Agosto - AW Portuguese

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Agosto - AW Portuguese
Órgão Internacional dos Adventistas do Sétimo Dia
Ago s to 2 0 0 9
Encontrando
Fnaé
ARTIGO ESPECIAL
Da
Vingança e Granadas
para a
Graça Salvadora
Veja página 8
Agosto 2009
IGREJA
EM
AÇÃO
Editorial............................. 3
Notícias do Mundo
3
A R T I G O
D E
C A P A
Encontrando
Fé na China ........ 16
G L E N N
M I T C H E L L / N S D
Os crentes da China vibram,
após décadas de quase nenhum
contato com a igreja mundial.
Notícias & Imagens
SAÚDE
Como Agir em Relação
à Gripe Suína?.................. 7
Por Allan R. Handysides e
Peter N. Landless
PERGUNTAS
E S P E C I A L
Da Vingança e Granadas para a
Graça Salvadora ..................................................................... 8
Como ajudar aqueles cuja recompensa está no Céu,
enquanto trabalham na Terra.
BÍBLICAS
Por que Tanta
Severidade em
Relação a Cam?.............. 26
Por Angel Manuel Rodríguez
DEVOCIONAL
Brincando com Fogo Por Jenni Goodwin ........................... 12
ESTUDO
VIDA
Por Mark A. Finley
É possível sentir seu calor sem nos queimar?
ADVENTISTA
O Único Amor que Conheço Por Hein Von Horsten ......... 14
BÍBLICO
O Sacerdote Intercessor
do Apocalipse ................ 27
Frequentemente as pessoas veem Jesus na vida de Seus seguidores.
INTERCÂMBIO
CRENÇAS
FUNDAMENTAIS
Maravilhas da Criação Por John Baldwin et al .................. 20
Não deveríamos nos surpreender de que Deus é o Alfa e o Ômega.
ESPÍRITO
DE
PROFECIA
O Poder de um Testemunho Vivo Por Ellen G. White ...... 22
A maneira como vivemos é tão importante quanto
aquilo em que cremos.
SERVIÇO
ADVENTISTA
Crescimento no Sul Por Daniel Weber ................................ 24
A igreja, na América do Sul, está crescendo num
compasso sem precedentes.
MUNDIAL
29 Cartas
30 O Lugar de Oração
31 Intercâmbio de Ideias
O Lugar das Pessoas .... 32
CAPA: Chen Liyan, pastor da
congregação adventista de Gangwashi,
em Pequim, ora durante um dos cultos.
Foto de Rajmund Dabrowski/ANN
Tradução: Sonete Magalhães Costa
Adventist World (ISSN 1557-5519) é editada 12 vezes por ano, na primeira quinta-feira do mês, pela Review and Herald
Publishing Association. Copyright (c) 2005. Vol. 5, nº 8, agosto de 2009.
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Adventist World | Agosto 2009
www.portuguese.adventistworld.org
A Igreja em Ação
EDITORIAL
O
Oração Comum,
Graça Incomum
rei com um velho amigo ontem à noite – mãos unidas,
corações inclinados na direção do Céu e um do outro.
Temos orado juntos por mais de quarenta anos, desde o
tempo em que éramos adolescentes e noviços na atividade
de falar com Deus.
Nos quartos de dormitório, em restaurantes, em reuniões
de pastores e nas campais, temos orado, um e outro, em todas as situações de nossa vida: solteiros e casados, trabalho
de classe e emprego, luto e celebrações, tempo de crise e
uma crescente procura por crescimento.
Ele é o amigo de oração mais antigo da minha vida, o
lugar onde encontro uma segurança sem limites nas memórias de suas frequentes intercessões por mim. Embora
tenhamos morado poucas vezes na mesma cidade – um ano
no colégio e alguns meses no seminário – há muito tempo
nos comprometemos a fazer da oração parte de cada encontro, embora haja hiatos de muitos meses entre as vezes que o
Senhor permite que nossos caminhos se cruzem.
Ao orar com meu amigo, perco a necessidade de ser diferente do homem que Deus me fez. Tudo o que é verdadeiro,
autêntico, básico em minha vida com Cristo, emerge em
nosso período de oração.
E foi assim que Deus planejou que fosse, pois Ele
afirmou que estaria junto onde quer que dois ou três se
NOTÍCIAS DO MUNDO
Agora Ele é Sir Patrick.
Rainha Confere Honra
ao Governador Geral
Adventista da Jamaica
■ O primeiro pastor adventista do
sétimo dia a ser governador geral da
Jamaica é agora o Cavaleiro Comandante
da Ordem de S. Marcos e S. Jorge. Sir
Patrick Linton Allen, ex-presidente
da União das Índias Ocidentais dos
Adventistas do Sétimo Dia, foi investido
com o título pela Rainha Elizabeth II,
reunissem em Seu nome. Reunimo-nos, nós três, numa
conversa sincera e aberta sobre nossas lutas, tristezas,
alegrias e necessidades para viver uma vida de discípulo.
A fé, então, é edificada e a graça compartilhada; os olhos
concentram-se no dia em que nós três nos encontraremos
pessoal e perpetuamente.
Tenho mais certeza, agora, do que nunca na minha vida,
de que a questão mais importante na vida espiritual não é:
“Por quem você ora?” mas “Com quem você ora?” O cristão
solitário, tão louvado em nosso costume de descrição na
vida espiritual, não é adequado para a crise prestes a se abater sobre o mundo. Cristo recomenda, nesse tempo amedrontador, que Seus filhos “fiquem juntos, fiquem juntos, fiquem
juntos.” O Senhor que prometeu: “E eis que estou convosco
todos os dias até à consumação do século” (Mt 28:20), nos
apoia, assim como apoiamos uns aos outros.
Neste mês, procure um companheiro de oração ou faça
um novo amigo, de acordo com sua necessidade. Encontre
nessa relação de oração a força que lhe falta, a coragem necessária para defender o que é direito, “ainda que a terra se
transtorne e os montes se abalem no seio dos mares”.
“O Senhor dos Exércitos está conosco; o Deus de Jacó é o
nosso refúgio” (Sl 46: 2, 11).
*Ver Mensagens Escolhidas (de Ellen G. White), v. 2, p. 374.
— Bill Knott
ADVENTISTA É
INVESTIDO: A
rainha britânica
Elizabeth II investe o
governador geral da
Jamaica, Sir Patrick
Allen , acompanhado
por sua esposa,
Lady Patrícia Allen,
que recebeu as
credenciais durante
audiência privada
no Palácio Buckingham. Sir Patrick, ex-presidente da União das Índias
Ocidentais, foi feito Cavaleiro Comandante da Ordem de S. Marcos e S. Jorge.
T I M
I R E L A N D / ©
PA
W I R E / P R E S S
A S S O C I AT I O N
I M A G E S .
U S A D O
C O M
P E R M I S S Ã O .
Agosto 2009 | Adventist World
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A Igreja em Ação
NOTÍCIAS DO MUNDO
no dia 12 de junho, em cerimônia no
Palácio de Buckingham.
No dia 26 de fevereiro de 2009,
Allen tornou-se o sexto governador
geral da Jamaica, desde sua independência, pouco depois de deixar a
presidência da União. Ele foi eleito
presidente da União das Índias Ocidentais em 2000 e iniciou seu trabalho
para a igreja, como pastor, em 1981,
após uma década de trabalho para o
governo jamaicano.
O título é “conferido a homens
e mulheres em posições elevadas,
ou a quem realiza extraordinário ou
importante serviço não militar em
países estrangeiros”, segundo o web
site oficial da Monarquia Britânica. O
título era destinado originalmente aos
que serviam nas Ilhas Jônicas e Malta e
estendido aos oficiais do Mediterrâneo.
“No final de século XIX, devido
à expansão do Império Britânico, o
decreto foi estendido a quem havia
prestado serviços relevantes em domínios e colônias, bem como em assuntos
externos”, diz o web site da Monarquia.
“Hoje, a Ordem consiste no Soberano,
um Grand Master (atualmente o
Duque de Kent), e inclui três classes:
125 Cavaleiros e Damas da Grande
Cruz (GCMG), 375 Cavaleiros e Damas Comandantes (KCMG e DCMG) e
1.750 Associados (CMG)”.
Sir Patrick, como passará a ser conhecido, é um Cavaleiro Comandante.
Sua esposa é agora denominada Lady
Patrícia. Em entrevista exclusiva para
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Adventist World | Agosto 2009
a Adventist World, Sir Patrick disse
que, embora sinta falta do trabalho da
igreja, “tenho certeza de que este é o
trabalho que o Senhor quer que eu faça
agora” (julho de 2009).
Sir Patrick disse: “Por mais que
tenha saudade, estou consciente de
que o meu serviço está em um âmbito
mais amplo… Na área em que trabalho
(agora), tenho o vasto e abrangente
universo da nação.”
Sir Patrick não é o primeiro governador geral adventista nem o primeiro
a ser investido pela Rainha Elizabeth.
Ambas as designações foram concedidas a Sir James Carlisle, membro
leigo de Antígua, que serviu como
governador geral da nação entre 1993
e 2007. A investidura de Sir James, na
mesma Ordem de S. Marcos e S. Jorge,
ocorreu em 1994, também no Palácio
de Buckingham.
– Por Mark A. Kellner, editor de notícias
NIGÉRIA: Paulsen Retorna à
Escola onde Trabalhou e Observa
Crescimento
■ Durante sua primeira visita à
Nigéria, após uma década, o presidente
mundial da Igreja Adventista do
Sétimo Dia, Jan Paulsen, falou sobre o
compromisso da igreja com a educação
e com uma vida regida pela integridade, em seu discurso na cerimônia de
formatura da Universidade Babcock,
no dia 6 de junho.
Como ex-missionário em Gana
e na Nigéria nos anos 1960, Paulsen
participou nas celebrações do quinquagésimo aniversário da Universidade
Babcock (UB), onde já atuou como
diretor. Inicialmente estabelecida como
Colégio Adventista da África Ocidental
(ACWA), a escola está localizada em
Ilishan-Remo, Estado de Ogun, a aproximadamente 70 quilômetros ao norte
dos Lagos.
“Estamos empenhados em fazer o
melhor em matéria de educação, saúde
e questões sociais e… a ser bons parceiros na construção da comunidade”,
disse Paulsen, dois dias antes, durante
uma reunião com Goodluck Jonathan,
vice-presidente da Nigéria, em Abuja,
capital do país.
“Os padrões [adventistas] são
excepcionais”, disse o vice-presidente
a Paulsen, referindo-se ao impacto da
igreja sobre a sociedade na Nigéria.
Durante sua visita, Paulsen também
se encontrou com o ex-presidente da
nação, Olusegun Obasanjo, ex-aluno
da Babcock.
“A Universidade Babcock é
marcante entre as universidades da
Nigéria”, disse Obasanjo, aplaudindo
a dedicação da igreja na construção
do caráter e dos valores morais, os
quais “outras universidades tendem a
ignorar”.
Paulsen chamou o ex-presidente
de “ministro da paz e reconciliação do
continente africano” pelo envolvimento de Noting Obasanjo na resolução
de conflitos no Zimbábue, Somália e
Congo. Obasanjo afirmou que retornara do Sudão, na noite anterior, onde
participara de negociações sobre a paz.
Obasanjo, que recebeu da UB um
doutorado honoris causa em 2003,
também participou da cerimônia de
formatura no domingo, dia 7 de junho,
onde elogiou os membros da igreja
pela honestidade.
Esquerda: ENCONTRO EXECUTIVO: Jan Paulsen e delegação visitam vice-presidente da Nigéria, Goodluck E. Jonathan, na
capital, Abuja. Direita: PARTICIPANTES DA FORMATURA: 901 alunos da Universidade Babcock formaram-se no dia 7 de junho, em
Ilishan-Remo, Nigéria. Na foto, estão Jan Paulsen, Olusegun Obasanjo, ex-presidente da Nigéria, Babatunde Osotimehin, ministro
da saúde, e J. A. Kayode Makinde, presidente e vice-reitor da UB.
F O T O S :
Durante visita a um grupo de
dez chefes de Ilishan-Remo, Paulsen
agradeceu o apoio – os chefes locais
doaram 486 acres de terra quando a
igreja fundou a UB em 1959. “Vocês
doaram a terra para fundarmos a
escola em Ilishan-Remo. Tal decisão
requeria visão e esperança no futuro”,
disse Paulsen, que chamou a decisão de
“investimento” na comunidade.
Em 1964, Paulsen chegou à escola
como professor e secretário e, três anos
mais tarde, tornou-se diretor.
Durante seu discurso de formatura,
Paulsen disse que quase não reconheceu a área. “Havia apenas uma rua de
terra entre os prédios da velha padaria,
de um lado, e as residências dos professores. Começamos como todas as instituições começam: pequena. E vejam
onde vocês estão agora”, disse ele.
Durante seu discurso, Paulsen congratulou-se com os novos formandos e
falou sobre a identidade e os valores da
educação adventista.
“Quero que a Igreja Adventista
do Sétimo Dia na Nigéria seja uma
comunidade saudável”, disse Paulsen.
“Nossa educação … lida com a pessoa
R A J M U N D
D A B R O W S K I / A N N
como um todo. Queremos que as pessoas saibam que não tratamos apenas
de uma realidade baseada na fé, mas
também da realidade física”, disse ele.
Ao referir-se a temas como
HIV/AIDS e malária, Paulsen disse à
congregação que a igreja continua colaborando com organizações religiosas
e seculares para “criar uma sociedade
útil e saudável [e] um futuro melhor
para nossas crianças”.
A primeira escola de nível superior
da igreja, na África sub-Saara, procurou
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A Igreja em Ação
NOTÍCIAS DO MUNDO
DIA FELIZ: Alguns alunos das centenas de formandos da Universidade
Babcock ouvem o discurso de formatura.
R A J M U N D
logo conseguir credenciamento fora da
Igreja Adventista. Mais tarde, a escola
começou a oferecer o título em Teologia, em parceria com a Universidade
Andrews, de propriedade da igreja,
nos Estados Unidos. Cerca de quarenta
anos após sua fundação, a escola
transformou-se de uma instituição
primariamente ministerial em uma
escola multidisciplinar, adotando o
nome atual de Universidade Babcock,
em 1999.
Hoje, a universidade possui 6 mil
alunos e oferece trinta diferentes cur-
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Adventist World | Agosto 2009
D A B R O W S K I / A N N
sos, que variam da Teologia ao Direito,
da Saúde Pública à Tecnologia, da
Agricultura à Comunicação.
Paulsen também foi informado
sobre a fase inicial dos planos de
expansão da universidade, que incluem
o estabelecimento de um complexo de
saúde e das ciências médicas.
Falando na cerimônia em nome do
presidente do país, Babatunde Osotimehin, ministro da saúde da Nigéria,
referiu-se à “surpreendente contribuição da UB para a vida na Nigéria”
e desafiou a universidade a continuar
seus planos de abrir uma escola de
medicina.
