via aérea dificil
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VIA AÉREA DIFICIL Apresentação A ideia de elaborar os primeiros consensos em via aérea di3cil validados para Portugal surgiu duma constante preocupação da Sociedade Portuguesa de Anestesiologia (SPA) e do seu Grupo de Via Aérea Di3cil com esta área importante da práAca clinica anestesiológica. Estes consensos pretendem ser mais do que uma simples importação e tradução de diferentes algoritmos de sociedades cienGficas mundiais de reconhecido valor e mérito mas, baseando-‐se nestes, refletem uma adaptação à anestesia clinica portuguesa. A metodologia seguida considerou a Via aérea di3cil e diferentes situações clinicas de via aérea di3cil: obstetrícia, pediatria e trauma. ExisAu ainda um esforço para desenhar um registo único de Via Aérea di3cil que incluindo a informação considerada imprescindível, possa consAtuir um apoio solido à práAca anestésica, com recurso a novas técnicas de informação. Este é assim o resultado de um trabalho extenso, levado a cabo por um grupo vasto de anestesiologistas de todo o país que nele procuraram refleAr a sua experiência pessoal e as suas preocupações com a via aérea di3cil. Os consensos são apresentados com um pequeno texto de introdução para que os esquemas desenvolvidos sejam mais facilmente apreendidos. Estes consensos já foram apresentados em sessão do Congresso Anual da SPA e são agora postos à consideração de toda à comunidade anestésica para que os possa conhecer, analisar, comentar e discuAr. Aguardamos as críAcas e sugestões de todos os que queiram colaborar de forma construAva, disponibilizando para isso um endereço de mail para onde possa dirigir as vossas parAcipações. Agradecemos que o façam atendendo à vossa experiencia pessoal mas também que o consolidem com o recurso a apoio bibliográfico para que o possamos analisar. Esperamos que o período de dois meses seja suficiente para uma ampla discussão; esperamos ainda publicar os consensos obAdos durante o corrente ano, mantendo o compromisso de periodicamente ou sempre que se jusAficar, realizar uma análise e revisão dos mesmos. Agradecemos o apoio de todos na discussão, aprovação, divulgação e aplicação dos Consensos de Via Aérea Di3cil, pois foi na tentaAva de melhorar as condições de segurança para os doentes e para os colegas anestesiologistas que desenvolvemos este trabalho. Uma referência final às Direções da SPA, anterior e atual, que acreditaram em nós e a todos os colegas que colaboraram na elaboração destes Consensos e sem quais este trabalho não teria sido levado a “bom porto”. Aguardamos agora a colaboração de todos… VIA AÉREA DIFICIL O presente algoritmo de Via Aérea pretende consAtuir uma sequência simples e lógica de diferentes passos de atuação. Engloba diferentes aspetos genéricos relacionados com via aérea, nomeadamente com a via aérea di3cil e que se passa a apresentar de forma mais detalhada, embora resumida. De acordos com as recentes evoluções apresentadas pelas sociedades cienAficas que refletem preocupação constante e atualizações perAnentes relacionadas com a via aérea também aqui se procurou estabelecer um algoritmos básico generalista – Via Aérea Dificil-‐ integrado num esquema de abordagem racional e completo-‐ desde a avaliação inicial e reconhecimento de via aérea di3cil até à definição de materiais atuais e importantes. .DEFINIÇÕES DE VIA AÉREA Conjunto de noções e definições simples que não pretendem abranger a totalidade das situações clinicas mas apenas as mais frequentes, possibilitando que exista uma linguagem comum mais esclarecedora. -‐VIA AÉREA DIFICIL PREVISIVEL Algoritmos de atuação em situações clinicas em que existam fatores preditores de dificuldade para a abordagem de via aérea. É considerado obrigatório a manutenção da venAlação espontânea do doente; todo o esquema se desenvolve em sistema dicotómico, apresentando alternaAvas de atuação para a abordagem de via aérea, sempre com dois resultados possíveis – Sucesso (verde) e Insucesso (vermelho). -‐VIA AÉREA DIFICIL IMPREVISIVEL O algoritmo desenvolve-‐se também em sistema dicotómico, em 4 patamares de atuação: os dois primeiros (verde) não consAtuem ameaça de risco elevado para o doente; apresentam algumas recomendações / soluções para dificuldades encontradas e referenciam materiais a uAlizar. Referem ainda valores de monitorização a considerar de forma relaAva bem como valores para números de tentaAvas de técnicas a realizar/ realizadas que deverão ser respeitados. O