Safra recorde

Transcrição

Safra recorde
ISSN 2178-5781
Ano XIII | 208 | Outubro 2012
9912263550
Eleições
Debates reforçam
gestão participativa
na pauta dos prefeitos
Tomates
Produtores encontram
dificuldades para se
manterem na atividade
Safra recorde
Chuvas são aguardadas para dar início à
maior safra de grãos do Estado
Inovações no processamento e na
mecanização do Tomate Industrial
Muitas novidades,
Temas de grande importância para o setor
Nomes qualificados para debater
Conheça as formas de participação e
garanta já o seu estande!
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PALAVRA DO PRESIDENTE
CAMPO
A revista Campo é uma publicação da Federação da
Agricultura e Pecuária de Goiás (FAEG) e do Serviço Nacional
de Aprendizagem Rural (SENAR Goiás), produzida pela
Gerência de Comunicação Integrada do Sistema FAEG/SENAR,
com distribuição gratuita aos seus associados. Os artigos
assinados são de responsabilidade de seus autores.
Conselho editorial
Bartolomeu Braz Pereira; Claudinei Rigonatto;
Eurípedes Bassamurfo da Costa; Marcelo Martins
Editores: Francila Calica (01996/GO) e
Rhudy Crysthian (02080/GO)
Reportagem: Rhudy Crysthian (02080/GO) e
Leydiane Alves
Fotografia: Jana Tomazelli Techio,
Gutiérisson Azidon
Revisão: Cleiber Di Ribeiro (2227/GO)
Diagramação: Rowan Marketing
Impressão: Gráfica Talento Tiragem: 12.500
Comercial: (62) 3096-2200
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DIRETORIA FAEG
Presidente: José Mário Schreiner
Vice-presidentes: Mozart Carvalho de Assis; José Manoel
Caixeta Haun. Vice-Presidentes Institucionais: Bartolomeu
Braz Pereira, Estrogildo Ferreira dos Anjos. Vice-Presidentes
Administrativos: Eurípedes Bassamurfo da Costa, Nelcy Palhares Ribeiro. Suplentes: Wanderley Rodrigues de Siqueira,
Flávio Faedo, Daniel Klüppel Carrara, Justino Felício Perius,
Antônio Anselmo de Freitas, Arthur Barros Filhos, Osvaldo
Moreira Guimarães. Conselho Fiscal: Rômulo Pereira da
Costa, Vilmar Rodrigues da Rocha, Antônio Roque da Silva
Prates Filho, César Savini Neto, Leonardo Ribeiro. Suplentes:
Arno Bruno Weis, Pedro da Conceição Gontijo Santos, Margareth Alves Irineu Luciano, Wagner Marchesi, Jânio Erasmo
Vicente. Delegados representantes: Alécio Maróstica, Dirceu
Cortez. Suplentes: Lauro Sampaio Xavier de Oliveira,
Walter Vieira de Rezende.
CONSELHO ADMINISTRATIVO SENAR
Presidente: José Mário Schreiner
Titulares: Daniel Klüppel Carrara, Elias D’Ângelo Borges,
Prontos para uma supersafra
M
áquinas a postos só aguardando as primeiras precipitações mais significativas para
darmos início a uma safra que promete ser
a maior de toda a história do nosso Estado. Os números de produção deste ciclo agrícola apontam para o
quinto ano consecutivo de aumento da safra de grãos
em Goiás. Neste ano, serão 20 milhões de toneladas
de grãos produzidas no Estado.
A soja será a mola propulsora que irá puxar esses números e irá abocanhar uma parcela da área anteriormente destinada ao cultivo do milho. Mas na
segunda safra, o milho volta a tomar fôlego com o
retorno desses produtores que agora dão preferência
ao cultivo da soja devido às perspectivas de boa comercialização dessa oleaginosa.
Os dados preliminares apontam ainda para um
aumento da produtividade, enquanto, a área cultivada não acompanhou o crescimento na mesma proporção. Isso representa uma melhora na capacidade
do produtor em utilizar tecnologias para ampliar a
produção sem a abertura de novas áreas ou a utilização de áreas degradadas.
O que revela também outra realidade em nosso
Estado, o destino de grandes produtores de grãos
para regiões antes tidas como não tão desejadas para
o cultivo de cereais, fibras e oleaginosas como o médio-norte e o Vale do Araguaia. Este assunto será
tema de outra reportagem nas próximas edições.
Osvaldo Moreira Guimarães, Tiago Freitas de Mendonça.
Suplentes: Bartolomeu Braz Pereira, Silvano José da Silva,
Alair Luiz dos Santos, Elias Mourão Junior, Joaquim Saêta
Filho. Conselho Fiscal: Maria das Graças Borges Silva, Edmar
Duarte Vilela, Sandra Pereira Faria do Carmo. Suplentes:
Henrique Marques de Almeida, Wanessa Parreira Carvalho
Serafim, Antônio Borges Moreira. Conselho Consultivo:
Bairon Pereira Araújo, Maria José Del Peloso, Heberson
Alcântara, José Manoel Caixeta Haun, Sônia Maria Domingos
Alexandre Cerqueira
Fernandes.
Suplentes: Theldo Emrich, Carlos Magri Ferreira, Valdivino
Vieira da Silva, Antônio Sêneca do Nascimento, Glauce
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Gutiérisson Azidon
Jana Tomazelli
PAINEL CENTRAL
8
Prosa Rural
Responsável por um
dos maiores estudos de
macrologísticas já realizado
na região Centro-Oeste,
Olivier Girard, antecipa com
exclusividade à Revista
Campo os principais gargalos
levantados em seu diagnóstico
que travam o crescimento
da região e o escoamento da
produção.
Tomate nosso de cada dia
30
Agenda Rural
06
Fique Sabendo
07
Delícias do Campo
33
Campo Aberto
38
Treinamentos e
cursos do Senar
36
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Agosto / 2012
Lea Matswmoto
Estatísticas apontam para diminuição da área plantada
com tomate em Goiás. Produtores como Eduardo Veras
contam como se mantêm na cultura.
O prefeito que queremos
26
População goiana se mobiliza para discutir com
futuros prefeitos propostas de governo. Debates
fazem parte de mais uma etapa do Seminário
Estadual O Que Esperamos do Próximo Prefeito.
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Jana Tomazelli
Supersafra à espera das chuvas
20
300% melhor de vida
Jana Tomazelli
À espreita de precipitações mais substanciais, produtores como Jair
Barrachi, contribuirão para safra recorde para o ciclo 2012/2013.
34
O produtor de Cristalina, Deoclécio Gomes
de Lima, turbinou a renda da família após
participar de treinamento em Olericultura
Orgânica do Senar, Goiás.
Produtor de
grãos em Jataí,
Jair Barrachi,
aumenta área
para cultivo da
soja nessa safra
que promete ser
melhor, como
nunca antes
visto no Estado.
Foto produzida
por Jana
Tomazelli.
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Precisão para melhorar renda 14
As técnicas da agricultura de precisão potencializam
resultados como economia e rentabilidade. A produtora Lígia
Gonçalves utiliza e recomenda a tecnologia.
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Shuter
AGENDA RURAL
OUTUBRO
20 de outubro
Campo Saúde - Assentamento Canudos
Local: Campestre
Informações: (62) 3545-2638
18/10
19/10
24/10
25/10
Seminário Regional de
Legislação Previdenciária
Local: Associação Comercial
de Ceres e Rialma
(Aciccer), Ceres
Informações: (62) 3323-1527
XII Festival do Leitão de
Rio Verde
Local: Auditório do Senac,
Rio Verde
Informações: (64) 3622-6284
Reunião da nova Governança
do APL Lácteo
Local: São Luiz dos Montes
Belos
Informações: (64) 3671-1407
Agrocentaf – 3º Simpósio
Educação do Campo para
quem acredita no Campo
Local: Silvânia
Informações:
(62) 3096-2200
26/10
29/10
30/10
30/10
Treinamento de preenchimento
de declaração de vacinação
para funcionários
de SR e parceiros
Local: Augustu’s Hotel,
Goiânia
Informações: (62) 3545-2600
Lançamento da Campanha
de Vacinação
Contra Febre Aftosa
Local: Palmeiras de
Goiás, Goiás
Informações: (64) 3571-2627
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Lançamento do CNA Card
Cartão Produtor
Local: sede da Faeg, Goiânia
Informações: (62) 3096-2200
Programa do Empreendedor
Sindical
2ª Etapa: Curso de liderança
Local: Augustu’s Hotel,
Goiânia
Informações: (62) 3096-2246
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Shuter
FIQUE SABENDO
Divulgação
Armazém
Agronegócios
Qualidade na Gestão
A obra engloba noções
de aspectos da administração de empresas, leis trabalhistas, recursos humanos,
psicologia para lidar com
pessoas, acompanhamento
do mercado de commodities, obrigações de recolhimento de impostos federais,
estaduais e municipais, enfim, todos os aspectos que
auxiliam e complementam
a capacidade administrativa
da propriedade. O objetivo
é enfatizar a necessidade
de uma empresa rural deter
um sistema de gestão que
seja de alta qualidade, não
só àquela referente à qualidade. A obra está disponível
nas melhores livrarias e custa em média R$ 110.
pesquisa
Embrapa comercializa sementes
A Embrapa já disponibiliza sementes para o próximo ano agrícola
2012/13. São 41 toneladas de sementes
de arroz, 16 toneladas de sementes de
feijão e cinco toneladas de sementes
de capim para oferecer ao produtor
que já programa a sua safra. A semente de arroz tem boa resistência ao
acamamento, moderada resistência
à mancha parda, escaldadura e mancha de grãos. Seu ciclo de produção
é precoce e chegando a, no máximo,
110 dias. A produtividade média é de
3.750 kg/ha.
A cultivar de feijão preto BRS Es-
plendor produz em de 85 a 90 dias,
com elevado potencial produtivo, podendo ultrapassar quatro toneladas
por hectare. É adaptada à colheita
mecânica direta, ao mosaico-comum
e a nove raças de fungos causadores
da antracnose. Também apresentam
tolerância à murcha de fusário e ao
crestamento bacteriano comum. A
semente do Capim Marandu, ou Braquiarão, é resistente às principais espécies de cigarrinhas- das-pastagens,
produtividade de 80 kg a 120 kg/ha
de sementes com 40% de valor cultural e qualidade de forragem.
