Dissertação gustavo FINAL
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Dissertação gustavo FINAL
UNINGÁ – UNIDADE DE ENSINO SUPERIOR INGÁ FACULDADE INGÁ CURSO DE ODONTOLOGIA GUSTAVO FRANÇA BERTHOLDO DE SOUZA PERFORMANCE CLÍNICA DE LAMINADOS CERÂMICOS MARINGÁ 2011 2 GUSTAVO FRANÇA BERTHOLDO DE SOUZA PERFORMANCE CLÍNICA DE LAMINADOS CERÂMICOS Dissertação apresentada à UNINGÁ Faculdade Ingá - como requisito parcial para obtenção do título de Mestre em Prótese Dentária Orientador: Prof. Dr. Fabiano Carlos Marson MARINGÁ 2011 3 GUSTAVO FRANÇA BERTHOLDO DE SOUZA PERFORMANCE CLÍNICA DE LAMINADOS CERÂMICOS Dissertação apresentada à UNINGÀ Faculdade Ingá - como requisito parcial para obtenção do título de Mestre em Prótese Dentária Orientador: Prof. Dr. Fabiano Carlos Marson Aprovada em _______ / _________ / __________ COMISSÃO EXAMINADORA: ____________________________________________ Prof. Dr. Fabiano Carlos Marson Faculdade Ingá ____________________________________________ Prof. Dr. Luiz Fernando Lolli Faculdade Ingá ____________________________________________ Prof. Dra Carina Gisele Costa UEM 4 DEDICATÓRIA A meu mestre Dr. Celso Charuri, e ao mestre dele Jesus Cristo, por me mostrar o caminho mais “facil” dessa jornada. Elson e Marisa, meus pais, que sempre acreditaram em mim, me apoiaram em todos os momentos da minha vida. Aos meus irmãos Eduardo e Mayra, pelo carinho, compreensão e sincera confiança. 5 AGRADECIMENTOS A Deus, que me deu o dom da VIDA, por ser o centro e a fonte de toda a minha fé, que nunca me desamparou nos momentos mais difíceis, que me deu tanta força nos momentos de desespero e cansaço, que me presenteou com uma família e amigos maravilhosos. Aos meus maravilhosos e extraordinários pais: Elson Freitas Bertholdo de Souza e Marisa França Bertholdo de Souza que me proporcionaram a oportunidade de poder realizar esse sonho. Por serem companheiros e me amparar nas horas de desespero, tristezas e por estarem sempre presentes e vibrarem em minhas vitórias, por serem exemplos de perseverança e modelo de pessoas para mim e para todos, principalmente ao meu pai, por ser o maior exemplo de profissional, pessoa e acima de tudo AMIGO, respaldando sua vida pessoal e profissional na mais profunda ética, e qualidade de seus trabalhos, com certeza o meu eterno professor. E a minha querida mãe, pelo maior exemplo de determinação e confiança de que existe algo maior que nos rege. Mãe e Pai, muitíssimo obrigado por tudo em minha vida, sem vocês não eu não seria capaz de conseguir o que eu tanto almejo. Vamos firmes e confiantes que chegaremos onde almejamos, todos juntos, com muita determinação e força de vontade, acreditem, NÓS CHEGAREMOS LÁ! Que Deus lhes pague por tudo isso, pois com certeza nunca poderei pagar. Aos meus irmãos Eduardo, Mayra e ao meu cunhado Thacyo e especialmente a minha sobrinha Mariá, a mais nova integrante da família, que veio para esse planeta plantar e semear as sementes de um mundo bem melhor, a vocês, que sempre me deram maior apoio em minhas decisões e que me ajudaram em momentos difíceis, que estiveram sempre me ajudando em tudo o que eu precisava. Du, obrigado por ser meu segundo pai, e se prepare para o sucesso, Muito obrigado. Aos Gestores da Uningá, Ricardo Oliveira, Roberto Oliveira e os familiares. Muitíssimo obrigado por tudo, sem a ajuda de vocês nada disso seria possível, obrigado pelas inúmeras oportunidades que sempre nos deram, vocês são pessoas de Coração gigante, talvez nem imaginem o quanto já nos ajudaram, portanto, do fundo do meu coração, MUITO OBRIGADO! Ao Professor Fabiano Carlos Marson, tenho muito orgulho de ser seu aluno. Além de professor o considero um grande amigo, um grande exemplo de pessoa, e com certeza um grande exemplo de um ótimo profissional, sempre com muita simplicidade e excelência. Me inspirou, e me inspirará a sempre se aperfeiçoar. Obrigado pelos conselhos, dicas, e algumas horas de conversas, foram com certeza fundamentais e importantíssimos para a minha vida pessoal e profissional, espero poder estar sempre junto, estarei sempre a disposição. E obrigado pelas inúmeras oportunidades. Muito obrigado. Ao Professor Giovani de Oliveira Corrêa, muito obrigado pelas dicas, pessoa extremamente competente, sempre disposto a ajudar, um exímio professor nato, espero poder colaborar com novos projetos, estarei sempre a disposição. Além de professor é um grande amigo. Muito obrigado. 6 Ao Professor Carlos Archangelo, por me fazer enxergar um lado que eu não havia visto, você não sabe como as suas “broncas” foram importantes pra mim. Além de professor é um grande amigo cujo amizade jamais me esquecerei. estarei sempre a disposição. Muito obrigado. Ao Professor Manoel Martins, muito obrigado pelos conselhos durante os seminários, certamente sem eles teria sido muito mais difícil, me deu ótimas dicas, e me inspirou muito, talvez você nem imagine, mais foi fundamental para o meu amadurecimento profissional, uma grande pessoa, com certeza brilhará muito mais profissionalmente, além de um ótimo professor é um grande amigo. Muito obrigado. Ao Professor Cléverson Oliveira Silva, por nos abrir os olhos para a integração das estéticas (branca e vermelha), uma excelente pessoa, simpático, solicito e extremamente competente, espero que possamos fazer uma parceria duradoura, estarei sempre a disposição. Além de um ótimo professor é um grande amigo. Muito obrigado. Ao Professor Luciano Cintra, uma excelente pessoa, simpático, e muito figura, com certeza é extremamente competente. Além de um ótimo professor é um grande amigo. Muito obrigado. A professora Carina Gisele Costa, muito brigado pelas palavras, professora extremamente estudiosa, desde a graduação nos mostrou a importância de estar sempre atualizado, além de uma excelente professora uma grande amiga. Muito obrigado. A Professora Cristiane Machado, professora extremamente estudiosa, sempre nos mostra que podemos fazer mais e melhor, nos inspirar a nos embasar nossa pratica com teoria, além de uma excelente professora uma grande amiga. Muito obrigado. A Professora Patricia Progiante, muito brigado pelas dicas que nos ensinou nos bastidores, dicas essas que nao se aprendem em sala de aula, mais sim em alguns anos de vivência clinica, além de professora uma grande amiga. Muito obrigado. Aos demais Professores, que também jamais me esquecerei, e que diretamente participaram da realização de mais um sonho, muitíssimo obrigado por tudo. A todos meus queridos Amigos de turma, em especial, Douglas Gregory, por ser meu grande companheiro de anos de estrada, Drogs, um forte abraço do amigo Gú! E um abraço especial em dois grandes amigos; Cesar Spada e Felisteus Fava. ao Carlos Bertoncelo, Alessandro Batistela, José Norberto, Victor Montenegro, Ranieri Marchioro, Marcello Menegassi e Paulo Lucchese, muito obrigado pela companhia e parceria que fizemos no decorrer de todo curso, espero sinceramente, do fundo do meu coração, que todos tenham muitas vitórias, e que com certeza já são profissionais de referência dentro de nossa área. Tenho muita gratidão por todos, pois todos vocês me ajudaram das mais diferentes formas, uns com palavras, outros 7 com exemplos, mais com certeza me inspiram muito, sempre, desejo a vocês MUITO SUCESSO! Muito obrigado por tudo, do fundo do meu coração. Um agradecimento especial para a Dra Gisele Coimbra, Carla e Samile, pessoas de caráter único, parabéns pelo trabalho que realizam na Uningá. Desejo a vocês toda a felicidade do mundo, Muito obrigado e um forte abraço. Aos meus amigos, que são tantos, que acreditaram e confiaram em mim, o meu muito obrigado! A todos os funcionários da Uningá, pacientes, alunos e professores, muito obrigado. A todos os pacientes que foram de fundamental importância e colaboraram para a realização da minha formação, peço desculpas pela falta de atenção que deixamos de lhes dar no decorrer dessa caminhada, mesmo assim, com certeza uma das peças mais importantes de todo esse processo, Muito obrigado. Meus sinceros agradecimentos. 8 “O homem pretender ser imortal, e para isso defende princípios efêmeros, um dia inexoravelmente descobrirá que para ser imortal deverá defender princípios absolutos, neste dia, morrerá para a carne, efêmero, e viverá para o espírito, eterno, Será imortal”. (Dr. Celso Charuri) 9 SOUZA, G. F. B. PERFORMANCE CLÍNICA DE LAMINADOS CERÂMICOS. 2011. 