Vértices a5/n9 jul 2013
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Vértices a5/n9 jul 2013
Especial Entrevista com Mauricio de Sousa Desenho feito por Giovana Oliveira da Silva Reportagem Progressão Continuada {Sumário} Editorial 3 Entrevista: Dr. Antonio M. T. de Souza A importância de um anestesista 4 Reportagem: Escolaridade Ao folhearmos uma revista, um jornal, um livro, deparamo-nos com diversos textos de diferentes gêneros e assuntos. Entretanto, já paramos para pensar o que há por trás desses textos? Ou seja, o que foi necessário para que tal produto estivesse exposto? Adiamento do conhecimento 5 Crônica O saco que late Pois bem, para que um texto se apresente em sua versão final, são necessários vários passos, é preciso que o autor possua diferentes e amplos conhecimentos para sua produção. 6 Entrevista: Mauricio de Sousa “Todo dia é dia de aprender” 7 Crônica O hall infame 8 Reportagem: Tecnologia Tecnologia e Educação – como lidar com esse universo 9 Crônica O mundo é dos consumidores 10 Entrevista: Keimy Chen Mandarim: a língua do século XXI 11 Crônica Ô boca maldita! 12 Especial: Contos de Mistério 14 Reportagem: Saúde O que você faz, mas não percebe 16 Reportagem: Comportamento O “para sempre” que tem um fim 18 Quiz: Literatura é cultura, você tem a manha? 19 Debate Os blogs podem ser um instrumento eficaz de socialização e de aprendizagem para os adolescentes? 20 Seção Curumim 22 Guia POR TRÁS DA CORTINA A prática da escrita é um processo que envolve diversos fatores, pois, para redigir um texto, o autor precisa ter conhecimento do assunto que será desenvolvido, bem como de seu leitor, além de ser necessário o domínio da estrutura de sua língua para organizar corretamente suas ideias e informações. Também é de grande importância que conheça e saiba desenvolver diferentes gêneros textuais (reportagem, relatório, narrativa, etc.), optando pelo mais adequado para expor o tema escolhido. Para isso, é preciso um trabalho muito minucioso no decorrer dos anos escolares, por meio de leituras cada vez mais elaboradas, trabalhando com o aluno de forma paulatina e concomitante, ou seja, desde sua aquisição da linguagem, que ocorre já nos primeiros anos da educação infantil, até seu aprimoramento, processo que ocorrerá durante toda sua vida. Daí a importância das aulas de Gramática para a aquisição do conhecimento da estrutura da língua - ortografia, pontuação, orações, entre tantos outros elementos essenciais para a organização das palavras em um texto -, bem como das aulas de Redação, que instrumentalizam o aluno quanto à estrutura e às características de diversos gêneros, além de colaborarem com o aprimoramento da capacidade do indivíduo de ler e compreender os mais diversos textos que circulam em nossa sociedade. Nesta edição, é possível apreciar parte dos textos desenvolvidos por nossos alunos no decorrer do primeiro semestre. Lembrando sempre que, por trás dessas produções, há um trabalho maravilhoso de equipe, que envolve outras capacidades além das linguísticas, como capacidade de colaboração, responsabilidade e comprometimento. Boa leitura! Aplicativos que facilitam sua vida Claudine Alves Willemann 23 Resenhas Professora responsável pela execução do projeto Expediente Conselho editorial: Claudine Alves Willemann Alunos dos 8os e 9os anos do Colégio Vértice Diretoria: Victor Koloszuk Walkiria Gattermayr Ribeiro Revisão: Claudine Alves Willemann Liliana L. de Mello Castanho 2 { VÉRTICES } julho 2013 Produção dos textos: Alunos dos 8os e 9os anos do Colégio Vértice Capa: Alexandra A. Terzian Simonka Ilustração da capa: Giovana Oliveira da Silva. Aluna do 9º ano C Editora de arte: Alexandra A. Terzian Simonka Contato: [email protected] Impressão: Improta Gráfica e Editora Ltda. Tiragem: 2000 exemplares Colégio Vértice R. Vieira de Morais, 172 CEP 04617-000 – Campo Belo – SP TEL/FAX: 11 5533-5500 {Entrevista} Dr. Antonio Manuel Teixeira de Souza A importância de um anestesista Por Laura Temer Cursino de Sousa, Luíza Mutter Quinderé Fraga, Nícolas Peccia Takayama, Nícolas Iglecias Lemos, Vitor Fernandes Chiavenato Ferraz e Victor André Laxer. Alunos do 8º ano C. Poucos sabem a importância de um anestesista. Dr. Antonio Manuel Teixeira de Sousa, 49 anos, formado na Faculdade de Medicina da Universidade de Taubaté, e com residência em anestesiologia feita no HCFMUSP (Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo), Dr. Antonio, sabemos que no mundo existem vários tipos de anestesia. Quais são as principais? E quais as diferenças entre elas? temos o maior controle do paciente, é mais eficaz e tem menos efeitos colaterais. hoje trabalha no Hospital Is- Existem 3: Geral, nessa o paciente dorme profundamente após injetarmos várias drogas anestésicas pela veia. Em crianças a anestesia é inalatória. Bloqueios espinhais: essas anestesias são realizadas na coluna vertebral, região lombar principalmente, e os pacientes ficam anestesiados do umbigo para baixo. E Bloqueios Regionais, essas anestesiam apenas o local que vai ser operado. Caso se aplique uma dose de anestesia errada ou no local errado, o que pode ocorrer ao paciente? a importância do anestesista A profissão de médico exige muita responsabilidade. Quais os cuidados que devem ser tomados por um anestesista antes, durante e após uma cirurgia? O médico precisa ter muita responsabilidade, pois se ele errar pode se perder uma vida. Eu procuro, antes de uma anestesia, conhecer muito bem o local em que essa será realizada, o Hospital da cirurgia e também o paciente, saber se tem alguma alergia, toma algum remédio, ou seja, saber um pouco sobre a sua saúde e tirar suas dúvidas. Procuro conhecer a família do paciente, mostrar confiança, competência e tranquilidade a ambos, pois sei que o momento é de tensão e um pouco de atenção ajuda. Preciso também orientar e preparar o paciente para o procedimento que será realizado. Durante o procedimento mantemos o paciente dormindo, sem sentir dor, aquecido, hidratado e bem estável para que o cirurgião possa operá-lo. E, após a cirurgia, cuidamos para que ele acorde sem dor, sem náuseas e que saia mais rapidamente do efeito da anestesia para poder ficar com sua família. raelita Albert Einstein. A entrevista explica sua profissão, e as anestesias feitas ao longo da sua carreira. Se o anestesista injetar uma dose errada, por exemplo, 2 ou 4 vezes mais forte do que o necessário , o paciente dormirá muito mais tempo que o normal. Pode ser que ele não injete uma substância para a dor, nesse caso, o paciente terá dor. Ou se anestesiar o local errado, os danos podem ser irreversíveis. No caso de anestesiar a coluna em posição errada, por exemplo, pode-se cortar um nervo com a agulha após várias tentativas de anestesia. No corpo do paciente, como agem as anestesias e quais seus efeitos colaterais? Depende muito do tipo de anestesia que será administrada, pois cada caso requer um tipo. A cirurgia de pulmão, por exemplo, as drogas anestésicas que irão para esse órgão devem fazê-lo parar de respirar para que assim o cirurgião possa operá-lo. Já nos olhos usa-se uma anestesia para que eles não pisquem. Assim funciona para todos os outros órgãos, inclusive o coração. Já os efeitos colaterais podem ser: tontura, náuseas, vômitos, coceira, agitação, tremores, retenção urinária, constipação intestinal, dermatites... Qual a média de pacientes que um anestesista atende por dia? Varia muito do tipo de cirurgia, tem umas mais longas e outras mais rápidas, eu particularmente faço de 4 a 5 anestesias por dia. A anestesia de óxido nitroso-n 20, que é inalada, tem alguma diferença para a injetada? Qual a mais vantajosa? É possível algum paciente ter uma reação alérgica a determinada anestesia? Sim, elas têm diferenças. O paciente anestesiado apenas com N20 demora muito tempo para dormir, porque é um anestésico fraco, já o anestésico injetado tem ação mais forte e rápida, é mais vantajoso, pois é mais seguro, nós Sim, mas grande parte das vezes só é descoberta no momento em que injetamos a droga, por isso é importante fazer qualquer procedimento em um ambiente hospitalar, pois só ali teremos todos os recursos para amenizar qual- quer complicação que venha ocorrer. Hoje está se tornando muito comum fazer procedimentos em clínicas, mas elas não possuem equipamentos, nem medicamentos ou materiais apropriados, caso haja uma complicação. De acordo com alguma substância ingerida, uma anestesia pode provocar reações adversas? Há várias opções: se a pessoa ingeriu comida poderá vomitar, nesse caso ela poderá aspirar e causar uma pneumonia. Já se o paciente ingeriu drogas ilícitas poderá ter uma parada cardíaca, devido à mistura das drogas com a anestesia. Quanto às bebidas alcoólicas ou aos remédios controlados, o paciente demorará mais para dormir porque o álcool passa pelo fígado, do mesmo jeito que as anestesias, o que faz com que elas tenham efeito menor. Qual procedimento um anestesista deve seguir quando um paciente tem um efeito colateral incomum? O anestesista deve estar preparado para qualquer efeito adverso durante a cirurgia, caso seja antes da cirurgia essa não deverá ocorrer, se for durante a cirurgia devemos utilizar nossa experiência. Existem diferentes cirurgias que necessitam de anestesias. Em sua opinião quais são as cirurgias mais fáceis e as mais difíceis de realizar? Por quê? As pequenas cirurgias são sempre mais fáceis e rápidas, como a retirada de uma pinta; mas não devemos esquecer de estar sempre atento ao paciente. Já em cirurgias de coração e neurológicas, transplantes, obesidade, esperam-se maiores dificuldades e complicações. { www.colegiovertice.com.br} 3 {Escolaridade} Adiamento do conhecimento Por Camila Oliveira Custódio, Eduardo André Teixeira, Lívia Maria Kinugawa Nunes, Nathalia de Faria Aildasani, Pedro Henrique Ordonhez Pacifici Dias e Thiago Clas Riskalla de Miranda. Alunos do 9° ano C. A progressão continuada, com o intuito de melhorar o aprendizado, vem ocasionando falhas irreversíveis na vida dos estudantes A educação pública brasileira é um grande problema, devido, principalmente, ao mau gerenciamento de investimentos e ao sistema mal organizado do governo, dotado de medidas deficientes, dentre elas, a progressão continuada. Esse procedimento, adotado principalmente pelas escolas públicas, estabelece ciclos que duram geralmente quatro anos, impondo aos alunos a possibilidade de repetir o ano somente no final de cada ciclo. Ao contrário do que acontece no sistema de séries, em que o aluno pode repetir anualmente se não atingir a média mínima necessária. O sistema de progressão continuada foi criado, inicialmente, em 1889, na França, com o objetivo de diminuir o número de repetições e abandono escolar. No Brasil, esse sistema foi discutido na década de 1920, trinta e um anos após sua criação. Por diversos fatores, somente a partir de 1980 é que se iniciaram debates nacionais a respeito do assunto, gerando novas formas de se usar esse sistema no Brasil, como a utilização dos ciclos. Em 1996, a Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB) oficializou que esse sistema de progressão continuada deveria ser implantado nas escolas, o que aconteceu em 1998 na rede pública, principalmente. Embora o aluno só possa ser reprovado ao 4 { VÉRTICES } julho 2013 final de um ciclo (um conjunto de anos escolares), formalmente, no sistema de progressão continuada, o aluno é avaliado e orientado pelo professor o tempo todo, havendo, de fato, uma preocupação