terceiro patamar (amarelo) consAtui uma fase de evolução para um estadío de ameaça de vida para o doente em que se refletem as medidas para inverter essa evolução. O quarto e úlAmo patamar (vermelho) agrupa as medidas de resgate de via aérea com o objeAvo de oxigenar o doente e na sequência de falha das medidas anteriores – as medidas referenciadas são técnicas invasivas de abordagem de via aérea. EXTUBAÇÃO EM VIA AÉREA DIFICIL Este algoritmo analisa de forma esquemáAca mas completa a extubação de um doente com via di3cil. -‐ Estratégia Fase inicial após a abordagem com sucesso da via aérea di3cil em que se quanAfica e analisa os fatores de risco ferais e os fatores de risco com importância para a via aérea. -‐Preparação Segundo patamar para a preparação do doente em que se melhoram as condições existentes por forma a possibilitar a extubaçao em segurança-‐ oAmizar os fatores de risco gerais e de via aérea-‐ e em que set tenta avaliar e quanAficar o risco de extubar o doente: Risco Existente e Baixo Risco -‐Extubação Patamar de atuação em que se procede à extubação do doente, nas situações de Baixo Risco, ou à avaliação da Segurança existente para a Extubação do doente, nas situações de Risco Existente. Referem-‐se técnicas e procedimentos para realizar a extubação no máximo de segurança e conforto bem como se referenciam linhas de atuação se tal não for possível. -‐Pós-‐extubação Referencia a atuação e procedimentos a exisAr no período pós-‐extubação, com relevo para a infirmação a transmiAr e a registar. -‐MATERIAIS DE VIA AÉREA Consideram-‐se 2 áreas de material de via aérea importantes – aquelas que agrupam material de via aérea básico e de uso corrente e as de via aérea di3cil e de uso mais exigente e diferenciado. Apresenta-‐se uma lista de materiais considerados fundamentais e imprescindíveis em qualquer unidade de saúde e em locais em que exista possibilidade de abordagem de via aérea em doentes. Nas unidades de Via aérea di3cil considera-‐se dois níveis de equipamento-‐ um para locais diferenciados e exigentes, em que a abordagem de via aérea seja muito frequente e em que a probabilidade de exisAr uma via área di3cil seja, por isso, mais elevada (bloco operatório, Unidade de Cuidado Intensivos, Serviços de Urgência/Emergência); outro nível de equipamento em locais nos quais embora se realizem actos de anestesia, a abordagem da via aérea não é tao frequente e necessária (pela natureza do procedimento) e nos quais a incidência de Via aérea di3cil e necessariamente mais baixa. Importa referir que estas listas de material, podendo ser adaptadas a cada local específico foram, elaboradas atendendo aos algoritmos de Via Aérea Di3cil, pelo que é desaconselhável serem reduzidas. DEFINIÇÕES EM VIA AÉREA VIA AÉREA DIFICIL Situação clínica em que um anestesista treinado se depara com dificuldades na ventilação com máscara facial ou máscara laringea, na entubação orotraqueal ou em ambas. VENTILAÇÃO DIFICIL c/ M.FACIAL Situação clínica em que um anestesiologista treinado não consegue promover uma ventilação adequada sob máscara facial e garantir uma SaO2 > 92%. LARINGOSCOPIA DIFICIL Situação clínica em que para um anestesiologista experiente não é possível visualizar as cordas vocais, no seu todo ou em parte, após várias tentativas de laringoscopia convencional otimizada. ENTUBAÇÃO DIFICIL Situação clínica de entubação traqueal que requer a realização de múltiplas tentativas, com ou sem alterações traqueais. ENTUBAÇÃO FALHADA Situação clínica de entubação traqueal não conseguida após múltiplas tentativas. AVALIAÇÃO DE VIA AÉREA HISTÓRIA CLINICA História prévia de VIA AÉREA DIFICIL Mórbida Patologias Sistémicas correlacionadas com VAD: Artrite Reumatoide SAOS e RoncopaAa Espondilite Anquilosante Patologia da Via Aérea Diabetes Inflamatória e Infeciosa DPOC TraumáAca etc. Tumoral Sindromes MalformaAvos Obesidade EXAME FISICO de Via Aérea (entre outros) Avaliação dentária Visualização da Úvula (Mallampa9) Relação dos incisivos superiores e inferiores Complacência do espaço mandibular Protusão voluntária da mandibula Forma do palato Distância inter-‐incisivos Distância Tiro-‐mentoniana Estado Den=ção Altura cervical Largura do Pescoço Mobilidade Cervical ETC EXAMES COMPLEMENTARES de Via Aérea RX CERVICAL / TORÁCICO TAC e/ou RMN CERVICAL / TORÁCICO ECOGRAFIA DA VIA AÉREA PARECERES INTERDISCIPLINARES AVALIAÇÃO GLOBAL PONDERAR: Necessidade absoluta de abordar a Via Aérea? vs. Possibilidade de realizar Técnica Anestesia Regional ? RECOMENDAÇÕES: