OTR2 - PET Engenharia Química
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OTR2 - PET Engenharia Química
ANÁLISE INTEGRADA ENTRE RESERVATÓRIO, POÇO, ELEVAÇÃO E ESCOAMENTO: UMA PRIMEIRA ABORDAGEM COM ENFÂSE NA MODELAGEM TERMODINÂMICA 1,2 Antonio M. B. Neto, 1Tiago L. D. Forti, 2Antonio C. Bannwart, e 1Edimar C. Rylo 1,2 Engenheiro pesquisador na Simworx e discente do curso de Doutorado em Ciências e Engenharia de Petróleo Sócio Diretor na Simworx 2 Professor da Faculdade de Engenharia Mecânica da Unicamp/SP 1 1 Simworx, Engenharia, Pesquisa & Desenvolvimento. The First Office, Rua Paulo Cesar Fidélis, 39, Sala 306, Res. Villa Bella, Campinas - SP, CEP 13089-727 2 Faculdade de Engenharia Mecânica da Universidade Estadual de Campinas, Rua Mendeleyev, 200, Cidade Universitária “Zeferino Vaz”, Barão Geraldo, Campinas - SP, CEP 13083-860 e-mail: [email protected] RESUMO - O desenvolvimento de uma ferramenta de simulação integrada, capaz de avaliar a interação entre reservatório, poço e sistemas de produção é de fundamental importância para evitar erros de acoplamento ou transferência de informações entre os profissionais de áreas distintas bem como tratar de forma detalhada a informação de interface entre as disciplinas de projeto. Neste sentido, a modelagem termodinâmica do fluido é essencial para que a solução integrada dos modelos seja confiável e precisa, uma vez que a modelagem do escoamento multifásico tanto no reservatório como nos sistemas de produção são dependentes das propriedades e do comportamento termodinâmico de fases do fluido. Diante desse contexto, o objetivo geral deste trabalho consiste em apresentar uma ferramenta de cálculos de equilíbrio de fases capaz de predizer o comportamento de fases e calcular as propriedades termodinâmicas de fluidos de petróleo. Este trabalho faz parte de um projeto de pesquisa PIPE FAPESP e de um projeto RHAE CNPq. Palavras-Chave: engenharia de petróleo, modelo black-oil, modelo composicional INTRODUÇÃO A simulação numérica de reservatórios de petróleo acoplada com facilidades de produção, também conhecida como Modelagem Integrada da Produção (MIP), é uma abordagem que combina modelos de reservatório, poço, elevação e escoamento em um único modelo, permitindo a simulação do sistema completo de um campo petrolífero (Teixeira et al., 2013). O desenvolvimento de uma ferramenta computacional de simulação integrada é de fundamental importância para evitar erros de acoplamento ou transferência de informações entre os profissionais de áreas distintas, bem como considerar de maneira adequada os fenômenos importantes em cada fase do escoamento, desde o reservatório até os equipamentos de superfície, (Ribeiro, 2014). Vários pesquisadores (Rotondi et al., 2008; Amro et al., 2010; Giorgio et al., 2012; Ribeiro et al., 2013) têm demonstrado as vantagens da utilização de simulação integrada. Estas vantagens abrangem diferentes aspectos, tais como, gerenciamento mais efetivo e eficiente do campo, interação entre a pressão de subsuperfície e superfície, simulação de múltiplos reservatórios produzindo através de sistemas de produção complexos e análise dinâmica das variáveis de produção. Várias metodologias de acoplamento entre reservatório e sistemas de produção têm sido aplicadas na indústria de petróleo nos últimos anos devido à necessidade de modelar adequadamente projetos de produção de