Revista Fecomércio - Abril
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Revista Fecomércio - Abril
Revista do Sistema Fecomércio-DF: Fecomércio, Sesc, Senac e Instituto Fecomércio Ano XVIII nº 203 Abril de 2015 FESTA NA RUA Ao completar 55 anos, Brasília transformou suas largas avenidas em palco para a economia criativa Entrevista // Pág. 8 Hélio Doyle Secretário da Casa Civil do DF Plano de Saúde Coletivo por Adesão. Empregador do Comércio: na Qualicorp você tem excelentes opções para cuidar da saúde, pelo melhor preço.1 Planos de saúde coletivos por adesão são aqueles disponibilizados para pessoas de uma mesma categoria profissional ou área de atuação, por meio de sua entidade de classe. É o seu caso, Empregador do Comércio associado à FECOMÉRCIO-DF. A Qualicorp é líder nesse mercado e trabalha para você ter cada vez mais acesso à saúde de qualidade. Confira. As mais conceituadas operadoras de saúde do Brasil. 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Os preços e as redes estão sujeitos a alterações, por parte das respectivas operadoras de saúde, respeitadas as disposições contratuais e legais (Lei nº 9.656/98). Condições contratuais disponíveis para análise. Fevereiro/2015. Revista Fecomércio DF 1 3 registradora [email protected] Fecomércio apoia campanha em prol das crianças A Fecomércio-DF apoiou a campanha da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República (SDH/PR) de incentivo à doação de parte do Imposto de Renda ao Fundo Nacional para a Criança e o Adolescente (FNCA). A doação pode ser feita até 30 de abril, através do Programa Gerador da Declaração de Ajuste Anual e gera uma redução no valor do imposto a pagar ou aumento na restituição. Na opinião do presidente da Fecomércio-DF, Adelmir Santana, ações que visam auxiliar crianças e adolescentes em estado de vulnerabilidade social devem ser apoiadas e incentivadas. Bastidores O plano de transferir a capital para o centro do Brasil teve a participação de uma equipe que seguia a mesma corrente ideológica – o socialismo. Brasília foi planejada para não ter cercas que fechassem as escolas, parques, prédios e blocos. Não à toa, o avô do paisagista escolhido para embelezar a nova capital, Burle Marx, era primo do intelectual alemão Karl Marx. Errata Na última edição, na coluna Direito no Trabalho, onde se lê “quanto mais velho, menor a duração do pagamento do benefício”, na verdade é “quanto mais novo”. @fecomerciodf 4 Revista Fecomércio DF #bemmaissimplesBrasil Esta novidade é para os empresários que precisam fechar uma empresa: o projeto Bem Mais Simples Brasil, lançado em fevereiro, pelo Governo Federal. Ele garante ser possível dar início a um processo mais simples de fechamento. Para isso, basta um cadastro no Portal Empresa Simples (www.empresasimples.gov.br), o Número de Identificação do Registro de Empresas (NIRE) e o CNPJ da empresa a ser baixada, pelo titular (se for Empresário Individual ou Empresário Individual com Responsabilidade Limitada) ou sócio (se for uma Limitada). O DF serviu de teste para aplicação do piloto do projeto e segundo o ministro da Secretaria da Micro e Pequena Empresa, Guilherme Afif, em breve também será pioneiro na implementação de abertura de empresas de forma mais rápida. O objetivo é que passe de 83 para cinco dias. “No DF já foram fechadas mais de mil empresas desde outubro do ano passado”, explicou o ministro. /fecomerciodf fecomerciodf.com.br COORDENADOR DE COMUNICAÇÃO DO SISTEMA FECOMÉRCIO-DF Diego Recena REVISTA FECOMÉRCIO Diretor de Redação: Diego Recena Editora-Chefe: Taís Rocha Editora Senac: Ana Paula Gontijo Editor Sesc: Marcus César Alencar Editor de Fotografia: Cristiano Costa Fotógrafo: Raphael Carmona Repórteres: Andrea Ventura, Daniel Alcântara, Fabíola Souza, Luciana Corrêa, Liliam Rezende, Sacha Bourdette e Sílvia Melo Projeto Gráfico Gustavo Pinto e Anderson Ribeiro Diagramação: Gustavo Pinto Capa: Gustavo Pinto Revisora: Fátima Loppi Impressão: Ediouro Gráfica Tiragem: 60 mil exemplares REDAÇÃO SCS, Quadra 6, bl. A, Ed. Jessé Freire, 5º andar - Brasília - DF - 70.306-908 (61) 3038-7527 CONTATO COMERCIAL Joaquim Barroncas – (61) 3328.8046 [email protected] 32 Brasília reinventada É crescente o número de eventos que aproveitam as largas avenidas da cidade e são realizados a céu aberto Cristiano Costa Cristiano Costa abril 2015 8 Entrevista Hélio Doyle Artigos 18 Economia Raul Velloso 45 Doses Econômicas Geovana Lorena Bertussi 50 Agenda Fiscal Adriano Marrocos 54 Direito no Trabalho Raquel Corazza Colunas 30 Serviços em alta Brasília oferece de conserto de malas e brinquedos a tingimento de jeans 42 16 Gastronomix Rodrigo Caetano 22 Gente Silvia Melo 26 Vitrine Taís Rocha 56 Tecnologia Jens Schriver e Maximo Migliari Seções 25 Empresário do Mês Histórias do comércio 52 Caso de Sucesso Quatro pioneiros contam de que modo mantêm seus negócios ainda atuais 62 Pesquisa Conjuntural 66 Pesquisa Relâmpago Revista Fecomércio DF 5 CONSELHO CONSULTIVO Conselheiro Presidente Alberto Salvatore Giovani Vilardo Conselheiros Antônio José Matias de Sousa Jose Djalma Silva Bandeira Laudenor de Souza Limeira Luiz Carlos Garcia Mitri Moufarrege Rogerio Torkaski DIRETORIA (TITULARES) Presidente Adelmir Araujo Santana 1º Vice-presidente Miguel Setembrino Emery de Carvalho 2º Vice-presidente Francisco Maia Farias 3º Vice-presidente Fábio de Carvalho VICE-PRESIDENTES Antonio Tadeu Peron Carlos Hiram Bentes David Edy Elly Bender Kohnert Seidler Francisco das Chagas Almeida José Geraldo Dias Pimentel Glauco Oliveira Santana Tallal Ahmad Ismail Abu Allan DIRETORES-SECRETÁRIOS Vice-Presidente-Administrativo José Aparecido da Costa Freire 2º Diretor-Secretário Hamilton Cesar Junqueira Guimarães 3º Diretor-Secretário Roger Benac DIRETORES TESOUREIROS Vice-Presidente-Financeiro Paolo Orlando Piacesi 2º Diretor-Tesoureiro Joaquim Pereira dos Santos 3º Diretor-Tesoureiro Charles Dickens Azara Amaral DIRETORES ADJUNTOS: Hélio Queiroz da Silva Diocesmar Felipe de Faria Francisco Valdenir Machado Elias DIRETORES SUPLENTES: Alexandre Augusto Bitencourt Ana Alice de Souza Antonio Carlos Aguiar Clarice Valente Aragão Edson de Castro Elaine Furtado Erico Cagali Fernando Bezerra Francisco Messias Vasconcelos Francisco Sávio de Oliveira Geraldo Cesar de Araújo Jó Rufino Alves Jose Fagundes Maia Jose Fernando Ferreira da Silva Luiz Alberto Cruz de Moraes Milton Carlos da Silva Miguel Soares Neto Roberto Gomide Castanheira Sérgio Lúcio Silva Andrade Sulivan Pedro Covre CONSELHO FISCAL: Titulares: Alexandre Machado Costa Benjamin Rodrigues dos Santos Raul Carlos da Cunha Neto Suplentes: Antônio Fernandes de Sousa Filho Maria Auxiliadora Montandon de Macedo Henrique Pizzolante Cartaxo DELEGADOS REPRESENTANTES JUNTO À CNC Delegados Titulares 1- Adelmir Araujo Santana 2- Rogerio Torkaski Delegados Suplentes: 1 - Antônio José Matias de Sousa 2 - Mitri Moufarrege DIRETOR REGIONAL DO SESC José Roberto Sfair Macedo DIRETOR REGIONAL DO SENAC Luiz Otávio da Justa Neves DIRETOR DE ÁREA DE COMBUSTÍVEIS José Carlos Ulhôa Fonseca SUPERINTENDENTE DA FECOMÉRCIO João Vicente Feijão Neto DIRETOR DA ÁREA DE HOTÉIS, BARES, RESTAURANTES E SIMILARES Clayton Faria Machado DIRETORA-EXECUTIVA DO INSTITUTO FECOMÉRCIO Elizabet Garcia Campos SINDICATOS FILIADOS Sindicato do Comércio Atacadista de Álcool e Bebidas em Geral do DF (Scaab) • Sindicato das Empresas de Compra, Venda, Locação e Administração de Imóveis Residenciais e Comerciais do DF (Secovi) • Sindicato dos Salões de Barbeiros, Cabeleireiros, Profissionais Autônomos na Área de Beleza e Institutos de Beleza para Homens e Senhoras do DF (Sincaab) • Sindicato do Comércio Varejista de Produtos Farmacêuticos do DF (Sincofarma) • Sindicato das Auto e Moto Escolas e Centros de Formação de Condutores Classes “A”, “B” e “AB” do DF (Sindauto) • Sindicato das Empresas de Representações, dos Agentes Comerciais Distribuidores, Representantes e Agentes Comerciais Autônomos do DF (Sindercom) • Sindicato das Empresas de Serviços de Informática do DF (Sindesei) • Sindicato das Empresas de Promoção, Organização, Produção e Montagem de Feiras, Congressos e Eventos do DF (Sindeventos) • Sindicato das Empresas Videolocadoras do DF (Sindevídeo) • Sindicato do Comércio Atacadista do DF (Sindiatacadista) • Sindicato do Comércio Varejista de Automóveis e Acessórios do DF (Sindiauto) • Sindicato de Condomínios Residenciais e Comerciais do DF (Sindicondomínio) • Sindicato do Comércio Varejista dos Feirantes do DF (Sindifeira) • Sindicato do Comércio Varejista de Carnes Frescas, Gêneros Alimentícios, Frutas, Verduras, Flores e Plantas de Brasília (Sindigêneros) • Sindicato dos Laboratórios de Pesquisas e Análises Clínicas do DF (Sindilab) • Sindicato das Empresas Locadoras de Veículos Automotores do DF (Sindiloc) • Sindicato das Empresas de Loterias, Comissários e Consignatários e de Produtos Assemelhados do DF (Sindiloterias) • Sindicato do Comércio Varejista de Materiais de Construção do DF (Sindmac) • Sindicato do Comércio de Material Óptico e Fotográfico do DF (Sindióptica)• Sindicato do Comércio Varejista de Material de Escritório, Papelaria e Livraria do DF (Sindpel) • Sindicato dos Supermercados do DF (Sindsuper) • Sindicato do Comércio de Vendedores Ambulantes do DF (Sindvamb) • Sindicato do Comércio Varejista do DF (Sindivarejista) • Sindicato dos Fotógrafos e Cinegrafistas Profissionais Autônomos do DF (Sinfoc) • Sindicato das Empresas Locadoras de Veículos Automotores do DF (Sindloc) • Sindicato das Empresas de Sistemas Eletrônicos de Segurança do Distrito Federal (Siese) SINDICATO ASSOCIADOS Sindicato de Hotéis, Restaurantes, Bares e Similares de Brasília (Sindhobar) • Sindicato do Comércio Varejista de Combustíveis e de Lubrificantes do DF (Sindicombustíveis) SCS Qd. 6, Bl. A, Ed. Newton Rossi – 5º e 6º andares – Brasília -DF – 70306-911 – (61) 3038-7500 6 Revista Fecomércio DF editorial Capital da esperança No início, a capital profetizada por Dom Bosco e idealizada por Juscelino Kubitschek, era chamada de Capital da Esperança. Era onde, nascidos em todos os estados brasileiros, iam buscar novas chances de trabalho, oportunidades de vida. Na imensidão do Planalto Central, o destino certo era a Cidade Livre (atual Núcleo Bandeirante), a Candangolândia ou a Vila Planalto. O objetivo era construir, a partir de croquis de Oscar Niemeyer e de Lúcio Costa, uma cidade inteira, capaz de receber toda a estrutura governamental vinda do Rio de Janeiro e, além disso, abrigar aqueles que aqui nascessem: os brasilienses. São muitos aqueles que, assim como eu fiz em 1964, venceram o receio de se aventurar, saíram de sua cidade natal para tentar a vida no Cerrado, aqui se estabeleceram e fazem de Brasília sua cidade de coração. Com o passar do tempo, sua essência modernista virou sinônimo de cinza e concreto, e muitas vezes, erroneamente, associada a eventos de corrupção. Mas não há um filho da cidade que não se ofenda quando ela é comparada à morada de corruptos. E eis que agora, quando Brasília completa 55 anos, convivemos com novos pioneiros – jovens que assim como os candangos, se aventuram nas avenidas largas e nos grandes espaços arborizados para revisitar a cidade. Realizam feiras ao ar livre, promovem grandes eventos gastronômicos, redescobrem rotas turísticas nunca antes observadas, enfim. Fazem do “viver”em Bra- sília tarefa agradável ao olhar, ao paladar, aos sentidos. São, entre outros, empresários que investem na economia criativa, naquilo que é genuinamente local. Nesta edição da Revista Fecomércio-DF trazemos sete pessoas que estão mudando a forma de ver a capital e descobrindo novas experiências por meio da ocupação dos espaços públicos. De acordo com a Agefis, somente neste ano, foram realizados 235 eventos, uma média 130 por mês. Como presidente da Federação do Comércio do DF, considero importante lembrar que a nossa instituição apoia o que é feito dentro da lei e o que pode vislumbrar benefícios para os empresários e para a sociedade. Seguir o que determinam os órgãos públicos é fundamental. Dessa maneira, nos resta celebrar o que Brasília tem de melhor: a força de suas origens, a criatividade de seus filhos e a felicidade de fazer parte dos 55 anos da cidade que tanto amamos. São muitos aqueles que, assim como eu fiz em 1964, venceram o receio de se aventurar, saíram de sua cidade natal para tentar a vida no Cerrado, aqui se estabeleceram e fazem de Brasília sua cidade de coração Adelmir Santana Presidente do Sistema Fecomércio-DF: Fecomércio, Sesc, Senac e Instituto Fecomércio Revista Fecomércio DF 7 entrevista Em busca de soluções //Por Diego Recena e Taís Rocha Fotos: Cristiano Costa Mestre em Comunicação pela Universidade de Brasília (UnB), a experiência política do jornalista Hélio Doyle é tão vasta quanto seu currículo. Ao longo de sua carreira, dirigiu as principais redações da imprensa brasileira, trabalhou em campanhas do DEM às do PCdoB, administrou crises e foi conselheiro dos principais políticos da cidade. Como militante de esquerda, lutou contra a ditadura e ajudou a fundar o PT no DF. Após coordenar os trabalhos que levaram à eleição de Rodrigo Rollemberg, é hoje um dos principais secretários do governo. Como secretário-chefe da Casa Civil, qual a sua avaliação sobre o governo do Distrito Federal hoje e, em termos de gestão pública, o que pode ser resolvido ainda neste primeiro ano? Esse primeiro ano será de acerto nas contas, pois pegamos o governo com um grande déficit. Temos uma folha salarial alta, principalmente com os reajustes que foram concedidos nos anos anteriores e que ainda repercutem. Tenho a convicção de que em 2015 e 2016 terminaremos o ano com um déficit ainda elevado. Então, para que isso não aconteça, temos que fazer um trabalho extenso de corte de despesas e aumento de receitas. Aumentar a receita não é fácil porque nem o País, nem a cidade estão em um bom momento em termos econômicos. Todas as tentativas de aumento de tributos têm uma repercussão negativa perante a sociedade, porque a carga tributária já é muito alta. Mas existem outros meios, que nem sempre dão o mesmo resultado ou com a rapidez necessária. De qualquer maneira, temos em mente a necessidade de aumentar as receitas. Em relação aos gastos, temos feito vários cortes. Há números expressivos, mas há ainda muito a ser feito. Temos plena consciência de que o corte de despesas tem que ser maior do que já foi feito. Essa situação deve ser contornada em um ano e meio. Só então teremos mais folga para pensar os projetos futuros. Sabemos que se os projetos não começarem a ser colocados em prática neste prazo, eles não darão resultado. Poderia citar alguns desses projetos? Pretendemos, por exemplo, fazer uma linha ferroviária para Águas Lindas (GO). Temos plena consciência de que essa não é uma obra para esse mandato, mas ela tem que começar, com projetos, estudos de viabilidade. Isso leva tempo. É preciso começar imediatamente. O BRT, que ligará Brasília até Planaltina, e, futuramente, até Formosa (GO), também é outro projeto. Esse é relativamente rápido, pois envolve a ampliação da pista, a compra de ônibus certos. Já demos início a uma série de projetos estruturantes, assim como projetos mais pontuais para início imediato. Não podemos fazer investimentos com a fonte de recursos próprios, então teremos que obter recursos fora, como o que obtivemos recentemente do Banco do Brasil, de R$ 500 milhões, com o qual vamos fazer obras na área de saneamento, mobilidade, dar continuidade a obras inacabadas, movimentar a economia e apresentar resultados para a população. Temos que buscar recursos – de operações de crédito internacionais, nacionais, multilaterais –, e estamos estudando como trabalhar com a iniciativa privada e com o terceiro setor. Seria no sentido de Parcerias Público-Privadas? A função do Estado é prestar serviço para a população, principalmente para a mais necessitada, que usa o serviço de saúde, o transporte público, frequenta a escola gratuita. Temos que atendê-los. Pela questão financeira, o Estado não tem capacidade financeira de investimento. Ele precisa suprir essa capacidade onde há recursos. Ou seja, na iniciativa privada, nos organismos financeiros, sejam bancos nacionais, internacionais ou entidades multilaterais, como BID, BIRD, o que inclui PPPs e concessões de serviços públicos. Elas têm que ser bem reguladas e fiscalizadas – que é um problema do Estado hoje. Queremos fazer uma reforma no sentido de que o Estado trabalhe para essa finalidade. Fiscalizando bem, há ordem social, entidades privadas prestando serviços. O caminho que temos é esse. Há também o PAC, obras de interesse federal no DF, e aí entram no orçamento da União. Embora este ano seja de ajuste, não podemos ficar parados. Outra coisa é garantir a manutenção da cidade, como buracos, lixo, mato, saneamento. Um projeto já em andamento é o Águas de Brasília, que consiste em drenagem, limpeza das redes pluviais e construção de outras redes para acabar com as inundações. Não descartamos, ainda, um projeto de PPP para administração do Estádio Nacional Mané Garrincha e todo o complexo esportivo, por exemplo. Como trabalhar com PPPs diante de um cenário no qual a maioria das empreiteiras do País está envolvida na Operação Lava-Jato? Sim, mas há muitas outras empreiteiras não envolvidas nesse escândalo. Há também as pequenas e médias que precisam descobrir o caminho do consórcio. Outra oportunidade de concorrência e barateamento de preços é a entrada de empreiteiras estrangeiras. Há sempre uma alternativa para quem quer executar as obras. O setor produtivo, de uma forma geral, se manifestou favorável às medidas de corte de gastos e enxugamento da máquina anunciadas no Pacto por Brasília, mas reclamou do aumento dos impostos. Tendo em vista que alguns projetos já foram aprovados pela Câmara Legislativa, ainda há espaço para discussão dessas medidas? A Câmara já aprovou algumas coisas que estão consolidadas. Outras o governo retirou, como o reajuste do IPTU, que analisaremos se voltará ou não. O governador sempre conta que as pessoas chegam para ele e dizem que precisamos colocar as contas em ordem, mas nada de aumentar imposto. Mas qual é a solução? Por isso falamos em pacto. Ou seja, é para que todos entendam. Grande parte das pessoas ainda não entendeu a gravidade da situação, inclusive gente de dentro do governo, que continua querendo gastar como se estivesse tudo bem. Estamos buscando soluções em conjunto. Esse mecanismo não é fácil, pois sempre há alguém dizendo que não foi consultado. Quando o pacto foi lançado, aquilo era o início do debate, o governo não impôs nada. A ideia do pacto é que todos tenham uma cota de perda. O governo estudar Revista Fecomércio DF 9 outras medidas ainda está em aberto. Sugestões estão abertas. Uma das promessas de campanha foi dar ênfase à transparência. O governo já reinstituiu o Conselho de Transparência e Controle Social do DF. O que mais será feito? O Portal da Transparência está sendo aperfeiçoado de maneira que sua linguagem seja entendida pelas pessoas. Isso é complicado pela própria dificuldade em acessar os dados, uma vez que a estrutura do governo é extremamente frágil em termos de informação, de dados. Com um sistema antiquado, a informação chega com dificuldades e, em alguns lugares, é tudo feito quase manualmente. Na Secretaria de Fazenda, o pessoal se assustou quando chegou, por todas essas dificuldades. A primeira coisa é termos a informação. E depois, tratar essas informações para que elas sejam acessíveis ao cidadão comum. A intenção do governador é assim que as ações ocorrerem, entrarem automaticamente nesse site, com relação a compras, contratos, tudo de maneira transparente. Primeiro, porque é uma obrigação do governo; segundo, porque é uma defesa para nós. O nosso discurso fica facilitado pela nossa transparência. Durante a campanha também se falou muito em reduzir a burocracia em todos os níveis. O governador já assinou um acordo para implementar no DF a Rede Nacional para a Simplificação do Registro e da Legalização de Empresas e Negócios. Também criou um grupo de trabalho para simplificar a emissão dos 10 Revista Fecomércio DF alvarás. Quando a sociedade pode esperar uma mudança nessa área e quais os obstáculos? A máquina do governo local foi se consolidando em cima de erros e vícios sedimentados ao longo do tempo. Por que temos tantos cargos em comissão, por exemplo? Porque é uma maneira de se abrigarem apadrinhados políticos. Até pouco tempo não havia concursos públicos no DF. Aí começam as dicotomias: o servidor de carreira age como um burocrata, que está ali para cumprir o horário. A burocracia nunca foi combatida no GDF, porque ela é boa. Cria as dificuldades que depois são manipuladas. As mudanças levam tempo. Hoje, há secretarias com quase todos os cargos em comissão. Se formos tirar todos os comissionados, o local pára de funcionar. Muitas vezes é o comissionado quem mais trabalha. Acabar com isso, fazer uma estrutura mais enxuta, leva tempo, mas será feito. A ideia é modernizar todos os processos, simplificar, deixar de ter exigências excessivas. Queremos inverter o raciocínio de