O Problema de Agência dos Gestores
Transcrição
O Problema de Agência dos Gestores
Universidade Presbiteriana Mackenzie 5o Encontro Brasileiro de Finanças Mini-Curso: “Governança Corporativa” Prof. Dr. Alexandre Di Miceli da Silveira Doutor e Mestre em Administração de Empresas – Finanças – FEA/USP Professor Assistente Finanças – Universidade Presbiteriana Mackenzie Professor Colaborador Pós-Graduação em Administração – FEA/USP Pesquisador-Chefe – IBGC São Paulo, 18 de Julho de 2005 Prof. Dr. Alexandre Di Miceli da Silveira 1 Governança Corporativa Estrutura do curso Estrutura do mini-curso Aula 1 Conceitos fundamentais e panorama das pesquisas 1. Conceitos fundamentais sobre governança corporativa 2. Principais pesquisas e evidências empíricas das três grandes gerações de estudos sobre governança corporativa Aula 2 Principais aspectos metodológicos e fronteiras de pesquisa 1. Aspectos metodológicos das pesquisas sobre governança corporativa 2. Novas fronteiras de pesquisa Prof. Dr. Alexandre Di Miceli da Silveira 2 Governança Corporativa Agenda Agenda 1 Conceitos fundamentais sobre governança corporativa 2 Principais pesquisas e evidências empíricas Prof. Dr. Alexandre Di Miceli da Silveira 3 Governança Corporativa Agenda Agenda 1 Conceitos fundamentais sobre governança corporativa 1.1 Por que a governança corporativa é tão importante atualmente? 1.2 Quais são os possíveis impactos positivos da GC? 1.3 Função-objetivo das empresas como cerne das discussões sobre GC 1.4 O problema de agência dos gestores e a governança corporativa 1.5 Principais mecanismos de governança corporativa Prof. Dr. Alexandre Di Miceli da Silveira 4 Governança Corporativa Importância da governança corporativa Por que a governança corporativa é tão importante atualmente? 1. Onda de privatizações nas duas últimas décadas nos países europeus e em desenvolvimento 2. Reforma previdenciária nos países e crescimento dos investidores institucionais 3. Onda de aquisições hostis nos países desenvolvidos nos anos 80 (EUA) e 90 (Europa) 4. Desregulamentação e integração global dos mercados de capitais 5. Recentes crises nos mercados emergentes (sudeste asiático em 1997, Rússia em 1998 e Brasil em 1999) 6. Série de escândalos corporativos recentes nos EUA e Europa Fonte: Becht, Marco, Bolton, Patrick and Röell, Ailsa A., "Corporate Governance and Control" (October 2002). ECGI - Finance Working Paper No. 02/2002. http://ssrn.com/abstract=343461 Prof. Dr. Alexandre Di Miceli da Silveira 5 Governança Corporativa Possíveis impactos positivos sobre as empresas O impacto da governança corporativa sobre o valor das companhias se baseia na hipótese de que as empresas com boa governança são mais procuradas pelos investidores, acarretando na redução do seu custo de capital e na valorização dos seus papéis Maior demanda dos investidores pelos seus papéis Empresas com boa governança FCLEt = ∑ t t =1 (1 + WACC) Maior competitividade Menor TMA, gerando maior quantidade de projetos a serem empreendidos Redução do custo de capital próprio (ações) e de terceiros (dívida), resultando em um menor WACC (custo médio ponderado de capital) Siglas: FCLE – Fluxos de caixa livres para a empresa WACC – Custo médio ponderado de capital TMA – Taxa mínima de atratividade t =n Aumento do valor da Empresa Prof. Dr. Alexandre Di Miceli da Silveira 6 Governança Corporativa Possíveis impactos positivos sobre as empresas Além da redução no custo de capital, um sistema de governança corporativa eficiente pode gerar um conjunto de benefícios internos que melhoram as perspectivas de fluxo de caixa da companhia Principais benefícios internos da adoção de boas práticas de governança: 1. Aprimoramento do processo decisório da alta gestão e separação clara de papéis entre acionistas, conselheiros e executivos 2. Aprimoramento dos mecanismos de avaliação de desempenho e recompensa dos executivos 3. Diminuição da probabilidade de ocorrência de fraudes e corrupção 4. Maior institucionalização e melhor imagem da companhia Prof. Dr. Alexandre Di Miceli da Silveira 7 Governança Corporativa Função-objetivo das empresas e GC A discussão sobre governança corporativa deve ser precedida pela definição clara do propósito fundamental das companhias No cerne do debate atual sobre governança corporativa existe uma notável divisão de opinião acerca do propósito das empresas Assim, a definição das práticas de governança a serem adotadas passa pela resposta das seguintes perguntas: Qual é a função-objetivo da empresa? Em função de quais interesses as organizações devem ser geridas? Quais devem ser os critérios para a tomada de decisão e a avaliação de desempenho? Como devem ser definidos os tradeoffs entre os diversos interesses conflitantes presentes nas companhias? Duas funções-objetivo disputam a primazia do propósito das companhias: Maximização da riqueza dos acionistas Teoria da maximização do valor da empresa Prof. Dr. Alexandre Di Miceli da Silveira OU Equilíbrio do interesse de todos os stakeholders* Teoria dos stakeholders * Entende-se como stakeholders todos os indivíduos ou grupos que podem afetar de forma substancial, ou serem afetados, pelo bem estar da empresa 8 Governança Corporativa Função-objetivo das empresas e GC O debate se as decisões devem ser tomadas no interesse exclusivo dos acionistas ou se devem levar em conta todos os outros públicos de interesse é quase tão antigo quanto os primeiros textos sobre GC Berle (1932) tinha a visão de que os poderes corporativos deveriam ficar a cargo dos acionistas e de ninguém mais – “a atribuição de responsabilidade dos executivos a múltiplas partes interessadas exacerbaria a separação entre propriedade e controle e faria os gestores ainda menos responsáveis perante os acionistas” Por outro lado, Dodd (1932) tinha a visão de que as empresas eram empreendimentos que deveriam resguardar os interesses de todos que se relacionam com elas, como empregados e consumidores, mesmo que os direitos de propriedade dos acionistas fossem eventualmente reduzidos Weiner (1964) resume os diálogos de Berle e Dodd Fonte: Becht, Marco, Bolton, Patrick and Röell, Ailsa A., "Corporate Governance and Control" (October 2002). ECGI - Finance Working Paper No. 02/2002. http://ssrn.com/abstract=343461 Referências: 1. Berle, Adolf A., 1932, For Whom Corporate Managers are Trustees : A Note, Harvard Law Review, 45, 1365. 2. Dodd, Merrick, 1932, For Whom are Corporate Managers Trustees?, Harvard Law Review 45, 1145. 3. Weiner, Joseph L., 1964, The Berle-Means Dialogue on the Concept of the Corporation, Columbia Law Review 64, 1459-1467. Prof. Dr. Alexandre Di Miceli da Silveira 9 Governança Corporativa Função-objetivo das empresas e GC Resumo da questão: Maximização do Valor da Empresa X Equilíbrio Interesses Stakeholders Teoria da Maximização do Valor da Empresa Tem suas raízes em 200 anos de estudos em economia e finanças A teoria afirma que, na ausência de externalidades e monopólios, o bem estar da sociedade é maximizado quando cada empresa maximiza seu valor de mercado Possui um critério lógico para definir os tradeoffs entre os stakeholders: R$ 1 deve ser investido desde que gere no mínimo R$ 1 de valor para a companhia Possui a vantagem de definir claramente uma única dimensão a ser maximizada como objetivo da companhia Define claramente qual mestre os executivos devem servir: os acionistas Teoria de Equilíbrio dos Interesses dos Stakeholders Tem suas raízes ligadas à sociologia, ao comportamento organizacional, e, segundo Jensen (2001, p.8), ao interesse pessoal dos executivos A idéia básica da teoria é a de que os executivos devem tomar decisões levando em conta os interesses de todos os stakeholders da empresa Não possui um critério lógico para definir os tradeoffs entre os constituintes da empresa: R$ 1 deve ser investido desde que ...? Define múltiplos objetivos a serem perseguidos: máximo retorno para os acionistas, máxima satisfação clientes, máximo bem estar funcionários, etc. Orienta os executivos a servirem à "muitos mestres" Fonte: Jensen, M., “Value Maximization, Stakeholder Theory and the Corporate Objective Function”, The Journal of Applied Corporate Finance, Fall. 2001. Prof. Dr. Alexandre Di Miceli da Silveira 10 Governança Corporativa Função-objetivo das empresas e GC Argumentos adicionais em favor da abordagem da maximização da riqueza dos acionistas (MRA) De acordo a abordagem da MRA, é factível que as decisões sejam tomadas no melhor interesse dos acionistas, pois, em comparação com os outros stakeholders, os mesmos: não possuem um contrato que lhes assegure uma remuneração mínima somente recebem após o recebimento de todos os outros stakeholders