Se previsão de dificuldade : -‐ INFORMAR o doente -‐ ABORDAR em VenXlação espontânea -‐ Pedir AJUDA Dificuldade de uAlizar disposiAvos SupraglóAcos ? Se dificuldades – Chamar AJUDA (PERITO) Risco de Aspiração Pulmonar ? Estabelecer Estratégia de abordagem com plano em crescendo de intervenção (disponíveis no local) Limitada tolerância à apneia Escolher técnicas / materiais que domine bem Condições de realização de técnicas Invasivas. REGISTAR e Documentar o caso Via Aérea DIFICIL PREVISIVEL Via Aérea DIFICIL NÃO PREVISIVEL VIA AÉREA DIFICIL PREVISIVEL Procedimento possível com outra Técnica Anestésica (NÃO ABORDAR A VIA AÉREA) Outra Técnica Anestésica Sim Sim Não OXIGENAÇÃO E MONITORIZAÇÃO Não Realizar o Procedimento Abordagem da Via Aérea e entubação com doente em Ven9lação Espontânea (Considerar doente Consciente) AJUDA Técnica Não Invasiva Técnica Invasiva CricoArotomia Acesso cirúrgico Técnica Percutânea VenAlação Jet entubação Retrógrada FIBROSCOPIA VIDEOLARINGOSCOPIA OUTRA Insucesso Sucesso Confirmação CO2 end Adal Realizar o Procedimento Cancelar Procedimento Outras Opções Técnicas Invasivas VIA AÉREA DIFICIL NÃO PREVISIVEL ABORDAGEM INICIAL Laringoscopia Direta Verificar: AJUDA Flexão Cervical, Extensão da cabeça Técnica de Laringoscopia Manipulação externa da laringe Entubação TRAQUEAL SUCESSO 4 Tenta=vas Oxigénio e Anestesia Confirmação: -‐Capnografia -‐ Visual -‐ Deteção Esofágica Má Visualização da laringe: Considerar Introdutor: Bougie Mandril Considerar Outros Laringoscópios VIDEOLARINGOSCOPIO Máscara Facial Cânulas Faringeas INSUCESSO ABORDAGEM SECUNDÁRIA OXIGENAÇÃO E MONITORIZAÇÃO 2 Tenta=vas Oxigénio e Anestesia iLMA / Igel / Totaltrack Disp. SupraglóXcos AJUDA SUCESSO INSUCESSO SpO2 < 90% (FiO2=1) Confirmar: VenAlação e Oxigenação Anestesia e Relaxamento Muscular FIBROSCOPIA INTUBAÇÂO TRAQUEAL ( 1 tentaAva) Confirmar entubação INSUCESSO OXIGENAÇÃO E VENTILAÇÃO Manter: Oxigénio VenAlação Reversão BNM AJUDA SUCESSO INSUCESSO VenAlação e Oxigenação RESGATE DE VIA AÉREA RESGATE DE VIA AÉREA AJUDA CRICOTIROTOMIA CIRÚRGICA CRICOTIROTOMIA Equipamento Cânula Sist. VenAlação Alta Pressão Manujet Confirmar VenAlação e Expiração Equipamento Kit Cirúrgico Bisturi Tubo OT 6.0 mm VenAlação com Baixa Pressão Verificação da posição do tubo Possibilidade de Complicações Severas Vias Aéreas precárias que devem ser conver=das em defini=vas logo que possível O uso de cânula de 4 mm em doentes em ven=lação espontânea pode ser suficiente ACORDAR O DOENTE ADIAR A CIRURGIA EXTUBAÇÃO EM VIA AÉREA DIFICIL ESTRATÉGIA Factores Risco Gerais Cardiovasculares Respiratórios Neurológicos Metabólicos Necessidades Cirurgicas Condições médicas Avaliar a Via Aérea Avaliar Factores de Risco PREPARAÇÃO Factores Risco de Via Aérea Via Aérea Di3cil Conhecida Alts Via Aérea Trauma Edema Hemorragia Acesso limitado à Via Aérea Obesidade / SAOS Risco de Aspiração OpAmizar o Doente OpAmizar os Factores de Risco Bloqueio NeuroMuscular Local Ajuda diferenciada Monitorização Equipamento ESTIMAR RISCO DE EXTUBAÇÃO BAIXO RISCO Via Aérea não Complicada Doente sem Factores de Risco RISCO Dúvida na Oxigenação Reentubação potencialmente Complicada Doente com fatores de Risco RISCO BAIXO RISCO EXTUBAÇÃO (Bloco / UCI / UCPA) SEGURANÇA NA EXTUBAÇÃO DO DOENTE ? SIM EXTUBAÇÃO com DOENTE ACORDADO EXTUBAÇÃO PROFUNDA ADIAR A EXTUBAÇÃO Oxigenação Aspiração Inserção protecção boca Reversão BNM VenAlação Espontânea Recuperação Consciência Pressão posiAva, Cuff, Extubação Experiência Vigilância PÓS -‐ EXTUBAÇÃO Sedação Remifentanil Cateter troca tubos NÃO RECOBRO E FOLLOW UP TRANSPORTE e COMUNICAÇÃO OXIGENAÇÃO E PATÊNCIA DE VIA AÉREA . MONITORIZAÇÃO E ANALGESIA DOCUMENTAÇÃO E REGISTOS TRAQUEOSTOMIA UNIDADES DE VIA AÉREA UNIDADES DE VIA AÉREA DIFICIL UNIDADES DE VIA AÉREA ROTINA BLOCO OPERATÓRIO / UCI / SU Definição LOCAIS REMOTOS Arrumação IdenAficação Moblidade Contrôle Definição Definição Arrumação IdenAficação Moblidade Contrôle Selado Registo (CARRO) MATERIAIS Máscaras Faciais Cânulas Orofaringeas Cânulas Nasofaringeas Máscaras Laringeas Lâminas Laringoscópio Mackintosh Tubos Traqueais Introdutores Bougie EsAletes Pinça Magill IdenAficação Moblidade Contrôle Selado Registos (MALA) MATERIAIS Resgate Oxigenação Lâminas Laringoscópio McCoy Miller Introdutores Frova ML entubação Kit Acesso invasivo MATERIAIS Lâminas Laringoscópio McCoy Miller Videolaringoscopio Introdutores Frova ML entubação Fibroscópio Kit Acesso invasivo Resgate entubação Videolaringoscopios Via Aérea Di3cil