que todo cidadão é suspeito até que provem o contrário, e fazer com que todo cidadão seja honesto até que provem o contrário. Havendo a prova em contrário, ele paga por isso. No que se refere ao relacionamento com outros poderes, tanto o MPDFT quanto a Câmara Legislativa já anunciaram que, apesar de independentes, pretendem manter um diálogo aberto com o governo. O senhor também os vê como aliados? Como tem sido o trato com esses órgãos? Essa foi uma decisão do governador ainda na transição. Ele recomendou a toda a equipe que procurasse o MPDFT, o TCU, o TCDF, e estabelecesse boas relações e parasse de tratar como se eles fossem adversários. Na verdade, respeitadas as prerrogativas de cada lado, tratálos como aliados no mesmo objetivo. Não quer dizer que concordamos com tudo o que eles fazem, mas partimos do princípio de que eles estão fazendo o que consideram certo, sem querer apenas prejudicar o governo. Ouviremos o que eles estão propondo. Isso levou, por exemplo, à assinatura de um acordo com o MP para liberar 30 metros na orla do Lago. É uma decisão judicial e há um entendimento nosso de que é preciso fazer, do ponto de vista da cidadania, e porque há um risco ambiental. Quando o MP determinou que a Fórmula Indy fosse anulada, respeitamos a decisão dele, demos uma interrompida, esperando a decisão judicial. Acatamos uma notificação e não desacatamos o MP. O mesmo está ocorrendo com os salários. O MP disse que os reajustes eram inconstitucionais. Vamos negociar, caso seja necessário. Tudo é negociável com base nas decisões judiciais. Como o governo irá lidar com a questão da terra, no que se refere à regularização dos condomínios, a parcelamentos irregulares e ao Morar Bem? A nossa proposta é não permitir novas invasões. Temos feito retiradas e derrubadas. A ideia é regularizar, dentro da legislação, tudo o que for possível regularizar e impedir novas ocupações. Estamos estudando as áreas públicas ocupadas por particulares, tanto no comércio quanto nas residências. Aquela decisão dos “puxadinhos” está sendo estudada, porque se mostrou inviável. Não adianta ter uma decisão inviável. É preciso estabelecer algo viável, para que o comerciante não tenha prejuízo, para que sejam reconhecidas situações boas para a população. No caso dos puxadinhos, a Agefis está aguardando uma decisão que a Secretaria de Gestão do Território e Habitação apresentará ao governador. A Agefis do passado era muito criticada por uma discricionariedade, pela extorsão. Hoje isso não está ocorrendo mais. Em relação às áreas públicas ocupadas por residências, também poderão ser regularizadas não como propriedade, mas como concessão. Pretendemos mudar essa cultura da invasão, típica de Brasília. Antes da campanha política, o senhor foi um dos idealizadores e participantes do projeto Brasília 2015, promovido pela Fecomércio. Muitos especialistas ouvidos no programa afirmaram que a solução para Brasília está em desenvolver o Entorno. Essa é uma visão compartilhada pelo governo? Temos plena convicção de que não podemos pensar o planejamento do DF sem levar em consideração a área metropolitana. Todo o planejamento urbano, de desenvolvimento econômico, de mobilidade, passa pelos municípios vizinhos. Recentemente foi publicado o Estatuto da Metrópole, que propõe o que o senador Adelmir Santana propunha lá no passado, de que se criem regiões metropolitanas em municípios de estados diferentes. A partir daí, poderemos ter uma região metropolitana com uma estrutura clara de comando. Será possível pensar soluções de maneira integrada. Afinal, os problemas do Entorno acabam refletindo no DF. Outra proposta criada na campanha e que já foi apresentada ao governador de Goiás, Marconi Perillo, é criar uma Agência de Desenvolvimento da Área Metropolitana, com participação dos dois estados, que pensasse de uma maneira unificada o desenvolvimento do Entorno em todas as áreas. Um tema que também está muito relacionado com isso é a questão da mobilidade urbana. O que é possível fazer nessa área em termos concretos? Estacionamentos pagos são, com certeza, algo que faremos. Brasília talvez seja a única cidade que não tem estacionamentos pagos. Pretendemos trabalhar um projeto de estacionamentos pagos que irá melhorar o centro da cidade porque queremos associar o estacionamento de superfície com o subterrâneo. Uma política de desestímulo ao carro, na medida em que haverá uma melhoria do transporte coletivo. Há muitos projetos nesse sentido. O grande esforço será captar os recursos para torná-los viáveis. Por fim, o senhor foi secretário de Governo na gestão de Cristovam Buarque e secretário de Articulação Institucional no segundo governo de Joaquim Roriz. O que traz de aprendizado dessas experiências com gestores tão diferentes? Em cada uma, aprendi um pouco. Três estilos muito diferentes e três momentos diferentes da minha vida. A minha vivência e a minha paciência diante das coisas é bem diferente. Considero um acúmulo de conhecimento. Vejo que no governo Cristovam, por exemplo, havia muita inexperiência, não só pela idade, mas pelo fato de ser a primeira vez que várias daquelas pessoas chegavam ao governo, mas também pelo fato de que o PT não tinha acúmulo de governo estadual. Vamos somando as diferenças. Uma vantagem nisso é que hoje eu posso dizer que conheço duas vertentes importantes da política brasiliense, o “rorizismo” e o “petismo”. A função do Estado é prestar serviço para a população, principalmente para a mais necessitada, que usa o serviço de saúde, o transporte público, frequenta a escola gratuita. Temos que atendê-los Revista Fecomércio DF 11 legislação Cerco fechado à bebida //Por Fabíola Souza Fotos: Cristiano Costa Projeto de Lei criminaliza venda de bebida alcóolica para menores de idade. Setor de supermercados sugere maior rigor na fiscalização 12 Revista Fecomércio DF C riminalizar a venda de bebida alcoólica para menores de 18 anos com pena para quem descumprir a norma, com detenção de dois a quatro anos, além de multa que varia de R$ 3 mil a R$ 10 mil. Esse é o assunto do Projeto de Lei (PL) 508/2011 que altera o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) de 1990. Com o PL, passará a ser crime vender, fornecer, servir, ministrar ou entregar bebida alcoólica a criança ou a adolescente. Poderá também haver interdição do estabelecimento comercial até que ocorra o recolhimento da multa aplicada. O texto foi sancionado pela presidente Dilma Rousseff no mês de março e já está em vigor. Antes, a venda de bebida alcoólica a menores era considerada apenas uma contravenção penal, com pena de dois meses a um ano de prisão ou multa, de acordo com o entendimento do Superior Tribunal de Justiça (STJ). Para o empresário, Anderson Cardoso, proprietário da Distribui- DETENÇÃO DE DOIS A QUATRO ANOS, ALÉM DE MULTA QUE VARIA DE R$ 3 MIL A R$ 10 MIL dora de Bebidas da 116 Norte, a lei será benéfica para a sociedade, pois para ele, o álcool normalmente é adquirido facilmente pelos menores e é a porta de entrada para outros vícios. “Eu nunca vendi bebidas alcoólicas para menores. Faço questão de sempre pedir os documentos para comprovar a idade. Sou pai e não gostaria que vendessem bebidas alcoólicas para o meu filho”, aponta Cardoso. A fiscalização para essa prática continuará sendo a já existente. Por meio dos Conselhos Tutelares, Delegacia Especializada de Pro- teção à Criança e ao Adolescente, Ministério Público, além das polícias Militar e Civil. Qualquer cidadão também poderá denunciar, caso veja alguma irregularidade. A lei não é especifica apenas para empreendimentos comerciais, mas também é válida para qualquer pessoa que vender, fornecer, servir, ministrar ou entregar, ainda que gratuitamente, de qualquer forma, à criança ou ao adolescente, bebida alcoólica ou, sem justa causa, outros produtos cujos componentes possam causar dependência física ou psíquica. De acordo com o senador Humberto Costa (PT/PE), autor do PL, essa medida é de extrema importância, uma vez que os jovens têm acesso ao uso da bebida alcoólica cada vez mais cedo e sofrem as consequências sociais do vício, como o aumento da violência. “Entendemos que isso é um apoio importante para as próprias famílias, que, muitas vezes, veem seus filhos saírem para uma festa, e não sabem se eles estão fazendo uso, muitas vezes abusivo, da bebida alcoólica. Os proprietários de bares e restaurantes terão que fazer o que se faz nos Estados Unidos: nenhum jovem tem acesso a um bar sem que ele apresente a carteira de identidade.” O senador destaca, ainda, que a vigência da lei será, inclusive, no ambiente privado. “Pais e responsáveis, amigos ou parentes que, muitas vezes, acham engraçado dar um copo de cerveja a uma criança poderão ser enquadrados nessa legislação”, aponta. O presidente do Sindicato dos Supermercados do Distrito Federal (Sindsuper-DF), Antonio Tadeu Perón, afirma que a lei que determina a proibição da venda de bebidas alcoólicas para menores de idade já é respeitada pelo setor. Por isso, acredita não ser necessário o aumento da punição para o empresariado. “Já cumprimos essa determinação. Na maioria das vezes, quem oferece e compra a bebida para o menor é uma pessoa maior de 18 anos. Então é capaz dos jovens continuarem burlando a legislação”, diz Perón. Para ele, os comerciantes já controlam a venda de bebidas para o menor de idade e com essa nova lei irão assumir mais responsabilidades, mesmo não sendo os motivadores para o consumo desenfreado dos jovens com o álcool. Perón acredita que, em vez de mudar a lei, deveria haver mais fiscalização por parte dos órgãos responsáveis, pois só assim diminuiriam os casos de consumo de bebidas alcoólicas por menores de 18 anos. “Nunca vendi bebidas alcoólicas para menores. Faço questão de sempre pedir os documentos para comprovar a idade. Sou pai e não gostaria que vendessem bebidas alcoólicas para o meu filho” Anderson Cardoso Dono de Distribuidora Revista Fecomércio DF 13 tombamento Longe de uma solução //Por Por Daniel Alcântara Fotos: Cristiano Costa Apesar do prazo de adequação perante a lei estar próximo, a questão dos puxadinhos ainda é um imbróglio tanto para o governo quanto para os comerciantes A pós quatro prorrogações, o prazo para a regularização da lei das ampliações dos comércios locais da Asa Sul, os “puxadinhos”, termina no dia 30 de abril. A Lei Complementar nº 766, aprovada em 20 de junho de 2008, se arrasta há sete anos, com reclamações recorrentes dos empresários e omissão do Estado. Até agora, apenas 10 comércios se regularizaram. De acordo com estimativa do Tribunal de Justiça do DF, existem 2.313 estabelecimentos comerciais na Asa Sul, dos quais 1.434 (62% do total) ocupam irregularmente área pública. O empresário que não se adequar à lei poderá ter a área avançada demolida ou arcar com uma multa de R$ 1 mil por dia. Para o presidente da Fecomércio-DF, Adelmir Santana, o problema dos puxadinhos vem desde a criação da cidade. “Brasília foi feita com um Setor Comercial para atender às quadras, mas isso tudo foi modi- 14 Revista Fecomércio DF ficado pelo próprio crescimento da capital, o que resultou nas irregularidades”, afirma. Adelmir lembra que o Estado foi conivente e deixou as empresas ampliarem seus comércios de forma incorreta. Na tentativa de uma solução, foi feita uma lei para atender aos empresários, mas surgiram dificuldades na aprovação dos projetos e até hoje poucos conseguiram atender às exigências, após quatro prorrogações da lei. “Temos que encontrar um caminho. Cabe aos poderes constituídos encontrar esse caminho”, ressalta Adelmir. A presidente da Associação Empresarial dos Lojistas do DF, Lúcia Ottoni, acompanha a questão há anos. Na opinião dela, uma lei que não consegue ser implementada apresenta sérios problemas e precisa ser mais bem estudada. “Temos vários empecilhos. O primeiro deles é a morosidade do Estado e o excesso de burocracia para regularizar os comércios”, explica. “Segundo a lei, o empresário pode avançar seis metros a partir do fundo da loja. Porém, a CEB e a Caesb não oferecem a estrutura para a reforma. Ficamos anos negociando com esses órgãos, mas não houve um interesse para fazer o remanejamento. Simplesmente nunca tivemos o retorno necessário”, completa Lúcia. Ela afirma ainda que os empresários não querem mais uma prorrogação da lei e sim que as normas sejam revistas. Porém, se nada for feito, será necessário adiar novamente. “Temos vários empecilhos. O primeiro deles é a morosidade do Estado e o excesso de burocracia para regularizar os comércios” Lúcia Ottoni presidente da Associação Empresarial dos Lojistas do DF “Na gestão passada ninguém era ouvido. O atual governo já se mostrou preocupado com a situação e tivemos reuniões que foram produtivas”, afirma Lúcia. DIÁLOGO ABERTO De acordo com a diretora-presidente da Agência de Fiscalização do DF (Agefis), Bruna Pinheiro, até o dia 30 de abril, data-limite para regularização, a agência não emitirá nenhuma penalidade mais grave. Porém, após essa data, adotará as ações cabíveis. De acordo com ela, “obras novas não serão toleradas”. Ela ainda ressalta que a primeira atitude da Agefis não é a demolição. “Há duas vertentes: a primeira é para os puxadinhos que estão adequados aos parâmetros da lei. Sendo assim, eles serão tratados de uma maneria específica. Porém, a segunda vertente é a dos puxadinhos que não se adequam aos parâmetros da lei. Aos que se adaptam, os proprietários são notificados, multados e intimados a demolir. Para as outras situações, a lei nos permite agir direto com multa e intimação demolitória. Ou seja, a ação de demolição é a última instância.” A Agefis lembra que outro problema grave é a “favelização” dos fundos dos comércios. “Cada um ocupa de uma maneira diferente, com materiais diferentes e muitas vezes são mal cuidados, sujos e velhos. Os puxadinhos que ficam nos fundos dos comércios, na verdade, ficam de frente aos prédios residenciais. O principal mal é essas invasões ferirem o tombamento da cidade. A lei veio para padronizar esse tipo de utilização”, completa Bruna. O secretário adjunto de Relações Institucionais e Sociais do DF, Manoel Alexandre, explica que o governo está examinando o que fazer em relação a essa questão. “Nós já tivemos várias reuniões com o segmento empresarial para estudar essa matéria, pois poucos empreendimentos se adequaram à lei. É uma situação que merece um estudo adequado pela proximidade do prazo, fixado em 30 de abril”, explica. “A orientação é buscar as melhores alternativas possíveis, além de examinar o decreto que regulamentou essa lei. Também estamos analisando a possibilidade de propor algumas alterações dos normativos, ou uma mudança no próprio decreto”, disse o subsecretário, que também enfatiza o desejo do GDF encontrar uma solução que convirja os interesses e que respeite o patrimônio da cidade. Especialista no assunto, a sócia e advogada da Veloso de Melo Advogados, Sueny Almeida, garante que a principal reclamação de seus clientes – que incluem mais de cem comerciantes e a Associação Comercial do DF - é a falta de segurança jurídica. “O uso da área pública no DF por esses comerciantes tem sido objeto de inúmeros debates e audiências públicas, e é tratada de forma inconstante pelo governo. Não há uma política de Estado, mas sim uma política de governo, que se altera a cada governador eleito, gerando enorme insegurança jurídica às sociedades empresárias instaladas nesses locais, que, em sua grande maioria, são empresas de pequeno porte”, ressalta Sueny. De acordo com ela, “a realidade é que todos os comerciantes instalados no Plano Piloto, apesar de possuírem alvará de funcionamento e autorização de uso da área pública, inclusive, pagando por este uso em alguns casos, estão desprotegidos e ameaçados de intervenção pública, inclusive de demolição de seus negócios”. ENTENDA A LEI A Lei Complementar nº 766, de 19 de junho de 2008, dispõe sobre a legalidade dos puxadinhos por meio de concessão de uso. A medida autoriza os donos de lojas ocuparem até 6m de área pública na parte detrás dos comércios. A calçada frontal, no entanto, não pode ser invadida com nenhum tipo de mobiliário ou vedação. Já as lojas nas laterais, entre os blocos comerciais, poderão ocupar o espaço com mesas e cadeiras removíveis em uma faixa de até 2m de largura, paralelas às laterais dos prédios. A passagem de pedestres, nesse caso, também deve ficar livre para circulação, e precisa respeitar uma largura mínima de 2m. Móveis e outros separadores usados nessa situação só poderão ficar no local durante o horário de funcionamento do estabelecimento. Nas extremidades laterais, a ocupação de área pública será de 5m e de 3m. Todas as lojas do bloco deverão seguir o mesmo padrão, com projeto aprovado na Administração Regional de Brasília. A lei estabelece ainda que os proprietários e os ocupantes dos imóveis deverão construir uma calçada de 1,5m de largura na fachada posterior da área comercial para demarcar o limite máximo de ocupação da área pública. Revista Fecomércio DF 15 gastronomix http://bloggastronomix.blogspot.com Rodrigo Caetano [email protected] Jornalista e blogueiro www.facebook.com/sitegastronomix Bloco C aposta na modernidade da capital Fotos: Fabiano Neves O chef Marcelo Petrarca escolheu a 211 Sul para montar seu Bloco C. O nome do restaurante é uma homenagem a Brasília, cidade que o cozinheiro adotou aos 10 anos. A decoração da casa possui referências à arquitetura da capital – linhas retas, cobogós, Athos Bulcão e concreto. Petrarca aposta em um conceito de cozinha simples, sem deixar de lado toques mais modernos. Para abrir o apetite, a casa - com 80 lugares - sugere o Steak Tartare de Filé com batatas crocantes (R$ 38) e a Burrata Cremosa com passata de tomate (R$ 46). No almoço, de segunda a sábado, é sugerido um menu executivo: duas opções de pratos principais, salada e uma colher Viagens gastronômicas theshed-restaurant.com 16 Revista Fecomércio DF de mousse como sobremesa (R$ 46). No jantar, destacam-se o filé com rapadura ao molho rôti, com risoto de grana padano e rapadura (R$ 67) e o camarão com molho levemente picante e arroz cremoso de curry e manga (R$ 89). Entre as sobremesas, o famoso Churros de Banana com doce de leite caseiro (R$ 21). O Bloco C ainda conta com uma carta de drinks e uma adega com 150 rótulos. Bloco C 211 Sul, Bloco C, loja 17 (61) 3363-3062 Londres The Shed Ottolenghi No icônico bairro de Notting Hill, se esconde um restaurante com cara de fazenda, desde a arquitetura aos pratos servidos. A proposta do restaurante é que as pessoas dividam pequenas porções e, assim, experimentem de cinco a seis pratos, dependendo do estômago de cada um. É uma surpresa atrás da outra. Para um singelo café da manhã ou para um almoço ou jantar mais rebuscado. O chef israelense Yotam Ottolenghi capricha nos ingredientes e temperos para oferecer uma culinária saborosa e de qualidade. Ele tem atualmente três casas: duas com seu nome e outra chamada NOPI. Vale uma visita a cada uma delas. ottolenghi.co.uk 15 anos de Armazém do Ferreira É tempo de comemorar. E para a festa ficar gostosa, o Armazém do Ferreira agora vai funcionar de segunda a quinta para almoços. Sexta e sábado, com a tradicional feijoada carioca. A chef paulista, Márcia Fukelmann, foi a consultora contratada para montar os pratos. O almoço funcionará da seguinte forma: menu fechado com salada e prato principal como salada de quinoa com mix de folhas, legumes, ervas e limão e contrafilé à cavalo com arroz biro-biro e farofa de castanhas ou no formato de pratos-feitos, os famosos PFs, montados de acordo com o gosto do cliente. gastronômicas Felipe Menezes Pílulas De volta 1 Inaugurada em 1984, a Pizzaria San Marino reabriu sua portas após passar por reforma radical. Com mais de 30 sabores de pizza, o local aposta também nas massas clássicas a bons preços feitas com as receitas da família Meneguim, dona do estabelecimento. 