Estruturar argumentação económica para a diabetes

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Estruturar argumentação económica para a diabetes
Estruturar argumentação
económica para a diabetes
A European Policy Action Network on Diabetes foi criada em 2011 com o objetivo de juntar deputados nacionais, deputados do Parlamento Europeu e principais
partes interessadas da diabetes, a nível europeu, para trabalharem em conjunto no sentido de desenvolver uma nova geração de políticas relativas à diabetes.
O Policy Toolkit for Diabetes da ExPAND é o resultado de debates entre os membros da ExPAND durante os anos de 2012-2013. O desenvolvimento deste
kit de ferramentas foi supervisionado pela SHW Health Ltd., que atuou como secretariado da ExPAND. Os conteúdos deste kit de ferramentas foram totalmente
aprovados pelos membros da rede e são propriedade dos mesmos. Agradecimentos à Bristol-Myers Squibb, à AstraZeneca e à Roche Diagnostics por
disponibilizarem o apoio necessário ao desenvolvimento deste conjunto de instrumentos.
Para mais informações, por favor contacte-nos em: https://www.idf.org/regions/europe/expand
Janeiro de 2014
Design e layout: VanillaCreative
ESTE CONJUNTO DE FERRAMENTAS É APOIADO PELA ASTRAZENECA
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INTRODUÇÃO
ÁREAS
PRIORITÁRIAS
RECURSOS
ÚTEIS
Mençoes ao ExPAND Policy Toolkit
«Muitos Parabéns a todos os que montaram este importante recurso. Estou confiante que vai inspirar deputados e outros parlamentares a participarem ativamente na formulação de políticas para o desafio da epidemia de diabetes».
Anne Marie Felton
President, Foundation of European Nurses in Diabetes (FEND)
«Saudações a todos os que contribuiram para este importante projecto e que criaram uma estreita colaboração entre os deputados e os princípais intervenientes da diabetes para melhorar
as políticas para esta doença».
Prof. Johan Wens,
Chairman, Primary Care Diabetes Europe (PCDE)
Um agradecimento especial à Dra. Julie Edge, Universidade de Oxford, pela sua contribuição como especialista
nos grupos de trabalho do ExPAND.
2
INTRODUÇÃO
ÁREAS
PRIORITÁRIAS
RECURSOS
ÚTEIS
Índice
Secção 1 – Introdução ao conjunto de instrumentos Toolkit
Porquê este conjunto de instrumentos? . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 05
Sumário executivo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 08
Como utilizar este conjunto de instrumentos?
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 13
Secção 2: Áreas de ação prioritárias
Uma abordagem a toda a população – a diabetes enquanto parte da prevenção de doenças crónicas . . . . . . . . . . . . . . . . . 15
Prevenção e rastreio - prevenção da diabetes em grupos de risco e diagnóstico precoce da doença . . . . . . . . . . . . . . . . . . 25
Cuidados multidisciplinares - cuidados centrados no doente para além do controlo glicémico . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 36
Responsabilização dos doentes - educação terapêutica dos doentes com vista à autogestão . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 45
Inovação e acesso a cuidados - garantir o acesso a cuidados e promover a inovação na diabetes . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 56
Uma responsabilidade particular: crianças com diabetes e escolas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 64
Uma responsabilidade particular: pessoas idosas com diabetes . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 73
Secção 3: Recursos úteis
O essencial sobre a diabetes . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 83
Principais perguntas e respostas sobre a diabetes . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 89
Principais políticas e recursos sobre a diabetes
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 94
Estruturar argumentação económica para a diabetes (apresentação Powerpoint) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 95
Documentos de trabalho de referência . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 96
03
INTRODUÇÃO
Porquê este conjunto
de instrumentos?
ÁREAS
PRIORITÁRIAS
Sumário executivo
RECURSOS
ÚTEIS
Como utilizar este
conjunto de
instrumentos?
SECÇÃO 1
Introdução ao
conjunto de
instrumentos
Toolkit
04
ÁREAS
PRIORITÁRIAS
INTRODUÇÃO
Porquê este conjunto
de instrumentos?
Sumário executivo
RECURSOS
ÚTEIS
Como utilizar este
conjunto de
instrumentos?
Porquê este conjunto de instrumentos?
«O desafio agora é converter as nossas belas palavras em
ações concretas»
(Sir George Alberti, após a publicação da resolução da ONU sobre a diabetes (61/225, Dezembro de 2006)
Porquê a diabetes?
A diabetes mata mais pessoas do que o cancro da mama e da próstata juntos.1 Custa mais à sociedade
do que todos os tipos de cancro combinados.2,3 No entanto, apesar de vários relatórios sobre políticas e
declarações internacionais, a ação e o financiamento da diabetes ainda estão em atraso em relação a outras
doenças crónicas como o cancro ou a doença cardiovascular.4 Mas o tempo não pára: o aumento dos casos de
obesidade e o envelhecimento da população estão a fazer crescer os números de pessoas com diabetes tipo 2,5
registando-se ainda um aumento dos casos de diabetes tipo 1, que está ainda por explicar, principalmente em
crianças.6 Não podemos adotar uma atitude complacente - se considerarmos apenas os custos diretos com
cuidados de saúde, estes já representam 200 mil milhões de euros na Europa, e demonstram tendência a
aumentar no futuro.6
Quem somos
A European Policy Action Network on Diabetes (ExPAND) foi criada em 2011 com o objetivo de juntar
deputados, deputados do Parlamento Europeu e principais partes interessadas da diabetes, a nível europeu.
Durante o último ano, desenvolvemos um trabalho conjunto no sentido de criar este conjunto de instrumentos e
desenvolver uma nova geração de políticas relativas à diabetes.
Enquanto membros da ExPAND, acreditamos firmemente que os governos devem fazer da diabetes um tema
prioritário. Estes têm poder para facilitar o acesso a opções mais saudáveis, tornando-as mais acessíveis, moldar o
ambiente para incentivar a prática de atividade física, fomentar a educação sobre a diabetes para toda a população,
ajudar a diminuir as desigualdades socioeconómicas e garantir que a prevenção e os cuidados adequados são
disponibilizados a todos os que deles precisam.
Porquê este conjunto de instrumentos?
Sabemos o que devemos fazer, o desafio agora é a implementação. Este conjunto de instrumentos foi criado por
nós, para si, e pretende ser um instrumento prático, destinado a deputados e outros parlamentares em toda a
Europa, que permita começar a implementar alterações concretas nas políticas da diabetes.
Enquanto deputados e responsáveis políticos, vamos trabalhar em conjunto para marcar a diferença nas vidas das
pessoas que vivem com a diabetes, hoje e no futuro.
Adrian Sanders
deputado (RU)
Presidente
Georgios
Papanikolaou
deputado
Teresa
Caeiro
deputada
Czeslaw
Czechyra
deputado
Martin
Gregora
deputado
Sophie
Peresson
IDF-Europa
Joao
Nabais
IDF-Europa
Umberto
Valentini
Diabete Italia
Maite Valverde
Sociedad
Espanola de
Diabete
Margarida
Jansa
Sociedad
Espanola de
Diabete
Cristian
Andriciuc
Romanian
Diabetes
Association
Valentina
Visconti
Diabete Italia
Gagik Galstyan
Professor of
Endocrinology
05
INTRODUÇÃO
Porquê este conjunto
de instrumentos?
ÁREAS
PRIORITÁRIAS
Sumário executivo
RECURSOS
ÚTEIS
Como utilizar este
conjunto de
instrumentos?
Porquê este conjunto de instrumentos?
Conjunto de ferramentas ExPAND – uma peça importante do puzzle
Reconhecemos também as importantes contribuições de terceiros para melhorar a prevenção, os cuidados e a gestão da diabetes na
Europa. Este conjunto de instrumentos procurou acrescentar valor aos recursos da diabetes já existentes, disponibilizando um conjunto de
instrumentos de política prático e abrangente especificamente direcionado a parlamentares por toda a Europa.
Um Guia para Programas
Nacionais da Diabetes
O Quebra-Cabeças Político Estará a Europa a fazer progressos?
Conjunto de Instrumentos de
Advocacia e Comunicações
Atlas da Diabetes da IDF
6.a edição
Federação Internacional
da Diabetes, 2010
Federação Internacional da
Diabetes-Europa, 2012.
Federação Internacional da
Diabetes-Europa, 2012.
Federação Internacional
da Diabetes, 2013
Agir para Prevenir a Diabetes Conjunto de instrumentos para a
prevenção da diabetes tipo 2 na
Europa
Grupo de estudo europeu do
Projeto IMAGE, 2010
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dostęp do dokumentów
O Roteiro de Copenhaga
Fórum de Líderes Europeu
sobre a Diabetes e OCDE,
2012
Incentivar o Mundo a Agir em
relação à Diabetes: conjunto
de instrumentos de advocacia
Federação Internacional da
Diabetes, 2012
Aliança para as Doenças Crónicas –
Abordagem Preventiva Unificada
Orientações sobre a Diabetes, Pré-diabetes
e Doenças Cardiovasculares
Aliança Europeia para as Doenças
Crónicas, 2010
Sociedade Europeia de Cardiologia e
Associação Europeia para o Estudo da
Diabetes, 2013
06
INTRODUÇÃO
Porquê este conjunto
de instrumentos?
ÁREAS
PRIORITÁRIAS
Sumário executivo
RECURSOS
ÚTEIS
Como utilizar este
conjunto de
instrumentos?
Porquê este conjunto de instrumentos?
Referências
1Diabetes UK. Diabetes. Beware the Silent Assassin. 2008. www.diabetes.org.uk/Documents/Reports/Silent_assassin_press_report.pdf
2American Cancer Society. Cancer Facts & Figures 2013. 2013. www.cancer.org/acs/groups/content/@epidemiologysurveilance/documents/document/acspc-036845.pdf
3American Diabetes Association. Economic Costs of Diabetes in the U.S. in 2012. Diabetes Care 2013; 36:1033-46.
4National Institutes of Health. NIH Categorical Spending - NIH Research Portfolio Online Reporting Tools (RePORT). 2013. www.report.nih.gov/categorical_spending.aspx
5European Coalition for Diabetes - FEND, EURADIA, PCDE, International Diabetes Federation Europe. The Policy Puzzle - Is Europe Making Progress? 2012.
http://www.idf.org/regions/EUR/policypuzzle
6International Diabetes Federation. IDF Diabetes Atlas 6th Edition. 2013. www.idf.org/sites/default/files/EN_6E_Atlas_Full_0.pdf
07
INTRODUÇÃO
Porquê este conjunto
de instrumentos?
ÁREAS
PRIORITÁRIAS
RECURSOS
ÚTEIS
Sumário executivo
Como utilizar este
conjunto de
instrumentos?
Sumário executivo – por que precisamos de agir já
A diabetes está a aumentar:
• Em 2035, uma em cada dez pessoas vão sofrer de
diabetes na Europa – ou 70 milhões de pessoas.1
• O número crescente de pessoas com diabetes tipo 2
está relacionado com o aumento da obesidade e
envelhecimento da população.2,3
• Aumento inexplicável da diabetes tipo 1 em crianças.1
Necessidades de saúde não colmatadas:
• Cerca de metade de todos os casos não são
diagnosticados.9,10
• De entre os casos diagnosticados, 50% não
conseguem alcançar um controlo glicémico adequado,
colocando-os em risco de desenvolver cardiopatias,
AVC, doença renal e cegueira.10,11,12
• Existem limites até mesmo no caso do cuidado da
diabetes mais elementar em alguns países da Europa.
2,8,13,14
Impactos na saúde para além da diabetes:
• A diabetes é a causa primeira de:
- doença renal terminal;15
- novos casos de cegueira em adultos em idade ativa.16,17
• A diabetes pode elevar o risco de cardiopatia para 3 a 5
vezes mais18 e duplica o risco de ocorrer um AVC.19
• A diabetes aumenta o risco de amputação do pé em 23
vezes.20
Um grande impacto na sociedade:
• Tem mais custos do que todos os tipos de cancro
combinados,4,5 e mata mais pessoas do que o cancro
da mama e da próstata juntos.6
• Representa 10% das despesas totais com cuidados de
saúde na Europa.7
• Responsável por 1 em cada 10 mortes por ano, em
adultos com idade entre 35 e 64 anos.3
• Implica grandes custos sociais em termos de perda de
produtividade e dependência – até 100 mil milhões de
euros.8
08
ÁREAS
PRIORITÁRIAS
INTRODUÇÃO
Porquê este conjunto
de instrumentos?
RECURSOS
ÚTEIS
Sumário executivo
Como utilizar este
conjunto de
instrumentos?
Sumário executivo: o que pode ser feito?
As políticas relativas à diabetes devem focar-se na prevenção da doença, bem como na melhoria dos cuidados prestados aos doentes.
Além disso, temos uma responsabilidade acrescida para com alguns grupos de pessoas mais vulneráveis com diabetes como, por exemplo,
crianças e pessoas idosas, uma vez que estas populações apresentam necessidades específicas que, muitas vezes, são negligenciadas pelas
políticas atuais.
1. Prevenir a diabetes
Áreas de ação prioritárias
Por que é importante?
O que pode ser feito
Assumir uma
abordagem de doença
crónica para prevenir
a diabetes
A diabetes apresenta os mesmos
fatores de risco de outras doenças
crónicas (por exemplo, tabagismo,
dieta, atividade física e excesso de
peso), que podem verificar-se com
maior frequência em grupos
socioeconómicos mais baixos.
•Os programas de prevenção ao nível da população
podem combater os fatores de risco comuns à
maioria das doenças crónicas, incluindo a diabetes.
•As abordagens «Saúde em todas as políticas»
podem projetar e construir comunidades mais
saudáveis, através de melhores políticas para a
habitação, o planeamento, o emprego, bem como
outras políticas sociais.
Prevenção da diabetes
em grupos de risco e
diagnóstico precoce da
doença
Podemos reduzir para metade o
número de pessoas com diabetes
tipo 2 através de uma prevenção
eficaz. Cerca de metade dos casos de
diabetes não estão diagnosticados e
o atraso do diagnóstico pode chegar
aos sete anos.
•Os programas intensivos de alterações de
comportamentos podem ser direcionados às
populações de risco.
•Os programas de rastreio podem ajudar a garantir
um diagnóstico precoce.
•Os modelos com base na comunidade podem
integrar o rastreio, a prevenção e os cuidados da
diabetes.
Continuação...
09
ÁREAS
PRIORITÁRIAS
INTRODUÇÃO
Porquê este conjunto
de instrumentos?
RECURSOS
ÚTEIS
Sumário executivo
Como utilizar este
conjunto de
instrumentos?
2. Garantir o bem-estar das pessoas com diabetes
Áreas de ação prioritárias
Disponibilizar cuidados
para a diabetes para além
do controlo glicémico
Por que é importante?
As complicações relacionadas com a
diabetes (por exemplo, cardiopatias, AVC e
insuficiência renal) são as principais
responsáveis pela mortalidade prematura e
qualidade de vida das pessoas com diabetes. São
também os principais fatores dos custos, em
particular dos custos hospitalares. Os custos
diretos com cuidados de saúde representam
200 mil milhões de euros na Europa.
O que pode ser feito
•Os modelos de cuidados multidisciplinares
e centrados nos doentes podem integrar a
prevenção de complicações e a gestão de
comorbilidades com o controlo glicémico.
Educação do doente e
autogestão
Até 95% da gestão da diabetes é
autogestão, ainda assim, a educação
dos doentes permanece como o «elo
em falta» nos cuidados da diabetes.
•Disponibilizar educação e assistência a todos os
doentes e respetivas famílias, por profissionais
especializados em diabetes, sobre a autogestão.
•Sensibilizar para a importância da educação dos
doentes em acreditação e formação profissional.
•Adaptar a educação dos doentes para responder às
necessidades de grupos étnicos ou desfavorecidos.
Garantir o acesso a
cuidados e promover a
inovação na diabetes
Existem limites até mesmo no
caso do cuidado da diabetes mais
elementar (por exemplo, tiras de teste
para a glicemia) em alguns países.
A crise económica arrisca-se a
acentuar ainda mais as diferenças
que já existem nos cuidados com a
diabetes e a limitar a inovação.
•Tentar reduzir as desigualdades no acesso ao
diagnóstico, à monitorização e aos cuidados.
•Utilizar planos nacionais da diabetes para orientar as
estratégias e os investimentos relativos à inovação
a longo prazo e garantir que os incentivos para a
inovação se mantêm, apesar das pressões fiscais.
Continuação...
10
ÁREAS
PRIORITÁRIAS
INTRODUÇÃO
Porquê este conjunto
de instrumentos?
RECURSOS
ÚTEIS
Sumário executivo
Como utilizar este
conjunto de
instrumentos?
3. Uma responsabilidade particular
Áreas de ação prioritárias
Por que é importante?
O que pode ser feito
Crianças com diabetes
nas escolas
A diabetes é a segunda doença
mais comum entre as crianças,
logo a seguir à asma, ainda assim,
as escolas têm falta de formação
e recursos para responder às
necessidades de crianças com
diabetes.
•Disponibilizar melhor formação para escolas
sobre a gestão da diabetes.
•Disponibilizar orientações de cuidados que
aproximem as escolas e os cuidados de saúde,
definindo um plano de saúde personalizado para
cada criança.
Pessoas idosas com
diabetes
As pessoas idosas representam
o maior grupo da população com
diabetes. Cerca de um quarto dos
idosos residentes em lares têm
diabetes.
•Estabelecer normas e objetivos específicos para a
gestão da diabetes em pessoas idosas, através de
orientações e modelos de cuidados.
•Garantir uma melhor prestação de cuidados para
os doentes com diabetes residentes em lares.
11
INTRODUÇÃO
Porquê este conjunto
de instrumentos?
ÁREAS
PRIORITÁRIAS
Sumário executivo
RECURSOS
ÚTEIS
Como utilizar este
conjunto de
instrumentos?
Referências
1
International Diabetes Federation. IDF Diabetes Atlas, 6th edition. 2013. http://www.idf.org/sites/default/files/EN_6E_Atlas_Full_0.pdf
2European Coalition for Diabetes - FEND, EURADIA, PCDE, International Diabetes Federation Europe. The Policy Puzzle - Is Europe Making Progress? 2012.
http://www.idf.org/regions/EUR/policypuzzle
3WHO & IDF 2004 – Diabetes action now. http://whqlibdoc.who.int/publications/2004/924159151X.pdf
4
American Diabetes Association. Economic costs of diabetes in the US in 2012. Diabetes Care 2013; 36:1033-1046 doi: 10.2337/dc12-2625. Epub 2013 Mar 6.
5American Cancer Society. Cancer Facts & Figures 2013.
http://www.cancer.org/acs/groups/content/@epidemiologysurveilance/documents/document/acspc-036845.pdf
6
Diabetes UK. Diabetes. Beware the Silent Assassin. 2008. http://www.diabetes.org.uk/Documents/Reports/Silent_assassin_press_report.pdf
7Zhang P, Zhang X, Betz Brown J. The economic impact of diabetes. IDF Diabetes Atlas fourth edition. 2009. International Diabetes Federation.
http://www.idf.org/sites/default/files/Economic_impact_of_Diabetes.pdf
8Kanavos P, et al. Diabetes expenditure, burden of disease and management in 5 EU countries. London School of Economics, editor. 2012. London, UK.
http://www2.lse.ac.uk/LSEHealthAndSocialCare/research/LSEHealth/MTRG/LSEDiabetesReport26Jan2012.pdf
9DECODE Study. Age- and sex-specific prevalence of diabetes and impaired glucose regulation in 13 European cohorts. Diabetes Care 2003; 26(1):61-69. 2003
10World Health Organisation Europe. World Health Organisation Europe. Gaining Health: The European Strategy for the Prevention and Control of Noncommunicable
Diseases. 2006. http://www.euro.who.int/__data/assets/pdf_file/0008/76526/E89306.pdf
11Vouri SMWNV, Shaw RF, Egge JAAB. Prevalence of Achievement of A1c, Blood Pressure, and Cholesterol (ABC) Goal Veterans with Diabetes. 2011;17:304-12.
Manag Care Pharm 2011; 17:304-312.
12Cegedim Strategic Data. Cegedim Strategic Data’s Real-World Evidence shows that Diabetes management varies among the Top 5 European countries. 2013.
http://hugin.info/141732/R/1707014/565205.pdf
13Diabetes UK. Access to test strips. A postcode lottery? Self monitoring of blood glucose by people with type 1 and type 2 diabetes. 2013.
http://www.diabetes.org.uk/Documents/Reports/access-test-strips-report-0813.pdf
14International Diabetes Federation (IDF). Access to quality medicines and medical devices for diabetes care in Europe. 2013.
http://www.idf.org/sites/default/files/FULL-STUDY.pdf
15Department of Health. Improving diabetes services: the NSF four years on. The Way Ahead: The Local Challenge. Report from Dr Sue Roberts National Clinical
Director for Diabetes, for the Secretary of State for Health. 2007. www.bipsolutions.com/docstore/pdf/16198.pdf
16Centers for Disease Control and Prevention. National diabetes fact sheet: national estimates and general information on diabetes and prediabetes in the
United States, 2011. Atlanta, GA. 2013. U.S. Department of Health and Human Services, Atlanta. http://www.cdc.gov/diabetes/pubs/pdf/ndfs_2011.pdf
17Arun CS, Ngugi N, Lovelock L, Taylor R. Effectiveness of screening in preventing blindness due to diabetic retinopathy. Diabet Med 2003; 20(3):186-190.
18Ryden L, Standl, E, Bartnik M, et al, European Society of Cardiology (ESC) et al. Guidelines on diabetes, pre-diabetes and cardiovascular diseases, an executive
summary. European Heart Journal 2007; 28:88-136.
19Jeerakathil T, Johnson JA, Simpson SH et al. Short-term risk of stroke is doubled in persons with newly treated type 2 diabetes compared with persons without
diabetes: a population based cohort study. Stroke 2007; 38(6): 1739-43.
20Diabetes UK (2013). Factsheet no. 37. Foot care for people with diabetes in the NHS in England: The economic case for change. 2012.
http://www.diabetes.org.uk/upload/News/Factsheet%20Footcare%20for%20people%20with%20diabetes.pdf
12
ÁREAS
PRIORITÁRIAS
INTRODUÇÃO
Porquê este conjunto
de instrumentos?
RECURSOS
ÚTEIS
Sumário executivo
Como utilizar este
conjunto de
instrumentos?
Como utilizar este conjunto de instrumentos
Sete áreas
de ação
prioritárias
O conjunto de instrumentos está focado em sete áreas de ação prioritárias.
De entre as áreas fundamentais, defina aquelas que considera mais
importantes e, em conjunto com eleitores e partes interessadas, descubra
as soluções que melhor se adaptam ao contexto local.
Uma abordagem
a toda a população
Prevenção
e rastreio
Breve resumo
essencial
Uma
abordagem a
toda a
população
Um apelo à ação
por parte de
um dos nossos
membros
ExPAND, o
resumo de
30 segundos
e caminhos
tangíveis para
efetuar
mudanças.
Cuidados
multidisciplinares
Resumo da
evidência
Um resumo
que explica a
importância
desta ação e
o que já é
conhecido
Questões
fundamentais para
consideração
Ilações
retiradas da
implementação
Responsabilização
dos doentes
Quem deve
ser envolvido
Com quem
tem de falar
Inovação e acesso
a cuidados
Casos
práticos
O que
funcionou
noutros
locais
Crianças nas
escolas
Perguntas e
respostas
Questões
pertinentes que
podem ter de
ser abordadas
Pessoas
idosas
Referências e
recursos
Links úteis
e referências
completas
13
INTRODUÇÃO
Uma abordagem
a toda a população
ÁREAS
PRIORITÁRIAS
Prevenção
e rastreio
RECURSOS
ÚTEIS
Cuidados
multidisciplinares
Responsabilização
dos doentes
Inovação e acesso
a cuidados
Crianças nas
escolas
Pessoas
idosas
SECÇÃO 2
Áreas de ação
prioritárias
14
INTRODUÇÃO
ÁREAS
PRIORITÁRIAS
Uma abordagem
a toda a população
RECURSOS
ÚTEIS
Prevenção
e rastreio
Breve resumo
essencial
Resumo da
evidência
Cuidados
multidisciplinares
Questões
fundamentais para
consideração
Responsabilização
dos doentes
Inovação e acesso
a cuidados
Quem deve
ser envolvido
Casos
práticos
Crianças nas
escolas
Perguntas e
respostas
Pessoas
idosas
Referências e
recursos
Uma abordagem a toda a população - a diabetes enquanto parte da prevenção de doenças crónicas
A. Breve resumo essencial
«As abordagens a toda a sociedade são a única verdadeira solução para a
epidemia da diabetes. A diabetes integra um conjunto bem mais vasto de
doenças crónicas epidémicas que se devem a vários fatores sociais, ambientais
e comportamentais. Não basta “corrigir” comportamentos individuais, temos
de entender as suas origens e trabalhar em conjunto, através dos diferentes
setores da sociedade e do governo, para promover estilos de vida mais
saudáveis para toda a população».
João Nabais, Presidente, Federação Internacional da Diabetes – Região Europa
Ações prioritárias
Cinco ideias a reter
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raç
bo
ela
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apelaram à
esta epidemia,
com vista a combater
ala.
as doenças crónicas,
sucesso em grande esc
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concertados da socied
Os
.
políticas de saúde
as
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nantes sociais e ambie
prevenção deve ir
5. A
uenciados por determi
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e
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r
fun
rda
pro
abo
de saúde são
mentos sem antes
rta
po
com
rar
alte
ícil
complexos, sendo dif7,13,10
fatores contribuintes.
•Os governos podem implementar a Abordagem Unificada de Prevenção da
Aliança Europeia da Doença Crónica (ECDA) – um conjunto de ações
implementadas através de políticas públicas para melhorar os hábitos alimentares
e de atividade física, e reduzir o consumo de álcool e de tabaco.4
•Os governos nacionais, regionais e locais devem esforçar-se por construir
comunidades mais saudáveis e combater a obesidade através de diferentes
áreas como o planeamento, a habitação, os transportes, o desenvolvimento
económico, a proteção ambiental, entre outras.4,10
•Podem ser adotadas abordagens «saúde em todas as políticas»,7,9 por exemplo,
definindo a saúde enquanto prioridade das políticas públicas e levando a cabo
análises do impacto na saúde em todos os departamentos governamentais.
•As campanhas de sensibilização a nível nacional e o marketing social para a
promoção de escolhas saudáveis podem também ser opções eficazes.
• Devem ser efetuadas investigações para melhor entender as abordagens a
toda a população, com vista a melhorar a saúde, bem como o impacto
económico e na saúde pública das abordagens «saúde em todas as políticas».3
•Nenhum grupo pode assumir estas responsabilidades sozinho - governos,
profissionais, representantes dos doentes e o setor privado podem criar, em
conjunto, diretrizes que abranjam as diferentes doenças crónicas e visem os fatores
de risco comuns. Juntos podem apresentar-se como uma força unificada para a
mudança, consolidar iniciativas interligadas, partilhar conhecimentos e,
consequentemente, reduzir os custos de desenvolvimento e concretização.
15
INTRODUÇÃO
ÁREAS
PRIORITÁRIAS
Uma abordagem
a toda a população
RECURSOS
ÚTEIS
Prevenção
e rastreio
Breve resumo
essencial
Resumo da
evidência
Cuidados
multidisciplinares
Questões
fundamentais para
consideração
Responsabilização
dos doentes
Inovação e acesso
a cuidados
Quem deve
ser envolvido
Casos
práticos
Crianças nas
escolas
Perguntas e
respostas
Pessoas
idosas
Referências e
recursos
Uma abordagem a toda a população - a diabetes enquanto parte da prevenção de doenças crónicas
B. Resumo da evidência
?
O que significa
•As abordagens «saúde em todas as políticas» podem contribuir para que a saúde seja adotada como um objetivo abrangente para os
governos. Podem também ajudar a clarificar as contribuições de diferentes agências e áreas políticas para melhorar a saúde e o bem-estar
de toda a população.
•Os comportamentos de saúde negativos são desencadeados por vários determinantes sociais e ambientais, que ultrapassam a
esfera de ação das tradicionais instituições de saúde.5,12 As iniciativas de prevenção da diabetes e das doenças crónicas devem abordar e
combater os fatores contribuintes para serem eficazes.10
•As doenças crónicas incluem cardiopatia, AVC, diabetes, doença renal, cancro, doenças respiratórias e hepáticas.3,4 Algumas
patologias, como a hipertensão e a colesterolemia aumentada, são consideradas doenças crónicas e, ao mesmo tempo, fatores de risco
para outras doenças crónicas, como é o caso da diabetes.
• As alianças de doenças crónicas surgem em reconhecimento dos fatores de risco comuns às principais doenças crónicas, tais
como: o excesso de peso, os maus hábitos alimentares, a ausência de atividade física, o consumo de álcool e de tabaco.4
Por que é importante
•A diabetes está intimamente ligada a outras doenças crónicas. Estudos demonstraram que a prevenção da saúde cardiovascular é
igualmente, se não mais, importante para reduzir a mortalidade e a morbilidade em indivíduos com diabetes como o controlo da glicemia.14,15
•As doenças crónicas representam um enorme impacto na sociedade. São responsáveis por 86% de mortes na Europa e por 77% do
total de despesas em cuidados de saúde,3 ainda que muitas sejam tratáveis, e até mesmo curáveis.4
•Os comportamentos de saúde atuais são motivo de grande preocupação. A prevalência da obesidade triplicou nos últimos 25 anos,16
ainda assim, apenas um em cada quatro europeus com 15 anos de idade pratica atividade física moderada a intensiva, e apenas um em cada
três come uma ou mais porções de vegetais frescos por dia.17
• Investe-se pouco na prevenção. O impacto dos problemas de saúde provocados pelas doenças crónicas é amplamente prevenível,4
contudo, uma grande fatia do orçamento da saúde é, atualmente, gasta no tratamento e cuidados relativos à doença, sendo que apenas
uma pequena parte é destinada à prevenção.