“Designe 30% de seus recursos para
a pesquisa”, disse ele. Seus comentários
abordam a questão de pesquisa como
da maior importância para o benefício
da construção da nação. “Somente pela
pesquisa podemos fazer progressos,
porque é dela que resulta o desenvolvimento, a segurança, o crescimento da
nação e , na verdade, é de onde vem a
herança que será legada ao povo”, disse
ele, ainda elogiando grupos religiosos
pela contribuição para o desenvolvimento da educação na Nigéria.
Matthew Bediako, secretário geral
da igreja adventista mundial e ex-aluno
da escola, mencionou “as cestas de
pão do início” da UB. O complexo
universitário cresceu de uma simples
padaria no campus para uma fábrica
de alimentos saudáveis, quatro bancos
e uma indústria de engarrafamento
de água. Cerca de 30% dos alunos da
universidade são adventistas, dando
à escola uma ênfase missionária,
disse Bediako.
Aproximadamente mil pessoas se
uniram à igreja este ano, como resultado de um programa evangelístico
realizado no novo estádio da universidade pelo evangelista Mark Finley,
vice-presidente da igreja mundial.
“Ao final de cada ano escolar,
aumenta o número de alunos que se
formam como adventistas”, disse
J. A. Kayode Makinde, presidente e
vice-reitor da UB. “Nossa escola
enfatiza a espiritualidade e compartilha os valores adventistas com os
que ali estudam.”
– Por Rajmund Dabrowski, diretor de
comunicação da Associação Geral dos
Adventistas do Sétimo Dia.
S A Ú D E
N O
M U N D O
Como Agir em Relação à
P E T E R
G A L B R A I T H
gripe
Estou preocupado com o surto dessa
nova gripe, chamada suína. Do que se
trata e como posso ser infectado por ela?
ficialmente, a nova influenza é
chamada influenza A-H1N1. Ela
tem genes dos vírus das gripes que normalmente circulam entre os porcos na
Europa e Ásia, assim como genes virais
de aves e humanos.
O vírus, a princípio, foi chamado
de “gripe suína” por ter se originado
em porcos e se disseminado entre eles.
Originalmente confinado a porcos, o
vírus sofreu algumas alterações genéticas,
possibilitando a infecção de humanos. O
modo como essas alterações ocorreram
está relacionado à condição de vida
do vírus. Ele não sobrevive por muito
tempo fora da célula hospedeira. O vírus
entra nessa célula através de uma “porta”
especial chamada receptor. Uma vez
dentro da célula, faz com que ela copie
seu próprio DNA (viral). No processo,
pode também ser incluído algum material genético do hospedeiro. Se dois vírus
separados (um vírus humano e um vírus
de porco) entram na mesma célula, por
exemplo, torna o ambiente próprio para
mutação, ou o compartilhamento de material genético, mudando a habilidade do
vírus de infectar novos hospedeiros. Por
exemplo, o vírus do porco agora é capaz
de infectar um hospedeiro humano.
O vírus se espalha rapidamente de
pessoa a pessoa, por se tratar de um
vírus “novo” para o sistema imunológico humano.
Tais surtos virais recebem monitoração emergencial porque não se conhece
quão agressivas ou severas serão as doen-
O
Suına
ças provocadas por esse novo tipo de vírus. O surgimento de vários tipos do vírus
influenza torna necessária a modificação
da vacina contra gripe em cada estação.
Ela é transmitida por gotículas
infectadas de secreções respiratórias;
os vírus são rapidamente propagados
pelo ar, e em grande número, quando
as pessoas tossem ou espirram, sendo
esse o modo mais comum de contágio.
O vírus tende a permanecer por algum
tempo em superfícies, como de escrivaninha, corre-mão, maçaneta de portas, e
claro, nas mãos.
O que posso fazer para evitar que seja
infectado?
inda não existe vacina disponível,
mas se espera que esteja pronta em
poucos meses. Mesmo com a vacina,
são necessárias medidas apropriadas
para diminuir as chances de infecção:
■ Cubra o nariz e a boca quando tossir.
Descarte lenços usados.
■ Lave regularmente as mãos com sabão e água, especialmente após tossir ou
espirrar. Podem ser usados desinfetantes
com base alcoólica para limpar as mãos.
■ Evite tocar os olhos, nariz ou boca,
pois os germes se proliferam rapidamente por essas vias.
■ Evite contato próximo com pessoas
gripadas. Essa prática é especialmente
importante quando você mesmo está
gripado.
■ Permaneça em casa por sete dias quando estiver doente, ou até 24 horas após
desaparecerem totalmente os sintomas.
■ Acompanhe o fechamento de escolas
ou locais de trabalho quando essa for a
A
Por Allan R.
Handysides e
Peter N. Landless
medida recomendada pela saúde pública
de sua região. Evite, o máximo possível,
locais com aglomeração de pessoas.
Quais são os sintomas da influenza
A-H1N1?
ão os mesmos das gripes comuns,
como febre, tosse, dor de garganta,
coriza, dores no corpo, arrepios e
fadiga. Um número significativo de
pessoas afetadas por essa gripe também
reclamou de náusea, vômito e diarreia.
Assim como as gripes sazonais, alguns
indivíduos ficaram muito doentes e
alguns morreram.
S
Não foi excessiva a reação mundial em
relação a esse vírus?
ão. O padrão de desenvolvimento de
uma pandemia não pode ser previsto num período menor de, pelo menos,
dois anos. Estamos ainda no princípio,
com regiões do mundo chegando ao pico
da estação da gripe e outras partes se
aproximando dela. Precisamos ser sábios,
prudentes e vigilantes.
N
Allan R. Handysides, M.B.,
Ch.B., FRCPC, FRCSC, FACOG, é
diretor geral do Departamento
de Saúde da Associação Geral.
Peter N. Landless, M.B., B.Ch.,
M.Med., F.C.P.(SA), F.A.C.C.,
é diretor executivo da ICPA e
diretor associado do
Departamento de Saúde.
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A RT I G O E S P E C I A L
Da
vingança
e
granadas
Graça
para a
Histórias de pastores
do “Adote um Ministro
Internacional”
Alguns trabalham em áreas muçulmanas
onde dependem, apenas, da segurança que
vem do Senhor. Muitos são responsáveis
por até mais de vinte igrejas. A maioria
dessas igrejas é extremamente pobre. Mesmo assim, os ministros que compartilham
suas histórias são felizes por servir ao Senhor, e agradecidos por ministérios como
o Adote um Ministro Internacional, cuja
ajuda torna possível sua sobrevivência e
trabalho. Leia as emocionantes narrativas
sobre o que é trabalhar para Deus em
lugares desafiadores. —Os editores.
Promessa Feita para Ser
Quebrada
Por Christopher V. Luaya1
“Pai, quando eu crescer, vou matar
todas as pessoas que estiveram envolvidas em sua morte.” Fiz essa promessa
sobre o túmulo de meu pai, em 1991.
Cresci em uma família não
adventista. Por muitos anos, meu pai foi
conhecido como “Kumander Ingo”. Ele
era um comandante rebelde do Exército
do Novo Povo.2 De quando em quando,
soldados do exército filipino vinham
à nossa casa à procura de meu pai.
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Adventist World | Agosto 2009
Salvadora
Éramos instruídos pelo líder rebelde a
nunca revelar seu paradeiro.
Depois de muito tempo, meu pai
decidiu se entregar às autoridades governamentais e foi preso. Mais tarde, foi
perdoado, mas continuou a se envolver
no assassinato de pessoas. Era contratado e pago para matar.
Nossa vida era atribulada. Meu pai
guardava muito ódio em seu coração.
Ele permanecia bêbado o tempo todo;
era assim que enfrentava o seu estilo de
vida. Muitas vezes minha família e eu
tínhamos que fugir no meio da noite
para escapar de sua crueldade.
Vários anos mais tarde, as coisas
mudaram e meu pai dedicava a
maior parte de seu tempo cultivando
nossas terras.
Um dia, porém, enquanto ele e seus
amigos estavam em uma festa na cidade,
foram presos e levados para a cadeia. Em
poucos dias, todos foram mortos. Fomos
informados de que a polícia havia atirado neles enquanto tentavam fugir, mas
sabíamos que estavam mentindo.
Fiquei arrasado ao ver os ferimentos
em meu pai. Seus cotovelos e joelhos
estavam quebrados. Havia sinais de
balas sobre todo o corpo. Fiquei furioso.
Enquanto olhava para ele, prometi me
vingar; quando ficasse mais velho, mataria todos os que haviam feito aquilo.
Mas, quando completei 15 anos, ouvi
falar sobre um Salvador, Jesus Cristo,
que morrera por mim no Calvário. Em
1992, aceitei-O em minha vida e, instantaneamente, meu espírito vingativo foi
transformado. O amor de Jesus encheu
meu coração e já não desejava matar os
assassinos de meu pai. Fui para o Colégio
Adventista Central Filipino, como
estudante bolsista, e ali estudei por oito
anos, formando-me em Teologia. Já levei
muitas pessoas a Jesus. Para mim, hoje,
cada pessoa é muito preciosa para Deus.
Pelo amor a Cristo, às vezes, uma
promessa é feita para não ser cumprida.
Uma Bomba no Cronômetro
dAquele que Tudo Sabe
Por Jun Caber3
O sol acabara de se pôr. Era a noite
de segunda-feira e eu acabara de sair da
casa de um paciente paralítico, de quem
havia cuidado por vários meses. A dor
da fome me fez correr de volta ao Centro
EVANGELISMO PÚBLICO:
Como resultado do
evangelismo público dos
alunos de teologia do
Colégio Adventista do Sul
das Filipinas (alguns são
mantidos pelo AMI),
muitos foram batizados
em Maragusan, no dia
29 de dezembro de 2009.
R E VA
L .
M O O R E
Adventista, sede da Missão onde eu e
tantos outros estávamos hospedados.
A Missão é construída sobre palafitas
na água, tal como os outros edifícios
na pequena ilha de Tawi-Tawi, do lado
ocidental de Mindanao, Filipinas.
Uni-me ao grupo para o jantar e,
após uma refeição saudável, encosteime na parede, perto da porta da frente.
Jerry, um aluno, saiu e ficou em
pé sobre a tábua de pouco mais de
quinze centímetros de largura, pela qual
íamos até a sede da Missão. A tábua
ficava quase três metros acima da água.
Enquanto permanecia ali, Jerry notou
um homem, lá em baixo, na água. O
homem não se mexia. Alarmado, Jerry
correu para dentro.
− O que aconteceu? – perguntamos
em coro.
− Há um homem na água e parece
que está morto! – sussurrou Jerry,
apontando para o chão.
Enquanto Jerry ainda falava, ouvi
um objeto cair na água, seguido pelo
som do mergulho. Talvez fosse apenas
alguém tentando roubar nosso barquinho. Não nos assustamos porque o
barco estava bem preso, perto da porta
de onde podíamos vê-lo.
Poucos minutos mais tarde, três dos
meus companheiros e Bert, nosso líder,
saíram para chamar Abula, nosso vizinho. Armado com uma bula (faca longa
e afiada) e uma lanterna, Abula rodeou
O que é o
Adote
um Mınıstro
internacional
POR KIMBERLY LUSTE MARAN
Adote um Ministro Internacional (AMI) é uma organização sem fins lucrativos que
paga os salários de pastores desempregados, formados nas Filipinas e em outros países, com doações e patrocínio de pessoas do mundo todo. AMI trabalha com os líderes
das associações daquele país, que empregam ministros graduados como pastores.
Segundo a AMI, há mais de 500 pastores formados desempregados nas Filipinas. Cerca
de 40 a 50 novos formandos são acrescentados a cada ano a esse número de desempregados. Alguns trabalham por uma pequena ajuda ($30 dólares), ou por um saco de
arroz por mês fornecido pelos membros da igreja.
Após muita consagração e oração, Reva Lachica Moore, natural das Filipinas e
residente nos Estados Unidos, decidiu iniciar o AMI, para ajudar os formandos em teologia a seguir o seu chamado. Desde novembro de 2000, mais de 500 formandos receberam ajuda dessa organização. No momento, a AMI patrocina cerca de 400 pastores.
Eles recebem aproximadamente $130 dólares de salário por mês.
A maior parte das doações que complementam os salários dos obreiros vem de
membros da Igreja Adventista. Muitos ficam sabendo do programa por meio dos concertos beneficentes realizados pela pianista Mary Grace Gellekanao. Gellekanao,
uma jovem com ausência congênita do braço direito, que também é filipina, tem
usado, por anos, seu expressivo talento musical para servir a Deus. Ela diz: “Desde
que aprendi a tocar piano, tenho dedicado minha vida para servir ao Senhor e aos
outros. Tem sido uma experiência de humildade. Dou concertos para levantar
fundos e encontrar patrocinadores que possam pagar os salários desses pastores
recém-formados e sem emprego.”
Os formandos da AMI ajudam trabalhando nas circunstâncias mais desafiadoras que se possa imaginar. Ainda assim, esses obreiros são felizes por servir
ao Senhor e agradecidos pelo ministério que torna isso possível. Para mais
informações, visite: a-a-m.org.
R E VA
L .
M O O R E
LAR, DOCE LAR: Sonny Mercuri, pastor ordenado, casado e com três filhos,
atualmente trabalha para a Associação Ocidental de Negros. Na foto,
Mercuri está na cabana em que morou quando era mantido pelo Adote
um Ministro.
nosso alojamento com seu barco. A essa
altura, já estava escuro. Com a luz da
lanterna vimos um par de chinelos flutuando, aparentemente abandonados pelo
homem ao fugir. Um pedaço de madeira
com uma fita isolante vermelha boiava
ao lado dos chinelos. Bert usou uma vara
para virar o pedaço de madeira.
O que vimos em seguida nos fez
tremer de medo: uma granada de mão
estava atada ao pedaço de madeira e presa
a um cronômetro pela fita isolante vermelha, podendo explodir quando fosse solta.
Meus companheiros começaram a
fazer as malas enquanto exclamavam:
− Nós vamos morrer! Nós vamos
morrer!
Apesar de todo o pânico, consegui
sugerir que todos nos ajoelhássemos para
orar, sob a liderança de Bert. Sentimo-nos
mais aliviados, após a oração. Bert me pediu que acompanhasse uma missionária e
dois alunos até o campus da universidade
e em seguida voltasse para a Missão.
Após uma prece, viajei de volta para
o alojamento. Os que ainda haviam
ficado permaneciam fora do prédio. Bert
solicitou que eu entrasse no alojamento
para pegar uma longa corrente com cadeado para prender melhor nosso barco.
Com uma lanterna na mão e entorpecido pelo medo, caminhei sobre a tábua
em direção à porta do alojamento. Meu
coração disparou e eu não tirava os olhos
da bomba, lá em baixo, nem por um segundo. Encontrei a corrente e o cadeado
e voltei imediatamente. Mas, devido ao
10
Adventist World | Agosto 2009
medo, minha mente agia com “piloto
automático”. Percebi minha roupa lavada
em um canto e, sem raciocinar, peguei o
balde e comecei a dependurá-la no varal,
dentro do alojamento.
