Agosto - AW Portuguese
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Órgão Internacional dos Adventistas do Sétimo Dia Ago s to 2 0 0 9 Encontrando Fnaé ARTIGO ESPECIAL Da Vingança e Granadas para a Graça Salvadora Veja página 8 Agosto 2009 IGREJA EM AÇÃO Editorial............................. 3 Notícias do Mundo 3 A R T I G O D E C A P A Encontrando Fé na China ........ 16 G L E N N M I T C H E L L / N S D Os crentes da China vibram, após décadas de quase nenhum contato com a igreja mundial. Notícias & Imagens SAÚDE Como Agir em Relação à Gripe Suína?.................. 7 Por Allan R. Handysides e Peter N. Landless PERGUNTAS E S P E C I A L Da Vingança e Granadas para a Graça Salvadora ..................................................................... 8 Como ajudar aqueles cuja recompensa está no Céu, enquanto trabalham na Terra. BÍBLICAS Por que Tanta Severidade em Relação a Cam?.............. 26 Por Angel Manuel Rodríguez DEVOCIONAL Brincando com Fogo Por Jenni Goodwin ........................... 12 ESTUDO VIDA Por Mark A. Finley É possível sentir seu calor sem nos queimar? ADVENTISTA O Único Amor que Conheço Por Hein Von Horsten ......... 14 BÍBLICO O Sacerdote Intercessor do Apocalipse ................ 27 Frequentemente as pessoas veem Jesus na vida de Seus seguidores. INTERCÂMBIO CRENÇAS FUNDAMENTAIS Maravilhas da Criação Por John Baldwin et al .................. 20 Não deveríamos nos surpreender de que Deus é o Alfa e o Ômega. ESPÍRITO DE PROFECIA O Poder de um Testemunho Vivo Por Ellen G. White ...... 22 A maneira como vivemos é tão importante quanto aquilo em que cremos. SERVIÇO ADVENTISTA Crescimento no Sul Por Daniel Weber ................................ 24 A igreja, na América do Sul, está crescendo num compasso sem precedentes. MUNDIAL 29 Cartas 30 O Lugar de Oração 31 Intercâmbio de Ideias O Lugar das Pessoas .... 32 CAPA: Chen Liyan, pastor da congregação adventista de Gangwashi, em Pequim, ora durante um dos cultos. Foto de Rajmund Dabrowski/ANN Tradução: Sonete Magalhães Costa Adventist World (ISSN 1557-5519) é editada 12 vezes por ano, na primeira quinta-feira do mês, pela Review and Herald Publishing Association. Copyright (c) 2005. Vol. 5, nº 8, agosto de 2009. 2 Adventist World | Agosto 2009 www.portuguese.adventistworld.org A Igreja em Ação EDITORIAL O Oração Comum, Graça Incomum rei com um velho amigo ontem à noite – mãos unidas, corações inclinados na direção do Céu e um do outro. Temos orado juntos por mais de quarenta anos, desde o tempo em que éramos adolescentes e noviços na atividade de falar com Deus. Nos quartos de dormitório, em restaurantes, em reuniões de pastores e nas campais, temos orado, um e outro, em todas as situações de nossa vida: solteiros e casados, trabalho de classe e emprego, luto e celebrações, tempo de crise e uma crescente procura por crescimento. Ele é o amigo de oração mais antigo da minha vida, o lugar onde encontro uma segurança sem limites nas memórias de suas frequentes intercessões por mim. Embora tenhamos morado poucas vezes na mesma cidade – um ano no colégio e alguns meses no seminário – há muito tempo nos comprometemos a fazer da oração parte de cada encontro, embora haja hiatos de muitos meses entre as vezes que o Senhor permite que nossos caminhos se cruzem. Ao orar com meu amigo, perco a necessidade de ser diferente do homem que Deus me fez. Tudo o que é verdadeiro, autêntico, básico em minha vida com Cristo, emerge em nosso período de oração. E foi assim que Deus planejou que fosse, pois Ele afirmou que estaria junto onde quer que dois ou três se NOTÍCIAS DO MUNDO Agora Ele é Sir Patrick. Rainha Confere Honra ao Governador Geral Adventista da Jamaica ■ O primeiro pastor adventista do sétimo dia a ser governador geral da Jamaica é agora o Cavaleiro Comandante da Ordem de S. Marcos e S. Jorge. Sir Patrick Linton Allen, ex-presidente da União das Índias Ocidentais dos Adventistas do Sétimo Dia, foi investido com o título pela Rainha Elizabeth II, reunissem em Seu nome. Reunimo-nos, nós três, numa conversa sincera e aberta sobre nossas lutas, tristezas, alegrias e necessidades para viver uma vida de discípulo. A fé, então, é edificada e a graça compartilhada; os olhos concentram-se no dia em que nós três nos encontraremos pessoal e perpetuamente. Tenho mais certeza, agora, do que nunca na minha vida, de que a questão mais importante na vida espiritual não é: “Por quem você ora?” mas “Com quem você ora?” O cristão solitário, tão louvado em nosso costume de descrição na vida espiritual, não é adequado para a crise prestes a se abater sobre o mundo. Cristo recomenda, nesse tempo amedrontador, que Seus filhos “fiquem juntos, fiquem juntos, fiquem juntos.” O Senhor que prometeu: “E eis que estou convosco todos os dias até à consumação do século” (Mt 28:20), nos apoia, assim como apoiamos uns aos outros. Neste mês, procure um companheiro de oração ou faça um novo amigo, de acordo com sua necessidade. Encontre nessa relação de oração a força que lhe falta, a coragem necessária para defender o que é direito, “ainda que a terra se transtorne e os montes se abalem no seio dos mares”. “O Senhor dos Exércitos está conosco; o Deus de Jacó é o nosso refúgio” (Sl 46: 2, 11). *Ver Mensagens Escolhidas (de Ellen G. White), v. 2, p. 374. — Bill Knott ADVENTISTA É INVESTIDO: A rainha britânica Elizabeth II investe o governador geral da Jamaica, Sir Patrick Allen , acompanhado por sua esposa, Lady Patrícia Allen, que recebeu as credenciais durante audiência privada no Palácio Buckingham. Sir Patrick, ex-presidente da União das Índias Ocidentais, foi feito Cavaleiro Comandante da Ordem de S. Marcos e S. Jorge. T I M I R E L A N D / © PA W I R E / P R E S S A S S O C I AT I O N I M A G E S . U S A D O C O M P E R M I S S Ã O . Agosto 2009 | Adventist World 3 A Igreja em Ação NOTÍCIAS DO MUNDO no dia 12 de junho, em cerimônia no Palácio de Buckingham. No dia 26 de fevereiro de 2009, Allen tornou-se o sexto governador geral da Jamaica, desde sua independência, pouco depois de deixar a presidência da União. Ele foi eleito presidente da União das Índias Ocidentais em 2000 e iniciou seu trabalho para a igreja, como pastor, em 1981, após uma década de trabalho para o governo jamaicano. O título é “conferido a homens e mulheres em posições elevadas, ou a quem realiza extraordinário ou importante serviço não militar em países estrangeiros”, segundo o web site oficial da Monarquia Britânica. O título era destinado originalmente aos que serviam nas Ilhas Jônicas e Malta e estendido aos oficiais do Mediterrâneo. “No final de século XIX, devido à expansão do Império Britânico, o decreto foi estendido a quem havia prestado serviços relevantes em domínios e colônias, bem como em assuntos externos”, diz o web site da Monarquia. “Hoje, a Ordem consiste no Soberano, um Grand Master (atualmente o Duque de Kent), e inclui três classes: 125 Cavaleiros e Damas da Grande Cruz (GCMG), 375 Cavaleiros e Damas Comandantes (KCMG e DCMG) e 1.750 Associados (CMG)”. Sir Patrick, como passará a ser conhecido, é um Cavaleiro Comandante. Sua esposa é agora denominada Lady Patrícia. Em entrevista exclusiva para 4 Adventist World | Agosto 2009 a Adventist World, Sir Patrick disse que, embora sinta falta do trabalho da igreja, “tenho certeza de que este é o trabalho que o Senhor quer que eu faça agora” (julho de 2009). Sir Patrick disse: “Por mais que tenha saudade, estou consciente de que o meu serviço está em um âmbito mais amplo… Na área em que trabalho (agora), tenho o vasto e abrangente universo da nação.” Sir Patrick não é o primeiro governador geral adventista nem o primeiro a ser investido pela Rainha Elizabeth. Ambas as designações foram concedidas a Sir James Carlisle, membro leigo de Antígua, que serviu como governador geral da nação entre 1993 e 2007. A investidura de Sir James, na mesma Ordem de S. Marcos e S. Jorge, ocorreu em 1994, também no Palácio de Buckingham. – Por Mark A. Kellner, editor de notícias NIGÉRIA: Paulsen Retorna à Escola onde Trabalhou e Observa Crescimento ■ Durante sua primeira visita à Nigéria, após uma década, o presidente mundial da Igreja Adventista do Sétimo Dia, Jan Paulsen, falou sobre o compromisso da igreja com a educação e com uma vida regida pela integridade, em seu discurso na cerimônia de formatura da Universidade Babcock, no dia 6 de junho. Como ex-missionário em Gana e na Nigéria nos anos 1960, Paulsen participou nas celebrações do quinquagésimo aniversário da Universidade Babcock (UB), onde já atuou como diretor. Inicialmente estabelecida como Colégio Adventista da África Ocidental (ACWA), a escola está localizada em Ilishan-Remo, Estado de Ogun, a aproximadamente 70 quilômetros ao norte dos Lagos. “Estamos empenhados em fazer o melhor em matéria de educação, saúde e questões sociais e… a ser bons parceiros na construção da comunidade”, disse Paulsen, dois dias antes, durante uma reunião com Goodluck Jonathan, vice-presidente da Nigéria, em Abuja, capital do país. “Os padrões [adventistas] são excepcionais”, disse o vice-presidente a Paulsen, referindo-se ao impacto da igreja sobre a sociedade na Nigéria. Durante sua visita, Paulsen também se encontrou com o ex-presidente da nação, Olusegun Obasanjo, ex-aluno da Babcock. “A Universidade Babcock é marcante entre as universidades da Nigéria”, disse Obasanjo, aplaudindo a dedicação da igreja na construção do caráter e dos valores morais, os quais “outras universidades tendem a ignorar”. Paulsen chamou o ex-presidente de “ministro da paz e reconciliação do continente africano” pelo envolvimento de Noting Obasanjo na resolução de conflitos no Zimbábue, Somália e Congo. Obasanjo afirmou que retornara do Sudão, na noite anterior, onde participara de negociações sobre a paz. Obasanjo, que recebeu da UB um doutorado honoris causa em 2003, também participou da cerimônia de formatura no domingo, dia 7 de junho, onde elogiou os membros da igreja pela honestidade. Esquerda: ENCONTRO EXECUTIVO: Jan Paulsen e delegação visitam vice-presidente da Nigéria, Goodluck E. Jonathan, na capital, Abuja. Direita: PARTICIPANTES DA FORMATURA: 901 alunos da Universidade Babcock formaram-se no dia 7 de junho, em Ilishan-Remo, Nigéria. Na foto, estão Jan Paulsen, Olusegun Obasanjo, ex-presidente da Nigéria, Babatunde Osotimehin, ministro da saúde, e J. A. Kayode Makinde, presidente e vice-reitor da UB. F O T O S : Durante visita a um grupo de dez chefes de Ilishan-Remo, Paulsen agradeceu o apoio – os chefes locais doaram 486 acres de terra quando a igreja fundou a UB em 1959. “Vocês doaram a terra para fundarmos a escola em Ilishan-Remo. Tal decisão requeria visão e esperança no futuro”, disse Paulsen, que chamou a decisão de “investimento” na comunidade. Em 1964, Paulsen chegou à escola como professor e secretário e, três anos mais tarde, tornou-se diretor. Durante seu discurso de formatura, Paulsen disse que quase não reconheceu a área. “Havia apenas uma rua de terra entre os prédios da velha padaria, de um lado, e as residências dos professores. Começamos como todas as instituições começam: pequena. E vejam onde vocês estão agora”, disse ele. Durante seu discurso, Paulsen congratulou-se com os novos formandos e falou sobre a identidade e os valores da educação adventista. “Quero que a Igreja Adventista do Sétimo Dia na Nigéria seja uma comunidade saudável”, disse Paulsen. “Nossa educação … lida com a pessoa R A J M U N D D A B R O W S K I / A N N como um todo. Queremos que as pessoas saibam que não tratamos apenas de uma realidade baseada na fé, mas também da realidade física”, disse ele. Ao referir-se a temas como HIV/AIDS e malária, Paulsen disse à congregação que a igreja continua colaborando com organizações religiosas e seculares para “criar uma sociedade útil e saudável [e] um futuro melhor para nossas crianças”. A primeira escola de nível superior da igreja, na África sub-Saara, procurou Agosto 2009 | Adventist World 5 A Igreja em Ação NOTÍCIAS DO MUNDO DIA FELIZ: Alguns alunos das centenas de formandos da Universidade Babcock ouvem o discurso de formatura. R A J M U N D logo conseguir credenciamento fora da Igreja Adventista. Mais tarde, a escola começou a oferecer o título em Teologia, em parceria com a Universidade Andrews, de propriedade da igreja, nos Estados Unidos. Cerca de quarenta anos após sua fundação, a escola transformou-se de uma instituição primariamente ministerial em uma escola multidisciplinar, adotando o nome atual de Universidade Babcock, em 1999. Hoje, a universidade possui 6 mil alunos e oferece trinta diferentes cur- 6 Adventist World | Agosto 2009 D A B R O W S K I / A N N sos, que variam da Teologia ao Direito, da Saúde Pública à Tecnologia, da Agricultura à Comunicação. Paulsen também foi informado sobre a fase inicial dos planos de expansão da universidade, que incluem o estabelecimento de um complexo de saúde e das ciências médicas. Falando na cerimônia em nome do presidente do país, Babatunde Osotimehin, ministro da saúde da Nigéria, referiu-se à “surpreendente contribuição da UB para a vida na Nigéria” e desafiou a universidade a continuar seus planos de abrir uma escola de medicina. “Designe 30% de seus recursos para a pesquisa”, disse ele. Seus comentários abordam a questão de pesquisa como da maior importância para o benefício da construção da nação. “Somente pela pesquisa podemos fazer progressos, porque é dela que resulta o desenvolvimento, a segurança, o crescimento da nação e , na verdade, é de onde vem a herança que será legada ao povo”, disse ele, ainda elogiando grupos religiosos pela contribuição para o desenvolvimento da educação na Nigéria. Matthew Bediako, secretário geral da igreja adventista mundial e ex-aluno da escola, mencionou “as cestas de pão do início” da UB. O complexo universitário cresceu de uma simples padaria no campus para uma