possuem seus fundos totalmente alocados na companhia (sunk funds) A teoria de equilíbrio dos interesses dos stakeholders tende a politizar a companhia, pois, sem um critério claro para tomada de decisão e avaliação de desempenho, os gestores ficam com poder para exercerem suas preferências pessoais no dispêndio de recursos da empresa Segundo Jensen (2001, p.9), “as companhias que adotam a teoria de equilíbrio dos stakeholders acabarão passando por confusão gerencial, conflito, ineficiência, e, talvez, fracasso corporativo” Fonte: Jensen, M., “Value Maximization, Stakeholder Theory and the Corporate Objective Function”, The Journal of Applied Corporate Finance, Fall. 2001. Bibliografia Prof. Dr. Alexandre Di Miceli da Silveira recomendada 11 Governança Corporativa O problema de agência e a GC Apesar de ser considerado um tema recente, a governança corporativa é uma questão antiga cujo entendimento passa pela compreensão do “Problema de Agência dos Gestores” Adam Smith, The Wealth of Nations 1776 “Sendo os executivos de companhias abertas gestores do dinheiro de outras pessoas, não se pode esperar que eles vigiem o negócio com a mesma intensidade que os donos de empresas fechadas” Tradução Livre O Problema de Agência dos Gestores Principais (Acionistas) Serviços Remuneração “The directors of such [joint-stock] companies, however, being the managers rather of other people's money than of their own, it cannot well be expected that they should watch over with the same anxious vigilance with which the partners in a private copartnery frequently watch over their own… … Negligence and profusion, therefore, must always prevail, more or less, in the management of the affairs of such a company.” Agentes (Gestores) 1 Decisão: Tomada de decisão que maximiza a riqueza dos acionistas 2 Tomada de decisão que maximiza a utilidade pessoal dos gestores Problema de Agência dos Gestores : Ocorre quando os executivos tomam decisões com o intuito de maximizar sua utilidade pessoal (2) e não maximizar a riqueza dos acionistas (1), motivo pelo qual são contratados Prof. Dr. Alexandre Di Miceli da Silveira 12 Governança Corporativa O problema de agência e a GC A governança pode ser entendida como o conjunto de mecanismos para minimização do problema de agência nas companhias O Problema de Agência dos Gestores e a Governança Corporativa Remuneração Principais (Acionistas) Agentes (Gestores) Decisão: 1 Tomada de decisão que maximiza a riqueza dos acionistas Serviços Mecanismos Internos 1.Concentração da estrutura de propriedade 2.Conselho de Administração Mecanismos Externos 1.Mercado de aquisições hostis 2.Proteção legal aos investidores 3.Sistemas de remuneração 3.Mercado de trabalho e de produtos competitivos 4.Estrutura de capital 4.Relatórios contábeis fiscalizados por agentes do mercado 2 Prof. Dr. Alexandre Di Miceli da Silveira Tomada de decisão que maximiza a utilidade pessoal dos gestores Problemas de agência Governança Corporativa - conjunto de mecanismos de incentivo e controle que visa harmonizar a relação entre acionistas e gestores pela redução dos problemas de agência, numa situação de separação entre propriedade e controle •Crescimento excessivo •Diversificação excessiva •Fixação de gastos pessoais excessivos (salários, benefícios corporativos) •Tunneling - transferência de recursos (venda ativos, preços de transferência) e resultados entre empresas •Empreendimento de projetos devido ao seu gosto pessoal •Designação de membros da família desqualificados para posições gerenciais •Resistência à substituição •Roubo dos lucros •Resistência à liquidação ou fusão vantajosa para os acionistas 13 Governança Corporativa O problema de agência e a GC Em função dos diferentes níveis de concentração acionária, o principal problema de agência no Brasil é diferente do problema básico norteamericano Problemas de governança nos EUA: – conflito entre executivos e acionistas em uma situação de estrutura de propriedade pulverizada; – Segundo Coffe (2005), em função da estrutura de propriedade dispersa, o principal problema a ser enfrentado é o de manipulação dos resultados como forma de aumentar a remuneração pessoal dos executivos Problemas de governança no Brasil e nos outros países latino-americanos: – conflito entre acionistas controladores e minoritários em uma situação de estrutura de propriedade concentrada; – Segundo Coffe (2005), em função da estrutura de propriedade concentrada, o principal problema a ser enfrentado é o de extração de benefícios privados do controle pelos acionistas controladores por meio de transações com partes relacionadas e outras formas de self-dealing Fonte: Coffee, John C., "A Theory of Corporate Scandals: Why the U.S. and Europe Differ" (March 2005). Columbia Law and Economics Working Paper No. 274. http://ssrn.com/abstract=694581 Prof. Dr. Alexandre Di Miceli da Silveira 14 Governança Corporativa Agenda Agenda 1 Conceitos fundamentais sobre governança corporativa 2 Principais pesquisas e evidências empíricas Prof. Dr. Alexandre Di Miceli da Silveira 15 Governança Corporativa Gerações de pesquisas As pesquisas sobre governança corporativa podem ser resumidas em três grandes gerações Gerações de pesquisas em governança corporativa Geração 1a Questões-chave Principais relações estimadas i. Como um determinado mecanismo 1. Estrutura de propriedade (concentração e tipo de blockholders), decisões corporativas e valor de governança influencia o 2. Características do Conselho de Administração, desempenho da empresa? ii. Este mecanismo influencia as decisões corporativas? desempenho e decisões corporativas 3. Sistemas de remuneração e desempenho corporativo 4. Aquisições hostis, provisões anti-takeover e valor 2a 1. Sistema legal, proteção ao investidor, decisões corporativas e valor das empresas i. Qual o impacto de diferentes sistemas legais sobre a estrutura e 2. Proteção ao investidor e desenvolvimento do mercado de capitais a eficácia da governança corporativa em diferentes países? 3. Benefícios privados do controle e hipótese de comprometimento (bonding hypothesis) 3a i. Como medidas amplas de governança corporativa (que levam 2. Efeitos de substituição ou complementaridade dos mecanismo de governança em conta de forma integrada os diferente mecanismos) influenciam o desempenho das empresas? 1. Índices de governança e valor das empresas Fonte: adaptado de DENIS, Diane, McCONNELL, John. International corporate governance. Journal of Financial and Quantitative Analysis. v. 38, n. 1, p. 1-36, March, 2003. Bibliografia Prof. Dr. Alexandre Di Miceli da Silveira recomendada 16 Governança Corporativa Gerações de pesquisas 1a geração de pesquisas – relação entre estrutura de propriedade e valor das empresas (1/5) A estrutura de propriedade é o mecanismo de governança mais utilizado em todo o mundo, e também o mais pesquisado fora dos EUA Jensen e Meckling como primeira análise formal da relação entre estrutura de propriedade e valor Tradeoff entre efeito-incentivo e efeito-entrincheiramento (Stulz, 1988 e Morck, Shleifer e Vishny, 1988) Benefícios compartilhados do controle vs. benefícios privados do controle Menores conflitos de interesse quando propriedade e controle estão em um mesmo nível, maiores conflitos quando há direitos de voto superiores Dissociação entre propriedade e controle por meio de duas classes de ações, estruturas piramidais e participações societárias cruzadas Fonte: LEAL, Ricardo. P., Governance practices and corporate value: a recent literature survey. RAUSP, v. 39, n.4, p. 327-337, 2004. Prof. Dr. Alexandre Di Miceli da Silveira 17 Governança Corporativa Gerações de pesquisas 1a geração de pesquisas – relação entre estrutura de propriedade e valor das empresas (2/5) As evidências da influência da estrutura de propriedade sobre o valor das empresas nos EUA são difusas Até o início dos anos 90, havia um certo consenso, com base nos estudos pioneiros de Morck, Shleifer e Vishny (1988), McConnel e Servaes (1990, 1995) e Hermalin e Weisbach (1991) de que a concentração da propriedade causava impacto sobre o valor das empresas Recentes estudos, utilizando o argumento pioneiro de Demsetz e Lehn (1985), obtiveram evidências de que a concentração da propriedade é uma variável endógena determinada por características corporativas Esses estudos, entre os quais os de Cho (1998), Himmelberg et al. (1999) e Demsetz e Villalonga (2001), refutam a idéia de uma relação causal da concentração da propriedade para o valor das empresas Em linhas gerais, a relação entre estrutura de propriedade e valor parece ser mais forte fora dos EUA, onde a concentração acionária é maior (Claessens et al., 