Preocupado com minha demora,
Bert caminhou sobre parte da tábua
para ver o que me mantinha lá dentro.
Ele viu que eu estava dependurando
minha roupa no varal.
− Ei, volte aqui! Esqueça sua roupa!
– gritou Bert, irritado comigo.
Ainda entorpecido, joguei a água
do balde lá fora, onde a bomba estava
flutuando. Imediatamente, eu me
conscientizei do perigo e corri para fora.
Rapidamente prendi o bote ao poste, distante da bomba uns dois metros, apenas.
Uma vez em terra, Bert e eu corremos para o outro lado do prédio. No
exato momento em que alcançamos um
lugar seguro, a bomba explodiu! Todos
ficamos gratos por Deus não ter permitido que a bomba explodisse quando
estávamos no alojamento.
Na manhã seguinte, vimos a devastação. Nosso alojamento e o barco
estavam destruídos. Lembrando-me do
Salmo 91:14, agradeci a Deus por ter
poupado nossa vida!
Dois Despertadores
Por Arnie Roa4
Fui designado para trabalhar no
continente Bongao, em Tawi-Tawi,
Filipinas, pelo “Adote um Ministro”.
Nesse território, os missionários muçulmanos, chamados tablegs, não apreciam
a presença de cristãos em sua ilha,
principalmente de professores como eu.
La Island, outra pequena ilha em TawiTawi, é conhecida por ser um santuário
particular onde bandidos muçulmanos
(e pequenas facções rebeldes) se refugiam. Ali os insulanos fazem questão
de que todos os homens possuam uma
arma para lutar contra os inimigos.
Essa situação em La Island faz
com que mesmo outros muçulmanos
tenham medo de entrar ali, sem escolta.
Entretanto, há alguns anos, um grupo de
professores adventistas provenientes do
Mountain View College veio morar na
ilha. O fato deixou os tablegs alarmados e
um grupo foi a La Island para investigar.
Um tableg se aproximou de mim no
cais de Bongao, enquanto eu embarcava
num bote em direção a La Island.
− Cavalheiro −, fui calmamente inquirido – o senhor é um dos professores
de La Island?
− Não –, respondi. − Mas os professores são meus companheiros. Posso
ajudá-lo em alguma coisa, meu irmão?
− Muito bem −, disse ele, − sou um
tableg designado para trabalhar naquela
ilha. Estou preocupado com as lições
que os professores adventistas estão
ensinando. Todos os seus ensinamentos
são muito bons e meus parentes na ilha
estão muito agradecidos e satisfeitos
com seu povo. Uma coisa, porém, me
preocupa muito: são os ‘valores’. Vi
em seus cadernos que ‘Deus’, ‘oração’ e
outras coisas são ensinadas do modo
cristão. Temo que seus professores estejam ensinando meu povo a ser cristão!
O tableg se aborreceu ao explicar seu
ponto de vista. Em seguida, pediu licença
e se retirou, não me dando a oportunidade de esclarecer que os professores
adventistas usavam o inglês como seu
método de ensino, de modo que Deus,
oração e todos os termos pertinentes ao
culto estavam em inglês e não em árabe.
Se usassem o árabe, o que apareceria
nos cadernos dos alunos seria Allah para
Deus, Sambayang para oração, etc.
Rapidamente retornei a La Island e
relatei os comentários alarmantes do tableg. Naquela noite, fizemos uma oração
especial e dormimos profundamente.
Eu não sabia que os professores
haviam planejado orar durante a noite, à
meia-noite. Michard, um dos professores,
acertou o único despertador que tinham
para acordá-los. Eu não ouvi o alarme,
nem eles me acordaram quando tocou.
Enquanto oravam, outro despertador disparou perto dos meus pés. Esse
me acordou. Quando abri os olhos,
vi, pelo reflexo da Lua, a silhueta dos
quatro professores ajoelhados. Ao me
preparar para ajoelhar, toquei em outra
pessoa ajoelhada onde o relógio havia
tocado. Orei ao lado de quem estava
ajoelhado junto a mim.
Quando terminei de orar, os quatro
já haviam orado e estavam esperando
por mim. Mas quem é que está orando
ao meu lado? perguntei a mim mesmo.
Acendi a lâmpada a gás para ver quem
seria, mas, mesmo com luz, não pude ver
ninguém. Contei aos professores sobre o
visitante que orou ao meu lado e eles não
acreditavam no que estavam ouvindo.
Disseram que haviam ouvido o som de
dois despertadores e não entenderam
como, pois tinham apenas um.
Não chamamos isso de mistério.
Sabemos que Deus enviou Seus anjos
para cuidar de nós e para preservar
nossa vida (Sl 34:7).
Deus me Chamou de Volta
Por Sonny Mercurio5
Esforcei-me bastante para chegar até
a faculdade e quando me formei, fiquei
muito emocionado. Minha alegria, porém, rapidamente se tornou em desespero. A Missão Ocidental Negros não estava
oferecendo empregos e mais de uma
dúzia de formandos havia se candidatado
antes de mim. Emprego na Missão só é
possível quando alguém se aposenta ou
morre. Como os outros, eu visitava os
escritórios da Missão frequentemente em
busca de trabalho temporário. Entretanto, com tantos outros candidatos, muitas
vezes não conseguia. Trabalhei para as
igrejas como voluntário, recebendo hospedagem e alimento apenas.
Após meses sem nenhum recurso,
abandonei o ministério para vender
água engarrafada. No meu primeiro dia
de trabalho, dirigi o caminhão de água
com o coração pesado. Implorei a Deus
que me enviasse ajuda financeira para
que pudesse voltar a trabalhar para Ele.
Na hora do almoço, o presidente da
Missão me telefonou para dar as boas
novas. Eu seria patrocinado pelo “Adote
um Ministro Internacional”.
Poucos dias mais tarde, eu já estava
trabalhando para Deus num local
montanhoso, a quatro horas da cidade.
Romeo Castro, meu patrocinador, da
América, pediu que eu fosse trabalhar
em sua cidade natal, nas Filipinas. A
igreja estava velha e construída no meio
de uma plantação de cana-de-açúcar.
Os poucos membros que ali se reuniam
todos os sábados, para chegar lá durante
a estação chuvosa, tinham que caminhar pelo meio da lama.
Fiz amizade com as pessoas da comunidade e visitei os parentes de Castro.
Estudei com eles a Bíblia e os convidei
para ir à igreja. No período de um ano,
o número de membros aumentou para
100. Hoje, Castro está construindo uma
nova igreja, mais próxima à estrada.
Na minha lista de conversos, estão
os parentes de Castro e três pastores
batistas. Agradeço a Deus pelo “Adote
um Ministro”. Não sei onde estaria hoje
se esse plano não existisse.
Christopher V. Luaya era candidato ao ministério na Associação Ocidental Negros, nas Filipinas, quando escreveu esse artigo.
O braço militar do Partido Comunista das Filipinas (CPP), o
NPA é um grupo maoísta formado em março de 1969 com o
objetivo de derrubar o governo através de guerrilha prolongada.
3
Jun Caber (pseudônimo) era um jovem missionário voluntário
entre as tribos Bukidnon, nas montanhas das Filipinas. Ele também trabalhou, por dois anos, em território islâmico na Mindanao Ocidental. Há cinco anos, foi chamado para trabalhar no
Sul da Coréia e no momento serve como missionário no norte
da Tailândia, patrocinado pelo “Adote um Ministro”.
4
Arnie Rao trabalha como leigo para a Missão da Península
Zamboanga. Ele e a esposa, que é professora na Escola Fundamental de Bongao, são pais de um sadio bebê de 18 meses, que
nasceu pesando apenas 750 gramas.
5
Sonny Mercurio é hoje ministro ordenado da Associação
Ocidental Negros, casado e com três filhos.
1
2
Dando de Volta
Reva Lachica Moore recebeu um presente
e passou adiante
O maior desejo de Reva era receber uma educação adventista. Entretanto, não tinha
recursos. Sua irmã sugeriu que ela escrevesse para alguém, nos Estados Unidos, porque
ouvira que as pessoas de lá eram bondosas. Um dia, Reva descobriu uma etiqueta de
retorno em um pacote de publicações adventistas usadas que minha avó, Beryl McLarty,
havia coletado e enviado para as Filipinas. O pai de Reva avisou seus filhos para não
tocarem no pacote, mas quando Reva viu a etiqueta, não pôde resistir. Enquanto ninguém estava olhando, ela arrancou a etiqueta, escondeu-a em seu quarto e, mais tarde,
escreveu para aquela pessoa. O pedido: dinheiro para estudar.
Minha avó abriu o coração e, com seus escassos recursos, enviou Reva para o
Colégio União das Filipinas, onde ela se formou em tecnologia médica. (Parte do dinheiro,
sem dúvida, veio de meu pai, Barney McLarty, mas minha avó tomou as providências
para conseguir os meios para seu projeto missionário.)
Naquele tempo, meu pai levou Reva aos Estados Unidos, como surpresa para minha
avó, no dia das mães. Ele a levou, também, para minha formatura na Universidade Andrews, em 1969.
Algum tempo depois, Reva veio para os Estados Unidos e casou-se com um homem
que, mais tarde, morreu com um tumor no cérebro. Ela usou o dinheiro do seguro de vida
para construir uma igreja em Boitiano, Filipinas. Meu pai contribuiu com $80 mil dólares
para o projeto, quando o dinheiro de Reva terminou, antes de concluir a igreja. Papai
também faz parte do programa Adote um Ministro.
No dia 4 de abril de 2009, Reva viajou de carro de Louisiana ao Tennessee para o
sepultamento de minha mãe. Quando se levantou para falar, Reva relembrou tudo o que
meus pais e minha avó haviam feito por ela e concluiu dizendo que ela era “a sétima
filha dos McLarty”. Sua declaração final resume a relação de Reva com nossa família.
— MARILYNN PEEKE, COLUMBIA, MARYLAND, ESTADOS UNIDOS
Agosto 2009 | Adventist World
11
D E V O C I O N A L
U
ma pequena chama de fogo brilha
na rua suja. Finas chamas alaranjadas dançam suavemente e espirais
incandescentes incendeiam a pilha de
lixo. Esse é um ritual de fogo inofensivo,
realizado todas as noites, sempre no
mesmo horário, para queimar o lixo
acumulado ao longo do dia. Centenas
de fogueiras como essa são acesas por
toda a cidade, diariamente.
ríspida. – Não brinque com fogo. Você
vai se queimar!
Ao ouvir a voz, os olhos da garotinha se concentram na mãe, em seguida
na vara que ainda brilha com fagulhas
intrigantes. É óbvio, a proibição provocou a mudança da inocência para a
intenção. Ela não mais se satisfaz com
a inspeção. Agora ela precisa tocar o
fogo proibido.
Por
Jenni Goodwin
Brincando
com
ogo
F
Uma criancinha
e uma vara
com fogo
ensinaram-me
uma lição muito
importante
Uma criançinha, com não mais de
dois anos de idade, brinca tranquilamente na rua, fascinada pelas cores e
movimentos do fogo. Embevecida pelas
chamas, segura na mão uma vara longa
e fina. Mechas do cabelo desgrenhado
colam em suas bochechas enquanto ela
permanece concentrada e pensativa.
Vagarosa e cuidadosamente, a pequena
estende a longa vara para a frente
até que a ponta se torne alaranjada e
brilhante, e logo puxa de volta para
examiná-la detidamente. Enquanto
examina seu troféu, sua mãe, junto ao
balcão de vendas, a alcança com o olhar.
− Joana −, a voz de advertência soa
12
Adventist World | Agosto 2009
Rebeldia. . . e Culpa
Joana mexe os dedinhos. Uma
pequena batalha é travada em sua
mente enquanto considera as possíveis
consequências, caso sua desobediência
seja descoberta pela mãe. Decisão tomada, uma mãozinha rasteja em direção
ao fogo dormente. Olhar concentrado,
expressão marcada pela culpa. Joana
lança um olhar furtivo na direção da
mãe. Então, ela toca.
Os olhos castanhos se arregalam
até mostrar o branco. A boca se abre.
A mão volta rapidamente, num recuo
involuntário pela surpresa da dor. O
corpo inteiro reage à vingança do fogo
em sua pele delicada. Com lágrimas
marejando os olhos, Joana chupa o
dedo machucado, confortando a si
mesma por um momento. Então, ela
se volta para avaliar a causa de sua dor:
uma vara em chamas.
O tribunal está pronto. O réu é
identificado. Ignorando o erro de sua
ostensiva desobediência, um objeto
inanimado humanamente manipulado, a vara, é julgado culpado. Com a
mesma resposta que a humanidade tem
usado por séculos para desculpar seus
próprios delitos, a criancinha sorri vingativamente. Esquecendo-se da queimadura, ela se concentra para que justiça
Ao nascermos, até
nossa inocência está
contaminada. Não
há nada de bom em
nossa humanidade.
Necessitamos
desesperadamente
de um renascimento
espiritual.
seja feita. Segurando o fino ramo com
suas mãozinhas de bebê, Joana esmaga a
brasa incandescente na terra, com toda
a violência que seu corpinho é capaz
de produzir… repetindo o processo
até que a ponta da vara se torne negra
e destroçada. Após pequena pausa, ela
leva a vara de volta ao fogo para reacendê-la e, em seguida, esmagá-la no chão
de novo. E de novo. E mais uma vez.
Foi Assim que Tudo Começou
Sento-me encostada a uns sarrafos
enquanto espero, observando. Sou um
observador solitário. Quão flagrante
era sua provocação, escolhendo fazer
B
C L E A R Y / S A R A H
J O N E S / M O D I F I C A D O
exatamente o oposto à instrução da
mãe. . . para dano próprio! Inocência de
vida curta, intencionalmente negociada
pelo prometido conhecimento de
experimentar a realidade do bem e do
mal. A advertência foi dada. Joana usou
a habilidade racional de sua pequena
mente para escolher, e escolheu desobedecer. Isso, realmente, não faz sentido. A
história, porém, não termina aí.
Joana recebeu a consequência de sua
escolha; mesmo assim, recusou aceitá-la
como tal. A responsabilidade foi transferida automaticamente de sua própria
culpa para um terceiro elemento
inocente. Punir os outros pelos próprios
pecados. Foi uma repetição clássica do
paradigma do nascimento do pecado
em nosso Planeta.
Levantei-me vagarosamente e comecei a voltar para casa, repassando em
minha mente as ações daquela criança,
impressionada com a semelhança entre
o encontro de Joana com o pecado e a
primeira experiência de Adão e Eva no
jardim. Ambas as partes, a princípio,
eram completamente inocentes. Ambas
receberam instruções por alguém que
se importava com eles, com o único
propósito de evitar a dor e o sofrimento. Ambos escolheram deliberadamente
desobedecer a tais instruções. Ambos
recusaram aceitar sua responsabilidade
pelas consequências, jogando a culpa
sobre alguém ou em outra coisa.
Fico impressionada ao pensar no
quanto caímos como raça pecaminosa,
com a tendência para o mal em nós
entranhada desde o nascimento!