em OBSTETRICIA CONSIDERAÇÕES As complicações associadas a via aérea di3cil são uma causa de importante morbilidade e mortalidade. Isto é parAcularmente perAnente em obstetrícia, onde a incidência de intubação di3cil e não conseguida não tem diminuído, apesar dos avanços na abordagem da via aérea. A incidência de via aérea di3cil em obstetrícia tem sido reportada como sendo cerca de oito vezes a da população em geral. No entanto, uma revisão sistemáAca recente não encontrou qualquer evidência de que a intubação traqueal di3cil fosse mais frequente na população obstétrica do que na população comum. Independentemente da discussão se a via aérea obstétrica é realmente mais di3cil ou não, a impossibilidade de intubação orotraqueal na grávida conAnua a ser uma preocupação real para o anestesiologista, pelas eventuais implicações graves para a mãe e para o feto. MúlAplos fatores parecem contribuir para o problema da via aérea di3cil em Obstetrícia: -‐ As caracterísAcas demográficas da população obstétrica estão a mudar em muitos países, com a média de idades e peso das grávidas a subir e a complexidade médica dos casos a aumentar. -‐ A diminuição de cesarianas sob anestesia geral e a uAlização mais frequente de outros materiais de abordagem da via aérea na população comum, nomeadamente os disposiAvos supraglóAcos, reduziu consideravelmente a experiência de muitos anestesiologistas na intubação orotraqueal. -‐ O aumento da uAlização da anestesia loco-‐regional expõe menos grávidas à necessidade de abordagem da via aérea, abrindo a hipótese de que as grávidas que recebem anestesia geral representem um grupo mais doente e com necessidade de procedimentos mais urgentes. -‐ O impacto dos fatores humanos é claramente relevante, destacando o stress associado às situações emergentes, a deficiente comunicação com a restante equipa, parAcularmente com o obstetra e a tomada de consciência da possibilidade de um mau outcome materno e fetal que poderá comprometer a confiança e a capacidade de decidir. -‐ Os fatores organizacionais são igualmente relevantes para o problema, nomeadamente a (escassez/precaridade) de equipamento disponível, localização remota do bloco (operatório) de obstetrícia, equipas menos treinadas e ajuda menos disponível em horários “fora de expediente” e ainda, ausência de protocolos definidos. Portanto, na tentaAva de oAmizar a abordagem da via aérea em obstetrícia, foi dado o primeiro passo de elaboração de um conjunto de recomendações / orientações bem como algoritmos de abordagem. Os princípios que regeram a elaboração deste documento foram a segurança e a simplicidade para que possa ser facilmente implementado e adaptado à realidade de cada insAtuição. VIA AÉREA DIFICIL PREVISIVEL Seria ideal que a idenAficação da via aérea di3cil fosse possível durante a gravidez, permiAndo a elaboração de uma estratégia entre anestesiologista e obstetra. Deste modo haveria tempo para preparar toda a equipa, a estrutura (o ambiente) e a grávida. No entanto, a realidade é quase sempre diferente. A maioria das situações catastróficas relacionadas com uma via aérea di3cil ocorre quando uma dificuldade não foi prevista antes da indução da anestesia. Portanto, nas situações eleAvas, uma anamnese cuidadosa e um exame adequado da via aérea deve ser realizado em todas as grávidas, o que permite um planeamento antecipado e individualizado da estratégia para provável intubação di3cil. Como nenhum teste isolado é capaz de prever adequadamente uma VAD, recomenda-‐se a realização de todos os testes habitualmente uAlizados nesta avaliação. A idenAficação precoce permiArá a elaboração de uma estratégia de cuidados, que deve obrigatoriamente envolver o obstetra. Como 87% das cesarianas de urgência ou emergência podem ser previstas através da avaliação regular de todas as grávidas admiAdas em trabalho de parto, o anestesiologista deve iniciar uma analgesia peridural e garanAr o funcionamento adequado do cateter em todas as grávidas de risco. Dessa forma, diminui a necessidade de AG e manipulação da via aérea, no caso de má evolução obstétrica. A inserção de um “cateter epidural profiláAco” é parAcularmente úAl nas grávidas com esAgmas de via aérea di3cil, com comorbilidades obstétricas e com obesidade mórbida que representam um subgrupo de risco aumentado. VIA AÉREA DIFICIL NÃO PREVISIVEL A segurança, traduzida pela manutenção prioritária da oxigenação, pela tentaAva de manter proteção da aspiração de conteúdo gástrico e na decisão de prosseguir ou não com a cirurgia, foi um dos princípios orientadores da realização do algoritmo. Nesse contexto, o pedido de ajuda precoce e a tomada de consciência do tempo decorrido são muito relevantes. Cada passo deve ter uma duração de até 1 minuto e a decisão para acesso invasivo da via aérea deve ser tomada até aos 5 minutos. 