Não pode ser vendido separadamente.
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Encarte comercial da responsabilidade de «Página Exclusiva». Não pode ser vendido separadamente. Portugal Inovador Um nome, uma referência, uma casa... Diogo Martins é um jovem empresário que há cerca de uma dúzia de anos começou a vender vinho – atividade que não lhe era desconhecida, dado que o seu avô materno, Francisco Zuzarte Reis, já o comercializava, mas totalmente nova para um jovem com pouco mais de 20 anos. O nosso interveniente “começou por encher vinho numa máquina precária, comprada em segunda mão”, lançando uma primeira marca no mercado, vendida a retalho de porta em porta, tendo sido na escola da vida que nasceu o sucesso deste empresário. Fundou a empresa Casco Real, “cujo nome soava bem aos seus clientes”, lançando em simultâneo uma marca de vinho denominada por “Boticaria”, marca essa que se encontra à venda, principalmente na Grande Lisboa, estando a começar a ganhar terreno já noutras zonas do país. “Boticaria” é o nome de um vinho, mas cuja origem advém do nome de uma Quinta das terras do alto concelho de Alenquer, bastante conhecida pelos seus excelentes solos na produção de vinhos. O seu lançamento, há uma década, teve grande impacto no mercado da bag-in-box – com design arrojado, “totalmente preta, apenas com o nome a 4 I Outubro Portugal Inovador branco! Irreverente, sofisticada e bastante apelativa, foi assim que foi considerada por muitos! A Casco Real, estava agora sim no mercado dos vinhos!”. Alma Pias Há cerca de quatro anos, nasceu uma outra marca, “essa criada para vingar”. Dizem os sábios que por vezes no silêncio da noite nascem grandes ideias e assim foi, ao amanhecer Diogo Martins tinha a marca e a imagem criadas. “Não pensou duas vezes e lançou-a, foi o boom! Rapidamente se espalhou por todo o lado, todos a procuravam, todos a queriam”. Marca essa que é o “Alma de Pias”, um vinho de excelência, inteiramente de origem nacional tal como o “Boticaria”, primando pela qualidade do vinho embalado quer em box`s, quer em garrafas. “Hoje, estamos com dimensões satisfatórias para a meta estipulada por Diogo Martins, no que concerne ao vinho engarrafado”. “Alma de Pias”, sendo uma marca de vinho comum, outrora designado por vinho de mesa, hoje é líder nacional, sendo uma referência nas prateleiras do pequeno comércio, de quem Diogo Martins também se orgulha “por terem sido estes que primeiramente o ajudaram e acreditaram na marca”, mas também no que diz respeito aos pequenos agri- cultores tratando-o muitos deles por: “ Diogo o rapaz do vinho”. O empresário já iniciou um dos outros objetivos, a internacionalização da marca, mas como nos diz: “Com calma chegamos lá”, por agora apenas estando a exportar para a República Checa, Polónia, BENELUX e PALOP`s. Tendo iniciado este projeto numas instalações de outra Quinta da família, onde se produz parte dos seus vinhos, segundo o mesmo, há dois anos sentiu uma necessidade urgente de se mudar para instalações mais amplas, modernas e funcionais. Em dezembro passado, a Casco Real mudou de casa. Mais Outubro I 5 Portugal Inovador uma vez Diogo Martins, como em todos os projetos que inicia, “tinha que tocar quase a perfeição”, ou não falamos nós de um homem que exige de todos os seus colaboradores um elevado grau de rigor, com uma equipa composta por 24 elementos, dando todos o seu melhor no sentido de elevar esta empresa a um estatuto superior. Adega Mor “Adega Mor” foi o nome escolhido após análise de várias hipóteses, mas foi sem hesitar que o escolheu para esta nova casa, situada agora em Sobral de Monte Agraço, com cerca de 14000 m 2 e uma capacidade de armazenamento de vinho a granel de sete milhões de litros. Com uma produção de linha de enchimento altamente sofisticada, estando neste momento a iniciar o enchimento das bag-in-box de cinco litros com um robot – desde a formação da caixa de cartão, à colocação da mesma na palete –, tudo computadorizado, “podendo mesmo dizer que foi com um brilhozinho nos olhos que nos anunciou este novíssimo projeto!”. Adega Mor, um nome já bas6 I Outubro “Adega Mor” foi o nome escolhido após análise de várias hipóteses, mas foi sem hesitar que o escolheu para esta nova casa, situada agora em Sobral de Monte Agraço, com cerca de 14000 m 2 e uma capacidade de armazenamento de vinho a granel de sete milhões de litros. Com uma produção de linha de enchimento altamente sofisticada. tante conhecido e apenas com meses, sendo uma referência, uma entidade na nossa praça, mas muito trabalhado por este empresário dinâmico e com uma garra de lutar e vencer, mas nunca descurando quem o ajudou e continua a ajudar nesta luta diária. Foi com orgulho que nos mostrou a sua “casa”, casa essa que advém de umas instalações já existentes, mas desativadas há uns anos. Idealizou, projetou e fez obra, destemido, diz-nos que “toda esta adega foi construída com capitais próprios”. Calculista, dinâmico, exigente, inquieto e conhecedor da vida é assim que caracterizamos Diogo Martins de origens humildes, sendo que para este empresário a humildade passa pelo mútuo respeito. Quem o conhece, não o esquece… Diogo Martins detentor da Adega Mor, tendo a Casco Real S.A. como sua casa mãe! A todos os seus fornecedores, clientes e colaboradores “um bem haja!”, finaliza o empresário. Portugal Inovador 4 Índice Adega Mor Um nome, uma referência, uma casa... 8 investimento e Promoção Territorial 48 Mediação Imobiliária 70 Paços de Ferreira 85 Saúde 10 St. Peter’s School Ensino internacional de excelência 32 Carmim Reforço da qualidade 96 Ramiro & Carvalho Projetar soluções à medida de cada cliente EDIÇÃO, REDAÇÃO E PUBLICIDADE - Morada: Rua Augusto Lessa, nº 251 esc. 13 –4200 – 100 Porto * Telefones: 22 502 39 07 / 22 502 39 09 * Fax: 22 502 39 08 * Site: www.paginaexclusiva.pt * Email: [email protected] * Periodicidade: Mensal * Distribuição: Gratuita com o Jornal “ Público “ * Preço Unitário: 4€ / Assinatura Anual: 44€ ( 11 números ) Interdita a reprodução, mesmo parcial, de textos, fotografias ou ilustrações sob quaisquer meios, e para quaisquer fins sem autorização do editor. 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A LASFORMAÇÃO tem ao dispor o acesso a cursos completos de Formação Básica de Técnicos de Manutenção Aeronáutica, que se inserem nas categorias A (mecânico de certificação), B1 (técnico de certificação eletromecânico) e B2 (técnico de certificação da aviónicos). Além da Formação Básica, a pensar nos técnicos de manutenção de aeronaves já devidamente certificados, existem cursos de Qualificação Tipo, que permitem – tal como a sua designação sugere – qualificar os seus formandos num tipo específico de aeronave. Por fim, há espaço ainda para alguns cursos de formação contínua em áreas como Segurança da Aviação Civil, Fatores Humanos, EWIS (Electrical Wiring Interconnection System), FTS (Fuel Tank Safety), Legislação, por exemplo. Relativamente à Formação Básica, existe a possibilidade de os alunos optarem pela frequência completa das formações ou pelo acesso direto a Exames. A LASFORMAÇÃO apresenta-se, posto isto, como um organismo capaz de apelar não apenas a pessoas sem qualquer tipo de experiência na área – nomeadamente alunos que acabaram de concluir o 12º ano de escolaridade ou que se licenciaram em campos como a Engenharia Mecânica, Engenharia Eletrotécnica ou outras – mas também a profissionais do setor que, apesar da sua experiência na área, não são detentores de uma certificação ou pretendem alargar os seus averbamentos na licença de manutenção. Devidamente reconhecida pela ANAC, Autoridade Nacional de Aviação Civil, a LASFORMAÇÃO afirma-se, como uma escola de características únicas em Portugal. Para além de todos os conteúdos serem facultados em inglês, há uma equipa de cerca de 90 formadores, constituída por “pessoas que se encontram no ativo ou que já trabalharam na área”. Este é um aspeto considerado fulcral, uma vez que “esta é uma formação muito específica que exige que todos os formadores tenham o mínimo de experiência e know-how para poderem transmitir conhecimentos nesta área”, adianta Mónica Teixeira. Relativamente ao atual estado do setor da manutenção aeronáutica, a gestora da formação considera que “continua a haver um grande défice” de profissionais na área, comparativamente às necessidades do mercado. Significa isto que, associadas às formações obtidas neste centro escolar, surgem fortes perspetivas de empregabilidade, sendo vários os exemplos de ex-formandos que, atualmente, desempenham serviço em diversas Organizações de Manutenção de Aeronaves nacionais e internacionais, como OGMA, TAP, AEROMEC, Portugalia, SATA, Ryanair, Easyjet, EuroAtlantic, entre outras. Outubro I 9 Portugal Inovador Ensino internacional de excelência O St. Peter’s School, projeto de referência no ensino português, propõe-se aos mais altos desafios desde 1993. À conversa com Isabel Simão, fomos procurar saber o papel preponderante que o instituto assinala na área do ensino. Os princípios basilares deste colégio, sediado em Palmela, assentam essencialmente na formação integral da criança e do jovem, não só na componente académica e profissional, mas também no aprofundamento de práticas e valores essenciais ao seu crescimento. Através de um sistema de educação bilingue, a língua inglesa assume aqui uma particular relevância ao contexto educativo, que vai desde o jardim de infância até ao ensino secundário. Uma escola com estatuto internacional Uma instituição de grande prestígio só poderia ter tido um ano letivo a condizer. “O último ano foi muito produtivo. Tivemos a entrada de um novo currículo no colégio, que muito nos orgulha: o currículo IB – International Baccalaureate”, informa Isabel Simão, diretora do St. Peter’s School. Este é um estatuto que, no ano letivo de 2014/15, 10 I Outubro fez deste estabelecimento uma escola internacional, dotada de um programa curricular diferenciador e de excelência, reconhecível em qualquer parte do Mundo, e capaz de preparar os estudantes do colégio para os principais desafios do futuro. “Este é um projeto muito diferenciador, na medida em que somos a sétima escola em Portugal” a alcançar tamanho estatuto, sublinha Isabel Simão. Na prática, a partir do momento em que alcançam o 10º ano de escolaridade, competirá aos estudantes do St. Peter’s School optar pela vida de ensino secundário nacional ou pelo currículo internacional, cujo estatuto e nível de exigência se apresentam como os grandes fatores de diferenciação. “Este foi o último desafio que o colégio enfrentou e com bastante sucesso”, pelo que o novo objetivo será o de preservar a qualidade e estatuto atingidos por esta instituição de ensino ao longo dos anos. Este mérito, quando conjugado com o trabalho do corpo docente e discente, reflete-se também em resultados bastante notórios. “Sabemos que a média dos nossos alunos – no 4º ano, 6º ano, 9º ano – nunca foi inferior a 4 e, no ensino secundário, ela foi de 14,2”, o que se traduz em resultados nitidamente acima das médias nacionais. Novo ano letivo, novos planos “Este ano, assistimos a um aumento muito interessante de Portugal Inovador muitos dos antigos estudantes. Outra aposta forte desta instituição de ensino tem passado pela certificação do ensino de diversas línguas estrangeiras, como o espanhol (Instituto Cervantes), o alemão (Goethe-Institut) ou o inglês, por exemplo (ao abrigo do British Council). Iniciativas na comunidade alunos”, com o total de educandos a ascender, em 2015/16, a 1100 alunos. Um sinal que pode ser interpretado como reflexo do projeto educativo de excelência do St. Peter’s School. Mas se há palavra que também rima com este colégio, é inovação: “Este ano, iniciámos o ensino do Latim no 1º ciclo, mais concretamente no 3º e 4º anos”, exemplifica a diretora. São precisamente atitudes como esta que ajudam a demonstrar o caráter distintivo do St. Peter’s School: “Nós entendemos o ensino como algo dinâmico, que não pode estar fechado ou estático. Deve, pelo contrário, ser o mais completo e dinâmico possível”. Um ensino a pensar no futuro dos educandos em países como Espanha, Alemanha ou no Reino Unido. Já no panorama português, não é de todo incomum ver antigos alunos singrar em institutos superiores como a Universidade Nova de Lisboa, o Instituto Superior Técnico ou a Universidade Católica, mas também as diversas faculdades que compõem a Universidade do Porto. Tudo isto porque o sucesso, na ótica de Isabel Simão, não tem que estar condicionado por conjunturas economicamente adversas ou situações como a falta de emprego. “Os alunos que forem diferenciadores não precisarão de se mexer muito, pois as grandes empresas irão procurá-los”, afirma a diretora do St. Peter’s School numa alusão ao sucesso alcançado por Para além da qualidade do ensino, o St. Peter ’s School aposta também em valores como a união, o bem-estar e a celebração de datas especiais. No final de setembro, teve lugar nas instalações do colégio mais uma edição anual do Family Day, desta vez dedicado à descoberta do caminho marítimo para a Índia, por parte de Vasco da Gama, numa iniciativa que contou com a participação de mais de três mil pessoas e que se traduziu em mais um estrondoso sucesso neste período de regresso às aulas. Entretanto, para o dia 25 deste mês, está marcada mais uma celebração do United Nations Day, uma iniciativa considerada essencial que propõe, a alunos de todas as idades, uma reflexão sobre o tema da paz mundial. Porque, para além de formar meros educandos, é prioridade do St. Peter’s School formar seres humanos. Enquanto instituição apostada num ensino bilingue com elevados critérios de seriedade, exigência e qualidade, o St. Peter’s School é um estabelecimento focado não apenas na formação de alunos, mas na criação de autênticos profissionais preparados para lidar com os verdadeiros desafios da vida adulta, de modo a tornarem-se cidadãos com capacidade de singrar em qualquer parte do Mundo. Não admira, por esse motivo, que todos os anos haja ex-estudantes deste colégio inscritos em universidades de grande estatuto Outubro I 11 Portugal Inovador Excelência no ensino bilingue Numa altura em que nos aproximamos do 80º aniversário do Queen Elizabeth’s School, fomos conhecer a tradição educativa que aqui existe e as novidades para este ano letivo. Falar da história desta escola torna imprescindível que se invoque o nome de Denise Lester, cidadã britânica que concretizou esta sua visão no ano de 1935. “Toda esta obra se deve a ela”, sublinha Conceição Oliveira Martins, membro da direção colegial e presidente do conselho de administração da Fundação Denise Lester. A nossa interlocutora, uma ex-aluna da escola que assume, com orgulho, a continuidade desta instituição, faz-nos assim uma breve resenha daquilo que foi este percurso: “Enquanto foi viva, toda a escola se centrava em seu torno, o que é normal dado que era uma pessoa muito dinâmica, com uma grande visão e o colégio, de facto, começou pelo seu empreendedorismo. Não teve qualquer ajuda familiar para prosseguir os seus estudos uma vez acabado o ensino liceal, visto que na época não era normal as senhoras frequentarem o ensino superior. Miss Denise Lester se fosse viva teria 107 anos de idade, como era bastante determinada aceitou trabalhar como perceptora de uma família inglesa que foi residir para a ilha da Madeira. Denise Lester lecionou Inglês nas horas vagas na Escola Alemã do Funchal, desta experiência surgiu o sonho de criar uma escola inglesa em Portugal, um país do qual sempre 12 I Outubro gostou pelas relações históricas com o seu país de origem, pelo clima, proximidade do mar e admiração pelo povo português por ter sido pioneiro no período dos Descobrimentos. Como já foi dito, foi em 1935, mais precisamente a 3 de novembro, que a Queen Elizabeth’s School iniciou as suas atividades. Começou num espaço da casa de Fortunato e Sofia Abecassis, com três alunos. Em 1936, foi oficialmente reconhecida pelo Ministério da Educação, em 1938, veio a mudança de instalações primeiro para a Travessa do Moinho de Vento e, em 1940, para a Rua da Quintinha. O estabelecimento no atual edifício de Alvalade, construído de raiz para o efeito, foi inaugurado em outubro de 1952. “Tinha saído uma lei que impunha que o ensino primário deixasse de ser misto. Face a esta alteração, Denise Lester pensou que teria mesmo de fechar, por as instalações da escola na Rua da Quintinha serem insuficientes para satisfazer tal separação por género mas, entretanto, fez chegar as suas preocupações a algumas instituições do governo português, e alguns representantes de instituições britânicas e do corpo diplomático britânico. Foi-lhe então doada uma quantia de seis mil libras pelo governo britânico para a construção das fundações deste edifício, por intercessão da Rainha Isabel II”, explica. Este desfecho permitiu não só a sobrevivência da Queen Elizabeth’s School como também a possibilidade de que esta Escola fosse concebida à imagem daquele que era o seu sonho, estando num espaço desenhado de acordo com escolhas tomadas pela própria. Evidentemente, falar do sonho de Denise Lester é também falar do projeto educativo desta escola. “O modelo de uma escola inglesa adaptado para crianças portuguesas, de forma a estas poderem ter um bom domínio do Inglês, a par do cumprimento do currículo oficial português. A Queen Elizabeth’s School sempre foi uma escola bilingue”, declara. A fundadora foi uma intensa defensora da aliança luso-britânica e faz parte do ideário desta Instituição contribuir para o estreitamento dos laços culturais entre Portugal e o Reino Unido. A metodologia aplicada no ensino desta segunda língua é aplicada em alguns países da União Europeia, consistindo na Aprendizagem Integrada de Línguas e Conteúdos (AILC) e num modelo integrado de ensino bilingue, em que os alunos têm, além da disciplina de Inglês, como segunda língua, as disciplinas de Matemática e Estudo do Meio lecionadas em português e em inglês, respeitando respetivamente o programa do currículo nacional Português do 1º Ciclo do Ensino Básico e o Programa Primário Internacional da Universidade de Cambridge, uma vez que, em outubro de 2013, foi atribuído à Queen Elizabeth’s School o estatuto de “Cambridge Primary School” e “Cambridge International School”. A Queen Elizabeth’s School também é Centro de Preparação de Exames da Cambridge English, Centro de Exames do Trinity College London e membro do Instituto Britânico no Programa de Parceria de Exames denominado “Addvantage”. Portugal Inovador Novo ano letivo Uma importante novidade para este ano, demonstrativa de como a escola acompanha o evoluir dos tempos, é a abertura de um Clube de Mandarim como atividade extra, destinado a alunos a partir dos 5 anos de idade. Tem vindo a ser dada uma importância crescente às artes performativas, nas quais a Queen Elizabeth’s School sempre teve tradição, realizando os alunos do pré-escolar e do 4º ano do 1º ciclo do ensino básico o exame de Artes Performativas “Trinity Stars: Young Performers in English Award” (Stage II e Stage III), do Trinity College London. Os antigos alunos mais avançados que frequentam os Clubes de Inglês realizaram com sucesso no passado ano letivo, com 14 para 15 anos de idade, o First Certificate in English da Universidade de Cambridge. A QES, no domínio da Educação e Expressão Musical, tem uma parceria com a empresa Foco Musical, sendo esta membro da Associated Board of the Royal Schools of Music (ABRSM), líder mundial na área de avaliações e de exames de música. Os alunos da QES que frequentam as aulas de iniciação à aprendizagem de um instrumento musical, piano e guitarra clássica, podem ser submetidos a um exame de música reconhecido internacionalmente. No ano letivo de 2014/2015 foram propostos alguns alunos da Queen Elizabeth’s School a estes exames, os quais tiveram um bom desempenho. Por último, damos a conhecer o aniversário dos 80 anos da escola, que será no dia 3 de novembro próximo, o qual será comemorado no mês de janeiro de 2016, juntamente com a celebração dos 50 anos de existência da Fundação Denise Lester, que gere e administra superiormente a Queen Elizabeth’s School, cujo aniversário teve lugar no dia 5 de fevereiro de 2015. Outubro I 13 Portugal Inovador Ensino alemão a cativar portugueses A Escola Alemã de Lisboa tem vindo a crescer ao longo dos seus quase 170 anos e já conta com mais de 70% de alunos estritamente portugueses. José Valentim, elemento da direção, ajudou-nos a conhecer o trabalho desenvolvido por esta instituição. Das escolas alemãs espalhadas pelo Mundo esta é das mais antigas. A sua génese está na iniciativa da Igreja Evangélica de instruir as crianças alemãs aqui estabelecidas, mas com o passar dos anos veio o interesse das famílias portuguesas. Conforme nos indica o nosso interlocutor, “começou a verificar-se esse interesse pela cultura alemã e pela forma de ensino”. Consequentemente, a já referida percentagem é ocupada por alunos nacionais, aos quais se juntam cerca de 20% de alunos bilingues e apenas uma décima parte de crianças e jovens que são puramente de expressão alemã. Questionado acerca das mais-valias com que a Escola Alemã de Lisboa tem vindo a merecer a preferência destes alunos, José Valentim encontra explicação nos seguintes aspetos: “Primeiro, temos que definir a escola como uma escola de encontro bicultural: cultura alemã 14 I Outubro e cultura portuguesa. O ensino do alemão é uma mais-valia por não ser tão comum no sistema português. Temos depois outra característica, que é um currículo bastante abrangente. No sistema alemão não existem os agrupamentos que existem na escola portuguesa a partir do 10º ano, em que cada aluno tem a obrigatoriedade de optar por um determinado curso. Aqui, os alunos têm que frequentar todas as disciplinas dentro das várias áreas do conhecimento. Além disso, garantimos também o estabelecimento de equivalências. A qualquer momento em que os alunos queiram ou tenham que ir para o sistema português, têm equivalência ao respetivo ano. Assim como temos também uma oferta curricular opcional para os alunos que queiram estudar em Portugal no ensino superior, com disciplinas em língua portuguesa que oferecem a possibilidade de estudar aspetos que são depois objeto da Prova Nacional”. A referida biculturalidade contribui para a formação destes jovens numa componente para a qual José Valentim aproveita também para chamar a atenção: “Dado que a maioria dos pais não fala alemão, estes alunos são obrigados a adquirir um tipo de organização e metodologia diferente. Os pais têm um papel Portugal Inovador regulador em casa, mas as crianças têm que se desenvencilhar sozinhas para fazerem os seus trabalhos de casa e os seus testes, com o alemão que aprenderam sem que os pais ajudem. Portanto, isso acaba por fazer com que, desde cedo, aprendam a cultivar o método”. A apoiar essa formação, há que não esquecer a “imensa variedade de atividades extracurriculares” que são desenvolvidas aqui. “Há sempre implicação deste tipo de atividades com outras escolas. Por exemplo, Espanha tem muitas escolas alemãs e há um grande contacto a este nível. Dentro dessas atividades, destacaria a música, que é importante para os alemães e que aqui tem um grau de exigência bastante elevado. Os alunos participam em concursos e são muitas vezes distinguidos com primeiros lugares”. Outubro I 15 Portugal Inovador (Re)afirmar o Oeste Apesar dos condicionalismos impostos pelo novo quadro comunitário, a OesteCIM aceita o desafio de continuar a lutar pelo desenvolvimento da região. “Julgo que somos – pelo menos com esta dimensão – a única região a apresentar a eficiência energética para a dimensão pública”. termunicipal, nomeadamente nas áreas da educação e no apoio às pequenas e médias empresas, áreas para as quais o volume de financiamento obtido ficou “aquém das expectativas”, embora não cessem os novos investimentos e, com eles, o desenvolvimento da região. “Se há um aspeto que caracteriza o Oeste é o empreendedorismo das pessoas, existe uma grande dinâmica para encontrar soluções e isso é um fator diferenciador que deve ser valorizado”, refere o porta-voz da Comunidade Intermunicipal. Estratégia 2020 A OesteCIM foi constituída oficialmente em 2008, embora a sua génese remonte ao ano de 1987, data de nascimento da Associação de Municípios do Oeste, entretanto extinguida. Englobando uma zona com características bastante heterogéneas, esta comunidade intermunicipal compõe-se, atualmente, por 12 municípios: Alcobaça, Alenquer, Arruda dos Vinhos, Bombarral, Cadaval, Caldas da Rainha, Lourinhã, Nazaré, Óbidos, Peniche, Sobral de Monte Agraço e Torres Vedras. No início do mês de setembro, a OesteCIM conseguiu contratualizar, 16 I Outubro no âmbito do novo quadro comunitário, um total de 58,9 milhões com a Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Centro, região em que a comunidade intermunicipal está inserida. Esta corresponde, nas palavras do presidente Carlos Miguel, a “uma verba apreciável” por comparação àquela obtida pelas restantes CIM’s deste enquadramento geográfico, ainda que se trate de um valor inferior ao que havia sido contratualizado no anterior quadro comunitário. Tudo indica, posto isto, que os próximos anos serão de grande desafio para a Comunidade In- No âmbito da sua Estratégia 2020, um dos projetos-bandeira da OesteCIM passa pelo reforço da eficiência energética na iluminação pública. Esta consiste numa iniciativa “que já está a ser trabalhada há muito tempo” e que pressupõe a substituição de “toda a iluminação pública da região por tecnologia Led”, explica Carlos Miguel. “Julgo que somos – pelo menos com esta dimensão – a única região a apresentar a eficiência energética para a dimensão pública”, acrescenta. Paralelamente a esta iniciativa, existem também outras questões consideradas prioritárias no âmbito deste quadro comunitário, nomeadamente a regeneração urbana nos polos das maiores cidades. “Uma parte substancial dos concelhos do Portugal Inovador “sempre tivemos consciência de que se há algo que nos caracteriza são os produtos da terra e a genuinidade que daí vem, razão pela qual apostámos neles” Oeste são contemplados com esta possibilidade”, afirma o autarca, com otimismo. Acrescente-se, a estes aspetos, o investimento possível no desenvolvimento de novos centros escolares e assim fica elencada “a componente mais visível” da estratégia 2020 da OesteCIM. Uma região rica na sua diversidade “O Oeste reflete um pouco aquilo que acontece com toda a região Centro: é muito diversificado”, considera o presidente da Comunidade Intermunicipal, antes de acrescentar que “é nessa diversidade que reside a nossa riqueza”. “Em meia hora, passamos das ondas e de à beira-mar para a serra do Montejunto ou para o património da humanidade em Alcobaça”. Já em termos de produtos “passamos muito depressa do peixe para o vinho”. Ainda assim, e não obstante a grande diversidade de recursos naturais presente na região Oeste, Carlos Miguel destaca duas grandes mais-valias em forma de convite para visitar esta zona do país: a costa atlântica, pelo seu potencial relativamente aos desportos de ondas e o património histórico de “interesse nacional muito importante” que pode ser encontrado nos diversos municípios que compõem esta comunidade intermunicipal. No fundo, “sempre tivemos consciência de que se há algo que nos caracteriza são os produtos da terra e a genuinidade que daí vem, razão pela qual apostámos neles” e, dessa forma, também na Marca Oeste. Outubro I 17 Portugal Inovador Resposta aos desafios da região de Leiria A Comunidade Intermunicipal da Região de Leiria (CIMRL) resultou da fusão, em 2013, dos municípios da Comunidade Intermunicipal do Pinhal Litoral e da Comunidade Intermunicipal do Pinhal Interior Norte. Agregando agora dez concelhos, procura o desenvolvimento integrado e sustentável destes territórios. Os municípios são Alvaiázere, Ansião, Batalha, Castanheira de Pera, Figueiró dos Vinhos, Leiria, Marinha Grande, Pedrógão Grande, Pombal e Porto de Mós. A região à qual correspondem tem como grande mais-valia o seu posicionamento central no território português, com excelentes acessibilidades quer na direção do Porto como na direção de Lisboa. Ao mesmo tempo, Leiria tem apresentado respostas de excelência na geração de mão-de-obra altamente qualificada, em domínios como, por exemplo, as engenharias. São condições promissoras quanto à captação de novos in18 I Outubro vestimentos, numa região onde se encontra já uma dinâmica empresarial de grande relevância dentro do panorama nacional – um caso paradigmático é o da indústria dos moldes, no concelho da Marinha Grande. A referida dinâmica não está, naturalmente, dissociada das questões relativas ao bem-estar da população, algo que se nota nos indicadores que apontam para um acréscimo populacional nos principais núcleos urbanos da área correspondente a esta CIM, assim como níveis de empregabilidade favoráveis face à média nacional. Há, contudo, um grande desafio relacionado com as assi- metrias a corrigir dentro deste conjunto de municípios, tanto no respeitante às suas infraestruturas como no que toca à atividade empresarial. A estratégia da CIMRL aponta para um maior equilíbrio entre as diferentes áreas. Algumas das áreas identificadas como prioritárias, dentro desta intervenção, prendem-se com a eficiência energética, o reforço da qualificação das infraestruturas de saúde e ensino e o apoio às empresas. Para este novo quadro, a CIMRL contratualizou recentemente uma dotação de verbas comunitárias que se cifra nos 40,4 milhões de euros. Portugal Inovador Modernizar, valorizar e empregar Perante “um quadro comunitário mais difícil que os anteriores”, a ADIRN promete continuar a sua missão pelo desenvolvimento do Ribatejo Norte. Criada em 1991, a ADIRN (Associação para o Desenvolvimento Integrado do Ribatejo