48 f. Dissertação (Mestrado em Odontologia) – Pós- Graduação em Odontologia. Faculdade Ingá, Unidade de Ensino Superior Ingá - UNINGÁ, Maringá, 2011. RESUMO A busca por um sorriso perfeito tem se tornado uma exigência comum na prática clínica, uma vez que um belo sorriso é fator importante para o bem estar pessoal e social. Para o presente trabalho foram confeccionadas 63 laminados cerâmicos, sendo que 36 em pacientes do sexo feminino e 6 do sexo masculino. Os laminados cerâmicos cimentado foram avaliados nos períodos baseline, 6 e 12 meses, através de 12 critérios de performance clinica. Para os critérios: Reprodução de cor, Textura superficial, Desgaste oclusal, Saúde periodontal, Fratura do laminado, Fratura do dente, Incidência de cárie e Retenção, não houve alteração na porcentagem de ALFA nas três avaliações realizadas, sendo que, Foi observado que no período baseline, 82,5% dos pacientes obtiveram resultados em relação à sensibilidade ALFA. Foi observado que nos três períodos, 95,2% dos pacientes receberam escores em que a descoloração marginal foi ALFA, enquanto que 6,4% , 3,2% e 3,2% dos períodos Baseline, seis e doze meses respectivamente receberam escores BRAVO, enquanto que apenas 3,2% e 3,2% dos períodos seis e doze meses recereram escores CHARLIE. Observamos que nos três períodos, 95,2% dos pacientes foram avaliados em relação à integridade marginal, obtendo o escore ALFA, enquanto que apenas 4,8% receberam o escore BRAVO. Observamos que nos períodos baseline, seis e doze meses, 93,6% . 95,2% e 95,2% os foram avaliados que o contorna axial foi ALFA, enquanto que 1,6% nos três periodos os critérios foram BRAVO e que apenas 4,8%, 3,2% e 3,2% dos períodos seis e doze meses respectivamente receberam escores DELTA. . Baseado nesse conceito de longevidade, esse estudo teve como objetivo avaliar a performance clínica do laminado, contribuindo para a pratica clínica de utilização dos laminados cerâmicos. Palavras-chave: laminados cerâmicos; adesão; esmalte. 10 SOUZA, G F. B. PERFORMANCE CLINIC OF PORCELAIN LAMINATES VENEER. 2011. 48 f. Dissertation. (Dssertation degree in Odontlogy) – Faculdade Ingá, Unidade de Ensino Superior Ingá - UNINGÁ, Maringá, 2011. ABSTRACT The search for a perfect smile has become a common requirement in clinical practice, once a beautiful smile is an important factor for personal and social well-being. For this paper were fabricated ceramic laminate 63, and 36 in females and 6 males. The cemented ceramic laminates were evaluated at baseline periods, 6 and 12 months through 12 clinical performance criteria. The criteria: color reproduction, texture surface, occlusal wear, periodontal health, fracture of the laminate, tooth fractures, caries incidence and retention, there was no change in the percentage of ALFA in the three evaluations performed, and that has been observed that in baseline period, 82.5% of patients achieved results regarding sensitivity ALFA. It was observed that in all three periods, 95.2% received scores in the marginal discoloration was ALFA, while 6.4%, 3.2% and 3.2% of the Baseline periods, six and twelve months respectively received scores BRAVO, while only 3.2% and 3.2% of six and twelve month periods RECER CHARLIE scores. We note that in all three periods, 95.2% of patients were evaluated for marginal integrity, getting the score ALFA, whereas only 4.8% received a score BRAVO. We note that in the baseline period, six and twelve months, 93.6%. 95.2% and 95.2% patients were evaluated bypassing it was axial ALFA, while 1.6% in the three periods were BRAVO criteria and only 4.8%, 3.2% and 3.2% of periods six and twelve months respectively received scores DELTA. . Based on this concept of longevity, this study aimed to evaluate the clinical performance of the laminate, thus contributing to the clinical practice of using ceramic laminates. Key words: porcelain laminate veneer; adhesion; emanel 11 LISTA DE TABELAS Tabela 1. Distribuição dos grupos utilizados na avaliação…………………….. 39 tabela 2. frequência dos escores obtidos em cada período (Anexo 4)……... tabela 3. Período de avaliação, frequência de escore ALFA………………….. 40 59 12 LISTA DE QUADROS Quadro 1. Lista de materiais……………………………………………………….. 54 Quadro 2. Descrição dos critérios clínicos avaliados com os escores………… 25 Quadro 3. Descrição dos critérios clínicos avaliados especificados…………... 26 Quadro 4. Lista dos itens de inclusão e exclusão……………………………….. 28 Quadro 5. Distribuição da idade dos pacientes………………………………….. 28 Quadro 6. Distribuição dos dentes envolvidos…………………………………... 29 13 LISTA DE ILUSTRAÇÕES Figura 1. Situação clínica inicial visão frontal do sorriso…………………….…. 30 Figura 2. Verificação dos espaços para preparação com guia de silicone....... 30 Figura 3. Fio de afastamento para moldagem Inserido…………................….. 31 Figura 4. Laminados cerâmicos sob espelho ……..………………….………… 31 Figura 5. Situação clínica final com afastamento labial e fundo de contraste.. 31 Figura 6. Visão frontal do sorriso pós tratamento……………..…….…………. 31 14 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO………………………………………………………………………… 15 2 REVISÃO DA LITERATURA…………………………………..….………………… 17 3 PROPOSIÇÃO………………………………………………………………………… 24 4 MATERIAIS E MÉTODOS……………………………..…………………………... 25 4.1 CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO CLÍNICA…………………………………….…….. 25 4.2 PROTOCOLO DE AVALIAÇÃO CLÍNICA………………………………….…….. 27 4.3 PROTOCOLO RESTAURADOR………………………………………………….. 29 4.3.1 Enceramento diagnóstico……………………………………………………... 30 4.3.2 Preparo dental…………………………………………………………………… 32 4.3.3 Moldagens………………………………………………………………….…….. 33 4.3.4 Cimentação dos laminados…………………………………………………… 34 4.3.4.1 Preparo do laminado cerâmico……………………………………………….. 35 4.3.4.2 Preparo do substrato dentário………………………………………………… 35 4.3.4.3 Cimentação do laminado cerâmico…………………………………….…….. 36 4.4 PERÍODO DE AVALIAÇÃO……………………………………………….……….. 37 4.5 TRATAMENTO ESTATÍSTICO……………………………………………………. 38 5 RESULTADOS………………………………………………………………………... 39 6 DISCUSSÃO………………………………………………………………...………... 41 7 CONCLUSÃO………………………………………………………………...………. 47 8 REFERÊNCIAS….…………………………………………...………………………. 48 9 ANEXOS……………………………………………………………………………….. 54 15 1. INTRODUÇÃO A busca por um sorriso perfeito tem se tornado uma exigência comum na prática clínica, pois um belo sorriso é fator importante para o bem estar pessoal e social. Comumente percebe-se a insatisfação que alguns pacientes têm em relação ao sorriso, podendo causar problemas psicológicos, baixa autoestima e até mesmo depressão (FREITAS-MAGALHÃES e CASTRO, 2006). A procura por procedimentos estéticos fez crescer a demanda por materiais mais modernos e técnicas menos invasivas, ou seja, que não necessitam de preparos dentários agressivos na estrutura dental (HILGERT, 2009). Esse benefício da manutenção da dentina e esmalte sadio, o conhecimento das técnicas operatórias e das características dos dentes naturais são fatores que colaboraram para o desenvolvimento dos laminados cerâmicos (MARSON e KINA, 2010). No cenário atual da Odontologia, os laminados cerâmicos são uma boa opção de tratamento por serem estéticos, propiciarem menor desgaste ao tecido dental e por possuírem longevidade clínica comprovada (PEUMANS et al., 2004; DUMFAHRT, 1999; CALAMIA e CALAMIA, 2007). Os laminados cerâmicos trazem características que mimetizam os dentes naturais quando executados com técnicas adequadas, apresentando, também, biocompatibilidade com o periodonto e o substrato dentário (FRADEANI, REDEMAGNI e CORRADO, 2005; ARISTIDIS e DIMITRA, 2002; CHEN, 2005; LAYTON e WALTON, 2007). Estudos laboratoriais constataram que espessura uniforme de desgaste do esmalte, mínima quantidade de espaçadores e uma fina camada do material cimentante diminuem as chances de falhas dos laminados. Essa relação entre laminado, cimento resinoso e substrato dentário parece ter influência relevante na distribuição de tensões nesse conjunto devido à contração de polimerização do cimento resinoso e o coeficiente de expansão térmica dos materiais restauradores, podendo comprometer o resultado longevo (MAGNE et al., 1999; MAGNE, VERSLUIS e DOUGLAS, 1999). 16 A longevidade clínica dos laminados cerâmicos é uma das exigências dos pacientes submetidos a esse tipo de tratamento. A literatura disponível mostra que os laminados cerâmicos têm boa performance. Os estudos mostram resultados que variam de 5 a 20 anos de acompanhamento clínico (PEUMANS et al., 2004; DUMFAHRT, 1999; CALAMIA e CALAMIA, 2007; FRADEANE, REDEMAGNI e CORRADO, 2005; ARISTIDIS e DIMITRA, 2002; CHEN, 2005; LAYTON e WALTON, 2007). Baseado nesse conceito de longevidade, este estudo teve como objetivo avaliar a performance clínica dos laminados cerâmicos utilizando a cerâmica IPS Emax. 17 2. REVISÃO DE LITERATURA Pincus (1947) foi um clínico ligado ao meio artístico de Beverly Hills e muito procurado por maquiadores para mascarar os problemas estéticos relacionados aos dentes de alguns astros do cinema. O autor desenvolveu uma técnica que pode ser considerada a precursora das facetas laminadas. Os dentes perdidos ou esteticamente comprometidos eram recobertos por uma faceta de acrílico ou porcelana, de forma provisória, sem nenhum preparo dental e fixada através de um pó, que limitava a utilização a apenas algumas horas. Entre os anos de 1955 e 1963, ocorreram grandes avanços na Odontologia, como o condicionamento dental e o desenvolvimento da molécula BISGMA, através de Buonocore e Bowen, possibilitando a união efetiva entre resinas, dentes e cerâmicas. Roberts (1983) avaliou clinicamente o desempenho de restaurações estéticas em caninos, incisivos centrais e incisivos laterais superiores, utilizando o sistema Mastique (Caulk-Dentsplay). Foram cimentadas 175 restaurações, em 49 pacientes. Após dois anos, a maioria das falhas ocorreu em caninos (40%), seguida pelos incisivos centrais (40%) e pelos incisivos laterais (16%), nos primeiros seis meses (56%). O autor atribuiu as falhas à precária adaptação e deterioração das restaurações. Horn (1983) relatou que a faceta de porcelana é um tratamento indicado para mascarar descolorações, fraturas, irregularidades e diastemas. As vantagens dos laminados cerâmicos em relação às facetas de resina compostas pela técnica direta são: menor manchamento, resistência a efeitos deletérios do álcool, medicações e solventes, e maior efetividade de adesão. Calamia (1985) defendeu um preparo conservador de 0,5mm de profundidade, com leve chanfrado em esmalte e uma redução de 0,5mm de desgaste incisal. 