TCCs: Contribuição coletiva - Online UNISANTA
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TCCs: Contribuição coletiva - Online UNISANTA
JORNAL-LABORATÓRIO DO QUARTO ANO DE JORNALISMO DA FACULDADE DE ARTES E COMUNICAÇÃO DA UNISANTA ANO XVII - N° 136 - NOVEMBRO/2012 - DISTRIBUIÇÃO GRATUITA - SANTOS (SP) CAUÊ GOLDBERG Morros de Santos TCCs Contribuição coletiva Os 17 trabalhos realizados pelos alunos da 17a turma do curso de Jornalismo da UNISANTA contribuem para o conhecimento de realidades nem sempre destacadas pela grande imprensa, como a vida nos morros, nas palafitas e entre os portadores do vírus HIV. IGOR AUGUSTO Jardim São Manoel JULIANA KUCHARUK Aids EDITORIAL Saindo dos bastidores Curiosidades, igualdade social, tecnologia... Os temas abordados por cada Trabalho de Conclusão de Curso dos alunos de Jornalismo da Unisanta vão de A a Z, do céu ao inferno, da precariedade à comemoração, da denúncia à interatividade. Os 20 anos da TV Tribuna e as seis décadas da revista Capricho terão suas velinhas apagadas em uma revista e em um site respectivamente. Esporte, violência, games, redes sociais, segurança e assessoria, tal como Aids e síndrome de Down, também serão abordados. Os quatro anos de estudo renderam trabalhos que foram árduos. Cada obra custou tempo, concentração, persistência, cansaço e muito amor à profissão. Nada mais justo que, ao menos uma vez, o repórter saia do anonimato e protagonize a própria matéria. Pois, para o Primeira Impressão, o jornalista é sempre a fonte mais confiável. CARTAS À REDAÇÃO Juventude nos corações Recebi dois números (131 e 132) do jornal Primeira Impressão e venho agradecer-lhes essas variadas notícias de Santos que assim fiquei a conhecer. Sempre é bom sabermos de locais e gentes onde a palavra crise não existe e, ao invés, se investe e trabalha com confiança no futuro... É essa confiança que, aqui na Europa e muito em particular aqui em Portugal, nos falta. Não quer dizer, certamente, que aí não haja dificuldades, mas há, com certeza, mais otimismo, ânimo, esperança, enfim... juventude nos corações. Ainda bem. Cristino Cortes, economista, assessor do Ministério da Cultura português e escritor, Linda-a-Velha, Portugal. Trajetória da revista Capricho é tema de trabalho Um dos objetivos do projeto é analisar as mudanças gráficas e editoriais Poucas pessoas sabem, mas a revista Capricho completou, em junho, 60 anos de história. E esse foi o tema escolhido pelas alunas Bruna Corralo e Mariana Terra para o Trabalho de Conclusão de Curso. “Nós vimos um trabalho do ano passado sobre os 10 anos da revista TPM e adoramos. Como amamos revista, pensamos em fazer um trabalho semelhante”, conta Mariana. As estudantes começaram então a buscar revistas que tivessem história e completassem uma, duas, ou até seis décadas de existência. “Procuramos entre nossas revistas preferidas e também aquelas mais importantes. Foi então que lembrei que minha avó sempre me falava que lia Capricho. E para nossa alegria a revista fez 60 anos este ano”, revela Bruna. Foi o casamento perfeito. Bruna era leitora e Mariana apaixonada pela parte gráfica da revista. “Começamos a pesquisar e nos encantamos cada vez mais”, explicam. Com o tema definido, bastava escolher qual o formato seria escolhido. Livro e encarte foram algumas das ideias que surgiram, mas seria pouco para a grandeza da revista, que hoje é a mais lida entre adolescentes. Analisando o publico alvo e o crescimento da internet, elas optaram por fazer uma página virtual. O site, www.60anoscapricho. com, que teve orientação da mestre Daniella Aragão Moreira Lima, tem a intenção de homenagear a revista Capricho, por meio de reportagens e entrevistas contando a história da publicação, que é a segunda da Editora Abril. “O título do trabalho – De gatinha à vovozinha - faz relação com o famoso slogan do passado (A revista da gatinha) e com a idade da publicação, que chega à terceira idade. A página traz novas informações para as atuais leitoras e recordações para as antigas”, observa Bruna. De acordo com Mariana, a objetivo do projeto é analisar as mudanças editoriais e gráfi- O trabalho também conta com uma página no Facebook, onde as alunas desenvolveram a parte de divulgação do TCC. “As mídias sociais nos auxiliaram na descoberta de histórias e na interação com as leitoras”. Todo conteúdo foi produzido pelas alunas, sem qualquer vinculação com a revista ou a Editora Abril. “Visitamos a Capricho em julho e fomos muito bem recebidas. Mas, eles não divulgam os aniversários da publicação, porque acreditam que um veículo dirigido a adolescentes terá sempre 14 anos”. Para Bruna e Mariana a realização do trabalho foi muito prazerosa, exigindo dedicação e paciência. “Com certeza contribuiu muito na nossa formação. Nós não sofremos com a síndrome do TCC. A nossa convivência cas pelas quais a revista passou, e amizade ajudaram a superar e mostrar sua importância em as dificuldades e concluir este seu gênero para as meninas e trabalho com êxito. Estamos mulheres de várias gerações. satisfeitas com o resultado”. “A pesquisa foi nossa principal aliada. Lemos muitas ediFICHA TÉCNICA ções, de várias décadas, e alguns trabalhos já feitos sobre ela. As leitoras, tanto as atuais, como Título: as antigas, também nos ajudaDe gatinha à vovozinha ram muito”, diz Bruna. Formato: Foi por meio da pesquisa que Produção de conteúdo elas descobriram que nomes digital como Marilia Scalzo, Monica Autoras: Figueiredo, Lilian Pacce e até Bruna Corralo Zeca Camargo já passaram pela Mariana Terra redação da Capricho. “EnconOrientadora: tramos muitas curiosidades e Daniela Aragão poder dividir isso com os leitores é muito bom”, conta Mariana. Missão cumprida Parte da equipe do Primeira Impressão: última edição de 2012 coroa o trabalho da 17ª turma de Jornalismo ERRATA Na edição nº 133, de agosto de 2012, na reportagem “Prós e contras da progressão continuada”, publicada à página 6, ao contrário do que se lê na declaração atribuída à coordenadora de História do Núcleo Pedagógico da Diretoria de Ensino de Santos, Viviane Daud, os alunos das escolas estaduais não são submetidos ao “provão”. Conforme esclareceu a própria coordenadora em email à redação, apenas os alunos da rede municipal são submetidos ao “provão”. Trabalho valoriza espaços culturais O Museu do Café, os teatros Coliseu e Guarany e a Pinacoteca Benedicto Calixto foram os locais escolhidos para as visitas com suas histórias e curiosidades As estudantes Julia Brancovan e Vanessa Teixeira desenvolveram o trabalho de conclusão de curso sobre centros culturais de Santos. Assim, optaram por contar a história da Pinacoteca Benedicto Calixto, o Museu do Café e os teatros Coliseu e Guarany, locais que mesmo depois de décadas, continuam em plena atividade para a disseminação cultural. O trabalho foi elaborado como um programa de rádio, em uma série de programetes (de no máximo 5 minutos), com inserções durante uma programação radiofônica. Nessas inserções, elas des-crevem o ambiente de cada um dos locais visitados, contando as histórias e as curiosidades desses equipamentos. O primeiro local visitado foi a Pinacoteca Benedicto Calixto, o principal museu de arte de Santos. Além de apreciar e reportar as obras do artista, elas entrevistaram diversas pessoas que fazem parte do cotidiano e também da história do casarão que foi residência de diversas famílias, inclusive a do exportador de café Francisco da Costa Pires, pai de Edith Pires Gonçalves Dias.Hoje, aos 93 anos, ela é uma verdadeira memória viva da cidade. “Dona Edith é uma simpatia, mesmo com idade sua jovialidade é impressionante”, comenta Vanessa. O chamado Casarão Branco na orla, construído no estilo arquitetônico eclético, foi imóvel de diversos proprietários, até que em 1979 foi considerado patrimônio histórico e de utilidade pública, passando a ser sede da Fundação Pinacoteca Benedicto Calixto em 1992, após passar por um longo período de restauro. Hoje, além de abrigar a exposição permanente da obra de Calixto, o espaço promove durante o ano todo diversos eventos culturais gratuitos que são abertos a comunidade. Eventos como a Ação do Coração, Outubro Rosa, Música e Vinho, Projeto Livro-Livre, saraus, palestras, workshops, cursos de arte e música, apresentações de orquestras, corais e recitais, lançamentos de livros e exposições de grandes JULIA BRANCOVAN O charmoso casarão de estilo eclético abriga a Fundação Pinacoteo Benedicto Calixto desde 1992 nomes das artes plásticas e fotografia contemporâneas, como Romero Brito, Jô Soares, Ivald Granato, José Zaragoza, Renina Katz, entre muitos outros. “Foi muito interessante poder fazer esse passeio pela história, é sempre bom aprender coisas novas e esse trabalho me fez sentir muito bem”, diz Julia. A Pinacoteca localiza-se à Avenida Bartolomeu de Gusmão, nº 15, no Boqueirão. Funciona das 9 às 18 horas, de terça a domingo e a entrada é franca. Museu A segunda visita foi ao Museu do Café, um dos pontos turísticos e culturais mais prestigiados e referenciados de Santos, o conhecido prédio da Bolsa Oficial de Café. A construção imponente de arquitetura eclética foi inaugurada em 7 de setembro de 1922, sendo