fábrica de alimentos saudáveis, quatro bancos e uma indústria de engarrafamento de água. Cerca de 30% dos alunos da universidade são adventistas, dando à escola uma ênfase missionária, disse Bediako. Aproximadamente mil pessoas se uniram à igreja este ano, como resultado de um programa evangelístico realizado no novo estádio da universidade pelo evangelista Mark Finley, vice-presidente da igreja mundial. “Ao final de cada ano escolar, aumenta o número de alunos que se formam como adventistas”, disse J. A. Kayode Makinde, presidente e vice-reitor da UB. “Nossa escola enfatiza a espiritualidade e compartilha os valores adventistas com os que ali estudam.” – Por Rajmund Dabrowski, diretor de comunicação da Associação Geral dos Adventistas do Sétimo Dia. S A Ú D E N O M U N D O Como Agir em Relação à P E T E R G A L B R A I T H gripe Estou preocupado com o surto dessa nova gripe, chamada suína. Do que se trata e como posso ser infectado por ela? ficialmente, a nova influenza é chamada influenza A-H1N1. Ela tem genes dos vírus das gripes que normalmente circulam entre os porcos na Europa e Ásia, assim como genes virais de aves e humanos. O vírus, a princípio, foi chamado de “gripe suína” por ter se originado em porcos e se disseminado entre eles. Originalmente confinado a porcos, o vírus sofreu algumas alterações genéticas, possibilitando a infecção de humanos. O modo como essas alterações ocorreram está relacionado à condição de vida do vírus. Ele não sobrevive por muito tempo fora da célula hospedeira. O vírus entra nessa célula através de uma “porta” especial chamada receptor. Uma vez dentro da célula, faz com que ela copie seu próprio DNA (viral). No processo, pode também ser incluído algum material genético do hospedeiro. Se dois vírus separados (um vírus humano e um vírus de porco) entram na mesma célula, por exemplo, torna o ambiente próprio para mutação, ou o compartilhamento de material genético, mudando a habilidade do vírus de infectar novos hospedeiros. Por exemplo, o vírus do porco agora é capaz de infectar um hospedeiro humano. O vírus se espalha rapidamente de pessoa a pessoa, por se tratar de um vírus “novo” para o sistema imunológico humano. Tais surtos virais recebem monitoração emergencial porque não se conhece quão agressivas ou severas serão as doen- O Suına ças provocadas por esse novo tipo de vírus. O surgimento de vários tipos do vírus influenza torna necessária a modificação da vacina contra gripe em cada estação. Ela é transmitida por gotículas infectadas de secreções respiratórias; os vírus são rapidamente propagados pelo ar, e em grande número, quando as pessoas tossem ou espirram, sendo esse o modo mais comum de contágio. O vírus tende a permanecer por algum tempo em superfícies, como de escrivaninha, corre-mão, maçaneta de portas, e claro, nas mãos. O que posso fazer para evitar que seja infectado? inda não existe vacina disponível, mas se espera que esteja pronta em poucos meses. Mesmo com a vacina, são necessárias medidas apropriadas para diminuir as chances de infecção: ■ Cubra o nariz e a boca quando tossir. Descarte lenços usados. ■ Lave regularmente as mãos com sabão e água, especialmente após tossir ou espirrar. Podem ser usados desinfetantes com base alcoólica para limpar as mãos. ■ Evite tocar os olhos, nariz ou boca, pois os germes se proliferam rapidamente por essas vias. ■ Evite contato próximo com pessoas gripadas. Essa prática é especialmente importante quando você mesmo está gripado. ■ Permaneça em casa por sete dias quando estiver doente, ou até 24 horas após desaparecerem totalmente os sintomas. ■ Acompanhe o fechamento de escolas ou locais de trabalho quando essa for a A Por Allan R. Handysides e Peter N. Landless medida recomendada pela saúde pública de sua região. Evite, o máximo possível, locais com aglomeração de pessoas. Quais são os sintomas da influenza A-H1N1? ão os mesmos das gripes comuns, como febre, tosse, dor de garganta, coriza, dores no corpo, arrepios e fadiga. Um número significativo de pessoas afetadas por essa gripe também reclamou de náusea, vômito e diarreia. Assim como as gripes sazonais, alguns indivíduos ficaram muito doentes e alguns morreram. S Não foi excessiva a reação mundial em relação a esse vírus? ão. O padrão de desenvolvimento de uma pandemia não pode ser previsto num período menor de, pelo menos, dois anos. Estamos ainda no princípio, com regiões do mundo chegando ao pico da estação da gripe e outras partes se aproximando dela. Precisamos ser sábios, prudentes e vigilantes. N Allan R. Handysides, M.B., Ch.B., FRCPC, FRCSC, FACOG, é diretor geral do Departamento de Saúde da Associação Geral. Peter N. Landless, M.B., B.Ch., M.Med., F.C.P.(SA), F.A.C.C., é diretor executivo da ICPA e diretor associado do Departamento de Saúde. Agosto 2009 | Adventist World 7 A RT I G O E S P E C I A L Da vingança e granadas Graça para a Histórias de pastores do “Adote um Ministro Internacional” Alguns trabalham em áreas muçulmanas onde dependem, apenas, da segurança que vem do Senhor. Muitos são responsáveis por até mais de vinte igrejas. A maioria dessas igrejas é extremamente pobre. Mesmo assim, os ministros que compartilham suas histórias são felizes por servir ao Senhor, e agradecidos por ministérios como o Adote um Ministro Internacional, cuja ajuda torna possível sua sobrevivência e trabalho. Leia as emocionantes narrativas sobre o que é trabalhar para Deus em lugares desafiadores. —Os editores. Promessa Feita para Ser Quebrada Por Christopher V. Luaya1 “Pai, quando eu crescer, vou matar todas as pessoas que estiveram envolvidas em sua morte.” Fiz essa promessa sobre o túmulo de meu pai, em 1991. Cresci em uma família não adventista. Por muitos anos, meu pai foi conhecido como “Kumander Ingo”. Ele era um comandante rebelde do Exército do Novo Povo.2 De quando em quando, soldados do exército filipino vinham à nossa casa à procura de meu pai. 8 Adventist World | Agosto 2009 Salvadora Éramos instruídos pelo líder rebelde a nunca revelar seu paradeiro. Depois de muito tempo, meu pai decidiu se entregar às autoridades governamentais e foi preso. Mais tarde, foi perdoado, mas continuou a se envolver no assassinato de pessoas. Era contratado e pago para matar. Nossa vida era atribulada. Meu pai guardava muito ódio em seu coração. Ele permanecia bêbado o tempo todo; era assim que enfrentava o seu estilo de vida. Muitas vezes minha família e eu tínhamos que fugir no meio da noite para escapar de sua crueldade. Vários anos mais tarde, as coisas mudaram e meu pai dedicava a maior parte de seu tempo cultivando nossas terras. Um dia, porém, enquanto ele e seus amigos estavam em uma festa na cidade, foram presos e levados para a cadeia. Em poucos dias, todos foram mortos. Fomos informados de que a polícia havia atirado neles enquanto tentavam fugir, mas sabíamos que estavam mentindo. Fiquei arrasado ao ver os ferimentos em meu pai. Seus cotovelos e joelhos estavam quebrados. Havia sinais de balas sobre todo o corpo. Fiquei furioso. Enquanto olhava para ele, prometi me vingar; quando ficasse mais velho, mataria todos os que haviam feito aquilo. Mas, quando completei 15 anos, ouvi falar sobre um Salvador, Jesus Cristo, que morrera por mim no Calvário. Em 1992, aceitei-O em minha vida e, instantaneamente, meu espírito vingativo foi transformado. O amor de Jesus encheu meu coração e já não desejava matar os assassinos de meu pai. Fui para o Colégio Adventista Central Filipino, como estudante bolsista, e ali estudei por oito anos, formando-me em Teologia. Já levei muitas pessoas a Jesus. Para mim, hoje, cada pessoa é muito preciosa para Deus. Pelo amor a Cristo, às vezes, uma promessa é feita para não ser cumprida. Uma Bomba no Cronômetro dAquele que Tudo Sabe Por Jun Caber3 O sol acabara de se pôr. Era a noite de segunda-feira e eu acabara de sair da casa de um paciente paralítico, de quem havia cuidado por vários meses. A dor da fome me fez correr de volta ao Centro EVANGELISMO PÚBLICO: Como resultado do evangelismo público dos alunos de teologia do Colégio Adventista do Sul das Filipinas (alguns são mantidos pelo AMI), muitos foram batizados em Maragusan, no dia 29 de dezembro de 2009. R E VA L . M O O R E Adventista, sede da Missão onde eu e tantos outros estávamos hospedados. A Missão é construída sobre palafitas na água, tal como os outros edifícios na pequena ilha de Tawi-Tawi, do lado ocidental de Mindanao, Filipinas. Uni-me ao grupo para o jantar e, após uma refeição saudável, encosteime na parede, perto da porta da frente. Jerry, um aluno, saiu e ficou em pé sobre a tábua de pouco mais de quinze centímetros de largura, pela qual íamos até a sede da Missão. A tábua ficava quase três metros acima da água. Enquanto permanecia ali, Jerry notou um homem, lá em baixo, na água. O homem não se mexia. Alarmado, Jerry correu para dentro. − O que aconteceu? – perguntamos em coro. − Há um homem na água e parece que está morto! – sussurrou Jerry, apontando para o chão. Enquanto Jerry ainda falava, ouvi um objeto cair na água, seguido pelo som do mergulho. Talvez fosse apenas alguém tentando roubar nosso barquinho. Não nos assustamos porque o barco estava bem preso, perto da porta de onde podíamos vê-lo. Poucos minutos mais tarde, três dos meus companheiros e Bert, nosso líder, saíram para chamar Abula, nosso vizinho. Armado com uma bula (faca longa e afiada) e uma lanterna, Abula rodeou O que é o Adote um Mınıstro internacional POR KIMBERLY LUSTE MARAN Adote um Ministro Internacional (AMI) é uma organização sem fins lucrativos que paga os salários de pastores desempregados, formados nas Filipinas e em outros países, com doações e patrocínio de pessoas do mundo todo. AMI trabalha com os líderes das associações daquele país, que empregam ministros graduados como pastores. Segundo a AMI, há mais de 500 pastores formados desempregados nas Filipinas. Cerca de 40 a 50 novos formandos são acrescentados a cada ano a esse número de desempregados. Alguns trabalham por uma pequena ajuda ($30 dólares), ou por um saco de arroz por mês fornecido pelos membros da igreja. Após muita consagração e oração, Reva Lachica Moore, natural das Filipinas e residente nos Estados Unidos, decidiu iniciar o AMI, para ajudar os formandos em teologia a seguir o seu chamado. Desde novembro de 2000, mais de 500 formandos receberam ajuda dessa organização. No momento, a AMI patrocina cerca de 400 pastores. Eles recebem aproximadamente $130 dólares de salário por mês. A maior parte das doações que complementam os salários dos obreiros vem de membros da Igreja Adventista. Muitos ficam sabendo do programa por meio dos concertos beneficentes realizados pela pianista Mary Grace Gellekanao. Gellekanao, uma jovem com ausência congênita do braço direito, que também é filipina, tem usado, por anos, seu expressivo talento musical para servir a Deus. Ela diz: “Desde que aprendi a tocar piano, tenho dedicado minha vida para servir ao Senhor e aos outros. Tem sido uma experiência de humildade. Dou concertos para levantar fundos e encontrar patrocinadores que possam pagar os salários desses pastores recém-formados e sem emprego.” Os formandos da AMI ajudam trabalhando nas circunstâncias mais desafiadoras que se possa imaginar. Ainda assim, esses obreiros são felizes por servir ao Senhor e agradecidos pelo ministério que torna isso possível. Para mais informações, visite: a-a-m.org. R E VA L . M O O R E LAR, DOCE LAR: Sonny Mercuri, pastor ordenado, casado e com três filhos, atualmente trabalha para a Associação Ocidental de Negros. Na foto, Mercuri está na cabana em que morou quando era mantido pelo Adote um Ministro. nosso alojamento com seu barco. A essa altura, já estava escuro. Com a luz da lanterna vimos um par de chinelos flutuando, aparentemente abandonados pelo homem ao fugir. Um pedaço de madeira com uma fita isolante vermelha boiava ao lado dos chinelos. Bert usou uma vara para virar o pedaço de madeira. O que vimos em seguida nos fez tremer de medo: uma granada de mão estava atada ao pedaço de madeira e presa a um cronômetro pela fita isolante vermelha, podendo explodir quando fosse solta. Meus companheiros começaram a fazer as malas enquanto exclamavam: − Nós vamos morrer! Nós vamos morrer! Apesar de todo o pânico, consegui sugerir que todos nos ajoelhássemos para orar, sob a liderança de Bert. Sentimo-nos mais aliviados, após a oração. Bert me pediu que acompanhasse uma missionária e dois alunos até o campus da universidade e em seguida voltasse para a Missão. Após uma prece, viajei de volta para o alojamento. Os que ainda haviam ficado permaneciam fora do prédio. Bert solicitou que eu entrasse no alojamento para pegar uma longa corrente com cadeado para prender melhor nosso barco. Com uma lanterna na mão e entorpecido pelo medo, caminhei sobre a tábua em direção à porta do alojamento. Meu coração disparou e eu não tirava os olhos da bomba, lá em baixo, nem por um segundo. Encontrei a corrente e o cadeado e voltei imediatamente. Mas, devido ao 10 Adventist World | Agosto 2009 medo, minha mente agia com “piloto automático”. Percebi minha roupa lavada em um canto e, sem raciocinar, peguei o balde e comecei a dependurá-la no varal, dentro do alojamento. Preocupado com minha demora, Bert caminhou sobre parte da tábua para ver o que me mantinha lá dentro. Ele viu que eu estava dependurando minha roupa no varal. − Ei, volte aqui! Esqueça sua roupa! – gritou Bert, irritado comigo. Ainda entorpecido, joguei a água do balde lá fora, onde a bomba estava flutuando. Imediatamente, eu me conscientizei do perigo e corri para fora. Rapidamente prendi o bote ao poste, distante da bomba uns dois metros, apenas. Uma vez em terra, Bert e eu corremos para o outro lado do prédio. No exato momento em que alcançamos um lugar seguro, a bomba explodiu! Todos ficamos gratos por Deus não ter permitido