18 Highton, Caputo e Matyas (1979) mostraram uma classificação para os preparos de facetas laminadas de porcelana: facetas confeccionadas sobre dentes sem que estes sofram algum preparo, em dentes com leve redução de esmalte, com redução de esmalte vestibular, proximal, gengival e incisal. Considerando a última categoria como mais utilizada e aceita por diversos autores, indicando uma redução de 0,5 mm na face vestibular e proximal, de 0,5mm a 1,5mm na superfície incisal e o término do preparo num pequeno chanfro. Weinberg (1989) relatou que uma das mais populares técnicas para restaurações de dentes anteriores é a faceta laminada, observando que, para o sucesso total, deve se iniciar com um preparo correto. Para redução controlada do preparo, o autor propôs o uso de uma matriz que reproduz o dente não preparado, ou o enceramento diagnóstico realizado sobre o modelo de estudo, quando este se faz necessário. Sheets e Taniguchi (1990) defenderam um preparo intra-esmalte bem definido, para melhor adaptação da faceta. Para esses autores, as margens do preparo devem ser polidas, e a parte interna é mantida áspera para obter uma máxima força de adesão. Lang (1992) relatou uma redução dentinária entre 0,5mm e 0,75mm na região vestibular. O preparo da cobertura incisal tem a finalidade de aumentar a resistência da faceta, e é realizado de 1,0 mm a 1,5mm na incisal, estendendo à lingual, sem haver ângulos agudos. Caso não haja redução incisal, é importante que a espessura da porcelana, nessa região, seja suficiente para que não ocorram fraturas. Brasil et al., (1993) comentaram as vantagens do preparo dos dentes para receber facetas de porcelana, que são: aumentar ou diminuir o sobrecontorno dos dentes, aumentar a força de união do cimento resinoso ao esmalte preparado e mascarar manchas ou descolorações. 19 Belser (1997) descreveu preparos para facetas indiretas como sendo suaves, sem ângulos agudos, com recobrimento tipo overlap e chanfrado linguais (quando necessário o recobrimento incisal) e desgastes proximais mais extensos. Avaliaram ainda que preparos com essas características distribuíram melhor o estresse em estudo de fotoelasticidade. Fradeani (1998), avaliou o comportamento clínico dos laminados cerâmicos confeccionados pelo sistema Empress, num período de seis anos. Para o estudo, foram confeccionadas 83 laminados, em 21 pacientes. Fatores como: descoloração marginal, cor, presença de cáries e integridade marginal foram considerados. Para essa avaliação, apenas um laminado obteve insucesso, correspondendo a uma taxa de sobrevivência de 98,8% dos casos analisados. Peumans et al., (1998) avaliaram a performance clínica dos laminados cerâmicos confeccionados com cerâmica feldspática, num período de cinco anos. Para esse estudo, os autores confeccionaram 87 laminados nos dentes anteriores, em 25 pacientes, com idade de 19 a 69 anos. Os procedimentos clínicos foram executados por um operador. Na reavaliação dos laminados, 93% estavam em condições satisfatórias e não precisaram de intervenções, os 7% dos demais casos não estavam aceitáveis por apresentarem cárie, laminado fraturado e reação de hipersensibilidade. Concluíram que o laminado cerâmico é um procedimento estético e conservador para dentes descoloridos e mal formados. Magne et al., (1999a), num estudo laboratorial, constataram que a espessura uniforme de desgaste do esmalte, mínima quantidade de espaçadores e uma fina camada de cimento resinoso diminuem as chances de falhas dos laminados. Magne, Versluis e Douglas, (1999) corroborando com o estudo supracitado, demonstraram que, em relação ao laminado, cimento resinoso e substrato dentário parecem ter uma influência relevante na distribuição de tensões em laminados de porcelana devido à contração de polimerização do cimento resinoso e o coeficiente de expansão térmica dos materiais restauradores. 20 Dumfahrt, (1999) avaliou a performance clínica dos laminados, utilizando cerâmica feldspática, num período de 10 anos. Esse estudo foi dividido em três partes. Na primeira parte do estudo, foram avaliados passo a passo os procedimentos clínicos. Foram confeccionados 205 laminados, 117, em maxila, e 88, em mandíbula, em 72 pacientes, e o autor concluiu que o conceito do tratamento com laminados cerâmicos é estético e conservador, constando também, que os procedimentos de cimentação e acabamento, consomem muito tempo clínico. Peumans et al., (2000) fizeram uma revisão de literatura e observaram que os laminados cerâmicos cimentados ao dente, especialmente em esmalte, foiram satisfatórios, características, como a manutenção da estética a médio e longo prazo, foram excelentes, a satisfação do paciente foi alta e não houve efeitos adversos na saúde gengival em pacientes com uma boa higiene oral. Apesar de algumas deficiências não houve impacto direto sobre o sucesso clínico dos laminados a médio prazo, porém a sua influência sobre o desempenho clínico a longo prazo ainda é restrita, o que demostra a necessidade de mais estudos. Aristidis e Dimitra, (2002) avaliaram a performance clínica dos laminados cerâmicos com cerâmica feldspática, contendo 15% de óxido de alumina, (Ceramco), num período de 5 anos. Para esse estudo foram confeccionados 86 laminados, em 61 pacientes, com idade entre 18 e 70 anos e os procedimentos foram executados por um único operador. Após o período de 5 anos, foi avaliada de acordo com os critérios USPHS. Os autores concluíram que o tratamento com laminados cerâmicos é um procedimento conservador e estético para os dentes anteriores, 98,4 % foram avaliados como clinicamente aceitáveis. Magne (2003) definiu que a ferramenta mais simples e importante na redução do esmalte é a guia de silicone proveniente do enceramento diagnóstico, e é aconselhável uma redução inciso-axial de 0,7mm, 0,5 mm, na região cervical e 1,5mm, em região incisal. O envelopamento palatino pode ser parcial, com desgaste em 45 graus ou total, com desgaste em 90 graus. 21 Andrade e Romanini (2004) concluíram que a utilização de laminados cerâmicos na dentição anterior é um procedimento consolidado na literatura científica, porém o correto e cuidadoso planejamento e conhecimento dos materiais e técnicas são fundamenteis para o resultado final. Peumans et al., (2004) fizeram uma avaliação clínica de laminados cerâmicos confeccionados com cerâmica feldspática, durante 10 anos Esse estudo foi conduzido por um único operador para a confecção dos preparos, realizando 87 laminados, em 25 pacientes. Todas as restaurações foram avaliadas depois de 5 anos, em 10 anos, 93% dessas restaurações foram avaliadas. Os autores constataram que o procedimento de laminados cerâmicos é efetivo e preserva mais a estrutura do dente, constatando também, que a oclusão, o desenho do preparo, presença de restaurações antigas e o adesivo usado para unir o laminado ao dente contribuem para a performance clínica ao longo do tempo. Chen et al. (2005) avaliaram 546 laminados cerâmicos confeccionados com cerâmica (Cerinate) e cimentados em dentes manchados com tetraciclina, por questões estéticas. Os laminados foram reavaliados num período de 6, 18 e 30 meses após a cimentação, de acordo com o critério USPHS. Os autores concluíram que 99% dos laminados obtiveram excelente adaptação marginal, e em 1% dos casos, houve o deslocamento do laminado. Assim concluíram que o laminado cerâmico é uma excelente alternativa para o tratamento estético de dentes com manchas de tetraciclina. Fradeani, Redemagni e Corrado (2005) avaliaram a performance clínica de laminados cerâmicos confeccionados pelo sistema Empress I, num período de até 12 anos. Para isso, 182 laminados foram confeccionados para 46 pacientes, e vários critérios de avaliação de desempenho clínico foram considerados, como descoloração marginal, textura superficial e cor. Após o período de função na boca, os pacientes foram avaliados, e constatou-se que a taxa de sobrevivência foi de 94,4%, concluindo-se assim, que a taxa de falha é muito baixa, e quando cimentada com a técnica preconizada, parece ser uma excelente opção de tratamento. 