REGISTRO
Cooperativismo goiano fortalecido
O Conselho Estadual de Cooperativismo (CECOOP-GO), instituído
na estrutura organizacional básica
da Secretaria de Estado de Cidadania e Trabalho, promoveu no dia 26
de setembro, na OCB-GO, a solenidade de posse de seus 12 membros,
que representam a Organização das
Cooperativas Brasileiras no Estado
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de Goiás (OCB-GO). Entre eles está
o vice-presidente financeiro Faeg,
Eurípedes Bassamurfo.
Segundo o secretário-executivo
do CECOOP-GO, Osman Wagner
de Oliveira, o Conselho deverá ser
o eixo de uma nova política de desenvolvimento do cooperativismo
em Goiás. E chega em um momento
estratégico, tendo em vista o crescimento dessa atividade no Estado. O CECOOP, agora em fase de
instalação, será o executor da política estadual de cooperativismo
definida na Lei Estadual 5.109, de
2 de fevereiro de 2005, e agora revitalizada pela Lei Estadual 17.623,
deste ano.
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Gutiérisson Azidon
PROSA RURAL
OLIVIER GIRARD
Sócio da Macrologística Consultoria
Empresarial
Foco na
infraestrutura
e logística
Rhudy Crysthian | [email protected]
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www.sistemafaeg.com.br
O
livier Girard,
responsável por
um dos maiores
estudos de macrologísticas já
realizado na região Centro-
Revista Campo: Qual o objetivo deste estudo?
Olivier Girard: Realizar o planejamento de infraestrutura de
transporte e logística de cargas
para toda a região Centro-Oeste.
Oeste é o encarregado de
Revista Campo: Como será a
levantar os principais gargalos
interação dos resultados des-
que travam o crescimento
da região e o escoamento
da produção. Ele é sócio da
te estudo com os Projetos do
Programa de Aceleração do
Crescimento (PAC) do Governo
Federal?
Olivier Girard: A relação de
Macrologística Consultoria
projetos que constam do PAC é
Empresarial e conta com mais
um dos subsídios utilizados na
de 15 anos de experiência
elaboração da lista de projetos
O projeto está
desde o princípio
atrelado à
discussão com
as entidades de
classe, empresários
e com os setores
públicos estaduais
e federais
relevantes para o Centro-Oeste.
em consultoria de gestão
Mas não é a única. Analisamos
com foco nas indústrias de
também outros projetos e os
diferentes responsáveis por 96%
pleiteados pelas secretarias
da produção agropecuária, 95%
estaduais dos três estados e do
da produção extrativista florestal
Distrito Federal. A partir desta
e mineral e 75% da produção
lista, utilizando uma metodo-
industrial da região. Todas as
logia desenvolvida pela Ma-
principais empresas, associações
Produtivo do Centro-Oeste,
crologística, chegamos na lista
produtivas, operadores logísti-
do qual a Faeg participa e
dos projetos prioritários para a
cos, autarquias estaduais e fe-
região. Não obrigatoriamente to-
derais estão sendo entrevistadas
dos os projetos do PAC constarão
pessoalmente para garantir ao
desta lista prioritária.
máximo a exatidão dos dados.
Revista Campo: O estudo será
Revista Campo: Serão estu-
baseado em que nível de infor-
dados tantos os fluxos para os
mações? Dados de fluxos
mercados internos como
dos produtos, entrevistas?
externos, inclusive os gargalos
Olivier Girard: A primeira
portuários?
Grosso e Mato Grosso do
fase do projeto faz um grande
Olivier Girard: Sim, serão es-
Sul. A conclusão do estudo
diagnóstico da situação da oferta
tudados fluxos de produção para
de infraestrutura de transportes
os mercados internos e externos,
na região bem como da demanda
fluxos de consumo provenientes
2013. A empresa já promoveu
por esta infraestrutura gerada
do exterior e de outras regiões
o mesmo levantamento nas
pelos fluxos de matriz origem-
do país e fluxos de passagem
-destino das principais cadeias
representados por cargas prove-
produtivas da região. Ao todo,
nientes de outras regiões e que
serão estudadas 15 cadeias pro-
transitam pela região com desti-
dutivas, totalizando 54 produtos
no ao exterior. Um exemplo é o
infraestrutura e logística. O
estudo foi idealizado pelo
Fórum de Entidades do Setor
patrocinado Confederação
da Agricultura e Pecuária do
Brasil (CNA), Confederação
Nacional da Indústria (CNI)
e associações de produtores
de soja e algodão do Mato
está prevista para maio de
regiões Norte, Sul e Nordeste
do Brasil.
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caso da carne bovina de Rondônia
entrevistados e serão convidados a
por objetivo final delimitar quais
que para chegar a São Paulo passa
participarem dos fóruns de discussão
são os projetos de infraestrutura de
pelas rodovias da região Centro-Oes-
que acontecerão ao longo do projeto.
transportes prioritários para investi-
te. Com isto, espera-se mapear todos
mento na Região Centro-Oeste. Para
os gargalos por modal bem como os
tanto, estamos muito preocupados
gargalos portuários.
Revista Campo: As precariedades
das estradas estaduais e municipais
também serão levantadas?
Olivier Girard: Não, o estudo se
aterá às rodovias federais, às ferrovias, às dutovias, às hidrovias,
aos portos, aos aeroportos e aos
terminais de transbordo. O estudo
das estadas estaduais e municipais
faz parte de outra fase ainda não
contratada.
Revista Campo: Armazenagem
para grãos e centro de distribuição
de produtos industriais também
serão levantadas?
Os estudos
realizados e já
terminados nas
regiões Norte, Sul e
Nordeste apontaram
para reduções
significativas nos
custos totais de
transporte que na
média ficaram
em 7%”
com os volumes atuais e futuros que
transitarão pelas estradas da região.
Se esta carga, hoje, é de carne bovina
e amanhã será de soja, na realidade,
não importa tanto. O que importa
é saber se o volume em toneladas e
o equivalente em número de caminhões ou vagões será o mesmo ou se
aumentará ao longo do tempo.
Revista Campo: Em Goiás está
em implantação a Ferrovia Norte-Sul com o ramal para o Sudoeste,
cortando todo o estado. Este estudo
de logística vai buscar uma integração desta com outros modais de
escoamento?
Olivier Girard: Ao longo do pro-
Olivier Girard: Sim, utilizaremos
jeto, vamos delimitar uma série de
os dados de armazenagem da Conab
eixos integrados de transporte para
bem como os dados das principais
Revista Campo: O projeto visa
estudar quais são prioritários para a
empresas do setor e das associações
médio/logo prazo, como serão
região no sentido de serem respon-
produtivas. No caso de centros de
trabalhados os dados em nível de
sáveis por gerar maior economia nos
distribuição, daremos especial aten-
municípios, se a fronteira agrícola é
custos de transporte com o menor
ção às EADIs, Redex e ZPEs. Centros
dinâmica?
investimento possível. Assim sendo,
de distribuição focados exclusiva-
Olivier Girard: Os levantamentos
se houver a necessidade de uma
mente ao abastecimento de uma
de produção serão feitos em nível
integração do eixo da Norte-Sul com
cidade não serão incluídos no estudo
municipal para cada um dos 54
outros para melhorar o escoamento,
por fazerem parte de uma dinâmica
produtos. No entanto, os fluxos de
estaremos fazendo o estudo.
logística chamada “last mile” que
longa distância que são os grandes
não faz parte do escopo do projeto.
alvos deste estudo serão agrupados
Revista Campo: Em sua visão,
por mesorregiões, um conceito do
este projeto poderá trazer uma
Revista Campo: Haverá discussão
Instituto Brasileiro de Geografia
expressiva redução de custo para
com as entidades de classe e em-
e Estatística (IBGE) que reagrupa
os diversos setores produtivos do
presários para validação do Projeto
municípios com proximidade geográ-
Centro-Oeste?
após a conclusão dos estudos?
fica e perfil similar. Como estaremos
Olivier Girard: O objetivo final é
Olivier Girard: Sim, o projeto está
projetando todas as cargas para
este mesmo. Os estudos realizados e
desde o princípio atrelado à dis-
2020, espera-se conseguir identificar
já terminados nas regiões Norte, Sul
cussão com as entidades de classe,
potenciais mudanças nas fronteiras
e Nordeste apontaram para reduções
empresários e com os setores públi-
agrícolas ao longo do tempo. Mas é
significativas nos custos totais de
cos estaduais e federais. Todos serão
importante notar que o estudo tem
transporte que na média caíram 7%.
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www.sistemafaeg.com.br
MERCADO E PRODUTO
Fertilizantes:
preocupação para o
produtor na safra 12/13
O
início do plantio da safra de grãos 2012/13
se aproxima e com ele mais uma grande
preocupação para o produtor rural. O
problema de infraestrutura e logística é conhecido
em todo Brasil, porém, nesse momento tão oportuno para o produtor brasileiro, ele se vê refém
mais uma vez dessa situação que se arrasta por
anos e que agora se encontra agravada.
O Brasil importa cerca de 70% do total da
matéria-prima que utiliza para fabricação de
fertilizantes. Em 2012, produzimos pouco mais de
28% do total demandado e em 2017, com os novos
projetos em execução, são estimados pelo menos
63,5% desse total, reduzindo drasticamente a
dependência externa por fertilizantes. Os investimentos somarão um total de US$ 18,9 bilhões. Tudo
isso seria extraordinário se não fossem os problemas logístico e tributário brasileiro que diminuiu
a competitividade do produtor brasileiro. Seria
excelente noticiar somente preços recordes da saca
da soja, preços do milho subindo, porém, é bom
lembrar que há custos, altos, para se produzir esses
alimentos. Em Goiás, os fertilizantes participam,
em média, em 25% dos custos totais de produção
das principais culturas e são fundamentais para
elevação dos índices de produtividade.
O momento é muito oportuno para o produtor
brasileiro que vê a chance de, pela primeira vez na
história, ser o maior produtor mundial de soja, ultrapassando os Estados Unidos que, em função da
seca severa, passa por expressiva quebra de safra.
Ao mesmo tempo, vislumbramos a ameaça de ter
essa oportunidade perdida e, ironicamente, por
causa dos fertilizantes. Estima-se que a cultura da
soja tenha sido responsável por 34% do consumo
de fertilizantes na safra 2011/2012, representando
mais de 9,6 milhões de toneladas das 28 milhões
de toneladas consumidas em todo país. Sendo
assim, com a expectativa de aumento de área
da ordem de 8%, espera-se uma demanda maior
por fertilizantes, e caso o produtor mantenha o
padrão de consumo, para igualar ou mesmo au-
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mentar a produtividade, o setor precisará disponibilizar, somente para os sojicultores, cerca de 10,5
milhões de toneladas.
