastamos as pessoas dos falsos deuses (tais como os do panteísmo e das doutrinas que dizem que as próprias pessoas são deu ses), e as conduzimos ao único e verdadeiro Deus da Bíblia. M A T E U S 5 .1 7 ,1 8 — O s cristãos ainda perm ane cem sob a lei de Moisés? A M Á IN TER PR ET A Ç Ã O : Jesus disse muito explici tamente: “Não cuideis que vim destruir a lei ou os pro fetas; não vim abrogar, mas cum prir”. Esse é um tema importante, pois certos líderes de seitas — tais como Herbert W . Armstrong — têm enfatizado a necessidade da observância da lei mosaica, incluindo a guarda do sábado, dos dias das festas anuais e de regras alimentares. Outros grupos aberrantes, como os Adventistas do Séti mo Dia, também acreditam que os cristãos ainda per manecem sob a lei mosaica. C O R R IG IN D O A M Á IN TER PR ET A Ç Ã O : N o to cante ao tema que discute se a lei de Moisés teve a sua vigência finalizada através de Cristo, a confusão resulta da falha ao distinguir entre vários tópicos. Existe uma confusão em termos de tempo. Durante a sua vida na terra, Jesus sempre guardou a lei de Moisés, in clusive oferecendo sacrifícios perante os sacerdotes ju 159 R E S P O S T A À 5 S EI T AS daicos (Mt 8.4), participando de festividades judaicas (Jo 7.10), e comendo o cordeiro da páscoa (Mt 26.19). Em determinada ocasião, Ele violou a tradição farisaica (e falsa) que havia crescido em volta da lei (confira M t 5.43,44), esbravejando contra eles:“E assim invalidastes, pela vossa tradição, o mandamento de Deus” (Mt 15.6). Os versos que indicam que a lei foi cumprida referemse a depois da cruz, quando “não há judeu nem grego... porque todos vós sois um em Cristo Jesus” (G1 3.28). Existe uma confusão em termos de aspectos. Pelo menos algumas das referências (senão todas) em relação à lei ter sido finalizada dentro do Novo Testamento falam de ce rimônias e tipos do Antigo Testamento. Esses aspectos cerimoniais e tipológicos da lei de Moisés contida no Antigo Testamento foram claramente finalizados quan do Jesus, o nosso cordeiro pascal (1 Co 5.7), cumpriu os tipos e profecias da lei que diziam respeito à sua primei ra vinda (confira H b 7— 10). O próprio Senhor Jesus aparentemente deu por encerrada a lei cerimonial quando declarou todos os alimentos como limpos (Mc 7.19). Nesse sentido, os crentes estão claramente isentos de permanecer sob a lei de Moisés. Existe uma confusão a respeito do contexto. Mesmo quan do as dimensões morais da lei são discutidas, existe uma confusão. Por exemplo, Jesus não somente cumpriu os mandamentos morais da lei por nós (Rm 8.2-4), mas também os referentes ao contexto nacional e teocrático, nos quais os princípios morais de Deus foram expressos no Antigo Testamento, e que na nova aliança não se apli cam do mesmo modo aos cristãos hoje. Por exemplo, não estamos sob os mandamentos conforme Moisés os expressou a Israel, uma vez que, quando foram expressos através dos Dez Mandamentos, tinham como recom pensa para os judeus o viver de maneira “que se prolon guem os teus dias na terra [da Palestina] que o Senhor, 160 MATEUS teu Deus, te dá [aos israelitas]” (Êx 20.12). Q uando o princípio moral expresso em seu mandamento no Anti go Testamento é reafirmado no Novo, ele é expresso em um diferente contexto, a saber, um contexto que não seja nacional ou teocrático, mas pessoal e universal. Para todas as pessoas que honram os seus pais, Paulo declara que viverão “muito tempo sobre a terra” (Ef 6.3). Seme lhantemente, os cristãos não estão mais sob o mandamento de Moisés para adorar aos sábados (Ex 20.8-11). Desde a ressurreição, as aparições de Cristo — bem como a ascensão — aconteceram aos domingos. Por isso os cristãos adoram a Deus aos domingos, ao invés de fazêlo aos sábados (veja At 20.7; 1 Co 16.2). Paulo declarou que a adoração aos sábados foi apenas uma “sombra”, no Antigo Testamento, da real essência que foi inaugurada por Cristo (Cl 2.16,17). U m a vez que mesmo os Dez Mandamentos, como tais, foram expressos em uma es trutura judaica e teocrática, o Novo Testamento é capaz de falar corretamente a respeito daquilo que estava “gra vado em pedras” e foi “por Cristo abolido” (2 Co 3.7,13,14). Contudo, isso não significa que os princípios morais incorporados aos mandamentos, que refletem precisa mente a natureza do Deus imutável, não estejam atados aos crentes da atualidade. Cada um desses princípios con tidos nos Dez Mandamentos são reafirmados em um outro contexto no Novo Testamento, exceto — é claro — o mandamento que diz respeito ao repouso e adora ção aos sábados. Os cristãos hoje não estão mais sob os Dez Mandamentos conforme dados por Moisés a Israel; não estão sob o requisito da lei mosaica de serem circuncidados (veja At 15; G1 3), nem tampouco sob o re quisito de trazer um cordeiro ao templo em Jerusalém para sacrifício. Hebreus capítulo 7 declara: “Porque, mudando-se o sacerdócio, necessariamente se faz tamA 161 R E S P O S T A À S S EI T AS bém mudança da lei” (v. 12) e “Porque o precedente mandamento é abrogado por causa da sua fraqueza e inutilidade” (v. 18). A lei era apenas uma “sombra”, e a “essência” é encontrada em Cristo (Cl 2.17). Os discípulos de Jesus rejeitaram muito da lei contida no Antigo Testamento, incluindo a circuncisão (At 15; G1 5.6; 6.15). Paulo declarou:“Não estais debaixo da lei, mas debaixo da graça” (Rm 6.14) e que a gravação em pedra dos Dez Mandamentos tem sido “por Cristo abolido” (2 Co 3.14). O fato de estarmos ligados por leis morais simi lares que são contra o adultério, à mentira, o roubo e o homicídio não prova que estejamos ainda sob os Dez Mandamentos. Por exemplo, os estados da Carolina do Norte e do Texas, nos Estados Unidos, possuem leis de tráfego similares; isso não significa que um cidadão que vive no Texas esteja sob as mesmas leis que regem o estado da Carolina do Norte. O fato é que quando alguém viola as leis de velocidade no Texas, não violou por isso uma lei similar existente na Carolina do Norte, e também não estará por isso condenado às penalidades das leis em vigor no estado da Carolina do Norte. Do mesmo modo, em bora tanto o Antigo como o Novo Testamento falem contra o adultério, porém, a pena é diferente nos dois casos —- a punição capital no Antigo Testamento (Lv 20.10) e a excomunhão da Igreja no Novo Testamento (1 Co 5), com a esperança de restauração se houver arrependimen to (confira 2 Co 2.6-8). M A T E U S 5 .2 6 — Esta parábola confirma a doutri na do purgatório, conforme os estudiosos católicos romanos reivindicam? A M Á IN TER PR ET A Ç Ã O : Nessa parábola o juiz não libertaria o seu prisioneiro até que este pagasse o último centavo. Ludwig Ott, uma autoridade católica, crê que 162 MATEUS essa passagem ajuda a dar suporte ã doutrina do purga tório, pois “através da interpretação da seqüência da pa rábola, uma condição de punição por tem po limitado no outro mundo começou a ser vista, expressa pela pu nição de prisão por tempo limitado” (Ott, 1960, 484). C O R R IG IN D O A M Á IN T E R PR E T A Ç Ã O : O pur gatório não é vislumbrado nesse texto.Tal interpretação ultrapassa em muito o contexto. Jesus não está falando a respeito de uma prisão espiri tual após a morte, mas de uma prisão física antes da morte. O verso anterior torna claro o contexto. “Concilia-te depressa com o teu adversário, enquanto estás no cami nho com ele, para que não aconteça que o adversário te entregue ao juiz... e te encerrem na prisão” (v. 25). Para ser exato, Jesus não estava aqui falando de meros temas exteriores, mas de temas espirituais do coração (conf.vv. 21,22). Contudo, nada no contexto garante a conclusão de que Ele tinha em mente o conceito de “prisão” refe rindo-se a um lugar (ou a uni processo) de purgação de pecados na vida futura, que é o que alguém teria que concluir, se essa passagem tivesse sido feita para falar a respeito do purgatório. Mesmo os católicos ortodoxos, como o cardeal Ratzinger, banem do purgatório a ima gem de prisão, alegando que não se trata de “algum tipo de campo de concentração além-m undo” (Ratzinger, 1990,230). Contudo, fazer da passagem uma analogia ou uma ilustração de uma prisão espiritual pós-m orte (isto é, do purgatório), é questionável, uma vez que se necessita as sumir que exista um purgatório onde “de maneira ne nhuma, sairás dali, enquanto não pagares o último ceitil” (v. 26) antes que se possa dizer que uma coisa ilustra a outra. Ilustrações não provam coisa alguma; elas apenas ilustram algo que se acredita ser verdadeiro. Daí, tal pas 163 R E S P O S T A À S S EI T A S sagem não pode ser utilizada como uma prova da exis tência do purgatório. Tomar esse texto como uma referência ao purgatório é uma contradição ao claro ensino das Escrituras, que diz que não há mais nada a pagar pelas conseqüências dos nossos pecados, de forma temporal ou na eternidade. En quanto a teologia católica reconhece que a morte de Cristo pagou a pena pela culpa e pelas conseqüências eternas de nossos pecados, eles negam que isso não signifique que não exista um purgatório no qual se paga temporalmente pelas conseqüências dos pecados praticados. Mas a morte de Cristo na cruz foi tanto completa como suficiente por todos os nossos pecados, e por todas as suas conseqüênci as. Dizer que existe à nossa espera algum sofrimento por pecados é insultar a “para sempre” e concluída obra de Cristo (confira Hb 10.14,15).Jesus sofreu uma única vez por nossos pecados, e não há mais nada reservado para que soframos, pois “agora, nenhuma condenação há para os que estão em Cristo Jesus” (Rm 8.1). O profeta Isaías disse claramente que Cristo morreu por nossas dores e tristezas, bem como por nossos pecados (Is 53.4,5). M A T E U S 5 .2 9 — O inferno é a sepultura ou um lugar de tormento consciente? A M Á IN TER PR ET A Ç Ã O : Jesus se refere ao “corpo” sendo “lançado no inferno”, e o salmista fala de “ossos” sendo “espalhados à boca da sepultura [sheol]” (SI 141.7). Jacó falou de suas “cãs” sendo descidas à sepultura (Gn 42.38; 44.29,31). Contudo, Jesus se referiu ao inferno como sendo um lugar para onde vai a alma após a morte da pessoa, e ali passa por tormentos de forma consciente (Lc 16.22,23). O inferno é a própria sepultura, como alegam as Testemunhas de Jeová e algumas outras seitas (Reasoningfrom the Scriptures, 1989, pág. 173)? 164 MATEUS C O R R IG IN D O A M Á IN T E R P R E T A Ç Ã O : O ter mo hebraico traduzido como “inferno” (sheol) é tam bém traduzido como “sepultura” ou “cova” . Ele sim plesmente significa “mundo invisível”, e pode se referir tanto à sepultura, onde o corpo não é mais visto após o enterro, ou ao mundo espiritual, que é invisível aos olhos mortais. Além do mais, no Antigo Testamento, o term o sheol freqüentemente significa “sepultura”, como indicado pelo fato de ser um lugar onde “ossos” (SI 141.7), “cãs” (Gn 42.38), e até mesmo armas (SI 76.3-5) vão quando os homens morrem. Até mesmo na ressurreição de Jesus, “a sua alma não foi deixada no Hades (isto é, na cova), nem a sua carne viu corrupção” (At 2.30,31). Devem existir alusões ao “inferno” no Antigo Testa mento, como sendo um m undo espiritual (Pv 9.18; Is 14.9); “inferno” (no grego, hades) é claramente descrito no Novo Testamento como um lugar de espíritos (al mas) que partiram. Anjos caídos estão lá, e eles não pos suem corpos (2 Pe 2.4). Seres humanos que não se arre penderam estão lá em consciente torm ento após a sua morte, e os seus corpos estão enterrados (Lc 16.22,23). N o final, aqueles que estão no inferno serão lançados dentro do lago de fogo com o demônio, onde “de dia e de noite serão atormentados para todo o sempre” (Ap 20.10,14,15). Jesus muitas vezes se referiu ao inferno como sendo um lugar de torm ento consciente e eterno (confira M t 10.28; 18.9; Mc 9.43,45,47; Lc 12.5; 16.23). M A T E U S 5 .4 8 — E ste verso indica que devemos nos tornar mais e mais perfeitos nesta vida para alcançar a exaltação na vida p o r vir? A M Á IN TER PR ETA Ç Ã O : Mateus 5.48 diz:“Sede vós, pois, perfeitos, como é perfeito o vosso Pai, que está nos 165 R E S P O S T A À S S EI T A S céus”. D e acordo com os mórmons, requer-se das pes soas que façam todas as suas obrigações e guardem toda a lei, e se esforcem para que possam ser perfeitas, assim como o Pai é perfeito no que a Ele diz respeito. Cada pessoa está a caminho da perfeição, em uma estrada que culminará com o alcance da divindade (Smith, 1970,7). C O R R IG IN D O A M Á IN TERPRETAÇÃO : Esse ver so não significa que os seres humanos sejam capazes de se tornarem perfeitos nesta vida. Tal íato se torna evi dente a partir do contexto. O contexto desse verso é que os líderes judaicos ha viam ensinado que deveríamos amar as pessoas próximas e que nos fossem queridas (Lv 19.18), mas odiássemos os nossos inimigos. Jesus, contudo, disse que devemos amar os nossos inimigos. Finalmente, disse Jesus que o amor de Deus se estende a todas as pessoas (Mt 5.45). Uma vez que Deus é o nosso padrão de justiça, devemos pro curar ser como Ele em relação a esse assunto. Espera-se que sejamos “perfeitos” (ou “completos”) ao amar as outras pessoas, assim como Ele é perfeito. Além do mais, a Bíblia certamente não oferece su porte à idéia de que sejamos capazes de alcançar, nesta vida, uma perfeição tal que sejamos completamente isen tos de pecar, pois todos caímos e pecamos não volunta riamente, mas por falhas pessoais (1 Jo 1.8). As boas no vas são que, confiando em Jesus, a perfeição dEle se tor na nossa:“Porque, com uma só oblação, aperfeiçoou para sempre os que são santificados” (Hb 10.14). M A T E U S 6 .2 2 — E ste verso se refere a um místico “terceiro olho ” que nos dota de percepção espiritual? A MÁ IN TER PR ET A Ç Ã O : Jesus disse: “A candeia do corpo são os olhos; de sorte que, se os teus olhos forem 166 MATEUS bons, todo o teu corpo terá luz” (Mt 6.22). Os adeptos da Nova Era costumam interpretar esse verso em refe rência ao “terceiro olho” , que os devotos de religiões orientais acreditam ser um instrumento místico ou um órgão de visão espiritual, do qual se diz estar localizado na testa diretamente entre os dois olhos físicos (Prophet, 1988, pág.143). C O R R IG IN D O A M Á IN T E R PR E T A Ç Ã O : Abso lutamente nada dessa interpretação esotérica dessa pas sagem é justificado pelo contexto. O pano de fundo des te verso é que os fariseus eram materialistas e ávidos por riquezas. Os seus olhos espirituais não estavam focados no Deus da Bíblia, mas no deus da ganância voraz. Eram cegos para com a verdadeira espiritualidade. Estavam em densas trevas. Em contraste, Jesus leva os seus seguidores a colocar o seu foco em Deus e nos tesouros celestiais (veja M t 6.16-33). Devemos manter uma perspectiva eterna com foco no mundo vindouro, ao invés de uma perspectiva temporal, fixada nas coisas passageiras deste mundo (veja especificamente o v. 20). Além disso, é fixando nas Escrituras os dois olhos que nos foram dados por Deus que ganhamos percepção es piritual (Pv 7.2; SI 119). Ler a respeito de um “terceiro olho” dentro do contexto de Mateus 6 é eisegese (ler um significado inserindo-o dentro do texto), ao invés de exegese (extrair um significado de dentro de um texto). M A T E U S 6 .3 3 — Este verso quer dizer que deve mos f a z e r de nossa “divindade interior” a nossa principal prioridade? A M Á IN TER PR ETA Ç Ã O : Jesus disse:“Mas buscai pri meiro o R eino de Deus, e a sua justiça, e todas essas coisas vos serão acrescentadas” (Mt 6.33). 167 RESPO STA ÀS SEITAS Os adeptos da Nova Era freqüentemente interpretam esse verso como se ele se referisse à pretensa “divindade interior” do ser humano. Jesus estava supostamente ensi nando os seus discípulos a buscar “o estado de identifi cação de uma pessoa com a sua verdadeira individuali dade, a fonte interior, o âmago Divino, que diz E U SO U O QUE S O U ” (Spangler, 1983,23,24). Portanto, buscar o reino celestial primeiramente na própria vida leva cada um a fazer de sua divindade interior a mais alta priori dade. Depois que uma pessoa pratica esse ato singular, “tudo mais será acrescentado”. C O R R IG IN D O A M Á IN T E R P R E T A Ç Ã O : Não existe nenhuma indicação de que Jesus tenha se referido a qualquer “divindade in te rio r” . C om o um ju d eu monoteísta (Mc 12.29), e não um panteísta, a posição de Jesus baseava-se no fato de que Deus era tão diferente do mundo quanto o Criador (Mt 19.4) é diferente da sua própria criação. Os adeptos da Nova Era crêem que Deus é para o mundo o que um lago é para as gotas de água que estão nele. Isto é, somos parte de Deus, e não uma criação distinta de Deus. Diferente dos pagãos, cujo foco é apenas a satisfação de necessidades físicas externas, os seguidores de Cristo são chamados a buscar em primeiro lugar a Deus e ao seu Reino. “Buscar o R eino de Deus” certamente inclui a busca do único Deus verdadeiro (1 T m 4.10) da Bíblia (de maneira oposta ao panteísmo). Isso inclui a obediên cia à absoluta verdade contida na Palavra de Deus (SI 119) (de maneira oposta às “revelações” místicas da Nova Era). E isso inclui a participação na divulgação das boas novas do Evangelho de Jesus Cristo (1 Co 15.1-4), de maneira oposta ao “Evangelho Aquariano” que diz que somos Cristo. Daí, ao invés de apoiar à idéia de uma “divindade interior”, que estaria dentro de cada pessoa, 168 MATEUS esse verso se opõe a isso e a outras idéias que não são uma parte legítima do R eino de Deus. Em terceiro lugar, deve-se imaginar que se todos fôs semos deuses e tivéssemos uma “divindade interior”, por que nos seria necessário ler os livros das próprias seitas da Nova Era e a Bíblia para que nos déssemos conta dessa divindade? O fato de virmos a “nos dar conta” de que somos Deus prova que de fato não somos Deus. O verdadeiro Deus nunca passaria de um estado de falta de esclarecimento para um estado de esclarecimento. Colo cando esse tema de outra forma, Deus não floresce; Ele está sempre em flor. Isto é, Deus é e sempre foi Deus. Finalmente, numerosos versos nas Escrituras mos tram que Deus se posiciona perm anentem ente contra os humanos pretendentes ao trono divino. Por exem plo, Deus instruiu a Moisés que dissesse a faraó: “Por que esta vez enviarei todas as minhas pragas sobre o teu coração, e sobre os teus servos, e sobre o teu povo, para que saibas que não há outro como eu em toda a terra” (Ex 9.14 — ênfase adicionada). Essas palavras foram faladas a um hom em que era considerado um deus. Pensava-se que o faraó era a encarnação do deus sol egípcio,AmonR a, e era, portanto, considerado um deus por direito. Mas ele era im potente diante do Deus verdadeiro. Faraó descobriu o que todos os adeptos da Nova Era preci sam vir a descobrir: como um ser humano, ele virtual m ente não possui nenhum poder divino. M A T E U S 7 .2 0 — Este verso mostra que seita ou grupo religioso se constituem na verdadeira religião? A M Á IN TE R PR E T A Ç Ã O : Jesus disse: “Portanto, pe los seus frutos os conhecereis”. Em outras palavras, bons frutos são o sinal de uma religião verdadeira, e maus fru tos, o sinal de uma falsa. Algumas seitas usam essa afirma 169 RESPOSTA ÀS SEITAS ção para provar que são a verdadeira religião. Os cientis tas cristãos, por exemplo, apontam para o “poder de enaltecimento” de sua religião como um bom fruto (Eddy, 10). A partir daí, eles concluem que a seita Ciência Cris tã é a verdadeira religião. C O R R IG IN D O A M Á IN T E R PR E T A Ç Ã O : Esse verso não deveria ser utilizado para provar que qual quer organização religiosa (inclusive alguma que se diga cristã) seja a única verdadeira religião. Jesus não está falando, nessa passagem, a respeito de uma organização religiosa. Antes, Ele está falando aos seus discípulos no sermão da m ontanha — um sermão que tem início em Mateus 5. Desse modo, o verso que diz respeito a bons frutos aplica-se a qualquer pessoa que professa ser dis cípulo de Jesus, em qualquer lugar e em qualquer orga nização. Jesus não está se referindo à paz interior ou a um estado interior que não possa ser provado por outras pessoas, mas, antes, a manifestações exteriores (“frutos”) que podem ser vistos por outras pessoas. O contexto parece indicar que Jesus não está sequer se referindo aos “frutos” da vida espiritual de alguém, como fez Paulo em Gl 5.22,23. Antes, Ele se refere ao fruto do ensino de alguém pelo fato de começar a seção falando a respeito de “falsos profetas” (v. 15) e dos “fru tos” deles (v. 16), um dos quais é a falsa profecia (confira D t 18.22). Em seguida, observa que não é aquele que o confessa falsamente (v. 21) que entra no céu, e nem aque les que mostram externamente poderes espirituais (v. 22). Porém, ao contrário, aqueles que de coração falam a ver dade a respeito de Cristo (confira R m 10.9) é que são os seus verdadeiros discípulos. Esses fazem a vontade dEle (v. 21). Mas o fruto do ensino de um falso profeta é produzir discípulos que não fazem “a vontade de meu 170 MATEUS Pai, que está nos céus” mas que simplesmente dizem “Se Senhor” (v. 21). nho r, M A í E U S 7 .2 4 -2 9 — E ste verso ensina que somente aqueles que reconhecem a sua “divindade interior” são capazes de suportar as tempestades da vida? A MÁ IN TERPRETAÇÃO : Alguns adeptos das seitas da Nova Era crêem que quando Jesus ensinou a respeito da queles que edificam sobre um solo arenoso (Mt 7.26,27), estava se referindo àqueles que não têm a habilidade de reconhecer a divindade interna que possuem. “Quando uma pessoa perde aquela habilidade de reconhecer a di vindade que está dentro de si, então perde a habilidade de resistir, de transformar ou de lidar criativamente com as forças da adversidade” (Spangler, 1981, 61). Assim, do mesmo modo que uma casa construída sobre a areia não se manterá em pé quando o vento veemente vier sobre ela, também um indivíduo que fracasse em reconhecer a sua própria divindade interior não se manterá em pé quan do a força da adversidade vier contra ele. ( :O RRIG INDO A M Á IN TER PR ETA Ç Ã O : Fica cla ro, através do contexto, que Jesus não está falando a res peito de qualquer habilidade de uma pessoa reconhecer uma suposta divindade própria. Aqueles que edificam a sua vida sobre as palavras de Cristo assemelham-se aos que edificam sobre a rocha (Mt 7.24,25). Os que não edificam a sua vida sobre as palavras de Cristo, são seme lhantes àqueles que edificaram uma casa em solo areno so (w. 26,27). As “palavras de Cristo” incluem um compromisso de submissão completa às Escrituras (Mt 5.17,18), um re conhecimento do único Deus verdadeiro (6.9) e a ad vertência contra os falsos profetas, cujo ensino é contrá 171 R E S P O S T A À S S EI T A S rio às Escrituras (7.15-23). Dessa forma, essa passagem é decisivamente contrária aos escritos da Nova Era que contradizem a Bíblia (tais como O Evangelho Aquariano de Jesus Cristo), é contrária ao falso deus do panteísmo da Nova Era, e contrária aos falsos profetas, pois pregam um outro Jesus. M A T E U S 8 .1 2 — O inferno é um lugar ãe trevas ou existe lu z ali? A M Á IN TERPRETAÇÃO : Jesus descreveu o inferno como um lugar de “trevas exteriores” (Mt 8.12; 22.13; 25.30). Em contraste, a Bíblia diz em outras passagens que o inferno é um lugar de “fogo” (Ap 20.14) e de fogo que “nunca se apaga” (Mc 9.48). Mas o fogo e as chamas dão luz. Como é que o inferno pode estar completa mente no escuro, quando existe luz ali? Os mórmons freqüentemente fazem referência às “trevas exteriores” como se tratando da habitação de Satanás, demônios e filhos da perdição (Talmage, 1977,146,47). Isso está cor reto? C O R R IG IN D O A M Á IN TER PRETA ÇÃO : Tanto o “fogo” como as “trevas” são poderosas figuras de lingua gem que descrevem apropriadamente a inimaginável re alidade do inferno. Ele é como fogo por ser um lugar de destruição e tormento. Contudo, é como trevas exterio res porque as pessoas estão ali perdidas para sempre. En quanto o inferno é um lugar literal, nem. todas as descri ções a seu respeito devem ser tomadas literalmente. Al gumas poderosas figuras de linguagem são utilizadas para retratar esse lugar literal. A sua horrível realidade, onde corpo e alma sofrerão para sempre, vão muito além de quaisquer meras figuras de linguagem que sejam utiliza das para descrevê-lo. Mas é um sério engano tomar lin 172 MATEUS guagem metafórica de forma literal. Assim fazendo, al guém é capaz de concluir que Deus tem penas, uma vez que Ele é descrito como tendo asas (SI 91.4). Outras figuras de linguagem, utilizadas para descrever o eterno destino dos perdidos, se tomadas literalmente, contradizem-se umas às outras. Por exemplo, o inferno é repre sentado como um eterno depósito de lixo (Mc 9.4348), que possui um fundo. Mas ele também é representa do como um enorme abismo sem fundo (Ap 20.3). Cada uma dessas figuras é uma nítida representação de um lugar de infindável punição. M A T E U S 8 .2 0 (confira M t 2 0 .1 8 e 2 4 .3 0 ) — Se Jesus era o Filho de Deus, p o r que Ele se chamava a si mesmo de “O Filho do H o m e m ”? A M Á IN T E R PR E T A Ç Ã O : Jesus referia-se a si mesmo na maioria das vezes como “O Filho do H om em ”. Esse fato parece apontar mais para a sua natureza humana do que para a sua divindade. Se Ele realmente era o Messias, o Filho de Deus, porque utilizou como descrição pró pria “o Filho do H om em ”? Esse tema possui relevância óbvia quando se trata de discussões com as Testemunhas de Jeová. C O R R IG IN D O A M Á IN TE R PR E T A Ç Ã O : Mesmo que a expressão “Filho do H om em ” seja uma referência à humanidade de Jesus, ela não é uma negação de sua divindade. Por tornar-se homem, Ele não deixou de ser Deus. A encarnação de Cristo não envolveu a subtração de sua divindade, mas a adição de humanidade. Jesus de clarou ser Deus em muitas ocasiões (Mt 16.16,17; Jo 8.58; 10.30). Mas adicionalmente ao fato de ser divino, Ele também era humano (Fp 2.6-8); possuía duas natu rezas em uma única pessoa. 173 R E S P O S T A À S S EI TA S Jesus não estava negando a sua própria divindade quan do referia-se a si mesmo como o Filho do Homem. De fato, o termo “Filho do H om em ” é também utilizado para descrever a divindade de Cristo. A Bíblia diz que somente Deus é capaz de perdoar pecados (Is 43.25; Mc 2.7). Mas c o m o Filho do Homem, Jesus tinha o poder para perdoar pecados (Mc 2.10). Do mesmo modo, Cristo voltará à terra como o Filho do Hom em , em nuvens de glória para reinar na terra (Mt 26.63,64). Nessa passa gem, Jesus está citando Daniel 7.13, onde o Messias é descrito como o “ancião de dias”, uma frase utilizada para indicar a sua divindade (confira D n 7.9). Além do mais, quando Jesus foi questionado pelo sumo sacerdote acerca de ser Ele o “Filho de Deus” (Mt 26.63), respondeu afirmativamente, declarando-se ser o “Filho do H om em ” que se assentaria ã mão direita de Deus e voltaria nas nuvens (v. 64). Isso indica que o próprio Jesus usou a frase “Filho do H om em ” para tornar evi dente sua divindade como o Filho de Deus. Finalmente, a frase “Filho do H om em ” enfatiza quem é Jesus em relação à sua encarnação e à sua obra de salva ção. N o Antigo Testamento (Lv 25.25,26,48,49; R t 2.20), o resgatador era um parente próximo de alguém que estava necessitado de redenção. Assim Jesus, como nosso Resgatador, estava se identificando com a humanidade como o Salvador e R edentor da espécie humana. Aque les que conheciam a verdade contida no Antigo Testa mento a respeito do fato de o Messias ser o Filho do H om em com preenderam a declaração de divindade implícita de Jesus. Aqueles que não possuíam esse co—nnecim ento não eram capazes de reconhecer esse fato. Jesus pronunciou frases desse modo com a finalidade de testar os seus ouvintes, e separar os crentes dos incrédu los (confira M t 13.10-17). 174 MATEUS M A T E U S 1 1 . 1 4 — Jesus disse que João Batista era Elias reencarnado? A MÁ IN TER PR ET A Ç Ã O : Jesus refere-se aqui a João Batista como “o Elias que havia de vir” (confira M t 17.12; Mc 9.11-13). Mas uma vez que Elias havia m orrido há muitos séculos antes dessa ocasião, alguns reencarnacionistas têm alegado que João deve ter sido uma reencarnação de Elias. C O R R IG IN D O A M Á IN TER PR ETA Ç Ã O : Existem muitas razões pelas quais esse verso não oferece qual quer suporte à visão oriental, ou da Nova Era, sobre a reencarnação. Mesmo que fosse possível mostrar essa passagem como uma referência a Elias ter reencarnado em João Batista, ainda se trataria de uma reencarnação muito diferente daquela que é pregada pelas seitas da Nova Era: 1) Se isso fosse verdade, seria uma reencarnação única, e não se guiria o modelo de reencarnações infindáveis como pre gado pelas religiões orientais; 2) Se isso fosse verdade, teria ocorrido no contexto teísta e não na visão panteísta de mundo; 3) Não haveria o conceito de karma, através do qual essas seitas dizem que uma pessoa se reencarna para ser punida pelo que aconteceu em uma existência prévia. Ora, dificilmente o fato de retornar como o mai or profeta que precedeu Tesus teria sido um castigo para Elias (Mt 11.11). Contudo, não é necessário entender essa passagem como uma reencarnação literal de Elias. Existem várias indicações no próprio texto de que ela significa simples mente que João ministrou no espírito e poder de Elias. Em primeiro lugar, João e Elias não tiveram o mesmo ser — eles tiveram a mesma função. Jesus não estava en sinando que João Batista fosse literalmente Elias, mas 175 R E S P O S T A À S S EI T AS apenas que ele veio “no espírito e virtude de Elias” (Lc 1.17), com o fim de dar continuidade ao ministério pro fético de Elias. Em segundo lugar, os discípulos de Jesus compreen deram que Ele estava falando a respeito de João Batista, uma vez que Elias apareceu no m onte da transfiguração (Mt 17.10-13). Com o o profeta nessa ocasião já havia vivido e morrido, e uma vez que Elias ainda possuía o mesmo nome e a sua própria consciência, é óbvio que Elias não havia reencarnado em João Batista. Em terceiro lugar, Elias não se enquadra no modelo proposto pelos defensores da reencarnação, pois ele não morreu. Ele foi tomado e levado ao céu do mesmo modo que Enoque, que “não viu a m orte” (2 Rs 2.11; conf. Hb 11.5). De acordo com a crença tradicional das seitas a res peito da reencarnação, uma pessoa precisa primeiramente morrer antes que possa ser reencarnada em outro corpo. Em quarto lugar, essa passagem deve ser compreendi da à luz dos ensinos claros das Escrituras, que são contrá rios à reencarnação. Hebreus 9.27, por exemplo, declara: “E, como aos homens está ordenado morrerem uma vez, vindo, depois disso, o juízo” (confira Jo 9.2). M A T E U S 1 1 . 2 9 — Este verso apóia a prática da yoga? A M Á IN TER PR ETA Ç Ã O : Os adeptos da Nova Era nos dizem que quando Jesus falou “Tomai sobre vós o meu jugo, e aprendei de m im ” (Mt 11.29), Ele estava ensimndo a seus discípulos: “Tomai sobre vós o meu jugot yoga, e aprendei de mim [tomem a minha consciência^a respeito de meu sagrado trabalho, meu sacerdó cio como Cristo carregando o fardo do karma mundi al... e aprendam de meu Guru, o Ancião de Dias]; que sou manso e humilde de coração, e encontrareis descan 176 MATEUS so para a vossa alma. Porque o meu jugo, yoga, é suave, e o m eu fardo é leve” (Prophet, 1988, págs.273,274). C O R R IG IN D O A M Á IN TERPRETAÇÃO : Esse ver so não tem nada a ver com yoga ou karma. Todas as pessoas estão pesadamente sobrecarregadas com pecados e suas conseqüências destrutivas. Somente vindo a Jesus, é que as pessoas podem encontrar descanso para as suas almas.Tomando sobre si o “ju g o ” de Jesus, elas se tornam seus discípulos e trocam seus pesados fardos pelo seu “fardo” leve. Certamente, servir a Jesus não é de modo algum um incômodo, pois Ele é manso e humilde. Também é importante reconhecer que quando Jesus disse “aprendei de m im ” (v. 29), Ele estava essencialmen te dizendo: “Aprendei da revelação que somente eu sou capaz de compartilhar” . E aquilo que Jesus diz tem pri oridade sobre aquilo que todos os outros dizem — in cluindo os falsos mestres como os gurus da Nova Era. Dentre aquilo que “aprendemos” de Jesus está o conhe cimento de que somente Ele é o divino Messias. De fato, Jesus sempre fez de sua identidade como o Cristo um tema fundamental da fé (veja M t 16.13-20 e Jo 11.2527). E quando Jesus foi reconhecido como o Cristo, Ele jamais disse às pessoas:“Vocês também possuem o Cristo em seu próprio interior” . Pelo contrário, Ele os preve niu de que outros se apresentariam falsamente, dizendo serem o Cristo (Mt 24.4,5,23-25). M A T E U S 1 2 .3 2 — A declaração de J e s u s a respeito da im p o s sib ilid a d e de p erd ã o n e ssa v id a p a r a o p e cado m en cio n a d o n e ste verso dá s u p o r te à d o u trin a católica r o m a n a do pu rg a tó rio ? A M Á IN TER PR ET A Ç Ã O : Nessa passagemjesus disse que jamais haverá perdão para o pecado de blasfêmia 177 R E S P O S T A À S SEI TAS contra o Espírito Santo. A partir desse verso, o famoso erudito católico Ludwig O tt infere que “fica aberta a possibilidade para que pecados sejam perdoados, não apenas neste mundo, mas no mundo vindouro” (Ott, 1960,483).Esse verso realmente dá base à crença de que os crentes serão punidos por conseqüências temporais de seus pecados no purgatório? C O R R IG IN D O A MÁ IN TER PR ETA Ç Ã O : A utili zação católica dessa passagem — como argumento ao conceito de perdão das conseqüências temporais de nossos pecados após a m orte — fracassa por várias razões. Em primeiro lugar, esse texto não está falando a respeito da obtenção de perdão na vida futura, após o sofrimento por pecados praticados; antes, indica que não haverá per dão para esse pecado no mundo vindouro (Mt 12.32). Como é possível que a afirmação de que esse pecado jamais será perdoado, mesmo após a morte, seja a base para a especulação de que pecados serão perdoados na vida futura? De acordo com o ensino católico, o purgatório en volve apenas pecados veniais, mas esse não é um pecado venial; é mortal, sendo eterno e imperdoável. C om o é possível que uma declaração, a respeito da impossibilida de de perdão para um pecado mortal na vida vindoura, se constitua a base para um argumento que diz que pe cados não mortais serão posteriormente perdoados? O mais agravante é que a passagem não está sequer falando a respeito de punição, que os católicos afirmam que ocorrerá no purgatório. Então como é que se pôde utilizar essé texto para dar suporte ao conceito de puni ção purgàtorial? Até mesmo J i Nova Enciclopédia Católica reconhece abertamente que “a doutrina do purgatório não está ex plicitamente expressa na Bíblia” (11.1034). Verdadeira - 178 MATEUS mente, ela também não foi implicitamente ensinada nas Escrituras, uma vez que a utilização católica das Escritu ras para dar suporte à doutrina do purgatório faz violên cia aos contextos dos textos empregados. Se essa passagem implicasse punição, tal punição não seria para os que conseqüentemente serão salvos (como acreditam os católicos que aconteça no caso daqueles que vão para o purgatório), mas sim para aqueles que jamais serão salvos. Mais uma vez, como é possível que uma passagem que não fala a respeito de punição para os salvos após a m orte seja utilizada como base para a cren ça no purgatório, a qual afirma existir punição para os salvos? Em vista dessas fortes discrepâncias, o fato desse verso ser citado pelos estudiosos católicos romanos como su porte à doutrina do purgatório indica a falta de real ar gumento bíblico para essa doutrina. M A T E U S 1 3 .1 0 ,1 1 — Jesus ensinou que devemos buscar um significado oculto, secundário (esotérico), nas Escrituras, como dizem os adeptos da N ova Era? A M Á IN T E R P R E T A Ç Ã O : Alguns adeptos da Nova Era apelam para o texto que está em Mateus 13.10,11, esforçando-se para mostrar que deveríamos buscar sig nificados secretos e ocultos (esotéricos) nas Escrituras (Spangler, em Earth’s answer, 1977, pág.203). Jesus é re tratado diante de uma multidão composta tanto por pessoas crentes como por incrédulos. Ele não intentou separar os crentes dos incrédulos, e então instruir ape nas os crentes. Antes, Ele construiu o seu ensino de uma tal maneira que os crentes compreenderiam o que Ele dissesse, mas os incrédulos não — através da utili zação de parábolas. Então, após o ensino de determ ina da parábola, um discípulo perguntou a Jesus: “Por que 179 R E S P O S T A À S S EI T AS lhes falas por parábolas?” (Mt 13.10). Jesus respondeu: “Porque a vós [crentes] é dado conhecer os mistérios do R eino dos céus, mas a eles [incrédulos] não lhes é dado” (v. 11, inserções adicionadas). C O R R IG IN D O A M Á IN T E R PR E T A Ç Ã O : Q uan do essa passagem é analisada em seu devido contexto, todo argumento para uma interpretação esotérica se evapora. Considere o seguinte: o term o grego empre gado para “segredos” significa simplesmente “mistéri os”, e é traduzido dessa forma até mesmo na versão da N ew American Standard Bible (*). U m mistério, no sentido bíblico, é um a verdade que não pode ser discernida simplesmente através da investigação hum a na, mas requer uma revelação especial dada por Deus. Falando de um m odo geral, esse term o se refere a uma verdade que era desconhecida para as pessoas que vivi am na época do Antigo Testamento, mas que agora é revelada por Deus à humanidade (veja M t 13.17; E f 3.3,5; Cl 1.26). Em Mateus 13, Jesus fornece aos cren tes informações a respeito do reino dos céus, jamais dantes reveladas. Em segundo lugar, algumas pessoas têm imaginado por que Jesus construiu o seu ensino tão engenhosa mente por meio de parábolas, de tal modo que os cren tes fossem capazes de compreendê-lo, mas os incrédulos não. Os discípulos, tendo respondido favoravelmente aos ensinamentos de Jesus e tendo nEle depositado a sua fé, já sabiam muitas verdades a respeito do Messias. Refle xões cuidadosas a respeito das parábolas de Jesus lhes proporcionariam esclarecimentos ainda maiores. C on tudo, incrédulos endurecidos, que espontânea e persis tentemente recusaram os ensinos prévios de Jesus — como aqueles ministrados no sermão da montanha — eram impedidos de compreender as parábolas. Parece- 180 MATEUS nos que Jesus estava seguindo uma ordem que Ele mes mo havia dado um pouco antes, durante o sermão da montanha:“Não deis aos cães as coisas santas,nem deiteis aos porcos as vossas pérolas” (Mt 7.6). N o entanto, mes mo aqui existe a graça. E possível que Jesus tenha impe dido que os incrédulos compreendessem as parábolas por não querer agregar-lhes mais responsabilidade já que, compartilhando com eles novas verdades, eles se torna riam responsáveis por elas. Em terceiro lugar,Jesus desejava que as suas parábolas fossem claras para aqueles que se mostravam receptivos a elas. Essa afirmação é evidente pelo fato de Ele ter cui dadosamente interpretado duas delas para os seus discí pulos — a parábola do semeador (Mt 13.3-9) e a pará bola do joio e do trigo (Mt 13.24,30). Ele fez isso não apenas para que não houvesse incertezas quanto ao sig nificado das parábolas, mas para dirigir os crentes quanto ao método correto a ser empregado na interpretação das outras parábolas. O fato de Cristo não ter interpretado as suas parábolas subseqüentes indica que Ele esperava que os crentes compreendessem completamente os seus ensinos, seguindo a metodologia que Ele lhes explicou. Então, Mateus 13 não oferece suporte, e sim o oposto argumenta contra o esoterismo. Finalmente, fica claro que Jesus praticou um método de interpretação literal (e não esotérico) das Escrituras pelo fato de Ele mesmo ter interpretado literalmente a passagem referente à criação de Adão e Eva (Mt 19.4,5; Mc 10.6), a passagem relativa à arca de N oé e ao dilúvio (Mt 24.38,39; Lc 17.26,27), a passagem de Jonas e a ba leia (Mt 12.39-41), a passagem referente a Sodoma e Gomorra (Mt 10.15), e a passagem relativa a Ló e a sua esposa (Lc 17.28,29). (*) N .T .: E também na Bíblia de Estudo Pentecostal. 181 RESPO STA ÀS SEITAS M A T E U S 1 4 .6 -1 0 — Esta passagem prova que as comemorações de aniversários são malignas? A M Á IN TER PR ETA Ç Ã O : Nessa passagem, durante a sua festa de aniversário, Herodes sentenciou João Batista à morte. As Testemunhas de Jeová atribuem a essa passa gem o significado de que as festas de aniversários são malignas, e não devem ser celebradas pelo povo de Deus (Reasoningfrom the Scriptures, 1989, págs.68,69). CO RRIG INDO A M Á INTERPRETAÇÃO: Interpre tar essa passagem desse modo é “culpa por associação”.Tudo o que esse verso prova é que Herodes era um homem ma ligno, e não que os aniversários sejam malignos.Veja neste livro a discussão a respeito de Gênesis 40.20-22. M A T E U S 1 5 .2 4 — A s “ovelhas perdidas da casa de Israel” mencionadas neste verso emigraram para a América? A M Á IN TER PR ETA Ç Ã O : Os mórmons acreditam que “as ovelhas perdidas da casa de Israel” mencionadas nesse verso não se referem aos israelitas na região da Pa lestina, mas aos israelitas que emigraram para a América (Smith, 1975,3.214). C O R R IG IN D O A M Á IN T E R PR E T A Ç Ã O : A com preensão m órm on não tem base no texto e nem no con texto dessa passagem. Jesus estava se referindo aos israelitas espiritualmente perdidos — e não geograficamente per didos — ; mais especificamente aos israelitas que viviam na região da Palestina e que estavam na condição de perdidos diante de Deus. Além do mais, recorçemos/que Jesus havia instruído os discípulos: “Mas ide, antes, às ovelhas perdidas da casa 182 MATEUS de Israel; e, indo, pregai, dizendo: É chegado o Reino dos céus” (Mt 10.6,7). Os discípulos de Jesus cumpriram essas instruções, não indo à América para pregar, mas pregando aos israelitas que estavam na Palestina e em seus arredores. M A T E U S 1 6 .1 6 -1 8 — Esta passagem dá suporte à infalibilidade papal, como reivindicam os católicos romanos? A M Á IN T E R PR E T A Ç Ã O : Os católicos romanos uti lizam essa declaração de Jesus a Pedro “sobre esta pedra edificarei a minha igreja”, para sustentar sua doutrina da infalibilidade papal. Jesus está dando a Pedro a autorida de suprema como cabeça da Igreja? C O R R IG IN D O A M Á IN TER PR ET A Ç Ã O : Quan do corretamente entendido, esse texto está longe de dar suporte ao dogma da infalibilidade papal. Muitos protestantes insistem que Cristo não estava se referindo a Pedro quando falou sobre “esta pedra” como sendo o alicerce da Igreja. Eles observam que: 1. A passagem refere-se a Pedro como segunda pes soa (“tu ”), mas “esta pedra” refere-se à terceira pessoa. 2. “Pedro” (petros) é um term o masculino singular, e “rocha” (petrá) é um term o feminino singular. Daí, não se referem à mesma pessoa. Mesmo que Jesus tivesse pro nunciado essas palavras em aramaico (que não distingue gênero), o original grego inspirado faz tais distinções. 3. A mesma autoridade que Jesus deu a Pedro em Mateus 16.18 é dada a todos os apóstolos em Mateus 18.18. 4. N enhum comentarista católico confere a Pedro a primazia em relação ao maligno, simplesmente porque ele foi repreendido por Jesus de m odo ímpar, poucos 183 R E S P O S T A À S S EI T AS versos adiante: “Para trás de mim, Satanás, que me serves de escândalo; porque não compreendes as coisas que são de Deus,mas só as que são dos homens” (Mt 16.23). Por que é então que deveriam dar a primazia da autoridade a Pedro, uma vez que Jesus o colocou à parte em respos ta à sua afirmação? Apenas faz sentido para Jesus respon der a Pedro porque esse foi o único que falou, mesmo que ele estivesse representando o grupo. 5. Autoridades, dentre as quais algumas católicas, podem ser citadas como de opinião de que Pedro não é a pessoa a quem o texto se refere. Dentre elas se incluem João Crisóstomo e Santo Agostinho. Este último escre veu: “Sobre essa rocha, portanto, disse Ele, a qual tu confessaste, edificarei a minha igreja. Porque a rocha (petra) é Cristo; e neste fundamento o próprio Pedro foi edificado” (Agostinho, On thegospel ofjohn ,Tratado 12435, The Nicene and Post-Nicene Fathers Series I, 7.450). Mesmo que Pedro fosse a rocha à qual Cristo se re feriu, como crêem até mesmo alguns estudiosos não católicos, ele não era a única pedra no alicerce da Igre ja. Conform e observado acima, Jesus deu a todos os apóstolos o mesmo poder (“chaves”) para “ligar” e “des ligar” que Ele deu a Pedro (Mt 18.18). Essas eram frases utilizadas pelos rabinos de maneira comum, emprega das com o significado de “proibir” e “perm itir” . Essas “chaves” não representavam qualquer poder misterio so conferido exclusivamente a Pedro, mas o poder ga rantido por Cristo para a sua Igreja, pela qual, quando se proclama o Evangelho, pode-se proclamar a todo aquele que crê o perdão de Deus pelos pecados prati cados. Conform e João Calvino observou, “uma vez que o céu está aberto para nós através da doutrina do Evangelho, o term o ‘chaves’ representa uma metáfora apropriada. As pessoas nãc( são libertas e soltas através de outro meio, senão quando através da fé são reconci 184 MATEUS liadas com Deus, enquanto a sua própria falta de fé coage ainda mais as outras pessoas” (Calvino, Institutes o f the christian religion, 4.6.4). Além do mais, as Escrituras afirmam no tocante à edificação da Igreja:“Edificados sobre o fundamento dos apóstolos e dos profetas, de que Jesus Cristo é a principal pedra da esquina” (Ef 2.20). Dois pontos ficam claros a partir dessa afirmação: primeiro, todos os apóstolos, e não apenas Pedro, formam o alicerce da Igreja; segundo, o único a quem foi dado um lugar de eminência exclu siva foi Cristo, a pedra angular.Verdadeiramente, o pró prio Pedro se referiu a Cristo como a “pedra de esqui na” da Igreja (1 Pe 2.7), e aos demais crentes como “pe dras vivas” (v. 5) na superestrutura da Igreja. Não existe qualquer indicação de que a Pedro tenha sido dado um lugar especial de proeminência no alicerce eclesiástico, acima dos demais apóstolos e abaixo de Cristo. Ele é apenas uma das “pedras”,juntam ente com os outros onze apóstolos (Ef2.20). O papel de Pedro no Novo Testamento é insuficiente diante do apelo católico de que a ele tenha sido conferida uma autoridade única dentre os apóstolos. Enquanto Pedro foi o pregador do sermão inicial no dia de Pentecostes, seu papel ao longo do livro de Atos dos Apóstolos dificilmente é o de apóstolo-chefe, mas sim o de um dos “mais excelentes apóstolos” (2 Co 12.11). Por inspiração de Deus, o apóstolo Paulo revelou que nenhum dos ou tros apóstolos foi a ele superior, quando afirmou: “Visto que em nada fui inferior aos mais excelentes apóstolos, ainda que nada sou” (2 Co 12.11). N enhum a pessoa que lê cuidadosamente a Epístola aos Gálatas passa a ter a impressão de que qualquer outro apóstolo seja superior ao apóstolo Paulo. Ele alegou ter recebido suas revelações independentemente dos outros apóstolos (G1 1.12; 2.2), estar no mesmo nível de Pedro 185 RE SPOSTA ÀS SEITAS (G1 2.8) e até mesmo utilizou a sua revelação para repre ender a Pedro (G1 2.11-14). Do mesmo modo, o fato de Pedro e João terem sido enviados pelos apóstolos em uma missão a Samaria reve la que Pedro não era o apóstolo superior (At 8.14). Na verdade, se Pedro fosse o apóstolo superior ordenado por Deus, seria de estranhar que maior atenção tenha sido dada ao ministério do apóstolo Paulo, do que ao do apóstolo Pedro, no livro de Atos dos Apóstolos. Pedro está em foco através de partes dos capítulos 1 a 12, mas Paulo é a figura dominante nos capítulos 13 a 28. Embora Pedro tenha dirigido o primeiro conselho (At 15), ele não exercia nenhuma primazia sobre os ou tros apóstolos. A decisão veio dos “apóstolos e aos anciãos [em acordo], com toda a igreja” (At 15.22; ver também o v. 23). M uitos estudiosos sentem que Tiago, e não Pedro, presidia sobre o conselho uma vez que era ele quem dava as palavras finais (confira vv. 13-21; veja Bruce, 86 f.). Em qualquer evento, como admitido pelo próprio Pedro, ele não era o pastor da igreja, mas apenas um “presbítero [ancião] com eles” (1 Pe 5.1,2). E enquanto ele reivindicava ser “um apóstolo” (1 Pe 1.1), em ne nhum lugar ele reivindicou ser “o apóstolo” ou o prin cipal dos apóstolos. Ele certamente era um líder apósto lo, mas mesmo assim ele era apenas uma das “colunas” (plural) da igreja, juntam ente com Tiago e João, e não a coluna (veja Gl 2.9). Embora o papel de Pedro seja perfeitamente entendi do na Igreja Primitiva, não existe absolutamente nenhu ma referência a qualquer alegação de infalibilidade que ele possuísse. Na verdade, o termo “infalível” nunca ocorre no Novo Testamento. Q uando ocorrem termos parale los ou frases, são usados em feferêiy;ia às Escrituras isola 186 MATEUS damente, e não à habilidade de qualquer pessoa de interpretá-las. Jesus disse, por exemplo, que “a Escritura não pode ser anulada” (Jo 10.35). “Até que o céu e a terra passem, nem um jota ou um til se omitirá da lei sem que tudo seja cum prido” (Mt 5.18). Isso não é motivo para que se diga que Pedro não de sempenhou um papel significativo na Igreja Primitiva. Ele parece ter sido o líder inicial da lista apostólica. Com o já observado, ele foi uma das “colunas” da Igreja Primitiva, juntamente com Tiago e João (G1 2.9). Foi Pedro quem pregou o grande sermão no Pentecostes, quando o dom do Espírito Santo foi dado, manifestando as boas vindas a muitos judeus que vieram para o ambiente cristão. Tam bém foi enquanto Pedro discursava que o Espírito de Deus caiu sobre os gentios em Atos 10. Contudo, a partir desse ponto, Pedro tem seu destaque diminuído, passando a uma posição de dar suporte, e Paulo se torna o apóstolo domi nante, levando o Evangelho até os confins da terra (At 1328), escrevendo cerca de metade do Novo Testamento (quando comparado às duas Epístolas de Pedro), chegan do até mesmo a repreender Pedro por sua hipocrisia (G1 2.11-14). Em resumo, não existe nenhuma evidência em Mateus 16 ou em qualquer outro texto que justifique o dogma católico romano de superioridade, sem falar da infalibilidade de Pedro. Mais importante, sejam quais forem os poderes apos tólicos que Pedro e os demais apóstolos possuíam, é es clarecer que os mesmos não foram transmitidos a nin guém após a m orte deles. Para ser um apóstolo, era ne cessário que a pessoa tivesse sido uma testemunha ocular do Cristo ressuscitado durante o primeiro século. Esse é o critério mencionado repetidamente pelo Novo Testa mento (confira At 1.22; 1 Co 9.1; 15.5-8).Portanto,não poderia haver nenhuma sucessão apostólica verdadeira no bispado de R om a ou em qualquer outro. 187 R E S P O S T A À S S EI TA S A esses indivíduos selecionados foram dados certos inequívocos “sinais de verdadeiro apostolado” (2 Co 12.12). Os sinais que lhes foram dados incluíam a habi lidade de ressuscitar mortos através de ordens (Mt 10.8), curar imediatamente enfermidades que eram naturalmen te incuráveis (Mt 10.8;Jo 9.1-7), expulsar demônios su cessivamente (Mt 10.8; At 16.16-18), entregar mensa gens em línguas que jamais estudaram (At 2.1-8; confira 10.44-46), e compartilhar dons sobrenaturais com ou tras pessoas, através da oração e imposição de mãos, de forma que pudessem assisti-los em sua missão apostólica de fundar a Igreja (At 6.6; confira 8.5,6; 2 Tm 1.6). Em certa ocasião, os apóstolos pronunciaram uma sentença sobrenatural de m orte sobre duas pessoas que tentaram mentir “ao Espírito Santo”, e eias imediatamente caíram mortas (At 5.1-11). M A T E U S 1 6 .1 9 — Esse texto prova que Pedro, como o primeiro papa, receheu de Cristo autoridade espe cial para perdoar pecados? A M Á IN TERPRETAÇÃO : Após a confissão de Pedro de que Jesus é o Filho de Deus, Jesus disse: “E eu te darei as chaves do Reino dos céus, e tudo o que ligares na terra será ligado nos céus, e tudo o que desligares na terra será desligado nos céus” (Mt 16.19). De acordo com o ensino católico, a frase “as chaves do R eino dos céus” significa “a suprema autoridade na terra sobre o império terreno de Deus. A pessoa que possui o poder sobre as chaves possui o poder absoluto de permitir que alguém adentre o im pério de Deus, ou o exclua dele [e]... o poder de perdoar pecados deve também ser obrigatoriamente incluído no poder das chaves” (Ott, 1960, 418). C O R R IG IN D O A M Á IN T E R P R E T A Ç Ã O : O falo 188 MATEUS de os discípulos de Jesus terem recebido o poder para pronunciar o perdão ou reter pecados por meio de Cris to não é questionado pelos protestantes. O que é ques tionado é se esse é um poder singular de propriedade exclusiva daqueles que se encontram com a ordenação adequada, tais como os sacerdotes católicos romanos. Não existe absolutamente nada nesse texto que indi que que seja. E importante observar que Jesus deu esse mesmo po der a todos os apóstolos (Mt 18.18), não somente a Pedro. Então, fosse esse poder da maneira que fosse, ele não era uma exclusividade de Pedro. De fato, todos aqueles que proclamam o Evangelho possuem o mesmo poder, porque o Evangelho “é o p o der de Deus para salvação de todo aquele que crê” (Rm 1.16). Verdadeiramente, Paulo definiu o Evangelho em termos de Cristo morrendo e ressuscitando “por nossos pecados” (1 Co 15.1-4). Então cada pregador do Evan gelho — clérigo ou leigo — tem o poder de falar base ado no fato de uma pessoa aceitar a morte de Cristo e a sua ressurreição em favor de si, que os pecados dessa pessoa estão perdoados. Semelhantemente, todos aque les que evangelizam podem dizer àqueles que rejeitam o Evangelho que os seus pecados estão retidos. Pois, como disse o apóstolo Paulo, os mensageiros de Cristo são “o bom cheiro de Cristo, nos que se salvam e nos que se perdem. Para estes, certamente, cheiro de m orte para morte” (2 Co 2.15,16). Os católicos reivindicam que o sacerdócio do Antigo I estamento é de algum m odo “traduzido” para um sa cerdócio neotestamentário, baseado em Hebreus 7.12, e .issim perdem por completo o ponto central dessa passa gem. O escritor aos Hebreus está argumentando que tanto ■i lei como o sacerdócio do Antigo Testamento são encerrados por Cristo, que é o nosso grande Sumo Sacer 189 R E S P O S T A À S S EI T A S dote, pois ele escreve: “Mudando-se o sacerdócio, neces sariamente se faz também mudança da lei” (Hb 7.12). Ele então prossegue para dizer que “o precedente man damento é abrogado” (v. 18). Cristo não traduziu o sa cerdócio de Arão, do Antigo Testamento, para um novo sacerdócio neotestamentário com seus sacerdotes. O objetivo central desta passagem em Hebreus é mostrar que Cristo, cumprindo perfeitamente tudo o que o sa cerdócio do Antigo Testamento prefigurava (7.11,18,19), o encerrou e o substituiu pelo seu próprio oficio sumo sacerdotal, segundo a ordem de Melquisedeque, e não segundo a ordem de Arão (7.17-28). Verdadeiramente, um claro contraste é feito aqui en tre as ofertas repetitivas dos sacerdotes segundo a ordem de Arão e o sacrifício único e para sempre válido de Cristo, o nosso Sumo Sacerdote, o que deveria provocar uma séria reflexão para os católicos romanos, que crêem que os sacerdotes católicos oferecem continuamente o sacrifício isento de sangue, isto é, a missa. O livro de Hebreus declara: “E assim todo sacerdote aparece cada dia, ministrando e oferecendo muitas vezes os mesmos sacrifícios, que nunca podem tirar pecados; mas este, ha vendo oferecido um único sacrifício pelos pecados, está assentado para sempre à destra de Deus... Porque, com uma só oblação, aperfeiçoou para sempre os que são san tificados” (Hb 10.11,12,14). De modo contrário à ale gação católica de que Hebreus esteja se referindo a um sacrifício feito uma vez por todas, sem derramamento de sangue, nenhuma palavra que assegure essa interpre tação é mencionada no texto. Hebreus diz enfaticamen te o contrário daquilo que os católicos afirmam, isto é, que a missa é um sacrifício repetido sucessivamente. A Bíblia diz explicitamente que Cristo ofereceu um único sacrifício pelos pecados praticados em todos os tempos. E então Ele se assentou (estando a sua obra concluída 19 0 MATEUS para todo o sempre) à destra de Deus (Hb 10.12). Esse sacrifício é chamado d e“ablação...feita uma vez” no verso l l , o que é diretamente contrário à visão católica. Enquanto o catolicismo romano reconhece que “a família cristã como um todo” é “um reino de sacerdo tes” , contudo nega na prática aquilo que o Novo Testa mento claramente afirma, isto é, que todos aqueles que crêem são sacerdotes. Fazendo uma forte distinção entre o sacerdócio comum ou universal, e o sacerdócio minis terial ou hierárquico, consideram ineficaz o ensino do apóstolo Pedro de que todos os eleitos de Deus (1 Pe 1.1) são “o sacerdócio real, a nação santa, o povo adqui rido” (2.9). De fato, no Novo Concerto, apenas um sacerdote é necessário, o nosso grande Sumo Sacerdote Jesus Cristo (confira H b 7,8). A tarefa deixada para todos os demais sacerdotes (isto é, para todos aqueles que crêem) é m i nistrar o Evangelho (2 Co 3,4). O apelo ao Antigo Testamento visando mostrar que todos os israelitas eram chamados de sacerdotes (Ex 19.21-24) mesmo tendo Deus estabelecido o sacerdó cio da ordem de Arão, como sendo uma classe especial de ministros, falha em relação ao significado central de Hebreus (“ Q uick Q uestions” , This Rock [Setembro 1993], 30). O sacerdócio da ordem de Arão foi finaliza do — e cada crente tem acesso direto a um único Sumo Sacerdote, Jesus Cristo, que vive sempre para interce der por nós! O fato é que em nenhuma passagem do Novo Testa mento os líderes da igreja são chamados de “sacerdotes” . São chamados de “presbíteros” (ou anciãos) ou “bispos” (supervisores) que foram exortados pelo apóstolo Pedro (1 Pe 5.2) do seguinte modo: “Apascentai o rebanho de Deus que está entre vós, tendo cuidado dele, não por força, mas voluntariamente; nem por torpe ganância, mas 191 R E S P O S T A À S S EI T AS de ânimo p ro n to ” . Pedro continua, exortando aos supervisores para que sejam o exemplo do rebanho: “ E, quando aparecer o Sumo Pastor, alcançareis a incorrup tível coroa de glória” (1 Pe 5.4).A instituição hierárqui ca do sacerdócio católico romano como um todo, como uma classe especial de homens dotados de poderes sa cerdotais especiais para perdoar pecados e para transfor mar os elementos da comunhão de fato no corpo e no sangue de Cristo, é contrária ao ensino desses versos. Nesses versos: 1) nenhum a pessoa é descrita como sa cerdote, e nem possui poderes sacerdotais, exceto o Sumo Pastor, que é o próprio Cristo; 2) Pedro refere-se a si mesmo como “eu, que sou também presbítero com eles” (v. 1);3) os líderes do rebanho são chamados de presbíteros, e não sacerdotes; 4) estes são descritos como sub-pastores e não como senhores absolutos (v. 3) da Igreja; 5) eles não possuem nenhum poder especial de ligação, mas devem liderar através do bom exemplo, e não por cons trangimento (vv. 2,3). O espírito no qual todo esse ensi no está imbuído é contrário aos poderes sacerdotais rei vindicados pela Igreja Católica Romana. M A T E U S 1 7 .4 — O encontro dos discípulos com M oisés e Elias, no monte da transfiguração, indica que devemos orar aos mortos? A M Á INTERPRETAÇÃO : Para dar suporte à sua crença de que se deve orar aos mortos, os eruditos católicos romanos apelam para o fato de Moisés e Elias terem aparecido e estado com Cristo no monte da transfigura ção. C O R R IG IN D O A M Á IN TER PR ET A Ç Ã O : Os dis cípulos jamais falaram a Moisés ou Elias, e nem ao m e nos oraram a eles. Moisés e Elias estavam falando com 192 MATEUS Jesus (Mt 17.3) e um com o outro, e não com os discí pulos. O texto diz explicitamente: “E Pedro... disse a Jesus” (Mt 17.4). Ele não falou com Moisés ou Elias. Esse foi um contato miraculoso, não representando qualquer for ma normal de se ter contato com aqueles que já parti ram. Além disso, não se segue que, simplesmente pelo fato de devermos nos servir uns aos outros, devamos fazê-lo orando aos mortos. Existem outras maneiras de servir aos irmãos na fé sem falar com eles. Podemos fazer m ui tas coisas em honra àqueles que já morreram e de sua memória sem tentarmos nos comunicar com eles. Os mortos talvez estejam clamando por algo que coinci dentemente nos afete (Ap 6.9,10), mas não há nada na Bíblia Sagrada que diga que devemos nos dirigir a eles em oração. Finalmente, existem boas razões pelas quais não de vemos nos dirigir aos mortos em oração. A mais básica é que somente Deus é aquEle a quem devemos nos dirigir em oração. Em nenhuma passagem das Escrituras existe de fato uma oração endereçada a qualquer outro ser, se não a Deus. A oração é um ato de devoção religiosa, e apenas Deus é o Ser a quem se deve essa devoção (Ap 4.11). Testemunhamos orações desde o Gênesis (4.26) até Apocalipse (22.20), mas nem sequer uma delas é dirigida a um santo, a um anjo, ou a qualquer outra cri atura. Jesus nos ensinou a orar: “Pai nosso, que estás nos céus” (Mt 6.9). O Deus de Isaías, o profeta, declarou enfaticamente: “Olhai para mim e sereis salvos, vós, to dos os termos da terra; porque eu sou Deus, e não há outro” (Is 45.22).Verdadeiramente, não existe outro, se não unicamente Deus, a quem todas as pessoas, em todas as partes das Sagradas Escrituras, se dirigiram em oração. 193 R E S P O S T A À S S EI T AS M A T E U S 1 8 .1 5 -1 8 — Esta passagem proíbe que se critique publicamente a doutrina ensinada pelo p a s tor (ou professor), como alegam os ensinadores da seita Palavra da Fé? A M Á IN TER PR ET A Ç Ã O : Alguns ensinadores da sei ta Palavra da Fé crêem que essa passagem proíbe os cris tãos de criticar em publico a doutrina ensinada por um pastor ou por um professor. Mesmo que a doutrina seja claramente falsa e o pastor a esteja ensinando publica mente em um púlpito ou através da televisão, tal pastor não deve ser criticado publicamente, mas contatado par ticularmente a respeito do assunto. Em palestra sobre o tema “Falar contra o ungido de Deus”, David Copeland disse:“Existem pessoas hoje mesmo tentando assentar-se em juízo contra o ministério pelo qual eu sou responsá vel, e o ministério pelo qual Kenneth E. Hagin é res ponsável... Sei que várias pessoas criticaram e classifica ram o grupo de fé de Tulsa como sendo uma seita. Al guns dos quais estão mortos hoje, prematuramente, por causa disso, e mais de uma dessas pessoas passaram a so frer de câncer” (Copeland, “Por que nem todos são cu rados”, fita de áudio). C O R R IG IN D O A M Á IN T E R P R E T A Ç Ã O : Essa passagem trata de ética pessoal e moral, e não de dou trina bíblica. Se uma pessoa cristã pratica algo não éti co ou se peca, ela deve primeiram ente ser contatada particularmente a respeito deste assunto. Se a pessoa falha quanto à resposta a essa atitude, devem ser dados passos confrontantes e gradativamente maiores (Mt 18.15-18). Falsas doutrinas que são proclamadas publicam en te a partir de uma plataforma — com o de um púlpito, de um programa de televisão, de um programa de rá- 194 MATEUS dio — de acordo com o padrão do N ovo Testamento, devem ser publicam ente confrontadas. O apóstolo Paulo confrontou Pedro publicamente quando as ações dele com prom eteram a liberdade do Evangelho (G1 2.11-14). Ele tratou publicamente com H im eneu e Alexandre o assunto referente à blasfêmia que com e teram (1 T m 1.20). Ele tratou publicam ente com Ale xandre, o latoeiro, por suas atividades danosas (2 T m 4.14). O apóstolo João tratou publicam ente com Diótrefes, que propagava falsas doutrinas e se recusava a ouvir o que João e outros líderes cristãos tinham a lhe dizer (3 Jo 9). E m bora os ensinadores da seita Palavra da Fé fre qüentem ente citem Mateus 18 como um esforço para m anter a unidade de sua igreja em um a atmosfera de amor, é im portante com preender que a verdadeira unidade da igreja tem as suas raízes não apenas no amor, mas tam bém na verdade. C om o foi afirmado p o r Paulo, a Igreja é “ a coluna e firmeza da verdade” (1 T m 3.15). Os m em bros da Igreja são chamados a “batalhar pela fé que um a vez foi dada aos santos” (Jd 3 ).A n ó s é ordenado:“Examinai tu d o ” e “R etende o b e m ” (1 Ts 5.21). D evem os seguir o exem plo dos bereanos e confrontar com as Escrituras todos os ensinos doutrinários (At 17.11). Sem um co m pro misso com a verdade não pode existir um a verdadei ra unidade na Igreja. M A T E U S 1 8 .1 7 — E ste verso se refere à visível autoridade da Igreja Católica Rom ana na terra? A M Á IN T E R PR E T A Ç Ã O : Os católicos romanos rei vindicam que a autoridade que Jesus deu aos seus discí pulos está investida hoje na igreja católica, como a visí vel representante de Cristo na terra. 195 R E S P O S T A À S S EI T A S C O R R IG IN D O A M Á INTERPRETAÇÃO : Jesus dis se em Mateus 18.17:“E, se [o que ofendeu] não as escu tar [à parte ofendida e às testemunhas — w . 15,16], dizeo à igreja; e, se também não escutar a igreja, considera-o como um gentio e publicano”. Mas isso é insuficiente para dar suporte à reivindicação católica, de que essa passagem prova a visão de autoridade romana. “A igreja” a que o texto se refere era uma assembléia local de pes soas crentes, como aquela que eles sem dúvida costuma vam ter em sua sinagoga local. Não existe nenhuma re ferência nesse texto a uma igreja universal (católica). A Igreja do Novo Testamento, como uma igreja uni da, abençoada com dons e como um corpo de crentes com poder, não tinha vindo à existência até o dia de Pentecoste (At 1.8; 2.1-5; 42-47). Então, seja qual for o significado de “igreja” no contexto de Mateus 18, ele não se refere àquilo que para os católicos romanos signi fica uma igreja visível, que administra os sacramentos e de modo infalível ensina e disciplina os fiéis. Mateus 18 não fala de nenhuma autoridade apostóli ca universal capaz de regular todas as questões referentes à fé e à vida prática cristã. A passagem se refere apenas a casos que envolvam “pecados” e “faltas”, através dos quais um “irmão” tenha ofendido a outro (18.15). Isso é insu ficiente para justificar o que os católicos alegam ser a divina autoridade da visível igreja romana. Mesmo que esse texto falasse a respeito da necessida de de submissão à autoridade ordenada por Deus, em todas as questões relacionadas à doutrina e conduta (que não é o caso), ele não sustentaria o argumento católico de uma igreja visível. Porque essa passagem, sem dúvida, não mostra que essa autoridade seja encontrada na visí vel igreja católica romana, de maneira oposta a outras igrejas visíveis e que são até mesmo mais antigas, dentre as quais a ortodoxia oriental. 196 MATEUS M A T E U S 1 8 .2 3 -3 5 — O perdão que alguém rece beu pode ser cancelado, conforme alegam os adventistas do sétimo dia? A M Á IN T E R PR E T A Ç Ã O : Baseando-se na parábola do servo que não foi misericordioso (Mt 18.23-35), os adventistas do sétimo dia ensinam que o perdão que uma pessoa recebeu pode ser cancelado após ter sido conce dido. Eles alegam que “a mancha existente devido ao pecado, portanto, não poderia mais ter lugar quando um pecado é perdoado porque os feitos e atitudes subse qüentes poderão afetar a decisão final. Ao invés disso, os pecados permanecem registrados até que a vida se con clua — de fato, as Escrituras indicam que eles perm ane cem até o juízo” (Seventh-day adventists answer questions on doctrine, 1957,pág.441). C O R R IG IN D O A M Á IN T E R PR E T A Ç Ã O : Essa é uma parábola, e parábolas não devem ser tomadas lite ralmente. Elas possuem um determinado ponto a elucidar, e esse ponto é ilustrado na parábola da qual nem todos os aspectos devem ser tomados literalmente. Por exem plo, Deus é ilustrado na mesma parábola de um “injusto ju iz” (Lc 18.1-8), mas a finalidade dessa parábola não é ensinar a respeito do atributo de justiça de Deus, mas que Ele é misericordioso e responde a orações persis tentes. A Bíblia mostra de maneira inequívoca que Deus não renega as suas promessas. Paulo declarou que “ os dons e a vocação de Deus são sem arrependimento” (Rm 11.29). Deus não toma de volta aquilo que Ele dá em sua graça. Muitas outras passagens nas Escrituras ensinam que a salvação é um dom incondicional (Jo 10.26-29; R m 8.3639). E a Palavra de Deus não se contradiz. 197 R E S P O S T A À S S EI TA S M A T E U S 1 9 .1 6 -3 0 (confira M c 10.17 -3 1; Lc 18.183 0 ) — Se Jesus era Deus, p o r que E le aparente mente repreendeu o jovem e rico príncipe p o r chamálo de bom? A M Á IN TERPRETAÇÃO : Esse jovem e rico príncipe chamou Jesus de “bom mestre”, e Jesus o repreendeu, dizendo: “Por que me chamas bom? Não há bom, senão um só que é Deus” . Será que Jesus estava negando ao jovem príncipe que Ele fosse Deus? As Testemunhas de Jeová pensam que sim. “Jesus estava dizendo que nin guém é tão bom quanto Deus, nem mesmo o próprio Jesus. Deus é bom de uma tal maneira, que existe uma separação entre Ele e Jesus” (Should you believe in the Trinity? 1989, pág. 17). C O R R IG IN D O A M Á INTERPRETAÇÃO: Jesus não estava negando ao jovem príncipe que Ele fosse Deus. Ele simplesmente pediu que o jovem examinasse as im plicações daquilo que estava dizendo. C om efeito, Jesus estava dizendo a ele: “Você está consciente do que está dizendo quando me chama de bom? Você compreende que isso é algo que só se deve atribuir a Deus? Você está declarando que eu sou Deus?” O jovem não estava consciente das implicações da quilo que ele estava dizendo. Desse modo, Jesus o estava forçando a um dilema muito desconfortável. O u Jesus era bom e ao mesmo tempo era Deus, ou era mau e ao mesmo tempo homem. U m Deus bom ou um homem mau, mas não meramente um hom em bom. Essas são as reais alternativas no que diz respeito a Cristo. Nenhum hom em bom reivindicaria ser Deus se não o fosse. M A T E U S 2 0 .1 - 1 6 — A s recompensas são as mes mas para todos, ou elas diferem em medida? 198 MATEUS A M Á IN T E R PR E T A Ç Ã O : Jesus contou a parábola de seu Reino, no qual cada servo recebia o mesmo paga mento, mesmo que cada um tivesse trabalhado durante um número diferente de horas. Contudo, em outras pas sagens, a Bíblia fala de diferentes medidas de recompen sa por se trabalhar a favor do R eino de Deus (confira 1 Co 3.11-15; 2 Co 5.10; Ap 22.12). Algumas vezes, os mórmons fazem um boneco de palha para golpeá-lo, alegando que os cristãos erroneamente crêem que “to dos aqueles que vão para o céu compartilham, e com partilham em partes iguais” (Richards, 1978, 253). Os cristãos ensinam que na vida vindoura haverá diferentes medidas de recompensa? C O R R IG IN D O A M Á IN TER PR ET A Ç Ã O : Existem diferentes medidas de recompensa no céu, dependendo de nossa fidelidade a Cristo na terra. Jesus disse: “E eis que cedo venho, e o m eu galardão está comigo para dar a cada um segundo a sua obra” (Ap 22.12). Paulo disse que o trabalho de cada um será provado pelo fogo e “Se a obra que alguém edificou nessa parte permanecer, esse receberá galardão” (1 Co 3.14).Em 2 Coríntios 5.10, ele diz que todos nós deveremos comparecer perante o tri bunal de Cristo “para que cada um receba segundo o que tiver feito por meio do corpo, ou bem ou mal” . O foco da parábola em Mateus 20 não é que todas as re compensas serão as mesmas, mas que todas as recom pensas são pela graça. O objetivo é mostrar que Deus recompensa baseado em oportunidade, e não simples m ente em realização. N em todos os servos tiveram a oportunidade de trabalhar para o mestre durante a mes ma quantidade de tempo, mas a todos, contudo, foi dado o mesmo pagamento. Deus olha para a nossa disposição bem como para as nossas ações e julga de acordo com elas. 199 R E S P O S T A À S S EI T AS M A T E U S 2 2 .3 0 — Este verso dá suporte à visão de “liberdade sex u a l” da seita O s Meninos de Deus? A M Á IN TER PR ETA Ç Ã O : Em Mateus 22.30 nos é dito: “Na ressurreição, nem casam, nem são dados em casamento; mas serão como os anjos no céu”.A seita Os Meninos de Deus (agora intitulada “A Família”) está correta quando interpreta esse verso aplicando a idéia de que nós hoje somos como anjos no céu, não sendo “da dos em casamento” — e praticando assim uma vida se xual livre, uns com os Outros, fora do relacionamento do casamento? C O R R IG IN D O A M Á IN TER PR ET A Ç Ã O : Esse é um caso em que as Escrituras foram torcidas de uma maneira absurda. Q uando entendido em seu próprio contexto, esse verso vai fortemente de encontro às vi sões sexualmente pervertidas da seita Os Meninos de Deus. O contexto indica que uma vez que os crentes rece berem os seus corpos ressurretos glorificados, a necessi dade de procriação (que é um dos propósitos funda mentais do m atrimônio) não existirá mais. Seremos “com o” os anjos no sentido de que não seremos mais casados e também não mais procriaremos. Anjos não procriam nem se reproduzem. Antes todos os anjos no uni verso foram criados de uma só vez (veja Sl 148.2-5; con fira Cl 1.16). Daí, se os adeptos da seita Os Meninos de Deus querem ser “como os anjos”, deverão todos evitar a intimidade sexual, uma vez que os anjos não procriam de forma alguma. A Bíblia afirma em todas as passagens relacionadas a esse assunto que as relações sexuais devem ser praticadas apenas dentro dos laços do matrimônio (Ex 20.14; 1 Co 7.2).Veja também neste livro a discussão em João 15.12 e Atos 2.44. 200 MATEUS M A T E U S 2 2 .3 7 -3 9 — A obediência aos “maiores man damentos” traz consigo a unificação das religiões? A M Á IN TER PR ET A Ç Ã O : Em Mateus 22.37-39 Je sus descreveu o primeiro e o segundo maior manda mento como amar a Deus e amar ao próximo. De acor do com os adeptos das seitas da Nova Era, esses manda mentos “descrevem o processo por meio do qual a bar reira de separação é quebrada, e o microcosmo (o ho mem) e o macrocosmo (Deus) podem ser um só, e a síntese e a unidade serem expressas dentro do universo relativo do eu e tu, a m im e a você”. Sendo obedientes a esses mandamentos, as pessoas “construirão as mais du radouras pontes entre os credos, as veredas, os ensinos e as filosofias” (Spangler, 1981,30). C O R R IG IN D O A M Á IN TER PR ET A Ç Ã O : Em pri meiro lugar, o mandamento sobre amar a Deus tem pri oridade sobre amar outras pessoas. Deve-se amar a Deus de todo o coração; o próximo deve ser amado apenas como uma pessoa ama-se a si mesma. A clara implicação aqui é que Deus deve ser amado de m odo supremo, mas a humanidade deve ser amada de um modo apenas finito. A luz dessa distinção, fica claro que a primeira priorida de é expressar amor para com o único Deus verdadeiro — e não para com Buda, nem para com Krishna, e nem para com qualquer outro ídolo dos adeptos da Nova Era. U m a séria falha no pensamento seguido pelas seitas da Nova Era é assumir que, amando a Deus e amando ao próximo, automaticamente toda a discriminação e separação (entre religiões, por exemplo) são banidas. Contudo, esse claramente não é o caso. Jesus reconhe ceu a importância do amor, exortando os seus segui dores da seguinte maneira:“Amai a vossos inimigos... e orai pelos que... vos perseguem ” (Mt 5.43,44). C ontu- 20 1 R E S P O S T A ÀS S EI TAS do, o próprio Jesus (no juízo) dirá aos incrédulos: “N u n ca vos conheci; apartai-vos de mim, vós que praticais a iniqüidade” (Mt 7.23). Deus ama o m undo (Jo 3.16), no entanto, um torm ento eterno aguarda aqueles que rejeitam a sua provisão para salvação em Jesus Cristo (Ap 20.14). M A T E U S 2 2 .4 2 — Este verso dá suporte à doutrina da reencarnação, conforme alega a Escola da Unida de Cristã? A M Á IN TER PR ET A Ç Ã O : Em Mateus 22.42, Jesus perguntou aos fariseus: “Que pensais vós do Cristo? De quem é filho?” Os fariseus responderam: “De Davi”. A Escola da Unidade Cristã diz que esse verso indica que Jesus era uma reencarnação de Davi. C O R R IG IN D O A M Á IN T E R P R E T A Ç Ã O : N o hebraico, a expressão “filho de” significa “descendente de” (veja M t 1.1-17), e não “reencarnação de” . Esse ver so indica que Jesus veio da linhagem de Davi, e não que Jesus foi uma reencarnação de Davi. O nascimento de Jesus vindo da linhagem de Davi foi importante porque as Escrituras, no Antigo Testamento, ensinaram que o Messias teria que vir da linhagem de Davi (2 Sm 7.1216; Is 9.6,7; 11.1). O ensino da reencarnação é contrário ao que é ensi nado pelas Escrituras como um todo. Por exemplo, en quanto a doutrina da reencarnação ensina que as pessoas m orrem várias vezes até que alcancem a perfeição (Nirvana), a Bíblia ensina que “aos homens está ordena do morrerem uma vez, vindo, depois disso, o juízo” (Hb 9.27). Cada ser humano vive uma só vez como um m or tal na terra, morre uma vez, e então enfrenta o julga mento. Jesus ensinou que as pessoas decidem o seu des 202 MATEUS tino eterno durante a sua única vida na terra (Mt 25.46). Essa é precisamente a razão pela qual o apóstolo Paulo enfatizou que “eis aqui agora o dia da salvação” (2 Co 6.2). As Escrituras indicam que no m om ento da morte os crentes vão para a presença do Senhor (2 Co 5.8) e que os incrédulos vão para um lugar de sofrimento (Lc 16.19-31), e não para outro corpo. De uma perspectiva prática, se o propósito do karma é livrar a humanidade de seus desejos egoístas, então por que é que não tem acontecido uma notável melhoria na natureza humana após todos os milhões de reencarnações? E como é que os reencarnacionistas explicam os imensos e cada vez piores problemas sociais e econômi cos na índia (incluindo a pobreza generalizada, a inani ção, as doenças e o horrível sofrimento das pessoas), onde a reencarnação tem sido sistematicamente ensinada ao longo de toda a sua história? M A T E U S 2 3 .2 ,3 — A declaração de Jesus justifica a alegação da seita O s M eninos de D eu s de que as igrejas da atualidade são hipócritas? A M Á IN T E R PR E T A Ç Ã O : De acordo com o finado Moses David, líder da seita Os Meninos de Deus, “esta é a diferença entre as igrejas e nós! Jesus disse para as pes soas em geral:‘N a cadeira de Moisés, estão assentados os escribas e fariseus [os líderes das igrejas]. Observai, pois, e praticai tudo o que vos disserem; mas não procedais em conformidade com as suas obras, porque dizem e não praticam’ e isso também se aplica às igrejas da atua lidade!” (David, 1974,1-3). C O R R IG IN D O A M Á IN TERPRETAÇÃO : Jesus está falando a respeito dos líderes do judaísmo daqueles dias — daqueles que estavam assentados “na cadeira cie 203 R E S P O S T A À S S EI T AS Moisés”. Ele não está falando a respeito de igrejas cristãs de nossos dias. Alegar que essa passagem revela que todos os líderes de igrejas são hipócritas é uma aplicação com pletamente errada do texto. Mesmo que todos os líderes de igrejas fossem hipócritas, isso não provaria que os ensinamentos e as práticas da seita Os Meninos de Deus estariam corretos. A vida de Moses David pode ser qualquer coisa, mas nunca exemplar, especialmente em assuntos sexuais. Ele declarou: “A salvação nos liberta da maldição do uso de roupas e da vergonha da nudez! Somos tão livres quanto Adão e Eva no jardim, antes de terem pecado! Se você não é assim, não é completamente salvo!” (David, 1973, 2; veja também neste livro os comentários referentes a At 2.44). M A T E U S 2 4 .3 — Este verso dá suporte à idéia de que Jesus voltou de maneira invisível em 1914? A M Á IN TER PR ET A Ç Ã O : Mateus 24.3 fala do “sinal da tua vinda” referindo-se à segunda vinda de Cristo. Por contraste, na tradução Novo M undo (das Testemu nhas de Jeová), está escrito “o sinal da tua presença”. As Testemunhas de Jeová utilizam essa tradução distorcida para sustentar a sua visão de que Jesus retornou de forma invisível em 1914, e tem estado espiritualmente presente na terra desde então (Thegreatest M an who everlived, 1991, seção 111). C O R R IG IN D O A M Á IN TER PR ET A Ç Ã O : O ter mo grego parousia pode significar “presença”, mas com freqüência significa “presença física”, “chegando a um lugar” e “chegando fisicamente” . Por exemplo, em 2 Coríntios 7.6, lem os:“Mas Deus, que consola os abati dos, nos consolou com a vinda de T ito ” . Paulo diz aos 204 MATEUS Filipenses:“De sorte que, meus amados, assim como sem pre obedecestes, não só na minha presença, mas muito mais agora na minha ausência, assim também operai a vossa salvação com tem or e trem or” (Fp 2.12). Esse ter mo é também utilizado com o mesmo sentido de “vinda física” em Mateus 24.3. Jesus virá fisicamente, com um corpo, e de forma visível em sua segunda vinda (confira At 1.11). Esse termo está de acordo com outros termos gregos que são utilizados para descrever a segunda vinda de Je sus. Apokalupsis significa “revelação”,“divulgação visível” e “retirada do véu”. Esse term o é utilizado em 1 Pedro 4.13, tratando da segunda vinda de Jesus. O term o epiphaneia significa “aparecer” . E m T ito 2.13, Paulo diz “aguardando a bem-aventurada esperança e o apareci mento da glória do grande Deus e nosso Senhor Jesus Cristo”. E interessante que a primeira vinda de Cristo — que foi tanto em um corpo físico, como visível — foi referida como epiphaneia (2T m 1.10). M A T E U S 2 4 .2 3 ,2 4 — Estes versos servem de argu mento à idéia de que cada um de nós tem dentro de si o “Cristo cósmico”? A M Á IN T E R PR E T A Ç Ã O : Em Mateus 24.23,24, Je sus disse: “Então, se alguém vos disser: Eis que o Cristo está aqui ou ali, não lhe deis crédito, porque surgirão falsos cristos e falsos profetas e farão tão grandes sinais e prodígios, que, se possível fora, enganariam até os esco lhidos” . Os adeptos da Nova Era crêem que Jesus está nessa passagem refutando a idéia de que Deus ou Cristo estão separados da humanidade. Aqueles que sugerem tal se paração são falsos profetas. “Jesus preveniu que se levan tariam falsos Cristos e falsos profetas, proclamando um 205 R E S P O S T A À S S EI T AS Messias de carne e sangue, que podia ser localizado no tempo e no espaço, dizendo:‘Veja, aqui está o Cristo!’ ou ‘veja, Ele está lá!’ Mas o Mestre disse: ‘não acrediteis, não vades, porque o reino de Deus está dentro de vós” ’ (.Prophet, 1988, pág.56). C O R R IG IN D O A M Á IN T E R P R E T A Ç Ã O : Jesus é o único Cristo (Lc 2.11,26). O term o grego em pre gado para Cristo ( Christos) significa “ o un g id o ” , e é um paralelo direto para o term o hebraico empregado para Messias; “Messias” e “C risto ” referem-se à mes ma pessoa. João 1.41 diz que André dirigiu-se a seu irm ão Simão e disse-lhe: “Achamos o Messias (que, traduzido, é o C risto)” .Todas as profecias messiânicas no Antigo Testamento apontam para a vinda de uma só pessoa, que é o Messias, ou o Cristo (por exemplo, Gn 3.15; Is 7.14; M q 5.2). Jesus sempre fez de sua identidade como o Cristo um tema fundamental da fé (veja M t 16.13-20 e Jo 11.2527). E quando Ele foi reconhecido como o Cristo, ja mais disse às pessoas: “Vocês também possuem o Cristo em seu próprio interior”. Pelo contrário, Ele os preve niu de que outros se apresentariam falsamente dizendo ser o Cristo (Mt 24.4,5,23-25). Semelhantemente, quan do os líderes judaicos procuraram apedrejar Jesus para matá-lo por ter Ele se identificado como o Messias pro metido e como Deus, Ele não lhes disse: “Oh, não, vocês compreenderam mal.Vocês também são Cristos e vocês também têm Deus dentro de si mesmos”. Mas ao invés disso, Jesus continuam ente afirmava ser Ele o único Messias, ou Cristo. M A T E U S 2 4 .3 4 — E ste verso indica que a geração do ano de 1 9 1 4 não morreria antes que todas as outras profecias se cumprissem? 20 6 MATEUS A M Á IN T E R PR E T A Ç Ã O : Em Mateus 24.34, Jesus diz: “Em verdade vos digo que não passará esta geração sem que todas essas coisas aconteçam” . As Testemunhas de Jeová crêem que “esta geração” é a geração de 1914. Eles dizem que a geração de 1914 “não passará de modo algum, até que todas essas coisas (incluindo o apocalipse) aconteçam” (Torre de Vigia, 15, fevereiro de 1986, 5). C O R R IG IN D O A M Á IN T E R P R E T A Ç Ã O : Não existe nenhuma afirmação nas Escrituras de que 1914 seja um ano profético pivô, fundamental para o desdo bramento de todas as demais profecias. E com certeza não existe nada no contexto de Mateus 24.34 indicando que a “geração” a que o texto se refere seja a do ano de 1914. Os cristãos evangélicos têm geralmente se posicionado de acordo com uma das duas interpretações mais co muns para Mateus 24.34. U m a delas é que Cristo está simplesmente dizendo que a geração que testemunhar os sinais previamente declarados em Mateus 24, que se refere ao futuro período de tribulação, verá a volta de Jesus Cristo. A geração que estiver viva quando essas coi sas (a abominação da desolação [verso 15], a grande afli ção, como jamais dantes vista [verso 21], o sinal do Filho do H om em no céu [verso 30], e eventos similares) co meçarem a acontecer, ainda estará viva quando esses ju l gamentos se concluírem. U m a vez que usualmente se crê que a tribulação seja um período de sete anos (Dn 9.27; confira Ap 11.2) no final dos tempos, então Jesus estaria dizendo que “esta geração” que estiver viva no princípio da tribulação ain da estará viva no final dela. O utro grupo de evangélicos diz que o term o “gera ção” deve ser tomado em sua utilização básica como “raça, parentela, família, estirpe, ou criação”. A declaração de 207 R E S P O S T A À S S EI TA S Jesus poderia significar que a raça judaica não passaria até que todas as coisas fossem cumpridas. Uma vez que havia muitas promessas para Israel, inclusive a de herdar eternamente a terra da Palestina (Gn 12; 14; 15; 17), e a que diz respeito ao reino davídico (2 Sm 7), então Jesus poderia estar se referindo ã preservação da nação de Is rael, por Deus, para cumprir as suas promessas para com eles. N a verdade, Paulo fala de um tempo futuro da na ção de Israel, quando esta será “enxertada” e voltará a fazer parte das promessas de concerto de Deus (Rm 11.11-26). Em ambos os casos, o ano de 1914 não está relaciona do a esse verso, e nem a qualquer outro verso das Escri turas proféticas. M A T E U S 2 4 .4 5 - 4 7 — O “servo fie l e pru den te” mencionado nesses versos refere-se à organização Torre de Vigia? A M Á IN TER PR ET A Ç Ã O : As Testemunhas de Jeová acreditam que as palavras de Cristo a respeito do “servo fiel e prudente” referem-se aos ungidos seguidores de Cristo, liderados pelo corpo diretivo da Sociedade Torre de Vigia: “Jesus disse que Ele teria na terra um ‘servo fiel e prudente’(que são os seus seguidores ungidos, vistos como um grupo), e por intermédio dessa agência, Ele proveria o alimento espiritual aos membros da família da fé” (Reasoning from the Scriptures, 1989, pág.205). C) “mau servo” mencionado nesses versos refere-se aos cris tãos apóstatas. C O R R IG IN D O A M Á IN TER PR ETA Ç Ã O : Esse ver so obviamente não se refere à Sociedade Torre de Vigia. As Testemunhas de Jeová estão praticando a eisegese (ler um significado inserindo-o dentro do texto) ao invés de 208 MATEUS exegese (extrair um significado de dentro de um texto). Nessa parábola, Jesus compara um seguidor (qualquer um de seus seguidores) a um servo que foi colocado como responsável por cuidar da família de seu Senhor. Jesus coloca em contraste dois possíveis modos, como cada um dos professos discípulos poderia desempenhar a tarefa — fielmente ou infielmente. O servo que opta por ser fiel faz todo o esforço possível e dirige todo o seu vigor para o cumprimento de seu compromisso e de suas obrigações durante a ausência de seu mestre. Em contraste, o servo infiel calcula que o seu mestre estará ausente por um período prolongado, e então decide maltratar os seus conservos e “viver a vida” . A sua atitu de é a de um servo descuidado e insensível, completa mente fracassado em relação ao cumprimento de suas obrigações. Através dessa parábola,Jesus exorta cada cris tão à fidelidade. Aqueles que forem fiéis serão recom pensados por ocasião da volta do Senhor. M A T E U S 2 5 .4 6 — Este verso indica que não existe uma punição eterna e consciente para os ímpios? A M Á IN T E R PR E T A Ç Ã O : As Testemunhas de Jeová crêem que os termos gregos empregados para “punição eterna” nessa frase seriam melhor traduzidos como “corte eterno” (Thegreatest M an who everlived, 1991, seção 111). Eles acreditam que isso indica que não existe uma puni ção eterna e consciente para os ímpios. C O R R IG IN D O A MÁ INTERPRETAÇÃO: Enquanto a raiz do termo kolasis (kolazo) originalmente significa “poda”, não existe nenhuma justificativa para traduzi-lo como “corte eterno” em Mateus 25.46. As autoridades no idioma grego concordam que o significado aqui é de “pu nição”, e a punição é consciente e eterna em natureza. 209 R E S P O S T A À S S EI T A S Vários indícios dão suporte à idéia de consciência eter na daqueles que forem punidos; em primeiro lugar, o hom em rico que morreu e foi para o inferno estava cons ciente e em tormento (Lc 16.22-28), e não existe abso lutamente qualquer indicação no texto de que essa pu nição em algum m om ento cessaria. Em segundo lugar, Jesus se referiu por várias vezes às pessoas no inferno como em “pranto e ranger de den tes” (Mt 8.12; 22.13; 24.51; 25.30), o que indica que essas pessoas estavam conscientes. Em terceiro lugar, foi dito que o inferno possui a mesma duração que o céu, ou seja, é “eterno” (Mt 25.41). Em quarto lugar, o fato de a punição ser eterna in dica que os condenados também deverão ser eternos. N ão é possível q u e algu ém sofra um a punição, a m e n o s que exista para ser punido (2Ts 1.9). Se assim não fos se, na prática não faria sentido dizer que os malignos sofrerão uma “aniquilação eterna” . Antes, os ímpios sofrerão uma ruína que é infinita — e essa punição jamais terá fim. Em quinto lugar, a besta e o falso profeta serão lança dos “vivos” dentro do lago de fogo no início dos mil anos (Ap 19.20), e permanecerão ali, conscientes e vivos, mesmo após passarem-se os mil anos (Ap 20.10). Em sexto lugar, as Escrituras afirmam que o diabo, a besta e o falso profeta “de dia e de noite serão atorm en tados para todo o sempre” (Ap 20.10). Mas não é possí vel serem atormentados para todo o sempre sem que estejam conscientes para todo o sempre. Em sétimo lugar, Jesus repetidamente chamou o in ferno de um lugar onde “o fogo nunca se apaga” (Mc 9.43-48), onde os próprios corpos dos ímpios jamais morrerão (confira Lc 12.4,5). Mas não faria sentido ter chamas e corpos eternos sem almas nesses corpos para sofrerem o tormento. 210 MATEUS Em oitavo lugar, não existem graus de aniquilação, mas as Escrituras revelam que haverá graus de sofrimen to entre os perdidos (veja M t 10.15; 11.21-24; 16.27;Lc 12.47,48; Hb 10.29;Ap 20.11-15; 22.12). M A T E U S 2 7 .5 2 ,5 3 — A abertura dos túmulos nes te verso evidencia a ascensão corpórea de M aria, como alegam alguns eruditos católicos? A M Á IN T E R PR E T A Ç Ã O : O erudito católico roma no Ludwig O tt argumenta que o fato de as sepulturas terem sido abertas após a ressurreição de Jesus e muitos santos terem sido ressuscitados mostra a “probabilidade” da ascensão corpórea d e Maria. Porque se “os que foram justificados na Antiga Aliança foram chamados à perfei ção da salvação, imediatamente após a conclusão da obra redentora de Cristo, então é possível e provável que a mãe do Senhor também tenha sido assim chamada” (Ott, 1960, 209). C O R R IG IN D O A M Á IN T E R PR E T A Ç Ã O : O fato de alguns santos terem ressurgido imediatamente após a ressurreição de Jesus de maneira nenhuma indica que Maria (que ainda estava viva naquela ocasião) tenha sido elevada ao céu em seu próprio corpo. O texto fala ape nas de ressurgir da sepultura, e não de ascensão de uma pessoa viva ao céu. Muitos estudiosos acreditam que es ses santos — como Lázaro — foram ressuscitados apenas em corpos mortais, e não permanentemente ressuscita dos em corpos imortais. Maria não é mencionada entre o grupo daqueles que foram ressuscitados, e também não existe nas Escrituras qualquer referência que indique que ela tenha sido res suscitada em qualquer ocasião posterior. Então a crença de que Maria tenha sido elevada viva aos céus em seu 211 R E S P O S T A À S S EI T A S próprio corpo não possui nenhum embasamento real nesse texto ou em qualquer outro texto das Escrituras. U m fato significativo é que as autoridades católicas admitem que “a idéia da ascensão de Maria, viva, em seu próprio corpo, é expressa pela primeira vez em certas passagens de narrativas dos séculosV eV I”. Eles mesmos reconhecem que esses escritos são apócrifos (Ibid., 20910). M A T E U S 2 8 .1 8 - 2 0 — C om o é possível que três pessoas sejam D eus, quando existe apenas um Deus? A M Á IN TER PR ET A Ç Ã O : Mateus fala a respeito do “Pai, do Filho e do Espírito Santo” como sendo todos parte de um único “nom e” . As Testemunhas de Jeová argumentam que esse verso não diz que “o Pai, o Filho, e o Espírito Santo sejam semelhantes, ou igualmente eter nos, ou que todos sejam D eus” (Reasoning from the Scriptures, 1989,pág.415). Portanto, esse verso não dá su porte à doutrina da Trindade. C O R R IG IN D O A M Á IN TER PR ET A Ç Ã O : Deus é único em sua essência, mas é formado por três pessoas. Deus possui uma única natureza, mas três centros de consciência. Isto é, existe apenas um “o que” em Deus, mas três “quem ”; existe apenas um “Ele”, mas três “E ’ . Isso é um mistério, mas não uma contradição. Seria con traditório dizer que Deus é uma só pessoa, mas que tam bém é três pessoas, ou ainda, dizer que Deus é apenas uma natureza, mas que possui três naturezas. Mas decla rar, como fazem os cristãos ortodoxos, que Deus é único em sua essência, eternamente revelado em três distintas pessoas, não é uma contradição. U m a análise gramatical de Mateus 28.19 é altamente reveladora. O verso diz: “Portanto, ide, ensinai todas as 212 MATEUS nações, batizando-as em nome do Pai, e do Filho, e do Espí rito Santo” (as ênfases foram adicionadas). N o grego, o termo “nom e” em Mateus 28.19 está no singular, indicando que existe apenas um Deus. Mas exis tem três pessoas em Deus, cada uma delas acompanhada de um artigo definido (o que no idioma grego firme mente indica distinção) — o Pai, o Filho, e o Espírito Santo. O verso não d iz “nos nomes [plural] do Pai, do Filho, e do Espírito Santo” e nem tampouco diz “em o nome do Pai, em o nome do Filho, e em o nome do Espírito Santo” , e também não diz “em nome do Pai, Filho e Espírito Santo” (omitindo os artigos definidos). Mas o verso diz: “em nome [singular, afirmando a unida de de Deus] do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo” (cada uma sendo distinta das outras, como pessoas). Esse verso demonstra muito claramente a doutrina da Trindade. M A T E U S 2 8 .1 9 — E ste verso indica que o Pai, o Filho e o Espirito Santo são uma única pessoa — Jesus Cristo — como crêem os adeptos da seita Unidade Pentecostal? A M Á IN T E R PR E T A Ç Ã O : Em Mateus 28.19, Jesus instrui os seus seguidores que batizem “em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo” . Mas em Atos 2.38, en contramos a referência a batizar “Em nome de Jesus Cris to ” . Colocando juntos esses versos, os adeptos da seita Unidade Pentecostal acreditam que isso significa que “Je sus” é o “nom e” do Pai, do Filho, e do Espírito Santo. Pelo fato de o termo “nom e” estar no singular em Mateus 28.19, isso deve significar que Pai, Filho e Espírito Santo são uma única pessoa — a pessoa de Jesus Cristo. C O R R IG IN D O A M Á IN T E R P R E T A Ç Ã O : N ão existe absolutamente qualquer indicação nesse texto de 213 R E S P O S T A À S S EI T AS que Jesus estivesse se referindo a si mesmo esotérica ou ocultamente através das palavras “do Pai, do Filho, e do Espírito Santo” . Os adeptos de seita Unidade Pentecostal estão lendo algo dentro do texto que simplesmente não está lá. Conform e observado anteriormente, os eru ditos gregos reconhecem universalmente que o empre go de artigos definidos antes de cada substantivo (o Pai, o Filho, e o Espírito Santo) em Mateus 28.19 apontam para pessoas diferentes. U m estudo da forma singular do termo “nom e” nas Escrituras prova que o termo não se refere obrigatoriamente a uma só pessoa (por exemplo, veja Gn 5.2; 11.4; 48.16). “N o m e” em Mateus 28.19 (singular, no grego) não se refere a três designações ou títulos de uma única pessoa mas, antes, a três pessoas con tidas na unidade do único Deus. As Escrituras são abundantemente claras e mostram que o Pai, o Filho e o Espírito Santo são pessoas distin tas. Por exemplo, está claro que Jesus não é o Pai, pois o Pai enviou o Filho (Jo 3.16,17). O Pai e o Filho se amam (Jo 3.35). O Pai e o Filho falam um com o outro (Jo 11.41,42). O Pai conhece o Filho, e o Filho conhece o Pai (Mt 11.27). Jesus é o nosso advogado ju n to ao Pai (1 Jo 2.1). Além do mais, está claro que Jesus não é o Espí rito Santo, pois foi dito que o Espírito Santo é um outro consolador (Jo 14.16). Jesus enviou o Espírito Santo (Jo 15.26). O Espírito Santo procura glorificar a Jesus (Jo 16.13,14). O Espírito Santo desceu sobre Jesus (Lc 3.22). N em o Pai é o Espírito Santo, pois o Pai enviou o Espí rito Santo (Jo 14.16). E o Espírito Santo intercede por nós junto ao Pai (R m 8.26,27). E impossível argumentar que Jesus seja o Pai e o Espírito Santo. Ao longo da história da Igreja, os teólogos têm con sistentemente interpretado esse verso como referindo se às três pessoas da Trindade, e não a três designações ou títulos de uma única pessoa, Jesus Cristo. Seria o máxi 214 MATEUS mo da arrogância humana sugerir que todos os teólogos ao longo da história da igreja estiveram equivocados a respeito desse verso, e que apenas os adeptos da seita Unidade Pentecostal o compreenderam corretamente. M A T E U S 2 8 .1 9 — E ste texto dá suporte à doutrina da Trindade, de modo oposto à conclusão da seita O Cam inho Internacional? A M Á IN T E R PR E T A Ç Ã O : De acordo comVictor Paul Wierwille, fundador da seita O Caminho Internacional, esse verso foi corrompido em relação à sua forma origi nal e não pode ser utilizado como suporte à doutrina ortodoxa da Trindade. Ele aponta para o fato de que Eusébio, um importante patriarca da Igreja Primitiva, citou esse verso dezoito vezes sem mencionar a fórmula triunitária anteriormente ao Conselho de Nicéia (em 325 d.C.) — que codificou formalmente a doutrina da Trindade. Somente após o Conselho de Nicéia, Eusébio passou a incluir a fórmula triunitária quando se referia a esse verso. Desse modo, conclui Wierwille: “Não teria sido difícil para os escribas incluírem ‘em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo’, em lugar da frase original ‘em m eu n o m e ’. Isso é o que deve ter o c o rrid o ” (Wierwille, 1981, 19,20). C O R R IG IN D O A M Á IN T E R PR E T A Ç Ã O : As evi dências sustentam a autenticidade desse verso, bem como a sua utilização para dar base à doutrina da Trindade. A autoridade divina repousa no próprio texto bíblico, e não naquilo que qualquer patriarca tenha ou não tenha dito a respeito. Somente a Bíblia é inspirada, e não os patriarcas da Igreja. Contudo, mesmo Wierwille admite que Eusébio utilizou esse verso como apoio à doutrina da Trindade. E compreensível que ele o tenha utilizado 215 R E S P O S T A Á S S EI T AS com esse propósito após a doutrina ter sido oficialmente reconhecida como bíblica por um concilio geral da igreja cristã. N a melhor hipótese, o argumento de Wierwille re presenta a falácia lógica de argüir a partir do silêncio. A partir do fato de que esse verso não tenha sido citado como argumento à doutrina da Trindade antes de Nicéia, nada se segue, exceto que Eusébio não teve ocasião de citá-lo. Certamente, não existe nenhum manuscrito que apóie a especulação de Wierwille — de que um escriba o tenha alterado. Esse verso não consta apenas de nossos mais antigos e melhores manuscritos, mas é apoiado por milhares de manuscritos gregos. Conform e observado acima, o próprio texto ensina a doutrina da Trindade, uma vez que ele se refere ao “nom e” (singular) do “Pai, e do Filho, e do Espírito Santo” (plu ral). Existem três pessoas contidas em “nom e” (ou essên cia), que é aquilo que a Trindade é. M A T E U S 2 8 .1 9 — “F azer” discípulos justifica as táticasproselitistas da Igreja Internacional ( “Boston”) de Cristo? A M Á IN T E R PR E T A Ç Ã O : Jesus disse aos seus segui dores que “fizessem” discípulos. De acordo com Al Baird, um presbítero da cidade de Boston, “nós procuramos fazer com que o discípulo faça, de preferência, algo que o motive, ao invés de fazer qualquer coisa por causa de seu amor a Deus, e de nosso amor para com ele” (Baird, A new look at authority, pág. 18). C O R R IG IN D O A M Á IN TERPRETAÇÃO :D e acor do com as Escrituras, a verdadeira motivação para servir a Cristo é o amor, e não o medo. Paulo disse: “O amor de Cristo nos constrange” (2 Co 5.14). João complementa 216 MATEUS dizendo que “a perfeita caridade lança fora o tem or” (1 Jo 4.18). N o contexto da ordem de Jesus expressa em Mateus, “fazer discípulos” não implica em força. U m discípulo é aquele que aprende de outra pessoa, é o hom em ou a m ulher que se liga a um discipulador, tornando-se seu seguidor em termos de doutrina e m odo de conduta na vida. Aquele que discípula ajuda a m oldar comple tamente a vida de seu discípulo ou discípula, produzin do nessa pessoa a semelhança de Cristo. Porém, em parte alguma Jesus deixa implícito — nem a Bíblia aprova — o uso da força ou do medo como meio de promover mudanças na vida do discípulo. As mudanças devem ser promovidas através do cuidado e do desenvolvimento (Hb 5.13,14; 1 Pe 2.2), e não do controle sobre a vida do discípulo. E incorreto tentar orquestrar diretamente a mudança na vida de outra pessoa; a abordagem correta é aquela que procura facilitar o relacionamento da pessoa com Jesus, para que o próprio Jesus possa produzir as mudanças, em com um acordo com o seu discípulo. C A P Í T U L O 23 MARCOS M A R C O S 1 .1 0 — E ste verso indica que o Espirito Santo não é uma pessoa, conforme argumentam as Testemunhas de Jeová? A M Á IN T E R PR E T A Ç Ã O : Em Marcos 1.10 lemos a respeito do batismo de Jesus: “E, logo que saiu da água, viu os céus abertos e o Espírito que como pomba, descia sobre ele”. As Testemunhas de Jeová argumentam que o Espírito Santo não é uma pessoa, uma vez que Ele veio sobre Jesus em forma de uma pomba. C O R R IG IN D O A M Á IN T E R PR E T A Ç Ã O : Se nós utilizássemos esse mesmo tipo de lógica, poderíamos con tradizer a personalidade do Pai e a de Jesus. Finalmente, lemos em Exodo 3.2-4 que Jeová apareceu a Moisés em R E S P O S T A À S S EI T AS uma sarça ardente. E a nós foi dito que Jesus é o pão da vida (Jo 6.48) e a porta (Jo 10.9). Por outro lado, num e rosas evidências através das Escrituras marcam a perso nalidade do Espírito Santo — inclusive o fato de que o Espírito Santo possui atributos de pensamento (Rm 8.27), de emoções (Ef4.30) e de vontade (1 Co 12.11).Veja a discussão que mostramos neste livro referente a Gênesis 1.2 para conhecimento da argumentação bíblica com pleta e detalhada a respeito da personalidade do Espírito Santo. M A R C O S 6 .5 — Se Jesus é D eu s Todo-Poderoso, p o r que E le não f o i capaz de realizar maravilhas em N azaré? A M Á IN T E R PR E T A Ç Ã O : De acordo com esse verso, enquanto esteve em Nazaré, Jesus “não podia fazer ali obras maravilhosas” . Por que Ele não o podia fazer, se Ele é Todo-Poderoso? As Testemunhas de Jeová alegam que Jesus não é Deus Todo-Poderoso, mas que, antes, er;i um Deus m enor do que Deus o Pai (Reasoning from ///<’ Scriptures, 1989, pág. 150). C O R R IG IN D O A M Á IN T E R PR E T A Ç Ã O : Jesus é Todo-Poderoso como Deus, mas não do mesmo modo enquanto homem. Com o o Deus-homem, Jesus tiniu em si tanto a natureza divina como a natureza humana. O que Ele pode fazer em uma natureza, pode, não ne cessariamente, fazer na outra. Por exemplo, como Deus, Jesus jamais ficou cansado (SI 121.4), mas como homem, sim (Jo 4.6). O fato de Jesus possuir todo o poder não significa que Ele sempre optou por exercê-lo. O “não podia” em Mar cos 6.5 é moral, e não literal. Ele mesmo decidiu não fa/ei milagres por causa “da incredulidade deles” (v. 6). Jesus 220 MARCOS não era um entretenimento e não lançava pérolas aos por cos. Então a necessidade aqui é moral, e não metafísica. Ele possuía a capacidade de fazer milagres ali, e de fato fez alguns (v. 5). Ele apenas se recusou a fazer mais, porque considerou um desperdício de esforços. M A R C O S 1 0 .1 7 -3 1 — Jesus negou ser D eu s diante do jovem e rico príncipe? Veja os comentários que fizemos a respeito de Mateus 19.16-30. M A R C O S 1 0 .3 0 — Jesus prometeu “cem vezes tan to ” como retorno p o r nossas ofertas financeiras e materiais? A M Á IN TER PR ET A Ç Ã O : Os ensinadores da seita Pa lavra da Fé dizem que Jesus prometeu “cem vezes mais” como retorno por todas as nossas ofertas financeiras e materiais. “Você oferta R$1 por amor ao Evangelho e R$100 passam a lhe pertencer; oferta R$10 e recebe R$1.000; dá R$1.000 e recebe R$100.000... dá uma casa e recebe cem casas, ou uma casa que valha cem vezes mais. Dá um avião e recebe cem vezes o valor do avião. Dá um carro, e o retorno o dotará de carros pela vida toda. Em resumo, Marcos 10.30 é um negócio m uito b o m ” [Copeland, 1978, 54]. C O R R IG IN D O A M Á IN TER PR ET A Ç Ã O : Esse ver so não tem nada a ver com dinheiro ou riquezas. Ele está se referindo especificamente àqueles que deixaram o lar e as pessoas amadas por amor a Jesus e ao Evangelho. Esses indivíduos receberão como retorno “cem vezes mais” no sentido de que eles se tornam parte da comu 221 R E S P O S T A À S S EI T A S nidade de crentes. É nessa nova comunidade que eles encontram a multiplicação de relacionamentos — mui tos dos quais acabarão se tornando mais próximos e es piritualmente mais significativos do que as relações de parentesco (confira Mc 3.31 -35; At 2.41 -47; 1 Tm 5.1,2). Deus quer que tenhamos uma perspectiva equilibra da a respeito de dinheiro. A Bíblia não condena a posse de propriedades ou riquezas. Ser rico não é um pecado; a Bíblia mostra algumas pessoas bastante devotas a Deus — Abraão eJacó,por exemplo — que eram muito abas tadas. Antes, Deus condena o amor às posses ou às ri quezas (Lc 1-6.13; 1 T m 6.10;Hb 13.5). O amor às coisas materiais é um sinal de que uma pessoa está vivendo de acordo com uma perspectiva temporal, e não eterna. As Escrituras nos dizem que o amor ao dinheiro e às riquezas é capaz de levar uma pessoa à destruição. O apóstolo Paulo afirmou categoricamente que “os que querem ser ricos caem em tentação, e em laço, e em muitas concupiscências loucas e nocivas, que submer gem os homens na perdição e ruína” (1 T m 6.9). Paulo também advertiu que “nos últimos dias sobrevirão tem pos trabalhosos; porque haverá homens amantes de si mesmos, avarentos... mais amigos dos deleites do que amigos de Deus, tendo aparência de piedade, mas n e gando a eficácia dela” (2Tm 3.1-5). Também é compreensível que Jesus tenha prevenido os seus seguidores: “Acautelai-vos e guardai-vos da avare za, porque a vida de qualquer não consiste na abundânci.i do que possui” (Lc 12.15). Ele então instou com urgênci.i que os seus seguidores tivessem uma perspectiva eterna, exortando: “Não ajunteis tesouros na terra, onde a traça v a ferrugem tudo consomem, e onde os ladrões minam e roubam. Mas ajuntai tesouros no céu” (Mt 6.19,20; Jo 6.27). Em vista do exposto,Jesus diz com urgência: “M.is buscai primeiro o R eino de Deus, e a sua justiça, e tod.is 222 MARCOS essas coisas vos serão acrescentadas” (Mt 6.33).Viver para Deus de uma maneira justa deveria ser a nossa mais alta prioridade. Quando fazemos isso, podemos descansar, es tando certos de que Deus nos proverá com relação às ne cessidades da vida. A nossa atitude deveria ser tal que, quer sejamos ricos, quer sejamos pobres (ou que tenha mos uma condição entre essas duas), sejamos simples mente despenseiros daquilo que Deus nos tem dado. A nossa atitude deveria espelhar aquela que teve o apósto lo Paulo, que disse: “Sei estar abatido e sei também ter abundância; em toda a maneira e em todas as coisas, es tou instruído, tanto a ter fartura como a ter fome, tanto a ter abundância como a padecer necessidade. Posso to das as coisas naquele que me fortalece” (Fp 4.12,13). M A R C O S 1 1 .2 3 ,2 4 — Jesus prometeu literalmente dar-nos qualquer coisa que pedirm os com fé? A M Á IN T E R PR E T A Ç Ã O : Em face disso, esse verso parece estar dizendo que Deus garantirá literalmente qual quer pedido que a Ele façamos, desde que creiamos. Os ensinadores da seita Palavra da Fé freqüentemente citam esse verso como base às suas visões (Hagin, 1972,27,28). C O R R IG IN D O A M Á IN T E R PR E T A Ç Ã O : Limita ções a respeito daquilo que Deus dará estão indicadas tanto pelo contexto como por outros textos, bem como pelas leis da própria natureza de Deus e do universo. Deus não pode nos dar literalmente todas as coisas. Al gumas coisas são de fato impossíveis. Por exemplo, Deus não pode garantir o pedido de uma criatura que quer tornar-se Deus. N em tampouco poderá responder um pedido de aprovação de nossos pecados. Deus não nos dará uma pedra se lhe pedirmos pão, nem nos dará uma serpente se lhe pedirmos um peixe (Mt 7.9,10). 223 R E S P O S T A À S S EI T A S O contexto da promessa de Jesus em Marcos 11 indi ca que ela não foi uma promessa incondicional, pois o próprio verso 25 diz:“Se tendes...perdoai” a seu irmão e então Deus perdoará as suas ofensas. Desse modo, não existe razão para acreditar que Jesus pretendia que nós entendêssemos a sua promessa como se Ele nos desse “quaisquer coisas” que a Ele pedíssemos, sem quaisquer condições. Todas as passagens que possam parecer de difícil en tendimento devem ser interpretadas em harmonia com outras declarações claras das Escrituras. E está claro que Deus não promete, por exemplo, curar a todas as pessoas pelas quais orarmos com fé. Certa vez Paulo não foi cu rado, embora tivesse orado sinceramente e com fé (2 Co 12.8,9). Jesus ensinou que não foi a falta de fé por parte do hom em cego que o impediu de ser curado até então. Antes, ele nasceu cego: “Foi assim para que se manifes tem nele as obras de Deus” (Jo 9.3).A despeito da divina habilidade que o apóstolo Paulo possuía para curar ou tras pessoas (At 28.9), mais tarde ele aparentemente não pôde curar nem Epafrodito (Fp 2.25,26) e nemTrófimo (2 T m 4.20). Está claro que não foi a falta de fé que trouxe sobreJó a sua enfermidade (Jó 1.1).Além disso,se a condição para receber um milagre fosse apenas a fé da pessoa candidata a recebê-lo, então nenhum dos mortos ressuscitados por Jesus teria voltado à vida, uma vez que os mortos não são mais capazes de crer!Veja nossos co mentários a respeito da passagem em Isaías 53.4,5 o Filipenses 2.25. O restante das Escrituras coloca muitas condições para que Deus responda orações, conforme a sua promessa, além da necessidade de fé. Devemos “estar nEle” e permitir que a sua Palavra “esteja em nós”(Jo 15.7). Não devemos “pe dir mal”, conforme o nosso próprio egoísmo (Tg 4.3). Além do que, devemos pedir “segundo a sua vontade" 224 MARCOS (1 Jo 5.14). O próprio Senhor Jesus orou: “M eu Pai, se é possível, passa de mim este cálice [a sua morte]; todavia, não seja como eu quero,mas como tu queres” (Mt 26.39). Na verdade, em todas as promessas de Deus — exceto nas incondicionais — a frase “se essa for a tua vontade” deve sempre estar enunciada ou implícita. A oração não é um meio através do qual Deus nos serve. Antes, é um meio através do qual nós servimos a Deus. A oração não é um meio pelo qual alcançamos o cumprimento da nossa von tade no céu, mas um meio pelo qual Deus faz com que a sua vontade seja feita na terra. M A R C O S 1 2 .3 0 — U m a pessoa deve ultrapassar os limites da razão para que possa ser verdadeira m ente espiritual, como parecem sugerir alguns ensinadores da seita Palavra da Fé? A M Á IN T E R PR E T A Ç Ã O : Alguns ensinadores da sei ta Palavra da Fé parecem minimizar o papel desempe nhado pela razão com referência à verdadeira espiritua lidade. Kenneth Hagin, por exemplo, disse: “U m a pessoa quase tem que se desviar do cérebro e funcionar a partir do hom em interior (do coração ou do espírito) para que realmente possa adentrar as coisas de Deus” (Hagin, 1966, 27). C O R R IG IN D O A M Á IN T E R PR E T A Ç Ã O : Marcos 12.30 instrui os crentes do seguinte m odo:“Amarás,pois, ao Senhor, teu Deus, de todo o teu coração, e de toda a tua alma, e de todo o [literalmente ‘da totalidade do’] teu entendimento [‘pensamento’, ‘intelecto’, ‘faculdades inte lectuais’], e de todas as tuas forças” . (A ênfase foi adicio nada.) U m a pessoa não será capaz de amar a Deus de todo o seu entendimento sem utilizar uma capacidade racional dada por Deus. 225 R E S P O S T A À S S EI TA S Freqüentemente vemos a importância da razão ilustrada nas Escrituras. O próprio Deus nos convida: “Vinde, então, e argüi-me” (Is 1.18). Foi dito que a sabedoria de Deus é “moderada” (Tg3.17).O apóstolo Paulo várias vezes“disputou com eles [os judeus] sobre as Escrituras” (At 17.2). As Escrituras nos admoestam: “Pensai nas coisas que são de cima e não nas que são da terra” (Cl 3.2). Além disso, os cristãos são aconselhados a andar “cingindo os lombos do vosso entendimento” (1 Pe 1.13). Embora os ensinadores da seita Palavra da Fé coloquem uma forte ênfase no Espí rito Santo, é importante compreender que o trabalho do Espírito Santo no tocante a iluminar as nossas mentes (1 Co 2.12) não implica que os intérpretes da Bíblia possam ignorar a razão e a lógica. Uma vez que o Espírito Santo é o “Espírito da verdade” (Jo 14.17; 15.26; 16.13), Ele não ensinaria verdades que fracassassem ao se depararem com os testes da verdade — testes que envolvem o uso da razão. O Espírito Santo não conduz as pessoas a crenças que se contradigam mutuamente, ou que fracassem quanto a pos suir consistência interna lógica. Uma informação adicionai: Se for possível desviar-se da razão, como os ensinadores da seita Palavra da Fé parecem sugerir, então por que é que eles continuamente escrevem e vendem livros, que para se rem entendidos exigem o uso da razão? Além disso, os ensinadores da seita Palavra da Fé parecem não se dar conl.i de que devem utilizar a razão no próprio processo de ar güição contra a necessidade da razão. M A R C O S 1 3 .3 2 — Jesus ignorava a data precisa de sua segunda vinda. Isso significa que E le não era o D eu s Todo-Poderoso? A M Á IN T E R P R E T A Ç Ã O : Jesus nesse verso negou ter o conhecim ento de quando aconteceria a sua se gunda vinda, dizendo: “Mas, daquele dia e hora, nm 226 MARCOS guém sabe, nem os anjos que estão no céu, nem o Fi lho, senão o Pai” . As Testemunhas de Jeová argum en tam: “Esse não seria o caso se Pai, Filho e Espírito San to fossem iguais, com preendidos em um só D eu s” (Reasoning from the Scriptures, 1989, pág.409). A igno rância de Jesus nessa passagem prova que Ele não é o Deus Todo-Poderoso. C O R R IG IN D O A M Á IN T E R PR E T A Ç Ã O : Deve mos ser capazes de distinguir entre aquilo que Jesus na ocasião conhecia como Deus (absolutamente tudo), e aquilo que Ele conhecia como homem. C om o Deus, Jesus era onisciente (conhecedor de todas as coisas), po rém como hom em , era limitado em seu conhecimento. A situação pode ser assim esquematizada: JESUS CO M O D E U S JESUS CO M O HOM EM Possuidor de conhecim ento ilimitado Limitado em conhecimento Sem crescimento em termos de conhecimento Crescendo em conhecimento C onhecia precisam ente a ocasião de sua segunda vinda Não conhecia a ocasião de sua segunda vinda Daí, em Marcos 13.32 Jesus estava falando a partir do ponto de vista de seu lado humano. Em sua humanida de, Jesus não era onisciente, mas limitado em entendi mento, na mesma intensidade de todos os seres hum a nos. Se Jesus tivesse falado a partir da perspectiva de sua divindade, não teria dito o mesmo. N um erosos versos das Escrituras ilustram que Jesus, como Deus, conhece todas as coisas. Por exemplo, Ele 117 R E S P O S T A À S S EI T AS sabia precisamente onde estavam os peixes dentro da água (Lc 5.4,6; Jo 21.6-11), e conhecia também exatamente qual dos peixes continha a moeda (Mt 17.27). Ele sabia que o seu amigo Lázaro havia morrido, mesmo não es tando em algum lugar próximo à vizinhança de Lázaro (Jo 11.11).Ele conhecia também aqueles que o rejeitari am (Jo 6.64) e aqueles que o seguiriam (Jo 10.14). Ele conhece o Pai, assim como o Pai o conhece, fato que requer que Jesus tenha a mesma onisciência do Pai (Mt 11.27;Jo 7.29; 8.55; 10.15; 17.25). M A R C O S 1 4 .2 1 — A declaração de J e s u s , de q u e seria m e lh o r q u e J u d a s j a m a i s h o u v e s s e nascido, ser v e de a rg u m e n to à v isã o dos a n iq u ila cio n ista s? A M Á IN TER PR ET A Ç Ã O : Jesus disse a respeito de Judas, que foi enviado à perdição, que “Bom seria para o tal hom em não haver nascido” (Mc 14.21). Mas antes que uma pessoa seja concebida, ela não existe. Desse modo, os aniquilacionistas argumentam que se o inferno será como a condição pré-natal, deverá ser um estado de inexistência. Portanto, o aniquilacionismo deve estar certo. Essa é uma conclusão correta? C O R R IG IN D O A M Á IN TERPRETAÇÃO : Jesus não está com parando a perdição de Judas com a sua inexistência antes de seu nascim ento. Essa figura hiperbólica de linguagem indica o quão severa é essa punição, e não a superioridade de um ser que não existe sobre um ser existente. Além disso, o “nada” jamais pode ser melhor do que algo, uma vez que não possuem qualquer coisa em c o m u m para que se possa com pará-los. E ntão seres inexistentes não podem ser melhores do que seres exis tentes. Assumir que podem é um sério erro. 228 MARCOS Em outra situação, condenando os fariseus Jesus disse que Sodoma e Gomorra teriam se arrependido se tives sem visto os seus milagres (Mt 11.20,24). Isso não signi fica que eles teriam realmente se arrependido (a menos que Deus com certeza lhes mostrasse esses milagres — 2 Pe 3.9). Essa é simplesmente uma poderosa figura de linguagem, indicando que o pecado deles era tão grande que “haverá menos rigor” (Mt 11.24) no dia do juízo para Sodoma do que para eles. Então, mesmo nessa frase a respeito de Judas, não há provas sobre a aniquilação dos ímpios. A Bíblia faz claras referências aos perdidos, na condi ção de conscientes em tormentos e punição após a sua morte.Jesus disse que no lugar onde estão há “pranto e ranger de dentes” (Mt 8.12; confira 22.13; 24.51; 25.30). Mas aqueles que não estão conscientes não pranteiam. Veja nossos comentários a respeito de Mateus 25.46. M A R C O S 1 6 .1 2 — Jesus apareceu em diferentes corpos após a sua ressurreição? A M Á IN T E R PR E T A Ç Ã O : De acordo com Marcos, Jesus apareceu aqui em “outra forma” . A partir daí, al guns alegam que após a ressurreição, Jesus assumiu dife rentes corpos em diferentes ocasiões, mas não possuía continuamente o mesmo corpo físico que tinha antes da ressurreição. Mais especificamente as Testemunhas de Jeová alegam que Jesus não ressuscitou dos mortos fisi camente, mas em um corpo espiritual, e que Ele apare ceu ou “se materializou” para os seus seguidores e m “cor pos” diferentes daquele que foi depositado no túmulo. N a verdade, “os corpos nos quais Jesus se manifestou aos seus discípulos após o seu retorno à vida não eram o mesmo corpo no qual ele foi cravado no madeiro” (The kingdom is at hand, 1944, pág.259). 22 9 R E S P O S T A À S S EI TA S C O R R IG IN D O A M Á IN TER PR ET A Ç Ã O : Existem sérios questionamentos a respeito da autenticidade do texto envolvido. Marcos 16.9-20 não é encontrado em alguns dos mais antigos e melhores manuscritos. E por ocasião da reconstrução dos textos originais, a partir dos manuscritos existentes, muitos estudiosos acreditam que os textos mais antigos seriam mais confiáveis, uma vez que estão mais próximos dos manuscritos originais. Mas mesmo garantindo a sua autenticidade, o evento que ele resume (veja Lc 24.13-32) simplesmente diz: “Mas os olhos deles estavam como que fechados, para que o não conhecessem” (v. 16).Esse fato esclarece que o elemento miraculoso não estava no corpo de Jesus, mas nos olhos dos discípulos (w. 16,31). R econhecer Jesus não lhes foi concedido até que os olhos deles fossem abertos. N a melhor hipótese, essa é uma referência obscura e isolada. E nunca é prudente basear qualquer pronuncia mento doutrinário significativo em um único texto. Seja qual for o significado de “em outra forma”, essa frase cer tamente não significa uma forma diferente de seu corpo físico real e material. Mais adiante, nesse mesmo capítulo, Ele aparece comendo, dando através disso uma prova de que Ele estava em “carne e ossos”, e não como u m “espí rito”, que é imaterial (w. 38-43).“Em outra forma” pro vavelmente signifique outra além do jardineiro, com o qu.il Maria o confundiu anteriormente (Jo 20.15). Aqui, Jesus se apresentou em forma de um viajante’ (Lc 24.13,14). M A R C O S 1 6 .1 6 — E ste verso significa que o batis mo é necessário para que uma pessoa seja salva? A M Á IN TER PR ETA Ç Ã O : Marcos 16.16 diz: “Quem crer e for batizado será salvo; mas quem não crer será con denado”. Seitas e grupos que se constituem aberrações 230 MARCOS citam essa passagem como suporte à sua crença de que o batismo é necessário para a salvação. Os mórmons utili zam esse verso como uma prova de que apenas a fé não é o suficiente; dizem que a pessoa deve obrigatoriamente ser batizada para que seja salva (Talmage, 1982,129). C O R R IG IN D O A MÁ INTERPRETAÇÃO: U m prin cípio básico de interpretação da Bíblia é que passagens difíceis devem ser interpretadas à luz de passagens fáceis, de versos claros. Nunca se deve edificar uma doutrina te ológica sobre passagens de difícil compreensão.Versículos de fácil compreensão indicam que as pessoas são salvas através da fé em Cristo (por exemplo J o 3.16,17; At 16.31). Em Marcos 16.16 está claro que é a falta de fé que traz a condenação, e não a falta de ser batizado: “ ...mas quem não crer será condenado” . Q uando uma pessoa rejeita o Evangelho, recusando-se a dar-lhe crédito, essa pessoa é condenada. Outros versos nas Escrituras apóiam o pensamento de que o batismo não é uma condição para a salvação: 1. Jesus disse ao ladrão arrependido: “Em verdade te digo que hoje estarás comigo no Paraíso” (Lc 23.43). O ladrão foi salvo sem ser batizado. 2. Em Atos 10, Cornélio creu em Cristo e foi clara m ente salvo antes de ser batizado nas águas. N o m o m ento em que Cornélio creu em Cristo, o dom do Es pírito Santo foi derramado sobre ele (At 10.45). 3. Em 1 Coríntios 1.17 o apóstolo Paulo disse:“Porque C risto enviou-m e não para batizar, mas para evangelizar” .Aqui uma distinção é feita entre o Evange lho e o ato do batismo. E-nos dito em outras passagens que o Evangelho é que traz a salvação (1 Co 15.2). E que o batismo não é parte do Evangelho como condi ção para a salvação (veja também os nossos comentários a respeito de At 2.38). 231 C A P ÍT U L O 24 LUCAS L U C A S 1 .2 8 — O fa to de M aria ter sido “agracia d a ” prova que ela f o i concebida deform a imaculada, como dizem os católicos romanos? A M Á IN TERPRETAÇÃO : Em 8 de dezembro de 1854, o papa Pio IX, na bula papal intitulada Inefável, declarou como infalível a doutrina que deveria ser crida por to dos os fiéis de modo firme e constante: “A Santíssima Virgem Maria estava, no primeiro m om ento de sua con cepção, por meio de um singular dom da graça e bem aventurança do Deus Todo-Poderoso, em vista dos m é ritos de Jesus Cristo, o R edentor da humanidade, pre servada de toda mácula do pecado original” (Ott, 1960, 199). O tt argumenta que “a expressão ‘agraciada’... [Lc 1.28] na saudação do anjo, representa um nom e próprio, R E S P O S T A À S S EI TAS e deve, por conta disso, expressar uma qualidade caracte rística de Maria... Contudo, isto é perfeito somente se for perfeito não apenas intensivamente mas também ex tensivamente, isto é, se estender-se por toda a vida, a começar pela entrada de Maria no m u n d o ” (Ibid., 200). C O R R IG IN D O A M Á IN T E R PR E T A Ç Ã O : Nada nesse verso justifica a crença na concepção imaculada de Maria. Não é de modo algum necessário tomar a ex pressão “agraciada” como um nome próprio. Mesmo as versões católicas contemporâneas da Bíblia não o tradu zem como nom e próprio (por exemplo, a versão The N ew American Bihle). O termo “agraciada” poderia referir-se simplesmente à condição de Maria com o alguém que está recebendo o favor de Deus. M esm o que fosse um nome próprio e que se referisse ao caráter essencial de Maria, não seria necessário tom á-lo de forma ex tensiva, rem ontando ao tempo de seu nascimento. O único m odo pelo qual se poderia tirar essa conclusão seria através de fatores que fossem além do próprio texto bíblico (pois este não ensina a d o u trin a da imaculada conceição). Certamente, os católicos acreditam que a tradição complementa aquilo que as Escrituras não declaram. Mas, se assim é, então por que apelar para o apoio das Escritu ras? Por que não admitir o que muitos católicos con temporâneos têm sido relutantes em reconhecer — que este ensino não é encontrado nas Escrituras mas foi acres centado somente séculos mais tarde, por tradição? Mesmo que o term o tivesse sido estendido ao princí pio da vida de Maria, não significaria necessariamente que ela tivesse sido concebida de maneira imaculada. Poderia referir-se simplesmente à presença da graça de Deus sobre a sua vida, desde a sua concepção. E isso verdadeiramente aconteceu na vida de outras pessoas, 234 LUCAS incluindo Jeremias (Jr 1) e João Batista (Lc 1), que não foram concebidos de maneira imaculada. Elliott Miller e Kenneth Samples observam na obra The cult o f the virgin (A seita da virgem), que o termo grego empregado para “agraciada” é charitõ. Mas o term o charitõ é utilizado para fazer alusão aos crentes em Efésios 1.6, sem implicar per feição isenta de pecado. Não há, por essa razão, nada em Lucas 1.28 que estabeleça a doutrina da imaculada con cepção. “A única inferência necessária é que Maria foi favorecida de maneira singular por ter sido a mãe de seu próprio Senhor” (Miller e Samples, 34). Para encontrar apoio para este dogma católico, é necessário apelar para as tradições fora da Bíblia e posteriores a ela. L U C A S 1.28h — O fa to de M aria ter sido “agraci ad a” prova que ela tenha vivido uma vida isenta de pecados, como alegam os católicos romanos? A M Á IN T E R PR E T A Ç Ã O : De acordo com o ensino católico romano, “A vida imaculada de Maria deve ser deduzida a partir do texto encontrado em Lucas 1.28 — ‘Salve, agraciada’, uma vez que não é possível harm oni zar imperfeições pessoais morais com a plenitude da gra ça” (Ott, 1960). C O R R IG IN D O A M Á IN T E R PR E T A Ç Ã O : Não é possível sustentar o argumento católico que diz que Maria permaneceu sem pecados durante toda a sua vida pelo fato de ter sido “agraciada” na ocasião da anunciação. A frase “cheia de graça” é uma interpretação imprecisa, ba seada naVulgata Latina, e que foi corrigida pela moder na Bíblia Católica na tradução N ew American Bible (NAB). A Bíblia na versão NAB traduz a frase simplesmente como “favorecida” . A falha na interpretação daVulgata tornou-se a base para a idéia de que essa graça se esten 235 R E S P O S T A À S S EI T AS deu por toda a vida de Maria. Porém, mesmo que preci sa considerando-se o contexto, a saudação do anjo é apenas uma referência ao estado de Maria naquele mo mento, e não ã sua vida por inteiro. A expressão não afir ma que ela tenha sempre sido cheia de graça, mas apenas que foi agraciada por ter sido escolhida por Deus, na quela ocasião, para essa honra singular. A graça concedida a Maria não foi apenas limitada em tempo, mas o foi também em função. A graça que ela recebeu foi-lhe dada para que cumprisse a tarefa de ser a mãe do Messias. Nada indica que o propósito dessa graça fosse o de impedir que ela cometesse qualquer pecado. O excesso em relação à graça por ela recebida forne ce um direcionamento equivocado, uma vez que os pró prios eruditos católicos admitem que Maria também estava sob a necessidade de redenção. Mas por que isso, se ela não era uma pecadora? O tt diz claramente a res peito de Maria que “ela mesma requeria a redenção, e foi redimida por Cristo” (Ibid., 212). E biblicamente in fundado sugerir que ela tenha sido meramente resguar dada de herdar tudo isso, ao invés de ter sido de fato liberta do pecado através da salvação. A Bíblia também não dá suporte à condição de imaculada que se atribui a Maria em termos de pecado. Pelo contrário, a Bíblia afir ma que ela também era pecadora. Falando como peca dora, Maria disse: “ O meu espírito se alegra em Deus meu Salvador” (Lc 1.47). De modo oposto à explicação de Duns Scotus de que Maria não precisaria ser salva do pecado, ela mesma confessou a sua necessidade naquele Momento (depois de seu nascimento) de um Salvador. Na verdade, ela até mesmo apresentou uma oferta perante o sacerdote judaico a partir de sua condição de pecadora l c 2.22), conforme o que era requerido n o A ntigo! és taniento (Lv 12.2). Isso não teria sido necessário se ela na° ^ e s s e pecados em sua vida. 236 LU CAS L U C A S 1 .4 2 — O fato de M aria ter sido chamada de “bendita” mostra que ela tenha sido concebida imaculadamente? A M Á IN T E R P R E T A Ç Ã O : O texto de Lucas 1.42 é apresentado pelos católicos em defesa da doutrina da imaculada concepção de Maria. Eles alegam que quan do Isabel disse: “Bendita és tu entre as m ulheres” , a “bênção de Deus que repousa sobre M aria é colocada com o um paralelo à bênção de Deus que repousa so bre Cristo em sua condição de hum ano. Este para lelismo sugere que Maria, assim como Cristo, foi, des de o princípio de sua existência, livre de todo pecado” (O tt, 1960,201). C O R R IG IN D O A M Á IN TE R PR E T A Ç Ã O : A argu mentação de O tt de que esta bênção seja um paralelo à mesma bênção que havia em Cristo é forçada. Ela se agarra a um desespero de causa pela falta de evidências bíblicas que comprovem o dogma católico que foi pro clamado muitos anos após os próprios eventos. A passa gem não traça um paralelo entre Maria e Cristo, em nenhum lugar. Ela simplesmente diz que à Maria que concebeu o nosso Senhor foi dada graça para que cum prisse a sua tarefa. Mesmo que o paralelo pudesse de alguma maneira ser feito, uma concepção imaculada não se seguiria ne cessariamente a partir daí. Jesus nasceu de uma virgem. Maria não foi assim concebida, mas ela teve um pai e uma mãe naturais. Através da falta de lógica das alega ções de Ott, alguém poderia fazer de Maria a redentora de nossos pecados, algo que alguns católicos têm procu rado fazer, e outros chegam a abordar a idéia em sua extrema veneração a Maria. A igreja, contudo, não pro clamou oficialmente tal heresia. 237 R E S P O S T A À S S EI TA S Tomás de Aquino, um dos maiores teólogos católicos de todos os tempos, declarou que a doutrina da imaculada conceição de Maria é impossível (Aquino, SumaTeológica 3, 27, 2), uma vez que Maria, como todos os demais humanos, exceto Cristo, herdou a natureza pecaminosa de Adão (confira R m 5.12). L U C A S 1 .4 2 ,4 8 — Estes versos mostram que M a ria deveria ser venerada acima de todas as criaturas, como reivindicam os católicos romanos? A M Á IN TER PR ET A Ç Ã O : De acordo com os ensina mentos da igreja católica,“A Maria, a mãe de Deus, confere-se o direito de receber o culto de hiperdulia” (Ott, 1960, 215). Isso significa que Maria deve ser venerada e honrada em um nível mais alto do que o de outras cria turas, sejam anjos ou santos. Contudo, “esta [veneração a Maria] é substancialmente m enor do que a cultus latriae (ou adoração) que é devida somente a Deus, mas maior do que a cultus duliae (ou veneração) devida a anjos e aos outros santos”. A fonte da especial veneração devida à mãe de Deus é encontrada nas Escrituras em Lucas 1, verso 28, que diz: “Salve, agraciada; o Senhor é contigo” (a saudação de Isa bel, cheia do Espírito Santo). O verso 42 complementa: “Bendita és tu entre as mulheres, e bendito o fruto do teu ventre”. As palavras proféticas da mãe de Deus são en contradas no verso 48: “Pois eis que, desde agora, todas as gerações me chamarão bem-aventurada” (Ibid., 215). CO RR IG INDO A M Á INTERPRETAÇÃO: Nada ncs ses versos oferece suporte à conclusão de que Maria deva ser venerada acima de todas as criaturas e abaixo de I )eus. Os textos não dizem nada a respeito de veneração ou orações dirigidas a Maria. Eles simplesmente chamam 238 LU CAS Maria de “abençoada” por Deus, coisa que ela realmente foi. Contudo, de m odo contrário à praxe católica, Maria não foi abençoada acima de todas as mulheres, mas sim plesmente foi a mais abençoada dentre todas as mulheres. Até mesmo na Bíblia católica, lê-se: “A mais abençoada és tu dentre [não acima] as mulheres” (Lc 1.42). Isso não é uma distinção, mas uma diferenciação. E uma estranha lógica argumentar que uma vez sendo ela a mais aben çoada dentre as mulheres, isso faça com que seja digna de mais honra do que qualquer outra mulher. Eva foi a mãe da humanidade (Gn 3.20), uma honra evidente, que nenhum a outra pessoa possui, inclusive Maria, e, contu do, Eva não é venerada pelos católicos de acordo com a sua abençoada posição. Além do mais, mesmo grandes pecadores que alcan çam o perdão são tremendamente abençoados, mas não necessitam ser tidos em mais alta estima do que outros por causa disso (veja, por exemplo, 1 Co 15.9 e 1 T m 1.15). Abraão foi chamado de pai da fé, mesmo tendo mentido a respeito de sua esposa (Gn 20.1-18). Foi dito a respeito de Davi que o seu coração era completamente devoto ao Senhor seu Deus (1 Rs 11.4), contudo ele cometeu adultério e assassinato (2 Sm 11). Não existe sequer um exemplo no Novo Testamento em que qualquer veneração tenha sido oferecida a M a ria. Q uando os magos vieram à manjedoura por ocasião da natividade para visitar a criança, a Bíblia declara que eles o adoraram, e não a ela (Mt 2.11). Além disso, prostrar-se em ato de veneração diante de qualquer criatura, mesmo que sejam anjos (confira Cl 2.18 e Ap 22.8,9), é proibido pelas Escrituras. A Bíblia deixa claro que não devemos fazer “imagens” de qualquer criatura ou mes mo “nos prostrar” diante delas em um ato de devoção religiosa (Ex 20.4,5). Chamar Maria de “rainha do céu”, sabendo que esta expressão foi tomada por empréstimo 239 R E S P O S T A À S S EI T A S diretamente de uma seita pagã e idólatra da antigüidade, condenada pela Bíblia (confiraJr 7.18), é apenas um con vite à acusação de mariolatria. E mariolatria é idolatria. Além do mais, apesar das distinções teológicas a res peito do oposto, na prática, muitos católicos não distin guem entre a veneração dada a Maria e aquela que eles dão a Cristo. Existe clara diferença, tanto na teoria quanto na prá tica, na maneira como os católicos honram outros seres humanos e na maneira como veneram Maria. Considere o livro Novena de orações em honra a Nossa Mãe de Perpétuo Auxílio, impresso como um livro católico (e sem qual quer declaração de censura) em si, o que garantiria que não há nada de herético nele (publicado por Irmãs de São Basil, 1968, págs. 16,19): Venha em meu auxílio, caríssima mãe, pois me en comendo a ti. Em tuas mãos deposito a minha eterna salvação, e a ti confio a minha alma. Conte-m e entre os teus mais devotos servos; tome-me sob a tua proteção, e isto será para mim o bastante. Porque se me protege res, querida mãe, nada temerei daquilo que me possa sobrevir: nem mesmo dos meus pecados, pois obterás para mim o perdão dos mesmos; nem mesmo da parte dos demônios, porque és mais poderosa do que todo o inferno junto; nem mesmo de Jesus, o meu juiz, pois através de uma oração tua, Ele será apaziguado. L U C A S 1.80; 2 .5 2 ; 4 .1 6 — Jesus f o i à ín dia quan do criança, durante os chamados “anos perdidos”, com a finalidade de aprender a f a z e r milagres com os gurus hindus? A M Á IN TER PR ET A Ç Ã O : O escritor russo Nicolas Notovitch, cujos escritos são populares entre os atuais adeptos das seitas da Nova Era, mostra Lucas dizendo 240 LUCAS que Jesus “esteve nos desertos até ao dia em que havia de mostrar-se a Israel” (confira Lc 1.80). Isto, declarou Notovitch, prova que ninguém sabia onde esteve o jo vem Jesus por cerca de dezesseis anos. Ele disse ter en contrado documentos que comprovam que Jesus foi à índia e aprendeu com os gurus hindus a ressuscitar pes soas dentre os mortos e a expulsar demônios (Prophet, 1987, 245fí; MacLaine, 1984, 233-34). C O R R IG IN D O A M Á IN T E R P R E T A Ç Ã O : Lucas 1.80 refere-se a João Batista, e não a Jesus. Nesse ponto da narrativa de Lucas, Jesus não havia sequer sido apre sentado. A pessoa a respeito de quem a profecia se refere não é o Senhor, mas o profeta que “há de ir ante a face do Senhor” (v. 76), que claramente era João Batista (con fira M t 3.1-4). O ensino de Jesus não era panteísta, como é o dos gurus da índia. Jesus jamais citou o Vedas hindu, mas sempre o Antigo Testamento judaico, que proclamava o Deus do judaísmo monoteísta (veja Mc 12.29) como parte do mais importante mandamento. Não existe qual quer evidência de que Jesus tenha estudado na índia, e a evidência alegada por Notovitch caiu em completo des crédito. Embora os Evangelhos não tratem diretamente da infancia de Jesus, existem evidências indiretas convin centes de que Jesus permaneceu na Palestina. Lucas 2.52 resume a vida de Jesus a partir dos 12 anos de idade: “E crescia Jesus em sabedoria, e em estatura, e em graça para com Deus e os hom ens” . Jesus, sem dúvida, possuía em si mesmo a natureza de Deus e a natureza humana. C om o Deus, Ele era onisci ente e possuidor de toda a sabedoria; Ele jamais poderia “crescer em sabedoria” a partir da perspectiva divina. Em sua humanidade, contudo, Ele provavelmente adquiriu 241 R E S P O S T A À S S EI T AS sabedoria, como quaisquer outros moços judeus, através do estudo das Escrituras do Antigo Testamento (SI 1.2) c ouvindo a sabedoria dos anciãos. Em sua comunidade, Ele era conhecido como o carpinteiro (Mc 6.3), e como o filho do carpinteiro (Mt 13.55). Era costume entre os judeus que o pai ensinasse a seus filhos um ofício. José deveria ter ensinado a Jesus o oficio da carpintaria. Fica claro que a carpintaria teve um papel significativo na vida de Jesus, pois algumas de suas parábolas e ensinos se baseiam nessa experiência. Ele falou, por exemplo, a res peito da diferença entre edificar uma casa sobre a rocha e edificá-la sobre a areia (Mt 7.24-27). Lucas 4.16 é um texto-chave para refutar a idéia de que Jesus tenha ido à índia. N o princípio de seu minis tério de três anos, Jesus “chegando a Nazaré, onde foro criado, entrou num dia de sábado, segundo o seu costume, na sinagoga e levantou-se para ler” (as ênfases foram adici onadas pelos autores). Fica claro que Jesus foi criado em Nazaré, e não na índia, e o seu costume era freqüentar a sinagoga, e não os templos hindus. Após a conclusão da leitura, na ocasião, “todos lhe davam testemunho e se maravilhavam das palavras de graça que saíam da sua boca, e diziam: Não é este o filho de José?” (4.22). Os freqüentadores da sinagoga reco nheciam Jesus como um habitante local. E também notório que Jesus tenha lido uma passa gem contida nas Escrituras, no Antigo Testamento. () Antigo Testamento, pelo qual Jesus freqüentemente do monstrou reverência (por exemplo, em M t 5.18), previ ne que as pessoas se mantenham afastadas dos falsos deu ses e de práticas religiosas tais como o hinduísmo (vej.i Êx 20.2,3; 34.14;D t 6.14; 13.10;2 Rs 17.35). O Antigo Testamento faz claramente distinção entre a criação o o Criador, diferentemente do panteísmo oriental, e ensin.i a necessidade de redenção e não de iluminação. Não o 242 LUC AS por mera coincidência que o Novo Testamento mostra Jesus fazendo menção ao Antigo Testamento e não ao Vedas. L U C A S 6 .4 0 — E ste texto dá fundam ento à visão da seita Igreja de C risto em Boston quanto ao dis cípulo perfeito? A M Á IN TE R PR E T A Ç Ã O : Jesus disse: “O discípulo não é superior a seu mestre, mas todo o que for perfeito será como o seu mestre” (Lc 6.40). De acordo com a seita Igreja de Cristo em Boston, uma pessoa deve ser perfeitamente instruída antes que possa ser um verda deiro discípulo de Cristo. C O R R IG IN D O A M Á IN T E R PR E T A Ç Ã O : O bom senso nos diz que uma pessoa não precisa ser perfeita mente instruída para que seja um “discípulo” de Cristo. O aprendizado perfeito não é algo que alguém possa alcançar durante um curso de imersão profunda, com duração de três anos, sob a supervisão de algum outro discípulo. Esse é um objetivo que deverá ter a duração de toda uma vida de aprendizado com Cristo. O ensinador, nesse contexto, é Cristo, e não um m em bro da Igreja de Cristo em Boston, ou qualquer outro ser humano. Isso traz um mundo de diferenças. A Igreja de Cristo em Boston transforma o que, na realidade, deve ser o objetivo, e m pré-requisitos. Muitos dis cípulos têm alcançado níveis mais altos de crescimento do que a maioria dos cristãos, mas isso não significa que eles já tenham sido “completamente instruídos” . L U C A S 1 2 .3 2 — A referência ao “pequeno reba nho”, neste verso, indica a existência de uma “classe 24 3 R ESPO STA ÀS SEITAS ungida” de crentes que habitarão com D eu s no céu, de modo contrário a todos os demais crentes, que habitarão eternamente na terra? A M Á IN TER PR ET A Ç Ã O : A Sociedade Torre de Vi gia ensina que em Lucas 12.32 Jesus “então revela que apenas um número relativamente menor [posteriormente identificado como 144 mil] estará no reino celestial” (lh e greatest M an who ever lived, 1991, seção 78). Esses indiví duos formam a “classe ungida”. C O RRIG INDO A M Á INTERPRETAÇÃO: Esse verso não se refere à chamada “classe ungida” das Testemunhas de Jeová, mas aos discípulos de Jesus, c o m o é deixado ch~ ro no verso 22 (“E disse aos seus discípulos”...) O motivo pelo qual Jesus utiliza uma metáfora a respeito de um “pe queno rebanho” é que seus discípulos eram um pequeno grupo, vulnerável a se tornar “presa” de perigosos “lobos" (confira M t 10.16). Jesus, o bom pastor, os admoestou ,i que, apesar disso, não se preocupassem, pois cuidaria deles e lhes proveria o alimento, as vestes, e supriria as demais necessidades da vida (veja Lc 12.22-34). Jesus nunca restringiu o R eino de Deus a meramente 144 mil pessoas. N a verdade, as Escrituras indicam que todos aqueles q ue crêem e m Jesus Cristo p o d e m aguar dar com grande expectativa o destino celestial, e nào apenas algum seleto grupo de 144 mil (veja E f 2.19; l;| 3-20; Cl 3.1; H b 3.1; 12.22; 2 Pe 1.10,11). Veja neste livro os nossos comentários sobre Apocalipse 7.4. L U C A S 1 6 .2 2 -2 8 — A alma humana existe de for ma consciente após a morte da pessoa? A M Á IN T E R PR ET A Ç Ã O : Devido ao fato dessa pas sagem apoiar de m odo tão óbvio o plano de uma exis 244 LUCAS tência consciente após a m orte — bem como o sofri mento consciente reservado aos ímpios em seguida a essa experiência — as Testemunhas de Jeová estendemse sobremaneira na tentativa de reinterpretá-la. Eles ar gumentam que “o hom em rico representa os líderes re ligiosos que são favorecidos com privilégios espirituais e oportunidades, e Lázaro representa as pessoas comuns, famintas por serem espiritualmente alimentadas” . Elas dizem que “uma vez que o hom em rico e Lázaro não são literalmente pessoas, mas simbolizam classes de pes soas, logicamente as suas mortes são também simbóli cas” . A “m orte” deles simboliza m orrer para as circuns tâncias anteriores. N o plano de Deus,“a classe penitente de Lázaro morre para a sua prévia condição espiritual de privações, passando a ocupar uma outra posição que é alcançada através do favor divino” . Em contraste,“aque les que formam a classe do hom em rico sofrem uma situação desfavorável por parte de Deus devido à sua persistente recusa em aceitar a mensagem do reino ensi nada por Jesus” . O “torm ento” a que esta passagem se refere é a dor causada pela mensagem justa de Jesus e dos seus discípulos nas pessoas ímpias (The greatest M an who ever lived, 1991, seção 88). C O R R IG IN D O A M Á IN T E R PR E T A Ç Ã O : Se as pessoas, por ocasião da morte, simplesmente sofrem um lapso, passando a um estado inconsciente, então os co mentários de Jesus nesta passagem perdem o seu signifi cado. A elaborada reinterpretação oferecida pela Socie dade Torre de Vigia ultrapassa completamente os limites da credulidade. Os eruditos têm observado que, sempre que Jesus ensinava, dava exemplos de situações da vida real. Ele falou, por exemplo, de um tesouro enterrado em um campo, de uma festa de casamento, de um hom em tra 245 R E S P O S T A À S S EI T A S balhando em uma vinha, de uma mulher varrendo a sua casa, de um pastor cuidando de suas ovelhas, e de um filho voltando ao lar após haver desperdiçado o seu di nheiro. Jesus nunca ilustrou um ensino através de exem plos falsos. Sendo esse o caso, devemos obrigatoriamen te concluir que em Lucas 16 Jesus está dando um ensi namento baseado em uma situação da “vida real” — envolvendo a existência consciente após a morte. Certa mente o verso está em perfeita harmonia com outros versos que ensinam a respeito da existência consciente na vida futura (veja Lc 23.46; At 7.59; 2 Co 5.6-8; l:l 1.21-23; 1 Te 4.13-17;Ap 6.9,10). Jesus nunca se referiu a esta história real como se fora uma “parábola”, e, de m odo diferente de parábolas, que nunca utilizam nomes reais de pessoas, nesse episódio Jesus utilizou o nome real (Lázaro) de uma pessoa. L U C A S 1 7 .2 1 — A declaração de Jesus de que “<> Reino de D eu s está entre v ó s” significa que qual quer reino humano seja irreal? A MÁ IN TERPRETAÇÃO : Jesus disse em Mateus 4 .17: “E chegado o R eino dos céus”, e em Lucas 17.21 qm* ele está “em vosso m eio”, ou “entre vós”. De acordo com a fundadora da seita Ciência Cristã, Mary Baker Eddy, isso significa que “O reino de Deus está em todos os lugares e é supremo, e por essa razão segue-se que o reino humano não está em parte alguma, e certamente é irreal” (Eddy, 35). Eddy conclui que qualquer coisa que não seja divina é irreal. C O R R IG IN D O A M Á IN T E R P R E T A Ç Ã O : Não existe qualquer justificativa para a pretensão da seita ( 'i ência Cristã quando afirma que tudo aquilo que n.iti seja divino seja irreal. Jesus, em Lucas 17.21, está afit 24 6 LUCAS mando a presença do R eino de Deus, e não negando a existência de qualquer coisa oposta a ele. N a realidade, Jesus afirma nas demais passagens a existência de Satanás e de seu reino (Mt 4.8), falando também da eterna sepa ração entre eles e o R eino de Deus (Mt 25.41). Este é um exemplo óbvio de algo “real” mas não divino. A re alidade de Satanás é atestada em outra passagem — o encontro pessoal entre ele e Jesus e a discussão entre ambos durante a tentação no deserto (Mt 4.1-11). L U C A S 17.21 — Este verso indica que a raça hu mana é divina, como argumentam os adeptos da seita Ciência Cristã? A M Á IN T E R PR E T A Ç Ã O : Em Lucas 17.21,Jesus dis se: “Porque eis que o R eino de Deus está entre vós” . Os cientistas cristãos alegam algumas vezes que Jesus estava aqui dizendo que o ser humano é divino, sendo portan to sem pecados e eterno (Eddy, págs. 475-77). C O R R IG IN D O A M Á IN T E R P R E T A Ç Ã O : O sig nificado do que Jesus disse não é que o R ein o de Deus estivesse de fato “dentro de vós” , porque Jesus estava falando diretamente aos fariseus, que eram os religio sos hipócritas daqueles dias. Certam ente Jesus não cria que o santo R ein o de Deus estivesse “ no interior” des ses homens. Outras interpretações a respeito deste ver so são m uito mais plausíveis. Muitos eruditos crêem que a frase traduzida como “ dentro de vós” na versão King James (do grego entos hymon) é m elhor traduzida com o “entre vós” (ou “em vosso m eio”). D e acordo com esse raciocínio, Jesus estava simplesmente dizendo que o R ein o de Deus está “ entre vós” porque Cristo, o R ei, está “entre vós” . O R ein o está presente porque o R e i está presente. 247 R E S P O S T A À S S EI T AS Outros intérpretes crêem que a frase seria melhor traduzida como “dentro de vossa possessão” ou ainda “a vosso alcance”. D e acordo com esse entendimento,Jesus estava dizendo que tudo o que os seus ouvintes deveri am fazer era reconhecer que Ele era o prometido Rei e Messias, e, dessa forma, determinaria a entrada deles no reino. Mas os fariseus a quem Jesus estava se dirigindo o rejeitaram como R ei e Messias. Seja qual for a interpretação correta Jesus, com toda a certeza, não estava dizendo que os seres humanos po dem tornar-se divinos. Para conhecimento da argumen tação bíblica contrária à idéia de que seres humanos po dem tornar-se deuses, veja neste livro a discussão a res peito de Gênesis 1.26. L U C A S 1 8 .1 8 -2 3 — Jesus estava ensinando ao j o vem e rico príncipe que a salvação é alcançada atra vés das obras? A M Á IN TE R PR E T A Ç Ã O : Os católicos romanos crê em que os trabalhos meritórios são uma condição para .1 salvação (veja nossos comentários a respeito de R 0111.1 nos 2.6,7). A passagem de Lucas 18.18-23 é algumas vc zes citada como prova dessa idéia, uma vez que Jesus respondeu à pergunta “Q ue hei de fazer para herdar .1 vida eterna?” , dizendo ao jovem e rico príncipe quv guardasse os mandamentos (v. 20). C O R R IG IN D O A M Á IN TE R PR E T A Ç Ã O : N.io existe nenhuma evidência nesta ou em qualquer ouii.i passagem de que Jesus tenha ensinado que as boas ohr.is sejam urna condição para a salvação. A resposta de Jesus não deve ser vista como um intento de mostrar um pl.i no de salvação, mas como uma prova da condenação do jovem. A lei não salva (R m 3.28), mas ela condena (km 248 LU CAS 3.19). A “lei nos serviu de aio, para nos conduzir a Cris to, para que, pela fé, fôssemos justificados” (G1 3.24). Je sus estava procurando mostrar ao jovem que ele estava condenado diante da lei. A indisposição em dar o seu dinheiro aos pobres revelou que ele não havia sequer guardado o primeiro grande mandamento — amar a Deus mais do que ao seu dinheiro ou do que qualquer outra coisa (confira M t 22.36,37). Além do mais, Jesus estava mostrando que até mesmo a pergunta do príncipe rico era confusa. N inguém “faz” o que quer que seja para receber uma herança, de qual quer espécie, inclusive a vida eterna. U m a “herança” é um presente. Na verdade, a vida eterna é apresentada ao longo de toda a Bíblia como um presente (Jo 3.36; 5.24; 20.31; R m 6.23; 1 Jo 5.13). E não é possível que uma pessoa trabalhe por um presente. Com o disse Paulo,“Ora, àquele que faz qualquer obra, não lhe é imputado o galardão segundo a graça, mas segundo a dívida. Mas, àquele que não pratica, porém crê naquele que justifica o ímpio, a sua fé lhe é imputada como justiça” (Rm 4.4,5). A única “obra” através da qual alguém pode ser salvo é a “fé” . Q uando foi perguntado a Jesus “Q ue fare mos para executarmos as obras de Deus?” ,Jesus respon deu:1^ obra de Deus é esta: que creiais naquele que ele enviou” 0o 6.28,29). L U C A S 2 3 .4 3 — E ste verso indica que não há uma existência consciente após a morte? A M Á IN T E R P R E T A Ç Ã O : Em Lucas 23.43 lê-se:“E disse-lhe Jesus: Em verdade te digo que hoje estarás comigo no Paraíso” . Em contraste, a tradução Novo M undo (das Testemunhas de Jeová) traz este verso do seguinte modo: “E Ele lhe disse: verdadeiramente te digo hoje, que estarás comigo no Paraíso” .As testemu 249 R E S P O S T A À S S EI T AS nhas de Jeová colocam a vírgula após a palavra “hoje” para evitar que o ladrão estivesse com Jesus no paraíso “h oje” — isto é, para evitar o ensino que mostra que há uma existência consciente após a morte. Dizem que essa promessa será cumprida quando Jesus “governar como R ei no céu e ressuscitar o seu arrependido mal feitor para uma vida na terra, no paraíso que os sobre viventes do A rm agedom e seus companheiros terão o privilégio de cultivar” (Thegreatest M an who ever lived, 1991, seção 125). C O R R IG IN D O A M Á IN TER PR ET A Ç Ã O : Exis tem fortes evidências para que se rejeite essa interpreta ção. Não existe no texto grego nenhuma garantia de que seja apropriado inserir a vírgula onde a tradução Novo M undo a coloca. Das setenta e quatro vezes em que aparece a frase “Em verdade te digo” nos Evange lhos traduzidos do grego, Lucas 23.43 é o único lugar onde a tradução Novo M undo coloca a vírgula desse modo — uma exceção que parece ter sido motivada pelo desejo de evitar que se ensine a respeito da existên cia da consciência após a morte. Nesse contexto, o ladrão aparentemente pensou que Jesus viria com poder, no escatológico fim do mundo. Hlo pediu que Jesus se lembrasse dele naquela ocasião. Mas Jesus prometeu ao ladrão algo muito melhor:“Hcye [e não somente no final do m undo], estarás comigo no Paraíso", Essa interpretação está de acordo com os ensinos re petidos em outras passagens das Escrituras, que dizem que a alma permanece consciente no intervalo entre a m orte e a ressurreição (SI 16.10,11; M t 17.3; 2 Co 5.H; F1 1.23; Hb 12.23; Ap 6.9). L U C A S 2 4 .2 3 — A s aparições de Jesus, quando res suscitado, foram físicas ou meras visões? 250 LUCAS A M Á IN T E R P R E T A Ç Ã O : Nesta passagem, Lucas pa rece dizer que o corpo da ressurreição de Jesus foi uma “visão” . Isso implica que não tenha sido uma aparição realmente física. As Testemunhas de Jeová negam que Jesus tenha sido fisicamente ressuscitado dos mortos, mas dizem que Ele foi ressuscitado com o um ser espi ritual e “materializado” em várias ocasiões para provar que havia “ressuscitado” (Aid to Bible understandinç, Í 9 71, pág. 1395). C O R R IG IN D O A M Á IN T E R PR E T A Ç Ã O : As apa rições após a ressurreição foram literais; foram aparições físicas. A passagem citada, Lucas 24.23, não se refere a ver Jesus. Refere-se às mulheres vendo anjos no túmulo, e não a Cristo. Os Evangelhos jamais falam de uma apari ção do Cristo ressurreto como uma visão, e nem Paulo em 1 Coríntios 15. Os encontros posteriores à ressurreição de Cristo são descritos por Paulo como “aparições” literais (1 Co 15.5-8), e não como visões.A diferença entre uma mera visão e uma aparição física é significativa.Visões são rela cionadas a realidades espirituais, invisíveis, tais como Deus e os anjos. Aparições, por outro lado, referem-se a obje tos físicos que podem ser vistos com os olhos. As visões não possuem nenhuma manifestação física a elas associ adas, mas as aparições, sim. As pessoas algumas vezes “vêem ” ou “ouvem ” algo em suas visões (Lc l.ll- 2 0 ;A t 10.9-16), mas não através dos seus sentidos físicos. Quando alguém viu anjos a olho nu ou teve algum contato físico com eles (Gn 18.8; 32.24; D n 8:18) não ocorreu uma visão, mas sim uma aparição do anjo no mundo físico. Durante essas aparições, os anjos assumiram temporariamente uma forma visível; depois disso, retornaram ao seu estado normal e invisível. C on tudo, as aparições de Cristo já ressuscitado foram expe- 251 R E S P O S T A À S S EI T A S riências nas quais se viu a Cristo com olhos físicos em sua forma física contínua e visível. VISÃO APARIÇÃO Trata de uma realidade espiritual Refere-se a um objeto físico Não há manifestações físicas Há manifestações físicas Daniel 2, 7 1 Coríntios 15.5-8 2 Coríntios 12.1-5 Atos 9.1-8 Certamente, o m odo mais comum de se descrever um encontro com o Cristo ressurreto é intitulá-lo como uma “aparição”. Essas aparições foram acompanhadas de manifestações físicas, tais como a voz audível de Jesus, o seu corpo físico marcado com as cicatrizes da crucifica ção, sensações físicas (tais como toques), e o ato de co m er em três ocasiões. Esses fenômenos não são pura mente subjetivos ou internos — eles envolvem uma re alidade física, externa. A discussão de que a experiência de Paulo deve ter se tratado de uma visão pelo fato de não terem visto a Cristo aqueles que o acompanhavam é infundada, uma vez que eles, fisicamente, tanto ouviram o som como viram a luz, do mesmo m odo que Paulo. Com a diferença de que apenas Paulo olhou para dentro da luz; então somente ele viu Jesus.Veja nossos comentários a respeito do texto em Lucas 24.31,39. L U C A S 2 4 .3 1 — Jesus se desmaterializou quando subitamente desapareceu na presença dos discípulos? 252 LUCA S A M Á IN T E R P R E T A Ç Ã O : Jesus foi capaz não apenas de, repentinam ente, aparecer após a sua ressurreição (veja, por exemplo, Jo 20.19), mas Ele tam bém era ca paz de desaparecer instantaneamente. Isso é uma evi dência, conform e alegam alguns críticos, de que Jesus se desmaterializava nessas ocasiões? Esta é uma im por tante questão, pois as Testemunhas de Jeová dizem que Cristo meramente se “materializava” em várias ocasi ões com a finalidade de provar a sua “ressurreição”, e então se “desmaterializava” (A id to Bible understanding, 1971, pág. 1395). C O R R IG IN D O A M Á INTERPRETAÇÃO : Jesus res suscitou no mesmo corpo físico, porém glorificado, com o qual morreu. Tal corpo constitui uma importante di mensão de sua contínua humanidade tanto antes (confi ra Jo 1.14), como depois (Lc 24.39; 1 Jo 4.2) da sua res surreição. O fato de Ele ser capaz de, rapidamente, apa recer ou desaparecer não diminui a sua humanidade, mas a realça. Esse fato revela que embora o corpo posterior à ressurreição possuísse mais poderes do que o corpo an terior à ressurreição, ele não era menos físico. Isto é, ele não deixou de ser um corpo material, mesmo que atra vés da ressurreição tenha ganho poderes que vão além daqueles que possuem os corpos físicos normais. E característica própria de um milagre o ser imediato, de m odo oposto ao processo gradual natural. Quando Jesus tocou a mão do homem, “logo [imediatamente] ficou purificado da lepra” (Mt 8.3). Semelhantemente, à ordem de Jesus o paralítico “levantou-se e, tomando logo |imediatamente] o leito, saiu em presença de todos” (Mc 2.12a). Q uando Pedro proclamou que o hom em nasci do paralítico fosse curado,“logo [imediatamente] os seus pés e tornozelos se firmaram. E, saltando ele, pôs-se em pé, e andou” (At 3.7,8a). 253 R E S P O S T A À S S EI T AS Filipe foi instantaneamente transportado da presença do eunuco etíope em seu corpo físico pré-ressurreto. () texto diz que depois que Filipe batizou o eunuco, “o Espírito do Senhor arrebatou a Filipe, e não o viu mais o eunuco” (At 8.39). Em um momento, Filipe está com o eu n u co ; no m o m e n to seg u in te, ele re p e n tin a c miraculosamente desaparece e aparece mais tarde em uma outra cidade (At 8.40). U m fenômeno como esse não requer um corpo imaterial. Por isso, aparições e desapa recimentos repentinos não são provas do imaterial, mas do sobrenatural. L U C A S 2 4 .3 1 — Se Jesus tinha, após a sua ressur* reição, o mesmo corpo físico, p o r que os seus discípu los não o reconheceram? A M Á IN TER PR ET A Ç Ã O : Dois discípulos caminha ram com Jesus, conversaram com Ele, e ainda assim nao o reconheceram. Outros discípulos tiveram a mesma ox periência (veja os versos abaixo). Se Ele ressuscitou no mesmo corpo físico (confira Lc 24.39 e Jo 20.27), então por que é que eles não o reconheceram? As Testemunhas de Jeová procuram explicar esse fato alegando que Jesus se “materializava” para os seus discípulos em “corpos" diferentes daquele que foi depositado no túmulo (.Despertai], 22 de julho de 1973, pág. 4). C O R R IG IN D O A M Á INTERPRETAÇÃO : Jesus irs suscitou no mesmo corpo de carne e ossos no qual mor reu (veja nossos comentários sobre 1 Co 15.37).Várias razões são capazes de explicar por que Ele não foi imc diatamente reconhecido pelos seus discípulos: 1. O embotamento — Lc 24.25,26 2. A incredulidade — Jo 20.24,25 3. A decepção— Jo 20.11-15 254 LUCA S 4. O pavor — Lc 24.36,37 5. O embaçamento da luz por ocasião da aurora — Jo 20.1,14,15 6. A distância — Jo 21.4 7. As roupas diferentes — Jo 19.23,24 (confira 20.6-8) Observe, contudo, que o problema era apenas tem porário, e antes que cada aparição se findasse, eles estavam absolutamente convencidos de que se tratava do mesmo Jesus, no mesmo corpo físico de carne, ossos e cicatrizes que Ele possuía antes da ressurreição. E eles saíram de sua presença para virar o m undo de pontacabeça, enfrentando a m orte sem qualquer receio, por que não tinham sequer a m enor dúvida de que Ele havia vencido a m orte no mesmo corpo físico no qual a experimentara. L U C A S 2 4 . 