que a bomba explodisse quando estávamos no alojamento. Na manhã seguinte, vimos a devastação. Nosso alojamento e o barco estavam destruídos. Lembrando-me do Salmo 91:14, agradeci a Deus por ter poupado nossa vida! Dois Despertadores Por Arnie Roa4 Fui designado para trabalhar no continente Bongao, em Tawi-Tawi, Filipinas, pelo “Adote um Ministro”. Nesse território, os missionários muçulmanos, chamados tablegs, não apreciam a presença de cristãos em sua ilha, principalmente de professores como eu. La Island, outra pequena ilha em TawiTawi, é conhecida por ser um santuário particular onde bandidos muçulmanos (e pequenas facções rebeldes) se refugiam. Ali os insulanos fazem questão de que todos os homens possuam uma arma para lutar contra os inimigos. Essa situação em La Island faz com que mesmo outros muçulmanos tenham medo de entrar ali, sem escolta. Entretanto, há alguns anos, um grupo de professores adventistas provenientes do Mountain View College veio morar na ilha. O fato deixou os tablegs alarmados e um grupo foi a La Island para investigar. Um tableg se aproximou de mim no cais de Bongao, enquanto eu embarcava num bote em direção a La Island. − Cavalheiro −, fui calmamente inquirido – o senhor é um dos professores de La Island? − Não –, respondi. − Mas os professores são meus companheiros. Posso ajudá-lo em alguma coisa, meu irmão? − Muito bem −, disse ele, − sou um tableg designado para trabalhar naquela ilha. Estou preocupado com as lições que os professores adventistas estão ensinando. Todos os seus ensinamentos são muito bons e meus parentes na ilha estão muito agradecidos e satisfeitos com seu povo. Uma coisa, porém, me preocupa muito: são os ‘valores’. Vi em seus cadernos que ‘Deus’, ‘oração’ e outras coisas são ensinadas do modo cristão. Temo que seus professores estejam ensinando meu povo a ser cristão! O tableg se aborreceu ao explicar seu ponto de vista. Em seguida, pediu licença e se retirou, não me dando a oportunidade de esclarecer que os professores adventistas usavam o inglês como seu método de ensino, de modo que Deus, oração e todos os termos pertinentes ao culto estavam em inglês e não em árabe. Se usassem o árabe, o que apareceria nos cadernos dos alunos seria Allah para Deus, Sambayang para oração, etc. Rapidamente retornei a La Island e relatei os comentários alarmantes do tableg. Naquela noite, fizemos uma oração especial e dormimos profundamente. Eu não sabia que os professores haviam planejado orar durante a noite, à meia-noite. Michard, um dos professores, acertou o único despertador que tinham para acordá-los. Eu não ouvi o alarme, nem eles me acordaram quando tocou. Enquanto oravam, outro despertador disparou perto dos meus pés. Esse me acordou. Quando abri os olhos, vi, pelo reflexo da Lua, a silhueta dos quatro professores ajoelhados. Ao me preparar para ajoelhar, toquei em outra pessoa ajoelhada onde o relógio havia tocado. Orei ao lado de quem estava ajoelhado junto a mim. Quando terminei de orar, os quatro já haviam orado e estavam esperando por mim. Mas quem é que está orando ao meu lado? perguntei a mim mesmo. Acendi a lâmpada a gás para ver quem seria, mas, mesmo com luz, não pude ver ninguém. Contei aos professores sobre o visitante que orou ao meu lado e eles não acreditavam no que estavam ouvindo. Disseram que haviam ouvido o som de dois despertadores e não entenderam como, pois tinham apenas um. Não chamamos isso de mistério. Sabemos que Deus enviou Seus anjos para cuidar de nós e para preservar nossa vida (Sl 34:7). Deus me Chamou de Volta Por Sonny Mercurio5 Esforcei-me bastante para chegar até a faculdade e quando me formei, fiquei muito emocionado. Minha alegria, porém, rapidamente se tornou em desespero. A Missão Ocidental Negros não estava oferecendo empregos e mais de uma dúzia de formandos havia se candidatado antes de mim. Emprego na Missão só é possível quando alguém se aposenta ou morre. Como os outros, eu visitava os escritórios da Missão frequentemente em busca de trabalho temporário. Entretanto, com tantos outros candidatos, muitas vezes não conseguia. Trabalhei para as igrejas como voluntário, recebendo hospedagem e alimento apenas. Após meses sem nenhum recurso, abandonei o ministério para vender água engarrafada. No meu primeiro dia de trabalho, dirigi o caminhão de água com o coração pesado. Implorei a Deus que me enviasse ajuda financeira para que pudesse voltar a trabalhar para Ele. Na hora do almoço, o presidente da Missão me telefonou para dar as boas novas. Eu seria patrocinado pelo “Adote um Ministro Internacional”. Poucos dias mais tarde, eu já estava trabalhando para Deus num local montanhoso, a quatro horas da cidade. Romeo Castro, meu patrocinador, da América, pediu que eu fosse trabalhar em sua cidade natal, nas Filipinas. A igreja estava velha e construída no meio de uma plantação de cana-de-açúcar. Os poucos membros que ali se reuniam todos os sábados, para chegar lá durante a estação chuvosa, tinham que caminhar pelo meio da lama. Fiz amizade com as pessoas da comunidade e visitei os parentes de Castro. Estudei com eles a Bíblia e os convidei para ir à igreja. No período de um ano, o número de membros aumentou para 100. Hoje, Castro está construindo uma nova igreja, mais próxima à estrada. Na minha lista de conversos, estão os parentes de Castro e três pastores batistas. Agradeço a Deus pelo “Adote um Ministro”. Não sei onde estaria hoje se esse plano não existisse. Christopher V. Luaya era candidato ao ministério na Associação Ocidental Negros, nas Filipinas, quando escreveu esse artigo. O braço militar do Partido Comunista das Filipinas (CPP), o NPA é um grupo maoísta formado em março de 1969 com o objetivo de derrubar o governo através de guerrilha prolongada. 3 Jun Caber (pseudônimo) era um jovem missionário voluntário entre as tribos Bukidnon, nas montanhas das Filipinas. Ele também trabalhou, por dois anos, em território islâmico na Mindanao Ocidental. Há cinco anos, foi chamado para trabalhar no Sul da Coréia e no momento serve como missionário no norte da Tailândia, patrocinado pelo “Adote um Ministro”. 4 Arnie Rao trabalha como leigo para a Missão da Península Zamboanga. Ele e a esposa, que é professora na Escola Fundamental de Bongao, são pais de um sadio bebê de 18 meses, que nasceu pesando apenas 750 gramas. 5 Sonny Mercurio é hoje ministro ordenado da Associação Ocidental Negros, casado e com três filhos. 1 2 Dando de Volta Reva Lachica Moore recebeu um presente e passou adiante O maior desejo de Reva era receber uma educação adventista. Entretanto, não tinha recursos. Sua irmã sugeriu que ela escrevesse para alguém, nos Estados Unidos, porque ouvira que as pessoas de lá eram bondosas. Um dia, Reva descobriu uma etiqueta de retorno em um pacote de publicações adventistas usadas que minha avó, Beryl McLarty, havia coletado e enviado para as Filipinas. O pai de Reva avisou seus filhos para não tocarem no pacote, mas quando Reva viu a etiqueta, não pôde resistir. Enquanto ninguém estava olhando, ela arrancou a etiqueta, escondeu-a em seu quarto e, mais tarde, escreveu para aquela pessoa. O pedido: dinheiro para estudar. Minha avó abriu o coração e, com seus escassos recursos, enviou Reva para o Colégio União das Filipinas, onde ela se formou em tecnologia médica. (Parte do dinheiro, sem dúvida, veio de meu pai, Barney McLarty, mas minha avó tomou as providências para conseguir os meios para seu projeto missionário.) Naquele tempo, meu pai levou Reva aos Estados Unidos, como surpresa para minha avó, no dia das mães. Ele a levou, também, para minha formatura na Universidade Andrews, em 1969. Algum tempo depois, Reva veio para os Estados Unidos e casou-se com um homem que, mais tarde, morreu com um tumor no cérebro. Ela usou o dinheiro do seguro de vida para construir uma igreja em Boitiano, Filipinas. Meu pai contribuiu com $80 mil dólares para o projeto, quando o dinheiro de Reva terminou, antes de concluir a igreja. Papai também faz parte do programa Adote um Ministro. No dia 4 de abril de 2009, Reva viajou de carro de Louisiana ao Tennessee para o sepultamento de minha mãe. Quando se levantou para falar, Reva relembrou tudo o que meus pais e minha avó haviam feito por ela e concluiu dizendo que ela era “a sétima filha dos McLarty”. Sua declaração final resume a relação de Reva com nossa família. — MARILYNN PEEKE, COLUMBIA, MARYLAND, ESTADOS UNIDOS Agosto 2009 | Adventist World 11 D E V O C I O N A L U ma pequena chama de fogo brilha na rua suja. Finas chamas alaranjadas dançam suavemente e espirais incandescentes incendeiam a pilha de lixo. Esse é um ritual de fogo inofensivo, realizado todas as noites, sempre no mesmo horário, para queimar o lixo acumulado ao longo do dia. Centenas de fogueiras como essa são acesas por toda a cidade, diariamente. ríspida. – Não brinque com fogo. Você vai se queimar! Ao ouvir a voz, os olhos da garotinha se concentram na mãe, em seguida na vara que ainda brilha com fagulhas intrigantes. É óbvio, a proibição provocou a mudança da inocência para a intenção. Ela não mais se satisfaz com a inspeção. Agora ela precisa tocar o fogo proibido. Por Jenni Goodwin Brincando com ogo F Uma criancinha e uma vara com fogo ensinaram-me uma lição muito importante Uma criançinha, com não mais de dois anos de idade, brinca tranquilamente na rua, fascinada pelas cores e movimentos do fogo. Embevecida pelas chamas, segura na mão uma vara longa e fina. Mechas do cabelo desgrenhado colam em suas bochechas enquanto ela permanece concentrada e pensativa. Vagarosa e cuidadosamente, a pequena estende a longa vara para a frente até que a ponta se torne alaranjada e brilhante, e logo puxa de volta para examiná-la detidamente. Enquanto examina seu troféu, sua mãe, junto ao balcão de vendas, a alcança com o olhar. − Joana −, a voz de advertência soa 12 Adventist World | Agosto 2009 Rebeldia. . . e Culpa Joana mexe os dedinhos. Uma pequena batalha é travada em sua mente enquanto considera as possíveis consequências, caso sua desobediência seja descoberta pela mãe. Decisão tomada, uma mãozinha rasteja em direção ao fogo dormente. Olhar concentrado, expressão marcada pela culpa. Joana lança um olhar furtivo na direção da mãe. Então, ela toca. Os olhos castanhos se arregalam até mostrar o branco. A boca se abre. A mão volta rapidamente, num recuo involuntário pela surpresa da dor. O corpo inteiro reage à vingança do fogo em sua pele delicada. Com lágrimas marejando os olhos, Joana chupa o dedo machucado, confortando a si mesma por um momento. Então, ela se volta para avaliar a causa de sua dor: uma vara em chamas. O tribunal está pronto. O réu é identificado. Ignorando o erro de sua ostensiva desobediência, um objeto inanimado humanamente manipulado, a vara, é julgado culpado. Com a mesma resposta que a humanidade tem usado por séculos para desculpar seus próprios delitos, a criancinha sorri vingativamente. Esquecendo-se da queimadura, ela se concentra para que justiça Ao nascermos, até nossa inocência está contaminada. Não há nada de bom em nossa humanidade. Necessitamos desesperadamente de um renascimento espiritual. seja feita. Segurando o fino ramo com suas mãozinhas de bebê, Joana esmaga a brasa incandescente na terra, com toda a violência que seu corpinho é capaz de produzir… repetindo o processo até que a ponta da vara se torne negra e destroçada. Após pequena pausa, ela leva a vara de volta ao fogo para reacendê-la e, em seguida, esmagá-la no chão de novo. E de novo. E mais uma vez. Foi Assim que Tudo Começou Sento-me encostada a uns sarrafos enquanto espero, observando. Sou um observador solitário. Quão flagrante era sua provocação, escolhendo fazer B C L E A R Y / S A R A H J O N E S / M O D I F I C A D O exatamente o oposto à instrução da mãe. . . para dano próprio! Inocência de vida curta, intencionalmente negociada pelo prometido conhecimento de experimentar a realidade do bem e do mal. A advertência foi dada. Joana usou a habilidade racional de sua pequena mente para escolher, e escolheu desobedecer. Isso, realmente, não faz sentido. A história, porém, não termina aí. Joana recebeu a consequência de sua escolha; mesmo assim, recusou aceitá-la como tal. A responsabilidade foi transferida automaticamente de sua própria culpa para um terceiro elemento inocente. Punir os outros pelos próprios pecados. Foi uma repetição clássica do paradigma do nascimento do pecado em nosso Planeta. Levantei-me vagarosamente e comecei a voltar para casa, repassando em minha mente as ações daquela criança, impressionada com a semelhança entre o encontro de Joana com o pecado e a primeira experiência de Adão e Eva no jardim. Ambas as partes, a princípio, eram completamente inocentes. Ambas receberam instruções por alguém que se importava com eles, com o único propósito de evitar a dor e o sofrimento. Ambos escolheram deliberadamente desobedecer a tais instruções. Ambos recusaram aceitar sua responsabilidade pelas consequências, jogando a culpa sobre alguém ou em outra coisa. Fico impressionada ao pensar no quanto caímos como raça pecaminosa, com a tendência para o mal em nós entranhada desde o nascimento! Estamos Todos Manchados Ao ver uma criança inocente maculada, imersa na sangrenta mancha da experiência do pecado, repentinamente sou lembrada da minha própria vida, suja e manchada com uma grossa crosta de pecados acumulados. Não é mais recente e ofensivo. O pecado para mim não é novidade: transformou-se em rotina. Entretanto, é aceito. Até esperado. De repente, percebi a armadi- D I G I TA L M E N T E lha em que a humanidade caiu e quão terrivelmente necessitados estamos espiritualmente. Até nossa inocência, ao nascermos, está contaminada. Não há nada de bom em nossa humanidade. Necessitamos desesperadamente de um renascimento espiritual. Eu sempre soube disso, mas, de repente, fez mais sentido. “Mas