Norte) é um organismo que – através da execução do programa LEADER e, atualmente, do PRODER – tem contribuído para a dinamização das regiões em que se insere, bem como para a melhoria na qualidade de vida da respetiva população. Atualmente são sete os concelhos englobados na associação: Alcanena, Entroncamento (recém-integrado), Ferreira do Zêzere, Ourém, Tomar, Torres Novas e Vila Nova da Barquinha. Fazendo uma retrospetiva do desempenho da ADIRN, o atual presidente, Pedro Ferreira (também presidente da Câmara Municipal de Torres Novas), considera que o organismo “criou raízes profundas e desenvolveu um excelente trabalho em todos os municípios, tirando partido das suas características e interligando o património material e imaterial de cada um deles, promovendo o Ribatejo Norte de uma forma especial”. Tudo fruto “de uma estratégia consensual entre os sete municípios que deu excelentes resultados, permitindo enaltecer o turismo rural e os produtos locais”. Prova desse contributo é o sucesso de iniciativas como as Feiras Medievais de Torres Novas e de Tomar, ou o novo destaque atribuído à História dos Templários, através de ex-líbris como o Convento de Cristo, onde, inclusive, a ADIRN possui uma loja e desenvolve atividades, sem esquecer outras iniciativas promovidas nos cinco castelos da região. Dentro da diversidade de apoios prestados pela ADIRN aos agentes locais, outra prioridade têm sido as instituições particulares de solidariedade social. “Muitos lares, centros de dia e outras valências de ação social foram apoiados”, através de “obras de alvenaria, aquisição de viaturas de apoio ou outros equipamentos mais sofisticados, dotando a região de meios invulgares de apoio social”. “Tirámos o maior partido possível dos fundos comunitários anteriores” e, relativamente ao quadro comunitário transato, a sensação de dever cumprido não podia ser maior. “Proporcionaram-se, nos diversos concelhos, um conjunto de negócios extremamente importante com particularidades de inovação”, à medida que foram criados novos postos de trabalho, nomeadamente pelo surgimento de novas empresas. “Bastará salientar que o investimento total aprovado nas medidas 3.1 e 3.2 do PRODER relativas ao período entre 2009 e 2013 correspondeu a cerca de 19 milhões de euros, com uma taxa de execução a rondar os 100%”. Relativamente ao atual quadro comunitário, o presidente fala num cenário “completamente diferente”, com valores “muito mais diminutos” e uma redução de pelo menos “cerca de 50% para o funcionamento dos GAL e com limites máximos de elegibilidade no FEDER e FSE de 100 mil euros, fruto das alterações nas regras e objetivos”. Perante este cenário, todavia, “não vamos deixar cair os braços”, afirma Pedro Ferreira, salientado que “os princípios da ADIRN continuarão os mesmos” – desenvolver, modernizar e possibilitar que o melhor se faça a nível local e regional, com um amplo historial de obra feita e elogiada. Outubro I 19 Portugal Inovador Mobiliário de rigor e excelência De Leiria para o Mundo, a Geometria do Móvel apresenta as melhores soluções em madeira ou em metal para diversos setores de atividade. Já lá vão mais de 15 anos desde que Mário Santo, um profissional experiente no setor mobiliário, decidiu criar em parceria uma empresa de móveis e de arquitetura de interiores que “desse resposta ao que as outras empresas não queriam atender”, já que “havia algumas lacunas no mercado”. No princípio, a Geometria do Móvel contava com um espaço de 90 m 2 e com apenas um funcionário. Hoje já após a aquisição de uma firma de serralharia, detém 3000 m 2, somando um total de 27 colaboradores. A Geometria do Móvel desenvolve as mais variadas peças de 20 I Outubro mobiliário “na área da madeira e dos metais”, explica Mário Santo, acrescentando que o trabalho feito é sempre “por medida”. Tendo em conta esta diversidade, não admira que as peças aqui desenvolvidas se possam encontrar “por toda a parte do Mundo”, em setores de atividade como o hoteleiro, a ourivesaria/ relojoaria, a perfumaria ou os escritórios em geral. Por detrás desta heterogeneidade existe uma ética: “Não recuso qualquer trabalho, desde que possa ser feito e eu consiga respeitar os prazos solicitados”, explica o empresário. Indissociável da história da Geometria do Móvel está o momento em que a firma decidiu apostar nos mercados externos e, em particular, no francês. “Tem sido o grande suporte”, atesta Mário Santo, equivalendo a “cerca de 80%” do volume de faturação. Um valor, todavia, menor do que noutros tempos, não só pelo facto de este mercado estar cada vez mais saturado, mas também pela vontade de “procurar o mercado nacional”. Um investimento que já dá frutos: “Estou a encontrar um apoio que no passado não tive, porque o mercado nacional estava no estado em que toda a gente sabe”, recorda. Independentemente do tipo de serviço, existem garantias que a Geometria do Móvel nunca descura. “Estamos abertos às sugestões dos nossos clientes e quando surge um problema procuramos transformá-lo em soluções”, garante o empresário. Por outro lado, “somos sempre rigorosos no cumprimento dos prazos que nos são solicitados”. Mas, a tudo isto, acrescentem-se ainda as palavras “rigor” e “qualidade”. Perante este contexto, não admira que o futuro se ambicione risonho. “No ano transato, fiz o maior investimento da minha vida e não faria sentido fazê-lo se as perspetivas não fossem positivas”, afirma Mário Santo. Este ano, por exemplo, “os indicadores são muito bons” e o volume de faturação da empresa deverá atingir um milhão e meio de euros. Já a curto prazo, existe a possibilidade de se contratarem novos colaboradores na tentativa de continuar um crescimento feito “passo ante passo” ou, melhor dizendo, peça por peça. Portugal Inovador Outubro I 21 Portugal Inovador Serviço de excelência além-fronteiras Ainda a decorrer, 2015 provou ser mais um ano de grande crescimento e expansão para o Grupo Transwhite. A operar nas estradas europeias desde 2004, a Transwhite é uma empresa dedicada ao transporte de diversos tipos de 22 I Outubro mercadorias, assim como produtos hortícolas, flores ou frutas, bem como grupagem. Em 2008, por seu turno, surge a Logi- Queen, focada nas componentes de logística de carga geral. Juntas, estas empresas compõem um Grupo que ao longo dos anos tem assistido a “um crescimento rápido”, causa e consequência do volume de clientes que continua a aumentar. Onze anos volvidos desde o seu nascimento o negócio corre sobre rodas. Ao todo, existe já uma frota de 60 veículos disponível para o transporte de mercadorias entre territórios como a Holanda, a Bélgica, algumas regiões da Alemanha ou o Reino Unido. Entretanto, são já mais de 160 os profissionais a operar no Grupo Transwhite. Números que falam por si e que têm crescido de ano para ano, refletindo um ritmo de desenvolvimento de excelência, reflexo de aspetos como a interação entre a componente de logística e o transporte de mercadorias, bem como a prontidão no cumprimento dos prazos e horários ou, ainda, o facto de cada viatura contar sempre com dois motoristas a bordo. Os resultados estão à vista: no ano de 2014, o volume de faturação ultrapassou os dez milhões de euros e, já em 2015, os números até junho apontavam já para seis milhões. “Estamos cerca de 40% acima da faturação do ano passado”, afirma Manuela Sábio, gerente da Transwhite. Todos os ingredientes estão assim dispostos para mais um ano de excelência que superou as expectativas. “Estamos acima do orçamento que tínhamos perspetivado e com muito bons resultados”, conclui. Mas importa referir que, para além do cresci- Portugal Inovador “Queremos continuar a crescer e a diferenciarmo-nos”. mento, este tem sido um ano de consolidação para o Grupo de empresas sediado nas Caldas da Rainha. Afinal, para além de um armazém na Holanda, existe agora um espaço para o armazenamento de produtos também em Albergaria-a-Velha, na região Norte do país. Perspetivar o futuro Embora satisfeita com os resultados, Manuela Sábio não esconde a vontade de chegar cada vez mais longe e de ampliar a política de qualidade que, até aqui, tem moldado a orientação do Grupo. Uma das prioridades para o futuro é, por isso, o investimento nas diversas certificações internacionais de qualidade, como a já obtida qualificação alemã QS, dedicada ao transporte de produtos vegetais e frutas. “Sentimos que o cliente é muito exigente nesse aspeto”, explica a empresária. Outro dos projetos a curto prazo passa pela expansão das instalações. Neste momento, encontra-se já em fase de construção um armazém dedicado essencialmente à componente logística do Grupo, onde se incluirá um cais. “A parte do cais é aquela em que sentimos mais carências”, refere Manuela Sábio, antes de acrescentar que o novo espaço agregará também as funções de oficina e de local de lavagem para as viaturas. As perspetivas para o futuro não poderiam ser, por isso, mais animadoras. “Queremos continuar a crescer e a diferenciarmo-nos”, afirma a gerente. Descartada não está, por isso, a possibilidade de entrar em novos mercados como a Suíça. Sempre com o rigor e a qualidade de sempre. Outubro I 23 Portugal Inovador A remodelar o futuro Sediada em Alcobaça, a Gil Azoia – Construções, Lda. distingue-se no seu setor não apenas pelo profissionalismo, mas também pela forma inovadora com que procura novas alternativas num mercado concorrencial. Aposta em novos mercados Abriu as portas em 2008, mas trata-se de uma empresa constituída por profissionais com bastante experiência no setor da construção civil e áreas afins. Falamos da Gil Azoia – Construções, Lda., cujo rol de serviços se estende desde a pintura e a aplicação de estuques até à construção de edifícios, sem esquecer, todavia, as modalidades de reabilitação de fachadas e coberturas ou a remodelação de interiores. Com um raio de atuação concentrado principalmente na região lisboeta e arredores, a Gil Azoia – Construções, Lda. conta já, no seu historial, com atividades de remodelação em edifícios públicos como o ISCTE, a Escola Primária dos Laranjais ou a Biblioteca Municipal de Rio Maior. Uma tarefa que continua em progresso, garante Gil Azoia. “Continuamos com os trabalhos que tínhamos na Universidade de Lisboa e as obras na Câmara Municipal de Rio Maior, mas entrámos já com alguns trabalhos também na Segurança Social”. Clientes e iniciativas como esta têm-se traduzido, na ótica do nosso 24 I Outubro entrevistado, “numa experiência muito positiva” que se procurará preservar. Mas importa referir que a Gil Azoia – Construções, Lda. efetua também obras particulares. Esta é uma empresa que, reunindo um leque de 24 colaboradores, se revela, por isso, capaz de proporcionar resposta para um conjunto de necessidades bastante heterogéneo. E porque esta é uma empresa que luta constantemente pelo alcance de novos mercados, e não se conforma com as dificuldades que vão surgindo no setor da construção civil, neste último ano vimos a Gil Azoia – Construções, Lda. investir num novo projeto. “Uma das coisas que temos tentado fazer é a compra de apartamentos para remodelar e colocar no mercado novamente”, explica o empresário. No fundo, esta é uma iniciativa que permite aproveitar aquele que já é um dos pontos fortes da Gil Azoia – Construções, Lda.: a remodelação e a reabilitação. “Comprar apartamentos, reconstruir e vender é algo que talvez possa ter futuro, porque é um mercado que ainda não está muito explorado”, considera o nosso entrevistado. “Claro que isto tem que ser feito em zonas que saibamos que poderão trazer crescimento” à empresa, nomeadamente, as Portugal Inovador áreas turísticas de Lisboa ou da Nazaré, bem como outros locais estratégicos, como as imediações das universidades ou da Baixa lisboeta. Trata-se, sem dúvida, “de um setor que vamos explorar… isto é a Gil Azoia a tentar ser uma saída, a inovar”, vaticina. 2015 e o futuro Pese embora as dificuldades que o setor da construção atravessa no nosso país, a verdade é que este tem sido um ano favorável para a Gil Azoia – Construções, Lda. e que tem correspondido às expectativas lançadas. Este ano, o volume de faturação previsto será de aproximadamente dois milhões de euros, mantendo-se em relativa sintonia com os resultados atingidos no ano transato. Mais do que os valores, todavia, a grande prioridade para o empresário é tentar preservar o conjunto de clientes que já possui. Assim sendo, o futuro passa, por isso, pela manutenção dos bons resultados e pela aposta contínua naquilo que tem distinguido a Gil Azoia – Construções, Lda.: a qualidade do seu serviço, a experiência dos seus profissionais e, acima de tudo, a sua capacidade de olhar em frente e de se adaptar a novos mercados. Sempre com excelência. Outubro I 25 Portugal Inovador Soluções únicas de Engenharia Industrial A TecniRolo – Engenharia Industrial, S.A. afirma-se como sinónimo para a palavra ‘inovação’, em Portugal e no Mundo. Enquanto empresa de excelência, a TecniRolo e os seus parceiros (onde se inclui a Huron e a Lary) não poderiam deixar de estar voltados para o panorama internacional. Assim sendo, para além de Portugal e restante Europa, alguns dos seus principais mercados incluem a América do Sul e Ásia. Se no contexto nacional a indústria dos moldes é um dos maiores âmbitos de atuação da TecniRolo, além-fronteiras é o calçado e os outros setores que falam mais alto. Na linha da frente Começou como uma empresa que proporcionava assistência para máquinas de comando numérico tornando-se, posteriormente, uma sociedade por quotas que comercializava software CAD e CAM para diversos setores da indústria, com ênfase para a área dos moldes. Com o passar do tempo, foi consagrando a sua internacionalização à medida que viu o seu foco alargar-se a outros setores, como o calçado. Hoje, volvidos 25 anos, a TecniRolo é uma sociedade anónima com uma missão ampla: “Somos prestadores de soluções de Engenharia Industrial”, afirma Luís Rolo, fundador da empresa. Falar da TecniRolo implica, por isso mesmo, fazer alusão a uma empresa que sempre fez da procura pela 26 I Outubro evolução tecnológica a sua grande batalha, à medida que se foi mantendo atenta às novas tendências mundiais. Não admira, por isso mesmo, que “antecipar o futuro construindo-o” seja um dos seus lemas. Prova do amplo know-how e polivalência da TecniRolo está nos diversos setores para os quais a empresa apresenta soluções de grande sofisticação tecnológica. Entre o leque de áreas – que poderá tornar-se “bastante maior” – incluem-se a indústria dos moldes, o calçado, a metalomecânica, a transformação de plásticos, a robótica, a eletrónica ou a aeronáutica, por exemplo. “Nós criamos soluções únicas no Mundo e desenvolvemos tecnologias únicas na TecniRolo”, afirma. Ao fim de um quarto de século a lutar pela inovação, o balanço da TecniRolo – quer no âmbito do seu desempenho, quer das parcerias estabelecidas ao longo da sua existência – “é extremamente positivo e enche-nos de orgulho”. Posto isto, não admira que esta empresa, única em Portugal e no Mundo, apresente uma linha de atuação bem definida para a próxima década. A ambição é “continuar a evoluir tecnologicamente, num aperfeiçoamento contínuo, antecipando os desafios que se colocarão à indústria em particular e à economia em geral”, à medida que se procurará “estar atento e influenciar as novas tendências para o setor industrial”. Acreditamos que a TecniRolo possa ter um papel de relevo na construção do futuro. Portugal Inovador Fornos à medida Desde 1993 que a Induzir tem apostado na qualidade e na personalização dos fornos que fabrica, da Batalha para o Mundo. Há 22 anos no mercado, a Induzir é uma empresa dedicada ao fabrico de fornos para atividades ligadas aos ramos da cerâmica e da metalúrgica, capaz de proporcionar resposta para diferentes tipos de necessidade, dos fornos de estúdio de pequena dimensão a máquinas com proporções consideravelmente mais elevadas. Fruto da sua longa história, a Induzir viu-se forçada a adaptar-se a um setor em constante mudança que sofreu, particularmente, com a situação económica que Portugal atravessou a partir de 2007. “O mercado caiu muito e isso levou-nos a procurar outros caminhos, começámos a vender para a Venezuela”, explica Carlos Lopes, diretor geral da empresa. Entre os países que mais procuram os produtos da Induzir encontram-se ainda Espanha, Polónia ou Angola. Mas isto sem esquecer o mercado português que, entretan- to, já demonstra alguns sinais de retoma e voltou a ocupar uma fatia significativa no volume de faturação da empresa. Mas para além do fabrico do forno túnel, bem como do forno intermitente a gás ou elétrico, a Induzir faz também serviços de manutenção, reparação ou reorganização de layouts. No fundo, o cliente é acompanhado “durante todo o processo, desde a conceção do próprio forno – criado à medida, porque a nossa forma de trabalhar não é com equipamentos standard – à instalação e até ao serviço de pós venda”, explica Carlos Lopes. Constituída atualmente por 26 colaboradores, a Induzir tem visto o seu trabalho de excelência ser reconhecido nos últimos anos, através de distinções como o certificado de PME Líder em 2014 que, entretanto, se renovou em 2015. Méritos que, para o diretor geral, demonstram como “se fez mãos à obra, se foi recuperando, se foi abrindo o mercado e as coisas melhoraram em todos os sentidos” para a Induzir, apesar das oscilações típicas do setor. os fatores ligados ao consumo de energia. “No desenho dos próprios fornos, já temos esse cuidado com a eficiência energética”, uma aposta a pensar não só no panorama português, mas também nos outros mercados. Fazendo uso das novas tecnologias, outra das apostas da Induzir passa, entretanto, por continuar a desenvolver fornos dotados de sistemas de supervisão à distância, munidos de software capaz de enviar, em tempo real, informações sobre o funcionamento da máquina para o tablet ou telemóvel do seu proprietário. E assim fica a prova de que o futuro também se faz na Induzir. Um futuro de poupança energética “Desde o início, sempre existiu nesta empresa a vontade de fazer coisas novas e de melhorar o que existe”, afirma Carlos Lopes. Não admira, por isso mesmo, que a Induzir se encontre neste momento a aperfeiçoar várias características nos seus produtos, nomeadamente Outubro I 27 Portugal Inovador Centenário da Caixa de Crédito de Leiria Vista por muitos leirienses como “o Banco da terra”, é uma instituição de referência na cidade, com um importante legado tanto na prestação de serviços financeiros como no mecenato social e cultural. Este ano decorre a celebração de um século de existência. Foi a 3 de janeiro de 1915 que os 16 sócios fundadores promoveram a escritura instituidora da Caixa de Crédito Agrícola Mútuo de Leiria. Daí para cá, merecem registo alguns marcos como fundamentais para que viesse a ser aquilo que é hoje. No ano de 1983, começou a expandir-se e a chegar a novos públicos, com a abertura da primeira delegação, em Monte Real. O desenrolar deste processo levou a que, atualmente, esta rede se estenda já a 16 balcões. Mais tarde, num período de tempo que compreende praticamen- 28 I Outubro te toda a década de noventa, esteve inserida no SICAM (Sistema Integrado do Crédito Agrícola Mútuo), sendo que, no virar do século, autonomizou-se. Apresenta, então, uma marca e uma imagem próprias e, tendo sede efetiva em Leiria, faz também a diferença pela capacidade de se adaptar e acompanhar o cliente de uma forma verdadeiramente direta e próxima. Ainda durante este espaço temporal, funde-se com a congénere da freguesia de Urqueira, Ourém, em 1996, passando a acrescentar este concelho a uma No ano de 1983, começou a expandir-se e a chegar a novos públicos, com a abertura da primeira delegação, em Monte Real. O desenrolar deste processo levou a que, atualmente, esta rede se estenda já a 16 balcões. área de atuação que incluía já os concelhos de Leiria e Marinha Grande. Por último, destaca-se também o encaminhamento das suas iniciativas de responsabilidade social para a Fundação Caixa Agrícola de Leiria, criada em 2004 e dotada de meios para uma intervenção social, cultural e humanitária que a comunidade tem reconhecido. Portugal Inovador Juntos por um Alentejo melhor Este é o lema da CIMAA - Comunidade Intermunicipal do Alto Alentejo. O presidente, Armando Varela, esteve em diálogo connosco a respeito dos desafios enfrentados pela região. concretamente, das acessibilidades: “O que esperamos não é uma diferenciação positiva, mas sim que seja possível democratizar o acesso às oportunidades e os estímulos ao investimento pelo país inteiro”. Um exemplo concreto seria “a melhoria das ligações entre Portalegre e Elvas”. Balanço A CIMAA intervém sobre um território que é inteiramente coincidente com o distrito de Portalegre, agregador de 15 municípios. São municípios de Interior, muito ligados à raia espanhola, nos quais a principal atividade económica continua a ser a agricultura, ainda que se destaquem alguns exemplos de municípios com uma forte dinâmica turística. Neste aspeto, Elvas (Património da Humanidade) é um caso paradigmático, mas Marvão e Castelo de Vide também têm ganho algum protagonismo. É também uma região muito dependente dos serviços públicos para efeitos de empregabilidade, sendo que a economia social tem vindo a assumir um peso que é também significativo. Sensivelmente um terço da população tem mais de 65 anos, o que explica com facilidade esta tendência. Alentejo 2020 A contratualização de verbas comunitárias para estes municípios ronda os 24 milhões de euros, em que cerca de uma metade desse montante será executada diretamente através dos municípios e outra metade através de projetos transversais aplicados pela CIMAA. Sobre as prioridades identificadas, o nosso interlocutor diz-nos o seguinte: “Uma é a eficiência energética, a nível da iluminação pública, numa perspetiva de baixar a despesa. Outra prende-se com o empreendedorismo, pela qual queremos criar um ambiente o mais favorável possível”. Ainda assim, independentemente da atividade municipal, Armando Varela considera que a região necessita de intervenções que são da responsabilidade do Estado. Fala-nos, Armando Varela é presidente da CIMAA desde 26 de novembro de 2009. Entende que “o diálogo e a cooperação entre todas as autarquias têm sido muito positivos”, num universo em que há municípios que vão dos 2800 habitantes até aos 25 mil. Como prova, aponta para “a elevada percentagem de projetos transversais, liderados pela CIMAA e extensíveis a todo o território”. Já sobre o reconhecimento pelo público, nota que “as pessoas ouvem falar e vão sabendo progressivamente o que é a CIMAA” mas que ainda “não se pode dizer que seja uma entidade reconhecida a nível do distrito”. Em todo o caso, mostra-se “convencido de que essa notoriedade vai aparecer à medida que a Administração Pública Central estiver disponível para transferir novas competências para as CIM’s, mas também na medida em que os municípios entendam que há vantagens em que algumas competências estejam no domínio de uma CIM”. Outubro I 29 Portugal Inovador 30 anos de Associativismo no Alentejo Central Modernização e qualificação dos serviços municipais, desenvolvimento de projetos intermunicipais e promoção do desenvolvimento do Alentejo Central são as principais áreas de intervenção da Comunidade Intermunicipal do Alentejo Central. Em diálogo com Hortênsia Menino, autarca que preside à CIMAC, fomos conhecer as perspetivas para a região. A CIMAC agrega um conjunto de 14 municípios que é, aliás, coincidente com o território do distrito de Évora. Como antecedente, tem, precisamente, a anterior Associação de Municípios do Distrito de Évora, que contava com todos estes municípios à exceção de Reguengos de Monsaraz. Sobre aquilo que define esta região, Hortênsia Menino entende que o Alentejo, no seu todo, “tem uma forte identidade enquanto região, as subregiões foram determinações exteriores à região”. Encontrando, contudo, algo de diferenciador no Alentejo Central, chama à atenção para “a sua centralidade e uma vantagem na questão das acessibilidades”, com a proximidade à Área Metropolitana de Lisboa e a ligação entre a capital e Madrid. Ao mesmo tempo, há uma presença “muito forte de Évora enquanto cidade Património Mundial e toda a influência que tem não só no Alentejo Central como na região em geral”. Tirando isso, tem aspetos “semelhantes ao restante território alentejano, com problemas de despovoamento das áreas rurais, e condições naturais e climáticas que atribuem uma predominância 30 I Outubro ao setor agroalimentar e agropecuário”. Tem havido, ainda assim, “uma abertura a novos investimentos em algumas áreas inovadoras como as energias renováveis, a aeronáutica ou a indústria automóvel, aproveitando, precisamente, a mais-valia das acessibilidades e a proximidade a um importante centro de conhecimentoUniversidade de Évora”. Portugal 2020 A preparação do novo quadro de financiamento foi recebida com “alguma preocupação” pela CIMAC, conforme nos explica a nossa interlocutora: “Tem alguns constrangimentos. O Portugal 2020 é a transposição direta do acordo de parceria entre o Estado Português e a Comissão Europeia, que tem um conjunto de princípios de natureza ultraliberal, com os quais não estamos de acordo na perspetiva do papel das autarquias e do investimento público. Ao mesmo tempo, há também uma lógica muito direcionada para os domínios da competitividade e da internacionalização, questões com as quais não discordamos, desde que possam, efetivamente, trazer mais-valias para o território. O receio que tínhamos era que, ao privilegiar-se esses domínios, se estaria a preterir as questões do investimento público, que, em regiões como esta, têm sido determinantes para a coesão social e também territorial”. Foi, no entanto, “construída uma estratégia de desenvolvimento, em que foi preparado um Pacto para o Desenvolvimento e Coesão Territorial, que assenta na perspetiva intermunicipal. Significa isto que não foi um somatório de projetos municipais, mas sim a aprovação de um conjunto de projetos dinamizados pela CIMAC, com um conjunto de parceiros para as áreas que estavam previstas”. O referido pacto assenta na contratualização de 36 milhões de euros de investimento e, com vista à sua aplicação, foram identificadas Portugal Inovador três dimensões como sendo as de maior importância. Hortênsia Menino refere-nos “as questões da eficiência energética em equipamentos e edifícios públicos, a proteção e desenvolvimento do património natural e cultural e um terceiro aspeto que se prende com as infraestruturas sociais”. A primeira “era das áreas em que a região tinha tido menos intervenções” e, por intermédio da candidatura ao Fundo Europeu de Eficiência Energética, procura-se agora gerar poupanças aos municípios em despesas como as da iluminação pública e a gestão energética de equipamentos e edifícios públicos. Sobre o trabalho a ser feito no âmbito do património, a presidente da CIMAC refere que este é “um dos grandes fatores de valorização da região” e que as propostas passam por “intervir na potenciação do acolhimento aos turistas que chegam ao Alentejo Central, na criação de centros interpretativos seja de Évora, do Alentejo Central e do Alentejo e também em melhorias na divulgação e sinalização”. Já a aposta social “tem a ver com o completar de algumas redes de respostas nesta área, com projetos concretos de construção ou de adaptação de espaços para o apoio aos idosos, à infância ou à deficiência”. A CIMAC “considerou que, dentro da verba que era possível disponibilizar, tinha que haver essa componente” e, acrescentando, Hortênsia Menino sublinha que, “em territórios com algumas fragilidades, estas respostas têm não só uma componente importante de atendimento às necessidades como também um impacto do ponto de vista da criação de emprego”. Outubro I 31 Portugal Inovador Reforço da qualidade A aposta da CARMIM tem incidido sobre uma contínua melhoria dos seus vinhos. Através do recurso a técnicas mais eficientes e sofisticadas, está a conseguir posicioná-los no mercado em condições mais favoráveis. O presidente da Cooperativa Agrícola de Reguengos de Monsaraz, Miguel Feijão, começa, em jeito de resenha histórica, por chamar a atenção para a grande tradição vinhateira que sempre existiu nesta região: “Reguengos sempre foi uma zona de grandes vinhedos. Há 50 anos tinha 30 ou 40 adegas de grande dimensão e os terrenos que hoje vemos ocupados com vinhas 32 I Outubro já no séc. XVIII eram vinhas”. Mais tarde, com as mudanças na tipologia do consumo, começou a surgir uma maior dificuldade em escoar os produtos vínicos, o que levou a que alguns produtores começassem a pensar em como é que poderiam dar a volta a essa contrariedade. Foi então em 1962 que começou a germinar a ideia de se associarem, nascendo, finalmente, a Cooperativa no ano de 1971. O cooperativismo “potenciou a segurança que há em ter vinhas e a CARMIM cresceu bastante em número de litros à medida que as pessoas foram começando a perceber que ter vinhas, na altura, era um bom negócio”, daí que, hoje, a área reunida pelos associados chegue aos 3500 hectares. Evidentemente, o crescimento da CARMIM não poderia deixar de estar também assente na resposta positiva que o mercado foi dando aos seus produtos. Conforme nos explica o nosso interlocutor, a gama que a CARMIM coloca no mercado assenta fundamentalmente nas suas duas marcas de referência (Reguengos e Monsaraz) e também na Terras d’el Rei, destinada aos vinhos de entrada. Os vinhos Reguengos seguem a linha clássica e tradicional da CARMIM, enquanto os vinhos Monsaraz já traduzem aquilo que é a cooperativa a adaptar-se a novos mercados, com novos paladares. “Na linha Monsaraz, seja no caso do DOC, do monovarietal, do reserva ou do premium, já se está a degustar uma casta como, por exemplo, a Syrah ou a Alicante Bouschet”, refere. Acrescentando, são “castas sem as quais não se consegue entrar com sucesso nos mercados europeus e que, para todos os efeitos, funcionam bem no Alentejo”. De resto, dentro daquelas que são as opções mais tradicionais, apesar da grande diversidade Portugal Inovador de castas utilizadas, as predominantes são, nos tintos, a Trincadeira e o Aragonês e, nos brancos, o Roupeiro ou o Antão Vaz. A metodologia aplicada pela empresa na gestão de toda esta matéria-prima segue um rigoroso controlo, tendo por objetivo a potenciação da sua qualidade e do seu valor, conforme assume Miguel Feijão: “Este ano já colhemos 21 milhões e 100 mil quilos de uvas. Esse vinho terá de ser vendido e a intenção é vender cada vez mais a bom preço, ou seja, ter uma quantidade cada vez maior de vinho em gamas médias altas. Queremos ter mais engarrafado do que bag-in-box, mais regional do que mesa, mais DOC do que regional e potenciar mais vinhos de reserva”. Continuando, isso é conseguido “alocando a cada segmento de mercado aquilo que se quer fazer”, através de uma rigorosa triagem da entrada da uva. “Com o sistema que implementámos este ano, neste momento sabe-se em que cuba está cada carrada de uva. Fazemos cubas monovarietais e, por exemplo, o Aragonês que aqui entra é analisado à entrada, tendo em conta parâmetros como o pH, o grau alcoólico ou o aspeto sanitário da uva. Em função desses parâmetros, as uvas são encaminhadas para cada cuba e esse é um trabalho a repetir todos os anos, que vai afinar a relação entre o terreno e a qualidade final”, descreve. Com o referido sistema, a CARMIM encontra-se, finalmente, em condições de “ir buscar tudo o que é indicado pela direção comercial para cada mercado”, conforme garante. É uma mais-valia que vem reforçar ainda mais uma empresa que apresenta já indicadores bastante interessantes, como a prevista venda de 14 milhões de garrafas da colheita de 2014 ou a exportação para um leque de 40 países, dos quais se destacam a Polónia (onde é o maior exportador nacional), o Brasil, Angola, Estados Unidos, França e Suíça. Outubro I 33 Portugal Inovador Território marcado pela diversidade A ADREPES – Associação de Desenvolvimento Regional da Península de Setúbal tem a particularidade de intervir nas esferas rural, costeira e urbana. A sua instituição deu-se em 2001, por iniciativa de 11 entidades públicas e privadas que se uniram com vista ao objetivo de promover o desenvolvimento rural desta região, muito por via da gestão do programa LEADER+. O espaço de influência agregava os seis concelhos (Palmela, Sesimbra, Alcochete, Moita, Montijo e Setúbal) aos quais se juntou, recentemente, Almada. Em 2013, o seu objeto de ação foi alargado, passando de âmbito local para uma intervenção de caráter regional. As características deste território implicam, efetivamente, que a atividade da ADREPES se desdobre por outros âmbitos que não apenas o rural. Como nos explica a presidente, Isabel Conceição, a Península de Setúbal define-se, por um lado, “pela diversidade e, por outro, há que realçar a qualidade dos recursos que concentra. É uma área muito vasta, abrangendo zonas 34 I Outubro urbanas, rurais e costeiras, com um património natural muito rico, como aliás é demonstrado pela existência de 15 áreas classificadas”. Entre outros possíveis exemplos, destacam-se, a Norte, o Estuário do Tejo, a Sul, o Estuário do Sado e a Serra da Arrábida, a Oeste, a Lagoa de Albufeira e a Arriba Fóssil da Costa da Caparica e, a Este, diversos Corredores Ecológicos que unem Canha à Marateca, estendendo-se na direção de Sesimbra. Diversa é também a sua oferta de produtos endógenos, os quais “apresentam um enorme potencial e necessitam, para o efeito, de ser potenciados e geridos a nível local”. Têm sido muitas as iniciativas resultantes do aproveitamento de artigos de qualidade como os vinhos, o queijo de Azeitão, as maçãs, o mel, o pão, a doçaria, os licores ou as compotas. Neste âmbito, a ADREPES assume um papel importante, enquanto “detentora de um conhecimento profundo do território, para o qual canaliza verbas que lhe permitem financiar projetos que de outra forma nunca seriam apoiados”. A esse respeito, a gestão do último quadro comunitário traduziu-se, na globalidade, em cerca de 17 milhões de euros e na criação de cerca de 145 postos de trabalho diretos. Este período correspondeu também à coordenação de projetos como “As Heranças dos Vinhos Portugal Inovador do Sul”, a “Rede Europeia de Pousadas Equestres”, “Histórias Decantadas” e “Da Quinta para o Prato”, assim como a um intenso trabalho de “apoio personalizado a cada empreendedor, que vai desde a prestação de esclarecimentos e acompanhamento até à execução física e financeira dos seus investimentos”. O dia a dia da ADREPES e deste universo de produtores não é, contudo, isento de constrangimentos: “Não podemos deixar de ressalvar as características marcadamente rurais que a Península de Setúbal apresenta, que nem sempre são reconhecidas pelas entidades que nos tutelam. Trata-se de um território periurbano, localizado na Área Metropolitana de Lisboa e sofre vários constrangimentos ao nível do apoio prestado aos empreendedores. Ou seja, o nível de financiamento é muito inferior aos projetos que são desenvolvidos nesta região quando comparados com outras regiões”. Ao mesmo tempo, o “excesso burocrático associado a cada processo e o desajuste das políticas que nem sempre têm em conta as especificidades de cada território, assim como a crise económica que o país atravessa, são outros dos constrangimentos que mais marcaram este período de programação”. Agora, para o horizonte 2020, está desenhada uma estratégia de ação para o desenvolvimento, que “traduz as aspirações de todos os intervenientes”, a ser implementada através do DLBC (Desenvolvimento Local de Base Comunitária) nas vertentes rural, costeira e urbana. No caso das duas primeiras, procura-se “a dinamização, valorização e diversificação das economias locais, através do estímulo ao empreendedorismo, da capacitação, da integração territorial e da inovação social”. No caso da última, é pretendido “o combate às fragilidades sociais e territoriais, contribuindo para a igualdade de oportunidades e para uma menor assimetria social e económica”. Outubro I 35 Pelo desenvolvimento sustentável da região Portugal Inovador A Estratégia de Desenvolvimento Costeiro preconizada para a Península de Setúbal, no âmbito do Eixo 4 do PROMAR, promovida pelo Grupo de Ação Costeira (GAC) Além Tejo e gerida pela ADREPES, apoiou um conjunto de projetos com vista ao desenvolvimento sustentável desta região. No âmbito do Eixo 4 do PROMAR foram aprovados, na Península de Setúbal, 20 projetos, cujo investimento ascende a € 3.500.000, que permitem a criação de 20 postos de trabalho. Este facto traduz a importância do trabalho desenvolvido pela associação junto da comunidade costeira e ribeirinha da Península de Setúbal. Entretanto, eis o resultado de alguns dos projetos apoiados neste âmbito e já concluídos. ADREPES – Isabel Conceição Com o objetivo de valorizar os recursos costeiros e ribeirinhos da Península de Setúbal, a ADREPES (em parceria com as Câmaras Municipais de Alcochete, Sesimbra e Setúbal, o Clube Naval de Sesimbra, a ArtesanalPesca, a Mútua dos Pescadores e a Autoridade Portuária de Sesimbra e Setúbal) realizou o projeto “Histórias de Mar”: 14 programas televisivos – emitidos na RTP2, Internacional, Informação e Africa – sobre os saberes-fazer ancestrais ligados ao mar e ao rio que cimentaram a identidade do território. Para o efeito, o Eixo 4 do PROMAR financiou 35.307,32€ (equivalente a 85% dos 41.538,03€ necessários). A implementação destas iniciativas e das que ainda estão em curso permitem o cumprimento da estratégia definida pela ADREPES que se consubstancia na “Valorização dos Produtos e Serviços do Setor das Pescas e Promoção da Coesão Social das comunidades piscatórias num contexto de preservação ambiental.” CM Moita – Vítor Mendes Com o auxílio do financiamento de 11.468,98€ do Eixo 4 do PROMAR (correspondente a 50% dos 22.937,96€ investidos), prosseguiu-se a missão de “preservar e divulgar o património imaterial” que envolve a história, técnicas e costumes marítimos do concelho. Para este efeito, foi instalada sinalética para a criação de rotas centradas neste mesmo património. Foram também editadas diversas publicações a transmitir estes costumes e saberes tradicionais, como “o processo artesanal de fazer o sal”. Procedeu-se, ainda, à realização a uma inventariação das embarcações tradicionais. Sociedade Musical Sesimbrense – Apolónio Alves “Fizemos uma obra de renovação na zona do bar e modernizámos este espaço, o que, sem o apoio do Eixo 4 do PROMAR, não conseguiríamos fazer”, sublinha Apolónio Alves, atual presidente desta associação centenária, dedicada às atividades culturais em Sesimbra. As verbas obtidas (41.762,51€, equivalentes 75% dos 55.683,35€ necessários para implementar o projeto) permitiram, de facto, um conjunto de reformulações que incluíram a criação de uma sala de convívio, a instalação de novos lavabos, a construção de um balneário de apoio às diversas atividades culturais e desportivas. Acresce que a maioria dos associados da Sociedade Musical são pescadores ou ex-pescadores que usufruem deste espaço para a realização de atividades de lazer nos seus tempos livres. Mecomar – António Marques A Mecomar apresentou dois projetos que obtiveram financiamento ao Eixo 4 do PROMAR gerido pela ADREPES: uma depuradora e uma loja. “O investimento da candidatura veio dar-nos uma grande ajuda e alguma estabilidade”, salienta António Marques, gerente da Mecomar, Lda., empresa dedicada à depuração e comercialização de bivalves e marisco. “Penso que a ADREPES, como organismo, foi uma peça fundamental para o êxito desta candidatura”. Através do financiamento obtido – 73.481,64€ (40% do investimento feito de 183.704,10€) – tornou-se possível a aquisição de equipamentos e viaturas para o transporte de marisco e bivalves, produtos comercializados, inclusivamente além-fronteiras, pela Mecomar, Lda. 36 I Outubro Portugal Inovador ArtesanalPesca – Carlos Macedo AAPCS – Carina Reis A Associação de Armadores de Pesca Artesanal do Centro e Sul é um dos organismos que mais tem contribuído para a valorização do trabalho efetuado pelos profissionais do setor. A associação candidatou ao Eixo 4 do PROMAR o Cabaz do Peixe. “Este projeto tinha três objetivos: uma componente ambiental para começarmos a utilizar mais peixe com pouco valor. Depois, tínhamos a intenção de favorecer os nossos pescadores, dando-lhes um preço mais justo pelo pescado. Por fim, chegar ao cliente com um peixe fresco a um preço mais acessível”. O financiamento obtido (66.190,00€, correspondente a 90% do investimento de 73.544,44€) permitiu obras, a aquisição de equipamento e de uma viatura refrigerada que permite a entrega de pescado, ao cliente, com a máxima frescura assegurando as condições de higiene e segurança alimentar. Os resultados já se fazem notar, principalmente no volume de clientes, que “tem crescido”. A ArtesanalPesca é uma organização de produtores, focada na valorização dos produtos capturados pelos pescadores artesanais de Sesimbra. No âmbito do Eixo 4 do PROMAR gerido pela ADREPES “tivemos três projetos: um foi a aquisição de uma viatura pesada para recolha e distribuição do pescado. Outro, entretanto, passou pela criação de uma sala de formação e pela melhoria das instalações de apoio à atividade”. Por último, adquiriu-se equipamento para “a produção de um novo produto”, assente na produção do filete de peixe, “nomeadamente de cavala e de peixe-espada preto”, explica Carlos Macedo. Para a realização de todos estes projetos, foi obtido um financiamento de 354.852,09€ (equivalente a 86% do investimento realizado de 413.788,48€). ABAS – Fernando Almeida As verbas obtidas no âmbito do Eixo 4 do PROMAR (17.006,29€, equivalente a 75% do investimento de 22.675,05€) traduziram-se em obras de adaptação e na mudança de instalações do Centro de Convívio de Argéis para uma zona mais próxima do Centro de Acolhimento Temporário, também ele tutelado pela ABAS (Associação de Beneficência, Amizade e Solidariedade de Sesimbra). “Este é um local mais central e aqui as pessoas sentem-se melhor”, explica Fernando Almeida, que faz um “balanço positivo” dos resultados alcançados através deste investimento e do novo espaço, frequentado, na sua maioria, por pescadores e ex-pescadores. Fixe em Casa – Manuel Cardoso “Conseguimos financiamento para a carrinha, mas também para a máquina de frio e para a máquina de embalar o peixe a vácuo”, explica Manuel Cardoso, co-fundador da Fixe em Casa, empresa inovadora no setor, que se dedica à entrega de pescado ao domicílio, eliminando as barreiras impostas pelos intermediários. Foi com o apoio do Eixo 4 do PROMAR (19.413,79€, correspondentes a 40% do investimento de 48.534,48€) que a Fixe em Casa deu mais um passo na inovação, ao embalar o pescado em vácuo, fazendo-o chegar, com ainda mais garantias de frescura e qualidade, a lojas de produtos biológicos, bem como a clientes particulares, através do serviço de entrega ao domicílio em que assenta a filosofia da Fixe em Casa. A implementação deste projeto permitiu à empresa triplicar o volume de vendas. Outubro I 37 Portugal Inovador 30 anos a apostar na inovação Da eletrónica à industrial naval, das telecomunicações à construção civil, na Salemo & Merca encontra soluções sofisticadas e únicas em Portugal. Desde 1982 que a Salemo & Merca se apresenta como uma empresa industrial metalomecânica de grande excelência e inovação no mercado nacional, dedicando-se à criação de equipamentos e componentes metálicos para todo um vasto leque de indústrias, a saber: telecomunicações, construção civil, bricolagem, mas também as indústrias naval, a elétrica e a eletrónica. A inovação por detrás dos equipamentos desenvolvidos pela Salemo & Merca é uma das grandes chaves para o seu sucesso e persistência num mercado tão amplo e complexo como este. De facto, “inovação, flexibilidade e facilidade de adaptação às circunstâncias”, são palavras de ordem no dia-a-dia da empresa, que, por sua vez, rimam com os conceitos de rigor, seriedade e profissionalismo. Ao longo de um período de 38 I Outubro mais de 30 anos, a empresa tem focado a sua atuação na criação de produtos novos, mas também na prestação de serviços à medida dos clientes, proporcionando soluções singulares no mercado. “As bases que seguram as telecomunicações das fragatas MEKO passaram todas por aqui”, explica Salemo Madureira. Mas existem outros exemplos de produtos únicos, desenvolvidos nas instalações da Salemo & Merca, como o projeto mecânico por detrás das máquinas de pagamento automático da Brisa. Mas entre as diversas entidades que solicitaram os serviços desta empresa, encontram-se ainda vultos como a Papelaco, a Komax a Efacec, a Siemens ou a Bosch. “Nascemos numa época de crise, muito idêntica à que estamos a atravessar agora”, refere Salemo Madureira, quando questionado sobre o âmbito geográfico dos clientes que mais solicitam os serviços da Salemo & Merca. “Passámos de uma situação em que 98% dos nossos clientes eram nacionais” para uma conjuntura em que predomina a “venda para o mercado estrangeiro” – um passo que se revelou necessário e que solidifica a capacidade de adaptação desta empresa às oscilações dos diversos setores em que atua. A Salemo & Merca é uma empresa cujo âmbito de atividade se divide em três áreas centrais de negócio. Uma delas é o desenvolvimento de projetos à medida do cliente – comercializados pela chancela PROJE – através dos quais a empresa presta apoio à industrialização de produtos, bem como à sua fabricação, sempre no âmbito das solicitações e especificações dos seus clientes. Portugal Inovador Outro dos seus âmbitos é a área de produtos S&M, onde se inserem os artigos associados à área das telecomunicações e das indústrias eletrónica e elétrica. Entre os produtos comercializados neste âmbito, encontram-se os armários de pavimento ou murais para interiores e exteriores, repartidores especiais, ou ainda armários mistos para exteriores ou para aplicações especiais, por exemplo. Destaque ainda para a marca de produtos SEGUR, centrada nos setores da construção e bricolagem. É neste âmbito que a empresa comercializa escadas, escadotes, andaimes ou torres em alumínio, bem como plataformas e pranchas para andaimes com um design e especificidades únicas em Portugal, sem esquecer, todavia, outros produtos como monta-cargas. É precisamente através de uma gama de produtos como esta, bem como da constante aposta na inovação e na qualidade, que vemos espelhada a filosofia de atuação da Salemo & Merca. “Não gostamos de copiar nada daquilo que os outros já fazem. É por isso que as nossas pranchas e as nossas torres são diferentes”, afirma Salemo Madureira. “Procurámos fazer algo diferente e, logo quando a empresa nasceu dedicamo-nos logo a fazer aquilo que mais ninguém queria fazer”, acrescenta o gerente. Outubro I 39 Portugal Inovador Um importante parceiro da agropecuária Desde 1990 que a Fertiprado tem servido esta indústria através do desenvolvimento de sementes para pastagens e forragens, sempre numa lógica de inovação e diversificação. É na Herdade dos Esquerdos, em Vaiamonte, concelho de Monforte, que se encontra a sede da empresa, onde pudemos falar com o responsável, João Paulo Crespo. Como recorda o nosso interlocutor, a Fertiprado nasceu com base na ideia de desenvolver prados, actividade profissional do seu pai, enquanto investigador do INIA e “na sequência da gestão de uma exploração agrícola da família Crespo, que começou a desenvolver um projeto de pastagens e pecuária de ovinos”. Este propósito cedo assumiu uma perspetiva empresarial, estendendo-se a outros produtores da região e, pouco depois, a clientes do Minho ao Algarve. “Os primeiros anos foram anos de muita luta, sempre numa tentativa de experimentação e melhoramento contínuo”, lembra, até que, em 1993, deu-se “a transformação dos conceitos em marcas”. E as marcas têm crescido e ampliado mercados. Continuando esta resenha histórica, o diretor aponta como primeiro 40 I Outubro momento da sua internacionalização a entrada em Espanha, no ano de 1995, à qual se seguiu Itália, em 2005, e, há cinco anos, o Uruguai. Neste último destino, a Fertiprado detém uma unidade com componente produtiva e é aí que reside uma parte importante das suas ambições: “A América do Sul é o maior centro de produção pecuária do mundo, a nível de vacas e ovinos. Só para dar uma ideia, o Uruguai em termos de número de animais é 10 vezes superior a Portugal, num território que representa apenas uma vez e meia o nosso. É também um país com muitas parecenças culturais, onde nos sentimos bem e, portanto, assumimos esse desafio e estamos a crescer”. No decorrer desta expansão, a empresa foi também, naturalmente, crescendo em capacidade, sendo hoje um importante empregador na região de Portalegre. É também uma empresa líder em Portugal e está a conseguir marcar uma presença muito dinâmica nos mercados externos onde está presente. Um aspeto assinalado por João Paulo Crespo como potenciador desta boa reação por parte do mercado prende-se com “a adequação a cada caso”. Ou seja, uma preocupação com que “a adaptabilidade das sementes seja a melhor possível às condições de cada terreno, em função do tipo de solos, de clima e das necessidades de exploração”. Resumindo, são estes “os três pilares que movem a Fertiprado e que procuram garantir ao máximo a qualidade e a boa prestação do produto junto do agricultor”. A contribuir para esta correta resposta a uma tão grande diversidade de situações está o desenvolvimento de uma estrutura de experimentação, assente num programa próprio de seleção de espécies e variedades (único exemplo no país), nas oito pessoas fixas dedicadas a funções de I&D e na parceria com entidades como o INIAV (Instituto Nacional de Investigação Agrária e Veterinária) ou as suas congéneres em Espanha, França, Itália ou Uruguai. Por conseguinte, “a produção de semente que a Fertiprado vem fazendo está a crescer a ganhar bastante competitividade”. Agora, em jeito de balanço, João Paulo Crespo entende que a empresa tem razões para se orgulhar “do contributo de geração de valor que conseguiu fazer na zona e pela empregabilidade sustentada que criou”. Mostra-se consciente de que a Fertiprado “está inserida num mundo competitivo mas também muito instável, em que os desafios encerram grandes oportunidades e alguns riscos. Mas está confiante na equipa e optimista quanto ao futuro do setor. Portugal Inovador Outubro I 41 Portugal Inovador Tranquilidade e uma nova experiência A Herdade da Urgueira é um espaço recém inaugurado, que está a marcar a diferença com o conceito de olivoturismo. Foi no dia 25 de julho que este complexo turístico abriu portas. Está integrado numa propriedade com 620 hectares, na freguesia de Perais, concelho de Vila Velha de Ródão, e é a concretização de um sonho antigo do seu responsável, Carlos Lourenço. Passaram-se mais de 20 anos desde a aquisição da herdade por parte da sua família. Durante a maior parte deste período, foi aproveitada unicamente para fins agrícolas, até que, em 2010, iniciou-se a recuperação do antigo casario em que funciona agora esta unidade. 42 I Outubro A Herdade da Urgueira divide-se em cinco alas. Uma delas é a área temática, composta por sete apartamentos, cada um deles decorado com elementos alusivos a uma diferente fase do processo de produção do azeite. A segunda é a chamada área regional, constituída por uma suite e 4 quartos (Urgueira, Perais e Tostão) e receção. A terceira reúne o restaurante, a sala de eventos, piscina e terraço panorâmico. A quarta é área business, com um espaço para conferências, zona para convívio e um deck, onde é possível sair para um passeio de barco no lago. No quinta ala está um lagar. O restaurante foi aberto a 26 de setembro e oferece uma cozinha tradicional, com forno de lenha, com pratos típicos da região como o maranho, o borrego assado no forno e as sopas de peixe. O espaço, para fazer jus ao termo olivoturismo, tem também um lagar de azeite, pertencente aos antigos donos da propriedade. “Este lagar encontrava-se num outro terreno, na freguesia de Sarnadas de Ródão. À época era dos mais modernos e eu consegui adquiri-lo e montá-lo neste lugar”, refere. O olivoturismo é, de facto, a grande aposta de Carlos Lourenço e o grande fator de diferenciação deste projeto, conforme nos explica: “O nosso objetivo é que as pessoas possam usufruir das diferentes fases que a azeitona passa até se chegar ao azeite. Queremos que tenham a oportunidade de ter algumas experiências que possam ver e executar, porque uma coisa é isto ser explicado e outra é as pessoas realmente executarem o processo. O objetivo é mesmo o de recriar”. Portugal Inovador Um parceiro na Engenharia de equipamentos químicos Sediada em Ílhavo, a Eng & Steel, Lda. alia a experiência dos seus profissionais ao vasto conhecimento sobre o mercado em que atua. Vocacionada para os bens de equipamentos com marcação CE para a indústria química, a Eng & Steel nasceu em março deste ano pela iniciativa de dois sócios – Miguel Rocha e Luís Fernandes – com vasta experiência no setor. A oportunidade de negócio surgiu depois de ter sido detetada no mercado nacional uma necessidade para a qual “ainda não existe muita oferta”. Entre os produtos desenvolvidos nestas instalações encontram-se reservatórios sob pressão e permutadores de calor e outros equipamentos que exijam cálculo mecânico. “Temos, dentro de portas, engenharia suficiente para fazer o cálculo mecânico e projeto, obedecendo a códigos internacionais de construção, como sejam o ASME, o CODAP, o AD-Merkblätter, o PD 5500, ou o EN 13445, para além de outros”, explica Miguel Rocha. Paralelamente aos equipamentos pressurizados, a Eng & Steel proporciona outras soluções de engenharia, para além de desenvolver e projetar componentes para peças de máquinas, função para qual a empresa possui profissionais qualificados. Não admira, posto isto, que esta seja uma empresa capaz de proporcionar uma resposta para diversos setores da indústria, com especial ênfase para a área química e para as empresas de engenharia. Apesar do seu ainda breve período de atividade, a Eng & Steel já marca uma presença assinalável (30% do volume de faturação) em diferentes mercados da Europa, nomeadamente o francês – relativamente ao qual o balanço tem sido particularmente positivo –, o alemão, o holandês e o espanhol. É assumida a ambição de ampliar o mercado de exportação para os 50%, uma vez que é desejo da empresa “não depender apenas do mercado nacional”. Independentemente da natureza do cliente, existe, todavia, um objetivo assumido: “Executar bons serviços para fidelizar o cliente, não pelo preço, mas pelo serviço”. Entretanto, o desenvolvimento da Eng & Steel promete não ficar por aqui. “Submetemos a empresa ao programa Portugal 2020, para recebermos apoio nas áreas da qualificação e internacionalização”, refere Miguel Rocha. Com efeito, está já confirmada a participação da empresa na feira internacional Midest, em Paris, ainda em 2015, sucedendo-se outras duas presenças no ano seguinte. Paralelamente, têm sido estabelecidas parcerias com empresas “nossas complementares”, nomeadamente na área da maquinação industrial, automação industrial e de tratamento de superfícies. Outubro I 43 Portugal Inovador Novo dinamizador da região O Regia Douro Park – Parque de Ciência e Tecnologia de Vila Real é uma nova resposta na promoção do empreendedorismo e da ciência, estando direcionado para os setores agroindustrial, vitivinícola e ambiental. Centro de Excelência da Vinha e do Vinho Esta iniciativa insere-se na estratégia de criação de uma rede de parques no país e vem preencher a necessidade de uma solução deste género no Interior Norte. A área de Bragança está a ser contemplada com o Brigantia EcoPark e Vila Real com o Regia Douro Park, resultando ambas da iniciativa conjunta dos respetivos municípios, da UTAD e do Instituto Politécnico de Bragança. O Regia Douro Park está a iniciar o seu funcionamento, estando a sua inauguração apontada para breve. Acerca da natureza deste projeto e das mais-valias que vem trazer aos empresários da região, contámos com a elucidação do seu diretor geral, Nuno Pinto Augusto. Sublinha que, face a outros parques da rede, tem como grande vantagem “a panóplia de componentes que oferece”, as quais passa a apresentar. “Como estrutura física, integra quatro valências distintas”, começa, sendo estas o Douro Business Center, a Incubadora de Empresas, o Parque Empresarial e Industrial e o Centro de Excelência da Vinha e do Vinho. 44 I Outubro O primeiro funciona como edifício sede, cobrindo os serviços administrativos e de gestão do parque, e disponibiliza espaços comuns como salas de formação, de reuniões e multiusos e também restaurante e bar. “Estamos abertos à comunidade, o que significa que qualquer empresa da região que precise de um dos nossos espaços pode utilizá-lo”, indica. Numa fase já “muito desenvolvida” de utilização encontra-se a Incubadora. As portas foram abertas em junho e, entretanto, já recebeu quase duas dezenas de empresas. “Estamos com um conjunto muito diversificado, com algumas empresas ligadas às novas tecnologias (software, aplicações) e outras mais tradicionais, como empresas agrícolas que têm aqui o seu escritório”, explica. O outro equipamento aqui presente com o propósito de acolher empresas é o Parque Industrial, composto por 26 lotes com mil a dois mil metros quadrados, que se prevê que sejam “exclusivamente alocados a empresas associadas à agroindustria”. Dentro das valências aqui agregadas, o CEVV será, porventura, a que constitui o grande elemento diferenciador deste parque. Nuno Pinto Augusto chama a atenção para o facto de vir dar resposta a uma necessidade urgente da região: “É um grande laboratório, adaptado para os nossos produtos endógenos. Servirá de apoio à agroindustria, com maior foco no setor vitivinícola, e o objetivo é essencialmente produzir conhecimento e transferir conhecimento para as empresas, através de análises ou estudos que, presentemente, são feitos no estrangeiro e que ainda não temos capacidade para desenvolver”. O CEVV vai ser orientado e gerido principalmente pela UTAD, estando previsto um financiamento de 1,5 milhões de euros anuais e espera-se que, dentro de poucos anos, possa realizar cursos de doutoramento em Enologia, em consórcio com a UTAD, a Universidade do Porto e a Universidade do Minho. Portugal Inovador Solidariedade, seriedade e responsabilidade Dos manuais escolares aos livros em língua estrangeira, na José de Almeida Gomes & Filhos, Lda. encontra variedade e um serviço de excelência. Livro após livro, são já 24 anos de “crescimento permanente” com um número de clientes “sempre a subir”. Assim nos garante José de Almeida Gomes que, em 1991, abriu uma firma dedicada ao armazenamento e distribuição de livros. À medida que os anos foram passando, consolidou-se o sucesso e o estatuto de referência nacional. Mas como é que tudo se tornou possível? José de Almeida Gomes elenca “o facto de as pessoas acreditarem em nós, por sermos responsáveis e sérios”. O “respeito pelos clientes” e o “bom serviço” que lhes é prestando correspondem, por seu turno, a outros dois aspetos. Mas existe ainda o facto de “os descontos serem muito apelativos”: qualquer livro não escolar conta com uma redução de 20% no preço. Com um âmbito de atuação que se estende por todo o território nacional, ainda que com maior ênfase na região Centro (mas também com alguns clientes de Angola), a José de Almeida Gomes & Filhos, Lda. comercializa vários tipos de livros e material didático. Em primeiro lugar, surgem os manuais escolares. “Entram e saem milhares por dia”, sintetiza o empresário. Mas os resultados explicam-se também pelo bom escoamento dos livros de editoras não escolares, procuradas não só pelo cliente particular, mas também por bibliotecas, escolas ou feiras do livro. Também de grande relevo são os protocolos com as Universidades de Coimbra, Aveiro e da Beira Interior. Já outro aspeto que faz da José de Almeida Gomes & Filhos, Lda. um armazenista e revendedor de referência é o leque de obras importadas de editoras estrangeiras. “Somos o mais antigo importador da Oxford University Press e temos também outras editoras, como a Cambridge University Press, a Express Publishing, a Pearson e muitas outras”, enumera. Embora sediada em Coimbra, a José de Almeida Gomes & Filhos, Lda. conta com uma filial em Aveiro, a Tricana. Já nos bastidores da empresa há 16 colaboradores, testemunhas e agentes deste sucesso. A prova está no volume de faturação que “ultrapassa os três milhões” e demonstra uma “tendência para aumentar”. O imperativo da solidariedade Ajudar o próximo foi um gesto a que José de Almeida Gomes nunca se escusou. Assim, não admira que por detrás do negócio dos livros persista a vontade de atender aos mais carenciados. “Tenho mandado muito material para Cabo Verde e para a Guiné-Bissau”, num esforço que já chegou também a São Tomé e Príncipe e a Timor-Leste. Em agosto “fui contactado pelos assessores do Bispo D. Ximenes Belo para doar livros. Disse que sim e mostrei quais eram as minhas possibilidades”. Posto isto, “o próprio decidiu agradecer-me pessoalmente. Marcámos uma reunião e ele visitou-nos. Foi uma grande honra”, descreve o empresário, acrescentando que o próximo passo é sensibilizar “o público em geral” para a doação de livros, brinquedos ou roupa de que já não necessitem. Outubro I 45 Portugal Inovador Plano económico e social Fazer nascer uma ideia, contextualizá-la dentro de um modelo de negócio que acrescente valor ao país, são passos críticos no ciclo empreendedor. Porém tudo isto depende da visão e das ferramentas que cada organização tem ao seu dispor. Nessa perspetiva os apoios financeiros e os sistemas de incentivos a que os empresários podem recorrer no seguimento dos seus projetos, como o Portugal 2020, são sempre prioritários. Mas para perceber melhor a sua relevância torna-se necessário observar a sua definição e linha de orientação. Em pontos muito gerais trata-se de um acordo de Parceria entre Portugal e a Comissão Europeia que visa o desenvolvimento económico, social e territorial e económico em Portugal, através da atuação dos cinco Fundos Europeus Estruturais e de Investimento (FEDER, Fundo de Coesão, FSE, FEADER e FEAMP). O acordo pretende atingir este objetivo entre os anos de 2014 e 2020. Com os 25 mil milhões de euros que Portugal receberá até 2020, espera-se aumentar assim a empregabilidade, estimular o crescimento das exportações, aumentar a produção de serviços transacionáveis, combater a pobreza e a exclusão social, reduzir o abandono escolar, estimular uma maior coesão territorial, com ênfase para as regiões de baixa densidade populacional, e conseguir uma maior sustentabilidade no uso de recursos. 