FACULDADES INTEGRADAS DO BRASIL
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FACULDADES INTEGRADAS DO BRASIL
FACULDADES INTEGRADAS DO BRASIL - UniBrasil EMILY CRISTINE KRAVETZ INSTRUMENTO DE ORIENTAÇÃO PROFISSIONAL PARA JOVENS E ADOLESCENTES CURITIBA 2014 EMILY CRISTINE KRAVETZ INSTRUMENTO DE ORIENTAÇÃO PROFISSIONAL PARA JOVENS E ADOLESCENTES Trabalho de Conclusão de Curso apresentado como requisito para obtenção do grau de bacharel em Jornalismo das Faculdades Integradas do Brasil UniBrasil. Orientadora: Profª Me. Elaine Javorski CURITIBA 2014 TERMO DE APROVAÇÃO Emily Cristine Kravetz orientação profissional para jovens e adolescentes Trabalho de conclusão de curso aprovado com nota 10,0 como requisito parcial para a obtenção do grau de bacharel em Jornalismo pelo UniBrasil Centro Universitário, mediante banca examinadora composta por: Prof.(a) Elaine Jarvoski orientadora e presidente Prof. Hendryo André Prof. Felipe Harmata Curitiba, 14 de dezembro de 2014. tempo determinado, e há tempo para todo o propósito Eclesiastes 3:1 AGRADECIMENTOS Em um ano e meio de planejamento e desenvolvimento do Trabalho de Conclusão de Curso, eu pude contar com atenção, sugestão e contribuição de várias pessoas que enriqueceram meu trabalho e também a minha vida. Por isso, aqui ficam registrados meus singelos agradecimentos. Acima de tudo sou grata a Deus que me deu força, graça, sabedoria, equilíbrio, concentração e inspiração do início ao fim. Aos meus pais Altair Luiz Kravetz e Rosângela Jeanine Kravetz que em todo tempo me incentivaram e acreditaram na minha formação como pessoa, aluna e profissional. Que me deram toda a estrutura emocional, me motivando a prosseguir e ter fé no projeto e nas pessoas. A meu irmão Israel Alberto Kravetz que com tanto carinho expôs sua visão e sugestão para que o projeto caminhasse na direção certa. Ao meu namorado, Raphael Moroz Teixeira, que esteve ao meu lado quando o trabalho ainda era sem forma e vazio. Acreditou desde o início em mim e no projeto e me concedeu todo apoio necessário nos momentos mais difíceis que enfrentei. Compartilhou comigo sua experiência e amor ao jornalismo, me lembrando sempre da essência e propósito de tudo. Aos meus orientadores: Ivana Paulatti, que esteve ao meu lado no ponto de partida, na criação do tema e me fez compreender com precisão o que era e para que servia a metodologia de pesquisa; Hendryo André, que dividiu comigo seu entusiasmo pela temática e me guiou em cada ponto a ser desenvolvido e a Elaine Javorski, que esteve ao meu lado na elaboração do produto e na construção da coerência entre a teoria e a prática. Ao meu grande amigo, João Luiz Vicente Junior e família, que cederam seu tempo e dedicação para que o site saísse do papel e ganhasse vida. Com muita paciência se colocaram à disposição para fazer os ajustes que fossem necessários, além de acrescentar sugestões que foram fundamentais para os aspectos visuais da plataforma. Aos meus colaboradores, Angélica Pimenta, Carolina Emerenciano, Camile Kogus, Camila Nichetti, Franciele Fries e Henrike Rebelo, que levaram o projeto a sério e foram a campo para produzirem cada conteúdo com vontade e qualidade. E especialmente por estarem à disposição em meio a tantos imprevistos que tivemos que enfrentar. Ao Colégio Nossa Senhora do Sion e Colégio Estadual Professora Maria Aguiar Teixeira, que abriram suas portas para que a pesquisa de grupo focal fosse realizada e também, na continuidade, a oportunidade que os alunos fossem entrevistados para o site, e contribuindo diretamente com o processo de escolha profissional destes adolescentes. Aos meus colegas de trabalho, Allan Marba, Juliano Pedrozo, Pamella Garcia, Patrícia Casagrande e minha coordenadora Núria Bianco, que acompanharam os bastidores da minha produção e deram sua opinião seja nos aspectos de conteúdo ou na parte visual, sempre entenderam as pressões dessa etapa final da graduação. À minha coordenadora de jornalismo, Maura Martins que sempre se colocou à disposição nos empecilhos que eu poderia enfrentar. Fornecendo toda assistência necessária nas fases que precisei. Aos meus colegas de classe que tiveram expectativa com meu trabalho, que me corrigiram, comentaram e compartilharam os conteúdos que divulguei nas plataformas. Aline Pereira, Adriana Agne e Noele Dorneles que várias vezes contribuíram com muita paciência na edição de vídeos e áudios. E também aqueles que não foram citados os nomes, mas que contribuíram com entrevistas, sugestões e até mesmo com palavras de incentivo e carinho, aqui ficam registrados meus sinceros reconhecimento e agradecimento. RESUMO Este trabalho tem como objetivo auxiliar jovens e adolescentes que estão em processo de escolha profissional, por meio de uma plataforma jornalística multimídia. Além do site, são utilizados como ferramenta de apoio as redes sociais. Visto que o principal meio de comunicação utilizado por esse público é a internet e que o acesso ocorre cada vez mais cedo foi necessário observar seus hábitos, comportamentos e preferências na web. Além disso, também investigou-se os aspectos mais subjetivos, como por exemplo, a visão dos adolescentes sobre as futuras profissões. O método adotado para chegar a essas respostas foi uma pesquisa de grupo focal, em conjunto de aplicação de um questionário, no segundo ano do Ensino Médio da rede pública e particular. Os principais teóricos consultados do jornalismo para reflexão deste trabalho foram: Malini (2008), Silva (2012), Fonseca e Lindemann (2008), Graça (2002) e Nogueira (2009). Este trabalho resultou na promoção de um espaço onde os jovens podem adquirir conhecimento, questionar e descobrir uma identidade profissional. Pode-se também experimentar o que funciona ou não, nos aspectos da linguagem na web, promover experiência da produção jornalística aos voluntários e reunir um panorama de conteúdos que podem contribuir em futuras pesquisas sobre a transformação do mundo profissional e a reconfiguração do papel do jornalista, em meio às novas tecnologias. Palavras-chave: adolescentes; jornalismo na web; profissões. SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO ................................................................................................... 14 2. DELIMITAÇÃO DO TEMA ................................................................................. 16 2.1. O mundo profissional na modernidade ........................................................... 16 2.1.1. A quebra da rotina .................................................................................... 17 2.1.2. A busca pelo profissional flexível ............................................................. 19 2.1.3. O risco no mundo profissional .................................................................. 21 2.1.4. A quebra do tabu do fracasso .................................................................. 22 2.2. Resgate histórico da orientação profissional no Brasil .................................... 23 2.2.1. Métodos para orientar profissionalmente os adolescentes ...................... 24 2.3. ........................................................ 26 2.3.1. Mídia: Um instrumento de orientação profissional para adolescentes ..... 27 2.4. OBJETIVOS .................................................................................................... 30 2.4.1. Objetivo geral ........................................................................................... 30 2.4.2. Objetivos específicos ............................................................................... 30 3. JUSTIFICATIVA ................................................................................................. 31 3.1. Relevância social: a informação contra a evasão no ensino superior ............. 31 3.2. Relevância para o jornalismo: o jornalismo no ritmo das tendências da web . 33 3.3. Relevância para o produto: segmentação e participação do público .............. 34 4. REFERENCIAL TEÓRICO ................................................................................. 36 4.1. A cultura da participação e o jornalismo colaborativo ..................................... 36 4.2. Mídia colaborativa ........................................................................................... 37 4.3. A reconfiguração do papel do jornalismo e do jornalista ................................. 39 4.4. O jornalismo no rumo da segmentação de conteúdos .................................... 40 4.5. Linguagem jornalística na web ........................................................................ 41 5. METODOLOGIA PESQUISA ............................................................................. 44 5.1. Pesquisa exploratória e bibliográfica............................................................... 44 5.2. Pesquisa quantitativa ...................................................................................... 45 5.2.1. Perfil das escolas: pública e privada ........................................................ 46 5.2.2. Descrição e análise do questionário estruturado ..................................... 47 5.3. Pesquisa qualitativa: grupo focal..................................................................... 48 5.3.1. Preparação e desenvolvimento da entrevista .......................................... 49 5.3.2. Número de pessoas ................................................................................. 50 5.3.3. Sobre os participantes.............................................................................. 51 5.3.4. Tempo estimado e número de encontros ................................................. 51 5.3.5. Considerações sobre o local .................................................................... 51 5.3.6. Análise dos resultados alcançados .......................................................... 52 5.4. Descrição e análise do grupo focal ................................................................. 52 5.4.1. Da infância para adolescência: As mudanças na escolha profissional .... 53 5.4.2. Opinião dos familiares e amigos: críticas e reforços positivos ................. 54 5.4.3. Estereótipos de profissões e profissionais ............................................... 54 5.4.4. Referências profissionais ......................................................................... 55 5.4.5. Visão e preferência sobre faculdade ........................................................ 55 5.4.6. Hábitos de leituras, preferências na web e compartilhamento ................. 56 5.4.7. Observações da moderadora ................................................................... 57 6. DELINEAMENTO DO PRODUTO ...................................................................... 58 6.1. Considerações gerais sobre a plataforma ....................................................... 58 6.2. Nome do projeto.............................................................................................. 58 6.3. Logo, layout e cores ........................................................................................ 59 6.4. Canais ............................................................................................................. 64 6.4.1. Fan page .................................................................................................. 64 6.4.2. YouTube:.................................................................................................. 65 6.5. Colaboradores................................................................................................. 65 6.6. Equipamentos para a produção de conteúdos ................................................ 67 6.7. Etapas da produção de conteúdo ................................................................... 67 6.7.1. Elaboração das pautas ............................................................................. 67 6.7.2. Reunião de pauta ..................................................................................... 68 6.7.3. Entrevistas ............................................................................................... 68 6.7.4. Produção de conteúdos ........................................................................... 69 6.7.5. Correções ................................................................................................. 70 6.7.6. Decupagem e edição ............................................................................... 71 6.7.8. Publicações .............................................................................................. 71 6.8. Publicidade ..................................................................................................... 72 7. CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................................... 73 8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .................................................................. 77 9. APÊNDICES ....................................................................................................... 88 APÊNDICE 1 Manual de produção de conteúdos para colaboradores ............... 88 A) Dicas de texto ........................................................................................... 89 B) Dicas de vídeos ........................................................................................ 90 APÊNDICE 2 Questionário quantitativo .............................................................. 91 APÊNDICE 3 Gráficos com respostas do questionário quantitativo ................... 95 1) Qual faixa etária você pertence? .................................................................. 95 2) A qual Rede de Ensino você pertence? ........................................................ 96 3) Quanto tempo você passa na internet diariamente? ...................................... 97 4) Em qual horário você costuma acessar a internet? ....................................... 98 5) Por qual meio/equipamento você acessa a internet? (Pode responder mais de uma opção) ........................................................................................................ 99 6) Quais atividades você mais realiza na internet? (Pode responder mais de uma opção) ...................................................................................................... 100 7) Qual a plataforma que você mais usa para buscar informações? ............... 101 8) Quais redes sociais você mais utiliza? (Pode responder mais de uma opção) ......................................................................................................................... 102 9) Quais motivos levam você a utilizar as redes sociais? (Pode responder mais de uma opção) ................................................................................................. 103 10) Em qual dos meios de comunicação abaixo você mais confia? ................ 104 11) Que tipo de informação você costuma buscar? (Pode responder mais de uma opção) ...................................................................................................... 105 12) Em qual local você costuma acessar? (Pode responder mais de uma opção) ......................................................................................................................... 106 13) Possui cadastros em mecanismos automáticos para receber informações? Se sim, em quais? (Pode responder mais de uma opção) ............................... 107 14) A que tipo de notícia você prefere ter acesso? (Pode responder mais de uma opção) ...................................................................................................... 108 15) O que você costuma compartilhar nas redes sociais? (Pode responder mais de uma opção) ................................................................................................. 109 APÊNDICE 4 - Questionário qualitativo ............................................................... 110 OBJETIVO 1: Identificar as influências ............................................................ 110 OBJETIVO 2: Detectar possíveis estereótipos sobre as profissões e os profissionais ..................................................................................................... 110 OBJETIVO 3: Conhecer as preferências.......................................................... 110 OBJETIVO 4: Refletir sobre possíveis formatos .............................................. 111 10. ANEXOS ........................................................................................................... 112 ANEXO A Organograma ................................................................................... 112 ANEXO B - ................................... 113 ANEXO C ................................................. 114 ANEXO D .................................................................. 115 ANEXO E ....................... 116 ANEXO F ......................... 117 ANEXO G ............................................ 118 ANEXO H .................................................................. 119 ANEXO I ..................................................................... 120 ANEXO J Fan page do Fábrica de Profissões .................................................. 121 ANEXO K - Alcance e envolvimento das publicações .......................................... 122 ANEXO L tador ......................................................................................................... 123 ANEXO M ............................................................................................................. 124 ANEXO N - Publico atingindo no Facebook: ........................................................ 125 ANEXO O Página principal YouTube: ............................................................... 126 ANEXO P Trechos do vídeo mais visualizado no YouTube: ............................. 127 ANEXO Q Declarações dos responsáveis pelos alunos que participaram do ................................................................................................. 