34,36 O algoritmo divide-‐se em quatro patamares de atuação: ABORDAGEM INICIAL -‐ Plano inicial de INTUBAÇÃO traqueal ABORDAGEM SECUNDÁRIA -‐ Segunda tentaAva de INTUBAÇÃO (venAlação com máscara facial) OXIGENAÇÃO E VENTILAÇÃO-‐ Manutenção da venAlação e oxigenação com disposiAvos supraglóAcos/máscara facial RESGATE DA VIA AÉREA-‐ Técnicas invasivas para situação NINV (não venAlo/não oxigeno) ABORDAGEM INICIAL-‐ 1ª TENTATIVA DE INTUBAÇÃO A primeira tentaAva de intubação deve ser realizada nas melhores condições possíveis. As prioridades são rapidez, elevada taxa de sucesso e trauma mínimo VA. Deve ser opAmizada com pré-‐oxigenação, posicionamento, profilaxia da aspiração, BURP, ajuste da pressão cricoide e esAlete de intubação. Se não for sucedida deve-‐se PEDIR AJUDA e ponderar manter venAlação com manutenção da pressão cricoide, com insuflações suaves. Desde o início deve-‐se considerar a hipótese de voltar à venAlação espontânea e acordar a grávida, tendo em conta o estado fetal e materno. Nas situações emergentes tem que se equacionar os objecAvos de por um lado assegurar uma boa oxigenação materna e prevenir a aspiração pulmonar, mas por outro lado permiAr o nascimento o mais célere possível. ABORDAGEM SECUNDÁRIA – 2ª TENTATIVA DE INTUBAÇÃO A segunda tentaAva de intubação deve ser “a melhor tentaAva”, realizada pelo anestesiologista presente mais experiente, depois de confirmado o melhor posicionamento possível, com compressão laríngea externa e, se necessário, após mudança para laringoscópio alternaAvo/videolaringoscópio ou auxílio com outros disposiAvos. As múlAplas tentaAvas de intubação provaram estarem diretamente associadas a complicações, nomeadamente hipoxemia, regurgitação e aspiração de conteúdo gástrico, bradicardia e paragem cardíaca. OXIGENAÇÃO E VENTILAÇÃO -‐ DISPOSITIVO SUPRAGLÓTICO A prioridade é restaurar a oxigenação e venAlação. O passo seguinte deve depender da experiência e senso clínico do anestesiologista responsável. Deve ser sempre tentada a oAmização das medidas iniciais ponderando o ajuste da pressão cricoide. Se foi possível restaurar a venAlação e oxigenação, deve ser discuAda com a equipa obstétrica a necessidade de prosseguir com a cesariana, tendo em conta o estado fetal e/ou materno. Nas situações não emergentes a grávida deve retomar a venAlação espontânea e ser acordada, devendo ser equacionada a hipótese de realizar a cesariana sob anestesia regional,(se aplicável, ou sob anestesia geral após intubação acordada com fibroscopia. Em caso de cesariana emergente o procedimento deverá conAnuar, podendo tentar-‐se a intubação através da máscara laríngea, de preferência sob visualização por fibroscopia e após o nascimento, mantendo adequada profundidade anestésica e pressão cricoide. Caso a INTUBAÇÃO não seja realizada ou conseguida, o cirurgião deve ser alertado que a via aérea não se encontra protegida e que deve evitar a pressão fúndica e a exteriorização uterina. RESGATE VIA AÉREA– NÃO VENTILO/NÃO OXIGENO O desenvolvimento de hipoxemia severa, em parAcular se associada a bradicardia, é indicação para avançar para técnica invasiva de resgate: cricoArotomia por cânula ou cricoArotomia cirúrgica. Deve ser pedida ajuda adicional que poderá ser o cirurgião. Uma vez tomada esta decisão é essencial uAlizar a técnica na qual se tem mais experiência e que será potencialmente a mais eficaz. Se houver melhoria da oxigenação, mais uma vez nas situações não emergentes, a grávida deve retomar a venAlação espontânea e acordada, devendo ser equacionadas as hipóteses de realizar a cesariana sob anestesia regional, se aplicável, ou sob anestesia geral após intubação acordada por fibroscopia. Se a oxigenação não for conseguida, com progressão para paragem cardíaca materna, na grávida com mais de 20 semanas deve realizar-‐se cesariana perimortem nos 5 min seguintes, de forma a oAmizar a eficácia das medidas de suporte avançado de vida. DECISÃO: ACORDAR OU PROSSEGUIR COM PROCEDIMENTO Esta decisão pode em algumas circunstâncias ser óbvia, mas normalmente assenta em vários fatores, nomeadamente a urgência da cesariana, o estado fetal e materno, a experiência do anestesiologista e a confiança na via aérea. VIA AÉREA DIFÍCIL PREVISÍVEL EM OBSTETRÍCIA VAD! PREVISÍVEL ! PARTO VAGINAL! CESARIANA ELECTIVA! CESARIANA URGENTE/ EMERGENTE! • Considerar opções com obstetra" • Esclarecer a grávida" • Antecipar anestesia regional! • Planear e preparar intervenção na via aérea" • Anestesia Regional! • Se falha ou contraindicação à anestesia regional usar o algoritmo abordagem via aérea difícil previsível adulto" • Ponderar anestesia regional (BSA)" • Ponderar bem estar materno e fetal" • Algoritmo de abordagem via aérea difícil previsível no adulto" VAD: via aérea difícil; BSA: Bloqueio subaracnoideu. 