Conferência Internacional sobre a Independência de Cabo Verde
Transcrição
Conferência Internacional sobre a Independência de Cabo Verde
Es Dez Grãozinho di Terra - Cabo Verde do Descobrimento à Independência Conferência Internacional sobre a Independência de Cabo Verde 11 de Julho de 2015, Sábado Local: Fundação Calouste Gulbenkian – Grande Auditório Av. de Berna, 45 A – Lisboa Organização: Associação Caboverdeana de Lisboa em parceria com a Embaixada de Cabo Verde em Portugal INTRODUÇÃO Com vista a celebrar o 40º aniversário da independência de Cabo Verde e cumprindo a sua tradição, aliás, plasmada no seu programa de actividades para o biénio 2014/2015, de assinalar com os devidos relevo e dignidade as grandes efemérides que marcaram o devir do povo cabo-verdiano, a Associação Caboverdeana de Lisboa (ACV) iniciou um ciclo de conferências destinado a revisitar a História do arquipélago, quer no período colonial, quer ainda no período pós-colonial. O ciclo, a cuja primeira fase atribuiu o título Es Dez Grãozinho de Terra. Cabo Verde, do Descobrimento à Independência e teve início em Abril passado, contou com a presença de um número significativo de investigadores, cabo-verdianos e portugueses, que se têm dedicado à História de Cabo Verde, abarcando um período que se estende desde a chegada dos primeiros navegadores portugueses até ao último ciclo do povoamento das ilhas e à eclosão das grandes revoltas do século XIX. Tendo tido como objectivo a problematização da História de Cabo Verde, o ciclo de conferências encerra agora a sua primeira fase com uma Conferência Internacional destinada a analisar o processo que conduziu à independência e os respectivos antecedentes e pressupostos socio-económicos, político-ideológicos, culturais e identitários. Organizada pela Associação Caboverdeana de Lisboa, em parceria com a Embaixada de Cabo Verde em Portugal, e com o apoio da Fundação Calouste Gulbenkian e de outras entidades, a Conferência Internacional sobre a Independência de Cabo Verde contará com a presença de investigadores residentes em Cabo Verde e em Portugal e de personalidades de diferentes quadrantes políticos e que participaram directamente no processo que conduziu à independência de Cabo Verde. A parte da manhã será reservada aos investigadores, os quais incidirão as suas análises sobre relevantes matérias distribuídas por dois painéis. É, assim, que o primeiro painel abarca os contributos dos nativistas, do discurso identitário e da negritude no desenvolvimento da consciência nacional, havendo ainda espaço para se equacionar a perspetiva comparada, estabelecendo-se o paralelismo entre Cabo Verde e a Guiné no que respeita às condições conjunturais e às oportunidades políticorevolucionárias. O segundo painel será dedicado ao estudo da trajectória dos dirigentes do PAIGC, das acções desenvolvidas pelo movimento em Cabo Verde, do 1 papel da imprensa na luta pela independência, assim como da influência dos militares portugueses no processo negocial e na transferência de poderes. Por terem tido um papel fundamental no processo da independência de Cabo Verde, a segunda parte (à tarde) da Conferência Internacional centrar-se-á nos testemunhos dos protagonistas desse mesmo processo de luta, os quais apresentarão os seus depoimentos no terceiro e no quarto painéis, que lhes são assim inteiramente dedicados. Tendo havido a preocupação de se alcançar a maior representatividade possível, com os testemunhos pretende-se explorar as diferentes etapas na moderna contestação da dominação colonial portuguesa, designadamente a luta clandestina, a mobilização na diáspora, a acção armada ou o processo negocial para a independência. Antecedendo a sessão de encerramento presidida por Sua Excelência, o Sr. PrimeiroMinistro de Cabo Verde, Dr. José Maria Neves, poder-se-á assistir a um recital poético-musical que, para além de ilustrar a visão de relevantes poetas e músicos cabo-verdianos sobre a trágica e anónima, mas também gloriosa, epopeia do povo das ilhas em demanda da dignidade dos seus filhos, pretende ser uma homenagem à identidade e à singularidade culturais dos Cabo-Verdianos que, culminando um longo processo de luta pela emancipação e afirmação individual e colectiva, tomaram a 5 de Julho de 1975 em suas próprias mãos o seu destino de povo africano e universalista, fazendo-se assim pátria africana do meio do mar e nação crioula soberana. A mesma saga de tenacidade e de liberdade encontra-se também plasmada nos rostos constantes da exposição de fotografias e da mostra de livros patentes durante o tempo de duração da Conferência Internacional sobre a Independência de Cabo Verde. 2 Es Dez Grãozinho di Terra - Cabo Verde do Descobrimento à Independência Conferência Internacional sobre a Independência de Cabo Verde 11 de Julho de 2015, Sábado Local: Fundação Calouste Gulbenkian – Grande Auditório Av. de Berna, 45 A – Lisboa Organização: Associação Caboverdeana de Lisboa em parceria com a Embaixada de Cabo Verde em Portugal PROGRAMA 9:00h - Recepção dos Convidados 9:15h - Sessão de Abertura - Presidida pela Sra. Embaixadora de Cabo Verde em Portugal e pelo Sr. Presidente da Associação Caboverdeana de Lisboa 9:30h - Painel I Moderador - Hilarino da Luz (CHAM-FCSH/NOVA e UAc) O Contributo Nativista para a Emancipação Nacional de Cabo Verde: Alcance e Limites - José Marques Guimarães (PhD UAb; CEPESE/UP) Discursos Identitários e Processos de Afirmação Nacional no Cabo Verde Colonial – Gabriel António Monteiro Fernandes (Universidade de Santiago) Luta pela Independência, Reafricanização dos Espíritos e (Im)pertinência Histórica de uma Poesia Cabo-Verdiana de Afrocrioulitude (ou de Negritude Crioula) - José Luís Hopffer C. Almada (Poeta e Ensaísta, ACV/Academia Cabo-Verdiana de Letras) A Guiné e Cabo Verde em Tempos de Anticolonialismo. As Condições Conjunturais e as Oportunidades Político-Revolucionárias - Julião Soares Sousa (CEIS20/UC) 11:15h - Coffee break 11:30h - Painel II Moderador - Aurora Almada e Santos (IHC-FCSH/NOVA) A Trajectória dos Dirigentes do P.A.I.G.C. (1956-1980) - Ângela Sofia Benoliel Coutinho (CESNOVA-FCSH/NOVA) Houve Mobilização Nacionalista em Cabo Verde? Tópico para a Caracterização da Presença do PAIGC em Cabo Verde entre 1959 e 1974 - José Augusto Pereira (IHCFCSH/NOVA) A Imprensa e a Independência de Cabo Verde - José Vicente Lopes (Investigador e Jornalista do Jornal A Nação) O MFA ao Serviço do Povo de Cabo Verde - Sandra Cunha Pires (CEHC/ISCTE-IUL) 3 13:00h – Almoço (livre) 14:45h – Testemunhos I Moderador - José Vicente Lopes (Investigador e Jornalista) António St.Aubyn /Viriato de Barros / Arsénio de Pina / José Pedro Alves Morais / João Silva (Djunga de Biluca) / Jaime Schofield / Osvaldo Lopes da Silva 16:15h - Coffee break 16:30h - Testemunhos II Moderador – Daniel Pereira (Historiador e Diplomata) Dina Salústio / Helena Lopes da Silva / António Gumercindo Chantre / José Loureiro dos Santos / Miguel Judas / António Almeida Santos / Pedro Pires 18:00h – Recital Poético-Musical Alusivo à História e à Independência de Cabo Verde, pelo Grupo Tapoé (Charlie Mourão, Filomena Lubrano, José Luís Hopffer Almada, Manuel Estêvão, Marlene Nobre e Regina Correia) e pelos Músicos Neuza Freitas, Heloisa Monteiro, Tonecas Lima, Nelson Rendall, Dany