com o aprendizado dos estudantes ano a ano. Teoricamente, esse procedimento apresenta vantagens que beneficiam os alunos em relação ao sistema de séries. Um exemplo é o acompanhamento contínuo, recebido pelo aluno que está sendo constantemente avaliado, como citado anteriormente. Além disso, diminui os índices de abandono, pois, como não há reprovação todo ano, os alunos se sentem motivados a continuar. “Antes dessa lei, o abandono era muito grande, principalmente da primeira para a segunda série, da quarta para a quinta série e da quinta para a sexta série. A criança percebia que não conseguiria acompanhar e era tirada da escola pelos pais”, explica a professora e coordenadora do núcleo pedagógico de Artes, da diretoria de ensino Centro Sul de escola pública, Regina Célia Ferreira Kinugawa. Ainda segundo ela, “Quando o número de repetências é muito grande, é realizado um tipo de uma força tarefa na escola para saber o que está acontecendo. Se isso for bem estudado, eles encontrarão algum modo para que essa dificuldade seja detectada e assim acabada”, por isso é necessário que haja um atendimento extra para as crianças que estão passando por dificuldades na escola, assim não haverá um grande número de jovens desistindo de estudar. Para isso “São realizadas aulas de recuperação, que não somente ocorrem no final do ano, mas são contínuas. Quando o professor nota que o aluno está fraco em alguma disciplina, ele imediatamente precisa acionar o serviço de reforço”. No entanto, na prática, o sistema de progressão continuada nem sempre funciona dessa maneira em todas as escolas, já que ele foi instaurado, no Brasil, sem que ocorressem as devidas mudanças estruturais, salariais e pedagógicas. Por esse motivo, atualmente, muitos especialistas consideram-no mais desvantajoso do que benéfico. De acordo com a maneira como funciona, assemelha-se mais à aprovação automática, pois os alunos sabem que não irão repetir e, portanto, não se preocupam em estudar. Grande parte deles chega ao Fundamental II sem ao menos saber escrever e/ou resolver operações matemáticas simples. Isso pode ser comprovado por uma pesquisa, realizada por uma revista de circulação nacional, na qual professores de escolas públicas foram entrevistados. A pesquisa constatou que a progressão continuada alastra o analfabetismo funcional, situação em que a pessoa não é capaz de interpretar o que lê e nem de usar a escrita e a leitura de Regina Célia forma competente no Ferreira Kinugawa, professora e dia a dia. coordenadora do Além disso, as notas, núcleo pedagógico muitas vezes, não pode Artes, da dem ser utilizadas para diretoria de ensino avaliar o desempenho Centro Sul de escola pública dos alunos, já que há O saco que late Por Flávia Martins Lara, Lucas Graça Fontolan e Sarah Nobre Quintão Brant. Alunos do 9º ano B. Ilustação de Giovana Oliveira da Silva. Aluna do 9º ano C. D casos em que os professores são pressionados pelos próprios diretores da escola para fazer com que os alunos sejam aprovados a qualquer custo, pois, dependendo dos resultados dos estudantes, a escola pode ganhar alguns tipos de bônus, como 14° e 15° salários, o que gera a adulteração de notas. Por esses motivos, esse sistema não vem trazendo os resultados esperados. Analisando os dados da progressão continuada no Brasil, 25 em cada 100 escolas públicas apresentam o ensino organizado por ciclos. No Estado de São Paulo, há o maior número de escolas públicas com esse sistema, 99 em cada 100 escolas. Os colégios do país que utilizam esse sistema somam um total de 12 milhões de estudantes, sendo que 95% deles chegam ao 3° ano do colegial sem saber o básico de matemática e, segundo o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Nacionais (Inep), 13% desses estudantes acabam repetindo ao final desse último ciclo. A progressão continuada, mesmo na tentativa de melhorar a educação brasileira, não condiz com as expectativas, portanto há muito a mudar em sua execução para que esse método traga as melhoras necessárias e esperadas para o ensino público brasileiro. Curiosidades sobre a progressão continuada: »» »» São Paulo é o Estado em que mais escolas utilizam esse sistema; Há um projeto de lei do Estado de São Paulo que ainda não entrou em execução para alterar a duração dos ciclos de quatro para três anos, assim os alunos poderiam repetir mais vezes (no 3°, 6° e 9° ano); »» Tanto a Rede Municipal quanto a Estadual podem escolher o tipo de sistema educacional. Por exemplo, Pernambuco não utiliza os ciclos na Rede Estadual, no entanto a Rede Municipal de Recife adota-o; »» No Brasil, 41% das escolas públicas adotam o sistema de ciclos. escia no elevador com o saco de lixo em minhas mãos enquanto olhava ao meu redor, nervosamente, esperando que as portas se abrissem. Quando, enfim, abrem-se no térreo, é o zelador que me espera do lado de fora. Calma, deixe-me lhe explicar do começo. Recebi uma intimação do síndico me proibindo de circular nas áreas comuns com meu doce cãozinho. Aparentemente, insatisfeitos com suas papinhas, os bebês do meu prédio, volta e meia decidiam degustar o cocô de meu cachorro. Sei que o erro foi meu, pois deveria ter recolhido os dejetos de meu bichinho, mas agora quem paga o pato é o pobrezinho, que, para que possa tomar um ar, precisa passar por isso: ficar aprisionado por 25 andares em um saco preto. E era assim que nos encontrávamos naquele exato momento. Encostado no canto do elevador, meu bichinho aninhado contra o peito. O elevador começa a descer. Vinte e quatro. Vinte e três. Vinte e dois. Vinte e um... As portas se abrem, Dona Euzira entra. – Nossa! Que homem que você virou! – Oi... Dona Euzira... – Levando o lixo para fora a essa hora da manhã? – É... – comecei a suar frio. Dezessete. Dezesseis. Quinze... O elevador para. – Vou visitar a Clotilde. – ela disse se explicando – Até mais, querido! Fique com Deus! – A senhora também... As portas se fecham e o elevador recomeça sua descida. Quatorze. Treze. Suspiro aliviado, mas meu alívio não durou muito. O elevador para no doze. Um homem que nunca vira em minha vida passa pelas portas. Aparentava ter seus 31 anos, 2 meses e 12 dias. Trajava um sobretudo preto. Segurei meu pacote com mais força. O homem me olhou de relance. Sinto Rex se remexer um pouco e ele solta um latido. Pulo, assustado, e rapidamente disfarço tossindo. – Essa gripe vai acabar me matando! – digo rindo nervosamente. Se ele descobrisse, tudo iria por água abaixo. O homem me olhou com repulsa. Apertou o botão do 7º andar e, assim que possível, irrompeu pelas portas do elevador. Enquanto elas se fechavam, ficou me encarando. – Então quer dizer que o mal-educado saíra do elevador somente para não ficar perto de mim? Quanta falta de educação! Existe gente que simplesmente não sabe como se comportar. – falei comigo mesmo. Cinco. Quatro. Abro um pouco o saco para deixar o cachorro respirar. Ele late para mim. – Calma, Rex. Quase chegando. Dois. Fecho novamente o saco. Um. Térreo. E agora voltamos para o início de minha história. Quando as portas se abrem no térreo, é o zelador que me espera do lado de fora. – Bom dia, senhor! Deixe que eu jogo o lixo para você. – disse gentilmente o simpático zelador. E ele tirou o saco preto da minha mão. { www.colegiovertice.com.br} 5 {Entrevista} Mauricio de Sousa “Todo dia é dia de aprender” Por Giulianna Gama de Quadros Bezerra, João Carlos Burunzuzian, Marcelo Nobre Rabelo, Maria Luíza Nakano Fujihara e Pedro Iago Barbosa Maturano. Alunos do 8º ano A. Mauricio de Sousa, o cartunista mais reconhecido no Brasil, é o criador da personagem Mônica, que este ano completa 50 anos de muito sucesso. Em entrevista exclusiva em seu estúdio em São Paulo, Mauricio nos conta sobre sua caminhada profissional, sobre o reconhecimento de seus quadrinhos pelo mundo e sobre o seu prazer em produzi-los. Conheça agora um pouquinho mais sobre esse brasileiro de reconhecimento nacional e internacional. O seu primeiro personagem foi o cãozinho Bidu. Qual o intuito e a motivação ao criá-lo? Para contar uma história é preciso ter personagens, então eu me perguntei “Que personagem eu faço? Homem, cachorro, bicho, mulher?”. Lembrei-me do meu cachorrinho de infância, que se chamava Cuíca. Baseado nele, criei o Bidu, que recebeu esse nome, pois Cuíca não soava bem. Criei o Bidu e o Franjinha, seu dono, e, depois, o resto da turma. Mas a motivação inicial era simplesmente ter que criar personagens para compor histórias. A turma da Mônica faz parte da infância de diversas gerações. Em sua opinião qual o motivo de uma obra manter o sucesso durante tanto tempo, em épocas diferentes? Eu acho que os meus personagens são muito humanos. São baseados em gente que eu conheço, vizinhos, parentes, filhos. Quando você cria um personagem inspirado em alguém que conhece, você sabe como ele vai reagir, como é e de que gosta. Todos conhecem alguém parecido com a Mônica ou com o Cebolinha, que sempre tenta fazer um plano que nunca dá certo. Todos já fugiram do banho, todo mundo é guloso de vez em quando e todo mundo é meio “caipirão” como o Chico Bento, ou gostaria de ir morar na roça. Então, quando você cria personagens parecidos com gente de verdade, a tendência é que ele não tenha idade. Foi o que aconteceu com a nossa história. As suas histórias têm preocupação com a educação brasileira? As minhas histórias não nascem com essa pre6 { VÉRTICES } julho 2013 ocupação, elas são de entretenimento e diversão. O pessoal lê para se divertir, mas na hora em que vamos fazer uma história, se conseguirmos, no meio dela, jogar alguma informação ou abordar temas relacionados à ética, ao respeito ou ao meio ambiente, melhor ainda, pois estaremos divertindo, entretendo e passando informações úteis e conhecimento. Com as minhas histórias, muitas pessoas aprenderam a ler, e, a partir disso, minhas revistas se tornaram cartilhas informais. E isso é muito bom. Você já foi criticado pela violência da personagem Mônica aos personagens Cebolinha e Cascão? Eu acho que aquilo é pura ação e reação entre crianças que estão ali naquele momento, livres e desimpedidas, vivendo como criança. Todas crianças brigam e, às vezes, são meio agressivas, mas tudo tem um limite. Certa vez, umas crianças de Brasília fizeram um abaixo assinado, com cerca de 130 assinaturas. Nesse “documento” estava escrito que se eu deixasse a Mônica bater daquele jeito no Cebolinha, elas iam parar de comprar as revistinhas. Então, percebi que realmente havia um pouco de excesso. Cheguei a essa conclusão por minhas observações e não porque eu perderia 130 leitores. Eles me lembraram de uma concessão que estava se formando, em violência, agressão, então fui dosando, suavizando, e hoje, anão se vê mais a Mônica bater no Cebolinha. Apenas aparece ela correndo atrás dele, depois surge uma “fumacinha” e, em seguida, o Cebolinha sentado no chão. A tendência é que esses conflitos diminuam cada vez mais. Na Turma da Mônica Jovem, por exemplo, eles se casaram. Em 2008 o senhor reinventou a turma da Mônica criando a Turma da Mônica Jovem. Esse projeto foi bem aceito pela sociedade? Eu acho que sim, pois é a revista que mais vende no mundo Ocidental, só no Japão que é uma das revistas menos vendidas, mas fora do Japão batemos o Super Homem, a Mulher Maravilha, o Batman e o Homem Aranha. Nossa revista é um fenômeno mundial. Até mais que a Turma da Mônica pequenininha? Muito mais de três vezes, vendemos 600 mil exemplares, são resultados maravilhosos para os