13 VIA AÉREA DIFICIL PREVISIVEL EM OBSTETRÍCIA ABORDAGEM INICIAL Intubação traqueal Laringoscopia dihcil? Medidas oAmização abordagem via aérea SUCESSO Confirme VenAlação (etCO2) Cesariana Reajustar pressão cricoide Manipulação externa laringe OpAmizar posicionamento EsAlete de intubação Pedir ajuda INSUCESSO Ponderar VMF±pressão cricoide ABORDAGEM SECUNDÁRIA OXIGENAÇÃO E MONITORIZAÇÃO Lâminas alternaAvas 2ª tentaXva de intubação Laringoscópios alternaAvos traqueal ± pressão cricoide INSUCESSO SUCESSO Confirme VenAlação (etCO2) Cesariana Pedir ajuda OXIGENAÇÃO E VENTILAÇÃO OpXmizar via aérea ± pressão cricoide Considerar alternaAvas* SIM SupraglóXco Máscara facial De 2ª geração ± pressão cricoide Máximo 2 tentaAvas O2 100% 2 mãos, tubo orofaríngeo ± pressão cricoide SUCESSO Não A cirurgia é emergente? Avaliar estado materno/fetal NÃO Ajuda adicional INSUCESSO Acordar Técnica regional Considerar alternaAvas** RESGATE DE VIA AÉREA CricoXrotomia com cânula/CricoXrotomia cirúrgica SUCESSO INSUCESSO SAV; Cesariana perimortem VMF: VenAlação com máscara facial; etCO2: end Adal CO2; SAV: suporte avançado de vida; BURP: Backword Upward Right Pressure; *ex: Intubação traqueal através de supragló=co após o nascimento; **ex: Intubação acordada por fibroscopia Via Aérea Di3cil em PEDIATRIA Considerações As complicações relacionadas com a abordagem da via aérea pediátrica conAnuam a ser uma das principais causas de morbilidade perioperatória (1). O conhecimento das parAcularidades da via aérea da criança, a familiaridade com os equipamentos e técnicas disponíveis e a aplicação de algoritmos são essenciais na práAca segura da anestesia pediátrica(2). A incidência de via aérea di3cil (VAD) em pediatria é inferior à encontrada na população adulta. Estudos realizados em alguns centros apontam para uma incidência de laringoscopia grau 3 ou 4 (classificação Cormack-‐Lehane, C-‐L) entre 0,06 e 1,34%, com maior prevalência em crianças com idade inferior a 1 ano(3). VAD Previsível Onde deve ser abordada -‐ Toda a criança com VAD di3cil previsível (exceto em casos emergentes) deve ser abordada em centros pediátricos especializados, com UCI de Pediatria e que disponham de uma equipa treinada na abordagem da VA de doentes pediátricos. Esta equipa deve incluir dois anestesiologistas experientes, otorrinolaringologista e enfermeiro(5,6,7). Portanto, apenas em casos de risco de vida ou perda de membro, a cirurgia poderá ser realizada em centros periféricos sendo a transferência programada para o mais brevemente possível.(2) Preparação -‐ Os pais / representantes legais e a criança devem ser informados dos potenciais riscos associados à abordagem da VAD (traumaAsmo local, hemorragia, edema, dor, estabelecimento de VA cirúrgica, necessidade de internamento em UCI). (5) -‐ Colocação de acesso endovenoso prévio, sempre que possível. -‐ Deve estar elaborado um plano de abordagem e todos os intervenientes devem ter conhecimento. -‐ Deve estar estabelecido, em cada insAtuição, a quem deve ser pedida ajuda adicional caso seja necessário (nomeadamente ajuda interdisciplinar).(9) Indução e Manutenção da Anestesia -‐ Indução inalatória com Sevoflurano e O2 a 100%, até profundidade anestésica adequada mas mantendo a venAlação espontânea (VE), é a técnica preferencial. -‐ Indução intravenosa com Propofol, Ketamina, mantendo a VE é outra alternaAva descrita. -‐ Adolescentes, se colaborantes, sob sedação e anestesia tópica (tal como no adulto). -‐ Manter oxigenação e monitorização durante todo o procedimento. Abordagem da VAD previsível -‐ Deve ser adoptada a técnica que o anestesista tenha mais experiência e a que ofereça menos complicações. -‐ A entubação por fibroscopia através de MF ou de ML é a técnica preferencial. A ML previne obstrução da VA superior, proporciona um canal entre a boca e a larínge e mantém oxigenação e venAlação conGnuas e adequadas. -‐ Técnicas às cegas são fortemente