3 4 — J e s u s esta va in v is ív e l a n te s e após as ocasiões e m q u e apareceu? A MÁ IN TE R PR E T A Ç Ã O : As expressões “Depois foi visto” e “Por derradeiro de todos me apareceu também a mim” significam “Ele se fez visível” a eles (confira 1 Co 15.5-8), dizem as Testemunhas de Jeová, como argumento de que o Jesus ressuscitado não era essencialmente ma terial (veja a argumentação a respeito de Lc 24.23,31). C O R R IG IN D O A M Á IN TER PR ETA Ç Ã O : Está cla ro que o corpo com o qual Jesus ressuscitou era essencial mente material. Era um corpo que podia ser visto pelas pessoas através de seus olhos naturais durante as aparições. Idas são descritas pelo termo horao (que significa “ver”). I .nibora esse termo algumas vezes seja empregado quan do se trata de ver realidades invisíveis (confira Lc 1.22; 24.23), ele freqüentemente significa ver através dos olhos lísicos.João emprega o mesmo termo horao para referir-se 255 R E S P O S T A À S S EI T AS a ver Jesus em seu corpo terrestre antes da ressurreição (6.36; 14.9; 19.35), e também quando se refere a vê-lo em seu corpo ressuscitado (20.18,25,29). O mesmo termo para corpo (soma) é utilizado para Jesus antes e depois da ressurreição (confira 1 Co 15.44 e Fl 3.21). Mesmo a frase “Depois foi visto” (no passivo aoristo, ophthe) simplesmente significa que Jesus tom ou a inici ativa de mostrar-se aos discípulos, e não que Ele fosse essencialmente invisível. A mesma forma (“se viram cara a cara”) é utilizada no Antigo Testamento grego (2 C r 25.21), na versão apócrifa (1 Macabeus 4.6), e no Novo Testamento (At 7.26), referindo-se a seres puramente humanos, aparecendo em corpos físicos normais. N es ta forma passiva, o term o significa iniciar uma aparição que seja vista publicamente, mover-se de um lugar em que não se é visto para um lugar onde se é visto. Isto significa, de m odo mais geral, “passar a ser visto”. Não existe nenhum a razão para com preender esse term o como se ele se referisse a algo que por natureza fosse invisível e se tornasse visível, como alguns o compre endem. Nesse caso, isso significaria que esses seres h u manos, em seus corpos normais, anteriores à ressurrei ção, seriam essencialmente invisíveis antes que fossem vistos por outras pessoas. O mesmo evento que é descrito como “Depois foi visto” ou “me apareceu também a m im ” (aoristo passi vo), como na aparição de Jesus a Paulo (1 Co 15.8), tam bém é descrito no modo ativo nas demais passagens. Paulo escreveu a respeito de tal experiência nesse mesmo livro: “Não vi eu a Jesus Cristo, Senhor nosso?” (1 Co 9.1). Mas se o corpo da ressurreição pode ser visto fisicamen te, então ele não é invisível até que se faça visível por intermédio da “materialização” alegada. Jesus também desapareceu da presença dos discípulos em outras ocasiões (veja Lc 24.51;At 1.9). Mas se Ele era 256 LUCAS capaz de repentinamente desaparecer, bem como do mesmo modo aparecer, então a sua habilidade de apare cer não pode ser tomada como uma evidência de que o seu corpo ressurreto fosse essencialmente invisível. Pelo mesmo raciocínio, a sua habilidade de desaparecer re pentinamente poderia ser utilizada como evidência de que o seu corpo era essencialmente material, podendo repentinamente tornar-se imaterial. Existem muito mais explicações razoáveis a respeito das exaustivas discussões sobre as “aparições” iniciadas pelo próprio Senhor Jesus. Primeiramente, elas eram a prova de que Ele havia vencido a m orte (At 13.30,31; 17.31; R m 1.4). Jesus disse: “Eu sou... o que vivo e fui morto, mas eis aqui estou vivo para todo o sempre. Amém. E tenho as chaves da m orte e do inferno” (Ap 1.17,18; confira Jo 10.18). As traduções “Depois foi visto” e “me apareceu” (1 Co 15.5-8) são uma maneira perfeita de começar a expressar o seu próprio triunfo. Ele era sobe rano tanto sobre a m orte como sobre as suas aparições após a ressurreição. Além do mais, nenhum ser humano assistiu de fato ao m om ento da ressurreição. Mas o fato de Jesus ter apare cido repetidamente, no mesmo corpo, por cerca de qua renta dias (At 1.3) a mais de quinhentas pessoas diferen tes (1 Co 15.6), em doze diferentes ocasiões, é uma evi dência incontestável de que Ele realmente ressuscitou fisicamente dos mortos. De forma sucinta, a razão para tanta ênfase a respeito das muitas aparições de Cristo não se deve ao questionamento se o corpo da ressurrei ção era essencialmente invisível ou imaterial, mas para mostrar que a ressurreição foi de fato material e imortal. Sem um túmulo vazio e as repetidas aparições do mes mo corpo que uma vez foi nele sepultado não haveria nenhuma prova da ressurreição. Então, não é de forma alguma surpreendente que a Bíblia dê forte ênfase às 251 R E S P O S T A À S S EI T AS muitas aparições de Cristo. Elas são a prova real da res surreição física. L U C A S 2 4 .3 9 — Jesus se acomodou às idéias equi vocadas dos seus discípulos, que falaram da ressur reição do seu corpo como “carne e ossos”, como mantém a seita Ciência Cristã? A M Á IN TER PR ETA Ç Ã O : Em Lucas 24.39Jesus dis se aos discípulos: “Vede as minhas mãos e os meus pés, que sou eu mesmo; apalpai-me e vede, pois um espírito não tem carne nem ossos, como vedes que eu tenho”. Os intérpretes da seita Ciência Cristã dizem que pelo fato de a morte ser uma ilusão, Jesus não m orreu real mente na cruz. Não é possível existir uma ressurreição física e literal, pois não existe algo como a morte. Os discípulos estavam então equivocados quando pensaram que Jesus tinha morrido. Quando Jesus falou a respeito de seu “corpo ressuscitado” como “carne e ossos”, Ele estava simplesmente acomodando-se às idéias imaturas dos seus discípulos (Eddy, 593). C O R R IG IN D O A M Á IN T E R PR ET A Ç Ã O : Existem numerosos problemas na visão da seita Ciência Cristã a respeito desse verso. Em primeiro lugar, se Jesus referiu-se ao seu corpo ressuscitado como sendo um corpo de “carne e ossos”, meramente para acomodar-se às idéias imaturas dos seus discípulos, então Jesus estava enganan do-os escandalosamente, fazendo com que pensassem que Ele possuía um corpo, quando na realidade Ele não o possuía.Tal visão faz do Salvador um mentiroso — colo cando, dessa maneira, em questão, tudo aquilo que Ele disse. Certa ocasião, Jesus desafiou Tomé a que pusesse o dedo na ferida que havia em sua mão e que tocasse a 258 LUCAS chaga existente em seu lado, dizendo-lhe: “Não sejas in crédulo, mas crente” (Jo 20.27).Apresentando como sua identidade as marcas das feridas,juntamente com o cor po que possuía antes da ressurreição, a única impressão que estas palavras poderiam ter deixado nas mentes dos discípulos era que Jesus estava reivindicando ter ressusci tado literalmente no mesmo corpo material em que morrera. Contudo, se Ele não tivesse ressuscitado nesse corpo físico, estaria intencionalmente conduzindo os seus discípulos por um caminho errado. O u Jesus ressuscitou no mesmo corpo material em que morreu, ou mentiu. Em segundo lugar,.existem nas Escrituras numerosas provas de que Jesus ressuscitou dos mortos em um cor po físico e material. Em Lucas 24.37-39, Jesus afirmou enfaticamente que espíritos não possuem corpos mate riais (físicos), como Ele possuía. Numerosas testemunhas oculares — incluindo mais de quinhentas de uma só vez — viram o Cristo ressurreto (1 Co 15.6). Falando a res peito da ressurreição de Cristo, Pedro insistiu que “nem a sua carne viu a corrupção” (At 2.31). Escrevendo após a ressurreição, João declarou que Jesus “veio em carne” (1 Jo 4.2; confira 2 Jo 7). O uso do particípio perfeito [“veio”] em 1 João 4.2 implica que Jesus veio em carne no passado e permaneceu em carne quando João redi giu estas palavras após a ressurreição. O corpo que dei xou a sepultura na manhã da Páscoa foi visto (Mt 28.17), ouvido (Jo 20.15,16), e até mesmo tocado (Mt 28.9). Jesus se alimentou com comida por pelo menos quatro vezes após a ressurreição (Lc 24.30;24.42,43;Jo 21.1.2,13; At 1.4), provando, desse modo, que Ele tinha um corpo físico. Em terceiro lugar, a partir de uma perspectiva históri ca, para que alguém abrace a interpretação da seita Ci ência Cristã, é preciso que acredite mais nas alegações de uma mulher que viveu dezoito séculos após os dias de 259 R E S P O S T A À S S Et T AS Cristo do que nas alegações de numerosas testemunhas oculares que de fato viram o Cristo ressurreto (1 Co 15.5,6). E muitas dessas testemunhas oculares entrega ram a própria vida, defendendo a verdade daquilo que conheciam e sabiam ser verdadeiro. 260 CAPÍTULO 25 JOÃO J O à O 1.1 — Jesus é D eu s ou apenas um deus? A M Á IN T E R PR E T A Ç Ã O : A tradução Novo Mundo, das Testemunhas de Jeová, mostra esse verso do seguinte modo: “A Palavra [Cristo] era um deus” (a inserção foi adicionada pelos autores). A revista Torre de Vigia afirma que “pela ausência do artigo definido ‘o ’ (hó), isso signi fica que Cristo é apenas um deus, e não o D eus” (Revis ta Torre de Vigia, 7 de dezembro de 1995, pág.4). Eles acreditam, de fato, que Jesus é apenas um ser criado, Miguel o Arcanjo (Revista Torre de Vigia, 15 de maio de 1969, pág.307). O texto grego de João 1.1 “não está dizendo que a Palavra (Jesus) era como o Deus com quem Ele estava mas, antes, que a Palavra era semelhante a um deus, R E S P O S T A À S S EI TA S divina, um deus” (Reasoning from the Scriptures, 1989, pág.212). C O R R IG IN D O A M Á IN T E R PR E T A Ç Ã O : Não é correto traduzir esse verso como “A Palavra era um deus”, e também não é correto negar a divindade de Cristo. A completa divindade de Cristo é apoiada por outras refe rências em João (por exemplo, 8.58; 10.30; 20.28), bem como ao longo de todo o Novo Testamento (por exem plo, Cl 1.15,16; 2.9;Tt 2.13; Hb 1.8). Além do mais, não é necessário traduzir substantivos no grego que não es tejam acompanhados de artigos definidos como se esti vessem acompanhados por um artigo indefinido (pois não existem artigos indefinidos no grego). Em outras palavras, theos (“D eus”) sem estar acompanhado pelo ar tigo definido “o ” (hó), não deve ser traduzido como “um deus” , como as Testemunhas de Jeová fizeram quando se referiram a Cristo. E importante destacar que o termo “theos” sem o artigo definido “'hó” é utilizado no Novo Testamento referindo-se ao Deus Jeová. A falta do artigo defmido em Lucas 20.38, referindo-se a Jeová, não sig nifica que Ele seja um Deus menor; assim como a falta do artigo definido em João 1.1, referindo-se ajesus,tam bém não significa que Ele seja um Deus menor. O fato é que a presença ou a ausência do artigo definido não al teram o significado fundamental do termo “theos”. Se João tivesse a intenção de dar à frase um sentido adjetivo (“que a Palavra era semelhante a um deus, ou divina um deus”), ele teria à disposição um adjetivo (theios) pron to, à mão, que poderia perfeitamente ter sido utilizado. Ao contrário,João diz que a Palavra é Deus (theos). De modo contrário às alegações da Sociedade l õ n v de Vigia, alguns textos do Novo Testamento utilizam o artigo definido referindo-se a Cristo como “o Deus” (hó theos). U m exemplo disso é João 20.28, ondeTomé di/ ,i 262 JOÃO Jesus: “Senhor meu, e Deus meu!” N o texto grego lê-se literalmente “O M eu Senhor e o meu Deus [hó theos]” (veja também M t 1.23 e H b 1.8). Então não importa se João utilizou ou não o artigo definido, no capítulo 1 e verso 1 — a Bíblia claramente ensina que Jesus é Deus, e não apenas um deus. Os eruditos gregos têm refutado completamente a tradução da Torre de Vigia. O doutor Julius Mantey, fa lando a respeito da tradução das Testemunhas de Jeová, referindo-se ao texto em João 1.1 diz: “99 por cento dos estudiosos do mundo que conhecem o idioma grego e ajudaram a traduzir a Bíblia estão em desacordo com as Testemunhas de Jeová” (Mantey, 3.3, 5). Q ue Jesus é Jeová (Yahweh) está claro, a partir do fato de que o Novo Testamento aplica a Jesus, de m odo con sistente, passagens e atributos que no Antigo Testamento eram aplicáveis apenas a Jeová (compare Ex 3.14 co m jo 8.58; Is 6.1-5 c o m jo 12.41; Is 44.24 com Cl 1.16; Ez 43.2 com Ap 1.15; Zc 12.10 com Ap 1.7). f ( ) A O 1.1 — E ste verso ensina que D eu s é impesso al, como M a ry B aker E ddy alegou? A M Á IN T E R PR E T A Ç Ã O : A líder da seita Ciência Cristã, Mary Baker Eddy, concluiu que a identificação da Palavra com Deus nesse verso implica que Deus seja uma divindade impessoal. Eddy disse: “Essa grande ver dade da impessoalidade e da individualidade de Deus... é o fundamento da Ciência Cristã” (Eddy, 117). C O R R IG IN D O A M Á IN TERPRETAÇÃO : A afir mação de que “o Verbo [logos] era Deus”, de maneira al guma implica em que Deus seja impessoal.“Deus” (theos) é o mesmo termo grego utilizado para referir-se a Deus ao longo de todo o Novo Testamento. E Deus é sempre 263 R E S P O S T A À S S EI TA S apresentado como um ser pessoal, que possui uma mente (Jo 10.15), que possui vontade (Jo 4.34; 7.17) e sentimen tos (Jo 4.23). Ele é um ser pessoal a quem os crentes po dem chamar “A ba”, um termo aramaico cujo significado impreciso é “papai” (Mc 14.36; R m 8.15; G1 4.6). Em segundo lugar, duas das três características de uma personalidade podem ser encontradas nessa mesma pas sagem. Deus é manifesto como a Palavra (logos) que sig nifica um discurso racional, ou a razão. E Deus escolheu por sua própria vontade criar (Jo 1.3). Finalmente, não existe nada impessoal a respeito do Verbo (a Palavra), porque Ele se fez carne (humano) e habitou entre nós (Jo 1.14). Ele se dedicou às relações pessoais, com os outros (humanos). J O à O 1.1 — Jesus preexistia apenas na presciência de D eus, como alegam algumas seitas, ou era Ele realmente o D eu s eterno? A M Á IN T E R P R E T A Ç Ã O : D e acordo com Paul Wierwille, fundador da seita O Caminho Internacional, Jesus não era Deus. “Com o é que Jesus estava com Deus no princípio? D o mesmo m odo como a Palavra escrita estava com Ele, isto é, na presciência de Deus... no Antigo Testamento, Jesus Cristo fazia parte da presciência de Deus, e da pres ciência do povo de Deus, à medida que Deus revelou esse conhecimento profético a eles. Q uando Jesus Cris to nasceu, Ele veio à existência. A presciência tornou-se uma realidade [citado em Martin, 87]. C O R R IG IN D O A M Á IN T E R PR ET A Ç Ã O : Todas as evidências são contrárias à conclusão de Wierwille. João afirma que o Verbo (logos) era uma pessoa (Jo 1.14), e não uma mera idéia no pensamento de Deus, como 264 JOÃO seria o conhecimento. O texto não diz, com o alega Wierwille, que “a presciência” estava eternamente no pensamento de Deus e que “a presciência” se fez carne e habitou entre nós. Mas o texto diz que “oVerbo [Cristo] era Deus” (Jo 1.1) por toda a eternidade — e que essa mesma pessoa (e não a presciência de Deus a respeito dela) “se fez carne e habitou entre nós” (1.14). João, referindo-se a Cristo, diz: “oVerbo [logos]” estava “com Deus” (1.1) eternamente. O conhecimento não estaria “com ” Deus. Deus teria sabedoria, mas ela não estaria com Ele. O term o “com ” implica o outro lado de um relacionamento íntimo. Cristo é outra pessoa na Trin dade, e não a mesma pessoa que o Pai. U m a quantidade numerosa de versos contidos no Novo Testamento declaram a completa divindade de Cristo (por exemplo, Jo 20.28; Cl 2.9;Tt 2.13; H b 1.8). J O A O 1 .1 4 — Este verso quer dizer que quando Jesus se tornou um ser humano, Ele perdeu a sua divindade, como Herbert A rm strong argumentou? A M Á IN TE R PR E T A Ç Ã O : Em João 1.14 lemos:“E o Verbo se fez carne e habitou entre nós, e vimos a sua glória, como a glória do U nigênito do Pai, cheio de gra ça e de verdade” . Herbert Armstrong, fundador da seita Igreja Mundial de Deus, tom ou a frase “oVerbo se fez carne” e concluiu que ela significava “converteu-se em carne”. Cristo, o Verbo, não assumiu meramente uma natureza humana adicional; antes, Ele experimentou uma metamorfose, tornando-se em carne humana. Ele pas sou a ser exclusivamente humano. C O R R IG IN D O A M Á IN TE R PR E T A Ç Ã O : Fazer referência ao Antigo Testamento nos ajuda a compreen der o que João está dizendo nesse importante verso. As 265 R E S P O S T A À S S EI T A S palavras escolhidas por João para descrever a encarnação são altamente reveladoras. A frase “ [Jesus] habitou entre nós” torna-se ainda mais precisa se traduzida como “fez a sua habitação entre nós” ou “arm ou a sua tenda [tabernáculo] entre nós”. Utilizando essa terminologia, João estava extraindo a essência do Antigo Testamento — [Jesus] “armou o seu tabernáculo” entre nós remete diretamente ao tabernáculo das peregrinações de Israel pelo deserto, no Antigo Testamento. O povo de Deus foi instruído para que erigisse o tabernáculo com a finalida de de lembrá-los que o lugar da habitação de Deus esta va entre eles. Exodo 25.8 cita Deus declarando: “E me farão um santuário, e habitarei no meio deles”. Daí, como Deus anteriormente habitou entre o seu povo nos tem pos do Antigo Testamento, no tabernáculo que foi erigido por eles, então agora, em um sentido mais completo, Ele tem estabelecido residência na terra em um tabernáculo de carne humana. Além do mais, o fato de João utilizar o termo grego eskênôsen (“armou o seu tabernáculo”) torna-se ainda mais significativo quando nos damos conta de que a gló ria que resultou da imediata presença do Senhor no tabernáculo vem associada ao termo shekinah, que se re fere à radiante glória, ou radiante presença de Deus ha bitando no meio do seu povo. Q uando Cristo se fez carne (Jo 1.14), a gloriosa pre sença de Deus estava completamente incorporada nEle, pois Ele é o verdadeiro shekinah. A mesma glória que Moisés contemplou no tabernáculo em Exodo 40.3.438 foi revelada na pessoa de Jesus Cristo no m onte da transfiguração (Mt 17). E ainda mais, é crucial reconhecer que Cristo, o logos, não cessou de ser o logos quando “se fez carne” . Cristo ainda tinha a plenitude da glória shekinah em si mesmo, mas essa glória estava encoberta para que Ele pudesse 266 JOÃO interagir no mundo da humanidade. O Verbo não cessou de ser aquilo que foi anteriormente; mas assumiu uma natureza adicional — uma natureza humana. Esse é o mistério da encarnação. Cristo, o logos, era completamen te Deus e completamente humano. A glória shekinah ha bitou no tabernáculo de carne de Jesus. E evidente que enquanto o corpo humano de Jesus foi, em um deter minado sentido, um “templo” no qual a glória shekinah habitou, o seu corpo não foi um paralelo exato em rela ção ao tabernáculo no Antigo Testamento. N o Antigo Tes tamento, Deus permanecia sempre distinto do tabernáculo, mesmo habitando no tabernáculo. N o Novo Testamento, aprendemos que Jesus, na encarnação, tom ou permanen temente sobre si mesmo a natureza humana. Daí, o corpo humano de Jesus não foi um mero templo que incorpo rou a glória, mas, antes, tornou-se uma parte muito real de sua pessoa como o Deus-homem. J O A O 2 .1 -1 1 — Esta passagem indica que Jesus se casou, como ensinam os mórmons? A M Á IN T E R PR E T A Ç Ã O : Os mórmons acreditam que a descrição da cerimônia de casamento em Caná da Galiléia, na verdade, é uma cerimônia na qual Jesus se casou com uma noiva judia (Van Gorden, 1995, 49). C O R R IG IN D O A M Á IN T E R P R E T A Ç Ã O : Os mórmons estão lendo algo nessa passagem que simples mente não está lá. Basta um simples olhar para o contex to para que se veja que ele indica que Jesus e os seus discípulos foram “convidados” para essa cerimônia e, portanto, não seria possível que se tratasse de seu pró prio casamento (veja o v. 2).Jesus é retratado,bem como <>s seus discípulos, como convidado nesse casamento, e não como o noivo. 267 R E S P O S T A À S S EI TA S Em nenhuma passagem do Novo Testamento existe qualquer referência a que Jesus tivesse uma esposa, em bora Ele mencione os seus demais parentes (Mt 13.55,56). Ao menos alguns de seus discípulos tinham uma esposa (Mt 8.14). Os Evangelhos registram até mesmo o tempo que Jesus passou com os seus amigos Lázaro, Maria e Marta. Mas não existe sequer uma palavra a respeito de qualquer tempo que Ele tenha passado com uma esposa. N a verdade, Ele não possuía um lar próprio (Lc 9.58). J O à O 3 .3 — O fa to de “nascer de novo ” indica que Jesus ensinou a doutrina da reencarnação? A M Á IN T E R PR ET A Ç Ã O : Alguns grupos sectários -— incluindo as seitas da Nova Era — citam esse verso para apoiar a visão de que Jesus ensinou que era necessário ser reencarnado. C O R R IG IN D O A M Á IN T E R PR ET A Ç Ã O : O que Jesus está ensinando nessa passagem não é a reencarna ção, mas sim a regeneração. A doutrina da reencarnação ensina que, depois que uma pessoa morre, ele ou ela entram em um outro cor po mortal para viverem novamente nesta terra. Esse pro cesso se repete sucessivamente, em um ciclo virtualmente interminável de nascimento, morte e renascimento, con tudo em um outro corpo mortal. Se Jesus estivesse de fendendo a doutrina da reencarnação, Ele deveria ter dito: “Aquele que não nascer de novo, e de novo, e de novo, e de novo...” A doutrina da reencarnação ensina que as pessoas m orrem sucessivamente, até que alcancem a perfeição (o Nirvana). Contudo, a Bíblia ensina claramente que “aos homens está ordenado morrerem uma vez, vindo, de pois disso, o ju ízo ” (Hb 9.27). Cada ser humano vive 268 JOÃO uma só vez como um mortal na terra, morre uma só vez, e então enfrenta o juízo. Nos versos seguintes, Jesus explica o que Ele quer dizer quando se refere a nascer de novo. Jesus diz:“Aquele que não nascer da água e do Espírito não pode entrar no R eino de D eus” (Jo 3.5). Embora existam divergências entre comentaristas a respeito do significado exato dessa “água” (veja nossos comentários a respeito de Jo 3.5), todos estão de acordo que não é possível que essa passa gem se refira à doutrina da reencarnação. Ser nascido novamente, então, é ser limpo de m eu pecado e receber a vida de Deus, pelo Espírito de Deus (R m 3.21-26; E f 2.5; Cl 2.13). Jesus ensinou que as pessoas decidem o seu eterno destino em uma única vida (Mt 25.46). Essa é precisa mente a razão pela qual o apóstolo Paulo enfatizou que “eis aqui agora o dia da salvação” (2 Co 6.2). J O à O 3 .3 — O fa to de os cristãos serem “nascidos de novo ” significa que D eu s divide a sua natureza divina com o nosso espirito humano, como sugerem alguns ensinadores da seita Palavra da Fé? A M Á IN T E R PR E T A Ç Ã O : Alguns ensinadores da sei ta Palavra da Fé dizem que, no m om ento do novo nasci mento, Deus divide a sua natureza conosco. Quando so mos nascidos de novo, Deus divide “a sua própria natu reza, a sua essência e o seu ser com o nosso espírito hu m ano” (Hagin, Word offaith, janeiro de 1978,pág.3). C O R R IG IN D O A M Á IN T E R PR E T A Ç Ã O : A in terpretação desse texto pela seita Palavra da Fé é um exemplo de eisegese ao invés de exegese. As Escrituras claramente contemplam o novo nascimento (do grego, anothen) como um nascimento espiritual. Ele não envol 26 9 R E S P O S T A À S S EI T A S ve uma mudança na essência ou na natureza (isto é, al guém tornar-se divino), mas antes, envolve o comparti lhar da vida para que se tenha um espírito humano sin gular, através de Deus (2 Co 5.17; T t 3.5). A sua trans formação espiritual transfere a pessoa do reino das trevas para o R eino de Deus (Cl 1.13). Para pertencer ao R e i no de Deus, uma pessoa precisa “nascer” para ele.E crucial compreender que, enquanto aqueles que são “nascidos de novo” tornam-se “novas criaturas” (2 Co 5.17), com toda a certeza continuam sendo criaturas. Para estudar a argumentação oferecida pelas Escri turas contra a idéia de que seres humanos podem tornar-se Deus, veja neste livro a discussão a respeito de Gênesis 1.26. J O à O 3 .5 — Este verso indica que apenas a “classe ungida ” será nascida de novo e viverá para sempre com D eu s no céu? A M Á IN T E R PR ET A Ç Ã O : As Testemunhas de Jeová ensinam que somente a classe ungida é nascida de novo, e não as “outras ovelhas”. O novo nascimento é necessá rio, dizem, para que se possa entrar no céu. “As ‘outras ovelhas’não necessitam nenhum outro nascimento como este, pois a sua meta é uma vida eterna no paraíso terres tre restaurado, como súditos do R e in o ” (Torre de Vigia, 15 de fevereiro de 1986, pág. 14). C O R R IG IN D O A M Á IN T E R PR ET A Ç Ã O : A pri meira Epístola de João 5.1a afirma que “Todo aquele que crê que Jesus é o Cristo é nascido de Deus” (ênfase adi cionada pelos autores). Daí, ser nascido de novo não pode ser meramente limitado a 144.000 pessoas.João 1.12 de clara: “Mas a todos quantos o receberam deu-lhes o po der de serem feitos filhos de Deus”. Qualquer pessoa 270 JOÃO que exerce a sua fé em Cristo é “nascida de novo” , e passa imediatamente a fazer parte da família eterna de Deus (1 Pe 1.23). O novo nascimento também confere ao crente uma nova capacidade e desejo de agradar ao Pai (2 Co 5.17). Todos aqueles que isso possuem dão evidências de que são nascidos de novo (confira 1 Jo 2.29; 3.9).Veja também neste livro os nossos comentári os a respeito de Apocalipse 7.4. J O A O 3 .5 — Este verso ensina que o batismo é uma condição necessária para a salvação? A M Á IN T E R PR E T A Ç Ã O : Jesus disse a Nicodemos que “aquele que não nascer da água e do Espírito não pode entrar no R eino de Deus” (Jo 3.5). Certos grupos, tais como os mórmons, citam esse verso como uma evi dência de que uma pessoa deve obrigatoriamente ser batizada para que seja salva (Talmage, 1977,129). C O R R IG IN D O A M Á IN TE R PR E T A Ç Ã O : O ba tismo não é necessário para a salvação (veja neste livro os nossos comentários a respeito de Atos 2.38). A salvação é dada pela graça, através da fé, e não através de obras de justiça (Ef2.8,9; T t 3.5,6).Mas o batismo é uma obra de justiça (Mt 3.15). O que é então que Jesus quis dizer quando se referiu a ser “nascido da água”? Existem três maneiras básicas para compreender isso, e nenhum a de las envolve a regeneração através do batismo. Alguns acreditam que Jesus esteja falando da água do ventre, uma vez que foi mencionado o “ventre m aterno” no verso anterior. Se for assim, então é como se Ele esti vesse dizendo: “a menos que sejais uma vez nascidos da água (em vosso nascimento físico), e então novamente pelo ‘E spírito’ em vosso nascim ento espiritual, não podereis ser salvos” . 271 R E S P O S T A À S S EI T AS Outros tomam a expressão “nascido da água” referin do-se à “lavagem da água, pela palavra” (Ef 5.26). Eles observam que Pedro se refere a ser nascido de novo atra vés da Palavra de Deus (1 Pe 1.23), que é exatamente ao que João está se referindo nesses versos (confira Jo 3.3,7). Outros ainda pensam que “nascer da água” refere-se ao batismo de João mencionado em João 1.26. João dis se que batizava com água para o arrependimento, dizendo:“Arrependei-vos,porque é chegado o Reino dos céus” (Mt 3.2). Mas Jesus batizaria com o Espírito Santo (Mt 3.11). Se esse é o significado, então quando Jesus disse que eles deveriam “nascer da água e do Espírito” (Jo 3.5), Ele queria dizer que os judeus daqueles dias deve riam passar pelo batismo de arrependimento pregado por João e também pelo batismo no Espírito Santo, an tes que pudessem “entrar no R eino de Deus” . J O A O 3 . 1 6 — A expressão “Filho unigênito” indica que Jesus Cristo é um ser criado? A M Á IN T E R PR ET A Ç Ã O : Esse verso se refere a Jesus como o “Filho unigênito” de Deus. As Testemunhas de Jeová dizem que Jesus é o Filho unigênito de Deus no sentido de que Ele tenha sido diretamente criado pela mão de Deus (Aid to Bible understanding, 1971, pág.918). Dizem que Ele é, por essa razão, um deus m enor do que Deus o Pai. C O R R IG IN D O A M Á IN TER PR ETA Ç Ã O : As pala vras “Filho unigênito” não significam que Cristo tenha sido criado, mas, antes, significam “singular” ou “o único da mesma espécie” (no grego, monogenês). Jesus era o Filho de Deus, de forma singular, por na tureza — o que significa que Ele era a própria natureza de Deus. E bastante expressivo o fato de que, diante da 212 JOÃO reivindicação de Jesus, certa ocasião, como Filho de Deus, seus contemporâneos judeus tenham interpretado que Ele reivindicava sua própria divindade sem estar qualifi cado para isso, e procurado apedrejá-lo.“Nós temos uma lei, e, segundo a nossa lei, [Jesus] deve morrer, porque se fez Filho de Deus” (Jo 19.7; as inserções foram adiciona das pelos autores). Eles pensaram que Jesus estivesse co m etendo uma blasfêmia porque Ele mesmo reivindicava para si a divindade. Muitos evangélicos crêem que a filiação de Cristo é eterna. A evidência para a filiação eterna de Cristo é encontrada no fato de que Ele é representado já como o Filho de Deus antes de seu nascimento humano em Belém (Jo 3.16,17; confira Pv 30.4). Hebreus 1.2 diz que Deus criou o universo através de seu “ Filho” — o que implica dizer que Jesus era o Filho de Deus antes da obra da criação. Além disso, fala-se de Cristo como o Filho, que Ele existiu “antes de todas as coisas” (Cl 1.17; confira com os w . 13,14). Do mesmo modo,Jesus,falan do com o Filho de Deus (Jo 8.54-56), afirma a sua preexistência eterna antes da existência de Abraão (v. 58). Vista sob essa luz, a identidade de Cristo como Filho de Deus não designa inferioridade ou subordinação, seja de essência ou de posição. f O A O 4 .2 3 — Esse verso indica que somente E>eus, o Pai — e não Jesus — deve ser adorado? A M Á IN TE R PR E T A Ç Ã O : João 4.23 diz:“Mas a hora vem, e agora é, em que os verdadeiros adoradores adora rão o Pai em espírito e em verdade, porque o Pai procu ra a tais que assim o adorem” . As Testemunhas de Jeová crêem que apenas o Pai deve ser adorado. Entendem que a Cristo se deve “reverência” (Torre de Vigia, 15 de fevereiro de 1983,18). 273 R E S P O S T A À S S EI TA S C O R R IG IN D O A M Á IN TER PR ET A Ç Ã O : O mes mo term o grego empregado quando se fala na adoração devida ao Pai (proskuneo), é utilizado no Novo Testamento quando se refere à adoração devida a Jesus. Jesus foi ado rado porTom é (Jo 20.28), por anjos (Hb 1.6), por sábios (Mt 2.11), por um leproso (Mt 8.2), por um príncipe (Mt 9.18), por um hom em cego (Jo 9.38), por uma mulher (Mt 15.25),pelas mulheres no sepulcro (Mt 28.9) e pelos discípulos (Mt 28.17). N o livro de Apocalipse, a adoração que o Pai recebe (4.10) é exatamente igual àquela adoração recebida por Jesus Cristo (5.11-14). J O à O 5 .2 8 ,2 9 — Jesus está defendendo a doutrina da salvação através das obras? A M Á IN TE R PR E T A Ç Ã O : Jesus diz no Evangelho de João que vem a hora em que todos os que estão nos sepulcros ouvirão a sua voz: “E os que fizeram o bem sairão para a ressurreição da vida; e os que fizeram o mal, para a ressurreição da condenação” (w. 28,29). Essa pas sagem parece indicar que a salvação é alcançada através das obras — uma característica comum às seitas, tais como as Testemunhas de Jeová e os mórmons (por exemplo, Smith, 1975,1.134). C O R R IG IN D O A M Á INTERPRETAÇÃO : N o prin cípio de seu Evangelho, João escreve: “Mas a todos quantos o receberam deu-lhes o poder de serem foi (os filhos de Deus, aos que crêem no seu nome, os quais nao nasceram do sangue, nem da vontade da carne, nem tia vontade do varão, mas de D eus” (Jo 1.12,13; a ênfase loi adicionada pelos autores). Jesus diz em João 3 .1 6 -1H: Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que n.m pereça, mas tenha a vida eterna. Porque Deus enviou o n c l c 274 cr<) JOÃO seu Filho ao mundo não para que condenasse o mundo, mas para que o mundo fosse salvo por ele. Q uem crê nele não é condenado; mas quem não crê já está condenado, porquanto não crê no nom e do unigênito Filho de Deus [ênfases adicionadas pelos autores]. Além do mais, em João 5.24, Jesus diz: “N a verdade, na verdade vos digo que quem ouve a minha palavra e crê naquele que me enviou tem a vida eterna” . A partir dessas passagens, fica claro que Jesus não defende a dou trina da salvação através das obras. As boas obras a que Jesus se refere em João 5.28,29 são aquelas que ocorrem após a salvação ter sido operada através da fé. Para ser salva, uma pessoa necessita da graça de Deus (Ef 2.8,9), mas a autêntica fé se expressa através das boas obras (v. 10). O apóstolo Paulo, no livro de Romanos, diz algo muito similar àquilo que Jesus proferiu em João 5.28,29. Em Romanos, Paulo diz que Deus “recompen sará cada um segundo as suas obras, a saber, a vida eterna aos que, com perseverança em fazer bem, procuram gló ria, e honra, e incorrupção; mas indignação e ira aos que são contenciosos e desobedientes à verdade e obedientes à iniqüidade” (Rm 2.6-8). Mas Paulo também escreveu: “Porque pela graça sois salvos, por meio da fé; e isso não vem de vós; é dom de Deus” (Ef 2.8). N a passagem de Komanos, Paulo não está se referindo à pessoa que alcan ça a vida eterna através de obras, mas do indivíduo que mostra a sua vida através de suas boas obras. Em Efésios, Paulo está dizendo que ninguém pode tentar se salvar atra vés das obras antes de receber a salvação pela graça.Veja lambém os textos de Tiago 2.17,18 contidos em nossos comentários a respeito de Tiago 2.21. / ( ) ÍO 5 .4 3 — Este verso indica que “Jesus"é o “nome do Pai ” (ou que o próprio Jesus é o Pai), como acredifam os adeptos da seita Unidade Pentecostal? 215 R E S P O S T A A S S EI TA S A M Á IN T E R PR E T A Ç Ã O : Je sus afirmou: “Eu vim em nom e de meu Pai, e não me aceitais” (Jo 5.43). Os adep tos da seita Unidade Pentecostal costumam interpretar a passagem “ em nome de meu Pai” como se o nome de Jesus fosse o próprio nom e do Pai (isto é, Jesus é o Pai) (Campbell, 1975, 43). C O R R IG IN D O A M Á IN T E R PR ET A Ç Ã O : A utili zação do termo “nom e” nesse verso está relacionada ao tema da autoridade. Enquanto muitos vêm em seus pró prios nomes ou autoridade, Jesus vem não em sua pró pria autoridade, mas na autoridade do Pai. De modo claro, então, esse verso, longe de indicar que Jesus seja o Pai, de fato aponta para a distinção entre o Pai e Jesus. U m vem na autoridade do outro.Veja também neste li vro as discussões a respeito de João 10.30 ejoão 14.6-11. J O A O 6 .5 3 a — Jesus disse que “comessem a sua carne”. E sta f o i a passagem que deu base ao ensino que os católicos romanos mais tarde chamaram de transubstanciação? A M Á IN T E R P R E T A Ç Ã O : Jesus disse: “ Se não comerdes a carne do Filho do H om em e não beberdes o seu sangue, não tereis vida em vós mesmos”. Os católi cos romanos utilizam esse verso para justificar a sua crença na transubstanciação — a visão de que os elementos da comunhão tornam-se, de fato, o corpo físico e o sangue de Cristo no m om ento da consagração. O Concilio de Trento fez dessa doutrina parte oficial da fé católica — “pela consagração do pão e do vinho, ocorre uma con versão completa das substâncias do pão nas substâncias do corpo de Cristo, nosso Senhor, bem como uma con versão completa das substâncias do vinho nas substâncias do seu sangue. Essa conversão é, de modo apropriado, 276 JOÃO chamada de transubstanciação, pela igreja católica” (Denzinger, no. 877,267,68). Ludwig Ott, uma autoridade católica, resume a argu mentação como exposto a seguir: A necessidade de aceitação de uma interpretação lite ral neste caso [de João 6.53] é, de qualquer modo, eviden te: a) A partir da natureza dos termos utilizados. Nota-se especialmente as expressões realísticas alethes brosis = ver dadeiro, comida real (verso 55); alethes posis = verdadeiro, bebida real (verso 55); trogon = morder, mastigar, comer (verso 54 e seqüência); b) A partir das dificuldades criadas por uma interpretação figurativa. Na linguagem bíblica, comer a carne de uma pessoa e beber o seu sangue, no sentido metafórico, significa perseguir a pessoa e destruíla de modo sangrento, conforme Salmos 26.2; Isaías 9.20; 49.26; Miquéias 3.3; c) A partir das reações dos ouvintes, aos quais Jesus não corrigiu, do mesmo modo como se comportara previamente em outros casos de mal-enten didos (confira Jo 3.3 e seq.; 4.32 e seq.; M t 16.6 e seq.). Nesse caso, pelo contrário, Ele confirma a aceitação literal por parte deles, das suas palavras, sob o risco de que os seus discípulos e os seus apóstolos desertassem (v. 60 e seq.) [Ott, 1960, 374]. C O R R IG IN D O A M Á IN T E R PR E T A Ç Ã O : N ão é necessário entender essas frases no sentido material. As palavras de Jesus não precisam ser consideradas com a idéia de ingestão de seu corpo físico e do seu sangue. Jesus freqüentemente falou através de metáforas e figu ras de linguagem. Ele chamou os fariseus de “conduto res cegos” (Mt 23.16), e Herodes de “raposa” (Lc 13.32). Os estudiosos católicos romanos não tomam esses ter mos ao pé da letra. Também não acham que Jesus esti vesse falando literalmente quando disse: “Eu sou a por ta” (Jo 10.9). Não existe,portanto, a necessidade de con277 R E S P O S T A À S S EI TA S siderar que Jesus estivesse falando em sentido literal e físico quando disse: “Este é o meu corpo” ou “comer a minha carne”.Jesus sempre falava por meio de parábolas descritivas e figuras, como Ele mesmo mencionou (Mt 13.10,11). Com o veremos a seguir, tais expressões po dem ser bem compreendidas a partir do contexto. Não é sequer plausível tomar as palavras de Jesus em sua exata acepção. A vivacidade das frases não são prova de sua literalidade.Jesus muitas vezes utilizou frases vivi das em ocasiões em que estava falando de modo figura do. Por exemplo, em João 15.1, Jesus disse: “Eu sou a videira verdadeira”. A utilização de termos vividos não é necessariamente prova de que o significado seja idên tico ao dos termos utilizados. Os salmos são repletos de expressivas figuras de linguagem. Deus é retratado como uma rocha (SI 18.2), como um pássaro (SI 63.7), como uma torre (Pv 18.10), e de muitas outras maneiras. Além disso, a Bíblia freqüentemente utiliza a linguagem refe rente ao ato de ingerir em sentido figurado. “Provai e vede que o Senhor é b o m ” (SI 34.8) é um desses casos. Ao próprio apóstolo João foi dito no Apocalipse que comesse um rolo de pergaminho (representando a Pala vra de Deus). “Toma-o e com e-o” . João fez conforme lhe foi mandado e disse:“ ... e, havendo-o comido, o meu ventre ficou amargo” (Ap 10.9b, 10). O que poderia ser mais significativo? Mas a passagem se refere a que ele recebesse a Palavra de Deus (o rolo de pergaminho). Mesmo o apóstolo Pedro diz aos novos crentes:“Desejai afetuosamente, como meninos novamente nascidos, o leite racional,não falsificado” (1 Pe 2.2). E o escritor aos Hebreus fala de “mantimento sólido” para os cristãos maduros (5.14), e de outros que se desviaram depois que “provaram o dom celestial” (6.4). Também não é necessário, como sugerem os erudi tos católicos, tom ar ao pé da letra “carne e sangue , 278 JOÃO porque essa frase foi utilizada do mesmo m odo em muitos lugares, em outros contextos. C om o é de co nhecim ento de todos os estudiosos da Bíblia, termos idênticos possuem diferentes significados quando em diferentes contextos. O próprio term o “carne” (.sarks), por exemplo, é utilizado no Novo Testamento em um sentido não físico, espiritual, referindo-se à natureza caída dos seres humanos, como quando Paulo disse:“ ... eu sei que em mim, isto é, na minha carne, não habita bem algum” (R m 7.18; confira G1 5.17). Descobre-se o significado de um texto através de seu contexto, e não analisando se os mesmos termos ou se termos si milares são utilizados. Os mesmos termos são utiliza dos de maneiras m uito diferentes, em diferentes con textos. Até mesmo o term o “ corpo” (soma), que signifi ca corpo físico, quando utilizado com referência a um ser hum ano individual, tem, em outros contextos, o sig nificado de corpo espiritual de Cristo, que é a Igreja (confira E f 1.22, 23); e isso é reconhecido tanto por católicos como por protestantes. O fato de alguns dos ouvintes de Jesus terem enten dido o que Ele disse no sentido estrito de suas palavras, sem a sua explícita e imediata repreensão, não é um bom argumento por várias razões. Em primeiro lugar, Jesus repreendeu o entendimento errado deles, ao menos de forma implícita, quando disse mais tarde, no mesmo dis curso: “O espírito é o que vivifica, a carne para nada aproveita; as palavras que eu vos disse são espírito e vida” (Jo 6.63).Tomando emprestado uma frase do apóstolo Paulo, as palavras de Jesus se “discernem espiritualmen te” (1 Co 2.14), e não em um sentido canibalístico gros seiro. Além do mais, Jesus não tinha que repreender ex plicitamente o entendimento errôneo para que este se caracterizasse como tal. U m a percepção literal dessa pas sagem, nesse contexto, teria sido tão canibalesca que ne 279 R E S P O S T A À S S EI T A S nhum dos discípulos esperaria que o Senhor fizesse uma declaração tão absurda. N em tampouco se pode evocar a idéia de uma supos ta transformação miraculosa dentro desse contexto. O único milagre relacionado a isso foi o ato de alimentar 5.000 pessoas (Jo 6.11), ocasião em que coube tal dis curso — a respeito do Pão da Vida (Jo 6.35). Apelar para um milagre de transubstanciação nessa passagem é apli car a expressão latina Deus ex machina, isto é, fazer uma tentativa fracassada de evocar Deus com a finalidade de evitar o colapso da interpretação de alguém. Não é possível assumir uma visão material nessa pas sagem. C om respeito a pelo menos um sentido muito importante, não é física ou teologicamente possível para um cristão ortodoxo fazer uma interpretação literal das palavras — “Este é o meu corpo” — proferidas por Jesus durante a última ceia. Porque quando Cristo disse “Este é o meu corpo” referindo-se ao pão que tinha nas mãos, nenhum dos apóstolos presentes poderia possivelmente ter entendido que Ele quisesse dizer que o pão fosse de fato o seu corpo palpável, uma vez que o Mestre ainda estava com eles em seu corpo físico, cujas mãos estavam segurando exatamente aquele pão. Caso contrário, tería mos que acreditar que Cristo estava segurando em suas mãos o seu próprio corpo. Isso nos faz lembrar do mito medieval do santo cuja cabeça foi cortada e, ainda assim, ele a colocou em sua boca e nadou, atravessando o rio! Jesus também não poderia estar falando a respeito de seu corpo físico quando disse “Este é o meu corpo”, pois desde a sua encarnação Ele sempre foi um ser hu mano e habitou continuamente em um corpo humano (exceto durante os três dias que passou na sepultura). Por isso, se o pão e o vinho que Ele segurava em suas mãos na última ceia fossem literalmente o seu corpo e o seu sangue, então Ele teria encarnado em dois lugares 280 JOÃO diferentes ao mesmo tempo. Mas um corpo físico não pode estar em dois lugares diferentes ao mesmo tempo. São necessários dois corpos diferentes para que se possa fazê-lo. Portanto, a despeito do protesto católico em fa vor do contrário, logicamente a transubstanciação en volveria dois corpos e duas encarnações de Cristo, o que é contrário à doutrina ortodoxa da encarnação. J O A O 6 .5 3 b — O s católicos romanos estão corretos ao adorarem a “hóstia consagrada” durante a missa, ou essa é uma form a de idolatria? A M Á IN TER PR ET A Ç Ã O : U m a vez que os católicos romanos acreditam que os elementos da comunhão são de fato transformados no próprio corpo e no sangue de Cristo, é apropriado adorar as hóstias consagradas. O Con cilio deTrento pronunciou enfaticamente que “não existe, portanto, qualquer brecha para a dúvida de que todos os fiéis em Cristo... ofereçam em veneração... a adoração de latria que é devida ao verdadeiro Deus, e a esse santíssimo sacramento” (Denzinger, n° 878, 268). O ar gumento para isso é que uma vez que Cristo, em sua forma humana, é Deus e, portanto, apropriadamente ado rado (por exemplo, Jo 20.28), e uma vez que na missa o pão e o vinho são de fato transformados no próprio cor po e sangue de Cristo, então não há razão para que esse sacramento não devesse ser adorado como Deus. C O R R IG IN D O A M Á IN T E R PR E T A Ç Ã O : Muitos protestantes crêem que essa é uma forma de idolatria. Ela envolve a adoração de algo que os sentidos, dados por Deus a cada ser humano normal, informam ser uma criação finita de Deus, isto é, pão e vinho. Adorar a Deus sob uma imagem física é uma forma de culto claramente proibido nos Dez Mandamentos (Ex 20.4). 281 R E S P O S T A À S S EI TA S Além do mais, apelar para algum tipo de presença ubíqua do corpo ou da onipresença de Cristo — por ser Deus — na hóstia não resolve o problema da acusação por idolatria. Dizer que os elementos eucarísticos são apenas as “vestes casuais” sob as quais Cristo está de al gum modo localizado é usar o mesmo tipo de argumen to pelo qual os pagãos tentaram justificar a sua prática de adorar pedras ou estátuas. Alegam que Deus está presen te em todos os lugares, inclusive em seus objetos de ado ração. N enhum pagão animista realmente adora uma pedra, mas o espírito que a anima. Reivindicar que a hóstia consagrada não é uma cria ção finita é minar a própria base epistemológica através da qual conhecemos algo no mundo empírico. Essa rei vindicação também mina, indiretamente, a base históri ca que apóia a verdade a respeito do Cristo encarnado, sua morte e ressurreição. Se não se pode confiar nos sen timentos quando eles experimentam os elementos da comunhão, então os apóstolos não poderiam ter verifi cado as reivindicações de Cristo quanto à sua ressurrei ção. Jesus disse: “ Vede as minhas mãos e os meus pés, que sou eu mesmo; tocai-me e vede, pois um espírito não tem carne nem ossos, como vedes que eu tenho” (Lc 24.39; ênfases adicionadas. Confira Jo 20.27). João disse, falan do a respeito de Cristo, que Ele era “o que era desde o princípio, o que vimos com os nossos olhos, o que temos contemplado, e as nossas mãos tocaram” (1 Jo 1.1; ênfases adicionadas). Alega-se que um milagre acontece quando o sacer dote consagra a hóstia, mas a missa não mostra qualquer evidência desse milagre. Alegar que a missa envolve fatos miraculosos quando não há nenhuma evidência disso faz com que o m odo normal e natural de observar os fatos se torne irrelevante. Pelo mesmo tipo de raciocínio que os católicos romanos costumam utilizar para justifi 282 JOAO car que uma substância invisível substitui m iraculosamente os sinais empiricamente óbvios de pão e vinho, alguém poderia, por esse mesmo tipo de raciocínio, jus tificar a crença em Papai N oel no Natal, ou ainda que um pequeno ser invisível move as suas mãos sobre o relógio. Esse raciocínio é literariamente sem sentido. Não é perceptível, mesmo que o seu objeto seja um corpo perceptível (isto é, físico). Filosoficamente, esse é um evento irreconhecível no mundo empírico. Teologica mente, é uma questão de crença. Um a pessoa deverá sim plesmente acreditar naquilo que diz o ensino magistral, isto é, que a hóstia é realmente o corpo de Jesus, mesmo que os sentidos humanos o revelem de outro modo. Se a missa é um milagre, então virtualmente qualquer evento empírico natural também poderia ser um mila gre. Mas se isso é verdadeiro, então nada mais é um m i lagre, uma vez que nada mais é singular. Por isso, a alega ção de que a missa é um milagre mina a própria nature za dos milagres, ao menos como eventos especiais que possuem valor apologético. O apelo dos apologistas católicos romanos a apari ções divinas especiais (theophanias), como uma tentativa de evitar essas críticas, é fútil. Porque existe uma diferen ça muito importante da qual eles não tomam conheci mento: quando o próprio Deus aparece em uma forma finita, isso é obviamente uma aparição miraculosa. Sabese claramente que não se trata de um evento normal. Existem manifestações sobrenaturais, vozes, profecias oü ocorrências não usuais cuja natureza está ligada ao so brenatural (confira Ex 3.1— 4.17).A missa não está asso ciada a esse tipo de eventos. N a verdade, em nenhuma passagem do Novo Testamento, os termos normalmente utilizados para milagres (sinais, prodígios ou poder) são utilizados referindo-se à comunhão. Não existe absolu tamente qualquer evidência de que seja algo além de 283 R E S PO S T A ÀS SEITAS um evento natural, com elementos naturais, sobre os quais Cristo coloca bênçãos espirituais especiais nessa ocasião em que sua m orte é “lembrada” (1 Co 11.25). J O à O 8 .5 8 — Este verso indica que Jesus era mera mente preexistente (de modo oposto a ser eterna mente preexistente)? A M Á IN T E R PR ET A Ç Ã O : Em João 8.58 lemos:“Disse-lhes Jesus: Em verdade, em verdade vos digo que, an tes que Abraão existisse, eu sou” . De modo diferente, na tradução Novo Mundo, das Testemunhas de Jeová, lê-se: “Disse-lhes Jesus: Verdadeiramente vos digo que, antes que Abraão viesse a existir, eu já existia” . Isso indica que Jesus era preexistente, mas não eternamente preexistente (certamente não como “o grande Eu Sou” do Antigo Testamento). “A questão dos judeus (v. 57) à qual Jesus estava respondendo tinha a ver com idade, e não com identidade. A resposta de Jesus logicamente referiu-se à sua idade, à extensão de sua existência” (Reasoning from the Scriptures, 1989, pág. 418). C O R R IG IN D O A M Á IN T E R PR E T A Ç Ã O : Os eru ditos gregos concordam que a Torre de Vigia não tem nenhuma justificativa para traduzir ego eimi em João 8.58 como “eu já existia” (uma tradução que mascara a cone xão desse texto com Êxodo 3.14, onde Deus revela que o seu nome é “Eu Sou”). A Sociedade Torre de Vigia tentou certa vez classificar o term o grego eimi como um tempo indefinido perfeito para justificar essa tradução — mas os eruditos gregos a contradisseram, responden do que não existe no grego algo como um tempo indc finido perfeito. Os termos ego eimi ocorrem muitas vezes no Evangv lho de João. E interessante observar que a tradução Novo 284 JOÃO M undo traduz corretamente ego eimi nas demais passa gens (com o em Jo 4.26; 6 .3 5 ,4 8 ,5 1 ; 8 .1 2 ,2 4 ,2 8 ; 10.7,11,14; 11.25; 14.6; 15.1,5; 18.5,6,8).Apenas em João 8.58 ocorre a tradução errada. A Sociedade Torre de Vi gia é motivada a traduzir esse verso de m odo diferente para evitar que apareça que Jesus é “ o grande Eu Sou” do Antigo Testamento. Em nome da consistência e da integridade textual, a passagem de João 8.58 deveria ser traduzida do mesmo m odo que todas as outras vezes em que são empregados os termos ego eimi — que significa Eu Sou . Finalmente, como observado antes, “Eu Sou” foi o nome revelado a Moisés em Exodo 3.14,15. O nome traz consigo a idéia da eterna auto-existência de Deus. Yahweh nunca veio a existir em certo ponto no tempo, porque Ele sempre existiu. Conhecer a Yahweh é co nhecer o eterno. E, portanto, compreensível que quando Jesus reivindicou ser o grande “Eu Sou” , os judeus ime diatamente pegaram em pedras com a intenção de matálo, porque reconheceram que Ele estava implicitamente identificando-se comoYahweh. í<T“> C1 ” J O à O 8 .5 8 — E sse verso indica que todos os seres humanos possuem a presença do “E u S o u ” dentro de si mesmos? A M Á IN T E R PR E T A Ç Ã O : Os profetas da Nova Era, Mark e Elizabeth Clare, interpretam essas palavras de Jesus de acordo com a visão distorcida da Nova Era, ele vando todos os seres humanos ao mesmo patamar de Deus. Esses “profetas” dizem que “a presença ‘Eu Sou’ de Jesus se parece com a sua. Esse é o denominador co mum. Esse é o termo de igualdade dos filhos e filhas de Deus. Ele criou você igual, ou seja, deu-lhe uma presen ça Eu Sou — Ele deu a você uma Natureza Divina” 285 R E S P O S T A À S S EI T A S (.Prophet, 1990, 83). De modo semelhante, a fundadora da seita Ciência Cristã, Mary Baker Eddy, disse que “por esses discursos Jesus não quis dizer que o Jesus humano tenha sido ou seja eterno, mas que a divina idéia, ou Cristo, era e é; portanto, antecedeu a Abraão; não que Jesus pessoalmente fosse um com o Pai, mas que o plano espiritual, Cristo, habita para sempre no seio do Pai” (Eddy, Science anã health, págs. 333,334).Esse é o correto enten dimento da afirmação de Jesus nesse texto? C O R R IG IN D O A M Á IN T E R P R E T A Ç Ã O : João 8.58 não pode ser interpretado no sentido de que todo ser humano possui em si mesmo “a presença Eu Sou”. Nesse verso,Jesus, de modo implícito e singular, atribuiu a si mesmo o divino nomeYahweh. A base desse fato é que “Eu Sou” e “Yahweh” são equiparados em Exodo 3.14,15.Jesus estava aqui se equiparando ao DeusTodoPoderoso, como o próprio Deus se revelou em Exodo 3. Não que os judeus tenham entendido que Jesus esti vesse ensinando que eles também eram identificados como “Eu Sou” . E nem que Jesus os tenha corrigido dizendo: “O h , vocês entenderam mal, pois vocês tam bém são ‘Eu Sou’” .Jesus, única e exclusivamente, decla rou ser Ele “o grande Eu Sou” do Antigo Testamento. A reação da audiência judaica demonstra que eles com preenderam que Jesus estava fazendo uma alegação úni ca de divindade. “Pegaram em pedras para lhe atirarem” (v. 59) foi a reação própria contra alguém na seguinte condição:“Sendo tu homem, te fazes Deus a ti mesmo” (confiraJo 10.32,33).Veja também nossos comentários a respeito de Mateus 6.33; 24.23,24. J O A O 9.1 — Este verso dá base à doutrina da reen carnação, como ensina a seita Escola da Unidade Cristã? 2 86 JOÃO A MÁ IN TER PR ET A Ç Ã O : Nessa passagem lemos que |csus curou um hom em que havia nascido cego. A seita I '.scola da Unidade Cristã ensina que esse hom em nasivu cego por causa dos pecados que cometeu em suas previas encarnações (Ehrenborg, 77). ( O R R IG IN D O A M Á IN T E R P R E T A Ç Ã O : O caso é exatamente o contrário. Os discípulos de Jesus lhe per guntaram: “Rabi, quem pecou, este ou seus pais, para que nascesse cego?” (Jo 9.2).Jesus respondeu:“N em ele pecou, nem seus pais; mas foi assim para que se manifes tem nele as obras de Deus” (v. 3). Se Jesus cresse na lei do karma, não teria dito isso; antes, teria dito que o hom em nasceu cego por causa dos pecados cometidos em uma vida anterior. Os discípulos que fizeram a pergunta a Jesus também não criam na doutrina da reencarnação. Os teólogos ju deus daquela época davam duas razões para explicar de feitos de nascença: pecados pré-natais (antes do nasci mento, mas não antes da concepção) e pecados paternos. Alegavam que quando uma mulher grávida adorava em um templo pagão, o feto também estaria cometendo o pecado de idolatria. Esses teólogos também criam que os filhos eram castigados por causa dos pecados dos pais (Ex 20.5; SI 109.14; Is 5.6,7). Por essa razão, quando os discípulos viram esse hom em cego, a suposição deles foi que ou os seus pais haviam cometido um horrível peca do, ou que talvez estando ele ainda no ventre materno, a sua mãe tivesse visitado algum templo pagão. O Novo Testamento fala claramente contra a doutri na da reencarnação, afirmando que “aos homens está or denado m orrerem uma vez, vindo, depois disso, o juízo” (Hb 9.27). Para mais argumentos contra a doutrina da reencarnação e do karma, veja as nossas discussões a res peito de Mateus 22.42 e João 3.3. 287 R E S P O S T A À S S EI T AS J O A O 1 0 .1 6 — E ste verso se refere às “outras ove lh a s ” que viverão p ara sem pre em um a terra paradisíaca? A M Á IN T E R PR ET A Ç Ã O : As Testemunhas de Jeová dizem que o povo de Deus é formado por dois reba nhos: “O ‘pequeno rebanho’ que reinará com Jesus no aprisco do céu, e as ‘outras ovelhas’que viverão no aprisco do paraíso terrestre” (Thegreatest M an who ever lived, 1991, seção 80). Os mórmons acreditam que as “outras ovelhas” m en cionadas nesse verso são os israelitas sem pátria que imigraram para a América (Smith, 1975, 3.214). C O R R I G IN D O A M Á IN TE R PR E T A Ç Ã O : As “ou tras ovelhas” em João 10.16 são os gentios crentes, e não os crentes judeus. Os Evangelhos referem-se aos judeus perdidos como “as ovelhas perdidas da casa de Israel” (Mt 10.6; 15.24). Os judeus que seguiram a Cristo fo ram chamados de as suas “ovelhas” (Jo 10). Q uando Jesus disse: “Ainda tenho outras ovelhas que não são desse aprisco [judaico]” (o term o “judaico” foi inserido pelos autores deste livro), Ele estava claramente se referindo aos crentes não judaicos, os crentes gentios. Os crentes gentios, juntam ente com os crentes judaicos, serão com Jesus “um rebanho e um Pastor”, e não um rebanho na terra e outro no céu (vejajo 10.16). J O A O 1 0 .3 0 — Cristo era um com o Pai ou “um em propósito ” com o Pai? A M Á IN TE R PR E T A Ç Ã O : Jesus disse: “Eu e o Pai so mos u m ”. As Testemunhas de Jeová não acreditam que essa passagem signifique que Jesus e o Pai sejam um em essência e tenham a mesma natureza divina. Eles apon- 288 JOÃO i.nii para João 17.21,22, onde Jesus orou ao Pai para que os discípulos “sejam todos um, assim como tu, Pai, está rm união comigo e eu estou em união contigo” (tradu ção Novo Mundo, das Testemunhas de Jeová). “E óbvio que os discípulos de Jesus não se tornarão todos partici pantes da Trindade. Mas eles vêm para compartilhar a unidade de propósito com o Pai e com o Filho, o mes mo tipo de unidade que une Deus a Cristo” (Reasoning Irom the Scriptures, 1989, pág. 424). ( lO R R IG IN D O A M Á IN T E R PR ET A Ç Ã O : Jesus era um com o Pai em sua natureza, mas distinto dEle pesso almente. O Deus trino possui apenas uma essência, mas três pessoas distintas (veja os nossos comentários a res peito de Jo 14.28). Então, Jesus tanto era o mesmo em substância como também era um outro indivíduo além do Pai. O contexto deixa muito claro que Jesus não está ape nas se referindo a ser “um em propósito” com o Pai. Sabemos que isso é verdadeiro porque assim que os ju deus ouviram Jesus dizer que era “u m ” com o Pai, ime diatamente pegaram em pedras para matá-lo, acusandoo de ter blasfemado. Não é que eles tivessem entendido que Jesus estivesse meramente dizendo que era “um em propósito” com o Pai (pois, na verdade, eles se conside ravam a si mesmos como sendo “um em propósito” com o Pai). Antes, indignaram-se por ter Jesus reivindicado ser Deus sem ter, na opinião deles, qualificação para isso. Os judeus compreenderam precisamente aquilo que Je sus pretendeu comunicar. J O A O 1 0 .3 0 — Este verso prova que Jesus e o Pai são a mesma pessoa, como crêem os adeptos da seita Unidade Pentecostal? 289 R E S P O S T A À S S EI TA S A M Á IN TER PR ET A Ç Ã O : Em João 10.30, Jesus afir mou: “Eu e o Pai somos u m ”. Os adeptos da seita U ni dade Pentecostal, que negam a doutrina da Trindade, acreditam que o significado desse verso é que Jesus é Deus, o Pai (Bernard, 1983, 67). C O R R IG IN D O A M Á IN TER PR ET A Ç Ã O : Q uan do Jesus disse “Eu e o Pai somos u m ”, Ele utilizou a primeira pessoa do plural, esmen (“nós somos”). Se Jesus pretendesse dizer que Ele e o Pai eram uma única pes soa, certamente não teria utilizado a primeira pessoa do plural, que implica duas pessoas. Além disso, o termo grego utilizado para “u m ” (hen) nesse verso não se refere à unidade pessoal (isto é, à idéia de que o Pai e o Filho sejam uma pessoa), mas sim à unidade de essência ou natureza (isto é, que o Pai e o Filho possuem a mesma natureza divina). Isso é evidente pelo fato de que o gê nero do termo no grego é o neutro, e não masculino. Contextualmente, os versos que precedem e sucedem João 10.30 distinguem Jesus do Pai (por exemplo, Jo 10.25,29,36,38). Também o testemunho uniforme do restante do Evangelho de João (sem falar da Bíblia como um todo), é que o Pai e Jesus são pessoas distintas (den tro da unidade do único Deus). Por exemplo, o Pai en viou o Filho (Jo 3.16,17); o Pai e o Filho se amam (3.35); o Pai e o Filho falam um com o outro (11.41,42); e o Pai conhece o Filho, assim como o Filho conhece o Pai (7.29; 8.55; 10.15). J O A O 1 0 ,3 4 — Jesus defendeu que as pessoas são capazes de se tornar Deus? A M Á IN T E R PR ET A Ç Ã O : Em resposta a um grupo de judeus, Jesus disse: “Não está escrito na vossa lei: Eu disse: sois deuses?” Isso significa que seres humanos po- 290 JOÃO dem se tornar Deus? Os adeptos da Nova Era argumen tam: “Podemos ser o Deus que Jesus proclamou que so mos, quando disse ‘sois deuses’” (Spangler, 1978, 47). Os mórmons também citam esse verso como argu mento à sua visão da pluralidade de deuses (McConkie, 1977, 24). C O R R IG IN D O A MÁ IN TER PR ETA Ç Ã O : Esse tex to não deveria ser utilizado como suporte ã visão de que sejamos (ou que possamos nos tornar) pequenos deuses, pois tal interpretação é contrária ao contexto geral. Jesus não está falando a panteístas (que acreditam que Deus é tudo e que tudo é Deus), ou a politeístas (que são aque les que acreditam em muitos deuses). Antes, Ele está se dirigindo estritamente a monoteístas judeus, que acredi tam em Deus como o único Criador do universo. Sendo assim, a declaração de Jesus não deveria jamais ter sido arrancada de seu contexto monoteísta e deturpada de acordo com a crença panteísta ou politeísta. A fala de Jesus deve ser compreendida como parte de um raciocínio mais abrangente, mostrado aqui com um argumento afortiori:“Se Deus chegou a chamar até mes m o juizes humanos de ‘deuses’, quanto mais Eu posso chamar-me a mim mesmo de Filho de Deus” . Cristo havia acabado de pronunciar-se um só com o Pai, dizen do: “Eu e o Pai somos u m ” (Jo 10.30). Os judeus queri am apedrejá-lo, pois pensaram que Cristo estivesse blas femando, fazendo-se igual a Deus (w. 31-33).Jesus res pondeu-lhes citando Salmos 82.6, que diz:“Eu disse:Vós sois deuses”. Então raciocinou: se juizes humanos po dem ser chamados de “deuses”, por que o Filho de Deus não pode ser chamado de “Deus”? Observe que nem todos eram chamados de deuses, mas som ente um a classe especial, isto é, juizes acerca de q uem Jesus dissera que eram as pessoas “ a quem a pala 291 R E S P O S T A À S S EI T A S vra de Deus foi dirigida” (v. 35). Jesus estava mostrando que se as passagens do Antigo Testamento podiam dar uma posição divina àqueles que foram divinamente de signados como juizes, por que deveriam pensar ser tão incrível que Ele se chamasse a si mesmo de Filho de Deus? Esses juizes eram chamados de “deuses” pelo fato de ocuparem uma posição em que chegavam a, como Deus, julgar causas e decidir sobre a vida ou a m orte das pesso as em suas sentenças. Eles não eram chamados de “deu ses” por serem seres divinos. Na verdade, na continuação do texto citado por Jesus (SI 82), é dito que eles eram “meros homens” e que “m orreriam ” (v. 7). Esse salmo também afirma que eles eram “filhos do Altíssimo”, mas não por serem parte da essência do próprio Deus. E possível, como muitos estudiosos acreditam, que quando o salmista Asafe disse aos injustos juizes “Sois deuses” , estivesse falando com ironia. E possível que estivesse dizendo:“Tenho-vos chamado d e ‘deuses’, mas de fato morrereis como homens que realmente sois” . Se essa interpretação for correta, então quando Jesus fez alusão a esse salmo em João 10, estava dizendo que Ele, sim, era verdadeiramente aquilo de que os juizes israelitas eram chamados, ironicamente, e também por causa de seus julgamentos. Jesus estava oferecendo uma defesa à sua própria divindade, e não à divinização do ser humano. J O à O 1 1 .1 -3 3 — Jesus manteve relações sexuais com M aria e M arta, como defende a seita O s M eni nos de Deus? A M Á IN T E R PR ET A Ç Ã O : Em algumas seitas acredi ta-se que Jesus era casado, e em outras que Jesus vivia sexualmente com Maria e Marta. Moses David, líder da 292 JOÃO seita Os Meninos de Deus confessou: “Eu creio mesmo que Ele [Jesus] viveu com Maria e Marta mais tarde, o que não era para Ele pecado, pois não podia cometer pecados.Tudo o que Ele fez, o fez em amor; e provavel mente o fez tanto por elas como por si próprio — pois tinha necessidades físicas, assim como elas tam bém ” (David, 1977,4).Ele ainda acrescenta quejesus“deve ter contraído uma doença através de Maria Madalena, que foi uma conhecida prostituta, e de várias outras prostitutas que o seguiam, ou de Maria, ou de Marta. Assim sendo, Ele certamente foi tentado em todos os sentidos, como nós também somos, e tolerou isso por elas, pois precisa vam do seu amor! Se Ele nunca sofresse as enfermidades sexuais delas,jamais poderia realmente compadecer-se de seus sofrimentos, poderia? Estar disposto até mesmo a contrair as enfermidades delas! — isso me parece demais. Não é algo extraordinário?” [David, 1976, 2-5,7], C O R R IG IN D O A M Á IN TER PR ETA Ç Ã O : Essa é uma especulação completamente fantasiosa, blasfema e sem qualquer apoio das Escrituras. E contrária ao caráter im pecável de Cristo. Jesus desafiou o povo: “Q uem dentre vós me convence de pecado?” (Jo 8.46). Ele “não conhe ceu pecado” (2 Co 5.21);era“sempecado” (Hb 4.15); era o “cordeiro imaculado e incontaminado” (1 Pe 1.19). N ão existe sequer uma ligeira insinuação nesse texto de que Jesus foi romanticamente atraído por Maria ou Marta. Ele esteve presente no lar delas como hóspede, e não como um amante. Jesus não esteve sequer a sós com essas mulheres no lar delas. Ambas tinham um irmão, Lázaro, que estava sempre presente. Quando Lázaro m or reu, Jesus foi ao encontro de Maria e Marta do lado de fora da casa (Jo 11.20,29). O “am or” de Jesus por elas era no sentido de amizade, não de romance. Isso é evidente pelo fato da passagem 293 R E S P O S T A À S S EI T AS dizer que “Jesus amava a Marta, e a sua irmã, e a Lázaro” — a família toda (Jo 11.5). J O A O l i . 1 1 - 1 4 — E sta passagem prova não haver uma existência consciente após a morte, como ensi nam as Testemunhas de Jeová? A M Á IN T E R P R E T A Ç Ã O : Em João 11.11-14, Jesus disse que Lázaro havia “d o rm id o ” — significando que ele havia m orrido. As Testemunhas de Jeová alegam que, uma vez que a m orte é descrita com o um “sono”, isso prova que não há uma existência consciente da alma após a m orte (M a n kin d 's search fo r God, 1990, pág. 128). C O R R IG IN D O A M Á IN T E R PR E T A Ç Ã O : As Es crituras ensinam de m odo sólido que a alma, tanto das pessoas crentes como a das pessoas incrédulas, perm ane ce consciente no período entre a m orte e a ressurreição. Os incrédulos estão em consciente aflição (Mc 9.43-48; Lc 16.22,23;Ap 19.20) e os crentes em consciente gozo (2 Co 5.8; Fp 1.23). Quando o termo “dorm ir” é utilizado nas Escrituras em contextos que falam de morte, refere-se sempre ao corpo, e não à alma. O sono é uma figura de linguagem apropriada para a m orte do corpo, uma vez que o corpo passa a ter a aparência de estar adormecido. Para o estudo das fortes evidências de que a alma (ou o espírito) está consciente no período entre a morte e a ressurreição, veja neste livro a discussão a respeito da pas sagem em 1 Tessalonicenses 4.13. J O à O 1 1 . 4 9 - 5 2 — E ste texto serve como fu n d a mento para a reivindicação católica da infalibilidade papal? 294 JOÃO A M Á IN T E R PR E T A Ç Ã O : Alguns estudiosos católi cos reivindicam que, uma vez que o sumo sacerdote no Antigo Testamento possuía uma tarefa autorizada de re velação, ligada à posição que ocupava, é de se esperar que haja uma posição equivalente no Novo Testamento, que seria a do papa. Os católicos utilizam essa passagem (o sumo sacerdote judeu exercendo a sua autoridade) para comprovar tal reivindicação. Essa é uma interpreta ção correta? C O R R IG IN D O A M Á IN T E R P R E T A Ç Ã O : Os ca tólicos romanos estão criando um argumento a partir de uma analogia que não é baseada em nenhum a afir mação contida no Novo Testamento. A visão católica não pode ser derivada de nenhum a exegese correta do texto. O Novo Testamento diz explicitamente que o sacerdócio do Antigo Testamento foi abolido. O escri tor do livro de Hebreus declarou “m udando-se o sa cerdócio” referindo-se ao sacerdócio de Arão (Hb 7.12). O sacerdócio levítico foi cum prido em Cristo, que é um sacerdote eterno, segundo a ordem de Melquise deque (w. 15-17). Até mesmo os católicos reconhecem que não há ne nhum a nova revelação posterior ao Novo Testamento. Então ninguém, após o primeiro século (incluindo-se os papas), pode ter uma tarefa ligada a novas revelações.Tal função existe no Novo Testamento através dos apóstolos e profetas (confira E f 2.20; 3.5), mas a revelação deles cessou quando morreram. Assumir que essa função foi passada adiante depois que se foram e reside no bispo de R om a é suscitar questionamentos. J O à O 1 4 .6 -1 1 — E sta passagem prova que Jesus é Deus, o Pai, como acreditam os adeptos da seita Unidade Pentecostal? 295 R E S P O S T A À S S EI T A S A M Á IN TE R PR E T A Ç Ã O : N o bojo dessa passagem, Jesus diz: “ Se vós me conhecêsseis a mim, tam bém conheceríeis a meu Pai... quem me vê a mim vê o Pai... Não crês tu que eu estou no Pai, e que o Pai está em mim?... Crede-me que estou no Pai, e o Pai em m im ” (Jo 14.6-11). Os adeptos da seita Unidade Pentecostal acreditam que esses versos não deixam qualquer dúvida de que Jesus é Deus Pai (Bernard, 1983, 68). C O R R IG IN D O A M Á IN TE R PR E T A Ç Ã O : Esses versos provam apenas que o Pai e o Filho são um em essência, e não que sejam uma só pessoa (veja a discussão a respeito d e jo 10.30). Em João 14.6, Jesus claramente distingue-se do Pai quando diz: “N inguém vem ao Pai senão por m im ” (a ênfase foi adicionada). Os termos “ao” e “p o r” não fariam qualquer sentido se Jesus e o Pai fos sem uma única e mesma pessoa. Esses termos somente fazem sentido se o Pai e Jesus forem pessoas distintas, sendo Jesus o mediador entre o Pai e a humanidade. Quando Jesus disse: “Q uem me vê a mim vê o Pai” (Jo 14.9),Ele não estava dizendo que Ele era o Pai. Antes,Jesus é a perfeita revelação do Pai (confira Jo 1.18). E a razão pela qual Jesus é a perfeita revelação do Pai é que Jesus e o Pai, com o Espírito Santo, são um único ser, indivisível e divino (Jo 10.30). Isso está de acordo com a própria defi nição de Trindade: existe um único Deus, mas na unidade de Deus existem três pessoas co-iguais e co-eternas, que são idênticas em substância mas distintas em subsistência. Jesus, a segunda pessoa da Trindade, é a perfeita revelação do Pai, que é a primeira pessoa da Trindade. Está claramente equivocada a crença da seita Unidade Pentecostal de que a assertiva de Jesus “o Pai está em m im ” significa que a divindade (“Pai”) habita na huma nidade (“Filho”) de Jesus. De acordo com essa lógica, a declaração de Jesus quando disse “Eu estou no Pai” teria 296 JOÃO que significar que a natureza humana de Jesus habita na divindade (Deus Pai), na qual não acreditam os adeptos da Unidade Pentecostal. J O à O 1 4 . 8 ,9 — panteísmo? E sta p a ssa g em dá apoio ao A MÁ IN T E R PR E T A Ç Ã O : Os adeptos das seitas da Nova Era acreditam que certas palavras ditas por Jesus, registradas na Bíblia, ensinam o panteísmo. Em João 14.8,9, por exemplo,Jesus disse a Filipe: “Q uem me vê a mim vê o Pai... Não crês tu que eu estou no Pai e que o Pai está em mim?”Jesus estava aqui ensinando que Deus impregna todas as coisas (Besant, 1966, 30,35-37). C O R R IG IN D O A M Á IN T E R P R E T A Ç Ã O : João 14.8,9 prova apenas que Jesus é a perfeita revelação do Pai. Jesus — como Deus eterno — revestiu-se de um corpo humano, podendo então ser a plenitude da reve lação de Deus (Hb 1.2,3).Jesus era a revelação de Deus não somente em sua pessoa (como Deus), mas também em sua maneira de viver e em seus ensinamentos. O b servando aquilo que Jesus fez e aquilo que Ele disse, po demos aprender muito a respeito de Deus. Além do mais, o temível poder de Deus foi revelado através de Jesus (Jo 3.2).A indescritível sabedoria de Deus foi revelada em Jesus (1 Co 1.24). O amor ilimitado de Deus foi revelado e demonstrado por Jesus (1 Jo 3.16). A insondável graça de Deus foi revelada em Jesus (2 Ts 1.12) .Versículos como esses servem tanto como pano de fundo quanto a razão pela qual Jesus disse a um grupo de fariseus: “Q uem crê em m im crê não em mim, mas naquele que me enviou” (Jo 12.44). Jesus, do mesmo modo, disse a Filipe:“ ... quem me vê a mim vê o Pai” (Jo 14.9). Ele foi a revelação suprema do Pai. 297 R E S P O S T A À S S EI T A S Jesus não ensinou sobre o deus panteísta e impessoal das seitas da Nova Era, e sim a respeito do Deus Criador, pessoal, com quem as pessoas podem estabelecer um re lacionamento (Mt 17.5;Mc 1.11; Lc 2.49;Jo 16.32; 17.5). A perspectiva bíblica de Deus envolve um Pai amoroso e pessoal, a quem os que nEle crêem podem clamar “A ba” (termo livremente traduzido como “papai” — Mc 14.36; R m 8.15; Gl 4.6). Além do mais, o Deus da Bíblia é distinto de sua própria criação (Ec 5.2; confira Gn 1.1; N e 9.6; SI 33.8,9; 148.5). Se Jesus foi u m “ ensinador iluminado”, que instruiu acerca do panteísmo, como dizem os adeptos da Nova Era, então Ele foi um péssimo professor, pois todos aqueles que o seguiram tornaram-se não panteístas, mas teístas, que criam em um Deus Criador e pessoal. J O à O 1 4 .1 6 — O s muçulmanos estão certos ao se referirem a essa promessa da vinda do “Consolador” como sendo este M aom é? A M Á IN TER PR ET A Ç Ã O : Os estudiosos muçulma nos vêem nessa referência ao “Consolador” (do grego paracleto) uma profecia sobre a vinda de M aomé porque o Alcorão (Sura 61.6) refere-se a ele como “Ahmad” (periclytos), que os muçulmanos tomam como sendo a correta tradução do termo paracleto. C O R R IG IN D O A M Á IN T E R P R E T A Ç Ã O : Não existe absolutamente nenhuma base para concluir que o Consolador (paracleto), aqui mencionado por Jesus, seja Maomé. Dos 5.366 manuscritos gregos do Novo Testa mento, nem sequer um deles contém o term o periclytos (“o louvado”), como os muçulmanos reivindicam que esse termo deveria ser lido. Jesus claramente identifica o Consolador como sendo o Espírito Santo, e não Maomé. 