46 I Outubro Vale ainda acrescentar a Estratégia de Investigação e Inovação de Portugal para uma especialização inteligente nas suas componentes nacional e regionais (Norte, Centro, Lisboa, Alentejo, Algarve, Açores e Madeira). Nesse âmbito, procura-se desenvolver um crescimento sustentável e inclusivo nas áreas do conhecimento e da inovação, na sociedade e sua empregabilidade, e no desenvolvimento ecológico. Estes ambiciosos e urgentes objetivos procuram ser conseguidos através da implementação de 16 Programas Operacionais e dos Programas de Cooperação Territorial. Com taxas de desemprego assustadoras, regiões esquecidas e abandonadas, e um número maior de importações do que exportações, o Acordo Portugal 2020 é obviamente necessário e urgente. Foi notícia que em agosto de 2015 a taxa de desemprego em Portugal subiu para os 12,4%. Também se sabe que a balança comercial portuguesa continua negativa. Quanto ao abandono escolar precoce, é certo que, em 2014, este baixou para os 17,4%. Obviamente que o referido Acordo entrou em vigor há relativamente pouco tempo e até 2020 todo este panorama poderá vir a sofrer alterações. O contacto que todos os dias temos com as diferentes realidades empresariais faz-nos perceber que são muitos a partilhar opiniões comuns sobre o empresário português. As boas experiências que consegue captar através do mercado externo, a vontade de prosperar lá fora, e os pensamentos que os estrangeiros transmitem sobre o seu mérito e profissionalismo são fortes indicadores da nossa produtividade e ambição. Porque é que apesar de tudo isto se continua então a notar uma frágil e débil confiança no nosso trabalho? A sociedade precisa de incentivos, é certo, mas a confiança também será determinante para fazer nascer uma ou muitas ideias. Portugal Inovador Outubro I 47 Portugal Inovador 48 I Outubro Portugal Inovador Mais que uma rede, uma família O projeto que teve início em Évora estendeu-se depois a Montemor-o-Novo, Beja, Algarve e Lisboa. Já em 2016 estão previstas novas aberturas de loja. A família imobiliária Mais Casa, baseia-se na proximidade cliente/colaborador, tendo em vista ajudar as necessidades dos seus clientes, “acima de tudo amigos, porque gostamos de quem nos faz sentir bem e confiamos em quem nos dá atenção”, introduz a nossa entrevistada Isabel Pinto. Uma das impulsionadoras da marca, Isabel Pinto, salienta que têm conseguido manter a equipa dada a política de conduta da empresa: “A nossa diferença começa logo no primeiro contacto, somos muito transparentes e diretos com todos, sejam clientes ou prestadores de serviços. Pessoalmente, conheço as pessoas que trabalham comigo pelo nome, conheço os seus problemas pessoais, estamos a falar de 60 pessoas. Vou parar de abrir lojas quando não tiver capacidade para acompanhá-las pessoalmente. Somos seletivos? Somos. Geralmente para a Mais Casa entra o amigo do amigo, e o conhecido do conhecido, não apostamos muito no recrutamento”. A nossa entrevistada afirma ainda que a Mais Casa se distingue pelo acompanhamento prestado: “As angariações são um ponto forte do nosso trabalho. Angariamos produtos de qualidade, mas, ajustados ao valor de mercado”. Para isso é feito todo um acompanhamento junto do cliente: “Não trabalhamos para bater records de angariações. Nós conhemos as pessoas pelos nomes, falamos com elas e mantemos o contacto. Deste modo somos referenciados a outros, é a nossa melhor publicidade”, refere. Mercado de Évora Em 2011, aquando da abertura do projeto, “o mercado estava estagnado”, mas a equipa da Mais Casa começou por trabalhar o arrendamento, “algo que em Évora ninguém fazia”. Hoje, “não precisamos de angariar, porque as casas são-nos entregues ano após ano”. Aos poucos, o mercado imobiliário em Évora, à semelhança do restante panorama nacional, foi ultrapassando as dificuldades, impulsionado pelos pequenos investidores que compravam tendo em vista o arrendamento, principalmente no centro histórico, local onde se encontra sediada a Mais Casa. Conduta: presente e futuro Mensalmente, Isabel Pinto visita cada uma das lojas, localizadas em diferentes mercados, com públicos e produtos muito distintos. Ainda assim os investidores estrangeiros nunca foram o seu foco. “Quando trabalhamos com o topo temos que estar dedicados a esse nicho e não é esse o nosso mercado. Nós trabalhamos com a classe média e com os investidores locais. No caso dos investimentos Golden Visa, é público que muitas casas não foram vendidas ao preço real, eu tenho noção disso e não o faria a cliente algum, seja ele português ou estrangeiro”. A curto/médio prazo está já prevista a abertura de mais lojas em Lisboa, no Montijo, na Costa Alentejana e no Algarve. “Não muitas mais… Tenho um limite, mediante as minhas capacidades. Certo é que a postura vai ser sempre a mesma: conhecer quem trabalha comigo para poder responsabilizar-me pelo trabalho dessas pessoas”, conclui. Outubro I 49 Portugal Inovador As famílias são o alicerce do mercado imobiliário José Neves desenvolveu a sua experiência profissional em duas áreas distintas: inicialmente, no setor bancário – onde desempenhou diversas funções em três entidades – e, em 2002, assumiu a decisão de apostar num projeto profissional próprio, adquirindo o franchising da ERA Imobiliária em Évora. “Continuo a estar grato à ERA por fazer parte desta rede, que me apoiou desde a primeira hora, dando-me o know-how necessário para trabalhar o setor de uma forma profissional, credível e transparente”, introduz José Neves. Crédito Bancário Durante 13 anos de atividade, a ERA Évora acompanhou as oscilações do mercado: “Vivemos períodos em que o crédito à habitação representava 90% dos nossos processos, e outros em que cingia-se aos 28%, face às transações efetuadas com capitais próprios”. A partir de 2014, detetou-se “uma nova abertura do crédito à habitação, sendo que cerca de 55% do nosso volume de negócios é agora suportado por esse produto, com clara tendência de crescimento”. Face ao seu conhecimento da Banca, José Neves denota que o 50 I Outubro paradigma do crédito à habitação mudou: “Na minha perspetiva não voltará a ser como dantes”. “Antigamente era fácil adquirir financiamento a 100%, mas essa situação terminou. Vê-se que as pessoas estão a desenvolver a consciência de que são necessários capitais próprios para se investir na compra de uma casa, uma vez que os Bancos só financiam 80% do valor da venda ou do valor da avaliação”. Em termos de solidez do cliente de crédito à habitação, “também se verifica diferenças, é quase impossível fazê-lo a pessoas sem contrato efetivo ou pessoas isoladas (e sem fiador). As próprias avaliações estão mais rígidas, transparentes e o mercado vai ter que se ajustar”. O franchisado faz questão de reforçar, que na rede ERA os negócios são acompanhados desde a angariação do imóvel com o cliente vendedor, até à “Continuo a estar grato à ERA por fazer parte desta rede, que me apoiou desde a primeira hora, dando-me o know-how necessário para trabalhar o setor de uma forma profissional, credível e transparente”. venda junto do cliente comprador, ajudando-o nas suas necessidades de financiamento que terminam aquando da escritura. Preferimos ser nós a acompanhar na íntegra o processo de crédito à habitação, dado que conseguimos ter protocolos com todas as instituições bancárias. Se no pico da crise, nos anos de 2011/12, o negócio da ERA Évora assentava em clientes investidores e com capital próprio – “um leque muito reduzido composto por pessoas que investiam por não quererem ter as suas poupanças no Banco; compravam para colocar no mercado de arrendamento, ou reabilitar e vender; e uma franja mínima de agregados familiares jovens cujos pais tinham condições para oferecer o imóvel –, hoje, as famílias que, na minha opinião, são o grande alicerce do Portugal Inovador “Comparativamente com o tempo em que entrei para este ramo o setor está diferente, está mais credível, o negócio é mais transparente”. “Évora é uma cidade que tem um nicho de mercado interessante em termos de terrenos, quer urbanos quer agrícolas, tendo o ERA Casa Pro uma palavra a dizer”. mercado imobiliário em Portugal, querem comprar casa, por isso recorrem ao crédito à habitação. Felizmente, o mercado está a mexer”, exprime José Neves reforçando que, para interesse dos investidores, em Évora “facilmente se consegue adquirir imóveis para arrendar com taxas de retorno na ordem dos 8%”. ERA Casa Pro A crise do setor da construção civil manifesta-se hoje na falta de produto novo para venda. Nesse sentido, a marca ERA desenvolveu o ERA Casa Pro, direcionado para quem tem terreno e/ou procura terreno e quer construir. “Évora é uma cidade que tem um nicho de mercado interessante em termos de terrenos, quer urbanos quer agrícolas, tendo o ERA Casa Pro uma palavra a dizer. Os clientes estão a aderir pela qualidade de construção, pelo acompanhamento da obra, pelos prazos de execução e pelos projetos de arquitetura, assim como o preço controlado que permite que a compra do terreno e a construção seja um projeto acessível à grande maioria dos agregados familiares”, apresenta o nosso entrevistado. dessa forma e assim alimenta-se a credibilidade do setor. Nós fazemos o nosso papel, mas não estamos sozinhos, muitos colegas o fazem”, conclui. Recrutamento Apesar do recrutamento ser um processo complexo, o diretor confessa que não se preocupa com a questão da experiência, dada a consistência da formação dada pela ERA. No entanto, denota “que o grau de formação dos comerciais é hoje muito superior, isso comprova-se nesta equipa composta por licenciados em diversas áreas. Se por um lado é difícil recrutar, por outro, nos últimos anos, têm aparecido pessoas válidas que por via do desemprego arregaçam as mangas e enveredam por uma carreira no imobiliário”. Finalizando José Neves não deixa de salientar que uma das principais “virtudes” que as redes trouxeram a este setor “foi o rigor do trabalho, as regras de mercado, o profissionalismo e a competência”: “Comparativamente com o tempo em que entrei para este ramo o setor está diferente, está mais credível, o negócio é mais transparente. A maioria trabalha Outubro I 51 Portugal Inovador “Somos a n.º 1 da Margem Sul em termos de Agências Imobiliárias!” Chegados à Margem Sul, procurámos conhecer a realidade do setor imobiliário da região junto de uma das quatro lojas do Grupo RE/MAX EASY. Os brokers Luís Gomes e José Quinteiro apresentaram-nos um mercado muito segmentado e diversificado. Quatro lojas, quatro realidades? Luís Gomes acumula cinco anos de experiência no ramo imobiliário, tendo impulsionado a expansão do projeto Remax através da abertura da primeira loja do Grupo Easy no Seixal, em março de 2010. O sucesso foi tal que no final do terceiro ano, os consideráveis resultados o fizeram tomar a decisão sobre o rumo a seguir: “E o passo foi continuar no ramo imobiliário e abrir novas franquias chegando desta forma a mais 52 I Outubro mercados e a mais clientes com a nossa proposta de valor que acreditamos ser diferenciadora e de elevado valor para clientes e consultores”, conta. A segunda loja surge assim no Barreiro no final de 2013 e a terceira na Quinta do Conde em maio de 2014, sendo que a estratégia definida pelos sócios prevê a continuação do crescimento do projeto para outras zonas na Margem Sul. Os preços, a vasta oferta de serviços, a proximidade à capital, o fácil acesso à autoestrada, conduz a uma grande procura nesta zona de apartamentos para remodelar: “O Seixal é um mercado muito rotativo que cresceu com inúmeros pequenos investidores particulares, que compraram imóveis usados para colocar no mercado de arrendamento, alcançando taxas de rentabilidade bruta na ordem dos 10%. À medida que nos aproximamos de Lisboa, vai aumentando a segurança pelo perfil do arrendatário, mas diminui o Yield, baixando para os 5% na Capital”. Três das lojas Remax Easy – duas no Seixal e outra no Barreiro – trabalham um segmento médio, médio/baixo, enquanto a de Quinta do Conde é caraterizada por atender “ao mercado de primeira habitação, composto por uma população que ambiciona ter uma moradia, mas a um preço muito mais acessível”. Se em tempos de regressão económica, o fecho do acesso ao crédito minimizou a compra, impulsionando o arrendamento, “hoje em dia este último caiu em flecha e aumentou muito a aposta na compra com recurso ao crédito, dado que as rendas conseguem ser similares ao valor das prestações bancárias”. Luís Gomes reforça, que “o cidadão português tem sentimento de posse, gosta de comprar. Se há cerca de dois a três anos o arrendamento atingia 60% das nossas operações, agora situa-se entre os 10% a 20%”. Portugal Inovador “As pessoas procuram a cidade de Lisboa para morar; têm capacidade de investimento; sendo muitos estrangeiros, não necessariamente direcionados para o produto golden visa, mas residentes temporários, nomeadamente franceses que atraídos pelos benefícios fiscais optam por adquirir casa em Portugal”. Perante uma balança onde num dos pratos temos a procura e no outro a oferta, o broker é convicto ao afirmar que nos mercados em que trabalhamos “há falta produto novo”. “A construção parou quase completamente e podemos facilmente enumerar todos os projetos existentes que tenha dimensão. Ainda existe algum produto novo construído com capitais próprios e por isso está quase parado – comercialmente falando, porque não tem 100% de financiamento e dificilmente alguém está disposto a comprar”. Às portas de Lisboa José Quinteiro entrou no universo Remax em 2003 e, após um interregno, ressurge no mercado assumindo a gestão da franquia Remax 4ever, em Lisboa. Em 2014 decide abrir uma outra franquia na Amora (Seixal), sendo que a entrada no Grupo Easy se dá por esta via. Acompanhando a nossa conversa José Quinteiro assume que “a realidade de Lisboa é totalmente diferente da vivida na Margem Sul. 99% das transações, no caso da Remax 4ever, são efetuadas sem recurso a crédito – tendência verificada nos últimos dois anos”. O broker deteta que “as pessoas procuram a cidade de Lisboa para morar; têm capacidade de investimento; sendo muitos estrangeiros, não necessariamente direcionados para o produto golden visa, mas residentes temporários, nomeadamente franceses que atraídos pelos benefícios fiscais optam por adquirir casa em Portugal”. Na capital detetam-se investidores que vivem da compra e reabilitação de imóveis para colocação no mercado. “Dado que o cliente que vem para habitar procura edifícios novos e usados sem necessidade de obras”. Segmentação do mercado Questionámos os nossos interlocutores sobre a forma como o mercado se comporta na Margem Sul. Luís Gomes e José Quinteiro adiantam: “Não se podem fazer generalizações pois a segmentação hoje em dia é enorme; existe a aquisição para habitação própria com e sem recurso a crédito, aquisição para revenda com e sem reabilitação, compra para arrendar, arrendamento, gestão de arrendamentos, autoconstrução, etc; ainda por cima, o peso de cada uma destas operações é variável ao longo do tempo, o que implica uma estrutura ágil e com capacidade de resposta imediata às flutuações do imobiliário”. Para mais informam que “notamos uma regressão do arrendamento, mas um acréscimo significativo de operações para aquisição de habitação própria com recurso a financiamento da Banca e este ano temos uma “novidade”; os terrenos urbanos recomeçaram a ter procura novamente”. “Outro dos fenómenos que conseguimos identificar na Margem Sul, é que faz mais sentido estar presente em cada zona com uma loja de média dimensão (25 a 30 comerciais) do que um mega projeto com 100 consultores; os mercados das zonas onde estamos presentes são mais pequenos e por isso a abordagem tem que ser outra, nomeadamente um maior investimento da nossa parte, totalmente merecido pelos nossos consultores e clientes”. O Futuro Quando desafiados a falar sobre o futuro, a resposta de Luís Gomes e José Quinteiro foi unanime: “É risonho com desafios de gestão diários, pois este é um negócio de pessoas com as casas lá no meio e não ao contrário”. “Até agora não nos temos dado mal com esta estratégia antes pelo contrário; todos os anos crescemos na casa dos dois dígitos e só podemos agradecer a quem tem confiado em nós desde o primeiro momento!”. Outubro I 53 Portugal Inovador Atuar em proximidade As mudanças no setor imobiliário mostram-se velozes na Europa e em Portugal. A ERA Amadora Este, com a reinvenção que o ano de 2015 trouxe, facilmente se adaptou a uma nova postura no mercado. Lília Farinhas defende agora objetivos que visam o crescimento e a consolidação sustentada dos negócios. detetam e estudam alternativas para outras oportunidades de negócio. Lília Farinhas sabe que o reconhecimento e a captação de investidores revela-se determinante nesse campo e com isso dá-nos um breve retrato da Amadora atual: “Os investidores são, na sua maioria, nacionais. Tratam-se de pessoas que, anteriormente à crise, construíam prédios para vender, e que tiveram de se adaptar face às alterações do mercado. Atualmente, verificamos que essas mesmas pessoas optam por comprar e remodelar, para de seguida vender. O mercado de arrendamento, por sua vez, está consolidado e não mostra crescimento assinalável”. “Fazemos muitas famílias felizes” O crescimento do negócio na casa dos 35% em relação ao ano anterior, a vontade de investir e a abertura de crédito por parte da Banca são fortes indicadores da evolução deste setor, mas nada disto se fortaleceria sem a visão do mediador. Lília Farinhas reconhece a importância que a conjuntura anterior proporcionou na reafirmação de uma nova realidade, mas também não esconde que saber acompanhar as tendências e observar as principais características e motivações dos seus clientes são fatores decisivos que influenciam o desenvolvimento de toda a estrutura. É tendo em vista esse panora54 I Outubro ma, que a rede ERA estabelece entre os franchisados, espalhados pelos vários pontos do país, um método de trabalho pautado por valores de exigência e formação. “A ERA fornece-nos um serviço de excelência. Um franchisado quando começa a trabalhar para a marca nunca parte do zero. Há todo um período de preparação e aprendizagem que é muito importante desenvolver para que posteriormente, quando tenhamos a possibilidade de abrir a nossa loja ao público, estejamos todos com a formação e bases necessárias para aplicar no nosso trabalho”, evidencia. Na auscultação de diferentes realidades facilmente se A compra de uma casa é uma decisão muito ponderada para a maior parte das famílias portuguesas. A nossa interlocutora sabe o quão determinante esse projeto de vida é para todos os clientes que a procuram e nessa perspetiva consegue oferecer a melhor solução nos diferentes contextos sociais. “Temos tudo nesta zona geográfica. Desde casas para recuperar e investir até nichos de mercado com valores atrativos. Com duas estações de metro (Alfornelos e Amadora Este), e a abertura próxima de uma terceira na Reboleira, o cliente que se encontra aqui acaba por também ser um cliente de Lisboa”, esclarece. Esta flexibilidade que a loja consegue ter no atendimento ao cliente é notoriamente visível pela qualificação dos próprios Portugal Inovador profissionais que integram este desafio. Com o nosso departamento processual acompanhamos os nossos clientes até ao final do negócio, seja a pronto pagamento ou com recurso a crédito habitação. Queremos que todos os nossos clientes fiquem satisfeitos com o nosso serviço. Desde a nossa abertura que fazemos muitas famílias felizes”, salienta. Conjugada a esse serviço personalizado existe o regime de exclusividade que influencia igualmente como um fator diferenciador. A divulgação e promoção focada desses imóveis trará benefícios para os nossos clientes. “Todos os imóveis em exclusivo têm maior probabilidade de venda. Porque é que as pessoas vão trabalhar com três imobiliárias diferentes se podem trabalhar com a que é líder de mercado e que lhe dá todo o apoio que necessita?”, reitera. Crescer com a ERA Quem acaba por aderir a esta marca de referência, como Lília Farinhas o fez em Maio deste ano, nota que a possibilidade de evoluir em conjunto como uma grande família está sempre presente em todas as etapas de formação e prática evolutiva. É por isso que a fase de recru- tamento e o acompanhamento posterior que é fornecido quer pela direção comercial, quer pela direção processual, acaba por fazer toda a diferença na postura que assumem perante o mercado e a concorrência. “Quem está envolvido numa ERA tem que estar a 100%”, assevera. lizados na consolidação desta primeira. Estipula-se que até ao final do ano a equipa comercial amplie e continue a avançar em consonância com o seu atual posicionamento. Superar objetivos A equipa encontra-se agora num franco crescimento e encara com entusiasmo os desafios que a atividade tem vindo a representar. A hipótese de abrir uma segunda loja não é completamente posta de parte pela profissional, mas os esforços estão neste momento centra- Outubro I 55 Portugal Inovador Alicerçar conhecimentos e coordenar estratégias A curiosidade e a vontade de aprender, intrínsecas na natureza de Ana Ramos, rapidamente a moveram para um mundo de descobertas e motivações. Hoje, alicerçada num vasto percurso de desafio e conhecimento, retrata-nos a filosofia da rede ERA e o seu sistema de trabalho fortalecido por uma equipa consistente e estruturada. “Sou bióloga e estive ligada ao meio académico durante quase 20 anos, na carreira docente. Em determinada altura percebi que devia repensar a minha vida profissional. Tratava-se de mudar de vida, de renascer. Mudar é nascer outra vez e eu precisava de nascer outra vez”, concretiza. A oportunidade de se iniciar neste projeto de mediação imobiliária deu-se “por via daquilo que me especializei, a formação. Para isso tive que passar por um período de formação em sala e no terreno nesta actividade, que era completamente nova para mim. Essa fase foi preponderante para eu poder sentir que era capaz de fazer um trabalho válido nesta área”. Rapidamente ganhou a paixão pela actividade e perce56 I Outubro beu que o processo de aprendizagem a levaria, inevitavelmente, para o terreno. Assim que a oportunidade surgiu, nasceu o projeto ERA Oeiras. Criar negócios em equipa Com o propósito de tornar as estruturas organizacionais transparentes e eficazes, as empresas investem e focam-se cada vez mais no organograma, isto é “no papel que cada um representa dentro da organização”. A estratégia da ERA também passa por aí e é por isso que facilmente se deteta o lugar que cada um ocupa quando se entra neste sistema. O entendimento das diferentes responsabilidades confere-lhes garantias e proporciona-lhes oportunidades de crescimento rumo à evolução que os colaboradores pretendem conquistar quer individualmente quer em equipa. É sob esta visão que encontramos aqui os diferentes profissionais a encabeçar as áreas vitais da empresa: como coordenadora, a Ana Sofia Sadio, “dentro da filosofia desta rede as coordenadoras desempenham tarefas tão fundamentais que são consideradas, tão somente, a “máquina” a coordenar a máquina”; na direção processual a Carla Brandão, “que tem como missão conduzir com eficácia e em segurança todos os processos até à escritura” e que, por isso mesmo, se pode orgulhar de ser “uma máquina a triturar burocracia”. Estas são as duas funções que dão todo o suporte a “uma máquina sempre ligada”, cujo centro nevrálgico está a cargo de Miguel Chung que, enquanto diretor comercial, “é ele quem dirige a árdua e fascinante tarefa da produção, a razão de ser da nossa existência. Neste momento, com uma equipa comercial de nove pessoas para orientar, as nossas incontornáveis “máquinas a vender casas”, não tem mãos a medir…”, menciona. Mas não é somente este trabalho em grupo que dinamiza a ERA Oeiras. Há aqui outras estratégias pensadas pela marca ERA por forma a potenciar todo o negócio da rede e que valorizam a qualidade e a quantidade da informação que circula entre todos os colaboradores da marca. Essa Portugal Inovador colaboração está bem patente no sistema de partilhas exclusivo da rede. “O sistema de partilhas da rede ERA é o que faz de nós aquilo que somos, foi concebido para ser usado internamente e é exclusivo da rede. Trabalhamos de nós para nós”, explica. A mediação imobiliária está a mudar e a profissionalização do setor obriga a estruturas diferentes. Nesse âmbito os critérios de seleção e recrutamento para trabalhar no nosso sistema são cada vez mais rigorosos, tornando-se decisiva a escolha de uma equipa qualificada a representar este serviço. “O perfil de pessoas que nós procuramos é um perfil com algumas exigências e critérios que vão de encontro ao que definimos como fatores críticos de sucesso. Estamos sempre na busca dos melhores entre os melhores para desempenhar as funções à medida daquilo que consideramos ser o ideal para o desenvolvimento da empresa. Perguntam-me muitas vezes o que nos distingue da nossa maior concorrente. Acredito que a maior das diferenças advém, precisamente, do próprio sistema de trabalho. Costumo dizer que somos concorrentes para produtos e serviços mas não somos concorrentes para pessoas. Enquanto eles procuram lobos solitários, nós procuramos lobos de alcateia”, sublinha. “Uma parceria de sucesso” A Casa Pro tem igualmente trazido notoriedade e distinção à marca. Para a ERA Oeiras os projetos nascidos e desenvolvidos nesse conceito representam já uma boa fatia da sua faturação. “Estamos entre as lojas que mais têm usufruído desta parceria”, desvenda. Com quatro processos a decorrer neste momento só no núcleo de formação histórica da vila, e três processos em fase de estudo, Ana Ramos e a equipa que a acompanha cada vez mais acredita neste suporte e “é natural que tenhamos mais processos a dar início até ao final do ano”. Acreditar no produto fará com certeza toda a diferença, mas a sua funcionalidade e a conjugação vantajosa no binómio qualidade/ preço são igualmente determinantes. “É uma parceria de sucesso, é necessário alimentá-la, para que toda a gente possa vir a beneficiar dela”, corrobora. piores fases do setor”, descreve. Atualmente Ana Ramos reconhece que no início de 2013 tiveram de fazer uma reestruturação, mas souberam reinventar-se. “Neste negócio, como em tantos outros, aquilo que faz a diferença são as pessoas”, aponta. No futuro, a curto prazo, não estará nos seus horizontes a abertura de mais lojas. As preferências recaem sobretudo para um crescimento sustentado e equilibrado em consonância com a evolução do país e dos diferentes mercados. “Não é minha ambição crescer desmesuradamente ou de forma descontrolada. Se um dia abrir uma segunda loja terá que ser como uma consequência natural do nosso crescimento, e não o inverso”, conclui. “A diferença são as pessoas” A mediação imobiliária nem sempre atravessou momentos áureos. “Houve épocas bastante difíceis e tudo se gerou nas Outubro I 57 Portugal Inovador Superar as expectativas dos clientes é a nossa prioridade! Alexandre Almeida, broker da RE/MAX VILA, em Sintra, está na rede Re/max desde o ano 2000 e no mercado imobiliário há mais de 20 anos. Com um percurso com mais de 20 anos ligados ao imobiliário, Alexandre Almeida não se imagina a exercer qualquer outra atividade diferente da Mediação Imobiliária. Iniciou o seu percurso em negócio familiar de mediação imobiliária, mais tarde colaborou com empresa de referência no mercado imobiliário de luxo e no ano 2000 é convidado para a assumir a direção comercial de uma das primeiras lojas da linha de Cascais, a iniciar o projeto Re/max em Portugal. Em 2007, inicia o seu próprio projeto na RE/MAX VILA, na prestigiada Vila de Sintra e ao fim de oito anos de atividade, a sua paixão, a motivação constante e a vontade de fazer mais e melhor, continuam a ser características que contagiam os consultores, que com ele colaboram. 