2002) Fonte: DENIS, Diane, McCONNELL, John. International corporate governance. Journal of Financial and Quantitative Analysis. v. 38, n. 1, p. 1-36, March, 2003. Prof. Dr. Alexandre Di Miceli da Silveira 18 Governança Corporativa Gerações de pesquisas 1a geração de pesquisas – relação entre estrutura de propriedade e valor das empresas (3/5) Artigos relevantes sobre estrutura de propriedade e controle no Brasil Pesquisa Valadares e Leal (2000) Leal et al. (2002) Carvalhal da Silva e Leal (2003) Procianoy e Schnorrenberger (2004) Resumo Principais Resultados Análise da estrutura direta e indireta de propriedade e controle das companhias abertas brasileiras Elevado grau de concentração do capital votante Alto índice de emissão de ações preferenciais Estruturas piramidais não são muito utilizadas como forma de fugir da relação uma ação–um voto Controladores investem em média muito mais do que o mínimo necessário para manter o controle Análise da influência da estrutura de controle sobre as decisões de estrutura de capital Influência significante da estrutura de controle sobre as decisões de estrutura de capital Companhias que apresentam maior concentração em sua estrutura de controle tendem a apresentar aversão ao endividamento e risco financeiro Referências: 1. VALADARES, Silvia ; LEAL, Ricardo P. Ownership and Control Structure of Brazilian Companies. Abante, v. 3, n. 1, p. 29-56, 2000. 2. LEAL, Ricardo P.; CARVALHAL DA SILVA, A.; VALADARES, S. Estrutura de Controle e Propriedade das Companhias Brasileiras de Capital Aberto. Revista de Administração Contemporânea, v. 6, n. 1, p. 7-18, 2002. 3. CARVALHAL DA SILVA, A. L.; LEAL, R. P. C. Corporate Governance, Market Valuation and Dividend Policy in Brazil. Relatório COPPEAD n. 358, 2003. Available at http://ssrn.com/abstract=477302 4. PROCIANOY, Jairo L.; SCHNORRENBERGER, A. A influência da estrutura de controle nas decisões de estrutura de capital das companhias abertas brasileiras. Revista Brasileira de Economia, v. 58, n. 1, p. 121-146, 2004. Prof. Dr. Alexandre Di Miceli da Silveira 19 Governança Corporativa Gerações de pesquisas 1a geração de pesquisas – relação entre estrutura de propriedade e valor das empresas (4/5) Artigos relevantes sobre estrutura de propriedade e controle no Brasil Pesquisa Resumo Principais Resultados Siffert Filho (1998) Análise das mudanças no controle societário das 100 maiores empresas nãofinanceiras brasileiras entre 1990/1997 Observação de controle compartilhado como nova forma de controle em parcela significativa das empresas, tendo como acionistas principalmente investidores institucionais Diminuição no controle estatal e familiar e aumento do controle estrangeiro Carvalhal da Silva e Leal (2003) Teste empírico da relação entre direitos de voto, direito sobre o fluxo de caixa e valor das empresas Relação negativa não linear entre concentração dos direitos de voto e valor de mercado Poucas evidências de relação entre direitos sobre o fluxo de caixa e valor de mercado Relação negativa entre pagamento de dividendos e concentração dos direitos de voto Silveira, Lanzana, Barros e Famá (2004) Investigação da relação entre a diferença do direito de controle e do direito sobre o fluxo de caixa em posse dos controladores e o valor de mercado das empresas Relação negativa não significante estatisticamente entre excesso de votos e valor Resultados apontam no sentido de que a adoção da regra de “uma ação - um voto” pode contribuir para a maximização do valor da empresa Referências: 1. SIFFERT FILHO, N. Governança Corporativa: padrões internacionais e evidências empíricas no Brasil nos anos 90. Revista do BNDES, n. 9, 1998. 2. CARVALHAL DA SILVA, A. L.; LEAL, R. P. C. Corporate Governance, Market Valuation and Dividend Policy in Brazil. Relatório COPPEAD n. 358, 2003. Available at http://ssrn.com/abstract=477302 3. SILVEIRA, Alexandre M., LANZANA, Ana Paula, BARROS, Lucas A., FAMÁ, Rubens. Efeito dos Acionistas Controladores no Valor das Companhias Abertas Brasileiras. RAUSP. v. 39, n.4, outubro/novembro/dezembro, p. 362-372, 2004. Prof. Dr. Alexandre Di Miceli da Silveira 20 Governança Corporativa Gerações de pesquisas 1a geração de pesquisas – relação entre estrutura de propriedade e valor das empresas (5/5) Artigos relevantes sobre estrutura de propriedade e controle no Brasil Pesquisa Resumo Okimura, Silveira e Rocha (2005) Teste empírico sobre a relação entre a estrutura de propriedade e controle e o valor e desempenho das companhias abertas brasileiras Influência quadrática negativa da concentração de votos sobre o valor Influência negativa linear do excesso de votos sobre o valor Evidências fracas e inconsistentes de endogeneidade da estrutura de propriedade Teste empírico sobre os determinantes da concentração das ações ordinárias em posse dos controladores no Brasil Aspectos endógenos testados como possíveis determinantes não parecem influenciar a concentração acionária dos controladores Resultados dependem do método de estimação dos coeficientes empregado evidência em favor dos estudos que avaliam a influência da estrutura de propriedade sobre o desempenho corporativo no Brasil Silveira, Barros e Silveira (2004) Principais Resultados Referências: 1. OKIMURA, Rodrigo T., SILVEIRA, Alexandre M., ROCHA, Keyler C.. Estrutura de Propriedade e Desempenho Corporativo no Brasil. Artigo a ser publicado na RAC – Revista de Administração Contemporânea, 2005 2. SILVEIRA, Alexandre M., BARROS, Lucas A., SILVEIRA, Héber P. Determinantes da concentração do direito de controle nas companhias abertas brasileiras. IV Encontro Brasileiro de Finanças, Rio de Janeiro, 22 e 23 de julho, Anais...., 2004 (CDROM). Disponível em <http://www.sbfin.org.br/>. Prof. Dr. Alexandre Di Miceli da Silveira 21 Governança Corporativa Gerações de pesquisas 1a geração de pesquisas – relação entre características do Conselho de Administração, desempenho e decisões corporativas (1/2) Principais características do conselho analisadas: composição, tamanho e separação dos cargos de CEO/Chairman Hermalin e Weisbach (2003) sumarizam os principais resultados encontrados para o mercado norte-americano em diversos estudos: 1. 2. 3. 4. 5. Uma maior proporção de conselheiros externos não é associada a um desempenho superior da empresa, mas é associada a melhores decisões corporativas em questões como aquisições, remuneração dos gestores e substituição do CEO O tamanho do conselho é negativamente relacionado como o desempenho das empresas e com a qualidade das decisões tomadas A mudança da composição do conselho é associada ao fraco desempenho da empresa, substituição do CEO e mudanças da estrutura de propriedade O mercado parece receber bem a nomeação de um conselheiro independente (Rosenstein e Wyatt, 1990) A independência do conselho é uma variável endógena que depende do poder de barganha do CEO em função do seu desempenho e período no cargo Fonte: DENIS, Diane, McCONNELL, John. International corporate governance. Journal of Financial and Quantitative Analysis. v. 38, n. 1, p. 1-36, March, 2003. Prof. Dr. Alexandre Di Miceli da Silveira 22 Governança Corporativa Gerações de pesquisas 1a geração de pesquisas – relação entre características do Conselho de Administração, desempenho e decisões corporativas (2/2) Artigos relevantes sobre Conselhos de Administração no Brasil: Pesquisa Resumo Principais Resultados Leal e Oliveira (2002) Levantamento sobre as principais práticas de conselhos no país CAs com comitês ineficazes, procedimentos informais e ausência de avaliação de desempenho Metade dos conselhos são muito pequenos ou muito grandes Baixa proporção de conselheiros independentes/l. Dutra e Saito (2002) Levantamento sobre a composição e práticas dos conselhos de administração Conselhos amplamente dominados por representantes dos controladores (49%) Apenas 21% de conselheiros independentes Indícios de baixa utilização dos mecanismos de voto à disposição dos minoritários Silveira, Barros e Famá (2003) Análise empírica do impacto do tamanho, composição e separação dos cargos de CEO/Chairman sobre o valor das empresas no país Evidências de que as empresas com pessoas distintas ocupando os cargos de CEO e Chairman são mais valorizadas pelo mercado Baixa correlação de tamanho com valor, relação quadrática negativa significante com rentabilidade Referências: 1. LEAL, Ricardo P. C.; OLIVEIRA, C. L. An evaluation of board practices in Brazil. Corporate Governance, v. 2, n. 3, p. 21-25, 2002. 2. SAITO, Richard, DUTRA, Marco G. conselhos de Administração: análise de sua composição em um conjunto de companhias abertas brasileiras. RAC. v. 6, n. 2, p. 9-27, maio/agosto, 2002. 