22 Os autores, Clavijo (2007), Fradeani, Redemagni e Corrado (2005), Magne e Belser (2004), Belser (1997) e Gomes et al., (2004) descreveram que o correto planejamento, realizado juntamente entre clínico e técnico em prótese dental, seguido de fotografias, modelos de estudos, confecção de ensaio diagnóstico, guias de redução dental entre outros são essenciais para que haja um resultado final totalmente satisfatório. Layton e Walton (2007) avaliaram a performance clínica de 304 laminados cerâmicos confeccionados com cerâmica feldspática, em 100 pacientes, por um período de 16 anos. Concluíram que os laminados, quando ligados ao esmalte, oferecem uma restauração previsível a longo prazo, com baixa taxa de falhas. Calamia e Calamia (2007) fizeram uma avaliação de performance clínica de 25 anos com laminados cerâmicos, discutindo as falhas que podem ocorrer, se não é dada atenção a alguns detalhes, como por exemplo: planejamento; preparação, preservação de esmalte, seleção adequada de materiais cerâmicos, seleção adequada dos materiais e dos métodos de cimentação das restaurações, bom acabamento e polimento das restaurações e planejamento adequado para a manutenção contínua das restaurações, que são questões importantes para o sucesso clínico longitudinal. Katoh et al (2009) fizeram o acompanhamento periódico de laminados cerâmicos, por 20 anos, de um paciente com dentes manchados por tetracilcina. Os autores concluíram que os laminados cerâmicos podem ser utilizados num período de 20 anos, porém, devido ao envelhecimento natural, houve recessões gengivais e a re-exposição da superfície do dente, por isso, consideraram que se deve ter atenção com o tipo de material que será escolhido para a restauração. Granell-Ruiz et al (2010) avaliaram em seu estudo 323 laminados cerâmicos, confeccionados pelo sistema Empress, num período de 3 a 11 anos, em pacientes de 18 a 74 anos. Os autores constataram que em 7.7% dos casos houve recessão gengival; 21.6%, com sangramento na sondagem; presença de cárie e 23 hipersensibilidade, em 3.1% dos casos; em 98%, foi constatado integridade marginal; pigmentação marginal, em 39,3% dos casos; e fraturas em 4%; deslocamento do laminado em 9% dos casos. Os autores concluíram que o tratamento com laminados cerâmicos é considerado uma opção de tratamento previsível que oferece excelentes resultados. 24 3. PROPOSIÇÃO A proposição do presente trabalho foi: Avaliar a performance clínica dos laminados cerâmicos no período baseline, de 6 e 12 meses, através de avaliação clínica, seguindo os critérios de Ryge (1981), modificados do Serviço de Saúde Pública dos Estados Unidos (USPHS) que consiste em avaliar: Sensibilidade pós operatória, reincidência de cárie, reprodução de cor, descoloramento marginal, integridade marginal, fratura do dente, fratura da restauração, textura superficial, contorno axial, desgaste oclusal, saúde periodontal e retenção. 25 4. MATERIAIS E MÉTODOS Trata-se de um estudo longitudinal acerca da performance clinica dos laminados cerâmicos. A lista dos materiais utilizados para esta pesquisa está no Quadro 6 (ANEXO 1). 4.1 CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO CLÍNICA Este estudo in vivo avaliou a performance clínica do Laminado Cerâmico confeccionado de IPS E.max (Dissilicato de lítio), em dentes anteriores e foi aprovado pela Faculdade Ingá, projeto de número 899/1-2011 . Conforme sugerido pelo Serviço de Saúde Pública dos Estados Unidos (USPHS), proposto por Ryge (1981), os laminados cerâmicos deste estudo foram avaliados com o auxilio desse método (USPHS). Características clínicas como: superfície e cor, forma anatômica e integridade marginal foram avaliadas segundo critérios clínicos pré-estabelecidos, conforme descrito no QUADRO 2. Cada critério recebeu escores ALFA (A), BRAVO (B), CHARLIE (C) e DELTA (D), dispostos em ordem decrescente de aceitabilidade clínica, sendo que Alfa é o mais satisfatório, e Delta, o mais insatisfatório. Para essa avaliação foram usados os critérios, que estão descritos no quadro 3. 26 QUADRO 2. Descrição dos critérios clínicos avaliados e respectivos escores adaptados de Ryge (1981) Maringá, 2011. CARACTERÍSTICAS CLÍNICAS CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO BRILHO E COR FORMA ANATÔMICA INTEGRIDADE MARGINAL ESCORES SATISFATÓRIO INSATISFATÓRIO Reprodução de cor Alfa (A) Bravo (B) Textura superficial Alfa (A) Bravo (B), Charlie (C) Contorno axial Alfa (A), Bravo (B) Charlie (C), Delta (D) Desgaste oclusal Alfa (A) Bravo (B) Saúde periodontal Alfa (A) Bravo (B) Fratura do laminado Alfa (A) Bravo (B) Fratura do dente Alfa (A) Bravo (B) Integridade marginal Alfa (A), Bravo (B) Charlie (C), Delta (D) Descoloração marginal Alfa (A), Bravo (B) Charlie (C), Delta (D) Sensibilidade pós-operatória Alfa (A) Bravo (B) Incidência de cárie Alfa (A) Bravo (B) Retenção Alfa (A) Bravo (B) QUADRO 3. Descrição dos critérios clínicos considerados e suas especificações para o presente estudo. Maringá, 2011. CARACTERÍSTIC AS CLÍNICAS CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO ESCORES Foram Registradas a estabilidade da cor da restauração em função do tempo Foram Registradas a compatibilidade de brilho da restauração com o Textura superficial esmalte adjacente e sua manutenção ao longo do tempo. Foram Registradas a presença de uma continuidade na forma da Contorno axial restauração com a do dente. Foram Registradas qualquer evidência de contatos oclusais préDesgaste oclusal maturos nos dentes restaurados com laminados. Reprodução de cor BRILHO E COR FORMA ANATÔMICA INTEGRIDADE MARGINAL Saúde periodontal Foram Registradas a manutenção da saúde periodontal. Fratura do laminado Foram Registradas se houve fratura de algum laminado. Fratura do dente Foram Registradas se houve fratura de algum dente. Integridade Foram Registradas evidências de fendas ao longo da margem da marginal restauração. Descoloração Foram registradas mudanças de opacidade na margem da restauração marginal ou outras evidências clínicas de microinfiltração. Sensibilidade pós- Foram Registradas a presença de sensibilidade estimulada por leves operatória jatos de ar. Incidência de cárie Foram Registradas a presença de cárie nas margens das restaurações. Retenção Foram Registradas a retenção da restauração. 27 4.2 PROTOCOLO DE AVALIAÇÃO CLÍNICA Os critérios de reprodução de cor, textura superficial, contorno axial, desgaste oclusão, saúde periodontal, fratura do laminado, fratura do dente, integridade marginal, descoloração marginal, sensibilidade pós-operatória, incidência de cárie e retenção foram avaliados em inspeção visual e tátil, sob iluminação da luz do refletor, com auxílio de um espelho odontológico plano nº. 5 (SS WHITE DUFLEX, Rio de Janeiro, Brasil), uma sonda exploradora nº. 5 (SS WHITE DUFLEX, Rio de Janeiro, Brasil), fitas de papel carbono (AccuFilm, Parkell, Edgewood, EUA) e sonda periodontal milimetrada (Hu friedy, Rio de Janeiro, Brasil). Inicialmente, dois avaliadores fizeram as avaliações de forma independente, através de teste cego e, nos casos de discordância, os avaliadores discutiram até chegarem a um consenso. Para padronizar a avaliação dos critérios clínicos previamente estabelecidos, os examinadores foram calibrados através da observação de um formulário contendo fotografias digitais coloridas, com aumentos padronizados 1:1, que representavam os possíveis escores de classificação A, B, C e D. Para verificar o grau de concordância intra e interexaminadores. A fim de auxiliar na obtenção dos resultados, para cada restauração, os examinadores preencheram uma ficha clínica, previamente elaborada pelo pesquisador (ANEXO 2). Essa ficha foi empregada em todos os períodos de avaliação e permitiu estabelecer um escore para cada critério clínico avaliado. Foram realizadas tomadas fotográficas, utilizando-se uma câmera digital Nikon, modelo D-3000, com lente 105 mm, permitindo documentar a condição clínica pré e pósoperatória e os períodos de avaliação após o tratamento reabilitador: baseline (inicial), 6 e 12 meses de avaliação Quadro 3. Critérios de inclusão e exclusão de participantes do estudo sobre a performance de laminados cerâmicos, Maringá, 2011. 