quando, da parte de Deus, nosso Salvador, Se manifestaram a bondade e o amor pelos homens, não por causa de atos de justiça por nós praticados, mas devido à Sua misericórdia, Ele nos salvou pelo lavar regenerador e renovador do Espírito Santo, que Ele derramou sobre nós generosamente, por meio de Jesus Cristo, nosso Salvador” (Tt 3:4-6, NVI). “E, assim, se alguém está em Cristo, é nova criatura; as coisas antigas já passaram; eis que se fizeram novas”(2Co 5:17). Paro e reflito: quão frequentemente, ajo como “Joana” perante Deus? Ele estabelece os limites para me proteger e cuidar de mim. Ele sabe o que acontecerá se eu desobedecer e quer poupar-me de experimentar a dor. Aviso dado. Instruções claras. Eu sei o que é certo. Entendi. Não quero passar pela dor. É tudo muito simples. Por que, então, ainda escolho bricar com fogo? Hoje, uma criancinha e uma vara com fogo abriram meus olhos e me ensinaram uma grande lição. É hora de quebrar a rotina de dedos queimados e varas quebradas. É hora de enterrar a perversão de nosso nascimento supostamente inocente e renascer intencionalmente. Renascer pelos Seus méritos e Sua perfeição. Jenni Goodwin, enfermeira e paramédica, é coordenadora do Toque de Amor, ministério sem fins lucrativos dos Embaixadores Médicos e Projetos de Assistência, no norte do Peru. Agosto 2009 | Adventist World 13 V I D A O s primeiros raios da alvorada lançam longas sombras sobre os telhados irregulares do acampamento clandestino em Philippi, enquanto acompanho Dennis sobre as dunas de areia branca até uma pequena choupana. O cheiro forte de fumo impregna o ar. A porta range ao Dennis desenrolar o arrame que a prende. Ele se abaixa para entrar na pequena cabana mal iluminada. Em uma das mãos carrega uma sacola plástica amarela, cheia de mantimentos trazidos do mercado. Eu estava logo atrás dele, quando nossa presença foi notada. – Bom dia, Miriam. Vim visitá-la e trouxe um amigo. Sua voz proporcionou calor ao ar gelado daquela manhã de inverno. Ele caminhou até a cama dela, guiado pela nesga de luz que entrava pela porta. Dentro, eu mal podia discernir os poucos móveis do pequeno quarto. À medida que meus olhos iam se acostumando com a frágil luz, pude ver Dennis em pé, próximo à cama de Miriam, no canto do quarto. No lado oposto, percebi uma cadeira e uma mesinha de madeira coberta com uma toalha vermelha. Enquanto estava na penumbra daquele barraco, de repente fui envolvido por um estranho sentimento de desconforto que, por um momento, me transportou de volta à minha infância, para a pequena casa de minha bisavó, no sítio, onde as sombras oscilantes da luz das velas nas paredes e o medo do escuro me causavam calafrios. Foi aí que vi os grandes olhos castanhos de Miriam. Os ossos do seu rosto destacavam-se bruscamente e eu observava Dennis, ajoelhado ao lado da Hein Von Horsten, pastor adventista, vive e trabalha na África do Sul, servindo na equipe médica. 14 O A D V E N T I S T A Adventist World | Agosto 2009 Único Amor que onheço C Encontro de um homem com uma vítima da AIDS Por Hein Von Horsten TESTEMUNHANDO DO AMOR: Dennis Wadley segurou a mão da mulher e perguntou: “Miriam, você sabe que Jesus a ama?” H E I N V O N H O R S T E N cama, tomando as mãos de Miriam nas suas. Por algum tempo, houve silêncio no quarto, enquanto ele acariciava ternamente a cabeça da moça. A comunidade Philippi, predominantemente negra, vive em circunstâncias muito adversas, acometida pela pobreza e pela AIDS. Miriam foi abandonada por sua família quando contraiu o vírus HIV. Não queriam ser associados a essa terrível doença, que trouxera vergonha sobre a família. Por temerem ser rejeitados e estigmatizados pela comunidade, abandonaram Miriam para que morresse. Denis quebrou o silêncio mais uma vez: − Como vai, Miriam? Passando a língua em seus lábios ressecados, ela disse: − Estou muito cansada. A mão dele continuava acariciando seus magros dedos. – Eu trouxe alguns alimentos que vão ajudá-la a sentir-se melhor, e quero lhe apresentar meu amigo Hein. Ele veio comigo para tirar algumas fotografias. Vou enviar as fotos para outros países a fim de que as pessoas vejam como o povo aqui está sofrendo e espero que enviem doações de remédios e alimentos. Você concorda com isso? Ele se virou e, com um sinal da cabeça, convidou-me a chegar mais perto. Os olhos de Miriam lentamente moveram na direção em que eu estava, e pareciam ainda maiores. Com grande esforço, ela levantou a mão em sinal de boas-vindas. − Olá, Miriam. – Minha voz soou rouca, sob o teto ondulado de zinco. Os doentes abandonados na batalha contra a AIDS são atendidos com tanto amor que até os anjos observam admirados. Não me sentia à vontade para chegar mais perto dela. Assim, instintivamente, comecei a mexer nos botões de minha câmera. Eu não estava com medo de nada, mas de repente, me veio uma sensação como se a morte quisesse, discretamente, entrar sob seus lençóis. – Miriam, hoje eu vim para ungi-la. A voz de Dennis soava compassiva e amorosa, enquanto os joelhos se afundavam no chão de areia branca. Os olhos castanhos de Miriam estavam fixos em Dennis, enquanto ele procurava a garrafa com óleo de girassol na sacola amarela. – Miriam, você sabe que Jesus a ama? – disse ele, estendendo a mão e tocando em sua face. Enquanto eu observava em silêncio solene, tinha a impressão de que uma voz sussurrava: “Tira as sandálias dos pés, porque o lugar em que estás é terra santa.” O silêncio nos envolveu novamente. Miriam olhava fixamente para o teto enquanto Dennis segurava as mãos dela entre as dele. − Você sabe que Ele a ama, Miriam? Sua cabeça voltou-se, lentamente, na direção dele. − O único amor que conheço − disse ela – é o amor que você está me mostrando. Ao fechar os olhos, pude ver as lágrimas rolando pela face dela. Era como se Alguém houvesse chegado para preencher o lar de “Marta e Maria” com Sua presença, enquanto a melodia de suas palavras ecoavam no silêncio: “O único amor que conheço…” Vida de Serviço Fui apresentado a Dennis Wadley por Arthur Ammann, presidente de Estratégias Globais de Prevenção do HIV, na Califórnia, Estados Unidos. Dennis é o diretor do “Pontes de Esperança”, grupo internacional que procura levar esperança aos desamparados por meio do seu ministério evangelístico. Dennis e a família deixaram o conforto do lar, em Santa Bárbara, onde era pastor de uma igreja grande e rica, para ir para a África do Sul como missionário. Como Madre Teresa (de Calcutá), ele e sua equipe trabalham entre os pobres de Phillipi. Os marginalizados e órfãos recebem atenção; os doentes, abandonados na batalha contra a AIDS, são atendidos com tanto amor que até os anjos observam, admirados. Maior Sermão Regularmente, lembro-me da experiência que tive em Phillipi e das palavras ditas por Miriam naquela manhã de inverno, em sua pequena choupana. Sem dúvida, deve ter sido o maior sermão que já ouvi. Ele tocou minha vida de um modo muito significativo e reforçou uma antiga verdade: O que importa na vida não é o que sabemos, mas quanto doamos de nós mesmos. Felizmente, antes de minha experiência em Phillipi, frequentei um curso sobre HIV/AIDS na Universidade Stellenbosch, na África do Sul. Por doze meses, assentamo-nos aos pés de professores que abordaram todo aspecto social, legal, físico, emocional e espiritual da epidemia. Um ano depois, estávamos aptos para receber nossos merecidos diplomas. Foi, entretanto, na pequena choupana de Miriam, um ano mais tarde, que fui confrontado com a verdade: o amor verdadeiro, o amor incondicional, não vem embalado em conhecimento, mas na compaixão que demonstramos aos outros. Amor verdadeiro é o desejo de desenrolar o arame que prende as portas dos marginalizados; é inclinar-me ante a fraca luz de seu sofrimento; é sentir a areia sob meus joelhos ao me prostrar à beira do leito do estigmatizado; é estender a mão amorosa para tocar o aflito; é confirmar o amor do perdão de Deus pelos pecadores; é ungir os rejeitados. Os últimos raios do crepúsculo da história da Terra lançam longas sombras sobre o sofrimento da raça humana. Em meio às multidões que buscam o prazer nas grandes cidades, você e eu nos confrontamos com as pequenas choupanas da sociedade. Se decidirmos trabalhar pelos rejeitados, construindo pontes de esperança para os que foram abandonados e esquecidos pela sociedade, sendo estigmatizados pelo pecado, também ouviremos as melodiosas palavras: “O único amor que conheço é o amor que você tem me mostrado!” Só então saberemos que não vivemos em vão. Agosto 2009 | Adventist World 15 Encontrando A Igreja Adventista de Beiguan, em Shenyang, abriga mais de três mil membros. Esquerda: CUMPRIMENTANDO OS FIÉIS: Pastor Jan Paulsen prega na Igreja Adventista de Beishi, em Shevayang, China, e é traduzido por Eugene Hsu. Abaixo: O presidente da igreja mundial cumprimenta os membros da congregação de Wuxi após culto de oração de quarta-feira à noite. M I T C H E L L / N S D F O T O S : R A J M U N D D A B R O W S K I / A N N G L E N N é F na A R T I G O D E C A PA Pela primeira vez, desde que Mao Tse-Tung proclamou a República do Povo da China, em 1949, foi possível a um presidente mundial da Igreja Adventista do Sétimo Dia liderar uma delegação de oficiais da igreja para visitar os fiéis adventistas naquele país. No mês de maio, o pastor Jan Paulsen e outros líderes da sede mundial da igreja e da Divisão Ásia-Pacífico Norte foram à China, com itinerário de uma semana, coordenado pelo pastor Eugene Hsu, vice-presidente da igreja mundial, nascido na China. O pastor Paulsen falou a congregações adventistas em Pequim, Wuxi e Shenyang. Visitou pastores das igrejas locais e reuniu-se com autoridades políticas e religiosas. Deixe-me ser mais específico. Às vezes, você encontra uma pessoa que tem uma atmosfera espiritual ao seu redor. Algo que desafia explicações; na verdade, não se pode definir nada além do fato de que exalam um senso de poder e força “espirituais”. Senti isso quando me encontrei com duas senhoras idosas, pastoras, que ali conhecemos. Penso que todos na delegação tiveram o mesmo sentimento. Hao Ya Jie é a pastora titular da Igreja Adventista Beiguan, em Shenyang. Quando começou seu ministério, há vinte anos, havia algumas dezenas de membros na igreja. Hoje, vinte anos mais tarde, há uma comunidade de sete mil! Três mil estão na igreja-sede e os outros, espalhados entre as setenta igrejas do distrito. Antes de eu pregar na igreja dela, ela me disse: “No fim da reunião, eu gostaria de fazer um convite para as pessoas virem à frente. Eu sempre faço isso.” E eu soube que essa era sua rotina todos os sábados. Ela tem sete auxiliares de tempo integral e quando, no fim do sermão, as pessoas vão à frente, esses assistentes tomam conta das pessoas que responderam ao apelo. Isso é feito de uma forma extraordinária! Quando Hao Ya Jie olha para você, mesmo que alguém esteja traduzindo suas palavras, há um inacreditável senso de força e calor em seus olhos. O senhor percebeu a paixão na oração dela? Sua voz quase falhou quando orava pelas pessoas que responderam ao apelo. Gostaria de ter ouvido sua oração traduzida. Os adventistas na China adoram a Deus sob circunstâncias singulares. O Estado considera a Igreja Adventista como parte da ampla igreja protestante chinesa, que é coordenada pelo Conselho Cristão da China / Movimento Patriótico, patrocinado pelo governo. Embora reconhecidos como um grupo de crenças distintas, os adventistas não têm autonomia de administração e não possuem instituições adventistas para a formação de pastores. As congregações geralmente precisam dividir os prédios das igrejas com congregações que guardam o domingo. Entretanto, apesar dos desafios, são um grupo que tem crescido dentro da cristandade chinesa. A estimativa atual sugere que haja aproximadamente 400 mil adventistas na China, frequentando cerca de quatro mil congregações e igrejas domiciliares. O editor da Adventist Wold, Bill Knott, fez parte dessa delegação. Poucos dias após seu retorno a Silver Spring, Maryland, ele conversou com o pastor Paulsen sobre essa histórica visita. KNOTT: O período de uma semana na China foi repleto de paisagens e experiências incríveis. Que impressões da viagem foram mais surpreendentes para o senhor? PAULSEN: Não me lembro de ter estado em qualquer outro lugar onde tenha sido tão movido espiritual e emocionalmente. No geral, o povo tem poucos recursos. Mesmo assim, vi como são alegres e como valorizam o que têm em Cristo. E essa sensação de fortaleza espiritual foi reforçada pela segunda pastora que encontramos, procedente de uma província do nordeste de Jilin. Zu Xiu Hua é responsável por um distrito com vinte mil membros. Vinte mil! Quando as restrições à religião na década de 1980 diminuíram, a igreja nessa região experimentou grande crescimento durante mais de uma década. Ela relatou a história de um grande batismo dirigido pelo único pastor que havia na época. Ele planejava batizar todas as pessoas, mas isso se tornou muito pesado para ele. Então, ficou em pé no rio, falou as palavras e os diáconos baixaram e levantaram os candidatos na água. O pastor ficou no rio por três dias e batizou três mil pessoas, mil por dia! Eu fiquei dentro de um rio, na África e, para batizar trezentas pessoas, ficamos quatro horas no rio barrento. Mas isso é inacreditável! Perguntamos a Zu Xiu Hua: “A que você atribui esse fato? Por que esse apelo é tão poderoso?” Ela respondeu: “As pessoas vêm para as palestras e veem nosso zelo e o Espírito Santo.” “Eles veem nosso zelo.” Aqui está uma resposta tão simples e, ao mesmo tempo, tão poderosa. E eu disse para mim mesmo: “Gostaria que nosso povo, em todos os lugares, tivesse esse mesmo zelo tão visível e forte!” Um de nossos companheiros de viagem perguntou a ela: “Qual é o assunto que a senhora mais gosta de pregar?” Ela olhou para ele e disse: “Sobre a cruz. O que mais seria?” Em sua entrevista, ela Agosto 2009 | Adventist World 17 F O T O S : R A J M U N D D A B R O W S K I / A N N INSTANTÂNEOS DA CHINA: Acima, à esquerda: Coro Adventista do Sétimo Dia se apresenta na Igreja Protestante de Wuxi durante culto no qual Pr. Paulsen pregou. Acima, à direita: Haw Xajie, pastora da Igreja Adventista de Beiguan, em Shenyang. Abaixo, à direita: Pr. Paulsen, Jairyong Lee, Eugene Hsu e Reverendo Gao Feng, presidente do Conselho Cristão da China – Movimento Patriótico, segura uma cópia especial da Bíblia “Siga a Biblia”, escrita em várias línguas. G L E N N M I T C H E L L / N S D mencionou o assunto do zelo e disse que é isso que distingue os adventistas dos outros grupos protestantes no interior. Por essa razão, a Igreja Adventista experimentou notável crescimento. Em alguns lugares, é inacreditável. Esse senso de zelo dos membros continua a impressionar-me. Já disse ao Senhor, mais de uma vez: “Fui para lá com o desejo de ser, de algum modo, um instrumento e, no entanto, eu é que recebi muito!” Se essas duas mulheres fossem pastoras na América do Norte ou numa região ocidental, seus livros estariam nas estantes de todos os lugares, porque são pastoras de mega-igrejas. Como o resto da Igreja Adventista deve olhar para esse crescimento fenomenal na China e como ele está relacionado a essas líderes emergentes? Bem, a China é incomparável. Em relação ao que vemos na China, não dá para colocar outra coisa ao lado e dizer: “Então…” A trajetória deles está relacionada a dificuldades e tem que ver com Deus encontrando um Elias e colocandoo onde as coisas são muito difíceis. Deus está encontrando essas vozes, essa dedicação, essas pessoas e as está equipando espiritualmente e usando-as de modo fenomenal. O fato é que temos, pelo menos, meia dúzia de mulheres pastoras, que são ordenadas e exercem o ministério na China. Nós as reconhecemos como ministras ordenadas; elas estão em nossas estatísticas e no Yearbook. Pode ser que alguém do mundo ocidental me diga: “Está vendo? Se fizeram isso na 18 Adventist World | Agosto 2009 China, podem fazer aqui!” Minha resposta seria: “Você quer que as coisas funcionem como na China?” A China é singular e o fato é que não temos controle sobre quem é ordenado. Tecnicamente, o Concílio Cristão da China (CCC), administrado pelo governo, tem a palavra final, mas a decisão geralmente é tomada em consulta com a congregação adventista local. Mas, na realidade, esse é um processo que não funciona do mesmo modo em todas as situações. Temos de reconhecer que Deus trabalha com a realidade de cada lugar. Já disse muitas vezes: “Obediência a Deus é sempre obediência, não importa onde você esteja.” E não se pode simplesmente transferir isso para outro lugar, porque você não tem a mesma situação ou os mesmos fatores. Durante a viagem, alguém falou de duas comparações bíblicas para o que está acontecendo na China: primeira, o Concílio de Jerusalém, onde a igreja precisava lidar com coisas sobre as quais não tinha controle; segunda, o batismo de Cornélio, que forçou a igreja a reconhecer o Espírito Santo atuando por maneiras e lugares inesperados. O que acha dessas comparações? Quando pensamos na China, precisamos reconhecer que ela é singular. Há limitações para se trabalhar ali, embora, ao mesmo tempo, haja muito potencial. Temos de ter força e coragem para permitir seu desenvolvimento, mesmo que o crescimento na China tome um formato diferente daquilo a que estamos acostumados. Evidentemente, o Espírito Santo está trabalhando ali. Em certa igreja, onde assistimos ao culto, havia dois salões, um em cada andar, ambos do mesmo tamanho e ambos lotados. Havia, ainda, pessoas sentadas nas escadas entre os salões, para que pudessem pegar alguma coisa do que estava acontecendo. Há muita fome de Deus, da Palavra e, também, da comunhão com outros crentes. Bill, como você pode experimentar tudo isso sem se emocionar? Seria tão bom se tivéssemos isso em todos os lugares! Vi aquelas pessoas sentadas na escada, rostos iluminados, cantando os hinos como se estivessem na primeira fila. E eles podiam ouvir apenas um velho e gasto auto-falante. Foi emocionante ver como o evangelho é atrativo para eles. Outro sentimento que ficou fixado em minha mente, e tenho certeza de que na sua também, é a visão que eles têm de treinar os leigos. Nosso ministério na China é basicamente direcionado aos leigos e ao treinamento deles. Poucas pessoas frequentaram o seminário dirigido pelo Concílio Cristão da China. Nessas instituições, nosso povo recebe formação teológica geral e treinamento bíblico, mas, até agora, não há um local onde possam receber a visão especificamente adventista de que precisam. Assim, a maioria dos que servem nossas igrejas como pastores e diáconos (são pastores na realidade, mas não empregados em tempo integral) são treinados na igreja local. É um treinamento em horário de trabalho, mas muito concentrado e disciplinado. Alguém pode ser tentado a dizer: A maior parte das pessoas que dirigem os treinamentos não possui uma educação formal! Mas, então, você olha nos olhos dessas duas pastoras sobre as quais já falamos. Se, de algum modo, esse zelo pode ser transferido de uma geração de líderes de igreja para outra, que bênção! Quando estávamos nos despedindo da igreja de Beiguan, fui tocado por um momento espontâneo, quando o coral saiu e rodeou o senhor e começou a cantar. Eles não haviam planejado fazer aquilo, surgiu no momento. Para mim, esse foi um dos momentos mais memoráveis da viagem. Eu havia visto a delicadeza, a reserva, o decoro daquela sociedade. Mas, de repente, aconteceu esse momento, e era como se eu estivesse na África! O canto, as palmas! O senhor já falou do que essa visita significou em sua vida. O que, em sua opinião, a visita de uma delegação da igreja mundial significou para os adventistas da China? Bem, espero que tenham se sentido enormemente apoiados; que tenham sentido: “Somos parte de uma família. Não fomos esquecidos. Não estamos fora do círculo. O fato de essas pessoas terem vindo aqui nos visitar mostra que, de fato, somos da família.” O senhor falou sobre isso em todos os lugares que visitamos. E eu pensei: É disso que este povo tem fome. O senso não apenas de união de uns com os outros, mas o senso de estar conectado com a família mundial. Gostaria de saber como o senhor avaliará o impacto dessa visita, em longo prazo. Acha que afetará de alguma maneira a habilidade da igreja de operar com mais sucesso na sociedade chinesa? Sim e não. Penso que internamente a igreja se sentirá habilitada pela expansão de sua própria força para encontrar maneiras de manter as coisas funcionando. Mas acho que, no que se refere aos funcionários do governo, as suspeitas podem aumentar. As autoridades estão comprometidas em limitar o que possa ser muito “diferente”; eles definem os Cristãos Protestantes da China como “pós-denominacionaais”. Mas tenho convicção de que essa é uma descrição política que pouco tem a ver com a verdadeira essência do cristianismo. Faltalhes a liberdade que é tão preciosa para todos os cristãos, a liberdade de ser aquilo para o que você foi escolhido e para expressar seus valores. É difícil predizer futuros desdobramentos. Sinto que os adventistas na China precisam explorar os limites do que é possível. Enquanto a igreja for chinesa, dirigida por chineses e, enquanto respeitarmos as limitações de como nós, internacionalmente, nos relacionarmos com a igreja na China, as autoridades, provavelmente, poderão tolerar um pouco mais. Eles não parecem estar muito envergonhados com o fato de: “Sim, vocês têm suas características especiais, como guardar o sábado, etc.” Mas, em relação ao fato de estarmos internacionalmente ligados, temos que ser muito cautelosos e prudentes. Há muitos pastores no mundo adventista que podem estar interessados em saber como poderiam servir na China. O que o senhor diria a esses ministros, baseado em sua visita? Eu diria que os adventistas na China, devido à natureza extremamente delicada de sua situação, são os mais indicados para cuidar de sua própria missão. Às vezes, quando ministérios de apoio vão a lugares como a China, criam vulnerabilidades e exposições que não são vantajosas para a igreja. Assim, eu diria: “Por favor, orem pelos seus irmãos e irmãs na China. Se tiverem recursos para ajudá-los, então ajudem. Eles precisam de mais igrejas. Mas deixem que tomem a iniciativa.” É bom frisar que eles têm acesso a muita literatura adventista. Quarenta e cinco livros de Ellen G. White já estão traduzidos para o chinês. Minha impressão dessa visita e também das visitas no fim dos anos 1990, é que o Adventismo do Sétimo Dia na China não se “extraviou”. Sinto que é um adventismo centrado, bastante tradicional e com sua identidade adventista ricamente cultivada. O senhor então diria: “Ajude a igreja, mas não pense em ir até lá para remodelá-la”? Exatamente. Penso que ninguém deveria tomar tal iniciativa por si mesmo. Se alguém quiser saber como pode ajudar a missão da igreja na China, vamos conversar. Vamos nos aconselhar e descobrir uma boa maneira de fazê-lo. Agosto 2009 | Adventist World 19 C R E N Ç A S F U N D A M E N T A I S NÚMERO 6 m a r avi l h a s da rıação C Por John T. Baldwin, Leonard R. Brand, C harles Darwin chegou à famosa conclusão de que o Antigo Testamento contém “uma falsa história do mundo” e, portanto, “não se deve confiar na Bíblia… mais do que em qualquer crença bárbara”.1 Os membros da Igreja Adventista do Sétimo Dia vivem em um mundo onde a evolução é considerada natural e, em geral, segue a lógica de Darwin. Além disso, um número crescente de estudiosos e cientistas cristãos conclui que, uma vez que não se deve crer no relato da origem das coisas, outras “verdades” da Bíblia não podem ser aceitas como confiáveis.2 Os adventistas, porém, continuam a valorizar o ensinamento bíblico da criação especial (isto é, uma criação recente e de uma semana). Por quê? Este artigo considera por que a doutrina da criação ainda é especial e profundamente importante, abordando primeiro sua base escriturística, como endossado recentemente pela Comissão Este artigo representa a colaboração única entre estudiosos da Bíblia, teólogos e cientistas. John T. Baldwin é professor de Teologia do Departamento de Teologia e Filosofia Cristã, na Universidade Andrews. Randall W. Younker é professor de Antigo Testamento e Arqueologia Bíblica na mesma universidade. Leonard R. Brand é professor de Biologia e Paleontologia na Universidade de Loma Linda, e Art Chadwick é professor de Geologia e Biologia na Universidade Adventista do Sudoeste. 20 Adventist World | Agosto 2009 Por que a criação especial é importante Arthur Chadwick e Randall W. Younker Executiva da Associação Geral,3 seguida de uma observação mais próxima no impacto que a doutrina da criação especial tem sobre quatro doutrinas fundamentais. A Criação Especial nas Escrituras O ensino bíblico sobre a criação especial é baseado em sete passagens fundamentais referentes à criação, a saber, Gênesis 1 e 2; Êxodo 20:8-11; Salmos 19:1-6; 33:6, 9; 104; Hebreus 11:3, que devem ser relacionadas a Apocalipse 14:6, 7. O relato de Gênesis 1 e 2 é importante. Esses dois capítulos complementares ensinam intencionalmente o cômputo da história da Terra e a origem das primeiras formas de vida no Planeta.4 Êxodo 20:8-11, escrito pelo dedo de Deus, lembra-nos o lugar central do sétimo dia, o sábado, como memorial da criação. O quarto mandamento só faz sentido se a semana da criação foi um evento literal de sete dias que claramente se refere ao relato de Gênesis. Ela descreve, com clareza, a criação de Deus em um curto período de tempo, culminando com criaturas que ostentam Sua própria imagem, incumbidas da responsabilidade de cuidar do mundo. Os adventistas, em geral, têm endossado a opinião de que esses históricos dias da Criação não foram míticos ou metafóricos, nem os chamados dias divinos literais, onde cada um dos seis dias supostamente seja traduzido em milhões de anos da Terra, chegando a alguns bilhões de anos.5 Os dias da Criação foram dias como os nossos, compostos de 24 horas literais. Além disso, o material cronológico em Gênesis 4, 5 e Mateus 1 são compatíveis apenas com o tempo de poucos milhares de anos desde a Criação e não com milhões de anos. Entretanto, por que é importante saber há quanto tempo aconteceu? Por que nos preocuparmos com o tempo? Isso é muito importante, e a razão é que envolve nossa resposta às interpretações científicas modernas sobre a idade geológica e o que dizem sobre a natureza de Deus e sobre a Bíblia. Os tempos primordiais e a teoria da evolução de todas as criaturas passam de mão em mão. Temos que escolher entre tempos primordiais, associado à evolução das formas vivas, e a semana recente da criação bíblica. O conceito da criação recente é importante. Ele protege contra o conceito da evolução teísta ou progressiva, o qual parece alastrar-se na compreensão adventista de criação especial. Apocalipse 14:6, 7 salienta a importância da doutrina da criação especial no contexto da cultura pós-moderna de nossos dias. A linguagem específica da última mensagem de Deus para o mundo é tal que fervorosamente todas as pessoas são chamadas a adorar a Deus, porque utilizou em Sua criação o método breve, pacífico, compassivo de seis dias, em alusão a Êxodo 20:11. Isso reafirma uma criação especial do mundo, muito importante para o tempo do fim. Em um mundo neo-darwinista, é demonstrado que Deus é totalmente digno de culto por causa do método breve, recente e temporal que Ele usou na Criação. No clímax da Criação, Deus descansou, abençoou e santificou o sétimo dia, instituindo assim o sábado do sétimo dia, com base na Criação, para toda a humanidade (Marcos 2:27). O sábado serve como imutável memorial da conclusão da