3. SILVEIRA, Alexandre M., BARROS, Lucas A., FAMÁ, Rubens. Estrutura de governança e valor nas companhias abertas brasileiras - um estudo empírico. RAE /GV. v. 43, n.3, julho/agosto/setembro, p. 50-64, 2003. Prof. Dr. Alexandre Di Miceli da Silveira 23 Governança Corporativa Gerações de pesquisas 1a geração de pesquisas – sistemas de remuneração e desempenho corporativo (1/3) Além dos mecanismos de controle, outra forma de melhorar a proteção aos acionistas é alinhar as recompensas dos CEOs aos objetivos dos acionistas (mecanismos de incentivo) Murphy (1999) e Core et al. (2002) sintetizam os resultados empíricos sobre remuneração dos executivos nos EUA Com base nesses estudos, extraem-se as seguinte conclusões gerais: 1. A sensibilidade do pagamento ao desempenho aumentou ao longo do tempo 2. A maior parte desta sensibilidade se deu pelo pagamento aos executivos por meio de ações e opções de ações 3. As opções de ações são a forma de remuneração com maior crescimento Fonte: DENIS, Diane, McCONNELL, John. International corporate governance. Journal of Financial and Quantitative Analysis. v. 38, n. 1, p. 1-36, March, 2003. Referências: 1. Murphy, Kevin, 1999, Executive Compensation, in Orley Ashenfelter, and David Card, eds.: Handbook of Labor Economics (North Holland). 2. Core, J. E., W. Guay and D. Larcker, 2002, Executive Equity Compensation and Incentives: A Survey, Economic Policy Review 8(1). Prof. Dr. Alexandre Di Miceli da Silveira 24 Governança Corporativa Gerações de pesquisas 1a geração de pesquisas – sistemas de remuneração e desempenho corporativo (2/3) Recentemente, Bebchuk e Grinstein (2005) realizaram um extenso estudo sobre a remuneração dos executivos nos EUA entre 1993-2003, com as seguintes conclusões: 1. a remuneração dos executivos cresceu substancialmente no período, muito mais do que poderia ser explicado pelo aumento do tamanho ou da rentabilidade das empresas 2. o crescimento da remuneração foi generalizado, ocorrendo em companhias de todos os portes e setores, da nova e da velha economia 3. o aumento da remuneração baseada em ações não foi acompanhado pela diminuição da remuneração em dinheiro, que também cresceu substancialmente no período 4. se a relação da remuneração com o tamanho e desempenho das empresas se mantivesse a mesma de 1993, a remuneração média dos executivos em 2003 teria sido apenas metade da divulgada 5. a proporção entre a remuneração dos cinco principais executivos e o lucro das empresas subiu de 4,8% no período 1993-1995 para 10,3% no período 2001-2003 Fonte: BEBCHUK, Lucian Arye and GRINSTEIN, Yaniv, "The Growth of Executive Pay" (April 2005). Harvard Law and Economics Discussion Paper No. 510. http://ssrn.com/abstract=648682 Prof. Dr. Alexandre Di Miceli da Silveira 25 Governança Corporativa Gerações de pesquisas 1a geração de pesquisas – sistemas de remuneração e desempenho corporativo (3/3) A teoria de agência, ao apoiar em grande parte a utilização de ações e opções de ações como forma de remuneração dos executivos, parte da premissa que os lucros e os preços das ações não poderão ser manipulados Esta premissa mostrou-se falha nos recentes escândalos corporativos (Enron, Worldcom, etc.) Segundo Nell Minow “options are very motivational. We have just to be a little more thoughtful about what it is we’re asking them to motivate.” No Brasil, a ausência de informações públicas sobre a forma e montante de remuneração dos executivos inviabilizou a realização de testes empíricos analisando este importante mecanismo de incentivo Fonte: DENIS, Diane, McCONNELL, John. International corporate governance. Journal of Financial and Quantitative Analysis. v. 38, n. 1, p. 1-36, March, 2003. Prof. Dr. Alexandre Di Miceli da Silveira 26 Governança Corporativa Gerações de pesquisas 1a geração de pesquisas – aquisições hostis, provisões anti-takeover e valor Mercado de controle corporativo considerado um dos principais mecanismos de governança corporativa nos EUA Em geral, pesquisas nos EUA indicam a existência de um retorno anormal positivo para a empresa-alvo e um retorno anormal não significante ou muitas vezes negativo para a empresa adquirente Fora dos EUA e do Reino Unido, a atividade de aquisições hostis é um mecanismo pouco utilizado e estudado Fonte: DENIS, Diane, McCONNELL, John. International corporate governance. Journal of Financial and Quantitative Analysis. v. 38, n. 1, p. 1-36, March, 2003. Prof. Dr. Alexandre Di Miceli da Silveira 27 Governança Corporativa Gerações de pesquisas 2a geração de pesquisas – Sistema legal, proteção ao investidor, decisões corporativas e valor das empresas (1/2) Análise do sistema legal como um importante mecanismo externo de governança Estudos comparativos dos sistemas de governança entre os países Trabalhos seminais de La Porta, Lopez-de-Silanez, Shleifer e Vishny (1997, 1998, 1999, 2000) Hipótese fundamental de que o nível de proteção legal aos investidores e seu grau de cumprimento (enforcement) são os principais determinantes da forma como o mercado financeiro e a governança corporativa evoluem nos países Evidências de diferenças significativas da proteção ao investidor entre os países Relação entre origem legal (Civil Law e Common Law), proteção ao investidor, concentração acionária, valor das empresas, distribuição de dividendos e utilização de mercado de capitais Prof. Dr. Alexandre Di Miceli da Silveira 28 Governança Corporativa Gerações de pesquisas 2a geração de pesquisas – Sistema legal, proteção ao investidor, decisões corporativas e valor das empresas (2/2) Concentração acionária como resposta à falta de proteção ao investidor Problema de agência distinto em função da concentração acionária – insight do conflito entre controladores e minoritários (LLSV, 1998) Relação entre concentração acionária, risco idiossincrático e custo de capital (Himmelberg, Hubbard e Love, 2002) Relação entre proteção aos investidores, desenvolvimento dos mercados financeiros e crescimento econômico (Rajan e Zingales, 1998, 2004) Discussões sobre a existência de um sistema de governança “superior” e sobre a eventual convergência legal ou funcional dos sistemas de governança (Bebchuk e Roe, 1999) Argumento de que os melhores sistemas de governança corporativa apresentam uma combinação de proteção legal aos investidores e certa concentração da propriedade (Shleifer e Vishny, 1997) Prof. Dr. Alexandre Di Miceli da Silveira 29 Governança Corporativa Gerações de pesquisas 2a geração de pesquisas – Benefícios privados do controle e hipótese de comprometimento (bonding hypothesis) (1/3) Evidências da existência de benefícios privados do controle e de que esses benefícios são inversamente proporcionais à qualidade da proteção aos investidores Principais mecanismos de extração de benefícios privados do controle: Tunneling (Johnson et al., 2000) e demais operações de self-dealing (Kraakman et al., 2005) Formas de mensuração dos benefícios privados do controle: 1. Diferença de preço entre ações do controlador e demais ações em operações de transferência de controle – prêmio de controle (Dyck e Zingales, 2004) 2. Cálculo do valor de controle da companhia por meio de modelos e comparação de preços entre ações com e sem direito a controle ajustando por diferenças de dividendos e liquidez (Nenova, 2003 e Doidge, 2003) Nenova (2003), Doidge (2003) e Dyck e Zingales (2004) mostram benefícios privados do controle no Brasil entre 23,19% e 65,5%, bem acima da média em cada estudo e sempre entre os cinco piores países Prof. Dr. Alexandre Di Miceli da Silveira 30 Governança Corporativa Gerações de pesquisas 2a geração de pesquisas – Benefícios privados do controle e hipótese de comprometimento (bonding hypothesis) (2/3) Por outro lado, evidências de uma relação inversa entre benefícios privados do controle e capacidade de obter recursos externamente Quando uma empresa tem acesso a boas oportunidades de investimento que exigem recursos externos, o valor do acesso a capital externo pode ser maior do que os potenciais benefícios privados do controle Tradeoff para os controladores: manutenção dos benefícios privados do controle vs. ganho da sua fatia em função do empreendimento de projetos com VPL positivo que precisariam de recursos externos Nessa situação, Stulz (1999) e Coffe (1999) argumentam que os controladores poderiam se comprometer a não extraírem benefícios privados de forma a garantir o acesso a recursos externos – hipótese de comprometimento (bonding hypothesis) Uma maneira de formalizarem tal comprometimento seria listar as ações da empresa em uma bolsa de valores com maiores exigências legais e de transparência Prof. Dr. Alexandre Di Miceli da Silveira 