petróleo cada vez mais complexos e desafiadores, que envolvem a solução integrada dos modelos que descrevem o escoamento de fluidos desde o reservatório até a superfície (Hohendorff Filho, 2012). Para que a solução integrada dos modelos seja confiável e precisa, a predição correta do comportamento de fases e das propriedades termodinâmicas do fluido são essenciais para a correta simulação do escoamento de fluidos e predição do comportamento de pressões no reservatório. Então, para que projetos sejam bemsucedidos nesta área, o acoplamento entre modelos de reservatório e sistema de produção devem ser integrados com um pacote termodinâmico adequado. A modelagem termodinâmica do fluido é fundamental para que a solução integrada dos modelos seja confiável e precisa. Além disso, a modelagem e simulação do escoamento de fluidos tanto no reservatório como no sistema de produção são dependentes das propriedades e do comportamento termodinâmico de fases do fluido (Ribeiro, 2014). Neste sentido, a predição do comportamento termodinâmico de fases é essencial para o desenvolvimento e otimização da produção de hidrocarbonetos em aplicações da engenharia de petróleo. Atividades, tais como, gerenciamento da produção de um reservatório, análise de escoamento multifásico em sistemas de produção, dimensionamento de plantas de processamento de fluidos e desenvolvimento de modelos de análise integrada, dependem da predição correta do comportamento termodinâmico de fases do fluido. Um modelo termodinâmico fornece a relação entre as propriedades termodinâmicas e pode ser utilizado em combinação com relações fundamentais para gerar todas as propriedades requeridas para realizar os cálculos de equilíbrio de fases (Riazi, 2005). Neste sentido, os modelos termodinâmicos mais utilizados em cálculos de equilíbrio líquidovapor envolvendo fluidos de petróleo são as equações de estado. As equações de estado cúbicas são possivelmente as equações mais frequentemente utilizadas para aplicações práticas na indústria de petróleo (Sandler, 2005). Embora não sejam os modelos termodinâmicos mais precisos, fornecem o melhor balanço entre precisão, confiança, simplicidade e velocidade computacional (Ahmed, 2007). Além disso, têm a vantagem de representar múltiplas fases com o mesmo modelo (Sandler, 2005). Os simuladores numéricos composicionais modernos fazem uso destas equações nos cálculos de equilíbrio termodinâmico de fases (Barbosa Neto, 2015). Diante deste contexto, o presente trabalho tem como objetivo apresentar uma ferramenta de cálculos termodinâmicos capaz de predizer o comportamento de fases e calcular as propriedades de fluidos de petróleo. correlações implementadas e do equacionamento do equilíbrio de fases, respectivamente. METODOLOGIA em que 𝛾𝑔 é a gravidade específica do gás, 𝛾𝐴𝑃𝐼 o grau API do fluido e 𝑇 a temperatura em ºF. Vasquez & Beggs propuseram a seguinte correlação para o cálculo da razão de solubilidade (𝑅𝑆 ) gás-óleo: A ferramenta de cálculos termodinâmicos corresponde ao módulo termodinâmico que será utilizado no desenvolvimento do modelo acoplado. Este módulo é constituído pelos modelos black-oil e composicional que serão descritos a seguir a partir da apresentação de algumas das Modelo Black-Oil Os modelos baseados no enfoque black-oil são relações empíricas derivadas de farto conjunto de dados experimentais ou de campo, que, ao serem