parte de umas das diversas comemorações do centenário da Independência do Brasil. Também conhecido como Palácio do Café, abriga o Museu dos Cafés do Brasil, recebe mais de 20 mil visitantes por ano, entre moradores da região, estudantes e turistas do Brasil e do mundo. Está situado na rua XV de Novembro, nº 95, no Centro Histórico de Santos. Em duas visitas ao local, as estudantes entrevistaram a historiadora Ana Paula Silva e o jornalista e escritor Sergio Willians, que publicou um livro intitulado Jacinto, o Sansão do cais santista, que foi um importante personagem da história do cais do Porto, ficando famoso por carregar 5 sacas de café nas costas durante as competições dos trabalhadores. “A visita foi incrível, o passeio pelo museu nos reservou uma bagagem cultural maravilhosa. Todos deveriam ir até lá, ficariam impressionados com tantas histórias boas”, revela Vanessa. Outra importante fonte entrevistada foi o corretor de café Eduardo Carvalhaes, que é o membro da quinta geração da tradicional família santista que atua nos negócios de café. Teatros O trabalho incluiu ainda visitas aos teatros Guarany e Coliseu, dois espaços inaugurados no século XIX, durante período de grande riqueza da economia cafeeira. São teatros revitalizados e tombados pelo patrimônio histórico. Erguido durante o período de Dom Pedro II com recursos doados por grandes empresários do café, o Teatro Guarany foi inaugurado em 1882 na Praça dos Andradas, nº 100, no Centro, representando um marco na história política e cultural de Santos. O local recebeu grandes nomes das artes dramáticas e literárias do Brasil e do mundo, como a atriz francesa Sarah Bernhardt, o intérprete italiano Giovanni Emanuel, o dramaturgo e diplomata português Julio Dantas, o poeta maranhense Arthur Azevedo, entre muitos outros. Entrou em decadência nos anos 60 e depois de vários problemas e disputas judiciais, foi finalmente entregue à população em 2008, totalmente restaurado. Atualmente, além de ser uma casa de espetáculos, o local serve como sede para a Escola de Artes Cênicas, da Secretaria de Cultura do município. Já o Coliseu, o maior teatro da Cidade, com capacidade para mais de mil pessoas, foi inaugurado em 1897 como velódromo (pista de ciclismo), passando por altos e baixos ao longo de sua trajetória. Na época áurea, durante a década de 20, recebeu grandes nomes das artes como Dercy Gonçalves, Paulo Autran, Cacilda Becker, Carmem Miranda, Heitor Villa-Lobos, Bibi Ferreira, entre muitos outros. Assim como o Guarany, entrou em decadência nos anos 70. Foi totalmente restaura- do e reinaugurado em 2006. Hoje, é considerado um dos mais belos teatros do Brasil e recebe espetáculos consagrados, além de óperas, concertos, musicais e stand-ups. Além dos programetes, as alunas criaram um blog, onde postaram os conteúdos produzidos. Com isso, compreenderam melhor as transformações de formato e linguagem vividas pelo rádio e a internet nas duas últimas décadas, denominadas convergência midiática. Para elas, a experiência do TCC foi muito rica por destacar espaços importantes da vida cultural de Santos. “Falar da Cidade sem citar esses locais é privar o receptor de entrar em contato com a atmosfera e clima que cercam nossa história e cultura”, avalia Julia. Já Vanessa destacou a importância dos veículos escolhidos. “O rádio e a internet são muito mais ligados do que parece. Graças a essa junção o rádio continua sendo um grande sucesso”. “ O rádio e a internet são muito mais ligados do que parece. Graças a essa junção o rádio continua sendo um grande sucesso VANESSA TEIXEIRA estudante ” FICHA TÉCNICA Título: Centros Culturais Santistas Formato: Projeto de Radiojornalismo Autoras: Julia Brancovan e Vanessa Teixeira Orientadora: Wanda Schumann JULIA BRANCOVAN REPRODUÇÃO Na edição nº 135, de outubro de 2012, a reportagem “Ana Preto leva a melhor entre as mulheres”, publicada à página 13, é de autoria de Mariana Batista. Por falha técnica, foi atribuída a Aline Almeida. EXPEDIENTE - Jornal-Laboratório do Curso de Jornalismo da Faculdade de Artes e Comunicação da UNISANTA - Diretor da FaAC: Prof. Humberto Iafullo Challoub Coordenador de Jornalismo: Prof. Dr. Robson Bastos – Responsáveis Prof. Dr. Adelto Gonçalves, Prof. Dr. Fernando De Maria e Prof. Francisco La Scala Júnior. Design Gráfico e diagramação: Prof. Fernando Cláudio Peel - Fotografia: Prof. Luiz Nascimento – Redação, fotos, edição e diagramação: alunos do 4º ano de jornalismo – Editor de foto: Igor Augusto. Primeira página: Igor Augusto - Foto da turma: Luiz Nascimento – Coordenador de Publicidade e Propaganda: Prof. Alex Fernandes - As matérias e artigos contidos nesse jornal são de responsabilidade de seus autores. Não representam, portanto, a opinião da instituição mantenedora – UNISANTA – UNIVERSIDADE SANTA CECÍLIA – Rua Oswaldo Cruz, nº 266, Boqueirão, Santos (SP). Telefone: (13) 32027100, Ramal 191 – CEP 11045-101 – E-mail: [email protected] A ex- moradora do Casarão Branco Edith Pires Gonçalves Dias é uma referência e uma das memórias vivas da Cidade ______________________________ _ _ _ __________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ _ _ _ _________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ Edição e diagramação: Jéssica Amador PRIMEIRA IMPRESSÃO - Novembro de 2012 2 O prédio da Bolsa Oficial do Café recebe mais de 20 mil visitantes por ano _______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ Edição e diagramação: Carlos Norberto PRIMEIRA IMPRESSÃO - Novembro de 2012 3 O cômodo e o incômodo: a vida nos cortiços de Santos ARQUIVO PESSOAL Formandas em Comunicação mergulham nas ruas do Centro Velho para a produção de uma radiorreportagem A vida nos cortiços em Santos é o tema da radiorreportagem que as alunas Aline Almeida, Caroline Leme e Lívia Duarte elaboraram como Trabalho de Conclusão de Curso, que teve como orientador o professor Luiz Carlos Bezerra. O trabalho procura mostrar como vivem as pessoas nessas casas-comunidade, onde dezenas de famílias moram em pequenos quartos, dividindo os demais cômodos com os outros moradores. No início, elas acreditaram que não seria fácil entrar na casa dessas pessoas desconhecidas, mas o que aconteceu foi justamente o contrário. “Em todos locais em que estivemos, fomos bem recebidos. Havia um receio apenas com o fato de a conversa ser gravada, porém, depois de alguns minutos, acabávamos amigos”, disse Caroline. A intenção do trabalho seria mostrar apenas como é o dia a dia dessas pessoas, contando as dificuldades de viver nesses locais, porém, logo na primeira visita, as formandas descobriram que a percepção deles era diferente. “As moradoras com as quais conversávamos falavam que era tudo uma festa, que sempre cabia mais um no quarto e era ali onde gostavam de estar. E no caso de dificuldades, sabiam onde conseguir ajuda. Foi aí que começamos a pensar em um novo rumo para o trabalho”, disse Aline. E aí foi que começou a parte em que as autoridades falavam sobre os planos para os moradores dessas LÍVIA DUARTE FICHA TÉCNICA Título: O Incômodo que Habito Formato: Radiorreportagem Autoras: Lívia Duarte, Aline Almeida e Caroline Leme Orientador: Luiz Bezerra Associação dos Cortiços está construindo um novo prédio no centro da Cidade para iniciar o processo de recuperação de moradias habitações. “Falamos com a Secretaria de Planejamento que indicou o Alegra Centro, que visa a transformar essas casas em moradias dignas, com instalações apropriadas para as famílias”, afirmou Aline. A Secretaria de Assistência Social também foi consultada e indicou os planos em nível municipal, estadual e federal para as pessoas em vulnerabilidade social. Após essa etapa, o próximo passo foi falar com a presidente da Associação Cortiços do Centro, Grandsnay Faustino, responsável pela ação que resultou na construção de prédios para os moradores cadastrados e também com aqueles que participavam dos mutirões. “Os próprios beneficiados estão trabalhando na obra, construindo o que, um dia, será deles e, por isso, a visão é outra”, contou Lívia. Para fazer um contraponto com esses moradores, um antropólogo foi entrevistado e falou sobre o despreparo psicológico em que se encontram algumas famílias quando são inseridas em programas habitacionais. “Eles não conhecem outra realidade diferente da que sempre viveram, mas do dia para noite passam a ter uma casa confortável e contas para pagar todo mês. O resultado, muitas vezes, é a venda desses imóveis ou a favelização total”, afirmou o antropólogo Darrel Champlin. As estudantes ressaltaram a importância de fazer um trabalho com fundo humanitário. “Durante o trabalho, convivemos com pessoas de uma realidade muito diferente da nossa. No fim, a diferença foi o que nos uniu, mostrando-nos que não importa onde a pessoa mora, trabalha ou vive, pois somos todos seres humanos e com direitos iguais”, acrescentou. Moda e beleza inspiram TCC Nos dias de hoje, a imagem é um fator de maior importância diante da sociedade contemporânea. A aparência precisa receber muita atenção de quem a cria, pois assim como a linguagem falada, a roupa comunica. Por meio das palavras empregadas e seus signos (significados), é possível