gibis. Acho que foi bem aceita, teve gente que veio até mim e disse “não, não faz isso com a minha infância”, mas a revistinha da turminha da Mônica continua saindo, está nas bancas para quem quiser comprar. E não vamos parar por aí. No futuro, criaremos a Turma da Mônica Adulta, serão histórias prolongadas, em que o personagem vai envelhecer junto com o leitor e vivenciar tudo que está acontecendo no mundo. O que o desenho significa para você? No começo o desenho significava profissão e trabalho. Depois, esqueci profissão, porque ficou natural para mim. No dia em que percebi como era gostoso o que fazia e o que ainda faço, passei a não sentir mais que era trabalho. Perguntam-me quantas horas eu trabalho por dia e sempre digo que enquanto estou acordado, estou trabalhando. Este ano a Mônica completa 50 anos, como você se sente com essa conquista? Eu me sinto bem e me sinto muito orgulhoso. Pois que pai não se sente orgulhoso com a conquista da filha? Eu não acho que é uma conquista minha, pelo contrário, eu acho que o mérito é dela e de toda a equipe, que conta com artistas maravilhosos, que desenham até melhor que eu - fico louco da vida! Mas todos nós, inclusive desenhistas, temos aspectos a serem aprimorados. Eu, por exemplo, não sei desenhar sapato de salto alto e cavalos, por isso sempre digo que todo dia é dia de aprender. Uma de suas personagens da Turma da Mônica Jovem tem vocabulário que lembra um homossexual. Você já pensou em fazer um personagem com esse perfil? Nunca pensei, mas alguma parte do público pede, e não é por isso que vou atender. Sempre respondo que, quando a sociedade aceitar tranquilamente, sem preconceito, a homossexualidade, nós faremos um personagem. A Mônica não deve levantar a bandeira. A Mônica deve pegar a bandeira e ir passando. O nosso objetivo é agradar ao máximo. Por exemplo, eu não desenho baratas nas histórias, pois se eu colocálas, tenho certeza de que haverá pessoas que jogarão a revista fora. Então vamos manter nossas histórias como são, sem que ninguém leve sustos e esperando por aquilo que a sociedade ainda vai aceitar. O hall infame Por Giovanna Thaís dos Santos Marouf, Julia Pontes Gebenlian, Lorenzo de Souza Bacchin e Murilo Marcelino Bono. Alunos do 9º ano A. Ilustração de Giovana Oliveira da Silva. Aluna do 9º ano C. – Amor, o que você acha de darmos uma repaginada em nosso apartamento? – Boa ideia... – O que você acha de começarmos pelo hall de entrada? – É, pode ser, mas antes temos que conversarmos com a mala da vizinha! – Vou falar com ela agora mesmo! No hall de entrada... Plim, plim, plim... – Já vai, já estou indo... – Oi, tudo bem? Então, eu e meu marido estávamos pensando em dar uma inovada no nosso hall de entrada, sabe? Mudar esta cor morta... – Nossa! Eu tive a mesma ideia na semana passada, e inclusive já comprei as tintas! Vou pegá-las para você ver... Gostei desse tom de amarelo aqui, o que você acha? – Como assim?! Você comprou as tintas antes de me perguntar, antes de conversarmos sobre essa área comum a nossos apartamentos?! – Lógico! Amarelo é vida! Você mesma disse que o hall estava morto! – Esse amarelo é horrível! Parece cor de cabelo de loira oxigenada! – O que você tem contra as loiras?! – Contra loiras nada, desde que não sejam iguais a você! Enfim, eu estava pensando em pintar de uma cor, como salmão... – Que nojo! Eu que não pinto o meu hall de cor de peixe morto! – Pelo menos não é uma cor igual à gema do ovo! – Mas para quem estava querendo uma cor viva, realmente salmão é tão forte quanto à luz do sol! Meus olhos chegam até a arder quando vejo essa cor! Enquanto isso, o marido, que estava só escutando a discussão, decidiu interferir e dar um basta nessa história. – Que gritaria é essa, o que está acontecendo? Ainda não decidiram a cor do hall? Já faz vinte minutos que estão discutindo! Como não chegam a nenhum acordo, eu decido, nem de uma, nem de outra, mas sim das duas. Vou mandar misturar as duas cores. No dia seguinte, o hall estava cor de abóbora! Horrível! Nem uma, nem outra! Ninguém gostou do hall. { www.colegiovertice.com.br} 7 {Tecnologia} Tecnologia e educação – Como lidar com esse universo Por Daniel Muszkat, Giovanna Thaís dos Santos Marouf, Luiza Valverde Viana, Marina Kfouri, Roberta Corrêa Ribeiro, Rodrigo Gabriel Augusto Cruz. Alunos do 9º ano A. Nos últimos anos nada evoluiu tão rápido quanto a tecnologia, ocupando as mais diversas áreas, tornando-se essencial em muitas atividades humanas. E na área da educação não poderia ser diferente. Hoje, é muito importante que a escola utilize esse meio para enriquecer sua prática de ensino A evolução da tecnologia melhorou e muito a vida das pessoas. A cada dia novos instrumentos surgem para facilitar atividades diárias. Temos a nossa disposição inúmeros aparelhos que contribuem para a nossa qualidade de vida: televisores com imagens de alta resolução; internet cada vez mais veloz, trazendo a informação de forma instantânea; automóveis mais seguros e com recursos diversificados que facilitam a direção e aumentam o conforto; celulares, computadores, eletrodomésticos super avançados, com mil e uma funções. Assim é o mundo que nos cerca hoje. Vivemos rodeados pela tecnologia, temos necessidade de utilizá-la e tornamo-nos dependentes dela. E a escola? Será que essa instituição pode negar aos avanços tecnológicos? Será que o aluno de hoje é tolerante a aulas de salivação, sem recursos que as enriqueçam e despertem Lilian Sodré, Professora de Música e responsável pelo Coral Vértice: “Esses recursos possibilitam que os professores cheguem até as crianças e facilitam a entrada da música na vida deles usando jogos interativos. Além disso, as crianças assimilam mais quando ouvem a música e veem imagens a respeito. Mas nunca nada vai substituir a música tocada ou cantada”. Margareth Aparecida Stockmann , Professora de Língua Portuguesa/ Redação, do Ensino Fundamental II e 8 { VÉRTICES } julho 2013 Professora de português projeta tabela para que os alunos realizem os exercícios a atenção dessa geração nascida em plena ascensão da tecnologia? É dever da escola formar cidadãos aptos para atuar na sociedade em que vivem, para isso é importante que se adotem práticas correspondentes àquilo que vivem fora de seus muros. Entretanto, o trabalho deve ser iniciado na formação do educador, pois quanto maior for o seu conhecimento, o seu envolvimento com a tecnologia, mais eficiente será o processo de ensino e aprendizagem intermediado por tais profissionais. na escola com o intuito de facilitar o acesso dos alunos aos conteúdos trabalhados em aula com o auxílio de recursos tecnológicos, como slides, vídeos educativos, imagens, mapas, entre outros, que antes eram disponibilizados de modos diferentes por cada professor. Agora, com essa ferramenta, os alunos têm uma extensão da escola disponível em seus computadores. “Na verdade, o AE é o nosso curso de informática, cujo objetivo é ajudar os alunos a terem um uso consciente em relação ao computador”, afirma Alexandre Simonka, diretor do Departamento de Informática da escola. Também explica que esse uso é controlado e avaliado, todas as atividades realizadas pelos alunos nessa plataforma são acompanhadas pelos professores, que analisam a qualidade de execução dos exercícios, bem como a forma como A tecnologia no Vértice... No Vértice, desde 2010, a tecnologia está bem próxima, tanto dos professores, quanto dos alunos, por meio do A.E. - Aprendizado Eletrônico - uma plataforma aprimorada por professores do Colégio Vértice, que foi implementada Médio: “Acho muito interessante e muito proveitoso o uso de tecnologias nas salas de aula, pois os alunos do século XXI estão muito integrados com essas novas tecnologias e para eles é muito mais proveitoso utilizar novos instrumentos na aula, como notebooks, iPads, Smartphones, assim conseguem mostrar as habilidades que têm fora da matéria que estão aprendendo”. Rafael Araújo Balsalobre, Professor de Geografia, do Ensino Fundamental II e Médio: “Eu acho fundamental o uso de tecnologia na escola, principalmente para a disciplina de Geografia, na qual nós conseguimos ampliar melhor Na sala de informática os alunos trabalham diferentes conteúdos, aprimorando seus conhecimentos e habilidades no manuseio do computador a abordagem, podendo perceber melhor as informações passadas sobre hidrografia, vegetação. A imagem em si é muito mais fácil de ser compreendida do que palavras”. Leda Marques Lima, Professora de Matemática, do Ensino Fundamental I: “Estou gostando bastante das novas formas de tecnologia que estamos usando na escola, porque facilitam as aulas, as correções com os alunos, além de possibilitar aulas diferenciadas para as crianças”. Priscilla Braga, Professora de Ciências, História e Geografia, do Ensino Fundamental I: “A tecnologia vem para agregar o trabalho do professor, principalmente com o uso do iPad, transformando a aula e os conceitos em algo palpável, dentro da realidade do aluno”. Patricia Sagioro, Professora do Alfa 1, da Educação Infantil : “O uso da tecnologia ajuda muito, porque essa geração é totalmente touch. É muito diferente para os alunos quando descemos o telão e conseguem ver a aula projetada em tamanho maior, interagem com isso. Visualizando aprendem muito mais rápido e se interessam mais”. A plataforma do AE pode ser acessada por professores e alunos a qualquer momento por meio de uma rede são feitas. “O AE foi criado também com o intuito de dar uma educação digital aos alunos.”, complementa Alexandre. Além de ser uma ferramenta para o aluno, também é útil para os professores, “Nessa plataforma, registram as aulas dadas em classe, os assuntos abordados, anotam as faltas e as ocorrências de seus alunos”. Além desse recurso, a escola sempre contou com o apoio de aparelhos multimídias para enriquecer ainda mais a prática do professor em sala de aula. Até o ano passado estavam disponíveis nos auditórios, em carrinhos móveis e nas salas do Ensino Médio, que há anos contam com o auxílio de projetores. Entretanto, este ano, todas as salas foram equipadas com seus próprios projetores, e os professores têm seu material em formato digital em iPads, que, segundo a Diretora Geral, Walkiria Gattermayr Ribeiro, oferecem um leque de possibilidades para ilustrar as aulas que estão sendo realizadas, de forma mais dinâmica e interativa. “É importante saber que essas novas tecnologias vieram para ficar e não tem retorno, então, a partir daí, existe a obrigatoriedade de você conviver com ela. Nenhuma nova tecnologia adentra a escola sem ter um ajustamento pedagógico, nada entra aqui simplesmente para servir de vitrine ou marketing”, explica Adilson Garcia, diretor do Colégio Vértice. Segundo ele, essas tecnologias fazem parte do universo dos adolescentes, que sempre têm interesse em sua utilização, por isso, dentro da escola, as aulas tornam-se muito mais atraentes e criativas com o seu uso. Embora o uso da tecnologia faça diferença na rotina escolar do aluno, é válido lembrar que os professores continuarão a ser o elemento principal do aprendizado, explica Adilson. Depoimentos de alunos 7º ano A: Vinicius Barden Lucciola Gonçalves O uso da tecnologia na sala de aula é ótimo. Já que nascemos em uma geração onde ela está presente em todos os meios, é sempre bom mantê-la por perto, mesmo na escola. 6º ano B: Isabella Godinho de Carvalho Lauro A tecnologia é um ótimo recurso na sala de aula, uma vez que é possível projetar imagens fazendo com que se entenda melhor a matéria. 