utilizadas na modelagem de problemas de engenharia, comumente são aplicáveis a sistemas de três pseudocomponentes (óleo, água e gás) e desconsideram efeitos importantes de transferência de massa e equilíbrio entre as fases. A seguir é apresentada a formulação, implementada no código do modelo black-oil, para o cálculo de propriedades termodinâmicas, com base nas correlações propostas por Standing (1947), Velarde et al., (1997) e Lake (2010). Fator de Compressibilidade: A correlação de Brill & Beggs foi implementada no modelo black-oil para predizer o comportamento do fator Z de um fluido de petróleo, sendo calculado através de: 𝑍= 𝐴 + (1 − 𝐴) + 𝐶𝑃𝑟𝐷 𝐸𝑥𝑝(𝐵) (1) Os parâmetros 𝐴, 𝐵, 𝐶 e 𝐷 são calculados a partir de: 𝐴 = 1,39(𝑇𝑟 − 0,92)0,5 − 0,36𝑇𝑟 − 0,101 (2) 𝐵 = (0,62 − 0,23𝑇𝑟 )𝑃𝑟 0,066 0,32 +[ − 0,037] 𝑃𝑟2 + 𝑃𝑟6 (𝑇𝑟 − 0,86) 109 (𝑇𝑟 − 1) (3) 𝐶 = (0,132 − 0,32𝑙𝑜𝑔(𝑇𝑟 )) (4) 2 (5) 𝐷 = 10(0,3016 − 0,49𝑇𝑟 + 0,1824𝑇𝑟 ) em que 𝑇𝑟 e 𝑃𝑟 correspondem a temperatura e pressão reduzida, respectivamente. Pressão do Ponto de Bolha: A correlação de Vasquez & Beggs para o cálculo da pressão de bolha de um fluido de petróleo é dada por: 1⁄ 𝑐2 𝑃𝑏 = 𝑅𝑠 𝛾𝐴𝑃𝐼 𝑐1 𝛾𝑔 𝐸𝑥𝑝 (𝑐3 ( )) 𝑇 + 459,67 ] [ 𝛾𝐴𝑃𝐼 𝑅𝑆 = 𝑐1 𝛾𝑔 𝑃𝑐2 𝐸𝑥𝑝 (𝑐3 ( )) 𝑇 + 459,67 (6) (7) Na Equação 7, 𝑃 é a pressão em psi e os valores dos coeficientes 𝑐1 , 𝑐2 , 𝑒 𝑐3 são mostrados na Tabela 1 de acordo com o grau API do fluido. Tabela 1 – Valores dos Coeficientes 𝑐1 , 𝑐2 , 𝑒 𝑐3 da Correlação de Vasquez e Beggs. Coeficiente º𝑨𝑷𝑰 ≤ 𝟑𝟎 º𝑨𝑷𝑰 > 𝟑𝟎 23,9310 𝑐1 0,0362 1,1870 𝑐2 1,0937 0,0178 𝑐3 25,7240 𝑓̂𝑖𝐿 = 𝑓̂𝑖 (𝑇, 𝑃, 𝑥), 𝑓̂𝑖𝑉 = 𝑓̂𝑖 (𝑇, 𝑃, 𝑦) O coeficiente de fugacidade pode ser definido para as fases líquida e vapor, e utilizados para definir a constante de equilíbrio, que corresponde a um fator de separação dos componentes entre ambas as fases em equilíbrio. Estas constantes de equilíbrio são definidas como: 𝐾𝑖 = Outra correlação avaliada para o cálculo da pressão de bolha foi proposta por Standing: 𝑅𝑆 𝑃𝑏 = 18 [( ) 𝛾𝑔 ] 10𝛾𝑔 (8) 1,205 𝑃 ) 10𝐴 ] 18 (9) (14) 𝑁𝑐 𝑁𝑐 ∑ 𝑥𝑖 = ∑ 𝑦𝑖 = ∑ 𝑧𝑖 = 1 𝑖=1 𝑖=1 (15) 𝑖=1 Considerando a fração molar da fase líquida (𝐿) e da fase vapor (𝑉), tem-se a seguinte relação: (10) (16) 𝐿+𝑉 =𝑁 em que 𝑁 é o número total de mols do sistema. Considerando 𝑁 = 1 para o cálculo do equilíbrio: Modelo Composicional O modelo composicional é aplicável à estimativa do equilíbrio de fases utilizados nos cálculos PVT de sistemas constituídos por óleoágua-gás. Este modelo, que é baseado em referenciais teóricos de equilíbrio de fases, pode ser aplicado em situações mais genéricas, porém a resolução do equacionamento proposto é mais complexa, envolvendo cálculos iterativos e estimativa dos valores iniciais. No presente trabalho, são apresentados os principais pontos que compõem a modelagem do equilíbrio líquidovapor para um sistema óleo-gás, implementado no código do modelo composicional. Cálculo Flash (P, T) Bifásico Isotérmico: Algoritmos de cálculo flash são requeridos para determinar a fração molar de cada fase, bem como a composição das mesmas. Na condição de equilíbrio, para um sistema isotérmico multicomponente, as fugacidades dos componentes são iguais em ambas as fases, líquida e vapor: 𝑓̂𝑖𝐿 = 𝑓̂𝑖𝑉 𝑦𝑖 𝑥𝑖 𝑁𝑐 e a gravidade específica do gás (𝛾𝑔 ) é dada por: 𝛾𝑔 = 0,00091𝑇 − 0,0125𝛾𝐴𝑃𝐼 (13) Da definição da fração molar: sendo 𝑅𝑆 a razão de solubilidade gás-óleo: 𝑅𝑆 = 𝛾𝑔 [( 𝑦𝑖 𝑓̂𝑖𝑙 𝑥𝑖 𝑓̂𝑖𝑣 