Moreira, Sant’Ana e Arlindo Barreto 18:30h - Sessão de Encerramento - Presidida por sua Excelência o Primeiro-Ministro de Cabo Verde, Sr. Dr. José Maria Neves P.S. – Estarão patentes uma exposição de fotografias sobre Cabo Verde, de Benvindo Rosário e Boaventura Cardoso, e uma mostra de livros cabo-verdianos. Organização: Embaixada da República de Cabo Verde em Lisboa Apoios e Patrocínios: 4 Notas Biográficas 1. Académicos e Estudiosos Ângela Sofia Benoliel Coutinho, Obteve o doutoramento em História da África Negra Contemporânea pela Universidade de Paris I – Panthéon-Sorbonne, em 2005, sobre Os dirigentes do PAIGC (Partido Africano para a Independência da Guiné e de Cabo Verde), da fundação à divisão : estudo de percursos individuais, de estratégias familiares e de ideologias. De 2001 a 2003 foi leitora no Departamento de Português na Universidade de Paris X – Nanterre, em França, de 2004 a 2005 foi docente de “História de África”, de “História Contemporânea” e de “Investigação Histórica” no Instituto de Ensino Superior Isidoro da Graça (IESIG), no Mindelo, em Cabo Verde e de 2006 a 2007 foi docente na Universidade Jean Piaget de Cabo Verde, também no Mindelo. De 2007 a 2013 foi bolseira de pós-doutoramento da Fundação para a Ciência e Tecnologia (Ministério da Ciência – Portugal), sendo investigadora no Centro de Estudos de Sociologia da Universidade Nova de Lisboa (CESNOVA). Desde 2007 tem artigos publicados em atas de colóquios internacionais, assim como capítulos de livros e tem também participado na organização de colóquios internacionais em Portugal e em Cabo Verde. Atualmente, dedica-se a um projeto de investigação sobre a História dos Judeus Marroquinos em Cabo Verde (séculos XIX e XX) promovido pela Cape Verde Jewish Heritage Project, Inc. e financiado pela World Monuments Fund (EUA). Aurora Almada e Santos, Licenciada em História, ramo científico, pela Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa. Concluiu em 2009 o mestrado em História Contemporânea na mesma instituição, onde defendeu a tese intitulada “O Comité de Descolonização da Organização das Nações Unidas e os Movimentos de Libertação das Colónias Portuguesas: 1961-1976”. Finalizou o Doutoramento em História Contemporânea em meados de 2014 com uma tese sobre a intervenção da Organização das Nações Unidas na questão colonial portuguesa de 1960 a 1970. Tem participado, com a apresentação de comunicações, em alguns encontros científicos nacionais e estrangeiros, destacando-se a conferência internacional Sub-Saharan Africa in the 1970s. Crises, Conflicts and Transformations, promovida pelo Centro de Estudos Históricos e Políticos da África e do Médio Oriente da Universidade de Bolonha, em Itália, de 20 a 21 de Janeiro de 2011; o seminário internacional ““Ventos de Mudança” no mundo colonial: as Nações Unidas, Portugal e as independências africanas”, organizado pelo IHC-FCSH, CIDEHUS-UE, CEA–ISCTE, entre 9 e 10 de Dezembro de 2010; e o 7th Annual International Conference on Politics and International Affairs, realizado pelo Athens Institute for Education and Research (Atiner), na Grécia, de 22 a 25 de Junho de 2009. É autora de publicações como «The UN Decolonization Committee and the Struggle in Portuguese Colonies in the Seventies» in Afriche e Orienti, nº especial 2, 2011; «A ONU e as Resoluções da Assembleia-geral de Dezembro de 1960» in Relações Internacionais, nº 30, Junho 2011; ou «O Comité de Descolonização e os Movimentos de Libertação das Colónias Portuguesas: 1961-1976» in O Longo Curso: Estudos em Homenagem a José Medeiros Ferreira, Lisboa, Tinta-da-China, 2010. 5 Daniel António Pereira, Nascido em Cabo Verde, 64 anos de idade. Licenciado em História pela Universidade Clássica de Lisboa, Faculdade de Letras (1981); Diplomata de carreira e Historiador; Ex-Embaixador de Cabo Verde no Brasil (2006/2013). É autor de 9 livros sobre a História de Cabo Verde, designadamente: A situação da ilha de Santiago no 1º Quartel do século XVIII (duas edições); Marcos cronológicos da Cidade Velha (duas edições); Estudos da História de Cabo Verde (duas edições); A importância Histórica da Cidade Velha; Apontamentos Históricos sobre a Ilha do Fogo; Memória sobre Cabo Verde do Governador Joaquim Pereira Marinho & Outros Textos; Das Relações Históricas Cabo Verde/Brasil; Cidade da Praia de Santiago – No Compasso do Tempo; Um Olhar sobre Cabo Verde – História para Jovens. Publicou dezenas de artigos em diversas revistas e jornais, nacionais e estrangeiros, tendo igualmente proferido palestras e conferências em várias universidades, designadamente em Portugal, Estados Unidos da América, Brasil, Senegal, Angola e Países Baixos. Gabriel António Monteiro Fernandes, Graduou-se em Filosofia pela Faculdade Eclesiástica de Filosofia João Paulo II, em 1984; e pela Universidade São Francisco no ano de 1999; Doutorado em Sociologia Política pela Universidade Federal de Santa Catarina, 2005. Ainda no início de seu percurso profissional, demonstrou intensa desenvoltura para a carreira docente, actuando como professor, pesquisador e consultor. Desde 2008 é reitor da Universidade de Santiago, tendo participado activamente no seu projecto de criação e fundação. Possui livros e outros trabalhos publicados. Publicações: Fernandes, Gabriel; Delgado, José Pina (2008). Estudo sobre a situação dos jovens em conflito com a lei em Cabo Verde. Praia: Ministério da Justiça. Fernandes, Gabriel; et. al. (2007). A Criança e o Trabalho: um estudo jurídico-sociológico. Ministério do Trabalho, Família e Solidariedade; Instituto Cabo-verdiano da Criança e do Adolescente. Fernandes, Gabriel; et. al. (2007). Plano de acção para a eliminação do trabalho infantil. Ministério do Trabalho, Família e Solidariedade; Instituto Cabo-verdiano da Criança e do Adolescente, Praia. Fernandes, Gabriel (2006). Em busca da Nação: notas para uma reinterpretação do Cabo Verde Crioulo. Editora da UFSC; IBNL. Fernandes, Gabriel (2006). «Expatriação, hibridização e aventuras cosmopolitas caboverdianas». In: F. Bruseke (org.). Paradigmas da Modernidade e sua Contestação. Florianópolis: Editora Insular. Fernandes, Gabriel (2005). Cabo Verde: Formações discursivas (trans)nacionalistas de uma sociedade crioula politicamente sitiada. Florianópolis: Universidade Federal de Santa Catarina. (Tese de Doutorado). Fernandes, Gabriel (2004). «O lugar como um não-lugar: expatriação, hibridização e aventuras cosmopolitas cabo-verdianas». Revista Estratégia, n. 20. Lisboa: IEEI. Fernandes, Gabriel (2002). A diluição da África. Uma interpretação da saga identitária cabo-verdiana no panorama político (pós) colonial. Florianópolis: UFSC. Fernandes, Gabriel (2001). Modernidade crítica e modernidade acrítica. (colaborador). Florianópolis: Cidade Futura. Fernandes, Gabriel (2000). Entre a Europeidade e a Africanidade: os marcos da colonização/descolonização no processo de funcionalização identitária em Cabo Verde. Universidade Federal de Santa Catarina (Dissertação de Mestrado). 