O que se vê no momento é a condição precária
nos portos, especialmente o de Paranaguá, no Paraná, por onde entra boa parte dos fertilizantes e por
onde são exportados os produtos do agronegócio. E,
diga-se de passagem, houve este ano, em função dos
bons preços das commodities, um volume bastante
expressivo de carregamento de soja e milho para
outros países, o que gerou mais congestionamento e
evidenciou a precariedade da estrutura portuária.
A mudança na lei de transportes rodoviários
afetou, em muito, a questão do frete por estradas
e há dificuldades enormes para transporte dos
insumos, especialmente, para a região Centro-Oeste, grande demandadora por fertilizantes. O
line-up médio de descarregamento dos navios no
porto está entre 60 e 70 dias, a média em condições
normais nessa mesma época do ano é de 23 dias, e
isso implica em multas diárias aos importadores de
US$ 30 mil a US$ 60 mil diários e que fatalmente
serão repassados ao preço do produto final.
O setor estima que em 2012 sejam gastos algo
em torno de US$ 100 milhões com esses problemas logísticos. O que se vê são alguns produtores
preocupados com entregas que já deveriam ter
ocorrido. Alguns atrasos já ultrapassam 30 dias e
preocupam muito quem já comprou antecipadamente. A preocupação é ainda maior para aqueles
que ainda vão adquirir o produto e o fantasma da
falta do insumo e dos preços altos já assombra o
produtor. O temor é de que falte produto tanto
para safra quanto para safrinha.
Mais uma vez o que estamos vendo é o produtor rural sendo prejudicado por incompetência
governamental, e o que o assusta é a possibilidade de ter sua oportunidade perdida, seus custos
elevados, sua produtividade diminuída e sua renda
prejudicada, por fatores exógenos que induzem
a tudo isso, e mais uma vez quem pagará a conta
final é o produtor rural.
Carlos Costa
Alexandro Alves dos Santos | [email protected]
Alexandro Alves dos
Santos é assessor
técnico da Faeg para
a área de insumos
agrícolas.
Agosto / 2012 CAMPO
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AÇÃO SINDICAL
MINEIROS
Arquivo Pessoal
Homenagem póstuma
O Sistema Faeg/Senar e o Sindicato Rural de
Mineiros prestam suas homenagens ao produtor
rural, Ivan Pedro Parmeggiani. Ele faleceu no
final de setembro. O produtor deixou esposa
e dois filhos. Para o presidente do Sistema
Faeg/Senar, José Mário Schreiner, a perda é
irreparável. “Homem forjado na luta, na honradez.
Personalidade trabalhadora e de garra. O setor
agropecuário de Mineiros sente muito a sua
perda”, afirma José Mário.
INACIOLÂNDIA
Sindicato Rural de Inaciolândia
Leilão beneficente
RIO VERDE
Foco nas exportações
O Sindicato Rural de Rio Verde e a
Secretaria de Relações Internacionais do
Agronegócio do Ministério da Agricultura,
Pecuária e Abastecimento, realizaram
no dia 5 de setembro, no parque de
exposições, a 49ª edição do Seminário do
Agronegócio para Exportação (AgroEx).
O evento teve como missão disseminar
informações estratégicas visando
estimular os agentes do agronegócio
brasileiro a aumentarem sua participação
no mercado internacional.
SÃO JOÃO DA PARAÚNA
Incentivo à avicultura
O Sindicato Rural de São João da Paraúna, em
parceria com a Okamoto e a Agropecuária São
João, realiza, periodicamente, palestras na
Câmara Municipal sobre frango caipira. Entre os
temas discutidos no encontro estão Programa de
Vacinação, Manejo de Chocadeiras, Profilaxia
das Doenças em geral, Preparo das Rações,
Instalações, entre outros temas. Segundo o
presidente do Sindicato, Marcos Guerra, o frango
caipira, hoje é uma boa alternativa para os
produtores da região. (Colaborou: Marcos Guerra)
ITUMBIARA
Sindicato realiza 44ª
Expoagro
No dia 5 de agosto de 2012, foi realizado,
na Fazenda Campanha, de propriedade De
Eurípedes Massão Barroso, em Inaciolândia,
o 2º Leilão em prol do Hospital do Câncer de
Barretos, com apoio dos Sindicatos Rurais
de Inaciolândia e Gouvelândia, da Secretaria
de Saúde, Pastoral da Criança e da Comissão
Amigos Unidos pela Vida. O resultado do leilão
foi a arrecadação de R$ 52 mil e mais de uma
tonelada de alimentos.
12 | CAMPO
Agosto / 2012
O Sindicato Rural de Itumbiara promoveu, em
setembro, a 44ª Expoagro. Dentro da programação,
foi realizada a 1ª Feira do Agronegócio de
Itumbiara (FEAGRI). A Expoagro teve ainda como
atrações exposição de animais, torneio leiteiro,
leilão de gado, palestras, rodeio profissional em
touros e cavalos. A programação da Expoagro,
que é a maior festa agropecuária da região. No
último dia da festa foi realizado o encerramento do
rodeio profissional com a premiação dos peões da
montaria em touros e cavalos.
www.sistemafaeg.com.br
Posse da diretoria
Missa da semente
O Sindicato Rural de Edéia realizou, no dia 22 de
setembro, a solenidade de posse de sua nova diretoria.
Segundo o presidente eleito, Valério Teles Pires, (de
camisa azul), o objetivo de seu mandato é trabalhar
em prol dos produtores rurais de Edéia. “Temos
planos de inovar o Sindicato. Tenho a intenção de criar
uma assessoria jurídica que dê suporte e apoio aos
produtores.” Outra meta de Valério é levar à classe
os projetos da Faeg e os cursos de capacitação do
Senar. Para a nova diretoria foram eleitos Afonso Cairo
Mendes, (de camisa cinza) como vice-presidente,
Leonardo Moura para secretário e Vanessa Lobato
como tesoureira.
Divulgação
GOIATUBA
Vilma Pontes
edéia
Foi realizada, no dia 21 de outubro, na Igreja Matriz
São Sebastião em Goiatuba, a 9ª Missa da Benção das
Sementes. O tema desse ano foi Sucessão Familiar
e com o lema Produção de Alimentos: da minha
família, para a sua família. O Sindicato Rural de
Goiatuba, que foi parceiro do evento, ajudou com a
confecção dos enfeites e na colheita das sementes
que foram abençoadas. De acordo com o presidente,
Paulo Henrique Garcia Cardoso, o tema da missa
pode explicar bem aos participantes o que é a
agricultura familiar. “Essa classe envolve uma série
de pequenos produtores, que trabalham para dar
continuidade à atividade de geração em geração”, diz.
Jana Tomazelli
TECNOLOGIA NO CAMPO
Precisão na
ponta do lápis
Agricultura de precisão reduz gastos com insumos
e reflete na elevação da renda com aumento de
produtividade
Karina Ribeiro | [email protected]
Especial para a Revista Campo
A produtora de
Orizona, Lígia
Gonçalves, começou
fazendo análise do
solo e hoje é uma
grande investidora em
agricultura de precisão
na região
A
tingir a capacidade máxima
produtiva, conhecer o mercado e suas falhas, além da
reduzir significativamente o custo
de produção é o sonho de qualquer
empresário que deseja o sucesso. A
princípio, essas metas se assemelham a de uma indústria, porém,
essa espécie de gestão também está
chegando, aos poucos, às propriedades rurais de Goiás.
A agricultura de precisão vem
14 | CAMPO
Agosto / 2012
conquistando espaço entre os produtores rurais que pretendem otimizar
a área plantada. A prática utiliza de
tecnologia de informação baseada no
princípio da variabilidade do solo e
clima. Desconhecida de muitos produtores, a técnica tem custo elevado,
mas ainda assim, consegue resultados como economia e rentabilidade.
O instrutor do curso de GPS do
Serviço Nacional de Aprendizagem
Rural (Senar), Randerson Aguiar,
conta que a técnica consiste em conhecer a realidade fisionômica e fitofisionômica de pequenas partes da
propriedade.
A técnica pode suprir uma característica típica do solo do Cerrado. Com a prática agrícola de várias
culturas desenvolvidas ao longo dos
anos, há apresentação de diferenças
nutricionais no solo em pequenos pedaços de terra. Uma forma de ilustrar
essa condição é comparar o terreno
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isso reduz bastante o gasto”, diz. Do
outro lado da ponta, há propriedades
que alcançam resultados expressivos
de produtividade.
Ele explica que depende de fatores
como clima e a forma de utilização da
técnica. “Mas têm regiões que já registraram até 80 sacas de soja por hectare. Essas razões seduzem o produtor,
diz, mas a técnica ainda exige desprendimento de recursos financeiros que a
maioria não possui. Uma análise fisionômica e fitofisionômica por amostra,
pode custar até R$ 60, dependendo da
região. Sendo assim, o produtor pode
despender até R$ 30 mil, apenas nessa
primeira etapa do processo.
O segundo passo da agricultura
de precisão, consiste em interpretar
os resultados das análises de solo e
a transpor para um software de elaboração dos mapas de fertilidade
do solo para aplicação de corretivos
e fertilizantes. Embora admita que
falte mão de obra especializada em
várias regiões do Estado, Randerson
acredita que a melhor forma de avançar na aplicação da agricultura de
precisão é trabalhar empresas terceirizadas especializadas.
a uma colcha de retalhos. “Cada pedaço de chão tem uma realidade”,
resume. Por satélite é feita a análise
variabilidade existente quanto à fertilidade do solo e produtividade. Depois de verificadas as diferenças dentro dos talhões, elas são corrigidas de
forma pontual.
Para se ter ideia, enquanto o produtor que utiliza a técnica convencional realiza apenas uma análise
de solo por hectare, na agricultura
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de precisão, são analisados até 20
amostras por hectare. Essa interferência estabelece condições química, física ou biológica, ideais às espécies cultivadas na agricultura.
Redução de custos
O técnico calcula que esse cuidado
reduza o custo de produção entre 7%
e 10%. “Como conhecemos detalhes
de cada região, utilizamos somente a
quantidade necessária de insumos e
Inovação
A produtora Lígia Gonçalves Gomes Mick conta que essa foi a melhor forma encontrada para não só
conseguir investir na inovação, mas
também para poder acreditar. Há cinco anos, quando ninguém praticava a
técnica na região de Orizona, localizada a 120 quilômetros da capital, ela
experimentou trabalhar com a análise e correção de solo de forma mais
detalhada em 200 hectares, dos 700
hectares de sua propriedade. “Fui em
um trabalho de divulgação e apostei
na novidade. Alguém na região precisava acreditar na proposta e eu, além
dos meus técnicos, gostamos muito
de coisas inovadoras”, diz.