Na condição do equilíbrio de fases: 𝐾𝑖 = 0,83 (12) (11) O modelo termodinâmico permite calcular a fugacidade dos componentes nas fases dada a temperatura, pressão (ou volume) e composição da fase: (17) 𝐿+𝑉 = 1 Seja 𝑉 a fração global da fase vapor, um balanço material para cada componente nas fases conduz a seguinte equação: 𝑉𝑦𝑖 + (1 − 𝑉)𝑥𝑖 = 𝑧𝑖 𝑖 = 1, 2, ⋯ , 𝑁𝑐 (18) Substituindo (14) em (18): 𝑥𝑖 = 𝑧𝑖 1 − 𝑉 + 𝑉𝐾𝑖 (19) 𝐾𝑖 𝑧𝑖 1 − 𝑉 + 𝑉𝐾𝑖 (20) e: 𝑦𝑖 = As frações molares dos componentes nas fases líquida (𝑥) e vapor (𝑦) podem ser calculadas a partir das constantes de equilíbrio (𝐾𝑖 ) e a partir da fração molar da fase vapor (𝑉). As frações molares dos componentes nas fases líquida e vapor devem somar 1, o que pode ser convenientemente expresso em uma nova relação: 𝐶 𝑁𝑐 𝑁𝑐 (21) ∑(𝑦𝑖 − 𝑥𝑖 ) = 0 𝑎 = ∑ ∑ 𝑧𝑖 𝑧𝑗 (1 − 𝑘𝑖𝑗 )√𝑎𝑖 𝑎𝑗 𝑖=1 da qual obtém-se a equação de Rachford-Rice (1952): 𝐶 𝐶 ∑(𝑦𝑖 − 𝑥𝑖 ) = ∑ 𝑖=1 𝑖=1 𝑧𝑖 (𝐾𝑖 − 1) =0 1 − 𝑉 + 𝑉𝐾𝑖 𝑅𝑇 𝑎(𝑇) − 𝑣 − 𝑏 𝑣(𝑣 + 𝑏) + 𝑏(𝑣 − 𝑏) (22) (23) em que 𝑅 é a constante universal dos gases, 𝑣 é o volume molar e 𝑎(𝑇) e 𝑏 são os parâmetros de energia e covolume, respectivamente. Para um componente puro 𝑖, os parâmetros 𝑎(𝑇) e 𝑏 são definidos como: 𝑎𝑖 = 0.45724. 𝛼𝑖 𝑏𝑖 = 0.077796 e: 𝑁𝑐 Equação de Estado de Peng-Robinson (1978): O modelo composicional construído neste trabalho é baseado na equação de estado cúbica de Peng-Robinson (EEC PR) (Peng e Robinson, 1978). Esta equação foi escolhida por ter um desempenho melhor para a predição de propriedades de equilíbrio de fase líquido-vapor em detrimento de outras equações de estado cúbicas (Qiu et al., 2014). Mais importante ainda, tem sido amplamente utilizada com sucesso na indústria de óleo e gás. A EEC PR é apresentada como: 𝑝= (28) 𝑖=1 𝑗=1 𝑅2 𝑇𝑐𝑖2 𝑝𝑐𝑖 (24) 𝑅𝑇𝑐𝑖 𝑝𝑐𝑖 (25) em que 𝑇𝑐𝑖 e 𝑝𝑐𝑖 são a temperatura crítica e a pressão crítica do componente 𝑖, respectivamente e 𝛼𝑖 é um parâmetro dependente da temperatura (Wei et al., 2011; Qiu et al., 2014) dado por: (29) 𝑖=1 Em que 𝑧𝑖 e 𝑧𝑗 são as composições globais dos componentes 𝑖 e 𝑗, respectivamente e 𝑘𝑖𝑗 é o parâmetro de interação binária entre os componentes 𝑖 e 𝑗. Por definição: 𝐴= 𝑎 .𝑝 𝑅2 𝑇 2 (30) e: 𝐵= 𝑏. 𝑝 𝑅𝑇 (31) Uma vez que estes parâmetros são determinados para a mistura, o fator de compressibilidade pode ser obtido através da resolução da seguinte equação, que é uma outra forma de apresentar a equação de estado de Peng-Robinson: 𝑍 3 − (1 − 𝐵)𝑍 2 + (𝐴 − 2𝐵 − 3𝐵2 )𝑍 − (𝐴𝐵 − 𝐵2 − 𝐵3 ) = 0 (32) Assim, a fugacidade do componente 𝑖 na fase 𝛼 é calculada por: ln − 𝑓̂𝑖𝛼 𝑏𝑖 (𝑍 − 1) − ln(𝑍𝛼 − 𝐵𝛼 ) = 𝑥𝑖𝛼 𝑝𝛼 𝑏𝛼 𝛼 𝐴𝛼 2√2𝐵𝛼 . ln 𝑁𝑐 ( 𝑏𝑗 2 ∑ 𝑥𝑗𝛼 (1 − 𝑘𝑖𝑗 )√𝑎𝑖 𝑎𝑗 − ) 𝑎𝛼 𝑏𝛼 (33) 𝑗=1 𝑍𝛼 + (1 + √2)𝐵𝛼 𝑍𝛼 + (1 − √2)𝐵𝛼 RESULTADOS E DISCUSSÕES 2 𝑇 )) 𝑇𝑐𝑖 (26) 0.37464 + 1.5423𝜔𝑖 − 0.26992𝜔𝑖2 𝜔𝑖 < 0.49 𝜆𝑖 = { 0.3796 + 1.485𝜔𝑖 − 0.1644𝜔𝑖2 + 0.01666𝜔𝑖3 (27) 𝛼𝑖 = (1 + 𝜆𝑖 (1 − √ 𝑏 = ∑ 𝑧𝑖 𝑏𝑖 sendo 𝜔𝑖 o fator acêntrico do componente puro. Os parâmetros 𝑎 e 𝑏 da mistura são determinados usando a regra de mistura tipo um fluido de van der Waals (Sandler, 2005): O modelo black-oil foi avaliado de maneira que as propriedades termodinâmicas pudessem ser preditas e comparadas com os dados experimentais apresentados por Velarde et al., (1997) para o Fator 𝑍 e 𝑅𝑠 e por Standing (1947) para 𝑃𝑏 . A Figura 1 mostra o comportamento do fator de compressibilidade do fluido em função da pressão reduzida para os valores de temperatura reduzida de 