formar milhares de “frases” diferentes. Quem usa, por exemplo, jaqueta de couro pode ser chique e jovem, ao mesmo tempo. Este exemplo é tirado do livro Linguagem das Roupas, de Alison Lurie, que destaca os sentidos estampados implicitamente nas roupas das pessoas retratando diversas situações. Tratar de moda implica lidar com detalhes e elementos combinados, pois ela vai além de vestir roupas estilosas e descoladas. Também é personalidade. As vestimentas sempre foram designadoras no convívio social denominando o papel de cada habitante naquele grupo como um instrumento que exprime valores, posição social e sociológica. O Trabalho de Conclusão de Curso da aluna Caroline Trevisan é sobre este assunto e baseia-se no filme O Diabo Veste Prada. Na trama, Andrea Sachs, uma jovem jornalista, personagem da atriz Anne Hathaway, não é atenta às questões da beleza e traja roupas ultrapassadas que causam impacto nas pessoas. Por sua vez, ela começa a trabalhar na The Runway Magazine, a mais importante revista de moda de Nova York como assistente da principal executiva Miranda Priestly, personagem de Meryl Streep. Depois de aturar piadas dos novos colegas de trabalho que idolatram beleza e forma física, Andy segue em frente com o desafio e muda o visual com a ajuda do diretor de moda da revista, Nigel, personagem de Stanley Tucci. Caroline, na adolescência, escolheu o tema quando nem tinha certeza da escolha no curso universitário . “Um dia, eu estava em casa com a minha mãe, assistimos a este filme na TV e na hora identifiquei-me com a personagem Andrea FICHA TÉCNICA Título: A Aceitação da Moda na Sociedade Brasileira Formato: Programetes de Rádio Autora: Caroline Trevisan Orientadora: Wanda Schumann Sachs. Depois, eu disse toda confiante que ia fazer um TCC sobre aquilo”, diz. Assim como a personagem de Anne Hathaway, a estudante também sofreu preconceito por causa das roupas. “Quando eu estava no meio do ano no colégio, uma amiga criticou as minhas roupas dizendo que eram infantis e eu não podia mais vestir aquilo. Na hora, eu me senti um pouco chateada, mas depois entendi o recado”, confidencia a estudante. Depois da mudança, ela percebeu muitas melhorias na convivência escolar e também nas amizades. Hoje, se espanta ao ver como as roupas do- minam e podem contribuir ou dificultar a vida das pessoas na sociedade. Por se interessar pelo assunto de moda e comportamento, ter um blog e o tema em mãos, ela decidiu começar a leitura e pesquisa do trabalho em outubro de 2011, estendendo-o até fevereiro deste ano. No dia 28, aconteceu uma palestra sobre jornalismo de moda e comportamento com a editora da revista Harper’s Baazar, Maria Prata, e ela aproveitou para gravar entrevista com a jornalista. Depois participou da Semana da Moda da UNISANTA, entrevistando produtores de moda. Para finalizar o tema, a universitária mostra a importância de criar um bom marketing pessoal para as empresas e contribuir com a boa imagem no trabalho. O livro Marketing Pessoal e Sucesso Profissional de Lígia dos Santos, cita a importância deste fator para o mercado de profissionais cada vez mais competitivo e também para causar boa impressão aos em- pregadores. Houve dificuldades para contato com fontes, mas Caroline não desistiu do objetivo dela. Persistiu a ponto de deixar de dormir algumas vezes para trabalhar no próprio “cartão de visita” ao mercado. A estudante vê a oportunidade de usar o próprio TCC para conseguir emprego após a faculdade. “Para mim, esta é uma chance única de eu conseguir realizar a minha vontade de trabalhar com moda”, diz. Ela acrescenta que adorou conhecer pessoas envolvidas no mundo da moda. “Este é um assunto muito querido por mim. Elas admiraram a minha escolha, me indicaram amigos e me incentivaram com muito carinho”. Após este trabalho, Caroline diz ter mudado e ampliado a visão de mundo que tinha a partir do novo conhecimento obtido. “Agora eu me preocupo mais com a minha aparência e isso aumentou minha autoconfiança e abriu meus olhos para a criação de novos looks”, finaliza. _______________________________ _ _ _ _________________________________________ _ _ _ _____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ _ _ _ _________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ 4 Edição e diagramação: Joanna Flora PRIMEIRA IMPRESSÃO - Novembro de 2012 A participação de Santos no cenário nacional de combate à Aids motivou as alunas na elaboração do curta, que aborda a doença utilizando a poesia, por meio de textos escritos por três portadores do vírus HIV O dia em que o mundo parou O curta metragem realizado por alunas de Jornalismo da UNISANTA aborda os desafios da Aids com uma linguagem poética A história de três portadores do vírus HIV é o tema do Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) das universitárias Simone Menegussi e Juliana Kucharuk, formandas em Jornalismo, da Universidade Santa Cecília. Em 2011, as alunas idealizaram o trabalho e concluíram que a melhor forma para tocar no tema da Aids seria abordá-lo com uma linguagem poética, por meio de textos escritos por três portadores do vírus e composto em um curta metragem. “A escolha do tema foi o passo inicial para o projeto. Queríamos um assunto relevante para a sociedade, que não estivesse atualmente na mídia e que fosse da área da saúde”, contou Simone. O tema da Aids foi escolhido em razão da participação de Santos na história da síndrome no Brasil. “Queríamos contar boas histórias de pessoas que lutam por algo, que têm algo a ensinar. E encontramos três pessoas incríveis, que diante de um desafio tão assustador encararam a vida com coragem e hoje vivem uma vida de cabeça erguida, ajudando outros portadores a lidar com os desafios do HIV”, comentou Juliana. No final da década de 80, Santos ficou conhecida como “capital da Aids”. Saber o porquê deste título foi o início das pesquisas. Ao entrevistarem o médico infectologista e representante da Organização Mundial de Saúde (OMS) Fábio Mesquita, a dúvida foi esclarecida. Segundo ele, o fato de a Cidade possuir o maior porto da América Latina levou muitas pessoas a acreditarem que a porta de entrada da Aids era aqui. No entanto, o médico esclarece que Santos foi a primeira Cidade do País a mapear, controlar e divulgar os números de casos de Aids. Como eram os únicos resultados oficiais da epidemia divulgados, a cidade recebeu o infeliz título. Devido a coragem de alguns políticos e ao pioneirismo de médicos, Santos reverteu o título de capital da doença para Cidade de referência mundial no tratamento e controle da epidemia. “No momento que realizamos a entrevista com Fábio, ampliamos nossa visão sobre a doença, sobre a nossa cida- “ O tema Aids é intrigante e ao mesmo tempo apaixonante. Por isso, espero que os 10 minutos de nosso filme transmitam ao telespectador o drama e a superação de três pessoas muito especiais ” SIMONE MENEGUSSI ESTUDANTE de e sobre a relevância deste tema na atualidade”, disse Juliana. Depois de muita pesquisa e entrevistas, as universitárias, junto com o orientador, professor Eduardo Rajabally, resolveram falar sobre o tema de uma maneira emocional e não somente com dados históricos. Escolheram o formato de documentário por acharem que o audiovisual é um meio fascinante e atinge um número de pessoas muito maior que histórias impressas. Para a construção do documentário foram escolhidas três histórias de personagens soropositivos, entre eles Beto Volpe, ativista e fundador da ONG Hipupiara; Silmara Retti, ativista, blogueira e escritora; e Paulo Giacomini, jornalista. Os textos foram escritos por eles, mas a locução foi de atores, contando como foi descobrir a doença, como enfrentar as mudanças e como conviver com o vírus. Para eles, a descoberta da doença foi como diz o título do tra- balho: ‘o dia em que o mundo parou’. Juliana explicou que a ideia central do trabalho é a de levar o telespectador a uma viagem introspectiva na história de cada personagem. “Isso faz com que o documentário tenha um cunho poético, fora do convencional”. Já Simone destacou o fato de ter conhecido casos de superação, preconceito, amizade e amor. “O tema Aids é intrigante e ao mesmo tempo apaixonante. Por isso, espero que os 10 minutos de nosso filme transmitam ao telespectador o drama e a superação de três pessoas muito especiais”. FICHA TÉCNICA Título: O dia em que o mundo parou Formato: Documentário Autoras: Juliana Kucharuk Simone Menegussi Orientador: Eduardo Rajabally Superando limites até o fim Ouvir do médico que se tem uma doença incurável, para muitos, é o começo de uma tortura sem previsão para terminar. O livro-reportagem Até o fim, das alunas Elizabeth Soares e Jéssika Nobre, que teve a orientação do professor André Rittes, mostra a história de pessoas que, mesmo com uma doença sem cura e progressiva, vivem bem. Essas pessoas lutam diariamente por suas vidas. Têm alegria no olhar, no viver. Sorriem sem culpa e, quando choram, choram de emoção, não de amargura. Elas sabem que. mesmo vivendo muito, morrerão da doença que enfrentam no momento. Descobriram que a forma como a encaram é o que as mantêm vivas. “Contamos a história de quatro mulheres e relatamos assuntos