298 JOÃO (cstis sc refere a “aquele Consolador, o Espírito Santo, que o Pai enviará” (Jo 14.26). () Consolador foi dado aos discípulos de Jesus (“vos”, v. I (">), mas Maomé não. O Consolador iria habitar com eles “para sempre” (v. 16), mas Maomé m orreu há treze séculos.Jesus disse aos discípulos:“ ... vós o conheceis [o Clonsolador]” (v. 17), mas eles não conheciam Maomé. Me sequer nasceria durante os seis séculos seguintes. Jesus disse aos seus apóstolos que o Consolador “esta rá em vós” (v. 17). M aomé não esteve “em ” nenhum dos apóstolos de Jesus, em nenhum sentido. O Consolador seria enviado “em m eu [Jesus] nom e” (Jo 14.26). Mas nenhum muçulmano crê que Maomé tenha sido envia do por Jesus, em seu nome. O Consolador que Jesus enviaria não falaria “de si mesmo” (Jo 16.13), ao passo que M aomé constantemente testifica sobre si mesmo no Alcorão (confira Sura 33.40). O Consolador glorificaria Jesus (Jo 16.14), mas M aomé alega suplantar a Jesus na condição de profeta mais recente. Finalmente Jesus afirmou que o Consolador viria “não muito depois destes dias” (At 1.5), ao passo que Maomé veio 600 anos depois. J O à O 1 4 .1 6 — E ste texto dá suporte à alegação dos cientistas cristãos de que a passagem se refere à D ivina Ciência? A M Á INTERPRETAÇÃO : Mary Baker Eddy certa vez ostentou: “Entendo que esse Consolador é a Divina Ciên cia [a seita Ciência Cristã]”, que ela fundou. Mary também alegou que “quando a Ciência do cristianismo se manifes tar, ela vos conduzirá em toda a verdade” (Eddy, 55,271). C O R R IG IN D O A M Á IN TERPR ETA Ç Ã O : Está cla ro, tanto pelas palavras de Jesus nessa passagem como 29 9 R E S P O S T A  S S EI T A S pelo contexto, que Ele não estava se referindo a Mary Baker Eddy ou à Divina Ciência defendida por ela. Em prim eiro lugar, Jesus refere-se ao C onfortador (ou Consolador) como “Ele” — e não “ela” (no feminino, como fez Mary Baker Eddy) ou “isto”, como é de fato a Divina Ciência. Jesus identificou o Consolador como “o Espírito da verdade”já no verso seguinte,João 14.17. U m pouco mais adiante, o Consolador é chamado de “o Espírito Santo” (v. 26), identificado com o Pai e o Filho na Santa Trindade (Mt 28.19; 2 Co 13.13). Não existe absolutamente nenhuma evidência de que o Consolador seja qualquer outra pessoa senão Deus, o Espírito Santo. J O à O 1 4 .1 8 — E ste verso prova que Jesus é Deus, o Pai, como acreditam os adeptos da seita Unidade Pentecostal? A M Á IN TER PR ET A Ç Ã O : Em João 14.18 Jesus afir m ou a seus discípulos: “Não vos deixarei órfãos; voltarei para vós”. Os adeptos da seita Unidade Pentecostal ale gam que, uma vez que o próprio Jesus disse que não deixaria os seus discípulos “órfãos”, Jesus deve ser o Pai deles (veja Haywood, n.d., 17). Esse verso prova que Je sus é Deus Pai? C O R R IG IN D O A M Á IN TER PR ET A Ç Ã O : A in terpretação da seita Unidade Pentecostal em relação a esse verso confunde ação com identidade. Cristo, em termos de ação, exerce a função de um pai divino que dirige, cuida, protege e lidera os seus discípulos. Mas isso não significa que Cristo, em identidade, seja o Pai. O apóstolo João se dirige àqueles que receberam a sua primeira epístola nos seguintes termos:“Meus filhinhos” (1 Jo 2.1), “Filhinhos” (v. 12) e, novamente, “Filhinhos” (v. 18), mas isso não quer dizer que João estivesse reivin 300 JOÃO dicando a paternidade deles. N em tampouco Cristo é “o Pai” simplesmente porque cuida dos seus discípulos e não os deixa sem o seu Espírito. O testemunho uniforme das Escrituras é que o Pai e o Filho são pessoas distintas dentro da unidade do Deus smgular.Veja a nossa discussão a respeito de Mateus 28.19. J O à O 1 4 .2 8 — Jesus se considerava menor do que o Pai? A MÁ IN T E R PR E T A Ç Ã O : Jesus disse em João 14.28: “ ... o Pai é maior do que eu” . As Testemunhas de Jeová dizem que esse verso prova que Jesus é um deus menor do que o Pai. Pelo fato de Jeová ser “maior” do que Jesus, Jesus não pode ser o Deus Todo-Poderoso (Let Goâ be tme, 1946,pág. 110). De acordo com a seita Ciência Cristã, esse verso pro va que “Cristo não é Deus, mas uma subdivisão dEle”, assim como “um raio de luz é luz e é um com a luz, mas não é o completo globo solar” (Eddy, 1901, 8). C O R R IG IN D O A M Á IN TER PR ET A Ç Ã O : O Pai é maior do que o Filho em ofício, mas não em natureza, uma vez que ambos são Deus (veja Jo 1.1; 8.58; 10.30; 20.28). Do mesmo m odo que um pai terrestre é tão humano quanto o seu próprio filho, mas possui um ofí cio mais elevado do que ele, do mesmo modo o Pai e o Filho são iguais na Trindade em termos de essência, mas possuem funções diferentes. Não existe qualquer con tradição ao se afirmar a igualdade ontológica e a hierar quia funcional entre ambos. De maneira semelhante, fa lamos do presidente de nosso país como sendo a figura maior, não em virtude de seu caráter ou natureza, mas em virtude de sua posição. Não se pode de modo algum dizer que Jesus considerou-se m enor que Deus em ter301 R ESPO STA ÀS SEITAS mos de natureza. O seguinte resumo auxilia na elucidação das diferenças. JESUS É IGUAL AO PAI JESUS É M E N O S D O Q UE O PAI Em essência Em função Em natureza Em oficio Em caráter Em posição Com o Deus N a condição de hom em J O à O 1 5 .8 — G anhar almas é um sinal necessário para provar que a pessoa está produzindo frutos, con fo rm e e x ig e o a u to r itá r io m o v im e n to de discipulado? A M Á IN TE R PR E T A Ç Ã O : “Nisto é glorificado meu Pai, que deis muito fruto; e assim sereis meus discípulos” (Jo 15.8). N o movimento intitulado Igreja de Cristo em Boston, as pessoas são acusadas de serem infrutíferas a menos que pessoalmente tragam outras pessoas a Cristo. C O R R IG IN D O A M Á INTERPRETAÇ ÃO : Esse ver so não diz nada a respeito da tarefa de ganhar almas. O tema deve estar incluído na produção de frutos, mas não está claro que é a evidência da produção de frutos nessa passagem ou em qualquer outra parte na Bíblia. Existem muitos dons na Igreja, que é o corpo de Cristo (Rm 12.1; IC o 12;E f 4). O ministério de evangelismo é ape nas um deles, e apenas algumas pessoas o possuem na qualidade de pregadores (Ef 4.11). Semelhantemente, o termo “frutos” representa algo muito mais amplo do que apenas o evangelismo. Conforme Gálatas 5.22,23: “Mas 302 JOÃO o fruto do Espírito é: caridade, gozo, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fé, mansidão, temperança” . Na verdade, o fruto espiritual é algo que traz a Deus glória (confira 1 Co 10.31). IO A O 1 5 .1 2 — O mandamento de D eu s “que vos ameis uns aos outros” dá suporte à visão de “liber tinagem se x u a l” da seita O s M eninos de Deus? A MÁ IN T E R PR E T A Ç Ã O : Em João 15.12 somos ins truídos: “O meu mandamento é este: Q ue vos ameis uns aos outros, assim como eu vos amei”. A seita Os M eni nos de Deus, agora conhecida como “A Família”,já de clarou que tal mandamento dá base para que as pessoas pratiquem sexo livremente umas com as outras, fora dos laços do matrimônio. C O R R IG IN D O A M Á IN TE R PR E T A Ç Ã O : Essa é uma deturpação absurda das Escrituras. O versículo nos ensina a nos amarmos uns aos outros no sentido de ser mos atentos e cuidadosos uns com os outros. O padrão para nos amarmos mutuamente é o próprio Senhor Je sus Cristo. Certamente, o amor que Jesus expressou para com os seus seguidores não foi de natureza sexual, antes envolveu atenção e cuidado. D o mesmo modo, nosso amor para com os nossos irmãos e irmãs cristãos deve ter esses mesmos parâmetros. Deve-se observar que o term o grego empregado para “am or” em João 15.12 é agapao. E um term o freqüente mente utilizado quando se trata do amor de Deus pelos seres humanos. Esse tipo de amor benevolente, que se dispõe ao sacrifício próprio, que busca o que há de me lhor e o máximo bem-estar da pessoa amada, encontra a sua mais alta expressão em Jesus Cristo. O amor agapao não tem nada a ver com sexualidade. Se Jesus tivesse a 303 R E S P O S T A À S S EI T AS intenção de comunicar a idéia do amor sexual nesse ver so, um termo grego diferente — eros — teria sido utili zado. Ele propositalmente escolheu o termo agapao para comunicar a idéia de preocupação e cuidado recíprocos. As Escrituras são consistentes quando enfatizam que as relações sexuais só devem ocorrer dentro dos limites do casamento (1 Co 7.2). Os apóstolos admoestaram a todos os cristãos, com sentido de urgência, de que se abstivessem da fornicação (At 15.20). Paulo disse que o corpo não é para a prostituição, e que o ser humano deve fugir desse pecado (1 Co 6.13,18). Foi dito aos Efésios que não se deveria sequer mencionar a prostitui ção entre eles (5.3). O adultério também é condenado nas Escrituras: “Não adulterarás” (Ex 20.14). N o Antigo Testamento, os adúlteros deveriam ser condenados à m orte (Lv 20.10). O Novo Testamento é também enfá tico contra o adultério. Jesus declarou que a prática é errada, ainda que aconteça no coração do ser humano (Mt 5.27,28). Paulo classificou o adultério como malig no e obra da carne (Gl 5.19), e João pôde contemplar no lago de fogo pessoas que incorreram nesse erro (Ap 21.8). A expressão da intimidade sexual dentro do matrimô nio, contudo, é boa (veja Gn 2.24; M t 19.5; 1 Co 6.16; E f 5.31). A sexualidade foi parte da “boa” criação de Deus. N a verdade, Deus criou a masculinidade e a feminilidade nas mentes e nos corpos, e “toda a criação de Deus é boa” (1 T m 4.4). Mas as relações sexuais são boas somente quan do praticadas dentro dos limites do casamento, conforme ordenado pelo próprio Deus (veja Hb 13.4). J O à O 1 6 .12,13 — Jesus predisse a vinda de Bahaulla, como dizem os Bahais? A M Á IN TER PR ET A Ç Ã O : Os adeptos da Fé Bahai acreditam que cada período histórico necessita de reve 304 JOÃO lações atualizadas da parte de Deus. Para eles, Jesus foi um em meio a muitos profetas. Ele comunicou a revela ção de Deus especificamente para a sua época. Contudo, para eles, o maior de todos os profetas foi Bahaulla (1817— 1892). E dizem que o texto em João 16.12,13 foi uma profecia a seu respeito. Interpretam que Bahaulla seja “o Espírito da verdade” que veio para nos guiar em toda a verdade (Effendi, 1995, 93-96). C O R R IG IN D O A M Á IN TER PR ETA Çà O : Jesus cia ramente identifica o Espírito da verdade como sendo o Espírito Santo (Jo 14.16,17,26), e não Bahaulla. Além do mais, Jesus disse há quase 2.000 anos que a sua pro messa a respeito do Espírito Santo se cumpriria “não muito depois destes dias” (At 1.5), e não 1.800 anos de pois (quando foi fundada a seita da Fé Bahai). N a verda de, o cumprimento da promessa aconteceu no dia de Pentecostes, conforme descrito em Atos 2. Jesus também disse que o Espírito Santo faria o seu ensino conhecido, e não que o substituiria pelo ensino de outro profeta (Jo 16.14). E que o Espírito Santo nos seria dado “para que fique convosco para sempre” (Jo 14.16). Bahaulla viveu há menos de 110 anos. Isso difi cilmente constitui a promessa que diz “para sempre” . J O à O 1 6 .2 4 — O significado deste verso é que p o demos obter qualquer coisa que quisermos se a p e dirm o s em nom e de J esu s, como sugerem os ensinadores da seita Palavra da Fé? A M Á IN T E R PR E T A Ç Ã O : Em João 16.24 Jesus disse: “Até agora, nada pedistes em meu nome; pedi e recebereis, para que a vossa alegria se cumpra”. Alguns ensinadores da seita Palavra da Fé dizem que esse verso significa que nós podemos obter praticamente qualquer coisa que qui 305 RE S PO S T A ÀS SEITAS sermos se a pedirmos em o nome de Jesus. Em seu livro The name o f Jesus, Kenneth Hagin alegou: “Não fiz se quer uma oração em 45 anos... sem que obtivesse uma resposta. Sempre tive uma resposta — e a resposta foi sempre sim” (1981,16). C O R R IG IN D O A M Á IN TERPR ETAÇà O : Hagin e outros ensinadores da Palavra da Fé citam esse verso de modo isolado de outros versos que esclarecem o real sig nificado do texto bíblico. Em João 15.7, por exemplo, Je sus disse: “Se vós estiverdes em mim, e as minhas palavras estiverem em vós,pedireis tudo o que quiserdes, e vos será feito”. Nesse texto, estar em Cristo é a condição clara para que recebamos respostas às nossas orações. Também nos foi dito:“E qualquer coisa que lhe pedirmos, dele a rece beremos, porque guardamos os seus mandamentos e faze mos o que é agradável à sua vista” (1 Jo 3.22). “E esta é a confiança que temos nele, que se pedirmos alguma coisa, segundo a sua vontade, ele nos ouve. E, se sabemos que nos ouve em tudo o que pedimos, sabemos que alcançamos as petições que lhe fizemos” (1 Jo 5.14,15; ênfase adiciona da). Finalmente nos é dito que, se pedirmos algo por m o tivos errados, não receberemos aquilo que pedimos (Tg 4.3). Esses são importantes requisitos que devemos ter em mente quando buscamos compreender o significado da quilo que Jesus disse em João 16.24. O verso certamente não é uma fórmula mágica, como o retratam os ensinadores da seita Palavra da Fé. J O à O 1 7 .2 0 ,2 1 — A oração de Jesus “Para que todos sejam u m ” tencionava a unidade hierárquica visível expressa na igreja católica romana? A M Á IN T E R P R E T A Ç Ã O : Os estudiosos católicos acreditam que a unidade da fé “consiste no fato de que 306 JOÃO todos os membros da igreja creiam, de coração, nas ver dades de fé propostas pelo ministério de ensino da igreja [católica romana], ao menos de m odo implícito, e confessem-nas publicamente” . Essa unidade “consiste, por um lado, na sujeição dos membros da igreja à autoridade dos bispos e do papa (unidade de governo ou unidade hierárquica); por outro lado, no comprometimento dos membros entre si a buscar a unidade social através da participação de uma mesma forma de culto e nos mes mos moldes de graça (unidade de culto ou unidade litúrgica)” (Ott, 1960, 303). C O R R IG IN D O A M Á IN T E R PR E T A Ç Ã O : Q uan do Jesus falou sobre todos os crentes serem “u m ” em João 17, não estava discorrendo a respeito de unidade organizacional mas de unidade orgânica. Ele não se refe ria a uma uniformidade externa, mas à manifestação vi sível de nossa unidade espiritual — por exemplo, em nosso amor uns para com os outros, que Jesus disse po der ser detectado pelos não crentes (Jo 13.35). Pelo que foi dito dos cristãos primitivos, fica evidente que a uni dade de que se está falando é, na verdade, espiritual: “Ve jam como se amam uns aos outros!” Os verdadeiros se guidores de Cristo são um em fé, esperança e amor, po rém não são um só em termos de denominação, con venção ou jurisdição. Mesmo que o debate imediato nessa oração de Jesus seja em torno de uma união visível da igreja, está claro que Ele não a visualizava como uma unidade organiza cional, como aquela reivindicada pela visão romana. N enhum a unidade governamental é sequer m enciona da em qualquer lugar nessa passagem. Jesus está falando de todos os que tam bém “hão de crer” nEle futura mente, incluindo aqueles que ainda não podiam ser vistos (v. 20), o que é uma descrição do completo corpo 307 R E S P O S T A À S S EI T AS espiritual de crentes, e não simplesmente dos crentes que estão reunidos em organizações sobre a terra. A unidade pela qual Jesus orou é comparável àquela que existe en tre as pessoas na Trindade divina (“ como tu, ó Pai, o és em mim, e eu, em ti” — v. 21); uma unidade claramente espiritual e invisível, e não visível e organizacional. O sentido primário pelo qual o mundo observaria a mani festação dessa unidade seria o “am or” (v. 23), uma liga ção espiritual, e não organizacional. Jesus disse: “Nisto todos conhecerão que sois meus discípulos, se vos amardes uns aos outros” (Jo 13.35). Portanto, fica claro que o tipo de unidade visualizada aqui não passa pelo conceito de organização visível, como alegam os católicos, mas de uma verdadeira unidade espiritual. J O à O 1 9 . 2 6 , 2 7 — A declaração feita p o r Cristo na cruz acerca de M aria confere a ela o papel de “me diadora” no plano da redenção, como acreditam os estudiosos católicos? A M Á IN TE R PR E T A Ç Ã O : N a cruz, Jesus disse à sua mãe: “Mulher, eis aí o teu filho”, e ao discípulo: “Eis aí tua m ãe” (Jo 19.26b, 27a). De modo ampliado e com base nessa passagem, Maria tem ganho o papel de “m e diadora” ou “co-redentor” (ou “co-redentora”) (Ott, 1960, 212). Os católicos insistem que isso “não deve ser concebido como se fora uma equação da eficácia de Maria com a atividade redentora de Cristo, o único R edentor da humanidade” (1 Tm 2.5). Pois “ela mesma precisou de redenção e foi redimida por Cristo” (Ibid.). Contudo, os estudiosos católicos destacam: “N o poder da graça da Redenção, cujo mérito pertence a Cristo, Maria, por sua entrada espiritual no sacrifício de seu di vino filho, em favor dos homens, fez expiação pelos pe cados da humanidade, e (de congruo), fez jus à aplicação 308 JOÃO da graça redentora de Cristo. Desse modo, ela coopera na redenção subjetiva da espécie hum ana” (Ibid., 213). O papel de Maria como medianeira é descrito do seguinte modo: Os teólogos buscam um fundamento bíblico nas pala vras de Cristo em João 19.26 e seq.:“Mulher, eis aí o teu filho, filho eis aí tua mãe” (...) A interpretação mística... vê em João o representante de toda a raça humana. Nele, Maria foi dada como a mãe espiritual de toda a humani dade remida para que ela, por sua poderosa intercessão, pudesse obter para os seus filhos necessitados de auxílio todas as graças por meio das quais eles possam alcançar a salvação eterna [Ott, 214]. C O R R IG IN D O A M Á IN T E R PR E T A Ç Ã O : Faltam, por completo, as evidências necessárias nas Escrituras para que se possa chamar Maria de mediadora ou de co-redentora. De um lado, o próprio contexto fornece o sig nificado da declaração de Jesus, quando complementa: “E desde aquela hora o discípulo a recebeu em sua casa” (Jo 19.27).Jesus, como o filho mais velho (e os católicos o dizem “único”), estava morrendo, e recomendou sua mãe aos cuidados de João, o único apóstolo presente e junto à cruz no m om ento da crucificação. Por outro lado, até mesmo uma clássica autoridade católica romana nos dogmas católicos confessa: “Faltam nas Escrituras provas expressas” . Ele meramente diz que “os teólogos buscam fundamento bíblico” (Ibid., 214) em uma interpretação mística de João 19.26. Tal inter pretação, porém, é removida para longe do verdadeiro sentido do texto, e em virtude de sua natureza não plau sível, apenas enfraquece o caso no tocante à doutrina. N a verdade, o claro significado de muitas passagens das Escrituras declara que existe apenas “um só Deus e um só mediador entre Deus e os homens, Jesus Cristo, ho 309 R ESPO STA ÀS SEITAS m em ” (1 Tm 2.5; confirajo 10.1,9-11; 14.6; Hb 1.2,3; 10 . 12). A alegação dos católicos de que o term o “u m ” (mo nos) em 1 Tim óteo 2.5 não significa somente um (eis) é uma falsa disjunção. E óbvio que o apóstolo Paulo pro curou nessa passagem comunicar que existe somente um Deus e somente um mediador entre Deus e os homens. Existem outros intercessores humanos para com Deus na terra (1 T m 2.1-4), mas somente um mediador entre os seres humanos e Deus. Pois se a pa lavra monos não significasse “somente um ”, então o após tolo teria deixado aberta a p o rta tam bém para o politeísmo, uma vez que a mesma construção se aplica igualm ente a Deus. Existe um dilema inerente na mariologia católica. A teologia católica admite que p o demos obter de Cristo tudo aquilo que precisamos como crentes. Contudo, muitos teólogos católicos já exaltaram o papel de Maria como aquela que pode dis pensar toda a graça. O u o papel de Maria é supérfluo, ou a mediação desempenhada por Cristo é diminuída. A única saída para o dilema é considerar, como fazem os crentes protestantes, que Maria não “dispensa” ne nhum a graça. Maria, como a mãe terrena de Jesus, foi o canal através de quem a graça de Deus entrou no m un do. Mas Maria não é agora no céu a despenseira da graça de Deus a nosso favor. J O A O 2 0 . 1 7 — E ste verso prova que Jesus não é D eu s Todo-Poderoso? A M Á IN TER PR ET A Ç Ã O : A passagem em João 20.17 cita Jesus dizendo a Maria: “Não me detenhas, porque ainda não subi para m eu Pai, mas vai para meus irmãos e dize-lhes que eu subo para meu Pai e vosso Pai, meu Deus e vosso Deus”. As Testemunhas de Jeová dizem 310 JOÃO que uma vez que Jesus tinha um Deus, o seu Pai, Ele não poderia ao mesmo tempo ser esse Deus (Reasoningfrom lhe Scriptures, 1989, págs. 212, 411). C O R R IG IN D O A M Á IN T E R PR E T A Ç Ã O : Antes de sua encarnação, Cristo possuía apenas uma natureza, a divina (Jo 1.1). Mas na encarnação (Jo 1.14), Cristo se revestiu de uma natureza humana. Em sua forma hum a na (Fp 2.6-8), seria próprio que Cristo reconhecesse o Pai como “o meu D eus” . Afinal de contas, foi dito a respeito de Jesus que “convinha que, em tudo, fosse se melhante aos irmãos” (Hb 2.17). C om o humano, Jesus reconhece Deus do mesmo modo que o fazem todos os outros humanos. Contudo Jesus, em sua divina natureza, nunca se referiria ao Pai como “o meu Deus”, porque Jesus era completamente idêntico ao Pai, de todas as maneiras, no que se refere à sua natureza (Jo 10.30). J O à O 2 0 .1 9 — Com o é que Jesus f o i capaz de atravessar uma porta fechada, tendo E le um corpo físico? Veja neste livro nossos comentários a respeito das passa gens de Lucas 24.31,34 e 1 Coríntios 15.5-8. J O A O 2 0 .2 2 ,2 3 — E ste texto dá suporte à alegação católica de que os seus sacerdotes possuem poder para perdoar pecados? A M Á IN T E R PR E T A Ç Ã O : Baseados nesse texto, os católicos romanos m antêm que “a igreja recebeu da par te de Cristo poder para perdoar pecados cometidos após o batismo” (Ott, 1960, 417). E “com estas palavras,Jesus transferiu aos apóstolos a missão que Ele mesmo rece beu do Pai... Do mesmo m odo que Ele mesmo perdoou 311 R ESPO STA ÀS SEITAS pecados na terra (Mt 9.2 e seq.; Mc 2.5), agora investiu também os apóstolos de poder para perdoar pecados” (Ibid., 419). Os católicos acreditam que esse poder sin gular de perdoar pecados foi também concedido aos sa cerdotes católicos romanos da atualidade. C O R R IG IN D O A M Á IN TER PR ET A Ç Ã O : Não se discute que foi dado aos apóstolos o poder de pronunci ar o perdão e/o u reter os pecados. Contudo, a reivindi cação católica de que esse seja um poder especial, de posse exclusiva daqueles que são ordenados sob a verda deira autoridade apostólica — como a que a igreja cató lica alega possuir, dizendo ser os verdadeiros sucessores dos apóstolos — não encontra apoio nesse texto. N enhum a reivindicação é encontrada, em qualquer parte do texto, de que apenas sacerdotes devidamente ordenados de acordo com a autoridade apostólica, con forme alegam os ministros católicos romanos (juntamente com os cleros da igreja ortodoxa oriental e da antiga Católica, e algumas comunidades anglicanas), devam so zinhos possuir esse poder. Todos os crentes que viveram nos primórdios da igreja cristã, incluindo pessoas leigas, anunciaram o Evangelho através do qual os pecados são perdoados (R m 1.16; 1 Co 15.1-4). Esse ministério de perdão e reconciliação não foi limitado a qualquer classe especial conhecida como “sacerdotes” ou o “clero” (2 Co 3-5). Filipe, que era um diácono (At 6.5), e não um presbítero ou sacer dote no sentido católico romano, pregou o Evangelho aos samaritanos.Esse fato resultou na conversão de m ui tos deles (At 8.1-12), o que envolveu o perdão dos seus pecados. Os apóstolos vieram mais tarde não para coo perar na conversão dessas pessoas, mas para compartilhar com elas o especial “dom do Espírito Santo” (At 2.38; 8.18), com a evidente manifestação do falar em línguas 312 JOÃO (c onfira At 2.1-4) que acompanhava esse dom especial (confira At 1.5; 2.38; 10.44-46). Essa passagem em João é paralela à da Grande Comis são, na qual Jesus instrui todos os seus discípulos a que levem o Evangelho a todo o mundo e façam outros dis cípulos (Mt 28.18-20; Mc 16.15,16; Lc 24.46-49). Nes sa ordem para evangelização, Jesus promete, como faz na passagem em questão, que a pregação do Evangelho (Mc 16.15) resultará na “remissão dos pecados” (Lc 24.47) daqueles que cressem, e que pelo seu Espírito estará ju n to deles até a consumação dos séculos (Mt 28.20).Todos esses três aspectos têm um paralelo em João, onde en contramos Jesus dando o “Espírito Santo” aos discípulos (Jo 20.22), mandando que proclamassem “o perdão dos pecados” 0o 20.23), e comissionando-os para que de sempenhassem a sua missão na autoridade do Pai. “As sim como o Pai me enviou, também eu vos envio a vós” (Jo 20.21). Então, examinando com mais cautela, não existe um poder maior, dado na passagem que está em João 20.22,23, do que aquele que todos os discípulos possuíram como resultado do grande comissionamento, tarefa esta reconhecida até mesmo pelo Vaticano II como uma obrigação de todo cristão (The documents o f Vatican II, seção 120). Em resumo, de m odo contrário às reivindicações ca tólicas, não há nada em João 20.22,23 que apóie a pri mazia ou a infalibilidade do bispado de R om a, e nem de qualquer poder sacerdotal exclusivo.Trata-se simplesmen te de uma afirmação na qual Jesus dá aos seus discípulos a habilidade de ministrar o perdão de pecados a todos aqueles que crêem na mensagem que os apóstolos foram comissionados a proclamar. J O à O 2 0 .2 8 — Este verso serve como argumento à divindade de Cristo? 313 R E S P O S T A À S S EI T AS A M Á IN TER PR ETA Ç Ã O : Quando o duvidoso Tomé viu o Cristo ressurreto, disse:“Senhor meu, e Deus meu!” As Testemunhas de Jeová reinterpretam esse verso de uma maneira que busca evitar transparecer que Cristo é Deus. Dizem que Tomé deve ter expressado sua grande sur presa ao ver Jesus com uma exclamação do tipo “M eu Deus!” (Should you believe in the Tríníty?, 1989, pág. 29). C O R R IG IN D O A M Á IN T E R P R E T A Ç Ã O : Tomé não poderia estar expressando uma mera surpresa por ver Jesus. Se Tomé tivesse dito “Senhor meu, e Deus m eu” apenas como uma reação causada pela surpresa, Jesus o teria repreendido por tom ar o nom e de Deus em vão. Ao invés de repreender o apóstolo, Jesus co m entou que Tomé reconheceu a sua verdadeira identi dade como “Senhor” e “Deus” (v. 29). O reconheci m ento de Jesus como Deus é consistente com tudo aquilo que nos é dito ao longo do Evangelho de João a respeito dEle (vejajo 1.1; 8.58; 10.30). N a verdade, essa é a culminação do próprio tema do Evangelho de João (confiraJo 20.31). J O A O 2 1 .1 5 -1 9 — Esta passagem dá base à alega ção católica de que Pedro tenha sido o primeiro papa? A M Á IN TER PR ET A Ç Ã O : Nesse texto Jesus diz três vezes a Pedro: “Apascenta os meus cordeiros” (vv. 15,16,17). Os estudiosos católicos romanos acreditam que essa passagem mostra que foi dada exclusivamente a Pedro a infalível autoridade para que fosse o pastor de toda a igreja cristã. C O R R IG IN D O A M Á IN TERPRETAÇ ÃO : U m exa m e cuidadoso do contexto revela que os católicos fazem uma séria e exagerada reivindicação a partir dessa passa- 314 JOÃO em. Ainda que esse texto fosse aplicável exclusivamen te- a Pedro, ou a todos os discípulos, não existe absoluta mente nenhuma referência bíblica a qualquer autorida de humana infalível. A preocupação de Jesus aqui ex pressa é uma questão de cuidado pastoral. Alimentar é uma função pastoral dada por Deus que até mesmo os que não eram apóstolos possuíam no Novo Testamento (confira At 20.28; E f 4.11,12; 1 Pe 5.1,2). U m a pessoa não necessita obrigatoriamente ser um pastor infalível para que seja capaz de alimentar as suas ovelhas adequa damente. Se Pedro possuía a infalibilidade (a habilidade de não falhar), então por que é que ele falhou ao conduzir os crentes e, por isso, precisou ser repreendido pelo apósto lo Paulo (G1 2.11-21)? As Escrituras infalíveis, aceitas pelos católicos romanos, declaram que Pedro, certa oca sião, agiu de m odo “repreensível” e com “dissimulação” (G1 2.11,13). “E os outros judeus também dissimulavam com ele [Pedro], de maneira que até Barnabé se deixou levar pela sua dissimulação” (v. 13). A dissimulação aqui é definida pela própria versão católica da Bíblia (New American Bible — NAB) como “pretenso ato de falsi dade; falta de sinceridade moral” . Parece complicado exonerar Pedro da acusação de ter conduzido crentes ao desvio — algo difícil de conciliar com a reivindicação católica de que Pedro tenha sido um pastor infalível da igreja. A resposta católica — de que Pedro não era infalível em suas atitudes, mas apenas em suas palavras ex cathedra — soa falso quando nos lembramos de que as atitudes estão no domínio da moral, e de que o papa é tido como infalível em fé e em moral. Em vista disso, até mesmo o fato de que os católicos admitem o comportamento des prezível de alguns de seus papas é altamente esclarece dor. Em suma, Pedro não pode ser um guia infalível em 315 R E S P O S T A Á S S EI T AS termos de fé e moral, e ao mesmo tempo conduzir ao erro outros crentes, já que a epístola aos Gálatas trata justamente de um importante assunto de fé e moral. De modo contrário ao pensamento católico, o signi ficado geral dessa passagem refere-se mais às fraquezas de Pedro, bem como à sua necessidade de restauração, do que de seus poderes singulares. A razão pela qual Pedro necessita de restauração como nenhum outro, tendo sido questionado três vezes por Jesus — “amas-me mais do que estes?” (do que os outros discípulos) — , era porque somente Pedro havia negado ao Senhor por três vezes, e por isso apenas Pedro precisava ser restaurado. Desse modo, Jesus não estava nessa passagem exaltando Pedro acima dos demais apóstolos, mas colocando-o no mes mo nível deles. Observando-se os títulos atribuídos a Pedro ao longo do Novo Testamento, fica claro que ele mesmo jamais aceitaria os termos utilizados hoje para o papa católico romano:“pai santo” (confira M t 23.9) ou “supremo pon tífice” e “vicário de Cristo”. O único vicário de Cristo na terra hoje é o bendito Espírito Santo (Jo 14.16,26; 16.13,14). Conform e visto anteriormente, Pedro refe riu-se a si mesmo com termos muito mais humildes, tais como “ura apóstolo”, e não o apóstolo (1 Pe 1.1; ênfase adicionada), e “sou também presbítero [ancião] com eles” (1 Pe 5.1; ênfase adicionada), e não o supremo bispo, o papa, ou o santo padre. 316 CAPÍTULO " / ^ 26 -fi - ■■■: -;í'W v _;J| - í 1 ATOS DOS APOSTO LOS A T O S 1 .9 -1 1 — E ste verso prova que a segunda vinda de Cristo será um evento invisível? A M Á IN T E R P R E T A Ç Ã O : N o episódio da ascensão, vários discípulos testemunharam Cristo sendo elevado às nuvens. Então alguns anjos disseram aos discípulos que Cristo, em sua segunda vinda, “há de vir assim como para o céu o vistes ir” (At 1.9-11) — isto é, Ele desapa receu e já não podia mais ser visto. As Testemunhas de Jeová dizem que essa passagem indica que a segunda vinda será um evento invisível (Reasoning from the Scriptures, 1989, pág.243). C O R R IG IN D O A M Á IN T E R P R E T A Ç Ã O : Jesus as cendeu ao céu corporal e visivelmente, conforme teste R E S P O S T A À S S EI T AS munhado pelos discípulos (v. 9). Ele não pôde mais ser visto somente depois que havia ascendido ao céu cor poral e visivelmente (“e uma nuvem o recebeu, ocultan do-o a seus olhos” — verso 9). Do mesmo modo, Cristo virá outra vez, (v. 11). O ensino consistente das Escritu ras é uma segunda vinda corpórea e visível. Por exem plo, Apocalipse 1.7 diz: “Eis que vem com as nuvens, e todo olho o verá, até os mesmos que o traspassaram; e todas as tribos da terra se lamentarão sobre ele. Sim! Amém!” Mateus 24.30 diz: “Então, aparecerá no céu o sinal do Filho do Hom em ; e todas as tribos da terra se lamentarão e verão o Filho do H om em vindo sobre as nuvens do céu, com poder e grande glória” . A T O S 2 .4 — O fato de o Espirito Santo ter “enchido” os discípulos prova que Ele não é uma pessoa? A M Á IN TER PR ET A Ç Ã O : Esse verso diz que os dis cípulos foram cheios do Espírito Santo. As Testemunhas de Jeová raciocinam do seguinte modo: “Um a compara ção de textos bíblicos que se referem ao espírito santo mostra que eles o mencionam como ‘enchendo’ pesso as”. Essa expressão não seria “apropriada se o espírito santo fosse uma pessoa” (Reasoningfrom the Scriptures, 1989, pág.380). C O R R IG IN D O A M Á IN TER PR ET A Ç Ã O : Efésios 3.19 faz referência a alguém ser cheio do próprio Deus. Efésios 4.10 fala de Cristo enchendo todas as coisas. Uma vez que esses versos não descaracterizam a personalida de de Deus e de Cristo, então Atos 2.4 também não descaracteriza a personalidade do Espírito Santo. A personalidade do Espírito Santo é o testemunho das Escrituras. O Espírito Santo possui os atributos es senciais de personalidade — pensamento (1 Co 2.11), 318 ATOS DOS APÓSTOLOS emoções (Ef4.30) e vontade (1 Co 12.11). Ele faz coisas que somente uma pessoa é capaz de fazer — tais como ensinar (Jo 14.26), testificar (Jo 15.26), dirigir (Rm 8.14), comissionar (At 13.4), dar ordens (At 8.29), orar (R m 8.26) e falar às pessoas (2 Pe 1.21). Ele também é tratado como uma pessoa. Por exemplo, pode-se tentar m entir a Ele (At 5.3). Não se tenta mentir a um mero poder ou força. A T O S 2 .3 8 — Pedro declarou nesta passagem que o batismo é uma condição necessária para a salvação? A M Á IN T E R P R E T A Ç Ã O : Os m órm ons freqüen tem ente citam esse verso com o prova de que uma pessoa deve obrigatoriam ente ser batizada para que possa receber o perdão de seus pecados e ser salva (Talmage, 1977, 122). Os adeptos da U nidade Pentecostal tam bém citam esse versículo com o suporte à visão da seita a respeito da regeneração batism al (Bernard, 1984,170-180). C O R R IG IN D O A M Á IN T E R PR E T A Ç Ã O : O que Pedro quer dizer aqui torna-se claro quando considera mos o possível significado de ser batizado “para” a re missão dos pecados à luz do uso desta preposição, tanto dentro do contexto quanto do restante das Escrituras. Em primeiro lugar, o term o “para” (do grego eis) pode tanto significar “ com vistas a” ou “por causa de” . N o último sentido, o batismo nas águas aconteceria porque essas pessoas foram salvas, e não para que elas sejam salvas. Em segundo lugar, pessoas são salvas quando recebem a Palavra de Deus, e as pessoas que ouviram Pedro na quela ocasião “de bom grado receberam a sua palavra” antes que fossem batizados (At 2.41). 319 R E S P O S T A À S S EI T A S Em terceiro lugar, o verso 44 fala de “todos os que criam” como aqueles que compunham a Igreja Primiti va, e não o conjunto de todos aqueles que eram batizados. Em quarto lugar, mais tarde, aqueles que deram cré dito à mensagem de Pedro claramente receberam o Es pírito Santo antes de serem batizados. Pedro disse: “Pode alguém, porventura, recusar a água, para que não sejam batizados estes que também receberam, como nós, o Es pírito Santo?” (At 10.47). Em quinto lugar, Paulo separa o batismo do Evange lho, dizendo: “Cristo enviou-me não para batizar, mas para evangelizar” (1 Co 1.17a). Mas é o Evangelho que nos salva (Rm 1.16). Portanto, o batismo não é parte da condição de salvação. Em sexto lugar, Jesus se referiu ao batismo como uma obra de justiça (Mt 3.15). Mas a Bíblia declara que “não pelas obras de justiça que houvéssemos feito, mas segun do a sua misericórdia, nos salvou pela lavagem da rege neração e da renovação do Espírito Santo” (Tt 3.5). Em sétimo lugar, nem sequer uma vez durante todo o Evangelho de João, escrito explicitamente para que as pessoas pudessem crer e ser salvas (Jo 20.31), o batismo é mencionado como uma condição de salvação. Antes, esse Evangelho instrui as pessoas a “crerem” para que sejam salvas (confiraJo 3.16,18,36). Parece melhor compreender a declaração de Pedro do seguinte modo: “Arrependei-vos e sede batizados como resultado do perdão de vossos pecados”. Fica claro, através do contexto e do restante das Escrituras, que essa visão olhava para o passado, para a ocasião em que os pecados das pessoas foram perdoados, no momento em que elas foram salvas. As etapas de crer, arrepender-se e ser batiza do são colocadas juntas, uma vez que o batismo deveria naturalmente ocorrer em seguida ao ato de crer. Mas em nenhuma passagem é dito que “aquele que não for batizado 320 ATO S DOS A PÓ S TO LO S será condenado” (confira Mc 16.16). Contudo Jesus disse enfaticamente que “quem não crê já está condenado” (Jo 3.18b; com ênfases adicionadas). As Escrituras não fazem do batismo uma condição para a salvação. A T O S 2 .3 8 — O único batismo legítimo é o batismo “em nome de Jesus ”, como crêem os adeptos da Unidade Pentecostal? A M Á IN TER PR ET A Ç Ã O : Em Atos 2.38 Pedro disse: “Arrependei-vos, e cada um de vós seja batizado em nom e de Jesus C risto para perdão dos pecados, e recebereis o dom do Espírito Santo”. Os adeptos da Unidade Pentecostal acreditam que isso significa que o único batismo cristão legítimo é o batismo em nom e de Jesus (Bernard, 1984,170-80). U m “batismo triunitário” (em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo) é visto por essas pessoas como inválido. A frase “em nom e de Jesus” deve obrigatoriamente ser pronunciada sobre a pessoa que está sendo batizada. Essa visão é correta? C O R R IG IN D O A M Á INTERPRETAÇÃO : A frase “em nome de”, nos tempos bíblicos, freqüentemente trazia consigo o significado “pela autoridade de” .Vista sob essa luz, a frase em Atos 2.38 não pode ser interpretada como algum tipo de fórmula batismal mágica. Esse verso simples mente indica que as pessoas devem ser batizadas de acordo com a autoridade de Jesus Cristo. O verso não significa que as palavras “em nome de Jesus” devam obrigatoriamente ser pronunciadas sobre cada pessoa que estiver sendo bati zada. E, se houvesse alguma pretensão de que a passagem em Atos 2.38 fosse uma fórmula batismal, então por que é que essa fórmula não foi repetida mais vezes, exatamente do mesmo modo, através do restante do livro de Atos ou do Novo Testamento (confira M t 28.19)? 321 R ESPO STA ÀS SEITAS Para utilizar de forma consistente a lógica empregada pela seita Unidade Pentecostal, teríamos que pronunciar as palavras “em nome de Jesus” sobre tudo aquilo que fazemos, pois Colossenses 3.17 nos instrui: “E, quanto fizerdes por palavras ou por obras, fazei tudo em nome do Senhor Jesus, dando por ele graças a Deus Pai”. Podese notar claramente que não se pretende que as palavras “em nome de Jesus” sejam uma fórmula. O batismo “em nome de Jesus” faz sentido no con texto de Atos 2 porque os judeus (“varões judeus”, v. 14; “varões israelitas”, v. 22), para quem Pedro estava jpregando, haviam rejeitado a Cristo como o Messias. E ló gico que Pedro os chamaria ao arrependimento por sua rejeição a Jesus, o Messias, e faria com que tornassem público sua identificação com Ele através do batismo. A partir de uma perspectiva histórica, o batismo triunitário (Mt 28.19) foi certamente dominante a par tir do segundo século. Poderíamos concluir que todos aqueles que foram batizados a partir do segundo século até o século presente são, desse modo, pessoas não salvas? Tal sugestão é ilógica. Além do mais, é bom esclarecer que nenhum dos líderes da igreja utilizou-se de sofismas em relação ao batismo triunitário nos primeiros séculos do cristianismo. Se a salvação dependesse de uma pessoa ser batizada em nome de Jesus, certamente teria havido um grande debate quando o batismo triunitário passou a ser largamente praticado. Mas a história da Igreja revela que não houve sequer uma onda no oceano dos debates teológicos a respeito desse tema. Fica claro que os cris tãos primitivos não consideravam como fórmulas rígi das o batismo “em nom e de Jesus” ou “em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo”. A T O S 2 .4 4 — A referência a ter “tudo em com um ” neste verso dá suporte à prática de sexo livre? 322 A TO S DOS A PÓ S TO LO S A MÁ INTERPRETAÇÃO : Os adeptos da seita Os M e ninos de Deus — agora conhecida como “A Família” — acreditam que a injunção em Atos 2.44, no tocante a ter tudo em comum, aplica-se também a maridos e esposas. Acreditam que se pode exercer a liberdade sexual, em cum primento à lei divina: “Que vos ameis uns aos outros” (Jo 15.12) e começar ao menos a ser “como os anjos no céu” que “nem casam, nem são dados em casamento” (Mt 22.30). Pensam que finalmente alcançaram a “liberdade da glória dos filhos de Deus” (Pan 8.21), e podem agora ser verda deiramente considerados Filhos de Deus (Lynch, 1990,17). C O R R IG IN D O A M Á IN TERPRETAÇ ÃO : Esse ver so descreve como os primeiros cristãos compartilhavam as provisões materiais entre si, com a finalidade de dar prosseguimento ao Evangelho naqueles dias iniciais e im portantes da igreja cristã. Desde o princípio, Deus estabeleceu o modelo crian do um relacionamento matrimonial monogâmico entre um hom em e uma mulher, Adão e Eva (Gn 1.27; 2.2125). Jesus reafirmou a intenção original de Deus. Em Mateus 19.4, Ele ensina que Deus criou um “macho e [umaj fêmea” e os uniu através do matrimônio. O Novo Testamento enfatiza que “cada um tenha a sua própria mulher, e cada uma tenha o seu próprio m arido” (1 Co 7.2).Veja neste livro as nossas discussões a respeito da visão da seita Os Meninos de Deus em Mateus 22.30 e João 15.12, e ainda a respeito da fidelidade monogâmica na discussão referente a 1 Reis 11.1. A T O S 2 .4 4 ,4 5 — O s cristãos prim itivos praticaram o comunismo? A M Á IN TE R PR E T A Ç Ã O : Alguns têm inferido que os cristãos na Igreja Primitiva praticaram uma forma de 323 RESPO STA ÀS SEITAS comunismo, devido ao fato de que “vendiam suas pro priedades e fazendas” e tinham “tudo em com um ” . Al guns grupos sectários têm citado tais versos, forçando os seus membros a entregar todas as suas posses materiais ao grupo. C O R R IG IN D O A M Á IN T E R PR E T A Ç Ã O : Essas passagens não são prescritivas, mas simplesmente descri tivas. Em parte alguma elas colocam esses fatos como normativos. Essas passagens simplesmente descrevem o que estavam fazendo as pessoas que criam. Até onde está indicado pelo texto, tal sistema era um arranjo temporá rio. Aparentemente, ficaram juntos em Jerusalém, uma vez que esse foi o lugar onde o Espírito Santo desceu sobre eles e a primeira grande entrega de pessoas a Cris to aconteceu. As necessidades geradas pelo fato de esta rem vivendo juntos e fora de suas próprias casas ocasio naram esse tipo de arranjo comum. Esse esquema comunitário acontecia espontaneamen te. Não existe absolutamente qualquer indicação no texto de que fosse compulsório. E era também parcial. O tex to implica que vendiam propriedades e campos extras, ou seja, que não vendiam o único domicílio residencial que possuíssem. A maioria dessas pessoas acabou deixan do Jerusalém, para onde tinham vindo para a festa de Pentecostes (At 2.1), e retornaram a seus próprios lares, que estavam espalhados por todas as partes do mundo de então (confira At 2.5-13). A T O S 3 .2 1 — Todas as coisas serão restabelecidas para Deus, ou apenas algumas coisas? A M Á IN TER PR ETA Çà O : A referência à “restauração de tudo”, nesse verso, tem sido mal interpretada de vários modos. Entre as seitas, por exemplo, os universalistas pen 324 ATO S DOS A PÓ S TO LO S sam que isso significa que todas as pessoas serão enfim salvas. Os mórmons, por sua vez, dizem que essa passagem aponta para a restauração da Igreja (através de Joseph Smith) após uma total apostasia (Richards, 1958, 35). C O R R IG IN D O A MÁ IN TER PR ET A Ç Ã O : Esse ver so não dá suporte à crença do universalismo. Deus deseja que todos os homens se salvem (1 T m 2.4; 2 Pe 3.9). Contudo, alguns não aceitarão a sua graça (confira M t 23.37). Veja, neste livro, os nossos comentários a respeito de Efésios 1.10. Atos 3.20,21 nem mesmo de forma rem o ta sugere que haverá uma apostasia através da igreja como um todo. Outras passagens das Escrituras refutam total mente tal idéia. Jesus disse que as portas do inferno não prevalecerão contra a Igreja (Mt 16.18). Ele também prom eteu aos seus seguidores: “ ...e eis que eu estou convosco todos os dias, até à consumação dos séculos” (Mt 28.20b).Jesus não poderia estar com os seus segui dores até a consumação dos séculos se a igreja como um todo passasse por uma completa apostasia, logo após a sua fundação. Em Efésios 3.21, o apóstolo Paulo diz: “A esse glória na igreja, por Jesus Cristo, em todas as gera ções, para todo o sempre. Amém!” C om o é que Deus poderia ser glorificado em uma igreja apóstata através de todas as gerações? Efésios 4.11-16 fala da igreja cres cendo em direção à maturidade espiritual, e não em di reção à degeneração espiritual. O que significa, então, a “restauração de tudo”? Pedro está falando aos judeus quando se refere “aos tempos da restauração de tudo, dos quais Deus falou pela boca de todos os seus santos profetas, desde o princípio” (At 3.21). O tema fica claro a partir de Atos 3.25, quando Pedro fala “do concerto que Deus fez com nossos pais, dizendo a Abraão: Na tua descendência serão benditas todas as 325 R E S P O S T A À S S EI T AS famílias da terra” . Pedro está se referindo ao futuro cum primento desse concerto feito com Abraão. Trata-se da restauração de todas as coisas para o povo de Deus. A T O S 4 .1 2 — Cristo é o único caminho de salvação? A M Á IN TER PR ETA Ç Ã O : Pedro declara em Atos 4.12 que “debaixo do céu nenhum outro nome há, dado en tre os homens, pelo qual devamos ser salvos” . Mas isso não é um exclusivismo estreito? O que será dos pagãos ou dos budistas sinceros? Os hindus, os bahais e os adep tos da Nova Era nos falam que existem muitos caminhos que conduzem a Deus, como os aros em uma roda (veja Spangler, 1978,46,47). C O R R IG IN D O A M Á IN TER PR ET A Ç Ã O : A sin ceridade não é um bom teste da verdade. As pessoas po dem e têm sido sinceramente erradas a respeito de m ui tas coisas (Pv 14.12). Mesmo que alguém creia no con trário, toda verdade é exclusiva. “Dois mais três são cin co” não permite qualquer outra conclusão. O mesmo é verdadeiro quando se trata de declarações a respeito de valores tais como: “O racismo é uma prática errada” e “As pessoas deveriam ser tolerantes” . Essas visões não admitem quaisquer alternativas. Todas as reivindicações da verdade são exclusivas. Se o humanismo é verdadeiro, então todos os não humanistas são falsos. Se o ateísmo é verdadeiro, então todos aqueles que crêem em Deus estão errados. Se Jesus é o único caminho para se chegar a Deus, então não existem ou tros caminhos. Essa não é uma reivindicação mais exclu siva do que qualquer outra reivindicação da verdade. A questão é se isso é verdade. Jesus e o Novo Testamento, clara e repetidamente, enfatizam que Jesus é o único ca minho de salvação. Ele disse: “Eu sou o caminho, e a 326 ATO S DOS A PÓ S TO LO S verdade, e a vida. N inguém vem ao Pai senão por m im ” (Jo 14.6).Ele reivindicou ser aporta (Jo 10.9),insistindo que “aquele que não entra pela porta no curral das ove lhas... é ladrão e salteador” (Jo 10.1). O apóstolo Pedro complementou: “E em nenhum outro há salvação, por que também debaixo do céu nenhum outro nom e há, dado entre os homens, pelo qual devamos ser salvos” (At 4.12). E Paulo sustentou que:“...há um só Deus e um só mediador entre Deus e os homens,Jesus Cristo, hom em ” (1 T m 2.5). A T O S 4 .3 4 ,3 5 — O s cristãos prim itivos praticaram o comunismo? Veja nossos comentários a respeito de Atos 2.44,45. A l 'OS 1 5 .6 -2 9 — Foi Pedro o cabeça da igreja que presidiu sobre o primeiro concilio da mesma? A M Á IN TER PR ET A Ç Ã O : Os católicos romanos acre ditam que Pedro foi o primeiro papa e que, como tal, presidiu sobre o primeiro concilio da igreja descrito em Atos 15. C O R R IG IN D O A M Á IN T E R P R E T A Ç Ã O : Não existe nenhum a evidência de que Pedro exercesse qual quer autoridade especial como o divinamente designa do vicário de Cristo na terra, ao presidir sobre essa reu nião dos primeiros líderes da igreja. As indicações são de que durante essa reunião apenas se confirmou a revela ção já concedida a um apóstolo (G1 1.11,12). O questionamento a respeito da circuncisão dos gen tios partiu da igreja em Antioquia (At 15.1-3). Não ha via nenhum mandato apostólico convocando a reunião. O evento foi mais como uma conferência do que pro 327 R ESPO STA ÀS SEITAS priamente um concilio de uma igreja, uma vez que par ticiparam não apenas os apóstolos e os presbíteros, mas também os outros “irmãos” que tomaram a decisão (At 15.2,3). Ao contrário da reivindicação católica, se alguém do minou a conferência, essa pessoa não foi Pedro, mas sim Tiago, que foi quem deu a última palavra na discussão (At 15.13-21).A conclusão foi moderada,utilizando fra ses como “pareceu-nos bem, reunidos concordemente” (At 15.25a). Na verdade, o resultado da conferência foi apenas uma “carta” (15.30), e não uma encíclica papal, com o típico linguajar de proscrição. A conferência reconheceu a sobrenatural confirma ção de Deus sobre a mensagem de Paulo (At 15.12), o que foi o sinal divinamente designado de que ele falava segundo revelações da parte de Deus (2 Co 12.12; H b 2.3,4). Pedro nunca foi chamado de apóstolo-chefe, quanto mais de representante de Cristo. Ele era apenas um dos “principais apóstolos” (2 Co 12.11; G1 1.18,19). N a verdade, ele mesmo intitulou-se apenas como “um apóstolo” (1 Pe 1.1) e “também presbítero com eles” (1 Pe 5.1), e referiu-se a Cristo como sendo o “Sumo Pastor” (5.4). Finalmente, Paulo, e não Pedro, desempenhou o pa pel dominante na maior parte de Novo Testamento. Paulo escreveu treze ou catorze livros. Pedro escreveu apenas dois. Pedro é a figura central apenas nos capítulos 1 a 8 do livro de Atos dos Apóstolos. Paulo é o principal per sonagem nos capítulos 9 a 28 desse mesmo livro. Pedro teve sérias dificuldades nas questões entre judeus e gen tios, e foi necessário que Paulo o repreendesse por seu erro (Gl 2.14-16). A T O S 1 5 .2 0 — Esta passagem indica que receber uma transfusão de sangue é pecado? 328 ATO S DOS APÓ STO LO S A MÁ IN T E R PR E T A Ç Ã O : As Testemunhas de Jeová dizem que esse verso prova que as transfusões de sangue são co n trárias à v o n ta d e de D eus ( A id to Bible understanding, 1971, pág.245). C’O R R IG IN D O A M Á IN TER PR ETA Ç Ã O : Essa pas sagem está falando sobre a restrição que havia no Antigo Testamento contra comer ou beber sangue (Gn 9.3,4; confira At 15.28,29). Contudo, uma transfusão de san gue não é “com er” ou “beber” sangue.Veja neste livro os nossos comentários sobre Gênesis 9.4. Está claro que essa passagem do Antigo Testamento não está relacionada fundamentalmente ao ato de comer sangue. Antes, ela está basicamente relacionada ao fato de que a vida está no sangue. Levítico 17.10-12 eviden cia esse fato: “E qualquer hom em da casa de Israel ou dos estrangeiros que peregrinam entre vós que comer algum sangue, contra aquela alma que comer sangue eu porei a minha face e a extirparei do seu povo. Porque a alma da carne está no sangue, pelo que vo-lo tenho dado sobre o altar, para fazer expiação pela vossa alma, por quanto é o sangue que fará expiação pela alma. Portanto, tenho dito aos filhos de Israel: N enhum a alma dentre vós comerá sangue, nem o estrangeiro que peregrine entre vós comerá sangue” (as ênfases foram adicionadas; veja também os nossos comentários acerca de Levítico 7.26,27 e 17.11,12). As proibições em Gênesis 9.3,4 e Levítico 17.10-12 foram primeiramente direcionadas ao ato de comer car ne que ainda estivesse pulsando com a sua vida, pois o sangue da vida ainda estaria nela. Mas a transfusão de sangue não é o mesmo ato que comer carne que ainda contenha em si o sangue da vida. Finalmente, a proibição em Atos não foi dada como uma lei através da qual os cristãos devessem viver, pois o 329 R E S P O S T A À S S EI T AS Novo Testamento ensina claramente que não estamos mais sob uma lei (R m 6.14; G1 4.8,31). Antes, o Conse lho de Jerusalém estava admoestando os cristãos gentios a que respeitassem os seus irmãos judeus observando es sas práticas, e desse modo não causando escândalo “nem aos judeus, nem aos gregos, nem à igreja de Deus” (1 Co 10.32). A T O S 1 7 .1 -3 — A s pregações de Paulo aos sábados, nas sinagogas, dão suporte à ótica adventista de que o mandamento de guardar o sábado ainda está em vigor? A M Á IN TER PR ET A Ç Ã O : Os adventistas do sétimo dia argumentam que Paulo sancionou para os cristãos tal prática através de seu costume de freqüentar e ministrar as suas pregações na sinagoga judaica aos sábados. C O R R IG IN D O A M Á IN TER PR ET A Ç Ã O : A práti ca de Paulo de discursar a judeus reunidos era mera mente parte de sua estratégia missionária visando o al cance dos judeus, onde quer que estivessem reunidos e a partir das próprias Escrituras deles, que costumavam vir para ler. Esse fato não sancionou a guarda do sábado pelos cristãos, do mesmo modo que as reuniões de Pau lo com os filósofos pagãos também não trouxeram ne nhuma nova prática aos cristãos (At 17.22-34). Pelo con trário, Paulo disse aos Colossenses que o sábado foi ape nas uma “sombra” que se foi quando a “substância” veio com Cristo (Cl 2.16,17). Paulo afirmou que a completa tábua da lei mosaica “gravada com letras em pedras” (que incluía a lei da guarda do sábado) “era transitória” (2 Co 3.7-10), e encontrou o seu “fim” em Cristo (v. 13). O Novo Testamento, por diversas vezes, menciona que a lei judaica contida no Antigo Testamento foi cumprida por 33 0 ATO S DOS APÓ STO LO S Cristo (Rm 10.4). Por causa desse cum prim ento da lei “se faz também mudança da lei” (Hb 7.12). O mandamento referente à guarda do sábado é o úni co dos Dez Mandamentos que não é enunciado de novo no contexto da graça no Novo Testamento. Essa teria sido uma significativa omissão, caso esse mandamento devesse ser praticado pelos cristãos da atualidade. Antes, o Novo Testamento sanciona o primeiro dia da semana para a ado ração cristã — como um costume do próprio Paulo. As razões para tal são óbvias. E o dia em que Cristo ressusci tou, dando início, desse modo, ao primeiro dia da semana como sendo separado para a comemoração cristã. As pri meiras aparições de Jesus, após ter ressuscitado, acontece ram aos domingos, o que estabeleceu, portanto, um pa drão de expectativa de sua presença no primeiro dia da semana (confira Mc 16.2; Jo 20.19,26). O domingo tam bém foi o dia em que o Espírito Santo batizou os discípu los como corpo de Cristo (At 2.1-4; 1 Co 12.13) — for necendo o dia do aniversário da igreja cristã. Assim, reunir-se no primeiro dia da semana tornouse a prática da igreja apostólica (At 20.7; 1 Co 16.2). No último livro do Novo Testamento, o apóstolo João estava meditando em um domingo, o “ dia do Senhor” , quando recebeu uma visão de Cristo (Ap 1.10), mostrando que a prática continuou por muitas décadas após os dias de Jesus na terra. Na verdade, a igreja cristã tem dado con tinuidade a essa prática desde o primeiro século até o presente.Veja neste livro os nossos comentários a respei to de Êxodo 20.8-11. A T O S 1 7 .2 8 — A citação de Paulo dá base à crença panteista de que D eu s está em todas as coisas? A M Á IN T E R PR E T A Ç Ã O : O apóstolo Paulo disse aos filósofos na Colina de Marte: “ ...nele vivemos, e nos 331 R E S P O S T A À S S EI T AS movemos, e existimos” . Os adeptos da seita Ciência Cristã vêem nesse verso fundamento para a sua crença panteísta de que “assim como uma gota de água é um só ser com o oceano, assim como um raio de luz é um só ser com o sol, do mesmo modo Deus e o homem, Pai e filho, são um só ser” (Eddy, 361). C O R R IG IN D O A M Á IN T E R P R E T A Ç Ã O : Não existe aqui e nem em qualquer outra parte do Novo Testamento qualquer razão para que se creia que o após tolo Paulo estivesse ensinando o panteísmo. Em primei ro lugar, ele era por formação e convicção um judeu ortodoxo — um fariseu (Fp 3.4-6) — e como tal, um estrito monoteísta (Dt 6.4; IC o 8.4,6). Em segundo lu gar, Paulo aqui se referia ao “Deus que fez o mundo e tudo o que nele há” (At 17.24), enquanto os panteístas acreditam que Deus seja o mundo e tudo o que nele há. E m terceiro lugar, Paulo apenas afirmou assertivamente que temos a nossa vida e o nosso ser “nEle” (Deus), e não que sejamos Deus, como argumentam os panteístas. Isso significa dizer que Deus é a causa da sustentação de todas as coisas, bem como a causa originadora de todas as coisas (Hb 1.3; Cl 1.17). A T O S 1 7 .2 8 ,2 9 — E ste verso dá suporte à idéia de que o Pai celestial e uma mãe celestial geraram espí ritos infantis na “preexistência”? A M Á IN T E R P R E T A Ç Ã O : Esse verso se refere aos crentes com o “geração de D eus” , fato que, de acordo com os m órm ons, significa que nascemos com o espí ritos infantis antes de nosso nascimento físico na ter ra. “Os seres hum anos, como espíritos, foram gerados e nascidos de pais celestiais, e criados até a m aturida de na eterna mansão do Pai antes de virem à terra em 332 A T O S DOS A P Ó S T O LO S i orpos temporais [físicos]” ( Gospel principies, 1979, p.ig.9). C O R R IG IN D O A M Á IN T E R P R E T A Ç Ã O : Nesse contexto, Paulo estava pregando a alguns homens em Atenas que nem sequer criam em Deus. Sacando pin celadas de verdades nos escritos deles, Paulo afirmou que somos todos “geração de D eus” no sentido de que lomos todos criados por Ele. Paulo havia anteriorm en te afirmado que Deus “de um só fez toda a geração dos homens para habitar sobre toda a face da terra, deter minando os tempos já dantes ordenados e os limites da sua habitação” (At 17.26). Paulo provavelmente pen sou a respeito de Malaquias 2.10, que diz: “N ão temos nós todos um mesmo Pai? N ão nos criou um mesmo I )eus?” E importante compreender que a humanidade não existia previamente como espíritos, anteriormente ao nas cimento físico na terra. Gênesis 2.7 nos diz:“E form ou o Senhor Deus o hom em do pó da terra e soprou em seus narizes o fôlego da vida; e o hom em foi feito alma vivente”. Observe que nenhum espírito preexistente en trou em um tabernáculo físico de carne. Antes, Deus criou o ser físico, e então “soprou em seus narizes o fô lego da vida”, e o hom em tornou-se um ser vivente nesse exato momento. Parece que nessa ocasião Deus criou tanto a parte material do ser humano como a imaterial. Desde então, os seres humanos — tanto em seus aspectos materiais como imateriais — nascem para o mundo através da união natural de seus pais (confira Gn 5.3). A T O S 1 9 .1 2 — O s milagres que foram feitos através das roupas dos apóstolos dão apoio ao dogma cató lico de venerar as relíquias religiosas? 333 R ESPO STA ÀS SEITAS A M Á IN TERPRETAÇ ÃO : De acordo com Atos 19.12, “até os lenços e aventais se levavam do seu corpo [do apóstolo Paulo] aos enfermos, e as enfermidades fugiam deles, e os espíritos malignos saíam” . Essa ocorrência histórica dos tempos da Igreja Prim i tiva credenciam a veneração de relíquias praticada pela igreja católica? C O R R IG IN D O A M Á IN TERPRETAÇ ÃO : As curas sobrenaturais alcançadas através das roupas do apóstolo Paulo não provam que devamos venerar coisa alguma. Aos apóstolos foram concedidos os especiais “sinais do apostolado” (2 Co 12.12) com a finalidade de confir mar a revelação especial de Deus (que é o Novo Testa mento) através deles. Os sinais de um apóstolo já não são mais necessários para esse propósito específico (Hb 2.3,4). N o tocante às relíquias, nem nessa passagem e nem em qualquer outra do Novo Testamento é dito que se deve venerar artigos através dos quais foram feitos mila gres. N o Antigo Testamento, Deus proibiu esse tipo de idolatria de m odo geral. Q uando qualquer objeto, como a serpente de bronze, era venerado, o fato era considera do como idolatria (confira 2 Rs 18.4). Deus mandou, de modo muito claro, que o seu povo não fizesse imagens de escultura, e nem se prostrasse di ante delas em um ato de devoção religiosa. Esse é o mesmo erro dos pagãos que adoraram a criatura ao invés de adorar o Criador (Rm 1.25). A Bíblia nos proíbe de fazer ou de nos “prostrar” diante de uma “imagem” de qualquer criatura em um ato de devoção religiosa. “Não farás para ti imagem de escultura, nem alguma seme lhança do que há em cima nos céus, nem em baixo na terra, nem nas águas debaixo da terra. Não te encurvarás a elas nem as servirás” (Ex 20.4,5). 334 CAPÍTULO 11 ■ R OM ANOS R O M A N O S 1.5 — E ste verso apóia a visão católica de que a verdadeira Igreja de Cristo seja visível na terra hoje, e que é a igreja católica romana? \ M Á IN T E R P R E T A Ç Ã O : O dogma católico ensina que “a prova bíblica da visibilidade da igreja brota da divina instituição da hierarquia”, e que “o ministério de ensino [da igreja católica romana] demanda de seus incumbentes o dever da obediência à fé (Rm 1.5)” (Ott, 1960, 301-2). Esse texto é uma prova de que a verda deira Igreja é uma igreja visível na terra hoje — isto é, a igreja católica romana? Algumas outras seitas utilizam a mesma argumentação, ou ainda uma argumentação similar. RESPOSTA ÀS SEITAS C O R R IG IN D O A M Á IN TER PR ET A Ç Ã O : A rei vindicação de que a igreja católica romana demanda obediência como a verdadeira igreja visível não tem base nesse texto. O texto declara: “Pelo qual [Cristo] recebe mos a graça e o apostolado, para a obediência da fé” . Paulo está se referindo ao seu apostolado (v. 1), não ao apostolado de Pedro, ou de seus supostos sucessores — os papas católicos romanos. Além do mais, para ser um apóstolo nesse sentido impositivo, seria necessário ser uma testemunha ocular do Cristo ressurreto (At 1.22; 1 Co 9.1; 15.5-8), o que claramente desqualifica qualquer pessoa que tenha vivi do após o primeiro século. Esse fato por si só negaria a alegação de que o “ministério de ensino” da igreja cató lica romana está, de algum modo, implícito nessa passa gem. O argumento desta igreja teria mais força se tives sem relacionado a sua autoridade a Paulo, ao invés de Pedro. O requisito adicional de ser uma testemunha do ministério terreno de Jesus (At 1.22) era pertinente ape nas no que dizia respeito a ser um dos doze apóstolos, pois estes possuem um lugar especial no alicerce da igre ja (Ef 2.20), tendo os seus nomes escritos nos alicerces da cidade eterna (Ap 21.14), e reinarão com Cristo as sentados em doze tronos quando Ele voltar (Mt 19.28). Paulo não era um dos doze e, por essa razão, não preci sa cum prir esse requisito. Contudo, ele foi um apóstolo (G1 1.1) que recebeu revelações diretamente de Deus (G1 1.12). A sua autoridade apostólica era comparável à dos doze apóstolos (Gl 1.17; 2.5-9), e ele demonstrava os miraculosos “sinais do apostolado” (2 Co 12.12). Mas o apostolado de Paulo também não era transferível. Paulo incluiu explicitamente a aparição do Cristo ressurreto a ele na lista dos pré-requisitos necessários para que se possa ser um apóstolo. Ele escreveu: “Não sou eu apóstolo?... Não vi eu a Jesus Cristo, Senhor nosso?” (1 Co 9.1). Do 336 ROMANOS mesmo modo, listou a aparição de Jesus ressurreto a ele, limtamente com a que havia acontecido aos outros após tolos, dizendo: “Depois, foi visto por Tiago, depois, por iodos os apóstolos e, por derradeiro de todos, me aparec eu também a m im ” (1 Co 15.7,8). N ão houve mais aparições de Cristo a alguém depois de Paulo, para con firmação de apostolado nesse sentido especial. N enhu ma foi relacionada na lista oficial contida em 1 Coríntios 15, e Paulo refere-se a si mesmo como o “derradeiro de todos” entre aqueles que foram pessoalmente visitados e comissionados. Por volta do ano 69 d.C., ocasião em que o livro de Hebreus foi escrito, os sinais miraculosos que confirmavam um apóstolo eram referidos como eventos passados (Hb 2.3,4). O livro de Judas, que foi escrito após a m orte de Paulo, refere-se aos apóstolos como pessoas que viveram no passado (Jd 17). Judas disse que a fé que ele pregava havia sido “uma vez” dada aos santos, e chegou a eles através do trabalho dos após tolos (v. 3). Os “sinais do apostolado” (2 Co 12.12) incluíam a habilidade para curar imediatamente toda sorte de do enças (Mt 10.1), mesmo as incuráveis (confira At 3.7); o poder de expulsar demônios mediante uma ordem (Mt 10.8; At 16.18); a autoridade para condenar à morte aque les que mentissem ao Espírito Santo (At 5.1-11); e até mesmo a habilidade de ressuscitar pessoas dentre os m or tos (Mt 10.8; At 20.7-11). Essas características excluem qualquer pessoa viva hoje, incluindo o papa. N inguém hoje possui o poder para fazer todos estes tipos de sinais apostólicos. Mas sem eles (Hb 2.3,4), não há prova de se possuir a autoridade apostólica. A autoridade dos após tolos do Novo Testamento continuou existindo mesmo após os seus milagres haverem cessado, somente porque estes sinais apostólicos já haviam confirmado a sua auto ridade, explícita nos escritos apostólicos que seriam per- 337 R E S P O S T A À S S EI T AS manentes. Mas, uma vez que esses apóstolos assim con firmados morreram, não houve mais nenhuma autori dade apostólica viva. A única autoridade apostólica pre sente hoje é o Novo Testamento. Somente os escritos do Novo Testamento foram confirmados por sinais apostó licos, logo, apenas o Novo Testamento contém essa auto ridade apostólica. R O M A N O S 1 .7 — Este verso prova que Jesus é Deus, o Pai, como crêem os adeptos da Unidade Pentecostal? A M Á IN TER PR ET A Ç Ã O : Em R om anos 1.7 lemos a saudação: “Graça e paz de Deus, nosso Pai, e do Senhor Jesus Cristo”. Os adeptos da Unidade Pentecostal argu mentam que o term o “e” (do grego kai), na frase “Deus, nosso Pai, e do Senhor Jesus Cristo”, deveria ser traduzi do como “o mesmo” . Então se deveria ler:“Deus, nosso Pai, o mesmo Senhor Jesus Cristo”. Se traduzido deste modo, Jesus e o Pai seriam vistos como uma única e mesma pessoa (Graves, 1977, 50,51; cf. Bernard, 1983, 207-11). Isto significa que Jesus é o Pai. C O R R IG IN D O A M Á INTERPRETAÇÃO : Enquan to é verdade que o term o grego kai pode ser traduzido em certos casos como “o mesmo”, o contexto é que determina a tradução apropriada. Até mesmo o estudio so da seita Unidade Pentecostal, Brent Graves, admite essa realidade (Graves, 52). O fato é que os estudiosos gregos concordam universalmente que, no contexto de Romanos 1.7, kai deve ser traduzido como “e” .A maio ria das ocorrências do termo kai no Novo Testamento é traduzida como “e”, não como “o mesmo”. Isso significa que o ônus da prova recai sobre os adeptos da Unidade Pentecostal, que devem demonstrar que o termo deve 338 ROMANOS sei traduzido com o seu significado secundário (“o mes m o”), e não com o significado principal (“e”) em R o manos 1.7 Contudo kai é traduzido nos versos imediatamente .interiores e posteriores a Rom anos 1.7, mostrando uma distinção pessoal entre o Pai e Jesus Cristo. Por exemplo, Jesus é chamado de “Filho” de Deus no verso 3 e, no verso 8, Paulo agradece a Deus “por [através de] Jesus Ca isto” pelos cristãos romanos. O testemunho uniforme das Escrituras é que Jesus e o Pai são pessoas distintas (dentro da unidade do único Deus).Veja neste livro a discussão a respeito de Mateus 28.19. R O M A N O S 1 .1 9 ,2 0 — Aqueles que nunca ouvi ram o Evangelho estão perdidos? A MÁ IN T E R PR E T A Ç Ã O : Jesus disse: “Eu sou o ca minho, e a verdade, e a vida. N inguém vem ao Pai senão por m im ” (Jo 14.6). Também At 4.12 diz a respeito de ( -risto: “E em nenhum outro há salvação, porque tam bém debaixo do céu nenhum outro nom e há, dado en tre os homens, pelo qual devamos ser salvos”. Alguém que jamais ouviu o Evangelho de Cristo estará eterna mente perdido? Paulo parece responder a essa pergunta afirmativamente. Mas é justo condenar pessoas que ja mais sequer ouviram falar a respeito de Cristo? Alguns adeptos da Nova Era apontam para esse problema como argumento à idéia de que todas as religiões do mundo são caminhos que levam a Deus (veja Fox, 1989, 288). ( lO R R IG IN D O A M Á IN T E R PR E T A Ç Ã O : A res posta de Paulo é clara. Ele disse que os gentios são “inescusáveis” (R m 1.20) porque “ ...o que de Deus se pode conhecer neles se manifesta, porque Deus lho ma nifestou. Porque as suas coisas invisíveis, desde a criação 339 R E S P O S T A À S S EI T A S do mundo, tanto o seu eterno poder como a sua divin dade, se entendem e claramente se vêem pelas coisas que estão criadas” (Rm 1.19,20). Então a condenação dos gentios é justa. Romanos 2.12 declara: “Porque todos os que sem lei pecaram sem lei também perecerão; e todos os que sob a lei pecaram pela lei serão julgados”. Essa passagem está ensinando que os judeus são julgados pela lei (pelas Escrituras hebraicas),porém os gentios são con denados pela “lei escrita em seus corações” (v. 15). “Por que, quando os gentios, que não têm lei, fazem natural mente as coisas que são da lei, não tendo eles lei, para si mesmos são lei, os quais mostram a obra da lei escrita no seu coração, testificando juntam ente a sua consciência e os seus pensamentos, quer acusando-os, quer defendendoos” (Rm 2.14,15; ênfase adicionada). A questão acerca da justiça de Deus quanto ao julga mento dos gentios admite a inocência por parte dos não salvos que não ouviram as Boas Novas — o Evangelho. Mas a Bíblia nos diz que “todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus” (Rm 3.23). Além disso, R o m a nos 1.18-20 diz que Deus claramente se revela através daquilo que Ele criou,“para que eles fiquem inescusáveis”. Os seres humanos não são inocentes no tocante à reve lação natural de Deus. Se uma pessoa que não ouviu o Evangelho vive con forme o melhor que pode alcançar por sua própria ha bilidade, está simplesmente fazendo obras em uma ten tativa para alcançar a salvação. Mas a salvação é pela gra ça: “Porque pela graça sois salvos, por meio da fé; e isso não vem de vós; é dom de Deus” (Ef 2.8). N inguém é capaz de fazer algo para obter, como pagamento, o aces so ao céu. Se existisse desse m odo um caminho, então o trabalho de Cristo na cruz teria sido em vão. A Bíblia diz em sua essência:“ ...buscai e encontrareis” (Lc 11.9; Is 55.6). Isto é, aqueles que buscam a luz, cuja existência 340 ROMANOS compreenderam através daquilo que foi criado, a qual n.io é suficiente para a salvação, encontrarão a luz neces sária para que possam salvar-se. Hebreus 11.6 diz: “Ora, sem fé é impossível agradar-lhe, porque é necessário que .iquele que se aproxima de Deus creia que ele existe e que é galardoador dos que o buscam”. Atos 10.35 acres centa: “Mas que lhe é agradável aquele que, em qualquer nação, o teme e faz o que é justo”. Deus possui muitas maneiras de fazer com que a verdade a respeito da salva ção através de Cristo alcance aqueles que o buscam. Ele pode enviar um missionário (At 10), uma transmissão através do rádio, ou uma Bíblia (SI 119.130). Teorica mente, Deus poderia conceder uma visão (Dn 2,7), ou um anjo (Ap 14), embora através deles Deus não dê mais nenhuma nova revelação. Mas aqueles que dão as costas ,i luz que possuem (ignorando as obras criadas por Deus), c se encontram perdidos em trevas, não terão ninguém a quem atribuir a culpa, senão a si mesmos. Pois “os ho mens amaram mais as trevas do que a luz, porque as suas obras eram más” (Jo 3.19). /v’í ) M A N O S 1 .2 6 — Este verso significa que pesso as homossexuais não poderiam ser heterossexuais, porque isso não seria o natural para elas? A MÁ IN T E R P R E T A Ç Ã O : De acordo com alguns homossexuais, quando Paulo falou contra aquilo que é “contrário à natureza” em Rom anos 1.26, ele não estava declarando que a homossexualidade fosse moralmente errada, mas simplesmente que era “contrária à natureza” para as pessoas heterossexuais. A expressão “contrário à natureza” é utilizada no sentido sociológico, e não no sentido biológico. Então, alega-se que esta passagem em Romanos de fato aprova as práticas homossexuais, ao invés de condená-las. 341 RESPO STA ÀS SEITAS C O R R IG IN D O A M Á IN T E R P R E T A Ç Ã O : Q uando a Bíblia declara que as práticas homossexuais são “contrárias à natureza” (R m 1.26), está se referindo à natureza biológica e não à natureza sociológica. Essa passagem não pode ser utilizada para justificar o ho mossexualismo. A sexualidade e a expressão sexual foram biologica mente definidas nas Escrituras desde o princípio da cri ação. Em Gênesis 1, Deus criou “macho e fêmea” e en tão disse-lhes “frutificai, e multiplicai-vos” (Gn 1.27,28). Essa reprodução só seria possível se Ele estivesse se refe rindo de forma biológica a um macho e uma fêmea. Quando Deus disse: “Portanto, deixará o varão o seu pai e a sua mãe e apegar-se-á à sua mulher, e serão ambos uma carne” (Gn 2.24), a orientação sexual é entendida biologicamente, e não sociologicamente. Somente um pai e uma mãe biológicos são capazes de produzir filhos, e a referência a “uma só carne” simplesmente não pode ser entendida em qualquer relacionamento, exceto no matrimônio físico heterossexual. A passagem em Romanos diz: “ ...varão com varão, cometendo torpeza”. Isso indica claramente que a clas sificação desse ato pecaminoso condenado era homosse xual em sua natureza (Rm 1.27). Aquilo que eles faziam não era para eles natural, mas “mudaram” para o “con trário à natureza” (v. 26). Então os atos homossexuais foram pronunciados contrários à natureza, também para os homossexuais. Desejos homossexuais são também cha mados de “paixões infames” (v. 26). Portanto, é evidente que Deus está condenando os pecados sexuais pratica dos entre pessoas de mesmo sexo biológico. Atos ho mossexuais são contrários à natureza humana como tal, e não apenas contrários à orientação sexual de pessoas heterossexuais. 342 ROMANOS R( ) M A N O S 2 .6 ,7 — Esta passagem ensina que as boas obras são uma condição para a salvação, como reivindicam os estudiosos católicos romanos? A MÁ IN TER PR ET A Ç Ã O : O Concilio católico ro mano de Trento declarou que para “aqueles que traba lharem bem ‘até o fim’ [Mt 10.22], e que confiarem em 1)eus, será proposta a vida eterna, bem como uma graça misericordiosamente prometida aos filhos de Deus atra vés de Jesus Cristo,‘e como recompensa’ a qual é... para fielmente ser concedida por suas boas obras e méritos” (l)enzinger, 1957, n° 809,257). Acrescenta ainda que “se alguém disser que as boas obras de uma pessoa justificada são de algum modo uma dádiva de Deus, e que não são lambém os bons méritos da pessoa que é justificada, ou ainda que aquele que é justificado por suas boas obras ... na verdade não merece um aumento da graça, a vida eterna, e o alcance da vida eterna (se morrer na graça), e lambém um aumento em glória; que aquele que disser isso seja anátema” (Ibid., n° 842, 261). Além disso: “São 1'aulo, que tanto enfatiza a graça, também enfatizou, por outro lado, a natureza meritória das boas obras realizadas com graça, através do ensino que diz que a recompensa c proporcional às obras:‘o qual [Deus] recompensará cada um segundo as suas obras’ (Rm 2.6)” (Ibid., 265). C O R R IG IN D O A MÁ IN T E R PR E T A Ç Ã O : N em essa nem qualquer outra passagem nas Escrituras ensina que as obras são uma condição necessária para que uma pessoa receba a salvação. Paulo deixa muito claro que a salvação é alcançada através da graça,independentemente das obras, tanto em Romanos (3.28; 4.5) quanto em outras passagens (Ef2.8,9;Tt 3.5). Quando Paulo aqui (e nas demais passagens) fala das obras vinculadas à salvação, elas são sempre o resultado da 343 R ESPO STA ÀS SEITAS salvação, e não a condição: somos salvos pela graça através da fé (Ef 2.8,9), mas “para as boas obras” (Ef 2.10).É-nos dito:“ ...operai a vossa salvação” (Fp 2.12) porque “Deus é o que opera em vós” (Fp 2.13). Da mesma forma, em Tito nos é falado: “Não pelas obras de justiça que hou véssemos feito, mas, segundo a sua misericórdia, nos sal vou” (3.5). Então ele diz imediatamente que “os que crêem em Deus procurem aplicar-se às boas obras” (v. 8). Em todos os casos apresentados na Bíblia, somos salvos pela graça, mas para praticarmos boas obras. Nós não trabalhamos para alcançar a graça, mas a partir da graça (2 Co 5.14;Tt 2.11,12). Paulo, no capítulo seguinte de Romanos, diz: “C on cluímos, pois, que o hom em é justificado pela fé, sem as obras da lei” (R m 3.28). E no capítulo seguinte ele acres centa: “Mas, àquele que não pratica, porém crê naquele que justifica o ímpio, a sua fé lhe é imputada como jus tiça” (4.5). A menos que alguém assuma que o apóstolo contradiz-se a si mesmo, então os bons “feitos” ou “obras” de que se fala em Romanos 2.6,7 devem ser obrigatori amente entendidos como o resultado ou a manifestação da salvação, e não a condição necessária para recebê-la. Uma análise cuidadosa do contexto de Romanos 2.6,7 revela que as boas “obras” em questão são resultado da fé. Paulo fala da necessidade de arrependimento (v. 4) e obe diência à verdade (v. 8) para obtê-la. E, como Tiago, está enfatizando a necessidade das boas obras como uma evi dência de que uma pessoa possui a fé para a salvação ^‘Por que os que ouvem a lei não são justos diante de Deus, mas os que praticam a lei hão de ser justificados” (v. 13). Com o qualquer passagem na Bíblia em que as obras humanas são mencionadas (confira Ap 20.11-15), o con texto de Rom anos 2 está relacionado ao juízo que per tence a Deus (v. 3). E, quando o juízo é o sujeito, a ênfase é freqüentemente colocada nas obras como uma mani- 344 ROMANOS Iestação da fé de alguém (ou da falta desta), e não se dá ênfase simplesmente à fé da qual essas obras se seguiram. Portanto, é compreensível que nesse contexto Paulo enfatize as obras que são a manifestação da fé, através da qual se recebe a vida eterna (2.6,7). A “vida eterna” na passagem em Romanos e nas de mais passagens no Novo Testamento é o resultado somen te da fé — sozinha (independentemente do tipo de fé que produz as boas obras). Apenas alguns capítulos mais adi ante Paulo escreveu:“Porque o salário do pecado é a morte, mas o dom gratuito de Deus é a vida eterna, por Cristo Jesus, nosso Senhor” (Rm 6.23). Se a vida eterna é um dom, então não é algo pelo qual alguém trabalha (Rm 4.5). D o mesmo modo, em João lemos: “Aquele que crê no Filho tem a vida eterna” Qo 3.36), e “quem ouve a minha palavra e crê naquele que me enviou tem a vida eterna e não entrará em condenação, mas passou da morle para a vida” (Jo 5.24). A partir desses versos fica claro que a vida eterna é um bem presente daqueles que crêem, baseada exclusivamente em sua fé. R O M A N O S 2 .7 — A imortalidade é alcançada ou possuída? A MÁ IN TE R PR E T A Ç Ã O : Paulo fala da “busca” da imortalidade, de revestir-se de, ou alcançar a imortalida de na ressurreição (1 Co 15.53). A existência pessoal cessa, então, como insistem as Testemunhas de Jeová, no período entre a morte e o dia da ressurreição, quando o cristão recupera a consciência e é revestido com a vida eterna? (Reasoningfrom the Scriptures, 1989,pág.377). C O R R IG IN D O A M Á IN TER PR ET A Ç Ã O : A Bí blia reserva o termo “imortalidade” para o dia da ressur reição final. As Escrituras insistem, contudo, que a pessoa 345 R E S P O S T A À S S EI T A S crente desfruta a vida eterna como uma existência con tínua, que tem início no m om ento da salvação e conti nua mesmo após a morte do corpo. E necessário, então, separar cuidadosamente aquilo que o crente tem em Cristo daquilo que o crente terá no futuro. Uma possí vel maneira de resumir essa diferença é destacar que a imortalidade é algo que os cristãos alcançaram, mas não possuirão completamente até que tenham os corpos da ressurreição. Antes da ressurreição final dos mortos, ape nas Cristo tem um corpo imortal. U m a vez que somen te Ele experimentou a sua ressurreição final em um cor po, 1 Coríntios 15.20-23 o descreve como as “primícias” dos que dorm em (os mortos). De m odo diferente dEle, nesse sentido nós ainda não somos “frutos” dos que dor mem, e então não somos imortais. Os versos 24 a 26 explicam que no desfecho da história Cristo colocará um fim na maldição que veio através de Adão, destruin do apenas por último a maldição da m orte física do cor po. Até que Cristo coloque esse inimigo sob os seus pés, a morte física permanecerá inevitável, com a sua conse qüente separação entre a alma e o corpo, e o perecimen to do corpo físico. Na ressurreição final, quando um corpo glorificado for unido à alma, os crentes finalmente po derão dizer que possuem a imortalidade. O que é cor ruptível se revestirá da incorruptibilidade, e o que é mortal se revestirá da imortalidade (1 Co 15.53). Nesse meio tempo, a união física-espiritual final e a vida eterna pertencem aos cristãos como uma promessa assegurada. As almas dos crentes, agora justificados e san tificados através da morte e ressurreição de Cristo, se guirão para a m orte com uma existência consciente no céu (2 Co 5.8; Fp 1.23). Os corpos “dorm irão”, aguar dando o m omento da transformação (1 Co 15.51,52) quando poderemos dizer juntam ente com Paulo: “Tra gada foi a morte na vitória” (v. 54). 346 ROMANOS R O M A N O S 3 .2 7 ,2 8 — Q uando Paulo fa la das “obras" (feitos) como não sendo uma condição para a salvação, ele se refere apenas às obras da lei mosaica ou a quaisquer boas obras? I\ MÁ IN T E R PR E T A Ç Ã O : Paulo declara que “o ho mem é justificado pela fé, sem as obras da lei” (Rm 3.28). t )s católicos romanos alegam que Paulo não está falando contra os bons “feitos”, ou contra as boas “obras” em geral (as quais eles acreditam serem essenciais para a sal vação), mas apenas contra as “obras da lei” de Moisés (como em R m 3.27,28). C O R R IG IN D O A M Á IN T E R P R E T A Ç Ã O : Esse entendimento é uma interpretação errada dos ensinos elo apóstolo Paulo. Ele freqüentemente se refere às “obras da lei” , uma vez que eram o tipo particular de obras que os com po nentes de sua audiência — sendo judeus — eram pro pensos a praticar (confira At 15.5; R m 4; Gl 3). Contudo, quando Paulo falava a igrejas em que havia um grande número de gentios, utilizava algumas vezes o term o “obras” sem limitá-lo às obras da lei de Moisés. Em Hfésios, ele declara: “Porque pela graça sois salvos, por meio da fé; e isso não vem de vós; é dom de Deus. Não vem das obras, para que ninguém se glorie” (2.8,9). Se melhantemente, em T ito 3 (veja os versos 5 a 7) ele afir mou que “não pelas obras de justiça que houvéssemos feito, mas, segundo a sua misericórdia, nos salvou...” En tão, não apenas as “obras da lei” de Moisés, mas quais quer “obras” ou “obras de justiça” são insuficientes para a salvação. Limitar todas as condenações de Paulo sobre as “obras” apenas às obras da lei de Moisés é o mesmo que limitar a condenação do homossexualismo por Deus no Antigo 347 R ESPO STA ÀS SEITAS Testamento (Lv 18,20) somente aos judeus, uma vez que essas passagens ocorrem apenas na lei mosaica que foi escrita aos judeus. Garantir que a lei moral (por exem plo, a lei natural) existe fora da lei de Moisés é garantir o ponto de vista protestante de que as “obras” a que se refere essa passagem não se limitam às leis mosaicas. A verdade é que as condenações são mais amplamente apli cáveis do que o contexto imediato nos quais elas se apre sentam. O mesmo é verdadeiro quanto à condenação expressa por Paulo das “obras” meritórias como meios de salvação. Restringir a condenação de Paulo às obras de justiça própria em oposição às obras meritórias é ler o texto trazendo para dentro deste uma distinção que não está lá. Além do mais, se as boas obras de qualquer tipo con tribuíssem, ainda que em pequena parte, para a obtenção da salvação, então teríamos espaço para nos gloriarmos, e, ainda assim cairíamos sob a condenação descrita por Paulo (Ef 2.9). Finalmente, o caráter moral básico de Deus expresso nos Dez Mandamentos é o mesmo que aquele expresso através da lei natural para toda a humanidade. O fato de que alguém não esteja consciente ou deliberadamente fazendo obras conforme a lei de Moisés não significa que o padrão básico moral não seja o mesmo. Por essa razão, em certo sentido, todas as “obras” morais são “obras da lei” , naquilo que estão de acordo com os princípios morais definidos na lei de Moisés. Essa é a razão pela qual o apóstolo Paulo disse que “quando os gentios, que não têm lei [de Moisés], fazem naturalmente as coisas que são da lei [de Moisés],eles... mostram a obra da lei escrita no seu coração” (R m 2.14,15a). Em análise final, quando o assunto se refere às demandas morais da lei, não existe uma diferença substancial entre “obras de jus tiça” e “obras da lei” . 