8º ano B: Leornardo Fazzio O uso da tecnologia na sala de aula está sendo melhor para todos, alunos e professores. No caso dos professores é melhor para explicar a matéria, e dos alunos para compreendê-la. O mundo é dos consumidores Por André Kakinoki Teng. Aluno do 9º ano A. Ilustração de Giovana Oliveira da Silva. Aluna do 9º ano C. O homem passa por diversas fases na vida: nasce, cresce, trabalha, encontra um parceiro(a), tem filhos, envelhece e morre. Porém, acima de tudo, consome coisas. E muitas coisas. Não é à toa que, atualmente, quase tudo é “descartável” e trocado a todo momento, ou porque já está quebrado, ou por já haver um modelo novo. A troca por modelos novos eu não entendo. Para que comprar um celular novo só por causa de funções que mal são usadas, ou melhorias na performance que mal são percebidas? Às vezes me pergunto se as pessoas são influenciáveis, ou eu é que sou pão duro. E sobre os defeitos, basta comparar: uma geladeira nova, com mil e uma utilidades, frost-free e essas frescuras, dura uns três, quatro anos. Já aquela geladeira bege da sua avó, que já tem uns trinta anos de uso, ainda funciona muito bem. Pois é, o avanço foi tanto que os objetos passaram a durar menos. E basta parar para pensar um pouco para que percebamos que isso ocorre com quase tudo, aliás tem até nome: obsolescência programada. Durar pouco para vender mais. O conceito é recente, mas a prática é antiga. Outro exemplo são as impressoras. Após certa quantidade de impressões, elas são programadas para “quebrarem”, mesmo estando em perfeito estado. É como aquele tio que finge se machucar só para sair do jogo de futebol. Agora imagine o lixo gerado por toda essa prática, principalmente nos países mais “tecnológicos”. Porém o ser humano, evoluído e pensante como é, já encontrou uma solução: despejar o lixo eletrônico dos países ricos nos países pobres. Mais uma vez o Primeiro Mundo dando uma lição de responsabilidade e bondade. Sob essa perspectiva, o futuro parece sombrio, muito semelhante com o cenário da (incrível) animação WALL-E. Todos sedentários, dependentes da tecnologia, máquinas de consumir e produzir lixo. Porém sem nenhum robô simpático, ou final feliz. Só com lixo. { www.colegiovertice.com.br} 9 {Entrevista} Keimy Chen (Mandarim: a língua do século XXI) Keimy Chen, 27 anos, professora de mandarim na Escola Mandarim e no Vértice Espaço Cultural, nos conta um pouco sobre a língua do século XXI. Nascida em Kaoxong, Taiwan, veio para o Brasil há 8 anos com o objetivo de ensinar a língua mandarim para o povo brasileiro e, principalmente, proporcionar um intercâmbio entre duas culturas tão diferentes. Quando chegou ao Brasil estudou no Colégio Objetivo, para dominar mais facilmente a Língua Portuguesa. Com a ajuda dos amigos, a pós-graduação na Universidade Mackenzie em Psicopedagogia e com aulas particulares, uma vez por semana, já adquiriu fluência na língua portuguesa. Conheça agora um pouquinho sobre esse idioma que vem despertando tanto o interesse de jovens e adultos. É crescente o interesse pelo mandarim em diversas partes do mundo, devido à ascensão econômica da China. A seu ver, o mandarim é a língua do século XXI ? Sim, com o crescimento econômico da China, verificado a partir da década de 1990, a língua chinesa passou a ter uma grande importância no cenário econômico mundial. Além disso, a China tem difundido enormemente a sua cultura por todo o mundo, o que tem deixado pessoas de culturas totalmente diferentes bastante curiosas e interessadas em aprofundar os seus conhecimentos não somente sobre a língua, como também sobre seus costumes e tradições. Qual é o diferencial de um profissional que domina o mandarim? Embora não seja muito difundido, o chinês se tornou a língua mais falada do mundo. Aproximadamente a quinta parte dos habitantes da Terra fala alguma forma de chinês como língua materna. No entanto, a maioria dos chineses não fala inglês ou qualquer outro idioma. Assim, o domínio da sua língua se torna útil para quem viaja ao país ou deseja realizar qualquer tipo de negócio. Além disso, para que se possa criar um vínculo com os chineses, o primeiro passo é a construção de uma amizade, principalmente quando se trata de uma negociação. Dessa forma, o domínio da língua chinesa proporciona um bom relacionamento. Em sua opinião, uma língua torna-se conhecida e visada quando a economia da região está em ascensão? Sim, a economia é um fator muito importante para que um país ou uma língua sejam reco10 { VÉRTICES } julho 2013 nhecidos mundialmente. Antigamente, a China ainda era muito fechada aos povos estrangeiros, devido ao fator político. Mas, nos últimos cinco anos, o país permitiu uma abertura econômica, possibilitando, assim, que todas as multinacionais tenham a oportunidade de investir em sua terra, o que proporcionou, também, o aumento das oportunidades de emprego. Dessa forma, a economia chinesa vem crescendo cada vez mais, o que, obviamente, acaba atraindo os olhares interessados dos outros países. Qual é o perfil do aluno que se dedica ao aprendizado do mandarim? A maioria dos alunos tem idade entre 20 e 40 anos. Quase todos são universitários que cursam Comércio Exterior, Administração ou Engenharia. Mas também podem ser empresários que têm parceria com a China, importando ou exportando produtos primários da China para o Brasil e vice-versa. Além disso, ultimamente, muitas escolas têm contratado professores nativos para darem aulas extras de mandarim para crianças de 5 a 15 anos, uma vez que, quanto mais cedo se começa a aprender a língua, mais facilidade e rapidez haverá para dominá-la. Qual a maior dificuldade no aprendizado do mandarim? A língua chinesa é muito difícil de ser aprendida, pois os estrangeiros não estão acostumados às quatro entonações, e qualquer pronúncia errada pode causar o mal entendimento. Embora não haja muita gramática (ausência de gênero e número, e também de conjugação de verbos), os ideogramas são muito difíceis de serem aprendidos e escritos. Com base em seus conhecimentos, a procura pelo mandarim também é crescente nos Estados Unidos? Sim, agora não só os Estados Unidos, mas também os países europeus começam a se interessar pelo conhecimento do mandarim, uma vez que o comércio com os chineses pode trazer muitos lucros para qualquer país, principalmente quando este exerce alguma influência no mundo globalizado. Os chineses, ao serem alfabetizados, aprendem o Pinyin (código utilizado para transcrever os ideogramas para o alfabeto latino) e os ideogramas tradicionais. Esse processo também é feito com aqueles que querem aprender esse idioma, como os brasileiros, por exemplo? Sim, porém, na China, aprende-se simultaneamente o Pinyin e o ideograma, e não sepadaramente, como se ensina aos estrangeiros. Mesmo porque a maioria dos brasileiros costuma dar mais importância para a comunicação oral, ou seja, a conversação, então, são poucos que se interessam pela escrita, e, dessa forma, a metodologia geralmente se inicia com o Pinyin, que permite falar, e continua com os ideogramas somente para aqueles que se interessam pela escrita. Assim, muitos brasileiros conseguem conversar muito bem utilizando a língua chinesa, mas são poucos os que escrevem ideogramas. Muitas pessoas se matriculam em cursos de mandarim, mas diante da dificuldade imposta pela língua, perdem o interesse. Em que se baseia tal dificuldade? A maioria dos alunos acaba desistindo não de- Por Carolina Juste Rodado, Isabella Bueno Abbud, Jean Pierre Nader, Lucas Manuel Torrado, Luiza Brianez Urrutia e Thaís Abdo Pereira. Alunos do 8º ano B. vido à dificuldade da língua, mas principalmente porque não tem tempo para estudar e aprofundar os seus conhecimentos. Além disso, as constantes faltas acabam prejudicando tanto, que o aluno perde o ritmo do estudo. Um estudante de mandarim aplicado, que dedica uma parte de seu tempo diário ao estudo da língua, costuma obter excelentes resultados. Em média, quanto tempo um estudante leva para dominar esse idioma? Um aluno dedicado costuma levar, em média, de 2 a 3 anos para conseguir se comunicar oralmente, ou seja, passado esse tempo, ele é capaz de compreender e falar muito bem, pois falar e entender é mais fácil. Porém, o aprendizado da leitura e da escrita pode demorar, no mínimo, de 5 a 10 anos, dependendo do aluno. A língua portuguesa apresenta estrutura bastante complexa. Pode-se afirmar o mesmo do mandarim? Quais são as vantagens? E as desvantagens? O mandarim possui as mesmas classes gramaticais, porém, no português, elas são muito mais complexas, pois cada estrutura possui inúmeras variações de gênero e número que não existem no chinês. Essa é a maior vantagem da língua chinesa sobre o português. Já a desvantagem, e provavelmente a única, é a simplicidade da escrita do alfabeto brasileiro, uma vez que as letras chinesas são desenhos bastante complexos, que representam apenas uma palavra. Cada ideograma se refere a uma palavra somente, assim, há cerca de 50 mil ideogramas utilizados na linguagem escrita chinesa. Já o alfabeto ocidental possui apenas 26 letras, com as quais se pode escrever todas as palavras existentes no vocabulário. Porém, a escrita de um texto torna-se mais fácil em chinês, pois, como já foi dito, não há variações de feminino/masculino, singular/plural e tempos verbais. O mandarim é uma língua tonal. O que isso significa? A principal característica do mandarim é a variação de tons, ou seja, há quatro tonalidades ou formas diferentes de se pronunciar todos os sons existentes na língua. Assim, quando se muda o tom, muda-se também o significado da palavra. Por exemplo: ma pode significar mãe, na primeira tonalidade, ou dormência, na segunda tonalidade, ou cavalo, na terceira tonalidade, ou xingar, na quarta tonalidade. Ô boca maldita ! Por João Paulo Góis Speck, Luisa Albuquerque e Sabrina Oliveira Custódio. Alunos do 9º ano A. Ilustação de Giovana Oliveira da Silva. Aluna do 9º ano C. Em um trânsito infernal, eu estou imóvel na estrada tentando chegar ao sítio do meu amigo Ronaldo. Há quase 3 horas parado no mesmo lugar, sinto uma vontade terrível de ir ao banheiro, tomar um gole d´água e comer um belo prato de macarronada... O que me deixa com mais raiva são esses “espertinhos descarados” que passam pelo acostamento. Eles são uns covardes, não têm coragem de enfrentar essa longa fila de carros parados e, ainda por cima, atrapalham a vida dos corretos, pois, lá na frente, entrarão de volta na pista, prejudicando aqueles que respeitam as leis de trânsito. E o pior de tudo é que não há nenhum policial fiscalizando, nenhum policial defendendo os fracos e oprimidos que respeitam as longas filas. Com tanta irritação, abro o vidro e grito: – Seu bando de folgados!!! Não sabem das regras, não?! – Ooo, seu estressado! Relaxa aí mano, tu tá parecendo um velho reclamão, o mundo é dos espertos! – disse um motorista que passava pelo acostamento. Eu estava prestes a sair do carro para discutir com aquele otário, mas ouço meu celular tocar! Era o Ronaldo. – Ô, seu Joca, onde cê tá? – disse Ronaldo com seu sotaque irritante. – Estou a caminho, está tudo parado! Daqui a pouco chego aí, ok?!? – eu disse, já desligando o telefone, pois tinha medo de ser flagrado. Parado no mesmo lugar, vejo milhões de carros passando pelo acostamento... Cheguei ao meu limite de estresse! Então, apressado, decido fazer como todos os demais “engraçadinhos”: passar pelo acostamento! Porém, quando mal piso no