Estamos Todos Manchados
Ao ver uma criança inocente maculada, imersa na sangrenta mancha da
experiência do pecado, repentinamente
sou lembrada da minha própria vida,
suja e manchada com uma grossa
crosta de pecados acumulados. Não é
mais recente e ofensivo. O pecado para
mim não é novidade: transformou-se
em rotina. Entretanto, é aceito. Até
esperado. De repente, percebi a armadi-
D I G I TA L M E N T E
lha em que a humanidade caiu e quão
terrivelmente necessitados estamos
espiritualmente. Até nossa inocência,
ao nascermos, está contaminada. Não
há nada de bom em nossa humanidade.
Necessitamos desesperadamente de
um renascimento espiritual. Eu sempre
soube disso, mas, de repente, fez
mais sentido.
“Mas quando, da parte de Deus,
nosso Salvador, Se manifestaram a
bondade e o amor pelos homens,
não por causa de atos de justiça por
nós praticados, mas devido à Sua
misericórdia, Ele nos salvou pelo lavar
regenerador e renovador do Espírito
Santo, que Ele derramou sobre nós
generosamente, por meio de Jesus
Cristo, nosso Salvador” (Tt 3:4-6,
NVI). “E, assim, se alguém está em
Cristo, é nova criatura; as coisas
antigas já passaram; eis que se fizeram
novas”(2Co 5:17).
Paro e reflito: quão frequentemente,
ajo como “Joana” perante Deus? Ele
estabelece os limites para me proteger e
cuidar de mim. Ele sabe o que acontecerá
se eu desobedecer e quer poupar-me de
experimentar a dor. Aviso dado. Instruções claras. Eu sei o que é certo. Entendi.
Não quero passar pela dor. É tudo muito
simples. Por que, então, ainda escolho
bricar com fogo?
Hoje, uma criancinha e uma vara
com fogo abriram meus olhos e me
ensinaram uma grande lição. É hora de
quebrar a rotina de dedos queimados
e varas quebradas. É hora de enterrar a
perversão de nosso nascimento supostamente inocente e renascer intencionalmente. Renascer pelos Seus méritos
e Sua perfeição.
Jenni Goodwin, enfermeira
e paramédica, é coordenadora do Toque de Amor,
ministério sem fins
lucrativos dos Embaixadores Médicos e
Projetos de Assistência, no norte do Peru.
Agosto 2009 | Adventist World
13
V I D A
O
s primeiros raios da alvorada
lançam longas sombras sobre
os telhados irregulares do
acampamento clandestino em Philippi,
enquanto acompanho Dennis sobre as
dunas de areia branca até uma pequena
choupana. O cheiro forte de fumo
impregna o ar.
A porta range ao Dennis desenrolar
o arrame que a prende. Ele se abaixa
para entrar na pequena cabana mal
iluminada. Em uma das mãos carrega
uma sacola plástica amarela, cheia de
mantimentos trazidos do mercado. Eu
estava logo atrás dele, quando nossa
presença foi notada.
– Bom dia, Miriam. Vim visitá-la e
trouxe um amigo.
Sua voz proporcionou calor ao ar
gelado daquela manhã de inverno. Ele
caminhou até a cama dela, guiado pela
nesga de luz que entrava pela porta.
Dentro, eu mal podia discernir os poucos móveis do pequeno quarto.
À medida que meus olhos iam se
acostumando com a frágil luz, pude
ver Dennis em pé, próximo à cama de
Miriam, no canto do quarto. No lado
oposto, percebi uma cadeira e uma
mesinha de madeira coberta com uma
toalha vermelha.
Enquanto estava na penumbra
daquele barraco, de repente fui envolvido por um estranho sentimento de
desconforto que, por um momento, me
transportou de volta à minha infância,
para a pequena casa de minha bisavó,
no sítio, onde as sombras oscilantes da
luz das velas nas paredes e o medo do
escuro me causavam calafrios.
Foi aí que vi os grandes olhos
castanhos de Miriam. Os ossos do seu
rosto destacavam-se bruscamente e eu
observava Dennis, ajoelhado ao lado da
Hein Von Horsten, pastor
adventista, vive e trabalha
na África do Sul, servindo
na equipe médica.
14
O
A D V E N T I S T A
Adventist World | Agosto 2009
Único
Amor
que
onheço
C
Encontro de
um homem
com uma
vítima da AIDS
Por Hein Von Horsten
TESTEMUNHANDO DO AMOR: Dennis
Wadley segurou a mão da mulher e perguntou:
“Miriam, você sabe que Jesus a ama?”
H E I N
V O N
H O R S T E N
cama, tomando as mãos de Miriam nas
suas. Por algum tempo, houve silêncio
no quarto, enquanto ele acariciava
ternamente a cabeça da moça.
A comunidade Philippi, predominantemente negra, vive em circunstâncias muito adversas, acometida
pela pobreza e pela AIDS. Miriam foi
abandonada por sua família quando
contraiu o vírus HIV. Não queriam ser
associados a essa terrível doença, que
trouxera vergonha sobre a família. Por
temerem ser rejeitados e estigmatizados
pela comunidade, abandonaram Miriam
para que morresse.
Denis quebrou o silêncio mais uma vez:
− Como vai, Miriam?
Passando a língua em seus lábios
ressecados, ela disse:
− Estou muito cansada.
A mão dele continuava acariciando
seus magros dedos.
– Eu trouxe alguns alimentos que
vão ajudá-la a sentir-se melhor, e quero
lhe apresentar meu amigo Hein. Ele
veio comigo para tirar algumas fotografias. Vou enviar as fotos para outros
países a fim de que as pessoas vejam
como o povo aqui está sofrendo e espero que enviem doações de remédios e
alimentos. Você concorda com isso?
Ele se virou e, com um sinal da
cabeça, convidou-me a chegar mais
perto. Os olhos de Miriam lentamente
moveram na direção em que eu estava,
e pareciam ainda maiores. Com grande
esforço, ela levantou a mão em sinal de
boas-vindas.
− Olá, Miriam. – Minha voz soou
rouca, sob o teto ondulado de zinco.
Os doentes
abandonados na
batalha contra a
AIDS são atendidos
com tanto amor
que até os anjos
observam admirados.
Não me sentia à vontade para chegar
mais perto dela. Assim, instintivamente,
comecei a mexer nos botões de minha
câmera. Eu não estava com medo de
nada, mas de repente, me veio uma
sensação como se a morte quisesse, discretamente, entrar sob seus lençóis.
– Miriam, hoje eu vim para ungi-la.
A voz de Dennis soava compassiva
e amorosa, enquanto os joelhos se
afundavam no chão de areia branca.
Os olhos castanhos de Miriam estavam
fixos em Dennis, enquanto ele procurava a garrafa com óleo de girassol na
sacola amarela.
– Miriam, você sabe que Jesus a
ama? – disse ele, estendendo a mão
e tocando em sua face. Enquanto eu
observava em silêncio solene, tinha a
impressão de que uma voz sussurrava:
“Tira as sandálias dos pés, porque o
lugar em que estás é terra santa.”
O silêncio nos envolveu novamente.
Miriam olhava fixamente para o teto
enquanto Dennis segurava as mãos dela
entre as dele.
− Você sabe que Ele a ama, Miriam?
Sua cabeça voltou-se, lentamente, na
direção dele.
− O único amor que conheço −
disse ela – é o amor que você está me
mostrando.
Ao fechar os olhos, pude ver as
lágrimas rolando pela face dela. Era
como se Alguém houvesse chegado para
preencher o lar de “Marta e Maria” com
Sua presença, enquanto a melodia de
suas palavras ecoavam no silêncio: “O
único amor que conheço…”
Vida de Serviço
Fui apresentado a Dennis Wadley
por Arthur Ammann, presidente de Estratégias Globais de Prevenção do HIV,
na Califórnia, Estados Unidos. Dennis
é o diretor do “Pontes de Esperança”,
grupo internacional que procura levar
esperança aos desamparados por meio
do seu ministério evangelístico.
Dennis e a família deixaram o conforto do lar, em Santa Bárbara, onde era
pastor de uma igreja grande e rica, para
ir para a África do Sul como missionário. Como Madre Teresa (de Calcutá),
ele e sua equipe trabalham entre os
pobres de Phillipi. Os marginalizados
e órfãos recebem atenção; os doentes,
abandonados na batalha contra a AIDS,
são atendidos com tanto amor que até
os anjos observam, admirados.
Maior Sermão
Regularmente, lembro-me da
experiência que tive em Phillipi e das
palavras ditas por Miriam naquela
manhã de inverno, em sua pequena
choupana. Sem dúvida, deve ter sido o
maior sermão que já ouvi. Ele
tocou minha vida de um modo muito
significativo e reforçou uma antiga
verdade: O que importa na vida não
é o que sabemos, mas quanto doamos
de nós mesmos.
Felizmente, antes de minha experiência em Phillipi, frequentei um curso
sobre HIV/AIDS na Universidade
Stellenbosch, na África do Sul. Por
doze meses, assentamo-nos aos pés
de professores que abordaram todo
aspecto social, legal, físico, emocional e
espiritual da epidemia. Um ano depois,
estávamos aptos para receber nossos
merecidos diplomas.
Foi, entretanto, na pequena
choupana de Miriam, um ano mais
tarde, que fui confrontado com a
verdade: o amor verdadeiro, o amor
incondicional, não vem embalado em
conhecimento, mas na compaixão
que demonstramos aos outros. Amor
verdadeiro é o desejo de desenrolar o
arame que prende as portas dos marginalizados; é inclinar-me ante a fraca
luz de seu sofrimento; é sentir a areia
sob meus joelhos ao me prostrar à beira do leito do estigmatizado; é estender
a mão amorosa para tocar o aflito; é
confirmar o amor do perdão de Deus
pelos pecadores; é ungir os rejeitados.
Os últimos raios do crepúsculo
da história da Terra lançam longas
sombras sobre o sofrimento da raça
humana. Em meio às multidões que
buscam o prazer nas grandes cidades,
você e eu nos confrontamos com as
pequenas choupanas da sociedade.
Se decidirmos trabalhar pelos
rejeitados, construindo pontes de esperança para os que foram abandonados
e esquecidos pela sociedade, sendo
estigmatizados pelo pecado, também
ouviremos as melodiosas palavras: “O
único amor que conheço é o amor que
você tem me mostrado!”
Só então saberemos que não vivemos em vão.
Agosto 2009 | Adventist World
15
Encontrando
A Igreja Adventista de Beiguan,
em Shenyang, abriga mais de
três mil membros.
Esquerda: CUMPRIMENTANDO OS FIÉIS: Pastor
Jan Paulsen prega na Igreja Adventista de Beishi,
em Shevayang, China, e é traduzido por Eugene Hsu.
Abaixo: O presidente da igreja mundial cumprimenta
os membros da congregação de Wuxi após culto de
oração de quarta-feira à noite.
M I T C H E L L / N S D
F O T O S : R A J M U N D
D A B R O W S K I / A N N
G L E N N
é
F
na
A R T I G O D E C A PA
Pela primeira vez, desde que Mao Tse-Tung proclamou a República do Povo da China, em 1949, foi possível a um presidente
mundial da Igreja Adventista do Sétimo Dia liderar uma delegação de oficiais da igreja para visitar os fiéis adventistas naquele país. No mês de maio, o pastor Jan Paulsen e outros líderes
da sede mundial da igreja e da Divisão Ásia-Pacífico Norte
foram à China, com itinerário de uma semana, coordenado pelo
pastor Eugene Hsu, vice-presidente da igreja mundial, nascido
na China. O pastor Paulsen falou a congregações adventistas em
Pequim, Wuxi e Shenyang. Visitou pastores das igrejas locais e
reuniu-se com autoridades políticas e religiosas.
Deixe-me ser mais específico. Às vezes, você encontra uma
pessoa que tem uma atmosfera espiritual ao seu redor. Algo
que desafia explicações; na verdade, não se pode definir nada
além do fato de que exalam um senso de poder e força “espirituais”. Senti isso quando me encontrei com duas senhoras
idosas, pastoras, que ali conhecemos.
Penso que todos na delegação tiveram o mesmo sentimento.
Hao Ya Jie é a pastora titular da Igreja Adventista Beiguan, em
Shenyang. Quando começou seu ministério, há vinte anos,
havia algumas dezenas de membros na igreja. Hoje, vinte
anos mais tarde, há uma comunidade de sete mil! Três mil
estão na igreja-sede e os outros, espalhados entre as setenta
igrejas do distrito.
Antes de eu pregar na igreja dela, ela me disse: “No fim
da reunião, eu gostaria de fazer um convite para as pessoas
virem à frente. Eu sempre faço isso.” E eu soube que essa era
sua rotina todos os sábados. Ela tem sete auxiliares de tempo
integral e quando, no fim do sermão, as pessoas vão à frente,
esses assistentes tomam conta das pessoas que responderam
ao apelo. Isso é feito de uma forma extraordinária!
Quando Hao Ya Jie olha para você, mesmo que alguém
esteja traduzindo suas palavras, há um inacreditável senso de
força e calor em seus olhos.
O senhor percebeu a paixão na oração dela? Sua voz quase falhou
quando orava pelas pessoas que responderam ao apelo. Gostaria de
ter ouvido sua oração traduzida.
Os adventistas na China adoram a Deus sob circunstâncias
singulares. O Estado considera a Igreja Adventista como
parte da ampla igreja protestante chinesa, que é coordenada
pelo Conselho Cristão da China / Movimento Patriótico,
patrocinado pelo governo. Embora reconhecidos como um grupo
de crenças distintas, os adventistas não têm autonomia de
administração e não possuem instituições adventistas para a
formação de pastores. As congregações geralmente precisam
dividir os prédios das igrejas com congregações que guardam
o domingo. Entretanto, apesar dos desafios, são um grupo
que tem crescido dentro da cristandade chinesa. A estimativa
atual sugere que haja aproximadamente 400 mil adventistas
na China, frequentando cerca de quatro mil congregações e
igrejas domiciliares.
O editor da Adventist Wold, Bill Knott, fez parte dessa delegação. Poucos dias após seu retorno a Silver Spring, Maryland,
ele conversou com o pastor Paulsen sobre essa histórica visita.
KNOTT: O período de uma semana na China foi repleto de paisagens
e experiências incríveis. Que impressões da viagem foram mais
surpreendentes para o senhor?
PAULSEN: Não me lembro de ter estado em qualquer outro
lugar onde tenha sido tão movido espiritual e emocionalmente. No geral, o povo tem poucos recursos. Mesmo assim, vi
como são alegres e como valorizam o que têm em Cristo.
E essa sensação de fortaleza espiritual foi reforçada pela
segunda pastora que encontramos, procedente de uma
província do nordeste de Jilin. Zu Xiu Hua é responsável por
um distrito com vinte mil membros. Vinte mil! Quando as
restrições à religião na década de 1980 diminuíram, a igreja
nessa região experimentou grande crescimento durante mais
de uma década.