6 Hilarino Carlos Rodrigues da Luz, Investigador Integrado e Bolseiro de PósDoutoramento do Centro de História d’Aquém e d’Além Mar (CHAM), Faculdade de Ciências Sociais e Humanas-Universidade Nova de Lisboa e Universidade dos Açores, é Doutor em Estudos Portugueses, especialização em Literaturas e Culturas de Língua Portuguesa, Mestre em Estudos Portugueses, especialização em Estudos Literários, e Licenciado em Línguas e Literaturas Modernas, Variante de Estudos Portugueses. José Augusto Pereira, Nasceu na Nazaré em 1977. Licenciou-se em História pela Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra em 1999. Obteve o grau de mestre em História dos Séculos XIX e XX na Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa em 2009. A tese por si defendida, O PAIGC Perante o Dilema Cabo-verdiano, foi distinguida por uma menção honrosa atribuída pelo júri do Prémio de História Contemporânea Victor de Sá, instituído pelo Conselho Cultural da Universidade do Minho, em 2010. José Luis Hopffer C. Almada, Jurista, ensaísta, poeta, analista e comentador político. Licenciado em Direito pela Universidade Karl Marx, de Leipzig, e pós-graduado em Ciências Jurídicas, em Ciências Políticas e Internacionais e em Ciências JurídicoUrbanísticas pela Faculdade de Direito da Universidade Clássica de Lisboa. Desempenhou as funções de Director do Gabinete de Assuntos Jurídicos e Legislação da Secretaria-Geral do Governo. Associado a diversas iniciativas culturais em Cabo Verde, como o Movimento Pró-Cultura (1986-1998), o suplemento cultural Voz di Letra do jornal Voz di Povo (1986-1987) e a revista Pré-Textos. Foi Director da revista Fragmentos (1987-1998), co-fundador da SpleenEdições (1993) e dirigente da Associação de Escritores Cabo-Verdianos (1989-1998). Foi igualmente membro da Comissão Nacional para a Apreciação do Acordo Ortográfico do Rio de Janeiro sobre a Língua Portuguesa (1986), da Comissão Nacional da Língua Caboverdiana (1990), do Conselho Nacional da Cultura (1990) e do Grupo para a Padronização do Alfabeto Unificado para a Escrita do Cabo-Verdiano (1994). É Vice-Presidente da Direcção da Associação Caboverdeana de Lisboa, de cujo Departamento de Cultura foi responsável desde 2011, continuando actualmente a exercer a mesma responsabilidade. Tem participação regular em colóquios, conferências e congressos tanto em Cabo Verde como em outros países, como Senegal, Cuba, Bélgica, Brasil, Angola, Portugal, Holanda, Suíça, Moçambique e Itália). Foi e é colaborador de vários jornais e revistas culturais e jurídicas (incluindo as de formato electrónico). Está representado em diferentes colectâneas e antologias poéticas e ensaísticas nacionais e estrangeiras. Autor de vários estudos e ensaios, de entre os quais: A Tutela do Património Cultural Subaquático no Direito Internacional Publico e no Direito Cabo-Verdiano; A Tutela do Património Construído no Direito Cabo-Verdiano; Henrique Teixeira de Sousa- Estações Político-Culturais de um Neo-Claridoso; Funcionalização Político-Ideológica e Síndromas de Orfandade nos Discursos Identitários Cabo-Verdianos (Separata do número temático da revista Direito e Cidadania celebrativo dos Trinta Anos da Independência Nacional), Das Tragédias Históricas do Povo Caboverdiano, da sua Constituição e da sua Consolidação como Nação Crioula Soberana; Cabo Verde-Regime de Partido Único e Consolidação 7 Democrática numa Pequena Nação Crioula Africana Soberana; O Caso Amílcar CabralAlguns Apontamentos Críticos. Organizou Mirabilis – de Veias ao Sol: Antologia Panorâmica dos Novíssimos Poetas Cabo-Verdianos (1991; reimpressão corrigida de 1998) e O Ano Mágico de 2006 – Olhares Retrospectivos sobre a História e a Cultura Cabo-Verdianas (2008). Publicou os seguintes livros de poesia: À Sombra do Sol, Volume I e Volume II (1990); Assomada Nocturna (1993), Assomada Nocturna (Poema de NZé di Sant’ y Águ) (2005); Praianas (Revisitações do Tempo e da Cidade) (2009). Foi condecorado com a Medalha de Mérito Cultural de Primeira Classe, do Governo de Cabo Verde, e com a Medalha da Ordem do Vulcão, outorgado pelo Presidente da República de Cabo Verde. José Marques Guimarães, Investigador do Centro de Estudos da População, Economia e Sociedade (CEPESE) - Universidade do Porto e Fundação Engenheiro António de Almeida. Nasceu em Lisboa, em 1955, tendo obtido o grau de Doutor em História, na especialidade de História Contemporânea, em 2013, pela Universidade Aberta, onde defendeu com sucesso uma tese sobre o tema: Intelectuais Africanos no Espaço Político Português: Desenvolvimento da sua Intervenção Nativista entre Finais do século XIX e Meados do século XX – o Caso de Cabo Verde. É ainda Mestre em História de África pela Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa e Licenciado em Direito pela Faculdade de Direito da Universidade Clássica de Lisboa. José Vicente Lopes, Licenciado em Comunicação Social pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Brasil. Frequentou o Curso de Análise Literária pela Universidade Federal de Minas Gerais e a I Acção de Formação para Jornalistas dos Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa (PALOP) da Gulbenkian/Universidade Católica. Realizou estágios de produção jornalística na BBC House, em Londres. Desde 2011 exerce as funções de editor executivo e consultor de A Nação. Da sua experiência profissional destaca-se ainda a colaboração, enquanto jornalista, com os jornais A Semana, Voz di Povo, Público e Expresso, bem como com a BBC e a TSF. Tendo sido professor de História e de Português, tem trabalhado enquanto ensaísta e crítico literário e tem participado em encontros e conferências internacionais. Foi presidente da Associação dos Jornalistas Cabo-verdianos e fundador da Spleen Edições. Recebeu o Prémio Jornalista do Ano em 1993. Entre as suas publicações contam-se: Os Bastidores da Independência; As Causas da Independência; Explicação do Mundo; A Fortuna dos Dias; Tarrafal/Chão Bom – Memórias e Verdades e Aristides Pereira, Minha Vida, Nossa História. Julião Soares Sousa, Guineense (Guiné-Bissau), licenciou-se em História pela Universidade de Coimbra em 1991, concluiu o mestrado em 1996 e o doutoramento na mesma Universidade em 2008. Foi professor convidado no Mestrado em Estudos Africanos no Departamento de Antropologia da Universidade de Coimbra e do Mestrado e pós-Graduação em Segurança, Defesa e Resolução de Conflitos do Instituto Superior de Ciências da Informação e da Administração (ISCIA-Aveiro). 8 É Investigador no Centro de Estudos Interdisciplinares do Século XX da Universidade de Coimbra, onde também é co-coordenador do Seminário “Políticas e Ideologias” do Doutoramento (3.