28 Inclusão Exclusão Paciente com idade entre 20 e 80 anos e Paciente impossibilitado de comparecer tempo disponível para participar da às consultas de reavaliação; pesquisa; Consentimento por escrito de participação voluntária e esclarecida na pesquisa (Anexo 3); Gravidez e fumantes; Paciente com higiene bucal satisfatória e Paciente debilitado física ou apresentando, pelo menos, 20 dentes em mentalmente; oclusão; Paciente com necessidades estéticas, seja por descoloração e má formação do dente, ou não aceitação da condição estética em que o sorriso se apresentava. Paciente com hábito parafuncional, erosão dental, ou ambos; Paciente em tratamento clareador dos dentes, ortodôntico. Para este estudo, foram confeccionados 63 laminados cerâmicos, com base no exame clínico e radiográfico inicial. Não foi restrita a quantidade de laminados por paciente. Em numero de 40, sendo 6 do sexo masculino e 34 do sexo feminino. A idade dos pacientes variou de 23 a 72 anos. Os 63 laminados foram confeccionados de julho de 2009 a março de 2010, selecionados com base nos itens de inclusão e exclusão, listados no QUADRO 3. A distribuição da idade dos pacientes envolvidos está descrita no Quadro 5, e a distribuição dos dentes envolvidos está descrita no quadro 6. Os dentes foram escolhidos de acordo com a condição presente na boca de cada paciente, como por exemplo: descoloração branda (quando o clareamento interno não obteve bom prognóstico) descoloração moderada, defeitos em esmalte ou por motivo estético relacionado à aceitação do paciente frente à condição estética do seu sorriso. Quadro 4. Distribuição da idade dos pacientes participantes do estudo sobre a performance de laminados cerâmicos, Maringá, 2011. 29 Idade Homem Mulher Total 21-30 1 7 8 31-40 4 19 23 41-50 1 4 5 51-60 0 2 2 61-80 0 2 2 Total 6 34 40 Quadro 5. Distribuição dos dentes envolvidos dos participantes do estudo sobre a performance de laminados cerâmicos, Maringá, 2011. Dente Maxila Mandíbula Total Incisivo Central 29 0 29 Incisivo Lateral 22 0 22 Canino 12 0 12 Pré-molar 0 0 0 Total 63 0 63 4.3. PROTOCOLO RESTAURADOR Para a realização dos laminados cerâmicos foram previamente selecionados os dentes anteriores, superiores e inferiores, de canino a canino. Foram realizadas, em clínica particular por 2 operadores graduados em Odontologia, especialistas em prótese ou dentística, seguindo um protocolo clínico previamente estabelecido. 30 Inicialmente, realizou-se a profilaxia do quadrante a ser restaurado, com pedra-pomes e água, aplicados com uma escova robson em baixa velocidade. Os contatos oclusais foram demarcados com auxílio de fitas de papel carbono (AccuFilm, Parkell, Edgewood, EUA), e a anestesia do local foi obtida com injeção de mepivacaína 2% e epinefrina (DFL, Rio de Janeiro, Brasil). 4.3.1 Enceramento diagnóstico Os dentes foram preparados de acordo com a técnica do protocolo de laminados cerâmicos (MAGNE, 1999), e para tanto, antes de serem iniciados todos os casos, foi confeccionado em laboratório, o enceramento diagnóstico (Laboratório Aliança de Prótese Odontológica, São Paulo, SP, Brasil), Antes de serem iniciados os procedimentos de preparação dental, foi realizada para os 59 laminados, uma simulação do resultado final, em resina acrílica, Afim de se obter a aprovação pelo paciente da continuação dos procedimentos subsequentes. Essa técnica conhecida como mock-up, consiste em realizar uma moldagem, em silicone de condensação (Zetalabor, Zhermack, Italia), do enceramento diagnóstico. Após a remoção dessa muralha em silicone, foi preenchido com resina acrilica (Duralay 62, Reliance Dental, EUA) e posicionado sob os dentes do paciente que foram submetidos ao tratamento. Depois da polimerização da resina acrilica removeram-se os excessos, seguida de acabamento com ponta abrasiva de granulação fina para provisório (Exa Technique Amarela, Edenta, Suiça) que foi mostrado ao paciente afim de que aprovasse ou não a nova forma dos dentes FIG. 1 e 2 Situação clínica inicial. Verificação dos espaços durante a preparação dental, com guia de silicone. 31 FIG. 3 e 4. Fio de afastamento para moldagem Inserido. Laminados cerâmicos sob espelho. FIG. 5 e 6. Situação clínica final com afastamento labial e fundo de contraste. Visão frontal do sorriso pós tratamento. Os 39 pacientes aprovaram na primeira demonstração do resultado final com a resina acrílica, em boca. Esses pacientes visualizaram o enceramento diagnóstico antes de se iniciar o tratamento. Entretanto, em 1 paciente com 4 laminados, onde os dentes se apresentavam vestibularizados, foi possível para o enceramento diagnóstico remover volume dos dentes, afim de se melhorar a composição estética do novo sorriso. Nesse sentido, não foi possível realizar o mock-up para que o paciente aprovasse, sendo necessário desgastar os dentes para, então, fazer o mock-up. 32 4.3.2 Preparo dental Como padrão adotado para o estudo, em nenhum dos 63 laminados realizados foi feito endodontia, nem tampouco, foi colocado a pino intra-canal. Foi utilizado fio de afastamento gengival (Ultrapack 000, Ultradent, EUA), para não lesar a gengiva, no momento da preparação com as pontas diamantadas. Elas foram utilizadas com formato tronco cônico de extremo arredondado com as seguintes numerações: 3131, 4137, 2133, 4138 e 2135 (KG Sorensen, Brasil) e em diferentes granulações (fina e extrafina). Para o término cervical, foi realizado um chanfro, de 0,3 a 0,8 mm, e a redução incisal esteve presente nos 23 dos 63 laminados, variando de 1 a 1,5 mm. Dependendo da existência de restaurações classe III, os preparos se estenderam para a proximal, sendo avaliada a condição em que se apresentavam, e quando necessárias, foram trocadas por novas restaurações, ou até mesmo, foram removidas para que houvesse apenas uma interface entre o dente/laminado. Para o preparo de 23 laminados, foi rompido o ponto de contato com ponta diamantada, em forma de ponta de lápis, entretanto, para 40 laminados, o ponto de contato foi rompido com lixa metálica, de granulação grossa, sendo que os ângulos do preparo foram arredondados com disco de lixa (Soft-lex Pop-On, 3M ESPE, EUA) e ponta de polimento, de diferentes granulações (Jiffy Polisher Verde, amarela e branca, Ultradent, EUA) Após o termino dos preparos, foi utilizado um recortador de esmalte, com a forma semelhante às pontas diamantadas com formato tronco cônico de extremo arredondado (MA2, Safident, Cosmedent, EUA), para remover possíveis espículas de esmalte e melhorar a lisura superficial. Em 5 dentes, onde houve exposição de dentina, foi aplicado adesivo para o selamento e proteção do complexo dentinopulpar (Clearfil SE bond, Kuraray, Japão). A escolha de cor, tanto do substrato quanto dos dentes hígidos, foi executada com o auxilio de escala de cor (Vita-Pan 3D master, Vita Zahnfabrik, Alemanha). 33 4.3.3 Moldagens As moldagens dos laminados foram realizadas com silicone de adição (Aquasil, Dentsply, EUA). A técnica de moldagem utilizada foi executada em passo único, porém, antes, foi realizada uma inspeção da profundidade do sulco gengival, com sonda milimetrada (Hu-Friedy, EUA), para determinar qual fio afastador seria escolhido (Ultrapack 000, 00 e 0, Ultradent, EUA). Foi utilizada a técnica do fio duplo no sulco gengival, para os 19 laminados, com os fios 000, 00 ou 0, dependendo da profundidade de sondagem, foram selecionados dois fios, um de calibre maior que o outro. No entanto para 44 laminados, foi utilizado fio único no sulco gengival, pois os preparos se restringiram supra gengival. Após moldagem dos preparos, foram confeccionados provisórios em resina acrílica, com a cor semelhante aos dentes de cada paciente (Duralay, Reliance Dental, EUA), com o auxilio da moldagem feita previamente, a partir do enceramento. Os pacientes aguardaram o tempo de aproximadamente 10 a 15 dias para a cimentação dos laminados cerâmicos, que foram confeccionadas no laboratório Aliança Prótese Odontológica, São Paulo, SP, Brasil. A cerâmica escolhida foi a IPS E.max (dissilicato de lítio, Ivoclar Vivadent, Liechtenstein). 4.3.4 Cimentação dos laminados Neste trabalho foi realizado o protocolo recomendado para a cimentação adesiva dos laminados cerâmicos, que pode ser dividido em tres etapas: 1) preparo do substrato dentinário, que consiste em condicionamento com ácido fosfórico a 37% no substrato, seguido de aplicação do sistema adesivo de frasco único (REIS et al, 2003); 2) preparo do laminado cerâmico, que consiste em condicionar com ácido fluorídrico a 10% por 20 segundos o interior dos laminados, limpeza dos preciptados 34 em cuba ultrassônica com álcool, seguido de silanização e aplicação do sistema adesivo (GOMES; 1996), e 3) a cimentação do laminado ao dente. 4.3.4.1 Preparo do laminado cerâmico Para o preparo dos laminados, foi utilizado o ácido Fluorídrico 10% (Condicionador de porcelana, Angelus, Brasil) por 20 segundos, no interior de cada laminado, que foi lavado, e colocado em cuba ultra-sônica (Lavadora Ultra-sônica, Odontobrás, Brasil), no álcool, por 5 minutos (Álcool isopropílico 70%, Rioquimica, Brasil), para a limpeza dos precipitados formada pelo ácido fluorídrico. Depois de lavado e seco para a aplicação do agente silanizador (Silano, Dentsply, EUA), foi aquecido com secador de cabelo (Secador Compact, Arno, Brasil) para otimizar as propriedades adesivas. Posteriormente a isso, foi aplicada uma fina camada de adesivo (Single Bond 2, 3M ESPE, EUA) e removidos os excessos de solvente com suave jato de ar. Em sequência o laminado, não foi polimerizado, sendo reservado no casulo de acrílico laranja para proteção da luz (Ivoclar Vivadent, Alemanha). 