Ela relatou a história de um grande batismo dirigido pelo
único pastor que havia na época. Ele planejava batizar todas
as pessoas, mas isso se tornou muito pesado para ele. Então,
ficou em pé no rio, falou as palavras e os diáconos baixaram e
levantaram os candidatos na água. O pastor ficou no rio por
três dias e batizou três mil pessoas, mil por dia! Eu fiquei dentro de um rio, na África e, para batizar trezentas pessoas, ficamos quatro horas no rio barrento. Mas isso é inacreditável!
Perguntamos a Zu Xiu Hua: “A que você atribui esse fato?
Por que esse apelo é tão poderoso?” Ela respondeu: “As pessoas vêm para as palestras e veem nosso zelo e o Espírito Santo.”
“Eles veem nosso zelo.” Aqui está uma resposta tão
simples e, ao mesmo tempo, tão poderosa. E eu disse para
mim mesmo: “Gostaria que nosso povo, em todos os lugares,
tivesse esse mesmo zelo tão visível e forte!”
Um de nossos companheiros de viagem perguntou a ela: “Qual é o
assunto que a senhora mais gosta de pregar?” Ela olhou para ele
e disse: “Sobre a cruz. O que mais seria?” Em sua entrevista, ela
Agosto 2009 | Adventist World
17
F O T O S :
R A J M U N D
D A B R O W S K I / A N N
INSTANTÂNEOS DA CHINA: Acima, à
esquerda: Coro Adventista do Sétimo Dia
se apresenta na Igreja Protestante de Wuxi
durante culto no qual Pr. Paulsen pregou.
Acima, à direita: Haw Xajie, pastora da
Igreja Adventista de Beiguan, em Shenyang.
Abaixo, à direita: Pr. Paulsen, Jairyong Lee,
Eugene Hsu e Reverendo Gao Feng, presidente
do Conselho Cristão da China – Movimento
Patriótico, segura uma cópia especial da
Bíblia “Siga a Biblia”, escrita em várias línguas.
G L E N N
M I T C H E L L / N S D
mencionou o assunto do zelo e disse que é isso que distingue os
adventistas dos outros grupos protestantes no interior.
Por essa razão, a Igreja Adventista experimentou notável
crescimento. Em alguns lugares, é inacreditável. Esse senso
de zelo dos membros continua a impressionar-me. Já disse
ao Senhor, mais de uma vez: “Fui para lá com o desejo de
ser, de algum modo, um instrumento e, no entanto, eu é que
recebi muito!”
Se essas duas mulheres fossem pastoras na América do Norte ou
numa região ocidental, seus livros estariam nas estantes de todos os
lugares, porque são pastoras de mega-igrejas. Como o resto da Igreja
Adventista deve olhar para esse crescimento fenomenal na China e
como ele está relacionado a essas líderes emergentes?
Bem, a China é incomparável. Em relação ao que vemos
na China, não dá para colocar outra coisa ao lado e dizer:
“Então…” A trajetória deles está relacionada a dificuldades
e tem que ver com Deus encontrando um Elias e colocandoo onde as coisas são muito difíceis. Deus está encontrando
essas vozes, essa dedicação, essas pessoas e as está equipando
espiritualmente e usando-as de modo fenomenal.
O fato é que temos, pelo menos, meia dúzia de mulheres
pastoras, que são ordenadas e exercem o ministério na China.
Nós as reconhecemos como ministras ordenadas; elas estão
em nossas estatísticas e no Yearbook. Pode ser que alguém do
mundo ocidental me diga: “Está vendo? Se fizeram isso na
18
Adventist World | Agosto 2009
China, podem fazer aqui!” Minha resposta seria: “Você quer
que as coisas funcionem como na China?” A China é singular
e o fato é que não temos controle sobre quem é ordenado.
Tecnicamente, o Concílio Cristão da China (CCC), administrado pelo governo, tem a palavra final, mas a decisão geralmente é tomada em consulta com a congregação adventista
local. Mas, na realidade, esse é um processo que não funciona
do mesmo modo em todas as situações.
Temos de reconhecer que Deus trabalha com a realidade
de cada lugar. Já disse muitas vezes: “Obediência a Deus é
sempre obediência, não importa onde você esteja.” E não se
pode simplesmente transferir isso para outro lugar, porque
você não tem a mesma situação ou os mesmos fatores.
Durante a viagem, alguém falou de duas comparações bíblicas para
o que está acontecendo na China: primeira, o Concílio de Jerusalém,
onde a igreja precisava lidar com coisas sobre as quais não tinha
controle; segunda, o batismo de Cornélio, que forçou a igreja a reconhecer o Espírito Santo atuando por maneiras e lugares inesperados.
O que acha dessas comparações?
Quando pensamos na China, precisamos reconhecer que ela
é singular. Há limitações para se trabalhar ali, embora, ao
mesmo tempo, haja muito potencial. Temos de ter força e
coragem para permitir seu desenvolvimento, mesmo que o
crescimento na China tome um formato diferente daquilo a
que estamos acostumados.
Evidentemente, o Espírito Santo está trabalhando ali. Em
certa igreja, onde assistimos ao culto, havia dois salões, um
em cada andar, ambos do mesmo tamanho e ambos lotados.
Havia, ainda, pessoas sentadas nas escadas entre os salões,
para que pudessem pegar alguma coisa do que estava acontecendo. Há muita fome de Deus, da Palavra e, também, da
comunhão com outros crentes.
Bill, como você pode experimentar tudo isso sem se emocionar? Seria tão bom se tivéssemos isso em todos os lugares!
Vi aquelas pessoas sentadas na escada, rostos iluminados, cantando
os hinos como se estivessem na primeira fila. E eles podiam ouvir
apenas um velho e gasto auto-falante. Foi emocionante ver como o
evangelho é atrativo para eles.
Outro sentimento que ficou fixado em minha mente, e tenho
certeza de que na sua também, é a visão que eles têm de
treinar os leigos. Nosso ministério na China é basicamente
direcionado aos leigos e ao treinamento deles. Poucas pessoas
frequentaram o seminário dirigido pelo Concílio Cristão
da China. Nessas instituições, nosso povo recebe formação
teológica geral e treinamento bíblico, mas, até agora, não
há um local onde possam receber a visão especificamente
adventista de que precisam.
Assim, a maioria dos que servem nossas igrejas como pastores e diáconos (são pastores na realidade, mas não empregados em tempo integral) são treinados na igreja local. É um
treinamento em horário de trabalho, mas muito concentrado
e disciplinado.
Alguém pode ser tentado a dizer: A maior parte das pessoas
que dirigem os treinamentos não possui uma educação formal!
Mas, então, você olha nos olhos dessas duas pastoras sobre as
quais já falamos. Se, de algum modo, esse zelo pode ser transferido de uma geração de líderes de igreja para outra, que bênção!
Quando estávamos nos despedindo da igreja de Beiguan, fui tocado
por um momento espontâneo, quando o coral saiu e rodeou o senhor
e começou a cantar. Eles não haviam planejado fazer aquilo, surgiu no
momento. Para mim, esse foi um dos momentos mais memoráveis da
viagem. Eu havia visto a delicadeza, a reserva, o decoro daquela sociedade. Mas, de repente, aconteceu esse momento, e era como se eu
estivesse na África! O canto, as palmas! O senhor já falou do que essa
visita significou em sua vida. O que, em sua opinião, a visita de uma
delegação da igreja mundial significou para os adventistas da China?
Bem, espero que tenham se sentido enormemente apoiados;
que tenham sentido: “Somos parte de uma família. Não
fomos esquecidos. Não estamos fora do círculo. O fato de
essas pessoas terem vindo aqui nos visitar mostra que, de fato,
somos da família.”
O senhor falou sobre isso em todos os lugares que visitamos. E eu
pensei: É disso que este povo tem fome. O senso não apenas de
união de uns com os outros, mas o senso de estar conectado com a
família mundial.
Gostaria de saber como o senhor avaliará o impacto dessa visita,
em longo prazo. Acha que afetará de alguma maneira a habilidade
da igreja de operar com mais sucesso na sociedade chinesa?
Sim e não. Penso que internamente a igreja se sentirá habilitada pela expansão de sua própria força para encontrar
maneiras de manter as coisas funcionando. Mas acho que, no
que se refere aos funcionários do governo, as suspeitas podem
aumentar. As autoridades estão comprometidas em limitar o
que possa ser muito “diferente”; eles definem os Cristãos Protestantes da China como “pós-denominacionaais”. Mas tenho
convicção de que essa é uma descrição política que pouco
tem a ver com a verdadeira essência do cristianismo. Faltalhes a liberdade que é tão preciosa para todos os cristãos, a
liberdade de ser aquilo para o que você foi escolhido e para
expressar seus valores.
É difícil predizer futuros desdobramentos. Sinto que os
adventistas na China precisam explorar os limites do que é
possível. Enquanto a igreja for chinesa, dirigida por chineses
e, enquanto respeitarmos as limitações de como nós, internacionalmente, nos relacionarmos com a igreja na China,
as autoridades, provavelmente, poderão tolerar um pouco
mais. Eles não parecem estar muito envergonhados com o
fato de: “Sim, vocês têm suas características especiais, como
guardar o sábado, etc.” Mas, em relação ao fato de estarmos
internacionalmente ligados, temos que ser muito cautelosos e
prudentes.
Há muitos pastores no mundo adventista que podem estar interessados em saber como poderiam servir na China. O que o senhor diria a
esses ministros, baseado em sua visita?
Eu diria que os adventistas na China, devido à natureza
extremamente delicada de sua situação, são os mais indicados para cuidar de sua própria missão. Às vezes, quando
ministérios de apoio vão a lugares como a China, criam
vulnerabilidades e exposições que não são vantajosas para
a igreja. Assim, eu diria: “Por favor, orem pelos seus irmãos
e irmãs na China. Se tiverem recursos para ajudá-los, então
ajudem. Eles precisam de mais igrejas. Mas deixem que
tomem a iniciativa.”
É bom frisar que eles têm acesso a muita literatura
adventista. Quarenta e cinco livros de Ellen G. White já estão
traduzidos para o chinês. Minha impressão dessa visita e
também das visitas no fim dos anos 1990, é que o Adventismo
do Sétimo Dia na China não se “extraviou”. Sinto que é um
adventismo centrado, bastante tradicional e com sua identidade adventista ricamente cultivada.
O senhor então diria: “Ajude a igreja, mas não pense em ir até lá
para remodelá-la”?
Exatamente. Penso que ninguém deveria tomar tal iniciativa
por si mesmo. Se alguém quiser saber como pode ajudar a
missão da igreja na China, vamos conversar. Vamos nos aconselhar e descobrir uma boa maneira de fazê-lo.
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C R E N Ç A S
F U N D A M E N T A I S
NÚMERO 6
m a r avi l h a s
da
rıação
C
Por John T. Baldwin, Leonard R. Brand,
C
harles Darwin chegou à famosa
conclusão de que o Antigo
Testamento contém “uma falsa
história do mundo” e, portanto, “não
se deve confiar na Bíblia… mais do que
em qualquer crença bárbara”.1 Os membros da Igreja Adventista do Sétimo Dia
vivem em um mundo onde a evolução
é considerada natural e, em geral, segue
a lógica de Darwin. Além disso, um
número crescente de estudiosos e cientistas cristãos conclui que, uma vez que
não se deve crer no relato da origem das
coisas, outras “verdades” da Bíblia não
podem ser aceitas como confiáveis.2 Os
adventistas, porém, continuam a valorizar o ensinamento bíblico da criação
especial (isto é, uma criação recente e de
uma semana). Por quê?
Este artigo considera por que a
doutrina da criação ainda é especial e
profundamente importante, abordando
primeiro sua base escriturística, como
endossado recentemente pela Comissão
Este artigo representa a colaboração
única entre estudiosos da Bíblia, teólogos
e cientistas. John T. Baldwin é professor de
Teologia do Departamento de Teologia e
Filosofia Cristã, na Universidade Andrews.
Randall W. Younker é professor de Antigo
Testamento e Arqueologia Bíblica na
mesma universidade. Leonard R. Brand
é professor de Biologia e Paleontologia
na Universidade de Loma Linda, e
Art Chadwick é professor de Geologia e
Biologia na Universidade Adventista do
Sudoeste.
20
Adventist World | Agosto 2009
Por que a criação
especial é importante
Arthur Chadwick e Randall W. Younker
Executiva da Associação Geral,3 seguida
de uma observação mais próxima no
impacto que a doutrina da criação
especial tem sobre quatro doutrinas
fundamentais.
A Criação Especial nas
Escrituras
O ensino bíblico sobre a criação
especial é baseado em sete passagens
fundamentais referentes à criação, a
saber, Gênesis 1 e 2; Êxodo 20:8-11;
Salmos 19:1-6; 33:6, 9; 104; Hebreus
11:3, que devem ser relacionadas a Apocalipse 14:6, 7.
O relato de Gênesis 1 e 2 é importante. Esses dois capítulos complementares ensinam intencionalmente o
cômputo da história da Terra e a origem
das primeiras formas de vida no Planeta.4 Êxodo 20:8-11, escrito pelo dedo
de Deus, lembra-nos o lugar central do
sétimo dia, o sábado, como memorial
da criação. O quarto mandamento só
faz sentido se a semana da criação foi
um evento literal de sete dias que claramente se refere ao relato de Gênesis. Ela
descreve, com clareza, a criação de Deus
em um curto período de tempo, culminando com criaturas que ostentam
Sua própria imagem, incumbidas da
responsabilidade de cuidar do mundo.
Os adventistas, em geral, têm endossado a opinião de que esses históricos
dias da Criação não foram míticos ou
metafóricos, nem os chamados dias
divinos literais, onde cada um dos seis
dias supostamente seja traduzido em
milhões de anos da Terra, chegando
a alguns bilhões de anos.5 Os dias da
Criação foram dias como os nossos,
compostos de 24 horas literais.
Além disso, o material cronológico
em Gênesis 4, 5 e Mateus 1 são compatíveis apenas com o tempo de poucos
milhares de anos desde a Criação e
não com milhões de anos. Entretanto,
por que é importante saber há quanto
tempo aconteceu? Por que nos preocuparmos com o tempo? Isso é muito importante, e a razão é que envolve nossa
resposta às interpretações científicas
modernas sobre a idade geológica e
o que dizem sobre a natureza de Deus e
sobre a Bíblia. Os tempos primordiais
e a teoria da evolução de todas as criaturas passam de mão em mão. Temos
que escolher entre tempos primordiais,
associado à evolução das formas vivas, e
a semana recente da criação bíblica.
O conceito da criação recente é importante. Ele protege contra o conceito
da evolução teísta ou progressiva, o
qual parece alastrar-se na compreensão
adventista de criação especial.
Apocalipse 14:6, 7 salienta a importância da doutrina da criação especial
no contexto da cultura pós-moderna
de nossos dias. A linguagem específica
da última mensagem de Deus para o
mundo é tal que fervorosamente todas
as pessoas são chamadas a adorar a
Deus, porque utilizou em Sua criação o
método breve, pacífico, compassivo de
seis dias, em alusão a Êxodo 20:11. Isso
reafirma uma criação especial do mundo,
muito importante para o tempo do
fim. Em um mundo neo-darwinista, é
demonstrado que Deus é totalmente
digno de culto por causa do método
breve, recente e temporal que Ele usou
na Criação.