º Ciclo) em Estudos Contemporâneos e de cujo Conselho Científico é membro. Tem proferido mais de cinco dezenas de conferências em Portugal e no estrangeiro (Espanha, Angola, França, Hungria, Dinamarca, Guiné-Bissau, Brasil e Cabo Verde). Entre algumas das suas publicações destacam-se: Amílcar Cabral (1924-1973). Vida e Morte de um Revolucionário Africano (Nova Vega, 2011), distinguido com o Prémio Fundação Calouste Gulbenkian, História Moderna e Contemporânea, da Academia Portuguesa da História (2011); “Os movimentos unitários anticolonialistas (1954-1960). O contributo de Amílcar Cabral”, in Estudos do Século XX, 3, Coimbra, 2003; Um Novo Amanhecer, Coimbra, Minerva, 1996; “Amílcar Cabral: do envolvimento na luta antifascista à manifestações de tendência autonomista no Portugal do pós-Guerra (1945-1957) ”, in Cabral no cruzamento de épocas. Comunicações e discursos produzidos no II Simpósio Internacional Amílcar Cabral realizado na Cidade da Praia, 9–12 de Setembro de 2004, Praia, Alfa Comunicações, 2005; “O fenómeno tribal, o tribalismo e a construção da identidade nacional no discurso de Amílcar Cabral”, in Comunidades Imaginadas. Nação de nacionalismo em África, Coord. Luís Reis Torgal, Fernando Pimenta e Julião Soares Sousa. Coimbra: Imprensa da Universidade de Coimbra, 2008; "MPLA: da Fundação ao Reconhecimento por parte da OUA", in Latitudes, Cahiers Lusophones, nº 28, 2006; “Amílcar Cabral: um contemporâneo de Francisco José Tenreiro no Portugal dos anos 40/50”, in Francisco José Tenreiro: As múltiplas faces de um intelectual, Coord: Inocência Mata, Lisboa, Edições Colibri, 2010; “As associações protonacionalistas guineenses durante a I República: o caso da Liga Guineenses e do Centro Escolar Republicano”, in República e Colonialismo na África Portuguesa. Elementos para uma reflexão (Coord.) Fernando Tavares Pimenta, Porto, Edições Afrontamento, 2012; “A cisão sino-soviética e suas implicações nos movimentos de libertação em África” (no prelo, Universidade da Beira Interior, 2012); Guiné-Bissau: a destruição de um país. Desafios e reflexões para uma nova estratégia nacional, Coimbra, edição de autor, 2012; “Da nação imaginada à imaginação da nação: reflexos em torno da etnicidade e do nacionalismo durante a luta de libertação em Angola Moçambique e Guiné”, in Mulemba – Revista Angolana de Ciências Sociais, Novembro de 2013, vol. III, nº 6, pp. 203-238; “Vida e Obra de Amílcar Cabral”, Aula Magna proferida na Universidade de Cabo Verde, Campus do Palmarejo e Pólo de S. Vicente, Revista Desafios, órgão de divulgação científica da Cátedra Amílcar Cabral, 2013. Sandra Cunha Pires, Bolseira de investigação da Fundação para a Ciência e Tecnologia. Doutoranda do 4.º ano no Programa Inter-Universitário de Doutoramento em História, ministrado pelo ISCTE - Instituto Universitário de Lisboa, Instituto de Ciências Sociais, Faculdade de Letras de Lisboa, Universidade Católica e Universidade de Évora. Integrada no Centro de Estudos de História Contemporânea do ISCTE-Instituto Universitário de Lisboa, no Projeto Os Militares e a Descolonização Portuguesa, coordenado pela Professora Doutora Ana Mouta Faria, no quadro do qual desenvolve o tema Os Militares Portugueses e a Descolonização em Cabo Verde. Mestre em História, Defesa e Relações Internacionais pelo ISCTE- Instituto Universitário de Lisboa e Academia Militar de Lisboa, com a dissertação A Imprensa Periódica Missionária no Período do Estado Novo (1926-1974), orientada também pela Professora Doutora Ana Mouta Faria. Licenciada em História Moderna e Contemporânea pelo ISCTE- Instituto Universitário de Lisboa. 9 2. Combatentes pela Liberdade da Pátria e outras Personalidades António de Almeida Santos, Nasceu em 15.02.1926. Licenciado em Direito pela Universidade de Coimbra. Curso Complementar de Ciências Jurídicas. Tese em Direitos de Autor, publicada – caso raro, se não único – para uma tese de aluno. Em 1953 foi advogar para Moçambique, onde ficou até 25 de Abril de 1974. Terá sido certamente o melhor advogado de Moçambique. Combateu sempre o regime de Salazar e Caetano. Escreveu livros – alguns proibidos – e textos de combate político para o Grupo de Democratas de Moçambique. Todos proibidos. Serão em breve publicados. Após o 25 de Abril regressou a Lisboa como Ministro da Coordenação Interterritorial, cargo que manteve durante os primeiros quatro governos provisórios. Não quis fazer parte do 5.º governo, que só durou um mês. Foi depois disso sucessivamente Ministro dos Assuntos Sociais (imprensa, rádio, etc.), da Justiça, Adjunto do 1.º Ministro, Ministro de Estado e Ministro dos Assuntos Parlamentares. Foi ainda Presidente da Assembleia da República (dois mandatos), Presidente do Grupo Parlamentar do Partido Socialista (PS) e Presidente do PS. É actualmente o Presidente Honorário do PS. Tem uma longa vida dedicada à actividade política e ao PS. Foi ainda candidato a Primeiro-Ministro pelo PS, mas perdeu as eleições quando o Presidente Eanes resolveu criar um partido de inspiração sua na área do PS. Escreveu e publicou até hoje 30 livros. Ainda tenciona escrever mais alguns. António Gumercindo Ribas Chantre, Nasceu em Cabo Verde - Ilha de Santo Antão - Ribeira Grande. É Agente Técnico de Engenharia e Arquitectura. Em Portugal, exerceu o cargo de Técnico de Produção Sénior na Construção de 6 ETAR’S em Torres Vedras; na Fiscalização da Empreitada de Construção do Fórum Brandoa/Centro Cívico; como Supervisor Civil da CINCLUS, SA. participou na Reconstrução, Recuperação e Construção de moradias novas na Ilha do Pico nos Açores. Participou, como Técnico, na ampliação do Aeroporto de Faro e na construção do Centro Cultural de Belém. Dirigiu a construção de 2 Torres de 16 pisos em Armação de Pêra; da nova lota de pesca em Setúbal; e de um conjunto habitacional de 82 fogos em Loulé. Foi Sócio gerente da ESCOR, Lda., Empresa de Estudos e Representações, em Cabo Verde, tendo participado na construção de várias escolas na Ilha de Santiago, na fiscalização de construção de várias estradas, na reconstrução de outras em várias ilhas, nomeadamente Santiago, Fogo e São Vicente, na construção do edifício sede da Câmara Municipal do Tarrafal, do edifício da Segurança Social da Cidade da Praia, da Praceta Terra Branca, etc. Dirigiu a construção de várias estradas e outras infra-estruturas de Cabo Verde, tais como os aeroportos de Santiago, de São Vicente, as pistas de aterragem de São Filipe e Mosteiros, na ilha de Fogo, bem como as respectivas aerogares e hangares. Dirigiu a construção do Liceu Adriano Moreira, de escolas, postos sanitários e outros equipamentos na cidade da Praia, em Santiago. Integrou a equipa que efectuou o levantamento geohidrogáfico da baía da Murdeira, na ilha do Sal, tendo em vista a construção dos estaleiros navais, em 1968. 10 Na Guiné, desempenhou várias funções da sua especialidade no reordenamento das povoações em zonas afectadas pela guerra. Colaborou em estudos e construções de levadas, captações de água, galerias e vários levantamentos topográficos e cadastro de propriedades. Depois do 25 de Abril de 1974, foi militante e activista da União do Povo das Ilhas de Cabo Verde (UPICV), liderada por José Leitão da Graça. Por causa dessa militância, foi preso com outros membros da UPICV e da União Democrática de Cabo Verde (UDC), a 15 de Dezembro de 1974, tendo sido encarcerado no Presídio do Tarrafal até ao dia 5 de Julho de 1975, data em que foi transferido para Lisboa e posto em liberdade. Foi fundador da SOCOMSOL (Sociedade de Comunicação Social). Foi fundador e embaixador itinerante da União Cabo-Verdiana Independente e Democrática (UCID) e vice-presidente do mesmo partido, eleito no I Congresso realizado em Cabo Verde, depois da abertura política, a 19 de Fevereiro de 1990. É sócio-fundador da Associação dos Antigos Alunos do Ensino Secundário de Cabo Verde. António St. Aubyn, Natural de São Nicolau, realizou os estudos primários nessa ilha e em São Vicente e os estudos secundários no Liceu Gil Eanes. Doutorou-se em Matemática na Faculdade de Ciências da Universidade de Coimbra. Foi Professor Auxiliar de Matemática nas Faculdades de Ciências das Universidades de Coimbra e de