31 Governança Corporativa Gerações de pesquisas 2a geração de pesquisas – Benefícios privados do controle e hipótese de comprometimento (bonding hypothesis) (3/3) Doidge, Karolyi e Stulz (2001) obtêm evidências de que as empresas estrangeiras listadas nos EUA possuem Q de Tobin superior às demais do país de origem Reese e Weisbach (2002) mostram que as empresas não-americanas listam suas ações nos EUA visando a aumentar a proteção aos seus investidores Doidge (2003) mostra que as empresas estrangeiras listadas nos EUA possuem prêmios de controle menores do que às demais do seu país de origem, e que a diferença é maior para países com fraca proteção ao investidor Doidge, Karolyi, Lins, Miller e Stulz (2005) mostram que a probabilidade de uma empresa decidir listar suas ações nos EUA possui relação com a estrutura propriedade. Especificamente, quanto maior o excesso de direito de votos, menor a probabilidade da empresa decidir listar suas ações no mercado norte-americano Prof. Dr. Alexandre Di Miceli da Silveira Bibliografia recomendada 32 Governança Corporativa Gerações de pesquisas 3a geração de pesquisas – Índices de governança corporativa e valor das empresas (1/4) Um número crescente de pesquisas utiliza índices de governança corporativa visando levar em conta diferentes mecanismos de governança de forma integrada Os índices geralmente são construídos com base em questionários binários e objetivos (exceção CSLA) Fora do mundo acadêmico, um número crescente de agentes de mercado também vem construindo índices de governança Os índices podem mitigar os problemas decorrentes de uma eventual interdependência entre os mecanismos de governança, não capturados na 1a geração de estudos A maior parte dos estudos tem encontrado uma relação positiva entre a qualidade geral da governança corporativa, aproximada pelos índices, e o valor das empresas Fonte: LEAL, Ricardo. P., Governance practices and corporate value: a recent literature survey. RAUSP, v. 39, n.4, p. 327-337, 2004. Prof. Dr. Alexandre Di Miceli da Silveira 33 Governança Corporativa Gerações de pesquisas 3a geração de pesquisas – Índices de governança corporativa e valor das empresas (2/4) Resultados de pesquisas recentes utilizando índices de governança: Pesquisa Klapper e Love (2004) Durnev e Kim (2003) Black, Jang e Kim (2004) Índice utilizado e amostra - Índice CSLA (Credit Lyonnais Securities Asia) - 374 empresas em 14 países emergentes - Índices CSLA e S&P - 859 empresas em 27 países - Índice de governança (KCGI) construído com 39 questões binárias e objetivas - 525 empresas sul-coreanas Principais Resultados Evidências de endogeneidade da qualidade da GC Alta correlação positiva entre qualidade da GC e desempenho operacional e valor de mercado Evidências de que melhores práticas são mais importantes para as empresas em ambientes com fraca proteção legal aos investidores Oportunidades de crescimento, necessidade de financiamento externo e concentração da propriedade determinam a qualidade da GC Empresas com maiores índices de governança e maior transparência são mais bem avaliadas, principalmente onde há baixa proteção legal Evidências de que a GC é um fator importante na predição do valor de mercado na Coréia do Sul Resultados robustos a muitas especificações e utilização de instrumento razoavelmente exógeno Entre os mecanismos de governança, composição do CA como mais relevante Referências: 1. KLAPPER, Leora, LOVE, Inessa. Corporate governance, investor protection, and performance in emerging markets. Journal of Corporate Finance, v.10, n. 5, 2004, p.703-728. 2. DURNEV, Art, KIM, Han. To steal or not to steal: firm attributes, legal environment, and valuation. NBER Working Paper, April, 2003. Disponível em <http://papers.ssrn.com/ abstract_id=318719 >. 3. BLACK, Bernard, JANG, Hasung, KIM, Woochan. Does corporate governance predict firms' market values? Evidence from Korea. Stanford Law & Econ. Working Paper n. 237, November, 2004. Disponível em <http://papers.ssrn.com/abstract_id=311275>. Prof. Dr. Alexandre Di Miceli da Silveira 34 Governança Corporativa Gerações de pesquisas 3a geração de pesquisas – Índices de governança corporativa e valor das empresas (3/4) Resultados de pesquisas recentes utilizando índices de governança: Pesquisa Beiner et al. (2004) Brown e Caylor (2004) Bai et al. (2003) Índice utilizado e amostra - Índice (CGI) construído com 38 atributos em 5 categorias - 109 empresas suiças respondentes do questionário - Índice amplo (Gov-Score) com 51 fatores em 8 categorias - 2.327 empresas norteamericanas - Índice de governança a partir de 8 variáveis de GC - 1.004 empresas chinesas Principais Resultados Relação positiva entre qualidade da governança corporativa e valor de mercado das empresas Evidências de causalidade reversa e utilização de equações simultâneas para evitar endogeneidade Empresas com maiores níveis de governança são mais rentáveis, mais bem avaliadas pelo mercado e pagadoras de maiores dividendos Categoria de remuneração dos executivos mais associada ao bom desempenho corporativo Investidores pagam um prêmio significativo por empresas com boa GC na China, entre 41% e 67% Individualmente, os efeitos das variáveis de GC sobre o valor das empresas é consistente com as predições teóricas Referências: 1. BEINER, Stefan, DROBETZ, Wolfgang, SCHIMD, Markus e ZIMMERMANN, Heinz. An Integrated framework of corporate governance and firm valuation – Evidence from Switzerland. ECGI finance working paper series, n. 34/2004, January, 2004. Disponível em <http://papers.ssrn.com/abstract_id=489322>. 2. BROWN, Lawrence, CAYLOR, Marcus. Corporate governance and firm performance, December, 2004. NBER Working Paper. Disponível em <http://papers.ssrn.com/ abstract_id=586423 >. 3. BAI, Chong-En, LIU, Qiao, LU, Joe Zhou, SONG, Frank e ZHANG, Junxi. Corporate governance and market valuation in China. William Davidson Institute Working Paper No 564, April, 2003. Disponível em <http://papers.ssrn.com/abstract_id=393440>. Prof. Dr. Alexandre Di Miceli da Silveira 35 Governança Corporativa Gerações de pesquisas 3a geração de pesquisas – Índices de governança corporativa e valor das empresas (4/4) Artigos sobre índices de governança no Brasil Pesquisa Silveira, Barros e Famá (2005) Índice utilizado e amostra - Índice de governança (IGOV) com 20 questões binárias e objetivas em 5 dimensões - 154 empresas de capital aberto Leal e Carvalhal da Silva (2005) - Índice de práticas de governança (CGI) com 24 questões binárias e objetivas - Painel de empresas entre 19982002 Principais Resultados Relação positiva significante entre GC e valor, robusta a diversas abordagens econométricas Ceteris paribus, mudança na qualidade da GC do pior para o melhor nível da amostra resultaria em aumento da capitalização de mercado da empresa de cerca de 85% e 100% Evidências da endogeneidade da GC e utilização de diferentes instrumentos Relação positiva significante entre GC e valor, robusta a diversas especificações Aumento do CGI do pior para o melhor nível indicaria aumento de 95% do valor da companhia pelo modelo, ceteris paribus Componentes do índice indicam que as empresas brasileiras tem melhor desempenho em disclosure do que em outros aspectos de GC Referências: 1. SILVEIRA, Alexandre M., BARROS, Lucas A., FAMÁ, Rubens. Atributos Corporativos, Qualidade da Governança Corporativa e Valor das Companhias Abertas no Brasil. V Encontro Brasileiro de Finanças, São Paulo, 18 e 19 de julho, Anais...., 2005 (CDROM). Disponível em <http://www.sbfin.org.br/>. 