como a importância dos tratamentos com cuidados paliativos, as dificuldades para manter a rotina dos portadores de uma doença sem cura e a abordagem dos profissionais envolvidos no acompanhamento. Esse foi o caminho que decidimos percorrer para trazer este assunto à realidade das pessoas”, diz Elizabeth. As autoras observaram que a abordagem dos temas doença incurável e morte em livros, revistas e artigos, além de escassa, de um modo geral, dirige-se apenas a alguns grupos específicos, com linguagem técnica de difícil alcance para o grande público. “Percebemos também uma grande ausência da humanização nos trabalhos sobre este assunto, causando um afastamento dos leitores mais leigos”, conta Jéssika. As alunas descobriram que, devido à carência ou desencontro de informações, despreparo da família e amigos e, principalmente dos profissionais de saúde para lidar com as diversas situações que surgem neste momento, muitas pessoas, quando descobrem uma doença degenerativa, sentem que devem abandonar a vontade de viver e esperar pela morte. Mas ARQUIVO PESSOAL Histórias de superação são relatadas no livro-reportagem Até o fim, mostrando a importância do jornalista dar voz aos temas de cunho social conseguiram descobrir também que esse panorama pode ser diferente. “Notamos, entretanto, que é possível viver plenamente até o fim”, concordam ambas. Para Jéssika, é imprescindível que o jornalista tenha a preocupação de dar voz a quem está dentro ou muito próximo do cerne de questões humanas. “Pessoas com doenças graves têm (ou ao menos deveriam ter) direito ao acesso a tratamentos que diminuam sua dor e tragam algum conforto psicossocial aos seus familiares”, diz. “Captar a história daqueles que vivem a experiência da finitude é importante para que este assunto seja acompanhado de maneira mais completa, pois entendemos que tanto pessoas que se deparam com esta situação em seu círculo familiar ou de amizade, como o público, de um modo geral, necessitam de acesso às informações sobre o tema e seus possíveis desdobramentos”, conclui Elizabeth. FICHA TÉCNICA Título: Até o Fim Formato: Livro Reportagem Autoras: Elizabeth Soares Jéssika Nobre Orientador: André Rittes _______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ Edição e diagramação: Joanna Flora PRIMEIRA IMPRESSÃO - Novembro de 2012 5 Morros de muitas histórias, orgulho e amor Documentário “Mais perto do céu” mostra o dia a dia de quem mora na parte alta de Santos Mostrar um lado de Santos esquecido e discriminado. Esse é apenas um dos objetivos do documentário Mais perto do céu - A vida nos morros de Santos, produzido pelos alunos Cauê Goldberg e Mariana Serra. A ideia surgiu em fevereiro, durante uma conversa com o professor André Rittes, que se tornou orientador do trabalho. No início do ano, a dupla ainda não havia definido o tema que trabalharia, mas sabia que gostaria de fazer um produto audiovisual. “Durante os três primeiros anos da faculdade, trabalhei em TV. Então, queria usar os ensinamentos que tive neste estágio para fazer meu TCC”, explicou Mariana. Um dos primeiros desafios para a realização do projeto seria o número reduzido de componentes do grupo, pois, com apenas dois membros, cada um teria mais responsabilidades. Foi aí que a sintonia entrou em cena. “Desde o início da faculdade, fizemos trabalhos juntos e aprendemos a definir a área onde cada um era melhor. Ao longo do TCC, procuramos dividir todas as tarefas para que ninguém ficasse sobrecarregado, sempre um apoiando o outro e dando sugestões”, ressaltou Cauê. O segundo desafio foi o REPRODUÇÃO Quem reside nos morros tem vista privilegiada da ilha de São Vicente e dos municípíos vizinhos de decidir por onde começar e encarar a dificuldade do tema. O orientador do TCC, André Rittes, já começou dizendo que iria ser difícil. “Subir o morro não vai ser fácil. Vai ser necessário muita força de vontade para fazer um bom trabalho”, disse Rittes na ocasião. Ao todo, seis pessoas deram depoimento para o documentário. A escolha dos personagens foi feita por meio de pesquisa realizada pelo grupo, indicação de amigos e visitas aos morros de Santos, trabalho que teve início em março. A primeira gravação aconteceu no mor- ro da Nova Cintra, mas São Bento e Monte Serrat também estão retratados no filme que possui cerca de dez minutos. Os três morros são o mais conhecido, o mais populoso e o da padroeira da Cidade, respectivamente. Após quase nove meses de trabalho e subidas aos morros, Mariana acredita que o maior ensinamento do TCC foi o contato com uma realidade diferente daquela que conhecia. “Uma vez por semana, passo pelo Nova Cintra para chegar até a Zona Noroeste, mas nunca havia reparado na beleza do lugar. Além disso, as histórias que aprendi ao longo do trabalho fizeram com que a Cidade ganhasse novos olhos para mim”, afirmou a estudante. Assim como a parceira, Cauê acredita que o documentário traz uma realidade até então escondida na parte alta de Santos. “Não sabia de toda a cultura que envolve os morros, desde sua ocupação até os dias de hoje. Por meio desse projeto, pude quebrar meus próprios preconceitos e abrir a mente para novos desafios. Creio que esta é a essência do jornalismo”, completou. “ Durante os três primeiros anos da faculdade, trabalhei em TV. Então, queria usar os ensinamentos que tive neste estágio para fazer meu TCC ” mARIANA SERRA estudante Documentário retrata falta de saneamento no São Manoel Com 1.239 pessoas vivendo em condições subumanas, sem saneamento básico, o bairro São Manoel, em Santos, foi escolhido como foco do Trabalho de Conclusão de Curso pelos alunos Felipe dos Santos, Igor Augusto, Lucas Moura e Thaís Moraes. No TCC em formato de vídeo documentário, denominado Vidas sobre Vigas, eles mostram como vivem essas pessoas. O tema surgiu em razão do fato de a Cidade ser a primeira em índices de saneamento no Brasil, mas ainda conviver com essa dramática realidade, sem esgoto, água tratada e recolhimento de lixo para centenas de munícipes. Os estudantes destacam que o desenvolvimento do trabalho foi complicado inicialmente em razão da complexidade de se lidar com a realidade do local. No entanto, os alunos foram bem acolhidos e a receptividade foi positiva, já que o interesse da comunidade em ajudá-los foi fator de motivação e estímulo para a conclusão da atividade. Para Santos, o tema escolhido contribui para ajudar na solução de um problema de vital importância para a comunidade, que aguarda por obras de saneamento básico. IGOR AUGUSTO A falta de saneamento básico revela uma dramática realidade: moradores vivem à beira de águas fétidas “O TCC irá apresentar ao público um pouco do cotidiano de homens e mulheres que residem em moradias precárias e como é viver sem saneamento básico”, destaca. Ele continuou dizendo que a experiência acrescentou muito. “É preciso ter sensibilidade para tratar de problemas tão sérios. Uma coisa é ler um jornal e tecer um comentário, sem viver a situação, como fizemos. Aprendi que é preciso mais para analisar qualquer tipo de situação”. Para Thaís, o trabalho vem superando suas expectativas, já que muitos diziam que a grande dificuldade seria conseguir as entrevistas, pois muitos não gostam de falar sobre a realidade onde vivem. “Esse trabalho foi além do que eu esperava. Ao contrário do que a gente pensava, os moradores se mostraram extremamente dispostos a nos ajudar. Conhecemos pessoas e histórias muito interessantes”. Ela também comentou sobre como a experiência acrescentou momentos ímpares. “Esse trabalho só confirmou que eu agi certo ao escolher o Jornalismo como profissão. Ele me ensinou a ser mais sensível e a tentar entender as razões do próximo”. Na mesma linha dos colegas, Moura reitera que o tema foi fundamental para o aprendizado. “O trabalho me proporcionou a experiência de ver o tamanho da disparidade social da Cidade. Muitas das pessoas que conhecemos no bairro eram simples, mas não perdiam a alegria, mesmo diante de um cenário tão difícil para uma pessoa viver”, diz. Ele também destacou que a experiência o desenvolveu como pessoa e jornalista. “Um exemplo foi a alta receptividade e aceitação por parte dos moradores. Todos nos diziam que seria difícil e que eles seriam bastante arredios a falar sobre o assunto, mas não foi nada disso. Além da ótima receptividade todos se engajaram em nos ajudar em tudo que fosse necessário. A experiência me acrescentou muito pessoal e profissionalmente. Aprendi a ver com outros olhos as pessoas e entender melhor o que se FICHA TÉCNICA Título: Mais perto do céu Formato: Documentário Autores: Cauê Goldberg e Mariana Serra Orientador: André Rittes Lição de orgulho Segundo os autores, o resultado de mais de 30 horas de gravações pode ser resumido em duas palavras: amor e orgulho. “Engana-se quem pensa que o morro é a única alternativa para os habitantes do local. Todas as pessoas que entrevistamos falaram com orgulho do local onde moram e foram categóricas ao afirmar que não gostariam de morar na parte plana de Santos”, lembrou Cauê. Para os alunos do 4º ano de Jornalismo, o mais importante do trabalho é mostrar com responsabilidade a realidade de quem vive no morro. De acordo com