209 Sul, Bloco A, loja 3 (61) 3443-5050 De volta 2 Para felicidade do público brasiliense que curte boa comida, o chef Simon Lau estará de volta com o restaurante Acquavit a partir de maio. Funcionará no Jardim Botânico com duas propostas diferentes: lanches e jantares tradicionais. Armazém do Ferreira 202 Norte, Bloco A, loja 1 (61) 3327-8342 Taypá lança cerveja própria O restaurante peruano Taypá fará algumas alterações no menu de comidas e drinks no mês de abril. Uma das boas novidades será o lançamento de uma cerveja própria. O chef, Marco Espinoza, preparou também nova entradinha: almôndegas de cordeiro com humus de quinoa, molho de pimenta-amarela e hortelã e mandioca crocante (R$ 59,90). Outro destaque é o ceviche de atum e lichia, com leite de tigre cremoso e pimentas com toques orientais (R$ 58,80). Para os vegetarianos, ensalada al wok feita com cogumelos, acelga, ervilhatorta, cenoura e aspargos salteados com azeite (R$ 47,90). Por último, uma de suas principais apostas: o Lechoncito, leitão desossado cozido por 14 horas no vácuo, servido com purê de milho e baunilha, batatas e alho-poró confitado (R$ 64,80). Taypá QI 17, Bloco G, Fashion Park, loja 208, Lago Sul (61) 3248-0403 Revista Fecomércio DF 17 artigo economia A via sacra de Levy 18 Revista Fecomércio DF de tudo isso, porque Levy parece ter respaldo e sabe o que deve fazer. Dilma não tem alternativa. Está pensando a partir de um instinto de sobrevivência. As contas públicas estão uma bagunça, e um momento de ajuste predatório e violento ajuda. É um quadro muito ruim, mas a gente esquece que já superamos no passado momentos muito parecidos. A economia é um grande paquiderme. Os níveis de desemprego continuam baixos e vão demorar a subir. PIB é coisa de economista. A população quer emprego e salário. A inflação incomoda, mas, hoje, a perda de popularidade tem muito a ver com corrupção e a Petrobras. No momento em que dados negativos de emprego aparecerem mais fortes, será possível vender a retomada e o médio prazo, sem ter de usar essa ladainha de que a economia internacional é hostil. Os resultados das concessões começarão a aparecer, haverá dinheiro de fora e os empresários vão olhar para o futuro. O câmbio corrigido ajudará a indústria. Mas o que eu realmente lamento mesmo é que jamais pensei que teria de vivenciar outra vez esse tipo de coisa. As contas públicas estão uma bagunça, e um momento de ajuste predatório e violento ajuda Raul Velloso Doutor em Economia pela Universidade de Yale (EE.UU). Atualmente é consultor econômico em Brasília Cristiano Costa Tendo participado, no governo, de vários esforços de ajuste em outras crises no passado recente, tenho apostado que é factível a meta de ajuste fiscal deste ano capitaneada pelo novo ministro da fazenda, Joaquim Levy. Ajustes sempre doem, mas quando se tornam imperiosos, infelizmente é preciso apoiá-los. Hoje, o preço a pagar por não cumprir a meta de superávit fiscal seria a perda do selo de “bom pagador”. Isso levaria a uma forte fuga de capitais, e, na sequência, maxidesvalorização da moeda, inflação e, no fim, juros mais altos e maior desemprego. Algumas medidas do pacote Levy vão passar no Congresso, outras não. As pessoas se esquecem de que o orçamento no Brasil não é impositivo. Isso significa que metade dele não é obrigatória e pode ser postergada. Dessa forma, ao final, o adiamento de gastos fechará a conta. Isso é arbitrário e ruim, mas um governo politicamente fraco dificilmente conseguiria outra coisa. Quanto ao temor de faltar respaldo ao ministro, creio que o governo não terá escolha. Terá de apoiá-lo, ou correr o risco de forte desorganização econômica, no momento em que os ruídos da Operação Lava-Jato e do episódio Petrobras estiverem mais intensos. Outras medidas dolorosas têm sido postas em prática por Levy, como o super-reajuste das tarifas de energia elétrica. O drama aqui é que o governo reduziu fortemente as tarifas quando já era grave o problema de escassez da oferta desse básico insumo. Sou otimista quanto ao futuro Alimentação Refeição AS MELHORES SOLUÇÕES PA R A A S E M P R E S A S D O SISTEMA FECOMÉRCIO DF Fale com a gente: (61) 3327-0897 www.planvale.com.br Revista Fecomércio DF 19 esportes Ponte JK sediará etapa Brasília de Triathlon //Por Por Líliam Rezende Foto: Cristiano Costa Inscrições têm início no dia 30 de março e seguem até 27 de abril O Estão abertas, a partir do dia 30 de março, as inscrições para a etapa Brasília do Sesc Triathlon. A tradicional prova que faz parte do circuito brasileiro será no dia 3 de maio, na Ponte JK. A etapa contará com 600 participantes, e os atletas profissionais somam pontos por prova, formando um ranking de classificação. No final das oito etapas, quem tiver o melhor desempenho será o campeão do Circuito. Os interessados podem fazer a inscrição no site da instituição (www.sescdf.com.br), entre 30 de março e 27 de abril. Os valores variam de R$ 30 a R$ 180, dependendo da categoria. A novidade deste ano é que o Sesc aumentou o valor da premiação, totalizando R$ 78 mil a serem distribuídos. Promovido pelo Serviço Social do Comércio (Sesc), o evento completa 11 anos em 2015 e já faz parte do calendário esportivo das cidades por onde passa. Além de Caiobá (PR) e Brasília (primeira e segunda etapas), até o final do ano outras seis cidades brasileiras vão sediar a competição: Palmas (TO), dia 14 de junho; Manaus (AM,) 11 de julho; Belém (PA), 16 de agosto; Salvador (BA), 27 de setembro; e Fortaleza (CE), 18 de outubro. O circuito só chega ao final em Tramandaí (RS), dia 22 de novembro. A competição será dividida nas seguintes categorias: elite (profissionais), amadora, comerciário, pessoas com deficiência, percurso olímpico e mountain bike. A prova também pode ser disputada em equipes de re- 20 Revista Fecomércio DF vezamento – cada atleta participando de uma modalidade (natação, ciclismo ou corrida). “Ano passado, a etapa de Brasília foi eleita a prova com melhor logística do Brasil. Nós buscamos proporcionar uma competição de elevada qualidade técnica, com organização e integração”, ressalta Augusto Carvalho da Silva, coordenador de Esporte e Lazer do Sesc-DF. A prova tem ainda um caráter inclusivo, com categorias diferenciadas para amadores e comerciários e conta com um programa de incentivo ao esporte por meio do Projeto Sesc Triathlon+. Trata-se da implantação de núcleos regionais de iniciação esportiva onde ocorrem as etapas. O programa visa complementar os efeitos positivos que o Sesc Triathlon gera nas comunidades onde acontece, possibilitando que 200 crianças de 8 a 14 anos de idade aprendam valores como cidadania, liderança e companheirismo. “No Distrito Federal, o projeto atende 40 crianças na unidade do Sesc Ceilândia. No dia da prova, os futuros triatletas terão a oportunidade de estrear em uma competição oficial, participando de uma prova-demonstração”, destaca o coordenador. Mais informações @sescdf /sescdistritofederal www.sescdf.com.br BOLETIM DA CONJUNTURA IMOBILIÁRIA S Í N T E S E Imóvel continua como um investimento sólido. Sob a perspectiva dos últimos 12 meses, pode-se observar que houve um aumento do índice imobiliário - que mede o comportamento de compra e venda de imóveis -, na qual passou de 122,9 para 125,6. O índice vem apresentando comportamento de alta nos últimos cinco meses. O Índice Imobiliário - Locação apresentou expansão em fevereiro, passando de 112,6 para 113,8. Destaca-se que o índice vem apresentando movimento de alta desde novembro de 2014. ÍNDICE DE PREÇOS Variação Mensal 1,80% 0,00% IGP - M Janeiro Fevereiro ÍNDICE DE RENTABILIDADE IMOBILIÁRIA Residencial 0,41 0,33 0,37 % Guará 0,76 0,67 0,27 0,53 % % % % IPCA INCC 1,62 1,24 1,22 1,22 % % % % 0,92 0,31 % % Outras variáveis econômicas também forçaram uma elevação geral nos demais índices mas com razoável queda em relação ao mês anterior. Veja mais no Boletim Completo em nosso site. % Brasília IPC O indicador IPCA foi elevado por influência do aumento de preços percebidos nos combustíveis e energia. apto 2 quartos Águas Claras IGP - DI % ÍNDICE IMOBILIÁRIO SECOVI - DF ÍNDICE IMOBILIÁRIO SECOVI - DF Locação Comercialização 113,872 116,000 125,680 126,000 123,000 122,986 108,685 106,000 fev14 abr14 jun14 ago14 out14 dez14 fev15 O Índice imobiliário SECOVI DF reflete o comportamento geral dos preços de aluguel e de venda dos imóveis ofertados no DF. Demonstra as tendências do mercado imobiliário auxiliando nas tomadas de decisão. 121,000 fev14 abr14 jun14 ago14 out14 dez14 fev15 VEJA O BOLETIM COMPLETO NO SITE: www.secovidf.com.br Revista Fecomércio DF 21 Leve sua imobiliária para o SECOVI-DF: 3321 4444 gente Facilitação gráfica //Por Silvia Melo Premiada internacionalmente //Por Silvia Melo Foto: Arquivo pessoal Quando começou a fazer oficinas livres de teatro, aos 12 anos, em Brasília, a atriz Camila Márdila não tinha ideia de que a atividade pudesse virar sua profissão. Aos 14 anos, fez a primeira apresentação aberta ao público, na peça Casais Veríssimos, dirigida por Lucas Gouvea. Aos 27, acaba de receber o prêmio de melhor atriz no Festival de Sundance, nos Estados Unidos, pela atuação no filme “Que Horas Ela Volta?”, de Anna Muylaert. “Na época da escola já gostava de participar de montagens e criava peças”, conta a atriz. Nascida e criada em Brasília, morou em Taguatinga até os 17 anos. Formada em Comunicação Social pela Universidade de Brasília, trabalhou principalmente com os diretores Adriano e Fernando Guimarães. “Tivemos temporadas na Funarte, na Caixa e no CCBB, peças de Shakespeare, Federico Garcia Lorca, Samuel Beckett. Passeávamos por diferentes pesquisas dramatúrgicas”, lembra. Além da atuação no filme em que foi premiada, Camila atuou também nos longas “O Outro Lado do Paraíso”, de André Ristum, e “Todas as Vidas”, produção brasiliense de Renato Barbieri. Para ela, a conquista do prêmio mostra que seu trabalho está à altura da força que o filme tem. “Fico feliz pelo reconhecimento do meu esforço em contribuir e trabalhar com aquele coletivo de pessoas em função da história”. 22 Revista Fecomércio DF Foto: Cristiano Costa Bacharel em Artes Plásticas pela Universidade de Brasília, Carla Cristina Hirata Miyasaka, de 28 anos, faz uma trabalho diferente, o de facilitação gráfica, que consiste em um processo de registro visual, no qual os conceitos e ideias apresentados ao longo de um evento (palestra, mesa de diálogo, workshop ou reunião) são traduzidos, em tempo real, em forma de desenhos e mapas mentais lúdicos, orgânicos e atraentes, no intuito de facilitar a assimilação e a fixação dos conteúdos. Sócia-proprietária da empresa Coletivo EntreLinhas desde 2010, nascida e criada em Brasília, cidade que ama de paixão, Carla começou a trabalhar aos 14 anos com facilitação de grupos e desenho e aplicação de metodologias participativas. “Ao longo do meu curso sentia falta de juntar minha formação acadêmica (e meu amor pela arte) com minha formação profissional, até que um ano depois de me formar, um amigo de profissão me falou do curso da Mila Motomura e eu fui para São Paulo fazê-lo”, explica ela, que fez o curso considerado referência em facilitação gráfica. Carla acredita que Brasília é terreno fértil para a área, pela quantidade e diversidade de eventos. “Tanto a demanda pelo serviço como a oferta de profissionais na área ainda estão crescendo. É uma profissão nova no Brasil, mas à medida que as pessoas conhecem mais, a procura cresce”, destaca. Cinco perguntas para Rafael Venâncio Diretor e proprietário do Venâncio Shopping, Escritórios e Gastronomia, Rafael Venâncio, de 34 anos, é filho caçula do empresário Antonio Venâncio da Silva, pioneiro na construção civil comercial em Brasília. O administrador de empresas, com o irmão André Venâncio, está à frente da revitalização do segundo shopping construído em Brasília, o antigo Venâncio 2000. //Por Silvia Melo Tem previsão de quando tudo estará pronto? No final de 2015. O shopping será focado na gastronomia e terá como âncora o Outback. Biblioteca em quatro rodas //Por Silvia Melo Foto: Cristiano Costa Mineiro de Uberlândia, Josias de Sousa Ancelmo, de 48 anos, mora em Brasília desde 1972. Há 24 anos, decidiu seguir a profissão dos irmãos e se tornou taxista. Teólogo e fluente em inglês e hebraico, passou a oferecer em seu carro uma diversidade de livros, transformando o táxi em uma biblioteca. “Ouvi falar de um táxi assim no Rio de Janeiro e decidi fazer no meu”, conta ele, que já oferecia jornais e revistas para os passageiros. O taxista é conhecido na cidade por ter investido em serviços mais requintados, disponibilizando aos passageiros um frigobar com refrescos e água, TV, DVD, carregadores para todos os tipos de celulares, além de aceitar todos os cartões de crédito e débito. “Ofereço tudo de graça. Não cobro nada a mais por esse serviço e o retorno tem sido muito bom. A fidelização dos clientes é uma consequência inevitável desse investimento”, afirma. Os livros oferecidos por Josias são dos mais variados temas. “Tenho de todos os tipos: de religião, política, história, psicologia, poesias, sobre família, entre outros”. Se o cliente tiver interesse, pode levar para casa e devolver depois. “Para mim o que importa é passar um pouco de cultura e conviver com as pessoas. Percebi que depois disso, os passageiros tendem a construir um vínculo com você”, destaca. Qual o valor investido nessa mudança? Estão sendo investidos R$ 200 milhões. Conseguimos um empréstimo há quatro anos com condições favoráveis e o desenvolvimento do projeto durou dois anos. Você sempre atuou nessa área? Sim e posso dizer que herdei muito do meu pai. Comecei aos 14 anos. Rodei em todos os setores da empresa. Tem estimativa do público? Esperamos, no mínimo, dobrar o número de pessoas que passam por aqui diariamente. O que os consumidores encontrarão? Além de lojas, cartórios, Procon, faculdades, escritório da Embaixada dos EUA, Defensoria Pública e Delegacia Regional do Trabalho, haverá os novos restaurantes, torres de escritórios e academia de ginástica. Revista Fecomércio DF 23 aprendizado Laboratório de cientistas //Por Por Sacha Bourdette Foto: Raphael Carmona Sala de Ciências do Sesc oferece espaço para a descoberta e prática de experimentos científicos E xplorar o universo, conhecer os limites do corpo humano, desvendar os segredos da Química e Física são alguns dos objetivos das Salas de Ciências do Sesc. A instituição oferece, há nove anos, nas unidades de Taguatinga Norte e Sul, aulas nas áreas de Biologia, Física e Química de forma interdisciplinar, lúdica e interativa. A novidade é que para o segundo semestre deste ano, a unidade do Gama receberá também o projeto. Aberto para toda a comunidade, escolas da rede pública e particular podem agendar visitas. De acordo com a chefe da Unidade de Gestão de Ações de Sustentabilidade do Sesc-DF e responsável pelo projeto, Patrícia de Souza, são realizados experimentos científicos que aliam conhecimento, imaginação e inovação para mais de mil alunos por mês. “Desenvolvemos em um espaço lúdico ações voltadas para a educação ambiental e científica. De maneira pedagógica, oferecemos oficinas, palestras, jogos, experimentações e exibimos vídeos. Damos todo o suporte com professores e equipamentos modernos para aqueles maiores de três anos que quiserem visitar. Na nova unidade do Gama pretendemos focar os estudos na Astronomia”, revelou. A cada bimestre são trabalhados temas específicos. Os assuntos abordados neste primeiro semestre terão como foco os recursos hídricos e energéticos. “Contamos com um espaço dinâmico em que aproxima e desmitifica o papel distante do cientista de jaleco branco. Utilizamos 24 Revista Fecomércio DF equipamentos, tubos de ensaio, microscópios, por exemplo, com uma visão mais próxima, sem ser pela televisão e livros. Vamos trabalhar neste ano a coleta de água, a instalação de painéis para captação de energia por meio do vento, criar aquecedores solares, produzir hortas e muito mais”, adiantou o professor de Química e responsável pelo projeto em Taguatinga Sul, Diogo Bacellar. Para a supervisora pedagógica da Escola Classe 10 de Taguatinga Sul, Quedma de Souza, a Sala de Ciências forneceu condições para que os alunos pudessem desenvolver trabalhos para a Feira de Ciências. “O Sesc nos forneceu apoio para projetos criativos e diversificados. Na escola não contamos com todos os equipamentos que o Sesc possui. Ano passado criamos aquecedores solares com garrafa e eliminamos os mosquitos da escola por meio de um repelente natural produzido pelos estudantes. Já estamos nos planejando para marcar novas visitas neste ano”. Os espaços estão abertos de segunda a sexta-feira, das 8h às 12h; e das 14h às 18h, para recepção de público ou mediante agendamento de escolas. Para marcar, basta ligar: 3451-9119 (Taguatinga Norte) e 3451-3511 (Taguatinga Sul). Mais informações @sescdf /sescdistritofederal www.sescdf.com.br empresário do mês Foto como objeto de decoração //Por Taís Rocha Foto: Cristiano Costa Graça Seligman une imagens de seu acervo a luminárias modernas N as ocasiões importantes da vida da gaúcha Graça Seligman ela foi presenteada com uma câmera fotográfica - foi assim ao completar 15 anos e quando passou no vestibular, por exemplo. E foi com essas e outras câmeras que ela foi deixando de lado a carreira de jornalista para se dedicar à fotografia. Casada e com dois filhos criados, ela atualmente divide seu tempo de produção entre Brasília e São Paulo. Na bagagem, acumula passagens pelos principais jornais do País, e em locais e cargos de importância para a cultura, como diretora do Museu da Imagem e do Som (MIS) em São Paulo e da Fundação Athos Bulcão, em Brasília. Com o objetivo de ampliar o uso da fotografia há seis anos, ela passou a produzir luminárias com imagens de suas fotos. Assim como gravuras de artistas, as luminárias são numeradas, assinadas e Graça garante que nunca reproduz mais do que oito peças com cada imagem. “Com elas, abri o espectro do uso da minha fotografia”, destaca. As fotos são capturadas e escolhidas a dedo. Depois, Graça faz um recorte com o olhar apurado, e em seguida, ela mesma trata as imagens no Photoshop. “A foto é a minha prioridade”, declara. Ela imprime as imagens em acetado com um fornecedor de São Paulo. Quando o material volta para Brasília, é montado nas cúpulas e ganha os pés de luminária. As peças são comercializadas entre R$ 900 e R$ 1100, dependendo do tamanho. A arquitetura, as cores, formas, cultura e povos de Roma e da China – por onde já morou e viajou - já foram objeto de exposições e livros com fotos dela. Nas paredes do conceituado Hotel Fasano, de São Paulo, há 16 fotos da gaúcha. “Grande parte da divulgação do meu trabalho é feita pelo boca a boca”, garante, mas ela não descarta sua página pessoal no Facebook e o próprio buscador Google como ferramentas de divulgação. Suas peças conversam com projetos de arquitetos e decoradores. “Tenho como clientes vários jovens recém-casados, que querem decorar a casa nova com uma peça minha. Mas há também colecionadores e amantes de arquitetura e artes em geral”, explica. Seu mais recente trabalho impresso é o livro Que boneca é essa?, em parceria com a amiga e jornalista Macao Goés. Foram três anos de pesquisas, viagens ao documentar o trabalho de 76 mulheres bonequeiras do Norte, Nordeste e Centro-Oeste. Seu próximo projeto será uma coleção de peças com obras de Athos Bulcão. E, como já é de praxe no mainstrean artístico-cultural da cidade, Graça abrirá seu ateliê, estrategicamente escondido no belo jardim de sua casa no Lago Norte, para lançar novas peças, negociá-las com os amigos e clientes. Revista Fecomércio DF 25 vitrine Taís Rocha [email protected] Jornalista (61) 3038 - 7525 LUXO DE FESTA VINHO E MÚSICA JUNTOS Essa é para colocar na agenda. O Wine’n Music já tem data marcada para ocorrer, 11 de junho. Em sua terceira edição, o evento reunirá representantes de vinícolas, sommeliers e enólogos na Hípica Hall. Estarão disponíveis mais de 60 rótulos que abastecerão cinco estações temáticas e que serão harmonizados com músicas dos anos 1980 e 1990. Mais informações no site www.gourmetbutler.com.br A 5ª edição do Luxo de Festa, maior exposição voltada para o mercado de festas, casamentos e eventos corporativos da região Centro-Oeste correrá de 28 a 31 de maio, no Hípica Hall. Durante quatro dias, o público irá conferir as novidades e tendências para comemorações especiais. Serão 120 empresas divididas em 35 estandes. Haverá ainda desfiles, palestras e workshops diariamente com as tendências deste mercado em franca ascensão. Confira o calendário completo em www.luxodefesta.com NOVO MODELO DE NEGÓCIO FEIRA DE ANTIQUÁRIOS NO CASAPARK O Grupo Giraffas acaba de inaugurar sua primeira franquia no formato Store in Store junto com o Tostex, lanchonete especializada em sanduíches tostados. A loja fica na 403 Sul. No novo restaurante, as operações das duas marcas do grupo apresentam fachadas individuais e compartilham a mesma infraestrutura de cozinha, estoque e escritório. O conceito traz vantagens como facilidade na operação e redução de custos, uma vez que o formato Store in Store custa 20% a menos que duas unidades separadas. No cardápio há mais de 20 sanduíches diferentes, desde opções para o café da manhã, para lanches entre as refeições e até mesmo para o almoço e jantar, acompanhadas de saladas e sobremesas. Nos dias 18 e 19 de abril, a Praça Central do shopping CasaPark recebe a 25ª edição da tradicional Feira de Artes, Antiguidades e Colecionismo. Com curadoria do antiquário Décio Andrade, o evento reúne os mais renomados e experientes antiquários e marchands de Brasília. Sábado, das 10h às 20h, e domingo, das 12h às 20h. Destaque para a escultura de bronze “O Beduíno”, de Franz Bergman (foto). São peças de várias épocas e origens, como objetos de arte sacra em cerâmica, madeira e prata. 26 Revista Fecomércio DF Associado da Fecomércio DF você já conhece as vantagens e benefícios da parceria com o BB Seguros oferecidos aos segurados? Confira: Assistência Auto 24h completa, incluindo os serviços de chaveiro, reboque, atendimento em caso de pane seca, serviço de despachante, entre outros;¹ Assistência Gestante, que garante o transporte emergencial da gestante ao hospital mais próximo; Assistência Casa gratuita, com mão de obra especializada para a execução de reparos emergenciais de hidráulica, chaveiro, vidraceiro, eletricista e diversos serviços;² Cliente BB Seguro Auto também participa da Rede de Benefícios BB Seguros que oferece descontos em estacionamentos, assinaturas de jornais e revistas, pacotes de viagens, na compra de presentes, ingressos para shows, cinema, parque de diversões, entre outros.