128 14 1. INTRODUÇÃO A adolescência é uma fase instável e ao mesmo tempo decisiva no que tange à escolha profissional. Segundo Faria (2011), fatores políticos, econômicos, sociais, educacionais, familiares e psicológicos influenciam nesse período do ciclo vital. Silva (2004) acrescenta que os meios de comunicação também atuam na maneira de pensar e atuar dos sujeitos. Ao buscarem direção, os jovens comumente pesquisam meios que forneçam informações e permitam a reflexão sobre a decisão profissional. Devido ao fato de que os jovens acessam a internet e procuram orientação profissional cada vez mais cedo, surgiu o desafio de entender como o jornalismo na web pode ajudá-los na escolha profissional. Além disso, é importante ressaltar que, na última década, foram efetivados vários projetos que facilitam o ingresso de adolescentes em cursos de graduação, o que os estimula a escolher uma área de atuação profissional. Por isso, propõe-se, neste trabalho, a produção do site Fábrica de Profissões1, que reúne as principais dúvidas sobre as profissões que os adolescentes pretendem seguir e as responde por meio da produção de conteúdos jornalísticos (textos, áudios, vídeos e infográficos). Como conteúdos complementares, são produzidos textos com informações sobre palestras, debates e oficinas que discutam a realidade do mundo profissional, provoquem reflexões sobre profissões que podem entrar em extinção e listem clínicas de orientação profissional que proporcionam atendimento gratuito ou a preços baixos. Para que esse processo fosse exequível, foi formado um grupo com seis acadêmicos de jornalismo das Faculdades Integradas do Brasil (entre o segundo e o sexto período) a fim obter ajuda na produção de conteúdo e também promover experiências aos estudantes sobre a realidade da profissão de jornalista. A partir das visões de Sennett (2003), Cianconi (1991), Strassburg (2007) e Fraga (2005), estudou-se, no decorrer desta pesquisa, as mudanças que ocorreram no mundo do trabalho e no perfil do profissional, o desenvolvimento da orientação profissional no Brasil desde o surgimento nas clínicas de psicologia, passando pelas escolas públicas, feiras de profissões universitárias até chegar no ambiente da web, com os fundamentos de Abade (2005), Bosi (1982) e Terêncio e Soares (2003). 1 www.fabricadeprofissoes.com.br 15 A reflexão teórica sobre a comunicação se baseou na cultura da participação, com Shirky (2011), o processo colaborativo de Abreu (2003) e as consequências positivas e negativas para o jornalismo, bem como a maneira de se trabalhar a linguagem na internet Barbosa (2001), Canavilhas (2001) Silva (2006), Júnior (2008) e Nogueira (2009). Para a sustentação da plataforma, foi necessário ir a campo e coletar dados quantitativos e qualitativos. Por meio de um questionário estruturado, aplicado a 26 alunos (13 de um colégio público e 13 de um privado), pôde-se conhecer o comportamento do adolescente no ambiente virtual e suas preferências e necessidades. Mediante um grupo focal, foi possível compreender aspectos mais subjetivos de 12 jovens (seis de colégio público e seis de colégio privado), que representaram uma amostragem das aspirações profissionais. Percebeu-se que o produto resultante deste trabalho, além de contribuir para os jovens, auxiliando na prevenção a futura evasão do ensino superior, representa uma oportunidade de se refletir sobre a cultura da participação, a reconfiguração da profissão e a importância da produção de um site especializado no processo de escolha profissional, que trabalhe diretamente com seu público-alvo e seja direcionado a ele. Nesse sentido, o ob que também conta com dois canais complementares (fan page2 e YouTube3) é auxiliar no processo de escolha profissional de jovens e adolescentes. A plataforma soundcloud4, só foi utilizada como ferramenta de armazenamento de áudio, sem intenção de divulga-la como a mesma intensidade das outras duas redes sociais. 2 https://www.facebook.com/fabricadeprofissoes 3 https://www.youtube.com/channel/UCYXj6nP4em3S4kowj9_47ig 4 https://soundcloud.com/f-brica-de-profiss-es 16 2. DELIMITAÇÃO DO TEMA 2.1. O mundo profissional na modernidade A expansão do capitalismo na modernidade trouxe uma série de mudanças no ambiente de trabalho e no perfil do profissional. Sennett (2003, p. 9) afirma que a -se assim que os trabalhadores sejam ágeis, estejam abertos a mudanças a curto prazo, assumam riscos continuamente, dependam cada vez menos de leis e procedimentos Segundo Cianconi (1991, p. 2 Strassburg (2007, p. 99) acrescenta que é importante que os profissionais acompanhem as mudanças que ocorrem no mercado e no mundo medida em que forem ocorrendo às mudanças econômicas, sociais e tecnológicas, as funcionários passam por um processo de adaptabilidade para alcançar bons resultados. Estes, por sua vez, refletem na imagem da empresa (STRASSBURG, 2007). Sennett (2003, p. 13) realiza uma entrevista com Enrico, pai de Rico gerações no mundo do trabalho. Enrico, um homem que atuou como faxineiro durante muitos anos, tinha a representação do tempo de forma linear5 e previsível. No entanto, Ibid), que gerava outra concepção do tempo e da vida. O jovem conquistou o sonho da família, o que resultou numa série de mudanças, entre elas, a troca de residência de acordo com as oportunidades profissionais. No entanto, o medo e a instabilidade passaram a fazer parte desse novo oje, um jovem americano com pelo menos dois anos de faculdade pode esperar mudar de emprego pelo menos onze vezes no curso do trabalho, e trocar sua 2003, p. 22). 5 Refere-se ao uso do tempo de forma disciplinada, com expectativas a longo prazo. 17 A ideia de seguir um único percurso profissional tem sido considerada retrógrada na sociedade, pois, a cada ano, surgem novas profissões e especializações que podem levar o jovem a optar por um novo rumo profissional. Da mesma forma, outras atividades profissionais têm deixado de existir. Nesse ambiente ificados pelas faculdades e universidades em um determinado momento pode se tornar obsoletos (id). O adolescente por estar em uma época de transformações físicas e psicológicas, pode acabar fazendo escolhas inadequadas, segundo Filizatti (2003, amplo, com informações sobre quais são os passos da escolha profissional, os eventos que estão ocorrendo em universidades que permitem ao jovem conhecer as disciplinas de uma graduação e a realidade do mercado de trabalho. Além de apresentar uma lista das clínicas de orientação profissional que existem dentro das universidades e que cobram nas consultas um valor simbólico e contribui com a reflexão e decisão da profissão mais adequada para o adolescente. 2.1.1. A quebra da rotina As novas tecnologias, além de exigirem mudanças no perfil dos profissionais nas últimas décadas, também comprometeram o ritmo e organização do trabalho. rotinas diárias, implementando a precisão dos resultados obtidos e, sobretudo, ampliando as possibilidades de acesso à informação em (KRZYZANOWSKI, 1997, p. 56). Outra questão descrita por Sennett (2003, p. 19) é o fato de a sociedade um agente paralisador do trabalho, governo e outras ins século XVIII surgiram opiniões a respeito dos efeitos positivos e destrutivos que o trabalho repetitivo poderia causar. Enquanto Diderot (apud SENETT, 2003) acreditava que a rotina no trabalho era igual a qualquer outra forma de aprendizado por repetição, 18 o liberalista Adam Smith (apud SENNETT, 2003) entendia que a rotina embotava o espírito. Outra referência que se pode encontrar na história do trabalho é o fato de que a rotina esteve fortemente relacionada à produção de massa, no qual o tempo era controlado e os trabalhadores tinham de se adaptar ao ritmo das máquinas, contribuindo para a fabricação de produtos homogêneos. Vale ressaltar que o sistema fordista se apropriava desse sistema frenético e rotineiro para aumentar as vendas. Como disse José de Souza Martins (apud cabia pensar no seu trabalho, mas apenas reagir interpretativamente aos movimentos A partir do século XX, o sistema fordista enfraquece e surge o sistema produtivo eram submetidos. Desse modo, os japoneses trabalhavam com uma série de inovações, dentre as quais se podem citar a transfer conceito de parceria utilizado com os fornecedores, [...] construindo, com isso, uma relação de longo tempo. Conseguiu-se, assim, integrar toda a cadeia produtiva, num o com Wood (1992, p. 14), o tornavam-se especialistas multifuncionais e criava- mento cooperativo entre os gerentes e os trabalhadores, ou seja, uma hierarquia Na visão de Diderot (2003 apud SENNET), a repetição e o ritmo fariam o trabalhador alcançar a unidade mental e manual. De form operação em particular, se descobre como acelerar ou moderar a atividade, fazer variações, manejar os materiais, desenvolver novas práticas (DIDEROT apud SENNETT, 2003, p. 38). Adam Smith pensava mais nos termos humanos do que nos materiais e dizia -se autodestrutiva, porque os seres humanos perdem o controle sobre seus próprios esforços; falta de controle sobre o tempo de trabalho significa mor apud SENNETT, 2003, p. 41). A divisão do 19 trabalho passa, então, a ser impulsionada por novas estruturas de mercado e a rotina pode ter um efeito pacificador sobre o caráter, como conclui Sennett (2003). 2.1.2. A busca pelo profissional flexível Conforme explicado por Terêncio e Soares (2003), as profissões vêm mudando vertiginosamente, sendo que algumas se tornaram, de certa forma, desnecessárias, enquanto outras surgiram em resposta às inovações científicas e tecnológicas. Não se valoriza mais o profissional que permanece por um longo período na mesma empresa; em contrapartida, procuram- adaptabilidade e que acumulem em seu currículo uma ampla variedade de equipe [e] ser flexível do que ser muito inteligente e um bom técnico em determinado colegas, ou seja, ele valoriza as relações interpessoais. As empresas com funcionários profissionalmente capazes não oferecem uma continuidade e nem estabilidade, afinal, o que reina é a flexibilidade. Caso necessário, funcionários são demitidos e novas estruturas se mercados modernos, a demolição de organizações 6 2003, p. 58). Tanto os funcionários quanto as instituições passam por um processo que o autor denomina como especialização flexível, que tem como objetivo dar uma nesse novo processo produtivo é a disposição de deixar que as mutantes demandas 03, p. 60). Outra flexibilização apontada por Casaca (2005) é a questão do tempo. Dependendo da cultura da empresa, os profissionais não precisam cumprir uma rotina padronizada. Cada funcionário pode exercer o expediente em horários diferentes, desde que cumpram os quesitos préhorários, isenção de horários, trabalho a tempo parcial por turnos, realização de horas 6 Os empreendedores são um bom exemplo dos profissionais que desfazem as organizações e se reinventam. Marcelo Sales, em s conexões que movem a vida , canal YouTube que pode ser acessado através do link http://www.youtube.com/watch?v=JR7Omeoatek, conta a experiência de quando pediu demissão da própria empresa e, ao começar do zero, obteve resultados mais significativos. 20 (CASACA, 2005, p. 5) são características dessa nova relação de trabalho. Na questão da flexibilização do espaço, no século XVIII, auge da Revolução Industrial, ocorre uma das maiores divisões do trabalho, que foi a separação entre o trabalho e a casa. Nas últimas décadas da modernidade ocorre o processo inverso: os profissionais voltam a trabalhar em casa, unificando novamente o processo. Um exemplo disso foi a aprovação, em 2008, do Projeto de Lei 4505/08, que regulamenta o trabalho a distância pela Câmara dos Deputados Federais. Segundo a proposta, o cliente e um empregado ou trabalhador autônomo e é realizado regularmente a DEPUTADOS, 2010). o trabalho realizado no estabelecimento do empregador, o executado no domicílio do empregado e o realizado a distância, desde que sejam caracterizados os No que se refere à flexibilização do espaço, o Jornal da Globo (2012) publicou uma matéria cujo milhões de trabalhadores no Brasil, dez milhões de pessoas trabalham a distância pelo menos uma vez por semana. Em outra pesquisa encomendada pela Citrix Systems e feita pela Vanson Bourner com mais de mil profissionais sêniores de Tecnologia da Informação em 11 As empresas acreditam que, oferecendo os meios para que seus colaboradores trabalhem em diferentes locais, aumentam a produtividade de suas equipes e atendem melhor os clientes, além de ser uma prática de atração e retenção de talentos e uma possibilidade de reduzir os custos (JORNAL VALOR ECONÔMICO, 2012). Lotte Bailyn (apud do tempo é mais um benefício concedido a trabalhadores favorecidos (...) do que um direito trabalhista; é um benefício distribuído de maneira desigual e estritamente 21 -se, assim, uma aparência de liberdade e uma capacidade de se desprender do passado. O mundo do trabalho se desenvolve dentro dessas fragmentações, e ser um profissional flexível exige uma mudança no estilo de vida do sujeito. Isso, por sua vez, pode levá-lo a assumir condição de riscos. A flexibilidade no trabalho e no perfil do profissional, apesar de aparentemente vantajosa, traz também uma série riscos e incertezas. 2.1.3. O risco no mundo profissional Sennett (2003, p. 89) parte para a busca de experiências para explicar as relações de riscos que podem surgir na esfera profissional. O autor encontra Rose, uma mulher de meia idade e viúva que resolve investir o que tinha na compra do Trout Bar um estabelecimento localizado em uma velha fábrica do Soho, em Nova Iorque. A pequena empreendedora conta que o segredo para ser bem sucedido não é apenas Em uma fase de instabilidade nos negócios, Rose ficou afastada do estabelecimento disposição de arriscar fosse incomum, embora o ramo mídia seja incomumente fluido e superficial, seu fracasso ilustra algumas confusões mais gerais sobre a orientação Id, 2003, p. 93), ou seja, a profissional não sabia o que fazer e nem como suportar a possível queda. O psicólogo Tversky (apud ARAÚJO; SILVA, 2007, p. 51), constatou que as percebem gan estado de risco pode gerar uma opressão nos sentimentos humanos, principalmente modo como as instituições moldam (SENNETT, 2003, p. 99). Na visão de outros teóricos, passar por fases de riscos permite que o caráter dos profissionais seja aperfeiçoado, como explica o economista se desenvolvem vivendo Id, 2003, p. 94). No cenário em que ocorrem as contratações e demissões, as pessoas que estão na faixa dos 40 anos são as que mais sofrem com a redução da oferta de 22 emprego, entrando, portanto, na zona de risco. Entre os fatores destacados na pesquisa realizada por Raffa e Bortolossi (2007), está o fato de que as empresas preferem os jovens pelo dinamismo, por aceitarem mais facilmente os salários baixos e por serem mais criativos e motivados e menos resistentes às mudanças. Todos esses itens revelam a dificuldades enfrentadas para recolocação no mercado dos profissionais maduros. a social geralmente eram travestidas de envelhecimento profissional gerado pela incapacidade de adaptação às novidades espaço para os mais novos. Esse novo regime se concentra na capacidade imediata, sendo que a rápida mudança de qualificação virou norma. Segundo Grun (1999), o Brasil empresarial, no final dos anos 1970 e começo dos anos 1980, recebia influências do estilo norte-americano, em que o jovem era valorizado na liderança. Mesmo com esses pontos positivos, ainda existe, por parte do jovem, medo de fracassar, uma vez que ele apresenta dificuldade em lidar com seus impulsos emocionais. 2.1.4. A quebra do tabu do fracasso O fracasso se tornou um grande tabu na sociedade. Junto com essa expressão o emprego, de acordo com Castelhano (2005), coloca o trabalhador em uma posição violência, embutida na repressão explícita, o medo é de perder o prestígio, de Em entrevista aos funcionários da IBM, Sennett (2003) identificou que quando se falava a respeito da carreira, a atenção desses sujeitos estava voltada mais para o fracasso do que para o controle. Após uma série demissões na empresa, o sentimento de incerteza em relação ao futuro profissional tomou conta. Os homens da IBM começaram a censurar-se7 por terem ficado demasiadamente dependentes da empresa, por terem acreditado nas 7 Em outro momento do texto, Sennett (2003, p. 154) explica que censurar equivale a culpar-se. 23 promessas da cultura empresarial, por terem desempenhado um roteiro da sua própria criação (SENNET, 2003, p. 154). Isso é o reflexo do que muitos jovens passam após depositarem suas expectativas em uma profissão, sem levarem em consideração as pressões que o sistema capitalista impõe sobre a economia e as próprias instituições. No âmbito da escolha profissional, tais medos de fracassar são indícios de uma insegurança que limita o indivíduo e o mantém em um estado de desinformação sobre si mesmo e sobre as possibilidades do mercado. Tendo em vista todas as transformações no mundo do trabalho e no perfil do profissional, entende-se que o jovem em fase de escolha profissional se sente pressionado, mesmo com pouco conhecimento a respeito do curso e sabendo da probabilidade de desistir na metade da graduação. Desse modo, as forças sociais e econômicas trabalham para que o sujeito, de alguma forma, tome iniciativa, não importando para onde ele vá. Segundo Basso, Rocha e Esqueda (2008, p. 5), os adolescentes sentem uma preocupação intensa para alcançar uma aprovação social, como um todo exige muito deste adolescente em relação a sua na cultura moderna, o fato de não ter decisão pode ser sinal de fracasso. 2.2. Resgate histórico da orientação profissional no Brasil Em uma revisão histórica da orientação profissional no Brasil, Abade (2005) expõe que, nas décadas de 1960 e 1970, no que se refere à orientação profissional, o atendimento aos jovens e adolescentes ficava mais restrito as clínicas de psicologia e aos testes vocacionais. Por volta de 1980, esse cenário sofre algumas alterações, e a psicologia começa a redefinir as práticas de orientação. Bosi (1982) conta que a orientação profissional começa a ser incentivada a sair dos consultórios para alcançar escolas públicas através do contato dos alunos de psicologia com a educação popular. Em 1980, ocorre no Rio de Janeiro, o I Seminário de Informação Ocupacional do Centro de Informação Ocupacional (CIPO), que reuniu comunicadores sociais e psicólogos. Figueiredo (apud ABADE, 2005) explica que as discussões do seminário giravam em torno da necessidade de construção de um banco de dados com informações sobre as profissões. 