Mariana, é possível ver nos olhos de cada um dos entrevistados a alegria que eles sentem em morar no morro e fazer dele um lugar melhor para se viver “A alegria deles contagia. É uma vida difícil, mas eles gostam de morar lá e é visível que eles são apaixonados pelo lugar onde vivem”, afirmou. FICHA TÉCNICA Título: Vida sobre vigas Formato: Documentário Autores: Felipe dos Santos, Igor Augusto, Lucas Moura e Thaís Moraes Orientador: Marcus Vinicíus Batista passa na mente humana”. Augusto também mostrou satisfação com o resultado, pois o trabalho foi muito além do que imaginava. “Na verdade, foi mais do que eu esperava. Não imaginava que a situação do bairro fosse tão ruim em determinadas partes”, revelou. Ele acrescentou que a experiência foi ótima e que a levará para toda a carreira profissional. “Cada pessoa é um universo, repleto de experiências. E as pessoas do São Manoel compõem um universo oposto ao meu e diferente de tudo o que conhecia, e a troca de informações, com certeza, nos ajuda a amadurecer como jornalista”, avaliou. Os componentes do grupo entendem que o TCC não é o “bicho-de-sete cabeças como muito afirmam”. Para eles, a escolha de bons parceiros para fazer o trabalho é fundamental, além de respeitar e seguir um cronograma de atividades ao longo do ano. _ ______________________________ _ _ _ _________________________________________ _ _ _ _____________________________________________________________________________________ _ _ _ _________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ 6 Edição e diagramação: Jéssica Amador e Joanna Flora PRIMEIRA IMPRESSÃO - Novembro de 2012 GCM de Praia Grande é pioneira na região Corporação é a única em toda a Baixada Santista a trabalhar com armas de fogo, proteção ambiental e patrulhamento náutico em toda a extensão da cidade Desde que deu os primeiros passos, no final dos anos 60, a Guarda Civil Municipal (GCM) de Praia Grande zela pela segurança de moradores e turistas da cidade, sempre cumprindo o papel de proteger bens, serviços e instalações e servindo à sociedade. Em 2001, foi quando passou pela última reestruturação e ganhou o nome atual. Desde então, os guardas passam por cursos e capacitações constantes, ministradas por instrutores credenciados em diversas áreas, inclusive habilitação para porte de arma, já que toda a tropa deve estar habilitada para o uso de arma de fogo. O assunto chamou a atenção de dois estudantes de Jornalismo e eles resolveram transformar a história da GCM em Trabalho de Conclusão de Curso. Luciano Agemiro e Willian Roemer moram em Praia Grande e acompanharam as mudanças ocorridas nos últimos 11 anos, quando a GCM passou por uma grande modificação. O trabalho desenvolvido por cada um os aproximou ainda mais da corporação e os fez escolher o trabalho dos agentes como assunto do TCC. “É a única guarda municipal da região que trabalha armada e, com pouco mais de cinco anos de uso de arma de fogo, nunca feriu alguém durante as operações realizadas”, explica Roemer. O trabalho-padrão de proteção aos prédios municipais, como escolas, postos de saúde e Câmara Municipal, evoluiu com o passar do tempo. Os prédios municipais aumentaram nos últimos anos. Só de escolas, já são cerca de 80 em todo o município. Procurando dar conta de proteger toda a estrutura da cidade, alguns dos antigos guardas instalados nos prédios públicos trocaram o posto por uma viatura, com a qual fazem ronda por regiões estabelecidas na cidade a fim de cobrir mais pontos ao mesmo tempo. De acordo com Roemer, a GCM de Praia Grande é considerada uma das mais bem preparadas do Estado por causa da rotina de cursos e reciclagens oferecidos aos seus integrantes. “A corporação se tornou referência não somente para as demais cidades da região, como também do País, fazendo com que autoridades de outros estados viessem ao Município para conhecer a fórmula e aplicá-la em suas cidades.” Ao todo, a corporação conta hoje com 229 agentes, divididos em vários setores. O número é insuficiente para realizar o trabalho e, por isso, é preciso fazer malabarismo para atender às solicitações. Às vezes, algumas deixam de ser atendidas. Mais 82 agentes foram contratados em 2012, após a realização de concurso público, mas este número não significou aumento do efetivo, já que serviu para repor parte dos que deixaram a corporação. Nos últimos oito anos, 120 pessoas deixaram a Guarda por motivos diversos, como aposentadoria, desistência, exoneração e morte. De acordo com Agemiro, nos próximos anos, o objetivo da Guarda é reforçar a segurança de Praia Grande por meio do Policiamento Comunitário. FOTO DIVULGAÇÃO PMPG Prestes a completar 11 anos, Guarda Civil Municipal de Praia Grande conta com efetivo de 229 agentes, número ainda insuficiente na cidade Diferente da ação tradicional de patrulha nas ruas, esta modalidade tem o foco em microáreas, com os agentes atuando de forma a conquistar a confiança da população. A ideia é fazer com que os moradores dos bairros conheçam o guarda que faz a vigilância da área e, assim, possam criar um esquema de colaboração mútua visando à prevenção de crimes na área. Américo Franco Peixoto. A realização do projeto coincide com o 11º aniversário da corporação, cujas estatísticas revelam números bastante satisfatórios. “Já são mais de 60 prisões, desde a atual estrutura, criada há quase 11 anos, quando a Guarda Civil Municipal de Praia Grande inovou com grupamentos especializados e desempenho muito além da proteção de escolas, postos Entrevistas de saúde e espaços públicos”, O TCC foi construído com revela Agemiro. base em mais de 15 entrevistas A Guarda Municipal, assim com membros da GCM, entre como as polícias de todo o Brasil, agentes, comandantes e, sofre mudanças constantes. Se inclusive, o subsecretário de as coisas caminharem da forma Segurança do Município, José como estão, a expectativa é que, em 10 anos, o Patrulhamento Comunitário esteja presente em todos os bairros. Dessa maneira, a população ficaria mais próxima da polícia e da administração pública. FICHA TÉCNICA Título: GCM Em Foco Formato: Jornal Autores: Luciano Agemiro e Willian Roemer Orientador: Robson Bastos Cresce a violência contra a mulher A estudante de Jornalismo Mariana Batista fez seu Trabalho de Conclusão de Curso sobre a violência contra a mulher, uma grande reportagem em formato de revista que teve a orientação do professor Marcus Vinícius Batista. De acordo com suas pesquisas, os crimes que ocorrem em âmbito familiar e doméstico aumentaram após a instauração da Lei nº 11.340, mais conhecida como Lei Maria da Penha. A Lei leva o nome de uma vítima da violência doméstica. Seu ex-marido tentou assassiná-la duas vezes: primeiro, simulando um assalto na casa do casal, atirando nas costas da esposa, enquanto ela dormia, e, depois, tentando eletrocutá-la durante o banho. O tiro a deixou paraplégica. Antes de 2006, ano em que foi sancionada, não existia qualquer outra lei específica para coibir a violência doméstica e familiar contra a mulher. A lei tem caráter punitivo, educativo, preventivo e orientador. E prevê medidas de proteção à mulher. As formas de violência física, psicológica, sexual, patrimonial e moral passaram a FICHA TÉCNICA Título: Efeitos da Lei Maria da Penha Formato: Grande reportagem em formato de revista Autora: Mariana Batista Orientador: Marcus Vinícius Batista ser tipificadas e definidas como crime contra a mulher independente de sua orientação sexual. Para Mariana, um dos principais problemas que fazem esse número crescer é porque não existe um tratamento para os agressores. “Na lei está previsto um tratamento psicológico para os homens, mas isso não acontece. Se tivesse este acompanhamento, provavelmente os agressores não bateriam mais em suas mulheres”, disse. Segundo a estudante, existem outros fatores que fazem a violência contra a mulher continuar. “A lei não é executa como foi prevista. Funcionários do Poder Judiciário com os quais conversei sabem dis- so, mas acham que há falta de vontade por parte do Estado”, acrescentou. De acordo com a delegada titular da Delegacia de Defesa da Mulher de Santos, Deborah Lázaro, outro problema são as vítimas voltarem a conviver com os agressores. “As mulheres reatam com seus parceiros, principalmente por depender financeiramente deles. E também por gostar. É preciso ter consciência de que quem bate uma vez vai bater de novo”, destacou. Em abril deste ano, foi publicado o Mapa da Violência, coordenado pelo sociólogo Júlio Jacobo Waiselfiz para o Instituto Sangari, em conjunto com a Faculdade Latino-Americana de Ciências Sociais. De acordo com esses dados, o Brasil é o sétimo país do mundo em que mais são cometidos homicídios contra mulheres. Em um contexto de 84 países, apresenta uma taxa de 4,4 homicídios a cada cem mil mulheres. Em 30 anos, de 1980 a 2010, 91 mil mulheres foram assassinadas. Desse total, 43,5 mil na última década. Em 1980, as vítimas desse tipo de violência REPRODUÇÃO Relação conturbada leva a atos de violência e homicídios, que chegaram a 90 mil em 30 anos totalizaram 1.353. Em 2010, subiram para 4.297, representando um aumento de 217,6%. Conforme a estudante, os especialistas da área que