³ Acesse o hotsite da parceria em www.sistemafecomerciodf.com.br ou ligue para a Central de Negócios (0800 729 0400) ou 0800 775 5045 (Para Deficientes Auditivos e da Fala) e informe ser associado à Fecomércio DF. Contrate seu seguro pela internet e parcele em até 6x sem juros no cartão de crédito ou débito em conta. As condições da parceria são extensivas a seus familiares! Um produto da Brasilveículos Cia. de Seguros CNPJ: 01.356.570/0001-81 Comercializado pela BB Corretora de Seguros e Administradora de Bens S.A. CNPJ: 27.833.136/0001-39. Processo SUSEP nº 15414.901053/2013-88. O registro deste plano na SUSEP não implica, por parte da Autarquia, incentivo ou recomendação à sua comercialização. SAC – Serviço de Atendimento ao Consumidor: 0800 570 7042 - Deficiente Auditivo ou de Fala: 0800 775 5045 24 horas, sete dias da semana. Ouvidoria: 0800 775 1079 - Deficiente Auditivo ou de Fala: 0800 962 7373 Das 8h às 18h, de 2º a 6º feira, exceto feriado ou pelo site www.bbseguros.com.br. A Ouvidoria tem como objetivo atuar na defesa dos direitos dos consumidores, esclarecendo, prevenindo e solucionando conflitos. Deverá solucionar, de forma ágil e imparcial, as insatisfações que, por algum motivo não foram esclarecidas canais de Revistapelos Fecomércio DF 27 atendimento habituais, como, por exemplo, o SAC. Serviço de assistência à residência prestada pela Brasil Assistência, CNPJ: 68.181.221/0001-47. conjuntura Ninguém sai ganhando //Por Por Daniel Alcântara Fotos: Cristiano Costa Alta do dólar frente ao Real freia intenção de consumo e diminui vendas nos setores de comércio e serviços A R$ 3,28 foi a cotação do dólar no início de março deste ano - o maior valor em 10 anos 28 Revista Fecomércio DF alta recente do dólar está surtindo efeito negativo em várias áreas do segmento de comércio e serviços do País. Para se ter ideia do atual cenário econômico em que a moeda americana se encontra, no início de março deste ano, ela atingiu a maior cotação em 10 anos, registrando o valor de R$ 3,28. Desde o início de 2014, a moeda subiu cerca de 5% em relação aos pesos mexicano e chileno, 8% ante o rand sul-africano e 13% em relação à lira turca, mas avançou em torno de 20% em relação ao Real. De acordo com a Divisão Econômica da Confederação Nacional do Comércio (CNC), a alta do dólar proporciona uma freada na intenção de consumo das famílias, o que gera um esfriamento nas vendas. A CNC explica ainda que não existe uma expectativa de baixa do dólar nos próximos meses. Porém, a perspectiva é de que a moeda americana feche o ano a R$ 3,06, registrando um patamar de queda em relação ao atual cenário. “Os segmentos mais afetados são os de bens duráveis, como: automóveis e eletrodomésticos., além do setor de serviços que sofre uma forte queda em decorrência da baixa procura pelos pacotes de viagens cada vez mais caros com a alta da moeda americana”, explica o economista da CNC, Fábio Bentes. Ele também ressalta que a alta recente do dólar certamente vai frear a desaceleração nos preços que já vinha acontecendo há alguns meses. AGÊNCIAS DE VIAGEM Com o dólar atingindo valores astronômicos, as agências de viagens estão sentindo uma queda na procura por viagens internacionais, por exemplo, para os Estados Unidos, um dos destinos mais procurados pelos brasileiros. De acordo com o presidente da Associação Brasileira de Agências de Viagens do DF (Abav-DF), Carlos Vieira, houve uma queda vertiginosa na procura e na venda de viagens internacionais para todos os destinos. ”Além do aumento real do custo da viagem, há a insegurança e o temor de que, quando retornar de viagem, o câmbio tenha aumentado mais ainda”, explica Carlos. “Dos sonhos de consumo do brasileiro, viajar, se não for o primeiro, é o segundo. Mas, ao menor abalo econômico, é o item número um da pauta de cortes”, lamenta Carlos. O que o mercado de agências de viagens espera e acredita é que haverá uma busca maior pelo mercado interno, conseguindo, assim, manter o segmento econômico em funcionamento. Na opinião da Abav, como os demais setores, há a percepção de que 2015 será um ano apenas para sobreviver e não esbanjar lucros. A Abav-DF diz ainda que o ano de 2015 começou de forma lenta e fria, assim como terminou 2014. “Já estamos sentindo o resfriamento desde dezembro passado. Mesmo oferecendo facilidades de pagamento, como o parcelamento em 10x sem juros no cartão, cheque e até boleto, o mercado está retraído. O brasileiro está mais precavido”, conclui o presidente da Abav-DF, mesmo porque como o setor de serviços depende da capacidade de compra, se a renda em real fica comprometida em relação ao dólar, o setor perde muito. COSMÉTICOS O setor de cosméticos poderia ser considerado um dos poucos a comemorar, mesmo que de maneira tímida, a alta da moeda americana. Em uma primeira impressão, as pessoas deixariam de viajar para comprar produtos de cosméticos fora do País para comprar em terras tupiniquins. Porém, o que se vê no mercado é diferente. De acordo com Bentes, o setor de cosméticos terá que elevar os preços. “Por mais que eleve as vendas, o aumento do Mesmo as pessoas que não vão viajar estão reduzindo as compras. Agora, vamos receber mercadorias novas com um valor superior por causa da alta do dólar, o que gera uma reação em cadeia Adriana Muniz sócia-proprietária da Lord dólar não ajuda o segmento, pois muitos dos produtos são importados”, aposta. A sócia-proprietária da Lord, empresa atuante em Brasília há mais de 46 anos, e que oferece mais de 3 mil itens em estoque, como perfumes e maquiagens, afirma que, apesar da redução de compras lá fora, não houve um reflexo significativo nas vendas. Para a empresária, o cenário de incerteza econômica pode, inclusive, mudar o comportamento de compras dos clientes, que deixarão de consumir. “Mesmo as pessoas que não vão viajar estão reduzindo as compras. Agora, vamos receber mercadorias novas com um valor superior por causa da alta do dólar, o que gera uma reação em cadeia: aumenta-se o preço dos insumos, do transporte e do material em si. Então, infelizmente também teremos que repassar esse valor para o consumidor. Aí sim, vamos sentir uma mudança nas vendas”, explica Adriana Muniz. Revista Fecomércio DF 29 mercado Lavou, tá novo! //Por Andrea Ventura Fotos: Cristiano Costa Cada vez mais o brasiliense opta pelo conserto. Serviços vão de reparos em bolsas, malas, tênis a brinquedos O setor de consertos está cada dia mais aquecido em Brasília. O consumidor que opta por restaurar um produto em vez de comprar pode economizar. Além de uma boa ideia para o bolso do consumidor, é rentável para o empresário, que atesta uma tradição em Brasília quando se fala em consertos com boa qualidade. As lojas estão se especializando cada vez mais para atender a uma clientela exigente. O resultado são produtos renovados que podem durar muitos e muitos anos. Pioneiro na cidade Na cidade há 15 anos, com duas unidades, a UTI do Tênis é especializada em conserto de tênis. “Na época não tinha sapateiro especializado neste ofício, então meu pai trouxe de São Paulo a ideia e um profissional para lidar com a área”, conta o empresário, Célio Fonseca. Hoje são cerca de cinco sapateiros especializados. “Consertamos sapatos em geral, mas a especialidade são os tênis de qualquer tipo. Trocamos o so- 30 Revista Fecomércio DF lado, a língua, tudo e fica novinho” conta. O serviço é constante, mas nos meses de janeiro, fevereiro, junho e julho a procura é acentuada, por causa do período de férias. O público não tem faixa etária específica. “Quando começamos o negócio, queríamos atrair corredores, mas hoje atendemos a todos”, afirma. Ele explica que a procura pelo serviço só cresce. “De uns sete anos para cá o valor do tênis subiu muito e por isso as pessoas preferem consertar.” Um pequeno reparo pode custar cerca de R$ 30. Mas às vezes o conserto pode ser bem maior. “Já recebi tênis totalmente rasgado por uma mulher ciumenta que cortou o tênis do marido com uma faca”, conta. Ele conseguiu recuperar o tênis de cerca de R$ 1 mil. Por isso, o conserto é muitas vezes mais vantajoso do que a compra de um novo, já que representa entre 10% e 15% do valor do produto original. Na contramão dos empresários que preveem um ano fraco, Célio acredita que a procura deve aumentar. Ele espera cerca de 10% de aumento nas vendas em 2015. Nostalgia Quem deseja consertar brinquedos pode ir ao Hospital dos Brinquedos. A loja, localizada na 313 Sul, existe há 41 anos e hoje não conserta apenas brinquedos, mas eletrônicos em geral. “Hoje não vivemos só de brinquedos. Antes trabalhávamos exclusivamente com brinquedos na época que a Estrela fazia lançamentos e tinha Assistência Técnica, mas depois foi acabando”, conta a empresária Maria Aparecida Teixeira. Ela afirma que há um público para seu trabalho, embora seu negócio esbarre em dificuldades. “Muitos não têm interesse em retirar o brinquedo do conserto. A loja está lotada de objetos consertados que não são buscados. É um pre- juízo danado, tanto que a gente está pensando em parar de consertar brinquedos”, resigna-se.Os clientes muitas vezes são impulsionados pela nostalgia. “Ainda consertamos muito brinquedo antigo, boneca de 70 anos”, afirma a empresária que, para dar conta do serviço, conta com a ajuda do marido e de dois funcionários, mas reclama que a mão de obra na área é escassa. “Hoje está complicado, faltam profissionais e consertar brinquedo é muito delicado”. Um conserto de uma boneca custa em média R$ 70. As peças podem vir de São Paulo ou mesmo de fora do País. A loja atende também colecionadores, que desembolsam mais no conserto de suas raridades. Tradição em couro Jeans restaurados O empresário Ayres Tovar Filho abriu a franquia Restaura Jeans, na 313 Sul, em setembro de 2012. Sua empresa recupera roupas e calçados, com técnicas de tingimento, costura, restauração e lavanderia. “As pessoas nos procuram pelo apego sentimental à peça, que possuem há anos e também pelo oposto, de enjoarem do produto”, conta. Para Ayres, sua empresa tem a filosofia de romper com a cultura do descarte e busca diferenciais para atrair a clientela. “Invisto no atendimento, com pessoas qualificadas, mas confesso que a mão de obra é difícil”, completa. Mas segundo Ayres, seu negócio não está focado apenas em mudança de peças usadas. “Às vezes, o cliente compra uma calça jeans de uma cor e deseja transformar em outra. Na loja há mais de 50 cores disponíveis para tingimento”, detalha. “Brasília tem uma tradição de consertos”, afirma o empresário Leonardo Ribeiro, da Couro Chique. A loja, na 208 Sul, funciona há 32 anos e é especializada em conserto de sapatos, malas e roupas. “Fazemos de tudo um pouco”, brinca. O empresário chegou em 1978, e naquela época já percebeu que o segmento era promissor e foi trabalhar com conserto de sapatos. “Era uma loucura esse negócio de sapataria. Hoje toda quadra que você vai tem uma sapataria, e a tradição de Brasília é forte. Em outras cidades isso não é tão comum”, define. De gerente da loja do sogro, passou a proprietário. Para o empresário, tantos anos no negócio tem explicação: a qualidade do serviço. “Trabalhamos com couro, não usamos nada sintético”. Leonardo tem clientes de outras cidades e países - reconhecimento que chamou a atenção de grifes internacionais estabelecidas em Brasília. “Representantes da Prada e Louboutin vieram até a loja, atestaram nossa qualidade e começamos a fazer serviços para eles”, acrescenta a filha do empresário, Ana Angélica Ribeiro. Revista Fecomércio DF 31 capa NOVOS PIONEIROS //Por Por Sacha Bourdette Fotos: Cristiano Costa Empresários investem na economia criativa e fazem da capital do modernismo terreno fértil para ideias inovadoras 32 Revista Fecomércio DF U m céu pincelado por cores intensas interage com os contornos e traços modernos dos edifícios, monumentos, ruas e espaços verdes da capital federal do Brasil. Localizada no coração do País, na região Centro-Oeste, não há montanhas ou prédios altos que impeçam a contemplação da cidade. Marco da arquitetura e urbanismo contemporâneos, Brasília contou com grandes nomes que entraram para a história du- Roteiro de bicicleta é feito em uma nuvenzinha - modelo criado em Brasília pelo ciclista e triatleta Zé do Pedal BRASÍLIA COMPLETA 55 ANOS NO DIA 21 DE ABRIL rante o período de sua edificação. O que poucos sabem, porém, é que a idealização da capital teve início por volta de 1760 com o governante Português Marquês de Pombal. Logo depois, em 1883, o sacerdote italiano Dom Bosco, profetizou a construção de Brasília. Ele sonhou com a cidade e, inclusive, relatou as coordenadas geográficas de onde seria construída. Mas o sonho só se tornou realidade nas mãos do presidente Juscelino Kubitschek, em 1956, quando foi tomada a decisão política de construção da nova sede do poder. Para esse desafio sair do papel, JK reuniu um grupo de profissionais que partilhavam desse ideal. Amigos próximos, o urbanista Lúcio Costa e o arquiteto Oscar Niemeyer, esboçaram a maioria dos prédios do governo. Burle Marx foi o responsável pelo paisagismo. Para completar o time, o artista plástico Athos Bulcão decorou a cidade com os seus famosos azulejos geométricos. Para celebrar os 55 anos de Brasília, comemorados em 21 de abril, a Revista Fecomércio-DF reuniu sete pessoas que estão mudando a forma de ver a capital e descobrindo novas experiências por meio da ocupação dos espaços públicos. São “novos pioneiros” que investem na economia criativa - novos modelos de negócios que utilizam da criatividade e da inovação como forma de empreender - e fazem das palavras de JK realidade: “Brasília é um marco da ocupação do Brasil pelos brasileiros”. Fatores competitivos intrínsecos, como o baixo custo de mão de obra ou avanços específicos na tecnologia da informação, somente podem ser superados pela inteligência de novos modelos de negócios, novos processos, novas tecnologias e outros decorrentes da criatividade, imaginação e inovações constantes. Esse é o motivo pelo qual a aplicação desses conceitos – incluídos na definição da Economia Criativa – a empresas e aos negócios em geral é um requisito para sair do lugar comum da competição predatória por participação de mercado em produtos e serviços existentes. A Economia Criativa, ao focar a criatividade, a imaginação e a inovação, não se restringe a produtos, serviços e tecnologias, englobando também processos, modelos de negócios e modelos de gestão, entre outros. EXPERIMENTE BRASÍLIA Com a missão de conectar a capital com as pessoas, a diretora criativa da empresa Experimente Brasília, Patricia Herzog, e o artista, ilustrador e criador do personagem Gurulino, Pedro Sangeon, nos contaram em um bate-papo descontraído sobre uma Brasília fora dos cartões-postais. Formada em Turismo, Patricia criou a empresa em 2013 com a sócia Tatiana Petra. A proposta é oferecer experiências que levam para o lado menos óbvio da cidade. São passeios que vão de uma trilha pelos azulejos de Athos até uma volta de Balão na ChaRevista Fecomércio DF 33 capa pada dos Veadeiros com anfitriões que apresentam cada destino. Pedro é um dos anfitriões. A locação da conversa não poderia ser outra, a residencial da 308 Sul, uma quadra única de Brasília, tida como referência para as demais. Cheia de atrativos, como a Igreja Nossa Senhora de Fátima, mais conhecida como Igrejinha (de Oscar Niemeyer e paredes revestidas por Athos Bulcão), o lugar possui espaços verdes de Burle Marx, espelho d’água, cobogós e muito mais. A moradora da quadra e médica, Daniela Julien Salvarani, tem orgulho do lugar. “Vivendo aqui me sinto realmente em Brasília. Tenho o privilégio de morar na quadra que sintetiza a história da capital”, contou. Apaixonada por Brasília, Patricia abriu a entrevista para falar da sua relação com a cidade. “Pedro e eu somos brasilienses e apaixonados pela cidade, somos filhos de Superquadra e amigos antigos. Quando a Tatiana, a outra sócia, e eu começamos a faculdade de Turismo, nos apaixonamos pela profissão. Então decidimos transformar Brasília em um destino turístico. Brasília é a nossa obsessão criativa”, revelou. A cidade possui a maior área tombada do mundo, são mais de 112 quilômetros quadrados registrados pela Unesco como Patrimônio Cultural da Humanidade. Tendo em vista toda essa capacidade, Patricia não perdeu tempo e decidiu analisar cada canto. “A nossa ideia é mostrar a Brasília que a gente sente e que a gente vive. Temos muitos espaços que não são explorados. Por isso, o nosso trabalho sempre foi o de fortalecer a cidade como um destino único, que de fato é. Brasília é a única cidade modernista, é o primeiro sítio Patrimônio da Humanidade Moderno, é uma cidade que quebra todos os paradigmas e se iguala à importância de grandes ícones mundiais”. Autêntica e com o pensamento inquieto, Patricia diz que seu trabalho é mostrar uma cidade completamente nova, efervescente, com uma vida urbana, uma cultura muito própria de uma cidade jovem. “O Experimente vem com a missão de conectar paixões. Por isso, criamos experiências únicas para você sentir Brasília como se fosse um brasiliense, sentir a cidade como morador”, exaltou. GURULINO Assim como a amizade entre Niemeyer e Lúcio Costa, Pedro abriu o diálogo explicando a sua relação com o Experimente Brasília, de Patricia. “Sou formado em Artes e o meu trabalho também tem uma história longa de investigar essas características únicas que Brasília possui. O projeto da Patricia consegue sintetizar experiências explorando a cidade. Então ela me convidou para fazer parte por meio do destino de street art”. O ilustrador e artista é autor do Gurulino um personagem Guru de grafite que traz mensagens positivas pelas ruas da cidade. A essência de Brasília é tratada por uma perspectiva pouco convencional. A rota street art, destacada por Pedro, ajuda a aguçar o olhar sobre aquilo que passa despercebido. “As pessoas duvidavam que existisse arte urbana aqui na cidade e a rota ajuda a perder essa noção. Elas passam a enxergar o que está na cara. Athos Bulcão foi o primeiro interventor artístico da cidade por fazer algo público”, lembrou. Para Pedro, depois da experiência, “o visitante passa a tomar a cidade como sua e que tem responsabilidade de cuidar dela”. Ele possui diversos trabalhos espalhados por Brasília, mas os dois maiores painéis de grafite com os personagens Gurulino (O Guru e seu discípulo, o Lino) podem ser vistos na 412 Sul e no centro de Taguatinga. Depois de ter como objeto de pesquisa o trabalho de Athos, Patricia se deu conta que ele estava em todos os lugares e que era possível conhecer a cidade percorrendo a trilha de azuPedro Sangeon e Patricia Herzog: amizade e trabalho para mostrar Brasília diferente do tradicional circuito da Esplanada 34 Revista Fecomércio DF lejos. Não demorou muito para ela expandir as rotas do Experimente. Hoje a empresa conta com destinos que vão de um passeio fotográfico ao Verde de Brasília com o poeta Nicolas Behr. “A cidade é muito fotogênica e exploramos para diversificar as formas de experimentá-la. A bike tour, por exemplo, só poderia ser realizada em uma nuvenzinha, o que deixa a nossa oferta mais divertida e valoriza um produto local criado entre as décadas de 1970 e 1980”, destacou. Esse veículo foi inventado pelo ciclista e triatleta José Cadima, ou Zé do Pedal, a partir de uma adaptação de outra bicicleta. A ideia era ser confortável e que atendesse ao relevo plano da cidade. De acordo com Patricia, a capital possui um movimento forte de estrangeiros, que se encantam pela forma com que a cidade lhes é apresentada. “A portuguesa e relações internacionais, Ariane Andrade, escolheu há quatro anos a capital para morar e elogia. “É uma cidade diferente de qualquer outra. A arquitetura moderna me chama muito a atenção, pois na Europa os prédios são mais clássicos. Brasília foge dos padrões”, ressaltou. CARNAVAL NA RUA Segundo estimativas da Secretaria da Segurança Pública e da Paz Social do DF, cerca de 1 milhão de pessoas curtiram as folias de carnaval na cidade durante o período de 13 a 18 de fevereiro deste ano. O número foi 30% superior ao registrado no ano passado, o que reflete que o evento de rua tem ganhado cada vez mais força e adeptos na cidade, como o Babydoll de Nylon, Suvaco da Asa e Aparelhinho. Para não ficar de fora desta grande festa de ocupação pública, o Experimente Brasília também esteve presente no domingo de carnaval com o Bicicobloco. Sobre as rodas de nuvenzinhas, o grupo de 300 bicicletas curtiu a folia no Eixão. “Entramos no circuito de festas e ainda recebemos menção honrosa do governador do Distrito Federal, Rodrigo Rollemberg, por ser o bloco mais limpo da cidade”, comemorou. Anderson Schneider Artesanato, rock e cinema //Por Por Fabíola Souza A Revista Fecomércio entrevistou artistas da cidade para saber mais