4.3.4.2 Preparo do substrato dentário Para o preparo dos dentes, usou-se ácido fosfórico 10% (Acid Gel, Villevie, Brasil) por 15 a 30 segundos, que foi lavado, e secado, sendo removidos os excessos com papel absorvente (Papel Melitta, Brasil), seguiu-se de aplicação de adesivo (Single Bond 2, 3M ESPE, EUA), e removeram os excessos para a evaporação do solvente com suaves jatos de ar. Após essa etapa, o substrato dentário não foi polimerizado. 4.3.4.3 Cimentação do laminado cerâmico 35 Para a etapa de cimentação, os dentes adjacentes ao dente que recebeu o laminado foram protegidos com fita de teflon (Veda-rosca, Tigre). O cimento de escolha foi o cimento resinoso adesivo (Rely-X ARC, 3M ESPE, EUA), somente a base polimerizável, sem misturar com a porção catalisadora, aplicado no interior do laminado e posicionado diretamente no preparo com pressão digital. Sendo os excessos removidos com pincel de ponta chata (Pincel 01, Cosmedent, EUA). Foi cimentado um laminado por vez, iniciando-se pelo incisivo central. Os laminados foram polimerizados com fotopolimerizador (Radii-Cal, SDI, EUA) até a completa cura do cimento, por 60 segundos na face vestibular e 60 segundos na face palatina, a uma distância aproximada de 1 centímetro do laminado, com 1200mW/cm2 a intensidade do fotopolimerizador, sendo utilizado o radiômetro incluso no aparelho para aferir a intensidade da luz. Após a polimerização, foi aplicado glicerina (KY, johnson & johnson, EUA) na interface dente/laminado para inibição do oxigênio, e os excessos do cimento polimerizado foram removidos com lâmina de bisturi número 12. Ao terminar a etapa de cimentação, seguiram as etapas de ajuste oclusal. 4.4 PERÍODO DE AVALIAÇÃO Antes de iniciar cada avaliação, foi realizada profilaxia do dente restaurado, com pasta profilática, aplicada com uma escova do tipo Robson, e fio dental, na região interproximal. Para a avaliação da sensibilidade pós-operatória, os examinadores aplicaram um suave jato de ar, com a seringa tríplice, em direção à região restaurada, a uma distância aproximada de 1 cm, durante 10 segundos. As demais inspeções foram verificadas com auxílio de fotografia e sonda exploradora número 5. As restaurações foram avaliadas em 3 períodos de tempo distintos (baseline, 6 meses e 12 meses). 1a avaliação – avaliação inicial (baseline), realizada até 72h, após o término da cimentação. 2a avaliação - realizada 6 meses após o término da cimentação 3a avaliação - realizada 12 meses após o término da cimentação 36 4.5 TRATAMENTO ESTATÍSTICO O interesse principal da pesquisa consistiu em avaliar a performance clínica dos laminados cerâmicos ao longo de 12 meses. A amostra final foi composta por 63 dentes restaurados e analisados em 3 períodos distintos (baseline, 6 meses e 12 meses). Para avaliar os critérios: estabilidade da cor, brilho da superfície, desgaste oclusal, contato interproximal, saúde periodontal, fratura do material restaurador, adaptação marginal, descoloração marginal, recidiva de cárie e sensibilidade pósoperatória, considerou-se o percentual de restaurações que apresentaram escore ALFA (A) nos 3 períodos de avaliação (baseline, 6 e 12 meses). Para verificar o nível de significância estatística quando se observou alteração na porcentagem de escore ALFA, ao longo de 12 meses, utilizou-se o modelo estatístico de regressão logística binária, através do teste de Wald para tendência e através do SPSS, versão 11.5 para Windows, adotando o nível de 5% de significância. 37 5. RESULTADOS Como se observa na TAB. 1, nenhuma restauração foi excluída da pesquisa, ficando a amostra final constituída por 63 restaurações, para cada período avaliado. A TAB.1 Distribuição dos grupos utilizados na avaliação e a frequência das amostras nos respectivos períodos de tempo avaliados. Maringá, 2011. GRUPOS (Período) Amostra inicial (restaurações realizadas) Restaurações excluídas Amostra final (restaurações válidas) Inicial (baseline) 63 0 63 Após 6 meses 63 0 63 Após 12 meses 63 0 63 Vale ressaltar que, neste estudo, em alguns critérios avaliados não foi necessário utilizar todos os escores propostos para representar as diferentes situações clínicas encontradas. A TAB. 2 apresenta a frequência dos escores obtidos em cada período de avaliação, em relação ao total de 63 restaurações avaliadas. Ao longo de 12 meses, os escores, ALFA, BRAVO, CHARLIE e DELTA foram registrados sendo alta a predominância de escore ALFA. Também, para parte dos critérios clínicos analisados: Reprodução de cor, Textura superficial, Desgaste oclusal, Saúde periodontal, Fratura do laminado, Fratura do dente, Incidência de cárie e Retenção, não houve alteração na porcentagem de ALFA nas três avaliações realizadas, ou seja, o percentual de ALFA se manteve em 100% desde o baseline até 12 meses de avaliação. Assim, não foi necessário, aplicar o teste de Wald. Foi observado que, no período baseline, 82,5% dos pacientes obtiveram resultados em relação à sensibilidade ALFA, enquanto que, em apenas 17,5% foi encontrado escore encontrados BRAVO. Entretanto, nos demais períodos, a sensibilidade pós-operatória desapareceu. 38 Tabela 2. Frequência dos escores obtidos em cada período de avaliação, em relação ao total. Maringá, 2011. Critérios Baseline 6 meses 12 meses A B C D A B C D A B C D Reprodução de cor 63 - - - 63 - - - 63 - - - Textura superficial 63 - - - 63 - - - 63 - - - Contorno axial 59 1 - 3 59 1 - 3 59 1 - 3 Desgaste oclusal 63 - - - 63 - - - 63 - - - Saúde periodontal 63 - - - 63 - - - 63 - - - Fratura do laminado 63 - - - 63 - - - 63 - - - Fratura do dente 63 - - - 63 - - - 63 - - - Integridade marginal Descoloração marginal Sensibilidade pósoperatória Incidência de cárie 60 3 - - 60 3 - - 60 3 - - 59 4 - - 59 2 2 - 59 2 2 - 52 11 - - 63 - - - 63 - - - 63 - - - 63 - - - 63 - - - Retenção 63 - - - 63 - - - 63 - - - Observamos que, nos três períodos, 95,2% dos pacientes receberam escores em que a descoloração marginal foi ALFA, enquanto que 6,4%, 3,2% e 3,2% dos períodos Baseline, seis e doze meses, respectivamente, receberam escore BRAVO, e que apenas 3,2% e 3,2% dos períodos seis e doze meses receberam escore CHARLIE. Observamos, que ainda, nos três períodos, 95,2% dos pacientes foram avaliados em relação à integridade marginal obtendo o escore ALFA, enquanto que apenas 4,8% receberam o escore BRAVO. Observamos, que também, nos períodos baseline, seis e doze meses, em 93,6%, 95,2% e 95,2%, dos laminados cerâmicos a avaliação do contorno axial foi ALFA, enquanto que, em 1,6% nos três período,s os critérios foram BRAVO, e apenas 4,8%, 3,2% e 3,2% dos períodos seis e doze meses, respectivamente receberam escore DELTA. 39 Tabela 3 – Período de avaliação, frequência de escore ALFA, porcentagem e probabilidades do teste de Wald para o estudo da associação entre período de avaliação e o percentual de escore ALFA. Maringá, 2011. N0 Critérios Período 1 Sens pós-oper. Bas/seis meses/dose meses Freq. de Alfa 52/63/63 Porcentagem P valor 82%/100%/100% * 2 Reinc. de cárie Bas/seis meses/dose meses 63/63/63 100%/100%/100% * 3 Reprod da cor Bas/seis meses/dose meses 63/63/63 100%/100%/100% * 4 Descol. marginal Bas/seis meses/dose meses 59/59/59 94%/94%/94% * 5 Integ. Marginal Bas/seis meses/dose meses 60/60/60 95%/95%/95% * 6 Fratura do dente Bas/seis meses/dose meses 63/63/63 100%/100%/100% * 7 Fratura da rest. Bas/seis meses/dose meses 63/63/63 100%/100%/100% * 8 Textura superf. Bas/seis meses/dose meses 63/63/63 100%/100%/100% * 9 Contorno axial Bas/seis meses/dose meses 59/59/59 94%/94%/94% 0,079 10 Oclusão estres. Bas/seis meses/dose meses 63/63/63 100%/100%/100% * 12 Saúde periodont. Bas/seis meses/dose meses 63/63/63 100%/100%/100% * 12 Retenção Bas/seis meses/dose meses 63/63/63 100%/100%/100% * 40 6. DISCUSSÃO Para avaliar o desempenho clínico dos laminados cerâmicos confeccionados com IPS E.max (dissilicato de lítio), em dentes anteriores, foram confeccionadas 63 restaurações, em 40 pacientes, quantidade semelhante aos trabalhos propostos por Fradeani (1998), em que foram confeccionados 83 laminados, em 21 pacientes. Entretanto, existem trabalhos em que os autores avaliaram 182 laminados (Fradeani, Redemagni e Corrado; 2005), 304 laminados cerâmicos (Layton e Walton; 2007), 323 laminados cerâmicos (Granell-Ruiz et al; 2010) e 546 laminados cerâmicos (Chen et al.; 2005), porém estes estudos, com grande número de laminados cerâmicos realizaram avaliação longitudinal e vários operadores executaram os procedimentos (Fradeani, Redemagni e Corrado; 2005); (Granell-Ruiz et al; 2010). Para o presente estudo, 2 operadores realizarão os procedimentos. O presente trabalho realizou um estudo não pareado, avaliando apenas restaurações confeccionadas com a IPS E.max (Ivoclar Vivadent), sem a existência