348 R 0M AN05 Em resumo, o argumento católico de que Paulo se referia às obras da lei, e não às obras de justiça, é uma distinção sem diferenciação. A pura verdade é que ne nhuma obra de qualquer espécie traz com o mérito a salvação. A vida eterna é um dom recebido somente atra vés da fé (Jo 3.16,36; 5.24; R m 6.23). liO M A N O S 5 .1 8 ,1 9 — Paulo está ensinando o universalismo quando afirma que “muitos [todos] serão feitos ju stos ”? A MÁ IN TER PR ETA Ç Ã O : Em Romanos 5.18,19 Paulo escreveu: Pois assim com o p o r um a só ofensa veio o ju ízo sobre todos os hom ens para condenação, assim tam bém por u m só ato de justiça veio a graça sobre todos os hom ens para ju sti ficação de vida. Porque, com o pela desobediência de u m só hom em , m uitos foram feitos pecadores, assim pela obediên cia de um, muitos serão feitos justos. Muitos estudiosos liberais e alguns neo-ortodoxos, tais como Karl Barth, insistem que essa passagem ensina que todas as pessoas serão por fim salvas. Essa é a maneira correta de entender o texto? CCORRIGINDO A M Á IN T E R PR E T A Ç Ã O : A partir desses versos, os universalistas inferem que a m orte de Cristo “por todos” garante salvação “para todos”. Essa conclusão, contudo, é contrária ao contexto da passa gem, ao contexto do livro de Rom anos como um todo, e ao contexto das Escrituras como um todo. Mesmo nesse contexto, Paulo fala de sermos “justifi cados pela fé” (5.1), e não automaticamente pelo que Cristo fez por nós. Ele também se refere à salvação como um “dom ” (5.16) que deve ser recebido; em 5.17 ele 349 R E S P O S T A À S S EI T A S declara que a salvação vem apenas para aqueles que re cebem o dom da justiça. O restante do livro de Romanos deixa completamente claro que nem todos serão salvos. Romanos 1,2 fala dos gentios que são “inescusáveis” (R m 1.20), sobre os quais é derramada a ira de Deus (Rm 1.18). Ele declara que “todos os que sem lei pecaram sem lei também perece rão” (Rm 2.12). N o âmago desse argumento, Paulo conclui que, à parte a justificação pela fé, o mundo é condenável perante Deus (Rm 3.19). Mais tarde,referindo-se ao destino tanto dos salvos quanto dos perdidos, Paulo afirma: “Porque o sa lário do pecado é a morte, mas o dom gratuito de Deus é a vida eterna, por Cristo Jesus, nosso Senhor” (Rm 6.23). Semelhantemente, Paulo reconheceu que, a des peito de suas orações, nem todos aqueles de sua mesma descendência seriam salvos (Rm 11.1-10),mas que m ui tos seriam “amaldiçoados” (Rm 9.3). De fato, o objetivo central de Rom anos é mostrar que apenas aqueles que crêem serão justificados (R m 1.17; 3.21-26). Romanos 9 não poderia ser ainda mais claro quando diz que somente os eleitos, e não qualquer pessoa, serão salvos (confira 9.14-26). O restante Deus pacientemente suportou, esperando que se arrependessem (2 Pe 3.9), para que não fossem “vasos da ira, preparados para perdi ção” (Rm 9.22). Numerosas passagens nas Escrituras falam do eterno destino das pessoas perdidas, incluindo a expressiva pas sagem no final do livro de Apocalipse, quando João disse: E vi os mortos, grandes e pequenos, que estavam diante do trono, e abriram-se os livros; e abriu-se outro livro, que é o da vida; e os m ortos foram julgados pelas coisas que estavam es critas nos livros, segundo as suas obras. E deu o m ar os m ortos que nele havia; e a m orte e o inferno deram os m ortos que neles havia; e foram julgados cada u m segundo as suas obras. E 350 R O A A A N O S a m orte e o inferno foram lançados no lago de fogo; esta é a segunda morte. E aquele que não foi achado escrito no livro da vida foi lançado no lago de fogo (Ap 20.12-15). Não há simplesmente nenhuma evidência para o uni versalismo em Rom anos 5, e esse é contrário ao claro ensino das demais passagens das Escrituras. Um a vez que a Bíblia não se contradiz, os versos que podem ser inter pretados de mais de um m odo devem ser compreendi dos ã luz daqueles que não podem. R O M A N O S 8. 7 — E ste verso dá base à idéia de que se deve buscar um significado espiritual dos ver sos da Bíblia, ao invés de ler os textos literalmente? A M Á IN T E R PR E T A Ç Ã O : Rom anos 8.7 diz: “Por quanto a inclinação da carne é inimizade contra Deus, pois não é sujeita à lei de Deus, nem, em verdade, o pode ser”.Alguns defensores da seita Ciência Cristã acreditam que uma leitura literal dos textos bíblicos é a leitura con forme a mente carnal ou humana, o que se constitui em inimizade contra Deus (Eddy, Miscellaneous Writings, págs.319-320). Deve-se portanto buscar o sentido espi ritual ou a interpretação esotérica dos textos bíblicos. C O R R IG IN D O A M Á IN T E R P R E T A Ç Ã O : Esse verso, bem como todo o conteúdo do capítulo 8 de Romanos, está colocando em contraste a vida não rege nerada, dominada pela carne ou pela natureza do peca do, com a vida controlada pelo Espírito Santo. O verso, então, trata do tema santificação, e não do tema inter pretação bíblica. Os cientistas cristãos estão lendo e le vando para dentro do texto algo que não está lá. U m a abordagem esotérica ou “espiritual” ao inter pretar as Escrituras elimina a possibilidade de haver teste 351 R E S P O S T A À S S EI T A S destas interpretações e são, portanto, inúteis. De um modo diferente da metodologia objetiva — na qual as inter pretações podem ser, dentro dos padrões da razão, avali adas e testadas através da comparação entre passagens das Escrituras, e pesando as considerações históricas e gra maticais de m odo objetivo — não existe uma maneira objetiva para se testar interpretações esotéricas das Es crituras. Interpretações são subjetivas e não verificáveis; não há como provar que uma dada interpretação seja certa ou errada, um a vez que “provar” pressupõe racionalidade e objetividade. Isso produziria irreconciliáveis contradições. Na abordagem subjetiva do esoterismo, a autoridade básica deixa de ser a Escritura e passa a ser a mente do intérprete. Por essa razão, duas pessoas abor dando o mesmo verso podem ter interpretações radical mente contraditórias, e não existe um modo objetivo para que se possa determinar qual delas é correta (se alguma delas for correta). Se o propósito fundamental de Deus, ao dar origem à linguagem, foi o de tornar possível a sua comunicação com os seres humanos, bem como habilitar os seres hu manos a comunicarem-se entre si, então deduz-se que Ele deve geralmente fazer uso da linguagem e esperar que o hom em também a utilize em seu sentido literal, normal e pleno. Essa visão a respeito da linguagem é um pré-requisito para que se compreenda não apenas a Pa lavra falada por Deus, mas também a sua Palavra escrita (as Escrituras). A Bíblia, como um corpo de literatura, existe porque os seres humanos precisam conhecer cer tas verdades espirituais que eles não são capazes de al cançar por si mesmos. Desse modo, essas verdades de vem vir para eles de seu exterior — através da objetiva e especial revelação de Deus (Dt 29.29). E essa revelação somente pode ser compreendida se a pessoa interpretar as palavras das Escrituras conforme o padrão original de 352 ROMANOS Deus para a linguagem — isto é, de acordo com o sen tido usual e evidente de cada termo. Isso não é sugerir um “literalismo rígido”, que interpreta figuras de lin guagem ou metáforas literalmente. Mas o que deve ser entendido como uma figura de linguagem e o que deve ser tomado literalmente precisam estar baseados no pró prio texto bíblico — como quando Jesus utilizou pará bolas obviamente figurativas com a finalidade de com u nicar verdades espirituais. Jesus jamais buscou um significado esotérico quando interpretou as Escrituras do Antigo Testamento. Pelo con trário, Ele consistentemente interpretou de m odo literal as passagens que retratam a criação de Adão e Eva (Mt 19.4; 13.35; 25.34; Mc 10.6), a arca de N oé e o dilúvio (Mt 24.38,39;Lc 17.26,27),Jonas e a baleia (Mt 12.3941), Sodoma e Gomorra (Mt 10.15), e a história de Ló e sua esposa (Lc 17.28-33). Jesus sempre interpretava o Antigo Testamento de acordo com o significado grama tical e histórico. Se Jesus teve como objetivo ensinar os seus discípulos a utilizar um método esotérico de interpretação das Es crituras, Ele fracassou como professor, pois as suas pala vras conduziram os seus seguidores na direção exata mente oposta. N a verdade, os seus seguidores interpreta vam as suas palavras literalmente — acreditando na rea lidade do pecado, da morte, e da necessidade de salvação, de m odo diferente da seita Ciência Cristã, que ensina que o pecado e a morte são ilusões. Ao contrário do significado espiritual atribuído aos textos bíblicos pela seita Ciência Cristã, Jesus ensinou abertamente e com clareza. Em seguida à sua prisão, Ele foi questionado pelo sumo sacerdote a respeito de seus discípulos e de seu ensino. Jesus respondeu: “Eu falei abertamente ao m un do; eu sempre ensinei na sinagoga e no templo, onde todos os judeus se ajuntam, e nada disse em oculto” (Jo 353 R E S P O S T A À S S EI TA S 18.20). Não havia quaisquer significados ocultos sob as suas palavras. Seguindo o exemplo de Jesus e dos seus apóstolos, o intérprete objetivo das Escrituras deve buscar o significa do pretendido pelo autor do texto bíblico. O significado é determinado pelo autor; e é descoberto pelos leitores. O nosso objetivo deve ser a exegese, e não a eisegese . R O M A N O S 8 .1 6 — Este verso significa que antes de nascermos fisicam ente na terra, j á havíamos nas cido como espíritos infantis gerados p o r nosso p a i e nossa mãe celestiais? A M Á IN TER PR ETA Ç Ã O :E m Romanos 8.16, o após tolo Paulo diz:“ 0 mesmo Espírito testifica com o nosso espírito que somos filhos de Deus” . Os mórmons acre ditam que somos “filhos de Deus” e entendem que já havíamos nascido como “espíritos infantis” antes de nossa existência terrena (McConkie, 1966, 589). C O R R IG IN D O A M Á IN TER PR ET A Ç Ã O : O con texto de Romanos 8 nos diz em que sentido os crentes se tornam “filhos de Deus”. O verso 15 afirma que nos tornam os filhos de Deus por adoção: “Porque não recebestes o espírito de escravidão, para, outra vez, estardes em temor, mas recebestes o espírito de adoção de filhos, pelo qual clamamos: Aba, Pai”. Essa situação de adoção se inicia no m om ento em que cremos em Jesus para a salvação (Jo 1.12; veja também G1 4.5,6; E f 1.5). R O M A N O S 8 .1 7 — Este verso indica que podemos nos tornar exaltados como deuses? A M Á IN TER PR ET A Ç Ã O : Rom anos 8.17 diz: “E, se nós somos filhos, somos logo herdeiros também, herdei 354 ROMANOS ros de Deus e co-herdeiros de Cristo; se é certo que com ele padecemos, para que também com ele sejamos glorificados” . Os m órm ons acreditam que esse verso ensina que nós podemos finalmente nos tornar exalta dos como deuses (McConkie, 1966,237). C O R R IG IN D O A M Á IN T E R P R E T A Ç Ã O : C o n forme observado na discussão sobre R om anos 8.16, os crentes podem tornar-se filhos de Deus, não por nature za, mas por adoção no seio da família de Deus. Ser “coherdeiro” de Cristo envolve não receber a exaltação como Deus, mas uma herança de todas as bênçãos espirituais nesta vida (Ef 1.3) e todas as riquezas do glorioso reino de Deus no porvir (1 Co 3.21-23). Deus, ao longo das Escrituras, assume um forte posi cionamento contra humanos que são pretendentes ao trono divino (At 12.22,23; confira Êx 9.14; At 14.1115). O único Deus verdadeiro declarou enfaticamente: “Antes de m im deus nenhum se formou, e depois de mim nenhum haverá” (Is 43.10). Esse verso elimina com pletamente a possibilidade de um ser humano tornar-se um deus. R O M A N O S 8.21 — E ste verso dá base às visões de “sexo livre” da seita O s M eninos de E>eus? A M Á IN TER PR ET A Ç Ã O : Em Romanos 8.21 encon tramos uma referência à “liberdade da glória dos filhos de Deus” . A “liberdade” a que se refere esse verso inclui a liberdade de se praticar sexo livremente, fora do rela cionamento matrimonial, como alegam os adeptos da seita Os Meninos de Deus? C O R R IG IN D O A M Á IN T E R P R E T A Ç Ã O : U m a análise do contexto de R om anos 8 ajuda-nos a com 355 RE S PO S TA ÀS SEITAS preender o que realmente está acontecendo no verso 21. Paulo afirmou que “as aflições deste tem po pre sente não são para comparar com a glória que em nós há de ser revelada” (v. 18). A glória perm anecerá para sempre (2 Co 4.17); o sofrim ento terá um fim. Paulo disse isso com a finalidade de fortalecer os seus leito res para que pudessem suportar os seus sofrimentos presentes. A antecipação de uma glória por vir nos ajuda a ter uma perspectiva eterna durante tempos difíceis. Paulo, então, discutiu o relacionam ento entre crentes e a criação —- tanto em seu estado presente de trabalho penoso como em sua futura glória (R m 8.1921). Ele disse que toda a criação aguarda em ardente expectação a manifestação dos filhos de Deus. A frase “em ardente expectação” (v. 19) é utilizada sete vezes no N ovo Testamento. Cada uma delas refere-se à se gunda vinda de Cristo (R m 8.19,23,25; 1 Co 1.7; Gl 5.5; Fp 3.20; H b 9.28). A “manifestação” (ou revela ção) dos filhos de Deus acontecerá por ocasião da se gunda vinda de Cristo. Devido ao presente estado de espera, Paulo disse que a criação ficou sujeita à vaidade (ou à frustração) (Rm 8.20). O term o “vaidade” (ou frustração) carrega consi go a idéia de “futilidade”, “fragilidade” e “falta de pro pósitos” . Com o parte de seu julgamento contra os peca dos da humanidade, Deus sujeitou a criação à vaidade ou à frustração (v. 20). A espécie humana havia sido de signada a uma posição de autoridade sobre a criação como representante de Deus (Gn 1.26-30; 2.8,15). Por essa ra zão, o julgamento de Deus devido à rebelião incluiu um julgamento contra o domínio humano. Tudo isso foi feito “na esperança” de que um dia a criação seja libertada (v. 21). Há um tempo vindouro em que a criação será livre do pecado, de Satanás e do declínio físico. O nosso destino como crentes é habitar em “um 356 ROMANOS n o v o céu e uma nova terra” (2 Pe 3.7-13;Ap 21.1). Essa <■ .1 gloriosa independência e liberdade pela qual ansia mos. E óbvio que esse verso não tem nada a ver com independência e liberdade sexual. A Bíblia, como um todo, condena tais com portam enlos promíscuos (Êx 20.14; 1 Co 5.1; 6.18; 7.2). Veja a nossa discussão sobre João 15.12 para argumentação bí blica a respeito da instrução de Deus de que a prática sexual deve ter lugar somente dentro dos limites do ca samento. K( )M A N O S 1 0 .1 3 — E ste verso indica que deve mos clamar pelo nome de “J e o vá ” para que sejamos salvos? A MÁ IN T E R PR E T A Ç Ã O : A tradução Novo M undo da Bíblia Sagrada (das Testemunhas de Jeová) diz em Komanos 10.13: “Todo aquele que invocar o nom e de |cová será salvo”. As Testemunhas de Jeová citam esse verso em favor da necessidade de se utilizar o nom e pró prio de Deus, Jeová, para que se alcance a salvação (lieasoningfrom the Scriptures, 1989, pág. 149). ( O R R IG IN D O A M Á IN T E R PR E T A Ç Ã O : A tra dução Novo M undo traduz esse verso de maneira erra da. A tradução correta é:“Porque todo aquele que invo car o nom e do Senhor [do grego kuriou ] será salvo” . N o contexto, o termo “Senhor” refere-se ajesus Cristo, como lica claro no verso 9: “Se, com a tua boca, confessares ao Senhor Jesus e, em teu coração, creres que Deus o res suscitou dos mortos, serás salvo” . Então, utilizando o seu próprio argumento, se Senhor significa “Jeová” — e Se nhor refere-se ajesus nesse texto — então Jesus é o pró prio Jeová, doutrina que as Testemunhas de Jeová enfati camente rejeitam. 357 RE S P O S T A ÀS SEITAS Semelhantemente, se “Senhor” (kurios) significa Jeová, então as Testemunhas de Jeová deveriam aceitar a Jesus como Jeová, uma vez que Filipenses 2.10,11 declara que: “Para que ao nom e de Jesus se dobre todo joelho dos que estão nos céus, e na terra, e debaixo da terra, e toda língua confesse que Jesus Cristo é o Senhor [kurios]”. Por essa razão, se kurios significa Jeová, então Jesus é Jeová. 358 C A P ÍT U L O C ^ 28 :tt :;F | 1 CORÍNTIOS I C O R Í N T I O S 1.3 — Este verso prova que Jesus ê Deus, o Pai, como acreditam os adeptos da Unidade Pentecostal? A M Á IN TER PR ET A Ç Ã O : Em 1 Coríntios 1.3 lemos a seguinte saudação:“Graça e paz, da parte de Deus, nos so Pai, e do Senhor Jesus Cristo” . Os adeptos da U nida de Pentecostal argumentam que o termo grego “e” (do grego kai) na frase “Deus, nosso Pai, e do Senhor Jesus Cristo” deveria ser traduzido como “o mesmo” . Deveria então se ler: “Deus, nosso Pai, o mesmo Senhor Jesus Cristo” .Traduzido desse modo,Jesus e o Pai seriam vis tos como uma única e mesma pessoa (Graves, 1977,50,51; ef. Bernard, 1983, 207-11). R E S P O S T A À S S EI T A S C O R R IG IN D O A M Á IN TERPRETAÇ ÃO : Veja os nossos comentários a respeito de Romanos 1.7. Observe que o verso imediatamente posterior a 1 Coríntios 1.3 aponta para a distinção entre o Pai e Jesus Cristo (v. 4). 1 C O R Í N T I O S 1 .1 7 — O batismo nas águas é uma condição para a salvação? A M Á IN T E R P R E T A Ç Ã O : Paulo declara que C ris to não o enviou a batizar. C ontudo Cristo comissionou os seus discípulos do seguinte modo: “Portanto, ide, ensinai todas as nações, batizando-as em nom e do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo” (Mt 28.19). O batis m o é uma condição necessária para a salvação? Al guns grupos, com o os m órm ons, acreditam que sim (Pratt, 1854, 255). C O R R IG IN D O A M Á IN T E R P R E T A Ç Ã O : Pau lo não se opunha ao batismo, mas ele não acreditava que isto fosse um a condição para que um a pessoa tivesse a salvação (veja os nossos com entários a res peito da passagem em At 2.38). O p ró p rio Paulo foi batizado nas águas (At 9.18; 22.16) e ensinou em suas epístolas o significado e a im portância do batis m o (confira R m 6.3,4; Cl 2.12). N a verdade, nessa mesma passagem (1 C o 1), Paulo adm ite ter batizado várias pessoas (v. 14,16), com o o carcereiro de Filipos recém -convertido (At 16.31-33). Paulo acreditava que o batismo em águas fosse um símbolo de salvação, mas não julgava que esse fosse parte do Evangelho com o essencial para a salvação. í C O R Í N T I O S 3 .1 5 — A menção de ser salvo pelo fogo refere-se ao purgatório, como afirmam os estu diosos católicos romanos? 360 1 C O R ÍN T IO S A MÁ IN T E R P R E T A Ç Ã O : Em 1 Coríntios 3.15 Pau lo declara: “Se a obra de alguém se queimar, sofrerá de trimento; mas o tal será salvo, todavia como pelo fogo” . Os estudiosos católicos romanos argumentam que “os padres latinos tomam essa passagem com o significado de uma punição de purificação transitória no outro m un do” (Ott, 1960, 483). C O R R IG IN D O A M Á IN T E R P R E T A Ç Ã O : Aqui, Paulo, falando dos crentes a quem um dia será dada uma “recompensa” por seu serviço a Cristo (v. 14), diz:“Se a obra de alguém se queimar, sofrerá detrimento; mas o tal será salvo, todavia como pelo fogo” . O verso não diz nada a respeito de um crente sofrendo as conseqüências temporais de seus pecados no purgatório. Em primeiro lugar, o crente não é queimado no fogo, apenas as suas obras o são. O crente vê as suas obras serem queimadas, porém ele mesmo escapa do fogo. As sim sendo, a passagem não está de m odo algum falando daquilo que tem sido tradicionalmente chamado de pur gatório. Além do mais, a carta aos Coríntios é dirigida àqueles que foram “santificados em Cristo Jesus” (1 Co 1.2). U m a vez que eles já estão na condição de santifica dos em Cristo, não necessitam mais de qualquer purifi cação posterior que lhes dê o direito de permanecerem diante de Deus. Eles já estão “em Cristo” . Após listar uma série de pecados, incluindo a fornicação, a idolatria e a cobiça, Paulo acrescenta: “E o que alguns têm sido, mas haveis sido lavados, mas haveis sido santificados, mas haveis sido justificados em nom e do Senhor Jesus” (1 Co 6.11).A partir desse fato e de outras passagens das Escri turas (2 Co 5.21), é evidente que os pecados deles já foram tratados através do sofrimento de Cristo (confira 1 Pe 2.22-24; 3.18) e que eles estavam revestidos da jus tiça dEle, e em condição adequada diante de Deus. Eles 361 R E S PO S TA ÀS SEITAS não necessitavam mais nenhum sofrimento por pecados para que obtivessem tal posição e nem mesmo para leválos ao céu. E o fato de Deus desejar que eles melhoras sem a sua condição na terra não diminui sequer por um m om ento a absoluta e perfeita permanência deles no céu. N enhum a corrida repentina em busca de uma san tificação prática (no purgatório) é necessária para que se vá ao céu. O contexto revela que essa passagem não está falando a respeito da conseqüência do pecado, mas da recom pensa pelo serviço daqueles que já foram salvos. Paulo afirma claramente: “Se a obra que alguém edificou [so bre o alicerce que é Cristo] nessa parte permanecer, esse receberá galardão.” (1 Co 3.14). O termo grego (misthos) aqui utilizado refere-se a um “pagamento por um traba lho realizado”, ou uma “recompensa”, ou uma “recom pensa dada (principalmente por Deus) pela qualidade moral de uma ação” (confira 1 Co 9.17) (Arndt, Greekenglish lexicon, Mithos). Então, o tema aqui não é o peca do e a sua punição, mas o serviço e a sua recompensa. Semelhantemente, como os próprios teólogos católicos reconhecem, está claro que a perda não é da salvação, uma vez que “o tal será salvo” (v. 15). Desse modo, a perda aqui referida deve obrigatoriamente ser a perda de recompensas por não se servir a Cristo fielmente. Não existe absolutamente nada aqui sobre sofrer por causa de nossos pecados após a morte. Cristo padeceu por todos os nossos pecados através de sua m orte (1 Co 15.3; H b 2.9). Além do mais, o “fogo” mencionado nessa passagem não purga as nossas almas de pecados cometidos; antes, ele “revelará” e “testará” as nossas “obras” . O verso 13 diz claramente que “a obra de cada um se manifestará; na verdade, o Dia a declarará, porque pelo fogo será desco berta; e o fogo [ele mesmo] provará qual seja a obra de 362 1 CO R ÍN TIO S i .ula um ” (ênfase adicionada). Não existe de fato nada nessa passagem relacionado à purgação de nossos peca dos. De m odo contrário ã reivindicação católica, o an seio da limpeza aqui não é ontológico, mas sim funcion.iI. O foco está nas “coroas” que aqueles que crêem rei cberão por seu serviço prestado (2 T m 4.8), e não no modo como o seu caráter será limpo do pecado.Trata-se simplesmente de revelar e recompensar o nosso trabalho para Cristo (2 Co 5.10). Isso não significa que essa expe riência não terá impacto no caráter da pessoa crente. E .ipenas para fazer sobressair que o propósito não é limpar ,i alma dos pecados praticados para adequá-la ao céu. Iissa foi a obra que Jesus fez por nós na cruz de modo objetivo, e foi subjetivamente aplicado ao crente no inslante da justificação inicial, quando ele foi revestido da justiça de Cristo que nos era estrangeira (Jo 19.30; Hb 1.3; 2 Co 5.21). Finalmente, quando Cristo m orreu na cruz, clamou: “ Está consumado” (Jo 19.30). Falando de sua obra de salvação na terra, Jesus disse ao Pai: “Eu glorifiquei-te na terra, tendo consumado a obra que me deste a fazer” (Jo 17.4). O escritor aos Hebreus declarou enfaticamente que a salvação através dos sofrimentos de Cristo na cruz foi um fato realizado de uma vez por todas. “C om uma só oblação, aperfeiçoou para sempre os que são santifica dos” (Hb 10.14). Afirmar que devemos sofrer por nossos próprios pecados, como faz a doutrina do purgatório, é o maior insulto possível à completa suficiência do sacri fício expiatório de Cristo! Existe um purgatório, mas não após a nossa morte; ele já aconteceu na m orte de Cristo. Porque “havendo feito por si mesmo a purificação dos nossos pecados, assentou-se à destra da Majestade, nas alturas” (Hb 1.3; a ênfase foi adicionada pelos auto res). A purificação ou a purgação de nossos pecados foi realizada (no passado) na cruz. Graças a Deus por ser esse 363 R E S P O S T A À S S EI T A S o único purgatório que foi enfrentado por causa dos nossos pecados. Sem dúvida, existe o inferno, que é o destino para aqueles que rejeitarem essa maravilhosa pro visão da graça de Deus (2Ts 1.8,9; Ap 20.11-15). Exis tem relações temporais de causa e efeito nesta vida pelo fato de que uma pessoa colherá aquilo que semear (G1 6.8,9). Mas não há evidências de que teremos que pagar pelos resultados de nossos pecados na vida futura, seja em caráter eterno ou temporário. Conform e colocado por Paulo: “Portanto, agora, nenhuma condenação há para os que estão em Cristo Jesus” (R m 8.1). 1 C O R Í N T I O S 5 .9 — Se Paulo escreveu uma epís tola inspirada, como D eu s poderia ter perm itido que ela fo sse perdida? A M Á INTERPRETAÇÃO : Paulo está se referindo nesse verso a uma epístola prévia que ele havia escrito aos Coríntios, agora inexistente. Mas, uma vez que essa foi escrita por um apóstolo a uma igreja e continha instru ções espirituais e impositivas, deve ser considerada inspi rada. Esse fato levanta a questão de como é que uma epístola inspirada por Deus poderia ser perdida sob a aprovação do próprio Deus. Os mórmons acreditam que por haver livros da Bíblia perdidos, fica provado que a Bíblia se tornou corrompida e, por essa razão, o Livro de M órm on é necessário. C O R R IG IN D O A M Á IN TER PR ET A Ç Ã O : Há três possibilidades no tocante à carta perdida de Paulo. A pri meira é que talvez não se pretendesse que todas as epís tolas apostólicas estivessem no cânone das Escrituras. Lucas se refere a “muitos” outros Evangelhos (1.1). João escreve que Jesus fez muitos outros sinais que não foram registrados (20.30; 21.25). Talvez essa epístola aos 364 1 C O R ÍN T IO S Coríntios chamada de “perdida” não tenha sido designa da por Deus para que fizesse parte do cânone e fosse preservada para a obediência por fé e prática das futuras gerações, como foram os vinte e sete livros do Novo Testamento e os trinta e nove do Antigo Testamento. Conform e alguns acreditam, a segunda possibilidade é que a carta a que se refere o texto em 1 Coríntios 5.9 não deva estar completamente perdida, mas incorporada a algum dos livros existentes na Bíblia. Por exemplo, poderiam ser os capítulos 10 a 13 da carta que conhece mos como 2 Coríntios, que alguns acreditam terem sido mais tarde juntados aos capítulos 1 a 9. Os capítulos 1 a 9 possuem decididamente um tom diferente do restante de 2 Coríntios. Esse fato pode indicar que o trecho te nha sido escrito em uma ocasião distinta. O term o “ago ra” em 5.11 deve contrastar com um implícito “então” , quando foi escrito o primeiro livro. Em 2 Coríntios 10.10, Paulo se refere a “cartas” (plural) que ele havia escrito. A terceira possibilidade é que Paulo poderia estar se referindo à própria primeira epístola aos Coríntios, no texto em 1 Coríntios 5.9, isto é, à própria epístola que ele estava escrevendo naquele momento. A evidência para essa possibilidade é que ele utiliza o tempo verbal aoristo grego. Mesmo que o tempo verbal aoristo “Eu escrevi” refi ra-se a uma carta no passado, poderia também referir-se ao livro que naquele m om ento estivesse em mãos. Isso é chamado de “aoristo epistolar” , pois refere-se ao pró prio livro no qual está sendo utilizado. O tempo verbal aoristo não é um pretérito perfeito como tal. Ele identi fica uma ação já concluída que pode até mesmo ter leva do um longo tempo para ser concluída (como em Jo 2.20). O tempo verbal aoristo freqüentemente implica em uma ação decisiva, e em tal caso, Paulo estaria dizen do algo como: “Estou agora decisivamente lhes escre- 365 R E S P O S T A À S S EI T A S vendo...” Isso certamente se encaixa no contexto da pas sagem, na qual ele adverte com urgência que a igreja tome uma atitude imediata de excomungar um m em bro obstinado, alguém de fato intratável. U m “aoristo epistolar” é utilizado por Paulo em 9.15 nessa própria carta:“ ...não escrevi isso para que assim se faça comigo” . Não existe absolutamente nenhum registro de uma terceira carta de Paulo aos Coríntios na história da Igre ja Primitiva. A referência em 2 Coríntios 10.10 — “As suas cartas, dizem, são graves e fortes” — pode significar não mais do que “aquilo que ele diz são coisas pesadas” . O termo “agora” em 1 Coríntios 5.11 não precisa ne cessariamente indicar uma carta anterior. Esse termo pode ser traduzido como “antes” (como por exemplo na ver são RSV) ou ainda como “de fato” (como por exemplo na versão NASB). 1 C O R Í N T I O S 6.9b — A condenação de Paulo a respeito do homossexualismo partia meramente de sua própria mente? E le era contra todos os atos ho mossexuais ou apenas contra aqueles mais ofensi vos? A M Á IN TER PR ET A Ç Ã O : Paulo disse aos coríntios que os homossexuais não herdarão o reino de Deus. Mas apenas um capítulo adiante ele faz uma distinção entre o que não é propriamente dele — mas mandamento do Senhor (7.10) — e aquilo que é sua própria opinião (7.25). Ele não informa a fonte de seus comentários a respeito do homossexualismo, então deve-se tratar de sua própria opinião impensada a respeito do tema. Além disso, a Nova Versão Internacional traduz 1 Coríntios 6.9 fa lando apenas contra “transgressores homossexuais”, e não contra a homossexualidade. Várias seitas da Nova Era e outros grupos têm utilizado o argumento de que Paulo 366 1 CO R ÍN TIO S não era contra relacionamentos homossexuais fiéis e m o tivados pelo amor. C O R R IG IN D O A M Á IN T E R P R E T A Ç Ã O : As pa lavras de Paulo sobre a homossexualidade nesse texto devem ser esclarecidas pelo que ele mesmo diz em ou tras passagens. A sua clara condenação a respeito da ho mossexualidade está em Rom anos 1.26,27. A autorida de divina daquele texto não é desafiada p o r nenhuma pessoa que aceite as Escrituras como inspiradas em todas as suas passagens. Não podemos fazer muita distinção entre as declara ções que vieram do ofício apostólico divinamente esta belecido na vida de Paulo e as revelações diretas que ele recebeu e compartilhou. Paulo afirmou em Gálatas 1.12 que nenhum a de suas palavras foi humanamente conce bida, mas todas recebidas por revelações. Ele havia demonstrado o seu apostolado entre os coríntios (2 Co 12.12) e exercido a autoridade apostólica em seu ministério. Paulo encontrou fortes desafios à sua autoridade conforme descrito em 1 Coríntios. Ele afirma que as suas palavras foram“as que o Espírito Santo ensina” (2.13). Ao final de seu livro, ele afirma que “as coisas que vos escrevo são mandamentos do Senhor” (14.37). Mes mo no controverso capítulo 7, ele declara a sua autorida de como proveniente do Espírito Santo (v. 40). Então quando Paulo fala de palavras que provêm dele e não do Senhor, ele se refere a Jesus Cristo em seu ministério terreno. Em alguns pontos, ele é capaz de ancorar os seus argumentos nas palavras que foram ditas pelo Senhor enquanto estava na terra. Nas demais passa gens, ele se estende a divinas revelações enviadas da parte de Deus, a ele concedidas através do Espírito Santo Jesus não falou diretamente desses assuntos enquanto esteve na terra, mas quando prometeu o Espírito Santo, disse: 367 R E S P O S T A À S S EI T A S “Ele vos guiará em toda a verdade,” (Jo 16.13). Paulo cumpre aqui essa promessa. Novamente a partir de R om anos 1, fica óbvio que ele condena todo o com portam ento homossexual, e não apenas um classe “ofensiva” de comportamentos. N o grego, o term o “homossexual” qualifica transgres sores. Há outros tipos de transgressores que não estão em questão aqui. Paulo estabelece uma categoria de transgressores — os hom ossexuais. Esses não são “transgressores homossexuais” , mas sim “homossexuais transgressores” . Se apenas atos ofensivos fossem malig nos, o que seria dos adúlteros e dos idólatras que são condenados na mesma passagem? Apenas os atos ofen sivos de adultério e idolatria são malignos? Existe sim plesmente uma quantidade considerável de passagens e modos pelos quais as Escrituras condenam o homossexualismo.Veja nossos comentários a respeito das passa gens em Levítico 18.22 e R om anos 1.26,27 (veja tam bém na Bíblia as passagens em 1 T m 1.10; Jd 7). 1 C O R Í N T I O S 6 .1 3 — Se D eu s destruirá os cor pos, como é que eles poderão ser ressuscitados? A M Á IN T E R P R E T A Ç Ã O : Paulo disse: “Os manjares são para o ventre, e o ventre, para os manjares; Deus, porém, aniquilará tanto um como os outros” (1 Co 6.13). Baseado nesse fato, algumas seitas — incluindo a Nova Era e as Testemunhas de Jeová — argumentam que o corpo da ressurreição não terá a mesma anatomia ou fisiologia do corpo anterior (Things in which it is possible for God to lie, 1965,pág.354). C O R R IG IN D O A M Á IN T E R P R E T A Ç Ã O : O cor po que vai para a sepultura é o mesmo corpo que sai dela, agora imortalizado. Isso é comprovado pelo fato de 368 1 C O R ÍN T IO S a sepultura de Jesus ter ficado vazia. Ele tinha em seu corpo as cicatrizes dos ferimentos sofridos durante a cru cificação (Jo 20.27). O seu corpo era formado por “car ne e ossos” (Lc 24.39). As pessoas podiam tocar em Jesus, e o fizeram (Mt 28.9); Ele era capaz de comer alimentos físicos, e assim o fez (Lc 24.40-43). Considerando a passagem em 1 Coríntios 6.13, um cuidadoso estudo do contexto revela que quando Paulo diz que Deus destruirá tanto os alimentos como os estô magos, ele está se referindo ao processo da morte, e não à natureza do corpo após a morte. Além disso, enquanto o corpo da ressurreição não tem a necessidade de ser alimentado, tem, contudo, a capacidade de comer. O ato de comer, no céu, será uma alegria sem ser de fato uma necessidade. Então, o corpo que a m orte “destrói” (apo drece) é o mesmo que a ressurreição restaura. Argumen tar que não haverá um corpo da ressurreição porque o estômago estará “destruído” é o mesmo que reivindicar que o restante do corpo — cabeça, braços, pernas e tronco — não será ressuscitado, pois o apodrecimento o trans formará em pó. I C O R Í N T I O S 8 .4 — Se os ídolos não são nada, por que D eu s condena a idolatria? A M Á IN T E R P R E T A Ç Ã O : Muitas seitas e grupos aberrantes procuram justificar a utilização de imagens. Na verdade, a Igreja Católica Rom ana tem feito isso desde os tempos medievais. Alguns apelam para a afir mação de Paulo, encontrada em 1 Coríntios 10.19,20, de que um ídolo não é nada. Contudo, a Bíblia repetida mente condena a idolatria (Ex 20.4), e o mesmo Paulo disse que há demônios por trás dos ídolos (1 Co 10.20). Será que ele está aqui alegando que os demônios não são nada? 369 R E S P O S T A À S S EI T A S C O R R IG IN D O A M Á IN TER PR ET A Ç Ã O : Paul<> não nega a existência dos ídolos, mas simplesmente a süa habilidade de afetar crentes maduros que comerem ali" mentos preparados (ou carnes abatidas) no contexto d^ adoração a ídolos, como acontecia com a maior parte das carnes (confira 8.1). O que Paulo nega não é a reali^ dade dos ídolos, mas a divindade desses. O diabo engana os idólatras, mas ele não pode contaminar o alimento que Deus criou e declarou como bom (Gn 1.31; 1 Tm 4.4), mesmo que alguém o tenha oferecido a qualquer ídolo. Nas demais passagens e contextos, a Bíblia condena a utilização de imagens para a prática da adoração, dizen do: “Não farás para ti imagem de escultura, nem alguma semelhança [qualquer que seja] do que há em cima nos céus, nem [do que há] em baixo na terra, nem [do que há] nas águas debaixo da terra” (Ex 20.4). 1 C O R Í N T I O S 8 .5 — Este verso sustenta a idéia de que existem muitos deuses no universo? A M Á IN TER PR ET A Ç Ã O : 1 Coríntios 8.5 diz: “Por que, ainda que haja também alguns que se chamem deu ses, quer no céu quer na terra (como há muitos deuses e muitos senhores)” . Os mórmons acreditam que esse verso apóia a sua visão de que existem muitos deuses no uuL verso (McConkie, 1977, 579). Alegam que não se trata de politeísmo, uma vez que os mórmons não adorar^ divindades pagãs. C O R R IG IN D O A M Á IN TER PR ET A Ç Ã O : O con. texto de 1 Coríntios 8.5 é monoteísta. O verso anterk or (v. 4) diz: “Sabemos que o ídolo nada é no m undo e que não há outro Deus, senão um só” . O verso poste^ rior (v. 6) diz: “Todavia, para nós há um só Deus, o Pai5 370 1 C O R ÍN T IO S ilc- quem é tudo e para quem nós vivemos; e um só Se nhor,Jesus Cristo, pelo qual são todas as coisas, e nós por ele”. E óbvio, então, que Paulo no verso 5 está se referin do a falsas entidades pagãs que são chamadas de deuses (como o caso dos Bahais no Antigo Testamento). Esses são “deuses” apenas nominalmente, e não por natureza. / / ( C O R Í N T I O S 8 .6 — E ste verso prova que Jesus não é D eu s Todo-Poderoso como o Pai? A MÁ IN T E R PR E T A Ç Ã O : 1 Coríntios 8.6 diz: “Para nós há um só Deus, o Pai, de quem é tudo e para quem nós vivemos; e um só Senhor, Jesus Cristo, pelo qual são todas as coisas, e nós por ele” . Algumas seitas reivindi cam que, uma vez que esse verso claramente apresenta Deus, o Pai,“como estando em uma categoria diferente de Jesus C risto” (Reasoning from the Scriptures, 1989, pág.411), segue-se que Jesus não é Deus no mesmo sen tido que o Pai o é. ( CORRIGINDO A M Á IN T E R PR E T A Ç Ã O : Se a re ferência ao Pai como sendo “um só Deus” provasse que Jesus não é Deus, então a referência a Jesus como “um só Senhor” , do mesmo modo, provaria que o Pai não é Senhor. Torna-se óbvio que esse raciocínio é desprovi do de lógica. As Escrituras chamam o Pai de Deus (1 Pe 1.2) e Senhor (Mt 11.25), e chamam Jesus de Deus (Jo 20.28; H b 1.8) e Senhor (R m 10.9). Fica claro que a designação do Pai como Deus neste verso não tem a intenção de excluir Jesus e o Espírito Santo (Mt 28.19; 2 Co 13.13). D o mesmo modo, a identificação de Jesus como “Deus e nosso Senhor” em T ito 2.13 não exclui o Pai e o Espírito Santo. Q uando o Espírito Santo é cha mado de Deus em Atos 5.4, não se está excluindo o Pai e Jesus. 371 R E S P O S T A À S S EI T A S 1 C O R Í N T I O S 1 0 .1 4 — E ste verso indica que oS cristãos não deveriam usar um crucifixo? A M Á IN TER PR ETA Ç Ã O : As Testemunhas de Jeová argumentam que o mandamento contra a idolatria nesse verso é, por extensão, um mandamento contrário ao uso de um crucifixo. O uso de um crucifixo — dizem eles — é uma forma de idolatria (Reasoningfrom the Scriptures, 1989, pág.89). C O R R IG IN D O A M Á IN TER PR ETA Ç Ã O : O man damento de evitar a idolatria era relevante para os cren tes coríntios, pois Corinto era uma cidade idólatra. A imoralidade sexual, a embriaguez, e as orgias eram pro blemas relacionados à idolatria. Paulo instruiu os crentes coríntios a “fugir” (escapar) dela. Em nossa opinião, usar uma cruz não constitui um ato de idolatria, porque a cruz neste caso não é adorada ou venerada. Muitos cristãos usam uma cruz porque ado ram e veneram a Cristo. Nesses casos, considera-se uma expressão exterior de uma atitude interior de adoração a Cristo. Se um cristão se prostrasse diante de uma cruz em um ato de adoração ou veneração, ela se tornaria um objeto proibido para adoração (confira Ex 20.4). 1 C O R Í N T I O S 11.11 — A declaração de Paulo “Sede meus imitadores” justifica o autoritarismo, como reivindicam alguns grupos sectários? A M Á IN TER PR ET A Ç Ã O : Paulo, em certas ocasiões, conclama os seus seguidores a imitá-lo (veja também 1 Co 4.16). Algumas seitas, como a Igreja de Cristo em B o sto n , usam estes tex to s para ju stific a r o seu autoritarismo. Essa é uma inferência legítima a partir desses versos? 372 1 C O R ÍN T IO S C O R R IG IN D O A MÁ IN TER PR ET A Ç Ã O : O Novo Testamento freqüentemente exorta os crentes a subme terem-se aos seus líderes (1 Co 16.16; H b 13.17; 1 Pe 5.5). Ele também exorta que cada esposa se sujeite ao seu próprio marido, assim como os filhos aos pais (Cl 3.18-20), e os cidadãos aos seus governos (Tt 3.1). Mas esse fato não deve ser torcido, em se tratando de autoritarismo eclesiástico. A submissão é limitada. Os filhos devem obedecer aos pais apenas “no Senhor” (Ef 6.1), e não obedecer literalmente a qualquer ordem dos mais velhos. O mes mo é válido para cidadãos em relação à submissão aos seus respectivos governos. H á muitos exemplos de deso bediência justificável ao governo, tais como quando fa raó mandou que as parteiras matassem todos os recémnascidos do sexo masculino por ocasião dos partos (Ex 1.15-21), ou ainda quando os três jovens hebreus recebe ram ordens para prostrarem-se diante de um ídolo (Dn 3). Devemos nos submeter às devidas autoridades somente quando as ordens estiverem também sob Deus, e não quando essas ordens tiverem o intuito de tomar o lugar dEle. Existe uma diferença importante entre a submissão legítima e o autoritarismo ilegítimo. A submissão pró pria a um líder de uma igreja é voluntária, e não com pulsória. Ela envolve uma livre escolha de juntar-se a uma organização, ou deixá-la, sem que existam atos de intimidação ou represália. A submissão nesse caso tem origem no amor e no respeito (confira H b 13.7), não no medo. Enquanto a Bíblia fala de submissão voluntária do membro para com o líder, em nenhuma de suas pas sagens aprecia a obediência obrigatória exigida pelo lí der para com o membro do grupo. Isto é, a Bíblia jamais diz que os líderes devem mandar (ou demandar) que haja obediência; mas diz apenas que os seguidores de 373 R E S P O S T A À S S EI TA S vem dá-la por espontânea vontade. A Bíblia lembra aos próprios líderes da igreja que apascentem o rebanho não “como tendo domínio sobre a herança de Deus”; antes, devem ser os “exemplos” para o rebanho (1 Pe 5.2,3). Devem liderar por seu exemplo de vida e não pelas or dens pronunciadas por seus lábios; por seu caráter, não por suas ordens. 1 C O R Í N T I O S 1 1 .2 — Esta referência à tradição apóia a visão católica de que só a Bíblia não é suficiente para f é e prática? Veja neste livro os nossos com entários a respeito de 2 Tessalonicenses 2.15. 1 C O R Í N T I O S 11 .3 — O fato de que D eu s é chamado nesse verso de “a cabeça,>de Cristo é uma indicação de que Jesus não seja Deus? A M Á IN TER PR ET A Ç Ã O : As Testemunhas de Jeová alegam que, devido ao fato de dizer-se que o Pai é a cabeça de Cristo, então Cristo não pode ser Deus no mesmo sentido que o Pai. Se Cristo fosse Deus, então Ele seria a cabeça (Should you believe in theTrinity? 1989, pág-20). C O R R IG IN D O A M Á IN TER PR ET A Ç Ã O : Paulo disse no mesmo verso que o hom em é a cabeça da m u lher, mesmo sendo o hom em e a mulher iguais em ter mos de natureza humana (Gn 1.26-28; confira G1 3.28). E óbvio que a igualdade de natureza e a hierarquia fun cional não são mutuamente exclusivas. Cristo e o Pai são absolutamente iguais em sua natureza divina (Jo 10.30), mas Jesus está funcionalmente subordinado ao Pai no tocante à obra da salvação. 374 1 C O R ÍN TIO S / C O R Í N T I O S 1 2 .2 8 — E ste verso indica que a verdadeira igreja da atualidade deve obrigatoriamen te ter um apóstolo e /o u um profeta vivo? A M Á IN T E R P R E T A Ç Ã O : 1 Coríntios 12.28 diz:“E a uns pôs Deus na igreja, primeiramente, apóstolos, em segundo lugar, profetas, em terceiro, doutores, depois milagres, depois dons de curar, socorros, governos, vari edades de línguas” . Os m órmons acreditam que a verda deira igreja deve obrigatoriamente ter apóstolos e pro fetas vivos (M cC onkie, 1977, 606). U m a vez que os mórmons têm “profetas” e “apóstolos”, reivindicam ser a única igreja verdadeira. C O R R IG IN D O A M Á IN TERPR ETA Ç Ã O : De acor do com Efésios 2.20, os membros que formam a igreja estão “edificados sobre o fundamento dos apóstolos e dos profetas” . U m a vez que o alicerce está pronto, ele não é jamais construído novamente. Constrói-se sobre ele. As Escrituras descrevem o trabalho dos apóstolos e dos pro fetas, quanto à sua natureza, como um trabalho de base. Os apóstolos do primeiro século compreenderam que Deus estava provendo uma revelação singular por seu intermédio (1 Co 2.13). O Senhor os “tom ou pela m ão” (Mt 10.1,2; At 1.26); eles possuíam autoridade divina (At 20.35; 1 Co 7.10). Os apóstolos bíblicos teriam que ser testemunhas oculares do Cristo ressurreto (1 Co 9.1; confira 1 Co 15.7,8). O livro de Atos dos Apóstolos claramente atesta a unicidade e a autoridade dos apóstolos. Em Atos 2.42, a Igreja Primitiva “perseverava na doutrina dos apóstolos, e na com unhão” . Os pronunciamentos dos apóstolos eram tidos como a palavra final (confira 15.2). Pela voz deles a igreja nasceu (At 2); milagres foram feitos (At 3); regras sofreram restrições (At 4); desobedientes foram 375 R E S P O S T A À S S EI TA S julgados (At 5); o Espírito Santo foi dado aos samaritanos (At 8) e aos gentios (At 10). Os apóstolos bíblicos eram autenticados por incríveis milagres (2 Co 12.12) — milagres como ressuscitar pes soas dentre os mortos (At 9.36-42). Qualquer pessoa que reivindique ser um apóstolo deve obrigatoriamente ser autenticado pelos sinais de um apóstolo. Os “apóstolos” e os “profetas” m órm ons não possuem tal atestado miraculoso. Além do mais, a revelação oferecida pelos profetas e apóstolos mórmons contradiz claramente a decisiva re velação (“uma vez por todas”) transmitida pelos apósto los do primeiro século (Jd 3). Os apóstolos mórmons ensinam que Jesus é um ser criado, e que é o espírito irmão de Lúcifer. Os apóstolos bíblicos ensinaram que Jesus é Deus e o Criador (Cl 2.9; 1.16; confira Is 44.24). Os apóstolos mórmons ensinam que Deus é um ho m em exaltado, de carne e ossos. Os apóstolos bíblicos ensinaram que Deus é espírito (2 Co 3.17,18). Os após tolos mórmons ensinam que há muitos deuses no uni verso. Os apóstolos bíblicos ensinaram que existe apenas um Deus (1 Tm 2.5). Os apóstolos mórmons ensinam que os seres humanos podem tornar-se deuses. Os após tolos bíblicos ensinaram que os seres humanos jamais se tornam Deus (veja At 14.14,15). 1 C O R Í N T I O S 1 4 .3 3 — O fato de D eu s não ser um D eu s de desordem ou confusão prova que a doutrina da Trindade não é verdadeira? A M Á IN TER PR ET A Ç Ã O : As Testemunhas de Jeová pensam que a doutrina da Trindade pode possivelmente não ser verdadeira porque Deus não é um Deus de con fusão, e a doutrina da Trindade é, sem dúvida, confusa (ShouldYou Believe in theTrinity, 1989,pág.4). 376 1 C O R ÍN T IO S C O R R IG IN D O A M Á IN TER PR ET A Ç Ã O : U m a in terpretação desse tipo tira o verso de seu contexto. Ele não se refere à confusão doutrinária, mas a práticas desordenadas na igreja. Esse verso é uma seção estendida das Escrituras, na qual Paulo trata do exercício apropria do dos dons espirituais. Em 1 Coríntios 14.33, o tema central de Paulo é que Deus não é um Deus de confu são, e por isso os coríntios deveriam fazer todos os esfor ços possíveis para acabar com as confusões que aconte ciam durante os cultos em suas igrejas, que eram o resul tado de muitas pessoas falando em línguas e entregando profecias ao mesmo tempo (w. 27-30). Deus não move o seu povo para que eles se conduzam de uma maneira desordenada e tumultuada. Antes, Ele é u m Deus de paz (harmonia e ordem), e daí segue-se que o seu povo deva ser harmonioso e organizado em seus cultos. Além disso, a doutrina da Trindade não é confusa; ela é um mistério. Existe um só Deus, manifesto em três pessoas. Isso é tão claro quanto afirmar que existe um triângulo com três lados (uma analogia que não pode ser levada muito longe, quando se trata de descrever a Trin dade); ou que o amor é um e, contudo, para que exista o amor, é necessário que haja uma pessoa que ame outra pessoa, e um espírito de amor entre elas.E possível apre ender a verdade a respeito da doutrina da Trindade mes mo não podendo compreendê-la completamente. ATrindade não é contrária à razão; ela simplesmente vai além da nossa própria razão. O simples fato de uma doutrina ser de difícil com preensão não a torna falsa doutrina. Até mesmo um con ceito monoteísta estrito de Deus, tal como o das Teste munhas de Jeová, não pode ser completamente compre endido. Para que pudéssemos compreender a natureza de Deus completamente, precisaríamos ter a mente de Deus. Mas as Escrituras indicam que não somos capazes 377 R E S P O S T A À S S EI TA S de compreender tudo a respeito dEle. Rom anos 11.33 afirma: “Quão insondáveis são os seus juízos, e quão inescrutáveis os seus caminhos!” Em Isaías 55.8,9, Deus diz: “Assim como os céus são mais altos do que a terra, assim são os meus caminhos mais altos do que os vossos caminhos, e os meus pensamentos mais altos do que os vossos pensamentos” . Assim como uma criança pode não ser capaz de entender tudo aquilo que o seu pai faz ou diz, nós, como filhos finitos de Deus, não somos capazes de compreender todas as coisas a respeito de nosso infi nito Pai celestial. 1 C O R Í N T I O S 1 5 .5 -8 — Jesus apareceu somente àqueles que nEle creram? A M Á IN TER PR ETA Ç Ã O : Algumas seitas e alguns crí ticos têm lançado dúvidas a respeito da validade da res surreição de Cristo, insistindo que Ele apareceu apenas àqueles que nEle creram, mas nunca a incrédulos. C O R R IG IN D O A M Á IN TER PR ET A Ç Ã O : É in correto alegar que Jesus não apareceu a incrédulos. Para mencionar um caso, Ele apareceu ao mais hostil de to dos os incrédulos — Saulo de Tarso (At 9,22,26). Mesmo os discípulos não aceitaram a ressurreição quando Jesus apareceu a eles pela primeira vez. Quando Maria Madalena e outros relataram que Jesus havia res suscitado, “as suas palavras lhes pareciam como desvario, e não as creram” (Lc 24.11). Mais tarde, Jesus teve que repreender a dois discípulos no caminho de Emaús por causa da falta de fé deles em sua ressurreição:“O néscios e tardos de coração para crer tudo o que os profetas dis seram!” (Lc 24.25). Mesmo depois de Ele já ter apareci do às mulheres, a Pedro, aos dois discípulos no caminho de Emaús e aos dez apóstolos,Tomé disse: “Se eu não vir 378 1 CO RÍNTIO S o sinal dos cravos em suas mãos, e não puser o dedo no lugar dos cravos, e não puser a minha mão no seu lado, de maneira nenhuma o crerei” (Jo 20.25). Ele dificil mente era um daqueles que criam na ressurreição. Além de aparecer aos seus discípulos que não estavam crendo, Jesus também apareceu a algumas pessoas que não eram seus discípulos de modo algum. Ele apareceu ao seu irmão Tiago (1 Co 15.7) que, com os seus outros irmãos, não era uma pessoa crente antes da ressurreição (Jo 7.5). Além disso, as Escrituras não reivindicam a ela boração de uma lista exaustiva daqueles que viram o Cristo ressurreto, mas relata apenas alguns encontros sig nificativos. 1 C O R Í N T I O S 1 5 .5 -8 — Por que Jesus apareceu apenas a um pequeno e seleto grupo de pessoas? A M Á IN T E R PR E T A Ç Ã O : Alguns críticos têm suge rido que o fato de apenas poucas pessoas terem visto Jesus após a sua ressurreição indica que Ele era essencial mente invisível ao olho físico humano, e apenas se mate rializava para poucas pessoas em ocasiões selecionadas. As Testemunhas de Jeová acreditam que Jesus “se mate rializava” nessas determinadas ocasiões em corpos de di ferentes formas para provar a sua “ressurreição” (A id to Bíble understanding, 1971, pág. 1395). C O R R IG IN D O A M Á IN T E R P R E T A Ç Ã O : Jesus não apareceu apenas a um pequeno grupo de pessoas. Ele apareceu a mais de 500 pessoas (1 Co 15.6), inclu indo muitas mulheres, seus próprios apóstolos, seu ir mão Tiago e Saulo de Tarso — o principal anticristão de seus dias.Jesus não apareceu simplesmente em umas poucas ocasiões. Ele apareceu em pelo menos doze ocasiões diferentes. Essas foram distribuídas ao longo 379 R E S P O S T A À S S EI TA S de um período de quarenta dias (At 1.3) em diferentes localidades geográficas. Jesus somente não permitiu que ninguém colocasse as mãos nEle, mesmo antes da sua ressurreição. Certa ocasião, uma multidão de incrédulos tentou prender Je sus e “o levaram até ao cume do monte em que a cidade deles estava edificada, para dali o precipitarem. Ele, po rém, passando pelo meio deles, retirou-se” (Lc 4.29b, 30; confira Jo 8.59; 10.39). Mesmo antes de sua ressurreição, Jesus era seletivo quanto àqueles para quem Ele realizava milagres. Ele se recusou a realizar milagres na região de seu próprio lar por causa da incredulidade das pessoas (Mt 13.58). Jesus até mesmo desapontou Herodes, que esperava vê-lo realizar um milagre (Lc 23.8). A verdade é que Jesus se recusou a lançar pérolas aos porcos (Mt 7.6). Em submissão à vontade do Pai (Jo 5.30), Ele era soberano sobre a sua própria atividade tanto antes como após a ressurreição. Mas isso de modo algum prova que Ele era essencialmente invisível e imaterial.Veja também os nossos comentários a respeito de Lucas 24.23, 31; 1 João 4.2. 1 C O R Í N T I O S 1 5 .2 3 — Este verso apóia o dogma católico romano da ascensão do corpo de Maria? A M Á IN TER PR ET A Ç Ã O : De acordo com o dogma católico,“Maria foi levada ao céu em corpo e alma” (Ott, 1960,208). Em 1 de novembro de 1950, o pontífice ro mano discursou ex cathedra para proclamar de forma in falível que “do mesmo modo que a gloriosa ressurreição de Cristo foi uma parte essencial, e uma evidência final da vitória, assim a luta comum da bendita virgem junta mente com o seu filho, deveria ser concluída com a ‘glo rificação’ do corpo virginal dela” (Denzinger, 1957, n° 2331, 647). Alguns teólogos católicos apelam para 1 Co 380 1 CO R ÍN TIO S 15.23 como apoio a esse dogma, argumentando que ( !risto é as “primícias” da ressurreição, e “então, na vinda d Fie, aqueles que pertencem a C risto” (Ott, 208). C O R R IG IN D O A M Á IN T E R P R E T A Ç Ã O : Esse é um uso forçado do texto que se encontra em 1 Coríntios 15.23 para apoiar o dogma da ascensão corporal. Mes mo notáveis defensores do dogma católico admitem que “não se têm provas diretas e expressas nas Escrituras” (Ibid.). Eles falam mais propriamente da “possibilidade” estar implícita no texto. Mas há dificuldade até mesmo de encontrar isso. O texto fala a respeito de Cristo como as “primícias” tia ressurreição e não se refere de m odo algum a Maria. I C O R Í N T I O S 1 5 .2 5 -2 8 — Paulo está ensinando o universalismo quando afirma que “todas as coi s a s” serão colocadas sob Cristo? A MÁ IN TER PR ET A Ç Ã O : Falando escatologicamente ou a respeito do final dos tempos, Paulo afirmou em 1 Coríntios 15.24-28 que “Depois, virá o fim, quando ti ver entregado o R eino a Deus, ao Pai, e quando houver aniquilado todo império e toda potestade e força. Por que convém que reine até que haja posto a todos os inimigos debaixo de seus pés. Ora, o último inimigo que há de ser aniquilado é a morte. Porque todas as coisas sujeitou debaixo de seus pés. Mas, quando diz que todas as coisas lhe estão sujeitas, claro que se excetua aquele que sujeitou todas as coisas. E, quando todas as coisas lhe estiverem sujeitas, então, também o mesmo Filho se su jeitará àquele que todas as coisas lhe sujeitou, para que Deus seja tudo em todos” . Orígenes, um ancião da Igre ja Primitiva, baseou o seu universalismo nesse texto (Origen [2], 1.6.1), como fazem outros universalistas. 381 R E S P O S T A À S S EI TA S C O R R IG IN D O A MÁ IN TERPRETAÇ ÃO : Para fa zer com que esse texto sustente a visão deles, os universalistas ignoram tanto o conteúdo como o con texto da passagem. Paulo não está falando da salvação dos perdidos, mas da condenação deles. Isso fica eviden te através de palavras e frases tais como “aniquilado” , “sujeitou debaixo de seus pés”, e “quando todas as coisas lhe estiverem sujeitas” . O texto está falando a respeito da sujeição dos perdidos (w. 24,27,28). Ele não fala nada a respeito de salvação. Refere-se a esses indivíduos como inimigos de Deus, e não como amigos ou filhos. Eles são subjugados como inimigos, e não salvos como amigos. O fato de que Deus será “tudo em todos” (v. 28) não significa que todos estarão em Deus. Isso significa que Ele reinará de modo supremo em todo o universo. A frase “todas as coisas” deve ser compreendida dentro de seu próprio contexto. Ele não diz que todas as coisas serão salvas. Antes, diz de modo assertivo:“quando todas as coisas lhe estiverem sujeitas” (v. 28) — como “inimi gos” (v. 25). De fato, a frase “todas as coisas” é utilizada em paralelo com o termo “inimigos” em sucessivos ver sos (w. 26,27). O céu não é um lugar onde Deus sobrepuja o poder e vontade de seus inimigos, e os força a entrar em seu aprisco. Isso é precisamente o que um Deus de amor não pode fazer — forçar pessoas a amá-lo contra a von tade delas. Jesus disse isso (Mt 23.37). Então, não existe sequer uma insinuação nessa passagem a respeito de uma salvação para todos os incrédulos. 1 C O R Í N T I O S 1 5 .2 9 — Este verso apóia a doutri na mórmon do batismo pelos mortos? A M Á IN TER PR ET A Ç Ã O : Paulo disse nessa passagem “que farão os que se batizam pelos mortos?” Os mórmons 382 1 CO RÍNTIO S acreditam que isso significa que pessoas crentes vivas deveriam ser batizadas em favor dos mortos (Talmage, 1982,149,50). C O R R IG IN D O A M Á IN T E R P R E T A Ç Ã O : Essa é uma passagem obscura e isolada. E im prudente basear qualquer doutrina em uma passagem como esta. Antes, deve-se sempre utilizar as passagens mais claras das Es crituras para interpretar as menos claras. Os textos cla ros são enfáticos ao dizer que o batismo não salva. Nós somos salvos pela graça através da fé, e não pelas obras (R m 4.5; E f 2.8,9; T t 3.5-7). N ão somos capazes de fazer nada que resulte na salvação em favor de outra pes soa. Cada pessoa deve crer em favor de si mesma (Jo 1.12). Cada pessoa deve fazer a sua própria livre esco lha (Mt 23.37; 2 Pe 3.9). Em relação a esse texto, os estudiosos diferem quanto ao que Paulo quis dizer. Há várias possibilidades. Paulo poderia estar se referindo sarcasticamente à prá tica das seitas que existiam entre os coríntios, que ti nham muitas falsas crenças (veja 1 Co 5). De fato, Paulo estaria dizendo:“Se vocês não acreditam na ressurreição, então por que aderem à prática de batizar pessoas pelos mortos? Vocês são inconsistentes em suas próprias (fal sas) crenças”. Paulo encara a referida prática como tão obviamente errada que nem precisa condená-la de for ma explícita. Paulo diz “eles” (os outros) batizam pelos mortos (15.29), e não “nós” . Nas demais passagens em 1 Coríntios, Paulo enfatiza a sua intimidade com os cren tes em Corinto através do uso dos pronomes na primei ra pessoa. N o verso 29 ele muda para a terceira pessoa — “eles” . Paulo poderia também estar se referindo ao fato de que o batismo de novos convertidos seria a reposição dos lugares vazios na igreja devido à m orte de crentes. 383 R E S P O S T A À S S EI T A S Se isso for correto, o sentido do que ele está dizendo nessa passagem seria: “Por que vocês continuam a en cher a igreja com pessoas convertidas e batizadas que substituem aquelas que morreram, se vocês não acredi tam realmente que exista qualquer esperança para elas além -túm ulo?” O u ainda Paulo poderia estar relem brando que o batismo simboliza a m orte do crente com Cristo (R m 6.3-5). O term o grego “pelos” (eis) pode significar “com vistas a” . Nesse sentido, ele estaria di zendo: “Por que vocês são batizados com vistas à sua m orte e ressurreição com Cristo, se vocês não acredi tam na ressurreição?” Alguns estudiosos destacam que a preposição “pela” no grego (eis) pode significar “por amor de”. Neste caso, o batismo seria por amor daqueles que estão mortos. Paulo diz: “Se absolutamente os mortos não ressuscitam; qual é então a razão de haver novos convertidos que um dia morrerão já batizados?” (v. 29). U m a vez que era comum nos tempos do início do Novo Testamento que as pessoas fossem batizadas assim que aceitassem o Evan gelho, esse era um sinal da fé que uma pessoa tinha em Cristo. Mas por que ser batizado se não há ressurreição? Mais tarde Paulo diz que se não há ressurreição, “coma mos e bebamos, que amanhã morreremos” (v. 32). Seja qual for a correta interpretação, não existe ne nhum a razão para crer que Paulo estaria nessa passagem contradizendo o seu próprio ensino, que é claro em to das as demais passagens; ou contradizendo o restante das Escrituras, que insiste que cada pessoa deve livremente aceitar ou rejeitar por si mesma o dom da salvação de Deus. Paulo certamente não instou os seus ouvintes a que praticassem o princípio do batismo pelos mortos, e nem mesmo deu essa ordem. Ele simplesmente utilizou o caso como uma ilustração. Não existe nenhuma m en ção de batismo pelos mortos em toda a Bíblia até os 384 1 CO R ÍN TIO S escritos de Paulo — e tam bém nenhum a menção após eles. Cristo não menciona isso, e nem qualquer um de seus apóstolos. / C O R Í N T I O S 1 5 .3 3 — Pelo fato de citar um poeta pagão, Paulo não está desse modo pronunci ando que os escritos deste pagão sejam parte das Escrituras? A M Á IN T E R P R E T A Ç Ã O : Alguns têm argumentado que a utilização de fontes não cristãs por parte de Paulo nessa passagem mostra que há outros escritos inspirados e que não são encontrados na Bíblia. C O R R IG IN D O A M Á IN T E R P R E T A Ç Ã O : Paulo não está citando essa fonte não cristã como se fosse ins pirada, mas simplesmente com o verdadeira. Toda a ver dade pertence a Deus, não im portando quem a tenha dito. Caifás, o sumo sacerdote judeu, pronunciou uma verdade a respeito de Cristo (Jo 11.49). A Bíblia fre qüentemente utiliza fontes não inspiradas (confira N m 21.14; Js 10.13; 1 Rs 15.31). Por três vezes, Paulo cita pensadores não cristãos (At 17.28; 1 Co 15.33;Tt 1.12). Judas faz alusão às verdades encontradas em dois livros não canônicos (Jd 9,14). Porém, a Bíblia nunca os cita como livros que possuem autoridade divina, mas sim plesmente mostra algumas verdades contidas neles. As frases comuns tais com o:“Assim diz o Senhor” (Is 7.7;Jr 2.5), ou “está escrito” (Mt 4.4,7,10) jamais são encon tradas quando essas fontes não inspiradas são citadas. Contudo, a verdade é a verdade onde quer que seja en contrada. E não existe qualquer razão, portanto, para que um autor bíblico, na direção do Espírito Santo, não pos sa utilizar a verdade seja de qualquer fonte em que a encontrar. 385 R E S PO S TA ÀS SEITAS 1 C O R Í N T I O S 1 5 .3 7 — Paulo está ensinando nesta passagem, que o corpo da ressurreição é um corpo diferente daquele que é semeado — um tipo de reen carnação? A M Á IN T E R P R E T A Ç Ã O : Assim com o as sementes m udam quando são semeadas, esse verso diz que o corpo será mudado quando for ressuscitado. Alguns ba seiam-se nesse fato para afirmar que o corpo da ressur reição será um corpo diferente, um corpo “espiritual” (v. 44), que não é essencialmente material. Isso prova que nós não somos ressuscitados no mesmo corpo físico, de carne e sangue no qual morremos? Esse verso é relevante em discussões com as Testemu nhas de Jeová (A id to Bible understanding, 1971, pág. 1395). C O R R IG IN D O A M Á IN TER PR ET A Ç Ã O : Há m u danças reais no corpo da ressurreição, mas ele não é transformado em um corpo não físico — um corpo que seja substancialmente diferente daquele que pos suímos agora. A semente que vai para o solo gera mais sementes de mesmo tipo, e não sementes imateriais. E nesse sentido que Paulo é capaz de dizer: “Não se se meia [fazer morrer] o corpo como ele será”, uma vez que é imortal e não pode morrer. A diferença é que o corpo que é ressuscitado é imortal (1 Co 15.53), e não um corpo imaterial. Falando do corpo de sua própria ressurreição,Jesus disse:“Vede as minhas mãos e os meus pés, que sou eu mesmo; tocai-me e vede, pois um espí rito não tem carne nem ossos, como vedes que eu te n h o ” (Lc 24.39). O corpo ressuscitado de Jesus, embora transformado e glorificado, é um corpo de mesma ordem de carne e ossos que Jesus possuía antes da sua ressurreição. E, uma vez que os nossos corpos após a nossa ressurreição serão 386 1 CO R ÍN TIO S como o dEle (Fp 3.21), o mesmo é verdadeiro a respeito do corpo da ressurreição dos crentes. Observe as seguin tes características do corpo da ressurreição de Jesus: 1) Era o mesmo corpo que Ele possuía antes da ressurrei ção, e agora possuía as cicatrizes da crucificação (Lc 24.39; Jo 20.27); 2) Era o mesmo corpo que deixou para trás o túmulo vazio (Mt 28.6;Jo 20.5-7;Jo 5.28,29); 3) O cor po físico de Jesus não se corrompeu na sepultura (At 2.31); 4) Jesus disse que o seu corpo seria destruído e construído novamente (Jo 2.19-22); 5) Era um corpo de “carne e ossos” (Lc 24.39) que podia ser tocado (Mt 28.9; Jo 20.27), e era capaz de comer alimentos físicos (Lc 24.41,42). Além do mais, as Escrituras ensinam que o corpo imortal “reveste” o corpo mortal, e não o substitui (1 Co 15.53). A planta que brota da semente é conectada a ela tanto genética quanto fisicamente. Mas na ressur reição, o que é plantado não é igual àquilo que é colhi do (1 Co 15.37,38). A “transformação” (1 Co 15.51) a que Paulo se refe riu quando falou da ressurreição é uma transformação no corpo, e não uma mudança do corpo. As transforma ções que ocorrem no corpo por ocasião da ressurreição são fortuitas, não substanciais. São transformações que ocorrem das qualidades secundárias, e não das qualida des primárias. E a transformação de um corpo físico cor ruptível em um corpo físico incorruptível. Não é a trans formação de um corpo físico em um corpo não físico. E a transformação de um corpo físico mortal em um cor po físico imortal. Não se trata da transformação de um corpo físico material em um imaterial. I C O R Í N T I O S 1 5 .4 0 -4 2 — E ste verso apóia a idéia da existência de três reinos de glória que serão habitados na vida futura? 387 RE S PO S TA À S SEITAS A M Á IN TER PR ET A Ç Ã O : Os mórmons acreditam que a referência a “corpos celestes” e a “corpos terres tres” nessa passagem sustenta a sua visão de que todas as pessoas habitarão em um dos três reinos de glória na vida futura — o reino celestial, o reino terrestre, ou o reino chamado “telestia1” (McConkie, 1966, 420). A fi delidade de uma pessoa nesta vida determina a qual dos reinos ela irá. C O R R IG IN D O A M Á INTERPRETAÇÃO : Essa pas sagem não se refere a três reinos de glória. A passagem de 1 Coríntios 15.40-42 não faz sequer referência a um mundo “telestial” . Esse fato por si mesmo já desqualifica a passagem como um argumento à idéia da existência de três reinos. E muito claro que o contexto da passagem tem a ver com os corpos da ressurreição (v. 35). Paulo está falando nesse verso a respeito do corpo do céu (celestial) em contraste com o corpo da terra (terrestre). Ele diz que o corpo terrestre é caído, temporal, imperfeito, e fraco (w. 42-44), enquanto o corpo celestial será eterno, perfeito e poderoso (confira 2 Co 5.1-4). 1 C O R Í N T I O S 1 5 .4 4 — O corpo da ressurreição é material ou imaterial? A MÁ IN TERPR ETAÇà O : Paulo declara que o corpo da ressurreição é um corpo espiritual (1 Co 15.44). As Testemunhas de Jeová acreditam que tais versos indicam que Jesus foi ressuscitado dentre os mortos em um corpo espiritual. Eles dizem: “E verdade que Jesus apareceu em forma física aos seus discípulos após a sua ressurreição ... Jesus evidentemente materializou corpos nessas ocasiões” (Reasoningfrom the Scriptures, 1989,pág.215).Mas o corpo com que Ele ressuscitou foi um corpo espiritual. 388 1 C O R ÍN TIO S ( CORRIGINDO A M Á IN TER PR ET A Ç Ã O : U m cor po “espiritual” denota um corpo imortal, e não um corpo imaterial. U m corpo “espiritual” é um corpo dominado pelo espírito, e não um corpo sem matéria. O termo gre go pneumatikos (traduzido aqui como “espiritual”) signifi ca um corpo dirigido pelo espírito, de m odo oposto a um corpo que esteja sob o domínio da carne. Ele não segue os regulamentos da carne que perece, mas do espírito que permanece (1 Co 15.50-58).E ntão“corpo espiritual” não significa imaterial e invisível, mas imortal e não perecível. Observe os paralelos desenhados por Paulo. C O R P O A N T E R IO R À R E SSU R R E IÇ Ã O C O R P O P O S T E R IO R à R E SSU R R E IÇ Ã O É terreno (v. 40) É celestial É perecível (v. 42) É fraco (v. 43) É imperecível / E poderoso E natural (v. 44) E sobrenatural É mortal (v. 53) É imortal ** / A avaliação completa do contexto mostra que o ter mo “espiritual” (pneumáticos) poderia ser traduzido como “sobrenatural” em contraste com o term o “natu ral”, a partir dos paralelos com os termos “perecível” e “imperecível” ,“corruptível” e “incorruptível” . Pneumá ticos é traduzido como “sobrenatural” em 1 Coríntios 10.4, quando fala “porque bebiam da pedra espiritual [sobrenatural] que os seguia [no deserto]; e a pedra era C r is to ” . E m sua tradução, o te rm o “ e sp iritu a l” , pneumatikos, refere-se a objetos físicos. Novamente vol tando a 1 Coríntios 10.4, Paulo falou da“pedra espiritu al” que seguia Israel no deserto de onde eles obtiveram uma “bebida espiritual” (1 Co 10.4). Mas a história do 389 R E S P O S T A À S S EI TA S A Antigo Testamento (Ex 17; N m 20) revela que essa pe dra existia fisicamente, e dela eles literalmente obtive ram água para beber. Mas a água que eles de fato beberam daquela pedra material foi produzida de m odo so brenatural. Quando Jesus, de modo sobrenatural, fez pão para os cinco mil homens (Jo 6*), Ele fez pão literal mente. Contudo, esse pão literal, material, poderia ter sido chamado de “pão espiritual” por causa de sua ori gem sobrenatural, do mesmo modo que o maná dado a Israel foi chamado de “manjar espiritual” (1 Co 10.3). Além do mais, quando Paulo se referiu a um “homem espiritual” (1 Co 2.15), ele obviamente não se referia a um homem invisível, imaterial, desprovido de um corpo. Ele estava, de fato, falando de um ser humano que possui carne e sangue, cuja existência é vivida pelo poder sobre natural de Deus — uma pessoa literal cuja vida é dirigida pelo Espírito. U m homem espiritual é aquele que é ensi nado pelo Espírito e recebe as coisas que vêm do Espírito de Deus (1 Co 2.13,14). O corpo da ressurreição pode ser chamado de “corpo espiritual”, do mesmo modo pelo qual nos referimos à Bíblia como u m “livro espiritual”. A despeito de sua fonte espiritual e poder, tanto o corpo da ressurreição como a Bíblia são objetos materiais. * N T .: cinco mil homens estavam presentes, além de m u lheres e crianças. 1 C O R Í N T I O S 1 5 .4 5 — Cristo f o i um espírito doador de vida após a sua ressurreição, ou Ele p o s suía um corpo físico? A M Á IN T E R P R E T A Ç Ã O : Paulo afirma assertivamente nessa passagem que Cristo foi feito u m “espírito vivificante” após a sua ressurreição. Alguns — incluindo as Testemu nhas de Jeová — têm citado esse versículo com a finalida- 390 1 C O R ÍN TIO S de de provar que Jesus não teve um corpo físico ressurreto (Aid to Bible understanding, 1971, pág. 1395). C O R R IG IN D O A MÁ IN TERPRETAÇÃO : A frase “espírito doador de vida” não se refere à natureza do corpo da ressurreição de Cristo, mas à origem divina da ressurrei ção. O corpo físico de Jesus voltou à vida pelo poder de Deus (confira R m 1.4). Então Paulo está se referindo à sua origem, e não à sua substância flsica.Veja também os nossos comentários a respeito da passagem em 1 Coríntios 15.44. Se o term o “espírito” descreve a natureza do corpo da ressurreição de Cristo, então Adão — com quem Ele é contrastado — não deve ter tido uma alma, uma vez que ele é descrito como “da terra... terreno” (v. 47) e, portanto, feito do pó. Mas a BíbJía claramente diz que Adão foi feito “alma vivente” (Gn 2.7). O corpo da ressurreição de Cristo é chamado de “cor po espiritual” (1 Co 15.44) que, conforme discutido em 1 Coríntios 15.44, é o mesmo termo utilizado por Paulo para descrever comida material e uma rocha literal (1 Co 10.4). Ele é chamado de “ corpo” (soma), que sempre significa um corpo físico, quando se refere a um ser hu mano individual. Em resumo, o corpo da ressurreição é chamado de “espiritual” e “espírito vivificante” porque a sua origem é o reino espiritual, e não porque a sua essência seria imaterial. O corpo sobrenatural da ressurreição de Cris to é “do céu”, assim como o corpo natural de Adão era “terreno” (v. 47). Mas assim como o “terreno” também possuía uma alma imaterial, aquele que é “do céu” tam bém possui um corpo material. 1 C O R Í N T I O S 1 5 .5 0 — Se a carne e o sangue não podem entrar no céu, então como é possível haver uma ressurreição física? 391 RES P O S T A À S S EI TA S A M Á IN TER PR ET A Ç Ã O : De acordo com esse verso, “A carne e sangue não podem herdar o R eino de Deus” . Daí, Jesus deve ter tido uma ressurreição espiritual, uma vez que corpos de carne e sangue não podem existir no céu (Aid to Bible understanding, 1971, pág. 1395). A m or talidade e a corrupção pertencem ao corpo carnal. O corpo da ressurreição é imortal e incorruptível porque ele é por natureza uma corpo espiritual. C O R R IG IN D O A M Á IN TER PR ET A Ç Ã O : C on cluir a partir dessa frase que o corpo da ressurreição não será um corpo de carne, físico, não possui justificativa bíblica. A própria frase seguinte — que foi omitida nessa citação — indica claramente que Paulo está se referindo não à carne como tal, mas a uma carne incorruptível. Ele acrescenta: “N em a corrupção herda a incorrupção” (v. 50). Então, Paulo não está afirmando que o corpo da ressurreição não terá carne, mas está dizendo que não terá uma carne perecível. Para convencer os discípulos atemorizados de que Ele não era um espírito imaterial (Lc 24.37),Jesus lhes disse enfaticamente: “Vede as minhas mãos e os meus pés, que sou eu mesmo; tocai-me e vede, pois um espírito não tem carne nem ossos, como vedes que eu tenho” (Lc 24.39). Pedro declarou que o corpo da ressurreição seria o mesmo corpo de carne que iria para a sepultura, sem jamais ver a corrupção (At 2.31). Paulo também reafir m ou essa verdade em uma passagem paralela (At 13.35). E João infere que negamos a Cristo quando negamos que ele permanece “na carne” mesmo após a sua ressur reição (1 Jo 4.2; 2 Jo 7). Essa conclusão não pode ser evitada através da reivin dicação de que o corpo da ressurreição de Jesus possuía carne e ossos, mas não carne e sangue. Porque se Ele tinha carne e ossos, então era um corpo literal e materi- 392 1 CO R ÍN TIO S al, tendo ou não sangue. Carne e ossos reafirmam a soli dez do corpo físico pós-ressurreição de Jesus. Eles são sinais mais óbvios da tangibilidade do que o próprio san gue, que não pode ser facilmente visto ou tocado. A ex pressão “carne e sangue” nesse contexto aparentemente significa “carne e sangue mortais” , isto é, um mero ser humano. Esse fato é confirmado pelos usos paralelos do Novo Testamento. Q uando Jesus disse a Pedro: “Não foi carne e sangue quem to revelou” (Mt 16.17), Ele não poderia estar se referindo à mera substância do corpo humano como tal, a qual, obviamente, não seria capaz de revelar que Ele era o Filho de Deus. Portanto, a inter pretação mais natural de 1 Coríntios 15.50 parece ser tal que um ser humano, como uma criatura perecível e li gada à terra, não pode ter um lugar no glorioso reino celestial de Deus. 393 CAPÍTULO 2 29 CORÍNTIOS 2 C O R Í N T I O S 3 .1 7 — E ste verso prova que Jesus é o Espirito Santo, dando assim suporte às visões modalistas da seita Unidade Pentecostal? A M Á IN T E R PR E T A Ç Ã O : Em 2 Coríntios 3.17, lemos:“Ora, o Senhor é Espírito; e onde está o Espírito do Senhor, aí há liberdade” . Os adeptos da Unidade Pente costal dizem que Jesus é o Senhor nesse verso, e que Ele é explicitamente identificado como o Espírito Santo que abre o coração daqueles que crêem (Bernard, 1983,132). Portanto, Jesus é o Espírito Santo. C O R R IG IN D O A M Á IN TER PR ET A Ç Ã O : Muitos preletores enxergam esse verso como se ele dissesse que o Espírito Santo é Senhor não no sentido de ser Jesus, R E S P O S T A À S S EI T A S mas no sentido de serYahweh, o Senhor Deus (veja o verso 16 que cita Êx 34.34,35). U m outro problema com a interpretação da U nida de Pentecostal é que apenas um pouco antes dessa pas sagem, em 2 Coríntios 3.3-6, o apóstolo Paulo clara m ente faz distinção entre Jesus e o Espírito Santo. Em sentido mais amplo, as Escrituras como um todo fazem essa distinção. N a verdade, diz-se que Ele é um outro consolador (Jo 14.16). Jesus enviou o Espírito Santo (Jo 15.26; 16.7). O Espírito Santo procura glorificar a Jesus (Jo 16.13,14) e desceu sobre Jesus por ocasião de seu batismo (Lc 3.22). Jesus distingue de si mesmo a pessoa do Espírito Santo quando fala sobre a Grande Comissão (Mt 28.19). A questão acima alude à posição defendida pela U ni dade Pentecostal chamada “modalismo” . Esse erro anti go ocasionou o início de um sério problema na igreja, com a idéia de que Deus havia se revelado de três modos sucessivos — como o Pai, o Filho, e o Espírito Santo — mas que Ele mesmo não era capaz de ser as três pessoas simultaneamente. A teologia da Unidade Pentecostal é uma versão contemporânea dessa heresia. 2 C O R Í N T I O S 5 .1 9 — Paulo quer dizer que todas as pessoas serão salvas quando fa la que o mundo será reconciliado com Deus? A M Á IN TE R PR E T A Ç Ã O : Nessa passagem, Paulo diz aos coríntios:“Deus estava em Cristo reconciliando con sigo o mundo, não lhes imputando os seus pecados, e pôs em nós a palavra da reconciliação” . Baseados nessa palavra, os universalistas alegam que o “mundo inteiro”, referindo-se à humanidade, foi reconciliado com Deus através da obra de Cristo. Desse modo, todos são salvos com base no trabalho de Jesus na cruz. 396 2 C O R ÍN T IO S ( X)R R IG IN D O A M Á IN TER PR ETA Ç Ã O : Essa passagem refere-se à reconciliação como a um processo que está de acordo com o propósito de Deus, e não como a um fato consumado para o m undo todo. E a vontade de Deus salvar todas as pessoas (2 Pe 3.9), mas nem todas serão salvas (Mt 7.13,14;Ap 20.11-15). O texto indica que, de fato, a reconciliação é apenas para aqueles que estão “em Cristo” , e não para todas as pessoas (v. 17). Se todos já fossem salvos, então a exortação de Paulo para que sejamos “embaixadores da parte de Cristo” e de “rogar” ao mundo que “se reconcilie com Deus” seria sem sentido. Não tem nexo pedir às pessoas que se recon ciliem com Deus se de fato elas já estão reconciliadas. As Escrituras negam essa reconciliação, e interpretar essa pas sagem em favor do universalismo é dizer que as Escrituras contradizem-se a si mesmas (veja M t 25.31-46). 2 C O R Í N T I O S 5 .2 1 — C om o é que Jesus pode ter sido feito pecado, uma v e z que Ele não tinha peca dos? A M Á IN T E R PR E T A Ç Ã O : Paulo afirma nessa passa gem que “àquele [Jesus] que não conheceu pecado, o fez pecado por nós” . Muitas outras passagens das Escrituras insistem que Jesus era “sem pecado” (Hb 4.15; confira 1 Pe 3.18). Com o é que Jesus poderia ser sem pecado, se Ele foi feito pecado por nós? Essa é uma questão especi almente importante, em vista do fato de os ensinadores da seita Palavra da Fé dizerem que quando Jesus foi “fei to pecado”, Ele revestiu-se a si mesmo da natureza de Satanás (Copeland, W hat happened from the cross to the throne, 1990, fita de áudio). C O R R IG IN D O A M Á IN T E R PR E T A Ç Ã O : Cristo não se revestiu da natureza de Satanás, pois Ele, como 397 R E S P O S T A À S S EI T A S Deus, é imutável (Hb 13.8; confira Ml 3.6). A sua natu reza divina não pode mudar. Em Hebreus 1.12b, o Pai diz a respeito de Jesus: “Tu és o mesmo, e os teus anos não acabarão”. N o que diz respeito a Jesus ter sido feito pecado, Ele foi, de fato, sempre sem pecado, mas foi feito pecado por nós judicialmente, isto é, através de sua morte na cruz, Ele pagou a pena por nossos pecados e, através disso, cancelou o débito de pecados contra nós. Então, enquanto Jesus jamais cometeu um pecado pessoalmente, Ele foi feito pecado por nós de modo substitutivo. Esse assunto pode ser assim resumido: C R ISTO N à O TEVE P E C A D O CRISTO FOI FEITO PEC A D O Em si mesmo Por nós Pessoalmente De modo substitutivo De fato Judicialmente Deve-se também ter em mente que o Antigo Testam ento mostra o conceito de substituição. A vítima sacrificial deveria ser “sem defeitos” (Lv 4.3,23,28,32). Uma mão deveria ser colocada sobre o animal sacrificial sem mácula, como uma maneira de simbolizar a transferência da culpa (Lv 4.4,24,33). O animal a ser sacrificado não se tornava, por meio dessa prática, de fato pecador em sua natureza; antes, o pecado era imputado ao animal, e este tomava parte naquele ato como um substituto sacrificial. D o mesmo modo, Cristo, o Cordeiro de Deus, era com pletamente sem mácula (1 Pe 1.19), mas os nossos peca dos foram imputados a Ele, e Ele foi o nosso substituto sacrificial na cruz. Simplesmente pelo fato de nossos pe cados terem sido imputados a Ele, não significa que Ele 398 2 CO R ÍN TIO S tenha mudado a sua natureza. Cristo não foi feito pecado pessoalmente, e sim de modo substitutivo. 