desaconselhadas. Via aérea dihcil não previsível -‐ O plano de abordagem da VAD pediátrica deve seguir manobras simples de diagnósAco das mais frequentes complicações e adoptadas medidas básicas para as ultrapassar. -‐ Caso não estejam reunidas as condições de segurança para a realização de uma cirurgia não urgente, a criança deve ser acordada. -‐ A capacidade de venAlar uma criança com máscara facial (MF) é extremamente importante e quando é ineficaz consAtui um dos principais fatores de morbilidade. -‐ As obstruções anatómicas/mecânicas (posicionamento incorreto, má colocação da MF, hipertrofia amigdalina e adenoideia, distensão gástrica, presença de sangue, secreções ou corpos estranhos) e funcionais (laringospamo, broncospasmo, rigidez torácica por opióides) são muito mais frequentes que no adulto. A sua resolução deve ser sistemaAzada e treinada.(2,8) -‐ Deve ser fornecido oxigénio durante todo o processo de abordagem da via aérea. -‐ O número de tentaAvas de intubação e de introdução de um disposiAvo supraglóAco devem ser limitadas dada a fragilidade dos tecidos e o calibre da VA. (2,9,12) -‐ A uAlização de laringoscópios especiais e de videolaringoscópios depende da experiência e disponibilidade dos materiais, pelo que a competência na laringoscopia direta e uma boa técnica na venAlação com máscara facial conAnuam a ser a base no manuseio da via aérea pediátrica.(2) -‐ Nas situações em que a entubação traqueal não foi conseguida, apesar de manter uma oxigenação adequada o passo seguinte deve ser a introdução de um disposiAvo supraglóAco. Se a entubação traqueal for necessária e a situação clínica esAver estável pode ser realizada entubação por fibroscopia através do disposiAvo supraglóAco.(12) -‐ A cricoArotomia cirúrgica é o procedimento invasivo de escolha para o acesso emergente à VA independentemente da idade.(8) VIA AÉREA DIFICIL PREVISIVEL PEDIÁTRICA Entubação por Fibroscopia sob Sedação Ven9lação Espontânea (Máscara Facial / Máscara Laringea) Sim Prosseguir c/ Procedimento Sim OXIGENAÇÃO E MONITORIZAÇÃO Não AJUDA OpAmizar Manter MF / ML Considerar ARegional Acordar Replanear Via Aérea Cirúrgica Registos Cuidados Pós-‐operatórios Necessidade de Traqueostomia no pós-‐ operatório Fibroscopia Previa muito di3cil / não conseguida Lesões Laringotraqueais Prévias VIA AÉREA DIFICIL NÃO PREVISIVEL PEDIÁTRICA VENTILAÇÃO COM MÁSCARA FACIAL INEFICAZ EFICAZ OpAmizar AJUDA posição cabeça e MF Permeabilizar VA Adjuvante VA VenAlação 4 mãos Excluir Obstrução Funcional INSUCESSO SUCESSO OXIGENAÇÃO + ANESTESIA + RELAXAMENTO MUSCULAR LARINGOSCOPIA DIRECTA (excluir corpo estranho vómito, secreções) AJUDA INSUCESSO AJUDA OpAmizar posição BURP Mudar Lâmina Adjuvante (bougie/mandril) Videolaringoscopia SUCESSO INSUCESSO SUCESSO Máscara Laríngea (2 tentaAvas Mudar tamanho e forma) Fibroscopia pela ML (2 TENTATIVAS) SUCESSO ENTUBAÇÃO TRAQUEAL SUCESSO AJUDA INSUCESSO SUCESSO VenAlação MF a 4 Mãos Canula oro/nasofaríngeo ML / MF Anestesia Regional PROSSEGUIR COM PROCEDIMENTO ACORDAR E ADIAR PROCEDIMENTO Broncoscopia rígida + Jet venXlaXon (qualquer idade) RESGATE Cricotomia cirúrgica (qualquer idade) Cricotomia cânula (idade > 8 anos) Traqueotomia cirúrgica (qualquer idade) EXTUBAÇÃO EM VIA AÉREA DIFICIL PEDIATRICA EXTUBAÇÃO ACORDADO Boa VenAlação Sat O2 < 95% EFICAZ Boa VenAlação Sat O2 > 95% VenAlação e Sat O2 INADEQUADAS INEFICAZ O2 por Cateter Jet VenAlaAon PPV por Cateter C EXTUBAR REENTUBAR Pelo Cateter Via Aérea Di3cil em TRAUMA CONSIDERAÇÕES Necessidade de um algoritmo transversal nos vários locais de abordagem da VAD do doente traumaAzado. Adequado para as competências exigidas aos intervenientes na abordagem do doente traumaAzado. O fundamental é assegurar a VAD evitando a lesão secundária. A abordagem da VAD no Trauma obriga a parAr de um algoritmo em que se considera a presença de risco de aspiração para todos os doentes – doente que protege a VA ou necessidade de indução sequencial rápida. A abordagem da VAD no trauma obriga a pensar em cenários específicos. A VAD previsível precisa mais de uma estratégia do que de um plano. Um plano sugere uma abordagem única, enquanto que uma estratégia é uma sequência lógica, coordenada de planos conAngentes. Quando uma técnica falha, isso implica um maior risco de falha de outras técnicas. Recomendações A VAD no Trauma é uma situação de alto risco para situação de “Não Intubo, Não VenAlo” Obter uma VA segura definiAva antes da indução da anestesia. Na VAD previsível, devemos definir uma estratégia