de grupo controle, similar aos estudos de Peumans et al., (2004), Katoh et al (2009) e Granell-Ruiz et al (2010) por ser um trabalho de avaliação clínica. Não existe um padrão de tempo para avaliação dos trabalhos de performance clínica dos laminados cerâmicos, entretanto, pode-se considerar que quanto maior o tempo que uma restauração permanecer em função, maior será seu sucesso clínico. A literatura mostra vários trabalhos em que o tempo de avaliação é diferente: Fradeani (1998) avaliou os resultados clínicos, acompanhando pacientes em 6 anos; Peumans et al., (1998) fez sua avaliação em 5 anos; Alguns anos mais tarde, Peumans et al., (2004) avaliou os resultados de 10 anos dos mesmos pacientes; Dumfahrt (1999) acompanhou durante 10 anos a performance clínica dos laminados cerâmicos; Aristidis e Dimitra, (2002) observaram os resultados em 5 anos de acompanhamento; Chen (2005) por sua vez, durante 30 meses; Fradeani, Redemagni e Corrado (2005) fizeram o acompanhamento da performance clínica de 12 anos; Layton e Walton (2007) durante 16 anos; Katoh et al (2009) por 20 anos e 41 Calamia e Calamia (2007) acompanhou um caso clínico de 25 anos. Considera-se, que assim, que quanto mais tempo o material permanecer em função, seja em ambiente in-vitro ou in-vivo, maior será seu sucesso clínico, no entanto o presente trabalho fez a avaliação de 1 ano por ser um material recentemente lançado. Até a presente data de elaboração deste trabalho, não existem trabalhos clínicos longitudinais da performance de laminados cerâmicos, utilizando o IPS E.max, no entanto existem outros que avaliaram o sistema Empress I (Granell-Ruiz et al, 2010; Fradeani, Redemagni e Corrado, 2005 e Fradeani, 1998), sendo que o sistema Empress II é a evolução do Empress I. Existem trabalhos in vitro e in vivo sobre fratura de outros tipos de cerâmicas (Andreasen, Daugaard-Jensen e Munksgaard'; 1991; Piemjai e Arksornnukit; 2007) preparo ( Magne e Belser; 2004; Magne e Douglas; 1999) e cor (Sailer, et al, 2007; Chadwick, McCabe e Carrick; 2008) entretanto, o estudo in vitro não tem o mesmo valor que o estudo in vivo conforme relatou Fradeani (2005), porque a condição intra-oral não pode ser reproduzida totalmente em laboratório, estas condições incluem a aplicação de forças múltiplas e intermitentes durante a mastigação, trituração e apertamento, a exposição constante a um meio úmido e ambiente rico em bactérias. A alteração brusca de temperatura na ingestão de líquidos quentes e frios, líquidos ácidos e o processo de escovação são condições de difícil reprodução em ambiente laboratorial. A avaliação in vivo tem sido a base fundamental para o estabelecimento de critérios de aceitação dos laminados cerâmicos, entretanto, antes da validade dos critérios clínicos, os procedimentos necessitam de comprovação cientifica laboratorial (in vitro) para, então, ter validade clínica (PEUMANS et al., 2004). Os estudos in vivo podem fornecer uma imagem fiel da performance clínica dos materiais e técnicas para a realização dos laminados cerâmicos (FRADEANI, 2005). No presente estudo, os laminados cerâmicos foram associados a uma elevada taxa de sobrevivência (100% em 1 ano), comparável com os resultados relatados em outros estudos sobre performance clínica desses laminados: (91% a 100%) Peumans (1998); Reeh e Ross, (1994); Friedman (1998); Dumfahrt (2000). 42 Outros estudos mostram resultados menos favoráveis, provavelmente relacionados ao uso inadequado dos procedimentos de cimentação, de acordo com Shaini, Shortall e Marquis (1997); Dunne (1993). Em comparação com coroas metalocerâmicas, a taxa de sobrevivência foi de 99% após 5 anos e 95% após 11 anos. De acordo com os resultados obtidos no presente estudo, os laminados cerâmicos são associados com quase o mesmo risco de perda por fratura de coroas metalocerâmicas, colocados na região anterior, avaliados por outros estudos (MALAMENT e SOCRANSKY, 1999; LEEMPOEL, ESCHEN e DE HAAN, 1985; FRADEANI e REDEMAGNI, 2002; PEUMANS ,2004; CALAMIA e CALAMIA, 2007; KATOH et al, 2009; GRANELL-RUIZ et al 2010). De acordo com Peumans et al., (2004), considera-se que os laminados cerâmicos devem ser cimentados com a técnica adesiva correta para atingir uma taxa de sobrevivência alta, o que é comparável aos resultados obtidos com as coroas tradicionais. O procedimento de cimentação adesiva é comum atualmente entre os profissionais, sendo a cimentação adesiva dos laminados cerâmicos é recomendada. O presente trabalho fez a última avaliação num período de um ano, e os resultados estatísticos têm pouca diferença da condição baseline, uma vez que 12 meses é pouco tempo para aferir a performance do laminado, entretanto os trabalhos científicos de avaliação de 5, 6, 10, 12, 16, 20 e 25 anos apresentam diferenças entre o período baseline e o último período de avaliação. O objetivo do presente trabalho foi fazer a analise de 12 meses de acompanhamento longitudinal, entretanto o projeto inicial preconiza a continuidade do acompanhamento clínico nos próximos anos, para que os resultados obtidos possam ser comparados com os resultados de trabalhos com mais tempo de longevidade clínica. Entretanto, os estudos que avaliaram por muitos anos foram realizados com outros tipos de cerâmicas, como no caso dos trabalhos de Fradeani (2005) e Peumans (2004), sendo que o primeiro avaliou o sistema IPS Empress I e o segundo, a cerâmica feldspática (GC Cosmotech Porcelain, GC). No entanto, o critério de avaliação entre os diferentes tipos de cerâmica foi o mesmo (Critério de Hyge modificado). 43 No presente estudo, os laminados cerâmicos confeccionados com IPS E.max foram avaliados com base em 12 critérios clínicos em que os percentuais de escore ALFA, observados em 12 meses, foram de 100% para os critérios: Reprodução de cor, Textura superficial, Desgaste oclusal, Saúde periodontal, Fratura do laminado, Fratura do dente, Incidência de cárie e Retenção, entretanto outros valores foram encontrados para os outros critérios: Sensibilidade Pós-operatória, Descoloração marginal, Integridade marginal e Contorno axial, (valores variáveis) Anexo 4. Foi observado que no período baseline, 82,5% dos pacientes tiveram sensibilidade, com o escore ALFA, enquanto que apenas 17,5% receberam escore BRAVO. Entretanto, nos demais períodos, a sensibilidade pós-operatória não foi relatada, o que pode estar relacionada ao condicionamento com ácido fosfórico em esmalte e dentina, favorecendo essa sensibilidade e que, pelo processo de reparação natural da polpa, foi eliminada nas demais avaliações. Esses resultados estão em consonância com o trabalho de Chen et al. (2002) em que, no período baseline o escore encontrado foi ALFA em 80% e BRAVO em 20% dos casos. Nos demais períodos de avaliação, os escores encontrados foram de 100% para ALFA e 0 % para BRAVO. Os valores são diferentes do resultado encontrado por Peumans et al. (1998) em que 98% tiveram escore ALFA e 2 %, escore BRAVO. De acordo com Andrade et al,. (2008) e Accorinte., et al (2008), tal valor encontrado para este trabalho talvez possa ser atribuído ao passo que a sensibilidade pós-operatória, após a cimentação adesiva, tem diversas causas, entre elas agressão pulpar prévia causada por infiltração de restaurações pré-existentes, irrigação e utilização de brocas e pontas diamantadas de forma inadequada, contaminação bacteriana da dentina pela saliva, aplicação de materiais odontológicos irritantes e margens insatisfatórias dos provisórios, levando à solubilidade do cimento temporário Para o critério de descoloração marginal, foi observado que nos três períodos 95,2%, os laminados ceramicos receberam o escore ALFA, enquanto que 6,4%, 3,2% e 3,2%, nos períodos Baseline, 6 e 12 meses respectivamente obtiveram 44 o escore BRAVO, e apenas 3,2% e 3,2% nos períodos de 6 e 12 meses respectivamente o escore CHARLIE. Os valores encontrados diferem do trabalho de Peumans, et al 1998), em que não houve descoloração marginal dos casos avaliados. Esses valores foram diferentes dos encontrados por Fradeani (2005) em que 86.44% eram o escore ALFA e 13.56%, o escore BRAVO, diferentes dos valores encontrados por Aristidis e Dimitra (2002) em que observaram 100% clinicamente aceitável. Esse fator pode estar relacionado a algum procedimento realizado na união dos laminados cerâmicos ao substrato, como pode estar relacionado a excessos de cimento resinoso e ao hábito de higienização dos pacientes. Para o critério de integridade marginal, foi observado que, nos três períodos, 95,2% obtiveram o escore ALFA, enquanto que apenas 4,8% receberam escore BRAVO. Esses resultados estão em consonância com os trabalhos de Fradeani, (1998) em que foram encontrados os valores 97,6% para o critério ALFA e 2,4% para o critério BRAVO, entretanto, no estudo de Peumans, et al 1998) os valores observados são diferentes dos encontrados neste estudo, em que os valores obtidos foram de 100% para aceitável