58 I Outubro IMOBILIÁRIO EM SINTRA Sintra tem algo de excecional que não deixa ninguém indiferente. É impossível não se apaixonar pela sua paisagem natural, conventos, castelo e o seu famoso Palácio da Pena. O mercado habitacional de Sintra é caracterizado por palacetes, quintas, casas senhoriais, moradias de sonho e o mercado residencial tradicional. No segmento de luxo encontramos em Sintra algumas propriedades em venda que se assemelham a pequenos paraísos e que pelas suas características, atraem essencialmente clientes ou investidores estrangeiros. A discrição e confidencialidade são condições impostas pelos seus proprietários ou representantes na promoção destes imóveis. Alguns deles, depois de adquiridos são posteriormente adaptados a hotéis, quintas para eventos ou condomínios habitacionais. É neste contexto, que a RE/MAX VILA desenvolve a sua atividade com a constante preocupação da completa satisfação dos seus clientes. Portugal Inovador A mediação imobiliária é um negócio de pessoas para pessoas onde a confiança, a disponibilidade e o profissionalismo, são essenciais para a obtenção de um serviço de qualidade. Os clientes que já tiveram oportunidade de contratar e usufruir dos nossos serviços, recomendam-nos sistematicamente, desafiando-nos a uma melhoria constante, na oferta de um de serviço de elevada qualidade e excelência, garantindo deste modo a fidelização de clientes para toda a vida. A RE/MAX VILA investe e proporciona constantemente formação à sua equipa de consultores, em diversas áreas como: legislação imobiliária, investimentos e avaliação imobiliária, negociação comercial, desenvolvimento pessoal, formação motivacional e PNL (Progra-mação Neuro Linguística). Os nossos consultores, com elevado espírito de equipa, proativos e sempre disponíveis para os clientes, contribuem de forma significativa para os resultados positivos que temos conseguido atingir ao longo destes anos. APOSTAR EM PORTUGAL O ano de 2014 foi sem dúvida um ano excecional para o mercado imobiliário, com um crescimento significativo em todos os setores e o ano de 2015 tem-se revelado um ano bastante dinâmico prevendo-se que venha a ser um ano histórico neste mercado. Os indicadores económicos estão claramente a melhorar, as yields são mais competitivas que na maioria dos países europeus, o acesso ao financiamento está claramente mais acessível, a reabilitação nas grandes cidades está ao rubro e este clima de confiança crescente, atrai novamente o investimento nacional, assim como novos investidores estrangeiros, que veem em Portugal, uma oportunidade de investimento com boas renta-bilidades aliadas aos benefícios fiscais oferecidos pelo nosso país. Os programas lançados pelo Governo, para atrair o investimento estrangeiro, vieram introduzir mudanças significativas no mercado imobiliário nacional. O Golden Visa e o Regime Fiscal para Residentes não Habituais, são programas que tem tido uma adesão crescente, contribuindo para uma procura excessiva de imóveis habitacionais novos e de qualidade fazendo despertar o interesse de muitos promotores nacionais e internacionais. Estes programas de incentivo ao investimento estrangeiro em conjunto com as condições de vida que Portugal oferece, colocam o nosso país nas estratégias de investimento dos grandes grupos de investidores. Exemplo disso, verificou-se na passada semana no salão Imobiliário de Lisboa, que decorreu de 7 a 11 e onde a RE/MAX VILA marcou novamente presença, tendo estabelecido contatos com investidores estrangeiros, que manifestaram interesse em investir em Sintra. no acesso ao financiamento bancário, o Turismo deverá manter a tendência crescente que se tem vindo a verificar e o mercado internacional deverá manter o interesse no nosso país pelo menos, enquanto se mantiverem os programas de incentivo e o crescimento dos mercados de arrendamento. Envie CV para: [email protected] PERSPETIVAS FUTURAS As perspetivas são animadoras, os mercados de arrendamento de curta e longa duração estão em crescimento, prevêem-se melhorias Outubro I 59 Portugal Inovador Conquistar o mercado junto das pessoas Luís Gomes, em tempos conectado à área do Marketing e Publicidade, fala-nos sobre os diferentes momentos evolutivos do setor imobiliário. Durante o seu percurso segurou-se nas fases de maior instabilidade para agora vencer junto da força da sua equipa. A constância anual do crescimento veio atingir proporções maiores no ano de 2010, definindo o “pico máximo de vendas e transações”. Em 2005, quando deu entrada como comercial nesta loja, começou por indagar como poderia crescer na atividade. “Gradualmente, fui aumentando as minhas vendas dentro da empresa. No ano 2007, convidaram-me para ser o diretor comercial e nessa altura fiquei encarregue de organizar toda a estrutura. Em 2011 o proprietário da loja questionou-me se teria a ambição de ficar com a agência. Tendo nascido e crescido toda a minha vida aqui no Cacém, aceitei o desafio”, sintetiza o nosso entrevistado. 60 I Outubro Foi assim que no ano 2011 este novo projeto passou para as suas mãos, tendo por certo todo um know-how adquirido desde 2005. Hoje sabe que foi o desconforto que determinou esta sua necessidade de encontrar um novo foco para a sua vida. “Entre o ano de 2002 e 2004 percebi que havia uma crise na minha área de estudo, encontrei a Remax e resolvi seguir um novo rumo”, aviva. Sucesso na mudança Quando a Remax chegou a Portugal não tinha a visibilidade e carisma que tem hoje a nível mundial. A visão do empresário, tendo-se iniciado em pequenas pegadas, foi chamando a atenção e conquistando o mercado, adequando sempre o seu método ao local onde estava inserido. A constância anual do crescimento veio atingir proporções maiores no ano de 2010, definindo o “pico máximo de vendas e transações”. No entanto, o ano seguinte (2011) acabou por quebrar este ciclo, assinalando uma conjuntura oposta à que se tinha vivido até à época. “Demoramos a perceber que de facto que o mercado tinha mudado”, revela. Em 2011, já sob a gerência de Luís Gomes, a Remax Riviera, contextualizando-se numa nova etapa, iniciou um processo de reestruturação. “A empresa vinha de anos grandes e a Portugal Inovador As sucessivas restruturações levaram a que atualmente disponham de uma equipa extremamente técnica dedicada exclusivamente aos imóveis da Banca e outra centrada no mercado tradicional. reestruturação veio aliviar toda a carga excessiva de recursos”, explica. O ano que se seguiu foi contudo “ainda mais duro”, mas o sonho e a vontade de realização fez com que a passo a passo o empresário começasse a fortalecer-se, solucionando todos os problemas com que se deparava. Esse caminho percorrido na readaptação de estratégias trouxe frutos dando dimensão a outros mercados, nomeadamente a captação de oportunidades a partir dos imóveis de desinvestimento bancário. “Criámos uma equipa interna para tratar deste braço de negócio e rapidamente obtivemos sucesso. As pessoas que procuram especificamente esta zona veem nos nossos imóveis os benefícios do seu preço, proporcionando em valor elevado de transações. Somos a mediadora número um da Remax em transações a nível nacional dos imóveis da Banca”, traduz. As sucessivas restruturações levaram a que atualmente disponham de uma equipa extremamente técnica dedicada exclusivamente aos imóveis da Banca e outra centrada no mercado tradicional. A mudança sublinha agora resultados reais e mensuráveis. “Este ano estamos a crescer 35% em relação aos valores de 2014”, revela. de cada agente e apresentá-los posteriormente ao cliente; e a outra que se prende com a distribuição de revistas e flyers publicitários dos imóveis angariados”, clarifica. A proximidade que transmitem lá fora é motivada no próprio espírito da equipa. E é por isso que todos os elementos se juntam na agência entre as 09:30 e as 10 horas para dar início ao seu “briefing matinal”, isto é a partilha de todas as informações do dia anterior. “Todos estes fatores têm permitido crescer desde o inicio do ano até hoje. Este ano quero consolidar e tentar captar mais angariações junto do mercado onde a Remax Riviera de encontra desde 2002”, conclui. Partilha Os números não deixam de ser importantes para pensar e aplicar novas estratégias, mas a conquista do mercado parte sempre de uma componente humana. “Temos semanalmente duas atividades dentro da nossa estrutura: uma que denominamos por “safari aos imóveis”, onde observamos todos os imóveis angariados na semana anterior para percebermos os produtos Outubro I 61 Portugal Inovador “Conquistamos território e concretizamos sonhos” Bruno Mendes, proativo nas ideias e suas concretizações, aceitou o desafio de abraçar a rede Era em 2011. Hoje a sua expansão em Paço de Arcos e Caxias revela o dinamismo e a motivação de uma equipa de atitudes. A ambição de criar um negócio próprio não nasceu do dia para a noite. A visão do empresário já familiarizado com o setor imobiliário de pelo menos sete anos, rapidamente observou as suas suscetibilidades e debilidades, mas não sendo a dificuldade um fator desmotivante para a sua realização, “foi contra todas as expectativas que, eu e a minha sócia Mª José Mirco, arriscámos e aceitámos este projeto como franchisado”, esclarece. Ambos deslocados da Margem Sul vieram para aqui com a vontade de criar e rentabilizar, laborando com o compromisso e a dedicação que a loja não teria tido até então. Atitude no mercado “a exclusividade de zona”. Mas não foi ao acaso que se aliaram a estes valores que a Era integra. “Estudámos as marcas e Foto: Vitor Martinez Hoje contando com uma experiência de quatro anos e meio defendem convictamente os valores da marca, reconhecendo como principais focos “a proatividade”, “a fidelização” e 62 I Outubro tentamos perceber qual a que se adequava melhor a nós e à nossa forma de trabalhar. Escolhemos a Era, porque gostamos de desafios e acreditamos no seu conceito”, afirma. Os atuais resultados frutíferos contrapondo-se aos que a Era conseguia obter antes de 2011 (com uma outra equipa e direção) justifica que a base do seu sucesso não está na conjuntura mais ou menos favorável que o mercado possa atravessar, mas sim na atitude dos seus colaboradores e na união existente entre os franchisados. “Porque quem faz a casa são as pessoas”, sublinha. A possibilidade e vontade de trabalhar as zonas com melhor empenho e assim conquistámos Portugal Inovador território, a interação entre as partilhas que proliferam a partir daí são pontos essenciais para o seu crescimento. “Porque outrora também havia muita procura, mas o mercado não estava a ser trabalhado como a Era pretendia”, argumenta. Características do Produto Cruzando estratos sociais distintos e forças de investimento ímpares, a Era Paço de Arcos convive aqui com realidades plurais. Ainda assim existem tendências e procuras acentuadas num determinado tipo de produto: “Aqui muito facilmente podemos encontrar uma moradia de 1.000.000 euros como um apartamento de 40.000 euros, tendo assim todo o tipo de imoveis, só assim é que concretizamos sonhos”, esclarece. A qualidade de vida que a calma e a tranquilidade oferece às pessoas que aqui escolhem habitar acolhe benefícios para todas as faixas etárias. “Existe muita população idosa que não quer sair pelas condições que a zona oferece. Na nossa linha de exclusividade (em Paço de Arcos, Caxias até São Marcos), notamos que muitas das pessoas que em tempos se deslocaram para o Centro de Lisboa querem agora voltar para aqui e ter habitação própria”, assinala. Equipa motivada Os nossos interlocutores não escondem que quando deram início a este percurso atravessaram alguns obstáculos. A fase inicial de recrutamento foi, inclusive, um período menos bom. Hoje olham para trás e dão-nos um pequeno retrato do que se sucedeu nas mudanças de mercado e postura dos profissionais: “Inicialmente tive alguma dificuldade porque a marca não estava a ser bem vista e tinha fraca expressão local. Quem é que queria trabalhar connosco? Ninguém. Mas o sucesso gera sucesso e as pessoas que hoje estão aqui acompanham-nos desde o início. Presentemente, somos 11 e existe intenção de expandir; têm surgido candidatos com qualidades acima da média”, constatam. A consistência proporcionada pela pouca rotatividade laboral vem reforçar ainda mais a notoriedade e visibilidade que hoje granjeiam no mercado. “Nós ajudamos pessoas, gostamos de as manter connosco, motivá-las, é assim que concretizamos a fidelização de zona”, acrescenta. Balanços e projeções Sob um olhar retrospetivo os profissionais reconhecem que, embora tenham partido do zero e a fidelização de zona tenha tido um período crítico numa fase inicial, os objetivos foram alcançados e superados. A curto e médio prazo a Era Paços de Arcos procurará estabelecer-se num crescimento consolidado com raízes vincadas nos conceitos e ferramentas da marca, tendo em vista, claro, o contexto local. “Neste momento, somos uma referência de Paço de Arcos e Caxias e pretendemos começar a criar uma segunda equipa de comerciais e a médio prazo a terceira, Estamos a crescer”, conclui. Outubro I 63 Portugal Inovador Mediação alicerçada na construção Criada em 2009 por iniciativa de Tiago Pereira, a PrediPereira nasceu e cresceu em tempo de crise, num setor muito suscetível às oscilações do mercado. Originário de uma família tradicionalmente ligada à construção civil, o nosso entrevistado sentiu-se aliciado por esta atividade: “Arrisquei, criei o meu próprio negócio e desde cedo comecei a crescer”, afirma. No espaço de meio ano, os 40 2 m de loja tornaram-se insuficientes para o número de colaboradores e consequente volume de negócios, nesse sentido a mudança foi natural. “A construção das urbanizações Jardins da Amoreira e Colinas do Cruzeiro impulsionaram o crescimento do concelho de Odivelas”, refere este empresário, que assume não ter sido afetado pela crise. Esta realidade muito se deve à localização da loja, na urbanização Colinas do Cruzeiro, “junto ao Hospital Beatriz Ângelo, que emprega muitos técnicos de saúde e que acabaram por encontrar nesta zona confortáveis condições de habitabilidade”. Crise? Não raras vezes se encontram oportunidades de negócio em tempos de recessão económica, e a Predi64 I Outubro Pereira, mesmo durante o pico da crise, apostou na colaboração com as entidades bancárias, beneficiando do financiamento a 100% para construção nova, ou da venda direta de imóveis da Banca. “Até há muito pouco tempo não sentíamos falta de produto novo, mas a estagnação do setor da construção está a repercutir-se na atualidade. Posso dizer que o último imóvel a ser construído na zona foi vendido ainda em tijolo, com valores consideravelmente superiores aos de há dois anos”. Todos estes fatores aliam-se à qualidade da construção erigida na região, como nos confirma o empresário: “A qualidade da construção e dos acabamentos na região de Odivelas é de excelência. Por exemplo, o último prédio que aqui foi construído levou vidro triplo! São raros os edifícios sem classe energética A+. O isolamento acústico é eficaz, através da utilização de placas de cortiça…”. O nosso interlocutor transmite confiança no discurso, fala com conhecimento de causa, que adquiriu por influência familiar e por aposta numa equipa especializada. Esta ligação com os construtores beneficia também os processos de construção nova, assim como os de remodelação/reabilitação levados a cabo pelo departamento especializado da PrediPereira. “O mercado novo sempre foi o nosso forte e a ligação que tenho com os construtores ajudou-me imenso, criando relações de confiança e de mais fácil negociação”. Tiago Pereira aproveita para referir que, “quando tanto se apela ao investimento, as questões burocráticas impostas pelos municípios, assim como o valor exorbitante das licenças, atrasam, e muitas vezes impedem a realização de alguns projetos”: “Muitos construtores preferem apostar na reabilitação, porque o risco de investimento é muito menor, para além do pacote de incentivos que algumas autarquias disponibilizam”. Em final de conversa fica a certeza deixada por este jovem empreendedor: “O meu objetivo é fazer com que o cliente se sinta em casa, confie no nosso trabalho, que começa de raiz desde o processo bancário e prolonga-se mesmo após a escritura para prestação de qualquer tipo de informação”, conclui. Portugal Inovador A proatividade “faz parte do nosso ADN” O projeto ERA Cruz de Pau surge na continuidade do trabalho desenvolvido pela equipa da loja ERA Quinta do Conde desde o ano 2002. “Se nós chegarmos primeiro, mais probabilidade temos de conseguir o exclusivo”. A completar um ano de existência este projeto tem vindo a ajustar-se a um mercado alvo de muitas flutuações, mas que agora se situa “numa curva ascendente”, refere Miguel Cardoso, diretor comercial que nos fala sobre o projeto. Ambos “apresentam semelhanças”: “Se o mercado da Quinta do Conde tem uma zona urbana de apartamentos (tipologias T2 e T3) e outras, distintas, como a zona de Azeitão e parte do concelho de Palmela, o grosso do mercado de Cruz de Pau são apartamentos residenciais (tipologias T2 e T3) em que o cliente-tipo comprador utiliza o financiamento bancário para a aquisição do imóvel”, elucida-nos. Quando em anos anteriores a Banca fechou as portas ao crédito às famílias, a ERA trabalhava “o cliente investidor e a captação de clientes com capital próprio, que sempre existiram”. Hoje, o financiamento tem vindo a reconquistar posição numa conjuntura mais favorável à concessão de crédito à habitação por parte das entidades bancárias: “Investidores que compram para vender e investidores que compram para arrendar, mantêm-se, e estamos a captar clientes compradores particulares com a ajuda do financiamento bancário, algo que não existia há três anos”. Um ajuste ao mercado que Miguel Cardoso considerou “facilitado” dado o trabalho desenvolvido pela equipa da ERA Portugal. “Há um grande pilar do qual não abdicamos, a formação. É uma das nossas vantagens competitivas. Desde o primeiro momento, desde a primeira hora, em que o colaborador ERA entra para a organização é-lhe logo dado um plano de formação rigoroso que foi comprovado ao longo dos anos”. A proatividade “faz parte do nosso ADN”, reforça, focando o recrutamento como outra das características do projeto: “Recrutamos continuamente, porque estamos sempre à procura dos melhores. No nosso perfil de recrutamento, a combatividade e a atitude são características principais. É com a atitude dos atletas de alta competição, que estamos sempre dispostos a bater recordes”, assume. A equipa comercial, composta por dez elementos, está de forma ativa no terreno e o “objetivo passa por aumentar”. “Se nós chegarmos primeiro, mais probabilidade temos de conseguir o exclusivo e de motivar o cliente a utilizar os nossos serviços na sua plenitude. Estamos sempre à procura de mais e mais imóveis para enchermos a nossa carteira de imóveis de qualidade e quantidade”, reforça Miguel Cardoso. Em final de conversa, o papel da ERA na reabilitação do parque habitacional é classificado pelo nosso entrevistado como “importantíssimo”. Miguel Cardoso sublinha que também no Seixal “demos o nosso contributo para a remodelação e requalificação do edificado do concelho”. Outubro I 65 Portugal Inovador Novo paradigma do mercado imobiliário O parque habitacional do concelho de Odivelas apresenta realidades distintas que interessa conhecer. A proximidade a Lisboa e a boa rede de transportes e serviços torna a cidade um local apetecível para viver. Vindo da área da saúde Joaquim Grilo procurou outra atividade que, mantendo a forte ligação interpessoal, lhe permitisse gerir melhor os seus horários e o tempo disponível. Nesse sentido, a mediação imobiliária apresentou-se como uma alternativa que quis vivenciar e pela qual se apaixonou. Após alguns anos no setor, decide aceitar o desafio de entrar no projeto Remax Must, em Massamá. Não foi preciso muito mais que um ano para, em parceria com o Broker Bruno Pires dessa agência, apostar na abertura da Remax Must II, com sede em Odivelas, na urbanização Colinas do Cruzeiro. Esta zona, com construção recente, dispõe de cerca de 4666 fogos e acolhe um público jovem (entre os 25 e os 45 anos), de uma classe média a média/alta. “Considerei que o enquadramento de valores de venda era aliciante”, confidencia. A loja criada à imagem de Joaquim Grilo foi pensada por si, ao pormenor, para promover o bem estar dos colaboradores e clientes. 66 I Outubro “Estou há cerca de dois anos e meio na Remax e sinto-me bastante satisfeito. Esta é uma família diferente, a minha equipa é constituída por 14 consultores dinâmicos que tem progredido base no espírito de equipa. Comparativamente ao primeiro mês a Remax Must2, apresenta um crescimento de 12,5%. Já a Remax Must I apresenta um crescimento de 37% em relação a 2014”, destaca. Joaquim Grilo assume que se sente confortável com o sistema de trabalho da Remax, “assente na partilha que gera um número crescente de negócios”: “Os consultores da Remax geralmente não têm muitos imóveis, porque isso permite-lhes dar a atenção e o atendimento apropriado a cada cliente”. E os resultados comprovam-no: “Se o Grupo é líder mundial de vendas, Portugal é o nº. 1 dentro do universo Remax. Temos os cinco melhores consultores do Mundo, somos verdadeiros campeões”, afirma. Procura vs Oferta Odivelas apresenta uma procura muito acima da oferta existente: “Temos dois clientes distintos; o investidor que quer comprar para colocar no mercado de arrendamento (imóveis entre os 40 a 50 mil euros) e clientes vindos dos PALOP, essencialmente de Moçambique e Angola. Estamos a conseguir fazer alguns negócios, mas a procura nesta zona é muita. Somos capazes de ter dez clientes para um imóvel. Quanto ao arrendamento a oferta é simplesmente inexistente”, declara o diretor de loja, apresentando-nos ainda uma outra realidade: “A oferta de arrendamento para habitações de tipologia T3 pode atingir os 1300 euros, perante a conjuntura, com os spread’s aliciantes, as prestações bancárias são substancialmente mais baixas, nesse sentido inverteu-se a realidade que se verificava nos últimos anos. As pessoas estão a fazer contas aos encargos com os empréstimos e estão muito mais exigentes”. Esta mudança de paradigma denota-se também na abordagem do cliente que se mostra muito mais assertivo e coloca em cima da mesa todas as questões. Por isso Joaquim Grilo espera da sua equipa uma resposta adequada: “Hoje em dia o consultor imobiliário tem que ser profissional mas também humano é isso que exijo da minha equipa. Quero que os meus colaboradores dignifiquem esta casa e a sua profissão. Não gosto de falta de profissionalismo e não admito pessoas sem ética”, conclui. Portugal Inovador A equipa de sucesso da ERA Cascais Miguel Alves cedo percebeu qual era o caminho a trilhar num mercado em expansão. Hoje com o apoio da sua equipa percorre-o na partilha de princípios e valores. “O mediador imobiliário só agora é visto com outro olhar em Portugal e por isso existem também cada vez mais solicitações de recrutamento com níveis de qualificação elevados”. “Eu e o meu sócio impulsionados por um amigo decidimos aventurar-nos nesta área. Não sabíamos nada de imobiliárias quando começamos, mas com o grande apoio de toda a estrutura fomos gradualmente obtendo bons resultados. O projeto é relativamente recente, vamos completar dois anos em dezembro”, introduz. Num plano sustentado, facilmente adquiriram a fidelização de zona e a vontade de expansão. “Aumentámos muito a nossa capacidade de força em termos de número de vendas e ampliámos o nosso espaço geográfico”, informa. Atualmente já num crescimento equilibrado encontram-se em fase de recrutamento para formarem uma segunda equipa comercial. Para gerar qualidade e rentabilidade no serviço que apresenta, a Era Cascais sabe que existe toda uma estrutura que os suporta, guiada por critérios bem definidos. O assumir desse compromisso confere desde logo vantagens aos seus clientes. “O mediador imobiliário só agora é visto com outro olhar em Portugal e por isso existem também cada vez mais solicitações de recrutamento com níveis de qualificação elevados”, sublinha. Os fortes laços que a equipa desenvolve permitem que o cliente nunca, em momento algum, se sinta desacompanhado. Cascais A loja desenhada por Miguel Alves e seu sócio foi claramente pensada e organizada tendo em vista a rentabilidade no mercado imobiliário local, partindo dos mais diversos canais. Os estrangeiros começam a ter um grande enfoque nessa parte visto também acreditarem no produto existente e procurarem-no mais ativamente. Esses investidores pertencem essencialmente a um segmento alto, e são particularmente estrangeiros (franceses, chineses, brasileiros). “Temos muitas situações em que os clientes optam por, numa primeira fase, arrendar para depois avançarem para a compra. Experimentam, gostam e concretizam negócio”, esclarece. Perante este cenário só um problema se coloca: a falta de produto. Os empresários acreditam que nos próximos anos essa falha venha a ser colmatada com o arranque de construção nova. Num curto espaço de tempo a Era Cascais já expõe bons resultados, mas a atividade continua a exigir a mesma dedicação de outrora e por isso a expansão é aqui fruto de um esforço contínuo e consistente. “Queremos consolidar, mudar para umas instalações maiores e depois de ver o mercado estabilizado pensarei numa segunda loja”, concretiza. Outubro I 67 Portugal Inovador Mediar de forma não invasiva Um dos mais recentes projetos inseridos no Grupo Era Portugal tem sede em Odivelas, na freguesia de Ramada. De mero investidor, António Lopes decidiu, no presente ano, mudar o seu rumo profissional e assumir, sozinho, a direção do franchise Era Ramada. Residindo no concelho de Odivelas, o gerente estava ciente das potencialidades do concelho. “Considero que este se posiciona num local estratégico com uma capacidade de crescimento enorme. Quem não quer ou não pode morar em Lisboa encontra aqui bons acessos rodoviários à capital, assim como todo o tipo de serviços”, contextualiza. Dada a sua recente entrada profissional no ramo, António Lopes transmite-nos uma visão do mercado atual, clara, sem os receios do passado que afetaram o setor. Considerando que “estamos num momento de crescimento”, pois “o acesso ao crédito à habitação começa a estar no radar das famílias”, este confirma o assédio da Banca que “frequentemente apresenta novas soluções de financiamento, facto que tem permitido às famílias optar pela compra em detrimento do arrendamento. Para além disso, o facto de a procura pelo arrendamento superar fortemente a oferta, tem impulsionado algumas famílias à compra”. António Lopes considera que esta é uma boa so68 I Outubro lução, dado que “o valor das rendas está inflacionado e com a abertura do crédito bancário torna-se mais vantajoso para as famílias, muito mais se tivermos em consideração que a sociedade portuguesa prima por ter habitação própria”. Dada a estratégia de negócio do Grupo Era Portugal cada franchise trabalha única e exclusivamente a zona que lhe foi atribuída, nesse sentido a Era Ramada tem o seu foco nas freguesias de Ramada e Famões, “sendo que atua também em Caneças, Pontinha, Casal de Cambra, e na Póvoa de Santo Adrião e Olival de Baixo, visto serem zonas abertas onde a Era não tem franquia”. Nestas duas primeiras localidades existe uma maior diversidade de produto, “desde habitações mais recentes, a outras com necessidade de reabilitação”. Tendo sido a zona propensa à criação de bairros AUGI (Área Urbana de Génese Ilegal), António Lopes destaca o papel da Câmara Municipal de Odivelas, nomeadamente na figura do vereador do Urbanismo, Paulo César Teixeira, que pessoalmente lhe referenciou “que o concelho, outrora com mais de 80 bairros, neste momento com a revisão do Plano Diretor Municipal legalizou mais de 60, o que vem permitir não só a reabilitação, como a construção em terrenos anexos”. Odivelas atrai assim investidores, geralmente “o pequeno construtor que adquire casas com necessidade de remodelação, para posterior venda ou colocação no mercado de arrendamento”. Para quem quer construir uma casa de raiz, a Era Portugal apresenta a solução Casa Pro: “Casas de construção tradicional portuguesa com custos controlados, não pela qualidade dos materiais mas pelo orçamento apresentado. Conseguimos uma boa moradia tipologia T3 na casa dos 160 mil euros (ao que acresce o valor do terreno). Este é um conceito chave na mão desde as questões burocráticas até ao último passo tudo é tratado pela equipa Era. Inclusivamente o cliente pode acompanhar a obra online, tem um gestor e um engenheiro civil dedicados ao projeto que garantem que tudo corre dentro do previsto com prazo de construção de um