2. LEAL, Ricardo P. C., CARVALHAL DA SILVA, André L. Corporate Governance, Transparency, and Firm Value in Brazil. XXIX ENANPAD – Encontro Nacional da ANPAD. Brasília, setembro, Anais...., 2005. Prof. Dr. Alexandre Di Miceli da Silveira 36 Governança Corporativa Bibliografia recomendada Principais lições sobre a explosão de novos estudos sobre governança corporativa nos últimos anos (1/2) 1. Há uma concordância geral de que a governança corporativa é um aspecto fundamental de finanças corporativas e um importante pilar para criação de riqueza 2. As recentes crises financeiras nos países emergente e os recentes escândalos corporativos nos países desenvolvidos explicitaram os problemas decorrentes de más práticas de governança 3. Os problemas de agência e de controle corporativo são questões-chave para finanças corporativas e as decisões de investimento 4. A estrutura de propriedade pulverizada cria um “vácuo de poder” que aumenta o problema de agência dos gestores 5. Os conselhos de administração não se mostraram monitores eficientes dos gestores, como mostram os resultados de pesquisas empíricas 6. A utilização de aquisições hostis como mecanismo de governança é rara no mundo e cada vez menos freqüente, com exceção do Reino Unido Fonte: Becht, Marco, Bolton, Patrick and Röell, Ailsa A., "Corporate Governance and Control" (October 2002). ECGI - Finance Working Paper No. 02/2002. http://ssrn.com/abstract=343461 Prof. Dr. Alexandre Di Miceli da Silveira 37 Governança Corporativa Bibliografia recomendada Principais lições sobre a explosão de novos estudos sobre governança corporativa nos últimos anos (2/2) 7. A maior parte das companhias do mundo, com exceção dos EUA e Reino Unido, possui pelo menos um grande acionista com alta concentração do direito de controle 8. O desvio da regra uma ação – um voto é algo comum nos diversos países 9. Os grandes acionistas tendem a usar seu direito de controle para monitorar a alta gestão, mas também para desviar recursos para si próprios 10. Em países onde a prática de self-dealing não é fortemente coibida, os grandes acionistas podem ser a fonte dos problemas, ao invés da solução 11. A intervenção direta dos acionistas por meio de proxy fights e participação em assembléias é difícil e pouco efetiva 12. Um maior nível de cumprimento das leis relativas a direitos dos acionistas é associado a maior utilização do mercado de ações como fonte de financiamento Fonte: Becht, Marco, Bolton, Patrick and Röell, Ailsa A., "Corporate Governance and Control" (October 2002). ECGI - Finance Working Paper No. 02/2002. http://ssrn.com/abstract=343461 Prof. Dr. Alexandre Di Miceli da Silveira 38 FIM [email protected] [email protected] [email protected] Prof. Dr. Alexandre Di Miceli da Silveira 11 - 8149 8115 39 HYPERLINKS Prof. Dr. Alexandre Di Miceli da Silveira 40 Governança Corporativa Importância da governança corporativa 1. A onda de privatizações foi um fenômeno importante na América Latina, Europa Ocidental, Ásia e antigo bloco Soviético A onda de privatizações começou no Reino Unido e se espalhou para os outros países da Europa Ocidental no início dos anos 90 As privatizações levantaram a questão sobre como as novas empresas privatizadas deveriam ser controladas e dirigidas Enquanto no Reino Unido adotou-se o modelo de privatização com dispersão acionária, na maioria dos outros países adotou-se um modelo de transferência de controle para grandes acionistas Como a maior parte das privatizações se deu por meio de ofertas públicas de ações, elas aumentaram o papel dos mercados de capitais e a necessidade de proteção aos acionistas minoritários Fonte: Becht, Marco, Bolton, Patrick and Röell, Ailsa A., "Corporate Governance and Control" (October 2002). ECGI - Finance Working Paper No. 02/2002. http://ssrn.com/abstract=343461 Prof. Dr. Alexandre Di Miceli da Silveira 41 Governança Corporativa Importância da governança corporativa 2. Fundos de pensão e ativismo dos investidores institucionais O crescimento dos fundos de pensão criou um grupo de investidores com escala e poder suficiente para serem capazes de influenciar a governança corporativa Os investidores institucionais são constituídos pelos fundos de pensão, fundos mútuos e companhias de seguro, reunindo a poupança coletiva de milhares de indivíduos Tipicamente visam retornos de longo prazo e geralmente atuam como minoritários de muitas companhias de forma a diversificar o risco da sua carteira de ativos Possuem enorme disponibilidade de recursos e dão prioridade às empresas com boa governança (Ex. ICGN US$ 10 trilhões, Calpers US$ 171 bi, TIAA-CREF US$ 265 bi, Previ R$ 70 bi, Petros R$ 30 bi) São os maiores investidores no mercado acionário norte-americano Possuem participação crescente em relação ao PIB brasileiro e são potenciais investidores em títulos e ações das companhias Prof. Dr. Alexandre Di Miceli da Silveira 42 Governança Corporativa Importância da governança corporativa 3. A onda de aquisições hostis nos EUA nos anos 80 e na Europa nos anos 90 aumentou as discussões sobre governança corporativa A onda de aquisições hostis nos EUA nos anos 80 demonstrou a falha nos mecanismos de controles internos das empresas A utilização de provisões anti-takeover nos EUA contribuiu para o ativismo dos investidores e crescimento da governança corporativa A eclosão de operações de aquisições hostis na Alemanha, França e Itália levou as questões sobre governança corporativa para o topo da agenda na Europa Continental Fonte: Becht, Marco, Bolton, Patrick and Röell, Ailsa A., "Corporate Governance and Control" (October 2002). ECGI - Finance Working Paper No. 02/2002. http://ssrn.com/abstract=343461 Prof. Dr. Alexandre Di Miceli da Silveira 43 Governança Corporativa Importância da governança corporativa 4. Desregulamentação e integração global dos mercados de capitais As regras de governança tem sido promovidas como forma de proteger e encorajar os investimentos estrangeiros nos mercados emergentes A maior integração dos mercados de capitais e o crescimento do mercado de ações durante os anos 90 fomentaram as discussões sobre governança corporativa A listagem de empresas em bolsas de valores de outros países (crosslistings) contribuiu para a adoção de novas práticas de governança e para a difusão da cultura do mercado de ações fora dos EUA e Reino Unido Fonte: Becht, Marco, Bolton, Patrick and Röell, Ailsa A., "Corporate Governance and Control" (October 2002). ECGI - Finance Working Paper No. 02/2002. http://ssrn.com/abstract=343461 Prof. Dr. Alexandre Di Miceli da Silveira 44 Governança Corporativa Importância da governança corporativa 5. Recentes crises nos mercados emergente A crise asiática em 1997 pôs em destaque as deficientes práticas de governança nesses países e a necessidade de se aumentar a proteção ao investidor A crise asiática e russa também levou a uma reavaliação do modelo de organização societária e financeiras das empresas desses países Essas crises levaram as organizações políticas internacionais a concluírem que a gestão macro-econômica não é suficiente para prevenir crises e contágio para outros países A partir de então, órgãos como o FMI, Banco Mundial e OCDE colocaram a reforma das práticas de governança das empresas como uma questão de alta prioridade para os países emergentes, entre os quais o Brasil Fonte: Becht, Marco, Bolton, Patrick and Röell, Ailsa A., "Corporate Governance and Control" (October 2002). ECGI - Finance Working Paper No. 02/2002. http://ssrn.com/abstract=343461 Prof. Dr. Alexandre Di Miceli da Silveira 45 Governança Corporativa Importância da governança corporativa 6. Série de escândalos corporativos recentes nos EUA e Europa Os recentes problemas de fraudes contábeis e financeiras nos EUA (Enron, WorldCom, Tyco, Adelphia) mostraram que a governança corporativa precisa ser aprimorada mesmo nos mercados mais desenvolvidos Enron A posterior ocorrência de escândalos na Europa Continental (Parmalat, Royal Ahold, etc.) mostrou que o problema é mais amplo e não deriva da alegada pressão do mercado americano por resultados de curto prazo Os escândalos corporativos demonstraram um problema generalizado com todos os agentes do mercado financeiro (auditores, advogados, analistas de mercado, banqueiros de investimento, etc.) Parmalat A resposta legislativa americana aos problemas ocorridos (Sarbanes-Oxley) vem causando impacto em companhias de todo o mundo Prof. Dr. Alexandre Di Miceli da Silveira 46 Governança Corporativa Surveys recomendados Surveys Bibliografia recomendada 1. BECHT, Marco, BOLTON, Patrick, RÖELL, Ailsa. Corporate governance and control. ECGI Finance Working Paper n. 02/2002, 2002. Disponível em http://ssrn.com/abstract_id=343461 2. DENIS, Diane, McCONNELL, John. International corporate governance. Journal of Financial and Quantitative Analysis. v. 38, n. 1, p. 1-36, March, 2003. 3. FAMA, Eugene, JENSEN, Michael. Separation of ownership and control. Journal of Law and Economics, v. 26, p. 301-327, June, 1983. 4. HERMALIN, B.; WEISBACH, M. Boards of directors as an endogenously determined institution: a survey of the economic literature. Economic Policy Review of the Federal Reserve Bank of New York, v. 9, n. 1, p. 7-36, 2003. 5. HOLDERNESS, C. G. A survey of blockholders and corporate control. Economic Policy Review, 2003. 6. GILLAN, S.; STARKS, L. Corporate governance, corporate ownership, and the role of institutional investors: a global perspective. Journal of Applied Finance, p. 4-22, Fall/Winter 2003. 7. LEAL, Ricardo. P., Governance practices and corporate value: a recent literature survey. RAUSP, v. 39, n.4, p. 327-337, 2004. 