acelerador, dou de cara com a presença indesejada de um policial, um único e solitário policial. { www.colegiovertice.com.br} 11 {Especial} O sumiço Voltando de meu cansativo trabalho, com os dedos do pé doendo, entrei em minha casa, guardei minhas coisas, tirei meus sapatos e deitei no sofá. Percebi que já passara da hora de Clara ter chegado da escola. Só para conferir, puxei meu celular do bolso e liguei para minha nova empregada para saber se ela já estava voltando da escola com minha filha. Não obtive resultado, o telefone só dava na caixa postal. Meia hora depois, a empregada chegou cansada, ofegante, sem minha filha. Nesse instante, minhas pupilas dilataram, meu coração acelerou, comecei a suar frio. Sem titubear, perguntei onde estava Clara. – A professora disse que alguém já havia lhe buscado. Era um sujeito de cabelos grisalhos, sem expressão, num carro preto de vidros escuros, achei que fosse o senhor. – afirmou a empregada. Mais preocupado do que antes, saí correndo de casa a pé, ignorando meus pés doloridos, em direção à delegacia. Peguei meu celular novamente e liguei para minha ex-mulher para avisar que nossa filha desaparecera, porém não obtive sucesso, ela não atendeu. Continuei caminhando apressadamente pelas ruas escuras e vazias de meu bairro, tomadas por um silêncio tenebroso. Cansado, avistei a antiga delegacia do bairro. Quando cheguei, entrei desesperado, mas o policial pediu para que eu me sentasse e aguardasse minha vez. Ao meu lado estava uma senhora irritada que parecia estar esperando há muito tempo para ser atendida. O seu rosto aparentava muito sua velhice, com muitas rugas e olheiras. Porém meu devaneio logo passou e voltei a pensar que nunca mais iria ver minha princesinha, com seus olhos azuis da cor do céu e seus lisos cabelos loiros como o ouro. Antes de dar queixa, tentei novamente ligar para minha ex-mulher. Por sorte, dessa vez, ela atendeu o celular, com sua voz fina e irônica perguntou: – O que você quer, Inácio? – Nossa filha foi sequestrada. – disse. Ela começou a gargalhar e respondeu: – Você está brincando comigo, não é? Ela está aqui do meu lado, hoje é sexta-feira, esqueceu? Meu motorista foi buscá-la na escola. Aliviado e ao mesmo tempo envergonhado, desliguei o celular sem nada responder, esquecera-me de que toda sexta Clara ficava com sua mãe. Quando cheguei a casa, disse a minha empregada que eu surtara. Fui para meu quarto arrumar meu calendário. O Beijo e pesado inva Aquele dia amanheceu diferente. O céu estava escuro. O ar úmido estava sil sirenes, e buzinas de meu quarto. A cidade, que normalmente era repleta louç lavar de a máquin da som o era ouvir ciosa, quase morta. Tudo o que eu podia dos prepara ovos dos aroma o delicios o foi ou despert me contínuo e perpétuo. O que minha mãe. Podia ver Na escola, todos pareciam alegres, como se aquele dia fosse normal. . Fa distante e muito conversavam, mas não conseguia escutá-los, como se eu estivess lembran aquelas tempo que eu não pensava em meu pai, mas, durante as aulas, vieram à tona. guarda, meu Tudo começou com a separação de meus pais. Ao perder minha apenas seis anos, m teve um surto, que levou à sua morte. Isso aconteceu quando tinha aquela cena ainda estava viva em minha memória. preparara a Na hora do almoço, mal toquei em minha comida, que minha mãe de casa lições de sair para o trabalho. Mesmo com aquela angústia, fui fazer minhas gélida o Enquanto fazia, senti uma certa tontura, acompanhada de uma sensaçã verific fui e invadira meu corpo. Nesse momento, escutei um som agudo na cozinha que tinha acontecido. preenchida por Ao chegar lá, percebi que um prato estava quebrado no chão. Fui , era muito pes medo incessante e comecei a tremer. Ele não poderia ter caído sozinho minhas narinas. para ser carregado pelo vento. Um forte cheiro de carniça invadiu quarto para f Tentei esquecer de tudo e pensar em algo melhor. Voltei ao meu ignorar o fato. Ca minhas tarefas. Porém o cheiro era tão forte, que não consegui Examinei os qua losamente, comecei a examinar a casa à procura de um intruso. . À medida que eu a sala, os banheiros, nada de novo. Decidi procurar na cozinha lá, abri a p aproximava da dispensa, o fétido odor aumentava. Quando cheguei enquanto gritava vagarosamente, e, de repente, algo caiu sobre mim. Saí correndo causara o meu neticamente. Contudo, depois de algum tempo, notei que o que ra superior, fora apenas um saco de arroz que, por estar mal posicionado na pratelei quando abri a porta. percebi q Sentindo-me uma tola, ri sozinha, colocando o saco no lugar. Logo guardad fora que cheiro forte de carniça era oriundo de uma comida estragada dispensa. Então, voltei a meu quarto e continuei a fazer minhas lições. da noite. Re Quando acabei de fazer meus deveres, notei que já eram oito e meia jantar. Fiz uma refeição rápida, tomei banho e me deitei. sempre me Pouco depois, já embalada pelo sono, senti o beijo que minha mãe beijo do Aquele . antes de ir para sua cama , assim que chegava de seu trabalho m estava Como suave me tranquilizou depois daquele dia estressante que tivera. cansada, respondi apenas com um resmungo. a preguiça m Repentinamente, o telefone tocou; mas, num primeiro momento, a. Irritada, d pediu de atendê-lo. Estranhamente, minha mãe também não o atender pegar novamen atender já que o seu barulho agudo e insistente não me permitia sono. a mesa, No caminho, notei que as chaves da minha mãe não estavam sobre atender o Ao era estranho, já que ela costumava deixá-las sempre no mesmo lugar. voz de al a fone, um frio percorreu minha coluna no mesmo instante em que ouvira que jamais esperava atender àquela hora. – Mãe?! – disse aterrorizada. Produzido por Daniel Passos Marques, Gianluca Fortunato, Kevin Riyodi Alunos do 9º ano B. Koga e Nicholas Campo Produzido por Davi Braga de Vasconcelos Guedes, Matheus Mendes Kolisch, Pedro Henrique Araujo Souza e Renan Conrado Oliveira Dionisio. Alunos do 9°ano C. 12 { VÉRTICES } julho 2013 Ilustrações de Anna Carolina Morais Bilha. Aluna do 9º ano B. adia lenças, por que azia nças u pai mas antes a. que car o r um sado fazer auteartos, u me porta a fresusto , caiu que o da na esolvi dava oce e muito me imdecidi nte no o que o telelguém os Jinsi. O livro Era tarde, já passara das dezessete horas. Estava frio e um garotinho passeava na rua vazia apenas com sua bola de futebol. Sua atenção, enfim, foi roubada por um livro exposto na biblioteca da esquina. O livro tinha capa preta e bordas douradas, sem título. O garoto entrou na biblioteca e pegou o livro na vitrine para lê-lo em uma das mesas vazias que encontrara. Tinha um forte cheiro de mofo, e suas folhas estavam amareladas. Na primeira página, lia-se: “Neste livro os autores não são escritores. São apenas pessoas comuns, como você, que deixaram sua história gravada aqui. Aproveite.”. Passou a reparar que contava a história da vida de garotos e garotas. Continuou lendo. Parecia legal, era interessante. Tinha memórias, lembranças, aventuras e segredos guardados ali. Estava ficando cada vez mais envolvente. As histórias se ligavam de alguma maneira, mesmo cada capítulo tendo uma história diferente. O tempo passava e o relógio badalava vinte; vinte e uma; vinte e duas horas... Mas apenas ao décimo segundo badalar, da meia noite, o garoto se deu conta de que já era tarde. Nesse mesmo momento, acabara de chegar ao décimo segundo capítulo e percebera que seus pensamentos e seus mais profundos segredos eram descritos no livro, como se tivesse lendo a sua própria história. Estava sozinho na biblioteca, ouviu o barulho da fechadura, mas não se importou, seus olhos não conseguiam se desviar das linhas do livro. Continuou lendo ao lado de uma grande janela, apenas com a luz da lua cheia. “[...] Hoje foi seu aniversário. Saiu para jogar bola com seus amigos, para comemorar. Avisara sua mãe de que chegaria a tempo para comemorar também com sua família. No meio do jogo de futebol caiu e se machucou todo. Sua mãe, preocupada, estava esperando-o em casa fazia uma hora. Havia feito um bolo todo enfeitado e muito colorido e todos os seus parentes o aguardavam para cantar os parabéns. Era tarde, já passava das dezessete horas. Estava frio e o garotinho passeava na rua vazia, apenas com sua bola de futebol.”. O menino percebeu que a história se assemelhava demais a sua e começou a ficar assustado. Uma mistura de sentimentos invadia seu interior, estava curioso, mas, ao mesmo tempo, ressabiado em saber o que aconteceria no final. Ele tentava arrancar as páginas, sem ao menos lê-las, entretanto não conseguia, entrando em desespero. Foi aí então que o garoto fechou o livro e, nesse momento, o décimo segundo capítulo foi concluído: “À luz do luar e preso na biblioteca sombria, sem sucesso, o menino tentava sair dali. Com medo de que algo terrível lhe acontecesse, só se ouviam seus passos rápidos percorrendo o velho carpete, até que nada mais foi ouvido. Tudo se silenciara na biblioteca da esquina, prevalecendo o puro silêncio.”. Na manhã seguinte, o livro foi recolhido e colocado novamente na vitrine. Logo despertaria a atenção de outro garoto ou garota que passasse naquela esquina. A morte atrás de mim Sexta-feira à noite, estava voltando do trabalho, um dia muito cansativo na emissora. William faltou e tive de apresentar o jornal, sozinha. Saíra do trabalho em direção ao metrô. Não me lembrava de uma noite tão fria em Londres, as pontas de meus dedos estavam congelando, as ruas estavam como um cemitério abandonado, as luzes das casas já haviam se apagado e a escuridão tomara conta de tudo. Foi quando, de repente, em meio a um silêncio sepulcral, ouvi passos além dos meus. Como se algo ou alguém estivesse me seguindo. Olhei para trás e reparei em um homem alto de cabeça baixa, com as mãos nos bolsos. Era possível ver que estava segurando alguma coisa, pois havia algo sobressaltado no tecido de seu casaco. Cruzei a rua com um passo mais acelerado, com a intenção de sair de seu caminho. Entrei em choque, pois ele cruzou logo atrás de mim. Poderia ter sido uma coincidência, mas de qualquer forma, só faltavam três quadras para chegar ao metrô. Comecei a ficar com medo e, inconscientemente, andei mais rápido e, ao mesmo tempo, percebi seus passos cada vez mais perto de mim. Agora, faltava somente uma quadra e já estava suando frio. À medida que o vento soprava em meu rosto, sentia minha boca seca e meus lábios rachando. Entrei em desespero e comecei a correr, já avistava a entrada da estação. Quando comecei a descer os degraus, senti uma mão coberta por uma luva em meu ombro e pensei: “Meu Deus, uma família criada e sete anos de trabalho, tudo deixado para trás”. Quando, de repente, ele me virou, sacando o que estava em seu bolso. Fechei os olhos, não queria ver a cena de minha própria morte. Quando ele falou: – É você mesmo, não é? Neguei com a cabeça chorando, já era possível sentir seu hálito em meu rosto. – É sim, eu sei que é! A âncora do jornal! Me dá um autógrafo? Produzido por Eduardo André Teixeira, Matheus Baptiston Herdy Menossi Pace, Rafael Rustino Confessor de Oliveira e Vitor Moraes Furtado de Oliveira. Alunos do 9º ano C. Produzido por João Pedro Secchim Sotto Maior, Mariana Nery Affonso Dos Santos e Milena Quesada Passos. Alunos do 9º ano B. { www.colegiovertice.com.br} 13 {Saúde} O que você faz, mas não percebe Por André Kakinoki Teng, Andrezza Barcelos Wersom, Clarissa Cícori Rodrigues, João Paulo Góis Speck, Julia Pontes Gebenlian e Michael Pedroza Mattioli