Continuação...
16
INTRODUÇÃO
ÁREAS
PRIORITÁRIAS
Uma abordagem
a toda a população
Breve resumo
essencial
RECURSOS
ÚTEIS
Prevenção
e rastreio
Resumo da
evidência
Cuidados
multidisciplinares
Questões
fundamentais para
consideração
Responsabilização
dos doentes
Inovação e acesso
a cuidados
Quem deve
ser envolvido
Casos
práticos
Crianças nas
escolas
Perguntas e
respostas
Pessoas
idosas
Referências e
recursos
Uma abordagem a toda a população - a diabetes enquanto parte da prevenção de doenças crónicas
B. Resumo da evidência
O que diz a evidência
• O
s comportamentos de saúde são um problema social complexo que se tem revelado difícil de inverter através da ação isolada numa
área de políticas relativas à doença crónica.4,13
•O investimento na prevenção representa benefícios económicos. Por exemplo, um grande estudo sobre a prevenção da diabetes
realizado nos EUA demonstrou benefícios de uma maior participação económica, poupando 160 dias de trabalho por cada 100 pessoas
envolvidas.18
•As abordagens através de pequenas mudanças podem trazer importantes benefícios a outras doenças crónicas, em particular se
forem adotadas em grande escala:
- A
perda de peso e o aumento da atividade física provaram ser responsáveis por uma redução dos fatores de risco cardiovascular (tensão
arterial, colesterol) em apenas seis meses.19
- A
penas duas horas e meia por semana de atividade física moderada são suficientes para reduzir o risco da diabetes em 44 66%, em
comparação com a prática de exercício durante 1 hora ou menos.20
- O
aumento da atividade física irá reduzir a obesidade, as doenças respiratórias e cardiovasculares, o cancro, melhorando ainda a saúde
mental.4
•Noventa por cento das doenças cardíacas são provocadas por comportamentos de estilo de vida apelidados de «quatro grandes»
(ausência de atividade física, maus hábitos alimentares, consumo excessivo de álcool e tabaco).4
•A prevenção da diabetes a nível populacional é uma ciência emergente.19 Tal sugere que apesar das alterações comportamentais
contribuírem para a prevenção da diabetes, o investimento neste tipo de abordagens deve ser partilhado por todas as principais
doenças crónicas.4
17
INTRODUÇÃO
ÁREAS
PRIORITÁRIAS
Uma abordagem
a toda a população
RECURSOS
ÚTEIS
Prevenção
e rastreio
Breve resumo
essencial
Resumo da
evidência
Cuidados
multidisciplinares
Questões
fundamentais para
consideração
Responsabilização
dos doentes
Inovação e acesso
a cuidados
Quem deve
ser envolvido
Casos
práticos
Crianças nas
escolas
Perguntas e
respostas
Pessoas
idosas
Referências e
recursos
Uma abordagem a toda a população - a diabetes enquanto parte da prevenção de doenças crónicas
C. Passar à prática
Questões
fundamentais
para
consideração
ilações
retiradas da
ão
implementaç
Ilações
Questões fundamentais para consideração
Em sociedades que incentivam comportamentos pouco saudáveis, não é suficiente divulgar informação ou focar a alteração de comportamentos
individuais.10 Como podemos combater os fatores subjacentes à
saúde que afetam as nossas escolhas diárias em
relação ao nosso estilo de vida?
Existem várias barreiras à colaboração entre diferentes doenças crónicas a nível organizacional e profissional.
Estamos esclarecidos quanto aos vários
desincentivos e/ou barreiras à colaboração que têm,
até hoje, impedido abordagens de prevenção
conjunta? O que será diferente desta vez?
Diferentes populações enfrentam diferentes barreiras e influências socioeconómicas no que diz respeito aos comportamentos de saúde (por exemplo, fatores económicos, culturais e linguísticos).
Estamos conscientes das necessidades e
circunstâncias dos diferentes grupos (pessoas
idosas, adolescentes, minorias étnicas, grupos
vulneráveis, etc.)?
Temos de passar da educação dos doentes para a atribuição de poderes aos cidadãos.
As alterações de comportamento não podem ser
«impostas» às pessoas. Será o nosso sistema capaz
de motivar e conferir poderes aos indivíduos com
vista a melhorar o seu bem-estar e qualidade de vida?
Próximos passos
A prevenção pode necessitar de casos de Será possível articular os benefícios que diferentes
negócio «investir para economizar» que instituições públicas podem arrecadar através dos
justifiquem o investimento.
investimentos na prevenção da doença crónica?
18
INTRODUÇÃO
ÁREAS
PRIORITÁRIAS
Uma abordagem
a toda a população
RECURSOS
ÚTEIS
Prevenção
e rastreio
Breve resumo
essencial
Resumo da
evidência
Cuidados
multidisciplinares
Questões
fundamentais para
consideração
Responsabilização
dos doentes
Inovação e acesso
a cuidados
Quem deve
ser envolvido
Casos
práticos
Crianças nas
escolas
Perguntas e
respostas
Pessoas
idosas
Referências e
recursos
Uma abordagem a toda a população - a diabetes enquanto parte da prevenção de doenças crónicas
C. Passar à prática
Quem
deve ser
envolvido
Quem deve ser envolvido
Por que são importantes?Que função gostaria que tivessem?
Quem deve contactar?
Grupos de defesa de doentes para doenças crónicas
Podem fornecer um apelo à ação dirigido aos governos
mais forte e unificado.
Ministérios governamentaisCombater os fatores subjacentes à saúde e às
abordagens «saúde em todas as políticas» nas áreas de:
• desenvolvimento económico;
• planeamento urbanístico;
• transportes;
• desporto e lazer;
• ambiente;
• habitação;
• educação;
• cuidados de saúde e segurança social;
• regulamentação da indústria.
Entidades emissoras de diretrizes clínicas Esclarecer de que forma as abordagens conjuntas às
a nível nacional
doenças crónicas se podem traduzir numa boa prática
de rotina.
Prestadores de cuidados de saúde Contribuem para a adaptação dos sistemas de saúde,
das forças de trabalho e das infra-estruturas, com vista
a garantir programas de prevenção e de apoio a todas
as doenças crónicas.
Associações de profissionais (médicos, enfermeiros, assistentes sociais, etc.)
Podem liderar esforços para garantir que os programas
de prevenção são valorizados e apoiados pelos
respetivos membros.
Continuação...
19
INTRODUÇÃO
ÁREAS
PRIORITÁRIAS
Uma abordagem
a toda a população
RECURSOS
ÚTEIS
Prevenção
e rastreio
Breve resumo
essencial
Cuidados
multidisciplinares
Resumo da
evidência
Questões
fundamentais para
consideração
Responsabilização
dos doentes
Inovação e acesso
a cuidados
Quem deve
ser envolvido
Casos
práticos
Crianças nas
escolas
Perguntas e
respostas
Pessoas
idosas
Referências e
recursos
Uma abordagem a toda a população - a diabetes enquanto parte da prevenção de doenças crónicas
C. Passar à prática
Quem
deve ser
envolvido
Quem deve ser envolvido
Por que são importantes?Que função gostaria que tivessem?
Quem deve contactar?
Setor privado (indústria das ciências da Podem dar o exemplo no que respeita à adoção de
vida, seguradoras e grandes empresas)locais de trabalho saudáveis e conceção do ambiente
construído. Um local e força de trabalho saudáveis, o
acesso a escolhas de estilo de vida saudáveis em
deslocações de e para o trabalho, e no trabalho,
traduzem-se em benefícios económicos e de
produtividade significativos.
Universidades e organismos de investigação Podem efetuar investigações sobre os argumentos
económicos a favor do investimento em abordagens a
toda a população para a prevenção.
Meios de comunicação (imprensa escrita, Podem aumentar a consciencialização sobre um estilo
audiovisual, internet e social)
de vida mais saudável, a nível nacional, no seio de
diferentes grupos sociais.
20
INTRODUÇÃO
ÁREAS
PRIORITÁRIAS
Uma abordagem
a toda a população
RECURSOS
ÚTEIS
Prevenção
e rastreio
Breve resumo
essencial
Cuidados
multidisciplinares
Resumo da
evidência
Responsabilização
dos doentes
Questões
fundamentais para
consideração
Inovação e acesso
a cuidados
Quem deve
ser envolvido
Casos
práticos
Crianças nas
escolas
Perguntas e
respostas
Pessoas
idosas
Referências e
recursos
Uma abordagem a toda a população - a diabetes enquanto parte da prevenção de doenças crónicas
D. Casos práticos
Caso prático n.º 2:
Caso prático n.º 1:
O programa «Chang
e4Life» (RU)22
rnacional da Diabetes
Federação Inte
Plano de Prevenção Nacional da
etes lançou planos de
A Federação Internacional da Diab
diabetes que incluem:
21
prevenção nacionais para a
O «Change4Life» é um
programa governamen
tal implementado no RU
é a prevenção do excess
, cujo objetivo
o de peso, encorajand
o a população a optar
mais saudável e pela prá
por uma dieta
tica de atividade física.
Este programa foi con
sendo um «movimento
cebido como
social» para que se pu
desse distinguir das ant
iniciativas governamen
eriores
tais para promover alte
rações de comportame
foram bem-sucedidas.
nto que não
O programa dirigia-se,
em particular, a família
de publicidade na televi
s jovens, através
são, na imprensa escrita
, em painéis publicitár
ios e na internet.
A campanha foi, em par
te, experimental, mas
uma avaliação levada
2012 revelou alguns suc
a cabo em
essos encorajadores.
Por exemplo, o reconhe
público da campanha
cimento
pelos públicos-alvo foi
elevado (nove em cad
filhos com menos de
a dez mães com
11 anos), um milhão de
mães afirmaram ter alte
comportamentos dos
rado alguns dos
filhos como resultado
direto da campanha e
foram recrutados para
25 000 voluntários
ajudar as respetivas fam
ílias e outras pessoas
alterações positivas par
a fazerem
a a saúde.
Proteção
mentais e associações nacionais.
• Apoiar organizações não-governa
icos a favor da prevenção.
• Promover os argumentos económ
Apoio da comunidade
las: nutrição e atividade física.
• Levar informações até às esco
ento urbanístico
a atividade física através do planeam
•Promover oportunidades para
.
das)
inha
cam
bicicletas e a prática de
(por exemplo, incentivar o uso de
l.
gera
ão
ulaç
pop
a
para
ruturas desportivas
• Apoiar a construção de infra-est
Medidas fiscais e legislativas
m e preço dos alimentos.
• Controlar a publicidade, rotulage
ção relativa ao ambiente
enta
lam
•Criar e fazer respeitar a regu
o, políticas de planeamento
e às infra-estruturas, por exempl
contribuam para uma melhoria
urbanístico e de transportes que
da atividade física.
Participação do setor privado
no local de trabalho.
• Promover um ambiente saudável
icas alimentares saudáveis
•Garantir a implementação de polít
na indústria alimentar.
Meios de comunicação
nto e motivação da população.
• Melhorar os níveis de conhecime
(imprensa escrita,
ação
unic
•Utilizar vários canais de com
social)
ação
unic
com
de
os
televisão, rádio, mei
Caso prático n.º 3:
DEHKO
o Programa de De
23
(Finlândia)
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dês para a Preven
senvolvimento Finlan
a a população da
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dos cuidados de
centros de saúde e un
comunitários ao nível
em
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o
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quanto ser
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.
nacionais
Continuação...
21
INTRODUÇÃO
ÁREAS
PRIORITÁRIAS
Uma abordagem
a toda a população
RECURSOS
ÚTEIS
Prevenção
e rastreio
Breve resumo
essencial
Cuidados
multidisciplinares
Questões
fundamentais para
consideração
Resumo da
evidência
Responsabilização
dos doentes
Inovação e acesso
a cuidados
Quem deve
ser envolvido
Casos
práticos
Crianças nas
escolas
Perguntas e
respostas
Pessoas
idosas
Referências e
recursos
Uma abordagem a toda a população - a diabetes enquanto parte da prevenção de doenças crónicas
D. Casos práticos (Continuação)
Caso prático n.º 4:
ECDA
Apelo à ação da Alian
ça Europeia da Doen
ça
Crónica (a nível euro
A ECDA publicou uma
peu)4
série de metas que qu
alquer governo pode ado
integrante da sua estrat
tar como parte
égia de prevenção a tod
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crónicas. Define algum
respeita às doenças
as ideias realistas que
podem ser alcançáveis
factual existente no qu
e apoiadas pela base
e respeita as alteraçõe
s comportamentais e
disso, estabelece ainda
de
estilo de vida. Além
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te para reduzir em cer
evitáveis provocadas po
ca de 25% as mortes
r cardiopatias, cancro,
diabetes, doenças res
renais crónicas, em 20
piratórias, hepáticas e
25. As medidas inclue
m políticas fiscais, reg
proteção infantil, reduçã
ulamentação da indúst
o da prevalência do tab
ria,
agismo, o consumo de
prática insuficiente de
sal, e o combate à
atividade física, bem com
o estratégias para integ
de saúde de doenças
rar a gestão do sistem
não transmissíveis, em
a
especial nos níveis de
primários.
cuidados de saúde
Caso prático n.º 6:
de saúde da Aliança Mundial das
Cartão de registo de resultados
bal)25
Profissões de Saúde (WHPA) (Glo
ar os
para ajud
um guia prático e fácil de utilizar
O cartão da WHPA pretende ser
o risco de
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redu
e
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de saúde a controla
indivíduos e respetivos profissionais
ajuda os
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doenças não transmissíveis (DNT).
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e
de saúde
pretende ajudar os profissionais
as
e
entr
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bem como evidenciar a ligaç
personalizados a cada indivíduo,
nças da
as DNT— alargando o âmbito a doe
e
e
saúd
determinantes sociais da
saúde mental e oral.
Caso prático n.º
5:
ade Europeia de
e EASD – Socied
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Diretrizes co
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A
Cardiologia e
24
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(a nível europeu)
a doença cardiov
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patologias que inc
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ra
modelo claro pa
para médicos.
proporcionam um
sumário executivo
um
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também sido
22
INTRODUÇÃO
ÁREAS
PRIORITÁRIAS
Uma abordagem
a toda a população
RECURSOS
ÚTEIS
Prevenção
e rastreio
Breve resumo
essencial
Cuidados
multidisciplinares
Resumo da
evidência
Questões
fundamentais para
consideração
Responsabilização
dos doentes
Inovação e acesso
a cuidados
Quem deve
ser envolvido
Casos
práticos
Crianças nas
escolas
Perguntas e
respostas
Pessoas
idosas
Referências e
recursos
Uma abordagem a toda a população - a diabetes enquanto parte da prevenção de doenças crónicas
E. Perguntas e respostas
Viver uma vida saudável é uma
escolha individual – não há muito que
os governos possam fazer para mudar
os hábitos de cada um.
É verdade que cada indivíduo deve
ter o direito de tomar decisões no que
respeita a própria saúde e que nem todas
as pessoas estão dispostas a alterar
os seus hábitos. Contudo, as escolhas
individuais são fortemente influenciadas
por fatores como o ambiente construído
e as oportunidades sociais e económicas
apresentadas a cada um.10;13
Q
A
Que benefícios podem outras áreas
do governo esperar em troca do
investimento na saúde?
Por que motivo têm outros
departamentos governamentais de se
envolver em questões de saúde?
Os sistemas de saúde sozinhos não
têm capacidade para enfrentar os
desafios inerentes à prevenção de
doenças crónicas como a diabetes.7 A
diabetes tem maior prevalência em
indivíduos pertencentes a um estatuto
socioeconómico inferior,26 sendo que as
más condições habitacionais, os maus
hábitos alimentares, a educação e outros
fatores sociais e ambientais também
desempenham um papel importante para
o aumento do número de pessoas com
diabetes e outras doenças crónicas.13;7
Desta forma, é necessária uma resposta
governamental conjunta para combater
todos estes fatores, e não focar apenas as
políticas de saúde tradicionais.3,7
Saúde significa riqueza:4 as
populações mais saudáveis vão
traduzir-se em sociedades mais
produtivas e os benefícios a longo prazo
para a sociedade serão uma produtividade
social e económica melhorada em toda
a população.7,9 Os objetivos para a saúde
podem também influenciar os objetivos
de outras políticas (por exemplo, mais
atividade física significa um impacto
reduzido nos sistemas de transporte e
menos poluição).
Q
A
As abordagens «saúde em todas as
políticas» são demasiado complexas
para serem práticas.
Nem por isso. A ideia é muito
simples: ajudar toda a gente a fazer
pequenas alterações aos hábitos
alimentares, de atividade física, de
consumo de álcool e de tabaco.4 Cabe
aos ministérios da saúde assumir a
liderança no desenvolvimento de
estratégias nacionais que identifiquem
os contributos eficazes e exequíveis de
outras entidades – tal como a habitação, a
educação, os transportes e outras políticas
sociais. Estas abordagens exigem uma
nova perspetiva sobre o estado das coisas,
mas valerão a pena: as doenças crónicas
são responsáveis por 86% das mortes na
Europa3 e 70-80% do total de despesas
em cuidados de saúde,3 ainda que grande
parte deste impacto possa ser evitado.
23
INTRODUÇÃO
ÁREAS
PRIORITÁRIAS
Uma abordagem
a toda a população
Breve resumo
essencial
RECURSOS
ÚTEIS
Prevenção
e rastreio
Resumo da
evidência
Cuidados
multidisciplinares
Questões
fundamentais para
consideração
Responsabilização
dos doentes
Inovação e acesso
a cuidados
Quem deve
ser envolvido
Casos
práticos
Crianças nas
escolas
Perguntas e
respostas
Pessoas
idosas
Referências e
recursos
Uma abordagem a toda a população - a diabetes enquanto parte da prevenção de doenças crónicas
F. Referências e recursos
Referências
1
World Health Organisation. Diabetes: Fact sheet N°312. 2013. www.who.int/mediacentre/factsheets/fs312/en/
2
World Health Organisation, International Diabetes Federation Europe. Diabetes Action Now. 2004. http://whqlibdoc.who.int/publications/2004/924159151X.pdf
3World Health Organisation Europe. Action Plan for implementation of the European Strategy for the Prevention and Control of Noncommunicable Diseases 2012-2016. 2012.
www.euro.who.int/en/what-we-publish/abstracts/action-plan-for-implementation-of-the-european-strategy-for-the-prevention-and-control-of-noncommunicable-diseases-20122016
4
European Chronic Disease Alliance. Chronic Disease Alliance: a Unified Approach. 2012. www.escardio.org/about/what/advocacy/Documents/Chronic-disease-alliance-final.pdf
5World Health Organisation. Diet Nutrition and the prevention of chronic disease: Report of a Joint WHO/FAO Expert Consultation. WHO Technical Report Series 916. 2003.
http://whqlibdoc.who.int/trs/who_trs_916.pdf
6European Chronic Disease Alliance. Too big to fail: The European Chronic Disease Alliance’s request to European Heads of States on the occasion of the UN Summit on NCDs. 2013.
www.era-edta.org/images/ECDA_statement_290811x.pdf
7United Nations General Assembly. Political declaration of the High-level Meeting of the General Assembly on the Prevention and Control of Non-communicable Diseases. 2011.
www.un.org/ga/search/view_doc.asp?symbol=A/66/L.1
8Economist Intelligence Unit. The silent epidemic. An economic study of diabetes in developed and developing countries. 2007.
http://graphics.eiu.com/upload/portal/DIABETES_WEB.pdf
9World Health Organisation Europe. Health 2020. A European policy framework and strategy for the 21st century. 2013. World Health Organisation Europe.
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12European Commission. Together for Health: A Strategic Approach for the EU 2008-2013. 2007. www.ec.europa.eu/health/ph_overview/Documents/strategy_wp_en.pdf
13World Health Organisation. The social determinants of health: the solid facts. Wilkinson R, Marmot M, editors. 2003. www.euro.who.int/__data/assets/pdf_file/0005/98438/e81384.pdf
14 King P, Peacock I, Donnelly R. The UK prospective diabetes study (UKPDS): clinical and therapeutic implications for type 2 diabetes. Br J Clin Pharmacol 1999; 48: 643-648.
15 Gaede P, Vedel P, Larsen N, Jensen GV, Parving HH, Pedersen O. Multifactorial intervention and cardiovascular disease in patients with type 2 diabetes. N Engl J Med 2003; 348: 383-393.
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17 Organisation for Economic Cooperation and Development. Health at a Glance Europe 2012. 2012. www.oecd.org/els/health-systems/HealthAtAGlanceEurope2012.pdf
18Albright A. Rolling Out the U.S. National Diabetes Prevention Program. 2012. Centers for Disease Control and Prevention, Department of Health and Human Services, United States.
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22Department of Health. Change for Life one year on. 2010. HM Government, London. www.physicalactivityandnutritionwales.org.uk/Documents/740/DH_summaryof_change4lifeoneyearon.pdf
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24
INTRODUÇÃO
ÁREAS
PRIORITÁRIAS
Uma abordagem
a toda a população
RECURSOS
ÚTEIS
Prevenção
e rastreio
Breve resumo
essencial
=
Cuidados
multidisciplinares
Resumo da
evidência
Responsabilização
dos doentes
Questões
fundamentais para
consideração
Quem deve
ser envolvido
Inovação e acesso
a cuidados
Casos
práticos
Crianças nas
escolas
Perguntas e
respostas
Pessoas
idosas
Referências e
recursos
Prevenção e rastreio - prevenção da diabetes em grupos de risco e diagnóstico precoce da doença
A. Breve resumo essencial
«A prevenção da diabetes é um dos grandes imperativos que os sistemas de saúde
europeus enfrentam no século XXI. Não é possível tratar a diabetes se continuar a
crescer ao ritmo atual. As evidências são claras: na maioria dos casos podemos travar
ou retardar o aparecimento da diabetes tipo 2. No entanto, continuamos a não investir o
suficiente: atualmente, os orçamentos na área da saúde na Europa destinam-se
essencialmente ao tratamento e aos cuidados da doença, sendo que apenas uma pequena
fração é mobilizada para a prevenção. O status quo não é uma opção viável».
Czeslaw Czechyra, deputado (Polónia)
Ações prioritárias
Cinco ideias a reter
de
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4. O desafio atual14,15
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ção
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s.
pre
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ticas, culturais e outra
face às barreiras linguís
fim de serem eficazes
• Identificar a diabetes e doenças pré-diabéticas o mais rapidamente possível. Utilizar os
dados demográficos existentes e o rastreio em massa para identificar indivíduos de grupos
de alto risco e convidá-los a realizar um teste de rastreio da diabetes (consultar o caso prático
FINDRISC).
• Incentivar os clínicos gerais e os profissionais de cuidados de saúde comunitários para
a realização de rastreios através de recompensas financeiras para uma implementação
bem-sucedida. As medidas devem incluir testes dos níveis glicémicos, exames
cardiovasculares e programas de alterações comportamentais para todas as pessoas com
um risco elevado de desenvolverem diabetes.
•Tornar todos os contactos importantes – tornar o rastreio um dever partilhado e
estabelecer protocolos de encaminhamento para os testes dos níveis glicémicos em todas
as comunidades relevantes (ou seja, através de clínicos gerais, cuidados comunitários,
centros de cidadania, centros comunitários e cívicos, o local de trabalho, etc.).
•Garantir a comparticipação de programas de alterações comportamentais que provem
prevenir a diabetes tipo 2.
•Desenvolver normas de qualidade nacionais relativas a alterações comportamentais
intensivas baseadas em evidências internacionais de eficácia e iniciar sistemas de
acreditação de prestadores.
• Integrar novas funções de educador nos contextos de cuidados primários, para que os
indivíduos possam aderir de forma bem-sucedida a alterações comportamentais e de estilo
de vida, através de enfermeiros especializados na diabetes, bem como nutricionistas
comunitários, terapeutas de exercício físico, educadores de grupo e conselheiros.
25
INTRODUÇÃO
ÁREAS
PRIORITÁRIAS
RECURSOS
ÚTEIS
Prevenção
e rastreio
Uma abordagem
a toda a população
Breve resumo
essencial
=
Cuidados
multidisciplinares
Resumo da
evidência
Questões
fundamentais para
consideração
Responsabilização
dos doentes
Quem deve
ser envolvido
Inovação e acesso
a cuidados
Casos
práticos
Crianças nas
escolas
Perguntas e
respostas
Pessoas
idosas
Referências e
recursos
Prevenção e rastreio - prevenção da diabetes em grupos de risco e diagnóstico precoce da doença
B. Resumo da evidência
Resumo da evidência 1:
prevenção da diabetes através de alterações comportamentais
?
O que significa
•Os modelos dominantes da prevenção da diabetes incluem alterações comportamentais para melhorar a dieta, o exercício físico e diminuir
o consumo de tabaco e álcool.19
•As intervenções incluem a educação sobre a diabetes tipo 2 e a promoção das capacidades necessárias para garantir adesão e autogestão
(por exemplo, estabelecimento de objetivos, motivação e resiliência psicológica).19,24
•As doenças «pré-diabéticas» e a diabetes tipo 2 estão intimamente relacionadas com determinantes ambientais e sociais, e hábitos de vida
negativos a longo prazo.17 Estes hábitos e influências podem ser difíceis de inverter,19 sendo que, em muitos casos, é necessário um apoio
direcionado para que ocorram alterações comportamentais.
•A combinação de pequenas alterações do estilo de vida relacionadas com a alimentação e o exercício físico em grupos de elevado risco
pode resultar em grandes benefícios na redução da diabetes e na promoção de uma boa saúde.19,27
prevenção da diabetes
através de alterações
comportamentais
Porque é importante
O que diz a evidência
•O estudo finlandês sobre a prevenção da diabetes e o programa norte-americano sobre a prevenção da diabetes demonstraram que as
intervenções das alterações comportamentais podem reduzir o desenvolvimento da diabetes em pessoas de risco elevado até 43% em
8 anos e 34% em 10 anos respetivamente.6,7
•A prevenção da diabetes é custo-efetiva: Realizaram-se alguns programas de alterações comportamentais por cerca de 250 dólares por ano,
por participante.14 O programa norte-americano relativo à prevenção da diabetes demonstrou que por cada 100 adultos de alto risco
inscritos num programa intensivo de alterações comportamentais durante 3 anos, 15 novos casos de diabetes podiam ser evitados, 160 dias
de trabalho podiam ter sido poupados e poupanças de 80 000 euros em custos com cuidados de saúde podiam ter sido alcançadas.14
•Recomendou-se também uma intervenção farmacológica como opção para todas as pessoas que não responderam de forma positiva às
intervenções comportamentais e de estilo de vida, apesar de serem necessários mais dados.19
Continuação...
Informações sobre a
pesquisa: rastreio, diagnóstico
precoce e doenças
•Os estudos demonstraram ainda que a diabetes tipo 2 é praticamente evitável entre os indivíduos que estejam dispostos a efetuar
alterações comportamentais significativas em cinco áreas: peso corporal saudável, atividade física e ingestão de fibras, gorduras e gorduras
saturadas.6,28
26
INTRODUÇÃO
ÁREAS
PRIORITÁRIAS
RECURSOS
ÚTEIS
Prevenção
e rastreio
Uma abordagem
a toda a população
Breve resumo
essencial
=
Cuidados
multidisciplinares
Resumo da
evidência
Questões
fundamentais para
consideração
Responsabilização
dos doentes
Quem deve
ser envolvido
Inovação e acesso
a cuidados
Casos
práticos
Crianças nas
escolas
Perguntas e
respostas
Pessoas
idosas
Referências e
recursos
Prevenção e rastreio - prevenção da diabetes em grupos de risco e diagnóstico precoce da doença
B. Resumo da evidência (Continuação)
Resumo da evidência 2:
?
Informações sobre a pesquisa: rastreio, diagnóstico precoce e doenças
«pré-diabéticas»
O que significa
•De acordo com a Organização Mundial da Saúde, o rastreio consiste na identificação de doenças não reconhecidas através da realização de
testes, exames, ou outros procedimentos que possam ser efetuados rapidamente. Os testes de rastreio não constituem um diagnóstico,
na realidade são utilizados para separar as pessoas aparentemente saudáveis que possam ter uma doença, das pessoas que provavelmente
não têm qualquer doença e encaminhar o primeiro grupo para um médico, para diagnóstico e tratamento.22
•No caso da diabetes, o rastreio pode envolver a realização de perfis de risco, seguido de um convite para a realização de um teste dos níveis
glicémicos. (consultar «O que é a diabetes?»)
Porque é importante
•À semelhança de várias doenças crónicas, a diabetes tipo 2 é uma doença de início lento e vários doentes podem viver durante muitos anos
sem saber que têm diabetes ou pré-diabetes.9,11;12;19,17
•O risco de complicações e incapacidade aumenta caso os pacientes não realizem análises regulares aos níveis glicémicos, hipertensão ou
colesterol.19,23 A identificação precoce de doenças pré-diabéticas, da diabetes e da doença cardiovascular associada é importante para
garantir bons resultados para os doentes.5
O que diz a evidência
•Estima-se que cerca de metade dos casos de diabetes não estão diagnosticados.13,8 Um estudo realizado no Reino Unido estimou que a
diabetes não diagnosticada afeta aproximadamente 1,8% da população, ou seja, cerca de 1 milhão de pessoas só no Reino Unido.13
•Os fatores de risco da diabetes estão bem evidenciados, e são simples de avaliar. Incluem hipertensão, excesso de peso, colesterol
elevado, ausência de exercício físico e maus hábitos alimentares.19,24
•As ferramentas de rastreio simples e eficazes podem ser utilizadas por vários profissionais no contexto dos cuidados primários para ajudar a
identificar as pessoas em risco de desenvolver diabetes.25,26
Informações sobre a
pesquisa: rastreio, diagnóstico
precoce e doenças
•Estima-se que entre 10-20% das pessoas na Europa tenham uma doença pré-diabética e estejam em risco de perder o controlo dos níveis
glicémicos e, consequentemente, desenvolver diabetes tipo 2.8,13
27
INTRODUÇÃO
ÁREAS
PRIORITÁRIAS
RECURSOS
ÚTEIS
Prevenção
e rastreio
Uma abordagem
a toda a população
Breve resumo
essencial
=
Resumo da
evidência
Cuidados
multidisciplinares
Questões
fundamentais para
consideração
Responsabilização
dos doentes
Quem deve
ser envolvido
Inovação e acesso
a cuidados
Casos
práticos
Crianças nas
escolas
Perguntas e
respostas
Pessoas
idosas
Referências e
recursos
Prevenção e rastreio - prevenção da diabetes em grupos de risco e diagnóstico precoce da doença
C. Passar à prática
Questões
fundamentais
para
consideração
ilações
retiradas da
ão
implementaç
Ilações
Questões fundamentais para consideração
As abordagens de prevenção podem representar um desafio para os sistemas de cuidados de saúde baseados no «modelo médico» tradicional. O que impede atualmente a prevenção - barreiras
culturais, profissionais, financeiras, regulamentares,
organizacionais e jurídicas?