Na prática, Lígia faz a marcação com o GPS no talhão, manda as
amostragens para análise de solo e,
Agosto / 2012 CAMPO
| 15
Jana Tomazelli
A produtora Lígia à frente
de um dos equipamentos
que utiliza para melhorar a
produtividade da lavoura
com resultados em mãos, corrige o
solo de forma pontual, sem desperdício. “Só jogo na base, aquilo que
precisa”, diz.
Há cinco anos, quando começou
a trabalhar com agricultura de precisão, pagava R$ 38 por análise de solo.
Atualmente, paga R$ 32. Ela acredita
que com o aumento da demanda, tendem a diminuir os valores da técnica.
Lígia explica que o recurso destinado a quitar os custos da agricultura
de precisão equivalem à economia
da redução de insumos aplicados ao
terreno. Sendo assim, seu lucro está
estabelecido no aumento da produtividade. “De três a cinco sacas por
hectare”, afirma.
Com resultados positivos, Lígia já
trabalha com a técnica em toda a sua
área de 700 hectares, onde estão distribuídos milho, soja e feijão. “Acredito
que não tem volta. Sou preocupada com
os custos e essa é a melhor forma que
encontrei para enxugar os gastos”, diz.
O produtor Marcos Henrique Roma
Pereira, há três safras trabalha com a
agricultura de precisão. Dos 345 hectares de sua propriedade, também localizada em Orizona, 120 hectares são
aplicadas as técnicas da agricultura de
precisão. Nestes, são economizados
tanto com insumos quanto com custos
operacionais.
Ele calcula que enquanto outros
produtores gastam R$ 1,1 mil por hectare em adubos, ele consegue atingir
o mesmo objetivo investindo apenas
R$ 450 por hectare. Além disso, diz,
acredita que economiza em torno de
15% diminuindo os custos operacionais. “Como economia de máquina,
óleo diesel”, afirma. Marcos explica
que a produtividade, entretanto, mantém o mesmo padrão do restante da
propriedade.
Ele explica que uma amostra é
composta por dez subamostras retiradas de um grid de dois hectares. Um
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Agosto / 2012
Há três safras o produtor
Marcos Henrique trabalha
regido pelas orientações da
tecnologia aplicada na lavoura
grid é determinado em função dos históricos equivalentes de produtividade
e fertilidade próprias do terreno. O valor da amostragem, juntamente com a
análise do solo, custa R$ 37.
A ideia do produtor é aumentar
aos poucos a implantação da agricultura de precisão na propriedade. Os
equipamentos aplicadores de taxas
variáveis de calcário, gesso, potássio
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Jana Tomazelli
Economia que gera resultado
são dispendiosos e dificultam investimentos imediatos. Por isso, geralmente, é um serviço terceirizado.
“Custa muito dinheiro para investir
no início. Mas compensa e trabalho
para isso, conseguir o máximo com o
mínimo”, afirma.
Perfil
Jovens de espírito, olhar empresarial e percepção do avanço da tecnologia, esse é o perfil dos produtores que
tendem a aplicar a agricultura de precisão, conforme Randerson Aguiar.
Ele afirma que ainda é pequena a
quantidade de produtores que explora
a tecnologia, mas acredita que a tendência seja que a demanda aumente a
partir do momento que haja queda dos
valores de custos da tecnologia. “Ainda temos um desafio enorme, mas o
primeiro passo já foi dado”, afirma.
Irrigação complementar
Em uma safra onde a incidência do La Niña prevê a interrupção
mais rápida das chuvas e presença
de veranicos ao longo do ciclo das
culturas, a irrigação complementar
pode se tornar uma espécie de seguro agrícola para o produtor rural.
Os ciclos das culturas anuais, como
soja e milho, desenvolvem ao longo
do período chuvoso, especialmente
na região Centro-Sul. Neste sentido,
em geral, não há necessidade de
irrigação. Entretanto, em anos atípicos, o sistema de irrigação pode
contribuir para um ganho de produ-
tividade, completando a quantidade
de milímetros de água necessários
para uma boa safra, de acordo com
o planejamento do produtor rural.
“Depende do planejamento, às vezes o produtor calculou uma safra
mais modesta e, por isso, não deve
investir no sistema”, diz o professor
de irrigação da Universidade Federal
de Goiás (UFG), José Alves.
Ele conta que a técnica vale a
pena para o produtor que já tiver
em sua propriedade o sistema de
irrigação. O fenômeno La Niña, diz,
tem como consequência de déficit
hídrico no fim da cultura. Ele calcula que são necessários irrigar de
cinco milímetros a oito milímetros
diariamente. “O produtor deve calcular quanto já caiu na propriedade
tendo como resultado final um total
de 400 milímetros a 500 milímetros
durante todo o ciclo”, diz.
Por questões fisiológicas da planta,
diminuição das correntes de vento que
garantem mais uniformidade, menor
custo de produção, o período ideal
para a irrigação é o noturno. Contudo,
diz, a ideia é atingir a maior capacidade de área no menor espaço de tempo.
Gutiérisson Azidon
PRONATEC
Alunos de uma das turmas
do Pronatec no campo, no
município de Silvânia
Qualificação no Campo
Lançado esse ano, Pronatec pretende
qualificar 5,1 mil alunos em Goiás
Leydiane Alves | [email protected]
C
om o objetivo de ensinar de
forma gratuita uma profissão
aos estudantes do ensino médio da rede pública estadual de ensino, que moram nas áreas urbanas e
rurais de Goiás, o Programa Nacional
de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec), já deu início aos
cursos. As primeiras turmas começaram as aulas no mês de setembro. Já
são 114 turmas formadas, totalizando
1.685 mil alunos. Esse número representa 33% das vagas oferecidas.
No Estado, o Pronatec está sendo
coordenado pelo Serviço Nacional de
Aprendizagem Rural (Senar), Goiás, e
tem a expectativa de atender, até mar-
ço de 2013, 5,1 mil alunos, em mais
de 180 municípios goianos. “Essa é a
maior oferta de vagas para a educação do campo no Brasil. Trata-se de
uma verdadeira revolução educacional
na zona rural”, analisa a coordenadora do Pronatec, Maria Luiza Bretas.
Segundo ela, o objetivo do Programa
é manter esses jovens no meio rural. “Nossa preocupação é que esses
alunos continuem com o trabalho no
campo e possam estar qualificados
para a atividade que escolher.”
Sem deixar de lado o estudo formal na escola regular, o Pronatec veio
para oferecer qualificação profissional para os jovens oriundos do meio
Cursos oferecidos pelo
Pronatec no campo
Bovinocultor de Leite
Operador de Máquinas e
Implementos Agrícolas
Inseminador Artificial
Horticultor
Bovinocultor de Leite
Picsicultor
Equideocultor
Fruticultor
Apicultor
Avicultor de Postura de Corte
Suinocultor
Cultivador de Mandioca
Fonte: Senar, Goiás
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rural e também para aqueles que estão na cidade e vislumbram oportunidades de emprego e ganho real na
agricultura e pecuária.
Uma das primeiras turmas do Pronatec está no município de Silvânia.
O curso escolhido pelos alunos é o de
Inseminador Artificial e está sendo
ministrado no Centro de Formação da
Agricultura Familiar (Centaf) na sede
da União Brasiliense de Educação e
Cultura (UBEC). A coordenadora pedagógica do Centaf, Kelen Mesquita,
conta que além do curso de Insemi-
nador Artificial, outras duas turmas
já foram fechadas.
De acordo com Kelen, o interessante do Programa é poder trabalhar
com os alunos aulas práticas e teóricas. “Sem dúvidas, isso leva o aluno
para o contato direto com atividade.”
Para continuidade à atividade dos pais
Gutiérisson Azidon
Carlos Alberto de Carvalho, de
19 anos, é aluno do Pronatec em Silvânia no curso de Inseminador Artificial. Ele conta que essa é a oportunidade de aprendizado. “Aqui nós
podemos somar conhecimento e levar para o campo mais informações
sobre a atividade”. Carlos, que é filho de produtores rurais, acrescenta
que o Pronatec possibilitou para ele
a chance de dar continuidade ao trabalho da família. “Meus pais atuam
com a pecuária de corte, e esse curso de i nseminação me dá a chance
de continuar com a atividade da família e até mesmo aumentar a nossa
produção de leite.”
A coordenadora pedagógica do
Centaf, Kelen Mesquita, lembra que a
grande procura pelas aulas do Pronatec se deve à parceria formada entre a
Ubec e o Sindicato Rural de Silvânia.
O presidente do Sindicato, Vonaldo
Antônio de Morais, destaca que a
entidade é responsável pelo trabalho
de mobilização. “É uma parceria que
tem dado certo. Nós fazemos a divulgação dos cursos e a Ubec disponibiliza o local para as aulas.”
Vonaldo acrescenta que o Pronatec veio para garantir que os filhos
de produtores continuem com a ati-
vidade no campo. “Outro objetivo é
aumentar a mão de obra específica
no Estado, que, nos últimos anos,
tem sofrido a falta de profissionais.”
Para participar
A idade mínima para participar
do Programa é de 15 anos e o aluno
deve estar matriculado na escola de
rede estadual. Somente os cursos de
inseminador artificial e operador de
máquina exigem idade mínima de 17
e 18 anos, respectivamente. O curso de suinocultor oferece 180 horas/
aula e o equideocultor 360 horas,
os demais têm uma carga horária de
160 horas.
Os alunos da rede estadual de
ensino interessados em participar do
Pronatec devem procurar a direção
da escola, que irá fazer a pré-inscrição e repassar para subsecretaria regional de educação. A subsecretaria
vai cadastrar esse aluno no sistema
e o Senar, Goiás, será responsável
por confirmar a inscrição.
Número de turmas
por região:
Central - 12
Entorno do DF - 16
Nordeste - 13
Norte - 19
O estudante,
Carlos Alberto,
em momento
prático do
curso de
inseminador
artificial
Oeste - 14
Sudoeste - 16
Sul/Sudeste - 12
Vale do Araguaia - 12
Fonte: Senar, Goiás
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Marcus Vinicius
SAFRA 2012/13
Safra nova
se inicia com
previsão recorde
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Máquinas no
campo para
iniciar o plantio
Com boas perspectivas, grãos aumentam
seu espaço entre os produtores. Primeiros
números estimam safra recorde
Karina Ribeiro | [email protected]
Especial para a Revista Campo
D
e olho no céu, os agricultores das regiões produtoras de grãos aguardam
as primeiras chuvas mais fortes
para o início do plantio. As sementes e os insumos adquiridos
estão armazenados nas propriedades e as máquinas estão prontas à espera da chuva que deve
atrasar um pouco este ano. As
precipitações devem chegar com
mais veemência por volta da segunda quinzena deste mês (veja
clima na pág. 22). A expectativa e
de que sejam colhidas 20 milhões
de toneladas de grãos na próxima
safra – um incremento de 6% se
comparada à safra anterior.