No clímax da Criação, Deus descansou, abençoou e santificou o sétimo dia,
instituindo assim o sábado do sétimo
dia, com base na Criação, para toda a
humanidade (Marcos 2:27). O sábado
serve como imutável memorial da conclusão da Criação de seis dias, e de uma
relação santificada entre o Criador e os
seres criados à Sua imagem.
Quando a Criação foi concluída,
Deus declarou que Seu trabalho criativo
era “muito bom” (Gn 1:31). Posteriormente, o autor do Salmo 19 ecoa
essa aprovação e entusiasmo divinos,
relacionando a Criação com a glória de
Deus (Sl 19:1-6).
Criação Especial e Outras
Doutrinas Bíblicas
A combinação de quatro razões principais mostra por que é importante a
crença em uma criação histórica recente.
Primeiro, a criação está indissoluvelmente ligada à autoridade e inspiração das
Escrituras. Se a leitura literal de Gênesis
1 e 2 não pode ser confiável, qual será o
critério para indicar as partes “confiáveis” ou “duvidosas” da Bíblia?
Segundo, o conceito alternativo de
uma evolução teísta e progressiva produz problemas insolúveis envolvendo
os ensinos bíblicos sobre o caráter
amoroso do Criador (1Jo 4:8). Se
alguém aceita a evolução teísta como o
suposto método divino intencional da
criação, teria que harmonizar mais de
3,8 bilhões de anos de trauma, ações
predatórias, doença, morte, extinções
em massa, sofrimento, incontáveis catástrofes geológicas de todas as formas
e outros tantos males, com a imagem
bíblica de um Deus de amor.6 O cientista David Hull concorda afirmando que
o Deus incluído na teoria evolucionista
não é nem amoroso, nem um Deus a
quem alguém estaria inclinado a orar,
mas alguém quase diabólico.7 Definiti-
vamente, esse não é o Deus que cuida
até dos pardais(Mt 10:29-31).
Terceiro, o conceito de uma criação
de milhões de anos requer necessariamente a negação da histórica queda
literal, da inundação global e de um
Adão histórico, por meio do qual o pecado passou para toda a humanidade e,
em última instância, implica a negação
da necessidade de aceitar a Jesus como
Salvador por intermédio de Sua vida
e morte na cruz (Gn 2:9, 17; Rm 5:12,
14; 6:23; 8:20, 21; 1Co 15:26). Com essa
perspectiva, a morte no reino animal,
incluindo os hominídeos, aparece milhões de anos antes do pecado, comprometendo assim a expiação e a redenção.
Quarto, uma criação especial histórica confirma a razão divina para a observação do sábado. Considere algumas
implicações se, como alguns sugerem,
Deus, no mandamento do sábado de
Êxodo 20:11, está apenas usando uma
linguagem compreensível aos seres humanos e não dizendo o modo real como
Ele criou os seres vivos na Terra, em
seis dias literais. Se for assim, o próprio
Deus comete duas vezes o proibido falso
testemunho no mandamento do sábado. Contrariamente ao que afirma, lido
literalmente, Ele não criou o mundo em
seis dias, nem descansou no sétimo dia.
(Será que também abençoou o sétimo
dia?) Se o mandamento for compreendido no sentido não histórico, Deus
fundamenta o divino propósito para a
adoração no sétimo dia sobre eventos
que nunca aconteceram. Ao fazê-lo,
parece que Deus coloca em dúvida Sua
própria sabedoria e credibilidade.
Unindo Tudo
A criação especial preserva a integridade das Escrituras, salvaguarda o
amoroso e louvável caráter de Deus,
confirma a realidade da expiação,
redenção e integridade do sábado do
sétimo dia. Essas razões, e outras mais,
mostram por que uma criação especial
do mundo é tão importante para a missão e a mensagem adventista.
Nora Barlow, ed., The Autobiography of Charles Darwin 18091882 (Nova Iorque: Norton, 1958), p. 85.
2
Langdon Gilkey, Religion and the Scientific Future: Reflections
on Myth, Science and Theology (Macon, Ga.: Mercer University
Press, 1970), p. 9.
3
Devido à importância da criação especial, a Igreja Adventista
patrocinou recentemente, dois Seminários Internacionais Sobre
Criação, Fé e Ciência (2002 e 2004) e encorajou, em todo o
mundo, em 2003, a realização de seminários regionais. Um
documento de consenso foi criado no Seminário Internacional
Sobre Fé e Ciência de Denver (2004), intitulado “Confirmação
da Criação”, e encaminhado para a Comissão Executiva da
Associação Geral, no Concílio Anual de 2004. Esse corpo da
Associação Geral, de 353 membros, discutiu e aceitou o relatório de Denver e votou a histórica resposta chamada: “Resposta
à Confirmação da Criação”. Esse documento, publicado, entre
outros canais de publicação, pela edição da Divisão Norte-Americana da Adventist Review, 4 de agosto de 2005, p. 11, afirmou
a semana da criação recente, literal e histórica, composta de
dias como os nossos e um dilúvio global. A palavra global foi
significativamente usada, pela primeira vez, em votação de uma
declaração sobre a Criação, na Associação Geral.
4
Randall W. Younker, “Genesis 2: A Second Creation Account?”
in Creation, Catastrophe & Calvary, ed. John T. Baldwin (Hagerstown, Md.: Review and Herald, 2000), p. 40-68.
5
Opinião formulada por Gerald L. Schroeder, The Science of
God: The Convergence of Scientific and Biblical Wisdom (New
York: Free Press, 1997).
6
Veja Thane Hutcherson Ury, “The Evolving Face of God as
Creator: Early Nineteenth-Century Traditionalist and Accommodationist Theodical Responses in British Religious Thought
to Paleonatural Evil in the Fossil Record,” (Ph.D. diss., Andrews
University, 2001).
7
David L. Hull, “The God of the Galápagos”, Nature, v. 352, nº
6335 (8 de agosto de 1991), p. 486.
1
Criação
Deus é o Criador de todas as coisas, e
revelou na Escrituras o relato autêntico de
Sua atividade criadora. “Em seis dias, fez o
Senhor os céus e a Terra” e tudo que tem
vida sobre a Terra, e descansou no sétimo dia dessa primeira semana (Êx 20:11).
Assim, Ele estabeleceu o sábado como perpétuo monumento comemorativo de Sua
esmerada obra criadora. O primeiro homem e a primeira mulher foram formados à
imagem de Deus como obra-prima da Criação; foi-lhes dado domínio sobre o mundo
e atribuída a eles a responsabilidade de cuidar dele. Quando o mundo foi concluído,
ele era “muito bom”, proclamando a glória de Deus (Gn 1; 2; Êx 20:8-11; Sl 19:1-6;
33:6, 9; 104; Hb 11:3).
Agosto 2009 | Adventist World
21
E S P Í R I T O
D E
P R O F E C I A
O
Poder
de um
Testemunho
Vıv
Por
Ellen G.
White
22
Adventist World | Agosto 2009
“Então, os que temiam
ao Senhor falavam uns aos
outros; o Senhor atentava e
ouvia; havia um memorial
escrito diante dEle para
os que temem ao Senhor e
para os que se lembram do
Seu nome. Eles serão para mim
particular tesouro, naquele dia que
prepararei, diz o Senhor dos Exércitos; poupá-los-ei como um homem poupa a seu filho que
o serve.” Isaías não apenas contemplou a glória de Cristo,
mas também falou com Ele. Enquanto Davi meditava, o fogo
queimava; então falou ele com sua língua. Enquanto meditava
sobre o extraordinário amor de Deus, não podia falar sobre
o que vira e sentira. Quem, pela fé, contempla o maravilhoso
plano da redenção, a glória do Filho unigênito de Deus, e
não fala a respeito? Quem pode contemplar o insondável
amor expresso pela morte na cruz do Calvário, para que
todo aquele que nEle crê não pereça, mas tenha vida eterna
e não tem palavras para expressar seu louvor pela glória do
Salvador? Quem pode tornar-se participante do Seu amor
e não admira, reverencia e adora? “Sim, Ele é totalmente
desejável.” Ele é “o mais distinguido entre dez mil”; “e no Seu
templo tudo diz: Glória!” O doce cantor de Israel louvava-O
com a harpa: “Meditarei no glorioso esplendor da Tua
majestade e nas Tuas maravilhas.”
Ao contemplarem a Cristo, os que amam e temem ao
Senhor serão reunidos e “falarão um ao outro com palavras
cheias de fervor”.
F O T O :
M AT T H E W
H E R Z E L
“Falar-se-á do poder dos Teus feitos tremendos, e
contarei a Tua grandeza. Divulgarão a memória de Tua
muita bondade e com júbilo celebrarão a Tua justiça…
Falarão da glória do Teu reino e confessarão o Teu poder;
para que aos filhos dos homens se façam notórios os Teus
poderosos feitos e a glória da majestade do Teu reino.” Tal
será a conversação dos que são descritos nas escrituras:
“Então, os que temiam ao Senhor falavam uns aos outros.”
E Deus é representado como ouvindo suas palavras e
escrevendo-as em um livro.
o
Exaltando Sua Testemunha
O testemunho de João, o discípulo amado, é: “O que era
desde o princípio, o que temos ouvido, o que temos visto com
os nossos próprios olhos, o que contemplamos, e as nossas mãos
apalparam, com respeito ao Verbo da vida (e a vida se manifestou, e nós a temos visto, e dela damos testemunho, e vo-la
anunciamos, a vida eterna, a qual estava com o Pai e nos foi
manifestada), o que temos visto e ouvido anunciamos também
a vós outros, para que vós, igualmente, mantenhais comunhão
conosco. Ora, a nossa comunhão é com o Pai e com Seu Filho,
Jesus Cristo. Estas coisas, pois, vos escrevemos para que a nossa
alegria seja completa. Ora, a mensagem que, da parte dEle,
temos ouvido e vos anunciamos é esta: que Deus é luz, e não há
nEle treva nenhuma.”
Certamente, os que falam uns aos outros da bondade do
Senhor são altamente privilegiados. “Vós, porém, sois raça
eleita, sacerdócio real, nação santa, povo de propriedade exclusiva de Deus, a fim de proclamardes as virtudes dAquele que vos
chamou das trevas para a Sua maravilhosa luz.” Temos ricos
temas para meditar e conversar, temas que irão interessar,
encorajar e elevar a alma a demorar-se neles; e se as testemunhas de Deus, que são o objeto de Sua graça, sobre quem os
raios do Sol da Justiça estão brilhando, retiverem sua paz, as
pedras, imediatamente, falarão. Deus será glorificado.
e difundirão essa luz para o mundo em trevas. Oh, por que
não vemos nas lições e especialmente nas orações de Cristo
como os cristãos podem ser perfeitos em união e assim representar a glória de seu Redentor? Se os que creem na verdade
colocassem em prática a oração de Cristo em sua vida, cresceriam na graça e no conhecimento da verdade. Chegariam
à completa estatura de homens e mulheres em Cristo. Como
crentes em Cristo, eles são “edificados sobre o fundamento
dos apóstolos e profetas, sendo Ele mesmo, Cristo Jesus, a pedra
angular; no qual todo o edifício, bem ajustado, cresce para
santuário dedicado ao Senhor, no qual também vós juntamente
estais sendo edificados para habitação de Deus no Espírito”.
O crente em Cristo precisa compreender a obra do poder
das trevas em trazer dissensão e divisão ao seio da igreja, para
que seus membros não apresentem a unidade pela qual Cristo
orou. O povo de Deus tem grandemente desonrado Seu nome
e deturpado a verdade pela sua alienação e falta de amor uns
pelos outros. À medida que seu amor por Deus foi esfriando,
perderam a simplicidade infantil que une, em amor e ternura,
coração a coração.
Há desumanidade; há separação entre uns e outros. Muitos dizem, por suas ações, que não se importam com a oração
de Cristo. Não se sentem sob especial obrigação de amar um
ao outro como Cristo os amou. Jesus pode fazer pouco por
essas almas, pois às Suas palavras e Espírito é negado acesso
ao coração.
Seu Testemunho Salva
Muitos estão em trevas e não sabem a causa. Não estão
em paz com Deus, não são um com Cristo, nem estão unidos
uns com os outros. Parecem pensar que têm a liberdade de
agir com o sentimento natural do coração. Palavras e atos
testificam que não desejam estar em união com aqueles que
não concordam com seu modo de pensar, mesmo entre os
crentes. Todos, porém, que nutrem tais ideias e acariciam tais
pensamentos, necessitam de conversão. Precisam viver de
acordo com toda a palavra que sai da boca de Deus. A religião
de Cristo não deve ser controlada por impulso.
O amor de uns pelos outros não deve ser manifestado por
meio de elogios e lisonja, mas pela fidelidade verdadeira. Se
virmos alguém em perigo, devemos dizer-lhe com clareza,
gentilmente, mesmo correndo o risco de desagrado. Devemos depender totalmente de Deus; necessitamos orar mais.
Devemos nos apegar firmemente à verdade, porém devemos
apegar-nos com fidelidade. Ao falarmos da verdade com
fidelidade, devemos falar com amor.
Suas Testemunhas Unidas
Se os membros da igreja forem um com Cristo, estarão
unidos uns com os outros. Essa união de crentes será um
testemunho vivo para o mundo sobre o poder do Evangelho.
Unidos, receberão os brilhantes raios da luz do Sol da Justiça
Este artigo foi publicado na revista The Present Truth, em 12 de
janeiro de 1893. Os adventistas do sétimo dia creem que Ellen G.
White exerceu o dom profético bíblico durante mais de 70 anos
de ministério público.
Agosto 2009 | Adventist World
23
S E R V I Ç O
C
om uma comunidade adventista de
mais de 2,5 milhões de pessoas, a
Divisão Sul-Americana cresce em ritmo
acelerado, embora a igreja enfrente
desafios que ameaçam diminuir esse
ritmo de crescimento. Desde as grandes
cidades até as áreas rurais, milhões de
pessoas ainda precisam conhecer o
evangelho. Há também a necessidade de
formar pastores e treinar os membros
leigos para ajudar a sustentar o crescimento já ocorrido.
“Somos parte da igreja mundial,
fazendo nossa parte, com rapidez e
paixão”, diz Erton Köhler, presidente da
Divisão Sul-Americana. “Com o crescimento que temos tido, e os desafios que
enfrentamos, precisamos que a igreja
mundial nos dê as mãos para participar
conosco da missão da igreja na Divisão
Sul-Americana. Os recursos financeiros
proporcionam os meios para pregarmos
o evangelho.”
Trabalhando na Vizinhança
Uma das ofertas do décimo terceiro
sábado em 2006 ajudou a construir
capelas e igrejas no norte da Argentina,
expandir escolas no Brasil e iniciar um
projeto de evangelização dos morado-
res da favela da Rocinha,
no Rio de Janeiro.