8. SHLEIFER, Andrei, VISHNY, Robert. A survey of corporate governance. Journal of Finance. v. 52, n. 2, p. 737-783, 1997. Prof. Dr. Alexandre Di Miceli da Silveira 47 Governança Corporativa Bibliografia recomendada Discussão sobre a função-objetivo das empresas Bibliografia recomendada 1. ALCHIAN, A.; DEMSETZ, H. Production, information costs and economic organization. American Economic Review, Nashville, v. 62, p. 777-795, 1972. 2. EVAN, W.; FREEMAN, R. E. A Stakeholder Theory of the Modern Corporation: Kantian Capitalism. Ethical Theory and Business. 5. ed. Englewood Cliffs: Prentice Hall, 1988. 3. HANSMANN, Henry, 1996. The Ownership of Enterprise The Belknap Press of Harvard University Press, Cambridge, Mass.. 4. JENSEN, Michael C., and William H. MECKLING, 1976, Theory of the Firm: Managerial Behavior, Agency Costs and Ownership Structure, Journal of Financial Economics 3, 305-60. 5. JENSEN, M. Value Maximization, Stakeholder Theory, and the Corporate Objective Function. Journal of Applied Corporate Finance, [S.l], v. 14, n. 3, p. 8-21, Fall 2001. 6. STERNBERG, E. The Stakeholder Concept: A Mistaken Doctrine. Foundation for Business Responsibilities, Issue Paper n. 4, November 1999. 7. SILVEIRA, Alexandre M., YOSHINAGA, Cláudia E., BORBA, Paulo F.. Crítica à Teoria dos Stakeholders como Função-Objetivo Corporativa. Caderno de Pesquisas em Administração da USP, v. 12, n. 5, 2005. 8. WILLIAMSON, Oliver E., 1985, Employee Ownership and Internal Governance: A Perspective, Journal of Economic Behavior and Organization 6, 243-45. Prof. Dr. Alexandre Di Miceli da Silveira 48 Governança Corporativa Bibliografia recomendada Benefícios privados do controle e bonding hypothesis Bibliografia recomendada 1. COFFEE (1999) – The future as history: the prospects for global convergence in corporte governance and its implications. Northwestern University Law Review. 2. STULZ (1999) – “Globalization of equity markets and the cost of capital”. Ohio State University Working Paper, NBER Working Paper 7021. 3. DYCK, A., and L. ZINGALES (2004) – “Private benefits of control: an international comparison”, Journal of Finance 59, 537-600. 4. NENOVA, T., (2003) – The value of corporate voting rights and control: a cross-country analysis, Journal of Financial Economics 68, 325-351. 5. DOIDGE, KAROLYI e STULZ (2003) – “Why are foreign firms listed in the U.S. worth more?”. Journal of Financial Ecnomics. 6. REESE, W., e M. WEISBACH (2003) – “Protection of minority shareholder interests, cross-listings in the U.S., and subsequent equity offerings”. Journal of Financial Economics 66, 2002, 65-104. 7. BENOS e WEISBACH (2004) – “Private benefits and cross-listings in the United States”. Emerging Markets Review. 8. DOIDGE, Craig, Andrew, KAROLYI, George A., LINS, Karl V., MILLER, Darius P. e STULZ, René M., "Private Benefits of Control, Ownership, and the Cross-Listing Decision" (February 2005). ECGI Finance Working Paper No. 77/2005. http://ssrn.com/abstract=668424 Prof. Dr. Alexandre Di Miceli da Silveira 49 Governança Corporativa Gerações de pesquisas 1a geração de pesquisas – estrutura de propriedade e valor Efeito-incentivo e efeito-entrincheiramento k Yit = α + β X it + γ X + ∑ δ jVC jit + ε it 2 it j =1 VALOR k Yit = α + β X it + ∑ δ jVC jit + ε it j =1 VALOR INCENTIVO / ENTRINCHEIRAMENTO / ALINHAMENTO DE EXPROPRIAÇÃO OUTROS INTERESSES ACIONISTAS MONITORAMENTO CONCENTRAÇÃO DO DIREITO DE VOTOS EXPROPRIAÇÃO DOS OUTROS ACIONISTAS EXCESSO DE VOTOS Prof. Dr. Alexandre Di Miceli da Silveira 50 Governança Corporativa Conclusões de Reese e Weisbach (2002) Principais resultados do estudo de Reese e Weisbach (2002) Principais resultados: 1. Firms from French Civil Law countries (which supposedly protect shareholder rights poorly) are more likely to cross-list than firms from English Common Law countries 2. Conditional on cross-listing, firms from French Civil Law countries are more likely to list on an organized exchange than firms from English Common Law countries 3. Subsequent to cross-listing in the U.S., firms from countries with lower shareholder protections show larger equity offerings increase both in the U.S. and outside the U.S., suggesting that the increase in equity offerings is not simply the result of non-U.S. firms entering into U.S. markets 4. There is an association between shareholder protection in the home country and the location (U.S. or non-U.S.) of the equity offering, with French Civil Law countries more likely to issue non-U.S. equity offerings 5. Evidences that an important reason for cross-listing in the U.S. is the legal protections of U.S. securities laws that are associated with cross-listing Prof. Dr. Alexandre Di Miceli da Silveira 51 Governança Corporativa Ratings de governança corporativa Principais ratings de governança corporativa dos agentes de mercado Governance Metrics International – www.gmiratings.com Standard & Poor’s governance services – www.standardandpoors.com Deminor rating – www.deminorrating.com ISS rating: corporate governance quotient (CGQ®) – www.isscgq.com Prof. Dr. Alexandre Di Miceli da Silveira 52 Governança Corporativa Estrutura de Propriedade Brasil Vs. EUA Em conseqüência da enorme diferença de estrutura de propriedade das companhias brasileiras e americanas, o problema básico de governança corporativa nesses países é diferente Percentual de ações com direito a voto do maior acionista CST 85.2% US$ 1.4 Bi Companhias Brasileiras Pão de Açucar 76.0% US$ 2.6 Bi Petrobras 55.7% US$ 31.7 Bi Aracruz 96.5% US$ 2.1 Bi IBM 6.3% US$ 170.7 Bi Companhias Americanas Exxon 4.1% US$ 267.8 Bi GE 4.0% US$ 337.7 Bi Microsoft 10.7% US$ 298.4 Bi 0% 20% 40% 60% 80% 100% Fonte: Economatica, Bloomberg e DIVEXT - CVM em 20/01/04 Obs: Para as companhias brasileiras, foi contabilizado o total de ações ordinárias em posse do (s) acionista (s) controlador (es) Prof. Dr. Alexandre Di Miceli da Silveira 53 Governança Corporativa Os investidores institucionais e a GC CALPERS - Fundo de pensão dos funcionários públicos da Califórnia Carteira de Investimentos em outubro de 2004 Classe de ativo por valor de mercado (US$ bilhões) 7% 0% Caixa US$ 8.7 bi 5% 22% Renda Fixa Doméstica Renda Fixa Internacional 21% 4% US$ 36.4 bi Ações Domésticas (USA) Ações Internacionais Invest. Alternativos / Private Equity Propriedades 41% US$ 69.0 bi Total de ativos do CALPERS em outubro de 2004: US$ 171,6 bilhões Fonte: CALPERS investment facts, outubro 2004 - www.calpers.com http://www.calpers.com/index.jsp?bc=/about/facts/home.xml Prof. Dr. Alexandre Di Miceli da Silveira 54 Governança Corporativa Os investidores institucionais e a GC Em 2004, o Brasil foi selecionado como um dos países emergentes com possibilidade de receber investimentos do Calpers (via ações) Prof. Dr. Alexandre Di Miceli da Silveira 55 Governança Corporativa Os investidores institucionais e a GC Evolução da participação dos investidores institucionais no mercado de ações americano Participação dos investidores na bolsa de Nova Iorque (NYSE) 20,000 18,000 16,000 US$ Trilhões 14,000 12,000 10,000 13% 8,000 37% Estrangeiros e Outros Pessoas Físicas e Organizações sem fins lucrativos 6,000 4,000 50% Investidores Institucionais 2,000 0 1950 1970 1990 1995 1999 2000 2001 2002 Fonte: Federal Reserve Board “Flow of Funds” www.federalreserve.gov New York Stock Exchange (NYSE) http://www.nysedata.com/factbook/viewer_interactive.asp?hidCategory=12 Prof. Dr. Alexandre Di Miceli da Silveira 56 Governança Corporativa Os investidores institucionais e a GC Evolução dos ativos das Entidades Fechadas de Previdência Complementar (EFPC) em relação ao PIB Evolução dos ativos das EFPCs em relação ao PIB (R$ Bilhões) 1400.0 1200.1 1200.0 1089.7 976.7 1000.0 R$ Bilhões 879.2 800.0 600.0 400.0 10,3% 8,3% 189.3 200.0 101.0 72.7 Ativos EFPC / PIB 144.0 0.0 1994 1997 Ativos EFPC (R$ Bilhões) Crescimento dos ativos das EFPCs de 1994-2002: 160,2% 15,8% 13,2% 2000 2002 PIB Brasil (R$ Bilhões) Fonte: Consolidado estatístico ABRAPP n. 293 - novembro/2003 www.abrapp.org.br Prof. Dr. Alexandre Di Miceli da Silveira 57 Governança Corporativa Os investidores institucionais e a GC Carteira de Investimentos das Entidades Fechadas de Previdência Complementar (EFPC) em novembro de 2003 Classe de ativo por valor de mercado (R$ bilhões) Outros 12% R$ 26,0 bi Ações e Renda Variável 27% R$ 57,3 bi Debêntures 2% R$ 3,9 bi Títulos Públicos e Renda Fixa 59% R$ 121,5 bi Total dos investimentos das EFPC em novembro de 2003: R$ 208 bilhões Fonte: Consolidado estatístico ABRAPP n. 293 - novembro/2003 www.abrapp.org.br Prof. Dr. Alexandre Di Miceli da Silveira 58 Governança Corporativa O problema de agência e a GC Exemplo # 1 de Problema de Agência dos Gestores O Caso Gerdau (2002) Um analista de uma empresa de gestão de recursos investiu horas de trabalho