foram entrevistados têm o mesmo pensamento porque vivem em uma sociedade machista. “É preciso que a sociedade mude essa cultura de que mulher merece apanhar. Na verdade, está enraizado um pensamento de submissão da mulher há milhares de anos. A lei veio para mudar isso, mas em seis anos é difícil isso acontecer”, concluiu. _______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ Edição e diagramação: Renato Figueiredo PRIMEIRA IMPRESSÃO - Novembro de 2012 7 Os 20 anos da primeira TV da região IVAN BAETA TCC tem como objetivo contar a história e a evolução da TV Tribuna, emissora afiliada à Rede Globo, representante da Baixada Santista e do Vale do Ribeira TV Tribuna - Os 20 anos contados por quem faz é uma grande reportagem em formato de revista, que está dividida em 10 editorias. A primeira se chama “Criação” e conta de maneira resumida a história da Rede Globo e do jornal A Tribuna, a estrutura que gerou a TV Tribuna. Há outra que recebe o nome do primeiro diretor de Jornalismo da TV, “Manente”, e traça um perfil somente com depoimento de profissionais que trabalharam com ele, que faleceu em 2000. Também conta sobre o surgimento dos telejornais, do Tribuna Esporte, dos programas semanais e quadros. Outra editoria de destaque é a do portal de noticias G1, que foi lançado neste ano. A formanda Isabella Paschoal, autora do trabalho, explica que escolheu esse tema por conviver diariamente na redação da TV. “Sou estagiária desde o FICHA TÉCNICA Título: TV Tribuna - A história contada por quem faz Formato: Grande reportagem em formato de revista Autora: Isabella Paschoal Orientadora: Valéria Vargas começo do ano e pude acompanhar todas as comemorações e lembranças desses 20 anos. Fui procurar mais informações sobre a afiliada e não encontrei nada relacionado ao tema. Vivenciando que a TV Tribuna teve papel fundamental para o crescimento e visibilidade da região, senti a necessidade de deixar documentada a história e decidi que faria meu TCC sobre isso”, justifica. Orientada pela professora Valéria Vargas, ex-editora do Jornal da Tribuna 1ª edição, Isabella começou a montar o projeto em maio deste ano. “Ia fazer o trabalho em grupo e sobre outro tema, mas não estava me sentindo completamente satisfeita com o assunto. Decidi mudar no meio do caminho e passei a fazer sozinha”, explica. A revista conta com muitas imagens retiradas de reportagens para ilustrar cada depoimento. “O editor de imagens Wagner Tavares e a estagiária do Cedoc, Beatriz Lopez, me ajudaram muito com isso. Ela separou dezenas de fitas antigas conforme eu fui pedindo e o Tavares me ensinou a transformar o vídeo em foto. A qualidade de algumas imagens não ficou tão boa, mas fiz questão de ilustrar cada momento, já que não há muitas fotos do começo da TV”, conta. CEDOC - REPRODUÇÃO TV TRIBUNA Tony Lamers e Vanessa Machado apresentam o Jornal da Tribuna 1ª edição Encarte especial destaca geração de ouro do basquete Um trio de alunos apaixonados por esportes e com o objetivo de contar um dos períodos mais vitoriosos do basquete masculino brasileiro. Assim nasceu o Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) dos estudantes Gabriel Soares, Guilherme Uchoa e Richard Durante Junior. A riquíssima história desta geração começou em 1954, no Rio de Janeiro, quando conquistou o segundo lugar no Mundial após perder para os Estados Unidos na grande final. Mas não demoraria muito para o Brasil subir ao lugar mais alto do pódio. Cinco anos depois, no Chile, a seleção brasileira conquistaria seu primeiro mundial, mesmo sofrendo duas derrotas para a extinta União Soviética, que, no entanto, foi desclassificada por ter se recusado a jogar contra a seleção de Formosa (atual Taiwan) por motivos políticos. Já a primeira medalha olímpica do basquete nacional veio logo após o título mundial e, em 1960, o Brasil voltou de Roma, na Itália, com o bronze no peito. Em 1963, a maior conquista do basquete foi muito comemorada nas ruas do Rio de Janeiro, após uma incrível vitória contra os Estados Unidos por 86 a 81, no ginásio do Maracanãzinho. A campanha espetacular de seis vitórias em seis jogos é até hoje a mais importante do basquete brasileiro. E o Brasil voltaria a repetir a medalha de bronze olímpica no ano de 1964, em Tóquio, no Japão. A seleção entrou em quadra com o peso de ser a bicampeã mundial, mas sucumbiu logo na estreia contra o Peru. Na sequência, o Brasil conseguiu algumas vitórias, mas as GABRIEL SOARES Uchoa e Durante possam com Amaury Pasos (centro) em uma das entrevistas para o TCC derrotas para Estados Unidos e União Soviética impediram a seleção de conquistar a medalha de ouro. Ainda assim, essa medalha foi a única do Brasil nos Jogos Olímpicos de 1964. Anos depois, ainda sob o comando do treinador Togo Renan Soares, o Kanela, o Brasil viria a conquistar um terceiro lugar no Mundial de 1967 no Uruguai e um vice-campeonato mundial em 1970, na Iugoslávia, encerrando assim um ciclo de conquistas que jamais foi repetido no País. Escolha difícil Mas a escolha do tema que conta a saga de uma geração bicampeã mundial nas décadas de 50 e 60 e comandada por Amaury Pasos e Wlamir Marques não foi tão simples. Os estudantes de Jornalismo da Universidade Santa Cecília pensaram em contar sobre a geração de Oscar e Marcel que trouxe para o País a medalha de ouro no basquete nos Jogos Pan-Americanos de 1987, disputado em Indianápolis, nos Estados Unidos. Também foi cogitado um tema sobre futebol, pois no ano que vem será comemorado o cinquentenário do segundo título mundial conquistado pelo Santos Futebol Clube, em três partidas épicas contra o time italiano do Milan. O fato de haver poucos registros sobre os títulos mundiais do basquete brasileiro acabou pesando favoravelmente na escolha da “Geração de Ouro” e ficou acertado então o tema do trabalho. “Queríamos fugir um pouco do fute- bol, então apareceu o basquete e, em um primeiro momento, a geração de Oscar e companhia. O Richard sugeriu a geração bicampeã mundial e foi de imediato aceito por mim e pelo Gabriel”, contou Uchoa. Começou então a “caça” aos ex-atletas e jornalistas que vivenciaram aquele período de glórias do basquete. O primeiro entrevistado foi o diretor de Esportes da ESPN Brasil, José Trajano, que contou detalhes preciosos da época. E depois os protagonistas Wlamir Marques, Amaury Pasos, Jathyr, Sucar, Menon e Mosquito foram entrevistados e deixaram registrados para a história o melhor período do basquetebol masculino brasileiro. “Foi uma emoção muito grande estar lado a lado com jogadores que fizeram parte da história do esporte nacional. E ouvir todas aquelas histórias me fez parecer que eu estava lá assistindo aqueles jogos e vibrando com as conquistas”, revelou Soares. As maiores dificuldades enfrentadas pelos estudantes foram a distância e o prazo de entrega do trabalho. “Como quase todos os jogadores daquela época moram em São Paulo ou nas pro-ximidades, como Guarulhos, nós tínhamos que conciliar a data das entrevistas com folgas em nossos estágios e, além disso, as viagens eram bem desgastantes”, contou Durante. No final, o encarte especial que conta a história do cinquentenário do bicampeonato mundial conquistado em 1963 no Rio de Janeiro após uma final histórica contra o poderoso time norte-americano ficou pronto e promete levar os fãs de basquete e de esporte em geral a uma viagem no tempo. Histórias que ainda não foram contadas e outras que serão lembradas ficarão para sempre registradas neste documento produzido por este trio que ama o esporte. FICHA TÉCNICA Título: Geração de Ouro do Basquete Formato: Encarte de revista Autores: Gabriel Soares, Guilherme Uchoa e Richard Durante Jr. Orientador: Gerson Moreira Lima ___________________________________________________________________________ _ _ _ _____________________________________________________________________________________ _ _ _ _ _____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ _ _ _ ________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ 8 Edição e diagramação: Renato Figueiredo PRIMEIRA IMPRESSÃO - Novembro de 2012 Clubes como o dos Ingleses, Internacional, Saldanha e Tênis disponibilizam quadras para os seus associados e estimulam a prática da modalidade esportiva História do tênis em Santos Modalidade chegou à Cidade pelas mãos de trabalhadores ingleses no fim do século XIX. Mas, até hoje, poucos tenistas chegaram a uma final de torneio profissional Tendo como tema o tênis em Santos, o aluno Ivan Baeta, do quarto ano de Jornalismo da Universidade Santa Cecília, conta em seu Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) como o esporte chegou aos clubes da Cidade, sua importância, como se desenvolveu ao longo dos anos e os tenistas que conseguiram ganhar algum dinheiro na modalidade profissional. No passado, sua prática era amadora, mas dois tenistas teriam se enquadrado neste contexto do profissionalismo. A orientação do TCC foi do professor Helder Marques. O tênis em Santos começa no Clube dos Ingleses (Santos Atlético Clube) em 1899, dez anos depois da fundação do clube. Depois, as quadras foram construídas no Parque Balneário Hotel, Santos Futebol Clube, Recreio Miramar (centro