24 No final da década de 1990, pesquisadores passaram a focar no comporta nas consequências para as questões de identidade. Nesse sentido, a internet passa a ser uma fonte para buscas profissionais que vem aperfeiçoando a variedades de formatos para a produção de informação. [...] o fato é que os jovens que hoje buscam ingressar no mercado de trabalho precisam desenvolver essa característica, qual seja: uma identidade profissional bem-definida, mas, ao mesmo tempo, fluida, capaz de se transformar com o rápido passar do tempo, ou ainda tornar-se múltipla, ou seja, duas, três ou mais identidades profissionais convivendo diariamente em diferentes contextos de trabalho, de preferência com o mínimo de conflitos entre si (TERÊNCIO; SOARES, 2003, p. 144). Terêncio e Soares (2003) afirmam o conceito de que a mídia não é apenas um instrumento tecnológico e de informação, mas também uma ferramenta para expressão e transformação da identidade pessoal do adolescente. Em análise feita pelos autores foi constatado que as profissões acompanham as mudanças tecnológicas. No ano de 2000, surge na Universidade Federal do Paraná a Feira de Profissões que até hoje tem atraído diversos jovens de vários municípios e estados brasileiros (FEIRA DE CURSOS E PROFISSÕES UFPR, 2013). Além dela, outras instituições particulares também passaram a realizar eventos com objetivo de apresentar os cursos de graduação e atividades relacionadas àqueles que pretendem ingressar o ensino superior. Estes encontros normalmente são abertos ao público e contam com uma série de estandes informativos distribuídos nos campos das universidades junto com alunos de diferentes cursos à disposição dos visitantes para esclarecer eventuais dúvidas e apresentar as possibilidades de atuação no mercado de trabalho. 2.2.1. Métodos para orientar profissionalmente os adolescentes A orientação profissional é um campo de pesquisa complexo, que envolve experimentações, descobertas, autoconhecimento e conhecimento do mundo do trabalho, que são considerados por Jordann (1963) requisitos fundamentais para a escolha profissional. Portanto, diferentes autores fazem pesquisas a fim de levantar 25 os motivos das desistências, dificuldades de decisão dos cursos de graduação e métodos mais eficazes de se contribuir no processo de escolha profissional. Um estudo realizado por Lehman (apud quase metade dos estudantes que desistem da graduação apresentou problemas no sobre a faculdade ou sobre o mercado, 44,5% dos alunos acabam abandonando o sonho de realização profissional. Ribeiro (2003) aponta que existe um sentimento de desinformação por parte dos alunos quanto à futura profissão. A falta de material que possa esclarecer sobre as oportunidades do mercado de trabalho e a necessidade de um trabalho voltado para a orientação profissional foram outros elementos mencionados. Sparta (2003) realizou um estudo sobre os processos da orientação profissional e como esta se desenvolveu no Brasil. Nela apresenta o uso de testes vocacionais como um método para a realização dos diagnósticos profissionais de jovens em fase de escolha profissional. Carvalho (1995) propõe um método para se trabalhar com a orientação de educação profissional com adolescentes. O modelo consiste em cinco encontros de três horas de duração, nos quais são trabalhados: conhecimento do próprio processo de escolha, autoconhecimento e conhecimento do mundo do trabalho. Nesse contexto, cada grupo teria um coordenador e um observador, que anotaria o conteúdo dos encontros ocorridos. Em outra pesquisa, Carvalho (apud SPARTA, 2003), que foi a primeira professora da disciplina de Seleção e Orientação Profissional do curso de Psicologia da Universidade de São Paulo, trata da introdução das Estratégias Clínicas de Orientação Vocacional no Brasil. A autora foi a responsável por incluir as ideias desenvolvidas (1977/1996) do pioneiro em orientação profissional no Brasil, o psicanalista Rodolfo Boholosvisky. Além disso, propôs os processos grupais (atendimento psicodinâmico que promove a aprendizagem de escolha profissional) como alternativa ao modelo psicométrico (simples aplicação de testes, sem nenhum tipo de outra intervenção). Por outro lado, Ferreti (apud SPARTA, 2003, p. 7) propôs um novo modelo de orientação profissional dentro do processo de ensino e aprendizagem, capaz de lletier (apud Ribeiro, 26 2003) entende que a orientação profissional está em constante processo de redefinição, o que é considerado por ele uma boa oportunidade para rever paradigmas e modelos de atuação. Para tanto, o autor apresenta uma proposta de agregar à grade curricular do ensino médio, disciplinas que viabilizem o contato gradativo com o mundo do trabalho e, assim, fazer com que os adolescentes desenvolvam habilidades para escolherem o curso que pretendem seguir. No que diz respeito às implicações no processo de orientação profissional, Mueller (1988) aponta que chegar a uma escolha vocacional supõe um processo de tomada de consciência de si mesmo e a possibilidade de fazer um projeto que significa pensar antecipadamente em uma ocupação profissional. O autor compreende que, por meio da orientação profissional, é possível contribuir para que o adolescente perceba as influências que sofre nos ambientes em que vive e, assim, tome uma decisão mais consciente. Muller, Silva e Carvalho (apud, RIBEIRO, 2003, p. 149) concordam que existe um discurso recorrente a respeito da orientação profissional e afirmam que ela ad infinitum -se, então, que existe uma preocupação com as bases da orientação profissional, com a inovação das estratégias de orientação e com as possibilidades de ascensão e consolidação profissional dos estudantes. 2.3. Em uma entrevista Tapscott (2008) conta que a nova geração de profissionais, de 1970 e meados dos 1990, em meio avanços tecnológicos e prosperidade econômica. E por isso, lidam muito bem com a interatividade, hiperestimulação e ambiente digital. Segundo o pesquisador, estes jovens têm a expectativa de entrar em O jornal Folha de São Paulo divulgou em 2010, uma pesquisa que fornece uma ) Considerando o quadro total de funcionários das empresas, 27 mais de 40% dos empregados são dessa faixa etária, o dobro da parcela observada do Brasil também pertençam a essa geração (FOLHA DE SP, 2010). Embora essa geração tenha grandes vantagens em frente ao mercado de trabalho, a necessidade de obter resultados imediatos, por exemplo, pode fazer com que algumas etapas sejam puladas. Oliveira (2010) conta que outra tendência dessa geração é a rotatividade nos empregos e uma redução na formação de líderes. E como acrescenta a matéria do jornal O Globo (2014) essa geração também é reconhecida pode causar estranhamento ao universo corporativo normalmente, cheio de aprenda a identificar suas características e trabalha-las para que os favoreça em sua produção e comportamento profissional. Considerando esse perfil, os jovens antes de chegar as empresas, precisam trilhar o caminho para a escolha profissional, que não é nada fácil. Para isso, eles percorrem a diferentes meios, mas especialmente a internet para obter algumas informações, como se pode ver no tópico a seguir. 2.3.1. Mídia: Um instrumento de orientação profissional para adolescentes Segundo Pinto (1997), as novas tecnologias podem ser classificadas em mídia, multimídia e hipermídia. A mídia é caracterizada por conter um só elemento, como, por exemplo, a caixa de som, que tem a capacidade de transmitir apenas o áudio. Já no caso das hipermídias, que são fundamentadas na palavra latina media, referem-se (PINTO, 1997, p. 4). Por (id). texto ou uma canção, mas não tinha os meios para torná(SHIRKY, 2011, p. 59). Segundo o autor, os que tentavam contrariar essa lógica não recebiam tanta confiança. Entretanto, hoje, os comportamentos participativos se 28 tornaram Outro ponto chave apresentado por Pinto (1997, p. 5) é que a sociedade atual contraria o passado, que percebia os computadores e os aparatos tecnológicos dentro dos lares, e saber operá-los constitui-se em condição de empregabilidade e to frequente com eles desde a infância colabora para o domínio dessas tecnologias. Na pesquisa realizada pelo Tic Kids Online Brasil8 (2012), foi constatado que 44% usaram a internet pela primeira vez abaixo dos 10 anos, mas cerca de um terço (31%) tinha começado a usar com 11 ou mais anos. Entre as crianças que acessam a Internet, o domicílio destaca-se como o principal local de acesso (60%). Em outro trecho da pesquisa explicam-se os motivos que levam o jovem a se aproximar cada vez mais cedo das inovações tecnológicas: Este quer usufruir de seus benefícios, sociabilizar-se, conversar com pessoas de origens diferentes, e isso é fundamental para o processo de desenvolvimento de seus interesses e vocações. Para isso, tem que conhecer, experimentar, investigar, testar, posicionar-se, ter feedbacks principalmente de seus pares e, infelizmente, a escola nos moldes tradicionais de ensino não é mais o espaço fundamental para isso (TIC KIDS ONLINE BRASIL, 2012, p. 45). tidade profissional deve ser entendida numa contínua interação entre os fatores internos e enfim, poder fazer a escolha profissional os adolescentes recorrem às mídias, que 8 Tic Kids Brasil é um livro eletrônico, fruto de uma pesquisa realizada com crianças e adolescentes a respeito do uso da internet, em 2012. 29 cada vez estão mais aperfeiçoadas pela tecnologia. De acordo com Silva (2004) é importante considerar que a mídia gera necessidades: valores e maneiras de ser. Os meios de comunicação social, ou, melhor dizendo, o acesso a eles (principalmente a TV) cresceu tanto e com tanta força que, pode-se dizer, divide largo espaço, na formação dos sujei (SILVA, 2004, p.64). visa com 2001, p.123). Agência de Notícias dos Direitos da Infância (2011, p.68) acrescenta de curto prazo, outros se manifestam indiretamente e a longo prazo. Igualmente, alguns efeitos se relacionam a comportamentos, enquanto outros dizem respeito ser ou querer ser ou até a forma como se comportam pode estar associada àquilo que eles têm consumido. Em essência, a mídia exerce um papel importante na sociedade democrática. N refletir a complexidade da questão, explorar o contraditório, garantir espaço para as distintas visões, mostrar a temática está relacionada à vida das pessoas, enfim, estimular os (SILVA E SCHOMMER, 2009, p.2). Portanto, a mídia sempre vai poder promover tanto efeitos positivos quanto negativos na formação da opinião dos jovens adolescentes. Como já diz Alexandre e somos bombardeadores e envolvidos por informações através de imagens e sons que, de uma forma ou de outra, tentam mudar ou cristalizar à sociedade e ao próprio jornalismo ficarem atentos a estas influências, apontá-las e se possível questioná-las, para que haja um discernimento por parte desses jovens do que eles são e o que querem ser. Considerando todos os projetos que estimulam e facilitam a imersão de estudantes no ensino superior e levando em consideração o fato de que a internet tem sido o principal meio em que jovens se mantêm informados, coloca-se a seguinte pergunta: em quais aspectos o jornalismo de web pode contribuir para o processo de escolha profissional de adolescentes brasileiros que cursam o ensino médio? 30 2.4. OBJETIVOS 2.4.1. Objetivo geral Produzir uma plataforma jornalística multimídia que contribua no processo de escolha profissional dos adolescentes. 2.4.2. Objetivos específicos Traçar um perfil sobre o consumo de mídia dos jovens para que se possa produzir um site que atenda às necessidades de informação, debate e reflexão do mundo profissional; Utilizar canais interativos como Facebook e YouTube, onde os jovens possam comentar e compartilhar conteúdos, a fim de sanar as dúvidas dos adolescentes sobre as profissões que pretendem seguir; Proporcionar experiências aos acadêmicos de jornalismo, a partir do exercício de conteúdos jornalísticos: texto, foto, vídeo, áudio e infográfico; Experimentar uma linguagem atrativa e dinâmica de jovem para jovem; 31 3. JUSTIFICATIVA 3.1. Relevância social: a informação contra a evasão no ensino superior web busca-se atingir o interesse social de auxiliar jovens e adolescentes que estão em fase de escolha profissional. De acordo com o levantamento realizado pelo Censo Escolar da Educação Superior (2011-2012), do Ministério da Educação, publicado no Portal do Ministério da Educação(2013), houve um crescimento de 4,4% das matrículas no ensino superior, superando sete milhões de estudantes. Em dez anos, a quantidade de ingressantes no ensino superior teve alta de 91,9%, de acordo com Mercadante. Saltou de 1,431 milhão em 2001 para 2,747 milhões em 2012 (...) As universidades são responsáveis por mais da metade das matrículas (54%). As faculdades concentram 28,9%; centros universitários, 15,4%; instituições federais de educação tecnológica, 1,6% (PORTAL G1, 2013). Em um censo mais recente, Ministério da Educação9 informou que de 2012 para 2013, a rede privada cresceu 4,5% e a rede pública aumentou 1,9%. Os números de matrículas nas instituições privadas cresceram acima da média em 2013 e já 7,3 milhões de brasileiros estão matriculados em cursos superiores no país, número 85,6% maior do que o de dez anos atrás . Percebe-se que várias medidas têm sido realizadas no país que justificam os aumentos no número de matrículas citados acima. Na primeira década do século XXI, o estado brasileiro desenvolveu projetos que facilitam o acesso dos alunos à educação superior. O Programa Universidade para Todos (Prouni)10 foi criado em 2004 para conceder bolsas de estudos integrais e parciais em cursos de graduação e sequenciais de formação específica. De acordo com o Portal Prouni (2013), o programa, desde sua criação até o segundo semestre de 2013, já atendeu mais de 1,2 milhões de estudantes, sendo 69% com bolsas integrais. O projeto é dirigido aos estudantes egressos do ensino médio da rede pública ou da rede particular nas condições de 9 http://www.brasil.gov.br/educacao/2014/09/ensino-superior-registra-mais-de-7-3-milhoes-deestudantes 10 http://prouniportal.mec.gov.br/index.php?option=com_content&view=article&id=124&Itemid=140 32 bolsista integrais, que possuem renda familiar per capita máxima de três salários mínimos. Para aqueles que não se encaixam na condição citada acima, ainda existe outras opções como o Fundo de Financiamento ao Estudante do Ensino Superior (Fies),11 que nasceu em 2001 com o objetivo de financiar a educação superior de estudantes que não têm condições de arcar com os custos de sua formação. Para candidatarinstituições privadas, cadastradas no programa e com avaliação positiva nos Em 2007, o Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência (Pibid)12 foi lançado com a proposta de antecipar o vínculo de futuros mestres e as salas de se dedicarem ao estágio nas escolas públicas e que, quando graduados, se comprometam a trabalhar no magistério da rede pública de ensi iniciativa, o Pibid faz uma articulação entre a educação superior (por meio das licenciaturas), a escola e os sistemas estaduais e municipais. Devido à oferta de projetos que atendem diferentes condições financeiras e sociais, os jovens são estimulados a ingressar no ensino superior. No entanto, estar matriculado não significa completar o curso ou estar realizado na profissão. Considerando esses aspectos, foi identificado em um estudo divulgado na internet, a média de evasão13 entre 2008 e 2009 no país: 20,9%, segundo o Censo do MEC. Além disso, apenas 47,2% dos estudantes se titularam após quatro anos de curso. Conforme Silva Filho et al. (2007), desistir dos cursos pode ocasionar desperdícios sociais, acadêmicos e econômicos. No setor público, são recursos públicos investidos sem o devido retorno. No setor privado, é uma importante perda de receitas. Em ambos os casos, a evasão é uma fonte de ociosidade de professores, funcionários, equipamentos e espaço físico (SILVA FILHO et. al, 2007, p. 642). 11 http://sisfiesportal.mec.gov.br/fies.html 12 http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_content&view=article&id=233&Itemid=467 13 Segundo Silva Filho et. all (2007), a evasão anual média serve para medir a percentagem de alunos matriculados em um sistema de ensino superior, ou em um curso que, não tendo se formado, também não se matricularam no ano seguinte. 33 Uma forma de se combater a evasão seria prevenindo-a. Por isso, a informação, o conhecimento e o esclarecimento são relevantes para que o jovem escolha uma profissão com segurança e evite alguns possíveis transtornos durante a graduação. Nesse contexto, a plataforma jornalística multimídia proposta torna-se relevante aos adolescentes e à sociedade por atender a uma demanda crescente de alunos que pretendem se matricular em universidades, faculdades ou até mesmo em ensino tecnológicos no Brasil e precisam de um meio para conhecer o universo das profissões. 