A implementação de programas de prevenção da diabetes requer um projeto complexo e a longo prazo entre várias agências.
Onde podem ser implementados os programas de
prevenção no sistema de prestação de cuidados de
saúde existente? Faz sentido criar uma estratégia
nacional de prevenção?
Próximos passos
«Impor» a prevenção à escala aos Como é possível assegurar que todos os
profissionais de saúde atuais não terá um profissionais compreendem, valorizam e colaboram
efeito muito positivo.
eficazmente com os serviços de prevenção?
As alterações comportamentais e de estilo Como podemos introduzir a prevenção através de
de vida não podem ser «impostas» às um novo modelo de autogestão e responsabilização
pessoas. dos doentes?
Os grupos excluídos, vulneráveis e/ou de Deve haver uma fase de Adaptação e apoio para as
minorias étnicas apresentam, geralmente, diferentes populações.
uma maior probabilidade de desenvolver
diabetes, no entanto enfrentam mais
barreiras no acesso aos serviços. A custo-efetividade é «local» - e extremamente sensível aos parâmetros locais. Que estudos económicos e de viabilidade serão
necessários? É possível normalizar os modelos de
custo-efetividade?
28
INTRODUÇÃO
ÁREAS
PRIORITÁRIAS
RECURSOS
ÚTEIS
Prevenção
e rastreio
Uma abordagem
a toda a população
Breve resumo
essencial
=
Resumo da
evidência
Cuidados
multidisciplinares
Questões
fundamentais para
consideração
Responsabilização
dos doentes
Inovação e acesso
a cuidados
Quem deve
ser envolvido
Casos
práticos
Crianças nas
escolas
Perguntas e
respostas
Pessoas
idosas
Referências e
recursos
Prevenção e rastreio - prevenção da diabetes em grupos de risco e diagnóstico precoce da doença
C. Passar à prática
Quem
deve ser
envolvido
Quem deve ser envolvido
Por que são importantes?Que função gostaria que tivessem?
Quem deve contactar?
Representantes dos doentesDevemos ter em conta aquilo que os doentes
consideram ser viável e realista na prevenção da
diabetes, com base nas alterações comportamentais.
Enfermeiros especializados na diabetesPodem trabalhar com programas de alterações
comportamentais ou proceder à respetiva orientação,
contribuindo com experiência em autogestão e
abordagens sobre a educação de doentes.
Prestadores de cuidados de saúde e setor voluntário
Podem preparar forças de trabalho e instalações
comunitárias para a realização de programas de
prevenção.
Universidades e organismos de Podem avaliar dados clínicos emergentes e as
investigaçãomelhores práticas, e analisar se os modelos de
prevenção são ou não custo-efectivos, no contexto
nacional ou regional.
Sistemas informáticos da saúdePodem utilizar os dados demográficos existentes a fim
de identificar indivíduos de alto risco ou grupos-alvo.
Devem recolher e controlar os dados relativos ao
estado dos doentes, a fim de conseguir avaliar o
impacto dos programas de prevenção.
Ministérios da saúde e outros financiadores (por exemplo, caixas de
seguro de doença)
Podem comparticipar intervenções de alterações
comportamentais, acreditar indivíduos e organizações,
e adaptar ou emitir orientações clínicas de apoio a
nível nacional.
Continuação...
29
INTRODUÇÃO
ÁREAS
PRIORITÁRIAS
RECURSOS
ÚTEIS
Prevenção
e rastreio
Uma abordagem
a toda a população
Breve resumo
essencial
=
Resumo da
evidência
Cuidados
multidisciplinares
Questões
fundamentais para
consideração
Responsabilização
dos doentes
Inovação e acesso
a cuidados
Quem deve
ser envolvido
Casos
práticos
Crianças nas
escolas
Perguntas e
respostas
Pessoas
idosas
Referências e
recursos
Prevenção e rastreio - prevenção da diabetes em grupos de risco e diagnóstico precoce da doença
C. Passar à prática
Quem
deve ser
envolvido
Quem deve ser envolvido
Por que são importantes?Que função gostaria que tivessem?
Quem deve contactar?
Associações profissionaisPodem liderar esforços para garantir que os programas
de prevenção são valorizados e apoiados por cada
grupo profissional.
Interessados de outras áreas de doenças crónicas
Podem ajudar na colaboração com doenças crónicas
(por exemplo, doenças cardiovasculares, AVC, saúde
mental).
Setor privado (indústria das ciências da vida, seguradoras e grandes empresas)
Podem ajudar a criar oportunidades de parcerias
público-privadas.
30
INTRODUÇÃO
ÁREAS
PRIORITÁRIAS
Uma abordagem
a toda a população
RECURSOS
ÚTEIS
Prevenção
e rastreio
Breve resumo
essencial
=
Resumo da
evidência
Cuidados
multidisciplinares
Questões
fundamentais para
consideração
Responsabilização
dos doentes
Quem deve
ser envolvido
Inovação e acesso
a cuidados
Casos
práticos
Crianças nas
escolas
Perguntas e
respostas
Pessoas
idosas
Referências e
recursos
Prevenção e rastreio - prevenção da diabetes em grupos de risco e diagnóstico precoce da doença
D. Casos práticos
Caso prático n.º 1:
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da Diabetes Finlandês (DPS) (Fin
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dos primeiros grandes ensaios clíni
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Caso prático n.º 2:
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14
ter sido alcançadas.
Continuação...
31
INTRODUÇÃO
ÁREAS
PRIORITÁRIAS
Uma abordagem
a toda a população
Breve resumo
essencial
RECURSOS
ÚTEIS
Prevenção
e rastreio
=
Cuidados
multidisciplinares
Resumo da
evidência
Questões
fundamentais para
consideração
Responsabilização
dos doentes
Quem deve
ser envolvido
Inovação e acesso
a cuidados
Casos
práticos
Crianças nas
escolas
Perguntas e
respostas
Pessoas
idosas
Referências e
recursos
Prevenção e rastreio - prevenção da diabetes em grupos de risco e diagnóstico precoce da doença
D. Casos práticos (Continuação)
Caso prático n.º 3:
FINDRISC
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Finlandês (Finlândia)
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prevenção da diabetes
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ult/files/IMAGE%2520
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g/s
.or
www.idf
Caso prático n.º 4:
O Teste do Círculo Azul da
betes
Federação Internacional da Dia
olvido pela IDF, é uma ferramenta
O Teste do Círculo Azul, desenv
fatores de risco da diabetes tipo
interativa online que apresenta os
podem ser levadas a cabo para
2 e mostra as ações positivas que
reduzir o risco de cada um.
f.org
Para mais informações: www.id
32
INTRODUÇÃO
ÁREAS
PRIORITÁRIAS
RECURSOS
ÚTEIS
Prevenção
e rastreio
Uma abordagem
a toda a população
Breve resumo
essencial
=
Cuidados
multidisciplinares
Resumo da
evidência
Responsabilização
dos doentes
Questões
fundamentais para
consideração
Quem deve
ser envolvido
Inovação e acesso
a cuidados
Casos
práticos
Crianças nas
escolas
Perguntas e
respostas
Pessoas
idosas
Referências e
recursos
Prevenção e rastreio - prevenção da diabetes em grupos de risco e diagnóstico precoce da doença
E. Perguntas e respostas
Não é possível prevenir a diabetes.
A prevenção não é custo-efetiva.
Esta afirmação é verdadeira no caso
da diabetes tipo 1, mas não para a
diabetes tipo 2, que corresponde a 90%
dos casos da diabetes.31 Os dados
sugerem que cerca de 50% dos casos
da diabetes tipo 2 podem ser prevenidos
através de alterações comportamentais
orientadas para alcançar um peso corporal
saudável e mais atividade física.19
Errado. A prevenção da diabetes é
custo-efetiva – por exemplo, o Programa
de Prevenção da Diabetes Americano
demonstrou que por cada 100 adultos
de alto risco inscritos num programa
intensivo de alterações comportamentais
durante três anos, 15 novos casos de
diabetes podiam ter sido evitados, 160
dias de trabalho podiam ter sido poupados
e poupanças de 80 000 euros em custos
com cuidados de saúde podiam ter sido
alcançadas.14 Os programas de prevenção
podem também ter um impacto positivo
na saúde física e mental e no bem-estar,
não apenas no caso da diabetes.24,27
Q
A implementação dos programas
de prevenção é morosa, complexa
e difícil.
A
Errado. Embora os programas de
prevenção bem-sucedidos não garantam
um sucesso imediato, as vantagens para
os doentes podem aumentar em apenas
2-3 anos.6,14 Os modelos dominantes dos
programas da diabetes são estudados
e testados, e incluem alterações
comportamentais para melhorar a dieta,
o exercício físico e diminuir o consumo
de tabaco e álcool dos doentes.
Com a pressão sobre os orçamentos
da saúde, por que motivo investir na
prevenção?
Não significa isto cortar na oferta
existente dos que têm diabetes para
libertar investimento extra?
A prevalência e os custos da diabetes
(para o sistema de cuidados de saúde e
para a sociedade, através da perda de
produtividade) estão a aumentar32,33,
situação que vai manter-se caso não se
invista mais na melhoria da prevenção, do
tratamento e dos cuidados da diabetes.
Atualmente, apenas uma pequena parte
dos orçamentos da saúde é destinada à
prevenção.
Não necessariamente. A prevenção
é custo-efetiva,16 o que significa que, a
longo prazo, os modelos de prevenção
implementados para pessoas com elevado
risco de desenvolver diabetes devem
disponibilizar mais recursos do que
aqueles que consomem. Para aqueles
que já têm diabetes, o diagnóstico precoce
continua a ser bastante útil para evitar
complicações e hospitalizações
dispendiosas que resultam da diabetes
quando não é tratada.
É possível gerir a diabetes de forma
eficaz com fármacos e outros
tratamentos, porquê investir na
prevenção?
Cerca de metade das pessoas com
diabetes não estão diagnosticadas,13,8
sendo que de entre os que estão
diagnosticados, apenas metade dos
doentes controla os níveis glicémicos
adequadamente.34,35 Tal significa que a
prevenção e a deteção precoce são
essenciais, caso o objetivo dos países
seja contrariar a epidemia da diabetes.
33
INTRODUÇÃO
ÁREAS
PRIORITÁRIAS
Uma abordagem
a toda a população
Breve resumo
essencial
RECURSOS
ÚTEIS
Prevenção
e rastreio
=
Resumo da
evidência
Cuidados
multidisciplinares
Questões
fundamentais para
consideração
Responsabilização
dos doentes
Inovação e acesso
a cuidados
Quem deve
ser envolvido
Casos
práticos
Crianças nas
escolas
Perguntas e
respostas
Pessoas
idosas
Referências e
recursos
Prevenção e rastreio - prevenção da diabetes em grupos de risco e diagnóstico precoce da doença
F. Referências e recursos
Referências
1EU Diabetes Working Group, European Coalition for Diabetes. The Grand Challenge: Delivering for Diabetes in Europe. Plenary Meeting of the European Parliament’s EU Diabetes
Working Group. www.ecdiabetes.eu/meetings.html
2United Nations. United Nations Resolution 61/225: World Diabetes Day. 2006.
www.idf.org/sites/default/files/UN%20Resolution%20on%20World%20Diabetes%20Day%20of%20Dec%202006.pdf
3Bloom DE, Cafiero ET, Jane-Llopis E, et al. The Global Economic Burden of Noncommunicable Diseases. 2011. World Economic Forum, Geneva.
www3.weforum.org/docs/WEF_Harvard_HE_GlobalEconomicBurdenNonCommunicableDiseases_2011.pdf
4World Health Organisation. Health 2020. A European policy framework and strategy for the 21st century. 2013. World Health Organisation Europe.
www.euro.who.int/en/what-we-do/health-topics/health-policy/health-2020-the-european-policy-for-health-and-well-being
5European Diabetes Leadership Forum. The diabetes epidemic and its impact on Europe. 2012. www.oecd.org/els/health-systems/50080632.pdf
6Lindstrom J, Ilanne-Parikka P, Peltonen M, et al. Sustained reduction in the incidence of type 2 diabetes by lifestyle intervention: follow-up of the Finnish Diabetes Prevention Study.
Lancet 2006; 368:1673-1679.
7Knowler WC, Fowler SE, Hamman RF, et al. 10-year follow-up of diabetes incidence and weight loss in the Diabetes Prevention Program Outcomes Study. Lancet 2009; 374:1677-1686.
8DECODE Study. Age- and sex-specific prevalences of diabetes and impaired glucose regulation in 13 European cohorts. Diabetes Care 2003; 26: 61-69.
9Saaristo T, Peltonen M, Lindstrom J, et al. Cross-sectional evaluation of the Finnish Diabetes Risk Score: a tool to identify undetected type 2 diabetes, abnormal glucose tolerance and
metabolic syndrome. Diab Vasc Dis Res 2005; 2: 67-72.
10World Health Organisation Europe. Gaining Health: The European Strategy for the Prevention and Control of Noncommunicable Diseases. 2006.
www.euro.who.int/__data/assets/pdf_file/0008/76526/E89306.pdf
11Harris MI, Klein R, Welborn TA, Knuiman MW. Onset of NIDDM occurs at least 4-7 yr before clinical diagnosis. Diabetes Care 1992; 15(7):815-819.
12 Samuels TA, Cohen D, Brancati FL, Coresh J, Kao WH. Delayed diagnosis of incident type 2 diabetes mellitus in the ARIC study. Am J Manag Care 2006; 12:717-724.
13Gillett M, Chilcott J, Goyde, L. Prevention of type 2 diabetes: risk identification and interventions for individuals at high risk. Economic Review and Modelling. ScHARR Public Health
Collaborating Centre, University of Sheffield. 2012. www.nice.org.uk/nicemedia/live/12163/57046/57046.pdf
14Albright A. Rolling Out the U.S. National Diabetes Prevention Program. Centers for Disease Control and Prevention, Department of Health and Human Services, United States. 2012.
www.nice.org.uk/nicemedia/live/12163/57039/57039.pdf
15Schwarz, P. Expert testimony: Translation of major trial evidence into practice across Europe. University Hospital Carl Gustav Carus Dresden. 2011.
www.nice.org.uk/nicemedia/live/12163/57037/57037.pdf
16 Simmons RK, Unwin N, Griffin SJ. International Diabetes Federation: An update of the evidence concerning the prevention of type 2 diabetes. Diabetes Res Clin Pract 2010; 87:143-149.
17Whiting D, Unwin N, Roglic G. Diabetes: equity and social determinants. In: Blas E KAe, editor. Equity, social determinants and public health programmes. World Health Organisation;
2010. 77-90.
18Taylor J. A pragmatic review of risk identification and interventions to prevent type 2 diabetes in high risk adults in disadvantaged and vulnerable groups. NICE Guidance consultation.
2011. www.nice.org.uk
19 Alberti KG, Zimmet P, Shaw J. International Diabetes Federation: a consensus on Type 2 diabetes prevention. Diabet Med 2007; 24: 451-463.
20Glazier RH, Bajcar J, Kennie NR, Willson K. A systematic review of interventions to improve diabetes care in socially disadvantaged populations. Diabetes Care 2006; 29:1675-1688.
21 Rosal MC, Benjamin EM, Pekow PS, Lemon SC, von GD. Opportunities and challenges for diabetes prevention at two community health centers. Diabetes Care 2008; 31: 247-254.
22 Wilson J.M.G., Jungner G. Principles and practice of screening for disease. World Health Organisation, Geneva. 1968. http://whqlibdoc.who.int/php/WHO_PHP_34.pdf
Continuação...
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PRIORITÁRIAS
Uma abordagem
a toda a população
Breve resumo
essencial
RECURSOS
ÚTEIS
Prevenção
e rastreio
=
Resumo da
evidência
Cuidados
multidisciplinares
Questões
fundamentais para
consideração
Responsabilização
dos doentes
Quem deve
ser envolvido
Inovação e acesso
a cuidados
Casos
práticos
Crianças nas
escolas
Perguntas e
respostas
Pessoas
idosas
Referências e
recursos
Prevenção e rastreio - prevenção da diabetes em grupos de risco e diagnóstico precoce da doença
F. Referências e recursos
Referências (Continuação)
23Ryden L, et al. ESC Guidelines on diabetes, pre-diabetes, and cardiovascular diseases developed in collaboration with the EASD The Task Force on diabetes, pre-diabetes, and
cardiovascular diseases of the European Society of Cardiology (ESC) and developed in collaboration with the European Association for the Study of Diabetes (EASD).
Eur Heart J 2013; doi: 10.1093/eurheartj/eht108.
24Lindstrom J, Neumann A, Sheppard KE, et al. Take action to prevent diabetes - a toolkit for the prevention of type 2 diabetes in Europe. IMAGE Toolkit working group. 2010.
www.idf.org/sites/default/files/IMAGE%2520Toolkit.pdf 25
25 Lindstrom J, Tuomilehto J. The diabetes risk score: a practical tool to predict type 2 diabetes risk. Diabetes Care 2003; 26: 725-731.
26Lindstrom J, Neumann A, Sheppard KE, Gilis-Januszewska A, Greaves CJ, Handke U et al. Take action to prevent diabetes--the IMAGE toolkit for the prevention of type 2 diabetes
in Europe. Horm Metab Res 2010; 42 Suppl 1:S37-S55.
27 European Chronic Disease Alliance. Chronic Disease Alliance: a Unified Approach. 2012. www.escardio.org/about/what/advocacy/Documents/Chronic-disease-alliance-final.pdf
28Simmons RK, Harding AH, Jakes RW, Welch A, Wareham NJ, Griffin SJ. How much might achievement of diabetes prevention behaviour goals reduce the incidence of diabetes if
implemented at the population level? Diabetologia 2006; 49: 905-911.
29Finnish Diabetes Association. Programme for the Prevention of Type 2 Diabetes in Finland. 2003.
www.diabetes.fi/files/1108/Programme_for_the_Prevention_of_Type_2_Diabetes_in_Finland_2003-2010.pdf
30 Lindstrom J, Tuomilehto J. The diabetes risk score: a practical tool to predict type 2 diabetes risk. Diabetes Care 2003; 26(3):725-731.
31World Health Organisation. Diabetes: Fact sheet N°312. 2013. World Health Organisation. www.who.int/mediacentre/factsheets/fs312/en/
32 International Diabetes Federation. IDF Diabetes Atlas, 6th edn. 2013. www.idf.org/diabetesatlas
33 World Health Organisation. Diabetes: the cost of diabetes. Fact sheet N°236. 2013. www.who.int/mediacentre/factsheets/fs236/en/
34 Vouri SMWNV, Shaw RF, Egge JAAB. Prevalence of Achievement of A1c, Blood Pressure, and Cholesterol (ABC) Goal in Veterans with Diabetes. Manag Care Pharm 2011; 17: 304-312.
35Cegedim Strategic Data. Cegedim Strategic Data’s Real-World Evidence shows that Diabetes management varies among the Top 5 European countries. 2013.
www.hugin.info/141732/R/1707014/565205.pdf
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INTRODUÇÃO
ÁREAS
PRIORITÁRIAS
Uma abordagem
a toda a população
Breve resumo
essencial
RECURSOS
ÚTEIS
Prevenção
e rastreio
Resumo da
evidência
Cuidados
multidisciplinares
Questões
fundamentais para
consideração
Responsabilização
dos doentes
Quem deve
ser envolvido
Inovação e acesso
a cuidados
Casos
práticos
Crianças nas
escolas
Perguntas e
respostas
Pessoas
idosas
Referências e
recursos
Cuidados multidisciplinares - cuidados centrados no doente para além do controlo glicémico
A. Breve resumo essencial
«Os cuidados centrados nos doentes salvam vidas e melhoram a qualidade de vida das
pessoas com diabetes; são o único modelo credível de cuidados e de gestão, uma vez que
abordam os vários fatores de risco e comorbilidades associados à diabetes, não se
centrando no controlo glicémico. Para podermos garantir um modelo de cuidados centrado
nos doentes, necessitamos de abordagens multidisciplinares e com base na comunidade».
Adrian Sanders, deputado (RU)
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•As orientações clínicas nacionais devem refletir os dados
irrefutáveis de que os cuidados centrados nos doentes são o único
modelo credível para a gestão da diabetes.
•As forças de trabalho para os cuidados de saúde devem ser
realinhadas para conseguirem suportar a multidisciplinaridade e os
cuidados centrados nos doentes, por exemplo, através da criação
de novas responsabilidades não clínicas, tal como a coordenação de
cuidados e a educação terapêutica dos doentes, com vista à
autogestão.
•Os programas de implementação têm de testar e utilizar os
modelos práticos de prestação de cuidados multidisciplinares que
oferecem cuidados centrados nos doentes num contexto
comunitário.
•As barreiras ao trabalho multidisciplinar devem ser rapidamente
identificadas, nacional e localmente, e solucionadas a nível cultural,
profissional, legal, financeiro e organizacional.
•A remuneração financeira e os incentivos para os profissionais
de cuidados de saúde devem refletir os resultados a longo prazo
dos doentes (por exemplo, a prevenção de complicações) e
encorajar abordagens multidisciplinares e centradas nos doentes
para os cuidados da diabetes.
•Os sistemas de informação devem ser reconfigurados para
facilitar o trabalho multidisciplinar, através da partilha dos registos
dos doentes e da monitorização dos resultados para todas as
facetas dos cuidados dos doentes.
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INTRODUÇÃO
ÁREAS
PRIORITÁRIAS
Uma abordagem
a toda a população
RECURSOS
ÚTEIS
Prevenção
e rastreio
Breve resumo
essencial
Resumo da
evidência
Cuidados
multidisciplinares
Questões
fundamentais para
consideração
Responsabilização
dos doentes
Quem deve
ser envolvido
Inovação e acesso
a cuidados
Casos
práticos
Crianças nas
escolas
Perguntas e
respostas
Pessoas
idosas
Referências e
recursos
Cuidados multidisciplinares - cuidados centrados no doente para além do controlo glicémico
B. Resumo da evidência
?
O que significa
•Os principais modelos de cuidados da diabetes centrados nos doentes dispõem de intervenções combinadas que pretendem não só
estabilizar os níveis glicémicos, mas também controlar os fatores de risco associados (por exemplo, tensão arterial, colesterol e obesidade)
e prevenir complicações relacionadas com a diabetes (tais como doença cardiovascular, lesões oculares, renais e dos nervos).8,9
• Os cuidados multidisciplinares são um componente fundamental para prestar cuidados centrados nos doentes. Contam com a estreita
colaboração de profissionais que disponibilizam cuidados e gestão de uma ou mais patologias, de forma conjunta e coordenada. No caso
da diabetes, tal pode incluir clínicos gerais, especialistas, enfermeiros e enfermeiros especializados na diabetes, nutricionistas, educadores
terapêuticos, farmacêuticos, técnicos de laboratório, administradores, familiares prestadores de cuidados e doentes.
•No seio da equipa multidisciplinar, deve haver uma divisão de trabalho que inclua responsáveis pelos cuidados, monitorização, suporte,
supervisão clínica e educação terapêutica de doentes.
Por que é importante
•A diabetes raramente é uma doença «autónoma». As lesões renais, oculares e dos nervos são comuns entre pessoas com diabetes.13
Além disso, o excesso de peso, o colesterol elevado e a hipertensão afetam cerca de 85% das pessoas com diabetes.14
•As complicações são importantes fatores de risco de morte, incapacidade e qualidade de vida15 na diabetes. Quando existem
complicações, as taxas de mortalidade aumentam consideravelmente e os custos são 3 a 5 vezes superiores.16 17 18 A cardiopatia é a principal
causa de problemas de saúde e de morte prematura entre as pessoas com diabetes.1
•As equipas multidisciplinares são um modelo sustentável de prestação de cuidados em sistemas de cuidados de saúde dominados
por uma procura crescente e uma doença crónica. Por exemplo, estas equipas permitem delegar tarefas, como o aconselhamento, o
apoio e a monitorização, a enfermeiros e farmacêuticos da comunidade, reduzindo a quantidade de trabalho dos médicos e outros
especialistas.
•As Nações Unidas, o Parlamento Europeu, o Grupo de Trabalho para a Diabetes da UE e os principais médicos europeus
reconheceram a importância dos cuidados centrados nos doentes e do trabalho multidisciplinar para a diabetes, tendo já apelado para a
sua implementação. 2-4,19
Continuação...
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INTRODUÇÃO
ÁREAS
PRIORITÁRIAS
Uma abordagem
a toda a população
Breve resumo
essencial
RECURSOS
ÚTEIS
Prevenção
e rastreio
Resumo da
evidência
Cuidados
multidisciplinares
Questões
fundamentais para
consideração
Responsabilização
dos doentes
Quem deve
ser envolvido
Inovação e acesso
a cuidados
Casos
práticos
Crianças nas
escolas
Perguntas e
respostas
Pessoas
idosas
Referências e
recursos
Cuidados multidisciplinares - cuidados centrados no doente para além do controlo glicémico
B. Resumo da evidência (Continuação)
O que diz a evidência
•Os cuidados centrados nos doentes são necessários para reduzir os problemas de saúde e a morte prematura dos doentes com
diabetes. O controlo glicémico sozinho não é suficiente.8, 9, 19
•Os principais modelos de cuidados centrados nos doentes contribuíram para uma redução das hospitalizações provocadas pelas
complicações diabéticas e podem, consequentemente, ter um grave impacto nos custos.8 Por exemplo, cerca de 34% do total de dias
de internamento para os doentes diabéticos devem-se a doenças cardiovasculares.20
•Todos os principais e mais bem-sucedidos ensaios dos cuidados centrados nos doentes basearam-se no trabalho multidisciplinar.8
9 21 22
Por exemplo, o «Prospective Diabetes Study» do RU e o estudo «Steno 2» da Dinamarca demonstraram que as medidas mais radicais
orientadas para os vários fatores de risco podem reduzir a incapacidade inerente às complicações microvasculares (por exemplo, perda de
visão) e reduzir a cerca de metade a taxa de mortalidade associada a doenças cardiovasculares e renais.8;9 No caso do estudo «Steno 2», os
benefícios mantiveram-se até oito anos após o início do estudo.9
•As investigações comparativas dos programas de cuidados multidisciplinares para a diabetes sugerem que não existe um modelo
organizacional «ideal»23 – o importante é que os cuidados centrados nos doentes sejam aplicados diariamente. Alcançar esta perfeição,
significa que foram identificadas e desafiadas as barreiras culturais, organizacionais, financeiras, profissionais ou legais dos cuidados de
saúde.
•Existem dados fiáveis que suportam a valiosa contribuição de uma grande variedade de responsabilidades profissionais na melhoria
dos cuidados e dos resultados de pessoas com diabetes. Por exemplo, as equipas multidisciplinares que incluem especialistas de cuidados
do pé têm capacidade para reduzir as taxas de amputação em 85%,24 ao passo que os cuidados orientados por enfermeiros podem melhorar
o controlo glicémico e reduzir os cuidados/atendimentos de urgência e as hospitalizações, no que refere às causas evitáveis da diabetes.25
•Os modelos de cuidados centrados nos doentes devem ter em consideração que as pessoas com baixa literacia em saúde
apresentam um maior risco de obter maus resultados. Por exemplo, um estudo da diabetes tipo 2 mostrou que uma literacia em saúde
inadequada constituiu um indicador independente de um controlo glicémico insuficiente. Dado que as pessoas com um baixo estatuto
socioeconómico apresentam um risco particularmente elevado de ter uma baixa literacia em saúde, as abordagens aos cuidados têm de ser
sensíveis à necessidade de formar as pessoas em saúde.26
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INTRODUÇÃO
INTRO
ÁREAS
PRIORITÁRIAS
Uma abordagem
a toda a população
RECURSOS
ÚTEIS
Prevenção
e rastreio
Breve resumo
essencial
Resumo da
evidência
Cuidados
multidisciplinares
Questões
fundamentais para
consideração
Responsabilização
dos doentes
Quem deve
ser envolvido
Inovação e acesso
a cuidados
Casos
práticos
Crianças nas
escolas
Perguntas e
respostas
Pessoas
idosas
Referências e
recursos
Cuidados multidisciplinares - cuidados centrados no doente para além do controlo glicémico
C. Passar à prática
Questões
fundamentais
para
consideração
ilações
retiradas da
ão
implementaç
Ilações
Questões fundamentais para
consideração
Os sistemas de cuidados de saúde não estão configurados para criar modelos de cuidados multidisciplinares e centrados nos doentes.
Quais as barreiras organizacionais que podem
enfrentar-se ao tentar levar avante um modelo de
cuidados multidisciplinares e centrados nos doentes?
Próximos passos
Os profissionais de saúde podem Como podemos juntar vários profissionais para
desconfiar de um trabalho multidisciplinar. trabalhar em conjunto? Quais as principais barreiras
a este trabalho conjunto?