VA compreensiva e clara para toda a equipe cirúrgica. Todos os serviços de Anestesia devem providenciar perícia e equipamento para a realização de fibroscopia acordado quando indicado. Quando há previsão da necessidade de técnicas invasivas da VA, o melhor é antecipar a colocação antes da indução da anestesia. Abordagem precoce da situação “Não Intubo, Não VenXlo” Todos os anestesistas devem estar ao corrente das guidelines existentes e devem treinar as técnicas de abordagem invasiva da VA. Deve ser feito pelo menos uma tentaAva de colocação de supraglóAco, precocemente, numa situação de “Não Intubo, Não VenAlo”. Adiar a abordagem da VA no trauma, não é geralmente uma opção. A abordagem cirúrgica pode ser a primeira/melhor escolha em algumas situações. A abordagem da VAD no trauma deve preferencialmente ser feita com o doente em venAlação espontânea se: saturação de O2 adequada doente colaborante e acordado, hemodinâmicamente estável. Se o doente não for colaborante ou esAver agitado, a anestesia geral pode ser necessária – mas se a VA é di3cil, a venAlação espontânea deve ser manAda (se possível). Há 3 situações comuns que obrigam a intubar um doente traumaAzado inconsciente ou anestesiado com uma VAD: O anestesista falhou no reconhecimento e avaliação prévia da VAD antes da indução da anestesia. O doente com VAD já está inconsciente antes de ser abordado pelo anestesista. O doente tem uma VAD mas está hemodinâmicamente instável ou recusa absolutamente em cooperar com uma intubação acordado. Quando não se consegue intubar, a venAlação com máscara facial deve ser tentada. Se a venAlação com Máscara Facial é adequada, um número de técnicas de intubação orotraqueal pode ser usada. Técnicas que permitam venAlação conGnua durante a manipulação da VA são preferenciais (ex. Fibroscopia via supraglóAco) VIA AÉREA DIFICIL EM TRAUMA Necessidade de Abordar a Via Aérea EMERGENTE Crash Airway Não Emergente Ajuda INDUÇÃO SEQUENCIAL RÁPIDA* PRÉ-‐OXIGENÇÃO OXIGENAÇÃO APNEICA ESTABILIZAÇÃO CERVICAL Ajuda Instável / Não colaborante VA Di3cil Previsível VA Di3cil Não Previsível Estável / Colaborante LARINGOSCOPIA ADJUVANTES VIDEOLARINGOSCOPIO (Lâmina curvatura extrema + mandril) INTUBAÇÃO EM VENTILAÇÃO ESPONTANEA TEC INVASIVA PRECOCE C/ A. Local INSUCESSO INSUCESSO DisposiXvo SupraglóXco 2ª Geração (BITEBLOKER / DRENAGEM GÁSTRICA) M.LARINGEA INTUBAÇÃO Considerar OPÇÕES INSUCESSO Intubação: Dispo SupraglóAco ML Intubação Fibroscopia TÉCNICA INVASIVA CRICOTIROTOMIA CIRÚRGICA KIT CRICOTIROTOMIA > 4 mm INSUCESSO Via aérea CIRURGICA DEFINITIVA TRAQUEOSTOMIA Confirmação Capnografia Auscultação Cuidados pré-‐extubação ALGORITMOS DE VIA AEREA CONDIÇÕES ESPECIAIS * CONSIDERAR IMPLICAÇÕES HEMODINÂMICAS DOS FÁRMACOS USADOS; CONSIDERAR SEDAÇÃO EM VE; GARANTIR APORTE DE O2 DURANTE LARINGOSCOPIA CONDIÇÕES ESPECÍFICAS DE VAD EM TRAUMA TRAUMATISMO CRANIOENCEFÁLICO ABORDAGEM RÁPIDA E EXPEDITA EVITAR HIPOXIA MANTER PRESSÃO PERFUSÃO CEREBRAL>70 MMHG QUEIMADO DECISÃO E ABORDAGEM PRECOCE TRAUMA MAXILO-FACIAL -‐RISCO DE OBSTRUÇÃO DA VA POR CORPOS ESTRANHOS, SANGUE E/OU SECREÇÕES. -‐A VENTILAÇÃO MASCARA FACIAL PODE SER DIFÍCIL MESMO QUANDO A ENTUBAÇÃO É FÁCIL. A ENTUBAÇÃO NASOTRAQUEAL É CONTRA-‐INDICADA: -‐PRESENÇA DE LCR, FRACTURA DE LE FORT OU BASE DO CRÂNIO. A DECISÃO INICIAL DEVE SER BASEADA NA METODOLOGIA ABC FIBROSCOPIA EM VENTILAÇÃO ESPONTÂNEA -‐ DIAGNÓSTICO LESÃO DA VA LESÃO/INSTABILIDADE CERVICAL MANTER A VENTILAÇÃO ESPONTÂNEA MESMO COM A ANESTESIA GERAL A INTUBAÇÃO DEVE SER ABAIXO DA OBSTRUÇÃO. OS SUPRAGLÓTICOS NÃO SÃO SOLUÇÃO. SE JET VENTILATION, A EXPIRAÇÃO PODE SER UM PROBLEMA. RUTURA DA VIA AÉREA SE LESÕES LARÍNGEAS MAJOR: -‐ MANTER VENTILAÇÃO ESPONTÂNEA -‐ INTUBAÇÃO TRAQUEAL ABAIXO DA LESÃO TRAQUEAL -‐ NÃO PRESSURIZAR A VIA AÉREA PROXIMAL À LESÃO -‐ NÃO USAR JET VENTILATION OU SUPRAGLÓTICO -‐ CONSIDERAR TUBO DUPLO LÚMEN/BLOQUEADOR BRÔNQUICO -‐ CONSIDERAR EM CASOS EXTREMOS CIRCULAÇÃO EXTRACORPORAL COMPRESSÃO DA VA (ESTRIDOR) SE VAD, ENTUBAÇÃO OROTRAQUEAL ACORDADO, SE DOENTE COLABORANTE, HEMODINÂMICAMENTE ESTÁVEL ESPECIALMENTE SE SINTOMAS NEUROLÓGICOS DE LESÃO MEDULAR. MANTER A IMOBILIZAÇÃO CERVICAL. SE MANOBRA DE SELLICK – PRESSÃO CRICOIDE E UMA MÃO A FAZER SUPORTE POSTERIOR DO PESCOÇO PARA CADA TÉCNICA NÃO CIRÚRGICA CONSIDERAR 3 TENTATIVAS DE OTIMIZAÇÃO DE: MANIPULAÇÃO (PROTRUSÃO MANDÍBULA; LARINGE; DISPOSITIVO) ADJUNVANTES (BOUGIE®; FROVA®; MANDRIL) TAMANHO/TIPO ASPIRAÇÃO/FLUXO 02 RELAXAMENTO MUSCULAR
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