Acumule momentos divertidos aproveitando o verão no Marina Park
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Acumule momentos divertidos aproveitando o verão no Marina Park
5 ZERO HORA QUINTA-FEIRA, 7 DE JANEIRO DE 2010 RONALD MENDES, ESPECIAL Sérgio Goltz, 50 anos Mergulhos em busca dos sumidos DONO DE OLARIA, DOIS FILHOS, SABE NADAR Proprietário de uma olaria, Goltz também foi atraído pela curiosidade até a ponte no dia da tragédia. – Queria ver uns eucaliptos que a gente planta na região – revela. Quando tudo veio abaixo, Goltz, que estava próximo da cabeceira, se agarrou a um cabo de fibra óptica para não ser levado pela correnteza. Sem se desesperar, ele conseguiu nadar até a margem. De todos os sobreviventes, é o que ficou menos tempo na água – cerca de cinco minutos. – O que fica disso tudo é a imagem daquele pessoal que se foi e não apareceu mais – lamenta o industrialista. Reni José Weise, 49 anos AGRICULTOR, UM FILHO, NADA BEM AGRICULTOR, DUAS FILHAS, SABE NADAR “PARA O GASTO” Escoriações pelo corpo marcam a queda no Jacuí. Na memória, lembranças da aflição: – É triste saber que teve gente que talvez não se salvou – diz Hatschbach, que ao ouvir um estrondo e ver a ponte se partindo, tentou pular para o lado firme, mas não deu tempo. Na água, nadou até galhos e aguardou mais de uma hora: – A água vinha com força e passava por cima de mim. Tomei bastante água. Foi uma hora interminável. Rezei bastante.Vi que uma pessoa que estava em outra árvore passou por mim. Acho que ela não conseguiu se salvar a tempo. Luís Falke, 33 anos DANIEL MARENCO, BANCO DE DADOS – 5/01/2010 TÉCNICO AGRÍCOLA, UM FILHO, SABE NADAR “COMO UM PEIXE” Especialista em fumo, Falke examinava e fotografava as lavouras inundadas pelo Jacuí, para elaborar um relatório para a empresa em que trabalha. Estava com o olho grudado na câmera quando ouviu o estouro e desceu direto para a água. Torceu o braço direito na queda, mas não desgrudou da máquina e nem do celular. Afundou com os dois. Nadou até uma árvore – a segunda vez na semana, já que no dia anterior salvara gado que estava ilhado pela enchente. Não perdeu sequer os documentos, que deixara na caminhonete. Agora tenta salvar a máquina, usando um secador de cabelos, brinca. Não pretende deixar de nadar no Jacuí, apesar do susto. Mauro Ricardo Hatschbach, 37 anos A curiosidade fez Weise ir até a ponte. Ontem, em terra firme, tinha lágrimas nos olhos toda vez que olhava para o rio: – Caí, mas consegui me agarrar a uma árvore com mais cinco pessoas. Lembrava da família que deveria estar desesperada. Depois de uma hora no rio, Weise foi resgatado. Medicado no hospital, foi liberado e levado para casa de helicóptero: – Nem consegui jantar. A comida não descia. Depois, não consegui dormir. Nasci de novo. Ildo Dumke, 58 anos AGRICULTOR, UM FILHO, SABE NADAR Com o fêmur esquerdo fraturado, o agricultor Ildo Dumke, 56 anos, permaneceu uma hora e meia agarrado a uma árvore, lutando pela vida. Sua mulher, Lori Ella Dumke, 56 anos, sua filha única Denizi Marione Dumke, 28 anos, e o genro Nelo dos Santos, 29 anos, sem a mesma sorte, foram levados pela correnteza. Quando Dumke estava distante 10 metros do restante da família, a ponte ruiu entre eles, a última imagem da filha, do genro e da mulher que sua memória registra é o olhar desesperado dos três segundos antes de despencarem. Até ontem à noite, não haviam sido localizados. Dumke foi transferido a um hospital em Santa Cruz do Sul. Os rostos cansados dos bombeiros que entram e saem a toda hora do Rio Jacuí refletem a dificuldade da missão que enfrentam nas buscas aos cinco desaparecidos na queda da ponte, na RSC-287. A correnteza e a pouca visibilidade dificultam o trabalho dos seis profissionais, que estão mergulhando sobre as lavouras, ao lado das margens. O major Jarbas Trois de Avila, do Grupamento de Busca e Salvamento de Porto Alegre, que comanda as buscas, diz que as chances de encontrar alguém com vida é muito remota. A equipe de resgate é formada por 24 homens: 11 são do Corpo de Bombeiros de Santa Maria, que estão atuando do lado de Restinga Seca, e 13 do grupamento da Capital, que trabalham no lado de Agudo. Nesta equipe, há seis mergulhadores. Gerson Barth é um deles. Ele trabalha há quatro anos em buscas e salvamentos e acredita que a correnteza inviabiliza mergulhos nos locais mais fundos. Segundo Barth, uma das maiores dificuldades é a ausência de visibilidade. – Em um rio como esse, a gente não vê nada. O trabalho é só pelo tato – afirma o mergulhador. Os bombeiros estimam que o rio tenha avançado dois quilômetros para fora de cada margem. As lavouras de Restinga Seca e de Agudo estão debaixo d’água. No local, o leito original do rio tem 250 metros de largura. No início da noite, um corpo foi encontrado no Jacuí. As autoridades não têm confirmação se é de um dos desaparecidos na queda da ponte, pois pode ser um rapaz que se afogou com a namorada na última semana. Segundo a BM e os bombeiros, como estava em uma área anterior à do desabamento da ponte – em sentido contrário ao da correnteza –, as autoridades acham improvável que tenha relação com os desaparecidos no acidente. As buscas prosseguem hoje. SEGUE > Acumule momentos divertidos aproveitando o verão no Marina Park Emoções e magia no maior parque temático do Estado. Refresque-se no Mundo dos Dinossauros, descubra o Templo do Tesouro e viaje pelas corredeiras do Rio Azul. Mergulhe nas águas termais no Mundo de Atlântida ou suba o pico mais alto da Amazônia e desça em queda livre de 21 metros da Boca de Serpente. E ainda: cisnes, playground, praça de alimentação. 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