A tomada de decisões pode ter de ser Como podem os profissionais partilhar informações
partilhada ou delegada entre os diferentes e que formação é necessária para que se adaptem
profissionais, afitando a gestão e a às novas formas de trabalho?
responsabilização.
Não há um modelo definido para as Como podemos garantir que as equipas
equipas multidisciplinares e a composição multidisciplinares têm funções centrais e que
destas vai depender das necessidades da também se conseguem adaptar às diferentes
população de doentes em questão.necessidades dos doentes?
Que profissionais e funções são essenciais?
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ÁREAS
PRIORITÁRIAS
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RECURSOS
ÚTEIS
Prevenção
e rastreio
Breve resumo
essencial
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multidisciplinares
Questões
fundamentais para
consideração
Responsabilização
dos doentes
Quem deve
ser envolvido
Inovação e acesso
a cuidados
Casos
práticos
Crianças nas
escolas
Perguntas e
respostas
Pessoas
idosas
Referências e
recursos
Cuidados multidisciplinares - cuidados centrados no doente para além do controlo glicémico
C. Passar à prática
Quem
deve ser
envolvido
Quem deve ser envolvido
Por que são importantes?Que função gostaria que tivessem?
Quem deve contactar?
Enfermeiros especializados na diabetesGarantem uma ligação crucial entre o doente e o
sistema de cuidados de saúde.
Associações de profissionais (médicos, Podem formar profissionais em cuidados centrados
enfermeiros, etc.)nos doentes e no trabalho multidisciplinar. Podem
liderar os esforços para uma mudança cultural e
comportamental.
Representantes dos doentesPodem ajudar a determinar os fatores com maior
impacto no bem-estar dos doentes e a testar novos
modelos de cuidados com base na vida quotidiana dos
diabéticos.
Interessados de outras áreas de doenças crónicas
Podem ajudar a estabelecer um ponto comum entre a
diabetes e outros modelos de doenças crónicas.
Ministérios da saúde Podem estabelecer orientações clínicas relativas aos
cuidados centrados nos doentes e definir as
expectativas para os cuidados multidisciplinares.
Organismos de financiamento locaisDevem garantir o reembolso de cuidados com base
nos resultados dos doentes e trabalhar no sentido de
ultrapassar as barreiras financeiras que se impõem ao
trabalho multidisciplinar.
Universidades e organismos de Podem assegurar a avaliação clínica e económica de
investigaçãonovos modelos de cuidados, aceder às melhores
práticas e a dados clínicos emergentes.
Sistemas informáticos da saúdePodem ajudar na facilitação do trabalho multidisciplinar,
através de plataformas partilhadas e partilha de
informações.
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ÁREAS
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Uma abordagem
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RECURSOS
ÚTEIS
Cuidados
multidisciplinares
Prevenção
e rastreio
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evidência
Responsabilização
dos doentes
Questões
fundamentais para
consideração
Inovação e acesso
a cuidados
Quem deve
ser envolvido
Casos
práticos
Crianças nas
escolas
Perguntas e
respostas
Pessoas
idosas
Referências e
recursos
Cuidados multidisciplinares - cuidados centrados no doente para além do controlo glicémico
D. Casos práticos
Caso prático n.º 1:
Caso prático n.º 2:
Orientações nacionais para a
definição das equipas multidisci
plinares (RU)27
O Instituto Nacional de Saúde
e Excelência Clínica do Reino Uni
do
estabeleceu que a variedade de
competências profissionais necessá
rias
para proporcionar um aconselhame
nto de qualidade a adultos com diab
etes
deve ser garantida por uma equipa
multidisciplinar. Esta equipa deveria
incluir membros com formação e
interesse específicos em garantir
cobertura das seguintes áreas de
cuidados:
• disponibilização de educação/in
formação
• nutrição
• terapêutica
• identificação e gestão de com
plicações
• cuidado dos pés
• aconselhamento
• cuidados psicológicos
Caso prático n.º 3:
Financiamento integrado para
Cuidados centrados
nos doentes à escala
(A
lemanha)
O Programa de Gestã
o da Diabetes da Saxó
nia (SMDP) demonstrou
regular de cuidados int
que a implementação
egrados da diabetes foi
possível e eficaz na me
doentes à escala. Fund
lhoria dos resultados do
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s
ma envolve uma com
e educação dos doentes
binação de cuidados,
que, no seu conjunto,
gestão
são disponibilizados atr
entre enfermeiros esp
avés da estreita colabo
ecializados na diabetes
ração
e clínicos gerais. O tra
facilitado por orientaçõe
balho multidisciplinar
s práticas integradas,
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qualidade e sessões de
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trabalho dedicadas, par
da
a promover o reconhe
conhecimentos.
cimento mútuo e a tro
ca de
Uma avaliação levada
a cabo durante 2000-20
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de forma ineficaz, ten
mero de doentes tratad
do em conta os níveis
os
de HbA1C ou a tensão
significativamente por
arterial, diminuíram
volta dos 50% como res
ultado deste programa
.
os cuidados multidisciplinares
12
nos Países Baixos
gestão abrangente da diabetes, cujo
um programa nacional para uma
28
e
Em 2010, os Países Baixos lançaram
nças crónicas. O programa incid
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iniciativas relativas a outras
ras
futu
para
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gera
a
objetivo seri
D), liderada por clínicos
pos de Cuidados da Diabetes (GC
e.
numa nova rede nacional de Gru
s resultados de tratamento e saúd
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dos
l a função de gestão para a maioria
s atribuem à figura do clínico gera
análises
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dos
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a complementado por cuidados
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res de cuidados de saúde e na ade
s, na colaboração entre prestado
coordenação de cuidado11,30
protocolos de cuidados.
41
INTRODUÇÃO
ÁREAS
PRIORITÁRIAS
Uma abordagem
a toda a população
RECURSOS
ÚTEIS
Cuidados
multidisciplinares
Prevenção
e rastreio
Breve resumo
essencial
Resumo da
evidência
Questões
fundamentais para
consideração
Responsabilização
dos doentes
Quem deve
ser envolvido
Inovação e acesso
a cuidados
Casos
práticos
Crianças nas
escolas
Perguntas e
respostas
Pessoas
idosas
Referências e
recursos
Cuidados multidisciplinares - cuidados centrados no doente para além do controlo glicémico
E. Perguntas e respostas
Os cuidados centrados nos doentes
para a diabetes são um luxo que não
nos podemos permitir.
Não podemos dar-nos ao luxo de
não os implementarmos. A diabetes é
já responsável por 10% dos custos com
os cuidados de saúde,31 sendo que, na
sua maioria, estes custos se devem às
complicações diabéticas.32 As Nações
Unidas, a Organização Mundial da
Saúde, o Parlamento Europeu e muitos
outros comentadores importantes já
reconheceram que um modelo de
cuidados eficaz da diabetes é fundamental
para alcançar um sistema de cuidados de
saúde sustentável.33, 3,4,34
Q
A
Os cuidados centrados nos doentes
são custo-efetivos?
Que dados comprovam que este
modelo vai funcionar no meu país?
Os dados baseados nos cuidados
centrados nos doentes são ambíguos.
Sim. Os principais modelos de
cuidados centrados nos doentes e
integrados demonstraram ser custo-efetivos
no caso da diabetes.8 9 Estes modelos
reduzem a necessidade de recorrer a
hospitalizações dispendiosas, o que se
traduz numa população mais saudável e mais
produtiva que contribui mais e melhor para a
sociedade.
Foram implementados modelos
de cuidados centrados nos doentes
destinados a pessoas com diabetes no
RU, na Dinamarca, na Alemanha, nos Países
Baixos8,9,12,11 e em muitos outros países do
mundo. A questão que devemos colocar é
qual a melhor forma de tornar os cuidados
centrados na diabetes uma realidade
no nosso sistema e de que modelos
multidisciplinares necessitamos para
o fazer.
Falso. Não há dúvidas em relação aos
dados clínicos para os principais modelos
de cuidados centrados nos doentes e de
prevenção da diabetes.1;7-9;35;36 Diferentes
modelos de cuidados vão continuar a ser
testados e avaliados, mas o importante é
que consigamos implementar os modelos
mais eficazes.
As alterações à forma como tratamos
a diabetes vão influenciar o trabalho
dos profissionais de primeira linha.
Os profissionais podem resistir às
alterações do status quo.
As equipas multidisciplinares são
necessárias à diabetes? Será mesmo
necessário incluir outros profissionais
de saúde associados, tais como
nutricionistas e podologistas?
Ainda que os cuidados multidisciplinares,
centrados nos doentes impliquem alterações
às rotinas de trabalho atuais, os doentes
saudáveis são sempre uma grande satisfação
para os profissionais de cuidados de saúde.
Quaisquer alterações propostas aos sistemas
de prestação de cuidados de saúde devem
ser concebidas com a colaboração e o apoio
das associações profissionais relevantes,
para que as alterações adequadas à formação
e às normas profissionais reflitam as novas
formas de acordo com as quais os cuidados
da diabetes serão levados a cabo.
Sim. As equipas multidisciplinares que
integram especialistas em cuidados do pé
demonstraram ter capacidade para reduzir as
taxas de amputação até 85%.24 As equipas com
cuidados orientados por enfermeiros também
revelaram capacidades para diminuir os
atendimentos de urgência e as hospitalizações
no que respeita às complicações diabéticas
evitáveis.10
42
INTRODUÇÃO
ÁREAS
PRIORITÁRIAS
Uma abordagem
a toda a população
Breve resumo
essencial
RECURSOS
ÚTEIS
Prevenção
e rastreio
Resumo da
evidência
Cuidados
multidisciplinares
Questões
fundamentais para
consideração
Responsabilização
dos doentes
Quem deve
ser envolvido
Inovação e acesso
a cuidados
Casos
práticos
Crianças nas
escolas
Perguntas e
respostas
Pessoas
idosas
Referências e
recursos
Cuidados multidisciplinares - cuidados centrados no doente para além do controlo glicémico
F. Referências e recursos
Referências
1Ryden L, et al. ESC Guidelines on diabetes, pre-diabetes, and cardiovascular diseases developed in collaboration with the EASD The Task Force on diabetes, pre-diabetes, and
cardiovascular diseases of the European Society of Cardiology (ESC) and developed in collaboration with the European Association for the Study of Diabetes (EASD). Eur Heart J 2013;
doi: 10.1093/eurheartj/eht108. www.eurheartj.oxfordjournals.org/content/early/2013/08/29/eurheartj.eht108
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Working Group. 2010. www.ecdiabetes.eu/documents/TheGrandChallenge-conference-book-08Dec10.pdf
3European Parliament. European Parliament resolution of 14 March 2012 on addressing the EU diabetes epidemic (2011/2911- RSP). 2012.
www.europarl.europa.eu/sides/getDoc.do?pubRef=-//EP//TEXT+TA+P7-TA-2012-0082+0+DOC+XML+V0//en
4United Nations General Assembly. Political declaration of the High-level Meeting of the General Assembly on the Prevention and Control of Non-communicable Diseases. 2011.
www.un.org/ga/search/view_doc.asp?symbol=A/66/L.1
5World Health Organisation. Action Plan for implementation of the European Strategy for the Prevention and Control of Noncommunicable Diseases 2012-2016. 2012.
www.euro.who.int/en/what-we-publish/abstracts/action-plan-for-implementation-of-the-european-strategy-for-the-prevention-and-control-of-noncommunicable-diseases-20122016
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www.nap.edu/openbook.php?isbn=0309072808
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American Diabetes Association (ADA) and the European Association for the Study of Diabetes (EASD). Diabetologia 2012; 55:1577-1596.
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9
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10Davidson MB. The effectiveness of nurse- and pharmacist-directed care in diabetes disease management: a narrative review. Curr Diabetes Rev 2007; 3: 280-286.
11Strujis JN, Van Til JT, Baan CA, et al. Experimenting with a bundled payment system for diabetes care - the first tangible effects. 2010. RIVM - Centre for Prevention and Health Services
Research. National Institute for Public Health and the Environment, Bilthoven. www.rivm.nl/bibliotheek/rapporten/260224002.pdf
12Rothe U, Muller G, Schwarz PE, et al. Evaluation of a diabetes management system based on practice guidelines, integrated care, and continuous quality management in a Federal State of
Germany: a population-based approach to health care research. Diabetes Care 2008; 31: 863-868.
13World Health Organisation. Diabetes: Fact sheet N°312. 2013. World Health Organisation. www.who.int/mediacentre/factsheets/fs312/en/
14Cegedim Strategic Data. Cegedim Strategic Data’s Real-World Evidence shows that Diabetes management varies among the Top 5 European countries. 2013.
www.hugin.info/141732/R/1707014/565205.pdf
15Koopmanschap M. Coping with Type II diabetes: the patient’s perspective. Diabetologia 2002; 45: S18-S22.
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17Williams R, Van GL, Lucioni C. Assessing the impact of complications on the costs of Type II diabetes. Diabetologia 2002; 45: S13-S17.
18Martin S, Schramm W, Schneider B, et al. Epidemiology of complications and total treatment costs from diagnosis of Type 2 diabetes in Germany (ROSSO 4). Exp Clin Endocrinol Diabetes 2007; 115: 495-501.
19Ryden L, et al. ESC Guidelines on diabetes, pre-diabetes, and cardiovascular diseases developed in collaboration with the EASD The Task Force on diabetes, pre-diabetes, and
cardiovascular diseases of the European Society of Cardiology (ESC) and developed in collaboration with the European Association for the Study of Diabetes (EASD). Eur Heart J 2013; doi:
10.1093/eurheartj/eht108.
20European Chronic Disease Alliance. Chronic Disease Alliance: a Unified Approach. 2012. www.escardio.org/about/what/advocacy/Documents/Chronic-disease-alliance-final.pdf
Continuação...
43
INTRODUÇÃO
ÁREAS
PRIORITÁRIAS
Uma abordagem
a toda a população
RECURSOS
ÚTEIS
Prevenção
e rastreio
Breve resumo
essencial
Resumo da
evidência
Cuidados
multidisciplinares
Questões
fundamentais para
consideração
Responsabilização
dos doentes
Inovação e acesso
a cuidados
Quem deve
ser envolvido
Casos
práticos
Crianças nas
escolas
Perguntas e
respostas
Pessoas
idosas
Referências e
recursos
Cuidados multidisciplinares - cuidados centrados no doente para além do controlo glicémico
F. Referências e recursos
Referências (Continuação)
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23Diabetes Control and Complications Trial Research Group. Effect of intensive treatment of diabetes on the development and progression of long term complications in insulin
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26Davidson MB, Ansari A, Karlan VJ. Effect of a nurse-directed diabetes disease management program on urgent care/emergency room visits and hospitalizations in a minority population.
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29European Healthcare Innovation Leadership Network T2DWG. Dutch Diabetes Management Programme. 2013. Tapestry Networks, London.
www.tapestrynetworks.com/upload/Dutch-diabetes-management-programme.pdf
30Campmans-Kuijpers MJ, Lemmens LC, Baan CA, et al. Defining and improving quality management in Dutch diabetes care groups and outpatient clinics: design of the study. BMC Health
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www.idf.org/sites/default/files/Economic_impact_of_Diabetes.pdf
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www.lse.ac.uk/LSEHealthAndSocialCare/research/LSEHealth/MTRG/LSEDiabetesReport26Jan2012.pdf
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35Alberti KG, Zimmet P, Shaw J. International Diabetes Federation: a consensus on Type 2 diabetes prevention. Diabet Med 2007; 24(5):451-463.
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INTRODUÇÃO
ÁREAS
PRIORITÁRIAS
Uma abordagem
a toda a população
RECURSOS
ÚTEIS
Prevenção
e rastreio
Breve resumo
essencial
Resumo da
evidência
Cuidados
multidisciplinares
Questões
fundamentais para
consideração
Responsabilização
dos doentes
Quem= deve
ser envolvido
Inovação e acesso
a cuidados
Casos
práticos
Crianças nas
escolas
Perguntas e
respostas
Pessoas
idosas
References
Referênciasand
e
resources
recursos
Responsabilização dos doentes - educação terapêutica dos doentes com vista à autogestão
A. Breve resumo essencial
«A educação terapêutica dos doentes com vista à autogestão é fundamental para o futuro dos
cuidados da diabetes e, de uma maneira geral, de todas as doenças crónicas. Grande parte da
população com diabetes pode evoluir para um grupo de doentes confiante e informado, caso os
sistemas de cuidados de saúde lhes disponibilizem um apoio flexível e de qualidade que atua em
harmonia com os desejos de cada indivíduo de independência e qualidade de vida, bem como a
capacidade de autogerirem a sua doença».
Maite Valverde, Enfermeira especializada na diabetes, Barcelona
Ações prioritárias
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desfavorecido.
• A educação terapêutica dos doentes com vista à autogestão deve ser
comparticipada tal como qualquer outro aspeto dos cuidados e apoio da
diabetes.
•A educação terapêutica dos doentes deve integrar a gestão clínica e as
normas de qualidade relativas aos cuidados da diabetes.
•A educação terapêutica dos doentes deve ser uma parte central da
formação médica e acreditação profissional, juntamente com o trabalho
multidisciplinar e outros aspetos importantes de modelos reconhecidos relativos
às doenças crónicas.
•O papel de enfermeiros especializados na diabetes, na educação terapêutica
dos doentes, deve ser reconhecido e deve ser estabelecida uma estrutura
curricular de base para definir as principais competências dos educadores dos
doentes e ajudar a implementar estratégias de desenvolvimento da força de
trabalho.
• A educação terapêutica dos doentes deve ser contínua e adaptada a cada
indivíduo, e ser capaz de antecipar e reagir às necessidades variáveis dos
doentes.
•Novos modelos de responsabilização e educação terapêutica dos doentes
podem ser testados e avaliados, para poderem, depois, ser aplicados a nível
regional e nacional.
• O potencial das novas tecnologias e TI para apoiar os doentes na autogestão
da diabetes deve ser testado, avaliado e integrado em modelos de cuidados
atuais, onde ficar provada a sua eficácia.
45
INTRODUÇÃO
ÁREAS
PRIORITÁRIAS
Uma abordagem
a toda a população
RECURSOS
ÚTEIS
Prevenção
e rastreio
Breve resumo
essencial
Resumo da
evidência
Cuidados
multidisciplinares
Questões
fundamentais para
consideração
Responsabilização
dos doentes
Quem= deve
ser envolvido
Inovação e acesso
a cuidados
Casos
práticos
Crianças nas
escolas
Perguntas e
respostas
Pessoas
idosas
Referências e
recursos
Responsabilização dos doentes - educação terapêutica dos doentes com vista à autogestão
B. Resumo da evidência
?
O que significa
•A Organização Mundial da Saúde definiu a educação terapêutica dos doentes como a formação dos doentes, dotando-os dos
processos e competências necessários para a gestão do tratamento da sua doença e prevenção do desenvolvimento de complicações
evitáveis, ao mesmo tempo que se mantém ou melhora a qualidade de vida.1
•A autogestão da diabetes significa que os doentes são formados para monitorizar ativamente os níveis glicémicos, tomar as medidas
adequadas e implementar alterações de estilo de vida, para que possam gerir a sua doença de forma independente, com o apoio da sua
equipa de cuidados.7;14
•Na diabetes, os principais modelos da educação terapêutica dos doentes focaram-se na literacia em saúde (ou seja, no conhecimento
da doença), na terapêutica com insulina autogerida e nas opções alimentares e de estilo de vida.7,10;11;11;16;17
Por que é importante
•A educação terapêutica dos doentes com vista à autogestão é fundamental para a prevenção e gestão da diabetes e de outras
doenças crónicas6;13,18 – consideradas grandes ameaças económicas e sociais do século XXI19,20 que podem acabar por sobrecarregar os
sistemas de cuidados de saúde.21
•Os modelos médicos tradicionais e «paternalistas» são, atualmente e de um modo geral, considerados ineficazes para a melhoria
dos resultados da diabetes,4 em particular nos casos em que as informações limitadas que chegavam aos doentes se centravam na
obtenção da adesão ao tratamento clínico. Os resultados apresentam melhorias quando os doentes são envolvidos em todo o processo
de cuidados.6,7;14
Continuação...
46
INTRODUÇÃO
ÁREAS
PRIORITÁRIAS
Uma abordagem
a toda a população
Breve resumo
essencial
RECURSOS
ÚTEIS
Prevenção
e rastreio
Resumo da
evidência
Cuidados
multidisciplinares
Questões
fundamentais para
consideração
Responsabilização
dos doentes
Quem= deve
ser envolvido
Inovação e acesso
a cuidados
Casos
práticos
Crianças nas
escolas
Perguntas e
respostas
Pessoas
idosas
Referências e
recursos
Responsabilização dos doentes - educação terapêutica dos doentes com vista à autogestão
B. Resumo da evidência (Continuação)
O que diz a evidência
• A educação terapêutica dos doentes com vista à autogestão é eficaz na estabilização dos níveis glicémicos, na redução das
complicações relacionadas com a diabetes, na melhoria da qualidade de vida dos doentes e na redução dos custos dos
cuidados.7;18; É também bastante eficaz nas intervenções preventivas.11 Um estudo com doentes com diabetes tipo 1 demonstrou um
controlo glicémico melhorado, taxas de hospitalização reduzidas e baixa incidência da hipoglicemia até 12 anos após a intervenção.22 Outros
estudos provaram que a combinação da educação dos doentes com os cuidados multidisciplinares pode reduzir as taxas de amputação
em 85%.23
• A educação terapêutica é eficaz numa variedade de contextos de prestação de cuidados.7;12
•Os modelos educativos «estruturados» (definidos como «programas planeados e categorizados, abrangentes em âmbito, flexíveis no
conteúdo, sensíveis às necessidades clínicas e psicológicas de cada indivíduo, e adaptáveis aos antecedentes culturais e educativos de cada
um)7 tendem a ser mais eficazes do que os modelos de educação pontuais,24 informais, generalizados ou parciais.7,24
•Os programas de educação terapêutica dos doentes devem respeitar os níveis de literacia de saúde dos indivíduos a quem se são
dirigidos,6 tentando sempre melhorá-la. Em particular, as pessoas com mais de 75 anos, com baixos níveis de escolarização, dificuldades
financeiras, graves limitações devido a problemas de saúde e mais do que uma doença prolongada têm maior probabilidade de apresentar
um baixo nível de literacia em saúde.
•Educadores dos doentes – idealmente, os enfermeiros especializados na diabetes ou outros prestadores de cuidados de saúde, tais
como farmacêuticos, nutricionistas ou médicos com uma acreditação especial - devem ser ótimos formadores e comunicadores,
capazes de perceber e de se envolverem na motivação dos doentes.7;25 A definição de objetivos, a gestão de contratempos e as
intervenções para desenvolver autodisciplina e resiliência psicológica são fatores fundamentais para a adoção de novos comportamentos,
e não apenas extras opcionais.4,25
•Todos os profissionais de saúde envolvidos na educação dos doentes devem seguir um plano curricular de base, tal como é
recomendado pelo Grupo de Estudo em Educação da Diabetes (DESG) da Associação Europeia para o Estudo da Diabetes (EASD)26;27 Os
países devem ainda promover um programa de acreditação semelhante ao Programa ENDCUP (European Nurses Diabetes Collaborative
University Programme)28 recomendado pela Fundação de Enfermeiros Europeus Especializados na Diabetes (FEND) ou o programa BC-ADM
(Board Certified-Advanced Diabetes Manager)29 recomendado nos Estados Unidos.
•A disponibilização de ferramentas TI de apoio personalizadas que se adaptam às características individuais de cada doente pode
também contribuir para uma melhor adesão terapêutica e melhores resultados do tratamento.14
47
INTRODUÇÃO
ÁREAS
PRIORITÁRIAS
Uma abordagem
a toda a população
RECURSOS
ÚTEIS
Prevenção
e rastreio
Breve resumo
essencial
Resumo da
evidência
Cuidados
multidisciplinares
Questões
fundamentais para
consideração
Responsabilização
dos doentes
Quem= deve
ser envolvido
Inovação e acesso
a cuidados
Casos
práticos
Crianças nas
escolas
Perguntas e
respostas
Pessoas
idosas
Referências e
recursos
Responsabilização dos doentes - educação terapêutica dos doentes com vista à autogestão
C. Passar à prática
Questões
fundamentais
para
consideração
ilações
retiradas da
ão
implementaç
Ilações
Questões fundamentais para
consideração
Próximos passos
A educação dos doentes não pode ser Até que ponto estamos dispostos a reconhecer e
imposta pelos prestadores de cuidados de responsabilizar os doentes enquanto especialistas
saúde.do seu bem-estar e qualidade de vida?
Os sistemas de cuidados de saúde podem Quais as exigências, a nível de força de trabalho e
não estar bem preparados para a educação logística, à implementação da educação terapêutica
dos doentes e a autogestão.dos doentes com vista à autogestão? Quem pode
disponibilizar e apoiar tais abordagens e em que
contexto?
Os profissionais de saúde podem não Que tipo de formação, orientações ou mudanças
entender ou dar valor à autogestão. culturais poderiam ajudar os médicos a apoiar estas
abordagens?
Os enfermeiros especializados na diabetes são a melhor aposta para a educação terapêutica dos doentes, mas não estão disponíveis em todos os países. Que profissionais podem ser os melhores
educadores? Poderão incluir-se os farmacêuticos?
Como assegurar que os educadores dos doentes
dispõem das competências necessárias?
As TI podem ser um importante facilitador De que forma podem as soluções de TI mais
da autogestão dos doentes, contudo, as
adequadas ser implementadas na prática clínica e
preferências dos doentes em relação a
garantir que se adaptam às diferentes preferências
ferramentas de TI pode variar. dos doentes?
As abordagens educativas e de Como poderemos adaptar a educação terapêutica
responsabilização são altamente sensíveis dos doentes a minorias étnicas ou grupos excluídos?
a características linguísticas e culturais Como podemos garantir que as soluções propostas
dos doentes, entre outras.se adaptam às preferências individuais?
48
INTRODUÇÃO
ÁREAS
PRIORITÁRIAS
Uma abordagem
a toda a população
RECURSOS
ÚTEIS
Prevenção
e rastreio
Breve resumo
essencial
Resumo da
evidência
Cuidados
multidisciplinares
Questões
fundamentais para
consideração
Responsabilização
dos doentes
Quem= deve
ser envolvido
Inovação e acesso
a cuidados
Casos
práticos
Crianças nas
escolas
Perguntas e
respostas
Pessoas
idosas
Referências e
recursos
Responsabilização dos doentes - educação terapêutica dos doentes com vista à autogestão
C. Passar à prática
Quem
deve ser
envolvido
Quem deve ser envolvido
Por que são importantes?Que função gostaria que tivessem?
Quem deve contactar?
Grupos de doentesOs doentes podem ajudar a identificar as lacunas dos
atuais modelos de apoio e educação, bem como
identificar quais os modelos que melhor respondem às
suas necessidades.
Médicos Os médicos mais experientes podem contribuir para
desenvolver uma aceitação global do valor e da função
da educação terapêutica dos doentes com vista
à autogestão.
Entidades gestoras de prestação de cuidados de saúde primários e hospitais
Têm de incluir postos para os educadores de doentes
(de preferência, enfermeiros especializados na
diabetes) no planeamento dos recursos humanos.
FarmacêuticosPodem desempenhar um importante papel na
formação dos doentes, relativamente à gestão da
medicação, e podem apoiar iniciativas de educação
terapêutica.
GovernosPodem integrar a educação terapêutica dos doentes
nas políticas nacionais, orientações clínicas e quadros
de desempenho.
Ministérios da Saúde e/ou entidades Podem autorizar a comparticipação da educação
comparticipantesterapêutica dos doentes, bem como as ferramentas
de TI para apoio aos doentes, a prestadores locais
e/ou exigir a monitorização e a avaliação dos
programas existentes.
Continuação...
49
INTRODUÇÃO
ÁREAS
PRIORITÁRIAS
Uma abordagem
a toda a população
RECURSOS
ÚTEIS
Prevenção
e rastreio
Breve resumo
essencial
Resumo da
evidência
Cuidados
multidisciplinares
Questões
fundamentais para
consideração
Responsabilização
dos doentes
Quem= deve
ser envolvido
Inovação e acesso
a cuidados
Casos
práticos
Crianças nas
escolas
Perguntas e
respostas
Pessoas
idosas
Referências e
recursos
Responsabilização dos doentes - educação terapêutica dos doentes com vista à autogestão
C. Passar à prática
Quem
deve ser
envolvido
Quem deve ser envolvido
Por que são importantes?Que função gostaria que tivessem?
Quem deve contactar?
Entidades educativas nas áreas médica e Podem garantir que a educação terapêutica dos
de enfermagem, organismos de formação doentes com vista à autogestão faz parte da formação
profissional.
Indústria farmacêutica e de instrumentos Têm um interesse comum em garantir a utilização
médicos e de diagnósticoadequada dos seus produtos e podem ser parceiros
especializados no desenvolvimento de soluções
educativas, através de materiais educativos e/ou
soluções TI inovadoras para os doentes.
50
INTRODUÇÃO
ÁREAS
PRIORITÁRIAS
Uma abordagem
a toda a população
RECURSOS
ÚTEIS
Prevenção
e rastreio
Breve resumo
essencial
Resumo da
evidência
Responsabilização
dos doentes
Cuidados
multidisciplinares
Questões
fundamentais para
consideração
Quem= deve
ser envolvido
Inovação e acesso
a cuidados
Casos
práticos
Crianças nas
escolas
Perguntas e
respostas
Pessoas
idosas
Referências e
recursos
Responsabilização dos doentes - educação terapêutica dos doentes com vista à autogestão
D. Casos práticos
Caso prático n.º 2:
Caso prático n.º 1:
DE-PLAN-CAT
intensivas ao estilo de vida em
Implementação de intervenções
(Espanha)30
cuidados primários na Catalunha
contextos de prestação de
Adaptar a educação
terapêutica dos doen
tes
diabéticos às circuns
tâncias individuais (EU 32
A)
Um
estudo das abordagens
individualizadas à educa
dia
ção da
be
tes do programa LifeM
lementação de
asters DM, Califórnia,
imp
da
ácia
efic
e
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em
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qu
e os educadores da dia
ados de saúde primário
Uma coorte de estudo na Catalunh
betes trabalhavam
com os doentes para
etes tipo 2 em 18 centros de cuid
diab
da
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,
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a
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para
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intervenções ao estilo de
RISC31 e de testes glicémicos, tend
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uado através do questionário FIND
ça em relação à autog
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O rastreio dos indivíduos foi efet
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adaptadas às circunstâ
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de Estilo
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incluindo informações sobre alim
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sidades educativas em
último caso baseou-se em interven
que demonstrou eficácia e custo-ef
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a vez que os
indivíduos passavam po
r diferentes fases no pro
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contextos de ensaios clínicos.