2 C O R Í N T I O S 8 .9 — Este verso indica que a pros peridade financeira f a z parte da expiação, como ar gum entam os ensinadores da seita Palavra da Fé? A M Á IN T E R PR E T A Ç Ã O : O texto em 2 Coríntios 8.9 diz: “Porque já sabeis a graça de nosso Senhor Jesus Cristo, que, sendo rico, por amor de vós se fez pobre, para que,pela sua pobreza, enriquecêsseis” . Os ensinadores da seita Palavra da Fé citam esse verso como base à visão de que a prosperidade financeira está provida no sacrifí cio expiatório de Jesus Cristo. C O R R IG IN D O A M Á IN T E R P R E T A Ç Ã O : Se Pau lo pretendesse dizer que a prosperidade está incluída na expiação, estaria oferecendo aos coríntios algo que ele mesmo não possuía naquela ocasião. N a verdade, em 1 Coríntios 4.11, Paulo inform ou a esses mesmos indiví duos que ele sofria “fome e sede”, “nudez” e que “não possuía morada certa”. Ele também exortou os coríntios a que fossem imitadores de sua vida e ensino (1 Co 4.16). Em 2 Coríntios 8.9, parece claro que Paulo estava se referindo à prosperidade espiritual, e não à financeira. Isso está em conformidade tanto com o contexto ime diato de 2 Coríntios, como também com o contexto mais amplo dos outros escritos de Paulo. Se a prosperi dade financeira estivesse incluída na expiação, por exem plo, deveríamos imaginar por que Paulo informou aos cristãos filipenses que ele havia aprendido a estar con tente mesmo tendo fome (Fp 4.11,12). Alguém poderia pensar que ele pudesse, ao invés disso, reivindicar a pros peridade prometida na expiação para satisfazer todas as suas necessidades. 399 R E S P O S T A À S S EI T A S Para maiores detalhes a respeito da perspectiva bí blica quanto ao dinheiro, veja a nossa discussão sobre Marcos 10.30. 2 C O R Í N T I O S 1 2 .2 — Este verso indica que exis tem três graus de glória na vida p o r vir, como os mórmons acreditam? A M Á IN TE R PR E T A Ç Ã O : Em 2 Coríntios 12.2 le mos: “Conheço um hom em em Cristo que, há catorze anos (se no corpo, não sei; se fora do corpo, não sei; Deus o sabe), foi arrebatado até ao terceiro céu”. Os mórmons dizem que esse verso prova a existência de três céus ou de três graus de glória na vida futura — o reino celestial para os mórmons fiéis, o reino terrestre para mórmons menos valorosos e não-mórmons de bons princípios morais, e o reino telestial para as pessoas do mundo (Richards, 1978,255). C O R R IG IN D O A M Á IN TER PR ET A Ç Ã O : É ver dade que existem três “céus” mencionados na Bíblia, mas esses não são o reino celestial, o reino terrestre e o reino telestial. As Escrituras revelam que os três céus são o céu atmosférico (Dt 11.11), o céu estelar (Gn 1.14), e o mais alto céu onde Deus habita (Is 63.15). E a esse último céu — o “terceiro céu” — aquele a que Paulo se refere em 2 Coríntios 12.2. Esse terceiro céu é o trono da divina Majestade, a residência dos santos anjos e a morada para onde a alma dos santos que partem vai imediatamente após a morte. 2 C O R Í N T I O S 1 2 .1 5 — O desejo de Paulo de “gastar-se” pelos coríntios dá suporte à doutrina católica das indulgências? 400 2 C O R ÍN TIO S A MÁ IN T E R PR E T A Ç Ã O : Nesse verso Paulo diz aos coríntios: “Eu, de muito boa vontade, gastarei e me dei xarei gastar pelas vossas almas” . Os estudiosos católicos têm citado essa passagem para sustentar a doutrina das indulgências, pela qual os méritos de uma pessoa são transferidos a outra. C O R R IG IN D O A MÁ IN TER PR ET A Ç Ã O : Esse ad mirável desejo de servir a outros não serve como funda mento para a doutrina das indulgências. Existem vários hiatos significativos entre essa passagem e o ensino cató lico romano que diz que os vivos são capazes de oferecer orações e indulgências em favor daqueles que estão so frendo no purgatório. Em primeiro lugar, essa passagem não diz absoluta mente nada a respeito do purgatório ou das indulgênci as. Em segundo lugar, as ações em favor de outras pesso as nesse texto são para os vivos, e não para os mortos. Em terceiro lugar, o sofrimento de que fala a passagem não é devido aos pecados ou às conseqüências temporais dos pecados dessas pessoas, mas possui o objetivo de levar o fardo delas ou ajudar a ministrar a elas a graça de Cristo. Então não existe aqui nenhuma base para as doutrinas do purgatório e das indulgências. 2 C O R Í N T I O S 1 3 .1 3 — E ste verso serve como argumento para a doutrina da Trindade? A M Á IN TER PR ET A Ç Ã O : O texto em 2 Coríntios 13.13 registra uma bênção do apóstolo Paulo: “A graça do Senhor Jesus Cristo, e o amor de Deus, e a com u nhão do Espírito Santo sejam com vós todos. Amém!” Embora os triunitaristas freqüentemente citem esse ver so, as Testemunhas de Jeová acreditam que ele seja “insu ficiente para provar a doutrina da Trindade” . Essa passa 401 R E S P O S T A À S S EI TA S gem não prova que “Pai, Filho e Espírito Santo sejam iguais entre si ou coeternos, ou ainda que todos sejam Deus” (Reasoningfrom the Scriptures, 1989, pág. 415). C O R R IG IN D O A M Á IN TERPRETAÇÃO : Esse ver so provê evidências complementares — e não conclusi vas — da doutrina da Trindade. Os triunitaristas baseiam o seu entendimento de Deus nas evidências acumulativas das Escrituras como um todo, e não apenas em qualquer verso isolado. Enquanto é verdadeiro que a passagem em 2 Coríntios 13.13 por si mesma não prove sozinha a verdade da doutrina da Trindade, quando tomada junta mente com outras passagens das Escrituras, mostra sem dúvida que a doutrina da Trindade é verdadeira. As Escrituras declaram que existe somente um único Deus verdadeiro (Dt 6.4). N a unidade de Deus, contu do, existem três pessoas distintas. Cada uma dessas três pessoas é chamada de Deus nas Escrituras: o Pai (1 Pe 1.2), o Filho (Jo 20.28) e o Espírito Santo (At 5.3,4). Além do mais, cada uma dessas pessoas possui os atribu tos de divindade. Por exemplo, cada uma das três pessoas está presente em todos os lugares (SI 139.7; M t 19.26; 28.20), conhecem todas as coisas (Rm 11.33; M t 9.4; 1 Co 2.10) e possuem o poder de fazer todas as coisas (Mt 28.18; R m 15.19; 1 Pe 1.5). Finalmente, as três pessoas existem sob a condição de unidade em Deus. U m pou co antes de sua ascensão, Jesus disse aos discípulos: “Por tanto, ide, ensinai todas as nações, batizando-as em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo” (Mt 28.19). O term o “nom e” é singular no grego, indicando que existe somente um Deus. Mas existem três pessoas distintas em Deus — o Pai, o Filho e o Espírito Santo. Essa triunidade é refletida em 2 Coríntios 13.13. 402 CAPÍTULO 30 GÁ LATAS G Á L A T A S 1.8 — Este verso significa que a Igreja Prim itiva tornou-se apóstata, ocasionando a necessi dade de restauração através da igreja mórmon? A M Á IN T E R P R E T A Ç Ã O : A passagem em Gálatas 1.6-8 registra a advertência do apóstolo Paulo contra a crença em um evangelho diferente. De acordo com os mórmons, a Igreja Primitiva creu em um falso evange lho e terminou em uma total apostasia (McConkie, 1977, 334). Isso fez com que fosse necessário uma restauração da igreja por Joseph Smith. A M Á IN TER PR ET A Ç Ã O : A passagem em Gálatas 1.8 não indica que haveria uma apostasia completa da Igreja R E S P O S T A À S S EI TA S em todo o mundo. Antes, a igreja local na Galácia era o foco dessas declarações de Paulo. Os gálatas haviam aparentemente sucumbido a um evangelho que acrescentava a necessidade de obras à fé. Alguns falsos mestres inclinados ao judaísmo haviam dei xado os gálatas em confusão (At 15.24; 20.29,30). Esses ensinadores judaicos procuravam “judaizar” os crentes gentios, dizendo-lhes que deveriam dar um passo com plementar, o de circuncidar-se. N o pensamento de Pau lo, essa atitude adicionou lei à graça (veja G1 3.1,2). Paulo enfatizou que qualquer outro evangelho que contradissesse o Evangelho já entregue a eles deveria ser rejeitado com autoridade. O próprio Paulo fez-se res ponsável pelo Evangelho que com autoridade lhes fora ministrado (G1 1.8; confira 1 Co 15.3). O evangelho do mormonismo é, em si mesmo, um evangelho de obras, que claramente contradiz o Evangelho da graça ensina do pelo apóstolo. O evangelho m órmon, então, se en quadra na categoria de “um outro evangelho” , e por essa razão está sob a condenação expressa por Paulo. G Á L A T A S 1 .1 5 ,1 6 — O apóstolo Paulo está ensi nando nesta passagem a doutrina da reencarnação? Veja nossos comentários acerca de Jeremias 1.5. / G A L A T A S 6.2 — A idéia de levarmos os fardos uns dos outros dá suporte à visão católica da existência de um “tesouro de m éritos”, onde os méritos de um santo podem ser transferidos a outro através de in dulgências? A M Á IN TER PR ET A Ç Ã O : N a passagem de Gálatas 6.2, o apóstolo nos exorta do seguinte modo: “Levai as cargas uns dos outros”. Os estudiosos católicos romanos 404 GÁLATAS citam esse verso para sustentar a crença deles em indul gências baseadas nos méritos de outros santos, guardados no chamado “tesouro de m éritos” (Ott, 1960, 317). C O R R IG IN D O A M Á IN T E R P R E T A Ç Ã O : O estu do desse texto mostra que o dogma católico que trata sobre os méritos de um santo servirem de expiação em favor de outra pessoa não se justifica. A passagem não diz que podemos levar a punição pelos pecados de outra pessoa. Existe aqui solidariedade, não substituição. Devemos carregar nossa “própria car ga” (v. 5), e então ajudar a carregar as cargas de nosso irmão. Mas que não podemos carregar os pecados de outrem é deixado muito claro apenas dois versos mais adiante, quando Paulo nos lembra que “tudo o que o hom em semear, isto também ceifará” (v. 7). O sacrifício de Cristo sozinho fez a expiação por to dos os nossos pecados e as suas conseqüências. Esse fato é deixado claro em várias passagens das Escrituras (con fira Is 53.1-12;Jo 19.30; Hb 1.3; 10.14,15). G Á L A T A S 6 .1 ,8 — Este verso apóia a doutrina da reencarnação, como ensina a seita Escola da Unida de Cristã? A M Á IN T E R PR E T A Ç Ã O : Em Gálatas 6.7,8 lemos: “Não erreis: Deus não se deixa escarnecer; porque tudo o que o hom em semear, isto também ceifará. Porque o que semeia na sua carne, da carne ceifará a corrupção; mas o que semeia no Espírito, do Espírito ceifará a vida eterna” . A seita Escola da Unidade Cristã ensina que essa passagem refere-se à inflexível lei do karma, que diz que se uma pessoa praticar obras boas nesta vida estará construindo um bom karma, que os levará a uma m e lhor condição na vida futura. Se a pessoa fizer obras más 405 R E S PO S TA ÀS SEITAS nesta vida, o mau karma fará com que ele ou ela sejam nascidos debaixo de uma condição pior na próxima vida. C O R R IG IN D O A M Á IN TER PR ETA Ç Ã O : Os con ceitos de reencarnação e karma não são encontrados em lugar algum no contexto de Gálatas 6, sem mencionar que também não são encontrados em nenhuma outra passagem bíblica. Em seu contexto, esses versos estão lidando com o julgamento imparcial de Deus para com os cristãos, es pecificamente em relação ao seu suporte financeiro a obreiros (confira v. 6). Além do mais, o que é ceifado não é uma outra vida de punições, e sim uma “vida eterna” (v. 8). Mas isso é contrário à doutrina do karma. A Bíblia condena a doutrina da reencarnação, insis tindo que “aos homens está ordenado morrerem uma vez, vindo, depois disso, o juízo” (Hb 9.27). Para conhecer outros argumentos contrários à dou trina da reencarnação e ao karma, veja neste livro nossas discussões a respeito de João 3.3 e Mateus 22.42. C A P Í T U L O 31 EFÉSIOS IIF É S IO S 1 .1 0 — Paulo está ensinando a doutrina do universalismo quando d iz que D eu s congregará “em Cristo todas as coisas”? A M Á IN T E R PR E T A Ç Ã O : Paulo escreveu em Efésios 1.10 que Deus propusera em si mesmo “tornar a con gregar em Cristo todas as coisas, na dispensação da ple nitude dos tempos, tanto as que estão nos céus como as que estão na terra” . Os universalistas, os liberais e alguns neo-ortodoxos utilizam esse verso para sustentar a cren ça de que todas as pessoas serão finalmente salvas. C O R R IG IN D O A M Á IN TERPRETAÇÃO : U m cui dadoso exame desse verso revela que Paulo se refere aqui somente a crentes; então não existe base para o universa RE S PO S TA À S SEITAS lismo. O contexto como um todo fala a respeito daque les que são escolhidos em Cristo “ antes da fundação do m undo” (Ef 1.4). A frase “em Cristo” jamais é utilizada nas Escrituras para referir-se a alguém além dos crentes. Está claro que os incrédulos ficarão excluídos a par tir do fato de que Paulo não se refere aos que estão “debaixo da terra”, como faz nas demais passagens em que fala acerca dos perdidos (Fp 2.10).Existe abundân cia de evidências nas demais passagens escritas por Paulo (2Ts 1.7-9), e no restante das Escrituras, de que alguns irão ao seu eterno destino sem Cristo (por exemplo, M t 25.31-46). E F É S I O S 4 .3 -6 — O apóstolo Paulo está falando, nesta passagem, de uma unidade organizacional na igreja católica romana? A M Á IN TER PR ET A Ç Ã O : O apóstolo Paulo exorta com urgência que os efésios lutem para “guardar a uni dade do Espírito” em “um só corpo”. As autoridades católicas (veja Ott, 1960,303) acreditam que Paulo este ja falando sobre uma unidade manifesta na igreja católi ca romana, entendida por eles como divinamente desig nada. C O R R IG IN D O A M Á IN TER PR ET A Ç Ã O : A pas sagem em Efésios 4.3-6 fala sobre lutar para “guardar a unidade do Espírito” em “um só corpo” . Contudo, é evidente que o apóstolo não tem em m ente uma unida de organizacional da igreja cristã, e certamente não o tipo de organização reivindicada pela igreja católica ro mana. Por um lado, de acordo com a tradução católica (NAB), não se trata de unidade em termos institucionais, uma vez que Paulo falou da “unidade do Espírito” (v. 3). Ain 408 E F É 5I O S da que a tradução seja dada como “a unidade do Espírito |Santo]”, não existe qualquer indicação de que seja mais do que uma unidade espiritual, obra da fonte de toda a verdadeira unidade espiritual, o Espírito Santo. Além disso, a unidade espiritual é operada por Deus, e não por pessoas. Os cristãos são somente advertidos a lutar com urgência para preservar essa unidade que Deus realizou no corpo. Deve-se também levar em conta que o “um só corpo” (confira 1 Co 12.13) é aquele no qual os crentes são batizados em “um só Espírito” (Ef 4.4). Mas o corpo espiritual de Cristo é o único corpo ao qual todos os crentes pertencem, uma vez que muitos crentes, aqueles que já estão mortos, não são parte da Igreja visível. Mais ainda: essa unidade espiritual nos conecta ao corpo invisível (espiritual) de Cristo. O batismo nas águas, que já é algo diferente (At 1.5; 10.47), nos une ao corpo visível de Cristo na terra. Então a unidade da qual se fala nessa passagem é a unidade da fé, não de comunhão, uma vez que o apóstolo Paulo refere-se a “um só Se nhor, um a só fé, [e] um só batismo” (Ef 4.5), todos os três uma questão de confissão. Não existe nada nesse texto sobre unidade de governo ou organização em es cala universal, como acreditam os católicos romanos. F F É S IO S 4 .9 — Jesus desceu ao inferno, como argu mentam alguns ensinadores da seita Palavra da Fé? A M Á IN T E R PR E T A Ç Ã O : O apóstolo Paulo reivin dica nessa passagem que Jesus “tinha descido às partes mais baixas da terra”. E o credo apostólico declara que Jesus, após a sua m orte, “ desceu ao in fe rn o ” . Os ensinadores da seita Palavra da Fé citam esse verso numa tentativa de provar que, na sua morte, Jesus esteve no inferno por três dias (Copeland, 1991, 3). 409 R E S P O S T A À S S EI TA S C O R R IG IN D O A M Á IN TERPRETAÇÃO : Exis tem duas visões que se referem ao suposto local onde Jesus esteve durante os três dias em que o seu corpo se encontrava na sepultura, antes da sua ressurreição. A visão do Hades: U m a das posições alega que o espí rito de Cristo foi ao mundo espiritual, enquanto o seu corpo estava na sepultura. Ali Ele teria talado aos “espí ritos em prisão” (1 Pe 3.19) que estavam em um lugar de espera temporária até que Ele viesse e “levasse cativo o cativeiro” , isto é, que os levasse ao céu. De acordo com essa visão, existiam dois compartimentos no Hades (ou sheot) — um para os salvos e outro para os não salvos. Eles estavam separados por um “ grande abismo” (Lc 16.26) que não podia ser atravessado por ninguém. A seção para os salvos seria chamada de “ o seio de Abraão” (Lc 16.22). Quando Cristo, como as “primicias” da ressurreição (1 Co 15.20), ascendeu aos céus, condu ziu esses santos do Antigo Testamento aos céus pela pri meira vez. A visão celestial: Este ensino diz que.as almas das pes soas crentes que viveram no tempo do Antigo Testamento foram diretamente ao céu no m omento em que m orre ram. Jesus afirmou que seu espírito iria diretamente ao céu quando declarou: “Pai, nas tuas mãos entrego o meu espírito” (Lc 23.46b).Jesus prometeu ao ladrão que esta va crucificado ao seu lado:“Em verdade te digo que hoje estarás comigo no Paraíso” (Lc 23.43). “O paraíso” é definido como “o terceiro céu” em 2 Coríntios 12.2-4. Quando os santos que viveram por ocasião do Antigo Testamento partiram desta vida, eles foram diretamente para o céu. Deus tom ou Enoque para que estivesse com Ele (Gn 5.24; confira Hb 11.5), e Elias foi arrebatado para o “céu” quando partiu (2 Rs 2.1). “O seio de Abraão” (Lc 16.23) é uma descrição do céu. Em nenhuma ocasião esse lugar jamais foi descrito 410 EFÉ SI OS como o inferno. É o lugar para onde foi Abraão, que é o reino dos céus mencionado em M t 8.11. Q uando os santos que viveram no Antigo Testamento ressuscitaram, “entraram na cidade santa e apareceram a muitos” (Mt 27.53), eles vieram do céu, assim como foi com Moisés e Elias no m onte da transfiguração (Mt 17.3). Os santos que viveram por ocasião do Antigo Testa mento precisaram esperar a ressurreição de Cristo antes que os seus corpos pudessem ser ressuscitados (1 Co 15.20; confira M t 27.53), mas a alma de cada um deles foi diretamente para o céu. Cristo estava na condição do Cordeiro que foi m orto “desde a fundação do m undo” (Ap 13.8), e os santos estavam ali pelos méritos daquilo que Deus sabia que Cristo era capaz de realizar. “Descer às profundezas da terra” não é uma referên cia ao inferno, mas à sepultura. Até mesmo o ventre materno é descrito como “profundezas da terra” (SI 139.15). A frase simplesmente significa cavernas, sepul turas, ou áreas reservadas da terra, em sentido oposto às partes mais altas, como as montanhas. Além disso, o pró prio inferno não está nas partes mais baixas da terra — ele está “debaixo da terra” (Fp 2.10). A frase “desceu ao inferno” não constava do credo primitivo dos apóstolos. Ela não foi acrescentada até o quarto século. Seja quando for que essa frase tenha sido acrescentada, pode-se considerar o credo dos apóstolos não como inspirado — mas, somente, como uma con fissão humana de fé. Em nossa opinião, os “espíritos em prisão” eram seres não salvos. N a verdade, devem ter sido anjos ao invés de seres humanos.Veja nossos comentários a respeito de 1 1'edro 3.19. Q uando Cristo “levou cativo o cativeiro”, Ele não eslava conduzindo amigos ao céu, mas levando inimigos ■i prisão. Esta é uma referência ao seu triunfo sobre as 411 R E S PO S TA ÀS SEITAS forças do maligno. Os cristãos não são “cativos” no céu. Nós vamos para lá por nossa livre e espontânea escolha (veja M t 23.37; 2 Pe 3.9). Mesmo que pudesse ser mostrado que Jesus visitou o mundo espiritual durante essa ocasião, a Bíblia é clara ao mostrar que Ele não “nasceu novamente” enquanto es teve ali, e nem obteve a vitória que ganhou sobre o dia bo nessa ocasião. Jesus não era um pecador e, portanto, não precisava nascer de novo (confira Jo 2.25; 3.3,6,7; veja nossos comentários sobre a passagem em 2 Co 5.21). O trabalho de Jesus pela nossa salvação foi consumado na cruz, antes que Ele entrasse na sepultura (Jo 19.30; H b 1.3; 10.14,15). E F É S I O S 4. 11 — O s mórmons estão certos quando dizem que a estrutura de sua igreja — com profetas e apóstolos vivos — é a mesma estrutura da Igreja Primitiva? A M Á IN TER PR ET A Ç Ã O : N a passagem de Efésios 4.11, o apóstolo Paulo diz:“E ele mesmo deu uns para apóstolos, e outros para profetas, e outros para evangelistas, e outros para pastores e doutores”. Os mórmons acredi tam que a sua atual estrutura (com apóstolos e profetas) é a mesma que a Igreja Primitiva possuía (McConkie, 1977, 607). Portanto, os mórmons pensam que formam a única igreja verdadeira. Os proponentes do movimento R eino Agora e ou tros grupos que alegam ter recebido novas revelações da parte de Deus também utilizam esse verso para argu mentar que ainda existem apóstolos e profetas. C O R R IG IN D O A MÁ IN TERPRETAÇÃO : De acor do com Efésios 2.20, a Igreja está edificada “sobre o fun damento dos apóstolos e dos profetas” . U m a vez que o 412 E FÉSI OS alicerce está construído, ele jamais é construído nova mente. Constrói-se sobre esse alicerce. As Escrituras in dicam que os apóstolos e os profetas foram dádivas fun damentais. Os apóstolos do primeiro século compreenderam que Deus estava provendo através deles uma revelação única (1 Co 2.13). O Senhor os tom ou pela mão (Mt 10.1,2; At 1.26) e lhes deu autoridade divina (At 20.35; 1 Co 7.10). Os apóstolos bíblicos teriam que ter sido testemu nhas oculares do Cristo ressurreto como pré-requisito (At 1.22; 1 Co 9.1; confira 1 Co 15.7,8). O livro de Atos claramente atesta a unicidade e a autoridade dos apósto los. Em Atos 2.42, os participantes da Igreja Primitiva “perseveravam na doutrina dos apóstolos, e na com u nhão”. Ao longo do livro de Atos, os pronunciamentos dos apóstolos eram finais (At 15). Através da voz deles, a igreja cristã nasceu (At 2), milagres foram feitos (At 3), regras foram restringidas (At 4), desobedientes foram julgados (At 5), e o Espírito Santo foi dado aos samaritanos (At 8) e aos gentios (At 10). Os apóstolos bíblicos foram autenticados por mila gres incríveis (2 Co 12.12) — como levantar pessoas de entre os mortos (At 9.36-42). Qualquer pessoa que rei vindique ser um apóstolo deve, obrigatoriamente, ser au tenticada pelos sinais de um apóstolo. Os apóstolos e profetas mórmons não possuem tais atestados miraculosos. Além do mais, a revelação dada pelos profetas e após tolos mórmons claramente contradiz a revelação final (“que uma vez foi dada”) transmitida pelos apóstolos do primeiro século (Jd 3). Os apóstolos mórmons ensinam que Jesus é um ser criado, e que Ele é o espírito-irmão de Lúcifer. Os apóstolos bíblicos ensinaram que Jesus é Deus e o Criador (Cl 1.16; 2.9; confira Is 44.24). Os apóstolos mórmons ensinam que Deus é um hom em elevado, de carne e ossos. Os apóstolos bíblicos ensina 413 R E S P O S T A À S S EI T A S ram que Deus é espírito (2 Co 3.17,18). Os apóstolos mórmons ensinam que existem muitos deuses no uni verso. Os apóstolos bíblicos ensinaram que existe somente um Deus (1 T m 2.5). Os apóstolos mórmons ensinam que os seres humanos devem se tornar deuses. Os após tolos bíblicos ensinaram que seres humanos jamais se tornam Deus (veja At 14.14,15). 414 CAPÍTULO 32 F1 LI PENSES IT L IP E N S E S 2 .7 — Se C risto se esvaziou de sua divindade enquanto esteve na terra, então como Ele poderia ser Deus? A M Á IN TE R PR E T A Ç Ã O : Paulo parece dizer que Je sus “esvaziou-se” de sua divindade ou de sua “igualdade com Deus” (vv. 6,7) para tornar-se humano (v. 8). Com o é que Jesus poderia ser Deus enquanto estava na terra, se Ele deixou de lado a sua divindade para tornar-se ho mem? As Testemunhas de Jeová dizem que Ele não po deria fazê-lo (veja Reasoningfrom thc Scriptures, 1989,198, pág.419). C O R R IG IN D O A M Á IN TER PRETA Çà O :Jesus não cessou de ser Deus enquanto esteve na terra. Pelo con R E S P O S T A À S S EI T A S trário, além de ser Deus, Ele também se tornou homem. A encarnação dEle não foi a subtração da sua divindade, mas a adição de humanidade. Esse texto não diz que Cristo renunciou à sua divin dade ou esvaziou a si mesmo desta, mas diz apenas que Ele renunciou temporariamente aos seus direitos divi nos, assumindo a “forma de servo” (v. 7), a fim de ser um exemplo para nós (v. 5). O texto declara que Jesus era em “forma de Deus” ou “era a própria natureza de Deus” (v. 6). Assim como “forma de servo” (v. 7) trata-se de um servo por natureza, então “forma de Deus” (v. 6) trata-se de Deus por natureza. Observe também que o termo “sendo” (na frase “sendo em forma de Deus”) está no tempo verbal chamado gerúndio. Isso transmite a idéia de uma existência contínua como Deus. O pensamento expresso no texto é que Cristo foi e é em forma de Deus. Essa mesma passagem também proclama que todo joelho se dobrará ao confessar que Jesus é “Senhor”. Isso fala de Isaías 45.23, que se refere aYahweh — um nome utilizado exclusivamente para Deus. F IL IP E N S E S 2 .1 0 — Paulo está ensinando nesta passagem que todas as pessoas serão salvas p o r con fessar que Cristo é o Senhor? A MÁ IN TER PR ET A Ç Ã O : Paulo faz, nessa passagem, uma predição:“Para que ao nome de Jesus se dobre todo joelho dos que estão nos céus, e na terra, e debaixo da terra, e toda língua confesse que Jesus Cristo é o Senhor, para glória de Deus Pai” (Fp 2.10,11). Nesse ponto, os universalistas insistem em que os incrédulos estão clara mente contemplados na frase “debaixo da terra” . Isso significa que todas as pessoas serão finalmente salvas? 416 Fl LI PEN SE S C O R R IG IN D O A MÁ IN T E R PR E T A Ç Ã O : E m bo ra seja admitido por todos que os incrédulos finalmente confessarão que Jesus é o Senhor, não há qualquer evi dência nessa ou em outra passagem de que eles serão salvos. Os incrédulos apenas confessarão “que” Jesus é o Se nhor. Não existe qualquer indício de que eles crerão “nEle” — o que é necessário para a salvação. Até mes mo os demônios crêem“que”,mas não crêem “em ” Deus (Tg 2.19). O simples fato de crer que Jesus é o Senhor não salvará ninguém; somente crer em Cristo o fará (Tg 2.21-26). Q uanto aos que estiverem “debaixo da terra” (os perdidos), eles professarão uma mera confissão com a sua boca. Para que haja salvação, insistiu Paulo, há duas condições: “Se, com a tua boca, confessares ao Senhor Jesus e, em teu coração, creres que Deus o ressuscitou dos mortos, serás salvo” (R m 10.9). Os incrédulos não crêem em seu coração. Várias outras passagens nas Escrituras ensinam que muitos estarão perdidos para sempre. Isso inclui o diabo e os seus anjos (Mt 25.41), a besta e o falso profeta (Ap 19.20), Judas Iscariotes (Jo 7.12), uma multidão de pes soas não salvas de várias nações (Mt 25.32,41), e todos aqueles cujos nomes não estão escritos no livro da vida (Ap 20.15). F IL IP E N S E S 2 .1 2 — E ste verso indica que deve mos alcançar a nossa salvação como se fo sse um “pagamento ”? A M Á IN T E R P R E T A Ç Ã O : Füipenses 2.12 diz: “Operai a vossa salvação com tem or e trem or” . U m grande núm ero de seitas cita esse verso para apoiar uma visão de salvação orientada pelas obras. As Testemunhas de Jeová concluem a partir desse verso que a salvação 417 R E S P O S T A À S S EI T A S não é garantida a qualquer pessoa (Reasoning from the Scriptures, 1989, pág.358). Os m órm ons dizem que as pessoas devem “trabalhar” pela sua salvação, através de seu próprio esforço, para que alcancem a divindade (McConkie, 1977,329). C O R R IG IN D O A MÁ IN TER PR ET A Ç Ã O : As Es crituras como um todo enfatizam que as obras não têm nada a ver com a salvação (por exemplo, R m 3.20,28; E f 2.8,9). Por essa razão, o verso não pode ser interpretado com a idéia de que devemos acrescentar as obras para podermos alcançar a salvação final. Muitos estudiosos acreditam que esse verso não trata da certeza da salvação final para os crentes individualmente, mas entendem que se trata de salvação coletiva dos membros da igreja em Filipos, em relação a alguns problemas temporais que a igreja estava enfrentando. Essa igreja estava sofrendo sob intensas rivalidades (Fp 2.3,4),perturbações causadas por judaizantes (Fp 3.1-3) e libertinagens (Fp 3.18,19). Em conseqüência desses problemas internos que severamente obstruíam o crescimento espiritual, a igreja filipense como um todo estava em uma situação de necessidade de “sal vação”, ou seja, ela precisava lidar com esses problemas e vencê-los. Se esse tiver sido realmente o cenário, os filipenses foram conclamados para “trabalhar” (ou “ope rar”) a sua salvação a respeito desses temas. O termo grego empregado para “operar” (katergazomaí) indica “tra zer alguma coisa a uma conclu são ” . Paulo estava conclamando os filipenses para pôr um fim nos seus pro blemas internos. F IL IP E N S E S 2 .2 5 —Se Paulo tinha o dom de curar, p o r que ele não f o i capaz de curar Epafrodito, seu cooperador? 418 Fl LI P ENSES A M Á IN TE R PR E T A Ç Ã O . Os ensinadores da seita Pa lavra da Fé dizem que a cura física completa nesta vida é garantida através da expiação feita por Jesus Cristo, e que a vontade de Deus para cada pessoa é que estas sejam curadas de todas as suas aflições físicas (cf. Hagin, Word o f Faith , agosto de 1977, pág.9). N o livro de Atos, Paulo curou os enfermos e ressuscitou os mortos (20.9-10). Em certa ocasião, ele até mesmo curou cada pessoa em uma cidade inteira (28.9). Mas nesta passagem, ele apa rentemente não podia sequer curar um cooperador ne cessitado. C O R R IG IN D O A M Á IN T E R PR ET A Ç Ã O . Alguns acreditam que possuir o dom de curas não garante que uma pessoa possa sempre curar alguém. Em certa oca sião, os discípulos não puderam curar um jovem possesso de demônios (Mat. 17.16). Eles insistem que o dom de curas não faz com que uma pessoa seja cem por cen to bem-sucedida, como também o dom de ensinar não faz com que uma pessoa seja infalível. Outros insistem que este dom sempre foi desempe nhado de forma eficaz, observando que Jesus curou o jovem (Mat. 17.14-20) e repreendeu os discípulos por não exercerem o poder que lhes fora dado para curar, por causa de sua incredulidade (w. 17,18). Eles alegam que o dom de curas foi cem por cento bem-sucedido, do mesmo modo que alguém com o dom de profecia jamais pronunciou uma falsa profecia, pois isto seria a prova de que a pessoa não possuía o verdadeiro dom de profetizar (confira D t 18.22). A razão pela qual Epafrodito não foi curado não está declarada no texto. Mas este também não diz que Paulo procurou curá-lo e falhou. A partir de qualquer pers pectiva alegada pela seita Palavra da Fé, a completa cura física (nesta vida) garantida na obra expiatória de Jesus 419 R E S P O S T A À S S EI T A S Cristo estará incorreta. Nós seremos finalmente curados quando recebermos os nossos corpos da ressurreição — e isso está garantido na obra da expiação. 420 CAPÍTULO 33 COLOSSENSES C O L O S S E N S E S 1 . 1 5 - 1 7 — S e J e s u s é “o Prim ogênito”, então não f o i Ele o primeiro a ser criado, e a seguir Ele mesmo criou todas as demais coisas? A M Á IN TER PR ETA Ç Ã O : Colossenses 1.15 diz: “O qual é imagem do Deus invisível, o primogênito de toda a criação” . As Testemunhas de Jeová dizem que essa passa gem prova que Jesus é uma criatura, a que foi “primeira mente criaida”. Alegam que Jesus é o mais velho na famí lia dos filhos de Jeová (Reasoning from the Scriptures, 1989, pág.408).A tradução Novo M undo (dasTestemunhas de Jeová) muda sutilmente a passagem de Colossenses 1.16,17, de forma que Cristo apareça como o primeiro ser criado, R E S P O S T A ÀS SEITAS usado pelo Pai para criar todas as demais coisas no univer so: “porque nele foram criadas todas as [outras] coisas que há nos céus e na terra, visíveis e invisíveis, sejam tronos, sejam dominações, sejam principados, sejam potestades; tudo [as outras coisas] foi criado por ele e para ele. E ele é antes de todas as [outras] coisas, e todas as [outras] coisas subsistem por ele.” (As palavras entre colchetes fazem par te da tradução Novo Mundo.) “Assim, ele é mostrado como um ser criado, uma parte da criação produzida p or D eus” (Reasoning from the Scriptures, 1989, pág.409). C O R R IG IN D O A M Á IN T E R PR E T A Ç Ã O : O ter m o “prim ogênito” não contém o significado de “pri meiramente criado”. Nos tempos bíblicos, esse termo significava “primeira posição” ou “preem inente”. O rei Davi foi de fato o último filho nascido a Jessé, contudo foi chamado de “prim ogênito” pelo fato de ser ele o filho preeminente (Sl 89.27). Cristo é preeminente por que Ele é o Criador (Jo 1.3). Além do mais, Jesus não poderia ser Miguel (considerado o primeiro anjo cria do) porque Ele mesmo criou todos os anjos (Cl 1.16) e todos eles o adoram (Hb 1.6). Também não se justifica a inserção do termo “outras” no texto de Colossenses 1.16,17.0 fato é que Colossenses 1.16 ensina que Cristo criou “todas as coisas” e, sendo assim, o próprio Cristo não pode ser alguém que foi criado. Um a boa referência cruzada é Isaías 44.24, onde o próprio Deus diz de modo assertivo: “Eu sou o Se nhor [Yahweh] que faço todas as coisas, que estendo os céus e espraio a terra por mim mesmo ” (as ênfases foram adicionadas pelos autores). Se Yahweh fez todas as coisas por si mesmo e sozinho, é óbvio que Ele não criou pri meiramente ajesus e, então, todas as demais coisas foram criadas através dEle. Se Yahweh é chamado de o Criador 422 COLOS SENSES do universo e se Jesus também é chamado assim, as Es crituras igualam Jesus a Deus. C O L O S S E N S E S 1. 18 — Jesus fo i “nascido de novo” no inferno? A M Á IN T E R PR E T A Ç Ã O : Os ensinadores da seita Palavra da Fé argumentam que esse verso significa que Jesus foi “nascido de novo” no inferno, após sofrer ali durante três dias. “Jesus nasceu novamente — a Palavra se refere a Ele como o primogênito dentre os mortos —e Ele açoitou o dem ônio em seu próprio território (Copeland, The price o f it ali, 1991). C O R R IG IN D O A M Á IN T E R P R E T A Ç Ã O : Cristo é o “prim ogênito” no sentido de que Ele tem a preeminência sobre toda a criação. Ele não foi nascido nova m ente no inferno. N a verdade, Ele jamais precisou ou precisaria ser nascido novamente por motivo algum (Jo 3.3,6,7).Além do mais, Cristo nunca foi ao inferno, con forme a nossa discussão a respeito de Efésios 4.9. C O L O S S E N S E S 1 . 2 0 — Este verso ensina que todas as pessoas serão salvas? A M Á IN T E R PR E T A Ç Ã O : O apóstolo Paulo escreveu aos Colossenses: “Porque foi do agrado do Pai que toda a plenitude nele [Cristo] habitasse e que, havendo por ele [Cristo] feito a paz pelo sangue da sua cruz, por meio dele reconciliasse consigo mesmo todas as coisas, tanto as que estão na terra como as que estão nos céus” (Cl 1.19,20). Se Paulo diz que todas as coisas estão reconci liadas em Cristo através de sua morte e ressurreição, isso parece implicar em que todas as pessoas são salvas. Essa interpretação universalista é verdadeira? 42 3 RE S P O S T A ÀS SEITAS C O R R IG IN D O A M Á IN T E R P R E T A Ç Ã O : Paulo não está falando a respeito de salvação universal, mas da soberania universal de Jesus Cristo.Toda a autoridade foi dada a Jesus Cristo nos céus e na terra (Mt 28.18). Pela virtude de sua morte e ressurreição, Cristo como o últi mo Adão é Senhor sobre tudo aquilo que foi perdido pelo primeiro Adão (confira 1 Co 15.45-49). Observe o contraste entre duas passagens cruciais es critas pelo apóstolo Paulo. TODAS AS COISAS “EM” CRISTO Efésios 1.3-10; Colossenses 1.19,20 Quem: todos os salvos N o céu Na terra Propósito: Reconciliação de pecadores TODOS SE PROSTRARÃO “DIANTE D E” CRISTO Filipenses 2.9-11 Quem: todos em sujeição N o céu N a terra e debaixo da terra Propósito: Exaltação de Cristo Quando Paulo se refere a estar “em Cristo” (os sal vos), não inclui “aqueles que estão debaixo da terra” (os perdidos). Contudo, todas as pessoas, salvas e não-salvas, um dia se prostrarão diante de Cristo e reconhecerão o seu senhorio universal. Mas em nenhuma passagem as Escrituras ensinam que todas as pessoas serão salvas.Jesus dirá a muitos:“Apartai-vos de mim, malditos, para o fogo eterno, preparado para o diabo e seus anjos” (Mt 25.41). João falou do diabo, da besta e do falso profeta, e de todos aqueles cujos nomes não estiverem escritos no li vro da vida, sendo lançados no lago de fogo para sempre (Ap 20.10-15). Lucas fala de um grande abismo intrans- 424 COLOSSENSES ponível entre o céu e o inferno, e no inferno estão vi vendo em torm ento aqueles que rejeitaram a Deus (Lc 16.19-31). Paulo, a respeito dos ímpios, diz que “pade cerão eterna perdição, ante a face do Senhor e a glória do seu poder” (2Ts 1.9). Jesus declarou que Judas estava perdido e referiu-se a ele como “filho da perdição” (Jo 17.12). Fica evidente a partir de todas essas passagens que nem todos serão salvos. C O L O S S E N S E S 1. 24 — E ste verso ensina que o sofrimento de Cristo na cruz não f o i suficiente para trazer o perdão aos nossos pecados? A M Á IN T E R PR E T A Ç Ã O : De acordo com o ensino católico romano, aqueles que crêem terão que sofrer no purgatório pelas conseqüências temporais de pecados veniais que não forem pagos nesta vida. C O R R IG IN D O A M Á IN T E R P R E T A Ç Ã O : Em Colossenses 1.24b, Paulo diz: “Padeço por vós e na mi nha carne cumpro o resto das aflições de Cristo, pelo seu corpo, que é a igreja;” D e m odo algum essa passagem defende o dogma católico do purgatório. Esse verso não significa que o sofrimento expiatório de Cristo não te nha sido suficiente para liquidar os efeitos tanto eternos quanto temporais de todos os nossos pecados. E se foi suficiente, como os próprios católicos dizem acreditar, então não podemos acrescentar nada à suficiência da expiação. Se o pudéssemos, o trabalho de Deus não teria sido necessariamente satisfatório para salvar, o que é uma noção blasfema que contradiz muitas outras passagens (por exemplo,Jo 17.4; 19.30; Hb 1.2; 10.14). Em certo sentido, Cristo ainda sofre após a sua morte. Jesus disse a Paulo:“ ...por que me persegues?” (At 9.4). U m a vez que Cristo não estava literalmente na terra para 425 RE S P O S T A À S SEITAS que fosse perseguido, essa deve ser uma referência ao seu corpo (a igreja), o qual Paulo — sendo o fariseu Saulo de Tarso — esteve perseguindo (confira 8.1; 9.1,2). Em um sentido semelhante, nós também podemos sofrer por Cristo: “a vós vos foi concedido, em relação a Cristo, não somente crer nele, como também padecer por ele” (Fp 1.29). Mas o nosso sofrimento por Cristo não é, em nenhum sentido, um meio de se fazer expiação. Somen te Jesus sofreu por pecados. Nós sofremos por causà de nossos pecados, porém jamais com o objetivo de satisfa zer ao juízo de Deus sobre os nossos pecados, ou de qualquer outra pessoa. Cada pessoa deve levar a culpa por seus próprios pecados (Ez 18.20), ou então aceitar o fato de que Cristo sofreu por seus pecados (2 Co 5.21; 1 Pe 2.21; 3.18). Quando sofremos por Cristo,sofremos as dores como parte de seu corpo espiritual — a igreja (confira 1 Co 12.26); mas somente o sofrimento padeci do por Ele em seu corpo físico sobre a cruz é eficaz para trazer perdão pelos nossos pecados. O nosso sofrimento então é, a serviço de Cristo, um ato de amor, obediência e gratidão, mas não tem nada a ver com méritos. Mesmo em uni sentido que não seja o da salvação, no qual esse verso declara que somos capazes de sofrer por outras pessoas, não existe qualquer sugestão aqui ou em outra passagem, no cânone das Sagradas Escrituras, de que possamos fazer isso em favor daqueles que estão mortos. A nossa vida sacrificial pode ser exercida apenas em favor dos vivos. C O L O S S E N S E S 2 .8 — Este verso significa que os cristãos não deveriam estudar filosofia? A M Á IN T E R P R E T A Ç Ã O : Paulo preveniu em Colossenses 2.8: “Tende cuidado para que ninguém vos faça presa sua, por meio de filosofias e vãs sutilezas”. As 4 26 COLOS SENSES Testemunhas de Jeová citam esse verso como prevenção contra o estudo da filosofia (Reasoningfrom the Scriptures, 1989, pág.291). C O R R IG IN D O A M Á IN T E R P R E T A Ç Ã O : A Bí blia não é mais contrária à filosofia do que um corpo de conhecimentos talvez seja contrário à religião. N es sa passagem, Paulo não está se referindo à filosofia, mas à vã filosofia, quando a ela se refere como “vãs sutile zas” (v. 8). D e um m odo semelhante, a Bíblia não se opõe à religião, mas à vã religião (confira T g 1.26,27). Nesse contexto, Paulo não está falando a respeito da filosofia em geral, mas a respeito de uma filosofia parti cular, geralmente entendida como uma forma primitiva do gnosticismo. Isso é indicado pelo uso do artigo defi nido (do grego tês). Os termos gregos tês philosophias de veriam ser traduzidos como “a filosofia” ou “essa filoso fia” . Paulo estava se referindo a essa filosofia particular (não a toda filosofia) que havia invadido a igreja em Colossos, envolvendo o legalismo, o misticismo, e o ascetismo (confira Cl 2). O próprio Paulo estava bem treinado nas filosofias dos seus dias, até mesmo fazendo menção delas periodi camente (confira At 17.28; T t 1.12). Paulo foi bem sucedido na ocasião em que “argum entou” com os filó sofos na colina de Marte, chegando até mesmo a ganhar alguns para Cristo (At 17.17,34). Em outra passagem, ele disse que um bispo deveria ser apto “tanto para ad moestar com a sã doutrina como para convencer os contradizentes” (Tt 1.9). Pedro exortou os crentes do seguinte m odo:“Estai sempre preparados para responder com mansidão e tem or a qualquer que vos pedir a razão da esperança que há em vós” (1 Pe 3.15b). N a verdade, Jesus disse que o maior mandamento é amar a Deus “de todo o teu pensamento” (Mt 22.37). Em sua forma pura 4 27 R E S P O S T A À S S EI T A S como o estudo da vida e da sabedoria, a filosofia estimu la uma afeição mais profunda para com Deus. Deus não estabelece nenhum prêmio para a ignorân cia. D e fato, Ele conhece que não somos capazes de “acautelarmo-nos da filosofia”, a menos que estejamos atentos a ela. Ninguém visitaria um médico que não tivesse estudado a respeito das doenças. Mas nesse ponto repousa um perigo. O cristão deve aproximar-se das fal sas filosofias do mundo para estudá-las, do mesmo modo que um pesquisador médico se aproxima do vírus HIV. Ele deve estudá-las de modo objetivo e cuidadoso, com a finalidade de descobrir o que há de errado com elas; e não subjetiva e pessoalmente, para que ele mesmo não contraia a “doença” . C O L O S S E N S E S 2 .9 — E ste verso indica que Jesus meramente possuía qualidades divinas, ou indica que Ele é realmente Deus? A MÁ IN TER PR ET A Ç Ã O : As Testemunhas de Jeová traduzem Colossenses 2.9 do seguinte modo: “Porque é nele que toda a plenitude da qualidade divina habita corporalmente”. Eles dizem que esse verso não significa que Jesus seja intrinsecamente o Deus Todo-Poderoso, assim como o Pai o é, mas que Ele meramente possui qualidades divinas (Reasoning from the Scriptures, 1989, pág.421). C O R R IG IN D O A M Á IN T E R PR E T A Ç Ã O : Esse verso não diz que Jesus apenas possui qualidades divinas; ao contrário, diz que a absoluta “plenitude [literalmente, ‘a medida completa’, ‘a perfeição’, ‘a totalidade’, ‘a soma total’] da divindade” habita em Cristo de forma corpo ral. O verso significa que Cristo tem a própria natureza de Deus, e é a própria essência da divindade.Tudo aqui 428 COLOSSENSES lo que Deus é tem a sua morada permanente no Senhor Jesus Cristo, em forma corpórea. Este fato tem base em num erosos outros versos, na p ró p ria epístola aos Colossenses (confira 1.15-18), e em outras passagens (Jo 1.1; 8.58; 20.28; Fp 2.6-8;T t 2.13). C O L O S S E N S E S 2 .9 — E ste verso prova que Jesus é D eu s o Pai e o Espírito Santo, como acreditam os adeptos da Unidade Pentecostal? A M Á IN TER PRETA ÇÃO : Em Colossenses 2.9 o após tolo Paulo disse a respeito de Cristo:“Porque nele habita corporalmente toda a plenitude da divindade” . Os adep tos da Unidade Pentecostal acreditam que esse verso seja impossível de se enquadrar com o triunitarismo. N a ver dade, dizem eles: “O triunitarismo nega que a plenitude de Deus esteja em Jesus, porque nega que Jesus seja Deus, o Pai, e o Espírito Santo” (Bernard, 1983,289). U m a vez que a plenitude da divindade habita em Cristo, isso deve significar que Jesus é o Pai e o Espírito Santo. C O R R IG IN D O A M Á IN T E R PR E T A Ç Ã O : Nesse verso, o term o “plenitude” significa simplesmente divin dade. A palavra indica que a plenitude da divindade — que é a própria essência divina, incluindo todos os atri butos divinos — habita completamente em Jesus. Esse verso indica, então, que Jesus é completamente Deus, mas não diz que Jesus seja a única pessoa que é comple tamente Deus. As Escrituras interpretam as próprias Escrituras. E as Escrituras indicam que na unidade do Deus único (Dt 6.4) existem três pessoas distintas. Cada uma destas três pessoas é chamada de Deus nas Escrituras. O Pai (1 Pe 1.2), o Filho (Jo 20.28), e o Espírito Santo (At 5.3,4). Além do mais, cada uma dessas pessoas possui atributos 429 R E S P O S T A À S S EI T A S de divindade. Por exemplo, cada uma das três pessoas está presente em todos os lugares (SI 139.7; M t 28.18), conhece todas as coisas (Mt 9.4; R m 11.33; 1 Co 2.10), e tem poder para fazer todas as coisas (Mt 28.18; R m 15.19; 1 Pe 1.5). Finalmente, existe uma unidade das três pessoas na plenitude de Deus. Com o um bom exemplo, um pouco antes de sua ascensão, Jesus disse aos discípu los: “Portanto, ide, ensinai todas as nações, batizando-as em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo” (Mt 28.19). O termo “nom e” é singular no grego, indicando que existe um só Deus. Mas há três pessoas distintas na plenitude de Deus — o Pai, o Filho, e o Espírito Santo. Essa triunidade também é refletida em 2 Coríntios 13.13. Portanto, a passagem em Colossenses 2.9 simplesmente não pode significar que Jesus é o Pai e o Espírito Santo. Para mais detalhes a respeito da distinção entre o Pai, o Filho, e o Espírito Santo como pessoas, veja a nossa discussão sobre a passagem de Mateus 28.19. C O L O S S E N S E S 2 . 1 6 — O s cristãos são obrigados a guardar o sábado? Veja os nossos comentários a respeito de Exodo 20.8-11 e Mateus 5.17,18. C O L O S S E N S E 4 . 1 6 — O que aconteceu à E písto la aos laodicenses que f o i perdida? A M Á IN TER PR ET A Ç Ã O : Paulo se refere à “Epístola de Laodicéia” como um livro escrito por ele que deveria ser lido pela igreja em Colossos, assim como o livro ins pirado de Colossenses deveria ser lido pelos laodicenses. C ontudo não existe nenhum a Epístola do primeiro sé culo endereçada aos laodicenses (embora exista uma frau dulenta do quarto século). Mas é muito estranho que 430 COLOSSENSES um livro inspirado perecesse. Por que Deus inspiraria um livro para a fé prática da igreja (2 T m 3.16,17) e, então, permitiria que esse fosse destruído? Alguns mórmons tentam fazer com que seja signifi cativo o fato de a Bíblia mencionar livros específicos que não estejam nela contidos (veja A sure foundation. Answers to difficult Gospel questions, 1988). Por essa razão, eles alegam que a Bíblia é incompleta, e as pessoas tam bém precisam do livro de M órm on. C O R R IG IN D O A M Á IN TER PR ET A Ç Ã O : Em pri meiro lugar, é possível que Deus não quisesse que nem todos os livros divinamente impositivos ou inspirados fizessem parte da Bíblia. Lucas faz referência a outros Evangelhos (Lc 1.1), e João afirmou que havia muitas outras coisas que Jesus fez, e que não estavam registradas em seu Evangelho (Jo 20.31; 21.25). Simplesmente por ser um livro citado na Bíblia, não significa que esse per tença a ela. Em segundo lugar, há algumas boas razões para acre ditar que a Epístola de Laodicéia não foi realmente per dida, mas apenas renomeada. Ela provavelmente é o livro de Efésios. A passagem de Colossenses 4.16 não se refere a ela como a Epístola dos Laodicenses, mas a “Epístola [vinda] de Laodicéia”, seja qual for o nome que essa carta recebeu. Além do mais, é sabido que Paulo escre veu a Epístola aos Efésios ao mesmo tempo cm que es creveu aos Colossenses, enviando-a a outra igreja locali zada na mesma área geral. Em terceiro lugar, existem evidências de que o livro de Efésios não tinha esse título originalmente, mas era um tipo de carta cíclica enviada às igrejas da Ásia menor. De fato, alguns manuscritos antigos não possuem a frase “em Efeso” na passagem de Efésios 1.1. E certamente estranho que Paulo, após passar três anos ministrando 431 RE S PO S TA ÀS SEITAS aos Efésios (At 20.31), não tenha enviado saudações pes soais a eles, se o livro conhecido como “aos Efésios” fos se endereçado apenas a eles. Em contraste, Paulo não tinha jamais visitado Roma, mas cumprimentou um gran de número de pessoas em sua carta a eles (Rm 16.1-16). Em quarto lugar, nenhuma Epístola aos laodicenses é citada por qualquer patriarca da Igreja Primitiva, embo ra tenham feito mais de 36.000 citações neotestamentárias a cada livro, e a quase cada um de todos os versos do Novo Testamento. Uma Epístola aos laodicenses fraudu lenta apareceu no quarto século, mas nenhum dos estu diosos acredita que seja aquela a que Paulo se referiu. N a verdade, essa é largamente uma coleção de citações das Epístolas de Efésios e Colossenses que foi rejeitada pelo Segundo Concilio de Nicéia (no ano 787 d. C.) como uma “Epístola forjada”. 432 CAPÍTULO 34 1 TESSALONICENSES I T E S S A L O N I C E N S E S 4 . 1 3 — Paulo ensinou a doutrina do sono da alma? A M Á IN T E R PR E T A Ç Ã O : Por várias vezes, a Bíblia se refere aos mortos como estando adormecidos. Muitos grupos, como os Adventistas do Sétimo Dia, acreditam que isso significa que a alma não está consciente no pe ríodo entre a morte e a ressurreição (Seventh-day adventists answer questions on doctríne, 1957, 515, pág.520). C O R R IG IN D O A M Á IN T E R PR E T A Ç Ã O : As al mas tanto dos crentes como dos incrédulos estão consci entes no período entre a morte e a ressurreição. Os in crédulos estão em torm ento consciente (veja Mc 9.43- R E S P O S T A À S S EI T A S 48; Lc 16.22,23; Ap 19.20), e os crentes estão em gozo consciente (Fp 1.23).“Dorm ir” é unia referência ao corpo físico, e não à alma. O sono é uma figura de linguagem apropriada para representar a m orte do corpo, uma vez que a morte é temporária até a ressurreição — ocasião em que o corpo “despertará”.Veja os nossos comentári os a respeito da passagem em Rom anos 2.7. A evidência bíblica de que a alma (ou o espírito) per manece consciente no período entre a morte e a ressur reição é muito forte. 1. Enoque foi tomado para estar com Deus (Gn 5.24; Hb 11.5). 2. Davi falou de alegria na presença de Deus após a m orte (SI 16.10,11). 3. Elias foi arrebatado ao céu (2 Rs 2.1,11,12). 4. Moisés e Elias estavam conscientes no monte da trans figuração (Mt 17.3). 5. Jesus entregou o seu espírito ao Pai no dia em que m orreu (Lc 23.46). 6. Jesus prometeu que o ladrão arrependido estaria com Ele no paraíso no mesmo dia da morte (Lc 23.43). 7. Paulo disse que era muito melhor morrer e estar com Cristo (Fp 1.23). 8. Paulo afirmou que, quando “deixamos este corpo”, então “habitamos com o Senhor” (2 Co 5.8). 9. O escritor aos Hebreus refere-se ao céu como o lu gar dos “espíritos dos justos aperfeiçoados” (Hb 12.23). 10. As “almas” daqueles que foram martirizados durante a tribulação estavam conscientes no céu, orando a Deus (Ap 6.9). 11. Estevão, quando apedrejado até a morte, disse: “Se nhor Jesus, recebe o meu espírito” (At 7.59). 12. Jesus, em certa ocasião, falando a respeito dos santos do Antigo Testamento — Abraão, Isaque e Jacó — 434 1 T E S SALON IC EN SES disse que Deus “não é Deus de mortos, mas de vi vos” (Lc 20.38).Jesus estava dizendo:“Embora Abraão, Isaque e Jacó tenham m orrido há muitos anos, de fato estão vivos hoje. Pois Deus, que a si mesmo se chama de ‘O Deus de Abraão, Isaque e Jacó’, não é o Deus dos mortos, mas dos vivos” . 1 T E S S A L O N I C E N S E S 4 . 1 6 — E ste verso ensina que Jesus é o arcanjo Miguel? A M Á IN TER PR ET A Ç Ã O : As Testemunhas de Jeová pensam que esse verso prova que Jesus é o arcanjo Miguel: “A ordem de Jesus Cristo para a ressurreição do ser é descrita como ‘com voz de arcanjo’, e Judas 9 diz que o arcanjo é Miguel” (Reasoning from the Scriptures, 1989, pág.218). Daí, concluem: Jesus e Miguel são uma só e a mesma pessoa. C O R R IG IN D O A M Á IN TER PRETA ÇÃO : Esse ver so não relata que Jesus fala, mas que Ele descerá dos céus quando o arcanjo falar. A vinda de Jesus no arrebatam ento será acompanhada pelo arcanjo Miguel, visto que a voz do arcanjo (e não a voz de Jesus) é que profere o brado. Isso não é diferente daquilo que acontecerá na segunda vinda de Cristo, pois “a vós, que sois atribula dos, descanso conosco, quando se manifestar o Senhor Jesus desde o céu, com os anjos do seu poder” (2Ts 1.7). Dentre as numerosas razões pelas quais Jesus não é o arcanjo Miguel está a de que Jesus é Deus (Jo 1.1; 8.58; 20.28; Cl 2.9) e o criador de todos os anjos (Jo 1.3; Cl 1.15,16). O anjo Miguel foi criado por Ele e, como to dos os demais anjos, ele adora a Jesus (Hb 1.6). 435 CAPÍTULO 35 2 TESSALONICENSES 2 T E S S A L O N I C E N S E S 1 .9 — O s homens ímpios serão aniquilados, ou sofrerão uma punição consci ente para todo o sempre? A MÁ IN TER PR ET A Ç Ã O : Esse verso diz que os ímpios padecerão “eterna perdição” . As Testemunhas de Jeová acreditam que versos como este indicam que a destrui ção dos ímpios é eterna, no sentido de que eles são ani quilados para sempre, deixando então de existir (Reasoning from the Scriptures, 1989, págsJ.71-172). C O R R IG IN D O A M Á IN T E R PR E T A Ç Ã O : O ter mo “destruição” aqui não significa aniquilação, doutra sorte não seria uma destruição “eterna” . A aniquilação dura apenas um instante e está terminada. Para que al RE SPO ST A ÀS SEITAS guém sofra uma destruição eterna é necessário que pos sua também uma existência eterna. Assim como a vida interminável pertence aos cristãos, a destruição interm i nável pertence àqueles que se opõe a Cristo. A “destrui ção” sofrida pelos ímpios não envolve o cessar da exis tência. Antes, ela envolve um contínuo e perpétuo esta do de ruína. Além do mais, a definição de m orte nas Escrituras jamais significa aniquilação, mas separação. Adão e Eva morreram espiritualmente no m om ento em que peca ram, contudo eles ainda existiam e eram capazes de ou vir a voz de Deus (Gn 2.16,17; confira 3.10). Semelhan temente, antes que as pessoas sejam salvas, elas estão “m or tas em ofensas e pecados” (Ef 2.1) e, no entanto, essa pessoa ainda é a imagem de Deus (Gn 1.27; confira Gn 9.6;T g 3.9); é conclamada a crer (At 16.31), a se arre pender (At 17.30) e a ser salva. Quando se diz que os ímpios sofrerão a “perdição” (2 Pe 3.7), e Judas é chamado de “o filho da perdição” (Jo 17.12), isso não significa que eles serão aniquilados. O term o “perdição” (apoleia) simplesmente significa “pere cer” ou “arruinar-se”. Sucatas de automóveis perecem no mesmo sentido de serem arruinadas. Porém perm a necem sendo carros, arruinados como devem estar, e ainda se encontram no depósito de sucatas. Nessa relação,Jesus falou sobre o inferno como um depósito de sucatas ou lixo, onde o fogo jamais cessa e o corpo ressuscitado de uma pessoa jamais será consumido. Outras evidências dão base à eterna consciência dos perdidos. O hom em rico que morreu e foi para o infer no estava consciente em tormentos (Lc 6.22-28). Não existe absolutamente qualquer indicação no texto de que esse tormento haveria de cessar. Jesus falou repetidamente a respeito das pessoas no inferno como em “prantos e ranger de dentes” (Mt 8.12; 22.13; 24.51;25.30), o que 438 2 TESSALON IC ENSES indica que estavam conscientes. É dito que o inferno possui a mesma duração do céu, ou seja,“é eterno” (Mt 25.41). O fato de a punição ser eterna indica que as pessoas também devam ser eternas. Não é possível que alguém sofra uma punição, a menos que seja existente para ser punido (2Ts 1.9). Realm ente não faz sentido dizer que os ímpios sofrerão uma “aniquilação eterna”. Em vez disso, os ímpios sofrerão uma ruína que é eterna — e essa punição jamais terá fim. A besta e o falso profeta foram lançados “vivos” den tro do lago de fogo por ocasião do início do milênio (Ap 19.20), e ainda estavam ali, conscientes e vivos, de pois de terem-se passado mil anos (Ap 20.10). As Escri turas afirmam que o diabo, a besta, e o falso profeta “de dia e de noite serão atormentados para todo o sempre” (Ap 20.10). Mas não é possível experimentar um tor mento para sempre e eternamente, sem que se esteja vivo para sempre e eternamente. Jesus repetidamente chamou o inferno de um lugar de “fogo inextinguível” (Mc 9.43-48), onde os corpos dos ímpios nunca morrerão (Lc 12.4,5). Mas não faria sentido ter chamas eternas e corpos sem almas para so frerem o tormento. O mesmo term o utilizado para des crever o perecimento dos ímpios no Antigo Testamento (abad) é utilizado para descrever o perecimento dos jus tos (veja Is 57.1; M q 7.2). Esse term o também descreve coisas que estejam meramente perdidas, mas que são en contradas mais tarde (Dt 22.3), o que prova que o term o “perdido”, aqui, não significa inexistir. Portanto, se “pe recer” significasse “aniquilar” , então os salvos também seriam aniquilados, porém sabemos que não o são. Seria contrário à natureza criada dos seres humanos o ato de aniquilá-los, dado que são criados conforme a imagem e semelhança de Deus, que é eterna (Gn 1.27). Porque se Deus aniquilasse a sua imagem no homem, 439 R E S P O S T A À S S EI T A S seria o mesmo que destruir a reflexão de si mesmo. A aniquilação seria um ato de diminuição tanto do amor de Deus quanto da natureza dos seres humanos como criaturas morais livres. Seria como se Deus lhes dissesse*: “Eu permitirei que vocês sejam livres somente se fize rem aquilo que Eu digo! Caso contrário, apagarei a pró pria liberdade e existência de vocês”. Seria com o se um pai dissesse a seu filho que deseja que ele se torne um médico e, caso o filho escolhesse um a outra profissão, o pai atirasse nele. O sofrimento eterno é um testemunho eterno da liberdade e dignidade dos seres humanos, mes mo daqueles que não se arrependeram. Não existem graus de aniquilação, mas as Escrituras revelam que haverá graus de sofrimento entre os perdi dos (veja M t 10.15; 11.21-24;16.27;Lc 12.47,48;Jo 15.22; H b 10.29; Ap 20.11-15; 22.12). 2 T E S S A L O N I C E N S E S 2 . 1 5 — 0 apóstolo P au lo, nesta passagem , está negando a doutrina protes tante da sola Escriptura ( “somente a Bíblia ”), quan do afirma a necessidade de tradições verbalmente transmitidas? A M Á IN T E R P R E T A Ç Ã O : Paulo disse aos cristãos tessalonicenses: “Então, irmãos, estai firmes e retende as tradições que vos foram ensinadas, seja por palavra, seja por epístola nossa”. Os católicos romanos argumentam que essa passagem fundamenta a sua visão de autoridade das tradições apostólicas que foram transmitidas verbal mente, bem como a autoridade da Bíblia Sagrada. Veja também a passagem em 2 Tessalonicenses 3.6. C O R R IG IN D O A M Á IN TER PR ETA Ç Ã O : A Bí blia ensina que os apóstolos afirmaram que os seus ensi nos — mesmo os transmitidos verbalmente —- eram man- 440 2 TESSALONICENSES (lamentos, e estavam no mesmo nível daqueles escritos na Palavra de Deus. Entretanto, esse fato se deve à pre sença de apóstolos vivos que falavam com autoridade de ( 'risto através do Espírito Santo (Jo 14.26; 16.13). E im portante notar vários aspectos nesse ponto. Os ensinos verbais dos apóstolos eram o conteúdo que se tornaria as próprias Escrituras. Um a vez que eles ainda não haviam ordenado que todos os seus ensinos lossem escritos, e visto que eles ainda não haviam morrido, era necessário depender de seu ensinamento verbal. C on tudo, a partir do m om ento em que os apóstolos ordena ram que os seus ensinos fossem escritos e morreram, de modo que não eram mais capazes de exercer a mesma autoridade de uma pessoa viva, a Bíblia tornou-se S02Í n ha a nossa autoridade para fé e prática (2 T m 3.16,17). As tradições reveladas (ensinos) dos apóstolos foram escritas, são inspiradas e infalíveis. Elas incluem o Novo Testamento. Posto que Deus considerou essencial para a lé e a moral dos fiéis inspirar e escrever os 27 livros do ensino apostólico, não é razoável supor que Ele tenha deixado de fora algumas revelações importantes. Então, mesmo que os apóstolos possuíssem autoridade em vir tude de seu ofício, somente as suas palavras nas Escritu ras são inspiradas e infalíveis (2 T m 3.16,17; confira Jo 10.35). Existem boas razões para acreditar que a Bíblia sozinha é a autoridade completa e final para a prática da lé de todos aqueles que crêem. Em primeiro lugar, a Bíblia deixa claro que Deus desejou desde o princípio que as suas revelações normativas fossem escritas e pre servadas para as gerações seguintes: “E Moisés escreveu todas as palavras do Senhor” (Ex 24.4).Verdadeiramente, Moisés disse no livro de Deuteronômio: “Estas são as palavras do concerto que o Senhor ordenou a Moisés, na terra de Moabe, que fizesse com os filhos de Israel” (Dt 29.1).E o livro de Moisés foi preservado na arca (Dt 441 R E S P O S T A À S S EI T A S 31.26). “Assim, fez Josué concerto, naquele dia, com povo e lho pôs por estatuto e direito em Siquém.EJosU1' escreveu estas palavras no livro da Lei de D eus” (J* 24.25.26) juntam ente com os escritos de Moisés (confi" rajs 1.7). Semelhantemente, “Declarou Samuel ao povo o di' reito do reino, e escreveu-o num livro, e pô-lo perante 0 Senhor” (1 Sm 10.25). Isaías recebeu do Senhor uni;1 ordem: “Toma um grande volume e escreve nele eü1 estilo de hom em ” (Is 8.1), e “escreve isto em uma tábvu> perante eles e aponta-o em um livro; para que fique escrito para o tempo vindouro, para sempre e perpetua m ente” (Is 30.8). Daniel tinha uma coleção dos “livros'' de Moisés e dos profetas até o seu contemporâneo Jere mias (Dn 9.2). Jesus e os escritores do Novo Testamento utilizaram a frase “as Escrituras dizem” ou “está escrito” (confira Mt 4.4,7,10) mais de noventa vezes, reforçando a importân cia da Palavra de Deus escrita. Q uando Jesus repreendeu os líderes judaicos, não foi porque eles não seguiam as tradições, mas sim porque erravam “não conhecendo as Escrituras” (Mt 22.29). Jesus disse aos apóstolos que o Espírito Santo os guiaria a toda a verdade (Jo 16.13), Mas Jesus disse no próprio capítulo seguinte: “A tua pa lavra é a verdade” (Jo 17.17), e os apóstolos reivindica ram que os seus escritos às igrejas eram Escrituras inspi radas por Deus (2 Pe 3.15,16; 2 T m 3.16,17). Deus cla ramente pretendeu desde o princípio que a sua revela ção fosse preservada nas Escrituras. N enhum intento si milar é demonstrado no sentido de preservar tradições religiosas. Em segundo lugar, a Bíblia declara que as Escritura^ inspiradas são competentes para preparar o crente par;| toda a boa obra (2T m 3.16,17). Se a Bíblia é suficiente para fazer isso, então nada mais é necessário. O fato de ^ 442 2 TE S SA LO N IC EN S E 5 liscrituras, sem mencionar a tradição, serem ditas “inspi radas por Deus” (theopnestos) — e por essa razão, através delas todo aquele que crê “seja perfeito e perfeitamente instruído para toda boa obra” (2T in 3.16,17) — susten ta a doutrina protestante da “sola Escriptura”. Em terceiro lugar, Jesus e os apóstolos constantemente apelaram ao Antigo Testamento (que era a Bíblia es crita e disponível em seus dias) como a corte final de apelações. Jesus apelou para as Escrituras como a autori dade final em sua disputa com Satanás (Mt 4.4,7,10). E claro que com o fato de Deus ainda estar dando novas revelações,Jesus (Mt 5.22,28,31; 28.18) e os apóstolos (1 Co 5.3; 7.12) algumas vezes se referiam à sua própria autoridade que havia sido dada por Deus. Mas, uma vez que os próprios católicos concordam que as novas reve lações cessaram a partir da m orte dos últimos apóstolos, não há razão para crer que exista qualquer revelação fora tia Bíblia. Nenhuma revelação verbal nos tempos do Novo Testamento pode ser citada como evidência de que a autoridade não bíblica infalível exista hoje. Em quarto lugar, Jesus deixou claro que a Bíblia exis tente pertencia a uma classe única, exaltada acima de to das as tradições.Ele repreendeu os fariseus por não aceita rem a “sola Escriptura”, e por negarem assim a autoridade linal da Palavra de Deus pelas suas tradições religiosas:“Por que transgredis vós também o mandamento de Deus pela vossa tradição? ... invalidastes, pela vossa tradição, o man damento de Deus” (Mt 15.3,6b).Jesus aplicou essa decla ração especificamente às tradições das autoridades religi osas que interpretavam as Escrituras (usando as próprias tradições) de modo equivocado. Em quinto lugar, Salomão afirmou: “Toda palavra de I )eus é pura ... Nada acrescentes às suas palavras para que não te repreenda e sejas achado mentiroso” (Pv 30.5,6). 1i João encerrou o último capítulo de Apocalipse com a 443 R E S P O S T A À S S EI T A S mesma exortação:“Porque eu testifico a todo aquele que ouvir as palavras da profecia deste livro que, se alguém lhes acrescentar alguma coisa, Deus fará vir sobre ele as pragas que estão escritas neste livro; e, se alguém tirar quaisquer palavras do livro desta profecia, Deus tirará a sua parte da árvore da vida e da Cidade Santa, que estão escritas neste livro” (Ap 22.18,19). Enquanto João se re feria especificamente à revelação que teve, o princípio desta, bem como a sua advertência, logicamente são ade quados à situação dos outros livros da Bíblia. Fica claro que Deus não deseja que algo que reivindique autorida de divina, de origem verbal ou escrita, seja acrescentado às suas palavras inspiradas. Em sexto lugar, a Bíblia ensina a doutrina da sola Escriptura reiterando a sua própria condição como reve lação de Deus (G11.12; 1 Co 2.11-13), como superior a meras palavras de seres humanos. Uma revelação de Deus é como uma descortinação divina, ou ainda como uma divulgação de algo que estava oculto a alguém. O após tolo Paulo colocou esse contraste de modo vivo quando escreveu: “Mas faço-vos saber, irmãos, que o evangelho que por mim foi anunciado não é segundo os homens, porque não o recebi, nem aprendi de hom em algum, mas pela revelação de Jesus Cristo” (G1 1.11,12). Obser ve que o termo “hom em ” inclui os outros apóstolos, a respeito de quem Paulo acrescenta: “N em tornei a Jeru salém, a ter com os que já antes de mim eram apóstolos” (Gl 1.17). Portanto, mesmo a pregação de um apóstolo não estava no mesmo nível, como uma revelação direta de Deus, nem as palavras de um apóstolo, nem as de um anjo (Gl 1.8). Esses fatos expressam de um m odo vivo a doutrina da sola Escriptura. Em sétimo lugar, embora as revelações escritas fossem progressivas, católicos e protestantes concordam que re velações normativas foram finalizadas por ocasião da con 444 2 TESSALON IC ENSES clusão do Novo Testamento. N a verdade, Jesus disse aos apóstolos que Ele os conduziria a “toda a verdade” (Jo 14.26; 26.13). Para que alguém fosse um apóstolo deve ria ter obrigatoriamente vivido no primeiro século, para que pudesse ser um a testem unha ocular do Cristo ressurreto (confira At 1.22; 1 C o 9.1; 15.4-8). Mas o único registro infalível que possuímos do ensino apos tólico é o Novo Testamento. Portanto, Jesus profetizou que a Bíblia sozinha seria o resumo de “toda a verdade”. Sendo esse o caso, visto que a revelação canônica cessou no final do primeiro século, a doutrina da sola Escriptura significa que nada mais, nada menos, e nada além do que já está escrito na Bíblia possui autoridade infalível. Em oitavo lugar, as “tradições” apostólicas ou os ensi namentos verbais tiveram autoridade naquela ocasião, mas os apóstolos estão mortos, e todo o seu ensino essencial é a própria Bíblia. O Novo Testamento faz menção so bre seguir as tradições e os ensinos dos apóstolos, sejam verbais ou escritos, porque eles eram autoridades vivas estabelecidas por Cristo (Mt 18.18; At 2.42; E f 2.20). Todavia, quando eles morreram, não havia mais, a partir de então, uma autoridade apostólica viva, já que somen te aqueles que foram testemunhas oculares do Cristo ressurreto poderiam ter autoridade apostólica (At 1.22; 1 Co 9.1). Para que alguém tenha autoridade apostólica deve ser capaz de fazer sinais apostólicos (2 Co 12.12). Posto que aqueles sinais apostólicos tiveram como fina lidade credenciar os apóstolos que nos deixariam os úni cos escritos inspirados (Hb 2.3,4), e o Novo Testamento é o único registro inspirado (e infalível) dos ensinos dos apóstolos, segue-se então que, desde a morte dos após tolos, a única autoridade apostólica que possuímos hoje é o registro inspirado dos seus ensinamentos no Novo Testamento. Isso não significa necessariamente que tudo aquilo que os apóstolos ensinaram esteja no NovoTesta- 4 45 R E S PO S TA ÀS SEITAS mento, do mesmo modo que nem tudo que Jesus disse está lá (confira Jo 20.30; 21.25) Jesus prometeu que “toda a verdade” (Jo 14.26; 16.13) que Ele ensinou seria trazida à lembrança deles, mas Ele sem dúvida expressou a mes ma verdade de diferentes modos e em diferentes ocasi ões. O contexto da declaração de Jesus refere-se a toda a verdade necessária para a vida de fé e a vida moral (con fira 2 T m 3.15-17). Em nono lugar, as tradições verbais são notoriamente não confiáveis. Elas são coisas a partir das quais se fazem lendas e mitos. Aquilo que está escrito é mais facilmente apresentado em sua forma original. O teólogo holandês Abraham Kuyper destaca quatro vantagens de uma re velação escrita: (1) Ela possui uma durabilidade pela qual erros de memória ou corrupções acidentais que tenham ocorrido, de forma deliberada ou não, sejam minimizadas; (2) Podem ser universalmente disseminadas através de traduções e reproduções; (3) Ela está fixada e pode ser mantida pura; (4) Possui uma finalidade e características normativas que outras formas de comunicação não são capazes de alcançar (Milne, 28). Em contraste, aquilo que não é escrito é mais facilmente poluído. Existe um exem plo disto no Novo Testamento. Havia um a“tradição apos tólica” não escrita (isto é, uma tradição proveniente dos apóstolos) baseada em um mal-entendido de algumas palavras ditas por Jesus. Eles erroneamente assumiram que Jesus havia dito que o apóstolo João não morreria. João, contudo, corrigiu essa falsa tradição em seu escrito que foi registrado (Jo 21.22,23). 446 CAPÍTULO 36 1 T IM Ó TE O 1 T I M Ó T E O 2 . 1 , 2 — A exortação de Paulo de orar p o r reis e outros inclui aqueles que j á morreram? A M Á IN TER PR ET A Ç Ã O : Alguns estudiosos católi cos apelam para 1 Tim óteo 2.1 para apoiar o seu dogma de orar em favor dos mortos. Paulo disse: “Admoesto-te, pois, antes de tudo, que se façam deprecações, orações, intercessões e ações de graças por todos os homens”. Isso inclui aqueles que estão mortos? C O R R IG IN D O A M Á IN T E R P R E T A Ç Ã O : Essa passagem não contempla orações em favor dos mortos. Paulo admoestou os crentes a que orassem pelos vivos, isto é, “pelos reis e por todos os que estão em eminên R E S P O S T A À S S EI T A S cia” (v. 2, a ênfase fo i adicionada) no te m p o presente. Não existe absolutamente nada nessa passagem que im plique em que ele tenha incluído os mortos. Em outras passagens, a Bíblia condena a prática de orar em favor dos mortos.Veja os nossos comentários sobre 2 T im ó teo 1.18. 1 T I M Ó T E O 2 .5 - 6 — O fa to de C risto ser o medi ador entre D eu s e a humanidade significa que Ele próprio não seja Deus? A MÁ IN TER PR ET A Ç Ã O : As Testemunhas de Jeová dizem que, uma vez que Cristo é o mediador, Ele não deve ser Deus porque o mediador deve obrigatoriamente ser separado e distinto daqueles que necessitam a medi ação (Should you believe in theTrinity? 1989, pág. 16). C O R R IG IN D O A M Á IN TE R PR E T A Ç Ã O : Se Jesus como mediador não pode ser Deus, então, pela mesma lógica, Ele não pode ser homem. Esse raciocínio é clara mente equivocado. Da perspectiva bíblica,Jesus pode fazer a mediação entre Deus e o hom em precisamente por que Ele é tanto Deus como homem. Foi somente como um hom em que Cristo foi capaz de representar toda a humanidade e m orrer como um homem. Contudo, vis to que Cristo também era Deus, a sua morte teve um infinito valor, suficiente para prover a redenção pelos pecados de toda a espécie humana (veja H b 2.14-16; 9.11-28). Desse modo, somente a m orte do perfeito Deus-hom em é capaz de verdadeiramente fazer a medi ação entre Deus e a humanidade pecadora. 1 T I M Ó T E O 4 . 1 , 2 — Este verso indica que a Igreja Prim itiva cairia em total apostasia, apontando as sim para a necessidade de uma restauração? 448 1 T IM Ó T E O A M Á IN TER PR ETA Ç Ã O : Essa passagem diz que nos últimos tempos “apostatarão alguns da fé, dando ouvidos a espíritos enganadores e a doutrinas de demônios”. Os mórmons dizem que essa é uma profecia acerca de uma apostasia da Igreja como um todo (McConkie, 1977,205). C O R R IG IN D O A M Á IN T E R PR E T A Ç Ã O : Em bo ra esse verso fale de apostasia, não significa uma total apostasia de toda a Igreja. Observe que o texto não diz, “nos últimos tempos todos apostatarão da fé”.Antes diz: “alguns apostatarão da fé”. A apostasia a que se refere a passagem de 1 Tim óteo 4.1-3 é uma espécie particular de apostasia relativa ao dualismo gnóstico. Essa escola de pensamento diz que o espírito é bom e que a matéria é maligna. Aparentemen te, havia alguns falsos ensinadores que acreditavam que todos os apetites relativos ao corpo (material) — inclu indo sexo e comida — eram malignos e deveriam ser evitados. Por essa razão, esses falsos ensinadores proibiam as pessoas de se casarem, e ordenavam que se abstivessem de certas comidas. A apostasia a que Paulo se referiu acon teceu especificamente nos dias de Timóteo (observe o uso do tempo presente nos vv. 2,3). A frase “últimos tem pos” frequentemente significa o período que tem início com a primeira vinda de Cristo (confira At 2.16,17; Hb 1.1,2), estendendo-se à sua segunda vinda (2 Pe 3.3,4) ou a qualquer era nesse período. Mesmo que essa fosse uma referência a uma apostasia final de toda a igreja, não seria por isto justificável que os m órmons reivindicassem que o texto da Bíblia tenha sido corrompido, ou que o mormonismo seja a verda deira restauração da igreja do Novo Testamento. í T I M Ó T E O 6 . 1 7 , 1 8 — A s riquezas deveriam ser evitadas ou refreadas? 449 R E S P O S T A À S S EI T A S A M Á IN TER PR ET A Ç Ã O : Jesus admoestou o prínci pe jovem e rico: “vende tudo o que tens, dá-o aos po bres” (Mt 19.21). Os primeiros discípulos vendiam as suas propriedades e traziam o dinheiro, depositando-o aos pés dos apóstolos (At 4.34,35).E Paulo preveniu que “ ...o amor do dinheiro é a raiz de toda espécie de males” (1 T m 6.10). Alguns grupos de seitas que vivem em co munidades se referem a esses textos para justificar a sua demanda de que os seus membros entreguem toda a sua riqueza e posses materiais ao grupo. C O R R IG IN D O A M Á IN TER PR ET A Ç Ã O : A ins trução de Jesus: “Vende tudo o que tens, dá-o aos po bres” (Mt 19.21) foi dirigida a um jovem rico que havia feito do dinheiro o seu deus. Não há nada errado em possuir riquezas — mas é errado ser possuído pelas ri quezas. Deus abençoou Abraão e Jacó com grandes ri quezas, e o apóstolo Paulo não ensina aos ricos que doem tudo aquilo que possuem, mas que utilizem e desfrutem de suas bênçãos (1 T m 6.17,18). Além do mais, não há qualquer indicação de que os primeiros discípulos em Atos dos Apóstolos tenham sido admoestados a vender tudo que possuíam, ou mesmo que todos eles fizeram isto. As propriedades que eram vendidas (At 4.34,35) devem ter sido propriedades ex tras. Deve-se observar que a narrativa não diz que eles venderam as casas onde moravam.Veja neste livro a nos sa discussão a respeito de Atos 2.44,45. Paulo não está dizendo que o dinheiro é maligno, mas apenas que o amor ao dinheiro é a raiz de todos os tipos de males. A busca de riquezas para satisfazer a si mesmo é errada, mas não há erro em procurar ter algo para compartilhar com outros em necessidade. Deus “abundantemente nos dá todas as coisas para delas go zarmos”, mas também nos adverte a não colocar a “es perança na incerteza das riquezas” (1 T m 6.17). 450 CAPÍTULO 37 2 T IM Ó T E O 2 T I M Ó T E O 1 . 18 — A oração de Paulo em fa v o r de Onesíforo apóia a doutrina católica de orar a fa vo r dos mortos? A M Á IN TE R PR E T A Ç Ã O : O apóstolo Paulo orou a favor de 0nesíforo:“0 Senhor lhe conceda que, naque le dia, ache misericórdia diante do Senhor. E, quanto me ajudou em Efeso, melhor o sabes tu ” . Alguns estudiosos católicos citam esse verso para defenfer a doutrina de orar em favor dos mortos. E a isso que Paulo se referiu nessa passagem? C O R R IG IN D O A M Á IN TER PR ET A Ç Ã O : O fato de Paulo ter orado para que Deus tivesse misericórdia de Onesíforo no dia de sua recompensa não apóia de modo R E 5 PO S TA ÀS S E I T A S algum a prática de orar em favor dos mortos, precisa mente por uma razão fundamental: Onesiforo ainda es tava vivo quando Paulo orou por ele! Orar para que al guém vivo receba misericórdia no dia do juízo é muito diferente de orar por alguém que já morreu. Não existe nenhuma indicação na Bíblia de que al guém deva orar por outra pessoa que tenha morrido. Lucas 16 fala a respeito de um “grande abismo” entre os salvos e os perdidos (v. 26). Paulo se refere à morte como a separação de pessoas amadas até que estas sejam reuni das na ressurreição (1 Ts 4.13-18). Quaisquer tentativas de contatos com os mortos são não apenas fúteis, como também proibidas (Dt 18.11) por causa da possibilidade de enganos demoníacos (confira 1 T m 4.1). Quando o filho recém-nascido de Davi estava vivo, mas seriamente enfermo, Davi orou por ele fervorosa mente. Entretanto, quando o bebê morreu, Davi imedi atamente parou de orar por ele (2 Sm 12.22,23). Q uan do Jesus perdeu Lázaro, seu amigo chegado, não orou a Deus por ele. Ele simplesmente o ressuscitou com a or dem: “Lázaro, vem para fora!” (João 11.43). Ao invés de orar pelos mortos, Jesus orava em favor dos vivos. Orar em favor dos mortos é uma atitude contrária à completa suficiência do sacrifício de Cristo. A mediação e intercessão de Cristo em favor deles (1 Jo 2.1,2) é mais do que suficiente para satisfazer as necessidades daqueles que morrem crendo nEle. Quando Jesus morreu e res suscitou, a obra da salvação foi consumada (Jo 19.30; 17.4; Hb 10.14). Q uando Ele tirou de nós os nossos pe cados, “sentou-se” à direita de Deus (Hb 1.3), uma vez que não havia mais absolutamente nada a acrescentar para a nossa salvação. Então o conceito completo de orar em favor dos mortos para que sejam libertos de pecados é um insulto à obra consumada por Cristo, que nos li bertou de nossos pecados através do derramamento de 452 2 T IM Ó T E O seu próprio sangue (Ap 1.5).Jesus não somente obteve a salvação de todos os nossos pecados de uma única vez, mas também — como nosso grande Sumo Sacerdote (Hb 7) — sozinho a implementou para todo o sempre. A prática de orar em favor dos mortos pode ser con siderada uma prática idólatra. Quando se ora o rosário, coloca-se o foco na intercessão de Maria, ou dos santos que são invocados. E uma forma de adoração; e somente Deus deve ser adorado (Ex 20.3). U m dos Dez Manda mentos declara: “Não terás outros deuses diante de mim. Não farás para ti imagem de escultura, nem alguma se melhança do que há em cima nos céus, nem em baixo na terra, nem nas águas debaixo da terra. N ão te encurvarás a elas nem as servirás” (Ex 20.3-5a). O ato de orar a santos, esculpir imagens ou prostrar-se a elas, viola esse mandamento. Essa prática também insulta a intercessão feita pelo Espírito Santo. M uito da justificativa católica por orar aos santos é baseada no argumento aparentemente plau sível que leva em consideração a posição dos santos no céu, alegando que por essa razão eles devem ser mais capacitados a interceder a nosso favor. Essa é uma nega ção prática do ministério do Espírito Santo, que tem como uma de suas tarefas fazer precisamente isso por nós. E quem é a pessoa mais capacitada a fazer intercessões por nós do que uma outra pessoa da bendita Trin dade? A Bíblia diz: “Não sabemos o que havemos de pedir como convém, mas o mesmo Hspírito intercede por nós com gemidos inexprimíveis” (Rm 8.26b). Pau lo, escrevendo aos Efésios, acrescenta: “ Porque, por ele [Jesus Cristo], ambos temos acesso ao Pai em um mesmo Espírito” (Ef 2.18). U m a vez que, além de nossas orações explícitas a Deus, o Espírito Santo intercede por nós perfeitamente,“segundo |a vontade de] Deus” (Rm 8.27), não há necessidade de clamar a ninguém mais no céu 453 R E S P O S T A À S S EI T A S para fazer isso. Esperar que qualquer ser humano seja mais eficaz junto a Deus o Pai do que Deus o Filho, e Deus o Espírito Santo (1 Jo 2.1,2), é insultar o seu papel divinamente designado. 