Embora o cenário este ano
seja favorável em relação aos preços praticados pelo mercado futuro, em função da quebra da safra norte-americana e de baixos
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estoques mundiais, especialmente de soja e milho, o preço dos
fertilizantes flutuou, juntamente
com a margem de ganho do produtor. Quem deixou para última
hora pagou o preço do produto
até 25% mais caro.
Segundo o vice-presidente
institucinal e membro da comissão de grãos da Federação
da Agricultura e Pecuária do
Estado de Goiás (Faeg), Bartolomeu Braz, praticamente todos
os produtores já adquiriram os
insumos. “Quem comprou mais
cedo ainda conseguiu preços
melhores”, afirma. Ele lembra
que antigos problemas infraestruturais de escoamento da safra contribuem para que o custo
operacional do produtor brasileiro aumente e o profissional perca
competitividade.
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| 21
Jana Tomazelli
Soja - grão puxa aumento
da produção
O produtor de soja,
José Renner utiliza
também cama
de frango para
diminuir os custos
com a produção
O produtor rural, José Renner de
Souza Rates, deve começar a plantar
soja em seus 600 hectares de terra,
na segunda quinzena deste mês. Ele
explica que com manejo correto consegue diminuir o uso de defensivos,
além disso, as sementes transgênicas
permitem a redução de aplicação de
herbicidas. Mas no caso dos fertilizantes não há como haver redução
nos gastos. “Não dá para não utilizar
a tecnologia. A planta precisa de tecnologia para ter um bom resultado”,
afirma. Ele, que comprou o produto
em junho, afirma que pagou cerca de
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Agosto / 2012
R$ 15% a mais que na safra de 2011.
Mas Renner utiliza também a cama
de frango como forma de diminuir
os custos de produção. Além disso,
já comercializou 70% da safra, com
valores, em média, de R$ 50 a saca.
A perspectiva é colher 55 sacas por
hectare, considerado uma boa produtividade para a região.
As projeções da Faeg provam o
emprego da tecnologia no campo.
Números apontam que a soja puxará
a produção recorde no Estado. A produção deve aumentar 10,5% enquanto a variação da área aumentará 7,8%.
Produtores
aguardam
chuvas
Ao contrário das ultimas duas safras,
a chuva deste ano deve ser um pouco
mais espaçada. Veranicos entre o ciclo
de uma ou outra cultura podem ocorrer.
A culpa desse cenário menos previsível
para as regiões produtoras é do fenômeno climático El Niño. O fenômeno
costuma atrasar o início das chuvas e
interrompe-las mais cedo. “Se cair na
primeira quinzena, tudo deve permanecer bem a curto prazo”, afirma o analista de mercado da Faeg, Pedro Arantes.
As chuvas tendem a ser em menor
quantidade. A longo prazo, alguns produtores já trabalham com uma possibilidade de diminuição de produtividade.
No mais, não devem arriscar o plantio da
segunda etapa além do fim de fevereiro.
Segundo a agrometeorologista
do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), de Goiás, Elizabete Alves
Ferreira, as características do El Nino,
que devem incidir no clima no inicio do
verão, são muito indefinidas na Região
Centro-Oeste. Elizabete afirma que
há probabilidade das chuvas iniciarem
mais contundentemente em novembro.
“As chuvas ainda estão bem irregulares, estamos passando por um processo de regularização”, explica.
Ela conta que há possibilidade de
veranicos na estação do verão, porem
ainda não há nenhum prognostico relacionado ao fim das culturas, conforme esperado por alguns produtores. De
forma empírica, muitos acreditam que o
ciclo de chuvas possa ser interrompido
prematuramente. “Estamos aguardando o próximo prognostico”, explica.
Contudo, a profissional revela que
o fenômeno climático é conhecido por
sua imprevisibilidade. Lembrado sempre pelas irregularidades das chuvas, o
El Nino indefine a quantidade pluviométrica. “Mas há pancadas de chuvas
e muita incidência solar, o que e bom
para o ciclo da soja”, diz.
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Jana Tomazelli
Milho - recuperação de fôlego na 2° safra
O produtor de
milho em Jataí, Jair
Barrachi, aproveitou
os bons preços da
grão para priorizar
o plantio da cultura
Já a produção de milho não deve
sofrer muitas alterações. Embora
perca terreno para a soja na primeira
etapa, o cereal deve se recuperar na
segunda etapa (safrinha). Enquanto a área do milho verão, conforme projeções da Faeg, deve reduzir
11,4%, na safrinha, a área plantada
deve aumentar 8%.
O produtor Jair Barrachi diz que,
ao contrário de outros anos, nesta
safra, não vai plantar milho na safra
verão. Nos 800 hectares da propriedade, localizada em Jataí, Sudoeste
do Estado, a soja predominará. “Geralmente faço rotação mas, este ano,
vou aproveitar o preço da saca de
soja”, afirma.
Ele conta que, na safrinha, 600
hectares serão destinados para o milho e no restante deve entrar sorgo
ou girassol. “É que com o La Niña, as
chuvas devem acabar mais cedo, daí
entro com uma cultura mais rústica”.
As duas culturas podem surpreender. Embora ambas apresentem, a princípio, números desanimadores, já que a área de algodão
reduziu (5,1%) e o trigo (26,2%), a
tecnologia deve absorver essa perda e gerar números próximos aos
da safra 2011/2012. A primeira cultura deve ter uma ligeira redução
de 0,9% e a segunda deve manter
o patamar da safra anterior, com
39,9 mil toneladas.
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Jana Tomazelli
Algodão e trigo - possibilidade de retomada
Tecnologia deve absorver
pardas de área plantada com
algodão no Estado de Goiás
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Jana Tomazelli
Feijão e Sorgo - perda de área
Cultura reduz prejuízos pela perda de área com aumento da produtividade
Na somatória das três etapas
do feijão, os dados mostram que
a cultura deve perder espaço de
2,2% para outras culturas, mas
consegue quase equalizar a perda
aumentando um pouco a produtividade na lavoura. A produção
deve cair de 308,2 mil toneladas
em 2011/2012 para 303,6 mil em
2012/2013 – redução de 1,5%.
O sorgo acompanha as projeções do feijão. A cultura mais
rústica deve diminuir sua área em
2,2%, mas reduz ainda mais essa
perda por meio da elevação da produção (-1,3%), segundo projeções
da Faeg.
Crédito e seguro para a produção
Rio e Santa Helena de Goiás.
De acordo com o gerente regional
de pessoa física do BB, Marcos Donizete Lourenço, serão destinados R$ 2
bilhões para o crédito rural em todo
o País. “Temos pacotes de vantagens
para os clientes que financiarem o
custeio e investimentos como isenção
na cesta de serviço, na primeira anuidade do cartão de crédito, além de
uma série de benefícios”, diz Marcos.
Seguro
“Seguro não deixa ninguém rico,
mas foi feito para não tirar ninguém
do mercado e não ficar no prejuízo de
nenhum componente do patrimônio
do produtor”, resume o consultor de
seguros do programa Faeg Seguros,
Rodrigo de Oliveira.
Embora não divulgue valores em
função da gama de produtos oferecidos pela prestadora de serviços da
Faeg, Rodrigo não tem dúvida quanto
à viabilidade do negócio. “Na maioria
dos serviços a quitação é de 100%”,
atesta.
Ele conta que muitos produtores,
especialmente os de cana-de-açúcar,
estão atentos aos benefícios do seguro em função do risco elevado de
incêndio. Produtores de grãos e gado,
em menor número, também procuram
o serviço em busca de previdência.
Shutterstock
Enquanto o setor ainda comemora
a informação da antecipação de crédito para plantio de safrinha feito pelo
Banco do Brasil (BB), que pretende
liberar R$ 1 bilhão para aquisição antecipada de insumos, graças a uma
reivindicação da Faeg, a Caixa Econômica Federal (CEF) também anunciou a integração no Sistema Nacional
de Crédito Rural (SNCR) para financiar custeio das culturas de milho e
soja, gado de leite e corte, além de
investimentos em geral. Em Goiás, o
projeto piloto abrange 11 municípios:
Rio Verde, Bom Jesus, Caldas Novas,
Catalão, Goiatuba, Ipameri, Itumbiara, Morrinhos, Piracanjuba, Pires do
24 | CAMPO
Agosto / 2012
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Lea Matswmoto
GESTÃO PARTICIPATIVA
A
Presidente da
Faeg, José Mário,
no lançamento
dos debates entre
os candidatos
a prefeito no
interior do Estado
O que
esperamos de
um prefeito
População vai às ruas e participa
de debates que pretendem mudar a
forma de se fazer política no Estado
Rhudy Crysthian | [email protected]
26 | CAMPO
Agosto / 2012
Federação da Agricultura e Pecuária de Goiás (Faeg) e os Sindicatos Rurais filiados à entidade concluíram, no final de setembro,
mais uma etapa do maior projeto de
incentivo a uma administração pública
participativa já realizado em toda a história dos municípios goianos. Trata-se
do Seminário Estadual O Que Esperamos do Próximo Prefeito. Foram sabatinados, postos frente a frente para um
debate ou convidados para apresentarem suas propostas de campanha os
candidatos de cerca de 130 municípios
do Estado. Os eventos foram transmitidos via rádios locais e portais da internet nos municípios onde foram realizados os encontros e debates.
Durante os debates e sabatinas
foram apresentadas aos candidatos
e à sociedade as Agendas de Desenvolvimento Municipal, elaboradas na
primeira etapa do projeto, no primeiro
semestre, quando 70% da população
goiana participou da construção dessas Agendas. O evento foi realizado
também com as parcerias com o Serviço Brasileiro de Apoio a Micro e Pequena Empresa (Sebrae-GO), a Empresa de Assistência Técnica e Extensão
Rural do Estado de Goiás (Emater), o
Fundo de Incentivo à Cultura do Algodão em Goiás (Fialgo), a Associação
Goiana dos Produtores de Algodão
(Agopa), o Fundo de Desenvolvimento
da Agropecuária do Estado (Fundepec)
e a Central de Laticínios de Goiás (Centroleite), além dos parceiros locais.