3.2. Relevância para o jornalismo: o jornalismo no ritmo das tendências da web De acordo com Abramo (1997), as temáticas mais destacadas e exploradas na mídia são cultura (música), comportamento (moda) e esporte. Da mesma forma foi constatado no grupo focal que os jovens tanto de escola pública quanto privada utilizam a internet mais para consumir entretenimento do que para se informarem a respeito do mundo profissional. Isto pode indicar que, o mundo profissional por estar em pouco evidência na mídia, consequentemente é pouco explorado pelos adolescentes. Outro elemento investigado foram os canais que esses jovens mais acessam (Facebook e YouTube) e o que desperta atenção e leva-os a compartilharem com outras pessoas. Descobriu-se que são conteúdos que acham engraçado, que se identificam e que possa interessar seus amigos e familiares, deste modo pode-se trabalhar pontualmente nesses quesitos. Por isso, para toda a produção da plataforma foram levados em conta os aspectos citados acima. Nesse sentido, foram criados banners digitais com imagem atrativas e frases com interrogação, na sequência publicadas no Facebook para que despertasse a curiosidade do público para acessar o conteúdo completo no site. Os estão no ensino médio e que têm questionamentos sobre a profissão a seguir, com a intenção de mostrar que muitas vezes diferentes pessoas podem apresentar as mesmas dúvidas, e desta forma despertar uma identificação entre jovens. Nas reflexões teóricas levantadas pode-se obter um panorama de informações que podem servir como fonte de pesquisa a acadêmicos e profissionais de diversas áreas do conhecimento, especialmente aos jornalistas. Afinal, por meio da relação do número de matrículas e evasão na graduação, é possível conhecer o cenário do 34 ensino superior no Brasil. Com a reflexão sobre a relação do jovem com o meio digital junto a pesquisa de campo do grupo focal e pesquisa quantitativa encontram-se formas de se trabalhar com esse público a fim de obter resultados significativos. As descrições das mudanças que ocorreram no mundo profissional, flexibilização do trabalho e no perfil do profissional, permitem que os jornalistas formulem pautas, escrevam textos opinativos, reportagens em profundidades entre outras coisas. Com as descrições das transformações na rotina da profissão e do papel do jornalista é possível entender a necessidade do profissional a se adaptar as novas tecnologias e o que funciona ou não dentro da atividade, seja nos aspectos técnicos ou até mesmo conceituais. Considerando que o estágio durante o curso de jornalismo só é permitido a partir do 6º período ou 3º ano de graduação, segundo a Convenção Coletiva de Trabalho dos jornalistas (SINDIJOR, 2014), a experiência proporcionada por este trabalho, como por exemplo, produção de conteúdo: textos, fotos, áudios e vídeos, permite que os colaboradores tenho contato com a área, desenvolvam habilidades e preencham essas lacunas. 3.3. Relevância para o produto: segmentação e participação do público Quando se fala sobre o jornalismo e orientação profissional para adolescentes não é tão fácil de encontrar canais multimidiáticos que articulem essas duas ideias. No entanto, em uma observação breve, em umas destas plataformas, o Guia do Estudante14, referência na área de educação, percebeu-se que apesar de trabalhar com a temática orientação profissional, ele atende diversas fases da vida dos jovens, uma vez que outros assuntos como Pós-graduação, que um período posterior a qualificação profissional é trabalhada. Já o foco do Fábrica de Profissões está nos primeiros passos da escolha profissional do jovem e adolescente, considerando que esse é um processo complexo. A fim de atendê-los na melhor maneira, influências que o jovem deve ficar atento para que saiba separar o que é dele, o que 14 http://guiadoestudante.abril.com.br/ 35 das feiras de profissões, palestras entre outros programas que tratam do que se aprende em determinadas graduações e qual é a realidade do mercado de trabalho. listados endereços e outras informações para contato, das universidades que dispõe de atendimento de orientação profissional cobrando um valor simbólicos e ajudando comunidades. Entre outros elementos que visam oferecer a reflexão necessária para uma escolha profissional. Além disso, essa plataforma trabalha diretamente com seu público alvo, os adolescentes, que apresentam suas dúvidas que são respondidas por profissionais especializados no assunto. Esse produto se destaca por agregar diversas mídias (texto, áudio, vídeos, infográfico) e por oferecer um leque de opções para consumo dos adolescentes. Uma vez que os jovens entrevistados neste estudo passam em média de uma hora por dia na internet e que a principal plataforma utilizada é o celular este produto além de poder acessado em computadores, também possui as adaptações para ser aberto numa plataforma mobile, como é o caso do aparelho celular. Portanto, o jovem pode acessá-lo de qualquer ambiente e em qualquer horário, e além disso, emitir seus comentários, seja através do site os dos outros canais de extensão: fan page e YouTube. 36 4. REFERENCIAL TEÓRICO 4.1. A cultura da participação e o jornalismo colaborativo O ambiente digital promoveu dois fenômenos: o processo colaborativo e mudanças no comportamento do indivíduo e da sociedade contemporânea, ambos estimulam a cultura da participação. Segundo a definição de Abreu (2003), baseado no teatro, o processo colaborativo é: [...] um processo de criação que busca a horizontalidade nas relações entre os criadores do espetáculo teatral (...) todos esses criadores e todos os outros mais colocam experiência, conhecimento e talento a serviço da construção do espetáculo de tal forma que se tornam imprecisos os limites e o alcance da atuação de cada um deles (ABREU, 2003, p. 1). Com o processo colaborativo a informação deixa de ser centralizada, unilateral, e passa a ser distribuída e desenvolvida por diferentes agentes sociais. Os adolescentes, em especial, conectados ao universo digital recebem uma diversidade de possibilidades de atuação. Eles não querem apenas consumir, mas também produzir e compartilhar. Até pouco tempo a mídia tradicional premiava apenas uma delas, o consumo. De acordo com Lemos (2003 apud LEMOS, 2008), outro fator que contribui no estímulo da produção de conteúdo textuais e audiovisuais foi o desenvolvimento dos dispositivos móveis essa produção só faz sentido em conexão (princípio em rede); e essa conexão Em virtude desse novo cenário tecnológico, o jornalismo passa também por atualizações; as fronteiras entre autor e leitor já não são mais as mesmas. Estes se tornam aliados na produção de conteúdo, formando assim, o jornalismo colaborativo. ocorrendo apuração, produção e publicação em conjunto, configura-se um espaço No que se refere aos aspectos negativos, Malini (2008, p. 4) entende que a cultura da colaboração em rede pode apresentar alguns problemas como efeitos do processo de informação. Já Silva (2012, p. 13) entende que a internet transformou 37 tanto o modo do jornalista fazer jornalismo quanto as formas de se consumir notícias. Sob essa condição, o profissional precisa abrir a mente e se permitir experimentar novos formatos, levando em considerando o conhecimento e a criatividade das pessoas que passam a contribuir com esse novo processo. Por muito tempo, a teoria do agendamento (agenda-setting) foi usada para explicar a relação com o receptor. Por meio dela, se compreendia que o jornalismo tem capacidade de influenciar apresentadas. Segundo essa teoria, os meios de comunicação determinam a pauta (agenda) ao darem destaque a determinados temas e preterir, ou simplesmente ignorar, outros. No entanto, o que se vive nesse advento do jornalismo colaborativo é um processo inverso. Hoje, os jornalistas e a grande mídia não são os únicos a pautar sobre o que as pessoas vão conversar. Pelo contrário, de acordo com Fonseca e O modelo convencional de produção era emissor-meio-mensagem-receptor. participação é, justamente, descentralizar a emissão, oportunizando que mais vozes a (apud, LAGO ; BENETTI, p. 84) explica que a agenda-setting uma condição de reles massa de manobra à de sujeito capaz de produzir sentidos -se, portanto, a ideia de que a tenta, diariamente, e sob as mais variadas maneiras, incluir temas nesse espaço (id, p. 85). A relação que se estabelece nesse contexto é em rede, e não mais em uma ordem contínua, previsível e padronizada, cria-se a possibilidade de uma interatividade efetiva. 4.2. Mídia colaborativa Com as inovações tecnológicas, o consumo da informação passou por transformações. O surgimento da internet trouxe consigo novas possibilidades de 38 interação e, nesse contexto, os jovens estão sendo estimulados a participarem do consumo e da produção de conteúdos. O relato de Shirky (2011) sobre o envolvimento de adolescentes da Coreia do Sul em movimentos representa bem esse fenômeno. Depois de cinco anos de bloqueio das importações de carnes bovinas americanas devido à contaminação da doença da vaca louca, a Coreia do Sul voltou com as negociações, que provocaram uma reação negativa por parte da sociedade coreana. Nesse sentido, o autor conta a experiência de uma jovem adolescente que foi atraída para a manifestação na rua, não pelos meios tradicionais, mas após ver uma divulgação no site de uma banda que gosta espécie de envolvimento público ou político. O site apenas deu àquelas meninas uma Nota-se, nesse ponto, a necessidade que os jovens possuem de ter voz, um lugar e um motivo para se sentirem agentes de uma sociedade, saindo de uma posição passiva para assumirem uma função ativa. Além disso, o autor explica que, por meio da internet, os conteúdos que são divulgados podem ser definidos de acordo com o que os participantes desse espaço querem. Além de opinarem, os jovens também procuram informações para basearem suas visões de mundo. Conforme afirma Lassance (1987, apud LOBATO, 2003), quando adolescente procura conhecimento sobre a profissão que pretende seguir, normalmente ele está carregado de estereótipos na mente, que podem ser provocados justamente pela mídia. (...) a escolha profissional é uma decisão difícil, acentuada pela valorização e idealização de tantos modelos profissionais veiculados na mídia e de estereótipos profissionais, que determinam divisões e hierarquias entre etnias, sexos, gêneros e padrões socioeconômicos (LOBATO, 2003, p. 1). Por isso, é necessário que se descubra o que os jovens pensam e, desse modo, trabalhar em satisfazer as necessidades de informação e quebrar, dentro do possível, preciso produzir um texto, vídeo ou áudio com boas técnicas e ferramentas, levando em consideração os diferentes públicos e deficiências que possam apresentar para consumir o conteúdo. Ao satisfazer os interesses dos internautas, se ganha um aliado no compartilhamento das informações e, consequentemente, a expansão da imagem 39 Davenport (1998) explica que compartilhar é o ato voluntário de colocar a troca involuntária as pessoas procuram um grupo que lhes dê uma sensação de pertencimento e integração. Conforme Gallahue e Ozmun (2003) na adolescência essa necessidade costuma ser mais forte. 4.3. A reconfiguração do papel do jornalismo e do jornalista Nas últimas três décadas, o desenvolvimento das plataformas na web provocou uma série de mudanças no ambiente e no perfil jornalístico, o que não significa que o jornalista perdeu seu papel. Pelo contrário, ele apenas passou a ser reconfigurado. Para Graça (2002, p. 1229), on-line, dados com pouca margem de manobra para selecionar, classificar, hierarquizar e, sobretudo, interpretar Doug Millison (apud Aroso, 2005) explica que, em meio às opiniões e propagandas que permeiam a internet, o papel dos jornalistas profissionais torna-se mais importante do que nunca. Dentre os fatores que estimulam o jornalismo colaborativo na web, estão: (...) o maior acesso à Internet e interfaces simplificadas para publicação e cooperação online; popularização e miniaturização de câmeras digitais e celulares; a "filosofia hacker" como espírito de época; insatisfação com os veículos jornalísticos e a herança da imprensa alternativa (PRIMO; TRASEL, 2006, p. 39). O que se percebe nessas circunstâncias é que é preciso pensar, questionar e se reestruturar em relação a esse novo processo. Além disso, é necessário levar em conta que até a própria produção jornalística passou por transformações. Quando os leitores enviam conteúdos textuais ou audiovisuais, por exemplo, cabe ao jornalista investigar a veracidade das informações obtidas, filtrá-las e, por fim, compartilhá-las. Dessa forma, ocorre uma ampliação da conexão, dos vínculos comunitários, do controle sobre gestão do tempo e também do espaço na fase pós-massiva da 40 informação populares que só funcionam graças à colaboração dos usuários na Desse modo, Silva (2012, p. 13) entende que a internet transformou tanto o modo do jornalista fazer jornalismo quanto às formas de se consumir notícias. Sob essa condição, o profissional precisa abrir a mente e se permitir experimentar novos formatos, levando em considerando o conhecimento e a criatividade das pessoas que passam a contribuir com esse novo processo. 4.4. O jornalismo no rumo da segmentação de conteúdos Embora a cultura da participação na era tecnológica tenha incentivado mais a participação das pessoas e adaptado o papel do jornalista houve outras mudanças significativas à produção de conteúdos. Quando o rádio e a televisão surgiram, os conteúdos por eles desenvolvidos eram voltados para atingir consideravelmente a massa. Já as plataformas multimidiáticas nascem com outra perspectiva, que é trabalhar com a segmentação do público. A colaboração crescente dos usuários na produção de conteúdos para sites públicos e comun subvertem ou ainda divergem daqueles emitidos pelos veículos da mídia de massa (MALINI, 2008, p. 2). A experiência do jornalismo participativo na internet está de acordo com a necessidade que o público apresenta. Maffesoli (2004 apud Silva, 2012) descreve que a criação de sites de cooperação, ou grupos segmentados que discutem assuntos préprodução de conteúdo não está preocupada em atingir a todos, mas em atender a interesses de um público específico. O próprio conceito de comunicação de massas ao receptor das mensagens uma posição muito mais ativa, com muitas mais opções para selecionar De acordo com Fonseca e Lindemann (2008, p. 92), nesse contexto existem -se que a nova prática jornalística seja a possibilidade de 41 produção segmentada estabelece uma relação de maior proximidade com seus colaboradores, criando, assim, uma parceria entre ambos. 4.5. Linguagem jornalística na web linguagem é algo dinâmico que se renova, que traz novos significados e usos Durante o curso de jornalismo, o estudante é treinado para desenvolver habilidades que aperfeiçoa a trabalhar com linguagens distintas. No ambiente da web, a linguagem é variada, acelerada e o jornalismo precisa acompanhar esse ritmo, afinal não basta apenas trabalhar com uma diversidade de formatos sem entender o papel e a distribuição de cada um. As críticas apontadas por Nogueira (2009) sobre a produção de conteúdo na web são relevantes para aprender a usar as linguagens sonoras, textuais, visuais e audiovisuais em harmonia. Para o autor, deve-se evitar redundância informativa, isso significa não repetir no texto as mesmas informações na versão textual na audiovisual e vice-versa como se fosse uma espécie de transcrição literal, mas completando o assunto. Outro ponto importante é a falta de hierarquização capaz de organizar os conteúdos sejam eles, textos, áudios, fotos ou vídeos, esse processo não deve ser aleatório, pois corre o risco de deixar a produção fragmentada. Portanto, cada recurso da linguagem oferece potencialidades a serem exploradas e que podem evitar que a leitura seja cansativa. A linguagem é um elemento fundamental para a construção do conhecimento dos indivíduos e se bem planejada pode atrair os internautas e ampliar a visão deles sobre um determinado assunto, caso contrário, pode confundir mais ainda. Sobre a construção do texto na internet Jacob Nielsen e John Morkes (apud CANAVILHAS, 2001, p. 3) explicam que 79% das pessoas que navegam no espaço digital não leem as notícias palavra po -se a fazer uma leitura por Barbosa (2001) esclarece que a própria leitura se tornou dinâmica na web, especialmente pela integração de elementos multimidiáticos que induz a uma leitura-não linear. Nesse sentido, o internauta acessa os conteúdos que mais chama sua atenção. "Se por um lado a leitura de um texto implica um trabalho específico de imaginação, por outro lado, a percepção das imagens não prescinde da capacidade de elaboração de um discurso" (RODRIGUES 1999; 122). 