sobre as novidades culturais da capital. O lugar do nosso bate-papo foi em frente ao Museu da República, na Esplanada dos Ministérios. Convidamos o produtor cultural Ivan Bicudo, a proprietária da loja itinerante Maria Berenice, Adriana Bruno, e o cineasta Patrick Grosner, para contar suas experiências sobre a cultura brasiliense. Em uma conversa informal, cada um falou um pouco sobre os respectivos trabalhos e sobre a vida cultural da cidade. Foi consenso entre eles que a capital precisa de mais investimentos para realização de eventos e mais incentivo por parte do governo na valorização de artistas locais. Ivan é um dos produtores da Festa Moranga, que atualmente ocorre todas as quartas-feiras no bar Outro Calaf, no Setor Bancário Sul. Cada semana com um tema diferente, o evento tem um grupo de DJs que se revezam entre convidados especiais a cada edição. “Sempre tivemos essa filosofia de mostrar novidade para as pessoas, trazer música de Brasília, pois prezamos pela versatilidade do som e procuramos apresentar todos os estilos de música, tanto os mais eletrônicos, quanto pop rock, música brasileira”, diz. O projeto começou inspirado em outra festa que se chamava Toranja e acontecia em uma praça na 201 Norte. “Era gratuita, atraía muita gente. Sempre tivemos vontade de ocupar o espaço público da cidade”, comentou o produtor. Nessa hora, Patrick relembra que Brasília sempre foi um lugar de eventos na rua. “Nos anos 1980 e 1990 sempre tinha eventos na rua, na 109 Sul mesmo a reunião era toda do lado de fora e não dentro do bar”, aponta o cineasta. Por causa de algumas dificuldades de realizar o evento em local aberto, a festa teve que ser transferida para um lugar fechado e a entrada passou a ser cobrada. O projeto tem cinco anos e há um ano a Festa Moranga é realizada no atual espaço, todas as quartas-feiras entre 500 e mil pessoas passam pelo local. Patrick comenta que mesmo com a mudança, o novo local escolhido também é na rua. “Parece que você está no meio da rua, mas tem espaço ao ar livre”, afirma. Para Ivan, os eventos ao ar livre devem sempre ser incentivados. “Eu gosto muito de frequentá-los, ver as pessoas, ver os projetos e os produtos locais. A Toranja, festa gratuita que deu origem à Moranga, seguia essa ideia de ocupar os espaços e aproximar as pessoas. Temos contato com organizadores desses eventos ao ar livre e estamos sempre procurando novas oportunidades para levar a Moranga a um público maior”, disse o produtor. Revista Fecomércio DF 35 capa Adriana Bruno montou uma loja itinerante dentro de um micro-ônibus que herdou do grupo de teatro em que atuou em São Paulo. Nele, começou a andar pelas ruas da capital paulista e passou a vender bolsas e objetos que confeccionava. Deu o nome de sua avó materna, Maria Berenice, ao veículo e acabou fazendo disso um negócio. Criada em Brasília entre os anos de 1985 e 1995, sempre nutriu um carinho especial pela cidade e, na primeira oportunidade que teve, voltou de vez para seguir sua vida profissional e pessoal por aqui. “Se você passou a adolescência aqui, então virou brasiliense para sempre. Você pode ir embora, morar em outros lugares, mas você sabe o que é passar e ser adolescente nesta cidade. Todo mundo que tem essa experiência vira brasiliense”, brinca o cineasta. Desde 2009 Adriana faz sucesso com a Maria Berenice no DF e nesse tempo também se lançou em outros projetos, como um programa piloto onde ela e mais duas amigas escolhiam paisagens brasilienses que geralmente não estão nos cartões-postais da cidade e passeavam 36 Revista Fecomércio DF no micro-ônibus com artistas convidados e visitavam lugares diferentes com o objetivo de despertar uma visão especial da capital. O programa se chamava Rodando a Bolsa na Rua. “Estou esperando uma resposta de um novo projeto, tomara que dê certo, pois será muito bom para a Maria Berenice”, afirma Adriana. Há dois anos ela também montou uma loja para expor o artesanato na tradicional feira da Torre de TV. Patrick Grosner fotografou entre 1991 e 1997 grande parte da cena musical produzida em Brasília. Após esse período ele morou fora do País, mas em 2006 voltou à capital e em 2009 se formou em Cinema e começou a produzir o filme: Geração Baré-Cola, Usuários de Rock - um documentário longa-metragem que pela primeira vez na cinematografia nacional retrata o cenário do rock brasiliense da década de 1990. O movimento das bandas dos anos 90 foi batizado como “Geração Coca-Cola” – e até hoje relaciona Brasília como a “Capital do Rock” do Brasil. “Nasci em Brasília e vi essa cidade crescer. Nos anos 1980 vivi muito o rock brasiliense, Legião, Capital, Plebe, Detri- Brasília tem a maior área tombada do mundo: 112,25 km² Patrick Grosner, Adriana Bruno e Ivan Bicudo: em comum, a paixão por Brasília Anderson Riedel to Federal. Ia a todos os shows e fotografava sempre”, aponta Grosner, ao lembrar que nessa época existia uma média de 450 bandas atuantes no DF. DIFICULDADES Mas o cineasta desabafa que fazer cultura em Brasília é muito difícil. Nessa hora, Ivan relata que produzir eventos na capital foi uma vontade que partiu da sua paixão pela música e poder mostrar para as pessoas o som que ele gostava de escutar para compartilhar com todos. “Eu cresci nesse ambiente de rock, essas bandas me inspiraram a ter uma banda e eu comecei a fazer música por causa desses caras. A minha banda favorita era daqui de Brasília e tive a oportunidade de tocar com os meus ídolos”, comemora o produtor. Bicudo tem uma banda chamada Sexy Fi, criada em 2000, e a temática das letras é a capital. “Falamos das coisas tradicionais do rock, tipo amor, virar adulto, as dores de ter que lidar com a vida cada vez mais adulta, mas tudo com o pano de fundo de Brasília. Fizemos até um clipe que fala de Brasília também”, afirma, ao lembrar que foi só depois de gravarem o disco que a banda teve mais repercussão. Adriana acredita que há poucos eventos abertos para exposição de artesanato no DF. “A arte deveria estar em todos os lugares da cidade e todos os dias da semana, pois não falta espaço físico pra isso aqui!”, aponta. Para ela, até o espaço que existe na Torre de TV deveria ser mais bem aproveitado pelos artistas da cidade que fazem artesanato. Apesar dos três serem de segmentos diferentes, eles concordam em uma questão: Brasília é propícia à cultura, os moradores da cidade sentem vontade de sempre produzir algo, porque ela os inspira. Porém, acreditam que é necessário que os governantes revejam as formas de incentivo local, pois, atualmente, os artistas brasilienses conseguem o reconhecimento do trabalho primeiro em outros estados antes de serem reconhecidos na própria cidade. Eventos a céu aberto, grafites e startups marcam Brasília, com 55 anos de idade //Por Liliam Rezende A nossa jovem cidade oferece opções de comércio e serviços que se multiplicam pelas ruas, e o mercado gastronômico é promissor. A quantidade de bares e restaurantes impressiona e não param de surgir estabelecimentos. Na mesma linha, Brasília tem cedido espaço para outro fenômeno: o empreendedorismo digital, a partir de jovens de 20 a 30 anos que, sozinhos ou em equipe, formam as chamadas startups, empresas inovadoras de base tecnológica. Segundo dados da Associação de Startups e Empreendedores Digitais (ASTEPS), já são mais de 200 empreendedores do ramo em Brasília, que chamam a atenção para o potencial intelectual de quem nasceu na capital do futuro. Aliás, esses números já garantiram a inclusão do DF no top 10 do ranking de cidades com mais negócios desse tipo no Brasil. Em todos os segmentos, os empresários estão de olho na população com a maior renda per capita do Brasil. Dados da Pesquisa Distrital por Amostra de Domicílios (Pdad) de 2013 mostram que cada morador do DF ganha, em média, R$ 2.055 por mês. Do total, 65,56% são jovens, entre 15 e 39 anos e, portanto, potenciais clientes de bares e restaurantes. “A cidade tem um poder aquisitivo bom, um público jovem e o ambiente é muito familiar. A cada novo empreendimento, o DF se consolida como o terceiro polo gastronômico do Brasil”, afirmou o empresário Alex Albanese, dono do Nossa Cozinha Bistrô. Já para Hugo Gallianza, cofundador e presidente da ASTEPS, os empresários de tecnologia também se enquadram perfeitamente nesse perfil. Brasília representa um polo tecnológico em expansão. “Há empreendedores com Revista Fecomércio DF 37 talento e iniciativas para a inovação”. Segundo ele, quem deseja empreender no setor deve ter paixão pelo que faz. “Muitos querem entrar na onda do momento, pois acreditam que vão enriquecer rapidamente, mas é preciso ir além, é preciso motivação para batalhar pelo que criou”. Uma coisa que chama a atenção dos dois, que são cariocas, mas escolheram Brasília como a cidade do coração, é a miscigenação cultural da cidade. A prova disso é que, ainda segundo o Pdad, 48,98% dos residentes são naturais do DF. Em relação ao total de imigrantes, 52,25% são da região Nordeste, seguidos pelos oriundos da região Sudeste, 26,83%. Para Alexandre, essa diversidade influencia a culinária. “Temos misturas de temperos para agradar essa diversidade. Comida nordestina, baiana, gaúcha, entre tantas outras, estão sendo reinventadas pelos chefs”. Hugo complementou dizendo que mesmo não sendo da área, vê que o setor está em expansão e demanda a abertura de novos estabelecimentos, além da criatividade de chefs com a ocupação dos espaços públicos para vender seus produtos. “Eventos em parques, na Esplanada e nas principais vias da cidade estão sendo cada vez mais aceitos”, afirma. Ao falar um pouco mais sobre o que os encanta na cidade, Alexandre contou que adora os parques e Hugo é vidrado na ocupação do lago e naPonte JK. ORIGEM CONTEMPORÂNEA Hugo acredita que desde a sua origem Brasília é inovadora e contemporânea, com ambiente inspirador para as novas tecnologias, aliado a isso, os empreendedores devem investir em conhecimento. “Por melhor que seja a ideia, quem vai validá-la é o mercado. Conversar com o público é fundamental, e o feedback das pessoas de Brasília é muito bom nesse sentido”. Albanese pensa exatamente igual, pois como a cidade tem um público exigente, a criação dos pratos passa por constante renovação. “Essa é a graça da gastronomia, poder ousar e fazer criações com a 38 Revista Fecomércio DF cara de quem consome, ou seja, algo personalizado”. A economia criativa é outro consenso dos dois entrevistados, que acreditam que esse é o setor com maior visibilidade atualmente. Ter uma boa ideia e saber o que fazer com ela. Em um mercado com produtos e serviços cada vez mais massificados, uma proposta diferente pode ser a garantia de uma oportunidade de negócio. Albanese concordou e acredita que a criatividade como estratégia empresarial ganhou fôlego e está cada vez mais presente na economia do DF. Na pegada da economia criativa, Alexandre promoveu um concurso para grafitarem a sapataria/chaveiro que fica ao lado de seu restaurante. Antes, o ambiente estava pichado, o que, de certa forma, incomodava os clientes. Comunicativo, convenceu a dona do estabelecimento e a partir daí, criou um concurso no Facebook para que grafiteiros enviassem projetos para pintar o trailer. O vencedor foi o Rafael Iran, que fez um trabalho muito elogiado e valorizou o espaço. Hugo achou o máximo essa iniciativa O que mais chama a atenção de Alexandre Albanese e Hugo Gallianza sobre Brasília é a miscigenação cultural e falou, animado, que é pura implicância quem diz que Brasília é uma cidade onde a cor predominante na paisagem é a do asfalto e a do concreto. Alexandre foi além, filosofando sobre o colorido exótico da vegetação do cerrado. Os grafites dividem a atenção com as plantas, flores e com o verde. O resultado é uma arte que se integra à arquitetura, como aconteceu na sapataria. Gallianza contou que o DF é o principal destaque entre as unidades da Federação, com as características necessárias para a expansão da economia inovadora. “Temos um grande potencial para atrair e reter talentos criativos, porque apresentamos melhores condições socioeconômicas”. Hugo e Alexandre concordaram que a economia criativa está inserida em todos os segmentos. Muito envolvido nesse assunto, Hugo ressaltou a importância desse setor. “Trabalhar a economia criativa é fundamental para o desenvolvimento das cidades, já que essas atividades possibilitam um crescimento sustentado ao longo do tempo e têm grande potencial para contornar períodos de crise”. OCUPAÇÃO Alexandre e Hugo são entusiastas da ocupação de espaços públicos. Para Alexandre “Brasília cada dia mais abre espaço para eventos de rua. Depois do sucesso da primeira edição do Chefs nos Eixos, em novembro, o evento passou de 34 quiosques para 48, na última edição, no começo de março”. Nessa segunda edição, o evento reuniu cerca de 50 mil pessoas no Eixão Norte. Na ocasião, foram servidos mais de 100 mil pratos. Food trucks também participaram da festa. Hugo finalizou dizendo que gastronomia e tecnologia estavam conectadas, com wi-fi livre e um aplicativo para celular e tablets que mapeava os pontos do evento, ajudando o público a encontrar os chefs, saber o que ele estará servindo, além de preços. O público compartilhou suas experiências com fotos e comentários sobre o evento com a hashtag #chefsnoseixos”. Os mercados se misturam, assim como as culturas, mas uma coisa é unanimidade para os dois: o amor por Brasília e a vontade de crescer junto com a cidade. LIVRES, MAS NEM TANTO //Por Por Sacha Bourdette Funcionamento de eventos a céu aberto exige licença para ocorrerem de forma legal Repleta de espaços públicos, Brasília nunca foi tão explorada como atualmente. Essa nova onda de eventos ao ar livre tem despertado o interesse de empresários e mudado a rotina das quadras e ruas da cidade. Segundo dados da Agência de Fiscalização do Distrito Federal (Agefis), foram realizados somente neste ano 235 eventos, uma média de 130 por mês. Para que essas atividades ocorram de maneira regular, é necessário possuir licença da Administração Regional da localidade em que o evento irá ocorrer. De acordo com o administrador de Brasília, Igor Tokarski, eventos em área pública podem ser legalizados desde que seguido o passo a passo para a obtenção da licença, conforme a Lei n° 5.281/2013. “Pedimos sempre ao interessado que procure a nossa gerência de licenciamento com antecedência de 30 dias para providenciar a documentação. A taxa para eventos com fins lucrativos é de R$ 0,52 por metro quadrado”, explicou. Os food trucks ainda não possuem uma legislação específica, motivo pelo qual não existe licença de funcionamento. “A Agefis realiza a fiscalização, trabalhamos como uma atividade eventual. Por isso, a Administração Regional apresenta toda a lista de exigências que devem ser cumpridas pelos organizadores”, apontou a diretora-presidente do órgão, Bruna Pinheiro. Entretanto, o Sindicato de Hotéis, Restaurantes, Bares e Similares de Brasília (Sindhobar-DF), pretende encaminhar para a Câmara Legislativa, ainda neste mês, um Projeto de Lei em que regulamenta o funcionamento dos veículos. “Queremos estabelecer normas e procedimentos. Atualmente, está muito desorganizado”, apontou o presidente do Sindhobar-DF, Jael Antônio da Silva. Além disso, a Câmara Legislativa aprovou o Projeto de Lei 2.072/2014, que regulamenta o funcionamento das feiras itinerantes. De acordo com o PL, as feiras terão que ter no mínimo 60% de aprovação dos lojistas para funcionar perto de centros comerciais. Porém, ainda falta sanção do governador do DF, Rodrigo Rollemberg. O Sindicato do Comércio Varejista do Distrito Federal (Sindivarejista-DF) luta para que a lei entre em vigor. “As feiras itinerantes atrapalham o comércio local. O Sindicato atua para que o comércio não seja ameaçado, pois o empresário investe nas lojas e na contratação de funcionários, diferentemente das feiras”, revelou o presidente do Sindivarejista-DF, Edson de Castro. A empresária da loja Fulanitas de Tal, Eunice Pinheiro, promove feiras, além de convidar expositores na quadra 405 Norte. “Criei a feira como alternativa para quem não possui loja. Reunimos mais ou menos 20 expositores e cobramos em média R$ 150, de acordo com os gastos. Para ser um expositor é necessário passar por uma curadoria, priorizamos pessoas que têm produção própria. Mas para obter autorização da Administração é burocratizado, pois exige muitas assinaturas”, revelou. Moradores apoiam os eventos ao ar livre. “Eu acho fantástico, a cidade está tomando outra cara e de forma espontânea, humanizando Brasília”, contou a moradora do Lago Norte e bacharel em turismo, Nicole Facuri. Já para a produtora de cinema, que mora na 106 Sul, Natália Duarte, os eventos estão revivendo os espaços da capital e promovendo o convívio entre as pessoas. Revista Fecomércio DF 39 artigo cnc A difícil tarefa do reequilíbrio fiscal O ano de 2015 será um tempo de purgação para corrigir os erros que nos últimos anos marcaram a má condução da política econômica. A purificação da economia brasileira requer, em face dos “déficits gêmeos”, o fiscal e o externo, rígido controle do gasto público e livre flutuação do câmbio. E mais, um realinhamento de preços relativos, em especial tarifas dos serviços públicos, o que significa impor ao País um período de “inflação corretiva”. Na busca de confiabilidade por meio do cumprimento da palavra empenhada, fica muito difícil alcançar a meta de inflação de 4,5%, em 2016. A meta fiscal de um superávit primário fixado prudentemente em 1,2% do Produto Interno Bruto (PIB) tem um forte conteúdo de indeterminação. Qual será ao final do ano o valor do denominador? No dia de hoje, há fortes indícios de contração comparativamente ao resultado estimado para 2014, que aponta para uma taxa próxima de zero, refletindo a estagnação, ou melhor, a ausência de crescimento econômico. Além do efeito de contração resultante da tentativa de corrigir o desequilíbrio das contas públicas como pré-condição para domar a inflação, há do lado real da economia restrições ao aumento do PIB sintetizadas na expressão “condições físicas da oferta”. As crises hídrica e elétrica são, no curto prazo, fatores limitativos da expansão dos níveis atuais de produção. A escassez de água compromete a produção agropecuária, assim como da indústria de transformação, alimentos e bebidas, siderurgia, papel e celulose e química. 