Leite. Alunos do 9º ano A. Descuidos diários constantes e até mesmo involuntários com a postura corporal podem ocasionar uma série de sequelas no futuro A postura corporal é um dos diferenciais entre os humanos e os outros animais, sendo essencial para a realização de muitas tarefas vitais para o progresso de nossa civilização. Graças à coluna vertebral ereta e ao andar bípede, aumentamos nossa capacidade de visão e passamos a carregar mais peso por maiores distâncias e por períodos mais longos de tempo, o que propicia o progresso da Humanidade. Dessa forma, é de grande importância para a saúde do ser humano que haja cuidado com esse aspecto do corpo. Diversos hábitos do cotidiano convergem para o desenvolvimento de problemas posturais, sendo assim crucial analisar a postura (corporal) em determinados ambientes comuns ao dia a dia, a fim de se encontrar a origem de tais problemas. Nos ambientes onde passamos a maior parte do nosso tempo, como o meio escolar e o de trabalho, a observação da postura é fundamental. A escola preenche uma grande parte das atividades das crianças e adolescentes, e a má postura nas salas de aula, como ao sentar-se ou escrever, é muito comum. Quando não corrigidos, esses hábitos podem causar problemas de coluna imediatos ou tardios. Um dos principais motivos de dores nas costas durante a adolescência são as mochilas que, muitas vezes, ultrapassam o peso considerado adequado, que seria apenas o equivalente a cerca de 10% a 15% do peso do corpo. Os excessos estão na quantidade e peso do material escolar trazido e levado diariamente. Por fim, há o agravante de as mochilas serem carregadas incorretamente. No meio escolar, diferentemente do ambiente profissional, não há, em linhas gerais, grande conscientização do tema por parte dos 14 { VÉRTICES } julho 2013 Na imagem da esquerda, a postura corporal está incorreta. Já a da direita apresenta a postura adequada. alunos. Em empresas modernas, já se implantaram medidas de precaução para não se afetar a postura dos funcionários, como cadeiras ergonômicas, apoios para pés e braços, evitando com isso lesões e faltas e, consequentemente, aumentando a produtividade. Mesmo assim, no ambiente de trabalho, dependendo da ocupação, ainda são muito comuns os distúrbios posturais, tanto em tarefas que exijam maior esforço físico, quanto nas que levem o profissional a permanecer muito tempo em determinada posição. Descuidos diários e frequentes dão origem aos distúrbios posturais mais comuns, como escoliose, cifose ou hipercifose, hiperlordose, hérnia de disco e lesões por esforço repetitivo (L.E.R.’s). O tratamento mais comum para esses problemas é a Reeducação Postural Global, conhecida como RPG, realizada por fisioterapeutas. Apesar de a fisioterapia ser extremamente importante para o tratamento dessas doenças, boa parte da recuperação depende da iniciativa e conscientização do próprio paciente. A fisioterapeuta Tânia S. K. Teng salienta que “é muito importante a manutenção da postura correta da pes- soa em seu dia a dia, seja para tratamento ou para prevenção”. Por exemplo, ao utilizar o computador, deve-se colocar o monitor na altura dos olhos, e manter os braços apoiados na mesa ou nos braços da cadeira, que não deve ser nem alta, nem baixa demais. Quando se está sentado, de modo geral, a coluna deve estar ereta e apoiada no encosto da cadeira e os pés no chão para que a circulação sanguínea não seja comprometida. Deve-se ainda evitar virar muito para os lados, mantendo a sua frente tudo o que for preciso ver. Também são muito importantes os exercícios físicos, pois o sedentarismo é costumei- ramente um fator agravante dos problemas posturais. Manter uma boa forma física pode ajudar a corrigir a postura de pacientes que apresentam a musculatura das costas muito tensa e a do abdômen flácida, justamente o contrário do que deveria ocorrer. Finalmente, deve-se observar uma recomendação para as horas de sono, a de dormir em decúbito lateral ou dorsal, nunca em decúbito ventral, atentando-se para a altura correta do travesseiro, com o objetivo de manter a coluna reta. Em termos leigos, a posição correta de dormir é a “de lado”, e não a “de barriga para baixo”. Esses conhecimentos e cuidados com a postura corporal são facilmente aplicáveis e certamente trarão grandes benefícios à saúde e à vida de todos que se preocupam com seu próprio bem estar. A postura no trabalho INCORRETA INCORRETA CORRETA CORRETA INCORRETA INCORRETA CORRETA CORRETA Principais distúrbios posturais Profissionais que trabalham muito tempo sentados (dentistas, empresários, profissionais das áreas administrativas, advogados) devem verificar o ajuste, altura e encosto da cadeira, apoiar os pés no chão e manter a mesa na altura do cotovelo, além de fazer pausas curtas para alongar. Já aqueles que trabalham em pé (vigilantes, recepcionistas, corretores, professores, cirurgiões) devem evitar ficar parados por muito tempo, garantindo uma melhor circulação sanguínea, mantendo e distribuindo o peso igualmente entre as duas pernas. Os professores, ao escreverem na lousa, devem evitar esticar muito os braços, flexionando-os parcialmente. Os que trabalham agachados ou na maior parte do tempo com o corpo inclinado (domésticas, jardineiros) devem manter a coluna ereta, sem curvá-la excessivamente para a frente. Profissionais que levantam muito peso (carregadores de malas, estivadores) devem carregar o peso próximo ao corpo e flexionar os joelhos para levantá-lo, além de se proteger com o uso de coletes específicos. { www.colegiovertice.com.br} 15 {Comportamento} O “para sempre” Por Ana Morena Pinho, Anna Carolina Morais Bilha, Carolina Fernández Vidal, Daniel Passos Marques, Gabriela Guimarães Del Nero, Gianluca Fortunato, Giulianna Bonadio Câmara, Marcelo Barbosa de Campos, Marina de Donato Youssef, Pedro Hikiji Neves, Rafael Uehara Martins e Sarah Nobre Quintão Brant. Alunos do 9º ano B. “Até que a morte os separe”, será mesmo a realidade dos dias de hoje? Matrimônio é a união legal entre um homem e uma mulher; casamento. Ele envolve comunicação e atitudes que devem ser recíprocas. Quando uma das partes não desenvolve os atributos necessários para uma boa convivência, o relacionamento se torna difícil, resultando no divórcio entre os cônjuges. Quando o casal tem filhos, a situação se torna mais complicada. Porém, mesmo assim, ter uma separação pacífica, que não os prejudique, não é impossível. Segundo Débora Lima, psicóloga formada pela USP, deve haver espaço para o diálogo entre pais e filhos, antes, durante e após a separação. Apesar de assuntos que possam ter ficado mal-resolvidos entre o casal, ambos os lados devem permanecer presentes no dia a dia dos filhos, evitando que eles se sintam rejeitados e que sofram com a nova rotina. Para que não haja uma separação entre os pais e seus filhos, é preciso diferenciar as funções de um marido das de um pai, assim como as de uma mulher das de uma mãe. A criança precisa entender que, mesmo que sua mãe não seja mais esposa, ainda é mãe, e que o pai, embora não seja mais marido, permanece sendo pai. Também é importante ressaltar que não existe uma idade certa para que o divórcio ocorra sem o sofrimento dos filhos, como muitos acham, já que o sofrimento não está relacionado à idade, pois até bebês sofrem. A melhor forma de evitá-lo, contudo, é com uma separação pacífica, na qual os pais conseguem se respeitar. Infelizmente, muitas vezes a criança é usa16 { VÉRTICES } julho 2013 da como instrumento de vingança por um de seus pais. E isso ocorre tão frequentemente que já tem até nome: alienação parental. Na alienação parental, há um genitor alienante, que tenta induzir o filho a se distanciar de seu ex-cônjuge; e o genitor alienado, que tem sua imagem distorcida pelo outro, sendo afastado de sua prole. Em casos de alienação parental, o genitor alienante, normalmente: exclui o genitor alienado da vida de seu filho, tomando decisões importantes em relação a este sozinho; interfere nas visitas, controlando excessivamente os horários que a criança pode se encontrar com o outro genitor, além de não permitir que eles se vejam em dias que não sejam aqueles previamente estipulados; ataca a relação de seu filho com seu ex-cônjuge, obrigando que a criança escolha entre um de seus pais; e, principalmente, denigre a imagem do genitor alienado, por exemplo, dizendo que este é uma pessoa perigosa. “A criança ou adolescente, muitas vezes, não tem direito de escolha e lamenta através de comportamentos sociais, retração a ambientes sociais, agressividade, bulimia, anorexia e outros meios que caracterizam o sentimento de abandono”, como diz a psicóloga Vanessa Alves. No futuro, pode, ainda, apresentar distúrbios psicológicos, utilizar drogas, apresentar baixa autoestima e ter dificuldade em manter um relacionamento estável. Podem ocorrer outras implicações à família caso a separação seja mal planejada. Os filhos, em especial, podem adquirir traumas, que talvez persistam até a vida adulta. Portanto, para que isso não ocorra, é necessário que ambos aceitem a situação. De acordo com a psicóloga Sylvia Fernandes Bairrão, é recomendado que filhos que possuem medos e desequilíbrios emocionais, como episódios de dificuldade no controle da urina durante o sono, desenvolvimento de fobias (como de chuva, de sair de casa, etc.) frequentem terapias. Depois da separação, há sempre aquela questão: quem fica com a criança? Dentre os Em cada caso de separação é preciso que se procure o melhor tipo de guarda que se adeque à situação e consiga impedir o afastamento de um dos pais tipos de guarda, a mais recomendada por especialistas é a guarda compartilhada, na qual ambos os pais dividem os direitos e deveres do filho, mantendo um contato frequente. Porém, esta pode confundir a criança devido a mudança brusca da rotina. Segundo o IBGE, 5,4% dos pais optam por ela. Apesar disso, a guarda unilateral, na qual somente um dos lados possui a guarda e o outro tem direito a visitas, ainda é a que predomina. Ambos os tipos de guarda, posO ex-casal deve evitar que a criança se sinta dividida e suem suas variações e adaptações, tenha que decidir entre sua mãe ou seu pai dependendo do casal, de seu rela- ”que tem um fim cionamento e da decisão de saber o que é melhor para seu filho. O tempo passa e com ele, um dos pais pode começar a gostar de alguém novamente, mas e como a criança irá reagir? “Na maior parte dos casos, a criança tende a se sentir meio insegura, com medo de ser rejeitada e perder seu lugar privilegiado ao lado dos pais”, diz a psicóloga Angel Y. Saab, formada em Psicologia Transpessoal. Portanto, é essencial que eles contribuam no esclarecimento da situação. Para que o sofrimento dos filhos seja evitado, é necessário que os pais passem por uma separação pacífica O novo companheiro deve ser apresentado com calma e tranquilidade, sem invadir o espaço do menor, demonstrando carinho e procurando interesses em comum com o mesmo. Mas demonstrar carinho não significa, necessariamente, participar da intimidade emocional do pequeno, o que muitas vezes é feito, principalmente, pela mulher. Ao contrário dela, o homem não costuma ter esse tipo de comportamento e, por isso, a aceitação do padrasto é mais fácil que a da madrasta. Mas é na adolescência que esse fato apresenta uma complicação maior, pois essa fase já é conturbada por si só, com questionamentos, irreverências e procura de sua própria identidade. “Os adolescentes não querem aceitar opiniões, nem