ano, a partir da autorização camarária”, afirma. Estes primeiros meses do projeto Era Ramada “têm sido frutíferos e como o nosso forte é a proximidade de forma não invasiva, as pessoas começam a reconhecer-nos e sabem que estamos aqui para as ajudar na venda ou compra de casa”, conclui. Portugal Inovador Reabilitação, fruto da união de esforços Percorrendo Portugal de Norte a Sul, a Portugal Inovador tem vindo ao longo dos últimos meses a desenvolver um importante trabalho de reconhecimento do atual panorama nacional no âmbito da mediação imobiliária e reabilitação urbana. Sabendo que o desempenho das empresas de construção foi altamente atingido pela contenção económica e cessação do financiamento bancário - a empresas e famílias -, as imobiliárias, assim como as empresas de construção, tiveram que procurar alternativas de negócio, conseguindo superar os períodos de maior dificuldade. O arrendamento foi uma das alternativas encontradas dentro do mercado interno, assim como a procura de investimento externo. Dentro desta temática, e sabendo que uma grande percentagem do parque habitacional português se encontra envelhecido, a reabilitação urbana tem uma crescente importância para a captação de novos investidores e para a recuperação da economia local. Se Lisboa e Porto são referências neste âmbito, tantos outros municípios têm erigido esforços para em parceria criar soluções, facilitar processos e ajudar à divulgação de programas de financiamento direcionados para a reabilitação, principalmente dos centros históricos. É importante dar a conhecer que no quadro do Programa de Fundos Comunitários Portugal 2020, foram aprovados instrumentos financei- ros para as áreas da reabilitação urbana e eficiência energética que vão permitir requalificar os centros urbanos e o edificado português. No apoio aos municípios estão ao dispor 247 milhões de euros para a reabilitação urbana e 366 milhões de euros para a melhoria da eficiência energética. Com vista à concretização deste montante, foi aprovado um modelo de gestão “que consiste num conjunto de instrumentos financeiros a articular com fundos do Banco Europeu de Investimento (BEI) e da banca de retalho para as áreas da reabilitação urbana e eficiência energética”. Os instrumentos aprovados “são geridos por uma estrutura alocada ao Instituto da Habitação e Reabilitação Urbana (IHRU) e pelo BEI», consoante se trate da área da reabilitação urbana ou da eficiência energética, respetivamente. A criação deste Fundo, vai permitir levar a cabo mais uma etapa na implementação do Portugal 2020, que já tem mais de cinco mil milhões de euros adjudicados em concursos. Ao longo das próximas semanas, vamos continuar a descortinar projetos e a ouvir a opinião daqueles que no terreno nos podem falar da realidade vivida nos pequenos e grandes centros. Outubro I 69 Portugal Inovador 70 I Outubro Portugal Inovador “Futebol é paixão, advocacia é vocação” Seu objetivo de vida profissional sempre foi ser advogado; já os seus pais diziam, que desde pequeno tinha o poder da argumentação. Hoje conta com 20 anos de carreira e divide o seu tempo entre o futebol e a advocacia. Foi na Universidade Católica Portuguesa que Paulo Meneses concluiu os estudos na área de Direito, “apesar de não ser um aluno brilhante era um aluno capaz”. O advogado revela que “mais do que competência tem que haver dedicação”: “É esta que nos faz ultrapassar alguma falta de à vontade quando estamos a lidar com outras pessoas, portanto quando comecei o curso percebi que não tinha errado na opção que fiz”. Ainda como advogado estagiário, encontrou um espaço, que considera o seu primeiro escritório, onde começou a atender alguns dos clientes que foi conquistando ao longo do seu estágio em Marco de Canaveses. Tudo começou com um amigo de faculdade, que acabou por se tornar seu sócio, já lá vão 40 anos: “Dá-me imenso orgulho ter construído um percurso profissional e pessoal durante quatro décadas lado a lado com a mesma pessoa. Acho que sou um privilegiado nesse aspeto”. Após muitos anos de trabalho e dedicação para conseguir desenvolver uma estrutura equilibrada, o escritório conta, neste momento, com dez colaboradores e situa-se no concelho de Paços de Ferreira, mais precisamente na zona de Vale de Sousa. “Hoje, já é um espaço com uma dimensão ao nível dos escritórios do Porto”, afirma Paulo Meneses. A paixão pelo futebol surgiu por volta dos anos 80, sendo neste momento presidente do Futebol Clube Paços de Ferreira. Tudo começou há 15 anos, quando foi convidado pelo antigo presidente do clube Hernâni Silva, para ocupar o cargo de advogado. Até chegar à posição atual, passou ainda por vice-presidente na área jurídica do clube e por presidente adjunto, ambos durante quatro anos. Apesar do seu cargo no clube, o advogado sempre tentou manter equilíbrio em tudo que se encontra relacionado com o mundo do futebol: “Consigo distinguir a paixão, da razão e isso faz a distinção na vida, mantendo-nos sempre sólidos. Tenho o meu equilíbrio e esse equilíbrio não vem do futebol, mas sim da minha vida”. Em relação ao futuro, quer continuar “com os pés bem assentes na terra, e tentar manter o estilo que vida” que conquistou após 20 anos de advocacia, “com dedicação e honestidade acima de tudo”. Paulo Meneses garante: “Hoje o meu objetivo profissional passa por ser reconhecido como um indivíduo sério, honesto quer pessoal quer profissionalmente, o resto eu sei que vem por acréscimo”. Outubro I 71 Portugal Inovador Contabilidade com sentido prático Clara Silva está prestes a celebrar dois anos desde a abertura do seu gabinete, um espaço que está a marcar a diferença pela modernidade. Como profissional, distingue-se também pelo profundo domínio do que constitui o dia a dia da atividade empresarial. O gabinete, Clara Silva – Contabilidade e Consultoria, facilmente poderia ser confundido com um atelier de Arquitetura. É um espaço amplo, de decoração moderna e limpa, ilustrativo de uma nova mentalidade e de uma nova maneira de estar neste setor. Para além da responsável, trabalham aqui mais duas profissionais da Contabilidade, que lhe libertam tempo para estar em contacto próximo com as empresas suas parceiras e acompanhar a realidade de cada uma. Este conjunto de clientes, surpreendentemente, não está concentrado em Paços de Ferreira, distribuindo-se sim por outras áreas como o Porto, Póvoa de Varzim ou Guimarães. Estar em tantos sítios com tanta regularidade é uma tarefa exigente mas, como diz, “quem corre por gosto não cansa”. A nossa entrevistada apresenta-se como alguém que adora o que faz e que olha para a Contabilidade 72 I Outubro não apenas como “lançar papéis”, mas sim como uma atividade que envolve muito trabalho no terreno. Durante dez anos, tinha trabalhado na contabilidade interna de um importante Grupo empresarial pacense e, como recorda, retirou daí uma aprendizagem fundamental para aquilo que faz hoje: “Na altura, tive a preocupação de perceber a dinâmica total do funcionamento da empresa para que a contabilidade fosse, de facto, baseada na realidade. Ainda hoje, visito as empresas, tenho a noção de como é que trabalham e, por isso, quando os meus clientes falam comigo, eu conheço bem as dinâmicas de que eles falam”, explica. As funções desempenhadas ao longo desse período passaram também pela Gestão da Qualidade, área na qual Clara Silva se especializou de uma forma incisiva e dentro da qual pretende expandir o seu volume de trabalho. Mais tarde, enriqueceu a sua perceção da atividade contabilística ao aceitar o convite para trabalhar e gerir um gabinete, também em Paços de Ferreira. Esta nova experiência, que durou três anos, teve a importância de permitir que ficasse “a conhecer as particularidades de todas as áreas de negócio”. Entendeu então que estava preparada para outros voos e, animada pelo desejo de dar origem a algo que fosse seu, tomou a iniciativa de empreender e abrir este espaço, em novembro de 2013. Neste momento, o balanço que faz é positivo, antevendo também uma boa tendência de crescimento. Não só o seu trabalho vai significativamente para lá das fronteiras do concelho, como já foi dito, como existe também um contínuo fluxo de novas solicitações, desde grandes empresas a profissionais independentes. Portugal Inovador Crescimento sustentado na qualidade A ATM Consultores, localizada em Paços de Ferreira, pauta-se por valores de confiança junto dos seus clientes. Ana Matos deu-nos a conhecer a equipa jovem e dinâmica que compõe todo o projeto. Trabalho), é composta por três sócios – eu, o médico José Luís Abrantes da Fonseca e o enfermeiro Arménio Nunes – e a colaboradora Sofia Costa (formada em Ciências e Tecnologia do Ambiente) também ela Técnica Superior de Higiene e Segurança no Trabalho”, descreve. Negócios de proximidade Formada em Engenharia do Ambiente pela Universidade Católica Portuguesa, Ana Matos sempre teve certezas do curso que deveria seguir: “Antes de entrar para a faculdade já sabia o curso que queria e já sabia o que queria fazer”. Em 2005, com apenas 25 anos decidiu apostar na criação da sua própria empresa, direcionada para a área da Consultoria, Certificação de Empresas na área da Qualidade, Ambiente e Higiene e Segurança no Trabalho, e Ensaios Ambientais e Ocupacionais. Apesar das dificuldades, pois era muito jovem, conseguiu superá-las e assim dar início ao seu trabalho: “2006 foi um ano complicado, porque era muito nova, foi um investimento grande e senti-me um pouco desorientada, mas, entretanto consegui focar-me e comecei a angariar mais contactos e também a verificar as necessidades locais”. A empresária detetou então que em Paços de Ferreira o serviço prestado ao nível de Higiene e Segurança no Trabalho, não era bem desenvolvido, e para tentar resolver esta situação contactou um profissional de saúde: “Decidi entrar em contato com o médico José Luís Abrantes da Fonseca, isto já no final de 2006, entretanto no início de 2007, reunimo-nos e ele disse que me iria encaminhar dois ou três clientes e mediante o meu trabalho, veríamos por onde prosseguir no futuro”. A parceria foi frutífera e em 2009 acabaram por fundar uma nova empresa, apresentada como ATM II. “A ATM (vocacionada para as Avaliações Acústicas, a Consultoria e a Higiene e Segurança no Trabalho) é constituída por mim e Joana Madail licenciada em Engenharia do Ambiente e Técnica Superior de Segurança no Trabalho; a ATM II (atuando no campo da Medicina no Estendendo a sua atividade até Lisboa, a ATM Consultores garante acima de tudo uma execução rigorosa e fiável em todas as suas valências. As oportunidades detetadas com rapidez e segurança permite-lhes estabelecerem elos com diferentes setores de atividade. A aposta na formação foi igualmente um elemento preponderante para essa interação. “No nosso trabalho procuramos acompanhar e estar por dentro das dificuldades dos nossos clientes, entender os seus desafios e necessidades”, esclarece. Daqui para a frente a equipa multidisciplinar ambiciona crescer o mais possível em todas as vertentes e lado a lado das pessoas. Logo que haja sinais de recuperação no setor da construção procurarão focar-se novamente nas avaliações acústicas, um investimento deveras importante para a empresa. “Em relação à Higiene e Segurança no Trabalho expandir a todo país é o rumo a seguir. Tenho segurança no que faço. E sonhar é o primeiro passo”, finda. Outubro I 73 Portugal Inovador A tradição da Farmácia Moderna A aprendizagem e o contacto direto com o público começou desde logo por ser uma realidade de Mercedes Barros. Hoje conta-nos como cresceu em Paços de Ferreira no seio de uma família de farmacêuticos. com todos prevalecendo um espírito de entreajuda e solidariedade, procurando solucionar os problemas o melhor possível”, sublinha. A visão humana que tem sobre a saúde vem assim determinar as suas prioridades e estabelecer uma maior proximidade local. Fundada a 24 de agosto de 1967 a Farmácia Moderna abriu as suas portas pelas mãos de Maria Angelina Fernandes (mãe de Mercedes Barros). “O meu pai é farmacêutico, o meu bisavô também o era e os meus irmãos seguiram o mesmo trajeto. Desde pequena que estou ligada a esta área”, revela. Licenciada em Ciências Farmacêuticas pela Universidade do Porto, iniciou a sua carreira profissional quando juntamente com o marido, também ele farmacêutico, foi trabalhar para Esposende. “A vida dá muitas voltas e acabei por regressar à origem. Comecei a trabalhar aqui em 1992. Em dezembro do ano passado a minha mãe faleceu e atualmente sou eu a proprietária e diretora técnica da farmácia”, explica-nos. O balanço que faz dos 48 anos de história é claramente positivo. Mas não deixa de se deparar com os desafios que um verdadeiro profissional da área enfrenta. “Temos uma preocupação constante com a população mais envelhecida. Num meio tão pequeno como este em que toda a gente se conhece, acabamos por criar um contacto diário 74 I Outubro Indústria Farmacêutica O aumento da despesa com os medicamentos, o envelhecimento da população e a necessidade crescente de tratamentos individualizados contribuiu para o aumento significativo dos encargos do Sistema Nacional de Saúde (SNS). Em resposta a este aumento, a aposta no mercado dos genéricos permite um maior acesso ao medicamento, contribuindo para a redução da despesa do SNS e consequentemente para o aumento da sua sustentabilidade. Deparamo-nos também com crescentes ruturas de stocks devido à instabilidade económica, que condicionam o normal funcionamento da farmácia e o tratamento dos utentes. “Somos um país muito pequeno e temos que nos adaptar às leis do mercado. Uma das maiores lacunas que sinto enquanto farmacêutica é a falta de medicamentos, que nos traz complicações na gestão de stocks e no cumprimento do compromisso com os nossos utentes. No entanto, com um esforço acrescido da nossa par- te temos conseguido ultrapassar”, cita Mercedes Barros, suscetível a esta situação. Valências A Farmácia Moderna conta com uma equipa multidisciplinar de dez colaboradores dos quais cinco farmacêuticos e disponibiliza um conjunto de vários serviços como: “monitorização de utentes diabéticos incluídos no “Programa de Cuidados Farmacêuticos”, medição de tensão arterial, determinação de parâmetros bioquímicos (colesterol total, glicemia, triglicerídeos), administração de vacinas não incluídas no plano nacional de vacinação e consultas de podologia”. Mercedes Barros prepara-se agora para um novo crescimento e pretende acrescentar novas valências. A entrega de medicamentos ao domicílio e a venda online serão os próximos passos. Portugal Inovador Welldentys: tudo pelo seu sorriso Situada em Freamunde, a Welldentys, Lda. alia a experiência do seu corpo clínico à procura pelas mais recentes tecnologias e conhecimento. Já se passaram 15 anos desde que Célia Carneiro abriu o seu próprio espaço de saúde oral. Embora tivesse começado com uma clínica em nome individual, a médica dentista optou, em conjunto com o marido Valentim Barroso (dono de um laboratório de prótese dentária), por criar uma empresa em que ambos os serviços se complementassem, nascendo assim, em 2009, a Welldentys. Constituída atualmente por dois consultórios e um laboratório de próteses dentárias, a Welldentys é uma clínica que engloba o trabalho de oito profissionais e que proporciona um vasto leque de serviços, desde a Ortodontia ou a Implantologia à Odontopediatria e à Endodontia, sem esquecer os tratamentos de natureza estética, como branqueamentos. No entanto, para além desta diversidade ou da experiência dos seus profissionais, existem outros aspetos que ajudam a fazer da Welldentys um espaço de referência no âmbito da saúde oral. “Tentámos, logo de início, diferenciarmo-nos e fomos uma das primeiras clínicas a trabalhar com Raio-X digital”, recorda Célia Carneiro. Além disso, “tentamos sempre estar atentos às mais recentes tecnologias e às novas informações, investimos em formações e fazemos questão de ir a congressos, quer em Portugal, quer no estrangeiro”, sublinha. Mas se há algo que também distingue a Welldentys é o tratamento dado a cada utente, assente no bem estar e no relaxamento. “Em primeiro lugar está sempre o paciente. Eu já tive fobias em criança e compreendo o que é estar do outro lado”, garante a diretora clínica. “Trabalhamos com sedação a pensar em que tem mais fobias e damos a possibilidade às pessoas de assistirem a um filme ou a um concerto durante a consulta”, explica. Esta aposta em “minimizar o mais possível o desconforto” alia-se ao profissionalismo de um corpo clínico em constante formação e à procura das mais recentes tecnologias, com resultados que falam por si. “Sentimos que as pessoas nos são féis, o que nos deixa muito felizes”, refere a diretora clínica, numa alusão ao leque utentes, que se estende muito além de Paços de Ferreira. “Temos pessoas de Vila Nova de Gaia, Matosinhos, Maia, Marco de Canaveses e até de Celorico de Basto”. Não admira, posto isto, que o futuro da Welldentys seja perspetivado com otimismo. “O nosso plano é crescer e continuarmos a expandir. Mas não vamos sair de Freamunde”, salienta Célia Carneiro, numa alusão à forma como foi bem recebida no local onde decidiu exercer a sua atividade profissional. Outra das ambições passa por tentar prestar “mais especialidades e de aumentar o corpo clínico”. Tudo em nome de um mundo onde existam mais sorrisos. Outubro I 75 Portugal Inovador “A arte de eternizar o sentimento” A Foto Óscar, Lda. regista os grandes momentos da sua vida com o profissionalismo, sabedoria e amor que merece. O gosto pela arte “provém de um ciclo familiar” e “partiu dos meus pais”, começa por explicar Isabel Barros, responsável pelo estúdio Foto Óscar em Paços de Ferreira, fundado por Oscar Barros e a esposa, Conceição Barros. “Quando comecei a estudar, a minha vida era feita entre a escola e a loja e, aos 14 anos, já fotografava e nutria a paixão de estar atrás do balcão”, recorda a nossa entrevistada, que hoje se assume como fotógrafa de profissão e vocação. A acompanhar o amor pela fotografia esteve, desde sempre, a vontade de aprofundar novos conhecimentos. Não admira, por isso, que estando a frequentar o curso de Comunicação, Marketing e Relações Públicas, Isabel Barros tenha optado por investir em formações na área do fotojornalismo, atividades que são intercaladas com a Foto Óscar. Acrescente-se a experiência acumulada em reportagens para o setor da moda e está feito o retrato de uma profissional polivalente e cheia de savoir-faire. Mas o motivo para eleger Paços de Ferreira? “Gostava de abrir uma loja, comecei a estudar locais e achei que seria um bom sítio para começar”, confessa Isabel Barros. 76 I Outubro Uma aposta que, volvidos três anos, deu frutos. “Quando abri este espaço, queria que fosse um showroom e uma loja de agenda, mas os clientes começaram a entrar e tive que fazer dele uma loja” generalista, recorda. Já a fim de satisfazer exclusivamente os pedidos de fotografias em casamento, foi necessário abrir um novo espaço, em frente à sede da Foto Óscar, em Lordelo, Paredes. Tratamento ao pormenor Na Foto Óscar encontrará o profissionalismo, a experiência e o atendimento adequados a qualquer solicitação. Entre os serviços incluem-se, por exemplo, os books de ano, grávidas, álbuns de casamentos, batizados e comunhões, entre outros eventos, assim como portfolios empresarias (mobiliário, por exemplo). Acima de tudo, e independentemente do trabalho solicitado, existe também uma aposta na naturalidade. “Para mim, a palavra ‘natural’ é essencial na fotografia”, afirma Isabel Barros. Ou não fosse esta “a arte de eternizar o sentimento e o momento”. Mas esta é também uma arte criteriosa. “Sou muito exigente e estou sempre atenta aos pormenores, pois se eles existem é porque fazem a diferença”, conclui. Relativamente ao futuro, existe a vontade de apostar na fotografia aérea – através da utilização de drones – dedicada ao setor da indústria. Outro dos grandes sonhos passa De portas abertas há mais de 25 anos, a Foto Óscar estende-se por vários espaços. Para além do estúdio de fotografia em Paços de Ferreira, existe um ateliê dedicado aos noivos – bem como outras duas lojas – situados em Lordelo, Paredes. pela internacionalização da Foto Óscar, à medida que as solicitações além-fronteiras começam a crescer. Está tudo a postos, por isso, para um retrato de qualidade. Portugal Inovador Um sonho em tempo de crise A Radar do Sonho surgiu em 2010 quando muitos acreditavam ser um risco. Hoje, passados cinco anos, o sonho de Cidália Ribeiro ultrapassou a insegurança e mantém-se ativo na indústria têxtil. Foi em plena recessão económica que nasceu a Radar do Sonho, na freguesia de Carvalhosa. Com 38 anos de trabalho numa outra empresa têxtil, Cidália Ribeiro, decidiu arriscar sozinha na construção do seu negócio, embora tenha sido uma decisão difícil de tomar. “Há uns anos que tinha o sonho de criar a minha própria empresa, mas como jáeram tantos anos a trabalhar ali, não via o dia de abandonar. Estava tão ligada àquela empresa e às pessoas que foi muito difícil sair”, admite. Mas o sonho foi mais forte. A experiência e conhecimentos no ramo, ajudaram a empresária a dar o impulso inicial necessário ao negócio. “Eu tinha os contactos e sabia através deles, que se abrisse a empresa não ia ter falta de trabalho. Ainda não tinha aberto a porta e já tinha responsabilidades, já existiam prazos de entrega a cumprir”. O que começou com 12 trabalhadoras foi crescendo e, hoje, conta já com 35. A empresa trabalha, essencialmente, com tecidos no fabrico de blusas, camisas e vestidos. Sendo esta uma parte da indústria têxtil muito procurada, a Radar do Sonho tem os seus “clientes fidelizados” e trabalha ao mesmo tempo “com dois, três, ou quatro mediante as quantidades”. Mas, segundo a empresária, “não vai além disso” por poder não conseguir ter capacidade de dar resposta e existirem dois pontos que considera “muito importantes: a qualidade e o prazo de entrega”. Com uma produção indireta para o mercado externo de quase 100%, Cidália Ribeiro admite que “é um mercado que oferece mais garantias”. A empresa faz a matéria-prima, entrega aos clientes e são eles quem exportam o produto. Atenta às normas europeias e à formação profissional, o fabrico da empresa é controlado, diariamente. Dessa forma, as trabalhadoras vão “observando, fazendo e tomando nota”com o objetivo de tornar melhores o produto e o seu trabalho. Para o futuro, Cidália Ribeiro quer “construir um pavilhão maior, criar postos de trabalho e melhores condições”, uma vez que “o número de encomendas também o exige, porque a procura tem aumentado.”. E hoje considera-se uma mulher feliz por ter o filho a trabalhar consigo e saber que é isso que ele quer. “Fico feliz porque se este era o meu sonho, tinha de ter alguém que lhe desse continuidade. Cada vez mais temos orgulho de ser empresa e de ter acreditado que era possível realizar o sonho, com ajuda de todos quanto colaboram neste projeto ”, finaliza. Outubro I 77 Portugal Inovador A inovação faz a diferença A indústria do móvel é um caso de sucesso no concelho já conhecido, a nível nacional, como a “Capital do Móvel”. Na freguesia de Ferreira, fomos conhecer um desses exemplos pelas mãos de Rui Bessa, que acredita no êxito através da constante pesquisa e inovação do setor. Em 2007, Rui Bessa estreou-se no mundo empresarial numa sociedade, de curta duração, com um colega. Um ano depois, seguiram caminhos diferentes. Aquilo que poderia ter sido o fim de uma breve experiência, transformou-se numa oportunidade que Rui Bessa soube aproveitar. Desde pequeno no ramo mobiliário, ganhou paixão, começou sozinho e hoje, sete anos de atividade depois, o empresário vê o seu negócio expandir de dia para dia. “Comecei sem qualquer funcionário. Fui contratando e hoje somos sete”. Especializada em cozinhas e roupeiros, a Rui Bessa Interiores, vem contrariar o típico fabrico de móveis, com a introdução de um material pouco utilizado no mercado português. “Descobri um nicho de mercado com um fornecedor que me mostrou um material que desconhecia, o termolaminado. Vi umas amostras e pensei que tinha 78 I Outubro ali um bom material, diferente do que se fazia cá.”, explica. Apesar da resistência dos clientes é com o termolaminado que Rui Bessa se destaca do restante setor e acredita que a inovação é o caminho, nunca deixando os materiais mais comuns. “Torceram o nariz, porque era uma matéria prima diferente, mas já há muita procura. Não trabalho só nisto, mas é este o material que marca a diferença. Obrigou-me a pesquisar e a informar-me dado que o segredo do negócio passa, claramente, pela inovação”. Com a conjuntura atual, o empresário reconhece que os portugueses procuram o preço mais baixo a concorrência é forte. No entanto, confessa que não é um problema que o afete. “Tentam sempre o preço mais baixo. Mas essa procura também fez com que algumas empresas trabalhassem para isso, e não é algo que me atormente. Estou mais preocupado em focar-me nos novos produtos que surgem no mercado, porque mesmo os que procuram barato, sabem ver o que é bom ou não”. Tendo como base a entreajuda e o esforço dos funcionários, reconhecido por Rui Bessa, a empresa vende cerca de 90% da sua produção a lojas que não têm fábrica e exportam, também, para países como França e Inglaterra, sendo a restante produção vendida a particulares. Os móveis são feitos à medida com o devido acompanhamento e garantia. Numa abordagem final, o empresário revelou alguns dos projetos que tem para um futuro próximo: “A internacionalização direta é uma ideia, mas ainda estou a dar os primeiros passos. Agora quero fazer crescer a empresa, criar mais condições para o negócio, fazer um pavilhão maior e aumentar o número de funcionários. Sei que somos quase como uma família e que eles trabalham por amor à camisola, e, se calhar, é por isso que funciona tão bem, mas não os quero sobrecarregar”, termina. Portugal Inovador “Um condomínio é equiparável uma sociedade sem fins lucrativos” Se procura um acompanhamento assente no “rigor, qualidade e transparência financeira” para o seu condomínio, a Porta 124 convida-o a entrar. Andreia Costa, a concluir a formação em Gestão de Empresas, e Vítor Silva, empresário, decidiram em 2014 marcar um ponto de viragem no setor da gestão de condomínios em Paços de Ferreira. “A Porta 124 foi criada com o intuito de oferecer ao mercado um serviço que, enquanto condóminos, considerávamos inexistente”. A falta de ligação aos clientes, “a inoperância perante situações de conflito, e as recorrentes notícias sobre a apropriação ilegal de bens dos condomínios”, levou-os a abrir em 2014 a porta deste projeto. “No nosso entender fazia falta uma empresa que quisesse trabalhar diretamente com as pessoas, mediar conflitos e colaborar na boa gestão e convivência dentro do condomínio”, refere Andreia Costa. “Regularizar as contas sem prejudicar nem os condóminos devedores (muitas vezes vítimas da conjuntura desfavorável) nem os cumpridores”, assim como “agir eticamente quando a dívida prevalece por má vontade” é o caminho tomado pela Porta 124. Sendo prestadores de um serviço, os nossos entrevistados são assertivos: “Não estamos a lidar com edifícios, mas, essencialmente, com pessoas. Acreditamos que se não existirem picardias entre os condóminos, conseguimos facilmente regularizar as situações, nomeadamente pagamentos, promover o fundo comum de reserva e proceder a obras de manutenção/ reabilitação”. Para tal, é “fundamental tentar perceber a origem do problema e controlar as quezílias, intermediando a discussão”. Fundo Comum de Reserva Sabemos que o fundo comum de reserva é obrigatório (mínimo 10% do valor da quota do condomínio) e destina-se a obras de reabilitação do edifício, mas nem todos os condomínios conseguem cumprir essa normativa. Na Porta 124 a política de ação “passa por conversar, regularmente, com os clientes e controlar a acumulação de dívida”. “Só em último recurso reencaminhamos o processo para o departamento jurídico, não deixando nunca de acompanhar o condómino, tentando realizar acordos de pagamento”, garante Andreia Costa. Prezando a transparência entre as partes, a equipa da Porta 124 trabalha com programas específicos e é desse modo que apresenta todo o trabalho realizado. Cumulativamente ao espaço físico, preparado para acolher todos os condóminos que queiram verificar a informação e documentação referentes ao seu edifício, está a ser ultimada a apresentação de um site que vai permitir o acesso individual e restrito à página de cada condomínio, onde se pode proceder à análise da conta corrente e dos movimentos realizados. É nesse sentido que Vítor Silva alerta: “Todos os movimentos efetuados por uma administração de condomínio deveriam ser declarados, não é justo que empresas como a Porta 124, que cumprem com todas as suas obrigações legais, tenham que concorrer com outras que surgem no mercado de forma ilícita”. Em final de conversa Andreia Costa deixa a dica: “Um condomínio é uma sociedade sem fins lucrativos. Quando se compra uma fração compra-se uma parte de um todo que é da responsabilidade de cada condómino”. Outubro I 79 Portugal Inovador Crescer com integridade e confiança Estabelecida em Paços de Ferreira, em 2005, ana&pedro procurou apresentar-se ao mercado com diferenciação e excelência nas diferentes áreas (Contabilidade, Consultadoria, Gestão de Projetos e Avaliações Imobiliárias). Hoje Ana Monteiro dá-nos a conhecer as raízes do projeto e a sua evolução no mundo empresarial. Mercados Numa primeira fase os profissionais focaram-se, essencialmente, no desenvolvimento do departamento de Contabilidade e Consultadoria Imobiliária. Em 2006, a aquisição de um gabinete de Contabilidade permitiu-lhes obter um crescimento mais rápido e com isso criar uma carteira de clientes mais alargada. Os desafios enfrentados sustentaram-se, paulatinamente, em novos