40 Revista Fecomércio DF As vicissitudes que assolam a Petrobras, resultantes de erros de gestão associados ao uso político da empresa, pela via da corrupção, também apontam na direção de um declínio da atividade econômica. A tudo isso se acrescenta a preocupante redução do seu programa de investimentos, de vez que a viabilidade econômica de vários campos fica comprometida diante da queda de preço do barril de petróleo. Por sua dimensão e natureza do negócio, a contração da empresa no futuro imediato e a inevitável revisão dos contratos firmados com as grandes empreiteiras da construção civil geram um efeito em cascata sobre uma miríade de fornecedores. A matriz das interações industriais será profundamente afetada. Esses são os principais argumentos que permitem prever para este ano um cenário de recessão, com todo seu cortejo de consequências negativas. A partir desses esperados resultados negativos, cresce o desencanto com os anunciados objetivos básicos da política econômica, quais sejam os de promover um “superávit primário” de 1,2% do PIB em 2015 e 2,0% em 2016, visando promover o necessário ajuste fiscal e interromper a assustadora tendência de uma crise de insolvência na administração pública. Antonio Oliveira Santos Presidente da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo Na mesma situação está o propósito de trazer a inflação para o centro da meta, ou seja, reduzir a inflação ao nível de 4,5%, em 2016. Se a oferta de bens e serviços (PIB) não cresce, é previsível a continuidade do desequilíbrio em face de uma demanda mais ou menos rígida, alicerçada na política social dos últimos 12 anos. Se o PIB não cresce, dificilmente se poderá esperar uma melhora do quadro fiscal, com despesa crescente e receita estagnada ou recessiva. Assim sendo, a primeira aposta do ministro da Fazenda, de superávit primário, dificilmente irá se concretizar. Temos que conviver com essa realidade. Revista Fecomércio DF 41 tradição Comércio de resistência //Por Luciana Corrêa Fotos: Cristiano Costa Quatro empresários pioneiros da cidade contam como driblam as intempéries econômicas e mantêm vivos seus negócios D iante das diversas dificuldades que os empresários enfrentam em Brasília, como falta de segurança e estacionamento, valores altos de aluguéis e impostos, ainda existem aqueles que conseguem manter seus negócios com a força da tradição, dedicação e amor ao trabalho. Com estabelecimen- 42 Revista Fecomércio DF tos criados há pelo menos 30 anos, Karl Marx, Lorival, Bohumil e Ali são exemplos de comerciantes de pequenas empresas que vieram no início da criação da capital federal, com a esperança de mudar suas histórias, e hoje têm muito que contar sobre suas conquistas diante de um mercado competitivo de médias e grandes empresas. Por amor ao negócio O empresário israelense Ali Aziz (70) veio sozinho para o Brasil em 1961 e não consegue esconder de ninguém sua paixão pelo comércio. “Adoro trabalhar, vender, comprar, viajar, e não largo isso nunca. Já tive vontade de fechar essa loja, mas só não faço por não saber fazer outra coisa”, declara, apesar de diversas dificuldades que encontrou durante os quase 50 anos como comerciante no Brasil. Antes de vir ao País, não conseguia ver seu futuro em Israel e com contatos no Brasil, decidiu vir de navio para tentar a vida aqui. “O regime do meu país era muito difícil de viver. Tinha amigos aqui e vendo as revistas com culturas brasileiras me encantei. Deixei minha mãe e meus seis irmãos. Decidi vir ganhar a vida”, conta. Ali foi primeiro para São Paulo, onde conheceu pessoas da área de confecção. Visitou o Rio Grande do Sul e por fim veio para a capital federal. Depois de 10 anos, abriu duas lojas do ramo no Núcleo Bandeirante e só então resolveu voltar para seu país, para visitar. Uma dessas lojas foi a Mundo das Modas, na Comercial Norte, em Taguatinga, que, em 1972, mudou o nome para Lojas Everest e a ampliou comprando mais três portas ao lado. “Naquela época, tudo que eu colocava exposto vendia. No Natal, as ruas estavam enfeitadas, tinha segurança, muito movimento e as vagas do estacionamento estavam sempre livres para os clientes. Tinha até competição da loja mais enfeitada”, relembra. Hoje, proprietário de diversos pontos em Brasília, mantém com garra a tradicional Loja Everest. Desanimado com a realidade do comércio atual, Ali acredita que a estrutura da cidade está largada, não tem estacionamento, iluminação ou policiamento. “O movimento caiu muito. Não tenho dinheiro para pagar funcionários, impostos. Só vejo aborrecimento hoje. Um dos grandes culpados é o estacionamento. Se está chovendo, você vai preferir ir ao shopping. Se quer pagar mais barato, vai para as feiras. A competição é grande com empresários que conseguem comprar em grandes polos como a China”, desabafa. A competição é grande com empresários que conseguem comprar em grandes polos como a China Ali Aziz Empresário Mestre sorveteiro O gerente-geral de vendas de uma multinacional no Nordeste, Karl Marx Simas (79), não estava satisfeito com tantas viagens que fazia por causa do emprego, e, em 1980, idealizou abrir um negócio e, inspirado em uma famosa sorveteria que conheceu em uma viagem a Belém (PA), criou a Moka’s Sorveteria, na 112 Sul. Carioca, casado e pai de três filhos, tem sua história contada com orgulho pelo filho e sócio Marcos Simas (52), que o acompanhou desde o início do seu projeto. “Lembro-me de limpar a loja que era um açougue antes. Abrimos sem a menor ideia do negócio, mas ele é muito intuitivo na cozinha. Depois de anos, me dei conta de que ele é um mestre sorveteiro”, diz orgulhoso. Marcos garante que o segredo da resistência desse negócio ao mercado competitivo é a soma do preço justo, os sabores tradicionais da época e também a forma de fazê-lo que garantem a qualidade. O sorvete é todo artesanal, desde a compra das frutas, o preparo, o processamento, a base do sorvete até a finalização. “Não sabemos fazer de outra maneira. Posso falar que hoje meu produto é natural, pois fazemos do mesmo jeito desde 1980 e na época não tinha nada industrializado”, explica. Mas para manter-se no mercado de hoje, Simas propôs uma reforma para modernização do espaço e hoje garante que dobrou o número de clientes. “Fiz na hora certa. Estávamos apenas estáveis. Os clientes antigos gostaram, estão elogiando. Vejo que podemos ficar mais 35 anos no mercado”, comemora. Formado em Gastronomia na Espanha, Marcos explica que a memória gastronômica também garante seus fiéis consumidores. “Nossos clientes voltam sempre pra lembrar, pelo sabor do sorvete, de alguma época da infância, da adolescência. Muitos clientes já estão trazendo os netos aqui. A pessoa busca por meio da papila gustativa, momentos de amor, de carinho, lembranças boas. Estamos atentos às crises do mercado. Vejo que o maior problema hoje são os altos aluguéis, que estão fazendo fechar os comércios menores. Ainda bem que não temos esse peso”, conta. Revista Fecomércio DF 43 comércio Sem saber Português O fundador da conhecida livraria Musimed, localizada na 505 Sul, Bohumil Med (76) é um especialista em teoria musical, professor aposentado de trompa e de matérias teóricas pela Universidade de Brasília. Formado em música em seu país, Tchecoslováquia, já coleciona diversas publicações na área. Orgulhoso de ter nacionalidade brasileira, Bohumil veio para o Brasil aos 29 anos de idade, convidado para tocar na orquestra sinfônica do Rio de Janeiro. Sem saber uma palavra em Português, veio com esperança de crescer em sua profissão e ser reconhecido. Quando chegou ao Brasil, em pouco tempo foi convidado a dar aulas, mas não sabia a língua local. Foi então se dedicar a aprender e começou a escrever apostilas e planos de aula, e percebeu a falta de material teórico e didático de boa qualidade. “Trabalhava mais de 12 horas por dia, até que fui convidado para Brasília. Aqui eu trabalharia e ganharia menos, e então aproveitei o tempo de transformar minhas apostilas em livros. Abri a empresa em 1982, comecei a crescer e hoje a Musimed é a maior livraria musical da América Latina”, orgulha-se. A loja vende também via internet para o Brasil e para o exterior. “Temos muitos itens que não existem mais na Europa, por exemplo. Há anos, em São Paulo e Rio de Janeiro, por exemplo, havia muitas lojas boas, mas como os negócios foram fechando, eu resolvi comprar os acervos”, orgulha-se. Bohumil conta que tem mais de 100 mil títulos e recebe muitos músicos internacionais. “Somos referência para grandes instrumentistas do País”, conclui. A Musimed começou no Conic e, com o crescimento, precisou procurar outro ponto na cidade. Hoje com 800m², a loja vende em varejo, atacado, para exportação e também possui uma editora. “Não vejo tanta competitividade de mercado. É claro que há uma grande concorrente, a internet, que tem muita coisa de graça, mas ainda há a tradição de bons materiais. Não sei o que vai acontecer no futuro. Enquanto isso vamos nos mantendo”, explica. O mineiro de Uberaba, Lorival de Almeida (74), fala sobre o sucesso da sua lanchonete Rei do Pão de Queijo, na 302 Sul, com orgulho. Mas ao falar em mudanças, reforma ou ampliação da loja, tem cautela.“Estou feliz com meu negócio. Estamos há 28 anos no mercado e meu segredo para manter a clientela é a qualidade. A pior de todas as crises que já passei é a de agora. Tenho um projeto de reforma, mas estou com medo de começar. A reforma irá ajudar a atrair clientes, mas é melhor esperar”. Ele veio para Brasília, depois de fechar dois supermercados na cidade de origem. “Fiquei desgostoso com a situação na época. Não era bom de vender. Resolvi então abrir um negócio menor. Como meu irmão já estava aqui, vim e gostei”. Lorival lembra que o comércio em Brasília de 1994 a 2000 foi muito bom, com preços estabilizados e que se vendia bem. “Hoje, os meus clientes continuam, mas vejo que o pior problema para o comerciante é a contratação de mão de obra”, reclama. Para abrir seu negócio, Almeida trouxe profissionais de Uberaba para treiná-los daqui. “Se for o caso, também sei como faz, temos as receitas para manter o padrão. Não podemos deixar cair a qualidade. É claro que a matéria-prima é primordial também”, explica. Cautela mineira 44 artigo doses econômicas Se correr, o bicho pega. Se ficar, o bicho come Quando o barril do petróleo alcançou US$ 110, o governo manteve os preços internos abaixo dos praticados no mercado internacional O provérbio parece expressar bem a situação atual do governo brasileiro. Vou dar um exemplo para esclarecer o argumento. Vamos olhar para a questão dos preços dos combustíveis (assunto recorrente, em especial nos últimos dias, devido à greve dos caminhoneiros). O governo, quando o barril do petróleo alcançou patamar acima dos US$ 110, manteve os preços internos da gasolina e óleo diesel abaixo dos praticados no mercado internacional. Isso, entre outros problemas, foi um dos responsáveis pela atual situação contábil da Petrobras, bem como a piora no saldo da nossa balança comercial. Portanto, manter os preços menores do que seriam os preços de equilíbrio desse mercado foi, sem dúvida, danoso para o País, do ponto de vista econômico. Desde meados do ano passado, o preço do barril de petróleo passou a apresentar grande queda, estando atualmente em um patamar próximo a US$ 60. Mesmo o preço unitário do barril quase caindo pela metade nos últimos nove meses, o que tivemos no Brasil foi um aumento recente do preço dos combustíveis. Em outras palavras, o governo se colocou em uma situação bastante complicada. Não pode continuar elevando o preço dos combustíveis, pois isso impactaria ainda mais no Custo Brasil e na inflação. Não pode tampouco baixar os preços, pois isso dificultaria a possibilidade de ajuste fiscal e também alteraria a política de controle de preços dos combustíveis que o governo sempre defendeu, apoiou e manteve nos últimos anos. Conclusão: do ponto de vista governamental, nenhuma das opções parece boa. Esse, porém, não é o único e, talvez, nem o maior dos problemas. Houve também aumento nos preços das passagens de ônibus e da energia elétrica. O IPCA de janeiro registrou alta de 1,24%, a maior alta mensal desde fevereiro de 2003. A inflação acumulada nos últimos 12 meses já ultrapassa os 7%. A taxa de câmbio atingiu a casa dos R$ 3 por dólar, o que acaba por reforçar a inflação. E tudo isso em meio ao rebaixamento da nota da Petrobras e da perda de seu grau de investimento, além de cortes no orçamento do PAC. Com isso, o governo federal reduz investimentos fundamentais para a economia brasileira (que tem sofrido com o baixo crescimento dos últimos anos), em um contexto de juros mais altos e crescentes, o que restringe e encarece os custos do investimento privado. Agora, não adianta chorar o leite derramado. Como diz o ditado: conhece-se o marinheiro no meio da tempestade. Preparem-se, que a tormenta só está começando. Parceria: Geovana Lorena Bertussi, Cristiano Costa economista, conselheira do Corecon/ DF. Professora do Departamento de Economia da UnB Revista Fecomércio DF 45 brasília 55 anos DF ontem e hoje //Por Por Silvia Melo Fotos: Cristiano Costa Agricultura, comércio e turismo são os pontos fortes da economia de quatro cidades do DF que existiam antes da própria capital Q uando Brasília começou a ser projetada, já havia na região do Distrito Federal cidades como Planaltina e Brazlândia que, com a chegada da capital do País à região Centro-Oeste, foram incorporadas ao DF e viraram Regiões Administrativas. Cidades como Candangolândia e Núcleo Bandeirante também surgiram antes de Brasília ser inaugurada e serviam como ponto de apoio para os trabalhadores da capital do Brasil, seja como local onde foram instaladas as primeiras moradias ou como área em que se concentrava o comércio. CANDANGOLÂNDIA Conhecida como cidade-mãe, por abrigar, a partir de 1956, os primeiros trabalhadores que vieram construir a capital, Candangolândia tem atualmente 17 mil habitantes e mantém até hoje muitas casas de madeira. Em 1994, a cidade recebeu a denominação de Região Administrativa XIX. Típica cidade dormitório, ela possui mais residências que comércio, porém a área 46 Revista Fecomércio DF ma Restaurante atende em média 150 clientes por dia. “O comércio da cidade tem crescido bastante. Depois que abri meu restaurante surgiram mais sete”, informa, destacando que o público-alvo são os funcionários das concessionárias e trabalhadores da cidade. “Adoro morar e trabalhar aqui. É uma cidade extremamente pacata, acolhedora e tranquila”, conta. Planaltina é a maior produtora de grãos e hortifruti, respondendo por 60% da produção anual do DF comercial está em expansão e conta com mais de 300 pontos, onde destacam-se restaurantes, padarias e farmácias. De acordo com a Pesquisa Distrital por Amostra de Domicílios 2013 (PDAD), trabalham na própria Candangolândia apenas 18,15% de seus 7.118 trabalhadores. Na hora das compras, os moradores adquirem produtos alimentícios e serviços em geral e pessoais, em sua maioria, na própria cidade. A principal atração turística da cidade é a Igreja São José Operário, edificada em madeira e construída pelos pioneiros em 30 dias. Restaurada em 2013, foi tombada e considerada Patrimônio Cultural do DF em 1998. Iracema Pereira Medrado, de 47 anos, é moradora da cidade há 23 anos. Proprietária do restaurante que leva o seu nome, a piauiense abriu seu próprio negócio, o Irace- PLANALTINA Com suas ruas estreitas e casarões centenários, a cidade mais antiga do DF surpreende quem a visita por ser o oposto da modernidade de Brasília. Localizada a 38,5 quilômetros do Plano Piloto, foi batizada de Planaltina em 1917. No ano do centenário da Independência do Brasil (1922) foi lançada a pedra fundamental da futura capital. Atualmente, possui 230 mil habitantes e a economia tem como carro-chefe a agricultura. Com a maior área rural do DF, Planaltina é a maior produtora de grãos e hortifrutigranjeiros, respondendo por 60% da produção anual do DF. De acordo com a Empresa de Assistência e Extensão Rural do DF (Emater-DF), Planaltina possui os núcleos rurais Rio Preto e Tabatinga que se destacam na produção de grãos e na pecuária. Já Pipiripau e Taguara produzem principalmente hortaliças. Esses núcleos respondem por 20% da produção nacional de pimentão em estufa. O mineiro Geraldo Magela Gontijo, de 52 anos, é filho de agricultor e começou a trabalhar cedo na terra para ajudar os pais. Estudou em uma escola agrícola e, aos 17 anos, mudou-se para Planaltina. No ano que chegou começou a trabalhar como técnico em agropecuária e ingressou na Emater, onde trabalha atualmente. Em 1983 iniciou o cultivo em uma chácara de terceiros e com o resultado do primeiro plantio, adquiriu sua propriedade. Foi pioneiro na América Latina a trabalhar com o plantio em estufa. Em sua chácara há 19 estufas - quatro de maracujá, duas de uva e 13 de hortaliças. Com elas, sua produção triplicou. “Produzo em torno de mil sacas por ano, que são vendidas para sacolões, mercados e atacadistas. Uma pequena parte vai para cidades de Goiás”, afirma. Além da produção agrícola, Planaltina destaca-se pelo turismo, principalmente religioso. É lá que estão uma das maiores comunidades místicas do país, o Vale do Amanhecer, o Morro da Capelinha, que reúne mais de 100 mil pessoas durante a encenação da Via Sacra. A região também tem atrações como a Lagoa Bonita, a Cachoeira do Pipiripau e a Estação Ecológica de Águas Emendadas. NÚCLEO BANDEIRANTE Conhecida como Cidade Livre, foi uma das principais áreas de povoamento anteriores à inauguração de Brasília, tendo como principal função naquela época o comércio. Era lá que os trabalhadores gastavam o dinheiro que recebiam com a construção da capital. Para incentivar o comércio na região, foi permitido aos comerciantes da época fixarem residência e serem isentos de impostos. Por isso o nome Cidade Livre. Em 1961, foi batizada de Núcleo Bandeirante e, em 1989, tornou-se Região Administrativa do DF. Com população de 26 mil habitantes, o Núcleo Bandeirante mantém até hoje o comércio como principal atividade econômica. De acordo com dados da PDAD, a ocupação predominante da população economicamente ativa é essencialmente voltada para o comércio, serviços gerais e serviços públicos, sendo que a maioria, 32,9% está concentrada no comércio. Francisca Roque de Oliveira, de 42 anos, é proprietária do Restaurante Cidade Livre há cinco anos e que já conquistou os prêmios Roda de Boteco de melhor bar e segundo melhor atendimento em 2012, e de melhor petisco em 2010 e 2012. Nascida no Maranhão, ela veio para Brasília em 1981 e no ano seguinte passou a morar no Núcleo BandeiRevista Fecomércio DF 47 brasília 55 anos rante. “É a cidade ideal para morar pela calma e tranquilidade que existem até hoje. Nela, encontra-se de tudo em termos de comércio. É uma cidade completa”, afirma. Seu restaurante é conhecido pela qualidade oferecida. “O carro-chefe do restaurante é o chiclete de camarão, mas fazemos comida para atender a todos os gostos, como galinha caipira, carneiro, carne de sol, entre outras”, destaca. Além disso, o restaurante possui em suas paredes fotos em homenagem a de Brasília e de pioneiros. Grande parte das lojas do Núcleo Bandeirante está localizada nas avenidas principais. Entre as opções que a população encontra disponíveis estão o Mercado do Núcleo Bandeirante, que possui mais de 200 boxes com lojas de roupas, restaurantes, salões de cabeleireiros e de conserto de aparelhos eletrônicos. BRAZLÂNDIA Cidade cercada por centenas de propriedades rurais, agrícolas e pecuárias, Brazlândia é conhecida como Terra do Morango, por ser a maior produtora do DF e estar na sétima colocação no ranking nacional. Foi fundada em 1933, abrange uma área de 474km² e está localizada a 45km do Plano Piloto. A cidade tem 54 mil habitantes na área urbana e 30 mil na área rural. O forte da economia local está na agricultura e pecuária. Cerca de 40% do que é produzido de hortaliças e frutas no DF vem de Brazlândia. O carro-chefe é o morango. Segundo a Emater-DF, em 2014 foram produzidas 5.250 toneladas da fruta em 150 hectares, o que injetou R$ 22 milhões na economia local. “O morango produzido em Brazlândia vai para Brasília e Entorno – parte de Goiás e Minas Gerais, além de Tocantins e Bahia”, afirma Rodrigo Alves, gerente da Emater-Brazlândia. Além do morango, a cidade produz goiaba, vagem, ervilha-torta, jiló, berinjela, tomate-cereja, pimentão, batata-doce e alface. “Também tem crescido a produção de hidropônicos”, destaca ele, lembrando que a região possui sete agroindústrias de polpas, hortaliças e embutidos. Nascido no sertão da Paraíba, o “Produzo em torno de mil sacas por ano, que são vendidas para sacolões, mercados e atacadistas. Uma pequena parte vai para cidades de Goiás” Geraldo Gontijo, agricultor de Planaltina 48 Revista Fecomércio DF produtor José Célio Bezerra, de 40 anos, começou cedo na agricultura. Em sua terra natal trabalhou até os 17 anos. Certa vez, ao visitar familiares por aqui, decidiu comprar uma chácara em Brazlândia para ajudar um primo que passava por dificuldades. Em 2011, começou a plantar morango. “Vi que o morango era importante na região e decidi investir também, já que muitos agricultores tinham obtido sucesso com a plantação”, afirma. A aposta deu certo e ele produz anualmente cerca de 150 toneladas da fruta em 7,5 hectares de terra. “A maioria vai para a Ceasa. Fechamos um contrato com o governo e uma parte irá para as escolas públicas de Brazlândia”, destaca. Além do morango, José Célio produz tomate, pimentão, beterraba, couve-flor e goiaba. Em relação ao comércio, em Brazlândia existem empresas de pequeno, médio e grande porte como restaurantes, lanchonetes, padarias, confeitarias, bares, farmácias e drogarias, supermercados, confecções, academias e oficinas mecânicas. ensino Cristiano Costa Para o mercado de trabalho //Por Luciana Corrêa Faculdade forma mais de 250 profissionais em quatro áreas distintas M ais de 250 alunos se formaram, dia 17 de março, pela Faculdade Senac-DF. A solenidade de colação de grau ocorreu no Clube do Exército, no Setor de Clubes Sul. Os recém-formados são dos cursos de Gestão em Recursos Humanos, Gestão de Tecnologia da Informação, Marketing e Gestão Comercial, das unidades do Plano Piloto e de Taguatinga. O presidente do Senac-DF, Adelmir Santana, participou da cerimônia e ressaltou a importância da formação continuada. “Voltem ao Senac, continuem estudando. Se nos acomodarmos com a formação que hoje estamos aqui comemorando, certamente dentro de pouco tempo ela não terá mais nenhuma valia em razão das exigências do mercado e O presidente do Senac-DF, Adelmir Santana, defendeu em seu discurso a importância da formação continuada dos alunos do próprio crescimento da informação. É preciso que esse estudo seja eternamente continuado, buscando sempre a excelência no trabalho. A educação liberta. Faz com que saibamos fazer nossas escolhas”. O diretor regional do Senac-DF, Luiz Otávio da Justa Neves, falou sobre a continuidade nos estudos. “Esperamos vocês nas pós-graduações, como professores, como servidores, ou até como amigos”. Para a diretora da Faculdade Senac-DF, Antonia Maria Ribeiro Rodrigues, é primordial que os alunos não desistam dos seus ideais. “Renovem constantemente a fé na capacidade de vocês. Encontrem as brechas para implantar o novo, pois o mundo precisa de em- preendedores criativos e inovadores”. O orador e tecnólogo, José Ronaldo Santos, aproveitou o seu pronunciamento para elogiar os professores. “Apenas 14% da população possui um diploma igual ao nosso. E é claro que o corpo docente é o que faz toda a diferença na Faculdade Senac”, elogiou. Também participaram da cerimônia a diretora-financeira e administrativa, Francimeire Bernardo; os coordenadores dos cursos de Gestão de Recursos Humanos, Suely Parrini; de Gestão da Tecnologia da Informação, Douglas Almeida e Nasser Youssif; e de Gestão Comercial e Marketing, Graciere Barroso e Demóstenes Azevedo. Parceria para o mercado imobiliário A Faculdade de Tecnologia Senac-DF fechou parceria com o Sindicato da Habitação do Distrito Federal (Secovi-DF) para oferecer a pós-graduação Lato Sensu em Administração e Negócios Imobiliários, a partir de abril. O curso atenderá às demandas do mercado imobiliário de formar profissionais e consultores imobiliários, para atender às empresas privadas ou públicas, suprindo a grande demanda por gestores imobiliários no DF. O público-alvo são os profissionais com nível superior em diversas áreas que, em virtude de suas atividades profissionais e/ou interesses, desejam se profissionalizar na área. As aulas serão às quartas e sextas-feiras à noite e sábados à tarde, com carga horária total de 360 horas. Mais informações @senacdf /senacdistritofederal www.senacdf.com.br Revista Fecomércio DF 49 agenda fiscal Hora de rever empreendimentos O cenário econômico atual aponta para um ano de crise e criar oportunidades é mais importante do que apenas sobreviver. Afinal, “em momento de crise, crie!”