De acordo com o presidente da
Faeg, José Mário Schreiner, os debates irão refletir na consciência do eleitorado goiano nas próximas eleições
também. “Houve uma percepção de
colaboração no amadurecimento da
sociedade e candidatos na construção de planejamentos mais próximo
da realidade e que deixou de ser uma
entidade preocupada apenas com o
segmento rural e passou a protagonizar ações que permeiam todos os
temas que identificam demandas nos
municípios”, comentou.
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Jana Tomazelli
Segundo o Superintendente da
Faeg e coordenador do projeto, Claudinei Rigonatto, os debates e encontros realizados por todo Estado foram inéditos na grande maioria dos
municípios, e fundamentais para esclarecer ao eleitor sobre as propostas
de cada candidato. “Eles (os candidatos) foram confrontados com temas
que dizem respeito ao desenvolvimento de suas comunidades. Pudemos presenciar a expressão maior de
cidadania e democracia qualificando
o processo eleitoral. Temos certeza de
que muitas sementes foram lançadas
para que o eleitor seja ouvido e participe diretamente dos avanços que
certamente hão de vir”, acredita.
Para o consultor da Faeg e um dos
idealizadores do projeto, Arthur Toledo, o sentimento é de dever cumprido.
“O sindicalismo rural de Goiás, liderado pela Faeg e pelos Sindicatos Rurais,
realizaram um papel importantíssimo e
histórico em todas as localidades. A liderança do presidente da Faeg, José Mário Schreiner, tem nos motivado a atuar
no fortalecimento da representatividade
institucional e política do setor agropecuário junto à sociedade e ela tem compreendido e se engajado na proposta de
forma muito expressiva”, declarou.
Ele ressaltou ainda o alto nível dos
candidatos participantes que, de uma
forma geral, “foi muito bom”. “Pro-
População de Vianópolis
participa atenta aos
debates e encontros com
candidatos para ouvirem
as propostas de campanha
porcionamos aos participantes uma
oportunidade de colocarem seus projetos e sentimentos a respeito dos desejos e das necessidades dos cidadãos.
Observamos que há uma consciência
crítica crescente a respeito do papel
dos gestores públicos e do papel da
sociedade na gestão e no controle social das políticas públicas”, destacou.
Segundo o consultor, os resultados
das eleições mostraram que é preciso
ter propostas consistentes, exequíveis,
com a participação da sociedade, e serem executadas por gestores preparados. “Estamos avançando bastante”.
Arthur ressaltou ainda que o voto
é somente uma etapa e uma das variáveis para se chegar ao processo pleno de democracia e qualidade de vida
para todos. “O projeto deixou isto
bem claro. De que a participação das
pessoas no desenvolvimento do município, durante e pós-eleições é fundamental. É preciso debater com os
candidatos para que construam boas
plataformas de campanha e, na sequência, participar dos planos de governo e, acompanhar e participar da
execução dos mesmos”, comentou.
Ele destacou ainda que o projeto
contribuiu para ampliar a percepção
das pessoas de que cidadania vai
muito além dos direitos do cidadão,
mas fundamentalmente, dependerá
dos deveres e responsabilidades que
temos sobre nós, nossas famílias,
com os segmentos que participamos
e com nossas comunidades.
Foram elaboradas
Agendas de
Desenvolvimento
Municipal de todos
os municípios que
participaram dos
eventos, a própria
população local foi quem
participou da construção
do documento. Nas
cartilhas, constam as
principais demandas da
cidade para
o próximo pleito.
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Agosto / 2012 CAMPO
| 27
Para o gerente sindical da Faeg
e um dos moderadores dos debates
entre os prefeitáveis, Antelmo Teixeira, essa etapa do projeto foi muito
importante para o estabelecimento
da Faeg como entidade que contribuiu para o exercício da cidadania
com isenção político-partidária, por
meio deste conjunto de ações desenvolvidas no projeto O Que Esperamos do Próximo Prefeito.
A promotora do Ministério Público de um município da região Oeste
do Estado, Vânia Marçal de Medeiros,
acompanhou debates nas cidades de
Piranhas e Bom Jardim de Goiás. Ela
disse que o evento discutiu, em alto
nível, a melhoria de vida para as pessoas desses municípios goianos definido por ela como um povo bom, honesto, puro e sempre com a intenção
de fazer o bem. Vânia ainda ressaltou
que o candidato ganhador nas eleições
deve respeitar o grupo perdedor e que
o Ministério Público esteve presente
para garantir, em pé de igualdade, os
esclarecimentos dos candidatos sobre
as expectativas locais.
O chefe do cartório da 25° zona
eleitoral em Piracanjuba, Eduardo
Gomes, participou do debate em seu
município e se disse impressionado
com a isenção e organização do evento. Ele afirmou que foi a primeira vez
que participou de um encontro como
esse no município e disse que todas
Opinião
O evento discutiu, em
alto nível, a melhoria
de vida para as pessoas
dos municípios.
O Ministério Público
sempre participará
de eventos como
esse da Faeg.
Vânia Marçal de Medeiros,
promotora do Ministério
Público de um município da
região Oeste do Estado.
28 | CAMPO
Agosto / 2012
as cidades deveriam ter a oportunidade de sediarem um debate tão importante para a construção de uma
consciência política amadurecida e
enraizada nos princípios da participação da comunidade na administração
pública. “Foi uma ótima oportunidade de confrontarmos todos os candidatos em um único local. Foi um
evento muito importante para nossa
comunidade, com certeza irei participar dos próximos”, garantiu.
Para o telegrafista aposentado,
de 68 anos de Bela Vista de Goiás,
Sebastião José de Santiago, a oportunidade foi única para confrontar as
propostas de cada candidato ao pleito de prefeito no município. Ele disse
que já havia participado de outros
debates semelhantes no município,
mas nada comparado ao organizado
pela Faeg. “O aproveitamento desse
debate foi muito melhor do que o de
qualquer outro que eu já participei.
Acho que deveria se repetir a cada
eleição”, comentou. Sebastião afirma
que a iniciativa do debate é muito importante porque auxilia o eleitor a escolher melhor seu voto. “Isso porque
não adianta só votar, o eleitor precisa ter ferramentas para saber fazer a
melhor escolha na urna”.
Segundo o padre da Paróquia
Santa Rita dos Impossíveis, em Santa Rita do Araguaia, Luismar de Freitas Rocha, o debate foi muito bom e
Foi uma ótima
oportunidade de
confrontarmos todos
os candidatos em
um único local. Foi
um evento muito
importante para
nossa comunidade.
Eduardo Gomes, chefe do
cartório da 25° zona eleitoral em
Piracanjuba.
Cleiber Di Ribeiro
Sociedade apoia iniciativa
A promotora, Vânia Marçal, participou
de dois debates e destacou a importância
dos eventos para a comunidade
de alta qualidade tanto no comportamento dos candidatos quanto na
organização e isenção dos organizadores. “Foi uma iniciativa muito boa
de uma entidade não política como
a Faeg promover esse encontro. Esperamos que os candidatos tenham
o compromisso com a sociedade em
manter suas propostas debatidas
durante o evento”, comentou.
A empresária em Jussara, Elizete
Vaz da Cruz Leite, comenta que adorou participar do debate no município. Ela comentou da participação e
comportamento de cada candidato e
disse que nunca havia presenciado
um debate tão isento e bem elaborado. “Foi muito bom ouvir as propostas dos candidatos. Sempre tem
um que se destaca mais que o outro,
mas o que importa é o comprometimento dos candidatos com o evento
e com a comunidade”, ressaltou.
Foi uma iniciativa
muito boa da Faeg.
Esperamos que os
candidatos tenham
o compromisso
com a sociedade
em manter suas
propostas.
Pe. Luismar de Freitas Rocha,
da Paróquia Santa Rita dos
Impossíveis, em Santa Rita do
Araguaia.
O aproveitamento
desse debate foi
muito melhor do
que o de qualquer
outro que eu já
participei. Acho que
deveria se repetir a
cada eleição.
Sebastião José de Santiago,
aposentado em Bela Vista
de Goiás.
www.sistemafaeg.com.br
Andréia Peixoto
DELÍCIAS DO CAMPO
Abobrinha ao
Molho Branco
Rende apro
ximadam
8 porçõeente
s
Receita elaborada por Andréia Peixoto, técnica em
cozinha rural do Senar, Goiás.
Ingredientes:
Modo de fazer:
800 gramas de abobrinha verde cortada à portuguesa (rodelas)
1 fio de óleo
Sal
1 dente de alho
Frite a cebola no óleo, quando estiver dourada,
acrescente a margarina, em seguida adicione o leite
(reserve meio copo para dissolver a farinha de trigo)
e quando levantar fervura, despeje a farinha de trigo
derretida em meio copo de leite e mexa sempre até
engrossar, tempere com sal e noz moscada.
Modo de preparo:
Coloque o óleo em uma panela e doure o alho. Refogue a abobrinha e reserve.
Para o molho branco
1 litro de leite
3 colheres de farinha de trigo
1 colher de margarina
1 fio de óleo
1 cebola ralada
Sal
Noz moscada a gosto
MONTAGEM: Forre uma travessa com a abobrinha refogada, coloque o molho branco e cubra com
queijo ralado. Leve ao forno para gratinar por 20
minutos.
OBSERVAÇÃO:
• A abobrinha pode ser substituída por outros legumes, tais como cenoura, jiló, batata e outros.
• O molho branco utilizado neste prato pode ser
utilizado em lazanha e outras receitas.
Envie sua sugestão de receita para [email protected] ou ligue (62) 3096-2200.
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Jana Tomazelli
ALERTA NA LAVOURA
Doenças e alto custo de
produção fazem tomate
começar a perder terreno
para outras atividades
Sinal vermelho
para o tomate
Contínuas quebras de produtividade vêm
desestimulando produtores a permanecer no ramo
Leydiane Alves | [email protected]
30 | CAMPO
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produtividade. As doenças requerem
cuidados redobrados e a utilização
mais intensiva de uso de defensivos
agrícolas. O resultado disso é a diminuição da renda do produtor rural.
De acordo com o produtor de
tomate industrial, Eduardo Veras, o
produtor trabalha com uma média de
produtividade entre 90 toneladas e
100 toneladas por hectare, enquanto
a indústria calcula números mais modestos, cerca de 80 toneladas.
Ele conta que, há anos, mantem a
área plantada do fruto em 100 hectares.
Entretanto, afirma que ele e produtores
da região de Silvânia sofrem por problemas distintos ao longo dos últimos
anos. Ele conta que, desde 2009, tem
dificuldades em atingir a capacidade
máxima de potencial de produtividade.