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risco
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Durante quatro anos, as interven
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dos resultados de saú
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rven
dia
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de
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da incidência da diabetes em 36,5
ção
,
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da
ativ
amente a uma educação
onstra a potencial eficácia
não
individualizada. A adesão
estatisticamente significativa e dem
tação de cuidados primários.
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pres
de
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con
em
2
tipo
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autogestão também me
para prevenir a diabetes
lhorou e a utilização ho
spitalar
diminuiu. Os autores do
estudo concluíram qu
e as
abordagens individual
izadas à educação dos
Caso prático n.º 3:
doentes são
úteis para a melhoria do
s resultados e da eficác
ia dos
programas de gestão
DAFNE
da doença, de forma ma
is generalizada.
(RU)
»
Eating
l
Programa «Dose Adjustment for Norma
RU como um exemplo clássico de programa de educação
O modelo DAFNE é reconhecido pelo Departamento da Saúde do
e em modelos anteriores da década de 1970, muitas vezes
terapêutica dos doentes para pessoas com diabetes tipo 1 e baseia-s
7
chamados de modelos Genebra – Dusseldorf.
de educação terapêutica de doentes (com a duração de cinco
O modelo de estudo original do programa DAFNE incluiu um curso
a grupos de, no máximo, oito pessoas e lecionado por dois
dias e uma sessão de reforço seis semanas mais tarde) disponibilizado
a calcular a quantidade de hidratos de carbono contida
pessoas
formadores especializados na diabetes. Este programa ajudava as
promovia uma terapêutica intensiva e flexível de insulina,
em cada refeição e a injetar a dose certa de insulina. Desta forma,
10
apoiando uma dieta variada e flexível sem alimentos proibidos.
al para poupar um montante de cerca de £ 2 237 por cada
Uma avaliação económica demonstrou que o modelo tinha potenci
com diabetes em cerca de cinco anos e poderia facilmente
pessoas
de
doente ao longo de 10 anos, aumentar a esperança de vida
a de desenvolvimento de complicações relacionadas com a
pagar-se a si mesmo num espaço de cinco anos, devido à taxa reduzid
entação mais ampla.10
diabetes33. Foram obtidos resultados semelhantes na fase de implem
Continuação...
51
INTRODUÇÃO
ÁREAS
PRIORITÁRIAS
Uma abordagem
a toda a população
RECURSOS
ÚTEIS
Prevenção
e rastreio
Breve resumo
essencial
Responsabilização
dos doentes
Cuidados
multidisciplinares
Resumo da
evidência
Questões
fundamentais para
consideração
Quem= deve
ser envolvido
Inovação e acesso
a cuidados
Casos
práticos
Crianças nas
escolas
Perguntas e
respostas
Pessoas
idosas
Referências e
recursos
Responsabilização dos doentes - educação terapêutica dos doentes com vista à autogestão
D. Casos práticos (Continuação)
Caso prático n.º 5:
Caso prático n.º 4:
ROMEO
ão para Melhorar
Repensar a Organizaç
ltados (Itália)
a Educação e os Resu
12
demonstrou que a
s em hospitais, na Itália,
tica
bé
dia
s
ica
clín
13
cabo em
mentos de pessoas com
quatro anos, levado a
de vida e dos comporta
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Um programa piloto de
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dos doentes destinada
custo-efetiva e bem-suc
ção
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educação terapêutica
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a
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diabetes tipo 2 pode ser
ses
me
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com
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As
vida real e encenações.
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do
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ponsáveis pelo progra
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recursos e as atitudes,
e mais conhecimentos
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s
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do
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ais
sup
ion
e
dic
ístico
repensar os papéis tra
de formação, apoio log
umbidos dos materiais
responsáveis locais inc
Caso prático n.º 6:
Um ciclo de seis fases para uma autogestão personalizada
da diabetes14
Implementação da educação
9
(Alemanha)
terapêutica dos doentes à escala
o país europeu, a Alemanha
Talvez mais do que qualquer outr
ios do lançamento nacional
conseguiu demonstrar os benefíc
tica que abrangem um vasto
de modelos de educação terapêu
, apesar da natureza
etes
espetro dos cuidados da diab
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sub
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doe
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de
dependentes
mento intensivo
trata
e
2)
e
convencional com insulina (tipo 1
com insulina (tipo 1 e 2).
percurso semelhante de
Os três programas seguiram um
de teste através de ensaios
implementação, incluindo a fase
iação no «mundo real». A
aval
clínicos, e as fases piloto e de
é, atualmente, obrigatória
formação em educação terapêutica
vários milhões de doentes já
para os profissionais de saúde e
as.
participaram nos vários program
Grande parte da autogestão da diabetes pode ser normalizada e esta
normalização pode ajudar os doentes a monitorizar os níveis
glicémicos de forma mais eficaz, o que resulta em melhores resultad
os e maior segurança. Ceriello et al. propõem um ciclo de seis
fases que permite personalizar a autogestão da diabetes, com o apoio
de soluções eletrónicas da saúde. As seis fases são:
1.O doente recebe uma educação terapêutica estruturada para efetuar
«testes glicémicos estruturados» em períodos definidos ao
longo do dia.
2.A automonitorização glicémica é levada a cabo durante o dia.
3.O software/instrumento eletrónico recolhe e documenta os dados
de controlo glicémico a partir do medidor de glicemia.
4.O sistema apresenta formatos de dados gráficos de fácil leitura
para ajudar os doentes a tomar decisões informadas (por exempl
o,
fazer alterações na dieta) e a informar os seus profissionais de saúde
e educadores.
5.Os profissionais de saúde podem adaptar o tratamento com base
nas características de cada doente e respetivo perfil de
autogestão glicémica, conforme pareça adequado.
6.A eficácia do tratamento é avaliada regularmente. Se os objetivo
s de tratamento não foram alcançados, o doente volta a receber
educação terapêutica.
52
INTRODUÇÃO
ÁREAS
PRIORITÁRIAS
Uma abordagem
a toda a população
Breve resumo
essencial
RECURSOS
ÚTEIS
Prevenção
e rastreio
Cuidados
multidisciplinares
Resumo da
evidência
Questões
fundamentais para
consideração
Responsabilização
dos doentes
Quem= deve
ser envolvido
Inovação e acesso
a cuidados
Casos
práticos
Crianças nas
escolas
Perguntas e
respostas
Pessoas
idosas
Referências e
recursos
Responsabilização dos doentes - educação terapêutica dos doentes com vista à autogestão
E. Perguntas e respostas
O desenvolvimento de um programa
de educação terapêutica dos doentes
é um procedimento dispendioso,
porquê levar isso adiante?
A educação terapêutica dos doentes
com vista a apoiar os doentes a
autogerirem a doença pode apresentar
grandes vantagens: a responsabilização
das pessoas para tomarem melhor conta
de si próprias pode melhorar a saúde, a
adesão ao tratamento e a qualidade de
vida.6;12;18 Além disso, é uma prática
custo-efetiva,7 pois, no geral, é menos
dispendiosa, comparativamente à
necessidade de recorrer a tratamentos
médicos dispendiosos sempre que
surgem problemas. Estes modelos são
práticos e exequíveis, muitos deles foram
testados e implementados em contextos
hospitalares e de prestação de cuidados
primários.7,9;10;12
Nem todos os doentes estão
interessados na autogestão.
Que retorno de investimento
podemos esperar?
A educação estruturada dos doentes
é custo-efetiva:7 já demonstrou ser capaz
de estabilizar os níveis glicémicos, reduzir
complicações e hospitalizações, e
melhorar a qualidade de vida dos
doentes.18 Um estudo demonstrou que a
educação dos doentes com diabetes tipo 1
reduziu a hipoglicemia e melhorou a
qualidade de vida até quatro anos.16 Outros
estudos demonstraram que a combinação
da educação dos doentes e os cuidados
multidisciplinares pode reduzir a taxa de
amputações em 85%.23
Verdade. Mas muitos estão. É
importante que os educadores sejam
formados no sentido de perceberem
os desejos e as circunstâncias de cada
doente, e adaptar o apoio prestado.25
As abordagens da educação terapêutica
com vista à autogestão que o fazem já
provaram ser mais bem-sucedidas do que
aquelas que oferecem uma solução única
para todos os casos.32
Q
Os profissionais de saúde não educam
já os doentes? Porquê pagar por algo
que já deveria ser uma realidade?
A educação terapêutica estruturada
dos doentes deve ser da responsabilidade
de profissionais de saúde formados, não
fazendo, por norma, parte dos cuidados
normais da diabetes. Os profissionais de
saúde estão demasiado ocupados para
poderem oferecer aos doentes a educação
e o apoio contínuos e individualizados de
que estes necessitam para alcançarem
a autogestão. Idealmente, esta deve ser
uma responsabilidade de enfermeiros a
trabalhar num contexto multidisciplinar,18
que necessitam de recursos e formação
adicional específicos para prestarem apoio
aos doentes.
A
53
INTRODUÇÃO
ÁREAS
PRIORITÁRIAS
Uma abordagem
a toda a população
Breve resumo
essencial
RECURSOS
ÚTEIS
Prevenção
e rastreio
Resumo da
evidência
Cuidados
multidisciplinares
Questões
fundamentais para
consideração
Responsabilização
dos doentes
Quem= deve
ser envolvido
Inovação e acesso
a cuidados
Casos
práticos
Crianças nas
escolas
Perguntas e
respostas
Pessoas
idosas
Referências e
recursos
Responsabilização dos doentes - educação terapêutica dos doentes com vista à autogestão
F. Referências e recursos
Referências
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Health Organisation Europe, Copenhagen. http://www.euro.who.int/__data/assets/pdf_file/0007/145294/E63674.pdf
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www.europarl.europa.eu/sides/getDoc.do?pubRef=-//EP//TEXT+TA+P7-TA-2012-0082+0+DOC+XML+V0//en
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www.euro.who.int/en/what-we-do/health-topics/health-policy/health-2020-the-european-policy-for-health-and-well-being
7National Institute for Clinical Effectiveness. Technology Appraisal Guidance 60: Guidance on the use of Patient-education models for diabetes. 2003. National Institute for Clinical
Excellence, London. www.nice.org.uk/nicemedia/pdf/60Patienteducationmodelsfullguidance.pdf
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www.nice.org.uk/nicemedia/live/12163/57039/57039.pdf
9Gruesser M, Jorgens V. Structured Treatment and Teaching Programmes for Patients with Diabetes mellitus and Hypertension in Germany. Embedding Education into Diabetes Practice.
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10Cooke D, Bond R, Lawton J, Rankin D, Heller S, Clark M et al. Structured type 1 diabetes education delivered within routine care: impact on glycemic control.
11Lindstrom J, Ilanne-Parikka P, Peltonen M, Aunola S, Eriksson JG, Hemio K et al. Sustained reduction in the incidence of type 2 diabetes by lifestyle intervention: follow-up of the Finnish
Diabetes Prevention Study. Lancet 2006; 368(9548):1673-1679.
12Trento M, Gamba S, Gentile L, Grassi G, Miselli V, Morone G et al. Rethink Organization to iMprove Education and Outcomes (ROMEO): a multicenter randomized trial of lifestyle
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14Ceriello A, Barkai L, Christiansen JS, Czupryniak L, Gomis R, Hamo Keal. Diabetes as a case study of chronic disease management with a personalized approach: The role of a structured
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16Speight J, Amiel SA, Bradley C, Heller S, Oliver L, Roberts S et al. Long-term biomedical and psychosocial outcomes following DAFNE (Dose Adjustment For Normal Eating) structured
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18Ryden L, et al. ESC Guidelines on diabetes, pre-diabetes, and cardiovascular diseases developed in collaboration with the EASD The Task Force on diabetes, pre-diabetes, and
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www.un.org/ga/search/view_doc.asp?symbol=A/66/L.1
20 Economist Intelligence Unit. The silent epidemic. An economic study of diabetes in developed and developing countries. 2007. http://graphics.eiu.com/upload/portal/DIABETES_WEB.pdf
Continuação...
54
INTRODUÇÃO
ÁREAS
PRIORITÁRIAS
Uma abordagem
a toda a população
RECURSOS
ÚTEIS
Prevenção
e rastreio
Breve resumo
essencial
Resumo da
evidência
Cuidados
multidisciplinares
Questões
fundamentais para
consideração
Responsabilização
dos doentes
Inovação e acesso
a cuidados
Quem= deve
ser envolvido
Casos
práticos
Crianças nas
escolas
Perguntas e
respostas
Pessoas
idosas
Referências e
recursos
Responsabilização dos doentes - educação terapêutica dos doentes com vista à autogestão
F. Referências e recursos
Referências (Continuação)
21The Grand Challenge: Delivering for Diabetes in Europe. Plenary Meeting of the European Parliament’s EU Diabetes Working Group. European Parliament’s EU Diabetes Working Group;
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Type 1 diabetes: a 12-year follow-up. Diabetologia 2004; 47(8):1370-1375.
23 Bakker K, Apelqvist J, Schaper NC. Practical Guidelines on the managment and prevention of the diabetic foot. Diabetes Metab Res Rev 2012; 28 (Suppl 1):225-231.
24Khunti K, Gray LJ, Skinner T, Carey ME, Realf K, Dallosso H et al. Effectiveness of a diabetes education and self management programme (DESMOND) for people with newly diagnosed
type 2 diabetes mellitus: three year follow-up of a cluster randomised controlled trial in primary care. BMJ 2012; 344:e2333.
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30Costa B, Barrio F, Cabre JJ, Pinol J-L, Cos X, Sole C et al. Delaying progression to type 2 diabetes among high-risk Spanish individuals is feasible in real-life primary healthcare settings
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Diabet Med 2004; 21(5):460-467.
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iq
duplo cl
55
INTRODUÇÃO
ÁREAS
PRIORITÁRIAS
Uma abordagem
a toda a população
Breve resumo
essencial
RECURSOS
ÚTEIS
Prevenção
e rastreio
Resumo da
evidência
Cuidados
multidisciplinares
Responsabilização
dos doentes
Questões
fundamentais para
consideração
Quem deve
ser envolvido
Inovação e acesso
a cuidados
Casos =
práticos
Crianças nas
escolas
Perguntas e
respostas
Pessoas
idosas
Referências e
recursos
Inovação e acesso a cuidados: garantir o acesso a cuidados e promover a inovação na diabetes
A. Breve resumo essencial
«Mesmo num período de crise económica, é importante não limitar a inovação. O
investimento para melhorar o diagnóstico e os cuidados para as pessoas com diabetes
não é apenas vantajoso para a saúde pública, como também permite refrear a explosão
de custos que a diabetes representa para as nossas sociedades e sistemas de cuidados
de saúde. Não nos podemos permitir adotar uma visão redutora e focada apenas no curto
prazo sobre o investimento nos cuidados da diabetes». Teresa Caeiro, deputada por Portugal
Ações prioritárias
Cinco ideias a reter melhorar a prevenção, o diagnóstico e os cuidaados
er para
acesso
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1. H
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be
dia
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e
prioridad
5
inovação.
•Tornar o investimento na diabetes uma prioridade e manter os incentivos à inovação,
independentemente das pressões económicas – por exemplo, através da criação de fundos
de inovação.
•Encorajar uma colaboração transetorial que envolva governos, associações profissionais,
representantes de doentes, reguladores e indústria das ciências da vida, para garantir que
as pessoas com diabetes têm o mesmo acesso de qualidade às melhores opções de gestão e
cuidados da diabetes.
•Garantir que os doentes têm acesso a várias opções de tratamento da diabetes, para que
cada doente tenha à disposição a combinação terapêutica adequada, que melhor responde às
suas necessidades individuais.
•Estabelecer prioridades para a inovação, com objetivos definidos para os planos
nacionais da diabetes e introduzir mecanismos nos serviços de saúde que garantam a
utilização de novas intervenções da forma mais eficaz possível.
•Incentivar a indústria das ciências da vida e as comunidades de investigação a focarem as
principais necessidades das pessoas com diabetes que estão por colmatar.
•Garantir que os processos de formação de preços e de comparticipação são o mais eficaz,
evitando atrasos desnecessários no acesso a novas intervenções por parte dos doentes.
•Garantir que os organismos de comparticipação, as agências de avaliação das
tecnologias da saúde (HTA) e os responsáveis políticos consideram o total de custos
clínicos e económicos, bem como os benefícios das novas intervenções para os doentes, o
sistema de saúde e a sociedade no geral, em vez de apenas considerarem o impacto imediato
nos orçamentos para os cuidados de saúde.
56
INTRODUÇÃO
ÁREAS
PRIORITÁRIAS
Uma abordagem
a toda a população
RECURSOS
ÚTEIS
Prevenção
e rastreio
Breve resumo
essencial
Resumo da
evidência
Cuidados
multidisciplinares
Questões
fundamentais para
consideração
Responsabilização
dos doentes
Quem deve
ser envolvido
Inovação e acesso
a cuidados
Casos =
práticos
Crianças nas
escolas
Perguntas e
respostas
Pessoas
idosas
Referências e
recursos
Inovação e acesso a cuidados: garantir o acesso a cuidados e promover a inovação na diabetes
B. Resumo da evidência
?
O que significa
•No contexto do atual clima económico, é importante garantir que as pessoas com diabetes têm acesso aos melhores cuidados de
saúde, mas também que o investimento na inovação – em termos de modelos de cuidados e intervenções - não fica debilitado por
pressões fiscais imediatas.
•Por norma, as intervenções na diabetes têm-se definido em termos do controlo glicémico, contudo, a gestão de comorbilidades e a
prevenção de complicações são igualmente importantes.6
•Assim sendo, os processos de cuidados e intervenções em relação à diabetes que devem constituir uma prioridade, são aqueles que
ajudam os doentes a controlar os níveis glicémicos, a gerir comorbilidades e a prevenir ou atrasar o aparecimento de complicações.
Por que é importante
•Os cortes nas despesas com os cuidados de saúde, consequência da crise económica, representam um pesado fardo para os doentes
com diabetes.2
• Existem limitações até mesmo no acesso aos cuidados da diabetes mais elementares em alguns países.3;7
•Os resultados de muitas pessoas com diabetes continuam a revelar-se inadequados em toda a Europa.
•A prestação e o financiamento dos cuidados de saúde estão cada vez mais localizados, e são necessários processos e incentivos que
abranjam todo o sistema para evitar disparidades regionais no acesso a cuidados inovadores.
•É atribuída pouca prioridade à diabetes nos orçamentos de investigação, comparativamente a outras doenças crónicas5, apesar da
crescente prevalência da doença em todos os países.
O que diz a evidência
Os resultados da diabetes permanecem insuficientes – ainda há muito a fazer para alcançar um nível de cuidados de excelência para
os doentes com diabetes de toda a Europa.6
- A
pesar dos vários avanços nestas últimas décadas no que respeita o tratamento e diagnóstico da diabetes, apenas cerca de metade dos
doentes com diabetes alcançou um controlo glicémico satisfatório.1 Além disso, julga-se que até 50% dos casos de diabetes na
Europa não estão diagnosticados e que, consequentemente, não são tratados.6;8
Continuação...
57
INTRODUÇÃO
ÁREAS
PRIORITÁRIAS
Uma abordagem
a toda a população
Breve resumo
essencial
RECURSOS
ÚTEIS
Prevenção
e rastreio
Resumo da
evidência
Cuidados
multidisciplinares
Questões
fundamentais para
consideração
Responsabilização
dos doentes
Quem deve
ser envolvido
Inovação e acesso
a cuidados
Casos =
práticos
Crianças nas
escolas
Perguntas e
respostas
Pessoas
idosas
Referências e
recursos
Inovação e acesso a cuidados: garantir o acesso a cuidados e promover a inovação na diabetes
B. Resumo da evidência (Continuação)
O que diz a evidência
Continuam a existir diferenças a nível europeu, em relação ao acesso às intervenções da diabetes.
-Entre os países da Europa, o período de tempo entre a aprovação regulamentar de fármacos e instrumentos para a diabetes e a
disponibilização dos mesmos na prática clínica é bastante variável.
-Foram detetadas diferenças no acesso a: tiras de teste para a glicemia, medidores de glicemia para automonitorização3;8; medicamentos9;
bombas de insulina8 e diagnóstico.2
-Este acesso limitado vai comprometer os cuidados dos doentes e influenciar a confiança na sua capacidade de autogerir a doença.3
-Em muitos países, o apoio psicológico e a educação terapêutica não são comparticipados.8
O impacto financeiro para os doentes com diabetes está a aumentar.
-As comparticipações de medicamentos e instrumentos médicos têm sido reduzidas, por culpa dos cortes nas despesas da saúde aplicados
pelo governo.7 Estas medidas já provaram afetar desproporcionalmente os doentes mais vulneráveis e necessitados.7;10
-A comparticipação limitada das tiras de teste para a glicemia desencorajou muitas das pessoas com diabetes a autogerirem a doença.3
As medidas de «valor» das intervenções, novas e existentes, deviam apresentar-se mais sólidas e assumir uma abordagem social em
relação à avaliação – considerando o impacto geral na prestação de cuidados de saúde, a qualidade de vida e a produtividade do doente, bem
como o potencial para utilizar mais eficazmente os serviços de cuidados de saúde (por exemplo, hospitalizações reduzidas).
• As hospitalizações são o principal fator de custos da diabetes, sendo responsáveis por cerca de metade dos custos diretos.11;12
• As complicações têm um pesado impacto na qualidade de vida dos doentes, aumentam o risco de morte e custam o dobro.11;13;14
• O impacto da diabetes na produtividade é uma preocupação importante, tanto para as chefias, como para os funcionários.15
• Futuramente, é possível que os custos indiretos da diabetes superem os custos médicos diretos.16;17
São necessárias abordagens inovadoras para garantir a utilização adequada de novas intervenções.
-A utilização inadequada e a fraca adesão aos medicamentos para a diabetes representam um grave problema, assim sendo, são
necessários modelos inovadores de cuidados de saúde para melhorar a adesão e utilizar adequadamente os medicamentos para a diabetes,
monitorização e outras intervenções, e destruir as barreiras existentes aos cuidados.6
-Uma melhoria na adesão não vai apenas melhorar os resultados dos doentes, vai também reduzir os custos.18
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INTRODUÇÃO
ÁREAS
PRIORITÁRIAS
Uma abordagem
a toda a população
RECURSOS
ÚTEIS
Prevenção
e rastreio
Breve resumo
essencial
Resumo da
evidência
Cuidados
multidisciplinares
Questões
fundamentais para
consideração
Responsabilização
dos doentes
Quem deve
ser envolvido
Inovação e acesso
a cuidados
Casos =
práticos
Crianças nas
escolas
Perguntas e
respostas
Pessoas
idosas
Referências e
recursos
Inovação e acesso a cuidados: garantir o acesso a cuidados e promover a inovação na diabetes
C. Passar à prática
Questões
fundamentais
para
consideração
ilações
retiradas da
ão
implementaç
Ilações
Questões fundamentais para
consideração
As políticas nacionais para promover um melhor acesso aos cuidados podem não ser eficazes, uma vez que as decisões de financiamento estão cada vez mais localizadas.
Que mecanismos e processos podem ser
implementados para ajudar a evitar/reduzir as
diferenças de acesso em várias localizações e a
garantir que as melhores práticas são transmitidas
por todo o sistema?
Próximos passos
Quando existem limitações de acesso aos Haverá disponibilidade para criar uma plataforma
componentes mais básicos dos cuidados conjunta para determinar o valor das intervenções
da diabetes, é necessário justificar o (antigas e novas), garantindo que as intervenções e
investimento em novas intervenções para os processos de cuidados que oferecem um maior
a diabetes.valor aos doentes, à sociedade e à prestação de
cuidados de saúde são uma prioridade?
A colaboração intersetorial é fundamental Existe algum fórum de diálogo entre agências de
para focar a investigação na diabetes, regulamentação, organismos de avaliação de
identificar as principais necessidades por tecnologias da saúde (HTA), indústria e organizações
colmatar e acordar uma definição comum de doentes? Que intervenientes são necessários?
de «valor» aquando da avaliação das
intervenções, existentes e novas.
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INTRODUÇÃO
ÁREAS
PRIORITÁRIAS
Uma abordagem
a toda a população
RECURSOS
ÚTEIS
Prevenção
e rastreio
Breve resumo
essencial
Resumo da
evidência
Cuidados
multidisciplinares
Questões
fundamentais para
consideração
Responsabilização
dos doentes
Inovação e acesso
a cuidados
Quem deve
ser envolvido
Casos =
práticos
Crianças nas
escolas
Perguntas e
respostas
Pessoas
idosas
Referências e
recursos
Inovação e acesso a cuidados: garantir o acesso a cuidados e promover a inovação na diabetes
C. Passar à prática
Quem
deve ser
envolvido
Quem deve ser envolvido
Por que são importantes?Que função gostaria que tivessem?
Quem deve contactar?
Representantes dos doentesPodem ajudar a identificar que tipo de inovações (a
nível de programas de cuidados, medicamentos,
diagnóstico e monitorização) são mais necessárias
para responder às necessidades dos doentes.
Associações de profissionais (médicos, Devem ser definidas orientações e formação para
enfermeiros, etc.)incentivar a adoção das melhores práticas de cuidados,
de acordo com planos nacionais e uma visão partilhada
das necessidades por colmatar em relação à diabetes.
Sistemas informáticos da saúdeOs resultados a partir dos quais os cuidados são
avaliados devem basear-se em sistemas de
monitorização para conduzir a decisões de
financiamento futuras.
Autoridades reguladoras, fixação de preços Devem incorporar uma definição comum de «valor»
e comparticipações, agências de avaliação nas suas decisões para financiar/comparticipar novas
das tecnologias da saúde (HTA)intervenções.
Indústria (diagnóstico, monitorização, Principal contribuidor para a inovação – é necessário
instrumentos, insulina, farmácia)focar os esforços de investigação nas principais
necessidades por colmatar; pode colaborar com os
prestadores de cuidados de saúde para garantir que
as inovações são corretamente utilizadas.
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INTRODUÇÃO
ÁREAS
PRIORITÁRIAS
Uma abordagem
a toda a população
RECURSOS
ÚTEIS
Prevenção
e rastreio
Breve resumo
essencial
Resumo da
evidência
Cuidados
multidisciplinares
Responsabilização
dos doentes
Questões
fundamentais para
consideração
Quem deve
ser envolvido
Inovação e acesso
a cuidados
Casos =
práticos
Crianças nas
escolas
Perguntas e
respostas
Pessoas
idosas
Referências e
recursos
Inovação e acesso a cuidados: garantir o acesso a cuidados e promover a inovação na diabetes
D. Casos práticos
Caso prático n.º 1:
Grupo de trabalho da Rede
lthcare
vação na Saúde (European Hea
Europeia para a Liderança e Ino
para a diabetes tipo 2
Innovation Leadership Network)
o na Saúde
opeia para a Liderança e Inovaçã
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para a diabetes tipo 2 é uma inici
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a forma com
um consenso intersetorial sobre
deve ser definido.
para a diabetes
as inovações nos medicamentos
Este grupo de trabalho concluiu que
devem focar-se em três áreas:
• impedir a progressão da doença;
sculares;
• reduzir as complicações cardiova
glicemia, o
tratamento – em particular a hipo
do
rios
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•diminuir os efeitos secu
19
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ares
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aumento de peso e os riscos card
/
pestrynetworks.com/initiatives
Para mais informações: www.ta
cfm
ork.
netw
-innovation-leadershiphealthcare/european-healthcare
Caso prático n.º 2:
DIAMAP (EU)
O DIAMAP (Roteiro para a Inve
stigação sobre a Diabetes na Eur
opa - Road Map
for Diabetes Research in Europe
) é financiado pela Comissão Euro
peia e propõe uma
abordagem holística ao planeam
ento da investigação da diabetes
, abrangendo toda
a complexidade da apresentação
e epidemiologia da diabetes nos
diferentes grupos da
diabetes. (DIAMAP 2010) O pres
suposto subjacente ao DIAMAP
defende que um
investimento sustentado na inve
stigação da diabetes é necessário
para combater a
epidemia da diabetes (Coligação
Europeia para a Diabetes, 2010).
O DIAMAP disponibiliza um rote
iro para o planeamento da investig
ação da diabetes
e define uma estratégia europeia
para a investigação da diabetes que
aborda todos os
aspetos da doença (comorbilidad
es, prevenção de complicações,
terapêuticas adaptadas
por subgrupos, etc.)
Para mais informações: www.d
iamap.eu
Caso prático n.º 4:
Caso prático n.º 3:
Cartão de registo de inovações
A PriceWaterhouseCoopers desenvolveu um
Cartão de Registo das Inovações em Tecnologia
Médica, que avalia as capacidades e competênc
ias de nove países no que respeita a inovação
em tecnologia médica (Brasil, China, França,
Alemanha, Índia, Israel, Japão, Reino Unido
,
Estados Unidos). Este cartão de registos pode
ser um bom exemplo de como os países pode
m
ter interesse em avaliar as suas capacidade
s e investimentos em inovação, não só em
termos
de tecnologia médica, mas também no que
se refere a outros investimentos nos cuidados
da
diabetes.