Uma das escolas a receber parte da oferta foi a de
Petrópolis, localizada nas
montanhas, fora do Rio de
Janeiro. Essa escola abriga
hoje mais de 400 alunos,
dos quais, mais da metade
moram no internato. A
oferta de 2009 está expandindo o dormitório dos rapazes e será concluído para
o início do próximo ano escolar, em
janeiro de 2010. Os alunos desse
campus estão aprendendo a como
testemunhar de Jesus.
As pessoas que trabalham nas
favelas do Rio de Janeiro também foram
beneficiadas pelas ofertas de 2006. Essa
comunidade, dominada pelo crime, é o
lar de milhões de pessoas que vivem em
circunstâncias muito difíceis. O trabalho
ali é árduo e o progresso é lento. Suas
ofertas ajudaram a comprar um terreno
onde será construída uma nova igreja
para abrigar os novos membros que
decidiram viver uma nova vida em Jesus.
O pastor Sal Costa iniciou uma classe bíblica numa garagem. Seu pequeno
grupo começou com três membros e,
Crescimento no
Sul
Por
Daniel Weber
24
Adventist World | Agosto 2009
A igreja, na América
do Sul, é beneficiada
pela generosidade
dos adventistas de
todo o mundo
hoje, mais de quarenta pessoas já foram
batizadas e estão frequentando a igreja
todos os sábados. “Somos gratos pelas
ofertas para o trabalho na garagem e
continuamos com esse pequeno grupo”,
diz Costa. “Já conseguimos comprar
uma pequena casa para continuar o
trabalho.”
Educação Acessível e
Disponível
Uma das áreas que mais crescem
na Divisão Sul-Americana é a União
Norte Brasileira. Cresce a um ritmo tão
acelerado que, em 2010, será dividida
em duas uniões. São acrescentados à
União Norte Brasileira cerca de 45.000
membros, cada ano, fazendo com que o
número de membros chegue a mais de
350 mil pessoas. Isso pode soar como
sendo muito, mas a União compreende
mais de 45% de todo o território
brasileiro, cobrindo quase 14 milhões
de quilômetros quadrados (cerca de 1,4
bilhões de hectares).
Isso levou a igreja a enfrentar dois
grandes desafios no norte do Brasil:
Primeiro, por causa do incrível crescimento do número de membros, há
uma grande necessidade de pastores
formados para pastorear os novos
grupos de crentes.
Segundo, é a necessidade de evangelizar as áreas remotas dessa união,
alcançar os não alcançados que vivem
nas florestas e ao longo dos rios do
norte do país.
Para ajudar a preparar obreiros para
apoiar o dramático crescimento, a Divisão Sul-Americana está construindo
o Colégio Adventista da Amazônia,
que abrirá suas portas para estudantes
de Teologia em 2010. Uma parte das
ofertas do décimo terceiro sábado deste
trimestre ajudará a construir um dormitório no campus, para abrigar esses
futuros pastores. A escola tem planos
de expansão para oferecer cinco cursos
universitários e acomodar mais de 1.500
alunos. O projeto dos prédios é ecologicamente correto, com as mais recentes
técnicas de economia de energia para
que o custo do ensino seja acessível.
F O T O S
C E D I D A S
P E L A
S E D E
D A
M I S S Ã O
Hoje, os jovens precisam viajar
para São Paulo ou Bahia, três mil quilômetros, em média (podendo chegar
a 5 mil, dependendo da região) para
frequentar uma faculdade adventista.
A maioria frequenta escolas públicas
locais, onde não há o curso teológico.
Quando a construção for concluída,
a escola será a maior fonte de novos
pastores que ajudarão a formar e cuidar
das igrejas no norte do Brasil.
Evangelizando com Rádio
Na costa ocidental da América do
Sul, está o país montanhoso, Equador,
uma das regiões de crescimento mais
rápido na Divisão Sul-Americana. O
Equador possui 13 milhões de habitantes e a Igreja Adventista tem mais de 76
mil membros. A igreja cresceu ali como
fruto do tremendo esforço evangelístico
pelo ministério do rádio.
A igreja opera uma rede de estações
de rádio que alcança uma audiência de
cerca de 200 mil ouvintes. Nos últimos
cinco anos, a estação de rádio foi
responsável por mais de 700 batismos e
por oferecer quatro mil estudos bíblicos
somente no norte do Equador.
A rádio concentra seus programas
nos temas de saúde, família e crescimento espiritual. A maior parte de seus
ouvintes são instruídos e cerca de 95%
não são adventistas do sétimo dia. Os
programas são criados e transmitidos
de uma pequena estação, em Quito,
capital do Equador. Sua equipe de três
pessoas é dirigida por Miguel Martínez,
diretor da emissora de rádio.
Jorge Cruz, capelão da rádio,
supervisiona o programa de estudos
bíblicos. Mais de noventa voluntários
dão estudos bíblicos e vão aos lares dos
ouvintes que solicitam visita. Yolanda e
Augusto, um casal voluntário, trabalha
na cidade de Alangasi, nos subúrbios de
Quito. Recentemente, eles visitaram o
lar de Maria Roque, mãe solteira.
Enquanto visitavam Maria,
Yolanda sugeriu que ela ouvisse a rádio
adventista. Maria gostou do que ouviu
e logo pediu a Yolanda e Augusto que
estudassem a Bíblia com ela. Agora
A D V E N T I S TA
Maria, seu filho e filha são membros
batizados na Igreja Adventista. Cruz
diz que a estação de rádio é um grande
instrumento para entrar nos lares das
pessoas no Equador. “Deus está nessa
estação de rádio”, diz ele.
Uma parte da oferta do décimo
terceiro sábado deste trimestre ajudará
a expandir o alcance do ministério do
rádio no Equador. Miguel Martínez diz:
“Esperamos que essa oferta seja generosa, porque será usada para a compra
de antenas e transmissores que ligarão
nossas quatro estações de rádio.”
A três horas de viagem de Quito,
está a pequena cidade de Santo Domingo de los Colorados. Ali, a igreja opera
o Colégio Adventista do Equador, escola
de ensino médio, onde também há
um seminário com 65 alunos. Mais de
400 alunos, de todas as partes do país,
frequentam essa escola para receber
a educação adventista. Uma parte da
oferta do décimo terceiro sábado ajudará a renovar o dormitório masculino,
que abriga os alunos do seminário
(o dormitório necessita de reparos
urgentes), para que a escola continue
a formar futuros pastores para a Igreja
Adventista no Equador. À medida que a
igreja continua a crescer através de seus
métodos evangelísticos, também cresce
a necessidade de formar novos pastores.
Desde o princípio das ofertas do
décimo terceiro sábado, em 1912, os
adventistas do sétimo dia têm apoiado
o crescimento da igreja com fervorosas
orações e ofertas. Hoje, essas mesmas
ofertas ajudam a espalhar a mensagem
de esperança do breve retorno de
Jesus para o povo da América do Sul.
Obrigado por suas orações e apoio.
Para ler mais sobre o progresso
da Missão Adventista, visite
www.AdventistMission.org.
Daniel Weber é produtor
de vídeo para a sede da
Missão Adventista.
Agosto 2009 | Adventist World
25
P E R G U N TA S B Í B L I C A S
P E R G U N T A : Por que Cam foi punido tão
a relação heterosexual, nunca relações homossexuais. Isso
elimina a suposição de que Cam tenha violado o pai.
severamente por ter visto a nudez de seu pai
Terceiro, na narrativa, o verbo “ver” é entendido no
(Gn 9:18-27)?
sentido literal. É dito que Noé estava nu e Cam o viu. É
dito, ainda, que seus dois irmãos tomaram precaução
para não ver a nudez do pai. Eles tomaram “uma capa, e
passagem bíblica à qual você se refere é interpretada
puseram-na sobre os ombros, e andando virados para trás,
de diferentes maneiras. Isso é prova de que, realcobriram a nudez de seu pai” (verso 23). O texto acrescenta:
mente, é um assunto difícil. O principal problema é
“tendo os rostos virados, de maneira que não viram a
definir o pecado de Cam, e qual o significado da frase:
nudez de seu pai”. É impossível argumentar que o verbo
“vendo a nudez de seu pai”. O segundo problema é o rigor
“ver” seja usado em sentido figurado. Os irmãos fizeram
da punição. Antes de abordar essas questões, deixe-me
tudo que podiam para evitar ver o que
resumir as diferentes interCam havia visto. Esse é o sentido
pretações dessa passagem.
básico do texto e não apoia qualquer
1. Ato Sexual Impróprio:
outra interpretação.
Muitos intérpretes argumen3. O Pecado de Cam: No Oriente,
tam que essa narrativa se
esse era um problema muito sério.
refere à má conduta sexual
A pergunta óbvia é: Por quê? No caso
de Cam. Eles se baseiam nas
de Cam, o problema não foi o que ele
frases “vendo a nudez de seu
viu, mas o que contou aos outros.
pai”, “descoberto a nudez de”
Essas duas ações, mesmo que a prialguém. Essas mesmas frases
meira tenha sido acidental (embora
são empregadas em Levítico
o verbo ra’ah, “ver”, possa significar
20:17 para designar relação
“inspecionar, olhar para”; [Gn 11:5,
sexual. Assim, alguns sugePor
Nm 21:8, cf. Gn 6:21]), demonstraram
rem que esse seja um caso de
Angel Manuel
grande desrespeito para com Noé,
incesto paternal (homosseRodríguez
sendo uma violação do mandamento
xualidade). Outros sugerem
que ordena honrar os pais. A narrativa
que, uma vez que a frase
sugere que Cam desonrou e desagra“vendo a nudez de seu pai”
dou seu pai. A maldição pronunciada era uma invocação a
pode significar ter relações sexuais com a esposa do pai
Deus, um pedido por justiça. Não
(cf. Lv 18:14), Cam violou a esposa de Noé. Outros argumentinha como objetivo fixar o destino de Canaã; entretanto,
tam que Cam castrou seu pai. Essa suposição é baseada no
o filho de Cam tornou-se o objeto da maldição, pois
fato de que a Bíblia descreve como “o que lhe fizera o filho
implicava similaridade de caráter. O cabeça da família foi
mais moço” e que nada mais é dito sobre Noé ter outros
punido por meio da responsabilidade pública baseada na
filhos. Essas suposições, entretanto, ignoram ou eliminam o
solidariedade familiar.
contexto imediato da história.
A narrativa pode soar um tanto estranha, mas nos fala
2. Cosiderações Contextuais e Linguísticas: Mas o que,
algo sobre família, responsabilidades e a necessidade de
muitas vezes, é esquecido é o fato de que a frase “descobrir a
evitar conflitos que resultem em dor para os pais, filhos e até
nudez” não é encontrada em Gênesis 9:18-27. O que enconmesmo para os descendentes.
tramos é um Noé bêbado, que, depois de ficar inconsciente,
A história ainda ressalta a necessidade de ser vigilante; o
tirou a roupa, achando-se “nu dentro de sua tenda” (verso 21).
que acontece na família, como um núcleo social, impactará
Segundo o dicionário hebraico, o verbo galah, nesse caso em
tanto negativa como positivamente até mesmo a nação.
particular, significa “expor-se a si mesmo”. Nada no contexto
Uma família unida em amor e no serviço para Deus e para
sugere que Cam descobriu seu pai. Essa frase, portanto,
os outros cumprirá o propósito de Deus ao criá-la.
não deveria ser importada para essa história para esclarecer
o pecado de Cam. Isso torna praticamente improvável a
sugestão de incesto.
Segundo, o significado da frase “ver a nudez” deveria ser
Angel Manuel Rodríguez é diretor do Instituto de Pesquisas
determinado pelo contexto imediato. Em Levítico, refere-se
Bíblicas da Associação Geral.
A
Por que Tanta
Severidade
Cam?
em Relação a
26
Adventist World | Agosto 2009
E S T U D O
O
B Í B L I C O
Sacerdote
Intercessor
Por
Mark A. Finley
d o
a p o c a l i p s e
O Apocalipse, último livro da Bíblia, descreve Jesus como o nosso Senhor. Ele está vivo.
Reina em Seu trono, no santuário celestial. Nosso mundo está em Suas mãos. Ele vela
constantemente sobre Seus filhos. Tudo o que nos preocupa, preocupa-O também. Nosso
Senhor ressurreto ministra diante do trono de Deus em nosso favor. Neste mês, ao
contemplarmos o Céu pelos olhos das Escrituras, mais uma vez ficaremos maravilhados
com Seu infinito amor e cuidado.
1. Como João descreve Jesus, nosso Salvador ressurreto?
“Graça e paz a vós outros, da parte dAquele que é, que era e que há de vir, da parte dos sete Espíritos que
se acham diante do Seu trono e da parte de Jesus Cristo, a Fiel Testemunha, o Primogênito dos mortos e o
Soberano dos reis da Terra” (Ap 1:4, 5).
Jesus é a
Testemunha.
Jesus é o
dos
.
Jesus é o
dos
da Terra.
Jesus, a Fiel Testemunha, compreende cada experiência pela qual passamos. Ele próprio
venceu a morte; por isso, é capaz de lidar com qualquer desafio que enfrentamos. Do Seu
trono, Ele guia o destino de nosso Planeta. Nosso destino final está em Suas mãos.
2. Qual foi a declaração de Jesus sobre Si mesmo?
“Eu Sou o primeiro e o último e Aquele que vive; estive morto, mas eis que estou vivo pelos séculos dos séculos
e tenho as chaves da morte e do inferno”(Ap 1:17, 18).
Jesus esteve morto, mas agora está
.
3. Que promessa fez Jesus à igreja de Filadélfia em Apocalipse 3?
“Conheço as tuas obras - eis que tenho posto diante de ti uma porta aberta, a qual ninguém pode fechar - que
tens pouca força, entretanto, guardaste a Minha palavra e não negaste o Meu nome” (Ap 3:8).
Deus colocou diante da igreja uma
.
Em Apocalipse 4:1, João ficou maravilhado quando olhou e viu uma porta aberta no Céu. Ao
contemplar o Céu, ele viu o Pai sentado sobre Seu trono, entre os louvores e a adoração de
todo o Universo. No capítulo 5, Jesus, o Cordeiro Imolado e agora o Sacerdote vivo, é nosso representante. Ele está diante do trono do Pai intercedendo por nós. Quando perguntam:
“Quem é digno de abrir o livro?” (verso 2), Jesus dá um passo à frente. Ele é o único digno
em todo o Céu. Lá, no trono de Deus, nosso Sacerdote intercessor apresenta diante de todo
Céu, Sua perfeição e vida sem pecado em nossa defesa.
Agosto 2009 | Adventist World
27
4. Onde está Jesus agora?
“Ora, o essencial das coisas que temos dito é que possuímos tal sumo sacerdote, que Se assentou à destra do
trono da Majestade nos Céus, como ministro do santuário e do verdadeiro tabernáculo que o Senhor erigiu,
não o homem” (Hb 8:1, 2).
Há no Céu um santuário real? Faça um círculo na resposta correta.
Sim
Não
Escreva, com suas próprias palavras, porque é tão animador saber que Jesus está vivo e ministra no
santuário celestial.