2 T I M Ó T E O 2 .2 — Este verso sustenta o discipulado hierárquico, como reivindicam alguns grupos? A M Á IN TER PR ETA Ç Ã O : Paulo disse a Timóteo: “E o que de mim, entre muitas testemunhas, ouviste, con fia-o a homens fiéis, que sejam idôneos para também ensinarem os outros” (2Tm 2.2). Essa passagem é muito citada pelos defensores do discipulado hierárquico, tais como os adeptos da Igreja de Cristo em Boston. C O R R IG IN D O A M Á INTERPRETAÇÃO : Esse ver so certamente ensina que o Evangelho deve ser divulga do de pessoa para pessoa, e de ensinador para discípulo. Mas esse fato não justifica um relacionamento hierár quico ou autoritário. A referência aqui é ao discipulado pessoal, e não à autoridade eclesiástica. Ela fala de como alcançar, e não de como exercer autoridade. Mesmo nas passagens em que a Bíblia fala de submis são a líderes, o autoritarismo não é justificado (veja os nossos comentários a respeito da passagem em 1 Coríntios 11.1). A Biblia fala de submissão por amor, e não por medo. Ela é voluntária, e não compulsória ou subservi ente por medo. 2 T I M Ó T E O 4 .6 — Quando Paulo fa la de ser trans form ado em uma oferta, ele está falando a respeito de indulgências para salvar pessoas do purgatório? A M Á IN TER PR ETA Ç Ã O : Esse verso contribui como apoio à doutrina católica do purgatório, ou à idéia de 454 2 T IM Ó T E O que alguém pode fazer expiação pelos pecados de ou trem? C O R R IG IN D O A M Á IN T E R P R E T A Ç Ã O : Q uan do Paulo fala de ser “oferecido [como oferta] por aspersão de sacrifício”, ele está se referindo à sua m orte como mártir. Não há nada nessa passagem a respeito do purga tório, indulgências, orações em favor dos mortos, ou qualquer outra coisa que reforce a doutrina católica de um tesouro de méritos, com o qual se contribui através de boas obras, e do qual aqueles que estão no purgatório podem se beneficiar. Esse dogma católico é biblicamente infundado e con trário à doutrina bíblica da salvação pela graça através da fé (R m 3.28; 4.5;E f2.8,9;T t 3.5,6). O conceito de seres humanos ajudando a fazer a expiação por pecados de outros seres humanos contradiz a completa suficiência da m orte de Cristo. Em relação ao seu trabalho redentor pela nossa salvação, Jesus disse na cruz: “Está consuma do” (Jo 19.30; 17.4). Porque “com uma só oblação, aper feiçoou para sempre os que são santificados” (Hb 10.14). 455 CAPÍTULO 38 TITO T I T O 2 . 1 3 — E ste verso se refere a duas pessoas (D eu s Todo-Poderoso e Jesus C risto), ou a apenas um a pessoa (Jesus C risto que é D e u s Todo-Pode roso)? A M Á IN T E R PR E T A Ç Ã O : As Testemunhas de Jeová traduzem esse verso de tal modo, que fazem parecer que duas pessoas estão contempladas nesse verso — o “gran de D eus” (o Pai), e o “Salvador” (Jesus Cristo). Argu mentam que esse verso “claramente diferencia [Deus e] Jesus Cristo, aquele através de quem Deus provê a salva ção” (Reasoningfrom the Scripturcs, 1989, pág.421). C O R R IG IN D O A M Á IN T E R P R E T A Ç Ã O : Os gramáticos gregos nos dizem que quando dois substan- R E S P O S T A À S SEI TAS tivos no mesmo caso estiverem conectados pela conjun ção “e” (do grego, kai) — sendo o primeiro substantivo precedido pelo artigo definido (“o”) enquanto o segun do não — então o segundo substantivo refere-se à idên tica pessoa ou coisa a que também se refere o primeiro substantivo. Esse é o caso em Tito 2.13. Dois substanti vos — Deus e Salvador — estão ligados por e, e o artigo definido precede o primeiro substantivo (Deus) mas não o segundo (Salvador). A sentença deve ser lida literal mente como: “o grande Deus e nosso Salvador”. Por essa razão, os dois substantivos em questão — Deus e Salvador— estão se referindo à mesma pessoa,Jesus Cristo. O ensino em T ito 2.13 que diz que Deus (Jesus) é o Salvador é consistente com as demais passagens que le mos nas Escrituras. Em Isaías 43.11, Deus diz de modo assertivo:“Eu, eu sou o Senhor [Yahweh], e fora de mim não há Salvador”. Esse verso indica que uma reivindica ção de ser o Salvador é uma reivindicação de divindade, e existe somente um Salvador — Deus. Para prevenir que alguém erre quanto a essa verdade é que o Novo Testamento se refere a Jesus como o Salvador (Lc 2.11). As verdades paralelas que mostram que somente Deus é o Salvador (Is 43.11), e que Jesus é o próprio Salvador, constituem uma poderosa evidência da divindade dc Cristo. CAPÍTULO 39 F ILEM O M F I L E M O M 1 6 — O apóstolo Paulo aprova a insti tuição da escravatura? A M Á IN T E R P R E T A Ç Ã O : O apóstolo Paulo parece ser favorável à instituição da escravatura humana pelo fato de enviar de volta a seu proprietário um escravo fugitivo chamado Onésimo. Mas a escravatura é uma violação não ética dos princípios de liberdade e dignida de humana. Esse fato é relevante para o estudo das seitas, pois movimentos ditos de identidade (grupos sectários que aderem à supremacia da raça branca) citam tais ver sos como base às suas visões racistas. C O R R IG IN D O A M Á IN T E R P R E T A Ç Ã O : A es cravatura não é nem ética e nem bíblica; e nem as ações R E S PO S TA ÀS SEITAS de Paulo nem os seus escritos aprovam essa forma humi lhante de tratamento. N a verdade, foi a aplicação dos princípios bíblicos que finalmente conduziu à abolição da escravatura. Desde o princípio, Deus declarou que todos os seres humanos possuem em si mesmos a imagem de Deus (Gn 1.27). O apóstolo reafirmou essa verdade declaran do: “Sendo nós, pois, geração de Deus” (At 17.29), e Ele “de um só fez toda a geração dos homens para habitar sobre toda a face da terra” (At 17.26). A despeito do fato de a escravatura ter sido aprovada nas culturas semíticas da época, a lei mosaica demandava que os escravos finalmente fossem libertados (Ex 21.2; Lv 25.40). Nesse ínterim, os servos deveriam ser tratados com respeito (Ex 21.20,26). Israel, que era uma nação que havia sido escravizada no Egito, era constantemente lembrada por Deus desse fato (Dt 5.15), e a sua emanci pação tornou-se o modelo para a libertação de todos os escravos (confira Lv 25.40). N o Novo Testamento, Paulo declarou que no Cristi anismo “não há judeu nem grego; não há servo nem livre; não há macho nem fêmea; porque todos vós sois um em Cristo Jesus” (G1 3.28). Todas as separações por classes sociais são desfeitas em Cristo Jesus; somos todos iguais diante de Deus. O Novo Testamento proíbe explicitamente o sistema maligno desse mundo que negociava “corpos e almas de homens” (Ap 18.13). O comércio de escravos é tão repugnante para Deus que Ele pronuncia o seu julgamento final so bre o sistema maligno que cometeu esse crime (Ap 17,18). Quando Paulo admoesta: “Vós, servos, obedecei a vosso senhor segundo a carne” (Ef 6.5; confira Cl 3.22), ele não está, por essa razão, aprovando a instituição da escra vatura, mas simplesmente fazendo alusão à situação de fato em seus dias. Ele está instruindo os escravos para 460 Fí L E M O M que sejam bons funcionários (assim como aqueles que crêem devem ser hoj e), mas não estava desse m odo re comendando a escravatura. Paulo também ensinou aos crentes que fossem obedientes aos governos opressores da época por amor ao Senhor (R m 13.1; T t 3.1; 1 Pe 2.13). Mas isso de forma alguma serve como desculpa à opressão e tirania que a Bíblia Sagrada repetidamente condena (Ex 2.23-25; Is 10.1). A lei e a ordem são ne cessárias para a paz e a segurança (R m 13.2-5; 1 T m 2.2; 1 Pe 2.13,14). U m a análise mais detalhada do livro de Filemom re vela que Paulo não colaborou para a perpetuação da es cravatura, mas verdadeiramente contribuiu para miná-la. Ele aconselhou a Filemom, o dono do escravo Onésimo, tratar o fugitivo como “irmão amado” (v. 16). Então, enfatizando a igualdade inerente a todos os seres hum a nos, tanto pela criação como pela redenção, a Bíblia co locou os princípios morais que derrubaram a escravatu ra e ajudaram a restaurar a dignidade e a liberdade de todas as pessoas, seja qual for a sua cor ou grupo étnico. 461 CAPÍTULO 4 0 HEBREUS H E B R E U S 1.3 — Este verso indica que D eus, o Pai, tem um corpo de carne e ossos? A M Á IN T E R PR E T A Ç Ã O : A passagem em Hebreus 1.3 diz a respeito de Jesus: “O qual, sendo o resplendor da sua glória, e a expressa imagem da sua pessoa, (...) havendo feito por si mesmo a purificação dos nossos pecados, assentou-se à destra da Majestade, nas alturas”. Os mórmons pensam que este verso indica que Deus, o Pai, possui um corpo físico. Afinal de contas, Jesus (que possui um corpo físico) é a “expressa imagem” do Pai. Além do mais, Jesus sentou-se (literalmente) à “mão di reita” do Pai (Talmage, 1982,42). RESPO STA ÀS SEITAS C O R R IG IN D O A M Á IN TER PR ET A Ç Ã O : O ensi no uniforme das Escrituras é que Deus é espírito (Jo 4.24).E um espírito não possui carne e ossos (Lc 24.39). Portanto é errado pensar em Deus como um ser físico. Mas se Deus é espírito, como é que devemos inter pretar as referências nas Escrituras a respeito da “mão direita” de Deus? Isso não significa que o Pai tenha par tes físicas. Antes, de acordo com o pensamento judaico, a “mão direita” refere-se metaforicamente a um lugar de honra. Cristo teve a suprema honra como o Senhor triun fante que ressuscitou dos mortos. O fato de Cristo ser a “expressa imagem” de Deus, não significa que o Pai tenha um corpo físico. Antes, significa que Cristo é completamente Deus — tanto quanto o Pai o é. A glória de Deus se irradia a partir de Jesus porque Ele é o Deus da glória. Pelo fato de Jesus ser a exata representação de Deus, Ele pôde dizer: “Quem me vê a mim vê o Pai” (Jo 14.9). Finalmente, os mórmons falham em termos de reco nhecer que Jesus, em forma de carne humana, é uma pes soa com duas naturezas — uma natureza divina e uma na tureza humana. Jesus, em forma humana, é completamente Deus 0o 1.1; 8.58; 20.28) e completamente homem (Jo 1.14;Rm 8.3; lT m 3.16; 1 Jo 4.2;2Jo 7).Em sua natureza divina, Jesus era (e é) espírito (Jo 4.24). Em sua natureza humana,Ele possuiu um corpo (Jo 1.14). O Pai — que em sua natureza divina é espírito (como Jesus também o é em sua natureza divina) — jamais assumiu a forma humana (como Jesus fez), e portanto não possui um corpo humano como Jesus possuiu. E, portanto, correto dizer que em rela ção à natureza divina de Jesus, Ele é a “expressa imagem” de Deus, porque Ele é Deus tanto quanto o Pai. H E B R E U S 1 .6 — Este verso indica que Cristo deve ser somente honrado, ou Ele deve ser adorado? 464 HEBREUS A M Á IN T E R P R E T A Ç Ã O : Em bora traduções legíti mas mostrem Cristo sendo adorado por anjos neste ver so, a tradução Novo M undo da Bíblia — que é utiliza da pelas Testemunhas de Jeová — mostra os anjos pres tando obediência a Cristo. As Testemunhas de Jeová dizem que a adoração deve ser “endereçada som ente a Deus”, e não a Jesus Cristo (Reasoninç from the Scriptures, 1989, pág. 215). C O R R IG IN D O A M Á IN TE R PR E T A Ç Ã O : Em pri meiro lugar, Jesus é sempre visto sendo adorado (e não apenas tendo obediência a Ele demonstrada) nas Escri turas. Em Mateus 14.33, por exemplo Jesus aceita a ado ração dos seus discípulos no mar da Galiléia. Novam en te, em Marcos 14.3-9, Jesus aceita a adoração de uma mulher que o unge com um perfume de alto preço. Devese observar que Jesus sempre aceitou tais atos de adora ção como perfeitamente apropriados (Mt 28.9;Jo 9.38). Sabendo-se que somente Deus deve ser adorado (Ex 20.5), Jesus nem sequer uma vez corrigiu a qualquer pessoa que se prostrou diante dEle em adoração. Em segundo lugar, exatamente o mesmo term o gre go que é utilizado referindo-se à adoração ao Pai (proskuneo,jo 4.24), é utilizado referindo-se à adoração a Jesus (Mc 14.3-9). N ão existe n en h u m a justificativa para tradu zir proskuneo como “adoração” em contextos que se refe rem ao Pai, e traduzir proskuneo como “obediência” em contextos que se referem a Jesus. Em ambos os casos, o significado claro deste term o é adoração. Em terceiro lugar, no livro de Apocalipse,Jesus é visto recebendo exatamente o mesmo tipo de adoração que é recebida pelo Pai (compare Ap 4.10 com A p 5.11-14). Então, a referência em Hebreus 1.6 claramente aponta para Cristo sendo adorado — e não recebendo uma de 465 RE S PO S TA ÀS SEITAS monstração de “obediência” — por parte dos anjos. E é assim mesmo que deveria ser, uma vez que Cristo não é somente Deus, mas é também o Criador dos anjos (Cl 1.16). H E B R E U S 7.3 — E ste verso dá suporte à doutrina da reencarnação? A M Á IN TER PR ET A Ç Ã O : Hebreus 7.3b nos diz que Melquisedeque, “não tendo princípio de dias nem fim de vida, mas, sendo feito semelhante ao Filho de Deus, permanece sacerdote para sempre”. Uma vez que Jesus assumiu o seu sacerdócio (v. 21),alguns reencarnacionistas utilizam este verso tentando provar que Jesus é uma re encarnação de Melquisedeque. C O R R IG IN D O A M Á IN TERPR ETAÇ ÃO : Esta pas sagem diz que Melquisedeque foi feito semelhante a je sus, e não que Jesus foi Melquisedeque (Hb 7.3). Cristo é um sacerdote “segundo a ordem de” Melquisedeque (v. 21). Nesse caso, uma pessoa (Melquisedeque) simbo lizava Jesus — que é uma outra pessoa. O fato de Melquisedeque ter tido tanto um nasci m ento como uma m orte misteriosos e não registrados (Hb 7.3) não prova a doutrina da reencarnação. O mis tério por trás do hom em foi utilizado meramente como uma analogia, pelo tipo de ofício cumprido pelo Messi as,Jesus Cristo. H E B R E U S 11.1 — E ste verso indica que a f é é de fa to o fundam ento (a essência) que D eu s utilizou p a r a criar o u n iverso, como a rg u m en ta m os ensinadores da seita Palavra da Fé? A MÁ IN TER PR ETA Çà O : A passagem em Hebreus 11.1 diz:“Ora, a fé é o firme fundamento das coisas que se 466 HEBREUS esperam e a prova das coisas que se não v êem ” . Os ensinadores da seita Palavra da Fé pensam que este verso significa que a fé é de fato um fundamento (uma essência). Kenneth Copeland diz que a fé é o fundamento (a essên cia) e “possui a capacidade de afetar o fundamento (a es sência) natural” (Forces o f the recreated human spirit, 1982, pág. 8). Além do mais,“a fé foi a matéria prima essencial que o Espírito de Deus utilizou para formar o universo” (.Authority o f the believer II, 1987, fita de áudio). C O R R IG IN D O A M Á IN T E R P R E T A Ç Ã O : Este verso não indica que a fé seja de fato a essência para a criação do mundo. O termo grego empregado para “fun dam ento”, ou “essência”, na versão King James da Bíblia (em inglês), é hypostasis, e literalmente significa “segu rança”,“confiança”,“expectativa confiante”, ou “ter cer teza”. Portanto, Hebreus 11.1 ensina que a fé é a certeza ou a garantia de que Deus fará conforme as suas pro messas. A nossa esperança para essas coisas é a certeza na pessoa de Deus com fé (2 Pe 1.4). H E B R E U S 11. 3 — D eu s criou o universo conforme a sua própria fé , como dizem os ensinadores da seita Palavra da Fé? A M Á IN TE R PR E T A Ç Ã O : A passagem em Hebreus 11.3 diz:“Pela fé, entendemos que os mundos, pela pala vra de Deus, foram criados; de maneira que aquilo que se vê não foi feito do que é aparente”. Os ensinadores da seita Palavra da Fé dizem que este verso significa que Deus criou o mundo por meio de sua própria fé. Por tanto Deus é um ser de fé (Copeland, Spirit, soul, and body, 1985, fita de áudio). E os cristãos podem com cer teza ter esse mesmo tipo de fé que há em Deus para realizar milagres hoje. 467 R E S P O S T A À S S EI T A S C O R R IG IN D O A M Á IN TER PR ET A Ç Ã O : C on forme o contexto claramente revela, tudo o que a passa gem em Hebreus 11.3 diz é que os seres humanos, atra vés da fé, compreendem que Deus criou o mundo. Em outras palavras, não foi Deus que exerceu a fé com a finalidade de criar o mundo. Antes, Deus criou o mundo pelo seu soberano poder (Gn 1,2; Jo 1.3; Cl 1.16) e o nosso entendimento desse fato repousa sobre a fé. O nosso entendimento deve obrigatoriamente depender da fé, porque nenhum de nós estava presente na ocasião para testemunhar esse milagre. H E B R E U S 1 1 . 3 5 — Esta passagem é uma citação da Apócrifa, confirmando que esses livros são parte do cânone, como alegam os católicos romanos? A M Á IN TER PR ETA Ç Ã O : Os católicos romanos acei tam como autoridades menores onze livros extras no cânone do Antigo Testamento, em adição aos trinta e nove aceitos por protestantes e judeus. Esses livros inclu em 1 e 2 Macabeus. Uma das evidências que eles ofere cem para aceitarem esses livros como possuidores de autoridade é que o Novo Testamento reflete o pensa mento da Apócrifa, e até mesmo se refere a eventos nela registrados. Uma dessas referências é que “mulheres re ceberam, pela ressurreição, os seus m ortos” (Hb 11.35). Alguns estudiosos católicos acreditam que esta seja uma referência a 2 Macabeus 7.12. Os católicos romanos tam bém alegam que devido à Septuaginta (a tradução grega do Antigo Testamento) estar contida na Apócrifa, esse grupo de livros deve, portanto, fazer parte do cânone. C O R R IG IN D O A M Á IN T E R PR E T A Ç Ã O : Mes mo que este verso fizesse alusão à Apócrifa, não se tra taria de uma citação a ela. Não existem no NovoTesta- 468 HEBREUS m ento citações claras a respeito de qualquer um dos livros da Apócrifa. Meras citações de livros apócrifos no Novo Testamento p or si só não provariam que esses livros sejam inspirados. H á no Novo Testamento alu sões a livros pseudografados (que são falsos escritos) que são rejeitados até mesmo por católicos romanos, bem com o pelos protestantes, tais com o o Livro de Enoque (Jd 14,15) e a Assunção Física de Moisés (Jd 9). Existem tam bém citações a respeito de poetas e filóso fos pagãos (At 17.28;T t 1.12; 1 Co 15.33). Mas nem católicos nem protestantes os aceitam como inspirados. Por quê? Porque nenhum desses foi citado com o sen do uma Escritura. O Novo Testamento simplesmente se refere a alguma verdade contida nesses livros, os quais, por outro lado, devem trazer (e trazem) muitos erros. N enh um livro apócrifo é citado como tendo divina autoridade em nenhum a passagem das Escrituras. Por exemplo, nenhum a das alusões começa com as frases introdutórias “Assim diz o Senhor”, ou “C om o está escrito” , ou “As Escrituras dizem ” . Tais frases são en contradas quando livros canônicos são citados. O fato do Novo Testamento freqüentemente citar passagens do Antigo Testamento grego (a Septuaginta), não prova de modo algum que os livros apócrifos conti dos nos manuscritos gregos do Antigo Testamento sejam inspirados. N ão se tem certeza de que o Antigo Testa m ento grego — a Septuaginta (LXX) — do primeiro século contivesse a Apócrifa. Os mais antigos manuscri tos gregos encontrados até o momento, que incluem es tes livros, datam do quarto século depois de Cristo. Mes mo que eles estivessem nos setenta dos tempos apostóli cos, jamais se mencionou que Jesus e os apóstolos te nham citado estes livros sequer uma vez, embora supo nha-se que eles tenham sido incluídos no próprio texto grego que os apóstolos habitualmente citaram. Mesmo 469 RE S P O S T A ÀS SEITAS as notas que fazem parte da atual Bíblia católica romana (versão NAB), adm item de m odo revelador que a Apócrifa contém “livros religiosos utilizados tanto por judeus como por cristãos, que não foram incluídos na coleção de escritos inspirados” . Ao contrário, eles “fo ram incluídos posteriormente à coleção da Bíblia. Os católicos os chamam de livros ‘deuterocanônicos’ (se gundo cânon)” (Edição Saint Joseph, da T he N ew American Bible, 413). CAPÍTULO 41 T IAG O T I A G O 1.5 — E ste verso indica que deveríamos orar a respeito do Livro de M órm on para sabermos se esse é verdadeiro? A M Á IN TE R PR E T A Ç Ã O : Em Tiago 1 .5 lemos:“E,se algum de vós tem falta de sabedoria, peça-a a Deus, que a todos dá liberalmente e não o lança em rosto; e serlhe-á dada” . Os mórmons apelam para este verso, pedin do às pessoas que orem a respeito do Livro de M órm on para que saibam se ele é verdadeiro (veja M oroni 10.4,5, O Livro de Mórmon ). C O R R IG IN D O A M Á IN TE R PR E T A Ç Ã O : A in terpretação m órm on “em purra” este verso para fora de R E S P O S T A À S S EI TA S seu próprio contexto. O significado de Tiago 1.5 está ligado ao conteúdo dos versos precedentes, que falam acerca de tentações (vv. 2-4). O texto antecipa que al guns de seus leitores dirão que não são capazes de des cobrir qualquer propósito divino em suas tribulações. Nesse caso, essas pessoas devem pedir sabedoria a Deus. Mesmo que Tiago não estivesse se referindo ao pro pósito das tentações, mas estivesse antes falando a respei to da sabedoria de modo geral, a “sabedoria” de Deus em qualquer assunto jamais contradiz aquilo que Ele registrou nas Escrituras. Por essa razão, não é necessário orar a respeito de assuntos sobre os quais Deus já nos deu o seu veredicto. Ninguém precisa orar para saber se deve adorar a outro deus, porque o Deus verdadeiro já disse que isso é errado (Ex 20.3). Ninguém precisa orar para saber se deve participar do espiritismo. Deus já disse que essa é uma prática errada (Dt 18.9-14). D o mesmo m odo, não precisamos orar a respeito do Livro de M órm on, porque Deus já condenou todos os evange lhos que contradizem aquilo que é encontrado na Bíblia Sagrada (G11.6-9). Deve ser enfatizado que a oração não é o teste ade quado para a comprovação de verdades religiosas. So mos instruídos pelo apóstolo Paulo em 1 Tessalonicenses 5.21 a “examinar tudo” de modo objetivo, e não a orar para receber um sentimento subjetivo de que algo seja verdadeiro. Embora os bereianos cressem no poder da oração, o seu barômetro (ou medidor) da verdade eram as Escrituras, e não a oração (At 17.10-12). T I A G O 2 .2 1 — Abraão f o i justificado pelas obras? A MÁ IN TER PR ET A Ç Ã O : Tiago declara: “Abraão, o nosso pai, não foi justificado pelas obras (...)?” (2.21). Os m órmons citam este verso quando argumentam a res 472 T IA G O peito da necessidade de obras para que se alcance a salvação (McConkie, 1977, 330). Os católicos romanos também utilizam este verso, procurando mostrar que a nossa justificação final não será somente pela fé (veja Ott, 1960,264). C O R R IG IN D O A M Á IN T E R PR E T A Ç Ã O : Tiago não está falando da justificação diante de Deus mas antes da justificação diante das outras pessoas. Isso é indicado pelo fato de Tiago ter enfatizado que devemos “mostrar” a nossa fé (2.18). A nossa fé deve ser algo que possa ser visto pelos outros em nossas “obras” (vv. 18-20). Além do mais,Tiago reconheceu que Abraão foi justificado dian te de Deus pela fé, e não pelas obras, quando disse: “E creu Abraão em Deus, e foi-lhe isso imputado com o justiça” (v. 23). Q uando ele acrescenta que Abraão foi “justificado pelas obras” (v. 21), ele está se referindo àquilo que Abraão fez e que podia ser visto pelos homens, isto é, oferecer o seu filho Isaque sobre o altar (w. 21,22). Tiago escreveu com alguma extensão a respeito da justificação diante de um m undo observador. O apósto lo Paulo sempre falou mais freqüentemente acerca da justificação diante de Deus. Paulo declarou: “Mas, àque le que não pratica, porém crê naquele que justifica o ímpio, a sua fé lhe é imputada como justiça” (R m 4.5). E “não pelas obras de justiça que houvéssemos feito, mas, segundo a sua misericórdia, nos salvou” (Tt 3.5). “Por que pela graça sois salvos, por meio da fé; e isso não vem de vós; é dom de Deus. N ão vem das obras, para que ninguém se glorie” (Ef2.8,9). Enquanto Paulo está enfatizando a raiz da justificação (que é a fé),Tiago está enfatizando o fruto da justificação (que são as obras). Mas tanto Paulo como Tiago reconhe cem os dois lados dessa questão. Imediatamente após afir mar que “pela graça sois salvos, por meio da fé” (Ef 2.8,9), 473 R E S P O S T A À S S E I TA S Paulo rapidamente acrescenta: “Porque somos feitura sua, criados em Cristo Jesus para as boas obras, as quais Deus preparou para que andássemos nelas” (v. 10). Logo após declarar que “não pelas obras de justiça que houvéssemos feito,mas, segundo a sua misericórdia,nos salvou” (Tt 3.5a), Paulo admoesta com urgência que “os que crêem em Deus procurem aplicar-se às boas obras” (v. 8). Devemos ilustrar a relação entre Paulo e Tiago quan to ao tema da justificação do seguinte modo. PAULO Justificação diante de Deus A raiz da justificação Justificação pela fé A fé como produtora das obras TIAGO Justificação diante dos homens O fruto da justificação Justificação da fé pelas obras As obras como prova da fé T I A G O 3 .6 — A frase “o curso da natureza” referese à reencarnação? A M A IN TER PR ETA Ç Ã O : Tiago se refere ao “curso da natureza”, que tem sido traduzido como “a roda do começo” . Alguns tomam essa frase como uma referên cia à reencarnação, uma vez que acreditam que a vida gira em ciclos compostos por nascimento, m orte e renascimento (em outro corpo), e assim por diante. C O R R IG IN D O A M Á IN TE R PR E T A Ç Ã O : O tema sobre o qual Tiago está escrevendo nesta passagem é o poder e persuasão da língua humana, com os seus conse 474 TIA C O qüentes efeitos de longo alcance. O “curso da natureza” refere-se à continuidade da vida em geral, e não à reciclagem individual de almas. Além desse texto, Tiago afirmou que o perdão de pecados (confira 5.20), e a efetividade da oração de peti ções (5.15-18),são ambos contrários à doutrina do karma, que está por trás da doutrina da reencarnação, o qual afirma que aquilo que for semeado nessa vida deve ser colhido na próxima vida (sem exceções). Finalmente, mesmo que houvesse questões acerca de como este verso devesse ser interpretado, uma passa gem que não esteja bastante clara, deve sempre ser com preendida à luz de uma passagem clara. E a Bíblia niti damente se opõe à doutrina da reencarnação (Jo 9.3; H b 9.27). T I A G O 5 .1 5 — A s declarações de Tiago a respeito do tema da cura física dá suporte às reivindicações das seitas ligadas às ciências da mente? A M Á IN TE R PR E T A Ç Ã O : Seitas ligadas às ciências da mente, tais como a Ciência Cristã, citam este verso como uma tentativa de mostrar que podemos moldar a reali dade através de nossos próprios pensamentos. Forque “um mero pedido para que Deus cure um enfermo não tem nenhum poder de alcançar mais da presença divina que está sempre disponível. O efeito benéfico de tal oração para o enfermo reside na mente humana, fazendo com que essa trabalhe mais poderosamente no corpo hum a no através de uma fé cega em Deus” (Eddy, 12).Tiago, nesta passagem, está referindo-se a curas através do po der da mente? C O R R IG IN D O A M Á IN TER PR ETA Ç Ã O : Tiago não está dizendo nada sobre curas, da mesma maneira 475 R E S P O S T A À S S E I TA S que reivindicam as seitas ligadas às ciências da mente. Tiago não promete que todos serão curados. N a verda de, ele sugere este fato dizendo que a oração “pode mui to ” (5.16).Tiago diz que tal oração sempre tem grande valor, mas ele não está dizendo que ela será sempre efe tiva na restauração da saúde. Tiago declara que “a oração da fé” é efetiva, e não a mente humana (5.15). Essa oração não é feita pelas pes soas que estão enfermas, mas pelos presbíteros que são chamados a orar (5.14,15). Não é a mente do enfermo que o cura, mas o Senhor em cujo nome os presbíteros oram (v. 14). Algumas vezes, a oração mais fervorosa e efetiva de um homem ou de uma mulher justos não traz a cura, como foi descoberto pelo apóstolo Paulo quando buscou a Deus por causa de sua própria aflição (2 Co 12.7-10). T I A G O 5 .1 6 — A instrução acerca de “confessar pecados” neste verso justifica a prática extremista da seita Igreja de Cristo em Boston para com os seus membros? A M Á IN TER PR ETA Ç Ã O : Os líderes da seita Igreja de Cristo em Boston têm utilizado este verso para tentar justificar a prática de solicitar aos membros de sua seita que escrevam os seus pecados de modo detalhado, e essa lista posteriormente poderá ser utilizada para colocá-los em submissão através de intimidações. E esse o significado da passagem em Tiago? C O R R IG IN D O A MÁ IN TER PR ETA Ç Ã O : Não há nada nesta ou em qualquer outra passagem das Escritu ras que justifique uma prática tão extremista. Por uma razão, a nós é dito que confessemos os nossos pecados uns aos outros e oremos uns em favor dos outros (Tg 476 TIA G O 5.16). Isso incluiria líderes bem como seguidores. Além disso, não nos é dito que examinemo-nos uns aos outros. Examinar outras pessoas no tocante a pecados é uma prática contrária ao Espírito de Cristo. A nós é dito que levemos as cargas uns dos outros, e não que coloquemos cargas uns sobre os outros (G1 6.2). Q uando outras pes soas pecam, devemos restaurá-las no espírito de mansi dão (G1 6.1), e não inquirir acerca de seus pecados de maneira autoritária. 477 CAPÍTULO 42 1 PEDRO 1 P E D R O 1 .1 8 ,1 9 — A nossa redenção está basea da no sofrimento de Cristo no inferno durante três dias, como argumentam alguns ensinadores da seita Palavra da Fé, e não no derramamento de seu san gu e na cruz? A M Á IN TER PR ET A Ç Ã O : Os ensinadores da seita Pa lavra da Fé dizem que o sangue que Jesus verteu na cruz não fez a expiação p o r nossos pecados. K en neth Copeland, por exemplo, diz: “Jesus foi ao inferno para libertar a humanidade da penalidade, da grande desleal dade de Adão... Jesus passou três terríveis dias e noites nas profundezas desta terra retomando para você e para m im os nossos direitos para com Deus” (carta pessoal de Kenneth Copeland, citada em McConnell, 1988,120). R E S P O S T A À S S E I TA S C O R R IG IN D O A M Á IN TER PR ETA Ç Ã O : Nós fo mos redimidos, conforme diz a passagem em 1 Pedro 1.19: “Mas com o precioso sangue de Cristo, como de um cordeiro imaculado e incontaminado”. Mantendo essa doutrina, Efésios 1.7 declara: “Em quem temos a redenção pelo seu sangue, a remissão das ofensas, segun do as riquezas da sua graça” . Apocalipse 1.5 afirma que Cristo “em seu sangue nos lavou dos nossos pecados” . Mesmo o Antigo Testamento apontava para um futuro no qual o corpo de Cristo seria “m oído” (e portanto sangraria) pelas nossas iniqüidades (Is 53.5). A nossa re denção está claramente baseada no sangue derramado por Cristo.Veja neste livro a nossa discussão sobre a pas sagem em 2 Coríntios 5.21, para conhecer melhor o assunto dos sacrifícios que envolviam sangue no Antigo Testamento. E altamente significativo que, um pouco antes de morrer na cruz, Jesus tenha declarado: “Está consuma do” (do grego tetelestaí) (Jo 19.30). Esse termo também pode ser traduzido como “completamente pago” . Esta frase não foi um lamento de derrota e nem um suspiro de paciente resignação. Antes, foi um reconhecimento triunfante de que Jesus havia completamente realizado aquilo que veio fazer no mundo. A obra da redenção foi perfeitamente concluída na cruz. Não era mais necessá rio fazer nada além do que Ele fez. Jesus não precisou concluir nenhuma obra de redenção no inferno. Ele pa gou completamente, na cruz, o preço da nossa ressurrei ção (2 Co 5.21). Para conhecer mais argumentos nas Escrituras que refutam a idéia de Jesus ter ido ao inferno, veja a noss;i discussão sobre a passagem em Efésios 4.9. 1 P E D R O 3 .1 5 — Será que devemos usar a razão em assuntos relacionados à f é religiosa? 480 1 PEDRO A M Á IN T E R PR E T A Ç Ã O : Os adeptos das seitas da Nova Era enfatizam a intuição e o misticismo. Os mórmons falam de um “ardor no peito” que lhes garan te que o Livro de M órm on é verdadeiro. Contudo, Pedro, nessa passagem, instrui aqueles que crêem a conduzir a sua fé dentro da “razão” . Quão importante é a razão em matéria de fé religiosa? C O R R IG IN D O A M Á IN T E R PR E T A Ç Ã O : Um a pessoa não deveria crer em algo sem primeiramente in quirir se trata-se de um objeto digno de fé. Por exemplo, poucas pessoas se submeteriam a uma séria cirurgia m é dica, conduzida por uma pessoa totalmente desconheci da que elas não tivessem nenhum a razão para considerar mais do que um charlatão. Semelhantemente, Deus tam bém não nos convida a exercer a nossa fé às cegas. U m a vez que Deus é o Deus da razão (Is 1.18), e uma vez que Ele nos criou como seres racionais à sua imagem (Gn 1.27; Cl 3.10),Ele quer que nós prestemos bastante aten ção antes de nos movermos. N enhum a pessoa racional entraria em um elevador, sem primeiro olhar para ver se existe ali um piso. Semelhantemente, Deus deseja que possamos dar nossos passos de fé à luz das evidências, mas não um salto de fé na escuridão. A Bíblia está repleta de exortações do uso de nossa razão. Jesus ordenou, “Amarás o Senhor, teu Deus, de todo o teu coração, e de toda a tua alma, e de todo o teu pensamento” (Mt 22.37). Paulo acrescentou: “Tudo o que é verdadeiro, (...) nisso pensai” (Fp 4.8). Paulo tam bém “disputava” com os judeus (At 17.17), e com os filósofos na colina de Marte (vv. 22,23), ganhando al guns para Cristo (v. 34). Os bispos foram instruídos a serem poderosos para “convencer os contradizentes.” (Tt 1.9). Paulo declarou que ele foi “posto para defesa do evangelho” (Fp 1.16). Judas nos admoestou a “batalhar 481 R E S P O S T A À S S E I TA S pela fé que uma vez foi dada aos santos” (Jd 3). E Pedro ordenou: “Estai sempre preparados para responder com mansidão e tem or a qualquer que vos pedir a razão da esperança que há em vós” (1 Pe 3.15). 1 P E D R O 3 .1 8 — Jesus f o i ressuscitado em um corpo espiritual ou em um corpo físico? A M Á IN TER PR ET A Ç Ã O : Pedro declara que Cristo foi “mortificado, na verdade, na carne, mas vivificado pelo Espírito” .As Testemunhas de Jeová argumentam a partir deste verso que “em sua ressurreição dentre os mortos, Jesus foi ressuscitado em um corpo espiritual” (Reasoning from the Scriptures, 1989, pág. 334). C O R R IG IN D O A M Á IN TER PR ETA Ç Ã O : Inter pretar esta passagem como prova de uma ressurreição espiritual, ao invés de uma ressurreição física, não é neni necessário e nem consistente com o contexto desta pas sagem, e nem com o restante das Escrituras. Esta passagem é melhor traduzida como “mortifica do, na verdade, na carne, mas vivificado pelo Espírito [Santo]”. Esta passagem é traduzida de acordo com o mesmo entendimento por várias versões da Bíblia, in clusive pela versão King James. Deus não ressuscitou a Jesus como um espírito, mas pelo seu Espírito. O paralelo entre a morte e ser ressuscitado normal mente se refere, no Novo Testamento, à ressurreição do corpo. Por exemplo, Paulo declarou que Cristo morreu e ressuscitou dentre os mortos (Rm 14.9), e “Porque, ainda que tenha sido crucificado por fraqueza, vive, con tudo, pelo poder de Deus” (2 Co 13.4a). O contexto de 1 Pedro 3.18 refere-se a esse evento como a “ressurreição de Jesus Cristo” (3.21). Esse fato é compreendido nas demais passagens do Novo Testamento 482 1 PEDRO como uma ressurreição física (At 4.33; R m 1.4; 1 Co 15.21; 1 Pe 1.3;Ap 20.5). Mesmo que a palavra “espíri to ” se refira ao espírito humano de Jesus Cristo (e não ao Espírito Santo), isso não poderia significar que Ele não possuiu um corpo ressuscitado. De outro modo, a referência ao seu “corpo” (carne) antes da ressurreição significaria que Ele não possuía um espírito humano. Parece melhor considerar o term o “carne” nesse con texto, como uma referência à sua completa condição de humilhação antes da ressurreição, e “espírito” referindose ao seu poder ilimitado e à sua vida não perecível após a ressurreição. Devemos também ter em m ente que seja como for que interpretemos o texto em 1 Pedro 3.18, essa inter pretação deve obrigatoriamente ser consistente com aqui lo que outros versos dizem a respeito do Cristo ressurreto. Em Lucas 24.39 Jesus disse: “Vede as minhas mãos e os meus pés, que sou eu mesmo; tocai-me e vede, pois um espírito não tem carne nem ossos, como vedes que eu tenho”. O Cristo ressurreto testifica nesse verso que Ele não é um espírito, e que o seu corpo da ressurreição é feito de carne e ossos.Veja os nossos comentários sobre vários versos em Lucas 24 e 1 Coríntios 15.5-8. O Cristo ressurreto também se alimentou com ali mentos físicos em quatro diferentes ocasiões para provar que Ele possuía um corpo físico (Lc 24.30; 24.42,43;Jo 21.12,13; At 10.41).Teria sido uma decepção por parte de Jesus se Ele tivesse oferecido a sua habilidade de co mer comida material como prova de sua ressurreição física, se Ele não houvesse ressuscitado em um corpo físico. 1 P E D R O 3 .1 9 — Pedro, neste texto, dá suporte à visão de que uma pessoa tem uma segunda chance de ser salva após a morte? 483 R E S P O S T A À S S E I TA S A M Á IN TER PR ETA Ç Ã O : O texto em 1 Pedro 3.19 diz que Cristo, após a sua morte, “foi e pregou aos espí ritos em prisão”. Os mórmons acreditam que este verso indica que as pessoas têm uma segunda chance de serem salvas depois que morrerem (Talmage, 1977, 148). C O R R IG IN D O A M Á IN TER PR ET A Ç Ã O : As pas sagens mais difíceis de serem compreendidas — como esta — devem ser interpretadas de acordo com as passa gens mais claras das Escrituras. A Bíblia é clara quando mostra que não existe uma segunda chance após a m or te (Hb 9.27). O livro de Apocalipse registra o julgam en to do grande trono branco, no qual aqueles cujos nomes não forem encontrados no livro da vida serão enviados para o lago de fogo (Ap 20.11-15). Lucas nos informa que, uma vez que uma pessoa morre, ela vai para o céu (para o seio de Abraão) ou para o inferno, e existe um grande abismo entre esses, “de sorte que os que quises sem passar” de um lado para outro não poderiam fazê-lo (Lc 16.26). A completa urgência em responder a Deus nesta vida antes de morrermos dá suporte adicional ao fato de não existir qualquer esperança após a sepultura como segunda chance (confira Pv 29.1;Jo 3.36; 5.24). Agora é o dia da salvação (2 Co 6.2). Existem maneiras de compreender que esta passa gem não envolve uma segunda chance de salvação apos a morte. Alguns reivindicam que Jesus não ofereceu qualquer esperança de salvação a esses “espíritos cm prisão” . O texto não diz que Cristo evangelizou, mas simplesmente que Ele proclamou a eles a vitória da sua ressurreição. Insistem não haver nada declarado nesta passagem a respeito de pregar o Evangelho às pessoas no inferno. Em resposta a essa visão, outros observam que no próprio capítulo seguinte (4.6) Pedro, esten dendo esse assunto, diz:“Foi pregado o evangelho tam 484 1 PEDRO bém aos m ortos” .Veja tam bém nossos comentários so bre 1 Pedro 4.6. Outros reivihdicam que não é claro que a frase “espí ritos em prisão” até mesmo se refira a seres humanos. Em nenhum a outra passagem, uma frase como essa é usada referindo-se a seres humanos no inferno. Eles ale gam que esses espíritos são anjos caídos, uma vez que os “filhos de Deus” (anjos caídos — veja Jó 1.6; 2.1; 38.7) em outro tempo “foram rebeldes, (...) nos dias de Noé,” (1 Pe 3.20; confira Gn 6.1-4). Pedro deveria estar se referindo a isso em 2 Pedro 2.4, onde m enciona anjos pecando imediatamente antes de referir-se ao dilúvio (v. 5).Em resposta, é argumentado que anjos não podem casar-se (Mt 22.30). Eles certamente não poderiam ca sar-se com seres humanos, uma vez que anjos, como es píritos, não possuem órgãos reprodutores. O utra possibilidade é que esta passagem ensine que Cristo pregou através da pessoa de N oé àqueles que, por terem rejeitado a sua mensagem, são agora espíritos em prisão. Aqueles que aceitam essa visão devem observar que no mesmo livro nos é dito que o “Espírito de Cris to ” falou através dos profetas do Antigo Testamento (1 Pe 1.11). M antendo esse entendimento, 2 Pedro 2.5 nos informa que N oé era u m “pregoeiro dajustiça” . Portan to, o Espírito de Cristo pregou através de N oé para aque les que não tinham Deus, e que agora aguardam o juízo final. U m a possível interpretação final é que este verso se refira ao anúncio do triunfo da ressurreição de Cristo aos espíritos daqueles que já partiram, declarando-lhes a vitória que Ele alcançou através de sua m orte e ressur reição, conforme destacado no verso anterior (veja 1 Pe 3.18). Esta visão está de acordo com o contexto desta passagem, e também está de acordo com as outras passa gens das Escrituras (Ef 4.8; Cl 2.15), e também evita a 48 5 R E S P O S T A À S S E I TA S maioria dos problemas gerados pelas outras interpreta ções. 1 P E D R O 4 .6 — O Evangelho é pregado às pessoas depois que elas morrem? A M Á IN TER PR ET A Ç Ã O : Pedro diz nessa passagem que “foi pregado o evangelho também aos m ortos” . Os mórmons acreditam que este verso mostre a existência de uma segunda chance para ouvir o Evangelho no mundo espiritual após a morte física (Talmage, 1977,147). C O R R IG IN D O A M Á IN TER PR ET A Ç Ã O : As Es crituras não apresentam em nenhuma passagem uma es perança para uma segunda chance de salvação após a morte. A m orte é final, existindo apenas dois destinos —céu e inferno, entre os quais existe um grande abismo que ninguém é capaz de transpor (veja os nossos co mentários a respeito da passagem em 1 Pe 3.19). Portai v to, seja qual for o significado de pregar aos “m ortos” , ele não implica em que uma pessoa possa ser salva depois de morrer. Esta é uma passagem não muito clara, sujeita a diferentes interpretações, e nenhuma doutrina deveria ser baseada em uma passagem que pudesse gerar inter pretações ambíguas. Os textos de difícil compreensão deveriam ser interpretados à luz dos textos mais claros. E possível que este verso se refira àqueles que agor.t estão mortos, e que ouviram o Evangelho enquanto es tiveram vivos. A favor desta visão, cita-se o fato que o Evangelho “foi pregado” (no passado) àqueles que “es tão m ortos” (agora, no presente). Alguns acreditam que essa não deva ser uma referência a seres humanos, mas .i “espíritos em prisão” (anjos), mencionados em 1 Pedro 3.19 (2 Pe 2.4 e Gn 6.2). Outros ainda reivindicam que, 486 1 PEDRO embora os mortos sofram a destruição de sua carne (I Pe 4.6), contudo eles ainda vivem com Deus, pela virtu de da obra que Cristo fez através de sua m orte e ressur reição. Essa mensagem vitoriosa foi anunciada ao m un do espiritual pelo próprio Cristo, após a sua ressurreição (1 Pe 3.18,19). 48 7 CAPÍTULO 43 2 PEDRO 2 P E D R O 3. 7 — Ir à perdição refere-se à aniquila ção? A M Á IN TER PR ET A Ç Ã O : Os aniquilacionistas, que são aqueles que negam a existência de uma punição eterna e consciente, reivindicam que a referência de Pedro ã “perdição” sustenta a sua visão. N a verdade Judas é cha mado de “filho da perdição” (Jo 17.12). U m a vez que o term o “perdição” (apoleia) significa simplesmente pere cer, aniquilacionistas tais como as Testemunhas de Jeová argumentam que os perdidos perecerão ou deixarão de existir (por exemplo, You can liveforever inparadise on earth, 1982, pág. 83). R E S P O S T A À S SEI TA S C O R R IG IN D O A M Á IN TER PR ET A Ç Ã O : O ter mo “perdição” (apoleia) significa simplesmente perecer ou arruinar-se. N a passagem em 2 Pedro 3.7 ele é utili zado no contexto de julgamento, que é um term o que implica em consciência. O fato de dizer-se que os ímpios irão ã “perdição” (2 Pe 3.7) e Judas ser chamado de “fi lho da perdição” (Jo 17.12) não significa necessariamen te que eles serão aniquilados. Sucata de automóveis pe recem no mesmo sentido de terem sido arruinadas. Mas eles continuam ainda sendo automóveis, estando arrui nados como estejam, permanecendo ainda no pátio do ferro velho. Nessa conexão Jesus falou do inferno como sendo um pátio de ferro velho ou um depósito de lixo, onde o fogo jamais se apaga, e onde o corpo ressurreto de uma pessoa jamais se consome (veja Mc 9.48). Jesus falou várias vezes sobre as pessoas no inferno, como estando em contínua agonia. Ele declarou que “os filhos do R eino serão lançados nas trevas exteriores; ali, haverá pranto e ranger de dentes” (Mt 8.12; confira 22.13; 24.51; 25.30).Mas um lugar de pranto é obviamente um lugar de tristeza consciente. Aqueles que não estão cons cientes não pranteiam.Veja os nossos comentários a res peito de 2 Tessalonicenses 1.9. CAPÍTULO 44 1 JOÃO 1J O A O 4 .2 ,3 — Este verso se refere a Jesus estando em carne antes ou depois da sua ressurreição? A M Á IN TER PR ET A Ç Ã O : João declara que aqueles que negam “que Jesus Cristo veio em carne” são do anticristo. Cristãos ortodoxos tom am esta passagem para defender o pensamento de que Jesus era completamente humano, com um corpo físico, de carne, antes de sua ressurreição. Outros argumentam que Jesus não foi res suscitado no mesmo corpo de carne e ossos em que morreu, mas em um corpo que não era essencialmente material. As Testemunhas de Jeová, por exemplo, dizem que Jesus foi ressuscitado espiritualmente (A id to Bible understanding, 1971, pág. 1396). R E S P O S T A À S S E I TA S C O R R IG IN D O A M Á IN TER PR ETA Ç Ã O : N o gre go Jo ã o utiliza o tempo verbal conhecido como pretéri to perfeito, o que significa uma ação passada com resul tados contínuos no presente. Desse modo, ele afirma que Jesus veio em carne no passado, e continua em carne no presente (isto é, na ocasião em que ele estava escrevendo, após a ressurreição). Dois outros textos contidos no Novo Testamento de claram explicitamente que o corpo da ressurreição de Jesus era um corpo de carne. Referindo-se à ressurrei ção de Cristo, Pedro declarou: “nem a sua carne viu a corrupção” (At 2.30,31). O próprio Senhor Jesus disse aos seus discípulos em uma de suas aparições posterio res à ressurreição: “Vede as minhas mãos e os meus pés, que sou eu mesmo; tocai-me e vede, pois um espírito não tem carne nem ossos, como vedes que eu tenho” (Lc 24.39b). 1 J O A O 5. 7 — A ausência deste verso nas traduções modernas prova que a doutrina da Trindade não é verdadeira? A M Á IN TE R PR E T A Ç Ã O : N a Bíblia Sagrada, na ver são King James* (em inglês), o texto em 1 João 5.7 diz: “Porque três são os que testificam no céu: o Pai, a Pala vra e o Espírito Santo; e estes três são u m ”. Essa é a declaração mais clara a respeito da Trindade, contida na Bíblia. Contudo, a maioria das traduções modernas omi tem este verso. As Testemunhas de Jeová citam a falta de evidências de manuscritos para este verso, alegando isso como prova de que a doutrina da Trindade seja antibíblica (Reasoning from the Scriptures, 1989, págs. 422-23). ★N .T .: N a Bíblia de Estudo Pentecostal, o texto é idêntico ao da versão King James citada pelo autor. 492 1 JOÃO C O R R IG IN D O A M Á IN TE R PR E T A Ç Ã O : É ver dade que este verso praticamente não tem suporte entre os manuscritos gregos iniciais, embora ele seja encontra do nos manuscritos em latim. A aparição deste verso nos últimos manuscritos gregbs está baseada no fato de Erasmo ter sido colocado sob forte pressão eclesiástica para que o incluísse em seu Novo Testamento Grego, datado de 1522, om itindo-o em suas duas edições ante riores, de 1516 e 1519, pois ele não pôde encontrar ne nhum manuscrito grego que o contivesse. A inclusão deste verso na Bíblia em latim, provavel mente tenha se originado da incorporação de um co mentário adicional (uma nota explicativa) ao texto, por um escriba, quando este copiava o manuscrito do livro de 1 João. Mas o fato de incluí-lo no texto viola pratica mente todas as regras da censura textual. Mesmo a Nova Versão King James, que geralmente costuma reter as mais amplas leituras e as passagens mais disputadas (veja Mc 16.9-20 e Jo 7.53, 8.11), traz um comentário na mar gem que diz que esta é “um a passagem encontrada em apenas quatro ou cinco manuscritos gregos muito re centes” . Simplesmente pelo fato de esse único verso não ter o embasamento dos manuscritos, não significa que a dou trina da Trindade não seja verdadeira. U m grande nú mero de outras passagens que possuem inegáveis lugares nos manuscritos das Escrituras dão suporte a que se esta beleça que: 1) Existe somente um único Deus verdadei ro; 2) H á três Pessoas que são Deus, e 3) Existem três Pessoas formando uma unidade em Deus, um único Deus. Veja neste livro os nossos comentários sobre as passagens em Isaías 9.6; Mateus 28.18-20; 2 Coríntios 13.13. i J O à O 5 .6 -8 — Este verso prova que o Espírito Santo não é uma pessoa? 493 R E S P O S T A À S S EI T A S A M Á IN TER PR ET A Ç Ã O : Esta passagem indica que o Espírito, a água e o sangue são “testemunhas” de Jesus Cristo. Pelo fato de a água e o sangue não serem pessoas, de acordo com as Testemunhas de Jeová, o Espírito San to também não é uma pessoa (Should you believe in the Trinity? 1989, pág. 22). Outros líderes de seitas, tais como H erbert W Armstrong, também negaram a personalida de do Espírito Santo. C O R R IG IN D O A M Á IN TER PR ET A Ç Ã O : É ób vio que água e sangue não são pessoas. São personifica dos como testemunhas. Mas isso não significa que o Es pírito Santo não seja uma pessoa. N a ocasião em que o livro de 1 João foi escrito, um grupo de gnósticos acreditava que aquilo que o movi m ento da Nova Era chama de “Cristo Cósmico” veio sobre um Jesus humano logo após o seu batismo. Segun do eles, o Cristo partiu antes de sua crucificação. O tex to em 1 João 5.6-8, com as sua três “testemunhas”, prova o contrário do que diz essa doutrina herética. Tanto a água (representando o batismo de Jesus), como o sangue (representando a sua crucificação), agem como testemu nhas metafóricas do fato de que Jesus, o Cristo, experi m entou tanto o batismo quanto a m orte por crucifica ção. O Espírito Santo é a terceira testemunha testificando esse fato. De acordo com a lei judaica, três testemunhas são necessárias para o estabelecimento da verdade em relação a um tema (Dt 19.15). O Espírito Santo é retratado como uma pessoa atra vés das Escrituras como um todo. O Espírito Santo pos sui atributos de personalidade — Ele tem a sua própria m ente (1 Co 2.10,11), emoções (Ef 4.30) e vontade (I Co 12.11). O Espírito Santo é visto realizando, nas lis crituras, muitas coisas que somente uma pessoa é cap.i/ de realizar — Ele ensina àqueles que crêem (Jo H.2í>). 494 1 JOÃO Ele testifica (Jo 15.26), dirige (R m 8.14), comissiona ;is pessoas ao serviço do Mestre (At 13.4), dá ordens (At 8.29), ora por aqueles que crêem (Rm 8.26) e fala às pessoas (2 Pe 1.21). Além do mais, certos atos são realizados de modo di rigido ao Espírito Santo, que não fariam sentido se Ele não possuísse uma jverdadeira personalidade. Por exem plo, é possível tentar m entir ao Espírito Santo (At 5.3). N inguém tenta m entir a u m mero poder ou a uma mera força. CAPÍTULO 45 2 J O A O 10 — Este verso indica que não devemos receber em nossa casa os adeptos de seitas? A MÁ IN TER PR ETA Çà O : D e acordo com João, não devemos receber em nossa casa, e nem mesmo saudar a qualquer pessoa que venha a nós e não creia que Cristo veio em carne. Com o é que esta passagem se aplica aos adeptos das seitas? Deveríamos evitá-los? C O R R IG IN D O A M Á IN TE R PR E T A Ç Ã O : A pas sagem em 2 João 10 não proíbe cristãos de receber em sua casa adeptos de seitas, com a finalidade de testemu nhar a esses. Antes, essa é uma proibição contra o ato de dar aos adeptos de seitas um palanque, a partir do qual eles possam ensinar falsas doutrinas. RE S PO S TA ÀS SEITAS A razão disso é que nos primeiros anos do Cristianis mo não havia prédios dedicados à igreja, como um tem plo central onde os crentes pudessem se congregar. An tes, pequenas casas utilizadas como igrejas estavam espa lhadas por toda a cidade. Depois do Pentecostes, os cristãos primitivos eram vistos “partindo o pão de casa em casa” (At 2.46; 5.42), e reunindo-se para orar na casa de Maria, a mãe de Mar cos (At 12.12). As igrejas freqüentemente se reuniam em casas (Rm 16.15; 1 Co 16.19; Cl 4.15; F1 2). O uso de prédios especificamente dedicados a igrejas, não ocor reu antes do segundo século. João está prevenindo nesta passagem os líderes dessas igrejas (que se reuniam em casas) a não permitir a pre sença de falsos mestres na igreja, ou não dar a um falso ensinador uma plataforma da qual ele possa ensinar às pessoas.Vendo o fato desse modo, essa proibição resguar da a pureza da Igreja. Estender a hospitalidade a um falso ensinador implicaria no fato da igreja aceitar ou aprovar o falso ensino. Desse modo o falso ensinador seria enco rajado a permanecer em seu erro. Por razões similares, João também estava-proibindo que cristãos permitissem que falsos ensinadores se hos pedassem em suas casas. N a Igreja Primitiva, o ministé rio evangelístico e pastoral da igreja era conduzido ori ginalmente por indivíduos itinerantes que viajavam de casa em casa, visitando as casas onde a igreja se reunia, e dependiam da hospitalidade das pessoas. João, nesta pas sagem, esta orientando a igreja a não estender esse tipo de hospitalidade aos ensinadores de falsas doutrinas. Os cristãos não devem perm itir que adeptos de seitas utili zem os seus lares como base de operações a partir das quais espalhem o seu veneno. Nesse caso, o verso não proíbe cristãos de receberem em suas casas os adeptos de seitas com o propósito do 498 2 JOÃO ensinar a estes acerca do Evangelho verdadeiro. Quando uma Testemunha de Jeová ou um m ó rm o n vierem dian te da casa de um cristão, este deve sentir-se livre para, se desejar, convidar a ele ou a ela para entrar em sua sala de visitas com a finalidade de testemunhar a respeito do Evangelho verdadeiro ao visitante. 499 CAPÍTULO 46 3 JOÃO 3 J O A O 2 — Este verso indica que D eu s deseja que sejamos financeiramente prósperos, como argumen tam os ensinadores da seita Palavra da Fé? A M Á IN TER PR ET A Ç Ã O : A passagem no livro de 3 João 2 diz:“Amado, desejo que [prosperes] te vá bem em todas as coisas e que tenhas saúde, assim como [prospera] bem vai a tua alma”. Os ensinadores da seita Palavra da Fé citam este verso como suporte à doutrina do Evan gelho da prosperidade. C O R R IG IN D O A MÁ IN T E R PR E T A Ç Ã O : O ter mo grego empregado para “prosperes” ou para a frase “que te vá bem ”, nesse verso, não se refere à prosperida de financeira mas simplesmente significa “ir bem com R E S P O S T A À S S E I TA S alguém”. De fato, a tradução inglesa N IV reflete corre tamente a idéia quando expressa o verso do seguiu te modo: “Caro amigo, eu oro para que desfrutes de boa saúde, e que tudo vá bem contigo, assim como bem vai a tua alma”. Nos tempos bíblicos, os votos de “que as coi sas vão bem ”,juntamente com o desejo de “boa saúde", era uma forma padrão de saudação. A prosperidade li nanceira é um assunto completamente estranho tanto à antiga saudação, como ao texto em 3 João 2. 502 CAPÍTULO 47 APOCALIPSE A P O C A L I P S E 1 .7 — A Segunda Vinda de Cristo será um evento invisível? A M Á IN T E R PR E T A Ç Ã O : A passagem em Apocalipse 1.7 diz:“Eis que vem com as nuvens, e todo olho o verá, até os mesmos que o traspassaram; e todas as tribos da terra se lamentarão sobre ele. Sim! Amém!”. As Teste munhas de Jeová argumentam que assim como um avião nas nuvens é invisível às pessoas que estão na terra, do mesmo m odo a vinda de Cristo “com as nuvens” signi fica um evento que é invisível. Somente aqueles que pos suem “os olhos do entendim ento” perceberão que essa vinda já teve lugar em 1914 (Reasoningfrom the Scriptures, 1989, pág. 343). R E S P O S T A À S SEI TA S C O R R IG IN D O A M Á IN TERPRETAÇÃO : A pas sagem em Apocalipse 1.7 declara explicitamente que todo olho na terra de fato (e não apenas espiritualmente) verá Cristo vindo em glória. O termo grego empregado para “ver” (horao) significa literalmente “ver com os olhos, uma visão física do corpo” . Não existe nenhuma possi bilidade de que o significado deste verso seja “alguém enxergar com os olhos do entendimento” . Uma boa re ferência cruzada é Mateus 24.30, que diz: “Então, apare cerá no céu o sinal do Filho do Homem; e todas as tribos da terra se lamentarão e verão o Filho do H om em vindo sobre as nuvens do céu, com poder e grande glória” (as ênfases foram adicionadas). Assim como Cristo ascen deu ao céu corporal e visivelmente, do mesmo modo Ele virá novamente (At 1.9-11). A P O C A L I P S E 1 .8 — Jesus é o “Alfa e o Ô m eg a” mencionados neste verso? A M A INTERPRETAÇÃO : As Testemunhas de Jeová ar gumentam que todas as referências ao Alfa e ao Omega no livro de Apocalipse referem-se ao Deus Todo-Poderoso, e não ao Filho (Reasoningfrom the Scriptures, 1989,pág. 412). C O R R IG IN D O A M Á INTERPRETAÇÃO : Existem duas fortes razões para considerar essas passagens como referências a Cristo e, por essa razão, como provas de sua divindade. Em primeiro lugar, a passagem em Apocalip se 1.7 fala de alguém que foi “traspassado” e que “vem” . E obvio que esse que vem deve ser Jesus, uma vez que Ele (e não o Pai) foi traspassado na ocasião em que lõi pregado na cruz. O verso 8 então nos diz que Deus é aquEle que “vem” . AquEle a quem os dois versos se re ferem como “vindo” é Deus, e aquEle que foi traspassa do só pode ser Jesus Cristo. 504 APOCALIPSE Em segundo lugar, João faz uma declaração explícita a respeito da divindade de Cristo em Apocalipse 22.12.13: “E eis que cedo venho (...) Eu sou o Alfa e o Omega, o Princípio e o Fim, o Primeiro e o Derradeiro” . Em Apo calipse 22.20 lemos:“Aquele que testifica estas coisas diz: Certamente, cedo venho. Amém! Ora, vem, Senhor Je sus!”. AquEle que está vindo é Deus, a segunda pessoa da Divindade, o “Princípio e o Fim”, Jesus Cristo. A P O C A L I P S E 3 .1 4 — E ste verso indica que Jesus f o i um ser criado? A M Á IN TER PR ETA Ç Ã O : A passagem em Apocalipse 3.14 diz: “E ao anjo da igreja que está em Laodicéia escreve. Isso diz o Amém, a testemunha fiel e verdadeira, o princípio da criação de Deus”.As Testemunhas de Jeová dizem que a conclusão lógica é que aquele de quem se fala em Apocalipse 3.14 “é a criação, o princípio das cri ações de Deus, que teve um começo” (Reasoningfrom the Scriptures, 1989, pág. 409). C O R R IG IN D O A M Á IN TE R PR E T A Ç Ã O : O ter mo grego archê, traduzido como “princípio” neste verso, traz nesta passagem o sentido de “aquele que começa”, “origem ”, “fonte”, ou “causa fundamental” . O termo “arquiteto” é derivado de archê. Este verso diz que Jesus é o arquiteto de toda a criação (vejajo 1.3; Cl 1.16; Hb 1.2; confira Is 44.24). Além disso, o mesmo term o,“princípio”, é aplicado a Deus, o Pai, em Apocalipse 21.4-6. Não é possível que esse termo signifique um ser criado, pois nesse caso Deus, o Pai, também seria uma criatura, o que as próprias Tes temunhas de Jeová rejeitam. Portanto, “princípio” deve ser compreendido no sentido absoluto de “o iniciador”, ou “a fonte de todas as coisas” . 505 R E S P O S T A À S S E I TA S A P O C A L I P S E 5 .6 -1 4 — O ensino bíblico a respei to do Cordeiro dá suporte à crença maçônica da salvação através das obras? A M Á IN TE R PR E T A Ç Ã O : D e acordo com a Ordem Maçônica,“Em todas as épocas o cordeiro tem sido con siderado como um símbolo de inocência; aquele que, portanto, usa a pele de cordeiro como o emblema da maçonaria, é continuamente relembrado dessa pureza de vida e conduta, a qual é necessária para que se obtenha a admissão na Morada Celestial que está acima [o céu|, onde o Grande Arquiteto do Universo [Deus] preside" (Allen, etal., 1963, 17). E novamente, permita que a pura e imaculada superfície dele [do cordeiro] seja para você um memorial sempre pre sente da pureza da vida e da retidão de conduta, um argu mento inesgotável para que se realizem atos nobres, para pensamentos elevados, para realizações maiores. E quando aqueles pés cansados atingirem o final de sua trabalhos,i jornada, e quando já sem forças as ferramentas da vida Ib rem para sempre baixadas, que o registro de toda a sua vida e de suas ações sejam tão puras e imaculadas quanto o justo emblema que tenho colocado em suas mãos nessa noite, lí quando no grande último dia, a sua pobre e trêmula alma chegar nua e solitária diante do grande trono branco, seja a sua porção ouvir daquEle que se assenta como o Juiz Su premo as seguintes palavras de boas vindas: “Bem está, ser vo bom e fiel, entra no gozo do teu senhor.” [Ibid., 60|. O ensino a respeito do Cordeiro de Deus evidencia que a salvação seja alcançada através das obras? C O R R IG IN D O A M Á INTERPRETAÇÃO: Nada po deria ser tão distante da verdade quanto este ensino a res peito da “Morada Maçônica”. O Cordeiro a quem o livro de Apocalipse refere-se é aquEle que foi morto em favor da 506 APOCALIPSE nossa salvação (Ap 5.6), mesmo antes de nosso nascimento (13.8). Ele sozinho é achado digno (5.12) e é adorado (5.8), não por causa de nossas obras. De fato, os santos são vestidos de vestes brancas de sua justiça (7.9). Na verdade, aqueles que crêem são lavados no sangue do Cordeiro (7.14). E Ele sozinho é o alicerce da salvação (7.17). Qualquer vitória que os santos alcancem é através dos seus méritos (12.11).E os salvos são o fruto do seu trabalho, e não do nosso (14.4). Por essa razão somos os seus seguidores (Jo 10.27) e canta mos os seus louvores (5.8-10; 15.3). Além do livro de Apocalipse, a Bíblia é enfática, dizen do: “Porque pela graça sois salvos, por meio da fé; e isso não vem de vós; é dom de Deus. Não vem das obras, para que ninguém se glorie” (Ef 2.8,9). Pois “não pelas obras de justiça que houvéssemos feito, mas, segundo a sua mi sericórdia, nos salvou” (Tt 3.5a; confira w . 3-6), e “Aquele que não pratica, porém crê naquele que justifica o ímpio, a sua fé lhe é imputada como justiça” (Rm 4.5). A P O C A L I P S E 7 .2 -4 — E sta passagem profetiza a vinda do reverendo M oon, como ensina a “Igreja da Unificação ”? A MÁ IN TER PR ETA Ç Ã O : A passagem em Apocalipse 7.2 faz referência a “outro anjo subir da banda do sol nas cente, e que tinha o selo do Deus vivo”. A “Igreja da Unificação” ensina que este verso profetiza a vinda do Senhor do Segundo Advento (o Messias), de um país do leste. O reverendo Sun M yung M oon nasceu na Coréia, sendo portanto o cumprimento deste verso (DP, 519-20). C O R R IG IN D O A M Á IN TERPRETAÇÃO : Este tex to está se referindo a um anjo, e não ao Messias. Foi dito que esse anjo viria da direção leste, e não de um país do leste. Outras referências para delimitar pontos em A po 507 R E S P O S T A À S S E I TA S calipse tendem a se referir a direções, e não a áreas geo gráficas. Mesmo que esta referência fizesse menção geo graficamente ao leste, o país não seria a Coréia. O verda deiro Messias é judeu (veja M t 1). As Escrituras testificam que, em sua segunda vinda, o mesmo Jesus que ascendeu ao céu voltará fisicamente (At 1.11). Não existirá jamais um segundo “Cristo” que venha da Coréia, ou de qualquer outro lugar. A P O C A L I P S E 7.4 — A s 1 4 4 .0 0 0 pessoas mencio nadas neste verso são a “classe ungida”, que está destinada a viver no céu com D eus, de modo oposto à “classe terrestre”, que viverá para sempre na terra? A M Á IN TER PR ET A Ç Ã O : O texto em Apocalipse 7.4 diz: “E ouvi o núm ero dos assinalados, e eram cento e quarenta e quatro mil assinalados, de todas as tribos dos filhos de Israel” . As Testemunhas de Jeová dizem que o número 144.000 refere-se à classe ungida de crentes que possuem um destino celestial (confira Ap 14.1-3) (Reasoning from the Scriptures, 1989, págs. 166-67). Esses 144.000 são aqueles a quem a passagem em Lucas 12.32 se refere como sendo o “pequeno rebanho”. C O R R IG IN D O A M Á IN TER PR ET A Ç Ã O : As I s crituras ensinam que todos aqueles que crêem em Jesus Cristo podem esperar com grande empolgação um des tino celestial, e não apenas um seleto grupo de 144.000 pessoas (veja E f 2.19; Fp 3.20; Cl 3.1; H b 3.1; 12.22; 2 Pe 1.10,ll).Jesus afirmou que todos os crentes estarão jnn tos em “um só rebanho” e sob os cuidados de “um sú Pastor” (Jo 10.16). Não haverá dois “rebanhos” — um na terra e outro no céu. Em segundo lugar, existem muito boas razões p.iu interpretar este verso literalmente — c o m o referii id<> se 508 APOCALIPSE a 144.000 judeus, sendo 12.000 de cada tribo. Em ne nhum a outra passagem na Bíblia, uma referência às doze tribos de Israel tem outro significado a não ser referir-Se precisamente às doze tribos de Israel. O term o “tribo” jamais é utilizado nas Escrituras com qualquer outro sig nificado, que não seja literalmente uma referência a um grupo étnico. Com o base à interpretação1literal, existe o fato de Jesus ter falado a respeito dos doze apóstolos (que sabemos terem sido literalmente doze pessoas), sentan do-se “sobre doze tronos, para julgar as doze tribos de Israel” no último dia (Mt 19.28). Não existe nenhuma razão para que se tome esta passagem como uma refe rência literal a doze tribos de israelitas. Além disso, a última pergunta que Jesus respondeu antes de sua ascensão implicava diretamente no fato de que Ele voltaria e “restauraria o reino a Israel” (At 1.68). N a verdade, o apóstolo Paulo falou da restauração da nação de Israel à sua privilegiada condição anterior em Rom anos 11.11-26. Muitos estudiosos da Bíblia crêem em uma restaura ção literal da nação de Israel pelo fato de Deus ter feito prom essas à d escendência literal de A braão (Gn 12,14,15,17,26), e essas ainda não haverem se cumprido “para sem pre” como foram prometidas (confira Gn 13.15), porém, na melhor hipótese, somente por um curto período durante os dias de Josué Qs 11.23). A P O C A L I P S E 1 0 .2 ,8 ,9 — O “livrinho” a que João se refere, seria o “D ivin a C iência”, de autoria de M a ry B aker Eddy, conforme afirmado em seu livro sobre a seita Ciência Cristã? A MA INTERPRETAÇÃO: Mary Baker Eddy reivindicou que o “livrinho” que foi profetizado nesta passagem seja de fato a Ciência Cristã (Science and health, 558, pág. 59). 509 RE S PO S TA ÀS SEITAS C O R R IG IN D O A M Á IN TERPRETAÇÃO : Fica bas tante claro e evidente que estava longe do intento de João escrever a respeito da Ciência Cristã, pela total falta de alusão aos ensinos desta seita. O que João tem clara mente em seu pensamento é o livro ou o rolo do julga mento, que será revelado na terra no período da Grande Tribulação (Ap 5.1). Finalmente, a ingestão desse livro não trouxe uma cura física; mas causou a João uma indisposição estomacal. Ele disse: “E tomei o livrinho da mão do anjo e comio; e na minha boca era doce como mel; e, havendo-o comido, o meu ventre ficou amargo” (Ap 10.10). A P O C A L I P S E 1 2 .1 -6 — A “mulher” que é levada ao céu nesta passagem representa a ascensão física de Maria? A M Á IN TER PR ETA Ç Ã O : Este texto fala de uma “mu lher” que deu à luz uma “criança do sexo masculino, destinada a governar todas as nações” (isto é, Cristo), o qual foi arrebatado para Deus e para o seu trono” . Al guns estudiosos católicos romanos reivindicam que esta passagem refere-se à ascensão física (ou corpórea) de Maria.“A teologia escolástica vê (...) a transfigurada mãe de Cristo” (Ott, 1960, 209). C O R R IG IN D O A M Á IN TER PR ET A Ç Ã O : A “mu lher” não representa Maria, mas antes a nação de Israel. Para essa mulher existe um lugar preparado:“E a mulher fugiu para o deserto, onde já tinha lugar preparado por Deus para que ali fosse alimentada durante mil duzentos e sessenta dias” (Ap 12.6), durante o período da tribula ção (confira Ap 11.2,3). Cristo, e não a “m ulher”, foi “arrebatado para Deus e para o seu trono” (Ap 12.5). E pura eisegese (ler um 510 APOCALIPSE ponto de vista que a própria pessoa inseriu no texto) o ato de defender que esta passagem trata da ascensão físi ca de Maria. Semelhantemente, argumentar que Maria, embora não tomada para os céus nesta passagem, seja retratada no céu como parte da visão, também é forçado. Nada neste texto ocasionaria a crença de que a ascensão física de Maria poderia ter ocorrido antes do restante dos santos (1 Ts 4.13-18). A P O C A L I P S E 1 4 .9 -1 2 — E sta passagem indica a restauração da guarda do sábado? A M Á IN T E R P R E T A Ç Ã O : A lguns estu d io so s adventistas acreditam que João predisse nesta passagem a restauração da guarda do sábado. “N ós acreditamos qv\e a restauração da guarda do sábado é indicada na profecia bíblica que está em Apocalipse 14.9-12. Crendo sincera mente nisso, consideramos a observância ao sábado como um teste da nossa lealdade a Cristo como Criador e R e dentor” (Seventh-day adventists answer questions on doctrine, 1957, pág. 153; citada em Martin, 430). Porque “nos úl timos dias o teste do sábado será pleno. Q uando esse tempo chegar, todo aquele que não guardar o sábado receberá a marca da besta e será excluído do céu ” (W hite, 1911,449). C O R R IG IN D O A MÁ IN T E R PR E T A Ç Ã O : N ão existe nenhum a indicação de que se deva guardar o sá bado, neste ou em qualquer outro texto contido no Novo Testamento (veja os nossos comentários a respeito de At 17.1-3). O termo “sábado” nem sequer ocorre no livro de Apocalipse. A referência a judeus fugindo no sábado em Mateus 24.20 é descritiva, e não prescritiva. Ela simplesmente refere-se ao fato de que os judeus observarão o sábado 511 R E S P O S T A À S SEI TA S durante o período da futura tribulação, e não que os cristãos deveriam fazê-lo. O dia de adoração para os cris tãos é mencionado no livro de Apocalipse como o “dia do Senhor” (Ap 1.10), que nos dias de João era o “pri meiro dia da semana” (1 Co 16.2), quando os cristãos regularmente se reuniam (At 20.7). De acordo com Paulo, a ordenança de se guardar o sábado passou com o res tante da lei de Moisés como uma “sombra” cumprida na “essência” de Cristo (Cl 2.16,17; confira H b 7.12). A P O C A L I P S E 1 6 .1 4 — O s demônios são capazes de realizar milagres? A M Á IN TER PR ETA Ç Ã O : A Bíblia emprega algumas vezes os mesmos termos (sinais, maravilhas, poder) que são empregados para descrever os milagres de Deus, para descrever também o poder de demônios (2Ts 2.9; Ap 16.14). Os demônios são capazes de fazer milagres? C O R R IG IN D O A M Á IN TER PR ET A Ç Ã O : Embo ra Satanás tenha grandes poderes espirituais, existe uma gigantesca diferença entre o poder do diabo e o poder de Deus. Em primeiro lugar, Deus é infinito em poder (onipotente); o diabo e os demônios são finitos e limita dos. Em segundo lugar, somente Deus é capaz de criar vida (Gn 1.1,21; D t 32.39); o diabo não é capaz disto (confira Ex 8.19). Somente Deus é capaz de ressuscitar os mortos (Jo 10.18;Ap 1.18); o diabo não é capaz disto, embora tenha dado “fôlego” (animação) à imagem idó latra do anticristo (Ap 13.15). O diabo tem grande poder para enganar as pessoas (Ap 12.9), para oprimir aqueles que se rendem a ele, c até mesmo para os possuir (At 16.16). Ele é um mestre em magia e um super cientista. E com o seu vasto co nhecimento a respeito de Deus, do hom em e do univer 512 APOCALIPSE so, ele é capaz de fazer “sinais de mentira” (2Ts 2.9; Ap 13.13,14). Mas os verdadeiros milagres somente podem ser feitos p o r D eus. O diabo é capaz de fazer o sobrenormal, mas não o sobrenatural. Somente Deus é capaz de controlar as leis naturais que Ele mesmo esta beleceu, embora certa vez Ele mesmo tenha dado poder a Satanás para que trouxesse um furacão sobre a família de Jó (Jó 1.19). Além disso, todo o poder que o diabo possui foi-lhe dado por Deus, e é cuidadosamente limi tado e monitorado (confira Jó 1.10-12). Cristo derrotou o diabo e triunfou sobre ele e sobre todas as suas hostes (Cl 2.15; Hb 2.14,15), dando desta maneira ao seu povo o poder para que seja vitorioso sobre as forças demoní acas (Ef 6.10-18). Desse modo,João informou aos cren tes: “maior é o que está em vós do que o que está no m undo” (1 Jo 4.4). A P O C A L I P S E 1 9 .8 — A s vestes brancas dos san tos representam os “atos de justiça dos santos ” — uma interpretação que os católicos romanos oferecem como suporte à doutrina das indulgências? A MÁ IN TERPR ETA Ç Ã O : Os estudiosos católicos ape lam ao texto em Apocalipse 19.8 como base para a idéia de um depósito ou coleção de boas obras dos santos. Esse tesouro de méritos (veja os nossos comentários a respeito da passagem em Ex 32.30) é supostamente ba seado na idéia de que as vestes brancas dos santos signi ficam os “atos de justiça dos santos” . C O R R IG IN D O A M Á IN TER PR ET A Ç Ã O : A utili zação desta passagem pelos católicos romanos para dar suporte à sua doutrina das indulgências constitui uma interpretação literal de uma figura simbólica. Isso é mos 513 R E S P O S T A À S S E I TA S trado pelo fato de o texto interpretar para o leitor o simbolismo, e também pelo fato do próprio livro como um todo anunciar-se como uma apresentação simbólica, dizendo que seriam “significados” (do grego esêmanen), isto é, feito conhecido através de símbolos (Ap 1.1). O livro prossegue fornecendo e interpretando muitos des ses símbolos para o leitor (por exemplo, Ap 1.20; 17.9,15). O texto não diz nada sobre a existência de uma tal coleção de obras justas, mas simplesmente diz que as pró prias obras de cada pessoa seguem a ele ou a ela (Ap 22.12; confira R m 14.12). As Escrituras nas demais passagens deixam claro que “para que cada um receba [de Deus| segundo o que tiver feito” por suas próprias obras (2 Co 5.10). Reivindicar que os santos são capazes de contribuir para qualquer mérito, que seja garantido por Deus a favor de nossa salvação, é um insulto à completa suficiência da morte expiatória de Cristo na cruz por todos os nossos pecados (vejajo 19.30; R m 8.1; H b 1.3; 10.14). Nada nesta passagem sugere que os atos justos dos santos estejam disponíveis para serem utilizados em fa vor da vida de outras pessoas, que é o que ensina o cato licismo romano. A P O C A L I P S E 1 9 .2 0 — Todas as pessoas serão salvas no fin al, conforme reivindica a seita O s M e ninos de Deus? A M Á IN TER PR ET A Ç Ã O : O líder da seita Os M eni nos de Deus argumentou que nem todos os incrédulos sofrerão a punição eterna. Somente o mais maligno de todos, Satanás, o anticristo, o seu falso profeta, os seus mais ardentes seguidores e aque les que receberam a marca da besta e adoraram a ele à sua imagem, permanecerão no lago de fogo para que sejam 514 APOCALIPSE punidos e purgados de sua rebelião diabólica, por tanio tempo quanto Deus julgar necessário, mesmo que seja até um tempo em que eles, também, aprendam a sua lição de modo suficiente para que Deus os perdoe, e assim restaure a sua criação por completo, à sua perfeição original, onde tudo vai bem! [David, 1974,3]. C O R R IG IN D O A MÁ IN T E R PR E T A Ç Ã O : A pas sagem em Apocalipse 19.20, declara: “E a besta foi presa e, com ela, o falso profeta, que, diante dela, fizera os sinais com que enganou os que receberam o sinal da besta e adoraram a sua imagem. Esses dois foram lançados vivos no ardente lago de fogo e de enxofre”. E a passagem em Apocalipse 20.10 acrescenta:“E o diabo, que os engana va, foi lançado no lago de fogo e enxofre, onde está a besta e o falso profeta; e de dia e de noite serão atorm en tados para todo o sempre”. N ão existe qualquer evidên cia de que alguém será libertado da punição do lago de fogo. De fato, existe embasamento claro nestas passagens paia o ensino da punição eterna. 1 Apenas alguns versos adiante lemos que “aquele que não foi achado escrito no livro da vida foi lançado no lago de fogo” (Ap 20.15). Não existe nem sequer uma sugestão de que eles serão libertados desse eterno lago de fogo. A única ocasião para arrependimento é antes da m or te. A passagem em Hebreus 9.27 declara que “aos ho mens está ordenado morrerem uma vez, vindo, depois disso, o juízo”. Lucas 16.26 fala que “está posto um grande abismo” entre o céu e o inferno, de modo que ninguém é capaz de passar de um lado para o outro. A Bíblia diz que a punição de todos os incrédulos será eterna. Paulo escreveu a respeito de “quando se manifestar o Senhor Jesus desde o céu, com os anjos do seu poder, como labareda de fogo, tomando vingança 515 R E S P O S T A À S SEI TA S dos que não conhecem a Deus e dos que não obedecem ao evangelho de nosso Senhor Jesus Cristo; os quais, por castigo, padecerão eterna perdição, ante a face do Se nhor e a glória do seu poder” (2Ts 1.7-9). Finalmente, a duração do sofrimento no inferno será igual à duração do gozo no céu. O mesmo termo “eter n o ” é utilizado tanto para o céu como para o inferno em Mateus 25.46. A P O C A L I P S E 2 2 .1 8 — E ste verso previne contra novas revelações? A M Á IN TER PR ET A Ç Ã O : O texto em Apocalipse 22.18 diz: “Porque eu testifico a todo aquele que ouvir as palavras da profecia deste livro que, se alguém lhes acrescentar alguma coisa, Deus fará vir sobre ele as pra gas que estão escritas neste livro”. Os mórmons argu mentam que eles não acrescentaram nada nem ao livro de Apocalipse e nem à Bíblia. Portanto este verso não se aplica a eles (Richards, 1973, 56). C O R R IG IN D O A M Á IN T E R P R E T A Ç Ã O : A injunção contida em Apocalipse 22.18 refere-se ao ato de acrescentar ou retirar algo do livro de Apoca lipse. Joseph Smith violou espalhafatosamente ess.i injunção, pois ele tanto adicionou como subtraiu do livro de Apocalipse. Smith fez alterações no texto bí blico, e produziu a chamada “Versão inspirada” da Bí blia. U m exemplo é Apocalipse 5.6, onde Smith mu dou a versão original, que diz: “E tinha sete pontas e sete olhos, que são os sete Espíritos de Deus enviados a toda a terra” , para a sua própria versão que diz: “ lí tinha doze pontas e doze olhos, que são os doze ser vos de Deus enviados a toda a terra” . 516 BIBLIOGRAFIA SEITAS E M GERAL A H L S T R O M , Sydney E. A R e lig io u s H istory o f the A m e rica n Peop le. N ew York, NY: Image Books, 1975. A N K E R B E R G J o h n eJohnW eldon.CultW atch:W hatYou N e e d to K now A b o u t Spiritual D e cep tio n . Eugene, O R : Harvest House Publishers, 1991. BOA, K enneth. C ults, W orld R e lig io n s, an d Y o u . W heaton, IL: Victor Books, 1979. E N R O T H , R onald. A G uid e to Cults and N e w R e lig io n s . Downers Grove, IL: InterVarsity Press, 1983. ____ .T h e Lure o f the Cults. Downers Grove, IL: InterVarsity Press, 1987. GOM ES, Alan W U n m a sk in g the Cults. Edited by Alan W Gomes. 