Para mais informações:
www.pwc.com/us/en/health-industries/
health-research-institute/
innovation-scorecard/index.jhtml
íses Baixos)
Expedição diabetes (Pa
»,
a «expedição diabetes
Diabetes (NDF) lançou
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ção
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cujo objetivo é melhorar
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diabetes.
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INTRODUÇÃO
ÁREAS
PRIORITÁRIAS
Uma abordagem
a toda a população
RECURSOS
ÚTEIS
Prevenção
e rastreio
Breve resumo
essencial
Cuidados
multidisciplinares
Resumo da
evidência
Questões
fundamentais para
consideração
Responsabilização
dos doentes
Quem deve
ser envolvido
Inovação e acesso
a cuidados
Casos =
práticos
Crianças nas
escolas
Perguntas e
respostas
Pessoas
idosas
Referências e
recursos
Inovação e acesso a cuidados: garantir o acesso a cuidados e promover a inovação na diabetes
E. Perguntas e respostas
Por que razão investimos na diabetes,
em vez de o fazermos em relação a
outras áreas patológicas?
Os custos com a diabetes são
superiores aos do cancro, ainda assim,
é atribuída pouca prioridade à diabetes,
comparativamente a outras doenças.5 A
prevalência e os custos da diabetes (para
o sistema de cuidados de saúde e para a
sociedade, através da perda de
produtividade) estão a aumentar de forma
exponencial, situação que vai manter-se
caso não se invista mais na melhoria da
prevenção, do tratamento e dos cuidados
da diabetes.
Não deveríamos investir na
prevenção, e não nos cuidados?
A prevenção da diabetes é fundamental,
e continuam a ser necessários mais esforços
e recursos para garantir uma prevenção mais
eficaz – ainda assim, nem todos os casos
de diabetes podem prevenir-se. Além disso,
também é necessário melhorar os resultados
de milhões de pessoas que já têm diabetes,
melhorando os cuidados que recebem e
reduzindo o risco de desenvolver
complicações e problemas de saúde
associados.
Não deveríamos focar-nos no
financiamento sustentável dos nossos
sistemas de cuidados de saúde, em
vez de investirmos em novos
cuidados?
Q
A
O incentivo ao financiamento
sustentável da inovação e dos cuidados
de saúde não deve ser visto como algo
incompatível, desde que implementemos
mecanismos nos sistemas de cuidados de
saúde para garantir que as novas
intervenções são utilizadas de forma
adequada e que conseguimos retirar o
máximo benefício delas.
Não seria de esperar que houvesse
diferenças no acesso ao tratamento e
à prestação de cuidados para a
diabetes dentro da UE, uma vez que
estes refletem a capacidade de pagar
individual de cada país?
As desigualdades de acesso não
estão necessariamente relacionadas com
o PIB dos países. As diferenças na adoção
de cuidados inovadores entre os países
não são reflexo do PIB nem da capacidade
de pagar de um país, mas dependem de
outros fatores, tais como obstáculos
regulamentares.20
Como podemos justificar o facto de
pagarmos mais por novos fármacos e
instrumentos dispendiosos?
Porquê investir em novos medicamentos e instrumentos para a diabetes,
quando já há tantos tratamentos para
a diabetes disponíveis?
Ainda que existam, atualmente,
muitas opções de tratamento, apenas
metade dos doentes com diabetes
conseguem controlar a doença com os
medicamentos disponíveis, sendo que a
adesão aos medicamentos existentes é
baixa. Além disso, pensa-se que até 50%
dos casos de diabetes tipo 2 na Europa
não estão diagnosticados, sendo que um
melhor diagnóstico é também essencial.8
Posto isto, o investimento em melhores
modelos de práticas, tratamento,
diagnóstico e instrumentos de
monitorização é fundamental se queremos
combater o impacto da diabetes.
Os fármacos representam apenas uma
pequena parte do total de custos da diabetes.9 Os
principais fatores de custo são as hospitalizações,
que se devem, em grande parte, às complicações
relacionadas com a diabetes (cardiopatias, AVC,
etc.).9 As questões essenciais em relação a qualquer
uma das novas intervenções devem ser: será que a
sua utilização vai diminuir a taxa de hospitalizações?
Vai permitir que os doentes alcancem uma melhor
autogestão? Vai melhorar a qualidade de vida dos
doentes? Ajuda a prevenir ou a atrasar as
complicações? Permite que os doentes
permaneçam cidadãos ativos e produtivos?
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INTRODUÇÃO
ÁREAS
PRIORITÁRIAS
Uma abordagem
a toda a população
Breve resumo
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RECURSOS
ÚTEIS
Prevenção
e rastreio
Resumo da
evidência
Cuidados
multidisciplinares
Questões
fundamentais para
consideração
Responsabilização
dos doentes
Quem deve
ser envolvido
Inovação e acesso
a cuidados
Casos =
práticos
Crianças nas
escolas
Perguntas e
respostas
Pessoas
idosas
Referências e
recursos
Inovação e acesso a cuidados: garantir o acesso a cuidados e promover a inovação na diabetes
F. Referências e recursos
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duplo cl
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INTRODUÇÃO
ÁREAS
PRIORITÁRIAS
Uma abordagem
a toda a população
RECURSOS
ÚTEIS
Prevenção
e rastreio
Breve resumo
essencial
Resumo da
evidência
Cuidados
multidisciplinares
Questões
fundamentais para
consideração
Responsabilização
dos doentes
Quem deve
ser envolvido
Inovação e acesso
a cuidados
Casos
práticos
Crianças nas
escolas
Perguntas e =
respostas
Pessoas
idosas
Referências e
recursos
Uma responsabilidade particular: crianças com diabetes e escolas
A. Breve resumo essencial
«As crianças são um grupo prioritário no seio da população diabética. O diagnóstico em tenra
idade pode influenciar o desenvolvimento social e pessoal de uma criança. Garantir resposta às
necessidades médicas de uma criança a todos os níveis da sua vida e, em particular, durante
o tempo que passa na escola, é vital para a integração social – sem esquecer, naturalmente, a
saúde e o bem-estar». Giorgios Papanikolaou, Membro do Parlamento Europeu
Ações prioritárias
Cinco ideias a reter
a
e adolescentes, logo
is comum em crianças peita à diabetes tipo 1
ma
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1. A
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pre
ar
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ndonar a sua pro
aba
a
s
ado
rig
ob
são
frequentemente,
•Disponibilizar informações completas sobre a diabetes e respetiva gestão da doença
a todas as escolas e instituições de educação para garantir que todos os funcionários
estão familiarizados com alguns conhecimentos básicos sobre a diabetes e que os receios
injustificados sobre a responsabilidade sejam desafiados.
•Garantir que cada criança com diabetes dispõe de um plano de saúde individual,
que reúna o acordo do médico responsável, dos pais e da escola, garantindo que todas as
funções e responsabilidades são claramente definidas e que todos os prestadores de
cuidados são informados sobre as necessidades particulares de cada criança com diabetes.
• Unir os setores da saúde e da educação – através de protocolos conjuntos, de linhas
claras de responsabilidade e através da integração de normas na inspeção escolar.
• Investir na formação sobre a diabetes junto das escolas, com a ajuda de profissionais
de saúde especializados na diabetes pediátrica, por exemplo, enfermeiros especializados
na diabetes pediátrica que possam disponibilizar uma formação adequada a funcionários de
escolas que queiram voluntariar-se para acompanhar a gestão da doença de uma criança.
•Desenvolver legislação e orientações clínicas mais claras sobre a gestão da diabetes
nas escolas, para ajudar as escolas a planear e a implementar os recursos necessários para
responder às necessidades das crianças com diabetes.
• Explorar as possibilidades de financiamento da UE para o desenvolvimento de ações
específicas que apoiem crianças com diabetes, por exemplo, através do Programa
Europeu para a Juventude.
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Resumo da
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Questões
fundamentais para
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Responsabilização
dos doentes
Quem deve
ser envolvido
Inovação e acesso
a cuidados
Casos
práticos
Crianças nas
escolas
Perguntas e =
respostas
Pessoas
idosas
Referências e
recursos
Uma responsabilidade particular: crianças com diabetes e escolas
B. Resumo da evidência
?
O que significa
As crianças e os adolescentes com diabetes passam grande parte do seu dia na escola, o que faz com que seja necessário reunir todas as
condições para que o ambiente escolar lhes proporcione a possibilidade de gerir a doença de forma eficaz. Em particular, as crianças devem
poder:
•testar os níveis de glicose, injetar insulina ou tomar medicação sempre que seja necessário ao longo de todo o dia (nas escolas primárias, é
provável que as crianças necessitem da ajuda de alguém com formação);
• comer ou beber e ir à casa de banho sempre que necessário;
• participar em atividades desportivas ou excursões.
Porque é importante
•A incidência da diabetes tipo 1 e tipo 2 está a aumentar em crianças na Europa3;6,7 ainda assim, a maioria das escolas não dispõe dos
conhecimentos nem dos recursos necessários para lidar com as necessidades médicas destas crianças.
•Uma gestão prudente é particularmente importante para as crianças.2 Todas as crianças que não tenham a possibilidade de gerir a sua
doença em segurança na escola podem estar sujeitas a um maior risco de apresentar complicações relacionadas com a diabetes.
•A diabetes mal controlada afeta negativamente a aprendizagem das crianças. Tanto um nível baixo, como um nível elevado de glicose
no sangue irão impedir que as crianças se concentrem e aprendam, o que fará com que os professores centrem a sua atenção nestas
crianças, em detrimento das restantes.
•Temos o dever de garantir um tratamento adequado da diabetes desde o início. O que acontece na escola vai proporcionar as bases
para o desenvolvimento pessoal e social das crianças – afeta a autoconfiança, os sentimentos de independência e a integração social.
Continuação...
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e rastreio
Breve resumo
essencial
Resumo da
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Cuidados
multidisciplinares
Questões
fundamentais para
consideração
Responsabilização
dos doentes
Quem deve
ser envolvido
Inovação e acesso
a cuidados
Casos
práticos
Crianças nas
escolas
Perguntas e =
respostas
Pessoas
idosas
Referências e
recursos
Uma responsabilidade particular: crianças com diabetes e escolas
B. Podsumowanie dowodów (Continuação)
O que diz a evidência
1 A incidência da diabetes tipo 1 e tipo 2 em crianças e adolescentes está a aumentar.
• E
xistem cerca de 130 000 crianças com diabetes tipo 1 na Europa7, e o aumento mais significativo verifica-se nas crianças com menos
de cinco anos – espera-se que este número suba para o dobro entre 2005 e 2020.3
• O
aumento dos casos de obesidade infantil também contribuiu para um aumento da incidência da diabetes tipo 2;6 45% dos casos em
adolescentes são, atualmente, de diabetes tipo 2.6
• M
uitas vezes, a diabetes tipo 2 é uma doença mais grave quando diagnosticada em crianças, comparativamente aos adultos,
apresentando um maior risco de complicações e maior probabilidade de recorrer à terapêutica com insulina.2
2O enquadramento legal europeu apoia os direitos das crianças com diabetes na escola, no entanto, são muitas as escolas que
ainda se apresentam mal preparadas, ou relutantes em assumir a responsabilidade de gerir crianças com diabetes. Por exemplo,
em Espanha, um em cada quatro pais diz ter problemas com a escola do filho, no que respeita à gestão da diabetes das crianças.5
3Regra geral, as escolas revelam alguma relutância em assumir a gestão da diabetes de uma criança com receio da
responsabilidade e devido à falta de formação específica. Como resultado, os pais devem permanecer atentos para garantir a
segurança do seu filho ao longo de todo o dia, o que faz com que acabem por abdicar da sua carreira profissional.
4A perceção desta ausência de apoio por parte das escolas, pode influenciar os especialistas da diabetes a prescrever regimes
terapêuticos com insulina menos intensivos no caso das crianças, ainda que os regimes mais intensivos sejam mais eficazes na
obtenção de um controlo glicémico mais eficaz.4,5
5Enfermeiros especializados na diabetes pediátrica podem oferecer uma ligação coerente entre a saúde da criança e a escola
que frequentam. Além disso, podem disponibilizar um apoio importante às famílias e organizar sessões de formação nas escolas. A
presença destes enfermeiros foi também associada a uma redução dos internamentos e da duração dos mesmos, no caso de crianças
recém-diagnosticadas com diabetes insulinodependente.8
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Questões
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consideração
Responsabilização
dos doentes
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Inovação e acesso
a cuidados
Quem deve
ser envolvido
Casos
práticos
Perguntas e =
respostas
Pessoas
idosas
Referências e
recursos
Uma responsabilidade particular: crianças com diabetes e escolas
C. Passar à prática
Questões
fundamentais
para
consideração
ilações
retiradas da
ão
implementaç
Ilações
Questões fundamentais para
consideração
Próximos passos
O financiamento desta questão poderá Quem poderá estar disposto a financiar? Como
ser difícil de obter, uma vez que as incentivar um financiamento conjunto? Quais os
responsabilidades estão divididas entre mecanismos de financiamento locais disponíveis e
diferentes entidades.que oportunidades existem a nível europeu?
Não está estabelecida uma responsabilização entre os setores da saúde e da educação.
Existem alguns exemplos de protocolos de cuidado
integrado ou conjunto que possam abranger ambos
os setores? Se sim, foram desenvolvidos em
parceria?
Cada escola responde de diferente forma É possível estabelecer objetivos e normas para
às necessidades das crianças com abordar as necessidades das crianças com diabetes
diabetes. nas inspeções escolares, bem como nas auditorias
de instituições de saúde pública locais? Como
podem os ministérios da educação e da saúde
colaborar para harmonizar abordagens?
A identificação de quem vai disponibilizar Qual a disponibilidade de profissionais de
formação às escolas (enfermeiros enfermagem locais ou de organizações de doentes
especializados na diabetes, outros com capacidade para assumir este papel? Que papel
profissionais de saúde) é um grande podem/devem os enfermeiros da escola assumir?
desafio.
Muitas escolas revelam alguma relutância Qual a posição jurídica? É possível trabalhar com
em assumir este compromisso com receio grupos de doentes para informar os pais e as
da responsabilidade caso algo corra mal.
escolas, e definir orientações clínicas claras?
A acentuada rotatividade dos funcionários Como se pode criar um programa de formação
e a movimentação das crianças através do sustentável para as escolas? Será possível uma
sistema escolar dificulta o seguimento dos abordagem «formar o formador»?
requisitos de formação para responder às
necessidades individuais dos alunos.
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Quem deve
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Casos
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Crianças nas
escolas
Perguntas e =
respostas
Pessoas
idosas
Referências e
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C. Realizacja
Quem
deve ser
envolvido
Quem deve ser envolvido
Por que são importantes?Que função gostaria que tivessem?
Quem deve contactar?
Associações de diretores de escolasExercem um papel de liderança em escolas
comunitárias e individuais.
Sindicatos de professoresTêm-se mostrado relutantes em permitir que os
membros assumam responsabilidade pelas
necessidades médicas das crianças.
Crianças com diabetes e pais – São necessárias enquanto importantes defensoras
associações de paispara promover a mudança e fornecer um «balanço da
realidade» em relação a todas as ações que possam
ser propostas.
Especialistas na diabetes pediátricaTêm grande influência sobre as autoridades locais e
governamentais no sentido da mudança.
Enfermeiros locais, enfermeiros Importante ligação entre os sistemas de saúde e
especializados na diabetes pediátrica, etc.educação; podem disponibilizar formação para as
escolas, para cada criança.
Sociedades de profissionais da diabetesPodem ajudar a desenvolver orientações clínicas e a
adaptar a formação profissional para garantir um apoio
adequado às escolas.
Autoridades locais de saúde e educação Devem trabalhar em conjunto para implementar
alterações e definir normas localmente.
Ministério da saúde e ministério da Podem ajudar a promover orientações clínicas a nível
educaçãonacional; promover os cuidados integrados a nível
nacional.
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Questões
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Responsabilização
dos doentes
Quem deve
ser envolvido
Crianças nas
escolas
Inovação e acesso
a cuidados
Casos
práticos
Perguntas e =
respostas
Pessoas
idosas
Referências e
recursos
Uma responsabilidade particular: crianças com diabetes e escolas
D. Casos práticos
Caso prático n.º 1:
Caso prático n.º 5:
Legislação específica
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saúde das crianças com diabet
para melhorar os cuidados de
(Espanha)9
social de
Enfermeiros especializados na
diabetes pediátrica (RU, Escand
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via)
No RU e em alguns países escandin
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a. criar planos de saúde
a, garante-se uma ligação coerent
associações de doentes/pais;
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c. incentivar a troca de informa
, incluindo todos os
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ambientes e atividades da escola.
Para mais informações:
F
Caso prático n.º 4:
les/L9/CONG/BOCG/D/D_411.PD
www.congreso.es/public_oficia
Conjunto de recursos para
e Alemanha)
es disponibilizarem à escola (RU
os pais de crianças com diabet
iar os pais de
Caso prático n.º 3:
Orientações clínicas práticas
para as escolas sobre como gerir crianças
com diab
etes (RU)10
O Royal College of Nursing no RU disponibiliz
ou às escolas, algumas
orientações clínicas práticas sobre como respo
nder às necessidades dos
alunos com diabetes, proporcionando mode
los úteis e documentação
de apoio.
Para mais informações:
http://www.rcn.org.uk/__data/assets/pd
nte ao apo
em desempenhar um papel importa
As organizações de doentes pod
rsos encontravam-se
recu
s
este
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De
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pais poderiam utilizar
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de
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dades do seu filho. Alguns
la sobre como responder às necessi
para iniciar o diálogo com a esco
sultados abaixo.
RU e na Alemanha podem ser con
dos materiais disponibilizados no
Para mais informações:
type-1/school-resources
RU - www.jdrf.org.uk/life-with/dateimanager/data/
er.de/modularx/include/module
Alemanha - www.diabetes-kind
0.pdf
kindergartenbroschuere_07-201
f_file/0009/78633/002474.pdf
Continuação...
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a toda a população
Breve resumo
essencial
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escolas
Inovação e acesso
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Quem deve
ser envolvido
Casos
práticos
Perguntas e =
respostas
Pessoas
idosas
Referências e
recursos
Uma responsabilidade particular: crianças com diabetes e escolas
D. Studia przypadków (Continuação)
Caso prático n.º 5:
SWEET
s para
pediátrica e adolescente: esforço
Melhorar o controlo da diabetes
cia (UE)
a criação de centros de referên
e
pretend
nciado pela Comissão Europeia e
O projeto europeu SWEET é fina
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1
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crianças e adolescentes. Com este
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e da melhor prática clínica, através
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com a diabetes pediátrica
(COR) para serviços relacionados
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a UE. O projeto pretende criar «fer
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programas de formação ou profissio
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a fundação de novos
definição e critérios para orientar
a participação de 13 países.
com
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con
eto
proj
Atualmente, este
Caso prático n.º 7:
weet-project.eu/
Para mais informações: www.s
Caso prático n.º 6:
Posições conjuntas pa
ra as
necessidades de cuida
dos de saúde das cri
anças nas escolas
(RU, Irlanda)
No RU e na Irlanda, as
organizações de doen
tes com diabetes uniram
com organizações em
esforços
áreas como a asma e
a epilepsia para sensib
necessidade de respo
ilizar para a
nder às necessidades
médicas das crianças
nas escolas.12,13
Para mais informaçõ
es: www.medicalcon
ditionsatschool.org.uk
/
Protocolos comuns para a ges
tão de crianças com
doenças crónicas nos setores da
saúde e da educação (Espanha,
Itália)
Existem acordos quadro regionais
em muitas regiões de Espanha (pro
tocolos de actuación) e
Itália (Intese) sobre a gestão de doe
nças crónicas nas escolas – em part
icular no que respeita a
administração de medicamentos.
Estes acordos delineiam toda a cade
ia de cuidados que liga os
serviços educacionais e de saúde,
definindo igualmente as funções
e as responsabilidades de
todos os agentes envolvidos. Reg
ra geral, estes acordos envolvem
as
escolas, os serviços de
saúde locais, os pais e as autorida
des de educação e saúde relevant
es a nível local/regional.
Para mais informações:
Andaluzia - www.feteugtand
alucia.org/files/a_sanitaria_pro
tocolo.pdf
/pdf/scuola_protocollo_farmaci.
pdf
Toscana - www.agd.it/leggitos
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Quem deve
ser envolvido
Crianças nas
escolas
Inovação e acesso
a cuidados
Casos
práticos
Perguntas e =
respostas
Pessoas
idosas
Referências e
recursos
Uma responsabilidade particular: crianças com diabetes e escolas
E. Perguntas e respostas
Crianças com outras doenças
enfrentam dificuldades semelhantes
– porque devemos focar-nos na
diabetes?
Seria excessivo pedir que os
professores aprendessem a
monitorizar os níveis de glicose ou a
injetar insulina numa criança.
A diabetes é uma das doenças
crónicas mais comuns nas crianças e a
incidência da doença tem vindo a
aumentar – é necessário planear as
necessidades das gerações atuais e
futuras. Contudo, e dito isto, muitos dos
desafios que as crianças com diabetes
enfrentam são semelhantes aos de
crianças com asma, epilepsia ou outras
doenças que requeiram cuidados médicos
na escola. Em alguns países, as
organizações de doentes que representam
estas doenças uniram esforços para criar
campanhas conjuntas e materiais de apoio
para as escolas, que abranjam todas estas
doenças.
Os pais de crianças com diabetes
recebem formação específica sobre a gestão
de todos os aspetos da diabetes do filho e,
por conseguinte, é perfeitamente possível
que os professores aprendam a fazer o
mesmo. A Suécia acabou por alterar a
legislação para que a monitorização dos
níveis da glicose e a administração de insulina
(e outros aspetos da gestão da diabetes)
fossem considerados «autocuidado» (ou seja,
não são considerados cuidados médicos),
o que significa que funcionários escolares
sem formação clínica o façam sem receio da
responsabilidade.
Q
A
O enquadramento legal já protege os
direitos das crianças com diabetes
contra a discriminação nas escolas.
Se assim é, por que necessitamos de
mais legislação?
A solução não passa, necessariamente,
por mais legislação, mas é urgente
disponibilizar orientações clínicas e
informações claras às escolas para que
percebam e possam cumprir o seu papel.
De acordo com as sondagens efetuadas em
alguns países, atualmente, a experiência
das crianças com diabetes varia consoante
a escola que frequentam e depende da boa
vontade de cada professor.
Os sindicatos de professores já
afirmaram claramente que consideram
a administração de medicamentos (em
particular as injeções) por professores
algo que extravasa as suas obrigações.
Este será, certamente, o papel do
enfermeiro ou médico da escola?
Esta é a realidade em muitos países
(por exemplo, no RU), contudo, os receios
injustificados sobre a responsabilidade são,
regra geral, o que leva os sindicatos de
professores a tomar esta atitude. Se fossem
disponibilizadas informações de qualidade e
uma formação completa aos funcionários
da escola, sobre como gerir todos os
aspetos da diabetes de forma eficaz, talvez
esta relutância por parte dos sindicatos de
professores fosse atenuada. Os governos
podem também clarificar os deveres e as
responsabilidades legais.
A maioria das escolas não dispõe de
um enfermeiro ou médico no local. Além
disso, são várias as necessidades de uma
criança com diabetes, desde as idas à casa
de banho com maior frequência, até às
medições de glicose regulares. É
importante que os funcionários da escola
que passam mais tempo com a criança
(por exemplo, os professores) estejam
atentos às necessidades do aluno, para
garantir uma resposta mais natural
possível, causando o mínimo de
perturbação e constrangimento à criança.
É imprudente dizer que as crianças
com diabetes devem praticar desporto
ou outras atividades físicas.
Não é verdade – as crianças com
diabetes apresentam melhores níveis de
glicose no sangue quando praticam
atividade física regularmente. O plano de
saúde individual da criança terá as
indicações sobre os exercícios que podem
ser feitos em segurança, bem como sobre
algumas ocasiões raras em que a criança
não pode praticar exercício.
71
INTRODUÇÃO
ÁREAS
PRIORITÁRIAS
Uma abordagem
a toda a população
Breve resumo
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Quem deve
ser envolvido
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práticos
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idosas
Referências e
recursos
Uma responsabilidade particular: crianças com diabetes e escolas
F. Referências e recursos
Referências
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INTRODUÇÃO
ÁREAS
PRIORITÁRIAS
Uma abordagem
a toda a população
RECURSOS
ÚTEIS
Prevenção
e rastreio
Breve resumo
essencial
Resumo da
evidência
Cuidados
multidisciplinares
Questões
fundamentais para
consideração
Responsabilização
dos doentes
Quem deve
ser envolvido
Inovação e acesso
a cuidados
Casos
práticos
Pessoas
idosas
Crianças nas
escolas
Perguntas e
respostas
Referências e
recursos
Uma responsabilidade particular: pessoas idosas com diabetes
A. Breve resumo essencial
«As pessoas idosas representam um quinto de toda a população, mas mais de metade da população de
pessoas com diabetes. Um cuidado adequado para os doentes diabéticos idosos requer uma abordagem
multidisciplinar, individualizada e integrada, em que as necessidades individuais de cada doente sejam
tidas em consideração. Infelizmente, os nossos sistemas de cuidados de saúde ainda têm um longo
caminho a percorrer para atingir esse objetivo». Cindy Franssen, Deputada para a Flandres e Membro do Senado Belga
Ações prioritárias
Cinco ideias a reter
mais
hecido da diabetes tem
com um diagnóstico con
as
sso
1;2
pe
das
e
tad
1. Mais de me
entar para 60%.
, este número vai aum
os
de 60 anos e em 2030
m ter de ser adaptad
ento da diabetes3 pode
e,
tam
dad
tra
e
gili
o
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e
ge
qu
de
, na medida em
2. Os objetivos
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ento.1;5-7
do
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presença de ou
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8
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rirem
,
pessoas idosas para ge
em lares têm diabetes
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ida
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3. Aproximadamen
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ainda assim
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aos
de
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ten
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s
so
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ido
ativ
4. Os doentes
urgência, compar
a
de hospitalizações de
plicações através11 de um
taxas mais elevadas
9,10 A prevenção destas com
s.
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.
is
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doentes diabéticos ma
es consideráveis de cus
de traduzir-se em reduçõ
s, têm vindo a ser
gestão mais cuidada po
em com comorbilidade
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ticu
par
em
temas de cuidados de
5. As pessoas idosas,
m disso, muitos dos sis
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clín
os
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ida para doentes diabé
excluídas de en
ura de cuidados defin
rut
est
a
um
nh
ne
têm
saúde não
idosos.
•Garantir que as orientações clínicas incluem recomendações específicas para pessoas
idosas, que têm em consideração as suas necessidades particulares e que fazem face à sua
heterogeneidade.
•Incentivar a implementação de cuidados integrados a nível local, sendo esta a forma
mais promissora de conseguir um nível de cuidados multidisciplinares e personalizados para
pessoas idosas com diabetes.
•Estabelecer normas referentes à gestão de pessoas idosas em sistemas de
remuneração baseados no desempenho para os médicos.
•Disponibilizar programas de educação e promoção de um estilo de vida saudável (por
exemplo, sobre nutrição e atividade física) na comunidade ou através de instituições que
consigam alcançar pessoas idosas.
•Oferecer programas de apoio e formação comunitários à população idosa e respetivos
prestadores de cuidados, através de enfermeiros ou outros profissionais de cuidados de
saúde locais, com o objetivo de reduzir as taxas de hospitalização e encorajar a adesão ao
tratamento.
• Desenvolver orientações regulamentares para garantir que os ensaios clínicos sobre
a diabetes sejam mais relevantes para as pessoas idosas, quer através da inclusão de
um número adequado de pessoas idosas, em particular aquelas que apresentam várias
condições, ou através de modelos que permitam a extrapolação das descobertas à
população idosa.
•Estabelecer um quadro regulamentar para lares e instituições semelhantes, para
garantir que os funcionários dispõem de um nível de formação adequado sobre a gestão
da diabetes e que são criadas normas aplicadas a sistemas e processos de controlo de
qualidade.7
73
INTRODUÇÃO
ÁREAS
PRIORITÁRIAS
Uma abordagem
a toda a população
RECURSOS
ÚTEIS
Prevenção
e rastreio
Breve resumo
essencial
Resumo da
evidência
Cuidados
multidisciplinares
Questões
fundamentais para
consideração
Responsabilização
dos doentes
Quem deve
ser envolvido
Inovação e acesso
a cuidados
Casos
práticos
Pessoas
idosas
Crianças nas
escolas
Perguntas e
respostas
Referências e
recursos
Uma responsabilidade particular: pessoas idosas com diabetes
B. Resumo da evidência
?
O que significa
A gestão da diabetes em pessoas idosas pode apresentar desafios particulares inerentes à fragilidade, às limitações funcionais, à disfunção
cognitiva e a outras doenças crónicas (comorbilidades) que vão ditar a capacidade que muitas pessoas têm para gerir a diabetes4 e afetar a
resposta ao tratamento.