Lisboa e Professor Associado e Catedrático do Instituto Superior de Agronomia (ISA), da Universidade Técnica de Lisboa (UTL). Professor Emérito do ISA. Representante de Portugal na União Matemática Internacional (ICM) e membro do Conselho de Acompanhamento do Centro de Estatística da Faculdade de Ciências de Lisboa. Exerceu funções de Secretário-Geral da Sociedade Portuguesa de Matemática (SPM), tendo contribuído, em colaboração com os departamentos de Matemática das universidades públicas, para a fundação em Coimbra do Centro Internacional de Matemática (CIM). Participou, em representação da SPM, na fundação e na primeira direcção da Sociedade Europeia de Matemática, tendo sido incumbido da ligação ao projecto EUROMATH, que pretendia produzir um editor de documentos de matemática. Professor Catedrático do ISA, de 1979 a 2003, foi fundador e primeiro director do Centro de Informática (CIISA), fundador e presidente do Departamento de Matemática e do Centro de Investigação de Matemática Aplicada (IISA). Colaborou com as primeiras instituições de Ensino Superior de Cabo Verde e presidiu em 2006 e 2010 às Comissões de Avaliação Externa das Instituições de Ensino Superior em Cabo Verde. António St.Aubyn, António de Almeida Costa, Pedro Lourtie, Sérgio Machado e Daniel Luzia (2006), Um Olhar Analítico sobre o Ensino Superior em Cabo Verde, Relatório de Avaliação Externa. António St.Aubyn, António de Almeida Costa, Joaquim José da Cunha, Manuel de Almeida Correia, Maria da Conceição Falcão Ferreira, Pedro Lourtie, Sérgio Machado e Daniel Luzia (2010), Relatório de Avaliação Externa. Desenvolve actualmente actividades de investigação em duas áreas: . Modelos MNmisto para controlo da variação espacial e para a quantificação da variabilidade genética e selecção em grandes ensaios de campo de populações perenes de propagação vegetativa. E. Gonçalves, A. St.Aubyn, A. Martins (2013), “The utilization of unreplicated trials for 11 conservation and quantification of intravarietal genetic diversity of rarely grown ancient grapevine varieties”, Tree Genetics and Genomes, vol. 9, nº 1. 65-73. E. Gonçalves, A. St.Aubyn, Isabel Carrasquinho, A. Martins (2013), “Broad-sense heritability in mixed models for grapevine initial selection trials”, Euphytica, vol. 189, 379-391. E. Gonçalves, A. St.Aubyn, A. Martins (2010), “Experimental designs and selection of ancient grape wine varieties: a simulation study”, Heredity, vol. 104, 552-562. E. Gonçalves, A. St.Aubyn, A. Martins (2007), “Mixed Spatial models for data analysis of yield on large grape wine selection field trials”, Theoretical and Applied Genetics, vol. 115, nº 5, 653-663. . Modelação de fenómenos biológicos e económicos com sistemas dinâmicos discretos. M. Fátima Fabião, Paulo Brito, A. St.Aubyn (2008), A tree combinatorial structure on the solution of a delay differential equation: a gerating function approach, AIP Conference Proceedings, 1004, 1, 118-121. M. Fátima Fabião, Paulo Brito, A. St.Aubyn (2008), “Euler, Lambert and the Lambert WFuncion Today”, Math. Scientist, 33, 2, 1-7. Arsénio Daniel Fermino de Pina, Nasceu em 1935, em São Nicolau - Cabo Verde. Licenciado em Medicina e Cirurgia pela Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa; com Especialização em Medicina Tropical no Instituto de Higiene e Medicina Tropical de Lisboa e Especialização em Saúde Pública na Escola Nacional de Saúde Pública Ricardo Jorge, em Lisboa; Especialização em Pediatria no Hospital Pediátrico de D. Estefânia (como voluntário), com exame à Ordem dos Médicos de Lisboa. Desempenhou, em Cabo Verde, os seguintes cargos: - Médico interno no Hospital Central da Praia, nos serviços de Cirurgia, Obstetrícia e Pediatria. - Delegado de Saúde nas ilhas Brava, São Vicente, Fogo e director da Enfermaria de Pediatria do Hospital Central da Praia. - Director da Enfermaria de Pediatria do Hospital Central de São Vicente (Hospital Dr. Baptista de Sousa). - Director Nacional do Programa de Protecção Materno-Infantil e de Planeamento Familiar de Cabo Verde, programa criado pelo titular com apoio da cooperação Sueca e director clínico do Hospital Baptista de Sousa. - Foi Delegado do país à 33ª Assembleia Mundial de Saúde em Genève, Suíça. - Conselheiro técnico temporário da Organização Mundial de Saúde (OMS) na Reunião de Estudo Regional sobre Doenças Diarreicas, em Brazzaville, de 14-17 de Julho de 1980. - Chefe de delegação de Cabo Verde à 30ª Sessão do Bureau Regional da África de 17-24 de Setembro 1980, no Gana. - Participou em várias reuniões da OMS Africana, integrado na delegação do país, e em reuniões e grupos de trabalho como conselheiro técnico temporário em matéria ligada ao Serviço Materno-Infantil/Planeamento Familiar (SMI/PF). - Ingressou a convite no quadro da OMS, Região Africana, como conselheiro técnico principal em SMI/PF, dirigindo projectos em vários países africanos - Gabão (4 anos), Mali (6 meses), República Centro-Africana (3 anos), Guiné Conakry (1 ano) e Mauritânia (2 anos). 12 Em 1996, termina a sua colaboração com a OMS por atingir limite de idade (60 anos). Foi ainda Director do Serviço de Pediatria do Hospital Dr. Baptista de Sousa, em São Vicente - Cabo Verde, tendo-se aposentado em Maio de 2000. Em Março de 2000 é eleito deputado da Assembleia Municipal da Câmara Municipal de São Vicente, cargo a que resignou a favor de outro elemento da lista eleitoral. Em Julho de 2004 foi condecorado pelo Presidente da República com a Medalha de 1ª Classe da Ordem de Mérito e pela Ordem de Médicos de Cabo Verde. Em Novembro de 2008 foi-lhe reconhecida a qualidade de Combatente da Liberdade da Pátria, por Resolução nº 83/VII/2008 (publicado BO I Série nº 43). A partir de Maio de 2000, passa temporadas em Portugal e em Cabo Verde (São Vicente) e, esporadicamente, presta assistência pediátrica em Lisboa e Cabo Verde. Sócio honorário da Associação de Defesa dos Consumidores Cabo-verdiana (ADECO). Trabalhos Publicados: 1. Espasmo Difuso do Esófago - Considerações acerca de um Caso = tese de licenciatura. 2. Lepra - Ilha do Fogo - 1972: monografia. 3. Educação Sanitária em PMI/PF (1979): manual. 4. Textos de Saúde Infantil, 1980: manual. 5. Intoxicações em Pediatria (1978): manual. 6. Noso-Mortalidade Infantil Através da Revisão dos Internamentos em Pediatria e dos Óbitos Registados em S.Vicente de 1971 a 1979 (Ministério da Saúde). 7. “A Saúde das Crianças em Cabo Verde”, publicado na Revista Coimbrã Saúde Infantil, em Setembro 1984. 8. A ECG à vol d´oiseau: manual. 9. Cahiers d’Éducation Sanitaire et Normes de Service en SMI: manual publicado no Gabão em 1990 pelo Ministério da Saúde. 10. Éducation Nutritionnelle des mamans: manual publicado na República Centro-Africana em 1992 (Ministério da Saúde). 11. Elaboração de protocolos terapêuticos do Serviço de Urgência do Hospital Baptista de Sousa e do Serviço de Pediatria do mesmo hospital, bem como de normas para o último serviço. 12. Colaboração em jornais nacionais e estrangeiros versando temas diversos de índole sanitária e sociopolítica, como forma de participação na gestão da coisa pública e na estimulação da sociedade civil. 