. Aumento do preço de insumos e de tarifas, além do inadimplemento do governo e da necessidade em aumentar a arrecadação, são fatores que podem contribuir para um ano difícil, principalmente, do comércio varejista e do setor de serviços. Calendário Nessa direção, queremos apresentar algumas sugestões. O cálculo do preço de venda contempla custos, despesas e margem de lucro, e compreender tais conceitos é importante, por isso lembre-se que “cortar” custos pode contribuir para a redução da receita e “cortar” despesas para aumentar o lucro. Sobre consulta, concessão de descontos e redução de impostos, tanto para Lucro Presumi- do quanto para o Simples, substituir o desconto financeiro (condicionado ao pagamento em data certa) pelo desconto comercial (já é concedido no preço do produto) reduz a base de cálculo fiscal. Converse com o profissional contábil que lhe assessora e estude a estrutura do resultado de seu empreendimento. Buscar redução qualitativa dos custos e quantitativa das despesas será fundamental. 6 a 31/3/2015 O QUÊ e QUANDO pagar? 7/4 15/4 20/4 25/4 30/4 • Data-limite para pagamento dos Salários referente a 3/2015. • FGTS (GFIP - Guia de Recolhimento do Fundo de Garantia e Informações à Previdência Social) referente a 3/2015. • COFINS/CSLL/PIS retenção na fonte, de 16 a 31/03/2015. • Contribuição Previdenciária (contribuintes individuais, facultativos e domésticos) referente a 3/2015. • Contribuição Previdenciária (SIMPLES e Empresas em Geral, incluindo retenção de 11% e empresas desoneradas) referente a 3/2015. • Imposto de Renda Retido na Fonte nos códigos 0561, 0588 e 1708 referente a 3/2015. • SIMPLES NACIONAL referente a 3/2015. • ISS e ICMS referentes a 3/2015 (observar datas específicas para o ICMS – ST e outras situações). • PIS e COFINS referente a 3/2015. • Contribuição Sindical Laboral Mensal referente a 3/2015. • 1ª quota ou cota única do IRPJ e da CSLL referente ao 1º trimestre/2015 pelo Lucro Real, Presumido ou Arbitrado. • Carnê Leão referente a 3/2015. • IRPJ e CSLL referentes a 3/2015, por estimativa. • COFINS/CSLL/PIS retenção na fonte, de 1 a 15/4/2015. • Parcela do REFIS, do PAES, do PAEX, do Parcelamento do SIMPLES Nacional e do Parcelamento da Lei 11.941/2009 (consolidado). O QUÊ e QUANDO entregar? 7/4 15/4 23/4 30/4 Cristiano Costa Várias • Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (CAGED) ao MTPS referente a 3/2015. • Escrituração Digital do PIS/Pasep, da COFINS e da Contribuição Previdenciária (EFD CONTRIBUIÇÕES) à SRF/MF referente a 2/2015. • Declaração de Débitos e Créditos Tributários Federais (DCTF Mensal) à SRF/MF referente a 2/2015. • Declaração de Operações Imobiliárias (DOI) a SRF/MF referente a 3/2015. • Declaração de Ajuste Anual do Imposto de Renda da Pessoa Física (DIRPF) à SRF/MF referente ao ano calendário 2014. • Livro Fiscal Eletrônico (LFE) à SEF/DF referente a 3/2015: observar Portaria/SEFP nº 398 (9/10/2009). Adriano de Andrade Marrocos Contador da Fecomércio-DF e do IFPD e vice-presidente do CRC/DF 50 alimentação Facilidade para comerciários //Por Por Líliam Rezende Foto: Cristiano Costa As unidades móveis auxiliam a vida dos trabalhadores do segmento, com qualidade e preços atrativos P ara facilitar o acesso a diversos serviços, o Sesc disponibiliza unidades móveis para sua clientela comerciária. Um exemplo de sucesso é a unidade móvel de alimentação, que serve café da manhã, além de caldos e cremes. No ano passado foram cerca de 47,6 mil atendimentos. “A ideia é levar alimentação saudável, boa e acessível à clientela. E priorizamos locais com maior número de comerciários”, revela a gerente das Unidades Móveis, Quitéria Maria Dantas Lima. Atualmente, a unidade móvel de alimentação está na Esplanada dos Ministérios, com funcionamento de segunda a sexta-feira das 8h às 10h (café da manhã) e das 15h30 às 18h (caldos e cremes). Em abril, a unidade continua a atender no local. “Pensamos nos trabalhadores, principalmente naqueles que moram bem longe, saem sem tomar o café da manhã e podem então contar com um desjejum completo na unidade móvel”, explica. O servidor do Ministério do Planejamento, João Ferreira da Silva Neto, frequenta semanalmente a Unidade Móvel de Alimentação, quando o veículo está na Esplanada dos Ministérios. Ele prefere os caldos que são servidos no final do dia. “Compro e levo para a família porque é mais prático”, conta. Ele ressalta que o preço é acessível e a comida, saborosa. “É mais barato que um sanduíche e a variedade é ótima. Meu preferido é o de consumê de legumes com frango”, revela. Para João, a unidade móvel ajuda muito quem trabalha naquela região, já que no local não há muitas opções alimentares. “Vale muito a pena. Mas não dá para deixar para comprar muito tarde porque senão acaba. Muita gente cruza a Esplanada para chegar até a Unidade, é um sinal de que vale a pena”, aponta. A qualidade aliada a um preço acessível é a receita ideal para atrair cada vez mais interessados. A variedade também é um atrativo. Sempre há uma opção de caldo ou creme por dia, com outras opções durante a semana. Já o café da manhã inclui uma bebida quente, sanduíche, suco e uma fruta. O caldo e o café da manhã têm preço único de R$ 4,50 cada. Ao longo do ano, também há atendimento nessas unidades em ações comunitárias promovidas pelo Sesc. Além da unidade de alimentação, há ainda a Odontosesc, que atua na prevenção, promoção de saúde, restauração, clareamento, tratamento de canal, periodontia leve e pequenas cirurgias; o Passaporte para a Saúde, com prevenção de doenças por meio de acompanhamento nutricional; além do Bibliosesc, que disponibiliza livros, revistas e jornais para leitura e empréstimos. As empresas interessadas em oferecer esses serviços aos seus funcionários devem solicitar o atendimento ao Sesc. Informações: 3319-4460. Mais informações @sescdf /sescdistritofederal www.sescdf.com.br Revista Fecomércio DF 51 caso de sucesso Do jornalismo para a confeitaria //Por Por Sílvia Melo Foto: Cristiano Costa Kátia de Souza investe em segmento pouco explorado no DF, o de doces fitness D esde criança, Eidra Kátia de Souza gosta de cozinhar. Com o passar dos anos, descobriu a preferência pelos doces e fazia bolos, tortas, docinhos, entre outros, para presentear amigos e familiares. Formada em Jornalismo, Kátia, como é conhecida, conquistou o primeiro emprego na área de comunicação do INSS. Saiu de lá para se tornar coordenadora de eventos em uma associação onde ficou por quatro anos. A paixão pelos doces falou mais alto e a jornalista deixou o emprego para se dedicar ao curso de Confeitaria. Com as técnicas que aprendeu em dois cursos do Senac, aperfeiçoou os produtos que já vendia em sua empresa, aumentando a demanda e, consequentemente, o lucro. “Graças ao curso de Confeiteiro do Senac Gastronomia fiz o curso de Confeitaria Francesa pelo Senac Nacional. Com eles, tive base para entrar no segmento fitness e passei a oferecer produtos sem lactose, sem glúten e sem açúcar”, afirma ela, destacando que o diferencial da linha fit é a qualidade e o sabor, que não altera 52 Revista Fecomércio DF muito em relação aos demais produtos. Os doces, bolos e tortas da DociKá Gourmet podem ser encontrados no Facebook e no Instagram da empresa. Com o aumento da demanda, Kátia procura agora um espaço para abrir sua cozinha, já que fornece suas guloseimas para algumas cafeterias e confeitarias do DF. SOBRE O CURSO A próxima turma para o curso de Confeiteiro, com carga horária de 300h, será 11 de maio (manhã, tarde e noite). O curso ensina a preparar e montar sobremesas, doces, bolos, tortas e sobremesas, biscoitos finos, chocolates e folhados. Para participar é preciso ter 18 anos e o Ensino Fundamental completo. Mais informações @senacdf /senacdistritofederal www.senacdf.com.br EMPRES A IA UNICEF/BRZ/João Ripper UNICEF/BRZ/João Ripper UNICEF/BRZ/Manuela Cavadas © UNICEF/NYHQ2009-1911/Pirozzi UNICEF/BRZ/João Ripper UNICEF/BRZ/Manuela Cavadas NC À IN F  secure.unicef.org.br/empresasolidaria 0800 605 2020 [email protected] Empresa Solidária à Infância é um programa que o UNICEF criou para mudar a realidade de milhares de crianças e jovens. Ao fazer uma doação, sua empresa colabora com o nosso trabalho e ajuda a levar oportunidades e direito à saúde, educação e proteção. É assim que, juntos, faremos a nossa parte por um mundo melhor. Acesse o site, saiba mais sobre o programa e participe. Revista Fecomércio DF 53 artigo direito no trabalho Da Medida Provisória 669 54 Revista Fecomércio DF pos 421, 422, 429 e 431 da CNAE 2.0. Cabe lembrar que de acordo com o art 62 da Constituição, as MPs só podem versar matérias de relevância e urgência, e, portanto, só se justificam em casos que exigem solução inadiável e em prazo inferior ao tempo que seria necessário para elaborar em regime de urgência a lei correspondente. Quando a matéria não é urgente, a MP é expediente impróprio, inconstitucional. Ademais, o Congresso aprovou recentemente uma MP que possibilitou a desoneração da folha de pagamento de cerca de 60 setores. A MP foi convertida na Lei 13.043/2014 publicada em novembro/2014. Como a MP 669 majorava as alíquotas previstas nessa lei recém-publicada, isso causaria grande insegurança jurídica. Para a Secretaria-Geral da Mesa do Senado, com a devolução, a MP 669 deixa de ter validade. Assim, a presidente Dilma Rousseff assinou Projeto de Lei, com urgência constitucional, com o mesmo conteúdo. Como o PL foi enviado ao Congresso em regime de urgência, os deputados terão 45 dias para votar a matéria antes de ela trancar a pauta de votações. Resta ao setor produtivo aguardar e torcer para que não haja majoração tributária aprovada pelo Congresso com o referido PL de iniciativa do Executivo e de mesmo conteúdo da MP 669. Dra Raquel Corazza consultora jurídica Ope Legis Consultoria Empresarial Quando a matéria não é verdadeiramente relevante e também urgente, a medida provisória é expediente impróprio, inconstitucional Cristiano Costa Em 27/2/15 foi publicada Medida Provisória 669 que aumenta a carga tributária de vários setores da economia, entre serviços e indústria. Ocorre que, em 3/3/15, o presidente do Senado, Renan Calheiros, anunciou a devolução da MP por entender ser inconstitucional e ferir, ainda, o princípio da segurança jurídica. De acordo com a MP, a partir de 1/6/15 a alíquota de 1% da contribuição previdenciária incidente sobre a receita bruta passaria para 2,5% no caso das empresas do setor de indústria dos produtos classificados na Tipi, aprovada pelo Decreto 7.660, de 23 de dezembro de 2011, nos códigos referidos no Anexo I. Na hipótese da alíquota de 2% da contribuição previdenciária incidente sobre a receita bruta, a partir de 1/6/2015 essa passaria para 4,5% no caso das empresas dos seguintes setores: as que prestam os serviços de TI e TIC referidos nos §§ 4º e 5º do art. 14 da Lei 11.774, de 17/9/2008; as empresas do setor hoteleiro enquadradas na subclasse 5510-8/01 da Classificação Nacional de Atividades Econômicas (CNAE) 2.0; as empresas de transporte rodoviário coletivo de passageiros com itinerário fixo enquadradas nas classes 4921-3 e 4922-1 da CNAE 2.0; as empresas do setor de construção civil, enquadradas nos grupos 412, 432, 433 e 439 da CNAE 2.0; as empresas de transporte ferroviário de passageiros enquadradas nas subclasses 49124/01 e 4912-4/02 da CNAE 2.0; as empresas de transporte metroferroviário de passageiros enquadradas na subclasse 4912-4/03 da CNAE 2.0; e as empresas de construção de obras de infraestrutura, enquadradas nos gru- senac Cristiano Costa Sessão especial no Congresso //Por Luciana Corrêa Senado homenageia instituição pelos 69 anos de serviços à sociedade O presidente do Senac-DF, Adelmir Santana, entre os senadores O Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (Senac) foi homenageado no dia 23 de fevereiro, pelos 69 anos de atuação em todo País. A homenagem ocorreu durante a 13ª Sessão Especial realizada no plenário do Senado, em Brasília. A iniciativa foi do senador Paulo Paim (PT-RS), com o apoio dos senadores João Capiberibe (PSB-AP), Wilder Morais (DEM-GO), Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM), Cristovam Buarque (PDT-DF) e Pedro Simon (PMDB/RS). O senador Jorge Viana (PT-AC), na condição de 1º vice-presidente da Casa, abriu a sessão especial e contou a história da instituição, destacando a importância do Senac. “O mundo, cada vez mais, é pautado pela economia do conhecimento. E o Senac tem papel preponderante a desempenhar nela. Gostaria, portanto, de parabenizar o Senac pelos 69 anos de excelência incontestável em favor do trabalhador, da economia nacional e do bem-estar do povo brasileiro”, declarou. O senador parabenizou também o colega Paulo Paim, autor do requerimento que motivou a realização da sessão. Inaugurado em janeiro de 1946, o Senac soma mais de 55 milhões de formados em todo Brasil. O presidente da Fecomércio-DF e presidente do Senac no Distrito Federal, Adelmir Santana, discursou exaltando números e a importância do trabalho da instituição para o País. Ele representou na ocasião o presidente da Confederação Nacional do Comércio, Antônio de Oliveira Santos. Adelmir é vice-presidente da CNC. “O Senac atua de acordo com as exigências do mercado de trabalho. São todos cursos focados nas necessidades dos setores de comércio, serviços e turismo. Mais de mil opções em cursos de formação inicial, técnicos, tecnólogo e pós-graduação. Preciso reafirmar a nossa cobertura em todo País. São 625 unidades operativas, fixas e móveis, com muito orgulho”, destacou Adelmir Santana. O senador Paulo Paim, autor do requerimento da sessão, fez questão de dizer que a homenagem era justa. “O Senac tem construído uma trajetória bonita, singular, bem sucedida no seu campo de atuação. Trajetória essa que vem incorporando, ao longo do tempo, estratégias e táticas de ação renovadas na busca de fazer o bem não interessando a quem, sempre olhando aqueles que mais precisam”, ressaltou. Paim destacou também os números referentes às matrículas gratuitas feitas pelo Senac, que em 2014 somaram 1,1 milhão. Além das autoridades citadas, também compuseram a mesa da homenagem os senadores Telmário Mota (PDT-RR), Ana Amélia (PP-RS) e Hélio José (PSD-DF); o deputado federal Mauro Pereira (PMDB-RS); e o chefe da assessoria parlamentar junto ao Poder Legislativo (Apel-CNC), Roberto Velloso. A 13ª Sessão Especial em celebração aos 69 anos do Senac contou ainda com a presença de alunos, servidores, professores e do diretor regional da instituição no DF, Luiz Otávio da Justa Neves. Mais informações @senacdf /senacdistritofederal www.senacdf.com.br Revista Fecomércio DF 55 tecnologia Jens Schriver Diretor-Executivo da ClickLab www.clicklab.com.br Maximo Migliari www.facebook.com/agencia.clicklab [email protected] Sócio da ClickLab 10 segundos que podem mudar sua comunicação A garota ou o garoto tira o celular do bolso, bate uma foto ou grava um vídeo e envia para todos os seus seguidores. Esses, por sua vez, recebem essa foto ou vídeo, que ficará em seus celulares por no máximo 10 segundos, quando então será automaticamente excluído. Ao fazermos essa descrição, pode parecer que estamos falando de mais uma moda boba entre os adolescentes. Mas se você trabalha em um mercado no qual o público-alvo é o jovem, deixamos uma dica: já passou da hora de conhecer o Snapchat. Contando com mais de 100 milhões de usuários no mundo todo, o aplicativo se tornou extremamente popular entre adolescentes e jovens adultos, que começam, aos poucos, a migrar do Facebook para outras plataformas sociais. Além disso, fontes confirmam que a gigante do comércio online, a chinesa Alibaba, investiu mais de US$ 200 milhões no aplicativo, elevando seu valor de mercado para aproximadamente US$ 15 bilhões. Qual, no entanto, o valor dessa rede social para o seu negócio? Por permitir o compartilhamento rápido de vídeos e fotos, o Snapchat pode se tornar uma excelente ferramenta para a divulgação rápida de promoções, produtos e novidades. Além disso, em parceria com a companhia de pagamentos online Square, o aplicativo disponibilizou, recentemente, um serviço que permite aos usuários enviarem dinheiro uns aos outros, fato que pode indicar que, em breve, o Snapchat possa lançar alguma funcionalidade voltada para o comércio eletrônico. Além disso, é crescente no Brasil a venda de smartphones, principalmente para a classe C, o que demonstra que cada vez mais a interação entre clientes e empresas através da internet será feita por meio desses dispositivos. E, entre os usuários desses smartphones, o Snapchat é um dos aplicativos mais baixados, tanto na Apple Store quanto na Google Play (loja virtual dos telefones com sistema Android). Como já dissemos algumas vezes, não existe rede social certa para se atuar. Tudo depende dos objetivos de sua comunicação, do público que você quer atingir e da disponibilidade que você possui para gerar conteúdo. Contudo, conforme o tempo passa, a tendência é que o Facebook, mesmo ainda sendo líder incontestável no Brasil, comece a perder seus usuários mais novos, que irão migrar para outras ferramentas. Nessa realidade, caso seu público seja esse jovem, torna-se cada vez mais interessante apostar em outras redes. Se você se ené o número de pessoas que já usam o contra nessa situação, o Snapchat é uma excelente ferramenta para iniciar. aplicativo do Snapchat em todo o mundo 100 milhões Para concorrer com o Chromecast O Mi Box Mini PC, da “Apple chinesa Xiomi, é um set-top box que, assim como seu concorrente da Google, faz streaming de conteúdo de celulares ou tablet para televisores. Possui processador quad-core Media Tek MT8685 de 1,3GHz e placa gráfica Mali-450. Diferentemente do Chromecast, o Mi Box também possui memória interna de 4GB. Além disso, a caixinha possui conectividades Bluetooth e WiFi, áudio Dobly e DTS e suporte para reprodução de conteúdo Full HD em 1080p. Valor US$ 50 56 Revista Fecomércio DF Mais vida para o seu celular Os celulares estão cada vez mais modernos, mas, infelizmente, parece que as baterias não seguem a mesma tendência. Para evitar ficar incomunicável no meio do dia, a moda é o modelo de carregadores portáteis tipo “tijolinho”, que garantem mais algumas horas de vida para seu aparelho. Valor: entre R$ 80 e R$ 300 Seja um empreendedor Para quem tem interesse em empreendedorismo, o portal MeuSucesso.com pode ser uma excelente pedida. Criado pelo fundador da escola Wise Up e pelo mentor do Instituto Endeavor, o portal traz para os brasileiros os conceitos de empreendedorismo, visando capacitar as pessoas para realizar seus projetos de negócios. Para ter acesso ao conteúdo do site, os interessados devem fazer uma assinatura anual. O conteúdo inclui estudos de casos de grandes empresários, perfis de empreendedores, vídeo-aulas, além da possibilidade de fazer perguntas para convidados futuros. É uma dica interessante para quem gosta Valor: do assunto, mas não tem tempo de fazer R$ 65 (mês) um curso presencial. Mantenha suas contas organizadas O aplicativo Organizze é uma excelente maneira de manter o controle de sua vida financeira. Nele você pode registrar todos os seus gastos e recebimentos além de separá-los por categorias. Dessa forma, fica fácil saber em que você está gastando a maior parte de seu dinheiro e onde pode poupá-lo. Possui versão mobile e Web. 211% foi o crescimento do volume de smartphones vendidos pela chinesa Xiaomi em 2014. A empresa deve chegar ao mercado brasileiro em breve Valor: gratuito no Brasil Revista Fecomércio DF 57 Parabéns Brasília! Acompanhamos e trabalhamos pelo seu crescimento desde 1957 Gestão A ACDF nunca se curvou aos desmandos e sempre esteve trabalhando pela terra de JK e de todos os brasileiros. 