42 Dube (apud FERRARI, 2012) explica que para escrever texto na internet é necessário conhecer o público e manter o foco nas necessidades e hábitos dos leitores. E os jornalistas precisam pensar nos conteúdos diferentes e em como eles podem ser completados. No que se trata do uso de textos, Canavilhas elabora algumas diretrizes para webjornalistas para que a leitura seja completa e fluente. a) Destacar palavras-chave através de hiperligações ou cores, por exemplo; b) Utilização de subtítulos; c) Exprimir uma ideia por parágrafo; d) Ser conciso; e) Usar listas sempre que a notícia o permita. (NIELSEN e MORKES, apud CANAVILHAS, 2001, p.2). o aquele que integra as matrizes de imagens e de sons de forma a criar uma narrativa que priorize (MAIA, 2012, p. 4). Até pouco tempo atrás o equipamento usado para fazer vídeos não era muito acessível e também tinha um custo elevado para tanto alugar quanto comprá-lo. Com os avanços tecnológicos essa ferramenta passou integrar novos meios, como é o caso das plataformas móveis, entre eles o celular, que é fácil de manipular, possui uma boa capacidade de armazenamento e qualidade de imagem. (...) o celular/smartphone é o primeiro que desvincula a comunicação do lugar e, por isso, a tecnologia móvel incide de forma decisiva no movimento. A conectividade já não depende do lugar, e sim da pessoa. Daí, a importância dos dispositivos móveis como dispositivos pessoais, como um complemento insubstituível do sujeito social (AGUADO; CASTELLET, 2010, p. 128-129). Os sites que produzem conteúdos exclusivos para o meio digital ainda experimentam os primeiros passos em direção a uma gramática própria. Existe uma carência na formulação das narrativas adequadas que aproveitem os recursos que o universo digital possibilita as multimidialidades e a interatividade. Conforme Nogueira (2009, p.9), no webjornalismo ainda o que predomina é uso de textos, para mudar função de destaque na vida dos indivíduos da contemporaneidade, nada mais natural que ela também comece a ser um elemento cada vez mais presente nas produções jornalística na web . Para Ferrari (2012) ao usar fotos no espaço digital é interessante evitar as que trazem muitos detalhes, para que possam ser enxergadas nitidamente 43 quando reduzidas no monitor. Júnior (2008) revela que a imagem tem capacidade, poder de promover a persuasão, convicção e até mesmo mobilizar a mente ação. Por isso, o recurso imagético deve ser bem aplicado e considerado dentro das diferentes plataformas. Em relação ao áudio, Dube (apud Mielniczuk, 2012, p.185) diz que esse mecanismo deve ser utilizado quando a palavra escrita não é adequada para expressar o conteúdo. O autor sugere o uso do áudio para declarações de experts, Ferrari (2012) conta que o áudio é uma forma de eternizar a entrevistas, devido aos elementos como a tonalidade de voz e as sensações do entrevistado disponibilizadas na internet ao alcance de todos os leitores. Outro recurso na web apontado por Dube (apud Mielniczuk, 2012, p.185) foi o uma maneira muito simples de apresentar uma sequência de imagens pode servir ou para narrar uma sequência de fatos ou, simplesmente, como um ensaio fotográfico sobre um assunto (id). E também, esse formato não deixa de ser uma forma atrativa de atrair os leitores para as matérias principais de um site. 44 5. METODOLOGIA PESQUISA 5.1. Pesquisa exploratória e bibliográfica Para atingir os objetivos deste trabalho, primeiramente se fez uma pesquisa exploratória na internet para compreensão do cenário do ensino superior no Brasil. Por meio dela, pôde-se obter uma visão geral sobre o assunto a ser discutido e criar uma aproximação com o tema. De acordo com Gil (2008, p. 27), esse tipo de pesquisa tendo em vista a formulação de problemas mais precisos ou hipóteses pesquisáveis Após identificar, no site do Ministério da Educação dados oficiais sobre o crescimento de matrículas e da evasão, buscou-se, por meio de uma leitura e delineamento bibliográfico, entender as mudanças que ocorreram no mundo do trabalho e no perfil do trabalhador. Na ocasião, foram consultados Sennet (2003) e Schwartzman (2007), que discutem a respeito de como as mudanças na modernidade podem levar o jovem a optar por um novo rumo profissional. Na sequência, foi feita uma apuração sobre como os jovens consomem informação e como, cada vez mais cedo, as crianças estão adotando as inovações tecnológicas (TIC KIDS, 2012). Escolher um assunto por si só não é suficiente para iniciar uma pesquisa bibliográfica. É necessário que esse assunto seja colocado em termos de um problema a ser solucionado. Essa problematização, por sua vez, não constitui tarefa simples. Requer experiência, leitura, reflexão e debate. É algo que decorre da vivência intelectual do pesquisador (GIL, 2008, p. 27). procurar, recolher, analisar, interpretar e julgar as contribuições teóricas já existentes seguiu-se então para uma investigação mais ampla em livros, artigos científicos e endereços eletrônicos que discutem a temática da mídia e adolescência (SILVA, 2004), cultura da participação (Shirky, 2011) e o jornalismo colaborativo, com Primo e Träsel (2006), que foram essenciais para se compreender a integração da plataforma multimidiática com o jornalismo e adolescência. 45 Pôde-se perceber, a partir de Sparta (2003), como a orientação profissional se desenvolveu no Brasil e através do site oficial do governo federal foram identificados os projetos que surgiram nos últimos anos e que estimulam a entrada dos jovens no ensino superior. Dessa forma, chegou-se, por meio da consulta a Ribeiro (2003), à problematização de como o jornalismo de web pode contribuir com as demandas de orientação profissional no ensino médio dos colégios públicos e privados. Em busca dessas respostas realizou-se uma pesquisa quantitativa, com aplicação de um questionário em formato estruturado e outra pesquisa qualitativa com abordagem fenomenológica no formato de grupo focal. Neves (1996) esclarece que os métodos qualitativos e quantitativos servem para se complementar. Para realizar as pesquisas foram escolhidas duas turmas do segundo ano do ensino médio, uma da rede pública e outra da privada, respectivamente o Colégio Estadual Professora Maria Aguiar Teixeira e o Colégio Nossa Senhora do Sion. Houve um encontro com cada escola e, no total, vinte e seis alunos foram selecionados para a pesquisa estruturada (treze de cada escola) e para o grupo focal foram doze alunos (sendo seis de cada colégio, três meninos e três meninas). 5.2. Pesquisa quantitativa Para Novelli (2011, p.164), a pesquisa quantitativa ultrapassa os limites da técnica de pesquisa e se torna a própria expressão da opinião pública. Além disso, ela serve para que o pesquisador forme referências bem estruturadas e responda algumas hipóteses sobre fenômenos e situações que foram definidas inicialmente. Para identificar hábitos, comportamentos e preferências dos adolescentes na web elaborou-se um questionário quantitativo (apêndice 2) com 15 perguntas fechadas e que, em alguns casos, era permitido responder mais do que uma opção. O questionário foi desenvolvido através do formulário do Google Docs, que fica dentro da plataforma gmail e impresso para 26 alunos, sendo 13 do Colégio Estadual Professora Maria Aguiar Teixeira e outros 13 do Colégio Nossa Senhora do Sion, como pode ser observado no apêndice 2. Depois de coletar as respostas, foram utilizadas as mesmas ferramentas do Google para conseguir a porcentagem e, enfim, fazer uma análise comparativa entre o ensino público e privado, notando as semelhanças e diferenças. Para Gil (1989), o questionário é uma das mais 46 importantes técnicas para obtenção de dados, pois é como objetivo o conhecimento de opiniões, crenças, sentimentos, interesses, Entre as vantagens deste método e abordagem, segundo Quaresma (2005, p.74), é que e m grande número de dados (...) ele garante também uma maior liberdade das respostas em razão do anonimato, evitando viéses potenciais do entrevistador. Geralmente, através do questionário, obtêm-s . Falcão e Régnier técnicas e algoritmos destinados a auxiliar o pesquisador a extrair de seus dados subsídios para responder à(s) pergunta(s) que o mesmo estabeleceu como objetivo(s) Destaca-se nesta pesquisa que algumas somatórias não foram exatas justamente pela possibilidade dos participantes responderem mais do que uma alternativa. No entanto, as mesmas não foram desconsideradas, por revelarem coerência de respostas em outras questões. 5.2.1. Perfil das escolas: pública e privada O Colégio Estadual Professora Maria Aguiar Teixeira, localizado no bairro Capão da Imbuia, em Curitiba foi escolhida por representar o típico perfil das escolas públicas, pessoas que estão em condição econômica inferior, com muitas ideias para melhorar o ensino, mas poucos investimentos por parte do governo. Sustentada muitas vezes, por apoio solidário de comunidades e por profissionais da educação, , o que exige da escola trabalhar a diversidade em sala, é claro, mas também permitir que os grupos se manifestem em Estima(id). Entre 2005 e 2009, o Colégio Estadual citado acima passou de 3,4 para 3,7 no Índice de Desenvolvimento do Ensino Básico (Ideb). Em 2010, a média no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) esteve acima dos 400 pontos necessários previstos pelo ProUni para concorrer a bolsas de estudo no ensino superior. Isso significa, que aos poucos o colégio vem crescendo em termos de educação (GAZETA DO POVO, 47 2012). Na pesquisa, do grupo focal percebeu-se que o perfil dos alunos desta escola, são de jovens inseguros quanto ao futuro profissional e que pouco enxergam seus potenciais. Colégio Nossa Senhora do Sion, no bairro Solitude, em Curitiba, de ensino alunos, com liberdade e responsabilidade. O aluno é preparado para ampliar a sua capacidade de organização, trabalhar em equipe, racionalizar o trabalho e tomar suas se que estes alunos expressam muito mais influências nas escolhas profissionais do que a escola pública, mas de certa forma se sentem mais seguros sobre a perspectiva de futuro, embora também apresentem pouco conhecimento sobre si mesmos e o mundo profissional. 5.2.2. Descrição e análise do questionário estruturado Os resultados dos questionários15 aplicados para descobrir o comportamento na web dos alunos de colégios público e privado mostraram que diariamente meninos e meninas passam cerca de uma a três horas conectados à internet, sendo a noite o período de mais acesso. O celular foi apontado como meio/equipamento mais utilizado no colégio particular (85%), igualmente pela rede pública (46%). Todos os alunos da escola particular acessam a internet em casa, diferente da escola pública (79%). Nesse contexto, a escola foi mencionada como segunda opção de acesso, praticamente a mesma porcentagem no colégio público (16%) quanto no particular (15%). A plataforma Google foi a mais indicada como mecanismo de busca por informações na internet em ambos os colégios, com uma diferença de 6%, no colégio particular (96%) e no colégio público (86%). A atividade mais realizada na internet no colégio público foi assistir vídeos (30%) e a menos comum foi ler notícias (8%). Os estudantes do ensino privado contabilizaram uma porcentagem mais expressiva em assistir vídeos (77%), e mesmo assim, a leitura apesar da baixa porcentagem, é mais frequente do que a escola pública (16%). 15 As perguntas podem ser consultadas na página 89 e os resultados em texto no parágrafo a seguir ou no formato de gráficos na página 93. 48 Em relação às redes sociais mais usadas, houve diferenças expressivas entre os colégios. Enquanto os estudantes do público optam mais por ver vídeos no YouTube (32%), no colégio particular a preferência é por ver vídeos no Facebook (77%). O principal motivo que leva os estudantes a utilizarem as redes sociais no colégio público é manter o contato com os amigos (35%), em contrapartida, os alunos do particular preferem como passatempo (85%). Os jornais e revistas foram mencionados no colégio público (33%) e no colégio particular (69%) como veículos que mais passam confiança no que diz respeito à informação. As redes sociais e blogs ficaram em segundo lugar no colégio público (27%), enquanto na rede de ensino particular a televisão e portais de notícias (15%) foram apontados. O entretenimento - englobando novelas, filmes e séries, são os conteúdos mais procurados pelos estudantes do colégio particular (77%), em contraste do colégio público (37%). Temas culturais atraem mais os alunos do colégio particular (69%) do que o público (20%). Sobre o mundo profissional há uma procura baixa em ambos os colégios, em média 6,5%. Em relação aos mecanismos automáticos para receberem informações, tanto colégio público (93%) quanto particular (85%), afirmaram não utilizar google alerts, feed RSS e newsletter. Constatou-se que os adolescentes da rede particular se interessam mais pelo que acontece no mundo (100%) do que no colégio público (63%). Na escola pública, os entrevistados costumam compartilhar mais informações pessoais, frases, hobbis e fotos (24%), enquanto no colégio particular existe mais uma cultura noticiosa (62%), seguida pela procura de vídeos e música (38%). 5.3. Pesquisa qualitativa: grupo focal Com objetivo de completar as informações da pesquisa quantitativa se fez uma pesquisa qualitativa com abordagem fenomenológica e entrevistas no formato de grupo focal a fim de tornar o estudo mais profundo e completo. Neves (1996) esclarece que os métodos qualitativos e quantitativos não se excluem. Embora difiram quanto à forma e à ênfase, os métodos qualitativos trazem contribuição ao trabalho de pesquisa uma mistura de procedimentos de cunho racional e intuitivo capazes de contribuir para melhorar a compreensão dos fenômenos (NEVES, 1996, p. 2). 49 O grupo focal para Dyniewicz (2007, p. 89) volta-se mais para os aspectos E abordagem fenomenológica, segundo Gil (2008), parte do cotidiano, do entendimento do modo que as pessoas vivem, além de resgatar os significados atribuídos pelos sujeitos ao objeto que está sendo estudado. Aaker (apud DIAS 2000, p. 2) explica que o propósito da abordagem fenomenológica é com que experimente as mesmas sensações, necessidades e satisfações da agem e o vocabulário do grupo e obtém as informações necessárias para a pesquisa por meio da interação estabelecida no ambiente com as pessoas (DIAS, 2000). A preocupação básica do cientista social, segundo Martins (2004, estreita aproximação de dados, de fazê-lo falar de forma mais completa possível, abrindo-se à realidade social para melhor aprendê-la e compreendê- flexível entre pesquisador e os Nesse sentido, notou-se que, além de identificar o que os adolescentes pensam sobre as profissões que pretendem seguir, também seria possível alcançá-los na continuidade deste trabalho como público-alvo, no que diz respeito ao acesso à plataforma sobre tendências profissionais. Conforme Lervolino e Pelicioni (2001, p. 116), o grupo focal consiste dados a partir da discussão focada em tópicos específicos e diretivos (por isso é identificados os paradigmas que os adolescentes carregam a respeito dos cursos técnicos, das graduações e das próprias profissões que pensam seguir. Pode-se conhecer os profissionais que esses jovens admiram, as dificuldades em escolher a profissão e o sobre os meios acessados para decidir a ocupação profissional. Gomes (2005) entende que a técnica de pesquisa de grupo focal está sendo cada vez mais usada em pesquisas na área da educação, estando em sintonia com a exploração deste trabalho. Para realizar o grupo focal, seguiu-se uma série de instruções. 5.3.1. Preparação e desenvolvimento da entrevista 50 Antes de começar a entrevista, Glaser e Strauss (apud BAUER e GASKELL, perguntar (a especificação do tópico guia) e a quem perguntar (como selecionar os re os assuntos que serão discutidos, levando em consideração os objetivos específicos da haja dispersão ou desvio do tema pesquisado, sem, no entanto interromper bruscamente a interação entre os participantes (DIAS, 2000, p. 4). De acordo com Dias (2000), os participantes convocados para o grupo focal devem ser informados sobre o objetivo geral deste e sobre seus direitos. Dentre os direitos mais comuns, destacam-se o direito de confidencialidade; de ser tratado com dignidade; de não ser obrigado a responder a todas as perguntas; de saber que a sessão está sendo gravada, se esse for o caso; e de receber compensação ou recompensa (Id, p. 5). De acordo com Bauer e Gaskell a primeira tarefa do moderador será apresentar a si próprio, o assunto e a ideia de fique atento para não perder o foco da conversa, mas também não se limite às ideias propostas inicialmente. O objetivo geral é estabelecer um debate aberto e acessível a todos; por isso, é necessário levar em consideração vários elementos. 5.3.2. Número de pessoas A dimensão dos grupos, segundo Ressel et. all (2008), depende dos objetivos de cada estudo. No geral, orienta-se que o grupo focal seja formado por um número entre 6 a 15 pessoas; por isso, quando se desejar aprofundar a temática da discussão, é aconselhável optar por um grupo menor. Essa preocupação com o número é importante para que exista uma interação entre todos, de forma relativamente ordenada. (...) pode-se considerar que 6 pessoas são suficientes para promover uma discussão. Com menos de seis pessoas, as ideias e interações tendem a ser mais esparsas e há maior probabilidade de algumas pessoas se sentirem intimidadas pelas mais extrovertidas. Grupos com mais de 10 pessoas, por outro lado, são mais difíceis de serem gerenciados quanto ao foco da 51 discussão e à distribuição do tempo disponível para a participação efetiva de todos (DIAS, 2000, p. 3). Outra consideração apontada pelos autores Bauer e Gaskell (2002, p. 70) é pesquisador deve usar a imaginação social científica para montar a seleção dos de ser feita em fases. 5.3.3. Sobre os participantes No que se refere à seleção dos participantes para a realização do grupo focal, Ressel et al (2008) dizem que é necessário que haja, pelo menos, um ponto de semelhança entre os participantes. Nesse sentido, o ponto em comum nesta pesquisa decisão de participar de um grupo focal deve ser individual e livre de qualquer coação, daí a importância de uma cuidadosa seleção das pesso (ASCHIDAMINI; SAUPE, 2004, p. 10). 5.3.4. Tempo estimado e número de encontros Em relação ao tempo estimado para a discussão, se propõe que o encontro o em função do cansaço e desgaste mental, pois esse tempo possibilita a discussão das (DE MAZZA et al, 2009, p. 184). No que diz respeito ao número de encontros, Bauer e Gaskell (2002, p. 71) aconselham a não promover inúmeros encontros, uma vez que as novidades surgem nas primeiras entrevistas e as representações tendem a se repetir, pois as experiências individuais acabam sendo fruto de processos sociais. 5.3.5. Considerações sobre o local Na fase de planejamento do grupo focal, define-se o local mais apropriado para 52 quaisquer objetos que possam desviar atenção do grupo ou interromper a discussão participantes estejam em cadeiras dispostas em círculo ou até mesmo sentados ao (TEIXEIRA et. al, 2009, p. 2). 5.3.6. Análise dos resultados alcançados A análise dos resultados não consiste apenas em transcrever o que foi dito no disso, Duarte (2007, p. 80) esclarece que, depois da conclusão da discussão e da -se proceder, tanto num caso quanto no outro, à é sugerido que o guia de entrevistado seja usado para a estruturação do relatório. 