de diversões com quadra pública), Tênis Clube de Santos, Clube de Regatas Saldanha da Gama e Associação Atlética dos Portuários de Santos. Somente na década de 60, o Clube Internacional de Regatas, quando saiu oficialmente da Bocaina, inaugurou sua sede da Ponta da Praia FICHA TÉCNICA Título: A História do Tênis em Santos Formato: Livro reportagem Autor: Ivan Baeta Orientador: Helder Marques com quadras de tênis. Baeta conta que a Cidade já contou com quadra pública no fim do século passado, na década de 80, onde hoje está o Centro de Treinamento Rei Pelé. Na ocasião, funcionava lá o Conjunto Poliesportivo Chico Guimarães, inaugurado à época do prefeito nomeado Paulo Gomes Barbosa, que dispunha de campos de futebol, pista de ciclismo e quadras de tênis e tamboréu. A área foi cedida pela Prefeitura ao Santos Futebol Clube e este conjunto não foi construído em outro local com as mesmas modalidades. Já o governo Telma de Souza, além de manter os equipamentos disponíveis no local, pretendia criar as escolinhas para essas modalidades. O tênis seria uma delas, explica Baeta, depois de longa pesquisa efetuada sobre o assunto. Outra curiosidade da Cidade quanto às quadras públicas de tênis recai sobre a Praça Engenheiro José Rebouças, na Ponta da Praia, cujo projeto foi substituído pelo tanque de nautimodelismo. Para Baeta, o trabalho foi difícil. “Não há como consultar uma única fonte. São várias que formam a base da pesquisa. Dá para perceber que o jornalista acaba trafegando em todas as áreas que atuam com a vida humana, seja nas exatas ou humanas”, diz. Outro ponto a ser destacado pelo futuro jornalista é a formação dos bairros da Cidade. Ao apurar as diversas informações com relação aos bair- ros do José Menino e Marapé, região onde está localizado o Clube dos Ingleses, o universitário encontrou informações, hoje, desconhecidas. “A Cidade praticamente foi dividida pela linha do trem, mas não era assim. O bairro do Marapé começava a partir da Rua João Caetano. Já na constru- ção da sede dos Ingleses, nota-se uma elevação, que se dava por conta da proteção contra a maré-alta, pois Santos não era aterrada”, explica. No caso deste trabalho, ele faz questão de agradecer a todos os que o ajudaram, inclusive pessoas já falecidas, que deixaram sua contribuição, e em especial, o amigo e também jornalista Gilmar Domingos de Oliveira, um apaixonado pelo passado esportivo da Cidade. “Se o tênis de Santos não é muito rico em termos profissionais, no esporte amador é um verdadeiro celeiro de atletas, e sempre será”, conclui Baeta. _______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ Edição e diagramação: Carlos Norberto PRIMEIRA IMPRESSÃO - Novembro de 2012 9 Cinco vidas muito especiais O livro reportagem “O Cromossomo Sincero” conta a história de portadores da síndrome de Down Abrir os olhos da sociedade para os portadores da síndrome de Down. Esse é o objetivo do Trabalho de Conclusão de Curso da aluna do quarto ano de Jornalismo, Joanna Flora. O livro-reportagem conta a história de cinco personagens que têm entre 27 e 34 anos e conseguiram superar os prognósticos dados pelos médicos na época do nascimento. “Eles estão cada vez mais presentes do mercado de trabalho, mas, mesmo assim, a sociedade não dá a devida atenção que eles merecem. Com esse trabalho, eles poderão ter mais oportunidade e receber mais carinho”, explica a estudante. O caminho para conseguir contatar as famílias foi difícil, uma vez que Joanna não conhecia ninguém que tivesse essa deficiência. Porém, como sempre admirou essas pessoas, não desistiu e, por fim, entrevistou cinco famílias. Alice, 27 anos, é uma das personagens. Ela nasceu quando os pais tinham 17 anos e estavam casados havia apenas quatro dias. A mais velha de quatro irmãos já trabalhou e, hoje em dia, dedica seu tempo a cuidar da mãe e jogar futebol, seu esporte preferido. O livro conta também a história de Durval, de 29 anos, que já frequentou escolas regulares e inclusivas e, atualmente, participa das atividades do Instituto Evolução. Os pais optaram por ele não trabalhar, mas engana-se quem acredita que, “ ARQUIVO PESSOAL Eles estão cada vez mais presentes do mercado de trabalho ” Joanna flora, estudante por isso, ele fica muito tempo em casa. De segunda a sábado, o jovem está sempre ocupado entre aulas de teatro, kumon e violão, entre outros. Funcionário do supermercado Pão de Açúcar, localizado na Avenida Epitácio Pessoa em Santos, Gustavo, de 28 anos, também é um dos personagens desse trabalho jornalístico. A mãe, Irene, conta no livro que o filho pode ser considerado sua salvação, uma vez que ela já tinha tentado o suicídio três vezes. O jovem adora hip-hop e já tem toda definição de como é o carro dos sonhos dele. Com 34 anos, Jessira é a caçula da família e se aproveita um pouco desse título. Apaixonada pela Xuxa, ela já participou três vezes do programa da apresentadora e, em uma delas, foi escolhida para passar por uma transformação. Nessa oportunidade, ganhou roupas novas e presentes. A jovem Ilka, Gustavo, Alice, Durval e Jessira são os cinco personagens que terão sua história de vida contada no livro “O Cromossomo Sincero”! também já trabalhou, mas, hoje em dia, passa o tempo na companhia de livros de atividades que tenham caça-palavras. O livro termina com a história de Ilka, também de 34 anos, que trabalha há nove anos na empresa de Medicina Diagnóstica Lavoisier, em São Paulo. Porém, a vida dela está prestes a mudar, já que, a partir do dia 8 de dezembro, ela estará casada e passará a morar com os pais e o noivo em uma casa em Praia Grande. Ícone da Associação de Pais e Amigos do Excepcionais (Apae), de São Paulo, ela já participou de matéria de televisão e tem em seu currículo viagens para lugares como México, Espanha, Inglaterra e Turquia. FICHA TÉCNICA Título: O Cromossomo Sincero Formato: Livro-Reportagem Autora: Joanna Flora Orientador: Marcus Vinicius Batista Aperte o start e comece a se divertir Chega o final do curso e o pensamento do que fazer como Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) já começa nos primeiros meses do último ano da faculdade. Definir o tema, com quem fazer e qual orientador escolher foram algumas das diversas etapas que o aluno Caio Augusto Moura Loura teve que enfrentar para iniciar o seu projeto. “A decisão mais difí- Revistas antigas que começaram a circular nos anos 90 cil foi optar por fazer o meu TCC sozinho, já mato de livro que discorre soque o tema era sobre games e bre a história dos videogames sou o único da classe que quer e sobre as revistas antigas de trabalhar nessa área e que gos- games. “Pensei muito sobre o ta do universo dos videoga- que abordar no livro já que os mes”. Ao escolher o orientador, videogames proporcionam diCaio não pensou duas vezes versos temas a serem enfocaem optar pelo professor André dos. Rittes. “Resolvi escolhê-lo por Para fazer a reportagem, ele gostar desse universo”. Caio pesquisou em sites e reO projeto de Caio é uma vistas para traçar uma linha grande reportagem em for- do tempo sobre a história do CAIO AUGUSTO CAIO AUGUSTO FICHA TÉCNICA Título: Revistas e Games: suas histórias Formato: Grande Reportagem no formato de livro Autor: Caio Augusto Moura Loura Orientador: André Rittes Pablo Miyazawa produziu revistas de games videogame. “Isso exigiu muita pesquisa, já que tive que recorrer a sites, revistas e documentários sobre a história dos games”. Caio chegou a entrevistar nove jornalistas para falar de cada uma das revistas abordadas no livro. “Entrevistei vários profissionais como Pablo Miyazawa, André Forastieri, Igor Andrade, Claudio Pran- doni e Lucas Patrício para poder fazer os textos”. Entre as entrevistas, o estudante destaca a que fez com Pablo Miyazawa, que foi editor das revistas Nintendo World, EGW e que atualmente trabalha como editor da Rolling Stones. “Entrevistar o Pablo foi muito bom, já que ele me recebeu na redação e ficamos conversando por uma hora e meia sobre revistas de games e sobre o jornalismo de games”. Por se tratar de um livro, Caio teve também que se preocupar com a diagramação, já que precisaria atrair o leitor por se tratar de um tema que deve ter um apelo visual expressivo. “Por falar de games, apenas o texto não bastaria. Eu precisava chamar a atenção do leitor. Por isso, decidi incluir imagens ao longo do livro. E fiquei muito feliz com o resultado final”. O livro-reportagem tem 61 páginas e é dividido em 15 capítulos, que são intercalados entre as histórias de videogames e das respectivas revistas do segmento, cujas primeiras publicações com frequência mais constante surgiram nos anos 90. _______________________________ _ _ _ _________________________________________ _ _ _ _____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ _ _ _ _________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ Edição e diagramação: Caio Augusto e Joanna Flora PRIMEIRA IMPRESSÃO - Novembro de 2012 10 Baixada Santista está em cores Roteiro LGBT mostra todos os “babados” da Região Metropolitana O blog Baixada em Cores, guia com tudo o que rola voltado para o público gay, já está no ar! Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) produzido por alunas do 4º ano do curso de Jornalismo da Universidade Santa Cecília, com a orientação do professor Fernando de Maria, o blog traz diversas reportagens envolvendo o público LGBT (Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transsexuais) na Baixada Santista, além de dicas sobre baladas, bares e quiosques e entrevistas exclusivas com as cantoras Wanessa e Lorena Simpson, consideradas referência desse público. A ideia das alunas Bruna Dalmas, Joyce Salles e Tássia Martins é levar informações relevantes sobre este universo. Para criar uma maior interatividade com o público-alvo, também foi criado uma fanpage no facebook, para que os internautas confiram as novidades do universo LGBT, enviem sugestões sobre temas, matérias a serem feitas e até mesmo participar de promoções promovidas pelas estudantes. Desde abril, as alunas realizaram pesquisas e entrevistas em vários locais que são pontos de encontro gay. O TCC será complementado com um Guia de Serviços, que será impresso. A intenção do g r upo é conseguir parceiros e patrocinadores, para que futuramente os guias possam ser distribuídos g ratuitamente em diversos locais das cidades. A escolha do tema ocorreu pelo fato de as universitárias quererem explorar um tema que está em ascensão e que ainda é visto com olhares preconceituosos. As alunas perceberam que faltava no mercado um produto direcionado ao público gay que indicasse as variedades da Baixada Santista, sem conter apelo sexual. Segundo a aluna Joyce Sal- JOYCE SALLES FICHA TÉCNICA Título: Baixada em Cores Formato: Produção de conteúdo Online e Impresso Autoras: Bruna Dalmas, Joyce Salles e Tássia Martins Orientador: Fernando De Maria Objetivo do roteiro é relatar pontos de encontro voltados para o público gay les, foi e está sendo muito gratificante realizar esse projeto. Apesar de muitas dificuldades, ela acredita que as três conseguiram pegar gosto em desenvolver o trabalho. “Correr atrás de uma entrevista, encher a pessoa de ligações e cobrar é cansativo demais. Mas, quando vejo o resultado, percebo que o resultado acaba com qualquer sensação ruim. Esse trabalho me faz pensar que o jornalista não deve desistir e insistir até o fim”. Basicamente, o trabalho das estudantes é cobrir eventos, descobrir lugares e sempre informar o público por meio de matérias postadas no blog e divulgadas no facebook. Após checar os points da Baixada, as jovens produziram textos curtos de serviço para a edição impressa. meados de 2011, em uma conversa informal. Joyce Salles e Bruna Dalmas, entre outros amigos ali presentes, perceberam que um tema voltado para o público LGBT seria um tanto inovador para um TCC, já que a mídia não aborda muito o tema de uma maneira séria. “Nunca havia escutado muito a respeito. O que encontramos na mídia são matérias muito tímidas. Mas também achei que seria interessante, porque, até então, tínhamos um amigo gay que daria as coordenadas e ao mesmo tempo desafiador em achar fontes e saber histórias legais”, explica Joyce. Com a desistência de outros integrantes, Joyce e Bruna resolveram convidar Tássia Martins para completar a ideia. “Tássia não tinha muito envolvimento com o público até então. O que para mim era um ponto positivo, Histórias pois teríamos o equilíbrio da A ideia surgiu no Cooks (bar visão de alguém que não deiem frente à Universidade) em xaria o trabalho se transfor- Projeto para empresa de segurança eletrônica ça, enxergando algumas coisas de outra maneira. Livre de preconceitos”. Bruna Dalmas comenta que criou certo apego pelo projeto realizado. “Às vezes, fico relendo as matérias postadas no blog. Criei certo carinho por cada uma dessas pessoas que abriram espaço para gente e que doaram um pouco do tempo para nos dar atenção, como a Ludmila Oliveira, do bar Rosa Marinho, e Luiz Santana, proprietário da Sauna 1, além da própria cantora Lorena Simpson. A gente vê quando eles aprovam o trabalho que esmar em apologia ou defensor tamos no caminho certo e que, demais da causa”, explica talvez, o projeto possa vingar Bruna, que também destaca posteriormente”. porque curtiu o tema. “SemDificuldades pre me identifiquei com o Joyce lembra que, para reamundo gay. Gosto de música gay, humor gay e tenho mui- lizar um trabalho jornalístico tos amigos gays. Senti que com esse tema, é preciso tomar falta seriedade quando se cuidado e precaução porque trata de coisas que abordam existem muitas exigências em esse tema. Sempre tem ape- relação ao sigilo e a exposição lo sexual e achei pertinente das pessoas. O organizador de a ideia de fazer um trabalho uma das maiores festas realique exalte conteúdo de quali- zadas fechou as portas para o Baixada em Cores. Mas as medade”, conta. Tássia Martins confes- ninas correram atrás da assessosa que hoje enxerga o tema ria de imprensa da cantora que com outros olhos. “Eu era se apresentaria na ocasião (Wanova na sala, estava fazen- nessa) e conseguiram continuar do adaptação e não queria com o procedimento do trabafazer o TCC sozinha de jeito lho. “Não tínhamos conseguinenhum. Conversando com do nada até então. Lembro que as meninas, encabeçamos estávamos sentadas esperando este tema que para mim, con- algo cair do céu e foi quando defesso, era totalmente desco- mos um estalo e falamos: vamos nhecido. Acho que o TCC foi tentar. Insisti mais uma vez no uma experiência ótima para contato que tínhamos e, enfim, eu conhecer um pouco mais nos atenderam e conseguimos! do mundo gay e abrir a cabe- Foi sensacional!”, explica Joyce. REPRODUÇÃO A empresa Pirâmide empresa antes deste trabaSe gurança Eletrônica, de lho, a opor tunidade de atuFICHA TÉCNICA Santos (SP), atua na área ar na área está sendo uma Título: de se gurança há 12 anos. g rande for ma de aprendizaAssessoria de Comunicação Porém, apenas em 2012 se do. “Nunca havia montado Formato: preocupou em investir na uma assessoria de comuniProjeto de Assessoria de imagem e no setor de comucação antes. São muitos deImprensa mais site nicação. Para isso, contou talhes, ações que precisam Autora: com a ajuda da estudante de ser criadas com cuidado. Karina Carneiro Jornalismo da Unisanta, Mas, apesar do trabalho, Orientadora: Karina Carneiro, que elaboestou gostando bastante do Daniella Aragão rou um plano de comunicaresultado”. Site produzido pela aluna ao longo deste ano Para o proprietário da ção para a empresa dentro do seu Trabalho de Conclu- empresa a dicas de seguran- empresa, Amauri Cesar, o Após a reestruturação do site que Karina acredita. “Por já são de Curso (TCC). ça, que devem ser tomadas projeto só ajudou na ima- e ingresso nas redes sociais, a trabalhar na área e conhecer a gem da empresa: “Nunca proximidade e visitas de clientes política da empresa, o procesEntre os trabalhos desen- no dia a dia. volvidos que fizeram parte Outros trabalhos desenvol- nos preocupamos com comu- ficou maior. “A aproximação e so se torna mais natural. E o do projeto estão a reestru- vidos pela empresa incluíram nicação perante a imprensa facilidade em obter informações projeto é dividido entre curturação do site da empresa o início do contato com a im- durante esses anos. E como ficou mais fácil. E deste jeito, to, médio e longo prazos, po( w w w. p i r a m i d e s e g u r a n c a . prensa regional para estabe- nossa funcionária estuda Jor- conseguimos atingir mais pesso- dendo ter continuidade após com.br), a inserção da Pi- lecer uma relação na hora de nalismo, achamos que era as com nossas propostas e infor- o término da faculdade. Acrerâmide nas redes sociais, enviar reportagens à mídia e a oportunidade para tentar mações”, conta a estudante. dito que todos estarão preparaque até o início do ano não se tornar fonte para a elabo- investir em algo diferente. E Para o futuro, a ideia das dos para essa nova fase que poexistia, e uma proximida- ração de matérias desses veí- isso acaba ajudando os dois pessoas envolvidas no pro- derá iniciar em 2013. Além de lados. Estou feliz com o re- jeto é dar continuidade no ser uma possibilidade de sair de maior com os clientes, culos. passando a informá-los de Para a autora do proje- sultado que estamos alcan- trabalho iniciado nos ban- da faculdade já empregada”, ações desenvolvidas pela to, que já trabalhava na çando”. cos universitários. É isso o conta. _______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ Edição e diagramação: Carlos Norberto PRIMEIRA IMPRESSÃO - Novembro de 2012 11 2 1 Ensaio O número 17 faz parte da 17ª turma do curso de Jornalismo da UNISANTA. Afinal, foram 17 trabalhos de conclusão de curso resumidos em reportagens publicadas nesta edição e que finalizam a contribuição da turma para divulgação de trabalhos desenvolvidos ao longo do ano. Os temas são variados, como a história do tênis (foto 1) e da geração de ouro do basquete brasileiro, a trajetória de 20 anos da TV Tribuna (2) e dos 60 anos da revista Capricho (3). Temas sociais também fazem parte do repertório escolhido pelos alunos, como o universo LGBT na região (4), a violência contra as mulheres (5) e os dramas vividos pelos moradores nas palafitas do Jardim São Manoel, na Zona Noroeste (6). 3 4 5 6 Edição e diagramação: Igor Augusto PRIMEIRA IMPRESSÃO - Novembro de 2012