5. O que Jesus está fazendo agora?
“Por isso, também pode salvar totalmente os que por Ele se chegam a Deus, vivendo sempre para interceder
por eles” (Hb 7:25).
Jesus vive para sempre
.
Todo o propósito da vida de Jesus – a razão de Sua existência – consiste em nos salvar. Nada
é mais importante para Ele. Não haveria alegria no Céu, se não estivéssemos lá com Ele.
6. Que gentil convite é feito pelo apóstolo Paulo?
“Porque não temos Sumo Sacerdote que não possa compadecer-Se das nossas fraquezas; antes, foi Ele tentado
em todas as coisas, à nossa semelhança, mas sem pecado. Acheguemo-nos, portanto, confiadamente, junto
ao trono da graça, a fim de recebermos misericórdia e acharmos graça para socorro em ocasião oportuna”
(Hb 4:15, 16).
Nosso Senhor nos convida ao
para recebermos
de
e acharmos
,
para socorro em ocasião oportuna.
Jesus, Sumo Sacerdote intercessor, permanece diante do trono de Deus para apresentar
Sua justiça em lugar de nossa injustiça. Tudo o que não somos, Ele é. Ele perdoa o nosso
passado e nos capacita para nosso presente. Em Jesus encontramos misericórdia e força,
conforto e esperança, alegria em nossas tristezas. Ele não apenas compreende nossas
necessidades, mas é totalmente capaz de realizar algo a respeito. Ele não oferece empatia
simplesmente, oferece ajuda quando necessitamos.
Que Salvador maravilhoso é Jesus, nosso Senhor. Nosso Sumo Sacerdote intercessor,
Jesus Cristo, o Senhor ressurreto, provê tudo o que precisamos para vivermos hoje uma
vida cristã feliz, contente e cheia da graça. Coloque sua fé no Cristo vivo hoje. Concentre
sua atenção no santuário celestial e alegre-se em tudo o que Jesus lhe oferece.
O estudo bíblico do próximo mês abordará
“O Conflito do Tempo do Fim
no Apocalipse”.
28
Adventist World | Agosto 2009
Intercâmbio Mundial
C A R TA S
Questão de Compaixão
Acabo de ler o editorial de Bill Knott,
“Uma Questão de Compaixão”
(Adventist World, junho de 2009). Não
é apenas o conteúdo, nem a escrita.
Não é apenas o conteúdo e a escrita, a
fluência da linguagem e das ideias.
É também o tom e a pungência, e
muito mais!
Que Deus nos abençoe por meio
de tais palavras e da revista Adventist
World.
Lael Caesar
Berrien Spring, Michigan,
Estados Unidos
Conheça Meu Pai
Fui tocado pelo artigo “Conheça Meu
Pai”, de Clinton Wahlen, na Adventist
World de março de 2009. Cresci em
uma família pobre, sem pai e nunca
soube quão bom ou ruim é ter um pai.
Choro sempre que penso em minha
situação. Diariamente enfrento o desafio de ser responsável por uma família.
Vivendo em uma família pobre, onde
não tenho ninguém para compartilhar
minhas tristezas, aprendi que existe
um Pai para os órfãos. Entrego a Ele
todas as minhas necessidades. Isso
tem me ajudado a depender dEle, e
sei que tenho Deus como meu Pai.
No momento, tenho dificuldade para
pagar meu estipêndio na Universidade
Adventista Solusi, no Zimbábue, mas
sei que Ele fará boas coisas por mim.
M AT T H E W
H E R Z E L
Peço orações da igreja para que eu
continue a depender dEle, enquanto
procuro por um patrocínio a fim de
continuar meus estudos em Teologia.
Finalmente, digo a todos os órfãos:
Conheçam nosso Pai.
Akim
Bulawayo, Solusi, Zimbábue
Gostaria de agradecer à Adventist
World pelo artigo “Conheça Meu Pai”
(março 2009). No meu processo de
crescimento, aprendi que podemos
esperar mudanças em nosso pai terreno, mas nunca em nosso Pai celestial.
Fico impressionado ao perceber que
Ele sabe o que quero, antes de eu pedir.
Esse artigo me elevou espiritualmente.
Por favor, publiquem mais artigos
como esse.
Diana Ncube
Bulawayo, Solusi, Zimbábue
Último
Missionário
Tive o privilégio de ler
a Adventist
World de
outubro de
2008. Toda a
revista foi uma
bênção, mas
o que mais chamou a minha atenção
foi o seguinte: “Para que os indivíduos
ou as igrejas permaneçam saudáveis,
novas ideias, novos critérios e novas
perspectivas têm de estar continuamente disponíveis e acessíveis” (veja
“O Último Missionário”, por Homer
Trecartin).
Agosto 2009 | Adventist World
29
Intercâmbio Mundial
C A R TA S
Preciso de novas ideias, especialmente em relação aos desafios que
nossos jovens enfrentam, porque tenho
24 anos de idade. Espero que, em futuro próximo, sejam publicados artigos
sobre esse assunto.
Isaac Barasa Namasaka
Kitale, Quênia
Excelente Revista
Muito obrigo pela Adventist World. Sou
um de seus leitores regulares e aprecio
todos os artigos. É uma excelente
revista da nossa denominação. Que o
bom Deus abençoe todos vocês em
seu trabalho para a igreja ao redor
do mundo.
K. Meguerditchian
Beirute, Líbano
Para que os indivíduos ou as igrejas
permaneçam saudáveis, novas ideias,
novos critérios e novas perspectivas têm
de estar continuamente disponíveis
e acessíveis.
– Isaac Barasa Namasaka
Kitale, Kenya
Estamos gratos pelo fato de os leitores
apreciarem a Adentist World. A revista
também está disponível na Internet,
pelo site: www.adventistworld.org.
– Os Editores.
Cartas para o Editor – Envie para: [email protected]
As cartas devem ser escritas com clareza e ao ponto, com
250 palavras no máximo. Lembre-se de incluir o nome do artigo,
data da publicação e número da página em seu comentário.
Inclua, também, seu nome, cidade, estado e país de onde você
está escrevendo. Por questão de espaço, as cartas serão
resumidas. Cartas mais recentes têm maior chance de ser
publicadas. Nem todas, porém, serão divulgadas.
O LUGAR DE ORAÇÃO
Para mim, não é fácil estudar numa
universidade secular. Por favor, orem
para que eu não desaponte a Deus e seja
capaz de concluir meus estudos. Agradeço a Ele pelos muitos milagres que já
realizou em minha vida.
Margarita, Paraguai
Por favor, orem pela cura de meus filhos. Eles sofrem de depressão, ansiedade, diabetes, problemas renais e pressão
alta. Orem para que desenvolvam um
relacionamento com Jesus.
Linda, Estados Unidos
Tenho sofrido com fibromialgia por
mais de um ano. Gostaria de pedir para
que Deus me cure, segundo Sua vontade, ou que Ele me dê coragem e fé nos
momentos de dor. Obrigado.
Gilles, Guadalupe
(Índias Ocidentais Francesas)
30
Adventist World | Agosto 2009
É muito bom saber que alguém está
orando por nós quando enfrentamos
adversidades. O desânimo tem me
empurrado para baixo. Creio em
Deus e ainda estou convencido de que
Ele não nos abandonou. Ele abrirá o
caminho. Orem para que minha fé seja
fortalecida.
Edmore, Zimbábue
Por favor, orem por um amigo alcoólatra que abandonou a família. Orem
para que retorne para a família e a
igreja e se distancie dos amigos que o
levaram para o mau caminho.
Bertilia, México
Por favor, orem por minha saúde. Não
estou bem. Orem também por meu relacionamento: devo casar-me em breve,
porém meu futuro esposo está falido.
Netsai, Zâmbia
Por favor, orem para que o Espírito
Santo esteja com todos os membros de
minha igreja, na Guatemala.
Wendy, Guatemala
Gostaria de sua ajuda, orando por minha mãe, que sofreu um severo acidente
de carro, há alguns anos. Ela está numa
cadeira de rodas agora, pois não anda
e sofre de diabetes. Orem também por
mim, para que consiga um emprego
permanente e um esposo que me ajude
a criar minha filha.
Carren, Quênia
Pedidos de oração e agradecimentos (gratidão por resposta à
oração). Sua participação deve ser concisa e de, no máximo,
75 palavras. As mensagens enviadas para esta seção serão
editadas por uma questão de espaço. Embora oremos por todos
os pedidos nos cultos com nossa equipe durante a semana, nem
todos serão publicados. Por favor, inclua no seu pedido, seu nome
e o país onde vive. Outras maneiras de enviar o seu material:
envie fax para 00XX1(301) 680-6638, ou carta para: Intercâmbio
Mundial, Adventist World, 12501 Old Columbia Pike, Silver Spring,
Maryland 20904-6600 EUA.
“Eis que cedo venho…”
INTERCÂMBIO DE IDEIAS
Nossa missão é exaltar Jesus Cristo, unindo os
adventistas do sétimo dia de todo o mundo numa só
crença, missão, estilo de vida e esperança.
Estamos
Qualificados?
Leitor compartilha
sua reflexão
sobre como sermos
seguidores
qualificados de
Deus
P
ara muitas pessoas, o diploma tornou-se a coisa mais importante. Alguns até
mesmo recorrem à “compra” de um diploma para que possam parecer “mais
qualificados”. Outros até recorrem a fraudes, usando falsas declarações para obter
diplomas forjados.
Conheço uma pessoa que nunca esteve em uma universidade e, certa vez, em
tom jocoso, disse haver estudado na Universidade UNOGO do Havaí. Esse fato me
fez refletir se eu deveria incluir HME, ou seja “Habilidades da Minha Esposa” em
meu currículo.
Considerando o assunto de qualificações e a importância que se tem dado a um
currículo, refleti sobre as qualidades que devem impressionar a Deus. Precisamos
ser qualificados antes de poder servi-Lo?
Busquei a resposta nas Escrituras e encontrei-a, em Isaías 6, na pergunta que
o Senhor fez: “A quem enviarei?” E Isaías respondeu, após seu arrependimento e o
perdão de Deus: “Eis-me aqui, envia-me a mim.”
Concluí que Deus chama para servi-Lo os que foram perdoados por Ele. A
“qualificação” que Deus procura em Seus servos é um coração arrependido. Essa
ideia é confirmada em Hebreus 9:14: “Muito mais o sangue de Cristo, que, pelo
Espírito eterno, a Si mesmo Se ofereceu sem mácula a Deus, purificará a nossa
consciência de obras mortas, para servirmos ao Deus vivo!”
Arrependimento, perdão e disposição são qualificações muito mais importantes
do que diplomas.
– Mervyn Appadu, Kwazula-Natal, África do Sul
Editor
Adventist World é uma publicação internacional da
Igreja Adventista do Sétimo Dia, editada pela
Associação Geral e pela Divisão Ásia-Pacífico Norte.
Editor Administrativo
Bill Knott
Editor Associado
Claude Richli
Gerente Internacional de Publicação
Chun, Pyung Duk
Comissão Editorial
Jan Paulsen, presidente; Ted N. C. Wilson, vice-presidente;
Bill Knott, secretário; Armando Miranda; Pardon K.
Mwansa; Juan Prestol; Charles C. Sandefur; Don C.
Schneider; Heather-Dawn Small; Robert S. Smith;
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Comissão Coordenadora da Adventist World
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Editor-Chefe
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Aos colaboradores: São bem-vindos artigos enviados
voluntariamente. Toda correspondência editorial deve ser
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A menos que indicado de outra forma, todas as referências
bíblicas são extraídas da Versão João Ferreira de Almeida,
Revista e Atualizada no Brasil pela Sociedade Bíblica do
Brasil, 1993.
Adventist World é uma revista mensal editada simultaneamente
na Coréia, Argentina, Austrália, Indonésia, Brasil e Estados Unidos.
Vol. 5, No. 8
Agosto 2009 | Adventist World
31
Q U E
L U G A R
É
E S S E ?
O Lugar Das
VID A A D V E N T I S TA
Jesus disse: “Eu vim para que tenham vida, e
a tenham em abundância” (Jo 10:10).
Quando Kenneth, meu irmão mais novo, tinha cinco ou seis anos de idade, num lindo dia
de verão, estava brincando sozinho no quintal,
sentado em seu carrinho e dando gargalhadas.
De repente, ele parou e disse: “Com certeza, eu
tive sorte na vida.”
Eu acho que ele estava desfrutando da “vida
abundante”.
– Don Burgeson, Mesa, Arizona, Estados Unidos
Certo sábado, expliquei 1 Coríntios 3:16 e
6:19 para as crianças da Escola Sabatina e como
Deus quer que nosso corpo seja “templo” do
Espírito Santo. No sábado seguinte, fiz umas
tortas, saudáveis, de maçã, framboesa e abóbora
(colhidas da minha horta).
Em vez de escolher uma torta, um garotinho
de seis anos de idade queria um pedaço
pequeno de todas elas! Ele devorou as fatias das
tortas de maçã e abóbora, mas a de framboesa
estava um pouco azeda para uma criança da
sua idade. Quando me disse que não ia comer
toda a sobremesa de framboesa, demonstrando
diplomacia e boa memória, disse: “Eu não vou
comer muito, porque quero que Deus habite
em mim!”
– Pastor Teodoro Carpintero, Idaho, Estados Unidos
D A B R O W S K I
AS
R A J M U N D
PESS
FRASE
DO
MÊS
“Quando você devolve o dízimo, está dizendo:
‘Deus é Deus em minha vida.’ Quando dá suas
ofertas, está dizendo: ‘Deus é bom para mim.’”
– Pastor Watson Mbiriri, na reunião campal das igrejas Lusaka Central,
Brentwood e Universitária, Lusaka, Zâmbia, em abril de 2009.
C OMPARTILHE CONOSCO!
O Lugar das Pessoas é um relicário com itens de leitores de todo
o mundo. São pequenas fatias da vida que incentivam os leitores a
pensar, sorrir e apreciar ainda mais sua família adventista. Pequenos
textos, nessa categoria, são bem-vindos.
FRASES (profundas e espontâneas)
QUE LUGAR É ESSE? (fotos em alta qualidade de membros da igreja
mundial)
CONHEÇA SEU VIZINHO (fotos em alta qualidade, com biografia
concisa, de membros recém-batizados, adventistas que estejam
ativamente envolvidos no trabalho comunitário, pequenos grupos
ou responsáveis por novas iniciativas na obra de compartilhar o
evangelho (máximo de 75 palavras).
Envie um e-mail para [email protected]; ou envie fax para
301-680-6638 (nos Estados Unidos) ou envie para World Exchange,
Adventist World, 12501 Old Columbia Pike, Silver Spring, Maryland
20904-6600, EUA
RESP O S TA : Na China, adventistas presentes ao culto da Igreja Adventista do Sétimo Dia de Beiguan, em Shenyang. Em muitas
manhãs de sábado, a multidão chega a três mil pessoas, incluindo os presentes na nave da igreja e no grande auditório, onde o
culto é transmitido por circuito interno de TV. Veja outras informações sobre a igreja na China, na coluna Visão Mundial.

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