pilares e é por isso que decorridos dez anos ana&pedro viu já alguns dos seus objetivos serem manifestamente alterados. “Em 2010, detetámos problemas nas empresas que até aí não tínhamos verificado. Decidimos proceder a algumas alterações e em 2011, apresentámos uma tecnologia de informação aos nossos clientes, de forma a proporcionar-lhes uma gestão própria através da monitorização que 80 I Outubro efetuamos dos seus dados”, começa por expor a nossa entrevistada. Confrontada com um novo paradigma ana&pedro decidiu, em 2012, aproveitar outras oportunidades. “O conceito e a informação que as empresas passaram a precisar tornou-se completamente diferente. E em 2012, demos início ao projeto de internacionalização com os serviços de Projeto e Consultadoria Imobiliária através da abertura de um escritório em Argel”, explica. Atualmente esse know-how permite-lhes transferir informação e conhecimento aos seus clientes e construir pontes entre as empresas, mediando negócios nas áreas de Arquitetura e Engenharia, construção civil, mobiliário, decoração de interiores, têxteis lar e calçado. Ao lado de Ana Monteiro (economista) e seu irmão Pedro Monteiro (engenheiro civil) encontramos uma equipa jovem que se distingue pela polivalência e flexibilidade. “Uma das razões pelas quais também nunca estamos sozinhos é termos parceiros em todas as áreas que nos complementam”. Consciente da importância dos meios para o desenvolvimento de uma melhor gestão nas empresas, reconhece ainda que “não importa só falar com o cliente, temos igualmente de ajudá-lo no dia a dia para que ele se torne independente”. A tecnologia de informação aqui introduzida traz essa vantagem, “permite que as empresas não fiquem dependentes do seu TOC interno e que o sigilo fique assegurado. Prezamos sobretudo por essa segurança de imparcialidade e confiança no serviço que prestamos”, sublinha. A afirmação dessas prioridades concretiza-se já com o pensamento no futuro. Nos horizontes estará claramente a consolidação nos mercados e o seu crescimento. Na internacionalização vão procurar criar ligações com outras culturas como a Europa do Sul e Médio Oriente. “Tenho já alguns contactos com o Líbano, e a Tunísia. Em breve, pretendo chegar a Marrocos”, adianta. Portugal Inovador Nutrir a beleza Ana Coelho falou-nos sobre o seu percurso e aquilo que a motiva e diferencia dos outros espaços de beleza e estética. É sobretudo na transparência, confiança e trabalho em equipa que se encontra a base do seu sucesso, valores reconhecidos em Paços de Ferreira, e não só. “Sempre tive gosto pela área e decidi frequentar o curso de esteticista em Paços de Ferreira”, relembra hoje a profissional, passados cinco anos. Terminada a formação rapidamente se sentiu determinada para criar o seu próprio espaço. Um ano depois surgiu a oportunidade: “Quando fiz a aquisição quis escolher um nome com o qual as pessoas se identificassem, e acabei por colocar o meu. Inicialmente tratava-se somente de um centro de estética ao qual adicionei a parte de cabeleireiro”, recorda. A vontade e a determinação de aprender nunca cessou e Ana Coelho procura ainda hoje estar atualizada, através da realização de formações e workshops. “Penso que é muito importante esta atualização, dado que nunca conseguiremos gerir nada se não soubermos o que temos nas nossas mãos”, assinala. Atualmente a profissional está a frequentar o curso de cabeleireiro na Academia Inês Pereira, no Porto. Conjugadas as competências todas as pessoas que completam a equipa desempenham aqui funções que as une. “A Sara Gomes é esteticista- cosmetologista, a Patrícia Mendes é técnica de laser e a Telma Oliveira é cabeleireira”. É no seguimento desse caminho onde a diferença é vincada pela qualidade que Ana Coelho procura prestar aos clientes que a visitam, o melhor serviço, nunca colocando de parte o cuidado com a higiene e a segurança. “Aqui o tratamento é personalizado e as clientes ficam sempre muito satisfeitas. Penso que o nosso ponto forte é mesmo a qualidade e a simpatia”, sublinham. No futuro, Ana Coelho espera vir a integrar no seu espaço mais valências e alternativas. “Neste momento já tenho profissionais que em prestação de serviços veem aqui, como é o caso das consultas de Acupuntura, Nutricionista, Podologia e Psicologia. Tenho vários serviços, mas quero sempre mais”. Lado a lado com a inovação, Ana Coelho não poderia deixar escapar as grandes oportunidades de mercado. Foi nesse âmbito que nos deu a conhecer a máquina de Laser de Iodo Soprano XL da Alma Laser. “É considerada a tecnologia número um mundial. Depois de reconhecer as mais-valias que iria proporcionar no meu salão tive o cuidado, ao adquiri-la, de comprar a patente e, atualmente, não existe mais nenhuma na zona Norte. Sabia o investimento que tinha feito, mas nunca pensei que fosse tomar esta dimensão com tamanha adesão, atualmente fazemos prestação de serviços em toda a zona Norte em cabeleireiros, parafarmácias, centros de estética e ginásios. Numa única sessão as clientes conseguem logo ver os resultados”, informa. Paços de Ferreira fica então bem representado pelo Salão Ana Coelho na sua qualidade de excelência. Outubro I 81 Portugal Inovador Empreendedorismo no Vale do Sousa Especializada no fabrico de fardas e uniformes, a empresa Profardas já conta com mais de uma década de existência. Trata-se de uma empresa de cariz familiar gerida por Isaura Leão e pela sua filha Elisabete Costa, as administradoras prezam pelo rigor e máxima qualidade do produto. Com uma equipa multiprofissional experiente e responsável pretendem garantir que ao comprar Profardas está a adquirir um produto de confiança e qualidade superior. Isaura Leão iniciou-se desde cedo no mercado de trabalho, anos mais tarde, vinda da Alemanha decidiu que ainda não era altura de parar e nos seus primeiros 15 anos em Portugal colaborou com várias empresas especializadas em têxteis lar e puericultura. Entretanto decidiu abrir o seu próprio negócio com ajuda da filha, refere: “Após ter trabalhado tanto tempo por conta de outrém , decidi lançar a minha própria empresa, direcionada especialmente para a criação de fardas profissionais de trabalho onde pretendo que prime a dualidade qualidade/ preço, assim como o cumprimento dos prazos de entrega. Tudo começou com a criação de um site: “Logo no início, verificámos um crescente número de visitas e contactos de empresas de Norte a Sul do país, algo que nos surpreendeu”. Elisabete Costa, licenciada em Arquitetura, decidiu entrar neste projecto, onde o seu papel passa não só pela administração da empresa, como também pelo design das peças: “Como sempre tive uma paixão pelo desenho, decidi ajudar a minha mãe na parte criativa. O cliente transmite-me a sua 82 I Outubro A empresa Profardas dispõe de uma dinâmica de vendas em duas vertentes: A loja online www.profardas.pt onde poderá consultar uma série de modelos existentes para venda, podendo todos eles ser sujeitos a personalização. A outra vertente é uma loja física com showroom onde encontrará um mostruário vasto de modelos prontos, a qualidade de confecção e todas as matérias-primas utilizadas. ideia, por exemplo, a nível de cores, modelo e a escolha dos tecidos, depois fazemos uma articulação de ideias e procedemos à criação do modelo”. Após feito o projecto, correspondente ao nível estético, inicia-se a produção do produto, que é da responsabilidade de Isaura Leão : “Sou eu que faço o corte das peças e a distribuição pelas confeções que trabalham connosco. Passa tudo pelas minhas mãos, tenho de ser exigente porque se não o for, o trabalho não sai com qualidade que estipulamos”. Em relação a projectos futuros Elisabete Costa garante: “Pretendemos alargar o espaço da firma e a sua visibilidade assim como elaborar um catálogo constituído apenas com artigos feitos por nós. Em relação ao site, é de nosso interesse continuar apostar nessa vertente, pois é a melhor maneira de continuarmos a ter contacto com clientes de todo Mundo”. A empresa Profardas, trabalha principalmente com empresas e entidades sediadas na zona Centro, mas conta já com clientes internacionais, mais especificamente em Angola e França. Estofos de Paços de Ferreira para o Mundo Portugal Inovador Materiais de qualidade, o saber que vem da experiência e o design inovador: eis a receita por detrás do sucesso da Estofos Mendes. Nasceu em 1982 pela iniciativa de José Mendes com um objetivo simples, mas ambicioso: a criação de sofás e estofos que conseguissem conciliar a qualidade com um design inovador. Falamos da Estofos Mendes, uma empresa sediada em Paços de Ferreira que conta já com um percurso de mais de 30 anos de atuação. Embora o seu longo caminho tenha sido marcado pelos “momentos altos e baixos” sentidos no setor, esta é uma firma que tem assistido a um franco crescimento, reflexo da sua aposta nos trunfos da “relação qualidade/preço”, bem como no fator personalização. “Fabricamos todo o tipo de sofás, mas também cadeiras, camas e cadeirões”, explica Elsa Mendes, filha do fundador da empresa, que conta, atualmente, com 22 funcionários. A variedade, entretanto, faz-se notar também nos materiais utilizados, existindo à escolha do cliente várias alternativas de estofos em pele, sintéticos ou em chenille, por exemplo. O know-how, a experiência, a vontade de inovar e – acima de tudo – a qualidade são elementos fulcrais que definem os produtos fabricados e comercializados pela Estofos Mendes numa altura em que, tal como considera Elsa Mendes, o fator da personalização é cada vez mais importante. “Fazemos muitos artigos por medida, porque, cada vez mais, os clientes querem algo mais personalizado ou que vá ao encontro daquilo que já têm em casa”, explica a nossa entrevistada. Enquanto empresa de referência no setor, a Estofos Mendes tem dividido, ao longo do tempo, a sua atenção não apenas pelo mercado nacional – onde atuam de Norte a Sul, embora com maior incidência nos distritos de Lisboa e Algarve – mas também pela exportação. Além-fronteiras, os clientes dividem-se por países europeus como Espanha, França ou Alemanha, mas também por outros como Angola ou o Brasil. Embora a fatia de clientes externos corresponda, neste momento, a cerca de 50% do total de produção, Elsa Mendes não esconde o desejo que a empresa sente em apostar, com ainda maior incidência, neste mercado. Mas também reservados para o futuro das Estofos Mendes estão a vontade de continuar o percurso de crescimento e consolidação sentido até ao momento, bem como a intenção de prosseguir com a aposta nos produtos que se definem pelo seu design único, moderno e repleto de qualidade. Outubro I 83 Portugal Inovador Conquistar o mercado pela qualidade A Emdipra é uma referência no comércio de tintas e equipamentos para reparação e higiene automóvel. A assumir um peso cada vez maior dentro do seu volume de faturação, está a sua marca própria, Blucare, assente numa gama de produtos que trazem eficácia e rentabilidade aos seus clientes. António Ferreira, responsável, está neste setor desde 1988. Entretanto, esteve à frente de uma outra empresa do ramo até que decidiu abraçar um novo desafio que foi a constituição da Emdipra, no ano 2000. Não sendo natural de Paços de Ferreira, optou por estabelecer aqui a nova firma, por ser o mercado que concentrava a maior parte da sua atividade, junto com concelhos próximos como Amarante, Felgueiras ou Lousada. Foi evoluindo naturalmente, tendo por base a importação de uma marca de referência no setor, até que, há três anos, resolveu começar a trabalhar com uma marca própria. É aí que entra a Blucare, que, como nos revela António Ferreira, “teve um crescimento extraordinário e, hoje, representa 66% das vendas da empresa”. A gama que é comercializada sob o nome Blucare inclui 84 I Outubro “todos os produtos para a repintura automóvel, tais como vernizes, poliesteres, primários, abrasivos, mascaramentos, etc. e “produtos para higiene e detalhe automóvel como champôs, liquido limpeza de interiores, polimentos, ceras e selantes, entre outros” Dentro desta diversidade de produtos, há algo que é constante, que é uma preocupação em apostar na qualidade. “Sabemos que o mercado tende um pouco para o fator preço, com a crise e a competitividade que existe no ramo da reparação automóvel. Seria fácil para nós ir à procura de produtos baratos, e vender com base no preço mas não é a nossa aposta. Resolvemos antes apostar na qualidade, que é um caminho difícil, que exige muito mais formação mas que acreditamos que nos vai trazer um futuro muito mais interessante”, explica. Um exemplo concreto é o caso do verniz Diamond, lançado há três meses, que traz ótimos resultados “por ser auto-curável. Quando exposto a luz solar autorregenera-se, eliminando dessa forma pequenas imperfeições (como riscos de lavagem ou outras pequenas agressões do dia-a-dia) ”. A acrescer à qualidade do próprio produto, há um serviço apoiado na competência e na intensa preparação da sua equipa de técnicos e comerciais. “Não fazemos a venda por si só, fazemos uma venda acompanhada de um serviço que vai ao encontro das necessidades do cliente e que resolve os seus problemas”, refere. Como resultado deste trabalho, a Emdipra tem tido bons indicadores e alimenta boas expectativas. Uma delas tem a ver com a aplicação dos seus produtos noutras áreas que não apenas a automóvel, sendo exemplo disso a ligação á área dos polimentos de alto brilho, na indústria do mobiliário. Outra é a “possibilidade de marcar presença noutros mercados que não apenas o nacional”, mas sem esquecer o objetivo de “desenvolver e cimentar o produto o máximo possível no país”. A empresa de António Ferreira está inserida “num concelho extremamente exportador” e promete, para breve, “vir também a fazer parte dessa dinâmica”. Portugal Inovador Outubro I 85 Portugal Inovador A nossa Casa é a sua Casa Estivemos à conversa com Mário Rosa-Mota, um dos fundadores e sócios gerentes do Lar Boa Esperança, e com o seu diretor geral, Pedro Morgado, para conhecer uma instituição verdadeiramente singular. Tudo começou em 1939, quando o Lar Boa Esperança funcionava como sanatório da Estância Sanatorial do Caramulo. Mas, na história desta instituição quase centenária, existe espaço para muitas outras datas, como abril de 1979. Foi nesse momento que o Lar Boa Esperança conquistou o alvará número cinco a nível nacional, prova de que foi um dos primeiros lares a surgir em Portugal, sendo determinantes neste processo José Pereira e Mário Rosa Mota, fundadores desta instituição. “Este acontecimento permitiu ao Lar Boa Esperança ter a sua ocupação completa com utentes, que eram colocados pela Segurança Social, praticamente de todo o país”, recorda Mário Rosa-Mota. Uma situação que acabou, todavia, por se inverter quando a Segurança Social deixou, há quatro anos, de comparticipar novos casos sociais. Mas, longe de baixar os braços, e fazendo jus ao seu estatuto histórico, a instituição adaptou-se a este condicionalismo, assumindo-se 86 I Outubro como um Lar de Idosos privado. Ao leme desta emblemática casa e da sua adaptação aos tempos modernos encontramos Pedro Morgado, neto de Mário Rosa-Mota. Os seus objetivos são claros: modernizar a instituição, mantendo a luta para que o Lar Boa Esperança preserve o estatuto de excelência que sempre o distinguiu ao longo da sua história. Esta é, efetivamente, uma instituição com uma equipa de profissionais completamente dedicada ao conforto e à alegria dos seus utentes. “Somos 18 funcionários, mas para além destes, contamos com uma professora de ginástica, uma fisioterapeuta, um médico, dois enfermeiros, uma assistente social/diretora técnica, uma coordenadora de equipa, uma animadora cultural e a tão ou mais importante, a incansável e dedicada gerente, ‘Té’”, enumera Pedro Morgado. E porque manter uma vida ativa é essencial, o Lar Boa Esperança oferece toda uma série de atividades a pensar nos seus utentes. “Internamen- te, temos trabalhos manuais que são dirigidos pela animadora”. Entretanto, “nas atividades exteriores, contamos com a horta dos saberes, relacionada com as atividades mais ligadas à terra”. Mas presentes estão também as iniciativas culturais, como visitas a feiras ou espetáculos. Inserida no plano de atividades está, ainda, a hidroginástica, que constitui uma mais valia para todos os utentes, inclusivamente para os utentes com menor mobilidade em que é dada a oportunidade de disfrutar novas experiências. “Mediante o que são as nossas condições, criamos atividades diferentes, permitindo-lhes um envelhecimento ativo”, explica Pedro Morgado, enfatizando o acompanhamento de excelência que é atribuído, sem exceção, a cada utente. Entre os planos para o futuro está a vontade de continuar a “remodelação” do lar. “Alguns quartos já foram alterados, assim como os escritórios”, afirma Pedro Morgado, sublinhando que este será um projeto contínuo que contribuirá para consolidar, ainda mais, o estatuto que até aqui pautou o dia-a-dia do Lar Boa Esperança. O caminho a percorrer é longo mas, como já o velho ditado, dizia “devagar se vai ao longe”. E assim se chegará ao centenário. Portugal Inovador Outubro I 87 Portugal Inovador “Cuidar, reabilitar e agir” Determinada em capacitar pessoas com deficiência e a mudar mentalidades, nasceu a APCV - Associação de Paralisia Cerebral de Viseu, há 33 anos. O que começou numa cave no centro da cidade, conta, hoje, com dois edifícios, em Vildemoinhos e um em Oliveira do Conde – Carregal do Sal. Em entrevista à Portugal Inovador, Fernando Vieira e Armando Torrinha, vogais de Direção, defendem que o objetivo passa, também, por “formar e integrar”. “A paralisia cerebral é uma doença neurológica que tem a ver com um bloqueio ao nível do sistema nervoso central. Pode ter vários motivos, mas o mais vulgar deve-se à falta de oxigénio no momento do parto ou por qualquer outra complicação pós-parto”, começa por explicar Fernando Vieira. Com mais de 500 utentes, a APCV também acolhe pessoas com outros tipos de deficiência, garantindo de forma contínua e ao longo da vida, através de equipas multidisciplinares, mais do que uma resposta para as diferentes necessidades, conforme a faixa etária. “A APCV direciona a sua ação para a satisfação das necessidades e expectativas dos seus clientes. Poderão beneficiar das Respostas Sociais Ambulatório, Centros de Atividades Ocupacionais (CAO), Lares Residenciais e Formação Profissional entre outros serviços especializados”, afirma Armando Torrinha. No Ambulatório, ligado à reabilitação, estão os utentes que se dirigem à associação “uma ou duas vezes por semana, quinzenalmente ou mensalmente” e obtêm serviços em áreas como “Fisioterapia, Terapia da Fala, 88 I Outubro Terapia Ocupacional, Psicologia ou Reabilitação em meio aquático”. Aqui, o trabalho feito com o utente é sempre na perspectiva de o capacitar, com ajudas técnicas e métodos terapêuticos, na adaptação à sua realidade, “identificando necessidades e preparando as famílias para a superação das dificuldades”. Já os CAO’s têm uma realidade diferente, onde os utentes, apesar de estarem na idade adulta, “têm incapacidades que não lhes permitem uma integração no mercado de trabalho ou no seu contexto de vida normal”. Desenvolvem-se atividades que visam a valorização pessoal, com o objetivo de dignificar a vida humana. Formação profissional A APCV tem, ainda, uma área de Formação Profissional apoiada pelo IEFP, com seis cursos de desenvolvimento de atividades, de pessoas ativas com deficiência. “Nesta formação, os clientes, podem sempre atualizar as suas competências com vista à obtenção de uma qualificação escolar e profissional”, e contam, atualmente, com cursos de Operador Agrícola, de Informática, de Jardinagem, Assistente administrativo, Carpinteiro de Limpos e de Assistente familiar e de apoio à comunidade, com o objetivo de qualificar para uma integração na sociedade e no mercado de trabalho. Preocupados com o processo de integração, a associação criou o projeto “Novos Horizontes”, com o apoio financeiro do INR IP (Instituto Nacional de Reabilitação), que consiste numa “interligação entre as pessoas que acabam as formações e os empresários”, através de uma plataforma informática, que permitirá a inserção de Curriculum Vitae, com vídeo, de pessoas com deficiência, em fase de colocação no mercado de trabalho, na divulgação de empresas que aceitam formação em contexto de trabalho. Conscientes de que as empresas vivem um período de dificuldades, acreditam que as medidas a nível de emprego apoiado vão ajudar a integração das pessoas com deficiência e incapacidade no mercado de trabalho. Certificação e abordagem Sendo uma entidade certificada, garantem que essa certificação é consequência do trabalho que realizam, “sempre em equipa e em parceria com as famílias”, fazendo parte das políticas de organização da associação. Há uma atenção à individualidade do utente, uma vez que “as equipas fazem uma avaliação, traçam objetivos, elaboram um plano individual de ação que é discutido com os clientes e suas famílias e sempre ajustado à medida que vai sendo desenvolvido”. “É uma abordagem centrada na pessoa, tendo em conta as necessidades e expetativas, os seus sonhos e a sua qualidade de vida”. Como insti- Portugal Inovador tuição que segue uma intervenção por processos, há uma certa metodologia, baseada nos valores e numa política de orientação para os resultados. “Se houver uma necessidade e não houver resposta, a organização, rapidamente, cria mecanismos para a combater”, afirma Fernando Vieira. E garantem que não podem “virar costas a nenhum processo” para que possam evoluir. Visão empresarial Com mais de dois milhões no orçamento previsto para este ano e com uma abrangência territorial que vai de Norte a Sul do distrito de Viseu, “a associação tem que ser sustentável e inovadora” ter uma visão empresarial “sem nunca esquecer o indivíduo e o fator social”. Tendo 17 viaturas próprias, 8 das quais são pesadas de passageiros adaptadas, que têm um custo médio de aquisição na ordem dos 50 mil euros cada. Existem circuitos diários de mais de 200 km no transporte de utentes para os centros de atividades ocupacionais. “Daí esta visão empresarial e empreendedora”, onde são “muitas vezes forçados a um exercício de criatividade”, para conseguirem manter o equilíbrio financeiro. Projetos A APCV tem mais dois projetos em mãos. Um de apoio domiciliário para a área da deficiência, dirigido a “pessoas com incapacidade que, por vários motivos, não estão em nenhuma instituição e permanecem no contexto de residência.” Este projeto inovador, visa, para além do serviço de alimentação e higienização da habitação, “alguns serviços de acompanhamento” ao utente, por exemplo, se existirem necessidades como “ir ao médico, às compras, ao cinema ou tomar café”. Foi feita uma candidatura à Missão Sorriso e a associação recebeu um apoio de cerca de 14 mil euros, menos que o orçamento inicial e, por isso mesmo, tiveram que fazer um reajustamento de todo o projeto. Com uma equipa menor, e com vontade de um projeto maior, admitem que não podem “desperdiçar esse montante” e que “será o motor de arranque” para aquilo que realmente pretendem que ele seja. Outro de construção de uma Residência Autónoma para utentes. Pretende-se combater as distâncias entre o utente, que apesar das incapacidades consegue ser autónomo, no seu local de trabalho, nas atividades ou na formação profissional. Aqui, “os utentes poderão residir durante a semana, no período da noite” e regressar ao seu contexto familiar nas férias e fins-de-semana. Candidataram-se, também em 2014, ao BPI Capacitar e conseguiram um financiamento de 28 mil e 640 euros para reabilitar o rés-do-chão de uma habitação doada pela família de um utente. Recentemente, foram contactados pela Fundação Portugal Telecom que propôs financiar a aquisição do equipamento necessário para a habitação, no montante de 8 mil e 900 euros. Para além destes projetos, está aprovado, pela Segurança Social, um projeto de arquitetura para construção de um Lar Residencial para 24 utentes, com o objetivo de acolher algumas famílias em que os pais idosos possam apoiar os filhos com deficiência, para combater o afastamento que, mais tarde ou mais cedo, será inevitável. A Instituição aguarda a abertura de candidaturas que permitam o cofinanciamento desta obra. Sensibilização Há, ainda, um trabalho feito no sentido de sensibilizar a comunidade para as necessidades e dificuldades das pessoas com deficiência. Desde a participação em seminários, deslocações a escolas para palestras de sensibilização, distribuição de panfletos, há uma preocupação em manter a associação nas atividades exteriores. Não se querem resguardar, não querem esconder as dificuldades que sentem, no sentido de alertar a comunidade. Fazem o melhor que podem e sabem, e os resultados têm apararecido. Para os vogais, apesar do que já foi feito, ainda há muito a fazer no que diz respeito a acessibilidades e mentalidades. Admitem que, embora nem tudo esteja ao alcance, “o mais importante é não baixar os braços”. Outubro I 89 Portugal Inovador “Um lugar onde se vai encontrar” Quase a fazer quatro anos de existência, a Psicossorissos, oferece uma fusão da saúde mental e física num espaço único, com intuito de responder às mais variadas necessidades dos utentes de todas as faixas etárias. Fundada em 2006, por Alice Almeida e Sofia Laura Fonseca, ambas formadas em Psicologia Clínica, a Psicossorissos direciona-se principalmente para as áreas da Psicologia, Psicoterapia, Orientação Vocacional e Terapia da Fala. Sofia Fonseca teve a ideia de abrir uma clínica em Mangualde, após ter realizado um estágio profissional no centro de saúde. Alice Almeida, natural de Mangualde, possuía o mesmo sonho: “Sempre senti que Mangualde necessitava deste tipo de apoio, embora não haja muita disponibilidade, no sentido da procura de conhecimento por parte da maior parte da população, é um meio muito rural”. A ideia de montar um negócio próprio acabou por se realizar, quando se conheceram na realização de uma pós graduação em Psicoterapia. Tudo surgiu através do projeto PRODER, que na altura foi cofinan- 90 I Outubro ciado. “A formalização foi em 2010, mas a abertura foi em outubro de 2011”. Segundo Sofia Fonseca, Psicoterapia é a possibilidade de pensar, a liberdade de escolher. “O objetivo é levar a pessoa a pensar nas coisas que ela está a viver e tentar com que verbalize tudo aquilo que sente, em relação a determinada situação”. Na opinião de ambas, a Psicoterapia deveria ser aplicada à generalidade da população. “Ainda hoje, olha-se muito para a saúde física; as pessoas só procuram ajuda quando existe uma dor física, a dor psicológica, é na maior parte dos casos esquecida, o que faz com que as pessoas recorram a medicamentos, como antidepressivos e ansiolíticos e só isso nos permite ver o quanto existe a necessidade da Psicoterapia”. Segundo Alice Almeida, quem procura esta especialidade, são pessoas que sentem dificuldade em assumir/manter relações, quer conjugais, de trabalho ou até mesmo escolares. “Há vários motivos que levam os pacientes a procurarem-nos, mas as relações estão sempre na base. Muitas vezes os miúdos têm dificuldades, porque se sentem excluídos ou porque não conseguem aprender, e isto pode estar relacionado com o facto de não se sentirem propriamente integrados na escola. E se não se sentem felizes, logicamente vão ter mais dificuldades na aprendizagem”. Após a abertura da clínica, os primeiros meses foram difíceis de gerir: “Foi muito difícil desmistificar o que era a Psicologia junto da população, pois na mente das pessoas, apenas iam ao psicólogo os doentes mentais”. Neste momento, a clínica conta com já com quatro colaboradores – duas psicólogas, uma terapeuta da fala e ainda uma técnica de testes psicotécnicos. “ Em relação ao futuro, queremos continuar a fazer um excelente serviço, pois é a partir das boas recomendações dos nossos clientes, que outras pessoas nos procuram”, conclui. Portugal Inovador Outubro I 91 Portugal Inovador “Nós cuidamos, você vive” Fundada em 2006 pelo médico Jorge Silva, juntamente com a esposa e os dois filhos, a JS Clínica Médica, situada em Viseu, tem como principal objetivo promover a saúde e o bemestar dos seus pacientes, num ambiente cuidado e familiar. A revista Portugal Inovador teve oportunidade de estar à conversa com Ana Rita Silva, uma das fundadoras. A JS Clínica Médica surgiu da experiência de mais de três décadas na área da Clínica Geral levada a cabo por Jorge Silva. Ana Rita Silva, formada em Psicologia, e percursora do projeto revela-nos: “No decorrer da carreira do meu pai, surgiu em 2005, o mote para criar uma clínica onde fosse possível reunir uma série de valências e especialidades. Então, em 2006, a ideia foi implementada”. Ao longo do percurso, esta teve evoluções significativas, tanto ao nível de valências, profissionais, acordos e também de convenções. Neste momento, conta com mais de 65 colaboradores e encontra-se dividida em dois módulos: “No módulo I funcionam todas as especialidades médicas e os exames complementares de diagnóstico; no módulo II concentra-se toda a área de acompanhamento da gravidez e reabilitação”, refere Ana Rita Silva. A clínica conta com parceiros nas mais diversas áreas, para que desta forma a resposta às solici92 I Outubro tações dos seus pacientes seja a mais correta. Desde a abertura que o principal objetivo passa por concentrar num só espaço uma resposta abrangente e transversal, não só ao nível das valências médicas, mas também de exames para toda família. “Pretendemos oferecer um atendimento personalizado e familiar, para que qualquer pessoa possa ser atendido de forma célere e profissional”. A Clínica Geral, a Cardiologia, a Medicina Dentária e a Reabilitação nos seus mais diversos níveis, são as especialidades mais requisitadas pelos utentes. A área da Psicologia apesar de não ser