Por que é importante
•As pessoas idosas representam o maior grupo da população com diabetes. Uma em cada cinco pessoas tem diabetes e admite-se a
mesma proporção para os casos da diabetes não diagnosticados.7 Esta taxa vai aumentar 4,5 vezes (em comparação com um aumento três
vezes superior na população total) em 2050.4;8
•Existe uma lacuna na evidência e nas boas práticas. A maioria das orientações clínicas internacionais para a diabetes ignora problemas
como a fragilidade, as limitações funcionais, as mudanças na saúde mental e o aumento da dependência que caracterizam muitas das
pessoas idosas com diabetes.7
•Aproximadamente um quarto dos residentes em lares tem diabetes.8 Estes residentes estão mais propensos a quedas, taxas mais
elevadas de problemas cardíacos e depressão, insuficiência funcional e declínio cognitivo, comparativamente aos residentes sem
diabetes.8;12;13
•As taxas de complicações tendem a ser superiores para as pessoas idosas, tal como as taxas de hospitalizações de urgência.9,10
A prevenção destas complicações através de uma gestão mais cuidada pode traduzir-se em reduções consideráveis de custos – por
exemplo, no RU a redução em 50% dos reencaminhamentos tardios para médicos especialistas em podologia poderá ter poupado ao
sistema de cuidados de saúde 42 milhões de euros por ano11
O que diz a evidência
As pessoas idosas podem ter necessidades particulares que devem ser tidas em consideração aquando da elaboração dos planos
de tratamento
•A gestão eficaz de doentes diabéticos idosos exige maior ênfase na segurança, na prevenção da diabetes, no tratamento precoce de
doenças vasculares e na avaliação funcional da incapacidade, devido a problemas com os membros, doenças oculares e AVC.1;2,7,8,14
•As pessoas idosas com multimorbilidades e má nutrição podem incorrer num risco particularmente elevado de hipoglicemia, sendo a
prevenção uma prioridade neste grupo etário.4
• Os objetivos para o controlo da glicemia têm de ser adaptados a pessoas idosas frágeis ou com comorbilidades.5;6
Continuação...
74
INTRODUÇÃO
ÁREAS
PRIORITÁRIAS
Uma abordagem
a toda a população
Breve resumo
essencial
RECURSOS
ÚTEIS
Prevenção
e rastreio
Resumo da
evidência
Cuidados
multidisciplinares
Questões
fundamentais para
consideração
Responsabilização
dos doentes
Quem deve
ser envolvido
Inovação e acesso
a cuidados
Casos
práticos
Pessoas
idosas
Crianças nas
escolas
Perguntas e
respostas
Referências e
recursos
Uma responsabilidade particular: pessoas idosas com diabetes
B. Resumo da evidência (Continuação)
O que diz a evidência
São necessárias abordagens de gestão e tratamento personalizadas.8
• D
e acordo com os estudos, os objetivos dos cuidados de saúde mais importantes para doentes idosos são manter o estado funcional e a
independência.8,15
• O
s planos de gestão personalizados para pessoas idosas devem considerar medidas centradas nos doentes, tais como as preferências, a
qualidade de vida, as alterações cognitivas, o equilíbrio e o risco de quedas, a necessidade de gerir vários medicamentos e a minimização do
impacto do prestador de serviços.5;6
As alterações ao estilo de vida são particularmente eficazes em pessoas idosas
•Os estudos em larga escala sobre as intervenções comportamentais focam-se na perda de peso, sendo que a atividade física se mostrou
particularmente eficaz em doentes diabéticos idosos. Por exemplo, no US Diabetes Prevention Programme, tais intervenções diminuíram o
risco de desenvolver diabetes em cerca de 71% para pessoas com mais de 60 anos.16
Um processo de rastreio adequado deve ser incluído nos planos de cuidados para pessoas idosas com diabetes, em particular para:
• Depressão e disfunção cognitiva – doenças muitas vezes pouco reconhecidas e não tratadas em pessoas idosas.7
•Fragilidade e comorbilidades17 para ajudar a identificar quaisquer perdas funcionais, medir os níveis de incapacidade e permitir que o
tratamento seja adequado às necessidades individuais.6;7
• Risco de malnutrição, através de um rastreio nutricional regular.­7
São necessárias normas específicas para a gestão de pessoas com diabetes em lares e instituições semelhantes
•Uma elevada proporção de pessoas com diabetes vive em lares, ainda assim, os cuidados estão muitas vezes mal estruturados, o que
origina elevadas taxas de hospitalizações de urgência e complicações evitáveis.1
•O controlo regular e a formação de funcionários e doentes pode fazer uma grande diferença na melhoria dos cuidados dos residentes idosos
de lares com diabetes.1
75
INTRODUÇÃO
ÁREAS
PRIORITÁRIAS
Uma abordagem
a toda a população
RECURSOS
ÚTEIS
Prevenção
e rastreio
Breve resumo
essencial
Resumo da
evidência
Cuidados
multidisciplinares
Questões
fundamentais para
consideração
Responsabilização
dos doentes
Quem deve
ser envolvido
Inovação e acesso
a cuidados
Casos
práticos
Pessoas
idosas
Crianças nas
escolas
Perguntas e
respostas
Referências e
recursos
Uma responsabilidade particular: pessoas idosas com diabetes
C. Passar à prática
Questões
fundamentais
para
consideração
ilações
retiradas da
ão
implementaç
Ilações
Questões fundamentais para
consideração
Próximos passos
As pessoas idosas formam um grupo da Como podemos alcançar o equilíbrio perfeito entre
população bastante heterogéneo e, por a personalização dos cuidados e a normalização das
isso, uma abordagem única para todos os melhores práticas.
casos não será bem-sucedida.
Tanto a malnutrição, como a obesidade Como podemos garantir o equilíbrio certo de
podem ser um problema para as pessoas mensagens que abordem ambos os riscos?
idosas.
A elevada rotatividade de funcionários faz Que medidas podem ser tomadas para garantir a
dos lares um ambiente desafiador para a continuidade e sustentabilidade das alterações que
implementação de reformas.se tentam implementar?
Na prática, a implementação de um Atualmente, quais são as barreiras à implementação
cuidado multidisciplinar pode ser difícil.de cuidados multidisciplinares? Qual a melhor forma
de os abordar?
A formação e o desenvolvimento contínuos são fundamentais à reforma de qualquer sistema de saúde, de outra forma as mudanças podem ser vistas apenas como imposições para os profissionais de
cuidados de saúde.18
Quem é responsável pela formação dos vários
profissionais de cuidados de saúde? Como é que
a informação relevante pode ser apresentada nos
programas de formação?
76
INTRODUÇÃO
ÁREAS
PRIORITÁRIAS
Uma abordagem
a toda a população
RECURSOS
ÚTEIS
Prevenção
e rastreio
Breve resumo
essencial
Resumo da
evidência
Cuidados
multidisciplinares
Questões
fundamentais para
consideração
Responsabilização
dos doentes
Quem deve
ser envolvido
Inovação e acesso
a cuidados
Casos
práticos
Pessoas
idosas
Crianças nas
escolas
Perguntas e
respostas
Referências e
recursos
Uma responsabilidade particular: pessoas idosas com diabetes
C. Passar à prática
Quem
deve ser
envolvido
Quem deve ser envolvido
Por que são importantes?Que função gostaria que tivessem?
Quem deve contactar?
Associações de doentes idosos (por Podem ajudar a melhorar a consciencialização sobre a
exemplo, organizações membros da AGE)diabetes e sua prevenção na população idosa.
Prestadores de cuidados e famíliaTêm de ser envolvidos nas tomadas de decisão e de
receber formação/informações adequadas para
poderem ajudar o seu familiar idoso a gerir a diabetes
e a cumprir o tratamento.
Geriatras, associações geriátricasDisponibilizam uma perspetiva especializada sobre as
necessidades dos doentes idosos, instrumentos de
rastreio adequados, etc.
Enfermeiros especializados na diabetes (ou equivalente)
Têm o papel fundamental de fornecer formação e
apoio aos doentes e prestadores de cuidados.
Centros comunitários, centros de lazer, Ambientes em que as pessoas idosas podem ser
ginásios, etc. abordadas no que se refere a programas de prevenção
– «tornar todos os contactos importantes».
Associações profissionais de cuidados São necessárias para garantir formação específica
primáriossobre a diabetes em pessoas idosas nos programas de
formação básica e prosseguir com os programas de
formação para todos os médicos de cuidados primários.
Lares e entidades responsáveis por criar políticas de cuidados a longo prazo
Podem ajudar a garantir que a diabetes é considerada
nas políticas de cuidados a longo prazo
77
INTRODUÇÃO
ÁREAS
PRIORITÁRIAS
Uma abordagem
a toda a população
RECURSOS
ÚTEIS
Prevenção
e rastreio
Breve resumo
essencial
Resumo da
evidência
Cuidados
multidisciplinares
Questões
fundamentais para
consideração
Responsabilização
dos doentes
Quem deve
ser envolvido
Inovação e acesso
a cuidados
Casos
práticos
Pessoas
idosas
Crianças nas
escolas
Perguntas e
respostas
Referências e
recursos
Uma responsabilidade particular: pessoas idosas com diabetes
D. Casos práticos
Caso prático n.º 1:
Clínicas da diabetes
geriátricas (EUA)
ante de uma clínica
os oferece um protótipo interess
O Joslin Centre nos Estados Unid
o, social e emocional/
físic
do
esta
o
idosas. A clínica «avalia
dedicada à diabetes em pessoas
ntes e famílias enfrentam ao
a as barreiras específicas que doe
cognitivo dos doentes e identific
submetido a uma avaliação
tão da diabetes». Cada doente é
desempenhar funções de autoges
idade e frequência da
grav
tão,
o a capacidade de autoges
com
res
fato
isa
anal
que
a,
plet
com
oferecendo, ainda, um
stão nutricional e atividade física,
hipoglicemia, função cognitiva, inge
lizado da gestão da diabetes.
modelo multidisciplinar e persona
_elderly.html
slin.org/care/diabetes_and_the
Para mais informações: www.jo
Caso prático n.º 3:
Incluir um controlo ao
s cuidados prestados
que
foque a prevenção de
complicações na quali
dade de monitorizaçã
cuidado da diabetes
o do
(RU).
O National Service Fra
mework for Diabetes
foi fundado em 2001 no
normas mínimas claras
RU para fornecer
daquilo que constitui um
bom cuidado da diabe
estas normas, encontra
tes. De entre
m-se nove processos
de cuidado básico que
precoces de complicaçõ
controlam os sinais
es relacionadas com a
diabetes evitáveis, tais
e a doença renal, e qu
como a cegueira
e definem objetivos de
tratamento para a gestã
tensão arterial e do col
o da glicemia, da
esterol, minimizando o
risco de desenvolver com
relacionadas com a dia
plicações
betes.20 Estas normas
são particularmente rel
doentes idosos que apr
evantes para
esentam um maior risc
o de desenvolver estas
tendo sido incluídas no
complicações,
Quality Outcomes Fra
mework, um regime
comparticipação e desem
nac
ional de
penho para clínicos ge
rais.21 Além disso, as no
questão foram també
rmas em
m reforçadas através
de orientações clínica
Instituto Nacional de
s publicadas pelo
Saúde e Excelência Clí
nica do Reino Unido
(NICE) em 2010.22
Caso prático n.º 2:
Relacionar a remuneração
dos médicos com o sucesso de resultado
s específicos em pesso
as idosas (França)
Em França, os clínicos gerais estão sujeitos
a um esquema de «pagamento por
desempenho» ao qual se dá o nome de Rému
nération sur objectifs de santé publique
(ROSP) (Remuneração dependente dos objet
ivos de saúde pública) ou P4P. O ROSP
recompensa o desempenho dos clínicos gerai
s, de acordo com uma lista de
objetivos clínicos em três áreas distintas, de
entre as quais a gestão de doenças
crónicas, incluindo a diabetes.19 Os clínicos
gerais são recompensados financeiramente
tendo em conta o número de objetivos cump
ridos. Os objetivos são definidos por três
anos e incluem:
•75% dos doentes diabéticos devem ser reenc
aminhados para uma consulta
oftalmológica.
•> 65% dos doentes diabéticos devem ser
submetidos a, pelo menos, 3 ou 4 testes
HbA1c por ano.
•> 75% dos homens com mais de 50 anos
e mulheres com mais de 60 devem ser
prescritos uma estatina para ajudar a prevenir
episódios cardiovasculares.
Continuação...
78
INTRODUÇÃO
ÁREAS
PRIORITÁRIAS
Uma abordagem
a toda a população
Breve resumo
essencial
RECURSOS
ÚTEIS
Prevenção
e rastreio
Cuidados
multidisciplinares
Resumo da
evidência
Questões
fundamentais para
consideração
Responsabilização
dos doentes
Quem deve
ser envolvido
Inovação e acesso
a cuidados
Casos
práticos
Pessoas
idosas
Crianças nas
escolas
Perguntas e
respostas
Referências e
recursos
Uma responsabilidade particular: pessoas idosas com diabetes
D. Casos práticos (Continuação)
Caso prático n.º 4:
).
Orientação conjunta
profissionais (Europa
sociações geriátricas
2004 para
as
as
e
tes
be
dia
a
WPOP) foi fundado em
entre
em Pessoas Idosas (ED
forma
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ecíficos da diabetes de
Europeu para a Diabe
cuidados de saúde esp
O Grupo de Trabalho
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tações europeias
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para a criação de orien
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s.23
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garantir que as pessoas
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o da doença adequado
, ao longo da sua vid
stã
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qu
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com
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e
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a
continuad
recebem um
ão Internacional de
as idosas com diabetes
junto com a Associaç
con
em
que garantem que pesso
ão
siç
po
delo eficaz que
7
de
ão
uma declaraç
betes. Este é um mo
Dia
na
al
on
aci
ern
Int
Em 2011, apresentaram
s
rito
(IAGG) e o Grupo de Pe
Gerontologia e Geriatria
al.
ion
nac
el
pode ser replicado a nív
_EDWPOP.pdf
es:
/DIABET_Guis_clinicas
Para mais informaçõ
ay
s2d
ete
iab
i/d
ob
om/eventm
www.orquideatech.c
Caso prático n.º 5:
Criação de orientações e metod
ologias comuns para programa
s
de cuidados para doentes com
multimorbilidades (Europa).24
O pacote de trabalhos 3 da ação
conjunta sobre doenças crónicas
patrocinada pela Comissão Europeia
pretende identificar as boas práticas
para a gestão de doentes com mul
timorbilidades e, ainda, identificar
condições que permitam alargar
e replicar tais iniciativas. Além diss
o, um dos objetivos é também
desenvolver intervenções inovado
ras e economicamente viáveis para
gerir doentes com
multimorbilidades, focando uma
prevenção secundária, diagnóstico
precoce e melhor adesão ao
tratamento, bem como desenvolve
r programas de formação de ges
tão de casos para prestadores de
cuidados, para serem aplicados nos
vários ambientes de prestação de
cuidados de saúde na Europa.
A implementação do pacote de trab
alhos está a decorrer em vários país
es europeus.
Para mais informações:
www.ec.europa.eu/eahc/docum
ents/health/calls/2013/Workshop
_on_Joint_Action_
2013/working_paper_JA_chron
ic_diseases.pdf
79
INTRODUÇÃO
ÁREAS
PRIORITÁRIAS
Uma abordagem
a toda a população
Breve resumo
essencial
RECURSOS
ÚTEIS
Prevenção
e rastreio
Cuidados
multidisciplinares
Resumo da
evidência
Questões
fundamentais para
consideração
Responsabilização
dos doentes
Quem deve
ser envolvido
Inovação e acesso
a cuidados
Casos
práticos
Pessoas
idosas
Crianças nas
escolas
Perguntas e
respostas
Referências e
recursos
Uma responsabilidade particular: pessoas idosas com diabetes
E. Perguntas e respostas
Não podemos assumir que as pessoas
idosas estão já consideradas nas
orientações e planos da diabetes?
Por que são necessárias orientações
específicas para este grupo de
doentes?
Qual o objetivo de investir dinheiro na
prevenção de complicações a longo
prazo em doentes idosos com
diabetes que têm poucos anos de
vida pela frente?
Estudos demonstraram que as taxas
de sobrevivência, mesmo para doentes
idosos com diabetes, podem ser bastante
positivas, por isso, temos de pensar
seriamente sobre a hipótese de não
oferecer terapêuticas preventivas de
complicações inerentes à diabetes a
doentes idosos, uma vez que estas
terapêuticas podem trazer algumas
vantagens. Talvez possa ser difícil ou, até
mesmo, inaceitável tentar identificar
doentes idosos com diabetes cuja
esperança de vida seja tão baixa que os
esforços de prevenção não estejam
garantidos.4
As pessoas idosas conseguem tirar
vantagem das intervenções ao estilo
de vida?
Sim, de facto, alguns estudos de
prevenção a grande escala sugerem que
as pessoas idosas beneficiam de
intervenções comportamentais, tais como
a perda de peso e o aumento de atividade
física, até mais do que doentes diabéticos
mais jovens.16
Q
Os doentes idosos com diabetes
apresentam um maior risco para
desenvolver outras patologias (ou
comorbilidades), tomar vários
medicamentos e sofrer de problemas
relacionados com o funcionamento físico,
disfunção cognitiva e fragilidade, que
podem todos eles afetar a capacidade de
lidar com a gestão complexa da diabetes,
podendo ainda influenciar a potencial
eficácia das terapêuticas que lhes são
disponibilizadas. Assim sendo, é necessário
criar recomendações específicas para
pessoas idosas para que os profissionais
de saúde tenham consciência das necessidades e circunstâncias particulares deste
grupo. Além disso, os sistemas de saúde
estão ainda mal preparados para lidar com
as necessidades das pessoas idosas com
diabetes.
A população idosa é bastante
heterogénea – não será errado juntar
todas as pessoas idosas com diabetes
no mesmo grupo?
É fundamental reconhecer que
existe uma grande diversidade ao nível da
capacidade funcional, do estado de saúde
e das preferências das pessoas com
diabetes a partir de determinada
idade, mas tal não significa que as
recomendações específicas para este
grupo de doentes não estejam
fundamentadas, mas simplesmente
que esta heterogeneidade deve ser
considerada em todas as orientações e
recomendações.
A
80
INTRODUÇÃO
ÁREAS
PRIORITÁRIAS
Uma abordagem
a toda a população
Breve resumo
essencial
RECURSOS
ÚTEIS
Prevenção
e rastreio
Resumo da
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Inovação e acesso
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Quem deve
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Casos
práticos
Pessoas
idosas
Crianças nas
escolas
Perguntas e
respostas
Referências e
recursos
Uma responsabilidade particular: pessoas idosas com diabetes
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3Ryden L, et al. ESC Guidelines on diabetes, pre-diabetes, and cardiovascular diseases developed in collaboration with the EASD The Task Force on diabetes, pre-diabetes, and cardiovascular diseases
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Kirkman MS, Briscoe VJ, Clark N, Florez H, Haas LB, Halter JB et al. Diabetes in older adults. Diabetes Care 2012; 35(12):2650-2664.
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18 Diabetes UK. Integrated Care for the Person with Diabetes. A report from the Diabetes UK Integrated Care Task and Finish Group. 2010.
19Caisse Nationale d’Assurance Maladie des Travailleurs Salariés (CNAMTS) 2010. Contrat d’Amélioration des Pratiques Individuelles (CAPI) : Une dynamique au bénéfice des patients. Point d’information.
CNAMTS, editor. 2010. France. www.hpm.org/fileadmin/user_upload/documents/Dp_capi_16_09_2010_vdef.pdf
20Department of Health. Six years on: delivering the National Service Framework for Diabetes. Department of Health, editor. 2006. London, UK.
http://webarchive.nationalarchives.gov.uk/20130107105354/http:/www.dh.gov.uk/prod_consum_dh/groups/dh_digitalassets/@dh/@en/@ps/documents/digitalasset/dh_112511.pdf
21. NHS Commissioning Board. Quality and Outcomes Framework, guidance for GMS contract 2013/14. 2013. www.nhsemployers.org/Aboutus/Publications/Documents/qof-2013-14.pdf
22National Institute for Health and Clinical Excellence. NICE clinical guideline CG87. Type 2 diabetes: the management of type 2 diabetes 2010. 2013. http://guidance.nice.org.uk/CG87
23.European Diabetes Working Party for Older People (EDWPOP). European Diabetes Working Party for Older People 2011 Clinical Guidelines for Type 2 Diabetes Mellitus (EDWPOP). A Report for the European
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INTRODUÇÃO
O essencial sobre
a diabetes
ÁREAS
PRIORITÁRIAS
Principais perguntas
e respostas sobre
a diabetes
RECURSOS
ÚTEIS
Principais políticas
e recursos sobre
a diabetes
Estruturar argumentação
económica para
a diabetes
Documentos de
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SECÇÃO 3
Recursos úteis
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económica para
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O essencial sobre a diabetes
Figura 1. Complicações comuns da diabetes
O que é a diabetes?
A diabetes mellitus (diabetes) é uma doença crónica que ocorre quando o pâncreas deixa de
ter capacidade para produzir insulina ou quando o organismo já não consegue utilizar a insulina
produzida de forma eficaz.1 A insulina é necessária para converter a glicose (açúcar) que
retiramos dos alimentos em energia.
A diabetes tipo 1 ocorre quando o pâncreas deixa de ter capacidade para produzir
insulina. Esta é também conhecida como uma doença «auto-imune», uma vez que o sistema
de defesa do organismo destrói as células produtoras de insulina do pâncreas. Na diabetes
tipo 2, o pâncreas não produz uma quantidade de insulina suficiente ou a insulina produzida
não é processada de forma adequada.1 Até 90% de todos os casos de diabetes são de tipo 2.2
A obesidade ou o excesso de peso aumentam o risco de desenvolver diabetes tipo 2.
Quais as consequências da diabetes?
Quando o organismo não é capaz de produzir insulina ou de a utilizar de forma eficaz, tal
vai originar um nível glicémico elevado (denominado hiperglicemia). A longo prazo, os
níveis elevados de glicemia podem dar origem a doenças graves que afetam as artérias e
os vasos sanguíneos, olhos, rins e nervos. Estas consequências são conhecidas como as
complicações da diabetes.
Cegueira
A diabetes é a principal causa
da cegueira em adultos em
idade ativa.3,4
Cardiopatia e AVC
Até 75% das pessoas com diabetes morrem de problemas
cardiovasculares.5,6
Doença renal
A diabetes é a causa mais
comum da doença renal
terminal.7
Amputação de membro
inferior
Os doentes diabéticos têm
um risco 23 vezes mais
elevado de amputação do pé,
provocada pela doença
vascular periférica.8
Neuropatia
60-70% das pessoas com
diabetes desenvolve
neuropatia dolorosa.4
Quantas pessoas são afetadas pela diabetes?
•Cerca de 56 milhões de adultos na Europa têm diabetes e, em 2035, este número vai aumentar até aos
70 milhões de pessoas,10 ou um em cada dez europeus.
•A diabetes provoca mais mortes do que o cancro da mama e da próstata juntos.9 A diabetes foi responsável por
uma em cada dez mortes, ou seja, por 619 000 mortes de adultos em 2013.10
•A maioria das pessoas com diabetes acaba por morrer devido às complicações da diabetes, tais como doenças
cardiovasculares e insuficiência renal.1;2
•O aumento na prevalência da diabetes tipo 2 deve-se, em grande parte, ao aumento da obesidade,11 mas
também ao envelhecimento da população e às desvantagens socioeconómicas.12
•A Europa conta também com a mais elevada prevalência de diabetes tipo 1 em crianças, comparativamente a
qualquer outra região do mundo, e esta prevalência está a aumentar.10
A Diabetes afeta mais
pessoas e causa mais
mortes do que o cancro
da mama e a SIDA juntas.
Continuação...
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O essencial sobre a diabetes
Qual é o custo da diabetes?
O impacto económico da diabetes é considerável, tanto para os sistemas de saúde, como para
a sociedade no geral. De facto, a diabetes representa mais custos do que todas as formas
de cancro (245 mil milhões de dólares13 vs. 201 mil milhões de dólares14 por ano nos Estados
Unidos, por exemplo).
Figura 3 – Os custos da diabetes
Custos médicos diretos
(diagnóstico, tratamento, monitorização)
•Atualmente, a diabetes é responsável por cerca de 10% das despesas
totais de saúde na Europa, com grandes variações entre países.15
Custos a cargo dos doentes
e respetivas famílias:
Grande impacto na produtividade e
qualidade.17 Considerável disponibilização
de tempo pelos prestadores de cuidados.
•Na Europa, os custos diretos com a diabetes foram estimados em 196 mil
milhões de euros por ano (valor em 2013) e espera-se que aumente para
211 mil milhões de euros em 2035.10
•As hospitalizações representam, pelo menos, 50% dos custos totais.16;17
A presença de complicações é o principal fator de custo, aumentando os
custos para 3-5 vezes mais.18-20
Custos indiretos para a sociedade
(perda de produtividade, absentismo, o tempo disponibilizado pelos
prestadores de cuidados, incapacidade e dependência)
Custos a cargo dos
sistemas de cuidados
de saúde:
representa 10% das
despesas totais com
cuidados de saúde na
Europa15
196 mil milhões de euros
por ano (Europa)10
56 milhões
70 milhões
2013
2035
Adultos com diabetes na Europa10
Custos adicionais
para a economia:
Mais de 100 mil milhões
de euros (RU, Alemanha,
França, Espanha e
Itália juntos)17
•Um pouco por toda a Europa, são poucas as estimativas precisas sobre
os custos indiretos da diabetes, sendo que as que estão disponíveis estão
muito abaixo da realidade, uma vez que é comum não considerarem, por
exemplo, o tempo disponibilizado pelos prestadores de cuidados.17
•Um estudo recente descobriu que esses custos indiretos da diabetes, que
poderiam ser estimados, atingiram os 100 mil milhões de euros por ano
apenas no RU, na Itália, em Espanha, em França e na Alemanha. Prevê-se
que estes custos se equiparem aos custos médicos da diabetes nos
próximos anos.17
Figura 2 –
o impacto económico da diabetes
Continuação...
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A diabetes pode ser prevenida?
Atualmente, não é possível prevenir a diabetes tipo 1.
A situação é completamente diferente quando falamos da diabetes tipo 2. A evidência sugere que as alterações no estilo
de vida, em particular, manter um peso corporal saudável, praticar exercício físico regular e moderado e manter uma dieta
saudável e equilibrada, pode ajudar a prevenir o desenvolvimento da diabetes tipo 2. Entre as pessoas que apresentam um
risco elevado de desenvolver diabetes, tais mudanças podem prevenir ou atrasar o aparecimento da diabetes tipo 2 em
50%.21;22
O que é a pré-diabetes?
As pessoas que apresentam um risco elevado de desenvolver diabetes tipo 2 são, muitas vezes, referidas como sendo
«pré-diabéticas».23;24 Nestes casos, os níveis glicémicos podem encontrar-se entre a tolerância à glicose saudável e o
diagnóstico da diabetes.25 Contudo, existem diferentes opiniões no seio da comunidade científica relativamente à utilidade
deste termo, por exemplo, porque as pessoas consideradas «pré-diabéticas» não progridem necessariamente para a
diabetes.24 Em todo o caso, ajuda se pensarmos na glicemia aumentada como um contínuo, e não como algo que
estabelece distinções arbitrárias entre populações «normais» e populações de risco.23;24
Como se pode detetar a diabetes?
Figura 4 – Fatores de risco para a
diabetes tipo 2:
Embora as razões precisas para o desenvolvimento da
diabetes tipo 2 ainda não sejam conhecidas, existem vários
fatores de risco importantes:10
Obesidade
adicionar
parêntesis
Maus hábitos alimentares
Inatividade física
Idade avançada
Antecedentes familiares de diabetes
Etnia
Glicemia aumentada durante a gravidez
que afeta o bebé em desenvolvimento
•A diabetes pode ser diagnosticada numa fase precoce, através de testes sanguíneos simples e pouco dispendiosos.
• Contudo, até metade dos casos da diabetes não são diagnosticados na Europa.26,27
•A deteção precoce é fundamental, uma vez que ajuda a prevenir ou a atrasar o aparecimento de complicações, que
terão grande impacto nos resultados gerais23;28 e nos custos.19
•Os profissionais de saúde devem envidar todos os esforços para implementar programas de rastreio destinados às
populações com maior risco de desenvolver diabetes tipo 2. Além disso, devem informar os seus doentes sobre os
riscos e os sintomas da diabetes, para que estes procurem obter um diagnóstico precoce caso suspeitem ter diabetes
e que precedam aos ajustes necessários do seu estilo de vida para prevenirem a doença.23,1,13
Continuação...
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Qual é o tratamento para a diabetes?
Um dos principais componentes do tratamento da diabetes é manter os níveis glicémicos estáveis (controlo
glicémico), para ajudar a prevenir ou a atrasar o aparecimento de complicações diabéticas.1 Tal é possível através de
medicação e várias etapas de educação terapêutica do doente para a autogestão. As pessoas com diabetes tipo 1
permanecem dependentes de insulina, que é administrada através de injeção ou de instrumentos, como bombas de
insulina. O tratamento da diabetes tipo 2 depende da gravidade e inclui alterações no estilo de vida, medicação oral
(comprimidos) e, em alguns casos, tratamento com insulina.
O controlo glicémico por si só não é suficiente – é também importante controlar a tensão arterial e os níveis de
colesterol dos doentes 1;29 (isto é, comorbilidades) e fazer tudo o que está ao nosso alcance para prevenir ou atrasar
o aparecimento de complicações – através dos cuidados com os pés, rastreios de lesões oculares, nervos, coração
e rins.
Educação terapêutica dos doentes com vista à autogestão
A autogestão é um importante componente dos cuidados da diabetes1, uma vez que
se estima que 95% da gestão da diabetes é autogestão.30 A educação terapêutica dos
doentes para encorajar a autogestão deve ser disponibilizada a todos os doentes com
diabetes, por profissionais especializados na diabetes, preferencialmente, por
enfermeiros especializados na doença. Tal deveria incluir a disponibilização aos doentes
de informações, conhecimentos e competências suficientes para conseguirem controlar
os níveis glicémicos, gerir os vários tratamentos e medicamentos, fazer as alterações
necessárias ao seu estilo de vida e monitorizar constantemente todos os
desenvolvimentos ou alterações da doença, por exemplo, o aparecimento de úlceras
nos pés ou problemas oculares.29;31-33
Os componentes da educação terapêutica de doentes para a diabetes são descritos na
imagem abaixo fornecida pela Diabetes UK.30
Planeamento
personalizado dos
cuidados de saúde.
Acesso a
profissionais de
saúde e
aconselhamento
especializado quando
necessário.