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Í N D I C E DAS PASSAGENS DAS ESCRITURAS G E N E S IS 3 .7 36 17 .1 8,21 1 342 3 .1 0 438 18.2 41, 42 3.15 206 18.8 251 1.1 107, 298 1 .1 ,2 6 ,2 7 1.1 ,2 27 1.1,21 1.2 32 512 27, 29, 220 1.14 3 .1 5 a 38 18.20 43 3 .17 36 1 9.7 43 3 .1 9 36, 95 19.8 4 2 , 4 3 , 6 8 , 1 3 8 , 3 .2 0 239 4 .1 ,2 5 400 1 .26 2 9 , 3 0 , 1 0 6 , 2 4 8 , 139 38, 43 4 .1 9 -2 3 4.23 270 19 .8b 42 84 2 0 .1 -1 8 84 21.1 2 4 .2 6 193 5.2 214 22 58 374 26 509 1 .2 6 -3 0 356 5 .24 3 2 .24 1.27 8 4 , 3 2 3 , 4 3 8 , 4 3 9 , 460, 481 1 .2 7 ,2 8 31, 342 5.3 113 6.5 370 9 .3 ,4 391 2 .8 ,1 5 485 356 35.1 8 35, 140 4 0 .2 0 -2 2 44, 45, 182 120 329 9.4 39, 6 0 , 3 2 9 2 .7 34, 3 5 ,3 6 , 333, 251 3 2 .30 4 4 , 5 8 6.2 486 1.31 468 333 6 .1 -4 1.28 1,2 410, 434 239 67 1 .2 6 -2 8 1 .2 6 ,2 7 31, 32, 33, 126 67 í 40.21 45 4 2 .3 8 164, 165 4 4 .2 9 ,3 1 164 9 .6 438 4 8.16 214 11.4 50.25 50 214 1 2 ,1 4 ,1 5 ,1 7 2 0 8 ,5 0 9 2 .1 6 ,1 7 438 1 2 .1 -3 74 2 .2 1 -2 5 84, 323 13.15 509 ÊXODO 1.1 5-2 1 373 14.6 69 2 .2 3 -2 5 461 3 37 14.18 3 .1— 4 .17 3 .4 15.5 61 3 .2 -4 16.1 61 3 .14 101, 263, .’H4 2 .2 4 3 .4 ,5 305, 342 55 159 40 283 219 R E S P O S T A À S SEI TAS 3.1 4 ,1 5 285 7.11 4 7 , 4 8 7.1 1 ,2 2 8.7 4 0 .3 4 -3 8 6.4 266 429 L E V Í T IC O 8 .1 8 .1 9 48 8.19 49, 512 9.14 169, 355 50, 51 63, 6 4 , 1 0 6 ,1 0 8 , 1 5 5 , 1 5 6 ,3 3 2 ,4 0 2 , 47 47 13.19 3 4 .3 4,3 5 396 4 . 3 ,2 3 , 2 8 ,3 2 398 6.13 110 6 .14 242 4 .4 ,2 4 ,3 3 398 11.11 7 .2 6 .2 7 4 0 , 5 9 , 3 2 9 1 3 .1 -9 12.2 1 3.10 242 236 400 138 16 57 17.17 5 4 ,8 3 , 84 1 9.12,13 55 17 60 1 8 .9 -1 2 77 1 9 .2 1 -2 4 191 1 7.1 0 -1 2 1 8 .9 -1 4 472 1 8 .9 -2 2 138 17 390 329 20.2.3 242 17.1 1.1 2 4 0 , 6 0 , 3 2 9 2 0 .2 -4 110 18,20 348 20.3 453, 472 1 8.1 0 .1 1 1 8 . 1 -3 ,2 4 ,2 5 61 2 0 .3 .4 6 5 , 6 9 1 8 . 6 -1 4 ,2 2 ,2 3 2 0 .3 -5 a 18.22 61, 6 8 ,1 3 4 , 20.4 453 5 2 , 2 8 1 ,3 6 9 , 3 7 0 , 139, 368 1 8 .2 2 -2 4 372 19.18 20.5 19.26 153 42, 287, 465 331, 430 20.11 52 20.12 166 161 2 0 .1 0 304 2 0 .1 7 2 1 .2 69 54 NÚMEROS 12.8 1 2.16— 13.3 441 2 5 .1 8 2 5 .8 55 56 266 33.11 56 69 441 3 3.2 69, 147 2 1 .1 4 385 34.1 0 6 8 , 7 0 , 7 1 22 79 42 34.11 71 33 JO SUÉ 1.7 442 57 58 85 29.1 3 4 .6 3 3.52 33 3 2 .3 0 -3 2 24.1 20 390 2 3.19 3 2 .3 0 513 104, 439 32.3 9 106, 1 5 6 ,5 1 2 2 2 .1 8 77 2 4 .9 -1 1 22.3 3 1.26 441 69 2 1 .2 0 ,2 6 460 2 4 .4 D E U T E R O N Ô M IO 1.8 73 10.13 385 3 3 .1 8 -2 3 56 1.1 69 3 3 .1 9 .2 0 56 4.12 130 11.23 4 .3 8 103 2 3.6 74 33.2 0 55 34.1 4 242 66 146, 170, 419 2 9.29 352 81 10.12 65 2 3.17 68 2 5 .4 0 460 4. 15 460 144 1 8.2 1 .2 2 19.15 494 77 357 20 .1 4 .1 7 67, 70 1 8 .2 0 -2 2 18.22 2 5 .2 5 ,2 6 ,4 8 ,4 9 174 20.1 4 5 3 , 5 4 ,2 0 0 , 3 0 4 , 65, 78, 452 1 8 .1 5 -1 8 6 6 , 7 0 1 8 .2 1-2 3 19.31 78 2 0 .6 .2 7 18.11 18.18 60 2 0 .4 .5 5 1 , 8 2 , 2 3 9 , 3 3 4 2 0 .8 -1 1 52, 161, 61 153 1 8 .1 0 -2 2 6 4 ,6 5 5.15 5 3 , 4 6 0 538 509 2 4 .2 5 .2 6 442 Í N D IC E DAS PASSAGENS DAS ESCRITURAS RUTE 2 REIS 2.7 2 .2 0 2.1 8 .4 -6 174 410 2 .1 ,1 1 ,1 2 434 1 SAMUEL 2.11 1 .3 -8 61 13.21 10.25 442 1 4.29 88, 124 176 8.5 100, 101 107 108 8 .6 -8 87 113 16.1 0,1 1 250, 434 278 12.3,5 110 17.35 1 8 .1 -4 75 18.4 51, 88, 334 2 0 .6 111 2 0 .7 92 2 6 .2 277 18.3 76 242 18.2 1 9 .1 -6 18.4 76 2 0.41 3 3 .8 ,9 1 CR Ô N IC A S 75, 76 2 4 .6 ,1 0 110 2 6 .9 ,1 1 ,1 6 ,2 3 10.13 110 14.3 78 85 77 2 8 .7 -2 0 77 2 8 .1 1 -1 9 78 1 .14 ,1 6 6.7 110 129 37.9 102 3 7 .2 0 16.12 91, 109 4 5 .3 -5 2 3 .1 7 33 4 6 .1 0 2 5.21 256 51.5 136 NEEM IA S 63.7 68.2 278 104 9.6 7 3 .2 7 298 102 101 2 CR Ô N IC A S 1 0 4 ,1 0 8 105 105 102 7 6 .3 -5 165 82 292 81 7 208 278 3 7 .9 ,3 4 2 SAMUEL 5 . 6 -9 298 34.8 3 7 . 9 ,1 1 , 2 9 2 6 .1 9 7 6 , 7 7 28.3 154 202 Jó 1.1 94, 224 82.6 106, 156 1.5 93 8 6.10 106, 156 11 76, 239 1.6 485 88.11 107 12. 22,2 3 1 .1 0 -1 2 7 .1 2 - 1 6 7.22 452 12.23 78 1.19 19.21 110 1 .2 0,2 1 78, 513 513 8 9.27 422 90.2 32 91.4 173 1,2 132 97.7 108 1 R E IS 2.1 485 9 9.10 108 2.10 88 7.9 96, 97, 144 103.3 108 8 .6 0 106 14.12 9 6 , 9 7 1 03.2 0,2 1 1 9 .25 ,2 6 105.15 11.1 5 4 , 8 3 , 3 2 3 11.2 84, 85 19 .26 11.3 83 3 8.4 94 106, 291 95 109 110 1 09.4,5 77 31 109.14 287 96, 97 11.4 5 5 ,2 3 9 3 8.7 485 110.1 30, 111, 112 11.2 1,4 3 42 .7 94 1 1 0 .1-5 42 .8 94 112.10 104 14.20 88 88 112 115.16 112 15.31 385 SALM OS 1 15.1 7 113 2 2.22 138 1.2 9 9 , 2 4 2 119 1 4.24 68 539 167, 168 R E S P O S T A À S S EI TA S 119.130 341 IS A IA S 56.5 1 126 57.1 104, 439 127.3 61 1.18 61.1 28 132.8 113 139 95 5 .6 ,7 6 .1 -5 139.1 43 6.2 138 63.15 64, 402, 430 7.7 385 64.6 121.4 220 139.7 13 9.7 -1 2 32 1 3 9 .1 3 -1 6 136 125, 226, 481 8.1 63.7,'),1 0 287 263 7.14 63.10 77, 153 141.7 9.20 277 115, 116 9.6 148 .2-5 200 9 .6 ,7 202 10.1 461 PR O VÉRBIO S 3.19 7.2 118 167 8 118 8.22 117 8 .2 2 -3 1 9.18 117 165 11.10 104 14.12 326 15.13 120 18.10 278 2 1 .2 8 102 2 3 .7 119 29.1 484 3 0 .4 30, 273 3 0 . 5 ,6 443 126, 127, 493 11.1 202 17.9 32 165 18.7, íS 146 2 1.7 128 2 6.14 96, 97 LAM ENTAÇÕES 2 6.19 97, 98 29.1,2! 129 4.20 2 9 .1 -t E ZE Q U IE L 128 111 30.8 442 1 .5 -2 8 40.3 128 1.28 4 0.12 129 40.13 ,14 31 7.20 10 137 138 33 138 4 3.10 355 16.49 43, 138 43.11 458 16.50 43.25 174 18.4 4 4.6 106, 156 44.2 4 263, 376, 413, 422 ,5 0 5 45.12 140 3 7.18 -28 141 43.2 3.11 49.2 6 277 3 .1 9 121, 123 5 3 .1 -1 2 3 .2 0 .2 1 53.4 405 131 94, 152, 426 18.20 3 7.16 ,17 37.22 194 139 139, 140 33 416 122 240 92 14.9 45.23 3.21 385 17.5 45.22 122, 123 2.5 7 .18 E C L E S IA S T E S 103, 123 1 235 1.5 135, 136, 404 1 46 .3.4 298 400 32 J E R E M IA S 8.19 148.5 140 263 D A N IE L 2 ,7 2 5 2 ,3 4 1 3 373 53.4,5í 130, 1 6 4 ,2 2 4 7 .9 174 5.2 298 53.5 480 7.13 174 9.5 107, 113, 123, 124 53.9 132, 133 8.18 251 55.6 340 9.2 9 .1 0 124 12.7 36, 95, 122 30 28 206 442 139.15 411 164, 165 133 55.8,9> 378 540 9.26 442 102 Í N D IC E DAS PASSAGENS DAS ESCRITURAS M ATEUS 7.15 11.40 97 1 508 7. 20 169 12.2 1 .1 -1 7 7. 22 78 7.23 202 9.27 207 96, 98 1.23 202 263 O S É IA S 2 .2 68 4.12 68 2.11 239, 274 7 .2 4 -2 7 2 .16 154 7 .2 4 -2 9 171 11.9 3 .1 -4 7 .2 6 .2 7 171 3.1 33, 130 153 65 241 3 .1 -6 3.2 JOEL 2 .2 7 106 2 .3 1 ,3 2 154 152 272 3.2 3.7 8.14 96, 97, 144 JONAS 3 .1 -4 145 3 .4 -1 0 4 .1 .2 4.2 145 145 146 M IQ U É IA S 8.2 274 8.3 253 160 8.4 3.15 271, 320 8.11 79 4 .1 -1 1 143, 144 242 272 3 .1 7 136 171 3.11 3 .1 6 .1 7 30, 154, 155 AMÓS 7 .24,2 5 411 8.12 1 7 2 ,2 1 0 ,2 2 9 , 438, 490 247 8.14 268 4 .4 .7 .1 0 3 8 5 , 4 4 2 , 4 4 3 8 .1 6,1 7 4.8 8.20 247 132 173 4 .1 6 158 9.2 312 4 .17 246 9.4 64, 402, 430 5 170 9.12 92 5.5 10.1 337 113 5.13 156, 157 10 .1.2 5 .14 158 10.6 288 375, 413 5 .16 158 10 .6,7 183 5 .1 7 .1 8 1 5 9 , 1 7 1 ,4 3 0 10.8 5.18 10.15 181, 2 1 1 ,3 5 3 , 187, 242 3.3 277 5.2 101, 206 5.26 7 .2 104, 439 5 .2 7 ,2 8 5.2 2 ,2 8,3 1 443 162 5.29 304 188, 337 440 10.16 244 10.28 165 11.11 175 164 HABACUQUE 5 .4 3 ,4 4 3.3 5.45 166 11.20 .2 4 229 5.48 165 1 1 .2 1 -2 4 2 1 1 , 4 4 0 147 160, 201 11.14 152, 175 ZAC ARIAS 6.9 12.1 0 6 .1 6 -3 3 167 11.25 6 .1 9 ,2 0 222 263 11.24 193 229 371 11.27 214, 228 M ALA Q UIAS 6.22 166, 167 11.29 176 2 .1 0 333 6 .30 120 12.32 177, 178 2 .1 6 85 6.33 9 2 ,1 6 7 ,2 2 3 ,2 8 6 12 .39 -41 3 150 7 .6 3 .6 4 .5 .6 149, 1 5 0 ,3 9 8 151 181, 380 7 .9 .1 0 7 .1 3 .1 4 223 397 541 13 181, 353 180, 181 1 3.3 -9 181 13.10 180 R E S P O S T A ÀS SEÍ TAS 13 .10 .1 1 1 7 9 ,2 7 8 1 3 .1 0 -1 7 174 13.17 180 353 1 3.2 4 ,3 0 13.35 13.55 19.9 54 19.11,12 6 2 , 134 25.4 6 1 9 .1 6-3 0 198,221 19.21 450 26.1 9 160 26.3 9 225 19.26 19.28 26.5 2 105 19.8 182 443 15.25 2 0 .1 -1 6 274 199 26.63 174 2 6 .6 3 ,6 4 174 2 7.5 2 .5 3 198 173 27.53 1 6.6 277 1 6 .1 3 -2 0 177, 206 21.11 22.13 67 1 7 2 ,2 1 0 ,2 2 9 , 28.1 1 6 .1 6 .1 7 438, 490 2 2.29 442 1 6 .1 6 -1 8 183 16.17 393 16.18 1 8 3 ,3 2 5 249 16.19 188 2 2.37 16.23 16.27 184 211, 440 2 2 .3 7 -3 9 201 2 2.42 202, 406 17 266 17 .1 -9 79 17.3 8 9 , 1 9 3 ,2 5 0 , 4 1 1 , 434 427, 481 277 2 3 .3 7 325, 382, 383, 17.5 298 1 7 .1 0-1 3 176 412 24 207 17.11 17.12 24.3 1 7 .1 4 -2 0 419 204, 205 177, 206 511 17.16 419 2 4 .2 3 ,2 4 2 0 5 ,2 8 6 17.27 228 2 4 .2 9 .3 0 18 195, 196 18.9 18.15 165 196 1 8 .1 5 -1 8 18.17 194, 195 195 ,1 9 6 18.18 183,184, 189, 445 430, 443 2 8 .1 8 -2 0 2 1 2 , 3 1 3 ,4 9 3 28.1 9 6 4 , 1 5 5 ,1 5 6 , 2 1 2 ,2 1 3 ,2 1 4 ,2 1 5 , 2 1 6,300, 301,321, 322, 339, 360, 371, 2 8 .6 387 28.9 259, 274, 369, 387, 465 2 4 .4 .5 .2 3 -2 5 2 4 .2 0 259, 274 28.2 0 64, 3 1 3 ,4 0 2 2 8 .2 0 b 325 17.4 192, 193 152 175 53 28.1 7 396, 402, 430 2 2.44 112 2 3.2 .3 203 23 .9 316 2 3.16 211 411 28.1 8 64, 4 0 2 ,4 2 4 , 2 2.30 200, 323, 485 2 2 .3 6 .3 7 203, 2 0 9 ,2 2 9 , 2 6 9 , 5 16 2 0.18 173 353 8 9 , 2 1 0 ,2 4 7 , 4 1 7 ,4 2 4 , 439 402 336, 509 20 187 25.3 4 25.41 85 15.6 160 15.24 1 8 2 ,2 8 8 16 417 268 465 1 5 .3 ,6 b 397, 408 2 5 .3 2 .4 1 19.5 305 19.4.5 181 13.58 380 1 4 .6 -1 0 438, 490 2 5 .3 1 -4 6 181 353 242 1 3.5 5 ,5 6 14.33 1 8 .2 3-3 5 197 19.4 84 ,1 5 8 , 168,323, 154 MARCOS 1.10 219 1.11 298 2 .1 0 174 2.1 2 a 253 2 4 .3 0 1 73,318, 504 2 4 .3 4 2 0 6 ,2 0 7 2.5 312 2.7 174 2 4 .3 8 ,3 9 181, 353 2 .2 7 52 2 4 .4 5 -4 7 3 .3 1 -3 5 208 2 4.51 2 1 0 , 2 2 9 ,4 3 8 , 490 2 5.30 1 7 2 ,2 1 0 ,2 2 9 , 542 6.3 242 6.5 220 7 .19 160 222 Í N D I C E DAS P AS SA GEN S DAS E SC RIT URA S 9 .1 1 -13 175 9 .43.45.47 165 9 .4 3 -4 8 1 7 3 ,2 1 0 ,2 9 4 , 3 .22 433, 439 9.48 172, 490 5 .4 ,6 10.6 6.36 256 24 6.40 243 24.11 10.30 221, 400 7 .16 67 2 4 .1 3 ,1 4 230 11 224 9 .58 268 2 4 .1 3 -3 2 230 1 1.23,24 223 12.29 1 5 5 ,1 5 8 ,1 6 8 , 11.9 340 2 4 .1 9 67 12.4 89 24.2 3 2 5 0 ,2 5 1 ,2 5 5 12.5 165 24 .2 3 ,3 1 181, 353 10.17-31 198,221 241 12.30 126, 225 214, 396 4 .1 6 2 4 0 , 2 4 2 4 .2 9b , 30 410, 434 380 228 6 .2 2 -2 8 12.4.5 23.43 231, 249, .'Mi, 23 .4 6 246, 434 2 3 .4 6 b 438 23.8 210, 439 410 380 483 24.25 378 255,38 0 378 13.19 30 12.15 222 13.32 2 2 6 ,2 2 7 1 2 .2 2 -3 4 1 4 .3 -9 12.32 2 4 3 ,2 4 4 , 508 24 .3 0 2 5 9 ,4 8 3 14.21 228 1 2 .4 7 ,4 8 24.3 1 1 4.36 264, 298 13.32 277 2 4 .3 1 .3 4 16.2 13.33 67 2 4 .3 1 .3 9 1 6 .9 -2 0 2 3 0 ,4 9 3 14.9 256 16.12 229 16 16.15 313 16.13 222 2 4 .37 1 6 .1 9-3 1 1 0 4 , 2 0 3 ,4 2 5 2 4 .3 7 -3 9 16.22 24.3 9 465 331 16 .15 .1 6 16.16 313 230, 2 3 1 ,3 2 1 244 211, 440 246, 452 410 294, 434 1 235 1.1 1 .1 1 -2 0 251 16.23 98 252, 254 165, 410 1 6 .2 4-3 1 311 252 255 2 4 .3 6 .3 7 255 392 259 32, 44, 9 8 ,1 3 0 , 253, 254, 258, 282, 369, 386, 387,392, 1 6 .2 2 -2 8 8 9 , 2 1 0 , 2 4 4 364, 431 254 2 4 .2 6 .2 7 24.3 4 1 6.22.23 1 6 4 ,1 6 5 , LUCAS 2 4 .2 5 .2 6 79 464, 483 2 4 .3 9 b 492 2 4 .4 0 -4 3 369 16.26 410, 484, 515 2 4 .4 1 .4 2 387 1.22 255 17.21 246, 247 2 4 .4 2 .4 3 259, 483 1.28 2 3 3 , 2 3 5 ,2 3 8 1 7.2 6 ,2 7 181, 353 2 4 .4 6 -4 9 313 1.28b 235 17 .2 8.29 181 24.4 7 31^ 1.42 2 3 7 ,2 3 9 1 7.2 8 -33 353 24.5 1 256 1.17 152, 176 1.4 2.48 238 1.47 1 8 .1 -8 197 236 1 8.1 8 -23 248 JO à O 1.80 2 4 0 ,2 4 1 1 8 .1 8 -3 0 198 1.1 2 9 , 3 0 , 1 0 1 , 2 6 1 , 2.11 19.35 256 458 2 .1 1 ,2 6 206 2 0 .1 8 .2 5 .2 9 2 6 2 ,2 6 3 ,2 6 4 ,2 6 5 , 256 2 .22 236 20 .3 0 364 2 .49 298 20.3 8 2 6 2 ,4 3 5 2.52 2 4 0 ,2 4 1 21.2 5 364 543 3 0 2 ,3 1 1 ,3 1 4 ,4 2 9 , 4 3 5 ,4 6 4 1.3 1 1 9 , 2 6 4 ,4 2 2 , 4 3 5 , 468, 505 R E S P O S T A À S S EI TA S 1 .12 2 7 0 ,3 5 4 , 383 5.43 2 7 5 ,2 7 6 10.9 1 .1 2 ,1 3 5.44 10.14 228 274 156 220, 277, 327 1 .14 253, 264, 265, 6 390 10.15 2 2 8 , 2 6 4 , 2 9 0 266, 311, 464 1 .18 56, 71, 130, 296 6.11 280 10.16 103, 288, 508 6.14 67 10.18 257, 512 1 .2 1 -2 3 6.27 222 1.23 152 6 .2 8 ,2 9 128 1 0 .2 5 ,2 9 ,3 6 ,3 8 249 6.35 1.41 206 6 .3 5,48 ,5 1 1.50 32 6.48 220 2 7 6 , 2 8 8 ,2 8 9 ,2 9 0 , 6.53 277 2 9 1 , 2 9 6 ,3 0 2 ,3 1 1 , 267 2 .1 9 -2 2 387 6.5 3 b 2 .20 365 6.63 2.25 412 7.5 10.27 290 197 1 .26 272 2 .1 -1 1 280 1 0 .2 6 -2 9 285 507 10.30 105, 173,262, 314, 374 281 279 1 0.32,33 10.34 379 286 1 0 7 ,2 9 0 3.2 297 7 .1 0 160 10.35 187, 441 3.3 268, 2 6 9 , 2 7 7 ,4 0 6 7.12 417 10.39 380 3 .3 ,6 ,7 4 1 2 ,4 2 3 7.17 264 3 .3 ,7 272 3.5 2 6 9 , 2 7 0 , 2 7 1 , 2 7 2 7.29 2 2 8 ,2 9 0 7.40 3 .1 6 2 0 2 ,2 7 2 7.53 3 .1 6 -1 8 274 3 .1 6 ,1 7 2 1 4 , 2 3 1 ,2 7 3 , 3 .1 6 ,3 6 3.1 8b 320 349 321 341 3.35 2 1 4 , 2 9 0 292 132 67 11.5 294 493 11.11 8.11 493 1 1 .1 1 -1 4 294 8.12 158 1 1.2 0 ,2 9 293 8 .1 2 ,2 4 ,2 8 290 3 .1 6 ,1 8 ,3 6 3 .19 11 .1 -33 11.4 285 88, 228 11.24 97, 115 8.28 67 11.25 8.44 78 1 1 .2 5 -2 7 177, 206 11 .41 ,4 2 2 1 4 ,2 9 0 8 .5 4 -5 6 273 285 8.55 2 2 8 ,2 9 0 11.43 452 8.58 101, 1 05,173, 11.49 385 3 .36 2 4 9 , 3 4 5 , 4 8 4 262,263, 284,285, 1 1 .4 9-5 2 4.6 3 0 2 ,3 1 4 ,4 2 9 , 435, 12.41 464 12.44 297 4 .19 220 67 4.23 2 6 4 ,2 7 3 8 .59 4 .24 3 2 , 3 4 , 4 4 , 1 3 0 , 9.1 464, 465 380 12.49 67 ,7 1 13.35 286 9 .1 -7 294 263 307, 308 14.6 32, 310, 327, 33') 188 4 .26 285 9.2 176, 287 14 .6-1 1 2 7 6 , 2 9 5 , 2 % 4 .34 264 9.3 94, 132,224, 475 1 4 .8 ,9 297 5.13 9 .17 67 14.9 296, 464 9 .38 14.16 214, 2 9 8 ,2 9 9 , 249 5.24 2 4 9 , 2 7 5 ,3 4 5 , 349, 484 5.2 8 ,2 9 96, 98, 115, 122, 2 7 4 , 2 7 5 ,3 8 7 5.30 380 465 10 2 8 8 ,2 9 2 10.1 306, 396 327 1 0 .1 ,9 -1 1 1 0 .7 ,1 1 ,1 4 1 4 .1 6 ,1 7 ,2 6 310 285 544 1 4 .1 6 ,2 6 305 316 14.17 2 2 6 ,3 0 0 Í N D I C E DAS P AS SA GEN S DAS ESC RI TU RA S 14.18 300 2 0 .6 -8 14.26 2 8 , 2 9 9 ,3 1 9 , 2 0 .1 1 -1 5 4 4 1 ,4 4 6 , 4 4 5 ,4 9 4 255 2 305, 322, 3 /S , -II l 2.1 53, 324 230 2.1-4 313, 331 14.28 2 8 9 ,3 0 1 2 0 .1 5 ,1 6 259 2 . 1 -5 196 15.1 2 0 .17 310 2 . 1-8 188 15.7 2 2 4 ,3 0 6 2 0 .19 2 5 3 ,3 1 1 2 .4 28, 318 15.8 2 0 .1 9 ,2 6 331 2 .5 -1 3 20.21 313 2 .1 6 ,1 7 449 20.2 2 313 2 .3 0 .3 1 11 4 ,1 6 5 ,4 9 2 278 302 15.12 2 0 0 ,3 0 3 ,3 0 4 , 323, 357 20.1 5 254 15.22 440 20 .2 2 .2 3 15.26 28, 214, 226, 20.23 319, 396,495 16.7 396 16.13 20 .2 4 .2 5 20.25 1 6.12.13 305 2 2 6 ,2 9 9 , 368, 4 4 1 ,4 4 2 ,4 4 6 16 .13 ,1 4 214, 3 1 6 , 3 9 6 311,3 13 313 20.2 6 254 379 53 369, 387 20.2 8 64, 156, 262, 265, 274, 281, 302, 3 1 3 ,3 7 1 , 402, 429, 435, 464 20.3 0 17.3 20.3 1 2 4 9 ,3 1 4 , 320, 156 17.5 298 17.12 425, 4 3 8 ,4 8 9 , 490 17.17 442 17 .20 .2 1 307 17 .21 .2 2 289 1 7.25 228 431 319 222 2.42 375, 4 1 3 ,4 4 5 2 .4 4 200, 2 0 4 ,3 2 2 , 323 255 323,450 498 3 375, 413 337 3 .7 ,8 a 253 21 .6-11 228 3 .2 0.2 1 2 1.1 2 .1 3 259, 483 3.21 2 1 .1 5 -1 9 314 3.25 325 3 2 4 ,3 2 5 325 2 1.2 2 ,2 3 446 4 375, 413 21.25 4 3 1 , 4 4 6 4.12 3 2 6 ,3 2 7 , 339 26.13 4.33 483 445 4 .34 ,3 5 273 ATOS 1 9 .2 3 ,2 4 255 1 9.26 309 1 9 .2 6 .2 7 2.41 3.7 1 8.20 353 19.7 213, 2 3 1 ,2 7 1 , 2.46 446 2 1 .4 308 1.3 257, 380 5 .1 -1 1 188, 337 1.4 259 S.3Í 28, 319, 495 1.5 299, 3 0 5 , 3 1 3 , 4 0 9 5 .3 .4 6 4 , 1 5 6 , 4 0 2 , 4 2 9 1 .6 -8 1 9.27 1.8 196 5. 42 1.9 256 6.5 1 9.30 5 8 , 3 6 3 ,4 0 5 , 3 2 7 ,4 5 0 5 376, 413 19.26b, 27a 308 309 509 5.4 371 498 312 6.6 188 4 1 2 ,4 2 5 ,4 5 2 , 455, 1 .9 -1 1 480, 514 1.11 205, 508 7. 26 256 2 0 .1 ,1 4 ,1 5 255 1.22 1 8 7 , 3 3 6 ,4 1 3 , 4 4 5 7. 59 2 0 .5 -7 1.26 375, 413 8 376, 413 387 392 3 1 2 , 3 1 3 ,3 1 9 , 3 2 1 , 2 .4 4 ,4 5 17 7 1 , 3 0 7 17.4 3 6 3 , 4 2 5 , 4 5 2 , 4 5 5 2 .3 8 2 .4 1 -4 7 16.24 16.32 298 2.31 9 8 ,2 5 9 ,3 8 7 , 2 .3 1 ,3 2 98 360 20.2 7 2 5 4 , 2 5 9 ,2 8 2 , 16.1 4 299, 306 306, 307 324 317, 504 545 246, 434 R E S P O S T A À S SEI TAS 8 .1 -1 2 8 .5 ,6 312 188 8.1 4 186 1 5.25a 328 1.18 1 5 .2 8 .2 9 1 .1 8 -2 0 16.16 329 512 8 .18 312 1 6 .1 6 -1 8 8.29 16.17 28, 319, 495 350 154, 340 1 .1 9 .2 0 3 3 9 ,3 4 0 188 78 1 .20 339, 350 1.22.23 33 69 8.39 254 16.18 337 1 .2 2 -2 7 8.40 254 16.31 231, 438 1.25 1 6 .3 1-3 3 1.26 61, 134, 3 4 1 ,3 4 2 9 . 1 -8 9 .4 252 425 9 .1 8 360 17.2 226 9 .3 6 -4 2 376, 413 1 7 .10 -1 2 9,2 2 ,2 6 378 17.11 10 187, 2 3 1 ,3 4 1 ,3 7 6 , 413 1 0 .9 -1 6 10.15 360 17 .1-3 5 3 , 3 3 0 ,5 1 1 251 61 51, 82, 88, 334 1.2 6 .2 7 62, 6 8 ,3 6 7 , 368 472 111, 151, 195 1 7.17 481 1.27 342 2 344 2 .6 343 1 7 .1 7 ,3 4 427 2 .6 .7 248, 3 4 3 ,3 4 4 1 7 .2 2 -3 4 330 2 .6 -8 1 7.24 332 2 .7 275 3 4 5 ,4 3 4 10.35 341 17.26 333, 460 2.12 3 5 0 ,3 4 0 10.41 483 17.28 3 3 1 , 3 8 5 , 4 2 7 , 2 .1 2 -1 5 61,340 10 .4 4 -4 6 1 8 8 ,3 1 3 469 2.1 4 ,1 5 a 10.45 231 1 7.2 8 .2 9 10.47 3 2 0 ,4 0 9 17.29 12.12 17.30 498 12.2 2,2 3 13.4 355 319, 495 332 460 438 3 .2 0 .2 8 17.31 3 2 ,2 5 7 19.12 3 3 3 ,3 3 4 3 .2 7 .2 8 257 20.7 52, 1 6 1 , 3 3 1 ,5 1 2 3 .28 1 3 .33 ,3 4 101 2 0 .7 -1 1 337 13.35 392 20 .2 8 13-28 186, 187 2 0 .2 9 ,3 0 315 404 355 20.31 14.1 4.1 5 376, 414 20.35 375, 413 1 5.1-3 15.2 327 432 2 2 .16 347 248, 3 4 3 ,3 4 4 , 3 4 7 ,4 5 5 3 .2 9 ,3 0 14 .1 1 -1 5 413 418 3 .2 1 -2 6 2 6 9 ,3 5 0 3.23 3 1 , 3 2 , 340 13.30,3 1 15 1 6 1 , 1 6 2 ,1 8 6 , 3 2 7 , 348 3 .1 9 248, 350 360 249 4 .4 .5 4.5 1 5 2 ,3 4 3 ,3 4 4 , 383, 4 5 5 ,4 7 3 , 507 24.15 96 5 351 2 8.9 5.1 224 375 156 4 347 5.12 349 115, 238 15.2,3 328 ROMANOS 5 .16 349 15.5 1 249 5 .17 1.4 257, 391, 483 5 .1 8 .1 9 1.5 335 6 .3 ,4 360 1.7 338, 339, 360 6 .3 -5 347 1 5 .6 -2 9 15.12 327 328 15 .1 3 -2 1 328 349 349 384 15.20 3 0 4 ,3 2 8 1.2 350 6 .14 15.22 186 1.16 189, 312, 320 6.23 2 4 9 ,3 4 5 , 349, 15.24 404 1.17 350 546 350 53, 162, 330 Í N D I C E DAS P A S S A G E NS DAS E SC RIT URA S 7 .18 279 16.20 39 8 354, 355 16.27 156 8.1 164, 364, 514 160 8 .2 -4 8.3 464 1 C O R ÍN T IO S 1 360 8 .7 351 1.2 361 8 .14 28, 495 1.3 359, 360 8.15 264, 298 1.7 356 8 .16 354, 355 1.17 2 3 1 , 3 6 0 8 .17 1 1 2 ,3 5 4 8 .1 9 ,2 3 ,2 5 8 .1 9 -2 1 356 356 8 .20 356 28, 319, 495 8 .2 6 .2 7 320 1.24 118, 297 214 83, 84, 200, 304, 3 2 3 ,3 5 7 7.8 62 7.10 3 6 6 ,3 7 5 , 413 7.1 2 443 7.25 366 8.4 155, 1 5 6 ,3 6 9 8 .4 ,6 332 8.5 370 8.6 371 9.1 187, 2 5 6 , 3 3 6 ,3 7 5 , 2.1 28 413, 445 2.10 64, 402, 430 8.21 3 2 3 ,3 5 5 8 .26 1.17a 7.2 2.1 0 .1 1 494 2.11 318 2.1 1 -1 3 444 9.17 362 10.3 390 10.4 389, 391 1 0.14 372 8.2 6b 453 2.12 8 .2 7 28, 220, 453 2.13 3 6 7 , 3 7 5 , 413 1 0 .19.20 2 .1 3 .1 4 10.20 8 .3 6 -3 9 197 9 350 2 .14 9.3 2.15 58, 350 9 .22 350 3.3 226 279 390 32 10.4 331 3 .1 1 -1 5 10.9 3 .14 170, 371, 417 10.13 357 1 1 .1 -1 0 1 1.6 350 152 390 199 199, 362 5 1 6 2 ,3 8 3 11.33 64, 3 7 8 ,4 0 2 , 5.1 13.7 357 5.3 443 5.7 160 5.11 494 426 12.26 12.28 375 13.12 366 56 14.33 3 7 6 ,3 7 7 366 14.37 367 6.1 0 134 15 6.11 361 1 5 .1 -4 14.9 482 6 .9 b 14.12 152, 514 15.6 127 12.11 28, 220, 319, 12.13 331, 409 6 .9 6 2 , 3 6 6 45 374 12 303 5.9 3 6 4 ,3 6 5 461 374 11.3 372 1 1.29 197 461 454 11.2 284 372, 399 13 .2 -5 11.1 11.25 355 399 13.1 330 3 .2 1 -2 3 4.16 303 45, 303 10.32 11.11 4.11 430 10.31 3.15 3 6 0 ,3 6 1 1 1 .1 1 -2 6 2 0 8 , 5 0 9 12.1 369 108, 369 251, 337 168, 189, 312 15.19 64, 402, 430 6.13 3 6 8 ,3 6 9 15.2 231 1 6 .1 -1 6 6 .1 3 .1 8 15.3 362, 404 432 6 .16 16.15 498 16 .17 .1 8 111 6 .18 304 305 357 547 1 5 .4 -8 445 1 5.5 .6 260 R E S P O S T A À S SEI T A S 15.5 -8 18 7 ,2 5 1 , 252, 3.17 395 255, 2 5 7 ,3 1 1 ,3 3 6 , 3.1 7 ,1 8 3 7 8 ,3 7 9 ,4 8 3 3 .3 -6 15.6 257, 259, 379 GÁLATAS 376, 414 396 1 .6 -8 3 .7 .1 1 .1 3 53 1 5.7 379 3 .7 .1 3 .1 4 161 1 5 .7.8 3 .7 -1 0 15.8 337, 375, 413 1.1 336 330 403 1 .6 -9 472 1.8 151, 4 0 3 , 4 0 4 ,4 4 4 1 .11.1 2 327, 444 256 3 -5 15.9 239 15.20 410, 411 4.16 132 444 4.17 356 1 .1 5,1 6 15 .20.21 115 5 .1 -4 346 5 .6 -8 3 5 , 2 4 6 1.17 336, 444 1 .18.1 9 328 5.8 88, 89, 113, 122, 2.2 1 5.2 0 -23 15.21 483 15.22 96 15.23 3 8 0 ,3 8 1 1 5 .2 4 -2 8 1 5 .2 5 -2 8 381 1 12,381 312 1.12 388 1 2 3 ,1 2 4 ,2 0 3 ,2 5 0 , 294, 346, 434 5 .8 -1 0 5 .10 140 199, 363, 514 1 8 5 ,3 3 6 , 367, 404 185 2 . 5 -9 2.8 336 185 2.9 186, 187 2 .1 1.1 3 315 15.29 1 5 2 ,3 8 2 ,3 8 3 5 .14 15.33 385, 469 5.17 2 . 1 1 -2 1 315 15.37 2 5 4 ,3 8 6 5 .19 396 2 .1 4 -1 6 328 1 5.3 7 ,3 8 5.21 3 161, 347 387 1 5 .4 0 -4 2 3 8 7 ,3 8 8 1 5.42.53 115 1 5 .4 2 -4 4 95, 132 15.44 256, 388, 391 15.45 390 1 5 .4 5 -4 9 424 15.5 0 3 9 1 ,3 9 3 1 5 .5 0 -5 8 389 15.51 88, 387 15 .51 ,5 2 346 1 5.5 1 -55 132 15.53 96, 345, 346, 386, 387 16.2 52, 161, 3 3 1 ,5 1 2 16.16 373 16.19 498 216, 344 270, 271 293, 361, 363, 397, 6.2 412, 426 ,4 8 0 203, 269, 484 2 .1 1 -1 4 186, 187, 195 3 .1 .2 404 3 .2 0 156 7 .6 204 3 .2 4 249 8.9 399 3 .2 4 ,2 5 1 0.10 3 .2 8 160, 374, 460 11.14 78 3.29 113 12.11 4 .4 67 365, 366 185, 328 1 2.12 188, 3 2 8 ,3 3 4 , 4 .5 .6 354 336,337, 367,376, 4.6 413 ,4 4 5 4 .8 ,3 1 12.1 -5 12.15 12.2 252 400 400 1 2 .2 -4 410 12.7 92 1 2 .7 -1 0 476 264, 298 330 4.13 92 4 .1 3 -1 5 132 4 .2 8 -3 1 113 5.5 356 5 .6 162 5.17 279 2 C O R ÍN T IO S 1 2 .7 -9 132 5 .1 9 1.3 .4 127 2 . 6 - 8 162 1 2.8.9 224 5 .22,2 3 2 .1 5 .1 6 3 .4 3 .1 4 .191 162 189 13.13 3 0 ,6 4 ,1 5 6 , 3 0 0 , 53 304 1 7 0 ,3 0 3 6 406 3 7 1 ,4 0 1 ,4 0 2 ,4 3 0 , 6.1 477 493 6.2 4 0 4 ,4 7 7 1 3.4a 482 548 6 .7,8 405 ín d ic e 6 .8 .9 364 6.15 162 das passagens 4 .1 1 -1 6 4 .2 4 das e s c r itu r a s 325 31 1 .1 5 -1 7 4 .3 0 2 8 , 2 2 0 , 3 1 9 , 4 9 4 EFÉSIOS 5.26 272 1.1 5.31 305 431 1.3 1 1 2 ,3 5 5 5 .3 1 ,3 2 1 .3 -1 0 424 6.1 1 .1 5 .1 6 34, 262, • 1.16 3 7 6 ,4 1 3 ,4 2 2 , 46f., 468, 505 84, 85 373 1 .1 6 .1 7 1.17 1.4 408 6.3 161 1.5 354 6.5 460 1.6 235 6 .1 0 -1 8 421 119, 200, 263, 421, 422 273, 332 1.18 9 2 , 4 2 3 1 .1 9 .2 0 4 2 3 , 4 2 4 513 1.7 480 1.20 423 1.24 425 1.10 325, 407 F IL IP E N S E S 1.2 4b 425 1.17 28 1 .16 1.26 1.22,2 3 2.1 279 438 2.4 .5 481 2 427 1.23 2.3 88, 8 9 , 1 2 3 ,1 4 0 , 250, 294, 346, 434 32 180 1 .2 1 -2 3 35, 246 426 2 .8 .9 65 2.5 269 1.29 2.8 275, 340 2 .3 ,4 418 2 .9 2 .6 - 8 2 .9 2 6 5 , 3 7 6 ,4 1 3 , 2 .8 .9 152, 2 7 1 ,2 7 5 , 426 118 2 .8 173, 311, 429 3 4 3 ,3 4 4 , 347, 383, 2 .7 415 4 1 8 ,4 5 5 ,4 7 3 ,5 0 7 2 .9 -1 1 2.9 348 424 2 .1 0 108, 408, 411, 2 .1 0 344 416 2 .1 8 453 2 .1 0 ,1 1 2 .1 9 103, 244, 508 2 .1 2 205, 3 4 4 , 4 1 7 2 .2 0 185, 2 9 5 ,3 3 6 , 3 7 5 , 4 1 2 ,4 4 5 127, 3 5 8 , 4 1 6 262 428, 429, 4 3 0 ,4 3 5 2.1 2 360 2.13 269 2.15 485, 513 2.1 6 430 2 .1 6 .1 7 1 6 1 ,330,512. 2 .13 344 2 .1 6 -2 3 2 .25 132, 2 2 4 , 4 1 8 2 .1 7 65 53, 162 2 .2 5 .2 6 224 2 .1 8 239 3.5 295 2 .2 5 -2 7 131 3.1 103, 244, 508 3.9 30 3 .1 -3 418 3.2 226 3 .1 9 318 3 .4 -6 332 3 .1 0 31, 481 3.2 1 3 .1 8 ,1 9 3 .3 .5 180 325 4 303 4.3-6 418 3 .20 103, 2 4 4 ,3 5 6 , 408 508 3 .17 322 3 .1 8 -2 0 3 .22 460 498 373 4.4 409 3.21 2 5 6 ,3 8 7 4.15 4.5 409 4.8 4 .1 6 4 3 0 ,4 3 1 4 .6 156 4 .1 1 .1 2 399 4 .8 485 4 .1 2 .1 3 223 120, 481 4 .1 0 318 1 T E SSA LO N IC EN SES 4 .9 409, 423, 480 COLOSSENSES 1.9 4.11 3 0 3 , 4 1 2 1.13 4.13 8 8 , 2 9 4 , 4 3 3 4 . 1 1 ,1 2 1.15 315 270 130,421 549 156 4 .1 3 -1 7 3 5 , 2 4 6 R E S P O S T A À S SEI TAS 4 .1 3 -1 8 452, 511 4 .1 0 168 F IL E M O M 4.16 435 4.16 111 16 459 5.21 111, 1 9 5 ,4 7 2 5.1.2 222 2 498 5.23 92, 131 2 TESSA LO N IC EN SES 1.7 435 1 .7 -9 408, 516 6.9 222 HEBREUS 6.10 222, 450 1.1.2 6.17 450 1.2 6.1 7 .1 8 4 4 9 ,4 5 0 1 .8 .9 364 1.9 102, 1 0 8 ,2 1 0 ,4 2 5 , 437, 439, 490 1.12 297 2 .9 48, 512, 513 2 .9 .1 0 78 1.6 188 1.10 1 .1 3 .1 4 111 1.18 5 8 ,3 3 2 , 363, 4 0 5,412, 452, 4 6 3 ,5 1 4 127, 205 4 4 8 ,4 5 1 2.15 3 7 4 , 4 4 0 2.2 3.6 440 3 .1 -5 1 T IM Ó T E O 3 .1 6 151 454 1 .3.4 3.1 6 ,1 7 1.6 274, 422, 4 3 5 ,4 6 4 , 465 1.8 105, 1 5 6 ,2 6 2 ,2 6 3 , 26 5 ,3 7 1 222 3 .1 5 -1 7 111 1.2.3 2 9 7 , 3 1 0 1.3 2 T IM Ó T E O 449 2 7 3 , 4 2 5 ,5 0 5 446 2 .3 ,4 328, 3 3 4 ,3 3 7 , 445 2 .7 111, 4 3 1 ,4 4 1 , 1.10 62,368 1.15 239 4.6 454 2 .1 4 -1 6 1.17 156 4.8 2 .1 7 311 195 4 .1 4 3.1 1 0 3 , 2 4 4 ,5 0 8 1.20 2.1 447 2 .1 .2 447 2 .1 -4 310 442, 443 107, 108 2 .9 362 363 195 4.20 131, 224 2 .1 4 .1 5 5 8 , 5 1 3 4.13 64 4.15 T IT O 448 31, 293, 397 5 .1 3 ,1 4 217 2.2 461 1.2 2 .4 325 1.9 1 1 1 ,4 2 7 , 481 7 1 6 1 ,4 5 3 1.12 7.3 2.5 71, 106, 156,309, 3 1 0 , 3 2 7 ,3 7 6 , 4 1 4 2 .5 -6 448 3 .2 .1 2 84 145 6.18 385, 427, 469 111 2.1 2 .1 1 .1 2 7 .3 b 344 2.13 20 5 ,2 6 2 , 265, 466 466 7 .1 1 ,1 8 ,1 9 190 7.12 53, 1 8 9 ,1 9 0 ,2 9 5 , 3 .15 195 3.1 6 464 3 347 7 .1 7 -2 8 190 4.1 138, 159, 452 3.1 373, 461 7 .2 3 .2 4 40 3.5 2 7 0 , 3 2 0 ,3 4 3 , 3 4 4 , 7 .2 4 4 .1 .2 448 4 .1 -3 449 4 .1 -5 138 4.3 4 .3 .4 4 .4 65 65 305, 370 37 1 ,4 2 9 , 4 5 7 ,4 5 8 145 473 3 3 1 ,5 1 2 41 7 .2 6 41 3 .5 .6 271, 455 7.8 3 .5 -7 383 7— 10 67, 160 3.5a 3 .7 474, 507 113 9 .1 1 -2 8 9.15 550 191 71 448 Í N D IC E DAS PASSAGENS DAS ESCRITURAS 9 .27 79, 94, 1 20,176, 202, 287, 4 0 6 ,4 7 5 , 1.3 4 8 4 ,5 1 5 9 .28 356 1.11 485 1 JO ÃO 1.13 226 1.1 282 1 0 .1 1 .1 2 .1 4 190 1 0.12 1 9 1 ,3 1 0 1 0.14 166, 363, 425, 452, 4 5 5 ,5 1 4 1 0 .1 4 .1 5 1 6 4 , 4 0 5 ,4 1 2 10.29 211, 440 11.1 466, 467 11.3 467, 468 1.1 8 .1 9 479 1.5 32 1 .19 1.7 158 11.5 1 1.6 176, 410, 434 341 11.35 468 1 2.22 103, 244, 508 1.5 3 .1 5 .1 6 483 442 64, 402, 430 293, 3 9 8 , 4 8 0 1.23 271, 272 1.8 166 2 .2 217, 278 2.1 2 .7 185 2 .1 .2 2 .9 191 2.20 111 2.13 127, 214, 301 452, 454 2 .29 271 461 2 .1 3 ,1 4 461 2.21 426 3.9 2 .2 2 -2 4 3. 22 306 361 271 3 .1 6 297 3.15 4 8 0 , 4 8 2 3 .4 32 12.23 250, 434 13.4 305 13.5 222 13.7 373 3 .1 5 b 4 .1 .2 1 3.8 398 1 3.17 373 3.1 9 427 3.1 8 3 6 1 ,3 9 7 , 426, 4 8 2 ,4 8 3 , 485 3 .1 8 .1 9 487 4 1 0 ,4 1 1 , 483, 484, 486 65 4. 18 217 4.1a 65 4.2 253, 259, 392, 464 4 .4 513 4 .2 259, 380 3 .2 0 485 4 .2 ,3 491 T IA G O 1.5 471, 472 3.21 482 5.1 1 .2 6 ,2 7 427 2.5 113 4.13 205 5.7 492 5.1 316, 328 5.14 225 2 .1 7 .1 8 275 2 .1 8 473 2 .1 9 106, 156, 417 2 .21 2 7 5 ,4 7 2 5 .1 .2 2 .2 1 -2 6 417 3 .6 474 3 .9 438 3 .1 7 226 4.3 224, 307 5 .1 4 .1 5 476 5 .15 4 7 5 ,4 7 6 5 .1 6 94, 476 4 .6 4 8 4 , 4 8 5 , 4 8 6 , 4 8 7 270 5 .6 -8 4 9 3 , 5 9 4 5 .1 4,1 5 307 5.2.3 374 5.4 192 5 .20,2 1 156 5.5 2 JO ÃO 186, 315 373 3 127 2 PEDRO 7 259, 392, 464 1.4 467 10 1.10 .1 1 1.21 497 103, 244, 508 28, 319, 495 3 JO à O 2 .4 165, 4 8 5 , 4 8 6 2 501, 502 2.5 485 9 195 3 .3 ,4 449 1 PEDRO 1.1 186, 191, 316, 328 1.2 3 0 ,6 4 , 156, 371, 402, 429 3.7 438, 4 8 9 , 4 9 0 JUD AS 3 .7 -1 3 357 3 .9 2 2 9 , 3 2 5 ,3 5 0 , 3 8 3 , 3 1 5 0 , 1 5 7 ,1 9 5 , 3 7 6 , 3 9 7 ,4 1 2 551 4 1 3 ,4 8 2 4.7 65 R E S P O S T A À S S EI TA S 7 62, 1 3 9 ,3 6 8 6 .9 .1 0 35, 193, 246 19.8 513 9 6.9 -1 1 19.10 65 42, 4 3 5 ,4 6 9 9,14 385 7.2 14.15 7 .2 -4 469 140 1 9 .1 1 -1 6 507 17 337 7 .4 2 4 4 ,2 7 1 , 508 25 7.9 156 19— 20 507 APO CALIPSE 7 17 507 1.1 1 0 .2 .8 .9 514 417,434,439,514,515 19.2 0— 20.15 507 7.14 105 19.20 104, 210, 294, 507 509 20.3 173 2 0 .4 -6 96, 122 1.5 4 5 3 ,4 8 0 10.9b, 10 278 2 0.5 1.7 2 6 3 ,3 1 8 , 5 0 3 ,5 0 4 10.10 2 0 .1 0 1.8 504 11.2 510 483 104, 210, 439, 515 207 11.2.3 510 2 0 .1 0 ,1 4 ,1 5 1.10 331, 512 1 2 .1 -6 510 2 0 .1 0 -1 5 1.15 12.5 510 12.6 510 1.9 -2 0 138 263 1 .1 7 .1 8 1.18 257 102, 512 1 .20 514 12.9 364, 397, 440, 484 2 0 .1 2 -1 5 2 0 .1 4 507 3 .1 4 505 13.8 4 1 1 ,5 0 7 20.1 5 4 .6 13 .1 3 .1 4 21.1 138 513 417, 515 357 2 1 .4 -6 505 13.15 4.11 14 341 14 .1 -3 508 2 1 .14 336 5.6 5 0 7 ,5 1 6 14.4 2 2 .4 5 .6 -1 4 1 4 .9 -1 2 5.1 510 506 5.8 507 5 .8 -1 0 15.3 507 512 507 511 507 16.14 48, 78, 512 2 1.8 305 56 2 2 .8 ,9 42, 239 2 2.12 199, 2 1 1 ,4 4 0 , 514 2 2 .1 2 ,1 3 5 .1 1 -1 4 2 7 4 ,4 6 5 5 .12 507 17.9 .1 5 17,18 460 2 2 .1 8 516 6.9 8 8 , 1 2 3 , 1 2 4 , 2 5 0 , 18.13 460 2 2 .1 8 ,1 9 19.6 31 2 2.20 434 514 552 351 172, 202 4.10 465 34, 193 165 424 2 0 .1 1 -1 5 2 1 1 ,3 4 4 , 512 12.11 89 67 505 444 19 3 ,5 0 5 ÍN D I C E DE T Ó P IC O S A d o r a ç ã o d e Jesus A m o r agape Hebreus 1.6 274, 422,435,464,465 João 15.12 200, 303, 304,323,357 A d o r a ç ã o d e q u er u b in s A m o r d e D e u s versus B u d a , Êxodo 25.18 56 K rish na , N o v a Era Mateus 22.37-39 201 A d o r a ç ã o e id o la tria Êxodo 20.4,5 51,82,239,334 A n iq u ila ç ã o d o s p e r v e r so s Salmos 37.9,34 101 A d o r a ç ã o e im a g e n s Êxodo 25.18 56 A n iq u i l a c i o n i s m o Salmos 37.20 104, 108 Salmos 99.10 108 A l c a n c e d e a lm a s e o s sinais n e c e s s á r io s Marcos 14.21 228 João 15.8 302 2 Tessalonicenses 1.9 102,108, A lm a e consciên cia 1 Tessalonicenses 4.13 88, 294, 433 A l m a e o s o n o da a lm a 210, 425,437,439,490 2 Pedro 3.7 438, 489,490 A n iv e r sá r io s 1 Tessalonicenses 4.13 88,294,433 Gênesis 40.20-22 44, 45, 182 Mateus 14.6-10 182 A l m a , A e x is tê n c ia a p ó s a m o r t e Lucas 16.22-28 89, 210, 244 A n jo s, O A rca n jo M ig u e l 1 Tessalonicenses 4.16 435 A l m a , A im o r t a l i d a d e da Gênesis 2.7 34, 35, 36, 333, 391 A n jo s, O s anjos b o n s Eclesiastes 3.19 121, 123 Eclesiastes 9.5 107, 113, 123,124 Salmos 97.7 108 A n jo s A l m a , A n a tu re z a da Gênesis 1.26 29, 30, 106, 248, .’ /0 Ezequiel 18.4 139, 140 Mateus 22.30 200, 323,485 553 R E S P O S T A À S S EI T A S 1 Pedro 3.19 4 1 0 , 4 1 1 , 4 8 3 , A s t r o lo g ia c o n d e n a d a Mateus 2.2 153 484, 486 A p a r i ç õ e s versus v isõ e s Lucas 24.23 250, 251,255 A u t o r id a d e (a p o stó lic a ) 2 Tessalonicenses 2.15 374, 440 A p o s t ó l ic a , S u ce ssã o — (veja catolicismo romano) A u t o r id a d e das Escrituras A p ó s t o l o s e as revelações 2 Tessalonicenses 2.15 374,440 A u t o r i t a r is m o versus su b m issã o 1 Coríntios 11.1 454 A p ó s t o l o s e e n sin a m e n t o s b íb lic o s A u t o r i t a r is m o 2 T im óteo 2.2 454 Efésios 4.11 303, 412 2 Tessalonicenses 2.15 374, 440 B a tism o Atos 2.38 213, 231,271, 312,313, 319.321.360 A p ó s t o l o s , A u t e n t ic a ç ã o dos Efésios 4.11 303,412 A p ó s t o l o s , A u t o r id a d e do s 2 Tessalonicenses 2.15 374,440 Mateus 16.16-18 183 A p ó s t o l o s , D o n s do s Mateus 16.16-18 183 B a t i s m o de Jesus Mateus 3.16,17 154 B a t i s m o d o s viv o s Malaquias 4.5,6 151 B a t i s m o e a salvação A p ó s t o l o s , E n s in o s dos 2 Tessalonicenses 2.15 374, 440 Marcos 16.16 230, 231,321 João 3.5 269,270,271, 272 A p ó s t o l o s , M ilagres d o s Mateus 16.16-18 183 Atos 2.38 2 1 3 ,2 3 1 ,2 7 1 ,3 1 2 ,3 1 3 , 319.321.360 1 Coríntios 1.17 231, 360 A p ó s t o l o s , Q u a lific a ç õ e s dos Rom anos 1.5 335 A p ó s t o l o s , Sinais d e v erd a de dos Mateus 16.16-18 183 B a t i s m o e o t r iu n ita r ism o Atos 2.38 213, 231,271,312,313, 319.321.360 B a t i s m o para o s m o r t o s Malaquias 4.5,6 151 1 Coríntios 15.29 152, 382, 383 A p óstolos 1 Coríntios 12.28 375 A rca d o c o n c e r t o c o m o u m sím b olo 2 Samuel 6.7 81 A rca d o c o n c e r t o e im a g e n s Êxodo 25.18 56 A rrep en dim en to e ju lg a m en to Jonas 3.4-10 145 Jonas 4.1,2 145 B la sfê m ia co n tra o E sp írito Sa n to Mateus 12.32 177, 178 B e ijo c o m o sa u d aç ão cultural 1 Samuel 18.1-4 75 B e m - e s ta r e r iq u e z a s , A m o r p o r 1 T im óteo 6.17,18 449,450 B e re ia n o s Tiago 1.5 471, 472 554 Í N D I C E DE T Ó P I C O S B íblia e a A p ó c r if a C o n c e r t o c o m A b ra ã o Hebreus 11.35 468 Josué 1.8 73 B íb lia e a S o la Scriptura C o n c i l io de N i c é i a so b re a 2 Tessalonicenses 2.15 374,440 T r in d a d e Mateus 28.19 64,155,156, 21', B íb lia e as rev ela çõ es 2 Tessalonicenses 2.15 374,440 213,214,215,216,300, 301, 3.’ I. 339, B íb lia e f o n t e s n ã o cristãs C o n c ilio de T ren to 1 Coríntios 15.33 385, 469 Êxodo 13.19 50, 51 B íb lia e os livros “ p e r d id o s ” 1 Coríntios 5.9 364, 365 C o r p o m o r t a l versus i m o r t a l Jó 1.20,21 94 Colossenses 2.16 430 C o r p o r essu scitad o B íb lia , C a n o n 1 Coríntios 15.37 254, 386 Hebreus 11.35 468 1 Coríntios 15.44 256, 388, 391 B íb lic a — in te rp re ta çã o Rom anos 8.7 351 B la sfê m ia d e h u m a n o s q u e d e se ja m alcan çar a d ivin d ad e Salmos 46.10 105 C alv in o , J o ã o Mateus 16.16-18 183 Am ós 8.14 96, 97, 144 C o r p o , A n a tu re z a d o ressuscitado Jó 19.26 96, 97 C o r p o , O seu r e t o r n o a o p ó Jó 1.20,21 94 / / C rentes u n g id o s Salmos 105.15 110 C é u e os sa n to s d o A n t ig o T estam ento Efésios 4.9 409, 423, 480 C rentes g e n tio s e Jud eu s João 10.16 103, 288, 508 C é u , O se io d e A b ra ão Efésios 4.9 409, 423, 480 Crentes, O d e stin o c elestial dos C é u , O terceiro 2 Coríntios 12.2 400 C r ia çã o da h u m a n id a d e C iê n c ia m é d i c a e curas Salmos 103.3 108 C iê n c ia m é d i c a 2 Crônicas 16.12 91, 109 Salmos 115.16 112 Gênesis 1.26 29, 30, 106, 248, 27n Gênesis 2.7 34, 35,36, 333, 3') I C r ia çã o da m a té ria Gênesis 2.7 34, 35,36, 333, 3>>! C r ia çã o da v ida Êxodo 7.11 47, 48 Com unhão João 6.53b 281 C r ia çã o d o s c éu s e da terra Gênesis 1.26 29, 30, 106, 248, C om u n ism o Atos 2.44,45 323, 450 Atos 4.34,35 327, 450 C rianças e esterilid ade Levítico 18.22-24 60 555 R E S P O S T A ÀS SEI TAS João 20.28 64, 156, 262,265, 274, 281,302, 313, 371, 402, 429, 435, 464 Filipenses 2.7 415 Apocalipse 1.8 504 C ristãos e a h o sp ita lid a d e aos a d e p to s de seitas 2 João 10 497 C ristãos e falsas d o u trin as 2 João 10 497 C risto c o m o m e d ia d o r João 19.26,27 308 C risto e a sua e n c a r n a ç ã o João 1.14 253, 264, 265,266,311, 464 Filipenses 2.7 415 C risto e a sua obra de e x p ia ç ã o Apocalipse 19.8 513 C r isto e a sua ressurreição 1 Pedro 3.18 361,397, 426,482, 483,485 C risto e a sua se g u n d a v in d a Mateus 2.2 153 Atos 1.9-11 317, 504 Apocalipse 1.7 263, 318, 503,504 Apocalipse 1.8 504 C r isto e o in fe r n o 1 Pedro 1.18,19 479 C risto e o seu c o r p o físico 1 Pedro 3.18 361,397, 426,482, 483, 485 C r isto e o seu c o r p o p ó s ressurreição 1 Coríntios 15.45 390 C r isto, A n a tu re z a de João 1.14 253, 264, 265,266,311, 464 João 20.17 310 Filipenses 2.7 415 1 T im óteo 2.5,6 448 Tito 2.13 205,262, 265, 371,429, 457,458 1 Pedro 3.18 361,397, 426,482, 483, 485 C risto , O s a c e r d ó c io de Gênesis 14.18 40 C r u z , O u so da Êxodo 20.4,5 51, 82, 239, 334 1 Coríntios 10.14 372 C r u z c o m o o b j e t o d e ido la tria 1 Coríntios 10.14 372 C ruz c o m o u m sím b olo Êxodo 20.4,5 51, 82, 239,334 Cura (veja também Ciências da Mente ou do Pensamento) Filipenses 2.25 132, 224, 418 Tiago 5.15 475, 476 C ura p o r D e u s Salmos 103.3 108 C ura espiritu al versus física Isaías 53.4,5 130, 164, 224 C risto e o seu s o f r i m e n t o Colossenses 1.24 425 D e m ô n i o s e m ila g r e s Apocalipse 16.14 48, 78, 512 C risto e sua m o r t e D e m ô n i o s , O p o d e r dos 1 Samuel 28.7-20 77 Mateus 5.26 162 Cristo, A d iv in d a d e de João 1.1 29,30,101,261, 262,263, 264,265, 302, 311, 314, 429, 435, 464 João 14 Desejos de D eus Mateus 2.2 153 D e u s , D e s c e n d ê n c i a de Atos 17.28,29 332 556 Í N D I C E DE T Ó P I C O S D e u s , G ló r ia de D e u s , Ver a Êxodo 24.9-11 55 Êxodo 24.9-11 D e u s , Ira c o n tr a os i n i m ig o s de D e u s , R e p r e s e n t a ç ã o versus Salmos 110.1 30, 111, 112 essê n c ia de Êxodo 24.9-11 55 D e u s , N a t u r e z a de Gênesis 1.26 29, 30, 106, 248, 270 G ên esis 3 2 .3 0 D i a d e e x p ia ç ã o Êxodo 25.18 56 4 4 ,5 8 D euteronôm io 6.4 63, 64,106, 108, 155,156,332, 402,429 Malaquias 3.6 149, 150, 398 Mateus 3.16,17 55 D if e r e n t e E v a n g e lh o e o m o rm o n ism o Gálatas 1.8 151, 403, 404, 444 154 Hebreus 1.3 58,332, 363,405,412, 452, 463, 514 D e u s , O b r a c o n s u m a d a de Êxodo 20.8-11 52, 161,331,430 D is c ip u la d o Mateus 28.19 60, 371, 396,402,4.1(1 2 Tim óteo 2.2 310 D ivind ade de h u m a n o s Mateus 5.13 156, 157 D e u s , P e r so n a lid a d e de D euteronôm io 6.4 63, 64,106, 108, 155,156,332, 402,429 D iv in d a d e e realidade Lucas 17.21 246, 247 D e u s , P ro v isã o de D iv in d a d e in te r io r Mateus 6.33 92,167,223,286 Mateus 7.24-29/ 171 Provérbios 23.7 119 D e u s , U n id a d e de João 14.18 300 D iv in d a d e , A tr ib u t o s da D euteronôm io 6.4 63, 64,106, 108, 155,156,332, 402,429 D e u s , P r o m e ss a s de Malaquias 3.16 149, 150, 398 D o u t r i n a , Falsa D e u s , A tr ib u t o s de Gênesis 1.26 29, 30, 106, 248, 270 Isaías 40.12 129 João 1.1 29,30,101,261,262,263, 264, 265,302,311,314, 429, 435, 464 Deus, Autoridade de 1 Samuel 28.7-20 77 Mateus 18.15-18 194, 195 D u a li s m o 1 T im óteo 4.1,2 448 Elias n o m o n t e da transfiguração Mateus 17.4 192, 193 E llio t Miller, na c o n c e p ç ã o i m a c u la d a de M aria Lucas 1.28 233, 235, 238 D e u s , A m o r de Mateus 5.48 165 D e u s , C o r p o físico de Êxodo 33.11 58 E n c a r n a ç ã o , D o u t r i n a da D e u s , N o m e de E p ís to la à L a o d ic éia João 6.53b 281 Mateus 3.16,17 30, 154, 155 Colossenses 4.16 430, 431 557 R E S P O S T A À S S E I TA S E scra vid ão Filem om 16 459 E x p ia ç ã o e p r o sp er id a d e fin an ceira 2 Coríntios 8.9 399 E sp írito de V erdade, o E sp írito S an to João 16.12,13 305 E x p ia ç ã o n a c r u z 1 Pedro 1.18,19 479 E sp írito Sa n to , A tr ib u to s d o Marcos 1.10 219 E x p ia ç ã o p e lo s p e c a d o s de outrem Jó 1.5 93 E sp írito S a n to , A tr ib u to s pesso ais do Gênesis 1.1,2 27 Atos 2.41 319 1 João 5.6-8 493, 594 E x p ia ç ã o v icária Êxodo 32.30-32 57 E x p ia ç ã o 2 T im óteo 4.6 454 E sp írito Sa n to , B la sfê m ia c o n tr a o Mateus 12.32 177,178 E sp írito San to , o E sp írito de Verdade João 16.12,13 305 Falta d e h o sp ita lid a d e e o p e c a d o de S o d o m a Gênesis 19.8 42, 43, 68, 138, 139 E sp írito Sa n to , In tercessão d o 2 T im óteo 1.18 448,451 Faraó c o m o e n c a r n a ç ã o d e D e u s Mateus 6.33 92, 167, 223, 286 E sp írito S a n to João 14.16 214, 298,299,306,396 Fé E sp írito s infantis e os filh os de D e u s Rom anos 8.16 354, 355 Hebreus 11.3 467, 468 F eitiçaria e m ila g r e s (veja feitiçaria ) Êxodo 7.11 47, 48 Estrelas, U s o das Mateus 2.2 153 F eitiçaria 1 Samuel 28.7-20 77 E te rn a p u n iç ã o , C o n s c iê n c ia da Mateus 25.46 203, 209, 229, 269, 516 F ilo so fia Colossenses 2.8 426 E tica e m o r a l Mateus 18.15-18 194,195 E u s é b io , A r esp e ito da T rin d a d e Mateus 28.19 60, 371, 396,402,430 E v a n g e lh o , A c o n d e n a ç ã o d o e v a n g e lh o diferente Malaquias 3.6 149, 150, 398 E x p ia ç ã o a favor d e Israel Êxodo 32.30-32 57 Falsos d eu ses versus o Verdadeiro D eus Salmos 97.7 108 F in a n ceira, P r o s p e rid a d e Josué 1.8 73 Marcos 10.30 221, 400 3 João 2 501, 502 F ru to d o e n sin o Mateus 7.20 169 F ruto, P r o d u ç ã o e o a lcan ce de alm as João 15.8 302 558 Í N D I C E DE T Ó P I C O S G erhard K ittel Gênesis 14.18 40 H u m a n a , P e r feiç ã o Mateus 5.48 165 G n o s t i c is m o Colossenses 2.8 426 1 T im óteo 4.1,2 448 1 João 5.6-8 493,594 Id e n tid a d e , M o v im e n t o s F ilem om 16 459 H e r b e r t W. A r m s t r o n g (veja a seita “A Igreja Mundial de Deus”) Id olatria e H o m o s s e x u a l i d a d e D euteronôm io 23.17 68 Id olatria 1 Coríntios 8.4 155, 156,369 H o m e m , N a tu r e z a caída do Provérbios 23.7 119 Id o la tr ia é o u s o d e u m cru cifix o Êxodo 20.4,5 51, 82, 239, 334 1 Coríntios 10.14 372 H o m o s s e x u a lid a d e , C o n d e n a ç ã o à Deuteronôm io 23.17 68 Igreja e a o r t o d o x ia o r ie n ta l Mateus 18.17 195, 196 H o m o ssex u a lid a d e de D avi e J ôn ata s — refu ta çã o 1 Samuel 18.1-4 75 Igreja, H ip o c r is ia Mateus 23.2,3 203 H om o ssex u a lid a d e, S o d o m a e a Gênesis 19.8 42, 43, 68, 138, 139 E z e q u ie l 16.49 43, 138 H o m o s s e x u a lid a d e , Leis co n trária s à Levítico 18.22-24 60 H o m o s s e x u a l i d a d e n o rein o Isaías 56.5 133 H o m o ssex u a lid a d e R om anos 1.26 61, 134, 341, 342 1 Coríntios 6.9b 366 H u m a n a , D i v in d a d e Salmos 46.10 105 Salmos 82.6 106, 291 Mateus 5.13,14 156, 157, 158 Mateus 24.23,24 205, 286 Marcos 10.30 221, 400 Lucas 17.21 246, 247 João 3.3 268, 269,277,406 João 8.58 101, 105,173,262,263, 284, 285, 302, 314, 429, 435, 464 João 10.34 107,290 Rom anos 8.17 351 Igreja, U n id a d e e Palavra da F é Mateus 18.15-18 194, 195 Igreja 1 Coríntios 12.28 375 Efésios 4.11 303,412 Igreja N e o - T e s t a m e n t á r ia e o D ia de P en tecoste Mateus 18.17 195, 196 / Igreja, A p o sta sia 1 T im óteo 4.1,2 448 Igreja, A u t o r id a d e da Igreja C a tó lica R o m a n a (veja catolicismo romano) Igrejas, h ip o c r is ia das Mateus 23.2,3 203 I m a g e n s d e anjos Êxodo 25.18 56 I m a g e n s e id olatria 1 Coríntios 8.4 155, 156, 369 I m a g e n s , C o n d e n a ç ã o de 2 Reis 13.21 87 Im agens de D eus Êxodo 25.18 56 559 R E S P O S T A À S S EI TA S Israel, O j u l g a m e n t o d e D e u s sob re Isaías 29.1-4 128 I m a g e n s d e fu n d iç ã o Êxodo 13.19 50, 51 I m a g e n s , V e n eração a Êxodo 13.19 50, 51 Êxodo 25.18 Israel, R e sta u r a ç ã o da n a ç ã o Apocalipse 7.4 244, 271, 508 56 Jeová Gênesis 3.7 I m a g e n s , P rostrar-se d ia n te de Gênesis 18.2 41, 42 Êxodo 13.19 50, 51 2 Samuel 6.7 81 36 Jesus c o m o Jeová Rom anos 10.13 357 Im o r t a lid a d e Rom anos 2.7 345, 434 Jesus c o m o m e d i a d o r Deuteronôm io 34.10 In cr é d u lo s e t o r m e n t o c o n s c ie n te 2 Reis 14.29 88, 124 Jesus c o m o o C o r d e iro Pascal Mateus 5.17,18 159,171,430 Salmos 37.20 104, 108 Jesus c o m o p r i m o g ê n it o Colossenses 1.15-17 421 In d u lg ê n c ia s (veja catolicismo romano) 2 Coríntios 12.15 400 Jesus c o m o rev ela çã o de D e u s João 2.1-11 267 João 14.8,9 297 In fa lib ilidade das Escrituras João 21.15-19 314 Jesus c o m o S u m o S a c e r d o te 2 T im óteo 1.18 448,451 In falib ilida de de P ed ro (veja catolicismo romano) João 21.15-19 314 Jesus e a Lucas Lucas Lucas In falib ilida de d o Papa (veja catolicismo romano) João 21.15-19 314 Mateus 8.12 172, 210, 229, 438, 490 Jesus e D e u s 1 Coríntios 11.3 In fe r n o e Jesus Efésios 4.9 409, 423, 480 374 Jesus e o arcanjo M ig u e l 1 Tessalonicenses 4.16 435 In fer n o , A n a tu reza do Mateus 5.29 164 2 Tessalonicenses 1.9 102,108, 210, 425,437, 439, 490 Israel, O c o n c e r t o de D e u s c o m Êxodo 24.9-11 55 ín d ia 1.80 240, 241 2.52 240,241 4.16 240, 242 J esus e a sua i d e n tific a ç ã o c o m Deus 1 Coríntios 8.6 371 I n fe r n o d e sc r ito Israel e o s d o is reinos Ezequiel 37.16,17 140 68,70,71 Jesus e o C é u Efésios 4.9 409, 423, 480 Jesus e o i n fe r n o Efésios 4.9 409, 423, 480 Jesus e o Pai João 10.30 1 05,173,262,276,288, 289, 290,291,296, 302, 311, 314, 374 560 Í N D I C E DE T Ó P I C O S João 14.6-11 276,295,296 Rom anos 1.7 Jesus, H u m a n i d a d e de Mateus 8.20 173 Mateus 20.18 173 Mateus 24.30 173, 318, 504 Marcos 13.32 226,227 338, 339, 360 Jesus e o p e c a d o 2 Coríntios 5.21 293, 361, 363, 397,412, 426, 480 Jesus e sua ig u a ld a d e c o m Jeová Isaías 9.6 126, 127, 493 Jesus e o s gurus Lucas 1.80 240, 241 Lucas 2.52 Jesus, In fância de Lucas 1.80 240, 241 Lucas 2.52 240, 241 Lucas 4.16 240, 242 240, 241 Lucas 4.16 240, 242 Jesus e os seu s d isc íp u lo s Lucas 12.32 243, 244, 508 Jesus, L in h a g e m de Mateus 22.42 202, 406 Jesus, A d o r a ç ã o a João 4.23 264,273 Jesus, M o r te de Isaías 53.9 132, 133 Hebreus 1.6 274, 422, 435,464, 465, Jesus, N a tu r e z a de Isaías 9.6 126, 127, 493 Mateus 8.20 173 Mateus 20.18 173 Mateus 24.30 173, 318, 504 João 3.16 202,272 João 10.30 105, 173,262,276,288, 289, 290, 291, 296,302, 311,314, 374 João 14.6-11 276,295,296 Jesus e sua c o m u n i c a ç ã o c o m D eus D euteronôm io 34.10 68,70,71 Jesus, sua d iv in d a d e Provérbios 8.22-31 117 Mateus 8.20 173 Mateus 19.16-30 198, 221 Mateus 20.18 173 Mateus 24.30 173, 318, 504 1 Coríntios 11.3 374 2 Coríntios 5.21 293, 361, 363, 397,412, 426, 480 1 João 4.2,3 491 Marcos 10.17-31 198,221 Marcos 13.32 226,227 João 1.1 29,30,101,261, 262,263, 264, 265, 302, 311, 314, 429, 435, 464 João 10.34 107,290 A p o c a lip s e 3.14 esu s, O n i p o t ê n c ia de Marcos 6.5 220 Colossenses 2.9 262 Jesus, E n c a r n a ç ã o de esus, R e ss u r r e iç ã o de Salmos 2.7 100, 101 Isaías 9.6 126, 127, 493 Mateus 8.20 173 Mateus 20.18 esus, S e g u n d a V in d a de Marcos 13.32 226, 227 173 Mateus 24.30 173, 318, 504 esus, Volta de Mateus 24.3 Jesus, E te r n id a d e de Salmos 2.7 100, 101 João 8.58 505 101,105,173,262,263, 204, 205 esus, A p a r iç õ e s p ó s -re ssu r re içã o Mateus 5.17,18 159,171,430 284, 285,302,314, 429,435,464 56 R E S P O S T A À S S EI TA S Julius M a n te y e a tr a d u ç ã o das Lucas 24.23 250, 251, 255 1 Coríntios 15.5-8 t e ste m u n h a s d e J e o v á da 187, 251, 252, p a s s a g e m e m J o ã o 1.1 255,257,311,336,378,379,483 João 1.1 Jesus, C r ia d o p o r Deus? Provérbios 8.22-31 117 Justiça de D e u s Jesus d istin to d o Pai João 5.43 29,30,101,261,262,263, 264, 265, 302, 311,314, 429, 435, 464 1 Samuel 26.19 275,276 76,77 J u stific a çã o e as obras Jesus, B a t i s m o de Mateus 3.16,17 30, 154, 155 Tiago 2.21 275,472 Justifica ção , F ru to da Jesus, Caráter de Tiago 2.21 275, 472 João 11.1-33 292 Justifica ção , R a i z da Jesus, C o r p o f ísic o de Tiago 2.21 275, 472 João 20.19 253,311 J u sto s, P e r e c i m e n t o dos Jesus, C o r p o r essuscita do de Marcos 16.12 229 Salmos 37.20 K a rm a Gálatas 6.7,8 Lucas 24.31,34 311 Lucas 24.39 32, 44, 98, 130, 253, Tiago 3.6 254,258,282, 369, 386,387,392,464, 483 1 Coríntios 15.45 1 João 4.2,3 390 Salmos 2.7 Lucas 1.28 233, 235, 238 Lei e o s D e z M a n d a m e n t o s 100, 101 Jesus, N o m e de Mateus 8.20 173 Mateus 20.18 Mateus 24.30 173 173, 318, 504 405 474 K e n n e th S a m p le s e a i m a c u la d a C o n c e p ç ã o de M aria 491 Jesus, N a s c i m e n t o de 104, 108 Mateus 5.17,18 159,171,430 Lei alim e n ta r Levítico 18.22-24 60 Lei c e r im o n ia l Levítico 18.22-24 60 Mateus 5.17,18 159,171,430 Jesus, S itu a ç ã o m a t r im o n ia l de João 2.1-11 267 Lei m o r a l J o ã o Batista e a “ r e e n c a r n a ç ã o ” Mateus 5.17,18 159,171,430 de Elias Mateus 11.14 152,175 Lei m o s a ic a Mateus 5.17,18 159,171,430 40 Lei sexual J o se p h T ha yer Gênesis 14.18 Levítico 18.22-24 60 J u lg a m e n t o e a r r e p e n d im e n t o Jonas 3.4-10 Jonas 4.1,2 145 Lei, T i p o s de Mateus 5.17,18 159,171,430 145 562 Í N D I C E DE T Ó P I C O S L ó g ic a , C o n v er sã o ilícita Gênesis 1.26,27 31, 32, 33, 126 M aria c o m o m e d ia d o r a João 19.26,27 308 M aria e a im a c u la d a c o n c e p ç ã o Gênesis 3.15a 38 Salmos 132.8 113 Lucas 1.28 233, 235, 238 Lucas 1.42 237, 239 M aria, A s c e n s ã o física de Salmos 132.8 113 Mateus 27.52,53 211 1 Coríntios 15.23 380, 381 Apocalipse 12.1-6 510 M ilagres, D i v i n o s versus s a t â n ic o s Êxodo 7.11 47, 48 síiiíií* M ilag res fa lsific a d o s Êxodo 7.11 47, 48 M ilag res Êxodo 7.11 47, 48 1 Samuel 28.7-20 77 Apocalipse 16.14 48, 78,512 M o d a lis m o 2 Coríntios 3.17 395 M o is é s n o m o n t e da tran sfig u r a ç ã o Mateus 17.4 192, 193 M aria s e m p e c a d o Gênesis 3.15a 38 Lucas 1.28b 235 M o is e s , Sinais e m ara vilhas de D euteronôm io 34.10 68,70,71 M aria, V e n e r a çã o a Lucas 1.42,48 238 M o n o g a m ia Atos 2.44 200, 204,322,323 M a t r i m ô n i o e p o l i g a m ia 1 Reis 11.1 54, 83, 323 M o n o t e í s m o versu s p o l i t e í s m o Gênesis 1.26 29, 30, 106, 248, 270 M a trim ô n io Levítico 18.22-24 60 M o n o t e ís m o Gênesis 1.26,27 29, 30, 106,248, 270 M e d it a ç ã o e C r istia n ism o Salmos 1.2 99, 242 M o n t e da tra n sfig u ra ção Mateus 17.4 192, 193 M e d it a ç ã o m íst ic a Salmos 1.2 99, 242 M o r te e a alm a 2 Reis 14.29 88, 124 M e lq u is e d e q u e , Jesus c o m o re e n c a r n a ç ã o de Hebreus 7.3 466 M o r t e e a salvação 1 Pedro 4.6 484,485, 486,487 M e lq u is e d e q u e , T i p o de C risto Gênesis 14.18 40 M ilagres d o s a p ó s to lo s Mateus 16.16-18 183 M ilag res e a j u m e n t a d e B a la ão 1 Samuel 28.7-20 77 M orte e o co rp o 2 Reis 14.29 88, 124 M o r t e e o p u r g a tó r io Mateus 5.26 162 M o r t e a n im a l versus h u m a n a Eclesiastes 3.19 121, 123 M o r te , D e f in iç ã o de M ila gres e os o ss o s d e Elias 2 Reis 13.21 87 2 Tessalonicenses 1.9 102,108, 210,425, 437,439,490 563 R E S P O S T A À S S EI TA S M o rte , E x ist ê n c ia c o n s c ie n t e ap ó s Salmos 146.3,4 115, 116 Lucas 23.43 231, 249,250,410,434 João 11.11-14 294 M o r te , F in a lid ad e da 1 Samuel 28.7-20 77 O r a ç ã o d ir ig id a a a l g u é m a lém d e D e u s é d e n u n c ia d a Salmos 103.20,21 109 O ra ç ã o d ir ig id a a os m o r t o s Salmos 103.20,21 109 Mateus 17.4 192, 193 O ra ç ã o p e lo s m o r t o s 1 T im óteo 2.1,2 447 2 T im óteo 1.18 448,451 M o r te , N a t u r e z a da Salmos 132.8 113 M ortos e o louvor a D e u s Salmos 115.17 113 M o r t o s , R e ss u r r e iç ã o d o s 1 Samuel 28.7-20 77 O ra ç ã o Mateus 17.4 192,193 O rd en a n ç a s Malaquias 4.5,6 151 M ortos, C o m u n ica çã o c o m 1 Samuel 28.7-20 77 M o r t o s , N a t u r e z a do s 2 Reis 14.29 88, 124 Salmos 88.11 107 M o r t o s , O r a ç ã o aos Mateus 17.4 192, 193 M o r t o s , O r a ç ã o e m favor dos 2 T im óteo 1.18 448,451 N o v o n a s c i m e n t o d e fin id o João 3.3 2 6 8 ,269,277,406 N o v o n a s c i m e n t o e Jesus Colossenses 1.18 92, 423 N o v o nascim ento João 3.5 2 6 9 ,2 7 0 ,2 7 1 ,2 7 2 O bras Apocalipse 19.8 50, 51 O v elh a s perdidas Mateus 15.24 182, 288 P a n t e ís m o Gênesis 1.26,27 31, 32, 33, 126 Mateus 5.13 156, 157 Mateus 5.14 158 Mateus 6.33 92, 167, 223, 286 Mateus 7.24-29 171 Lucas 1.80 240, 241 Lucas 2.52 240, 241 Lucas 4.16 240, 242 João 10.34 107,290 João 14.8,9 297 Atos 17.28 331, 385, 427, 469 P ará b o la s e e n t e n d i m e n t o Mateus 13.10,11 179, 278 513 O bras da lei m o s a i c a Rom anos 3.27,28 O sso s d e J osé Êxodo 13.19 347 O bras e a salvação Rom anos 2.6,7 248, 343, 344 R om anos 3.27,28 347 O ra ç ã o d e u m a p e ss o a justa Jó 1.5 93 P a rá cleto, E sp írito S a n to versus M aom é João 14.16 214, 298,299,306,396 Paradisíaca, Terra Salmos 115.16 112 P e c a d o s e Jesus 2 Coríntios 5.21 293, 361, 363, 397,412, 426, 480 564 Í N D I C E DE T Ó P I C O S Pecados e o sofrim en to Colossenses 1.24 425 P o li g a m i a c o n d e n a d a 1 Reis 11.1 54, 83, 323 P e c a d o s , C o n fis sã o dos Tiago 5.16 94, 476 P o lig a m ia , J o se p h S m i t h e a Êxodo 20.14 53,54, 200, 304, 3S/ P e c a d o s , C o n s e q ü ê n c ia s dos Mateus 5.26 162 P o lig a m ia , P r o ib iç ã o da Êxodo 20.14 53, 54, 200, 304, 357 P e c a d o s , O sa c r ifíc io d e C risto P o li t e ís m o e a c r e n ç a d e q u e h o m e n s p o s s a m ser d eu ses Salmos 82.6 106, 291 p e lo s Mateus 16.19 188 P e c a d o s , P er d ã o dos Mateus 12.32 177, 178 Mateus 16.19 188 P o li t e ís m o e tr iu n it a r is m o Mateus 3.16,17 30, 154, 155 P o li t e ís m o Salmos 97.7 108 João 10.34 107,290 1 Coríntios 8.5 370 Pedro (veja catolicismo romano) P e n s a m e n t o s e realidade Provérbios 23.7 119 P o r c o , Lei c o n tr a c o m e r c a rn e de Levítico 18.22-24 60 P er d ã o d o s p e c a d o s p e lo s sa c e rd o tes João 20.22,23 311,313 P r é - e x is t ê n c ia d e h u m a n o s Jeremias 1.5 135,136,404 Atos 17.28,29 332 P er d ã o d o s p e c a d o s Mateus 12.32 177, 178 Mateus 16.19 188 P er d ã o , C a n c e l a m e n t o d o Mateus 18. 23-25 P e r d iç ã o 2 Pedro 3.7 P r e o r d e n a ç ã o versus p r e e x istê n c ia Jeremias 1.5 135,136, 404 P r o fe c ia s, G uarda c o n tr a falsas Salmos 105.15 197 438, 489, 490 P ro feta s e a p r e cisã o d e suas pr o fe cia s Jonas 3.4-10 145 Jonas 4.1,2 145 P oder de d em ôn ios 1 Samuel 28.7-20 77 P o d e r de D e u s Êxodo 7.11 110 47, 48 P o d e r sob renatu ral Êxodo 7.11 47, 48 P ro fe ta s, Falsos versus verd adeiros D euteronôm io 18.10-22 64,65 Mateus 7.24-29 171 P ro fe ta s, F ru to d o s falsos Mateus 7.20 169 P o e s ia h e b r a ica Jó 19.26 96, 97 Profetas: s e m p r e na terra? Am ós 3.7 143, 144 P o li g a m i a e reb elião P rofe ta s, Testes para Deuteronôm io 18.10-22 1 Reis 11.1 54, 83, 323 565 64,65 R E S P O S T A À S S E I TA S R e d e n ç ã o basead a n o san gu e de C risto q u e f o i d e r r a m a d o 1 Pedro 1.18,19 479 Salmos 105.15 110 Am ós 3.7 143, 144 P ro fetas 1 Coríntios 12.28 375 P ro stra r -se e m a d o r a ç ã o a o b je to s Êxodo 20.4,5 51,82, 239,334 P rostrar-se Gênesis 18.2 41, 42 P r ó x i m a v id a , E x a lta çã o na Mateus 5.48 165 P u n iç ã o , E te rn a Apocalipse 19.20 104, 210,294, 417, 434, 439,514,515 P u r ez a Levítico 18.22-24 60 P u r g a t ó r io (veja t a m b é m c a t o li c is m o r o m a n o ) 1 Coríntios 3.15 360, 361 2 Coríntios 12.15 400 Q u e r u b i m e arca d o c o n c e r t o Êxodo 25.18 56 R acism o Filem om 16 459 R a in h a V i c t ó r ia Gênesis 1.26 29, 30, 106, 248, 270 R a z ã o e crença 1 Pedro 3.15 480,482 R a z ã o , O p a p el da Isaías 1.18 125, 226, 481 Marcos 12.30 126, 225 R e a lid a d e e d iv in d ad e Lucas 17.21 246, 247 R e a lid a d e e p e n s a m e n t o s Provérbios 23.7 119 R e c o m p e n s a s , Graus de Mateus 20.1-16 198 R ecom pensas 1 Coríntios 3.15 360, 361 R eencarnação (veja também Nova Era, religiões orientais, seita Escola da Unidade Cristã) Jó 1.20,21 94 J erem ia s 1.5 135,136, 404 João 9.1 286 Gálatas 1.15,16 404 Hebreus 7.3 466 Tiago 3.6 474 R e e n c a r n a ç ã o de Elias Mateus 11.14 152, 175 R e e n c a r n a ç ã o e a seita E sco la da U n id a d e Cristã Mateus 22.42 202, 406 Gálatas 6.7,8 405 R e e n c a r n a ç ã o , D o u t r i n a da João 3.3 268, 269,277,406 R e g e n e r a ç ã o versus r e e n c a rn a çã o João 3.3 268, 269,277,406 R e g e n e r a ç ã o , D o u t r i n a da João 3.3 268, 269,277,406 R ein o s 1 Coríntios 15.40-42 387, 388 R e l ig i ã o , Verdadeira versus seitas Mateus 7.20 169 R e líq u ia s, V enera çã o d e Atos 19.12 333, 334 R e ss u r r e iç ã o (veja também Jesus) Jó 14.12 96, 97 Efésios 4.9 409, 423, 480 1 João 4.2,3 491 R e ss u r r e iç ã o d o c o r p o 1 Coríntios 15.40-42 387, 388 1 Coríntios 15.50 391,393 1 Coríntios 6.13 368, 369 566 Í N D I C E DE T Ó P I C O S R e ssu r re içã o e a sepultura Jó 7.9 96, 97, 144 Sábado Apocalipse 14.9-12 R e ss u r re içã o e o c o r p o e sp ir itu a l 1 Coríntios 15.45 390 S a b a t is m o n a ressu r r eiçã o Êxodo 20.8-11 52, 161, 331, 430 R e ss u r re içã o e o c o r p o físico 1 Pedro 3.18 361,397, 426,482, 483,485 S a b a tis m o Êxodo 20.8-11 52, 161,331, 430 Atos 17.1-3 53,330,511 R e ssu r re içã o , A n atu re z a do c o r p o r essu scita d o 1 Coríntios 15.37 254, 386 1 Coríntios 15.44 256, 388, 391 Amós 8.14 96, 97, 144 S a b e d o r ia , N a t u r e z a da Provérbios 8.22-31 117 R e ss u r r e iç ã o literal Jó 7.9 96, 97, 144 Jó 19.26 96, 97 511 S a c e r d ó c io da O r d e m de M e l q u is e d e q u e Mateus 16.19 188 S a c r ifíc io d e Jó Jó 1.5 93 R e ss u r r e iç ã o , P rova da Sa c r ifíc io Lucas 24.34 255 Êxodo Lucas 24.39 32, 44, 98, 130, 253, 254, 258, 282, 369,386, 387,392, 464,Sa c r ifíc io Êxodo 483 e d is p o s iç ã o d e M o is és 32.30-32 57 e d is p o s iç ã o d e P au lo 32.30-32 57 R e v e la ç ã o Apocalipse 22.18 516 Sa lva ção a p ós a m o r t e 1 Pedro 4.6 484,485, 486,487 R e v e la ç ã o , C o n tin u a ç ã o da Malaquias 3.6 149, 150, 398 Salv açã o c o m o d o m i n c o n d ic i o n a l Mateus 18.23-35 197 R e v e la ç ã o , N o v a Malaquias 3.6 149, 150, 398 João 11.49-52 294 Sa lva ção e as obras Gênesis 3.7 36 Lucas 18.18-23 248 João 5.28,29 96, 98, 115,122,274, R e v e la ç õ e s m ístic a s Mateus 6.33 92, 167, 223, 286 275,387 Rom anos 2.6,7 248, 343, 344 Filipenses 2.12 205, 344, 417 S á b a d o e o r e p o u so Êxodo 20.8-11 52, 161,331,430 Sábado e redenção Êxodo 20.8-11 52, 161,331,430 Sábado, A d oração no Mateus 5.17,18 159,171,430 Salv açã o e b a t is m o Marcos 16.16 230, 231,321 João 3.5 269, 270,271, 272 Atos 2.38 213, 231, 271, 312, 313, 319,321,360 1 Coríntios 1.17 S á b a d o , E sp ír ito d o Êxodo 20.8-11 52, 161,331,430 S á b a d o , G uarda d o Colossenses 2.16 430 231,360 Salv açã o e o u n iv er sa lism o 2 Coríntios 5.19 396 567 R E S P O S T A À S S EI TA S S alvação e r e p o n sa b ilid a d e pe sso a l Malaquias 4.5,6 151 S í m b o l o da c ru z Êxodo 20.4,5 51, 82, 239, 334 S o d o m a e G om orra Salv açã o p e la g raça Malaquias 4.5,6 151 Gênesis 19.8 42, 43, 68, 138, 139 S o frim en to e o pecado Salvação, S e g u n d a c h a n c e de 1 Pedro 3.19 410,411, 483,484, 486 Colossenses 1.24 S o f r im e n t o , Graus de 2 Tessalonicenses 1.9 210,425, 437,439,490 Salvação Atos 4.12 326, 327, 339 Rom anos 1.19,20 339, 340 Rom anos 10.13 357 102,108, S u b m iss ã o às E scrituras Josué 1.8 73 S u b m iss ã o versus a u t o r it a r ism o 1 Coríntios 11.1 454 Sa n g u e , O ato d e c o m e r Levítico 7.26,27 40, 59, 329 T e so u r o d e m é r it o s (veja catolicismo romano) Sa n g u e , T ransfu sões d e (e os ju d eu s ortodoxos) Levítico 7.26,27 40,59, 329 T r an su b stan c ia ç ã o João 6.53b 281 S a n g u e , T ra nsfu sõ es de Gênesis 9.4 39, 60, 329 Levítico 7.26,27 40, 59, 329 Atos 15.20 304, 328 S a n tific a çã o Rom anos 8.7 425 T r ib u la çã o Mateus 24.34 206, 207 T r in d a d e (veja também Testemunhas de Jeová, mormonismo) Gênesis 1.26 29, 30, 106, 248, 270 Mateus 3.16,17 30, 154, 155 Colossenses 2.9 262 351 Sa n tos e o te so u r o d e m é r i t o s (veja também catolicismo romano) Êxodo 32.30-32 57 T r in d ad e e E u s é b io Satanás, Falsos m ila g r e s e p o d e r de Apocalipse 16.14 48, 78, 512 Mateus 28.19 64, 155, 156, 212, 213.214.215.216.300, 301,321, 322, 339,360,371,396,402,430 S e g u n d a v in d a d e C risto Atos 1.9-11 317, 504 Sexo e am or João 15.12 200,303,304,323, T r in d ad e e o C o n c ilio de N i c é i a Mateus 28.19 64, 155,156, 212, 213.214.215.216.300, 301,321, 357 S e x o , p e c a d o s sexuais de a d u lté r io e fo r n ic a ç ã o João 15.12 200,303,304,323,357 Sexo R om anos 8.21 322, 339, 360, 371,396,402,430 Trin da d e, D o u t r i n a da Deuteronôm io 6.4 63, 64,106, 108, 155,156,332, 402, 429 Isaías 9.6 126, 127, 493 Mateus 3.16,17 30,154,155 323, 355 568 Í N D I C E DE T Ó P I C O S V e n e r a çã o a q u a lq u e r criatura Mateus 28.18-20 212, 313, 493 1 Coríntios 14.33 376, 377 2 Coríntios 13.13 30, 64, 156, 300, 371,401,402, 430, 493 1 João 5.7 492 Lucas 1.42-48 238 V erdade, Testes para a Tiago 1.5 471, 472 V id a a p ó s a m o r t e Eclesiastes 3.20,21 T r in d ad e, N a t u r e z a da João 14.6-11 276,295,296 João 14.28 289,301 122, 123 V isã o espiritu a l Mateus 6.22 166, 167 T r o n o j u d a ic o d e sd e Isaque Deuteronôm io 18.15-18 66,70 V is õ e s versus a p a r iç õ e s Lucas 24.23 250,251,255 UFOs Ezequiel 1.5-28 138 V i s õ e s , N a t u r e z a das Ezequiel 1.5-28 137 Ú l t i m o s dias 1 T im ó teo 4.1,2 448 Y oga Mateus 11.29 176 U n id a d e d e r elig iõ e s ( N o v a Era) Mateus 22.37-39 201 TERM OS GREGOS U n id a d e espiritu al João 17.20,21 307 agapao João 15.12 U n id a d e Efésios 4.3-6 408 anothen João 3.3 U n iv e r s a lis m o e Karl B a r th R om an os 5.18,19 349 268, 269,277, 406 c h a r ito Lucas 1.28 233, 235, 238 U n iv e r s a lis m o e o r i g e m 1 Coríntios 15.5-8 187, 251, 252, 255, 257,311,336,378,379,483 C h risto s Mateus 24.23,24 ,205, 286 U n iv e r s a lis m o Salmos 110.1 30, 111,112 Atos 3.21 324, 325 Rom anos 5.18,19 349 1 Coríntios 15.25-28 112,381 2 Coríntios 5.19 396 Efésios 1.10 325, 407 Filipenses 2.10 108, 408, 411, 416 Colossenses 1.20 423 Apocalipse 19.20 104, 210, 294, 417,434, 439,514,515 V e n e r a çã o a M aria (veja também catolicismo romano) Lucas 1.42-48 238 200, 303, 304,323,357 e g o e im i João 8.58 101, 105,173,262,263, 284,285,302,314,429,435,464 e im i João 8.58 101, 105,173,262,263, 284, 285, 302, 314, 429, 435, 464 hapax Malaquias 3.6 149, 150, 398 k o la z o Mateus 25.46 203, 209,229,269, 516 k u r io u Rom anos 10.13 569 357 [ U . S P O S T A À S S EI TA S m is t h o s 1 Coríntios 3.15 360, 361 M e lq u is e d e q u e Gênesis 14.18 p a r a c le to n nephesh João 14.16 214, 298,299,306, 396 40 Gênesis 2.7 34, 35, 36, 333, 391 th e io s ruach João 1.1 29,30,101,261, 262, 263, 264, 265, 302,311,314, 429, 435, 464 Gênesis 1.1,2 27 Shem a D euteronôm io 6.4 63, 64,106, th e o s 108, 155,156,332, 402, 429 Gênesis 1.26 29,30,106, 248, 270 João 1.1 29,30,101,261, 262,263, 264, 265,302, 311,314, 429, 435, 464 tem unah Êxodo 24.9-11 55 t z e h le m Gênesis 1.26,27 31, 32,33,126 TERM O S HEBRAICO S yada abad Jeremias 1.5 135,136,404 Salmos 37.20 104, 108 bara Gênesis 1.26,27 31, 32, 33, 126 ya dh a E lo h im Y ah w eh Gênesis 19.8 42, 43, 68, 138, 139 Salmos 82.6 106, 291 Gênesis 1.26 29, 30, 106, 248, 270 e lo h im yakah Isaías 1.18 Salmos 82.6 106, 291 57 0 125, 226, 481 Í N D I C E DE G R U P O S RELIGIOSOS A FAMÍLIA (Veja os Meninos de Deus) CATOLICISMO RO M ANO A Apócrifa Hebreus 11.35 468 ADVENTISM O D O SÉTIMO DIA O perdão Mateus 18.23-35 197 A lei mosaica Mateus 5.17,18 159,171,430 O sabatismo Êxodo 20.8-11 52, 161,331, 430 Atos 17.1-3 53, 330, 511 Apocalipse 14.9-12 511 O sono da alma 1 Tessalonicenses 4.13 88, 294, 433 A sucessão apostólica Mateus 16.16-18 183 Sobre Aquino Lucas 1.42 237, 239 A Arca do Concerto 2 Samuel 6.7 81 Salmos 132.8 ljl3 Levar as cargas Uns dos outros Gálatas 6.2 404, 477 Sobre a Bíblia 1 Coríntios 11.2 374 O bispado de R om a BAHAI O “Espírito de Verdade” João 16.12,13 305 A salvação Atos 4.12 326, 327, 339 Mateus 16.16-18 183 Sobre o ato de prostrar-se diante de imagens Gênesis 18.2 41, 42 O cânone Hebreus 11.35 468 BUDISM O A meditação Salmos 1.2 99, 242 A salvação Atos 4.12 326, 327, 339 João Crisóstomo Mateus 16.16-18 183 Sobre a Igreja Mateus 18.17 195, 196 Romanos 1.5 335 R E S P O S T A À S S E I TA S João 21.15-19 314 Sobre a autoridade da Igreja Atos 15.6-29 327 O poder de perdoar pecados Mateus 18.17 195, 196 A unidade da Igreja Mateus 16.19 188 Efésios 4.3-6 408 João 17.20,21 307 João 20.22,23 311,313 A “ hóstia consagrada” Orar em favor dos mortos João 6.53b 281 Os ídolos 1 Timóteo 2.1,2 447 2 Timóteo 1.18 448,451 2 Timóteo 4.6 454 1 Coríntios 8.4 155, 156, 369 As indulgências Orar aos mortos Êxodo 32.30-32 57 Jó 1.5 93 Salmos 103.20,21 109 Mateus 17.4 192, 193 2 Coríntios 12.15 400 Orar aos santos Gálatas 6.2 404, 477 2 Timóteo 1.18 448,451 Sobre o sacerdócio 2 Timóteo 4.6 454 Apocalipse 19.8 513 Mateus 16.19 177, 178 Sobre o purgatório A justificação Tiago 2.21 275, 472 Mateus 5.26 162 Sobre Maria Mateus 12.32 177, 178 (veja “Maria” no índice de tópi cos) Sobre a missa 2 Coríntios 12.15 400 Colossenses 1.24 425 1 Coríntios 3.15 360, 361 Mateus 16.19 188 2 Timóteo 4.6 454 Cardeal Ratzinger Novas revelações Mateus 5.26 162 João 11.49-52 294 Sobre o sacrifício Mateus 16.19 177, 178 Tradição apostólica verbal 2 Tessalonicenses 2.15 374,440 Ludwig Ott Santo Agostinho Gênesis 3.15a 38 Mateus 16.16-18 183 Êxodo 32.30-32 57 A salvação e as obras Mateus 5.26 162 Lucas 18.18-23 248 Mateus 12.32 177, 178 Romanos 2.6,7 248, 343, 344 Mateus 27.52,53 211 Lucas 1.28b 235 Romanos 3.27,28 347 Duns Scotus Lucas 1.42 237, 239 Lucas 1.28b 235 João 6.53 277 A transubstanciação 1 Coríntios 3.15 360, 361 João 6.53 277 A infalibilidade Papal O tesouro de méritos Mateus 16.16-18 183 Êxodo 32.30-32 57 João 11.49-52 294 João 21.15-19 314 Sobre Pedro Jó 1.5 93 Gálatas 6.2 404, 477 2 Timóteo 4.6 454 Apocalipse 19.8 513 Mateus 16.16-18 183 572 Í N D I C E DE G R U P O S R E L I G I O S O S I A veneração de imagens Êxodo 13.19 50, 51 Lucas 17.21 246, 247 Apocalipse 10.2,8,9 509 Êxodo 25.18 56 Sobre terapias físicas e médicas 2 Reis 13.21 87 Salmos 103.3 108 2 Samuel 6.7 81 Sobre a natureza humana Atos 19.12 333, 334 Gênesis 1.26,27 31, 32, 33, 126 O panteísmo CIÊNCIA CRISTà 2 Crônicas 16.12 91, 109 Gênesis 1.26,27 31, 32, 33, 126 Atos 17.28 331, 385, 427, 469 Sobre a m orte e ressurreição de A realidade Cristo Lucas 24.39 32, 44, 98, 130, 253, 254, Provérbios 23.7 119 Lucas 17.21 246, 247 258, 282, 369, 386, 387, 392, Sobre a “verdadeira” religião 464, 483 A divindade de Cristo Mateus 7.20 169 João 14.28 300 CIÊNCIAS DA M ENTE (O U D O A criação da matéria PENSAMENTO) Gênesis 2.7 34, 35, 36, 333, 391 Sobre curas A “ divina ciência” Provérbios 23.7 119 João 14.16 214, 298, 299, 306, 396 Os atributos de Deus João 1.1 2 9 ,3 0 ,1 0 1 ,2 6 1 , 262, Tiago 5.15 475, 476 ESCOLA DA UN IDA DE CRISTà 263, 2 6 4 ,2 6 5 ,3 0 2 ,3 1 1 ,3 1 4 ,4 2 9 , Sobre o karma 435, 464 Sobre curas Gálatas 6.7,8 405 Sobre a reencarnação Provérbios 23.7 119 Tiago 5.15 475, 476 Sobre a divindade humana Gálatas 6.7*8 405 João 9.1 286 Mateus 22.42 202, 40 6 Lucas 17.21 246, 247 João 8.58 101, 1 0 5 ,17 3,26 2,263 , 284, 285, 302, 314, 429, 435, 464 HINDUÍSM O A interpretação de textos bíblicos Meditação Romanos 8.7 351 Sobre o “livrinho” Apocalipse 10.2,8,9 509 Milagres Salmos 1.2 99, 242 Lucas 1.80 240, 241 Lucas 2.52 240, 241 Mary Baker Eddy Lucas 4.16 240,242 Gênesis 1.26,27 31, 32, 33, 126 Panteísmo João 1.1 2 9 ,3 0 ,1 0 1 ,2 6 1 , 262, 263, 2 6 4 ,2 6 5 ,3 0 2 ,3 1 1 ,3 1 4 ,4 2 9 , Lucas 1.80 240, 241 435, 464 João 14.16 214, 2 9 8 ,2 9 9 ,3 0 6 , 396 João 8.58 101, 1 0 5 ,1 73,2 62,26 3, 284, 285, 302, 314, 429, 435, 464 Lucas 2.52 240, 241 Lucas 4.16 240, 242 Salvação Atos 4.12 326, 327, 339 573 R E S P O S T A À S S E I TA S Vedas Gênesis 3.7 36 Lucas 1.80 240, 241 Lucas 2.52 240, 241 Lucas 4.16 240, 242 João 1.14 253, 264, 265 ,266,311, 464 1 João 5.6-8 493, 594 Sobre o Espírito Santo — a sua natureza 1 João 5.6-8 493,594 Sobre a divindade de Jesus IGREJA DA UNIFICAÇÃO Sobre a segunda vinda de Cristo Apocalipse 7.2-4 507 A profecia acerca do reverendo Moon Apocalipse 7.2-4 507 João 1.14 253, 264, 265,266, 311, 464 O CAMINHO INTERNACIONAL Sobre a divindade de Jesus João 1.1 2 9 ,3 0 ,1 0 1 ,2 6 1 , 262, IGREJA DE CRISTO EM BO ST O N Al Baird Mateus 28.19 64, 155, 156, 212, 263, 2 6 4 ,2 6 5 ,3 0 2 ,3 1 1 ,3 1 4 ,4 2 9 , 435.464 Sobre a Trindade 213, 214,215, 216,300, 301,321, 322, 339, 360, 371, 396, 402, 430 Mateus 28.19 64, 155, 156, 212, 213, 214, 215, 216, 300, 301, 321, Sobre o autoritarismo 1 Coríntios 11.1 454 2 Timóteo 2.2 454 A confissão de pecados 32 2,3 3 9 ,3 6 0 , 371, 396, 402, 430 Victor Paul Wierwille Mateus 28.19 64, 155, 156, 212, 2 1 3 ,2 1 4 ,2 1 5 ,2 1 6 ,3 0 0 , 301,321, 322, 3 3 9 ,3 6 0 ,3 7 1 ,3 9 6 ,4 0 2 , 430 Tiago 5.16 94, 476 O discipulado Lucas 6.40 243 João 1.1 2 9 ,3 0 ,1 0 1 ,2 6 1 , 262, 263, 2 6 4 ,2 6 5 ,3 0 2 ,3 1 1 ,3 1 4 ,4 2 9 , 435.464 O discipulado hierárquico 2 Timóteo 2.2 454 O proselitismo Mateus 28.19 64, 155, 156, 212, 2 1 3 ,2 1 4 ,2 1 5 ,2 1 6 ,3 0 0 , 301,321, 322, 339, 360, 371, 396, 402, 430 O alcance de almas João 15.8 302 ISLAMISMO A submissão Tiago 5.16 94, 476 Alá Gênesis 3.7 36 Ismael Deuteronômio 18.15-18 66, 70 Meca e Parã Habacuque 3.3 147 Sobre Maomé João 14.16 214, 298, 299, 306, 396 IGREJA INTERNACIONAL DE CRISTO EM BO ST O N (Veja IGREJA DE CRISTO EM BOSTON) Deuteronômio 18.15-18 66,70 Deuteronômio 33.2 69, 147 Maomé nega a sua própria divindade Salinos 45.3-5 A IGREJA M UNDIAL DE DEUS Herbert Armstrong 105 Sobre M aomé e Deus Mateus 5.17,18 159, 171, 430 Habacuque 3.3 147 574 Í N D I C E DE G R U P O S R E L I G I O S O S Maomé recebendo revelações Deuteronômio 34.10 68, 70, 71 M aomé — sinais e maravilhas Deuteronômio 34.10 6 8 ,7 0 , 71 A vinda de M aomé profetizada Deuteronômio 34.10 68, 70, 71 Salmos 45.3-5 105 Isaías 21.7 128 Habacuque 3.3 147 O Corão Gênesis 1.26 29, 30, 106, 248, 270 Gênesis 3.7 36 Deuteronômio 18.15-18 66,70 Visitações de Deus Deuteronômio 33.2 69, 147 Sobre a “liberdade sexual” Mateus 22.30 200, 323,485 João 15.12 200, 303, 304, 323, IV7 Atos 2.44 200, 204, 322, 323 Romanos 8.21 323, 355 O universalismo Apocalipse 19.20 104, 210, 294, 417, 434, 439,514, 515 MORMONISM O Apóstolos 1 Coríntios 12.28 375 O alcance da perfeição Mateus 5.48 165 O batismo JUDAÍSMO Sobre o m onoteísm o Gênesis 1.26,27 31, 32, 33, 126 Marcos 16.16 230, 231,321 O batismo e a salvação Atos 2.38 213, 231 ,271 , 312,313, 319, 321, 360 M AÇONARIA O seu inicio Gênesis 3.7 36 Sobre a crença na salvação através das obras Apocalipse 5.6-14 506 1 Coríntios 1.17 231, 360 O batismo em favor dos mortos Malaquias 4.5,6 151 1 Coríntios 15.29 152, 382, 383 Sobre o “Livro de M órm on ” Isaías 29.1-4 128 Ezequiel 37.16,17 140 MEDITAÇÃO TRA NSC ENDEN TAL Salmos 1.2 99, 242 Sobre humanos tornando-se Deus Salmos 46.10 105 Maharishi MaheshYogi Salmos 46.10 105 1 Coríntios 5.9 364, 365 Colossenses 4.16 430, 431 Tiago 1.5 471, 472 Sobre a apostasia e restauração da Igreja Atos 2.31 98, 259, 387, 392 M ENINOS D E DEUS Sobre a acusação de hipocrisia da igreja Gálatas 1.8 151, 403, 404, 444 1 Timóteo 4.1,2 448 Sobre a estrutura da Igreja Mateus 23.2,3 203 Odiar os inimigos 1 Samuel 26.19 76, 77 Sobre o caráter de Jesus João 11.1-33 292 Moses David João 11.1-33 292 Efésios 4.11 303,412 A reivindicação de possuir profetas Deuteronômio 18.10-22 64, 65 A criação da humanidade Gênesis 1.26 29, 30, 106, 248, 270 Os graus de glória 2 Coríntios 12.2 400 Mateus 23.2,3 203 575 R E S P O S T A À S SEI TAS A natureza de Deus As trevas exteriores Hebreus 1.3 58, 332, 363, 405, 412, Mateus 8.12 172, 210, 229, 438, 490 A pérola de grande valor 452, 463, 514 Malaquias 3.6 149, 150, 398 Sobre o corpo físico de Deus Gênesis 1.26 29, 30, 106, 248, 270 Poligamia Êxodo 20.14 53, 54, 200, 304, 357 Gênesis 32.30 44, 58 1 Reis 11.1 54, 83, 323 Êxodo 24.9-11 55 Hebreus 1.3 58,332, 363, 405,412, Politeísmo Gênesis 1.26 29, 30, 106, 248, 270 452, 463,514 Sobre o (falso) evangelho Salmos 82.6 106, 291 Gálatas 1.8 151, 403,404, 444 Salmos 97.7 108 Sobre humanos alcançando a João 10.34 107, 290 divindade 1 Coríntios 8.5 370 Salmos 82.6 106, 291 Efésios 4.11 303,412 Sobre oração Mateus 5.48 165 Romanos 8.17 112, 354 Tiago 1.5 471, 472 Sobre o sacerdócio (eterno) Efésios 4.11 303,412 Sobre a Bíblia “incom pleta” Gênesis 14.18 40 Colossenses 4.16 430, 431 Sobre os profetas Sobre Jesus Amós 3.7 143, 144 1 Coríntios 12.28 375 Efésios 4.11 303, 412 Sobre o uso da razão Sobre o nascimento de Jesus 1 Pedro 3.15 480, 482 Salmos 2.7 100, 101 Sobre as recompensas Sobre o casamento de Jesus Mateus 20.1-16 198 João 2.1-11 267 Sobre a salvação Sobre reinos de glória Marcos 16.16 230, 231, 321 1 Coríntios 15.40-42 387, 388 Filipenses 2.12 205, 344, 417 Sobre livros perdidos Tiago 2.21 275, 472 1 Coríntios 5.9 364, 365 Sobre a salvação após a morte Sobre as “ ovelhas perdidas da casa 1 de Israel” Mateus 15.24 182, 288 Pedro 3.19 410,411, 483, 484, 486 Sobre o sacerdócio de 1 Pedro 4.6 484, 485, 486, 487 Melquisedeque Salvação e batismo João 3.5 269, 270,271, 272 Gênesis 14.18 40 Salvação através de obras Sobre novas revelações João 5.28,29 96, 98, 115, 122, 274, Malaquias 3.6 149, 150, 398 275, 387 Apocalipse 22.18 516 Sobre Satanás Sobre a vida futura Mateus 5.48 165 Mateus 8.12 172, 210, 229, 438, 490 As “ outras ovelhas” Joseph Smith João 10.16 103, 288, 508 Gênesis 14.18 40 576 Í N D I C E DE C R U P O S R E L I G I O S O S Exodo 20.14 5 3 ,5 4 , 200, 304, 357 1 Reis 11.1 54, 83, 323 Amós 3.7 143, 144 Malaquias 3.6 149, 150, 398 Gálatas 1.8 151, 403, 404, 444 Apocalipse 22.18 516 Sobre a prosperidade financeira Josué 1.8 73 3 João 2 501, 502 2 Coríntios 8.9 399 Sobre dar Marcos 10.30 221, 400 Sobre os “ espíritos-infantis” Jeremias 1.5 135, 136, 404 Atos 17.28,29 332 Romanos 8.16 354, 355 James Talmage Malaquias 4.5,6 151 Sobre o ensino dos apóstolos m órm ons Efésios 4.11 303, 412 Sobre a Trindade Mateus 3.16,17 30, 154, 155 Sobre a “verdadeira igreja” 1 Coríntios 12.28 375 Sobre as obras Tiago 2.21 275, 472 Sobre Deus Isaías 40.12 129 Kenneth E. Hagin Mateus 18.15-18 194, 195 Marcos 12.30 126, 225 João 16.24 306, 307 Sobre a m orte de Jesus Isaías 53.9 132, 133 A descida de Jesus ao inferno Efésios 4.9 409, 423, 480 A natureza de Jesus 2 Coríntios 5.21 293, 361, 363, 397, 412, 426, 480 O “renascimento de Jesus” Colossenses 1.18 92, 423 MOVIMENTO PALAVRA DA FÉ Pedir c o m fé Sobre os “pequenos deuses” Marcos 11.23,24 223 A expiação 1 Pedro 1.18,19 479 Cristo e o pecado Gênesis 1.26 2 9 ,3 0 ,1 0 6 , 248, 270 Sobre milagres Hebreus 11.3 467, 468 Sobre a doutrina “nom eie, 2 Coríntios 5.21 293, 361, 363, 397, 412, 426, 480 A unidade da Igreja Mateus 18.15-18 194, 195 reivindique” João 16.24 306, 307 O novo nascimento João 3.3 268, 2 6 9 ,2 7 7 ,4 0 6 Kenneth Copeland Mateus 18.15-18 194, 195 Hebreus 11.1 466, 467 1 Pedro 1.18,19 479 Sobre a criação Cura física Isaías 53.4,5 130, 164, 224 Filipenses 2.25 132, 224, 418 Sobre discussões Isaías 1.18 125, 226, 481 Hebreus 11.3 467, 468 Críticas e responsabilidade Salmos 105.15 110 Mateus 18.15-18 194, 195 Sobre a Fé Hebreus 11.1 466, 467 Hebreus 11.3 467, 468 Marcos 12.30 126, 225 Sobre testar as profecias Salmos 105.15 110 MOVIM ENTO REINO AGORA Efésios 4.11 303, 412 577 R E S P O S T A À S S EI TA S Mateus 6.33 92, 167, 223, 286 NOVA ERA O Evangelho Aquariano Mateus 7.24-29 171 Mateus 6.33 92, 167, 223, 286 João 14.8,9 297 Mateus 7.24-29 171 Os profetas Mark e Elizabeth Clare O Cristo cósm ico João 8.58 101, 105, 173, 262, 263, Gênesis 19.8 42, 43, 68, 138, 139 284, 285, 302, 314, 429, 435, 464 Deuteronômio 23.17 68 Sobre o uso da razão Mateus 5.14 158 1 Pedro 3.15' 480,482 Mateus 24.23,24 205, 286 Sobre a reencarnação Falsos profetas Jeremias 1.5 135, 136, 404 Mateus 7.24-29 171 João 3.3 268, 2 6 9 ,277 ,406 Matthew Fox Sobre o corpo ressuscitado Gênesis 19.8 42, 43, 68, 138, 139 Jó 19.26 96, 97 Sobre significados ocultos na 1 Coríntios 6.13 368, 369 Biblia Sobre a ressurreição Mateus 13.10,11 179, 278 Mãteus 11.14 152, 175 Sobre a homossexualidade A salvação Gênesis 19.8 42, 43, 68, 138, 139 Atos 4.12 326, 327, 339 1 Coríntios 6.9b 366 Romanos 1.19,20 339, 340 A divindade da espécie humana Sobre a visão espiritual Mateus 5.13 156, 157 Mateus 6.22 166, 167 João 8.58 101, 105, 173, 262, 263, O terceiro olho 284, 285, 302, 314, 429, 435, 464 Mateus 6.22 166, 167 João 10.34 107, 290 Sobre UFOs Sobre a divindade interior Ezequiel 1.5-28 137 Mateus 6.33 92, 167, 223, 286 Sobre a unidade das religiões Mateus 7.24-29 171 Mateus 22.37-39 201 O karma Sobre yoga Mateus 11.29 176 Mateus 11.29 176 Sobre amar a Deus Mateus 22.37-39 201 Meditação OCULTISMO Sobre milagres Salmos 1.2 99, 242 Êxodo 7.11 4 7 ,4 8 Revelações místicas Poderes sobrenaturais Mateus 6.33 92, 167, 223, 286 Êxodo 7.11 4 7 ,4 8 Nicolas Notovitch Lucas 1.80 240, 241 Lucas 2.52 240, 241 RELIGIÃO ORIENTAL Sobre o Brâmane Lucas 4.16 240,242 Salmos 1.2 99, 242 Sobre o panteísmo Mateus 5.13 156, 157 O karma Mateus 5.14 158 João 9.1 286 578 Í N D I C E DE G R U P O S R E L I G I O S O S Meditação Salmos 1.2 A criação 99,242 Gênesis 1.1,2 27 Reencarnação A morte Mateus 11.14 152, 175 2 Visão espiritual Reis 14.29 88, 124 Existência consciente após a morte Mateus 6.22 166, 167 Salmos 146.3,4 115, 116 Sobre o Tao Eclesiastes 3.20,21 122, 123 Salmos 1.2 99, 242 Eclesiastes 9.5 107, 113, 123, 124 O terceiro olho Lucas 16.22-28 89, 210, 244 Mateus 6.22 166, 167 Lucas 23.43 231, 249, 250, 410, 434 João 11.11-14 294 TESTEM UNHAS DE JEOVÁ A punição eterna O Alfa e o Omega Mateus 25.46 203, 20 9,22 9, 269, Apocalipse 1.8 504 516 Sobre o aniquilacionismo As “ outras ovelhas” de Deus Salmos 37.9,34 101 Salmos 115.16 112 Salmos 37.20 104, 108 A adoração a Deus 2 Tessalonicenses 1.9 102, 108, João 4.23 264,273 210, 425, 4 3 7 ,4 3 9 ,4 9 0 O inferno 2 Pedro 3.7 438, 489, 490 Mateus 5.29 164 Sobre a “ classe ungida” O Espírito Santo Lucas 12.32 243, 244, 508 Marcos 1.10 219 João 3.5 269, 270,271, 272 Atos 2.4 28, 318 Apocalipse 7.4 244, 271, 508 1 Aniversários João 5.6-8 493, 594 A alma humana Gênesis 40.20-22 44, 45, 182 Gênesis 2.7 34, 35, 36, 333, 391 Mateus 14.6-10 182 Eclesiastes 3.19 121, 123 Transfusões de sangue Ezequiel 18.4 139, 140 Gênesis 9.4 39, 60, 329 A idolatria Levítico 7.26,27 40, 59, 329 1 Levítico 17.11,12 4 0 ,6 0 ,3 2 9 Coríntios 10.14 372 A imortalidade Atos 15.20 304, 328 Romanos 2.7 345, 434 Cristo c om o Deus Sobre Jesus João 20.28 64, 156, 262, 265, 274, Marcos 6.5 220 281, 302, 313, 371, 402, 429, 435, Mateus 8.20 173 464 Mateus 20.18 173 Cristo — sua segunda vinda Mateus 24.30 173, 3 (8, 504 Atos 1.9-11 317, 504 A “ criação” de Jesus Apocalipse 1.7 263, 318, 503, 504 Provérbios 8.22-31 Apocalipse 1.8 504 Colossenses 1.15-17 421 A reivindicação de possuir profetas 117 A divindade de Jesus Isaías 9.6 126, 127, Deuteronômio 18.10-22 64, 65 579 l'M R E S P O S T A À S S EI TA S Mateus 19.16-30 198, 221 Sobre Miguel João 1.1 2 9 ,3 0 ,1 0 1 ,2 6 1 , 262, 1 Tessalonicenses 4.16 435 263, 2 6 4,26 5,3 02, 31 1,31 4,4 29, Sobre o fato de nem todas as pessoas boas irem para o céu 435, 464 João 3.16 202,272 Salmos 37.9,11,29 102 João 14.28 289,301 Sobre o paraíso na terra João 20.17 310 Salmos 115.16 112 1 Coríntios 11.3 374 Sobre a filosofia Filipenses 2.7 415 Colossenses 2.8 426 Colossenses 2.9 262 Profecias 1 Timóteo 2.5,6 448 Jonas 3.4-10 145 Sobre Jesus e o Pai Jonas 4.1,2 145 João 10.30 105, 1 7 3 ,26 2,2 76,28 8, 289, 290, 291, 296, 302, 311, 314, Sobre a geração de 1914 Mateus 24.34 206, 207 374 Sobre as “outras ovelhas” Sobre a volta “invisível” de Jesus João 10.16 103, 288, 508 Mateus 24.3 204, 205 Sobre os corpos ressuscitados A natureza de Jesus 1 Coríntios 6.13 368, 369 Marcos 13.32 226, 227 1 Coríntios 15.37 254, 386 1 Tessalonicenses 4.16 435 Tito 2.13 205, 262, 265, 371,429, 457, 458 1 Pedro 3.18 361,397, 426,482, 1 Coríntios 15.44 256, 388, 391 Sobre a ressurreição Jó 7.9 96, 97, 144 Jó 19.26 96, 97 483, 485 1 Pedro 3.18 361,397, 426,482, 1 João 4.2,3 491 483,485 Apocalipse 3.14 505 Sobre a ressurreição — o corpo Sobre as aparições de Jesus após a de Jesus sua ressurreição Marcos 16.12 229 Lucas 24.31 252, 254 1 Coríntios 15.5-8 187, 251, 252, Lucas 24.31 252, 254 255, Lucas 24.34 255 257, 3 1 1 ,3 3 6 ,3 7 8 ,3 7 9 ,4 8 3 1 Coríntios 15.45 390 A pré-existência de Jesus Sobre a salvação João 8.58 101, 1 0 5 ,173 ,26 2,26 3, Romanos 10.13 357 284, 285, 302, 314, 429, 435, 464 Filipenses 2.12 205, 344, 417 A ressurreição de Jesus A salvação através das obras Lucas 24.23 250, 251, 255 João 5.28,29 96, 98, 115,122, 274, 1 João 4.2,3 491 275,387 A adoração a Jesus João 4.23 264, 273 A Trindade Hebreus 1.6 274, 422, 435, 464,465 O pequeno rebanho Deuteronômio 6.4 63, 64,106, 108, 155, 156, 332, 402, 429 joão 10.16 103, 288, 508 Mateus 3.16,17 30, 154, 155 580 Í N D I C E DE G R U P O S R E L I G I O S O S Mateus 28.18-20 212, 313, 493 João 10.30 105, 17 3,26 2 ,2 7 6 ,2 8 8 , Sobre Jesus e o Pai João 5.43 275, 276 289, 290, 291, 296, 302, 311, 314, João 10.30 105, 173, 262,276, 2S8, 374 289, 290, 291, 296, 302, 311, 314, 1 Coríntios 14.33 376, 377 374 2 Coríntios 13.13 João 14.18 300 30, 64, 156, 300, 3 7 1 ,4 0 1 ,4 0 2 , 430, 493 João 14.6-11 27 6 ,2 9 5 ,2 9 6 1 João 5.7 492 Romanos 1.7 338, 339, 360 O uso de crucifixos 1 Coríntios 1.3 359, 360 Êxodo 20.4,5 51, 82, 239, 334 Jesus e o Espírito Santo 1 Coríntios 10.14 372 2 Coríntios 3.17 395 A Sociedade Torre de Vigia Sobre o m odalism o Gênesis 2.7 34, 35, 36, 333, 391 2 Coríntios 3.17 395 Mateus 24.45-47 208 Robert Sabin Deuteronômio 6.4 63, 64, 106, , U N ID A D E PENTECOSTAL 108, 1 5 5 ,1 5 6 ,3 3 2 , 402, 429 Sobre o batismo Sobre a Trindade Atos 2.38 213, 231, 271, 312, 313, Deuteronômio 6.4 63, 64, 106, 319, 321, 360 108, 155, 156, 332, 402, 429 Sobre a regeneração batismal Isaías 9.6 126, 127, 493 Atos 2.38 213, 231, 271, 312, 313, Colossenses 2.9 262 319, 321, 360 Sobre Jesus UNITARIANISMO Mateus 28.19 64, 155, 156, Sobre o universalismo 2 1 2 ,2 1 3 ,2 1 4 ,2 1 5 ,2 1 6 ,3 0 0 , 301, 321,322, 3 3 9 ,3 6 0 ,3 7 1 ,3 9 6 ,4 0 2 , 430 Efésios 1.10 325, 407 WICCA 1 Samuel 28.7-20 77 Colossenses 2.9 262 581 kf -. SPOSTA ÀS SEI TAS N o rm an L. Geisler é o diretor do Southern Evangelical Seminary, e líder apologista cristão, autor de mais de qua renta volumes. Obteve o seu título de Ph.D. na Loyola University. R o n R hodes é o diretor executivo da Reasoning from the Scriptures, e escreveu várias obras a respeito do tema seitas. 582