Parte dessa inconsistência é resultado
das intempéries climáticas. Doenças
da mosca branca e requeima atingem
constantemente as lavouras da região,
diminuindo os lucros dos produtores.
A requeima é a mais importante
doença que assola a cultura, altamente destrutiva em regiões onde o clima
é úmido e fresco. O fungo causa danos no tomateiro em qualquer fase do
desenvolvimento da planta. Ela pode
destruir completamente uma lavoura
no período de uma ou duas semanas.
Para que o resultado não seja tão
devastador, o produtor conta que é
necessário ficar atento e fazer aplicação correta de fungicidas. “Em 2009
foi um ano ruim e este ano foi trágico”, resume. Isso, diz, em função da
extensão do período chuvoso.
Enquanto muitos produtores da
região começam a plantar em fevereiro, Eduardo adota outra tática para
fugir desses infortúnios e também ter
boa produtividade. “Planto sempre
em maio, já que estou em uma região
mais alta e fria”, explica.
Mas daí vem outro empecilho: a
mosca branca. Eduardo diz que, não
raro, a doença migra de lavouras vizinhas para os tomateiros. O produtor
afirma que uma forma de minimizar
este problema seria uma fiscalização
mais rígida no período destinado ao
vazio sanitário do tomate pelos fiscais da Agrodefesa.
Produtor de tomate
industrial, Eduardo Veras,
afirma que está a cada
safra mais difícil manter a
área plantada
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Jana Tomazelli
A
limento nutritivo e sempre
presente na mesa dos brasileiros, o tomate perde terreno para outras culturas no Estado de
Goiás, inclusive em regiões tradicionais
de plantio. Neste quesito, as preocupações não distinguem produtores de tomate de mesa daqueles que produzem
o fruto estritamente destinado à indústria. Dois fatores deixam a cultura vulnerável em relação a outras atividades:
a falta de políticas públicas que garantam renda ao produtor e a constante
presença de doenças nas lavouras.
Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
(IBGE), a área de tomate tipo industrial vem diminuindo ano após ano.
Para se ter ideia, o Instituto estima
que este ano serão plantados 7,4 mil
hectares, a metade do que foi plantado há apenas três anos. Em 2009,
foram 15,7 mil hectares.
Embora o tomate industrial apresente maior liquidez e contrato garantido com a indústria, as lavouras
sofrem intensamente com doenças
que causam constantes quebras de
Preços altos
Embora o preço do tomate esteja
nas alturas, causado pela quebra de
produtividade e também pela redução de áreas em Estados produtores, o produtor Eduardo Veras, não
acredita que haja potencial de grande expansão de produtividade em
Goiás. Ele explica que as indústrias
possuem áreas e trabalham com o
plantio de forma a compensar a lei
da oferta e procura. Entretanto, explica que os produtores que são fiéis
às indústrias e sustentam contrato de
exclusividade ainda podem aumentar sua área sem medo da colheita
não ser absorvida. “Mas ao mesmo
tempo, se tivéssemos tido, este ano,
uma supersafra, acredito que a indústria não iria absorver toda a produção”, finaliza.
Como a previsão é contrária, Eduardo explica que muitos produtores
da região estão sendo assediados
por indústrias paulistanas em busca
de toneladas do produto. Embora os
valores sejam tentadores, até 30 vezes mais que o valor pré-fixado com
as indústrias locais, uma média de
R$ 140 a tonelada, o produtor ensina que quebrar cláusulas do contrato
não é um negócio inteligente. “Eles
te retiram do mercado por muitos
anos”, diz.
Por ser considerada uma lavoura
mais estressante, que exige dedicação integral e, além disso, com uma
colheita demorada, tende a desestimular o produtor. “Muitos migram
para as culturas de feijão e milho
doce que mantêm preços atrativos e
são menos arriscadas”, diz.
Para auxiliar os produtores a se
manterem na atividade e melhorar
o relacionamento campo/indústria, a
Federação da Agricultura e Pecuária
de Goiás (Faeg), Associação Brasileira
de Horticultura (ABH), Universidade
Federal de Goiás (UFG) e a Embrapa
Hortaliças realizam nos próximos
dias 28 a 30 de novembro, no Centro
de Convenções de Goiânia, o 6º Congresso Brasileiro de Tomate Industrial
(6º CBTI). Simultaneamente com o 6º
CBTI, será realizada a 6ª Feira de Produtos e Serviços, que é uma grande
vitrine tecnológica que tem contribuído para difundir novas tecnologias,
insumos, máquinas e serviços em
uma demonstração da constante evolução dessa atividade agroindustrial.
Há 18 anos, o produtor Jose Moreira trabalha com o tomate de mesa e
tomate cereja. Não dispensar a produção de duas variedades foi uma forma
encontrada pelo produtor de não ficar
vinculado a uma única lei de mercado.
Sem contrato com indústrias e a mercê
da lei de oferta e procura travada no
Ceasa, José Moreira aprendeu, ao longo do tempo, que essa é uma forma
de não arriscar o dinheiro investido
em uma cultura de alto custo.
Ele calcula que o custo de produção
do tomate gira em torno de R$ 4 mil
a cada mil pés de tomateiro. “A gente
arrisca mais a perder do que a ganhar”
resume. José Moreira já começou a colher, a perspectiva é de 350 caixas por
milheiro de tomate de mesa. “É uma
boa produtividade”, avalia.
O preço da caixa comercializada
no Ceasa fica em torno de R$ 50 a R$
90, mas com valores médios em torno de R$ 60, preço que promete dar
uma lucratividade extra ao produtor.
Na avaliação dele, os preços em
Goiás chegaram a esses valores, porque
no período de chuva, momento em que
diminui a oferta de tomate no mercado
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Jana Tomazelli
Diversificar para não perder
O produtor, José Moreira, diversifica as variedades para se manter na atividade
e os preços elevam naturalmente, não
ocorreu esse contraponto. “Os preços
foram baixos em um momento em que
costuma ocorrer o contrário”, explica.
Essa inesperada reação do mercado desestimulou o planejamento do
plantio de inverno. “Isso é uma caixinha de surpresa, mas por experiência sei que tem alguns anos que isso
acontece mesmo”, diz.
Mas para fugir desses imprevistos, o pulo do gato do produtor foi
a produção de tomate cereja. Dos 4
mil hectares dedicados aos tomates,
1,2 mil hectares são de tomate cereja.
A segurança do produtor é reflexo da
estabilidade do preço da variedade.
A cumbuquinha é comercializada a
R$ 2,50 ou em torno de R$ 7 o quilo.
Embora ainda não saiba mensurar, o produtor calcula que a produtividade este ano será satisfatória. “Venho crescendo a cada ano, mas aos
poucos para evitar prejuízo”, ensina.
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CAMPO RESPONDE
O pé de maracujá doce que tenho em minha propriedade está carregado de frutos, porém, todos ficam infestados de bichos e acabam caindo. O que há de errado e
como tratar?
Marilza Coutinho
O que está acontecendo é o ataque da mosca da fruta, praga muito temida no pomar, principalmente, de
maracujá doce. O adulto deposita os ovos nos frutos e
as larvas penetram formando galerias que danificam os
frutos podendo, posteriormente, ocasionar sua queda. O
tratamento mais comum é o enterrio dos frutos contaminados em uma profundidade de 20 cm a 30 cm, este
procedimento impedirá o ciclo da mosca.
O outro procedimento que deve ser feito para diminuir
o ataque é a colocação na planta de recipientes com isca
tóxica no pomar. Usam-se garrafas plásticas com orifício
para que a mosca possa entrar. Outra alternativa é fazer
a pulverização dessa isca tóxica com intervalos de 10
dias a 15 dias em filas alternadas.
Receita da isca tóxica:
Para 100 litro de água, usar 500 ml de proteína hidrolisada ou 5 litros de açúcar ou 7 litros de melaço. Inseticidas
mais usados: diazinon, dimetoato, etion, fenitrotion,
fention, malation, mevinfós e triclorfon. Quantidade vide
bule de cada inseticida, não precisa misturar mais de um
inseticida. Renovar essa isca do recipiente a cada 15 dias.
Nunca manusear qualquer inseticida sem o E.P.I completo. Pode-se misturar suco de frutas também na solução
A armadilha deve ficar amarrada a uma altura mediana e
colocar do lado do sol nascente.
Eu crio galinha caipira. O que faço para salvar as
aves que estão morrendo após terem as pernas paralisadas? Elas não conseguem ficar em pé, apresentam fezes brancas e verdes e emagrecem muito.
Vânia Rodrigues
Bom Vânia, pode ser que esteja iniciando uma infestação de algum tipo de doença bacteriana em sua
propriedade, principalmente, pelas características
que mencionou como diarreia, prostração das aves
com problemas nas juntas e perda excessiva de peso.
Dependendo da bactéria que se instalou, a mortalidade é realmente muito alta. Para as aves que já
estão doentes, o importante é tentar um tratamento
com antibiótico indicado por um médico veterinário,
caso a doença já tenha se alastrado em grande parte
do plantel, o recomendado é fazer o descarte dessas aves e um vazio sanitário de pelo menos 10 dias
com bactericida. Uma dica para quando for comprar
novas aves, é ficar atenta ao calendário profilático e
também a higienização do local.
Consultora: WANESSA NEVES DE FARIA, Zootecnista e coordenadora da área de Pequenos Animais do Senar, Goiás.
Consultor: Fernando Domingues do Carmo, Engenheiro
Shutter
Agrônomo e Instrutor do Senar, Goiás, na área de fruticultura.
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Agosto / 2012 CAMPO
| 33
Jana Tomazelli
CASO DE SUCESSO
Deoclécio Gomes (Coca),
decidiu seguir o sonho de
ser o próprio patrão, Senar
ajudou a transformar em
realidade
Horta saudável e
lucrativa
Em apenas três meses de atividade,
Deoclécio conseguiu aumentar em 300%
o lucro da família
Leydiane Alves | [email protected]
34 | CAMPO
Agosto / 2012
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namento do Senar, a sua atividade
cresceu de forma rápida e fácil. Antes, o casal colhia produtos com má
qualidade, com aparência de alimentos sujos e mal tratados. “Quando eu
chegava com os produtos no comércio
não conseguia vender justamente por
essa aparência.” Agora, com uma situação completamente diferente, ele
conta que fabrica o próprio adubo e
está conseguindo produzir e vender
uma hortaliça bonita e saudável.