5.4. Descrição e análise do grupo focal Os Colégios Estadual Professora Maria Aguiar Teixeira e Nossa Senhora do Sion foram os locais de pesquisa do grupo focal. Doze alunos foram selecionados (sendo seis de cada colégio, três meninos e três meninas), especificamente do segundo ano do ensino médio. Com esse número de participantes pode-se promover interação e explorar um pouco de cada entrevistado. O moderador da pesquisa foi o próprio autor do Trabalho de Conclusão de Curso (TCC). O colégio estadual foi a primeira instituição a contribuir com a entrevista, no dia 08 de agosto de 2014. A seleção dos participantes ocorreu de forma individual e espontânea deixando que os próprios alunos demostrassem interesse em colaborar. No dia 15 de novembro de 2014, ocorreu a segunda pesquisa no Colégio Nossa Senhora do Sion (particular), onde grande parte dos alunos demonstrou interesse em participar. Nesse caso optou-se por um sorteio para selecionar o nome dos interessados. Não foi necessário agendar novos encontros nas escolas, pois as discussões duraram aproximadamente 40 minutos e obtiveram uma participação ativa de todos os voluntários. Os locais onde ocorreram os encontros foram a sala dos 53 professores e os alunos ficaram sentados em cadeiras organizadas em círculo, para que todos pudessem enxergar quem estivesse falando e se sentissem mais à vontade em contribuir. Um questionário com 15 perguntas16 foi elaborado e traçados cinco objetivos, dentre os quais estão identificar as mudanças que ocorreram da infância para a adolescência no que diz respeito à escolha profissional. As opiniões de familiares e amigos sobre a decisão profissional dos adolescentes. Os estereótipos de profissões e profissionais. E buscou-se conhecer a visão e as preferências sobre faculdade e especializações e também comportamento na web dos estudantes. 5.4.1. Da infância para adolescência: As mudanças na escolha profissional O primeiro questionamento feito na pesquisa de grupo focal teve como objetivo identificar as aspirações profissionais da infância para adolescência. Percebe-se nesse sentido que na rede de ensino público os alunos ainda consideram algumas profissões que almejavam na infância e que as informações obtidas pelos meios multimidiáticos acabam influenciando a decisão profissional mesmo que inconscientemente. Essa percepção foi possível justamente porque a própria narração dos jovens era composta por referências a programas ou personagens de programas televisivos. Dentre as possibilidades apresentadas estavam: perita criminal (devido à influência da série americana CSI), dançarina (a programas de televisão), professor e lutador (devido atividade externas ao colégio), web designer e dono de mercado (cursos profissionalizantes), engenheiro mecatrônico (feiras de profissão) e veterinária (paixão por animais). Apesar de citarem as profissões, apenas um dos candidatos se expressou com convicção e conhecimento da área que pretende seguir. No colégio particular, a maioria dos alunos descarta os sonhos de infância, mas também são influenciados pela mídia. As profissões que pretendem seguir são: designer gráfico (influência de amigos), mangá (desenhos de televisão), designer de interiores (pesquisas na internet e habilidade adquirida), designer de jogos (passatempo preferido), arquitetura (prima que atua na área) e piloto (filmes e documentários). Em ambos os colégios percebeu-se um baixo nível informativo sobre as futuras profissões. 16 As instruções para o grupo focal, os objetivos e perguntas podem ser consultadas na página 108. 54 5.4.2. Opinião dos familiares e amigos: críticas e reforços positivos No caso dos alunos do colégio particular, a opinião dos familiares na infância tinha mais importância do que atualmente. No geral, as famílias do colégio particular tendem a expor mais suas preferências profissionais para os adolescentes, mesmo que haja resistência por parte deles, do que da rede de ensino público. Em um dos depoimentos, uma jovem disse que o pai queria que ela seguisse a mesma área que a família, direito. No entanto, a jovem insiste em ir contra ao optar por Arquitetura. inião das pessoas mais próximas, mas que não influenciam na decisão profissional. Percebe-se que os comentários não são para que os filhos sigam a mesma área, em contrapartida são uma espécie de alerta sobre as dificuldades a serem enfrentadas. E outros casos, uma das alunas conta que sempre ouve dos pais - o que promove, segundo a estudante, uma sensação de segurança. Seja em qualquer situação, os estudantes dizem que estão abertos a sugestões, mas que de forma alguma isso vai influenciá-los, apresentando o mesmo comportamento dos estudantes do ensino privado. 5.4.3. Estereótipos de profissões e profissionais Outras considerações feitas no encontro com alunos do colégio estadual estão relacionadas com a prática da profissão. A que deseja ser dançarina, por exemplo, conta que iria adorar viajar com as bandas e não ter raízes. Já a futura perita diz que se imagina bem ocupada, atendendo às pessoas para resolver casos criminais: O relato das jovens revela percepções das profissões associadas aos estereótipos formados por programas televisão, filmes, documentários e páginas na internet. Já outro jovem diz que, apesar da profissão que pretende seguir parecer cansativa, fazer o que gosta compen 55 mundiais, sul-brasileiros, mineiros e europeus, dando curso e tendo o nome bem Já os jovens da rede de ensino particular, quando questionados sobre aparência e rotina da advogado que tem que usar terno, jaleco, pelo contrário, é uma profissão que você fica mais livre, no jeito de se vestir, no jeito de ser publicando um livro por semana, só que desenhado. Eu já li várias vezes que Mangá É uma responsabilidade grande, porém, eu escolhi porque não vai ter uma rotina, nem ficar preso em um escritório, vou poder ir . Todas as declarações demonstraram que os jovens estão preocupados em seguir uma área que reflita os aspectos pessoais e o próprio estilo de vida que pretendem levar. Além disso, todos os adolescentes costumam retratar a profissão de forma generalizada e superficial direcionada ao comportamento dos profissionais. 5.4.4. Referências profissionais No que diz respeito às referências profissionais, tanto colégio público quanto privado há uma escassez de inspiração profissional. No colégio público as poucas personalidades apontadas não estão associadas à escolha profissional. Apenas uma participante do colégio particular citou o pai como referência de vida e profissão. Elementos como a origem social e desafios profissionais foram mencionados como característica que gostariam de saber sobre profissionais da área que pretendem seguir. 5.4.5. Visão e preferência sobre faculdade Em entrevista, todos os participantes revelaram o interesse em fazer faculdade, principalmente devido à credibilidade e respeito que o título oferece no mundo técnico jovens. Enquanto, no particular disseram 56 hoje em dia, para ter um salário considerável que dê para viver também é necessário refletem a opinião de familiares, professores e amigos. 5.4.6. Hábitos de leituras, preferências na web e compartilhamento Ao longo da conversa com os estudantes pode-se apurar se existe ou não hábito de leitura e as páginas mais acessadas na web, a fim de identificar como está a procura por informações sobre o futuro profissional. No colégio público os jovens contaram que não leem com frequência por falta de vontade, interesse, tempo e as próprias distrações do dia-a-dia, ao contrário dos alunos do colégio particular, que recebem mais estímulos dentro e fora de casa para o exercício da leitura. E quando leem, são conteúdos das páginas do Hotmail (entretenimento) e outras que encontram a partir de pesquisas no Google. Já os adolescentes da rede de ensino particular compartilharam que têm o hábito de ler sobre diferentes temas em sites de notícias. As páginas mais navegadas são Gazeta do Povo, Portal G1, Terra e Folha de São Paulo. Na televisão, assistem programas jornalísticos como, por exemplo, o Paraná TV 2ª edição e, à noite, o Jornal Nacional, que são associados à emissora Rede Globo. As feiras de profissões foram um recurso em comum entre os jovens de diferentes colégios, como os meios para adquirirem informações e esclarecerem dúvidas sobre universo profissional. Portanto, no colégio estadual a procura não ocorre na internet e no particular, o acesso a web é dirigido a outros assuntos. Ao questioná-los sobre as preferências de formatos de conteúdo que mais consomem na internet, contaram que geralmente os atrai mais imagens, vídeos e recursos interativos. No entanto, reconheceram que só vídeos ou só texto deixaria a página muito cansativa, sendo ideal mesclar os formatos. Sobre o conteúdo em si, revelaram que gostariam de conhecer histórias de profissionais sendo narradas as dificuldades e superações vividas, salários e depoimentos de alunos que estão em graduação. No geral, os adolescentes compartilham em suas redes sociais assuntos que eles concordam, acham engraçado e que se identificam ou que possam se interessar a outras pessoas (amigas e familiares). Quando não gostam ou não concordam, compartilham apenas para criticar o conteúdo. Segundo os jovens, matérias sobre 57 profissões em extinção é interessante para poder saber se o curso deles já não está ultrapassado e se estão investindo na área errada. Sobre a linguagem que consideram agradável citaram a revista Superinteressante e Mundo Estranho que atraem atenção e os levam a dividir com outras pessoas. 5.4.7. Observações da moderadora Ao perceber um desconforto inicial dos alunos em relação à moderadora, para compartilhar os sonhos e possibilidades profissionais, a pesquisadora optou por contar um pouco sobre sua trajetória, para que os alunos se familiarizassem mais com o assunto e se sentissem mais à vontade. Na ocasião, disse que dos 10 aos 15 anos, participou de um grupo de vôlei, que contribui nos aspectos pessoais, como trabalhar em equipe, ser disciplinada e também para se conhecer. Em certa altura da atividade, teve que repensar seu futuro, quando optou por prestar vestibular para Relações Públicas, por identificar suas características: comunicativa e gostar de se relacionar. Depois da feira de profissões da UFPR, trocou ideias e conheceu o Jornalismo, no qual se encontrou profissionalmente. Após isso, houve um envolvimento maior dos entrevistados, a partir do qual foi possível coletar as diferentes narrações e visões sobre o mundo profissional. Cumpriu-se aqui o papel do moderador em um grupo focal, o de assumir uma posição de facilitador do processo de discussão e dar ênfase nos processos psicossociais que foram surgindo (DUARTE, 2007). Desse modo, se conseguiu coletar as informações necessárias para entender os jovens e trabalhar na produção de uma plataforma jornalística multimidiática a fim de auxiliá-los no processo de escolha profissional e preencher algumas lacunas existentes. 58 6. DELINEAMENTO DO PRODUTO 6.1. Considerações gerais sobre a plataforma O produto proposto é um site com uma estrutura de blog que utiliza recursos multimidiáticos para tratar sobre o processo de escolha profissional dos jovens e adolescentes. A plataforma conta com três canais de comunicação: fan page, e-mail e YouTube. O soundcloud17 só foi utilizado como ferramenta de armazenamento de áudio, sem intenção de divulgá-la como a mesma intensidade das outras redes sociais. Para alimentação de informação no site, optou-se por trabalhar com o jornalismo colaborativo, onde foram selecionados sete acadêmicos de jornalismo que estão entre o segundo e sétimo período na UniBrasil. Em um primeiro momento, os vídeos dos adolescentes foram gravados pelos colaboradores e futuramente esperase que os jovens produzam e enviem. O site foi desenvolvido com ajuda de um programador sob a orientação da idealizadora do projeto de término de curso, dentro da plataforma Online Wordpress. E seu grande diferencial, é que pode ser acessado também por plataformas mobiles, como o caso celular, o meio mais utilizado pelos adolescentes constatado em pesquisa (item 7.2.1 deste trabalho). 6.2. Nome do projeto De acordo com o Dicionário Online de Português18, fábrica significa o estabelecimento industrial onde se transformam matérias-primas em produtos destinados ao consumo ou que se dedica à produção de outras mercadorias. Nesse sentido, o site fábrica por entender que assim como uma produção em uma fábrica, diariamente novas profissões estão surgindo no mercado, outras estão se reformulando e também entrando em extinção. Espera-se através deste produto gerar um ambiente informativo, dinâmico e interativo entre os colaboradores (estudantes de jornalismo) e os internautas (adolescentes a procura de um futuro profissional). 17 Estima-se que em alguns anos, essa plataforma não exista mais, por isso, não se deu tanta visibilidade a ela em relação as outras duas plataformas trabalhadas. 18 Dicionário Online de Português - é um dicionário de Língua Portuguesa contemporânea, composto por definições, significados, exemplos e rimas que caracterizam mais de 400.000 palavras e verbetes. Pode ser acessado através do link <http://www.dicio.com.br/>. 59 6.3. Logo, layout e cores A logo foi produzida a partir de um site chamado iconfinder 19que disponibiliza ícones gratuitos. Optou-se por usar duas imagens bem representativas uma fábrica e um bonequinho segurando um dispositivo móvel. A animação do homem é maior do que a fábrica intencionalmente, a fim de representar a importância da pessoa e de sua decisão. O dispositivo móvel se refere o uso da tecnologia por jovens que buscam informações sobre o mundo profissional. Trabalhou-se tanto na logo e em outras partes do layout com a cor azul após uma consulta sobre a psicologia das cores feitas no site Capov Design20. Esta empresa, por ser especializada em serviços que tratam de visual de ambientes digitais, explica que a cor azul possui um grande poder de atração, não cansa a vista e é utilizado normalmente em empresas de tecnologia. Preocupou-se nesse aspecto em não se trabalhar com muitas cores, para não gerar um aspecto infantil, uma vez que as próprias fotos e vídeos são ricos em cores, já sendo suficiente para harmonização da página. Para organizar a estrutura das postagens do site e deixá-lo o mais agradável possível, o layout foi dividido em cinco partes: cabeçalho, menu principal, coluna longa a direita, blocos de textos, imagem e vídeo à esquerda e nota de rodapé. No cabeçalho criaram-se as seguintes categorias: FIGURA 1- CABEÇALHO Home: página inicial ou de entrada do site. Por meio dela os internautas podem conferir os principais conteúdos da plataforma. Nele se encontram as chamadas que são pequenos textos com imagens para atrair os adolescentes para conferirem o conteúdo completo das matérias. 19 20 https://www.iconfinder.com/ http://www.capovdesign.com.br/index.php/component/k2/item/107-psicologia-das-cores 60 Quem somos: página que apresenta um breve texto contando sobre origem do site e sua finalidade. Colaboradores: página destinada à reunião de todos os colaboradores, com fotos e um breve perfil. Contato: página com endereço, e-mail e ícones dos canais de comunicação que direcionam ao soundclound, fan page e YouTube. A escolha por usar o soundclound foi no último momento do projeto, mas o foco está no site e nas outras duas redes sociais. Na sequência, foi desenvolvido um menu principal com categorias principais e subcategorias, de modo a facilitar a procura por conteúdo. A divisão ocorreu da seguinte forma: FIGURA 2 - MENU PRINCIPAL Ciências: Nessa categoria abrem-se outras subcategorias que são Biológicas, Exatas, Humanas, Jurídicas, Saúde e Tecnológicas. Cada uma destas opções direciona para uma página que contém vídeos de até 8 minutos, fotos, textos ou áudios com opinião de especialistas que trabalham com as profissões classificadas como tendências profissionais e que respondem as dúvidas apresentadas pelos jovens. Nesses conteúdos, os colaboradores ficaram à vontade para experimentar a 61 linguagem mais adequada, com um formato mais solto, com uma linguagem simples e direta, pensando em uma produção direcionada para a web. Eventos: Esta categoria também direciona para outra página, onde meninos e meninas podem encontrar uma agenda de palestras, eventos e feiras de profissões. Os textos são objetivos e contêm as informações de serviços, como por exemplo, data, horário e local. Clínica de orientação profissional: Este item leva para uma página que contém informações sobre instituições que oferecem atendimento presencial de orientação profissional e eventos de orientação profissional, sejam estes pagos ou gratuitos. Dentre as informações destacadas estão nome da instituição, telefone, email e um breve texto falando sobre como funciona o atendimento clínico. Profissões em extinção: Essa página é composta por matérias em formato de texto ou áudio e servem para abrir um debate e reflexão sobre profissões que podem entrar em extinção. Logo em baixo dos conteúdos existe um espaço para que os jovens comentem sobre o assunto retratado. Notícias: Esse espaço é destinado para resumir as principais notícias que o Fábrica de Profissões localizou em pesquisa na web. Desde matéria de serviço com informações de vagas de profissões até mesmo dicas que os colaboradores produziram sobre graduação e até mesmo curiosidades, portanto, cheio de variedades. Vídeos: Esse espaço reúne todos os vídeos produzidos para o site. Do lado direito do site ficaram: 62 FIGURA 3 COLUNA VÍDEOS, ÍCONES DAS REDES SOCIAIS E BOX INDICADOR Você na fábrica: É um vídeo produzido pelos colaboradores com um depoimento de um adolescente contando sobre a escolha profissional e pontuando as dúvidas que possui a cerca do futuro da profissão que posteriormente serão nesse item até que se obtenham respostas. No futuro, espera-se que os próprios adolescentes produzam seus vídeos. Ícones do Facebook e do YouTube: São hiperlinks que direcionam o internauta às redes que agem como instrumento de extensão do site. Conselho de orientador profissional: É um vídeo exibido semanalmente com dicas e orientações de um psicólogo especializado em orientação profissional. Caso o internauta queira conferir mais vídeos é só clicar no título, que abrirá a página com 63 todos os conteúdos audiovisuais ou pode acessá-lo pela home page. A princípio existe apenas um vídeo, mas futuramente pretende-se manter uma regularidade nas postagens. Box indicador: Logo em baixo do conselho de orientador profissional ficou um box indicando as matérias mais populares, recentes, os comentários e tags. Blocos de textos à esquerda: FIGURA 4 NOTÍCIAS, MATÉRIAS (PROFISSÕES EM EXTINÇÃO E EVENTOS) E VÍDEO DOS COLABORADORES DO SITE Notícias: Neste item os jovens encontram uma página de matérias em diferentes formatos que já foram divulgadas por diferentes veículos na internet e também produzidas pelos próprios colaboradores. Esse item é o mesmo já explicado acima. 