educação, alegando não serem filhos desse relacionamento” - diz a psicóloga Maricy Corazza Tango Bechara, formada em Psicanálise com especialização em pré-adolescentes e adolescentes – “portanto os padrastos não devem se envolver em conflitos e discussões que não os dizem respeito. Gradualmente, com o convívio e com respeito, este parceiro poderá funcionar como um apoio ao seu enteado.” E acima de tudo, deve-se deixar claro ao jovem que ele não estará substituindo, nem magoando ninguém, ao criar um laço com os padrastos. Meio irmão... De certo modo, essa palavra pode assustar a criança ou o adolescente. Eles chegarão a achar que estão sendo deixados de lado, ou até mesmo trocados, por causa desse novo bebê, fruto de um novo relacionamento de um dos pais, logo, é crucial que o pai e a mãe mantenham situações de interação com seus filhos anteriores de forma isolada, para que eles sintam que existe uma ligação anterior a essa nova. E, às vezes, pode ser necessário Um aspecto importante da separação é que à intervenção de um espe- os filhos devem entender que os pais estão se separando entre si e não deles cialista no assunto. Depoimentos Anônimos Filho de pais separados “Tinha 11 anos quando meus pais se separaram. Cerca de um ano, seis meses antes, eles passaram a brigar frequentemente. Por isso acho que a separação foi a melhor saída, a única, na verdade. Por causa disso, passei a ver menos meu pai, já que minha mãe ficou responsável, e consequentemente fiquei um pouco mais distante dele. A cada quinze dias, aos finais de semana, vou para sua casa. No começo, acho que foi difícil para todo mundo, e acho que ainda hoje é um pouco complicado, apesar de as coisas terem melhorado e se ajeitado.” Mãe divorciada com duas filhas Após decidirmos a respeito do divórcio, contamos para nossas filhas, antes mesmo do pai delas sair de casa. Dessa forma, quando ele se mudou, elas já tinham consciência do que estava acontecendo. Depois que eu expliquei pra minha filha mais velha que “o papai e a mamãe não se amavam mais” ela entendeu. Já minha filha mais nova adoeceu por uma semana. Ela não tinha consciência plena do que estava acontecendo, era muito pequena. Enquanto ainda estávamos sob um mesmo teto, evitávamos brigar perto das crianças.” Filha de pais separados “Eu tinha 9 anos quando ocorreu o divórcio. Meus pais passaram a brigar muito, principalmente nas reuniões familiares de Natal, Ano Novo, Páscoa e em viagens de férias. Se eles não tivessem sido tão egoístas e pensado nos filhos, teria sido melhor. A separação deles foi péssima e, nos primeiros anos, não se falavam. No início, fiquei muito deprimida, mas não podia mostrar que estava mal, por causa do resto da minha família, pois todos estavam mal e, se ninguém mantivesse a calma, acho que teríamos desmoronado. Meu pai lidou bem com o fato, continuando a ser o mesmo pai que sempre foi, apesar de morar em outro lugar. Já a minha mãe ficou muito abatida, acho que ela não teve muita preocupação com o resto das pessoas, pois acreditava que sua dor era sempre maior. Além disso, ela parecia achar que nós escolhíamos o lado de nosso pai nas discussões e mostrava-se meio irritada quando nos dávamos bem com ele. Apesar de ela dizer que queria que mantivéssemos uma boa relação com ele, eu sentia que, no fundo, preferia que não nos déssemos bem.” { www.colegiovertice.com.br} 17 {Testando seu conhecimento} Por Camila Pavicic, Eduardo André Teixeira, Lara Tendler Fleury da Silveira, Sabrina Gerônimo dos Santos. Alunos do 9° ano C. É importante que se tenha conhecimento da literatura brasileira, principalmente com relação aos vestibulares e também para usufruir de nossa cultura. Vejamos o que você sabe. 1. “Viagens na Minha Terra” é uma obra escrita pelo autor: a) Eça de Queiros. b) Carlos Drummond de Andrade. c) Almeida Garrett. d) Jorge Amado. 2. ”Uma história que me contaram nas lindas vargens onde nasci.” Introduz: a) Memórias de um Sargento de Milícias. b) O Cortiço. c) Sentimento do Mundo. d) Iracema. 3. Pedro Bala e Volta-Seca são personagens do livro: a) Capitães da Areia. b) Memórias Póstumas de Brás Cubas. c) A Cidade e as Serras. d) Til. 5. Entre as obras de Jorge Amado, qual foi a que teve 808 de seus exemplares queimados em praça pública em Salvador sob o pretexto de se tratar de um objeto de propaganda comunista? a) Gabriela, Cravo e Canela. b) Mar Morto. c) Tenda dos Milagres. d) Capitães de Areia. 18 { VÉRTICES } julho 2013 7. Qual livro relata a vida coletiva de pessoas humildes em uma habitação na cidade do Rio de Janeiro? a) Til. b) Sentimento do Mundo. c) O Cortiço. d) Auto da Barca do Inferno. 8. Em qual livro a personagem principal é comparada a uma flor, em relação à ideia de desabrochar? a) Til. b) O Mulato. c) Iracema. d) Gabriela, Cravo e Canela. 9. Qual obra de Carlos Drummond de Andrade foi publicada em 1940 abordando temáticas políticas e sociais, assuntos considerados novos em sua poesia naquela época? a) Auto da Barca do Inferno. b) A Rosa do Povo. c) Antologia Poética. d) Sentimento do Mundo. 10. “O Primo Basílio” se passa após qual período da história mundial? a) Revolução Industrial. b) Guerra Fria. c) Revolução Francesa. d) Segunda Guerra Mundial. 11. As expressões “entornar o caldo” e “filho de Leonardo-Pataca e de Maria Hortaliça é o resultado das pisadelas, beliscões e outros atos similares” estão presentes em qual dos livros a seguir? a) Corpo. b) José e Outros. c) Memórias de um Sargento de Milícias. d) Capitães da Areia. PONTUAÇÃO De 0-3 pontos Pelo visto você não tem muito conhecimento sobre a literatura brasileira. Leia mais. É essencial e ajuda a aprender sobre a nossa cultura. De 4-8 pontos Seu conhecimento sobre nossas obras literárias é mediano. Procure investir mais em leituras, para que possa conhecer mais nossa cultura de forma prazerosa. De 9-11 pontos Você demonstrou ter um bom conhecimento de nossas obras literárias. Parabéns por ser um(a) leitor(a) dedicado(a) ! Respostas: 1 – C; 2 – D; 3 – A; 4 – B; 5 – D; 6 – B; 7 – C; 8 – A; 9 – D; 10 – A; 11 – C. 4. Graciliano Ramos retrata a vida miserável de uma família de retirantes sertanejos na obra: a) Viagens na Minha Terra. b) Vidas Secas. c) Sentimento do Mundo. d) A Cidade e as Serras. 6. Marcela me amou “durante quinze meses e onze contos de reis” é um trecho de qual livro? a) Vidas Secas. b) Memórias Póstumas de Brás Cubas. c) Sentimento do Mundo. d) Fogo Morto. {Debate} Produção coletiva dos 8os anos. É uma forma de compartilhar sentimentos, vivências e conhecimentos; Servem de estímulo aos demais para que possam ampliar seus conhecimentos e desenvolver novas competências; Criam oportunidades, muitas vezes rentáveis, para aqueles que divulgam suas ideias; Promovem a divulgação de campanhas, projetos e ideias; Há muitos blogs produzidos por especialistas em determinados assuntos, apresentando informações confiáveis. Há muita exposição da vida pessoal, dos sentimentos; Muitas informações não são verídicas, podendo ser prejudiciais ao leitor; Por alguns blogs conterem informações equivocadas, podem exercer influência negativa na vida do adolescente (incentivo a transtornos alimentares, relacionamento negativo com os pais, etc.); Em muitos, há a prática do plágio, ou seja, da apropriação indevida de produções de outrem; É comum haver textos que apresentem erros gramaticais e ortográficos, bem como de digitação. E você, tem o hábito de usar essa ferramenta em seus estudos e pesquisas? Qual a sua avaliação sobre essa forma de publicação? { www.colegiovertice.com.br} 19 1. Vamos testar a sua memória, cada detalhe conta!!! reste muita atenção na figura ao lado, depois responda às 10 P perguntas. Será que você consegue acertar todas? a. Alguém está servindo algo? b. As crianças correndo estão descalças? c. Há mais de um animal na imagem? d. Há alguém no trampolim? e. Existe algum chinelo na imagem? f. Há alguém deitado na cadeira? g. Há flores na imagem? h. Há alguém usando óculos de sol? i. O trampolim é vermelho? j. O bebê, na piscina, está chorando? 2. Preencha os quadrinhos com as letras corretas para descobrir o nome das menores unidades que formam o corpo humano. 4. Ache as palavras destacadas no texto a seguir: Algumas espécies brasileiras “O Brasil não foi habitado pelo Tiranossauro. Em compensação, um parente bem próximo dele reinou soberano em nossas terras: o Abelissauro, um dos mais ferozes carnívoros, que pesava até 8 toneladas. Já o Titanossauro, de 15 metros de comprimento, foi o representante por aqui do herbívoro gigante Apatossauro. E o famoso Velociráptor também teve um primo, maior que ele, no Brasil: o carnívoro Deinonicossauro, que atingia até 4 metros de comprimento.” Fonte: Coleção De Olho No Mundo Recreio, Livro 14 “ A Terra Dominada por Gigantes”. 3. Ajude o Curumim a pintar os dois vasos iguais. 20 { VÉRTICES } julho 2013 5. A partir das dicas, descubra os planetas que fazem parte do universo. 6. Siga o caminho dos números ímpares para ajudar o Estiracossauro a alcançar a árvore. 1.Planeta mais distante do Sol, é conhecido com Planeta Azul; 2.É o sétimo planeta do Sistema Solar; 3.Maior planeta do Sistema Solar; 4.Segundo planeta do Sistema Solar; 5.Único lugar do universo onde é comprovada a existência de vida; 6.Conhecido como Planeta Vermelho; 7.Tem o maior número de satélites e luas; 8.Menor planeta e é o mais próximo do Sol. 7. Dentre os animais organizados em círculo, pinte apenas aqueles que são mamíferos. 2. 3. 4. 5. 6. 7. 8. 8. Ajude os E.T.s a descobrirem qual nave pertence a quem. Para isso pinte a nave da mesma cor do E.T. que estiver do outro lado da linha. 9. Desperte seus instintos de detetive! Encontre o que está errado na imagem. Será que você consegue? 9. 1.a:sim; b:sim; c:sim; d:não; e:não; f:não; g: sim; h: sim; i: não; j: não. Respostas: Produção coletiva dos alunos do 9º ano A. { www.colegiovertice.com.br} 21 {Guia} Aplicativos que facilitam sua vida “Quando peço meu almoço ou chamo um táxi ou necessito de dados médicos ou compro música em meu celular, utilizo alguns aplicativos que ajudam em minha vida”. Neste guia você encontrará alguns apps que podem ajudar na resolução de seus problemas diários mais simples, sem custo algum. Leia e saiba mais. LEITOR DE CÓDIGOS DE BARRA SOCORRO EASY TAXI O leitor de códigos de barra é um aplicativo que permite o pagamento de boletos e arrecadações pelo seu celular. Aplicativo que armazena informações pessoais relacionadas com saúde para situações de emergência, dados sobre doenças, alergias, medicamentos, pessoas para o contato e plano de saúde. O aplicativo cadastra telefones para acesso rápido, além de ser prático e fácil. Se o usuário sofrer um acidente ou tiver um problema súbito, qualquer pessoa pode, de posse do celular, acessar as informações. Hoje, pedir um táxi está cada vez mais difícil e demorado. Com “Easy Táxi”, essa tarefa torna-se muito mais simples! Basta clicar em “Pedir Táxi” que o aplicativo usa a sua localização atual e aciona o táxi mais perto de você. Para a sua segurança, todos os taxistas são cadastrados com foto, nome e detalhes do carro. Enquanto espera, você pode ver se o seu táxi está chegando e também ligar para o taxista, sem preocupações. Esse aplicativo também lê códigos de barra que estão presentes em embalagens de produtos, como, por exemplo, em caixas de cereais. Portanto, quando você está no mercado e não encontra máquinas para verificar o preço de qualquer produto, abra esse aplicativo e utilize a câmera de