58 Revista Fecomércio DF Cleber Pires encontro Aprendizado feminino //Por Por Fabíola Souza Foto: Cristiano Costa Evento promovido pelo IF reuniu empresárias e administradoras para dar dicas de como empreender em tempos de crise O O presidente da Fecomércio, Adelmir Santana e a esposa, Maria José (esq) e a diretora-executiva do IF, Elizabet Garcia Campos 2º Encontro da Mulher Empresária e Administradora do DF ocorreu no dia 12 de março, no auditório Parlamundi, na LBV, 915 Sul. O presidente da Fecomércio-DF, Adelmir Santana, participou da abertura do evento, acompanhado de sua esposa, Maria José Santana, e destacou as conquistas obtidas nos últimos anos pelas mulheres. “Hoje é mais um dia para lembrar das mulheres, que são especiais todos os dias e nós precisamos delas para fortalecer o mundo dos negócios”, afirmou. A presidente do CRA-DF, Mônica Cova Gama, também discursou e ressaltou a importância do evento. “É um encontro em que temos a oportunidade de promover intercâmbio e experiências de empreendedoras do DF, em especial em tempos de crise”. O encontro teve início com a palestra “Empreendedorismo Feminino: Superando Crises e Construindo Estratégias Inovadoras, ministrada pela especialista em coaching, Lúcia Romão. “Estamos em uma época em que a mulher empreendedora cria, inova e realiza sonhos, com foco no futuro e na melhora contínua”, disse. Posteriormente, foi realizado um painel sobre Empreendedorismo e Competitividade – Como Inovar para Sair da Crise, com as empresárias Simone Maia, Katia Ferreira, Moema Leão e a administradora Andréa Antinoro. A moderação foi feita pela diretora-executiva do Instituto Fecomércio, Elizabet Garcia Campos. Ao abrir o painel, ela destacou a relevância da discussão sobre o cenário político, social, econômico e empresarial do momento atual. “Temos que discutir a questão do empreendedorismo frente à competitividade que nós estamos vivendo de forma tão arraigada atualmente e a maioria das empresas está em um momento de crise”. Para Moema, é importante inovar nos negócios para conseguir estabilidade. “É preciso ter um diferencial para atrair o cliente, em meio ao mundo tecnológico. Tem que ter situações diferentes para poder atrair o cliente, pois não está fácil atraí-los. São várias atitudes que temos que ter para inovar nos negócios e nos destacarmos no mercado”, afirmou Leão. Para Katia, a busca de parcerias também é uma ótima opção para o negócio e auxilia as empresas privadas.Andréa acredita que o treinamento para aperfeiçoar os funcionários é uma ferramenta que deve ser permanente, pois melhora o desempenho profissional da empresa. “Também é necessário observar o mercado. Se você estiver um passo à frente, há tempo de reagir e não ter que apagar incêndio”. E para finalizar, Simone Maia lembrou que geralmente é nas crises que as dificuldades aumentam, por isso é importante focar nas necessidades do mercado. Mais informações @if_df /institutofecomerciodf institutofecomerciodf.com.br Revista Fecomércio DF 59 sindicatos Carlos Hiram presidente do Secovi-DF A base da construção //Por Daniel Alcântara Foto: Cristiano Costa Sindicato da Habitação cobra mais diálogo com o governo local e questiona reajustes que oneram o setor 60 Revista Fecomércio DF A s medidas de aumento de impostos do Governo do Distrito Federal (GDF) sem uma ampla discussão com a sociedade vêm preocupando o Sindicato da Habitação do Distrito Federal (Secovi-DF). A elevação em 50% no Imposto sobre a Transmissão de Bens e Imóveis (ITBI), já aprovada pela Câmara Legislativa, e a pretensão de reajuste do valor de avaliação dos imóveis para efeito de cálculo do IPTU e da Taxa de Limpeza Pública (TLP) em 20% ao ano deixou os empresários do ramo imobiliário em alerta. De acordo com o presidente do Secovi, Carlos Hiram Bentes David, o aumento de impostos neste momento de economia frágil é mais um golpe nas expectativas de gerar emprego e renda. O presidente da entidade diz que as propostas das autoridades caminham para desencorajar investimentos e empreendimentos, vislumbrando resultados desastrosos em termos de desemprego e desaceleração da economia. “O governador Rodrigo Rollemberg, durante a campanha, propagou aos quatro ventos que o governo dele seria participativo, de gestão e aberto à opinião pública. Porém, os projetos de elevação das taxas foram encaminhados à Câmara Legislativa em uma quinta-feira no fim da tarde e votada em uma terça, apenas dois dias úteis depois, sem nenhuma discussão com a classe empresarial. Não era o que esperávamos”, lamenta Hiram. A insatisfação do setor é tamanha que o sindicato lançou, com outras entidades do setor imobiliário, um manifesto solicitando a imediata participação no debate (veja a ín- 40% dos imóveis do DF não têm escritura. Nunca houve um trabalho fundiário, com vontade política para regularizar essa situação. Se o governo atual trabalhasse no sentido de regularizar esses imóveis que não recolhem qualquer tipo de imposto não iria onerar quem está regular e adquirindo o imóvel de forma correta presidente do Secovi-DF Carlos Hiram tegra do manifesto do sindicato no site da Fecomércio-DF: www.sistemafecomerciodf.com.br). “Estamos tentando abrir vias de diálogo, pois o mercado imobiliário acaba indo no mesmo sentido da economia instável de todo o País. A construção civil é a maior geradora de empregos diretos e indiretos do Brasil, no momento em que se desacelera essa atividade, gera-se um ambiente de desemprego. A partir disso, entramos em um ciclo negativo: menos consumo, menos produção e menos postos de trabalho”, relata Carlos Hiram. De acordo com ele, a isso somam-se as medidas do Governo Federal. “Se não bastasse o governo local da mesma forma o Governo Federal quer resolver a sua dificuldade financeira transferindo a conta para o cidadão”, explica. O presidente da Fecomércio-DF, Adelmir Santana, concorda com o ponto de vista do setor imobiliário e pede mais discussão do assunto com a população. “Somos a favor das medidas de redução da máquina pública, mas as propostas de au- mento da carga tributária precisam de mais discussão com a sociedade. Apoio as declarações do Secovi-DF”, afirma Adelmir. De acordo com o Secovi, o acréscimo de 50% no ITBI desestimula a aquisição dos imóveis tanto das pessoas que adquiriram para residir ou para montar o negócio, mas, principalmente, para os investidores. “O reajuste no ITBI foi estratosférico. A nossa preocupação é afetar um mercado que já vem combalido pela própria crise econômica que afeta todos os setores”, ressalta Carlos Hiram. ALTERNATIVAS PARA A CRISE Umas das saídas que o setor propõe para aumentar a arrecadação sem onerar os empresários é a regularização fundiária no DF. “Cerca de 40% dos imóveis do DF não têm escritura. Nunca houve um trabalho fundiário, com vontade política para regularizar essa situação. Se o governo atual trabalhasse no sentido de regularizar esses imóveis que não recolhem qualquer tipo de imposto não iria onerar quem está regular e adquirindo o imóvel de forma correta”, explica o presidente Carlos Hiram. Em relação à intenção do aumento no IPTU, o sindicato afirma que a medida, certamente, irá gerar um desiquilíbrio e uma manifestação da sociedade e das instituições que representam as atividades produtivas. “O governo não pode passar a conta de forma injusta sem haver discussão”, acredita Hiram. Já em relação ao TLP, a entidade enxerga que a forma mais justa da cobrança é identificando a atividade. “O lixo residual está muito ligado à atividade, mais até que a área ocupada. Certamente, a visão pela atividade é uma forma mais justa. Alguns setores geram mais lixos que os outros.” CONQUISTAS DO SINDICATO Há cinco anos à frente do sindicato, Carlos Hiram soma conquistas e vitórias no Secovi. Segundo ele, a entidade cresce a cada ano. Atualmente, com 700 associados, a entidade conta com uma base atuante e conscientizada do trabalho que a instituição faz em prol da categoria. “Hoje nós temos o respeito dos empresários. Para isso, precisamos tomar algumas ações como mensurar o mercado e quantificar os preços do setor, por meio do boletim imobiliário divulgado mensalmente pelo Secovi”, diz Hiram. Outro objetivo do sindicato é depender cada vez menos das contribuições compulsórias da base. Foram desenvolvidos diversos convênios e serviços buscando melhores condições de atuação das empresas que o órgão representa de forma a gerar receita para a entidade. “Recentemente, tivemos um ganho importante: a criação do curso de pós-graduação em Gestão Imobiliária e Legislação, em parceria com o Senac-DF. A expectativa é que comece neste primeiro semestre”. Saiba mais sobre essa parceria na matéria da página 49. O Sindicato também oferece convênio para assessoria jurídica nas áreas civil, trabalhista e tributária para os empresários da base do sindicato. Revista Fecomércio DF 61 pesquisa conjuntural Vendas de fevereiro em queda Apenas dois segmentos registraram alta no mês: Livraria e Papelaria (15,73%) e Calçados (5,76%) Set x Ago Out x Set -1,01% 6,06% -5,58% Bares, Restaurantes e Lanchonetes 3,24% -3,77% -1,94% Calçados 1,76% 6,02% 1,99% 0,19% -0,97% -2,18% -12,37% 5,21% 17,45% Desempenho de vendas Autopeças e Acessórios Farmácia e Perfumaria Floricultura -1,75% Fev x Jan -9,78% -22,68% 4,09% -6,90% -6,85% 45,71% -46,12% 5,76% 6,70% -11,20% -6,55% 5,86% -23,60% -7,06% Informática 2,81% -5,00% -2,38% 23,61% -12,79% -10,28% Livraria e Papelaria -1,98% -2,39% -0,99% 60,97% -9,04% 15,73% Lojas de Utilidades Domésticas -6,71% -5,99% 5,45% 20,22% -24,04% -10,46% Material de Construção -1,44% -0,79% 5,46% -1,92% -11,37% -1,77% Mercado e Mercearia -0,89% -2,18% -0,02% -2,17% -9,05% -2,98% Móveis e Decoração -5,87% -2,82% 8,10% -7,18% -0,02% -15,33% Óticas 6,16% -1,56% 0,79% -7,84% -10,90% -2,08% Tecidos -3,69% -6,57% 31,65% 12,45% -17,67% -13,66% Vestuário -7,61% -5,17% 6,75% 43,67% -38,52% -10,40% Total -0,77% -1,44% 0,59% 9,73% -15,68% -6,34% Academia 6,37% 5,68% 5,58% -8,55% 15,22% -17,96% Agências de Viagem 4,81% -0,20% 12,96% 6,94% 9,00% -9,87% Aluguel de Artigos para Festa 6,10% 4,16% 3,54% 1,16% -23,78% 5,62% Autoescola 2,10% -5,52% 7,98% -15,02% 5,94% 17,05% Casa de Eventos 5,24% 2,08% -0,48% 1,75% -46,12% 14,97% Clínica de Estética 1,35% 2,27% 0,19% 3,06% -18,68% -13,18% Ensino de Idiomas 3,17% 0,44% 2,27% 3,06% -6,23% 1,71% Pet Shop 1,56% -2,58% 7,13% 6,39% -15,58% -11,76% Reparação de Eletroeletrônicos 2,69% -1,42% 2,82% -6,60% -2,45% -5,09% Salão de Beleza 11,52% -5,96% 2,37% 17,61% -12,46% -15,04% Total 5,01% 0,63% 4,22% 1,38% -8,92% -7,03% Total 0,47% -0,97% 1,35% 7,94% -14,34% -6,49% Comércio 62 Revista Fecomércio DF Nov x Out Dez x Nov Jan x Dez Serviço Fonte: Pesquisa Conjuntural de Comércio e Serviços. A s vendas do comércio brasiliense fecharam o mês de fevereiro com uma queda de 6,34% na comparação com janeiro. As vendas do setor de serviços também tiveram desempenho negativo, com redução de 7,03%. No acumulado dos últimos 12 meses (Fev.2014 – Fev.2015), a variação ficou em -17,36%. É o que mostra a Pesquisa Conjuntural de Micro e Pequenas Empresas do Distrito Federal, realizada pelo Instituto Fecomércio. O mês de fevereiro é tradicionalmente um período de redução das vendas na capital federal. Segundo o presidente da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do DF (Fecomércio), Adelmir Santana, isso se deve a dois fatores: o fechamento de algumas lojas durante o feriado do Carnaval e o fato de fevereiro ser um mês com três dias a menos do que janeiro. Também é possível que os consumidores tenham reservado parte da renda para atender às obrigações tributárias de início de ano. “A redução nas vendas ocorreu devido ao desvio do consumo no período de Carnaval, quando as 6,34% foi o percentual de queda nas vendas do comércio brasiliense no segundo mês do ano pessoas consomem com maior intensidade os produtos ligados à festa, e aos reflexos do atual pessimismo econômico. Vale observar que, apesar do índice ser negativo, houve um esforço de recuperação do setor com promoções e ofertas de pagamento facilitado. Estratégias comuns no varejo para atrair os consumidores diante de um contexto econômico difícil”, explica Adelmir Santana. Apenas dois segmentos do comércio registraram alta em fevereiro de 2015: Livraria e Papelaria (15,73%) e Calçados (5,76%). Os outros segmentos registraram queda: Autopeças e Acessórios (22,68%); Móveis e Decoração (-15,33%); Tecidos (-13,66%); Lojas de Utilidades Domésticas (-10,46%); Formas de pagamento // Fevereiro Serviçco 100% Comércio 100% 45,65% 42,23% 29,43% 25,55% 21,04% 13,31% 0,36% 0% À vista Cheque Cartão de Crédito Débito 2,84% 1,68% A prazo Boleto 10,49% 6,02% 2,40% 0% À vista Cheque Cartão de Crédito Débito A prazo Boleto Fonte: Pesquisa Conjuntural de Comércio e Serviços. Revista Fecomércio DF 63 pesquisa conjuntural Vestuário (-10,40%); Informática (-10,28%); Floricultura (-7,06%); Bares, Restaurantes e Lanchonetes (-6,85%); Farmácia e Perfumaria (-6,55%); Mercado e Mercearia (-2,98%); Óticas (-2,08%) e Material de Construção (-1,77%). No setor de serviços, os destaques em fevereiro ficaram com os segmentos de Autoescola (17,05%); Casa de Eventos (14,97%); Aluguel de Artigos para Festa (5,62%) e Ensino de Idiomas (1,71%). Os segmentos de serviços que apresentaram queda nas vendas foram: Academia (-17,96%); Salão de Beleza (-15,04%); Clínica de Estéti- Nível de emprego Set x Ago Out x Set Nov x Out Dez x Nov Jan x Dez Fev x Jan Autopeças e Acessórios 3,73% 3,17% Bares, Restaurantes e Lanchonetes -1,22% 0,00% 0,91% Calçados 2,50% 5,43% -4,69% Farmácia e Perfumaria 0,69% 0,00% -1,01% 0,34% -5,96% -0,37% Floricultura 0,00% -8,70% 4,76% 9,09% 0,00% 12,50% Informática 3,66% 1,23% 0,00% 16,46% -6,52% -9,30% Livraria e Papelaria -13,83% -5,19% 37,14% -2,94% 2,86% 1,90% Lojas de Utilidades Domésticas -9,38% 0,00% 6,45% -7,58% -1,67% 1,69% Material de Construção 1,75% 1,09% 6,78% -3,50% -4,19% -5,46% Mercado e Mercearia 6,97% -2,80% 0,53% -2,93% 1,59% -0,45% Móveis e Decoração 0,00% 1,37% 0,00% -26,09% 21,57% -1,54% Óticas -9,68% 7,14% 6,67% 0,00% 3,45% 0,00% Tecidos 0,00% 0,00% -7,69% -12,50% 9,52% 8,70% Vestuário 1,53% 0,40% 8,49% -4,01% -3,73% 3,50% Total 0,47% 0,19% 2,28% -2,70% -1,73% -0,68% Academia 0,00% -1,29% 4,26% -6,69% 7,63% -7,45% -13,21% 13,33% 18,00% -8,33% -8,16% 17,78% Aluguel de Artigos para Festa 8,40% -4,79% 2,72% 1,32% 10,46% -3,55% Autoescola -3,33% 3,45% 3,33% -4,84% 0,00% 9,43% Casa de Eventos 0,00% 0,00% 2,70% 0,00% 2,27% -4,44% Clínica de Estética 0,98% 3,75% 2,50% -11,84% 17,39% -16,05% Ensino de Idiomas 0,00% 0,00% 1,66% -1,71% -8,18% 3,03% Pet Shop 0,00% 4,59% 6,96% -10,66% 2,68% 1,74% Reparação de Eletroeletrônicos 0,00% -0,81% 0,00% -0,93% -0,93% 0,00% Salão de Beleza 7,29% -2,80% 5,77% 5,22% -16,81% 2,13% Agências de Viagem Total 0,85% Total Comércio 64 Revista Fecomércio DF ca (-13,18%); Petshop (-11,76%); Agência de Viagem (-9,87%); e Reparação de Eletroeletrônicos (-5,09%). Entre as formas de pagamento, o cartão de crédito foi o mais utilizado nas compras. No comércio, a modalidade respondeu por 44,65% das vendas. No setor de serviços, foi responsável por 42,23% das compras. A Pesquisa Conjuntural de Micro e Pequenas Empresas do DF é realizada mensalmente pelo Instituto Fecomércio e tem o apoio do Sebrae. Foram consultadas 900 empresas, das quais 595 do comércio e 305 de serviços. 0,58% Serviço 0,18% 0,18% -2,15% 4,04% 2,79% -2,99% -6,83% 13,33% -4,12% 0,20% -4,37% 10,08% -16,79% 8,65% -3,68% -2,99% 1,34% -0,86% -1,87% -1,02% Fonte: Pesquisa Conjuntural de Comércio e Serviços. Desempenho de vendas Set x Ago Brasília (Asa Sul e Asa Norte) -0,27% -2,46% 0,44% 10,34% -13,32% -7,59% Candangolândia, Guará e Núcleo Bandeirante 1,94% 6,32% -5,10% 12,93% -32,21% 4,05% Ceilândia, Taguatinga, Vicente Pires e Águas Claras -0,57% -1,57% -1,04% 16,27% -17,46% -4,33% Cruzeiro, Setor de Indústrias e Sudoeste 1,03% -1,50% -0,87% 0,80% -18,07% -4,25% Out x Set Nov x Out Dez x Nov Jan x Dez Fev x Jan Gama, Recanto das Emas e Samambaia -1,21% -3,63% 1,99% 10,49% -19,49% -4,77% Paranoá, Sobradinho e São Sebastião -5,27% 1,46% 7,33% 0,91% -6,61% -12,40% Total -0,77% -1,44% 0,59% 9,73% -15,68% -6,34% Brasília (Asa Sul e Asa Norte) 4,30% 1,61% 2,74% 2,66% -6,58% -3,04% Candangolândia, Guará e Núcleo Bandeirante 4,53% -11,05% -1,51% -1,74% -19,86% -17,27% Ceilândia, Taguatinga, Vicente Pires e Águas Claras 3,43% 3,54% 0,84% -1,40% -15,32% -9,12% Cruzeiro, Setor de Indústrias e Sudoeste 10,31% -2,60% 4,17% 6,34% -12,62% -0,80% Gama, Recanto das Emas e Samambaia 5,46% -6,66% 7,58% 3,04% -12,36% -4,15% Paranoá, Sobradinho e São Sebastião 4,18% 3,92% 14,55% -1,59% 5,27% -16,84% Total 5,01% 0,63% 4,22% 1,38% -8,92% -7,03% Total 0,47% -0,97% 1,35% 7,94% -14,34% -6,49% Comércio Serviço Nível de Emprego Fonte: Pesquisa Conjuntural de Comércio e Serviços. Set x Ago Out x Set Nov x Out Dez x Nov Jan x Dez Fev x Jan Brasília (Asa Sul e Asa Norte) 2,05% -1,16% 0,36% -2,11% -1,54% -2,35% Candangolândia, Guará e Núcleo Bandeirante -3,39% 0,00% 4,02% 1,22% -14,47% 13,18% Ceilândia, Taguatinga, Vicente Pires e Águas Claras 0,32% 1,17% -1,30% 0,66% 0,33% 0,83% Cruzeiro, Setor de Indústrias e Sudoeste -1,56% 2,38% 8,43% -8,59% 1,50% -4,64% Gama, Recanto das Emas e Samambaia -4,44% 4,29% -1,71% 0,35% -7,52% 4,24% Paranoá, Sobradinho e São Sebastião 3,77% -2,79% 13,11% -9,41% 2,37% -3,86% 0,19% 2,28% -2,70% -1,73% -0,68% Total 0,47% Brasília (Asa Sul e Asa Norte) 1,50% -0,87% 4,64% -3,72% -3,75% 8,44% Candangolândia, Guará e Núcleo Bandeirante 0,00% 4,00% -1,92% -3,92% 6,00% -5,77% Ceilândia, Taguatinga, Vicente Pires e Águas Claras 1,42% -0,31% 4,95% -0,58% 4,46% -5,11% Cruzeiro, Setor de Indústrias e Sudoeste 0,00% 0,79% 3,15% -6,02% 14,17% -4,58% Gama, Recanto das Emas e Samambaia 0,00% -2,74% -1,41% -5,71% -1,49% 1,52% Paranoá, Sobradinho e São Sebastião 0,00% 2,44% 5,33% -6,02% -3,62% -9,86% 0,85% 0,18% 4,04% -3,68% 1,34% -1,87% 0,58% 0,18% 2,79% -2,99% -0,86% -1,02% Total Total Comércio Serviço Fonte: Pesquisa Conjuntural de Comércio e Serviços. Revista Fecomércio DF 65 pesquisa relâmpago Construção do posto de gasolina na 315 Norte Dívidas dos servidores da saúde e educação do DF José Ornellas, ex-governador do DF REGULAR Reconheço o absurdo das contas do governo petista, mas o atual governo deveria ter envidado esforços para pagar os servidores. RUIM O Plano Piloto já dispõe de postos suficientes para atender à demanda e a comunidade é contra a construção. Receita Federal aperta o cerco aos contribuintes REGULAR O contribuinte deve pagar suas obrigações. O problema é esse governo corrupto aplicar corretamente o que arrecada. Paralisação dos caminhoneiros REGULAR A reinvindicação é procedente, porém não devia penalizar a população já tão sofrida com a desastrosa administração dos governos petistas. 1 66Untitled-4 Revista Fecomércio DF Janine Brito, diretora-executiva da Pinheiro Ferragens RUIM Devido ao atraso no recebimento dos servidores públicos do DF, a inadimplência se refletiu no comércio em geral, causando o efeito cascata. REGULAR Não nos atinge, portanto difícil comentar. RUIM As empresas já não têm mais como suportar a alta tributação. O que se verifica é uma enorme evasão de divisas. RUIM A situação da classe acarretará o aumento do frete e, consequentemente, onerará o custo da mercadoria, sem falar no desabastecimento. Welder Lima, advogado RUIM RUIM A precariedade dos serviços públicos se agrava com servidores psicológica e economicamente abalados sem os salários. RUIM André Lopes, coordenador pedagógico do Gran Cursos R Um posto de combustível a mais não trará benefício à coletividade, apenas atende ao interesse privado de alguém. BOM A melhoria dos instrumentos de controle implica menor sonegação, mas o arrecadado deve ser mais bem aplicado. RUIM A paralisação em si é prejudicial, mas o motivo é justo, diesel mais barato implica menor custo de transporte e tudo que dele depende. As dívidas dos servidores derivam da ausência de contraprestação do poder público como fonte pagadora, gerando desconforto aos servidores BOM Creio que a iniciativa propicia serviço ao usuário do segmento, aumentando a concorrência no setor e gerando receitas tributárias. BOM Além da carga tributária, a fiscalização propicia isonomia entre os contribuintes e favorece arrecadação. REGULAR A paralisação revela a preocupação necessária com o setor e demanda especial atenção que se deva dar ao segmento. Miguel Setembrino, 1º vice-presidente da Fecomércio-DF RUIM O trabalhador tem que receber em dia seus proventos. Afinal, salário é algo sagrado. RUIM Já existem postos de combustíveis demais na cidade. Temos é que preservar o verde da cidade. RUIM A tributação já está muito elevada no País. Pesa tanto para os empresários e para a sociedade. REGULAR O País roda pelas estradas. Como advogado, acho que houve um acréscimo de custo para eles. Tudo o que fere os direitos de uma categoria é justo. 18/11/10 11:29 De 13 a 18 de abril de 2015 Estaremos nas regiões administrativas de Ceilândia, Samambaia, Estrutural, Itapoã, Planaltina, São Sebastião, Brazlândia, Vicente Pires, Sobradinho, Gama, Riacho Fundo, Santa Maria, Guará, Recanto das Emas, Núcleo Bandeirante e Taguatinga. Para mais informações, ligue 0800 570 0800 ou acesse www.df.sebrae.com.br. Revista Fecomércio DF 67 Especialistas em pequenos negócios / 0800 570 0800 / www.df.sebrae.com.br
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