analisando a DRE do Grupo Gerdau O analista deparou-se com uma operação que lhe chamou atenção: um empréstimo de R$ 45 milhões Ele telefonou para outro analista que acompanhava a Gerdau querendo saber do que se tratava a operação. Este segundo analista não sabia responder e telefonou à empresa, questionando-a. Foi então esclarecido: o empréstimo havia sido concedido pela empresa para o haras da família do controlador A notícia espalhou-se pelo mercado e as ações da companhia registraram quedas. A operação não tem nada de ilegal. No entanto, "é imoral" sob o ponto de vista das boas práticas de governança corporativa A empresa reconheceu publicamente que a operação não está em sintonia com as práticas de governança e imediatamente cancelou a operação Hoje o grupo tem uma estrutura societária amigável, lançou ADRs e garantiu para os acionistas minoritários 100% do prêmio de controle. Fonte: Jornal Valor Econômico, “Episódio Gerdau sinaliza uma boa opção de investimento”, 21 de Outubro de 2002. Prof. Dr. Alexandre Di Miceli da Silveira 59 Governança Corporativa O problema de agência e a GC Exemplo # 2 de Problema de Agência dos Gestores O Caso GE (2002) “GE cobrirá gastos de Welch até o fim de sua vida” (Manchete dos jornais em setembro/2002) Documentos do processo de divórcio de Jack Welch, ex-presidente da GE, indicam que a companhia cobriu enormes gastos pessoais para ele e a esposa de enquanto esteve no Inserir cargo ecaso continuará a fazê-lo pelo resto da vida do exInserircaso demercado mercado evidenciando o problema evidenciando o problemade de executivo agência agênciados dosgestores gestoresna na prática: (casos brasileiros A GE havia divulgado que a compensação total prática: (casos brasileiros- - do executivo, incluindo salário Gerdau, Vasp, casos e bônus, foi de US$ 16,7 milhões emetc.; 2000, seu último ano completo na empresa Gerdau, Vasp, etc.; casos europeus tunneling; casos europeus - tunneling; casos antes de se aposentar, em setembro de 2001 e que, após se aposentar, Welch americanos Texaco, GE, Texaco, GE, prestará serviços de americanos consultoria -para a empresa, no valor de US$ 86 mil por etc.; casos em outros lugares etc.; casos em outros lugares ano, com acesso a benefícios do domundo mundo- -Rússia, Rússia,Sudeste Sudeste Asiático) As vantagens incluíam acesso a aeronaves corporativas, um apartamento em Asiático) Manhattan pertencente à GE, ingressos para os jogos do time de basquete New York Knicks e para o torneio de tênis US Open, TV por satélite em suas quatro casas e os gastos do apartamento - de comida e vinho a lavanderia e jornais Fonte: Jornal Valor Econômico, “GE cobrirá gastos de Jack Welch até o fim de sua vida”, 09 de setembro de 2002. Prof. Dr. Alexandre Di Miceli da Silveira 60 Governança Corporativa O problema de agência e a GC Exemplo # 3 de Problema de Agência dos Gestores O Caso Ambev (2004) Problema decorrente de classes de ações com diferentes direitos de votos Em 2004, os controladores da Ambev trocaram suas ações com a cervejaria Belga Interbrew recebendo prêmio de 70% sobre o preço corrente das ações Os acionistas preferencialistas não tinham direito de tag along O preço das ordinárias disparou (tag along) e o das preferenciais despencou Preço das ações: Ambev ON vs Ambev PN 250 200 Ambev ON 150 Ambev PN 100 50 Prof. Dr. Alexandre Di Miceli da Silveira 11 /5 /0 4 12 /3 /0 4 12 /3 1/ 04 1/ 30 /0 4 2/ 27 /0 4 3/ 26 /0 4 4/ 23 /0 4 5/ 21 /0 4 6/ 18 /0 4 7/ 16 /0 4 8/ 13 /0 4 9/ 10 /0 4 10 /8 /0 4 1/ 2/ 04 0 61 Governança Corporativa O problema de agência e a GC Exemplo # 4 de Problema de Agência dos Gestores O Caso SARL Peronnet da França (1999) A SARL Peronnet, companhia aberta controlada pela família Peronnet, estabeleceu uma nova empresa, a SCI, de propriedade exclusiva da família A SCI tomou um empréstimo para comprar um terreno e construir um armazém A SCI alugou imediatamente o armazém para a SARL Peronnet, utilizando a receita proveniente do aluguel para fazer o pagamento do empréstimo A SAICO, um acionista minoritário da SARL, processou os diretores da empresa (que haviam sido indicados pela família Peronnet), alegando que a família Peronnet havia expropriado uma oportunidade da SARL (de ela mesma comprar o armazém), se beneficiando às custas dos minoritários A corte se pronunciou contra a SAICO, baseada em duas premissas: 1. A decisão da Peronnet de pagar um aluguel à SCI pelo armazém não era contra o interesse social, pois as vendas da SARL se expandiram durante o período 2. A corte alegou que a expansão da SARL havia beneficiado a SCI também A corte não levou em conta se a criação da SCI era justa para os minoritários Fonte: Johnson, S., La Porta, R., Lopez-de-Silanez, F., Shleifer, A,, “Tunneling”, Working Paper, 2001. Prof. Dr. Alexandre Di Miceli da Silveira 62 Governança Corporativa O problema de agência e a GC Exemplo # 5 de Problema de Agência dos Gestores O Caso Timber Company da Indonésia (2003) A Timber Company é uma companhia aberta com minoritários que é controlada por uma família que detém 100% de uma outra companhia fechada As vendas da Timber são feitas exclusivamente para a companhia-irmã de capital fechado Há fortes suspeita de ocorrência de operações de preço de transferência, com venda dos produtos da Timber abaixo do preço de mercado visando a maximizar os lucros da companhia irmã Desta forma, o lucro da família controladora é maximizado em prejuízo dos acionistas minoritários da Timber Família Controladora Minoritários 100% Empresa listada em Jakarta Empresa de capital fechado 100% das vendas abaixo do preço de mercado Fonte: Apresentação de Mark Mobius – IBGC, fevereiro de 2004 Prof. Dr. Alexandre Di Miceli da Silveira 63 Governança Corporativa Participações societárias cruzadas Exemplo de participações societárias cruzadas – Chaebol sul-coreano Família controladora 50.3% 29.6% 10.35% Samsung Everland Samsung Precision Glass Samsung Corning Samsung Techwin Samsung SDS 8.3% 3.3% 4% 19.3% 25.64% 1.5% Samsung Life Insurance 21.3% 0.6 %10% Samsung Fire & Marine Insurance 7.08% 42.6% Samsung Electronics 48.4% 4.02% 25.5% 4.3% 34.5% 46% 17.61 % Samsung Heavy Industries 17.00 16.3 % % Samsung Venture 17% Investment 16.3% 3.1% Samsung Card 23.7% 16.3% Samsung ElectroMechanics 10.5 % Samsung General Chemicals 20.38 % Samsun g SDI S1 Corporation Samsung Securities 7.73% 4.81 % Samsung Corporation 5.5 % 12.6 % 65.4% Samsung Investment Trust Management 38.7% 4.9% 11.0% 10.7% 11.4% 4.66% Cheil Industries 11.5% Samsung Fine Chemicals 38.7% Cheil Communication 18.0 % Samsung General Chemicals 13.1% 21.4% 26.5% 7.3% 5.1% Shilla Hotel & Resorts 13% Samsung Petrochemical Samsung Engineering Samsung SDS 23.1 % 19.5% Samsung Networks Fonte; JP Morgan Prof. Dr. Alexandre Di Miceli da Silveira 64 Governança Corporativa O CA e o processo decisório da alta gestão O conselho tem um papel fundamental na governança corporativa, sendo o principal mecanismo para diminuição dos problemas de agência entre acionistas e gestores, e entre controladores e minoritários O Papel do Conselho de Administração no processo decisório da Alta Gestão As tarefas fundamentais do Conselho de Administração fixar a orientação geral dos negócios da companhia; 4 - Monitoramento mensuração do desempenho e estabelecimento da recompensa 11 -- Iniciação Iniciação geração geração de de propostas propostas definir a compensação dos altos executivos; monitorar e substituir o diretor executivo e demais diretores; Decisões de Gestão - Diretoria Executiva Decisões de Controle - Conselho de Administração 33 -- Implementação Implementação 2 - Ratificação execução execução das das decisões decisões escolha da decisão a ser implementada responder a uma oferta de aquisição hostil; decidir sobre a aquisição de outra empresa; constituir comitês do conselho para analisar assuntos específicos; investigar possíveis fraudes financeiras e de informação para o público. Fonte: Fama, E., Jensen, M., "Separation of ownership and control", Journal of Law and Economics, June, 1983. Prof. Dr. Alexandre Di Miceli da Silveira 65 Governança Corporativa Delimitações do mini-curso Delimitações do mini-curso Adoção da função-objetivo da empresa de maximização da riqueza dos acionistas Visão da governança corporativa sob a perspectiva estrita da teoria de agência Análise do problema de agência entre acionistas, não entre acionistas e credores A grande maioria dos artigos pesquisados pertencem a área de finanças Comparação dos resultados de estudos do ambiente brasileiro em relação ao norte-americano, embora haja uma literatura empírica considerável em outros países Prof. Dr. Alexandre Di Miceli da Silveira 66