Ampliando o Lucro
Os produtos de Deoclécio são revendidos para a Companhia Nacional
de Abastecimento (Conab) e na feira
de Cristalina, todo domingo. Coca
destaca que só na Conab ele vende
por mês mais de um salário mínimo
em alimentos. Já no fim de semana ele
consegue faturar cerca de R$ 300, sendo que no início esse valor não passava de R$ 100. “Foi um crescimento de
300%. E isso me anima a continuar fazendo um trabalho bom e produzindo
alimentos de alta qualidade.”
Com o lucro obtido com as vendas
dos produtos, Coca já fez grandes in-
vestimentos na atividade. “Consegui
construir um barracão em Cristalina
e, recentemente, comprei um carro
que nos ajuda a levar nossos alimentos aos nossos clientes.” Ele relata que
quando trabalhava de empregado não
tinha condições de ter um automóvel.
“Agora minha realidade é outra. Isso
me deixa feliz e realizado. É muito
gratificante quando nos empenhamos
em um trabalho e ele acaba proporcionando boas realizações.”
Com apenas dois hectares, em uma
propriedade de 45 hectares, a horta de
Deoclécio pode ser considerada pequena. Mas a intenção dele é continuar aprimorando a atividade e aumentar o tamanho da produção. “No próximo ano
eu quero passar para cinco hectares.”
Para o produtor, o treinamento do
Senar foi um verdadeiro divisor de
águas. “Tudo o que eu sei da atividade, eu aprendi nesse treinamento. Até
comercializar o produto eu não sabia.
Nunca na minha vida eu participei de
uma ação tão recompensadora como
esta. Acredito que para o meu crescimento profissional o treinamento do
Senar foi fundamental”, relata.
Deoclécio mostra, com
orgulho, sua horta orgânica
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| 35
Jana Tomazelli
H
á quase três meses, a vida de
Deoclécio Gomes de Lima, de
37 anos, mudou. Morador do
Assentamento Três Barras, no município de Cristalina, ele conta que conseguiu aumentar em 300% a renda da
família. E tal objetivo só foi possível
após a participação no curso de Olericultura Orgânica, oferecido pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Rural
(Senar), Goiás, por meio do Síndicato
Rural de Cristalina. Apesar de o treinamento ter sido recente, o resultado
já altamente visível.
Deoclécio, também conhecido na
região como Coca, sempre trabalhou
como lavrador. Mas o sonho de ter
o próprio negócio falou mais alto e
ele decidiu correr atrás da realização.
“Sentia que era a hora de arriscar e
ter um negócio onde eu fosse o meu
próprio patrão.” Coca lembra que a
primeira opção escolhida por ele e a
esposa foi a produção de uma horta.
Mas ele não queria uma simples
horta, Deoclécio queria fazer algo diferente. E foi pensando na qualidade dos
produtos oferecidos que o produtor
optou pela horta orgânica. “Até para
comercializar é melhor, pois as pessoas, ultimamente, têm se preocupado
cada vez mais com a saúde, e acredito que um alimento sem agrotóxico é
mais saudável.”
Mas antes do conhecimento obtido no treinamento do Senar, produzir
a horta orgânica não era tarefa fácil.
“No início senti uma grande dificuldade. Quando vamos trabalhar para nós
mesmos não têmos a noção do quanto
é difícil.” Deoclécio lembra que ele e
a esposa tentavam colocar a produção
em ordem, mas nunca dava certo. “Têm
pessoas que quando começam com um
novo negócio, muitas vezes, têm ajuda
de um técnico ou uma pessoa especializada. Mas no meu caso não, por isso
senti vontade de me inscrever no treinamento de olericultura orgânica.”
De fato a melhora veio e em um
curto prazo. Ele conta que logo após
os ensinamentos adquiridos no trei-
Shutter
CURSOS E TREINAMENTOS
Senar lança
treinamento de Sangria
em Seringueira
EM SETEMBRO, O SENAR PROMOVEU
264 CURSOS E TREINAMENTOS DE FORMAÇÃO PROFISSIONAL RURAL
34
91
5
4
9
90
31
Na área de
agricultura
Em atividade
de apoio
agrossilvipastoril
Na área de
silvicultura
Na área de
agroindústria
Na área de
aquicultura
Na área de
pecuária
Em
atividades
relativas à
prestação de
serviços
36 | CAMPO
Agosto / 2012
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Leydiane Alves
[email protected]
O
estado de Goiás é o sexto maior no ranking nacional de área plantada com seringais. No Estado,
são 3.395 hectares (3% da área plantada brasileira) com uma produção, com 9.265 toneladas de
látex coagulado (4%). No entanto, Goiás é o que apresenta o melhor rendimento de produção,
com mais de 2,8 quilos de látex por hectare, contra, por exemplo, os cerca de 2,7 quilos por hectare de
São Paulo - estado que possui maior área plantada no país. Dada a importância da atividade, o Serviço
Nacional de Aprendizagem Rural (Senar), Goiás, lançou no dia 28 de setembro o Treinamento em Sangria
de Seringueira, durante o 1º Workshop: Cultura da Seringueira, promovido pela Associação dos Produtores
de Borracha Natural dos Estados de Goiás e Tocantins (Aprob GO/TO).
Pelo fato de a extração do látex ser bastante artesanal, a atividade tem absorvido grande parte da mão
de obra que tem saído da cultura de cana-de-açúcar por causa da mecanização. O treinamento terá carga
horária de 40 horas. Os participantes – produtores e trabalhadores rurais maiores de 18 anos – receberão
informações sobre a importância econômica, social e ambiental da atividade, assim como instruções sobre
implantação do seringal, ferramentas e métodos para se realizar sangria mais eficiente e garantir a produtividade das plantas. As inscrições são gratuitas e os interessados devem procurar o Sindicato Rural de seus
respectivos municípios para informar do interesse em participar o treinamento.
Para mais informações sobre os treinamentos
e cursos oferecidos pelo Senar, em Goiás, o
contato é pelo telefone: (62) 3545-2600 ou pelo
site: www.senargo.org.br
74 CURSOS E TREINAMENTOS NA ÁREA DE PROMOÇÃO SOCIAL
36
Alimentação
e nutrição
www.senargo.org.br
10
Organização
Comunitária
1
Saúde e
Alimentação
7
Prevenção
de acidentes
1
Educação
para
consumo
19
3.416
Artesanato
PRODUTORES E
TRABALHADORES
RURAIS
CAPACITADOS
Agosto / 2012 CAMPO
| 37
CAMPO ABERTO
Sete hábitos de atuação
responsável no campo
Alfapress Comunicações
O
Maria de Lourdes
Setten Fustaino é
diretora de registro
da FMC Agricultural
Products
38 | CAMPO
agronegócio brasileiro
ganha cada vez mais
relevância dentro no
cenário econômico mundial.
Diante disso, a proteção dos
cultivos, da saúde humana e do
meio ambiente para produção
de alimentos de qualidade é
imprescindível para alimentar o
mundo de maneira sustentável
e responsável. Nesse panorama,
profissionais que trabalham
diretamente com a agricultura
têm o compromisso e dever de
desenvolver diversas formas de
educar, conscientizar e levar o
conceito de boas praticas agrícolas aos campos brasileiros
de maneira eficaz e inovadora,
rumo a uma agricultura forte e
responsável.
Com objetivo de atender
esse cenário, a FMC Agricultural
Products, uma das maiores empresas no segmento de defensivos agrícolas, criou o Programa
Atuando com Responsabilidade, que tem como proposta
transmitir à comunidade rural
de forma simples e didática a
mensagem sobre os sete hábitos
da atuação responsável.
O primeiro hábito é “Aquisição de produto por meio de
Receituário Agronômico”. Antes
de comprar um produto fitossanitário, é fundamental consultar
um Engenheiro Agrônomo para
fazer uma avaliação correta dos
problemas da lavoura, como o
ataque de pragas, doenças e
plantas daninhas. O segundo
hábito é o “Transporte Seguro”.
Transportar produtos fitossanitários é uma tarefa de alta
responsabilidade e exige que
Agosto / 2012
sejam tomadas várias medidas
de prevenção para diminuir
o risco de acidentes em vias
públicas e aumentar as chances
de sucesso em atendimentos de
emergências.
O terceiro hábito é o “Armazenamento”. As normas para
armazenar produtos fitossanitários no Brasil foram revistas e
tornaram-se mais rigorosas. As
implicações legais num caso de
acidente podem ser agravadas,
se comprovada a não observância das normas vigentes, pois os
infratores poderão ser punidos
de acordo com a Lei de Crimes
Ambientais.
O quarto hábito é o “Preparo da Calda” que exige muita
atenção, pois é neste momento
em que o trabalhador manuseia o produto concentrado.
Por isso, a embalagem deve ser
aberta com cuidado para evitar
o derramamento. A utilização
de balanças, copos graduados, baldes e funis específicos
tornam-se necessárias.
“Utilização Adequada de
Equipamentos de Proteção individual (EPI)” é o quinto hábito.
Nas lavouras, a função básica
do EPI é proteger o organismo de exposições ao produto
tóxico, minimizando todo e
qualquer risco de intoxicação
durante o manuseio ou a aplicação de produtos fitossanitários.
Por isso, são responsabilidades
do empregador o fornecimento
dos EPIs adequados ao trabalho, devidamente higienizados, além da instrução e do
treinamento dos trabalhadores
quanto à utilização correta.
Já o sexto hábito é a “Tecnologia de Aplicação”. Toda
vez que realizar um tratamento
fitossanitário com a utilização
de produtos químicos, é necessário responder, no mínimo, três
perguntas para garantir bons
resultados agronômicos: Qual é
o alvo biológico que precisa ser
controlado? Qual o tratamento
mais adequado? Como realizar uma aplicação eficaz? Isso
porque a aplicação errada de
produtos químicos é sinônimo de
prejuízo, pois além de gerar desperdício, aumenta consideravelmente os riscos de contaminação
das pessoas e do ambiente.
O último hábito é “Destinação e Sobra de Embalagens”. O
principal motivo para realizarmos a destinação final correta às
embalagens vazias dos agrotóxicos é diminuir o risco para a
saúde das pessoas e de contaminação do meio ambiente.
Porém, trata-se de um procedimento complexo que requer a
participação efetiva de todos os
agentes envolvidos na fabricação, comercialização, utilização,
armazenamento e no processamento dessas embalagens.
Os produtos fitossanitários
existem para proteger o campo
e aumentar a produtividade e
a rentabilidade nas lavouras.
Com os sete hábitos de atuação
responsável, todos nós podemos alimentar o mundo com
mais segurança, qualidade e
sustentabilidade. A FMC investe nessas ações e em novas
tecnologias, pois acredita no
crescimento do País por meio
da agricultura sustentável.
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