tão procurada é por vezes fulcral para a recuperação do paciente. Ana Rita Silva menciona: “Ao longo destes quase dez anos, as circunstâncias foram de facto evoluindo. Temos três psicólogas neste momento, uma na área infantil, outra na área dos jovens adultos e idosos e no meu caso, na área de terapia para casais. Muitas das vezes os clínicos gerais, percebem que a Psicoterapia é uma solução importante, o que faz com que o processo medicamentoso seja mais curto e que o sucesso terapêutico seja muito superior”. Existindo uma boa comunicação e articulação entre os técnicos, a resposta dada ao utente irá ser, na maior parte dos casos, a mais válida e rápida possível, algo que os colaboradores da JS Clínica Médica esforçam-se por Portugal Inovador “Nós esforçamonos por sermos bons, por termos uma resposta de qualidade, e também por vermos os nossos clientes satisfeitos e seguros”. manter. “Nós esforçamo-nos por sermos bons, por termos uma resposta de qualidade, e também por vermos os nossos clientes satisfeitos e seguros. A falta de saúde é algo assustador, e é isso que queremos minimizar ao máximo, a dor nossos utentes fazendo o nosso melhor. Somos uma PME, contemos uma forte vertente de esforço e persistência”. Visto que toda esta realidade se iniciou por impulso da vasta experiência na área da Clínica Geral de Jorge Silva, Ana Rita Silva, sente que é um dever e um motivo de enorme orgulho conseguirem manter um legado tão importante como o do seu pai. “Esse testemunho é mesmo esta ligação altamente informal com as pessoas, ‘o serem quase da família’. Nós tentamos ao máximo dar seguimento a este grande feito. Devemos conseguir sempre manter este equilíbrio de crescimento e atendimento, porque sem isso o conceito deste espaço desvirtua-se completamente. O que nos diferencia é o facto de conseguirmos cuidar. Cuidar é a nossa palavra-chave, definitivamente é este o legado do médico Jorge Silva que queremos manter”. Questionada sobre as perspetivas para o futuro, Ana Rita Silva mostrou-se bastante confiante e segura: “O que perspetivo, e temos feito por acontecer, é manter o crescimento de valências como a Oftalmologia e a Gastroenterologia, que são áreas com menor dimensão na clínica. Necessitamos de consolidar cada uma delas e ser cada vez mais uma unidade de referência em Viseu, este é o nosso grande objetivo. Queremos ser cada vez melhores”. Concluindo, de forma sucinta o que resume a JS Clínica Médica é o facto de estar sempre atenta às necessidades dos seus pacientes, cuidando deles de modo a que estes possam viver confortáveis e cuidados. Outubro I 93 Portugal Inovador Saúde oral com tecnologia e profissionalismo Recorrendo às mais avançadas tecnologias e a profissionais devidamente especializados, a Dental é um espaço de referência no âmbito da saúde oral. Surgiu há dez anos em Viana do Castelo com um conceito inovador, na tentativa de suprir uma lacuna existente no concelho. Falamos da Dental – Clínica Dentária, que se apresenta como espaço integrado com múltiplas especialidades e valências, cada uma delas ministrada por um profissional devidamente especializado nessa área. Foi precisamente a ausência de um estabelecimento com essas características que levou Fábio 94 I Outubro Costa – também sócio-gerente, em Braga, da Clinae - Clínica Médica e Dentária, Lda. – a apostar nesta cidade. O balanço, por sua vez, não poderia ser mais positivo. “Já reabilitámos mais de 5000 pessoas em dez anos, o que penso ser um sinal significativo”, salienta o diretor clínico, antes de acrescentar que apenas nos últimos anos a mentalidade de médicos e utentes se tem vindo a orientar cada vez mais para a Reabilitação, a Implantologia ou as questões de Cosmética Dentária. Assiste-se, assim, a um alterar de mentalidades que vai acompanhando a consolidação da Dental no concelho de Viana do Castelo. “Cada vez mais, os profissionais devem aprofundar-se numa área e afirmarem como os melhores”, destaca Fábio Costa, numa alusão à grande filosofia por detrás desta clínica dentária. Já a completar o atual corpo clínico da Dental estão também os médicos Pedro Fernandes e Tânia Faria. Enquanto clínica completa integrada, este é um espaço que oferece “todas as valências de Medicina Dentária”, desde a Ortodontia, à Periodontologia ou à Oclusão, sem esquecer a Cirurgia, a Prótese Fixa, bem como a Implantologia. A Dental é, efetivamente, uma clínica com espaço para algumas especialidades mais específicas, como é o caso da Parodontia (o tratamento dos tecidos da gengiva, do osso e do dente). Já entre as técnicas utilizadas, inclui-se a sedação consciente, que permite, de um modo eficaz, limitar bastante o medo e a ansiedade, em prol do bem-estar e conforto do utente. Sofisticação tecnológica Por detrás do sucesso de uma clínica de referência encontra-se não apenas o brio dos seus profissionais ou a sua visão inovadora, mas também a excelências dos equipamentos e tecnologias utilizados. Na sua atual sede, a Dental engloba já toda uma série Portugal Inovador de utensílios como o Livopan e muitos outros, dedicados à Ortopantomografia, ao Orto 3D ou ao CBCT. São equipamentos como estes que permitem a construção de um molde em 3D sem quaisquer erros. Ainda no âmbito tecnológico, importa salientar o uso dos softwares Kodak e Carestream. O carinho pelo utente Embora com acesso a boas instalações ou a tecnologia de ponta, nenhuma clínica sobrevive sem a presença e a fidelidade dos seus utentes – um aspeto que não escapa a Fábio Costa. A ideia da Dental é “servir os seus pacientes, não servir-se a si”, assegura o diretor clínico, antes de acrescentar que “o sucesso é algo que só se atinge se as pessoas gostarem e estiverem satisfeitas com o trabalho” que é desempenhado. Acima de tudo, a Dental aposta no tratamento personalizado. “É muito importante para nós que o utente seja bem atendido, que esteja bem informado”. Além disso, ele sabe que, “caso haja algum problema ou dúvida, poderá sempre recorrer à clínica”. Outro dos aspetos essenciais passa pela tentativa de esbater “aquela distância típica entre a clínica e o paciente”, apostando-se, sempre que possível, na familiarização do atendimento. E foi precisamente esta soma de ingredientes humanos e tecnológicos que fizeram da Dental aquilo que ela é hoje: uma referência não apenas em Viana do Castelo, mas a nível nacional. Outubro I 95 Portugal Inovador Projetar soluções à medida de cada cliente A marcar presença no mercado desde 1992, a Ramiro & Carvalho, Lda. estabelece-se atualmente com objetivos muito concretos tendo em vista a sua consolidação. A inovação, a tecnologia e a internacionalização são agora as suas principais apostas. À conversa connosco esteve Lurdes Carvalho, CEO da empresa, definindo-nos melhor essa posição e interação com os diferentes mercados. “Nestes últimos quatro anos, crescemos na ordem dos 30% em volume de faturação e esperamos continuar assim”, começa por introduzir a CEO, Lurdes Carvalho. Esta expansão deve-se essencialmente à forte presença nos mercados espanhol, alemão,inglês e francês. A atividade atravessa diversas etapas desde a criação/design das coleções de vestuário até à distribuição dos artigos. “Atualmente, temos departamentos criativos em Fafe, Barcelona, e Corunha. À nossa equipa de designers e estilistas é-lhes proposto um 96 I Outubro tema a desenvolverem para que posteriormente possam apresentar as suas coleções aos nossos principais mercados clientes, nos diversos mercados aonde estamos a operar ativamente. Por vezes também pode suceder não lhes sugerirem qualquer tipo de tema e aí intervêm a parte mais criativa do seu trabalho, fruto dos shoppings realizados mensalmente nas mais diversas cidades europeias e busca constante de novidades ”, informa. O dinamismo do setor comercial nos contatos diários com os clientes, na busca constantes de novas soluções de malhas junto dos fornecedores “também impulsiona e muito o dinamismo de que hoje se vive diariamente na nossa empresa”. Contando atualmente com 23 anos de história esta estrutura familiar tem agora a possibilidade de olhar para trás e observar um percurso que foi pautado por valores de confiança, eficiência e segurança nos mercados nacional e internacional. A produção divide-se, neste momento, em 40% Portugal, 30% Marrocos e 30% Turquia. Conjugada à Ramiro & Carvalho, Lda. encontramos também a Poder da Criação, Lda. “Embora pertencente ao Grupo, é uma empresa independente que executa os trabalhos de estamparia”, elucida. Durante um determinado período o Grupo desenvolveu parcerias com a Universidade do Minho e a Universidade de Aveiro, mas com as diferentes circunstâncias e exigências em que o mercado se encontrava verificaram que seria mais benéfico se trabalhassem somente em regime de subcontratação. “Temos engenheiros a colaborar connosco na parte da produção e investigação do software”, abrevia a CEO. Tudo isto leva a que todas Portugal Inovador as secções laborem em consonância de modo a agilizar a operação com maior celeridade sem nunca desfavorecer a qualidade e o rigor no cumprimento dos prazos. Recentemente, o incremento de um departamento de qualidade garante à empresa também um lugar de destaque entre os seus parceiros da área têxtil. “Nesse departamento, montámos um laboratório e fizemos um investimento muito grande em equipamentos. Cada vez mais os clientes exigem essas competências”, revela. Produção com rapidez O Grupo atento aos diferentes comportamentos e necessidades do consumidor da atualidade efetua pesquisas para que as conceções de design e de estilismo sejam traçadas num conceito de moda de acordo com as necessidades dos clientes. “A moda está sempre a mudar e os modelos sempre a atualizarem-se, ou seja se nós apresentarmos hoje uma coleção daqui a duas semanas já pretendemos divulgar outra, que não tenha relação nenhuma com as anteriores. Este desenvolvimento constante de novas coleções exige muita criatividade e atenção à aplicação dos diferentes materiais”, explica. Este conceito revela-se por isso cada vez mais importante para as empresas que trabalham num modelo de “just in time”. O fabrico de todo o tipo de artigos e o contacto com fornecedores nacionais e internacionais proporciona-lhes a captação e absorção de diferentes tendências e o esboçar de novas soluções. A constante utilização de substâncias químicas leva a que a empresa prime igualmente pela sustentabilidade do meio ambiente e da saúde pública. “Nas peças que fazemos temos de cumprir todos os requisitos nacionais e internacionais, porque nas peças que fabricamos só podemos utilizar determinados produtos que não sejam prejudiciais à saúde”, assinalam. Funcionalidade no trabalho O grande conhecimento que a Ramiro & Carvalho adquiriu ao longo dos anos em confeção permite-lhe criar estratégias focadas não só na componente técnica, mas também na formação dos seus colaboradores. “Neste momento, estamos com 63 pessoas, mas o Grupo emprega no total 130 pessoas”, indica. Apesar do crescimento que pais e filhos têm vindo a sentir, os desafios da indústria têxtil permanecem e “cada vez mais temos de apostar na inovação e na qualidade. É uma luta diária”. A falta de mão-de-obra qualificada não poderia por isso deixar de ser apontada como uma lacuna na verdadeira evolução deste setor. De modo a combater esse obstáculo a empresa faculta formação adaptada a cada uma das funções. No futuro “pretendemos consolidar o que já conseguimos com a criação de uma nova unidade de produção em Portugal e consequentemente aumentando empregabilidade do sector na nossa região”, perspetiva. Outubro I 97 Portugal Inovador Confie o seu look Madalena Domingues, em entrevista com a Portugal Inovador, falou-nos sobre os verdadeiros desafios que acolhe como profissional nos ramos de cabeleireiro e estética. A ligação com as grandes marcas do mercado e o acompanhamento de tendências são dois dos grandes fatores que definem a postura que a H2M representa para o seu público local. mos aqui de vários serviços. Os tratamentos de cabelo são porém os mais procurados”, esclarece. Mas todo este acompanhamento só tem a possibilidade de gerar resultados frutíferos quando interligado com o espírito de equipa das seis profissionais. “Eu penso que o que nos torna diferentes é a nossa simpatia”, sublinha. O início da atividade não foi para a profissional uma tarefa fácil. “No começo tive alguma dificuldade, porque a ideia de ter um cabeleireiro dentro de um hospital não era muito bem aceite. Mas nós não desistimos e hoje é algo maravilhoso. As pessoas acabaram por aderir favoravelmente”, expressa. A abertura do salão deu-se a 18 de julho de 2011 e hoje, passados quatro anos deste ofício o balanço é, pelas palavras da nossa interlocutora “muito bom”. Serviço completo Na busca de introduzir novas técnicas, tratamentos e equipamentos a H2M realiza um trabalho de excelência, característica que a difere dos demais pela qualidade e formação que procuram e ambicionam. “Desde coloração, madeixas, extensões para o cabelo, a venda de perucas, depilação a laser, unhas de gel, manicure, pedicure, dispo- 98 I Outubro Importância da Imagem Cada vez mais o público feminino e o público masculino procura estar a par das novidades no mundo da moda, facto que determina a procura incessante de novas tendências e modelos a seguir. “Sinto que as pessoas gostam mais de arriscar, algo que não ocorria há seis anos atrás. E penso que o público, particularmente o feminino, está mais focado nos tratamentos de cabelo, a nível de hidratação”, refere. Como principais marcas podemos encontrar aqui a L’Oreal (Inoa), a Kerastase, a Wella, a Sebastian e a No Inhibition. Desafios A aplicação de todos estes conhecimentos exigem contudo uma formação contínua. A H2M estimulada por esse clima de aprendizagem e vontade de produzir mais e melhor não poderia deixar de recorrer a cursos e workshops. “O acesso a um número de opções traz maior conforto à beleza do homem e da mulher em todas as faixas etárias. O mais importante é sempre ouvir o que a(o) cliente tem para dizer. Entendê-la(o) e transformá-la(o) é sempre um desafio”, expõe. Daqui para a frente H2M continuará a primar pela qualidade e profissionalismo sem nunca pôr de parte a inovação. “Queremos continuar como temos estado até agora porque estamos a conseguir chegar onde queremos”, concretiza. Portugal Inovador Vila Verde: entre o tradicional e o moderno Dos produtos endógenos à riqueza das suas tradições, a Festa das Colheitas promete mostrar o melhor de Vila Verde. Inserido no distrito de Braga, Vila Verde é um concelho com cerca de 48 mil habitantes distribuídos por uma área de aproximadamente 228 km2, que demonstra uma realidade bem heterogénea entre a região a norte (de natureza mais montanhosa e rural) e o sul (topograficamente mais plano e industrializado). Face a estas características, trata-se de um concelho munido de “uma paisagem bastante rica e interessante” na qual se incluem, por exemplo, os vales do rio Cávado e do rio Homem, “onde encontramos praias fluviais de grande valor”, explica o presidente da câmara municipal, António Vilela. É devido a esta diversidade de características naturais que o município de Vila Verde se apresenta ao resto do país como um território “que mistura o rural e o urbano”, capaz de proporcionar, através da atividade agrícola (um dos seus maiores ícones), uma grande variedade de produtos que vão dos cogumelos ao kiwi, passando pela transformação da vinha, sem esquecer a pecuária e, mais recentemente, os pequenos frutos. E é precisamente pela harmonia entre estas raízes ancestrais e a instalação de diversas unidades empresariais que Vila Verde se pode afirmar como um lugar “onde a tradição e a modernidade se encontram”. Prova desta simbiose é a Rota das Colheiras, cujo programa começou em agosto e se prolonga até ao final de novembro e que, a cada fim de semana, propõe diver- sas iniciativas ligadas ao mundo rural ou aos seus produtos. Entre as várias atividades realizadas nas freguesias de Vila Verde, o maior destaque vai para a Festa das Colheitas, que decorrerá entre os dias 9 e 17 de oautubro na Sede do Concelho. Trata-se “de uma feira de produtos agrícolas, de gastronomia e artesanato em que procuramos promover os produtos locais”, refere António Vilela. Ao longo destes dez dias “haverá um espaço para promover a venda dos produtos locais diretamente do produtor ao consumidor, e momentos de divulgação de novos produtos e novas áreas de negócio”, exemplifica o autarca. Mas aos produtos regionais acrescenta-se a tradição cultural: “Teremos encontros de tocadores de concertinas, folclore, tocadores de cavaquinho ou momentos para promover a gastronomia através da degustação de produtos únicos, como os cogumelos, os enchidos, a doçaria regional e os vinhos”. Tudo isto corresponde, no entanto, ao resumo “de um programa muito denso” que atrai “milhares de pessoas” a Vila Verde e para o qual as espectativas estão “muito altas”. O convite para o “contacto único com o património construído e cultural” do concelho está lançado e Vila Verde promete receber todos “de braços abertos”. Outubro I 99 Portugal Inovador Aprovisionamento de Norte a Sul Contando com um vasto catálogo, a APH comercializa produtos e equipamentos para a área hospitalar, de ação social e geriátrica Sediada em Gandra, no concelho de Paredes, a APH – Artigos de Provisionamento Hospitalar, Lda. é uma empresa cuja génese remonta ao ano de 2003 e que foi fundada por Isaías Leão, empresário com experiência já firmada em diversos setores de atividade, nomeadamente o mobiliário e decoração. A APH é uma PME de carácter familiar atualmente com dez profissionais nos seus quadros. “Todos aqui 100 I Outubro trabalham em equipa, somos um grupo coeso e o nosso mérito é fruto do trabalho de toda a gente, desde os vendedores, ao pessoal do armazém ou à equipa que está aqui para receber os clientes”. De facto, ao longo de um percurso de 12 anos, a APH sentiu o aumento das dificuldades por que passavam os setores em que atuava, fruto da crise financeira que afetou o país. Todavia, longe de baixar os braços, Isaías Leão optou por se adaptar às circunstâncias. “Comecei a enveredar cada vez mais pela área dos hospitais”, recorda o gerente, numa alusão ao setor para o qual, ainda hoje, a APH dedica grande parte da sua atividade. “Começámos a trabalhar nessa área e deu bom resultado, há uma evolução e progressos”. E a prova disso está no facto de, ano após ano, esta empresa ter vindo a registar crescimentos na ordem dos 20%, tendência que se mantém nos dias de hoje. “Nota-se uma evolução em termos de número de clientes e sentimos também mais solidez no nosso modo de trabalhar”, acrescenta. Fruto dessa solidez está também evidente no facto de, em 2010, a empresa ter recebido, por parte da APCER, a certificação ISO 9001:2008, alusiva ao sistema de gestão da qualidade. Para Isaías Leão, distinções como esta proporcionam “uma imagem diferente” à APH e demonstram como ela se encontra “ajustada ao mundo de hoje” e sempre em “constante inovação”. Portugal Inovador da APH. Mas, para lá do número, existem preocupações tão ou mais importantes a reger a conduta da empresa. “Nós preocupamo-nos em estar muito próximos de cada cliente e de fazer um bom trabalho para cada um deles”. De facto, esta é uma empresa que “cada vez mais prima pela assistência” a quem requisita os seus produtos e serviços. Uma estratégia que, de acordo com o gerente, tem dado bons resultados: “através do nosso bom trabalho temos vindo a captar a simpatia dos clientes, a ponto de nos chegarem outros que foram encaminhados pelos nossos antigos compradores”, salienta. E é exatamente por esse motivo que a APH surge como “uma casa sempre em evolução”, situação que permite a Isaías Leão sonhar com a “perspetiva de dar passos gigantes” nos próximos anos. Um futuro promissor Vasta gama de produtos Tal como o seu nome sugere, a APH é uma empresa dedicada à comercialização de diversos tipos de produtos e equipamentos para o sector hospitalar estando já presente em vários hospitais, clínicas, corporações de bombeiros, na Cruz Vermelha, no INEM e também em algumas clínicas veterinárias. Paralelamente, a APH oferece uma vasta gama de produtos para lares de idosos, jardins de infância e Santas Casas da Misericórdia. O rol de clientes é amplo. As soluções que a APH proporciona multiplicam-se, por exemplo, por materiais de proteção, higiene, limpeza e desinfeção; artigos para laboratório e cirurgia, sem esquecer o mobiliário clínico e geriátrico, bem como produtos têxteis lar. Uma diversidade assim só se torna possível devido à capacidade importadora de uma empresa como esta, que encontra em mercados europeus, como a Espanha, a Itália ou a Escócia, e asiáticos, por exemplo, China e Malásia, uma parte muito significativa do seu stock de produtos. Tudo em nome do cliente “Estamos na casa dos 450 clientes e trabalhamos do Minho ao Algarve, do Litoral ao Interior”, explica Isaías Leão, enfatizando, assim, o vastíssimo âmbito de atuação Sempre em busca da inovação, esta é uma empresa que encara, de forma confiante e otimista, o seu horizonte. “Não estamos parados. Um dos nossos objetivos para o próximo ano é levar a empresa a faturar um milhão de euros”, meta tida como bastante provável tendo em conta o ritmo de crescimento a que a APH assistiu nos anos anteriores. A empresa tem ainda alguns projetos inovadores em agenda que espera vir a concretizar e que resultam do feedback que obtém dos clientes, como é o caso do fabrico de kits hospitalares. Outras das principais ambições passam pela abertura de uma loja de venda ao público e pela apresentação de um novo site com produtos dedicados exclusivamente ao apoio domiciliário. Tudo isto em nome do bom aprovisionamento que sempre definiu a APH. Outubro I 101 Portugal Inovador Inovação e desenvolvimento de Portugal para o Mundo Sediada em Mafra, a TecnoVeritas faz da inovação uma palavra de ordem, desenvolvendo serviços para o setor naval e outras áreas da Engenharia. Já vão mais de 20 anos desde que a TecnoVeritas - Serviços de Engenharia e Sistemas Tecnológicos surgiu em Portugal com um objetivo nobre e diferenciador: “suprir as dificuldades que existiam, no nosso país, para obter determinados serviços de engenharia”, explica Jorge Antunes, CEO da empresa. Embora, inicialmente, a TecnoVeritas se tivesse focado no setor naval, o avançar dos anos viu-a expandir o seu campo de atuação para outros âmbitos da indústria, apresentando-se hoje como uma empresa capaz de fornecer resposta a solicitações de diversa na- 102 I Outubro tureza no universo da engenharia. Entre a sua vasta gama de serviços, podem elencar-se, por exemplo, as atividades de consultoria em engenharia, ações de formação, inspeção, metrologia, a otimização de consumos energéticos ou a conversão de motores para o sistema de dual fuel, LNG, ou ainda a moderna tecnologia BIG DATA. Inovação e desenvolvimento são palavras que constam na filosofia de atuação da TecnoVeritas, desde os seus primórdios. “Fomos a primeira empresa portuguesa a fazer as provas de mar de um navio de guerra nacional”, explica Jorge Antunes. Mas, num portefólio com lugar para obras efetuadas em Portugal e no estrangeiro, existe espaço para muitos outros exemplos, como a reativação e comissionamento do ferry Atlântida (rejeitado pelo governo dos Açores), ou “o grande trabalho na área das evoluções de combustível e no controlo de emissões para a atmosfera”, desenvolvido a nível internacional. “Inovação é connosco”, assegura o CEO, antes de acrescentar que esta é uma empresa com um patamar de grande qualidade, certificada, desde 2004 segundo a norma ISO 9001. Mas o mérito da TecnoVeritas também se evidencia através de distinções internacionais, como o 1º lugar obtido no Seatrade Awards de 2012, na cate- goria de Clean Shipping. O prémio, atribuído ao sistema VEEO desenvolvido na empresa, recompensou mais um passo dado no âmbito da eficiência energética e ecológica para o setor naval, através de uma solução inovadora. E porque a TecnoVeritas está sempre de olhos fixos no futuro, não poderiam deixar de existir projetos planeados no horizonte. “Estamos, em conjunto com outras entidades, a tentar desenvolver em Mafra um laboratório industrial mas também com pendor académico, para as atividades do mar”, cujo objetivo é estratégico para um país como Portugal com tanto mar, explica o CEO. Este espaço incluirá um tanque de provas para fazer teste a cascos, redes de pesca ou mesmo a embarcações de recreio, um túnel de cavitação para testar hélices e outro tipo de máquinas por exemplo de energia renovável, bem como laboratórios dedicados a máquinas de combustão interna marítimas e à elaboração de testes a equipamentos destinados a operar a grandes profundidades. Tudo isto com um objetivo muito claro, afirma Jorge Antunes: “Termos uma infraestrutura que permita testar e validar tecnologia nacional ou internacional para o mar”, algo que ainda não existe em Portugal. É, por isso, hora de continuar a inovar. Portugal Inovador Dinamizar e melhorar o desempenho das empresas A Núcleo Inicial, localizada no Parque Tecnológico de Óbidos, é uma empresa de consultoria e formação centrada na qualificação dos recursos humanos. O papel ativo que procura instituir no desenvolvimento local e regional do país define o objetivo central da sua atividade. Nuno Mendonça dá-nos agora a conhecer as raízes deste projeto de sinergias. “Temos três serviços que têm grande expressão na nossa atividade: a consultoria às empresas (que desenvolvemos na área financeira, marketing operacional, e certificação); a formação profissional (somos uma empresa certificada pela DGERT em cerca de 30 domínios diferentes); e o apoio ao investimento (onde trabalhamos com as empresas para viabilizar os projetos de investimento delas e encontramos as melhores fontes de financiamento para esses projetos”, resume. Focando-se em diversas áreas do conhecimento a empresa consegue desse modo estender-se a diferentes realidades empresariais e institucionais espalhadas por todo o país. Considerando que o tecido empresarial português é composto essencialmente por micro, pequenas e médias empresas, observa que as suas valências ganham maior foco “nas empresas que tradicionalmente estavam mais isoladas da concorrência externa e que têm grandes desafios e um longo caminho a percorrer. E sinto que o têm feito com grande empenho e ótimos resultados. Temos visto as nossas empresas a internacionalizarem-se e a conseguir conquistar novos mercados”. A forte aposta que aqui podemos encontrar também nos recursos humanos encontra-se apoiada não só pela formação especializada, como também pelo seu know-how. Conjugada a todos esses fatores é preciso realçar a sua localização. Com bons acessos rodoviários conseguem ficar próximos de tudo e chegar mais perto das empresas e das pessoas. “Estar perto de duas cidades como o Porto e Lisboa é uma vantagem para qualquer tipo de negócio inevitavelmente, principalmente para um negócio de serviços que beneficia de uma concentração de empresas”, expõe. Oeste Proativo Em 2007 vários consultores da região Oeste com uma larga experiência na área reuniram esforços e em conjunto conseguiram com que este projeto nascesse, avançasse e amadurecesse. Atualmente com oito anos de existência as suas bases sólidas sustentam-se em valores de confiança, respeito mútuo e profissionalismo. “O balanço é francamente bom. Sente-se um retomar do investimento nas intenções de desenvolvimento de novos negócios e nas intenções de aumento da atividade económica por parte dos negócios existentes. Há o mercado internacional e existe um conjunto de investimentos que estão a ter lugar que penso que terão um impacto significativo na nossa economia a médio prazo”, revela. “O princípio do sucesso” afirmado pela Núcleo Inicial continuará daqui para a frente a concretizar-se pela diferenciação dos negócios portugueses. Outubro I 103 Portugal Inovador 104 I Outubro Portugal Inovador Prismacolors a referência nos isolamentos em ETICS São poucos aqueles que não conhecem a Prismacolors em Portugal. A agenda cheia de obras até ao final do ano comprova não só que a crise não afectou a empresa mas também que os portugueses procuram cada vez mais qualidade e excelência no serviço. Sérgio Costa fundou a empresa há 7 anos mas é nos mais de 20 anos de experiência que considera estar a mais-valia desta empresa. Especialista na área dos revestimentos e isolamentos térmicos “ETICS” para a construção civil, na reabilitação e renovação de edifícios e habitações unifamiliares, a Prismacolors tem obras feitas um pouco por todo o país mas,principalmente, na zona do Grande Porto, Aveiro, Coimbra, Chaves ou Guimarães. “Prestamos todo o serviço de revestimentos de fachadas, barramentos armados, isolamentos térmicos ETICS ou “Capotto”. No isolamento térmico acústico damos primazia à cortiça que considero ser o melhor material para trabalhar nesta área. Além de ser um produto 100% natural tem maior resistência térmica e uma duração infinita”, garante o gerente da Prismacolors, que se orgulha de trabalhar com algumas das mais prestigiadas marcas nacionais como é o caso da WEBER e Amorim S.A. “Não facilitamos nos materiais porque o meu lema é mesmo a qualidade e o bom serviço sempre prestado ao cliente”, declara. Bastante crítico em relação à pouca legislação que existe nesta área, Sérgio Costa considera que houve uma época de má construção em Portugal e que agora se tem que recuperar, daí o aumento da reabilitação em Portugal. “Felizmente já começa a haver alguma legislação ao nível de isolamento térmico e acústico mas ainda deixa muito a desejar, até porque o isolamento é extremamente importante numa casa para ter redução de custos na fatura energética”, explica o administrador. Outubro I 105 Portugal Inovador 106 I Outubro Portugal Inovador Outubro I 107 Portugal Inovador 108 I Outubro