13. Publicação de dez livros Uli-Me Li! (1998); Fi D’cadon! (1999); Você Falou em Economia de Bazar? (2.000); Mania de Pensar, O Cérebro, “Esse Órgão Perigoso” (2001); Coisas do Djunga!... (2002); Quel Canapé De Três Pê (2005); Reflexões e Factos Diversos (2007); Passadores de Pau (2009); Ês Ca Ta Cdi! 2011; Adeche! Vendilhões em vários templos. Dina Salústio (de seu nome completo Bernardina de Oliveira Salústio), Nasceu em Cabo Verde, na ilha de Santo Antão, em 1941. Concluiu os estudos e exerceu funções como professora primária, assistente social e jornalista em Portugal, Angola e Cabo Verde. 13 É autora dos seguintes livros: Mornas eram as Noite (contos, 1994, traduzido para o espanhol); A Louca de Serrano (romance, 1998); Estrelinha TlimTlim (infantojuvenil, 2000); Violência Contra as Mulheres (estudo, 2001); O Que os Olhos não Vêem, (infantojuvenil) coautora, 2002; Cabo Verde 30 Anos de Edições – 1975–2005 (catálogo enciclopédico, 2005); Filhas do Vento (romance, 2009). Tem colaboração nas revistas e nos jornais mais relevantes de Cabo Verde. Consta de algumas antologias cabo-verdianas e estrangeiras. A sua escrita literária foi já matéria de vários estudos, destacando-se algumas teses de licenciatura, mestrado e doutoramento no Brasil, Portugal, Itália e Cabo Verde, além de alguns trabalhos científicos ligados quer à sua prosa quer à poesia. É sócia fundadora da Associação dos Escritores Cabo-verdianos e membro fundador da Academia Cabo-Verdiana de Letras. Obteve o 1º Prémio em literatura infantojuvenil (1994), Cabo Verde, e o 3º Prémio em literatura infantojuvenil dos Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa (PALOP) (2000). Foi galardoada pelo Governo de Cabo Verde com a Ordem do Mérito Cultural (2005) e com a 1ª Classe da Medalha do Vulcão por S. Exa o Presidente da República de Cabo Verde em 2010. Helena Lopes da Silva, Nasceu em 1949, na cidade da Praia, Cabo Verde. Licenciada em Medicina em 1975 e Especialista em Cirurgia Geral desde 1987; Consultora de Cirurgia Geral - 1998; Mestre em Gestão da Saúde pela Escola Nacional de Saúde Pública/Universidade Nova de Lisboa - 2009; Curso de Formação Pedagógica para Orientadores dos Internatos Médicos - 1996. Assistente Convidada da Cadeira de Cirurgia desde 1981; Chefe de Equipa e Chefe de Equipa de Urgência desde 1992; Membro do Colégio de Especialidade de Cirurgia desde 1988; Coordenadora da Consulta Externa de Cirurgia de 1995 a 2013; Adjunta da Direcção do Internato Médico de 1997 a 2000; Membro de Equipa do Gabinete de Estudos e Cooperação com as Comunidades da Faculdade de Medicina de Lisboa. Nessa qualidade foi responsável juntamente com o Director do Gabinete Prof. Doutor Paulo Ramalho e a Associação de Estudantes de Medicina da Faculdade de Lisboa (AEFML) pela realização da "Semana Cultural Africana e não Só" durante 3 anos. Este evento teve grande impacto na aproximação e desenvolvimento de laços de solidariedade e tolerância entre os estudantes portugueses e os dos Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa (PALOP) e não só – 1998-2000. Responsável pela Cadeira de Patologia Médico-Cirúrgica do Curso de Enfermagem 1982/83; Formadora no Curso Avançado do Trauma - 2001-2003; Orientadora de Formação de vários Internos de Especialidade de Cirurgia e Tutora de Internos em Estágios Parcelares; Coordenadora Científica de Cursos de Suturas para Estudantes e Jovens Médicos, desde 2010; Orientadora de várias Teses de Mestrado Integrado em Medicina, desde 2009. Participação como Palestrante em várias Reuniões Científicas e autora e co-autora em trabalhos publicados e comunicados em Congressos e Reuniões Científicas. Foi Militante e Dirigente de Estruturas Clandestinas do PAIGC em Portugal até à Independência de Cabo Verde; Fundadora e Dirigente (Presidente) da Casa dos Estudantes das Colónias (CEC); Fundadora e Dirigente do Grupo da Acção Democrática de CaboVerde e Guiné (GADCG) que deu origem à Associação de Cabo-Verdianos e Guineenses e, mais tarde, à Associação Cabo-Verdiana; Representante da Casa dos Estantes das Colónias (CEC) na proclamação da República Popular de Angola, em Luanda; Fundadora e Presidente da Organização Médica Cabo-Verdiana (OMEC); Membro do I Congresso de 14 Quadros da Diáspora; Membro da Coordenadora Nacional de Mulheres e da Coordenadora Europeia de Mulheres, anos 90; Dirigente da Campanha Nacional pelo Direito ao Aborto e Contracepção (CNAC) - 1979; Dirigente do Movimento Voto Sim pela Despenalização do Aborto - 2006; Militante e Dirigente da Liga Comunista Internacionalista (LCI), mais tarde Partido Socialista Revolucionário (PSR). Cabeça de Lista para as Eleições Europeias de 1994 pelo PSR; Membro da 1 Mesa Nacional do Bloco de Esquerda. Conselheira da República do actual Presidente de Cabo Verde. Foi agraciada, a 5 de Julho de 2015, pelo Presidente Jorge Carlos Fonseca, com a Ordem Amílcar Cabral, a mais alta condecoração do Estado Cabo-Verdiano. Participante como uma das 30 entrevistadas para a publicação do livro Mulheres Políticas As suas Causas, de Ana Maria Bettencourt e Maria Silva Pereira - Editora Quetzal - 1995, entre outras mulheres que se distinguiram na política portuguesa, como Maria de Jesus Barroso, Isabel do Carmo, Manuela Ferreira Leite, Helena Cidade Moura, Maria Lurdes Pintassilgo, Maria José Nogueira Pinto, Helena Roseta, Sara Amâncio e Leonor Beleza. Participou igualmente em entrevista para a publicação do livro Sodade de Cabo Verde, de Gabriel Raimundo - Edição de Autor - 2008, que integrou vários representantes da Diáspora Cabo-verdiana. Jaime Ben Hare Soifer Schofield, Nasceu a 27 de Maio de 1939, em São Vicente, Cabo Verde. Licenciado em Direito pela Faculdade de Havana, Cuba, e com Formação nas seguintes áreas: Gestão de Recursos Humanos (IFAP, ANA/OIT); Administração e Contabilidade; Electricidade e Água do Sal (EAS); Finanças para não Financistas (ASA); Técnicas de Direcção e Gestão (ASA); e Teologia (Igreja Adventista do 7.º Dia). Foi Professor Primário no Albergue e na Educação para Adultos, em São Vicente (1956/57/58), e Professor na Escola Adventista do 7.º Dia, em São Vicente e na cidade da Praia (1959/60/61/62) e na Ribeira Grande, Santo Antão (1966/67). Pastor Adventista do 7.º Dia na cidade da Praia (1963-1965). Preso Político, Cadeia Civil, Praia e Campo de Concentração da Morte Lenta de Tchom Bom, Tarrafal (1967-1973). Chefe de Departamento da Repartição Provincial dos Serviços de Educação (1973-1975). Docente da Comissão de Reciclagem para a Educação (Setembro, Outubro/Novembro de 1975). Membro da Comissão Directiva e Professor da Escola Preparatória da Praia (1975/76/77). Membro da Comissão para a Elaboração do Novo Sistema de Ensino (1976/77). Director e Professor da Escola Preparatória do Sal e da Secção do Liceu Domingos Ramos do Sal (1977/78/79/80). Director Administrativo e Financeiro de Electricidade e Água do Sal, EP (EAS) (19801982). Técnico Administrativo Principal do Serviço Autónomo do Aeroporto Internacional Amílcar Cabral (AIAC) e Técnico Superior de Aeroportos e Segurança Aérea (ASA) (19822003). Actualmente exerce a profissão de Advogado. É igualmente activista social, participando em palestras e conferências em escolas e outras instituições e tem dado entrevistas à comunicação social (televisão, rádio, imprensa escrita), 15 maioritariamente sobre o Campo de Concentração de Tchom Bom, Tarrafal. Tem publicado crónicas diversas em jornais. Foi condecorado pelo então Presidente da República, Comandante Pedro Verona Rodrigues Pires, e é Cidadão Honorário do Tarrafal de Santiago. João Silva (Djunga de Biluca), Nascido em São Vicente a 13 de Fevereiro de 1929. 