64 Profissões em extinção: É o mesmo conteúdo explicado no menu principal, o que difere nesse espaço é que ele é composto por título e chamada. Eventos: Nesse espaço há uma seleção do principal evento da semana, com título e chamada. Conheça nossos colaboradores: Nesse espaço haverá um vídeo com breves depoimentos dos colaboradores dizendo o motivo de terem escolhido cursar e seguir a profissão de jornalistas. Na parte inferior do site, no rodapé, haverá do lado esquerdo e-mail do site sem hiperlink, mas outros ícones de redes sociais que se pretende usar no futuro. FIGURA 5 RODAPÉ DO SITE 6.4. Canais Após um estudo realizado sobre as vantagens das redes sociais, chegou-se à conclusão de que as melhores ferramentas de divulgação e extensão do site seriam fan page (página no facebook), também identificada como a rede mais usada pelos adolescentes do colégio particular no grupo focal e YouTube, que foi apontado no colégio público como o canal mais acessado. Os resultados dessas páginas podem ser conferidos no anexo J (Fan page) e anexo O ( YouTube). 6.4.1. Fan page Dentre as vantagens da fan page estão o número ilimitado de amigos, por meio das curtidas, a customização de negócios que traz relatórios para medir as mudanças e até mesmo o número de pessoas que estão sendo alcançadas com a publicação. De acordo com o último levantamento realizado pelo site Olhar Digital (2014), o Facebook, registrou 66,3 milhões de acesso e foi considerado o segundo espaço mais visitado por internautas brasileiros. Desse modo, a fan page proposta aqui serve como 65 ferramenta de divulgação e atração dos jovens e adolescentes para o site e é alimentada por chamadas (textos curtos que resumem as informações das reportagens principais) junto com imagens atrativas. 6.4.2. YouTube: De acordo com o site Diffen (2013), o YouTube chega atingir cerca de 1 bilhão de usuários, comparado ao site concorrente Vimeo, que atinge 20 milhões de usuários. Além disso, o YT foi considerado o terceiro site mais acessado no mundo, com 721 milhões de visitantes, ficando atrás apenas da rede social Facebook (1º), com 836 milhões de visitantes únicos, e do Google (2º), com 782 milhões de visitantes em 2012 (TECMUNDO, 2012). Com dois bilhões de visualizações por dia, o YouTube tem uma audiência maior do as três maiores emissoras de TV dos EUA juntas. Se nenhum novo vídeo fosse adicionado, uma pessoa precisaria de mil anos para ver todo o conteúdo disponível no site (TECMUNDO, 2010). Além disso, outro diferencial desse canal de vídeo é o fato de que, em 2010, cada usuário gastou em média de 900 segundos por dia no canal, o que chegou a corresponder a 10% do tráfego da internet. (Id.). 6.5. Colaboradores Considerando as transformações que a internet provocou na comunicação, se pretende por meio da plataforma desenvolvida, trabalhar com o jornalismo colaborativo. A partir de uma reunião com alunos entre o 2º ao 7º período de jornalismo das Faculdades Integradas do Brasil (UniBrasil), formou-se uma equipe de sete alunos, que gostam de internet, da temática tendências profissionais e que estavam dispostos a contribuir com a plataforma durante o período de um mês, semanalmente, com a produção de conteúdo para os três canais. Para gratificar a colaboração dos acadêmicos foi acordado com coordenadoria do curso de Jornalismo da UniBrasil o benefício das horas complementares exigência para a formação no ensino superior. Do mesmo modo, os mesmos ganharam experiência na área de produção de conteúdo para web e permitiu que o site fosse sustentado e atualizado. 66 Angélica Pimenta (20 anos): Aluna do 2º período de jornalismo da UniBrasil. Decidiu fazer esse curso por gostar muito da área da comunicação. Atualmente faz teatro e atua como modelo na empresa DM Managementadora. Adora conversar com pessoas e produzir vídeos para web. Camila Nichetti (20 anos): Aluna do 6° período de jornalismo da UniBrasil. Escolheu fazer jornalismo por adorar ouvir as histórias dos outros, conhecer pessoas e escrever. Atualmente, trabalha em uma assessoria de comunicação, mas sua paixão é o jornalismo esportivo. Camile Kogus (20 anos): Aluna do 6° período de jornalismo da UniBrasil. Escolheu essa área por ser extremamente curiosa e adorar saber um pouco de tudo. Trabalha como redatora em um site de marketing promocional, algo que a proporciona uma grande gama de informações todos os dias. Pretende seguir o ramo do jornalismo cultural ou de comportamento. Acredita que o futuro do jornalismo está na inovação constante e que a cada dia devemos descobrir novas formas de informar. Carolina Emerenciano (32 anos): Aluna do 2º período de jornalismo da UniBrasil. Formada em Medicina há cinco anos, buscou entender o ser humano e ajudar a aliviar a dor e o sofrimento das pessoas. Decidiu fazer jornalismo por ser curiosa, adorar aprender, perguntar, discutir e questionar. Fernando Garcel (19 anos): Aluno do 4º período de jornalismo da UniBrasil. Escolheu o curso pela necessidade constante de escrever e contar histórias. Com o curso pode aperfeiçoar a arte de ouvir, elemento que considere essencial para o desempenho na profissão. É apaixonado por fotografia, mas não gosta de aparecer nelas. Franciele Fries (19 anos): Aluna do 4° período de Jornalismo da UniBrasil. Descobriu que queria ser jornalista quando ainda estava no Ensino Fundamental. Apesar de estar estagiando pela segunda vez em assessoria de imprensa, pretende seguir a área do jornalismo televisivo. É fascinada por aprender e servir ao público, combatendo sempre o sensacionalismo. 67 Henrique Ribelo (21 anos): Aluno do 4° período de Jornalismo da UniBrasil. Escolheu jornalismo por acreditar que seja por meio de uma matéria, crônica ou no discurso, o trabalho jornalístico traz pautas para se discutir como vivemos hoje e, como podemos melhorar tudo à nossa volta. A área que mais tem afinidade é o jornalismo impresso. 6.6. Equipamentos para a produção de conteúdos Para a produção do conteúdo na plataforma multimídia foram necessários três equipamentos: câmera fotográfica, câmera filmadora e gravador. Levando em consideração que o trabalho foi direcionado totalmente para o ambiente da web, todas as imagens e vídeos foram realizados os dispositivos móveis (celulares e câmera digital) dos próprios colaboradores. 6.7. Etapas da produção de conteúdo 6.7.1. Elaboração das pautas Levando em consideração a alta procura por cursos de graduação na Universidade Federal do Paraná, o primeiro passo para a construção das pautas (assuntos das matérias) a serem desenvolvidas nesta plataforma foi entrar no site da instituição e definir quais ciências seriam desenvolvidas. Nesse sentido, foram selecionadas as ciências humanas, exatas, jurídicas, saúde, biológicas e tecnológicas. Depois disso, foi feita uma consulta no processo seletivo da UFPR 2013/201421, e com apoio da assessoria de imprensa da instituição, constatou-se que os cursos mais concorridos foram Publicidade e Propaganda, Engenharia Civil, Direito, Medicina e Educação Física. Devido ao setor de tecnologia não se encaixar em uma classificação própria, mas em ciências sociais foi utilizado outro critério, foi levado em conta o curso de jogos digitais foi mencionado por um adolescente durante 21 Resultado do processo seletivo da UFPR 2013/2014 http://www.nc.ufpr.br/concursos_institucionais/ufpr/ps2014/candidato_vaga_ps2014.htm 68 o grupo focal e o curso de estética também por outra aluna, por ter uma classificação variável, dentro dos aspectos físicos, biológicos, foi optado por inserir essa profissão em ciências da saúde. Na sequência, os colaboradores foram a campo para conversar com os adolescentes que pretendem seguir as áreas citadas acima, e assim, colocá-los em uma posição de produtores de perguntas para as entrevistas que na continuidade foram respondidas por profissionais. Portanto, no que se refere à interação este trabalho criou-se um relacionamento contínuo com os internautas, desde a construção de pautas (assuntos que podem ser abordados nas matérias) até a fidelização do público. Conforme Quadros (2001, p. 8), a interatividade entre o jornalismo e a internet é o poder de discutir ideias, trocar experiências, podendo se comunicar de uma forma espaço existentes em outros meios de 6.7.2. Reunião de pauta Durante o período de duas semanas, a editora do projeto de TCC elaborou formalizou as pautas, agendou as entrevistas e distribuiu entre os participantes de acordo com afinidade com a temática. Com a pesquisa de grupo focal se teve acesso aos vários colégios onde se pode entrar em contato com os adolescentes e coletar as dúvidas a fim de esclarecê-las. A pauta ficou semi-definida, deixando aos colaboradores que confirmassem ou adaptassem o assunto a ser desenvolvido junto aos adolescentes. Não houve um dia fixo para se encontrar com os contribuintes do site, devido o ritmo da graduação, mas na medida em que foram surgindo dúvidas ocorreram os encontros pessoalmente e virtuais, por e-mail e facebook. 6.7.3. Entrevistas Logo após a seleção dos colaboradores foi definido um prazo de um mês para que todas as entrevistas fossem realizadas e editadas, sendo a data 10 de outubro o prazo final de entrega. No total, cada participante assumiu três pautas, sendo um vídeo, um texto e uma descrição de evento. Todas as entrevistas que exigiam vídeo foram feitas pessoalmente e as que eram textos, poderiam ser realizadas por e-mail 69 e telefone, mas sempre valorizando as entrevistas presenciais. As fotos de produção própria foram priorizadas, no entanto, caso houvesse alguma dificuldade os alunos foram orientados a colocar os respectivos créditos das imagens. No que se refere à produção de matérias, Ringoot apud Adghirni e Moraes (apud, LAGO E BENETTI, 2008, p.237) concordam ao dizer que as representações temporais são uma das maiores revoluções da imprensa on-line. No entanto, esta Ringoot (ibid) é impossível transmitir a informação ao mesmo tempo que os fatos a É preciso um certo tempo para elaborar, digitar e disparar o mecanismo tecnológico que vai distribuir a informação, mesmo que sejam segundos depois do fato ocorrido . (ibid) Por isso, os alunos tiveram o tempo suficiente para realizarem cada etapa do processo de produção das matérias. Já sendo informado desde o início como funcionaria o trabalho colaborativo. Caso sobrasse tempo, outras pautas e matérias seriam desenvolvidas pelos alunos. 6.7.4. Produção de conteúdos Como já explicado anteriormente, um dos objetivos na produção do conteúdo foi trabalhar com uma linguagem atrativa e dinâmica. Para que isso ocorresse, inicialmente os colaboradores receberam algumas diretrizes do Manual de produção de conteúdo22 elaborado com dicas de textos e vídeos, mas nada que impedisse que os jovens experimentassem diferentes formas de linguagem. O colaborador Fernando Garcel, por exemplo, fez o vídeo de ciências humanas, sobre o curso de publicidade e propaganda, e procurou tornar a linguagem mais pessoal possível. Quando ele abre Fábrica de Profissões veio até a UniBrasil conversar com Ney Queiroz, coordenador do curso de dessa tentativa de aproximação. Na sequência, a imagem do repórter caminhando foi acelerada na edição, justamente para que a reportagem ficasse mais dinâmica. Além 22 O manual completo pode ser acessado na página 86. 70 texto enquanto o coordenador fala, tem como intenção reforçar as áreas possíveis de atuação desse profissional. E no fim do vídeo, como proposta de atrair mais adolescentes para a plataforma, é feito um convite para que os outros jovens mandem suas dúvidas. Em outro caso, a reportagem em formato de vídeo da Camile Kogus e Camila Nichetti sobre a profissão de perito criminal começa com imagens de um trailer da série CSI. Optou-se por tirar o áudio original e colocar questionamentos dos adolescentes, narrados por uma das repórteres, como estratégia de atraí-los a partir do que eles já conhecem sobre a profissão. No entanto, a tentativa de inovar não funcionou em todos os casos. No vídeo sobre jogos digitais, devido a problemas com enquadramento, só pode ser aproveitado o áudio. Na reportagem sobre estética que era em vídeo acabou transformada em texto. Já nos textos, procurou-se fazer parágrafos curtos com uma linguagem conversada, com uso de intertítulos que indicam o que vem a seguir e ajuda a quebrar blocos CONTRA e A FAVOR a fim de indicar quais são os argumentos das pessoas que concordam ou discordam com a extinção do cargo de cobradores. O formato de lista, uma alternativa encontrada para transformar um texto que poderia ser longo e cansativo em uma leitura atrativa e de fácil compreensão. Em relação aos títulos, optouDescubra o que as séries americanas não contam sobre a profissã Superinteressante, Mundo estranho e Guia do Estudante. Já as fotos, tanto as que foram tiradas pelos colaboradores quanto as pesquisadas na internet foram selecionadas para atrair os internautas a conferirem a matéria completa. 6.7.5. Correções Cada texto, vídeo, foto ou qualquer outro material que foi produzido passou pela editora da plataforma para que fossem feitas as considerações necessárias. Essa medida ocorreu também para que fossem evitados erros de português ou qualquer 71 tipo de condição adversa que prejudicasse a credibilidade do trabalho e da equipe envolvida. Na sequência os conteúdos foram publicados pelos colaboradores nos dois canais de informação: fan page e YouTube. 6.7.6. Decupagem e edição Após a filmagem das entrevistas, os colaboradores passaram pelo processo de découpage, derivado do verbo découper, recortar é no audiovisual, no cinema e na comunicação, a divisão do (INFOESCOLA, s,a). Em outras palavras significa: (...) selecionar os melhores planos, local da fita bruta onde está a imagem desejada, e o tempo que cada um deve ter de apresentação. Na ilha de edição, sala onde está o equipamento para montagem das cenas, esta organização economiza tempo e trabalho (PIRAGIS; PICHELLI 2004, p. 07). Na sequência, os materiais decupados foram editados em sua maioria na ilha de edição da Faculdades Integradas do Brasil (UniBrasil), que dispõem do programa de edição Adobe Soundbooth CS4. sincronizar áudio de projetos com acabamento profissional (...) O Soundbooth também possui uma boa biblioteca de efeitos que vão ajudar a sua edição a ficar cada vez Neste estúdio os alunos apenas passavam as orientações necessárias e acompanharam os serviços prestados pela técnica em edição de vídeos da instituição. No entanto, os alunos também ficaram livres para fazer a edição em outros programas como o Windos Movie Maker e Sony Vegas, portanto, que houvesse as orientações da idealizadora do trabalho. 6.7.8. Publicações Futuramente, espera-se que as reportagens especiais sobre tendências profissionais que ficam dentro das categorias ciências fiquem agendadas para serem publicadas nas segundas, quartas e sextas-feiras, enquanto as que tratavam das profissões em extinção e o vídeo do (a) orientador (a) profissional para as sextasfeiras. Os eventos e outras matérias no estilo lista e em outros formatos serão publicadas diariamente. 72 6.8. Publicidade A princípio, o site não contará com publicidade, pois é necessário que a página cresça em número de acessos e fidelize público antes de organizar um planejamento de marketing. Um espaço no cabeçalho da plataforma foi deixado caso futuramente uma parceria seja estabelecida e eventuais banners sejam colocados. 