Criação de seis dias, e de uma relação santificada entre o Criador e os seres criados à Sua imagem. Quando a Criação foi concluída, Deus declarou que Seu trabalho criativo era “muito bom” (Gn 1:31). Posteriormente, o autor do Salmo 19 ecoa essa aprovação e entusiasmo divinos, relacionando a Criação com a glória de Deus (Sl 19:1-6). Criação Especial e Outras Doutrinas Bíblicas A combinação de quatro razões principais mostra por que é importante a crença em uma criação histórica recente. Primeiro, a criação está indissoluvelmente ligada à autoridade e inspiração das Escrituras. Se a leitura literal de Gênesis 1 e 2 não pode ser confiável, qual será o critério para indicar as partes “confiáveis” ou “duvidosas” da Bíblia? Segundo, o conceito alternativo de uma evolução teísta e progressiva produz problemas insolúveis envolvendo os ensinos bíblicos sobre o caráter amoroso do Criador (1Jo 4:8). Se alguém aceita a evolução teísta como o suposto método divino intencional da criação, teria que harmonizar mais de 3,8 bilhões de anos de trauma, ações predatórias, doença, morte, extinções em massa, sofrimento, incontáveis catástrofes geológicas de todas as formas e outros tantos males, com a imagem bíblica de um Deus de amor.6 O cientista David Hull concorda afirmando que o Deus incluído na teoria evolucionista não é nem amoroso, nem um Deus a quem alguém estaria inclinado a orar, mas alguém quase diabólico.7 Definiti- vamente, esse não é o Deus que cuida até dos pardais(Mt 10:29-31). Terceiro, o conceito de uma criação de milhões de anos requer necessariamente a negação da histórica queda literal, da inundação global e de um Adão histórico, por meio do qual o pecado passou para toda a humanidade e, em última instância, implica a negação da necessidade de aceitar a Jesus como Salvador por intermédio de Sua vida e morte na cruz (Gn 2:9, 17; Rm 5:12, 14; 6:23; 8:20, 21; 1Co 15:26). Com essa perspectiva, a morte no reino animal, incluindo os hominídeos, aparece milhões de anos antes do pecado, comprometendo assim a expiação e a redenção. Quarto, uma criação especial histórica confirma a razão divina para a observação do sábado. Considere algumas implicações se, como alguns sugerem, Deus, no mandamento do sábado de Êxodo 20:11, está apenas usando uma linguagem compreensível aos seres humanos e não dizendo o modo real como Ele criou os seres vivos na Terra, em seis dias literais. Se for assim, o próprio Deus comete duas vezes o proibido falso testemunho no mandamento do sábado. Contrariamente ao que afirma, lido literalmente, Ele não criou o mundo em seis dias, nem descansou no sétimo dia. (Será que também abençoou o sétimo dia?) Se o mandamento for compreendido no sentido não histórico, Deus fundamenta o divino propósito para a adoração no sétimo dia sobre eventos que nunca aconteceram. Ao fazê-lo, parece que Deus coloca em dúvida Sua própria sabedoria e credibilidade. Unindo Tudo A criação especial preserva a integridade das Escrituras, salvaguarda o amoroso e louvável caráter de Deus, confirma a realidade da expiação, redenção e integridade do sábado do sétimo dia. Essas razões, e outras mais, mostram por que uma criação especial do mundo é tão importante para a missão e a mensagem adventista. Nora Barlow, ed., The Autobiography of Charles Darwin 18091882 (Nova Iorque: Norton, 1958), p. 85. 2 Langdon Gilkey, Religion and the Scientific Future: Reflections on Myth, Science and Theology (Macon, Ga.: Mercer University Press, 1970), p. 9. 3 Devido à importância da criação especial, a Igreja Adventista patrocinou recentemente, dois Seminários Internacionais Sobre Criação, Fé e Ciência (2002 e 2004) e encorajou, em todo o mundo, em 2003, a realização de seminários regionais. Um documento de consenso foi criado no Seminário Internacional Sobre Fé e Ciência de Denver (2004), intitulado “Confirmação da Criação”, e encaminhado para a Comissão Executiva da Associação Geral, no Concílio Anual de 2004. Esse corpo da Associação Geral, de 353 membros, discutiu e aceitou o relatório de Denver e votou a histórica resposta chamada: “Resposta à Confirmação da Criação”. Esse documento, publicado, entre outros canais de publicação, pela edição da Divisão Norte-Americana da Adventist Review, 4 de agosto de 2005, p. 11, afirmou a semana da criação recente, literal e histórica, composta de dias como os nossos e um dilúvio global. A palavra global foi significativamente usada, pela primeira vez, em votação de uma declaração sobre a Criação, na Associação Geral. 4 Randall W. Younker, “Genesis 2: A Second Creation Account?” in Creation, Catastrophe & Calvary, ed. John T. Baldwin (Hagerstown, Md.: Review and Herald, 2000), p. 40-68. 5 Opinião formulada por Gerald L. Schroeder, The Science of God: The Convergence of Scientific and Biblical Wisdom (New York: Free Press, 1997). 6 Veja Thane Hutcherson Ury, “The Evolving Face of God as Creator: Early Nineteenth-Century Traditionalist and Accommodationist Theodical Responses in British Religious Thought to Paleonatural Evil in the Fossil Record,” (Ph.D. diss., Andrews University, 2001). 7 David L. Hull, “The God of the Galápagos”, Nature, v. 352, nº 6335 (8 de agosto de 1991), p. 486. 1 Criação Deus é o Criador de todas as coisas, e revelou na Escrituras o relato autêntico de Sua atividade criadora. “Em seis dias, fez o Senhor os céus e a Terra” e tudo que tem vida sobre a Terra, e descansou no sétimo dia dessa primeira semana (Êx 20:11). Assim, Ele estabeleceu o sábado como perpétuo monumento comemorativo de Sua esmerada obra criadora. O primeiro homem e a primeira mulher foram formados à imagem de Deus como obra-prima da Criação; foi-lhes dado domínio sobre o mundo e atribuída a eles a responsabilidade de cuidar dele. Quando o mundo foi concluído, ele era “muito bom”, proclamando a glória de Deus (Gn 1; 2; Êx 20:8-11; Sl 19:1-6; 33:6, 9; 104; Hb 11:3). Agosto 2009 | Adventist World 21 E S P Í R I T O D E P R O F E C I A O Poder de um Testemunho Vıv Por Ellen G. White 22 Adventist World | Agosto 2009 “Então, os que temiam ao Senhor falavam uns aos outros; o Senhor atentava e ouvia; havia um memorial escrito diante dEle para os que temem ao Senhor e para os que se lembram do Seu nome. Eles serão para mim particular tesouro, naquele dia que prepararei, diz o Senhor dos Exércitos; poupá-los-ei como um homem poupa a seu filho que o serve.” Isaías não apenas contemplou a glória de Cristo, mas também falou com Ele. Enquanto Davi meditava, o fogo queimava; então falou ele com sua língua. Enquanto meditava sobre o extraordinário amor de Deus, não podia falar sobre o que vira e sentira. Quem, pela fé, contempla o maravilhoso plano da redenção, a glória do Filho unigênito de Deus, e não fala a respeito? Quem pode contemplar o insondável amor expresso pela morte na cruz do Calvário, para que todo aquele que nEle crê não pereça, mas tenha vida eterna e não tem palavras para expressar seu louvor pela glória do Salvador? Quem pode tornar-se participante do Seu amor e não admira, reverencia e adora? “Sim, Ele é totalmente desejável.” Ele é “o mais distinguido entre dez mil”; “e no Seu templo tudo diz: Glória!” O doce cantor de Israel louvava-O com a harpa: “Meditarei no glorioso esplendor da Tua majestade e nas Tuas maravilhas.” Ao contemplarem a Cristo, os que amam e temem ao Senhor serão reunidos e “falarão um ao outro com palavras cheias de fervor”. F O T O : M AT T H E W H E R Z E L “Falar-se-á do poder dos Teus feitos tremendos, e contarei a Tua grandeza. Divulgarão a memória de Tua muita bondade e com júbilo celebrarão a Tua justiça… Falarão da glória do Teu reino e confessarão o Teu poder; para que aos filhos dos homens se façam notórios os Teus poderosos feitos e a glória da majestade do Teu reino.” Tal será a conversação dos que são descritos nas escrituras: “Então, os que temiam ao Senhor falavam uns aos outros.” E Deus é representado como ouvindo suas palavras e escrevendo-as em um livro. o Exaltando Sua Testemunha O testemunho de João, o discípulo amado, é: “O que era desde o princípio, o que temos ouvido, o que temos visto com os nossos próprios olhos, o que contemplamos, e as nossas mãos apalparam, com respeito ao Verbo da vida (e a vida se manifestou, e nós a temos visto, e dela damos testemunho, e vo-la anunciamos, a vida eterna, a qual estava com o Pai e nos foi manifestada), o que temos visto e ouvido anunciamos também a vós outros, para que vós, igualmente, mantenhais comunhão conosco. Ora, a nossa comunhão é com o Pai e com Seu Filho, Jesus Cristo. Estas coisas, pois, vos escrevemos para que a nossa alegria seja completa. Ora, a mensagem que, da parte dEle, temos ouvido e vos anunciamos é esta: que Deus é luz, e não há nEle treva nenhuma.” Certamente, os que falam uns aos outros da bondade do Senhor são altamente privilegiados. “Vós, porém, sois raça eleita, sacerdócio real, nação santa, povo de propriedade exclusiva de Deus, a fim de proclamardes as virtudes dAquele que vos chamou das trevas para a Sua maravilhosa luz.” Temos ricos temas para meditar e conversar, temas que irão interessar, encorajar e elevar a alma a demorar-se neles; e se as testemunhas de Deus, que são o objeto de Sua graça, sobre quem os raios do Sol da Justiça estão brilhando, retiverem sua paz, as pedras, imediatamente, falarão. Deus será glorificado. e difundirão essa luz para o mundo em trevas. Oh, por que não vemos nas lições e especialmente nas orações de Cristo como os cristãos podem ser perfeitos em união e assim representar a glória de seu Redentor? Se os que creem na verdade colocassem em prática a oração de Cristo em sua vida, cresceriam na graça e no conhecimento da verdade. Chegariam à completa estatura de homens e mulheres em Cristo. Como crentes em Cristo, eles são “edificados sobre o fundamento dos apóstolos e profetas, sendo Ele mesmo, Cristo Jesus, a pedra angular; no qual todo o edifício, bem ajustado, cresce para santuário dedicado ao Senhor, no qual também vós juntamente estais sendo edificados para habitação de Deus no Espírito”. O crente em Cristo precisa compreender a obra do poder das trevas em trazer dissensão e divisão ao seio da igreja, para que seus membros não apresentem a unidade pela qual Cristo orou. O povo de Deus tem grandemente desonrado Seu nome e deturpado a verdade pela sua alienação e falta de amor uns pelos outros. À medida que seu amor por Deus foi esfriando, perderam a simplicidade infantil que une, em amor e ternura, coração a coração. Há desumanidade; há separação entre uns e outros. Muitos dizem, por suas ações, que não se importam com a oração de Cristo. Não se sentem sob especial obrigação de amar um ao outro como Cristo os amou. Jesus pode fazer pouco por essas almas, pois às Suas palavras e Espírito é negado acesso ao coração. Seu Testemunho Salva Muitos estão em trevas e não sabem a causa. Não estão em paz com Deus, não são um com Cristo, nem estão unidos uns com os outros. Parecem pensar que têm a liberdade de agir com o sentimento natural do coração. Palavras e atos testificam que não desejam estar em união com aqueles que não concordam com seu modo de pensar, mesmo entre os crentes. Todos, porém, que nutrem tais ideias e acariciam tais pensamentos, necessitam de conversão. Precisam viver de acordo com toda a palavra que sai da boca de Deus. A religião de Cristo não deve ser controlada por impulso. O amor de uns pelos outros não deve ser manifestado por meio de elogios e lisonja, mas pela fidelidade verdadeira. Se virmos alguém em perigo, devemos dizer-lhe com clareza, gentilmente, mesmo correndo o risco de desagrado. Devemos depender totalmente de Deus; necessitamos orar mais. Devemos nos apegar firmemente à verdade, porém devemos apegar-nos com fidelidade. Ao falarmos da verdade com fidelidade, devemos falar com amor. Suas Testemunhas Unidas Se os membros da igreja forem um com Cristo, estarão unidos uns com os outros. Essa união de crentes será um testemunho vivo para o mundo sobre o poder do Evangelho. Unidos, receberão os brilhantes raios da luz do Sol da Justiça Este artigo foi publicado na revista The Present Truth, em 12 de janeiro de 1893. Os adventistas do sétimo dia creem que Ellen G. White exerceu o dom profético bíblico durante mais de 70 anos de ministério público. Agosto 2009 | Adventist World 23 S E R V I Ç O C om uma comunidade adventista de mais de 2,5 milhões de pessoas, a Divisão Sul-Americana cresce em ritmo acelerado, embora a igreja enfrente desafios que ameaçam diminuir esse ritmo de crescimento. Desde as grandes cidades até as áreas rurais, milhões de pessoas ainda precisam conhecer o evangelho. Há também a necessidade de formar pastores e treinar os membros leigos para ajudar a sustentar o crescimento já ocorrido. “Somos parte da igreja mundial, fazendo nossa parte, com rapidez e paixão”, diz Erton Köhler, presidente da Divisão Sul-Americana. “Com o crescimento que temos tido, e os desafios que enfrentamos, precisamos que a igreja mundial nos dê as mãos para participar conosco da missão da igreja na Divisão Sul-Americana. Os recursos financeiros proporcionam os meios para pregarmos o evangelho.” Trabalhando na Vizinhança Uma das ofertas do décimo terceiro sábado em 2006 ajudou a construir capelas e igrejas no norte da Argentina, expandir escolas no Brasil e iniciar um projeto de evangelização dos morado- res da favela da Rocinha, no Rio de Janeiro. Uma das escolas a receber parte da oferta foi a de Petrópolis, localizada nas montanhas, fora do Rio de Janeiro. Essa escola abriga hoje mais de 400 alunos, dos quais, mais da metade moram no internato. A oferta de 2009 está expandindo o dormitório dos rapazes e será concluído para o início do próximo ano escolar, em janeiro de 2010. Os alunos desse campus estão aprendendo a como testemunhar de Jesus. As pessoas que trabalham nas favelas do Rio de Janeiro também foram beneficiadas