Informações de
qualidade e
adaptadas
Apoio
emocional e
psicológico
Acesso a uma
educação estruturada
Apoio dos pares,
família, amigos
e cuidadores.
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Principais perguntas
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e recursos sobre
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Documentos de
trabalho de referência
O essencial sobre a diabetes
Referências
1Ryden L, et al. ESC Guidelines on diabetes, pre-diabetes, and cardiovascular diseases developed in collaboration with the EASD The Task Force on diabetes, pre-diabetes, and
cardiovascular diseases of the European Society of Cardiology (ESC) and developed in collaboration with the European Association for the Study of Diabetes (EASD). Eur Heart J
2013; doi: 10.1093/eurheartj/eht108.
2World Health Organisation. Diabetes: Fact sheet N°312. 2013. World Health Organisation. www.who.int/mediacentre/factsheets/fs312/en/
3
Arun CS, Ngugi N, Lovelock L, Taylor R. Effectiveness of screening in preventing blindness due to diabetic retinopathy. Diabet Med 2003; 20(3):186-190.
4Centers for Disease Control and Prevention. National diabetes fact sheet: national estimates and general information on diabetes and prediabetes in the United States, 2011. Atlanta,
GA. 2013. U.S. Department of Health and Human Services, Atlanta. www.cdc.gov/diabetes/pubs/pdf/ndfs_2011.pdf
5
Hillier TA, Pedula KL. Complications in young adults with early-onset type 2 diabetes: losing the relative protection of youth. Diabetes Care 2003; 26(11):2999-3005.
6Jeerakathil T, Johnson JA, Simpson SH, Majumdar SH. Short-Term Risk for Stroke Is Doubled in Persons With Newly Treated Type 2 Diabetes Compared With Persons Without
Diabetes: http://stroke.ahajournals.org/content/38/6/1739.full.pdf
7Department of Health. Improving diabetes services: the NSF four years on. The Way Ahead: The Local Challenge. Report from Dr Sue Roberts National Clinical Director for Diabetes,
for the Secretary of State for Health. 2007. www.bipsolutions.com/docstore/pdf/16198.pdf
8Diabetes UK. Factsheet no. 37. Foot care for people with diabetes in the NHS in England: The economic case for change. 2012.
www.diabetes.org.uk/upload/News/Factsheet%20Footcare%20for%20people%20with%20diabetes.pdf
9Diabetes UK. Diabetes. Beware the Silent Assassin. 2008. www.diabetes.org.uk/Documents/Reports/Silent_assassin_press_report.pdf
10International Diabetes Federation. IDF Diabetes Atlas 6th Edition. 2013. www.idf.org/sites/default/files/EN_6E_Atlas_Full_0.pdf
11Jakab Z. Delivering for diabetes in Europe. 2013. 26-9-0013. www.euro.who.int/__data/assets/pdf_file/0007/128059/RD_speech_Diabetes_Brussels_Dec_2010.pdf
12World Health Organization - European region. WHO Europe - Diabetes. 2013. 26-9-0013. www.euro.who.int/en/what-we-do/health-topics/noncommunicable-diseases/diabetes
13American Diabetes Association. Standards of Medical Care in Diabetes 2012. Diabetes Care 2012; 35, Supplement 1.
14American Cancer Society. Cancer Facts & Figures 2013. 2013. www.cancer.org/acs/groups/content/@epidemiologysurveilance/documents/document/acspc-036845.pdf
15 Zhang P, Zhang X, Betz Brown J. The economic impact of diabetes. IDF Diabetes Atlas fourth edition. 2009. International Diabetes Federation.
www.idf.org/sites/default/files/Economic_impact_of_Diabetes.pdf
16American Diabetes Association. Economic Costs of Diabetes in the U.S. in 2012. Diabetes Care 2013; 36:1033-46.
17Kavanos P. Diabetes expenditure, burden of disease and management in 5 EU countries. 2012. London School of Economics.
http://www2.lse.ac.uk/LSEHealthAndSocialCare/research/LSEHealth/MTRG/LSEDiabetesReport26Jan2012.pdf
18Nichols GA, Brown JB. The impact of cardiovascular disease on medical care costs in subjects with and without type 2 diabetes. Diabet Med 2002; 24:451-463.
19Martin S, Schramm W, Schneider B, Neeser K, Weber C, Lodwig V et al. Epidemiology of complications and total treatment costs from diagnosis of Type 2 diabetes in Germany
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20Williams R, Van GL, Lucioni C. Assessing the impact of complications on the costs of Type II diabetes. Diabetologia 2002; 45(7):S13-S17.
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22Lindstrom J, Ilanne-Parikka P, Peltonen M, Aunola S, Eriksson JG, Hemio K et al. Sustained reduction in the incidence of type 2 diabetes by lifestyle intervention: follow-up of the
Finnish Diabetes Prevention Study. Lancet 2006; 368(9548):1673-1679.
23Alberti KG, Zimmet P, Shaw J. International Diabetes Federation: a consensus on Type 2 diabetes prevention. Diabet Med 2007; 24(5):451-463.
24Wareham NJ. Type 2 diabetes and pre-diabetes: Issues of diagnosis and definition. 2009. National Institute for Clinical Excellence.
www.nice.org.uk/nicemedia/live/12067/51593/51593.pdf
Continuação...
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a diabetes
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Referências (Continuação)
25World Health Organisation. Definition and diagnosis of diabetes mellitus and intermediate hyperglycemia. 2006.
www.who.int/diabetes/publications/Definition%20and%20diagnosis%20of%20diabetes_new.pdf
26 DECODE Study. Age- and sex-specific prevalences of diabetes and impaired glucose regulation in 13 European cohorts. Diabetes Care 2003; 26(1):61-69.
27World Health Organisation Europe. Gaining Health: The European Strategy for the Prevention and Control of Noncommunicable Diseases. 2006.
www.euro.who.int/__data/assets/pdf_file/0008/76526/E89306.pdf
28Lindstrom J, Neumann A, Sheppard KE, Gilis-Januszewska A, Greaves CJ, Handke U et al. Take action to prevent diabetes -- the IMAGE toolkit for the prevention of type 2 diabetes
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29Ryden, et al. Guidelines on diabetes, pre-diabetes and cardiovasuclar disease: full text. The Task Force on Diabetes and Cardiovascular Disease of the European Society of
Cardiology (ESC) and of the European Association for the Study of diabetes (EASD). Eur Heart J 2007; 9(Suppl C):C3-C74.
30Diabetes UK. Improving supported self-management for people with diabetes. 2009. Diabetes UK, London.
www.diabetes.org.uk/Documents/Reports/Supported_self-management.pdf
31National Institute for Clinical Effectiveness. Technology Appraisal Guidance 60: Guidance on the use of Patient-education models for diabetes. 2003. National Institute for Clinical
Excellence, London. www.nice.org.uk/nicemedia/pdf/60Patienteducationmodelsfullguidance.pdf
32Speight J, Amiel SA, Bradley C, Heller S, Oliver L, Roberts S et al. Long-term biomedical and psychosocial outcomes following DAFNE (Dose Adjustment For Normal Eating)
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33World Health Organisation. Therapeutic Patient Education. Continuing Education Programmes for Health Care Providers in the Field of Prevention of Chronic Diseases. 1998.
World Health Organisation Europe, Copenhagen. www.euro.who.int/__data/assets/pdf_file/0007/145294/E63674.pdf
.
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Principais perguntas e respostas sobre a diabetes
Quando inicia um debate, são necessárias algumas informações gerais e argumentos convincentes relativos aos dados mais elementares sobre a diabetes e sobre os
custos e o impacto na sociedade.
Este resumo parlamentar foi adaptado do International Diabetes Federation’s Advocacy Toolkit para melhor se adequar ao contexto europeu. Esperamos que seja um
complemento útil às informações apresentadas neste conjunto de ferramentas em diferentes tópicos ou que seja um resumo de qualidade que vale por si.
1.A diabetes é um problema grave e crescente
Chavão
Mensagem-chave
A diabetes tem mais custos do que todos os tipos de cancro combinados.
A diabetes tem mais custos do que todos os tipos de cancro combinados,1;2 mas ainda lhe é atribuída relativamente pouca
prioridade, comparativamente a outras doenças.3 Os custos diretos de saúde na Europa atingem os 196 mil milhões de euros por ano.4
A diabetes é a epidemia do século XXI.56 milhões de europeus têm diabetes. Em 2035, este número terá aumentado para 70 milhões, o que significa que um em
cada dez europeus entre os 20 e os 79 anos terá diabetes.4
A diabetes é uma grave ameaça à Os maiores especialistas caracterizaram a diabetes e outras doenças crónicas como «demasiado grande para falhar» para
economia.5,6a Europa7, ou seja, um desafio à nossa economia, semelhante à atual crise económica. O Fórum Económico Mundial
apelidou a diabetes de «ameaça evidente» ao desenvolvimento global.
Já estamos a pagar o preço do fracasso.Os custos da diabetes representam cerca de 10% da despesa nacional com a saúde, na Europa,8 sendo que uma grande
fatia destes custos se prende com as hospitalizações2,9 que poderiam ter sido evitadas.
Continuação...
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Principais perguntas e respostas sobre a diabetes
2.A diabetes mata e diminui a qualidade de vida
Chavão
Mensagem-chave
A diabetes é uma das principais causas A diabetes aumenta para o dobro o risco de morte, em comparação a pessoas com idade equivalente, mas sem
de morte na Europa.10diabetes.11 Na Europa, a diabetes é responsável por mais de 619 000 mortes por ano e afeta cerca de 9,2% da população
entre os 20 e os 79 anos.4 O número de pessoas afetadas está a aumentar.4
A diabetes é uma das principais causas
A diabetes aumenta para o dobro o risco de AVC12 e aumenta o risco de cardiopatias, três vezes mais no caso dos
da má qualidade de vida e dos homens e cinco vezes mais no caso das mulheres.13 É a principal causa de cegueira nos adultos em idade ativa11;14 e
problemas de saúde.doença renal terminal em adultos.15 As pessoas com diabetes têm vinte e três vezes mais hipóteses de sofrer uma
amputação do pé16 e 60-70% das pessoas com diabetes desenvolvem neuropatias.11
As complicações diabéticas são os A presença de complicações (ver acima) aumenta o custo com a diabetes até cinco vezes.17 Por exemplo, 34% do total
principais fatores de custos.de hospitalizações provocadas pela diabetes, devem-se a casos de AVC e cardiopatia.18 A cardiopatia é também mais grave
e mais dispendiosa quando ocorre em pessoas com diabetes, comparativamente às pessoas sem diabetes.19
3.A diabetes é um tema negligenciado à luz da sustentabilidade social e económica da Europa
Chavão
Mensagem-chave
A diabetes representa um custo elevado A diabetes é responsável por cerca de 10% do total das despesas com a saúde8, tendo já alcançado 196 mil milhões de
para os nossos sistemas de saúde.euros na Europa, em 2013.4 Tal significa milhares de milhões de euros por ano – aproximadamente 20 mil milhões de euros
no Reino Unido ou 40 mil milhões de euros na Alemanha.9 Valores que equivalem a 2,25 - 4,5 milhões de euros por hora,
respetivamente.9 Esta pode ser uma avaliação por baixo, tendo em conta que muitas das complicações diabéticas não são
corretamente registadas, sendo, por isso, excluídas das estimativas de custos.9
Os custos da diabetes vão continuar a aumentar.
Os custos diretos para os sistemas de cuidados de saúde na Europa devem aumentar até 211 mil milhões de euros por
ano, em 2035.4
A diabetes impede que as pessoas Além disso, mais de 100 mil milhões de euros por ano, no Reino Unido, na Itália, em Espanha, em França e na Alemanha
trabalhem e vivam uma vida produtiva.são perdidos para a diabetes em termos de perda de produtividade e absentismo do trabalhador,9 e é provável que o custo
real para a sociedade seja muito superior (por exemplo, considerando o impacto sobre o familiar responsável pelos cuidados).
Os líderes da indústria estão preocupados Um inquérito levado a cabo pelo Fórum Económico Mundial demonstrou que mais de metade dos líderes empresariais
com as doenças crónicas como a diabetes. estava consciente de que doenças não transmissíveis teriam um impacto sobre o lucro da empresa no futuro.20
Continuação...
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4.Dispomos de soluções custo-efectivas, mas não estamos a implementá-las o suficiente
Chavão
Mensagem-chave
Podíamos prevenir a maioria dos casos Pensa-se que 10% a 20% das pessoas apresentam um elevado risco de desenvolver diabetes tipo 2,21;22 mas são poucas
de diabetes tipo 2.as pessoas com diabetes a quem é oferecida uma prevenção eficaz. Os programas de prevenção provaram que é possível
reduzir para metade o número de pessoas a desenvolver diabetes tipo 2,23,24 poupando dinheiro em cuidados dispendiosos
e mantendo a população saudável.
Para as pessoas com diabetes, os Um diagnóstico e tratamento precoce são fundamentais13;25, ainda assim, até metade dos casos de diabetes não estão
cuidados e assistência que recebem é, diagnosticados22,26 e as pessoas com diabetes podem esperar até 7 anos para serem diagnosticadas.27;28 De entre as
muitas vezes, insuficiente ou tardia. pessoas diagnosticadas com diabetes, apenas metade dispõem de um controlo glicémico adequado29,30,26 e os cuidados
adequados de complicações e comorbilidades são altamente variáveis e, em grande parte dos casos, de má qualidade.9,31
Não podemos permitir que pressões económicas nos façam recuar.
Como resultado das pressões económicas, por toda a Europa estão a ser reportados casos de limitações ao acesso a
m
édicos especializados e a determinados aspetos básicos sobre os cuidados.9,10 Esta situação chega a incluir instrumentos
essenciais à autogestão, como as tiras de teste para controlo glicémico.32
Os doentes que recebem formação sobre a diabetes têm mais capacidade para tomar conta de si.
A educação terapêutica que permite às pessoas gerir a sua doença (ou seja, a autogestão) é um elo em falta na
diabetes.33,34 Foi demonstrado que a educação terapêutica de doentes com vista à autogestão melhora a qualidade de vida
e
o controlo glicémico, e reduz as hospitalizações e os custos com cuidados de saúde.13,35,36 Ainda assim, a grande maioria
das pessoas não recebe formação ou a que recebe não é suficiente.31
Os cuidados multidisciplinares na diabetes vão salvar vidas e melhorar a qualidade de vida.
As equipas multidisciplinares que trabalham em conjunto para tratar a diabetes e respetivas complicações podem reduzir
para metade as taxas de mortalidade e incapacidade,37,38 pagando-se a elas próprias através da poupança de custos com
os tratamentos. Contudo, são poucas as pessoas com diabetes que beneficiam destes modelos.31
Temos de garantir que a crise económica É atribuída pouca prioridade à diabetes nos orçamentos de investigação, comparativamente a outras doenças crónicas,3
não limita a inovação na diabetes. apesar da crescente prevalência da doença. As abordagens inovadoras aos cuidados e à gestão da diabetes são
urgentemente necessárias, se pretendermos reduzir o impacto da diabetes para os anos futuros.6
Continuação...
91
INTRODUÇÃO
O essencial sobre
a diabetes
ÁREAS
PRIORITÁRIAS
Principais perguntas
e respostas sobre
a diabetes
RECURSOS
ÚTEIS
Principais políticas
e recursos sobre
a diabetes
Estruturar argumentação
económica para
a diabetes
Documentos de
trabalho de referência
Principais perguntas e respostas sobre a diabetes
Referências
1
American Cancer Society. Cancer Facts & Figures 2013. 2013. www.cancer.org/acs/groups/content/@epidemiologysurveilance/documents/document/acspc-036845.pdf
2
American Diabetes Association. Economic Costs of Diabetes in the U.S. in 2012. Diabetes Care 2013; 36:1033-46.
3
National Institutes of Health. NIH Categorical Spending -NIH Research Portfolio Online Reporting Tools (RePORT). 2013. www.report.nih.gov/categorical_spending.aspx
4
International Diabetes Federation. IDF Diabetes Atlas 6th Edition. 2013. www.idf.org/sites/default/files/EN_6E_Atlas_Full_0.pdf
5European Commission. Reflection process on chronic disease: interim report. 2012. European Commission, Brussels. 6-8-2013. www.ec.europa.eu/health/major_chronic_diseases/docs/reflection_process_cd_en.pdf
6
Economist Intelligence Unit. The silent epidemic. An economic study of diabetes in developed and developing countries. 2007. http://graphics.eiu.com/upload/portal/DIABETES_WEB.pdf
7European Chronic Disease Alliance. Too big to fail: The European Chronic Disease Alliance’s request to European Heads of States on the occasion of the UN Summit on NCDs. 2013.
www.era-edta.org/images/ECDA_statement_290811x.pdf
8Zhang P, Zhang X, Betz Brown J. The economic impact of diabetes. IDF Diabetes Atlas fourth edition. 2009. International Diabetes Federation. www.idf.org/sites/default/files/Economic_impact_of_Diabetes.pdf
9Kavanos P. Diabetes expenditure, burden of disease and management in 5 EU countries. 2012. London School of Economics.
http://www2.lse.ac.uk/LSEHealthAndSocialCare/research/LSEHealth/MTRG/LSEDiabetesReport26Jan2012.pdf
10 European Coalition for Diabetes - FEND, EURADIA, PCDE, International Diabetes Federation Europe. The Policy Puzzle - Is Europe Making Progress? 2012. http://www.idf.org/regions/EUR/policypuzzle
11Centers for Disease Control and Prevention. National diabetes fact sheet: national estimates and general information on diabetes and prediabetes in the United States, 2011. Atlanta, GA. 2013. U.S. Department of Health and
Human Services, Atlanta. www.cdc.gov/diabetes/pubs/pdf/ndfs_2011.pdf
12Jeerakathil T, Johnson JA, Simpson SH, Majumdar SH. Short-Term Risk for Stroke Is Doubled in Persons With Newly Treated Type 2 Diabetes Compared With Persons Without Diabetes: A Population-Based Cohort Study. Stroke
2007; 38:1739-1743. Notes: http://stroke.ahajournals.org/content/38/6/1739.full.pdf
13Ryden L, et al. ESC Guidelines on diabetes, pre-diabetes, and cardiovascular diseases developed in collaboration with the EASD The Task Force on diabetes, pre-diabetes, and cardiovascular diseases of the European Society of
Cardiology (ESC) and developed in collaboration with the European Association for the Study of Diabetes (EASD). Eur Heart J 2013; doi: 10.1093/eurheartj/eht108.
14Arun CS, Ngugi N, Lovelock L, Taylor R. Effectiveness of screening in preventing blindness due to diabetic retinopathy. Diabet Med 2003; 20(3):186-190.
15Department of Health. Improving diabetes services: the NSF four years on. The Way Ahead: The Local Challenge. Report from Dr Sue Roberts National Clinical Director for Diabetes, for the Secretary of State for Health. 2007.
www.bipsolutions.com/docstore/pdf/16198.pdf
16Diabetes UK. Factsheet no. 37. Foot care for people with diabetes in the NHS in England: The economic case for change. 2012.
www.diabetes.org.uk/upload/News/Factsheet%20Footcare%20for%20people%20with%20diabetes.pdf
17 Williams R, Van GL, Lucioni C. Assessing the impact of complications on the costs of Type II diabetes. Diabetologia 2002; 45(7):S13-S17.
18 American Diabetes Association. Economic costs of diabetes in the US in 2007. Diabetes Care 2008; 31: 596-615 2007.
19 Nichols GA, Brown JB. The impact of cardiovascular disease on medical care costs in subjects with and without type 2 diabetes. Diabet Med 2002; 24:451-463.
20Bloom DE, Cafiero ET, Jane-Llopis E, et al. The Global Economic Burden of Noncommunicable Diseases. 2011. World Economic Forum, Geneva.
http://www3.weforum.org/docs/WEF_Harvard_HE_GlobalEconomicBurdenNonCommunicableDiseases_2011.pdf
Continuação...
92
INTRODUÇÃO
O essencial sobre
a diabetes
ÁREAS
PRIORITÁRIAS
Principais perguntas
e respostas sobre
a diabetes
RECURSOS
ÚTEIS
Principais políticas
e recursos sobre
a diabetes
Estruturar argumentação
económica para
a diabetes
Documentos de
trabalho de referência
Principais perguntas e respostas sobre a diabetes
Referências (Continuação)
21Gillett M, Chilcott J, Goyde, L. Prevention of type 2 diabetes: risk identification and interventions for individuals at high risk. Economic Review and Modelling. 2012. ScHARR Public Health Collaborating Centre,
University of Sheffield. www.nice.org.uk/nicemedia/live/12163/57046/57046.pdf
22DECODE Study. Age- and sex-specific prevalences of diabetes and impaired glucose regulation in 13 European cohorts. Diabetes Care 2003; 26(1):61-69.
23Alberti KG, Zimmet P, Shaw J. International Diabetes Federation: a consensus on Type 2 diabetes prevention. Diabet Med 2007; 24(5):451-463.
24Lindstrom J, Ilanne-Parikka P, Peltonen M, Aunola S, Eriksson JG, Hemio K et al. Sustained reduction in the incidence of type 2 diabetes by lifestyle intervention: follow-up of the Finnish Diabetes Prevention Study. Lancet 2006;
368(9548):1673-1679.
25American Diabetes Association. Standards of Medical Care in Diabetes 2012. Diabetes Care 2012; 35, Supplement 1.
26 World Health Organisation Europe. Gaining Health: The European Strategy for the Prevention and Control of Noncommunicable Diseases. 2006. www.euro.who.int/__data/assets/pdf_file/0008/76526/E89306.pdf
27 Harris MI, Klein R, Welborn TA, Knuiman MW. Onset of NIDDM occurs at least 4-7 yr before clinical diagnosis. Diabetes Care 1992; 15(7):815-819.
28 Samuels TA, Cohen D, Brancati FL, Coresh J, Kao WH. Delayed diagnosis of incident type 2 diabetes mellitus in the ARIC study. Am J Manag Care 2006; 12(12):717-724.
29 Cegedim Strategic Data. Cegedim Strategic Data’s Real-World Evidence shows that Diabetes management varies among the Top 5 European countries. 2013. www.hugin.info/141732/R/1707014/565205.pdf
30 Vouri SMWNV, Shaw RF, Egge JAAB. Prevalence of Achievement of A1c, Blood Pressure, and Cholesterol (ABC) Goal in Veterans with Diabetes. Manag Care Pharm; 17:304-312 2011;(17):304-312.
31 National Audit Office. The management of adult diabetes services in the NHS. 2012. www.nao.org.uk/wp-content/uploads/2012/05/121321.pdf
32 Diabetes UK. Access to test strips. A postcode lottery? Self monitoring of blood glucose by people with type 1 and type 2 diabetes. 2013. www.diabetes.org.uk/Documents/Reports/access-test-strips-report-0813.pdf
33 Funnell MM, Andersen RM. Empowerment and Self-Management of Diabetes. Clinical Diabetes 2004; vol. 22(no. 3):123-127.
34 European Diabetes Leadership Forum. The diabetes epidemic and its impact on Europe. 2012. www.oecd.org/els/health-systems/50080632.pdf
35Trento M, Gamba S, Gentile L, Grassi G, Miselli V, Morone G et al. Rethink Organization to iMprove Education and Outcomes (ROMEO): a multicenter randomized trial of lifestyle intervention by group care to manage type 2
diabetes. Diabetes Care 2010; 33(4):745-747.
36Speight J, Amiel SA, Bradley C, Heller S, Oliver L, Roberts S et al. Long-term biomedical and psychosocial outcomes following DAFNE (Dose Adjustment For Normal Eating) structured education to promote intensive insulin therapy in adults with sub-optimally controlled Type 1 diabetes. Diabetes Res Clin Pract 2010; 89(1):22-29.
37 King P, Peacock I, Donnelly R. The UK prospective diabetes study (UKPDS): clinical and therapeutic implications for type 2 diabetes. Br J Clin Pharmacol 1999; 48(5):643-648.
38 Gaede P, Vedel P, Larsen N, Jensen GV, Parving HH, Pedersen O. Multifactorial intervention and cardiovascular disease in patients with type 2 diabetes. N Engl J Med 2003; 348(5):383-393.
93
INTRODUÇÃO
O essencial sobre
a diabetes
ÁREAS
PRIORITÁRIAS
RECURSOS
ÚTEIS
Principais perguntas
e respostas sobre
a diabetes
Principais políticas
e recursos sobre
a diabetes
Estruturar argumentação
económica para
a diabetes
Documentos de
trabalho de referência
Principais políticas e recursos sobre a diabetes
Em 1989, a Declaração de São Vicente desafiou os países europeus a adotarem planos nacionais para a diabetes. Desde então, a diabetes tem merecido uma atenção crescente nas
políticas da UE, não só enquanto uma doença autónoma, mas também no seio da prioritização geral das doenças não transmissíveis (DNT).
A figura seguinte mostra o desenvolvimento das principais iniciativas políticas e relatórios importantes sobre a diabetes ao longo dos tempos na Europa.
1989
St Vincent Declaration
2006
European Parliament
written declaration
on diabetes
2007
UN World Diabetes Day
Resolution 61/225
European Council
conclusions on
promotion of healthy
lifestyles and
prevention of type 2
diabetes
* Note que apenas as versões mais recentes destes documentos são
apresentadas nesta tabela.
Klucz
Pode clicar em cada um dos ícones para aceder ao documento
dos principais resultados de cada iniciativa.
Desenvolvimento de políticas relativo à diabetes na UE
Principais relatórios e recursos sobre a diabetes
Lista de abreviaturas:
ECD: Coligação Europeia para a Diabetes
EURADIA: Aliança Europeia para a Investigação da Diabetes, www.euradia.org
FEND: Fundação de Enfermeiros Europeus Especializados na Diabetes, www.fend.org
IDF: Federação Internacional da Diabetes, www.idf.org
IDF Europe: Federação Internacional da Diabetes, Europa, www.idf.org/regions/europe
OECD: Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico, www.oecd.org
PCDE: Cuidados Primários para a Diabetes na Europa, www.pcdeurope.org
UN: Nações Unidas, www.un.org
WHO: World Health Organisation, www.who.int
OMS: Organização Mundial de Saúde, www.who.int
2010
European Council
conclusions on
innovative approaches
for chronic disease
in public health and
healthcare systems
A guide to national
diabetes policies (IDF)
Delivering Diabetes
in Europe (European
Coalition for Diabetes
in partnership with
EU Diabetes Working
Group)
Take action to
prevent diabetes – a
toolkit for the
prevention of type 2
diabetes in Europe
(IMAGE Project)
2011
UN political declaration
of the High-Level
Meeting of the General
Assembly on the
Prevention and Control
of Non-Communicable
Diseases
European Parliament
resolution on the
European Union position
and commitment in
advance of the UN high
level meeting on the
prevention and control
of non-communicable
diseases
European Council
conclusions on closing
health gaps within EU
through concerted action
to promote healthy
lifestyle behaviours
Applying a holistic
view to diabetes care
and management in
Europe
Diabetes – the
Policy Puzzle: is Europe
making progress?
3rd edition (European
Coalition for Diabetes:
FEND, EURADIA, IDF
Europe and PCDE)*
2012
European Parliament
Resolution on
Addressing the EU
Diabetes Epidemic
The Copenhagen
Roadmap
and
The diabetes epidemic
and its impact on
Europe (European
Diabetes Leadership
Forum and OECD)
2013
WHO global action plan
for the prevention and
control of non
communicable
diseases 2013–2020
UN follow-up to the
Political Declaration of
the High-level Meeting
of the General
Assembly on the
Prevention and Control
of Non-communicable
Diseases
European Commission
Joint Action addressing
chronic diseases and
promoting healthy
ageing across the life
cycle
The IDF Diabetes
Atlas, 6th edition,
2012 update (IDF)*
Access to quality
medicines and medical
devices for diabetes
care in Europe (IDF
Europe).
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O essencial sobre
a diabetes
ÁREAS
PRIORITÁRIAS
Principais perguntas
e respostas sobre
a diabetes
RECURSOS
ÚTEIS
Principais políticas
e recursos sobre
a diabetes
Estruturar argumentação
Documentos de
económica para
trabalho
de referência
a diabetes
Estruturar argumentação económica para a diabetes
A argumentação económica para um maior investimento e os custos da inação, são, muitas vezes, os primeiros e mais importantes argumentos que
garantem a vitória a qualquer campeão da diabetes.
O conjunto de instrumentos ExPAND inclui um ficheiro Powerpoint com um resumo dos principais aspetos económicos, e ilustra a contribuição de cinco
aspetos fundamentais da gestão, cuidado e prevenção da diabetes, no sentido de alcançar uma estratégia sustentável para a diabetes.
m
Faça u
duplo
clique
para aceder a uma
apresentação
Powerpoint que
expõe a argumentação
económica necessária
para investir na
diabetes.
95
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O essencial sobre
a diabetes
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PRIORITÁRIAS
RECURSOS
ÚTEIS
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e respostas sobre
a diabetes
Principais políticas
e recursos sobre
a diabetes
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económica para
a diabetes
Documentos de
trabalho de referência
Documentos de trabalho de referência
Durante o período de 2012-2013, os membros ExPAND trabalharam em conjunto para construir o conjunto de instrumentos e desenvolver o
conteúdo e os temas principais. Estes documentos de trabalho contêm debates, pesquisas e materiais novos, que podem revelar-se bastante
úteis, e são disponibilizados em inglês.
Working
paper
Making an
economic case
for diabetes
PDF
CLIQUE
AQUI
Working
paper
Diabetes
Prevention
PDF
Working
paper
Monitoring
quality of care
PDF
CLIQUE
AQUI
Working
paper
Multidisciplinary
care
CLIQUE
AQUI
PDF
Working
paper
Fostering
innovation For
discussion
PDF
CLIQUE
AQUI
Working
paper
Therapeutic
Education
CLIQUE
AQUI
PDF
CLIQUE
AQUI
Working
paper
Children with
diabetes in
schools
PDF
CLIQUE
AQUI
96