73 7. CONSIDERAÇÕES FINAIS Este Trabalho de Conclusão de Curso buscou resolver o seguinte problema: em quais aspectos o jornalismo na web pode contribuir no processo de escolha profissional dos jovens? Em busca de respostas, realizou-se uma pesquisa quantitativa para conhecer o comportamento do adolescente na internet e uma pesquisa qualitativa no formato de grupo focal para averiguar o nível de informação que os jovens têm a respeito do curso que gostariam de fazer e da carreira que pretendem seguir. Percebeu-se que, apesar de os adolescentes permanecerem conectados até três horas por dia, a maior parte desse tempo é usada para o entretenimento (passatempo) e a interatividade (conversa com amigos). Esse fato reitera o que Abramo (1997) defende: as temáticas mais destacadas e exploradas na mídia são cultura (música), comportamento (moda) e esporte. Portanto, uma das explicativas possíveis é de que o acesso dos adolescentes ao mundo profissional não é tão frequente justamente pelo fato desta temática não ganhar tanta visibilidade da mídia. Ao identificar que o canal mais utilizado na internet no Colégio Estadual Professora Maria Aguiar Teixeira é o YouTube, e, no Colégio Nossa Senhora do Sion. o Facebook, optou-se por usar estas redes sociais para atrair atenção desses jovens, e também com a intenção de usá-las como ferramenta de extensão do site das duas plataformas mencionadas, obtve-se uma fidelização do público, uma vez que, ao curtir a fan page, por exemplo, o internauta recebe, em sua timeline, as atualizações de conteúdo da página em questão, o que permite a ele acompanhar as novidades e se relacionando com a plataforma através do post de comentários, curtidas e de compartilhamentos. Da mesma forma, o canal do YouTube permite que a pessoa se inscreva e receba as atualizações de vídeos por e-mail. Ao associar a leitura bibliográfica à pesquisa com os adolescentes dos colégios estadual e particular, notou-se que os jovens buscam, na mídia, um meio de construir sua identidade pessoal e profissional. E um pouco mais profundo do que isso que a escolha profissional, não deixa de ser uma expressão do que a pessoa é. No entanto, considerando que adolescência é uma fase onde ocorrem diversas transformações físicas e psicológicas, percebem que é muito comum em ambas as escolas o baixo nível de autoconhecimento e de informação, sendo que isso, segundo Lehman (apud 74 FARIA, 2011) isso pode provocar frustração profissional e desistência de curso, que consequentemente causam prejuízos pessoais e econômicos para o Estado. Na busca desenfreada por abordar as vocações profissionais, a mídia costuma atuar de forma positiva, mas muitas vezes deixa de explorar o contraditório, de mostrar temáticas relacionadas à vida das pessoas e de estimular o debate entre os cidadãos. Identificou-se que o jornalismo pode contribuir no combate do sentimento de desinformação que os adolescentes carregam no que se refere à escolha profissional ao produzir conteúdos atrativos e interativos e ao esclarecer esse público a respeito de suas dúvidas profissionais. Nesse sentido, como objetivo principal deste trabalho, propôs-se a produção de uma plataforma jornalística multimídia, a qual se nomeou Fábrica de Profissões . Para tanto, optou-se por trabalhar com o jornalismo colaborativo, sendo que seis acadêmicos do curso de Jornalismo da UniBrasil ganharam experiência ao produzirem conteúdos multimidiáticos texto, foto, vídeo, áudio e infográfico que mesclaram e se envolveram com as mais variadas áreas do conhecimento humano, entre elas, as ciências biológicas, exatas, humanas, jurídicas, da saúde e tecnológicas. Considerando que o estágio no curso de jornalismo só é permitido a partir do 6º período de graduação, de acordo com a Convenção Coletiva de Trabalho dos jornalistas (SINDIJOR, 2014), o trabalho colaborativo é uma forma de proporcionar experiência a estes estudantes e também ter apoio na elaboração de conteúdo. O fato de trabalharem com matérias que foram publicadas na web permitiu que os jovens elaborassem conteúdos mais soltos, sem a formalidade que a televisão exige. Isso significa que várias matérias foram gravadas pelo celular (áudio e vídeo) sem uso de tripé e microfone, o que, vale citar, refletiu na qualidade de alguns materiais. Os colaboradores também tiveram de lidar com imprevistos dos entrevistados, desistências e remarcação de encontros. Nesse sentido, o trabalho em si, desde a produção de pautas até a edição, proporcionou uma experimentação da rotina da jornalística e exigiu a disposição e persistência dos participantes. E exigiu que muitos conteúdos que a princípio eram para ser vídeos se tornassem podcast (áudio) a fim de tentar reaproveitar o material produzido, devido a perda de qualidade de imagem e enquadramento. Além disso, as obras de Sennett (2003), Cianconi (1991), Strassburg (2007) e Fraga (2005) contribuíram para que se verificasse como as tecnologias impulsionaram uma série de adaptações no perfil dos profissionais e mudanças no ritmo e na 75 organização do trabalho. Diante disso, é importante ressaltar que as informações levantadas e disponibilizadas na parte teórica do presente trabalho se propõem a servir como material de pesquisa para acadêmicos e profissionais que buscam conhecimento sobre as mudanças no mundo do trabalho e no perfil do profissional, bem como sobre a relação dos jovens com a mídia. E pessoalmente esta foi uma experiência enriquecedora, que só foi possível por meio de relacionamentos, dedicação e persistência. Afinal, um trabalho de conclusão de curso é um reflexo de toda uma graduação, onde habilidades vão sendo trabalhas e a própria de ideia de perfeição vai sendo reformulada. Uma vez que o mais importante não é ser perfeito, mas ter um coração ensinável, disposto aprender em cada circunstância, aprender seja com os erros ou com desafios. A relação com o tema especificamente foi transformadora, onde meu ponto de partida foi perceber que nem todos que cursavam a graduação comigo estavam realizados e muito outros deixavam a graduação para atrás para seguir outros rumos. Cursar uma graduação ou atuar em uma determinada profissão é um entrega psicológica, física, de tempo e dinheiro. E tudo isso me fez questionar, como teria sido na hora de escolher o curso? Será que havia faltado informações? Que tipo de referências e reflexões foram feitas antes de tomar a decisão? Será que alguma coisa poderiam ter sido feitas para que essa decisão fosse orientada e com mais segurança? Para responder essa e outras dúvidas, me dispus a pesquisar, ler, conversar com as pessoas, tentar entender suas dificuldades e correr atrás de respostas. Além de tudo isso, estar nessa posição de idealizadora da plataforma e também de gerenciadora de uma equipe foi uma grande responsabilidade, mas ao mesmo tempo uma grande realização, levando em consideração de que o que estava em jogo eram as dúvidas e expectativas de jovens e adolescentes que procuravam encontrar um caminho por meio da decisão profissional. Percebi também que a escolha profissional é um processo muito complexo, e que não basta ler uma matéria e se levar pela emoção de que está fazendo a coisa certa. Pelo contrário, é necessário que vários pontos sendo considerados e trabalhados na mente desse jovem que procura uma identidade ocupacional. Por isso, ter acesso a essas pessoas e poder servi-las através da informação, do conhecimento, debate e reflexão é uma oportunidade de servir ao jovem e também ao 76 futuro da sociedade que tanto precisa de profissionais qualificados, mas também realizados por aquilo que são e que fazem. 77 8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ABADE, Flávia Lemos. Orientação profissional no Brasil: uma revisão histórica da produção científica. São Paulo, jun. 2005. Revista Brasileira de Orientação Profissional. Disponível em http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S167933902005000100003&lng=pt&nrm=iso. Acesso em: 17/11/ 2013. ABRAMO, Helena Wendel. Considerações sobre a tematização social da juventude no Brasil. São Paulo, 1997. Departamento de Sociologia, Universidade de São Paulo, Ação Educativa. Disponível: http://www.espm.br/ConhecaAESPM/CAEPM/nucleodeestudosdajuventude/Docume nts/Banco%20de%20Dados%20Jovens/10.%20SOCIOLOGIA%20DA%20JUVENTU DE/10.28.%20sociologia%20juventude%202.pdf. 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Um recurso interessante é para pontuação, quando usamos o ponto de interrogação, por exemplo, fazemos com que o internauta acesse ao site para obter respostas. 4. Devemos evitar parágrafos longos. Grandes blocos de texto tendem a dificultar a leitura de um texto. Portanto, é interessante que a cada três linhas haja um ponto, e a cada cinco linhas feche um parágrafo. 5. A linguagem do texto em geral deve ser simples e informal para que a leitura seja fluída. Como nosso público são os adolescentes, para entender um pouco mais sobre a estrutura de linguagem é importante ler a revista Superinteressante, Mundo estranho, Guia do Estudante, que trabalham com diálogos, questionamentos e de forma atrativa. 6. O uso de intertítulo em alguns parágrafos pode ajudar a dirigir os olhos para "pontos de entrada", onde os usuários podem começar a ler. Estes devem indicar o que vem a seguir. Eles também ajudam a quebrar blocos de texto em partes gerenciáveis. 7. Textos em formato de listas é outra forma eficaz de quebrar uma matéria longa para facilitar a leitura e atrair a atenção, pois facilitam a compreensão da direito 90 B) Dicas de vídeos 1- ORIENTAÇÕES PARA OS ENTREVISTADOS Antes de começar a entrevista é importante passar algumas orientações para o entrevistado, por exemplo: ele pode olhar diretamente para câmera, enquanto responde as perguntas, uma vez que estamos trabalhando com o jornalismo de web, e isso transmite um aspecto de diálogo com o internauta. É engraçado isso, mas acontece. Antes de gravar oficialmente a entrevista é interessante apresentar ao entrevistado o assunto que será abordado, enquanto uma faz isso, a outra pode fazer umas imagens de detalhes, onde não será usado o som, só imagem em si, por exemplo, imagens das mãos, do entrevistado conversando, podem ficar bem à vontade para explorar diferentes ângulos. 2- AMBIENTE É importante se preocupar com o ambiente onde será filmado. Seja em relação a luz (excesso ou falta), pois prejudica a qualidade do vídeo e pode fazer com o público não queira mais acessar outros conteúdos audiovisuais. Além disso, é necessário pensar no áudio, verificar o melhor ambiente a ser gravado, sem muita circulação de pessoas ou barulhos de trânsito. 3- ENQUADRAMENTO O enquadramento é outro ponto fundamental para produzir um vídeo. Nele você tem que selecionar os elementos de interesse, ou seja, tem que ter cuidado para não fazer uma imagem que fique sobrando espaço. 4 PARTICIPAÇÃO DO REPÓRTER O repórter para aparecer no início (apresentação do tema e do entrevistado) e no fim da gravação (chamando para a próxima matéria). Se tiver uma dupla durante as gravações será melhor ainda, assim não corre o risco da imagem ficar tremida. 91 APÊNDICE 2 Questionário quantitativo 1) Qual faixa etária você pertence? (Classificação segundo o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA). ( ) Criança (até 12 anos incompletos) ( ) Adolescência (12 a 18 anos) ( ) Juventude (19 aos 29 anos) 2) A qual Rede de Ensino você pertence? ( ) Rede de Ensino Privado ( ) Rede de Ensino Estadual ( ) Não estou estudando no momento 3) Quanto tempo você passa na internet diariamente? ( ) Menos de uma hora ( ) De 1h a 3 horas ( ) De 4h a 7 horas ( ) Mais que 7 horas 4) Em qual horário você costuma acessar a internet? ( ) No período da manhã ( ) No período da tarde ( ) À noite ( ) Madrugada ( ) Várias vezes ao dia 5) Por qual meio/equipamento você acessa a internet? (Pode responder mais de uma opção) ( ) Computador ( ) Notebook ( ) Celular ( ) Tablet e outros 92 6) Quais atividades você mais realiza na internet? (Pode responder mais de uma opção) ( ) Assistir vídeos ( ) Ver fotos ( ) Ler blogs ( ) Ler notícias ( ) Fazer compras ( ) Administrar um perfil da rede social ( ) Nenhum 7) Qual a plataforma que você mais usa para buscar informações ? ( ) Google ( ) Bing ( ) Yahoo ( ) Pelo próprio navegador www 8) Quais redes sociais você mais utiliza? (Pode responder mais de uma opção) ( ) Facebook ( ) Twitter ( ) YouTube ( ) LinkedIn ( ) Instagram ( ) Outra 9) Quais motivos levam você a utilizar as redes sociais? (Pode responder mais de uma opção) ( ) Ler notícias ( ) Divulgar meu próprio conteúdo ( ) Manter contato com meus amigos ( ) Utilizar como passatempo ( ) Fazer amizades ( ) Outros 10) Em qual dos meios de comunicação abaixo você mais confia? 93 ( ) Jornais e revistas ( ) Televisão ( ) Portais de notícias ( ) Rádio ( ) Redes Sociais e blogs 11) Que tipo de informação você costuma buscar? (Pode responder mais de uma opção) ( ) Entretenimento (novelas, filmes e séries) ( ) Tecnologia ( ) Esporte ( ) Conteúdo Educacional (complemento das aula) ( ) Cultura (música, pintura, história) ( ) Mundo profissional ( ) Outros 12) Em qual local você costuma acessar? (Pode responder mais de uma opção) ( ) Casa ( ) Estágio ( ) Escola ( ) Trabalho ( ) Lan House ( ) Outros 13) Possui cadastros em mecanismos automáticos para receber informações ? Se sim, em quais? (Pode responder mais de uma opção) ( ) Google alert (alerta do google) ( ) Feeds RSS (resumo de notícias) ( ) Newsletter (boletins informativos via internet) ( ) Podcast (conteúdo em áudio e vídeo pela internet) ( ) Não 14) A que tipo de notícia você prefere ter acesso? (Pode responder mais de uma opção) 94 ( ) O que acontece na cidade ( ) O que acontece no Brasil ( ) O que acontece no mundo 15) O que você costuma compartilhar nas redes sociais? (Pode responder mais de uma opção) ( ) Informações pessoais (frases, hobbys e fotos) ( ) Notícias de seu interesse ( ) Vídeos e músicas ( ) Todos os itens citados acima 95 APÊNDICE 3 Gráficos com respostas do questionário quantitativo 1) Qual faixa etária você pertence? FIGURA 1: ESCOLA PARTICULAR (100% ADOLESCENTES) FIGURA 2: ESCOLA PÚBLICA (87% ADOLESCENTES, 7% JOVENS) 96 2) A qual Rede de Ensino você pertence? FIGURA 1: ESCOLA PARTICULAR (100%) FIGURA 2: ESCOLA PÚBLICA (100%) 97 3) Quanto tempo você passa na internet diariamente? FIGURA 1: ESCOLA PARTICULAR (1H À 3H FIGURA 2: ESCOLA PÚBLICA (1H A 3H 69%) 47%) 98 4) Em qual horário você costuma acessar a internet? FIGURA 1: ESCOLA PARTICULAR (À NOITE 38%) FIGURA 2: ESCOLA PÚBLICA (À NOITE 53%) 99 5) Por qual meio/equipamento você acessa a internet? (Pode responder mais de uma opção) FIGURA 1: ESCOLA PARTICULAR (CELULAR - 85%) FIGURA 2: ESCOLA PÚBLICA (CELULAR 87%) 100 6) Quais atividades você mais realiza na internet? (Pode responder mais de uma opção) FIGURA 1: ESCOLA PARTICULAR (ASSISTIR VÍDEOS - 77%) FIGURA 2: ESCOLA PÚBLICA (ASSISTIR VÍDEOS 73%) 101 7) Qual a plataforma que você mais usa para buscar informações? FIGURA 1: ESCOLA PARTICULAR (GOOGLE FIGURA 2: ESCOLA PÚBLICA (GOOGLE 92%) 80%) 102 8) Quais redes sociais você mais utiliza? (Pode responder mais de uma opção) FIGURA 1: ESCOLA PARTICULAR (FACEBOOK FIGURA 2: ESCOLA PÚBLICA (YOUTUBE 80%) 77%) 103 9) Quais motivos levam você a utilizar as redes sociais? (Pode responder mais de uma opção) FIGURA 1: ESCOLA PARTICULAR (UTILIZAR COMO PASSATEMPO 85%) FIGURA 2: ESCOLA PÚBLICA (UTILIZAR COMO PASSATEMPO E MANTER CONTATO COM AMIGOS 73%, CADA UM) 104 10) Em qual dos meios de comunicação abaixo você mais confia? FIGURA 1: ESCOLA PARTICULAR (JORNAIS E REVISTAS FIGURA 2: ESCOLA PÚBLICA (JORNAIS E REVISTAS 69%) 33%) 105 11) Que tipo de informação você costuma buscar? (Pode responder mais de uma opção) FIGURA 1: ESCOLA PARTICULAR (ENTRETENIMENTO -77%) FIGURA 2: ESCOLA PÚBLICA (ENTRETENIMENTO -73%) 106 12) Em qual local você costuma acessar? (Pode responder mais de uma opção) FIGURA 1: ESCOLA PARTICULAR (CASA - 100%) FIGURA 2: ESCOLA PÚBLICA (CASA 100%) 107 13) Possui cadastros em mecanismos automáticos para receber informações? Se sim, em quais? (Pode responder mais de uma opção) FIGURA 1: ESCOLA PARTICULAR (NÃO - 85%) FIGURA 2: ESCOLA PÚBLICA NÃO - 87%) 108 14) A que tipo de notícia você prefere ter acesso? (Pode responder mais de uma opção) FIGURA 1: ESCOLA PARTICULAR (O QUE ACONTECE NO MUNDO FIGURA 2: ESCOLA PÚBLICA (O QUE ACONTECE NO MUNDO -80%) 100%) 109 15) O que você costuma compartilhar nas redes sociais? (Pode responder mais de uma opção) FIGURA 1: ESCOLA PARTICULAR (NOTÍCIA DE SEU INTERESSE -62%) FIGURA 2: ESCOLA PÚBLICA (TODOS OS ITENS CITADOS 53%) 110 APÊNDICE 4 - Questionário qualitativo INSTRUÇÕES PARA O GRUPO FOCAL 1- Apresentar-se, o assunto e a ideia de uma discussão grupal; 2- Não obrigar os candidatos a responder todas as perguntas; 3- Número de pessoas no grupo focal: seis alunos (3 meninos e 3 meninas); 4- Tempo estimado: entre 40 minutos e 1 hora; 5- Número de encontros: um em cada escola (no total, serão duas escolas: uma de Ensino Público, outra de Ensino Privado); 6- Considerações sobre o local: ambiente tranquilo disposição de cadeiras em círculos para promover interação entre os participantes; 7- Análise dos resultados alcançados: resumo dos comentários mais importantes, conclusões e recomendações do moderador. OBJETIVO 1: Identificar as influências 1- Vocês estão no segundo ano, quase completando o ensino médio e provavelmente já tenha passado na mente de vocês algumas possiblidades de profissão. Quais foram elas? 2- De onde surgiram essas ideias? 3- O que suas famílias, seus amigos e as pessoas próximas a vocês acham dessas ideias? OBJETIVO 2: Detectar possíveis estereótipos sobre as profissões e os profissionais 4- Como vocês se imaginam dentro dessa profissão? Fazendo o quê? 5- Quais são as referências de profissões que vocês têm? Quem vocês admiram? Por quê? OBJETIVO 3: Conhecer as preferências 6- Para atuar nessa área, vocês pretendem fazer uma faculdade ou um curso técnico? Que tipo de formação vocês pretendem adquirir? Por quê? 111 OBJETIVO 4: Refletir sobre possíveis formatos 11 Qual o principal meio que vocês utilizam para se informar a respeito da futura profissão (pais, amigos, professores, feiras de profissões, consultório de psicologia, internet)? 12 Vocês têm o hábito de ler matérias? Caso não, o que os impede de fazer isso (falta de tempo, interesse, linguagem, repetições, falta de inovação)? 13 Quais recursos vocês gostariam que houvesse em um site de profissões (textos, vídeos, fotos, enquetes, troca de e-mail, redes sociais)? 14 Quais informações não podem faltar sobre a profissão de interesse de vocês? O que mais interessa vocês? 15 O que leva vocês a compartilharem uma informação (o fato de a informação ser engraçada, interessante, inédita)? 112 10. ANEXOS ANEXO A Organograma 113 ANEXO B - Página 114 ANEXO C OBS: Além dessa página existem outras cinco denominadas ciências que são: Biológicas, Exatas, Jurídicas, Tecnológicas e Saúde. 115 ANEXO D 116 ANEXO E 117 ANEXO F 118 ANEXO G Página do site 119 ANEXO H 120 ANEXO I OBS: A contabilização dos acessos não pode ser realizada devido o site ter sido divulgado na semana seguinte do protocolo do TCC. 121 ANEXO J Fan page do Fábrica de Profissões 122 ANEXO K - Alcance e envolvimento das publicações A publicação que teve mais alcance, até o dia 30 de outubro de 2014, foi o vídeo da orientadora profissional sendo atingidas 1.600 pessoas, com 173 cliques na publicação e 144 curtidas, comentários e compartilhamentos. Em segundo lugar ficou o banner sobre a expectativa e realidade da profissão de jornalista, sendo alcançadas 457 usuários do facebook, com 121 cliques em publicações e 35 curtidas, comentários e publicações. 123 ANEXO L 124 ANEXO M 125 ANEXO N - Publico atingindo no Facebook: A partir do quadro acima, percebe-se que a fan page, cumpriu seu objetivo atingir jovens e adolescentes. Segundo o relatório, a faixa etária que mais acessa a página é entre 18 e 24 anos, sendo a maioria mulheres (75%), e homens (25%). Apesar de a maioria ser de Curitiba (136), conseguiu-se atingir outras partes do Brasil: São Paulo, Santa Catarina e Rio Grande do Sul, levando em consideração que a web tem esse poder de alcance. 126 ANEXO O Página principal YouTube: 127 ANEXO P Trechos do vídeo mais visualizado no YouTube: 128 ANEXO Q Declarações dos responsáveis pelos alunos 129 130 131 132 133 134 135