1948 - Parte para Dakar de onde ingressa na marinha mercante grega. 1951 - Regressa a São Vicente e faz o serviço militar de 1951 a 1954. 1954 - Ingressa na marinha mercante liberiana. 1955 - Após uma formação em electromecânica, ingressa na marinha mercante holandesa, como oficial na área da sua especialidade. 1958 - Deixa o mar, contrai matrimónio na Holanda e passa a trabalhar num estaleiro naval, na área da electromecânica. 1959–1962 - Integra o Departamento Comercial da Phillips. 1962–1975 - Estabelece-se no comércio privado (Seamen Store) e inicia uma actividade discográfica como produtor e editor de música de Cabo Verde, tendo editado 41 discos LP, 10 de 45RPM e 8 CDs. Proprietário e fundador da editora de discos Morabeza Records, editou o primeiro LP de música caboverdiana de que há memória, sob o título Cabo-verdianos na Holanda, e foi produtor discográfico dos maiores artistas cabo-verdianos dos anos 60 e 70. Durante esse mesmo período, exerceu ainda a função de intérprete junto da Polícia de Emigração e dos Tribunais holandeses, em vários idiomas como Português, Grego, Espanhol, Holandês e Inglês. Membro do Partido Trabalhista Holandês (PVDA), de 1960 a 1977, ano em que interrompeu a militância política nesse partido para integrar a carreira diplomática e assumir funções de Cônsul de Cabo Verde, tendo retomado em 1990 a mesma militância, após a aposentação. 1964 - É nomeado, por Amílcar Cabral, Coordenador e em 1972 é credenciado como Representante do PAIGC na Holanda, trabalhando em estreita colaboração com a comunidade de estudantes cabo-verdianos na Bélgica. Colaborou na edição dos boletins Mamãe Terra e Nôs Vida, tendo sido director desta última publicação com forte impacto no seio das comunidades cabo-verdianas na Europa. Foi fundador e primeiro Presidente da Associação Cabo-Verdiana de Rotterdam. 1975 – Após a independência de Cabo Verde, renuncia à nacionalidade holandesa para ficar à disposição do Estado de Cabo Verde. 1977-1986 – Exerce as funções de Cônsul de Cabo Verde na Holanda com sede em Rotterdam, mas cobrindo o território do BENELUX e apoiando a emigração na Suécia e Noruega. 1986-1990 – Foi Cônsul Geral de Cabo Verde, cobrindo o mesmo território acima referido. 1990 – Aposentado na categoria de Conselheiro de Embaixada, da carreira diplomática. É autor compositor de algumas mornas inspiradas na temática da emigração. Tem o estatuto de Combatente da Liberdade da Pátria. 16 Foi condecorado, no dia 05 de Julho de 2004, em Cabo Verde, com o II Grau da Ordem de Amílcar Cabral. Foi condecorado, no dia 29 de Abril de 2004, em Roterdão, por Sua Majestade a Rainha da Holanda com o título de Ridder in de Orde Van Oranje-Nassau (Cavaleiro da Ordem de Oranje-Nassau). José Alberto Loureiro dos Santos (General), Nasceu em Setembro de 1936, em Vilela do Douro, Paços, Sabrosa, e assentou praça na Escola do Exército em 1953. Foi Comandante-Chefe das Forças Armadas da Madeira, Diretor do Instituto de Altos Estudos Militares, Chefe do Estado-Maior do Exército, Encarregado do Governo e Comandante-Chefe de Cabo Verde, Secretário Permanente do Conselho da Revolução, Ministro da Defesa Nacional (nos IV e V Governos Constitucionais), membro do Conselho da Revolução (por inerência, nas funções de Vice CEMGFA), e membro (cooptado) do Conselho Geral da Universidade Nova de Lisboa. É sócio efetivo da Academia de Ciências de Lisboa, membro do Conselho Científico do Centro de Investigação de Segurança e Defesa do Instituto de Estudos Superiores Militares (IESM) e do Conselho de Honra do Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas (ISCSP). Tem 18 títulos publicados, na área da estratégia, segurança, defesa, história e relações internacionais, o último dos quais data de 2014, “O Futuro da Guerra”. Encontra-se na editora o décimo nono livro. Efectua conferências e colabora em vários órgãos de comunicação social. José Manuel Miguel Judas, Oficial da Armada (Capitão de Mar e Guerra, Reformado). Terminou o curso de Engenheiro Maquinista Naval na Escola Naval em Fevereiro de 1969, sendo então promovido a Guarda-Marinha. A partir de 1970, já Segundo-Tenente, criou e desenvolveu com outros jovens oficiais, uma organização clandestina de carácter democrático que veio, em 1973, a ligar-se ao Movimento dos Capitães, entretanto criado no seio dos oficiais do exército. Em Janeiro de 1974, como Primeiro-Tenente, partiu, embarcado na Corveta António Enes, para comissão de serviço em Cabo Verde, onde se encontrava aquando do 25 de Abril. Logo de seguida, passou a desempenhar funções, na Cidade da Praia, como adjunto dos sucessivos Encarregados do Governo, Comodoro Fragoso de Matos, Major Loureiro dos Santos e Comandante Silva Horta. Manteve uma ligação discreta e eficiente com as estruturas locais do PAIGC, primeiro com o Prof. José Luís Fernandes Lopes e depois com o Comandante Silvino da Luz, articulando as ações das instituições portuguesas (de governo político-administrativo e militares) com o movimento de libertação, de modo a conseguir-se um processo de descolonização pacífico, de que resultasse uma amizade e cooperação prolongada entre os dois povos. Já em Lisboa, como membro da Comissão Coordenadora do Movimento das Forças Armadas e do Conselho de Estado, acompanhou o processo de negociações para a independência e a instalação do Governo de Transição, tendo assistido, em representação do Conselho da Revolução, à cerimónia da Proclamação da Independência a 5 de Julho de 1975, na Cidade da Praia. 17 Passou à reserva da Armada em 1985 com o posto de Capitão-Tenente. Entre 1986 e 1988, como Vereador da Câmara Municipal da Amadora, em articulação com o então Embaixador da República de Cabo Verde em Portugal, Dr. Carlos Reis, promoveu medidas de melhoria das condições de vida da população cabo-verdiana residente no concelho e apoiou a instalação da Associação Caboverdeana no Alto da Damaia. Em 1991, a convite do então Primeiro-Ministro de Cabo Verde, Comandante Pedro Pires, prestou serviço como assessor do Ministro da Administração Interna, no âmbito da organização técnico-administrativa dos municípios do país. José Pedro Alves de Morais, Nascido na cidade da Praia, ilha de São Santiago de Cabo Verde, a 31 de Dezembro de 1946. Em 1966 (Outubro) terminou o curso geral dos Liceus. No mesmo ano, iniciou a Licenciatura em Medicina na Universidade de Coimbra. Em 1970 (Outubro), transferiu-se para a Faculdade de Medicina da Universidade Clássica de Lisboa, tendo-se licenciado em 1974 (Novembro) em Medicina e Cirurgia, pela Faculdade de Medicina da Universidade Clássica de Lisboa. Em 1975 (Janeiro), iniciou o curso de Clínica das Doenças Tropicais, no Instituto de Higiene e Medicina Tropical de Lisboa, que concluiu em 1976 (Janeiro). Em 1980, como bolseiro do International Civil Aviation Organization (ICAO), na cidade do México, iniciou e conclui o Curso de Medicina Aeronáutica, na divisão de estudos PósGraduados da Faculdade de Medicina da Universidade Autónoma do México. Em 1987 (Dezembro), iniciou, como bolseiro da Organização Mundial da Saúde, a