pelas ofertas de 2006. Essa comunidade, dominada pelo crime, é o lar de milhões de pessoas que vivem em circunstâncias muito difíceis. O trabalho ali é árduo e o progresso é lento. Suas ofertas ajudaram a comprar um terreno onde será construída uma nova igreja para abrigar os novos membros que decidiram viver uma nova vida em Jesus. O pastor Sal Costa iniciou uma classe bíblica numa garagem. Seu pequeno grupo começou com três membros e, Crescimento no Sul Por Daniel Weber 24 Adventist World | Agosto 2009 A igreja, na América do Sul, é beneficiada pela generosidade dos adventistas de todo o mundo hoje, mais de quarenta pessoas já foram batizadas e estão frequentando a igreja todos os sábados. “Somos gratos pelas ofertas para o trabalho na garagem e continuamos com esse pequeno grupo”, diz Costa. “Já conseguimos comprar uma pequena casa para continuar o trabalho.” Educação Acessível e Disponível Uma das áreas que mais crescem na Divisão Sul-Americana é a União Norte Brasileira. Cresce a um ritmo tão acelerado que, em 2010, será dividida em duas uniões. São acrescentados à União Norte Brasileira cerca de 45.000 membros, cada ano, fazendo com que o número de membros chegue a mais de 350 mil pessoas. Isso pode soar como sendo muito, mas a União compreende mais de 45% de todo o território brasileiro, cobrindo quase 14 milhões de quilômetros quadrados (cerca de 1,4 bilhões de hectares). Isso levou a igreja a enfrentar dois grandes desafios no norte do Brasil: Primeiro, por causa do incrível crescimento do número de membros, há uma grande necessidade de pastores formados para pastorear os novos grupos de crentes. Segundo, é a necessidade de evangelizar as áreas remotas dessa união, alcançar os não alcançados que vivem nas florestas e ao longo dos rios do norte do país. Para ajudar a preparar obreiros para apoiar o dramático crescimento, a Divisão Sul-Americana está construindo o Colégio Adventista da Amazônia, que abrirá suas portas para estudantes de Teologia em 2010. Uma parte das ofertas do décimo terceiro sábado deste trimestre ajudará a construir um dormitório no campus, para abrigar esses futuros pastores. A escola tem planos de expansão para oferecer cinco cursos universitários e acomodar mais de 1.500 alunos. O projeto dos prédios é ecologicamente correto, com as mais recentes técnicas de economia de energia para que o custo do ensino seja acessível. F O T O S C E D I D A S P E L A S E D E D A M I S S Ã O Hoje, os jovens precisam viajar para São Paulo ou Bahia, três mil quilômetros, em média (podendo chegar a 5 mil, dependendo da região) para frequentar uma faculdade adventista. A maioria frequenta escolas públicas locais, onde não há o curso teológico. Quando a construção for concluída, a escola será a maior fonte de novos pastores que ajudarão a formar e cuidar das igrejas no norte do Brasil. Evangelizando com Rádio Na costa ocidental da América do Sul, está o país montanhoso, Equador, uma das regiões de crescimento mais rápido na Divisão Sul-Americana. O Equador possui 13 milhões de habitantes e a Igreja Adventista tem mais de 76 mil membros. A igreja cresceu ali como fruto do tremendo esforço evangelístico pelo ministério do rádio. A igreja opera uma rede de estações de rádio que alcança uma audiência de cerca de 200 mil ouvintes. Nos últimos cinco anos, a estação de rádio foi responsável por mais de 700 batismos e por oferecer quatro mil estudos bíblicos somente no norte do Equador. A rádio concentra seus programas nos temas de saúde, família e crescimento espiritual. A maior parte de seus ouvintes são instruídos e cerca de 95% não são adventistas do sétimo dia. Os programas são criados e transmitidos de uma pequena estação, em Quito, capital do Equador. Sua equipe de três pessoas é dirigida por Miguel Martínez, diretor da emissora de rádio. Jorge Cruz, capelão da rádio, supervisiona o programa de estudos bíblicos. Mais de noventa voluntários dão estudos bíblicos e vão aos lares dos ouvintes que solicitam visita. Yolanda e Augusto, um casal voluntário, trabalha na cidade de Alangasi, nos subúrbios de Quito. Recentemente, eles visitaram o lar de Maria Roque, mãe solteira. Enquanto visitavam Maria, Yolanda sugeriu que ela ouvisse a rádio adventista. Maria gostou do que ouviu e logo pediu a Yolanda e Augusto que estudassem a Bíblia com ela. Agora A D V E N T I S TA Maria, seu filho e filha são membros batizados na Igreja Adventista. Cruz diz que a estação de rádio é um grande instrumento para entrar nos lares das pessoas no Equador. “Deus está nessa estação de rádio”, diz ele. Uma parte da oferta do décimo terceiro sábado deste trimestre ajudará a expandir o alcance do ministério do rádio no Equador. Miguel Martínez diz: “Esperamos que essa oferta seja generosa, porque será usada para a compra de antenas e transmissores que ligarão nossas quatro estações de rádio.” A três horas de viagem de Quito, está a pequena cidade de Santo Domingo de los Colorados. Ali, a igreja opera o Colégio Adventista do Equador, escola de ensino médio, onde também há um seminário com 65 alunos. Mais de 400 alunos, de todas as partes do país, frequentam essa escola para receber a educação adventista. Uma parte da oferta do décimo terceiro sábado ajudará a renovar o dormitório masculino, que abriga os alunos do seminário (o dormitório necessita de reparos urgentes), para que a escola continue a formar futuros pastores para a Igreja Adventista no Equador. À medida que a igreja continua a crescer através de seus métodos evangelísticos, também cresce a necessidade de formar novos pastores. Desde o princípio das ofertas do décimo terceiro sábado, em 1912, os adventistas do sétimo dia têm apoiado o crescimento da igreja com fervorosas orações e ofertas. Hoje, essas mesmas ofertas ajudam a espalhar a mensagem de esperança do breve retorno de Jesus para o povo da América do Sul. Obrigado por suas orações e apoio. Para ler mais sobre o progresso da Missão Adventista, visite www.AdventistMission.org. Daniel Weber é produtor de vídeo para a sede da Missão Adventista. Agosto 2009 | Adventist World 25 P E R G U N TA S B Í B L I C A S P E R G U N T A : Por que Cam foi punido tão a relação heterosexual, nunca relações homossexuais. Isso elimina a suposição de que Cam tenha violado o pai. severamente por ter visto a nudez de seu pai Terceiro, na narrativa, o verbo “ver” é entendido no (Gn 9:18-27)? sentido literal. É dito que Noé estava nu e Cam o viu. É dito, ainda, que seus dois irmãos tomaram precaução para não ver a nudez do pai. Eles tomaram “uma capa, e passagem bíblica à qual você se refere é interpretada puseram-na sobre os ombros, e andando virados para trás, de diferentes maneiras. Isso é prova de que, realcobriram a nudez de seu pai” (verso 23). O texto acrescenta: mente, é um assunto difícil. O principal problema é “tendo os rostos virados, de maneira que não viram a definir o pecado de Cam, e qual o significado da frase: nudez de seu pai”. É impossível argumentar que o verbo “vendo a nudez de seu pai”. O segundo problema é o rigor “ver” seja usado em sentido figurado. Os irmãos fizeram da punição. Antes de abordar essas questões, deixe-me tudo que podiam para evitar ver o que resumir as diferentes interCam havia visto. Esse é o sentido pretações dessa passagem. básico do texto e não apoia qualquer 1. Ato Sexual Impróprio: outra interpretação. Muitos intérpretes argumen3. O Pecado de Cam: No Oriente, tam que essa narrativa se esse era um problema muito sério. refere à má conduta sexual A pergunta óbvia é: Por quê? No caso de Cam. Eles se baseiam nas de Cam, o problema não foi o que ele frases “vendo a nudez de seu viu, mas o que contou aos outros. pai”, “descoberto a nudez de” Essas duas ações, mesmo que a prialguém. Essas mesmas frases meira tenha sido acidental (embora são empregadas em Levítico o verbo ra’ah, “ver”, possa significar 20:17 para designar relação “inspecionar, olhar para”; [Gn 11:5, sexual. Assim, alguns sugePor Nm 21:8, cf. Gn 6:21]), demonstraram rem que esse seja um caso de Angel Manuel grande desrespeito para com Noé, incesto paternal (homosseRodríguez sendo uma violação do mandamento xualidade). Outros sugerem que ordena honrar os pais. A narrativa que, uma vez que a frase sugere que Cam desonrou e desagra“vendo a nudez de seu pai” dou seu pai. A maldição pronunciada era uma invocação a pode significar ter relações sexuais com a esposa do pai Deus, um pedido por justiça. Não (cf. Lv 18:14), Cam violou a esposa de Noé. Outros argumentinha como objetivo fixar o destino de Canaã; entretanto, tam que Cam castrou seu pai. Essa suposição é baseada no o filho de Cam tornou-se o objeto da maldição, pois fato de que a Bíblia descreve como “o que lhe fizera o filho implicava similaridade de caráter. O cabeça da família foi mais moço” e que nada mais é dito sobre Noé ter outros punido por meio da responsabilidade pública baseada na filhos. Essas suposições, entretanto, ignoram ou eliminam o solidariedade familiar. contexto imediato da história. A narrativa pode soar um tanto estranha, mas nos fala 2. Cosiderações Contextuais e Linguísticas: Mas o que, algo sobre família, responsabilidades e a necessidade de muitas vezes, é esquecido é o fato de que a frase “descobrir a evitar conflitos que resultem em dor para os pais, filhos e até nudez” não é encontrada em Gênesis 9:18-27. O que enconmesmo para os descendentes. tramos é um Noé bêbado, que, depois de ficar inconsciente, A história ainda ressalta a necessidade de ser vigilante; o tirou a roupa, achando-se “nu dentro de sua tenda” (verso 21). que acontece na família, como um núcleo social, impactará Segundo o dicionário hebraico, o verbo galah, nesse caso em tanto negativa como positivamente até mesmo a nação. particular, significa “expor-se a si mesmo”. Nada no contexto Uma família unida em amor e no serviço para Deus e para sugere que Cam descobriu seu pai. Essa frase, portanto, os outros cumprirá o propósito de Deus ao criá-la. não deveria ser importada para essa história para esclarecer o pecado de Cam. Isso torna praticamente improvável a sugestão de incesto. Segundo, o significado da frase “ver a nudez” deveria ser Angel Manuel Rodríguez é diretor do Instituto de Pesquisas determinado pelo contexto imediato. Em Levítico, refere-se Bíblicas da Associação Geral. A Por que Tanta Severidade Cam? em Relação a 26 Adventist World | Agosto 2009 E S T U D O O B Í B L I C O Sacerdote Intercessor Por Mark A. Finley d o a p o c a l i p s e O Apocalipse, último livro da Bíblia, descreve Jesus como o nosso Senhor. Ele está vivo. Reina em Seu trono, no santuário celestial. Nosso mundo está em Suas mãos. Ele vela constantemente sobre Seus filhos. Tudo o que nos preocupa, preocupa-O também. Nosso Senhor ressurreto ministra diante do trono de Deus em nosso favor. Neste mês, ao contemplarmos o Céu pelos olhos das Escrituras, mais uma vez ficaremos maravilhados com Seu infinito amor e cuidado. 1. Como João descreve Jesus, nosso Salvador ressurreto? “Graça e paz a vós outros, da parte dAquele que é, que era e que há de vir, da parte dos sete Espíritos que se acham diante do Seu trono e da parte de Jesus Cristo, a Fiel Testemunha, o Primogênito dos mortos e o Soberano dos reis da Terra” (Ap 1:4, 5). Jesus é a Testemunha. Jesus é o dos . Jesus é o dos da Terra. Jesus, a Fiel Testemunha, compreende cada experiência pela qual passamos. Ele próprio venceu a morte; por isso, é capaz de lidar com qualquer desafio que enfrentamos. Do Seu trono, Ele guia o destino de nosso Planeta. Nosso destino final está em Suas mãos. 2. Qual foi a declaração de Jesus sobre Si mesmo? “Eu Sou o primeiro e o último e Aquele que vive; estive morto, mas eis que estou vivo pelos séculos dos séculos e tenho as chaves da morte e do inferno”(Ap 1:17, 18). Jesus esteve morto, mas agora está . 3. Que promessa fez Jesus à igreja de Filadélfia em Apocalipse 3? “Conheço as tuas obras - eis que tenho posto diante de ti uma porta aberta, a qual ninguém pode fechar - que tens pouca força, entretanto, guardaste a Minha palavra e não negaste o Meu nome” (Ap 3:8). Deus colocou diante da igreja uma . Em Apocalipse 4:1, João ficou maravilhado quando olhou e viu uma porta aberta no Céu. Ao contemplar o Céu, ele viu o Pai sentado sobre Seu trono, entre os louvores e a adoração de todo o Universo. No capítulo 5, Jesus, o Cordeiro Imolado e agora o Sacerdote vivo, é nosso representante. Ele está diante do trono do Pai intercedendo por nós. Quando perguntam: “Quem é digno de abrir o livro?” (verso 2), Jesus dá um passo à frente. Ele é o único digno em todo o Céu. Lá, no trono de Deus, nosso Sacerdote intercessor apresenta diante de todo Céu, Sua perfeição e vida sem pecado em nossa defesa. Agosto 2009 | Adventist World 27 4. Onde está Jesus agora? “Ora, o essencial das coisas que temos dito é que possuímos tal sumo sacerdote, que Se assentou à destra do trono da Majestade nos Céus, como ministro do santuário e do verdadeiro tabernáculo que o Senhor erigiu, não o homem” (Hb 8:1, 2). Há no Céu um santuário real? Faça um círculo na resposta correta. Sim Não Escreva, com suas próprias palavras, porque é tão animador saber que Jesus está vivo e ministra no santuário celestial. 