1,05, 1,2, 1,5 e 2,0, juntamente com os dados experimentais apresentados em Standing (1947). Figura 1 – Predição do Comportamento do Fator Z, utilizando a Correlação de Brill & Beggs para Temperaturas Reduzidas Distintas. Figura 3 – Predição do Comportamento da Razão de Solubilidade Gás-Óleo utilizando as Correlações de Vazquez & Beggs e Standing. Analisando a Figura 1 verifica-se que a correlação de Brill & Beggs utilizada para predizer o comportamento do fator 𝑍 reproduz os dados experimentais apresentados por Velarde et al., (1997) para o fluido analisado, validando desta forma a equação implementada no modelo blackoil. A Figura 2 mostra o comportamento da pressão de bolha predita através das correlações de Vasquez & Beggs e Standing. Além disso, os dados experimentais obtidos por Standing (1947) são apresentados na mesma figura. Para a propriedade 𝑅𝑠 , as correlações implementadas foram avaliadas comparando-se o comportamento predito pelo modelo black-oil com os dados experimentais apresentados em Velarde et al., (1997). Logo, verifica-se que o comportamento de 𝑅𝑠 é condizente com o descrito em Lake (2010). O modelo composicional desenvolvido para o módulo termodinâmico, foi avaliado de modo que reproduzisse o que ocorre na produção de um fluido contido no reservatório de petróleo em um cenário offshore de produção integrada, conforme mostra a Figura 4. A composição do fluido utilizado nas simulações deste trabalho é apresentada em Barbosa Neto (2015) e contém 24 componentes. Figura 2 – Avaliação das Correlações de Vazquez & Beggs e Standing no Cálculo da Pressão de Bolha. Ambas as correlações implementadas no modelo black-oil para predizer o comportamento de 𝑃𝑏 foram capazes de reproduzir os dados experimentais. Desta forma, confirma-se a validade dos resultados gerados pelas correlações para predizer a propriedade em análise. O comportamento da razão de solubilidade gás-óleo é apresentado na Figura 3. As correlações de Vasquez & Beggs e Standing foram implementadas no modelo black-oil de modo a predizer esta propriedade. Figura 4 – Esquema de um Sistema de Produção Integrado (Barbosa Neto, 2015). O comportamento de fases do fluido foi avaliado através do algoritmo de cálculo flash com simulações realizadas para o intervalo de pressão (P) de 0 – 550 bar e para as temperaturas (T) de 30, 60 e 90ºC. Estas condições (P, T) são condizentes com as condições existentes em reservatórios de petróleo e sistemas de produção. A Figura 5 apresenta as curvas de crescimento da fração molar da fase vapor do fluido com a variação da pressão e para as 100 PR 30ºC PVTpetro Fração Molar da Fase Vapor (%) PR 30ºC Wimprop PR 30ºC Hysys 80 PR 60ºC PVTpetro PR 60ºC Wimprop PR 60ºC Hysys PR 90ºC PVTpetro 60 PR 90ºC Wimprop PR 90ºC Hysys 620 PR 30ºC PVTpetro PR 30ºC Hysys 600 PR 60ºC PVTpetro 3 Massa Específica do Óleo (kg/m ) temperaturas de 30, 60 e 90ºC. O comportamento da fração molar da fase vapor foi avaliada através do modelo composicional desenvolvido e com simulações realizadas nos simuladores Wimprop e no Hysys, disponíveis na Unicamp, para validação dos dados gerados pelo algoritmo de cálculo flash (P, T) bifásico multicomponente. PR 60ºC Hysys 580 PR 90ºC PVTpetro PR 90ºC Hysys 560 540 520 500 480 460 0 50 100 150 200 250 300 350 400 450 500 Pressão (bar) Figura 6 – Avaliação da Massa Específica do Óleo em função da Pressão, usando