clinicamente. Os resultados obtidos para esse critério parecem estar relacionados ao fato de os preparos estarem em tecido dentinário, o que fatalmente prejudica o protocolo de cimentação adesiva , podendo levar à diminuição da longevidade clínica corroborando com os resultados obtidos por Fradeani, (1998). De acordo com Andrade et al,. (2008), outro fator que pode levar a diminuição da resistência adesiva em preparos posicionados em dentina é a contaminação dessa dentina com a saliva, o material de moldagem, a resina para provisório e o cimento de fixação temporária. Os provisórios, por melhor adaptados que sejam, não selam totalmente a dentina, consequentemente, a solubilidade do cimento altera o tecido dentinário durante essa fase, influenciando negativamente a resistência de união. Notou-se que nos períodos baseline, seis e doze meses, os resultados foram igualmente de 93,6%, e foi avaliado que o contorno axial foi ALFA, enquanto que, em 1,6%, nos três períodos os critérios foram BRAVO, sendo apenas 4,8% para o escore DELTA. Esses valores parecem estar relacionados ao fato de que, para se 45 obter um resultado estético favorável, alguns laminados tiveram que ter um perfil de emergência mais acentuado, para que fechassem os espaços interproximais. Além das satisfatórias propriedades físicas e mecânicas do laminado cerâmico confeccionado pelo sistema IPS E.max, a correta indicação do material aliada à motivação dos pacientes quanto à higiene bucal, mantida satisfatória ao longo do tempo, contribuíram para os bons resultados obtidos no presente estudo, corroborando com Fradeani (1998), o qual afirmou que um preparo correto e cimentação adequada, aliados às condições de higiene do paciente, também influem na longevidade do tratamento restaurador (PEUMANS et al., 2004). Conforme enfatizou Calamia e Calamia (2007), as avaliações clínicas longitudinais são testes para aprovação definitiva do material, pois nessas situações o laminado cerâmico é exposto a todas as variações presentes no meio bucal que podem influenciar a longevidade do material restaurador. Os resultados de Layton e Walton (2007) foram semelhantes a o desempenho clínico dos laminados cerâmicos do presente estudo. Este estudo mostrou uma taxa de sobrevivência de 100% para os laminados cerâmicos confeccionados. 46 7. CONCLUSÃO Com base nos critérios avaliados neste estudo, pode-se concluir que: • Para os critérios clinicos avaliados, os laminados cerâmicos confeccionados com a cerâmica IPS E.max apresentaram excelentes resultados em 12 meses de acompanhamento clínico; • São altamente estéticos e mimetizam perfeitamente as características naturais dos dentes. 47 8. REFERÊNCIA Accorinte MLR, Loguercio AD, Reis A, Costa CAS. Response of human pulps capped with different self-etch adhesive systems. Clin Oral Invest. 2008; (12):119–127. Andrade OS, Romanini JC. Protocolo para laminados cerâmicos: Relato de caso. clinico. R Dental Press Estet. 2004;1(1):7-17. Andrade OS, Giannini M, Hirata R, Sakamoto Junior A. Selamento imediato da dentina em prótese fixa. Aplicação e considerações clínicas. R Dental Press Estét. 2008; 5 (1): 55-68. Andreasen FM, Daugaard-Jensen J, Munksgaard EC. 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Lista de materiais Descrição Produto Marca Nome comercial Origem Enceramento diagnóstico Laboratório Aliança Enceramento diagnóstico Brasil Afastamento gengival Ultradent Ultrapack 000, 00 e 0 EUA Ponta de polimento ultradent Jiffy Polisher Verde, amarelo e branco EUA Pontas diamantadas KG Sorensen 3131, 4137, 2133, 4138 e 2135, Brasil Disco de lixa 3M ESPE Soft-lex Pop-On EUA Recortador de margem gengival Safident MA2 EUA Adesivo Self-etching Kuraray Clearfil SE bond Japão Escala de cor Vita Zahnfabrik Vita-Pan 3D master Alemanha Silicone de adição Dentsply 3M ESPE Aquasil Express XT EUA 3M ESPE Express STD Sonda Hu-Friedy Sonda Milimetrada EUA Resina acrílica Reliance Dental Duralay EUA Serviço protético Laboratório Aliança Laminados cerâmicos Brasil Laminados cerâmicos Ivoclar Vivadent IPS E.max Press dissilicato de lítio Liechtenstein Acido Fluorídrico 10% Angelus Condicionador de porcelana Brasil Cuba ultra-sônica Odontobrás Lavadora Ultra-sônica Brasil Álcool Rioquimica Álcool isopropílico 70% Brasil Agente silanizador Dentsply Silano EUA Secador de cabelo Arno Secador Compact Brasil Adesivo dentinário 3M ESPE Single Bond 2 EUA Acido fosfórico 10% Villevie Acid Gel Brasil papel absorvente Melitta Papel Melitta Brasil Fita de teflon Tigre Veda-rosca Brasil Cimento resinoso adesivo 3M ESPE Rely-X ARC EUA Pincel Cosmedent Pincel 01 EUA Fotopolimerizador SDI Radii-Cal Australia Gel de glicerina johnson & johnson KY EUA 55 ANEXO 2 . Tabela 1. Avaliação da performance clínica pelo USPHS 56 ANEXO 3. Termo de consentimento livre e esclarecido FACULDADE INGÁ TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO Nome do participante:_____________________________Idade______ Representante Legal:_________________________ As informações contidas neste documento foram fornecidas pelo Dr. Gustavo França Bertholdo de Souza, com o objetivo de firmar acordo escrito, mediante o qual, o voluntário da pesquisa autoriza a sua participação, com pleno conhecimento da natureza dos procedimentos que esta pesquisa compreenderá, tendo a possibilidade de livre arbítrio e sem qualquer coação. 1) Título da Pesquisa Performance clínica do laminado cerâmico Objetivos Esta pesquisa tem como objetivo avaliar o desempenho clinico dos materiais restauradores indiretos, em dentes anteriores, com comprometimento estético. É uma técnica muito utilizada nos consultórios odontológicos. Nesta pesquisa existe risco, tal como, fratura do laminado após a cimentação, endodontia e deslocamento do laminado. O caráter confidencial será garantido, sendo mantido o sigilo de todas as informações e dados colhidos no exame. 2) Justificativa Antigamente, as coroas unitárias eram confeccionadas com estrutura de metal; devido à busca de materiais estéticos, novos materiais indiretos livres de metal foram, introduzidos e desenvolvidos. Para que as restaurações indiretas de cerâmicas livres de metal tenham longevidade, estas precisam se adaptar bem à estrutura dental remanescente, pois o contrário favorecerá o acúmulo de placa bacteriana, podendo desencadear um processo de inflamação da gengiva, aumentando as chances de dissolução do cimento, de micro-infiltração e de instalação de um processo carioso. Por isso, este trabalho pretende avaliar o desempenho clínico do laminado cerâmico, que está diretamente relacionando à longevidade e sucesso clínico do procedimento, sendo que várias pesquisas foram feitas para esclarecer algumas dúvidas sobre este assunto. Com isso torna-se importante a avaliação desta técnica utilizando laminados, com o sistema cerâmico o IPS E.max (dissilicado de lítio). Procedimentos da Pesquisa Os dentes foram escolhidos de acordo com a condição presente na boca de cada paciente, como por exemplo: descoloração branda, descoloração severa, defeitos em esmalte ou por motivos estéticos relacionado à aceitação do paciente frente à condição estética do seu sorriso. Serão avaliados centenas de laminados cerâmicos em pacientes, com faixa etária de 20 a 80 anos, que necessitarem de restaurações indiretas nos dentes, de canino a canino. Para inclusão dos pacientes 57 serão necessários: apresentar, no mínimo, um dente anterior permanente, com uma das indicações supracitadas para a colocação do laminado e apresentar saúde periodontal, podendo ter ou não dentes adjacentes, pois não interfere no procedimento de avaliação. Para exclusão, alto risco à cárie e doença periodontal, portadores de aparelhos removíveis ou ortodônticos, pacientes bruxômeros, grávidas e com ausência de dentes anteriores. Todos os procedimentos realizados para a confecção dos laminados são consagrados na literatura e realizados por todos os profissionais devidamente qualificados em odontologia estética. Telefone para contato com o pesquisador Fabiano Carlos Marson – (44) 3227-1007 / 88018161 3) Retirada do consentimento O voluntário tem total liberdade de retirar seu consentimento a qualquer momento e deixar de participar da pesquisa, ou seja, de não querer continuar sendo submetido à pesquisa. 4) Aspecto geral Foi elaborado de acordo com as diretrizes e normas que regulamentam as pesquisas envolvendo seres humanos, atendendo às resoluções 196/96 e 251/97 do Conselho Nacional de Saúde/ Ministério da Saúde – Brasília – DF. EU____________________________________RG,________certifico que, tendo lido as informações acima, e suficientemente esclarecido pelo Dr. Gustavo França bertholdo de Souza, estou plenamente de acordo com a realização deste estudo, autorizando, assim, a realização de restauração indireta em dentes anteriores, de porcelana livre de metal. Maringá_____ de _____________ de _____ _________________________________ Assinatura do paciente ou responsável