seu celular para saber o preço. Nome do aplicativo: Socorro Onde encontrar: App store Custo: Gratuito Nome: F2b Onde encontrar: App store Custo: Gratuito Nome do aplicativo: Easy Taxi Onde encontrar: App store ou Market Custo: Gratuito SHAZAM WAZE IFOOD Quantas vezes você já ouviu aquela música, no rádio, que você tanto ama e não sabe o nome? Fácil! É só abrir o Shazam, deixar a música tocando, que esse app irá te dizer qual é o nome da música, do artista e do álbum, além de possibilitar a compra e a busca de outras. O Shazam vem constantemente se atualizando para buscas de novas músicas, além de possibilitar um Top 10 de músicas mais pesquisadas. Disponível para iPhone, iPod, Android, Windows Phone, iPad, BlackBerry e outros dispositivos,em três versões: Shazam, Shazam (Encore) e Shazam Red. Você sempre fica preso no congestionamento? Veja como esse aplicativo pode te ajudar! O iFood é um app que permite localizar todos os restaurantes perto de você. E com ele, é possível consultar o cardápio (que é atualizado a cada segundo), pedir a refeição e acompanhá-la do restaurante até sua residência, por um sistema de GPS. Nome do aplicativo: Shazam Onde encontrar: App store ou Market Custo: Gratuito 22 { VÉRTICES } julho 2013 É só adicionar a sua localização e pronto! O Waze irá te alertar sobre as vias que estão bloqueadas em tempo real, irá te sugerir outros caminhos mais viáveis até chegar ao seu destino, e pode localizar farmácias, bancos, cafés, restaurantes, hotéis e estacionamentos, próximos a você. Nome do aplicativo: Waze Onde encontrar: App store ou Market Custo: Gratuito Caso não tenha um aparelho da Apple ou um Android, também é possível pedir pelo site www.ifood.com.br/. Nome do aplicativo: iFood Onde encontrar: App store ou Market Custo: Gratuito Por Isabela Cássia Nascimento Rocha, Maria Fernanda Salles Vasconcellos, Maria Luisa Ussami Prudente do Espírito Santo, Pedro Nacao Freitas, Renan Massato Hanashiro Sakaguchi e Stela Terrible Garbugio. Alunos do 8º ano C. para assitir... para ouvir... para ler... {Resenha} Ratos de porão “Maus” (ratos, em alemão), um livro em quadrinhos publicado pela Pantheon Books, em 1986, por Art Spiegelman. Ganhador do “Prêmio Especial Pulitzer”, premiação norte-americana de jornalismo. O livro foi de extrema importância para a época, pois relembrou, de uma forma dura, como e quão terrível foi a Segunda Guerra Mundial, aos olhos de um sobrevivente. O livro retrata a triste realidade do holocausto em quadrinhos em preto e branco, e utiliza o antropomorfismo, representando humanos como animais: judeus como ratos, alemães como gatos, franceses como sapos, formando assim uma analogia muito interessante entre judeus e alemães, ratos e gatos. A história circula num diálogo de pai e filho. Art, o autor, é o filho para quem o pai conta sua vida de fugas e sobrevivência na guerra, do início ao fim, e mostra de uma forma extremamente verídica e cruel o que realmente acontecia nos campos de concentração, onde 1.3 milhões de judeus morreram por ano, principalmente em câmaras de gás. Não Importa... O disco Nevermind do Nirvana foi lançado em 24 de setembro de 1991, pela DGC Records. O disco foi um dos maiores sucessos da época, vendendo 30 milhões de cópias, tornando-se mundialmente conhecido pela música grunge e pelos membros do Nirvana, Kurt Cobain, Dave Grohl (agora integrante da banda Foo Fighters) e Chris Novoselic. A banda começou na periferia de Seattle, EUA, caracterizada pelos vários grupos de grunge, um derivado do punk rock, com o som bem mais pesado do que o punk original. Após terem lançado o segundo disco, já alcançaram fama mundial. Devido ao fenômeno grunge de Seattle, as gravadoras começaram a caçar bandas locais, fazendo emergir outras bandas como Soundgarden. O disco foi seguido de outros álbuns, até o suicídio de Kurt Cobain, em 1993. Após o fim da banda, Dave formou a banda Foo Fighters, A Caminho do Oscar ‘’Iron Man 3’’, traduzido como “Homem de Ferro 3“, é o final épico da trilogia baseada na história fictícia “do gênio, bilionário, playboy e filantropo” Tony Stark (Robert Downey Jr.) da Marvel Comics. Produzido pela Marvel Studios e dirigido por Shane Black, o filme, lançado internacionalmente no dia 25 de abril deste ano, já é a quinta maior bilheteria da história do cinema. Nessa superprodução com efeitos especiais de última geração, o herói, conhecido por ser “mulherengo”, aprende a viver apenas com sua atual esposa, Pepper Potts (Gwyneth Paltrow). Dessa vez, o Homem de Ferro enfrenta um inimigo bem mais poderoso do que aqueles que ele já derrotou nos outros filmes da trilogia, “Homem de Ferro” e “Homem de Ferro 2 “. Porém não está sozinho, tem ajuda de seu melhor amigo, James Rhodes (Don Cheadle) e de seu segurança (Jon Favreau). Utilizando-se da ausência de cores nos quadrinhos e da ótima representação dos sentimentos dos personagens, o livro consegue transmitir muito bem as emoções e o sofrimento do holocausto, passando, por meio de imagens, sensações de terror e desespero sentidos pelos personagens em vários momentos. Diferentemente de outras obras sobre o holocausto, que mostram de uma forma alterada, feitos por especialistas que simplesmente estudaram o tema, “Maus” mostra, de forma crua, como foi o holocausto, não visto pelos olhos de um alemão, nem de um especialista, mas de um sobrevivente. Ele não passa somente informações de uma guerra, passa também as emoções de quem a vivenciou. »» FICHA TÉCNICA: TÍTULO: Maus história completa AUTOR: Art Spiegelman DATA DE PUBLICAÇÃO: 1994 EDITORA: Pantheon Books No de páginas: 296 GÊNERO: ficção/biografia Produzido por Pedro Hikiji Neves. Aluno do 9º ano B. que ainda atua nos palcos. Músicas que fizeram sucesso como “Smells Like Teens Spirit”,“Come as You Are” e “In Bloom” marcaram o disco. As letras são o retrato da insegurança e a dúvida da “geração perdida dos anos 90”, a época em que não havia certeza, expectativa ou segurança. Foi o retrato de uma geração sem rumo, que parecia boiar em um mar de incertezas, sem se importar onde estavam indo ou iriam chegar. »» Ficha Técnica Título do Álbum: Nevermind Artista: Nirvana Gravadora: DGC Records Ano de lançamento: 1991 Duração aproximada: 50 minutos Produzido por Caio Augusto Oguido Kakuda, João Pedro Secchim Sotto Maior e Rodrigo Galutti de Paranhos Silva. Alunos do 9º ano B. O filme é extremamente emocionante, principalmente para os fãs da Marvel que seguem a história do herói desde o primeiro filme ou em quadrinhos. É um filme que consegue mesclar naturalmente ação com comédia, deixando o espectador envolvido na trama, fazendo horas parecerem minutos. »» Ficha Técnica Título: Homem de Ferro 3 Direção: Shane Black Nacionalidade: Norte-Americana Produção: Marvel Studios Elenco Principal: Robert Downey Jr.; Gwyneth Paltrow; Jon Favreau; Don Cheadle; Guy Pearce; Ty Simpkins Gênero: Ação Ano: 2013 Duração: 130 min. Classificação: 12 anos Produzido por Gianluca Fortunato e Daniel Passos Marques. Alunos do 9º ano B. { www.colegiovertice.com.br} 23 Agradecemos aos alunos dos 8os e 9os anos que produziram esta edição. 8º ano A: Arthur Veloso Kuahara, Beatriz Diniz Canedo, Beatriz Makssoudian Ferraz, Beatriz Pontes Cunha Cortez, Daniel Chammas Schwartz, Daniele Lie Fukushima, Enrico Ferreira Bello, Felipe Toselli Moreira, Gabriela Regina Monteiro Cabrini, Giulianna Gama de Quadros Bezerra, Gustavo Felde Giusti, João Carlos Burunzuzian, Luíza Basile, Luiza Truzzi Menegon, Marcelo Nobre Rabelo, Maria Luíza Nakano Fujihara, Mariana Pirani Vieira Parisi, Mateus Motta Buchaim, Olavo Gualberto Martins Ferreira, Pedro Iago Barbosa Maturano, Rafael Kiehl Cretella, Rodrigo Dabus, Rodrigo Rossi Longo, Sofia Di Mauro Pedro, Suellen Hornos Vieira. 8º ano B: Bruna Felde Giusti, Bruno Bispo Nago, Carolina Juste Rodado, Felipe Lopes Tafner Ferreira, Henrique Maniçoba Ferraz, Isabella Andrade Clemente, Isabella Bueno Abbud, Isabella Kim, Izabella Martins Ramos Rodrigues, Jean Pierre Nader, Julia Tiemi Kamiya, Larissa Dupré Cintra E Gomes, Leonardo Fazzio, Lucas Manuel Torrado, Luiza Brianez Urrutia, Maria Beatriz Teixeira, Mariana Molnar Moreira, Matheus Bitetti Paiva, Mei Lian Suzin Jou, Pedro Barletta Marcondes Perito, Pedro Carneiro Malta, Ricardo Monteiro Barbosa, Thais Abdo Pereira, Théo Ferreira Reis, Tiago Loureiro Motta, Victoria Perini Pederiva.8º ano C: Camila Ranali de Carvalho Pinto, Carolina Webber Fedrigo, Felipe Felde Giusti,Gabriella Guiraldeli Barboza, Gustavo Luíz Argani, Isabela Cássia Nascimento Rocha, José Luis da Silva Parrança, Júlia Hall-Nielsen Fraige, Kayan Ahmed Reda El Hayek, Laura Temer Cursino de Sousa, Lucca Pappas Ditleff, Luíza Mutter Quinderé Fraga, Maria Clara Prates da Silva Galhardo, Maria Fernanda Salles Vasconcellos, Maria Luisa U Prudente do Espirito Santo, Mariana Carvalho Picinini, Mateus Ken Madeira da Fonseca, Maurício Herrera Fontes, Nádia Naomi Ota Terzi, Nícolas Iglecias Lemos, Nícolas Peccia Takayama, Pedro Nacao Freitas, Renan Massato Hanashiro Sakaguchi, Stela Terribile Garbugio, Thaís Cordeiro Breves de Menezes, Victor André Laxer, Victor Germano Moreira Batista da Silva, Vitor Fernandes Chiavenato Ferraz, Vitória Calixto Gallas. 9º ano A: Aisha Campos Jinsi, Amanda Maria Nabhan, Ana Carolina Pais Nóia, Andre Kakinoki Teng, Andrezza Barcelos Wersom, Bruno dos Santos Maximino Pinto, Caio Lopes Simões Dias, Clarissa Cícori Rodrigues, Clarissa Tararam de Laurentys, Daniel Muszkat, Débora Regis Robles de Oliveira, Felipe Imanichi, Fernando Valladares Gomes, Giovana Dias Branco, Giovanna Thaís Dos Santos Marouf,João Hadid Chammas,João Paulo Góis Speck, Julia Pontes Gebenlian, Karina Mika Sakaguchi, Lorenzo de Souza Bacchin, Luisa Albuquerque, Luiza Valverde Viana, Marina Kfouri, Michael Pedroza Mattioli Leite, Murilo Marcelino Bono, Pedro Henrique de Barros Sayeg, Roberta Corrêa Ribeiro, Rodrigo Gabriel Augusto Cruz, Sabrina Oliveira Custodio. 9º ano B: Ana Morena Pinho, André Yuki Yamafuku Massunaga, Anna Carolina Morais Bilha, Beatriz Yoshioka Misikami, Caio Augusto Oguido Kakuda, Carolina Fernandez Vidal, Daniel Passos Marques, Daniela Ogawa, Eduardo Franklin Allain, Flávia Martins Lara, Gabriela Guimarães Del Nero, Gianluca Fortunato, Giulianna Bonadio Câmara, Helena Machado Raposo, Isabela Cerqueira Lima Marinho, João Pedro Secchim Sotto Maior, Kevin Riyodi Koga, Laura Pires Henares, Lucas Graça Fontolan, Marcelo Barbosa de Campos, Mariana Nery Affonso dos Santos,Marina de Donato Youssef, Matheus Koiti Ikedo, Milena Quesada Passos, Nicholas Campos Jinsi, Pedro Hikiji Neves, Rafael Uehara Martins, Rodrigo Galutti de Paranhos e Silva, Sarah Nobre Quintão Brant, Victória de Vita Castro Viola. 9º anoC: Bianca Hallage, Camila Oliveira Custodio, Camila Pavicic, Clarissa Regina Castro de Oliveira, Davi Braga de Vasconcelos Guedes, Eduardo André Teixeira, Enzo Silveira Fernandes, Gabriel Heusi Pereira Bueno de Camargo, Georgia Parasmo Pereira, Gianluca Garrido Bruno, Giovana Oliveira da Silva, Giulia Baldacci Adoglio, Isabela Rodrigues Sampaio, Julia Parizotto Menzel, Lara Tendler Fleury da Silveira, Lívia Maria Kinugawa Nunes, Marina Carvalho Bertero, Matheus Baptiston Herdy Menossi Pace, Matheus Mendes Kolisch, Nathalia de Faria Aildasani, Pedro Henrique Araujo Souza, Pedro Henrique Ordonhez Pacifici Dias, Rafael Rustino Confessor de Oliveira, Renan Conrado Oliveira Dionisio, Sabrina Gerônimo dos Santos, Thiago Clas Riskalla de Miranda, Victor Campos Jinsi, Vitor Moraes Furtado de Oliveira.