a EEC PR nas Temperaturas de 30, 60 e 90ºC. 40 20 0 0 50 100 150 200 250 300 Pressão (bar) Figura 5 – Fração Molar da Fase Vapor em função da Pressão para Temperaturas Distintas, utilizando a EEC PR. Primeiramente, observa-se a consistência dos resultados obtidos através do modelo composicional com os valores gerados tanto pelo Hysys como pelo Wimprop. Assim, os valores da fração molar da fase vapor fornecidos pelo modelo tornam-se confiáveis e dignos de serem analisados. Desta forma, considera-se que o cálculo flash (P, T) 2 fases esteja validado. Analisando as curvas da fração molar da fase vapor é possível identificar a influência da temperatura no comportamento desta variável. Verifica-se através das curvas de fração de vapor na fase que para temperaturas maiores o ponto bolha da mistura encontra-se em pressões maiores. Avaliando pelas curvas da fração de líquido observa-se que o sistema bifásico se inicia primeiro para maiores temperaturas. Isto no sistema de produção significa que ocorrerá a formação da fase gasosa em posições mais próximas do reservatório para os fluidos em temperaturas maiores. A Figura 6 apresenta o comportamento da massa específica do óleo em função da pressão, nas temperaturas de 30, 60 e 90ºC. O simulador comercial Hysys foi utilizado para avaliar a consistência dos dados gerados pelo modelo composicional implementado. Primeiramente, é importante ressaltar que os resultados de massa específica apresentados a seguir não consideram a translação de volume. O comportamento gerado pelo modelo composicional para a massa específica do óleo reproduz as curvas obtidas no Hysys. Avaliando as curvas de massa específica da fase óleo do fluido, observa-se uma redução nos valores da propriedade à medida que a pressão diminui. Isto ocorre devido à pequena expansão que ocorre no volume da fase óleo nesta região monofásica. Na região bifásica, para pressões menores que 300 bar, a massa específica do óleo aumenta continuamente por causa da transferência de matéria para a fase gasosa. CONCLUSÕES O módulo termodinâmico apresentado neste trabalho foi avaliado para diferentes condições (P, T) de modo que os resultados obtidos se mostraram consistente com a teoria envolvida. O modelo black-oil foi avaliado através da predição do comportamento de propriedades, tais como Fator 𝑍, 𝑃𝑏 e 𝑅𝑆 . Estas predições foram comparadas com dados experimentais dispostos na literatura apresentando a reprodutibilidade destes resultados experimentais. O modelo composicional mostrou-se capaz de predizer o comportamento de fases de um sistema óleo-gás, bem como avaliar a massa específica da fase óleo em um intervalo de pressões à diferentes temperaturas. Além disso, os resultados de fração molar da fase vapor e massa específica para fase óleo foram condizentes com as respostas dos simuladores Aspen Hysys e Wimprop. Portanto, com base nas avaliações realizadas verifica-se que o módulo termodinâmico está apto a ser utilizado no modelo integrado fornecendo os valores das propriedades termodinâmicas requeridas pelos módulos de elevação e escoamento. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS AHMED, T., 2007. Equations of State and PVT Analysis: Applications for Improved Reservoir Modeling, Gulf Publishing Company, Texas, USA, 551p. AMRO, A. A. B.; SAKARIA, D.; LESTARIONO, Y. 2010. 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