5. O que Jesus está fazendo agora? “Por isso, também pode salvar totalmente os que por Ele se chegam a Deus, vivendo sempre para interceder por eles” (Hb 7:25). Jesus vive para sempre . Todo o propósito da vida de Jesus – a razão de Sua existência – consiste em nos salvar. Nada é mais importante para Ele. Não haveria alegria no Céu, se não estivéssemos lá com Ele. 6. Que gentil convite é feito pelo apóstolo Paulo? “Porque não temos Sumo Sacerdote que não possa compadecer-Se das nossas fraquezas; antes, foi Ele tentado em todas as coisas, à nossa semelhança, mas sem pecado. Acheguemo-nos, portanto, confiadamente, junto ao trono da graça, a fim de recebermos misericórdia e acharmos graça para socorro em ocasião oportuna” (Hb 4:15, 16). Nosso Senhor nos convida ao para recebermos de e acharmos , para socorro em ocasião oportuna. Jesus, Sumo Sacerdote intercessor, permanece diante do trono de Deus para apresentar Sua justiça em lugar de nossa injustiça. Tudo o que não somos, Ele é. Ele perdoa o nosso passado e nos capacita para nosso presente. Em Jesus encontramos misericórdia e força, conforto e esperança, alegria em nossas tristezas. Ele não apenas compreende nossas necessidades, mas é totalmente capaz de realizar algo a respeito. Ele não oferece empatia simplesmente, oferece ajuda quando necessitamos. Que Salvador maravilhoso é Jesus, nosso Senhor. Nosso Sumo Sacerdote intercessor, Jesus Cristo, o Senhor ressurreto, provê tudo o que precisamos para vivermos hoje uma vida cristã feliz, contente e cheia da graça. Coloque sua fé no Cristo vivo hoje. Concentre sua atenção no santuário celestial e alegre-se em tudo o que Jesus lhe oferece. O estudo bíblico do próximo mês abordará “O Conflito do Tempo do Fim no Apocalipse”. 28 Adventist World | Agosto 2009 Intercâmbio Mundial C A R TA S Questão de Compaixão Acabo de ler o editorial de Bill Knott, “Uma Questão de Compaixão” (Adventist World, junho de 2009). Não é apenas o conteúdo, nem a escrita. Não é apenas o conteúdo e a escrita, a fluência da linguagem e das ideias. É também o tom e a pungência, e muito mais! Que Deus nos abençoe por meio de tais palavras e da revista Adventist World. Lael Caesar Berrien Spring, Michigan, Estados Unidos Conheça Meu Pai Fui tocado pelo artigo “Conheça Meu Pai”, de Clinton Wahlen, na Adventist World de março de 2009. Cresci em uma família pobre, sem pai e nunca soube quão bom ou ruim é ter um pai. Choro sempre que penso em minha situação. Diariamente enfrento o desafio de ser responsável por uma família. Vivendo em uma família pobre, onde não tenho ninguém para compartilhar minhas tristezas, aprendi que existe um Pai para os órfãos. Entrego a Ele todas as minhas necessidades. Isso tem me ajudado a depender dEle, e sei que tenho Deus como meu Pai. No momento, tenho dificuldade para pagar meu estipêndio na Universidade Adventista Solusi, no Zimbábue, mas sei que Ele fará boas coisas por mim. M AT T H E W H E R Z E L Peço orações da igreja para que eu continue a depender dEle, enquanto procuro por um patrocínio a fim de continuar meus estudos em Teologia. Finalmente, digo a todos os órfãos: Conheçam nosso Pai. Akim Bulawayo, Solusi, Zimbábue Gostaria de agradecer à Adventist World pelo artigo “Conheça Meu Pai” (março 2009). No meu processo de crescimento, aprendi que podemos esperar mudanças em nosso pai terreno, mas nunca em nosso Pai celestial. Fico impressionado ao perceber que Ele sabe o que quero, antes de eu pedir. Esse artigo me elevou espiritualmente. Por favor, publiquem mais artigos como esse. Diana Ncube Bulawayo, Solusi, Zimbábue Último Missionário Tive o privilégio de ler a Adventist World de outubro de 2008. Toda a revista foi uma bênção, mas o que mais chamou a minha atenção foi o seguinte: “Para que os indivíduos ou as igrejas permaneçam saudáveis, novas ideias, novos critérios e novas perspectivas têm de estar continuamente disponíveis e acessíveis” (veja “O Último Missionário”, por Homer Trecartin). Agosto 2009 | Adventist World 29 Intercâmbio Mundial C A R TA S Preciso de novas ideias, especialmente em relação aos desafios que nossos jovens enfrentam, porque tenho 24 anos de idade. Espero que, em futuro próximo, sejam publicados artigos sobre esse assunto. Isaac Barasa Namasaka Kitale, Quênia Excelente Revista Muito obrigo pela Adventist World. Sou um de seus leitores regulares e aprecio todos os artigos. É uma excelente revista da nossa denominação. Que o bom Deus abençoe todos vocês em seu trabalho para a igreja ao redor do mundo. K. Meguerditchian Beirute, Líbano Para que os indivíduos ou as igrejas permaneçam saudáveis, novas ideias, novos critérios e novas perspectivas têm de estar continuamente disponíveis e acessíveis. – Isaac Barasa Namasaka Kitale, Kenya Estamos gratos pelo fato de os leitores apreciarem a Adentist World. A revista também está disponível na Internet, pelo site: www.adventistworld.org. – Os Editores. Cartas para o Editor – Envie para: [email protected] As cartas devem ser escritas com clareza e ao ponto, com 250 palavras no máximo. Lembre-se de incluir o nome do artigo, data da publicação e número da página em seu comentário. Inclua, também, seu nome, cidade, estado e país de onde você está escrevendo. Por questão de espaço, as cartas serão resumidas. Cartas mais recentes têm maior chance de ser publicadas. Nem todas, porém, serão divulgadas. O LUGAR DE ORAÇÃO Para mim, não é fácil estudar numa universidade secular. Por favor, orem para que eu não desaponte a Deus e seja capaz de concluir meus estudos. Agradeço a Ele pelos muitos milagres que já realizou em minha vida. Margarita, Paraguai Por favor, orem pela cura de meus filhos. Eles sofrem de depressão, ansiedade, diabetes, problemas renais e pressão alta. Orem para que desenvolvam um relacionamento com Jesus. Linda, Estados Unidos Tenho sofrido com fibromialgia por mais de um ano. Gostaria de pedir para que Deus me cure, segundo Sua vontade, ou que Ele me dê coragem e fé nos momentos de dor. Obrigado. Gilles, Guadalupe (Índias Ocidentais Francesas) 30 Adventist World | Agosto 2009 É muito bom saber que alguém está orando por nós quando enfrentamos adversidades. O desânimo tem me empurrado para baixo. Creio em Deus e ainda estou convencido de que Ele não nos abandonou. Ele abrirá o caminho. Orem para que minha fé seja fortalecida. Edmore, Zimbábue Por favor, orem por um amigo alcoólatra que abandonou a família. Orem para que retorne para a família e a igreja e se distancie dos amigos que o levaram para o mau caminho. Bertilia, México Por favor, orem por minha saúde. Não estou bem. Orem também por meu relacionamento: devo casar-me em breve, porém meu futuro esposo está falido. Netsai, Zâmbia Por favor, orem para que o Espírito Santo esteja com todos os membros de minha igreja, na Guatemala. Wendy, Guatemala Gostaria de sua ajuda, orando por minha mãe, que sofreu um severo acidente de carro, há alguns anos. Ela está numa cadeira de rodas agora, pois não anda e sofre de diabetes. Orem também por mim, para que consiga um emprego permanente e um esposo que me ajude a criar minha filha. Carren, Quênia Pedidos de oração e agradecimentos (gratidão por resposta à oração). Sua participação deve ser concisa e de, no máximo, 75 palavras. As mensagens enviadas para esta seção serão editadas por uma questão de espaço. Embora oremos por todos os pedidos nos cultos com nossa equipe durante a semana, nem todos serão publicados. Por favor, inclua no seu pedido, seu nome e o país onde vive. Outras maneiras de enviar o seu material: envie fax para 00XX1(301) 680-6638, ou carta para: Intercâmbio Mundial, Adventist World, 12501 Old Columbia Pike, Silver Spring, Maryland 20904-6600 EUA. “Eis que cedo venho…” INTERCÂMBIO DE IDEIAS Nossa missão é exaltar Jesus Cristo, unindo os adventistas do sétimo dia de todo o mundo numa só crença, missão, estilo de vida e esperança. Estamos Qualificados? Leitor compartilha sua reflexão sobre como sermos seguidores qualificados de Deus P ara muitas pessoas, o diploma tornou-se a coisa mais importante. Alguns até mesmo recorrem à “compra” de um diploma para que possam parecer “mais qualificados”. Outros até recorrem a fraudes, usando falsas declarações para obter diplomas forjados. Conheço uma pessoa que nunca esteve em uma universidade e, certa vez, em tom jocoso, disse haver estudado na Universidade UNOGO do Havaí. Esse fato me fez refletir se eu deveria incluir HME, ou seja “Habilidades da Minha Esposa” em meu currículo. Considerando o assunto de qualificações e a importância que se tem dado a um currículo, refleti sobre as qualidades que devem impressionar a Deus. Precisamos ser qualificados antes de poder servi-Lo? Busquei a resposta nas Escrituras e encontrei-a, em Isaías 6, na pergunta que o Senhor fez: “A quem enviarei?” E Isaías respondeu, após seu arrependimento e o perdão de Deus: “Eis-me aqui, envia-me a mim.” Concluí que Deus chama para servi-Lo os que foram perdoados por Ele. A “qualificação” que Deus procura em Seus servos é um coração arrependido. Essa ideia é confirmada em Hebreus 9:14: “Muito mais o sangue de Cristo, que, pelo Espírito eterno, a Si mesmo Se ofereceu sem mácula a Deus, purificará a nossa consciência de obras mortas, para servirmos ao Deus vivo!” Arrependimento, perdão e disposição são qualificações muito mais importantes do que diplomas. – Mervyn Appadu, Kwazula-Natal, África do Sul Editor Adventist World é uma publicação internacional da Igreja Adventista do Sétimo Dia, editada pela Associação Geral e pela Divisão Ásia-Pacífico Norte. Editor Administrativo Bill Knott Editor Associado Claude Richli Gerente Internacional de Publicação Chun, Pyung Duk Comissão Editorial Jan Paulsen, presidente; Ted N. C. Wilson, vice-presidente; Bill Knott, secretário; Armando Miranda; Pardon K. Mwansa; Juan Prestol; Charles C. Sandefur; Don C. Schneider; Heather-Dawn Small; Robert S. Smith; Karnik Doukmetzian, assessor jurídico Comissão Coordenadora da Adventist World Lee, Jairyong, presidente; Akeri Suzuki; Donald Upson; Guimo Sung; Glenn Mitchell; Chun, Pyung Duk Editor-Chefe Bill Knott Editores em Silver Spring, Maryland Roy Adams, Gerald A. Klingbeil (editores associados), Sandra Blackmer, Stephen Chavez, Mark A. Kellner, Kimberly Luste Maran Editores em Seul, Coréia Chun, Jung Kwon; Choe, Jeong-Kwan Editor Online Carlos Medley Coordenadora Técnica Merle Poirier Assistente Executiva de Redação Rachel J. Child Assistentes Administrativos Marvene Thorpe-Baptiste Alfredo Garcia-Marenko Atendimento ao Leitor Merle Poirier Diretor de Arte e Diagramação Jeff Dever, Fatima Ameen, Bill Tymeson Consultores Jan Paulsen, Matthew Bediako, Robert E. Lemon, Lowell C. Cooper, Mark A. Finley, Eugene King Yi Hsu, Gerry D. Karst, Armando Miranda, Pardon K. Mwansa, Michael L. Ryan, Ella S. Simmons, Ted N. C. Wilson, Luka T. Daniel, Alberto C. Gulfan, Jr., Erton Köhler, Jairyong Lee, Israel Leito, Geoffrey G. Mbwana, John Rathinaraj, Paul S. Ratsara, Barry Oliver, Don C. Schneider, Artur A. Stele, Bruno Vertallier, Gilbert Wari, Bertil A. Wiklander. Aos colaboradores: São bem-vindos artigos enviados voluntariamente. Toda correspondência editorial deve ser enviada para: 12501 Old Columbia Pike, Silver Spring MD 20904-6600, EUA. Escritórios da Redação: (301) 680-6638 E-mail: [email protected] Website: www.adventistworld.org A menos que indicado de outra forma, todas as referências bíblicas são extraídas da Versão João Ferreira de Almeida, Revista e Atualizada no Brasil pela Sociedade Bíblica do Brasil, 1993. Adventist World é uma revista mensal editada simultaneamente na Coréia, Argentina, Austrália, Indonésia, Brasil e Estados Unidos. Vol. 5, No. 8 Agosto 2009 | Adventist World 31 Q U E L U G A R É E S S E ? O Lugar Das VID A A D V E N T I S TA Jesus disse: “Eu vim para que tenham vida, e a tenham em abundância” (Jo 10:10). Quando Kenneth, meu irmão mais novo, tinha cinco ou seis anos de idade, num lindo dia de verão, estava brincando sozinho no quintal, sentado em seu carrinho e dando gargalhadas. De repente, ele parou e disse: “Com certeza, eu tive sorte na vida.” Eu acho que ele estava desfrutando da “vida abundante”. – Don Burgeson, Mesa, Arizona, Estados Unidos Certo sábado, expliquei 1 Coríntios 3:16 e 6:19 para as crianças da Escola Sabatina e como Deus quer que nosso corpo seja “templo” do Espírito Santo. No sábado seguinte, fiz umas tortas, saudáveis, de maçã, framboesa e abóbora (colhidas da minha horta). Em vez de escolher uma torta, um garotinho de seis anos de idade queria um pedaço pequeno de todas elas! Ele devorou as fatias das tortas de maçã e abóbora, mas a de framboesa estava um pouco azeda para uma criança da sua idade. Quando me disse que não ia comer toda a sobremesa de framboesa, demonstrando diplomacia e boa memória, disse: “Eu não vou comer muito, porque quero que Deus habite em mim!” – Pastor Teodoro Carpintero, Idaho, Estados Unidos D A B R O W S K I AS R A J M U N D PESS FRASE DO MÊS “Quando você devolve o dízimo, está dizendo: ‘Deus é Deus em minha vida.’ Quando dá suas ofertas, está dizendo: ‘Deus é bom para mim.’” – Pastor Watson Mbiriri, na reunião campal das igrejas Lusaka Central, Brentwood e Universitária, Lusaka, Zâmbia, em abril de 2009. C OMPARTILHE CONOSCO! O Lugar das Pessoas é um relicário com itens de leitores de todo o mundo. São pequenas fatias da vida que incentivam os leitores a pensar, sorrir e apreciar ainda mais sua família adventista. Pequenos textos, nessa categoria, são bem-vindos. FRASES (profundas e espontâneas) QUE LUGAR É ESSE? (fotos em alta qualidade de membros da igreja mundial) CONHEÇA SEU VIZINHO (fotos em alta qualidade, com biografia concisa, de membros recém-batizados, adventistas que estejam ativamente envolvidos no trabalho comunitário, pequenos grupos ou responsáveis por novas iniciativas na obra de compartilhar o evangelho (máximo de 75 palavras). Envie um e-mail para [email protected]; ou envie fax para 301-680-6638 (nos Estados Unidos) ou envie para World Exchange, Adventist World, 12501 Old Columbia Pike, Silver Spring, Maryland 20904-6600, EUA RESP O S TA : Na China, adventistas presentes ao culto da Igreja Adventista do Sétimo Dia de Beiguan, em Shenyang. Em muitas manhãs de sábado, a multidão chega a três mil pessoas, incluindo os presentes na nave da igreja e no grande auditório, onde o culto é transmitido por circuito interno de TV. Veja outras informações sobre a igreja na China, na coluna Visão Mundial.
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