Especialização em Oftalmologia, na Faculdade de Medicina da Universidade Nova de Lisboa, Hospital Egas Moniz. Em 1992 (Janeiro), concluiu a Especialidade de Oftalmologia, na Faculdade de Medicina da Universidade Nova de Lisboa. Em 1992 (Julho) terminou as provas públicas tendo sido admitido no Colégio da Especialidade de Oftalmologia da Ordem dos Médicos, por unanimidade e distinção. A partir desta data, tem frequentado inúmeros congressos, simpósios e cursos de curta duração, no sentido da valorização da sua qualificação profissional. Terminada a especialidade em Fevereiro de 1992, apresentou-se no Ministério da Saúde e Assuntos Sociais, mas por desentendimento com o então Ministro da Saúde decidiu regressar a Portugal e fazer a sua carreira profissional como médico privado, mantendo-se nessa situação até à presente data. Currículo não Profissional: Em Outubro de 1967, em Coimbra, aceitou fazer parte dos quadros clandestinos do PAIGC, tendo-se mantido nessa actividade até 1974. Era um dos encarregados da emigração clandestina, tendo promovido, e participado, em várias fugas de militantes com destino à guerrilha na Guiné-Bissau. De regresso a Cabo Verde, manteve a sua actividade política, ligado a esse partido. Tem o estatuto de Antigo Combatente da Liberdade da Pátria do qual se orgulha muito. Pertenceu aos órgãos sociais da Ordem dos Médicos de Portugal e tem participado no Congresso de Quadros na Diáspora desde a sua fundação. É sócio da Associação dos Antigos Alunos, da Organização dos Técnicos Cabo-Verdianos OTEC e é fundador da Organização dose Médicos Cabo-Verdianos OMEC. 18 Osvaldo Lopes da Silva, Nasceu em Cabo Verde (na ilha de São Nicolau), em 1936. Fez a instrução primária na cidade da Praia, seguindo depois para Mindelo, onde frequentou o liceu Gil Eanes, até o quinto ano. O ensino secundário seria completado no liceu Diogo Cão, em Sá da Bandeira (hoje, Lubango), Angola. Em seguida, ingressou no quadro administrativo de Angola, por um ano. Depois, frequentou em Portugal o curso de Engenharia Civil, até o terceiro ano. Em 1961, conjuntamente com colegas das outras colónias portuguesas, fugiu de Portugal, para se ir juntar a Amílcar Cabral e à Luta. Completou o curso de Economia, no Instituto Plekhanov, de Moscovo. No término dos estudos, ingressou na luta armada, como comandante de artilharia, tendo entretanto frequentado vários cursos de formação militar: comandante de destacamento guerrilheiro, artilharia, foguetes e comandante de marinha de guerra. Integrou a direção do PAIGC/PAICV em Cabo Verde, participou nas negociações para a descolonização de Cabo Verde, tendo chefiado a delegação que negociou o contencioso colonial. Com a proclamação da independência, em 1975, assumiu as pastas de Economia e das Finanças até 1986, e de Transportes, Comércio e Turismo até 1990. Depois de 1990, desligou-se de toda atividade política. Pedro Verona Rodrigues Pires (Pedro Pires), Nasceu na ilha cabo-verdiana do Fogo, no concelho de São Filipe, a 29 de Abril de 1934. Frequentou o ensino básico e secundário em São Filipe e na Praia, concluindo o ensino secundário em São Vicente. A sua adolescência foi marcada por graves secas e por fomes agudas que assolaram as ilhas do arquipélago de Cabo Verde, durante a década 40 do século passado. Em 1956, saiu de Cabo Verde para fazer os estudos universitários em Portugal. No entanto, não pode concluir os seus estudos por ter sido mobilizado para o serviço militar obrigatório, que cumpriu na Força Aérea Portuguesa. Em 1961, decidiu abandonar clandestinamente Portugal para abraçar a causa da independência cabo-verdiana, como membro do Partido Africano para a Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC). Para além de outras missões, trabalhou na mobilização de apoios ao PAIGC, no seio das comunidades cabo-verdianas residentes no Senegal e em França. Após preparação específica, integrou posteriormente as fileiras das forças armadas de libertação. Foi ascendendo na hierarquia do PAIGC até integrar o seu órgão supremo de direcção político-militar: o Conselho de Guerra. Após o triunfo da Revolução dos Cravos em Portugal, de que resultou a queda do fascismo e a mudança do regime político daquele país, a agenda da descolonização, então congelada, ganhou uma nova dinâmica, na qual Pedro Pires se destacou como negociador exímio e se afirmou como um dos líderes do movimento emancipador. Viria verificar-se, em 1980, com o golpe de estado ocorrido na Guiné-Bissau, uma cisão no partido original, em que ala cabo-verdiana decidiu prosseguir autonomamente a sua caminhada política e assumir os seus desígnios nacionais, fundando o Partido Africano da Independência de Cabo Verde (PAICV). Em 1975, Pedro Pires foi indigitado para Primeiro-Ministro de Cabo Verde pelo recémeleito Parlamento cabo-verdiano. Esteve três mandatos na liderança do Governo caboverdiano. Dirigiu e animou o movimento de reforma do regime político então instituído e de abertura ao pluripartidarismo, nos finais da década 80. 19 Em 1991, perdeu, à frente do PAICV, as primeiras eleições multipartidárias, para Carlos Veiga do Movimento para a Democracia, da direita. Manteve-se na oposição e conservou-se como deputado do PAICV. Em 2001, Pedro Pires foi eleito Presidente da República de Cabo Verde. Em 2006, foi reeleito para um segundo mandato. A 9 de Setembro de 2011, terminou os dois mandatos de Presidente da República. No mesmo ano foi laureado com o Prémio de Boa Governação em África pela Fundação Mo Ibraim. Actualmente é Presidente da Fundação Amílcar Cabral e do Instituto Pedro Pires para a Liderança que fundou em 2013. É também Embaixador das Nações Unidas para as Terras Áridas e membro das seguintes organizações: Africa Forum, West Africa Comission on Drugs of Koffi Annan Foundation, African Foundation for Governance and Leadership e Ocean Security International. Também é membro do júri do prémio Jose Marti da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO), Cuba, e do prémio Calouste Gulbenkian, Portugal. Viriato de Barros, Nasceu na Vila da Nova Sintra, Brava, Cabo Verde. Exerceu docência em Portugal, São Tomé e Príncipe, Cabo Verde e Moçambique. Entre 1975 e 1985 foi sucessivamente Técnico da Direcção-Geral do Ensino Secundário do Ministério da Educação em Lisboa, Director do Ensino Secundário e dos Assuntos Culturais do Ministério da Educação da República de Cabo Verde, Chefe do Departamento da Ásia, África e Oceânia do Ministério dos Negócios Estrangeiros de Cabo Verde, Conselheiro de Embaixada, membro do Quadro Diplomático de Cabo Verde, tendo nessa qualidade sido Encarregado de Negócios em Washington, D.C, USA, e Embaixador Extraordinário e Plenipotenciário no Senegal e na Santa Sé, e Conselheiro do Presidente da República. Participou em diversas conferências internacionais: Conferência Geral da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO), Nairobi, 1976; Conferência do BREDA sobre Educação em Matéria de População, Dakar, 1976; Conferência sobre o tema "Food Self-Reliance” em Pyong-Yang, Coreia do Norte; e Conferência dos Países Não-Alinhados, New Dehli, 1984. Foi jornalista da Voz América durante dois anos e meio. Publicou dois romances: Identidade e Para lá de Alcatraz. Reside actualmente em Portugal, como reformado do ensino. 20